(Play - Girls Do What They Want - The Maine)


She's 18 and a beauty queen (A beauty queen)
She makes the boys feel so weak (So weak)
It's all for her and not at all
She'll pick you up just to watch you fall
It's her hands on my hips, I can't escape 'em
It's that mouth and those lips, try not to taste them



E mais uma vez eu me perdia em pensamentos enquanto ela passava por mim, com aquele sorriso torto brincando nos lábios, me fazendo imaginar como seria prová-los; mesmo com todos os meus amigos dizendo para que eu jamais o fizesse. Não havia um só garoto naquela escola que não houvesse caído aos seus pés por ter se rendido, e o pior é que ela parecia nem se esforçar para que isso acontecesse. Era algo que simplesmente ocorria, de uma forma simples e natural. Natural pra ela. Como se ela tivesse nascido para enlouquecer a todos. Não que ela tivesse esse efeito sobre mim, não mesmo. Mas era isso que toda a parte masculina da escola dizia. Ta, exagerei. Todos os garotos que já tinham tido algum tipo de relação com ela, mesmo que uma pura e singela amizade. Não, isso não foi irônico, mesmo que possa ter parecido. Porque, sei lá, às vezes as pessoas dizem que eu só sei ser irônico, então já explico logo quando não é. E eu nem falo demais quando estou nervoso e/ou distraído, isso é pura ilusão. E hun, acho que ela está vindo na minha direção e isso não é uma coisa muito boa. Ou é. Bom, seria, se eu não estivesse sentindo um frio subir pela espinha e minhas mãos começarem a suar. Não, não vou passar as mãos pelos cabelos, não estou nervoso. E ah, já passei. Droga.

— Seria interessante se você ao menos fingisse se controlar, O’Callaghan. — riu Kennedy, que estava sentando ao meu lado.
— Claro, Brock, se você puder me ensinar quando aprender como é. Porque, veja bem, você não é um grande exemplo disso, levando em conta que geralmente tropeça quando a está junto. — praticamente gargalhei ao vê-lo contorcer a face com meu comentário, e quase me esqueci do motivo pelo qual o irritei. Mas no exato momento em que abri os olhos, a vi parada a minha frente, sorrindo.
— Olá, Cornelius. — seu sorriso alargou-se mais ao pronunciar meu segundo nome.
— Já disse que é O’Callaghan, .
— Tanto faz. — acompanhei o movimento que sua mão fez no ar, demonstrando o quanto aquilo não a importava, sem notar o quão patético eu estava sendo até ouvir um pigarrear baixo vindo de sua garganta. — me pediu para convidá-los para sua festa, já que ela não tem coragem de chegar perto do Brock. — suas bochechas sequer coraram ao entregar a amiga assim, e isso me deixou passado. Ta, estou exagerando de novo e me senti uma mulherzinha usando essa expressão. Eu não fiquei, hun, chocado, só achei engraçado, na verdade. Eu faço isso com os rapazes sempre. Permaneci encarando sua boca enquanto ela dizia onde era, que horas seriam e todas essas coisas, sem realmente ouvir uma só palavra. Só conseguia perceber o movimento de sua boca naquele tom rosado e chamativo — talvez chamativo só pra mim — que cheirava a morango. Era fascinante. — E então, vocês vão? — murmurei um ‘uhum’ sem novamente saber do que se tratava.
— Cara, você é patético! — ouvi Kennedy resmungar enquanto ela se afastava a passos rápidos demais pro meu gosto. Seu quadril balançava de um lado para o outro, me fazendo ter pensamentos um tanto quanto impuros a respeito disso.

Depois de muito tempo, coloquei minha linha de raciocínio em ordem, pra poder ouvir o que ela havia dito, através de Brock, que agora contava para os demais. Certo, festa na casa da , com todas as amigas dela lá. Pais viajando. Bebidas. Hun, será que era só eu que achava que isso não ia prestar? Acredito que não.

— Certo, quem vai? — perguntei, já sabendo a resposta de todos.
— Bebidas e meninas? To dentro, cara! — exclamou Garrett, sendo seguido por Pat e Jared. Era óbvio que eu e Brock iríamos, tínhamos interesses em comum nessa festa.
Veja bem, a essa altura vocês devem estar dizendo ‘Mas ele não disse que não sentia nada por ela e blablabla? Agora fica todo se derretendo’, ai eu digo: sim, eu disse. Mas não disse que não tinha curiosidade em saber como ela é, se é que me entendem. Qual é, preciso saber se ela é realmente isso tudo que andam dizendo por ai. Além de ela ser extremamente bonita e ainda mais encantadora por não se gabar por isso. Não seria sacrifício algum ficar com ela.


