That’s not my name – IV
By Cáh*



Chegou o dia, chegou a hora, chegou o instante, chegou o segundo.
Ok, parei de exagerar e vou começar tudo de novo.
Chegou o dia. O dia em que eu viajaria para Bristol e conheceria os pais de .
Quer dizer, os pais não, mas a família dela!
Eu estava totalmente desesperado. Eu sei lá o que eles pensariam de mim! Principalmente pelo fato de que depois de 6 anos eu nunca havia ido lá com ela ou ligado para pelo menos pedir para namorar a querida da família.
Sim, ela é meio querida pelos pais, família etc.
Isso é tão fofo!
Parei.

- , vamos! – ela gritou
- To indo, já vou, to terminando de arrumar a mala! – falei colocando mais coisas na mala
- Você vai pra um lugar com comida, porque salgadinho em sua mala mesmo? – ela perguntou chegando perto de mim
- Talvez por que... sei lá! Eu não sei se sua mãe é um tipo de naturalista que não admite nenhum tipo de salgadinho na casa dela, então preferi levar um salgadinho – sorri largo
- Ok... – ela arqueou a sobrancelha – minha mãe não é nenhum tipo de naturalista, mas a gente vai dormir em quarto separado.
Arregalei os olhos e os direcionei a ela que estava com um sorriso no canto da boca e me encarando.
- MACOMÉQUIÉ? – falei ainda com os olhos arregalados e ela começou a rir.
Rir não, gargalhar de minha cara.
Tudo bem, eu não conheço os pais dela, mas eles pelo menos poderiam dar uma folga para nós dois porque bom, eu não sei se consigo.
- Bom, isso mesmo que ouvistes! – ela falou sentando-se na cama e me ajudando a fechar a mala que estava cheia.
- Cara, eu não sei se consigo! – peguei a mala já fechada colocando-a no chão e sentando em frente à .
- Mas vai ter que conseguir! Não se esqueça que o nosso casamento depende do fato de hoje, de que iremos para a casa dos meus pais para que eles aprovem! – ela falou – pensa bem, se você não causar uma boa impressão, teremos que fugir para as Bahamas e casar escondido. – eu a olhei com dúvida
- Bahamas?
- Sei lá, só pensei naquele lugar. Me diz, dá pra ser ou tá difícil? Eu já to pronta, vai colocar uma camisa que a gente sai daqui a... – ela olhou no relógio – um minuto.
- Ok futura senhora – falei batendo continência
- Não se esqueça de que pra isso acontecer depende de hoje – ela sorriu e saiu do quarto.
Como ela conseguia ficar tão tranqüila? Não sei, e acho que nem ela sabe.

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Eu estava nervosa. Como ele podia ainda estar arrumando a mala dele? Ele está tão tranqüilo assim? Eu arrumei a minha há mais de uma semana, se duvidar, afinal, meus pais são meio problemáticos e tal. Mas isso não tem nada a ver com malas, arrumação ou comigo e . Na verdade comigo e com tem sim. Esse encontro de hoje é o que depende de tudo ficar tranqüilo. E ele AINDA ESTAVA ARRUMANDO A MALA DELE! Juro que se eu pudesse, já tinha feito com que essa semana que iremos passar com meus pais já tivesse passado e que tudo tivesse ocorrido otimamente bem. O que vai ser meio impossível de se acontecer porque meu primo Philip, um espinhento que sempre gostou de mim, também passará essa semana conosco em Bristol.
O que aquele Sheldon faria lá mesmo?

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Eu finalmente coloquei uma camisa, peguei minha mala e fui até a cozinha. Essa seria a semana mais difícil de minha vida. Ou não. Mas, deixemos para lá.
Peguei um pacote de biscoitos no armário, uma lata de refrigerante na geladeira e outro pacote de salgadinho para comer durante a viagem. Coloquei o biscoito no bolso de trás da bermuda, o salgadinho também e fui com o refrigerante na mão mesmo. Peguei novamente a mala e desci o elevador. Detalhe que eu consegui colocar um pacote de Ruffles no bolso da bermuda. É, eu também percebi isso.
Quando cheguei à garagem do prédio, avistei batucando no volante e bati na janela para ela abrir a mala do carro. Ela o fez e eu pus a mala lá dentro.
Entrei no carro e me sentei, ouvindo um PUFF logo depois. Levantei-me um pouco ouvindo as gargalhadas de e vi a minha Ruffles totalmente espalhada pelo banco e o pacote estourado em meu bolso.
- Droga! – falei saindo novamente do carro e tirando a sujeira do banco enquanto continuava a gargalhar. Entreguei a lata de coca-cola para ela e continuei a limpar, dessa vez com menos dificuldade.
Tirei o pacote estourado do meu bolso e coloquei num container de lixo que havia ali perto. Voltei para o carro, coloquei meu biscoito no banco e parei pensando. Eu ainda tinha um pouco de batata no bolso, como faria pra limpar? Foi então que tive a idéia brilhante de tirar a bermuda, ficando de boxer e limpando o bolso.
Maldita idéia, porque eu poderia ficar com a porcaria do bolso sujo e limpar depois. Mas eu não pensei nisso naquele momento. Só agora refletindo e contando essa história para você leitor ou leitora, sei lá quem lê isso. Isso se alguém lê.

