Tattoo







Capítulo 1 – Numa época em que uma agulha caindo no chão é motivo pra se jogar da janela...

Voltando a fita e passando rapidamente por alguns anos!

Londres, Fevereiro de 2002 - 7 anos atrás.

Pipipipi-pipipipi... 6:45 da manhã, despertador tocando. ‘Eu não estava com nenhuma saudade da sua voz, sabia?!’ Ela pensava enquanto tateava a mesinha ao lado da cama procurando o despertador pra desligá-lo. Depois de derrubar meio mundo de coisinhas e finalmente desligar o despertador, ela deixa seu braço esquerdo "despencar" pra fora da cama e em seguida o mesmo com a perna esquerda. Abrir os olhos era a última coisa que pensava em fazer.

Meia hora depois, passou correndo pela cozinha.
- Tchau mãe!
- Não vai comer nada? – Julie preocupou-se com a histeria da filha.
- Não mãe, estou atrasada! Nem era pra eu estar aqui ainda! – ela beijou o rosto da mãe com tanta pressa que foi mais um empurrão com a boca do que um beijo. E saiu...

caminhava até a escola, que não era tão longe. Era a única hora que ela podia pensar tranqüilamente, caminhando pelas ruas do bairro tranqüilo onde tinha a sorte de morar, sim ela adora seu bairro! ‘Tomara que minha best esteja na mesma sala que eu... e tomara que aquelas metidas estejam em outra bem distante da nossa! Como tem gente metida nesse colégio.’
- ! – interrompeu os pensamentos da amiga pulando em cima dela, as duas estavam em frente à porta da escola – Sétima série! – falou abrindo os braços e movendo a cabeça pra cima.
- Acorda ... Até parece que é grande coisa.
- Claro que é! Nós já estamos prestes a completar os treze e é quando os meninos mais bonitos e as coisas mais legais acontecem na nossa vida!
- Sei... – olhou pro lado num total desânimo.
- Anda, vamos ver se estamos na mesma turma!

Claro que elas estariam na mesma turma. As duas estudam nessa escola desde a primeira série e sempre estiveram juntas, onde uma estava, a outra estava também.
Entraram na sala e sentaram na mesma localização de sempre; na fileira do canto, nem no fundo da sala onde ficava a turminha de pseudo-rockers e nem na frente beijando a mesa do professor; pelo meio. Distraíram-se mostrando seus novos materiais escolares (lê-se: agendinha, canetinhas coloridas, fichário com folhas decoradas e todas essas frescurinhas) uma à outra, mas não puderam deixar de olhar quando um garoto novato passou pela porta.
- Quem será esse menino? – perguntou baixinho movendo o rosto em direção à amiga mas sem tirar o olhar de cima dele.
- Nunca vi... – deu de ombros e voltou a rabiscar alguma bobagem testando as cores das canetas de . Viu que a amiga ainda estava parada observando o garoto – Gostou dele ou perdeu alguma coisa ali?
- Hun... o quê... erm... – voltou seu olhar pra amiga e ficou sem graça. – Deixa de bobagem ! Eu só fiquei curiosa, dá licença?! – Fato! Ela só chamava a amiga pelo sobrenome quando ficava sem graça.
O tal garoto sentou na frente, na fileira do meio. O professor entrou e pediu que os alunos dissessem seus nomes, era o nome dele. Durante toda a aula, não tirou os olhos dele, mesmo ele estando de costas pra ela ‘Como será o jeito dele? No final da aula eu falo com ele!’ e ficou pensando nessas bobagens enquanto não fazia a mínima questão de ouvir o que o professor falava e muito menos de saber que matéria ele ensinaria durante o resto do ano.

Trimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

O longo sinal tocando e ensurdecendo todos os presentes, fim daquela aula.
e se levantaram e começaram a caminhar em direção a saída da sala, mas ainda não tinha esquecido sua idéia de passar na mesa do aluno novo e puxar um assunto com ele antes de sair.
Quando as duas estavam a alguns passos do menino, Britanny chegou como um foguete e sentou na carteira ao lado dele, com aquele sorriso de “vem-ni-mim-que-eu-tô-facim”. Por razões óbvias, adiou seu papo com o tal garoto mas passou olhando pra ele, queria gravar aquele rosto tão perfeito na memória. Ela não o viu mais aquele dia, apenas na hora da saída. Ele caminhava com Britanny no seu encalço.

- Ótimo... Agora ele vai ser da turma daquela metida e não vai nem querer saber meu nome. – disse cabisbaixa à caminho de casa com a amiga ao seu lado.
- Quem ? Do que você está falando?
- Ah, não! Eu estava pensando alto.
- Mas você pensava sobre quem então?
- Que curiosidade! Quer invadir até meus pensamentos... Coitado do ser que namorar a sério com você algum dia, vai afogá-lo nas perguntas!
- Não foge, ! Eu sou sua amiga ou não sou, poxa?
- Ah... É que o , ele...
- HÁAAAA! – não deixou completar sua frase e começou a apontar os dois dedos indicadores na cara dela. – Eu sabia, eu sabia que era ele! Você não tirou os olhos dele, eu vi! Se olhar tirasse pedaço ele estava dividido em muitas partículas, dona , pensa que eu não vi? Eu sou demais!
- Se sabia, por que ficou enchendo pra eu dizer, criatura?
- É que eu queria ver a sua carinha derretida ao pronunciar o nome dele... ‘É que o , ele...’ – ela disse debochada imitando a amiga com gestos exagerados pelo meio da rua e levou um tapa na cabeça.
- Pára com essa palhaçada ou os vizinhos vão confirmar que nós cheiramos!
- Tá bom, mas falando sério agora... Você não tem mau gosto, ele até que é bonitinho, mas não faz meu tipo! Você sabe de quem eu gosto desde o ano passado...
- O professor de Química... – deu um longo suspiro e revirou os olhos, estava cansada de ouvir a amiga dizer que gostava de um cara oito anos mais velho.
- Sério, ! Um dia o Chris vai me notar, pode escrever o que eu estou dizendo!
[n/a: sim, o professor Chris é inspirado no Christopher Robert Evans, ou Chris Evans como preferir... Com um professor de quimica desses, eu tatuava um 20Ca nas costas! Não, melhor, a tabela inteira!]

Agosto de 2003 - 6 anos atrás.

- Ai ! Não fica assim... Vem, tem sorvete de chocolate na geladeira!
foi dormir na casa de . Estava mal mais uma vez por ver desfilando abraçado com uma menina o tempo todo, eles passaram umas cinco vezes na frente dela na hora do intervalo.
- Não me conformo, ! Que raiva eu tenho de mim por sofrer por um cara tão galinha! Por que ele age assim?!
- Vai ver são os hormônios... Ele só tem 14 aninhos, ! Igual a nós! Só que nós parecemos um pouco mais adestradas porque somos meninas!
- Droga... A cada menina diferente que ele pega é como se me fizessem mais um furo no estômago.
- Já vi que até o fim do ano eu não vou ter mais amiga e sim um queijo suíço. – murmurou tão espontaneamente que as duas se olharam e desataram a rir.
- Você precisa arrancar esse de você, dedetizar, pulverizar, desinfectar, incinerar, esfumaçar, desmaterializ... Outch! – levou um tapa na testa depois de tantos sinônimos para a frase ‘Esquecer ’.
- Tá bom, eu já entendi! Vou fazer tudo isso aí, mas pára de falar, aff!
- Se bem que...
- Se bem que o quê?
- Vocês são amigos e... ele tem uma queda enorme por você, não?
- ? A fim de mim, com tantas garotas lindas pela escola? Impossível!
- Claro que ele é! Ou você não percebe o jeito como ele vem cumprimentar nós sempre com aquele sorriso de “bebê assistindo Teletubies”?!
- Grande coisa, ... Ele está SEMPRE com aquela cara!
- Mas quando ele te vê, consegue piorar! E se ele quiser ficar com você?!
- Você não já me perguntou isso hoje?
- Sim e você fujona como sempre não respondeu... Se ele chegasse em você, ficaria com ele?
- Na verdade, eu acho que ele quer ficar com todo mundo! Até a irmã dele ele pegaria se tivesse uma da minha idade! Mas comigo isso não rola! Pra quê?! Pra depois de dez minutos ele estar com outra e eu sentir meu estômago, meu fígado e todo meu aparelho digestivo explodir de uma vez e eu querer me matar ali mesmo?!
- Ai, minha amiga dramática... – sacudiu a cabeça numa negação e passou um braço no ombro da amiga – Quer saber?! Eu tenho certeza que se ele chegasse com aquele sorriso de Mickey-Mouse-apaixonado pra cima de você, o seu cérebro simplesmente abandonaria seu corpo!
- Por incrível que pareça, você tem razão dessa vez... Acho que eu não resistiria.
- Claro! E pra que fugir? Aproveita ué!
- Não... Se é pra virar só mais uma na lista quilométrica, eu prefiro nem chegar perto!
- Você é uma medrosa! No seu lugar eu dava uns bons amassos nele e aproveitava bem, nem que fosse só uma vez! Ele deve beijar muito bem pra várias meninas quererem ficar com ele. Sem contar que depois que uma garota fica com ele, vários outros meninos caem em cima e a menina fica popular por uma semana! Eles parecem gostar dos restos do e você devia mesmo aproveitar!
- Olha as bobagens que você está falando sem parar... O que é que tem nesse sorvete, hein? Melhor irmos dormir.
- Tá bom... – se levantou do sofá e elas começaram a andar em direção a escada.

Capítulo 2 - That’s what I go to school for!

Junho de 2004, 5 anos atrás


- Mais um ano que se passa... Estou com 15 anos, no primeiro ano do ensino médio e nada mudou!
- Como assim nada mudou?! Agora temos peitos! Outch! Por que você me bate o tempo todo?! Vou perder meu cérebro daqui a pouco!
- Você só fala besteira, nunca vi! E você não vai perder o cérebro porque não se perde o que não se tem!
- Tá bom, eu posso não ter cérebro, mas eu tenho coragem, coisa que você nunca teve!
- Do que você ta faland... ah não! O que você fez agora? Tentou dar em cima do professor de novo?
- Hoje eu esbarrei no Chris! – começou a sorrir com cara de boba – Ele cortou o cabelo, ficou simplesmente ‘uau’!
- E o que você falou pra ele?
- Que ele estava um gato e o corte novo combinou.
- OMG! Não acredito! Isso ainda vai dar encrenca...
- Você precisava ver como ele ficou coradinho!

- Bom dia! Abram o livro na página 235, vamos estudar as Américas hoje. – o professor Brendan de geografia falou entrando na sala.

O professor Brendan é um senhor de 57 anos, muito simpático e bem humorado! As aulas costumam ser engraçadas, o que estraga um pouco é que ele tem um problema de dicção e às vezes não se entende o que ele diz.
No decorrer da aula, estava tentando entender o que o professor Brendan explicava, olhou pro lado e viu lá na fileira do outro canto olhando pra ela, seu olhar cruzou com o dele por alguns segundos e apesar dos 6 metros (assim, chutando a largura da sala) de distância, era como se ninguém mais existisse e os dois estivessem frente à frente. Depois ele desviou, porque o Brendan perguntou pra ele alguma coisa sobre a cultura do México.
- Aw... erm... elesfalammexicano! – virou pro professor assustado e respondeu rápido a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Todos riram da resposta dele.

xxx

- Ai desculpa, mas esse menino é muito esquisito, tem horas que ele pega e fica pasmando, nunca vi uma coisa dessas... – falava de enquanto abocanhava um sanduíche, era o intervalo e estavam caminhando pelo pátio da escola.
- Eu tô lá tentando entender o que Brendan falava com aquele jeito de Patolino, e quando eu olho pro lado ele estava lindo lá no canto dele e... só desviou quando o Patolino fez a pergunta!
- Sim! – desatou a rir levando a mão à testa.
- Ele não tem cara de ser burro, todo mundo riu dele, coitadinho... Por que será que ele deu um fora desses?
- Por causa de você, criatura! Ele estava no mundo da lua, não entende?
- Pára de falar que ele gosta de mim, caramba! Se ele gosta, então por que ele passou por mim hoje na entrada da sala e nem disse ‘oi’?
- Erm... Será que é por que você estava conversando super animada com aquele moleque da outra sala? – perguntou como se fosse óbvio.
- Primeiro: O nome dele é Matthew e não moleque! E depois, eu não estava ‘super animada’, eu só ri porque ele contou uma piada, só isso... e ele só veio me pedir a matéria da última aula de física emprestada.
- Certo... E por que diabos você acha que ele ia querer a matéria de uma aula que vai ser passada na sala dele amanhã ainda?
- Verdade... As aulas de física deles são nas sextas. Nem tinha lembrado disso!
- Acorda sua lesada! Ele só veio puxar assunto com você! E claro que percebeu! Você está muito tapada, não está percebendo as coisas! Onde anda o seu sexto sentido feminino?
- No mesmo lugar que a sua educação.
- Hey, não precisa me ofender não, eu só estou querendo te ajudar! Você nos últimos dias parece que está cada vez mais em Marte! O que está acontecendo?
- Ah sei lá... As coisas lá em casa estão estranhas.
- Como assim?
- Minha mãe anda estranha e meu pai mais ainda... – deu de ombros, olhou pra frente e parou de falar ao ver se aproximando.
- Oi! – ele comprimentou as duas com beijinhos nas bochechas. – Posso falar com vocês?
- Uhum. – elas afirmaram com a cabeça e ele continuou.
- É que eu vou dar uma festa no sábado! Vocês não podem faltar meninas! – ele terminou e sorriu.
- Vamos sim! – respondeu na mesma hora e sorriu de volta. – Algum aniversário?
- Não... É que eu vou me mudar. – desmanchou o sorriso e olhou com uma carinha triste.
- Sério? Pra onde? – também desmanchou o sorriso instantaneamente.
- Meus pais vão se mudar pra outra cidade na semana que vem. Esse é meu último fim de semana aqui e como eles vão ficar até segunda arrumando a casa lá, eu resolvi fazer uma festa de despedida.
- Hum... – abaixou o olhar, não sabia o que dizer. Sentiu que terminaram de furar seu pobre estômago de vez.
- E que horas começa a festa? – cortou o silêncio que se instalou.
- Podem chegar lá às oito! Vai ser le... – não terminou de falar ‘legal’ porque um de seus amigos pulou nas costas dele. – Saí de cima de mim, retardado! EU ESPERO QUE VOCÊS VÃO, NÃO ESQUEÇAM! – berrava pelo pátio enquanto ia sendo puxado pelo amigo. Os dois foram embora deixando uma estática e uma preocupada com o estado da outra.
- Você não vai falar nada?
- Eu acho que ainda não me toquei! Ele disse isso mesmo, ? Vai sumir daqui pra sempre? Diz que eu estou tendo um pesadelo...
- Ai amiga, fiquei com dó de você agora... – passou um braço pelo ombro dela e elas foram caminhando devagar pra sala.
- Eu sou a culpada! Se eu não tivesse perdido tempo! Tem dois anos que nos conhecemos e eu sempre gostando dele em segredo, como eu sou otária.
- É, tem raz... ai, quer dizer... imagina, você não é otária! Só um pouquinho tímida e medrosa. Mas não fica assim não, porque vamos nessa festa e eu sei que estaremos lindas!
deu um meio sorriso e elas entraram na sala.


Dia da festa!

- , me empresta aqueles seus brincos de ouro branco que eu adoro?
- Claro, pode pegar! O que você acha se eu usar aquele colar que ganhei no meu aniversário de quinze anos? Ele era da minha avó, já te contei, né?
- Já! E eu acho que vai ficar perfeito! Coloca, você não usou ainda desde que ganhou! E toma, coloca também essa pulseirinha que eu te dei ano passado, por coincidência ela combina incrivelmente com o colar da sua avó!
- É, tem razão! – pôs as jóias indicadas pela amiga. – Olha, o táxi chegou! – ela se aproximou da janela de seu quarto.
se arrumou lá também, uma ajudou a outra a escolher roupa e etc. Ao se aproximarem da porta da sala, se virou pra .
- , cadê a sua mãe? Não a vi a tarde toda... – estranhou a ausência da senhora que sempre fora tão atenciosa com as visitas, principalmente com ela que frequenta a casa desde criança.
- Deve estar trancada no quarto, eu falei que ela está estranha... – deu de ombros e abriu a porta.
Ao chegar na casa de , desceu do táxi guardando na bolsa o pequeno espelho onde se olhou a cada três minutos durante o caminho. Haviam algumas pessoas no gramado em frente à casa e a porta estava aberta. As duas foram entrando e olhando tudo ao redor, observando as pessoas, até que surge um extremamente lindo e bem vestido na frente delas.
- Oi! Que bom que vieram! – ele disse sorrindo e cumprimentando as duas. – Venham, lá no jardim está mais animado. – pegou pela mão e saiu puxando, ela por sua vez puxou .
- Uau... – foi o único que pôde dizer ao ver como o lugar era grande e estava bem decorado.
- Gostaram?
- Sim! – respondeu entusiasmada.
- Você gostou, ? – Ele se dirigiu à que parecia estar numa espécie de transe.
- Claro, está tudo muito bonito! – ela corou e viu que ainda segurava a mão dele, ele também viu, os dois se soltaram e sorriram sem graça.
- Erm... Bom, eu preciso continuar recebendo os convidados. Se divirtam bastante, ok?!
- Tá, ! Obrigada... – foi interrompida pelos cutucões nervosos que dava em seu braço. – O que deu em você? Pára com isso, inferno!
- Cala a boca e olha quem está ali! – apontou com o olhar e logo entendeu o ataque epilético da amiga, era o professor Chris!
- Nossa! O professor de química!
- OMFG! Não sabia que ele vinha! Se eu soubesse tinha me produzido mais!
- Mais?! Não viaja , você já está linda!
estava com um vestido preto de frente única de comprimento até o joelho, cabelo preso num rabo de cavalo deixando os belos brincos à mostra e pra completar uma rasteirinha.
- Estou mesmo?! Ai obrigada, você também ficou demais!
usava um vestidinho jeans tomara que caia, cabelo solto, seu lindo colar no pescoço e uma sandália de salto plataforma.
- Vem, vamos dançar! Tira o olho um pouco do Chris, até porque ele agora parece ocupado! – se referia à conversa que Chris estava tendo com uma garota, os dois estavam bem próximos.
saiu fuzilando o casal com os olhos.
Naquele momento estava tocando Satisfaction do Benny Benassi, fazendo todo mundo se animar. As duas amigas gastaram horas dançando como se isso afastasse todos os problemas. Até que sentiu que precisava parar de pular por um tempo e foi pegar algo pra beber, enquanto isso um garoto que não sabia o nome, mas já tinha visto pelos corredores da escola, se aproximou e começaram a dançar juntos.

Chris andava depressa entre as pessoas, esbarrou em alguns caras e em seguida entrou na casa. observava tudo enquanto bebia um licor de cereja... Momentos depois, ela avistou seu lindo Chris chegar na varanda de um dos quartos, que ficava praticamente acima da piscina, tanto que alguns bêbados haviam acabado de se jogar de lá. A menina viu ali, uma ótima oportunidade, não pensou duas vezes e foi atrás de seu sonho. Ela chegou e o avistou de costas, apoiando os braços no murinho de gesso, como quem está pensando na vida.
- Oi! Esperando alguém? – ela disse chegando ao lado dele.
- Não eu... só vim pensar um pouco!
- Está tudo bem com você? Eu te vi parecendo um tanto desesperado lá embaixo, aconteceu alguma coisa?
- Ah, aquilo? Quando eu sai correndo? – ele perguntou sorrindo. – Não, não... Eu subi rápido porque queria impedir aqueles idiotas que estavam dizendo que iam subir aqui pra pular na piscina, mas por sinal eu falhei! – eles olharam pra baixo e os dois garotos bêbados ainda estavam lá na água.
- Ainda bem que não se machucaram, não é?! – soltou o seu melhor sorriso colgate e viu que o professor a olhava de um jeito que nunca olhou.
- É... Está gostando da festa?
- Sim! Mas eu não imaginava que você viria.
- É, o é um garoto legal, só ele mesmo pra chamar um professor!
- Oh não... Não foi por isso que eu disse! É que se eu soubesse da sua presença eu caprichava mais no visual, sabe... – se aproximou dele e deu um meio sorriso quando viu que ele corou um pouco.
- Imagina, você está linda! – Agora foi a vez dela corar e ele sorrir.
De repente, as batidas da música psy que tocava cessaram e deram lugar a uma música suave, a primeira música calma da noite.

Lá no jardim, ainda dançava com o mesmo menino, só que agora ele se aproximou e a tomou em seus braços.

I'm one man to make a difference
I'm one soul all persistence
In a dark world, just trying to make things right, yeah
Choices we weren't given
Any heroes and our decision
Is to stand up and fight for ourselves

To be free
Is all we want to be
When everything seems so far out of reach
But I know, no matter where we go
I'll never stop believing in me

encostou sua cabeça no peito do menino que ela agora sabia o nome – Peter, do segundo ano B – e fechou os olhos imaginando que podia ser o no lugar dele.

Woke up bent and broken
Just to find that fate has spoken
And I call out I call out for change
For every moment that remains
For every sinking stone to find its place
Long before they're washed away

Ao acabar de pensar isso, sentiu uma leve vibração nos braços que a envolviam, abriu os olhos e levantou a cabeça. Viu que Peter estava sendo cutucado por ! Peter cedeu para e foi procurar outro par pra dançar depois que olhou pra ela e viu o sorriso bobo que se instalou na face da menina ao ver atrás dele.

To be free
Is all we want to be
When everything seems so far out of reach
But I know, no matter where we go
I'll never stop believing in me

Os dois estavam dançando juntinhos. voltou a fechar os olhos, suspirando cada vez mais fundo como se quisesse aproveitar todo o aroma do perfume no pescoço de . Ele por sua vez, envolvia seus braços na cintura dela como se quisesse prendê-la para sempre, e sentia o perfume delicado que vinha de seus cabelos. Aquela música do The Calling acabou e começou outra, eles nem perceberam. [n/a: ouvir ‘meet you there’ do simple plan vai dar mais emoção enquanto você se imagina na cena... e eu sei que você deve tê-la jogada por aí em alguma pasta!]

Now you're gone
(Agora que você foi embora)
I wonder why you left me here
(Eu me pergunto por que você me deixou aqui)
I think about it on and on,
(Eu penso nisso sempre)
and on, and on, and on again

I know you're never coming back
(Eu sei que você nunca vai voltar)
I hope that you can hear me
(Espero que você possa me ouvir)
I'm waiting to hear from you
(Estou esperando pra ouvir de você)
Until I do
(Até que eu faça)

You're gone away
(Você se foi)
I'm left alone
(Fiquei sozinho)
A part of me is gone
(Uma parte de mim se foi)
And I'm not moving on
(E eu não consigo superar)
So wait for me
(Então espere por mim)
I know the day will come
(Eu sei que o dia chegará)

Na verdade, eles perceberam sim a música e estavam impressionados como aquela letra se identificava com o momento, ele tendo que ir embora, uma despedida onde tanto ele quanto ela sentiam que esperaram demais pra mostrar o que realmente guardavam dentro de si mesmos...

I'll meet you there
(Eu te encontrarei lá)
No matter where life takes me to
(Não importa pra onde a vida me leve)
I'll meet you there
(Eu te encontrarei lá)
And even if I need you here
(E mesmo que eu precise de você aqui)
I'll meet you there
(Te encontrarei lá)

I wish I could have told you
(Eu gostaria de ter te dito)
The things I kept inside
(As coisas que guardo dentro de mim)
But now I guess it's just too late
(Mas agora acho que é muito tarde)

So many things remind me of you
(Tantas coisas me lembram de você)
I hope that you can hear me
(Espero que você possa me ouvir)
I miss you
(Sinto sua falta)
This is goodbye
(Isso é adeus)
One last time
(Pela última vez)

(...)

sentiu os lábios de passeando suavemente pelo seu pescoço, isso fez com que seu coração virasse uma bateria de escola de samba e um frio gostoso tomasse conta do estômago. Ela então se afastou um pouco pra poder olhar o rosto dele, mesmo assim, estavam ainda muito próximos e logo a respiração um pouco ofegante dos dois fazia cócegas nos lábios um do outro. afastou alguns fios de cabelo que o vento acabara de soprar no rosto dela, com muita delicadeza tocou seu queixo e encostou a boca na dela. Depois ele passou a língua em seu lábio inferior sentindo o gosto do protetor labial de morango. abriu a boca e deu passagem para que a língua dele se encontrasse com a sua, fazendo-a se sentir como se estivesse tirando os pés do chão.

(…)

I'll meet you theeeeere...

And where I go you'll be there with me

(Pra onde eu for você vai estar lá comigo)
Forever you'll be right here with me
(Você vai estar comigo pra sempre)

I'll meet you there
No matter where life takes me to...


Os braços de a envolviam com firmeza, pressionando-a cada vez mais contra o próprio corpo. Ela segurava a nuca dele com uma das mãos e deslizava pelas costas dele com a outra.

...I'll meet you there
No matter where life takes me!
I'll meet you there
and even if I need you
I'll meet you there
(I'll meet you, I'll meet you, I'll meet you)
I'll meet you there
(I'll meet you, I'll meet you, I'll meet you)
I'll meet you there

O beijo durou até aquela música acabar. Eles abriram os olhos, se sentiu voltando ao chão novamente, sentia como se várias joaninhas estivessem andando dentro da barriga, ele não sabia explicar aquela sensação toda e nem o porquê de ter esperado tanto pra fazer isso. Não queria gostar de alguém justo agora que estava indo embora. Os dois continuavam se olhando, mas uma tontura tomou conta dele fazendo a visão se tornar escurecida e ele quase caiu pra um lado. Lembrou-se que a única coisa que comeu o dia inteiro foi uma garfada num macarrão instantâneo, que nem teve tempo de comer todo por conta dos preparativos com a festa. Ele recuperou o equilíbrio depois de cambalear um pouco.
- Tudo bem? – segurou um dos braços dele.
- Erm... No-nossa... Manda parar de rodar! – Ele não estava mais tonto, mas começou a se fingir de bêbado.
- , você já deve ter passado da conta hoje, não é?
- Ai... Me solta, você não é minha mãe! Bebi mesmo, essa é a minha despedida, caraíí!
- Claro... Nem deve saber o que está fazendo... – ela afirmou mais pra ela mesma, num tom de voz triste.
- Sei sim! Eu estou me despedindo da minha escola pegando o máximo de gostosinhas fúteis que eu puder!
não achou essa última frase muito agradável e sentou a mão no rosto dele.
- Você não passa de um estúpido, ! – ela gritou com ele e saiu furiosa por uma direção qualquer, andando rápido e se trombando com todo mundo, só enxergava borrões à sua frente. ‘PQP! Parabéns otária, por que não viu que ele estava bêbado antes?!’ ela pensava.
ficou parado sentindo seu rosto formigar no local do tapa. Encerrou a encenação de bêbado e não sabia por que agiu assim, mas sentiu que era melhor, sempre quis ficar com aquela menina e quando consegue, está prestes a se mudar de cidade! Se amarrar mais a ela o faria sofrer depois que estivesse distante e sem poder vê- la. [n/a: ownn que fofo xp]

Enquanto tudo isso acontecia lá embaixo, continuava na sacada com Chris, e... sim! Ela o beijou! Chris passeava com as mãos pelas costas nuas dela, enquanto ela desabotoou alguns botões da camisa dele e alisava aquele peitoral malhado com uma das mãos e com outra mão baguncava os cabelos loiros dele. De repente, ele rompeu o beijo quando sentiu que estava ficando muito intenso, um sentimento de culpa tomou conta dos pensamentos dele.
- Desculpa! – ele olhava pra ela assustado e ofegante – Não era pra eu ter...
- Não precisa se desculpar. Você não gostou? Eu gostei e... – ela o olhava e estava sem ar também, viu que a boca dele estava com tons de rosa por causa do batom dela.
- Claro, gostei sim! – os dois estavam sem jeito, principalmente ele por ser o professor dela e a conhecer desde a sexta série – Mas isso foi errado! Você é minha aluna! E é menor de idade, se descobrem isso, acabam comigo!
- Você é meu professor lá dentro do colégio, aqui você é o Chris! Ninguém precisa saber da sua vida fora dos limites da escola!
- Erm... Tenho que ir! – ele abotoava os botões da blusa com um certo nervosismo, depois deu um beijo na testa dela e saiu apressado.

chegou na frente da casa com o celular na mão pra chamar o táxi que a levaria de volta pra sua casa. Sentou numa escadinha depois da porta, ela não se conteve e deixou umas lágrimas ardidas cairem pelo rosto quente. estava procurando por ela dentro da casa e então mandou um sms.

! Onde você está criatura?!
Estou te procurando pela casa toda, xuxu!
Não me diga que está em algum quarto!
.

respondeu que estava na porta da saída e a amiga logo chegou, se sentando ao lado dela.
- Ué, por que você veio... Caramba dude, está chorando?!
Ela não respondeu nada, só abraçou que ficou sem entender porcaria nenhuma.
- Por que tem que ser assim?! Quero ir pra casa! – ela finalmente falou alguma coisa se afastando do abraço e passando as mãos pelo rosto – Dorme lá essa noite?
- Claro, tudo bem... Você vai me contar o que aconteceu, não vai? Foi o ?
- Calma, quando chegar lá eu te conto... Se eu for contar agora só vou me irritar mais!

compreendeu e as duas ficaram em silêncio esperando o táxi, que logo chegou e quando elas caminhavam em direção à ele, apareceu na porta. Ele vinha correndo porque se arrependeu da ceninha que fez, queria dizer alguma coisa. Mas as meninas já estavam entrando e o carro arrastando.
Chegaram na casa de , ela foi direto ao seu quarto e desabou de bruços na cama.
- E então? Vai me contar agora o que aconteceu e por que veio o caminho todo calada?
- Vou... – a garota se ajeitou sentando na cama. – Foi assim... – ela relatou tudo nos mínimos detalhes enquanto fazia altas caras e bocas.
- Nossa, que viadinho! Pelo menos ele te acha gostosinha... – falou e lançou um olhar mortal pra ela – Calma, relaxa... Ainda bem que ele vai se mudar, senão eu ia cobrir ele de porrada! – fez gestos exagerados simulando uma briga com o travesseiro fazendo a amiga rir descontroladamente.
- Acho que você já deu nocaute no meu travesseiro! Só você pra me fazer rir... Mas me conta, ficou com alguém?
- Sim! E eu te dou três chances pra adivinhar!
- Hum... O Tyson!
- Aquele magrinho dos olhos azuis, da nossa sala?
- Sim, ele queria ficar com você!
- Mas eu não... Pensa! Quem é a única pessoa que eu amo nesse mundo?
- Ah... Não, não é possível!
- É possível SIM!
- VOCÊ FICOU COM O PROFESSOR? QUE VACA! – gritou rindo.
- Shhhh! Cala a boca, porra! – tampou a boca da amiga colocando uma almofada na cara dela. – Se a sua mãe escutar vai pensar o que de mim?!
- É que é incrível! Não acredito!
- É eu sei! – deu um sorriso bobo, abraçou a almofada de estrelinha azul que segurava e deixou o tronco cair pra trás, ficando deitada na cama. – Foi mesmo incrível e ele tem uma pegada que eu nem te conto!
- Mas quem foi que beijou primeiro?
- Eu, claro!
- E o que ele disse depois?
- Bom... – levantou e voltou a ficar sentada ao lado de – Aí chegou a parte em que ele ficou todo sem graça e foi embora.
- Sério?! Que retardado, será que ele não gostou de ter ficado com você?
- Ele disse que gostou mais que estava errado e você sabe, todo esse papo...
- E agora? Tipo... daqui pra frente?
- E agora é que eu vou mesmo partir pro ataque, ele que me aguarde, filha!
- Ohh! – tampou a boca com uma mão – Que amiga mais piranha que eu fui arranjar! – e jogou outra almofada no rosto da amiga, começando uma guerra boba entre a almofada de estrela e a de coração. Ao fim da guerrinha, se levantou e foi ao banheiro. De repente ouve um grito lá de dentro.
- OH MY FUCKING GOD!
Ela então se moveu rapidamente até a porta e abriu com medo, imaginando que devia ter algum inseto asqueroso lá dentro.
- O que foi que aconteceu, ? Por que esse escândalo todo?
- Eu... eu... – passou pela porta onde estava de pé sem entender nada – Eu... Perdi minha pulseira! – e começou a apontar para o pulso vazio onde devia estar a pulseira que ganhou de .
- Céus! Vamos procurar, deve estar aqui no quarto, provavelmente se soltou durante a nossa guerra de almofadas!
Elas reviraram todo o quarto, sem nenhum sucesso. Depois tiveram a idéia de procurar pelo caminho que fez ao entrar na casa e se dirigir ao quarto. As duas desceram as escadas olhando em cada degrau, em cada cantinho, até chegarem ao fim da escada e continuaram, chegando na porta da rua, que elas abriram pra olhar lá fora. Chegaram até a calçada sem encontrar nada.
- E foi aqui que eu desci do táxi.
- Pode ter caído no carro, ou... na casa do...
- ! – completou a frase da amiga e elas se entreolharam assustadas.

Capítulo 3 – What's McFly?!

Abril de 2005


- E aí, foi bem na prova de química?! – perguntou com um risinho sarcástico.
- Ao contrário do que você pensa, eu não fui muito bem. – estava nervosa e bateu a porta do armário da escola, onde acabara de guardar alguns livros.
- Não aconteceu mais nada depois daquele dia na festa, não é?
- Pior que não... Mais de um ano que ele foge de mim que nem cascão da chuva!
- E logo na matéria dele você pega e vai mal...
- O pior é que não dá pra entender como eu fui tão mal assim nessa prova! Estudamos juntas, estudamos pra caramba, lembra?
- Lembro... Acho que você vai pegar recuperação, ou aulas de reforço, sei lá...
- É, tô mesmo ferrada... Mas deixa pra lá! E aí, já foi conhecer o namorado da sua mãe, como é mesmo o nome dele, Renê?
- Nada a ver! É Robert! R- o- b- e- r- t! Eu fui sim, ele é legal. É viúvo e tem duas filhas. Uma é da nossa idade, se chama e a outra é um ano mais nova, se chama .
- E o que você achou deles todos?
- Assim, a primeira vista eu gostei de todo mundo!
- Que bom! E o seu pai como está?
- Hoje faz uma semana que ele foi morar no Canadá...
- Ah, não faz essa carinha triste não. Lembra que pelo menos você vai ter um lugar pra ficar se um dia resolver conhecer a terra da Avril Lavigne!
As duas já estavam próximas da saída quando sentiu um cutucão no ombro.
- Você é a do segundo ano, né? Pediram pra te entregar. – Um menino que parecia novinho, com uns treze anos, entregou um pequeno papel dobrado à ela e saiu. As duas se entreolharam, já desconfiavam de quem seria.

Outubro de 2006

- Não vejo a hora de terminar a escola! – largou a mochila num canto da mesinha da sorveteria e sentou-se.
- Também! E quando eu não estudar mais lá, eu e Chris vamos poder assumir o namoro à vontade!
- O negócio está ficando sério, hein... Hoje vocês se encontraram escondidos de novo?
- Sim! Sabe aquela sala que guardam umas coisas velhas e ninguém vai porque todo mundo diz que já encontraram o corpo de uma mulher lá dentro?
- Sei, nunca fui lá mesmo!
- Então... Ele me levou lá hoje!
- Sério?! É muito assustador lá?
- Que nada menina! Só o caminho pra chegar lá que é meio feio, tem que subir umas escadas e tal... Mas entrando lá é uma sala normal com alguns materiais velhos das aulas de educação física num canto e uns objetos quebrados do laboratório de química no outro e tem até um sofá!
- Sei... sofá! Então vocês ficaram ali só no sofazinho, huh!
- Não pense besteiras, sua perva! Não fizemos nada demais! Ele foi um fofo, me pediu desculpas por termos que ir naquele lugar, mas disse que me chamou ali porque não agüentava mais de saudades e o fim de semana está muito longe...
- Quem diria que aquelas aulas de reforço duas vezes por semana iam dar nisso, han!
- Pois é, eu ainda não acredito... Quando ele me confessou eu fiquei puta! Corrigiu minha prova errada só pra eu ser a única da sala a precisar de aulas de reforço! Mas depois eu perdoei, já que ele disse que não ia deixar minha nota ficar prejudicada e que só fez aquilo pra ficar perto de mim! – contava e seus olhos brilhavam cada vez mais.
- É... A história de vocês é mesmo incrível.
- O que foi? Te achei meio distante agora!
- Não, é que eu estava pensando... Semana que vem, dia 28, faz quatro meses que Peter me pediu em namoro!
- Own que lindo! O que vocês estão pensando em fazer?
- Eu ainda não sei, preciso pensar em algo legal!
- .
- Diga.
- Assim... Lembra que você era vidrada no , e... tipo...
- Sei, você está querendo perguntar se ainda lembro ou gosto dele?
- Uhum.
- é passado . Faz muito tempo que não tenho nem notícia dele. E o Pete é muito especial, eu não ficaria com ele gostando de outro.
- Que bom amiga! O Pete é bonito e romântico! Lembra quantos bilhetinhos ele te mandou ano passado, até descobrirmos que era ele e vocês começarem a ficar!
- É... Ah, mas mudando de assunto, daqui algumas semanas vai ser a festa de aniversário da . Você vai, né? Olha, já tem um tempão que eu tô te avisando e você não disse nada!
- Ai, não sei... Eu só vi essa menina um dia, no casamento da sua mãe com o Robert.
- E o que é que tem?! Aproveita pra conhecer mais, ela é tão legal.
- Mas eu não conheço o jeito dela, não sei o que dar de presente!
- Eu conheço um pouco... Posso ir com você comprar o presente, vai ser divertido!
- Hum... Ok! Vamos amanhã a tarde então?
- Por que não pode ser hoje? Já estamos aqui na sorveteria mesmo...
- Prometi pra minha mãe que ia chegar cedo hoje...
- Hum... Então tá bom amanhã. – fez uma pausa enquanto olhava pela janela da sorveteria e saboreava seu sorvete de chocolate. Quando voltou a ter a boca livre pra falar, lembrou de uma coisa – , sabe quem vai sair de Bedford pra vir na festa da ?
- Hum? – virou pra ela como se estivesse despertando de um transe.
- .
- Seu primo?
- É!
- Ahn...
- Ele vai vir pra conhecer mais as novas primas que ainda não teve tanto contato, mas principalmente pra te ver!
- Me ver pra quê?!
- Já faz um tempo que ele não aparece por aqui, falou que estava com saudades da gente, ué! E você sabe que ele gosta de você!
- Não viaja ... – sorriu e passou a mão pelo cabelo, ela sempre ficava um pouco ansiosa ao falar do primo da .
- Ele está com uma banda!
- Ah é? Que instrumento ele toca?
- Cabeça de pudim! Esqueceu que da última vez que fomos na casa dele ele tinha comprado um(a) e estava aprendendo a tocar?!
- Ahn é verdade... Tinha esquecido, deve ter uns quinhentos anos isso!
- Pois é, ele já deve estar tocando super bem!
- Hum… s costumam ser sexys!
- Gosto dos s!
- Rá! Você diz isso só por que tinha um(a) ! Depois diz que não esqueceu dele...
- Nada a ver! Você gosta do por acaso? Ele tem um(a) e você vive dizendo que não gosta dele... A não ser que você esteja mentindo!
- Eu não tô mentindo! Não sou a fim dele mesmo!
- Então eu também não tô mentindo!
- Certo, que seja... Como chama a banda do seu primo?
- McFly!
- Tem a ver com o McDonald's?
- Também perguntei isso quando ele me contou! Mas não é não, tem a ver com um filme onde tem um cara chamado Marty McFly.
- É em De Volta pro Futuro?
- Uhum... Esse filme me faz lembrar do meu pai, quando eu tinha uns nove anos, quase todo sábado assistíamos... Falei ao telefone com ele hoje, vai se casar ano que vem com uma canadense, Keleitha.
- Você gostaria que ele e a sua mãe voltassem?
- Sinceramente? Não. Ela está muito mais feliz agora e eu tenho que reconhecer que ele foi um canalha com ela... Enganou a pobrezinha durante seis anos com uma amante ordinária, safada e vagabunda filha da mãe que depois ele largou também!

Dias atuais. Bedford. Casa do .

- Sinceramente? Não acredito que isso exista! – falou jogando uma bolinha de ping-pong pro teto.
- E por que você acha que tantos casais ficam juntos? – ergueu uma sobrancelha.
- Porque eles são pacientes! Sério cara... Eu acho que amor é uma coisa que Deus inventou só pros seres humanos se reproduzirem. – ainda brincava, mas deixou a bolinha cair no chão – Podemos dormir com milhões de mulheres e ter as mesmas sensações com todas.
- Diz isso porque nunca amou... Você é um fútil, dude! – riu e deu um tapinha nas costas dele.
- A diferença está aí! Não se resume a apenas isso, a hora da transa, a diferença está no que acontece depois. – falou com cara de sábio.
- O que? Quando viramos pro lado e dormimos? – perguntou como se fosse óbvio.
- Não exatamente... Por acaso , quando você leva pra cama uma garota que conheceu na boate, e sem mais nem menos acorda enquanto ela ainda dorme, gosta de ficar observando a garota dormir, como se aquela fosse a paisagem que você sempre quis ver na vida? – perguntou .
- Claro que não! Por que eu vou olhar uma pessoa que está de olhos fechados, sem fazer nada e provavelmente babando no meu travesseiro?!
- Humpf... Como imaginei. – suspirou rolando os olhos e voltou a encarar – E por acaso você já acordou antes dela numa manhã e sentiu uma vontade incontrolável de trazer um café pra ela?
- Não... Senti uma vontade incontrolável de acordá-la pra ela ir embora e eu poder ir pra gravadora!
- Desiste ! e não têm sentimentos e nunca amaram uma criatura sequer! Eles não devem conseguir dizer 'eu te amo' nem para as mães deles! – riu e tomou um gole de Gatorade.
- Não é verdade! – cruzou os braços indignado – Não sou nenhum sem-sentimentos! E você, está falando o que aí? Nunca te ouvi dizer que ama Delilah!
- Ahn... A Lilah é legal e hot! Gosto dela, mas é outra coisa, dude. Amei uma garota e pensava nela a cada segundo... Mesmo que indiretamente, tudo que eu fazia era por causa dela, pra agradar, pra impressionar, pra chamar a atenção... Sabe, é como pegar um ‘gostar’ e multiplicar várias vezes!
- Nossa! Pra ele ficar assim, ela deve ser várias vezes mais gostosa que a Lilah! – deu uma cotovelada em , que concordou sorrindo idiotamente.
- Vocês não entendem! – jogou uma almofada em cada um, só assistia, bebendo cerveja. – Não gira tudo em torno da forma física, saca? Isso é só uma casca... concordo que no caso daquela garota, era uma casca muito, muito boa! Mas isso não vem ao caso porque não é o mais importante, entendem?
- Não. – e se entreolharam e responderam juntos.
- Esquece eles! São uns insensíveis, mas ainda vão aparecer mulheres que darão jeito nesses cavalos! E um dia eles vão concordar conosco em tudo o que dissemos agora! – olhou pra , que afirmou com a cabeça – Mas mudando de assunto, preciso ligar pra minha prima! A minha mãe quer que chame as três pra passar férias aqui!
- Hmm, as primas! – os outros três se entreolharam com risinhos safados e desenhava com as mãos no ar o contorno de uma silhueta feminina.
- Parem com isso, seus animais! – pegou bolinhas de ping-pong, raquetes e tudo mais que estava em cima da mesinha pra tacar neles – Mais respeito, ok? Não esqueçam que eu vou matar o primeiro que sacanear uma delas!
- Sossega, dude! Só estamos zoando!
- Acho bom ! – apontou pra eles e virou de costas. Instantaneamente os três voltaram a sorrir – E tratem de apagar esses sorrisinhos bestas que eu sei que estão dando!


- Alô. – precisou atender, estava sozinha em casa e teve de disfarçar a voz de choro.
- ? Tudo bem?
- Sim. É o ?
- Não, é a rainha... Claro! Pára de me enganar , eu te conheço, você está chorando! O que foi que te fizeram?
- Ah , por que você tem que ser tão esperto, hein? – agora ela parou de disfarçar e deixou a voz triste sair.
- É de família... Mas me diz aí vai, o que te deixou assim?
- O Pete... Lembra do meu namorado, Peter?
- Sim, vocês brigaram?
- É, na verdade terminamos...
- Por que? O que aconteceu? Fala logo!
- Lembra que ano passado ele foi estudar em Oxford, e que continuávamos nos vendo só em alguns finais de semana?
- Uhum.
- Então, chegou uma carta aqui ontem... Eu estranhei ele ter mandado carta ao invés de e-mail como sempre, mas aí eu li e tipo ele estava contando que não dá pra continuarmos porque ele está gostando muito de uma colega da sala dele e tinha até um CD no envelope com algumas fotos e gravações deles dois se divertindo num parque.
- Mas que filho da mãe!
- Nem me fale... Quem ele pensa que é? Por que ele precisava esfregar na minha cara que está com outra e mandar até vídeos deles felizes juntos? Será que ele não pensou em como eu ia me sentir?!
- Claro que não, claro que não pensou! Mas calma guria, esquece essa biba! Você podia vir aqui pra casa, eu te liguei justamente pra isso, te convidar pra passar as férias aqui, já que o McFly também ganhou uma folguinha de presente!
- Será ?! Hm... Não sei.
- Por que não?! Vai ser divertido e você aproveita pra sair dessa fossa que o idiota do Peter te deixou!
- Vou pensar , amanhã te ligo. Beijo!
- Certo, beijos e melhoras.

desligou e voltou pra sentar no sofá, empurrando antes os pés de que estavam em cima do acento.
- Que houve com a sua prima? – perguntou se ajeitando no sofá depois de quase ter caido.
- O namorado terminou com ela.
- Qual delas era ao telefone? Não me lembro de nenhuma delas dizendo que tinha namorado! Elas mentiram? – ficou confuso.
- Não, inteligência! Acontece que você não conheceu essa que eu conversei agora! Se chama e não veio junto com as outras duas no réveillon porque tinha viajado, justamente pra ficar com esse namorado, o Peter, que está em Oxford.
- Ahn sim, você já tinha falado da . – lembrou.
- Pois é... Ela não merecia isso! O cara terminou com ela sem mais nem menos, pelo que eu entendi. – falou cabisbaixo e o olhou com um sorriso malicioso.
- ... Me diz uma coisa, você e ela já... err... você sabe, deram uns pegas?
- Que pergunta é essa ?
- Sei lá, só pra saber... Mas e aí?
- É, já... Pra falar a verdade, minha primeira vez foi com ela – falou naturalmente e todos o encaravam com a boca aberta. começou a rir e tacar mais coisas neles, que se defendiam como podiam.
- Claro que não, suas hienas gays! Não foi com ela e nunca tive nada com ela se querem saber! – ele gritava e ria ao mesmo tempo.


Enquanto isso, deitou no sofá depois de ter desligado o telefone e chegou em casa cheia de sacolas.
- Oi , como foram as compras?
- Ótimas! E você, andou chorando ainda? Calma, porque vai passar, tá bom! Ele é só um idiota que não te merece... Mas olha! Dá uma olhada nisso que comprei pra você! – estendeu uma sacola pra ela, dentro tinha um vestido azul claro, que desdobrou e ficou alguns segundos admirando.- Quando eu vi na vitrine, tive que comprar! Achei a sua cara! O que achou?
- Caramba ! Ele é lindo! Obrigada! – começou a pular e deu um abraço na irmã. É, elas se chamavam assim, mas na verdade eram amigas.
Minutos depois, também chegou. Ela tinha ido apenas à locadora. Quando as três estavam reunidas, perguntou sobre as férias de julho que já começavam à partir da próxima semana.
- Meninas, o que vocês acham de passar as férias em Bedford?
- Na casa do ? – perguntou sentando no sofá.
- É, ele ligou agora pouco convidando. – sentou ao lado dela e pegou o controle da TV, que estava no chão, pra por em cima da mesinha.
- Olha, podia ser legal! Fomos lá no fim do ano passado pro réveillon, lembra ?
- Lembro! Foi muito bom, conhecemos os caras da banda do ! Pena que você não foi !
- É, viajei pra passar o réveillon com o... Peter. Já faz anos que não vou ver o porque ele está sempre em turnê e eu sempre com aquele imbecil! Nem acredito que não fui capaz de pelo menos conhecer a banda do meu primo enquanto perdia meu tempo com Pete!
- Ah, não volta a lembrar dele não! – falou também se sentando no sofá – Você ainda não conheceu os colegas de banda do , eles são lindos, aposto que você vai gostar de algum deles!
- Uhum! Só evita gostar do ... – olhou pra e deu risada. – Senão a é capaz de te jogar pela janela!
- Hum... Então é assim, fica apaixonada e nem me conta nada?! Já pensou se a não me avisa e eu chego lá e gosto justamente desse tal de ?
- Essa menina está inventando, você não sabe que ela é uma paranóica? – estava visivelmente irritada e jogou uma almofada na irmã.
- Ah! Eu inventando?! EU? Me diz se eu inventei todas as 50 mil vezes que você disse que ele estava lindo!
- Ok! Eu confesso, ele é mesmo lindo, gostoso, hot, é o cara mais sexy da face da Terra, mas nós não passamos de amigos!
- Sei... Isso porque só ficamos lá uma semana! Queria ver se fosse mais!
- Claro que não, larga de ser retardada... Não quero nada com ele. Você e a podem ficar com ele esse mês todinho que eu não ligo.
- Não, muito obrigada, não estou a fim de ser jogada pela janela, a casa do é alta demais! Quem sabe uma outra vez... – levantou as mãos à altura dos ombros.
- Ah não... Agora que eu lembrei! – falou se levantando e apontando o dedo pra – Tem um lá que combina muito com você e não é o !
- É mesmo, e é lindo! – balançava a cabeça freneticamente, mas depois parou e fez uma cara desanimada – Ahn, mas ele tem namorada!
- Ah, é verdade. A garota enjoada! – fingiu que ia vomitar
- Como é o nome dele? – quis saber.
- Ai... – levou a mão à testa. – Não tô lembrando... Ajuda aí , como é o nome dele mesmo?!
- É , retardada! – jogou outra almofada em , que não conseguiu escapar, então já ia jogar de volta quando entrou em choque.
- ?! Você disse ?!
- Disse ué... Por que?
- É que eu... eu... – ela começou a gaguejar [n/a: 0o que fraqueza!] – É que eu amei muito um menino que tinha esse nome.
- Aah , fala sério! – e gritaram quase juntas e jogaram almofadas nela.
- Quantos s você acha que existem por aí?! – falou se jogando no sofá novamente, quase em cima de sua irmã, que lhe deu um tapa no ombro.
- Ah, eu sei lá, é que quando vocês falaram de repente eu me assustei, mas tudo bem, já passou!
Elas ficaram em silêncio por alguns instantes e logo olhou pra e perguntou pensativa: – E o , ?
- Como assim, o que tem o ?
- Como 'como assim?!'? Tô perguntando se você e ele já... Você sabe, tiveram alguma coisa, alguns pegas sei lá!
- Alô?! , ele é meu primo!
- Por isso mesmo, oras! Contato constante, desde crianças, ele um cara lindo, etc e tal... Normal você e ele se amassarem de vez em quando!
- ! – arregalou os olhos, sorriu e cruzou os braços – Tenho medo de você, sabia? Principalmente depois dessa! O é como um irmão pra mim! Ele é lindo mesmo porque puxou a mim! – Nessa hora levou mais uma almofadada de , que protestou.
- Se ele é mais velho que você como pôde ter puxado a você mongol?
- Ah, você entendeu o que eu quis dizer! Mas como eu ia explicando, nunca passou pela minha cabeça de ficar com o porque ele é o irmão que eu não tenho! Mas vem cá... Por que esse interesse subto no meu primo, hein? Posso saber qual das duas senhoras é a fim dele?
- A não é porque como eu disse, ela só gosta do ! Já eu, bom não fiquei a fim de nenhum deles naqueles dias mas ficar com o não seria nenhum sacrifício!

Enquanto falava tudo isso, olhava pra ela com uma pontinha de raiva. Não queria ficar ouvindo toda hora que ela tinha gostado do porque realmente não queria acreditar nisso.

Capítulo 4 – A caixa do Pete.

Uma semana se passou e já era segunda - dia de viajar pra casa do e passar um mês longe de problemas! - Todo mundo acordou cedo, embora só fossem sair de casa depois das onze da manhã... Isso é porque as meninas ainda não tinham terminado de organizar tudo o que queriam levar! separou numa caixa pra jogar fora todas as coisas que lembravam Pete. Era uma caixa de papelão verde, ali continham diversas coisas até mesmo aqueles bilhetinhos do começo do namoro.
- Já está com tudo pronto, ? É um mês inteiro, precisa de bastante coisa! – perguntou sentando em cima de sua mala pra ver se conseguia fechar.
- Minha mala já está pronta, antes de ir eu só preciso jogar fora uma caixa com coisas do Pete... – falou de costas, vestindo um agasalho. olhou pra um canto e viu uma caixa rosa, mas se referia à caixa verde que deixou em cima da pia do banheiro.
- Meninas, venham fazer um lanche! Não estão querendo viajar de barriga vazia, estão? – a senhora as chamava ao pé da escada, logo e saíram de um quarto e saiu do outro. Tomaram chocolate quente com biscoitos e terminou de comer primeiro, não estava sentindo um grande apetite naquela hora. Subiu até seu quarto novamente, escovou os dentes, depois pegou a caixa com os ‘restos’ de seu namoro com Peter e a levou pra fora. Se sentando no sofá da sala pra esperar as outras logo em seguida.
Robert ficou de levá-las até lá de carro, o mesmo ficou combinado na volta. Ele tirou seu carro da garagem e o deixou parado na frente da casa. Logo e apareceram, colocaram as três malas - uma de cada menina - no bagageiro e sentaram nos bancos traseiros do carro, só faltava . A última saiu de casa carregando, além da mochila nas costas, a caixa rosa que tinha visto no quarto de instantes atrás, caixa que - pra ela - havia dito que jogaria fora. Então a garota depositou a caixa em cima de um dos latões de lixo que ficam em frente à casa e entrou no carro, se sentando no banco do passageiro animada. O pai começou a ligar o carro logo depois que ela fechou a porta e Julie acenava da porta de casa.
- Oi gente, cheguei! , você esqueceu de jogar a caixa do Pete fora, não é?! – ela virou pra trás enquanto colocava o cinto, viu com a cabeça inclinada pra trás, olhos fechados e fones de ouvido. Pegou um caderno no porta-luvas, arrancou uma folha, fez uma bola e jogou na menina que despertou rapidamente num susto arrancando os fones de ouvido.
- Que é isso?! Ficou maluca?
- Tentei falar com você, mas você não estava nem aqui!
- Foi mal... O que você queria falar?
- Que você esqueceu de jogar a “caixa do Peter” fora e eu tive que jogar pra você, sua esquecida.
- Eu não esqueci! Joguei logo depois que terminei de me arrumar.
- Então por que aquela caixa ainda estava lá do lado da sua TV?
- Fala de uma rosinha?
- Sim!
- OMG! Você a jogou fora?!
- Joguei... Não era?
- Não! O caminhão de lixo vai passar na nossa rua hoje! – falava olhando pra algum ponto fixo à sua frente e com a mão sobre o peito. – Pára o carro!
Ao ouvir o grito desesperado de , Robert freou bruscamente e a garota desceu correndo no sentido contrário ao que o carro ia. Todos lá dentro se entreolharam sem entender nada!
O carro já havia percorrido alguns metros então a menina precisou correr um pouco. Ao chegar viu que o caminhão de lixo realmente já estava na rua, mas ela foi rápida e pegou a caixa em suas mãos antes dos lixeiros com aquelas luvas sujas. Robert fez a volta com o carro e enquanto ela respirava aliviada apertando a caixa contra o peito, viu o carro do padastro parando na frente da casa deles outra vez. Ela foi feliz e saltitante pra entrar no carro abraçando sua caixa como se fosse um baú do tesouro sob o olhar confuso do rapaz da coleta de lixo que achou que ela devia ser maluca!
- Então você não ia jogar a caixa do Peter fora?! Que mentirosa! – apontou o dedo pra ela assim que entrou no carro e fechou a porta.
- Não sou mentirosa coisa nenhuma! Essa não é a ‘caixa do Pete’! Aquela é a caixa do Pete, animal! – apontou pra janela onde se podia ver um dos rapazes carregando uma caixa verde para o caminhão de lixo.
- E agora, podemos ir? – Robert se divertia com a situação.
- Podemos Bert!
- Você não quer subir e colocar essa caixa de volta no seu quarto?
- Não... agora que ela já está aqui, eu vou levá- la!
- Então se ninguém tem nada que possa impedir a nossa partida, vamos embora! – Robert ligou o carro e saiu logo antes que alguém inventasse outra coisa. Ele sem sombra de dúvidas é um ótimo cara! sabia que sua mãe estava feliz agora e isso a fazia gostar mais dele.
- Se essa não é a caixa do Peter, é a caixa de quem então?! – perguntou depois de algum tempo com aquele olhar desconfiado, se virando pra trás novamente.
- De ninguém! Aliás... Ela é minha, tem minhas coisas.
- Hm... Desculpa ter jogado ela fora.
- Desculpo sim, mas só porque eu consegui recuperar, senão eu ia te esganar! – elas riram e logo depois direcionaram seus olhares pra , que não tinha dito nada até o momento e apenas olhava pelo vidro da janela com fones de ouvido.
pegou um dos fones da orelha dela e pôde escutar “...you make it easy, it’s easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4! There is only one thing to do, 3 words for you: I love you…” – Hum... – murmurou depois de recolocar o fone na orelha da outra, que manteve os olhos na janela como se nem tivesse percebido que o som ficou ‘monofônico’ por uns instantes. Enquanto isso, tratou de fazer outra bola de papel, que foi parar no meio da testa de , fazendo-a despertar um pouco de seu transe.
- Hey! Quem foi a criança-problema que fez isso?!
- Quem mais podia ser? Ela está virando a maniaca das bolas de papel!
- E vai acabar com as folhas do meu caderninho. – Robert entrou na conversa mas voltou a prestar atenção no trânsito complicado que se formara à sua frente.
- Não é isso, é que vocês ficam viajando ou dormindo sei lá, aí eu preciso fazer alguma coisa! – se defendeu.
- Eu não tava viajando! Eu estava só... olhando pela janela. Posso? Dá licença? – retrucou.
- Estava olhando pela janela, mas com aquela música que você estava ouvindo, com certeza não era nesse prédio feio que você estava concentrada! – observou .
- E eu sei em quem ela estava pensando, começa com e termina com !
- Não! Termina com ! – respondeu rapidamente sem perceber a armadilha feita por .
- Hááá! Te peguei! É o ! – esticou o braço e apontou o dedo na cara dela.
- Nãããão! Não era. Eu vou torcer esse dedo! – pegou o dedo esticado que viu à sua frente e apertou com força.
- Aiai, me solta! Pai!
- Querem parar?! Vocês não têm mais idade pra isso! – Robert as repreendeu sem desviar o olhar da avenida.

A viagem toda prosseguiu assim. Às vezes todas ficavam quietas e logo recomeçava a implicar com as duas meninas quando estas pareciam distantes.

Enquanto isso, estava em casa, havia acabado de acordar e estava arrumando umas últimas coisinhas antes das meninas chegarem mais tarde. Até que alguém tocou a campainha e ele foi atender.
- Hey dude! Entra aí! – ele deu espaço e foi entrando e olhando a casa meio bobo, ela parecia mais arrumada que de costume.
- Fala zito! Eu vim saber se vamos ensaiar hoje.
- Não, hoje não vai dar, cara. Esqueceu que minhas primas chegam hoje, man?! Talvez elas cheguem cansadas, queiram dormir, sei lá... – explicou dando de ombros e vendo o amigo prestes a colocar seus grandes pés em cima da mesinha de centro. – Hey, nem pense em colocar o pé aí! Eu acabei de limpar toda essa porcaria de sala!
- Já te disse que você vai ser uma ótima dona de casa?
- Muito engraçado, . – e se sentou na poltrona de frente pra ele.
- Sério, nunca vi essa casa assim, ela está sempre um chiqueiro!
- E a culpa é sempre de uns certos amigos retardados que eu tenho, sabe... Eles vêm, fazem a maior bagunça e vão embora.
- E você nunca ligou.
- É, mas hoje vão chegar visitas e eu não quero que elas fiquem com má impressão!
- ... Não é por nada não, mas já faz uma semana que você só fala nisso!
- Normal, né... Vou receber minha família, que eu não vejo faz tempo.
- Família... Sei... E aquela sua prima que você fala sempre mas eu nunca vi, como ela é?
- A ?
- Uhum, só conheço e . Essas duas não são suas primas de verdade, não é?
- É, elas não são minhas primas legítimas, o pai delas se casou com a mãe da e a mãe da é que é irmã da minha mãe. Mas é claro que eu já gosto delas, porque elas são muito gente boa! Você sabe né, já conhece as duas...
- Sim, elas são legais, e são também muito HOTs! Ouch! – levou um pedala.
- Não fale assim das minhas primas, zé ruela!
- Mas você acabou de dizer que elas não são suas primas, caralho!
- Mas eu considero, ok? E não quero que você apronte com elas... e muito menos com a !
- A vai vir dessa vez, né?
- Vai! – ele respondeu feliz.
- Eu espero que ela não seja parecida com você, porque se for deve ser o cão! E muito chata!
- Cala a boca, seu cuzão! Ela é a garota mais linda e legal que você pode imaginar, tá bom?!
- ?! – se aproximou dele estreitando um dos olhos – Você é apaixonado por ela, dude!
- Claro que não! – botou as duas mãos nos ombros do amigo e o empurrou pra longe. – Só por que você é incapaz de ter uma relação de irmão com uma menina, não vá pensando que eu sou como você!
- Então você e ela são como irmãos?
- Praticamente.
Depois que respondeu, o celular de começou a tocar insistentemente.

I got no regret right now! (I'm feeling this)
The air is so cold and low! (I'm feeling this)
Let me go in her room! (I'm feeling this)
I wanna take off her clothes (I'm Feeling this)

- Não vai atender? Já está me irritando essa música sem parar, se você não atender, eu atendo!
- Não cara, vou desligar isso. Sabe quantas vezes a Delilah já me ligou hoje? VINTE E SEIS VEZES! Estou farto.
- E se for importante?
- Nunca é... – ele deu de ombros. Guardou o celular no bolso e levantou.
- Já vai?
- É... já que não vai ter ensaio da banda hoje, vou pra casa e à tarde eu vou sair por aí... talvez eu passe aqui depois pra conhecer sua prima.
- Ok. Vai sumir por aí de novo pra depois a Delilah ficar me perguntando onde você está e eu sem saber o que dizer?! Meu estoque de desculpas já esgotou, !
- Ótimo. Diz a verdade então.
- Não acredito na sua falta de vergonha na cara, ! O que está acontecendo entre você e a Lilah? Você não era assim com ela antes. Onde está aquela coisa toda de chamá-la de docinho?
- O doce eu comi, já fiz digestão e virou merda... – enquanto filosofava, fez cara de nojo. – Sabe aquela sensação que a pessoa só está com você por interesse? Pois é! E se é pra continuar assim quero que acabe logo.
- Mas você a ama ou não?
- No começo eu gostava bastante, não sei se cheguei a amar. Só que ela se tornou insuportável, sempre desconfiando de mim, mesmo quando eu não tinha feito nada, me ligando o dia todo, enchendo o saco.
- É, ela é ciumenta... mulheres assim são mais perigosas do que o Bruce Willis, Vin Diesel, Wolverine e um Transformer juntos!
- É eu sei! Mas antes que eu morra, deixa eu ir pra casa relaxar um pouco!
- Tchau, seu loser... – fechou a porta rindo e sacudindo a cabeça.

Depois de quase duas horas dentro do carro, Robert, , e chegaram ao destino, Bedford!
- !
- ! – estava na porta de casa, todo sorridente e com os braços abertos. não fez outra coisa a não ser descer do carro e ir correndo pular nele imediatamente!
olhou pra com um sorrisinho malicioso, ela enfiou na cabeça que e eram ficantes desde... hum... SEMPRE?!
Depois de um tempo se cumprimentando, todos entraram na casa, e Robert carregavam as malas das meninas. Elas se instalaram cada uma em um quarto e antes de voltar pra Londres, Robert deu várias e várias e várias e intermináveis recomendações.
- Dormir! – subiu as escadas correndo depois que Robert foi embora.
- Banho! – subiu correndo logo em seguida.
- Comida! – imitou a voz das outras duas e olhou pra dando risada, e então os dois foram pra cozinha.

- E aí, como vai com a banda? – se sentou numa cadeira enquanto pegava um bolo de chocolate na geladeira.
- Estamos bem! Cada vez mais eu sinto que nasci pra isso!
- Que lindo! – falou empolgada e pensou que foi por causa do que ele havia dito, mas percebeu que ela falava do bolo.
- Foi a mãe que fez. Ela pediu pra te pedir desculpas.
- Desculpar por que?
- É que foi assim, estava tudo pronto pra vocês virem e passarem o mês conosco e tal mas ligaram ontem pro pai dizendo que o irmão dele foi atropelado... Você sabe que a família do meu pai mora toda na França então eles voaram pra lá sem data pra voltar. Aí minha mãe fez esse bolo 100% chocólatra (massa de chocolate, recheio de chocolate e na cobertura mais chocolate) que você adora pra sei lá, se redimir pela ausência.
- Own que lindo! Se a tia voltar depois que eu for embora, diz pra ela que eu amei. Quer dizer... não o fato do seu tio ser atropelado, e sim o bolo! – Ela falou e os dois ficaram rindo e conversando bobagens por um bom tempo.
não demorou pra se juntar a eles. Apenas permaneceu no quarto por horas, ela havia dito que ia dormir e pelo visto apagou legal!
Já estava escurecendo, e as duas meninas passaram o dia todo botando o papo em dia, nem ao menos saíram de casa o que é praticamente inacreditável!
e inventaram de fazer profiteroles... apenas assistia enquanto eles se sujavam de farinha de trigo. O telefone começou a tocar na sala e ela foi atender, já que era a mais limpa. (ou talvez, apenas a menos suja!)
Ela pegou o telefone e nem teve tempo de falar ‘Alô’ pois a pessoa do outro lado já chegou direto ao ponto.
- , cadê o ?!
- Er... que ? – acabava de lembrar daquela história de um dos amigos do seu primo se chamar e sentiu um gelo na espinha.
- Ué, eu liguei errado? Não é a casa do aí?
- É sim, aqui é a prima dele. Eu vou chamá-lo, como é seu nome?
- Diz que é a Delilah.
foi chamá-lo e ele bufou ao saber quem estava ao telefone. Conversou rápido com ela dizendo que não sabia nada do e quando retornou à cozinha, estava curiosa.
- É sua namorada, ?
- Não, é de um amigo retardado...
- Ela me parecia alterada, o que seu amigo fez pra ela? – se interessou na conversa.
- Eu não sei, o namoro deles vai de mal a pior... – deu de ombros e eles voltaram a fazer a mesma bagunça de antes.

Durante a noite não aconteceu nada de muito surpreendente, todos foram para seus quartos cedo porque tinham acordado cedo.
- Dude, eu acho que vou dormir. – falou se espreguiçando no sofá, eles tinham acabado de assistir filme.
- Verdade, eu vou também. – Foi a vez de fazer o mesmo e levantar.
- Mas ainda são dez horas! Só velho dorme essa hora! – protestava.
- Você fala isso porque não acordou cedo que nem a gente! Não é ? Fala pra ele que hora caímos da cama hoje!
- 7 horas , SETE! – mostrou os sete dedos pra ele.
- Quem mandou deixarem pra arrumar tudo hoje... – ele deu de ombros. – Mas e a , hein? Ela capotou lá desde a hora que chegou!
- Ah não liga pra ela não... Deve estar dormindo por duas noites, aposto que passou a noite de ontem toda em claro. – falou como se tivesse certeza.
- E isso tudo foi ansiedade em me ver? – estufou o peito orgulhoso.
- Claro! E olha só como ela está aqui te vendo agora! – riu irônica e levou um pedala do primo. Logo os dois estavam numa guerra de tapas, gritinhos e até cócegas. olhava confusa para aquela cena, será que tinha razão quanto aos dois?
por sua vez não parou de lembrar daquela conversa dias atrás quando disse que o da banda do se chama . Entrou em seu quarto e lançou um olhar para a caixa rosa que ela deixou em cima da cama. Sentou-se ao lado da caixa mas não abriu, apenas passou os dedos de leve em cima da tampa. ‘Passei a tarde toda pensando em perguntar pro sobre o tal , mas não posso fazer isso, nem conheço esse menino! Com certeza não é aquele !’ Depois ela colocou a caixa dentro do guarda -roupa e foi deitar.

Capítulo 5 – Memories!

Na manhã seguinte, depois que todos tomaram café, queria tomar sorvete, queria fazer compras e queria correr, já que o dia estava bonito. Então resolveu deixar a no shopping, depois tomar sorvete com e foi sozinha correr no parque mais próximo.
BRRRRRRRRBBBRRRRRR! [n/a: ok, imagine um celular que acaba de receber uma mensagem vibrando em cima do criado mudo ao lado da cama, hauhauha.]
- Caralho, eu quero dormir! – pegou o travesseiro e colocou em cima da cabeça, deitado de bruços. – Maldito celular... – ele desistiu de tentar ignorar o som e pegou o aparelho. Viu que era uma mensagem de Delilah, e dizia o seguinte:

Estou te esperando naquele
lugar de sempre em 15 minutos!
#Lilah

Após ler, ele levantou foi ao banheiro, depois se vestiu e foi ao tal lugar. Era um parque ali mesmo no final da rua, daqueles com várias árvores, trilhas, banquinhos de praça e tudo mais. Onde as pessoas que moram por ali vão levar seus cachorros pra passear pela manhã, fazer caminhada, correr... Um lugar realmente adorável. Mas espera aí! Correr?! foi correr lá também!
Quando estava chegando, avistou sua namorada sentada num banquinho de costas pra ele. Ela estava de cabeça baixa e o vento balançava de leve seus cabelos vermelhos. O garoto estava prestes a tocar no ombro dela quando uma moça passou correndo alguns metros à frente deles. Ela usava uma regata cinza e folgada, um short também não muito apertado, tênis, óculos escuros, cabelo preso num rabo alto e seu I-pod estava preso ao braço. Mesmo com todos esses detalhes, e o óculos tampando quase todo o rosto da menina, a achou familiar e olhou até que ela sumisse de vista. Foi acordado dos pensamentos quando uma folha da árvore próxima ao banquinho lhe caiu sobre a cabeça.
- Erm... Oi Lilah.
Ela se virou pra trás e o encarou séria.
- Oi , está aí faz tempo?
- Não...
- Hm... senta aí.
Ele deu a volta e sentou ao lado dela. – Você queria falar comigo?
- É... , sobre nós. – ela tinha firmeza nas palavras e parecia decidida.
- Pode falar. Tem algo errado?
- Não, tirando essas suas sumidas e eu nunca saber onde você está! – ia abrir a boca mas Lilah prosseguiu – Você some totalmente e às vezes parece até que você nem existe mais... Assim não dá, cansei de gente me perguntando se terminamos porque você foi visto com alguma menina por aí... Se tem uma coisa que eu não quero é fama de chifruda, ok! E também não é só isso, eu... Estou conhecendo outra pessoa. Então não tem outra escolha a não ser terminar logo porque as coisas não estão dando certo mesmo.
- Hum... Ainda bem que você enxerga isso. Quem é essa pessoa, posso saber?
- Mike.
- Mike? Quem diabos é Mike?
- Mariana's Trench... baixista.
- Ahn, agora entendi! Eles estão numa turnê por aqui! Você foi ao show, conheceu eles, o Mike te chamou pra sair e você já ta me trocando... – ele sorria irônico e fazia gestos grandiosos com os braços, em seguida abandonou o tom irônico e a olhou sério – Não passa de uma Maria-Palheta!
- E você não passa de um galinha! É isso que você é e sempre foi! Você é uma pessoa pública , devia saber se comportar! Não posso ficar sendo corneada pelo do McFly o tempo todo!
- Certo, então é isso que eu sou pra você não é? Só o do McFly que você namora, ou melhor, engana há quase um ano pra conseguir alguma fama e as pessoas te conhecerem! – ele ficava cada vez mais irritado e ela também o olhava com raiva – Anda, deixa a sua máscara cair logo, pra que ficar enganando o aqui, você nem namora mais ele, não é?!
- Tá bom , é isso que você quer ouvir? Tudo bem, eu ficava com você porque te achava bonitinho e ainda por cima um famoso, depois começamos a namorar mas apaixonada eu nunca fui. Satistfeito?
- Ótimo, eu já desconfiava de tudo isso depois que eu li uma entrevista ridícula sua pra uma revista teen mais ridícula ainda! Vai lá... Maria-Palheta, sugar a sua próxima vítima!
- Você não presta, ! Pelo menos o Mike gosta de mim!
- Eu também gostava, ou você acha que não? Tanto que eu nem enxergava como você é! Se tinha alguém que fingia sentimentos aqui era você.
- Eu não fingia nada, tá legal? Gostava da sua presença... Você é que de uns tempos pra cá transformou tudo num inferno! Eu já vou, se perguntarem, diga que ainda somos amigos, ok.
- Não faço amizade com piranhas... – ele comentou sério olhando pra frente, enquanto ela já se levantava do banco.
- Certo... Então vai correr atrás daquela cadelinha que passou. Pensa que eu não sabia que você estava aí olhando pra ela? – ela falou e foi embora.
- PELO MENOS NÃO DEVE SER FALSA COMO VOCÊ! – berrou enquanto Delilah se afastava.
continuou lá sentado, perdido em pensamentos, era um namoro de oito meses se acabando! Depois de esfriar a cabeça ele foi pra casa, tomou um banho e logo saiu outra vez. Voltou ao parque, foi procurar aquela garota, queria ver se ela ainda estava por lá, a imagem dela não saia da cabeça, tinha certeza de já tê-la visto antes mas não conseguia lembrar. Na verdade só a achou muito parecida com alguém... Estando de volta ao parque, ele começou a caminhar enquanto observava cada um ao seu redor. ‘Eu devo estar ficando louco!’ pensava e balançou a cabeça negativamente ‘Se eu visse aquela garota de novo... Aposto que ela não é nem tão parecida assim com quem eu tô pensando! Eu vi coisas, só pode! Como é que a ia parar aqui assim de repente?!’ caminhava tranquilo e as lembranças começaram a invadir sua cabeça, tão nítidas como se fossem da semana passada.

Play 's Flash Back

- Oi , por que está sozinha aqui? – encontrei a sentada numa escada, fora da sala em horário de aula, e ela parecia triste.
- Oi ... Não conta pra ninguém, mas... é que eu não estava com saco pra assistir aquela aula de matemática, ficar aqui fora sem fazer nada está sendo melhor, pelo menos hoje.
- Hum... posso sentar aqui?
- Uhum. – me sentei ao lado dela e dude... ela usava um perfume divino! Nossa, divino é uma palavra extremamente gay! Vou trocar por gostoso mesmo vai...
- Você está fugindo da aula também?
- É... acho que eu estou sempre fugindo. – olhei fundo nos olhos dela e mudei o assunto depois. Como eu disse, estou sempre fugindo! – Erm... Aconteceu alguma coisa ruim com você hoje?
- Aconteceu. Mas eu já devia ter me acostumado.
- Pode me contar o que foi?
ficou pensativa... Talvez não quisesse me contar, mas acabou contando.
- Eu vi um casal se amassando hoje. O que não seria nada demais se o menino não fosse aquele que eu gosto.
- Deve ter sido horrível.
- Você nem imagina...
- Imagino sim.
- Não imagina não! – ela falou rindo.
- Por que acha que não?
- Porque nunca deve ter sofrido por amor.
- Gostaria que fosse verdade.
- Tá dizendo que você já sofreu?
- Não. Tô dizendo que eu sofro ainda até agora.
- Então se sofre é porque quer! Fala sério, ! – ela riu e me deu um tapinha no braço. Acho que era pra ser de leve, mas doeu um pouco... – Você sabe que todas as meninas do primeiro ano, ou melhor, desse colégio todo dariam um braço pra ter você.
- Mas aí é que tá! Não quero todas as meninas do 1º ano, nem muito menos as do colégio inteiro. A única que eu gostaria que desse um braço por mim é a que menos se importa comigo.
- Hm... Então por que você fica com todas as meninas do colégio ao invés de conquistar esta ameba? – assim que ela falou eu ri desembestadamente, ela estava chamando a si mesma de ameba e nem sabia.
- Nossa, como você é besta pra rir, só porque chamei a menina de ameba... Mas ela deve ser mesmo, pra não perceber que você gosta dela, porque quando você gosta de alguém, sinceramente , você não é discreto!
- O problema é que com ela eu sou, acho que é medo. Queria que ela me notasse. Criei essa fama toda pra ela também querer ficar comigo. Só que ao invés de atrair, afastou mais.
- Talvez ela também goste de você e tenha medo de ser só mais uma na sua numerosa lista.
- Não! Ela não devia pensar assim porque ela é única! Na verdade ela é a razão pra eu ter uma numerosa lista! Trocaria toda a minha lista enorme por uma que tivesse apenas o nome dela. – realmente, quase todas as meninas que eu pegava era pra ver se ela ficava com algum ciúme, mas parecia não fazer nenhum efeito.
- Talvez você esteja usando a tática errada desde o começo. Estou usando muito talvez não é! Tudo bem... Vou afirmar uma coisa agora, você devia simplesmente mostrar que gosta dela, tomar atitude com ela.
- Você está certa. – falei e percebi que estávamos relativamente próximos! Aquela era a hora! Parece que o tempo ficou parado ali e eu guardava cada detalhe do rosto dela visto de pertinho. Seus olhos grandes olhando pra mim, dava pra ver todo o meu reflexo lá dentro, a pele suave, os ossos logo abaixo do fino pescoço... Já falei que ela tem as saboneteiras mais sexies?! Pena que a merda do sinal tocou! Assustei-me e ela riu de mim. Mas depois dessa conversa eu tive certeza que era de mim que ela estava falando! Cheguei em casa feliz da vida naquele dia, eu estava parecendo um viadinho, ela tem esse poder sobre mim, me deixa tão gay que já cogitei a possibilidade dela ser um garoto disfarçado! Só que como sempre tem alguma coisa pra me derrubar, minha mãe me veio com uma notícia que acabou comigo: íamos nos mudar! Dude... senti meu chão desaparecer aquela hora! Perder meus amigos e tudo que eu tenho aqui?! E justo agora que eu consegui ter quase certeza que a também gosta de mim. Simplesmente não posso ficar mais com ela.

Stop 's Flash Back

chegou na casa do primo e ele disse que sua amiga tinha ligado.
- Cadê a , ela estava com você, não estava? – ela perguntou como se não tivesse escutado sobre a ligação.
- Ficou lá na sorveteria, encontrou umas meninas conhecidas da gente e devem estar fofocando alguma coisa desinteressante até agora.
- Ah... tá. Você falou o que mesmo assim que eu entrei?
- Sua amiga ligou.
- Que amiga, ?
- . – ele respondeu e sua expressão facial se tornou estranha.
- Hum... ela falou o que queria? Conversou com ela?
- Nop. Falei que você ligava depois. Ela parecia triste.
- Fazia tempo que vocês não se falavam, não é?
- Acho que sim... – ele tentou parecer vago.
- Te conheço ! Você ainda não esqueceu dela!
- Como assim ‘esquecer’? Por acaso um dia eu gostei?
- O que?! Pensa mesmo que eu nunca vi os seus olhares pra ela?
- Você e essa sua mania de ver romances em tudo!
- É, é verdade, eu vejo mesmo! – se aproximou e olhou pro rosto dele franzindo a testa como se estivesse tentando enxergar alguma coisa na cara dele – Inclusive aqui na sua testa! Está escrito ‘, amor da minha vida’! – ela acabou de falar rindo, e viu a cara enfezada que começou a fazer, então logo saiu correndo pois não ia deixar barato. Ela correu pra cozinha e rodeou a mesa umas três vezes com o primo atrás dela, depois foi pra sala e subiu num dos sofás, ele subiu no que fica de frente. Os dois a todo momento ficavam fingindo que iam pular mas não pulavam, o que aumentava o nervosismo de ambos. fingiu que ia pular pra direita mas acabou indo pra esquerda e passou na frente de que continuou correndo atrás dela até o hall de entrada da casa, foi quando ele já estava quase pegando pela blusa, mas tropeçou no tapete e caiu por cima dela.
- Machucou? – ele perguntou entre risos, ainda estava por cima dela e os dois estavam caídos em frente à porta.
- ... ? O que fazem aí? – a porta de repente abriu e era que carregava algumas sacolas e que a ajudava.
- Não foi nada! Esse retardado que se irritou comigo por causa de uma coisa boba que eu falei. – os dois se levantaram e ajeitavam as roupas sem graça.
- Você deve ser a , não é? – estendeu uma mão cheia de sacolas pra ela.
- Ai, espera aí! Deixa eu pegar essas coisas e levar pro sofá. – o ajudou.
- Uhum! E... você que é o ? – ela estava torcendo pra ouvir um sim e acabar com sua dúvida de vez.
- Não, sou o .
- Oh desculpe! É que eu só ouvi falar no até agora... – disfarçou completamente - E outra vez. - sem graça em menos de um minuto de contato.
- Dude, acredita que a Delilah ligou aqui ontem procurando o e foi a que atendeu! – Foi a vez de falar enquanto fechava a porta e os outros iam andando pra sala.
- Nosso amigo não tem mesmo jeito. – comentou e ficou tensa, o que ela conhecia também não tinha jeito.
- Deixa o ! Ele ainda vai aprender a ser que nem o zinho aqui! – apertou uma das bochechas do garoto que sorriu sem graça – Encontrei com ele no shopping e ele fez questão de me trazer de volta, mesmo sendo perto!
- Não ia ser legal você voltar com todas essas sacolas, parece que comprou o shopping todo!
- Err... , eu espero que não se incomode mas eu tava correndo no parque e acabei de chegar, preciso subir pro quarto agora!
- Tudo bem, vai lá, foi bom te conhecer!
- Também gostei de você, fofuxo! Até mais. – ela subiu as escadas e se trancou no quarto.

Enquanto isso, ainda estava na sorveteria. Encontrou Delilah e a amiga dela, Holly. Conheceu as duas no réveillon do ano passado, quando passava uns dias na cidade. A amizade delas se resumia a conversar sobre música, festas e claro, boys!
- Você tem sorte de ter ganhado o como primo! Além de ser lindo, tem três amigos de perder o fôlego! – falava uma delas animada.
- É Holly... Mas não adianta nada se você gosta muito de alguém que só te vê como amiga, ou talvez nem isso! – respondeu desanimada encarando sua terceira taça de sorvete que o mocinho da sorveteria acabava de colocar sobre a mesa.
- Nem me fale! Homem só sabe dar trabalho! Hoje mais cedo eu terminei com meu namorado e ele não fez nenhum mínimo esforço pra gente pelo menos continuar amigos.
- Mas Lilah, você queria que ele ficasse rastejando? Você estava terminando com ele, cacete! – Holly tentava compreender a amiga, quando olhou pra frente e viu na entrada da sorveteria – , não olha agora mas o...
- ! – antes que Holly terminasse de avisar, soltou um escandaloso grito e se virou, assim como todos ali dentro, o que deixou com vontade de enfiar a cabeça dentro da taça de sorvete.
- Oi ! – ela sorriu e levantou pra cumprimentá- lo.
- Oi! O me falou que você vinha! Que legal, dude! – estava exageradamente empolgado e puxou a menina pra um abraço que a deixou surpresa, apesar de ter adorado, claro.
- Quer se sentar conosco? – ela se soltou do abraço e indicou a cadeira vazia ao lado de Holly, de frente pra ela.
- Demorou! Tudo bem, gatas?! – ele cumprimentou Delilah e Holly, depois se sentou.
Os quatro conversaram animados mas foi por pouco tempo, logo que Holly e Lilah terminaram a taça de sorvete que estava pelo meio quando chegou, elas foram embora deixando os outros dois sozinhos.
Depois de alguns minutos olhando da menina pro sorvete e do sorvete pra menina, ele resolveu perguntar uma coisa qualquer.
- Está gostando da faculdade? Lembro que você parecia bem empolgada pra começarem às aulas!
- É, eu estava mesmo bem ansiosa... Tem sido legal, conheci pessoas, fiz amizades.
- E conheceu alguém especial por lá? – ele parecia curioso.
‘Que pergunta foi essa?! está querendo saber se eu tô namorando? OMG!’ ela pensava enquanto ainda tinha sorvete na boca e esperava engolir pra responder.
- Errm... Alguém especial? Quer dizer com síndrome de down? – ela brincou se fazendo de boba.
- Não, tonta! Quero dizer alguém especial pra você. – ele falou e apareceu um sorriso no canto da boca.
- Não ... Lá não tem ninguém especial se você quer saber.
- Vai ver você não prestou atenção direito... Às vezes a pessoa pode estar bem na sua frente. – ao vê-lo falar isso e sorrir, sentado bem na frente dela, respirou fundo e quase teve um troço ali mesmo. Ela segurava a última colher de sorvete, que levaria à boca se não tivesse ficado paralisada por alguns segundos. Ficar parada com a colher no ar não foi uma boa idéia pois fez o “material” da colher despencar e cair em cima de uma de suas pernas.
- Oh não, você se sujou? – se levantou e foi até ela. Vendo que a bolota tinha caído na perna dela e que ela estava de minissaia, ele quis soltar um risinho safado mas se controlou porque isso a deixaria mais envergonhada do que já estava! levou uma das mãos à testa e ficou olhando indignada para a cagada que tinha feito, enquanto pegava uns guardanapos e se ajoelhou ao lado dela.
- Err... Posso te ajudar? – ele perguntou meio sem jeito com as duas mãos cheias de guardanapos.
- Pode. – ela soltou um sorriso meio nervoso.
- Segura esses aqui. – entregou os guardanapos que segurava em uma das mãos pra ela. Foi limpando o sorvete e a cada vez que a pele dele encostava na dela os dois sentiam correntes elétricas. Nem precisa dizer que o rosto dela estava vermelho-beterraba com luzes piscando. E ele, nem sabia o por que mas percebeu que suas mãos estavam um pouquinho trêmulas. ‘Que pernas... Não, ! O que é isso, que pensamentos são esses?! Calma dude, ela é sua amiga e você está ajudando, é só um sorvete!’ ele pensava enquanto tentava disfarçar o terremoto nas mãos. Quando finalmente ele terminou, levou os guardanapos sujos até a lixeira e ela se levantou, depois pagaram a conta e saíram juntos.

estava ainda no parque, andou por todos os cantos daquele lugar e não encontrou de novo a garota que corria. ‘Só eu mesmo pra achar que ela ia estar por aqui ainda... mas tudo bem, agora é melhor eu ir pra casa almoçar e amanhã eu volto naquela hora que a vi hoje e sento no banquinho pra esperar! Será que ela vem todos os dias? Será que ela vem amanhã? Tomara que sim! Preciso olhar pra ela de perto pra acabar com essa cisma! Ela deve ser muito parecida com a , por um momento pensei até que fosse a própria!’

Capítulo 6 – And we'll be together in the dark…

- Como assim eu não te avisei?! – estava em seu quarto comendo biscoito recheado e conversando com ao telefone.
- Esqueceu totalmente de mim, que amiga! Foi a sua mãe que precisou me avisar quando eu cheguei na sua casa desesperada ontem!
- Te avisei sim que tava vindo pra cá sua lesada! Deixei recado no seu MySpace! E não foi só eu, a e a também deixaram.
- Ahn... É que eu não entrei lá esses dias. – a voz da menina estava triste.
- Tudo bem... Mas por que você disse que foi lá em casa desesperada? O que aconteceu?
- To precisando de você amiga, o momento ta difícil! – começou a chorar, alguma coisa grave tinha acontecido.
- Você ta chorando aí?! O que aconteceu? Me fala!
- O... O Chr-chris...
- Sim, o Chris, o que aconteceu com ele? Fala , to preocupada já!
ficou um tempo quieta tentando respirar e controlar o soluço, até que falou tudo de uma vez – ELEÉCASADOETEMTRÊSFILHOS!
- Hun?! O quê? Só entendi filhos, repet... – ela ia pedir pra amiga repetir, quando a ficha caiu – OMG! Ele tem três filhos e é casado, foi isso que você disse?
- Uhum.
- Ai caramba! Esse tempo todo ele ficou te enganando? Como você descobriu? A mulher dele te viu?
- É... Ele me enga-nou esse t-t-tempo todo!
- Calma , inspira... Expira... Espera um pouco, com você soluçando desse jeito vai ficar ruim pra gente conversar!
- Ta bom, ta ru-im mesmo p-pra fa-fa-falar desse jeit-o! Vou lav-var o rosto e daqui-qui a pouco eu t-t-te ligo.
- Ok.
desligou o telefone e deitou-se na cama, ficou olhando o teto e pensando na vida enquanto esperava com o telefone na mão. Demorou uns 10 minutos e a amiga retornou um pouco melhor.
- Oi , ta melhor pra falar agora meu anjo?
- To sim, . Já lavei o rosto e to comendo uns bombons!
- Hm... Então me conta que história é essa!
- Ah, o Chris é um viadinho da pior espécie, pra começo de conversa! Ele me enganou todo o tempo que estivemos juntos. Enquanto eu estudava, a gente mantinha o relacionamento escondido e eu entendia, porque ele era meu professor e tals... Mas depois, eu terminei de estudar lá naquela escola e mesmo assim a gente continuava sem se assumir totalmente, já te falei que ele nunca me levou na casa dele?!
- E como você descobriu tudo?
- Foi ontem. Estávamos andando pelo shopping, a gente não tava de mãos dadas nem nada porque ele sempre dizia que tinha problemas com demonstrações públicas de afeto, e eu otária acreditava! Aí, de repente pára um cara na frente da gente, acho que deve ser algum amigo dele, o homem tava com os olhos esbugalhados e falou pra ele mais ou menos assim “Que bom que te achei! O que aconteceu com seu celular, han? Você precisa correr pro hospital, Christopher! A sua mulher vai dar a luz cara!”
- OMG! E você o que fez?
- Eu senti como se o teto do shopping tivesse caído na minha cabeça! Eu e ele ficamos parados lá, eu não conseguia nem me mexer. Até que não sei como eu arranjei força, olhei pra ele e soltei um “vai logo!” então ele e o amigo saíram correndo em direção ao estacionamento enquanto eu fiquei lá parada por uns instantes, depois fui pro banheiro mais próximo e desatei a chorar, parece que a ficha tava caindo só naquela hora. – não conseguiu dizer nada, apenas deixou o queixo cair, então a amiga prosseguiu – Depois que sai do shopping, eu fui pra sua casa. Como você não tava, eu vim pra minha e quando liguei o celular tinha um monte de mensagens do Chris contando a verdade, que ele é casado e tem filhos mas que me ama e não suportaria me perder e blá, blá, blá.
- Você respondeu alguma coisa?
- Não. Por mim, que morra. E falando nele, o desgraçado ta aqui tocando a campainha.
- Vai falar com ele?
- De jeito nenhum. Ele pode estragar o botão da campainha que eu não vou lá. E também não tem mais ninguém em casa, então a porta não vai se abrir sozinha, certo?!
- E se ele estiver aí pra dizer que quer ficar com você?
- E largar a família dele? Pois aí é que ele vai ser mais canalha ainda! Você sabe , meu pai fez exatamente a mesma coisa com a minha mãe quando eu era pequena, largou minha mãe comigo pra ficar com uma vadia que devia ter a nossa idade naquela época. Não desejo isso pra ninguém, portanto não quero que ele largue a família dele. Se ele construiu, agora que cuide! E se eu fizer o Chris abandonar os filhos eu vou ser igual a vadia que tirou meu pai de mim, entende?
- Entendo! E acho que você ta muito certa... Fala pra ele isso tudo que você me disse e ele vai te deixar em paz.
- É, acho que eu vou escrever uma carta, o que acha?
- Uhum, cartas são tiro e queda. – ela falou num tom irônico, lembrando da carta que recebeu do ex.
- Ai meu Deus! – se assustou de repente e assustou também.
- Que foi?! Que foi?!
- Ele cansou de tocar a campainha e começou a esmurrar a porta ! Vai arrombar aquela droga! O que eu faço? To com medo já!
- Calma! Calma! Não se desespera! Olha, ele não vai arrombar nada! A sua porta é a mais segura e a mais blindada de toda a rua, então fica calma!
- É verdade, eu e mamis sempre fomos medrosas, ainda mais morando sozinhas! A nossa é a casa mais cercada e mais segura por aqui! – ela riu e se acalmou um pouco.
- Então... Quando ele for embora e você estiver mais calma, escreve a sua carta e coloca tudo que você me disse e mais um pouco. – fez uma pausa no que ia dizendo e logo teve uma idéia – ! O que você acha... de...
- Fala logo mulher!
- VIR PRA CÁ!
- Pra Bedford? Fazer o quê?
- Ué, passar uns dias!
- Aí na casa do ?
- É MANÉ!
Nesse momento, começou a bater na porta do quarto.
- , posso entrar?
- Entra . – ela falou e começou a tampar o telefone.
- Eu vou ao mercado, você vai querer que traga alguma coisa?
- Não, obrigada.
- Ta bom então. – ele virou as costas pra sair do quarto, mas ela o chamou de volta.
- , posso te pedir um favor?
- Pedir você pode, se eu vou fazer é outra coisa! – ele brincou mas viu que a prima estava bastante séria e parou de rir.
- É sério , é sobre a , aconteceram algumas coisas com ela que a deixaram muito mal... Tava pensando se eu podia convidá-la pra passar uns dias aqui.
- Tudo bem, pode sim, quarto aqui é o que não falta!
- Ai , obrigada! Você é um anjo sabia! – a menina levantou de onde estava sentada, largou o telefone na cama e o abraçou.
- É eu sei que sou demais... – ele fez sua melhor cara de convencido enquanto se soltava do abraço e levou um tapinha no ombro. Depois voltou a falar enquanto voltava a se sentar na cama – Mas o que aconteceu com ela?
- Foi coisa com o Chris... Mas é melhor que ela mesma conte.
- Ta bom. Então, fala que ela pode vir e passar quantos dias precisar... Ela pode dormir no meu quarto, já que eu to no dos meus pais. Deixa eu ir agora, o mercado me espera! Tchau!
- Tchau amor!
- Alô? , você ta ai? Ta falando com quem? – ainda estava ao telefone sem entender nada.
- Oi ! Acabei de falar com o , ele disse que você pode vir e passar quantos dias quiser, não é o máximo?!
- Ai... Não sei.
- Claro que sim, deixa de doce! Se você ficar aí só vai sofrer mais por causa do Chris, enquanto que passar uns dias aqui vai ser ótimo pra te ajudar a esquecer esse idiota!
- É! Tem razão! Vou fazer uma mala! Amanhã eu já to aparecendo por aí, ta bom? Depois te ligo de novo pra dizer a hora que vou chegar, acho que vou de trem, você me busca?
- Claro! Tudo Ótimo! Até!
- Até amore!
Elas desligaram e se sentiu realmente mais animada com essa idéia, foi como se tivessem acendido uma luzinha no fim do túnel em que se encontrava. Ela se pôs a escrever a carta pra colocar amanhã no correio, antes de viajar pra Bedford.
Já estava escurecendo e ainda não tinha tomado um banho, pois passou horas conversando com ! E também percebeu que só tinha comido biscoito recheado depois de voltar do parque. Então resolveu ir até a cozinha, mas ao chegar na sala, se deparou com uma cena que a deixou surpresa - e se beijando! Ela nem ao menos sabia que eles tinham alguma coisa... Lembrou-se que a própria disse que não tinha gostado de nenhum deles e subiu confusa. Seu estômago estava roncando mas ela não quis passar por ali pra não atrapalhar. ‘Melhor eu ir tomar meu banho primeiro.’ ela pensava enquanto subia as escadas em silêncio.

- Err... Obrigada e desculpa! – disse ao terminar o beijo alguns minutos depois.
- Imagina! – ela sorriu e brincou em seguida, fazendo-o rir também – Estamos aqui pra isso!
- Se você quiser bater em alguém, bata no ! Foi ele que inventou essa aposta que eu não tinha coragem de te pedir um simples beijo. – via um menino corar de um jeito extremamente bonitinho à sua frente.
- Tudo bem , eu não me importei, não significou nada, pode ficar tranqüilo. Ouvi quando te desafiou e o achei um metido!
- A-ah, você ouviu?
- Uhum! E eu só aceitei te beijar assim de repente por isso, viu?! Eu não costumo ser assim tão fácil! – ela ria já discontraída enquanto ele tentava disfarçar que aquelas palavras dela o cortaram totalmente porque pra ele significou sim e bastante se quer saber!
já havia chegado há algumas horas e subiu direto pro quarto, nem almoçou já que passou a manhã se entupindo de sorvete. Se fechou em seu quarto e sentiu as forças abandonarem as pernas, obrigando-a a se jogar na cama e começar a olhar para o teto... Até mesmo o teto lhe parecia mais bonito hoje! ‘Hoje foi tudo tão... perfeito?! Sim, essa é a palavra! O sorvete tava perfeito, o sol tava perfeito, minha roupa estava perfeita e É sempre perfeito! Preciso adimitir que a tem razão, eu devo estar mesmo muito a fim dele...’ ela passou a tarde perdida em seus pensamentos.

Não demorou muito e chegou em casa trazendo , e... cervejas! Se juntaram a e numa conversa animada sobre quantas latas de cerveja cada um precisa pra perder o rumo totalmente. Algum tempo depois, também chegou na sala e ouviu um pouco da conversa antes de ser vista por eles. Era quem falava.
- , cadê a ? Eu to achando que essa sua prima é imaginária! Ela nunca ta aqui! Eu já vi gente que tem amigos imaginários, mas primas eu nunca vi!
ia abrir a boca pra responder algo, mas chegou antes falando e caminhando em direção à eles.
- Ela ta tomando banho, daqui a pouco ela vem, sossega !
- Oi ! – ele levantou de onde estava sentado e foi correndo de um jeito totalmente afeminado-desengonçado pra cima dela.
- Nossa, eu to achando que vocês adoram gritar meu nome! – ela sorriu e o abraçou.
- Como você cresceu! – ele continuava a falar daquele jeito gay que tanto fazia os outros rirem, segurando as duas mãos dela e balançando de um lado pro outro.
- Eu não to mais em fase de crescimento , não tenho mais doze anos!
- Bom, erm... Isso eu já percebi... Owtch – finalmente ele abandonou o jeito gay de falar pra adotar o jeito safado olhando a menina de cima a baixo, o que fez responder com um belo tapa em seu braço. Em seguida, se sentaram e se viu mais uma vez sentada à frente de , que a olhava de vez em quando provocando tsunamis e furacões internos na garota.

estava em seu quarto terminando de se vestir, dava pra ouvir a conversaria que vinha da sala e logo deduziu que o tal devia estar lá também. Escolheu então umas roupas bonitas, mas não se produziu muito pra não dar bandeira, botou uma leggin preta com um mini-vestido rosa claro e um tamanco com um pequeno salto. Se olhou no espelho e prendeu o cabelo num cóque meio mal feito deixando a franja e umas mexas caídas, só pra fazer o estilo “Oi-nem-me-arrumei-porque-não-sabia-que-tinha-visitas!” sem contar que a qualquer momento ela poderia soltar o cabelo e balançá-lo pra fazer um charme, dependendo de como fosse esse tal . À essa altura já havia apagado a idéia de ele ser aquele , então só queria mesmo se divertir naquele mês que passaria por lá. ‘Está certo, eu sei que ele tem namorada e que eu estou totalmente errada aqui! Mas logo eu vou embora e... ele já é um galinha mesmo!’ ela fez uma pausa, repensando no que havia pensado - não fazia idéia que ele já tinha terminado com a namorada. ‘Ah, não! Isso não justifica, ! Por que diabos você está tão ansiosa pra ver um cara que tem namorada? Acho que eu sou detestável... Nem mesmo o fato de eu estar um pouco na fossa,ainda por causa do Peter, justifica isso!’ Depois de se arrumar com todas essas pequenas estratégias e se martirizar olhando no espelho logo em seguida, finalmente abandonou o quarto, mas parou um pouco no topo da escada ouvindo que alguem começou a tocar violão. Então ficou apressiando a música, achou a voz muito bonita, apesar de eles estarem apenas zoando.

Room on the 3rd floor
Not what we asked for
I'm not tired enough to sleep

- Vai , mostra pra elas dude! – pôde reconhecer a voz do primo gritando e soube então que quem cantava era justamente o tal

One bed is broken
Next room is smoking
Air-conditioning stuck on heat

Outside it's raining
There's a guest upstairs complaining
About the room that's got their
TV too loud

Guess times like these remind me
That I've got to keep my feet on the ground


A partir daqui, continuou apenas tocando, pois começou a cantar no lugar dele com sua voz 30% rouca e 100% sexy, deixando uma 500% maluca. [n/a: certo, se não é o Danny aqui pra você, ignore a parte da voz 30% rouca rsss]

Wake up early
'Round 7:30
Housekeeping knocking on my door, yeee!!

Do not disturbed sign the back of her mind
I must have left it on the floor


também não conhecia ainda, mas supôs que era ele por eliminatória. Gostou muito daquela voz também. Os próximos versos, começou a cantar junto com .

My eyes are hurting
'Coz the cheap nylon curtain
Let's the sunlight creep in through from the cloud

Guess it's times like these remind me
That I got to keep my feet on the ground


Come oooon!
gritou fazendo todos os presentes na sala cantarem juntos a parte do na na na.

A garota escutava tudo ainda no topo da escada. Ria com as risadas e palhaçadas deles e agora estava ainda mais curiosa pra ver o tal da voz que ela achou fofinha! Começou a descer as escadas quando tudo se apagou! Sim, faltou luz bem no meio do na, na, na, na... na, na, na, naaa, interrompendo tudo e deixando todos num completo breu!

Capítulo 7 – Como rolar na escada com seu mcguy preferido

- , você não pagou a conta de luz?! – pegou uma almofada pra bater em mas acabou acertando . – Err... Pelo gritinho eu acho que não foi no que eu acertei, não é?
- Não, seu palerma! Você me acertou!
- Desculpa ! Foi sem querer!
- Tudo bem , mas vai ter volta, ouviu?
- Gente, ta assim na rua toda! – falou depois de ter conseguido chegar até a janela com muito custo.
- O que será que aconteceu? – perguntou , que também tentava chegar até a janela tateando tudo pelo caminho. Sem querer, ela ‘tateou’ o que não devia!
- Hey! – exclamou assustado
- ! Era você? Me desculpa! OMG que vergonha! – isso mesmo que você pensou, ela tinha acabado de passar a mão em cheio na bunda dele. Claro, SEM QUERER!
- O que aconteceu? – perguntou curiosa
- NADA! – e responderam em coro.
- ?! ?! – esticava os braços tentando encontrar o amigo.
- Que foi? Eu to aqui.
- Sobe lá no meu quarto e pega uma lanterna.
- Por que eu? O quarto é SEU!
- Porque sim cara! Vai logo!
- Ta, eu vou! Mas depois ela vai ser só minha! – foi tateando os móveis pra ir em direção à escada. Porém, já tinha lembrado desse detalhe -que tinha uma lanterna grande no quarto- e estava lá procurando. ‘Só há uma lanterna nessa casa... E vai ser minha porque eu tenho medo de ficar carregando velas porque tem horas que parece que o vento vai soprar aquele foguinho na minha cara!’ ela pensava bobeiras enquanto procurava embaixo da cama dele.
Depois de subir as escadas devagar, e ir tateando a parede do corredor, finalmente chegou no quarto do .
Ele foi andando bem devagar, sem enxergar sua própria mão na frente do nariz. ainda estava procurando a lanterna embaixo da cama, pois sempre soube que o primo deixava muitas tranqueiras por lá. Então a garota estava ainda de quatro e a cama de é encostada na parede lateral, ou seja, estava de quatro e de lado para a entrada do quarto, por onde vinha caminhando reto. Assim, o rapaz que chegava ali, tropeçou e rolou por cima dela, caindo ao chão do outro lado. Claro que os dois gritaram histéricos!
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH! - distribuia tapinhas no que quer que estivesse deitado ali no chão.
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH! – e ele tentava se defender como podia daquela louca que parecia ter 14 mãosinhas batendo nele, impossíveis de controlar.
O resto do grupo que estava na sala ouviu os gritos e imaginaram o que devia estar acontecendo, então caíram na gargalhada.
- Calma! Calma! – Finalmente ele conseguiu prender as mãos da menina e os dois respiravam ofegantes.
- Quemévocê? Taarmado? Oquetafazendoaqui? Foivocêquecortoualuz?! – ela vomitou um batalhão de perguntas em cima dele.
- Omandoueulanternapegarvir! Digo... – ele se enrolou totalmente nas palavras!
- Mas... hein?
- O ... – tomou um fôlego e continuou mais calmo – pediu pra eu vir pegar uma lanterna.
- Ah ta! Eu também vim fazer isso! – ela riu e em seguida ele riu também. Os dois ficaram rindo daquela situação ridícula por um tempinho.
- Err... você... será que... – ela mexeu os braços e ele percebeu que ainda os prendia com suas mãos. Soltou imediatamente e se levantou, depois o ajudou a se levantar também.
- Eu tinha acabado de tocar na lanterna quando você tropeçou em mim, sabia?!
- Desculpe! Mas tudo bem, eu pego! – ele se abaixou e pegou. Levantou de novo, porém quando foi ligar, viu que estava sem pilha. – Haa! Eu mato o !
- Que foi?! Ta quebrada?
- Ta sem pilha.
- Merda... Vamos pra sala então, a gente tira a pilha de alguma coisa que tenha por lá, nem que seja a do controle remoto!
Os dois saíram do quarto. Agora um se apoiava no outro e nas paredes. Chegando ao topo da escada, pisou em falso e os dois perderam o equilíbrio, já que estavam segurando um no outro. Isso resultou em dois seres rolando escada abaixo! Com o barulho enorme, todo o grupo que estava na sala tentou correr até a escada o mais rápido possível.
conseguiu chegar primeiro, mas como não estava vendo nada, tropeçou na perna de e caiu. E isso aconteceu com todos os outros ceguetas, que formaram uma montanha em cima do acidentado.
- Saiam de cima de mim! Não viram que eu acabo de cair de uma escada, caralho?! – era tentando se mexer.
- Pelo menos você ta acordado cara! – se levantando e ajudando os outros a se levantarem também – Mas... Cadê a ? Ela não caiu também?
- Gente eu achei, ela rolou um pouco mais e ficou aqui perto da porta. Só que ela ta desmaiada, me ajudem! – tentava levantá-la pelos braços.
- Pelo menos a gente não caiu em cima dela também! – esticava os braços andando devagar pra chegar onde estava. Ele pegou no colo e o ajudou a se guiar até o sofá mais próximo. Os outros também se dirigiram para a sala, e ajudaram a chegar numa poltrona, ele sentia uma dor incômoda no lábio inferior, junto com um fraco gosto de sangue. Se lembrou da hora que bateu o queixo e então deve ter mordido o próprio lábio. Temia que aquilo estivesse muito feio!
- Hey , você pelo menos conseguiu achar a lanterna?
- Achei, seu inútil, mas ela tava sem pilha!
- Ah, quanto a isso não tem problema, tem pilhas aqui. Vou procurar a lanterna que deve ter caído em algum lugar, espero que não esteja quebrada... – foi procurar a lanterna com as pilhas na mão.
- Você ta bem dude? – estava em pé ao lado dele, mas dava tapinhas por todo o rosto do amigo, como se não estivesse encontrando-o.
- ... ... – tentava se livrar dos tapinhas irritantes – PÁRA DE BATER EM MIM PORRA!
- OKAY! EU SÓ QUERIA SABER SE VOCÊ TAVA BEM, INGRATO!
- Shhhh, parem de gritar moças! – chegava com a lanterna e jogou o foco de luz diretamente sobre os dois – Não estão vendo que tem uma desmaiada logo ali?!
- , você tá sangrando! – falou assustada quando pôde ver . Ele passou a mão pela boca e confirmou sua suspeita que tinha mordido o lábio inferior.
- Acho melhor arranjar alguns lencinhos pra você. – disse.
- Toma – jogou a lanterna pra ela – Vai até a cozinha, já aproveita e pega uma daquelas coisas que se usam na TV pra dar para os desmaiados cheirarem!
- Vinagre? – ela perguntou como se fosse óbvio, já indo em direção à cozinha.
- Que seja... – falou revirando os olhos.
- olhou pra ele, quer dizer, imaginou que estava olhando – Eu continuo sem saber se a sua prima é imaginária porque afinal de contas eu ainda não a vi!
, , e esperavam retornar da cozinha e foram caminhando pra ficar em volta do sofá. já estava sentado no sofá com as pernas de no colo.
- Verdade... Eu também nunca a vi! Só o que viu. Ela é hot, ? – perguntou logo depois do que havia dito.
- ! Por acaso isso é hora de perguntar se alguem é hot seu retardado? Se eu estivesse te vendo, te daria um pedala! – respondeu
- Deixa... – sabia que estava do lado dele e lhe deu um tapa na cabeça.
- Hey! – gritou, mas não foi pelo tapa.
- Desculpa aí, mas você mereceu! – resmungou cruzando os braços.
- Não, num é isso é que... A GAROTA SUMIU!
- Hun? – todos perguntaram sem entender o descontrole do .
- A ! Não ta aqui! Passa a mão aí no sofá, ta vazio!
- CARALHO, MINHA PRIMA SUMIU! – tateou o sofá e depois levou as mãos à cabeça.
segurava suas gargalhadas, já tinha percebido a situação. Até que chegou da cozinha, mirando a lanterna no sofá onde estavam os quatro desesperados.
- Mas vocês são retardados mesmo! Eu e a colocamos NO OUTRO SOFÁ, seus animais! – ela agora mirou a luz no sofá do outro lado e eles viram a menina e também um que ria descontroladamente.
- Olha , na cozinha não deu pra achar nada melhor que uns guardanapos mesmo... Mas já dá pra você limpar a boca. – entregava uns guardanapos a , quando a luz de repente voltou e todos fizeram aquela algazarra. Depois de algumas palmas, assovios e aleluias, bateu os olhos na menina desmaiada e sua expressão se tornou um misto de ‘nada-com-qualquer-coisa’ instantaneamente, mas ninguém reparou. Ele a reconheceu assim que viu aquele rosto. ‘Não mudou quase nada’ ele pensava enquanto ficava paradão.
- Agora só falta acordar a ! – dizia já umidecendo um guardanapo no vinagre.
- E se ela não acordar? A gente vai ter que chamar uma ambulância... E se ela morrer? – falou ao observar a irmã aproximar o papel molhado com vinagre do nariz da menina, que nem se mexia.
- Aff, nem fala uma coisa dessas! A mãe dela mata a gente e o pai dela leva nossos corpos para o Canadá! – falou e todos riram. [n/a: vê se isso é jeito de tratar uma desmaiada u.ú tsc tsc tsc!]
- Quer dizer que vocês não estão preocupadas comigo e sim com meus pais é?! Ai... – acordou falando, para o alívio geral, mas teve dor e precisou pôr a mão na testa ao tentar mexer a cabeça.
estava no seu ‘momento excluído’, ele ficou alguns passos atrás dos outros que rodeavam o sofá, mas não tinha se dado conta disso, ele apenas estava sem saber o que fazer! Não sabia qual deveria ser sua reação quando ela o visse, não sabia se ela iria reconhecê-lo, não sabia que cara fazer pra ela, não sabia de nada!
- E o menino que caiu comigo? – se lembrou de repente num susto e se pôs sentada – Ele tá bem? Ele morreu?
- Morrer?! Ah, esse vazo ruim não quebra fácil não! Esse merda só cortou o lábio! – se virou pra e deu tapinhas no ombro dele ao dizer a última frase. também o reconheceu logo. Os dois ficaram um tempinho se olhando com suas melhores expressões de ‘nada-com-coisa-nenhuma’, até que começou a esboçar um sorriso tímido e ela também. Logo os sorrisos tímidos de canto de boca viraram risinhos e depois gargalhadas. Todo mundo pasmava assistindo esse aparente surto psicótico.
- Cada vez mais eu tenho certeza de que essa casa é um hospício! – falou se afastando um pouco e desistindo de entender a situação.
- Eles bateram a cabeça, dude! Amanhã voltam ao normal... – abanou o ar à sua frente e foi sentar numa poltrona.
e já secavam lágrimas nos cantos dos olhos de tanto que deram risada.
- Então VOCÊ é a prima do que eu achava que era imaginária!
- Sim, ela é minha prima desde que nasceu! Dá pra explicar qual é a graça agora ou vocês querem rir mais um pouquinho?
- Calma , é que eu e o já nos conhecemos. – explicou, já mais tranquila.
- Ahn... – falou num tom de voz de quem está boiando – E isso é engraçado?!
- Na verdade... Não. – falou pensativo.
- Nem um pouco. – completou e eles voltaram a rir, só que dessa vez era pra provocar os amigos mesmo.
- Desisto! Cansei de entender esses esquisitos! – falou e em seguida pegou o controle da TV.
- Um incêndio numa fábrica de fogos de artifício atingiu a rede elétrica, o que causou um apagão em alguns lugares. Nesse momento a energia já foi estabilizada em alguns pontos da cidade. Voltamos a qualquer instante com mais informações. - o cara do jornal falava enquanto mostravam o local que pegava fogo.
- Pelo menos a gente já sabe o porquô disso tudo! – falava surpresa enquanto mantinha os olhos na TV.
Depois daquele primeiro momento, tanto quanto ficaram um pouco sem graça. ‘OMG ele ta tão homem agora, não é mais aquele garoto que ficava sentado na escada da escola matando aula comigo... Droga! Tanta gente no mundo e meu primo tinha que ser amigo justo do ! O que eu fiz pra merecer isso, hun? E por que eu estou tão incomodada a final de contas? Ele também já foi meu amigo... Veja pelo lado bom, pelo menos ele não deve se lembrar da última vez que a gente se viu!’ pensava olhando pros lados, pra TV, para os outros, menos pra ! ‘Então só pode ter sido ela quem estava correndo hoje de manhã! E não é que ela está linda?! Quer dizer... Não que ela fosse feia antes, mas é que ela agora está mais mulher só que continua com aquele olhar de criança traquina que eu sempre adorei... Agora me diz! Ela não podia ter engorado uns 30kg e ter raspado o cabelo? Ela linda desse jeito é tortura! Definitivamente!’ pensava enquanto a observava. De repente ela finalmente olhou pra ele, o que o fez fingir imediatamente que olhava pra outro lado.
- – ela chamou e o menino à sua frente voltou a encará-la – Desculpa ter feito você cair, afinal fui eu que me desequilibrei e te arrastei junto...
- Hey, a culpa não foi sua! E depois, nem aconteceu nada comigo! – ele sorriu e ia se aproximando dela, quando todos se assustaram com um barulho que vinha da rua.
- Salve-se quem puder! Quem for do McFly primeiro! – falou se jogando no tapete e tampando os ouvidos, fazendo todo mundo rir.
- Mas falando sério... Que porra foi aquela? – falou chegando perto da janela depois de parar de rir com a brincadeira do .
- Parecia um monte de coisas caindo no chão, junto com alguns vidros... – se aproximou de na janela, falando também confuso.
- Parece que não foi na rua, não tem nada jogado aí. – concluiu depois de observar um pouco.
- Veio dessa casa aí na frente. – afirmou com certeza na voz.
- Como sabe? – perguntou pra ela se aproximando e cruzando os braços.
- Eu tava aqui, perto da janela e tava olhando pra fora quando a gente ouviu o barulho e deu pra ter quase certeza que veio daquela direção. – ela apontou pra casa da frente e os quatro meninos olharam pra ela com uma cara meio espantada.
- O que foi? – estranhou os olhares.
- Erm... ... É que essa casa ta vazia. – levantou uma sobrancelha.
- O quê? – entrou na conversa.
- É, não tem absolutamente ninguém morando aí há quatro meses. – afirmou e deixou seu queixo cair.
- Ma-mas... – gaguejava de nervoso – E o Dean?
- Ele... foi assassinado. – contou o fato e as três meninas, que não sabiam do ocorrido se assustaram, mas a reação de foi a mais exaregada, com direito a mão sobre o peito e olhos esbugalhados.
- Como ele foi assassinado? Por quem? Prenderam o bandido? – recuperou o fôlego e disparou nas perguntas.
- Bom... A principal suspeita era a mulher dele, porque eles discutiam muito, aí ela simplesmente desapareceu! – explicava e prestava atenção em cada palavra. Até que eles ouviram mais uma vez um barulho um pouco ‘menor’ que o anterior e todos os que olhavam confusos pra e suas reações, agora voltaram seus olhares para a janela.
- É verdade, ! Parece que o barulho vem mesmo de dentro daquela casa! – concordou com falando pensativo, surpreso e chocado ao mesmo tempo.
- Eu não disse!
- É mas... Como pode se ela está vazia? – lançou essa pergunta no ar e todos ficaram silenciosos.
- Ainda não acredito que o gostoso do Dean morreu. – pensou alto com os braços cruzados e o olhar perdido. Só que ela pensou alto demais e todos puderam compartilhar esse pensamento. Então voltaram a olhar pra ela com umas caras tipo ‘hã?!’
- O quê? Ah, qual é... – ela ria sem graça – Vai dizer que ele não era bonitinho?!
- Não sei, naqueles dias que a gente passou aqui, não o vi nenhuma vez.
- Ah ! Em que mundo você tava, hein? Em todos os dias da semana era ele quem pegava o jornal na frente da casa!
- Eu também não o conheci. Na última vez que vim pra cá eles não moravam aqui ainda, mas essa casa já tava aí! E ninguém morava nela, que nem agora.
- Eles se mudaram pra cá tem um ano eu acho... – olhou pra cima, meio que tentando lembrar.
- Bom, azar o de vocês se não o viram! Ele era realmente LINDO! Quem eu nunca vi foi a vaca da mulher dele... Ah, mas se eu pego ela... Por que ela fez isso hein?
- Dizem que é porque ele era muito galinha e ela se irritava sempre com isso... – respondeu e levantou os ombros. Ele ficou chateado vendo a menina que ele gostava falando tanto de outro cara, como se fosse apaixonada por ele.
- Cara, ainda bem que eu e Delilah terminamos hoje! Acho que eu ia ter o mesmo futuro com ela! – comentou fazendo todos rirem. ficou pensativa, acima de tudo, sentiu uma pontinha de felicidade ao saber que ele terminou.
- AAAAAHHH! – grita assustado e se afasta da janela dando passos pra trás e indo parar no sofá onde ainda estava sentada.
- Que foi ?? – ela perguntou ao primo colocando uma mão sobre o ombro dele.
- Ali na janela daquele quarto! – esticava o braço apontando um dos quartos da casa em frente – Uma luz muito forte piscou lá dentro, bem rápido, eu vi! Foi como um relâmpago! Mas não era! Porque foi só lá dentro! – ele afirmava assustado e confuso ao mesmo tempo – Ninguém mais viu?
Todos balançaram a cabeça negando.
- Uhhhh, o ta vendo coisas! ta com medo! Se cagando! – brincava de fazer caras e bocas colocando a lanterna embaixo do queixo na frente do amigo.
- Me dá isso aqui! – tomou a lanterna da mão dele e foi andando em direção à porta.
- Hey! Aonde você vai?! – perguntou se levantando e foram todos atrás dele.
abriu a porta e foi caminhando decidido com o olhar fixo na casa do outro lado da rua, até que parou e ficou na calçada mirando a luz da lanterna pra dentro da casa, ou melhor, pra dentro daquele quarto no segundo andar da casa onde ele viu uma luz piscar. O resto de seus amigos se amontoaram na porta pra assistir e nenhum deles quis passar dali!
- , volta logo seu maluco! E se piscou mesmo uma luz aí dentro o que você tem com isso, han? – pedia que o primo voltasse, mas ele nem ao menos se virava pra trás.
- Dude, pára com isso! Não tem nada aí, ok? – agora foi a vez de tentar.
- Mas quem explica aquela luz então? Eu juro que eu vi, ta! – falava alto de onde estava, na calçada, levantando os braços e virado para os amigos.
- OMG! – esbugalhou os olhos e pôs a mão na boca. Ela acabara de ver as cortinas da sala se mexendo como se alguém estivesse sacudindo.
- Que foi! O que aconteceu?! – virou de lado e perguntou rápido enquanto movimentava a cabeça de um lado pro outro afobado, olhando a casa e seus amigos.
- Aquelas cortinas... Parecia que alguém estava mexendo nelas! Vocês viram? – perguntou na esperança de não ter percebido aquilo sozinha, mas todos negaram ter visto qualquer cortina se balançar.
- Ow, droga! Vocês me fizeram virar de costas pra lá bem nessa hora! – deu um soquinho no ar e riu.
- Pode ter sido o vento, ! Não se assuste, não vai na onda do ! – disse passando um braço pelo ombro de , depois aproximou o rosto do ouvido dela e continuou a falar – Ele é do mal, só quer assustar a gente... – e então deu um beijo que fez barulho em sua bochecha. Preciso dizer o quanto a menina se arrepiou e esqueceu de tudo? Não, creio que não preciso!
- Pra mim já chega! Essa noite já foi muito cheia de sustos! Eu agora quero dormir... Se você prefere ficar aqui fora congelando, , por mim não tem problema!
- Calma ! Não precisa ficar bravinha na frente dos meus amigos, eu já to indo! – se dirigia de volta pra casa enquanto ria da cara que fazia. Todo mundo foi entrando e ele passou um braço pelo ombro de , que passou seu braço pela cintura dele. Os dois entraram juntos e logo atrás estavam , e .
- A acha esses dois suspeitos... To começando a pensar que ela tem razão! – comentou com os dois meninos. soltou um sorrisinho com um olhar safado, deu de ombros e não gostou muito desse comentário.

Os sete ficaram conversando e zoando mais um pouco na sala de . Meia hora depois, mais ou menos, , e se despediram dos meninos e foram dormir. , e também não demoraram muito depois disso e logo foram para suas casas.


Capítulo 8 – War of the Cookies!

- , acorda! – pulava em cima da cama de - detalhe: com ela deitada lá...
- vai chegar, vai chegar! – também dava seus pulinhos histéricos só que no chão mesmo.
- Han... o quê? Vocês estão derrubando meu quarto! Que horas são? – tentava se sentar na cama sonolenta.
- Duas da tarde. – pulou pra fora da cama e olhou em seu relógio no pulso.
- CARALHO, VOCÊS ME DEIXARAM DORMIR ATÉ AGORA?! – se livrou rápido das cobertas e levantou da cama – chega daqui à meia hora lá na estação, temos que voar pra lá!
- Calma, ! O já se ofereceu pra levar vocês até lá de carro e trazer a ! – tentava desacelerar um pouco a menina que jogava roupas em cima da cama enquanto escovava os dentes.
- O quê? Cooarrim oces? – falou com a boca cheia de pasta mas achou melhor terminar e repetir – Como assim vocês, quer dizer que você não vai?
- Não, porque eu fui encarregada de ficar aqui e preparar umas guloseimas! – tem habilidades na cozinha e isso é muito legal!

Uns minutos depois, , e já estavam quase prontos pra sair, quando tocou a campainha.
- Fala, dude! – abriu a porta e era o .
- E aí, ! Vim pro ensaio... faz tanto tempo que não tocamos que eu já estou ficando com saudades!
- Hummm... essa frase foi comprometedora, hein ?! – falou aparecendo atrás de .
- ! Já falei pra não deixar as meninas descobrirem o nosso relacionamento! Seja mais discreto! – apenas falou rindo e deu um tapa na cabeça do amigo.
- Oi, ! Olha, você vai ter de esperar só mais um pouquinho pra matar a saudade, tá?! – agora foi que apareceu ao lado de .
- Por que? , você tinha falado ontem que o ensaio foi adiado pra hoje ou é impressão minha?
- Uhum! Eu tinha adiado mesmo pra hoje, mas esqueci de avisar que tem uma amiga da chegando e eu vou buscá-la agora. Se quiser esperar eu voltar pra ensaiarmos...
- Ah não... não tem pressa, estamos de férias com a banda mesmo! Podemos desenferrujar amanhã ou outro dia... deixa que eu aviso os caras. – já ia virar pra ir embora quando falou.
- Por que você não entra? A ia gostar de te ver...
- Hum? Ela não vai sair com vocês?
- Não, ela está na cozinha preparando alguns lanches gostosos pra quando voltarmos! – explicou com um sorriso de segundas intenções que captou e imitou logo depois.
- Pensando bem... acho que ela não ia gostar de ficar sozinha sem ninguém pra ajudar, não é?!
- Hey, eu não vou te deixar sozinho numa casa com uma prima minha! – se fingiu de muito injuriado.
- Poxa, ! Se você não confia no seu amigo, pelo menos confia na sua prima... – pediu lançando aquele olhar suplicante que toda mulher - e também do gatinho do Shrek - sempre sabe fazer.
- Tá bom, entra logo que já estamos atrasados, . E... juizo com ela, okay?! – apontou o dedo pra enquanto ele passava ao seu lado. Mesmo não sendo primos de verdade, se preocupava com e como se fossem. Ele fechou a porta e foi com e em direção ao carro. Enquanto , dentro da casa, observava da sala a entrada para a cozinha e podia ouvir os barulhos que fazia lá dentro. Foi se aproximando devagar com passos pequenos e silenciosos.

No carro!

- Acho que a deve ter ficado feliz quando viu ! – dizia já dentro do carro com dirigindo e no banco do passageiro. Eles acabavam de dobrar a esquina ao final da rua.
- Você acha? Eu tenho infinita certeza! – repondeu rindo.
- O é um cara legal, ele não seria capaz de sacanear a . – sorriu ao volante e olhou rapidamente para a e que também sorriam.

Em casa!

ainda não tinha visto que estava ali, ele simplesmente ficou escondido atrás da entrada da cozinha. Achando que estava sozinha, começou a cantarolar a música que ouvia em seus inseparáveis fones de ouvido. Era uma música animada, que fez a menina se soltar um pouco mais e começar a balançar a cabeça pros lados enquanto cantava o refrão.


