Domingo. Uma hora da tarde, aproximadamente. Com certeza não era para eu estar acordada agora – depois da festa de ontem era para eu acordar às cinco da tarde, jantar, assistir TV e dormir de novo.
Bom, mas não estou. Hoje é o único dia do mês que meu pai se lembra de ver meus avós. Então ele me acordou agora há pouco. Fui tomar um banho para tentar fazer com que essas olheiras marrom-acinzentadas sumissem da minha face.
Regata preta, jeans, all-star clássico, gargantilha e dezenas de pulseiras de plástico em meu braço. Contorno preto em meus olhos, bochechas levemente coradas e batom rosa. Cabelos soltos no famoso “estilo Julian Casablancas de ser”. Ótimo jeito de almoçar na casa dos avós com o rótulo de adolescente revoltada, certo?
Mais ou menos uma hora depois, terminei de colocar no carro a última bolsa de tralhas que minha irmãzinha levava para brincar com minhas primas – sim, eram mais de uma: as bolsas e as primas.
Fechei o porta-malas, entrei no banco de trás, do lado direito. Minha irmã, de oito anos, sentada do outro lado, vestiu o cinto de segurança, lembrando a todos de fazerem o mesmo. Papai ligou o carro, saiu da sua vaga e foi em direção à portaria. O porteiro pressionou um botão qualquer e o grande portão preto de aço correu para direita, com a ajuda daquele motorzinho com um barulho irritante de correntes de condenados se arrastando pelo paralelepípedo do pátio da cadeia mais cruel e imunda do Texas... Detalhes... A parte mais importante da minha existência. Tenho que parar de assistir séries investigativas – estou me tornando uma psicopata!
- Vamos pelo centro ou pela marginal? – foi a última coisa que ouvi meu pai falar antes de colocar meus fones. Papai sempre pergunta isso. E eu sempre respondo: “vamos pelo centro!”. Ele sempre esquece e vai pela marginal.
Por que eu prefiro ir pelo centro e não pela Marginal Tietê? Bom, primeiro por que aquele rio tem um cheiro que sempre me faz mal, segundo por que nós passamos por aquele sambódromo, o que me lembra a carnaval e eu odeio carnaval – não sou uma boa brasileira – e terceiro por que a arquitetura do centro é simplesmente... Linda.
Isso! Achei a música que eu mais quero ouvir agora. A música que eu mais quero ouvir depois de ontem. A música que me faz lembrar tudo o que aconteceu. A nossa música.
E “tudo aquilo que aconteceu” me veio à mente enquanto eu olhava para fora do carro, com o vento vindo da pequena parte aberta da janela.
“So testosterone boys and harlequin girls
Will you dance to this beat and hold a lover close?”
O volume estava tão alto que meus ouvidos não conseguiam identificar a música. Apenas meu corpo sentia o som e vibrava conforme a batida. Era sábado à noite e mais uma festa de uma menina qualquer estava começando.
Eu e mais algumas amigas nos infiltramos no meio da pista de dança e começamos a colar nossos corpos entre nós e com os outros – meninos e meninas – que também estavam dançando alucinadamente. Claro que, como em todas as festas, há quem esteja lá apenas para dançar, beijar na boca e se divertir, mas há também quem só quer se drogar, se embebedar e arrumar confusão. Minhas amigas são sempre um pouco dos dois – o que eu realmente não gosto -, mas eu mantenho o máximo de distância possível de pessoas como as últimas. Eu acho.
Eu dançava com os olhos fechados, balançando mus cabelos de um jeito “sensual” para atrair os meninos (claro). Oras, já que meu ex-namorado me trocou por uma qualquer por que não posso trocá-lo por “uns qualquer”?
- A festa está boa pra você? – um garoto realmente bonito gritou em meu ouvido para que sua voz sobressaísse o volume da música.
- Está ótima, mas pode ficar melhor. – gritei também. Ele entendeu “o recado” e me pegou pela cintura. Por impulso, segurei sua nuca com uma de minhas mãos e a última coisa que vi antes de beijá-lo foi um belo sorriso que me fez sorrir também.
Conforme sua língua se mexia dentro da minha boca, meu estômago revirava. Seus lábios tinham um gosto insuportável de fumo – sabe-se lá qual – e bebida. Parei aquele beijo o mais rápido possível, antes que me viciasse nessa droga que nem sei qual é.
Disfarçadamente dançando, eu saí da pista e fui direto para o bar. Queria beber qualquer coisa que tirasse aquele gosto nojento da minha boca.
- Eu quero uma Coca zero. – o garçom riu. Por que riu? Só por que não sou uma adolescente drogada e alcoólatra, mas julgando pelas minhas roupas pareço ser?
Ele me serviu um copo e deixou a lata preta do lado. Sentei-me no banco a minha frente e bebi meu refrigerante.