Foi quando eu olhei para os dois lados e jurei que não havia ninguém passando ali. A garagem estava vazia. Eu abaixei minha bermuda depois de desafivelar o cinto e a tirei ficando apenas de boxer. Comecei a sacudir a bermuda enquanto olhava pelo retrovisor e devia fazer algumas caretas engraçadas.
Quando estava terminando de tirar todo e qualquer resíduo de batata frita industrializada, apareceu uma senhora não sei de onde e soltou um grito. Eu a encarei e olhei para baixo, dando um sorriso como aqueles de desejo de explicação – que nem sempre dão certo – enquanto ela gritava mais ainda e umas 3 ou 4 pessoas apareciam também gritando e perguntando para a senhora o que havia acontecido.
Vi que eles vinham em minha direção e comecei a colocar a bermuda rapidamente, quando buzinou me fazendo ficar desesperado e me enrolar mais ainda na hora de tentar colocar de volta a bermuda.
Eles já estavam muito próximos, era fato. E eu estava mais nervoso. Fato também. Deixei a bermuda no meio das pernas mesmo e saí tropeçando até o carro, porque afinal eu não conseguia correr sem tropeçar.
Entrei no carro e ligou o motor, ainda sem sair do lugar. As pessoas estavam se aproximando agora do carro. Eles achavam que eu era algum tipo de tarado por algum acaso? Bom... no lugar deles eu pensaria.
Mas enfim, eles pareciam aqueles zumbis de Resident Evil. E eu me sentia como se estivesse escapando deles. Terminei de me ajeitar, coloquei o cinto, olhei para ela e falei:
- ACELERA SCHUMACHER! – e ela o fez, podendo sair dali
Ficamos em silêncio um bom tempo. Quando chegamos no trânsito e paramos em um sinal, ela virou para mim e falou:
- Schumacher não, Hamilton.
Eu não entendi nada. Fatão.

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Enquanto não descia do apartamento, coloquei um cd de Hip Hop maluco que um amigo tinha feito pra mim e fiquei batucando no volante. Ele desceu – finalmente -, bateu no vidro e eu abri o porta-malas para que ele pudesse colocar as coisas dele.
Ele entrou no carro e eu ouvi algo fazer um barulho de estouro. Ele levantou-se e eu comecei a rir da cara dele – a cena era hilária –, que saiu do carro me dando uma lata de coca-cola que tinha na mão dele.
Fiquei esperando-o voltar e ele o fez, deixando um pacote de biscoitos no banco do carro e se afastando novamente. Fiquei olhando pelo retrovisor o que ele faria e ele parecia pensar. De repente, o vi tirando a bermuda e fiz uma careta do estilo ew, quando vi uma senhora começar a gritar ao vê-lo apenas de boxer. Ri disfarçadamente e quando vi que outras pessoas apareceram e se aproximavam dele, buzinei para que ele voltasse ao carro.
Finalmente ele voltou e as pessoas continuaram a se aproximar, dessa vez do carro.
Depois de terminar de se ajeitar olhou para mim e falou:
- ACELERA SCHUMACHER! – e eu o fiz, saindo dali e deixando a velha e os enxeridos comendo poeira.
Quando chegamos no trânsito e paramos num sinal, virei para ele e falei:
- Schumacher não, Hamilton – sorri e ele com certeza não entendeu bulhufas.
Mas pensa bem, o campeão da vez é Hamilton e não Schumacher, certo?

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Ok, eu ignorei esse fato de oi-você-não-pode-me-chamar-de-schumacher-porque-eu-sei-lá e abri o pacote de biscoitos. Lembro-me que comi aquele pacote em pouquíssimos minutos e nem ao menos ofereci à . Quando eu amassei o pacote – o que fez o maior barulho – ela simplesmente me olhou de lado e continuou seguindo o nosso caminho.
Eu também já tinha bebido a coca-cola. Maldito momento aquele em que decidi enfiar o salgadinho no bolso – um feito histórico para alguém – e estourá-lo como conseqüência desse meu ato. Por que... eu já estava com fome. E tínhamos acabado de entrar na estrada.
- , fome – falei batendo na perna
- Ninguém mandou comer tudo sozinho e rápido – ela falou concentrada na estrada
- , pára em algum lugar
- , acabamos de entrar na estrada e por enquanto não tem nenhuma lanchonete aqui na beira ou então uma loja de conveniência. Espere mais um pouco porque uma hora a gente vai ter que abastecer o carro.
Foi então que lembrei dos salgadinhos na minha mala
- amor meu...
- Quer o quê?
- Outch, essa doeu. – falei e ela revirou os olhos – de qualquer maneira, não tem como parar aí na beira pra eu ir pegar uns salgadinhos na mala?
Ela desviou o olhar da estrada e o fixou em mim. Olhava-me de forma indignada e eu apontava para a estrada.
Caraca, como ela conseguia dirigir sem olhar para a pista?
- Ta certo, nada de parar o carro na beira da estrada para pegar comida ou algo do tipo – sorri com medo e ela sorriu de volta, voltando a olhar para a pista.
- Bom menino – eu bufei

