Ela abriu os olhos. Estava novamente naquele quarto escuro, onde a única coisa que se ouvia era sua respiração irregular. Lembrou-se do sonho que tivera agora pouco e respirou fundo, tentando acalmar-se. Quando estava mais calma, relembrou os detalhes do sonho. Mais uma vez.
Uma garota de cabelos castanhos lisos e ondulados nas pontas, olhos escuros e grandes, caminhava pelo bosque. Havia árvores grandes, árvores pequenas, arbustos, borboletas... Estava claro, o sol batia na copa das árvores e passava em raios de luz variados para o interior do bosque.
continuava andando, como se procurasse alguma coisa. Ela estava em um vestidinho preto, com sapatinhos de criança. Ela era apenas uma criança. Com dez anos ainda se é uma criança.
Depois de mais alguns passos, viu uma figura se mexer nas árvores. Parou. Segurava a respiração, e a sombra começou a se movimentar em sua direção. Recuou alguns passos, e a sombra parou.
- ? – escutou uma voz conhecida, e esperou. – , é você?
- Quem é? – ela perguntou, em voz alta, e a sombra se aproximou, revelando um garoto de cabelos loiros e lisos e olhos cor de mel esverdeados, dois anos mais velho que ela. Ela suspirou aliviada.
- , você me assustou! – ela disse e sorriu. Ele sorriu também e se aproximou mais dela.
Ela olhava aqueles olhos conhecidos e amigos.
- O que você tá fazendo aqui no bosque? – ele perguntou, voltando a andar, e ela andou ao seu lado. Ele segurou sua mão.
- Só passeando, a festa do papai estava chata. – Ele riu e ela sorriu. Gostava de quando ele ria, a fazia se sentir bem. – E você?
- Eu vim atrás de você – ele disse, corando um pouco. Ela sorriu mais, e continuaram andando em silêncio.
- Shhh... Olha só – ele disse, parando de repente. parou e olhou para seus olhos, que observavam alguma coisa mais a frente. Virou-se para acompanhar o que ele estava vendo.
A uns cinco metros deles estava um veadinho, que bebia água calmamente num riacho. sorriu com a visão, mas apertou sua mão.
- Que droga! – ele disse baixinho, e ela olhou com cara de interrogação pra ele. – Caçador – ele disse, apontando, e ela olhou o caçador mirar a arma. Ia acertar o veadinho.
- Mas...! – ela tentou argumentar, mas um tiro foi ouvido. Uma bala perdida.
se sentou na cama e limpou o suor do rosto. Já estava se acostumando. Anos depois de ter esse mesmo sonho, devia estar acostumada. Mas era sempre um choque, sempre uma dor no peito, quando relembrava esse dia.
Decidiu tomar um banho, e achou que talvez até pudesse ir até o hospital. É, faria uma visita a ele.
Depois de uma ducha rápida, se trocou e saiu de casa, trancando a porta. Deixou um bilhete para a mãe, mas ela deveria saber que, desde que aquele dia, vê-lo no hospital era mais que um desejo, era uma necessidade. E que sempre que tinha esse sonho (mesmo que não acordasse mais gritando, sua mãe sabia que ainda tinha esse sonho), essa necessidade aumentava. Ainda estava amanhecendo, nem sabia se o Hospital estaria aberto para visitas a essa hora, mas tinha que tentar.
Andava calmamente, observando o dia clarear a cada minuto e sentindo o calor do sol bater em seu rosto quando ele começou a surgir no horizonte.
Chegou ao hospital em poucos minutos. Entrou na recepção e uma moça a cumprimentou.
- Olá, eu vim visitar – ela disse e a mulher digitou o nome no computador.
- Hm... Quarto...
- 363, sim eu sei. – Ela sorriu e a moça retribuiu.
Andou pelo saguão branco, comprido e frio até chegar ao elevador. Entrou e apertou o número 3. Quando saiu do elevador, percebeu que havia alguma coisa errada. Havia muita agitação no corredor. Os enfermeiros saiam correndo, buscando coisas, e os médicos gritavam felizes. Suspirou e parou um enfermeiro.
- Com licença, o que houve?
- O paciente do quarto 363 acordou do coma! Depois de tantos anos, me disseram! – o enfermeiro disse sorrindo e permaneceu estática. Acordou? Seu coração começou a bater mais rápido e ela se dirigiu quase correndo à porta do quarto. Um médico a impediu.
- Garota, o que você quer?
