História por: RaphaellaR. || Beta-Reader: Benny Franciss
Tinha que fazer isso, sabia que era o certo, mas não queria. Isso era loucura, uma verdadeira estupidez, uma bobagem. O pequeno panfleto em minha mão mais parecia uma piada do que uma coisa realmente séria. Não acredito que existam mesmo pessoas com o mesmo problema que eu. Na verdade nem encaro isso como um problema, é mais como um vício incontrolável, que minha mãe chamava de doença. Já alguns amigos até brincam com isso, pelo menos os que me restaram. Definitivamente eu era obsecada, viciada e neurótica, mas disso todo mundo tem um pouco dentro de si. Então por que comigo tinha que ser diferente? Pensei em pegar o primeiro táxi que visse e sair dali o quanto antes. Mas não sou fraca a esse ponto. Respirei fundo, dobrei o pequeno papel, o coloquei dentro de minha bolsa e levantei minha cabeça. Serei forte, e irei encarar meu vício como realmente deve ser. Dei um passo à frente, mas travei. Um homem me esbarrou, ele parecia meio nervoso, nem sequer me olhou, e entrou apressado no prédio. Não falei anda, pois também estava assim, e seria capaz de dar um grito com o sujeito. Vamos lá, dei outro passo, e por fim tomei coragem e subi o pequeno lance de degraus. Empurrei a porta de vidro e entrei. Na parede logo à frente tinha um painel cheio de papeis pregados, e mais em cima dele uma placa com duas setas, cada uma apontando para um lado informando os números das salas. Tomei minha direita, já sabendo qual era a sala que tinha de encontrar, passei por outras, que também tinham vários grupos de pessoas. O tinir de meu peep toe contra o chão de taco antigo ecoava pelo corredor, me dando ainda mais nervosismo e a impressão que era a única naquele lugar estranho. O prédio por dentro tinha cara de velho, e cheirava a mofo, algumas luzes fluorescentes piscavam, causando uma leve irritação em meus olhos, as paredes estavam mal pintadas e com alguns cartazes colados. Por fim parei à frente de uma porta entreaberta, bati duas vezes e esperei alguém dizer que eu podia entrar, mas não houve resposta. Será que estou no lugar certo? Segurei a alça de minha bolsa com força contra meu ombro e empurrei aquela porta de madeira desgastada. As pessoas que estava lá dentro me olharam por um breve momento. Fiquei meio envergonhada, mas prossegui. Peguei uma cadeira de ferro e me sentei. Um homem falava, enquanto todos os olhavam com atenção.
– Não consigo parar. Isso é mais difícil do que eu pensava. – ele tinha lágrimas nos olhos. – Não consigo arranjar ninguém por causa desse meu maldito vicio. – colocou as mãos sobre o rosto e começou a chorar, mal conseguia falar. – Não sei mais o que fazer.
– Tudo bem, Jef. Pode parar. Semana que vem se se sentir melhor, você continua. – um senhor de cabelos grisalhos que estava sentado ao seu lado, lhe afagou as costas. – Então, vejo que hoje temos uma nova companheira. – ele olhou para mim, segurei minhas mãos, elas suavam frio. – Minha jovem, que tal se apresentar? – pediu.
Alguém entrou na sala fazendo um estrondo com a porta, que pensei tê-la quebrado. Cheguei a levar um surto, devia ser um bêbado que errou de grupo. Me virei sutilmente para ver quem era. Um rapaz, que segurava livros, estava atrapalhado com a lixeira de plástico que estava ao lado da porta, já que ela deve ter virado na hora que ele entrou. O coitado estava todo enrolado, seus óculos de armação preta estavam quase saindo de seu rosto, sua bolsa de couro pendurada em seu braço, quase jogando os livros que segurava no chão. Sua blusa xadrez azul vinha abotoada até seu pescoço, metade dela estava enfiada para dentro da calça, seu suéter preto de botão estava vestido do avesso e todo abotoado, mesmo não estando frio para isso, muito pelo contrário, estávamos em pleno verão. Ele vestia uma calça jeans escura, e meio surrada, junto com um all star branco encardido. Tive vontade de rir, mas me contive, apenas me virei para frente. Pude escutar algumas risadas. Então soltei um riso colocando a mão na boca na tentativa de disfarçar. O homem conseguiu se arrumar e puxou uma cadeira.
– Desculpe pelo atraso. – disse ele.
– Tudo bem. Votando ao que estava falando. – o senhor deu uma pigarreada. – Pode prosseguir minha jovem. – me olhou.
– Oi. – acenei sem graça. – Me chamo , e tenho 27 anos. Sou fotógrafa oficial da revista Vogue. Tenho um pinscher que se chama Roy, e moro sozinha. Acho que é só. – dei um meio sorriso morrendo de vergonha de estar ali.
– Vamos falar “oi” com a . – ordenou o senhor, e todos falaram em coral. – Prazer, seja bem vinda ao grupo. Me chamo Edgar. Quando se sentir a vontade para falar, saiba que vamos escutá-la e tentar ajudar.
– Obrigada. – sorri.
– Gente, hoje tenho uma surpresa. Acho que perceberam que além da nossa nova amiga , também temos outros convidados. – gesticulou para um pequeno grupo mais afastado. – Eles são ex-dependentes, e estão aqui para auxiliá-los. Cada um terá um padrinho ou madrinha. – explicou se levantando de sua cadeira. – Trouxe salgadinhos que minha esposa fez, sintam-se a vontade. Conversem entre si, se conheçam melhor. – deu uma pausa. – Vou lá fora. Não demoro. – disse ele e saiu.