That's just the way things are
And the way they'll always be

Girls do what they want (Whoa... Whoa...)
Boys do what they can



Ele estava lá, lindo como sempre. Mais do que isso, quase perfeito. Chegou a ser difícil me concentrar no que iria fazer.
Ele era alto, devia ter uns vinte centímetros a mais do que eu. Magro, mas não muito musculoso. Eu gostava de caras assim, e muito. A maioria das minhas paixonites até agora havia sido por caras altos e magros. E bonitos. Sorri levemente ao notar isso. Mas não que eu estivesse apaixonada por ele. Não, e não.
Quando comecei a me aproximar, pude notar aqueles olhos verdes — ou melhor, aqueles olhos que hoje estavam verdes. Porque ora eles eram assim, ora eram meio azulados; dependia do sol, do angulo de visão, do seu humor, da roupa que usava — me olhando atentamente, embora eu duvidasse que ele percebesse o que estava fazendo. Continuei indo em sua direção, e o vi passar as mãos naquele cabelo bagunçado de um jeito arrumado que me conquistava. Quer dizer, me chamava atenção, nada mais. Desviei o olhar brevemente para o seu, hun, peitoral e pude notar através do uniforme um pouco aberto aquela tatuagem que sempre me fazia pensar em coisas nas quais não deveria. Não que eu fosse muito fã de tatuagens, mas eu até queria ter uma tatuagem no pé! E bem, aquela tatuagem era algo fora do comum.
Será que ele fazia idéia do quão estiloso era? Ele sequer precisava de marcas para fazer ótimas combinações de roupas! Por Deus, ele ficava ótimo com o uniforme do colégio! Quando parei na sua frente, ele gargalhava de algo que eu não fazia ideia, e seus olhos mantinham-se fechados, então me permiti inalar profundamente pra avaliar se o perfume dele era tão bom quanto eu imaginava. E hun, quase fiquei tonta com o cheiro. Não sei se tonta seria adequado, estava mais pra deslumbrada, com direito a pernas fraquejarem e tudo. E como se não bastasse, ele parecia tão fofo rindo daquela forma!
Quando notei que estava ali parada há algum tempo, resolvi fazer um micro barulho, esperando que ele abrisse os olhos. Funcionou.
Era engraçado como ele contorcia a face quando era chamado pelo segundo nome. Fiz uma nota mental para sempre chamá-lo assim, e prossegui dizendo o que precisava; fui rápida, ou acabaria perdendo o controle e falando algo indevido se continuasse inalando aquele perfume. Dentro de poucos minutos, já havia saído do colégio, e ido direto para casa da , como havia prometido a ela.

? — ouvi vagamente algo saindo da boca dela, mas ainda não conseguia me focar completamente. — , me responde!
— Responder o que, ?
— Se aceita meu pedido de casamento. — lhe mostrei a língua, enquanto ela bufava. — O que eles disseram, é claro!
— Ah, isso! — fiz pouco caso, irritando-a ainda mais. Talvez isso não fosse uma boa idéia, ela tendia a ser um pouco, ta, muito rabugenta quando se irritava, então resolvi falar logo. — Que virão, óbvio. Não é como se eles fossem o tipo de pessoa que recusam uma festa cheia de bebidas e meninas, . E duvido que o Brock fosse perder a chance de te dar uns amassos, de qualquer forma.
— Você fala essas coisas com tanta convicção que às vezes chego a me iludir, sabia? Não se deve mentir pra crianças inocentes, .
— Em primeiro lugar, já cansei de te dizer que tenho certeza de que ele, literalmente, tem um tombo por você. — ri, me lembrando da vez em que passamos por eles, e ele a olhou tanto que se distraiu, tropeçando no próprio pé e quase caindo de boca no chão. — E segundo, desde quando você é uma criança? E inocente, além de tudo?
— Me deixe ao menos fingir, ok? — começamos a gargalhar antes mesmo de ela conseguir terminar a frase.

Depois de um tempo conversando sobre coisas totalmente inúteis, resolvi ir para minha casa, tomar um longo banho e descansar um pouco, a ‘festa’ seria só na noite seguinte, mas eu teria de vir logo que os pais de saíssem para ajudá-la a arrumar tudo.