- É o meu amigo! Deixe me vê-lo! – ela quase gritou tamanho desespero que estava.
- Garota, se acalme, ele precisa descansar um pouco, depois você pode falar com ele. - O médico tentava segura-la.
- Descansar? Ele descansou todo esse tempo! Deixe-me vê-lo! – Ela quase chorava. O médico observou o desespero da garota e sentiu uma mão no ombro.
- Deixe-a entrar. Ela vem aqui pelo menos quatro vezes por semana, passa mais tempo com ele do que com a família. Ela merece. – O médico chefe, Dr. Paul Westeal, vinha acompanhando em suas visitas e prestava atenção em todas as conversas que ela tinha com o garoto, mesmo ele estando inconsciente.
- Certo – o médico concordou e agradeceu.
Entrou lentamente no quarto e observou o garoto de cabelos loiros e olhos mel esverdeados na cama, observando um porta-retratos. Ele levantou seus olhos ao vê-la, e seu olhar se iluminou de certa forma.
- ... – ela disse, com voz fraca, e deu mais dois passos, chegando mais perto da cama. Ele sorriu de leve.
observava aquele rosto. Tantos anos se passaram desde aquele dia no bosque. Tantos anos desde que eles avistaram um veadinho tomando água e um caçador pronto para atirar. Um tiro apenas... Tantos anos de sonho. E ela agora estava ali, com ele, e era tão... real. Ele estava tão real, olhando para ela como se esperasse alguma reação, ainda segurando o porta-retratos. engoliu em seco e se aproximou de vez da cama.
- ... – ela repetiu e ele sorriu apenas.
- Acho que sou eu, né? – Ele abriu o sorriso e ela segurava as lágrimas. Ela concordou lentamente com a cabeça e ele lhe apontou o porta-retrato.
- É você, não é? Os olhos são os mesmos – ele perguntou e se inclinou para ver a foto. Era uma foto dela com ele, quando ela tinha dez anos e ele doze. Alguns dias antes do acidente. Eles estavam em frente à entrada do bosque, e ele passava o braço pelo seu ombro. Nesse momento, uma nesga de luz passava em frente a eles, e podia-se ver uma borboleta voando perto dos dois. O chão estava florido, era primavera, e várias florezinhas pequenas e brancas estavam instaladas no chão próximo aos pés deles. sorriu ao ver a foto.
- Sim, sou eu. – O olhou nos olhos, estavam próximos.
- Faz tanto tempo... Eu perdi tanta coisa... – ele suspirou e pôs o porta-retrato de volta a mesinha cabeceira. – Eu não lembro de quase nada. E você mudou muito – ele disse sorrindo, apontando para a foto.
corou. “Eu não lembro de quase nada”. Ele não se lembrava dela? Sentiu a boca do estômago afundar, e achou que ia passar mal. Todos aqueles anos que ela sentira sua falta, que ela sonhava com aquele bosque e aquele dia, e ele não se lembrava dela.
- Garota, deixe a família dele entrar – o médico disse, e ela concordou com a cabeça, se levantando sem tirar os olhos de .
Se virou para sair, mas sentiu sua mão ser envolvida por outra, uma mão macia, e se virou novamente. a olhava com um sorriso fraco no rosto e segurava sua mão. Exatamente como quando eles caminhavam no bosque.
- Volta mais tarde? – ele pediu e concordou silenciosamente com a cabeça. Ele soltou sua mão e sorriu mais. suspirou e voltou ao seu lado, lhe dando um beijo na testa.
- Até mais tarde, então – se despediu e saiu do quarto, dando entrada para uma mulher chorando, uma criança pulando querendo entrar e um pai tentando controlar a situação, mas ao mesmo tempo desesperado para entrar.
se sentou num banquinho de espera e encostou a cabeça na parede. Fechou os olhos e nem percebeu quando adormeceu. Finalmente um sono sem sonhos.
- ? – ouviu uma voz conhecida e abriu os olhos, se deparando com uma senhora sorrindo amigavelmente. Levantou-se do banco onde estivera dormindo e esfregou os olhos. A senhora era a mãe de .
- Oi, tia. – Sempre a chamara assim.
- Querida, eu sei que agora que ele acordou tudo vai mudar, e... bem... ele não lembra de você. – Por mais que as palavras fossem ditas calmamente, e que no fundo ela já soubesse disso, aquilo machucou, e ela fechou os olhos, tentando controlar o choro.
- É – foi o que disse.