Depois de alguns minutos, comecei a falar:
- Demora quanto tempo daqui até Bristol?
- Umas duas horas e alguns minutos, dependendo de como vai estar a estrada, se ninguém fez alguma merda no caminho e bateu fazendo a galera andar mais devagar para parar e ver o que aconteceu – parou para respirar porque caramba, ela falou tudo isso sem puxar ou soltar uma gotícula de ar – mas ainda vai ter a parada nos postos, adicione mais algum tempo e pronto. Será o tempo que chegaremos até Bristol.
Porque a família dela foi morar logo no interior? Eles poderiam ter se mudado pra Londres, e tudo seria mais simples! Eu os teria conhecido desde o dia que a pedi em namoro, conversaria com eles e mais essas coisas. Mas não! Tinha que ser de lá.
Algum tempo em silêncio e ela ligou o rádio. Estava passando uma música do All Time Low, Poppin’ e ela começou a cantar. Ok, ela canta bem, mas o carinha da banda tem uma voz de menina que cruz credo.
Mudei a estação de rádio e estava passando um rock alternativo qualquer, que nem me dei o trabalho de tentar descobrir até hoje, mas que com certeza estava melhor do que aquele Alex não-sei-o-quê que faz uma amiga da ter orgasmos, segundo ela.
- Ei, não tira, eu coloquei, eu tava ouvindo primeiro! – ela falou e colocou de volta na outra estação
- Tiro sim – mudei de novo
- , pare com isso AGORA! – ela colocou de volta e a música já havia acabado. Graças a Deus, Amém. – Ta vendo? Acabou a música! – Ela revirou os olhos e começou uma música com um toque conhecido. Claro, eu já havia ouvido ela!
- I KISSED A GIRL, AND I LIKEED! – eu gritava e ela fazia cara feia
- É claro que você beijou uma garota, você nasceu homossexual por acaso? – ela perguntou
- Mas essa musica serve também para nós homens – ela murmurou um hum e eu continuei falando – então, quando nós nunca beijamos uma garota e vamos beijar pela primeira vez, podemos não gostar e depois provar um beijo de um garoto e gostar. O que não foi meu caso é claro. Porque oi, eu não iria querer receber na...
- Chega, eu já entendi – ela falou e eu bufei. Pô, ela quase nunca me deixa terminar uma frase!
Começou então a passar no rádio uma das musicas do Beatles. Êba, finalmente coisa boa.
De longe eu podia avistar um posto e já fui avisando que não dirigiria, que ela continuaria porque eu não sei onde é a casa dos pais dela e tal. Ela parou no posto, foi abastecer e eu fui à lojinha. CARA, EU NUNCA VI TANTA COMIDA ASSIM NUM LUGAR SÓ! Mentira, já vi sim. Numa festa de dezesseis anos que eu fui, de uma garota que eu pegava e que era bom, podre de rica. Mas tão rica que não sabia nem onde enfiava tanto dinheiro. Tão rica que o dinheiro saía por qualquer orifício do corpo dela. Sim, aquele orifício também.
Eu voltei para a entrada da lojinha e peguei uma cesta. Fui novamente para a sessão de comida e fui colocando tudo dentro da cesta. Eu jogava tudo e nem me importava, tudo pra mim era saciar minha fome. Peguei algumas cervejas e refrigerante, afinal a ta dirigindo. Quando ia pro caixa, avistei uma geladeira cheia de sorvete. Não resisti e peguei um pra mim. Há quanto tempo eu não comprava um sorvete! Estava com saudade daquele...
- , VAMOS! – buzina
Droga. Deixei de lado o fato de explicar o porquê de eu estar com saudade de sorvete e fui pagar tudo. E O QUÊ? DEU SIMPLESMENTE 50 LIBRAS SOMENTE DE COMIDA?
Aceita cartão de crédito moça?
Peguei o dinheiro, esperei que ela colocasse tudo no saco, olhei para o lado e tinha uma daquelas bolsas recicláveis.
- Tem como me conseguir umas duas sacolas dessa reciclável, sabe como é, o meio ambiente... – buzina de novo
- São mais 20 libras – ela falou e eu arregalei os olhos.
MACOMÉQUIÉ? Tudo bem, era pela natureza.
Peguei os vintão da carteira e paguei. Buzina de novo. Coloquei tudo dentro das sacolas – porque eu vi que em uma só não daria tudo – e fui indo pro carro. olhou para mim com os olhos arregalados e eu sorri orgulhoso. Eu tava ajudando a natureza!
Entrei no carro e ela me recebeu muitíssimo bem:
- Comprou o mercado todo?
- Não, somente o necessário para que possamos...
- Ok, entendi
Viu que eu disse que ela não me deixa terminar uma frase?
Ai caramba!
No caminho eu dava um pouquinho de comida na boca dela, e ela sorria pra mim. Meu Deus, eu não estava no meu normal. Em certo momento, coloquei um pouco de um hambúrguer que eu peguei lá e acabei sujando a boca dela.
- Amor, sua boca ta suja – falei e ela passou a língua no lugar indicado.
Ui, subiu um fogo agora! – eu olhei pra ela que fez o mesmo, mas apenas de canto de olho, prestando atenção também na estrada. Minha mão simplesmente escorregou na coxa dela que me deu uma tapa. SHIT.
- Não , não.
- Não me provoca então, mulher! Quando eu chegar lá vou te pegar de jeito, safadenha – falei e ela riu, riu não... GARGALHOU!
Oi, meu nome é o Bozo e você pode rir de minha cara porque eu tenho um nariz de palhaço e aquela maquiagem nada gatinha.
- Ta, parei
Cara, uma viagem nunca foi... tediosa. Tudo bem que eu tinha uma mulher gostosa pra olhar em vez da estrada, mas caramba, o que me deixaria feliz o resto do caminho ela não quer fazer. E ta me deixando aqui... assim... mulher má.
Mais algum tempo e OI, A GENTE AINDA NÃO CHEGOU?
- , quanto tempo? Não agüento mais, sério.
- Desce e vai andando. Você volta dirigindo, só pra constar em seu cérebro de peixe.
Cérebro de peixe? Legal, vai pro meu dicionário.
Mulher má, muito má.
Mais algum tempo. Acho que já haviam passado duas horas e eu já havia comido a comida quase toda das sacolas. Mas com certeza eu havia bebido as duas cervejas e o refrigerante da , o que a fez ficar puta comigo. Ok, a culpa não foi minha. O tédio falou mais alto comigo. Muito mais alto. E ainda tinha falado pra mim que eu podia beber o refrigerante dela.
E quando a gente ia chegar mesmo? Nós tínhamos parado em mais um posto para dar uma abastecida a mais no carro e ir ao banheiro. riu de mim, só porque eu bebi muita coisa. Mulher má.
Aproveitei e joguei o que tinha de jogar no lixo.
Não jogue lixo no chão!