Não, Edgar, fique onde está! Não me deixe aqui com esses malucos! Olhei para os lados, as pessoas conversavam, pareciam animadas. Enquanto eu estava com minhas pernas coladas uma na outra, quase as fundindo, enquanto minhas mãos agarravam minha bolsa com força. Não porque estava com medo de alguém me roubar, ou coisa e tal, e sim porque estava nervosa e queria sair correndo dali. Aquilo não era para mim, não era meu lugar. Levantei da cadeira num rompante, quase a jogando para trás. Com isso consegui atrair alguns olhares. Que droga. Minhas bochechas deveriam estar que nem um tomate. Me virei para fugir logo, e dei de cara com o esquisito, dando de cara com seu peito. Odeio ser baixinha, mesmo estando de salto, ele não me dava muita altura. Olhei para cima e forcei um sorriso que mais deve ter parecido uma careta, esperando ele sair da minha frente, mas isso demorou um pouco para acontecer, na hora que ele foi para um lado eu também fui, depois desviei, e ele também, fechando meu caminho.
– Vai ficar dançando na minha frente? – perguntei agarrando a alça de minha bolsa. Meus dedos já estavam doendo.
– Desculpe, não foi a minha intenção. – disse arrumando seus óculos.
– Esquece. Me desculpe. É que estou meio nervosa. – falei olhando para meus sapatos onde deixavam a ponta de minhas unhas vermelhas a mostra.
– Tudo bem, já passei por isso. Meu primeiro dia também foi tenso. – o olhei quando ele disse a última palavra e ri. – O que foi?
– Não sei, você não me parece o tipo de pessoa que usa gírias.
– Então me diga que tipo de pessoa pareço ser? – cruzou os braços e deu um sorriso. Ergui uma sobrancelha.
– Pra principio de conversa, você tem cara de quem é virgem. – já logo joguei na cara, não sou uma pessoa de ficar enrolando para falar as coisas. – Parece um nerd com essas roupas. E a propósito, seu suéter está do avesso. – ele se olhou e riu.
– Gosto do meu suéter assim. A parte de dentro pinica meus braços. – ergui uma sobrancelha novamente com sua justificativa. Realmente ele era esquisito, e não só pela aparência. – Sou tão estranho assim?
– É. Você é esquisito. Tem certeza que não errou de sala? – agora estava me sentindo mais tranquila, um pouco solta por estar falando com alguém, mesmo que esse seja um completo desconhecido.
– Tenho. E obrigado pelo elogio.
– Não foi um elogio. – uni as sobrancelhas. – Realmente, você é esquisito. Bem, eu tenho que ir. – torci os lábios e me desviei dele indo em direção à porta.
– Ir? A reunião só termina às 21h00min. – olhei em meu relógio de pulso e ainda era 19h25min.
– Sério mesmo que tenho que ficar? – perguntei parando de andar e me virando para ele. Soltei o ar e deixei meus ombros caírem.
– Ok, vou dar um desconto que é seu primeiro dia. Quer tomar um café e conversar um pouco? – sugeriu. – Tem uma cafeteria ótima aqui perto.
– Não sei, acho melhor não. – dei um passo para trás.
– Fica tranquila, não vou te atacar. – descruzou os braços e colocou as mãos nos bolsos frontais de seu jeans. – Acho melhor você se decidir logo, se Edgar nos pegar saindo daqui não vai gostar nada.
– Ok. – respirei fundo. – Vamos antes que eu mude de ideia.
O rapaz pegou suas coisas que estava em cima de uma cadeira, e então saímos da sala sem chamar muita atenção. Andamos rapidamente pelo corredor até a porta de saída.
– Espera só um pouco, vou colocar meus livros no carro. – disse todo desajeitado tentando pegar as chaves em sua bolsa de lado.
– Quer ajudar? – perguntei reparando na dificuldade que ele tinha.
– Não, é só puxar aqui... – os livros caíram de suas mãos.
– Estou vendo que não. – balancei a cabeça em negação e lhe ajudei. – Por que não já deixou isso antes no carro? – perguntei pegando o ultimo.
– Porque ia mostrar umas coisas para Edgar, e como ele me chamou para a noite de padrinhos, achei que seria uma ótima oportunidade. – disse com as chaves já nas mãos e caminhando até pararmos na frente de um Jipe.
– Ok, um nerd que dirige um Jipe AMARELO. – falei rindo.
– Algum preconceito contra meu Jipe AMARELO? – perguntou abrindo o mesmo e colocando suas coisas lá dentro.
– Nenhum, não está mais aqui em falou. Pra mim você dirigia uma lambreta velha ou algo parecido. – brinquei. – Desculpa a brincadeira, sou assim mesmo.
– Tudo bem. – ele também ria. Pegou os livros das minhas mãos. – A propósito, nem sei seu nome.
– Oh, é mesmo, não me apresente adequadamente. Me chamo . – estendi a mão, e ele a pegou.
– Prazer, me chamo . – deu um beijo nas costas de minha mão. Sorri e a puxei de volta. – Você não gosta muito de contato físico?
– E–eee–e. – gaguejei. – Não é isso. O café é muito longe? – tentei mudar o rumo da conversa.
– Não. – virou de costas e saiu andando.
– Espera. – reclamei dando uma pequena corridinha. – Então, você namora? – tentei puxar assunto, não gostava de ficar muito calada.
– Não, por quê? Está interessada? – perguntou rindo.
– NÃO! – exclamei um pouco alto demais. – Digo, nem te conheço, como posso estar interessada?