Let's rough it up

(Vamos bagunçar)
Till they shut it down
(Até que eles desliguem)

It's oh-oh-obvious
(É, oh, oh, óbvio)
Right here's where the party starts
(É bem aqui que a festa começa)
With you and me all alone
(Com você e eu sozinhos)
No one has to know
(Ninguém precisa saber)
It's oh-oh-obvious to me
(É oh, oh, óbvio pra mim)
How it's gonna be
(Como vai ser)
Oh-oh-obvious
(Oh, oh, óbvio)
When you come close to me
(Quando você chega perto de mim)

Mesmo ela não sendo cantora nem nada, conseguiu prender toda a atenção de , ele deu uns passos pra frente e ficou parado observando-a cantar e mexer os quadris de costas pra ele. Ficou tão hipnotizado que levou um susto muito grande que o fez perder o equilíbrio e cair quando seu celular começou a tocar no bolso do agasalho. arrancou os fones da orelha e foi ver que barulho foi aquele que ela quase tinha certeza que escutou atrás do balcão. Viu então um menino bobão com a bunda no chão...
- ?! V-você está bem? – ela de tão surpresa gaguejou um pouco.
- Estou... me ajuda aqui? – ele estendeu as duas mãos pra ela puxar e ajudá-lo a se levantar do chão. Ao ficar totalmente de pé, percebeu que os corpos dos dois estavam perigosamente próximos! Ela podia sentir suas bochechas ardendo, provavelmente estavam vermelhas como uma plantação de morangos e ele escutava seu próprio coração batendo como se estivesse ao lado do ouvido.
- Você não... não vai atender? – falou pausadamente pra não gaguejar outra vez. Ela se referia ao celular que ainda tocava no bolso dele.
- Awn... é o Fletch. Espera só um instantinho. – ele olhou o visor do celular e resolveu atender, podia ser importante... foi conversar com o empresário na sala enquanto tentava voltar a se concentrar nos cookies que fazia.
O papo com Fletch foi rápido e logo depois, já ligou pra e dizendo pra eles não aparecerem pra ensaiar.
- Oi, . – parou mais uma vez na entrada da cozinha, só que dessa vez, deixando sua ilustre presença ser percebida.
- Han... já conversaram?
- Ah, é foi rápido! Era só o Fletch dizendo que quando acabarem as nossas folgas, ele vai querer conversar conosco... – explicou e puxou uma cadeira.
- Hum... Fiquei surpresa quando te vi aí. O que fazia sentado no chão, posso saber? – conversava de costas, sem se virar pra ele.
- Eu caí porque me assustei quando o celular tocou. Acho que estava prestando muita atenção em alguém que dançava na minha frente. – após ouvir isso, agora sim ela virou a cabeça pra trás. Não conseguiu pensar em nenhuma resposta, então apenas sorriu tímida e voltou a olhar pra frente instantes depois.
- O que você está preparando?
- Cookies. Você gosta?
- Uhum! Quer ajuda?
- Se não for pedir muito, seria ótimo! – os dois sorriram, se levantou da cadeira e foi pro lado dela.
- Então... o que eu faço?
- Corta em pedacinhos pequenos essas barras de chocolate enquanto eu estou misturando a massa...
- Yes, sir! – ele fez sinal de continência e começou a lavar as mãos.

No carro!

- Chegamos crianças! – falou parando o carro e puxando o freio de mão. As meninas desceram e foram os três entrando na estação de trem. já olhava para todos os cantos da estação procurando pela amiga, que podia estar sentada em algum banquinho esperando por eles. Como ninguém achou esperando em canto nenhum, procuraram informações sobre o trem que ela pegou e foram esperar na plataforma certa.
- Tomara que ela passe vários dias aqui conosco! Ela virou a minha companheira de compras preferida! – falava empolgada.
- Puxa, fiquei até com ciúmes agora... – se fez de ofendida.
- Ah , você sabe, poxa! É que você e a cansam logo enquanto que eu e ela não, podemos passar uma semana inteira fazendo compras sem parar!
- Vocês são doentes, isso sim! – riu e os três viram que o trem já vinha. Ficaram de pé e observaram o trem parar, depois várias pessoas saírem e nada da . Ok... ela foi uma das últimas a sair!
- ! Eu já estava desesperada pensando que você não estava aí nesse trem! – foi abraçá-la e em seguida, . esboçou um pequeno sorriso e lhe deu um beijo na bochecha.
- Demorei um pouco pra sair porque nem vi que já estava chegando, eu caí no sono!
- Err... deixa que eu carrego.
- Obrigada, . – o garoto se ofereceu pra levar a mala e ela agradeceu com um sorriso tímido.
- Então... você está melhor, ? Mandou a carta? – quebrou o silêncio enquanto eles começavam a caminhar.
- Uhum. Foi a primeira coisa que eu fiz quando acordei hoje!
- Que carta? – quis saber e já andava mais à frente com a mala.
- Quando chegarmos eu conto tudo direitinho pra você e pra . Aliás, ela está bem? Por que ela não veio?
- Ficou lá preparando alguma coisa pra comermos quando você chegasse. Mas eu temo que nós vamos ter de ficar com fome porque com o lá sozinho com ela, acho que vai acabar não preparando nada! – ria maliciosamente.
- Você acha? Agora sou eu quem tenho infinitas certezas! – acompanhou com a mesma risada.
- Não estou entendendo, quem é esse ?
- É um amigo do , faz parte da banda... vocês serão apresentados depois! Mas vamos logo porque eu quero chegar em casa e ver se teremos ou não algo pra comer! – começou a correr saltitante em direção ao carro. Viu que acabava de pôr a mala da no porta-malas e estava desprevenido. Logo, pulou nas costas dele. Adorava fazer isso porque ele sempre se assustava! Só que dessa vez ele não se assustou e começou a girar com ela presa às suas costas. Eles soltavam aquelas risadas alegres e todo mundo passava olhando e achando que eles eram só mais um casal de bobos e apaixonados. e se entreolharam vendo os dois, bufaram e entraram no carro.

Em casa!

- Não, ! – ria enquanto tentava se defender como podia dos pedacinhos de chocolate que jogava no rosto dela, tentando acertar a boca.
- Espera! Fica quieta! Eu vou acertar um!
- Pára, ! Me ajuda a terminar de pôr os biscoitos na placa primeiro!
- Tudo bem! Está com medo que eu acerte mesmo!
- Não! Estou com medo que os cookies não estejam nem sonhando em estar prontos quando chegar! – ela respondeu ainda tentando ficar séria. Coisa meio impossível com e suas criancices fofas.
- Essa deve ser uma obesa, se você tem que ficar preparando cookies pra ela! – cruzou os braços como uma criança emburrada.
- Nossa, ela é muito gorda, você não imagina o quanto! – falou num tom irônico, era a pessoa mais magrinha que ela já viu em toda a vida. foi ajudando a completar a placa com biscoitos, quando terminaram ela levou ao forno e ao se virar de volta pra ele, mais pedacinhos de chocolate já estavam voando em sua cara!
- Falei que eu não ia desistir? Não deve ser tão difícil! Fique aí onde está!
- ... sinceramente! Deve ter alguma criança de cinco anos possuindo o seu corpo nesse exato momento!

Eles não perceberam, mas e haviam acabado de entrar na casa. A porta estava aberta e eles foram entrando... chegaram perto da cozinha e antes que pudessem ver as duas figuras, ficaram ouvindo a conversa.
- Espera... fica assim mesmo que está ótimo!
- ! Isso é inacreditável, não acredito que estamos aqui no meio da cozinha...
- Calma, ! Abre a boca mais um pouco, senão não vai entrar.
As caras que e faziam eram inexplicáveis!
- , águem porre rregarr! – ela falava com a boca um pouco aberta, quis dizer ‘alguém pode chegar!’
- Só mais um pouquinho, eu estou quase conseguindo!
já passava as mãos bagunçando todo o cabelo e sacudia a cabeça incrédulo, enquanto estava roxo de tanto prender a gargalhada alta que queria sair.
- AH! Foi!
Na hora que os dois ouviram os gritos de e rindo, não conseguiram se conter e botaram as caras na entrada da cozinha. Viram com pedacinhos de chocolate nas mãos e os braços esticados pra cima. Não puderam se segurar com aquela cena e as gargalhadas saíram altas, surpreendendo os dois na cozinha, que ficaram quietos.
- ... ? O que fazem aqui? – perguntou um pouco envergonhada pela bagunça que ela e estavam fazendo na cozinha da mãe do .
- É que a porta estava aberta... mas, dude, vocês são loucos! Quase nos mataram de susto! – falava um pouco embolado, devido aos risos no meio das palavras, enquanto , nem ao menos respirar conseguia.
- Hum? Morrer de susto? – perguntava sem entender enquanto comia alguns dos pedaços de chocolate que restaram nas mãos.
- A gente chega... Ouve você falando pra ter calma e abrir mais a boca senão não vai entrar! Você quer que pensemos o que?! – falou recuperando o fôlego depois das risadas. arragalou os olhos e olhou pra , que sorria de um jeito abobado com o queixo ligeiramente caído.
- , taca chocolate neles! – gritou e apontou para os dois meninos. fez que sim com a cabeça e imediatamente já começaram os pedacinhos de chocolate voando pela cozinha outra vez. Os quatro bagunçaram ainda mais aquele lugar, se é que isso era possível! Quando deram por si, havia chocolate por todos os cantos e neles também...
- OMFG! vai chegar e isso vai estar... ASSIM?! – se desesperou olhando pro relógio, eles já deviam estar chegando!
- Dizemos que foi tudo culpa do ! – falou.
- Hey?! – cruzou os braços.
- É... pior que foi mesmo , você que começou com esse negócio de querer jogar o chocolate dentro da minha boca!
- Ah, mas se os enxeridos do e do não tivessem entrado aqui sem ser convidados pelo ... ! – viu em pé logo atrás dos outros três que estavam à sua frente, parou de falar na mesma hora e ficou pálido. , e se viraram pra trás devagar pedindo mentalmente que aquilo fosse brincadeira do ... não era.
- Err... Oi! – falou rápido e se escondeu no meio dos dois meninos, botando eles na sua frente.
- O que aconteceu aqui? Passou um furacão?! – olhava incrédulo o estado da cozinha.
- Caralho! O que vocês fizeram?! – apareceu logo atrás de , também observando tudo pasma. e se infiltraram no meio deles, que estavam tampando a entrada. Quando entraram ali também ficaram surpresas e apenas riram.
- Desculpa aí, dude... foi mal... – e sussuraram baixinho como se tivessem combinado.
- E você, ? Não tem nada pra dizer, não?! – se dirigia ao menino que parecia estar em transe. ‘Retiro o que disse sobre ela ser obesa!’ pensava antes de ser acordado.
- Hum? E-eu? – olhou pra , acordando do transe que ficou ao ver entrar e rir pra ele. Quer dizer... rir dele!
- Claro que é você! Está vendo outro Idiota sujo de chocolate por aqui?
- Desculpa cara! Foi sem querer, quando vimos já estava assim... – Após essa frase de , os outros três ‘culpados’ afirmaram com a cabeça olhando pra .
- Por acaso tem mais desses malditos chocolates picados aí? – perguntou levantando uma das sobrancelhas. olhou pro balcão de mármore, havia milhares deles ainda. foi caminhando calmamente até o balcão enquanto todos o observavam quietos. Pegou um punhado, jogou alguns pedaços na boca. Todos se entreolhavam. Quando lançou seu olhar mortal pra todos eles...
- Coooooooooorreeee negadaaa! – gritou e todos dispararam pela casa debaixo de chocolates e mais chocolates acertando suas cabeças.

Capítulo 9 – A casa-monstro.

A guerra de chocolates durou até a hora que eles sentiram o cheirinho bom dos cookies assando no forno. Interromperam a brincadeira imediatamente e foram comer, feito uns mamutes esfomeados no deserto...
- Dude... isso foi muito bom! – falou pousando a mão sobre o estômago. Ele se encheu de biscoitos assim como os outros.
- É o ? – , que estava ao lado de , sussurrou e ela apenas afirmou balançando discretamente a cabeça, olhando a amiga de canto de olho e esboçando um pequeno sorriso.
- ! – o olhou – Fiquei surpresa em te ver! O que faz aqui?
- Oi, ! Que saudade de você também! – ele riu irônico e voltou a falar – Faço parte da banda e fiquei também muito surpreso quando soube que a prima imaginária do era a !
- Imaginária? – e perguntaram ao mesmo tempo, se entreolharam e olharam pra ele.
- Era brincadeira minha, porque o sempre fala da , sendo que eu só tinha visto e ...
- Sempre fala de mim, ?! Ahn... descobri porque é que minha orelha às vezes ferve! – ela brincou e estranhou vendo que estava um pouco vermelho. Mas não foi pelo que acabaram de dizer à mesa, e sim porque às vezes seu olhar se encontrava com o de e, enfim...
- Minha mãe está me ligando. Acho que ela quer que eu vá pra casa! – se levantou mas antes que ele pudesse dar o primeiro passo, correu e parou na frente dele.
- Ninguém vai sair daqui sem ajudar a limpar toda a bagunça antes, está ouvindo senhor ?!
- Anh... que seja... – bufou e revirou os olhos. Assim como mandou, todos foram limpando a casa, até não sobrar mais nenhum pedacinho de chocolate grudado no chão, paredes ou móveis. Ficaram limpando até o anoitecer. O que eles sujaram em alguns minutos, precisou de horas pra limpar!
- Espera , ainda tem chocolate no seu cabelo! – avisou e ficou parada esperando a amiga terminar de tirar alguns pedacinhos de chocolate que grudou no cabelo da prima sem a menor dó.
- Tem chocolate no meu cabelo e é tudo culpa do ! – tentou lançar o seu melhor olhar fuzilante mas não conseguia prender o riso.
- Você tinha razão, ! Vir pra cá foi a melhor coisa pra eu esquecer dos problemas! – também estava sorrindo. Aliás todos exibiam sorrisos bestas, apesar do cansaço que foi limpar aquilo tudo que eles bagunçaram.
- Também acho! – estava próximo a elas e entrou na conversa.
- Também acha o que, ? – se virou pra ele sem entender direito o que ele queria dizer.
- Que foi bom ela ter vindo! – respondeu com um sorriso no canto da boca e sentiu o rosto corar um pouco. Pois é, meus caros, não foi impressão! ficou terrívelmente e instantâneamente fascinado pela . não deixou de notar isso, durante todo o tempo que eles passaram limpando a sala e a cozinha, viu cada olhar que lançava à e sentia pontadas no fígado cada vez que via corresponder. Pontadas no estômago quando os dois sorriam um pro outro. Pontadas no peito quando trocavam palavras tipo ‘Ah, deixa eu te ajudar aqui. Oh, obrigada!’ enfim, pontadas por todos os lados corroiam .
também não parecia muito à vontade. Ninguém sabe, nem mesmo , mas ele e estiveram juntos por um pouco tempo, ele ia praticamente todo final de semana visitar a prima e ver . Mas isso terminou logo que ele descobriu que ela ficava também com o professor de química às escondidas.

Play 's Flash Back

- , eu sou péssimo em química, não dá pra te ajudar a estudar! – estávamos no quintal da casa da . Ela insistia que eu podia ajudá-la a estudar pra prova enquanto o que eu mais queria era sair dali pra encontrar na sorveteria! Terceira vez que íamos ficar. A primeira foi na festa da há duas semanas! Mais algumas vezes e eu ia pedir em namoro. Pena que deu tudo errado...
- Você não é tão péssimo, ! Com certeza não tanto quanto eu! Me ajuda, resolve só um negocinho desses pra eu saber como é...
- Mas eu não sei! Por que não pede ajuda ao seu professor?
- Porque ele fica muito ocupado ajudando na salinha abandonada... – ela resmungou meio baixinho, eu não entendi muito bem mas ouvi o nome da e quis saber.
- ? Salinha abandonada? Do que você está falando?
- Ai ... nada, não foi nada! Você está me deixando nervosa, se não quer me ajudar aqui tudo bem! Vai passear, vai. – ela ficou mesmo um pouco nervosa e começou a passar as folhas do caderno freneticamente. Aí tem coisa!
- Agora você vai ter de explicar o que foi que você disse! – olhei firme pra ela e ela evitava me encarar.
- É coisa da , ! Não posso falar.
- Nem pro seu primo favorito? – lancei meu melhor olhar de coelhinho da páscoa!
- É que ninguém pode descobrir, ! Senão tanto ela quanto uma outra pessoa podem ficar muito mal.
- Que outra pessoa? Você está me deixando mais curioso!
- Uma pessoa que pode perder o emprego.
- Quem? Anda, ! Eu juro que não conto! Até porque, eu nem moro aqui! Eu ia contar pra quem?!
- Que isso não saia daqui está bom?
- Prometo que não!
- É que a ... Bom ela... Estápegandooprofessor.
- O que? Fala mais devagar, criatura!
- Ela e o professor de química estão... tendo um caso!
- Sério? – ouvindo aquilo parecia que todo o telhado da casa dela caía sobre mim. Fiz das tripas coração pra não deixar transparecer isso, ainda nem tinha contado que fiquei com a algumas vezes, acho que também não contou...
- Uhum. É isso.
- Nossa... que... diferente. – não sabia o que dizer, as palavras sumiram do meu vocabulário.
- Nem me fale! Mas só eu sei disso, ouviu?! Ignore totalmente esse fato! – claro, como se fosse fácil! A garota que tem me tirado algumas noites de sono está tendo um caso com o professor dela e eu fui feito de palhaço!
- Erm... , eu acho melhor você continuar estudando. Não quero te atrapalhar, vou dar uma volta, ok?
- Está bom, né!? Ninguém quer me ajudar mesmo... – ela fez aquela carinha de ‘awn-puxa-vida!’ que só ela sabe fazer e eu sempre acho engraçado, mas naquela hora eu estava com muita raiva pra achar qualquer coisa engraçada! Me levantei, dei um beijo na testa dela e saí. Meus passos eram largos e eu cheguei rápido até a sorveteria. Queria ouvir da própria aquela história toda, ainda tinha esperança que fosse um mal entendido, mas não era. Cheguei e já estava sentada numa mesa me esperando.
- Oi, está aí há muito tempo?
- Um pouco...
- Hum... estava na casa da . Já pediu alguma coisa? – me sentei de frente pra ela.
- Já tomei um suco. – ela respondeu e olhou pro copo vazio ao seu lado. Fiquei fitando o copo até tomar coragem.
- A estava estudando pra uma prova de química, você não quer estudar também?
- Ah não, não precisa.
- Ah não? Engraçado, nunca ouvi a dizer que você é boa em química...
- É que eu já estudei, . – ela fez uma pausa, depois olhou pra mim – Você está estranho, o que foi?
- É que ser usado e feito de palhaço não é lá muito confortável, sabe!
- Do que você está falando?
- É óbvio que você não precisa estudar pra química, porque você DÁ para o professor!
- Pirou, ?! Que maluquice é essa agora? – ela se desesperou um pouco e comoçou a olhar para os lados. Com essa reação, não tem nem o que perguntar mais...
- Pára de negar, eu já sei de tudo.
- Como assim? Tudo o quê?
- Olha, a não teve culpa, tá?! Ela não sabe que nós ficamos... eu estava lá e ela resmungou alguma coisa, fiquei curioso quando pensei ter ouvido algumas palavras como ‘ocupado’, ‘’ e ‘salinha abandonada’ na frase dela. O resto você já sabe, pressionei e ela me contou.
- ... é verdade, mas eu não queria que você descobrisse assim.
- Ah, é? E queria que eu descobrisse como então? Pegando vocês dois juntos? Ah claro, pra eu me machucar mais... só que isso ia ser meio impossível já que o otário aqui mora um tanto LONGE e só vem nos finais de semana, quando você não está na escola, seria perfeito manter dois idiotas assim por um tempão, não acha?!
- Pára de falar assim, tá bom?! Eu ia te contar!
- E ia fazer isso quando? Depois de aproveitar mais um pouquinho de mim? – comecei a me sentir uma mocinha!
- Eu estava tomando coragem... você não imagina como eu me senti mal nesses últimos dias porque eu gosto de você! Ficar com você me deixou confusa.
- Confusa o suficiente pra me enrolar ao invés de contar a verdade... Mas tudo bem, pode ficar com o seu professor. Não se preocupe comigo, não vou espalhar seu segredo! – caía uma lágrima no rosto dela e eu não estava mais com paciência para aquilo. Me levantei e saí antes que ela falasse mais.

Stop 's Flash Back

O grupo, agora de oito pessoas com a chegada de , se ajeitou pra conversar sentados no chão da sala. Não queriam sentar no sofá pois havia manchas de chocolate em suas roupas!
- Até que conseguimos deixar mais limpo do que estava antes! – olhava ao seu redor – Pena que eu esteja completamente moída! – e se jogou no colo da pessoa ao lado, que por acaso era o . Ele ficou alisando o cabelo da garota e perdeu a total noção do mundo. ‘Sério, eu podia passar o resto dos meus dias alisando o cabelo da !’ ele pensava enquanto sorria bobo ao ver que ela já estava quase dormindo no colo dele.
estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de , que estava ao lado de . Formaram uma rodinha, e vendo os amigos em círculo, teve uma idéia.
- Dudes, vamos jogar?
- Ah não, ! Verdade ou desafio de novo não! – protestou, nessas brincadeiras ele sempre acaba tendo que fazer coisas que nunca faria.
- Por que não?! – insistiu.
- Porque isso é brincadeira de adolescentes... – falava de braços cruzados mas o telefone começou a tocar.
- Espera, vou atender essa jossa... – ele se levantou, caminhou até o canto da sala e pegou o aparelho – Alô?... Oi! NÃO TEM VOZ NÃO, PORRA?! – e desligou o telefone.
- Nossa, o que aconteceu? – falou se levantando sonolenta do colo de , ela estava quase sonhando já.
- Eu atendi e ninguém disse nada. Malditos trotes! – respondeu erguendo os ombros.
- Pega o número e liga de volta?! – falou como se fosse uma idéia óbvia.
- Claro! Vamos zoar com eles agora! – se levantou e foi animado esfregando as mãos pra perto do telefone. O número de onde receberam a ligação já estava sendo discado e começou a chamar, então pôs no viva-voz.
- Uma... duas... três... ninguém vai atender, cara! – contava os toques impaciente.
- Espera aí... é impressão minha ou eu estou ouvindo um barulho de telefone tocando? – perguntou e olhou pela janela aberta da sala. Todos olharam pra ela e em seguida voltaram seu olhares para a janela também. deu alguns passos pra se aproximar da janela, em poucos instantes, estavam todos juntos ali no maior silêncio prestando atenção no toque do telefone, que parecia muito vir da casa da frente, sincronizado perfeitamente com o barulho das chamadas no viva-voz. Os dois sons pararam ao mesmo tempo, como se alguém tivesse atendido e desligado em seguida. Todos ali se entreolhavam estáticos enquanto ouviam o ‘tu-tu-tu’ no viva-voz, perceberam muito bem que o telefone tocava mesmo na casa da frente! Foram dando passos pra trás, se afastando devagar e fechou os vidros da janela com cara de assustado. Se virou para os amigos, que permaneciam em silêncio e levou as mãos à cabeça.
- Ah não, essa casa de novo!
- O-o-o telefone estava tocando lá?! – apontou e olhava fixamente pra janela, como num estado de choque.
- Não pode ser... – falou pensativo.
- Ué, gente! Era lá mesmo que estava tocando, naquela casa ali da frente que estava com as luzes apagadas! Não entendi o porquê de tanto espanto! Vizinhos folgados passando trote tem em todo lugar... – falava sem entender aquelas caras preocupadas que todos faziam.
- Seria normal SE TIVESSE ao menos UM vizinho folgado lá! – respondeu mas ela continuou com aquela cara de quem não estava entendendo ainda.
- , meu frapêzinho de chocolate! Presta atenção... – olhava pra ela como se fosse explicar algo à uma criança de três anos – É uma longa história, mas resumindo, não tem ninguém naquela casa porque o homem que morava aí foi assassinado, quatro meses atrás.
- O QUÊ?! OMG! – se assustou e agarrou a primeira criatura que encontrou ao seu lado esquerdo, era .
- Ai, está me sufocando, cacete! – depois de algum sacrifício, se livrou do sufoco e ainda desesperada grudou na pessoa do seu lado direito, que era . apenas revirou os olhos, provavelmente sentindo mais uma pontada em algum de seus órgãos internos...
- Estamos ficando loucos, dude! Como pode sair uma ligação de lá, se ali não mora ninguém?! – , que ficou até agora calado, se pronunciou.
- Estou começando a me assustar! Isso foi igualzinho aquela cena de A Casa Monstro!– falou olhando pro nada e olhou pra ela surpresa.
- Você está começando a se assustar?! CARALHO, EU JÁ ESTOU EM PÂNICO! Com certeza não vou conseguir dormir! – ela cruzou os braços e se encolheu no meio dos ombros.
- Calma, , pode dormir no meu quarto se quiser. – se aproximou, passou um braço pelo ombro dela e lhe beijou no topo da cabeça.
- Hmmmm... – e riram maliciosos. ficou só observando.
- Hey, seus pervertidos! Não tive segundas intenções, tá?! – lançou um olhar de reprovação aos dois que ainda riam.

Capítulo 10 – Os opostos se distraem, os dispostos se atraem

, e passaram em suas casas pra tomar banho, trocar de roupa e pegar alguns objetos pessoais, tipo escova de dente, pasta, etc e tal. Depois voltaram pra passar a noite na casa de e assim proteger as meninas assustadas. Colocaram dois colchões de casal no chão da sala entre os dois sofás pra todo mundo dormir ali e ninguém ficar com medo.
- Vai caber todo mundo aí? – perguntou de um jeito meio fresco apontando pros colchões.
- Claro que cabe! Mas se você preferir... Pode ir dormir sozinha lá no seu quarto. – brincou e ela negou com a cabeça freneticamente na mesma hora.
Ficou um colchão para três garotos e o outro para as três garotas, sendo que dormiu num sofá e no outro.
Já passava das quatro horas da madrugada quando acordou num susto porque pensou ter visto uma luz azul piscando na sala. Ela ergueu o tronco e ficou por um tempo sentada no sofá, observando os outros dormirem nos colchões. ‘Foi estranho! Quando eu abri o olho foi como se uma luz que estivesse iluminando a sala inteira e tivesse se apagado bem rápido! Deve ter sido algum delírio meu, afinal eu tava dormindo né... Vou tomar água. Ah não! Antes preciso ir fazer xixi!’ Pensando nisso, ela se levantou e foi ao banheiro do primeiro andar. Enquanto ela estava lá dentro, também acordou e foi direto à cozinha.
- OMG! – se assustou ao entrar na cozinha e ver alguem lá. Mas se acalmou logo, ao perceber que era só o – você me assustou, não sabia que estava acordado!
- Ah, eu acordei de repente com sede... E você, tá conseguindo dormir ou ainda tá com medo da casa monstro?
riu um pouco com a pergunta e comentou sobre o incidente da luz que ela pensou ter visto. Os dois conversavam baixinho agora, mas já havia acordado com os gritos iniciais de ao se assustar com . Continuou deitada no colchão de olhos fechados, apenas ouvindo os sussurros e algumas risadinhas.

- Eu também já fui acordado por uma luz... – contava depois de ouvir a história de .
- Hum?
- É, os meninos estavam tirando fotos de mim dormindo porque eu tava babando!
- Ergh! – os dois riram e continuou contando as brincadeiras idiotas que eles gostavam de fazer quando alguém estava dormindo no ponto. Ouvindo as várias risadas baixinhas vindas da cozinha, passou a imaginar o que eles estavam fazendo lá sozinhos, no escuro, e ficou triste sentindo o estômago pesado. ‘Ah, ele não muda mesmo...’ Pensou e depois abriu os olhos um pouco pra olhar os dois sofás e confirmar se eram eles mesmo. Após ver o sofá atrás dela vazio, percebeu que o braço de “repousava” sobre seu estômago! ‘Bem que eu tava sentindo um peso extra aqui...’ Pensou enquanto retirava o braço de cima dela com cuidado e voltou a fechar os olhos, dormindo tão rapidamente que nem viu se demorou para e retornarem. E isso não demorou muito, logo voltaram, mas agora foi ao banheiro antes de se deitar. estava se ajeitando no sofá, quando olha de relance para a janela e vê num cantinho uma cabeça que some rapidamente. Ela fica paralisada com as mãos na boca e os olhos esbugalhados. retorna do banheiro e estala os dedos na frente do rosto dela.
- Hey, você tá bem?
- – ela olhou pra ele ainda com os olhos asustados e a voz falha.
- O que foi? – ele perguntou num tom de voz calmo e baixo.
- Tinha alguém na janela!
- Espera. – ele então foi observar, não viu nada e voltou.
- Não vi ninguém .
- Mas tinha ! Olha só... Eu tava aqui e quando bati o olho na janela, assim sem querer, eu vi o formato de uma cabeça ali! Aí a “cabeça” se abaixou rapidinho...
- Eu não sei se era isso, mas a única coisa que eu vi foi um cachorro aí na calçada. – ele deu de ombros e beijou a testa da garota, que parecia estar se acalmando agora. Os dois voltaram a dormir em seus sofás.

Amanheceu e nossas crianças foram acordadas logo cedo pelo sol que entrava pelo grande vitrô da sala e batia naqueles rostinhos lindos.
- É muito cedo dude! Que dia é hoje mesmo? Acho que vou pra casa pra continuar dormindo na minha caminha!
- Primeiro: Hoje é quinta! E segundo: Deixa de ser manhoso ! – jogou seu travesseiro nele – Aproveita que já tá todo mundo aqui e vamos ensaiar de uma vez!
- É cara... O Fletch ligou ontem no meu celular, perguntou se a gente tem ensaiado ou se a gente criou alguma música nova.
- Como que é mesmo o nome disso que a gente ganhou por um mês? Pensei que se chamasse F-É-R-I-A-S! – falou ainda deitado e esticando os braços.
- A gente tá de férias dos shows, mas isso não significa que a gente tem que ficar sem tocar ou criar músicas! Nem sei como conseguimos um mês inteiro de férias, geralmente são duas semanas... – falava já dobrando seu cobertor.
- To vendo que meu priminho acordou trabalhador hoje, hein! – se sentou e esticou os braços pra cima, levantando o cabelo junto. , que estava logo atrás dela deitado no sofá, não pôde deixar de ver a tatuagem em sua nuca...

Play ’s Flash Back

- , eu acho que to me arrependendo! – ficou com uma expressão inexplicável no rosto ao dar de cara com as agulhas.
- Relaxa ! Esse desenho é pequeno, vai ser rápido! E eu to aqui com você, pra fazer a mesma tatuagem! Vamos enfrentar juntos, você vai ver! – eu falei cheio de ânimo e acho que consegui encorajá-la um pouco. A é medrosa de tudo, mas está sendo obrigada a fazer uma tatuagem!
- Maldita a hora que fui apostar com você ! – ela bufou e eu ri da cara bravinha e bonitinha que ela fazia.
- ! Olha bem pra mim, – segurei no ombro dela e a olhei firme – a gente vai passar por essa juntos! Vamos tatuar o mesmo desenho! Você na nuca e eu no peito. Daqui alguns anos, isso vai ser uma puta recordação que teremos um do outro! Não acha?
- Não tem um jeito menos dolorido pra gente se lembrar um do outro?
- Não vai doer tanto , eu garanto! Pode começar moço... – olhei pro tatuador e ele mandou se deitar de bruços e tirar o cabelo do pescoço. Dei minha mão pra ela e antes mesmo de começar a ser tatuada, ela já apertava como se estivesse num parto! Achei que fosse ficar sem mão naquele dia.

Stop ’s Flash Back

permaneceu no sofá por um tempo, lembrando do dia que levou pra fazer a tatuagem que ele acabara de ver em seu pescoço.
Com exceção dele, todos se levantaram para ocupar os... (leia brigar pelos) banheiros da casa.

PÓC-PÓC [n/a: sim, esse é o som de batidas na porta hushuahush]
- Errr... Eu não sei quem é que tá ai dentro, mas já tá ai há vinte minutos e tipo eu preciso MESMO fazer xi... – interrompeu a fala quando viu quem abriu a porta – !
- Oi . – os dois ficaram se olhando e ela até esqueceu o que ia fazer no banheiro.
- Oi... – respondeu e olhou pra baixo.
- Tudo bem?
- Uhum. Você?
- Também... – ele fez uma pausa, queria muito perguntar uma coisa, mas não sabia se era a hora. – Você ainda não contou por que tava chorando no telefone.
- Ahn... – ela engoliu seco, não queria falar do Chris pra ele – Nada, eu só descobri que não passo de uma perdedora, só isso... – afirmou parecendo calma.
- Hum... E o que foi que você perdeu para ser uma perdedora?
- Meu tempo... Talvez, algumas chances de ser feliz também. Mas pra que quer saber?
- Por nada... Pode usar o banheiro, você queria fazer um , não é?
- O quê?!
- Quando eu abri a porta, você dizia quero fazer...
- Ah tá! – lembrou do que estava falando – Não seja bobo ! – e deu um tapinha no braço dele.

O dia passou rápido e agradável. Os meninos ensaiaram na presença das garotas, que assistiram comendo pipoca, se divertindo e babando neles, claro!

Nesse clima de diversão o tempo simplesmente vôa! Dez dias passaram voando e já foi tempo suficiente para acontecer algumas coisas! Felizmente não tiveram mais sustos com a casa da frente. Dois dias depois da chegada de , na sexta, foram todos ao cinema. Ela ficou com e isso resultou numa senhora fossa para , por ainda gostar dela. Começou a escrever músicas com mensagens melosas e emos como “Dói ter que saber que eu não fui nada pra você” etc e tal... Mas percebeu que ficava estranha e quieta quando todos começavam a ensinuar que ele pegava a prima, . Essa foi a luz que acendeu no fim do túnel de . Começou a tornar mais freqüentes aquelas ‘brincadeirinhas inocentes’ com , que tanto davam o que falar. Quando estavam na presença de todos, ele sempre fazia alguma coisa com ela, bagunçar o cabelo, fazer cócegas, carregá-la montada em suas costas pela casa, dizer que vão se casar se por acaso ficarem encalhados, dar mordidinhas... E a cada uma dessas ceninhas felizes, todo mundo tinha mais certeza que eles tinham alguma coisa mesmo. As reações de diante dessas situações eram positivas para , porque ela ficava emburrada! Mas não foi só que sentiu seus pulmões pegando fogo de raiva ao ver e dividindo os fones de ouvido, ela sentada no colo dele e os dois cantando cantando Fall Out Boy “Sitting out dances on the wall, trying to forget everything that isn't you, I'm not going home alone cause I don't do too weeeell!” na maior animação. também se sentia numa chuva de canivetes a cada situação dessas. ‘Você tá ferrado ! Você ainda gosta dela, depois de tantos anos ainda sente um sei-lá-o-quê por ela que te machuca toda vez que a vê com o . Parece que eu voltei aos tempos de escola, quando ela dizia que tava com alguém era assim mesmo que eu me sentia. Um completo loser. Droga...’ pensava enquanto caminhava pela rua com as mãos no bolso do moletom e olhando pro chão. Até que se topou com uma pessoa que andava em sentido contrário, também distraída.
- Ai , desculpa!
- Eu que peço desculpas ! Eu tava viajando!
- É... Eu também! – ela respondeu e sorriu fraco.
- Você tava indo pra onde?
- Adivinha!
- Sorveteria?
- Uhum!
- Nem tá tão calor, mas eu já percebi que você não vive sem uma sorveteria, não é?
- Yep! Quer ir comigo?
- Ahn, é que eu tava pensando em ir ao parque logo ali... Por que você não vem comigo até lá?
- Bom... Lá vai ter algum tiozinho vendendo sorvete?
- Suponho que sim.
- Então ta! – abriu um sorriso maior e começou a caminhar junto com ele. Foram andando quietos, provavelmente continuaram cada um em suas viagens durante o caminho. Quando chegaram, escolheram alguma árvore e sentaram na sombra que ela fazia.

, e estavam largados no sofá assistindo algum episódio repetido de Desperate Housewives com aquelas caras de tédio-pós-almoço... A campainha tocou e foi animada atender, mesmo sem saber quem era.
- Oi !
- Oi ! – falou e foi cumprimentá-la com um beijo na bochecha, mas por um “acidente” o beijo saiu quase na boca, o que os deixou um tanto sem graça.
- Err... Quer entrar? O tá ali, jogado no sofá.
- Não, deixa ele jogado lá mesmo! Na verdade era você que eu queria ver... Quer dar uma volta?
- Yep! Vou calçar um tênis, espera um pouco!
- Ok... – subiu as escadas e foi entrando na casa, chegou na sala e viu e numa briga besta pelo controle da TV. – Hey crianças! Não briguem!
- Oi ! Você não morre tão cedo, a tava falando de você agora há pouco! – afirmou e o olhou de canto de olho.
- Sério? O que ela falava?
- Que ela te acha gostoso, mas você tem mau hálito e CC! MUAHAAHAHAH
- seu tosco! – lhe deu um tapa na cabeça – é mentira , a gente nem tava conversando nada...
- ... Você não sabe brincar! – lançava o ‘olhar mortal’ pra ela – E me dá esse controle vai, tá me dando nos nervos essas donas de casa que estão mal comidas porque seus maridos são impotentes!
rolou os olhos vendo que os dois voltavam a disputar pelo precioso controle, viu que já vinha e sorriu meio bobo quando ela se aproximou e segurou a mão dele.
- CRIANÇAS! – ela gritou fazendo e pararem como estátuas – Mamãe e papai vão sair, não derrubem a casa amores!
- Hey , acho que nós somos adotados! Nossos pais são da nossa idade!
- Ohhh não! Eu sou adotado! Eu sempre desconfiei que sou muito bonito pra ser filho dele – começou a gritar como se estivesse chorando com as mãos no rosto.
- Vamos , esses dois parece que estão com quatro anos hoje!
- Humpf... Já é um progresso, o geralmente parece que tem dois! – Assim que falou, o acertou com uma almofada. o puxou e os dois saíram correndo antes que jogasse mais almofadas, ele é dono de uma ótima pontaria!
- Ainda bem que você me salvou desses dois! – falou sorrindo enquanto encostava a porta da casa de .
- Quero só ver quando eles casarem... – comentou, os dois se entreolharam e deram risadas.

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- Sabe... To te achando meio pra baixo esses dias, não sei se é impressão minha. – começou o assunto e o olhou. Ela carregava um olhar meio vazio.
- Não é impressão...
- O que aconteceu? Estamos de férias! Era pra estar pulando, não acha?
- Acho! Mas não posso fazer nada ... É mais forte que eu.
- Se estiver precisando de alguem pra desabafar, estou aqui.
- Isso é o que eu mais preciso! Tá tudo guardado aqui e eu sinto que posso explodir a qualquer momento se continuar assim.
- Pode falar pra mim! Mas eu cobro por minuto, tá bom?
- Certo! Contanto que não conte pra ninguém...
- Ok! Pode começar.
- Tá bom, vou ser direta. É o .
- Hmm, por que será que eu já disconfiava?!
- Pois é… E ainda dizem que os homens nunca percebem essas coisas!
- Ai querida, você não se toca que eu não sou totalmente homem?! – desmunhecou uma das mãos fazendo virar o rosto pra cima e gargalhar.
- É, que bom, eu sempre quis ter um amigo gay mesmo!
- Então você já arranjou quatro, fofa!
- Não me faça rir !
- Ahn puxa… Pensei que era pra isso mesmo que eu tava aqui!
- É, verdade! Obrigada então por me fazer rir um pouco… Ultimamente isso tem sido difícil! Principalmente quando todo mundo se reúne e eu tenho que engolir seco assistindo o e a se comendo num canto da sala.
- Isso é mesmo difícil dude! Ver quem você gosta com outra pessoa... Parece que vai sair fogo dos olhos, mas como isso não é possível, saem só as lágrimas!
- É , e o pior é que a minha raiva maior não é nem dela, que é minha amiga mas não desconfia que eu gosto do , nem dele também porque ele não tem culpa de se sentir atraído por ela. A maior raiva que eu tenho é de mim mesma. Desde o final do ano passado, quando eu conheci o , não tirei mais ele da minha cabeça! E eu fui besta porque mesmo percebendo que eu sempre acabava pensando nele de alguma forma, não admiti isso nem pra mim mesma. Não contei pra ninguém o que eu sentia e foi isso que acabou comigo! – falava enquanto já dava pra ver o brilho de pequenas lágrimas se formando em seus olhos. ouvia atento e se identificou com a situação toda.
- Te entendo... Te entendo até mais do que eu gostaria!
- Hum? Como assim?
- Eu também dormi no ponto! Só que o meu caso é um pouco mais grave que o seu, porque eu vacilei por anos!
- Sério, você passou ANOS gostando de alguem sem dizer? – olhou pra ele realmente surpresa com isso.
- Yep.
- Eu conheço?
- Sim.
- É a ?
- Uhum.
- Xiii...
- Eu sei!
- É que ela e o ... Err... Você sabe né! É o que se comenta...
- Pois é, e é por isso que eu to mal também.
- Mas por que você deixou passar tanto tempo ?
- Porque eu sou um loser. Eu sabia que levar um fora dela ia me deixar péssimo e ainda por cima acabar com a amizade. Mas de que adiantou se eu também ficava péssimo do mesmo jeito se soubesse que ela tava com alguem?!
- Estudaram juntos da sétima até o colegial, não é?
- Uhum.
- Durante todo esse tempo, nenhum dos dois demonstrava nada um pro outro? Se a gente gosta de alguém com quem tem um contato todo dia fica difícil, praticamente impossível esconder por tanto tempo, não é?
- É, mas eu acho que o quê eu fazia a deixava com medo de falar... Eu era o maior galinha da escola! – falou e sorriu em seguida se lembrando dos bons tempos.
- E por que você era assim?
- Bom, era legal vai! Tinha muitas gatas naquela escola! – recebeu o olhar de reprovação de e voltou a falar depois – Mas principalmente, eu queria ver se a tinha alguma reação com isso.
- E ela tinha?
- Se tinha escondia muito bem. Perdi a conta de quantas vezes ela me viu com outras meninas e não fez nada.
- Ah mas... O quê você queria que ela fizesse? Desse um ataque? Vocês nem tinham nada, iam chamá-la de louca!
- Sei, mas que pelo menos ficasse sem querer falar comigo ou um pouco brava... mas não, ela aparecia lá na escola no dia seguinte como se nada tivesse acontecido.
- Certo... Então vocês ficaram nessa enrolação por mais de dois anos?
- Uhum, mas pelo menos a gente foi os melhores amigos um pro outro, isso eu garanto!
- Tem certeza que nunca rolou nada? Porque se você gosta, a amizade mesmo que ótima, não é o suficiente! Precisa de muito mais que isso, precisa agarrar aquela pessoa, dizer que ama, enfim... Não sei como vocês se seguraram!
- Isso a gente fazia, só que de brincadeira... Teve um dia que a gente tava sentado na escada, eu tava bem perto dela e eu quase ia beijá-la mas tocou o sinal! Depois daquele dia, se eu não tivesse recebido a notícia que meus pais iam mudar eu ia correr atrás sabe!
- Quer dizer que justo quando você decidiu sair de cima do muro, seus pais resolveram mudar?
- É dude... Foi foda! Aí eu resolvi que foi melhor assim, não tinha ficado com ela ainda e decidi que não queria mais porque sentir falta de uma coisa que você nunca teve é menos doloroso do que sentir falta de algo que você já teve e não tem mais.
- Ounn... Mas então vocês nunca se pegaram?
- É, na minha festa de despedia a gente dançou e se beijou depois.
- Hum... Que legal! E depois? Como se resolveram com a coisa da mudança?
- Não resolvemos. Fingi que eu tava bêbado e consequentemente não ia me lembrar de nada depois e nem sabia o que tava fazendo!
- Cruzes ! Por que fez isso?
- Sei lá, acho que pra fugir dessa parte de lidar com a distância e tudo mais!
- Acho que isso pegou mal...
- Ah, que seja... Cansei desse papo! Hey, você não queria tomar sorvete? Olha o tiozinho passando. – os dois se levantaram do chão e caminharam em direção ao homem com carrinho de sorvete.

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e almoçavam no shopping depois de terem feito compras. ria de todas as coisas bestas que fazia e acabava por imitá-lo. Resultado? Realiza... Duas criaturas bebendo coca-cola e arrotando à mesa, no meio de uma praça de alimentação lotada! Todos olhavam pra eles, mas não estavam nem aí.
- Pô , assim não tem graça! As meninas costumam ficar tão bravas com isso!
- Hey! – olhou pra ele com um sorrisinho maléfico, ela adorava simular brigas – Quer que eu fique brava? Você ainda não me viu irritada, EU VIRO O DEMÔNIO! – ela disse com a voz já se alterando de mentirinha, claro, e percebeu, entrando na brincadeira
- Como assim? Do que é que você tá falando? Quantas vezes eu vou precisar repetir que não te traí com a Tracy?! – ele falou um pouco alto e fazendo gestos espalhafatosos.
- Ah! Mas o quê aquela periguete tava fazendo com seu celular hoje de manhã, hein?!
- V-você me ligou hoje de manhã?
- Liguei! E aí, vai me explicar ou não, Reginaldo Carlos?
- Erm... É que eu achei que tinha perdido ele! – respondeu se prendendo pra não rir do nome que acabou de ser chamado.
- Sim, agora vai me dizer que aquela VACA da Tracy achou pra você, não é?! – ela também fazia gestos escandalosos.
- Acredita em mim, Fátima Teresa! – jogou seu olhar meigo de macaquinho pedindo bananas e abaixou a cabeça rindo de seu novo nome. A essa altura, todos já olhavam pra eles.
- Só se você MATAR aquela Tracy pra mim e me trouxer o coração dela até AMANHÃ! – é, as pessoas das mesas ao redor se assustaram um pouquinho!
- Claro! Minha bruxa da Branca-de-Neve!
- Ounn, meu anãozinho!
- Hey! Eu to longe de ser um anão, tá bom!
- Eu sei, seu bobo... É só pra entrar no clima!
Eles se levantaram e foram pro estacionamento, ainda sob os olhares de algumas pessoas.
- Fingir essas briguinhas é engraçado! Viu a cara das pessoas?! – falava enxugando algumas lágrimas resultantes do ataque de riso enquanto caminhavam em direção ao carro de .
- E aposto que todos acreditaram, pelo menos no começo...
- É! Mas é melhor a gente sair logo daqui, acho que a qualquer momento pode chegar uma ambulância pra nos levar pro hospício!
- AHAHAHA! Tomara que não apareça nenhuma Tracy sem o coração e assassinada até amanhã pela cidade! – falou sem pensar e riu mais.
- Sem o coração E assassinada? – ela repetia em meio a risadas – Se vai estar sem o coração, como pode não estar assassinada, cabeça de pica-pau?!
- Ah, você já entendeu... – ele sacudiu as mãos no ar – Mas o importante é que não apareca nenhuma Tracy morta!
- AHAM! Por acaso, você conhece alguma?
- Nop. E você?
- Também não... – os dois riram e entraram no carro.
- Hey, por que cabeça de pica-pau? – ele se virou pra ela depois de um tempo.
- Ah, sei lá! Inventei na hora! – ela deu de ombros e ele gargalhou.

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- Tá bom o seu sorvete de pêssego?
- Totalmente! E o seu de melância?
- Mais que totalmente! – falou e riu, os dois caminhavam devagar pelo parque e já estavam no segundo sorvete. Até que soltou um gritinho do nada e parou de andar.
- O que foi?
- Meu olho ! Caiu alguma coisa nele!
- Espera, deixa eu ver. Consegue abrir? – se aproximou e ela abriu o olho que tinha alguma coisa e estava lacrimejando.
- Tá vendo alguma coisa? O que caiu aí ?
- É só um cílio. Ele está prestes a cair e por isso às vezes entra no seu olho, mas acho que se você fechar o olho ao mesmo tempo que arquea as sobrancelhas, eu posso tirar. – assim fez e retirou o cabelinho solto com bastante cuidado. abriu seu olho de novo e aqueles olhos tão perfeitos e que pareciam obra de Photoshop a encaravam muito de perto. se aproximou um pouco mais e pôde sentir seu nariz encostando no dela, as respirações já se misturavam um pouco fortes e nenhum dos dois sabia o que estava fazendo direito. Ambos se sentiam carentes e queriam aquilo, então foram se deixando levar, logo se entregaram a um beijo gelado e com gosto de frutas, as suas línguas já estavam explorando a boca do outro. a segurou pela cintura com um dos braços, pois o outro segurava o sorvete, pousou a mão sobre um dos ombros dele, já que também segurava seu sorvete com a outra mão.

- Olha , um carinha vendendo sorvete, você quer?
- Quero! Será que ele tem de... – parou de falar e parou o olhar num ponto fixo.
- De... de... de quê? – não percebeu que ela estava vendo alguma coisa que fez seu queixo quase chegar até o chão.
- Ali, ! – , impaciente, colocou as duas mãos no rosto de , virando-o para a direção que ela também olhava.
- Wow! Não é o ali?
- Uhum! E ele tá com a , dude!
- Nossa... O negócio deve estar bom ali, hun?! E eu que tinha a impressão que ele era a fim da ...
- Pra você ver! – falou e os dois sorriram, depois começaram a fitar os pés. Vendo a cena de com , queria beijar ali e imediatamente. Mas foi mais rápida e cortou a aproximação dele.
- Err... É melhor a gente ir, eu... To começando a sentir frio. – ela falou quando um vento gelado bateu no rosto, apesar do solzinho que fazia.
- Tudo bem, vamos. – passou um braço pelo ombro dela e os dois foram caminhando sem pressa.

- Obrigada pela volta, gostei de conhecer o bairro – falou quando chegaram na porta da casa do .
- Disponha! Sou o melhor guia turístico de Bedford! – estufou o peito
- Menos, ! Se é o melhor eu não sei, mas é meu preferido!
‘Droga, não sei por que que eu to tão sem jeito... Ninguém nunca me deixou assim antes’ pensava.
‘Pronto, minhas mãos estão geladas mas estão suando! Dá pra entender umas coisas assim? Tem umas mil borboletinhas aqui dentro, se eu sorrir um pouco mais elas podem sair a qualquer momento!’ também pensava enquanto sorria pro menino à sua frente, até que ele chamou sua atenção ao dizer algo.
- Olha, uma borboleta pousou no seu ombro!
Uma borboleta toda branquinha pousou no ombro de , que apenas olhou e sorriu.
- Deve ter saído do meu estômago! – ela pensou alto.
- O quê?
- Não, nada... – sorriu disfarçando o que acabara de falar.
se aproximou dela e encostou o dedo indicador no ombro onde a borboleta ainda estava. Ela passou do ombro da garota para o dedo de , ele então foi movendo a mão bem devagar até parar com o dedo esticado e a borboleta sobre ele, entre os dois rostos que estavam próximos. Fixaram seus olhares na borboleta, que logo saiu voando e deixando o casal a milímetros de distância um do outro. Os dois sorriram se olhando nos olhos, se aproximando mais.
- Acho que ela tava de vela... – sussurou já com seu nariz encostado ao de , que estremeceu e apenas balançou a cabeça devagar numa afirmação. Fecharam os olhos, encostaram seus lábios e , sentindo os lábios macios de , tirou a conclusão em pensamento que poderia ficar ali pelo resto da vida colando sua boca na dele. pôs as mãos de leve sobre cada lado da cintura da garota e contornou o desenho da boca dela com a língua, ela abriu a boca para as duas se encontrarem lá dentro e logo uma já fazia massagem na outra. Os dois sentiam os corações acelerar mais a cada movimento, como se isso fosse possível! fazia carinhos na nuca dele, o que o fez envolver seus braços na cintura dela, puxando-a pra mais perto. Eles pareciam um só agora, de tão juntinhos que estavam! E passaram vários minutos assim, até partirem o beijo sorrindo. Estavam ofegantes e os lábios vermelhos, se aproximou de novo e mordeu o lábio inferior de , que sorriu com a boca presa à dele.
- Te adoro! – ele sussurrou soltando-a.
- Eu também! – ela falou no mesmo tom e rindo.
- Até mais, moça das borboletas! – ele foi se afastando com passos pra trás, de mãos dadas com ela.
- Até mais ver ! – ela sorriu de novo e as mãos dela se soltaram das dele. Quando ela pensou que ele já ia, voltou rápido pra dar mais um selinho nela e saiu correndo e pulando em seguida. ria, mas na verdade era isso mesmo que ela queria fazer também de tão feliz que aquele simples beijo havia deixado-a. Ficou observando se afastar até ele ficar pequenininho, depois entrou em casa e foi direto pro quarto, não viu nem ouviu ninguém, como se ela não estivesse nesse mundo.
e , que estavam sentandos no sofá se entreolharam. Primeiro viram pela janela, passar pulando e sorrindo feito um bambi desgovernado, depois entra com aquela cara de quem tava no paraíso e vai direto pro quarto. Adivinharam o que devia ter acontecido e começaram a rir, felizes pelos amigos.
- Bom, pelo menos alguns conseguem se acertar por aqui, né! – falou ao terminar de rir.
- É... Bom pra eles!
- Uhum... E você só não se acerta também por que não quer.
- Hum? Tá falando de quê?
- Não se faça de besta seu mongol! Eu percebo a cara que você fica toda vez que vê com !
- Ai puxa! Você descobriu meu segredo! Não conta pra ninguém que eu gosto do ! – forçou uma voz feminina pra brincar e fugir do assunto.
- Sério , quantas vezes eu vou ter que dizer que você não pode fugir assim? Você gosta da , e fica aí sofrendo, cheio de ciúmes!
- Eu não tenho ciúme de nenhuma! Não agüento mais você insistindo com isso.
- Você devia me agradecer por eu tentar abrir seus olhos e querer te ver feliz!
- Se você quer me ver feliz então pára de falar que eu gosto dela, até por que ela tá com meu MELHOR AMIGO!
- Não tem nada sério entre eles , você sabe que é só pegação! tá sofrendo, ela precisava de alguém que a ajudasse a esquecer o que ela passou com Chris. Você sabe, já te falei da história...
- Contou porque quis, pensou que eu fosse ficar com pena? Ela mereceu por se envolver com aquele professorzinho!
- Não! Num foi pra você ter pena nem nada... É que eu acho que essa é a sua chance, você não devia deixar passar!
- Chance pra quê criatura?! Já falei que não tem nada entre eu e ela, nunca ia dar certo!
- Por acaso já tentou?
- Não. – mentiu sem olhar pra .
- Então tenta droga! É melhor do que ficar aí com essa cara de mal comido por causa do ciúme que sente toda vez que ela passa por você com o ou com qualquer outro do lado!
- Eu... não... TENHO CIÚME NENHUM PORRA!
- TEM SIM CARALHO, E TÁ ME USANDO PRA FAZER CIÚME NELA TAMBÉM! [n/a: Crianças discutindo... tsc tsc tsc...]
- D-De onde você tirou isso?
- É óbvio, né ? Tá certo que a gente sempre foi próximo, mas ultimamente você tá mais grudado em mim do que minha sombra e principalmente quando ela está por perto!
- Paranóia sua! E quer saber?! RETIRA TUDO O QUE DISSE AGORA!
- NÃO RETIRO PORQUE ESSA É A VERDADE, TÁ BOM?! E JÁ QUE VOCÊ QUER ASSIM, FICA AÍ NA MERDA!

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Enquanto isso, e conversavam ainda no parque. Depois do beijo inesperado, ficou sem jeito.
- Err... Desculpa !
- Imagina , foi bom. Não me arrependo.
- Eu também não, mas é que alguns minutos atrás eu tava falando de outra menina todo triste e de repente beijo você, o que vai pensar de mim?!
- O mesmo que você vai pensar de mim! Eu também tava falando de outro menino, não é? E você beija bem...
- Você também! – a interrompeu.
- Obrigada! Mas como eu ia dizendo, apesar de nós beijarmos bem, isso não apaga o que sentimos por aqueles idiotas! – ela falou e riu concordando em seguida.
- É, infelizmente não apaga nem um pouquinho!
- A gente tava carente por causa daqueles dois bobos...
- Uhum, olha só o que eles fazem com a gente, nos obrigaram a fazer esse sacrifício!
- Né! Mas isso não vai mais se repetir! Até por que, você é gay, certo?!
- Oh é! Tinha até esquecido! O não pode saber que eu te beijei mocréia, senão ele te expulsa da casa dele e termina comigo! – voltou com as imitações de bicha afetada e os dois riram. Depois deram as mãos e foram voltando para a casa do . Mesmo em pouco tempo, conseguiram construir uma boa amizade, principalmente depois dessa tarde, sentiam que podiam contar tudo um pro outro.


Capítulo 11 – Give me more love than I’ve ever had

e davam uns amassos pra lá de nervosos dentro do carro estacionado na frente da casa do . Como o carro não tinha insul-film, quem passava podia vê-los, mas como sempre, não estavam nem aí! se aproximava com e quando viram os dois se agarrando lá dentro, ele sentiu que ela apertou a mão dele um pouco mais forte. então deu um beijo no topo da cabeça dela, em sinal de conforto.
Quando os dois chegaram mais próximos ao carro, e já saíam de lá com sorrisos de coringa que parecia até que foram rasgados ali e com algumas sacolas nas mãos. Os dois casais pararam do lado do carro e se cumprimentaram. ficou surpreso ao ver os outros dois de mãos dadas... Os quatro sorriam, mas o sorriso de era só pra não chorar. ‘Chorar pra que? Só rindo mesmo!’ falava consigo mesma em pensamento.
- AH, VOCÊ NÃO VAI RETIRAR O QUE DISSE? – eles começaram a ouvir os gritos de dentro da casa – ENTÃO EU VOU JOGAR FORA A SUA CANECA PREFERIDA! – pegou em cima da mesinha da sala uma caneca de porcelana rosa e branca decorada com o desenho de um gatinho e o nome ‘’ escrito. Depois correu até a janela da sala e estendeu o braço segurando a caneca pra fora, enquanto continuou olhando pra dentro, ou melhor, pra reação da .
- HEY! DEVOLVA MINHA CANECA, !
- ENTÃO RETIRA O QUE DISSE !
- NÃO RETIRO! E QUER SABER?! PODE JOGAR FORA, FOI VOCÊ QUE ME DEU MESMO... VOU CORRER NA COZINHA E PEGAR A SUA PRA JOGAR TAMBÉM!
- ÓTIMO – ele disse e jogou a caneca sem nem olhar pra fora. Por um azar, ela foi parar na cabeça do pobre , que caiu na mesma hora.
- ! – gritou, fazendo olhar pra fora.
- MINHA NOSSA! – ele levou as mãos pra trás da cabeça vendo o amigo caído.
- Que foi ?! – correu pra janela – OMG! Vamos lá pra fora! – e puxou o primo, que estava em estado de choque.
abaixou perto dele com uma mão tampando a boca e outra sobre o peito, muito assustada. Saía sangue da testa do garoto. A caneca estava caída perto dele e faltava um pedaço. parou o olhar nela, percebendo que começava a ficar com a visão embaçada por lágrimas que se formavam. Não demorou muito e ela viu dois pés parando perto da caneca, olhou pra cima e era desesperado.
- Ai meu Deus, o que que eu fiz?! Matei meu amigo!
- Calma , não foi culpa sua, ok! – o segurou pelos ombros mas também estava em pânico.
- Vamos levar pro hospital, vem me ajuda a pegá-lo e botar dentro do carro. – falou já erguendo pelos braços. Colocaram no banco de trás e prenderam o tronco com o cinto de segurança do banco pra ele não ficar sambando. foi dirigindo e no passageiro, as garotas ficaram em casa esperando, nenhuma tinha condições de acompanhar, estavam todas assustadas. Entraram na casa do e ficaram na sala, de vez em quando alguma delas olhava pro telefone, esperando que ligasse. precisou tomar água com açúcar. desceu e se deparou com as meninas andando de um lado pro outro na sala.
- Hey, o que aconteceu? Estão querendo fazer um buraco no chão da sala do e nem me chamaram? – ela brincou, mas as outras continuavam sérias.
- Você não ouviu nada? – se aproximou dela.
- Não, tava no banho... O que foi?
- E-eu tava aqui na sala com o , a gente entrou numa discussão besta, pra variar, e ele pegou aquela minha caneca que eu trouxe lá de casa e atirou pela janela...
- E aí a caneca acertou o que tava lá fora comigo, e . Por pouco não foi em mim! – completou entre soluços o que dizia.
- E ele se machucou muito? Cadê ele?
- e levaram pro hospital no carro dele. – terminou de explicar e as quatro ficaram esperando juntas.
Quase duas horas depois e nada... As meninas já estavam dando ataques nervosos-ansiosos-agudos-suicídicos{?} e já discava o número do celular do primo, quando viram o carro parar em frente à casa e foram todas abrir a porta.
já não estava mais sendo carregado. Ele caminhava, apesar de parecer bastante sonolento e estar apoiado no ombro do .
- Ele ta bem? – perguntou quando passou com pela porta. que vinha logo atrás começou a contar.
- O médico disse que ele vai ficar bem, só precisa de um repouso. Fizeram os curativos na testa, alguns exames e deram um remédio pra ele dormir.
- Ele vai passar a noite aqui, os pais dele já estão sabendo e concordaram desde que ele volte amanhã pra casa. Me ajuda aqui , pra subir as escadas! – falou e foram deixar no quarto dos pais dele, que era onde ele estava dormindo esses dias, já que lá a cama é grande.
Depois de ajeitar na cama, os meninos desceram pra sala de novo e foi pra casa.
- Obrigado dude! – se despedia dele com uns tapinhas no ombro.
- Não por isso! Qualquer coisa me liga. Vou contar pro o que aconteceu, ele não deve estar sabendo ainda...
- Ok, vai lá... See ya! – ele fechou a porta e olhou para as meninas – Que acham de uma pizza?
Elas concordaram e cada uma foi pra um lado, subiu pro seu quarto pra tomar banho e fez o mesmo, foi ligar pra pizzaria, e foram lavar alguns pratos pra eles comerem.
Uns vinte minutos depois, estava no corredor dos quartos, próxima à escada encostada no corrimão. Esperava sair do quarto, quando isso aconteceu ela sorriu.
- Oi !
- Oi...
- Erm... Quer dizer que você agarra o gostoso do e nem me conta?!
- Hum?

estava dentro de seu quarto, (que é ao lado do da ) prestes a abrir a porta, quando escuta que estão falando do ! Então ela cola seu ouvido na porta e continua ouvindo a conversa no corredor.

- Do que v-você ta falando? – gaguejou e ficou brava com ela mesma.
- Ah ! Pode parar de esconder! Eu te vi no maior beijaço com ele hoje! E aí? Como é o beijo ?
- Erm... – engoliu seco, não sabia se desmentia ou não! Nem teve tempo de pensar nessa questão depois do que aconteceu com . – É que eu não tava esperando... Mas você sabe né, rolou. Foi legal.
- Ai putz! Como assim, ‘legal’?! Você precisa me contar isso com mais detalhes depois! E não pense que vai fugir, huh!
- Ok. A pizza já chegou? To morrendo de fome! Vou comer e depois venho ver o ... – e saiu de perto de antes que perguntasse mais coisas. também já ia descendo as escadas, quando abriu a porta de seu quarto e soltou um ‘psiu’, olhou pra trás e acenou pedindo que se aproximasse. Ela subiu alguns degraus que já tinha descido e deu espaço para que entrasse no quarto. Depois fechou a porta.
- Que foi ?
- Ah... , desculpa eu ter escutado... Mas é que vocês conversaram aqui na frente e...
- Tudo bem , eu já entendi. Então você ouviu né...
- Uhum. Você viu a e o juntos?
- É. Vai ser bom pra ela, esquecer o , já que ele ta com a . Não é?
- É... – ela murmurou concordando em tom de desânimo.
- ?
- O que?
- Eu sei que você e o se conhecem desde antes e panz e que você já gostou dele, mas... Gosta do ainda?
- N-não, não... Eu... – ela negava sacudindo a cabeça rápido e nervosa.
- Ta, não precisa se estressar comigo, eu sei que a minha pergunta foi besta, já que você ta com o !
se sentiu gelar e deixou o queixo cair um pouco, mas quando ia responder, bateu na porta.
- Ow vocês duas, eu sei que estão aí! As pizzas já chegaram, desçam logo!
As duas desceram e se juntaram à , e à mesa.

fez como havia dito, depois de comer foi ver , que ainda dormia pesado. Ela apenas entrou no quarto e deitou ao lado dele... Ficou observando como ele dormia tranqüilamente, parecia que estava tendo um sonho bom, a boca fazia quase um sorriso. E foi assim até que ela pegou no sono também.
Os outros, depois de comer, ficaram conversando na sala, mas não demoraram pra ir dormir. já se preparava pra dormir, mas sabia que não ia conseguir tão cedo porque não parava de pensar em como as coisas sempre acabam iguais. ‘ não muda. Definitivamente. Imagina só?! Pegando a assim do nada... Quer apostar quanto que amanhã no meio de uma conversa ele vai me contar isso? Igual quando a gente estudava... Eu queria que ele se explodisse! O quê?! Não posso ficar sofrendo por ele o resto da vida, né?! Ou você acha que não foi torturoso esse jantar? Ficar olhando pra ali na minha frente, eu queria voar nela, dude! Na minha própria irmãzinha! Não me perdoaria se eu fizesse isso! Até porque ela não tem culpa e...’ Seus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu na porta do quarto. Ela secou uma lágrima que escorria pela bochecha, foi abrir a porta e estava lá.
- Ué , que foi?
- Oi, obrigado por me deixar entrar! – ele riu irônico, plantado na frente da porta.
- Bobo... Entra aí! – ela riu e deu espaço pra ele passar, fechando a porta em seguida.
- Desculpa ter jogado a sua caneca fora!
- Ta, eu também já tratei de quebrar a sua em mil pedacinhos e depois eu tava pensando em comprar um revólver, pra te fazer ajoelhar sobre eles! – ela falou e piscou, fez uma pausa e riu em seguida vendo a cara desesperada que ele fazia – Ok, parei de brincar!
- Você não seria capaz de acabar com a minha caneca como eu fiz com a sua. Prometo que compro uma nova!
- Beleza! Agora me desculpa por ficar te irritando, eu juro que não vou mais falar naquilo... – fez uma pausa e olhou pro teto – Mesmo eu tendo razão!
- !
- !
- Você ainda vai insistir nisso?
- Se é verdade!
- Eu não sou a fim da !
- É sim!
- Não sou! Você ta querendo me atirar pra ela por acaso? E a gente?
- Como assim e a gente, ? Você sabe melhor do que ninguém que esses dias a gente tem ficado algumas vezes, mas não quer dizer nada! – os dois discutiam baixinho, mas queriam gritar de novo.
- Não quer dizer nada? – ele a puxou por um dos braços fazendo os corpos quase se chocarem – Então vê aí se isso é nada! – beijou-a de repente, muito rápido, nem deu tempo pra ter qualquer reação, então apenas se rendeu ao beijo intenso.
sabia que estava se enganando, nunca esqueceu . Durante esses dias que ela estava lá na casa dele, foi quase impossível se comportar normalmente, toda hora tinha que dizer pra ele mesmo que não gostava mais dela... Uma forma que achou pra tentar se convencer disso, foi se aproximar da prima de outro modo. Eles nunca tinham ficado assim antes daquelas férias. Estava sendo conveniente para os dois acreditar que se gostavam de verdade e já tinham esquecido e , mas uma hora a ficha cai sempre.
À medida que o beijo ia avançando, eles iam caminhando com passos curtos e sem pará-lo. sentiu a batata da perna encostando na cama e sentou puxando pra cima dela. Eles se desgrudaram por um segundo pra poder tirar a camisa, mas quando ele ia voltar a beijá-la, teve um momento de raciocínio e o segurou pelo ombro.
- Espera aí dude... – ela disse meio ofegante, os dois estavam.
- Você não quer? Já ficamos algumas vezes e eu confesso que nunca pensei em você dessa forma, mas estou gostando!
- Pára , você sabe que não ta certo! A gente se gosta, mas não é por aí, estamos juntos numa mentira! – ouviu, suspirou, rolou os olhos, ficou em silêncio por um tempo e a encarou de novo.
- Está certo. Você tem razão. O tempo todo você tinha razão.
- Eu não disse! Admite ! Todo esse grude comigo é por causa da !
- É, é! O que você quer que eu diga?! E-eu, eu, sei lá! Assim que eu a vi naquela estação de trem, parecia que eu estava sendo levado por um furacão de memórias, depois de um tempo sem vê-la era como se eu tivesse esquecido tudo o que sentia, mas eu não esqueci porque senão num teria voltado, entende?
- Claro que eu entendo !
- Quando ela começou a ficar com eu achei que fosse ter um troço! E eu nem sei o que foi que me deu, você sabe que eu te amo! Só que não dessa maneira...
- Eu sei! Também te amo besta! – ela riu e bagunçou o cabelo dele.
- Começamos a ficar de repente, foi tão inesperado quanto uma chuva de verão!
- Culpa do aquecimento global!
- Pode crer!
- Acho que a gente meio que se usou simultaneamente.
- Me senti como um loser esses dias e acho que passei um pouco da minha loserice pra você! – e os dois sorriram. Depois encostaram as testas.
- ... Promete que vai enfrentar as coisas ao invés de ficar tentando fugir delas?
- Uhum! E você promete que vai se resolver com seu passado?
- Erm... Meu passado? – ela descolou a testa da testa dele e ajeitou a postura enquanto ele vestia a blusa.
- Quando eu entrei no quarto você tava chorando... O que aconteceu?
- Como assim?
- Eu sempre sei quando você chora, lembra? – ele sorriu e apertou aquele nariz que estava um pouco vermelho, ela rolou os olhos e respirou fundo.
- Não dá pra esconder nada de você...
- É que eu me preocupo com você ! Se você chora eu quero saber quem foi que causou...
- Foi você.
- EU?! QUE FOI QUE EU FIZ? – enquanto ele gritava, ficou rindo.
- Brincadeira, quer dizer, de uma forma indireta, talvez.
- Han? Quer explicar?
- Se você não fosse amigo do , eu não teria reencontrado aquela praga da minha vida!
- Ahn... Mas o que foi que ele te fez?
- Nada. Só o mesmo de sempre. – ela começou a olhar pros lados e queria acabar com aquele assunto porque não gostava de ficar choramingando.
- Então... É aquele garoto que te fazia chorar porque pegava quase todas as meninas da escola né! Por acaso ele pegou outra menina de alguma escola? – ele fez rir mas logo ficou séria.
- Não... Mas isso é passado! O que mais me surpreende é que ainda sofro se fico sabendo que ele pegou alguém! Tem alguma coisa errada comigo , não sou normal! – desabou no choro e abraçou o primo.
- Calma, não é pra tanto... – ele alisava os cabelos dela, que permanecia com a cara enterrada no ombro dele. Depois de um tempo assim, ela se afastou um pouco e disparou a falar.
- É do mesmo jeito que você falou sobre , ! Voltou tudo, até a raiva de mim mesma por ser uma incompetente e medrosa. Me sinto exatamente igual a antes, sem forças pra chegar nele e dizer o que sinto, parece simples porque eu sei que ele também sente, mas ao mesmo tempo não quero ter o por um dia e perder...
- Eu entendo. Vai dar tudo certo, as coisas sempre se resolvem, você sabe!
- Obrigada por tudo, ! E desculpa ter ficado com você só pra ver se tinha esquecido o , mesmo sabendo que não.
- É, eu digo o mesmo...
- Hum... Então você também não consegue esquecer o , huh?
- NÃO! Digo... Ah, você entendeu! Digo o mesmo só que sobre ! – sorriram ao mesmo tempo que encaravam os pés.
- Isso não vai acontecer de novo, né?
- O que?
- Você sabe, a gente ficando, só pra se enganar...
- Não. Isso foi bom porque nós dois somos um casal irresistível! – ele estufou o peito e deu uma piscada – Mas... Não foi a atitude mais correta. Daqui pra frente nós seremos irmãos, pode ser?
- Pode mano!
- Ta bom então, já to indo! Eu to aqui no quarto da porque ela caiu no sono por lá mesmo com o .
- Uhum... Ei ! Você nunca gostou desse quarto aí ao lado! Lembra? Quando você era criança dizia que tinha medo de dormir nele sozinho - lembrava os tempos de infância e os dois riram.
- Verdade, depois que meu padrinho teve um infarto e morreu enquanto dormia lá dentro, passei um tempo sem encarar aquele quarto! – falou e o sorriso dos dois foi desaparecendo devagar.
- Você gostava muito dele... E eu também!
- Sim... Ah, mas isso era bobeira de criança, não tem nada a ver com o quarto em si! – ele fez uma pausa e sua expressão começou a mudar – Aff, bela hora pra você me lembrar disso viu!
- AHAUHUA! Quer ficar aqui hoje? Não tem problema, eu posso invadir o quarto da ou da .
- Não, num precisa. Podemos dormir juntos, somos magros! Não somos?
- É, somos... Mas nada de gracinhas! Na primeira eu te ponho pra fora!
- Não vou fazer nada! Que mania de me julgar, acabei de dizer que somos como irmãos agora, cacete!
- Ta, ta... A gente dorme junto hoje. Só que tem uma condição!

xxx

You count 'em one, two, three
You look so cute when you get that mad
You drain the life from me, and it feels oh so good

The looks you give are so contagious
The way we move is so outrageous
Just let me in, wasting time, just let me in
Lets make it look right

Stay up and get down sleeps just time
Spent wasting time
So get down, get down
Lets make it happen all night


ouvia essa música e ela vinha da cozinha... Quem será que estava ouvindo música na cozinha? Ele foi ver! Chegou lá e dançava de olhos fechados segurando uma colher-de-pau como microfone. Ela parecia não estar notando sua presença ali e num piscar de olhos a garota, que estava com todas as peças de um pijama, de repente ficou só com as pantufas do frajola, a calcinha, que ele pôde ver que tinha um desenho de um sapinho e a camiseta regata do pijama. Nem ele entendeu como de repente ela estava sem a calça, mas gostou do conjunto da obra! Ela se movia sensualmente fazendo ondinhas com o corpo e isso fazia sentir os batimentos acelerando enquanto se aproximava. Depois, derrubou todos os objetos que estavam em cima da mesa e subiu nela, continuando a dançar e cantar em seguida.

You're moving close, my pulse is racing
Wer'e getting close
Yeah i can taste it
I've never done it quite like this
So slow it down now, just slow it down

The looks you give are so contagious
The way we move is so outrageous
Just let me in, wasting time, just let me in, let me in

Stay up and get down sleep's just time
spent wasting time
So get down, get down
Lets make it happen all night


No meio da madrugada, mais ou menos 3 da manhã, acorda do sonho que estava tendo. Dá de cara com , deitada de lado, virada pra ele. ‘Dormindo assim, parece a criança fofinha da mamãe!’ sorriu com o próprio pensamento e tocou o rosto dela de leve achando a pele mais macia que já pudera tocar, ajeitou o cabelo atrás da orelha e isso a fez acordar, ela abriu os olhos devagar e ficou feliz ao dar de cara com sorrindo à sua frente. Tão feliz que abriu um sorrisão e pulou em cima dele pra abraçá-lo. Ficou com a cabeça enterrada no pescoço dele e sentia um alívio por ver que ele estava bem.
- Você matou a gente de susto! – ela falou já se afastando e dando um tapinha leve no braço dele.
- Nossa, desculpa por ter levado uma pancada, juro que foi sem querer! – ele riu irônico e ela sacudiu a cabeça.
- É sério , entramos em pânico vendo sair sangue da sua testa! Se sente bem?
- Uhum... Vaso ruim não quebra fácil babe! E todos nós aqui somos vasos péssimos por sinal! Você viu o , rolou daquela ‘pequena’ escada e saiu ileso! – os dois riram mais um pouco, ele passou os dedos sobre o curativo na testa e pressionou de leve fazendo cara de dor – Dói um pouco aqui ainda.
- Tudo bem, o médico disse que não foi profundo.
- Hum... Acho que eu to com fome! – passou a mão pelo estômago fazendo uma careta, riu e foi se levantando enquanto falava.
- Imaginei que você pudesse acordar no meio da madrugada, guardei uns pedaços de pizza. Estão lá no forno, vem! – ela chegou ao lado dele e estendeu a mão, ele sorriu e a segurou. Precisou de uma ajuda pra levantar e caminhar até a cozinha, pois estava ainda um pouco tonto. Enquanto ele comia pizza, ela pegou uma maçã... Os dois não conversaram durante esse tempo, ou melhor, não trocaram palavras, mas os olhares falavam por si só. De vez em quando olhava pra ela e sorria, mesmo mastigando e retribuía igualmente.

- Hey, aonde você vai? – perguntou baixinho quando chegaram no corredor dos quartos e caminhou em direção oposta ao quarto onde ele estava.
- Vou pro meu quarto... – ela respondeu no mesmo tom de voz, como se fosse óbvio.
- Ah não! Fica aqui! – e ele fez a carinha, aquela carinha de coelhinho da páscoa sendo assaltado que não ia conseguir resistir se ficasse olhando, então desviou o olhar pra tentar ser mais durona.
- Mas e se a for lá de manhã e eu estiver lá ainda? Ela vai pensar o que?
- Ela não vai pensar nada! A gente ta só ficando...
- Mas... mas ela vai ficar brava comigo depois!
- ‘Mas... mas... mas’ – ele a imitou afinando a voz e tentando rebolar – Não complica ! Ela não vai ficar brava, o que eu poderia fazer com você no estado em que estou? Anda vai... Faz o sacrifício de dormir ao lado desse moribundo!
- Menos , você não ta moribundo! – riu e foi caminhando pra mais perto dele.
- Isso é um sim? Você vai ficar aqui? – ele perguntou com cara de criança que acabou de ganhar um Kinder Ovo.
- É... – ela respondeu um pouco tímida.
- YEEEEE! – soltou um gritinho e levantou os braços sem se tocar que ainda estavam no corredor.
- Shhh, vai acordar a casa toda! – tampou a boca dele com uma mão e lhe deu um tapinha no braço com a outra mão. Os dois estavam em frente à porta do quarto e a poucos centímetros de distância um do outro. começou a ficar hipnotizada com aquele olhar sobre ela e foi tirando lentamente a mão que ainda tampava a boca do menino, mas ele segurou o pulso antes que ela terminasse de abaixar e deu um beijo delicado nas costas da mão. Numa fração de segundo, um choquinho gostoso percorreu todas as veias da menina e como se isso não bastasse, chegou bem perto da orelha dela e sussurrou um ‘Obrigado’. sentiu um friozinho percorrer toda a espinha dela até chegar na nuca.
- Imagina, – ela respondeu com a voz falha. Os dois continuaram assim bem próximos, até ouvirem um barulho dentro de algum dos quartos. Afastaram-se num susto e entraram no quarto... estava sem graça ‘Não faça nada com ele! Não chega perto, não olha, não toque nele ! Sendo sério ou não ele ta com a e eu não posso ser tão falsa amiga assim! Tipo vilã de seriado adolescente!’ ela pensava.
- Não vai apagar a luz amor?! – falou com uma voz gay, já deitado na cama e a fez acordar dos pensamentos.
- Claro mona! – ela sorriu, apagou a luz e se deitou como antes, de frente pra ele, mas não muito perto, tinha medo de perder o controle da situação com aquele sorriso de orelha à orelha que ele tinha estampado no rosto.
- Você já chamou alguém com um sonho? – ele perguntou de repente com uma voz baixinha que fez eco na cabeça dela.
- Não, por quê? – ela respondeu estranhando a pergunta.
- Você vai rir... E pode não acreditar! Mas você tava no meu sonho agora há pouco! E aí quando eu acordo você ta aqui na minha frente! Sabe, isso foi... UAU! – ela não pôde deixar de sorrir ouvindo aquilo, lembrou que ele parecia feliz quando dormia, será que foi na hora do sonho com ela?
- E eu fazia o que no sonho? – ela perguntou depois de um tempo sorrindo.
- Estava ouvindo uma música. – sim! Ele escondeu alguns detalhes...
- Que música?
- Conhece The Maine? Count 'Em One, Two, Three.
- Uhum, gosto de The Maine e dessa música, mas ainda prefiro Plain White T’s... – ela afirmou de olhos fechados e sorriu, não demorou a dormir e ele também não, estavam com sono.


- Como será que o está?
- Dormindo numa casa cheia de meninas? Deve ta ótimo! – respondeu a pergunta de . Dez horas da manhã e os dois já estavam na frente da casa do . segurava uma filmadora, queriam acordar o e quem mais estivesse dormindo na casa! Como a porta estava fechada, eles foram entrar pela janela da sala, que viram que estava aberta.
- Ainda bem que não somos assaltantes dude! – comentou enquanto terminava de pular pra dentro, já estava lá.
- Sorte do ... Mas do jeito que ele é relaxado e deixa isso aqui aberto, não vai demorar!
Os dois foram caminhando devagar e ao chegar no corredor cheio de quartos, sorriram um pro outro vendo que todos eles estavam com as portas fechadas, ou seja, provavelmente todos dormiam ainda, um prato cheio para duas crianças felizes com uma câmera na mão!
- Quem vai ser a primeira vítima? – perguntou com um sorriso maligno.
- O ! – respondeu com o mesmo sorriso e esfregando as mãos – A câmera já ta ligada dude?
- Já, desde que a gente tava lá fora ainda!
- Perfeito! – eles conversavam baixinho enquanto se aproximavam devagar da porta do quarto onde ficou, mas ao passar pela porta do quarto onde estava, foram surpreendidos pela garota, que abriu a porta.
- Eii! O que vocês dois fazem aqui? – ela perguntou baixo, porém um pouco irritada.
- Que susto garota! Só porque você ia ser a próxima vítima! – dizia como se estivesse inconformado.
- Hum? Vítima? Estão falando de quê?
- Ele quis dizer a próxima a ser acordada... – esclareceu – A gente tava indo acordar o seu peguete!
- Ahn...
- Vem, vai ser engraçado, estamos filmando! – a puxou pela mão com cara de sapeca.
Chegaram no quarto do e abriu a porta devagar, e vinham logo atrás. Eles entraram em silêncio e fecharam a porta pra evitar de acordar os outros com as risadas. Quando olharam para a cama, se surpreenderam ao vê-lo abraçado a , ela dormia de barriga pra cima e ele com um braço e uma perna jogados por cima dela. olhou de rabo de olho pra mas ela não esboçou nenhuma reação, apenas passava os olhos pelos objetos do quarto, procurando por algo que eles pudessem usar pra assustar os dois. caminhou até a penteadeira e pegou um frasco de perfume, olhou pra e colocou o perfume ao lado do rosto, fazendo um olhar como de quem diz olha só o que eu tenho aqui! gostou da idéia e ela passou o frasco à . Os três se aproximaram da cama, tirou a tampa do frasco e mirou bem na cara do ... e já soltavam risinhos abafados pelas mãos na frente da boca e começou a espirrar perfume nos dois, que deram um pulo e já levaram as mãos ao rosto.
- Mas que caralho! – dizia esfregando as mãos pelo rosto e tentando ficar sentada.
- Vocês são loucos seus merdas? – também levantava sem acreditar naquela maluquice. Os outros três riam como hienas desmamadas!
agora já ria da situação, mas quando viu , diminuiu um pouco o sorriso, afinal, tinha outra menina deitada ao lado dele! percebeu que ele a olhava um pouco tenso e piscou pra ele, que ficou aliviado, mesmo sem entender muita coisa e voltou a sorrir.
- , caiu perfume no seu olho? – perguntou preocupado vendo que a menina não tirava a mão de cima do olho.
- Acho que sim!
- Sério? Desculpa ! – já correu até ela meio desesperado e sentou na beirada da cama.
- AHHHH! – gritou tirando a mão do rosto e começando a fazer cócegas em , que logo deitou se contorcendo e rindo.
- PÁÁÁÁRAA! – começou a fazer o maior escândalo porque pegou o frasco de perfume da mão dele e começou a espirrar nos dois.
- Shhhh! – fez sinal pra eles diminuírem o barulho – Tem mais adormecidos pra gente acordar!
- Ela ta certa! Vamos procurar a próxima vítima! – concordou e se dirigiu com a câmera até a porta do quarto. Os outros o seguiram pra fora e quando chegaram no corredor, o próximo quarto seria o da , mas como ela já estava entre eles, o próximo era o da . Todos olharam pra porta do quarto de e depois se entreolharam com aqueles sorrisos de gremilin malvado! foi do mesmo jeito que da outra vez e abriu a porta devagar, com o resto do grupo atrás dele. Agora a surpresa foi geral... estava lá! A principio, os mais afetados com a visão foram e . Sentiram ao mesmo tempo o teto do quarto caindo sobre eles... olhou pro amigo e tocou no ombro dele, enquanto queria sair correndo mas não podia dar essa bandeira. Todos eles ficaram se perguntando mentalmente se aconteceu alguma coisa ali ou não, mas vendo como os dois estavam, qualquer um diria que não, pois estava de costas pra ele e de frente pra parede abraçada com um gato azul de pelúcia. Enquanto estava virado para a borda da cama, também de costas para e tinha nos braços um porquinho rosa (que fez questão de focalizar bastante!). E estavam com todas as peças de roupa completas e sem sinais de amassado! (Olha que análise profunda! Peritos profissionais!). Ao analisar melhor a cena, tanto quanto se sentiram mais aliviados, não estava parecendo que os dois tinham... err... você sabe, se comido!
- E então, como a gente acorda eles? – perguntou baixinho. Começaram a passear os olhos pelo quarto e o que mais tinha era bicho de pelúcia. abriu o guarda-roupa e deu de cara com uma caixa rosa notável. ‘O que será que tem nessa caixa? , que coisa feia, querendo fuxicar na vida dos outros... francamente!’ ele sacudia a cabeça pra afastar os pensamentos sobre a caixa quando sussurrou pra ele algo que não entendeu.
- Hum?
- , pega logo a vaca da ! – repetiu e ele agora entendeu as palavras, mas continuou sem entender o que ela quis dizer. A menina, vendo a cara que ele fazia começou a rir baixinho e apontar pra dentro do guarda-roupa, ele olhou e viu uma vaquinha malhada de pelúcia. Sorriu idiotamente do que havia pensado e a pegou. Entregou pra , que estendia os braços pra ele e então ela olhou pra , ou melhor, para a câmera e contou até três com os dedos, colocou a vaca perto da cabeça dos dois e apertou a barriga da vaquinha, que começou a se balançar e soltar uma risada extremamente escandalosa junto com uns gritos.
sabia que aquela vaquinha fazia isso pois quando a comprou, ela estava junto. As cabeças de e se bateram por causa do susto que tomaram e os amigos não sabiam se estavam rindo pela risada contagiante da vaquinha ou por eles terem se batido!
- OMFG! – se sentou com as mãos na cabeça.
- Bando de retardados! – e atirou o porquinho que segurava contra o grupo. – Hey, como vocês entraram aqui em casa? – ele perguntou depois olhando pra e .
- Pela janela da sala... – disse simplesmente.
- Zé ruelas – falou fechando os olhos e rindo. também não parava de rir e esconder o rosto.
- Pára de me filmar! Eu acordo horrível!
- OMG, SOCORRO É A SAMARA MORGAAANNN! – falou quando olhou pra ela e fingiu tomar um susto, ela lhe deu um tapa no braço que fez um barulho alto.
- Você é linda todas as horas do dia falou sorrindo e ela corou visivelmente.
- Vamos guys! Ainda falta a ! – falou logo em seguida.
- Precisa ver se ela ta dormindo ainda depois de todo esse escândalo aqui! – falou se levantando.
- Ahh! Você não conhece o sono de PEDRA da ! – falou rindo e seguindo , que já ia em direção à porta. Quando chegaram no quarto da última que faltava, abriu a porta com cuidado e pôs a cabeça pra dentro, fez um sinal de joinha indicando que a menina dormia e abriu mais a porta.
- O que vamos fazer com essa daí? – perguntou esfregando as mãos com um sorriso de abóbora de halloween para a câmera.
- Tive uma idéia! – falou e sorriu maliciosa pra . – Entrega a câmera pra alguém, você vai entrar em ação agora!
não sabia o que ela tinha em mente mas entregou a câmera pra e imediatamente começou a tirar a camisa dele.
- Ei, o que ta fazendo?! – ele sussurrou assustado.
- Calma! Não vou te devorar! Ou pelo menos não aqui na frente deles... Se você quiser a gente pode combinar qualquer dia desses lá na sua casa... – ria e começou a explicar sua idéia – Parei! É o seguinte, você fica só de boxers e deita ao lado dela, quando ela acordar o susto vai ser tão grande que eu aposto como ela vai gritar!
parecia não concordar com a idéia, sacudia a cabeça negativamente enquanto seus amigos sacudiam afirmando e sorrindo. Ele viu que não tinha escolha e começou a desabotoar a calça. E lá estava , só de boxers e morrendo de vergonha.
- Ahh vá , já tiramos a roupa num palco, esqueceu?! – perguntou dando um tapa no ombro dele. fez cara de conformado e subiu na cama. estava na beirada da cama, deitada de lado e de costas para eles. Perfeito para deitar no outro cantinho de frente pra ela... Assim ele fez, deitou e se ajeitou lá mas ela nem se mexeu.
- Falei que ela dormia que nem pedra! – falou rindo pra câmera.
- Faz alguma coisa , passa a mão no rosto dela – deu a idéia.
começou a alisar o rosto dela, rosto que ele considerava o mais perfeito do mundo... Ficou olhando cada traço, nariz, boca, ficou imaginando que podia acordar todo dia ao lado dela! E enquanto ele se perdia nesses pensamentos, começou a abrir os olhos devagar. Primeiro ela sorriu, estava achando que era um sonho! Depois ‘acordou’ um pouco mais e se deu conta que ele tava ali mesmo e SEM ROUPA! Quer dizer, estava com a boxer, mas ela nem teve tempo de reparar nesse detalhe.
- AAAAAAAAAAHHHHHHH! – ela gritou na cara dele e o susto foi tão grande que a fez ir pra trás e cair da cama. Quando estava lá de bunda no chão, olhou pra cima e viu com a câmera na mão, se acabando de rir, junto com os demais que já botavam a mão sobre a barriga de tanto que riam da cara dela.
- Seus cretinos! Filhos da mãe vocês me pagam! – falou se levantando.
- Calma , era só brincadeira! – falou se sentando na cama.
- Você vai ser o primeiro! – ela apontou pra ele e pegou seu travesseiro, começou a dar umas travesseiradas nele, que logo saiu correndo – VEM CÁ FILHO DA PUCCA! – ela foi correndo atrás dele. Os outros só sabiam rir e foram atrás pra filmar!
corria pela casa toda desesperado, só com a roupa de baixo e com uma maluca correndo atrás dele com um travesseiro nas mãos. A essa altura ele já não sabia direito o que estava fazendo, olhou pra janela por onde entrou com e não pensou duas vezes, pulou pra fora da casa esquecendo de um detalhe: ele ainda estava só de boxers.

- VOCÊ TA SÓ DE BOXER! – tentou avisar mas já era tarde demais.

- Oh... my... Gosh – falou serrando os dentes ao se dar conta que estava no meio da calçada só de cueca. As pessoas passavam olhando e rindo... correu até a janela e a fechou, depois ficou rindo e apontando o branquelo lá fora.
- COITADO, ABRE A PORTA PRA ELE ENTRAR! – gritava lá dentro.
- Ah, não... Deixa ele se divertir mais um pouco! – falou com a chave da porta na mão.
- VAI , ANDA LOGO PORRA! – gritou de volta.
- Ei, não foi você que praticamente expulsou ele? Pra que essa pressa toda?
- Porque ta frio!
- Ta bom, já vou abrir... – e foi abrir a porta com bastante moleza, girou a chave com toda a calma do mundo.
- Ai como vocês são cruéis! – falava rindo.
- Vocês uma vírgula! Eu ainda tentei avisar! – se fez de ofendido.
- Ounn tudo bem , então só e são cruéis! Feliz? – ele sorriu e sacudiu a cabeça dizendo sim enquanto ela bagunçava os cabelos dele. Finalmente terminou de abrir a porta e entrou bufando.
- Por que demorou tanto pra abrir? Eu já tava virando ponto turístico lá fora! – ele entrou e junto com ele algumas luzes de flashs.
- Hey! Nunca viram um homem de cueca não? Suas MAL COMIDAS! – berrou para algumas mulheres que se juntavam observando a paisagem, e em seguida fechou a porta.
- Isso foi engraçado cara! – chegou em e eles deram um toque de mãos.
- E você, porque fechou a janela seu cuzão?! – chegou apontando o dedo pra .
- Você não veio acordar a gente? Isso foi uma vingança! – respondeu cruzando os braços.
- E do , ninguém se vinga não? Ele veio comigo!
- Baah, o é só um bobão que todo mundo arrasta pra onde quer... – falou dando de ombros.
- Oww não fala assim dele não! Ele é o mais bonzinho de vocês quatro – protestou e se agarrou a um dos braços dele.
- Ele é um gay! – gritou levantando os braços.
- É ? Que eu saiba, não fui eu que acordei com um PORQUINHO ROSA nos braços hoje!
- Ihhhhh – todos começaram a gritar e apontar pra , que ficou sem graça.
- Foi a que me obrigou! – quando ele falou a menina apontou pra si mesma com cara de ‘interrogação-cínica’ – E eu não quero falar sobre isso! Vamos tomar café da manhã!
- Ta bom , não precisa ficar assim, a gente já desconfiava desde o começo mas não se preocupe... Não temos preconceito! – dava tapinhas no ombro dele enquanto já caminhavam pra cozinha. parou de filmar nessa hora e foi se vestir.

Capítulo 12 – Pegações, Passado e... Chaminés!

- Agora a casa é nossa! – falou da janela quando viu o carro do se afastando na rua. Ele e os outros boys saíram com a desculpa de levar em casa, mas as garotas sabiam que eles queriam chegar lá e ficar conversando assuntos masculinos, tomando cerveja, comendo batata frita e assistindo futebol ou coisas piores.
- Eu espero que tenha leite condensado no armário! – foi correndo abrir os armários da cozinha.
- Se não tiver me fala que eu vou ao mercado e compro! – gritava da sala.
- Vamos ouvir música! – foi caminhando em direção ao aparelho de som.
- Olha o que eu achei garotas! – veio tentando segurar duas latas de leite condensado em cada mão.
- BRIGADEIRO! – esticou os braços pra cima.

ligou o som e a música começou a tocar...

Well I met this girl,
Just the other day
I hope I don't regret,
The things that i said now
And when we're laughing and joking with each oth…

Mas deu pause.

- Pô gente, McFLY? Fala sério! A gente ta NA CASA DO , com os AMIGOS DO invadindo o tempo todo aqui, e assim por acaso eles SÃO OS MCGUYS! Pra ouvi-los tocar basta assistir os ensaios ao invés de usar um aparelho de som idiota, como fazem as outras meras fãs, não acham? [n/a: ta, desculpa aí né! Quem pode é outra coisa hushushusa]
- É, isso... É verdade... – concordou pensativa.
- Ai, os ensaios... toca tão bem... – suspirou e pensou alto, pra variar.
- Hum? – .
- Como? – .
- Mas hein? – .
- Ahn... O quê? Eu falei que o toca muito, por que? O que é que tem? Por acaso é mentira?
- Calma , é por que todos eles tocam bem e não só o ! – explicou e sentou ao lado dela no tapete da sala.
- É que o é diferente... Às vezes ele olha pra mim e sorri, é tão bonito! Me causa umas sensações que nem sei explicar! – falou com a voz suave e um risinho besta já brotava em sua face. As outras se entreolharam e voaram pra cima dela num montinho desajeitado.
- CARAÍÍ TO SEM AR! – soltou um grito abafado e as meninas saíram de cima dela.
- Mas vem cá... Eu me lembro que você falou que nem tinha gostado de nenhum dos meninos! Mudou de idéia foi? - se ajeitava de novo no tapete.
- É que na verdade, eu só tinha olhos pro Dean, era o meu G.S.A... [n/a: Gato Só pra Admirar hauhua]
- OHHH EU SABIA! EU SABIA! O VIZINHO GOSTOSO DO QUE VOCÊ FALAVA SEMPRE!
- PUTAKEUPARIU ! Vai ressuscitar uma múmia ao invés de gritar no meu ouvido cacete! - se incomodou com o entusiasmo de berrando ao seu lado.
- Ele já te viu também ou só você que ficava pasmando em cima dele? – perguntou, interrompendo a guerrinha de tapas entre e .
- Erm... Sim. – afirmou meio sem graça enquanto as outras fixavam seus olhares nela. – Logo no primeiro dia que eu cheguei aqui, eu já o vi pela manhã, o pai estacionou o carro aqui na frente e o Dean parecia estar vindo da padaria... Ele passou com um sorriso lindo e me olhou de cima à baixo!
- Como foi que eu não vi isso? – cruzou os braços.
- Estava muito distraída conhecendo . – ficou com as bochechas vermelhas e as outras prenderam um riso. continuou a falar – Então no dia seguinte eu fui fazer uma caminhada e acabei encontrando o cachorro do Dean.
- Hey o homem ta morto! Não fala assim dele! – jogou uma almofada em .
- Não besta! Falei do cachorro de verdade mesmo, o Dean tava levando pra passear, mas acho que se soltou e não sei por que, veio justo até mim! Por sorte não me atacou... Aí o Dean pegou o cachorro e nós começamos a bater papo! No dia seguinte nos encontramos lá de novo e ficamos conversando enquanto andávamos, no outro dia a mesma coisa e até que no meu último dia por aqui, ele me deu um beijo.
Nessa hora as meninas sorriram e abafaram gritinhos gays com as mãos à frente da boca.
- Nem precisa essa animação toda, eu detestei aquele beijo! Sabe quando você não sente nada? Eu não gosto de falar de quem já se foi, mas ele beijava mal! Sei lá, ele tinha a língua meio grande e atrapalhada demais, acho que ele poderia alcançar meu útero com ela!
- Sei... Por cima ou por baixo? – soltou a piadinha e depois de alguns segundos "assimilando o contexto" todas estavam gargalhando.
- PORRA , VAI TOMAR N****! – jogou de volta aquela almofada.
- Desculpa, eu tive que soltar essa! – falou meio embolado pelo riso – Vai, pode voltar a contar aí!
Elas se levantaram quando lembraram que iam fazer brigadeiro e continuaram conversando à caminho da cozinha.
- Ok, o fato é que eu detestei. O que não quer dizer que ele deixou de ser lindo! O Dean era mesmo um tesão, mas só pra olhar porque o vale por 50 mil Deans!
- Então você e o zinho... Ta rolando algo aí?
- Claro né ! Fiquei com ele ontem. Primeiro a gente passeou pelo bairro e foi tão perfeito... Eu já tinha ficado com ele uma vez, mas eu insistia em repetir pra mim mesma que não tinha significado nada, nem contei pra ninguém.
- Quando foi que vocês ficaram a primeira vez?
- Foi antes de você chegar, . Foi por causa de uma aposta besta lá que o fez. Antes de beijar o eu achei que ia ser normal, mas depois eu comecei a passar os dias aqui imaginando como era cruel olhar pra ele e não poder beijar de novo! Eu juro que não sentia nada por ele até provar o beijo , ou se sentia, não sabia! Foi completamente diferente do beijo com o Dean, eu pude sentir meu coração levando choquinhos...
soltou um risinho de canto de boca e lembrou de quando viu os dois juntos na sala. Todas elas ficaram felizes porque, pensando bem, os dois tinham muito em comum e tudo pra dar certo.

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- AHAHAHA nem com quinhentos anos de malhação você ia ficar um Rodrigo Santoro da vida! – ria apontando pra , que havia acabado de comentar que ia passar mais tempo na academia pra ficar tipo o Rodrigo Santoro. apenas deu um pedala e ele parou de rir imediatamente.
- Ouch! Vê se isso é jeito de tratar alguém que estava no hospital! – fez cara de “Ooooh, I can’t believe” enquanto passava uma das mãos na cabeça e deu um tapa no braço do amigo.
- Ahw – suspirou se jogando no sofá e abrindo uma lata de cerveja – Aquelas meninas devem estar derrubando a casa toda! Mas eu não vou ligar dessa vez, elas que arrumem depois!
- Por falar nelas, como é que vai o seu rolo com , ? – foi se sentando numa poltrona e tomou um gole de Red Bull.
- Não sei, eu acho que a gente não vai ficar mais. Ela gosta de outro. – Quando terminou a frase, se engasgou com sua cerveja e todos ficaram olhando pra ele.
- Calma eu to bem, eu só engasguei.
- De quem ela gosta ? – desviou o olhar de para .
- Não vou falar porque não tenho certeza.
- Pô, que chato cara. – dando tapinhas nas costas dele.
- Não... Ta tudo bem! Só falta a gente conversar agora. Foi melhor assim, sabe a gente se identificou muito porque ela é uma cópia minha em versão feminina e cara... Não quero andar com uma cópia minha pra cima e pra baixo porque eu sou muito panaca às vezes!
- Ainda bem que você reconhece! – brincou .
- Quando a gente foi te acordar e você tava com a , pensei que ela fosse fazer um barraco! – lembrou rindo.
- Quando eu a vi ali também gelei, mas sabe o que ela fez? PISCOU pra mim! – também ria enquanto contava.
- E o que foi aquilo afinal de contas, hein ? Você com a ? – perguntou e teve a impressão que ele estava bravo.
- Olha e-e-eu também não sei cara, quando eu acordei ela tava lá!
- CALMA , NÃO VÁ FAZER NADA COM ELE, O É SÓ UMA CRIANÇA E DEPOIS VAI FALTAR UM CARA NA BANDA E... – sacudia pelos ombros se fazendo de muito assustado.
- PÁRA DE ME BALANÇAR CARALHO! Aff! Só tem louco! Por que eu ia fazer alguma coisa com ?
- Bom, eu achei que você tivesse ficado com ciúmes – coçou a cabeça confuso.
- Ciúmes ? Da ou do ? – perguntou rindo
- De ninguém! Nem sei do que esse lunático está falando.
- Só perguntei porque eu e a te vimos pegando a .
- O QUÊ? VOCÊ PEGOU A ? – agora foi que se assustou e quase engasgou, mas voltou a falar num tom de voz mais aceitável quando viu que os amigos (e até ele mesmo) estranharam aquela reação – Erm... Quando foi isso?
- Aah aquilo... Não ta rolando nada entre a gente, foi uma vez só.
- Não quero saber de ninguém zoando as minhas primas, ouviu ? Já te falei isso no outro dia! – olhou pra com olhar de vilão da novela das nove e em seguida pra , que engoliu seco. Todos tinham um medinho de e seus olhares cortantes! Podia ser a coisa mais besta e sem importância, mas quando lança os olhares mortais, nenhum deles contraria...
- Sossega ta ! Já tem alguém que a é muito a fim e não sou eu.
- Quem dude? – se aproximou parecendo interessado em saber.
- Você não contou da , então eu também não conto dela!
- , você ta muito interessado em saber da vida da , o que foi? – perguntou
- E-eu... – ele gaguejou um pouco e os outros perceberam uma tensão no ar.
- Anda , se gaguejou é por que vem coisa! – se levantou de onde estava sentado e foi caminhando até , que já estava de pé e começou a dar passos pra trás. e também se levantaram de seus lugares e foram ajudar a encurralar contra a parede.
- Não precisa ter medo , já falei que não tenho nada com ela.
- Medo? De vocês? Imagina! Só três loucos avançando em cima de mim! – sorria irônico e nervoso, a parede já estava chegando atrás dele que ficaria sem saída.
- O que é que tem demais em dizer, ? Se você prometer que não vai ser um canalha com minha prima a gente até te dá uma mãozinha!
- Ok, se afastem seus marmanjos fedorentos! Senão eu grito! – estendeu os braços com as palmas das mãos voltadas pra eles. Os três riram e ficaram parados esperando falar alguma coisa.
- Tipo... Não é que eu esteja gostando dela, mas é que sei lá, ela sempre é tão atenciosa comigo que eu até sonhei com ela!
- E como é que foi esse sonho? – sorriu malicioso.
- Ela tava dançando de biquíni cara! E sem a parte de cima... – Sim! Ele aumentou alguns detalhes.

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...
Whenever you get this way
Just getting up for the let down,
Mmm here they come and they're here to stay
Just getting up for the let down
...

colocou outro CD pra tocar quando retornaram para a sala, ainda contava sobre e seu sorriso parecia aumentar a cada minuto.
- Aí foi isso... A borboletinha sentou no meu ombro, foi tão lindo! – contava para as outras que estavam sentadas no tapete numa rodinha e já tinham seus potes com chocolate e colheres em mãos.
- É, bem que eu vi! Eu tava aqui na sala com o e o passou correndo, a gente viu pela janela, foi tão engraçado!
- Por que vocês começaram a discutir afinal de contas? – perguntou parecendo mais interessada na colher de brigadeiro à sua frente do que na conversa.
- Porque eu falei umas verdades, mas prometi não falar mais nada a respeito daquilo pra ele. É algo que o irrita bastante e eu nem sei por que, se é tão simples.
- Ouvi o gritar pra você retirar o que disse, pode contar o que foi que você disse? – perguntou curiosa.
- Erm... É... É melhor não, sabe...
- Ok, deve ser assunto de casal – afirmou simplesmente e se sentiu gelar por dentro de novo.
- Por que você fica dizendo que eu e somos um casal, ?
- Ué! Não são?
- Não.
- Tem certeza? – estava incrédula.
- Total.
- Assume vai , eu sempre desconfiei que vocês tinham alguma coisa! E depois desses dias que a gente já passou aqui, eu tive quase certeza! ! Ele te deu aviõesinhos de sorvete! Que primo faz isso?
- A gente é como irmãos, . Nunca tivemos nada.
- Pode contar ! Não tem problema, eu já vi tantos primos se casarem! Eu sei que vocês devem ter medo dos pais de vocês não aceitarem, mas a gente jura que vai dar toda a força pra vocês! – falava com tanta emoção que fez rir daquela cena toda. – Do que você ta rindo? Eu aqui oferecendo minha ajuda de todo coração e você ri?
- , , olha pra mim... Calma ta! Eu vou falar a verdade pra vocês me deixarem em paz! – ela suspirou e começou – O e eu nunca tivemos nada... Até agora!
Essa afirmação de chegou como uma bomba em , que apertou os olhos por uns segundos enquanto as outras duas meninas sorriam vitoriosas pelo ‘acerto’ na intuição. Ninguém disse nada e prosseguiu.
- Mas não foi nada realmente importante pra nós dois, porque eu sei que quando o ta na presença de uma pessoa ele fica mexido. Então o ta mega mexido esses dias e como eu também fiquei meio confusa por causa de umas coisas, acabamos ficando... A gente se beijou lá duas ou três vezes, mas nada que significasse entende?! Ele passou a querer mesmo que todo mundo acreditasse que a gente tem um super romance meio escondido, mas não é verdade, ele só fazia essas coisas quando tinha uma certa pessoa por perto. Alguém que ele queria provocar...
- Sério?! Putz... Quem é que mexe com ele? – perguntou passando os olhos pelas outras três meninas à sua volta.
- Acho que a própria já deve saber que estou falando dela. – , que olhava pro seu pote de chocolate, começou a olhar pra – Eu sempre disse que ele era apaixonadinho por você não disse?
sentia suas bochechas arderem e não tinha nenhuma reação, além de olhar pros lados. Então continuou a falar.
- Foi isso que eu disse pra ele, mas ele não quer aceitar porque está com ...
- Acho que não é por isso que ele não quer me aceitar... Na verdade eu nem to mais com .
- Não? – olhou rápido pra ela.
- Não, . E eu sei que tem um clima entre vocês. E não é de agora, ele sempre gostou de você e eu só cheguei pra atrapalhar!
- Claro que não! Como você diz que ele gostava de mim se ele ficou encantado assim que te viu?
- Meu lance com ele foi uma atração que tivemos de início, mas sinceramente eu o prefiro como amigo! Não vou ficar mais com ele e a gente vai conversar, talvez amanhã... E eu sei que ele pensa o mesmo. – terminou de falar e já nem ouvia mais nada, começou a esboçar um pequeno sorriso com os olhos vidrados em algum objeto inútil da decoração da sala. percebeu e estranhou todo aquele papo, aqueles casais estavam tão confusos que ela já não sabia mais quem gostava de quem! ‘Mas eu a vi com o ! Pensei que estivessem juntos... Ainda bem que eu e não somos confusos desse jeito!’ ela pensava até ouvir perguntando algo à que ela quis saber a resposta.
- Mas se você e o não estão mais juntos, qual é o outro motivo pro não assumir de vez que é a fim de você?
- Ah, eu vou contar uma coisinha que vocês não sabem, nem você . – ela suspirou antes de continuar, não agüentava mais, tanto tempo sem contar pra ninguém que já esteve com mas escolheu ficar com Chris – Três anos atrás, eu e o ... A gente teve um rolinho.
- O QUÊ? E VOCÊ NÃO ME CONTOU?
- Calma , deixa ela continuar, cacete! – quis acalmar , que ficou quieta e prosseguiu.
- Ficamos juntos pela primeira vez numa festa de aniversário da .

Play ’s Flash Back

- O ta olhando pra cá... Aposto que se eu sair ele vem falar com você – eu e a estávamos dançando e ela, como sempre, insistindo no !
- Não! Você sabe que eu não posso, to saindo com o Chris, esqueceu?
- Eu sei amiga... Só falei que ele ta olhando, to mentindo?!
- Tem tanta gente aqui, ele pode estar olhando pra essa loira aqui atrás da gente ou até mesmo pra você!
- Rá! Conta outra... Que seja, ... Vou beber alguma coisa!
- Ta, volta logo que eu não quero ficar sozinha.
- Não vai ficar sozinha xuxuzete!
Ela logo sumiu no meio das pessoas e eu continuei dançando. A música da Kylie Minogue estava animada e eu me soltei. De repente uma voz falou atrás de mim e eu me arrepiei.
- Sozinha ?
Virei-me e era o ... Ele estava l-i-n-d-o, eu fiquei sem fala por um instante com aqueles olhos tão perto dos meus!
- Não... A foi beber alguma coisa mas já deve estar voltando!
- Ah sim, estou vendo o quanto ela gosta de beber! – olhava numa direção e eu me virei pra trás, vi a se pegando com o bonitão do Peter num canto do salão! ÓTIMO! FAÇAM BOM PROVEITO! Me deixou sozinha aquela lá, deixa ela...
- Hum... É, eu devia saber que uma hora ela ia largar a amiga pra ficar com o bonit... digo, o namorado! – me virei pra ele e falei sem graça.
- Queria conversar com você, vamos lá fora? – OMG! Não aceita , não aceita, não aceita...
- Claro! – Puta merda, aceitei! Com esses olhos , isso é covardia pô!
Ele pegou a minha mão e eu pude jurar que tinha eletricidade no garoto naquela hora! Foi me puxando pra fora do salão e chegamos num jardim muito bonito, tinha um chafariz cheio de luzes piscando, alguns bancos, árvores... Aproximei-me de uma árvore toda florida, não sei o que era aquilo, mas eram flores branquinhas e macias. Fiquei distraída e ele chegou perto me fazendo arrepiar de novo, malditos arrepios!
- Você ta linda hoje! Mas isso não é surpresa né...
- Obrigada! – soltei aquele sorriso sem graça, tímido e broxante no qual eu acho que sou mestre! Tentei desviar meu olhar dos olhos dele, mas não consegui. Eu não reajo assim com ninguém, nem o Chris me deixa tão boba!
- O que eu quero falar é que... De uns tempos pra cá... Bom, você sabe que a gente se conhece desde criança, você e a são amigas desde que entraram no jardim da infância! – e ele riu, ai que sorriso! Dá pra alguém me tirar daqui? Estou começando a ficar com medo de agarrar este ser incrivelmente gostoso que ta na minha frente e não soltar mais! – A gente sempre foi amigo, a ia lá em casa e você ia junto às vezes, ou então eu ia na casa dela e você tava lá... Até dois meses atrás eu jurava que era só seu amigo, mas ultimamente ta ficando impossível jurar isso porque amigos não fazem o que eu quero fazer com você! – ele tava se aproximando enquanto falava ou era impressão minha? Não , não era impressão sua querida... Ele tava SIM se aproximando cada vez mais. Isso era errado, eu sabia que não podia seguir em frente, tem o Chris na história! Quem disse que o coração tem alguma conexão com o cérebro está muito enganado! Não existe nada ligando esses dois, nem um fiozinho que seja! Eles simplesmente habitam num mesmo corpo, mas nunca se comunicam! Meu cérebro dizia, se afasta mulher e diz pra ele que tu já tem compromisso... O coração obedeceu? Claro que não! Só ficou batendo lá, desesperado! Achei que eu fosse morrer ali, parecia que eu tinha uns 300 batimentos por minuto, isso não pode ser normal! Ele pôs as mãos na minha cintura, a boca dele já estava a um milímetro da minha, era o último segundo que eu tinha pra sair correndo e fazer o que era certo, mas à essa altura do campeonato eu já não me importava com mais nada. Agarrei o pescoço dele e nossos lábios se colaram com vontade! Parecia que não tinha mais chão ali, eu simplesmente não sentia nada embaixo dos pés... A língua dele brincava com a minha como se as duas já imaginassem e quisessem aquele momento há muito tempo. Quanto tempo demoramos no beijo? Sinceramente não tenho idéia! Mas sei que se nos soltamos foi apenas por uma questão de sobrevivência, pois ficamos sem fôlego nos pulmões.

Stop ’s Flash Back

- Ahn... Mas eu fui lá fora também e por que eu não te vi mais pelo resto da festa?!
- Porque você tava com o Pete?! – perguntou como se fosse óbvio.
- Mas mesmo com o Peter eu tava te procurando, chata!
- Ah, é que eu fui embora.
- Com o ? – perguntou com o olhar sugestivo.
- Não... Sozinha. Falei pra ele que comecei a me sentir mal por causa de alguma bebida. Pedi também pra não comentar nada com a , porque eu queria que nós contássemos juntos. Eu não sei se ele acreditou nessas coisas, mas pelo menos fez a parte dele e a não ficou sabendo. – olhou pra e ela não parecia chateada, apenas a olhava com os joelhos dobrados e a cabeça apoiada neles.
- E aí você decidiu ficar com o Chris? – falou .
- Eu não sabia o que fazer... Depois que fiquei com o , ele não saía mais da minha cabeça! Teve até um dia que eu pensei nele enquanto beijava o Chris e me senti a pessoa mais detestável do mundo por isso. Então o ia lá em fins de semana ver a e em dois sábados seguidos a gente se viu escondido. Mesmo sabendo que eu estava sendo horrível com os dois, não conseguia ficar sem vê-lo. No último sábado que a gente se encontrou foi numa sorveteria, ele tinha descoberto sobre o Chris e não quis mais saber de mim. Depois até passou um tempo sem voltar pra Londres e quando ia era rápido, pra evitar de me ver... – falava cabisbaixa.
- Fui eu que contei! – disse de repente e meio assustada – M-me desculpa e-eu não sabia!
- Tudo bem , ele mesmo me disse que você contou sem saber.
- Se você não tivesse me escondido isso eu não ia ficar brava e também não ia contar pra ele sobre o Chris, ia deixar você mesma falar e tudo tinha sido diferente!
- Eu sei, eu fiz tudo errado mesmo... Me arrependi tanto de não ter dado logo um pé no Chris, ainda mais sabendo que ele não valia nada!
- E do jeito que o é orgulhoso! Sem querer te desanimar, mas... Essa ta difícil pra você! – finalmente falando alguma coisa, nas outras horas ela estava mais preocupada em ouvir e comer brigadeiro.
- Caralho eu nem imaginava tudo isso – falava parecendo distante. De repente olhou rápido pra – Mas teve uma coisa que eu fiquei sem entender... Por que você ficou tão aérea e feliz quando a falou que o brócolis dela não é o e sim o ?
- Brócolis? – perguntou surpresa.
- Eu? Feliz? – perguntou ao mesmo tempo que .
- Uhum, brócolis pra não dizer xuxu! Todo mundo diz xuxu... – explicou pra e depois se voltou pra – Não to entendendo mais nada porque eu te vi atracada com o Mr. lá no parque! – terminou de tocar no assunto e olhava pro chão como se houvesse alguma coisa muito interessante ali no tapete.
- E eu vi vocês de mãos dadas! – completou apontando pra ela como se fosse surreal vê-los de mãos dadas.
- Não tenho nada com o além de amizade, aquele beijo foi uma coisa que nenhum dos dois esperava. Quando a gente se soltou, concordamos que nosso beijo não serviu pra apagar nossas paixonites platônicas. Naquele dia estávamos tristes, ficamos um bom tempo falando sobre dois seres que não ligam pra gente!
- Hm... Então um desses seres é por acaso o ? – perguntou .
- Por acaso é sim – sorriu.
- Agora só falta descobrir quem é que gosta do , você ou o ! – brincou e levou um pedala de , provocando risos nas outras.
- Deixa de zisse ! Esses dias ficando com o te deixaram afetada! – gargalhava e lhe devolveu um tapinha na testa.
- Ah, se o gostar do também eu vou ter que brigar com aquela bicha tocadora de ! – brincou fechando os punhos.
- De quem o falou no parque, ? – perguntou e olhou pra . ficou de pé e começou uma brincadeira.
- A minha amiga secreta... É alguém que o já conhece desde os tempos que a internet discada era novidade! – todas sorriram e se encolheu no meio dos ombros porque não tirava os olhos dela – Estudaram juntos por alguns anos, se tornaram muito amigos, mas os dois eram covardes e não diziam um pro outro que não queriam ser só amigos! Ele queria ver se ela tinha ciúmes e sempre desfilava na frente dela com alguma menina. Um dia eles quase se beijaram sentados numa escada, – nessa parte sorriu um pouco, se lembrando daquele dia – só não fizeram isso porque tocou o sinal. Nesse dia, viu que tinha chance e estava decidido a falar tudo e lutar por ela se fosse preciso, mas recebeu a notícia que ia se mudar em breve. Ele não quis mais ficar com ela porque já ia embora e isso não ia dar certo. Só que na festa de despedida que fez, eles se agarraram finalmente, mas depois se fez de bêbado pra afastar essa menina pra ela não querer saber mais dele, não ficar com saudade e assim os dois não precisariam se resolver com o problema da distância. E então? Sabem quem é a minha amiga secreta?
- Nem sei quem é essa criatura! – olhou pra – Mas se eu souber eu dou um cacete nela por não ter pegado logo o -gostosura- de uma vez!
- Putaqueopariu... Não aguento mais ouvir isso! Se eu não gostasse dele como gosto, eu até teria ficado logo com ele e não me importaria se no outro dia o visse com outra. Mas justamente por gostar muito dele eu sabia que não ia suportar uma coisa dessas... Eu era sua melhor amiga e ele ficava me contando todas as meninas que ele queria catar e depois que catava, me contava como foi e eu tinha que aturar... Não era fácil... Depois que ele foi embora e eu comecei o namoro com Pete, já não lembrava mais tanto dele, mas agora que vi o de novo parece que voltou tudo! E ainda pra ajudar, a dona me obriga a trazer aquela caixa! Outro dia eu a abri e parecia que eu tinha voltado aos quinze anos!
- Yéééé! Você só trouxe aquela caixa por causa de mim! Mas... O que tem lá mesmo?
- São coisas do , fotos nossas zoando, fazendo caretas e poses. Tudo que me lembra dele ta lá.
- Oun, deixa a gente ver! – pediu.
- Vamos, ta no meu quarto! – se levantou, não tinha mais por que ficar escondendo as coisas... As outras foram atrás dela curiosas pra ver o conteúdo da caixa, principalmente , que ficou curiosa desde o dia que viu disputar com o rapaz da coleta pra não perder a caixa!

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- Sei lá, eu fiquei meio feliz e saí pulando, ela deve ter me achado ridículo!
- Vuchê é rijículo, falou com a boca cheia de batatinhas fritas.
- apaixonadinho... Aiaiai-uiui quem diria! – voltava da cozinha com um pacote de biscoitos e esfregou a mão na cabeça de ao passar por ele.
- Apaixonadinho eu não sei, mas gostei dela desde que a gente se conheceu e de lá pra cá eu não tirei mais a da cabeça, é algo que não sei nem explicar! Quando eu deitei ao lado dela fiquei desejando que aquela situação fosse de verdade!
- Se você parecer um cabrito enlouquecido depois de cada vez que ficar com ela, eu vou parar de ser seu amigo! Sério, você parecia uma gazela passando na rua, eu e a estávamos na sala, a gente rachou até umas horas!
- Estavam sozinhos em casa até aquela hora, não estavam? – perguntou um curioso.
- Huuhumm – e fizeram algum som em tom malicioso.
- Pois é dude, teve uma hora que a gente tava sozinho, aí começou passar um acasalamento de elefantes na TV e então eu acho que ela ficou excitada e avançou pra cima de mim de repente, saca! Sentou no meu colo, arrancou minha blusa fora, arranhou minhas costas, me agarrou mesmo, a gente fez sexo lá no meio da sala, foi tão selvagem e inexperado... – ia falando. estava pálido como se estivesse prestes a vomitar, e quase babavam de queixo caído. Se os dois fossem desenhos japoneses, estariam com os olhos redondos à metros de distância do rosto. pegou latas de cerveja vazias e foi tacando em cada um, como sempre fazia quando os amigos acreditavam nessas besteiras desse tipo entre ele e a prima – Seus pervertidos, claro que não foi nada disso! Pra começo de conversa, a gente tava assistindo Speed Racer e que parte do ‘ela é minha prima, caralho’ vocês não entendem? O ela, o é, o minha, o prima ou o caralho?
- É que tem alguns primos que... Você sabe né... – disse agitando os braços numa dancinha estranha.
- Mas ela não é só minha prima, a agora foi promovida!
- Promovida? – os três perguntaram juntos.
- Agora somos irmãos! – disse com um sorriso bobo e os três caíram na risada.
- Claro! E vocês foram adotados pelo sargento Panela e a fada dos dentes! – brincou, estava um pouquinho alterado já o coitado.
- A fada dos dentes eu conheço, mas quem é sargento Panela?– se virou para e levou um tapinha no rosto.
- Fica quietinho aí vai ...
- CHEGA seus cabeças de cookie! Parem de rir porque eu to falando sério cacete!
- , ninguém pode resolver que é irmão assim de repente! – , depois que parou de rir.
- Pode sim.
- Pode não!
- Eu posso porque eu sou famoso! E vou tratá-la como se fosse minha irmã e ela também comigo.
- Ok, senhor -eu-sou-famoso-...– ergueu os braços.
- Mas então... – pôs a mão no queixo fazendo cara de pensativo – Vocês não tinham lá um casinho escondido?
- Não.
- Mas vocês pareciam tão íntimos e... felizes e... JUNTOS! – sem acreditar.
- Tu tem certeza?! – aumentou o volume da voz pra cima dele.
- Ta bom vai, mais ou menos... A gente ficou algumas vezes.
- É, todo mundo desconfiava. – começou a olhar pro chão.
- Eu sei dude e era isso mesmo que eu queria.
Todos olharam pra ele confusos.
- Não façam essas caras, eu explico... Amo a ! – falou só pra judiar um pouquinho do , percebeu que ele parecia que ia sair correndo. – Mas não desse jeito, é amor de irmão e tudo que eu quero é protegê-la. Meu comportamento com ela tava mais exagerado nesses últimos dias, a gente andou ficando, coisa que nunca tínhamos feito e tudo por que eu queria provocar uma pessoa.
- Quem? – cruzou os braços e sorria aliviado por dentro.
- Eu sei , que você queria me atingir, mas não adianta, eu não volto pra você – afinou a voz, afastou com a mão e virou a cara pro lado oposto.
- Não ! Volta pra mim meu amor! – entrou na brincadeira e começou a tentar abraçar o amigo e beijar a bochecha dele, enquanto ele tentava se livrar de todo jeito, os outros dois se rolavam de rir e foi quando a mãe de entrou em casa e se deparou com a situação. Os quatro pararam com as bricadeiras ao ver a senhora olhando pra eles como se dissesse ‘ahh esses garotos de hoje...’
- Oi Sra. se ajeitando no sofá.
- Boa tarde Sra. ajeitando o cabelo.
- Já é quase boa noite, não acha ? Boa noite senhora disse.
- E aí mãe, tudo bem?
- Tudo... O banco estava tão cheio hoje... E você, como passou a tarde? Como é que está esse machucado?
- Tudo bem mãe, os dudes estão aqui pra me distrair!
- Que bom meu filho... Continuem à vontade, – olhou pros garotos – Eu vou subir, boa tarde pra vocês também.
- Viu, eu disse que era boa tarde! – jogou uma almofada em .
- É que já ta anoitecendo cara...

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- Que bonitinha! Adorei essa foto de vocês de ponta-cabeça! – estava olhando as fotos da caixa. Todas elas já haviam retornado à sala, onde tinham deixado cada uma o seu pote de brigadeiro pela metade.
- Ele gosta de você ainda , assim como você dele! E agora que você sabe disso, porque ELE MESMO me disse, se resolve com ele de uma vez poxa!
- Mas... mas... E se eu pegar ele com outra no dia seguinte? Eu vou querer morrer!
- Larga de doce! – rolou os olhos – Eu sempre te disse isso, né?! Como é que pode pensar no fim se ainda nem começou? Mesmo se isso acontecesse, você não vai morrer por causa de um homem, certo? E você devia confiar mais nele agora, já que ele ainda gosta de você, confia na mudança dele! – falava e entrou em transe, seguindo um mosquito com o olhar, até que lhe balançou pelos ombros – Olha pra mim, cabeça de cookie! Ele NÃO VAI ficar com você e depois te trair com outra no dia seguinte, ouviu?!
- Ouvi cabeça de gelatina! Mas hey! O que você e o têm contra os cookies? – olhou pra amiga, que deu de ombros.
- tem razão, se vocês não ficarem juntos de uma vez nunca vão seguir suas vidas em paz. – concordou , ignorando o comentário dos cookies.
- Agora que vocês são adultos, vocês podem parar de frescura e serem felizes pra sempre! – abriu um sorrisão.
- Nossa... Impossível cara... – falou baixinho meio que em transe, outra vez, só que agora olhando atentamente à sua frente.
- Impossível? Vocês felizes? Mas por que, criatura? – perguntou e logo as três perceberam que olhava fixamente para a janela, elas ficaram de pé e viraram pra trás pra olhar pela janela também.
- O que você ta olhando ? – coçou a cabeça ainda sem entender.
- Estranho... Estão usando a chaminé da casa da frente! – saiu do transe e encarou as amigas em volta.
- Mas... Essa casa... – começou a frase.
- Ta vazia dude! – completou e todas se entreolharam.
- OMG! SE A CASA TA VAZIA QUEM ACENDEU ESSA CHAMINÉ? – entrando em desespero. Todas começaram a gritar coisas como ‘OMFG’ e ‘CADÊ OS MENINOS!?’