Já mencionei que sou completamente apaixonada por feriados? Principalmente quando eles implicam em não ter aula e em pais viajando. Ah, liberdade!
Acordei completamente de bom humor, e, logo depois de tomar um banho rápido, arrumei minhas coisas e dirigi até a casa de . Não que fosse longe para eu precisar ir de carro, mas eu tinha coisas pra levar, e ah, não estava com ânimo pra andar sequer uma quadra!
Cheguei lá e já fui entrando, agradecendo por ter me lembrado de usar a chave extra que ela havia me dado. Assim que cruzei a porta, pude a ouvir gritar com alguém, e corri para a sala, encontrando e esparramadas pelo sofá e tapete, nessa ordem.
— Pare de gritar, , não é como se toda a vizinhança precisasse escutar isso! — falou calmamente, me fazendo acreditar que os gritos eram dirigidos a ela.
— Como assim, pare de gritar? Deixe-me em paz! Você me solta um comentário ridículo desses, e quer que eu fique calma?
— Epa, epa! — interferi ao notar que estava pronta para retrucar. — O que está acontecendo aqui?
— Ah, ! A quer acabar comigo, só pode! — ela lançou as mãos ao ar de forma exagerada e eu me segurei para não rir. — Ela disse que quer ficar com o Kennedy, hoje. N-a-m-i-n-h-a-c-a-s-a! Você entende isso? Com ele! Aqui! Na festa!
— Isso só pode ser brincadeira!
— Não é. — se pronunciou, olhando feio na direção dela.
, de onde você tirou isso? ? Me responde! — me exasperei e ela finalmente me olhou.
— Ok, fiquei irritada porque o Garrett estava de olho nela, e falei isso para provocar.
Eu ri. Juro, eu comecei a gargalhar. Muito. Como elas conseguiam ficar tão... infantis quando se tratava de homens? Pelo amor de Deus, fazer pirraça pra melhor amiga porque o cara que ela é afim olhou pra ela? Só rindo, na boa.
— Certo, e você deve saber que ela nunca ficaria com ele, não é? — indaguei quando consegui me controlar e a vi assentir. — Ótimo, então vamos parar com essa putaria, e vamos fazer algo de útil, afinal, temos uma ‘festa’ pra arrumar!


She's 18 and a beauty queen
She's figured out all the boys like me
Head to toe, you know she's dressed to kill (Dressed to kill)
And she could the way she's looking at me
It's her face and those eyes, I can't escape 'em
It's that mouth and those lies, try not to taste ‘em

That's just the way things are
And the way they'll always be



Pressinto algo estranho no ar.
Ok, lá vou eu com esses comentários idiotas e inúteis, mas levando em conta que estou chegando com no mínimo meia hora de atraso, já não era pra estar rolando um som alto e alguma bagunça? Exatamente. E não escuto nenhum nem outro. Não que isso vá me fazer virar as costas e ir embora, mas seria agradável uma quantidade razoável de pessoas pra me ajudar a disfarçar a cara de pateta que eu ando fazendo quando a vejo.
Ouvi meu celular tocar e o peguei, andando em direção a porta da casa enquanto lia a mensagem de Garrett perguntando onde eu estava e se ia demorar. Bom, pelo menos um apoio moral dos meus amigos eu teria — ta, de um amigo, já que não faço ideia se os demais já chegaram. Respondi um ‘Estou na porta’ e antes de eu guardar meu celular novamente no bolso, escancarou a porta, sorrindo. Sim, escancarou. Como se ela precisasse abri-la o mais rápido possível para fugir de alguma coisa.