– Calma, não precisa gritar. Só estava checando se você não era nenhuma louca que nem as meninas do grupo.
– Só porque eu estava lá, quer dizer que tenho problema?! – me defendi.
Chegamos ao café, abriu a portam que fez o barulho de um sininho, então passei a sua frente, já que havia me dado passagem. Realmente o lugar era perto. Nos sentamos na última mesa, e esperamos alguém vim nos atender.
– Se não tem problema, o que está fazendo lá? Alguma pesquisa? – fez uma cara de menino sapeca com um pequeno biquinho.
– É, estava perguntando quantos já tinham sido capados por serem tarados. – rebati. Sou uma menina afiada.
– Vejo que não tem vergonha de falar sobre o assunto. – tinha um sorrisinho nos lábios.
– E por que teria? Não vejo nada demais falar sobre sexo. Minha mãe que é careta e acha que isso é um bicho de sete cabeças. – balancei as mãos fazendo gestos. – Sabe como são essas pessoas antigas.
– Não, não sei, me diga mais. – estimulou.
– Vão querer tomar o que? – perguntou a garçonete, eu nem tinha percebido sua chegada.
– Quero um expresso. – pedi. – E uma rosquinha sem açúcar.
– Dieta? – me perguntou.
– Não gosto muito de doce. – respondi.
– Quero um Cappuccino. – pediu ele.
A mulher anotou nosso pedido e se retirou. Eu e nos encaramos. Ele era estranho, não sabia dizer que tipo de pessoa realmente ele era.
– Então, me conte mais sobre você. – disse ele quebrando o silêncio.
– O que quer saber? – perguntei colocando meus cotovelos sobre a mesa.
– Trabalha? – pegou um maço de cigarros de dentro de sua bolsa.
– Sim. Sou fotógrafa da revista Vogue. – o observei acender seu cigarro marrom, a chama de seu isqueiro prata era grande, e balançava de um lado para o outro, feito uma dança sensual. – E você trabalha?
– Uhum. – deu uma longa tragada e soltou a fumaça pelo nariz. – Sou contador.
– Então você é bom com números?
– E com outras coisas também. – droga, frase de duplo sentindo, ainda mais para minha mente pervertida. – E você é boa em que?
– Digamos que em muitas coisas também. – fiz um biquinho. – O que um rapaz como você estava fazendo no grupo?
– Sou padrinho. – respondeu levantando as mangas de se suéter e revelando seu braço que era fechado de tatuagem. – Gostou? – perguntou vendo que eu não tirava os olhos de suas tatuagens.
– Desculpa. – desviei o olhar. – Tenho a mania de reparar e tudo. Então, me conte porque foi parar naquele lugar.
– Digamos que sou uma cara que gosta muito da coisa e não sabe a hora de parar. – a garçonete chegou com nossos pedidos.
– Hum. – murmurei dando um gole em meu café. – Você não tem cara de quem gosta muito da “coisa”. – dei de ombros.
– Isso faz parte, quanto menos cara eu tiver, mas fácil ficar para me controlar. – ele acabava de fumar seu cigarro.
– Então sua fantasia faz parte de seu autocontrole? – dei uma risada.
– É. – deu de ombros. – Na faculdade eu cheguei até a transar com a diretora. – arregalei os olhos quando ele disse isso.
– Só espero que ela não seja parecida como a minha avó.
– Se a sua avó for gostosa, e tiver peitos duros, bem... – ele deu uma pausa e apagou seu cigarro no cinzeiro de pedra que tinha em cima da mesa. – Já falamos sobre mim, que tal sobre você agora?
– Você é um pervertido. – rolei os olhos. – Estou tomando café com um tarado! – brinquei.
– Não vejo por esse ponto. – pegou seu cappuccino.
– Imagino pelo ponto que você deve ver. Se bobear deve achar isso a coisa mais normal do mundo. – dei uma dentada em minha rosquinha.
– Não existe normal, isso é uma palavra que os psiquiatras inventaram para ganhar dinheiro com consultas.
– Ah claro. O mundo inteiro é retarado. – soltei uma lufada de ar pelo nariz para não dar uma gargalhada irônica. – Você está no grupo errado.
– Me diga qual seria o certo? – tinha um sorriso safado agora.
– Sério? – uni minhas sobrancelhas. – Um grupo de autoajuda. Cairia bem. Seu ego não está cabendo todo dentro de você.
– Chega de falar sobre mim. Quero saber sobre você. O que te trouxe até nós? – insistia.
– Minha mãe. – peguei o panfleto dentro de minha bolsa e o coloquei em cima da mesa. – Ela me obrigou a vir.
– E por que ela fez isso?
– Pelo simples fato de eu querer transar com meu ex-namorado em qualquer lugar, de ter traído ele com um supermodelo, querer como o objetivo da minha vida conseguir um orgasmo trilo, de pensar em sexo 24h por dia e sonhar com isso. Já perdi três empregos por ter assediado algum empregado da empresa, e acho que só. – eu tinha disparado a falar e apenas ficou me olhando sério.
– Depois sou eu o tarado ninfomaníaco. Deveria ter medo de você, pode me agarrar a qualquer momento. – ironizou.
– Não acho que isso seja possível. Você não é o tipo de cara que costumo pegar. – acabei de beber meu expresso e comer minha rosquinha. – Você acha que tenho conserto?
– É só pegar alguém que te dê conta. – deu de ombros. – Acho que isso resolve. E pare de ver pornô antes de dormir.
– Eu–eu–eu...