- A gata está acompanhada? – aquele garçom de festa de adolescente despreocupado encostou-se no balcão, dando em cima de mim. Apenas o olhei por cima do copo com uma cara nada agradável. Peguei minha lata e meu copo e dei-o as costas. Quem aquela “coisa” de aproximadamente 27 anos, com certeza desempregado, pensa que é para dar em cima de uma “inofensiva” garota de 16?
Sentei-me em uma mesa afastada de toda agitação e aglomeração de pessoas. A música já não chegava tão alta. Pus minha lata na mesa e me encostei no banco acolchoado em que estava sentada.
Enquanto observava aqueles adolescentes repugnantes “dançando” no centro do salão, eu bebia o resto do refrigerante que estava no copo. Quando fui me servir mais um pouco da lata, senti uma mão encima da minha e logo em seguida um braço em volta dos meus ombros. Fechei meus olhos e senti a respiração de alguém se aproximar da minha orelha.
- Por favor, não estou a fim agora...
- Calma, não vim aqui pra isso! – reconheci aquela voz grave ecoando em meus tímpanos. Virei meu rosto de uma vez só para vê-lo.
Não tinha percebido antes, mas nossos rostos estavam muito próximos. Tão próximos que pude sentir sua respiração em meu rosto e a primeira coisa que vi foi o reflexo das luzes coloridas piscando em seus olhos.
- ! – abracei-o forte antes que algo pudesse acontecer.
“Well then I think of what you did
And how I hope to God he was worsted
When the lights are dim and your heart is racing as your fingers touch skin”
- O que você está fazendo aqui sentada? Achei que você estaria lá na pista, balançando seus cabelos de um jeito bem sexy - segurava minha cintura e abriu aquele seu lindo sorriso que sempre bambeia minhas pernas. Como ele consegue fazer isso? Bambear minhas pernas e ler minha mente?
- Não, eu estava. É só que... Eu fiquei com sede e... Bom, eu vim pra cá – eu gaguejava e não o olhava nos olhos. Sempre faço isso quando minto.
- Não mente pra mim... Eu te conheço. Você não é do tipo que fica sentada numa festa tomando Coca-cola, me deixa adivinhar: Zero? – Como, por raios de Júpiter, ele faz isso?!
- Tudo bem, você tem razão – me rendi. O que mais poderia fazer? – Eu vim pra cá por que eu... – vergonha – Eu fiquei com um menino e ele estava com um gosto horrível de bebida e uma droga qualquer.
- Mas já? Não passou nem das onze horas e já tem gente drogada por aí? – eu ri. Ser bobo era um de seus melhores defeitos.
- Pois é... – me encostei de novo no banco e peguei meu copo, já cheio de refrigerante novamente. Seu braço estava apoiado no encosto do banco, em volta dos meus ombros. Ele me observava enquanto eu bebia minha Coca segurando o copo com as duas mãos.
Tentei o máximo que pude, mas retribuí o olhar, por cima do copo. Ele sorriu e bebeu o resto de refrigerante que estava na minha lata.
- Por que estava me olhando? – acompanhei-o fixamente com os olhos desde o momento em que ele levantou a lata e levou-a até a boca, erguendo a cabeça e engolindo até a última gota.
- Nada... É que você está muito linda hoje... – desviei meu olhar do dele, dando risada. Fiquei com vergonha. Minhas bochechas queimavam – É sério! – ele reafirmou quando ouviu minha risada – “Te pegava” fácil hoje!
- Ah! Então quer dizer que eu só estou bonita hoje e que eu sou “fácil”?
- Não, não, não! Não quis dizer isso! – Ah! Ele ficou sem-graça desta vez!
- Sério? Então o que você quis dizer? Por que eu realmente não entendi...
- Eu só... Só quis dizer que... Você está linda.
“Is it still e that makes you sweat
Am I who you think about in bed
When the lights are dim and your hands are shaking as you’re slitting off you dress?”
Corei. Desviei meu olhar (de novo). Não podia olhá-lo agora. Eu sou quem acha ele lindo. Eu sou quem pensa nele todas as noites. Eu sou quem beijava o namorado e pensava nele.
Ficamos alguns segundos em silêncio. Não havia nada explícito para falar.
- Fiquei sabendo sobre seu namorado.
- Prefiro não comentar.
- Não, tudo bem. Entendo – silêncio, de novo – Sabe, você está bem melhor sem ele.
- O que faz com que você ache isso?
- Não sei. Só sei que você está irresistivelmente linda hoje.
Olhei para ele. Seus olhos brilhavam. Meu coração falhou por um instante. O suficiente para bambear minhas pernas, se estivesse em pé.
Eu queria beijá-lo agora mesmo. Meu coração pedia seus lábios. Eu queria seu corpo junto ao meu. Eu precisava.