- ... – eu estava olhando pra baixo e ela me interrompeu. Pela terceira vez no dia.
- Nós já chegamos à cidade, – ela falou e eu olhei para frente vendo uma cidade. Oi, bem-vindo a Bristol. Legal!
Ta, parei.
Sorri e comecei a fazer uma dancinha no banco do carro. De repente entramos em uma rua que oi, era muito linda! Muitas árvores, e casas muito bem feitas, de estrutura maravilhosa, pelo que pude ver. Quando paramos na digamos... a maior casa da rua.
Então ela era rica e não me falou, hm.
- , você é rica? – perguntei tirando o cinto e vendo certa quantidade de pessoas se aproximarem do carro.
- Não, meus pais são. – ela falou e sorriu largamente tirando o cinto e saindo do carro.
A acompanhei. Eu não poderia ficar ali no carro esperando alguém me recepcionar porque afinal, eu nem da família sou. Tecnicamente sim, mas tenho de ser aprovado antes. Ai meu Deus, todos aqueles a agarrando são da família ? Sim, são e é fato. ATÉ UMA CADELINHA, PÔ!
Abri o porta-malas e retirei as duas malas. Voltei ao carro e peguei as duas sacolas recicláveis, é realmente só havia sobrado uns três pacotes de Pringles. Ah, agora sei por que saiu caro o orçamento do rango!
Fui andando para perto da sessão agarra-agarra da família e fiquei sorrindo feito um idiota. A cadelinha branca correu até mim e começou com um misto de tentativa de arranhões e pulos e lambidas. Meu Deus, é uma cadela acrobata!
afastou-se de todos e olhou para mim sorridente.
- Família, esse é o . , essa é a minha família – tentei sorri, mas com certeza se estivesse me olhando no espelho, diria que estava apenas com uma cara de alguém que estava segurando suas gases.
- Prazer em conhecê-los – falei dessa vez numa tentativa melhor de dar um sorriso sincero para aquela família que estava me recebendo de braços abertos e... - Esse é meu pai, Charles, minha mama, Christine – pô, até em pensamentos ela me interrompe! Mulher má, muito má.
Foi então que ela me apresentou a todos. E a um tal de Philip que tava olhando a bunda de minha mulher. Quem ele pensava que era, afinal? Ah sim, o primo dela. O tal primo que tinha cara de nerd e meu Deus, em comparação às fotos que ela me mostrou ele ta... como posso dizer? Ta, vou falar. Gostoso.
AH NÃO, EU NÃO SOU NENHUM TIPO DE... claro, agora vieram me abraçar. Ai, doeu o abraço do meu sogro. Ele é bem forte. Depois vou perguntar o que ele faz pra ser forte assim.
- Vamos entrar, – o sogro sorriu e me abraçou de lado, me levando até a sala da casa e deixando que um dos primos fortões da levasse as duas malas.
As sacolas recicláveis? Continuavam comigo. Eu parecia uma menina com aquelas bolsas no ombro, sério.

Entramos todos na casa, e nos sentamos nos sofás que ali continham. Ficou em resumo, toda a família e eu e sentados juntos. Eu apertava a mão dela, de nervosismo. Opa, vou fazer besteira porque quando eu fico nervoso...
- E então, queres um refresco, ? – Charles, o pai de falou
- Ahm, pode ser – sorri e ele pediu para que Philip fosse pegar. Que fechou a cara, mas levantou mesmo assim. Bem feito, assim tira o olho de minha mulher. Sim, eu sou possessivo, não reclame beijos.
- Me diz , o que faz da vida? – Christine, a mãe perguntou
- Eu sou músico. Porque bom... não encontrei nada que me satisfizesse do jeito que sempre quis, sabe? Só a musica mesmo. Eu tenho uma banda com uns amigos, nada muito sério, mas eu trabalho mesmo em estúdio, como produtor musical e componho também. – sorri e o pai dela revirou os olhos. Ok, ele não gostou do meu emprego.
- Que bom, gostei muito – Philip chegou com os sucos e saiu distribuindo para as pessoas que ali estavam. Umas dez no total, contando com ele e com a cadelinha e comigo, claro.
- Mas, você pretende levar a banda a sério? – o pai perguntou
- Na verdade não... – falei e ele olhou curioso para mim – não acho que seja uma boa, quero ter uma vida sossegada, junto de quem eu amo. Porque eu não agüentaria ficar muito tempo longe de, por exemplo... – a mãe dela suspirou sorridente e deu um sorriso largo.
Me virei para abraçá-la e a cadelinha branca que até o momento parecia inofensiva pulou para cima de mim e me mordeu de leve na perna.
Outch, doeu.
Ela pegou a cadela no colo e começou a falar com ela.
Traduzindo, brigou com a bicha e a deixou meio triste, deu pra ver no olhar dela.
- Não liga pra ela, como ainda não te conhece, vai reagir dessa maneira quando você encostar na – sogrinha falou e eu sorri afirmando.
- Diz pra mim , você pretende fazer alguma outra faculdade? Uma pós-graduação? – Charles perguntou
- Ahm, depende do meu interesse no meio. Eu por exemplo não faria jornalismo como pós e tal... como eu disse, fiz música porque no momento era algo que me interessava
- E isso não te interessa mais? – Philip perguntou e eu dei um gole no meu suco.
Antes de responder: Dã, se eu ainda trabalho com isso, não procurei nada pra fazer, tenho uma banda... É CLARO QUE ISSO AINDA ME INTERESSA, COISA BURRA! Respira um milhão de vezes antes de responder e agora sim:
- Sim é algo que eu ainda não perdi o gosto, ainda não enjoei.
- Você enjoaria da ? – Philip perguntou dando um sorriso fazendo bufar e revirar os olhos e as pessoas presentes me olharem curiosas.
- Se eu estou com ela até hoje e tive coragem de pedi-la em casamento, é porque pretendo passar o resto de minha vida ao seu lado. É o que pelo menos pretendo, porém nunca sabemos os empecilhos que aparecerão ao decorrer de nossa jornada. Mas, se já passamos por tanta coisa... – olhei para ela sorrindo – conseguiremos passar por mais.
Falei e eu tenho certeza de que Philip ficou com a CARA NO CHÃO.
1 a 0 pra mim.
A mãe de sorriu mais uma vez e nós levantamos. mostraria o meu quarto. Ou melhor, o quarto que eu ficaria essa semana. Ela me levou até lá e seguiu para o seu quarto. Eu, como sou uma pessoa nada burra – ou menos inteligente, sei lá, depende do momento – fiquei olhando na porta a direção em que ela iria para depois poder falar com ela. Localizei o quarto dela, e fui arrumar minhas coisas. Coloquei tudo jogado no armário junto com minha comida, respirei, chequei o bafo e fui até o quarto dela.
Merda. Philip estava lá.
1 a 1, eles estavam relembrando algo dos tempos de criança.
2 a 1 pra mim, ela está entediada. Sai logo daí, idiota.
Pronto, ele estava vindo até a porta, vou um pouco para a esquerda, ele passa e eu entro no quarto.
- Oi gatinha, vem sempre aqui? – perguntei escorado na porta e com um sorriso de lado.
- Claro, - ela virou-se em minha direção – só quando sei que você vai estar aqui, e você?
- Só quando eu sei que você sabe que eu estarei aqui – sorri e ela me olhou em dúvida
- Repete?
Ah, aí é exigir demais de meu cérebro de peixe.
- Não lembro, falei muito rápido, muita informação pra minha cabeça.
Ela virou-se e tirou a mala da cama. Ela é mais rápida que eu em questão arrumação de armário.
Quando foi colocar no canto do quarto a mala, eu a puxei em minha direção e sussurrei em seu ouvido: - não lembro de ter recebido um beijo seu hoje.
Ih é mesmo, pensando bem, ela não me deu nenhum beijinho hoje.
Mulher má, muito má.
Ela me olhou sorrindo e me beijou. Assim, um beijo digamos... ardente.
Ai, ela satisfaria meu desejo!
Sim, satisfaria se Philip não tivesse aparecido na porta – que estava aberta porque eu esqueci disso e esqueci de fechar – e feito questão de atrapalhar o momento começo de pegação do casal aqui.
Ele pigarreou e falou: - os tios tão chamando pro almoço.
Eu, que estava em cima de , olhei para a cara dele e revirei os olhos. Tipo, ele queria acabar comigo, certo?
2 a 2. Empate.
Ele saiu da porta, eu levantei, sentei-me na cama e coloquei a mão na cabeça.
- Não sei quanto tempo agüento – falei e ela me abraçou
- Só um pouquinho – sussurrou em meu ouvido e o mordeu logo em seguida. OPA, HOJE VAI TER!