— Entra logo, O’Callaghan, ou o Garrett vai chorar de tanta saudade. — eu tentei, tentei mesmo entrar logo, mas quando ela falou isso, eu comecei a gargalhar. E gargalhar muito, do tipo em que você fica até fraco de tanto rir. Nós mal conversávamos, mas esse comentário me fez pensar exatamente em como eu poderia me dar bem com ela. Digo, como amigos. Ah, deu pra entender. Nenhuma delas aparentava ser do tipo ‘brincalhona’, nem nada do gênero, mas sinto que minhas opiniões sobre todas elas estavam prestes a mudar.
Assim que entrei na sala, percebi que minha ideia sobre ter algo estranho estava mais do que certa. Aquilo não era uma festa. Era uma reunião. Entre nós e elas. E não vou mentir e dizer que isso não me assustou, porque realmente o fez.
— Hm, certo. — murmurei num som audível. — Não que eu esteja reclamando, nem nada, mas isso não era pra ser uma festa?
— Sim. — ouvi sua voz vinda de minhas costas e novamente senti aquele frio subir pela espinha. Certo, John, já passou da hora de se controlar. Virei-me em sua direção, para encará-la enquanto ela continuava a falar, mas acho que o que fiz estava mais pra babar. Sabe aquelas cenas de filmes, em que o galã vê a mocinha vestida de uma forma capaz de tirar o fôlego e acaba deixando o queixo cair? Acho que isso descreveria bem a situação, com a pequena diferença de que eu não era um galã e que ela não era meu par. — Já pode fechar a boca. — ela riu.
— Hun, é. Certo. — me atrapalhei com as palavras, ainda a olhando da cabeça aos pés, apreciando o máximo possível a visão em minha frente. — E então?
— Acabamos mudando de idéia, e meio que nos esquecemos de avisar a vocês.
— Mentira dela, O’Callaghan. Elas estão planejando uma forma de trazer vocês aqui há tempos. — comentou antes de se jogar no sofá. — Vão ficar ai em pé?
Fiquei um tempo somente encarando sem realmente me dar conta do que ela havia dito. Mas quando entendi o que ela quis dizer, sorri torto pra , que me olhava com a face corada, e com um aceno, a chamei para irmos nos juntar aos outros, já que éramos os únicos em pé.
— Onde estão todos? — perguntei assim que me acomodei.
— Pegando cerveja, brigando pelo sabor da pizza e ainda disputando no “pedra, papel, tesoura” quem vai jogar primeiro. — me respondeu rindo, enquanto se acomodava mais próxima a Garrett.
OK. Chega. Isso é demais pro meu lento raciocínio. Estamos todos aqui, na casa da , numa reuniãozinha que era pra ser uma festa, está com o Garrett, e os outros estão todos a vontade na cozinha?
— Eu sei, dá pra confundir. — a voz dela soou tão próxima, que eu me sobressaltei ao ouvi-la e me virei imediatamente. — Até eu, que meio que esperava que algumas coisas acontecessem, estou me perdendo. — ela sorriu tão francamente que quando dei por mim, estava sorrindo junto. — Mas bem, acho que sempre esqueço que os únicos nessa história toda que não tem lá muito contato, somos nós.
Suspirei frustrado com aquele comentário. E isso porque ele era totalmente verdadeiro. Todos eles conversavam com todas elas, mas nós dois mal trocávamos algumas palavras. Na verdade, eu não conversava com nenhuma delas.
— Bom, acho que isso pode mudar. — falei depois de alguns segundos, arrancando um olhar surpreso de . Sorri ainda mais com isso, e logo engatei uma conversa animada com todos, que agora se juntavam a nós na sala.


That's just the way things are
And the way they'll always be

Girls do what they want (Whoa... Whoa...)
boys do what they can

That's just the way things are
(That's just the way things are)



Eu já estava cansada de ficar somente naquela troca de olhares, ou em indiretas.
Veja bem, uma vez ou outra, tudo bem, mas a noite toda? Não gosto de ficar enrolando, ou quer ou não quer. Oito ou oitenta.
A desde o começo da noite, já estava toda pra cima do Garrett, que por sua vez, adorou aquilo. Agora havia ido sabe-se lá Deus para onde, com o Kennedy. estava rindo e bebendo toda animada com Jared e Pat. E eu aqui, com cara de idiota esperando John tomar uma atitude. Será que ele não entende que esperar cansa? Pff, estou ficando irritada com isso, já. Juro que se ele só ficar nessa de sorrisos e olhares — mesmo que ambos sejam absolutamente lindos e surtantes — vou partir a cara dele em um soco. Haha, isso foi estranho. Mas a minha vontade é bem essa, mesmo.