– Está gaguejando. É porque vê. – ele riu.
– Vejo mesmo! – fiz um biquinho. – Já estou dois meses sem transar, quer que eu fique como? Tenho que me virar sozinha! – deu uma gargalhada.
– Você é muito engraçada.
– Idiota. – peguei o guardanapo de papel, fiz uma bolinha de papel e taquei nele. – É sério, poxa.
– Eu sei que é sério. Mas isso vai passar. É só comprar um pinto de borracha maior.
– Não quero pinto de borracha, quero um de verdade. E meu ex não quer voltar pra mim. Ele diz que está cansado de ter que lidar com isso. – cruzei meus braços abaixo de meu peito.
– Então ele é gay. Qual homem que não ia gostar de transar todo dia com a namorada? – olhava para o decote de meu vestido.
– Meu ex. – respondi. – Quem dera se fosse todo o dia, eu estaria feliz. Ele ficava me regulando. No máximo de dois em dois dias, e olhe lá. E quando chegava do trabalho cansado, ai mesmo seria muito se pelo menos me desse um beijo na boca. Eu acho que a verdade era que ele não tinha prazer comigo. – olhei para meus peitos, e vi que eles estavam cheios pelos fato de meus braços estarem abaixo deles, então subi o decote, tampando um pouco.
– Continuo achando que seu ex era gay. – ele acabou de tomar seu cappuccino. – Não precisa se incomodar com o decote, eu estava admirando a vista.
– Tarado. – falei rindo.
– Já perdi as contas de quantas vezes você me chamou assim. – pediu para a garçonete encerrar nossa conta. – Diga para sua mãe parar de te pentelhar, e pra ela relaxar e gozar.
– Ah não, não escutei isso! – disse passando a mão em meu rosto. – Sério mesmo, ?
– É. E se ela for tão gostosa que nem a filha, posso falar pessoalmente. – deu uma piscadinha.
–O mínimo que minha mãe faria é te dar uma vassourada.
– Epa, com vassoura eu não gosto de brincar. – levantou as mãos fazendo sinal de rendido. – Você vai voltar na reunião de semana que vem? – mudou de assunto.
– Não sei. Acho que não. Talvez aquele lugar não seja pra mim.
– Percebi, você parecia um ratinho amedrontado lá dentro. – brincou.
– E estava. Peguei o final do depoimento de um tal de Jef, e ele estava chorando.
– O Jef é doidão, chora por qualquer coisa. Não ligue para isso. Mas se fosse você continuaria frequentando, vai te fazer bem. Edgar dá ótimos conselhos, e a esposa dele faz uns salgadinhos deliciosos.
– Estou me perguntando se você vai lá para comer ou para ajudar alguém. – a garçonete veio com a conta.
– Para comer. Nos dois sentidos. – disse pegando a conta e se levantando.
– Você não presta.
– Já me falaram isso. – sorriu, ele tinha um sorriso bonito.
– Quanto que deu a conta? – perguntei levantando da mesa colocando a bolsa em meu ombro.
– Hoje eu pago. Eu quem convidei.
– Nada disso. Pode ir falando quanto que deu. – tentei pegar a conta de sua mão. – !
– Nem adianta. Pare de reclamar, vou deixar você pagar a conta do motel.
– Larga de ser chato e tarado. Me diga quanto que deu a conta. – insisti.
– Não.
– Você é irritante! O que custa me falar? – eu andava ao seu lado até o caixa.
– Já disse que não. – bufou. – O que ganho em troca?
– Ué. O dinheiro para pagar a minha parte? – sugeri como se fosse óbvio.
– Não. – persistiu. – Me deixe ser cavalheiro pelo menos uma vez na vida?
– Você não costuma ser cavalheiro?
– Nunca fui. – paramos no caixa e ele pagou a conta. – Veio de carro?
– Não gosto de dirigir. – fiz uma careta.
– Quer uma carona até em casa? – perguntou assim quando saímos do café.
– É perigoso aceitar carona de pessoas taradas, então acho que será mais seguro se eu pegar o metrô. – brinquei.
– Duvido que os tarados de lá sejam mais lindos do que eu. – se gabou.
– Lá vem você com esse seu ego. – rolei os olhos. – Já pensou que você não é lá grandes coisas?
– Como minha diretora dizia: quem desdenha quer comprar.
– Aposto que ela era uma velha. – ri.
– Uma coroa gostosa. – rimos juntos. – Agora é sério, te dou uma carona até em casa.
– Ok. – balancei a cabeça de um lado pro outro. – Até que você é legal.
– Posso ser muito mais do que legal. – seu tom de voz era sedutor.
– Claro que pode, na hora que parar de tentar flertar comigo. – o olhei de rabo de olho. – Mesmo necessitada não vou cair na sua. Já disse que você não faz meu tipo.
– Não precisa repetir, já entendi. Me fala, qual é o seu tipo? Por que o meu é qualquer mulher que tenha um par de peitos fartos.
– E se ela for feia e sem dente?
– Coloca um saco de pão na cabeça que está tudo resolvido. – gargalhei no meio da rua, chamando a atenção de quem passava.
– Meu tipo é o que tenha um pinto, e que saiba o que faz com ele. Brincadeira. Não tenho um tipo certo, se eu gostar do cara vai ser ele.
– Então você não gostou de mim?
– Já disse que você é estranho. – semicerrei os olhos. Paramos na frente de seu Jipe. – Vamos, olhe para mim. – me virei para . – Licença. – tirei seus óculos, baguncei seus cabelos, que estavam jogados para trás e penteados com gel, abri três botões de sua camisa e tirei seu suéter. – Agora você está até pagável.