Descemos até a sala de jantar. O numero de pessoas havia diminuído bastante. Naquela sala só estavam eu, , Charles, Christine, Philip e a Pandora, o nome da cadelinha deles.
Todos haviam ido embora por minha causa? Não, já estavam de saída quando chegamos.
Ainda bem, menos gente pra me aturar e fazer alguma coisa pra que o casamento não dê certo.
Sentamos à mesa e começamos a comer. Caramba, minha sogra sabe cozinhar muito bem, muito bem mesmo! Êita comida deliciosa, mon dieu.
Conversávamos sobre minha vida – mais do que tudo – e sobre o fato do casamento etc. Philip não conseguia tirar o olho da . Eu acho que esse cara gosta dela, é fato.
De repente, o pai dela olhou bem em meus olhos e perguntou: - vamos ao que interessa. Quais são as suas intenções para com ?
OH MY FUCKING DOG, o que eu falo? Pensa, pensa, cérebro de peixe!
- Bom, em que sentido?
- Você pretende o quê, pedindo-a em casamento?
Ah, agora entendi o que ele quer, hm.
- Primeiramente gostaria de esclarecer que não tenho intenção nenhuma de fazer isso uma brincadeira, esse fato de que pedi sua filha em casamento não foi um caso sem pensar. E se eu o fiz é porque realmente amo sua filha. – ele ia abrir a boca, mas eu continuei falando – e também quero dizer que sei que apenas amor não sustenta um casamento. Em minha família, minha mãe acreditava apenas no amor e eles acabaram se separando, o que eu com certeza não tenho intenção de fazer com , porque essa minha decisão pelo menos para mim é até o dia em que um de nós morrer. Espero que para ela seja o mesmo. Mas eu gostaria que os senhores soubessem da consideração que tenho para com ela.
Philip me olhou de mau-humor.
3 a 2 pra mim. Eu vou ganhar isso daqui, pô.
- Hm, gostei de saber, mas isso não me deixa satisfeito – ele coçou o queixo – eu tenho que ver se você é uma boa pessoa. Ser alguém bonito apenas não adianta para mim.
O que ele quis dizer com isso pelo amor de meu notebook fodão?
Oh my fucking dog de novo.
- Eu… eu realmente amo a Bridget! – MALDIÇÃO, ELES ME OLHARAM ESTRANHANDO. Devem estar me achando um idiota, babaca, palhaço... mon dieu.
- Você chamou minha filha de quê? – começou a bater com a cabeça na mesa com uma cara de tédio
Ai meu Deus.
- De, de... – ai, deu vontade de vomitar – vocês podem me dar licença?
Levantei e fui correndo para o quarto. Abri o armário, peguei o pacote de salgadinho e comecei a comer para aliviar a tensão em mim do que aconteceu na sala de jantar.
Philip deve estar comemorando. 3 a 3. Não pode ser!
Mas eu ainda acredito que ganharei essa disputa.
Não estava satisfeito com apenas aquele pacote de salgadinho e abri uma Pringles. De repente apareceu na porta do quarto em que eu estava e ficou me observando.
- O quê? Já acabei de estragar o nosso casamento. Cara, eu tava nervoso, eu não entendo porque eu estava indo bem até aquele momento!
- Sim Dan, relaxe gato. – ela fechou a porta do quarto.
Ela vai me fazer relaxar da maneira que eu estou pensando por algum acaso?
Êba, êba. Neurônios comemorando feito uma criança feliz.
foi até mim e me beijou de leve, mordendo meu lábio logo em seguida.
Começou a me dar selinhos e eu perguntei entre eles: - trancou a porta?
Ela afirmou com a cabeça e me empurrou para que eu deitasse na cama.
Ui, é sério. Tem que ser, tem que dar e... TOC TOC.
SHIT!
Sério, eu nunca fiquei com os meus instintos selvagens tão à flor da pele como estão agora e bom... sempre vem alguém para atrapalhar.
Batidas novamente na porta.
- Não atende – eu falei para ela que se levantou de cima de mim e foi até a porta encontrando Philip
- O que é, verme? – ela falou e eu gargalhei por dentro
- Calma , eu só quero avisar que o seu pai saiu e pediu pra falar a vocês que qualquer coisa é só ligar para ele ou para sua mãe.
- Não podia me avisar isso depois? – ela tentou sorrir
- Desculpa atrapalhar você, senhorita – ele fez mesura exagerada e saiu dali bufando
- Pode bufar o quanto quiser, panaca – ela falou fechando a porta e a trancando novamente.
Dessa vez, depois de algum tempo nos beijando, nossas roupas já estavam no chão e já estávamos completamente saciados... por hoje.
Deitada ao meu lado totalmente nua, apenas com o cobertor cobrindo seu corpo, sorriu como nunca havia sorrido antes. Eu retribuí o sorriso, e coloquei minha boxer, meu pequeno amigo estava com frio. Deitei novamente ao seu lado, aproximei nossos rostos e a perguntei: - Como eu faço para que seu pai goste de mim, afinal?
Ela me olhou curiosa e sorriu novamente.
- Garagem – ela falou e eu a olhei com dúvida
- Como assim?
- Amanhã pela manhã ou à tarde, meu pai irá até a garagem mexer no carro e depois vai lavá-lo. Você poderia ajudá-lo. Só de mostrar a ele interesse ele já ficará de alguma forma satisfeito contigo. – ela sorriu e eu sorri de volta. Carros? Eu consigo fazer isso.

