The Fire: Juntos Em Outra Vida
Escrita por: Cherry Black
Betada por: Vanessa


Prólogo

- Eu te esperei todo esse tempo, . Eu te amo. E, agora, ficaremos juntos, sempre. – disse, me puxando para um abraço terno, me beijando na testa, com um sorriso meigo e uma expressão de compreensão.

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Eu o amo – ou amava. Disso eu tenho plena certeza. Disso, pois, que ele morreu, ainda não tenho a mínima. Não absorvi, não caiu a ficha. Acho que não é isso, estou só mentindo para mim mesma, deixando de acreditar em uma coisa que está embaixo de meu nariz. Isso está acontecendo só comigo? Ou acontece com todas as pessoas, que perderam quem amavam? Ou são os remédios que estão me fazendo isso? Acho que o que mais me machuca é o fato de eu não conseguir definir o que houve, o que o matou.

Capítulo Único

Então, eu estou de volta. Estou de volta ao local de minha infância e de minha desgraça. Será que vão me aceitar? Ou vão me massacrar, como fizeram com o que me levou a fugir daqui? Não que as pessoas de Austin, no Texas, minha antiga cidade, fossem antipáticas ou algo do tipo, só que depois do que aconteceu, é compreensível – tá, eu mesma acho que elas deviam ser mais abertas comigo e tentarem ver meu lado – que ajam assim, já que não obtiveram ciência alguma dos fatos. Não obtiveram porque meus pais foram reservados ao extremo, não trocando uma palavra sequer sobre o acontecimento. Esses anos que eu passei no internato me fizeram refletir e ver que não tem motivo plausível para eu ficar longe daqui. Aliás, quem não deve, não teme. A frustração me domina. O que houve naquela noite, de anos atrás? Foram as vozes que rondavam minha cabeça que incendiaram a cabana? Foi esse o motivo de três anos no internato para jovens delinquentes. Eu não fiz ensopado de meus irmãos – os quais nem possuo – ou de meus pais; não fui pega roubando; não explodi nenhuma bomba em local público, que veio a matar pessoas para estar lá; nada disso! Só estava no lugar errado, na hora errada. "Só"? Um pedaço de mim morreu naquele fogo todo, um pedaço de meu coração, e, principalmente, de minha alma.
Eu e tínhamos essa conexão forte, de almas gêmeas. Eu já pensei em matar-me para encontrá-lo em outro plano, mas, para meus princípios religiosos, isso, com certeza, não me levaria até o Paraíso, onde, com toda a certeza do mundo, aquela alma pura, límpida e sensível de está. Mas estou tentando superar, tentando, sem obter o mínimo sucesso. Mal consigo olhar para os lados. Pesadelos com ele me assombram todas as noites, insinuando que eu fui a responsável por sua morte. Como isso pode acontecer? Como passa pela cabeça de alguém isso?
A assistente social, a polícia, o juiz e meus pais tentaram arrancar a verdade de mim, uma verdade que eu não imagino qual seja. Juntando isso – o fato de acharem que eu o matei, que estou ocultando a verdade – às minhas alucinações e calmantes, todas essas coisas são iguais a reformatório. Passei três anos lá, com adolescentes insanos, dementes, maníacos e todos os adjetivos do gênero, com todo mundo achando que isso seria bom pra mim. Eles deviam tentar me ajudar de alguma outra maneira, não me jogando lá e achando que estava tudo bem, tampando o sol com uma peneira.
Agora não tem mais volta o que fizeram.

Retornei para tentar, tentar um recomeço. Estou sozinha nesse mundo, não posso contar, sequer, com meus pais. Eles também acham que sou culpada. Eles sentem medo de mim. Sabe o que é seus pais terem medo de falar com você, de você chegar perto deles? As pessoas da cidade me olham com medo também, ou com caras feias. Ando recebendo cartas horríveis, de recorte de revistas, tenebrosas e sombrias dizendo "Assassina, psicopata, homicida; quem vai ser o próximo?", e coisas do estilo. Eu sinto uma dor enorme ao ler essas palavras, como se agulhas penetrassem todo meu corpo, me fazendo lembrar mais e mais, o que tento esquecer segundo, a segundo.


* * * * * * * *


- Sophia Daniels? Por quê? – olhei desesperada para Sophia, uma garota que estudava comigo e , que me olhava sombriamente.
- Eu amava , você o matou. Por que fez isso? Só porque ele não gostava de você? Só por isso, vadia? – perguntou ela, gritando com uma ira indescritível, arregalando os olhos e andando em círculos em minha volta.
- Você não tem noção de como eu esperei por esse dia. Esperei por três anos para te ver novamente, ansiei desesperadamente te encontrar, para te dar isso. Vou vingar . – disse Sophia com extrema exaltação, os olhos ainda arregalados, um sorriso de escárnio e sarcasmo, enfiando a mão dentro de sua bolsa em seu ombro, permanecendo com ela lá e colocando a mãe esquerda livre em cima da outra, por cima do couro da bolsa, como se estivesse guardando algo precioso. Veio para cima de mim, como se fosse me abraçar, enfiando uma coisa fria e afiada em meu peito esquerdo. Senti uma dor inenarrável, algo queimando, sentindo meu próprio sangue quente escorrendo por mim, quando eu desabei no chão. Fui perdendo a consciência, ouvindo sirenes e vendo todas as minhas lembranças mais felizes: meus pais me abraçando e dizendo como me amavam, deitado junto comigo no gramado de seu jardim rindo, felizes; eu no meu aniversário de dez anos, quando ganhei minha bicicleta favorita…

Epílogo

Que lugar é esse? Olhei a minha volta: um jardim digno de cenário de filme, com árvores chacoalhando os galhos suavemente com o vento, canteiros de flores coloridas, um lindo gramado com folhas amarelas caídas, dando uma impressão de outono. Bem a minha frente há duas coisas: caminhei e me agachei para poder identificar. São… Lápides. São lápides? Arregalei meus olhos, olhando as impressões: e, na do lado, . Ouvi passos amassarem a grama. Onde eu estou? Que lugar é esse? O que houve comigo…? Viro-me lentamente.

- Eu te esperei todo esse tempo, . Eu te amo. E, agora, ficaremos juntos, sempre. – disse, puxando-me para um abraço terno, beijando-me na testa, com um sorriso meigo e uma expressão de compreensão.
- Nada mais importa. Nada do que aconteceu antes. Agora, somos você e eu. Juntos pela eternidade, meu anjo... – me abraçou forte, afagando meus cabelos.

Fim



N/A/ (16.06.12): Olá, garotas. Bom, essa é a única coisa que comecei a escrever, que terminei. Escrevi isso em uma hora ou menos, pois, se não terminasse no instante que comecei, não acabaria nunca. Sejam boazinhas comigo, okay? Eu não sou boa escrevendo toda uma fic, sou boa reescrevendo e detalhando coisas de um esqueleto, dá para entender? Ok, ok. Tem alguém a fim de me ajudar com minha outra? Estou topando qualquer coisa. Parei! '-' Eu tive a ideia desta fic, durante a leitura de "Fallen", enquanto estava no banho. Estranho - É eu sei. Acho que já disse tudo. Comente, está bem? Muitos beijos para vocês. E, muito, muito obrigada por ler. É de imensa importante para mim.

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