– É? – o encarei e não tinha reparado antes como os olhos dele eram lindos, em um perfeito.
– É. – me puxou pela cintura e me beijou.
Os lábios dele eram macios, estavam com um leve gostinho de café. Definitivamente gostoso! Ele prensou meu corpo contra a lateral do carro. Não cheguei nem a tentar resistir. Subi minhas mãos pelos seus braços tocando em sua pele quente. Tive vontade de aranhá-lo, mas me contive, não sou uma maníaca sexual... ou sou? O afastei.
– Eu não posso, prometi a mim mesma que ia me controlar. – me olhava ofegante. – Quer saber. Dane–se. – o puxei pelo pescoço e voltei para nosso beijo.
Agora foi ele quem nos separou. Pegou suas coisas de minha mão, as jogou dentro do carro e saiu me puxando pela rua a fora. Não questionei para onde estávamos indo, talvez deveria, mas não o fiz. Paramos em frente a um beco, e no meio dele tinha uma cabine telefônica, e era a única coisa que iluminava o lugar. Dei um sorriso. E agora foi a minha vez de sair puxando. Corremos até a cabine, entrei e o agarrei pela camisa, trazendo ele junto comigo, que fechou a porta em seguida. O empurrei contra parede de vidro, e mesmo que meus saltos não me dessem altura o suficiente para beijar seu pescoço, fiz com que se abaixasse um pouco, mas ele me tirou do chão, segurando minhas coxas, minhas pernas deram a volta em sua cintura. Passei a mão em meus cabelos os jogando para trás, e praticamente o ataquei, voando em seus lábios singelos. passava a mão em minha bunda a apertando, depois foi subindo alisando minhas costas, por debaixo do vestido. Seu toque contra minha pele era excitante. Desci meus beijos até seu pescoço, passando a mão em seus cabelos e os puxando com força, deixando seu pescoço mais exposto. Nossa, ele tinha um perfume bom. soltou um leve gemido gostoso, e eu parecia uma ninfomaníaca sedenta. Não estava me importando o que acharia do meu comportamento, queria mesmo era transar! Minha bolsa ainda estava pendurava em meu braço, então desenlacei minhas pernas e fiquei de pé, abri minha Louis Vuitton e tirei uma camisinha sabor morango de dentro dela, a minha favorita, colocando a mesma entre meus seios, e depois minha bolsa em cima do telefone. Agora com minhas mãos livres, abaixei um pouco e as passei na coxa de , que era musculosa, senti seus músculos contraírem quando minha unha passou com força por cima do jeans, próximo a sua virilha. Minha mão foi subindo até o botão de sua calça, apenas escutei um “tec” do botão de pressão sendo aberto, puxei lentamente o zíper para baixo. Ele observava meus movimentos com atenção sem fazer ou dizer nada, enquanto eu olhava todos os detalhes. Lambi meus lábios e dei um sorriso, então, puxei um pouco sua calça para baixo trazendo consigo sua cueca boxer preta. Sem apresentações, comecei a masturbá-lo. puxou meu corpo para cima, beijando meu pescoço. Minha pequena mão não parava de se movimentar, enquanto os gemidos dele saiam abafados contra minha pele. Aquilo era maravilhoso. Suas mãos em mim eram brutas e excitantes. Assim quando seu pênis ficou suficientemente ereto, tirei o pacote de camisinha de entre meus peitos, o abri e a coloquei nele. Me abaixei novamente de uma forma sensual, e passei a língua pela ponta de seu pênis. Ele soltou um gemido. Então comecei chupá-lo. O gostinho de morango era delicioso, me dava mais vontade de chupar, feito um pirulito açucarado. Conforme os gemidos dele iam sendo mais frequentes, fui ficando com mais vontade de engoli-lo. Minha mão massageava suas bolas. Ele passava a mão em meus cabelos, os puxando de leve.
– Pelo visto você sabe muito bem o que faz. – sussurrou entre gemidos. Passei a língua por toda sua extensão, parando na ponta, o olhei, com meu saboroso lanchinho da noite ainda na boca.
