Eu não queria que ela fosse embora. Queria saber mais sobre ela.
Off His Point Of View
- Tudo bem. - Falei convencida já que ele não desistiria – Por que a preocupação em me ajudar? Nem nos conhecemos.
- Então você só ajudaria um conhecido? Que coisa mais feia, !
- Não é isso, !
- Me chame de , por favor.
- Ok... . - Ressaltei seu apelido e ele assentiu satisfeito. - Eu só não entendo... - Estava sem palavras. O observei jogar água em meu joelho para tirar um pouco do sangue.
- Hey! - Falei ao vê-lo rasgando sua bermuda. - Acho admirável me ajudar, mas não precisava ter rasgado a própria bermuda.
- , apenas fique quieta e me deixe terminar com isso logo.
His Point Of View
A verdade era que eu estava demorando na ajuda o quanto estava dando, apenas para desfrutar um pouco mais de sua companhia. Havia gostado de conhecê-la. A vi pelo canto dos olhos rolar os olhos engraçadamente e passei o pedaço da minha bermuda no joelho dela, dando em seguida um laço firme. Não era preciso aquilo em sua perna. Saía um pouco de sangue, mas nada que precisasse ser estancado. Eu queria que ela levasse uma pequena lembrança minha.
Off His Point Of View
- O que você estava fazendo aqui sozinho? - Perguntei assim que se sentou ao meu lado.
- Vim dar um mergulho. E assim que vi você andando pelas pedras, fiquei atrás daquela árvore. - Apontou com a cabeça - Observando o que ia fazer. Foi engraçado te ver cair na água com os braços abertos. - Ele abriu os braços imitando-a, soltando uma gargalhada em seguida e lhe dei um leve tapa fraco no braço, rindo também.
- Deve ter sido mesmo. Fico feliz de ter feito alguém sorrir hoje. - Sei que aquele comentário fora completamente desnecessário, mas quando me dei conta, as palavras já haviam saído. Ele parou de sorrir e me olhou com aqueles olhos que eu já havia adquirido uma queda. Eram lindos.
- Te conhecer hoje me fez sorrir também. A honra de uma presença que eu nunca imaginei ter, me fez feliz. Na verdade... Está fazendo. - Corei. Vi se aproximar e quando senti que seus lábios iam tocar os meus, virei o rosto, fazendo sua boca ir de encontro a minha bochecha.
- É melhor eu ir, está ficando tarde. - Olhei para os lados observando a mata começar a ficar escura. Demorei um pouco nelas, evitando olhar para ele. Estava com vergonha e por um momento bateu um arrependimento de não ter deixá-lo me beijar. Me levantei com um pouco de dificuldade e assim que me coloquei de pé, já estava na mesma posição em minha frente.
- Um selinho de ‘adorei te conhecer também’ não vai matar, vai?
- Você é pretencioso, hein?! Quem disse que eu gostei de te conhecer? - Cruzei os braços. Ele deveria ter algum tipo de “Leitura Mental” porque não era possível. Eu havia adorado conhecê-lo. Queria beijá-lo.
- Já ouvi dizer que as mulheres gostam de conversar com os homens olhando nos olhos, para tentar mandar uma mensagem por eles. Eles estavam certos. Você está fazendo isso agora. - Naquele momento, todas as minhas suspeitas estavam confirmadas: ele conseguia de algum modo fazer a tal “Leitura Mental”, e não pensei duas vezes ao colar meus lábios nos dele em um selinho demorado. pediu passagem com a língua e com dificuldade, não cedi. Dei alguns passos para trás.
- Só achei que seria legal você saber que não costumo dar moral para pessoas que não conheço. Tchau, .
- Você pode até não dar moral para desconhecidos, mas depois desse beijo eu tenho certeza que você adorou me conhecer! - Ele falava mais alto a medida que eu me afastava. Era difícil não conter um sorriso.
Se eu soubesse que me machucar ia ter boas consequências, teria adiantado essa "dor" o quanto antes.