— Pff. — murmurei frustrada.
— O que? — indagou ele por provavelmente não entender o som que saíra de minha boca.
— Vem comigo. — falei, o puxando pelo braço.
— Pra onde?
— Shh, só vem. — não queria atrair a atenção de , ou ela me zoaria eternamente por ter que tomar a iniciativa, mas qual é? Se ele não faz nada, eu faço.
Parei assim que cheguei ao jardim dos fundos, olhando atentamente para me certificar de que já não havia ocupado o lugar.
— Hun, ok. Eu vim, e agora? — ele sorriu torto e passou as mãos pelos cabelos. Isso sempre é sinal de nervosismo e isso sempre me tira a concentração. Droga.
— E agora? Pff, né Cornelius! Ou você faz logo alguma coisa, ou para de me olhar daquela forma. Estou ficando irritada, já!
Mal tive tempo de terminar a frase e senti seus lábios colidirem contra os meus. Eu não me lembrava de estarmos tão perto. Bom, eu não conseguia mais me lembrar de nada, na verdade, a não ser do calor de seu corpo se aproximando mais do meu, enquanto suas mãos envolviam minha cintura. As únicas coisas da qual eu tinha noção nesse momento eram de cada parte do meu corpo parecer incendiar-se e de sua língua pedindo passagem em meus lábios. Que logo foi concedida, é claro. Meu cérebro parecia trabalhar centenas de vezes mais rápido, à medida que o beijo se intensificava. Quando dei por mim, estava com uma das mãos firmemente presa em seus cabelos, e tentando encurtar ainda mais a distancia entre nossos corpos. Como se isso fosse possível. Já estávamos quase nos fundindo quando nossas bocas se separaram, buscando por ar. Mas não permiti que ele se afastasse, e ele nem mesmo parecia querer isso, já que seus braços continuavam em minha cintura.
Eu estava visivelmente ofegante, e precisei respirar profundamente para voltar a ter ar em meus pulmões, mas inalar o perfume dele não ajudou muito para que eu me estabilizasse. Na verdade, só ajudou a me desestabilizar mais. E me fazer querer sua boca na minha outra vez. Porque nossa! Que beijo foi esse? Ele conseguiu me fazer perder completamente a noção de tempo/espaço! E isso não é a coisa mais fácil do mundo. Não assim, nessas proporções. E ainda mais continuar ansiando por outro toque, por outro beijo.
Quando já conseguia respirar novamente, me ergui na ponta dos pés, para aproximar nossos rostos novamente, mas ele desviou de mim, depositando um breve selinho no canto de minha boca enquanto falava:
— E eu já disse que é O’Callaghan, — e logo depois tomou meus lábios novamente, me enchendo de toda aquela sensação quente e extasiante pela qual eu tinha certeza que, de agora em diante, ansiaria a todo momento.


Because the boys are feelin' jealous
And it just doesn't make any sense
Go on and tell 'em why
The girls are into fellas
They toss them to the side in the end
And you know that all the
The boys are fallin' in love
With girls who don't know what's up
I think we've all had enough of this now
These kids are talkin' bout love
I think we've all had enough
We've had enough of this now



Certo, como as coisas podem mudar tanto em apenas um mês?
Estou perdido com os fatos. Não que isso seja novidade, levando em conta que eu sou sempre meio lerdo e essas coisas, mas sei lá, ultimamente, anda pior.
Talvez isso tenha a ver com o fato de Garrett e não se desgrudarem um só minuto desde a reunião, assim como e Kennedy. E como eu e , para ser sincero. Ou só com o último mesmo.
Porque bem, desde a primeira vez em que nos beijamos, as coisas tomaram um rumo completamente inesperado. E o que se entende por inesperado é: não pararmos mais de fazê-lo e a cada vez, eu me ver mais idiota e apaixonado. Sim, isso mesmo, apaixonado. Maldita hora em que não escutei meus amigos e acabei cedendo. Ou bendita, sei lá.
Nunca me imaginei apaixonado, e até que não está sendo tão ruim assim. Quer dizer, fora todo o lance do nervosismo e da insegurança por não saber se sou correspondido, é claro.
Além de não termos algo definido. Quer dizer, agora saímos em grupo, combinávamos de fazer algo na casa de alguém, e ai ficávamos. Mas não é como se eu pudesse ligar para ela e falar “O que você acha de irmos ao cinema?”, ou qualquer coisa assim. Não que eu soubesse, pelo menos. E isso me deixava meio desconfortável.
Eu não sabia se estava completamente preparado para entrar em uma relação, mas também não sabia se queria ficar assim, como estava. Nem uma coisa, nem outra. Isso estava me enlouquecendo, para ser sincero.
Ouvi meu celular tocar e me estiquei preguiçosamente para não precisar levantar da cama. Levei o maior susto ao ver seu nome piscar na tela, e demorei mais do que o necessário para atender, tentando me recompor do choque.