Não respondi, estava muito ocupada com meu brinquedo. Intensifiquei minhas chupadas, e com a ajuda da minha mão, o masturbei rápido. soltava gemidos desordenados, enquanto massageava meus cabelos, tive a impressão que ele tentava se controlar. Assim quando ele finalmente gozou, parei. Levantei e limpei os cantinhos de minha boca, enquanto ele, tirava a camisinha e arrumava seu pênis dentro de sua cueca. Na testa dele escorria uma pequena gosta de suor. Ele me virou de costas e puxou pela cintura, fazendo minhas costas colidirem contra seu peito, então ele beijou meu ombro. Senti sua ereção se encostar em mim. As mãos dele alisavam meus seios, não muito feliz com aquele pano o impedindo, pelo próprio decote, passou sua mão, conseguindo tocar o que queria. Incrível como tinha mudado completamente de personalidade. De nerd virgem, para um gostoso tarado. Dei um sorriso e empinei mais meu corpo para trás, pude escutar uma pequena risada vinda dele. Pensei em me virar e beijá-lo, mas quando pensei em fazer, ele já tinha feito, me prensando contra a parede de vidro da cabine e então me beijando, mas segurando as laterais de meu rosto como se eu fosse fugir daquilo. Passei o gosto de morango de minha boca para a dele, e parece que ele tinha gostado, já que aprofundou o beijo. Agora suas mãos foram deslizando pelas laterais de meu corpo, até chegar em meus quadris e os puxarem para si, os apertando. Minhas delicadas mãos alisavam seu peito e foram desabotoando rapidamente os botões de sua camisa, sem tirá-la. Me separei só para poder olhar seu físico, ele tinha o peito forte, e sua barriga era chapada, com duas entradas que levavam para o caminho da perdição. Passei a unha de leve, subindo de sua entrada até seu ombro, e voltando a beijar aquela boca gostosa. Seu corpo largo apertou o meu contra o vidro, parecia que aquilo quebraria a qualquer momento. Minhas pernas estavam intercaladas com as deles, enquanto seu quadril se mexia querendo mais espaço. Seus beijos desciam pelo meu colo até o decote de meu vestido, mais do que rápido, ele puxou o zíper lateral, fazendo com que o tecido da frente cedesse bastante, e deixando meu sutiã meia taça, tomara que caia branco de renda, a mostra. sorriu. Suas mãos fortes seguravam minha bunda, uma foi deslizando por minha pele por debaixo do vestido, e desabotoou o fecho de meu sutiã, a peça caiu no chão liberando meus peitos. Ele os admirou antes de abocanhar meu mamilo esquerdo, enquanto sua outra mão apertava o direito. Soltei um leve gemido. Minha perna deslizava entre nas dele, já minhas mãos alisavam suas costas e nuca. A mão dele percorreu por cima de minha calcinha. Eu estava molhada. Também, quem não ficaria? começou a chupar meu outro mamilo, mordiscando seu bico. Meus gemidos eram baixos. Os dedos dele ficavam brincando com o elástico de minha calcinha, mas não me tocavam. E aquilo estava me irritando, e eu tinha certeza que ele estava fazendo de propósito só para provocar. Peguei sua mão e a coloquei por dentro de minha calcinha de algodão. Agora sim, estava bem melhor. Ele passou a mão em minha virilha a apertando de leve. Soltei um gemido de aprovação, e dei um sorriso. Então me penetrou com dois dedos, enquanto seu polegar tocava meu clitóris. Isso que meu ex-namorado banana não gostava de fazer. Conforme seus dedos entravam e saem, também fazia movimentos circulares. Minhas unhas passaram a arranhas seus ombros conforme ele me estimulava mais. Sua boca sugava cada vez mais meu seio. estava quase ajoelhado ali. Franzi minha testa, aquilo estava muito bom. Virei a cabeça de lado soltando outro gemido, minhas unhas arranharam os ombros dele com força, depois soltei, segurando em um pedaço de meu vestido, senão iria machucá-lo, e não era isso que queria... não agora.
– Me arranha. – sussurrou soltando brevemente meu mamilo.
– Não. – respondi em um gemido.
– Me–arranha! – disse em pausa.
– Não.
– Estou mandando. – sua voz era forte e excitante.
O obedeci cravando minhas unhas em seus braços. Ele soltou um gemido de prazer. O puxei para cima pelo cabelo e beijei sua boca, que estava quente, comparada a minha. Seu peito estava agarrado com o meu, apertando meus mamilos duros. Meu quadril começou a se mexer de forma involuntária, mas a mão livre de o segurou com firmeza. Mordi seu lábio inferior com força, o puxando. Ele tirou seus dedos de dentro de mim, e foi descendo a boca, passando a língua entre meus peitos. Depois ele desceu, levantando mais meu vestido e se ajoelhando, mas deixando uma perna dobrada como apoio. O olhei e joguei minha cabeça para trás, senti minha calcinha sendo deslizada pelas minhas pernas. pegou minha perna esquerda e passou por cima de seu ombro. Seus lábios começaram a distribuir beijos por dentro de minha coxa, até chegar a minha virilha. Um arrepio percorreu minha espinha, quando chegou à parte mais sensível. Sem que eu esperasse que fosse daquela maneira, ele me deu uma chupada longa, lambendo tudo e parando no meu clitóris. De uma forma automática minhas mãos agarraram seu ombro. Confesso que o ar me faltou. Acho que ele estava se “vingando” pelo que fiz ainda pouco. Definitivamente, não teve pena. Soltei um gemido alto quando ele começou a me chupar freneticamente. Alguém me explica de onde esse ser chupador saiu? Com as mãos livres, ele apertava meus peitos e bunda. Não sei como ainda estava conseguindo sustentar meu peso em uma só perna e em cima de um salto agulha, até por que minha perna já estava começando a querer bambear. Fechei meus olhos, e tentei respirar fundo, mas foi completamente impossível com aquele homem debaixo da saia de meu vestido. Afinal oxigênio pra que essas horas, né? Meu coração já tinha entrado em ritmo de escola de samba, unidos venceremos. E ele era muito experiente no que estava fazendo, pois eu já estava quase tendo um orgasmo, o que poucos, ou, melhor dizendo, o que meu ex conseguiu apenas uma vez, fazer. Suas mãos seguravam meus quadris, já que eles não queriam