Sonho Adolescente
Autora: Reh Cegan | Beta-Reader: May Gregio


Todas as suas decisões estavam relacionadas a ele. O cara que faz seu coração disparar, que faz você perder o fôlego com apenas um olhar. Seu Sonho Adolescente.

Meu corpo estava suado e eu já sentia uma canseira me dominar. Sentir sua respiração falha em meu ouvido me fazia ir à loucura, querer mais e me amaldiçoar por parecer tão fraca. Eu sabia que não conseguiria segurar por mais tempo. Sabia que era uma questão de segundo até meu corpo relaxar por completo.
- ... – falei o mais forte que consegui, obviamente não passou de um sussurro rouco e falho. – Eu... Não...
- Eu já... Só mais um pouco... – ele respondeu também com sua voz falha, senti suas mãos apertarem ainda mais minha cintura. Meu corpo estremeceu, eu estava quase lá, puxei seu cabelo com mais força – Só mais... Amor, eu...
- Tu... Do beem... – não estava tudo bem, eu provavelmente não seguraria por mais tempo, sabia disso, apressou seus movimentos. Eu gemi alto em seu ouvido quando cheguei ao meu ápice, meu corpo relaxou.
- ... – parecia desesperado, voltei a me mover por baixo dele, meu corpo implorava por descanso, que eu só teria quando soubesse que ele estava satisfeito. Uma mão dele ainda me segurava com certa força pela cintura, a outra me apertava na altura da coxa. Senti-o estremecer em cima de mim e segundos depois pude ouvir seu gemido rouco e abafado. Ele começou a se mexer mais devagar, até parar por completo e se jogar ao meu lado na cama, me abraçando pela cintura e me puxando para seu peito.
Ficamos alguns minutos em silêncio, apenas normalizando nossas respirações. Ouvi a risada baixa dele e senti sua mão me apertar levemente na bunda.
- Gostosa – ele disse sorrindo, eu ri baixinho. Era sempre assim, e eu sempre ria ao ouvir aquilo. Senti ele se afastar, provavelmente tirando a camisinha, não me virei para olhá-lo, estava cansada, estava com sono. – Vai se vestir? – ele perguntou me dando um beijo na curva do pescoço, meneei a cabeça sem responder. Eu sempre me vestia. levantou-se colocou sua boxer preta, que estava jogada no canto perto da porta, deitou-se ao meu lado instantes depois passando minha calcinha branca e sua camisa azul. Coloquei a camisa com calma, meu corpo ainda estava um pouco dormente, coloquei minha calcinha com certa dificuldade e pude ouvir sua risada rouca.
- Pare de rir... A culpa é sua... – suspirei voltando a deitar ao seu lado, dessa vez de frente para seu rosto, aos meus olhos, perfeito – Você me cansa demais... – disse fazendo careta, ele sorriu me dando um selinho demorado.
- E olha que eu que sou o velho da relação. – sorria tranqüilo, me puxou para mais perto e encostou seu rosto no meu pescoço. – Mas eu estou cansado... Preciso dormir um pouco. – passei minha mão por baixo de seu corpo chegando ao seu cabelo, fiz um carinho leve e com a outra mão o abraçava desajeitadamente pelas costas.
Eu estava feliz em estar ali com ele, eu o amava desde... Sempre. Minhas decisões sempre envolviam .

