The Pain You Put Me Through
História por Geovana | Revisão por Cáh Almeida


I've found out a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
And the reason is you



- Você tem tido notícias dele? – minha amiga me perguntou, enquanto terminávamos alguns exercícios da faculdade, e eu sabia a quem ela se referia. Será que ela não sabia que tínhamos que nos concentrar? Respirei fundo e respondi.
- Não. – foi o que eu disse, simples e claro.
- Não tem curiosidade? – eu sabia que queria me contar alguma coisa, porque ela sabia que esse assunto era totalmente proibido comigo, qualquer coisa em relação ao era proibido. Pelo menos, na minha presença. Desde que nós terminamos, eu tenho evitado qualquer contato, aproximação e, até mesmo, o nome dele. Quem sabe assim, esquecesse mais rápido. Fechei os olhos e bufei.
- Você quer me falar alguma coisa? Vamos, fale logo, pra que você possa me deixar em paz e enfim conseguir terminar esses exercícios, eu já estou exausta. – suspirei, largando a caneta e levando as mãos até os olhos ainda fechados.
- Desculpe, não queria te irritar. Eu sei que você não gosta que eu fale dele, mas é que...
- Mas é que o que? – a interrompi, abri meus olhos e olhei em sua direção. – Eu sei que ele está bem, ele está vivendo a vida dele, curtindo... Não era isso que ele queria? Não foi pra isso que ele me deixou? – disse, alterada, me levantando da cadeira e me dirigindo até a cozinha, pegando um copo de água e bebendo logo em seguida. Pude ouvir passos e, segundos depois, estava na cozinha também, ela estava me pedindo desculpas com os olhos, e isso era claro pra mim. – Desculpa, não queria ter falado desse jeito com você, você sabe que eu odeio falar sobre ele...
- Ele está namorando, . – sua voz baixa quase me impediu de ouvi-la, e, naquele momento, tudo que eu mais queria era realmente não tê-la ouvido, ou até mesmo escutado errado. Não foi como se eu quisesse, não tivesse tentado impedir, mas meus olhos se encheram de lágrimas e eu não consegui dizer nada. É claro que iriam haver outras depois de mim, ele não iria ficar sozinho pra sempre, e é claro que ele cansaria da vida de solteiro e procuraria um coração pra reconfortar o seu. Mas será que ele não sabia que o meu estaria com as portas abertas, caso ele quisesse entrar? – Sinto muito. – estava ao meu lado agora e olhava pra mim, buscando o meu olhar de volta, o que não aconteceu.
Eu estava surpresa e, além de tudo, triste. Apesar de termos terminado há um ano, eu ainda o amava ou... bem, talvez não chegasse mais a ser amor, mas eu ainda tinha sentimentos por eles, sentimentos esses que fizeram meu coração se encolher ao ponto de eu pensar que iria estourar dentro do peito, tamanho o aperto que se fez dentro de mim. Mas, então, eu me dei conta que ele não valia apena, ficar mal quando ele já seguiu em frente não era algo que eu gostaria de sentir. E em um surto de consciência, eu levei minhas mãos rapidamente ao rosto e enxuguei as malditas lágrimas do meu rosto, aquelas mesmas lágrimas que eu prometi que nunca mais derramaria por ele. Desencostei-me da mesa e me virei pra minha amiga, que ainda estava no mesmo lugar, e com o mesmo olhar de minutos atrás.
- Eu vou superar. – dito isso, subi pro meu quarto e fui tomar um banho. Deixaria as atividades pra depois. Hoje eu iria começar, verdadeiramente, uma nova vida. Se ele podia, eu também podia. Eu iria esquecer o .