Her Point Of View (End Flashback)
Capítulo 9
Os meses que se passaram sem sentir a presença de , fora bastante difícil para . A presença dele era como uma força, um impulso para que a menina encarasse seu dia. E agora ela não tinha mais nada que pudesse fazer seu dia melhor. Os dias ficaram entediantes e demoravam para passar. Raramente acontecia alguma novidade, e mesmo que tivesse, não teria para quem contar. tinha caído totalmente na rotina. Sempre as mesmas coisas, tudo muito previsível. E não gostava disso. Desde que terminara com , a lembrança que tinha de seus sonhos era um completo breu. Sem sonhos. Sem paisagens. Sem ele. Não queria admitir para si mesma que havia o machucado. A dor que sentia já era forte demais para tomar as dos outros. Ela não sabia se ele tinha o reconhecimento da barra que estava passando. A menina esperava que sim, pois não queria pensar na possibilidade dele achar que não estava sofrendo, e finalmente, estava livre dela. Não estava arrependida, mas a falta que estava sentindo era absurda. Das brincadeiras, dos sorrisos, dos beijos, dos carinhos, das coisas sem sentido que só ele falava. Das coisas românticas que ele tirava de uma inspiração fora do comum. "Minha inspiração é você, . Você é o conjunto das coisas que eu sinto. Eu já tentei várias vezes explicar uma coisa sem explicação que é o meu amor por você. Sai bastante lorota, eu sei. Mas você gosta." Talvez ela estivesse um pouco arrependida. A menina deixou uma lágrima cair e imediatamente sentiu uma forte dor no estômago. Como sentia falta daquilo. Fechou os olhos fortemente e abaixou sua cabeça a encostando na mesa de seu consultório tentando aliviar a súbita dor de cabeça que surgira junto com o choro. Haviam se passado em torno de dois meses e meio e tudo continuava a mesma coisa, com a diferença da saudade e dos choros se tornarem cada vez mais fortes e constantes. Sabia que seria difícil, mas não imaginava passar metade das coisas que estava passando. levantou meio cambaleante e deu um giro na fechadura. Ian a vira várias vezes desse jeito e ia esforçar para que isso não acontecesse mais. Não gostava que as pessoas a olhassem com pena. Voltou a se sentar e abriu uma gaveta de sua mesa, tirando uma agenda velha de capa verde bebê que agora era um diário. Pegou uma caneta e procurou por uma página limpa para escrever o que estava sentindo. Era um desabafo silencioso.
"Hoje eu estava pensando em tudo que nós passamos, e isso só aumentou a minha raiva. ONDE eu estava com a cabeça para terminar com você? Todas as vezes que eu pensei não estar arrependida não se passou de uma mentira a qual eu camuflei para não assumir meu erro. Eu estou arrependida. Eu quero voltar pra você, não aguento isso mais. Tentei parecer convicta das minhas atitudes, mas no fundo estou magoada com tudo isso. O mais certo a ser feito não foi isso. O certo era ter mantido nosso relacionamento.
O certo é EU e VOCÊ. Me aceite de volta.
Eu te amo."
A menina fechou lentamente o diário e encarou sua capa por alguns minutos. Se ele não tivesse sumido dos seus sonhos, poderia dizer todas aquelas palavras escritas de uma vez só para ele. Mas haviam terminado. E seria completamente normal ele não - querer - aparecer. escutou leves batidas na porta e uma tentativa de abri-la.
- , sou eu. Vamos descer pra almoçar? - A menina fungou e passou as mãos pelo rosto, se certificando que não havia nenhuma lágrima. Deu leves batinhas abaixo dos olhos para disfarçar a cara de choro.
- Já estou indo, Ian. Pode me esperar lá embaixo. - Sua voz embargada a denunciou. Ele pediria para abrir a p...
- Pode abrir a porta, por favor? - Já esperava isso dele. guardou seu diário na bolsa. Sua mesa não havia nenhuma tranca para que pudesse deixar em total segurança e saber que um dos seus sentimentos mais sinceros pudesse ficar exposto a qualquer um que resolvesse entrar ali, a deixava encabulada. Guardando na bolsa era menos uma preocupação.