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- Anda, liga logo essa coisa aí! – apressava , eles iam assistir o vídeo que gravaram na casa do .
- Pronto cara! – terminou de plugar o cabinho na câmera e se jogou no sofá. Logo no começo do vídeo, e estavam na frente da casa, a câmera filmou a casa do outro lado da rua enquanto conversava com e viu uma coisa...
- Oh Gosh! Espera, pausa aí!
- Que foi ? – pegou o controle e pausou assustado.
- Volta cara, volta! Eu acho que eu vi coisas!
- O que foxê fiu? – falou com a boca cheia de alguma coisa que era em farelos e levou um empurrão de – Pára de falar enquanto come, lesado!
- Shhhh, prestem atenção, olhem bem agora! Ali na janela da sala daquela casa que era do Dean.
- HEY, passou uma coisa ali! – se levantou e ficou de pé no sofá.
- EOOO Fiii! – falou ainda com a boca cheia espirrando farelo pra todo lado e levou empurrões e almofadadas. [n/a: imagina essa cena hsuhsuhsuhs que relaxo =x]
- Eu ainda não vi, vou voltar – e foi repetir mais uma vez aquele pedacinho.
- Ahn! É daquilo ali que vocês estão falando? – congelou a imagem e foi até a televisão apontando pra dentro de uma das janelas da casa da frente, onde dava pra ver um vulto. Com a imagem rodando, parecia uma pessoa passando rapidamente pela janela. Estava de branco.
- É, é, é aquilo! Tem alguem ali! De agasalho branco! – falou tentando esconder o rosto dentro da gola de seu agasalho.
- Dude... Um dia a me contou que viu uma cabeça do lado de fora da janela da sala da sua casa, ! – falou meio pensativo e todos ficaram se olhando assustados feito crianças. Até que pularam de susto com a música que começou alta de repente.

You're looking for something you can't find
If you give it up, you'll lose your mind
There's always something in your way
What can you say?
You're gonna have a good day


Era o celular de tocando.
- Alô!
- Oiéa!Vocêtanacasado? – falou rápido quase sem espaço entre as palavras.
- Uhum, por que? Aconteceu alguma coisa?
- ACONTECEU QUE TA TODO MUNDO SE CAGANDO AQUI – gritava e ele pôde ouvir.
- Quer me explicar o que é que ta acontecendo? Que porra é essa?
- , é que a gente acha que tem alguem nessa casa aí da frente!
- Ah, é... A gente também acha! – ele pensou alto, olhando pros amigos, que o olhavam de volta.
- Como é ?
- Não, nada... – não quis assustá-la ainda mais com a história do vídeo – Err... Mas por que você ta achando isso? O que fizeram dessa vez?
- A gente ta muito asustada! Tem alguem USANDO A CHAMINÉ! Ta saindo fumaça de lá... Vem pra cá , please!
- Uhum, ok! Me espera. – e desligou.
- Que foi? – assustado.
- A ligou lá de casa falando que alguém acendeu a chaminé da casa da frente!

xxx Casa do xxx

- Ele já vem, calma garotas se controlem! – falava se afastando do telefone, e da janela também.
- Já ta escurecendo lá fora e eu não estou a fim de ficar observando essa fumaça sair da casa da frente! – tampou o rosto com uma almofada.
- Tem alguém naquela casa, a gente podia entrar lá e ver, não acham? – deu a idéia.
- NÃO! – recusada por todas.
- Se essa casa é igual a casa-monstro do filme, o Dean deve estar soterrado aí e agora ta fazendo a casa ganhar vida! – falou olhando para as outras como se tivesse descoberto o segredo do tesouro perdido e as meninas pasmavam olhando pra ela de volta.
- Aff! – voltando a Terra – Se liga ! O Dean era gostoso demais pra virar assombração! No máximo, ele podia virar um vampiro ou um lobisomem...
- Tanto faz! De qualquer forma eu quero mais é me esconder. Vou pro meu quarto! – foi andando em direção à escada.
- Ow, a gente vai junto! – foi correndo e as outras duas resolveram ir também. , ao ver que já estava bem à frente de e das outras meninas, resolveu brincar.
- QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO FICA PRA FORA!
Elas se desesperaram e começaram a correr empurrando umas as outras pelo caminho.

POWFT!
ficou pra fora...


Capítulo 13 – Fã-fã-fã-fantasma!

- Nossa, é verdade! Ta saindo fumaça da chaminé daquela casa! – olhava pela janela do banco do passageiro, estavam chegando na casa do .
- A gente vai descobrir hoje quem é que ta aí! Será que o Dean não morreu? – desligando o carro.
- Ou pior... Será que ele morreu e ta assombrando a casa? – falou com cara de sério e lhe deu um tapinha no braço.

Quando entrou em sua casa com os outros, as luzes estavam apagadas e o silêncio chegava incomodando... O único barulho era dos ventos fortes sacudindo as árvores lá fora, um temporal daqueles estava chegando.
- Cadê as meninas? – olhava de um lado pro outro, confuso.
- Do jeito que elas são surtadas, devem estar se escondendo em algum lugar! – foi andando pra sala.
- A gente se espalha e procura então... – foi falando com .
- Wait! Quem vai querer olhar o porão? – perguntou com um olhar desafiador.
- Eu não tenho medo de procurar lá, mas que menina ia se esconder no porão? – falou .
- Não sei, mas... Talvez estejam lá – deu de ombros.
- Eu e vamos ver. – puxou pelo braço e foram em direção à cozinha, onde num canto perto da porta pro quintal, há uma escada pro porão.
- Vou procurar em algum banheiro lá em cima. – falou pra , que assentiu com a cabeça.
ficou sozinho na sala. Olhou pro chão e viu uma caixa, com sua tampa jogada ao lado. Reconheceu que era a mesma que estava no guarda-roupa da . Abaixou-se e pegou uma foto na mão. Os meninos tinham acendido a luz da cozinha, mas a da sala não, então ele resolveu acender a luz da sala porque não conseguiu enxergar as pessoas que estavam na foto. Quando pôde ver, não conseguiu esconder um sorriso. Na foto, estavam e sujos de sorvete na casa da , ele tinha acabado de grudar uma colher com sorvete de flocos na testa dela depois que ela tinha jogado sorvete e acertado na bochecha dele e foi quando chegou e tirou uma foto de surpresa dos dois assim. Eles riam apesar de estarem com sorvete no rosto e a foto saiu engraçada... Impossível não sorrir olhando aquela foto, principalmente quando você é ou . Depois ele viu outra onde ela estava de costas levantando o cabelo e ele de frente, sem camisa, os dois mostrando as tatuagens com desenhos iguais, duas semanas depois que tinham feito. Virou a foto e identificou a letra dela em palavras entre aspas escritas no verso: “You’re still a part of everytinhg I do, you’re on my heart just like a tattoo” guardou essa foto no bolso.


Em algum banheiro lá em cima...

abriu a porta do banheiro de um dos quartos e tomou um susto, estava lá dentro lavando as mãos.
- Que susto ! Como é que você vai abrindo a porta assim de repente?!
- Que susto digo eu! Chego em casa e as meninas sumiram! Onde estão? – ele perguntou entrando no banheiro.
- Estão no quarto da ... Me trancaram pra fora, aquelas vacas!
- Vocês se desentenderam? – estranhou e ela riu.
- Não... Num foi isso, é que foi uma brincadeira da , quem chegasse por último ficava pra fora do quarto – ela explicou e deu de ombros.
- Hum... – os dois ficaram pasmando um pouco e logo se assustaram quando uma corrente de vento passou e fechou a porta com força. ficou com as mãos sobre o coração e os olhos esbugalhados, levou as mãos pra trás da cabeça.
- Putafodeu!
- Minha nossa! O que foi isso !?
- Eu não sei, mas seja o que for, trancou a gente aqui!
- O QUÊ?
- Essa porta está com problemas, não pode bater assim com tudo.
- OMG! Tenta abrir! Tenta aí!
- Não dá, – se esforçava pra abrir, sem resultados – só por fora...
fez uma cara de ‘vou-morrer-ali-rapidinho-e-já-volto’, se encostou numa parede e foi deixando as costas deslizarem por ela até sentar no chão. passava os olhos por todo o banheiro, procurando alguma coisa que pudesse abrir a porta.


- É... Não tinha ninguém no porão. – chegou na sala e vinha logo atrás.
- Oi , que caixa é essa? Tinha alguém aí dentro? – brincou e pareceu nem escutar.
- Hum? – saiu de um transe.
- Ihhh... sito não está bem, dude – cutucou .
- Não eu só... É que eu... Essa caixa tava aqui e... – apontava para a caixa e se embolava na resposta.
- Ta bom, que seja ... Que seja. Vamos procurar nos quartos que elas devem estar lá. – cansou de observar se atrapalhar pra falar e foi andando em direção à escada. foi junto e terminou de pegar os objetos que estavam pra fora da caixa, colocando as coisas lá dentro e em seguida tampando-a. Depois foi atrás dos outros dois que já subiam as escadas para os quartos.


...Quarto da

- Ai droga! Com a correria pra entrar no quarto eu esqueci minha caixa aberta lá no meio da sala... – bateu na testa com a mão. Estavam as três dentro do quarto e nem se tocaram que os meninos já tinham chegado.
- E se o fantasma do Dean entrar e levar sua caixa embora? – falou olhando pro nada, rolou os olhos e deu uma travesseirada nela.
- VOCÊ TA COM ALGUMA TARA PELO DEAN-FANTASMA? JÁ NÃO BASTA GOSTAR DO VAMPIRO EDWARD NÃO? OLHA QUE EU FICO COM CIÚMES! – brincou falando alto o suficiente pra localizar o quarto onde elas estavam e ficar ouvindo antes de se pronunciar.
- Ei, vocês estão aí? – ele finalmente bateu na porta depois de ter certeza que escutou falando do Dean pela milionésima vez.
- OI ! – abriu a porta sorridente e pulou em cima do menino.
- Puxa... Eu também queria ser recebido assim algum dia em algum lugar! – se fez de triste olhando pro pé. Ouvindo isso, não pulou em cima dele, mas lhe deu um abraço apertado enquanto tremia ainda de medo e , apesar de estar meio sem graça por toda aquela conversa durante a tarde, fez o mesmo com .
- Cadê o ? – perguntou se soltando de .
- Não sei, ele falou que ia subir aqui – deu de ombros.
- E a , não ta com vocês? – estendeu o pescoço olhando pra dentro do quarto vazio.
- Não, erm... Ela ficou pra fora – explicou.
- Pra fora? – os três garotos fizeram caras desentendidas.
- Foi idéia da , a gente tava na sala aí ela veio correndo até o quarto e falou que quem chegasse por último ficava pra fora. – contou.
- Ela deve estar por aí né... – andou pelo corredor, apenas colocando a cabeça pra dentro de cada quarto, não viu ninguém em nenhum deles e foi seguindo o resto do grupo, que ia pra sala.
- Nenhum dos dois estava nos quartos.
- Aonde eles foram? Será que saíram? É que vai cair uma chuva daquelas né... – observava os ventos lá fora pela janela.
- O fantasma do Dean esteve aqui e levou os dois! Aquela batida que todo mundo ouviu agora há pouco... Foi ele! – falou meio aérea e com o olhar assustado, todos olharam pra ela – Que foi? Pode ser, não pode?
- Hoje vamos descobrir isso, ! – falou de repente e todos que olhavam pra passaram a olhar pra ele.
- Oh, claro! Só se a gente... – ia falando, mas nem completou a frase ao olhar pra e ver a expressão estranha que ele tinha no rosto – O que? Você não está pensando nisso, está?
- E por que não? Anda! Vamos colocar um pouquinho de adrenalina nas nossas férias! De quebra já descobrimos o mistério dessa casa, enquanto não fizermos isso não vamos ter tranqüilidade! – parecia animado.
- , você não pode estar falando sério! Isso é invasão, podemos ser presos! – tentou jogar água no plano.
- Mas a casa ta vazia! Ou pelo menos, era pra estar... – falou .
- Só que não ta, né ! Isso já ficou óbvio! – ficou nervosa e começou a roer unhas.
- Calma, eu vou te proteger! – se aproximou e a abraçou. Naquele exato segundo ele poderia levá-la pra qualquer lugar que quisesse.
- Não tem jeito mesmo? Vocês colocaram essa idéia na cabeça e não há quem tire? – perguntava e os três garotos apenas balançavam a cabeça negando – Ok, vamos logo então!
- O e a é que são espertos! Fugiram dessa maluquice – comentou mais pra ela mesma do que para os outros ouvirem. estava ao seu lado, escutou a menina resmungando e lhe deu um beijo no topo da cabeça.
Saíram de dentro da casa do , e quando estavam pra atravessar a rua, sentiu o braço de passando por seus ombros. Olhou pra ele, que sorria como se dissesse ‘vamos lá, vai ser legal’, ela retribuiu com um meio sorriso e voltou a olhar pra frente.


De volta ao banheiro...

- OLÁÁÁÁÁ! – continuava dando trancos na maçaneta da porta, ainda sem sucesso. Enquanto gritava sentada no chão mesmo.
- SOCORRO POR FAVOOOOR! Ah , ninguém vai ouvir! Eles devem estar na sala.
- É... O jeito é esperar que alguém passe por aqui. – parou de esmurrar a porta e se colocou de frente pra , que agora colava a testa nos joelhos – Você ainda tem aquele problema?
Ele se referia à claustrofobia dela.
- Bem... Eu tive uma grande melhora! Se fosse um tempo atrás, eu já estaria sem ar agora e já teria dado a luz umas cinco vezes!
- Que bom! Porque eu não sei fazer partos, já vou logo avisando! – ele brincou meio sem graça e os dois sorriram um pouco nervosos.
não sabia se estava mais tensa por estar presa ou por estar COM .
- Mas eu to ficando um pouco estranha já, to com medo de ter uma recaída e começar a tremer. É horrível.
- Calma! Logo vai passar alguém pra abrir a porta por fora! Tem um monte de gente lá na sala, uma hora alguém vai precisar de um banheiro e com sorte vai vir nesse! – ele se sentou ao lado dela no chão, falando coisas pra acalmá-la.
- Ta, é só eu me distrair... Conversa comigo, sei lá... Como é que foi lá na casa do ?
- Foi divertido, você sabe como aquelas beechas são engraçadas né! A gente zuou, bebeu, até fofoca nós fizemos... Me senti num banheiro feminino. – fez uma voz meio fina na última frase e arrancou um sorriso de . Se distraiu por alguns segundos observando, fazia tempo que ele não via aquele sorriso tão de perto.
- Hum... Fizeram fofoca é? Posso saber de que, ou melhor, de QUEM falaram?
- Ah, nada demais... O contou que ficou com a ! E parece que ele gosta mesmo dela, tava todo bobo.
- Ouuun que lindo! Ela também falou dele aqui!
- Vocês também ficaram por aqui fazendo fofoca?
- Óbvio, né ?! Que pergunta... Se até vocês tiveram tempo pra isso!
- Claro... Devem ter fofocado muito mais que a gente!
- É. Talvez... O falou alguma coisa... Erm... De mim?
- Falou que vocês dois se parecem bastante.
- É, acho que isso é verdade! Sabe, eu encontrei nele um amigo pra todas as horas! – deu um leve ênfase à palavra amigo.
- Ele sente o mesmo, pode acreditar. Se me dissessem um dia que eu ia ter um amigo que é a versão masculina da menina que foi meu amor de adolescência eu não ia acreditar! – aquelas palavras mexeram com , ‘amor de adolescência’. Não sabia se tinha achado ruim, por dar a impressão de ser uma coisa que ficou no passado, ou se tinha achado bom, por ele ter chamado de amor. Ela passou alguns segundos sem dizer nada e a cada segundo de silêncio, se arrependia x4 de ter falado aquilo. Saiu tão naturalmente e quando foi ver...
- Você me amou, ? – finalmente disse sem pensar muito.
- Como?! – estava olhando pro nada e se surpreendeu com a pergunta.
- Você ouviu... Perguntei se me amou mesmo. – é, ele tinha ouvido, só quis ganhar tempo.
- Amei. Mesmo que você não merecesse. – Ai! Essa doeu.
- Eu sei que eu fui um lixo. Pode chutar.
- Erm... Isso já faz muito tempo, ok? Vamos deixar esse assunto pra lá.
- Não dá! Não consigo, não sai da minha cabeça esse arrependimento que eu sinto todos os dias!
- É, mas se arrepender não adianta de nada.
- Eu sei, se adiantasse você já tinha me desculpado.
- Eu já desculpei, já esqueci, e... Como eu disse, isso faz muito tempo.
- Não desculpou nada! Eu vejo isso quando você me olha. Ou melhor, quando você não me olha!
- Quer saber?! Ta bom, eu não perdoei mesmo. Sofri muito por tua causa garota, me deixou descobrir através de outra pessoa o que você não teve a capacidade de falar... Eu não tenho vergonha de admitir, eu tava mesmo todo iludido e do nada descubro que não passei de um otário na sua mão. Custou pra eu acreditar que você foi mesmo capaz de me enganar daquele jeito.
passou um tempo sem dizer nada, apenas ouvindo e abraçando os joelhos. Sentia o rosto ir esquentando e uma vontade de chorar invadindo os pensamentos. Não queria revelar sua voz embargada, se a porta estivesse aberta seria a hora de sair correndo.
- Eu ia contar. – ela falou baixinho.
- Quando?! Ah, já sei! Uns três anos depois, quando você ia descobrir que o Chris é casado e você não poderia ficar com ele, então ia correr pro seu estepe de plantão aqui! – ele falou com todo o seu tom raivoso e sarcástico. não foi capaz de segurar duas lágrimas que desceram tão sincronizadas como se estivessem treinadas...
- O que foi? Ta chorando por causa dele? Ele não quis largar a mulher pra ficar com você?
- Ta me achando com cara de que? Você me conhece , sabe da história do meu pai e que eu não faria isso por que eu nunca vou ser igual a mulher que levou meu pai de mim.
- Aí é que você se engana, porque eu não te conheço! Eu conhecia uma menina linda por quem eu era apaixonado! Essa que ta aqui a seqüestrou e deixou presa desde aquele dia na sorveteria.
- Não seja por isso... Oi, prazer, me chamo , tenho 20 anos. Um dia, quando eu tinha 17 encontrei o que eu julgo ter sido o amor da minha vida, po-porque aquilo foi o mais próximo disso que eu já senti, s-se não era amor eu não sei o que era então. Mas na época eu não me dei conta porque eu ti-nha um ídolo também, desde os doze anos. Me deixei confundir por causa do sentimento que eu tinha por aquele cara... Ídolos são pessoas mais imaginárias do que reais, a gente cria na cabeça um ser que não existe, dif-erente do que aquela pessoa realmente é. Enquanto que o ca-cara que eu amava não, eu sabia que ele não era perfeito e amava cada def-eito dele! Eu só demorei um pouco pra descobrir tudo isso porque meu cérebro não sa-sabe interagir com o coração. Lá no fundo meu inconsciente já sabia disso e tentava gritar toda vez que eu te via ou até mesmo quando ouvia seu nome, m-mas o cérebro não queria escutar... Quando a falava de você era como se acendesse alguma luzinha aqui dentro, e quando eu tava com você, virava uma decoração de natal! Meu cérebro fechou os olhos e tampou os ouvidos pra tudo isso, acho que ta faltando algum fiozinho, um plug, t-tomada, sei lá – ia falando algumas bobagens, mas era tudo que ela sentia e falava um pouco rápido pra evitar os soluços que eram por vezes inevitáveis – Voltar no tempo é uma coisa impossível, mas eu não pensaria duas vezes se eu pudesse voltar lá e fazer a coisa certa.
- Você pode voltar no tempo, finja que é McFly. Qual é a coisa certa que você diz tanto que faria?
- Eu, erm...
- Fecha o olho, imagine onde você queria estar agora... – ela fechou os olhos e abaixou levemente a cabeça; mais um par de lágrimas escorreu.
- Eu queria ter tido coragem naquele dia que a gente se encontrou numa praça. Foi a primeira vez que ficamos juntos depois da festa. Eu não queria acreditar no que estava acontecendo comigo, passei a semana inteira com você na minha cabeça. Devia ter dito que tinha um compromisso com outra pessoa naquele momento, mas que tudo ia se resolver porque aquela pessoa já não significava nada pra mim depois que você apareceu e me deixou incapaz de amar mais alguém a não ser você mesmo. – sim! Ela estava extremamente romântica e inspirada! Conseguiu tocar com suas palavras, ele a olhava falar e falar sem parar com os olhos fechados como se estivesse querendo ser calada de uma forma agradável. Ela abriu os olhos devagar e continuou a falar – eu já imaginei tantas vezes como teria sido se eu tivesse agido certo, mas isso não adianta! Eu já falei tudo que eu tinha pra falar e mesmo que você continue me tratando com toda a indiferença do mundo, pelo menos eu to me sentindo mais... – ela não teve tempo de falar a palavra ‘leve’ porque a interrompeu com um beijo. Ele achou a maneira ultra-agradável para calar , que agora apenas correspondia ao beijo que os dois esperaram tanto. Um beijo com força e urgência. Todas aquelas sensações voltando, o ritmo dos batimentos cardíacos deles poderia dar num agitado psy-trance! Eles realmente conseguiram voltar no tempo aquela hora, se sentiam como naquela festa, assustados, mergulhando numa coisa nova que nenhuma outra pessoa já os fizera sentir antes.
- Vamos começar do zero! – já estava ofegante e quebrou o beijo, segurando o rosto dela com as duas mãos.
- Jura ? É o que você quer?
- Mesmo que eu tenha passado por maus momentos, não vale a pena ficar preso no passado! Não vou viver meu presente se continuar assim e não quero um futuro longe de você! – ele sorriu com o rosto ainda bastante próximo ao dela. tinha o seu olhar preso nos olhos de à sua frente – eu quero começar do zero agora que nós dois somos livres e desimpedidos! Você não me quer mais? Porque eu não te esque...
- ... É o que eu mais quero!
- Sem passado;
- Sem Chris;
- Nós vamos ser felizes.
- Uhum, porque eu amo você [n/a: aunnn que bunitinhuuuu!! Parei...]
- Eu também! – eles falavam tudo quase ao mesmo tempo e se beijaram outra vez.


Na (ex-)casa do Dean...

- OMG! Tenho mesmo que fazer isso? Eu to de minissaia ! – tentava se livrar de ter que pular a janela pra entrar na casa.
- Eu viro pra lá e não olho nada, ok! Vamos, todos os outros já entraram, só falta a gente!
- Ta... Ta bom, vou ver o que eu posso fazer. – ela ia tomar um impulso com os braços apoiados na janela quando apareceu.
- Hey! Venham seus moles! Eu abri a porta por dentro!
abriu um sorrisão e foi logo até a porta.
- Ah dude, você nem me deixou tentar ter uma visão interessante! – cochichou ao passar pelo amigo, que riu.
- Ei, eu escutei essa, Mr. -Quero-Ver-A--Pagar-Calcinha-! – gritou e ia começar a distribuir uns tapinhas nele, mas ficou embasbacada ao entrar na casa, era simplesmente lindo ali dentro, apesar de uma poeira acumulada sobre os objetos, dava pra ver que era uma casa realmente bonita!
Logo no enorme hall de entrada eles puderam ver o que restou de um lindo e grande lustre espatifado no chão. Lembraram da noite que ouviram barulhos de vidros quebrando e constataram que foi isso. Caminharam mais um pouco e chegaram numa sala, bastante agradável até. Lá estava a lareira! caminhou até ela.
- Rá! Mas olha... É por controle remoto! – apertava os botõesinhos do controle como uma criança encantada vendo a lareira acender e apagar.
- É, deve estar com mau-contato e ligou sozinha! Estão vendo meninas?! Não há com o que se preocupar! – fez sua melhor pose de Chapolin Colorado.
- Certo... Mas e o telefonema? – o lembrou como se estivesse querendo dizer ‘responde essa agora, gostosão!’
- Erm... – coçou a cabeça – Vai ver é um telefone moderno que disca, passa trotes e pede pizza sozinho! – falou a primeira idéia que lhe veio à cabeça, provocando risos. O grupo continuou andando e chegaram à biblioteca.
- Nossa... O Dean não parecia o tipo de cara que gostava de ler! – se admirou com o tamanho das estantes repletas de livros.
- Por que? Só por que ele era bonitão? Que preconceito! – se aproximou dele sorrindo e lhe deu um tapinha no ombro. – Olha... – ela falou baixinho olhando num ponto fixo e indo pra um canto do cômodo. foi atrás.
- Que foi? – chegou perto dela, que estava parada.
- Esse livro de psicologia é ótimo, meu professor recomendou! Falou que tem umas coisas legais e se você prestar atenção pode até descobrir como hipnotizar de verdade! – ela pegou um livro grande e pesado de capa vermelha.
- É meio antigo, né? – examinava o livro nas mãos dela.
- É... Mas psicologia não muda porque as nossas mentes também não! E aí é que ta o bom da coisa – ela deu uma piscadinha, em seguida sorriu e olhou pra ele, que devolvia o olhar com uma carinha fofa. Os dois aproximaram os rostos e quando tinham os lábios a alguns centímetros, fez uma cara meio estranha ao perceber uma coisa – , você ta ficando corcunda?
- Hum? – ele tava meio fora das órbitas e sacudiu a cabeça.
- É... Parece que você ta ficando mais baixo!
- E você também! – os dois estavam abaixando devagar e sem perceber. O quadrado onde eles estavam com os pés era uma espécie de elevador. Quando se deram conta e começaram a chamar a atenção dos outros, já estavam com os ombros na altura do chão!
- Hey, olha! É areia movediça! – apontava para o casal praticamente sendo engolido no chão.
- OMG! Me da a mão ! – estendia a mão pra ela, mas não tinha forças pra puxar.
- Não dá, ! – desistiu de tentar se puxar pela mão da irmã.
- Não se preocupem, a gente vê o que tem aqui em baixo e procuramos a saída pra voltar pra sala ou pro hall! – falava e dava pra ver apenas seus olhos agora. Quando aquela plataforma onde eles estavam em pé encostou no chão do andar de baixo, outra substituiu o quadrado que ficou aberto no chão lá no andar de cima. Foi uma substituição rápida, de repente um outro piso igualzinho surgiu de lado e cobriu aquele espaço... Os que estavam lá em cima ficaram olhando pro chão perplexos.
- O que foi isso?! – perguntou meio que em estado de choque – O que acionou essa coisa?
- Não sei e sinceramente não quero descobrir! Só quero a minha irmã de volta pra gente sair logo daqui! – cruzou os braços e estava realmente assustada.
- Vamos esperá-los no hall? – .
- Mas e se eles saírem na sala, ou em outro lugar? – .
- Vamos continuar andando então, uma hora eles aparecem. – .


No andar de baixo.

- Aai meu pé! – acabava de pisar no pé da .
- Desculpa, é que ta escuro!
- Tudo bem... Tem um celular ou alguma coisa com luz aí?
- É o que eu to tentando achar. – procurava por todos os bolsos de sua calça, até que achou o celular e acendeu o visor dele.
- Isso é uma passagem secreta? – observava o que conseguia ver com aquela baixa iluminação.
- É o que parece...
- Mira no teto pra gente ver se tem luz aqui.
- Nem tem! Droga! – não achou uma lâmpada sequer no teto, mas ficou feliz ao ver uma mesinha com várias lanternas em cima – Mas olha o que eu achei!
- Puxa! Tem até aquele capacete com luzinha! Sempre quis usar um desses, me sinto num filme! – se empolgou um pouco (muito) com um daqueles capacetes. ignorou o surto da outra e pegou uma lanterna pra ele. ficou com o capacete e os dois foram andando pelo corredor que não tinha nenhuma entrada, mas para cada distância de aproximadamente dez passos eles podiam encontrar agrupamentos de uns 5 degraus, formando pequenas escadinhas e suavizando assim o que parecia ser uma leve subida pelo caminho.


No andar de cima

- Ounwnwn – choramingava – Eu queria estar em casa assistindo Gossip Girl!
- Shhh! Agarra no e fica quieta aí! – impaciente.
- Agarrar?! Gostei dessa idéia... VEM CÁ ! – besta.
- Shhh, bicha escandalosa! Eu mereço viu... Erm... , por que a gente ta aqui mesmo, hein? – assustado!
- Esqueceu por que estamos aqui? Procurando o aparelho de telefone dessa casa pra tentar descobrir como ele pode ter ligado pra casa do , se era só apertar um botão, talvez alguma coisa tenha caído em cima dele, enfim! Encontrar uma explicação. – respondeu, eles haviam subido a grande escada que começava no hall de entrada e terminava num corredor de quartos.
- É... Se não tinha nenhum lá embaixo, deve ter nos quartos. – ia na frente de todos, que seguravam seus celulares pra iluminar o chão.


Casa do , banheiro abafado...

Enquanto isso, e se curtiam no banheiro... Nem se lembravam mais que estavam presos. Estavam de pé e ele praticamente prensava-a contra a parede enquanto prendia os dois pulsos dela, um de cada lado de seu rosto no azulejo frio e distribuía-lhe beijos no pescoço ouvindo-a respirar forte com a boca próxima à orelha dele. Ele parou de prender os pulsos de na parede, segurou a cintura dela e desgrudaram da parede sem parar o beijo. Giraram e ela percebeu que suas costas encostavam na pia agora. então deu um impulso pra se sentar na pia e assim se ajeitar entre as pernas dela.
- Aie !
- Que foi?
- Nada... Me bati na torneira – e os dois soltaram risadas estranhas porque estavam sem fôlego pra rir normalmente. Ele se reaproximou e voltou com os beijos no pescoço dela enquanto soltava um lacinho na parte de trás da blusa que ela vestia; quando soltou o lacinho e mais três botõesinhos, a blusa deslizou e antes de desabotoar o sutiã, se afastou um pouquinho e tirou sua camisa também. Depois os dois ficaram se olhando, observando como o outro respirava rápido e como aquele banheiro parecia abafado!
começou a tirar o cinto da calça e ela logo deslizou pelas pernas, ficando embolada nos pés. Cruzou os braços novamente em torno da cintura de fazendo os corpos parecerem mais colados do que antes. Ele tentava desabotoar o sutiã dela de uma forma desastrada enquanto recebia mordidinhas na orelha. passou ao pescoço dele e sorria cada vez que arrancava um arrepio dele com seus beijinhos e chupões na nuca. por fim desabotoou o sutiã, fazendo as alças deslizarem devagar pelo ombro dela. Se afastou um pouco observando-a terminar de retirar a peça.
- Você tem certeza? Digo... Vamos seguir em frente?
- , eu esperei você por três anos! – passou a mão pelo contorno do rosto dele enquanto o olhava nos olhos com a mesma doçura que tem num pudim de leite – Não vem me perguntar agora se eu tenho certeza!
Ele riu de novo e a ajudou a descer da pia pra poder abrir uma das gavetas. Pegou uma camisinha de lá.
- Quer dizer que você tem camisinhas escondidas pela casa toda? – ela perguntou rindo e deu um tapa no ombro dele.
- Claro... A gente nunca sabe quando vai ficar trancado no banheiro com uma gata dessas! – deu risada e ele ia se aproximando de novo.
- Ah, espera! Apaga a luz aí! Eu sempre quis fazer isso num banheiro escuro em uma noite que estivesse chovendo com relâmpagos! – esse comentário fez gargalhar virando o rosto pra cima.
- Você que manda! – ele apagou a luz e voltou pra perto dela. Foi beijar a boca e acertou o nariz, depois acertou a boca. Apenas as luzes dos relâmpagos iluminavam tudo de vez em quando. foi desabotoando a calça que vestia enquanto os dois davam passinhos pra trás, mesmo sem nem saber onde estavam querendo chegar. tropeçou na calça, que ainda estava embolada em seus pés e os dois caíram dentro da banheira sem água.
- Owch – bateu a cabeça na parede, sem muita força. Não se feriu gravemente e só sabia rir.
- Minha nossa, você bateu a cabeça! Desculpa, eu tropecei na calça! Está doendo? Se sente bem? Quer que eu chame o Batman, o Homem-aranha, o Wolverine, um médico? Fala!
- Ai! – risos e mão atrás da cabeça – Tudo bem, tudo bem ! Foi de leve, não precisa chamar ninguém, você mesmo resolve!
- Hum... Como eu resolvo? – perguntou com um risinho safado.
- Dá beijinho que passa!
sorriu enquanto trocavam selinhos e segurou levemente o lábio inferior dele com os dentes, quando ele foi se afastar pra falar.
- Tem certeza que está bem? Não vá perder a memória ou algo assim! – eles se posicionavam de joelhos na banheira, um de frente pro outro.
- Eu to bem, mas se eu perder a memória você pode me conquistar de novo! Você faz meu tipo e beija bem! – passou os braços em volta do pescoço dele, viu que ele mordeu o próprio lábio inferior com força a ponto de deixá-lo sem cor por uns segundos e o beijou de novo.


De volta à casa do Dean

- Achei! – gritou dentro de um dos quartos, onde achou um aparelho de telefone sem fio.
- Certo... Mas cadê a base? – se aproximou dela e cruzou os braços.
- Deve estar por aqui, estamos chegando lá! – começou a procurar pela base do telefone.
- Parece um telefone normal, ! E não do tipo que pede pizza sozinho... – zuou , que apenas devolveu um – HAHA, sem graça!


No corredor

- Ué! O corredor acabou...
- É... Percebi. – respondeu desanimado, eles se depararam com uma parede.
- OMG! É o Dean-bonitão! E de terno! Que lindo! – teve um ataque apontando para um quadro na parede. Era um retrato em tamanho grande, colocado em uma moldura branca e dourada; estavam na foto o Dean com a mulher ao lado e na frente dos dois, o bolo de casamento.
- E essa era a mulher dele, que sumiu.
- Bonita também. – falou meio sem graça pelo ataque de segundos antes. Parou de olhar fixamente o quadro para olhar de rabo de olho, viu que ele olhava pra direção oposta ao rosto dela e sentiu uma pequena pontadinha de "Oops! Eu e minha boca grande!".
- É.
- Hum... Será que foi ela mesmo ? Que matou o Dean?
- Não sei... – e os dois ficaram meio pensativos.
- Mas e essa escadinha? Por que ela está aí se não há lugar nenhum pra subir aqui? Só tem o teto lá em cima. Que coisa mais estranha! – mudou o assunto, percebendo um clima estranho ali e passou a encarar uma escada de madeira encostada na parede, aparentemente sem nenhum motivo pra estar ali.
- Caralho... Mais uma estante de livros!
- Livros! – os dois falaram juntos e se entreolharam, sorrindo sem graça depois.
- Me empresta esse livro aqui. – pegou o livro que ainda carregava e os dois observaram que havia uma vaga perfeita pra encaixá-lo ali.
olhou pra de novo, meio que pedindo aprovação e ela concordou em silêncio. Quando encaixou o livro lá, um quadrado igual àquele outro se abriu no teto e os dois sorriram. subiu a escadinha primeiro.
- Ouch! – ela bateu a cabeça.
- O que está vendo aí? – perguntou quando ela pôs a cabeça pra fora.
- Definitivamente não é a sala... E o teto é baixo! Bem baixo! Muito ba...
- Ta bom já entendi! É baixo! – e ele riu – Hum... Então termina de subir que eu to ficando agoniado aqui, vai que essa coisa fecha!
subiu e engatinhou até um canto pra dar espaço a ele, não dava nem pra ficar de joelhos com o tronco ereto ali. Ela retirou o capacete da cabeça e o deixou no chão com a luz acesa. terminou de subir e também pagou o mesmo mico que , bateu a cabeça por conta da empolgação de sair, o que fez a menina rir. O que eles não perceberam é que aquilo não era um teto baixo. Acontece que haviam saído embaixo de uma cama! A cama tinha sua lateral esquerda encostada a uma parede, assim como a cabeceira. Encostado ao final dela estava um baú, deixando como única passagem a lateral direita. Os dois ficaram um tempinho pensando em como aquele ‘quadrado’ iria se fechar. Não viram nenhuma alça pra puxá-lo, nem mesmo um botãozinho, então chegaram na conclusão que aquele espaço provavelmente permanecia aberto enquanto o livro estivesse na estante. Não era automático igual ao outro, que se fechou sozinho. Se eles quisessem mesmo descobrir como funcionava o esquema das portinhas no chão, teriam que analisar mais, mas essa não era a prioridade do momento.
- A gente pode olhar outro dia como funcionam esses esquemas das portinhas, deve ter todo um mecanismo interno... Mas agora vamos sair logo desse teto baixo, ta me dando agonia! – falava baixo e começou a engatinhar.
- Será que foi o Dean que fez? – comentou no mesmo volume de voz, engatinhando devagar ao lado dele
- Acho que não. Foi alguém muito mais inteligente. – podia-se perceber uma pontada de irritação na voz dele.
- Ta chamando o Dean de burro, ? De novo?
- Não. Disse que ele não parecia inteligente o suficiente pra isso.
- O cara morreu, é feio falar mal de quem já se foi!
Eles foram engatinhando mais um pouquinho até tocarem no lençol branco da cama, que encostava no chão. o suspendeu e eles passaram por ele, porém continuaram a engatinhar, enquanto discutiam sobre o nível intelectual do Dean.
- Eu não falei mal, caramba! – respondeu com a voz rouca de quem cochicha, porém querendo falar alto.
Chegaram quase no meio do quarto e foi quando descobriram que já podiam ficar de pé. Olharam ao redor e riram da própria burrice por não perceberem que tinham saído em baixo de uma cama!
Foram parando de rir quase ao mesmo tempo, voltando aos poucos à expressão normal. Tinham os olhares fixos um no outro, mas abaixou o olhar.
- Que bom que você está aqui. Nada seria engraçado se eu estivesse sozinha.
- Hey... – se aproximou e tocou seu queixo, fazendo os olhares se ligarem de novo – Eu vou estar sempre aqui.
Ele fez uma referência encostando levemente o dedo indicador sobre a região onde provavelmente se encontra o coração dela. sorriu sentindo uma enorme vontade repentina de abraçar aquela criatura fofinha, e foi o que ela fez, agarrando-o subitamente e enterrando o rosto no pescoço dele.
- Pode ter certeza disso , você vai estar sempre aqui. Apenas você e mais ninguém. – deu ênfase à última palavra pra ver se consertava o incômodo que ele sentiu ao vê-la falando do Dean.
- E você aqui! – se afastou do abraço sorridente, segurou uma das mãos dela e a fez espalmar sobre seu peito. pôde ver que ele também ficava com o coração acelerado perto dela e gostou de saber que não é só ele que causa efeitos nela.
deixou que sua mão fosse deslizando por cima da camisa de até chegar ao abdômen e afastou a mão. Ela fixou o olhar em algum ponto imaginário enquanto mordia o lábio inferior e sentia o olhar dele sobre si.
- Você o conheceu? Digo... O Dean... Vocês... – cortou o silêncio de forma desajeitada.
- Não. – balançou a cabeça freneticamente. Preferiu ocultar os detalhes que não valiam a pena, teve medo do risco estragar as coisas com por causa de umas conversinhas com o Dean e um beijo sem importância. deixou um meio sorriso tomar conta de seus lábios.
- Eu já soube que você ia povoar meus pensamentos depois do dia que eu te conheci. – falou depois de um tempo. Eles sustentavam um olhar cheio de brilho e logo foram aproximando os rostos. Fecharam os olhos e encostaram as testas.
- Essas velas por aqui te deixaram romântico! – sussurrou enquanto sorria com os olhos fechados ainda.
- Eu sou romântico, você que não percebeu! – respondeu baixinho, sorrindo também, mas interrompeu o sorrisinho e abriu os olhos repentinamente.
- Que foi? – percebeu que ele descolou a testa da dela e afastava devagar o rosto.
- Você ta percebendo uma coisa?
- O que?
- O quarto ta claro e nós nem precisamos mais das lanternas, certo? – ele falou desligando a lanterna e deixando-a em cima da cama.
- Aham. – ela fez menção de tirar o capacete, mas ao tocar nos cabelos, lembrou que já havia deixado-o embaixo da cama.
- E isso é por que temos velas aqui, certo? – haviam velas acesas em vários cantos do quarto, em cima dos móveis.
- Aham.
- Mas... Velas não ficam acesas por mais de quatro meses o tempo inteiro sem derreter completamente, ficam?
- Kakam! – já tinha um certo tom de medo na voz da menina.
- E... Alguém acendeu, certo?
- Aham.
- E certamente não fomos nós, né?!
- KAKAM! – ela falou meio desesperada e se atirou de volta pra baixo da cama.
- OMFG! – ele a seguiu.
- , quem acendeu essas velas? – sussurrava morrendo de medo.
- Não sei ... E acho que não quero saber! – ele respondeu no mesmo volume.
De repente uma música começou a tocar baixinho.

Four letter word just to get me along
It's a difficulty and I'm biting on my tongue and I
I keep stalling, keeping me together
People around gotta find something to say now

- AIMEUDEUS! ! De onde vem isso?
- Shhhh! Não sei ! To me sentindo num filme de terror, quero sair daqui!
- É, parece aqueles filmes que tem umas vitrolas da *época-que-vovó-beijava-na-boca*, que sempre ligam sozinhas numas músicas estranhas! Essas cenas nunca terminam bem!
- ...
- Que?
- Eu te adoro – ele falou com uma voz meio chorosa e muito fofinha que fez segurar uma das mãos dele.
- Ounn! Também adoro você !
- Eu só queria que ficasse sabendo, caso aconteça alguma coisa comigo! – ele sorriu e apertou mais forte a mão dela. A música continuava, aumentando o volume cada vez mais...

…ame, ame, ame

They call me 'hell'
They call me 'Stacey'
They call me 'her'
They call me 'Jane'
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my name

They call me 'quiet girl'
But I'm a riot
Maybe Jolisa
Always the same
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my...

Até que alguém chegou, eles só puderam ver os pés, era um par de All Star vermelho. Essa pessoa pegou o aparelho que tocava e o fez parar, era um celular.
- Alô. – parecia a voz de uma adolescente e ela falava baixo – Oi Hannah! É, é... Continuamos na casa em frente a casa do ainda, mas você não sabe o que aconteceu! Não, não... Deixa eu falar poia! Eles entraram aqui! Como quem cabeção?! Eles! Os Mcguys e algumas garotas, , e uma que não sei o nome ao certo, mas chamam sempre de , deve ser , ou sei lá... Só o que não veio, nem ele e nem a ficante, ou ex-ficante do .
Os queixos de e caíam cada vez mais, eles nem tinham reação! Como alguém podia saber tanto e conhecer todos eles, inclusive saber até os nomes das meninas e a relação de cada uma com todos eles?!


- Será que a base ta no outro quarto? Eu vou ver. – saiu daquele quarto onde acharam o telefone sem fio e já tinham revirado tudo atrás de uma base idiota. Ela foi em direção ao último quarto que faltava olhar. Quando chegou na porta e olhou pra dentro do quarto...

- AAAAAHH! – Ela gritou ao ver uma menina em pé falando ao celular, deixou até o telefone sem fio que segurava cair no chão. , e ouviram o barulho e foram ver, ao chegar na porta, encontraram uma -estátua e uma menina-estátua-com-um-celular-na-mão!
- Q-quem é você? – perguntou e a menina continuou totalmente parada.
- Ela é um f-f-fantasma! – começou a puxar pela roupa pra fora do quarto.
- Mas... Fantasmas não falam ao celular! – falou.
- E NEM TÊM AMIGAS COM NOME DE HANNAH! – e saíram de baixo da cama gritando – E nem usam All Star vermelho também! – completou apontando o pé da garota, que finalmente se moveu pra olhar pra baixo.
- Não?! – ela se perguntou confusa observando o tênis vermelho que usava.
- ! ! Como é bom ver vocês! – também saiu do seu estado de estátua.
- Oi... Meu nome é Jamie – a garota sorriu tímida, passando os olhos por todos eles.
- Certo, Jamie. Você é alguma fantasma? – insistia na história do fantasma, parece até que ela queria que fosse.
- Que eu saiba não, mas eu sou fã de vocês!
- Da gente? – perguntou apontando pra si.
- Do McFLY! – uma voz falou no corredor e os que estavam na porta se viraram pra ver. Outras duas meninas foram entrando no quarto e se juntando a Jamie.
- Molly.
- Stacey. – as duas se apresentaram.
- Mas espera aí! Alguém pode explicar que diabos está acontecendo aqui? – se irritou.
- A gente explica. – Molly ia falar, mas Jamie viu que ela estava muito desesperada pra qualquer coisa.
- Deixa Molly, deixa que eu falo. – Jamie deu um passo à frente dela – Primeiro, queríamos pedir desculpas. A gente sabe que não foi legal assustar vocês, mas não era essa a nossa intenção!
- É, não foi legal mesmo não, FOI PÉSSIMO! VOCÊS SÃO DOIDAS CARAÍÍ? – quase avançou pra cima delas e segurou seu braço.
- Segura sua onda aí dude!
- Então eram vocês que estavam aqui o tempo todo? Foram vocês que ligaram pra casa do ? – perguntou.
- É... Olha, não foi por mal, a gente achou o número na lista e só ligamos pra confirmar se era o número do , aí ninguém teve coragem de falar nada quando ele mesmo atendeu e desligamos. Depois quando ele retornou, ninguém quis atender porque ficamos com vergonha... – Jamie respondeu.
- Vocês invadiram essa casa? Como chegaram aqui e como souberam que ela estava abandonada? – disse.
- A gente tava de férias, – Stacey começou – Estivemos no último show do McFly...
- Nós vamos em todos! – Molly a cortou.
- Somos muito fãs... – Stacey continuou – E um dia viemos passear aqui na rua onde o mora. A gente não sabia qual era a casa direito, mas passamos um tempo visitando esse parque que tem no final da rua. Estávamos indo embora e já tínhamos ficado felizes por ter simplesmente passado pela rua que passa todo dia.
- Aí... – Jamie continuando a história – Nós nos escondemos atrás de umas árvores quando vimos um carro chegar e o saiu de dentro de uma das casas sorrindo, ele gritou ‘’ e ela, – Jamie apontou pra – saiu correndo do carro e o abraçou.
- Foi assim que descobrimos qual era a casa do – Stacey voltou a falar, todo o resto prestava atenção em cada palavra delas – Logo depois que todos entraram na casa do , olhamos pra essa casa aqui. Percebemos que estava abandonada e entramos no quintal pra ver.

Play Stacey’s Flash Back

- Papai podia comprar essa casa... Já pensou como deve ser morar de frente pra um McGuy? – Jamie dizia empolgada, observando a ampla sala. Eu olhei pra Molly, a nossa prima, ela também olhou pra mim e nós olhamos pra Jamie. Então eu joguei um verde.
- Jamie... Hoje era o primeiro dia daquele acampamento, certo? A gente devia estar lá agora, não é?
- É! Mas nós somos fodas e despistamos os caras no primeiro dia! – Jamie se largou no sofá rindo, acho que ela não tinha entendido a intenção ainda, ela é meio lerda.
- Nossos pais foram viajar ontem à noite, junto com os pais da Molly, não é? – eu comecei a caminhar pela sala com a mão no queixo, dando uma de pensadora!
- Saquei aonde você quer chegar! – Molly sorriu e nós olhamos pra Jamie, ela continuava com cara de bunda, mal de Jones... Então nós gritamos e sorrimos juntas pra ela – Vamos ficar aqui!
- Oh Gosh! Vocês estão malucas! Essa casa pertence a alguém!
- Mas Jamie, você mesma concordou agora pouco que ela deve estar abandonada! – Molly tentava convencer minha querida irmã.
- Eu sei, mas também não é só isso, como vamos ficar aqui?! Essa casa não tem luz, não tem comida, não deve ter água também...
- Comida a gente tem, e de sobra! – Apontei para as nossas mochilas – Temos lanternas, água pra beber... E na hora de tomar banho a gente pode ir pro acampamento, que não é longe daqui! Depois fugimos de novo e voltamos pra cá!
- Isso! Genial Stacey! – Molly era a mais animada com a idéia depois de mim – Aproveitamos e pegamos comida por lá também, caso falte aqui!
- Hum... Ai não sei não! Isso não parece certo... O que vamos ficar fazendo aqui o dia todo nessa casa estranha?
- A gente fica olhando a casa do ! Vai dar pra tirar várias fotos, totalmente inéditas! E com certeza os outros guys da banda devem passar por aí todo dia! – falei e ela já parecia que ia topar.
- TA BOM! Não vai adiantar falar nada mesmo né! Mas se der confusão...
- Não vai dar confusão e essas férias vão ser inesquecíveis, ok? – Molly passou um braço pelo ombro da Jamie e o outro braço no meu ombro. Nós três ficamos sorrindo feito bestas. Nós TEMOS problema e gosto disso, obrigada!

Stop Stacey’s Flash Back

- E pronto, essa é a história de como viemos parar aqui, o resto vocês já sabem...
- Hum... Se vocês soubessem que um cara foi assassinado nessa casa, não iam querer nem entrar aqui! – falou e já estava um pouco mais descontraída com as meninas.
- Ah, nós não temos medo dessas coisas! – Jamie abanou o ar.
- Você devia tomar umas aulas com elas! – cochichou pra , que deu um tapa nele.
- Vocês são corajosas, ficaram nessa casa enorme sozinhas! Não tem mais ninguém com vocês? – também já estava mais a vontade com elas.
- Não, somos só nós três mesmo... – Molly falou e entrelaçou os braços com os braços das outras duas, que sorriram.
- Escuta... – começou a ficar pensativa – Por acaso foi alguma de vocês que um dia à noite colocou a cabeça na janela da sala do ?
Elas se entreolharam e Stacey dedurou.
- Foi a Jamie! – ela apontou sorrindo. A acusada lhe deu um soco no braço e ficou sem graça. Enquanto se sentia tremendamente aliviada.
- Err... Bem, eu percebi que vocês ficaram assustados com a ligação e os meninos voltaram pra dormir aí, então eu esperei ficar bem tarde e apareci na janela pra tirar umas fotos, estavam todos dormindo na sala, tão bonitinhos... Com um dos flashs, você acordou – e Jamie apontou pra , que lembrou daquela luz rápida.
- Então deve ter sido um flash desses que o também viu – falou sorrindo e se lembrando do susto que o amigo levou.
- É, provavelmente! – Jamie sorriu – Ele se assustou muito? Nós vimos que ele ficou lá na calçada apontando a lanterna pra cá!
- Ele se borrou! – respondeu e todos riram descontroladamente.
- Erm... Se não for pedir muito, será que vocês podem autografar nossos CDs e DVDs? – Stacey pediu depois que parou de rir.
- Hum... Ok! – pensou um pouco, depois concordou sorrindo e cutucou , que se fazia de irritado, mas abriu um sorrisão.
- Claro, ta tudo certo agora. – ele falou e todo mundo olhou pro .
- Well... Vocês chegaram a tirar alguma foto de mim só de boxers aí na frente da casa?
- Não! A droga da câmera tava sem bateria naquela hora... – Molly deu um soquinho no ar e respirou aliviado.
- Então ta bom!

O grupo saiu do quarto e logo estavam de volta à sala. As meninas buscaram seus CDs, DVDs e tudo mais que tinham do McFLY. Eles autografaram contentes, e , e também assinaram alguma coisa nas agendas delas.

- Bom, melhor nós irmos então, ainda precisamos procurar o ! Ele sumiu e... – falava depois que todo mundo terminou de distribuir autógrafos, mas o cortou de repente.
- Espera! , sexta-feira é seu aniversário!
- Uhum! E...?
- E daí que você ainda não planejou nada, não é?
- Pior que não... Estávamos pensando em dar uma festa na casa do mesmo.
- , o que você ta pensando aí? – olhou pra , que fazia uma carinha sapeca.
- Essa casa é tão grande... A gente podia arrumá-la e dar a festa aqui! O que acham? – quando ela acabou de falar, todos se entreolharam e sorriram... Por mais maluco que parecesse, eles gostaram da idéia.
- Será que conseguimos arrumar essa casa até sexta? Contando a partir de amanhã, temos três dias só! – comentou analisando como havia pó em todos os cantos.
- Se for só esse o problema, não precisa se preocupar! Somos um grupo grande, se contar com as nossas novas amigas, que o vai convidar é claro, ficaremos em onze pessoas! Com certeza vamos conseguir! – falava otimista e as meninas sorriram radiantes ao serem convidadas.
- Aah, a gente ajuda sim! – Jamie sacudia a cabeça freneticamente.
- Agora só falta saber o que o aniversariante achou! – falou e todos voltaram seus olhares para , que se fazia de sério.
- Eu... ADOREI ESSA IDÉIA! Nós podemos deixar a decoração meio que halloween fora de época, tudo meio sombrio...
- Como no clipe de Transylvania! – Stacey completou sorrindo e eles concordaram. [n/a: Posso falar? Eoo gamo nesse clipe *---*]
- Então podem ir pra casa do pra procurá-lo, nós vamos começar a limpar as coisas por aqui! – dizia Molly.
- Beleza! Amanhã nós viremos cedo, ok?! – falou com e , que concordaram.
Todos eles foram pra casa do , mas já nem lembravam que tinham de procurá-lo! , e ficaram um tempo lá, conversando animados sobre o que aconteceu e como eles foram infantis ao pensar em fantasmas, sobre a festa, decoração, convidados, etc e depois foram pra suas casas. , e foram para seus quartos tentar dormir cedo. e dormiram dentro da banheira!


Capítulo 14 – Closet...

DING-DONG
...Terça-Feira 8:30 a.m.

- Chegaram cedo! – abriu a porta para os três amigos que sorriam de orelha à orelha.
- A gente achou que qualquer hora antes de meio-dia fosse madrugada pra vocês! – apareceu ao lado de
- Já tomaram café? Entrem, a hoje ta inspirada! Já fez um bolo não sei do que e agora ta fazendo panquecas! – deu espaço para eles entrarem na casa, que estava toda perfumada com o cheirinho bom que vinha da cozinha.
- Dude, só esse cheirinho... Parece que eu to no paraíso! – cumprimentou as duas e pôs a mão sobre o estômago.
- Eu trouxe o vídeo da gente sendo acordado! Querem ver depois do café?! – falou enquanto cumprimentava as meninas.
- Hum... Tenho até vergonha de assistir isso, eu devo estar horrível! Mas a curiosidade é maior! – falou sorrindo e jogou um CD em cima da mesinha da sala.
- Pra que ver depois criatura?! Vamos ver enquanto comemos! – se jogou no sofá animada, puxando e juntos com ela, foi pôr o CD onde gravaram o vídeo no aparelho de DVD... , depois de cumprimentar e , foi até a cozinha e ficou parado vendo virar as panquecas.
- OMG! – ela deixou cair uma no chão quando o viu.
- Sou tão feio assim que te assustei? Desculpa!
- Tudo bem, ! Você é um monstrinho, mas eu te adoro! – e deu um selinho nele.
- Hum... Esse bolo ta bonito! – observou o bolo em cima da mesa.
- Vai cortando ele em pedaços pra levar pros esfomeados lá na sala!

Eles tomaram café na sala assistindo o vídeo e caindo nas risadas.
- Putz! Eu não acredito que vocês esvaziaram quase todo o perfume do ! Ele a-do-ra esse perfume! – ria com as mãos na boca.
- Falando nisso, cadê ele? – ficou de pé.
- Nem sinal da biba! – respondeu.
- Eu vou ao banheiro e quando eu voltar, vamos precisar resolver o sumiço dele! – foi saindo da sala e subiu as escadas. Os outros ficaram revendo o vídeo pela terceira vez.


- Atchim! – acordou espirrando, estava apenas de calcinha, com a cabeça sobre o peito de , que tinha somente uma peça de pano pelo corpo todo e o prendedor de cabelo da que ele pôs no pulso como se fosse uma pulseira. Os dois deitados dentro da banheira, mas sem água e cobertos parcialmente por uma jaqueta grande e marrom que ele usava.
- Bom dia sol do meu dia! Melhor se vestir pra não ficar doente. – acordou com os espirros dela.
- , você acorda muito cafona! – falou com os olhos ainda fechados e a voz embolada de sono. Ela passou a mão pelo rosto todo como se isso fosse fazê-la acordar magicamente e logo se pôs sentada, levando as mãos às costas. – Ai minhas costas! A gente devia ter enchido a banheira... Pelo menos não íamos ficar tão doloridos.
- Ah, e você queria acordar toda enrugada? – ele olhava pros lados, procurando sua boxer listrada.
- Um dia eu vou ficar assim mesmo... – ela deu de ombros segurando o sutiã com desenhos de joaninhas que estava para vestir.
- E eu vou te amar até esse dia... e depois... e depois... – ele ia falando e intercalando as falas com selinhos. Foi quando abriu a porta de repente interrompendo o momento cute e fazendo largar o sutiã que segurava para imediatamente tampar os seios com as mãos.
- My fucking God! – foi o único som que saiu da boca da .
- PUTA MERDA! – foi o único que saiu da boca do .
Enquanto que só sabia rir. Depois ele virou de costas, percebendo que precisava tirar as mãos de onde estavam pra poder se vestir. Ele riu até doer a garganta enquanto os dois desesperados se vestiam.
- Já colocaram as peças íntimas pelo menos, seus sem-vergonhas? – os dois murmuraram alguma coisa que entendeu como sim e se virou pra eles – Então vocês passaram a noite aqui?! – enxugou as lágrimas que se formaram no canto dos olhos depois de tanto rir.
- É , a gente ficou trancado. – levantou e falou séria, pegou as sandálias nas mãos e caminhou até o vaso sanitário para sentar e calçá-las.
- Mas a porta não tava fechada... – queria mais explicações.
- Foi assim , vê se entende. – fechava o cinto da calça – Lembra quando ontem eu falei que ia subir pra procurar as meninas?
- Aham.
- Então, eu vim até aqui nesse banheiro e achei a . Só que eu deixei a porta aberta enquanto perguntava pra ela onde estavam as outras, um vento forte passou e bateu a porta. Você sabe... Eu já tinha avisado pro pessoal que a porta desse banheiro tava com defeito, não pode bater com força que ela fica trancada e depois só dá pra abrir por fora! – acabou de contar a história e já não ria mais, provavelmente acabou o estoque de risadas.
- Mas eu já vi essa porta emperrar, o ficou preso aqui sozinho um dia e foi difícil de abrir até por fora! Precisou vir o seu pai, eu, você, o...
- Cala a boca ! – apertava a boca e os olhos, como se estivesse falando muito além do necessário. Percebeu que olhava pro amigo e pra ele, desconfiada.
- A-a porta é sentimental oras! Hoje ela abriu fácil...
- Espera aí , que essa história ta mal contada! – ficou em pé ao lado de , com as mãos nos quadris.
olhava pro chão e não sabia se ria do amigo ou se ia embora dali.
- Erm... Vai ver ela não estava tão emperrada assim... – falou baixo, passando a mão pelo cabelo.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TRANCOU A GENTE AQUI DE PROPÓSITO !
- CALMA ! Eu posso explicar, ta bom!
- ... ... Que coisa feia, tsc tsc tsc!
- , fecha a boquinha por um instante, ok? ... De cara eu achei que a porta fosse ficar mesmo emperrada, mas depois eu vi que se eu me esforçasse um pouco mais eu poderia abrir mesmo por dentro. Só não fiz isso porque... eu... quis estar com você, ta bom?
- Ohhh ... – se desmanchou num sorriso e passou a mão pela bochecha dele. rolou os olhos e ia saindo, mas ela o chamou de volta.
- Hey, parado aí ! Onde vocês estavam? A gente gritou socorro um monte de vezes e ninguém veio!
- Ah, a gente tava na casa da frente. – ele respondeu simplesmente.
- Como é que é? Vocês foram lá?! – ficou passado.
- Fomos. E a festa de aniversário do vai ser lá!
- Espera aí! Não to entendendo mais nada! – cruzou os braços.
- Erm... É uma longa história, ok! Vocês descem e eles explicam lá pra vocês...
- Ah, ! Por falar nos outros... Será que dá pra você abafar o caso aqui?
- Ta bom , depois eu te mando por e-mail uma chantagem pelo meu silêncio... Agora eu vou usar outro banheiro, esse aqui eu não uso mais até que alguém arrume a bagunça que vocês fizeram! A noite deve ter sido muito proveitosa mesmo, huh! – brincou e saiu correndo quando ameaçou bater nele, enquanto ficava vermelha.


- Olha lá, foi com essa parte que nos assustamos ontem! – mostrava para as meninas a parte do começo do vídeo que foi filmada do lado de fora da casa, onde se assustou ao ver uma pessoa dentro da outra casa.
- Ainda bem que agora a gente já sabe quem ta lá, né! – sorriu aliviada.
- Imagina se a gente não soubesse! Estaríamos em pânico agora! – fingiu uma cara de pânico.
- CARALHO, O QUE ACONTECEU COM MEU PERFUME?! – escutaram os gritos de vindos do andar de cima.
- Oops... Acho que o encontrou ! – sussurrou meio assustado.
- Você acha? – olhou pra ele.
- Gente... Erm... Que vocês acham de... – levantou e foi andando de costas, observando a escada e o corredor lá em cima – CAIR FORA?!
, , e levantaram imediatamente do sofá e seguiram até a casa da frente.

- , me leva pra onde os outros foram... O ta bufando lá no quarto! – abordou quando ele saía do banheiro, ele concordou em silêncio e os dois desceram as escadas.

- ! ONDE VOCÊ TAVA, SUA PANGUONA?! – gritou ao ver chegar na casa e correu junto com pra abraçá-la, as três caíram no chão e todo mundo pulou em cima delas.
- AGORA É QUE EU VOU SUMIR DE VEZ! – gritou com a voz abafada debaixo de todo aquele povo e todos começaram a sair.
- Onde você tava? Sério! A gente já tava começando a se preocupar de verdade! – falou ajeitando a roupa que amassou um pouco.
- Ah, é uma longa história! Depois eu conto, mas... – ia falando mas não a deixou terminar. [n/a: oi? educação mandou lembranças viu! Que coisa feia ficar cortando as falas dos outros u.u]
- Você deu um susto em todo mundo! Ainda bem que foi só um susto, amiga! – lhe deu um daqueles abraços sufocantes.
- Ta esmagando meus ossos, caralho! – falou meio sem ar e a soltou.
- É assim que você me trata por eu estar aliviada em te ver de novo?! Bate nela Jamie!
- Jamie?
- Ah sim! Esqueci de apresentar! – bateu na própria testa – , elas são Jamie, Molly e Stacey. Eram elas que estavam aqui na casa!
- SÉRIO?! CARAMBA! – ia cumprimentando cada uma com cara de surpresa.
- Depois elas te contam a história toda também, mas antes... – lhe entregou um rodo – A gente tem um longo trabalho por aqui!
- Ahh sim, entendi, a festa do vai ser aqui, não é?
- Aham. Achou legal? Foi minha idéia! Só minha!
- Achei , vai ser incrível! Mas antes eu queria saber onde está o ! Alguém sabe?
- Ele e o estão nos fundos da casa, varrendo as folhas secas do chão. – respondeu e saiu.
- Já volto...


- HAHAAHA, você ta varrendo errado !
- Num to não! Você é que ta me atrapalhando!
- Tenho culpa se você não sabe pegar na vassoura?
- HEEY ! – chegou, mas eles não tinham visto ainda por causa da brincadeirinha deles, então ela precisou gritar.
- A-ah, oi !
- Oi meninos! , será que eu podia conversar com por um instante?
- Claro! – sorriu, encostou a vassoura num muro e se retirou. caminhou um pouco e sentou-se numa balança, sentou na balança ao lado.
- Precisamos de uma conversa – ela falou olhando pro chão.
- Também acho... – ele deu um meio sorriso e olhou pra ela.
- Acho que estamos pensando a mesma coisa. – ela sorriu e o encarou também – Vamos ser sinceros e diretos, a gente não é tão a fim um do outro assim, à ponto de levar isso à diante. E eu acho que somos mais é amigos!
- Isso nós somos! Temos tantas coisas em comum que às vezes chego a pensar que você é uma irmã gêmea que fugiu da maternidade! À propósito... Em que dia você nasceu mesmo?
- 17 de junho.
- Puxa! Não somos gêmeos – deu um soquinho no ar se fazendo de decepcionado.
- Me sinto à vontade com você, .
- E eu adorei ficar com você, te conhecer... – ele falou retomando um ar mais sério.
- Eu também! Adorei cada dia com você, a gente se divertiu tanto!
- Não precisa falar no passado, ! Desse jeito até parece despedida... Vamos continuar nos divertindo, só que como amigos – e ele bagunçou o cabelo dela.
- Com certeza! Você pode contar comigo pra sempre! – ela passou a mão pelo rosto dele, os dois sorriam sinceros, ele pegou a mão dela e deu um beijo.
- Você pode contar comigo também!
- Eu sei que tem um clima entre você e a ! Se precisar de alguma ajuda com aquela cabeça de cookie, é só falar! – ela disse depois de um tempo.
- Acho que gosto mesmo dela... Só demorei pra perceber!
- E ela também gosta muito de você!
- Isso eu descobri quando ela me tratou tão bem e se preocupou tanto comigo... Às vezes me vem uma vontade de cuidar dela também e protegê-la de tudo para que ela seja feliz.
- Vai ser. Vocês dois vão!
- E você também, com !
- C-c... com ? Por que você ta falando do ?!
- Ah, ! Conta outra né... Só se eu fosse cego pra não perceber o quanto você ficava incomodada quando o via com a !
- É verdade... Eu ficava destruída! Mas já descobri que eles não estavam juntos pra valer.
- Uhum, ele te ama, dá até pra ver, Fátima Teresa Aldegunda Bananéia de Oliveira!
- Eu sei! Eu também amo ele, Reginaldo Carlos Chapado Caio Escadabaixo!
- Minha Nossa senhora, que coisa horrível! Você precisa parar de inventar esses nomes, ou então nunca tenha filhos! – falou entre risos. quase se desequilibrou na balança de tanto que ria também. Depois se sentiu à vontade pra começar a contar o acontecido da noite passada. Estava tão feliz que precisava compartilhar isso. Conversaram por um bom tempo sentados nos balanços, os dois sentindo-se mais aliviados por saberem que a amizade deles tem validade indeterminada! Mais tarde retornaram ao interior da casa para ajudar os outros.

- Ta mais calmo amor? – perguntou quando entrou e viu sentado numa janela, limpando os vidros. Tirando e , todos se entreolharam surpresos, mas não perguntaram nada.
- Sim, eu vi o vídeo de vocês esbanjando meu perfume... E a idéia foi sua! – desceu da janela, ficou de frente pra e se fez de zangado apontando pra ela.
- Ai... Desculpa ! E-e-eu não queria gastar seu perfume à toa! Prometo que te compro outro se quiser! – ela falava dando passos pra trás, meio assustada ao ver o sorrisinho que ele tinha. Do nada, os dois começaram a correr feito loucos pela casa como se não houvesse mais ninguém ali.
- Quando eu digo que eles são malucos ninguém acredita! – se virou pra e , que apenas sorriam observando o casal. conseguiu pegar e a jogou no sofá, enchendo-a de cócegas. Ele parou quando percebeu que todos estavam ao redor deles observando.
- Erm... – sentou e se ajeitou no sofá, fez o mesmo – Oi, meu nome é Capitão Fronha-Babada! – ele acenou com um sorriso mais idiota que conseguiu fazer enquanto prendia o riso com a mão na frente da boca. Algumas pessoas rolaram os olhos, outras sacudiram a cabeça, mas todos sorriram e se dispersaram. ainda entregou um espanador pra antes de sair.
- Capitão Fronha o quê?! Assim... Tem mais algum maluco na sua família? – brincava com as peninhas do espanador.
- Tirando a , todo o resto é até que normal sabe...
- EU OUVI ISSO E VOCÊ TA FERRADO NA MINHA MÃO surgiu na janela fazendo pular de susto, ela estava varrendo a varanda. sorriu com isso e deu uma 'espanada' no rosto dele.
Todos passaram o dia varrendo, espanando, limpando janelas, planejando a decoração, às vezes alguém saía pra comprar coisas que usariam...

O dia da festa chegou rápido, mas eles conseguiram deixar aquilo lá um luxo só! Também... Com onze pessoas suando as camisas! No último dia que faltava, quinta à noite, eles ficaram lá até tarde. Na sexta-feira, logo de manhã, chegou com vários tipos de bebidas e botou tudo na geladeira de casa. No começo da noite, usou o carro dele pra buscar , e os três iriam juntos buscar o bolo. Passou primeiro pela casa de e teve uma grata surpresa quando ele abriu a porta.
- ?! V-vo-você tá assim ainda? São 8:15, a festa começa às 9h e ainda precisamos buscar o bolo! – estava de boxer e com a cara meio amassada.
- Nossa eu... capotei aqui no sofá! – esfregou o rosto com uma das mãos e percebeu que as bochechas de pareciam um tanto coradas e ela olhava para o lado como se houvesse algo muito interessante para ser analisado na parede. No fundo (tá, nem tão fundo) adorou provocá-la, mas preferiu acabar logo com a situação.
- Erm... Entra! Me espera aqui na sala que eu vou só me vestir e já desço! – entrou, ele fechou a porta e subiu as escadas correndo.
'Ai, a tatuagem ta lá... ' pensava enquanto suspirava sentando no sofá. 'Ah, mas é claro que ta lá, anta! É uma tatuagem pô! Como ia sumir? Onde você ta com a cabeça ? Ah! Já sei, na tatuagem dele!'

Play ’s Flash Back

- Oi, a festa do Ricky foi boa? – encontrei o na entrada da escola e ele não estava com cara de "manhã-pós-festa" se é que você me entende...
- Mais ou menos. Por que você não foi?
- Não tava a fim.
- Teria sido mais legal se você fosse. Aquilo tava um tédio pra falar a verdade.
- Ah vai ! Não começa a fazer tipo que eu já te conheço! Com quantas você dormiu,hun?
- , TA PENSANDO QUE EU SOU O QUE? Não fiquei com ninguém e até fui embora cedo!
- Você? Indo embora cedo de uma festa? Não dá nem pra acreditar...
- Eu estou tentando mudar, .
- É mesmo? Por quê? – oops, impressão minha ou eu to sentindo uma pontada de nervosismo inexplicável dentro de mim?
- Tem uma pessoa que precisa saber que eu sou diferente.
- Sei...
- Isso foi em tom de dúvida? Não responda! Vamos apostar!
- Ok. Eu não acho que você consiga passar três semanas sem pegar ninguém! – Pronto, falei! O não consegue passar uma semana sem galinhar! Vaquinho.
- Três semanas? Tudo bem, vai ser fácil. Se eu conseguir, você vai ter que...

Três semanas depois

Ele conseguiu. Não ficou com ninguém! Isso é incrível pra mim! E olha que eu vigiei direitinho cara! Por um lado eu estou muito feliz porque eu vi que ele pode realmente se comportar quando quer! Mas também estou frustrada por ter perdido a aposta...
- , eu acho que to me arrependendo! – cara... quando eu vi aquelas agulhas, quis correr dali! Sério, nunca tinha feito uma tatuagem e sinceramente, não pensava em fazer nem tão cedo!
- Relaxa ! Esse desenho é pequeno, vai ser rápido! E eu to aqui com você, pra fazer a mesma tatuagem! Vamos enfrentar juntos, você vai ver! – falou todo animadinho, acho que ele fica feliz me vendo assustada, só pode!
- Maldita a hora que fui apostar com você ! – Falei e sabe o que ele fez? RIU da minha cara! Me diz, o que eu fiz pra merecer isso? Ah sim, o que eu fiz foi perder uma aposta pro meu melhor amigo, por quem por acaso eu sou apaixonada! Foi isso que eu fiz!
- ! Olha bem pra mim, – ele pegou nos meus ombros e me encarou com aqueles olhos, e que olhos... Eu tenho medo deles! – a gente vai passar por essa juntos! Vamos tatuar o mesmo desenho! Você na nuca e eu no peito. Daqui alguns anos, isso vai ser uma puta recordação que teremos um do outro! Não acha?
- Não tem um jeito menos dolorido pra gente se lembrar um do outro? – claro que tem! E a minha caixa com as nossas fotos? Hein, hein, hein?! Ela ta até ficando cheinha já...
- Não vai doer tanto , eu garanto! Pode começar moço... – ele falou e o tatuador me mandou deitar de bruços e tirar o cabelo do pescoço. Peguei a mão do e só pra me vingar, antes mesmo da tortura começar, eu já apertei como se fosse ter um bebê! Mas até que foi rápido... Teve uma hora que eu nem sentia mais dor, acho que acostumou, sei lá! E admito que ficou bem bonita! Só que claro... Legal mesmo ficou no ! O desenho ficou logo acima do peito, e que peitoral e... QUE GAROTO! JESUSMEADICIONA!

Stop ’s Flash Back

Enquanto ficava 'panguando' na sala, corria pra se vestir. Enroscou o pé numa calça que estava jogada no chão e tropeçou.
- Putaqueopariu! – ele resmungou baixo enquanto se levantava do chão e pegou a calça de ponta cabeça. Uma foto caiu do bolso...

Play ’s Flash Back

- Eu não entendo por que você fica ligando pra essa garota quando pode ter a menina que quiser!
Stive falou depois de ver que eu observava atentamente cada movimento de num canto do pátio com suas amigas, ela brincava com uma fitinha daquelas que usam em ginástica olímpica, eu não sei o nome daquela fita e não interessa ,ok?! Mas que aquela sainha dela parecia mais curta hoje, parecia...
- O que? – me virei pra ele, será que ele não se toca que eu tava ocupado?
- Essa sua amiga aí, que você carrega pra cima e pra baixo, às vezes até esquece da gente!
- Certo, essa frase foi muito gay! Você não quer competir pela minha atenção com as pernas da agora, quer?
- Deixa de ser besta! Eu to tentando falar sério, caralho!
- O que é Stive?! – bufei meio sem paciência, o Stive é meio chato às vezes, mas é um amigo do caraíí!
- Dude! Você não pode continuar desse jeito, ok?! – ele me sacudiu pelos ombros, to ficando com medo dele! – Vai acabar pirando! Você é a fim da mesma menina desde não-sei-quando e fica aí pagando de amiguinho dela! Francamente viu... Ou você pega ela de uma vez ou acaba com isso!
- Ta bom pai. Acabou o momento sermão?!
- To falando isso pro seu bem cara, quero saber o que é que há contigo! Esses dias você ficou mais esquisito ainda.
- Tudo bem, é só que... Eu acho que não vou poder mais ficar com ela.
- Por que? NÃO ME DIGA QUE ELA TE DEU UM FORA ?!
- CALA A BOCA, seu porra! Quer falar mais alto pra ouvir também?
- Ela te deu um fora! – Stive soltava um sorrisinho besta. Erm... esquecendo da coisa do 'amigo do caraíí', tudo bem se eu socar ele tipo... agora?!
- Não foi isso idiota! Não posso mais por que vou me mudar.
- Ah é, você me disse ontem... Chato pakas... Mas, o que tem isso a ver?
- Tu é burro ou só não pensa? – perguntei rápido e o otário ainda ficou pensando pra responder – Esquece... Olha só! Eu tenho certeza do que eu sinto por ela, sei que se a gente acabar ficando e eu me mudar depois vai ser muito ruim. Pra mim e pra ela também. Eu não ia conseguir me afastar dela e assim já fica mais fácil.
- Que paixonite mais desgramada, hein cara... – ele bateu no meu ombro como um perfeito jeca e eu me senti o próprio Flintstone!
- Nem me fale! Vamos sair hoje? – Yabadabadooooooo!

Stop ’s Flash Back

terminou de se vestir, pegou a foto que caiu no chão e guardou numa gaveta. Era a foto que ele havia 'seqüestrado' da caixa da .

'Ele ta demorando. Será que eu devia subir? Não! Sossega o facho aí menina! Puta merda... Essa deve ser a Delilah!' já não estava mais sentada no sofá e se pôs a observar os objetos da estante da sala. Ficou intrigada ao ver que havia uma foto dentro do aquário do Emo – o peixe do – ela se abaixou pra ver melhor a foto que estava com a frente encostada no vidro e estava ali com uma garrafa numa das mãos e abraçava Delilah pela cintura com a outra mão. Delilah parecia beijar a bochecha dele com força enquanto ele fazia uma careta engraçada. Os dois bêbados very, fato.
- , VEM AQUI! – ela ouviu um grito da sala e foi correndo até o quarto. já a esperava na porta, estava lindo e só faltava um calçado.
- Que foi ? Por que gritou?
- Me ajuda a escolher um tênis que combine com a roupa! – ele pegou o braço dela e a puxou pra dentro do quarto até o closet, onde havia vários pares de tênis arrumados, a maioria brancos com detalhes em outras cores.
- Puxa... Com tantos fica até difícil! – pensava olhando pra roupa dele e depois para os tênis. Mas não havia chamado-a ali pra isso... Ele já tinha até escolhido o tênis! Foi se aproximando dela, viu que ela ficou nervosa e isso foi um incentivo pra ele continuar a aproximação.
- Vai com aquele ali – ela apontou pra qualquer um e parecia que já tinha esquecido como respirar direito, tamanha era a proximidade de ! Ela estava de lado pra ele, mas virou de frente pra poder sair. Antes que ela completasse dois passinhos, ele segurou seu braço.
- , você... precisa terminar de se arrumar – ela começou a frase olhando pra baixo, mas depois se fixou naqueles olhos que tanto a hipnotizam.
- Você não sabe do que eu preciso, nunca soube mesmo. – falou num tom de voz suave e a trouxe pra mais perto.
- Como assim?
- Nunca soube que tudo o que eu mais precisava era ter você. – estava tão perto que fez seu nariz tocar o dela.
- Pára , isso não é hora... – tentava resistir e ser forte, mas quem quer saber de força com um encostando narizes com você?! O momento ‘fale de perto com Close-Up’ não poderia terminar de outro jeito. tocou os lábios dela suavemente com os seus e ficou fazendo os dois se roçarem de um lado pro outro, teve medo que seu coração pudesse estar sendo ouvido por ele, de tão alto e rápido que batia. Milhões de borboletas faziam aquela algazarra gostosa dentro do estômago dela e podia jurar que todos os pelinhos da nuca estavam arrepiados. Principalmente quando ela abriu levemente a boca e deixou a língua avançar pra tocar nos lábios dele. apenas deu passagem e encostou a língua na dela, produzindo vários impulsos elétricos nos dois ao mesmo tempo. Ela deixou a língua dele entrar em sua boca e relembrou o gosto bom da boca dele também, logo depois sentiu os braços dele envolvendo sua cintura num abraço cheio de saudade e vontade. Sentiu uma imensa sensação de proteção e não queria sair daqueles braços nunca mais. Pousou uma das mãos levemente sobre a nuca dele e o fez suspirar, depois começou a bagunçar o cabelo dele, sem nem se lembrar que tinham uma festa pra ir. Minutos passaram como frações de segundo, mas eles estavam dispostos a aproveitar cada segundinho que fosse, até que foram interrompidos por uma música de repente e se afastaram, ambos com os lábios vermelhos.

Now that the looove is goone-o-o-o-Oo-o-o-o-Oo-Oo-Oo-Oo-Oo-gone,gone,gone

Um remix de Love Is Gone, era ligando no celular da . Ela viu quem era e atendeu.
- Fala . – tentou disfarçar que estava ofegante.
- ! O que aconteceu? Como você demorou pra chegar aqui, eu mesmo já peguei o carro e to indo buscar o bolo sozinho... O lugar que a gente encomendou é um pouco longe e não queremos que o principal da festa - depois das bebidas - chegue atrasado né!
- Ah sim, seu bebum! Desculpa ! Depois você pergunta o que aconteceu pro "Mr.Capotei-No-Sofá"! – ela falou e deu um risinho pra , que também sorria à sua frente.
- atrasado?! Fato! Ele é o que sempre se atrasa mesmo... Mas ta bom . Bye!
- Tchau ! – ela desligou o celular e se aproximava do rosto dela com um sorrisinho para outro beijo (lê-se: desentupidor de pia) daqueles de novo, mas ela pôs o dedo na frente dos lábios vermelhos dele.
- Wait! A gente não pode ficar se amassando aqui! Daqui a pouco vamos ter de passar nossas roupas de novo! – ela falava rindo porque ele se pôs a sugar a pontinha de seu dedo indicador fazendo a cara mais sexy e ao mesmo tempo hilária que conseguia – Você não quer chegar na festa todo amassado e despenteado, quer?
- Festa! Que festa? – ele soltou o dedo dela e fez a cara de esquecido mais fofa que ela já viu. apertou o nariz dele do mesmo jeito que costuma fazer com ela.
- Vem aqui! Preciso arrumar essa bagunça que eu fiz! – ela o puxou pela mão e o fez se sentar na frente da penteadeira. Começou a arrumar o cabelo dele com as mãos e fechou os olhos, como um gato sendo acariciado. Depois que ela terminou de ajeitar, colocou as mãos sobre os ombros dele.
- Ta dormindo aí ? – ela perguntou rindo e ele abriu os olhos, ficou observando o reflexo dela no espelho e começou a sorrir também. Eles ficaram feito bestas, um olhando pro reflexo do outro por um tempo.
- Você vai ser a mais bonita da festa! – ele cortou o silêncio.
- Hum... Nada que eu já não saiba! – ela olhou pro teto e ficou enrolando nos dedos uma mecha do próprio cabelo.
- Hey, você não era convencida! O que aconteceu, hun?!
- Queria que eu dissesse o quê? Eu sei que você diz isso pra todo mundo! Até pro você já deve ter dito isso!
- Ah, é verdade! Desculpa , mas o vai estar mais bonito que você hoje! – ele falou rindo e se levantando.
- Num falei! – bateu no ombro dele enquanto soltava uma risada um tanto contagiante – Você vai me trocar por ele quando chegar lá!
- É, quem sabe... Mas eu acho que ele não deve beijar tão bem! – a pegou pela cintura e a beijou rápido antes que ela fugisse de novo dizendo que tinham uma festa pra ir. Começou tudo outra vez e os lindos cabelos dele foram bagunçados de novo, o vestido preto que ela usava ganhou alguns amassadinhos, falta de ar, a boca dele borrada com gloss, mas quem liga, não é?! Alguns minutos depois, o ordenou que fosse calçar logo o tênis enquanto ela ia retocar a maquiagem. ‘Se não sou eu pra botar ordem nessa casa...’ ela pensava e ria pro espelho.

Alguns convidados já estavam chegando na festa, também já havia chegado com o bolo e parecia nervoso como uma noiva!
- PARABÉNS ZINHO! – chegou por trás e pulou nas costas dele.
- OI ! Que bom que você apareceu, eu tava tão nervoso!
- Nervoso? Por que, my boy?
- Não sei! Acho que é ansiedade por estar ficando mais velho! – ele sorriu e só agora começou a observar o visual de , ela usava um scarpin vermelho, calça jeans skinny preta, que parecia deixar as pernas dela mais compridas ainda, blusinha branca, brincos e pulseiras vermelhas combinando com os sapatos, no melhor estilo mamãe-quero-ser-modelo; os cabelos estavam soltos com alguns cachos que fez com babyliss.
- Como você ta gata – ele falou quase babando.
- Isso tudo é pro aniversariante! Você viu o cara por aí? – ela se aproximou e entrelaçou os braços no pescoço dele.
- Não, mas... deixa o recado comigo que eu passo pra ele depois! – ele falou e o beijou.
Não demorou e a casa já estava lotada! ficou cansado de ouvir tantos parabéns...

Uma chuva fraca começou a cair na hora que estacionava o carro de na frente da casa. Ele e desceram do carro com sorrisos que mal cabiam nos rostinhos. Os dois andaram praticamente colados até a entrada da casa para poderem ser protegidos pelo guarda-chuva de . Logo que entrou, ela fechou o guarda-chuva, encostou-o próximo à porta e foi dar o presente que comprou pro .
- Olha só quem chegou, o casal de pombinhos atrasados! – se aproximou deles na entrada abraçado com .
- E olha só quem ta aí, o casal de pombinhos grudados! – respondeu debochado e deu um abraço no amigo.
- ! Vocês demoraram! – queria que a amiga contasse imediatamente tudo o que aconteceu.
- O demora mais que a Cinderela pra se arrumar!
- , você vai mesmo ficar divulgando isso por aí?!
- Relaxa na graxa, ! Seus amigos já conhecem os -secrets! Ah, o seu presente !
- Obrigado! – abriu o embrulho com euforia, que nem uma criança de seis anos – UMA LUNETA! Uma luneta?!
- É ! Pra você observar sua star girl...
- , corre para aquele canto da sala que eu vou te observar! – sorriu e nem percebeu que estava atrás dela.
- AIMEUDEUS! Vocês são todos uns bregas! Mas eu até que gosto de vocês...
- O que você ta falando aí ow! Não vive sem mim, baranga! – abriu os braços rindo e saiu correndo atrás da amiga, pelo meio da festa, pra dar o golpe do abraço-quase-mortal-by-.


Capítulo 15 – Please, please, please, Rose please!

Ooh, baby, don't you know I suffer?
Ooh, baby, can't you hear me moan?
You caught me under false pretenses
How long before you let me go?
...

Quase 11 da noite ainda. Estavam tocando Supermassive Black Hole e apesar de todos já estarem bastante enjoados de ouvir aquela música nos seus Ipods, estavam curtindo ouvi-la na festa.


- Vocês não sabem quem eu acabo de ver estacionando o carro aqui na frente! – chegou para as meninas, que conversavam.
- O Homem-Aranha! – apontou pra ela sorrindo idiotamente, negou com o mesmo sorriso.
- Não vai arriscar um palpite, ?
- Hum? – ela olhou pra despertando de um transe, havia acabado de receber uma mensagem de no celular dizendo que queria dançar com ela hoje porque ela estava reluzente como uma Ferrari Califórnia e notável como um Boeing 737. Aquelas comparações fizeram soltar risinhos bestas enquanto lia, rolou os olhos com a lerdeza da irmã e voltou a falar.
- Kyle!
- Que Kyle? – perguntou.
- Dickherber. – ela respondeu e simplesmente deixou seu celular cair no chão.
- Quem é esse? – olhou pra , que respondeu baixinho pra não perceber.
- Deve ser de alguma dessas bandas que a gosta e está viciando a gente.
- Eu não viciei ninguém, vocês estão ouvindo porque gostaram! – se recuperou do choque inicial e se abaixou pra pegar o celular – E o Kyle do Click simplesmente NÃO PODE ESTAR AQUI! VOCÊ TA MENTINDO!
- É PANGARÉ! É verdade, olha ali! – saiu da frente e ficou de lado, pôde ver a porta, por onde seu querido Kyle passava.
- M-m-mas o que ele ta fazendo aqui? Quem chamou e por que ele ta sozinho?
- Por que você não vai perguntar isso pra ele? – deu de ombros e engoliu seco, tomando coragem.

- Fala seu emo! Cadê o resto dos viadinhos? – se aproximava dele.
- Estão chegando, cara! Mas e aí, cadê o Mcfruta aniversariante? Quero dar um abraço naquela bicha!

se aproximava sem acreditar, não pensava em algum dia estar na mesma festa que um integrante do The Click Five. As amigas iam atrás dela, pra encorajá-la e zoar dela depois. Elas se aproximaram quando o cumprimentava.
- Meninas! Esse é o Kyle!
- A gente sabe, ! – sorriu – O que a gente não sabia era que vocês conheciam os Clicks!
- Nos conhecemos num torneio de bandas. – explicou e viu que não tirou os olhos de cima dele. Isso o incomodou.
‘Como ele é lindo pessoalmente, e tão simpático!’ pensava enquanto observava Kyle cumprimentando suas amigas com beijinhos nas bochechas. Quando chegou a vez dela, ela simplesmente o agarrou num abraço.
- Caralho, eu sou fã de vocês! Adoro as músicas! Me dá um autógrafo, Kyle, please!
- Claro! Onde tem caneta?
- OMG! Eu não sei, mas a gente TEM que arranjar! – e o puxou pela mão. Os dois foram em direção à biblioteca e sumiram. ficou com as mãos nos bolsos da calça e olhando pra baixo, todo mundo reparou. As meninas se dispersaram, deu seu drink pra que ele deu um gole e saiu de perto, e bateram nos ombros dele e saíram também.
‘Vai tomar no cu! Eu mando uma mensagem toda bonitinha pra depois ela nem olhar pra mim?!’ Ele pensava, ainda olhando pro chão. [n/a: TADINHO !]

It's these substandard motels
On the, lalalala, corner of 4th and Freemont Street
Appealing, only because they are just that un-appealing
Any practiced catholic would cross themselves upon entering
The rooms have a hint of asbestos
And maybe just a dash of formaldehyde
And the habit of decomposing right before your very, lalalala, eyes
Along with the people inside

Oh, What a wonderful caricature of intimacy
Inside, What a wonderful caricature of intimacy...

Uns 40 minutos passaram voando. Panic At The Disco animava a festa agora com aquela música legalzinha de nome comprido. foi se aproximando do equipamento de som, assim como quem não quer nada e trocou a música, fazendo os casais se ajuntarem. [n/a: coloca a musica pra dar mais emoção! Se o link não der certo por algum motivo, eu sei que você tem The Heart Never Lies aíí!]

se aproximou de .
- Pensei que você não gostasse de ouvir McFLY num simples rádio, como uma simples fã!
- Pois eu retiro o que disse! Eu acho que sou mesmo uma simples fã deles... – ela sorriu observando girar e depois concluiu – Eles são adoráveis e únicos!
também sorriu e avistou .
- Vou aproveitar a música pra dançar com !
- Ok! – piscou e depois que se afastou, viu pela janela que estava do lado de fora da casa. A mesma chuva fraca ainda caía, molhando as roupas e os cabelos do garoto aos poucos. não pensou duas vezes pra pegar o guarda-chuva vermelho que ela havia encostado num canto na entrada e ir até lá.
- Por que está aqui tomando chuva? - ouviu a voz de perguntando alguma coisa atrás dele e um guarda-chuva parando sobre sua cabeça.
- Essa música me dá vontade de sair na chuva! - ele se virou pra ela e deu de ombros. gargalhou com a resposta estranha.
- Hum... Então se você acordar resfriado amanhã a culpa é minha, fui eu que coloquei a música!
- Desde quando você gosta de ouvir McFLY?!
- Ah, pára de chatice ! Eu tenho total consciência que vocês compõem as letras mais lindas do mundo! Já virei fã!
- Não sabia que tinha uma fã tão hot! Quer dançar?
- Yep!
Os dois se aproximaram ali mesmo no quintal e começaram a dançar lentamente, como se não quisessem que aquele momento acabasse.


Some people fight
Some people fall
Others pretend
They don't care at all

If you want to fight
I’ll stand right beside you


estava de olhos fechados e com o queixo apoiado no ombro dele, foi impossível não lembrar daquele dia na festa de despedida dele. envolvia a cintura dela com os braços e pensava a mesma coisa.
- Eu lembro daquele dia – ele falou de repente no ouvido dela.
- E eu acho que as nossas cabeças estão tão próximas que você leu meu pensamento! – ela afastou um pouco a cabeça do ombro dele, pra poder olhá-lo.
- Você sabia que eu ia lembrar, e que eu não tava bêbado?
- contou pra mim.
- Ah, aquela fofoqueira! – ele se fez de bravo.
- Entendi a sua atitude... Foi infantil, mas entendi. – ela passou a mão que estava livre pelo rosto dele, tirando uma mecha de cabelo molhado. Com a outra mão segurava a sombrinha.
- Eu não queria sentir algo forte por você e depois ter que me afastar, ficar te vendo só em finais de semana e passar os outros dias com o coração na mão, só imaginando o que você poderia estar fazendo... Só que não adiantou de nada porque eu já sentia muita coisa por você, sempre senti! – falando isso ele pegou a mão dela, que passava por sua bochecha e deu um beijo, depois aproximou mais o rosto e lhe deu um beijo na testa, outro na ponta do nariz, e enquanto isso ela sorria. Depois ele a beijou no canto da boca e ela começou a dar selinhos nele. O beijo ganhou força quando ele passou a língua pelo lábio inferior de , mais uma vez provando o gosto do protetor labial de morango que ela tinha acabado de passar, o mesmo que ela usava no dia daquela festa há alguns anos. Aos poucos ela foi relaxando com a mão que segurava a sombrinha, deixando que a chuva a molhasse também.


I know you believe me
When you look into my eyes
Because the heart never lies

'cause the heart never liiiies yeah
Because the heart never lies

estava com um copo de vodka na mão e foi se aproximando da janela. Não pôde deixar de reparar num 'ponto vermelho' no meio do quintal, era o guarda-chuva de , que nesse momento não estava guardando-a de chuva nenhuma. 'Isso aí! Tem mais é que beijar na chuva mesmo!' pensou e ficou feliz porque aqueles dois deram trabalho pra se acertar.
Plain White T’s começou a tocar na seqüência e não conteve um sorrisinho. Era a música que a fazia lembrar do ... O quintal estava lindo, todo decorado com várias luzes penduradas nas árvores e ela se pôs a contemplar o próprio trabalho enquanto um vento fresco brincava com seus cabelos.

'Impressão minha ou o ta parecendo distante? Depois do SMS ele não falou mais comigo, não olhou pra mim e me deixou aqui sozinha! Quer dizer... Não é como se eu estivesse louca pra dançar com ele, mas... Ahh, puta que o pariu ! Você ESTÁ louca pra dançar com ele!'
Os pensamentos dela foram interrompidos quando sentiu uma mão tocar levemente seu ombro esquerdo e quando se virou, deu de cara com .
- Sozinha? E o Kyle?
- Ah, sei lá . Ele me deu meu autógrafo, tiramos uma foto e ele foi curtir a festa! Por que a pergunta? – ela deu de ombros se controlando pra não rir.
- Ahn, nada não, achei que você estaria com ele, mas... Quer dançar? – ele estendeu a mão pra ela, que sorriu e segurou a mão dele. ‘Fato, ficou com ciúmes e isso é fodástico demais, véio!’ ela pensava com um sorrisinho enquanto ia sendo conduzida por ele pro meio dos outros casais que dançavam juntinhos.


There's only one way
To say
Those three words
That's what I'll do
I love you

Give me more love from the very start
Peace me back together when I fall apart
Tell me things you never even tell your closest friends...

‘Que perfume bom...’ cheirava o pescoço de e isso estava causando nele uma série de arrepios.
- Está gostando da festa? – falou ao pé do ouvido dela e foi a vez de se arrepiar.
- Uhum, ficou tudo incrível!
- E você também ta incrível, ! – ela sorriu e fechou os olhos, estava tão próximo dela nos últimos dias que parecia até sonho.
- Sabia que essa música me faz lembrar você? – ela falou e pôs o rosto em frente ao dele.
- Por quê? – ele deu um sorrisinho e apertou mais os braços em volta da cintura dela.
se aproximou da orelha dele e sussurrou pedaços da música – I'm so glad I found you I love being around you. – ao terminar de cantar, deu uma leve mordida na orelha e começou a beijar seu pescoço. simplesmente pirou com aqueles lábios quentinhos e macios tocando sua pele com carinho. Depois ela encostou seu nariz no dele, e já de olhos fechados voltou a cantar baixinho outras frases da música - There's only one way to say those three words... – ele também fechou os olhos balançando a cabeça junto com ela, deixando os corpos irem no ritmo gostoso daquela música pra lá e pra cá lentamente. Depois colou seus lábios nos dela. Intensificaram o beijo logo em seguida e toda a fauna da floresta amazônica fazia a festa no estômago dos dois!

...
There's only one thing,
To do, 3 words,
For you.
I-love-you (I love you)
There's only one way,
To say those three words
That's what I'll do.
I love you (I love you)

- ... Acho ótimo você tratar bem as suas fãs, mas espero que você não seja tão 'simpático' assim com todas elas! – falou com a testa encostada na testa de , que apenas sorriu e se aproximou da orelha dela.
- O tratamento especial é só para a fã número 1! – ele sussurrou e ela sorriu.
- Olha, parou de chover... - ela se deu conta de repente olhando pro céu, que já estava limpo como num passe de mágica.
- Melhor a gente entrar, ta ventando um pouco e você pode pegar uma gripe com essas roupas molhadas! - os dois sorriram e começaram a caminhar abraçados em direção à entrada da casa.

Os casais estavam inspirados essa noite... , , e estavam sentados no sofá e riam muito porque tentava abocanhar um copo plástico. estava mais do que feliz, ria feito criança que ganhou ovo de páscoa de 7kg... Mas seu sorriso foi ficando menor quando ele começou a observar uma pessoa de casaco e capuz preto passando pela sala. Achou melhor mostrar pra e o cutucou.
- Que foi. – perguntou baixinho e apontou para a pessoa com a cabeça. lançou seu olhar e a avistou, estava indo direto para a biblioteca.
- Parece uma mulher, mas não deu pra ver o rosto direito... Vamos ver onde ela vai! – levantou e puxou com ele. As duas meninas se olharam preocupadas, também tinham visto a ‘criatura’ de capuz e não gostaram nada, nada. e se puseram a perseguir a tal pessoa de capuz preto e esta já havia percebido. Tentava despistá-los dando voltas pela casa, mas eles sempre a encontravam de novo.
- Olha, ela subiu a escada...
- Como sabe que é ela, ? Ta tudo coberto!
- Ah, tanto faz cara... Mas eu acho que é mulher!
- Bom... Parece mesmo e é bem estranha. Mas e aí, vamos continuar vigiando?
- Com certeza! Pode ser alguma ladra! – os dois começaram a subir a escada e a suposta ladra já estava terminando de subir. Quando chegaram ao corredor dos quartos, conseguiram ver um vulto entrando no último quarto. se lembrou que é ali que fica a passagem secreta em baixo da cama e começou a acelerar o passo com medo que a pessoa entrasse lá e eles a perdessem de vista, ficou pra trás.
O quarto estava silencioso e entrou mais silencioso ainda. Até que ouviu um ‘tooc’ e correu pra olhar em baixo da cama. Ele pegou a lanterna, que estava lá, do jeito que ele tinha deixado e foi abrindo aquela pequena passagem com cuidado... Jogou o raio de luz da lanterna lá dentro e viu uma mulher abaixada com uma mochila aberta no chão, ela já não tinha mais o capuz e revelava seus cabelos descoloridos. Ela olhou pra cima com uma cara assustada, levantou rápido, deixou cair uns maços de dinheiro que segurava nas duas mãos e saiu correndo pelo túnel subterrâneo. desceu a escadinha de madeira bem rápido, como ele nunca tinha descido antes. Havia reconhecido aquele rosto. Aqueles olhos extremamente azuis e assustados, com algumas olheiras a mais, mas era ela. Era Rose, a vizinha do , mulher do falecido Dean, principal suspeita pelo assassinato e estava ali na frente dele! Havia um cofre atrás daquele quadro que ele e observaram, mas nem pensaram que pudesse ter um cofre ali, apesar de ser uma coisa extremamente clichê. Rose correu por todo o corredor com na sua cola, quando viu que ele já estava para alcançá-la, tirou um revólver de dentro de um dos bolsos internos do casaco e se virou bruscamente pra trás apontando pra , que parou de correr imediatamente e levantou os braços.
- Não se atreva a continuar correndo atrás de mim, porra! O que você quer?
- Calma... Calma Rose! Não atira em mim, por favor!
- Droga... Se pelo menos tivesse uma corda nesse lugar! – ela falava para si mesma enquanto mexia nos cabelos com a mão que estava livre.
- Eu volto! Eu volto pra lá e não conto pra ninguém que te vi!
- Cala a boca! Viadinho dos infernos... Vou ter que te levar comigo agora. Anda, vem! – ela o puxou pelo braço e começou a andar com o revólver apontado na cabeça dele.

- ! – e chegaram até , que descia as escadas com cara de assustado.
- ... Cadê o ? – perguntou pausadamente, ficando assustada com a cara nada boa do amigo.
- Ele foi atrás daquela pessoa de capuz no quarto, mas quando cheguei lá, não vi nenhum dos dois! Eles simplesmente sumiram! – explicava confuso e com o olhar perdido. teve um ‘click’ e começou a descer as escadas correndo. e não sabiam pra onde ela estava indo, mas a seguiram. foi até a biblioteca e ficou de pé num cantinho observando o chão.
- Que foi ? – perguntou parando ao lado dela.
- O que tem aí? Por que ta olhando pro chão? – chegando do outro lado dela.
- Shhh, quietos! O pode sair por aqui!
- AAAHAHAHAH – caiu na risada, com a correria pra preparar a festa, ninguém contou a ele ou a o episódio da passagem secreta – Ele vai sair do chão? O que você be... – ele mesmo se interrompeu quando viu um quadradinho começar a se abrir no chão. Os três foram dando passos pra trás e quando começaram a ver as duas cabeças que emergiam, ficaram pasmos.
- R-Ro-Rose! – gaguejou morrendo de medo ao vê-la armada. e só sabiam tampar a boca com as mãos e esbugalhar os olhos.
- Saiam da frente senão ele morre. – ela falou com sua voz firme e imponente.
- ! – começava a sentir a visão totalmente embaçada pelas lágrimas e a segurou porque parecia que ela queria avançar em cima dos dois pra soltar o .
- Calma ... E-e-eu amo você! – ele falou com a voz trêmula, era o primeiro e talvez último "amo você".
- , se afasta! – puxou pra longe da mulher e ela custava a sair, parecia que estava com os pés colados, não queria abandonar . ajudou a segurar quando a mulher passou por eles. A música parou quando os dois chegaram na sala.
- NINGUÉM SE MEXE! – a mulher apontou a arma para todos ao seu redor e voltou a encostá-la na cabeça de em seguida.
- Putafodeu! – estava mais distante assistindo a cena com , e , que pegou o celular pra chamar a polícia.
- Olha Rose, se você me deixar aqui e ir embora ninguém vai chamar a polícia, a gente sabe que você não matou o Dean, v-vo-você não seria capaz de uma coisa dessas! – tentava conversar com ela e falava com dificuldade, pois ela apertava forte seu pescoço com o braço. Os dois continuavam parados no meio da sala, cercados de convidados estáticos.
- É Rose... Não chamaremos a polícia, até porque nós invadimos a sua casa, nós é que seriamos presos, todos nós! – se pronunciou num cantinho da sala.
- É, invadiram a minha casa, seus demônios! Eu devia acabar com todos vocês, que nem eu fiz com Dean – ela sorriu, parecia meio fora de si.
- Não, pelo amor de Deus, solta ele moça! – também falou vendo que a situação ficava cada vez mais séria, ela não sabia se estava tremendo de medo ou de frio por causa das roupas ainda um pouco úmidas grudadas no corpo.
- Quem é você? Nem te conheço garota! Aah... Deve ser mais uma das periguetes que davam em cima do Dean! Eu tenho raiva de todas vocês, garotas bonitas e fáceis que faziam o Dean me trair e chegar tarde em casa! Sabe... Teve um dia que ele chegou cinco horas da manhã. Nem entrou no quarto, se jogou aqui nesse sofá e quando eu acordei às oito, o chamei... Discutimos muito naquele dia e ele me pediu o divórcio. – Rose contava e seu olhar vagava pela sala – Ele tava sempre com aquele sorriso besta estampado, devia se achar perfeito... E ele era mesmo, com seu rostinho bonito, olhos azuis, cabelo bem cuidado e um corpo cuidadosamente esculpido na academia. E de que valeu tudo isso, me diz? Isso tudo nem existe mais, agora que ele foi pra debaixo da terra – ao falar tudo isso começou a soltar um sorrisinho cínico de canto de boca, estava gostando de ser o show da noite.
- Você também é linda Rose, seus olhos são tão azuis quanto eram os de Dean e o seu corpo e rosto também são perfeitos! Não estrague a sua vida! – continuava tentando acalmá-la, sem sucesso.
- Fica quieto aí! – ela deu uma batidinha com o revólver na cabeça dele que fez soltar um soluço alto e a abraçou.
- O que essa mulher cheirou? – se perguntava em voz baixa.
- Hey! Espera aí... Você aí chorando feito louca, como é seu nome?
- O-o-o m-meu nome?
- NÃO, O MEU! FALA LOGO!
- ! – ela disse mais do que depressa, com os olhos esbugalhados.
- Hm... Sabia que eu tava te reconhecendo sua PUTINHA!
- Han?!
- Não adianta fazer essa carinha de desentendida não! O Dean tinha uma pasta no notebook dele que chamava '' e dentro várias fotos suas! '001.jpg', '002.jpg'...
Várias pessoas ficaram passadas ao ouvir isso, inclusive a própria e principalmente , que olhava pra ela incrédulo.
- Mas... Mas... A gente mal se conheceu! – falou quase num sussurro, mas a sala estava em total silêncio.
- Então vai admitir assim na frente de todo mundo que o conheceu mesmo?! Foi mais fácil do que eu pensava!
- Não! A gente se viu algumas vezes no p-pa-parque, mas eu não sabia nada da vida dele, EU JURO!
- Não é o que as fotos dizem, vocês pareciam muito próximos! Principalmente na foto 022.jpg! Sabe qual é essa?
- Não. Eu nem sabia que ele tirava tantas fotos minhas se você quer saber! Eu achava que ele segurava o celular às vezes pra sei lá... ver as horas!
- Quanta ingenuidade, tsc tsc tsc... De qualquer jeito eu vou refrescar sua memória! A 22 é a foto do BEIJO de vocês!
sentiu como uma facada na boca do estômago aquele olhar de desprezo que lançou pra ela na hora que ouviu isso.
- FOI SÓ UMA VEZ, TA LEGAL! – ela agora berrava como se quisesse desesperadamente fazer com que parasse de olhá-la daquele jeito – E não passou disso!
- Foi você que acabou com meu casamento! De fato, o Dean saiu com várias vaquinhas, mas por você ele se apaixonou, sabia?!
- VOCÊ NÃO TEM COMO PROVAR O QUE ESTÁ DIZENDO! POR ACASO ELE FOI LÁ DO NADA E CONTOU QUE ME AMAVA?
- FOI E POR ISSO EU ATIREI NELE!
Nessa hora o silêncio reinou e só se ouvia os 'óóóhs' das pessoas admiradas, além das respirações alteradas das duas.
- Ele disse... 'Agora é sério, Rose. Precisamos nos divorciar porque eu amo outra pessoa' – Rose começou a contar com o olhar perdido em algum canto da sala – Aí eu perguntei 'A menina daquelas fotos no seu celular. Por que eu não to surpresa?!' ele fez uma cara de piedade e veio me abraçar, eu subi as escadas e me tranquei no primeiro quarto que vi. Ele esmurrou a porta algumas vezes, falou que eu estava sendo infantil. Começamos a gritar um com o outro, eu dentro do quarto e ele fora. Até que ele parou de gritar e eu me sentei no chão, eu estava muito nervosa e chorava desesperada com a possibilidade do meu marido ir embora de casa. Sabe, no começo a gente tinha um casamento feliz! – Rose agora fez uma pausa pra fungar, pois estava chorando também – Comecei a ouvir uns barulhos de movimentação dele no quarto do lado, portas batendo e logo adivinhei que eram as portas do guarda-roupas. Ele estava fazendo as malas. Suspirei e olhei pra cima, focalizei minha visão numa caixa de sapato que estava no topo de uma estante daquele quarto. Peguei a caixa e ali estava minha arma! Havia comprado há pouco menos de dois meses... Ouvi passos apressados do Dean pelo corredor, e depois descendo as escadas. Quando ele estava perto da porta da rua, eu cheguei no topo da escada e foi um tiro certeiro! BAANG! Exatamente na nuca do infeliz. Ele ficou lá estirado, enquanto eu tratei de fazer minhas malas e pegar um dinheiro no nosso cofre. Na verdade todo o nosso dinheiro era só MEU. Cada vez mais eu tinha certeza que ele se casou comigo por isso.
Todo mundo prestava atenção no depoimento dela agora. reuniu toda calma que tinha e começou a falar tranqüilamente.
- Rose, é a última vez que eu vou te pedir! Você já matou uma pessoa e tenho certeza que você não se agradou de ter feito! Então não faça isso de novo, aproveita a chance que você tem pra fugir daqui com todo seu dinheiro e começar uma vida nova em outro lugar!
- Sei... Pensa que eu não saquei que é desse bonitinho aqui que você gosta? Quero que você sinta o mesmo que eu senti vendo o homem que eu mais amei indo embora! Pode começar a se despedir do seu branquelo!
- NÃO, POR FAVOR! – sentiu uma fraqueza nas pernas e quando foi ver, estava ajoelhada – OLHA, VOCÊ PODE ME LEVAR CONTIGO!
O pessoal estava tenso, a maioria ali nunca tinha visto alguém implorar pela vida de outra pessoa sem ser num filme. De repente, todos começaram a ouvir o som das sirenes. A polícia chegou realmente rápido! Rose esbugalhou os olhos e permaneceu estática por um tempo, todos olhavam pra ela. Quando ouviram o som de portas de carro batendo, ela reagiu e começou a caminhar com para o hall. Vários policiais entraram na casa apontando armas pra ela, que apenas ria e começou a subir as escadas com seu refém.
- Não se atrevam a me seguir que eu atiro nele! – ela gritava no meio da escada e pedia com o olhar desesperado que os policiais fizessem tudo que ela queria. Quando ela terminou de subir as escadas e saiu da visão deles, alguns policiais começaram a subir com cuidado. Rose ia correndo pelo corredor e puxando pelo pescoço, ele já não agüentava mais aquele braço grudado no pescoço fazendo pressão, causando atrito, não via a hora de sair daquele pesadelo e amaldiçoou mentalmente a hora que começou a correr atrás dela. Ela abriu uma pequena porta e lá dentro havia uma escada para o sótão, mandou subir e fechou a porta atrás de si. Dois policiais que viram do começo do corredor se comunicaram com os que estavam na sala e avisaram que ela o levou para o sótão e que pelo jeito sairiam no telhado. E não deu outra, dentro do sótão estava uma escadinha apontada para uma janela. Rose mandou subir, abrir o vidro e sair. Assim ele fez e logo os dois estavam no telhado. Todo mundo correu pro lado de fora da casa ao verem que os policiais todos estavam indo pra lá.
- OMG! – tampou os olhos ao ver sendo segurado pela mulher na beira do telhado, à essa altura as quatro meninas amigas do garoto choravam e gritavam.
- É tudo culpa mi-nha! Eu que tive a i-dé-ia da festa ser aqui! Eu que me envolvi c-com a porcaria d-do marido de-la! – falava entre soluços e tampou com as mãos o rosto cansado de ser molhado por lágrimas misturadas com maquiagem. a abraçou, beijou o topo de sua cabeça e retirou as duas mãos dela da frente do rosto para segurá-las.
- Você não tem culpa de nada, ouviu! Quem está causando a situação é apenas a maluca! Foi ela quem matou o próprio marido! – falou segurando as mãos da irmã firmemente, mas também tinha lágrimas pelo rosto.
- Solta o menino Rose e nada vai te acontecer – um policial falava no alto-falante.
- QUER MESMO QUE EU O SOLTE?! – ela gritou irônica entre risadinhas forçando um pouco pra frente e provocando susto geral em quem assistia lá em baixo.
- Chame o nosso melhor atirador de elite. – o policial que antes falava no alto-falante, agora se virou pro outro, que concordou.
Uma hora se passou com a mesma enrolação, Rose dizendo que não queria ser presa e preferia a morte, então se jogaria com . Policiais tentando negociar com ela, imprensa começando a aparecer e lotar o local... Os pais de também foram avisados e chegaram lá desesperados. Já estavam todos cansados por permanecer em pé e ainda naquela tensão. então, nem se fala. Mais duas horas de negociações se passaram e o cansaço só triplicou! Aquele pesadelo parecia não ter fim. Tentaram de tudo, disseram a ela que teria um bom advogado, que sua pena por matar o marido seria reduzida se confessasse e entregasse o garoto... Às vezes parecia que ela estava cedendo, mas logo voltava a ficar desesperada pra se jogar e acabar com tudo. Os policiais viram que aquilo não ia resultar em nada e que poderiam passar dias ali se não agissem logo.
- Rapaz, quem mora nessa casa? – o chefe da polícia abordou e apontou para a casa em frente.
- E-e-eu. – respondeu gaguejando pelo alto nível de stress.
- Preciso de sua autorização para meus atiradores entrarem nela. Assine aqui, por favor, se você autoriza a ação na sua casa – entregou uma prancheta a .
- Claro... – ele assinou e antes de devolver olhou nos olhos do policial – Acabem logo com isso e salvem a vida do meu amigo. – o policial apenas concordou com a cabeça e acenou para que seus homens fossem até a casa de . o abraçou e ele beijou sua testa.
Outros policiais distraiam Rose pra ela continuar lá em cima e sem perceber que estavam invadindo a casa da frente. Os atiradores que entraram na casa de subiram até o sótão e o melhor deles, o mais experiente e bem preparado da equipe, saiu também por uma janelinha semelhante a que saiu na outra casa. Ficou escondido ali no telhado e posicionou a mira em Rose. Era preciso muita concentração, a cabeça de estava muito próxima da dela. Ele mirou bem e quando todos menos esperavam, Rose foi atingida no meio da testa! Por uma fração de segundo ela ainda continuou em pé e com os olhos abertos, seu corpo cambaleava pra trás e pra frente. Aquele tempo foi uma eternidade pra , que pôde ver o minúsculo furo na testa dela e uma ‘lágrima’ de sangue escorrer por ele. Rose caiu, mas como ainda segurava pelo pescoço, ele foi junto. Todos soltaram gritos desesperados quando o corpo de Rose se espatifou no chão feito um saco de batatas. Por sorte, conseguiu se segurar no último momento na borda do telhado, mas as mãos dele não iam agüentar aquilo por muito tempo. Até porque, estava tudo meio úmido pela chuva de mais cedo. A mãe dele chorava sem parar e policiais entraram correndo na casa. ‘Ai, eu não vou agüentar, não to agüentando, parece que minhas mãos vão descolar do braço!’ pensava de olhos cerrados, desejando que chegasse logo alguém pra tirá-lo. Segundos depois, dois policiais chegaram e cada um segurou um braço de , ele finalmente respirou aliviado.
Quando ele saiu pela porta da frente, foi logo abraçado pelos pais. Sua mãe lhe enchia de beijinhos pela cabeça e depois pegou as mãos dele, fez uma cara de dó ao ver como estavam vermelhinhas, coisas de mãe!
- Mãe, calma! Eu to... eu to legal, já acabou – ele sorria pra tranqüilizar a mãe. Olhou mais à frente e viu uma menina de cabelos castanhos que sorria e chorava ao mesmo tempo. Viu também seus amigos um pouco atrás dela. Começou a caminhar na direção deles e tinha esperanças que ele não tivesse ficado chateado com tudo que Rose disse, ela esperava poder abraçar bem forte e calar toda aquela agonia que ainda estava sentindo só pela possibilidade de perdê-lo. Mas não foi assim. passou por ela sem nem olhar seu rosto. Ela abaixou a cabeça, estava ao seu lado e a abraçou enquanto sumia no meio de um abraço com os amigos.



Capítulo 16 – Borboletas, peixinhos e a caneta da vovózinha

Durante o fim de semana, todos se esforçavam pra não lembrar daquelas imagens da festa - Rose, telhado, etc. e não se olhavam mais e nunca estavam num mesmo lugar ao mesmo tempo. Ele sabia que estava sendo exagerado porque, afinal de contas, se ela teve mesmo uma coisa passageira com o Dean o que importa? Mas não, os dois estavam orgulhosos demais pra se aproximarem e ter uma conversa.
- Oi, oi pessoas! – abriu a porta e chegou na sala, onde estavam todos reunidos assistindo filme.
- Oi , tudo bem? Como foram as coisas lá na sua casa? – perguntou enquanto cumprimentava-o.
- Ah, você sabe, todo mundo me paparicando, perguntando se eu quero isso ou aquilo outro... – ele fez uma careta engraçada que fez todos rirem, menos . Ela saiu da cozinha enxugando as mãos num pano de prato. Ao ouvir a voz de lá de dentro ela ficou com o coração acelerado, sua vontade era não sair da cozinha enquanto ele estivesse lá porque toda vez que se topavam ele vinha com alguma ironia pra cima dela, mas estava impossível evitá-lo morando tão perto. Quando chegou na sala, os dois se cumprimentaram com um fraco aceno de cabeça. Mesmo de longe, ela captou o olhar cortante dele, era justamente isso que ela não queria ter visto.
- Vou sair. – ela disse com voz de tédio, desamarrou um avental da cintura e jogou em cima de uma mesinha. Hoje fora seu dia de lavar a louça do almoço... deu um meio-sorriso sarcástico.
- Algum encontro às escondidas? Quem é o bonitão da vez?
- , onde você guardou aquela lista de compras que a gente tava fazendo ontem? – Se dirigiu à irmã, ignorando a pergunta de e tentando não parecer tão nervosa.
- Ah, eu acho que ta lá no meu quarto. Quer que eu vá fazer compras com você?
- Se você não se importa de presenciar meu encontro às escondidas com o molho de tomate... – ela falou e já foi caminhando para a porta – te espero lá fora com a lista.
Os olhares se voltaram pra , que apenas sentou numa poltrona tranqüilamente como se nada estivesse acontecendo. levantou se espreguiçando e subiu para o quarto. Quando estava lá, apenas ajeitando rapidamente o cabelo, e bateram na porta.
- Certo, a situação ta preta! – já foi disparando ao entrar o quarto.
- É errado se meter na vida dos outros, mas a gente PRECISA ajudar! – cruzou os braços e sentou (lê-se: abandonou o peso) na cama. fechou a porta e ficou pensando com o queixo apoiado na escova de cabelo.
- Eu acho que não tem nada a ver o ficar agindo assim! – também sentou na beirada da cama.
- Também acho. A conheceu o Dean? Ótimo, mas já passou e ele ta morto e enterrado, literalmente falando. – voltou à frente da penteadeira pra achar algum enfeite fofo pro cabelo.
- Então a gente pensa com calma e bolamos um plano! – ia falando animada e seus olhos brilharam ao falar ‘plano’ – Adoro planos! Principalmente pra juntar casais, é tão “coisa-de-filme-água-com-açúcar”!
- Ok. Todo mundo pensa com calma e mais tarde a gente se reúne de novo. Agora eu vou lá porque a já deve estar impaciente.
- É, a gente se encontra aqui no quarto da depois que todo mundo for dormir. Eu vou chamar as outras meninas, elas podem ajudar, são inteligentes! – falou se levantando, também levantou e as três saíram do quarto já pensativas. As outras meninas que se referiu são Jamie, Stacey e Molly! Elas vieram passar os últimos dias em Bedford na casa de , à convite do próprio, já que a casa de Dean e Rose ficou interditada pela polícia. Molly dividiu o quarto com , Jamie com e Stacey com . O acampamento onde elas deviam estar acabava na última segunda-feira do mês, dia 27, e assim voltariam pra casa.

- Vocês estão sendo infantis. Os dois. – falou encarando a TV, mas sem prestar muita atenção ao que passava.
- Eu já tinha perguntado do Dean pra ela, ta?! E ela mentiu pra mim. – cruzou os braços em sinal de revolta, os outros apenas assistiam a cara que ele fazia.
- E por que isso é importante? O cara já morreu mesmo! – deu de ombros e viu se levantar num movimento brusco.
- Vocês não entendem que não é simples assim?! Ele ter morrido não impede que ela continue gostando dele!
foi logo embora, não quis ficar discutindo esse assunto com os amigos e também não queria estar lá quando voltasse. Ele sabia sim que precisava de uma conversa com ela, mas não queria isso agora.
As meninas passaram o resto do dia pensando em planos mirabolantes pra fazer os dois pararem de brigar por aquela bobagem. À noite, depois de jantarem, seguiu discretamente pro quintal e sentou no chão, encostada numa árvore que havia lá desde que ela se entendia por gente. Depois de um tempo, percebeu a ausência dela e foi procurar.
- Achei você! – ele se abaixou e sussurrou no ouvido dela, estava tão distraída que pulou.
- Você ta mesmo tentando me matar do coração? Porque é o que parece!
- Não... não... to tentando é saber o que se passa nessa cabecinha! Estou te achando meio distante, tem algum problema?
- Tudo bem... É sobre a e o ! – quando ela falou, soltou um suspiro como se dissesse ‘É, imaginei’.
- Relaxa, eles vão acabar se acertando! – deu um beijo no topo da cabeça dela e os dois ficaram em silêncio por um tempo. Ela só queria ficar ali com a cabeça apoiada no peito dele sentindo o perfume. Até que lembrou de uma coisa importante o suficiente pra fazê-la se afastar.
- , o que uma foto sua com a Delilah fazia dentro de um aquário na sua sala?
- Erm... – pasmou um pouco.
- ?
- Calma! Não é nada... É só que eu fiquei um pouco chateado na época que a gente terminou então eu peguei o porta-retrato onde pus aquela foto e o guardei pra uma foto que eu goste mais porque ele é muito especial pra desperdiçar com a foto dela! Daí a foto com ela eu deixei ali mesmo em cima da prateleira, um vento deve ter batido e derrubado dentro do aquário que fica logo abaixo...
ficou um tempo com o olhar vago, pensou até que ela havia ficado chateada ou algo assim.
- AAHHH! JÁ SEI!
- Caraíí, que susto ! Num faz mais isso! Eu acho que não tenho mais idade pra ficar levando esses sustos! – repousava a mão sobre o peito enquanto ela ria.
- Tudo bem , é que eu tive uma idéia que talvez possa ajudar o e a .
- Posso saber?
- Primeiro eu preciso falar com as outras meninas, na hora certa você saberá! – deu um selinho rápido nele e se levantou animada.
Como foi o combinado, depois que todos foram para seus quartos, , , , Stacey, Molly e Jamie se reuniram pra ter idéias e bolar planos pra ajudar .
- Silêncio! Parem de piar ao mesmo tempo! Vocês querem que a acorde? – jogou um travesseiro em cada menina que falava sem parar.
- Quantas vezes eu vou ter que repetir que dorme como uma pedra? – cruzou os braços.
- Mas então, quem teve idéias levanta o braço aí. – disse .
Molly, e levantaram os braços.
- Fala
- Olha só ! Tive uma idéia hoje conversando com o . Me responde uma coisa, é impressão minha ou eu já ouvi o dizer que queria ter um peixinho?
- É, acho que já... – respondeu pensativa – mas e daí?
- A gente dá um peixinho, de pelúcia, todo cheirosinho com o perfume da !
- Hum... ! Olha pra mim frapêzinho, – se pôs à frente dela, do mesmo jeito que já fez com ela chamando-a de frapêzinho – apesar do rebolar e parecer uma maritaca falante às vezes, ele não é uma menina pra ficar recebendo bichinhos de pelúcia perfumados!
Todas riram e fez bico.
- Posso falar? – Molly e falaram incrivelmente ao mesmo tempo.
- Ah, fala você vai. – passou a vez pra ela.
- Ah... Minha idéia era só trancá-los no armário! É blaster legal ficar presa no armário! Eu li uma fic uma vez que... Ahhi! – Jamie lhe deu um tapinha na testa.
- Você não consegue ficar sem falar de fic, Molly?! A GENTE NÃO TA NUMA FIC!
- Fic? Mas que diabos é fic?! [n/a: huheueaheuaheiah brinquei xp]
- Minha vez então... – e ajeitou os cabelos animada – Lembram quando a contou toda empolgada o beijo que ela deu no aqui na frente, que a borboleta pousou no ombro dela e bla bla bla...
- Eu lembro, mas pensei que você estivesse mais concentrada no brigadeiro do que na conversa aquele dia, falou e ia receber uma travesseirada na cara, mas se desviou.
- Continua , olha o foco! – chamou a atenção ao ver que ia ficar tentando acertar até conseguir – O que é que tem a borboleta?
- Ah, sim... A gente faz umas várias borboletinhas de papel, não deve ser difícil. Penduramos na garagem do e marcamos um encontro entre os dois lá!
- Sei... Mas como fazer para que os dois compareçam e não fujam? – Jamie ficou pensativa.
- WAIT! – Stacey deu um pulo de repente que fez todas pularem também – Por que não juntamos as três idéias?
- De que jeito? – coçou a cabeça em reação natural de dúvida.
- Damos o peixe de pelúcia. – ela falou e logo se virou para – Mas não para o e sim pra ela! recebe uma mensagem do pedindo pra ele vir aqui. A gente coloca as borboletas na garagem e o encontro será lá. A gente tranca os dois lá até que tenham conversado!
- CARAÍÍ! Não falei que elas eram inteligentes?
- É, senhorita ‘caraíí’?! Está pegando o ou as manias dele? – perguntou fazendo corar levemente. Ela tinha mesmo falado igualzinho a ele. Isso é medonho.

No dia seguinte as meninas já foram colocar tudo em prática. levou ao shopping dizendo que era pra ela espairecer. ficou em casa recortando as borboletinhas de papel, já que a idéia foi dela. Stacey, , Molly e Jamie ficaram com a tarefa de ir comprar o tal peixinho de pelúcia como disse, depois ir até a casa do e passar o perfume dele no peixinho de alguma forma que ele não percebesse. Definitivamente, a tarefa mais difícil!

- Ah, oi ! – disse Stacey quando o menino abriu a porta. Eram onze da manhã e ele nem tinha penteado o cabelo. Mas estava hot, diga-se de passagem.
- Oi! Stacey?! Meninas! O que... o que fazem aqui essa hora da madrugada?
- Ah, a gente te acordou? – Agora surgiu no meio delas.
- Não, eu tava tomando café. Entra aí. – ele deu espaço e as quatro entraram sorrindo, mas estavam super nervosas por dentro.
- Então, o que trouxe vocês até aqui?
- Ai , é que eu acho que você ficou com uma caneta minha... Não a encontro em lugar nenhum desde o dia que vocês deram autógrafos pra gente! É só uma caneta simples, mas ela tem um imenso valor sentimental pra mim, eu não viria buscá-la, não viria te atrapalhar se fosse uma caneta qualquer! – nessa hora Jamie começou a fazer uma cara triste – Ela foi dada pela minha avó quando eu estava na quinta série! Comprou na última viagem que fez à Veneza... Ela achou Veneza tão linda, mas não teve tempo de voltar porque teve câncer. – Jamie já tampava a boca com uma das mãos e as meninas estavam abismadas com a interpretação dela. foi abraçá-la e ela deu um sorrisinho tipo “como estou me saindo?” pelas costas dele. As outras três seguraram as risadinhas que queriam soltar.
- Olha, ela pode ter ficado na minha roupa, em algum bolso eu não sei... eu sempre esqueço! Se eu fiquei mesmo com a sua caneta, não ia ser a primeira vez sabe! Mas não que eu goste de roubar as canetas dos meus fãs, é que eu esqueço de verdade e se eles não pegam depois... – se soltou do abraço e disparou a falar num tom de desculpas.
- Tudo bem, ! Será que a gente pode procurar a caneta dela no seu quarto? – pediu.
- Claro! Querem que eu ajude?
- Não precisa – Molly respondeu rápido – Pode voltar a tomar seu café, a gente não veio com a intenção de te incomodar!
- Ok... Precisando de ajuda me chama.