Já fazia três meses desde que descobri que estava namorando, e, nesse tempo, eu o vi algumas vezes com a sua nova namorada. Não vou mentir, dizendo que foi fácil, porque não foi, nem vou dizer que não senti vontade de espancar aquela ruiva barata com cara de baiacu, e pedir pra ele voltar pra mim, porque eu também estaria mentindo. Vê-lo chamá-la de amor, na minha frente, na frente dos nossos amigos, como se eu nem estivesse ali, como se eu nem existisse, como se eu não significasse mais nada em sua vida, não era algo que eu pudesse chamar de feliz. Mas eu que eu queria, afinal? Não seria de uma hora pra outra que o arrancaria da minha vida. Eu ainda estava em tratamento, minha nova vida ainda estava sendo construída, e infelizmente o passado ainda me atormentava às vezes, principalmente quando o passado tem os mais belos olhos já vistos nesse mundo.
Mas eu iria superar tudo, não iria? Claro que sim.
Nesse tempo, eu tentei, ao máximo, me distrair. E estava conseguindo. Pelo menos, não me pegava mais chorando de madrugada, encarando o lado vazio da cama, que antes era ocupado pelo seu corpo, ou cantando músicas melosas e depressivas com muita freqüência.

Estava cochilando, quando senti o meu celular vibrar em cima da minha barriga. Era .
- Oi, amiga, o que está fazendo? – disse animada, típica animação de sexta-feira, onde estamos livres da faculdade e de todo estresse da semana. Sorri com isso.
- Estava cochilando, até você me ligar. – pude ouvi-la bufar.
- Você estava cochilando, às 21hrs, numa sexta-feira? Você é muito fraca, vá se arrumar, nós vamos sair. – já tinha me levantado da cama e estava andando de um lado pro outro no quarto.
- Ok, mas posso saber, pelo menos, pra onde?
- Vamos aquele pub que inaugura hoje. – sabia que, nesse momento, o seu sorriso não cabia no rosto.
- E posso saber como você conseguiu entradas? Porque tentamos comprar ingressos a semana toda e não conseguimos. – perguntei, curiosa.
- Contatos, amiga, contatos. – rimos – Vou passar na sua casa às 23hrs, pode ser?
- Sim, senhora.
- Acho bom, se eu chegar aí e você não estiver pronta, eu...
- Tchau, amor. – desliguei na sua cara, antes que ela começasse com o velho discurso "se eu chegar, e você não estiver pronta, te arrasto nua ou como você estiver, prédio afora" Sempre a mesma coisa.
Dirigi-me ao guarda roupa, tirei de lá um preto em paetês, o colocando em cima da cama, indo pro banheiro tomar um banho bem tomado. Demorei mais ou menos uns 45 minutos no banho, e saí apressada do banheiro, ainda tinha que pensar no que fazer com o cabelo. Coloquei o vestido e fiz uma maquiagem leve nos olhos, pegando mais pesado com a boca e usando um batom vermelho sangue opaco. Deixei meu cabelo solto mesmo, ele estava civilizado o bastante pra isso. Coloquei uma sandália aberta, também preta, e passei perfume. Terminei de me arrumar antes do horário proposto por , exatamente às 22h50min, me olhei no espelho e fiquei orgulhosa com o resultado, há muito tempo não me sentia tão bonita e arrumada. Meu celular vibrou, anunciando uma nova mensagem de , avisando que eu já podia descer, ela estava me esperando lá em baixo.
Nós já tínhamos chegado à boate há umas duas horas, e todos meus amigos estavam lá, digo, todos meus amigos, o e a namoradinha estranha dele. Eu tentava ao máximo não olhá-lo, mesmo quando podia sentir seu olhar em mim, ou quando alguém falava comigo e ele se achava no direito de também poder comentar alguma coisa. Eu também tentei ignorá-lo quando nós chegamos e ele me olhou de cima a baixo e disse que eu estava linda, mas, vejamos, eu tentei, porque, infelizmente, sou muito educada pra ignorar quando me elogiam; um "obrigada, sua namorada também" e um sorriso nitidamente forçado foram dados em resposta, o deixando desconcertado na frente de todos. E só pra deixar claro, a tal namoradinha não estava bonita, não, a dúvida de como ele conseguia sair pra algum lugar com aquela tribufu reinava na minha cabeça, cada vez que via os dois trocando carinhos na minha frente e eu tinha que sorrir, mesmo assim.
Estava dançando na pista com e mais dois caras, que tínhamos conhecido ali mesmo, quando a sede aumentou e eu me vi obrigada a ir ao bar beber alguma coisa, avisei a e perguntei se eles iriam querer alguma coisa.
- Uma cerveja, , por favor. – só respondeu e eu sorri, concordando, indo comprar as bebidas. Depois de fazer os pedidos e ser cantada pelo barman, me encostei-me ao balcão e comecei a balançar a cabeça no ritmo da música, parando imediatamente quando ouvi uma voz muito conhecida por mim, falar bem no meu ouvido, não sei se pelo atrevimento ou pela música alta, ou talvez pelos dois motivos, meus pelos do pescoço se arrepiaram involuntariamente.