- Já estou indo. - Passou os olhos pelo consultório e foi até a porta, destrancando-a. A menina voltou a organizar algumas coisas na bolsa, sentindo a presença de Ian em seguida. Estava de costas para ele.
- Deixe isso aí mesmo, . Estamos perdendo nosso horário de almoço. É só trancar a porta.
- Pronto, terminei. - Jogou a bolsa no ombro e enfim olhou para o rapaz que a analisava. - Vamos? - Ian colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Eu não gosto de te ver assim. Eu realmente gostaria de fazer alguma coisa para resgatar aquele sorriso lindo que você tanto tem.
- Eu vou ficar bem. - sorriu sincera reconhecendo a preocupação do amigo, que nesses últimos dias estava mais carinhoso do que costumava ser. - É melhor irmos almoçar, hm? Já perdemos... - Olhou no seu relógio - Dez minutos. - Ian assentiu e após trancarem o consultório, caminharam em direção ao elevador, apertando o botão 'Térreo'.
- Sabe, eu estava pensando... Podíamos sair esse final de semana. Topa? - A menina deu de ombros.
- Sugestão de lugar? - O rapaz a olhou levemente surpreso. Ultimamente a amiga não estava com muito ânimo para sair. - Só não um lugar agitado, preciso relaxar. E que não seja muito caro, não estou sendo murrinha, mas as contas do apartamento esse mês vieram mais caras. Preciso economizar.
- Se você preferir, podemos ir lá pra casa e passamos a tarde inteira assistindo filmes. Compramos besteiras, cervejas, pipocas. Sai até mais barato.
- Você está se saindo como um amigo gay querendo tirar a amiga da fossa. - gargalhou ao vê-lo com uma cara afetada. - Eu adoraria ter um amigo gay!
- Desculpe, mas não vai ser eu quem vai se encarregar de exercer esse papel tão colorido.
- Uma pena. Eu consigo imaginar nós dois fazendo compras no shopping enlouquecidamente...
- !
- A verdade Nua e Crua!
- American Pie! - Falamos ao mesmo tempo e segundos depois caímos na gargalhada.
- É melhor entrarmos em um acordo. Mas antes disso pense bem, eu sou visita.
- Você já é de casa, para com isso. Olha, ambos os filmes são comédia e falam sobre sexo. Qualquer um pra mim está ótimo.
- Então por que você falou que queria assistir American Pie se "qualquer um está ótimo"?
- Porque eu quero assisti-lo primeiro.
- Então o coloque, que enquanto isso eu coloco a pipoca no microondas. Onde estão as coisas? - Ela perguntou caminhando até a cozinha.
- Que folgada! Quem te deu essa liberdade?
- "Você já é de casa, para com isso" - O imitou. - Estou agindo como uma.
- Blá blá blá blá. Estão nos armários de cima. Se você alcançar...
- Existem cadeiras para isso. - Pegou uma das que estavam em volta da mesa e a colocou em frente ao armário. - EI! Você está me chamando de tampinha? - O escutou gargalhar e olhou para a porta da cozinha, vendo-o encostado no batente. Ele estava bonito naquele dia. Na verdade ele era bonito, mas algo estava lhe chamando a atenção. Só não sabia o quê.
- Não senhora, os armários são altos mesmo. - escolheu a pipoca de Bacon e jogou para Ian colocar no microondas. Voltou com a cadeira no lugar e sentou-se na bancada.
- Obrigada por se preocupar comigo. Estava realmente precisando sair para distrair um pouco, só eu não enxerguei isso. - Ian que observava a pipoca girando, virou-se ao ouvi-la falar e caminhou em sua direção, parando em sua frente.
- Você sabe que vou estar aqui quando precisar. Fiquei feliz por ter conseguido te tirar de casa. - O rapaz pegou em sua mão e começou a acariciá-la com os dedos. Depois de alguns minutos se encarando, a menina desceu da bancada e depositou um beijo em sua bochecha vendo que a pipoca ficaria pronta.