Por Vênus, o que ele está fazendo?!
mordeu seus lábios de baixo e passou a mão em meus cabelos. Imediatamente começou a tocar a música “Lying Is The Most Fun A Girl Can Have Without Taking Her Clothes Off”, do Panic at the Disco. A mesma que estou ouvindo agora no carro enquanto relembro de tudo, olhando a paisagem ao redor da Marginal Tietê se mover e sentindo o sol quente e o vento gelado batendo em meu rosto delicadamente. Do mesmo jeito que ele me tocou antes de me beijar.
“I’ve got more wit, a better kiss
A hotter touch, a better fuck
Than any boy you’ll ever meet, sweetie
You had me.”
E então ele me beijou. Segurou-me firmemente pelas costas e me grudou ao seu corpo. Meus hormônios entraram em êxtase e não pude mais controlar meus atos a partir dali.
Passei minha mão em seus cabelos enquanto ele me segurava pela cintura. Sabe-se lá como, mas ele fez com que eu sentasse em seu colo, virada para ele, naquele banco estofado.
Nós nos beijávamos com sede um do outro. Suas mãos pressionando meus quadris contra seu corpo me excitavam. A voz de Brendon Urie cantando “... a better Kiss/ a hotter touch, a better fuck/ than any boy you’ll ever meet...” me fez pensar por que eu demorei todo esse tempo para sentir essa coisa tão boa que só sinto com ele. Esse desejo. Esse prazer, não apenas físico, mas também essa coisa sincera e surreal que eu sentia por ele e que, aparentemente, ele também sentia por mim.
A better love deserving of
Exchanging body heat in the passenger seat
No, no, no…
You know it will always just be me
Let’s get these teen hearts beating faster, faster!”
- Como eu pude viver sem seus lábios todo esse tempo? – cessamos um pouco os beijos. Estávamos ofegantes, mas não seria agora que pararíamos. E antes que ele pudesse me responder, mordi seu lábio inferior de leve. Continuava sentada em seu colo.
- Não sei como você pode viver com aquele outro todo esse tempo. Não posso mais ficar longe de você.
Selei nossos lábios mais uma vez. O beijo voltou a “esquentar” conforme eu sentia suas mãos subindo levemente minha blusa e depois descerem até minhas pernas. Eu não largava seus cabelos um minuto sequer. Não conseguia me controlar.
Não sei o que se passava pela minha cabeça. Na verdade, não me importava. Eu apenas queria senti-lo comigo. Apenas queria seus lábios juntos aos meus.
- Ei, vamos sair daqui? – ele pediu, parando nossos beijos mais uma vez.
- Vamos para aonde?
- Vamos para meu carro...
E ele me puxou pela mão bem depressa, atravessando aquela multidão de adolescentes bêbados e drogados.
- Oi, gata... – alguém me puxou bruscamente pelo braço, fazendo com que eu me virasse e conseqüentemente também. Estava totalmente sem ação. Foi tudo muito rápido.
- Ei, ela está comigo! – afastou aquele menino de mim, colocando-se na minha frente.
O garoto se foi e voltou a me guiar através da pista de dança. Eu ria enquanto era puxada por ele para fora.
Finalmente saímos da casa. Descemos a rua correndo de mãos dadas até chegarmos ao carro, quando encostei-o contra o carro e lhe dava rápidos selinhos em seus lábios. Sentia todo o calor passando por nossos corpos. Era praticamente indescritível o que eu estava sentindo naquele momento. Eu o queria mais do que qualquer coisa naquele momento.
- Ei, ei! Deixa eu achar as chaves! – ele pediu rindo, fazendo com que eu risse também. De mim mesma.
Encostei na lateral do carro e fiquei observando enquanto ele procurava as chaves. Parecia um tanto desesperado – até que era engraçado. Ele finalmente tirou-as de um bolso qualquer e destravou o alarme, abrindo a porta do motorista.
Assim que ele correu a porta de trás eu o joguei no banco e fechei a porta com os pés – o que eu não sei como até agora. Ele sorria e me puxava contra ele pela cintura.
Não estava mais em sã consciência. Não estávamos em sã consciência. Beijava seu pescoço enquanto ele ameaçava tirar minha blusa. Não sei o que se passou pela minha cabeça, mas sabia que estava pronta. Pronta para ele.
me virou no banco e tirou minha camiseta. Beijou-me do jeito mais doce que pude classificar. Não dava mais pra esperar. EU queria isto tanto quanto ele.
- ... Eu... Eu preciso falar uma coisa antes de acontecer outra coisa... – certo, isto foi confuso. Fato por que ele riu.
- O que foi? Você... Você não quer?
- Não é isso... É que... – coloquei minhas mãos no rosto, fazendo barulho com as pulseiras – Certo, lá vai: eu sou virgem – só senti meu rosto arder em chamas de vergonha.