No outro dia pela manhã acordei e não estava mais ao meu lado. Nós conseguimos passar o resto do dia somente ali, um ao lado do outro, como se somente necessitássemos de nós mesmos para sobreviver.
A mãe dela chegou a ficar preocupada e foi até lá saber o que estava acontecendo. Em meio de gemidos quase inaudíveis, respondíamos que estava tudo bem.
Creio que ela sabia o que estávamos fazendo naquele momento em que ela foi até lá falar conosco.
Fui até o banheiro que havia ali no meu quarto – já mencionei o quanto a casa era grande? – tomei um banho, coloquei uma roupa simples e desci as escadas indo em direção à cozinha, onde antes de entrar pude ouvir conversando com sua mãe:
- Mas eu tenho medo mãe
- Medo de quê?
- Não sei ao certo... há uma mistura do medo de que meu pai não goste de e medo também do casamento... não sei ao certo se estou preparada, entende?
- Ah... sei, filha. Porém pense bem, se vocês chegaram até aqui, valerá a pena. Onde mais tu vais encontrar alguém como ele? Vistes o que ele disse ontem na mesa de jantar?
- Sim, eu sei mãe. Mas... e se ele perder totalmente o amor por mim?
- Filha, entenda uma coisa, o amor não se acaba, ele somente se desgasta. Mas nada como uma boa convivência para conservá-lo.
- Obrigada mãe, muito obrigada...

Eu ainda fiquei em pé do lado de fora. Dei algum tempo e entrei na cozinha desejando bom dia e cumprimentando com um selinho. Eu ainda não estava preparado para ir falar sozinho com o pai dela, mas acabei indo. Quando cheguei, ele estava mexendo no carro, bem como havia me dito um dia antes. Desejei-o bom dia e perguntei se ele precisava de ajuda. No começo ele disse que não, mas depois de algum tempo ele começou a conversar comigo, e o pouco que eu entendia de carro deu para render numa ótima conversa, que fez o tempo passar rápido, de maneira que nem sentimos, só percebendo o quanto havia passado depois de ouvirmos nossas senhoras nos chamarem para que pudéssemos ir almoçar, afinal elas já o haviam feito e eram quase duas da tarde.
Philip não estava mais ali, ele havia ido mais cedo para a casa dos pais. Ótimo, eu agora havia ganhado por W.O, porque ele simplesmente saiu no meio da partida.
E já estava na hora de eu não considerar mais isso como uma partida, e sim como algo sério que dependia do meu futuro em relação à .
Nós dois sentamo-nos à mesa e durante o almoço conversamos mais um pouco.
- , você é um rapaz muito bom, eu tenho visto isso, você tem me demonstrado que pode ficar com minha filha... – ele falou de repente, após uma pausa em nossa conversa sobre Fórmula 1.
- Senhor?
- Eu disse que você está demonstrando ser um rapaz bom, de ótimo coração... – ele sorriu para mim – tenho pensado em seu caso.
- Posso falar algo, Charles? – perguntei receoso e ele afirmou com a cabeça
- Bom, eu queria primeiramente pedir-te desculpas por não ter vindo antes conhecer vocês, mas como eu já devo ter comentado, minha vida e a de não foi muito fácil nos primeiros meses de namoro. E gostaria que chamasse elas duas para que eu possa terminar de falar.
- Pode ir chamá-las – ele sorriu
Eu as chamei e voltei à mesa, onde ele nos esperava.
- O que você queria falar, ? – me perguntou
- Bom, primeiramente eu vou pedir desculpas novamente por não ter vindo conhecê-los antes e quero pedir oficialmente, ao senhor, Charlie, a mão de sua filha.
Todos me olharam surpresos.
- O senhor autoriza o nosso relacionamento? – eu falei novamente receoso porque eu não sabia qual seria a reação dele naquele momento.
Ele apenas sorriu e afirmou com a cabeça, o que me fez abrir um sorriso imenso e abraçar que estava boquiaberta com tudo o que estava acontecendo.
Quando eu fui abraçá-la a cadelinha, Pandora, apareceu de repente e começou a morder minha calça, enquanto eu balançava a perna e ela não saía. MEU DEUS, DE ONDE ELA HAVIA SAÍDO AFINAL?
Acho que nem ela mesmo sabia de onde havia saído antes de ir me atacar.
a pegou no colo e nós começamos a acariciá-la que finalmente pareceu gostar de mim naquele momento.
- Então, vamos fazer um jantar oficial de noivado, o que acham? – Christine perguntou e eu olhei para , que sorriu para mim, como uma afirmação.
Nós teríamos um jantar oficial de noivado, super hiper ultra mega bláster emo e emocionante! MAOE.