Eu estava com dezessete anos em época de vestibular, teria que decidir logo qual faculdade fazer. Eu ainda tinha dúvidas, gostava de Biologia. Queria entrevistar atletas, fotografar pessoas desconhecidas andando pelo parque. Eu amava animais, queria poder cuidar deles. Olhei para um dos pôsteres do meu quarto e o vi ali, com seus olhos , aquele sorriso tímido. Eu iria conhecê-lo. Eu iria morar em Londres. Esse era meu maior objetivo. Teria que escolher uma profissão que envolvesse algo que eu amasse, que pudesse me render dinheiro para eu poder ir morar em Londres, teria que ser algo um tanto quanto... Reconhecido, ele teria que saber quem eu era. Pensei por um tempo. Sorri assim que reparei que minha alternativa era a que mais me agradava desde pequena.
Estava no meu segundo ano de faculdade, nervosa. Era minha primeira apresentação no Teatro, já tinha ensaiado, minhas falas decoradas. Eu sabia o que fazer. Só não sabia que ficaria tão ansiosa e tão nervosa ao ver aquele auditório tão cheio.
Já fazia duas semanas que apresentávamos aquela peça, fez sucesso, muito além do esperado. No final de uma apresentação, depois que eu já tinha trocado de roupa, estava pronta para ir para casa, meu professor me chamou, ele estava acompanhado por um senhor mais velho.
Meu primeiro teste para uma novela. Eu escolhi tentar o papel de vilã. Dos mocinhos você nunca espera nada além do normal, sofrem, sofrem, choram, mas no final ficam felizes para sempre com seu amor. Eram sempre os vilões os interessantes, você nunca sabe o que esperar deles. São eles que fazem a diferença na história.
Eu tinha passado. Em menos de dois meses atuando na TV fui convidada para um teste para uma peça de teatro, em Londres. É claro que eu aceitei, era a oportunidade que eu queria. Ir para Londres.
Foi difícil no começo, eu não conhecia ninguém, não tinha nem minha família nem meus amigos por perto. Eu estava completamente sozinha. Eu não tinha passado do teste. As coisas foram ficando difíceis. Eu não tinha trabalho e o dinheiro que eu tinha estava acabando. Estava quase desistindo, voltando para casa. Talvez no final não valesse a pena todo esse trabalho. Eu estava em Londres há três meses. Ele não sabia da minha existência, e isso provavelmente não mudaria. Meu dinheiro tinha acabado. Eu não tinha alternativa, iria voltar pra casa. E foi o que eu fiz.
Havia perdido meu contrato com a novela. Havia perdido minha chance em Londres. Havia trancado minha faculdade.
Um mês depois as coisas começavam a se normalizar para mim, tinha um emprego em uma loja de roupas, tinha voltado para a faculdade, voltado a ensaiar para uma nova peça organizada pela minha turma. Foi quando eu recebi um telefonema. Um teste em Los Angeles; por mais que parecesse errado, por mais que parecesse que tudo iria se repetir, eu aceitei.
A melhor coisa que eu fiz na minha vida. Eu passei. Eu fiz três peças diferentes, estava começando a ensaiar a quarta quando recebi um convite de teste para o cinema; eu aceitei.
Três anos depois, sete peças de teatro, vários comerciais para a TV, dois filmes, e um seriado. Via fotos minhas em revistas sobre celebridades. Tinha paparazzis em todo lugar que eu andava. Pessoas me paravam na rua para fotos ou autógrafos. Eu era convidada para festas importantes, conhecia muita gente famosa. Eu tinha excelentes contatos, eu conhecia a maioria dos meus ídolos, dentre eles Johnny Depp. Mas, o cara que ainda fazia meu coração disparar, que era o ‘culpado’ pela maioria das minhas decisões, se não fosse todas, eu não conhecia.
Foi em uma festa, uma dessas premiações estilo VMA para o qual eu fui convidada a apresentar um dos vencedores que eu o conheci finalmente. McFly era indicado na categoria ‘Hit do Ano’, a qual eu apresentava. Nem acreditei quando eu abri o envelope vermelho e lá dentro de um papel estava escrito o nome do vencedor: McFly. Eu quase gritei de tanta felicidade, eu sorria tanto quanto os garotos da banda que sorriam se abraçando e andando em direção ao palco, no qual eu estava com o troféu deles em mãos. As pessoas estavam de pé aplaudindo os garotos. Eles chegaram ao meu lado me cumprimentando e agradecendo, o último foi o . Ele sorria, tinha algumas lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele me abraçou assim que chegou ao meu lado, pude sentir seu perfume, sua voz rouca dissendo um ‘obrigado’ em meu ouvido. Mais um pouco e eu tinha certeza que desmaiaria ali, na frente de todos.
Eu o vi na festa, um dos amigos dele veio falar comigo. Eu disse que era fã da banda e que realmente fiquei muito feliz com a vitória deles, afinal, era mais do que merecido. se aproximou alguns minutos depois, começamos a conversar, os outros garotos estavam se divertindo com os outros convidados. Nós estávamos conversando. Ele disse que já me conhecia de fotos e entrevistas na TV, que já tinha visto meus filmes e até assistia ao seriado do qual eu participava. Eu sorri, dizendo que tinha todos os Cd’s da banda dele, e que também acompanhava seu trabalho. Conversamos até o final da festa. Até eu ir embora, já estava entrando no táxi quando o vi gritando meu nome. Parei olhando-o correr até mim ‘Será que você poderia me dar seu telefone?’ eu sorri confirmando e passando o número, ele me deu um beijo no rosto dissendo que ligaria pra marcar alguma coisa, eu apenas sorri sentindo minhas bochechas ficarem quentes.
Ele havia ligado. Saímos para jantar no dia seguinte, e no outro, e no outro. Ele já havia adiado sua volta a Londres duas vezes, não poderia fazer uma terceira. Despedi-me dele quando ele me deixou no meu apartamento alugado. pegou um avião na manhã seguinte.
Uma semana depois meu telefone tocava: . Sorri e atendi em seguida. Conversamos por algum tempo. Ele me ligou no outro dia. E no dia seguinte também. Quando ele ligou um dia depois eu contei que iria passar um tempo em Londres, tinha uma peça para apresentar. Ele foi me buscar no aeroporto, me levou para passear, para almoçar, jantar... Em uma dessas saídas ele me beijou. Continuamos saindo, ele ia todos os dias ver a peça, já devia ter decorado as falas. Em uma noite, depois da peça, quando eu saía do camarim, encontrei-o parado do lado de fora com um buquê de rosas nas mãos, sorrindo daquele jeito que fazia meu coração disparar. ‘Quer namorar comigo?’