— Hey, . — atendi com a voz um pouco distorcida.
— Hun, hey! Você estava dormindo, ou algo assim? Sua voz parece meio rouca, sei lá.
— Não, não. Isso acontece às vezes, deve ser essa mudança no clima. — péssimo. Não tem outra palavra que descreva isso. Como assim, mudança no tempo, John? Pff. — Mas então, a que devo a honra? — brinquei, tentando disfarçar o comentário estúpido anterior.
— Estava pensando... — ela deixou sua voz sumir, e eu já estava prestes a dizer algo quando ela recomeçou. — Podíamos fazer algo hoje. É sexta, então não temos aula amanhã e isso é bem legal.
— Algo como? E podíamos implica em quem, exatamente? — novamente ela ficou em silêncio por algum tempo, e quando falou, sua voz estava muito baixa, e eu quase não pude ouvir. Quase.
— Implica em apenas nós dois.
— Hun, isso me parece bom. — ri maliciosamente, arrancando uma risada dela.
— Bom, não sei bem o que podemos fazer, estou aberta a sugestões.
— Posso passar ai lá para umas 20h, e ai decidimos. Pode ser?
— Certo. Estarei pronta. — já estava esperando pelo som do celular sendo desligado, mas não foi bem isso que ouvi. — Até mais, então, e... er, um beijo.
— Outro para você, . — sorri largamente ao desligar o telefone.
Larguei o aparelho ao meu lado, e fiquei algum tempo apenas encarando o teto, refletindo sobre o que essa ligação repentina significava e em como isso me afetara.
Certo, o que exatamente estava acontecendo comigo? Porque agora, além de apaixonado, eu parava para refletir sobre as coisas!
Céus, o mundo vai acabar!, foi a última coisa que pensei antes de ouvir meu estomago roncar e ir procurar algo para comer.


Girls do what they want (Whoa... Whoa...)
Boys do what they can



Um mês. Somente um mês foi necessário para virar minha vida completamente de pernas para o ar.
E quando eu digo completamente, não estou exagerando.
Eu já não sou mais a mesma, em lugar nenhum, com ninguém. E o mais engraçado nisso tudo, é que essa é a primeira vez em que eu realmente me sinto eu mesma. Sinto-me... leve.
E ao mesmo tempo tão... insegura!
Porque veja bem, eu sempre soube das fofocas sobre mim no colégio, de eu ser isso, de eu ser aquilo. Mas simplesmente nunca me achei nada de muito interessante. E agora eu simplesmente estou com... estou tendo um... bom, tenho alguma coisa com um dos caras mais cobiçados do colégio! Isso é no mínimo inacreditável! Será que eu sou uma bruxa? YAY, deve ser isso mesmo! Vai ver que sou uma bruxa e meus pais nunca quiseram me contar, e agora meus poderes estão aflorando, sem rumo, e eu acabei enfeitiçando os garotos sem querer!
Ta, eu sei que eu viajei total nisso, mas eu não consigo achar uma explicação plausível para nada disso. É tudo tão absurdo, tão fantástico!

— Qual é, , vai ficar ai com essa cara de pateta até quando?
— Hun? — perguntei confusa para , não completamente acordada de meus devaneios.
— Ai meu Deus, você está mesmo apaixonada! — ela falou isso de uma forma tão engraçada, que eu não me contive e comecei a rir .— Não ria! Isso é sério, você está... Ah, não!
— E se eu estiver? O que tem de errado nisso?
— Tem que eu sou a única que não gosta de nenhum deles nesse sentido, e isso é injusto! — me acomodei ao seu lado, rindo ainda mais devido ao biquinho que ela fizera. Ela era tão madura que, exceto por raras exceções como essa, eu até me esquecia de que ela era a mais nova!
— Não tem nada de injusto nisso, . Nós é que somos um bando de burras e não resistimos ao charme de caras bobos e lindos, que nem eles. Bem faz você, em estar assim. Livre.
— Também prefiro, mas sei lá, agora vocês saem em casais e essas coisas, e eu sinto que vou ficar de lado. Sabe que eu sou carente de atenção, né? — passei meu braço por seu ombro, reprimindo um sorriso.
— Nós nunca a deixaríamos de lado, por nada. Deixa de ser boba! — ri baixinho e ela me acompanhou.
— E , mudando de assunto... Por que você não desgruda mais desse celular?
— Ahn... É que eu meio que estava pensando em ligar para o John, sei lá. — sacudi os ombros, tentando fingir que não estava totalmente insegura sobre a reação que ele teria.
— E por que não liga? Vai me dizer que você está com medo? — Eea gargalhou. Na minha cara. Eu mereço essas amigas, viu! — Qual é, , vocês estão meio que juntos, né? Não é como ligar para um estranho nem nada.
— Hmmm, certo. — disquei o seu numero e, no quarto toque, ele atendeu com uma voz um pouco rouca. E incrivelmente sexy. Por Deus, , controle-se!