- Até quando vai me ignorar? Achei que fosse mais madura. – disse, com sua típica voz de deboche, e se afastou, ficando do meu lado e me olhando, aquilo realmente tinha me irritado, mas se eu queria levar em diante essa idéia de ignorá-lo, teria que engolir essa. – Qual é, , vai mesmo deixar de falar comigo só porquê terminamos? Que coisa infantil. – ainda usando o mesmo tom, me vi obrigada a olhá-lo, com o olhar mais sombrio e matador que consegui.
- Tem certeza que eu sou a imatura e infantil aqui? – ri com ironia - Por favor, vamos colocar ordem nisso, querido.
- Sim, tenho certeza. Ficar revoltadinha comigo sem motivos, me ignorar quando eu falo com você na frente das pessoas, e nem olhar na minha cara é o quê? – sua voz agora estava alterada e eu diria, até, um pouco amargurada.
- Eu tenho meus motivos. – rebati, também alterada, ele não deveria dar uma de sonso agora. O barman chegou com as minhas cervejas, mas, antes que eu pudesse sair, ele respondeu.
- Por que estou namorando outra pessoa? Não tenho culpa se você não consegue seguir em frente. – ok, aquilo tinha ido longe de mais, e como meu objetivo de ignorar sua presença já tinha sido quebrado, eu iria rebater aquilo, e iria rebater com gosto.
- Por que você está namorando? Isso não tem nada a ver, eu quero que você e essa sua namoradinha se explodam, seu cretino, quero que voltem pro inferno de onde saíram. Meus motivos você conhece muito bem, mais do que qualquer um aqui. Você acha que podemos ser amigos depois de tudo que você me fez passar? No desastre que você deixou a minha vida depois que saiu pela porta da minha casa dizendo que o que eu fazia por você não era o suficiente pra te deixar feliz? Que não queria mais namorar comigo porque eu te prendia muito e você tinha que curtir mais a vida? - eu o olhava diretamente nos olhos, fazia o possível pra minha voz sair firme e não demonstrar toda a fraqueza que se instalava dentro de mim novamente, mas meus olhos marejados entregavam toda minha dor. Ele estava sentindo minhas palavras, eu sabia que sim, ele não seria considerado um humano se não as sentisse. – Eu te amava mais que tudo, , e você disse que o meu amor não era suficiente, eu te dei tudo que tinha e, mesmo assim, não foi bom o bastante pra você. Você sofreu com o nosso término? Porque eu achei que não fosse sobreviver. Eu senti tanto, tanto a sua falta, e você não foi justo comigo.
- ... - Não me chame assim, não dou essa intimidade pra você. – senti minha voz trêmula, e uma lágrima ameaçou cair. – Na verdade, você não tem intimidade nem pra falar comigo, eu não quero você na minha vida. Já sofri muito, e agora estou tentando seguir em frente, me deixe em paz, ouviu bem? Essa foi a última vez que você me dirigiu a palavra. Não vou dizer que espero que seja feliz, porque felicidade é o que eu menos desejo pra sua vida. – Disse e saí, antes que ele dissesse qualquer coisa. Deixei as cervejas com e disse que ia embora, ao ver o meu estado, disse que me acompanharia, e não adiantou negar, porque ela disse que iria, mesmo assim.
- Me espere no carro, ok? Vou só me despedir do pessoal e avisar que estamos indo embora.
Assenti e saí da boate, indo em direção ao carro da minha amiga e encostando-me a ele enquanto a esperava. Estava com a chave, mas estava gostando do vento frio no meu rosto, enquanto fitava o nada. Pude ouvir a voz de um pouco longe e aquela mesma voz de minutos atrás juntos. Olhei para o lado e vi brigar com , enquanto ele tentava argumentar algo e a seguia até mim. Mais que rapidamente, abri o carro e entrei no banco do carona, vendo entrar logo em seguida e bater no vidro ao meu lado, pedindo-me pra que eu saísse pra gente conversar. Olhei pra num pedido mudo pra que ela tirasse aquele carro dali antes que eu desabasse na frente dele. E foi o que ela fez. O carro "cantou pneu" e nós fomos pro meu apartamento.
Ao chegar lá, não deu outra. Chorei, chorei como há muito tempo eu não chorava, coloquei tudo pra fora, todas as dores, todas as magoas, a saudade era nítida em cada palavra que saía da minha boca, enquanto afagava meus cabelos. Mas aquela seria a última vez. Apesar de ter dito isso várias outras vezes, eu sabia que seria última vez que me permitiria ficar nesse estado por ele. E o plano de reerguer minha vida estava começando com força total desta vez.