- Prefere refrigerante ou cerveja?
- O que você for tomar... - pegou duas garrafas de cerveja e levou para Ian que já a esperava na sala.
estava com a cabeça no ombro de Ian, assistindo o filme. O rapaz estava encarregado de mantê-la ali, o que não foi muito difícil já que o carinho que fazia na cabeça dela estava muito bom. Era impossível não cair em risadas com o último American Pie. Na opinião dela, os primeiros eram melhores, mas não deixava de ser engraçado. Ian estava querendo dizer algumas coisas que estava guardando para si há algum tempo. Não sabia se falava no meio do filme, ou se o esperava acabar. Optou pela última opção.
- ... Eu queria... Conversar com você. - A menina se desencostou dos ombros do rapaz e observou seu rosto tenso.
- Pode falar.
- Primeiramente eu quero que você saiba que está sendo muito difícil pra mim. Não quero que você ache que estou aproveitando do seu momento de fraqueza pra falar essas coisas...
- Você está me deixando um pouco assustada, Ian. Vá direto ao assunto. - Ela já tinha uma noção do que ele queria falar, só não estava pronta para ouvir e muito menos dizer alguma coisa a respeito.
- Eu gosto de você, . De verdade. Sempre gostei. Esses últimos dias você deve ter percebido que "forcei" um pouco mais as coisas. Eu já não estava aguentando mais e achei que você... precisasse saber.
- Eu também gosto de você, mas não na mesma intensidade ou do mesmo jeito que você gosta de mim. E sim, eu percebi. - Ela corou.
- Talvez nós pudéssemos tentar, eu não sei. Eu posso te fazer feliz. Pode até ser que eu não obtenha sucesso, mas eu vou tentar. - se espreguiçou ganhando tempo para pensar no que responderia. Ela estava sozinha, apesar de amar . O rapaz aproveitou e aproximou um pouco mais seu corpo do dela. A menina voltou à posição normal e notou a proximidade. Ian começou a fazer carinho em sua bochecha. - Minha vontade agora é de te beijar, não vou negar. Mas não vou fazer nada que você não queira...
Capítulo 10
e Ian estavam namorando. O que a menina mais temia era que aquele relacionamento pudesse prejudicar a amizade deles no futuro. não havia dado nenhum sinal em seus sonhos desde então, o que a fez tomar coragem para tomar rumo em sua vida e se arriscar em um novo relacionamento. Ficar sofrendo por uma coisa que ela nem sabia se existia mesmo, não a levaria em lugar nenhum. Foram felizes enquanto estavam juntos, mas agora a menina estava em uma nova etapa de sua vida e esperava profundamente que ele também estivesse. e Ian estavam juntos há quase um ano, o que significava quase um ano sem . A menina queria viver o agora. O passado deixara lembranças marcantes, mas agora tinha outros princípios. Estava pensando no seu futuro e focada no seu trabalho o que rendera um crescimento profissional. deixara seu antigo prédio, que era dividido em um andar com várias salas para Psicologia e abriu seu próprio consultório em outro lugar. O consultório que Anne havia lhe dado, continuava do mesmo jeito caso ela resolvesse voltar, mesmo achando isso pouco provável. Era uma espécie de lembrança, o começo de tudo. Não achava justo acabar com o lugar que abrira várias portas para ela hoje. estava feliz com o sucesso profissional que tinha adquirido ao longo de todo desse tempo. Era uma realização e tanto. Ajudar ao próximo a fazia se sentir bem de uma maneira indescritível. Sempre fora de dar conselhos, de ver o bem estar do próximo e quando se formou no High School, a Psicologia era o caminho perfeito.
O celular da menina começou a tocar em cima da cama. Terminou de vestir sua blusa e o atendeu, voltando para frente do espelho com o celular apoiado no ombro.
- Pronto.
- Atendeu o telefone rápido, hm? Já está pronta?
- Se você não me amolar por muito tempo no telefone, logo logo estarei. - Adorava provocá-lo.