era oito anos mais velho do que eu, estava com quase trinta anos, mais maduro, mais sério, mais ‘encorpado’ e muito mais gostoso. Ele parecia o Super Man, ficava mais gostoso com o passar do tempo. Eu não morava em Londres, morava em LA, não nos víamos com tanta freqüência quanto gostaríamos, ele estava ocupado com sua banda que, mesmo depois de tantos anos, ainda fazia muito sucesso, eu estava sempre ocupada com o trabalho, mas, quando tínhamos uma ‘folga’ que durasse mais de um dia, ou eu ia para Londres ou ele ia para LA. Depois de cinco meses ele me chamou para morar na casa dele, afinal, já não nos víamos sempre e quando nos víamos eu acabava ficando mais tempo na casa dele do que no hotel em que me hospedava.
Eu sentia falta de estar com ele. Sentia falta de beijá-lo, de abraçá-lo. De ouvir a risada rouca dele. De sentir meu coração disparar a cada olhar que ele dava pra mim. De ficar arrepiada com seus toques. De ouvi-lo dizer meu nome daquele jeito rouco/falho/desesperado. Eu sentia falta daqueles sorrisos pervertidos que ele me dava. Sentia falta do ‘gostosa’ depois de uma noite de sexo. Em resumo, eu sentia falta de e de tudo que se relacionava a ele junto de mim. O fato era que eu o amava mais do que tudo, e que eu largaria tudo outra vez por causa dele. Eu entrei no curso de Artes Cênicas por causa dele. Eu saí da minha cidade por causa dele. Eu saí do Brasil e vim para Londres para poder encontra-lo. Eu saí do Brasil para LA na esperança de que um dia ele me conhecesse. Eu fazia escala Londres/Los Angeles apenas para vê-lo. Às vezes eu me pergunto se isso tudo vale mesmo a pena. Toda essa correria, todo esse trabalho de ficar viajando apenas para passar algumas horas com ele.