Pov’s

I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away


Eu estava deitado na minha cama e tinha acabado de assistir a um filme. Estava sozinho, já que Dakota tinha ido passar um final de semana com os pais em algum lugar que eu não lembro agora. Com preguiça de fazer qualquer outra coisa que me fizesse levantar da cama, peguei meu notebook, a fim de encontrar alguma coisa interessante na internet. Ao ligar o computador, pude ver uma foto da minha namorada como papel de parede. A foto era bonita, foi tirada num dia em que viajamos pra praia, o pôr do sol era o plano de fundo, seus cabelos ruivos voavam com o vento, ela estava sorrindo, e apesar de Dakota ter um belo sorriso, não se comparava ao de . Nenhum sorriso era tão bonito quanto o dela. E, mais uma vez, me peguei pensando nela.
Desde o dia em que "discutimos" na boate, não nos vimos mais. Sabia que ela estava me evitando e eu não tirava sua razão, dizia que ela estava ótima, todas as vezes que eu perguntava por .
Eu não imaginava que tinha a feito sofrer tanto, e, naquele dia, eu pude perceber o quão egoísta eu fui por não pensar nela quando decidi romper o nosso relacionamento, de repente. Eu amei como não amei nenhuma outra garota, como não amo minha atual namorada, mas, naquele tempo, eu achava que curtir a minha vida, sozinho, era mais importante que compartilhá-la com alguém que realmente se importava comigo e me amava mais que tudo. sempre fez de tudo por mim, e eu podia ver isso agora. Sentia-me um merda. Comecei a relembrar dos nossos momentos juntos, quando fechava os olhos, quase podia tocá-la, de tão real que eram as memórias. Um sorriso bobo se formou em meus lábios quando me lembrei de sua personalidade forte e seu jeito irritadinho. era a pessoa mais fácil de se irritar que eu tive a oportunidade de conhecer, sempre fazendo birra, mas sempre tão encantadora. De repente, me peguei comparando as duas. Foi impossível não fazê-lo, Dakota gostava de mim e era uma pessoa maravilhosa, mas eu não sentia com ela metade das coisas que senti com a minha ex namorada. Nunca me peguei pensando num futuro pra nós dois juntos, como eu fazia quando estava com a . Nunca disse pra Dakota que a amava, nem mesmo da boca pra fora, porque sabia que não sentia amor por ela. Nunca a convidei pra morar comigo, nunca a apresentei formalmente pros meus pais. Não era pra ela exatamente que eu ligava quando chegava cansado ou tinha um dia ruim. Meu coração ficou acelerado só de pensar na conclusão disso tudo. Eu cheguei numa conclusão de que, apesar de gostar muito de Dakota, não era a ela que meu futuro pertencia, e eu sabia qual mulher fazia parte do meu destino. Mas eu teria que dar muito duro pra conseguí-la de volta, e eu o faria. seria minha, de novo.

FIM

Nota da Autora: Hola chicas!! Criei essa fic enquanto lia um texto muito depressivo no tumblr, ele era tão bom que eu me vi na obrigação de escrever alguma coisa sobre ele, e aqui estou eu **palmas** JFGDÇJFL Acho que peguei gosto por escrever shorts, a coisa é tão rápida, quando você vê BOOM já acabou. Eu escrevi isso em algumas horas, espero que esteja bom e que vocês gostem :) É isso, cabo, tchau.
Nota da Beta: Caso seja encontrado qualquer erro nessa atualização, por favor, notifique-me por twitter ou e-mail. Não utilize a caixinha de comentários para tal. Obrigada. xx ;D


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