- OMG! Vocês acham que ele desconfiou? Eu dei mole agora! Eu sei. Desculpem... – Molly falou depois que Jamie fechou a porta cuidadosamente.
- Ta tudo bem Moozinha, relaxa na graxa. – respondeu já tirando o peixe de dentro da bolsa gigante.
Havia vários perfumes em cima da penteadeira. ‘Qual será o que ele usa quando vai ver a ?’ Era o que todas se perguntavam... Resolveram escolher simplesmente o que achassem mais gostoso e depois de quase cinco minutos chegaram num acordo.
- Ai, espirra logo nele todo! A gente demorou demais escolhendo, daqui a pouco vem aqui! – Jamie dizia impaciente sacudindo as mãos enquanto Stacey espirrava o perfume no peixinho de pelúcia nas mãos de . Molly colou o ouvido na porta pra avisar se escutasse passos.
Elas terminaram, foram só umas quinze espirradinhas... voltou a guardar o bichinho na bolsa, Jamie abriu a porta com o mesmo cuidado com o qual havia fechado e elas saíram. Quando chegaram ao fim da escada, encontraram com , que já ia subir.
- E então, acharam a caneta?
- Achei! Ela rolou pra baixo da sua mesinha de computador! – Jamie respondeu sorridente, mais uma vez com sua atuação perfeita.
- Que bom! Peço mil desculpas por isso!
- Imagina ! Nós é que temos que agradecer por você deixar que a gente viesse procurar assim no meio das suas coisas... Eu juro pra você que não mexemos em nada, só procurei a bendita caneta no chão e nos bolsos das roupas que você jogou em cima das coisas.
- Tudo bem... Nem tinha nada pra mexer lá, só essa bagunça mesmo!
- Certo, então ta tudo resolvido e a gente já vai. – passou interrompendo o papo de Jamie e , enquanto empurrava levemente as outras duas com as mãos escoradas em suas costas. franziu a testa, fez uma cara estranha e discretamente curvou o pescoço pra cheirar o próprio ombro. As meninas se entreolharam.
- ? Que foi? – Stacey perguntou apreensiva.
- Ah, não, nada... É que eu não me lembrava de ter passado perfume hoje! Ah, é bobeira minha, esquece! – ele sacudiu a cabeça e abriu a porta para elas.

Quando elas voltaram pra casa, já estava com as borboletinhas feitas. chegou, ficou por dentro da situação e estava lá ajudando a prender fios de nylon em cada uma para que pudessem ser penduradas no teto. Na hora de pendurar, também prestou sua solidária ajuda para as meninas.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahii ateeeeeende o telefoooooone aíííííííííí.

Celular de tocando afetadamente alto, era que estava ligando e quase fez o pobre do cair da escadinha com o susto, mas tudo bem...
- Oi ! O que foi?
- Ah , como é que vai a coisa aí? É porque a já quer voltar sabe... Ela foi ao banheiro agora, por isso eu liguei pra ver né!
- Ah, a gente ta pendurando as borboletas no teto e está ficando lindo! Mas não chegamos nem na metade ainda... – e suspirou olhando pra cima – Você vai ter que segurar aí, pelo menos um pouquinho.
- Que jeito... Ela ta vindo. Tchau e vê se agiliza! – falou depressa e desligou sem nem dar tempo pra dizer tchauzinho.
- Pronto , já podemos ir! – chegou onde a amiga estava sentada com as sacolas das comprinhas que fizeram.
não conseguiu lembrar de nada pra falar que precisavam fazer ainda, simplesmente porque já tinham feito tudo! Já tinham feito lanche, passaram no mercado, nas lojas...
- Ai! Ai eu não to me sentindo muito bem. – levou a mão rapidamente até o estômago, foi a única maneira que ela achou pra enrolar mais um pouquinho.
- O que foi menina?! Está me assustando!
- Acho que eu comi demais e fiquei enjoada! Vou ao banheiro!
- É amiga, realmente você passou dos limites hoje! Eu nem ia falar nada, mas... – foi seguindo até o banheiro do shopping. havia comido bastante mesmo, mas essa sempre foi uma característica dela, às vezes parecia o Taz, (Tasmanian Devil) em pessoa e nunca passava mal por isso. Nem sequer engordava.
Ela se fechou em uma cabininha e deixou que os minutos fossem passando... Doze minutos depois batia na porta euforicamente. então saiu, fingiu uma cara abatida, foi lavar o rosto e ali enrolou um pouco mais.
Ao chegarem na casa do , esperava por elas lá na frente. Puxou assunto e conseguiu dar ao pessoal que pendurava borboletas na garagem mais uns dez minutos. Logo depois, entrou pela sala e foi direto ao seu quarto tomar banho. Assim que ouviu que ela já estava com o chuveiro ligado, entrou no quarto e deixou uma caixa cinza, de tamanho mediano em cima da cama. Ficou ajeitando um lacinho rosa na tampa dela e levou um pequeno susto que fez o coração dar um pulinho dentro do peito ao sentir duas mãos envolvendo sua cintura por trás.
- Assustei você? – ele sussurrou perto do ouvido dela, que encolheu um pouco o pescoço, sentindo cócegas.
- Não, imagina... Eu só estava aqui concentrada na minha missão secreta de arrumar esse lacinho! – ela se virou de frente pra ele sorrindo, ainda envolvida pelo abraço dele.
- Estou tão orgulhoso de você! realmente não poderia ter amiga melhor!
- Claro! Aqui é serviço de primeira! – deu uma piscadinha e aproximou seu rosto num movimento rápido, tão rápido que quando ela foi perceber já estava com seu lábio inferior preso nos dentes dele. Se ela pudesse ficar mais arrepiada que aquilo, até os cabelos da cabeça ficariam em pé.
soltou o lábio dela de seus dentes, colocando a língua pra dentro da boca dela em seguida e apertou mais os braços em volta dela, vendo que ela cedeu completamente ao beijo. Eles esqueceram que uma coisinha chamada poderia sair do banheiro a qualquer momento e ficaram de pegação ali mesmo. Se separaram ofegantes quando escutaram um barulho exagerado vindo de dentro do banheiro, seguido de um ‘Caraaalho!’ e escondeu o rosto no pescoço dele abafando um riso. Nesse momento a porta do banheiro abriu e os dois olharam assustados vendo sair de lá. Ela não poderia vê-los ali, pois iria descobrir que foram eles que deixaram a caixa e essa definitivamente não era a intenção.
e respiraram aliviados quando viram que ela vinha com os olhos tampados por uma toalha.
- Mas que espécie de anta ainda deixa cair shampoo no olho com uma idade dessas, hein ? – ela resmungava achando que estava sozinha. se prendia pra não rir e puxou pela mão pra fora do quarto.

- Já entregou a encomenda da ? – se aproximou de e , que desciam as escadas.
- Entregadíssimo. – ela respondeu e quando pôs o pé no último degrau, pisou numa bolinha de ping-pong. segurou-a pela cintura e então não caiu. Ficaram se olhando porque começou a sentir uma coisa estranha, tipo como se o conjunto de todos seus órgãos internos estivesse dançando funk. Quanto mais ela viajava olhando aqueles olhos e sentindo os braços que a seguravam, mais confirmada ficava a certeza que ela achou a tampa da panela! tinha um leve sorriso nos lábios, se segurou pra não pegá-la no colo e carregar pra casa. Esse momento todo durou menos de três segundos, mas pareceu bastante para eles. Só foi interrompido quando falou.
- Vocês não ficaram de pegação lá em cima correndo risco de botar tudo a perder, ficaram?
- Que pergunta ! Que tipo de gente você acha que somos? – se pôs de pé novamente, ajeitou a blusinha e deu um tapa no braço de , depois um sorrisinho à .
já enviava o sms para .

Duuuude! Passe aqui em casa RIGHT NOW!
ps: entre pela garagem porque eu perdi a chave da porta da frente


E agora era só esperar os dois entrarem na garagem para trancá-los. Fácil assim.

- Oun, que coisa mais linda! – abraçava o peixinho fazendo o maior escândalo. [hunpf... coisas de ]. Ela sentiu o perfume de exalando de cada fibra de tecido do peixinho de pelúcia e instintivamente apertou-o mais contra o peito. ‘Que falta eu sinto daquele orangotango! Será que ele mandou isso pra se desculpar ou qualquer coisa assim?! SERÁ QUE ELE ESTÁ AQUI? DEUSDOCÉU!’ Se levantou rápido largando o peixe em cima da cama e correu pra frente do espelho. Se maquiou bem rapidamente e voltou pra pegar o peixinho nos braços outra vez. Reparou que havia um pequeno papel azul no chão, perto da cama. Estava em cima da tampa da caixa, mas voou quando ela a abriu euforicamente sem nem vê-lo.

Queria te ver... Na garagem.
Era o que dizia.


está cada vez mais louco! Onde já se viu perder a cópia da chave da própria casa? Pelamor!’ pensava ao chegar na frente da casa do amigo. O portão da garagem estava meio aberto, ele se curvou um pouco e passou. observava do outro lado da rua, escondido entre uns arbustos. Estava se sentindo o próprio Agente 007 com o poderoso controle do portão na mão. Assim que entrou, o portão começou a se fechar e a escuridão anunciava que tomaria conta do local.

- ! Aonde vai? – estava sentada no sofá da sala e perguntou como se não soubesse a resposta quando a viu descer as escadas como um foguete. trazia o peixe pendurado na mão pela nadadeira.
- Ah, vou aqui! – fingiu diminuir o entusiasmo e já rumou em direção à porta na parede lateral que ligava o hall com a garagem da casa dos . soltou um meio sorriso e um sinal com a cabeça para que todos saíssem de trás dos armários/cortinas/sofás/etc...
entrou no cômodo e fechou a porta atrás de si. Logo se aproximou da porta e a trancou, abrindo em seguida um sorrisão maior que a boca para os outros que observavam mais distantes e estes logo trataram de diminuir a distância para colar os ouvidos na porta, juntamente com , que entrava novamente em casa.
[n/a: frases em itálico são falas escutadas por eles do outro lado da porta.]
estava com os braços estendidos, pra ver se achava o interruptor. fazia exatamente a mesma coisa. Tateavam a parede onde estava o interruptor e o encontraram ao mesmo tempo. Quando acenderam a luz, os dois encolheram um pouco os olhos e permaneceu com a mão sobre a mão dela por alguns segundos.
- Erm…? – ele desviou o olhar para um lado qualquer e pôs as mãos nos bolsos da calça.
- Oi... UAU! – agora ela olhou pra cima e viu as dezenas de borboletas coloridas penduradas no teto, umas mais baixas, outras mais pro alto... Estava sorrindo com cara de boba.
- Quem... – também teve perda temporária de palavras, até sacudir levemente a cabeça e recobrá-las – quem fez isso?
- A mesma pessoa que me entregou isso? – perguntou como se fosse óbvio, sorrindo levemente e erguendo a mão com a qual segurava o bichinho de pelúcia. encarou o peixe azul com nadadeiras roxas e boquinha amarela. O pegou um pouco rápido da mão de fazendo-a estranhar aquela reação. Com o movimento rápido, ele sentiu uma nuvem de seu próprio perfume passando rapidamente pelo olfato e aproximou o peixinho do nariz.
- … Quem te entregou isso?
A menina bufou soltando um risinho incrédulo.
- … Foi você! Quem mais ia me entregar um bichinho de pelúcia com o SEU perfume, oras?
- Claro que não fui eu e aliás...

- QUEM FOI QUE USOU O MEU PERFUME NUM PEIXE IDIOTA?

O pessoal que estava encostado na porta ouviu esse grito. apertou os olhos.

- PARE DE GRITAR SEU BRONTO! NINGUÉM TA GRITANDO COM VOCÊ AQUI!
também elevou a voz e os dois ficaram por instantes em silêncio. Respiravam um pouco rápido. deixou o peixe em cima de uma mesinha onde estavam alguns objetos e passou a olhar pro lado como se houvesse algo profundamente interessante na vida da joaninha que andava na parede.
- Como você pode ser tão fofo num instante, dizendo que queria me ver aqui e quando eu chego se transformar num rinoceronte briguento?
- Mas hein? Eu nunca disse que queria te ver, muito menos aqui. E rinoceronte é a sua...
- ! Eu não acredito que me deixei levar… Eu estava quase acreditando que você podia ser um pouco descente!
- Descente?! Eu sou muito descente se quer saber, nunca me envolvi com pessoas casadas. Ao contrário de outras aqui nessa garagem.
- Então é isso?! Nunca vai esquecer esse assunto?
- Que assunto?
- Não me irrita, garoto! Você quer que eu fale do Dean? Ótimo, vamos falar dele então, o que você quer saber?
- Eu? Nada... Eu nunca fui interessado nele!
- Pára de ser infantil... Essa é a última vez que eu tento conversar com você. E pelo visto, já percebo que não vai dar.
- Ah, é a última vez. E depois você vai sumir?
- Você quer que eu suma? Pensei que aquela criança que ficou comigo embaixo de uma cama tinha dito que me adorava e tudo mais... Acho que ouvi errado.
- Uma criança que você enganou com muita facilidade.
- Enganar?! Certo. Me diz então onde foi que eu te enganei. [n/a: em que capítulo, hein?! ehuehuhuehu parei =x]
- Em tudo, desde o começo. Parecia a garota perfeita, mas foi só aparecer a Rose pra te desmascarar. Ela queria acabar comigo pra se vingar de VOCÊ! Sabe, depois que eu pensei melhor fiquei até preocupado, será que vão aparecer muitas outras esposas neuróticas querendo se vingar de você? Coitado do cara que estiver contigo porque sinceramente...
- CHEGA, TA LEGAL?! EU QUERIA SABER POR QUE É QUE VOCÊ IMPLICA TANTO COM ISSO! A GENTE NEM TAVA JUNTO QUANDO EU CONHECI O DEAN, MAS QUE DROGA !
- QUANDO EU TE PERGUNTEI SE VOCÊS TINHAM SE CONHECIDO VOCÊ DISSE QUE NÃO, MAS EU SABIA QUE VOCÊ GOSTAVA DELE!
- Ainn , acho melhor você abrir o portão ou esses dois vão se pegar na porrada! – roía as unhas de nervosa. As outras meninas também estavam nervosas, então o plano tinha sido um fracasso?

- EU VOU TER QUE REPETIR QUANTAS VEZES QUE EU NÃO GOSTAVA DELE?
- Aaaíh... Eu não acredito que vocês nunca viram o gostoso do Dean pegando o jornal de manhã! – fazia trejeitos exagerados procurando imitar – Ele se abaixava assim tão sexy, minha vontade era pegar na bunda del... – não pôde terminar a última letrinha de sua fala porque levou um tapa naquela bochechinha macia. respirava mais rápido que antes e tinha os olhos úmidos, como se o tapa tivesse doído mais nela. Nem perceberam que a claridade do dia começava a invadir aos poucos o cenário, era o portão da garagem se abrindo vagarosamente.
- Eu não quero mais te ver .
não disse nada, apenas repousava a mão sobre o local atingido. Voltou a colocar as duas mãos nos bolsos, deu meia volta e se curvou novamente para passar pelo portão que ainda não estava totalmente aberto. sentiu que ia começar a soluçar e não conseguiu segurar. Depois de uns três soluços, olhou para o peixinho de pelúcia em cima da mesinha e o pegou com uma certa raiva.

- HEY! LEVA ESSE TROÇO FEDORENTO PRA SUA CASA! – saiu da garagem e foi pro meio da rua de repente. já estava alguns passos à frente, na calçada do outro lado. Viu o bichinho cair perto de seus pés e só então virou na direção dela.
- OLHA A MOTO!


[n/a: Quer narrar os fatos um pouquinho agora? Ótimo! Vai lá que eu to cansada!]

’s point of view ON

- Foi o gritando? – franziu a testa e olhou pra cada um de nós.
- Acho que sim, mas eu nem entendi. – dei de ombros... Provavelmente respondeu a algum insulto da ! Parece que ele disse algo com... copo...
- Eu entendi! Ele disse ‘Olha a foto!’ – disse sorridente e confusa ao mesmo tempo – Ah, mas por que ele iria falar pra ela “olhar a foto”?
- Erm... pessoas... eu acho que ele não disse foto, mas sim moto! – estava em pé na porta e virou o rosto pra gente fazendo uma expressão assustada. Eu fiquei com medo.
- Moto?! Olha a... MOTO! OMG! – se levantou rapidamente do degrau da escada, onde estava sentada e deu uns passos até a porta, deu espaço e ela já saiu com as mãos na boca. Eu e todo o resto da cambada também corremos para a porta. Um frio gelado me cortou por dentro quando eu vi a situação ali.
Uma moto caída no meio da rua, debruçado sobre uma criatura imóvel, que pode ser chamada de , um capacete prateado, e um macacão preto jogado por ali também, cujo “recheio” pode ser chamado de motoqueiro distraído.
- OMGOMGOMGOMG! – parece que a tinha esquecido como falar outras palavras e só falava essas três enquanto se aproximava do local do acidente.
retornou logo ao interior da casa para ligar chamando uma ambulância. observava atentamente se ela estava respirando, dava pra ver que suas mãos tremiam feito gelatina. Eu também me tremia toda, nunca tinha visto um acidente assim tão “próximo” em todos os sentidos, digo, estando fisicamente perto e tendo ligação próxima com a pessoa acidentada. Senti me abraçar por trás de repente, acho que ele deve ter percebido que eu estava meio chocada... Não sei o que seria de mim se ele não estivesse aqui passando uma força! O ouvi sussurrar docemente na minha orelha ‘se acalma, ela vai ficar bem!’, em seguida apoiou o queixo na minha cabeça. Me segurei com força nas palavras dele, perder a seria como perder uma irmã de quatro anos, porque afinal de contas, é mais ou menos esse o tempo que o pai da se casou com a minha mãe e me deu essas irmãs de brinde! Eu reconheço que elas fazem umas merdas de vez em sempre, mas são muito importantes pra mim. Isso sem dúvida!
- … – falava baixo perto dela enquanto dava leves cutucadas em seu ombro. Não tinha marcas de sangue nem nada, mas ela bateu a cabeça no chão, isso sim é preocupante.
- Chegam em cinco minutos. – veio falando. Não demorou muito e parecia movimentar os dedos, que estavam entrelaçados aos dedos da irmã. Ela estava mesmo acordando, depois de um tempinho abriu os olhos.
- ! Como você ta se sentindo? Quer que chame o pai?
- Calma aí ... – ela respondeu e um sorriso fraco se formou em seu rosto. Parecia estar achando graça do estado de sua irmã.
- Espera , num se mexe não. É melhor ficar parada, você não sabe se quebrou alguma coisa! – pesou a mão sobre o ombro dela quando ela fez menção de levantar. voltou a encostar a cabeça no asfalto e manteve o olhar na direção dele, ainda com o sorriso fraco nos lábios.
- E ele, será que morreu? – se aproximou do motoqueiro, me toquei de como a gente foi cruel, nem demos atenção pra ele! Cheguei mais perto também. Me tranqüilizei um pouco ao ver que estava pelo menos falando e pude me soltar dos braços de . Não que estivesse ruim, mas... Ah, vocês entendem! Não dá pra fazer o de chaveirinho também né, pelamor!
- nhounainuai! – o cara tava gemendo umas coisas que ninguém entendia.
- Hein, o que que foi? Você ta legal cara? Pode se mexer? – se abaixou perto dele.
- yokigofuaorraé! – ele resmungou mais uma vez. Cara estanho! Será que é grego?
- Erm... Já chamamos a ambulância, daqui a pouco eles chegam! – tentei ser simpática né, apesar de não saber o que ele falava...
- TIRA ESSA PORRA DO MEU PÉ! – o sujeito gritou de repente. Me assustei, fact! De onde ele tirou força pra gritar daquele jeito se até agora parecia que tava miando?! Deve ser ninja...
- Eita, merda! – viu que era uma parte da moto que havia ficado sobre o pé dele. foi tirar. Graças aos céus aquela coisa não esmagou o pé do coitado. Seria feio de se ver, sabe!
Quando eu fui prestar atenção na de novo, ela já estava sentada e com as mãos na cabeça. Se dizia tonta e a voz saía fraca. É, pelo menos o motoqueiro tinha seu capacete! parece ter ficado pior que ele.
O barulho das sirenes pôde ser ouvido logo. Em menos de quinze minutos estávamos todos no hospital de Bedford.

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- Por que as meninas e aqueles dois enxeridos foram na ambulância com ela e eu não pude ir também? Mas que droga dude... – resmungava enquanto passava as marchas de má vontade, aplicando mais força que o necessário. Comecei a ficar irritado com ele falando sem parar. Mas até que eu entendo o lado dele, ele gosta (mesmo) da e se tivesse acontecido isso com a eu estaria surtando também.
- Relaxa aí cara. e foram com elas e nós de carro, o que é que tem nisso?! E vê se dirige direito. Não queremos mais acidentes...
- Eu vou me sentir muito mal se ela não ficar bem! VOCÊ NÃO ENTENDE QUE FOI TUDO CULPA MINHA?
- Hey! Se acalma e presta atenção na droga da rua, caraíí! Quer que eu dirija?
- Não... – ele suspirou e parecia estar se acalmando. Agradeci mentalmente por isso!
- Não foi nada culpa sua, seu burro. Pode tirar essa idéia ridícula da cabeça. – falei mesmo! Ué? Não foi culpa dele! Era só o que faltava ele ficar com essas idéias de culpa e não sei mais o que...
- Eu só queria vê-la e queria ficar bem com ela de novo. – ele falou cabisbaixo e nós escutamos uma buzinada um tanto ignorante.
- Olha o sinal, mula – eu falei rindo e acordou pra vida. É engraçado ver o assim apaixonadinho, nunca pensei que estaria vivo pra vê-lo desse jeito!
- Mas que porra de trânsito...
- A GENTE JÁ TA PRATICAMENTE NA RUA DO HOSPITAL , SE CONTROLA FANDANGO SALTITANTE! – às vezes eu preciso segurar o braço do meu amigo e dar uns berros. Ele é meio atacado sabe... mas hein? Qual é a do fandango saltitante? Acho que to andando muito com a , ela que diz essas coisas gays assim!
- É que esse caminhão de bosta – era o caminhão de lixo – não sai da minha frente, e por que diabos não tem nenhuma floricultura aberta nessa porra? Vão se foder! – eu vou dar um sabão daqueles de coco pro meu amigo lavar a boca! Só pra constar...
- Se quando a gente entrar no hospital você continuar falando alto esse monte de maluquices, eu vou fingir que não te conheço. – cruzei os braços e respirava fundo enquanto me encarava. A gente já tinha chegado no estacionamento e o faniquito dele já estava me preocupando, de verdade.
- A vai ficar comigo. Não vai?
- Vai cara! – dei uns tapinhas no ombro dele. É claro que eles vão voltar a ficar juntos sim, os dois são meio lunáticos, perfeitos um pro outro! Devem ser do mesmo planeta ou sei lá... Tudo bem, parei! Eu gosto do meu chapa, ok? Só eu posso falar que ele é lunático/atacado/gay! Vocês não.
Entramos no hospital e já parecia um garoto normal de novo. Ainda bem, porque um monte de gente SABE que eu o conheço, então nem daria pra fingir... Fomos até o balcão perguntar pelo quarto da e todas essas coisas; a mulher que estava lá disse que a e também os nossos amigos estavam no segundo andar. Começamos a andar em direção ao elevador, mas de repente notei que não estava mais do meu lado. Olhei pra trás e vi o safado do chegando perto de uma garota. Ela segurava um vistoso arranjo de flores e... hey? Espera aí! O que ele vai fazer? Não... ele não vai fazer isso! Não seria capaz! Erm... COOOORREEE!
veio correndo na minha direção com aquele buquê soltando pétalas pra todos os lados e nós dois corremos numa direção qualquer. Eu juro que eu mato esse filho da puta! Catou o buquê da menina, dude! E ela ainda tentou correr atrás da gente, mas nós somos fodas!
- Por que... você fez... isso... seu filho... da... puta?! – falei meio sem fôlego dentro do elevador. Será que eu to precisando malhar mais? Ou talvez fazer mais shows?
- Eu precisava... de um buquê... ué! – ele deu de ombros e a gente começou a rir.
- Ladrão de flores! – dei um pedala naquela cabeça parada à minha frente. virando delinqüente. Sem comentários.
- Eu não roubei, você não viu o bolinho de dinheiro que eu joguei pra ela no chão?
- Assim... Não era mais fácil você perguntar se ela QUERIA vender?
- Ah, tipo 'Oi moça, eu sou um pobre cara que não encontrou uma floricultura aberta, dá pra me vender essas flores aí ou tá difícil?' – torceu a boca de um jeito engraçado e eu ri dele. Maluquinho de tudo... Saímos do elevador e logo avistamos o quarto que nos informaram.
- Vai lá que eu fico aqui. – dessa vez eu sorri pra ver se encorajava . Ele agora parecia estar se cagando. Alguém pode me dizer como é que ele roubou aquelas flores na maior moral e na parte mais fácil - que eu acho que é entregar as flores, né?! - Ele fica com aquela cara? Hunpf... coisas de !

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entrou no quarto de número 205. Numa mão as flores e na outra o peixe de pelúcia, que ele fez questão de trazer. estava lá apenas aguardando resultados de exames que fez da cabeça, alguns raios-x, etc. Ela estava em pé, observando a rua pela janela quando encostou a porta e ela se virou.
- Oi.
- Oi , o que ta fazendo assim de pé?
- Eu to bem, . Foi só uma queda.
- Eu vi o acidente! Vi como você ficou lá parada! Não é como se você simplesmente tivesse caído da cama! – foi andando pelo quarto e sentou no leito do hospital. Bateu no colchão para que ela sentasse ao lado dele.
- Eu trouxe o Jão.
- Jão?
- Jorjão! – abriu um largo sorriso e ergueu o peixe de pelúcia na direção dela. sentou e o pegou nos braços.
- É... tem cara de Jão. São minhas? – ela olhou agora para as flores.
- Ah sim! Comprei especialmente para você! – cara de pau.
- São lindas! Mas... – ela diminuiu um pouco o sorriso ao reparar bem nas flores, elas estavam meio ‘desmanchadas’.
- Mas o que?
- O que aconteceu? Elas parecem... erm, meio bagunçadas!
- Ah, é que tava ventando muito lá fora... – cara de pau ²!
- Oh, tudo bem! Adorei mesmo assim...
- Erm... , me desculpa.
-
- Espera! É sério ! Por tudo! O acidente foi culpa minha, eu fiquei com medo de você não querer me ver!
- Você não teve culpa, eu que saí no meio da rua...
- Mas você não teria saído se não estivesse discutindo comigo! Eu te falei pra sumir, mas hoje eu vi mais uma vez nessa vida que eu preciso ter muito cuidado com o que peço quando to estressado! Olha, eu fiquei chateado com toda aquela história do Dean, mas isso ficou muito minúsculo perto do medo de não te ver mais! – passou a mão pelo rosto de . Ela manteve o olhar em algum ponto qualquer e ficou pensativa por segundos.
- O que te deixou tão perturbado nessa história com o Dean, ?
- Ah eu sei lá... Eu acho que eu tive ciúme, não sei.
- Mas é isso que eu não entendo! Como pode ter ciúme de um PRESUNTO? Em outras palavras... ele já morreu, né !
- Eu sei, mas... eu tenho ciúmes do jeito como você fala dele, do jeito como você lembra dele, do jeito como você pensa nele, do jeito como você ainda gosta dele e sente saudades!
- Hey, hey pode ir parando! Quem disse que eu sinto tudo isso?
- Não precisa dizer, isso ficou claro pra mim depois de tantas vezes que eu ouvi sua voz pronunciando o nome dele de um jeito que não pronuncia o nome de mais ninguém. E o que eu vejo nisso tudo é que você nunca vai gostar de mim como gostava dele!
- Você é péssimo em ficar adivinhando pensamentos, sabia?! O tempo todo não era nada disso... Eu admito que me encantei quando vi o Dean pela primeira vez, mas quando ele me deu aquele beijo de repente não foi nem metade do que eu esperava. Eu acredito naquela coisa de borboletas no estômago, lombrigas sapateando, levitar do chão e tudo isso que parece impossível, mas que realmente pode acontecer e basta estar com quem a gente gosta. Não teve nada disso com o Dean e eu já pude perceber nos primeiros dez segundos de beijo que ele não era quem eu procurava.
- Mas e todas aquelas vezes que eu te vi falando dele como se fosse um rei e tal?!
- Eu tava brincando com as meninas... Ainda tava tentando assimilar que já tinha achado o cara que superou qualquer expectativa que eu tivesse. O cara que trouxe as borboletas pra dentro do meu estômago!
- Então você achou o cara é?
- É, achei! – estavam sorridentes e se aproximavam com pequenos pulinhos.
- Mesmo que ele tenha gritado com você e chamado o Jorjão de idiota? - e apertou o rosto do peixinho com a palma da mão.
- Aham. Mesmo assim, as borboletas continuam todas aqui!
parecia caçar alguma coisa no fundo dos olhos dele. Estavam bem próximos quando alguém abriu a porta e os dois voltaram a se afastar. Era o médico que a atendeu. Disse que estava tudo bem com ela, os exames deram ótimos resultados. Nem e nem o motoqueiro precisaram de internação. Aliás, o motoqueiro permaneceu no hospital por menos de dez minutos. Logo saiu andando como se nada tivesse acontecido. Todo o restante dos amigos estavam numa sala de espera. , e estiveram com antes de chegar. se juntou a eles e as meninas explicaram que fez uns exames e parecia bem normal.
estava sentada no colo de e começou a rir de repente.
- Que foi ?
- É que seu celular ta vibrando aí no bolso, me fez cócega poxa! – ela falou rindo e todos começaram a rir da cara dela. Não demorou muito pra passar uma enfermeira de cara feia pedindo silêncio.
se afastou por uns minutos pra conversar e logo voltou sorrindo.
- Quem era? – quase pulou em cima dele.
- Pra que quer saber?
- Ah, pra nada... Pensei que fosse algum show!
- Não vou contar pra você.
- Vai contar sim!
- , manda a sua garota sentar senão eu não conto pra ninguém!
abraçou e a fez sentar em seu colo.
- Era o nosso amiguinho dos clicks, o Joey.
- Ah, e o que ele queria? – perguntou .
- Convidando pra uma festa, sexta-feira.
- Eba, festa! – suspendeu os braços – A gente ta precisando de uma festa pra esquecer o desastre que foi a última!
- Concordo! Mas a gente precisa saber como é que a vai estar, né... - lembrou desse detalhe e todo mundo ficou pensativo... Será que e estavam finalmente se entendendo ou não?

#Quarto 205#

- Então a senhorita está liberada a partir desse momento. – o médico dizia enquanto examinava uma última vez os olhos de com aquela luz irritante. – Foi sorte não ter acontecido nada, o seu acidente não foi tão leve assim!
- É doutor, mas ainda bem! – estava lá dentro ainda e sorriu pra ela. O médico entregou a ele a receita de um antiinflamatório e se retirou dizendo que ela poderia ir embora a qualquer instante e passar na recepção. segurava a receita e o agasalho pra ela e passou na frente para abrir a porta, mas segurou seu braço.
-
- Hum? – ele se virou.
- Só me responde uma coisa.
- Diga!
- Me diz que aquele não foi o último amo você que te escutei falar.
sorriu e encostou a testa na dela, sem desviar o olhar dos olhos dela.
- Olha ... Aquele foi o último sim. Daquela semana!

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Abri a porta e vi o que todo mundo queria ver, o casal de pombinhos no maior agarramento lá! Posso falar? Arrepiei!

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pegador… RÁ! É dos meus!

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Capítulo 17 – Um toque, uma palavra...
[n/a: Se quiser, pode ir botando pra carregar (All Hail The Heartbreaker by The Spill Canvas aqui, aqui, ou aqui) vai aparecer uma cena muito boa pra ler ouvindo essa música *---*]


Depois que voltou pra casa, eles não souberam mais nada daquele motoqueiro. Na verdade, nem sabiam como ele era porque não tirou o capacete. Os casais estavam todos muito bem, obrigada! E a semana passou rápido. Lembrando que as três hóspedes continuavam na casa de . Ele cobrou uma diária bem baixa de cada uma, só pra não dizer que elas ficaram lá de graça, então recebia £10,00 de cada uma por dia.
e ficavam juntos todos os dias que se viam, mas as sintonias eram diferentes, um estava querendo ir devagar com as coisas pra não se precipitar demais (tu mesma) e o outro querendo aproveitar todo o tempo perdido (ele, o apressado).
e também passaram os dias juntos e apesar de não estarem namorando, era como se estivessem. Mas isso era questão de tempo. Logo nos três dias depois do acidente, pela manhã, junto com o jornal ( pagou ao entregador de jornais no primeiro dia), ou de tarde quando ele aparecia por lá, recebia uma caixa de bombons. As meninas estavam considerando algumas hipóteses:
a) Ele quer engordá-la pra ela deixar de ser hot e nenhum cara olhar mais pra ela.
Ou
b) Ele está querendo encher uma piscina com os papeizinhos das embalagens e nadar nu no meio delas...
e estavam ficando mesmo. Óbvio que ela estava nas nuvens, queria ficar com ele desde que chegou, no começo do mês. Só uma coisinha estava começando a preocupá-la... É que por várias vezes ela o viu conversando com a Jamie. Claro que conversar não dá nada, tanto que na primeira vez ela nem ligou, mas essa cena ficou muito ‘repetida’ por esses dias e a empolgação com que eles sempre estavam falando fez a pulguinha atrás da orelha de ganhar vida.
e , ou melhor, seu Capitão Fronha – que era como ela (in)felizmente estava chamando-o quando estavam à sós – pareciam realmente ter passado uma borracha em todo aquele passado chato de coisas não ditas e professor Chris! E não era impressão, quando estavam juntos, os dois ficavam umas bestas-master! Mas tudo bem, porque esse era o e essa era a que sempre conheceu - felizes, como ela já não os via há muito tempo.
Enfim, quando os amigos do aparecem na casa dele, o que pode se dizer que acontece diariamente, a casa fica com 4 casais de pombinhos, resumindo a semana = grude, grude, grude, grude. Eca…

Quinta-feira. Um dia antes da festa que os guys, suas respectivas acompanhantes e as três novas amigas foram convidados. Todas as meninas combinaram de sair para comprar roupas novas durante à tarde. havia acabado de tomar café da manhã (quase na hora do almoço, vida de férias é outra coisa!) e estava assistindo Acceleracers quando recebeu uma ligação de no celular. Ele pediu que ela fosse visitá-lo em casa. se sentiu com as pernas bambas após desligar o aparelho.

’s point of view ON

Garota! Que perninhas bambas são essas minha filha?! Só porque o pediu pra ir à casa dele dizendo que tem uma surpresa?
Acabei de ajeitar o cabelo, vesti um jeans skinny, blusinha baby look e um tênis branco. Desci e quase atropelei a no caminho até a porta. O que ela fica fazendo no meio do meu caminho?!
- Vai tirar quem da forca?
- Minha curiosidade, beijos!
- Ta né... Não esquece de voltar logo pra gente ir fazer compras!
Ouvi chiar uma última coisa, mas não dei muita atenção, só respondi um ‘ta’ antes de fechar a porta.
Fui caminhando com passos largos, a casa do fica uns dez minutos à pé. Mas sabe, as coisas estão indo tão bem ultimamente que às vezes me passa um medo que tudo se estrague de repente. Insegurança? Não... Lei de Murphy! “A luz no fim do túnel, é o trem vindo na sua direção” [n/a: hsuhsuahuahhua EURI o/]


- E então, vai ficar de enrolação ou vai falar da surpresa? – já fazia um tempinho que eu havia chegado e ainda estava com ele no sofá. É legal ficar pertinho dele, sentindo os lábios dele nos meus e deixando cada contato da pele dele com a minha me provocar um pequeno choque gostoso! Mas eu também tenho um instinto chamado curiosidade! Comecei a ficar curiosa sobre a tal surpresa ué!
- Calma, mas que pressa é essa? Eu to achando que você não gosta de ficar comigo.
- É , não é por nada não mas... você beija mal pacas. – apoiei a mão no ombro dele enquanto afirmava com a cabeça. Me segurei pra não rir da careta que ele fez.
- Eu não vou falar da surpresa enquanto você não retirar o que disse! – ele apertou mais os braços em volta de mim, tão seguro quanto um cinto de montanha russa.
- Olha que eu não costumo retirar as coisas que eu digo hun!
- Ta bom então você vai ter que me treinar até que eu fique bom! – o é todo maluquinho, por isso eu gamo nele! Toda vez que ele me pega eu fico sem ar, isso é fato! Mas dessa vez eu achei que realmente não havia mais oxigênio na superfície terrestre quando nos soltamos.
- Eu to melhorando? – ele sorriu com a boca meio manchada de rosa, não deu pra eu ficar sem mostrar meus dentes também. Limpei as manchinhas do meu batom em volta da boca dele e no queixo com meu polegar.
- Progredindo, … Sou a melhor professora! – dei um beijo rápido nele e levantei do sofá, pensa que eu esqueci?! Never! Quando alguém me diz que tem uma surpresa eu fico até a próxima encarnação com aquilo na cabeça! O puxei pela mão pra levantá-lo, mas ele forçou todo o peso pra baixo, safado!
- Você é muito curiosa, Deus me livre!
- Quem mandou me falar em surpresa?! Agora eu quero saber! Anda, levanta !
- Taaa! – ele bufou meio rindo, ou riu meio bufando – vai saber - e levantou a bunda do sofá – É que também não é assim uma puuuuta surpresa, é só uma coisinha que eu pensei.
- Ah, não importa! Me mostra onde está!
Me puxou pela mão e a gente subiu as escadas, entramos no quarto dele e eu me lembrei do dia da festa do , que a gente ficou no closet!
- Aqui. – ele me tirou de pensamentos idiotas me estendendo a mão com a qual segurava um porta-retrato. Lindo. Mas, um porta-retrato?
- Ah, legal... um porta-retrato?
- Não, um fogão. – ele fez aquela cara de demente e eu dei um tapa na cabeça dele, nós rimos porque essa cena acontecia diariamente quando a gente estudava juntos!
- Meio pequeno pra um fogão, não?! Dá pra fazer batata frita aqui?
- Pára vai, eu quero falar sério agora.
- Você que disse que era um fogão!
- Ok então, posso falar sobre o meu fogão?
- À vontade!
- É que o fog... digo, o porta-retratos que está na sua mão é um dos objetos importantes da nossa família sabe. Tipo daquelas coisas que foram de não-sei-quem e de não-sei-mais-quem e de um monte de gente até chegar na minha mão, sacas?
- Sei...
- Então... Eu não sei por qual razão eu coloquei uma foto minha com a Delilah nele. Eu sabia que eu não gostava dela tanto assim pra deixá-la fazer parte de uma coisa que vai durar pra sempre, como esse porta-retrato! Aí eu tirei a foto dela daqui, antes mesmo do fim oficial do nosso namoro. – eu prestava atenção em cada coisa que ele dizia, onde será que ele queria chegar?
- Ah , não precisa me explicar aquela coisa da foto ter caído no aquário de novo. Tudo bem que o seu peixinho Emo – deixa eu fazer uma observação, esse é um nome totalmente sem criatividade! – deve ter morrido de susto quando a foto dela daquele jeito caiu lá dentro, mas eu já entendi...
- Não , eu to contando isso de novo pra dizer que eu já achei a foto perfeita pra colocar nele! – ele abriu aquele sorrisão que sempre me contagia e se aproximou do criado mundo. Pegou alguma coisa dentro da gaveta e veio com ela escondida atrás do próprio corpo. Preciso mencionar que meu coração dava saltos triplos? Será que era uma foto comigo?
- Erm... o que você trouxe aí?
- Empresta...
pegou o porta-retrato de minhas pobres mãos tremulas. Abriu um compartimento na parte de trás dele, segurava a foto com a parte branca virada pra mim.
- Será que você pode adivinhar que foto é essa? – ele perguntou antes de colocá-la no porta-retrato. Eu tentei usar meus poderes de mãe Joséfa e apertei os olhos como se isso fosse me fazer enxergar o outro lado da foto. devia estar gargalhando por dentro da cara que eu fazia. Eu sei. Ele me adora. Anyway... eu não consegui mesmo enxergar o outro lado da foto, mas quando eu já estava pra desistir, vi a ponta de um risquinho de caneta rosa sendo tampado pelos dedos dele! Isso quer dizer que ali tem uma frase. Se realmente for uma das nossas fotos juntos, só pode ser aquela foto que a gente mostra nossas tatuagens, porque eu nunca escrevi de caneta rosa em foto nenhuma, só naquela! E eu acho que ele também não escreveria de caneta rosa... A frase ali dá todo o significado na foto: “You’re still a part of everytinhg I do, you’re on my heart just like a tattoo”, ele realmente vai fazer sempre parte da minha vida, como uma tatuagem no meu coraçãozinho... erm, isso ficou meio brega! Mas hein? Voltando ao foco, ONDE ELE PEGOU ESSA FOTO?
- E-e-eu acho que eu sei. – putz por que eu to gaguejando agora?
- Ah não, você viu esse pontinho, droga! – ele virou a mão com a foto, de modo que conferiu a visão que eu estava tendo, mas sem deixar ainda que eu visse a foto de frente. Pôs a foto no porta-retratos e finalmente virou a frente pra mim. Eu fiquei sem palavras. Minha cara devia estar ridícula! Como foi que ele pegou essa foto[2]?
- Como... como... – eu apontava para a bendita foto e pronto! Até esqueci como se fala!
- Eu explico. Achei jogada na sala, naquele dia que entramos na casa do Dean a primeira vez.
- Ah, sim! Ela ficava numa caixa. Eu deixei tudo desarrumado lá quando subi correndo pro quarto por causa daquela brincadeira das meninas.
- É, eu vi as coisas, arrumei algumas dentro da caixa, mas essa foto eu tive que seqüestrar!
- Ficou bem legal... – observei a foto no porta-retrato dele. Era bem bonito, nem parecia coisa antiga. Sou suspeita pra dizer, mas acho que combinou!
- Por enquanto ele vai ficar aqui, – caminhou até o criado mudo e o deixou ali – mas quando você for pra casa eu quero que o leve contigo!
- Não , é o seu porta-retrato, da sua família, como eu vou levar?
- Eu prometo que vou buscar em poucos dias, ta?
- Ah sim, então ele vai ser a desculpa que você vai ter pra me visitar?
- Exatamente! – certo. O que que eu faço com esse garoto? Quem foi que deu permissão pra ele nascer com o sorriso mais gamante da Terra? ‘Exatamente’, outra palavra que fica mais gata saindo do meio daqueles dentes. Eu devo ser a menina mais fraca do mundo porque eu tive que agarrá-lo sem aviso prévio! E daí que eu sou fraca? Nunca quis ser forte mesmo... Aff deixa eu parar de pensar porque tenho coisas mais importantes a fazer, com licença.

’s point of view OFF
[n/a: pode playiar aquela música!]

Com alguns passos, se aproximou de e lhe deu um selinho. Afastou os lábios dos dele enquanto passava os braços em torno de seu pescoço, os dois sustentavam os olhares, era como se estivessem trocando idéias com eles.
Aproximaram novamente os lábios, mas as línguas se encontraram antes de selarem as boquinhas. Os dois acharam engraçado, nunca se imaginou dando um beijo de línguas expostas, achava tão nojento... mas esse estava muito bom, obrigada. Pouco tempo depois, as línguas não estavam mais expostas e os lábios já se tocavam com sentimento de saudade, é como se os dois estivessem com a mesma vontade de compensar todos os anos que passaram longe e mais os anos em que eram apenas amigos. Esse beijo começou devagar e suave, estavam mostrando um pro outro o quanto queriam aproveitar o momento, já que em alguns dias as férias terminariam, ela iria pra casa e ele provavelmente logo estaria em alguma turnê. Porém tudo o que começa devagar e suave uma hora se torna mais rápido, ganha energia, vontade... Os lábios dela estavam sendo praticamente sugados agora e ele sentia como se fogos de artifício estourassem dentro de sua barriga. Nada muito desconfortável, só felicidade em excesso.
sentiu levantar sua blusa e a cada movimento das mãos dele em suas costas, as pernas pareciam amolecer mais. Ela também resolveu explorar o mundo por baixo da camisa de e percebeu que ele contraiu o abdômen, suas mãos deviam estar geladas. Sem mais cerimônias, quando ela foi ver, estava com uma das mãos sobre a bunda dele, por cima da calça. beijava o pescoço dela no momento que se deu conta disso também. Ele sorriu e lhe deu um chupão que provavelmente deixaria marca. se afastou um pouco rindo e ele aproveitou pra tirar a camisa. Voltaram ao beijo e as mãos dela deslizaram pelo tórax nu, a pele dele estava quentinha e macia naquela região, como se ele fosse alguém que passa 'óleo de amêndoas paixão' todas as noites depois do banho... A blusa dela ainda não havia voado pro chão do quarto, como a dele. Por baixo do tecido, aproximava cada vez mais aquela mãozinha dos seios dela. Sinal amarelo? Talvez... Ela retirou a blusa e pôde reparar rapidamente que havia uma marquinha vermelha de quatro dedos que estavam apertando sua cintura segundos atrás. Provavelmente sumiria logo. Diferente das marcas de chupões no pescoço que estava deixando do outro lado agora. começou a desconfiar seriamente que ele pode ser um vampiro, pra gostar tanto de deixar marcas no pescoço dela! Os dois pareceram esquecer como respirar direito, as respirações estavam descompassadas e terminavam em forma de vento nos cabelos do outro. tinha agora a mão esquerda totalmente em cima de um dos seios dela, sobre o sutiã. Primeiro apertou algumas vezes sem usar força. Teste de consistência? Talvez... Outras horas fazia movimentos circulares. O fato é que cada apertadinha mais forte resultava em uma falha na respiração dela. então percebeu que davam passos lentos e parou de caminhar de repente.
- … e se alguém entrar aqui? – olhou para a porta do quarto, que estava aberta.
- Não tem ninguém em casa ! – ele falou e a voz saiu meio abafada por ele estar com o rosto todo enterrado no pescoço dela. Percebeu que ela continuou meio incomodada com aquela porta aberta e a soltou pra poder ir fechar a porta. Enquanto isso ela tirou os tênis num movimento rápido.
- Melhor assim?
- Aham. – afirmou com a cabeça enquanto tinha um sorriso safado nos lábios. Estava se revelando essa tarde!
- Wow! Gostei das suas meias listradas de branco e vermelho... São do Arsenal?
- Não né... São do , sei lá de que time é!
- Pegou as meias do ?
- É porque aquele spice-chato pegou todas as minhas pra lavar de uma vez, aí eu fiquei sem nenhuma!
- Ah, tudo bem, não precisa ficar sem graça por ter pego as meias usadas do ! Elas são até bonitas. – se aproximava dela sorrindo. Ele dava passos lentos, mas teve a sensação que ele vinha como um trem.
- Elas não são usadas! E não fiquei sem graça...
- Ficou sim que eu vi! E acho que você fica muito hot assim sem graça!
voltou a pegá-la pela cintura e a puxou pra perto de si com certa voracidade, o que fez sentir todas suas estruturas se abalando como num terremoto e assim soltar um gritinho controlado. Mais um beijo pra roubar o fôlego dos quatro pulmões ali presentes.

When you see my face, hope it gives you hell, hope it gives yooooou heeeell.

Era o celular de tocando no bolso de trás da calça dela.
- Num atende não – murmurou com os lábios colados aos dela.
não parou de beijá-lo, mas pegou o celular e ergueu à altura dos olhos, atrás da cabeça dele. Abriu um dos olhos e pôde ver o nome “” no visor. Abriu e fechou o celular rapidamente para que parasse de tocar e voltou a guardá-lo onde estava. Os dois continuaram no amasso, nem aí pro mundo. Vez ou outra, um prendia os lábios do outro entre os dentes e logo soltava. Ela mordeu a orelha dele e depois só de vingança, fez marcas no pescoço dele também.
já conseguia perceber o resultado de todos aqueles chupões de pescoço, mãos bobas, carinhos e prendidas de lábios inferiores através do certo volume dentro das calças de . Ela pensou por alguns minutos enquanto começavam a andar novamente em direção à cama. Será mesmo que deviam fazer isso agora? Estava se sentindo como uma adolescente em sua primeira vez. Mesmo assim prosseguiu porque é o único cara que a faz ir à lua e voltar com apenas um toque, um olhar, uma palavra, um sorriso e muitos outros ‘uns’... deitou primeiro na cama e ela por cima dele. Passou uma perna de cada lado do corpo dele e começou a depositar beijos em seu pescoço. Descobriu que ele sentia muitas cócegas por ali porque sorria feito besta. Ela foi descendo o alvo de seus beijos pro ombro, depois no peito, em cima da tatuagem dele, e continuou se movimentando até o abdômen, umbigo... Se perguntava como a pele dele podia ser tão macia a ponto de fazê-la não querer soltá-lo mais. Ele se perguntava se ela estava escutando a bateria de escola de samba com fogos de reveillon dentro dele. Há tanto tempo queria estar com ela e agora parecia até surreal!

When you see my face, hope it gives you hell, hope it gives yooooou heeeell.
When you walk my way, hope it gives you hell, hope it gives you hell.


Tocou de novo o celular. estava prestes a abrir o zíper da calça dele. bufou e deu um soco no travesseiro ao lado. revirou os olhos e pegou o celular no bolso da calça.
- Joga esse celular fora! Ele me detesta! Eu te compro outro depois. – foi falando quando viu que ela observava o celular em sua mão, muito provavelmente pensando em atendê-lo.
- É a de novo, pode ser importante!
fez uma careta fofa e sentou, sem esquecer de trazer um travesseiro pra posicionar em frente à calça. Esse ato fez abafar um risinho debochado antes de atender.
- Oi .
- Onde é que a senhorita se enfiou, hein? Esqueceu que a gente ia sair?
- Ah é? Mas já? Digo... Agora?
- É … – a outra bufou sem paciência – Aquela amiga da mãe do , dona da boutique que tem os vestidos mais lindos da cidade e sempre dá descontos pra você por ser a prima dele, só trabalha até as três da tarde esqueceu? Precisamos ir logo! Eu e as meninas já estamos saindo. Você pode sair, seja lá de onde estiver e ir direto pro shopping!
- Ah, é verdade... – falou com um certo peso na voz ao olhar pra ali, todo gato e sem camisa.
- ? – chamou depois de um tempo que ficou muda.
- Hum?
- ANDA! – afastou o celular do ouvido e desligou.
- É que eu e as meninas tínhamos combinado de ir comprar umas roupas hoje pra gente usar amanhã na festa que vai ter. – explicou a situação enquanto guardava o celular de volta no bolso. Sentou na beirada da cama e já sentiu abraçá-la por trás.
- Viu? Não era importante! – ele sorriu vitorioso, mas antes que pudesse atingi-la com um de seus beijos mortais no pescoço ela se levantou, fazendo-o quase cair da cama.
- É , elas estão me esperando... E outra, a gente vai junto nessa festa, não vai?
- Sim!
- Então, você quer ser fotografado com uma menina se sentindo poderosa em sua linda roupa nova ou com uma menina de ombros encolhidos e olhar assustado se achando a patinha feia no meio das amigas super bem vestidas? – ela perguntou enquanto andava pelo quarto procurando sua blusinha, tênis e qualquer outra coisa que tenha se projetado pra fora do corpo...
- Primeiro, suas amigas nunca vão estar mais bonitas do que você! E segundo, fodam-se as fotografias todas!
terminou de falar esticando os braços pra cima e levou no rosto a camisa que vestia minutos antes.
- Vai, me leva pro shopping!
mostrou a língua pra ela e se deu por vencido, recolocando a blusa.
- A gente pode continuar outra hora... – piscou e saiu correndo do quarto e ele disparou atrás dela. Correram assim até a garagem, fôlego de criança.

O dia da festa na casa do Kyle chegou finalmente. O motivo da comemoração é o aniversário da banda. Integrantes de outras bandas e fotógrafos de revistas estariam presentes. O pessoal não estava assim muito, muito animado pra ir, talvez só um pouquinho. Festas se tornaram um pouco traumatizantes.
A maioria das meninas na casa de já estavam se preparando. Agora que havia meninas a mais, elas precisaram organizar uma ‘fila pro banho’ desde cedo, pra ninguém se atrasar, já que apenas dois chuveiros podiam ser ligados ao mesmo tempo na casa. terminou seu banho e foi a vez de Jamie ir pro chuveiro. Quando terminou de secar o cabelo, fechou os olhos por um instante e apertou um pouco mais o roupão macio contra o corpo. Se aproximou da cama e se jogou nela sorrindo. ‘Por que é que quando eu fecho os olhos aparece o rosto do ? Será perseguição? Ah, ta bom vai, chega de pensar nele, é só um cara... que eu conheço (e gosto) há muito tempo, mas mesmo assim, um cara. Pode parecer coisa de desenho animado da Disney isso que eu vou dizer agora, mas me sinto nas nuvens! Será que é pelo ou é porque esse roupão é muito macio?! Ah, abafa! Piadinha mais sem graça...’
A roupa de estava estirada ao lado dela em cima da cama. Ela olhou e sorriu mais uma vez, era um vestido tomara que caia de comprimento até o joelho, muito meigo com flores na saia. [fig]

’s point of view ON

- ME AJUDA AQUI!
Escutei a bater na porta falando alto igual uma louca. Jamie terminava de fazer o lacinho aqui nas costas do meu vestido, esperei ela acabar e fui abrir a porta curiosa.
- O que foi mulher?
- A panguona da ta choramingando lá no quarto dela, não quer nem abrir a porta!
- Ué, mas por quê?
- Parece que não gostou do vestido! – mas hein?! começou a andar em direção ao quarto da e eu fui atrás. Nem vi se a Jamie ficou no quarto ou se veio atrás também. Mas como pode cara?! Eu vi quando ela provou aquele vestido lá, ficou com a maior cara de boba se olhando no espelho... Não é por nada não, mas às vezes eu acho que ela se acha! Isso fica em off, certo? Certo.
- Mas ela provou lá! – falei indignada com uma das mãos nos quadris.
- É, não sei o que está acontecendo...
continuava dentro de seu quarto, encarando o espelho grande e torcendo a boca.
- … Abre aí vai. – pediu com calma batendo suavemente na porta.
- Nãão.
- Por que não? – perguntei.
- Por que eu não vou mais!
- COMO ASSIM?! Você era quem tava mais animada pra ir e ver o Kyle! Fez a gente ir comprar vestidos e o caralho a quatro! AGORA ATACA DIZENDO QUE NÃO VAI?! – estressou fácil.
- Pega leve pô! Aí é que ela não vai abrir nunca! – surgiu atrás de mim e colocando uma mão no ombro de cada uma, abrindo espaço pra ficar entre a gente.
- Aconteceu alguma coisa, ?
- Aconteceu tudo, !
- Tem a ver com o vestido que você comprou ontem? Aquele rosa?
- Não.
- Tem a ver com o que então? – dialogava calmamente com ela. Provavelmente assim conseguiria saber de alguma coisa, muito melhor do que na base do berro!
- Com um vestido preto!
- Hum? – nos olhamos sem entender lhufas. Acho que todo mundo lembra bem que comprou um vestido rosa muito cute ontem.
A porta do quarto foi se abrindo devagar, era Stacey abrindo pra gente. Entramos e logo vimos sentada na cama, com o queixo apoiado nas mãos e os cotovelos apoiados nas pernas, que estavam posicionadas de um jeito torto, mais abertas do joelho pra baixo, com os pés um tanto entortados pra dentro. Posso falar? Pra mim parece pose que emo tira foto!
- O que aconteceu? E que roupa é essa? – pôs as mãos nos quadris e analisou a irmã.
- Essa... foi a roupa que veio na caixa!
- Mas como? Não foi esse vestido que você comprou! – andei até a caixa em cima de uma mesinha e observei melhor a notinha que encontrei ao lado dela. Parecia diferente, o nome do vestido era outro, preço também... Então até a notinha que está aqui foi trocada! Estranho.
- É! Aquela atendente burra e iniciante deve ter trocado o meu pacote com o daquela outra perua burra que estava lá pagando também na mesma hora que eu! [n/a: nada contra vendedoras iniciantes, ok?! A menina aqui só ta com um pouco de raiva rss]
- Cará... – eu já ia dizendo o famoso ‘caraíí’ do jeito que sempre faz, mas não terminei de falar porque tampou minha boca antes e me fez rir que nem besta! É tudo culpa dele... Será que ele já pegou alguma mania minha também?
- Levanta aí pra gente ver como ficou! – estava sentada ao lado da irmã e deu um tapinha em seu ombro. torceu um pouco a boca e levantou. Todo mundo que estava ali presente no recinto sentiu seus queixos indo até o umbigo. O vestido ficou incrível, de parar o trânsito. Único problema era o comprimento... [fig]
- Isso está mais curto do que roupa de criança! Com a diferença que crianças não são chamadas de minivacas! – bufou e cruzou os braços.
- Mas ficou lindo! – comentei parada ao lado dela no espelho.
- É mana, você tem boas pernas! Quase como as minhas! – permaneceu sentada e jogou uma piranha de cabelo na direção dela.
- , num provoca a menina não porque o momento é crítico! – falou virada para e logo encarou – Ficou realmente lindo em você, !
- Mas o problema é o gente! E se ele implicar?
- Vocês estão ficando há uma semana, ele ainda não ta no direito de escolher suas roupas! – Stacey falou com o curvex preso aos cílios.
- Ela ta certa, o não é seu namorado. Não vai pegar no seu pé! – abanei o ar fazendo aquela cara de ‘relaxa na bolacha, darling’. Ah, é! O já pegou essa mania de mim! Que lindo...
- Será que não? Anteontem ele não gostou do short que eu estava usando aqui dentro de casa! Falou que tava curto... Mas eu estava com ele porque os outros não estavam lavados! E ele não gostou mesmo assim, falou que se chegasse outro menino ia ficar olhando, bla bla bla e eu devia jogar fora aquele short!
- Ah, mas agora é diferente, aquele short é feio! É brega, laranja e verde com um troço doido pendurado, parece short de baranga... E esse vestido não, é lindo! Vai, chega de paranóia! – se levantou e bateu palmas como quem quer espantar morcegos. Eu ri com isso e todas as meninas sorriram também, até , que agora já estava achando o vestido bonito. Estava se olhando e sorrindo, eu já falei que ela se acha?! Brincadeira...
Então a resolveu ir mesmo com o vestido, e como todo mundo já estava pronto, a gente desceu. e estavam lá na sala conversando sobre algo que eu não consegui prestar a mínima atenção porque fiquei pasmando no visual do ! Dessa vez ele botou um tênis surrado, porque hoje eu não estava lá pra ajudá-lo... Calça jeans escura e uma camisa cor vinho de manga comprida... Tipo básico, mas muito gato! [fig. look de Matt Dallas].
A gente ia em três carros, o do , do e do , que inclusive deve estar chegando e trazendo o .
- Eu sempre torci pelo Frajola, aquele pinto amarelo não me engana! Só pode ser gay! – falava e levantou os braços. Os homens (principalmente o ) às vezes se empolgam falando de assuntos infantis. Acho isso engraçado e bizarro ao mesmo tempo... Coitada da !
- Hey, cadê os outros meninos? – andou até e o abraçou.
- ! Como você ta hot! – andou até mim com aquela carinha de criança e eu tive que rir pra ele.
- Oi ! – gritou e acenou da porta da cozinha, com um copo de água na mão. Todo mundo olhou pra ele porque achamos que ele não tinha chegado ainda, quer dizer, ele viria com , mas se ele já estava lá então é porque também já estava.
- E aí ! – foi até ele e quase derrubou algumas pessoas pelo caminho. Desorientada.
- Erm... Então o já chegou? – perguntou pra .
- Aham, tem uns cinco minutos já, mas eu não o vi entrar aqui, só vi o enxerido do !
- Ah... Vou lá fora ver. – saiu andando e eu reparei que Jamie não estava ali com a gente... Ok, tive um mau pressentimento agora! Mas não que eu esteja com medo da Jamie! É que eu já peguei umas conversas, ouvi falarem que ela é de corpo e alma e bla bla bla... Talvez ela seja muito fã dele e queira tentar alguma coisa com ele! Veja bem, ela ficou naquela casa só pra vê-lo...
- … – a voz de não saiu muito alta. Quando abrimos a porta vimos Jamie muito próxima de , os dois encostados no carro dele. Parece que iam se beijar ou sei lá. Só sei que eu fiquei paradona lá. Como é que a Jamie faz isso, cara?! A gente confiou nela... OK! SERÁ QUE AGORA ALGUÉM PODE ME DIZER QUAL DESSAS TRÊS É A ?!

’s point of view OFF

se aproximou deles, olhava pra ela e Jamie olhava para os lados. Ela vestia um sobretudo branco e sapatos brancos também.
- Nossa , você vai assim? – já foi falando antes mesmo que a menina chegasse mais perto.
- Boa noite pra você também . E sim, essa é minha roupa. Estou bem?
- Está bem... bem descoberta!
- Hm... Ficou legal né! – ela tinha um sorriso falso de quem está na verdade P. da vida. Esse sorriso costuma anunciar uma briga feia!
- Qual é ! Você só pode ta brincando comigo... Anda, vai lá procurar o resto do seu vestido!
- Por que você não vai procurar o resto da sua vergonha na cara?
- Hum?! Do que você ta falando agora?
- ‘Qual é’ digo eu, ! Você começou falando logo do meu vestido só pra inverter o jogo que eu sei!
- Jogo?! Ficou maluca menina?
- É! Eu até ia deixar passar porque a gente não tem nada sério e tal, mas como foi você que começou a implicar comigo agora eu vou falar!
- Falar o que? E a propósito... a gente não tem nada a sério?!
- Para de se fazer de besta! A GENTE TA FICANDO E VOCÊ PENSA QUE EU NÃO VI QUE QUANDO ABRI A PORTA VOCÊ ESTAVA NO MAIOR CLIMÃO COM A JAMIE?! – quase berrando na calçada e à essa altura, os amigos já estavam observando. se aproximou e parou ao lado dela, mas ficou em silêncio.
- QUE CLIMÃO? NÃO VIAJA !
- Não é de hoje que eu ando desconfiando de vocês, eu não sou besta.
- Você fica vendo coisas onde não tem! Eu e a Jamie somos amigos, fala pra ela Jamie!
- É...
- Não quero nem saber! Você pode ficar quietinha aí que a conversa contigo é depois!
- Hey, não precisa crescer pra cima dela não, o que é que há?! Eu e a Jamie estávamos conversando!
- Ta bom então, será que precisa chegar tão pertinho pra conversar?
- Ah, sabe do que mais?! Agora eu é que acho que você está querendo inverter as coisas aqui! Eu ainda não engoli esse seu vestido, isso deve caber nas Barbies da minha irmã!
- Não seja imbecil... Passei uma tarde inteira comprando roupas pra você me ver e elogiar e olha o que você faz!
- Sei... Você não me engana, escolheu esse vestido pensando no Kyle!
- Mas o que é que eu tenho a ver com o Kyle, ? Eu só pedi um autógrafo pra ele, gosto do The Click Five!
- Você gosta é do guitarrista deles! E agora escolheu esse vestido de puta só pra ver se ele te pega!
sentia cada gota de seu sangue se acumulando na cabeça. teve medo de como isso poderia continuar e pôs as mãos sobre os ombros de , virando-a para caminharem em direção ao carro de que estava parado mais à frente.
- Já chega, né?! Vamos sair logo porque a festa lá já começou faz tempo.
- Pegou pesado cara... – comentou baixo com quando passou por ele. entrou em seu carro também e junto com ele foram e . entrou no seu carro com e Stacey. foi com , , Jamie e Molly. dirigiu em silêncio o caminho inteiro...




Capítulo 18 – Ghost Rider

O som tocava a todo volume, dava pra ouvir do começo da rua a música Get Free, que já é clássica para festas em casa (nos filmes dos anos 90 talvez). Havia vários carros estacionados, alguns com identificação de emissoras de TV, rádio, um dos carros era de uma revista famosa entre as adolescentes, Stacey cutucou animada, dizendo que assina aquela revista...
- Já num to gostando! – disse ao estacionar – Será que vai ter muito daqueles caras chatos que enchem o nosso saco a noite inteira e não deixam a gente se divertir?!
- Ih, relaxa ! Se você começar a ficar muito de saco cheio a gente vai embora ué... – deu de ombros.
- O Joey me disse que teria poucos repórteres. – se aproximou do vidro do carro deles e tomou um leve susto.
foi a primeira a entrar na casa, com ao seu lado. Atrás delas vinham , , , Jamie e por último , , , Stacey e Molly. Kyle veio logo cumprimentá-los e num gesto masculino automático, não pôde deixar de reparar nas pernas de à mostra. bufou atrás dela e levou uma pequena beliscada de .
- Aproveitem a festa, bebam à vontade porque hoje é por nossa conta!
- Ta chamando a gente de bêbados, Kyle? – se aproximou e passou um braço pelo ombro do Kyle, já imitando a voz de um alcoolizado. Os dois começaram a conversar e se afastaram. Cada um foi pro canto que queria.
Havia várias mesinhas no jardim. A iluminação estava incrível e era uma casa realmente grande! , , e ocuparam uma daquelas mesinhas, cada um com um drink diferente na mão. Ethan, o baixista dos clicks estava de pé, ao lado da mesa deles, conversando animadamente.
- Ah, a gente nem mora aqui... Essa casinha é mais pra quando rola uma social assim!
Kyle estava passando sem rumo pelo quintal. não deixou de comentar sobre ele.
- O Kyle está um T-E-S-Ã-O hoje! Quero tirar outra foto com ele, tenho que aproveitar né! – ela falou baixinho, mas Ethan ainda escutou a parte da foto.
- Ah, quer tirar uma foto com o Kyle? Por que ninguém quer tirar foto comigo? O Kyle é tão anti-social!
- Eu quero tirar uma foto com você bebê! Só vim aqui hoje pra isso! – sorriu pra ele e Ethan ficou incrivelmente corado. Fofo não? Ele continuou um tempo parado, muita retribuição de sorriso ali. mandou um olhar feio pra ele, que sacudiu o rosto rapidamente e começou a berrar quando avistou Kyle.
- ÔW KYLE, A QUER TIRAR OUTRA FOTO COM VOCÊ SEU FILHO DA PUTA!
e se olharam e não seguraram o riso. quis enfiar a cara na mesa quando viu que numa mesa não muito distante, observava.
- Olá meninas! E... . – Kyle chegou fazendo-os rir.
- Olha se não é o click-sexy! – levantou os braços e tentou rebolar sentado. Quantas doses ele já tomou mesmo?
- Qual de vocês gatas quer tirar foto comigo?
- Ai, sou eu! Não ta vendo na minha testa ‘I S2 Kyle Dickherber’? – se levantou e foi mesmo tirar uma foto com Kyle e Ethan, os três fizeram caretas.
Várias fotos foram tiradas, Kyle com , Ethan com , com os dois, todo mundo junto… ufa.
- Kyle tem um fornecedor lá na porta, ele quer falar com você e está com cara de poucos amigos! – Joey chegou em Kyle, acenou rapidamente pra todos e os dois saíram.
continuava em sua mesa e com ele estava apenas Jamie. Ele não tinha uma expressão facial muito feliz...
- Olha , eu sinto muito você ter brigado com a ! Eu não quis!
- Você não teve culpa Jamie… e eu já vou cuidar disso. – ele se animou de repente e pegou o celular.
- Hum? – Jamie estreitou os olhos na direção dele, viu que escrevia algo no celular. Ela suspirou e se levantou.

- As férias do McFLY estão perto de terminar… Escrevi uma penca de músicas novas, to até ansioso – esfregou as mãos em sinal de animação, todos sorriram e lhe deu um beijo na bochecha.
- Já tem turnê marcada? – perguntou Ethan.
- Sim, é muito provável que voltemos ao Brasil pela milionésima vez. – estufou o peito e passou o braço em volta dos ombros de .
- É legal lá? Nunca fui… Por que o click five nunca foi lá? – Ethan se perguntou coçando o queixo.
- Eu classifico os brasileiros como felizes! É só isso que eu digo, são meus favoritos. – terminou seu comentário sorrindo e segundos depois a bolsa de pareceu ter ganhado vida própria em cima da mesa.
- Ai que susto! Será que é o celular?
- Não sei amiga! O que mais você carrega dentro da bolsa que possa vibrar? – perguntou fazendo Ethan ter uma crise de riso assustadora, todos ficaram olhando pra ele porque foi engraçado, mas nem tanto assim...
- Desculpa, eu acho que já bebi demais! – Ethan afirmou olhando pro fundo do seu copo, como se estivesse analisando a composição química do conteúdo líquido dentro dele. Depois deu meia volta e foi andando sabe lá pra onde. Enquanto isso, já olhava o que estava acontecendo no celular. Mensagem do :

Oi, desculpa tre discutido com vc
Eu tnho q admitir q o sue vestido eh lindo!!


Ignorando alguns erros de escrita, talvez pela pressa, nervosismo ou limite de caracteres, não conseguiu impedir que um pequeno sorriso brotasse no rosto. Ela olhou na mesa dele e o viu lá com cara de menor abandonado. Porém não gostou de ter visto Jamie voltando à mesa com dois drinks na mão, fazendo desviar sua atenção pra ela.
- O que foi dessa vez ? – perguntou ao ver a irmã ficando emburrada.
- Nada… É que o ta me mandando mensagem aqui.
- E o que ele disse? – se inclinou pra ver a tela do celular.
- Pediu desculpas. – mordeu o lábio fazendo uma cara de cruel indecisão sobre a vida!
- Sabe o que eu acho? – se dirigiu a ela e colocou o copo que segurava sobre a mesa – Você vai dizer que eu to defendendo meu amigo, mas eu acho que você conseguiu fazer em uma semana o que nenhuma outra garota, tirando a mãe dele, jamais fez! Você fez bem a ele, eu acho que o gosta mesmo de você porque eu nunca o vi agir assim, feito adolescente. Só quando ele era mesmo adolescente, mas aí não vem ao caso...
- Será ? Você acha mesmo que o pode... – falava e de repente parou assim que mudou a direção do olhar. Todos olharam pra ela esperando que continuasse a frase, viram que ela olhava incrédula pra mesa do e logo falou entre os dentes, meio rosnando – Alguém me segura que eu vou tombar aquela garota!
Jamie estava apenas tirando seu sobretudo branco e revelando um belo vestido rosa. Epa! Muito parecido com o vestido que havia comprado.
- Erm... Parece o vestido que você comprou mana!
- Jura?!
- Ué, como assim? – coçou a nuca sem entender.
- É que hoje quando foi se vestir, a roupa dela tinha sido trocada. O vestido que ela comprou parece ser aquele que Jamie está usando, mas a roupa que estava na caixa era essa que a foi meio que obrigada a pôr! – explicou tudo meio rapidinho e fez cara de ‘anh!’.
- Parece que eles vão dançar – comentou enrolando uma mecha do cabelo e olhando sugestivamente para a irmã, assim como quem está provocando e dizendo ‘RÁ! Eu não deixava!’
- Mas não vão mesmo! Não com o MEU vestido! – se levantou decidida, tendo o apoio da irmã.
- Isso!

e Jamie caminhavam até o centro do imenso quintal, onde algumas pessoas dançavam ao ritmo de algum psy-trance. Antes mesmo que começassem a dançar, se aproximou falando alto por causa do som.
- Ora, ora! Você Jamie tem um bom gosto admirável!
- Hum? – Jamie encarou-a com a expressão confusa.
‘Barraco em festa... E ainda por cima, por causa de homem! Que coisa mais descriativa! Ah, essa palavra não existe, mas e daí eu to só pensando mesmo, dãã! Eu só espero que ninguém se machuque muito seriamente porque eu não vou cuidar de nenhuma morimbunda! Brincadeira, das minhas amigas eu cuido sim!’ pensava enquanto observava a aproximação de , alguns passos atrás.
- Sabe, você tem um gosto impecável pra escolher homens, roupas... O único defeito é que você escolhe coisas que eu já escolhi, não é mesmo! – deu uma risadinha falsa que fez Jamie olhar pra e ele pra ela.
- Do que você ta falando ? Já bebeu tanto assim? Olha que a festa nem começou direito hein! – Jamie tinha um sorriso nervoso. não precisava de mais nada pra ter certeza que ela fez a troca dos vestidos.
- Eu to bem ligada! Quer ver como eu to lúcida? Esse vestido aí eu sei bem onde foi que você achou! Posso dizer o nome da loja aqui na frente de todo mundo?
- … – Jamie parecia pedir com o olhar que ela ficasse quieta.
- Que tal ‘Quarto da ’?
- No seu quarto? Mas que loucura é essa pra cima de mim agora?!
- Eu já entendi tudo, você pegou meu vestido e trocou por esse pedacinho de pano só pro ter um faniquito!
- , eu sei que você ta com ciúmes dele comigo, mas não precisa ficar inventando essas acusações!
- Que cara de pau! Roubou meu ficante, meu vestido e vai ficar negando até quando?
- Olha, eu... – começou a se pronunciar.
- Segura sua onda aí! – As duas responderam em coro e ele ficou quieto.
- Eu não estou roubando nada, você que enxerga A e conclui B.
- Ah, ta bom então, que conclusão você ia tirar se o seu vestido sumisse misteriosamente e horas depois aparecesse no corpo de uma pessoa que estava na sua casa na hora que ele sumiu?
- Coincidências existem.
- AH, PELAMOR!
- Não acha que seria muito estranho se eu roubasse o seu vestido e viesse usá-lo bem aqui?
- Eu não sei, você é estranha.
Já havia algumas pessoas em volta delas assistindo a discussão e torcendo que elas se pegassem logo. Esse povo de festas, sabe como é né! Até a música já estava mais baixa.
- Jamie, você pegou mesmo o vestido da menina? – Stacey surgiu dentre aquelas pessoas agrupadas ali.
- Não! Deve ser um mal entendido!
- Admite logo, eu já ouvi um monte de vezes que você é louca pelo ! Então é claro que você é capaz de loucuras... Naquele lance de ocupar a casa vazia você até que se deu bem, mas trocar meu vestido foi demais! – se aproximava dela mais ainda com os braços cruzados. Jamie fazia cara de pânico.
- Eu não troquei a porcaria do seu vestido, ESSE AQUI É MEU! – Jamie levantou a voz e estava prestes a colocar as mãos no cabelo dela. Alguém chegou pra impedir.
- ESPERA AÍ ! Pode soltar a Jamie! – era surgindo no meio das pessoas.
- Ué , o que foi agora? Não vê que eu preciso dar uma lição nessa trocadora de vestidos?!
- Ela não é trocadora de vestidos, .
- Not? – relaxou as mãos que já seguravam os cabelos de Jamie com cara de decepção.
- Não... A moça da loja ligou hoje mais cedo. Falou que uma cliente que esteve lá ontem na mesma hora que nós, levou o seu pacote e você levou o dela.
- Ah! Aquela que eu chamei de perua escandalosa?
- Na verdade você chamou de perua burra, mas é essa mesma. Ela ligou pra loja pra eles entrarem em contato com você.
- E POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ME CONTOU ANTES?! – até esqueceu da Jamie e foi pra perto da .
- NÃO DAVA MAIS TEMPOO! Ta legal? Você já tava no banho e... ah vai, o vestido não é feio! Eu ia contar amanhã. Se eu soubesse que ia dar essa confusão por causa do vestido da Jamie...
olhou pro chão por uns dois segundos e levantou o olhar devagar até encontrar o de Jamie. Boa hora pra fazer um buraco no chão e botar a cabeça.
- Desculpa. O seu vestido é parecido, mas não é o meu...
- Tudo bem.
- NINGUÉM ESTÁ MAIS DISCUTINDO AQUI! O QUE É QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO AINDA, SEUS DESOCUPADOS? – fez questão de ajudar a dispersar aquela platéia que se formou. Logo tudo estava normal de novo e a música voltou a tocar.
- A gente pode conversar? – Jamie pediu à , que agora estava muda e concordou com a cabeça. As duas entraram na casa e sumiram por lá.
- Que medo. Vocês confiam de deixar as duas sozinhas? – perguntou para as meninas que estavam mais perto.
- Ah, relaxa... Eu não sei a Jamie, mas tem seguro de vida. Em último caso a gente fica rico! – riu, lhe deu um tapinha na testa e logo apareceu perto dela.
- Oi ! Que saudade de você…
- Ah , não me diga que você já se encheu de álcool mano? Puta que pariu hein, nem fica em pé direito...
- Quer ajuda com ele? – se prontificou.
- Ah sim, me ajuda a levar ele pra lavar o rosto!
- O não sabe beber, eu já disse isso, né?
- Por que vocês ficam falando de mim comigo aqui? A mãe de vocês nunca ensinou que se for pra falar dos outros tem que esperar eles darem as costas? – falou e logo estava andando de braços dados com de um lado e do outro.

Enquanto isso, e Jamie entravam em um dos dezesseis quartos da casa.
- Erm... Desculpa de novo ta... É que você tem andado tão próxima do ultimamente que eu me deixei levar, eu admito que fiquei com ciúmes! E quando te vi com o meu ves... quer dizer, com um vestido parecido com o que eu tinha comprado, aquilo foi a gota d’água.
- Sim, eu já entendi. Gosta mesmo dele, não é?
- Do vestido? - perguntou e recebeu um olhar impaciente de Jamie, entendeu que ela tinha perguntado do , mas por razões desconhecidas ela queria fugir dessa resposta.
- Ah, não sei! Nós estamos... erm... estávamos ficando. Sim eu gosto dele, falei!
Jamie sorriu. As duas pareciam sem jeito.
- Eu também, mas entenda que é diferente do seu jeito de gostar!
- Hum? Como? Por que diferente?
- Não é como se eu quisesse disputá-lo com você! Ele só fica feliz quando está bem contigo e é isso que uma fã de verdade quer! Eu sou muito fã do , as meninas brincam que eu sou , mas isso não impede que eu tenha meu namorado e o ame acima de tudo.
- Então você não tava dando em cima dele?
- Confesso... No começo sim. Queria que ele aparecesse sem camisa lá na casa do , queria sentar perto dele, encostar nele, sentir o perfume, essas bobagens... Depois eu vi que não é nada demais! Passar esses dias lá me fez ver o lado ‘pessoa-normal’ do ! Eu percebi que vocês têm uma coisa especial! Sabe, você é a menina mais bacana que o já ficou, eu quero mais é que continuem juntos!
- Puxa... Vem cá, o seu namorado não sente ciúme do ?
- O sente um ciuminho do Kyle, não sente? É a mesma coisa! Inclusive eu vi que quando você vê o Kyle seus olhos chegam a faiscar. Você se sente com o Kyle do mesmo jeito que eu com ... É coisa de fã, nós sabemos que é diferente! Você não trocaria o pelo Kyle assim como eu também não trocaria meu namorado Ash pelo !
- Claro... Quem não entende isso são os homens né!
- Ah, eles são bobinhos, deixa eles!
- Então... Fica tudo bem entre a gente?
- Por mim já é. E que fique claro que eu só te chamei aqui porque a gente está hospedada na mesma casa e ia ser chato pra caramba ficar brigada com alguém!
- Ah, eu também só aceitei conversar com você por isso! – já abria a porta do quarto. As duas deixaram o quarto rindo, mas sem sorrisos falsos ou nervosos, pareciam até amigas de longa data. Estavam se sentindo com 20 quilos a menos de preocupação nas costas... Nada como a sensação de contas acertadas! Só tinha um porém, agora estava com uma vergonha imensa do ! Preferiu evitá-lo a festa inteira.

Algumas horas se passaram sem grandes acontecimentos ou barracos... A festa não estava programada pra ir até muito tarde porque The Click Five vai sair numa nova turnê no dia seguinte. Então às quatro da manhã a maioria das pessoas já havia ido, isso inclui fotógrafos.
- Quem dá a última palavra aí? – perguntou a , estavam todos no chão da sala brincando de verdade ou desafio.
- Ela. é extremamente cruel e mandona! Ela não deixou que eu bebesse mais depois daquela hora. – revelou.
- Fiz pelo seu bem, ingrato! Quero você bem acordado essa noite! – lhe deu um leve empurrão no ombro.
- Ihhh, pegador! – gritou com as mãos na frente da boca.
- Vai com tudo tigrão – ria e gritava junto com .
- Gente eu acho melhor vocês dormirem aqui, o que acham? – Ethan falou com o grupo, que ficou pensativo, um olhando pra cara do outro.
- Já ta tarde! Aproveita e dorme aí... Quarto é o que não falta! – Foi a vez de Kyle jogar seus argumentos.
- Acho bom, por mim ta legal! – deu de ombros. Todos os outros concordaram, ou pelo menos, não discordaram!
- Então vão pegar seus carros e guardem na garagem. Ninguém quer seu carro cheio de gotinhas pela manhã, né?!
Assim, , e foram guardar os carros que estavam estacionados na calçada. se largou no sofá e parecia entretido demais com um cubo mágico. As meninas arrumaram um pouco da bagunça da sala e logo cada uma foi pra um quarto. Com exceção de e , que ficaram fofocando sobre a festa e tudo que aconteceu.
-
- O que?
- Escutou esse barulho?
- Barulho de que?
- De moto!
- Aff! De novo com essa história de barulho de moto?
- Mas você ouviu ou não?
- Não. E quer saber? Estou ficando preocupada já! Depois do dia do seu acidente você sempre ouve algum barulho de moto e fica assustada... Eu concordo que você passou um trauma, mas esquece isso amiga, já passou! – apoiou uma das mãos no ombro dela.
- Ta, tudo bem... – forçou um sorriso de canto de boca. Depois do acidente ela começou a sonhar com sons de motor de moto.
Todo mundo ficou sem falar nada por alguns minutos, até quebrar o silêncio.
- Ué, cadê esses meninos que foram até a garagem e não voltam mais? – de repente cruzou os braços.
- Devem estar falando das garotas que estavam na festa! – viu bufar e continuou – Ah, ué! A gente também falou dos bonitões que vimos hoje, é normal...
- Desse jeito eu fico com ciúmes. – estava de olhos fechados com a cabeça pra cima.
- Você sabe que é o rei dos bonitões da minha vida, né ? – se aproximou dele e lhe deu alguns selinhos.
- Ah, vão pro quarto! – jogou uma almofada neles.
- Cara, ninguém avisou a gente que tinha duas garagens e a segunda era tão longe! – chegou na sala e se jogou no sofá por cima de e .
- Hey! Três corpos não ocupam o mesmo espaço, sabia ? – lhe deu uns tapas.
- Então saiam daí ué.
- você é o mais gay e folgado que eu já conheci! – lhe fez algumas cócegas e logo levantou do sofá com . se espalhou por todo ele...
- Guardei meu carro e também guardou nessa garagem aqui do lado, mas não sobrou espaço então Ethan disse que podia guardar o do em outra garagem, só que ficou longe pra caramba! – explicou o lance das duas garagens, fazendo sentir um pequeno alívio dentro dela ao saber que o motivo da demora não foi por ficarem comentando de outras garotas. Não que isso fosse um grande problema, afinal como disse, ela mesma falou de outros caras durante a festa e agora há pouco. Mas não deixa de sentir aquela pontadinha fraca e chata ao imaginar dizendo coisas tipo “Nossa, ta vendo aquela morena de rosa? Pegava fácil!” mesmo sabendo que ele não faria realmente.
- Não que eu esteja morrendo de sono, mas... vou procurar um quarto! – falou se espreguiçando.
- Sei bem que quarto você vai procurar -saliente! – pegou uma almofada e tentou acertar nele, mas sua pontaria não estava tão boa no momento e a almofada passou a metros de .
- Uhum, de preferência um quarto onde estiver uma certa pessoa dentro... – completou o que pensava.
- Ah, calem a boca! – continuou andando e subiu as escadas. Ele realmente queria saber em que quarto tinha se enfiado.
não tinha nenhuma motivação pra subir e procurar quarto algum. Percebeu que não se aproximou mais dele depois de ter conversado com Jamie e não sabia o porquê, não sabia o que elas tinham conversado, não conseguiu perguntar à Jamie também... Sua cabeça estava fervendo. Mesmo assim subiu e foi procurar um quarto vago, era melhor do que ficar de vela, pois só havia casais na sala.
- Hey , tem um espacinho pra mim aí nesse seu sofá? – perguntou ao notar que no mesmo sofá onde ela estava, e pareciam ocupados demais pra conversar com ela.
- Claro! O seu corpo pode ocupar o mesmo espaço que o meu! – piscou sexy e se ajeitou pra dar um espaço. se acomodou na beirada, de costas pra ele.
- Espera, eu vou cair!
- Eu te seguro. – [n/a: ui!] o ouviu falar perto de sua orelha e logo braços aconchegantes envolviam sua cintura.
- Hey little boy, get a room! – gritou pra quando viu que ele e estavam radicalizando no meio da sala.
- Você não manda em mim! Vão vocês dois oras...
- Não porque nós temos senso de ridículo! Não somos nós que estamos tornando disso aqui um conteúdo proibido para menores de 18!
- Mas a gente não ta fazendo nada!
- Calma ! Não vê que esse aí está exagerando só pra gente sair daqui e ele ficar sozinho com a ?!
- Claro que não, se vocês pararem com essa indecência e se comportarem com educação, podem ficar aí de boa!
- … – franziu as sobrancelhas e se ajeitou no sofá – Vê se cuida desse garoto, ele deve estar com frebe pra ter falado desse jeito! Tipo um padre...
- HAHAHA. OMG, como meu amigo consegue ser tão engraçado? – sorriu sarcasticamente. Todos passaram alguns segundos sem falar nada e logo explodiram em risadas. Coitados...
- A gente não ta normal e isso é fato! – se levantou do sofá tentando arrumar os cabelos num rabo-de-cavalo. – Eu vou ao banheiro e quando eu voltar quero ver meus amigos normais de novo!
- Qual é seu conceito de normal? – também se levantou e esticou os braços.
- Sabe quando a gente não fica rindo do nada? É! Aí estamos normais. – tomou o caminho do banheiro e foi pra cozinha.
- Galera, vou procurar sorvete. Se eu achar, não trago pra ninguém!
- Obrigada , você é tão gentil! – sorriu e ficou ouvindo os passos de se distanciando cada vez mais. Notou que brincava com uma mexa de seu cabelo, enrolando-o como se estivesse fazendo um caracol. Aquela hora ela respirou fundo sentindo o ar preencher cada espacinho de seus pulmões. Se sentiu tão viva! Não que antes ela se sentisse morta, mas teve uma sensação muito intensa dentro de si, uma coisa inexplicável que tornava quase impossível desmanchar o sorriso permanente de seus lábios. Algo que traz força e calma, energia e paz... Seria isso a tão buscada felicidade? Tão citada em poemas e agora estava ali, dentro dela. apenas fechou os olhos e curtia também. Aquela mexa de cabelo enrolada em seus dedos exalava um perfume um tanto doce, um tanto cítrico, um tanto viciante! Quase um veneno, ele concluiu. Com outras meninas nunca tinha se dado a chance de ficar um tempo assim apenas apreciando a presença um do outro, sem malícia nos pensamentos. Ele sempre soube que com tudo seria diferente.
- Que perfume passou hoje? – ele perguntou com uma voz calma, doce e levemente baixa e rouca que fez quase tremer.
- É um mais antigo, que eu uso em dias especiais.
- A minha festa de despedida foi um dia especial?
arregalou um pouco os olhos. Ela ainda tinha o perfume que usou aquele dia e realmente havia passado hoje. Não imaginava que ele ia lembrar, (ou muito menos perguntar!).
- Eu achava que ia ser, quando estava me arrumando. Não exatamente especial, mas marcante de algum jeito. – ela falou enquanto se virava pra ficar de frente pra ele.
- Então você estava certa.
- Aquela festa foi a mais doida e inesquecível que já fui até agora...
- Pra mim também! Acho que precisamos ir a mais festas!
Com um sorriso nos olhos... Sim, é possível sorrir com os olhos! Se era impossível, e acabaram de tornar possível. Com esse sorriso, eles diminuíram a quase nula distância entre os lábios e demoraram um pouco num selinho.
- Vem aqui comigo, tem uma outra coisa daquele dia que eu também não esqueci! – desgrudou seus lábios dos dela e começou a se levantar de repente.
- Mas ir pra onde?
- Você vai ver! – puxou pela mão e os dois deixaram a sala.
- HEY, AONDE VÃO? AQUI TEM SORVETE! – chegou na porta e pôde vê-los andando lá fora.
- A GENTE JÁ VOLTA! – ouviu responder.
Eles chegaram na garagem onde havia deixado seu carro. Ele abriu o portão da garagem, que permaneceu aberto depois que entraram.
- Espere aqui, eu trouxe uma coisa no porta-luvas do carro que eu já devia ter dado pra você antes! – se aproximava da porta do carro. Parecia empolgado pra pegar o tal objeto... ficou pra trás, como ele pediu, mais próxima da entrada da garagem.
- ...
- Você vai me achar um ridículo quando eu disser, mas é verdade...
-
- Eu guardei esse objeto e imaginei milhões de vezes o dia que entregaria pra você! – continuava falando como se não tivesse percebido que ela estava chamando-o.
- , please…
- É uma coisinha realmente linda que eu olhava e me fazia lembrar da gente, me ajudou muito logo que eu mudei pra cá!
- ! – foi preciso chamar um pouco mais alto.
- QUE É CARAMBA?!
- Shhh! Tem um cachorro! – ela sussurrou agora, tinha cara de assustada.
- Cachorro? Onde? – ele deu alguns passos até que a visão da traseira de seu carro saísse da frente do Rottweiler que estava sentado logo na entrada da garagem, apenas alguns passos à frente de .
- Eita porra... – falou baixinho imaginando que poderia ser seu último palavrão. Com pequenos passos ele tentava se aproximar de , tudo muito devagar. O cachorro já mostrava seus dentes e com certeza podia ouvir batimentos cardíacos desesperados. chegou perto de e a abraçou.
- É melhor ficar imóvel – sussurrou no ouvido dela sem tirar os olhos do cachorro.
- Por quê? Por acaso ele não sabe que estamos aqui? – respondeu no mesmo volume.
- Ah, não sei! É que nos filmes com animais carnívoros eles sempre falam isso... – deu de ombros.
- Hey Assombração! – uma voz falou e o cachorro olhou na direção em que a pessoa vinha. Um cara de calça jeans, jaqueta e capacete pretos chegou e segurou na coleira do cachorro. – Não se preocupem, ele não vai atacar!
ainda não tinha se recuperado do susto e estava reconhecendo aquela voz de algum lugar.
- E-e-esse cachorro é seu? O nome dele é Assombração? – disparava perguntas, como sempre quando se sentia nervosa.
- Sim, é meu. Quando ele nasceu era muito feinho e aí colocamos esse nome! – o cara explicou e tirou o capacete sorrindo. A iluminação não estava muito forte, mas reconheceu aquele rosto imediatamente e perdeu a fala por uns segundos.
- É, ele conseguiu me assustar então!
- Oh, desculpe!
- Você está de moto, não? Veio guardá-la pra dormir na casa do Kyle também? – já dialogava tranqüilamente com o rapaz.
- ... – agora estava lhe chamando com a voz baixa e cutucava seu braço.
- Você é amigo de alguém do The Click Five?
- ...
- Por que eu não te vi na festa?
- !
- E onde está sua moto? – fazia uma pergunta atrás da outra, sem tempo pro cara responder.
- CARALHO! – gritou agora e a segurou pelos ombros, virando-a de frente pra ele.
- O QUE?
- Eu sei quem ele é! – voltou a sussurrar perto do rosto dela com um olhar muito assustado.
- Quem ?
- É O VIZINHO DO , DEAN!
- Dean? Não é aquele que... – olhou pra Dean de rabo de olho.
- Aham.
- OMFG! – ela cobriu o rosto com as mãos imaginando que quando olhasse de novo ele não estaria mais lá, como uma boa alma penada faria. Se enganou.
- Olha Dean você não tem nada contra mim, certo? Eu nunca te fiz nada! – nem podia acreditar que Dean estava mesmo ali. Os dois estavam de frente pra ele com as mãos pro alto, como se o cara estivesse armado.
- Calma aí gente... – o rapaz parecia se divertir.
- Erm... Olha, você não vai atacar a gente né? Quer falar com a ? AH EU TO NEGOCIANDO COM UM MOTOQUEIRO FANTASMA SOCORRO! – levou as mãos à cabeça. Ela sempre fora muito cética quanto a esse tipo de visão.
- Hei, o que é que ta acontecendo aqui? – chegou e parou um pouco atrás do rapaz que estava de costas. também veio junto com ela.
não estava entendendo as caras de e , concluiu que estavam sendo assaltados e pegou o celular. Dean ainda juntava a coragem pra se virar de frente pra ela. Quando virou, assistiu a cena de outro casal ficando paralisado. segurava uma taça de sorvete e a deixou cair com colher e tudo.
- Policial Williams falando, pois não? – dava pra ouvir a voz que falava no celular de . Dean deu um passo na direção dela e ela num movimento rápido desligou o celular e deu um passo pra trás.
- O que... o que... – tentava inutilmente dizer alguma coisa.
- Se acalmem vocês todos! Eu não sou um fantasma. – Dean olhou pra todos eles e começou a rir.
- Dá licença seu Dean. – se livrou do braço de que a segurava e deu um passo à frente – Como assim não é um fantasma? Que eu saiba, pessoas que morrem só conseguem ser vistas novamente na versão gasparzinho de ser!
Todo mundo abaixou a cabeça pro lado e soltou um risinho. Não é todo dia que essas situações acontecem!
- Mas eu não morri! – ele apalpou o próprio tórax numa tentativa de mostrar que podia se tocar. Começou a se sentir desesperado pra provar isso! Não deve ser fácil ser chamado de defunto assim na cara dura...
- Vai ver você morreu e nem sabe! – deu mais alguns passos pra perto dele.
- ! – chamou baixinho, assustado. – , se eu fosse você não chegava tão perto, fantasmas podem fazer coisas com as pessoas!
continuou sussurrando pra se afastar e Dean podia ouvir. Ele ficou chateado por não estarem acreditando que estava ali de verdade... Se lembrou que ele e mantinham contato constante, saíam juntos pra bagunçar, pescar, conversar, mas aquele garoto que estava vendo com cara de assustado nem parecia o mesmo.
- o que há com você colega? Se fosse o de antes já teria vindo aqui me cumprimentar!
- O de antes não via gente morta! – respondeu e continuava com o olhar assustado.
- Acho que eu vou ter que provar que estou vivo. – Dean falou e pegou a menina que estava mais próxima dele pelo braço. Ele a beijou e deixou todo mundo sem reação por uns instantes, essa menina foi e ela aceitou o beijo no começo, mas pisou no pé dele depois.
- Owow! O que pensa que está fazendo com minha... – puxou pelo ombro, ele ia terminar a frase com ‘namorada’ e sentiu o coração esquentar com a possibilidade dele dizer isso – com minha garota?
- Está bem vivo – ela concluiu meio envergonhada. ‘Acabei de agarrar um cara na frente do ! Não é como se ele tivesse me beijado à força, eu retribui! Takeopariu! Por que eu, hein?’ ela pensou e agora estava abraçada a .
- Desculpem, eu estava ficando agoniado com essa insistência de vocês dizendo que eu morri etc e tal...
- Rose disse que te matou. – falou baixo e com um certo rancor na voz. Tudo que lembra Rose e o que ele passou naquela outra noite uma semana atrás lhe trazia esse sentimento.
- , eu… sinto muito! Vim aqui pra me desculpar com todo mundo! Foi isso que estive tentando fazer nos últimos dias, mas sempre que tento algo sai errado.
- Erm... – falando com ele pela primeira vez – Onde você esteve esse tempo todo?
- Oi , é bom rever você, está bem? – Dean se aproximou e ela se esquivou de um beijo na bochecha.
- Onde você esteve esse tempo todo? – repetiu a pergunta sem responder a dele. Dean bufou e rolou os olhos.
- No hospital... Eu fiquei em coma.
- Não é querendo insistir na sua “defuntisse”, mas eu e os outros garotos estávamos na casa do e te vimos sendo retirado da sua casa coberto com aqueles sacos pretos de couro estilo CSI! – falou.
- De primeira, acharam que eu tinha morrido, mas depois viram que não e então eu fui levado pro hospital. Fiquei internado lá em coma, acordei sem saber de nada e meu irmão me contou que já fazia três meses e meio que eu estava ali! Apenas ele e Felicity sabiam que eu estava vivo, mantiveram esse segredo para que Rose não ficasse sabendo. Certamente viria atrás de mim pra terminar o serviço...
- Mas, quem é Felicity? – perguntou.
- É a prima da Rose. , eu tenho muitas coisas pra te explicar! E pra você também – ele agora se dirigiu a .
- Pode começar, temos o dia todo! – abriu os braços relaxando-os, em seguida fazendo as palmas das mãos baterem nas coxas.
- Eu fui àquela festa em que Rose te fez de refém. Já fazia uma semana que eu tinha me recuperado e estava na cola dela pra impedir caso ela tentasse fazer algo contra vocês, principalmente contra a . Eu sabia que ela ia tentar, mas não consegui impedi-la de pegar o !
- Você viu que ela acabou se matando, né? – cruzou os braços e olhou pra baixo, odiava ter que se lembrar daquela hora. Viu o sorvete que ele deixou cair espalhado no chão, do mesmo jeito que devem ter ficado os órgãos internos de Rose, torceu a boca de nojo ao fazer essa comparação em pensamento.
- É, eu assisti a isso também... Não queria que terminasse daquele jeito, mas não nego que só assim nós podemos ficar aliviados agora.
e não falavam mais nada, mas também não saíram. ‘Noite cheia de emoções! Wooooop woooop!’ pensava.
- Então você foi na festa atrás dela? Por que ficou quieto ouvindo tudo que ela disse sobre a gente? Você sabe o quanto isso custou? Nunca tivemos nada e não adiantava o que eu dissesse ninguém acreditava em mim! – estava agitada, parecia querer voar nele.
- Eu sei , me perdoe! Nunca tivemos nada de verdade, mas eu não podia dizer naquela hora!
- Mas se você e nunca se envolveram por que Rose acreditava nisso? E aquela história das fotos? – também estava feito louco pra saber de tudo.
- Porque eu... inventei...
- Inventou o que, um caso comigo? A troco de que?
- Porque meu plano era fugir com a prima da Rose. Olha, Rose sempre teve uma disputa interminável com Felicity, eu era noivo dela antes, mas por um monte de fatores que não vem ao caso, eu acabei casando com Rose. Se ela soubesse que eu continuava apaixonado pela prima dela, que a gente continuava se vendo e que ainda por cima Felicity estava grávida, ela era capaz de matá-los entende? Digo, Felicity e o bebê que esperava! Eu armei um plano de fingir que tinha uma paixão secreta por uma pessoa desconhecida e assim eu fugiria com Felicity sem ela saber.
- Ok... Então você me usou e tudo bem se ela quisesse ME matar? – apontou pra si mesma. Apesar de estar sentindo um alívio por estar resolvendo aquela história, se sentir usada não é a melhor parte.
- Mas é diferente , você foi a pessoa perfeita pro plano porque ela nem sabia onde você morava! Você ficou aqui uma semana, logo ia embora e ela nunca ia te ver pessoalmente...
- É, mas você não pensou que eu poderia voltar na casa do meu próprio primo?
- Mas ela tava foragida e... ah, me desculpem por favor eu só vim pra isso! Não queria que tivesse acabado daquele jeito, acreditem em mim, eu fui naquela festa pra tentar proteger vocês!
- O quase morreu no dia do próprio aniversário, o que você tem a dizer quanto a isso? – já se podia ver o brilho de algumas lágrimas sendo formadas nos olhos de .
- O que eu tenho a dizer é que eu posso ter causado tudo, mas fui eu que salvei a sua pele cara.
- Hum? – levou uns tapinhas no ombro e ficou sem entender.
- Quando você tava pendurado lá, os policiais estavam todos lá fora e havia uma policial dentro do sótão da casa. Você foi pego por duas pessoas, uma delas era eu porque os outros policiais não iam entrar na casa, subir as escadas e atravessar todo o corredor em alguns segundos, não é? E convenhamos que a policial que estava lá não ia te puxar sem minha ajuda, sem querer ser machista, claro... Depois chegaram outros policiais que formaram uma muvuca em cima de você, pareciam até fãs da sua banda! Aí eu voltei a ser invisível, quer dizer, eu estava de preto, ficou fácil eu me esconder nas brechinhas escuras...
- Certo, então você ajudou a me puxar... Não espere a minha eterna gratidão, ok?
- Não, eu só quero ouvir vocês dizerem que vão me desculpar e esquecer tudo isso de ruim, só isso!
- Assim... Não é querendo ser repetitivo, mas não rolou nada mesmo entre você e , né? Você sempre amou a tal da Felicia?
- Erm, não é Felicia, é Felicity.
- Oh, sorry.
- E sim eu a amo. Quanto à , mesmo que tivesse rolado de verdade algo entre a gente, eu sei que ela nunca ia gostar de mim como gosta de você! – Dean afirmou e fez com que tivesse que controlar o sorrisinho bobo que queria dar.
- Ok, acho que não tem mais nada pra discutir aqui... Por mim a gente dá isso por encerrado e eu espero que você e a Felicity fiquem bem! – sorriu e recebeu um abraço de Dean.
- É, caso encerrado – cumprimentou Dean com um aperto de mão.
- meu campeão, desculpa ter agarrado sua garota, é que você não sabe como é estressante ficar sendo chamado de fantasma!
- Foi muito mal educado da sua parte, mas tudo bem – respondeu antes de , vendo que ele torceu a boca ao tocarem nesse assunto. Ela precisou dar um pequeno cutucão nele – Né ?
- É, dessa vez passa... – se aproximou e também o cumprimentou como nos velhos tempos, quando eles eram amiguinhos de balada.
- Pelo jeito essa moça está conseguindo botar algum juízo em você, huh? Não a deixe escapar! – Dean falou baixo perto do ouvido de .
- Eu sei dude, ela é minha Felicity...


Dean foi com seu cachorro Assombração na garupa da moto, disse que ele e Felicity estavam indo morar na Austrália... Depois de tudo, o que restava a fazer era entrar na casa e tentar dormir, amanhã seria um longo dia pra contar tudo aos outros! Os dois casais voltaram pra dentro da casa abraçados.
No sábado à tarde a turma toda voltou pra casa de , o fim de semana passou rápido e logo na segunda de manhã Jamie, Stacey e Molly já se preparavam pra ir embora. Os outros meninos ficaram de passar lá pra se despedir, Jamie viu que quando chegou, o cumprimentou de longe com um pequeno sorriso e logo sumiu de vista. Segundo ela, Molly estava chamando-a pra ajudar com a mala. Jamie a seguiu e ela simplesmente estava sentada no corredor.
- Oi , o que faz aqui?
- Oi... To sentada no chão, o que mais parece?
- Sei... Por que saiu da sala?
- Ai Jamie, desculpa ta! Estressei!
- Com o que criatura?
- É que eu ia ficar sozinha na sala com o e... – movimentava as mãos pra lá e pra cá desajeitadamente. Eles não estavam brigados nem nada, não estavam se tratando mal, mas apenas pararam de ficar, estavam agindo como um pouco menos que amigos, digamos que... conhecidos!
- , eu não estou te entendendo! A gente já conversou, o seu caminho pra ficar com ele está mais do que livre!
- Eu sei, não é isso... É que eu tocomvergonhadele!
- Hum? Vergonha do ?
- Sabe, eu discuti com você por nada, paguei mico, falei coisas equivocadas, passei os pés pelas mãos! Acho que ele não quer uma menina como eu ao lado.
- Você não vai saber se não perguntar...
- Eu não vou perguntar nada! Nem consigo olhar pra ele!
- JAMIE, SOCORRO A STACEY NÃO ME DEIXA FECHAR MINHA MALA! – as duas ouviram Molly falando alto dentro de um dos quartos.
- Agora sim parece que a Molly precisa de ajuda... – Jamie se levantou e foi ver o que era. continuou sem se mexer.

- Oicadêa? – entrou na casa de falando rápido.
- Não sei, procura! – deu de ombros e fechou a porta depois que passou.
- Como assim não sabe? Ela ta na sua casa, animal!
- Mas é a sua garota, você que devia saber...
- Lesado... – falou baixo quando deu as costas.
- Loser... – devolveu.
- Hey, vocês se amam mesmo, hein! – surgiu da cozinha.
- E aí ! É impressão minha ou você sempre aparece da cozinha? – coçou a cabeça em sinal de dúvida, se aproximou e lhe deu tapinhas na bochecha. Depois ele sentou ao lado de no sofá e olhou para aquela criatura parada e quieta que estava ali.
- Hey lhe deu um leve empurrão no ombro.
- Que?
- Ta estranho cara...
- Eu?
- Não, eu... ACORDA , SÃO NOVE HORAS DA MANHÃ! – chacoalhou pelos ombros.
- Dude, deixa o coitado, vai procurar o que fazer! – jogou almofadas neles.
- Já volto. – levantou e andou até a porta da casa. Antes de sair viu sentada no corredor lá em cima. Ele saiu e sentou na escadinha em frente à porta, os outros ficaram calados, ninguém gostava de ver o apagado assim.
Jamie foi até lá alguns minutos depois e sentou ao lado dele.
- Oi ! É impressão minha ou você e não estão mais como antes?
- O que? Você acha?
- , eu não queria ir embora e deixar vocês assim!
- Ah, fazer o que... Acho que é assim que vai ser agora.
- Não dude! Eu vou me sentir muito mal se eu for embora sem resolver isso aqui!
- Então sinto muito pelo seu mal estar... Eu não posso fazer nada, ela não é mais a fim de mim.
- Isso é mentira! Você pode fazer sim! Conversa com ela!
- Conversar o que? Dá pra contar nos dedos as vezes que ela olhou pra mim nesse fim de semana todo!
- Ela está confusa, você sabe como ela é! O comportamento dela não quer dizer que ela tenha deixado de gostar de você, muito pelo contrário!
- Como assim? Eu juro que eu não entendo! Do que você ta sabendo?
- O que eu to sabendo é que vocês dois estão perdendo tempo! E eu só vou embora tranqüila se você me prometer que vai fazer o que eu vou te dizer agora!
- O que?
- É uma idéia que eu tive...


- Oi ! E , SAIAM DE CIMA DELE AGORA! – chegou na sala e viu que os três pareciam brigar por alguma coisa que ela não sabia o que era.
- ! Eles querem pegar a barra de Snickers que eu comprei pra você! – se livrou dos outros dois que começaram a rir e dizer que era mentira.
- Jura ? – perguntou com a voz derretida.
- Mentira ! Fui eu que comprei e é pra mim mesma, obrigada! – tomou o chocolate da mão de , se aproximou dele e lhe deu beliscões na barriga.
- Ah ué, eu tentei... – apenas fazia suas caretas, daquelas que ainda não conseguem enfeiar seu rosto.

Logo Molly, Stacey e Jamie estavam se despedindo de verdade. Elas iam se infiltrar de novo no acampamento como se nada tivesse acontecido e durante a tarde os pais iriam lá buscá-las. Para elas essas foram as melhores férias, realmente foram dias inesquecíveis que elas passaram morando em frente a um mcguy e depois na casa do mcguy!
- Tchau, obrigada por tudo e desculpem os sustos que fizemos vocês passarem! – Jamie se despedia abraçando todo mundo.
- Imagina... Voltem sempre, mas avisa antes, ta?! – brincou antes de abraçá-la.
- Não falei que ia ser fodástico! – Molly sorriu e passou um braço pelo ombro da Stacey.
- A sua amiga Hannah vai cair pra trás! – Stacey olhou pra Jamie e as três sorriram.
- Quem mandou ela não querer vir?! – Jamie deu de ombros. Elas se juntaram na porta, deram mais tchauzinhos e saíram.

Depois que elas foram embora, olhou pra trás e viu com um largo sorriso aberto. Ela não percebeu o olhar dele até que ele desviou pra algum ponto fixo e passou a sorrir também. agora estava considerando a idéia de Jamie como a última esperança.




Capítulo 19 – McFLY Mexicano


Na segunda-feira à tarde, os quatro rapazes disseram às meninas que iam pra casa do ensaiar algumas músicas novas e elas combinaram com a perua-burra (como chama) de se encontrarem pra fazer a troca dos vestidos. queria muito ter seu vestido rosa de volta e fez questão de ligar pra tal moça e combinar um lugar. Elas concordaram em uma rápida conversa que era melhor não se encontrarem na loja onde compraram, além de causar confusão desnecessária, com certeza iria provocar a demissão de alguém.
Marcaram na frente do cinema e lá estavam as quatro garotas na hora combinada.
- E se ela perceber que ele foi usado? – perguntou e mordeu os lábios.
- Não, acho que não vai... E mesmo que perceba, ela não pode reclamar! A culpa disso tudo é dela. – abanou o ar e continuou tomando seu milkshake.
- Alguém lembra como é essa mulher? Porque eu nem cheguei a vê-la! – olhava para os lados procurando alguém que se vestisse de forma aperuada, como diz .
- Eunhemrialouca – deu de ombros com o canudo do milkshake na boca. Quis dizer que não reparou no ser...
- Eu também não reparei muito nela, estava toda avoada por conta do meu vestido! Só lembro que ela usava umas pulseiras daquelas que fazem muito barulho! – olhava pra cima, tentando lembrar de mais coisas. Por mais que ela tivesse visto essa pessoa na loja e soubesse de sua existência, não conseguia lembrar o rosto.
- O que eu lembro bem é que ela passou na nossa frente quando estávamos na fila pra pegar o pacote, eu fiz minha melhor cara de Pitbull olhando pra ela e ela nem se tocou! Será que eu não fui assustadora o suficiente? – esforçava a musculatura do rosto pra fazer cara de fera até que lhe deu um tapinha na bochecha.
- Hey pitbull, acho que estou vendo a perua ali! – apontou com a cabeça e todas levantaram para ir até ela. A mulher estava de costas, com mais um de seus vestidos curtíssimos, a sacola numa mão e a bolsa na outra. Ela estava comprando pipocas, como se já fosse assistir um filme.
- Oi pe... pe... moçadovestido! – gaguejou na tentativa de não chamá-la do jeito que estava acostumada. Também não conseguiu lembrar como ela disse que se chamava ao telefone.
- É Delilah! – a moça falou enquanto se virava pra elas. Todas, menos , que não chegou a conhecê-la antes, ficaram um pouco surpresas, pois era aquela Delilah, ex do .
- Erm... Lilah? – ergueu as sobrancelhas. sentia alguma coisa embolada na garganta e não conseguia falar.
- Puxa... Se não são as primas do ! De qual de vocês é o vestido que eu levei mesmo?
- Ué Delilah, você sabia que era com a gente que você ia se encontrar? – perguntou por suspeitar do tom que ela usou.
- Bem, a moça da loja passou o número que vocês deixaram e eu vi que era o número da casa do .
- E lá na loja? Você viu que era a gente e por isso trocou os vestidos? – continuava com seu tom desconfiado, lhe deu uma olhada para que ela parasse.
- Aí você já quer demais né! Primeiro que eu nem vi que eram vocês na loja... E depois, por que eu ia fazer isso de propósito? O meu vestido é £70,00 mais caro! – Delilah abriu um sorriso meio estranho e logo lançou um olhar para – Amigas novas?
abriu a boca, mas falou primeiro.
- é a prima do , tipo... prima mesmo. E é nossa amiga.
- Ah sim... Já ouvi falar de uma . – Delilah pesou um pouco a voz ao pronunciar o nome da garota. Parecia examiná-la da cabeça aos pés, até falar com ela de novo.
- Erm, trouxemos o seu vestido. – apontou à sacola que segurava.
- Muito obrigada! esse seu vestido é até bonitinho, mas meigo demais pra mim! – Delilah deu um sorriso convencido enquanto fazia a troca das sacolas. olhava pra ela estranhando aquele comportamento. Delilah nunca foi sua melhor amiga, mas nas vezes em que estiveram conversando ela não agia assim, com trejeitos de vilã de novela das seis!
- Você não vai querer abrir o pacote pra olhar o vestido? – perguntou ao ver que Delilah já ajeitava a alça da bolsa no ombro pra ir embora.
- Não precisa, eu faço isso em casa... Confio em vocês! Agora eu tenho que ir porque uma pessoa já me espera na sala do filme que viemos ver. Caso antigo, sabe como é! – Delilah deu uma piscadinha para as meninas e foi andando. Quando ela se distanciou mais, soltou todo o ar que estava preso.
- Delilah is back. – foi só o que ela conseguiu dizer enquanto olhava num ponto fixo.
- Essa aí é aquela que... – começou uma pergunta enquanto elas davam meia-volta pra sair dali.
- É. – e responderam juntas.
- E não foi ela que...
- Foi.
- Ela não deu o...
- Deu.
- Mas ela não tinha um...
- Tinha, ... Tinha um namorico com , mas deu o fora nele pra ficar com alguém do Mariana’s Trench, foi ela que a viu num porta retrato na casa do e é aquela que ele tava sempre reclamando porque se sentia perseguido. – explicou e olhou pra . Ela andava calada, sem olhar para vitrines de lojas, algo realmente muito estranho!

Ninguém falou mais nada e o assunto morreu. Elas estavam indo pra casa a pé, pois a casa de é próxima do centro.
- Vamos dar uma olhada no ensaio dos meninos? – perguntou com os olhinhos brilhando.
- Ah, é verdade! Fiquei curiosa com essas músicas novas que eles tanto falam... disse que estariam na casa do , vamos sim! – concordou animada. e estavam mais animadas do que as outras duas, isso é fato.
Ao chegarem, tocaram a campainha e a senhora abriu a porta.
- Oi meninas. Você é a , não é? Já ouvi meu filho falando de você! – ela comentou sorridente.
- Oh, eu espero que tenha falado algo bom então... Erm, podemos falar com ? – perguntou sentindo as bochechas quentes pelo comentário da mãe dele.
- Ah , ele não está! Quer esperar por ele? É algo importante?
- Não... Não precisa, a gente só veio visitar mesmo. – respondeu enquanto concordava com a cabeça. As meninas voltaram pra casa do achando tudo muito estranho, eles falaram que estariam lá, será que mudaram de idéia? não deixou de considerar umas possibilidades... Estava se achando uma paranóica por imaginar o que imaginou, mas mesmo assim não descartou essas hipóteses. Mais uma vez elas deixaram o assunto morrer e quando chegou, perguntaram a ele. Todas tiveram a mesma impressão que a pergunta o deixou surpreso/nervoso. Disse que saíram por uns instantes pra comprar pizza.

Mais dois dias se passaram, portanto agora já é quarta-feira dia 29, falta pouco para o fim do mês e conseqüentemente das férias... Essa expressão traz um gostinho ruim pra todos: fim das férias, volta às aulas! E não é apenas pela preguiça de voltar à rotina cansativa, é também porque as meninas vão voltar pra casa.
passou esses dias se preparando pra fazer uma surpresa pra ... Foi a idéia que a Jamie lhe deu. Ele nem podia acreditar no que estava prestes a fazer, mas isso, pra ele, é com certeza menos ruim do que os dias que ele passou sem ! E aliás, os outros garotos também precisaram se preparar para a surpresa dele, estavam todos envolvidos! Já passava das nove horas da noite e saiu sem dizer às meninas aonde ia.
- Nossa, esses meninos estão cada dia mais estranhos pro meu gosto! Os outros três nem vieram aqui e olha que é difícil eles ficarem sem aparecer por aqui, nem que seja pra dizer ‘oi gatas’ – disse sentava no sofá com uma lata de coca-cola na mão.
- Verdade... Nem tinha reparado que não vi o ... – deu de ombros. Todo mundo sabia a total ironia daquela frase, mesmo que nem ela admitisse. Estava louca de saudades do .
- E eu não vi o .
- Nem o – Talvez seja alguma coisa com a banda.
- É, pode ser. Mas espero que amanhã eles estejam mais “disponíveis” porque depois de amanhã nós já vamos... – falou com ar triste.
- Ah, não fica triste! A gente volta aqui nos finais de semana, se não tiver muito trabalho... – passou um braço pelo ombro de pra consolá-la.
Estavam se sentindo entediadas, sem nada pra fazer. passou uns minutos isolada em seus próprios pensamentos, ainda não tinha perguntado a sobre onde ele foi na segunda à tarde. Não perguntou por medo de parecer paranóica demais e ele começar a se queixar como fazia com Delilah.
- Hey, pensa rápido! – jogou o controle da TV, interrompendo de seus pensamentos fazendo com que ela se movimentasse para pegar o objeto voador antes que ele se partisse em sua cara.
- Nossa, seus reflexos estão bons! Parecia tão distraída – se admirou por ela ter pego.
- É, isso não acontece sempre... Vai ver eu estou ganhando super poderes ‘woho’! – só conseguiu dar um sorriso fraco depois de sua quase-piada sobre si mesma. Ninguém é tão forte que não deixe transparecer seus medos uma hora. As amigas de sabiam no que ela estava pensando há poucos minutos.
- Em que você tava tão concentrada, hein? Tem a ver com a aparição mega-high-power-blaster-de-repente da Devaca? – perguntou e mostrou que já havia encontrado um apelido carinhoso pra ex do .
- Ah, esses dias eu fiquei pensando... Depois que eu vi a Delilah no cinema tudo anda tão estranho, quer dizer, o , ele... anda misterioso, passando o dia inteiro não sei onde!
- Você não ta achando que... – começou a pergunta.
- Estou. É isso. Eu imaginei se não era com ele que ela estava lá no cinema. Ela dizendo ‘caso antigo’ e a piscadinha depois, isso ainda está entalado no meu esôfago!
- Ah ... É claro que não era com ele, aquilo foi só pra provocar porque ela sabe quem você é! – falou naquele tom calmo de mãe.
- Olha ... – se ajeitou no sofá. sabe que quando ela ajeita a postura e começa falando ‘olha ...’ é porque ela está prestes a falar algo sério. – Eu lembro muito bem do de cinco ou seis anos atrás... Ele podia ser o galinha da escola, mas nunca te tratou como as outras. Digo, ele ficava diferente perto de você, era como se aquele fosse o verdadeiro , um garoto legal, que te respeitava, que fazia todo mundo rir, que fazia o impossível pra você ficar legal sempre que as coisas ficavam pretas. O galinha era aquela máscara que ele usava, a cada dia arranjando uma macaca diferente pra ficar pendurada no pescoço dele. Eu acredito que ele estava usando a velha máscara até um mês atrás, mas agora eu acho que é o cara que a gente conhece e por isso merece um voto de confiança da sua parte.
acabou de falar e as palavras da amiga foram verdadeiras o suficiente pra trazer uma certa umidade aos olhos de .
- É, ele era mesmo diferente. Quando eu e viemos aqui ano passado, ele veio aqui na casa do umas três vezes e o máximo que ficava era a duração de um filme, por exemplo. Delilah sempre aparecia uns dez minutos depois dele. – rolou os olhos e ficou se lembrando do comportamento bipolar de Delilah.
- Essa Delilah é realmente estranha. Ele não tava feliz com ela então por que ia ter uma recaída? Nas vezes que conversei com ela, parecia uma garota legal. Não tinha esse ar de Paola Bracho que tava lá no cinema! – o comentário de fez as meninas rirem.
- Então ela é uma falsa que se comporta diferente na frente dos meninos. É aquele lance da máscara, pra gente ela se mostrou como é! – balançava a cabeça como se tivesse anunciado a quinquagésima guerra mundial.
- Então vocês acham que eu devo deixar pra lá e nunca perguntar onde ele esteve na segunda à tarde? Acham que eu vou parecer uma Delilah-Bracho da vida se eu chegar e perguntar: , onde você esteve na segunda-feira dia 27 de julho de 2009 entre às 14:00 e às 17:00 horas?” falou como se trabalhasse na Scotland Yard ou algo assim. lhe deu com a almofada na cara e dessa vez ela não escapou, mas continuou rindo da situação.
- Ah , fala sério! Você nunca vai parecer com a Delilah-Carrapato! Mesmo assim eu acho que você não precisa perguntar isso, vai ver ele foi mesmo com os meninos comprar pizza, como disse. E se foi outra coisa, deixe que ele mesmo seja honesto e diga depois. – terminou a frase fazendo cara de sábia, se sentiu no seu momento mestre Miyagi [n/a: Karatê Kid heuhruerhuarh stopped :S].
- Aí é que tá! Dúvidas me corrompem! – torceu os dedos das mãos à frente do rosto, fazendo cara de transtornada. Era visível como ela estava mais feliz agora, aquelas meninas realmente conseguiam alegrá-la!
- Hey e aquele papo todo de voto de confiança? Ahh, você não ouviu nada do que eu disse, né sua tratante! – começou a jogar vários objetos na direção dela e se desviava de quase todos. havia esquecido que na época da escola, era boa no jogo de queimada...

xxx Casa do xxx

Os meninos estavam todos lá, por causa da coisa que o anda aprontando.
- , eu confesso que estou achando admirável todo esse seu empenho com a idéia da Jamie, mas não posso deixar de pensar no quanto você me parece precipitado com isso! – conversava com num canto da sala.
- Pareço?
- É, parece! Ficou com a por uma semana e agora...
- Eu sei dude. Sabe... Eu cheguei a conclusão que esses três ou quatro dias que eu passei sem ela demoraram muito mais pra passar do que a semana em que eu estive com ela. Então, não é como se ela fosse a minha alma gêmea, porque não acredito nessa coisa toda, mas eu não sinto aquele interesse de antes só de pensar em sair e pegar geral, entende? A mesma coisa quando imagino nessa situação. Cara, eu vou te falar, EU FICO PUTO pensando que ela vai voltar pra casa achando que o que teve comigo foi um romance de férias que já acabou e quando estiver lá vai ficar com outros caras!
- Wooohoo agora é oficial, apaixonadinho! – apareceu perto dele sorrindo junto com . Os dois já estavam prontos pra ajudar o amigo.

xxx Casa do xxx

- Não tem nada pra fazer. – com tédio na voz. Depois da guerrinha de almofadas que rolou na sala, elas estavam todas de barriga pra cima, jogadas pelos sofás e poltronas.
- Ta um tédio mesmo, nada pra assistir – concordou no mesmo tom que a outra.
- Nada interessante, os meninos sumiram do mapa e não tem...
- Nada pra comer! – emendou na frase que começou. Ela não se tocou muito do que havia falado, mas logo percebeu os olhares e sorrisinhos maliciosos sobre ela – O que foi? To falando de pipoca, salgadinho, doces, que seja... Como vocês são sujas! – cruzou os braços rindo e balançando a cabeça enquanto as outras riam também.
- , você e o já... – perguntou ao terminar de rir. olhou pra ela e mordeu o lábio inferior.
- Já! – ela respondeu e tampou o rosto com uma almofada, as outras riram do jeitinho infantil aos vinte – No dia que dormimos na banheira... E você com ?
- Sim! Nossa primeira vez foi no dia da festa do TC5. – respondeu com um sorriso maior que o rosto.
- AH, EU SABIA! POR ISSO VOCÊS FICARAM DESAPARECIDOS DA MEIA NOITE ATÉ AS TRÊS DA MADRUGADA! – gritou muito alto apontando pra ela e fazendo as outras rirem.
- CALA A BOCA AE OW SENHORA-MISS-BANHEIRA! – tampou a boca dela com uma das mãos e as duas ficaram rindo depois.
- ... ? Não vão falar nada? – perguntou depois que terminou de rir.
- Ah, o que você acha?! Ninguém aqui perde tempo não! – respondeu pelas duas sorrindo maliciosa.
- Hey, espera aí! Fale por você, dona !
- Ahh , vamos encarar os fatos... – cruzou os braços – Você está com um dos quatro caras mais lindos do mundo. Seria bobeira sua se vocês realmente não tiverem feito nada ainda!
- Mas é o que eu to dizendo, ok?! Eu e não fizemos nada além daquilo que vocês podem ver! E aposto que também não com o .
- Como sabe?! – olhou pra assustada.
- Ah, sei lá... É o que eu acho, porque vocês ficaram juntos por uma semana e você, maninha, não me parece o tipo que entrega os pontos logo na primeira semana...
- É verdade... Não fizemos nada – admitiu e ficou vermelha, mas logo ela deixou que o olhar triste tomasse conta de seu rosto ao lembrar que muito provavelmente nunca mais farão nada mesmo.
- Hey dude, não precisa fazer essa cara! – passou a mão nas costas dela.
- É que a gente já vai embora e eu sinto que minha situação com não vai se resolver, foi tudo pro espaço!
- Não foi não – disse simplesmente.
- Claro que foi ! Ele não ta a fim de uma doida como eu.
- ... Eu tive uma conversa com o anteontem.
- Sério?! E por que você não me disse? – olhou imediatamente pra .
- Foi você que não quis saber. Eu comecei a puxar um assunto sobre o e você disse que não queria mais saber dele. Agora vendo como você fica ao falar nele, eu tenho certeza que você quer saber.
- Tudo bem, ela quer saber sim! – inclinou a cabeça na direção de como se isso fosse fazê-la ouvir melhor cada detalhe do que ela ia contar.
- Hey, vocês vão ficar ouvindo o que ela tem a dizer PRA MIM sobre o ?
- Claro, é pra isso que a gente serve! – se levantou da poltrona de onde estava e foi sentar mais perto.
- Bem... Eu tava achando muito mal explicado aquela coisa toda com a Jamie e tal, principalmente quando você viu os dois aqui na frente da casa. Aí eu perguntei pra ele o que foi aquilo né.