- Só estou ligando pra confirmar o jeito que você está indo. Nada de calça jeans ou blusa muito quente. Está lembrada?
- Uhum. - Olhou no espelho, vendo o oposto do que ele havia falado. Estava agasalhada.
- Ótimo. Daqui uns quinze minutos estou saindo daqui. Esteja pronta.
- Beijo, tchau. - Finalizaram a ligação. jogou o celular na cama e voltou a se encarar no espelho. Vestiu-se de acordo com o que Ian havia pedido receosa e separou uma blusa de frio por precaução. O tempo não estava tão quente para se vestir daquela forma.
- Pra onde você está me levando? Vai me abandonar em algum lugar e me deixar morrer congelada? Está frio e olha como estamos vestidos! - A menina apontou para ambos os corpos com roupas de verão e Ian apertou sua mão, rindo.
- Relaxa, amor, eu vou te levar ao Paraíso. - o olhou desconfiada e o namorado gargalhou. - Bom, eu posso te levar a ESSE Paraíso também, mas o propósito hoje é outro. Você vai conhecer outro Paraíso.
- O que você está aprontando? Está misterioso demais pro meu gosto.
- Já estamos chegando, aguente mais um pouquinho. - Minutos depois, a menina observou pelo vidro do carro uma mata fechada se aproximar. Nunca tinha ido àquele lugar antes, era um pouco afastado da cidade e o tempo era realmente diferente.
- Nem parece que estamos no Canadá, olha só esse sol. - fechou a porta do carro e entrelaçou seus dedos com os de Ian que começou a conduzir por mata a dentro. Passaram alguns minutos caminhando e todos os detalhes daquele lindo lugar foram observados por ela. Ian satisfeito, vez ou outra, a olhava para admirar seu sorriso. O céu com poucas nuvens deixava o azul ainda mais bonito. O verde preservado, as flores, o clima. Era tudo muito lindo, Ian estava certo ao nomeá-lo de Paraíso.
- Como você sabia deste lugar? - Ela perguntou enquanto o namorado sentava-se embaixo da árvore. Estava em pé e seus olhos percorriam por todo local, como se pudesse tirar fotos para se lembrar dali.
- Eu e meus primos descobrimos há muito tempo atrás. Meus pais tiveram uma fazenda aqui perto e em uma tarde por falta do que fazer, resolvemos ver até aonde davam as terras.
- Vocês ultrapassaram a cerca? - Viu Ian concordar com a maior cara inocente e sorriu meio incrédula.
- Admiro muito a coragem de vocês! - estendeu a mão para o rapaz e o mesmo a pegou, puxando-a para sentar entre suas pernas. - Sério, vocês foram bem corajosos. Podia ter um caboclo esperando meninos como você lá na frente com uma espingarda. - O ouviu gargalhar - Quem é o dono disso aqui?
- Não tem dono. Pelo menos, todos os finais de semana que viemos para cá, nunca vimos ninguém.
- É tudo preservado, deve haver alguém que pelo menos cuide. Ou faça a guarda, porque olha só para este lugar. É perfeito.
- Cuidar, a natureza faz por si mesma, . Fazer a guarda não tem como... Não há casas aqui.
- Mistério. Corajoso é outro que abandonou isso aqui. Um belo escape pra fugir da correria de tudo. Se eu fosse dona desse lugar, não venderia por nada.
- Você não acha que se realmente alguém fosse dono disso aqui, já não teria construído pelo menos UMA casinha de madeira?
- Às vezes o cara é um amante da natureza e resolveu por não destruir. Francamente, Ian... Dá muita dó só de pensar em mover um pedaço de terra. Ele pode vim, cuidar de tudo e ir embora.
- E você acha que ele deixaria um lugar desses sozinho, convidando qualquer um para invadir e tomar conta de tudo?
- E você parou pra pensar que não foi?
Silêncio.
- Esse papo de possibilidades está me deixando cansado.