parar quietos. Minha mão deslizou pelo vidro, fazendo barulho. Estava começando a ficar difícil não gemer alto, já que intensificava mais a cada segundo. Sentia que não ia aguentar mais segurar por muito tempo. Então meu corpo estremeceu, e pude respirar novamente. , voltou a me lamber toda, depois saiu de baixo de meu vestido, tirando minha perna de seu ombro e me beijou. Senti mais firmeza agora, apoiando minha outra perna no chão. Passei os braços ao redor de seu pescoço, o puxando para mais perto. Parecíamos que estávamos faminto um pelo outro, o beijo era bruto e sedento. As mãos dele agarram minhas coxas, as abrindo e me obrigando a passar as pernas ao redor de seu quadril, fazendo um encaixe perfeito. Apertei suas costas, que se contraíram suavemente com meu toque. Estava vendo a hora que apareceria um guardinha ali, apontaria a lanterna em nossa cara e nos levaria presos por atentado ao pudor, ainda mais porque não era nem dez horas da noite ainda. Tateei o telefone até encontrar minha Louis Vuitton, e mesmo de olhos fechados, a encontrei. Abri e peguei mais uma camisinha. Sim, serei sempre uma mulher prevenida, ainda mais sabendo como sou. sorriu entre o beijo, depois mordiscou meu lábio, queixo e pescoço. Ele mesmo pegou a camisinha de minha mão, então me “dependurei” dele, para que a colocasse, enquanto isso peguei minha calcinha e sutiã do chão, os guardando em minha bolsa. Assim quando terminou, ele me agarrou com extrema vontade pela cintura, me erguendo e chocando meu corpo conta o vidro da cabine, seu quadril estava entre minhas pernas, que por reflexo já estavam em volta de sua cintura. Nos olhamos rapidamente, afirmei com a cabeça, e então ele me penetrou lentamente, soltando um gemido. Uni minhas sobrancelhas, apenas o sentindo deslizar suavemente pra dentro de mim. Continuamos nos olhando. Meus braços estavam esticados em cada lado de seus ombros, e as mãos dele seguravam minha bunda com firmeza. Encostei minha cabeça no vidro, mas sem perder meu contato visual com . Ele ia e vinha devagar, sem pressa alguma. Seu corpo foi se inclinando em direção ao meu, até que nossos narizes se encostassem, passei delicadamente meus lábios sobre os dele, e nos beijamos com calma dessa vez, apreciando um a boca do outro. Sem que eu percebesse, nosso fogo foi subindo novamente, e já estávamos nos pegando com ferocidade. Os gemidos saiam descontrolados de minha garganta, assim como os dele também, porém mais baixos. Sua testa estava encostada na minha, sua boca entreaberta, e suas sobrancelhas unidas. Meus dentes prendiam com força meu lábio inferior, meus olhos se fecharam e minha testa estava franzida; minhas unhas arranhavam suas costas sem dó, e minhas pernas apertavam ainda mais o quadril dele contra o meu. deslizou uma mão segurando minha coxa, estiquei a perna que ele segurava, apoiando meu pé na outra parede de vidro da cabine. As estancadas iam ficando mais fortes, mas no mesmo ritmo normal. Era impossível manter meu corpo estável, eu rebolava conforme as investidas. Abri os olhos assustada com telefone tocando. Merda de telefone público! Fica fazendo escândalo chamando atenção da vizinhança inteira, como que se meus gemidos histéricos já não chamasse atenção o suficiente. tirou o fone do gancho e voltou a colocá-lo no lugar só para que parasse de tocar. Percebi que os vidros já estavam começando a embaçar e o suor a escorrer pelos nossos corpos. Me apoiei com mais força na perna que estava encostada na parede, então escutei o barulho de vidro trincar. Essa cabine estava começando a ficar quente e apertada. Agarrei nos cabelos da nuca de , e o puxei para perto, minha outra mão arranhava suas costas com vontade, assim como meu corpo gritava. Nunca tinha sentido aquele tipo de sensação de prazer tão grande. Os gemidos não paravam nem por um segundo, apenas ficavam mais constantes e altos. O que tinha de diferente dos outros caras, simplesmente não posso explicar, mas que ele estava me fazendo ir ao inferno e ao céu ao mesmo tempo, isso estava. Agora ele investia mais rápido, fazendo com que meu corpo batesse conta à parede da cabine. Comecei a ficar na dúvida se aquilo era mesmo real, ou se era só mais um de meus sonhos eróticos, porque uma coisa tão prazerosa e excitante daquela não poderia ser verdade. Comecei a arfar. As mãos de agarravam minhas coxas e bundas, as apertando com vontade. Ele encostou o seu rosto na curva de meu pescoço. Meus cabelos estavam colados em minhas costas, e alguns fios presos em meu rosto. Com um gemido alto e forte, ele prensou meu corpo com mais força e começou a investir com tudo, prendeu meu peito contra o dele. Eu já estava completamente descontrolada, não sabia onde mais arranhar ou segurar, nem mesmo o que fazer. Depois de mais algumas estancadas, senti ficar arrepiado, ele tinha chegado ao clímax, mas nem por isso parou, com o pouco de força que ainda tinha continuou por algum tempo. Gritei de prazer me cotorcendo, e me agarrando em , deixando minha cabeça cair em seu ombro e fechando os olhos com força. Então eu consegui o que tanto queria. Senti aquela sensação maravilhosa, tendo o orgasmo mais longo de todos. Ficamos parados na mesma posição até que meu ápice acabasse. Minha cabeça estava meio tonta, e não queria me mexer naquele momento. Minha respiração era pesada, assim como a dele. Um sorriso idiota surgiu em meus lábios, estava me sentindo leve. Se soubesse que encontraria nos ninfomaníacos anônimos, tinha vindo antes. Lentamente ele foi saindo de dentro de mim. Minhas pernas estavam meio molengas, mas me coloquei de pé, quase caindo, se não fosse pelas mãos fortes que envolveram minha cintura, certamente teria beijado o chão. Ainda meio desnorteada, peguei minha bolsa, a abrindo e pegando minha calcinha e sutiã. Os vesti, enquanto se arrumava, quando ele fechou sua camisa, a ajeitando no corpo, fez um careta, apenas ri daquilo. Acho que machuquei alguém. Abri a porta da cabine para sair daquele lugar abafado.