- Sério? – Ele sorriu novamente. Não que eu esteja reclamando do sorriso dele, mas não é uma coisa totalmente “engraçada” – E daí?
- Como assim “e daí”? – como assim “e daí”?
- Não sei, mas se você achou que isso iria mudar alguma coisa... – ou ele é muito bom em ler pensamentos ou eu sou muito previsível... Talvez os dois...
- Não é isso – é sim – É só que... Só queria que você soubesse... Não faça com que eu me arrependa – olhei em seus olhos para que ele percebesse que eu realmente estava falando sério. Isso era importante pra mim. Muito.
Sabendo das histórias das minhas amigas. Eu sabia exatamente o que eu queria e o que não queria. E posso dizer com certeza que quase todas elas se arrependeram da primeira vez. Eu não queria que isso acontecesse comigo. Com ele.
- Não vou. Prometo – e me deu um leve beijo. Um beijo que me deu segurança e me fez perceber de que eu estava certa disto.
Encerramos o “momento ternurinha” e começamos a nos beijar. Começou devagar e doce e, aos poucos, foi ficando mais quente. Suas mãos passavam por todo meu corpo enquanto eu puxava seus cabelos com força.
Não desgrudávamos nossos lábios, apenas pequenas brechas para tirarmos nossas camisetas. Lentamente nos despimos enquanto nos beijávamos.
- Você tem certeza? – perguntou-me antes de “começarmos”.
- Nunca estive mais certa – nesse momento ele broxou e até hoje sou virgem. Fim. Peguei a camisinha que estava no bolso da minha calça jogada no chão do carro.
Entreguei-o e aquela foi a melhor noite da minha (curta) vida.
“So I guess we’re back to us
Oh cameraman swing the focus
In case I lost my train of thought
Where was it that we last left off?
(Let’s pick up, pick up)
Foi a melhor coisa que já me aconteceu. Do jeito que eu esperava – confesso que achei que minha primeira vez seria pelo menos em uma cama. E o melhor de tudo é que foi com ele.
Acho que estou ficando louca. Não paro de pensar nele, na nossa noite, nos beijos. Nunca senti algo assim por alguém. Na verdade, é contra as minhas políticas sentir algo assim por um humano. Se bem que acho que ele não é humano.
Por Atenas! O que eu estou pensando? Aposto que fui apenas mais um corpo que ele teve. Com certeza contou para os amigos... Mostrando para eles o sutiã que eu esqueci em seu carro.
Explicando melhor, assim que eu me dei conta de que eram duas da manhã, pedi que ele me levasse até em casa. Vesti-me tão depressa que esqueci meu sutiã preto de bolinhas brancas em seu carro e só me dei conta quando estava entrando pela portaria do condomínio. Acenei para ele e fui retribuída. Apenas vi seu carro – aquele carro – partir velozmente.
We’re just getting into the part
When the shock sets in
And the stomach acid finds a new way to make you get sick”
Ele me prometeu ligar assim que acordasse e são três horas da tarde, arredondando. Não aguento mais esperar. Será que eu ligo pra ele? Não, não. Não quero parecer desesperada.
Ah, que bom, ele está me ligando! Por um minuto inteiro achei que...
- O QUE É ISSO?! – papai gritou, girando bruscamente o volante do carro
Apenas vi um caminhão. Senti um impacto e ouvi o ultimo trecho da música: “So testosterone boys and harlequin girls/ Dance to this beat (and hold a lover clo...) – as palavras da música se perderam em meus tímpanos.
Dor. Luz. Nada.
Let’s get these teen hearts beating faster…
n/a:
Minha primeira n/a no ffobs, não tenho idéia do que dizer. Ótimo, eu escrevo fics, mas não sei escrever uma simples n/a comentando alguma coisa random. Paradoxal.
Mas então, vamos falar sobre o que você leu... Não, seria chato :x Algo como "clube do livro" ou coisas do tipo. Vamos só comentar sobre a frustração que você teve ao ver que a parte ~que importava~ eu não escrevi. MUAHAHAH, sou do mal, fala sério. Não, não sou. Algo para se pensar. Aliás, que brisa foi essa que eu tive colocando deuses da mitologia romana ao invés de colocar simplesmente "Deus"? Cara, não tava bem nesse dia, sério. Tenho que parar com o crack -n.
Agora, uma pequena propaganda: Sigam-me os bons no twitter e me perguntem se eu sou virgem -q coisinhas inúteis no forms.
Obrigada por ler! Espero que tenha gostado! *-*
Beijos, Honey B.
n/b: Cara... Fiquei muito "COMO ASSIM?????????????" com esse final. Sem brinks. AHIUAUIAHIUH Mas eu curti, é... Diferente. Q! Enfim, qualquer erro, me avisem mandando um email pra scheffer.lara@gmail.com, certo? :D Obrigada! Xx.