Havia chegado o dia em que teríamos o jantar oficial de noivado com toda a família de . Vocês podem até se perguntar se eu não tinha família, e eu tinha, e eu tenho, mas eles não ligam para esse tipo de coisa, se eu quisesse me casar com um homem drogado eles apoiariam, mesmo que longe de mim. Então, pra mim, naquele momento a minha família era a de . O meu pai era Charles e a minha mãe era Christine. Basicamente, aquele era o penúltimo dia que ficaríamos ali, pois deveríamos começar a arrumar todos os detalhes do casamento. E, naquela semana que passamos ali, descobri a grande família que eles eram, e a cadelinha começou a gostar de mim, ao ponto de ir dormir comigo no quarto, já que eu e dormíamos em quartos separados.
No dia do jantar, pela manhã, e Christine apareceram com umas sacolas de alguma loja de roupas que não me lembro exatamente qual era e as pousando em mim, que até o momento estava cochilando com Pandora ao meu lado.
Eu peguei a roupa depois de perguntar o que era e tentei ver a roupa da , que alegou trazer má sorte olhar a roupa da noiva antes.
Mas... isso não é apenas no dia do casamento?

Às 8 da noite eu já estava pronto, com o cabelo levemente penteado – sim, levemente porque eu não sou desses mauricinhos que penteiam totalmente o cabelo para parecer bonito. – e vestido parecendo um pingüim e os pés apertados naquele maldito sapato social.
Desci as escadas e avistei pelo menos 20 pessoas sentadas e em pé na sala de visitas da casa, se divertindo com uma música do James Brown. Logo que pisei do ultimo degrau da escada para o chão, um garçom passou – garçom? Eu também pensei isso logo que o vi – e me ofereceu uma taça de champanhe, e eu aceitei claro. Meu teor de álcool estava baixo.
Encostei-me à parede e fechei os olhos suspirando. Estava nervoso, era fato. Todas aquelas pessoas que não conhecia e eu teria de oficializar meu casamento em frente a elas.
Ainda de olhos fechados senti alguma coisa se apoiar em minha perna. Abri os olhos e avistei Pandora com um vestidinho preto me olhando como se estivesse sorrindo. Abaixei-me e comecei a acariciá-la. Algum tempo depois Christine apareceu, conversando comigo e me apresentando aos outros membros da família que ali estavam. Não demorou muito, me arrastou para um canto da sala que desse para ver a escada e Charles começou a descer os degraus.
Minhas mãos suavam, eu sabia que era a hora de que ela desceria e que tudo seria feito.

Ela apareceu no topo da escada. Ela estava linda. Com um vestido um pouco abaixo dos joelhos que tinha um pequeno decote na frente, de cor branca, ela brilhava comparada às outras pessoas que ali estavam naquela sala.
Apesar de estar tão simples, era como se só ela estivesse ali.
Começou a descer e ao final, seu pai a pegou pelo braço e sua mãe me empurrou para o meio da sala. Charles se aproximou de mim com em seu encalço e entregou a entregou a mim. A abracei e Charles pediu a atenção de todos.
- Esses são os noivos, e – sorriu abertamente – minha filhinha cresceu! – todos riram, inclusive eu e – o jantar já está servido pessoal! – todos se dirigiram à sala de jantar, que finalmente estava cheia.
Até o momento eu não sabia o objetivo de ter uma mesa tão grande para apenas duas pessoas, mas agora entendi o porquê. A família era grande. Grande pra caramba.