- Mas, antes de tudo isso acontecer... bom, vocês eram muito amigos, e um dia, depois do que aconteceu no bosque, eu estava mexendo nas coisas dele e encontrei isso. Obviamente eu abri, e acho que você deveria ver e ficar com isso. – Lhe estendeu um papel dobrado. – Não acho que seja tarde demais.
pegou o papel e o desdobrou. Dentro havia um desenho de canetinha laranja, onde havia um coração com os nomes ‘ e ’ dentro. Ao lado, estava escrita a frase:
“Onde e em qualquer lugar em que você estiver, meu coração estará com você.”
Dessa vez, não segurou as lágrimas, elas caíram involuntariamente. Levantou os olhos úmidos para a senhora ao seu lado e ela lhe sorria bondosamente.
- Eu sei que ele não lembra quem é você, mas você já conseguiu uma vez. Aposto que conseguirá outra. Então vá lá, , e ensine-o a amá-la novamente.
E foi isso que fez. Ao entrar no quarto com um sorriso, o nariz vermelho pelo choro, encontrou sentado na cama, observando novamente o porta-retrato.
- Nota Final –
Tudo que é bom dura pouco. Mas se as coisas boas acontecerem com frequência, você nem vai notar o tempo que elas duram.
n/a:
Já estão se enchendo de mim, eu sei que estão IASUHDISAUDHAISUDHISAUDHSAIUD Meu Deus, 17ª fic O_o se enforca num pé de alface ISAUHFISAUHDSIAUDHAS Minha professora de Português que fala isso, e bom, é exatamente por causa dela que estamos aqui! Essa fic na verdade era um texto que eu tinha que fazer para um trabalho de escola (minha mão caiu, tive que passar a limpo a mão numa folha T~T) e eu transformei ela em fic, porque eu gostei. Mas sei lá, não é muito meu gênero, esse final ficou muito mela-cueca pro meu gosto. E tem muita descrição, porque precisava ter mesmo...
E bom, a atividade era pra observar uma foto e criar um texto a partir dela... E eu escolhi a única foto que prestava aqui no meu pc, porque ele está com MUITA pouca memória, e eu tive que limpar tudo, e como não podia foto do McFly, que é a que eu mais tenho, eu tive que pegar uma super fofa, essa daqui:
Eu peguei ela pra fazer a capa de uma outra fic (O Melhor Amigo Dela; combina não?) e acabou ficando no meu computador, e se vocês irem no Google, é só digitar ‘menino e menina’ que é a primeira foto ISUHDISUAHDISAUHDSAUIHDAIUHDSA
Então, é isso amorinhas... acho que já falei demais mesmo, tenho que aprender a me controlar =X
Hahaha Ah, e leiam as minhas outras fics, se quiserem e se tiverem paciência também ISUHDISUAHDIASU Mas não precisa ler tudo de uma vez né? Vai lendo aos poucos, primeiro as finalizadas, ou não sei lá, decidam aí, mas por favor, se lerem, comentem! UISHDIUSHDIUASHDUSIA
Não Juddia de mim, me dá logo um beiJones com baTom na Poynter do meu nariz!
Listinha na ordem em que foram escritas, recomendo lerem as da 5 pra cima (6, 7, 8) que elas vão melhorando cada vez mais! Er, as em breve vocês lêem depois... e a nº 9 é segredo...
1. I Was Dreaming So Much-McFly(fic Jones)/Finalizadas 2. Another Memory Lane Story-McFly/Finalizadas 3. Wonderland e 'Wonderlindos'-McFly(fic Poynter) 4. Nights In The Camp-McFly/Andamento 5. Por Tras De Room On 3rd Floor-McFly/Andamento 6. My Sweet Fifteen-McFly/Andamento 7. Post Scriptum-McFly/Finalizadas 8. Arco-íris Decadente-McFly/Finalizadas 10 .She Was Dreaming So Much-McFly/Finalizadas 12. Cachinhos Castanhos e os Três McGuys-McFly/Finalizada 16. Loira de Neve e o Anão Solitário-McFly/Finalizadas 17. So true-Outros/Finalizada
Em Breve: 11. Holiday in Copacabana-Son Of Dork/Andamentocom Thais Ratgirl 13. Just Like a Dream-Outros/AndamentoTalvez mude o nome! 14. O Melhor amigo Dela-Restrita/Andamento 15. VolleyBoy-Outros/AndamentoBaseada em fatos reais! 15ª fic *o*
Indico!
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