Play ’s Flash Back

- Eu... eu… estava nervoso aquele dia. Muito.
- Ué, por quê?
- Tinha tomado uma decisão, ia fazer uma coisa!
- Mas o que criatura?
- Pediremnamoro! – falou o mais rápido que pôde, mas não impediu que eu entendesse perfeitamente e ficasse surpresa logo depois.
- ... OMG!
- É eu sei, atitude precipitada. Por isso mesmo estava com medo que ela não aceitasse e meu nervosismo decolou como um foguete.
- Bom e então, o que isso tem a ver com Jamie?
- Ah, eu bebi um pouco de whisky antes de sair de casa, pra ver se me dava coragem. Quando cheguei na casa do bebi mais um pouco antes de entrar e quando eu estava sozinho lá fora, Jamie saiu. Ela sabia dos meus planos, eu já tinha falado com ela sobre como me sentia em relação à . Eu disse que logo ela ia voltar pra casa dela e não é muito perto daqui então eu ficava com medo que ela me esquecesse e tal... Então Jamie me deu essa idéia de firmar um compromisso com ela. No começo eu achei absurdo, mas depois eu vi que era uma ótima saída. Pedi que Jamie sentisse meu hálito pra ver se dava pra perceber que eu já tinha bebido, pra não dar bandeira sabe. Foi aí que a veio e eu percebi pelo olhar dela como ela tinha entendido tudo errado. Comecei a ficar nervoso com ela se aproximando de mim daquele jeito, desconfiada. Falei logo do vestido dela pra ver se disfarçava meu nervosismo e o resto você já sabe.

Stop ’s Flash Back

- AI-MEU-DEUS! Você ta brincando comigo? ia me pedir em NAMORO?
- Não, não estou brincando e sim, ele ia.
- Então ele estava sendo fofo o tempo todo e eu doida fui lá e estraguei tudo?! – tampou o rosto com as duas mãos. As outras meninas ainda estavam surpresas com a ação do .
- Oun, você num estragou tudo não maninha, vem cá... – lhe deu um abraço vendo que a irmã mais nova começara a chorar – A sua reação foi a de qualquer garota normal. Que garota não ia ficar cismada?
- Ele falou mais alguma coisa? Digo, sobre o que pretende fazer agora? – se dirigiu à .
- Não, ele num deixou escapar mais nada. Mas eu desconfio que tem alguma coisa aí!
- Por quê? – levantou o rosto já vermelho do ombro de com um olhar esperançoso.
- Não sei explicar, mas ele não me pareceu triste.
- Ahhh... – as palavras de fizeram aumentar o choro e afundar de novo a cabeça no ombro de . – Se ele não estava triste é porque a fila já andou.
tirou sua conclusão e logo estava secando o rosto, se recuperando do choro. não estava gostando do ar de velório que aquela sala ficou. Saiu de lá dizendo que ia ao banheiro, entrou no quarto de e foi procurar mais uma vez algo em baixo da cama. Dessa vez era um pacote enorme de confetes, fazer uma bagunça seria bom! Ficou em dúvida se ia achar aquilo lá ou não, mas acabou achando. Os objetos da infância do primo ainda estavam todos lá, milagrosamente.
Quando chegou na sala, viu que e quase dormiam com a cabeça virada pra trás, e conseqüentemente com a boca aberta, enquanto parecia observar suas unhas. Ela cutucou , pediu silêncio com o dedo à frente do rosto e mostrou o pacote de confetes... Cada uma pegou um punhado.
- No 3! – contava com os dedos – 1, 2, 3...
e se assustaram e deram pulos quando sentiram inúmeras rodinhas de papel colorido sendo arremessadas pra dentro de suas bocas. chegou até a cair do sofá. Enquanto e só sabiam rir histericamente. Ficaram arremessando confetes umas nas outras até cansarem. Não é preciso comentar o estado que ficou aquela sala!
- Quando chegar ele vai surtar – comentou com a mão sobre a barriga, que já estava doendo por ficar rindo por muito tempo sem parar.
- Ah, amanhã a gente arruma... – abanou o ar e esticou os braços pra cima.
- Acho que eu vou dormir sabe, assim pelo menos acordamos cedo e aproveitamos nosso último dia! – se levantou, estava sentada no chão. As outras concordaram com a idéia.

xxx Casa do xxx

- Dude, você aprendeu mesmo a tocar essa flautinha? – perguntava pra .
- Já disse que sim, a gente ensaiou 50 mil vezes – colocava um paletó preto.
- Se acalma! – bateu no ombro de – Até parece que nunca fez isso!
- MAS EU NUNCA FIZ!
- Nervoso assim não vai dar certo... – jogou uma gravata pra .
- Dá pra ensaiar de novo? – ele perguntou baixinho se encolhendo entre os ombros.
- NÃO ! – os outros três responderam em coro e depois riram.
- Ah ta, obrigado.
- Wait! Temos que usar mesmo isso? E cadê minha calça? – jogava pelos ares umas roupas que estavam em sacolas.

xxx Casa do xxx

Duas horas mais tarde e já estavam todas dormindo em seus quartos. Quer dizer... menos e . Ainda estavam com as cabeças a mil, cheias de pensamentos. felizmente parou de pensar na história com a Delilah, mas tinha outra coisa que ela começou a analisar. As palavras de à respeito daquele assunto ficaram martelando na cabeça da garota romântica que esperava pelo momento certo. ‘Naah... eu não estou sendo molenga, foi falta de oportunidade! E minha relação com é mais do que isso, nos gostamos há tanto tempo!’ pensava deitada em sua cama e , deitada na dela, se martirizava em pensamento. ‘Tolo adj. 1. Que diz ou faz tolices. 2. Simplório, ingênuo, abobado, apatetado, débil, idiota, imbecil, leso, pacóvio, palerma, tonto, ridículo, infundado. 3. Que não faz sentido. 4. . Essa é minha palavra. Eu sou tola. Nesse momento eu poderia ser a namorada do ! Mas não, o que eu fiz foi só estragar tudo que... Hum? O que é isso?’ ela mesma interrompeu seus pensamentos ao escutar uma voz que fazia uma espécie de contagem, ficando mais alto a cada vez que recomeçava.

1,2... 1,2,3,4!
1,2... 1,2,3,4!
1,2... 1,2,3,4!


E logo em seguida entraram os instrumentos começando a tocar uma linda música que ela já conhecia bem. Então levantou da cama num pulo.

Give me more love than I've ever had
(Me dê mais amor do que eu já tive)
Make it all better when I'm feeling sad
(Faça tudo melhor quando eu estiver me sentindo triste)
Tell me that I'm special even when I know I'm not
(Diz que eu sou especial até mesmo quando eu sei que não sou)


Ela abriu a janela do quarto e lá estava cantando no quintal, um passo à frente dos outros três. Se vestiam mais ou menos parecidos e estavam engraçados! Todos com camisa branca, calça preta e gravata borboleta vermelha... e com coletes pretos enquanto e com paletó. e tocavam violão, estava com uma flauta e apenas cantava lindamente.

Make it feel good when I hurt so bad
(Faça isso parecer bom quando eu magôo demais)
Barely gettin' mad
(Raramente ficando chateada)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar perto de você)


You make it easy
(Você faz isso fácil)
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4)

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do (É isso que vou fazer)

I love you (I love you)



Todas as outras meninas abriram suas janelas e correram pro quarto de , ao ver que a coisa era com ela.
- ! OMG! – abriu a porta do quarto esbaforida com as outras três atrás.
- AI MEU DEUS digo eu! – abanava as duas mãos rapidamente na frente do rosto – Venham aqui! Isso deve ser sonho! Será que eu dormi e não percebi? OUCH! – prestou o favor de beliscar seu braço.
- Era só pra você ver que não está dormindo, baby!

Give me more love from the very start
(Me dê mais amor desde o início)
Peace me back together when I fall apart
(Traga paz novamente quando eu cair)
Tell me things you never even tell your closest friends.
(Me diga coisas que você jamais contou aos seus amigos mais próximos)

Make it feel good when I hurt so bad
(Faça isso parecer bom quando eu magôo demais)
Best that I've had
(O melhor que já tive)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar por perto de você)

You make it easy
(Você faz isso fácil)
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4)

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)

I love you (I love you)


You make it easy,
As easy as 1, 2, 1, 2, 3, 4.

There's only one thing
(Há apenas uma coisa)
To do, three words
(A fazer, 3 palavras)
For you
(Para você)

I love you (I love you)

There's only one way
(Há apenas uma maneira)
To say those three words
(De dizer aquelas 3 palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)

I love you (I love you)

I love you (I love you)
One, two, three, four.
I love you (I love you)



- OMG! – enxugava lágrimas nos cantos dos olhos.
- A música acabou, desce lá! – ia puxando .
- Não, espera! Ele vai dizer alguma coisa... – chamou a atenção das duas e começou.
- ! Eu sei que a gente não ficou junto por muito tempo, mas eu não preciso de mais do que isso! Eu não saberia mais estar com outra garota que não fosse você! Porque when you walk in the room my heart goes boom... – ele falou sorridente e os outros meninos atrás fingiam chorar – Aceita ser minha namorada?
Ela ficou uns minutos sem reação com o olhar parado em algum lugar, lhe deu um empurrão no ombro para que saísse do transe e dissesse alguma coisa logo pois todos estavam esperando!
- AÍEUACEEEITOO! – ela gritou rápido com um sorriso que devia estar mostrando até o último dente.
- ENTÃO VEM PRA CÁ AGARRAR SEU NAMORADO! – ele gritou abrindo os braços. Ela saiu correndo e as outras seis criaturas presentes começaram a gritar, assoviar e bater palmas quando ela chegou e o abraçou. a beijou e depois a ergueu um pouco do chão pra poder girá-la.
- AEE DESENCALHAMOS O ! – gritou erguendo a mão com a qual segurava a flauta.
- VIVALELUIAMÉM! – gritou tudo junto fazendo uma reverência exagerada ao casal que estava abraçado.
- ALGUEM TRAZ CERVEJA? QUERO BRINDAR ESSE FATO! – também gritou em meio a risadas e logo alguém mais estava gritando.
- HEY, QUE GRITARIA DO CARALHO É ESSA ÀS ONZE DA NOITE EM PLENA QUARTA-FEIRA?! – alguém gritava dentro da casa ao lado, mas ninguém deu atenção e continuaram do lado de fora por mais algum tempo.
- Vamos à sorveteria amanhã? – deu a idéia.
- Ah, vai ser ótimo! – concordou e lhe deu um selinho.
- Amanhã é o nosso último dia completo aqui... – lembrou e todo mundo ficou em silêncio.
- Ah, mas ele vai ser bem aproveitado! – abriu um sorriso e puxou pra mais perto.
- Então eu acho que é bom a gente ir dormir, né? Não quero acordar no meio da tarde, vai encurtar meu dia! – se despediu de com mais um selinho. fez o mesmo com , deu um selinho em e ganhou um beijo na testa acompanhado de um boa noite, pequena... também teve que se despedir de porque ele ainda ia levar os meninos em casa, já que vieram todos no carro dele.

Depois de uns vinte e cinco minutos, chegou e cada menina já estava em seu quarto. Elas fizeram bem em trancar suas portas...
- AAAAH, QUE PORRA É ESSA NA MINHA SALA? , , , ! EU VOU MATAR VOCÊS! AMANHÃ VOCÊS VÃO LIMPAR TUDO ISSO COM A LÍNGUA, ESTÃO OUVINDO?


Capítulo 20 – (4) Última(s) Noite(s)!


No dia seguinte, logo pela manhã, todos ajudaram na limpeza da sala. Não com as línguas, claro... À tarde saíram todos pra tomar sorvete e cada casal teria um jantar especial à noite! Como as meninas haviam dito, precisavam aproveitar o último dia.
- Desde segunda-feira a gente ficou sabendo dessa idéia do ... Eu só resolvi ajudar porque achei que ele não ia levar à diante! – começou a rir e levou um tapinha na testa, dado por .
Estavam todos na sorveteria desde o meio-dia. O grupo de oito ajuntou duas mesas e estavam fazendo aquela bagunça boa e saudável como uma grande despedida grupal.
- Eu sabia que você ia planejar alguma coisa , você não tava com cara de conformado! Parabéns, o que você fez por ela foi lindo! – falou com aquela voz e olhar de quem estava derretida. percebeu e bateu com o ombro no ombro dela.
- Hey, eu estava lá também, ok? Você também podia se sentir presenteada...
- ... – chamou e ela deixou de levar a colher de sorvete à boca pra olhar pra ele. [n/a: Parou com a colher no meio do caminho? Hum... isso já aconteceu nessa fic! Ahushauhsua]
- Diga...
- Minha mãe contou que você foi lá em casa e não me achou, eu...
- Ah, tudo bem . Não precisa ficar me dando satisfações.
- Mas eu quero dizer! Não quero nenhum desencontro entre a gente. Durante esses dias, como disse, ficamos ajudando o e o plano da serenata. Então tivemos que ensaiar aquela música, eu tive três dias pra aprender a enganar com aquela flautinha, alugar aquelas roupas de mexicano... Por isso nós todos ficamos meio ausentes, eu digo isso agora a todas vocês em nome de todos nós, desculpem os nossos sumiços! – disse a última frase em um tom mais alto, se dirigindo às outras três meninas também. Todas abriram sorrisos emocionados e até bateram palmas pro quase-discurso dele. esfregou a mão no topo da cabeça dele e o puxou pra um beijo.
- Agora eu é que to orgulhosa de você! – ela disse ao partir o beijo.
- , cuidado! – desviou o braço de , de modo que a colher voltou a ficar na direção da taça. O sorvete que estava derretendo dentro da colher teria caído na perna dela se não tivesse feito isso.
- Que susto !
- É que o sorvete ia cair em cima da sua perna, acho que eu tive um dejà vú!
- Eu não ia me incomodar em limpar as coxas dela... – sorriu.
- ! – lhe deu um tapa no braço e continuou a rir. Alguém de óculos escuros e boina observava a duas mesas de distância. Essa pessoa foi invadida por um sentimento que não tem nada de nobre: inveja.

Ao entardecer, já estava na porta da casa de pra levar pra uma noite à dois. Ela surgiu com uma saia jeans, sandálias de salto, uma blusinha preta do MCR e cabelo preso num rabo de cavalo alto.
- , v-vo-você ta linda! Mudou o visual?
- Hum... Digamos que eu peguei um estilo emprestado de alguém! – ela sorriu e piscou pra .
a acompanhou até o carro, ele usava uma calça preta, All Star também preto e uma sobreposição de blusas, a de baixo azul-marinho de manga comprida com uma verde escuro de manga curta por cima e um desenho simpático na estampa.
Depois de passar com o carro por algumas subidas eles logo chegaram ao destino. Antes de chegarem, pediu que abrisse o porta-luvas, lá dentro ela encontrou um lencinho preto.
- Tampe os olhos com o lenço, se não conseguir amarrar, apenas o segure na frente dos olhos e quando chegarmos eu amarro pra você. – ele indicou à o que fazer. Ela mesma conseguiu amarrar e quando chegaram, ficou se certificando mil vezes que ela não via nada.
- Pra que tanto mistério, hein?! – a deixou em pé num canto e ela precisou ficar assim por alguns minutos. Logo ela começou a ouvir uma música que parecia sair do som do carro. (Cross My Heart)

So here's another day
(Então aqui está mais um dia)
I'll spend away from you
(Que eu vou passar longe de você)
Another night I'm on another broken avenue
(Mais uma noite em que estou em mais uma avenida quebrada)
My bag is ripped and worn
(Minha mala está rasgada e gasta)
But then again so am I
(Mas então de novo eu também)
Take what you wanna take what you wanna take what you…
(Leve o que quiser levar, o que quiser levar, leve o que você...)
I miss the stupid things
(Sinto falta de coisas bobas)
We go to sleep and then
(Nós íamos dormir e aí)
You'd wake me up and kick me out of bed at 3 A.m
(Você me acordava e me tirava da cama às 3 da manhã)
Pick up the phone
(Para atender o telefone)
And hear you saying dirty things to me
(E te ouvir falando besteiras pra mim)
Do what you wanna do what you wanna do what you…
(Faça o que você quiser fazer, o que você quiser fazer, faça o que você...)


- Pode olhar! – ele gritou e quando ela tirou o lenço ficou boba com o que ele montou ali em pouquíssimo tempo! Havia um pano azul-claro estendido com uma tradicional cesta ao lado. Sobre o pano, um arranjo de flores, pratos para os dois e copos. Ela sorriu e ficou observando aquele menino com os braços abertos, sorriso enorme e a luz do pôr-do-sol refletindo em seus cabelos. Correu até ele e o abraçou.

Take me with you
(Me leve com você)
I start to miss you
(Eu começo a sentir sua falta)
Take me home
(Me leva para casa)
I don't wanna be alone tonight
(Eu não quero ficar sozinho hoje à noite)


And I do want to show you
(E eu quero te mostrar, sim)
I will run to you, to you 'till I
(Eu vou correr pra você, pra você, até eu)
Can't stand on my own anymore I
(Não agüentar ficar mais sozinho)
Cross my heart and hope to die
(Eu juro pela a minha vida)
Cross my heart and hope to die
Cross my heart and hope to...


- , aqui é lindo! – ela olhava ao redor sem sair do abraço dele, estava terrivelmente emocionada. O lugar tinha uma vista incrível, um simples pôr-do-sol visto dali parecia simplesmente a coisa mais valiosa do mundo, dava pra ver toda a cidade sendo colorida de laranja aos pés deles.

Hotels are all the same
(Os hotéis são sempre iguais)
You're still away from me
(Você ainda está longe de mim)
Another day, another dollar that I'll never see
(Mais um dia, mais um dólar que eu nunca verei)
Gonna get a piece of the piece of the piece of something good
(Vai pegar um pedaço do pedaço do pedaço de uma coisa boa)
Lie just little lie, just a little lie, just a…
(Mentira, só uma pequena mentira, só uma pequena mentira, só uma...)
I wonder what you're doing
(Eu imagino o que você está fazendo)
I wonder if you've got it
(Eu imagino se você recebeu)
I wonder how we used to ever go so long without it
(Eu imagino como nós conseguíamos ficar tanto tempo sem isso)
No matter where I go
(Não importa aonde eu vá)
I'm coming back to you
(Eu estou voltando pra você)
Be where we outta be where we outta be where we out...
(Estar aonde nós devemos estar, aonde nós devemos estar, aonde nós...)


- Que bom que gostou! Isso tudo é pra você, tudo seu... – ele passava a mão pelo rosto dela.
- Até o pôr-do-sol é meu? – ela sorriu.
- Tudo! O sol, o lugar onde ele se esconde, aquela árvore logo ali, o passarinho que está cantando em cima dela, até essa música que ta tocando no rádio é sua, essa banda nem é mais Mariana’s Trench, pra mim é ’s Trench! [n/a: oops, se a sua amiga se chamar Mariana, não vai ter mudança rsss]
- Mas eu não quero tudo isso, eu quero só você mesmo! – os dois sorriram e trocaram beijos.

Take me with you
I start to miss you
Take me home
I don't wanna be alone tonight...


xxx

- Ei! Não dá pra esperar o vir me buscar não? – jogou almofadas em e , que já se amassavam no sofá. Vendo que aqueles dois não iam se largar tão cedo, ela sacudiu a cabeça e foi colocar os brincos. falou que ia levá-la à um lugar elegante e ela tratou de ficar mais linda do que nunca com um vestido vinho. Ele era justo e pequenos círculos abertos nas laterais possibilitavam a visão das costelas e a cintura. [tipo assim]. A parte da frente do cabelo ela penteou pra trás, prendendo com uma bela presilha de borboleta decorada com strass. Maquiagem não muito pesada nos olhos, mas com bastante rímel e por fim um gloss transparente. A campainha tocou e quando ela abriu a porta, pôde ver um babão, que ficou parado com os olhos nela, até que ela se aproximou e deu um selinho nele.
- Vamos né? – ela pegou na mão dele e fechou a porta atrás de si.
- Nossa... Hoje nem o vai ficar mais bonito que você! – ele comentou fazendo-a rir e bater de leve com a bolsa prateada no ombro dele.
- Você também ta lindo! Aliás, você é lindo mesmo até de pijama e pantufa! – ele estava com um terno risca-de-giz, camisa azul-claro por baixo e a gravata dele por coincidência combinava com a cor do vestido dela.
- Ah, por que não me avisou?! Assim eu nem precisava me trocar... – ele se fez de chateado e os dois entraram no carro. Estavam indo ao Petrus, um restaurante romântico e com pratos franceses... Se melhorar, acho que estraga!

ainda terminava de se arrumar, combinou um pouco mais tarde com ela, ia levá-la à casa dele. ‘abandonou’ no sofá por uns instantes. Mesmo sabendo que não iam sair, ela também estava produzida! Se maquiou e colocou um vestido pretinho básico, o cabelo estava preso numa trança embutida e a franja lhe caía pelo rosto... tinha ido arrumar mais alguns detalhes, ele preparou uma surpresa!
A campainha tocou e foi abrir.
- Oi ! Espera lá na sala que a ta terminando de se arrumar! – ela o cumprimentou e ele foi esperar na sala.
- Pena que esse seja o último dia de vocês aqui... – ele falou cabisbaixo.
- É, mas pelo menos está sendo bem aproveitado, como disse !
- Isso é! A tarde na sorveteria foi ótima e a noite vai ser melhor ainda!
- Uhum... Não duvido nada! – sorriu para alguém que vinha atrás de , ele se virou e viu sua namorada radiante. Estava usando O vestido rosa que deu tanto trabalho! Sandália rasteira branca com tirinhas trançadas pela canela, cabelo solto, bastante rímel e lápis nos olhos deixando-os bastante expressivos.
- Caprichou, hein! – ele foi abraçá-la.
- Você acha? – ela deu um sorrisinho e o beijou rápido. Saíram logo em seguida e voltou a se sentar no sofá e olhar para a TV imaginando o que estaria aprontando!
- Aham... Finalmente a casa é nossa! – surgiu na sala uns minutos depois e estendeu a mão para a garota que o olhava como se quisesse entrar em seu pensamento – Pronta para a última noite em Bedford? segurou a mão dele e os dois foram em direção à cozinha, mas antes de saírem pela porta dos fundos, tampou os olhos dela com as mãos e os dois seguiram pelo quintal com passos lentos.
- A gente nunca vai chegar? Não me agüento de curiosidade!
- Calma, já estamos chegando, é que estamos andando muito devagar, como você é medrosa, com medo de cair e... hey! – ele não terminou sua frase porque ela lhe acertou uma pequena cotovelada.
- Desculpe! Mas eu não sou medrosa! – ela ria e ele finalmente tirou as mãos que tampavam os olhos dela e passou a envolvê-la com os braços. Um sorriso instantâneo apareceu no rosto de ao ver o que tinha à sua frente. - ! Eu nem lembrava mais...
- Eu sei, mas ela existe ainda!
- Dá pra entrar?
- Veremos! – ele a pegou pela mão e os dois seguiram para entrar numa casinha na árvore. Quando crianças, os três (, e ) iam bastante ali.
- Caramba, ainda conseguimos ficar em pé aqui! Será que nós somos baixinhos, ?!
- Não... A casa é que é grande! Quando a gente era criança, achava enorme, mas agora as nossas cabeças encostam no teto... – eles conversavam meio que encantados e perdidos em lembranças.
- OMG! – agora que foi ver uma mesa posta no meio da casinha. Estava forrada com uma clássica toalha branca. As pratarias de mamãe finalmente foram valorizadas por ele, que nunca tinha visto a importância de talheres de prata quando se tem os de inox... Mas hoje ele agradeceu aos céus pela prataria! Um castiçal prateado e um balde com champanhe estavam ao centro, em cada ponta um prato, uma taça e os talheres. Havia uma mesa menor num canto com uma bandeja coberta, puxou a cadeira pra sentar depois aproximou a mesa de rodinhas onde estava a bandeja e revelou uma bela macarronada.
- Foi o melhor que eu pude fazer. – ele deu de ombros e fez uma carinha fofa.
- Ounnn, que lindo !

xxx

- Mãe, esta é , esta é minha incrível mãe que preparou um monte de guloseimas pra gente! – levou em casa e a apresentava para a senhora .
- Olá senhora . – a menina estendeu a mão um pouco tímida, parecia bastante cedo para essas coisas de apresentar família, mas ela estava gostando!
- Oi , o só fala de você! Parece até que eu já te conheço e sei que é uma ótima menina. – sorriu com as palavras da mãe de e já se sentiu mais a vontade.
- Eu estou de saída – a senhora pegava a bolsa – Cuide bem dele – ela deu um beijo na bochecha de e se aproximou do filho depois – Não derrube a casa hoje depois das 3 da madrugada, ok?! Os vizinhos podem reclamar! – depois ela saiu sendo seguida pelo olhar de e deixando uma levemente corada.

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- Adorei esse lugar, ! O ambiente, a comida... – saboreava sua maravilhosa sopa bouillabaisse.
- Sabia que ia gostar! – os dois sorriam um pro outro e pareciam extremamente bobos! Na verdade, e são bobos, mas a atmosfera daquele lugar conseguia piorar qualquer casal!
- Quero voltar mais vezes aqui!
- Hum... E será que vai ser comigo?
- Claro bobo! Com quem mais seria?!
- Hum... ... – tomou um ar sério – Você tem certeza que não sente mais nada pelo... pelo... Peter?
- Que pergunta é essa? Olha, o que eu vivi com ele foi legal e durou bastante, mas foi um tempo em que eu passei me enganando, sabe...
- Enganando?
- É , tudo o que eu sentia por ele nunca chegou a ser nem um décimo do que o que sinto por você, eu não te esqueci em nenhum desses 1825 dias que ficamos longe!
- Eu também não esqueci você ! Confesso que cheguei a acreditar mesmo que tinha esquecido, mas não. Só me enganei com outras pessoas.
- Delilah?
- Também com ela. Não sei como fui me envolver com ela, você já chegou a vê-la?
- Só naquela foto... – preferiu apagar da memória aquele dia do cinema – E falei com ela um dia quando atendi o telefone lá na casa do , ela tava te procurando.
- Ela sempre fazia isso.
- Você dava motivos pra ela ter tanto ciúme?
- Até certo ponto não... Depois eu comecei a não ligar mais. Primeiro que a natureza dela é ser possessiva mesmo e segundo que o que a fazia ficar atrás de mim não era ciúme e sim a própria reputação.
- Como assim?
- Ah, pra ela eu era só um cara famoso de quem ela estava se aproveitando... Só que ao invés de ser bom, eu comecei a prejudicá-la quando todos começaram a achar que eu colocava chifres nela.
- E colocava? – estreitou um dos olhos pra ele. [n/a: òO]
- Err... bem... é... a-às vezes. Mas era de propósito, queria causar mesmo!
- Uhum... Algum dia você vai querer me tratar assim também? – ela perguntou e fez carinha de cachorrinho com frio.
- NÃO, NUNCA! – ele falou um pouco alto e chamou a atenção das pessoas ao redor, depois pôs as mãos sobre as mãos dela e suavizou o tom de voz – Você nunca seria igual a ela! A gente já se amava muito antes de McFly e tudo mais! Você não sabe quanto tempo eu passei achando que nunca ia poder te dizer assim olhando pra esse rostinho lindo que eu amo você! – as palavras emocionaram . Que ela se emociona fácil isso é fato testado e confirmado! Os olhos dela já brilhavam por conta de lágrimas em começo de produção. Ela tentou se aproximar o máximo de e ele fez o mesmo para que suas bocas pudessem se encontrar.
[n/a: Coloque pra ir baixando se quiser “If It Means A Lot To You” by A Day To Remember |aqui|-|aqui| ou |aqui| linda música *----*]

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- Acho que tenho tudo que uma garota podia querer reunido aqui... Esse lugar lindo, primeiro eu vi o pôr-do-sol mais fantástico de toda minha vida, e agora esse céu estrelado! O garoto mais perfeito está aqui do meu lado e eu tenho um pão com Nutella na mão, falta alguma coisa?! Se falta eu juro que não sei o que é! – falava com a cabeça sobre o peito de , os dois estavam deitados na grama.
- Falta sim... – se movimentou um pouco, dando sinal que queria levantar e ficar sentado. Ela sentou, ele ficou sobre os joelhos e permaneceram em silêncio por uns segundos.
- O que falta ?
- Falta... – ele começou a tatear os bolsos da calça, até que achou uma ‘coisa’ lá dentro e tirou a mão fechada de lá – Falta esse garoto mais perfeito ser o seu namorado! – abriu a mão na frente dela e lá estava um par de alianças prateadas.
- ! OMG! – ela levou as mãos à boca e depois estendeu a direita para que ele lhe colocasse o anel. Os dois tremiam feito gelatina, levou meia hora pra acertar o anel no dedo [n/a: ok, brinks rsss não levou meia-hora \o/] – Então agora não falta mais nada! – ela sorria como se fosse rasgar a própria boca, e ele? A dele já tinha rasgado, pareciam os smiles amarelinhos do messenger.

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e se divertiam lembrando coisas do passado.
- Lembra daquele dia que eu e a brigamos porque eu deixei o peixinho dela cair na privada?! Foi sem querer, mas ela passou o dia todo aqui na casa da árvore! – lembrava daquele dia quase que perfeitamente.
- Lembro sim! À noite a gente veio trazer um jantar pra ela e no final das contas acabamos todos dormindo aqui!
- É, de manhã estavam os três babando no chão de madeira.
- Nem me fale... Minhas costas doeram por uma semana! – sorriu e os dois ficaram em silêncio por algum tempo, apenas saboreando o jantar e trocando alguns olhares de vez em quando com sorrisos bobos.
- Erm... ? – lhe mandou um olhar direto e fez a menina gelar.
- Esse é meu nome! – brincou e deu uma piscadinha pra descontrair.
- Eu sempre adorei estar com você, desde criança... Quando eu era garoto eu ficava dizendo que te ‘aturava’ e que você era a menos-pior amiga da ! Mas você sabe que era tudo coisa de menino cheio de marra! – ele sorriu e colocou a mão sobre a dela, que estava em cima da mesa. Ela também sorria e tentava parecer normal apesar de estar suando frio, parece até que sabia onde ele queria chegar. – Eu não via a hora que meus pais fossem na casa da e torcia que você estivesse lá, se não estivesse não tinha problema, mas se estivesse era melhor ainda! E quase sempre estava! Eu sorria por dentro te vendo rir exageradamente das palhaçadas da , te vendo falar bobagens, te vendo correr na chuva... Estou certo que não vou amar outra pessoa tanto assim, a menos que eu nascesse de novo! Então... já que você é a mais aturável das amigas da , será que aceitaria namorar o menos-pior dos primos dela? – ele tirou uma caixinha azul aveludada de dentro do bolso e abriu na frente de . Ela pôde ver um lindo par de alianças de namoro. Ficou sem reação por um tempo. ‘Se pra pedir em namoro foi assim, imagina quando a gente for casar... Erm... Claro, se isso acontecer um dia.’ Ela pensava antes de voltar à Terra.
- Nossa... ... Me pegou de surpresa! Estou sem palavras!
- Diz só que sim. Oras...
- Eu digo mais, eu digo com certeza! – os dois sorriam como se estivessem no dentista fazendo cirurgia no último dente! Colocaram as alianças e depois de alguns beijos voltaram a comer. Até terminar, de vez em quando olhava pra mão direita e apenas sorria.
- Foi você mesmo que fez? – ela falou passando o guardanapo delicadamente na boca – Isso tava bom demais, !
- Claro! Eu sozinho e comigo mesmo! – ele deu uma piscada – Sou incrível...
- Eu ia te chamar de convencido, mas você é incrível mesmo!
- Você ainda não viu a sobremesa... – ele falou com um olhar malicioso e ela sorriu sacudindo a cabeça pros lados enquanto ele levantava e caminhava em direção à ela com um olhar de brontossauro indo pegar sua vítima...
começou a se levantar devagar da cadeira e quando ele estava bem próximo, ela saiu correndo em volta da mesa. Os dois deram umas três voltas ao redor da mesa, mas ele acabou encurralando-a e a fez esbarrar em um rádio que começou a tocar The Classic Crime.

I can't stop killing the songs you like
(Eu não posso deixar de matar as músicas que você gosta)
You look at me with eyes
(Você olha para mim com olhos)
That could beat the sunrise in a contest
(Que poderia ganhar do nascer do sol em uma competição)
No question
(Sem dúvidas)
Well, talk to all the others
(Bem, fale com todos os outros)
And bring me back to earth
(E me devolva para a terra)
I'm thankful for your mother for what it's worth
(Eu sou grato por sua mãe pelo o que ela fez)


Eles riam em meio a beijos… ou beijavam em meio a risos, que seja...

Oh, all the memories we had
(Oh, todas as recordações que nós tivemos)
Framed in our minds like photographs
(Guardadas em nossas mentes como fotografias)
Take a second, take a second
(Pegue um segundo, pegue um segundo)
And make this last
(E faça-o durar)
Here where the future meets the past
(Aqui onde o futuro conhece o passado)
I can never fall in love again
(Eu nunca vou me apaixonar de novo)
I can never fall in love again
(Eu nunca vou me apaixonar de novo)


O beijo foi ficando quente, passeava com as mãos pelo corpo dela como se estivesse memorizando cada curva.
- Essa casinha nunca esteve tão abafada... – falou com os lábios encostados nos de e quando foram perceber, já estavam deitados no tão comentado chão de madeira. Ele tirou a camisa, ela o vestido e... [n/a: E... acredito que não precisa continuar narrando, certo?! Daqui a pouco vou ter que mudar a classificação dessa fic u.ú]

xxx

- AAAAAAAAH, SOCORRO! – se desviava de uma almôndega que voava em sua direção. ‘Jantar na casa do ? Só podia acabar em guerra de comida!’ ela pensou e em seguida conseguiu acertar uma colher de molho branco na cara dele.
- O quê?! Isso não vai ficar assim! – ele apontou o dedo pra ela enquanto limpava o molho do rosto com a outra mão. Depois ele levantou segurando uma tigela de calda de chocolate com uma colher dentro.
- ... O-q-o que você vai fazer? – ela se levantou rapidamente e começou a andar pra trás se protegendo com as mãos à frente do corpo. Ele apenas sorria com cara de psicopata e dava passos lentos na direção dela. disparou a correr por toda a casa com uma criança crescida chamada atrás dela! Ele segurava a tigela prendendo-a contra o corpo com um dos braços e com a outra mão jogava, ou tentava jogar, colheradas fartas de chocolate nela, o detalhe é que na maioria das vezes não acertava a garota... Ela subiu uma escada correndo e ele resolveu não perseguir lá em cima, achou melhor se esconder atrás da estante. Alguns minutos se passaram e a casa estava num total silêncio, o único barulho que os dois ouviam eram suas respirações e batimentos cardíacos num momento de tensão. começou a descer as escadas devagar, imaginando onde poderia estar. Terminou de descer e não viu ninguém na sala, foi dando passos pequenos e tinha uma quase incontrolável vontade de rir. Ao passar pela estante foi surpreendida por , que pulou em cima dela e os dois caíram sobre o carpete com chocolate e tudo mais. Apesar de ser um carpete grosso e fofinho, a queda foi um tantinho dolorida! Principalmente pra que amorteceu a queda daquela ‘criança grande’. Ela tampou o rosto com as duas mãos e ria pra não chorar... também ria sem parar com aquela risada altamente contagiante e começou a erguer o corpo. Havia chocolate entre os dois e no coitado do tapete também.
- Minha nossa! Olha o que você fez! – ela falava entre as risadas – Achei que essa cobertura fosse pra por sobre o bolo, não em nós! – Ficaram rindo mais até o estoque de risos acabar. Quando pararam, ia pegar um impulso pra levantar, mas pôs a mão em seus ombros impedindo.
- , o que... – raspou com o dedo uma poça de chocolate que ficou no pescoço dela e passou delicadamente sobre os lábios dela, enquanto ela o olhava meio sem reação. Ele foi se aproximando e beijou os lábios achocolatados da namorada. O beijo com gosto de chocolate foi intensificado com rapidez e vontade, começou a ‘limpar’ o chocolate que ela tinha no pescoço e ela mordiscava a orelha dele que também tinha respingos de doce. o ajudava a tirar a camisa enquanto ele lutava contra os botões do vestido dela, quando conseguiu ‘livrá-la’ do vestido, ficou um tempo olhando o corpo dela apenas de lingerie. Nisso ela ficava cada vez mais envergonhada...
- Espera! – se levantou de repente e ela ficou sem entender. Ele foi correndo até a cozinha e voltou com um pote de sorvete.
- Por que eu tenho a leve impressão que você quer me engordar?! – ela falou quando o viu abrir o pote e tirar uma colher cheia de lá.
- Senta ali naquela cadeirinha vai amor... – ele apontou uma cadeira um pouco atrás dela – Sabe o que é...
- Ihh , eu não to gostando dessa sua cara!
- Calma... Eu só tava querendo um replay daquele dia na sorveteria – ele se aproximava com a colher na mão e um sorrisinho maroto, chegando nela, se curvou e recomeçou a beijá-la, sem que ela estivesse percebendo ele foi entortando a colher que ainda segurava e... poft! O sorvete caiu na perna dela!
- AHHH – ela soltou um gritinho e interrompeu o beijo quando sentiu aquela massinha gelada sobre a coxa. Ficou olhando para aquilo e balançando a cabeça negativamente, depois deu um tapinha no braço do , que só sabia rir.
- Calma, eu limpo! – ele se abaixou ao lado dela.
- Tem guardanapo?
- Não precisa de guardanapo... – ele a olhou e falou com a melhor voz sexy que sabe fazer, ela abriu a boca surpresa e começou a rir sentindo um pouco de cócegas quando os lábios de encostavam em sua pele.

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e conversaram por um bom tempo após terminar o jantar...
- Vamos então? Você quer ir pra algum lugar?
- Hum... Você que sabe, a noite ta bonita e ainda é cedo, 21:30...
- Beleza! Eu já sei aonde nós vamos! – se levantou animado, deixando curiosa.
Entraram no carro e deu a partida com a mesma expressão animada.
- Pra onde vai me levar?
- É surpresa! – ele a olhou sorrindo e lhe deu um beijo rápido.
Ela apenas virou pra frente e se conformou em esperar chegar. Esperou, esperou, esperou... Meia hora se passou.
- Vai demorar muito? Acho que to com sono... – ela falou sonolenta, se ajeitando no banco.
- Vai demorar um pouco. Pode dormir. – ele passou a mão sobre os cabelos dela sem tirar os olhos da estrada.

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- ... – acordava com uma luz em seu rosto, eles dormiram no banco trazeiro do carro. Completamente nus, diga-se de passagem...
- Que foi? – respondeu preguiçoso e sem abrir os olhos quando começou a lhe dar leves cutucões.
- Um guarda...
- Relaxa, ele não ta vendo a gente, o vidro é escurecido. – ele continuava de olhos fechados e com a fala sonolenta.
- , eu acho que ele ta vendo sim porque... A PORTA TA ABERTA!
- O QUÊ?! – ele abriu os olhos num susto e deu de cara com aquela luz, tentou esconder o rosto com o braço e o guarda tirou a luz de cima deles.
- É perigoso ficar aqui à noite, sozinhos e... pelados! Façam o favor de se vestirem e irem para suas casas, certo?
- Desculpe. – respondeu baixinho, tanto ele quanto estavam mais do que mortos de vergonha. Se vestiram rápido e perceberam que o guarda ficou por ali, então nem saíram do carro pra buscar algumas coisas que ficaram lá fora, tipo a toalha, a cesta que ficou vazia, o arranjo de flores... Apenas passaram para os bancos da frente e arrancaram com pressa e meio assustados. Ficaram o caminho inteiro sem falar nada, mas quando estacionou o carro na frente da casa de , os dois se olharam e simplesmente caíram na gargalhada.
- Relaxa... O vidro é escurecido! – zombava.
- Acho que eu bati a perna na porta enquanto dormia e ela deve ter aberto! Maldita hora que eu quis esticar as pernas! – recuperava o fôlego com a mão sobre o peito.
- Meu Deus... Aquele cara viu meus peitos...
- E o meu zinho também! Será que ele tirou fotos da gente? – abandonou o sorriso e ficou meio sério.
- Ah... Acho que não, teríamos visto o flash.
- Mas eu tenho uma banda! Sou conhecido! E se sair no jornal?! – ele começava a entrar em pânico.
- , , relaxa dude! – ela o segurou pelos ombros – Ele não tirou foto nenhuma, ta bom? Que mania vocês celebridades têm de achar que tem sempre alguém pronto pra tirar foto até quando estão fazendo cocô! Relaxa... Talvez ele nem te conheça! Ou pelo menos, ele não me pareceu fazer o tipo ‘fã de McFly’, pra ele deve ser algo tipo ‘Pena Branca & Xavantinho’! [n/a: créditos ao professor Aparecido “quem acertar essa pergunta ganha ingresso pro show do Pena Branca & Xavantinho” shsuhauhuahua eu ri nessa aula o/]
- É... Você ta certa – ele concordou um pouco mais calmo e deu um selinho nela.

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estacionou o carro e ficou observando dormir virada pra ele. Alisou o rosto dela e lhe deu um beijo na testa. Antes de abrir os olhos ela começou a ouvir um som que não lhe era estranho, mas custou acreditar que fosse mesmo verdade.
- ... Quanto tempo andamos? Onde estamos? – ela perguntou esfregando os olhos.
- Vira pra janela e veja!
Ela virou lentamente e se deparou com uma imensidão de areia seguida por uma imensidão de água que refletia a imagem da lua.
- OMG! – ela voltou a se virar pra ele de queixo caído.
- O que estamos esperando?! – ele sorria feito uma criança enquanto retirava o cinto de segurança e logo deixou o carro. Ela também saiu e quando se encontrou com ele, deram as mãos.
- ! Isso... isso... isso foi... – ela não achava as palavras, tinha adorado ser trazida para a praia de surpresa. Diante da falta de palavras de , lhe deu um beijo intenso e ao final, ela encontrou a palavra.
- Perfeito... – ela sussurrou com o nariz encostado ao dele. Os dois ficaram caminhando de mãos dadas por toda a areia, já devia haver pegadas deles por todo canto. Eles andaram, correram com os braços abertos sentindo a brisa e brincaram de pega-pega, como manda o script.
- Hm... – tentou falar alguma coisa enquanto a beijava.
- Que foi? – ele perguntou quebrando o beijo.
- Vem , não entramos na água ainda! – ela começou a puxá-lo pela mão.
- Ah não, ! Vai estragar nossas roupas!
- Que estragar que nada ! Por acaso o mar é ácido?
- Mas... mas... – ele tentava impedi-la, mas já estavam se aproximando da água.
- Mas nada ! Deixa de frescura, seu gay! Eu sou a garota aqui, acho que era pra eu estar assim, né? – ele soltou um risinho abafado com o comentário, ela tinha razão, estava fresco! Então ele mudou de atitude e a pegou no colo, correndo pra água! A água não estava tão fria quanto pensaram que estaria e eles aproveitaram aquelas ondas até dizer chega! Foram andando de volta pra areia um tanto cansados e se jogaram lá. Deitaram lado a lado e ficaram fitando o céu estrelado por uns instantes.
- Ihh, meu relógio parou – olhou o relógio no pulso e sorriu ao ver que ainda marcava meia-noite, devia ser muito mais que isso.
- Que bom! Significa que o tempo parou eu vou ficar pra sempre aqui, deitada na areia com você, olhando pro céu estrelado...
- Seria ótimo se fosse verdade! Eu ia adorar ficar aqui pra sempre e com você. – ele aproximou o rosto do dela e os dois encostaram as testas. Logo os lábios também se encostaram.
- Hum, beijo salgado – murmurou com a boca colada na dele e os dois riram, mas sem se soltar do beijo, que ganhou intensidade rapidamente. Uma das mãos de entrou pela abertura lateral do vestido de e passeava pelas costas dela fazendo-a se arrepiar a cada toque, enquanto a outra mão ‘caminhava’ pela coxa.
Quando menos esperava, ele a ergueu no colo e saiu andando com ela.
- Hey, pra onde vamos agora?
- Eu to te seqüestrado, fica quieta aí! – respondeu rindo.
- E onde fica esse cativeiro, hein?
- Bem aqui perto, é a bat-caverna!
Eles entraram numa caverna formada por uma abertura em uma das rochas. pôs no chão e eles ficaram observando aquilo. Depois ele tirou o paletó e o estendeu no chão, para que ela não ficasse sentada diretamente na areia.

[n/a: Põe pra tocar aquela música, If It Means A Lot To You...]

- ... – ele ficou sobre os joelhos perto dela.
- Fala zinho lindo da mamãe ! – sorriu com a brincadeira e ficou sério de novo.
- A noite hoje foi perfeita e... e esses dias têm sido incríveis! Acho que eu estava congelado esses anos todos que você ficou longe e agora que você chegou eu pude voltar a respirar!
- Uau ... Eu não agüento esses momentos por muito tempo então, antes que eu tenha um surto do coração, onde você quer chegar?
- Na verdade... Eu planejei tudo pra te pedir em namoro hoje! Só que...
- Só que?
- Ah pequena, as alianças que eu encomendei não chegaram a tempo – deu um soquinho na areia e abaixou o rosto.
- Ow... – ergueu o rosto dele segurando pelo queixo – Não tem problema, ! Elas não são o mais importante, o que dá vida à relação não são as alianças e sim amor, amizade, respeito! E modéstia à parte, isso nós temos de sobra...
- Sério que você não ficou decepcionada?
- Talvez só um pouquinho...
- Eu juro que quando elas chegarem eu te faço o pedido oficial, nem que eu precise ir até a sua casa andando!
- Melhor ir de carro, não quero um namorado que precise amputar as pernas... – o puxou pela gravata e lhe deu um beijo no pescoço – Mas hey, por enquanto eu ainda posso ser a sua fã número 1? - Claro! Hey , você aceita ser minha fã #1?
- Aceito e você aceita?
- Inteiramente aceitado! Onde é que eu assino?
- Aqui. – pôs o dedo indicador sobre o pescoço e ele deu um beijo onde ela indicara.
- Aqui também – indicou a ponta do nariz – Não esquece de assinar aqui – indicou o ombro – Oops, faltou aqui – indicou os lábios.
Eles se beijavam com calma e começou a deslizar o zíper do vestido dela pra baixo sem desespero. Quando o zíper chegou ao fim, o vestido se tornou folgado, fazendo as alças despencarem cada uma pra um lado. depositou-lhe um beijo no ombro e olhou pra como se estivesse perguntando se ela queria ir em frente. Como uma resposta positiva, se levantou e começou a puxar o vestido pra baixo. Enquanto isso ele se livrou da gravata e começou a abrir os botões da camisa, tudo sem tirar os olhos dela. se sentiu como uma modelo de catálogo de lingerie vendo o olhar dele tão atento e desejoso sobre ela. tirou a camisa e viu se deitar lentamente ao lado dele sobre o paletó estendido. Ele sentiu que poderia babar e antes que isso acontecesse ele se acomodou por cima dela voltando a beijá-la. Cada movimento deles parecia planejado e perfeito como se aquilo fosse uma coreografia. passeava com a mão esquerda, desde as coxas até o busto e ficava indeciso sobre onde parar. Ela estava ofegante e não sabia se estava certo seguir em frente ali na praia, mas não queria parar por nada porque estava achando tudo tão lindo quanto um balé ou um espetáculo do Cirque du Soleil, portanto não podia estar errado! Não havia um lugar mais certo onde ela podia estar senão ali.
Depois que todas as peças de roupa já haviam sido gentilmente jogadas, eles se tornaram um só, como tinha de ser. Adormeceram por ali mesmo e aproximadamente três horas depois acordaram com uma claridade diferente colorindo as paredes das rochas, o sol estava para nascer. Eles se levantaram pra ficar sentados e assistiram emocionados aquela cena tão simples e perfeita.
- Que lindo... Esse é o nascer do sol mais bonito que já vi, sem dúvidas! – ela falou com a voz emocionada.
- Na verdade, eu acho que nunca vi o sol nascer! E se vi não prestei atenção como agora... – ele a abraçou e lhe deu um beijo na cabeça. Eles fizeram silêncio por um tempo, mas não era um silêncio incômodo, se sentiam preenchidos como se fossem os donos do mundo naquela hora!
- – ele sussurrou cortando o silêncio e ela o olhou – Você viu que prestando bastante atenção dá pra ouvir o barulho da água caindo de cima do sol enquanto ele se levanta?
Ela sorriu docemente encarando aqueles olhos e passou a mão no rosto dele.
- É ... – disse simplesmente e voltou a olhar pra frente. Depois de um tempo, quando quase toda a circunferência do sol já estava revelada, eles tiveram a idéia de se vestir antes que aparecesse alguém.

Now everybody's singin' laa...


Capítulo 21 – Bad day in Wonderland

acordou por volta das nove da manhã sentindo suas costas pedirem por socorro. Viu que estava com a cabeça em seu peito e depois de vagar em pensamentos tipo ‘Se me dissessem mês passado que aconteceria tudo isso eu não ia acreditar!’ ele estampou um sorriso bobo no rosto e balançou delicadamente até ela se mexer.
- Nossa... Apagamos aqui na casinha! Ai... – ela se levantava – Precisamos parar com esse costume de dormir sobre superfícies tão, err... sólidas!
- É! Ainda ta cedo, vem... Vamos continuar dormindo numa cama de verdade! – ele se levantou e estendeu a mão para ajudá-la a levantar também.
Ao passar pela sala, viu que tinha recado na secretária eletrônica e foi até o telefone pra ouvir enquanto usava o banheiro do andar de baixo.
- YEEE, minha mãe vai voltar hoje à tarde! – ele esticou os braços pra cima quando viu sair do banheiro.
- Que bom ! Pena que nós estamos indo, né... Justo hoje.
- É... Vocês bem que podiam ficar mais um pouco!
- Você sabe que não dá, ... Mas tudo bem, não é tão longe assim! – eles sorriram e foram abraçados subindo as escadas. Quando chegaram no corredor de quartos ouviram uma descarga. Os dois se entreolharam e foram checar se estava lá. A porta do quarto dela estava aberta e ela dormindo como um anjinho.
- Mas então... quem está no banheiro? – se virou pra e falou baixinho, meio assustada.
- Vejamos... e devem estar na casa dele. e definitivamente dormiram fora. E eu vi quando o e a chegaram, ela entrou sozinha e ele foi embora. – raciocinava em voz baixa.
- Como você viu a hora que a chegou?
- Eu vim até a cozinha e vi quando ela passou pela sala na ponta dos pés como se alguém pudesse flagrá-la! Engraçada...
Ouviram mais um barulho dentro do banheiro e se olharam mais uma vez. Agora parecia alguém lavando as mãos, mas depois de todas aquelas eliminatórias, quem podia ser ali?
foi andando até a porta devagar com grudada no braço dele. Estava prestes a por a mão sobre a maçaneta quando...
- AAAAAAAAAAAAAH!
- PUTAQUEOPARIU! – gritando.
- SEU FILHO DUMA... – gritando.
- QUEREM CALAR A BOCA? – acordando.
Os três estavam gritando porque abriu a porta antes de e se assustou com aqueles dois ali.
- , socorro! Eles estavam me espionando enquanto fazia xixi! – se jogou na cama ao lado de e sumiu no meio dos cobertores.
- Não, idiota! A gente não sabia que você tava aqui. – puxou os cobertores de cima dele.
- É, eu pensei que tinha algum estranho no banheiro! – comentou assustada.
- Ah, ele foi muito bonitinho, mais ou menos uma hora depois que a gente chegou ele voltou aqui e escalou a janela! Não é um amorzinho? – ficou passando a mão pela cabeça dele como se ele fosse um gatinho de estimação.
- Amorzinho eu não sei, mas por que alguém se daria ao trabalho de subir até a janela se não tem nenhum 'pai-furioso' em casa pra pegar no flagra? – cruzou os braços.
- Po dude! Namorado que se preze tem que entrar pela janela da namorada pelo menos uma vez!
- OOOH , VOCÊS ESTÃO NAMORANDO! – gritou e se jogou na cama por cima de e .
- SIIM E... espera! – olhou pra mão da outra, onde um anel brilhava tanto que chegava a ofuscar a visão – VOCÊ TAMBÉM TA, !
- Dude! – levantou da cama enquanto as duas faziam festa – O que aconteceu com aquela coisa toda de 'namorar é bobagem' e bla bla bla?
- Me diga você... – deu de ombros e sorriu quando piscou pra ele.

acordou ouvindo uma música baixinha.
...
I need a little more luck, then a little bit
Cuz' everytime I get stuck the words won't fit
And everytime that I try I get tongue tied
I need a little good luck to get me by
...


Abriu os olhos devagar reconhecendo uma de suas músicas favoritas e sorriu involuntariamente. Notou que estava vestida num roupão branco e macio, mas não tinha nada por baixo. Se assustou ao perceber que estava num quarto, deitada numa cama grande e não estava lá. Viu que a música vinha de um rádio relógio e ele marcava 10:15 a.m. Não demorou muito e entrou com uma bandeja, fechou a porta do quarto, a colocou em cima de uma mesinha e sorriu. Estava com um roupão igual ao dela, só que aberto e com a boxer estampada de patinhas de gato que tanto fez rir na noite passada.
- Dormiu bem?
- Aham, mas to com um pouco de dor de cabeça!
- Eu avisei pra não abusar, você ficou dizendo que champanhe não te deixa bêbada e olha o estrago – comentou rindo da cara confusa dela.
- Como eu vim parar aqui? Não me lembro de ter vindo pra cá!
- A gente dormiu lá na sala, mas eu acordei no meio da madrugada e te trouxe pra cá – ele se aproximou e deu um selinho nela.
- Ah, ta... ! – de repente ela o olhou meio espantada – Precisamos ajeitar aquela bagunça que ficou a sala!
- Relaxa! Brit já ta dando conta.
- Brit?
- É, Bridget, a empregada. Eu dei um dinheiro pra ela não comentar pra mamãe sobre isso! Combinamos tudo, o carpete ela pôs pra lavar e se a mãe perguntar ela vai dizer que estava cheio de pó. Tudo que estava fora do lugar ela já arrumou, começou cedo, e o seu vestido já pôs pra lavar também, deve estar na secadora agora.
- Ufa...
- Te trouxe um café, espero que goste de geléia de morango – ele fez uma carinha fofa e ela sorriu boba.
- Ouuun ! Eu acho que qualquer coisa que você me trouxesse e fizesse essa carinha eu ia gostar, até pedra! – ela o segurou pelo queixo, deu um selinho e pegou uma torrada.

Uma hora depois ele já estava levando-a de volta para a casa do e estava uma bagunça danada por lá, as meninas correndo de um lado pro outro enquanto um som alto tocava na sala, se misturando com os barulhos do video game que jogava concentrado. A casa parecia um hospício naquele momento... Quem liga mesmo?

There's a place off Ocean Avenue
Where I used to sit and talk with you...


- ALGUÉM ABAIXA ESSA MERDA? – gritou, estava com dor de cabeça.
foi abaixar o volume vendo que ninguém o faria, enquanto ficou a observar a correria das outras.
- OMG! Você viu meu secador, ?! – perguntava no corredor.
- NÃO! – gritou dentro do quarto.
- É ... Pelo visto não fui só eu que não terminei de arrumar minhas coisas! – comentou rindo quando ele se aproximou.
- Acho melhor você se juntar a elas na correria! Que horas seu pai vai passar mesmo?
- Duas.
- Oi , o seu pai ligou faz poucos minutos – veio da sala e se aproximou dos dois.
- Ah, é? O que ele disse? Você não falou que eu dormi fora, falou?
- Eu não, mas o falou!
- ! – e gritaram juntos.
- Eu o que? – perguntou sentado no sofá, ainda bem concentrado no seu jogo.
- Relaxa, olhem só... ESTOU CONTANDO QUE VOCÊ ESCALOU O TELHADO ONTEM E GRITOU LÁ EM CIMA QUE VOCÊ TEM HEMORRÓIDAS E QUE AMA O !
- Ah, é. – respondeu sem prestar a mínima atenção.
- Viram? me assusta! – sorriu e os dois respiraram aliviados.
- Mas então, por que meu pai ligou?
- Ah, ele só ligou pra avisar que teve um problema com o carro e só vai poder passar à noite, por volta das 7.
- Ahn! Isso é bom, mais tempo! – ela abriu um largo sorriso – Vou subir e tomar um banho. – deu um selinho em e subiu as escadas correndo.
- Cadê o ? – olhou pra depois de um tempo que ficou pasmando.
- Não sei, não apareceu ainda e nem a . – deu de ombros e os dois foram se sentar na sala.

- OUCHH! – acordou quando uma bola de vôlei bateu em sua perna. O menino que a jogou ficou a observá-los na entrada daquela 'pequena caverna de rochas' onde eles estavam. Ele saiu correndo quando levantou a cabeça.
- ... O que foi? – murmurou ainda de olhos fechados.
- , acho que a gente dormiu de novo depois que o sol nasceu!
- Ah é, mas que horas são? E de quem é essa bola? – apontou com cara de zonza pra bola colorida que o menino abandonou.
- Foi um menino que arremessou na minha perna e depois ficou assistindo a gente acordar... Filho da mãe, aposto que vai ficar roxo isso aqui! – murmurava enquanto foi andando pra ver em que lugar do céu estava o sol e assim tentar adivinhar o horário, já que seu relógio havia parado e o celular estava no carro.
- Ainda bem que a gente se vestiu direitinho naquela hora então... – se levantou e começou a sacudir o cabelo por causa da areia.
- ... Que horas você disse que Robert ia passar lá na casa do mesmo?
- Ah, ele disse que mais ou menos duas da tarde. Por quê?
- Não sei, mas parece que já é meio-dia, ou quase! – ele falou observando o céu, com o sol lá no meio.
- O QUÊ? – ela se virou na direção dele mais rápido do que a sonolência permitia e quase se desequilibrou – Mas... mas... tem certeza?!
- Olha, não que eu seja assim um fazendeiro e tal, mas acho que é sim.
- , A GENTE PRECISA CORRER! Robert vai passar daqui duas horas, não vai dar tempo! Ainda nem terminei de arrumar minhas coisas! – ela prendeu o cabelo e os dois foram andando rápido. Uma praia lotada ficou observando as duas criaturas saindo do meio das rochas sacudindo as roupas, cheias de areia grudada. teve a impressão que até quem jogava vôlei parou para olhá-los. Sentiu as bochechas esquentarem um pouco, mas não podia fazer nada a não ser andar depressa. Em seguida, foram correndo para o carro visivelmente atrapalhados e apressados... O carro estava lá, do jeitinho que ele havia estacionado. [n/a: ok, isso é uma ficção mesmo aahusah! Vamo combinar né...]

’s point of view ON

Entramos no carro e eu ainda precisava vestir minha camisa que eu vim carregando no braço. Eu estava morrendo de vontade de rir daquelas pessoas que ficaram paradas olhando pra gente, aquela cena foi digna de cinema! Por que eles ficaram tão admirados, ué? Só um casal com roupas sociais no melhor estilo 'me-formei-ontem-à-noite'! Sabia que eu não podia olhar pra porque ela devia estar prendendo o riso também ou então com aquela cara irritantemente bonita de quando ela fica com vergonha. Não me controlei e olhei pra ela antes de dar a partida. Nós dois começamos a rir feito loucos... Acho que dormir na praia traz problemas mentais.
- As nossas caras deviam estar as melhores – ela estava falando e rindo ao mesmo tempo. Quanto mais ela ria mais eu queria rir também! Ataque de riso existe mesmo?
- Você quer dizer as piores né, pra ficarem olhando tanto!
- Porra , aquelas garotas estavam olhando pra você sem camisa! – uau. Ela fala mesmo... Desse jeito eu não vou conseguir parar de rir pra poder dirigir, cacete!
- Mas aposto que você ficou toda orgulhosa por ser a dona de tudo isso, não ficou? – fui cutucando a barriga dela, diz aí se eu não achei uma boa saída? Aprendam comigo guys, não discutam com suas namoradas, apenas façam cócegas nelas e pronto!
- Ok, eu vou... deixar passar... mas pára... e dirige caraíí! – ela estava falando e rindo mais uma vez, mas agora era por causa das cócegas.
- Ah, é verdade! Estamos com pressa! – eu tratei de ligar o carro, mas antes que eu passasse a primeira marcha ela tocou meu braço, me olhou com aqueles olhos que param o meu mundo e me deu um beijo. Não foi um beijo que demorou muito, mas foi algo diferente. É como se ela estivesse confirmando que não se arrepende de nada, nem mesmo de ter saído sob os olhares de todos agora pouco, assim como eu que também acho que cada segundo valeu.
- Ta bom, agora pára de me olhar e vamos embora porque minha cara deve estar horrível! – Hum, deixa eu analisar... Não está horrível.
- Você ta bonita ! – eu falei, dei a seta e saí. O trânsito parecia complicado mais à frente... Odeio trânsito!
- Aiai, esses quase-namorados, como mentem! – se ajeitou no banco sorrindo. Eu tive que tirar com ela depois disso!
- COMO ASSIM?! QUANTOS VOCÊ TÊM? – eu fingi uma voz afetada e ela virou o rosto pro outro lado, provavelmente rindo.
- Só você, mas é porque você vale por muitos! – e ela piscou. Agora foi ela quem achou uma boa saída, hum. [n/a: créditos à amiga da Aline ahsuhshas]
- Ihh, esse trânsito ta mais parado que o meu relógio aqui!
- A gente não pode fazer nada então não adianta estressar! Vou colocar uma música... – pegou o MP4 na bolsa e ligou no rádio do carro. Começou a tocar David Archuleta. O que ela ta querendo com isso?
- Ah ! David Ar-de-chulé essa hora da manhã?!
- Mas agora não é manhã . [n/a: humpf ]
- Então põe uma música menos "quarto-de-mocinha".
- Touch My Hand não é "quarto-de-mocinha" – encolheu um dos olhos e pôs as mãos nas cadeiras. Foi engraçado! Eu ri.
- Se você diz... – melhor concordar né... E o carro anda mais dois metros. Começou a ficar difícil ter paciência naquele trânsito enquanto sentia o sal e a areia pinicando em algumas partes do corpo! Mas a gente chega lá e é um tempo a mais pra eu passar com a antes dela ir embora!
- Ahhhhin, a gente não vai chegar antes do Rob, ! E se ele levar minha mãe e ela me ver chegando assim?! Vai me encher de perguntas o caminho inteiro até em casa!
- Calma, a gente chega sim, eu prometo! Se a gente não chegar no horário, eu toco Touch My Hands em praça pública! E até danço, viu... – erm, a gente vai chegar no horário. Não vai?

’s point of view OFF

Chegaram à casa do às três da tarde. desceu do carro apressada e quando o ‘casal milanesa’ entrou na casa, todos os presentes na sala ficaram olhando com cara de interrogação e caíram na gargalhada vendo o jeito meio assustado dos dois.
- Que foi? – perguntou levantando os braços.
- Cadê o Robert? Minha mãe veio também? Ela vai me matar!
- Relaxa ! – recuperava o fôlego depois de rir da cara apavorada dela – Ele ligou e parece que só vai passar no finalzinho da tarde.
respirou aliviada com a mão sobre o estômago. – Mas por quê?
- Ah, foi algum problema no carro. – abanou o ar.
- Por onde vocês andaram? Algum depósito de areia? – perguntou fazendo os outros voltarem a explodir em risadas.
- Fomos! É um deposito enorme que começa com ‘pra’ e termina com ‘ia’! – ela falou sorridente e olhou pra , que também sorria.
- Nossa! Vão à praia e nem chamam os amigos! – cruzou os braços e lhe deu um pedala.
- Cala a boca maritaca! Você ia querer segurar vela?
- Não me bate, coisa ruim! Assim eu vou ficar com traumatismo ucraniano!
- E seria esse traumatismo proveniente da Ucrânia? – falou prendendo o riso.
- Ih, nunca tinha pensado nisso...– fez cara de dúvida.
- Tem um monte de coisas que você nunca pensou, ! – comentou e logo precisou colocar os braços à frente do rosto pra se defender das almofadadas da amiga.
- Vai ver o primeiro traumatizado no mundo apareceu na Ucrânia! – respondeu como se aquilo valesse um milhão de reais.
- Ainda bem que a e o não estão mais juntos, imagina se tivessem um filho, como é que não seria a criaturinha! – havia acabado de voltar do banheiro e quando passou por lhe deu um pedala.
- Hey, é por isso que você e a estão juntos! Só sabem maltratar os amigos, são dois brutos... – ele fez um biquinho afundando a cabeça entre os ombros e lhe deu um beijo na bochecha.
- Eu não maltrato a , eu amo essa mulher! – ficou tentando agarrar , que virava a cara e tentava afastá-la com os braços.
- Pensei que só a gente tivesse momentos gays! – falou pra e os dois desmunhecaram as mãos.
- Ah, minha é uma flor, ela ama essa amiga dela! – falou pra enquanto ainda continuava tentando beijar a bochecha de .
- Não, aqui só tem uma flor e é a ! Ela nasceu on the floor passou um braço pelo ombro dela e ficou esperando A reação.
- On the floor?
- Sim! É no jardim on the floor nasce! – terminou sorridente e todos fizeram OOOUUUN quando ele deu um selinho nela. quase chorou.
- Put a keep are you vai see food her! – escreveu num caderno e jogou em cima dos dois.
- Essas crianças estão com fogo hoje! – olhou pra sorrindo depois de um tempo observando os amigos.
- Deixa eles... Eu vou tomar banho e trocar essa roupa horrível, acho melhor você ir e fazer o mesmo! – o puxou pela mão até a porta.
- Ahn! Ontem você disse que meu terno era lindo! – brincou fazendo cara de criança quando descobre que Papai Noel não existe.
- Ele é! Quando não está coberto de areia... – ela terminou rindo. Os dois se despediram e foi pra casa.

tomou seu longo e merecido banho, tirando areia e sal até dos ouvidos... Terminou de arrumar algumas coisas que faltavam nas malas, depois desceu pra sala e cumprimentou seus tios que haviam acabado de chegar.
- Tia! Pensei que eu fosse embora sem te ver!
- Oh, minha querida, foi tão inesperado! Uma pena não podermos estar aqui nas férias com vocês! – a senhora abraçava a sobrinha.
- Espero que não tenham feito muita bagunça – senhor apontava o dedo no rosto do filho.
- Que isso pai! Nós não somos mais adolescentes! – ele ergueu uma sobrancelha e olhou de canto de olho – Mas e então... Como foi tudo?
- Ai meu filho... Seu tio ficou em coma por uns 20 dias, mas não resistiu. Foi difícil, tivemos que cuidar da minha sogra porque ela ficou terrivelmente abalada. – a mãe do explicava enquanto tirava o agasalho. Os pais de ficaram um tempo na sala, conversando com toda aquela turma e depois foram tomar banho pra descansar.
Já passava das seis e meia quando estava em seu quarto passando um lápis básico no olho e viu o celular vibrar em cima da penteadeira, mensagem do .

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dá pra passar aqui?
Têm umas coisas que eu esqueci de dar pra minha fã #1!
Bjoooooooooo



sorriu ao ver a mensagem, ficou muito curiosa imaginando o que seria e se daria tempo de passar lá...
- ! – ela gritou ao entrar na cozinha e ver o primo bebendo um copo de suco.
- Cralhocofcofoc, quase me engasguei agora! Que me matar de susto? Se eu morresse a culpa ia ser sua!
- Não, ia ser do suco de laranja! Mas esquece isso... Me leva com seu carrinho bonitinho até a casinha do zinho?
- Ora, mas é tão perto, vai a pé!
- A pé dá uns dez minutos , não vai dar tempo de ir e voltar! Deixa de ser mala, poxa!
- E por que você inventou de ir lá agora?
- Ele me mandou uma mensagem... – mostrou o celular pra – Anda vai... Deixa de preguiça e ajuda a sua prima uma vez na vida!

’s point of view ON

Eu tinha acabado de ver que o MP4 da estava aqui, na verdade ela o deixou no meu carro... Eu também queria entregar pra ela a pulseira, que eu to tentando entregar desde o dia da festa na casa do Kyle! Ela nem sabe que eu estou com essa pulseira, mal posso esperar pra ver a cara dela quando eu entregar! Erm... Será que ela lembra da pulseira? Tipo, ela deixou cair lá em casa uns séculos atrás e... ah, que seja!
Vejamos o que ela tem nesse MP4, ou ‘emepêquatrinho’, como ela fala... Será que tem McFLY?

’s point of view OFF

conectou o dispositivo em um computador na sala e então jogou a pasta ‘The Red Jumpsuit Apparatus’ na lista de execução.

DING DONG [n/a: yeap! Campainha baby xp! Ah! Se quiser, coloque pra tocar Face Down quando eu disser que a música deve rolar! Vai por mim, combina com o momento o/]

‘Mas já?! Cacete, ela é rápida! Acabei de enviar a mensagem!’ pensava indo abrir a porta.
- Você?
- Oi ...
- O que veio fazer aqui Lilah? – ele cruzou os braços.
- Queria conversar, não vai me deixar entrar?
- A gente já conversou tudo que precisava.
- Não ! Aquele dia no parque eu tava nervosa, falei um monte de bobagens! – ela foi dando passos pra dentro da casa e recuava.
- Não ligo e não quero saber! – havia um ar infantil na fala dele que fez Delilah achá-lo mais fofo.
- Mas você precisa saber, eu nunca estive com o Mike, juro! – ela falou já dentro da casa e encostando a porta atrás de si.
- Por que falou o contrário então?
- Sei lá, acho que eu não quis sair por baixo... Você tava me traindo e eu simplesmente perdi o controle, perdi a cabeça! – ela parou de andar na direção dele e os dois ficaram parados no meio da sala.
- Pode ser que você não tenha saído com ele, mas e daí? Se eu fiz o que fiz quando a gente estava junto foi porque a nossa relação se tornou insuportável pelo fato de você estar comigo por causa da banda... Isso não foi mentira, eu era só um famoso pra você!
- Foi mentira sim e foi a pior delas! Admito que bem lá no comecinho das nossas saídas você era pra mim um bonitinho, mas eu fui gostando de você, me apaixonei seriamente!
- Legal... Mas ah, quer saber?! Não faz diferença pra mim. O que a gente teve foi legal até, mas já acabou faz tempo.
- Não faz assim ! Pelo menos me desculpe por tudo então.
- Tudo bem... Podemos ser amigos. Como você queria! – ele sorriu sarcástico.
- Não quero ser sua amiga... – ela se aproximou olhando nos olhos dele – O que eu quero vai muito além disso e eu duvido que você não sinta mais nada por mim! – ela foi abrindo os botões do sobretudo que usava e quando terminou o deixou despencar ao chão, revelando seu corpo totalmente nu. arregalou os olhos e sentiu o ar lhe faltar.
- V-v-veste isso, Delilah! Ficou maluca?
- Ué , por que ficou tão tenso? Aqui não tem nada que você não tenha visto, tocado, experimentado... – ela sorria vitoriosa passando a mão no pescoço dele.
- Não é isso, é que se te pegam assim vai ficar mal pra mim! É-é-é melhor você ir! – ele já suava frio.
- Tem certeza que quer que eu vá? – ela sussurrou com o rosto bem próximo ao dele e começou a dar pequenas mordidas em sua orelha. fechou os olhos e apertou os punhos, sentia que a qualquer momento ia perder o controle da situação! Ela foi passeando com a boca pela bochecha dele e quando as bocas ficaram frente a frente, ela avançou e beijou os lábios dele. sabia que à pouco tinha chamado pra ir lá e sabia que a porta estava apenas encostada, mas sabia também que não estava conseguindo controlar os próprios atos e que é difícil se livrar de um beijo! Principalmente quando a outra pessoa está nua... Ele apenas pedia mentalmente que não desse pra passar lá até que ele conseguisse retomar o controle de seus atos novamente ou que ela nem tivesse visto a mensagem! Os dois foram dando passos até o sofá e logo Delilah o empurrou lá, deitou por cima dele e arrancou-lhe a camisa que vestia. lutava mentalmente contra os próprios braços e fazia força para que eles não abraçassem o corpo nu e atraente que estava em cima dele, uma luta em vão. Os dois ouviram o barulho de um objeto caindo no chão, foi que deixou o celular cair da mão ao entrar e dar de cara com a coisa toda. Junto com o barulho, acabou mordendo aquela língua intrusa, fazendo Delilah se afastar do rosto dele com uma careta de dor e a mão sobre a boca. Os dois viraram o rosto ao mesmo tempo na direção da entrada da sala e viram em estado de choque. chegou ao lado dela e parou de pé no mesmo estado de choque. só apertou os olhos sentindo todo o teto da casa cair sobre sua cabeça, não conseguia dizer nada. Não sabia o que dizer, não havia o que dizer. [n/a: e que role música]

- ... – ela falou com a voz fraca e respirou fundo, não queria de maneira alguma chorar ali. Delilah saiu de cima e pegou a camisa dele pra se cobrir até poder chegar ao sobretudo jogado no meio da sala.
- , não é o que parece! – levantou falando como se tivesse acordado aquela hora.
- Pode parar ! Pra mim não tem outro parecer aqui!
- Não, não, ela chegou aqui de repente e...
- E... e o que? Vocês começaram a se agarrar? Não tem o que explicar aqui! Por que diabos você me chamou? Pra eu chegar e ver essa peladona branquela com estrias na bunda?
- Não, nem era pra ela estar aqui!
- Epa! Eu não tenho estrias na bunda! E claro que era pra eu estar aqui, sou a namorada dele... – Delilah se pronunciou vestindo o sobretudo e olhou pra boquiaberta.
- OKAAAY! ENTÃO DESCULPA AÍ OS POMBINHOS! EU CHEGUEI NA HORA ERRADA? – começou a falar mais alto. O barulho da música também estava tornando a situação ainda mais ‘agradável’, praticamente um passeio no parque.
- VOCÊ TA LEVANTANDO A VOZ PRA MIM POR QUÊ? VOCÊ NUNCA FOI NADA DELE! Ou pelo menos eu não vejo nenhuma aliança aí nesse seu dedo...
- , IGNORA ESSA GAROTA E OLHA PRA MIM!
tentou segurar pelos ombros, mas ela não falou nada, apenas se soltou e foi em direção ao computador. Chegando lá, pegou seu MP4 na mão, mas antes de desconectá-lo, escutou uma voz meio de longe.
- Eu sabia que vocês não eram nada... Esse lance de vocês não ia mesmo durar muito – Delilah comentou como se estivesse tranqüila observando as unhas.
- Que eu saiba eu não fui a namorada chifrada milhões de vezes, com direito a foto na internet e tudo mais... Acho que eu to no lucro ainda.
- Ah, você não devia ter dito isso. EU VOU TE JOGAR DENTRO DAQUELE AQUÁRIO! – Delilah avançou na direção de , que ficou apenas desafiando com os braços abertos. Na hora H, saiu da frente e Delilah acabou derrubando dois vasos da mãe do pra desviar do aquário.
- PUTAQUEOPARIU – levou as mãos à cabeça e pela primeira vez na vida, ele realmente não sabia o que fazer.
- ! Sua ex-namorada parece fora de controle! Você não vai falar pra ela parar? – se aproximou e lhe deu um tapa no braço, vendo que ele parecia paralisado no meio do caos.
- Eu... Ela não é...
- MAS QUE CU! VAI FICAR AÍ PARADO, EU CONFIEI EM VOCÊ SEU BOSTA! – também descontrolou geral e começou a dar soquinhos nele.
assistia tudo paralisado como , mas dava graças aos céus por não estar na pele dele.
- Eu confiei... eu fui legal... as meninas ficavam dizendo ‘dá uma chance pra ele’ – afinou a voz e balançou rapidamente os quadris, como se estivesse querendo imitar suas amigas. Ela dava passos enquanto falava, chegou perto de outro vaso numa mesinha – Eu acreditei. E O QUE VOCÊ ME RETORNA É ISSO?!
Ao gritar a última frase, ela jogou o vaso contra uma parede. só se desviou dos cacos voadores e apertou os olhos.
- Não ... Se você me escutar vai ver que não é bem assim!
- Ah não?
- Não!
- Então você não me traiu?
- Claro que não!
- Ah, já sei por que você está negando! – deu uma risadinha e se aproximou novamente do computador. Desconectou o MP4 com violência fazendo a música parar bruscamente.
- Como assim, ? – coçou a cabeça confuso com a resposta dela.
- Deve ter sido aquele lance de ‘fã #1’. Você acha que não me traiu porque a gente não estava namorando não é... Mas você devia ter lido melhor aquele contrato, ! Ser pego na sala com sua ex-namorada nua, provoca quebra de contrato e uma multa que é nunca mais olhar pra mim, falar comigo ou lembrar que eu existo! – com seu MP4 na mão ela foi se aproximando da saída da sala. O celular continuava no chão, mas ela nem lembrou.
- Eii, eu não deixei de te pedir em namoro porque eu quis! Eu te disse que as alianças não tinham chegado!
- Então ainda bem que não pediu. Assim eu não tenho que me arrepender e você não me deve explicações, a gente não é nada. – ela falou com a voz embargada e respirou fundo mais uma vez pra manter os olhos secos pelo menos ali na frente deles – Ela deve ser a sua fã número 35627, né?! Eu já vi que você tinha que dar algo pra ela também... Podem continuar se dando à vontade, eu vou pra casa. – falou séria e saiu rapidamente puxando , que pelo jeito continuaria parado com a boca aberta e os olhos espantados se ela não fizesse isso.
- Anda .
levou uns segundos assimilando tudo. Sentia que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento e seus miolos serviriam de alimento aos peixes do aquário.
- ESPERA AÍ! – ele sacudiu a cabeça pra apagar pensamentos toscos e correu até a porta. Viu entrar no carro e , antes de entrar no lado do motorista lançou um olhar raivoso ao amigo. O carro cantou pneus e saiu disparado, bateu a porta e começou a caminhar meio nervoso na sala.
- Droga, droga! – ele repetia com as mãos na cabeça andando de um lado pro outro enquanto Lilah o observava fechando os últimos botões do sobretudo.
- Se acalma ...
- E você ta fazendo o que por aqui ainda? Já deu seu show, pode ir!
- Hey, se tem alguém que pode dar barraco sou eu, porque EU sou a namorada por aqui, certo?
- Você mesma terminou comigo caraíí! Parece que cheira!
- Exato, fui eu que terminei com você então tecnicamente eu posso voltar atrás!
- Ahn? Vai pra lá você também com esse papo doido, eu hein.
- Se essa não tivesse brotado da terra agora, nós já teríamos voltado!
- Aposto que não. Eu não quero voltar com você e você também não quer nada comigo, já que vive dizendo que eu não presto.
- É, não presta mesmo e eu espero que ela já tenha percebido isso também.
- ÓTIMO! – abriu os braços e gritou.
- ÓTIMO! – ela o imitou.
- Olha, eu nunca escondi isso de você, ta legal?! Uma vez você viu fotos aqui em casa onde tinha ela e você me perguntou quem era. Eu demorei, mas acabei contando tudo, não escondi nada, falei que eu gostava mesmo dela e agora que você sabe que eu tava com ela você chega pra causar? Isso foi o que? Não agüentou ver minha felicidade?
- Não, eu só queria minha vida de volta! A gente só terminou aquele dia porque você estava fugindo do controle!
- Isso mesmo, do seu controle. Você queria me controlar pra gente parecer o casal perfeito! Ninguém te avisou que casal perfeito não existe nem na ficção? Você acabou com a minha chance de ter uma vida normal, eu queria te estrangular agora! Mas como eu não bato em mulher, vou só mandar você sair da minha casa!
- Tudo bem. Você não bate em mulher, mas machuca muito mais do que se desse uns socos nelas. Simplesmente porque se você batesse elas parariam de gostar de você! Só o que você sabe fazer da vida é deixar um rastro de mulheres machucadas por onde passa, ! E a pior parte é que algumas continuam sem conseguir te apagar da cabeça! Pelo menos eu me vinguei hoje, eu fiz a sentir naquela pele tatuada dela um pouco do que eu passei com você! E eu não sei se você percebeu, mas eu ainda chegava a deixar passar algumas sujeiras que você fazia quando a gente estava junto, e ela não! Ela já saiu arrastando o daqui. Não duvido nada que ela fique com ele agora, sabe como é né, amor de primo...
- AAAAH, CALA A BOCA! – ficou atacado – EU JÁ FALEI PRA VOCÊ IR EMBORA, O QUE MAIS VOCÊ QUER? JÁ TIROU A ROUPA NO MEIO DA SALA E AGORA FICA AI COM ESSA VOZ DE GRALHA DESAFINADA PIANDO SEM PARAR NO MEU OUVIDO! EU QUERO VOCÊ FORA DO MEU CAMPO DE VISÃO!
foi empurrando-a pelos ombros enquanto gritava e logo que fechou a porta respirou fundo pra recuperar todo o ar.
- Mas que confusão foi essa aqui? Eu estava dormindo tranqüila no meu quarto e acordei assustada com o barulho das coisas quebr... AH, meus vasos! – a mãe dele apareceu e logo percebeu os cacos no chão. Ela cruzou os braços olhando pro filho e apenas fez cara de gatinho atropelado, correndo para os braços dela.
- Ah mãe, a ta brava comigo porque a Delilah chegou aqui e tirou toda a roupa! TODA-A-ROUPA mãe!
- Eu sempre soube que essa Delilah era capaz de aprontar, nunca fui com a cara dela! – a senhora o abraçou fazendo carinho na cabeça dele.
- Agora a vai voltar pra lá, não vai querer me ver nunca mais, talvez até volte com o ex e o que eu vou fazer? – ele falava pra mãe com a voz manhosa e com a cara afundada no ombro dela.
- Eu sei o que você vai fazer.
- Sabe? – se soltou do abraço e olhou pra mãe, esperando uma dica.
- Vai arrumar toda essa bagunça.
- Mas mãe!
- Shhhh... Calma, eu não terminei de falar!
- Ah ta, mas você tem alguma idéia?
- Tenho uma ótima. Compre vasos novos pra mim! – falou e saiu em seguida, deixando um frustrado.

- Você ta bem? – perguntou estacionando em frente à sua casa, passaram o caminho todo sem falar nada – Ah, claro, mas que pergunta essa minha... – bateu na própria testa.
- Depois daquela loucura a última coisa que estou me sentindo é bem. Mas vamos disfarçar, não quero preocupar meus tios já na hora de ir embora – ela falou e apontou com a cabeça para o carro de Robert parado mais adiante. Eles desceram do carro e Robert saía da casa junto com os tios de , conversando e cada um puxando uma das malas das meninas que elas haviam deixado na sala.
- Oi ! – Robert sorriu pra ela, que retribuiu com um sorriso fraco – Aonde foram tão em cima da hora desse jeito?
- Fui comprar pilhas recarregáveis pra câmera do porque perdi as dele. – respondeu rápido e concordou com a cabeça. Depois ela deu mais um sorriso fraco. Aquele era o máximo de sorriso que ela estava conseguindo no momento. Entrou na casa, sendo seguida por .

- Ainda não acredito no que fez! – falou assim que fechou a porta do quarto que acabara de entrar.
- É... Ele fez! – ela mexia no cabelo, tentando fazer um rabo de cavalo, mas estava tão nervosa que nem conseguia.
- Mas é que... é que... é inacreditável, ele parecia tão... sei lá, apaixonadinho, nhenhenhem, você sabe!
- O que tem de inacreditável nisso ?! Conheci o antes de você e sei que não tem nada de tão inacreditável, ainda mais quando aquela era a ex-namorada grudenta, Devaca. – ela desistiu de tentar prender os cabelos e jogou o elástico longe.
- Calma ... – se aproximou e a abraçou, ela encostou a cabeça de lado no peito dele e fechou os olhos – Se você quiser amanhã eu converso com ele, pergunto o que aconteceu, por que ele fez isso, etc e tal.
- Não, num precisa procurar ninguém pra falar disso. O que aconteceu é óbvio, não tem o que perguntar. Deixa como está, eu vou ficar bem... No fundo, alguma coisa sempre me disse que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde se eu ficasse com ele. A gente tava só ficando , não tem nada de mais, não é como se a gente estivesse casado ou algo assim.
- Ah puxa... Só porque eu ia lá deixar uma cicatriz bem grande na cara dele pra ele deixar de ser o Mcflier--hot e ficar sendo apenas um McFlier--simpático!
- Haha! Primeiramente, eu acredito que nem morrendo aquela peste deixa de ser hot! E depois, eu não quero vocês brigando, ok?
- Hum... ok.
- Não, esse seu ok não me convenceu ! – sorriu e deu um tapa no braço dele.
- AI O-KAY! Ok okokokok! – intercalava os ok’s com cócegas na barriga dela e os dois ficaram rindo.
- Valeu . – o abraçou.
- Não por isso! E fica bem. – deu-lhe um beijo no topo da cabeça e a soltou – Já terminou de arrumar tudo?
- Sim. – ela respondeu pegando em cima da cama uma caixa de papelão rosa que ele certamente já viu várias vezes e que ela certamente estava querendo jogar da ponte.
- O que tem aí? – apontou a caixa com o olhar.
- Coisas que eu vou ter de jogar fora. Se eu conseguir. – ela falou, ele deu de ombros e os dois saíram do quarto.

’s point of view ON

Depois de todas aquelas despedidas, Robert, eu e as outras três maritacas (ah, rola uns apelidos carinhosos entre nós, só pra constar!) já estávamos no carro. ia na frente, igual quando viemos, na janela do lado do motorista, eu na outra e no meio. Diferente da viagem de ida, quando ficava fora do ar pensando num problema que começa com e termina com , dessa vez era eu que estava assim aérea, observando a janela com meus fones de ouvido. Talvez pra não ter de escutar toda a alegria eufórica das outras e ficar me sentindo culpada por sentir inveja. Confuso isso, né? Liguei logo o MP4, esperando que não tivesse realmente olhado todo ele e visto que lá tem várias pastas de McFLY, uma pra cada álbum. Antes de pôr os fones, fui ao menu e escolhi ouvir na ordem do ‘acaso’ e fiquei torcendo: que não venha música de fossa, que não venha música de fossa, que não venha... Ah, ótimo... Touch My Hand. Prêmio Ironia pro meu emepêquatrinho! Logo a que a gente escutou hoje cedo quando eu ainda estava no país das maravilhas. Senta e chora. A música começou a tocar e eu podia simplesmente passar pra próxima, mas não o fiz.
Deitei a cabeça pra cima com os olhos abertos. Sabia que os flash backs não demorariam a passar como nuvens em meus pensamentos.

Play ’s Flash Back


Memory-one
Eu e conversávamos dentro de um quarto no dia seguinte à festa do ...
- , eu sempre disse que você devia deixar de medo e ficar com ele de uma vez!
- Verdade... E eu demorei tanto pra te escutar! Menina, ele me pegou de jeito naquele closet!
- HAHAHAH closets são hots! Que nem banheiros! – sorriu maliciosa, às vezes ela me dá medo.
- Perva... – o sorriso foi desaparecendo do meu rosto e eu olhei pro lado.
- Que foi?
- Ah, você sabe. E se de repente tudo isso acabar?! E se o meu maior medo desde que o conheci se realizar? Digo... e se eu pegá-lo com outra tipo... amanhã?!
- Relaxa, ele não vai fazer isso! Não é mais o garotão da oitava série!
- Mas agora ele é o garotão de uma banda... Sem contar que uma vez galinha, sempre galinha! É sério , e não ia agüentar se isso acontecesse! Acho que eu simplesmente morreria!
- Aff! Mas que drama, Deus me livre! Com quem você aprendeu a ser dramática desse jeito? Ah não, lembrei! Você já era dramática antes de nascer, por isso nasceu chorando! Aiê! – gritou com o tapinha que lhe dei na bochecha. Ah, eu não sou tão dramática!
- Eu dramática?! Fique sabendo que você é pior que eu às vezes, ‘oooh eu nunca vou gostar de mais ninguém como gosto do ! Oooh, oooh...’ – eu fazia gestos exagerados com os braços e usava uma voz ridícula. Parei quando ela me deu uma almofada na cara e ficamos rindo feito idiotas. Sério, nós temos perturbações psicológicas! Se afaste se puder.


Memory-two
Eu já estava arrumando a mala pra voltar pra casa. Trouxe realmente muita coisa, tanto que precisei começar a arrumar dois dias antes, colocando na mala algumas coisas que não ia usar mais. Fiquei distraída lá ouvindo música enquanto pegava alguns sapatos no guarda-roupas e quando menos esperava senti braços me envolvendo pela cintura. Opa! Conheço esses braços! E esse perfume! !
- ! O que... faz... aqui... criatura? – eu fui falando entre um selinho e outro que ele me dava.
- Ué, não ta feliz em me ver? Então eu vou embora.
- Pelo contrário! É que você ficou meio sumido, não te vi desde ontem de manhã.
- É que eu e os caras estamos planejando algumas coisas. Sabe como é, uma banda nunca pode parar realmente!
- Sim, claro...
- Mas eu vim aqui pra ver se você arranja um espaço na bagagem pra... isso. – ele pôs a mão numa sacola que carregava e tirou de lá aquele porta-retratos onde colocou nossa foto. Será que eu sou exagerada por ter sentido o ar faltar por causa disso?
- Wow! O porta-retratos que você chamou de fogão!
- Sim! Você vai levá-lo, não vai?
- Erm, um fogão é meio grande pra por na mala, não? – tentei disfarçar minha emoção sem-causa com uma piada sem-graça. Pela cara dele, não funcionou. – Ah, tudo bem, é só que... eu não esperava que você fosse mesmo me trazer.
- E por que não?
- Porque é um objeto de família? Da sua família?
- ... Ta tudo bem pra mim se ele passar umas férias com você, eu não tenho ciúmes!
- Oun... isso é muito cute da sua parte, !
- Yeeay! Ninguém nunca me chamou de cute! Tirando minha mãe...
- Cutecutecutecutecutecutecute – fiquei dando beliscadinhas pelo abdômen dele, é legal, ele sente cócegas! Mas sem brincadeiras agora, eu acho que as coisas já foram rápido demais e isso ta ficando sério! Já to até vendo o dia que ele vai me pedir em namoro... Espero estar preparada. Baah, eu estarei sim!

Stop ’s Flash Back

Sinal indo de amarelo para vermelho e o carro parou. Quando eu fui reparar, percebi que do outro lado da rua estava a casa de . Mas que caralho. Esqueci que a rua da casa dele faz parte do caminho, assim como também esqueci desse semáforo odioso na frente da casa dele! Essa coisa tinha mesmo que fechar agora?! Tudo que eu precisava... Pra completar ele ta lá na janela do quarto. E ainda sem a camisa.

’s point of view OFF

Não querendo de jeito nenhum que ele a visse, foi fechando o vidro. Se bem que nem precisaria de vidro escuro, pois mesmo que ele estivesse aberto, dificilmente a veria porque nem estava olhando pra rua. Ele tinha o olhar fixo no rótulo da garrafa que estava em uma de suas mãos, como se estivesse numa leitura muito interessante. Na outra mão ele tinha o celular dele. Acabava de ler a mensagem que mandou em resposta e ele não viu na hora porque estava na sala...

O que quer entregar ?!
Fiquei curiosa!
Hm, ta me levando aí! Até daqui a pouco...
xx



Capítulo 22 – Aquele que não deve ser nomeado


Quando o carro de Robert já estava há quilômetros da casa de - pro alívio de - ela lembrou que deixou seu celular na casa dele. Lá mesmo no chão! Mordeu o próprio lábio de raiva e soltou alguns palavrões imaginando que ninguém ia prestar atenção nela já que parecia empolgada ao explicar pra como fazer mechas californianas em casa. Mas se enganou porque ela percebeu sim.
- O que é que foi ? – se virou pra ela.
- Que o que? – despertou dos pensamentos.
- É que eu podia jurar que você estava xingando aí baixinho!
- É porque eu lembrei agora que esqueci meu celular...
- Se quiser a gente volta – Robert deu a opção.
- Não, não... Depois o pode levar ou mandar pelo correio, sei lá! Eu sobrevivo sem ele.
- Certo. E como foi esse tempo de férias? Sentiram saudades de casa? – as meninas se animaram com a pergunta de Robert e todas começaram a falar ao mesmo tempo. Menos .
- SILÊNCIO MARITACAS! – berrou e levou um olhar feio do pai, então suavizou novamente a voz – Eu sou a maritaca que senta no banco da frente então eu começo a falar! Essas férias foram incríveis, pai! Teve tanto mistério pra gente resolver... Me senti até no desenho das quatro espiãs demais.
- O desenho é TRÊS espiãs demais. Maritaca-lesada. – falou e jogou uma batata Ruffles nela.
- Mas nós estávamos em QUATRO! Maritaca-fedida. – ela jogou ovinhos de amendoim como resposta e quase acertou , só não acertou porque ela desviou pro lado e se bateu com .
- Ai , foi mal! É culpa das Maritacas-pré-adolescentes aqui, sabe!
- Ah, claro... – sorriu amarelo mais uma vez. Na verdade nem tinha reparado no motivo pra pedir desculpa.
- Hey e aquele negócio do Dean! Gente aquilo deu muito o que falar! – lembrou de repente e todas elas começaram a balançar a cabeça concordando.
- Verdade e a ainda conheceu o famoso Dean! – encostou o ombro em dando leves empurrões.
- É! Ela conheceu a fundo comentou e elas ficaram rindo. apenas ria sem graça.
- E o , ? Ele não falou nada? – perguntou ao parar de rir.
- Não, ele disse que tava de boa...
- Ah, o é um amorzinho! – abanou o ar e se virou pra frente.
estava lutando contra as lágrimas até agora, mas ouvir que é um amorzinho foi pior do que qualquer música melosa e qualquer flash back. Definitivamente! Ela não conseguiu impedir que uma lágrima solitária rolasse pela bochecha esquerda.
- ? Tudo bem aí? – Robert a viu chorar pelo espelho.
- É... Foi só um surto de saudade. Acho que preciso ver minha mãe! – ela deu um sorriso, limpou a lágrima e ficou olhando pra janela. Robert voltou a prestar atenção no trânsito e olhou pra amiga de canto de olho, realmente estava achando-a estranha, mas não comentou nada.


Ao chegar em casa, deu um abraço de uns cinco minutos na mãe e depois foi direto ao quarto. Ficou desfazendo as malas e finalmente deixou que o choro saísse sem impedimentos ao se deparar com o porta-retrato que o próprio havia colocado ali dias atrás. Ela não sabia como ia agir dali pra frente, se ia jogar as ‘-things’ fora ou não, a caixa rosa e tudo mais...
- , eu vim pegar um agasalho meu que ficou na sua mala... O que você tem? – entrou no quarto e estranhou ao vê-la sentada no chão, com as costas apoiadas na lateral da cama. Acelerou o passo e sentou perto dela.
- Ah – ela falou em meio ao choro e logo abraçou a amiga.
- Eii não me assusta, o que aconteceu?
- Eu não queria contar antes de chegar em casa e agora eu não to nem agüentando guardar isso...
- , o pai ta perguntando se vocês querem pizza – chegava no quarto e ficou parada na porta olhando chorar e abraçá-la.
- VÃO QUERER OU NÃO? – Robert gritou lá de baixo.
- SIM PAI, PODE LIGAR. – respondeu.
- Na verdade eu já liguei, daqui a pouco chega – Robert passou sorridente pelo corredor de quartos e deu um beijo estalado na bochecha da filha parada na porta.
- Se já ligou por que me fez subir aqui?! – falou mais pra ela mesma, depois entrou e fechou a porta.
- , alguma coisa grave aconteceu, fala pra ela contar logo!
- Espera, já que ta todo mundo aqui eu vou ligar pra . Assim eu só preciso contar uma vez... – levantou o braço e pegou o telefone na mesinha que fica ao lado da cama. Enquanto ela discava, e se olharam assustadas.
- Já ta no viva-voz. – avisou e já começou a falar.
- Oi a ta toda estranha aqui e eu acho que ela tem alguma coisa pra falar!
- Manda aí ! – , também curiosa ao telefone.
- Eu peguei o ... – pausa pra respirar.
- Ah, mas você pegou o todos os dias! No armário, na sala, no chão, em todos os lugares... – deu risada e lhe deu um tapa na testa.
- Não, eu peguei o se agarrando com a Delilah.
Minutos de silêncio. e estavam boquiabertas e sabia que devia estar com a mesma cara.
- Então é por isso que você estava tão quieta lá no carro? – perguntou baixinho, muito chocada pra falar normalmente!
- Ah, eu não queria estragar a alegria de vocês contando isso – tampou o rosto com as duas mãos e abaixou a cabeça.
- PUTAQUEOPARIU! – gritou de repente e deu um tapa na testa que fez barulho – E eu ainda chamando o de amorzinho lá no carro...
- Tudo bem . Você não sabia.
- Mas como foi isso ? Conta isso direito, foi na hora que o te levou na casa do ? – perguntou.
- É. Recebi uma mensagem dele pra eu ir lá, ai eu cheguei e a Delilah tava com ele embaixo dela no sofá. Detalhe: ela estava sem roupa.
- ELA TAVA SEM ROUPA? MAS QUE PERUA! – começou a esganar um bichinho de pelúcia que segurava como se fosse o pescoço da perua em questão.
- Puta. – xingou ao telefone.
- Devaca. Debaranga. Detonada. – largou o ursinho.
- Debandida. Deformada. Derrubada. Desorientada. – continuou inventando nomes.
- Denossaura! – falou ao telefone e começou a rir sozinha – Que? Foi engraçado! Ah, vai, aposto que vocês estão rindo aí em silêncio!
- , frapêzinho da , olha bem pra minha cara e vê se eu sou de ficar rindo em silêncio... – falou com voz de tédio.
- Eu olharia se eu não estivesse ao telefone, dar.
- É , err, ela tem razão... – fingiu estar pensativa.
- Fica quieta aí cabeça de feijão amassado. Eu devia te cozinhar!
- Fica quieta você, ficou chamando o de amorzinho, deu a maior mancada já hoje!
- Ei meninas! Vocês podem fazer o favor de dar um abraço na minha amiga? Ela está sofrendo e vocês aí brigando, francamente viu! – reclamou ao telefone e as duas irmãs se olharam, depois deram um abraço em .
- O que você fez na hora que viu? Deve ter sido o pior choque da sua vida! – perguntou se soltando.
- Ah, não sei se foi o pior choque da minha vida, mas eu fiquei muito chateada. Eu já entrei estranhando porque a porta estava só encostada, aí quando eu o vi sem camisa e aquela Deputa em cima dele eu queria gritar, mas nada saía da minha boca! Parecia que meu coração tinha parado mesmo, minha mão ficou mole e eu deixei meu celular cair no chão... O resto já dá pra imaginar, nós quebramos uns vasos lá da mãe dele.
- O também viu? Ele estava estranho quando eu liguei agora pouco pra dizer que tinha chegado!
- É , o coitado ficou tão chocado quanto eu.
- , todas nós estamos chocadas! Ninguém imagina o fazendo uma coisa dessas! – se levantou do chão, onde estava sentada.
- Como é que vai ser agora? – também se levantou e continuou sentada com os ombros caídos.
- Eu não sei. Eu acho que definitivamente sou um queijo suíço cortado, prensado, empacotado e bem furado.
Apenas lembrou e entendeu porque ela disse isso... [n/a: mais sobre isso na última nota do cap]

No dia seguinte, foi visitar .
- Oi . – falou meio sem graça ao abrir a porta.
- Você... por... acaso... ficou... maluco? – intercalava as palavras com cutucadas no peito de .
- Calma ! Entra aí, eu posso explicar tudo, ta bom?! – abriu espaço e fechou a porta depois que entrou com seus passos largos de quando está nervoso.
- Não tem explicação para o que você fez! Se eu não tivesse visto, nem acreditaria!
- Eu sei, eu sei! Nem eu acreditava no que estava fazendo, meus braços simplesmente não obedeciam os comandos do meu cérebro! A Delilah chegou aqui e ficou nua na minha frente sem mais nem menos e começou a se esfregar em mim, o que queria que eu fizesse?! Não sou de ferro, nem de prata, nem de alumínio, nem de plástico. Não valho nada.
- Você tinha que ter mandado ela se vestir porque a tava chegando aqui, oras! Aliás, pelo menos vocês não estavam oficialmente como namorados, senão seria mais traição ainda, eu acho!
- É né... Eu ia pedi-la em namoro durante o jantar, mas tive que adiar porque eu fui comprar as alianças anteontem, só que eu pedi que fizessem um desenho nelas aí eles disseram que quando ficasse pronta iam enviar aqui em casa. Então resolvi esperar chegar, afinal oportunidades não iam faltar, eu pensava... Só chegaram hoje.
- Como assim? Que desenho?
- O desenho das nossas tattoos. Sabe, ao invés dos nossos nomes. Tirei uma foto da minha tatuagem e entreguei.
- Hum, original... O que aconteceu ontem depois que fomos embora?
- Como assim?! Ta pensando o que?
- Não sei... Ela já estava aí mesmo né, toda nua. – chegou mais perto e estava prestes a segurá-lo pela gola da roupa.
- Nada, cara! Depois de vocês irem é claro que ela foi também.
- Menos mal... Que diabos ela queria aqui?! Vocês já não se viam há várias semanas!
- Disse que estava arrependida de tudo e que sentia a minha falta, sabe, essas coisas.
- E depois tirou a roupa?
- É.
- Que sem noção... O que você vai fazer agora?
- Não sei dude! Ah, você poderia entregar o celular da ? Ela esqueceu aqui.
- Ah, é verdade! Não quebrou quando caiu?
- Nop. Espera aí que vou buscar. – foi pegar o celular que guardou no quarto enquanto sentou numa poltrona e viu umas coisas em cima da mesinha. Reconheceu um objeto e pegou pra observar mais de perto.
- Aqui o celular. – chegou e estendeu o celular pra , que parecia distante olhando uma linda pulseira em suas mãos.
- De quem é isso ? Não sei, parece que eu já vi essa pulseira!
- Provavelmente... – sentou no sofá perto dele e pegou a pulseira na mão. – É da .
- Verdade! Como eu sou burro! Foi que deu de presente de aniversário e eu até ajudei a comprar! Mas... faz tempo que eu não a vejo usando!
- reconhecendo que é burro? Mas que progresso...
- Ei, não abusa não que eu ainda to bolado contigo.
- Certo senhor bolado... Então, ela perdeu lá em casa, digo, na outra casa.
- Ah, então faz tempo mesmo. me contou, nenhuma das duas sabia onde estava a bendita pulseira e desistiram de procurar.
- Eu não vi na hora que caiu, vi uns dois dias depois, quando já estávamos nos mudando. Peguei do chão, estava num cantinho perto da escada e sabia que era dela porque ela usava bastante. Então guardei comigo, sei lá... pra lembrar.
- Foi isso que você disse na mensagem que ia entregar?
- Uhum. E o MP4, e mais algumas fotos que eu tinha... – apontou com a cabeça pra um álbum em cima da mesa. Havia algumas fotos recentes dessas férias, e pra ficar legal, elas estavam intercaladas com as antigas.
- Que foto é essa? Quando foi? – pegou o álbum e parou o olhar numa das fotos antigas. Aquela foi tirada numa excursão a um parque de diversões. estava rindo, beijava uma das bochechas dela e um menino que desconhecia do outro lado. Ele encarou essa foto curioso, desde que ficou sabendo achava incrível aquela coincidência de ter sido amiga do antes dele.
- Isso foi numa excursão, acho que estávamos no primeiro ano. Esse carinha beijando a outra bochecha de se chama Matthew Joseph alguma coisa. Ele era a fim dela, sabe... Nesse dia eles ficaram.
- Ahn... E você já gostava dela?
- Já.
- E por que você deixou ela ficar com ele?
- Não sei ! Eu ainda tava naquela onda que a gente era amigos e tal. Ela ficou com o Matt e eu com uma menina do segundo ano.
- Ah ta... Uma vez você me falou de uma garota que gostava muito na sua antiga escola, mas achava que não era correspondido porque ela era sua amiga e pans... Nunca ia imaginar que a garota era minha prima! Ainda fico impressionado quando lembro disso.
- Pois é dude, que mundo pequeno. Quando você falou que a sua prima namorava um cara chamado Peter, eu lembrei que lá na escola tinha um Peter, era um cara que de vez em quando eu via cercando a . Mas nem fui capaz de ligar as coisas!
- Erm... Espera a poeira baixar ta bom. Pra falar com ela.
- Certo.
- Ah, o Fletch disse que a gente vai fazer uns shows em Manchester!
- Sério? Vamos passar por Bolton?
- Talvez, acho que sim.
- Legal!
- Uma semana lá... E não esquece que ele ainda quer falar outra coisa com a gente na segunda – deu algumas palmadas no ombro de e saiu. encarou a pulseira em sua mão e respirou fundo, tinha uma difícil tarefa pela frente.


A semana se passou rápido e todos voltavam aos seus ritmos de sempre. Era uma manhã de sábado e estava radiante por saber que viria durante a tarde pra sair com ela antes de viajar para a turnê. Estava colocando o lixo pra fora e mesmo no meio de uma tarefa desagradável dessas conseguia cantarolar animadamente junto com o som que vinha de dentro da casa. ‘...You might as well go, go, go! I never wanna see your face round here anymore, cause it's a breakdown, a breakdown... Where do we go from here? It's a breakdown, a breakdown woahwoaaaw’ a observava escondido atrás de uma árvore, queria surpreendê-la, mas alguém chegou primeiro. foi pega por uma visão não muito agradável e parou de cantar seus “wowooooa” instantaneamente. Tentou entrar rapidamente em casa, mas foi segurada pelo braço.
- Hey, não foge de mim!
- Me solta, o que faz aqui? – ela sacudia o braço tentando livrá-lo da mão de Chris.
- Só vim te ver! Senti tanto a sua falta... – ele soltou o braço dela, vendo que ela permaneceria ali.
- Eu não senti a sua... – ela cruzou os braços e o encarou como uma criança emburrada.
- Não fala assim, não ta vendo que eu to arrasado?
- Você arrasado?! Eu fiquei arrasada primeiro. Como pensa que eu me senti quando aquele seu amigo te abordou no shopping?
- Eu sei... Me perdoa vai! – ele encarou os próprios pés, depois voltou a olhá-la – Isso não precisa terminar assim! Eu posso fugir com você, o que acha? Foi isso que eu vim te propor! – Chris terminou a frase sorridente enquanto o olhava incrédula.
- Acho que você é um louco desprezível! Eu me dei ao trabalho de escrever uma carta, eu podia ter mandado um e-mail frio ou um telefonema, um sms, mas eu escrevi uma carta e você não leu?
- Li... Mas mesmo assim, vim aqui me humilhar pra você voltar porque eu não estou conseguindo ficar sem você! Parece que tem um grande vazio na minha vida.
- Como pode falar em vazio? Você tem toda uma família pra cuidar! Tem um filho recém-nascido! E outra, você não sabe o que é humilhante de verdade! Humilhante é crescer sem notícias do seu pai achando que você e sua mãe não devem valer grande coisa já que ele preferiu sumir no mundo com outra pessoa. Humilhante foi descobrir que vivi uma farsa enquanto estive com você. – ela falava firme e ao mesmo tempo com os olhos úmidos. Ouvindo isso, ele passou um tempo sem dizer nada, apenas encarando a porta da casa logo atrás dela.
- Então você não quer mesmo que a gente fuja?
- Quantas vezes eu... – ela ia falando impaciente e ele a interrompeu.
- Tudo bem, tudo bem! Já entendi! Se você não quer fugir... a gente podia... erm, continuar como estava?
- Hum?! – ela se surpreendeu com tamanha proposta cara de pau.
- É! Nós éramos felizes antes de você descobrir tudo, vamos fingir que isso não aconteceu e voltamos a ser felizes como antes! – ele começou a sorrir e apertou os olhos com força desejando que ele sumisse quando ela voltasse a abri-los. Não foi o que aconteceu.
- Por mais que eu fale, entra por um ouvido e sai pelo outro, não é?! Eu nunca voltaria com você. – ela deixou uma lágrima solitária cair de um dos olhos.
- Por quê? Vai dizer não gosta mais de mim!?
- Não... não vou dizer isso, porque se eu dissesse isso, significaria que te amei um dia e isso não é verdade.
- Como assim? Eu não achei que você estava mentindo em nenhuma das cinqüenta mil vezes que você disse 'eu te amo'! – ele exaltou um pouco a voz.
- Eu achava que era, mas não era.
- E o que sentia por mim então?
- Eu te achava fodão, sabe... Sonhava com você, você era o professor de química e eu uma criança de treze anos com toda a vida pela frente achando que já sabia o que era amor. Aquilo nunca foi amor porque simplesmente o Chris que eu fantasiava não existia. Aquele Chris que eu idolatrava, um ser doce, gentil, cavalheiro e praticamente um herói que nunca mentiria pra mim era só um ser imaginário, criação da minha cabeça, um personagem que tinha a sua imagem. Eu vi da pior maneira que você não tem nada de heróico. – ia falando e o desprezo ia exalando pelos seus olhos como uma coisa tóxica que fez Chris se sentir corroendo por dentro. – Depois a gente se conheceu melhor, começamos com aquelas ficadas escondidos pela escola, aquilo era uma adrenalina e o que havia ali não passava de tesão, empolgação, ou chame do que quiser. Aquele Chris que eu tinha na minha cabeça foi sumindo aos poucos, à medida que fui te conhecendo, até que não sobrou mais nada.
- Não é possível! Você só falou todo esse discurso agora porque está brava e decepcionada comigo! Como sabe que não me amava se eu via seus olhos brilharem cada vez que a gente se encontrava naqueles corredores?!
- Já disse que eu tinha um encantamento besta por você, vou ter que repetir tudo?!
- Então me beija. Quero ver você dizer que não tem mais nada comigo depois!
- Não preciso te beijar! Nem quero. Tenho total consciência que meus melhores sentimentos pertencem a outra pessoa que nem se pode comparar a você.
- Você é uma incrível mentirosa! Por que faz isso, huh?
- Não estou mentido e se não quer acreditar também não vou me esforçar pra isso.
- Está mentindo sim e na maior cara de pau! Quem é esse cara? Por acaso ele está aqui?! Não to vendo!
- Ele não está aqui porque não mora tão perto, mas isso não é da sua conta!
- Ótimo! Se ele não está aqui, acho que não vai se importar se eu fizer isso... – Chris foi se aproximando e a agarrou numa tentativa de roubar um beijo. Ela tentava manter a boca fechada e já sentia a língua dele fazendo pressão pra entrar.
saiu de trás da árvore, já viu o suficiente e se orgulhou o suficiente das palavras dela. Agora precisava sair e defendê-la como um super-herói de filme. Chegou atrás do Chris e o afastou puxando pelo ombro.
- SOLTA ELA ANIMAL! – gritou enquanto acertava um soco em seu rosto.
Chris foi parar no chão, com a mão sobre o nariz, que já sangrava. abriu um sorriso e se jogou em sem fôlego.
- Quem você pensa que é pra chegar e me bater assim?! – Chris levantou e começou a encarar .
- Sou um cara que acabei de ver um filho da puta tentando agarrar minha namorada à força! – ele deu ênfase às palavras ‘minha’ e ‘namorada’.
- Então é ele? – Chris se virou pra surpreso pois achou que ela estava mentindo sobre estar com outro cara. – É por esse garoto que você se diz apaixonada e tudo mais?
- Pára com essa cena Chris, vai pra sua casa e esquece que eu existo. – cruzou os braços e encarou Chris enquanto passava o braço sobre seus ombros.
- Tudo bem, eu vou. Te esquecer não vai ser tão difícil, tem muitas alunas bobinhas como você na sétima série esse ano. Mas abre o olho , esse filhinho de papai deve ser igual ou pior que eu. E quando você se decepcionar com ele, não vá me procurar! – Chris falava já se afastando.
- Ela nunca vai precisar te procurar seu bosta! – fez menção de ir até ele, mas segurou seu braço.
- Eii , não dê ouvidos para as provocações! Aproveita que ele já ta indo embora e deixa.
- É, tem razão. Te machucou? – passou a mão suave pelo rosto dela e ela fechou os olhos por um momento sentindo aquele toque que ela esperou a semana inteira pra sentir de novo.
- Não, graças a você! – ela sorriu e ele lhe deu um selinho.
- Quando eu vi aquele cara te agarrar eu... eu... juro que fiquei P. da vida!
- Shh... – ela encostou dois dedos sobre a boca dele – Já passou e ele não vai mais incomodar! Vem, vamos entrar. – e o puxou pela mão.
- E se ele vier aqui na semana que vem? Você sabe que eu vou estar fora, não sabe?
- Eu sei , mas ele não vai voltar. O Chris é orgulhoso demais pra isso! Agora esquece e vamos curtir o nosso dia antes de você viajar!
- Tudo bem... Sua casa não mudou nada! – andava pela casa olhando tudo ao redor.
- É, no máximo, às vezes mudamos os móveis de lugar! – ela falou e riu sentando no sofá. – Oh, você quer algo pra beber?
- Não... – e sentou ao lado dela.
- Hum... Achei que fosse chegar só à tarde.
- É que uma reunião que a gente tinha lá foi mudada pra mais cedo então eu já vim de manhã pra não ficar sem te ver!
- Ih, desculpa aí, ta todo importante com reunião e tudo!
- Não, não... Importante mesmo é a surpresa que eu tenho pra você! – os olhos dele começaram a brilhar.
- Sério?! O que é?
- Você aceita dar uma volta? – ele se levantou e estendeu a mão pra ela.
- garoto dos mistérios! – ela pegou a mão dele e levantou rindo.
Os dois entraram no carro de , estacionado algumas casas antes. não sabia pra onde estavam indo e durante o caminho pensou em perguntar sobre o . passou a semana inteira sem tocar mais no assunto e sem pronunciar o nome dele. Achou melhor deixar esse assunto pra outra hora.
- É sério ! Quero saber onde estamos indo!
- Que foi? Não confia em mim? Acha que eu sou um maluco e to te seqüestrando?
- Olha... Sabe que isso não é má idéia?! Vem cá, deixa eu te amarrar e dirigir no seu lugar, vou te levar pro cativeiro!
- Ta bom, só não me bate que eu gamo! – ele falou meio afeminado e os dois riam descontrolados. O carro deles parou no semáforo e ao lado estava o carro de dois senhores que ficaram olhando como eles riam feito loucos. percebeu, estavam do lado dela.
- Meu namorado é um gay! – ela disse apontando pra ele e rindo. Os dois idosos rolaram os olhos.
- Ah, esse mundo agora ta perdido! – o que estava dirigindo falou pro outro.
- Você não pode falar nada deles! – o outro respondeu. – Acha que eu não lembro quando você foi pego fazend... – não deu pra ouvirem o que ele ia dizer porque o sinal abriu e o carro deles entrou numa rua, continuou reto e olhou pra , os dois desataram a rir da conversa deles.
- Ah, esse mundo ta perdido! – tentou falar imitando a voz do velho – Cheio de velho metido!
- Você quer uma dica de onde estamos indo?
- Yep!
- Lembra da última vez que eu te fiz surpresa, pra onde te levei?
- Pra casinha da árvore?
- Uhum.
- E...
- E... nada! Essa foi a dica, baby.
- Humryhweiuyhai – fez careta e resmungou algo incompreensível, depois riu da própria embolada de língua.
- O que você tem hoje?! Parece mais afetada do que de costume! Incorporou o de vez?
- Só estou feliz! E a culpa é 95% sua!
- Ahn! E os outros 5% são culpa de quem, posso saber?
- Não, não pode! Vai ficar com ciúmes!
- Ah não! Agora você vai ter que falar! Senão eu vou te seqüestrar de verdade e te torturar até a morte! Principalmente se for o tal do seu prof...
- O QUÊ? Ow, eu não acredito que você ia dizer isso! Os 5% são do Chad Michael, ta bom?! Eu estava assistindo One Tree Hill.
- Foi mal eu pensar que era aquele que não deve ser lembrado... Mas de qualquer jeito, não sei o que vê no Chad. Ok, estamos chegando.
- Um condomínio... não entendi!
- Novidade.
- COMO É QUE É ?!
- HUM? NÃO FALEI NADA! Eu só ia dizer que faz um tempo que a gente tem esses apartamentos aqui, pra quando estamos fazendo shows pela região.
- Oh, é verdade! comentou sobre isso, mas falou que nunca veio aqui!
- É, porque nós só passávamos poucos dias aqui e estávamos sempre a trabalho então nem tinha tempo. – os dois entraram em um dos prédios e foram direto pelo elevador até a cobertura.
- Aqui estamos! – falou saindo do elevador e esticando os braços pros lados – Esse corredor é basicamente ‘dominado’ por nós quatro. Desse lado e eu, do outro e . – ele apontava as portas e observava tudo com um sorriso, o lugar era bastante bonito e elegante, eles mereciam! Na verdade era melhor se fosse um andar pra cada um, mas... eles gostam mesmo de estar perto!
- Aqui é muito bonito! Vocês vieram passar mais alguns dias?
- Vem, entra. – não respondeu na hora, apenas abriu a porta de seu apartamento e deu espaço pra ela entrar. mais uma vez sorria olhando ao redor, era tudo tão bem iluminado e espaçoso... se jogou no sofá e pediu que ela sentasse ao seu lado.
- E então ? A surpresa é essa, vocês estão vindo passar uns dias aqui? Até quando ficam?
- Na verdade não é bem isso.
- Então diz logo o que é! Estou quase tendo um filho aqui!
- Sério! Como vai se chamar? – ele brincou e deu-lhe um tapinha no braço.
- Besta, esse é o nome.
- Tudo bem eu falo de uma vez. Sabe, essa semana o Fletch conversou com a gente. Ele propôs que nos mudássemos pra cá logo depois dos shows em Manchester. Assim fica mais fácil pra atendermos aos nossos próximos compromissos agendados.
- AHHHH! SÉRIO ? VAMOS FICAR PERTO AGORA! – ela sorriu e abraçou o pescoço dele.
- Uhum, chegamos aqui ontem à noite, estava ansioso pra te contar!
- AAAAAAAAH, JURA ?! e puderam ouvir um grito no corredor, se entreolharam e saíram. e estavam lá fora. agarrada ao pescoço dele, do mesmo jeito que fizera há pouco.
- E aí , o já te falou a novidade? – perguntou abraçada a e sorriu pra ela.
- Uhum! Já era hora de vocês morarem aqui! Isso é motivo pra comemorar, não acham?!
- Já é! – e estendeu a palma da mão pra que batesse.
Os quatro entraram no apartamento de , onde conversaram um pouco e comeram sanduíches. Não demorou para que e aparecessem, ambos pareciam ter acabado de acordar.
- Humpf... Fiquei até tarde arrumando as coisas. – deu de ombros e mordeu uma maçã.
- Eu não consegui dormir... Encontrei a no Msn e ficamos batendo papo.
- Falou pra ela que estamos aqui? – estreitou o olhar na direção dele.
- Nop. Você disse que queria falar você mesmo...
- Sobre o que conversaram a noite toda? – perguntou querendo provocar .
- O não pode ouvir! Vem aqui que eu te conto! – a puxou pra um canto da sala e os dois começaram a fingir estar fofocando e rindo.
olhava pra eles com cara de desdém, mas uma hora se irritou e começou a jogar laranjas neles. caiu no chão com as mãos sobre o tórax, puxando o ar com força e apertando os olhos, todos se aproximaram dela com as mãos na cabeça, inclusive e também . Quando estava mais próximo ela pegou rapidamente uma laranja que estava na frente dela e o acertou na coxa, depois levantou rindo enquanto ele fazia caretas de dor e pressionava o local atingido.
- Ooooooooow! Laranjas doem!
- Jura?! Puxa, então você não sabia? – arregalou os olhos e sacudia a cabeça.
- Eu... eu... não pretendia acertar vocês de verdade... – fez carinha de ursinho de pelúcia.
- Desculpa docinho, mas foi você que começou. – pegou no queixo dele e o beijou na testa.
- Erm... Eu tenho uma coisa pra fazer agora, você vem comigo? – se aproximou deles.
- Ah não, fica aqui e vamos combinar a comemoração! – olhou pra com cara de gatinho encurralado e aceitou ficar, depois levaria as duas de volta. acompanhou até o corredor.
- Sabe se a ta em casa? – já chamava o elevador.
- Acho que sim. E deve estar dormindo aquela preguiçosa!

estava indo pra casa de , devolver o celular e ver como ela estava. Claro, contaria também a novidade pra ela não ser surpreendida ao topar com pelas ruas e, se desse, falaria com ela algo sobre o amigo. Não que ele achasse certo o que fez, mas queria ver os dois felizes de novo e definitivamente eles não estavam felizes separados.

- ? – atendeu a porta meio sonolenta, com um pijama de estrelinhas e uma cara amassada.
- Puxa, você caprichou no visual, huh!
- É... tava na balada dos cobertores, sabe? Aquela onde a gente encontra por acaso um travesseiro, fecha os olhos e sonha que está voando... e que você fez questão de me tirar! – ela falou abrindo mais a porta e dando espaço pra ele entrar.
- Aff, toma vergonha garota, já são onze horas! – ele foi direto à sala e se jogou no sofá.
- Toma vergonha você, vem acordar os outros num sábado! Eu não tenho uma boyband, precisei passar a semana toda estudando e tentando achar um emprego, docinho!
- Detesto quando você acorda mal humorada, fica impossível!
- Acontece que eu não acordei, ME acordaram! Saca? – ela deu uma piscadinha e os dois sorriram – E então, a que devo a honra de sua visita? – sentou ao lado dele.
- Eu vim trazer o seu querido celular.
- Ohhhh ! – ela deu um sorriso enorme pegando o aparelho em mãos e em seguida, pulando no pescoço dele.
- Hey! Agora você agradece eu ter te acordado, né?!
- Se todo dia você me acordar trazendo alguma coisa que eu perdi, seria ótimo!
- Ah, não dá, você perde muitas coisas! Felizmente não perde as roupas! Ouch! – lhe deu um beliscão no meio da barriga e ele se contorceu.
- Mas se por acaso você andar perdendo as suas roupas por aí, eu vou poder te trazer todos os dias. – afirmou sorridente e ficou sem entender.
- Onde quer chegar ?
- Lugar nenhum... Só estou dizendo que posso passar aqui todo dia se quiser.
- Não me diga que... – ela abriu um sorriso.
- Uhum! Estou morando a quinze minutos daqui!
- WOOOOOOOOW ! – esticou os braços pra cima.
- Espera! A , onde está?
- Deixou um bilhete dizendo que foi ao mercado...
- Ah ta, é porque o não contou pra ela ainda.
- Hum... Então vocês todos estão aqui?
- Yep. Naquele condomínio que antes só servia pra gente passar uns dias.
- Ahn, que bom! – deu um suspiro e olhou pra janela atrás do sofá. Ficou encarando a rua por um tempinho até voltar o olhar pra de novo – Ta com sede? Fome? Quer alguma coisa?
- Tem aqueles biscoitinhos?
- Claro! Você sabe que eu sempre compro! – os dois se levantaram e foram até a cozinha.
- Cadê a tia e o Robert?
- Cada um em seus trabalhos. – abriu o armário e pegou a lata de biscoitos amanteigados – Estão preparando tudo pra viajar daqui alguns dias comemorando o aniversário de casamento.
- Legal! Vão pra onde?
- Austrália.
- Hum... E você, como tem passado?
- Levando. Tentando voltar ao ritmo de não-férias! E vocês, vão viajar hoje mesmo?
- Yep. Duas da tarde. Voltamos daqui a uma semana pra começar a gravação do clipe novo e algumas entrevistas em rádios e programas de TV.
- Ótimo! Vocês vão ganhar o país daqui a pouco!
- Eu não quero um país! Ta me achando com cara de rainha? Talvez quisesse... – sorriu e logo ficou sério – , eu sei que ainda ta muito recente pra falar sobre isso e que você ainda deve estar chateada, mas acho que você e o precisam de uma conversa.
- Você conversou com ele, como disse?
- Ah, sim ele aprendeu a lição...
- ME DIZ QUE VOCÊ NÃO BATEU MELE!
- Ué, você não queria que eu o mandasse pro hospital?
- Você não faria isso com ele. Nem eu queria também...
- Ok, no começo eu queria brigar sim, mas depois a gente ficou só conversando e eu até acho que você devia escutá-lo.
- Pra ele me enganar de novo com aqueles olhos e eu fazer papel de trouxa?
- Ele não vai te enganar, pelo menos eu acreditei no que me disse. Deve ser culpa dos olhos ...
- , se você fosse mulher estava perdido! – os dois riram e ele tacou um biscoito na cara dela.
- Se eu fosse mulher seria lésbica! – e continuaram rindo.
Logo chegou do mercado trazendo uns donnuts. também chegou pouco tempo depois e a levou dizendo que queria que conhecesse um lugar. e se entreolharam pois já sabiam e foram junto, comendo todos os donnuts no caminho.


- Hum... O lugar é legal, mas o que estamos fazendo aqui mesmo? – perguntou sentada no banco do passageiro. apenas passeava com o carro dentro do condomínio, por entre os prédios. e estavam no banco de trás conversando assuntos aleatórios e totalmente sem importância alguma para a humanidade.
- Você achou aqui legal? – se virou pra ela, parando o carro.
- Uhum, é bonito. Ta pensando em se mudar pra cá?
- Pensando? Naahh... Já mudei picurruxa do campo!
- Sério mafagafinho do brejo?!
Os dois atrás não seguraram as risadas.
- Como vocês são ridículos! – dizia com a mão sobre o estômago explodindo em risos, caiu pro lado gargalhando e repetindo ‘mafagafinho do brejo’ entre as risadas. O casal nem ligou e começaram a trocar suas babinhas. Os outros dois foram parando de rir aos poucos e começaram a ficar incomodados com o avanço rápido do beijo deles.
- Owww picurruxa e mafagafo, querem parar? Tem crianças aqui atrás! – gritou tentando afastar os dois puxando-os pelos ombros.


se despediu do primo e viu os outros meninos rapidamente, menos porque ele viajou para Manchester junto com Fletch pela manhã mesmo. Ela foi pra casa enquanto as outras meninas acompanharam seus namorados até o aeroporto.
- Cuidem bem da ! Vocês sabem que ela fica com essa pose de *não-estou-sofrendo-por-causa-do-*, mas é tudo uma grande fachada! – dizia ao dar um abraço em .
- Pode deixar! E vocês... – se soltou do abraço e apontou para os outros dois – cuidem do garotão de vocês pra nenhuma Devaca chegar perto! Ele ainda é da ... Mesmo que ela não saiba disso!
Os garotos foram de jatinho e assim seria uma rápida viagem, quase como entrar num elevador... Eles tinham quatro shows marcados naquela cidade e seria uma semana cheia! O táxi levou os três direto ao hotel onde já estava. entrou no quarto do amigo e se assustou com a cantoria que vinha do banheiro.