Nos sentamos. Em uma ponta da mesa estava eu e , na outra ponta estava Charles e Christine. Em volta estavam todos os outros familiares, inclusive Philip.
Começamos a comer e meu Deus, estava delicioso!
Nota mental, perguntar à Christine quem tinha feito essa deliciosa comida.
Depois de algum tempo, onde pelo menos boa parte de quem estava na mesa havia comido ou enchido a pança – só falando assim mesmo, hm – o pai de levantou-se e bateu delicadamente com o garfo na taça de champanhe. Todos viraram suas atenções a ele e ele pigarreou antes de sorrir e começar:
- Bom, todos vocês devem estar cansados de saber o motivo de nossa reunião de hoje aqui em casa, certo?
Todos fizeram um barulho que parecia ser um uhum em coro. PARECIA.
- Então, eu quero anunciar oficialmente o casamento da minha filha com o mais novo membro da família, que apesar de depois de seis anos vir nos conhecer, já se tornou especial para todos nós: .
Algumas pessoas fizeram um ooh em coro e outras sorriram.
- Alguém quer falar alguma coisa?
Eu me levantei, claro que eu queria falar!
- Bom, eu queria primeiramente agradecer a presença de todos vocês aqui no jantar e pedir desculpas por não ter vindo conhecê-los antes. Sabe como é, eu estava com medo de vocês não gostarem de mim – sorri largo – mas, nessa semana que passamos aqui, apesar de eu não ter falado com todos ou conhecido todos, me senti em casa e foi tudo muito bem. Amei conhecer vocês e ter a chance de poder falar com pelo menos metade das pessoas que aqui estão. Obrigada – sorri e me sentei
Charles falou: - um brinde aos noivos! – todos foram brindar e Philip atrapalhou.
Como sempre, ele, com seu espírito de porco, me atrapalhou em algo.
- Um brinde aos noivos, um brinde a uma pessoa que mal faz parte da família, aparece apenas 6 ANOS DEPOIS de conhecer um membro da nossa grande família e já é considerada especial. Eu ainda não entendi o porquê disso tudo, normalmente Charles faria de tudo para que eles não ficassem juntos... porque hoje está sendo diferente? – todos o olhavam abismados – de qualquer maneira, não tenho pra onde correr. , eu te amo. EU TE AMO DESDE SEMPRE! VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE É AMAR ALGUÉM QUE TE TRATA COMO UM LIXO?
- Cala a boca Philip – Charles falou e eu olhei para o teto. Ele estava me deixando sem paciência.
- Porque você não larga esse idiota e fica comigo? Você sempre soube que eu te amo e me trata feito um lixo! – começaram a cair lágrimas do olho dele, ele tava bêbado – eu tentei de tudo, mas ele sempre tinha algo a dizer e como sempre, impressionou meus tios com MUITO POUCO! – ele se aproximou de e pude ver todos me olhando. Eu não faria nada, não agora. – Porque não eu?
- Você quer saber por que não? – virou-se e o encarou – porque eu NÃO TE AMO, NÃO TE SUPORTO, TE ACHO O CARA MAIS CHATO DO MUNDO E VOCÊ É MEU PRIMO, CARAMBA!
- Mas o que tem? – ele pegou no braço dela – antes era porque eu era feio. EU MUDEI E VOCÊ CONTINUA NÃO GOSTANDO DE MIM!
- E o que tem a ver beleza? Você continua sendo a mesma pessoa infame que sempre foi. Continua e nunca vai mudar. PORQUE VOCÊ NÃO SE ESFORÇA PRA MUDAR. Simplesmente por isso. E solta o meu braço porque eu não quero que você encoste em mim.
Todos me encaravam ainda. Eles deviam estar se perguntando se eu não faria nada.
- Eu não vou largar
- Me largue seu infame – ela falou e eu me levantei o empurrando
- É o seguinte, eu tava me controlando, mas ela tá pedindo pra você soltar o braço dela. Então, SOLTA AGORA, VERME! – olhei pra ele esperando que ele recuasse, mas ele apertou o braço dela mais ainda
o olhou, levantou a perna e chutou o pequeno amigo dele, o fazendo se agachar sentindo dor. Eu sei como é isso amigo, mas bem feito. Todos estavam assustados olhando para nós dois.
Nós nos encaramos, sorrimos para todos que estavam na sala de jantar, demos as mãos e subimos em direção aos nossos quartos. Tínhamos que arrumar nossas malas e finalmente voltar a Londres. Ah, minha pequena Londres ao lado de minha pequena . Tudo o que mais queria na vida.

No outro dia, acordamos cedo. Toda aquela bagunça do dia anterior já havia desaparecido e na sala apenas estava Christine, Charlie e Pandora. Não podemos nos esquecer da cadelinha, claro.
Descemos com nossas malas, tomamos café e levamos um bom tempo para nos despedirmos. Soubemos que Philip havia ido para casa irado, mas que iria se conformar com tudo.
Eu até hoje não entendo o porquê disso tudo que ele fez no jantar. Porque não fez antes? Bando de gente que gosta de chamar atenção em festa.

Ao entrarmos no carro, sentimos o peso de tudo aquilo que havia acontecido. Agora sim nós poderíamos oficializar tudo, apesar de já vivermos como marido e mulher, isso pesaria mais ainda em nossas vidas. E isso há de dar certo.
Que viesse o casamento, que viesse a responsabilidade.
Tava na hora de crescer um pouco, não acha?




n/a: Ai gente... nunca demorei tanto tempo pra escrever uma fic finalizada –q HUAIEHUIAHEIAUIE .
Espero que tenham gostado dessa parte de TNMN. Eu nem tenho muito o que falar. Quero agradecer a todas que comentaram nas outras partes e me fizeram feliz. Também quero agradecer a Mady, Jenn, Iara e Pandora. Sim, a Pandora existe, e é minha Poodle de 5 aninhos. Acreditem ou não, ela escala muros ._.
Ahm... alguém em uma das fics pediu pra mim pra eu colocar as outras fanfics que tenho aqui. Então eu vou colocar. No momento, todas elas estão em andamento. E eu vou colocar também um contato pra vocês mandarem sugestões críticas, etc.
Bom, valeu pelo apoio, por vocês pedirem pra que eu escrevesse outra parte e sim, haverá uma parte cinco nem que vocês não queiram!
Que será finalmente o casamento, HÁ
Se quiserem me mandar idéias, críticas e sugestões o e-mail vai estar aí pra isso, ok?
E detalhe, a fic deu 13 páginas no Word. Salve salve inspiração repentina!
Beijos para todas e não esqueçam de comentar!

Outras Fictions:
Casamento em Las Vegas
Living In London

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