- Você perdeu. Só assuma. - Ian viu fazer charminho e a puxou para um beijo. O rapaz aproximou seu corpo do da namorada e automaticamente desceu suas mãos para as coxas dela, que respondeu com uma leve arfada. A menina passou seus braços em torno do pescoço de Ian e com uma mão, começou a fazer carinhos em seu cabelo, intercalando com leves puxões. sentiu uma leve excitação da parte dele e como não levariam aquilo adiante bem ali, finalizou o beijo para evitar um possível constrangimento.
Era mestre em fingir que nada estava acontecendo.
- Você não vai se incomodar se eu arrancar uma florzinha dessas, certo? - A menina que estava encostada em Ian, esperando pelo pôr do sol, observou sua mão ir em direção a uma linda flor lilás. Sorriu e encostou-se para olhar para trás.
- SÓ ESSA! Mas o que você... - Ficou algum tempo em silêncio apenas observando aquelas feições que conhecia de cor. Aqueles olhos, aquela barba pedindo para ser feita que tanto gostava. Aquele jeito que ele a olhava que só ele sabia fazer. passou a mão pelo seu rosto admirada. Se aproximou um pouco dele e lhe deu um selinho demorado. Segundos depois, ele pedia passagem com a língua que fora facilmente cedida. A menina pendeu seu corpo para trás, o fazendo deitar na grama. O beijava como nunca havia feito antes, era sincero e desesperado ao mesmo tempo. Tinha medo de perdê-lo. Novamente.
- WOW, ! - O ouviu falar e sorriu, permanecendo de olhos fechados. Aquele beijo... - O que deu em você? - abriu os olhos e seu sorriso aos poucos fora se desmanchando ao encará-lo.
- E-Eu não sei.
- Você está bem? - Ian perguntou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e posicionou a flor ali. A menina assentiu ainda meio desnorteada.
- Só está ficando frio. Me leva para casa?
vira .
No lugar de Ian.
Porque isso agora, logo quando estava se acostumando à ideia de que não o teria mais? Quando ela estava finalmente tentando ser feliz sem ele?
Estava levando sua vida a adiante, não podia ficar vivendo coisas que não existiam.
Mas parecia que qualquer rumo que ela resolvesse seguir, de alguma maneira seria abordada por ele em seu subconsciente, fazendo lembranças antigas virem à tona. E isso sempre a tornava mais vulnerável a ele, deixando cicatrizes abertas novamente. Mas no fundo, bem lá no fundo, ela sabia que todas, todas as cicatrizes nunca foram fechadas o suficiente para fazê-la se esquecer dele.
Mesmo que quisesse, nunca se esqueceria.
Ele sempre teria um espaço especial nela.
Sempre.
Capítulo 11
Aquele dia estava sendo extremamente chato. Atendera pacientes e qualquer ajuda que dava para eles, nenhuma parecia servir para ela. Sua situação era tão crítica que talvez nem existisse conselho. Todos aqueles meses em constante “esquecimento” haviam sido destruídos em segundos. Seus pensamentos sempre se voltavam para alguém. estava na estaca zero novamente, aberta para sentir tudo aquilo que estava evitando. Tudo bem que amor e sofrimento andavam juntos na maioria das vezes, mas sofrer e tornar-se dependente de alguém que não existia, a tornava insana. Era isso que ela achava. E os outros, se soubessem, também. E era por isso que não contava a ninguém, sendo que ela mesma não entendia o que acontecia entre eles. Havia combinado com Ian de irem ao cinema depois do trabalho, mas a menina, que preferiu passar em casa para tomar banho, já tinha ligado para ele desistindo. Sua casa aquele dia parecia tão convidativa, pedindo pela sua presença, que lá no fundo não se importou com o que Ian acharia.
Ela primeiro, com suas necessidades e vontades, depois ele. Se tinha uma coisa que detestava, era fazer as coisas contra sua vontade só para agradar aos outros. Não era disso, e seu namorado já sabia.