Can't let the music stoooop oh noo until I touch your haaaand! Cause if I do it'll all be over, I'll never get the chance again, I'll never get the chance again, I'll never get the chance again...

não estava cantando muito afinado, na verdade estava gritando e começou a rir alto.
- Ah, já chegaram – saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e outra menor, colocada de qualquer jeito sobre a cabeça.
- Sim, a tempo de ouvir você cantar! – se jogou na cama rindo.
- É que eu não tiro essa música da cabeça – deu de ombros, sentou na cama, pegou o celular e pôs a música pra tocar.
- Hum... – analisava com a mão no queixo – Legal. Apesar de não ser assim exatamente do estilo das outras que você gosta e tal...
- Me faz lembrar da...
- Eeei, nada de depressão! – tomou o celular e parou a música – Você sabe que eu gosto muito da e não te diria isso em circunstâncias normais, mas durante essa semana, nós temos uma cidade pra conquistar então você não pode ficar lembrando dela!
- Eu sei cara. Mas você viu pelo menos como é que ela ta?
- Me parece normal. E não, não perguntou por você.
- Eu não ia perguntar isso! – deu risada e alguém abriu a porta.
- Ih , acho melhor a gente nem perguntar o que o faz no quarto com de toalha! – entrou no quarto e logo correu pra se jogar na cama.
- O que?! Virou festa de machos isso aqui agora? – levantou abrindo os braços.
- O disse que precisava se jogar em todas as camas do hotel e se forem boas ele vai trazer a aqui! – começou a puxar pra fora da cama pelas pernas enquanto ele gritava e se agarrava aos lençóis.
- Ew, que nojo. Tem muito marmanjo no meu quarto, vão lá pra fora! – ameaçou bater neles com o travesseiro. Antes de sair, conseguiu arrancar a toalha dele e todos começaram a gritar e rir enquanto se tampava com o travesseiro. jogou a toalha no chão e saiu por último, quase bateu a porta na bunda dele.

Tudo correu bem durante a semana de shows. Exceto pelo fato de ter cometido alguns errinhos muito bobos em Five Colours, Obviously e Star Girl no último show, mas não foi nada muito notável e os guys deixaram passar.

- , por favor diz que você vai com a gente! – pedia pra ir visitar os guys unindo as pontas dos indicadores à frente do rosto.
- Já tem duas semanas que eu não vejo o... aquelequenãodevesernomeado, e tava muito bom assim.
- Nem o você quer ver? – perguntou com a cabeça levemente baixa e o olhar levantado pra ela, fazendo beicinho.
Estavam as quatro no quarto de . Como é sempre a que vai pra casa da , dessa vez elas mudaram.
- Não é que eu não queira ver meu primo e os outros meninos. É que eu sinto que ver o...
- Aquele que não deve ser nomeado – as outras três meninas completaram em um coro entediado.
- Isso, vê-lo vai me causar danos mentais! E eu não me responsabilizo pelos meus atos.
- Deixa com a gente! Nós te tiramos de cima dele quando você começar a mutilá-lo – sorriu e piscou.
- Tudo bem, até porque, vai ficar feio se eu não for, né! Mas olha! Vocês não vão comentar sobre a proposta que meu pai me fez.
- Por que não? Nem pro seu primo? – cruzou os braços. Sempre lembrando do ...
- Porque não tem nada confirmado ainda ! – torceu a boca. Durante a semana conversou mais do que o normal com o pai pelo telefone, ele informou que sua madrasta havia conseguido um ótimo emprego pra ela no Canadá. Trabalhar na TV.
- Mas você quer ir? – perguntou com um certo medo na voz.
- Não decidi ainda, mas estou fortemente tentada! Vocês sabem que eu fui demitida de onde trabalhava. Não tem nada que me prenda aqui... Só a faculdade, mas eu posso trancar.
- COMO ASSIM?! – fingiu estar zangada e esbugalhou os olhos – Como assim não tem nada? E a gente? E seus amigos?
- É, você vive dizendo que adora fazer publicidade e que gosta muito dos seus amigos de lá, eu sou testemunha! Você quer abandonar tudo isso? – pôs as mãos nos quadris.
- E outra, você não precisa ficar desesperada por emprego! Você nem sabe o que vai fazer lá! O que você deve lembrar é que meu pai e a sua mãe já disseram que bancam sua faculdade até o final sem nenhum problema. E ainda tem o... – ia falando seus argumentos, mas foi freada por um olhar feio de quando ela ia falar o nome do – Erm, você tem certeza que vai querer viver a um oceano de distância dele?
- Hum, ele é um dos motivos pra eu querer vida nova, .
- Um dos motivos não, ele é O motivo! – corrigiu.
- Mas não é melhor você se acostumar a ter contato com ele do que de repente ele ir fazer uma turnê lá no Canadá?– perguntou.
- Ah, mas se o McFLY for fazer uma turnê por lá daqui a muitos anos eu já estarei recuperada!
- Eu não teria tanta certeza... – comentou baixinho enquanto fingia prestar atenção nas unhas.
- OKAY, o que vocês querem que eu diga?! Que eu choro todas as noites e deixo a fronha úmida com minhas lágrimas?
- Bom... não era bem isso, mas... – deu de ombros.
- A verdade é que eu ainda não me recuperei daquele dia. E depois da raiva que senti dos dois veio a raiva de mim... E depois raiva de tê-lo encontrado de novo! Seria tão melhor se fosse diferente! Por que eu tinha que ter ido passar as férias na casa do meu primo? Por que eu tinha que encontrar o de nov... puta que o pariu falei o nome dele.
- Relaxa ! Uma hora você ia falar mesmo – se divertindo com as confusões mentais da amiga – Seria cômico se não fosse trágico!
- Acho que os meninos já devem ter chegado! Vamos vê-los? – falou com os olhinhos brilhando de saudade.
Estavam todas produzidas pra rever os namorados. Menos , ela estava com uma calça jeans normal e um agasalho de tricô vermelho onde provavelmente caberia três s e batia no meio das coxas.
- Você vai assim? De quem é esse agasalho? – apontou estranhando a peça.
- É meu, tava guardado aí...
- VOCÊ JÁ FOI GORDA?! – levou as duas mãos à boca.
- Ela é gorda e você é cega? – resolveu tirar.
- ESPERA AÍ! – levantou com as mãos nos quadris – Eu tenho 49kg muito bem distribuídos por 1.65cm. Posso ser baixa, não gorda! Você que é muito magra...
- O gosta de mim assim – deu de ombros.
- Ah, eu nunca te contei, mas o é a única pessoa dessa família que nasceu com um problema inexplicável... Mau gosto. Haha!
- Então ta explicado por que ele ficou com você. Haha! – respondeu rindo.
- É, mas ele escolheu você. Haha! Mau gosto. – respondeu sorrindo também.
- Eii! O que é isso?! A briga das gostosas contra as magrinhas?! – ficou entre as duas.
- Puxa, então eu não sei de que lado eu fico. Sou magra e gostosa – deu um sorriso convencido.
- Certo, o nível de gostosura ta equilibrado, precisamos encontrar nossos gostosos agora pra sossegar o facho! Mas , vê se você não fica com essa cara de quem engoliu chumbo! – apontou o dedo pra ela e voltou a encolher os ombros, adotando novamente a cara de cachorrinho molhado e com frio.
- O que eu posso fazer se o meu estômago parece pesado como se tivesse quilos de ferro? Só de pensar em ter que falar com o meu estômago embrulha.
- Hey, se for vomitar vira pra lá! Assim vai tudo no cabelo da ! – levantou da beirada da cama de e foi pra frente do espelho.
- E eu te obrigo a limpar tudo e ajeitar de novo, já que foi você mesma que arrumou. – também se aproximou do espelho, havia feito cachos nas pontas dos cabelos dela.

Já estavam na sala, prestes a sair quando a campainha tocou. Elas se entreolharam porque não estavam esperando ninguém, então quando abriu a porta, um sorridente já foi entrando na casa.
- Vim buscar vocês pra... ! – não terminou de falar quando viu e correu pra abraçá-la.
sentiu o coração apertar com a possibilidade de estar lá fora. Respirou aliviada ao ver que veio sozinho. Como se fosse fazer muita diferença vê-lo agora ou quando chegasse ao apartamento deles...


Capítulo 23 – Cause you are beautiful inside


- ! ! ! – cutucava o braço de insistentemente, vendo que ela encarava como se fosse sair fogo pelos olhos daqui a pouco. Já estavam todos os oito reunidos no apartamento de . Passaram a tarde comendo, bebendo e falando bobagens como sempre. Logo de início, evitava olhar, e com certeza falar, com , mas depois de apenas três latinhas de cerveja ela já não conseguia controlar seus olhares raivosos sobre o garoto, que apenas a encarava de volta.
- Que foi? – ela se virou pra rapidamente.
- Vamos dar uma festa lá em casa?
- Comemorar o que?
- Como assim O QUE garota?! Andou bebendo foi? – e todos olharam pra ela, ergueu sua latinha de cerveja na altura do rosto – Digo... ah, vocês entenderam, poxa! Como assim o que? A gente vai comemorar que o McFLY mora perto da gente agora!
- Essas pragas da cidade? Mas isso não é motivo pra comemorar e sim pra se enterrar!
- OMG! Não fala assim! – tampou a boca de com uma das mãos se fingindo de muito indignada – Eles são criaturas adoráveis! – e apontou pra todos eles, que faziam cara de desolados.
- Você diz isso porque não nasceu prima de um deles! – riu e foi acertada por uma almofada que jogou – Tudo bem, por mim que façam a festa... A mãe vai viajar com o Robert mesmo.
- Então vamos acertar o dia! – se ajeitou no sofá empolgada.
- Que dia viajam? – perguntou.
- Quarta-feira. Vão passar 15 dias fora! – respondeu e tomou a latinha da mão de pra tomar um gole.
- Então fazemos no próximo sábado! – falou e lhe deu um tapa na cabeça.
- Sábado vamos num programa de TV!
- Ihh, é! Mas que hora? – perguntou passando a mão no local que atingiu com a sua santa falta de paciência.
- A gravação do programa é à tarde. – deu de ombros.
- Ah, então ta tranqüilo! – sorriu e ergueu os braços – Festa!
- Eu vou indo... – falou depois de um tempo calado, só ouvindo a alegria dos outros. Ele se levantou ouvindo alguns tchau, cara e alguns tchau , mas depois de dar uns passos ouviu outra coisa além disso.
- Que foi ? Triste com saudades da Delilah? – falou encarando a latinha em sua mão, como se enxergar o líquido lá dentro fosse de extrema importância. apertou os olhos, mas permaneceu de costas imaginando que talvez o olhar da garota estivesse queimando sobre ele. Isso de fato aconteceu quando ele começou a responder.
- Não... Eu a trouxe no porta-malas do meu carro. Quando eu quiser vê-la, trago pra cá. – ele falou sem olhar pra trás e deu mais alguns passos em direção à porta.
- Então vê se compra umas roupas pra ela. Não é como se ela fosse uma cadela, sabe... Ou pelo menos, não no sentido literal, se é que me entende! – ficou de pé e tinha um sorrisinho do mal desenhado no rosto.
- Não, eu DE FATO não entendo você. No começo nem olhava pra mim e agora o que quer? ME PROVOCAR? – exaltou a voz em algumas palavras e enquanto isso se aproximava de onde ele estava.
- Se o que eu estou dizendo te incomoda é porque é verdade. Você e Delilah foram feitos UM-PRO-OUTRO – separou as últimas palavras desenhando 'ligações' no ar com o dedo indicador.
- PELO MENOS ELA SEMRPE ACREDITAVA EM MIM!
- FINGIA ACREDITAR PORQUE TINHA O RABO PRESO! VOCÊS DOIS NÃO PRESTAM!
- Tudo bem anjinho da Inglaterra, não vou te contrariar! – disse sua última frase antes de deixar o apartamento e bateu a porta à tempo de evitar que a latinha de cerveja que tacou o acertasse. Era uma vez uma latinha que se chocou contra a porta e morreu.
ficou olhando pra porta que ele bateu enquanto soltava o ar que parecia preso na garganta. Ninguém sabia o que dizer, o clima pesou...
- Traidor filho da puta – falava coisas daí pra baixo e começou a caminhar de um lado pro outro com a mão na testa, varrendo toda a sua franja pra cima. se levantou e com movimentos calmos, como se estivesse pisando em ovos, andou até ela.
- Vem, volta pro seu lugar. – passou o braço pelos ombros de .
- Desculpa pelo carpete se desculpou com a voz murcha e baixa por causa do carpete próximo à porta que agora estava encharcado com a cerveja que ainda restava na latinha.
- Erm, imagina – sorriu sem graça vendo que a prima não demoraria a chorar. E não estava errado, começou a chorar e desabafar sentindo todos os olhares atentos nela. Era engraçado como ela estava tão aparentemente forte na casa da horas antes e agora estava assim, só por tê-lo visto.
- Eu... eu, eu não consigo! Não dá pra ficar fingindo que ta tudo bem, que somos amigos e estamos nos tratando normal e civilizadamente! Eu simplesmente queria dar uma voadora nele! Aquela imagem nojenta ficou na minha cabeça esses dias todos, por mais que eu estudasse ou me distraísse...
- Calma ! Espera o tempo passar e você vai ver como tudo vai parecer menor. – veio e se ajoelhou perto dela.
- Menor, ? – relaxou os braços e falou em tom de desanimo – Eu e vimos o com aquela garota pelada na sala dele, você acha que isso um dia tem como ficar menor?
- Nem sei por que o fez isso – estava com o olhar fixo no chão e balançava devagar a cabeça – Ele gosta da desde o berçário, parecia um pateta falando dela!
- Mas aí é que ta, meu caro ! Ele é um pateta. – afirmou .
- E um fraco! – completou.
- Eu te disse , eu te avisei, era melhor eu não ter ficado com ele! Um dia depois de estarmos juntos eu o pego com outra! Falei que se isso acontecesse eu não saberia o que fazer!
- Mas você soube! Você está aqui inteirinha, não está?! – falou sentando no chão perto dela.
- Não... num to inteira. Posso estar qualquer coisa. Menos inteira.
- Ele deve ter alguma explicação, eu nunca vi os dois tão felizes como na época em que estiveram juntos! Parecia que tinham colocado um disco de vinil dentro da boca dele de tanto que sorria! É simplesmente inacreditável que algumas horas depois ele faria uma coisa dessas por querer! – falou abraçando as pernas e apoiando o queixo sobre os joelhos.
- Mas que explicação?! Por mais que ela tenha provocado, ele a agarrou, isso é fato! Mas e daí? Eu nem devia estar assim caramba! Eu sempre soube como ele era.
- ... – a olhou, estava sofrendo por ela e também pelo amigo – Ele foi um tosco, isso não dá pra negar, ainda mais quando ele sabia que você estava prestes a aparecer por lá! Mas você não pode ficar odiando ele pelo resto da vida, ok? Você vai ter de superar isso e uma hora os dois terão que conversar! – não disse nada, apenas concordou lentamente olhando pra baixo.
- , esses não são os planos da . – falou de repente cortando o silêncio que havia se instalado.
- Por que ? – perguntou e todos os olhares estavam agora esperando a resposta dela. olhava como se implorasse pra ela ficar quieta. não estava na intenção de trair a amiga ou fazer fofoca contando o que ela pediu pra ficar em segredo. Queria apenas o que era melhor.
- não adianta me olhar assim! Você ia ter de contar uma hora...
- Não quero falar disso agora.
- Por que não ? A gente ta entre amigos! – sorriu pra encorajá-la.
- Ela ta pensando em morar com o pai no Canadá – falou rápido e fez cara de 'prontofalei'!
- Canadá! Por quê? – parecia chocado e ficou de pé.
- Calma, não tem nada confirmado!
- Calma nada! Quando você ia me contar isso?
- Senta aí ! Po... eu sei lá! Meu pai ficou sabendo que eu não estou conseguindo trabalho e a mulher que ele se casou é diretora de um canal de televisão. Aí ele disse que ela poderia me botar lá dentro a qualquer hora que eu quisesse. Não com um salário milionário, mas algo que desse pra me sustentar...
- Mas você nem conhece sua madrasta! E se ela for uma louca?!
- É isso que a gente tenta dizer pra ela ! Quando meu pai se casou com a Julie eu morri de medo que ela fosse radicalizar comigo e com a . Felizmente demos muita sorte porque a mãe da é um anjo de pessoa! Nós estamos muito bem lá em casa na questão 'pais', você não precisa ficar brincando com a sorte! – falou o que sentia de verdade e olhou pra ela com um sorrisinho meigo.
- Eu sei gente, mas eu não pretendo chegar lá e ficar morando com eles! Vou ter meu próprio apartamento.
- Mas ela ainda vai ser sua chefe! Se ter a mãe como chefe às vezes é um pé no saco, imagine a madrasta! – comentou.
- Pensei em tudo isso... Não dei nenhuma resposta ao meu pai e ainda quero conversar melhor com minha mãe. – torceu a boca e bagunçou seus cabelos.
- Não pensou não, eu acho que você não pensou na tia nem na gente, nas pessoas que te amam. Pensou só em você – falou sério e frio.
- E por acaso você é uma dessas pessoas que me amam? – se levantou novamente e respirou fundo.
- Por quê? Alguma dúvida disso?
- Todas. Se você me amasse mesmo, deveria me apoiar em qualquer decisão que eu tomasse. – ela atravessou a sala e caminhou pra perto da porta de novo.
- aonde você vai? – perguntou e ficou de pé também.
- Pra casa, acho que eu não estou sendo uma boa companhia hoje... Desculpem meninos, pela minha cara pode não parecer, mas eu estou muito feliz que estejam aqui! – sorriu sincera e abriu a porta.
- Quer que eu te leve? Afinal fui eu que trouxe! – se ofereceu pra ajudar.
- Não, obrigada ! É que eu estou com um mal estar que me faz pensar que eu preciso desesperadamente de ar, então é melhor eu ir andando.
Depois que ela saiu, os presentes na sala ficaram olhando uns para os outros. Alguém teria que contar a notícia ao !

’s point of view ON

Caralho. Merda. É, não tem palavras bonitas no meu pensamento agora! Acho que não tem crianças acessando meus pensamentos, então tudo bem...
Sabe, eu vou pegar uns salgadinhos aqui no armário, sentar no sofá e simplesmente comer. Os simples atos de mastigar e depois engolir parecem ter ficado muito mais difíceis nos últimos dias. Cada salgadinho que eu botava na boca se desfazia sem gosto sobre a língua... E não é só pra me alimentar que estou com dificuldades, pra respirar e dormir também. Isso desde a maldita hora que o sonho virou pesadelo! É engraçado como sonhos viram pesadelos do nada, basta aparecer um lobo mau ou um cara de capuz preto te perseguindo. No meu caso apareceu a Delilah, e sem capuz. Nem roupa nenhuma.
Eu fiquei um tempo largado no sofá, repensando em toda aquela cena e em como foi doloroso ver a agora querendo me fuzilar, me enterrar vivo, arrancar meu coração, cortar minha cabeça - e outros membros também, err - me cortar em várias partes e queimar, ou talvez enterrar cada uma delas num canto do planeta, me jogar dentro de um vulcão, me enviar pro centro da terra, me deixar no olho de um furacão, me... opa, a campainha toca enquanto eu penso nas várias maneiras que a teria me matado.
- ?
- Oi , você ta legal? – eu abri mais a porta e ela foi entrando.
- To ótimo. Por que não estaria? – rolei os olhos e fechei a porta. A é uma boa amiga, ouvinte, conselheira, mas eu não estava a fim de conversa! Acabei de sair de um quase-quebra-pau com a , preciso recuperar minhas energias...
- Eu sei que é muito chato tudo que está acontecendo, . Nós já falamos no Msn outro dia.
- Chato? Chato é ficar preso no elevador, é ter diarréia no dia de um show, ficar com ressaca... isso aqui é o inferno.
- Não se esqueça que...
- Ta, que foi culpa minha.
- É, e eu queria saber o que você esteve pensando nesses últimos dias porque no dia que conversamos no Msn você estava bem disposto a conseguir que ela te perdoasse. Ainda continua com o mesmo objetivo ou a viagem já mudou a sua cabeça?
- Eu... eu não sei. Quero muito que ela me dê outra chance, mas não sei como vou fazer isso.
- Então eu acho que você vai precisar saber como logo.
- Logo? Por quê?
- Eu vim aqui pra te contar isso. A vai ficar chateada, mas nós chegamos num acordo e achamos que era melhor você saber com urgência porque só você está podendo impedi-la de fazer isso.
- Fazer o que? Você ta querendo que eu morra de curiosidade aqui? Porque se for pra eu morrer no último capítulo é só vocês me deixarem na frente da numa sala isolada que...
- Mudar pro Canadá. – me cortou e eu fiquei quieto. Ela tinha falado isso mesmo?
- Err, ma-mu-mudar?! Canadá? – eita caraíí, nunca eu gaguejei tanto como hoje.
- É, o pai dela mora lá, lembra?
- E ela vai morar com o pai assim de repente? Eu sempre achei que ela gostasse mais da mãe! Sogrinha Julie é tão legal...
- É, mas ela vai. Estava indecisa, mas se eu bem a conheço, depois do clima insuportável entre vocês hoje, ela deve ter se decidido.
- Ah, assim não dá! Quem teve essa idéia maluca de levar minha pra milhas de distância?
- Foi a madrasta que arranjou um emprego pra ela lá.
- Só podia ser coisa de madrasta. – uma agonia tão grande cresceu dentro de mim que se eu estivesse segurando uma lata, amassaria facilmente.
- Ninguém quer que ela vá , eu sei que você também não! Ela não vai ser feliz num país estranho, vivendo com o pai e uma mulher que ela nem conhece!
- Quer saber? Talvez seja melhor que ela vá mesmo. – cruzei os braços rapidamente porque ao falar essa frase foi como se eu tivesse me cortado. Pontadas. Insuportáveis pontadas, sinais da fraqueza humana.
- Não faz isso , não entrega o jogo assim! É a , sua velha amiga! Você é amigo dela há mais tempo que eu e com certeza gosta dela muito mais do que eu... E olha que eu gosto pra caralho! Você não pode deixá-la na mão de uma madrasta do mal, você quer que ela se torne uma espécie de branca de neve ou algo assim?
- Ela já é bem grandinha pra saber se defender de uma madrasta, . – eu falei dando as costas pra ela e ficando de frente pra janela. Um conhecido aquecimento estava tomando conta das minhas bochechas ao mesmo tempo que minha garganta parecia estar dançando salsa. Em outras palavras eu estava prestes a chorar feito um bebê.
- Ok, eu achei que você ia querer ajudar a salvar a dela mesma. Eu acho que se você está dando as costas agora é porque não a ama como diz. Quem ama protege a criatura amada mesmo quando ela não quer proteção. Talvez ela esteja certa ao se afastar de você...
- EU AMO A . – me virei depois de tanto ouvir a voz da ecoando pela sala. Ela demonstrou surpresa ao ver minhas bochechas molhadas e o nariz levemente vermelho. – Não duvide disso!
Ela abriu um leve sorriso, acho que meio comovida com meus olhos vermelhos. Dude, eu odeio chorar.
- Eu a conheço e sei que não sou capaz de detê-la. Que idéia de vocês achar que eu ia impedir alguma coisa. Só se eu me matasse! – abaixei a cabeça e respirei pela boca. Parecia que tinha um concreto louco no meu nariz, totalmente bloqueado. Dude eu odeio chorar.[+1]
- Todo mundo sabe que você vai achar um jeito. Você é inteligente, você é pôs a mão no meu ombro e inclinou um pouco a cabeça pra tentar olhar nos meus olhos.
- Eu vou fazer o que eu puder, mas não garanto nada. Não sei nem por onde começar...
- Você é do McFLY! Compõe uma música pra ela e manda tocar no topo da montanha, sei lá! Eu ainda continuo apoiando uma carta quilométrica e bem fofa. Pega a nossa conversa, você estava muito fofo naquele dia! – se aproximou da porta e eu a acompanhei. Ela pôs uma mão na maçaneta, mas antes de abrir, limpou minha bochecha com o polegar.
- Você errou ao se deixar levar pela Devaca, . Mas agora você deve provar que merece outra chance. – é! Eu vou provar sim, mas espera... Devaca?
A foi embora depois disso. Minha cabeça rodava e não era pela cerveja. Meus olhos estavam ardendo, receber essa notícia foi como se alguém tivesse jogado areia neles. Dude eu odeio chorar. Mas quando as coisas não estão bem com a isso acontece. E acontece fácil! Quando as lágrimas saem eu sinto até um alívio, é o nó da minha garganta que folga um pouco. Infelizmente chorar não resolve nada. Tinha que ter alguma coisa "fofa" que eu pudesse fazer! Então eu segui a recomendação da . Fui pro computador e peguei a conversa que tivemos no Msn antes da semana em Manchester. Foi uma conversa longa. Eu li na esperança de achar alguma inspiração pra escrever uma carta, ou compor, ou qualquer coisa que fosse.

Play histórico do Msn [nota¹: hauhsuhus que fic retardada... pode xingar! Os trechos a seguir estão em ‘linguagem de msn’. nota²: você pode colocar pra baixar se quiser Anywhere But Here - Safetysuit: x- x (2nd opção em caso de erro haha -->) x- x, mas só deixe tocar ao meu sinal ^^]

diz: !!!! Você por aqui uma hora dessas?!
(L) mafagafo diz: Oi ! Cheguei da facul e nã tinha nada pra fazer... enfim, hj é sexta né! Proibido dormir cedo!
diz: claaaro!! Q bom, assim não fico sozinho.
(L) mafagafo diz: e vc, ta no msn pq? Não foi furunfar por aí?
diz: ahn... vc sabe... a semana toda eu fiquei assim, derrotado!
(L) mafagafo diz: eh eu sei, a me contou.
diz: eu sou um idiota ! Eu sabia que ela ia lá quer mais burrice q isso?!
(L) mafagafo diz: realmente vc eh um idiota!
diz: vc tb ta brava cmg? D:
(L) mafagafo diz: só um pouco... na verdade, to mais decepcionada!
(L) mafagafo diz: poha. ! E aquela conversa toda lá no parque?
diz: eu sei eu sei!! não era mentira, eu amo msmo a , mto!
(L) mafagafo diz: e ai, como é q vc trai a menina, caralho òó?
diz: é isso q eu me pergunto ! Todo dia!
diz: nem eu mesmo entendo o q aconteceu =/
(L) mafagafo diz: eu já ouvi a versão da , agora me conta vc como foi.
diz: conto... mas antes me conta o que ela te disse?
(L) mafagafo diz: ah, nada além do que vc deve imaginar...
(L) mafagafo diz: q vc mandou uma mensagem na última hora dizendo que era pra ela passar lá na sua casa pq vc tinha uns negócio pra entregar,
(L) mafagafo diz: aí qd ela chegou la vc e a sua ex estavam se comendo.
(L) mafagafo diz: aí ela ficou meio paradona e chocada, mas realizou a situação e ela com a sua ex quebraram uns vasos lá...
(L) mafagafo diz: a coisa foi feia!!
diz: foi mais do que feio!
diz: aquele foi o pior momento da minha vida, cara!
(L) mafagafo diz: pq? da SUA vida? Imagina a !
diz: é que eu senti uma dor me esmagando no peito como se a casa toda estivesse caindo em mim =x
(L) mafagafo diz: seu emo
(L) mafagafo diz: se vc sabia o q ia acontecer, pq fez isso, idiota?
diz: já disse q não seeei caraíí!
diz: foi assim... mandei a mensagem pra ela pq eu vi que ela tinha esquecido o mp4,
diz: e tb tinha um álbum de fotos nossas que eu queria mostrar,
diz: e junto ia devolver tb uma pulseira q ela perdeu na minha casa uns 500 anos atrás...
diz: ai mandei a mensagem, pra ela ir lá buscar tudo...
diz: assim que mandei, tipo coisa de segundos, a campainha tocou.
diz: pensei “nossa que rapidinha” e fui abrir, aee era a delilah
(L) mafagafo diz: pq vc deixou ela entrar? pra começo de conversa, né u.ú
diz: o pior eh q eu não deixei oO!! Ela foi entrando e falando sem parar
(L) mafagafo diz: certo... continua
diz: ela tava falando que não queria ter terminado comigo e q não tava saindo com Mike do marianas e talz...
(L) mafagafo diz: WAIT! PARA TUDOOO
(L) mafagafo diz: ela saiu com o baixista do Mariana’s Trench??
diz: foi o q ela disse qd terminamos, ms ela desmentiu dps
(L) mafagafo diz: ms q maria palheta!
diz: ehh, ms deixa eu continuar vai...
diz: ela disse q num tava cmg apenas pq eu sou famoso, q gostava de mim e eu disse q agora não importava mais
diz: ai ela pediu perdão etc e tal e chegou perto de mim dizendo q duvidava q eu não sentia mais nada por ela
diz: então ela tirou o sobretudo e tava nua...
(L) mafagafo diz: PUTAAAA putaputaptuaptuaptuaptuaputaput
(L) mafagafo diz: ahiuwhiudfhai pourohnfkan dwegtnb @#$$#@##
diz: é é é tuuuudo isso aí
diz: e pára de acotovelar o teclado. não é legal..
(L) mafagafo diz: foda-se ms continue contando
diz: ela chegou mais perto ainda e me mordeu na orelha, dps na minha bochecha, ficou se esfregando, me beijou e vc sabe... sou homem porra
(L) mafagafo diz: e vc agarrou a vaca, certo?
diz: ...
diz: não conseguia me controlar, meus braços não me obedeciam! tdo q eu mais queria era soltar ela, eu juro!
diz: fomos caminhando pro sofá, ela tirou minha blusa e a chegou
diz: a gnt só percebeu q ela tava ali qd ouvimos o barulho do celular q ela deixou cair no chão, eu me assustei e até mordi a língua da outra
diz: eu fiquei meio sem acreditar que isso tava acontecendo msm, fechei os olhos com força pedindo que fosse só a minha consciência brincando cmg!
diz: abri o olho e ela continuava lá me olhando
diz: pensei que fosse infartar O- O!
diz: a lilah se levantou e vestiu minha camisa enquanto eu ficava tentando falar algo, ms não vinha nada na cabeça a não ser aquelas frases tipo
diz: ohhh, não eh nada do que vc ta pensando...
diz: e coisa e tal
(L) mafagafo diz: FATOO
(L) mafagafo diz: isso é frase de culpado!
diz:
diz: não precisa ficar me lembrando desse detalhe
(L) mafagafo diz: que seja... what else?
diz: ela disse uma coisa q me fez pensar
diz: disse q a gente não é nada =/
(L) mafagafo diz: ms é verdade né? Ela disse q vcs só tinham um rolo, mas nada de namoro
diz: certo, a gnt não tava namorando oficialmente AINDA, ms daí a não ser NADA?!
diz: as nossas ficadas não podem ser reduzidas a nada!
diz: sem contar q eu já teria pedido em namoro se tivesse conseguido comprar a droga da aliança no dia do jantar...
diz: são alianças especiais, tem o desenho da nossa tatuagem gravada nelas =/
diz: acredita q chegaram aqui em casa um dia dps da ter ido embora??
diz: to olhando pra caixinha nesse exato momento
diz: são lindas =/
diz: =/ =/ =/ =/ =/ =/ /= / =/ =/ =/ =/ =/ =/ /=/ /=´/
(L) mafagafo diz: calma dude não choraaaa
(L) mafagafo diz: e pare de acotovelar o teclado! se eu não posso vc tb não pode osh!
diz: quem disse que eu to chorando?
diz: nem instalei a web cam oO
(L) mafagafo diz: relaxa, brincadeira xP
diz: tudo bem... meus olhos estão aguados mesmo, vc não errou
(L) mafagafo diz: ounnnnt as coisas vão se acertar vc vai veeerr!
diz: ela não vai querer me ver nem com 50 mil alianças de namoro nas mãos!
diz: eu to perdido sem aquela mulheeeerr! FALO SÉRIO!
(L) mafagafo diz: hauahuahuah ta parecendo aqueles bêbados que ficam debruçados no balcão enchendo o saquinho dos barmen ueheuheuhe!
diz: kkkkkkkkk sabia q vc ia dizer isso
diz: e eu to bêbado msmo, mas só um pouquinho...
(L) mafagafo diz: o q vc ta bebendo?
diz: vodka, energético, suco de maracujá e um troço estranho que eu achei debaixo da cama
(L) mafagafo diz: eita porra 0o
diz: to me sentindo o próprio john vesely falando coisas tão melosas e gays!
(L) mafagafo diz: não chama o vesely de gay eu adoro secondhand!
(L) mafagafo diz: e dizer q ta perdido sem a mulher naao é gay!
(L) mafagafo diz: a menos q vc fosse mulher tb hauheuheuawe
(L) mafagafo diz: e vc naoo ée
(L) mafagafo diz: ou é oO?
diz:
diz: engraçada vc... voltando ao assunto --->
diz: eu sempre demoro um bocado pra conseguir ficar com ela e qd consigo acontecem essas tragédias!
diz: amo a ! mais que tudo! desde sempre, vc sabe!
diz: aquilo com a lilah foi uma terrível fraqueza
diz: se eu pudesse voltar no tempo eu teria simplesmente olhado no olho mágico da porta antes de abrir pra ela
diz: a lilah era minha namorada ms estar com ela era sempre uma enrolação pq eu não esqueci a !
diz: tudo q eu queria era ter outra chance
diz: se cada pedacinho do meu arrependimento valesse um dólar eu não precisaria mais trabalhar!!
diz: quero minha garota de volta
diz: não posso perder ela outra vez!!
diz: sabe qd a gnt era amigo, eu não catava ela como queria pq sabia que uma hora a gnt ia brigar, coisa q como amigos não acontecia nunca!
diz: e aí eu ia ficar sem poder andar junto dela, sem ouvir a voz, sem zoar com ela... exatamente como agora! Talvez ela nunca mais dê uma risada pra mim e essa idéia me desespera!
diz: nunca pensei que fosse gostar de alguém tanto assim! Vc acredita que eu a amo, não acredita?
(L) mafagafo diz: acredito em vs... mas ela nunca ia ficar te ouvindo assim porque ela ta brava e eu não, certo?
diz: yep. agora comofas?
(L) mafagafo diz: faz ela saber de tudo isso que você me disse, tipo... escreve pra ela, cara!
diz: tipo uma carta vc quer dizer?
(L) mafagafo diz: uhm
(L) mafagafo diz: aproveita e bota num envelope junto uma foto de vcs!
diz: ms eu não sou bom em cartas
(L) mafagafo diz: aprende errr! mais tarde vc pega esse histórico e copia no papel o que vc me disse, inteligência!
(L) mafagafo diz: soh acrescenta mais coisas e tira os errinhos, claro huahauhs
diz: eh pode ser... obrigado por estar do meu lado!
(L) mafagafo diz: ... eu sou sua amiga e da . Não to do lado de ninguém pq não há lados aqui, certo? num tamo numa guerra!
(L) mafagafo diz: to do lado dos dois, quero que estejam juntos logo pq ficam muito chatos qd estão separados!
(L) mafagafo diz: mas que fique claro que não to apoiando o que vc fez! Se trair minha irmãzinha de novo eu te excluo do msn! Òó
diz: num vou fazer de novo
diz: nem sei se vou ter outra chance de estar com ela, porra
(L) mafagafo diz: ah vai se foder - |-
(L) mafagafo diz: ...se fosse o eu cortava aquilo lá dele! só pra ele nunca mais pensar com a cabeça de baixo!
diz: aaaaaaaaaaaaaaaau vc é cruel! Vou falar pro te largar!
(L) mafagafo diz: pode falar docinho, ele não vai te ouvir mesmo...
diz: uhauhauhauhauhu ele te ama!
(L) mafagafo diz: eu sei *-------*
(L) mafagafo diz: e amo ele tb
diz: ele nunca tinha amado ninguém!
diz: que bom que vc chegou pra salvar aquela alma! Me diz, ele já levou café na cama pra vc?
(L) mafagafo diz: pq quer saber 0o?
diz: só curiosidade!
(L) mafagafo diz: jáaa =D
diz: sabe, eh que ele falou q nunca faria isso... meu bebê mudou!
diz: graças a voceeee!
(L) mafagafo diz: yeeeeeeeeeeeeeeee!!!
(L) mafagafo diz: ok, agora eu tenho q ir! vejo meus olhos se fechando u.u
diz: ta bom, eu tb vou tentar dormir... amanhã eu vou viajar um pouco antes do que os garotos, vamos fazer uma turnê, cê sabe..
(L) mafagafo diz: já sei. viajar antes, né? sakei a sua
(L) mafagafo está digitando uma mensagem
(...) 3minutos
diz: sacou o que garota oO?
(L) mafagafo diz: é pra não ver a que vc vai antes!!
diz: 1º=sim, não vai ser saudável pra nenhum dos dois
diz: 2º=vc passou 3 minutos digitando essa frase? dava pra fazer um miojo
(L) mafagafo diz: avisei que eu tava com sono
diz: eu hein, tinha que ser amiga da !!
(L) mafagafo diz: boa noite
diz: ta bom soneca vai la... durma com o e sonhe com os anjos
(L) mafagafo diz: ahahshsahshahshahah diz pra ele que eu to com uma saudade da porra
diz: onde vs aprendeu a falar isso? limpa esse teclado menina
(L) mafagafo diz: não enche
(L) mafagafo diz: bjsss
(L) mafagafo parece estar offline

Stop histórico do Msn

’s point of view OFF / ’s point of view ON
[n/a:solta o soom *- ~!]

Eu saí dizendo que ia pra casa, mas não estava a fim de chegar lá e ficar sozinha, então preferi andar pela rua. Um vento frio passou me obrigando a apertar o agasalho contra o corpo. O dia não estava muito bonito, era um dia branco. Sabe aqueles dias que desde o meio-dia até as cinco da tarde parece a mesma hora porque simplesmente é como se o sol não existisse? Há quem goste de dias assim, mas pra mim fica tudo tão sem cor! É como se eu fosse transportada pra um filme em preto e branco... Transportada. É, eu serei transportada para o Canadá! Gostaria que as minhas lembranças não se transportassem comigo! Seria tão mais fácil se eu pudesse deixá-las aqui, junto com e os momentos que passei com ele. As malditas sensações que ele me causa e a maldita ex-namorada. O meu maior medo é não conseguir esquecer. era o cara dos meus sonhos e em menos de meio minuto se tornou o monstro dos meus pesadelos. A minha cabeça está como esse dia. Monocromática, sem sol e sem graça. Talvez sejam meus olhos, mas o mundo está em tons de cinza... Bem que diz que eu sou meio dramática! Só de pensar em me afastar daqui os meus olhos enchem de água...
Por que diabos eu passei uma semana inteira sem falar nem lembrar - juro que não lembrei do - e agora que eu o vi ficou tudo tão perturbado na minha cabeça? Ao mesmo tempo que queria matá-lo, uma pequena parte de mim ficou contente ao bater os olhos nele. Isso foi percebido facilmente porque quando o vi, senti uma eletricidade percorrendo meu corpo e fazendo meu coração começar a se achar engraçadinho pra sorrir sozinho. Mas isso durou um segundo porque logo a parte que queria matá-lo começou a falar mais alto. Se eu pudesse, com o ódio que estava sentindo aquela hora, eu o fuzilaria, o enterraria vivo, arrancaria seu coração, cortaria a cabeça - não só a de cima como a de baixo também - o cortaria em várias partes e queimaria, ou talvez seria melhor enterrar cada uma delas num canto do planeta, o jogaria num...
- Ah, desculpa. – me bati com um cara que vinha na direção oposta, acho que nós dois estávamos distraídos. Ele ficou me encarando, mas eu não olhei pro rosto dele. Quem é esse cara que não olha por onde anda?

’s point of view ON

Um retardado. É assim que eu me sinto quando leio as coisas que converso... Depois que terminei de ler a conversa, me pus a escrever. Era tudo que eu tinha guardado e queria falar, pra e pra todo mundo.
- Mas que porra! – falei sozinho enquanto chutava a lata de lixo ao meu lado. Era a quarta vez que amassava um papel e pegava outro. As palavras me vinham na ment, mas quando ia escrever, não saiam do jeito que eu queria. Será que alguém pode me enviar uma luz divina? O que eu tenho que fazer?!

’s point of view ON

O que eu tenho que fazer é me livrar de tudo que lembra o meu passado. Agora é oficial, vou mesmo morar com meu pai. Depois do que aconteceu hoje, essa raiva toda que eu senti vendo o na minha frente, isso não deve fazer bem! E se eu vou recomeçar tudo, não há espaço pra ficar levando bagagens, certo?

’s point of view ON

Certo. Acho que terminei de escrever, depois de muito lutar a luz divina se fez aqui! Coloquei no envelope a folha onde havia escrito uma senhora carta. Coloquei também uma foto, aquela do parque de diversões que o viu e resolvi também entregar de vez a pulseira! Arranjei uma caixinha pra ela.

’s point of view OFF

Quando chegou em casa já estava escurecendo. Queria ter uma conversa com a mãe, mas encontrou um bilhete na porta de seu guardarroupas:
Minha querida, chegarei mais tarde hoje.
Você sabe que nós precisamos conversar, não é? Faremos isto amanhã.
Tem lasanha na geladeira. Te amo.


Dra. Julie nunca tinha horários certos. Como a mãe não estava, foi com urgência botar em prática um outro plano.
Pegou sua velha e conhecida caixa rosa.
O plano: Queimá-la.
Abriu a porta que dá acesso à uma pequena varanda, para que a fumaça pudesse sair. Posicionou uma mesinha em frente à porta e pôs a caixa em cima. Tirou a tampa e a deixou ao lado. Respirou fundo olhando todas aquelas coisas lá dentro, parte de sua vida estava arquivada ali: A parte com . Pegou uma das fotos numa mão e um isqueiro na outra, aproximou a duas e deixou que começasse a queimar a primeira foto. Ficou observando como o fogo avançava centímetro por centímetro e imaginou que a mesma coisa acontecia nesse momento com suas más lembranças. Uma sensação estranha começou a causar uma espécie de erupção no interior de e uma lágrima grossa correu por sua face. Quando a foto em sua mão estava com poucos centímetros onde o fogo ainda não havia chegado, ela a jogou dentro da caixa e assim o fogo aumentou com a quantidade de material a mais para queimar. Várias outras lágrimas como aquela se sucederam enquanto seu rosto era colorido pela luz laranja do fogo. Todas as lembranças que aquelas fotos carregavam estavam evaporando na frente dela e isso causava dor.
Após cessar as chamas - e também as lágrimas - ela se entregou ao sono e cansaço que sentia.

No dia seguinte, um domingo chuvoso, acordou ao pensar ter ouvido um barulho dentro do quarto. E realmente ouviu. Era , o deixou entrar na casa e ele foi até o quarto dela. Colocou a carta em cima da penteadeira, depois a caixinha com a pulseira sobre o envelope. Quando ele saía do quarto, observou o que antes era uma linda caixa de papelão rosa muito bem cuidada pela dona. O tom de rosa ainda estava presente em algumas partes do papelão e na tampa, mas na maior parte da caixa, estavam visíveis as queimaduras. A curiosidade o fez olhar o interior e ele sentiu uma facada no estômago ao ver pedaços de fotos que não foram consumidos pelo fogo. Deu meia-volta pra sair e com o nervosismo tropeçou num tênis jogado, fazendo se remexer na cama. Ele fechou a porta e saiu pálido.
- Que foi? Ela acordou? – perguntou baixinho na escada.
- Eu pisei num tênis jogado e ela se mexeu.
- Mas ela te viu?
- Não... mas eu acho que a coisa é mais séria do que pensei. Umas palavras num papel não vão adiantar... – ele afirmou com a expressão séria enquanto passava por em direção à porta.
- O que foi? Que cara é essa? – perguntou quando os dois já estavam fora da casa.
- A caixa ! Ela acabou com a caixa onde guardava coisas que faziam lembrar de mim. Ela queimou o meu coração agora.
- Nossa, isso é mau... – ela falou pensativa, mas sem entender muito bem a parte do coração – Vamos continuar com o plano, ok. Vai embora que eu vou pegar a sacola dos donnuts e fingir que estou chegando agora. – foi andando rápido até seu carro, que estava estacionado umas duas casas depois. Estava tudo acertado assim e já havia passado com ele na padaria pra comprar os donnuts antes. ficou com o ouvido colado na porta e ouviu descer as escadas correndo, hora de entrar com tudo.
- Oi ! – ela sorriu vendo a menina com a cara espantada.
- Vo-você não tava em casa?
- Fui à padaria.
- Cadê a ?
- Ela bebeu demais depois que você foi. Os meninos acharam melhor deixá-la dormir lá no apartamento do .
- E nossos pais?
- Eles saíram cedo, não te avisaram ontem? – caminhou tranqüilamente até a cozinha com uma assustada atrás.
- Não... quando eles chegaram eu devia estar dormindo. Minha mãe só avisou que ia chegar tarde. Preciso conversar com ela sobre o Canadá. Depois do que rolou ontem eu decidi que vou mesmo, . O meu pai já até depositou o dinheiro da passagem na minha con... Espera eu desci agora só pra perguntar! QUEM ESTAVA NO MEU QUARTO?
- Tinha alguém no seu quarto?
- SIM! Eu ouvi um barulho lá! Não viu ninguém sair quando estava chegando?
- Não... ah , deixa de bobagem! O vento deve ter derrubado alguma coisa no chão. Estava com a porta da varanda aberta?
- É, estava aberta. Será que foi isso então?
- Claro! Você só se assustou porque estava dormindo... Agora deixa esses assuntos pra depois. Volta lá pro seu quarto, lava o rostinho, penteia o cabelo e desce pra comer donnuts comigo! – segurou os ombros de e a virou de costas, empurrando-a de volta até a escada. subiu um pouco desconfiada e voltou pra cozinha, sentou e pegou um donnut com cobertura de brigadeiro. Esperou dez minutos lá enquanto comia seu donnut tranqüilamente, depois pegou um prato, colocou uns três donnuts e foi ao quarto de . A porta estava entreaberta, ela empurrou devagar com o cotovelo e logo pôde ver sentada de lado na cama com um papel na mão, era a carta. Viu também a caixa destruída que mencionou. Será que ela o perdoou ou ele estava certo ao dizer que não ia adiantar nada? pensava...
- Que houve? O que é esse papel? – estava fingindo não saber de nada porque não queria que a acusasse de ajudar o e ficasse brava com ela, só ia piorar tudo.
- F-foi o , ! – estava aos soluços.
- ? O que tem o ?
- Foi ele que entrou aqui... – ela suspirou e limpou uma lágrima com a manga do agasalho.
- Te deixou alguma coisa? Foi esse envelope vermelho?
- Sim, ele trouxe algumas coisas. Tem essa carta, uma foto nossa antiga que eu nem lembrava mais e minha pulseira que eu sempre suspeitei ter perdido na casa dele...
- Ah, deixa eu ver a foto? Adoro ver vocês em versão baby!
- A gente não era baby, ! Mas enfim... – suspirou se acalmando dos soluços e entregou a foto.
- Eu sei que é o beijando uma de suas bochechas, mas quem é o garoto beijando a outra bochecha?
- Ihh... esqueci o nome dele. Droga. Mas ele era legal e bonito... Acabei ficando com ele nesse dia porque o estava ficando com uma nojentinha lá mais velha que a gente. – torceu a boca e rolou os olhos. O romântico da carta não tinha muito a ver com o das lembranças dela.
- O que diz na carta? – se sentou ao lado com o prato no colo, pegou um donnut e entregou a carta. comia seu donnut distraída enquanto foi lendo e deixou um sorrisinho escapar ao imaginar que ele deve ter lido a conversa de Msn pra se inspirar.

“Oi ! Se você está lendo é porque não rasgou a carta quando viu de quem era... Isso já é um bom começo! Eu entendo que você não conseguiria ouvir um 'me perdoa' saindo da minha boca sem me dar um tapa ou sair correndo. E eu entendo também que ao ler essas duas palavras você vai me mandar para aquele lugar mentalmente. Eu fiz tudo errado desde o começo, mas foi sempre querendo te impressionar. Certa vez você mesma me disse que talvez eu estivesse usando a tática errada pra conquistar a única garota na escola que parecia não se importar comigo. Não consigo evitar de sorrir quando lembro daquele dia! Eu demorei pra perceber que estava mesmo usando o pior plano de ação da história! Deixei que você tivesse a imagem de um torto. E agora você não vai acreditar se eu disser que um demônio chegou na minha casa e queria me estuprar! Tudo bem, não é pra tanto, certo?! Eu com meus exageros... O 'demônio' se chama Delilah e ela forçou a barra sim. Não é normal uma pessoa chegar na casa de outra vestindo apenas um sobretudo! Porém isso não explica o fato de que num dado momento eu me deixei levar. Eu sou apenas um homem cheio de imperfeições com uma caneta na mão jurando a você que não significou nada aquilo ali que você viu, só tem uma pessoa no mundo que tem tantos poderes sobre mim e é você , não me importo com outras garotas e só quero ter você na minha vida todo dia! Você também me quer, eu vejo isso. Não fique divulgando por aí que a gente não teve nada, ou nada importante.
Foram 926357 olhares cúmplices trocados.
171623 risadinhas - gargalhadas seriam incontáveis.
26330 vezes que você fez minhas mãos suarem.
25600 olhares apaixonados.
1825 dias sem te ver e sonhando com você.
900 carinhos.
547 choques da sua pele pra minha.
431 fotos nossas.
314 abraços.
202 beijos.
1 noite na praia.
Não dá pra chamar de pouco. Minha vida não seria nada sem esses números. Eu juro com todo meu coração que se passasse uma estrela cadente aqui eu só pediria pra ter esses números multiplicados, porque eu quero estar com você por muito tempo. Oops. Esqueci que eu não posso jurar com todo o meu coração porque ele nem está aqui comigo. Está dentro de uma caixa rosa que você mantém no seu guardarroupas! Você pode pensar que eu sou bom em escrever letras de músicas e por isso está sendo fácil colocar essas palavras no papel, mas não é bem assim! Isso aqui é novo pra mim, nunca me senti desse jeito ao escrever uma música... Me sinto como um astronauta explorando um lugar desconhecido e tudo que eu quero encontrar é um buraco negro que me puxe pra dentro dele do mesmo jeito que os seus olhos. A verdade é que eu fico perdido com os seus olhares e mais perdido ainda fico sem eles. Eu já cansei de me perguntar por que não consigo fazer nada sem você. Talvez os seus olhos possam me responder. Os meus olhos me mostram o quanto você é linda por fora mas os seus me mostram o quanto você é linda por dentro, tão apaixonante e a verdade é que eu prefiro estar em qualquer lugar, mas não aqui, sem você! Talvez eu ainda possa ser tudo que você sempre sonhou, é o que eu mais quero. E esse é o fim do momento, ou simplesmente um belo desdobramento de um amor que nunca será. Ou talvez será. Só depende de você perdoar essa criatura que nada faz na vida a não ser pensar em você.”


- Ele escreveu coisas fofas! – terminava de ler e mesmo não sendo pra ela, não conseguiu evitar que os olhos ficassem úmidos. A carta ficou tocante pra quem não sabia escrever cartas! – O que vai fazer?
- Eu tenho que fazer alguma coisa?
- Pra escrever um texto lindo desses ele deve ter passado a madrugada toda.
- Ta! E as madrugadas que EU perdi porque ficava tendo pesadelos com aquela cena nojenta dos dois se atracando?
- Pelo que diz aqui ele se arrependeu né...
- Ah, é fácil dizer isso agora! Ele que pense que pode catar as negas e depois querer voltar a ficar comigo, me enviando uma cartinha fofinha e melosa que eu vou correr pra ele e ta tudo certo.
- Erm, você devia pelo menos agradecer pela pulseira!
- A pulseira eu já agradeci... Pra , foi ela que me deu! Ele não fez mais do que a obrigação, se ele achou tinha que devolver. E olha que demorou bastante! – ela sorriu irônica na última frase, encarou o chão.
- Acho que você está sendo muito durona e estressada!
- O QUÊ? Defendendo o ? Ah, vai se foder você também, nossa...
- Durona, estressada e mal educada.
- Não é pra menos, né? Queria ver se fosse o ! A essa hora já seria um mafagafinho desmafagafizado...
- Claro que não! E eu não to defendendo... err, vamos pra cozinha, fiz chocolate quente.
entendeu o que estava dizendo sobre queimar o coração. se demonstrava inatingível e forte. Pensou em queimar também a carta, mas esses pensamentos só demonstram o quanto ela tem medo de acreditar e ser levada pelo sentimentalismo.


Capítulo 24 – Os ex-malas


[n/a: duas músicas terão destaque nas cenas desse capítulo. Se quiser começar a baixar: música da briga | música do striptease, putz! Quem será q vai fazer isso huh?! haha]

Naquele mesmo dia, retirou a caixa dali. Ela estava inteira, mas seu material se tornou flácido e manchado de preto em alguns pontos. Quanto às fotos, algumas ficaram com pedaços inteiros... Foram os pedaços que viu e se sentiu derrotado.
Depois que pôs o que restou da caixa pra ser levada junto com o lixo, percebeu que sua mãe havia chegado, pois ela sempre entrava conversando alto. Ela falava alto, quase sempre. ia sentir muita falta disso.
- Oi , que bom que está acordada – Julie entrou no quarto da filha. estava sentada na cama esperando mesmo que ela entrasse.
- Oi mãe, tudo bem com os assuntos da viagem?
- Tudo. Mas e a sua viagem? Tomou uma decisão?
- Tomei mãe, eu quero ir. – mordeu o lábio vendo Julie sentar na frente dela pensativa.
- Você já é maior e o que decidir está decidido. Apesar de não achar que seja uma boa idéia...
- Ah mãe, se for ruim eu volto.
- Você fala como se fosse tudo muito simples . Mas pelo menos você vai estar com seu pai.
- Vai dar tudo certo! Não fique preocupada comigo! – abriu um sorriso confiante, mas diminuiu quando viu que a mãe continuava séria – Que foi?
- Tem outra coisa que eu quero ter certeza.
- Diz...
A mãe respirou fundo, parecia estar catando as palavras.
- Filhinha, eu vivi o bastante, quer dizer, não tanto assim porque não sou velha! Mas acho que já conheço muito bem os comportamentos femininos.
- Onde você quer chegar? Não entendi.
- A natureza, minha filha. Ela comete muitos clichês e a gente sabe quando ela está agindo.
Julie pegou uma das mãos dela e a trouxe pra perto de si. continuou boiando na conversa.
- , você me contaria se estivesse grávida. Não contaria?
- QUE É ISSO?! – tomou um susto. Entender a conversa da mãe foi como dar de cara no chão.
- É isso que eu quero te perguntar. Eu sou sua mãe, você pode falar. Se você não confiar em mim, não vejo em quem você poderia confiar!
- Bom, se eu estiver... – por algum motivo, sentiu dificuldade pra dizer a palavra – grávida, nem eu mesma sei! De onde você tirou isso?
- Eu sou médica, trabalho em hospital...
- Você não é ginecologista. – cortou a fala da mãe olhando na direção do próprio ombro direito. Não estava gostando do papo, na verdade achou uma idéia absurda.
- Eu vejo muitas mulheres em começo de gestação pra lá e pra cá o dia inteiro. Acho que sei reconhecer uma grávida, mesmo que de algumas semanas.
- O que te levou a pensar isso? O que tem de errado comigo?
- Não é nada de errado. São coisas que acontecem, você já começou a dormir mais do que o normal. Você bebeu cerveja e isso não te fez bem, dá pra ver na sua pele. Na verdade, beber não faz bem em circunstância alguma, mas para uma grávida é potencialmente perigoso. E por último, mas não menos notável, está mais emotiva e chorona do que nunca.
- Como sabe de tudo isso? – perguntou em voz baixa, acuada. Não tinha como negar esses sintomas.
- Eu sou sua mãe! Eu posso passar mais tempo no hospital do que em casa, mas eu reparo em você, ok? Você é o que eu tenho de mais importante e se estiver esperando um filho, não vou deixar que viaje de forma alguma. Não vou mandar minha filha grávida pra outro país!
- Mãe, isso não tem chance de ser verdade. Tudo que eu passei esses dias... Eu tenho motivos pra não estar radiante, pulando por aí.
- Mas eu não disse que você não estava radiante! – Julie pegou uma mexa do cabelo de e ajeitou atrás da orelha – Você já deve ter ouvido falar que as grávidas ficam com um brilho todo especial nos olhos e eu vejo isso no seu olhar.
- Credo mãe, parece boba! – cruzou os braços e desviou o olhar para o chão.
- Me diga . Me diga agora, com quem e quando foi a sua última relação?
- Mãe! Eu...
- Sem enrolações.
- Tem algumas semanas aí. – falou ainda olhando pra baixo e tentando embolar as palavras, mas elas saíram em bom som – .
- Ah, claro... Tinha que ser aquele seu amigo que vinha aqui em casa quando vocês estavam mais novos! Bem que eu perguntava se vocês não tinham nada a mais e a resposta era sempre a mesma: "não, mãe". Eu até gosto dele, mas achava que ele fosse no mínimo esperto! Por que não se protegeram?
- Nos protegemos mãe! É por isso que eu digo que não estou esperando coisa alguma!
- Quero que vá ao médico. Não compre passagem nenhuma pro Canadá nem pra canto algum enquanto não tiver certeza. – Julie comunicou sua decisão com a voz firme e ia sair do quarto.
- MAS EU TENHO CERTEZA!
- Como?
- Mãe, eu só não entrei em pânico com essas suas hipóteses porque eu tenho certeza do que digo.
- Então me diz pra eu ter certeza também. Filha eu só não quero que você viaje grávida e tenha o meu neto longe daqui.
- Mãe se controla! – já falava com um certo humor na voz – Eu estava morrendo de cólica ontem à noite. Minha visita mensal já chegou esse mês. E eu também já disse que me protejo sempre. Não tem com o que se preocupar!
Ela levantou sorrindo e abraçou a mãe. Nunca teve tanta satisfação ao dizer que estava menstruada.
- Tem certeza que veio mesmo?
- Tenho.
- Então ta. POR QUE NÃO ME DISSE LOGO PRA EVITAR QUE EU PAGASSE MICO?! – Julie gritou e ficou rindo. Estava aliviada, mas também gostaria que a filha estivesse grávida e assim impediria a viagem.
- Você num tava deixando eu falar. – fez beicinho.
- Vou confessar que eu inventei todo esse papo, queria jogar um verde e quem sabe fosse verdade... Eu queria que você estivesse grávida. Acho que era um pretexto pra não te deixar viajar.
- Eu entendo você e prometo visitar sempre que for possível!

Julie. 42 anos e uma mãe muito moderna, compreensiva e meio maluca às vezes. Fica explicada toda a personalidade de quando conhecemos sua mãe. Ela sempre foi muito apegada à filha e com certeza é meio difícil soltá-la... Costumava ser só as duas depois do divórcio e antes de Robert aparecer!
Com a mãe convencida de que não há gravidez nem outros motivos que impeçam a mudança, agora só restou entrar em ritmo de viagem. Ainda no mesmo dia, com a chegada da noite, recebeu uma ligação do primo e passou horas ao telefone com ele. Primeiro a mãe, agora ... Segundo familiar do dia querendo fazê-la desistir. Mas para ela, era como se já estivesse com um pé no outro continente. Às vezes as pessoas tem uma vontade cega de mudar a vida e mal sabem elas que estão sujeitas a caírem nos mesmos erros e armadilhas. A vontade de podia ser vista como uma luz de farol alto. Daquelas que não nos deixam enxergar mais nada. Ela conversou com o primo e quando ele se deu por vencido, até admitiu que talvez fosse uma boa experiência e desejou que ela fosse feliz. sorriu involuntariamente com esses votos porque era a única coisa que ela queria!
então comprou sua passagem para quinta-feira da outra semana, sendo que uma semana antes, na quarta foi a sua mãe quem viajou. Ela partiu para sua viagem de quinze dias com o marido sabendo que quando voltasse a filha não estaria mais lá. Teve vontade de adiar a viagem com Robert, mas isso seria injusto com ele depois de terem planejado tudo juntos. Então na quarta Robert e Julie embarcaram pra Austrália. Durante os outros dias da semana, as meninas iam às vezes visitar seus namorados, mas sempre ficava em casa e não via a hora de estar livre disso. Os meninos tiveram várias sessões de fotos, gravações de programas pra TV e rádio, entrevistas pra revistas teen... Estavam todos empolgados e morar ali definitivamente ajudava a cumprir os horários dos compromissos de trabalho!
O fim de semana chegou e como haviam combinado, sábado seria o dia da festa. encarou também como uma festa de despedida, já que na próxima quinta estaria num avião. Convidou alguns amigos seus, inclusive os da faculdade, queria se despedir de todo mundo.
Durante à tarde os garotos ficaram num estúdio, gravando um programa que vai ao ar nas noites de quarta-feira. Enquanto isso, estava na casa de , e , se arrumando pra ficarem poderosas. fez um penteado em , usou o vestido azul que lhe deu antes das férias, maquiou e emprestou um par de brincos à , o mesmo que emprestou para a festa de despedida do anos atrás.
Ficaram lindas, a casa estava linda e também espaçosa. Foram removidos da sala objetos frágeis e com valor sentimental (ou não)... Sofás afastados para os cantos e lá fora, várias luzes em volta da piscina decoravam o ambiente.

Já eram quase onze quando o motivo, ou melhor, os quatro motivos pra festa chegaram. As pessoas presentes soltaram gritinhos erguendo seus copos de cerveja pra anunciar a presença deles.
- MAGAFAFO! – gritou, estava em pé numa cadeira e já um pouquinho alcoolizada. riu porque ela não acertou pronunciar mafagafo e caminhou até ela. As outras três garotas se aproximaram também e pareciam mais sóbrias do que ...
- O que vocês deram pra minha picurruxa suas perversas? – falava com molenga em seus braços.
- Cara! Você tem que parar de chamar ela de picurruxa na frente dos outros! Nem parece o que a gente conhece... – colocou a mão sobre o ombro dele e balançou a cabeça, sacudiu o braço para que tirasse a mão do ombro dele e voltou a olhar pras meninas fazendo cara de bravo.
- Quem mandou você não estar aqui pra tomar conta dela? – pôs as mãos na cintura.
- Por que demoraram tanto? A festa começou sem vocês... – cruzou os braços e ficou encarando os meninos. e ficaram calados porque estavam ocupados demais se olhando. estava lindo com uma camisa polo listrada, calça jeans preta e um tênis Nike também preto.
- Perdemos muita coisa? – perguntou e elas negaram com a cabeça – Ah, é que nós tivemos um pequeno atraso. – e olhou pra , que ficou vermelho e sem graça.
- Que atraso? – perguntou curiosa interrompendo o beijo que dava em .
- Ah, é que o precisou de... – ia falando, mas foi cortado por .
- Precisou de um tempo a mais pra ficar conversando com a ajudante de palco e atrasou a gente! – Disse e olhou pra de canto de olho. ficou ainda mais sem graça e sem saber pra onde olhar, forçava um sorriso amarelo de limão azedo e logo saiu dizendo que ia pegar uma bebida. ‘Preciso de algo forte!’ ela pensava enquanto se afastava do grupo.
- Dude, você quase ia contar a surpresa! – sussurrou cutucando .
- Mas era surpresa? – encarou os amigos com cara de ‘hã’?
- Claro! Que graça tem ela saber agora? – lhe deu um empurrão leve no braço. ficou com as mãos no bolso e olhando para todos os lados possíveis enquanto as outras meninas o encaravam.
- , que surpresa é essa? – se aproximou dele estreitando os olhos e junto.
- Não vou falar nada agora porque não vai adiantar! Amanhã, quem sabe...
- Ai ! Não faz isso com a gente! – apelou um pouquinho.
- É algo que envolve você e a fazendo as pazes? Não vamos contar pra ela, pode confiar! – contribuiu mais na apelação. continuou quieta, estava se sentindo zonza.
- OMG! O que a vai fazer? – olhou desesperado pra um canto da sala e as meninas se viraram pra olhar. Quando viraram de novo ele não estava mais lá, se afastou rindo antes de receber mais perguntas.
Ele se sentia animado, inspirado e com esperanças, a vida dele ia se consertar agora ou nunca! Foi a sua última jogada e se não desse certo ele ia se conformar que tinha de ser assim. Durante a festa, não se aproximou de e apenas a observava de longe. Várias garotas chegavam todo instante pra conversar ou pra tirar uma foto e ele sempre via quando olhava pra eles e logo depois fingia que não estava olhando, fazendo uma cara de desdém totalmente falsa. Isso fazia sorrir por dentro porque finalmente ela estava demonstrando que se importava com ele.

A música rolava animada e mais uma vez , , e estavam largados no sofá se acabando de rir por alguma besteira que fazia. Ele e começaram de repente uma competição de arrotos e queria participar, mas a cutucou.
- Eii... Ta vendo aquela pessoa ali? – apontou com a cabeça pra um cara de agasalho marrom encostado na parede e de cabeça baixa.
- To vendo, na verdade to sacando ele faz um tempo, mas não sei quem é!
- Não dá pra ver, o rosto dele ta todo coberto! – apertou os olhos, mas o rosto dele estava mesmo meio impossível de ver porque ele estava de lado e com o capuz do agasalho abaixado.
- ! – bateu com a mão no braço do outro, que soltava um arroto gigante – Nossas namoradas estão comentando sobre os garotos da festa assim na nossa frente enquanto arrotamos feito idiotas e nós não vamos fazer nada?
- Nós vamos sim... Nós vamos terminar com elas e continuar arrotando! – ele deu um soquinho no ar e lhe deu um pedala. As duas meninas olhavam pra eles rindo.
- Não estamos comentando os garotos da festa! – riu e foi sentar mais perto de .
- E se estivesse, qual o problema? – pôs as mãos na cintura e fez algumas cócegas nela.
- Na verdade estávamos sim, comentando sobre um cara que achamos estranho porque não conseguimos reconhecer! – explicou pra enquanto e começavam a se agarrar.
- Cadê o zé ruela? – perguntou divertido e o apontou com o olhar.
- Acha que eu devo me aproximar pra ver quem é? – ouviu perguntar e tirou os olhos do rapaz para encará-la.
- De forma alguma! Se tem uma coisa que eu aprendi foi deixar os encapuzados esquisitos e irreconhecíveis em paz quando os vejo numa festa!
- É, tem razão... – ela concordou e deu um sorriso fraco, desviando o olhar meio pra baixo e lembrando daquele dia marcante em que esteve prestes a morrer.
- Hey – ele tocou o queixo dela e fez com que levantasse o rosto. Seu olhar se encontrou com o dela e ele ainda sentia borboletas com isso.
- Desculpe, não deu pra evitar a lembrança daquele dia. – os olhos dela estavam úmidos e a abraçou forte.
- Esquece isso, tudo aquilo já acabou! – ele falou no ouvido de e depois se soltou do abraço, ficando com o rosto em frente ao dela.
- Tive tanto medo quando te vi lá em cima! – ela pôs a mão na bochecha dele e o menino fechou os olhos sentindo o toque, depois os dois encostaram as testas.
- Não se preocupe, não vai ser tão fácil pra você se livrar de mim! – ele sussurrou e a beijou em seguida.
- Nunca mais me assuste assim de novo – ela falou com os lábios colados aos dele.

- Eiii! – berrou massageando o ombro direito porque havia se trombado forte com alguém.
- Desculpa cara, foi sem querer!
- Não foi nada. Machucou? – viu que ele pressionava o dedo mínimo.
- Não, acho que eu devo ter dado um mau jeito no dedo quando me bati com você.
- Ahn, pode ter quebrado, cara.
- Acho que não é pra tanto... De qualquer forma eu já estava indo mesmo, desculpa aí de novo! – o rapaz deu leves batidas no outro ombro de e foi embora. chegava com um Martini na mão e só pôde ver o cara de costas.
- Quem era o do capuz?
- Não sei, ele se trombou comigo.
- E ele te machucou?
- Não.
- Ahn... Será que eu conheço?
- Provavelmente não... – deu de ombros – Tem tanta gente nessa festa, duvido você conhecer todos eles! – e a segurou pela cintura sorrindo, ela riu e agarrou o pescoço dele com uma das mãos. Depois pegou um gelo dos que estavam dentro do copo que segurava e passou pelo contorno dos lábios dele, que estremeceu e sugou o cubinho pra dentro da boca, beijando em seguida.

O rapaz de capuz ainda passou por antes de sair, mas ela estava de costas conversando com alguns amigos do seu curso de publicidade.
- Naah, o professor de design gráfico é uma biba, com certeza! – um garoto magro, de olhos verdes, cabelo preto e trejeitos meio afeminados falava.
- Como tem tanta certeza Eric? Andou conferindo a biba? – estreitou o olhar pra ele e mais dois garotos e duas garotas riram. De repente parou de rir e ficou estátua, depois se virou pra trás rapidamente.
- O que foi mulher? – a amiga ao lado dela perguntou.
- Nada... eu... pensei ter sentido um perfume familiar. – ela respondeu franzindo a testa.
Olhou pra trás de novo e não conseguiu ver ninguém por causa das outras pessoas atravessando na frente. ‘Devo estar sonhando, vou parar de beber!’ ela pensou e voltou ao papo com os colegas.
O rapaz de capuz ficou parado na porta da casa. Estava prestes a sair, mas repensou no caso, tirou o capuz da cabeça e deu uma leve sacudida nos cabelos deixando-os arrumados e bagunçados ao mesmo tempo. Depois deu meia-volta e entrou novamente. Peter Cooby is back.
Após um tempo conversando com os colegas de faculdade, sentiu que precisava deixá-los se espalharem, pra poderem conhecer o resto das pessoas da festa. Havia gente que nem ela conhecia, mas não estava querendo conhecer ninguém. Muito pelo contrário. Ela foi até a cozinha porque estava bebendo de estômago vazio e isso sempre a deixa vulnerável ao desequilíbrio. Em outras palavras, tonta demais pra qualquer coisa e a festa termina mais cedo. Ninguém quer isto, certo? Certo.
Ao chegar no cômodo se depara com duas pessoas. Uma delas, ela não queria ver. A outra, ela já não via faz tempo.
- Mat? É você?
O rapaz de olhos azuis (tão azuis que com certeza já inspiraram alguém a fazer poesia com eles) e rosto absurdamente bem desenhado conversava distraído com . E os dois olharam em direção à porta, onde estava parada e logo começou a se aproximar.
- ! – ele sorriu. já havia esquecido o brilho daquele sorriso em conjunto com o par de olhos poéticos. – Me desculpe, eu nem sabia que estava rolando uma festa! Só vim aqui pra te visitar.
- Err, foi bom te ver por aqui cara. – deu uns tapinhas no braço dele – Vou deixar que vocês conversem.
saiu de cabeça baixa e se isso fosse um desenho animado poderíamos ver que os olhos de foram saltitando atrás dele, acompanhando-o pra onde fosse. Depois de um pequeno suspiro ela despertou e olhou pra frente. Matthew estava lá. E ainda sorria.
- Que nada Matthew! Aproveita e fica na festa!
- O tempo foi generoso com você!
- Qual é Mat! Quem vê pensa que passou uma eternidade! – lhe deu um abraço um tanto frouxo e sem ânimo. Sentia-se cansada. Como se tivesse levado com ele os olhos e a vitalidade dela ao sair da cozinha encarando o chão e sem olhar pra ela.
- Mesmo assim o tempo foi generoso!
- Por falar em tempo, o que você ta fazendo aqui? Digo, faz um tempo que não te vejo em canto algum! – ela se deixou contagiar pelo sorriso dele que nunca cessava. Desde que o conheceu ele era assim. Incrível ter entregue a foto onde estavam os três juntos no parque de diversões, como se estivesse prevendo a reaparição do colega! Ela sempre lembrava daquele dia com carinho, embora saiba que ficar com o Matthew não era o que ela queria.
- Como assim, não me viu em canto algum? E aquele dia que nos batemos na rua?
- Na rua? Eu te vi na rua?
- Ah, claro! Eu imaginei que você não tivesse me visto, nem olhou pra mim! Parecia bem distraída inclusive...
- Ah sim, acho que já sei que dia foi esse. Eu tinha mesmo umas decisões pra tomar.
- E já tomou? – Matt perguntou e tomou um gole de sua latinha de Coca-Cola. Um fato curioso sobre Matthew é que ele nunca acostumou com o sabor das bebidas com álcool, detesta ficar bêbado.
- Sim! Graças aos céus.
- Parece satisfeita com sua decisão... Posso saber do que se trata?
- É que eu vou morar com meu pai, no Canadá.
Após ouvir Canadá, Mat quase se engasgou com a Coca.
- Você vai morar onde?
- Canadá. Você está bem?
- Sim é que eu fiquei um tanto surpreso! Eu moro lá.
- Sério?! Nossa... O que eu posso dizer? Juro que não estou te seguindo!
- Eu fui pra lá quando terminei o colegial. Vim aqui apenas passar uns dias, mas já estou voltando. Aliás, quando você viaja?
- Próxima quinta.
- Podemos viajar juntos?
Matt estava sorrindo perigosamente e ela só balançou a cabeça afirmando. Seria ótimo viajar, e viajar com ele seria perfeito.

Algum tempo depois, Matthew foi embora dizendo que só havia passado para vê-la. Quando já passava um pouco das duas da madrugada, Lady Gaga tocava a todo volume animando todos com Love Game. Um garoto no auge do efeito alcoólico subiu no trampolim da piscina e começou a tirar a roupa lá em cima, mas caiu tentando tirar as calças... Começou a se afogar lá e sua namorada morrendo de vergonha empurrou o irmão na água para que tirasse o cunhado. Todas as pessoas da festa estavam agora reunidas no jardim pra ficar assistindo o emocionante resgate.
- Quem são esses? – Eric, o colega de faculdade estava com ao seu lado.
- A garota e o irmão dela são vizinhos, o namorado é americano.
Eric fez uma cara de ‘Anh... saquei’ e depois foi procurar mais cerveja. parou pra ficar pasmando outra vez, agora sim ela tinha certeza de estar sentindo o perfume do ex-namorado! Perfume esse que ela mesma deu de presente. Virou-se pra trás rapidamente e deu de cara com Peter. Acenou com a cabeça, deu um meio sorriso e voltou a virar pra frente. Logo as pessoas começaram a dispersar e teve uma outra visão desagradável, Delilah estava ali no meio das pessoas. ‘Duas visões apavorantes assim em menos de um minuto?! O que mais falta agora? Freddy Krueger?! Será que eu to na casa dos horrores?’ ela sacudiu a cabeça e resolveu pegar mais bebida, sentiu que precisaria estar bêbada pra agüentar essa noite!

xxx

- AHAHAH, mas de onde você tirou isso, dude?
- Sei lá, achava que vocês deviam gostar muito de McDonald’s! – um rapaz amigo de conversava com , até que Lilah chegou por trás e pôs uma mão no ombro dele, que se virou rapidamente.
- Delilah? Como chegou aqui?
- Qual é , isso é o de menos... Não vai me apresentar o seu amigo? – Delilah esticou o pescoço e voltou a olhar pro cara que conversava, mas não lembrava o nome dele.
- Err... Não se incomodem comigo! Eu tenho que procurar a , ela ficou de me apresentar uma gata hoje! – o rapaz se afastou dos dois e voltou a encarar Delilah.
- O que está fazendo por aqui? Veio visitar a ? – ele sorriu sarcástico e estava assistindo. De longe parecia um sorriso não-sarcástico e isso a fez começar a bater um dos pés no chão.
- Na verdade eu fiquei sabendo que haveria alguns convidados especiais nessa festa, sabe o McFLY? A banda que tem o meu preferido... – falando isso ela se aproximou e deslizou uma das mãos sobre o peito dele. virou rápido a cabeça pra outra direção antes que pudesse ver mais coisas. ‘Relaxa , não perca a linha, você tem classe. 1,2,3,4,5,6...’ ela olhou pra baixo e em seguida pôde ver dois pés parando ao lado dos dela.
- Oi!
- Oi Pete.
- Tudo bem com você? – ele entortou um pouco o rosto, se aproximando dela e colocando o cabelo dela pra trás da orelha. Foi a vez de bater o olhar na cena e sentir o sangue ferver. Segurou Delilah pelos ombros e a afastou com delicadeza. Nem mesmo ele sabia explicar como conseguiu ter movimentos leves e delicados se por dentro estava semelhante a um vulcão.
- Eu to legal. – respondeu sem olhar Pete, ele pegou o queixo dela e a fez olhar pra ele.
- Não é o que parece. Sentiu saudades de mim?
- Não tive tempo, hum...
- Vamos, não precisa guardar rancor de mim! Aquilo tudo que eu disse na carta e os vídeos era mentira.
- Mentira? Então você é mais estúpido do que minhas amigas disseram que era.
- Não me trate assim, eu só vim porque senti a sua falta, eu queria te ver de novo.
- Já viu, não viu? Está vendo? Olhe bem... Eu deixo que observe cada detalhe e depois pode ir.
- Eu sei que você deve ter ficado mal, mas tudo o que eu disse e fiz foi pro nosso bem, eu não queria continuar com um namoro à distância entende, eu tive medo de te trair, e de você me trair também, mesmo que isso não tivesse acontecido.
- Não era mais fácil falar a verdade? Chegar e dizer ‘oee, eu não quero mais continuar com isso’? Era só uma frase! Mas ao invés disso você preferiu dizer um monte de outras coisas. Contou uma história gigantesca, praticamente uma fanfic com você e uma garota lá que eu nem sei se existe mesmo porque agora você já me confundiu. – continuava a falar sem olhar pra ele e seu olhar se cruzou com o de , que estava sentado numa mesinha redonda e Delilah ao seu lado.
- Errei mesmo, to admitindo já. Eu só queria matar a saudade, ficar com você hoje... – ele passou um braço pela cintura dela e a fez ficar de frente pra ele.
- Eu desculpo você, não to mais chateada nem nada, por mim seriamos até amigos, mas ficar já não rola!
- Por que não? É só por alguns dias! Semana que vem eu já to voltando pra Oxford. Só vim pra cá por causa do meu velho que fez uma cirurgia e pediu que eu ficasse cuidando da Surrey.
Surrey é a fazenda do pai de Peter. É aberta para visitação, passeios escolares e etc...
- Desejo melhoras ao seu pai. – falou inclinando a cabeça pra trás porque Peter estava muito perto dela.
ainda assistia e estava conseguindo dar mais de três goles de cerveja por segundo, de tanto desespero que aquela cena estava lhe causando. Delilah falava algumas coisas, mas ele só balançava a cabeça afirmando. Se ela perguntasse se ele era gay provavelmente ele diria que sim naquela hora. ‘Eu vou mostrar para aquele Perdedor Cooby que ele ta mexendo com a garota errada! Não, espera... Deixa eu tomar mais um gole disso aqui antes!’ tomava coragem e então se levantou e foi tentando caminhar com os passos mais firmes que conseguia dar enquanto cerrava os punhos e respirava acelerado.
- Você ainda não respondeu por que não quer ficar comigo!
- Quer mesmo ouvir essa resposta?
- Pode falar, toda a verdade!
- Você foi um patético e por isso não me atrai mais. Desculpe, mas foi você quem procurou e sabe que quando eu bebo um pouco já falo tudo na lata. – e Peter conversavam bem próximos e caminhava feito um touro em direção ao casal. Podia jurar que estava vendo tudo vermelho à sua frente. Quando chegou, simplesmente pôs uma mão em cada ombro e os afastou. se assustou de início, mas agradeceu mentalmente por isso.
- Hey dude! O que ta acontecend... ?!
- Oi Peter! – deu o sorriso mais falso que pôde e Peter olhou imediatamente pra com um olhar de quem diz agora eu to entendendo.
- Err... , ninguém te ensinou que não pode chegar e ir separando pessoas assim? Você já bebeu bastante e eu acho que está na hora de sentar um pouco e ficar quietinho num canto esperando o álcool sair da sua corrente sanguínea! – disparou a falar sem parar, ficou com medo de repente porque os dois começaram a se olhar feito cachorros de rua.
- Pensei que nunca mais fosse te ver por aqui .
- Engraçado, pensei o mesmo de você, Cooby. – cutucou Peter no peito e apertou os olhos como quem pensa fodeeeeu! Ela sabe que o ex-namorado detesta ser cutucado e numa situação dessas era só o que ele precisava pra partir pra cima do cutucador, no caso !
- Não me cutuca seu mcgay! – empurrou pra trás pelos ombros. sorriu sarcástico.
- Você bem que preferia que eu fosse gay, assim você não precisaria ter medo de perder a namorada pra mim!
- , porra... – sussurrou, queria que ele parasse de provocar porque Peter é o valentão que jogava futebol na escola.

[n/a: Pode soltar a *música da briga* (que é So What, Pink)]

So What começava a tocar e as batidas estavam fazendo a cabeça de latejar um pouco. Peter sorriu meio de lado e só teve tempo de ver um punho fechado voando na direção de seu rosto. Conseguiu desviar e em seguida o acertou no estômago. O soco fez Peter perder um pouco o ar e dar vários passos pra trás. Algumas pessoas já paravam pra observá-los...
Peter se recuperou e veio correndo com a cabeça abaixada na direção de , ele o acertou em cheio feito uma bola de boliche e os dois caíram no chão à metros de distância.

...Na na na na na na na
I wanna start a fight! (quero começar uma briga)


Peter ficou por cima e acertou um soco que pegou no queixo de , que por sua vez tampava e empurrava todo o rosto de Peter com a palma de uma das mãos, enquanto com a outra lhe dava pequenos murros na lateral do corpo.
- Briga! Briga! Briga! Briga! – Vários desocupados da vida formaram uma roda em volta deles pra assistir.
- MAS QUE INFERNO! ALGUÉM SEPARA ESSES DOIS! – gritava com as mãos na cabeça.
- Tinha que ser o ogro do teu namorado. Ele vai acabar com o rostinho do meu . – ouviu essa frase e quando olhou pro lado viu Delilah de braços cruzados.
- Vai tirar o seu de lá! Quem sabe o Peter não aproveita e te bate também!
- Hey mal educada! Não me admira o seu namorado ser desse jeito!
- E eu não me admiro que você COLECIONE EX-namorados por aí, pois todos te largam!
Delilah abriu a boca olhando pra ela, depois cerrou os lábios e ergueu a mão pra dar um tapa, mas segurou seu pulso.
- BATE SE TU É HOMEM! – gritou e soltou o pulso de Lilah, que ficou por um tempo com uma expressão confusa.

Na na na na na na na
We're all gonna get in a fight! (todos vamos entrar numa briga)


Aproveitando a oportunidade, lhe acertou um tapão na cara. Então Delilah voou com aquelas unhas enormes pra cima do cabelo dela. gritava com aquelas unhas cravadas em seu coro cabeludo, até que teve a idéia de socar a barriga dela. Deu uns três socos e no último concentrou toda a força que veio ao lembrar de quando a viu com . Delilah caiu no chão e montou por cima dela, acertou um soco com o punho esquerdo e outro com o direito naquela cara. Estava tomada de ódio como nunca esteve e o resultado disso foi o nariz de Lilah escorrendo sangue. Logo, as duas duplas estavam se esfolando no meio da roda. rolou pelo chão com Peter e ficou por cima, distribuiu no rosto dele todos os socos que pôde à exemplo de . Peter espalmou as mãos em seu tórax e empurrou com força, fazendo-o sair de cima dele e cair de novo com a bunda no chão. Os dois levantaram rapidamente e já estavam preparados pra recomeçar tudo, eles pulavam agitados com os punhos à frente do rosto. e Delilah rolavam na grama disputando pra ficar por cima. viu que Lilah ia ficar por cima dessa vez e a empurrou. As duas ficaram de pé.

So so what? (e daí?)
I'm still a rock star (eu ainda sou uma estrela do rock)
I got my rock moves... (tenho meus golpes de rock)


Elas ficaram se encarando um pouco enquanto respiravam ofegantes com as roupas sujas. Delilah passou o braço pelo nariz e limpou o sangue do rosto. Ela se aproximou de , pisou em seu pé e saiu correndo em seguida! abriu a boca surpresa com tamanha infantilidade e disparou atrás dela, as duas correram feito loucas por todo o quintal, passaram por no momento em que ele derrubava Pete em cima de uma mesa e vários docinhos voaram pra todos os lados. pegou alguns deles e esmagou na cara do adversário, deixando-o completamente empapusado... alcançou Lilah, pegou seu braço e o segurou pra cima atrás das costas dela. As duas estavam próximas de uma mesa, então olhou para a poncheira de cristal de sua mãe e viu uma luzinha acender. Guiou Delilah até a mesa, segurou os cabelos dela com a mão que estava livre e enfiou a cabeça dela no ponche de frutas. ‘Puxa dude! Sonhei tanto com uma coisa assim nos últimos tempos!’ ela soltou um sorriso besta-aliviado e tirou Delilah de lá quando ela começou a ficar sem ar.

Ba da da da da da (pfft!)

Enquanto isso, estava horrorizada com tudo aquilo, as outras meninas não estavam diferentes. passou por elas e deu uma piscada, guiava Delilah prendendo o braço dela atrás de suas costas, foram juntas assim até a porta da saída, onde lhe deu um empurrão e jogou alguns guardanapos pra ela. Não demorou muito e Peter também estava sendo lançado pra fora, mas não jogou guardanapo nenhum pra ele.
- Oi... – Peter se virou para a menina que passava os guardanapos na cara, ela rolou os olhos e lhe entregou alguns.

xxx

- Ela disse que nunca tinha brigado... – falou meio chocada, com a porta da cozinha fechada atrás de si.
- Mas eu não acredito! VOCÊS SÃO MACACOS POR ACASO?! – andava de um lado pro outro, da pia pra geladeira. e estavam sentados lado a lado em cima da mesa, mas não se olhavam... Enquanto cuidava dos raladinhos no braço dela, estava limpando alguns arranhões dele.
- A gente queria conversar um pouco, vocês podem se retirar? – pediu e virou o olhar na direção dele na mesma hora.
- Não quero conversar. Nem muito, nem pouco.
- Pessoal... – olhou todos com cara de andem logo, facilita aí!
- Não quebrem a cozinha, casal-luta-livre. – falou com a voz pesada. Ela não gosta que seus amigos briguem. Afastou com um toque no ombro, pois ela ainda estava na frente da porta. Após abrir, saiu com seus passos largos. saiu logo atrás dela, depois e de mãos dadas com ele, vinha . saiu por último e estava parada ao lado da porta aberta.
- Vamos picurruxa. – envolveu seus ombros e a virou de frente para a saída.
- Mas ela disse que nunca tinha brigado! – continuou com seu tom de admiração enquanto o namorado a empurrava carinhosamente para fora. Como estava mais bêbada do que quando os meninos chegaram, deve ter imaginado uma luta de gladiadores. e ficaram observando todos saírem. A música da festa entrou por uns instantes no cômodo e logo morreu quando fechou novamente a porta. Demorou vinte segundos para que outro som se propagasse ali.
- Ótima conversa , acho que posso subir pro meu quarto e trocar de roupa agora. – sorriu com ironia vendo que não pronunciou uma sílaba sequer. Ela saiu de cima da mesa e observou o estado de seu vestido. havia lhe dado e no primeiro uso estava assim. Que vergonha...
- Espere. Eu ainda quero conversar, sobre...
- O que? Ficou chateado porque eu dei uns socos na sua boneca inflável?
- NÃO! NÃO É DA DELILAH! – saltou da mesa irritado e a pegou pelos ombros. Depois de um breve mergulho em seus olhos, a soltou e abaixou o tom – Por que você tem mania de colocá-la no meio de todas as conversas?
- Porque você tem mania de ficar entre as pernas dela!? – respondeu em tom de piada.
- PORRA ! NÃO DÁ PRA FALAR SÉRIO? – deu um soco na mesa e por sorte ela não se partiu ao meio. estremeceu de susto.
- O o-oque, o que você quer falar? – ela gaguejou com voz de choro. fechou os olhos e respirou fundo.
- Perdi o controle, desculpa – fez menção de se aproximar e ela deu um passo pra trás.
- Você ainda não disse do que se trata isso aqui. – recuperou o fôlego e a firmeza na voz, mas não conseguiu olhar pra ele. Havia alguma coisa na porta da geladeira, logo ali à direita, que parecia merecer mais os olhares dela.
- Você vai, err... morar com o Matthew? – perguntou coçando o pescoço. Imaginar uma resposta afirmativa para esse absurdo era como se enforcar.
- De onde você tirou isso? – respondeu rápido e logo estava olhando pra ele.
- Matthew me disse que mora no Canadá.
- Então você já sabe... – falou baixo, como se desejasse que ele não soubesse de nada sobre + Canadá = verdadeiro.
- Como eu não ia saber? Parabéns, é o assunto do mês. – ele deu um sorriso forçado, como se obrigasse cada músculo do rosto a desenhar um rasgo atravessado na boca.
- Eu estou indo e não tem nada a ver com o Matt.
- Sei. Tem a ver comigo, não é?
- Com você? – e ela o olhou com um sorriso de descrença. Como quem diz Puxa, se toca!
- É! Você só vai embora pra não ficar aqui e ter que me enfrentar depois do que passamos. Você não quer que a gente converse, não quer me dar uma chance! Será que eu não tenho direito a ser julgado? Eu já fui condenado?
- Chega – ela bufou impaciente franzindo as sobrancelhas – It's not about you. Não tem a ver com você. O mundo não gira em torno de você. O Dólar não depende de você. O Euro também não. A meteorologia também não. Existem muito mais coisas na Terra além de você.
- Então me explica por que diabos você vai se enfiar no Canadá! – segurou um dos braços dela e a troca de olhares foi tensa. Se os olhos humanos fossem capazes de enxergar os olhares como faíscas, qualquer um poderia dizer que houve muitas faíscas trocadas, de todas as cores possíveis.
- Eu não te devo explicações da minha vida pessoal. – quebrou o contato visual desviando o olhar para o chão. As faíscas que ainda saíam dos olhos dele esfumaçaram no ar sem ter os olhos dela para aterrissar.
- Não é assim que você diz, para os repórteres chatos? – ela soltou o braço da mão dele.
- Eu nunca os respondi assim. Já vi que você seria uma celebridade antipática.
- Pelo menos eu amaria meus fãs. Não sou como uns e outros que traem todos os fãs, do primeiro ao último.
- Eu ainda sou o seu fã número um – soltou um sorriso comovente e tentou tocar o rosto dela.
- Arranje outro ídolo. Um que more no mesmo país que você, de preferência. – se afastou antes que os dedos de , secos pelo contato com a bochecha dela, pudessem se aproximar como queriam. Ele sentiu a decepção na pontinha de cada dedo.
- Eu não vou deixar – falou mais pra ele mesmo e ela não entendeu. Parou antes de abrir a porta.
- Que?
Ele engoliu seco e trocou a frase.
- Vou pro meu apartamento trocar de roupa, volto daqui a pouco. – pegou as chaves de seu carro dentro do bolso da calça. Ele foi levar o carro até seu apartamento, mesmo sabendo que não estava nas melhores condições pra dirigir. Depois retornou pra festa a pé.
Em poucos instantes, coisa de trinta minutos, os dois já estavam no meio da festa de novo como se nada tivesse acontecido. vestiu uma camisa cor creme, de tecido fino e agradável no toque. Um jeans skinny e scarpin preto. fez sua reentrada na festa com uma camisa azul de estampa alegre e informal. Pra completar, calça jeans e All Star.


Depois disso tudo, não aconteceu mais nada muito importante ou memorável... Todo mundo bebeu demais! chegou a confundir com , só porque usavam calça jeans e blusas vermelhas. As blusas tinham modelos completamente diferentes, mas vai perguntar isso pra um homem bêbado! Chegou em , que estava de costas, a cutucou e a beijou quando se virou. viu, mas estava tonto demais pra reagir de outra forma então agarrou pra se vingar... deu um tapa em , empurrou , os dois caíram cada um num sofá e não levantaram mais!
dançava animadamente no meio do quintal com uma menina de nome desconhecido, chamando a atenção de muitos pela forma como rebolavam juntinhos. A dança deles estava cada vez mais sensual e assistia sentindo a fumaça sair pelas orelhas! Mas ela não pretendia bater em ninguém... Ao invés disso, preferiu roubar a cena. Ela sabia que estava reagindo diferente às provocações de agora. Não ia mais fingir que não se importava porque isso é como engolir um remédio ruim e amargo sem estar doente.

[n/a: música de striptease, DJ (D'azoo At Night)]

Ela chegou na sala e subiu na mesa de centro, que não estava no centro e sim encostada numa parede.
Aviso: A cena a seguir descreve a jovem possuída por um espírito louco denominado álcool.
se pôs a dançar em cima da mesinha e aos poucos as pessoas foram parando para olhar a desenvoltura dela. Mexia o corpo no ritmo das batidas da música que ainda estava no começo e pôs uma das mãos no botão da blusa. Quando a blusa já estava aberta, afastou os dois lados dela. Ainda dançando no ritmo.
percebeu que houve uma queda de audiência para a dança dele com a garota. Parou de dançar com ela e viu que as pessoas estavam entrando na sala. Conforme se aproximava, foi entendendo um coro que dizia 'Tira, tira!' Ele se animou com o provável striptease que estaria rolando lá dentro. Tentou adivinhar com o pensamento quem seria o louco, ou melhor, o bêbado que estava pagando esse mico. Sentiu os batimentos acelerarem quando conseguiu ver de quem se tratava.
jogou sua blusa e continuou a dançar no ritmo empolgante daquela música. Um cara estranho pegou a blusa no ar e a levou ao nariz, como se precisasse dela pra respirar. fez cara de nojo com aquela fungada tarada em cima da blusa daquela que ele sempre considerou sua garotinha. Ela agora estava com vários olhares masculinos atentos ao pequeno buraquinho no meio de sua cintura que ia pra lá e pra cá. quis tampar todos aqueles olhos com um cobertor gigante! Aquele umbigo era dele! Algo tinha de ser feito urgentemente.
estava com uma das mãos sobre os botões da calça. Os gritos de 'Tira, tira' entravam na cabeça dela um por um e a deixavam zonza. Queria que sumissem. Queria que todos se explodissem. Mas se contentou em continuar dançando...
A resposta de pra tudo isso foi subir num sofá, no outro canto da sala. De frente para a mesa de centro.
parou por uns instantes para encará-lo. Viu que ele estendeu a mão e a mesma menina estranha subiu no sofá também. Aquele era o sofá que caiu sentado, mas ele permaneceu no canto sem se mexer.
Os dois começaram a dançar em cima do sofá e voltou a rebolar. Ela se abaixou rebolando e tocou o queixo do cara que pegou sua blusa, ele agora estava bem ali na frente como um cachorro de rua que observa aqueles frangos girando e assando. podia não estar assando, mas estava esquentando o lugar. não ficou para trás, ele tirou sua camisa azul e rodopiou no ar. olhou pra ele e mostrou o polegar virado pra baixo.
- ISSO FOI MUITO BREGA, !
A menina que estava com ele deslizou a mão pelo peitoral agora nu e suado. desejou com todas as forças que eles se explodissem juntos! Ela percebeu que estava precisando de um reforço. Avistou Eric ali do lado e acenou para que ele subisse.
- , eu não... – o rapaz balançou a cabeça negando.
- Sobe aí seu gay! – ela o puxou e quando Eric subiu ficou com o corpo bem próximo.
Os dois casais entraram numa espécie de competição por algum tempo. A menina se esfregou em , se esfregou em Eric. levou a mão de Eric até uma de suas coxas e a outra fez segurar a coxa dela também... Mesmo desconfiando não ser exatamente o tipo de Eric, se é que você me entende, quando percebeu já estava aos beijos com ele! Abriu um pouco os olhos durante o beijo e pôde ver olhando pra eles com o rosto vermelho-raiva. Ela sorriu por dentro e voltou a fechar os olhos... Eric movimentava a língua com força dentro da boca dela e ela fazia o mesmo, não tinha total consciência dos atos, mas o beijo estava bom e ela estava se divertindo! Quando se afastou de Eric, os lábios estavam um pouco inchados e pulsavam devido à força que aquele beijo teve. Os dois respiravam ofegantes e quando olhou pro sofá, viu a menina sozinha e se debatendo com um e com outro pra abrir caminho em direção à saída da casa. Sentiu uma fraqueza nas pernas e abaixou a cabeça vendo que parecia ter quatro pés e todos eles estavam rodando. Levantou o olhar de novo e viu um Eric de três cabeças... Depois não viu mais nada porque ficou tudo escuro.


Capítulo 25 – Você me odeia, e eu...
[n/a: coloque pra carregar se quiser: Stay With You - Goo Goo Dolls aah, o link é do 4shared porque não achei um legal no YT... espero que não seja problema!!]


A festa acabou por volta das cinco horas da manhã, foi quando a maioria já tinha saído e alguns permaneceram jogados pela casa, bêbados demais pra qualquer coisa. Às onze e meia da manhã foi quando a maioria acordou. Estavam apenas , , , , e na sala.
- Ahnhumhn... – acordou murmurando alguma coisa sonolenta. Estava de olhos fechados e sentia uma mão quentinha repousar em cima de sua coxa. Jurava que era a mão do , mas quando acordou deu de cara com e soltou um berro – AAAAH, TIRA A MÃO DE MIM! CADÊ O ?!
- MAS QUE PORRA! VÃO GRITAR ASSIM LÁ NO INFERNO BANDO DE CU! – também acordou super bem humorada tampando o rosto com uma almofada – , tira essa cabeça pesada de cima da minha barriga, ta doendo! – falou balançando pelo ombro, mas o menino não se mexeu então ela se levantou assim mesmo, fazendo-o quicar a cabeça no chão e acordar assustado.
- Por que todo mundo grita quando acorda e me vê? – ficou sentado no chão com a cara amassada e o cabelo terrivelmente bagunçado.
- Olha, eu não sei o que foi que a gente fez ou deixou de fazer pra acordar desse jeito, mas eu realmente não quero lembrar! – também se levantou e estava ao lado de , que dormia pesado mesmo com toda a gritaria. ‘Por que estou ao lado do mesmo?’ Ela pensava...
- Pelo menos estamos todos com nossas roupas completas, é um bom sinal! – estava sentado, com a mão na cabeça. o olhou e mandou um beijo no ar.

Já passava das três da tarde quando foi acordada com balançando seu pé.
- Anhain... larga do meu pé, cacete! – ela falou e cobriu a cara com o cobertor.
- ... Você ta bem? Já faz tempão que tu apagou menina! – se abaixou no chão perto do rosto dela. tirou o cobertor de cima do rosto pra poder olhar quem estava no quarto. em pé ao lado de , sentada na beirada da cama com os braços cruzados, ainda balançava seu pé pra lá e pra cá irritantemente, sentado num puff e chegava com um copo que tinha algo borbulhando dentro.
- Eu to bem, eu acho. Só um pouco estranha, tipo... Minha cabeça ta pesada e parece que eu tenho um ferro de passar roupa no lugar do estômago! – ela foi se sentando lentamente – pára de chacoalhar o meu péééé! – falou manhosa demorando-se na última palavra.
- Larga o pé dela! Deixa de ser chato... – passou por ele e lhe deu um pedala. ficou rindo e largou o pé da menina, que agora tomava o remédio que entregara.
- Eu não sei bem o que eu vi, se eu vi ou se foi sonho... Mas você ficou com aquele seu colega bonitinho, não ficou? – perguntou, quase se engasgou e olhou assustada.
- Fiquei?
- Ficou sim que eu também vi! Logo depois que vocês dançaram em cima da mesa! Aliás, ele dança muito bem... – começou a sorrir idiotamente e olhou pra ela. Apagou o sorriso assim que percebeu.
- Da-dancei em cima de uma mesa? – apontou pra si mesma como se estivesse chocada.
- Sim e tirou a blusa. Foi um trabalho pra gente pegar a sua blusa de volta com um carinha lá! Ele queria levar embora, mas eu só não deixei porque sei que foi cara!
- EU TIREI A BLUSA EM CIMA DE UMA MESA! Pensei que fosse pesadelo...
- Ta vendo, vai beber muito... Você desmaiou e eu ajudei Eric a achar seu quarto.
- Ele me carregou até aqui?
- Uhum. Me ajudou também a resgatar sua blusa e te vestimos de novo pra você não acordar sem roupa e assustada. E ele foi embora logo depois, como tava bêbado demais, chamou um táxi. – explicou e pelo jeito era a que mais se lembrava das coisas – O carro dele ficou guardado aí na nossa garagem, é provável que logo mais ele venha buscar.
- viu tudo isso? – se virou pra .
- Viu. Ele estava com uma menina também. – quando falou, abaixou o olhar. Estava começando a se lembrar.
- ligou no seu celular de manhã, querendo saber se você já tinha acordado... Você deu susto em todo mundo desmaiando em cima da mesa de centro, mocinha! Eu não vi, mas quando contaram, nem acreditei! – sentou na beirada da cama e beliscou de leve a barriga dela.
- Erm... – ela queria perguntar como estava, mas preferiu mudar de assunto – Alguém passa o meu celular? Quero saber que horas a mula do Eric pretende vir aqui buscar o carro dele.

Quando Eric foi buscar o carro na casa de , ele parecia não se lembrar de nada da noite anterior. Era melhor assim.
- Nossa, foi boa a sua despedida, viu! Bebi tanto que acordei sem saber onde estava! Detalhe: eu estava no meu quarto. Levei dez segundos pra reconhecer o MEU quarto! Tem noção disso?! Fiquei loucão! – ele deu uma risada daquelas meio 'débil-proposital' e fez apertar os olhos sorrindo. Eric foi um bom amigo, ela ia sentir saudade.
Eric retirou o Citroen C3 da garagem e o estacionou na calçada. Ele saiu novamente pra conversar e ficou de pé ao lado da porta aberta.
- Então... você vai mesmo, não é? – estava de frente pra ele e deu uma última olhada no carro. Lembrou das vezes que Eric já foi buscá-la em casa junto com o resto dos amigos pra estudarem para alguma prova super difícil e no final acabavam não estudando coisa alguma. Definitivamente sentiria saudades.
- É... vê se cuida das periguetes e dos dois paquitos-wannabe! Você sabe que a mais responsável sempre fui eu! Agora que eu vou embora, tome conta dos vadios por mim! E eu sei que eu já disse ontem, mas quando vê-los diga que eu amo todos e vou sentir muita saudade! – percebeu que seus olhos estavam aguados e passou a mão pra enxugar.
- Pode deixar, você ta falando com o homem da casa, filha! – ele a abraçou – E você nunca foi a mais responsável! – falou quando a soltou e começou a rir. Ela lhe deu um tapa no braço e ao olhar um pouco pra esquerda, viu o Nissan Murano nada notável de estacionado do outro lado da rua. O vidro escurecido não permitia que ela soubesse se ele estava olhando ou não. Sentiu o ar faltar.
Eric não percebeu que estavam sendo observados. Entrou em seu carro, mas antes de fechar a porta ele pensou por uns instantes. se inclinou na direção dele, vendo que demorava a dar a partida.
- Algo errado com o carro?
Eric não respondeu, a puxou pelo braço e lhe deu um beijo. No primeiro segundo ela permaneceu com o olho aberto sem entender o que ele estava fazendo, mas depois apenas aproveitou, estava se despedindo mesmo, não é? Que mal há...
Um dos braços de Eric estava passando pelas costas dela e ela se apoiava com a mão no banco do carro. De repente lembrou que estava ali e se sentiu mal com isso. Parou de beijá-lo aos poucos.
- Desculpe! Foi pra despedir, sabe...
- Tudo bem.
- Não sei se você lembra de ontem, mas eu lembro! Eu já ia embora sem falar isso, mas eu podia me arrepender. Espero que não guarde nenhum ressentimento!
- Sem ressentimentos Eric, eu também me lembro de ontem. Eu é que peço desculpa por ter te obrigado a dançar!
- Foi legal até. Sabe que tem um monte de meninas me ligando?! Só não sei como conseguiram meu celular!
- Imagino... aliás... não imagino não! Aproveitando o momento sinceridade, eu sempre te achei tão...
- Gay?
- Err, e o Bernard?
- Você sabe que eu nunca fui de contar muito sobre essa parte da minha vida pessoal para os colegas da faculdade, mas eu já te contei alguns episódios entre mim e Bernard. Nós estamos atravessando uma fase difícil! Parece que ele engravidou uma baranga.
- Ah, Eric! Sinto muito. Espero que se acertem! – se inclinou novamente e o abraçou.
- Obrigado. – se soltaram e ela deu uma rápida olhada para trás ao voltar à posição ereta. O carro de não estava mais lá e ela sentiu como se alguém tivesse lhe dado um soco entre os seios. Disfarçou e retornou à conversa.
- Quando você comentava comigo sobre Bernard, eu achava que você nunca ficaria com uma menina!
- Você não foi a primeira menina que eu fiquei, . Mas foi a única que não me trouxe arrependimento. Você é minha melhor amiga, uma ótima pessoa e eu torço que seja feliz onde quer que esteja!
Ela abriu um pouco a boca, mas as palavras não saíam, então resolveu sorrir. Eric se endireitou no banco, fechou a porta e abaixou o vidro. Os dois acenaram e ele foi embora.
sentou-se no meio-fio e permaneceu por horas pensando em como tudo pode dar errado assim! Pelo fato de tê-la visto beijando Eric duas vezes em menos de vinte e quatro horas e nessas duas vezes ele apenas saiu frustrado. Se lembrou que antes esse papel cabia à ela. Na época do colégio, ficava com outras meninas pra testar o ciúme dela e a reação dela era essa, desaparecer. Agora ela fez isso e descobriu que é ruim. É algo extremamente ruim beijar alguém sabendo que quem você gosta observa sofrendo.
O dia de domingo terminou rápido, visto que a maioria deles havia acordado no meio da tarde. E também, domingo sempre passa rápido mesmo...
Na segunda-feira, , , e não visitaram nenhuma das meninas e passaram o dia com os celulares desligados. Também não disseram onde estavam. procurou nem pensar neles, pois só tinha planos para a viagem. Porém as outras meninas estavam desconfiadas! Conhecendo esses garotos, elas já entenderam que quando os quatro somem assim é porque um deles está mal com a namorada e provavelmente estão armando um plano mirabolante pra reverter a situação. Foi assim pra ajudar o , depois o e agora chegou a vez do !
Terça-feira à tarde saiu à convite de Matthew. Os dois queriam ir à sorveteria que fica perto do colégio onde estudaram. Ela continuava igual e vários outros adolescentes estavam por ali substituindo-os. Depois seriam substituídos também... Como o tempo passa.
- É bom relembrar! Eu vinha bastante aqui com e !
- É! E nunca veio comigo, né tratante?!
- Acho que faltou a oportunidade, mas nunca é tarde pra primeira vez, num é?!
- Claro... Por falar em , eu notei algo estranho entre vocês na noite da festa. Foi impressão minha ou rola uma tensão entre vocês?
- Tivemos umas diferenças aí – respondeu como se estivesse conversando com sua taça de sorvete.
- Mas até onde eu sei vocês eram amigos, não eram?
- Ah Mat, a gente se envolveu um pouco mais do que isso, mas eu não quero falar dele.
- Já entendi, desculpa aí.
- Entendeu o que?
- Que vocês continuam no mesmo joguinho de anos atrás.
- Que joguinho?! Não tem nenhum joguinho.
- Claro que tem e eu sempre achei muito engraçado! Vocês são amigos, estão sempre juntos, tem a mesma opinião pra quase tudo, e mesmo assim não conseguem admitir que tem mais coisa aí!
- Não tem coisa nenhuma, agora a gente nem é amigo. Não somos nada.
- Porque não querem.
- Porque é impossível!
- Num é não.
- É.
- Eu conheço vocês há um bom tempo e sempre foram assim! O já ficou com outras meninas, você comigo e os dois fingindo que não tinha nada demais, quando na verdade, vê-lo com outra te causava embrulho no estômago e nele também.
- Haha... que bobo você.
- E vocês estão com medo de...
- Que é?! Virou psicólogo?
- Segundo ano de psicologia! Ainda viro um psicólogo e se até lá você e ele não tiverem se acertado, serão meus primeiros pacientes!
- Pára com isso Mat, eu e numa mesma área é sinônimo de destruição.
- Pra mim é sinônimo de atração! Veremos quem é que está certo aqui – Matthew continuava com seu sorriso que nunca se apaga. Ficaram em silêncio por um tempo, apenas tomando o sorvete e pensando em como detesta o e não quer ficar com ele de jeito nenhum.
- Não tem certo nem errado, Mat. e eu já tivemos todas as chances que foram possíveis e agora eu só quero começar uma vida nova num país novo, tudo zerado!
- Ah, acho que você vai gostar de lá! Eu gostei...
- Sério? Me conta.
- Assim... logo que eu cheguei foi meio difícil até adaptar com o sotaque, saber que eu era o estrangeiro e tal... Mas depois, tudo foi se ajeitando. Estou até noivo e vou ser pai!
- Ahhh, parabéns! – se levantou pra abraçá-lo, empolgada por saber que um amigo estava bem. Ao voltar para o lugar, olhou disfarçadamente para os lados! Depois dos beijos com Eric, passou a ter impressão que podia estar observando a qualquer momento.
Ah e se estiver? O que é que tem eu abraçar meu amigo (com quem eu vou viajar pra outro país e acha que dá em cima de mim)? Tenho certeza que se ele visse iria implicar... E é o único homem que fica até engraçado fazendo isso! Ah, esquece esse cara! Você vai se mudar mulher, vai se mudar! Eba eba!
Foi a nuvem de pensamentos dela. Continuaram falando sobre o Canadá e isso fazia a ansiedade de aumentar cada vez mais pra ir logo. Era como um monte de formiguinhas se agitando na barriga... A tarde passou numa velocidade que ela poderia levar até multa por andar tão depressa. Mas que bobeira, a própria tarde não levaria multas. Só os humanos é que levam.
- Então a gente se vê na quinta-feira às 14 horas? Estamos no mesmo vôo! – Matt acabava de acompanhar até sua casa.
- Uhum. Até lá!
- Até! – se despediram com um beijo no rosto e entrou em casa com um sorriso de orelha à orelha. Se animou por saber como é o país, como são as pessoas, já estava se imaginando lá. Passou direto pro quarto e nem ouviu a voz de conversando na sala. Se tivesse ouvido também não faria diferença. Ela estava muito confiante e completamente convencida de que não havia nem mesmo um resquício de nos pensamentos dela, na vida dela, no coração, em nada. Ainda assim precisaria provar isso à si mesma.

Quarta-feira, véspera da viagem. acordou tarde naquele dia com pulando em sua cama.
- OH , ACORDE FLORZINHA, HOJE É O SEU ÚLTIMO DIA NESSE PAÍS! – tentava gritar no ritmo de alguma música enquanto pulava, depois caiu sentada vendo que já se levantava.
- É, tem razão! Não posso ficar dormindo, né!
- Óbvio que não! O que vai fazer hoje? – perguntou com os olhos brilhantes em cima dela.
- Calma, ! Também não é como se fosse o último dia do mundo, err!
- É, verdade... Mas o que vai fazer hoje? – tornou a perguntar empolgada e riu. Já tinha pensado nisso a noite inteira, ou pelo menos, na parte onde ainda não havia conseguido dormir.
- Tenho uma coisa pra fazer antes de mais nada – se inclinou e abriu uma das gavetas do criado mudo. – Segura! – ela jogou um porta-retrato na cama em direção à amiga, depois levantou e se fechou no banheiro. ficou com uma cara de interrogação gigante.
Dez minutos depois ela saiu de lá com uma maquiagem leve e bonita. A sombra rosa-claro nas pálpebras e as bochechas levemente rosadas, junto com os olhos que pareciam naturalmente alegres, brilhantes e descansados, davam a ela a produção mais bonita que já tivera. continuou a observar em silêncio até terminar de se vestir. A interrogação continuou desenhada em cima da cabeça dela a todo instante. Por que estava se vestindo? Pra onde ia? Ela só se perguntava.
- Estou bem?
vestiu um short xadrez, uma camisa de babadinhos e calçou uma sandália preta que deu um ar todo chique à produção. Claro, sem esquecer da pulseira que devolveu e agora estava sempre no braço dela.
- Pra onde vai assim?
- Assim como?
- Sei lá... Com essas pernocas de fora e saltão!
- Tenho que devolver esse porta-retratos do .
- Hum... pensei que tinha queimado.
- Claro que não! Isso não é meu. Nem mesmo a foto que está aí dentro... Quer dizer, a foto é minha, mas... ah, deixa pra lá. – pegou o porta-retratos da mão de e colocou na bolsa.
- Não estou entendendo o seu comportamento! Por que vai à casa do na véspera da sua viagem?
- , meu docinho... tem coisas que não dá pra explicar! Simplesmente eu pensei em ir, e pronto.
- Você não vai matá-lo, vai? Deixa eu ver se não tem uma faca aí nessa bolsa! – fingiu vasculhar a bolsa dela rapidamente e sorriu. Outra coisa que ia sentir falta era dela.
- ! Eu só acho que precisamos de uma última conversa. Só isso... – segurou a amiga pelos ombros e falou com seriedade. Depois deu uma última olhada no espelho e saiu. estava sentindo que isso não ia prestar. Definitivamente.

’s point of view ON

Hoje eu acordei cedo e fui correr. Sim, você acha que é fácil manter esse corpinho? Na verdade eu corro mais quando me sinto ansioso e hoje eu tenho motivos DE SOBRA pra me sentir assim! É que hoje vai ao ar o programa de entrevistas que gravamos no sábado. Minhas últimas fichas estão apostadas aí! Só de pensar nisso agora o meu coração foi de 75 pra 87 batimentos! Eu estou com o relógio que usei pra correr ainda, ele é muito bom...
Por falar em bom, eu tive vontade de fazer brigadeiro ao chegar em casa! Depois que aprendi a fazer não quero mais parar, simples. Eu sei que estou caindo em contradições... Como é que a pessoa faz exercícios e depois vai cair numa panela de brigadeiro quentinho? Mas o que eu posso dizer? Estou ansioso porque hoje à noite terei a última chance de impedir que a mulher da minha vida se afaste de mim! Ninguém vai me condenar por isso, vai?
Eu terminei de mexer o brigadeiro e apaguei o fogo. O cheiro que estava subindo entrava no meu nariz e se transformava em água na minha boca. Passei o brigadeiro da panela para um recipiente de vidro e agora era só esperar que esfriasse um pouco. Eu olhava para a colher coberta pela massa marrom e ela olhava pra mim de volta. A troca de olhares está intensa. aproxima os lábios da colher quando... A campainha toca. That's broxante!
Dude! Eu estava lá todo empolgado narrando a minha história com a colher de brigadeiro como se fosse um jogo de futebol e alguém toca a campainha! Ah, vai se foder!
- Devaca?! – eu abri a porta e me assustei. De verdade. Acho até que fiquei sem cor... Quem deixou ela subir assim? Que bando de cu.
- Me chamou de quê? – ela cruzou os braços e eu percebi que tinha chamado pelo apelido das meninas. Se elas estivessem aqui, ficariam rindo até semana que vem... Sem parar.
- Eu? Eu... de onde você surgiu? – agora eu cruzei os braços e ela foi entrando. Eita mania desgraçada!
- Quero falar com você!
- Nem deu pra perceber... – murmurei e empurrei a porta desanimado. Lá vem, lá vem! Lá vem coisa! É bosta da Devaca.
- O que?
- Vem cá, onde ficou a sua educação, huh?
- No mesmo lugar que a sua honestidade. – relaxa, ela não vai me tirar do sério. Bufei... coloquei as mãos nos bolsos da calça... dei um tempo.
- Não te dei intimidade pra você ir entrando na minha casa assim!
- E eu por acaso dei alguma intimidade para aquela garota bruta enfiar minha cabeça no ponche? – ela pôs as mãos nos quadris e eu quis rir. Aquela briga delas foi de matar de rir! Eu só não fiquei rindo muito porque estava tratando do Peter, arrgh!
- Eii, não me meta nessa história! Você que quis provocá-la!
- Mas ela me humilhou! Você vai deixar que ela me trate daquele jeito e não vai fazer nada?
- Err... você já quis enfiá-la inteira no meu aquário. – dei de ombros. Estava me sentindo tão em paz que nem a Delilah ia tirar minha calma hoje.
- Ah! – ela deu um gritinho dramático e voltou a cruzar os braços. Se ela não fosse tão ajeitadinha eu diria que ela leva jeito para travesti! Ok, deixe-me calar os pensamentos porque eu posso rir comigo mesmo aqui e isso não vai ajudar!

’s point of view ON

Cheguei ao apartamento e pedi pra não ser anunciada no interfone.
Assim que me aproximei da porta de , escutei umas vozes e meu coração fez assim: blarrrrghshs! É! Acho que é o barulho que o coração faria se ele se espremesse como uma laranja. E como uma laranja, ficou só o bagaço. Delilah estava lá com ele? Que diabos ela fazia lá? Eu ia embora, mas resolvi ficar. Olhei para os lados e assim como quem não quer nada, encostei o ouvido na porta. Que foi? Quem nunca fez isso que atire a primeira porta! Digo... ah, que seja.
[n/a: em itálico é o que ela escuta com o ouvido colado... bisbilhotando tsc tsc]

...ir entrando na minha casa assim!
- E eu por acaso dei alguma intimidade para aquela garota bruta enfiar minha cabeça no ponche?
- Eii, não me meta nessa história! Você que quis provocá-la!
- Mas ela me humilhou! Você vai deixar que ela me trate daquele jeito e não vai fazer nada?
- Err... você já quis enfiá-la inteira no meu aquário.
- Ah!
- Cara! Se foi sobre isso que você veio falar, pode ir. E se houver outra briga entre vocês, eu torço que a ponha sua cabeça num refogado de jiló.
- Quê?
- Acho que você vai gostar mais porque é amarga como eles.
- Amarga, eu?
- E olha que o pobre jiló nem tem culpa, coitado. Já você não, escolheu ser assim.
- Assim como? Eu não fiz nada! Eu sou vítima nessa história! Só quem se ferra sou eu!
- E o que foi que eu disse? Você que escolheu. Digamos que foi meio infantil da sua parte terminar comigo e depois reaparecer só porque eu tava com a .
- , , ! Percebe o que está dizendo, ? Essa menina te colocou 100% contra mim! –
pelo tom da voz dela, estava prestes a chorar. Ela deve saber que não se sente confortável quando uma mulher chora... Principalmente as bonitas, claro! Não que eu esteja admitindo que a Delilah é bonita, longe de mim! Bom, talvez ela seja só um pouco. Eu queria ver mesmo é se ela fosse feia, não ia nem se importar com o choro dela! Insensível é o que ele é.
- Você é que precisa ver o que está dizendo! Ela não me pôs contra você.
- Ah não pôs não? Então me diz por que você nunca mais quis contar comigo? Ela fez macumba ! Abre o olho!
- Ta bom Dev... lilah, eu vou abrir o que você quiser, mas dá pra você ir embora e voltar só em 2097?
- Aí! Já ia me chamar daquele nome tosco de novo! Aposto que foram aquelas infectadas que me chamaram assim.
– é. Definitivamente agora é voz de choro.
- Elas são minhas amigas. E sabe que elas poderiam ser mais amigáveis com você também se você não tivesse sido tão louca?!
- Quem disse que eu quero que alguém seja amigável? Eu só quero reaver o que é meu!
Eles ficaram quietos agora e parece que ela se aproximou dele. Hum... posso vomitar aqui nessa plantinha?
- Pára Delilah.
- Eu sei que eu mexo com você!
- Você nem faz meu tipo.
- Eu faço o tipo de qualquer garoto. Se toca!
- AAA ME SOLTA E SE TOCA VOCÊ!
– gente que faniquito foi esse?
- ! Não me diga que você virou gay? Bem que eu achava aquele suspeito!
- CALA A BOCA! Eu não vou cair nos seus truques de novo. Nem chega perto de mim.
- Claro que você não quer que eu me aproxime! Você fica nervoso quando eu faço isso e se confunde todo!
– credo. Aposto como ela deu aquele sorriso vitorioso que eu detesto. Queria tanto que ela usasse dentadura!
- Não. – ele respondeu meio que sorrindo, ou sorriu meio respondendo! Não sei explicar!
- Por que ta rindo?
- Porque eu tenho o prazer de te desmentir! Não quero saber de você encostando em mim porque me dá ânsia, desespero, chame do que quiser, mas não é agradável. O que eu posso dizer? Você caiu no meu conceito.
- É mentira. Como é possível uma coisa dessas? Eu prefiro me entupir de carboidrato a ter que sair daqui sem você admitir que tem um tesão louco por mim.
- Você não passa de uma vaidosa que só queria ficar comigo de novo pra alimentar o seu próprio ego.
- AH! Você é que é um vaidoso que me usava pra aparecer em algumas festas mais chiques e nos lugares mais informais se espalhava com as outras!
- VOCÊ SABIA QUE IA SER ASSIM! Affe... você sabia de tudo, você até disse um dia que aceitava relacionamento aberto e não sei mais o que.
- Não muda o foco da conversa. Eu só quero saber a porra do bicho que te picou! Ah vai se ferrar, aquela garota chega do nada e toma tudo que é meu!
- Tsc tsc... Sua frase tem um monte de erros. O nome dela é , ela não chegou do nada e você SABIA que eu gostava dela ANTES de te conhecer.
- MAS EU ACHEI QUE EU PUDESSE TE MUDAR, QUE DROGA!
– pronto. Agora ela ta chorando descontroladamente e aposto que se largou em algum sofá.
- Delilah... já deu, né? Levanta e vai embora, vai...
- Levantar sim. Ir embora... não ainda!
- Mas o que você quer que eu diga?! Caralho que situação!
- Que você admita os bons momentos que tivemos e que eu não sou tão dispensável assim!
- Olha, eu não gosto de ser grosseiro com as mulheres. Não sou do tipo de celebridade que adora falar baixarias, mas você não ta me deixando muita alternativa!
- O quê? Espera, me deixa adivinhar! Vai dizer que não gostava de mim? Olha , tem mulher que chega a fingir orgasmo, mas pra homem...
- CHEGA! SERÁ QUE EU VOU TER QUE DIZER COM TODAS AS LETRAS? Você é gostosa, mas já me enjoou, tem como entender isso? Dizem que os homens não sabem diferenciar amor e sexo, mas eu sou homem e sei muito bem. Simplesmente porque quando as duas coisas não andam juntas, é isso que acontece. Acaba. Vira algo tão banal quanto jogar video-game. Sexo eu posso encontrar com qualquer garota, se não for com você tem várias outras que gostariam do seu lugar. Aliás, em último caso, até a minha própria mão pode te substituir! Mas isso não seria preciso porque eu sou . Certo? Agora, você sabe que amor eu só tenho por uma. E é muito mais do que só achar que ela é gostosa... É cuidar dela, querer que ela esteja bem, é ajeitar os travesseiros do jeito que ela gosta, trocar um pouco das nossas gírias internas, é querer surpreendê-la o tempo todo, deixar o último bombom da caixa pra ela, a minha vida sem ela é como um relógio parado... Existem várias pequenas coisas que eu acho que você não conhece! E fico triste por isso, espero que conheça. De verdade.

Nossa! Choquei. Agora ficou silêncio. Ops! A Delilah deu um soluço. Estou ouvindo passos apressados se aproximando da porta, melhor me esconder.

’s point of view OFF

- Tudo bem , mas sabe o que EU espero? – Delilah abriu a porta e continuou a falar antes de sair – QUE AQUELA FILHA DA PUTA NUNCA VOLTE COM VOCÊ E QUE VOCÊ SOFRA TODOS OS DIAS COM ISSO!
- SOME DEVACA! DESAPARECE DESSE CONDOMÍNIO, COISA RUIM!
Os dois trocavam gritos agora no corredor. Delilah apertava os botões pra chamar o elevador como se quisesse machucá-los. estava escondida atrás de uma planta que tinha um vaso branco enorme. entrou e fechou a porta antes que Delilah conseguisse o elevador. Quando um deles abriu as portas, saiu de lá com pilhas de livros nos braços. Delilah fez questão de esbarrar em cheio nele pra derrubar tudo.
- EI GAROTA, PERDEU A NOÇÃO? Ah, é a Delilah... Você nunca teve noção mesmo.
- Quem não tem noção é você e também a sua prima! Deve ser uma família de inúteis.
- Já sei! Acabou de levar mais um fora do ! Ta fazendo coleção?
- Pára de falar comigo mcloser.
- O que foi? Vai chorar?
- Vai dar o cu, viado.
- Ihh, ela já ta chorando! Tchau Delilah, desculpe não tenho lencinhos!
A porta do elevador se fechou e levou um tempo recolhendo os livros. Enquanto ele ficava resmungando coisas incompreensíveis, continuava escondida num cantinho atrás da planta. Ela agradeceu por aquela planta estar ali! Esperou que ele entrasse em seu apartamento.

’s point of view ON

...é ajeitar os travesseiros do jeito que ela gosta, deixar o último bombom da caixa pra ela, fazer uma tatuagem igual a dela, ter milhares de fotos juntos e guardar todas. É, falei bonito! Ok, voltemos à paz agora. Dechata já foi e eu posso voltar ao meu brigadeiro. Já esfriou, droga. Perdi até a vontade... Mas é como eu disse, ela não conseguiu me desanimar! Hoje é o meu dia, eu vou fazer acontecer! É hoje que eu mato a saudade que estou de abraçar - e não só abraçar - a e arranco de uma vez por todas aquela idéia maluca de... Puta que o pariu!