Não vou negar que fiquei tensa durante toda a conversa, porque eu realmente fiquei. Mas ainda assim reuni coragem e o chamei para sairmos. Só nós dois.
Já não aguentava mais só encontros em ‘casais’, sem nenhuma privacidade! Precisávamos ter um tempo para nós, para quem sabe assim, conseguirmos chegar a uma conclusão do que temos.

fora embora logo depois de me ajudar a decidir por qual roupa usar, já que além de uma pilha de nervos, eu não fazia ideia do que faríamos.
Fiquei pronta, milagrosamente, antes do horário, porque eu meio que não tinha muito que fazer. Eu gostava dos meus cabelos naturais, então já poupava tempo. Não podia/queria fazer uma mega produção sem ao menos saber para onde iria. Então tudo que me restava agora era esperar. Com as mãos suando e o coração acelerado.
Coração esse que praticamente parou ao ouvir o som da campainha no momento exato em que o relógio indicou às 20h.


(Play - I Must Be Dreaming – The Maine)


She thinks I'm crazy
Judging by the faces that she's making
And I think she's pretty
But pretty's just part of the things she does that amaze me
She calls me sweetheart
I love it when she wakes me
When its still dark
And she watches the sun
And she's the only one I have my eyes on



Eu ainda a olhava, bobo, mesmo depois de tanto tempo. Bom, na verdade não faço ideia de quanto tempo passou desde que ela abrira a porta e me convidara a entrar. Desde que eu fitei aqueles olhos mais hoje do que nunca, dizendo que talvez seria melhor ficarmos por ali mesmo, já que não tínhamos a menor noção de para onde ir e ela estava sozinha em casa. Por todo o final de semana.
Quanto tempo passara desde que ela deixara escapar um amor, ao me chamar, ao invés de usar meu nome, fazendo uma careta ao me ver sorrir, ao invés de me assustar, demonstrando um “Você é louco”, ao revirar os olhos. Desde que deitamos no tapete para assistir um filme, mas na verdade só ficamos trocando carícias. Desde que eu entendi completamente que era mesmo assim que eu queria ficar. Com ela.


Tell me that you love me
And it'll be alright
Are you thinking of me?
Just come with me tonight

You know I need you
Just like you need me
Can't stop, won't stop
I must be dreaming
Can't stop, won't stop
I must be dreaming



— Eu só precisava saber de uma coisa — murmurei ainda com meus lábios sobre os dela.
— Hun?
— Se você se sente, nem que seja um pouco... — passei a fitar seus olhos, querendo ver o que passaria por eles. — Como eu me sinto.
— Isso depende de como você se sente. — ela respondeu firme, com o olhar repleto de um brilho que, até então, eu não sabia que existia.
— Idiota, bobo, meio perdido, inseguro e... — hesitei por alguns segundos, me perdendo em devaneios. — Apaixonado. — suspirei derrotado, sabendo que não teria como continuar negando isso.

Eu esperava surpresa, ou talvez um “Você é idiota, O’Callaghan, por Deus, só estamos juntos a um mês!”, mas no lugar disso, o que obtive foram seus lábios pressionando-se contra os meus, mais urgentes do que nunca, e eu me vi cedendo antes mesmo de conseguir raciocinar.
Quando dei por mim, as coisas já estavam ficando um tanto quanto quentes, e precisei me frear para não avançar demais.
Separei nossos lábios e esperei minha respiração se estabilizar, para voltar a fitar seus olhos, vendo tanta determinação neles, que acabei me perdendo.

— Por Deus, ou você é um cavalheiro, — ela sussurrou tão próxima ao meu ouvido, que todo o meu corpo se eletrizou. — Ou eu sinto que sou eu quem vai ter que tomar as decisões nessa relação! — e mais uma vez ela me pegou desprevenido, se enroscando ainda mais em mim, enquanto eu tentava achar uma forma de não ficarmos desconfortável, levando em conta que estávamos no tapete.
Bom, eu tentei me controlar. Mas ai já era exigir demais do meu autocontrole. E então as coisas começaram a seguir por um rumo cada vez mais, hun, sem controle.


Two kids, one love
Who cares if we make it up?
Her voice's sweet sound
Our clothes lay on the ground
She moves in closer (She moves in closer)
Whispers, "I thought I told ya"



Eu sentia cada vez mais a necessidade por ela crescer. Não da forma como isso soa, devido à situação. Eu sentia a necessidade que vinha a cada dia em tê-la por perto. De saber que ela me correspondia, de saber que eu não estava sonhando. E talvez agora, as coisas simplesmente caminhavam para me mostrar que tudo era verdade.
Forcei-me o máximo possível para me controlar outra vez, enquanto uma de suas mãos percorria minha barriga, por debaixo da camisa, tornando ainda mais difícil.
Foquei-me em manter minhas mãos apenas em volta de seu corpo, e afundei meu rosto em seus cabelos, inspirando o máximo que pude de seu cheiro, notando que ela arrepiara-se com isso. Sorri levemente, e continuei daquela forma, esperando nossas respirações irem se acalmando pouco a pouco, tentando ignorar suas mãos que agora passeavam por minhas costas.