- – ouvi falar, o olhei por um segundo, ele já tinha acordado e eu ainda não tinha dormido, mas meu corpo estava relaxado, descansado. – Você vai ficar quanto tempo dessa vez? – ele perguntou ficando de lado, apoiado no cotovelo, me encarando com um olhar um tanto quanto triste.
- Acho que até você me mandar embora! – disse calmamente, era meio lerdo quando acordava, ainda mais depois de dormir cansado por causa de uma transa.
- Não entendi... – ele me olhou confuso. Sorri olhando naqueles olhos que tanto me acalmam e ao mesmo tempo me deixam sem fôlego.
- Tenho um contrato para um seriado inglês de mais ou menos um ano, que provavelmente será prolongado se fizer sucesso...
- É obvio que vai fazer sucesso, você vai estar nele – ele falou dando de ombros, eu ri. – Então... Terei você comigo por um ano inteiro? Sem viagens a Los Angeles?
- Sim... É o que parece... Mas você ainda viaja com a banda... – falei sorrindo, passando a mão em seu rosto.
- Bem menos do que antigamente... Acho que estamos mesmo ficando velhos... – ele deu uma risada baixa. Não era exatamente verdade, tudo bem, ele tinha 30 anos, ele e os meninos viajavam bastante, mas em um ritmo bem menor do que antes, o que não significa que eles não façam mais sucesso.
- Hum... Então você é o velho mais gostoso que eu conheço... – dei uma piscada e ouvi sua risada.
- Me sinto jovem com você do meu lado...
- Credo, garoto, até parece que você tem uns 60 anos já... Tá mentindo sua idade pra mim, ?
- Garoto? Não estou mentindo, mas eu de fato já não sou mais um garoto! – ele sorriu.
- Sexy – ele me olhou confuso – Nunca te disseram que homens mais velhos são extremamente sexys? E que tem mais, err... Experiência? – falei a última parte mais baixo olhando para minha mão encostada no travesseiro.
- Sexy? – ele riu alto – Bom – ele parecia fazer força pra ficar sério – Então o que a senhorita acha de ficar um pouco mais... Experiente com a minha pessoa? – ele tinha um daqueles olhares safados e um sorrisinho de canto, bem .
- Putz, não sei se o senhor com toda essa idade agüenta uma terceira vez essa noite... Sabe como é... – disse levantando-me e indo para perto da porta – Não quero que o senhor tenha um enfarto... – ouvi um ‘Hey’ enquanto andava para as escadas – Não vou levar ninguém para o hospital... – Ouvi um barulho de algo batendo olhei pra trás e vi com cara de mal correndo até mim, sorri descendo rapidamente as escadas, mal cheguei à sala e senti os braços dele me pegando pela cintura e me empurrando para o sofá.
- Vamos ver quem é o velho... – ele disse com certa raiva me beijando com força.
- , eu tô com fome... – disse assim que ele parou o beijo e começou a levantar sua camisa, que estava no meu corpo.
- HÁ, acho que não sou bem eu que não agüento uma terceira vez... – ele riu se afastando. Dei língua levantando e indo para a cozinha – – parei olhando-o se aproximar de mim – Eu te amo, pirralha! – ele disse antes de me beijar.
- Eu te amo, seu velho – sorri abraçando-o com força.
Sim, tudo o que eu passei para estar com ele valeu a pena. E tudo continuaria valendo se ele estivesse ao meu lado. Eu o amava mais do que tudo, e tinha certeza de que era um sentimento recíproco. Eu faria tudo de novo, só pra te-lo comigo. Ele era meu sonho adolescente, meu teenage dream.

FIM


N/A: Heey girls!
Minha primeira ‘restrita’, nem tem tanta coisa assim mais...
Bom, espero que gostem e comentem okay?!
Sim ela é beem curtinha, e talvez, só talvez tenha uma segunda parte okay?
BeeiJudd’s a todas.
May, brigada pela ajuda gata!

@RehCegan
Msn: rehjudd@yahoo.com
Orkut Reh Cegan

N/B: Se encontrar algum erro nesta fanfic, por favor, avise-me, seja por e-mail ou twitter. Boa leitura!


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