’s point of view OFF

pensava quando a campainha tocou de novo. Ele não queria mesmo abrir a porta, cruzou os braços e ficou olhando pra ela. De onde estava. Tocou de novo e ele não moveu nenhum dos dois pés pra dar um passo.
- ? Eu sei que você está em casa. – não falou muito alto, mas ele ouviu. O som abafado da voz dela atrás da porta fez os batimentos aumentarem, ele viu pelo relógio que apitava de vez em quando. Os pibi's ficaram mais freqüentes. 76, 84, 90...
abriu a porta ainda sem acreditar e quando a viu de fato, não teve reação. O que ela estaria fazendo ali? E desde quando?
- Pensei que não fosse abrir. – estava com o ombro apoiado na lateral da porta. Desencostou dali e foi entrando.
- Err... eu estava no banheiro. – coçou a cabeça e fechou a porta.
- Desculpe atrapalhar. Será que tem alguma garota aqui? – ela olhou para os lados e esticou o pescoço em direção ao corredor de quartos – Se quiser eu volto mais tarde.
- Não tem garotas. – bufou meio decepcionado. Achou que ela estava ali porque havia desistido de viajar. – Se você continua nervosa comigo, por que veio aqui?
- Não estou nervosa com você. Suponho que você já teve a oportunidade de me ver nervosa e definitivamente eu não estou agora.
- Ótimo. Como quiser. Mas... A que devo a honra da visita mesmo?
- Nossa! Desse jeito, qualquer um diria que quem está nervoso aqui é você. – deu um sorrisinho e se sentou. Cruzou as pernas e por uma fração de segundo, os olhos de se movimentaram até elas.
- Não to nervoso. Quem ta nervoso aqui? Não tem ninguém nervoso. – cruzou os braços balançando a cabeça negativamente. Aquela visita o deixou desconcertado por estar completamente fora dos planos.
- Tudo bem, eu vou ser rápida.
- Vai ser rápida pra dar tempo de ir se despedir do Eric e depois encontrar o Matt?
- Como?
- Você esteve com os dois! Eu vi!
- O Eric é meu amigo! E o Mat... Ah, não te devo satisfação! Só vim devolver isto. – ela mexeu um pouco na bolsa e tirou de lá um porta-retratos. se aproximou perplexo e o pegou.
- Achei que tivesse queimado. – ele deu uma risadinha pra disfarçar a frustração que sentia. Ela devolvendo a foto deles, dentro de um porta-retrato especial como aquele, causava uma série de emoções nele.
- Isso não é meu. Eu não queimaria algo que pertence à família de alguém. Mesmo que esse alguém fosse um da vida...
- Que quer dizer com da vida? Me odeia tanto assim?
- Não odeio. Você não precisa se preocupar com o que eu sinto, nunca se preocupou mesmo. – levantou e ficou de frente pra ele.
- Odeia sim e eu preciso me preocupar!
- Não odeio e você não precisa.
- Odeia sim! Preciso sim!
- Não odeio! Não precisa não!
- ODEIA E EU PRECISO!
- NÃO ODEIO CARAÍÍ!
- VOCÊ ME ODEIA E EU TE AMO!
Depois dos gritos, os dois ficaram em silêncio. Apenas se encaravam como se pudessem entrar no cérebro um do outro. O único som era o pibi do aparelho medidor de batimentos de . Subiu a 95 e foi acalmando.
- Ouça. O que você fez me deixou muito chateada por vários dias, mas já passou. A raiva daquele momento foi diminuindo com o passar dos dias e isso serviu pra me mostrar que eu não me importava com você e o que você faz ou deixa de fazer tanto assim como eu pensava. Serviu pra eu ver que você não ocupa um espaço tão grande assim na minha vida! Antes eu achava que se algum dia você me desse motivos pra me decepcionar, o meu mundo ia cair e eu ficaria sem ar. No final das contas... nenhum ar me faltou e meu mundo continua inteiro. O que quer dizer que você não foi tão importante assim. Não pense que eu estou rindo por dentro ao dizer tudo isso e que eu vim aqui só dizer essas coisas pra ver se te humilhava, não é nada disso! Eu só falei porque é verdade e você vai ter de acreditar querendo ou não. – ela se virou de costas pra e caminhou em direção à porta. Ele deixou o porta-retrato que estava em sua mão numa mesinha e foi atrás. – Eu já vou embora, mas quero dizer que você pode seguir a sua vida sem culpas assim como eu seg...
A voz se calou e a palavra foi cortada ao meio. Uma morte rápida para a frase que ficou incompleta por culpa de . Ele segurou um dos braços dela e a puxou para si, colando os lábios nos dela e impedindo que quaisquer palavras fossem ditas.
por sua vez, não demonstrou resistência ao beijo. até estranhou, mas não ficou pensando muito no caso. Quando a língua pediu passagem ele sentiu o bom e conhecido gosto do protetor labial dela. Que saudade daquele gosto! também teve saudade do gosto do beijo dele. Claro que não tinha a ver com nenhum protetor labial, no caso dela era saudade da eletricidade que provoca o contato de sua língua com a dele. As duas se misturando e os corpos se grudando mais e mais. Eles matavam todas as saudades possíveis resultantes de algumas semanas de afastamento. Dava pra ver que estavam ansiosos por isso. Os braços dele envolveram a cintura dela e o aperto foi tão grande que ficou no limite entre o prazer e a morte. Ela também não estava sendo delicada e começou a puxar o cabelo dele. Alguns fios de ficaram entre os dedos dela. Os dois estavam dando passos em direção ao sofá, mas tropeçaram numa pantufa que estava jogada no meio da sala e caíram. Por sorte, em cima do sofá. caiu sentado em cima do controle do aparelho de som e uma música começou a tocar em alto volume de repente.

[n/a: já sabe o que fazer, né? hauhuhsuahs solta aquela música]
Ninguém pareceu se importar com o som. pegou o controle e o jogou longe. sentou no colo dele com seus joelhos dobrados, um de cada lado. Ele mordeu o próprio lábio inferior puxando os cabelos dela pra trás com as duas mãos, a cabeça dela também foi levemente pra trás. avançou e beijou o pescoço dela. Depois beijou o queixo e voltou à boca. Uma das mãos dele parecia querer deixar uma marca eterna na coxa esquerda dela, de tanto que pressionava os dedos. A outra mão estava passeando por dentro da blusa dela. As mãos dela entraram por baixo da blusa dele e ela começou a passar as unhas de leve na pele das costas. O movimento das unhas foi ficando cada vez mais rápido e forte e ele começou a sentir arder, mas estava extremamente bom. Com certeza os dois sairiam com muitas marcas dali e essas foram só as primeiras. segurou as duas pernas dela, pegou um impulso e se levantou com ela no colo. Ia levá-la para o quarto, mas ela viu uma coisa no balcão da cozinha que a interessou. A tigela de brigadeiro.
- Me leve até ali. – sussurrou na orelha dele. Ele olhou para onde ela apontava com o olhar e foi. Quando chegaram à cozinha, sentou a garota sobre o balcão. pegou nas mãos a tigela com uma colher dentro. Os olhos de estavam presos pelos olhos dela, é como se não pudessem se mover dali. Ela pegou uma colherada e deixou que algumas gotas caíssem nas costas da mão. Aproximou a mão da boca de e ele passou a língua pelo local, ainda sem tirar o olhar dos olhos dela. Ao terminar, pegou a colher e fez um aviãozinho. Quando estava prestes a entrar na boca de , ele desviava pra outro lado. Foi assim três vezes. Até que ela segurou o pulso dele e chupou o conteúdo da colher pra dentro da boca sem muita pressa. Os olhos dela estavam hipnotizando os dele de novo e pela cabeça dele se passaram muitas besteiras agora. retirou a colher delicadamente de dentro da boca de e viu que restou chocolate sobre os lábios e também no queixo. Se aproximou, passou a língua sobre esses locais e isso resultou no beijo mais doce que já provaram. Sem interrompê-lo, pegou a colher e voltou a preenchê-la com o chocolate. pôde sentir os pingos no pescoço e se tremeu por completo. Ela quebrou o beijo sorrindo e virou a colher deixando que mais brigadeiro caísse sobre o pescoço dele enquanto ele entortou a cabeça para o lado oposto, de forma que desse mais espaço a ela. avançou no pescoço dele brincando de vampiro. Usou língua, lábios e dentes pra limpar o brigadeiro e, claro, deixar sua marca ali. Ao terminar, ela ficou com o rosto em frente ao dele e os olhos deles acenderam e apagaram como faróis quando motoristas querem indicar algo. Nesse caso, os dois queriam indicar que aquele momento não devia parar. inclinou até que ela estivesse com as costas sobre o balcão gelado. Abriu os botões da blusa dela até o último, pegou uma colher de brigadeiro e fez um rastro que começou na altura do estômago e desceu até o umbigo. Ao sentir a boca dele, teve cócegas e contraiu o abdômen. Ele foi limpando o rastro e demorou-se mais no umbigo. Passou a língua em volta e por dentro dele, enquanto isso prendia os lábios com os dentes.
- , se uma mulher que você acha feia estivesse chorando, ficaria com pena? – ergueu um pouco a cabeça. Respirava rápido e observava o abdômen dela se mexendo apressado.
- Bom, depende do motivo! Por que essa p... – não deu muito tempo de resposta, ela levantou se apoiando nos cotovelos e o beijou. Ele largou a colher de qualquer jeito e ela caiu no chão. Em seguida, segurou novamente as pernas de em volta dele e a carregou para o quarto. Eles não pararam o beijo durante o caminho e teve que fechar a porta com um chute. Um poster do Muse despencou da porta com essa violência. Na sala, o rádio ficou tocando a todo volume enquanto que no quarto, os pibi's do relógio de aumentavam a velocidade a cada movimento. Uma sinfonia de batimentos cardíacos acelerados, prestes a explodir como uma bomba relógio.
O resto da tarde voou. Minutos jogados pela janela. Bem aproveitados, com certeza. O abajur colorido de girava espalhando suas cores, como de costume. Depois da última vez que ele sentiu suas forças lhe abandonarem e caiu na cama ao lado de ofegante, ele se pôs a observar o quarto de uma forma que nunca havia feito antes. As cores do abajur se misturavam com uma fraca luz de sol que entrava pela janela. A tarde já estava chegando ao fim, dava pra ver pela luz laranja. Para , todas essas luzes e cores dançando no teto tinham cheiro de perfumes doces e poesias. Estava fascinado.
- Olhe só essas cores! – ele ainda olhava para o teto. nada respondeu. Virou pra ele sem muita expressão no rosto, nem sorrindo e nem zangada. É difícil não gostar de um homem que não só repara nas cores, mas também fala nelas. virou o rosto de novo pra cima e viu uma palavra saindo de sua cabeça como uma bolha e estourando no ar: coragem.
Ela se levantou pra ficar sentada. Um lençol cor de chocolate cobria o busto, mas as costas ficaram de fora. levantou um pouco o tronco e esticou o braço. Com a ponta do dedo indicador, ele desenhou algumas letras na pele dela: E U T E A M O. Não soube se ela havia entendido.
viu sua calcinha branca por ali em cima da cama e pegou pra vestir. só observou, ninguém dizia nada. Quando ela estava prestes a botar os pés no chão para levantar e pegar suas outras roupas, ele se aproximou e segurou num abraço.
- Eii! Eu não estava pretendendo te deixar sair daqui tão cedo!
- Sinto muito , mas eu tenho várias coisas pra arrumar ainda pra amanhã! – retirou as mãos de da cintura dela, uma de cada vez e se levantou.
- Pra amanhã? – ele ficou sem entender.
- Claro, esqueceu? Viajo amanhã.
- Mas, mas...
- O que? Você tava achando que eu tinha mudado de idéia ou algo assim?
- É... – concordou sem abrir muito a boca. A voz dele saiu por uma pequena brecha nos lábios e soou infantil como em outras tantas vezes que já presenciou.
- ! Você é tão esperto... Muito me admira ter pensado isso.
- Como assim? Por acaso foi absurdo eu pensar que a gente ia se acertar agora?
- Foi. Bem inocente da sua parte.
- Só falta dizer que se arrependeu de ter vindo aqui. – cruzou os braços e permaneceu sentado.
- Claro que não. Mas entenda de uma vez que isso foi uma despedida.
- E que raio de despedida é essa?
- Você também fez uma despedida quando ia se mudar com seus pais, lembra? Claro que essa aqui foi bem melhor!
- Aah, eu não acredito que você ainda vai usar o que aconteceu na era do gelo contra mim!
- Não , eu já disse que compreendi o que você fez aquele dia. Isso aqui foi bem diferente, não tem nada a ver.
- E "isso aqui" foi o que então? – ele fez aspas com os dedos, nem estava acreditando que a de minutos antes estava se comportando assim agora.
- Pra você eu já não sei o que foi. Pra mim foi uma despedida e uma constatação.
- Constatação?! Constatação de quê?
parou por uns instantes olhando pra ele com o par de sandálias nas mãos. Suspirou e sentou num puff.
- Que eu não preciso tanto assim de você.
- Não entendo nada. Você deve ter pirado.
- Eu nunca estive mais lúcida. Eu vou dizer o que eu acho pra ver se você entende. – terminou de abotoar as sandálias. Já havia colocado o short e só faltava pegar a blusa cinza que estava no chão. – Gosto do seu toque, mas apesar de você me fazer ter orgasmos múltiplos, não é insubstituível. Deve ter muito canadense bom de cama, com certeza você não vai me fazer falta. Entende? Foi isso que eu percebi hoje. Eu achei que ia ser difícil ir embora depois de tudo, mas não está sendo. É mais fácil do que eu pensei.
Com as roupas completas, ela deixou o quarto. permaneceu boquiaberto por uns instantes, sentado entre seus travesseiros e lençóis. Quando já estava na sala pegando sua bolsa, ele apareceu atrás dela. Detalhe: veio sem roupa mesmo.
- EEEII, ESPERA AÍ! – chegou na sala esforçando as cordas vocais em razão do som alto. Ele arrancou a tomada do aparelho. – Espere aí mocinha! Você não pode chegar aqui, me tratar assim como objeto e depois ir embora como se nada tivesse acontecido.
- Pensei que esse fosse um comportamento normal pra você. Não é assim que trata todas as mulheres?
- Eu nunca te tratei assim!
- Hum... mas não interessa. Eu estou meio apressada pra ficar discutindo "comportamentos-pós-sexo" agora. – abanou o ar e caminhou em direção à porta.
- Já sei! Você não pode ser a ! AH DEUS DO CÉU! Tem um demônio possuindo o corpo da minha garota! Esse corpo que você ta usando pertence a mim! Ordeno que saia dele agora!
- Só tem uma proprietária desse corpo aqui e sou eu. Desde que nasci. Faço com ele o que bem entender.
- Você não é a ! Ela nunca me trataria assim!
- Se eu não sou a , quem eu sou? – rolou os olhos e parou de costas pra porta.
- Demônio?
- Depois eu é que to pirada...
- É sério! Você ta muito estranha! OMG! Vou ver quem tem água benta!
- Chega de brincadeira, apenas encare os fatos . Passamos uma última tarde juntos e eu agradeço por ela, mas estou indo agora.
- A nunca me trataria assim! Você pode até dizer que é a , mas você só pode ser a -do-mal! De todas as patadas que ela me deu depois do incidente na minha casa com a Delilah, isso está sendo bem pior. Ela vem aqui, me ilude à toa e vai embora!
- Pára de falar de mim na terceira pessoa como se eu não estivesse aqui! Você está sendo um ridículo. Sem contar que, err... se eu fosse você, não viria até aqui sem roupa! Sabe que a sua sala tem enormes janelas, todas sem cortina... A menos que queira ser fotografado por algum paparazzi. Se isso acontecer, mande umas fotos pra mim no Canadá! Vai ser divertido!
- Ok então, se você é a que eu conheço, por que não olhou nos meus olhos nenhuma vez enquanto falava essas bobagens?
- Ah , não venha com essa besteira de olhos pra cima de mim agora! Isso já ficou clichê demais, você falou muito dos meus olhos naquela carta... Aliás, por que não aproveita aquilo e transforma numa música? Acho que dava pra ganhar bastante dinheiro. – ao terminar a última frase, saiu. ficou encarando a porta fechada por um tempo, da mesma forma como havia ficado no quarto minutos atrás. Ao cair em si, ele lançou um olhar desconfiado para as janelas e cobriu suas partes íntimas com as mãos. Voltou ao quarto literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
esperou a porta do elevador fechar e assim que isso aconteceu, alguns soluços começaram a se manifestar e ela teve que prender os lábios tentando impedi-los de sair. Não foi como ela havia afirmado, não foi algo fácil. Se sentia triste por ter de engolir sua própria mentira, mas sabia que foi a forma mais eficaz de fazer acreditar que ela não sente nada por ele, que não tem mágoa, nem ressentimento, nem ódio, nem amor, e a única coisa que ela vai deixar pra trás é alguém bom de cama, coisa que pode ser encontrada aqui e ali. Os soluços faziam fila e se amontoavam na garganta. Aquele bolo estava formado ali por saber que nada é assim como ela disse. Engolir a imagem dele sentado entre os travesseiros fofos com cara de criança sem presente de natal enquanto ela deixava o quarto estava cortando tudo por dentro, chegando a provocar dores quase insuportáveis. entrou num táxi e seus olhos estavam como nuvens. Pesados e cheios de água.
- Para onde quer ir? – o taxista perguntou depois de um tempo que entrou no veículo e permaneceu quieta de cabeça baixa. Ela o olhou bem pelo espelho retrovisor, com sua visão embaçada e olhos de nuvem.
- Eu não sei! – respondeu num sopro de voz e deixou que as lágrimas chovessem em seu rosto.
- Contanto que pague, pode até ficar aí... – o taxista murmurou rolando os olhos e voltou a preencher suas palavras cruzadas.


Capítulo 26 – Você tem novas mensagens


Quarta-feira. Meio da semana. Para era o dia que representava a véspera da sua mudança. Os efeitos colaterais disso foram dos mais diversos, frio na barriga o dia todo, ânsia de vômito, coração apertado, incerteza e o diabo a quatro. Para , hoje é o dia em que vai ao ar um programa bem simples e comum até, mas que pode mudar uma porção de coisas. Todas relacionadas a , claro.
Cora’s Interview é o programa que foi gravado no mesmo sábado em que eles tinham uma certa festa pra ir depois e contou com a participação mega especial do McFLY.
Logicamente, sabe o horário do programa, oito da noite. Porém, eram cinco da tarde e ele já não tinha mais unhas. Mas também... saiu de lá dizendo que ia substitui-lo por um canadense bom de cama! Não é coisa que se diga! Se quiser ver um homem aflito é só dizer que vai substituí-lo... É o mesmo que dizer a uma mulher que ela está gordinha. Provoca uma inquietação aguda que não nos deixa pensar em mais nada.

- Dona ! Pode começar a explicar onde você se enfiou! Não é por que sua mãe não está em casa que você pode fazer o que quiser, ouviu?! – foi falando assim que chegou em casa. e estavam na sala jogando video-game.
- Eu tinha que resolver umas coisas, nada demais. – ela abanou o ar e mostrou sua intenção de subir a escada, mas ficou no caminho.
- Ah, você não vai se trancar no quarto antes de contar umas coisas pra gente!
- É , segura ela aí que eu já vou! Espera só eu ganhar da aqui!
- Não vai ganhar merda nenhuma! Eu não vou deixar você desempatar!
e permaneceram disputando o jogo enquanto era encarada por .
- Ah, me deixa subir logo e tomar um banho! Eu juro que nunca mais saio de casa se você não quiser! – uniu as mãos em frente ao rosto e começou a pedir exageradamente. cedeu e lhe deu um beijo no rosto antes de passar.
- SE VOCÊ DEMORAR A GENTE TE ARRANCA DO SEU QUARTO! – gritou quando já estava no topo da escada. Ela sentia as pernas bambas ainda por causa do acontecido na casa de . Aquela tarde tirou as energias dela: Sofá-Cozinha-Brigadeiro-Quarto-Música-Co-res-dan-çan-tes-no-t-e-t-o... letras desenhadas nas costas. Sim, havia entendido as letras. Com um pouco de concentração, ela ainda conseguia sentir os traçados daquele toque, como uma delicada tatuagem invisível.
No andar de baixo, puderam ouvir a porta do quarto bater devastadoramente e sandálias de salto sendo arremessadas de qualquer jeito no chão. Essa é a nossa .
- É o seguinte! quer que a gente esteja às seis horas no apartamento dele pra sair todo mundo junto. Não vai dar tempo esperar a sair daquele quarto porque quando ela quer fazer hora lá, ela consegue. – jogou o joystick pro lado assim que se aproximou do sofá. fez o mesmo e as três ficaram se encarando. bufou com um ‘S’ desenhado na boca. Elas levaram algum tempo pensando em como não estragar todo o plano de uma noite perfeita.
- Vão vocês – falou de repente – Vocês vão na frente e eu fico aqui pra perguntar pra ela o que houve e tentar fazê-la assistir o programa.
- Mas e você? Como vai pro Parque Vermonn depois? – se levantou e pegou os joysticks pra guardar.
- Vocês podem pedir pra algum dos garotos ficar lá me esperando.
- E o que você vai dizer pra ? Aonde eu e a poderíamos ir de repente sem vocês duas?
- Que o e o foram seqüestrados por elefantes amarelos da calda roxa e vocês estão indo salvá-los? – e essa é a nossa , imaginação poderosa.
- Hum... diz só que eles ligaram. – abanou o ar e saiu junto da irmã. estava passando para buscá-las. foi até a cozinha pegar um pote de sorvete pra esperar que a amiga descesse e contasse sobre a sua tarde misteriosa. Ninguém sabia ainda onde ela esteve e isso era perturbador pra quem ocupa o cargo de melhor amiga.


- se você quer furar o chão, vai lá pro seu apartamento, ok? – segurou pelos ombros, o cara andava de um lado pro outro sem parar. Eram seis horas. Um belo começo de noite de quarta-feira com temperatura estável, céu delicadamente colorido e ventos fortes espalhando o otimismo de . Daqui a duas horas começa um programa na tv muito importante pra ele!
A campainha tocou.
- Promete que se eu te soltar você vai ficar paradinho? – brincou e rolou os olhos.
- Abre logo cara, devem ser eles! – falou sentado no sofá e sacudindo o pé num sinal de impaciência.
foi abrir a porta e entraram , e .
- Um. Dois. Três... ta faltando uma goiaba nessa cesta! Cadê a ? – cruzou os braços olhando os três que entraram.
- Ela ficou lá e pediu que alguém a esperasse aqui – explicou.
- Lá onde? E por quê? – perguntou todo agitado. Estava lutando contra o próprio cabelo, não conseguia deixá-lo do jeito que queria.
- Lá em casa, ! – se deixou cair no sofá ao lado de e este passou um braço pelo ombro dela.
- É porque a só chegou agora há pouco, nós não sabemos onde ela estava! ficou com a tarefa de perguntar sobre isso e depois convencê-la com aquela conversa de ficar em casa hoje e assistir um programinha de tv enquanto todas nós saímos com nossos namorados...
Quando comentou sobre não saberem onde passou a tarde, ficou vermelho.
- Err... então ta! A produção do programa quer que eu esteja lá no parque um tempo antes do horário pra fazer passagem de som, testar iluminação, câmeras, essas coisas, vocês sabem. – se apressou em deixar o apartamento e os outros foram atrás. ficou pra levar depois.

chegou na sala quando já tinha quase terminado o pote de sorvete de flocos. Ela estava lá silenciosa e chegou acordando de qualquer pensamento em que estivesse mergulhada.
- Cadê as meninas? – estava em pé atrás do sofá e apesar do tom suave da voz, fez a amiga estremecer de susto.
- Receberam chamados urgentes de e .
- Hum... E você ta fazendo o que aqui nesse silêncio, com a tv desligada?
- Dizem que comer assistindo tv engorda. Então eu não to assistindo tv! – deu de ombros.
- Ah, muito eficaz...
sorriu fraco e sentou ao lado da amiga. Em dias normais ela iria rir litros com as coisas que diz, mas hoje não era um dia normal.
- Ta tudo bem? Quer sorvete?
- Sim, não.
- Mas hein?
- Sim, ta tudo bem e não, não quero sorvete.
- Ah... Você vai ficar em casa hoje?
- Vou e achei que vocês iam ficar comigo. Porra é minha última noite aqui, cadê minhas amigas?
- Ah, ! Desculpa aí, mas ninguém ta botando muita fé, a gente acha que você vai voltar logo.
- Puxa, obrigada pelo apoio. – ergueu as sobrancelhas e abraçou os joelhos. Queria poder pular aquele momento e ir logo pro aeroporto, se era pra ficarem assim...
- Essa tarde a gente podia ter passado juntas. Ficamos todas aqui te esperando, você disse que ia devolver um negócio do rapidinho e só chegou quase de noite! Depois reclama que as meninas saíram... A gente só quer que você fique numa boa.
- Mas vocês não sabem o que é preciso pra eu ficar numa boa!
- Ficar com o ? – falou quase pra dentro e com mais ar de pergunta do que de resposta. Foi o medo da reação de ! Mas ao contrário do que ela pensou, a amiga fez um olhar calmo e compreensivo.
- , a minha vida não depende de com quem eu fico. São as escolhas que eu faço e eu entendo que vocês podem sentir a minha falta quando eu me mudar, mas é uma escolha minha! Ninguém pode querer interferir nisso porque o que tiver de ser, será.
- Mas isso não nos impede de tentar, certo? – torceu a boca e só rolou os olhos. Houve um abraço e olhos úmidos.
- Tudo bem . Amanhã eu prometo que todas vamos estar aqui pra você, seja lá o que for decidido. – falou ao se afastar e só concordou com um aceno de cabeça. O silêncio voltou a se espalhar por ali, como um vapor entrando e se espalhando pelo cômodo. não conseguia tirar da cabeça. Pra tudo que ela olhava, tudo que ela pensava, sempre acabava nele. Era como se todos os caminhos que ela escolhesse pra se distrair resultassem nele, assim como os rios acabam no mar.
- Onde você se enfiou essa tarde toda? E que marca é essa no seu pescoço? – perguntou de repente e apenas a encarou. Agora até a própria amiga estava começando uma conversa que ia terminar nele.
- Que marca? – preferiu se desviar da primeira pergunta, se bem que as duas têm quase a mesma resposta.
- Tem um vermelhinho aqui – se aproximou apontando o local e recuou cobrindo com a mão.
- Ah, deve ter sido picada de mosquito. – esse mosquito tem um nome, e não é o da Dengue.
- Foi um mosquito mutante então, pra deixar uma marca dessas! Veio da Amazônia? Oh céus! Será que foi uma abelha? – viu outros pontos como aquele e observou riscos em meio ao vermelho, como marquinhas de dentes – Ei! Por acaso abelhas picam com os dentes? Achei que usassem ferrões... você anda saindo com um vampiro e não me disse nada?!
Como ela apenas sorriu e não respondeu, voltou a falar em tom de brincadeira – Porque se for assim eu acho bom você não virar uma também! Eu já tenho medo de você naturalmente e...
- Eu tava com ele.
- Quem? Vampiro?
- .
- Como assim? ?
- É ... Tem outro que a gente conheça?
- Era mais fácil ser outro do que ser aquele!
- Tudo bem que foi meio estranho mesmo, mas é verdade.
- Hum, ele te deu essas chupadinhas no pescoço?
- Uhum.
- E aposto que você arranhou as costas dele com suas unhas compridas e sexies, né?
- É rs! – concordou sorrindo e tampando o rosto.
- Você ficou a tarde toda numa boa lá? JESUS! VOCÊ NÃO O MATOU DEPOIS, NÉ? – sacudiu-lhe os ombros.
- E por que você acha que eu to fugindo pro Canadá amanhã?
- Puxa amiga, que pena ele era tão bonitinho e jovem...
- É né... Mas falando sério agora, foi uma tarde boa. Eu não devia ter feito, mas foi incrível.
- Me conta! Vai contar ou vai ficar enrolando?
- Calma! É que foi assim, eu fui lá devolver o porta-retrato que ele me deu. Quando cheguei, ouvi pela porta que a Delilah tava lá e eles estavam discutindo.
- Sério?! Ela te viu de novo? Vocês brigaram outra vez? Ela foi pro hospital? AAHH VOCÊ A MATOU! COMO FEZ? EMPURROU PELA JANELA? CÉUS! JESUS, MARIA E...
- HEEEY! Não fica tentando adivinhar amiga, você não é boa nisso!
- E você é uma desagradável... mas continue.
- Primeiro: realize que eu não matei ninguém, ok? E segundo: ela não me viu.
- Ah, sem assassinatos? Que sem graça.
- Melhor sem graça do que presa não acha não?! Mas enfim... eu escutei a conversa deles todinha e você não faz idéia do fora que ele deu nela! Eu me senti até vingada, foi melhor do que nos meus sonhos!
- Que lindo! E aí a empurrou numa banheira de ácido clorosulfônico, você entrou e tacou um beijo apaixonado nele enquanto ela gritava de dor! [n/a: explico o ácido clorosulfônico na nota final do capítulo]
- WTF?! Ácido o que? Banheira? Olha... até que não seria ruim, mas o que foi que eu disse sobre as suas adivinhações mesmo?
- Ah, é que você enrola muito pra contar as coisas! Necessito saber!
- Ta! Ela foi embora aos berros com ele e até o surgiu do nada pra esculachar com ela, você tinha que ver!
- Ahh o meu lindo ... Como estava o cabelo dele essa tarde? Pra frente? Pra trás? Pro lado? Ah, já sei! Pra cima, né?
- Olha o foco, ! Você quer que eu continue a contar ou não?
- Ah sim, continue!
- Então eu dei um tempinho e fui falar com o . Ele demorou pra abrir a porta, acho que pensou que fosse a Delilah de novo! Aí nós discutimos um pouco depois que eu entreguei o porta-retrato. Ele disse que eu estou com raiva dele, então eu disse que não o odeio e ele disse que odeio sim, que eu o odeio e ele me ama.
- Ain... E você?
- Não sei, acho que no fundo eu tinha ido lá querendo me despedir de alguma forma. Olhei o rosto dele pra decorar cada pedacinho. Quando eu já estava pra ir embora ele me beijou e eu aceitei.
- Nossa, quem diria!
- Ah, ! Eu não sou essa durona que todo mundo ta pensando! Eu gosto de estar com ele sim e foi bom ter uma lembrança agradável pra recordar. É melhor levar a lembrança de uma tarde ótima do que rancor nas bagagens, não é?!
- Se gosta dele, por que não voltaram?
- Não, eu não disse que gosto dele. Disse que gosto de estar com ele.
- Não é a mesma coisa?
- Não. Eu não posso explicar isso, mas teve de ser assim e ponto, .
- E ele sabe que vocês não voltaram?
- Ele achou que tínhamos voltado. Aí eu dei um jeito pra ele perceber que eu ainda vou viajar.
- AI CÉUS! QUE VOCÊ FEZ COM ELE?
- EU NÃO CAUSEI NENHUM DANO FÍSICO! Já deu pra entender?! Eu só saí dizendo que a gente tem uma boa química na cama, mas nem por isso ele é insubstituível!
- E ele?
- Ficou lá com aquela cara que você conhece. Reconheço que me deu um pouco de pena, mas foi o certo.
- Por que isso foi o certo? E por que você não pode me explicar? Eu não sou o ! Explique pra mim! Conte suas razões que eu vou apenas escutar e entender. Eu quero acreditar que você tem um bom motivo pra deixá-lo pra trás, ! Você ama aquele homem e tudo que tem a ver com ele! Eu te conheço. Você acredita em romances por causa de . Ele já provou que nunca mais vai tocar na Debruxa, então por que não esquece tudo?
freqüentemente se deixa emocionar. Cada palavra que nasceu na garganta dela saiu com dose extra-especial de emoção na voz. Quando isso acontece, ela consegue tocar a melhor amiga. sentiu o rosto esquentar e os olhos produzirem cada vez mais lágrimas, que já estavam disputando por espaço dentro deles. Ela não queria deixá-las cair outra vez hoje.
- É pro bem de todo mundo.
- Mas por quê? O que vai acontecer?
apenas pensou um pouco. Achou bom não guardar todos os problemas sozinha e resolveu falar. Olhou bem nos olhos da amiga, como se a voz fosse sair por eles. Depois falou um nome:
- Delilah.
- ! O que essa menina ta fazendo com você? Me conta porque eu juro que bato nela!
- Algumas ameaças a mim, ao , e...
- E...
- Ai amiga! Ela acha que eu to grávida porque me viu comprar um teste! – se desabou no ombro da amiga.

Play ’s Flash Back

Domingo à tarde, após Eric ir embora, eu fiquei um bom tempo sentada na calçada de casa. Estava com o celular na mão, mas ele ficou desligado enquanto eu conversava com Eric. Resolvi ligar pra ouvir música e veio o aviso que tinha algumas mensagens de texto pra ler. Eu não devia ter aberto. Não devia.

•Mensagem 1•
Olá . Peguei seu nº
no cel do , espero
que não se importe.
Quero falar com você.
vc já deve saber que é a Lilah... Me ligue o quanto antes.


•Mensagem 2•
Que parte do me ligue o quanto antes
vc não entendeu?


•Mensagem 3•
O tempo ta passando zinha
e eu to ficando irritada. Vc nunca me viu irritada. Não queira ver.

Não respondi nenhuma delas. O que essa retardada quer? Ser enfiada no ponche de novo? Se isso chegar a acontecer eu não vou tirá-la de lá após alguns segundos, não mesmo! Imaginei que devia ser apenas uma brincadeira irritante e coloquei meus fones pra ouvir música. Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas foi um longo período sem a musiquinha chata de novas mensagens me interromper.
Porém, quando entrei em casa e fui pro meu quarto tomar banho, bastou colocar o celular em cima da penteadeira e ele começou a vibrar. Um toque engraçadinho fazia conjunto com as vibrações e o meu coração se remexeu lá dentro. Se apertou. Bateu mais devagar, era o medo.
E ele estava certo ao se assustar, mais Delilah:

•Mensagem 4•
Por que não ligou? Ta achando que é
brincadeira? Acredite, eu não gosto de
ficar entrando em contato com vc, sua nojenta.
Eu falo serio.


•Mensagem 5•
Por acaso o meu nº não aparece
no fim da mensagem?
Ou será que vc ta com medo de mim?
A minha voz te assusta?

•Mensagem 6•
O que será que mais te assusta em mim,
zinha?
Hmm... com certeza são as coisas
que EU SEI de vc!

•Mensagem 7•
Duvida que eu sei mais do que vc imagina?
Por que não vem tirar essa dúvida amanhã?

•Mensagem 8•
2 da tarde no Mcdonald's que fica perto
da London Eye. Não vou dizer o que vai
acontecer se vc não for pq vão acabar os caracteres...

Stop ’s Flash Back


mostrou as mensagens ainda guardadas no celular. ficou pasma.
- Que tenso! Você foi?
- Eu fiquei nervosa, ansiosa, curiosa... tentei não pensar nisso e me concentrar só nas coisas pra viagem, mas eu acabei indo.

Play 's Flash Back

Eu avistei aquela vaca sentada de costas para a entrada. Por que eu não trouxe a poncheira da minha mãe pra afogá-la de uma vez? Que garota encrenqueira! Olha as porcarias que o arranja. Num vou nem comentar. Em último caso, afogo ela no milkshake, é!
- Finalmente. Achei que tivesse morrido.
- Por quê? Você pediu minha cabeça ao papai noel?
- Na verdade eu pedi que te carregasse pra longe, mas se você prefere o inferno mesmo...
- Quem vai para o inferno são pessoas como você, que infernizam a vida dos outros. E fala logo o que é que você quer pra terminar com isso.
- Não fale nesse tom de voz comigo. Você ainda não entendeu, quem está por cima aqui sou eu.
- Você? Por cima de mim? Ah eu não suportaria teu peso, você ta ficando meio gordinha.
- Você pode dizer que eu sou gordinha agora, mas eu sei que daqui a uns sete meses e algumas semanas, a BOLA da vez será você!
Notei minha própria expressão ficando séria repentinamente. Os olhos se abriram um pouco mais e meu coração pareceu parar de funcionar por alguns segundos. Greve temporária de sentidos. Que merda.
- O que? Já paralisou assim? Então eu acertei! Foi mais fácil do que eu pensei...
- Do que você ta falando? – eu respirei fundo e falei com calma, tentando não gaguejar ou tropeçar nas palavras. Ela olhou pro meu rosto, acho que fiquei pálida.
- Calma , respire! Você não quer matar essa cabeça de ervilha que ta aí, né?!
- Porra! O que é que você ta falando?! – eu fiquei nervosa e bati com o punho cerrado na mesa. Algumas pessoas olharam e eu procurei manter a calma.
- Eu te vi comprando um teste. A mim você não engana! Todo mundo sabe que você voltou a ver o Peter, e tem aquele Matt, e o esquisito... Eric! sabe que você andou por aí com todos eles recentemente então não seria difícil pra ele acreditar que você ta gerando um Pete, Matt ou Eric Jr!
- Não seja ridícula! Quem é que vai dizer isso pra ele? Você? Isso aqui não é novela, ele acreditaria em mim.
- Ah, mas isso é só uma parte do meu presente, !
- Cara, você é muito ridícula – ao mesmo tempo que eu balançava o rosto para os lados, meu sorriso indignado não conseguia se fechar. Que idéia louca é essa agora?! Só o que me faltava!
- Sabe , essa vidinha do tamanho de um grão de poeira que está aí em você é algo extremamente frágil. Mais do que qualquer outra coisa... É muito fácil perder uma merdinha dessas no início, muito comum.
- FALA... hm... – eu ia gritar de novo, mas me controlei. Ela estava ameaçando a minha possível gravidez? Precisei falar entre os dentes pra não sair alto. Raiva. – Fala coisa com coisa, miserável.
- Já ouvi dizer que grávidas não são seres humanos, são inferiores. Ficam frágeis, emocionais, perturbadas, nojentas... E pensar que isso é o sonho de algumas mulheres! Um sonho medíocre e pequeno.
- Eu não to grávida, imbecil.
- Não tente negar, ok? É pior. A sua reação já te entregou, confesso que tinha dúvidas, mas elas se foram junto com a sua palidez. Agora apenas preste atenção na proposta de negócio que vou te fazer!
- Você é muito estranha. Fala logo o que quer, vai...
- Você pode ir e carregar contigo toda a sua mediocridade em forma de barriga para o Canadá. Fica com o seu nojentinho lá, mas ninguém pode tomar conhecimento disso aqui.
- E se eu não quiser fazer isso?
- Eu vou ser obrigada a fazer uma vítima que nem está neste mundo... – Lilah tirou um canivete do bolso e pôs sobre a mesa discretamente. Agora me assustei de verdade! Posso correr dessa louca?
- Você não faria isso! É só uma vadia inútil, não uma criminosa!
- Pode até ser que eu não fizesse, mas o meu irmão drogado e seus amigos favelados fariam. E eles teriam o maior prazer! Acho que eu precisaria segurá-los pra eles não te matarem também! Se bem que você nem faria muita falta no mundo...
- Vou contratar guardas pra ficarem na minha casa!
- Não adianta, você não pode fazer nada. Se não te pegarmos, podemos pegar o . Tenho certeza que meu irmão sozinho poderia arrebentá-lo inteiro!
- Arrebentar o ? Mas que porra é essa? Como você gosta dele desse jeito? Que filha da puta!
- Foda-se. Você estava certa, eu não gosto dele por completo, apenas algumas partes dele. A conta bancária, os carros, o sucesso... Quer dizer, eu gosto dele, mas não ficaria, nem lutaria por ele se ele não fosse quem é.
Merda! Merda! Merda! Puta que o pariu! Que vontade de voar no pescoço dessa vadia. Me segura!
- Não tem um centímetro de você que preste! Você é como um alimento podre!
- E daí? O já me comeu e gostou.
Duas palavras: QUE-NOJO!
- Chega! Meu estomago ta embrulhando de ficar aqui com você.
- Como se fosse muito agradável pra mim te suportar. Olha, eu só to pedindo pra você ir numa boa pra onde você quiser. Contanto que seja longe o suficiente pra eu poder te apagar da memória do . Caso contrário eu terei muitas alternativas pra acabar com todo o seu mundinho de filmes românticos pré-adolescentes. Você teria um lindo aborto e o nem ia mais querer te ver por achar que o filho não era dele. Acredite, seria fácil fazê-lo pensar isso! Nem eu mesma sei se é! Ou então, se nós não conseguirmos pegar você, eu tenho certeza que os amiguinhos do meu irmão adorariam assaltar o apartamento de um mcguy! Seria hilário se saísse no jornal pra eu...
- Certo, certo. Pare de falar, que coisa irritante essa sua voz! Você não vai precisar se dar ao trabalho. Eu vou me mudar e você fica aí tentando agarrar o . Só não garanto que você tenha condições de conseguir isso, ele já se tocou que você não passa de...
- Poupe suas palavras e sua imaginação pra me elogiar. E não se aproxime dele durante essa semana. Acho que você já entendeu o trato.

Stop 's Flash Back

- Meu Deus ! Você precisa chamar a polícia!
- Não . Não tenho provas suficientes da ameaça.
- E-e-então nós precisamos... nós precisamos...
- Calma ! Vai ficar tudo bem! Eu vou pro Canadá e nada acontece.
- Mas... mas... você não quer ir e... AH MEU DEUS! VOCÊ TA GRÁVIDA!
- Shush! Cara, a vizinhança não sabe, ta? Na verdade nem eu sei! Comprei o maldito teste após uma conversa estranha com a minha mãe. Ela tava suspeitando disso e eu falei pra ela que tinha certeza que não estava porque minha menstruação estava em dia. Só que eu menti. A minha incomodação não tinha chegado e eu achei que podia ser um atraso normal, não estava preocupada, mas resolvi comprar o teste. E não tive coragem de fazê-lo ainda.
- Menina! Vai correndo fazer esse teste! Se você não estiver, pode acabar com os planos da Delilah!
- Não, é pior! Esqueceu que se ela não puder me atingir vai atacar o ? Eu tenho que me afastar de qualquer jeito. E acho que consegui me afastar ao máximo essa tarde, mesmo não saindo do país.
- Por quê?
- Disse muitas coisas pra ele. Bem depois que a gente, err... teve bons momentos! Pessoas ficam sensíveis depois de transar. Ele fica hiper-sensível e fofo! Eu acabei com ele! O que eu fiz e o que eu disse foi pior do que brigar ou ficar indiferente. Eu o fiz subir numa montanha bem alta, pra tocar numa nuvem e depois empurrá-lo ao chão. Mas era o único jeito ! Se eu não fizesse isso a gente ia se aproximar de novo!
- Tadinho, ! Aquele garoto é louco por você...
- Eu sei... mas é melhor ficarmos inteiros, não acha?
- É.
- Eu vou pro Canadá e vou começar uma vida nova lá! Não preciso do na minha vida! Se a gente não pode ficar junto eu vou ser feliz de qualquer jeito, não importa!
- Acho que depois de hoje você não vai continuar pensando assim... – pensou um pouco alto e ouviu, mas não entendeu.
- Quê?
- Ah, você viver feliz é o mais importante pra mim.
mordeu a boca olhando pro chão e nenhuma das duas falou mais nada. O celular de tocou e era dizendo pra ela ir logo.
- É o . Eu vou... se você não se importa...
- Tudo bem ! Vai sair com o numa boa!
- Você vai ficar bem aí?
- Vou.
- Sem matar? Sem fugir? Sem banheiras de ácido?
- Só se for pra Delilah!
- Ótimo. Assiste tv pra descontrair, você ta muito tensa! Hoje tem aquele programa que você gosta, né?
- É, o programa da Cora.
- Então... Assiste a Cora e as meninas estarão de volta antes de amanhecer, eu acho!
a acompanhou até a porta e elas se despediram. A noite solitária estava só começando e ia ser longa.


Quando e seus amigos chegaram, eles viram um palco armado no meio do parque. Era pequeno porém muito bonito. Todos ficaram sem fôlego por uns segundos. Antes que começasse o programa, testou instrumentos, microfones, não queria nenhum imprevisto na hora H.
Um tempo depois, e finalmente chegaram e tiveram a mesma reação ao ver toda a decoração do ambiente. Aquele simples parque no centro da cidade nunca esteve daquele jeito.
- Tudo certo? A vai ficar em casa? – se aproximou deles. ficou durante o caminho todo até lá pensando em como essa noite poderia mudar a decisão de , ou mesmo que ela não mudasse, iria torturá-la bastante. Ela também tinha uma decisão a fazer, podia contar tudo pra , mas teve medo de causar outra tragédia. Então deixou tudo rolar naturalmente e se comportou como os outros, feliz.
- Ah, sim. A gente conversou bastante, por isso o atraso, desculpem! Ela contou sobre hoje à tarde... – quis ver a reação de e olhou pra ele.
- Ma-mas ela vai ficar bem sozinha? – coçou a orelha em sinal de nervosismo.
- Claro né ! Ela não tem mais dez anos! – falou rindo. Todos foram convidados a entrar num trailer colocado pela produção do programa, para que eles pudessem assistir as partes que já foram gravadas.
- E você tem certeza que ela vai assistir? – agora ia sendo empurrado pelos ombros até a porta do veículo, por uma impaciente.
- Vai, ... vai sim. Ela sempre assiste a Cora quando por acaso está em casa numa quarta-feira à noite. Ta bom? Satisfeito? Agora sossega o facho e entra aí!
Todos se acomodaram no sofá do trailer e esperavam ansiosos pelo começo do programa. As meninas já sabiam que tinha falado coisas tocantes sobre ele e na entrevista. O plano era fazê-la assistir em casa enquanto eles assistiam lá e assim os dois ficariam juntos de vez.

[n/a: partes em itálico aqui é o que se passa na televisão]

- Aí eu comecei a sentir um grande incomodo dentro de mim...
- O que? Arrependimento?
- Não... gases. [risadas de fundo]

assistia um programa humorístico entediada no sofá 'Queria eu estar com dor de gases. O que me incomoda é muito mais do que isso. Tudo pronto pra eu viajar amanhã e do nada eu começo a ouvir uma voz irritante dizendo o tempo todo que e não devia seguir com esse plano! E por que isso agora? Será que a Delilah já não foi ameaçadora o suficiente? Ou será que é uma premonição e o avião vai cair no meio do Oceano Atlântico?! Aposto que se eu perguntar isso aquela vozinha não vai saber responder. E é mais provável que ela (ou eu?!) não queira viajar por medo de assumir a derrota para aquela vaca, não por medo de acidente. E chega desse assunto, eu to com fome! Droga, não tem sorvete. Não tem batata frita. Não tem um mísero copinho de Nutella. Não tem pipoca de bacon. Eu acho que vou comprar alguma coisa, uma ansiedade tomou conta de mim e quando eu to assim preciso comer coisas calóricas e fingir que os kibes são meus amigos.’ pensava enquanto revirava os armários e a geladeira. Ela subiu ao quarto e parou um pouco encostada na porta, não estava se sentindo bem. Há muito tempo não tinha uma dor de cabeça com tonturas daquele jeito, algo estava errado e ela não sabia o que era. Uma dor fraca que faria qualquer um acreditar que precisa ir dormir. Quando ela achou que a dorzinha estava passando e se desencostou da porta, sentiu um refluxo vindo do estômago. Uma substância quente subiu o esôfago em alta velocidade queimando tudo e precisou correr para o banheiro. ‘Acho que eu usei demais o meu cérebro pensando nessa viagem! Eu preciso é de ar fresco.’ A dor de cabeça aliviou consideravelmente após vomitar. Ela escovou os dentes, ajeitou o cabelo e foi pegar um casaco. Depois calçou botas, pegou sua bolsa e saiu. Esqueceu de desligar a tv da sala.


- Caramba, não vejo a hora de ouvir o que disse! – batia palminhas feito criança. Continuaram no trailer todo esse tempo.
- Ele disse um monte de coisas gays, aposto que toda criatura do sexo feminino vai adorar! – disse depois de tomar um gole de cerveja e deu um tapa no braço dele.
- Aposto que deve ter sido lindo, ! Mesmo sem ter escutado ainda, eu já acho que você ta merecendo uma chance. – sorriu vendo o amigo ficar mais nervoso diante da proximidade da hora do programa começar.
- Relaxa ! Você vai ver como ela vai te ligar assim que o programa acabar! – bagunçou-lhe os cabelos e ele sorriu olhando algum ponto fixo.
- E logo ela vai vir pra cá e você vai olhar pra ela de cima do palco – continuou a falar como acha que as coisas vão acontecer – você vai estender a mão pra ela, ela sobe, vocês se olham um pouco, depois se atracam um no outro e são aplaudidos e...
- Ta bom, , ele já entendeu que vai ser o máximo! – jogou a tampinha do batom que segurava nela.

andava pela rua observando as luzes. “Luzes de Quarta à noite” pode não soar tão convidativo quanto “Luzes de Sexta à noite”, mas já que essa poderia ser sua última noite naquele país, até se fossem as luzes de segunda-feira serviriam. A idéia da viagem começou a perder força de repente. Havia alguma coisa dentro dela que dizia pra não ir, que Delilah estava blefando. ‘E mais uma vez eu venho andar na rua pra tentar relaxar, me distrair com alguma coisa. Em circunstâncias normais, andar sozinha pela rua sentindo o vento que passa brincando com os cabelos é... normal. Mas quando se têm problemas pra resolver e decisões difíceis, uma simples caminhada dessas pode se tornar uma cena dramática e emo. Tudo depende do que se passa dentro da cabeça da pessoa. Os ventos que estão na minha cabeça são cortantes como esses aqui de fora. Acho que está mais pra furacão. Antes eu estava com muita raiva do e queria viajar. Depois a raiva foi passando. Aí vem a suspeita de uma gravidez... Agora eu não quero viajar, mas estou sendo forçada à isso. Se não fossem as ameaças da Delilah, eu certamente não viajaria mais. Essa idéia foi perdendo força e ela simplesmente caiu de vez depois que eu fiquei com hoje. Porra eu amo aquele cara! Se eu desisti de me mudar, foi porque eu imaginei minha vida lá sem o . E quer saber? Ela seria como uma rua com todos os semáforos no verde sem nenhum carro pra passar... Puxa ou eu sou muito filósofa ou muito retardada, que tal?! Certo, pode me internar! Que seja! Eu só ficaria aqui se tivesse certeza que a Delilah não vai cumprir as ameaças, mas quem me dá essa certeza? Quem vai proteger o de um "assalto no apartamento"? E eu então?! E minha possível gravidez? Eu nem sei se isso é verdade porque sou uma covarde que nem tive coragem pra fazer o teste e ver o resultado positivo. E o pior é que independente disso, se eu não seguir o plano dela, o estrago pode ser grande de qualquer jeito! Com ou sem gravidez, porque como eu disse pra , se ela não puder agredir o bebê, a segunda alternativa é o . E eu não posso nem pensar em vê-lo morrendo por minha culpa. Ah, essa mudança precisa acontecer. Não tem como ser diferente. Amanhã eu viajo e vou levar minha vida como puder lá no Canadá, mas eu ainda volto! Ah se volto!'


Capítulo 27 – Em praça pública

[n/a: músicas do capítulo, quem quiser ir botando pra carregar: Touch My Hand (David Archuleta) | 8 ou 80 (Pitty)]

tinha sua cabeça cheia de pensamentos que ela definiu como os ventos cortantes. Os pensamentos dela só eram cortantes por serem sobre Delilah! Todas as pessoas devem se sentir confusas até a última hora ao precisar escolher um destino. Ela não é diferente.
Os ventos começaram a soprar com mais força, trazendo com eles os primeiros pingos de chuva. passou por um casal feliz segurando sacolas de lojas de perfumes e trocando selinhos num ponto de ônibus enquanto começava a chover lá fora, no mundo real. Sentiu uma pontinha de inveja. Lembrou de , queria estar assim com ele naquele ponto de ônibus e ir pra qualquer lugar que não começasse com CA e terminasse em NADÁ. Já fazia uns quinze minutos que estava naquela caminhada sem sentido, quando parou na frente de um pub e resolveu entrar, já que a chuva aumentava rapidamente. Sentou no balcão, uma tv estava ligada e ela se lembrou que deixou a tv de casa ligada, então deu um tapa na testa, mas resolveu que não ia voltar. Uns minutos se passaram até ela resolver olhar para a tv que estava ligada ali. Se surpreendeu vendo , ou melhor, todos os quatro se apresentando. Estavam tocando That Girl bastante animados, como sempre e levantando a platéia. Ela se lembrou que deve ter sido o programa que eles gravaram sábado. Pediu um dry martini e se conformou em apenas assistir como se fosse ver qualquer outra banda.


- Parabéns, vocês são realmente muito talentosos! – a apresentadora, Cora, falava com um sorriso enorme que mal cabia na tela enquanto só se ouvia o som das palmas ao fundo. gritou um ‘obrigado’ sorridente e esperaram as palmas e gritinhos pararem pra poderem conversar.
- O sucesso de vocês aumenta a cada dia, o que acham disso, huh?
- Somos realmente gratos, erm... agradecemos todo dia tudo de bom que está acontecendo. – falou e a câmera focalizou seu sorriso charmoso ao final da frase, a platéia soltou mais gritinhos.
- Bom, parece que tudo o que vocês dizem provoca reações na platéia aqui, não?! – a apresentadora se virou um pouco pra trás e o público, formado basicamente por pessoas de sexo feminino, (como sempre naquele programa) soltou mais gritinhos – Calma garotas! Eu já vou chegar nas perguntas que vocês querem! Mas antes me digam, como anda a agenda de shows de vocês? Fiquei sabendo que tiraram umas pequenas férias recentemente, não foi?


‘Nhaim... não vou ficar assistindo isso. Assim já é tortura, po!’ continuava sentada apoiando o rosto com as mãos e os cotovelos no balcão, tinha uma expressão de tédio e enjôo. Ao mesmo tempo que queria sair dali, também queria ficar. Os olhos custavam em desgrudar da tela, então ela permaneceu assistindo.
- Me dá mais um desse. – ela pediu olhando pra tv e sorrindo leve ao ver gargalhar do nada.

- AHAHMAHAF – no trailer, gargalhava com a boca cheia de batatas.
- ! Por que você teve esse ataque de riso histérico lá no meio da entrevista e agora de novo? – franziu a testa e ficou esperando a resposta, que não veio dele porque estava vermelho de tanto rir e quase engasgando com as batatas... cena emocionante...
- É porque ele tava vendo a Stacey na platéia, lembra dela? – respondeu pelo amigo.
- Lembro, claro, mas por acaso vê-la é motivo pra gargalhar? – continuou sem entender, as outras meninas também esperavam a resposta.
- É porque ela tava com uma daquelas máscaras do pânico, saca? – falou e fez uma careta depois. As meninas riram.
- Eu tava vendo aquela pessoa com máscara na platéia e fiquei só encarando. De repente ela resolveu tirar a máscara e fez uma cara engraçada que eu não agüentei! – recuperou o fôlego e explicou novamente, da mesma forma que fez no programa. Os meninos lá contaram algumas coisas engraçadas que aconteceram nas férias, incluindo as partes com aquelas três fãs avoadas, que agora estavam na platéia sorridentes.

- Que bom que tenham se divertido tanto! Com certeza um descanso merecido depois de tantas turnês no começo desse ano. Mas agora eu vou ter que perguntar o que todo mundo quer saber aqui! Como andam os corações dos Mcguys?
- Bombeando sangue e provavelmente vermelhinhos! – respondeu sorrindo maroto e a apresentadora apontou o dedo pra ele.
- Não fujam senhores... Que mal há nisso? É só dizer! Por que está com essa carinha, ?
- Eu... erm... tem uma garota que me faz ter coisas estranhas quando a vejo, tipo borboletas, joaninhas e bichinhos fofinhos, sabe? Ela deve estar assistindo agora, espero que não me ache muito ridículo, ! – ele fez uma carinha fofa na tela e um coração com as mãos.

começou a sorrir boba e mandar beijinhos pra televisão, deu um pedala nela.
- Ôh animal! O garoto ta aqui no trailer!
- Ah! Verdade! Bem lembrado! – se aproximou de engatinhando pelo tapete e começou a beijá-lo por todo o rosto.

- Hum... borboletas, huh! Deve ser alguém especial pra você! Estão namorando?
- Estamos! – ele sorriu mais ainda, como se fosse possível. Cora sorriu também e passou a olhar pra .
- E então ? Vai deixar as meninas do auditório felizes hoje de novo?
olhou para todas as meninas presentes na platéia e depois pra apresentadora.
- Uns meses atrás eu sei que vim aqui e falei que não tinha ninguém na minha vida, vocês devem lembrar... mas eu estava cego, tem sim uma pessoa que nunca saiu da minha cabeça e se hoje eu estou completamente feliz, é 99% por causa dela! Minha ! – e mandou um beijo pra câmera.

- 99%, ? O outro 1% vem de onde? – se aproximou dele estreitando os olhos.
- Você deu 5% pro Chad Michael então eu acho que tenho esse direito também, não tenho? – ele arqueou uma sobrancelha e ela o imitou.
- Tudo bem, você tem sim. E é melhor nem me contar porque se for alguma gostosona da tv eu... – ele a interrompeu com um beijo e depois falou baixinho no ouvido dela.
- O 1% foi por eu ter mudado pra cá! – sorriu e ela segurou o rosto dele pra dar mais um selinho.

‘OMG... acho que não quero ver onde isso vai parar!’ fechou os olhos por uns instantes e percebeu que já estava sentindo o senso de equilíbrio abandonar o corpo. Esqueceu-se da hipótese de estar grávida, ingerindo álcool loucamente.
- Quero outro. – não se importava, dane-se o equilíbrio. ‘E se chegar a vez do e ele não falar nada?! E se falar de mim? E se falar de outra pessoa? E se falar que tem um caso com o Eric? OMFG! Eu devo estar mega bêbada pra pensar essas merdas! E quem se importa mesmo?!’ pensou e tomou uma golada grande e meio desesperada da bebida enquanto não tirava os olhos da televisão.

- Meninas da platéia, 50% do McFLY está indisponível. Sinto muito! – a apresentadora brincou e um AHHH cheio de dor e sofrimento ecoou pelo estúdio. – Mas não se preocupem, ainda têm os garotos do Faber Drive, eles serão os próximos entrevistados da noite! – depois que a apresentadora falou isso, os mcguys se fingiram indignados – Tudo bem, vocês sabem que é só brincadeira... Suas fãs amam vocês antes de mais nada pelo talento, bom humor, por vocês serem pessoas maravilhosas e o que elas mais querem é vê-los felizes! – agora a platéia bateu muitas palmas e isso deixou os garotos sorridentes. – Mas ainda não acabamos! e ainda não responderam a pergunta!
olhou pra e acenou com a cabeça. começou a falar.
- Conheci uma garota incrível! Ela é acima de tudo muito amiga, sabe fazer cookies como ninguém, esteve do meu lado quando eu precisei e por um momento achei que ela devia ser meu anjo da guarda, mas apaguei essa hipótese rapidamente porque acho que anjos da guarda não têm pernas tão bonitas! – ele terminou de falar sorrindo e ficando um pouco corado.

- Ounnn mafagafo! Acho que eu fiquei até arrepiada agora! – olhou nos olhos dele, os olhos dos dois brilhavam tanto que pareciam espelhos onde um podia ver o reflexo do outro.
- Considere-se mafagafizada! – ele aproximou o rosto, colocou a mão na bochecha dela, que passou a sorrir e fechou os olhos. a beijou como se quisesse depositar na boca dela todo o amor que estava sentindo ali.

sentia que o coração ia sair pela boca e cair diretamente dentro da quinta taça de dry martini que tomava naquela noite! A câmera focalizava . Era agora, tudo ou nada.

- E então senhor , parece que você ficou por último! Vai seguir os seus amigos e fazer alguma declaração?
- Olha Cora, o não ta bem. – falou e ficou olhando com cara de “o que você está fazendo?”
- Sério? Quer nos explicar ?
- Ah, eu... Eu não devia falar disso.
- Fala cara! O programa pode te ajudar – deu uns tapinhas encorajadores nas costas dele.
- Eu chateei demais uma pessoa que gosto e agora ela quer ir embora.
- É a prima do , certo? – Cora perguntou meio afirmando e fez uma expressão levemente assustada – Calma, os seus amigos me contaram. Nós podemos te ajudar, não podemos?
A apresentadora se virou sorrindo para a platéia e todas fizeram gestos afirmativos com alguns gritinhos. lançou um olhar um pouco enfezado para os colegas.
- Conte-nos mais! Queremos saber sobre essa garota e o que você está sentindo! Assim podemos entender o que se passa!
- Não sei se eu mereço ajuda. Tive tantas chances com ela e nunca aproveitei. Depois da minha última burrada ela decidiu morar em outro país e eu acho que essa notícia me fez entrar em pânico. Eu não quero a minha garota em outro continente! Eu quero que ela fique aqui e seja só minha. Só minha fã número um! E eu serei o fã número um dela pra toda vida. Ela me ensinou a gostar de ir à escola. Me ensinou a ser mais sensível com as garotas. Me ensinou que não adianta ter o melhor plano se você não tiver em quem confiar. Me ensinou a prestar mais atenção na aula de geografia! Ajudou a me tornar mais corajoso pra admitir que não importa quantas trufas eu coma, se eu estiver com vontade de experimentar aquela maçã vermelha e brilhante no topo da árvore, é dela que eu vou lembrar e as trufas não vão me preencher. Só me deixarão mais frustrado comigo mesmo por não ter partido logo em conquista daquilo que eu queria. Daquilo que eu acreditava... A entrou na minha vida pra me tornar melhor e eu sinto que se ela sair, nada mais vai fazer sentido porque sem ela aqui não tenho motivo pra ser melhor. – terminou e falar e as lentes da câmera captaram os olhos úmidos dele. A platéia estava em silêncio e a apresentadora se emocionou também. deu mais tapinhas nas costas dele e sussurrou um ‘mandou bem’.
- , você aceita participar do quadro “Em Praça Pública”?
- Erm, e-eu?
- Eu imagino que você conheça o quadro, mas eu vou explicá-lo enquanto você vai assimilando. O participante do Em Praça Pública deve escolher uma área pública na cidade, uma praia, um parque ou uma praça, por exemplo... No dia em que o programa vai ao ar, quartas-feiras, no mesmo horário, o participante estará ao vivo no local escolhido. Veja bem, nós estamos gravando aqui no sábado e daqui a quatro dias, se você aceitar participar do quadro, nós estaremos te mostrando lá ao vivo no lugar que você escolher, passando sua mensagem pra da forma que você bem entender. E aí?
- Faz , não queria uma última chance? Ela está aí, agarre! – cerrou o punho e deu um soquinho no ar. parecia em outro planeta e o silêncio já estava ficando constrangedor. Cora resolveu falar.
- Hum, pessoas! Será que daqui a pouco nós estaremos mostrando ao vivo participando do quadro Em Praça Pública ou o programa de hoje seguirá normalmente como o ocorrido na semana passada? Está em suas mãos.
Ela deu a palavra a novamente e a câmera o focalizou.
- Tem como falar com o David Archuleta? – foi a única pergunta de . A apresentadora sorriu e a platéia começou a bater palmas com gritinhos de aprovação. Veio o intervalo comercial.


O som das palmas penetravam na cabeça de , ela não piscava e parecia nem respirar também. A vinheta do programa passou, vieram os comerciais e ela continuou a olhar para a tela. Sentiu uma enorme necessidade de saber em que parte da cidade se enfiou pra aparecer ao vivo, mas pra isso teria de esperar os comerciais. Às vezes uma espera que era pra ser pequena, como esperar um ônibus, ficar numa pequena fila, ou o fim de um intervalo comercial, se torna gigante. Vai depender do quanto a pessoa quer que essa espera termine. Para foram dois longos minutos e mais trinta segundos. Para foi um tempo rápido pra sair do trailer com a equipe que estaria presente e se ajeitar no palco pra ser transmitido em poucos minutos para todo o país. Os amigos de e também saíram do trailer e ficaram logo à frente do palco. A equipe mencionada que estava ajudando-o nisso, não eram seus colegas de McFLY e sim a banda do David Archuleta. Ele ia tocar Touch My Hand em praça pública!

- Voltamos com o Cora’s Interview, o programa de entrevistas e desafios românticos que esquenta as suas noites de quarta-feira! Pra quem chegou agora, hoje nós começamos recebendo a visita dessa banda incrível de garotos espertos e talentosos que é o McFLY! Nós soubemos recentemente por meio de algumas revistas que o sempre gostou muito da prima do colega de banda, . E são realmente um casal muito bonito de se ver, mas estão enfrentando problemas e o programa está agora convidando a participar do nosso quadro que ficou famoso por ajudar casais nessa situação. Nós do programa ajudamos a todos, não importa se você tem fama ou não, todo mundo tem problemas porque geralmente os “amores de nossas vidas” são pessoas teimosas! Então o já topou participar do “Em Praça Pública”, e nós já temos as imagens ao vivo! Mas antes de mostrarmos que lugar da cidade ele escolheu, explique pra gente um pouco mais, ! Por que você quis falar com David Archuleta?
- Bom, tem uma música que eu me lembrei agora... Eu e a escutamos no carro um dia, foi o dia que a gente brigou. É uma música do David e ela não saiu mais da minha cabeça depois daquilo! Eu quero tocá-la no Parque Vermonn e oferecer pra ela um pedacinho do meu arrependimento pelo que eu fiz.
- Okay, você manda! O que estamos esperando, diretor? Vamos às imagens ao vivo do parque!


Se tivesse um relógio que mede o pulso, como o que usa pra correr, os barulhos dos batimentos dela estariam enlouquecidos! Primeiro o coração parou ao ver a estrutura montada no parque. As luzes, as pessoas... E o sangue começou a ser bombeado com grande força dentro dela quando começou a falar ao microfone.

- Boa noite! – deu um grito animado. Estava fazendo um show de verdade ali, pois várias pessoas que estavam passando na rua pararam pra ver, claro! A chuva estava menos intensa agora, pingos pequenos e rápidos cobriam tudo que encontravam aos poucos, como se formassem um grande véu. Alguns relâmpagos vinham de vez em quando e pareciam flashs de máquinas fotográficas no céu.
- Primeiramente eu queria agradecer a todos os presentes e à produção do programa Cora’s Interview por me dar a chance de participar desse quadro genial que é o “Em Praça Pública”!
As pessoas aplaudiam entre cada frase e mal podia descrever aquela emoção porque era diferente de qualquer show que ele já tivesse feito.
- Estou aqui hoje pra cantar uma música que não é do meu repertório. Agradeço ao querido David Archuleta! Nós não chegamos a nos falar pessoalmente e ele não pôde estar aqui hoje, mas num ato de extrema bondade, liberou sua equipe pra vir aqui para que eu pudesse tocar uma das músicas dele! Então palmas para David e sua banda! – mais uma porção de gritos, aquela praça estava lotando.
- Eu vou cantar Touch My Hand como se eu mesmo tivesse escrito e guardá-la numa caixa de presente! Vou jogar esse presente pro vento e espero que minhas palavras não sejam jogadas em vão! Eu quero que o vento carregue-as e plante como sementes em algum lugar do coração. Esse vento tem um nome, é e é pra ela que dedico Touch My Hand em praça pública.
[n/a: play Touch My Haaand]

Os primeiros acordes foram tocados no piano. já não sabia se continuava bebendo, se levantava pra ir correndo até lá ou se ficava assistindo ao show.

Saw you from the distance (eu te vi de longe)
Saw you from the stage (eu te vi do palco)
Something about the look in your eyes (algo sobre o olhar em seus olhos)
Something about your beautiful face (algo sobre seu lindo rosto)

In a sea of people (em um mar de gente)
There was only you (só havia você)
I never knew what this song was about (eu nunca soube sobre o que era essa música)
But suddenly now I do (mas de repente agora eu sei)

Trying to reach out to you (tentando chegar até você)
Touch my hand (toque minha mão)
Reach out as far as you can (chegue tão longe quanto puder)
Only me, only you, and the band (só eu, você e a banda)
Trying to reach out to you (tentando chegar até você)
Touch my hand (toque minha mão)

Can't let the music stop (não posso deixar a música parar)
Can't let this feeling end (não posso deixar o sentimento terminar)
Cause if I do it'll all be over (porque se eu deixar, tudo estará acabado)
I'll never see you again (eu nunca vou te ver de novo)

Can't let the music stop (não posso deixar a música parar)
Until I touch your hand (até eu pegar na sua mão)
Cause if I do it'll all be over (porque se eu deixar, tudo estará acabado)
I'll never get the chance again (eu nunca vou ter a chance de novo)

I see the sparkle of a million flashlights (eu vejo o brilho de um milhão de luzes)
I wonder why all the stars (imagino o porquê, de todas as estrelas)
But the one that's shining out so bright (aquela que brilha mais,)
Is the one right where you are (é onde você está) ...

As palavras da música estavam sendo realmente plantadas em . Ela até se lembrou do dia no carro, voltando pra casa, logo depois da noite na praia. Nem mesmo o trânsito ruim daquele dia foi capaz de deixá-la de mau humor porque estava ali e estava tudo bem.
Quando mostraram as pessoas que assistiam ao show, ela viu alguns cartazes se levantando. Folhas de caderno mesmo, feitos de última hora. O que foi escrito com marca-texto rosa chamava bem a atenção e dizia:
VEM PRA CÁ!
O TE QUER MTMTMTMTMT!

Ela tampou a boca com uma das mãos vendo isso. Começou a se imaginar chegando lá, subindo no palco e tacando um beijo nele enquanto os dois ficavam se molhando de chuva e o público aplaudindo. Depois sorriu sozinha com esse momento de “sonho pré-adolescente”.
- Quem será essa tal de ? – o rapaz que servia os drinks observava a televisão com um pano de prato nas mãos. olhou pra ele e deu de ombros. Voltou a colar os olhos na tv e viu sacudir os cabelos molhados pela chuva. A verdade é que seus pés estavam formigando pra sair daquele pub e ir até o palco de verdade. Então ela simplesmente se levantou, pagou a conta e foi. Simples assim. Só esqueceu de um detalhe: estava bastante bêbada.

...
Saw you from the distance (eu te vi de longe)
Saw you from the stage (eu te vi do palco)
Something about the look in your eyes (algo sobre o olhar em seus olhos)
Something about your beautiful face (algo sobre seu lindo rosto)

Can't let the music stop (não posso deixar a música parar)
Can't let this feeling end (não posso deixar o sentimento terminar)
Cause if I do it'll all be over (porque se eu deixar, tudo estará acabado)
I'll never see you again (eu nunca vou te ver de novo)

Can't let the music stop (não posso deixar a música parar)
Until I touch your hand (até eu pegar na sua mão)
Cause if I do it'll all be over (porque se eu deixar, tudo estará acabado)
I'll never get the chance again (eu nunca vou ter a chance de novo)

Trying to reach out to you (tentando chegar até você)
Touch my hand (toque minha mão)
Reach out as far as you can (chegue tão longe quanto puder)
Only me, only you, and the band (só eu, você e a banda)
Trying to reach out to you (tentando chegar até você)
Touch my hand (toque minha mão)

foi andando mesmo até o parque onde estava. Não era tão longe, ela foi andando rápido (na medida do possível) naquela chuva fina. Seus pensamentos não eram mais confusos. Decidiu-se por enfrentar Delilah. Os dois poderiam enfrentar juntos, a Delilah não podia sair vitoriosa com um plano tão ridículo e cruel. Ela não merece a glória e essa palavra não combina com ela.
entrou numa rua um pouco deserta. Aliás, totalmente deserta. Havia apenas árvores dos dois lados e calçadas estreitas, mas ela nem sequer se lembrou de sentir medo porque estava só pensando no que dizer quando chegar lá no show improvisado e olhar pra no palco. De repente ela já havia esquecido toda aquela coisa de se preocupar muito com a Delilah. Só queria chegar perto dele e dizer que não importa o que aconteça, eles enfrentam juntos.
Um carro passou naquela rua, depois de muito tempo sem nenhum movimento. Ele passou por em alta velocidade e freou bruscamente uns 20 metros adiante. continuou a caminhar pelo acostamento, porém agora estava assustada com aquele carro parado ali. Os passos foram diminuindo ao mesmo tempo que a vontade de voltar crescia. Afinal, por que diabos um carro ia frear de repente e ficar parado no meio da rua? A menos que houvesse um semáforo ali, mas definitivamente não era o caso. As luzes vermelhas acesas na traseira do carro aumentavam o pânico de e ela, que já estava a passos muito lentos, parou de andar de uma vez e deu meia-volta pra se afastar daquele carro. Agora a única coisa que ocupava a mente dela era sair daquela rua e as palavras “show”, “palco” e “” foram apagadas como numa lousa.
Os passos dela estavam apressados e ela nem via as poças d’água, pisava nelas. Espalhava água barrenta nas botas, mas não importava. Queria estar a salvo do que quer que fosse. escutou o motor do carro fazendo manobras e olhou pra trás. O carro estava voltando. Ele acelerou como que pra brincar com a emoção dela e ela viu a fumaça subindo ao redor do carro. Começou a correr.

Delilah’s point of view ON

Estou no carro esperando meu irmão terminar de assaltar a joalheria para qual eu trabalho. Como meu dia foi acabar assim? Explico.
Fui à casa do hoje de tarde e ele só faltou me botar num avião pra Angola com passagem só de ida! Eu fui lá achando que ele podia cair na real sobre aquela garota que nem gosta dele tanto assim! O que mais me chateia é que ele tenha me usado na cara dura, sabe? Bastou aquela putinha aparecer pra ele me ignorar como um ursinho velho. Aquela mimada, nojentinha, eu sou muito mais eu! Agora ela vem com essa coisa de querer ir embora do país, igual àquelas crianças que não sabem brincar e vão pra casa emburradas, batendo o pé. E ainda fica desesperado com isso! Se eu fosse ele, mandava ela ir se foder lá no Canadá e bom proveito. Eu tenho vontade de afogá-la no ponche igual ela fez comigo, é.

Play Delilah's Flash Back

Era sábado e eu estava sentada desperdiçando meu tempo na gravação de um programa besta. Eu tenho uma prima adolescente e a escola dela fez esse passeio ridículo. Eu tive que acompanhá-la, mas a única coisa que me encorajou a prestar esse ato de solidariedade é a entrevista com o McFLY.
Então eu fiquei esperando que a hora chegasse. E ela chegou.
Nada até ali tinha sido tão cortante. Nada é tão desesperador quanto isso.
falando todas aquelas coisas, e elas não eram pra mim.
- ...Depois da minha última burrada ela decidiu morar em outro país e eu acho que essa notícia me fez entrar em pânico. Eu não quero a minha garota em outro continente! Eu quero que ela fique aqui e seja só minha. Só minha fã número um! E eu serei o fã número um dela pra toda vida. Ela me ensinou a gostar de ir à escola. Me ensinou a ser mais sensível com as garotas. Me ensinou que não adianta ter o melhor plano se você não tiver em quem confiar. Me ensinou a prestar mais atenção na aula de geografia! Ajudou a me tornar mais corajoso pra admitir que não importa quantas trufas eu coma, se eu estiver com vontade de experimentar aquela maçã vermelha e brilhante no topo da árvore, é dela que eu vou lembrar e as trufas não vão me preencher...

Ele me reduziu a uma burrada ou sei lá o que, mas certamente algo que não deveria ter acontecido. Eu me senti como algo que não devia existir, me senti fora do lugar. Não sei o que senti, mas não queria deixar assim. Não podia!
Ouvi quando começaram a acertar os detalhes para o desafio dele, logo após encerrarem a gravação. Ficaram horas combinando esses detalhes, o que ia ter, o que não ia ter, ligaram pro David Archuleta e o caralho. Fizeram tudo e depois os quatro saíram parecendo apressados. Eu fui atrás. Deixei minha prima lá, ela que voltasse sozinha... Eles chegaram numa casa, eu logo vi uma daquelas afetadas, insuportáveis, loucas, que são amigas da . Mais precisamente, a . Só tem gente doida nessa porra. Ninguém nem notou ou quis impedir a minha entrada na festinha.

Stop Delilah's Flash Back

Pro inferno aqueles dois. Esquecendo e seu chaveirinho por um momento, cheguei em casa e o folgado do Nick estava largado no sofá. É outro inútil esse aí...
Nick é meu irmão mais novo. Irresponsável, idiota, delinqüente e infelizmente, menor de idade. Fiquei responsável por sustentar essa peste desde o ano passado, quando nossos pais morreram num acidente. Ele ficou se achando O rebelde depois disso e resolveu barbarizar por aí com uns amigos que não valem nada! Outro dia chegou aqui com caixas de latinhas de energético. Quando eu perguntei, ele disse que eles sacanearam o português da loja de conveniência. Estou pouco me fodendo... Não me envolvo nas besteiras do Nick. Mas hoje eu topei vir com eles para assaltar a joalheria da Jeena. É que a Jeena é uma tremenda filha da puta! Não, eu não costumo ser boca suja, só estou nervosa e sob influência de algumas balinhas que Nick me deu. Eu sabia que ele tomava ecstasy, heroína e um monte de outras merdas. É a primeira vez que uso. Mas voltando ao assunto da Jeena, sou designer de jóias e vendo pra loja dela. Semana passada ela veio dizendo que as minhas jóias estavam fracas, que eu precisava inovar e não queria pagar um preço justo. Meu irmão ficou puto, queria dar um susto nela, aí hoje ele me chamou pra fazer isso e como hoje eu estou daquele jeito por causa do cuzão do acabei topando assaltar a bosta da joalheria. Só não quero ficar na encrenca depois.
Estão vindo! Vou ligar logo o carro pra gente fugir! É agora que eu trabalho!
- VAI LILAH! VAMOS, VAMOS! – Nick ficou gritando e esqueceu de fechar a porta, aquela anta... Eu fui arrastando e ele fechou a porta depois. Os dois amigos horríveis dele (eles são horríveis, nem precisam de máscara pra assustar!) estavam tirando o que roubaram de dentro das mochilas pretas que usaram. Eu vi algumas das minhas próprias criações, fiquei até emocionada em recuperar meus bebês!
Eu estava sentindo o poder nas minhas veias. É como se eu fosse naquele momento a dona da rua, eu nunca senti um carro dessa maneira! É como se eu estivesse correndo com minhas próprias pernas, chegou uma hora em que eu achei que tinha levantado vôo! Foi tão emocionante! Eu vi cada viatura da polícia se chocar contra outros carros atrás de mim, foram se desfazendo um por um, como num video-game. Quando o último deles se chocou com um caminhão, do qual eu escapei por pouco, houve uma explosão e eu apenas vi aquele fogo se distanciando pelo espelho. Meu irmão e os amigos estranhos comemoravam. Minha ficha demorou a cair, mas quando isso aconteceu, meu sorriso saiu feito uma explosão também, junto com um suspiro aliviado. Será que é assim que os atores se sentem nos filmes de ação? Não. Eles fingem. Eu tive nas mãos a real sensação disso e não tem como explicar. É como um orgasmo gigante ou sei lá... Chame como quiser, to doidona! Eu duvidei, mas isso salvou mesmo meu dia! Agora eu só quero... Ei! Que diabos! Acho que vi a ali! Ou será efeito do ecstasy?
Não, é ela! E se ela está nessa rua, que por coincidência vai dar no parque onde está e seu showzinho ridículo, então é porque ela ia quebrar o acordo! FILHA DA PUTA!
- Caralho ficou maluca?! – Nick reclamando da minha freada brusca no meio da rua.
- É aquela garota que te falei, ! Está andando ali olha, prestes a quebrar o nosso acordo! Preciso fazer alguma coisa.
- Ah, Lilah! Agora não é hora de você se vingar! E se a polícia chegar?!
- A polícia já era! Você ta vendo algum carro aqui?! Eu to dirigindo essa merda pra vocês, passei o maior sufoco pra deixar aqueles trouxas pra trás e agora que eu quero me divertir vocês vão impedir? Puta que o pariu hein!
- Ta bom, faz o que quiser...
Eu sorri e comecei a virar o volante. Fiz a manobra na estrada e vi que a estava andando rápido na direção oposta.
- Caralho, ela vai fugir!
- Claro que não, a gente ta de carro e ela a pé! Jumenta. Põe a pata no acelerador aí.
- Fica quieto aí seu porra, não te perguntei nada.
- Ihh Nick, é a sua irmãzinha gostosinha que manda em você, é?
- Cala a boca. – Nick apontou o dedo na cara do amigo. Enquanto eles ficavam discutindo eu me aproximava de , jogando a luz do farol alto nas costas dela. Quero ver a cara de gato acuado que ela vai fazer!

Delilah’s point of view OFF [n/a: pode tocar 8 ou 80 ^^]

Delilah dirigia um Fiat Stilo vermelho que não era dela, nem do irmão, mas sim de um dos amigos dele. O carro atingiu velocidade suficiente num curto espaço pra fazer um pequeno e discreto cavalo de pau. O carro virou 180º e parou bem na frente de .
A porta do carro se abriu devagar porque Delilah queria assustá-la de verdade. ficou em choque e não tinha pra onde correr. Os outros garotos desceram primeiro e sentiu o coração apertar ao imaginar que seria abusada e talvez assassinada por eles. Quando ela finalmente viu que era Delilah quem dirigia, ficou sem saber se relaxava ou se era pra preocupar-se mais ainda.
- Hey ! Por que essa carinha assustada?
- Oi Delilah. – falou entre os dentes, com uma certa raiva.
- Você já conhece o meu irmão Nick e os amigos dele?
- Não, eu nem costumo ter pesadelos... – fez uma careta e o amigo patinho-feio de Nick ameaçou avançar nela. Delilah esticou o braço impedindo-o.
- Até numa hora dessas você é muito engraçada , parabéns.
- Então ta. Foi um prazer conhecer vocês e eu já vou. – deu meia-volta e apertou o passo. Delilah fez um aceno de cabeça para que Nick fosse buscá-la. Ele segurou com força um dos braços dela na altura do pulso. A mão dele quase podia se fechar e esmagá-lo.
- HEEY O QUE VOCÊ TA FAZENDO?! – veio gritando ao ser puxada de volta.
- Calma ! Onde você vai com tanta pressa? Ah, eu acho que sei! Estava indo logo ali dar uma quebradinha básica num certo acordo! – Delilah cruzou os braços quando Nick soltou o braço de e os cinco dedos estavam marcados.
- O que você quer? Não me enche! Por que não deixa todo mundo em paz e vai cuidar da sua vida, huh?
- Ihh, ta nervosa? Aah zinha se tem uma pessoa nervosa aqui, essa sou eu!
- Imagino porque... – falou um pouco baixo olhando pro lado.
- O que você disse?
- Eu sei que o te deu um fora astronômico hoje, eu estava lá. Eu vi. Delilah, você não tem chance alguma com aquele garoto. Esquece!
- Eu acho que tenho! Só preciso que certas pessoas desapareçam. – Delilah terminou de falar com a voz firme, se aproximou e deu um tapa no rosto de . Ela balançou a cabeça pra retirar o cabelo que voou no rosto e ia avançar em Delilah, mas dois garotos a seguraram pelos braços.
- Então é assim que você quer me encarar, sua covarde?! – tinha cada braço segurado por um rapaz. Ela se agitava na doce ilusão de conseguir se soltar.
Delilah chegou bem perto dela sem falar nada. Segurou o rosto de apertando as bochechas com os dedos.
- Você não passa de uma cruz na vida do ! Ele te enxerga como um brinquedo novo agora, mas eu quero estar lá pra ver o dia em que ele vai te deixar num canto, usada! – ao terminar de falar soltou o rosto da garota, que ficou movimentando os maxilares doloridos.
- Não julgue o meu destino pelo seu! O nunca gostou de você e você nunca foi nenhum brinquedo novo! Você era no máximo um brinquedo já bem gasto que ele achou e pegou pra passar um tem... – não pôde terminar de falar porque Delilah acertou um murro em seu rosto.
- Continua! É bom levar uns socos na cara, não é? Continua falando aí pra ver o que você leva...
- O seu problema é que você não agüenta a verdade! Tenho certeza que as minhas palavras podem doer muito mais do que os socos porque você sabe muito bem o que te disse hoje! Hum... como foi mesmo? – fingiu parar pra pensar e logo voltou a olhar pra Delilah sorrindo debochada – Ele pode te substituir pela própria mão! Parece que ele prefere se masturbar do que ficar com você, De-vaca.
Delilah mordeu os lábios e acertou-lhe um soco no estômago. perdeu um pouco o ar e demorou mais pra se recuperar dessa vez.
- Você não tinha o direito... OLHA PRA MIM ENQUANTO EU FALO! – Delilah obrigou a erguer o rosto que estava abaixado, pegando pelo queixo. – Não tinha o direito de chegar sem mais nem menos e atrapalhar minha vida!
- Atrapalho? Desculpa aí! – ainda tinha o sorrisinho debochado, apesar da expressão cansada de apanhar. Delilah deu mais dois socos nela, um no rosto e outro de lado, ao final das costelas.
- Vadia... – Delilah se afastou um pouco com uma das mãos no quadril e com a outra coçava o nariz.
- De-jeitada...
- É o que?
- Hum?
- O que você disse aí?
- Pfffft!
Tapa no rosto e um puxão de cabelo.
- Como é que vai a barriguinha, ? Dói aqui? – Delilah segurou a parte superior do cabelo de , puxando os fios para trás e conversando com o rosto próximo ao dela. Com a outra mão, deu cutucões na área do abdômen onde já tinha acertado alguns socos.
- Vai pro inferno. – sussurrou e Delilah a soltou.
- O não te quer realmente! Se ele quisesse não teria se deixado levar por mim aquele dia. Lembra? “Oooh não é o que parece!” – Lilah imitou as palavras de no dia em que foi flagrado no sofá com ela. – Pois era o que parecia SIM! E se você não chegasse, bonitinha, a gente ia transar no chão da sala!
- Ele se arrependeu dessa burrada e de todas as vezes que te comeu só porque você era a cadela mais próxima!
deixou que a última frase saísse misturada com tons de deboche e raiva. Delilah deu uma joelhada nela que atingiu o pé da barriga. A dor foi terrível e ela tentou dobrar o corpo ao máximo que pôde com aqueles rapazes segurando seus braços.
- O que foi? Acabou o ia que dizer? Hum, acho que eu estraguei o brinquedo novo do !
- Não, Lilah. Sabe o que aconteceu hoje logo depois que você foi embora? – já não tinha muito fôlego e a voz estava fraca, mas a vontade de provocar estava maior do que a dor física – EU fui lá nós e passamos toda a tarde juntos.
- Cala a boca.
- Foi uma tarde deliciosa. Ele não sente nojo de mim como sente de você!
- Cala a boca! – Delilah ia avançar nela e soube esperar o momento certo para dar-lhe um chute. Delilah caiu numa poça e sujou os cabelos de barro.
- O carinho dele por mim foi mostrado todo o tempo, nos toques, nos beijos...
- CALA A PORRA DA BOCA! – Delilah se levantou mais furiosa e começou uma série de agressões sem parar, revezando entre uns poucos tapas no rosto e muitos socos na barriga. – Cala a boca, cala a boca!
ficou imóvel e Delilah deu um sinal para que os rapazes soltassem os braços dela. Primeiro caiu de joelhos e logo depois o resto do corpo foi ao chão. Próximo ao local onde estava o rosto de havia outra poça d’água. Delilah se abaixou, pegou pelos cabelos e colocou a cabeça dela na poça por uns instantes, assim como no episódio do ponche. Depois retirou o rosto de da água barrenta e a colocou de lado.
- Quem é a Devaca agora?


Capítulo 28 – I know I'm gonna fall down


[n/a: A música do capítulo é Down - Jason Walker :D vou indicar a hora de tocar *-*]
Delilah deixou deitada na rua e foi caminhando em direção ao carro. Estava sentindo que precisava de água urgentemente e caminhou apressada pensando em entrar no carro e dirigir até alguma lanchonete.
- Você é pra sempre a Devaca. – falou baixo e ninguém ouviu. Começou a se apoiar com os braços trêmulos e foi se levantando novamente.
- VOCÊ! É PRA SEMPRE A DEVACA! – Gritou ao ficar de pé. A voz saiu rouca e cansada, os cabelos um pouco desalinhados. Delilah estava de costas, já abrindo a porta do carro, mas virou e viu lá. Surpreendeu-se por ela conseguir levantar. Começou a caminhar em direção à novamente, mas sua visão foi ofuscada por uma luz de farol que se aproximava. Ao chegar perto, o motorista diminuiu as luzes e parou o carro.
- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO DELILAH?! – Peter desceu do carro e bateu a porta com força.
- Peter? – o observou caminhar até Delilah e sacudi-la pelos ombros.
- ME SOLTA MALUCO!
- VOCÊ MACHUCOU A ? EU TE FALEI PRA NÃO FAZER ISSO, VOCÊ É TONTA?
- EU FIZ O QUE TINHA QUE FAZER SIM, E VOCÊ? VAI FAZER O QUE?
Peter empurrou Delilah e ela caiu de bunda no chão.
- É A POLÍCIA! – Nick gritou e entrou no carro ao ouvir o som da sirene. Delilah não teve tempo de levantar e entrar no carro, então se embrenhou no mato. Nick saiu cantando pneus e os carros da polícia passaram voando atrás dele. e Peter ficaram num canto só observando.
De repente ficou tudo em silêncio quando todo aquele caos se afastou. torceu com cada fibra de seu corpo que a polícia prendesse todos que estavam no maldito carro vermelho que a assustou. Esqueceu-se que Delilah não estava nele. Estava fugindo entre as árvores.
- . – sentiu uma mão tocar seu ombro – Você ta bem?
Ela apertou os olhos por dois segundos, mal podia acreditar no que havia acabado de acontecer.
- Pete! Foi tudo horrível! – agora que caiu na real, o abraçou.
- Calma! Ela te machucou muito? Quer ir pro hospital?
- Só quero ir pra casa!
- Vem, eu te levo.
- Mas hey?! O que você está fazendo aqui?
- Eu estava indo pra casa. Peguei esse caminho hoje porque estava um trânsito infernal lá na avenida, e a culpa é daquele Metidinho-! – Peter falava enquanto ia caminhando até o carro com apoiada em seu ombro. Ela prendeu o ar quando ouviu aquele sobrenome, tinha até esquecido do show dele na praça.
- Hum... de qualquer forma, obrigada por aparecer! Mas agora você já pode ir, eu acho que vou andando até ali... – apontou para o fim da rua e foi se desgrudando de Pete feito uma criancinha que quer correr para o tio dos balões.
- Não, nada disso! Ta pensando que é brincadeira? Vou te levar pra casa, você mal agüenta caminhar!
Ela foi empurrada até a porta do carro e sentou no banco. Se tivesse mais força, lutaria contra. O desgaste físico, emocional e a tontura causada pelos drinks estavam insuportáveis. Era como se ela precisasse fechar os olhos e dormir por três anos. [n/a: ahahh me acorde em 2016 pra ver as olimpíadas ;D heuaoheoaie]
- Achei que você já tivesse ido embora pra Oxford. – quebrou o silêncio dentro do carro.
- Na verdade, volto amanhã... ? – Peter colocou o sinto de segurança e parou segurando a chave e olhando pra ela. A garota no banco do passageiro respirou fundo. – O que há entre você e afinal de contas? É que eu pude ouvir algumas coisas que ele estava dizendo enquanto eu estava preso na fila de carros, ele falou de bla bla bla...
- Hein? – se virou pra Pete, olhava pra ele atentamente, mas parecia não ouvir o que ele estava dizendo. Parecia tudo bla bla bla. As palavras estavam embaralhadas na cabeça dela. Uma pontada forte no meio da barriga a fez apertar os olhos e não conseguir abri-los mais.


- , se ela não aparecer e nem te ligar depois de tudo o que você disse pra todo mundo ouvir eu juro que ela vai ser uma morta amanhã! – sacudia a cabeça com as mãos nas bochechas.
- Mas ela não ta ligando! Já se passaram dez minutos do fim do show! – batia as pontas dos dedos das duas mãos. Era muita ansiedade pra um só. O show terminou sem a presença de . Até a platéia que se formou no parque foi se retirando aos poucos e não acreditavam que “a tal garota” não apareceu. se sentou no palco balançando as pernas com o celular na mão, esperando que ela pelo menos ligasse.
- Sossega cara! Vai ver ela se emocionou e está esperando parar de soluçar! – jogou algumas pipocas na cara dele.
- Conheço minha prima, ela se emociona até assistindo Tom e Jerry!
- Será que ela ta ligando pro meu apartamento? Hey! ELA TEM O NÚMERO DO MEU APARTAMENTO?
- ELA TEM, OK! – o segurou pelos ombros e o olhou nos olhos – Fica frio, a gente deixou fácil uma agendinha na sala com os números de todo mundo!
- Deixa de ser retardado! Por que ela ligaria pro seu apartamento se você está AO VIVO aqui? A menos que ela ache que você é the flash... – passou por ele dando um peteleco na orelha e se sentou ao lado dele em seguida. Grande parte da aglomeração já havia ido embora por livre e espontânea pressão da equipe do programa, que ordenou a desocupação do local para que eles pudessem desmontar as estruturas armadas. Apagaram as luzes, a bateria foi levada, a banda foi embora. Contando apenas com a iluminação comum dos postes, ficaram todos quietos. Cada um mergulhado em seus próprios pensamentos e provavelmente fazendo reza brava pro celular tocar. Esse silêncio foi interrompido quando um risco vermelho passou. Na verdade era um carro em alta velocidade. Na verdade... era o carro de Nick. Ele perdeu o controle da direção e o carro girou sobre a pista molhada. Só parou quando acertou em cheio a trazeira do Renault Sandero azul de , que avançou e por questão de milímetros não bateu na trazeira do Nissan vermelho de . Duas viaturas cercaram o carro e um rapaz saiu correndo, os outros dois foram rendidos ali mesmo.
estava todo torto, virado pra trás para observar. Ele e estavam em choque, paralisados demais pra mexer qualquer músculo. Ninguém tirava os olhos da cena! Eles viram uns policiais se aproximando e perguntaram de quem era o carro batido. O proprietário deveria tomar algumas providencias imediatamente, então pediu um guincho e foi junto com eles até a delegacia.
- Eu vou com você se quiser – tocou o braço dele.
- Não, aquilo não é lugar pra você ir! E eu não sei se vou demorar... você pode ir pra casa, ou me esperar no meu apartamento.
- Ok. Qualquer coisa liga! – se despediram com um beijo rápido e ele foi.
O rapaz que havia fugido correndo também foi capturado e as viaturas estavam prontas pra ir embora.
O resto das pessoas permaneceu sentada onde estavam. Todos estavam chocados pela violência da cena, o barulho da batida... Pelo menos ninguém se machucou! se distraiu tanto que até esqueceu por que estava sentado naquele palco. Mas quando foram começar a desmontá-lo, ele se lembrou.
e todos os seus amigos foram chamados pra voltarem ao trailer, onde encontraram Cora. Ela olhou com compaixão. Ele se sentiu o homem mais fraco do mundo por merecer receber um olhar assim. Um olhar de quem está vendo alguém miserável e sem sorte pra nada. nunca se sentiu tão no fundo do poço.

- Ahn... – abriu os olhos devagar com uma luz forte na cara, era o farol de um carro que vinha na mão contrária.
- ? Que bom que ta acordando!
- Onde... onde eu to? Pete? – ela olhou pro lado com a mão na cabeça e viu Peter dirigindo, depois passou a mão pelo cinto de segurança, olhou um pouco ao redor e viu que estavam no carro dele. Aquelas cenas pavorosas voltaram à lembrança e ela sentiu o estômago embrulhar com isso.
- To te levando pra sua casa. Você disse que queria ir pra casa, não disse? Você se lembra, né?
- Relaxa Pete! Eu lembro... Não sou uma maluca, eu só apaguei! – 'Por que eu não to surpresa? Certo, esses apagões estão começando a me preocupar!’ ela pensava olhando pra janela. O carro parou no semáforo e ela pôde ver uma loja com aparelhos de tv ligados. Todos no mesmo canal. O programa da Cora estava sendo interrompido por alguma notícia urgente que não podia esperar. Por um segundo ela quis gritar para Peter dar meia-volta e levá-la ao parque, mas só de pensar nisso, uma pontada forte na barriga a fez desistir até de respirar por uns momentos. Sentiu que estava sem forças e qualquer coisa que ela quisesse fazer teria que esperar o dia seguinte. Cora's Interview foi substituído rapidamente pela vinheta do jornal. Estavam anunciando a bagunça feita nas ruas de Londres após um assalto a uma joalheria. Mostraram imagens de um cinegrafista amador e ela viu o Fiat vermelho em que estava Delilah. Peter olhou pra e viu que ela estava com a cara praticamente grudada no vidro da janela.
- Err... você ainda não me respondeu, desde quando você e ...
- Olha, o sinal já abriu. – viu que um carro já buzinava atrás deles e chamou a atenção pra fugir da pergunta. Ela não queria falar de com Peter por se sentir desconfortável. Por saber que os dois nunca foram melhores amigos. Peter se lembrava que quando foi embora da escola, ele estava no segundo ano e achou ótimo porque e só andavam juntos pra cima e pra baixo então não dava pra ele se aproximar da garota.
‘Será que se envolveram enquanto eu e ainda estávamos juntos? E se ela me traiu?’ ele pensava sério e sem tirar o olho da estrada. Como se seu único medo na vida de repente fosse esse.

- Certo. Ela não vai ligar, muito menos aparecer. – guardou o celular desanimado vendo que não tinha nenhuma ligação perdida. Já estavam indo pra casa e antes de entrar no carro olhou ao redor, até onde seus olhos alcançavam. Tinha esperança de ver uma garota caminhando ao longe, tinha esperança que ainda pudesse chegar.
- Talvez ela tenha dormido! – comentou olhando pra – ultimamente ela ta dormindo feito uma tartaruga!
- Não, eu acho que ela não quer falar comigo mesmo. Quer saber, eu vou logo pra casa e dormir. Essa coisa de show improvisado na praça cansa muito... – deu a partida no carro e quem o observasse podia jurar que ele havia acabado de ligar o modo foda-se. ‘Tudo bem, agora é bola pra frente.’ Ele pensou e acelerou de uma vez, deixando aquela praça pra trás como uma lembrança ruim.


No meio da noite úmida, um par de tênis brancos sujos de lama caminhavam pelo mato. Abrindo caminhos entre as folhas, pisando em gravetos, produzindo sons na floresta escura. Delilah estava com medo. Se perdeu no mato. Ela teve o azar de tentar fugir da polícia por ali, se escondeu tão bem que nem ela mesma sabia onde estava. Não sabia mais o que era real. Preferia ser encontrada por policiais, de preferência, o mais rápido possível.

Delilah’s point of view ON

Eu não sei o que está acontecendo. Parece que eu to presa nessa bosta! Se o Peter não tivesse chegado, ele não teria me atrapalhado. Se bem que ele provavelmente vai levar a garotinha pra casa e se ele for esperto como eu acho que é, vai dar uns catas nela! Ela já ta grogue mesmo, não deve ser difícil catar uma menina assim... E se o visse, ia resolver todos os meus problemas, olha só que maravilha! Eu sou foda! Já fugi da polícia duas vezes hoje, bati numa inimiga, recuperei minhas jóias! Tudo num dia só! Acho que o dia rendeu assim por causa daquelas balinhas! To aqui pensando seriamente em tomar logo umas oito amanhã!
"grrrh"
Quê?
O que foi isso?
Ouvi um barulho! Eu ouvi!
"grrrrgrrrrr"
AAAAAAAAAAAA MAMÃE! Calma Delilah. Pensa, pensa. O que pode ser isso? Hm... ta parecendo um bicho. Mas que bicho? Ah, minha cabeça ta doendo, essa porra toda ta girando, meu coração parece que vai explodir dentro do meu peito, feito um silicone barato. Eu só quero sair daqui antes que isso aconteça!

Delilah’s point of view OFF

Delilah se movia agitada por entre os troncos das árvores. O cabelo tinha algumas mexas coladas no rosto devido a um suor estranho que começou a brotar de repente por todos os lados. Foi ficando difícil respirar, a boca estava seca e não dava pra ver quase nada naquela escuridão. Quando estamos no escuro, os ouvidos assumem o controle, passando a registrar os mínimos ruídos à nossa volta. Ou talvez isso seja apenas uma conseqüência do medo. Seja como for, Delilah ouvia grunhidos. E eles ficavam cada vez mais próximos.
A escuridão se devia às copas das árvores, mas em alguns pontos o brilho da lua conseguia chegar e dava pra ter uma boa visão. Apesar disso, Delilah sentia seus olhos embaçados e por mais que esfregasse, não conseguia melhorar. A essa altura, ela já não entendia nada daquela caminhada sem sentido. Chegando até a esquecer, por alguns segundos, como foi parar ali.
Num dado momento, mesmo com sua visão embaçada, ela pôde ver dois pontos brilhantes num lugar alto. Não fazia idéia do que seriam aqueles pontos de luz, mas os achou hipnotizantes e começou a caminhar até eles. Caminhou com dificuldade, tropeçando nos gravetos e ao chegar mais perto, a surpresa não foi boa. Era um animal em pé sobre uma rocha. Um animal de grande porte que ela não se preocupou muito em identificar a espécie porque preferiu sair correndo a ficar ali pensando.
[n/a: pode tocar Down .-.]
Uma caçada começou e ela corria entre as árvores como se não fosse a mesma que estava caminhando com pequenos passos alguns segundos atrás. Reconhecia os mesmos grunhidos famintos de antes, só que agora correndo atrás dela. E correu como nunca havia corrido antes, desesperada. Após vários metros percorridos com aquela coisa perseguindo-a, uma dor começou a se espalhar pelo braço esquerdo. Era como a mãe de todas as câimbras. O ritmo da corrida diminuiu involuntariamente com isso e o que quer que estivesse atrás dela, a alcançou. Delilah tombou sentindo um peso enorme sobre suas costas. Ouviu o barulho de suas roupas sendo rasgadas e gritava por socorro numa última esperança de ser salva daquilo. De repente ficou muito curiosa pra saber o que seria "aquilo" e já que era pra morrer então que morresse olhando nos olhos "daquilo".
Com muito esforço ela se virou de barriga pra cima e viu. Era o contorno de uma cabeleira grande e despenteada. Focinho largo, boca enorme cheia de dentes... Ela só estava vendo um vulto, mas concluiu que era um leão. Um - faminto - leão.
Você é pra sempre a Devaca.
Escutou essa frase num sussurro, mas não havia nenhum ser vivo ali, além do leão. Delilah pensou seriamente na hipótese do leão ter falado! O animal soltou um bafo muito próximo ao rosto dela e depois deu passos para trás. Ele chegou aos pés dela e passou o focinho por toda a extensão da canela, como se estivesse apreciando o cheiro da refeição antes de saborear. Delilah apertou os olhos e só se passou um segundo até ela escutar o barulho de sua carne sendo arrancada. Junto veio a dor... Ela desejou morrer rápido para não continuar sentindo. Os gritos puderam ser ouvidos a quilômetros de distância.

Policial point of view ON

Prendemos os assaltantes da joalheria, mas ainda falta uma. É uma moça, Delilah Miller.
Um dos rapazes que prendemos disse em sua confissão que a tal moça é irmã dele e mentora do crime. Ela não entrou no carro junto com ele, mas nós vimos quando entrou na floresta da Rua Franklin. Eu e mais um colega encostamos o carro por ali. O carro de um jornal e outro de uma emissora de rádio chegaram atrás de nós. Às vezes esses caras são tão enxeridos que me dá vontade de mandá-los pra puta que pariu. Eles prometeram não sair dos carros e assim é melhor, se viessem, teríamos que cuidar deles também.
Pelos postes de luz dava pra ver uma chuva fraca caindo. Será que minha caçula levou agasalho pra faculdade ou será que eu esqueci de avisar pra ela que seus agasalhos chegaram da lavanderia hoje? Oops! Foco agente Lane! Você está trabalhando!
Eu me perdi em pensamentos cotidianos e meu colega John provavelmente se perdeu nos dele. Nós dois estávamos calados, apenas checando as pilhas das lanternas e a munição das armas quando ouvimos gritos. Eram gritos apavorados, como eu nunca ouvi antes.
Corremos em direção aos gritos, que vinham de dentro da floresta. Eles foram ficando estranhos, como se a pessoa estivesse se afogando. Uma voz afogada por líquidos, formando sons borbulhantes. Conforme íamos nos aproximando, outros sons vinham à tona, como um barulho enfurecido de folhas secas. Achamos a pessoa e minhas suspeitas se confirmaram, era a moça fugitiva. Delilah se debatia e agora sua voz já não estava tão forte. Ela pulava com o corpo inteiro e batia com as costas no chão. Tinha vários tremeliques e o líquido que a afogava era o próprio vômito. Ao que parece, é uma convulsão, talvez overdose... Os médicos saberão identificar melhor que eu. Pedi pra Jonh mantê-la sentada, assim ela parava de se afogar. Ela falava algumas coisas, devia estar com alucinações.
Carregamos a garota, que continuava se debatendo e tentando falar. Um de seus braços estava dobrado, com a mão torta. Jonh mediu o pulso dela enquanto eu dirigia apressado, ele disse que estava fora do normal. Batimentos acelerados, talvez esteja enfartando!
Deixamos a garota com os paramédicos e não sabíamos se ela estava consciente, pois havia parado de falar e só tremia, com menos força. Nós, policiais, precisamos ser de tudo um pouco. E precisamos de coragem e estômago pra ver essas cenas de jovens morrendo todos os dias. A minha filha tem a idade dessa garota e... eu nem quero imaginar. Eles confirmaram que ela estava intoxicada. Começaram os procedimentos, mas ela não resistiu.

Policial point of view OFF

, os meninos e as amigas de chegaram ao condomínio sem entender ainda o que havia acontecido direito. Não tinham outros assuntos em que pensar. Ou lembravam da perseguição policial, ou da surpresa por não ter aparecido nem no último minuto.
- Acho que vou pra casa, quero ver se a dormiu mesmo! Caso ela tenha feito isso não tem problema, a gente tem o programa gravado, eu coloquei pra gravar antes de sair! – riu com cara de ‘eu sou ou não sou um gênio?!’
- Quer que te leve? – se ofereceu vendo que não voltaria tão cedo, estava mais pra lá do que pra cá e foi direto pro apartamento dele.
- Yep!
- Você vai ficar aqui, ? – ele se virou pra , que concordou com a cabeça.
- Vou te esperar voltar e acho que vou dormir por aqui mesmo...
- ?
- Também vou ficar, zito.
- Então vamos , se despede aí dos seus amigos alcoolizados que beberam o tempo todo.
- Hey , pode deixar que eu levo a . – já tinha ido ao seu apartamento e voltou ao de .
- , você não acha melhor deixar pra vê-la amanhã? – o puxou de canto, com a mão em seu ombro.
- Não, . Juro que não estou indo pra discutir com ela é só que... Ah, depois eu explico!
- Ta bom... vai lá.
não quis explicar por que quis ir, se antes dizia estar tão cansado. É que o cansaço desapareceu quando ele viu um papel assinado pelo Peter, grudado em sua porta.
Cante o quanto quiser!
Ela não vai aparecer aí porque não pode estar em dois
lugares ao mesmo tempo.
Então certamente ela prefere se despedir de mim,
que nunca a traí com a Delilah no sofá da minha casa!
Você já perdeu! Aliás, nós dois perdemos, mas pelo menos...
A DESPEDIDA É MINHA -he!



Peter já estacionava o carro na frente da casa de . Ela continuava olhando pra janela, sem dizer nada. Os dois desceram e Pete foi com ela até a porta da casa.
- Desculpa pelo barraco na festa do outro dia. É que desde os tempos de escola eu já não ia com a cara do e nem ele com a minha.
- Hm... – ela soltou algum som em desânimo representando um "Tanto faz" resumido.
- Será que eu podia entrar? É porque... se você não tiver jogado fora... tem um casaco meu que deixei com você naquele dia que pegamos chuva, lembra?
- Uhum. Pode entrar e esperar aí na sala, vou procurar. – ela abriu a porta e deu espaço pra ele entrar.
- Tenho boas lembranças dessa sala de estar. – ele sorriu maroto caminhando em direção ao sofá enquanto rolou os olhos pelas costas dele e subiu as escadas.
‘Hanhm ok... onde foi mesmo que eu deixei o maldito casaco? PQP! Se as coisas não pararem de rodar eu não vou conseguir achar!’ Ela chegou ao quarto e parou na porta de novo. Levou uma das mãos à testa, a cabeça estava pesada e manter os olhos abertos começou a virar desafio, assim como ficar em pé sem cambalear! Abriu a porta do guarda-roupa e sem querer esbarrou com o braço em um monte de coisas que caíram no chão fazendo barulho. Tinha um diário que ela já não mexia há tempos. Havia muito de nele, inclusive fotos. Esqueceu de queimar essas... Ela olhou pra baixo vendo o diário aberto e algumas fotos que estavam guardadas entre suas folhas escapando como se quisessem liberdade. Teve um certo alívio em saber que aquelas haviam escapado do fogo. A idéia de queimar tudo foi mesmo um impulso imbecil, quem nessa vida queima suas próprias fotos?!
Não demorou e Peter apareceu na porta.
- Deixa que eu te ajudo! – ele correu até a garota, que estava abaixada recolhendo as coisas. Abaixou-se também de frente pra ela.
- Não precisa... – falou baixinho, mas ele já estava lá e não deu ouvidos. Pegou uma foto de e olhou pra ela, cerrando os dentes com a boca fechada. Não disse nada e enfiou aquela foto entre as folhas do livrinho. Depois ia pegar a última foto que estava no chão, ela também foi e as mãos deles se encontraram. Ela o olhou e ele estava aproximando o rosto, então virou a cara e ficou de pé.
- Já falei como te achei linda assim que te vi de novo na festa? – ele falou num tom de voz um pouco baixo e sedutor ao mesmo tempo. Se levantou ficando de pé bastante próximo a ela.
- Err, melhor eu achar logo esse casaco. – desviou os olhos do olhar dele e quando ia se virar pro guardarroupas de novo, ele a segurou de leve pelo braço.
- O casaco é o de menos.
- O que... o que você quer Pete? Ainda não entendi.
- Eu to vendo que você bebeu bastante hoje, mas acho que não é difícil perceber o que eu quero.
- Desencosta do meu braço vai... – ela falou com a voz meio mole, Peter aproveitou a moleza dela e deu um puxão trazendo-a pra mais perto, os dois corpos ficaram colados. A respiração dele batia no pescoço dela provocando uns arrepios na espinha. A mão que ainda segurava o braço de foi deslizando até chegar no pulso dela. Pete guiou a mão dela por baixo de sua blusa, fazendo-a deslizar pelo peitoral. Em seguida soltou o braço dela e tirou a camisa. mantinha os olhos fechados e se sentia cada vez mais tonta, sem saber se era a bebida ou aquela cena que estava deixando-a assim. Ao abrir os olhos, viu que Pete aproximava o rosto. Estava meio escuro, mas ela podia jurar que estava vendo os olhos de ali ao invés dos olhos negros de Peter! Ficou encarando aqueles olhos meio sem reação e viu que miravam sua boca, não fez nada e o deixou beijá-la.

- Obrigada por me trazer, ! – deu um beijo na bochecha dele.
- Vinte reais! – ele estendeu a mão.
- Você já é rico! Tem que trazer os amigos de graça mesmo! – riu e ele também. Ficaram quietos depois.
- Será que...
- Você...
Eles falaram ao mesmo tempo e riram. Se referiam à mesma coisa.
- Err... será que... você acha que eu... devia entrar?
- Não sei! – mordeu o lábio e ficou pensando. Acabara de ver o bilhete que mostrou.
- Você não acha que ela estaria com o Pete, acha?
- Não mesmo. Quer saber, entra aí! Prova que é homem!
- É! Eu sou homem porra! Tenho coragem de entrar e pegar minha mina!
- Assim que se fala. – saiu do carro e viu que ele demorava pra abrir a porta.
- Espera! – uma expressão medrosa tomou conta do rosto dele – E se...
- Ah , vá se foder então. – reclamou com humor na voz.
- Ok, já to entrando Miss Simpatia!
Ele foi caminhando bem atrás dela. Parou um pouco pra observar a janela do quarto de , a luz estava apagada. A porta da frente estava aberta e estranhou isso... ‘Luzes apagadas... o que essa tv faz ligada? Onde será que ela ta?’ Pensou e começou a subir as escadas.
- Não! Você espera aqui! Ela pode estar se trocando, pode estar de toalha, é melhor você ficar aí. – sussurrou e rolou os olhos.
- Não tem nada que eu não tenha visto ali!
- Eca! Não quero saber das coisinhas feias que vocês fazem! Você vai esperar aqui e ponto. Ah, desliga essa coisa aí.
Ele obedeceu e ficou ao pé da escada de braços cruzados. subiu devagar pra não fazer barulho. Ela não estava achando que realmente ia encontrar Peter com , mas se isso acontecesse, preferia ver antes de .

- Uma estrada com sinais verdes, ! – sussurrou parando o beijo e dando risadas. Pete sentiu agulhas na garganta com isso. Estava tudo muito embaralhado na cabeça de , de repente ela queria muito que estivesse por perto... Aquela tontura chata aumentava e a dorzinha na barriga também. Ela só teve tempo de passar um braço envolvendo a própria cintura e ver parada na porta boquiaberta antes de perder os sentidos outra vez.
- O que você fez com ela? – fechou a porta e foi entrando no quarto. Pete segurava uma molenga nos braços.
- Eu nada! Ela ta assim porque bebeu muito!
- E o que você ta fazendo aqui? – ela pôs as mãos nos quadris.
- Err... é melhor colocá-la na cama antes de começarmos a discutir, não acha?
- É. – cruzou os braços e ficou assistindo com olhares desconfiados Peter carregá-la até a cama. Depois ele caminhou até a camisa que estava jogada no chão e se abaixou pra pegar.
- Você espera aqui. – pôs a mão no ombro dele para impedi-lo de sair do quarto. Lembrou que estava lá em baixo e nessas circunstâncias era melhor que ele não visse Peter.
- Como? – Pete não entendeu e ela não explicou mais nada. Apenas saiu e trancou a porta por fora.
desceu as escadas sem saber se estava fazendo a coisa certa! Mas só ficaria mais triste se visse o outro lá, sendo que aparentemente não aconteceu nada de mais.
- Nossa! Você viu? Eu vi agora, teve um assalto e foram aqueles caras que bateram no carro do ! – contava todo afobado com o controle da tv na mão e ficou com medo que Peter escutasse sua voz. Se os dois percebessem a presença um do outro iam querer causar confusão e a última coisa que ela queria essa noite era briga de homens! Fingiu desinteresse na notícia.
- Ah é? Hm...
- E aí eu posso subir, Miss Simpatia?
- Mas que porra é essa de Miss Simpatia? Você deixa de ser besta hein!
- Ta... eu posso ir lá ou não? Tem alguém aí?
- Tem. Uma garota que dorme profundamente com um livro aberto no colo.
- Ah. E então...
- É , aquela coisa do Peter foi só pra te assustar. Nem sei por que você dá ouvidos.
- É, tem razão. Eu vou indo então... Se a acordar, mostre o programa pra ela!
- Pode deixar!
o acompanhou até a porta e suspirou ao fechá-la. Subiu de novo ao quarto, com uma leve preocupação por ter deixado o lobo mal sozinho com a garota...
Ela abriu a porta e viu Peter sentado na cadeira do computador, batendo um dos pés no chão.
- Pronto. – sussurrou e acenou pra ele sair do quarto.
- Você é louca?! – Pete levantou e falou num tom de voz um pouco alto.
- Fala baixo animal, não quero que ela acorde!
Os dois foram saindo do quarto em seguida sem falar nada até chegar na sala de estar.
- Vamos... pode responder! O que veio fazer aqui depois de ter terminado com a menina dizendo que tava fodendo outra e não sei mais o que?
- Hey! Não foi bem assim que eu disse pra ela! – Pete negou fazendo cara de horrorizado.
- Que seja... Mas não muda os fatos.
- Certo. Mas era mentira.
- Hum?
- Eu tava com medo, ta legal? Namoro à distância não é a coisa mais maravilhosa do mundo e tava começando a me cansar… Terminei com ela antes de traí-la de verdade!
- Olha que nem era tão "à distância" assim! Você a via quase todos os finais de semana!
- Eu sei… Mas às vezes não dava pra eu vir e outras vezes eu chegava aqui e ela tava ocupada. Isso tudo foi me estressando, é tão difícil entender?
- Tudo bem, eu já entendi que você fez isso antes de pôr os chifres nela ou ser chifrado e tal. Mas e aí, por que ta aqui agora? Por que brigou com ? Se arrependeu por acaso, gosta dela ainda?
- Na verdade não é bem isso… Eu vim passar uma semana na casa do meu pai, e eu tava me sentindo sozinho. – ele passou a mão pelo cabelo, num ato meio que de costume e viu o pulso enrolado com gaze. Peter respirou fundo e continuou – Acho a muito hot, saca! Eu não to ficando com ninguém agora e de repente… err… já que eu estou de passagem por aqui, achei que a gente pudesse ficar. Você sabe há quantas semanas não beijo ninguém?! É osso!
- Não interessa! Você só queria uma ficadinha? Por acaso pensou que se ela te amasse ainda, você estaria machucando a coitada, trazendo falsas esperanças?
- Você sabe que ela não me ama assim. Falando sério eu não pensei nisso mesmo porque eu acho que ela nunca me amou que nem ama o . – Ele deu de ombros.
- E você?
- O que? Eu? Não, eu não amo ! – ele brincou.
- Pete!
- Ta bom, ta bom! Amei aquela garota por um tempo, mas acho que acabou… Se eu tiver forçado a barra, espero que ela me desculpe.
- E o bilhete que você deixou pro ? Se você queria dar um susto nele, parabéns, conseguiu.
- Acho que eu exagerei um pouco, mas não vou fazer mais nada. Juro.
- Ok. Só uma coisa...
- O que, você é da polícia por acaso? Vamos terminar esse interrogatório, Veronica Mars?
- Qual é Peter? Quem não deve não teme! Eu só queria saber se você e a Delilah andaram juntos ultimamente...
- Eu e quem?
- Vi vocês conversarem naquele dia da festa, depois que vocês saíram e ficaram sentados lá fora. Eu estava um pouco bêbada, mas lembro!
- É, mas eu não a vi mais.
- Ta bom Peter, vai lá, vai...
acompanhou Peter até a porta e abriu pra ele. Antes de sair, ele hesitou um pouco.
- Err... Vê lá o que ela tem, ok? Não me parece muito bem. – e ele sabia bem o porquê.
- Deve ser a pressão baixa. Pode deixar que eu vou medir, tem o aparelho aí…
- Diga pra que eu estou voltando pra Oxford amanhã, que peço desculpas pelo barraco na festa e tudo mais… Já falei isso pra ela, mas não sei se ela vai lembrar! – ele se despediu e saiu andando até seu carro.
Peter foi embora e ela fechou a porta. Não viu que estava escondido por ali. Só observando...
Se sentiu traído também pela amiga. Por que ela acobertou Peter? Foi pra casa com várias perguntas martelando na cabeça, não podia acreditar que Peter estava saindo da casa da ! Como ela pôde depois de jurar de pés juntos que não gostava dele?

’s point of view ON

Ok então. Se a despedida foi com o Peter eu não vou nem falar mais nada. Depois de tudo que eu fiz pra ela me perdoar, será que ela acha fácil ficar se humilhando na televisão?! Isso tirou até meu sono. Vou sentar aqui e escrever uma música... Quando estou com raiva elas saem ótimas!
Fui pro meu quarto e fiquei tentando escrever. Linhas e linhas... Por incrível que pareça, as palavras não tinham ódio! Pelo contrário. Um verso ficou assim:

Com um olho no relógio
E o outro no telefone
São 5:19
Estou me sentindo sozinho
Se eu pudesse falar com você
Eu queria que você soubesse
Que estou me sentindo sozinho
Mas não estou indo embora

Era realmente essa hora da manhã, cinco e pouco. E eu sozinho. Como ainda não tinha sono, preparei um leite com chocolate e fui pro sofá.
Merda, eu sentei em cima do controle. Que mania de deixar essas bostas no sofá! A tv ligou e eu já ia desligar, mas vi a apresentadora gostosa do jornal e... Hum?! Uma foto da Delilah ali no cantinho?

- O assalto à joalheria provocou caos na noite passada. Três integrantes da quadrilha foram presos.
A última era Delilah Miller. Morreu com uma crise de overdose ao chegar no hospital.


Delilah morreu? Ela estava fazendo um assalto? É coisa demais pra minha cabeça...


Capítulo 29 – The end's beginning

[n/a: uma música vai tocar no final do capítulo ^^ quem quiser ir carregando: Shattered/Trading Yesterday]
Amanheceu. Com exceção de umas poucas pessoas, o mundo parecia bem.
- ? – apareceu na cozinha sentindo um cheirinho bom de panquecas, estava de costas, no fogão.
- Oi ! Eu sei que não viro as panquecas tão sexy quanto você, mas espero que elas fiquem boas!
- Quem disse que não está sexy assim só de boxer?! – ela se aproximou e o abraçou por trás, começando a dar pequenos beijinhos na nuca dele em seguida. ficou nervoso com isso e deixou várias panquecas caírem no chão.
- Ai droga... – ele falou baixinho e se afastou sorrindo.
- Pronto, agora estamos quites!
- Hey! Isso foi só de vingança?
- Yeah, baby! Você me fez derrubar uma panqueca uma vez, lembra? – ela falou rindo e ele se aproximou. Pegou pela cintura e a beijou antes que pudesse pensar... Ficaram se beijando até sentirem um cheiro de queimado. É isso, as panquecas que não caíram no chão agora estavam queimadas.
- Err... – coçou a cabeça meio sem jeito.
- Vamos lá pra casa! A sempre compra uns donnuts deliciosos que vende lá perto...
- Ok! Então vamos logo porque eu to varado! – ele passou a mão pelo estômago e ela lhe deu um selinho, depois ele foi se vestir enquanto ela foi arrumar os cabelos.


dormia no sofá e a campainha começou a tocar histérica, ele tomou um susto e caiu no chão. ‘Porra...’ Foi só o que ele pensou ao abrir os olhos no tapete.
- ? O que quer? – ele atendeu com a cara amassada.
- Queria ver se você tem algum remédio pra dor de cabeça.
- Ahn... devo ter sim, entra. – deu espaço pro amigo entrar e fechou a porta, depois entrou no quarto com atrás e foi até o banheiro.
- Cara, o que é tudo isso? – observava todo o quarto enfeitado. Flores no criado mudo, uma parede com bilhetinhos coloridos pregados, ele viu até uma bexiga no teto e nem quis imaginar pra que ela serviria.
- Preparei porque, err... achei que pudesse aparecer ontem. – ele disse fazendo careta. Voltou do banheiro com a cartela de remédios na mão.
- Puxa, que pena, dude. – deu batidinhas no ombro dele e pegou a cartela – O que você vai fazer agora?
- Nada. Ela vai se mudar e preferiu passar a última noite com o Peter!
- Sério?
- É, eu vi o Peter na casa dela...
- E aí, rolou briga?
- Não, o filho da puta nem me viu.
- Então você já desistiu dela?
- Eu? Não... ela que desistiu de mim, ou talvez nem goste de mim tanto assim.
- Então vai deixar a morar no Canadá pra sempre, sempre, sempre? – falou a última palavra três vezes de um jeito exagerado e engraçado.
- Eu quero mais é que o Canadá inteiro se exploda, exploda, exploda! – repetiu os gestos do amigo e os dois acharam graça. Depois continuou normalmente – Vou tocar minha vida, me dedicar à banda e se de repente eu conhecer alguém legal, estamos aí...
- Hm, você me pareceu tão animado falando isso!
- É... eu devo estar com fome! Vem, vamos tomar café e depois eu volto aqui pra arrumar isso tudo.
Antes mesmo que pudessem chegar à cozinha, o telefone começou a tocar. se aproximou do aparelho e viu que o número era da casa de . Ou era ela ligando ou era , já que só estavam as duas lá. Mais provável que fosse a segunda opção, mas no momento dava na mesma porque ele não queria falar com nenhuma.
- Ow , vai procurando alguma coisa nos armários aí que eu vou atender aqui no quarto.


chegou no quarto de e não a viu na cama, viu a porta do banheiro fechada, então pegou o telefone para ligar pro enquanto esperava.
Ele atendeu após vários toques e sabia que era ela.
- Que é ?
- Que surpreendente a sua delicadeza pela manhã, ...
- Garanto que não tem nada mais surpreendente do que ser enganado por uma amiga.
- Do que você ta falando?
- Você me enganou, aquele melacueca tava aí e você não me disse! O que foi? O que a fez pra te subornar?
- Ela não fez nada, ela nem me viu! Eu só não quis te contar tudo naquela hora porque você só ia ficar nervoso e...
- E por acaso você acha que é legal isso que você fez?
- Espera aí, mas que inferno! Eu te liguei pra contar agora.
- Num quero ouvir mais nada também.
- Sabe que você ta sendo o maior otário, né? Eu ainda sou sua amiga.
- De uma amiga que deixa o Ricardão fugir pela janela eu não preciso.
- Você acorda sempre insuportável assim? Coitada da !
- É, coitada... ainda bem que ela vai pra bem longe!
- Ah, vai dá o cu! Depois eu te ligo.
Depois disso, desligou. voltou a entrar no quarto de , pôs o telefone na base e ficou pensando no que fez, se fez certo... Será que valeu a pena evitar uma confusão àquela hora da noite, com a mais pra lá do que pra cá e ter uma confusão maior agora?
Ela sentou na ponta da cama pensativa e nem percebeu a amiga sair do banheiro.
- Oi, bom dia! – sentou na beirada da cama ao lado de .
- Bom dia, dormiu bem?
- Mais ou menos...
- Você se lembra de alguma coisa da noite passada? – perguntou e mordeu o lábio inferior olhando pros lados.
- Lembro que resolvi sair logo depois que vocês saíram.
- Você foi pra onde? Não falou que ia ficar em casa?
- Falei, mas o armário estava tão necessitado de guloseimas que me deu tristeza e eu saí pra andar na rua – ela deu de ombros e a outra encarou um pouco o chão. ‘Ela não assistiu, por isso não apareceu!’ pensou e deu um pequeno sorriso de cabeça baixa.
- Então... você encontrou seu ex na rua, né? – falou voltando a olhar pra .
- Uhum. – ela nem sabia como começar a falar sobre o que aconteceu de verdade. (In)Felizmente não havia muitos hematomas no rosto, Delilah atingiu mais o abdômen.
- Ahn. Ele falou que você bebeu bastante. Ele te trouxe pra casa?
- Trouxe, você o viu aqui?
- Vi. Você estava com ele, err...
- É... eu já lembrei, nem precisa comentar!
- Por que você o deixou se aproximar? Quis ficar com ele?
- Não. Eu tava bêbada e tonta, de repente o rosto dele chegou perto do meu e eu, sei lá, acho que pirei. Comecei a ver o ... – falou a última frase meio baixo, envergonhada em contar sobre a alucinação que teve e a amiga achá-la maluca.
- Own! Você viu o ! Por que acha que isso aconteceu? Alguma coisa te fez lembrar dele?
- Tudo bem , é mais fácil você perguntar de uma vez se eu assisti a Cora!
- Ah... então você assistiu? – ficou sem graça por não ter conseguido jogar indiretas que não fossem tão diretas.
- Uhum. Tinha uma tv ligada lá no pub onde fui.
- E...?
- Ai ... – o rosto dela se desmanchou. Uma fina camada de água foi surgindo na frente dos olhos enquanto ela mordia o lábio inferior. Apesar de ter amado tudo que fez, não gostava de lembrar daquela noite. – Aconteceu um monte de coisas e a única parte boa dessa porra de noite foi vê-lo na TV!
- Minha nossa! O que aconteceu?
- Foi assim... Eu assisti o programa no pub e vi a parte que ele cantou no parque. Eu ia lá.
- Você ia?! Que lindo ia ser! Por que não foi? Sua tratante, ficamos te esperando!
- Delilah me achou no meio da rua e ficou me atormentando.
- OMG! O que ela fez? Vocês brigaram?
- Por que quando eu digo que vi a Delilah todo mundo já pergunta se teve barraco?
- Porque é o que acontece, não é?
- É! – admitiu com um risinho.
- Mas e aí? Você com certeza a deixou hospitalizada, não foi?
- Não ... Dessa vez ela teve ajuda de amigos. Seguraram meus braços.
- AAA, MAS QUE FILHA DA PUTA!
- Quem? Eu? – apareceu na porta do quarto.
- Oi ! – sorriu.
- É, você mesma! Devia ter vindo passar a noite aqui!
- Por quê? O que ta rolando? Quem é esse povo lá fora? O me trouxe aqu, mas nem conseguiu entrar ainda!
- Que povo? – olhou e ela deu de ombros. apontou a janela e as duas foram olhar. Quando viram tomaram um susto!
- Quem são essas pessoas? – se virou pra , que estava chocada.
- E você vem perguntar pra mim? Isso é pra você! Olha as faixas, cabeça de couve-flor!
Havia mais ou menos trinta pessoas ocupando a rua, algumas seguravam faixas com umas frases. “Você é a fã #1” leu em uma delas, “Faça um feliz!” leu em uma outra.
- Gente, o que é isso?! – ficou sem fôlego e a voz saiu baixa.
- É A NA JANELA! – alguém gritou e deu pra ver flashs de câmera na direção delas, apesar da claridade do dia.
e fecharam as cortinas rapidamente, assustadas.
- Será que eu devia descer? – engoliu seco.
- Vai sim! Você tem fãs! – começou a pular e bater palminhas, subiu na cama e quase a fez cair.
- Vai lá e ajuda o , please! – pediu num tom de súplica que quase fez rir.
Ela saiu do quarto e o telefone tocou após alguns segundos, atendeu. Dessa vez era o do outro lado, queria saber da prima. contou o que sabia.
Enquanto ela conversava com o e escutava, se arrumava um pouquinho no espelho da sala antes de abrir a porta. Quando abriu, se impressionou.
Parecia um choque maior ver as pessoas através da porta do que pela janela. Apenas duas garotas chegaram mais perto, as outras tiravam fotos pra todos os lados e outras tiravam fotos com .
- Oi, posso tirar uma foto? – uma menina ficou ao lado de , a outra já estava segurando a câmera e tirou a foto antes que tivesse alguma reação.
- É... quem... quem são vocês? – perguntou meio desnorteada, enxergando apenas um borrão roxo, que segundos atrás era a luz do flash.
- Ah! Somos do...
- fã-clube do ! – as duas responderam juntas, fofinhas.
- Certo, por que estão aqui mesmo? Vocês não deviam estar lá no apartamento dele? – perguntou como se fosse algo óbvio.
- Bom, – a garota que segurava a câmera abriu um sorrisão – a gente veio exigir que vocês dois fiquem juntos de uma vez! – ela disse sem desfazer o sorriso. Como se estivesse pedindo um presente ao pai.
- Mas... mas... – não entendia nada.
- Ele só fica feliz se estiver com você, nós sabemos da história de vocês!
- Sabem? História?
- Uhum. Sabemos que vocês se conheceram pré-adolescentes, sabemos que fizeram tatuagens iguais, sabemos que se re-encontraram depois do colégio e sabemos que você o pegou com a ex dele, aquela nojenta. Mas sabemos também que ele te ama mais que tudo e o que nós queremos é vê-lo feliz! Nós vimos ontem, você precisa voltar com ele, ! E como boas fãs que somos, nos juntamos aqui pra te pedir isso!
- Wow... isso é... a coisa mais fofa que já vi! Que eu saiba, as fãs preferem que seus ídolos estejam solteiros! Não é? – perguntou ainda um pouco confusa.
- Não em alguns casos, ... – a segunda menina também começou a falar – De que adianta um solteiro e infeliz? Ou pior, nas mãos de alguém como Delilah! A gente torce muito por vocês porque a história que tiveram não merece terminar assim!
- Ah... eu... eu sei! – ela tinha os olhos um pouco úmidos, não sabia se era por emoção, sono, dor, ou aquelas luzes de flash – Eu o amo muito também e garanto pra vocês que não vai terminar!
As duas garotas olharam pra trás, o resto do grupo prestava atenção e alguns assobiaram.
- Obrigada a quem veio aqui... eu preciso ir agora! – entrou e enxugou uma lágrima no canto do olho, ao mesmo tempo que sorria sem acreditar. Permaneceu algum tempo encostada na porta fechada, esqueceu até do . Esse continuou distribuindo autógrafos.