— Sim. — ela sussurrou, me trazendo a realidade outra vez.
— Sim o que? — perguntei ainda contra seus cabelos.
— Eu me sinto como você.
— Hun... Isso é bom. — sorri, gostando mais do que devia da sensação que isso me causara. — Mas agora você já pode parar de me torturar, sabe. — comentei, me referindo ao carinho que ela agora fazia em minhas costas.
— Eu preferia que você parasse de tentar me parar, John. Eu sei o que eu quero, e o que eu estou fazendo. — concluiu, depositando um beijo em meu pescoço, me fazendo perder a noção de tudo.

E bem, tudo que eu pude fazer depois disso, fora ceder.
Porque é assim que as coisas são, e é assim que sempre vão ser. No fim das contas, garotas fazem o que querem, e a nós, garotos, só resta fazer o que podemos.


You know I need you
Just like you need me
Can't stop, won't stop
I must be dreaming

Go on and tell em that you love me
And it'll be alright (I must be dreaming)
Are you thinking of me? (I must be dreaming)
Just come with me tonight (I must be dreaming)
She moves in closer
Can't stop, won't stop
I must be dreaming



Fim.



N/A: WOW. Nem acredito que finalmente mandei a fic pro site! YAAY!
Ok, vou me controlar. Hm, primeiramente, espero que tenham gostado, de verdade, assim como eu gostei de escrevê-la. É engraçado como as coisas simplesmente... surgem, quando é para ser. Estava quebrando a cabeça, pensando no que escrever para minha amiga, por causa do seu aniversario (Oi, Bê, sua linda <3), e de repente, me veio a ideia! Simplesmente fluiu.
Foi a primeira fic com a The Maine que escrevi por completo, e gostei do resultado. Desculpe pras outras meninas, por ser com os meninos fixos, e praticamente só falar do John, mas a ideia me veio assim, levando em conta que [b]minha amiga e beta Benny linda e diva[/b] é O’Callaghan (n/b: mas se lifuem que o TM TODO é meu, nem tentem, 3bjs). Simplesmente não consigo pensar em nenhum deles como o principal TTT
PRECISO agradecer a minha B. e a minha Twin por aguentarem toda a minha nada pequena insegurança, desde a primeira linha da fic, e a minha marida (interna) e beta mais linda, por surtar tanto com esse simples presente, que até me fez acreditar que realmente tinha ficado bom. Amo vocês, suas lindas (L)
E bom, vou calar meus dedos antes que a nota fique maior que a fic x_x’
Obrigada a todas que leram, e por favor, comentem sobre o que acharam!
Vejo vocês em outras fics, talvez até outras minhas... Quem sabe agora que mandei essa, não crio coragem e mando outras? Haha
xx, Dinny.


N/B: Julho do ano passado, quando a gente se encontrou em SP, e eu li a fic e surtei mais do que não sei o que. Acho que desde que eu falei com você depois de ter lido a fic, te perturbava para mandá-la para o FFOBS. Óbvio que eu não queria MEU JOHN fixo, mas teria que mudar muitas coisas na fic e tudo, então to deixando passar dessa vez. E sim, você sabe que escreve muito bem, que essa fic ficou totalmente linda, e me dá uma vontade enorme de ir pra SP te dar ‘aquele’ abraço apertado, e chorar, por você ter feito algo tão lindo pra mim. Na verdade, to chorando agora, to com uma puta saudade de você, mas... vamos mudar de assunto. :I
Espero que todas tenham gostado, acreditem: a melhor parte de betar, além de ler a fic de novo (tenho ela impressa e sempre dou uma lidinha! Já devo ter decorado algumas falas –q), foi ficar surtando nas melhores partes com a Dinny no msn. Não tem dinheiro no mundo que pague isso. Agora, como todas vocês que leram são divas lindas e absolutas, vão comentar ali, naquela caixinha tão conhecida, e fazer a tia Dinny feliz! Quem sabe ela faça outra fic de aniversário essa ano pra mim? Ainda existem MUITAS músicas do The Maine, e meu aniversário é semana que vem ~cofcof me dêem parabéns cofcof~, então, quero meu presente, falow?! Haha.
Bê, xxoo.
Qualquer erro nessa fanfic, seja de gramática/script/HTML, mande um e-mail diretamente para mim. Não use a caixinha de comentários.

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