– Hey. – ele segurou meu braço me puxando pra perto. O olhei a poucos centímetros de sua boca. – Já vai?
– Sim. – sorri. – Até semana que vem?
– Talvez. – ele tinha um sorriso safado no rosto. – Vai conseguiu ficar esse tempo todo sem mim? – se aproximou e beijou meu pescoço. – Quem vai te dar prazer nesse período?
– Não sei, que sabe algum outro anônimo. – sugeri e ele deu uma pequena dentada em meu pescoço. – A menos que voltemos a nos ver.
– Vou pensar no seu caso. – rebateu subindo sua boca e mordiscando minha orelha. – Será que você merece?
– Diminua seu ego. – me afastei. – Até mais. – disse dando uns passos para trás e acenando.
riu e acenou. Sai do beco com vontade de gritar, sair correndo e falar para todo mundo o que tinha acabado de fazer. Mas me contive. Acho que ficar dois meses sem sexo era demais para mim. Peguei um taxi e fui pra casa.
Passei a semana inteira pensando em , e louca para voltar aos ninfomaníacos anônimos para vê-lo, precisava de mais uma dose de sexo. Me arrumei impecável, como sempre, e parti para encontrar meu novo grupo no mesmo lugar que semana passada. Cheguei lá na hora dessa vez. Edgar me cumprimentou amigável como da ultima vez, todos estavam lá, menos . Bem, ele deve se atrasar. A hora foi passando, e nada. Eu olhava para o relógio já impaciente. Será que ele passou mal, ou aconteceu algum imprevisto? Quando terminamos a reunião fui falar com Edgar, talvez ele tivesse o endereço ou o telefone da casa de , pois eu estava tão alucinada que nem me lembrei disse pequeno detalhe.
– Edgar. – falei me aproximando quando todos já haviam ido.
– Diga, . – sorriu. – Aconteceu algo?
– Não, não. Só queria te fazer uma pergunta. Nada demais. – passei a mão em meus cabelos, os colocando para trás da orelha.
– Pode ficar à vontade. O que é? – ele mexia em uns papéis.
– Você tem o número do ? Ou o endereço da casa dele? – perguntei o que fez Edgar me encarar.
– ? – perguntou unindo as sobrancelhas.
– É. Um rapaz mais alto do que eu, com o visual meio nerd, chegou atrasado a ultima reunião derrubando a lixeira. – lhe passei a informação.
– Não conheço aquele rapaz, na verdade, nunca tinha o visto aqui.– estranhei o que disse.
– Mas, do jeito que ele falou, parecia que conhecia você e o grupo. – eu não estava acreditando.
– Não, querida. Ele nunca frequentou o nosso grupo. Deve ter se enganado. – deu um breve sorriso sem se importar.
– Eu não acredito. – falei entre dentes. – Obrigada, Edgar. – apertamos as mãos.
– Que isso, querida, não foi nada. E tome mais cuidado com esses meninos, eles podem apenas quererem abusar de você. – alertou.
– Acho que já abusou. – resmunguei. – Tchau. – me afastei e sai da sala.
Não acredito nisso! Não pode ser! Parecia que fazia parte daquela gente! Aquele mentiroso miserável! Eu cai na lábia dele! Caminhei para fora do prédio que fedia a mofo. Estava morrendo de raiva por aquele safado ter mentido para mim. Quando cheguei a calçada, vi um Jipe amarelo estacionado do outro lado da rua. Era ELE! O vidro estava abaixado, e pude vê-lo, ele também me olhou, e tinha um sorriso enorme nos lábios. Aquele cretino vai me escutar! Quando fui atravessar a rua um ônibus passou, quase me atropelando. Voltei para trás, e agora o Jipe estava saindo. Tentei correr atrás, mas ele acelerou.
– DESGRAÇADO TARADO! – gritei parada no meio da rua, apenas recebi uma buzina em resposta e um aceno.
Fine
N/A: Finalizando Tarados Anônimos ao som de Como Eu Quero do Leoni. Gente, eu não resisti, tive que colocar um final FAIL! E até passou pela minha cabeça escrever um tarados anônimos 2 para o ano que ver, mas sabe, vou deixar vocês com gostinho de raiva da autora por ter terminado dessa maneira, e também com vontade de quero mais. Quando a mulher conhece o homem “perfeito”, ele do nada vira um completo anônimo. Nem sabemos se aquele é o verdadeiro nome dele. Agora isso fica por conta de vocês. Quem era o homem tão misterioso, que mudou de personalidade? Ele sabia coisas demais, não podia ser um mero qualquer que chegou do nada no grupo. Com um jeito de misterioso ele deixou a mulher louca por mais. “Uh, eu quero você, como eu quero.(8)” Agora a principal vai ficar cantando isso pelo resto da vida. Sim, sou uma autora malvada. Não é à toa que a fic ganhou esse nome. Espero que tenham gostado e se divertido. E não me perguntem de onde arranquei essa parada da cabine telefônica, pois nem eu mesma sei. Meninas, dessa vez é só, não quis fazer nada muito grande, e tentei ser direta, sem rodeios. Sei que esse final não deve ter agradado a todos, mas acho que está valendo. Muitos beijos á cada uma de vocês, e até o próximo especial.
PS: Nunca vou esquecer da Benny, minha beta linda. Obrigada mais uma vez por se disponibilizar à betar minhas doideras.
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