- E aí! – chegou no apartamento de e foi entrando porque a porta estava escancarada. Viu que e comiam biscoito recheado e se juntou à eles.
- Fala ... – olhou pro amigo que puxava uma cadeira pra sentar.
- Ah, eu tava falando com a . Eu liguei agora há pouco.
- Hey! E você nem pra me chamar, dude? – cruzou os braços.
- Se queria falar com a , ligasse você mesmo, não é? – falou e ficou de tromba com um biscoito inteiro na boca.
- E por que você ligou? – perguntou tentando parecer desinteressado.
- Queria saber da . Fiquei até preocupado com o que ela disse.
- O que foi?
- Primeiro contou que ela saiu ontem à noite.
- Hum... mas, ela...
- Sim, ela assistiu! Estava num pub. contou que na hora que você terminou de falar...
- Espera , não sei se quero saber dela.
- Ele quer xim, ! Voxê prexija ver como ele decorou o quarto, ficou uma gaxinha! – , pra variar, de boca cheia. abaixou o olhar.
- Se é pra dizer que ela está de malas prontas pra viajar daqui a pouco não precisa nem falar , eu sei reconhecer quando um jogo acabou e tudo o que eu preciso fazer é...
- Que droga ! Quer calar a boquinha, huh? – então parou de falar e olhou pra – Ela ia até lá, dude! Só que Delilah a impediu.
- Delilah? O que ela fez? – perguntou depois de quase ter engasgado. Acabou de lembrar que viu no jornal que a Delilah estava morta. Isso ainda soava tão surreal.
- Parece que a Delilah teve ajuda de alguns amigos e acabou dando uma surra na .
- Surra?! Como ela ta? Acha que eu devo ligar? Ir até lá?
- Ah, liga aí... – pôs um biscoito na boca, enquanto encarava o mármore do balcão.


- Eii ! A acabou de me contar o que você contou pra ela! Desculpa, a gente nem imaginava o que você estava passando! – disparou a falar assim que viu entrar no quarto.
- Ah, sobre a Delilah... – deu uns passos arrastados até a cama e se jogou. Ela sentiu uma pontada na barriga e levou a mão até o local imediatamente.
- O que você tem? – percebeu o jeito que estava.
- São umas pontadas. Acho que a Delilah acertou alguma coisa aqui, eu tive essas dores à noite toda. Mas não se preocupem, já passou.
- Argh! Aquela barafonga! Barafonga mijona!
- ... não fica inventando xingamentos, usa os que já existem, flor!
- Não enche , eu to daquele jeito! Se eu cato aquela lá, não sei nem o que eu faço!
- É, eu também... Mas o que acontece agora, ? Se ela te bateu porque não queria que você fosse atrás do , então você não vai mesmo falar mais com ele?
- Não sei.
- Eu acho que ele merece que você enfrente a Delilah! Ela não vai te bater de novo, a sua mãe logo vai chegar e você tem a gente também pra te dar uma força! Eu acho que vocês dois merecem uma chance! – terminou de falar entrelaçando os dedos perto do pescoço e curvando o rosto numa pose fofa.
- Eu acredito nele e no que ele disse... O problema é que eu tenho medo porque a Delilah não ameaçou apenas a mim!
- Como assim? Hey, você vai viajar ainda? – lembrou de repente da viagem.
- Não sei também. – encarava os desenhos no lençol como se as florzinhas fossem uma pintura muito surreal.
- ...
- Hum?
- Ele ficou esperando você ligar. – falou e sentiu um aperto no peito.
- Eu quis ligar. Eu quis ir... mas eu tinha coisas pra pensar antes de tomar essa decisão. Acho que escolhi o caminho errado ignorando a ameaça da Delilah.
- Ah, mas e daí? Ela te pegou, te deu uns soquinhos e você ta inteirona! Eu nem vejo machucados no seu rosto! – comentou de um jeito otimista.
- É que o foco dela não era o meu rosto. – afirmou séria e as duas olharam pra ela meio desconfiadas. Enquanto olhavam, o quarto só não ficou em silêncio por causa das pessoas lá fora. O grupo de fãs já estava saindo porque alguns guardas apareceram, pois estavam congestionando o trânsito. Elas deixaram umas faixas no chão em frente à porta. O coitado do ainda estava sendo usado e abusado para tirar fotos.
- E aí, você vai explicar ou vai deixar a gente aqui nessa tensão?
- Err... ela queria acertar minha barriga.
- OMG! Será que ela quer que você fique mal do fígado? – perguntou com uma cara assustada. olhou atravessado pra ela e achou melhor nem comentar sobre o efeito que estava fazendo nela. É uma treva essa mafagafização, pensou ela.
- Não, ... Meu fígado ta ótimo. Na verdade ela pensa em outra coisa.
- O que?
- É que talvez eu... esteja só um pouquinho, err... grávida.
- O QUÊ? OMG!
- P-pensando bem eu não sei, é que eu estou atrasada, sabe.
- OMG! – esse veio de . E foi um grito potente.
- E a minha ‘incomodação’ não é de atrasar!
- OMG! – esse de .
- Querem parar de falar My God e me dizer algo de útil?!
- OMG! Você tem certeza? Quer dizer... existe essa possibilidade?
- É, . E a coisa ta tensa.
- Você disse que vocês dois não tinham... – movimentava uma das mãos antes de falar o verbo adequado.
- É, mas fizemos na praia.
- FIZERAM NA PRAIA?! O... – tampou a boca dela quando ela ia dizer ‘oh my god’ de novo.
- Assim vocês estão me deixando mais nervosa! Eu nem sei se o que eu to falando é verdade, cara! De repente a minha ‘incomodação’ pode ter se tornado irregular de uma hora pra outra, isso não acontece?
- Acho que depende da menina, mas e aí?! Digo... vocês não se protegeram? – com um olhar zangado.
- Aham.
- Ah, então ta...
- É que eu acho que ela estourou.
- QUÊ? – as duas se surpreenderam.
- Só pode ser, né?! Eu até pensei nisso durante... bom, aquela hora!
- E você não disse nada? – se acabando de rir.
- Dizer o que? Ninguém imagina uma coisa dessas, numa hora como aquela! Eu não quis parar tudo por causa disso, achei que fosse impossível... E depois ele ia ficar nervoso, ia saltar pra longe de mim, perguntar se eu tenho tomado remédio e eu ia ter que dizer que não porque esqueci em casa!
- Então você não estava tomando?
- Não, né ! Eu tinha acabado de sair de um namoro traumático, o cara me chutou bonito, eu tava com a cabeça avoada, esqueci a caixa aqui em casa. E outra, não estava com ânimo, nem disposição, nem vontade de ter relações nem tão cedo, então relaxei mesmo!
- É, mas é bom sempre carregar essas ‘coisas’, porque a gente nunca sabe quando vai encontrar um parceiro de foda! Principalmente ao passar um mês na casa do primo bonitão... – comentou enrolando uma mexa de cabelo.
- Eii, o que você ta insinuando? Eu não to mais te reconhecendo, o que você fez com a ? Cospe ela agora! – sacudiu a amiga pelos ombros.
- Nada, me solta! – ela pediu rindo e ajeitando a alça da blusinha, que despencou na brincadeira – É que você e o tiveram lá seus momentos também, né?
- Você está, por acaso, querendo perguntar se pode ser dele?
- Ah, foi você mesma quem fez a pergunta! Mas e aí? Pode ser?
- CLARO QUE NÃO! Imagina só, ele acabou de se acertar com a ! Isso ia acabar com todo mundo... Definitivamente não existe essa possibilidade, nós dois não chegamos à esse ponto!
- Ufa, ainda bem então...
- É! Olha, eu só trepei com dois caras nessa vida, o Pete e mais recentemente o . Então eu não sou o que se pode chamar de uma garota rodada. Se eu estiver mesmo, ah... você sabe o que, só pode ser dele, ok?
- Ok, desculpa aí, mas e agora?
- Agora eu vou torcer pra não ter acontecido nada depois da surra. A viagem vai depender de vários fatores, então talvez eu viaje, principalmente se a Delilah continuar botando meu filho em perigo. – ela fez uma pausa após dizer meu filho, não estava preparada pra isso. – Mas se eu viajar, com certeza vai ser outro dia. Hoje nem dá mais. Tenho que ligar pro Matt pra avisar! Preciso ir ao médico pra ver...
O toque do telefone interrompeu o que ela dizia.
- , atende aí? Você ta mais perto.
- Hm... , eu acho que é o .
- Por quê? Como assim?
- É que eu falei com o enquanto você estava lá fora.
ficou pálida. O coração acelerado. Ao mesmo tempo que queria falar com , também queria pular essa parte.
- Contei que você assistiu o programa num pub e não foi ao parque porque a Delilah te impediu. A essa hora ele já deve ter ido fofocar com e só pode ser ele agora, todo preocupado! – terminou de falar com um sorrisinho e mordeu a própria boca. E o telefone tocando... De repente ele parou e quis rir, imaginando um confuso, se arrependendo de ter ligado. e ficaram quietas por um tempo, esperando tocar de novo.
- Você já o perdoou mesmo? – perguntou levantando-se da cama.
- Eu perdoei sim... – ela suspirou e pegou um travesseiro pra abraçar – E faz um tempo que penso nisso. Pegá-lo com a Delilah foi mais que tenso, foi traumatizante! Mas desde então ele tem feito de tudo pra corrigir. E eu acredito que ele não sente nada por ela, então por que não dar um voto?
- Ontem eu te vi com seu ex-namorado! Acho que você já se vingou dele. – apontou pra ela com um sorrisinho.
- Ah, aquilo foi diferente! Eu tava bêbada e ele se aproveitou.
- Nessas horas, o comportamento dos homens é equivalente ao das mulheres quando bêbadas, já parou pra pensar nisso? – perguntou e gargalhou.
- Você gosta de soltar pérolas, né? Filosofou agora...
Mal terminou de falar e o telefone tocou de novo. deixou o telefone tocar menos dessa vez e entregou logo pra . Ela respirou fundo, observando as meninas saírem e fecharem a porta. Depois atendeu.
- Alô – e ouviu uma respiração do outro lado.
- Err... ?
- Oi .
- Tudo bem com você? Me disseram que os amigos da Delilah bateram em você, é verdade?
- Os amigos me seguraram, quem bateu foi ela.
- Que seja, mas você está inteira? Por que ela fez isso? Que diabos!
- Eu to bem agora , não se preocupe. Ela queria que eu me mudasse...
ficou em silêncio porque a pergunta estava engasgada, ele tinha medo de fazê-la.
- E... você vai?
- Depende de algumas coisas.
- De que?
- De umas coisas aí...
- Porra, de que coisas?! Sou eu? O que você quer que eu faça?
- Não é você ! Isso tem a ver com a Delilah!
- , a Delilah está morta...
- Como é? – nem acreditou no que estava ouvindo. Primeiro ficou feliz com a notícia e depois castigou-se mentalmente por ficar feliz com a morte de um ser humano.
- Eu vi no jornal hoje de manhã. Ela causou uma bagunça pela cidade e devia estar drogada, então teve um treco. Você não estava com ela?
- Sim, mas na hora em que ela estava comigo parecia normal. Bom, eu espero que ela descanse em paz.
- É.
ainda digeria a morte da Delilah e as conseqüências disso. Perguntava a si mesma se o plano da viagem poderia ser adiado agora... Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos que pareceram eternidades. Esse silêncio estava corroendo feito ácido até que precisou falar o que estava preso.
- O Peter soube cuidar bem de você? Por isso ele mereceu ter uma despedida?
- Peter? Despedida?
- Não finja que não sabe!
- O que? O Peter me encontrou naquela situação e me trouxe pra casa, só isso. Agora esse negócio de despedida que você ta dizendo aí eu não sei.
- Ah ta, ele te encontrou lá... Muito conveniente, né? Primeiro ele te salvou da Delilah e depois mereceu uma recompensa? POR QUE ELE PRECISOU IR ATÉ O SEU QUARTO, HEIN ? POR QUE A NEM DEIXOU QUE EU O VISSE? Ela deve ter pego vocês em alguma situação bem comprometedora... num é? Será que ele estava sem roupa?
- Que perguntas são essas? Agora é você desconfiando de mim? Cadê aquele cara que tava no programa ontem? Ele sumiu depois que você tomou banho?
- Ele sumiu depois que o bilhete do Peter se confirmou.
- Você não ta falando coisa com coisa. E essa agora de bilhete?
- Ele me deixou um bilhete, o próprio Peter! Dizendo que você não iria até lá porque preferiu ficar com ele. Como você quer que eu fique depois disso? Eu venho aqui e vejo o filho da puta saindo da sua casa! Porra! – estava se exaltando e dava pra ouvir a respiração fora de ritmo. Sem nenhuma explicação lógica, os olhos de voltaram a ficar aguados com esses gritos, não queria brigar com ele. Respondeu com a voz firme, porém calma e sem gritos.
- Não sei nada de bilhete. Só sei o que já disse, ele me trouxe e eu não estava bem. Cheguei a ver que a estava parada na porta e apaguei. Peter deve ter me segurado pra não cair no chão. Depois disso eu nem vi a hora que ele foi embora. Não vou me chatear se você não acreditar em mim. Eu também não acreditei em você e olha no que deu...
- , hm... tudo bem vai. Eu não quis gritar. Me desculpe, foi diferente. Eu não tinha bebido aquele dia, não tinha apanhado! Deixei que ela me agarrasse... eu sei que fui patético. Não te culpo por não querer me ver mais.
- Então a questão Pete já foi resolvida?
- Só preciso saber o que é que você sente por ele. Diz a verdade!
- Gosto dele. – sentia-se como se estivesse transpirando, mas passou a mão pela testa e estava seco.
- Gosta? – de repente ele se sentiu meio sem chão.
- Gosto, ou pelo menos não odeio... Quer dizer, eu me acostumei com a companhia dele e tal, mas era uma coisa que não me completava. Existe um grande espaço vazio dentro da gente, assim como nos computadores... Tudo que a gente guarda na nossa memória ocupa um espaço. Peter era como um aplicativo leve que não ocupava quase nada desse espaço e agora que você falou essa coisa de bilhete ficou tudo tão confuso que eu acho que acabo de mandá-lo pra lixeira.
riu da comparação com um computador e sentiu o clima da conversa aliviar. Não tinha mais dúvidas, pra ele já estava tudo certo.
- O que eu seria?
- Acho que você é um dos arquivos mais pesados. Levaria um tempo pra te transportar pra lixeira!
- Tipo um Photoshop CS1500? – um jeito infantil e divertido invadiu a voz dele. sempre se derrete quando isso acontece.
- Tipo uns dez desses.
- Eu também não poderia te apagar nem que quisesse. E olha que eu já quis... mas já ta confirmado que eu não consigo viver sem você e uma tigela de brigadeiro! Me dá outra chance de consertar meus erros. Vou me comportar da melhor forma, prometo!
- Agora que você já bateu no meu ex e eu já bati na sua ex, ficaria até feio se nós não ficássemos mais juntos! – ela falou e deu uma risada meio desengonçada por causa da falta de ar que estava sentindo.
- Yep! Vem pra cá! Tenho uma surpresa, quando chegar no meu apartamento pode entrar, depois fecha a porta e vai direto no meu quarto. De que flor você mais gosta? Vou comprar! – falou tudo meio rápido, com um entusiasmo à mil.
- Imagina! Não precisa disso!
- Diz aí mulher!
- Ah, eu gosto de todas, mas você sabe que eu tenho uma queda por dentes-de-leão! Acho irresistíveis aquelas sementinhas voando de pára-quedas!
- Hum, ta bom então. Só não garanto que vou achar isso aí!
- São sementes que se espalham, ! Você acha em qualquer lugar... Ah, saiba que eu só vou até aí porque me pediram ta! – estava rindo, mas de uma hora pra outra sua respiração estava ficando cada vez mais difícil.
- Ah é! Quem?
- Esquece... deixa pra lá, quando eu chegar aí te conto isso e outras coisas mais importantes! – ela pegou um impulso pra levantar da cama, uma dor estranha queimava na barriga e aquela tontura aumentava como se ela estivesse bêbada. Ao ficar de pé e olhar pra cama viu uma mancha de sangue e se assustou – Ai droga! – ela falou meio ofegante ao telefone sentindo as pernas fraquejarem e pontadas no pé da barriga.
- Que foi ? O que ta acontecendo aí?
- Não... não sei que porra é essa! – ela respondeu com a voz fraca porque já estava sem fôlego pra falar e completamente assustada. Estava se apoiando no criado mudo porque suas pernas pareciam não agüentar totalmente seu peso e no momento em que sentiu as forças abandonando seu corpo, ela caiu arrastando junto vários objetos que estavam em cima do criado mudo. O telefone caiu da mão dela e escorregou pra baixo da cama. O barulho das coisas caindo foi notável e logo chegou ao quarto. Depois de vários surtos ela pegou pelos braços e começou a arrastá-la em direção à porta. Quando viu que a garota estava deixando um pequeno rastro de sangue, se assustou ainda mais. gritava por ao telefone, mas viu que ninguém ia responder nada e desligou. Começou a andar de um lado pro outro sem saber como agir.


finalmente havia conseguido entrar na casa. Uma das fãs que estava lá fora enquanto ele tirava algumas fotos ouviu o estômago do pobre garoto e passou na padaria para comprar uma esfiha.
- Puxa ! Finalmente você conseguiu sair do meio daquelas meninas que querem te roubar de mim! – abriu a porta pra ele e o observou sentar no sofá com um finalzinho de esfiha na mão. Ela segurava um pão com peito de peru.
- Se continuarem me dando esfihas assim, vão me roubar mesmo!
- Hein?! Como é que é a história aí?
- Você me deixaria morrer de fome! Elas vão me roubar pelo estômago... – cruzou os braços e se fez de triste.
- Tudo bem, o estômago não é o órgão mais importante do seu corpo pra mim, elas podem ficar com ele. – começou a cutucá-lo fazendo cócegas e foram interrompidos por um grito de .
- , ALGUÉM ME AJUDA AQUI!
Os dois ficaram se olhando com as testas franzidas, meio assustados. não demorou a aparecer na escada.
- O que foi ? Que cara é essa?
- Vem que você vai ver! – ela puxou pela mão quando ele se aproximou e foi atrás dos dois sem entender nada.
- ! O que aconteceu com ela? – se assustou ao chegar na porta do quarto.
- Aaaa! Tem sangue! Que porra é essa? – escondeu o rosto no braço de .
- Eu não sei, mas precisamos levar pro hospital!
- Vamos logo então! – foi até e a carregou no colo até a sala. tentava não observar a mancha vermelha na calça dela, era fraca pra ver sangue.


- DUDES! ACONTECEU ALGUMA COISA COM A ! – segurava o telefone numa mão e o celular na outra. Entrou gritando no apartamento de , que jogava video game com .
- Porra ! Me fez perder com essa gritaria! – jogou o controle no sofá enquanto gargalhava da cara dele.
- Mas é que é sério! Aconteceu alguma coisa e eu não sei o que é!
- O que foi cara? Ligou pra ela ou não? – levantou enquanto ainda tomava ar.
- Liguei, a gente tava conversando numa boa e do nada ela começou a ficar estranha! Depois um barulho enorme como se o telefone tivesse caído no chão e ela ficou quieta...
- Ficou quieta?!
- Ficou quieta!
- Tipo... quieta?
- ÉÉ, CALADA, MUDA! VOCÊ QUER UM DESENHO DE UMA PESSOA QUIETA?!
- Calma dude! Perdeu a linha? Já ligou pro celular dela?
- Já, ninguém atende...
- Liga pro celular da , ela deve saber te explicar o que aconteceu! – chegava da cozinha com uma latinha de coca-cola.
- É! Boa idéia! – começou a procurar por na agenda do celular.
- Oi ! Ouvi você falar da ou foi impressão minha? – veio do quarto com uma toalha secando os cabelos e vestindo uma blusa de que ficava no joelho dela.
- , goiabinha... Não é por nada não, mas o condomínio inteiro ouviu o falar da agora! – passou um braço pelos ombros dela sorrindo. movimentou o corpo pra tirar o braço de cima.
- É sim, é porque eu tava falando com ela e acho que aconteceu alguma coisa, mas to ligando pra pra saber.
- Tomara que seja alguma bobagem... – cruzou os braços. Não ouviu o barulho que descreveu, mas estava começando a ficar preocupado também.

Depois que , e chegaram ao hospital, tiveram que ficar numa salinha de espera enquanto foi levada por uma enfermeira. Ela foi colocada numa maca e levada às pressas, desacordada. Os três esperavam curiosos pra saber o que ela tinha.
- Você chegou no quarto e ela já tava lá caída? – perguntou.
- Não, eu que dei uma facada nela... – sorriu irônica – Mas claro, né , ela tava lá no chão. Aliás, ela estava ao telefone com , talvez ele saiba o que aconteceu! – ela lembrou de e começou a procurar o celular nos bolsos da roupa. Ligou o aparelho e viu que já tinha mandado algumas mensagens pra ela.
- É... pelo jeito ele sabe menos do que a gente! – sorriu nervosa após ler os torpedos e resolveu ligar pra ele.

- Ah! Oi ! Eu tentei te ligar! O que aconteceu aí?
- Olha, eu nem sei viu... Só sei que cheguei no quarto e a tava caída lá!
- Então ela só apagou? É a pressão? O que é?
- Hey, eu não sou a médica! Sim, ela apagou e caiu, só que deve ter se ferido na queda e...
- E...?
- E... – não sabia como dizer ‘estava ensangüentada’ sem parecer assustador – deve ter se cortado em algum objeto pontiagudo.
- ESTÁ PERDENDO SANGUE?
- Calma muleque! Ela ta sendo atendida.
- Ahn... estão no hospital?
- Sim, você pode vir, estamos no St. Thomas.
- Por que vocês escolheram um hospital do outro lado do mundo? Puta que pariu!
- Não é tão longe assim! É mais perto da nossa casa. Você sabe vir, né?
- Sei.
- Ah, ...
- Hum?
- Ainda está chateado comigo?
- Ah, não sei... acho que só vou te perdoar quando você fizer cookies pra gente de novo!
- Mas que interesseiro!
- Não, é sério agora, você é uma ótima amiga pra mim e pra . Eu seria um otário ficando chateado com você!
- Obrigada – abriu um sorriso grande – Agora pára de ficar falando no celular e dirige pra cá!
- É! To indo! – se despediu com uma agitação notável na voz e desligou o aparelho. – Está no hospital, to indo lá!
- NO HOSPITAL? CARALHO! Eu vou me vestir e vocês vão primeiro que eu vou depois! – se levantou do sofá ainda vestida com roupas de .
- Então eu vou com você e e vão depois. – se levantou e acompanhou até a porta. também foi se vestir, pois estava apenas de bermuda.
No hospital nenhum dos médicos havia aparecido ainda pra dar satisfações. Enquanto isso, o carro de corria a uma super velocidade de 10km/h.
- Eu não acredito que tem um caminhão tombado lá na frente. MAS QUE MERDA! – acertou um soco de esquerda no volante. Se ele fosse uma pessoa ficaria roxo.
- Se controla, cara! Mais cedo ou mais tarde a gente chega.
- MAS EU QUERIA CHEGAR ONTEM!
- TA CERTO ENTÃO PASSA POR CIMA DE TODO MUNDO, SR. ATRASADINHO! – zoou um pouco e viu que o amigo tinha o olhar fixo em alguém que passava na calçada. Ele virou o pescoço pra ver o que estava olhando e tentar adivinhar a maluquice na qual estaria pensando.
- Hey, por que você ta com essa cara?
- , você fica no carro.
- Você vai sair? Ficou maluco?
- Maluquice é ficar aqui! E não discute! – apontou o dedo pra ele erguendo suas sobrancelhas. pulou pro banco do motorista depois que o amigo saiu. Ficou observando-o passar à frente do carro e abordar uma senhora na calçada.
- Mas que diabos? – sussurrava consigo mesmo observando a cena.
A senhora devia ter entre 50 e 60 anos. Andava de bicicleta com uma menina que parecia ter 7 anos ao lado. Provavelmente a neta...
- Oi moça! Pode me emprestar sua bicicleta? Obrigado! – foi tomando a posse da bicicleta, aproveitando que a senhora ainda não estava acreditando que foi chamada de moça. E por ! Suas filhas e a neta provavelmente ficariam loucas... Já montado na bicicleta, ele deixou um dinheiro na mão dela. A "moça" permaneceu observando-o se distanciar boquiaberta.
Ele pedalou forte na bicicleta e teve sensação de liberdade com aqueles ventos no rosto. Segurou-se para não rir dos motoristas otários presos em seus carros.


***
- Olá, boa tarde. Vocês são parentes de ?
- Erm, somos irmãs dela. – se levantou da cadeirinha onde estava sentada. levantou em seguida e estava chegando do banheiro.
- Eu sou o Dr. Burtton – ele estendeu a mão e cumprimentou os três – Podem voltar a sentar-se. A chegou aqui num estágio avançado e, bom... eu sinto muito, não teve como salvar.

’s point of view ON

Eu cheguei ao bendito hospital de bicicleta mesmo. Vivo e sem atropelar ninguém! Isso é um fato a se comemorar...
Logo eu vi o fumando próximo à entrada. Ele só fuma quando está muito (muito, muito, muito) nervoso! Mau sinal?
- Hey cara, o que faz aqui fora?
- Uau, que bicicleta é essa? – eu percebi a intenção de desconversar e fui direto ao assunto.
- Comprei. Cadê a ? O médico já deu notícia?
- Olha, cara... eu não sei dizer isso, é que...
- Ta... Me diz então o número do quarto!
- 1209.
Mal ele terminou de falar e eu já estava praticamente lá. Por que diabos ele se embananou pra me responder? Eu não to gostando disso!

- Oi... me disseram que é aqui o quarto da . – cheguei num quarto onde uma enfermeira estava ao lado de uma cama, cobrindo o rosto de uma pessoa com o lençol. A cama ao lado estava vazia. Eu já ia dar meia-volta porque certamente não era esse o quarto, mas a enfermeira falou comigo.
- Ohh, você é parente? – ela veio até mim e me olhou com uma cara de pena que não entendi.
- Sou namorado, quer dizer, vou pedir quando ela sair do hospital! – dei meu melhor sorriso e a enfermeira apertou a mão contra o próprio peito fazendo mais cara de dó ainda. O que há de errado com meu sorriso? Por acaso tem uma alface gigante nele? Eu uso fio dental, viu?
- Sinto muito senhor...
- Sente? Pelo quê?
- Fizemos... fizemos o que podíamos, mas infelizmente, ela... err...
- FALA LOGO – porra, eu to perdendo a paciência!
- Acaba de falecer. Se o senhor tivesse chegado quinze minutos antes ainda dava tempo de vê-la. – ela disse finalmente e eu acho que não ouvi direito. Fiquei parado. Que porra é essa, alguém pode me dizer?! Acabei de falar com ela no telefone caraí... os anéis de meus olhos assustados corriam pelas paredes beges do quarto. Elas pareciam estar se aproximando de mim, pra me deixar trancado pra sempre.
- Como assim? Aaah, você ta brincando comigo! Cadê a câmera escondida? É algum programa de tv pregando peça, não é?
- Por Deus! Nós não brincaríamos com uma coisa dessas! Aceite o fato senhor, está doendo em mim dizer isso também, mas ela não está mais entre nós. – a mulher se aproximou, pôs uma das mãos no meu ombro e falou olhando firmemente nos meus olhos. Em seguida abaixou o olhar e caminhou em direção à porta do quarto. Antes de sair virou pra trás e olhou de novo pra mim, eu permanecia imóvel como um armário. – Eu vou te deixar ficar uns minutos a sós com ela. Avise aos outros familiares sim...

[n/a: pode tocar a música *-*]
A enfermeira saiu e eu só lembrei que sou um ser vivo quando precisei piscar os olhos. Estava tenso demais e passei a mão levantando os cabelos da testa. Depois esfreguei todo o rosto pra ver se eu poderia me fazer o favor de acordar do pesadelo. Eu ainda não podia acreditar!
Fui me aproximando da cabeceira da cama com passos lentos. Toquei de leve a ponta do nariz dela por cima do lençol. Meu coração estava disparado como se eu pudesse vomitá-lo a qualquer momento... Peguei a borda do lençol no topo da cabeça dela, mas estava sem coragem de descobri-la. Minhas mãos estavam suando frio e às vezes eu apertava os olhos, tentando acordar. Não é possível que eu não esteja dormindo!

’s point of view OFF

não conseguia abaixar nem um milímetro do lençol branco. Era como se o tecido estivesse queimando em sua mão e ele não conseguia sequer tocá-lo.
- Levante a porra do lençol, covarde filho da puta! – falou pra ele mesmo e se afastou do leito com as mãos na cabeça. Os olhos estavam tomados por um vermelho-melancia, e cheios de água.
- Como você pôde perder a mesma mulher tantas vezes ? Você é um bosta. Eu sou um bosta! Era pra eu estar aí! Eu!
deixou o quarto sem conseguir olhar a pessoa por baixo do lençol.
Ele passou pelo corredor com passos rápidos, queria se esconder de todos e dele mesmo. Abriu a primeira porta que percebeu ser diferente das portas dos quartos. Deu de cara com uma escada e começou a subir sem pensar onde ela daria.
Não demorou muito pra chegar ao terraço. Ele diminuiu o ritmo dos passos e foi andando enquanto tomava um fôlego. O vento frio parecia nem fazer efeito na pele do rosto quente. Ele parou de caminhar antes de ficar muito perto da beirada. Percebeu que apenas as partes mais altas da cidade ainda recebiam a luz pálida do sol, como os terraços dos prédios, por exemplo. Se estava mesmo morta, ele gostaria de ficar ali. Mais perto do céu.
estava com o rosto virado pra cima e olhos fechados. Algumas lágrimas escorregavam pelas laterais. Foi quando ele sentiu uma cócega na bochecha. Abriu os olhos e pegou uma coisinha branca em seu rosto, era uma semente de dente-de-leão. Observou que havia um pouco dessas flores plantadas num pequeno canteiro. Lembrou-se que sempre achou os pára-quedas das sementes umas coisinhas mágicas. Então pegou uma delas, parecia um cabo com uma bola de pelos em cima. Ele assoprou e logo vários flocos brancos flutuavam ao redor dele com leveza.
Distraiu-se tanto com isso que não percebeu a presença de alguém. A porta enferrujada que dá acesso ao terraço fez o mesmo rangido de quando ele a abriu. estava próxima à porta. Chinelos brancos, a camisola branca de hospital, cabelos soltos. Até sua pele vestia branco, estava um pouco pálida.
Ela o observou por um tempo de costas. Fascinado, assoprando dentes-de-leão.
Com pequenos passos, ela se aproximou um pouco mais e retirou do pulso a única coisa que não era branca em seu visual, uma pulseira. Pulseira que conhecia bem. Arremessou o objeto num lance rasteiro. A pulseira voou baixo até chegar perto dos pés de . Ele não viu logo, pois estava olhando pra cima, acompanhando com o olhar cada sementinha que voava. Porém uma delas não quis voar pra cima e foi caindo. tentou pegá-la antes que caísse no chão, mas foi tarde demais, ela caiu bem no meio da circunferência que a pulseira fazia no chão. Ao se dar conta, só faltou ter um treco! As pernas ficaram moles e as mãos tremiam também.
Ele se abaixou lentamente para pegar. Sentia o coração bater como se alguém estivesse dançando rebolation dentro dele. assistiu tudo sem falar nada e apenas sorriu quando virou pra trás e olhou pra ela.
Ele começou a soluçar, pôde notar a metros de distância. deu o primeiro passo como se estivesse em cima de uma corda bamba, ele sentia que suas pernas pareciam gelatina. Depois do primeiro passo foi mais fácil, ele começou a andar cada vez mais depressa e largou o cabinho da planta que segurava com uma das mãos, ficando apenas com a pulseira na outra.
também caminhava na direção dele, mas se sentia fraca demais pra andar muito rápido. A maior distância foi percorrida por ele, que logo chegou e a abraçou. Ela ficou com o queixo apoiado em seu ombro, sentindo o perfume dele fazer festa dentro dos pulmões. Não estava chorando, ao contrário dele, que se acabava.
- ! ! – espalmou cada mão em uma bochecha da garota e movimentava o rosto dela formando caretas.
- Paa ji tefomar meu roxto, !
- É que eu preciso saber se você é de carne e osso! Isso aqui não é nenhum encontro espírita não, né?
- E você ta me achando com cara de quem desce em qualquer mesa branca? – ela brincou e logo ficou séria. Pegou a pulseira do pulso dele e colocou em seu braço de volta. – Mas falando sério agora ... O que deu em você?
- O que quer que seja, agora eu não quero lembrar!
viu os olhos de mirando seus lábios e agora sim eram realmente os olhos dele. O beijo aconteceu calmo pra ela e desesperado por parte dele. podia quase escutar o barulho dos cacos de seu coração sendo lindamente colados e recolocados no lugar enquanto ia tocando a boca dela.


Capítulo 30 – You're on my heart just like a tattoo.


[n/a: último capítulo AAAA já to surtando heuaehuahua mas a mini nota aqui não foi pra isso /dãa we have a song: 5:19/Matt Wertz Aah, o capítulo pode ser meio grande rsss estão avisados!]
trouxe o carro de e chegou quinze minutos depois dele. Assim como aconteceu com , ele também encontrou sentado na entrada do hospital fumando.
- Eii cara! Por que está aqui fora? Há tempos você não fumava! O que aconteceu?
- Calminha aí metralhadora de perguntas AK-47! Uma de cada vez.
- Hum... aconteceu alguma coisa grave que eu deva saber agora e você ta enrolando pra falar? – sentou ao lado dele, observando sua leve expressão apreensiva.
- É que eu acho que fiz merda agora há pouco...
- Tem banheiro no hospital, não ta sabendo não? – quis brincar e recebeu um olhar atravessado. Ficou sério e encolheu os ombros – Ta bom, não teve graça.
- chegou aqui tem uns minutos e me perguntou as coisas, mas eu não sabia como falar o que o médico tinha acabado de nos dizer!
- E o que era? A ta bem?
- Vou repetir as palavras dele!
- Ta, mas pula as partes de "Olá, boa tarde. Vocês são parentes de ?"
- Como você sabe que ele disse exatamente isso?
- Ah! Todos dizem mais ou menos isso, pelo menos na tv!
- Que medo de você... mas enfim, ele disse: "A chegou aqui num estágio avançado e, bom... eu sinto muito, não teve como salvar."
- C-como assim? Você ta dizendo que aconteceu uma tragédia com ela? – esbugalhou os olhos pra cima dele.
- Foi isso mesmo que eu perguntei! Mas não foi nada disso, ele se referia à criança!
- Que criança?
- Ela estava grávida, cara!
- Sério? E o nem sabia?
- Não, ninguém sabia! Acho que nem ela! Agora imagina, como eu ia dizer pra ele? Quando ele chegou aqui eu estava tão tenso que ele pode ter pensado que quem morreu foi ela! Eu não soube como dizer que ela estava grávida e que perdeu o bebê... Do jeito que o é surtado, tenho medo que ele tenha um treco.
- Ah, relaxa... Vamos encontrar as meninas lá!

e desceram do terraço antes que alguém procurasse por eles.
Ela ainda não havia entendido direito o motivo pra ter ido até lá... Chegaram ao quarto onde ela estava, sem conversar durante o caminho.
- O que foi? – percebeu que ele hesitava, parecia assustado e travou na entrada do quarto.
- Ali, você tava ali! – apontou apenas com o olhar para a cama do quarto 1209, onde antes havia um corpo coberto.
- Eu? Quando? – foi entrando e sentou na outra cama, a que estava vazia na hora da visita de .
- Quando eu vim aqui minutos atrás! Você tava coberta naquela cama! E agora sumiu! – tinha um certo medo na voz, os olhos estavam três vezes maiores do que o normal e ele não desgrudou da porta.
- Aquela não é a minha cama, seu paia. O meu leito é esse, de número... – ela virou a cabeça pra olhar na cabeceira – 273A!
- Mas eu cheguei no quarto e perguntei "Oiaquiéoquartoda?" – finalmente desencostou da porta e caminhou quarto adentro. Ele falava rápido e quem quisesse entender precisaria se esforçar um pouco. – Aí a enfermeira gordinha disse "Ah sim, eu sinto muito, ELA ACABOU DE MORRER!" Aí eu caí ao chão de joelhos e gritei agarrando a saia dela "NÃAAAAO, NUM É POSSÍVEL MEU DEUS! POR QUÊ?" e ela tocou no meu ombro de uma forma sinistra que me deu calafrios e respondeu...
- , , pode parar. Eu já entendi, ta tudo ok!
- NÃO TA TUDO OKAY! ELA TAVA FALANDO DE VOCÊ E DA PORRA DA SUA MORTE! – agitava os braços. Fez se lembrar daqueles bonecos de posto de gasolina com braços enormes e coloridos. Foi preciso uma força enorme pra não rir alto.
- Sushh! Estamos num hospital . Espere pra imitar um boneco de posto quando chegar em casa! – se divertia com o alvoroço dele. Tampou os próprios lábios com o dedo em sinal de silêncio. Ela já imaginava o que devia ter acontecido.
- Mas como você me explica isso? – ele agora sussurrou, entre dentes. Queria ter gritado.
- Foi um engano. Ela por acaso disse o sobrenome da garota morta? E você perguntou exatamente por ?
- Hm... Não.
- Então era outra garota. – explicou calmamente e deu tapinhas na cama para que ele sentasse ao lado dela. – Me colocaram nesse quarto. Eu já fiz vários exames desde que cheguei e no intervalo entre um e outro, eles me mandavam pra cá. Eu ouvi quando duas enfermeiras conversavam sobre ela. Se chamava Rockfeller, parece que estava em coma. Hoje ia fazer um mês que ela estava aqui. As enfermeiras já se sentiam amigas dela, eu fiquei sabendo de quase toda a história da moça! – disse com uma risadinha e abaixou o olhar depois. Os dois ficaram um tempo olhando pro nada até que tocou no queixo de fazendo-a olhar pra ele.
- Você não sabe o tamanho da explosão emo que causou em mim só por aparecer ali no terraço! – tinha os olhos aguados de novo. Olhou nos olhos dela como se fosse transferir suas lágrimas pra ela. Rangeu os dentes pra ajudar a conter o choro.
- E olha que eu já estive em modelitos melhores! – soltou uma risada nervosa, pensando em como sempre consegue dizer coisas sem sentido nos momentos mais loucos. Ela ajeitou um pouco o cabelo dele, os dois estavam com os fios bagunçados pela ventania que estava no terraço. – Por que você foi até o terraço, ? Eu te vi subindo as escadas quando estava voltando pro meu quarto... aí fui atrás.
- Não sei, fiquei meio sem rumo! Eu não saberia o que fazer se você tivesse mesmo...
- Ah, ta bom! Já chega de pensar nisso. Foi um engano e agora você já sabe. Aliás, muita mancada do hospital colocar xarás no mesmo quarto. Ainda mais quando aparece um paia que nem você! Nem pra conferir o sobrenome! – mal conseguia terminar a frase por estar rindo demais. Ela teve de abaixar o rosto até o nível do travesseiro, dando as costas pra por uns segundos. Ele esperou que o som abafado da risada dela ficasse mais baixo.
- Eu fiquei nervoso. Quando você caiu, aquele som me fez imaginar muitas coisas. – abaixou o olhar e mordeu a boca quando viu que voltava a sentar-se normalmente. – Depois eu chego aqui e o não consegue me falar bosta nenhuma, aí eu procurei o quarto, e mesmo utilizando o elevador, eu cheguei aqui arfando. – percebeu uma pequena oscilação na voz dele, como quem vai chorar. – A imagem desse quarto, com uma cama vazia e outra com um corpo todo coberto já me deixou nauseado... A enfermeira se aproximou e disse o que você já sabe. Parecia que essas paredes apagadas de hospital estavam se fechando, elas não paravam de se fechar e eu achei que iam me esmagar. Acho que de fato esmagaram porque eu nunca senti tanta dor.
O rosto de estava abaixado, mas pôde ver uma lágrima pingar do queixo. Viu a gotinha cair na calça dele e formar um pequeno círculo. Os olhos dela automaticamente se encheram e ela olhou pra cima numa tentativa de não deixar as lágrimas saírem de dentro deles. Pegou a mão gelada de . Estavam frias e trêmulas enquanto as de estavam quentinhas. Ela fechou a mão dele num sanduíche com suas duas mãos. A diferença de temperatura foi reconfortante pra , ele foi se inclinando lentamente até encostar a cabeça no tórax dela.
- Não fique assim! Desculpe por ter dado risada, eu sou uma insensível...
- Hoje eu passei alguns minutos acreditando que eu não poderia mais te ver, não poderia mais viajar nos seus olhos, nem sentir o toque reconfortante da sua mão, brincar com os seus dedos, ouvir você falando assim e perceber meu coração batendo lento, querendo parar o mundo todo pra você poder falar. – mantinha a voz baixa, o suficiente para apenas ouvir. Ele fez uma pausa e desencostou a cabeça do tórax dela, ficando reto de novo pra olhá-la de frente. – Eu não ia agüentar uma vida inteira disso. Porque eu te amo e você é como uma música que eu não posso parar de ouvir.
As lágrimas que segurava caíram todas de vez. a abraçou e beijou sua cabeça. Depois de tudo ela não sabia como contar do filho que perderam.
- Não vou te deixar de novo. Nem que você queira! – a voz dela saiu abafada contra o peito dele. Ela se afastou e o encarou. – Ainda preciso te contar o que me trouxe aqui.
- Sim, pode falar! Acho que o momento choradeira já passou, não tenho mais lágrimas!
- Espero que não se chateie muito comigo, eu também não sabia.
- O que? Está me assustando de novo! O que foi? Você só tem 6 meses de vida? Puta que pariu! Vamos nos casar e viajar pelo mundo!
- Fica quieto ! Por que todo mundo sempre tenta adivinhar o que eu vou dizer?! – ela deu um leve tapa na bochecha dele, que parou de surtar e a encarou.
- Ok, desculpe... é que você faz suspense! Mas não judia de mim porque você viu que eu to em choque e...
- Eu tive um aborto natural.
- Mas hein?! Eu entendi direito?
- É, isso aí que você entendeu.
- Mas... mas... você estava grávida?
- Parece que sim.
- E você não me contou?
- Acabei de falar que eu não sabia! – ela se justificou e depois soltou o ar.
- Mas como?! Grávidas sempre sabem quando estão... GRÁVIDAS!
- Só depois né, mas a minha estava muito no começo.
- E por que foi que ele morreu? Foi por causa de ontem?
- Segundo o médico, foi sim. Foi a briga, eu levei golpes na barriga.
- Filha da... e eu nem posso falar mal dela! – pressionou os olhos.
- Falar mal dela não vai reverter as coisas, .
- Ah, mas quer saber? Foda-se! Aquela puta, suja, mal amada, filha de uma chocadeira, dá-cu, destruidora-de-lares-que-anda-pelada, putinha fácil, não podia matar o nosso filho nem antes nem depois dele nascer! – ignorou o resto da frase e deu um sorrisinho ao ouvir ‘nosso filho’ na voz dele. Saindo da boca dele, as palavras pareciam mais doces do que realmente são.
- É... – ela encarou o lençol até cortar o silêncio de novo – Você estava preparado, ? – perguntou de repente sem pensar muito.
- E-e-eu acho que apesar de não ser o melhor momento a gente dava um jeito.
- Desculpa por eu não ter percebido uma coisa tão óbvia, cheia de sinais e por vacilar bebendo. Eu também contribuí, eu já comecei sendo uma péssima mãe!
- Não! De jeito nenhum! Você não teve culpa. Tudo que acontece tem um motivo. – ele subiu a mão fazendo carinho no antebraço dela. – Vai ver tinha de ser assim.
Após alguns segundos de silêncio, a enfermeira que falou com minutos antes entrou no quarto acompanhada por um outro rapaz. Este entrou no quarto furioso e já pegou pela gola da roupa acabando com a paz e o silêncio do lugar.
- A enfermeira me contou que você esteve aqui dizendo que tem um caso com a ! MAS ELA ERA MINHA MULHER! Como ousa? SEU FILHO DA PUTA!
- Calma dude! É que teve um engano!
- Antes ela era sua namorada e agora vai negar? Agora que ela está morta e não tem como se defender!
- Mas é verdade, a de quem eu falava era essa aqui! – e passou um braço pelo ombro de , que concordava freneticamente com a cabeça.
- O-o-olha! Eusouaqueeleveioprocurarmaseunãotavanoquartonahoraqueelechegou... – falou tão rápido e sem jeito que precisou parar pra tomar um fôlego – Meu nome é . – e por fim estendeu a mão ao homem, que parecia mais calmo agora.
- Prazer. Sou John. – apertou a mão dela, mas continuou olhando desconfiado pra , depois o celular dele começou a tocar e ele saiu do quarto falando com o que parecia ser sua sogra. Ele fechou a porta e deixou o casal sozinho de novo, olhou pra e abaixou a cabeça prendendo um riso, ela sacudiu a cabeça enquanto também sorria. pôs as mãos – já aquecidas – por cima das dela e lançou seu olhar quase hipnotizante nos olhos dela.
- Eu não saberia o que fazer se tivesse escrito ali naquela ficha ao invés de Rockfeller! Acho que eu ia começar a enfartar e depois me jogar da janela, aí durante o caminho até o chão eu começaria a ter convulsões e podia ser acertado por uma bala perdida! Aí eu caía no meio da estrada e um camin...
- ! – ela tampou a boca dele colocando alguns dedos na frente – Ta certo que homem dramático é sexy pra mim, mas você ta exagerando hoje!
- Estou no meu momento romântico... de novo... dá licença?
- Ma... – ela estava rindo e ia falar algo, mas foi cortada também.
- Dá licença? Ótimo! O que eu quero dizer é que eu não me perdoaria se te deixasse escapar pela 153357º vez! Eu prometo não fazer mais nada que possa te afastar de mim de novo!
- Eu sei... só quero esquecer tudo aquilo.
- A gente pode voltar as cenas e dar play de novo de onde quisermos, só que aí fazemos tudo diferente.
- E você quer recomeçar de onde?
- Da última vez que estávamos felizes!
- A foda na praia?
- E lá se vai! Está arruinando todo meu romantismo. – ele cruzou os braços fazendo-a rir.
- Desculpe Sir!
- Já vi que hoje você ta querendo é falar menos e agir mais.
- Acho que já falamos o bastante. E eu senti sua falta. – ela sussurrou já com o rosto a milímetros do dele e passou o dedo indicador sobre o contorno de seus lábios antes de beijá-lo com força, vontade, malícia, alegria... Durante o beijo ela quis rir, porque nunca achou que estaria tão feliz depois de sentir uma dor desgraçada daquelas. Ela se afastou ainda prendendo o lábio inferior dele com os dentes e depois que o soltou ele riu.
- Até que pra uma assombração do inferno você beija muito bem!
- Eu andei treinando com Heath Ledger e Patrick Swayze... – ele apertou o nariz dela.
- Você ta muito do mal hoje!
- Foi você que começou me chamando de fantasma do inferno! Eu só entrei na brincadeira – ela deu um tapinha no braço dele, só pra não perder o costume. Depois olharam ao mesmo tempo para a porta que se abria.
- Hm, vejo que está bem humorada, . – o médico entrou falando ao vê-la sorrindo de orelha a orelha.
- Oi, doutor...?
- Burtton.
- Dr. Burtton, como ela está? – se levantou.
- A ultra-sonografia mostrou que o aborto foi completo, então não sobraram tecidos no seu útero. Eu só preciso de mais algumas horas até que a análise detalhada de seu exame de sangue esteja pronta e aí posso te dar alta.
foi diminuindo o sorriso e Dr. Burtton saiu do quarto.
- Já tinha até esquecido porque que eu tava aqui mesmo... foi tudo tão de repente e só aconteceu pela minha falta de senso, noção, responsabilidade, ou sei lá! Matei um bebê, !
- Não fale isso. – ele a abraçou e beijou o topo de sua cabeça – Você não teve culpa. Se não fosse a Delilah ter te golpeado no abdômen, nada disso teria acontecido.
- Mas...
- Escuta, esquece isso ta bom. Faz o seguinte, passa uns dias lá no meu apartamento que a gente resolve esse problema fácil!
- Hm? Resolver?
- É ué, podemos encomendar outros milhões de bebês se você quiser.
- Opa! Vamo aí – ela fingiu que ia agarrá-lo só pra entrar na brincadeira. Mas não pôde agarrá-lo de fato, ele estava rindo demais.
- Me solta sua tarada.
- Eu sei que você gosta quando eu te pego assim! Peitinn – ela fez a brincadeira e ele fez careta com a mão sobre o mamilo beliscado.
- Mas então... vai lá passar uns dias no meu apartamento.
- Ah, não sei! To com a maior preguiça de...
- Eu não perguntei se você quer ir! Falei que tu vai!
- Ui, assumindo o controle!
- Só quero cuidar de você.
- Certo... – ela o olhou de canto de olho enquanto ele dava um selinho – Espera, mas você vai ter que buscar roupas lá em casa então.
- Tudo bem, eu peço ajuda pra ou pra .
- A ta aí? Por que ela não veio me ver ainda? já veio aqui no quarto, por que ela não veio?!
- Sei lá. Talvez ela e o tenham achado a cantina mais interessante!
Quando acabou de falar, levantou preguiçosamente e deu um passo em direção a porta. De repente ela foi escancarada por quatro seres que pretendiam entrar todos ao mesmo tempo.
- Vai chegar alguém aqui pra brigar com vocês. – estava atrás deles com e fingia não conhecê-los. conseguiu entrar primeiro, por se espremer e ser a mais magrinha, depois também passou, isso aliviou um pouco mais o espaço e os outros dois não tiveram tanto trabalho pra entrar. entrou rolando os olhos e segurando a mão de .
- Caramba, eu acabei de perguntar por vocês!
- É que nós só conseguimos chegar agora, teve uma droga de um engavetamento na estrada e ficamos parados um tempão! – resmungou sentando na beirada da cama.
- Quando eu vim pra cá tinha um caminhão virado e eu peguei uma bicicleta emprestada! Você viu , eu acertei em pegar a bike! – riu vitorioso pro amigo.
- E a velha da bicicleta nem conseguia acreditar! Quanto você deu pra ela ? Ela ficou pulando depois de contar as notas!
- Eu nem sei! E não sei onde deixei a bicicleta também!
- Que lesado o ! Dá zero pra ele! – deu risada apontando o amigo.
- Ninguém dá zero não! Ele foi muito herói, muito divo se querem saber! – pegou a mão dele e deu um beijo nas costas, como os cavalheiros faziam com as moças de alguma década perdida do século passado.
- Hum, vocês viram, né? Eu sou um divo agora, me tratem com respeito... Será que alguém pode me acompanhar até em casa? – abusando de seu charme feminino que só aparece quando ele está feliz.
- Já vai embora ?
- Vou ... Passar na casa da , – ele parou e olhou com um sorriso – pegar umas roupas pra ela ficar uns dias lá em casa.
- Pode ajudá-lo ? – pediu.
- E precisa de ajuda? É só pegar as suas roupas, ué...
- Ela não quer me ajudar! – deu um soquinho no ar e fez bico.
- Ta bom, seu chatinho, vamos lá sim. – ela riu e se virou pra porta.
- Me liga em casa quando receber alta – beijou a testa de , entregou seu celular pra ela e se dirigiu à saída do quarto.
- Hey, me deixa em casa, dude! – foi atrás deles.
foi andando na frente pelo corredor e se sentia feliz inexplicavelmente. Entraram no elevador, que estava vazio e a música que tocava lá dentro o fez rir e olhar para os outros dois.

Tonight you're falling in love
Let me go now
This feeling's tearing me up
Here we go now

Now if she does it like this
Will you do it like that?
Now if she touches like this
Will you touch her right back?
Now if she moves like this
Will you move her like that?
Come on, shake, shake
Shake, shake, shake it

Shake, shake Shake, shake, shake it (x4)


O elevador só abriu as portas de novo no andar térreo, algumas pessoas os esperavam e tiveram a grata surpresa de ver com uma das mãos no quadril e o outro braço esticado pra cima, balançando a mão com dois dedos esticados pra lá e pra cá no ritmo da música.
- Shake, shake, shake, shake, shake it – ele cantava balançando a cabeça e a bunda sem perceber que já tinha chegado por estar de costas pra porta, virado para os dois amigos que riam... Alguém pigarreou e ele se virou num pulo. Sua face se tornou avermelhada na mesma hora, mas ele abriu um sorriso e acenou com a cabeça para as pessoas que o assistiam sair do elevador, sendo seguido por e .
Como combinado, passaram na casa de , pegaram as roupas, cremes, perfumes e maquiagens dela.
- Duvido que ela vá querer usar tudo isso! Está acabando de sair de um hospital! – observava as coisas que colocava dentro da mochila.
- Por isso mesmo! – ela o olhou e piscou.
- Arruma uma mochila também e vem pro meu apartamento hoje! Posso pedir umas pizzas. – estava encostado na entrada do quarto.
- Não dá mafagafo, tenho faculdade. Que aliás, pelo jeito vou entrar atrasada... E depois vou ter que botar esse lençol pra lavar e esse carpete também. Espero que a dona chegue logo pra me ajudar.
- Então eu fico aqui até ela chegar. O provavelmente vai trazê-la e eu posso ir embora com ele depois.
- Ok! – terminou e entregou duas mochilas pra , uma com roupas e outra com os objetos de higiene pessoal.
- Mas é só daqui até segunda-feira! Ela vai mesmo usar tudo isso? – ainda examinava as mochilas cheias de coisas – Quantos quilômetros de pele e cabelos ela tem? Ela troca de pele?
- Cala a boca , cruzes! – riu e apagou a luz do quarto, indo acompanhá-lo até a porta.
voltou ao seu condomínio pra deixar as coisas e arrumar um pouco mais o quarto, colheu dente-de-leão no jardim e depois ficou só deitado no sofá, olhando pro teto, terminando aquela música na cabeça... Quando ligou, duas horas depois, ele foi buscá-la.

Ela estava tocando músicas do celular dele, quando ele encostou o ouvido na porta pôde ouvir e entrou cantando junto.
And they're turning off all of the lights
We've been putting on a show all ni-i-i-ight
boys will be boys...

o recebeu sorrindo e ele a pegou no colo. Passou com ela pela recepção do hospital, cantando junto ao som do celular a música Take It Home.
- E então, estava tudo certo com seus exames?
- Uhum... Espero que tenha trazido minhas coisas direitinho! – ela apontou o dedo na cara dele e ele fingiu que ia mordê-lo. Já estavam de volta ao prédio e subiam pelo elevador. Quando as portas se abriram, puderam ver que tinha alguém na porta do apartamento de : Peter. Eles se aproximaram devagar.
- Pete? – o rapaz estava de costas e se virou com o chamado de .
- Oi, eu... vim aqui pra... pedir desculpas.
apenas olhava desconfiado sem dizer nada pois estava primeiro questionando mentalmente o nível de sinceridade dele.
- Pelo quê mesmo?
- Eu agi em conjunto com a Delilah ontem. A gente combinou que ela não ia deixar você chegar ao local do show. Mas eu juro que não sabia que ela ia fazer tudo aquilo! Muito menos que você estava grávida! Eu te juro !
- To muito chateada com você Peter! Porra, eu perdi o bebê por causa dessa porcaria que vocês fizeram!
- Eu sei, eu sei! Fui longe demais! Saiu do meu controle! Pode dizer o que quiser. Quando eu passei por aquela rua, a cena que encontrei me deixou revoltado! E... – ele agora voltou o olhar pra – desculpe pelo bilhete.
- Eu devia arrebentar a sua cabeça na parede. – falou e o olhou de canto de olho, meio assustada. – Mas só porque minha garota está bem e eu to feliz, não vou fazer isso.
Peter apenas deu um meio sorriso.
- Como eu disse, to voltando hoje pra Oxford. Só passei aqui rapidinho antes de ir.
- Hm, boa viagem Pete. – nem sorriu e nem ficou muito séria, apenas normal.
- Obrigado! – ele devolveu com um sorriso e caminhou até o elevador – E tratem de ficar juntos agora, ok? Seria vergonhoso pra mim se outra pessoa tentasse separar vocês e conseguisse!
- Não se preocupe com isso amiguinho. – acenou com um sorriso forçado, porém vitorioso. Manteve o sorriso até a porta do elevador se fechar e levar o Peter embora dali.
- Esse prédio é mesmo uma bagunça, todo mundo entra! Nem falo nada... – ficou resmungando antes de abrir a porta e apenas ria.
- Caramba ! Eu não acredito que você não foi capaz de arrumar a bagunça que eu fiz ontem! – encontrou motivos pra rir mais após entrar. Lembrou de cada objeto em que seu bumbum teve a oportunidade de esbarrar e derrubar ao chão enquanto estava atracada com ele no dia anterior.
- Acho que a frase "Não repare na bagunça" nunca funcionou com você, né?
- E eu acho que a frase "Vai já arrumar seu quarto" também não funcionava quando sua mãe pedia, né?
Os dois sentaram no sofá e dessa vez não havia nenhum controle remoto jogado por ali. Milagre.
- Você ainda não me disse uma coisa. – se curvou, aproximando-se dela.
- Que?
- Eu não sei se eu ouvi errado, naquela hora foi tudo tão confuso...
- Fala logo! – ela sorriu e deu um tapinha no joelho dele.
- No telefone, você disse que só ia fazer isso porque pediram?
- Isso o que? – se fez de desentendida, mas já tinha lembrado o que era.
- Não sei, me dar uma chance eu acho.
- Hum... é, eu falei mesmo isso.
- E...? Quem foi que pediu? ?
- Ela também. Aliás, eu desconfio que ela te ajudou o tempo todo, !
- É, ela me ajudou sim! Principalmente no dia que eu invadi seu quarto.
- SABIA! SABIA QUE TINHA ALGUÉM NO MEU QUARTO! Seu tocador de sem vergonha... Mas então, voltando ao foco, você também teve uma ajudinha de mais umas vinte pessoas.
- Quem?
- Suas fãs.
- Mesmo?
- Uhum. Me pediram, foram até lá em casa!
- Wow!
- É!
- Engraçado!
- Incrível!
- Queriam que você me perdoasse?
- É, apareceram lá na frente de casa hoje com placas e tudo mais. Você devia agradecer por ter fãs tão sensíveis.
- Agradeço todos os dias. Agora vou agradecer mais ainda! – ele sorriu e depois se levantou – Quer comer alguma coisa? Beber?
- Tem biscoitos amanteigados?!
- Ha! Nisso você é igual ao ! – e ela riu tampando o rosto com uma almofada.
- Tem ou não tem?!
- Claro! Quem é amigo dos ou dos não pode deixar de ter esses biscoitos e talvez uma Nutella pra acompanhar!
Ficaram conversando e comendo biscoitos com Nutella. Algumas horas passaram rápido enquanto eles falavam sem parar como se tivessem 10 anos de fofocas atrasadas. Só saíram de lá quando acabaram os biscoitos e a Nutella.
- Acho que acabamos com os estoques! Se amanhã de manhã o passar aqui eu vou dizer que você comeu tudo!
- Mentira! Você comeu mais da metade aí enquanto falava de boca cheia!
- Que seja... mas vem aqui, quero te mostrar uma coisa! – pegou a mão dela e a fez levantar-se.
- O que? Ah sim! Você falou ao telefone que tinha surpresa!
- É, eu espero que ainda esteja tudo do jeito que eu deixei.
Enquanto caminhavam até o quarto, passava observando a decoração do apartamento. Não teve chance de fazer isso direito no dia anterior. Estava bem bonitinho apesar da atmosfera totalmente masculina.
- Bom, isso era pra estar acontecendo ontem então... não repare se as flores estiverem um pouco murchas – ele falou pouco antes de abrir a porta. Quando entrou, abriu um largo sorriso de imediato. Estava tudo perfeito, as flores pareciam ter sido colhidas agora. viu um arranjo lindo em cima do criado mudo e algumas pétalas soltas em volta dele, meio bagunçadas e charmosas.
- Não posso acreditar que você comprou mesmo dente-de-leão! – essa planta estava no meio das outras flores no buquê, não tinha como não ver.
- É... na verdade eu comprei essas rosas, mas você falou de dente-de-leão ao telefone e depois de toda aquela coisa no terraço do hospital, eu resolvi pegar umas dessas pela vizinhança e colocar aqui!
- Isso foi a coisa mais incrível! – ela tocou a bola de pêlos branca e algumas sementes soltaram em seus dedos. Não assoprou para não sujar todo o quarto.
Ao olhar para o lado, viu uma espécie de mural. Foi andando devagar até a parede e quando parou de frente pra ela, sentiu os braços de envolvendo-a por trás. Entrelaçou as mãos com as dele. Passou os olhos por cada coisinha que tinha ali enquanto sorria e tinha os olhos úmidos ao mesmo tempo.
Papéis coloridos cortados em quadrados pequenos estavam decorando a parede. Só havia isso, vários deles. Eram bilhetes. Amarelos, rosas, verdes, azuis...
Alguns tinham apenas carinhas felizes.
xD
^^
=]
Outros tinham algumas palavras, nomes de músicas conhecidas. I belong to you. I wanna love you. Put me back together. Havia uma seqüência vertical de bilhetes em papel azul, no meio. Cada um com uma ou duas palavras:
Espero
Que você
Ainda
Me ame
Essa noite
Porque deu
Um trabalhão
Da porra
Fazer isso!
S2 você!

- Isso é... eu não sei! Isso podia ser uma exposição!
- Você acha? Um monte de papel colado com fita adesiva transparente! Parece até idéia do ! – riu e ficou de costas para a parede, virando de frente pra ele.
- Se o tivesse umas idéias desse tipo eu ficaria com ele e não com você!
- Então vai correr pro apartamento dele, é aqui pertinho!
- Duvida que eu vá mesmo?
- Duvido radicalmente porque eu não vou deixar!
fingiu que ia escapar dele. abriu os braços na frente dela e os dois ficaram como o goleiro e o cobrador do pênalti. Ela passou e ele a agarrou por trás. Os dois caíram na cama.
- Eu quero só ver você sair daqui agora!
- Aiae minha barriga!
- O que foi, eu te apertei? – se soltou dela assustado. ficou sentada e riu apontando pra ele. Levou uma travesseirada no rosto por isso.
- Nunca mais me assuste desse jeito, foi golpe baixo!
- Você é que não sabe perder! Mas hey... o que é isso?
- Abre aí! – eles se referiam a uma caixa no meio da cama. Tamanho médio, papelão roxo.
- AH-MEU-DEUS! Santo protetor das fotos perdidas! São vocês, meus bebês? – surtou vendo suas antigas fotos, as que ficavam na caixa rosa e foram queimadas.
- Não, não são os seus bebês! São os meus! Quer dizer, agora são nossos.
- Mas como?! Eu não sabia que você tinha essas coisas!
- Ué, tão simples... quando as pessoas tiram fotos, todo mundo fica com cópias. Não é assim que funciona?
- Claro que é, meu anjinho das cópias! Claro que é... – concordou com o que ele disse, mesmo sem estar prestando muita atenção.
- Que tal parar com essa coisa de anjinhos e santinhos? Isso é assustadoramente gay.
- Quem guarda fotos em caixas coloridas só pode ser um anjinho!
- O que? Ah não, eu não quero ser o anjinho e elas não estavam guardadas aí! Estavam em vários álbuns, mas eu pus aí pra ficar mais ao seu estilo!
- E por que você não quer ser o anjinho?
- Anjinhos não fazem sexo? – respondeu em um tom óbvio.
- Sabia que você ia dizer isso, bem a sua cara! Mas hoje você vai ter que ser um anjinho , eu acabo de ter um aborto...
- Não, nem me lembre disso! Eu posso ser anjinho até quando você quiser, você sabe.
- Eu sei, meu anjo sexy!
- Ah, espera aí! – ele se levantou da cama e ficou perto da porta do banheiro, onde havia uma mesa de computador com alguns objetos bagunçados. – Pode fechar os olhos, por favor?
- ... eu acho que não agüento mais surpresas por hoje!
- Ah, só mais essa! Você não quer que eu fique triste, quer?
- Ok... – fechou os olhos diante da carinha triste que ele fez. tocou em uma linha de nylon quase invisível que estava presa embaixo da impressora. À medida que ia soltando a linha, uma bexiga ia descendo do teto. Ele foi soltando devagar. A lâmpada do quarto fica na direção do centro da cama, então pediu que engatinhasse um pouco mais para a esquerda, assim a bexiga cairia bem em seus braços. Ela o fez, e sentiu a superfície lisa da bexiga.
- Pode olhar.
- Uma bexiga. Aniversário?
- De repente, hoje pode virar uma data especial. Estoura essa coisa aí! – estendeu a mão com um alfinete. Primeiro olhou desconfiada e depois pegou. Antes de estourar a bexiga, viu que tinha algo lá dentro.
O barulho do estouro veio junto com um som metálico no chão. Fez o coração dela disparar e ela percebeu que estava com as mãos trêmulas. ‘Francamente ! Que palhaçada é essa? O que é que tem se depois de um monte de surpresas ele te aparecer com umas alianças? Nada de mais!’ ela pensava olhando para o chão. Viu uma coisa brilhar e pegou, eram mesmo alianças! As duas estavam presas para não se separarem. Eram as alianças que tinham os desenhos. , sem pensar muito, pulou no pescoço dele sorrindo.
- Acho que isso me poupa da parte constrangedora e que me deixa nervoso, onde eu tenho que dizer aquela frase mágica te perguntando se você quer casar comigo, né? – ele sorriu depois que a garota o soltou.
- Ca-c-c-casar? – ficou surpresa porque aquelas eram as alianças de namoro, pensou ela.
- É... eu sei que as alianças estão erradas! Simples alianças de namoro... Mas eu já comprei um anel de noivado, entrego quando a sua mãe chegar da viagem dela.
- Comprou? – estava com os olhos em choque, não prestou atenção em nada depois de comprei um anel de noivado.
- Claro. Não é difícil agir antecipadamente quando a gente sabe que a pessoa vai aceitar!
Ela pareceu acordar de repente e se desmanchou num sorriso. Pegou algumas pétalas que estavam em cima do criado mudo e jogou na cara dele. Em resposta, ele desmanchou dentes-de-leão na cabeça dela.
- Eu sou tão fácil assim? – e deu um tapinha no braço dele, que segurou o pulso dela e pôs o anel fingindo uma cena forçada. Como se a última coisa que ela quisesse fosse ficar com ele.
- Está vendo, agora não tem mais volta! Já pus um anel nesse dedinho!
- Ai que tragédia! Agora eu to presa a um assassino em série de dentes-de-leão! O que vai ser de nossos 14 filhos quando você for condenado por isso? – ela observava a mão que estava com o anel e ainda tampava a boca com a outra mão. Depois riu e abandonou o tom de brincadeira, pegou o outro anel e colocou no dedo dele. deu leves tapinhas na cabeça dela pra retirar as sementes de planta que ele jogou. não o deixou terminar e tomou impulso pra avançar sobre ele e fazê-lo cair deitado. Ela se apoiou com os cotovelos na cama e ficou com o rosto na direção do dele. via os cabelos dela caindo em seu rosto como uma cachoeira. Pegou uma mecha pra cheirar, ela usava um shampoo com um cheirinho viciante pra ele, é o mesmo que fica no travesseiro. lhe deu um beijo e depois se ajeitou sobre seu tórax. Podia ouvir o coração... era música pra ela. Os dois ficaram quietos, mas nenhum deles estava dormindo. Perceberam uma corrente de ar fresco passando pelo quarto. viu uma enorme e linda cortina sendo empurrada pra dentro do quarto pelo vento.
- O que tem lá fora? – ela se levantou, mas ainda a segurava pela mão.
- Ah, não... Só tem uma rede!
- Rede?! Eu quero!
Foram até a pequena área que havia ali. Encontraram uma rede como disse, e um violão encostado no canto.
- Eu nunca dormi numa rede! – os olhinhos dela brilhavam. Ele se sentou e deitou, ela deitou junto, com a cabeça sobre o peito dele e naquele balanço suave que só uma boa rede sabe fazer, eles não demoraram a dormir. foi rapidamente envolvida num sonho.

Sol, parque, crianças brincando... Isso está parecendo até um dia de domingo. Eu andei pelo meio das crianças, uma menina loira pulando corda, um cachorro simpático, uma menina com um grande sorriso no escorregador, várias crianças amontoadas naquele brinquedo de armação metálica onde elas apenas sobem, outras crianças faziam fila pra ficar nos balanços. Eu me senti criança! Tive vontade de sentar naquele brinquedo que gira, eu adorava quando tinha meus seis aninhos! Oops! Andava distraída e me bati com um menino.
- Precisa olhar mais pra baixo pra não bater nas crianças pequenas. – ele me respondeu sério, parecia até um adulto! Acho que fiquei com medo dele... brincadeira. Ele devia ter uns oito anos, eu acho.
- Desculpe menino! Foi sem querer.
- Menino não! Eu já vivi muito e sei de muitas coisas. – crianças metidas a espertas! Crianças assim viram políticos!
- Muitas coisas?!
- Sim. Eu sei de tudo.
- Tudo de quê?
- Tudo de tudo.
- Como pode saber tudo? Não tem nem tamanho pra entrar na faculdade!
- Eu não preciso disso! Minha bisavó me disse que eu sei de tudo agora porque eu ainda não conheci o mundo. Dentro de poucos anos conhecê-lo-ei, e então tudo esquecerei.
Certo, agora esse garoto me assustou. Quem é a mãe desse louco? É um anão?
- Você é anão? – aproximei meu rosto do dele e devia estar com cara de retardada. Acabei vendo que ele tem belos olhos e uma pele de porcelana, sem manchas ou sinais.
- Eu não sou anão. Eu estou ficando mais novo e dentro de poucos anos vou esquecer todas as coisas que sei do mundo, pra reaprender talvez 10% do que sei hoje. Me tornarei burro e vazio como uma folha de sulfite, e durante a minha vida essa folha nunca vai terminar de ser preenchida.
Eu continuava olhando desconfiada pra ele. Guri estranho.
- Cadê sua mãe?
- Não conheço ainda. Disseram que irei vê-la daqui a 172521736512627317373 minutos.
- Você foi criado por algum fanático em Star Wars?
- Existiram exatamente 182.625.267 fanáticos por Star Wars. Alguns já morreram e alguns ainda vão nascer.
- Você é o cara mais estranho que eu já conheci... mas eu gostei de você! – peguei na mão do menino e me senti feliz. Tive vontade de sorrir. Nós caminhamos juntos e sentamos num banquinho.
- Eu posso responder qualquer coisa que você perguntar!
- Sei...
- Faz uma pergunta.
- Vou pensar. – como é difícil pensar numa pergunta assim sem mais nem menos! – Qual a chance de eu estar ouvindo nos fones a mesma música que uma outra pessoa no mundo na mesma hora?!
- Às vezes a pessoa do seu lado pode estar ouvindo, já aconteceu. A chance é de 4,132%
- Puxa, impressionante... mas como eu vou saber que isso ta certo?
- Você ainda não acredita que eu sei tudo?
- Ah, sei lá... eu acho que eu to sonhando e...
- Eu posso responder uma pergunta que todos os poetas na Terra já tentaram. Ninguém nunca acertou porque a resposta é simples e eles sempre queriam enfeitá-la. Pode ser que a pessoa diga, mas nem percebe de tão insignificante que é a resposta.
- Mas que raio de pergunta é essa?
- O que é o amor. Você quer tentar responder?
- Isso parece muito fácil pra mim. Eu amo, eu sei.
- Não é só porque ama que você vai saber... Eu sei que você amou um menino na sétima série e que a sua vida virou de cabeça pra baixo a partir dali! Ah, mas enfim, pode falar.
Oi? Como ele sabe do ?
- Ah... é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala!
- Não, o nome disso é bronquite asmática.
Eu hein! Franzi as sobrancelhas e olhei pra ele... Guri estranho²! Vou pensar em outra resposta.
- Hm, o amor te faz sair do chão e te transporta para lugares que nunca tinha visto!
- O nome disso é avião. O amor é outra coisa.
- Ok... Amor é uma coisa que chega de repente e te transforma em refém.
- Isso aí e S-E-Q-U-E-S-T-R-A-D-O-R! Tente de novo.
To ficando irritada. Vou ser presa se bater num menininho? Ai, bem que me deu uma vontade de sentar a mão no garoto irritante, mas eu não consigo mover minha mão pra ser violenta com ele... não sei por quê.
- AMOR – comecei quase gritando e soltei o ar antes de continuar – é uma coisa que deixa seu aroma por onde passa.
- Pra ser honesto... amor não deixa aroma nenhum. Só as vacas com diarréia é que deixam!
Eu ri. Esse menino é foda.
- Desisto. Pode falar então a sua digníssima resposta.
- Como eu disse, é algo simples. Todo mundo sabe, mas é uma resposta tão simplória que ninguém nem percebe. Amor é algo que não...

***

- Vai logo! Vão cercar a gente! – dava pra ver os reflexos azuis e vermelhos do carro da polícia chegando perto.
- Que mané cercar o que! – ela pisou mais no acelerador, se é que isso é possível e passou num pedágio levando embora aquele bracinho automático que fica na frente, que naquela hora pareceu feito de isopor. Eu entendi bem? Estamos fugindo da polícia?
- , por que a gente ta fugindo mesmo? Estão atrás da gente?
- Claro que estão! Somos procurados por todo o país, caso tenha esquecido !
- MAS O QUE A GENTE FEZ?
- , não é hora pra perder a memória! Não me desconcentra caraíí!
- Espera aí! Quem diz isso o tempo todo sou eu! E de onde você tirou esse Nissan GT-R turbinado desse jeito? – eu não lembro de minha namorada ter um desses! Não mesmo.
- E AGORA! PEGO A PONTE OU O TÚNEL? VAI, ME DIZ O QUE ACHA, RÁPIDO! – ela ignorou minha pergunta e me pôs em pânico.
- PONTE! – gritei! Surtei! Já estava desesperado num carro a mais de 200km/h numa contra-mão!
- AAAH NÃO, A PONTE TA EM OBRAS! VAMOS MORRER! – ela começou a gritar e tirar as mãos do volante pra levar à cabeça. Eu também não sabia fazer outra coisa vendo aquelas barreiras avisando a obra na estrada. passou com tudo jogando aquelas barreiras pra longe... Por que tudo que ela passa voa longe como se fosse de isopor? Não sei. Só sei que do nada aquela estrada acabou e nosso carro estava voando pelos ares... a porta do meu lado se abriu e eu caí pra fora, ESTOU VOANDO! VOU CAIR!


A claridade do sol que nascia já estava batendo no rosto de . Ele levantou agitado e gritando, se esquecendo que estava numa rede e acabou caindo no chão. acordou assustada com o agito.
- OMFG! Você ta bem? – ela não caiu junto por sorte e ficou observando o menino se levantar fazendo careta.
- Ouch... sonhei que a gente tava no Need For Speed. – ele falou com as mãos nas costas e ela gargalhou – Sério! Fugindo da polícia!
- Ai ... me tirou do meu sonho perfeito por causa disso?!
- Sei lá, me assustei porque o nosso carro saiu voando e acordei antes de cair no chão. – ele esfregava os cabelos com a cara amassada.
- Tem certeza que foi antes de cair no chão? – ela se ajeitou pra ficar sentada e começou a rir.
- É, agora eu sei... foi você que fez a gente voar pelos ares! Você tava dirigindo.
- Quem voou pelos ares aqui foi só você... da rede até o chão! – ela ria descontrolada da cara dele e ele foi até lá pra fazer-lhe cócegas até cansar. Acabaram caindo os dois por conta daquela agitação toda e ficaram no chão recuperando o fôlego.
- Desculpa , o médico falou pra você ter repouso e olha o que eu faço, te derrubo da rede!
- Ta tudo bem, ... Você já reparou que estamos virando peritos em acordar na hora que o sol ta nascendo?
- Uhum! Deve ser porque a gente às vezes não dorme debaixo de tetos como pessoas normais. – ela deu um sorrisinho e ele logo se levantou, depois ajudou a se levantar também – Fica aqui sentada na rede!
Ela não disse nada e sentou na rede, observando o que ele fazia. caminhou até um canto, pegou o violão que estava ali encostado e sentou no murinho. De início, ficou com medo que ele caísse dali, mas sua atenção foi desviada para os acordes e frases que ele começava a cantar.


I'd be lying through my teeth if I told you
(eu menti quando disse a você)
That I'm ok
(Que eu estou bem)
July came I thought I had it all together
(Quando chega Julho, eu penso como estávamos juntos)
Until you said
(Até você dizer)
I need some space
(Estou sufocada)
Truth be told
(Verdade seja dita)
It's so hard to wait
(É muito difícil esperar)


‘Ele não existe! Como pode uma criatura cantar tão lindamente depois de ter caído da cama, literalmente?!’ ela pensava enquanto o observava com o olhar de cachorrinho vendo o frango da padaria girar. Não queria nem piscar pra não perder um segundo daquilo. sentado ali, cantando e olhando pra ela, a luz do sol que estava nascendo batia nos cabelos dele, deixando-os mais vivos ainda.


One eye on the clock
(Um olho no relógio)
And one on the phone
(E o outro no telefone)
It's 5:19
(São 5:19)
I'm feeling alone
(Estou me sentindo sozinho)
If I could talk to you
(Se eu pudesse falar com você)
I'd wanted you to know
(Eu queria que você soubesse)
I'm holding loose
(Que estou me sentindo sozinho)
But ain´t letting go
(Mas não estou indo embora)


Os olhares deles se encontravam às vezes e eles ainda tremiam com isso... ‘Quero olhar pra ela e me sentir assim até daqui a sessenta anos!’ ele pensou e mostrou seu sorriso de um milhão de dentes. curtia a música e começou a sentir seus olhos úmidos. ‘Deve ter a ver com a gravidez, devem ser os hormônios! Por que eu estou ameaçando chorar quando era pra eu sair dando estrelinhas?’


We both know that I could think myself dizzy
(Nós dois sabemos que eu poderia me achar louco)
Right now I´m spinning around
(Agora mesmo estou sem direção)
And you said, "baby don´t worry"
(Eu sei que você disse, "Meu amor, não se preocupe")
But I just miss you right now
(Mas eu sinto sua falta agora)
I say I miss you right now
(Eu disse que sinto sua falta agora)

One eye on the clock
(Um olho no relógio)
And one on the phone
(E o outro no telefone)
It's 5:19
(São 5:19)
I'm feeling alone...


- HEY SON OF A BITCH! QUE BARULHEIRA DA PORRA É ESSA LOGO DE MANHÃ? – o som foi interrompido por uma voz conhecida. Era gritando na janela ao lado.
- Calma ! É só uma música pra , ela merece!
- Então toca mais baixo! Ou espere uma hora decente...
- Desculpe, é que o meu amor por ela é algo que eu não consigo esconder!
Na hora que falou isso, lembrou do sonho. Será que era isso que o menino ia dizer? Amor é algo que não dá pra esconder. Realmente não dá!
- É isso! – ela disse com um sorriso.
- ?
- Hum?
- Tudo bem?
- Uhum!
- É que eu perguntei se você queria que eu continuasse tocando...
- Ah, sim! Termine a música. Depois eu te explico porque fiquei assim, tive um sonho louco!
assentiu e voltou a posicionar os dedos nas cordas do violão.

...If I could talk to you
(Se eu pudesse falar com você)
I'd wanted you to know
(Eu queria que você soubesse)
I'm holding loose
(Que estou me sentindo sozinho)
But ain´t letting go
(Mas não estou indo embora)

Baby, take all the time you need
(Baby, demore quanto tempo você precisar)
I just want you to know
(Eu só quero que você saiba)
I'll be here, waiting
(Que eu estarei aqui, esperando)


Enquanto ele tocava, ela ficou pensando no que era o amor. Teve certeza que agora a resposta estava certa, mesmo sem o menino estranho pra confirmar. E como ele havia dito, as pessoas falam essa resposta sem nem perceber. Não é complexa e nem poética, é só... a verdade. Não podemos esconder quando amamos alguém.


With one eye on the clock
(Com um olho no relógio)
And one on the phone
(E o outro no telefone)
It's 5:19
(São 5:19)
I'm feeling alone
(Estou me sentindo sozinho)
If I could talk to you
(Se eu pudesse falar com você)
I'd wanted you to know
(Eu queria que você soubesse)
I'm holding loose
(Que estou me sentindo sozinho)
But ain´t letting go
(Mas não estou indo embora)


tocou as últimas notas ao fim da música e batia palmas.
- Gostou? – ele se aproximava.
- É, mais ou menos, vai fazer um sucessinho... – ela sorriu ao terminar com a ironia.
- Tudo bem, nem fiz pra você mesmo – respondeu com mais ironia e ela deu a língua enquanto ele se sentava ao lado dela.
- Eu amo você, sabia? – encostou a cabeça no ombro dele, que pôs a mão sobre os cabelos dela.
- Eu sempre sei de tudo, acostumei até.
- Ih, parece alguém que eu conheci hoje... – ela levantou a cabeça de onde estava apoiada e estreitou os olhos pra ele. Achou alguma coisa no olhar de parecido com o do garoto do sonho.
- Quem você conheceu hoje?
- É que eu tava num sonho muito engraçado agora.
- Eu apareci nele?
- Não. Mas tinha um menino que disse que a minha vida ficou de cabeça pra baixo quando eu vi um garoto entrar numa sala de sétima série – olhava pra dentro daqueles olhos tão parecidos com os do garoto do sonho. Parecia que estava sonhando de novo.
- E a minha virou um monte de músicas depois que eu vi uma garota passar olhando pra mim!

Fim
[n/a: Enganei? Aposto que sim, num acabou ainda hehahehahaeheh que mala, pode me esganar :B mas antes, lê a parte que falta, ok?! Eu avisei que ia ser grande o capítulo? Ah, avisei OAIOAIAOIA! Pode botar pra carregar We'll Never Know se quiser, foi a música que me fez pensar na cena que começa daqui a pouco *-* mas nãão é ainda a música que falei na nota do começo do capítulo, aquela é oooutra e vai tocar mais adiante. Seu ponto de vista começa agora.]

Três anos depois

- Estamos aqui hoje reunidos... – o padre começava sua fala decorada que ele já deve ter dito mais de dez mil vezes. Eu não sei se estava mesmo abafado naquele lugar, ou se era a minha ansiedade trabalhando de dentro pra fora, mas eu comecei a transpirar. Um suorzinho modesto podia ser visto na raiz do meu cabelo e eu comecei a ficar inquieta!
- Mas que diabos... – eu cochichei em tom de irritação e forçou levemente seu cotovelo na minha costela.
- O que você tem? Seja uma boa madrinha e fique em estado vegetativo enquanto o padre fala! – ele sussurrou entre os dentes. Nem respondi mais nada. Eu li o manual de como ser uma boa madrinha, ok? Só que é meio difícil manter o sorriso e o salto alto quando se está num local abafado, sem saber que hora o padre vai terminar de falar e tendo que equilibrar dez quilos a mais no seu peso. Sim, eu estou grávida e dessa vez não houve dúvidas como na primeira. Minha barriga está enorme, já está perto de nascer! É uma menina, e ela vai ser grande pelo tamanho da minha barriga! Talvez vire jogadora de basquete... Não sei nem como me escolheu pra ser madrinha, com esta pança gigante. Certo, ela me ama! Eu a amo também, foi madrinha quando casei com ano passado.
- Eu vos declaro marido e mulher – É, finalmente a cerimônia terminou. É tão emocionante ver minha amiga se casando com meu primo! Eu estou a ponto de chorar aqui! Gente, eu me lembro deles desde criança juntinhos... relaxa , não chora. Olha a maquiagem. A verdade é que quando estou grávida fico muito mais chorona. Não sei se as outras mulheres são assim. Agora eu entendo por que eu chorava tanto na época da minha primeira gravidez, que eu nem sabia. Ok, não vamos lembrar daquela fase, já passou. Ficou tudo lá atrás. Eu e fizemos nossos votos, prometemos ser verdadeiros, amar, respeitar e todas essas coisas. Não há outra pessoa com quem eu poderia estar melhor. Ainda sinto o coração batendo forte como no primeiro dia. Acho que não virei um queijo suíço, afinal!

- ...E eu acho que o meu amigo sempre serviu como um grande exemplo pra mim, ele me fez acreditar que nem tudo ta perdido e o amor existe. Não está aposentado nem fora de moda. É só você se permitir. Eu soube no dia em que flagrei os dois no banheiro que não muito tempo depois eu assistiria o casamento! Ah, sim! E que flagra no banheiro, huh! Desculpe , mas um dia eu teria que contar isso... – estava deixando as suas palavras aos noivos com emoção e bom humor. O local da festa era uma chácara. Já ouviram falar numa coisinha que é filme em preto e branco? Aqui eu me sinto num filme verde e branco. Sério. O gramado se estende impecável por todo o território e todas as cadeiras, mesinhas e flores são brancas. A decoração está linda e as músicas são animadas. Agora mesmo começou a tocar uma do Lifehouse, minha amiga é muito chique! Tinha que ser minha BFF.

[n/a: opcional tocar We'll Never Know. Pode deixar em volume baixo, pra parecer o som da festa aheuheua o/]

Quando terminar de falar será minha vez. Ontem à noite eu fiquei pensando em um monte de coisas que poderia falar, até me emocionei! me viu com os olhos aguados e perguntou o que era. Eu disse que era um pouco de emoção e um pouco de frustração comigo mesma porque já sabia o que ele ia falar e não consegui um texto bom como o dele. Nós sabemos que ele é bom em falar coisas bonitas. E nós sabemos que eu não sou. Então não conte pra ninguém que ele escreveu pra mim algumas coisas que eu pudesse falar. Em outras palavras, ele me passou uma colinha! Vou confessar aqui, me senti na época em que nós estudávamos! Eu fazia pra ele as colas de biologia e ele as de matemática. não precisava colar em nada, mas ajudava a gente nas horas de sufoco. Ótima parceria. Ótimos tempos. Mas agora os tempos também estão... aw! Alguma coisa aconteceu. Senti uma pontada, umas queimações loucas e acho que to melecada (eww!). Eu juro que não mijei e também não estou com diarréia. É pior que isso. Imagine o que pode ser pior do que mijar no meio do casamento da amiga. É, acertou. É dar a luz no meio da festa.

’s point of view OFF

- ... – chamou pedindo sua atenção, mas ele ainda falava e fez sinal que esperasse com a mão.
- E esse não é só um final feliz, é um recomeço. Vai por mim , o primeiro ano é tudo maravilha! Eu ainda não sei como é que vai ser o segundo, então não posso dizer. Isso vai depender da abelha rainha aqui...
- Então eu acho melhor você dar uma olhada na sua abelha rainha! – apontou para a prima, que dobrava o corpo levemente para frente com um dos braços sobre a barriga.
- , , o que ta acontecendo? Está na hora? – está na hora? pergunta mais comum dos maridos para suas mulheres nesse estado. É tão óbvia a expressão no rosto de uma mulher quando “está na hora”, por que eles precisam perguntar?
- Faz alguma coisa , me tira daqui! – puxou o braço de e tentou falar baixo no ouvido dele, mas já estava com dores e sua voz saiu um pouco mais alta do que ela queria.
Fato 1: morreu de vergonha dos outros convidados. Fato 2: Ninguém sabia o que fazer.
- não perde a classe amiga, faz aquela respiração que te ensinaram – ficou de pé ao lado dela.
- Respiração é o caralho eu quero ir pro hospital!
- Eii, não seja mal educada Sra. ! Você quer que a sua filha cresça falando assim? – também ficou de pé e pôs as mãos nos quadris.
- Não! Ela só vai falar palavrão depois dos quinze anos. – falou em meio à respiração ofegante. Cada palavra era arremessada pra fora da boca como se ela estivesse expulsando-as.
- Vamos, segura no meu ombro. – se abaixou perto dela. Ele a ergueu em seu colo e começou a andar. No começo foi difícil equilibrar, mas logo conseguiu ganhar velocidade. corria com nos braços, movido certamente por alguma força sobrenatural. corria um tanto desajeitada atrás dos dois com seu véu esvoaçante. corria atrás dela segurando a calda enorme do vestido e mais atrás vinham , , , e todas as pessoas da festa. Até o padre seguiu o fluxo também. Corria lá em último, por conta de sua idade avançada.
- Ai , amiga, boa sorte! – chegou na janela do carro onde colocara e as duas uniram as palmas das mãos pelo vidro, deixando-o embaçado em poucos segundos devido à temperatura corporal elevada pela adrenalina. Por alguma razão, as duas tinham os olhos cheios de lágrimas. Quando o carro se afastou, ficou com as mãos na boca e suas lágrimas despencaram pesadas feito pedrinhas de diamante. a abraçou e deu-lhe um beijo na cabeça, em seus cabelos fofos.

Ao chegarem no hospital, preferiu esperar do lado de fora. Dentro da sala, não demorou muito pra ouvir um gritinho agudo e desafinado. Era ela. Aquela a quem ia despejar todo seu amor e proteção dali em diante. Porém quando pensou que estava tudo tranqüilo e encostou a cabeça para trás, se houve dez segundos de sossego foi muito. Logo aquela dor arrebatadora voltou a queimar sua barriga. Imagens de prédios em chamas passaram pela cabeça de e ela quis muito rir com isso, mas com a dor que sentia, forçar a musculatura do rosto pra sorrir elegantemente era exigir demais. O médico se esticou um pouco pra falar com ela e com alguns gestos explicou que havia mais um, então pediu que ela fizesse força outra vez. nem pôde acreditar. Como assim mais um? Sentiu vontade de fechar as pernas e impedir que a coisa saísse, imaginando que podia ser o seu útero ou rins, de tanta força que fez anteriormente. Poucos segundos e mais um chorinho desafinado preencheu toda a sala. O choro cessou por alguns segundos enquanto a criaturinha encarava a mãe com olhos grandes. Esse já sabia mandar olhares profundos! Sim, era um menino! E agora conseguiu sorrir, virando a cabeça pra trás de olhos fechados.

Alguns instantes depois, o médico foi chamar . Ele estava sentado com os cotovelos apoiados nas coxas e balançando as pernas, tenso. O médico apenas sorriu quando levantou o olhar pra ele. Fez um gesto com a mão: Dois.
A princípio, não captou a mensagem. Por que ele fez dois com a mão? Vendo a cara confusa de , o doutor pediu que o rapaz o acompanhasse. Durante o caminho ele teve um baque. Percebeu que aquele dois só poderia significar uma coisa. Houve um espasmo gigante seguido de paralisia em seu corpo todo. O doutor riu de novo e abriu a porta do quarto, onde puderam ver segurando um bebê em cada braço. esfregou todo o rosto e ficou parado na porta, achou que fosse alguma brincadeira. Quando deu por si, o médico já havia adentrado ao quarto e estava parado ao lado de , falando com ele.
- Ande logo com isso! Tem duas pessoas ansiosas aqui, pai!
sacudiu a cabeça e teve um tremilique ridículo pelo corpo todo ao ser chamado de pai. Pela primeira vez ele estava oficialmente nessa condição. E em dobro.
- , que surpresa foi essa? – sua voz saiu um pouco falha.
- Eu também não sei ! O nosso pobre menino estava lá o tempo todo e a gente não sabia!
olhou pro médico mais confuso ainda.
- O erro foi meu, eu peço desculpas. Acontece que o espaço ficou pequeno dentro do seu útero e o rapaz aqui estava sempre escondido atrás da irmã na hora de fazer ultra-som. Eu vou deixá-los a sós. Os senhores têm dez minutos e depois os bebês serão levados para fazer alguns exames.
O médico saiu e olhava dez segundos pra um, depois dez segundos pra outro, não sabia em qual parava o olhar.
- .
- Hein?
- Temos um pequeno problema.
- Problema? Não temos problema algum , nós tivemos gêmeos! – ele quase pulou ali. Até os bebês se assustaram, mas eles ainda iam se acostumar com o jeito eufórico do pai.
- Ta bom, não é um super problema. É um probleminha. Não escolhemos nomes de menino. – ela terminou de falar e a cara dele se tornou pensativa.
- PUTAFODEU! Também precisamos dos móveis dele, das roupas dele, do leite dele! Você tem leite pra ele, né? A gente ta ferrado!
- Calma ! O pior já passou... Agora é só comprar mais fraldas, mamadeiras, outro berço e roupinhas azuis!
- É! Então, eu vou comprar as coisas , não se preocupe! Só relaxa aí e pensa no nome. Vai falando nomes até que ele demonstre alguma reação, é uma forma de dizer que foi ele quem escolheu. Se bem que eu não acredito muito nisso, mas enfim...
- Tudo bem. Não se preocupa Dylan, o pai vai trazer tudo que você precisar.
O menino sorriu e se agitou.
viu que o nome foi escolhido e saiu em seguida. teria alta em três dias já que ela e os bebês estavam bem. Era o tempo que ele tinha pra arranjar tudo.

Cinco meses depois

[n/a: Play 5:19 do Matt Wertz]
Alguma hora da manhã. acordou sentindo algo úmido na mão que estava caída pra fora da cama. Era Sushi, uma cadelinha filhote da raça labrador que eles ganharam de . Sushi lambeu as pontas dos dedos de e ela custou a abrir os olhos. Quando o fez, percebeu o outro lado da cama vazio. Ela lembrou que era a noite de ir socorrer os pequenos se um deles chorasse. Levantou sonolenta e cambaleou até o corredor.

• Pequena visualização do corredor •
Ao sair do quarto ela olhou para os dois lados. O corredor do segundo andar contava com cinco quartos e nas paredes vários quadros em diferentes alturas. O quarto dos gêmeos era o último, o que fica de frente pra quem chega na escada. O casal ficou com o quarto da segunda porta à direita, bem próximo ao dos bebês.


entrou no quarto devagar e logo pôde ver dormindo sentado numa poltrona macia com um bolo de pano nos braços. Chegou mais perto e constatou que enrolada nos tecidos estava Hayley. Pele rosada, cabelos da mãe, olhos do pai, nariz da mãe e lábios do pai. Curiosamente Hayley tem uma marca de nascença que é parecida com o desenho de uma maçã. Tem a cor de bronze, é como uma ilha no meio da pele clara ou, pra quem tem muita imaginação, como um montinho de areia no meio da neve. Um adorável desenho bem no meio de seu fino pescoço, absurdamente no mesmo lugar onde tem uma tattoo. Ela preferiu chamar de coincidência, sem pensar muito nisso.
Após pegar Hayley dos braços do pai cuidadosamente e colocar no berço, ela observou Dylan por uns minutos. Este não nasceu com marca alguma, sua pele era clara e limpa como um tecido que foi lavado por profissionais. Podia estar muito cedo pra isso ainda, mas achava que há no mundo dois tipos de pessoas que têm chances de sucesso na vida: As espertas e as inteligentes. E já classificando os dois, Hayley tinha cara de ser a esperta e Dylan o inteligente. Kelly já imaginava Hayley implicando com ele “Eu sou um minuto mais velha, me obedeça!” E sorriu com o pensamento, mal podia esperar pra ver essa cena.
ainda dormia pesadamente na poltrona e ela se aproximou. Ao tocar a pele do braço dele percebeu que estava frio e pegou um cobertor de bebê no armário. Tinha de cuidar dele, afinal foi quem lhe deu seus maiores presentes. Nesse momento, as pessoas que estavam ali no quarto eram as mais importantes do mundo. ficou observando como ele respirava calmo e as vitaminas da luz do sol que nascia deviam estar penetrando-lhe a pele do rosto. Vários pensamentos se passavam a todo instante na cabeça dela. Lembrou de quando conversava com sobre o cara mais lindo que ela já viu e agora ele é simplesmente o seu marido. pensou na palavra casamento e em como ela representa uma repetição. Todos os puxões de orelha que antes eram dados por seus pais, agora é papel de . Mas isso é pequeno e não importa. O importante é que ainda que o sol nasça milhares de vezes, e mesmo que sua pele crie algumas rugas, ela vai ter o corpo marcado por uma tatuagem no pescoço. Não importa o tempo que passe. Comparando sua tattoo ao seu marido, ela concluiu que foi a tatuagem que atingiu a mais profunda das dermes. O amor é a tatuagem que marca na alma e fica pra sempre.


FIM


[n/a:22-12-2009
Discursodiscursodiscursodiscursodiscursodiscursodiscurso AEHEIAHEIAHIAHEHAUEH
Eu espero que vocês tenham gostado da fic e principalmente desse final :B pq eu pensei em escrever algo diferente e menos meloso mas finais menos melosos não combinam comigo! Quando eu leio uma fic com final diferente -diferente tipo *eles-não-ficam-juntos* me dá até uma tristeza (até hj eu tenho raiva qd assisto Romeu e Julieta AHAUHAUHAUHAUHU) acho que pelo menos aqui nas páginas do word (ou do navegador que seja) eu tenho direito de surrupiar o lugar da Frankie e ser feliz pra sempre com o Poynter nénaum?
Hauahahahsauhsuinhaiiii *surtei*
Atenção para o detalhe :B vcs viram que ela sonhou com um garoto, três anos atrás. Ficou subentendido se aquele era o filho dela ms eu gosto de pensar que YES HUHEHEIAHUE~~ o filho que ainda ia nascer, não o que teve o aborto! Pq aquele lá mor-reu msm u.u... então era o Dylan, com uma certa idade, morgando no mundo dos anjos até nascer AHEUHEUHAUEUHU ALOK! A personagem esqueceu isso dps de três anos, ou não deu tanta importância, (até pq achava que ia ter só uma menina) o/ mas se a fic tivesse continuação ateee os gêmeos crescerem mais, tipo crianças de 6 anos e pah, ela provavelmt se lembraria q o garotinho dela tem a mesma aparência do menino do sonho de anos atrás. BUUTT essa fic não vai ter cont. então, err... Dylan vai ser pra sempre bebê msmo -qq
Atenção para o detalhe²: vc tinha uma caixa rosa que queimou completamente mãããs reencontrou uma caixa roxa bem na sua frente *-* ahahahehauehuah rima tosca :B

Puxa, me dá uma dorzinha pensar que cheguei ao final de Tattoo! Não é daquelas dorzinhas que a gente toma anador D: é a dorzinha da saudade ='( Quase UM ANO publicando capítulo por capítulo... Começou a ser publicada em janeiro/09! Dava tempo de plantar uma jabuticabeira, ela ficar enorme e eu colocar um balanço nela!! aoiesuhsuohuossushuahsusa abafa :P
Eu só tenho que agradecer! Se um dia eu quis me esforçar pra essa ser a minha melhor fic, isso é culpa do apoio de vcs *---* Na tentativa de deixá-la sempre melhor, tattoo acabou ficando maior do que eu pensei que fosse ficar... e eo axo que é a melhor fic que eu já escrevi até agora shushusas! (ups então pra quem não curtiu essa nem lê as outras :B)

Aaah eu pensei em tantas coisas pra colocar aqui, mas agora que eu sentei na frente do PC pra escrever sumiu tudo --' vsf! Isso que dá escrever a n/a às quatro horas da manhã u.ú yep eu escrevo tudo à noite hsuhsuhsus! Preciso de mais paz e tranqüilidade pra escrever do que pra dormir... então eu escrevo à noite e durmo de dia hsuhsushuah e sim, eu estudo à noite tb ^^ estudar à noite foi o milagre da minha vida *o* qd eu estudava de manhã minhas notas eram ridículas (professores de matemática que o digam!) -Q
Eita duude, por que eu to falando isso msmo?? *Foco* garota hsuhsuhsuas... É melhor eu falar logo das músicas ao invés de ficar castigando vcs com uma n/a do tamanho da fic oO! Se bem que... vcs já tão acostumados nee? As minhas notas raramente tem menos de 10 linhas (só qd a fic começou) AHAUEHUAEHUA e ela ta ai pra quem quiser ler nénaum o/ mas whatever~
193227393897329 músicas apareceram aqui KKKKKKK às vezes em uma frase, outras apenas tiveram os títulos mencionados, ou usados como título de capítulo, etc etc... Coloquei as mais importantes numa pasta que chamo de... musicastattoo aahahhaah quaaanta originalidade nesse nome!! -gzuz!
A pasta zipada está nesse link: [*] e o tamanho dela é de: 164MB :~ meio grande? OAIHSOHSOHOA no problem... eu dividi em suaves prestações pra quem estiver com a net mais lenta
[Parte 1] [Parte 2] [Parte 3] [Parte 4] cada parte tem +/- 40MB
Algumas músicas da pasta são mais populares e a maioria deve ter, por exemplo a do Panic e do FOB, (e até uma do David Guetta oO) ms eu não pude deixar de incluir, afinal elas fizeram parte! Vou exibir a lista do que tem na pasta, pra quem quiser dar uma olhada antes de baixar e ver se vale a pena :B
OBS: não constam as músicas do início da fic, pq são musicas já bem 'gastas' em todo o planeta -qq
(Satisfaction - Benny Benassi, Believe - The Calling, Meet You There - Simple Plan, Feeling This - Blink 182)

Agora sim é o que tem na pasta .-. até a do McFLY eu pus ^^ aliás, principalmente a do McFLY! sapoha é de que afinal?? AOIHAOHOAIE

7 Minutes In Heaven - Fall Out Boy
8 ou 80 - Pitty
5:19 - Matt Wertz
1,2,3,4 - Plain White T's
All Hail The Heartbreaker - The Spill Canvas
All The Memories - The Classic Crime
Anywhere But Here - Safetysuit
Breakdown - Forever The Sickest Kids
Build God, Then We'll Talk - Panic At The Disco
Count 'Em One, Two, Three - The Maine
Cross My Heart - Mariana's Trench
Derb 2009 (Radio Edit) - D'azoo At Night
Down - Jason Walker
Face Down - The Red Jumpsuit Apparatus
Get Free - The Vines
Gives You Hell - The All American Rejects
Good Day - The Click Five
If It Means A Lot To You - A Day To Remember
In My Arms (Chris Lake Radio Mix) - Kylie Minogue
Now That The Love Is Gone (Club Remix) - David Guetta
Obvious - Hey Monday
Ocean Avenue - Yellowcard
Say Anything (else) - Cartel
Shake It - Metro Station
Shattered - Trading Yesterday
So What - Pink
Stay With You - Goo Goo Dolls
Supermassive Black Hole (Live At Wembley Stadium 2007) - Muse
Take It Home - The White Tie Affair
Tattoo - Jordin Sparks
That's Not My Name - The Ting Tings
The Heart Never Lies - McFLY
Tongue Tied - Faber Drive
Touch My Hand - David Archuleta
We'll Never Know - Lifehouse

35 músicas, até q não ta pouco :D é mais que uma por capítulo qq -eu sou uma pessoa que ouve música o dia todo bgs!
E não tem só música ai na pasta... tem um bloco de notas com n/as .-. quase todas elas, juntei e botei la hauehuehauheuha alok! Sabe pq eu fiz isso?! Éq a fic vai ter mais leitores deps de finalizada, ou sei la, assim espero haheuheau e às vezes na nota da pra esclarecer alguma coisa, se a pessoa tiver vontade de ver a nota de um capítulo específico e pans.. não quero que ninguém se sinta excluído -Q
Às vezes eu tenho vontade de ver as notas de muitas fics finalizadas que já li, não sei se todo mundo tem essas curiosidades ahahruehriaouhi ms o arquivo é leve, não me custa nada colocar lá =]
Paula tb deixou algumas n/b's pelo caminho e elas tb estão lá! Paula foi uma beta incrível, que foi sempre prestativa, fofa, e era quem dizia relaxa kelly, quando eu tinha minhas dúvidas e crises existenciais :S eu devia pagar um salário milionário pra ela! A Paula teve o maior cuidado, testava todos os links e foi muito amiga da minha fic e quem faz bem pra minha filha ops FIC, faz bem pra mim logiko... mas eu não vou me despedir muito dela não AHAIUAHIAHEUHE ms num é que ela não mereça, a Paula fez por merecer e eu acho que em breve trabalharei com ela again *-*
Agradeço tb à Carly, que foi a primeira beta de Tattoo. Ela ficou por pouco tempo então não vamos ter notas dela... Não tive tempo de conhecê-la bem, ms eu sei que teria sido ótimo de qualquer forma ^^
Agradeço minhas amigas Line Judd, Celle Jones e Dani Fletcher que aceitaram ser os nomes das variáveis para o script da fic! Mesmo que algumas nem gostem de ler fics harhuehueh! Agradeço aos garotos do McFLY por eles existirem e serem tão lindos, engraçados e musos inspiradores absolutos, ui! Agradeço a Deus por vocês terem acompanhado isso aqui! Hauhshsuhuah e obrigada àqueles que leram depois de finalizada! Obrigada aos que comentaram, aos que não comentaram ^^ obrigada a todo mundo que viu o título da fic lá e clicou nele, pronto KKK!
Desde a primeira pessoa a comentar até a última delas, agradeço a todas pq foram as pessoas limds que me deram a força, a inspiração e a vontade de fazer um bom trabalho em Tattoo! Vcs foram as amigas que me ensinaram a ficar ansiosa por visitas que eu não posso cumprimentar com apertos de mão ms foram tão emocionantes quanto abraços. Me fizeram rir e chorar na frente da janelinha rosa do Haloscan :P Eu morrimt com cada uma que comentava... é eu costumo morrer o tempo todo :S por falar em Haloscan (e mortes), eu espero que não tenhamos nenhum caso de morte de autoras com essa coisa do Haloscan fechando, pq sinceramente, fic sem comentários é fic morta u.u
a minha primeira fic que o diga, os comentários dela sumiram D:
Releva~
Fiz uma imagem, tem os nomes de vcs *--* quem comentou de 24 de janeiro até o dia 22 de dezembro de 2009 ta aee, eu fiquei pensando no que podia fazer, mas a criatividade veio limitada .-. será q vcs vão demorar pra se achar aii? HAUHAHEHAUEHAH maldade qq
PS: desculpe se alguém apareceu duas vezes, com apelidos diferentes
PS²: os nomes estão do jeitinho que vcs escreviam aí, com letra minúscula, maiúscula, com carinhas, a menos que a fonte não permitisse algum caractere especial.


Okeys, eu sei q essa é a última nota (sério msm?) e eu não ia deixar respostas diretas só pra algumas pessoas, como nos outros capítulos ms... AAAA eu peguei esse hábito heueruruehuhuahi e vou responder alguns comentários da última att, como sempre.
Rubia aaaaahahauahueh nem lembrava mais q Pete existiu :B ainda bem q ele não foi como a Delilah e apareceu no último capítulo só pra ser um bom minino e ganhar presente de natal .-. sem ficar alongando a história toda com mais sofrimento :S olha, vc até q acertou qd perguntou o que tinha acontecido pra 'viver de novo' hahaurhureuahe uma das suas hipóteses foi que tinham te confundido ne, e foi isso :D espero que tenha curtido a Rubia Rockfeller poakepakepoerkoepa hm, o filme dessa fic já existe na cabeça de quem leu e pra mim ela vai ficar bem aqui no coração S2
Lari S Oien :B to lendo Goodbye, to no capítulo 4 e ta tão foofo cels eu fiquei rindo besta na parte "tenho quase certeza de que o ouvi murmurar um ‘Eu te amo’ baixinho." -sou fraca pra essas coisas qq ms deixa isso pra qd eu for comentar lá heueuaheu se eu ficar falando da fic aqui dps não tem graça o/ Parabéns pela primeira fic, vc escreve lindament *-* AAA e os comentários de cima pra baixo KKKK eu sempre deixei nessa ordem pq qd eu abro a caixinha, já vejo o último lá no topo sakas... assim eu não preciso arrastar a barra atéee lá em baixo aeshishioso ms liga não, como eu sempre digo, deve ser a descendência oriental, é tudo ao contrário lá nénaum!
DÉEBI VS TA VIVA!! -mas msmo assim, não me dê bala na cara u.u ayayaytuayutay alok qqqqqq obrigada Débi, por aparecer sempre aee vlw msm!
Maria Fer vc leu a fic toda consideravelmente rápido! Vc é speed racer, meus parabéns rss! Começou a ler no dia que abriu o FFOBS, dia 5 não foi? Eu mesma to enrolando pra reler minha própria fic ahahhauea *vergonha*
Anonymous AHEHAUEAHEUHEUA torimd qq Annie antes de ver que era anônimo e o seu comentário de correção q vc enviou dps, eu imaginei q era você :B e dps q falou da velha de bike eu tive certeza, claaaro hahauehuehau sempre enchendo a tela com seus comentários gigantes e drásticos .-. o leão sair pela cidade aisoaoihoaihoi rialto e a semana de caçarem a minha pessoa deu resultados vioo KKKKKKKKKKK qd eu li o comentário q eu descobri! Primeiro me atingiram com uma bola de futebol... MICÃO mas tud bem... aii a senhora dona BOLA DE GUDE resolve q eh hora de vimnimim também --' dps até os móveis da minha casa acharam q seria interessante arrancar o meu dedinho do pé >.< tips nunk fui tão atingida por objetos assim paokapaapaooaaop eles estavam me caçando *o* psé me senti o patolino com gaguinho correndo atrás de mim e trazendo Jack Bauer pra ajudar a me matar .-. #eternamentetenso! Ms deixando de lado as coisas sem noção q eu tava dizendo, é obiviuu q o seu nome estaria presente na última nota! A partir do momento q eu comecei a incluir essas respostas diretas nela, eu tinha em mente que o seu não poderia faltar! Vc lutou pra Tattoo virar fic do mês e msmo q isso não tenha acontecido, é uma honra que essa idéia tenha passado na sua cabeça, na cabeça de alguém que já leu tantas fics e escreve sua fic!
Karen_chan eu te vi lá na comunidade, não é? Acho que vii sim ^^! Foi vc q flw q lê com cantor coreano, right? Eu fui procurar a banda q vc disse e meldels *o* ventilei mil aqui! QUEQUEISSOOO??? vc me apresenta os coréias mais limmmds q eu já vi e sai assim? Como se nada tivesse acontecido?? quero saber kdkd os nomes deles? hahauheheuha eu já acho longe o meu lovaforeva ser da Inglaterra, imagina um da Coréia oO ceeeels eu ia querer pular nas asas de um pelicano ou qualquer troço que voasse pra lá {? hm, asho q avião seria o melhor, é}
Ki eu nunca ia querer te matar amigs, espero q vc esteja viva agora! Vou sentir mta saudade dos seus surtos e das suas mortes a cada capítulo D:
Carol C. Judd eu nunk vou deixar de ser autora então! Nem q eu escreva uma história de duas linhas ms eu vou escrever!!! Isso é pq eu adooooro o que faço e se eu não puder escrever, então me mate OYAOYAOYEOUIYAOYUYEI rilitros com a devaca ressuscitada >.< eu tinha q ter prendido ela num daqueles círculos bizarros q eles fazem em Supernatural... esse seriado é cultura...
Jess Jones olha agora q vc falou, pareceu msmo Lua Nova! Posso jurar de pés juntos q não é plágio? poakspkspokpsak se eu jurasse de pés juntos vc não teria como ver :S eu posso juntar até uma sobrancelha na outra q vc não veria oO se bem que é meio impossível aproximar tanto as sobrancelhas... é, eu tentei. Sobre as suas perguntas, acho q já foram respondidas com essa att, vc tava msmo grávida e perdeu u.u ms dps vieram gêmeos :D OEEE!
DaniPorci vc pediu agora agüente as conseqüências! hahaahehahhaue isso soou meio pornô :S ms enfim, o q eu quis dizer é q vc queria um capítulo grande e acho q o cap 30 foi de encher o estômago neam?! A n/a tb então eu espero msmoo que vc tenha lido tudin firme e forte ahahauehu! Muito obrigada por deixar a Tattoo ser tatuada em sua vida *-* profundo, não?! ahahahaueheuhui to loca hj, é esse final da fic!
Louise oi limmds vlw por follow no twitter =] rsss num se preocupa não q vc fez parte dos 99,999% q acharam que o fave ia se jogar do terraço u.u e essa seria uma ótima forma de morrer, se eu quisesse me suicidar SEM me matar {? tipo, se eu quisesse ser assassinada -Q eu acho que iriam jogar uma bomba aqui em casa se eu fizesse isso!! AAA tenha certeza de que Tattoo se orgulha por ser a primeira fic a te fazer chorar! ahahauheuhu não que chorar seja uma coisa boa ms ah vc entendeu~
JuJu ainda bem que vc é beem brasileira! Acho q eu sou argentina, americana, francesa, qlqr coisa pq quando se trata de "paciência com internet" eu desisto fáaacil! Imagina, vc? Vergonha na cara? Vc já fez um comentário enoooooooooooooorme, que me encheu de orgulho! Lá no seu blog, qd Tattoo era só uma criancinha cutecute foi um post tooodo sobre ela! Eu guardei, é! E vc ainda diz que vem mais por ai haha vou precisar de lenços para minhas lágrimas e desfibriladores loucament *o* pq só assim pra lidar com uma situação dessas, receber elogio de uma pessoa que tem uma criatividade miiil e ainda escreve bem pakas, eu morromuito, bgs!
Ju eu lembro de vc nas primeiras atts haahahha ainda bem q voltou nenaum! Os primeiros capítulos dessa fic nem se parecem com os últimos... acho que eu fui colocando mais emoção do meio pro final, e acho que melhorei minha escrita também. A cada coisa q a gnt escreve aprendemos mais um pouco. Nesse aspecto, Tattoo foi pra mim um grande curso =]
Dayana oiinn obrigada pelo DIVINO e tudo mais *-* vc sabe que divinas são vocês, essas almas que vem aqui e falam tudo nos comentários! E comentam sobre as próprias vidas com alguém que elas nem conhecem! Tenho grande afeto por cada uma de vcs!
Marih naum prende o choro minine! As lágrimas são os riozinhos q a gnt tem por dentro... e os rios seguem o caminho pro mar, nesse caso, é pra sair pelos olhos D: eu to falando/escrevendo umas coisas sem noção hj, tipo filosofia de bêbado haheuheuehaueh ms a culpa não é minha não! É que são 4:30 da manhã .-.
, acho que não tinha dia melhor pra vc comentar e dizer tudo que disse... eu tava naqueles dias emos sabe? Pensando no que vai ser da minha vida e bla bla bla. Eu quero escrever, ms quando as dúvidas chegam elas vêm com tudo e a kelly-boa-em-nada aparece me atormentando -he! Ms ai basta chegar uma Letícia criando comunidade pra fic, fazendo sucesso com sua banheira de ácido, sendo amiga, deixando comentários que chegam perto de me provocar lágrimas... e as dúvidas se desfazem, vão embora como os pára-quedas de sementes de dente-de-leão. Eu n teria inteligência pra botar em palavras um agradecimento equivalente ao que você merece! Eu tb me empolgo qd começo a falar de vcs, pessoas que comentam na minha fic :B não tem como não ficar feliz com isso ahahahahauhauhu desculpem as outras fics mas tattoo teve as melhores leitoras ever... Desculpa eu não conseguir ser uma leitora tão boa pra WUFM como vc é pra Tattoo. Qd eu comento lá, o meu comentário é a caspa do cabelo do ajudante do vilão derrotado do filme, perto dos comentários que vc deixou aqui! Mas saiba que Wake Up For Me é maravilinda e merece todo sucesso, todo apoio e todas as leitoras desse mundo e até de outros :D
Mel AHAHAHHEHAHU o seu comentário começa com "creio q meu comentário n vá ser o maior de tds q eu já fiz aqui.. -hm.. mas eu tento ok??!" e dps ele foi até cortado KKK :D espero que o castigo da sua mamis tenha terminado :S a minha não me castiga assim (proibindo acesso ao mundo rs) qd ela ta chateada me dá um gelo terríiivel q eu fico preferindo um castigo logo --' sobre a tattoo, parabéns pela sua nova =] eu não fiz nenhuma ainda pq não tenho coragem *memata* AAAAHAHAHUEHUH o dougie antinha qqqq assim, eu fiz ele mandar mensagem pq eu queria que ela - a sua amiga - visse que ele tentou se comunicar com ela qd o celular dela tava desligado, e eu nem sei se o celular registra chamada perdida se ele estiver desligado então o paia manda uns SMS's total freak :B ele tava desesperado poaekpaopke foi avisar pro seu primo, atrapaioo o jogo dele --' tsc ms quem mandou vc dar aquele susto nele?! Derrubando telefone no chão oO qiiisso minine?! AAA o Photoshop pesa um bucadin no pc, tem máquinas em que ele trava o tempo todo! Ainda bem q meu computador tem boas configurações e ele não trava hahauheuheua -q o meu Photoshop é CS2 ainda, se não me engano o atual é CS4... ms tanto faz~ eee a sua fic ahahahrahruhae *tenho culpa de ser poluída?* RIALTO! Vc tem o poder de me fazer rir em cada comentário, acho q quem te conhece se diverte loucament o/
Lettiere foi a primeira vez q vc comentou, né? euri com o comentário hahehahahaheuhua vc chegou quase no final mas à tempo de dizer ooii e xaauu ^^!!
Kah colocou seu irmão de cobaia HAUHAURHUHEUEIH o/ Desejo-lhe uma melhor sorte com a matéria q vc disse =/ vou conhecer minhas matérias ano q vem e qd penso nisso (o que raramente acontece ms aconteceu agora que falei heuiheriuheuiaei) já fico tremendo na base :S obrigada por tudo, que vc tenha um bom ano também *-*

Desculpe não responder todos :S vcs sabem que estão todos salvos no meu Word cerebral =]
iaaae num to conseguindo me despedir howmake?!
Não sei descrever o que senti ao ver fiction foi finalizada ao lado do nome de Tattoo, mas com certeza teve um pouco de tudo misturado. A sensação de dever cumprido tb esteve presente e acho que é uma das melhores coisas. Foi minha primeira fic mais longa então essa sensação veio maximizada, high power mega total GRANDE!

>.< essa n/a ficou msmo do tamanho da fic!! Não me matem pleeees, sou muito jovem ainda e tenho muitas fics na cabeça!!
Pretendo escrever outras siim então pode ser que logo vcs me vejam aee '-'
AAA se alguém quiser ler (ou evitar, vai saber né KKKK) tenho outra fic no site, minha primeira fic: Guardian Angel/McFLY/Finalizadas :D
=***************
Links: Kelly | Paula | Comunidade

n/b: Oi gente, tudo bom? Só passando pra avisar/pedir que se vocês encontrarem algum erro, seja ele qual for, me enviem um e-mail [paulabrussi@gmail.com] indicando o erro e o nome da fic. Obrigada ;)
Aviso dado, agora dá licença, me segurei o ano todo então vou soltar tudo o que segurei o/ desculpem se essa n/b ficar maior que a fic, beijos. UHSUASHUASH
Hm, como descrever o que sinto agora que Tattoo acabou? Tenho algumas palavras... Vazio, dor, alegria. Vazio, porque não vou mais esperar ansiosa por atualizações. Dor, por ela ter terminado. Alegria por tudo ter acabado bem. Li o último capítulo com um sorriso enorme estampado no rosto e prometi que não choraria. Quando li o primeiro “fim”, desabei. Não me agüentei. Quando vi que tinha continuação, quase bati com o teclado no computador de felicidade :B . Voltei a sorrir e continuei até o segundo “fim”. Até que me recuperei bem, mas quando comecei a ler a última n/a, desabei novamente. Acho que a ficha caiu como uma avalanche. Respirei fundo e acho que fiquei uns 20 minutos pensando no que ia escrever aqui. Espero, pelo menos dessa vez, conseguir passar o que Tattoo realmente significa pra mim. o/ (dramaqueenmodeon)
Bom, essa é uma das minhas fics favoritas e uma das que eu mais gosto de betar. A cada capítulo que recebia dava vários pulinhos na cadeira. A cada capítulo, mil e uma emoções, mil e um desesperos, mil e uma inquietações.
Kelly, querida, você já escrevia bem, e com o passar do tempo foi se aperfeiçoando. Era uma alegria ver seu crescimento como autora e da própria fic. E claro, sua criatividade às vezes me assustava *-* No bom sentido, é claro. Quantas vezes me perguntei de onde você tirava tanta criatividade – o que deixou a fic mais rica ainda.
Ri, chorei, gargalhei, me emocionei, sonhei. E desejo de coração que muitas pessoas continuem descobrindo essa fic e sintam o mesmo que todas nós sentimos. Espero que Tattoo continue fazendo sucesso (uhuu).
Desculpa todos os erros que cometi, toda a demora das atualizações, toda pequena falta de atenção.
Cada fic que beto é como um filho. A gente cuida, e assiste de longe ele crescer. Mas mesmo ali, de longe, a gente nunca realmente o abandona. Afinal, nunca é realmente a hora de dizer adeus. Então, qualquer probleminha, por menor que seja, é só me avisar que venho correndo o/
Desculpe, novamente, por tudo e obrigada por ter sido tão paciente.
Um beijão, e um grande abraço para todas as leitoras (aeee o/)
And just like a tattoo, it will always be tattooed on our skin, soul and, mostly, in our hearts.


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