Era quinta à noite e no dia seguinte, seria algum feriado nacional importante. Estava pensando em viajar para visitar seus pais que não via desde sua formatura. Sozinha. Queria fazer algo diferente do convencional como, por exemplo, pegar estrada à noite, sem preocupações e talvez correr alguns riscos. Sabia que se o pneu furasse precisaria de alguém para ajudá-la, mas ela não estava se preocupando com isso. Qualquer lugar que fosse, isso podia acontecer. Em todos os lugares havia um perigo diferente e se fosse parar para pensar, ficaria apenas trancada em casa. pegou a chave de seu carro, que estava guardada no armário da sala, e desceu até o estacionamento. Muitos a chamavam de tola por ter dirigido aquele carro poucas vezes desde que o ganhara. Era um Jipe simples, perfeito para ela. Se ela podia pegar o metrô, por que não preservar pelo carro? Destravou a porta do carro e sentou-se no passageiro. Deu uma breve olhada no carro, podendo ainda sentir o cheiro de novo. Sorriu brevemente. Passou a mão pelo painel e abriu o porta-luvas, retirando de lá um envelope.
Não acreditamos ainda que aquela menininha que brincava de boneca dias atrás está se formando hoje na Faculdade. Às vezes me pergunto como o tempo pode passar tão rápido e nos restam apenas lembranças daquilo que sentimos saudades. Me lembro do seu pai me dizendo que você se tornaria uma estilista por se preocupar com a roupa de suas bonecas, e eu, que você seria médica, por querer sempre cuidar delas tão bem. Mas nós nunca imaginaríamos que você se tornaria uma Psicóloga. É o tipo de profissão que requer dedicação como qualquer outra, mas é a que mais se identifica com a sua personalidade. Sua preocupação com os outros, seu coração bom em querer ajudar os outros independente de qualquer coisa. Palavras nunca descreveriam o quão estamos orgulhosos e nos sentimos privilegiados por acompanhar cada momento importante da sua vida. Parabéns por mais essa etapa realizada com tanto sucesso. Você será para sempre a nossa menininha. Nós te amamos, Papai e Mamãe.
deixou que uma lágrima caísse e apertou aquele pedaço de folha em seu peito, emocionada. Só agora parecia ter caído a ficha da saudade que estava sentindo. Se não fosse pelo fato de morarem no interior, ela provavelmente iria morar perto deles. Essa saudade “recém descoberta” só a fez ter certeza que viajaria naquela madrugada para passar o final de semana.
- Amor? - Ian atendeu do outro lado da linha.
- Sou eu. Tudo bem?
- Só meio desapontado com a sua desfeita de hoje à noite, mas não se preocupe, vou ficar bem.
- Que drama, meu Deus! Não vou te alugar muito no telefone, já está meio tarde. Só liguei para dizer que estou viajando essa madrugada pra casa dos meus pais.
- Sozinha? - murmurou um “uhum” e Ian suspirou preocupadamente. Ela iria ouvir muito. - Está ficando louca? Pegar estrada sozinha e à noite?
- Amor, relaxa e me escuta. O carro está em perfeito estado. Eu também estou bem, vou descansar até lá. Não se preocupe.
- , eu seria bem idiota de deixar você viajar sozinha. Você já está bem grandinha para saber que é perigoso.
- Acho que estou sendo bem camarada de, pelo menos, te avisar que estou indo. Sei que esse detalhe não passaria despercebido, mas não queria te deixar preocupado caso viesse aqui em casa ou ligasse.
- Antes não tivesse ligado e eu não ficasse sabendo dessa sua atitude infantil.
- Se você pensa dessa forma... Boa noite. - a menina desligou o telefone e o jogou na cama com raiva. Respirou fundo e olhou-se no espelho. Seus olhos mostravam cansaço. Estava precisando tirar uma folga de tudo e de todos. voltou seu olhar para o celular ao perceber que estava tocando. Revirou os olhos e balançou de leve a cabeça negativamente. Não iria atender. Terminou de colocar as últimas coisas na mala, enquanto o celular tocava escandalosamente no quarto pela segunda vez. O quarto ficou silencioso assim que Ian desistiu de fazê-la atender o celular. Minutos depois, recebeu uma mensagem.
“Me desculpe pelo jeito que falei no telefone, só estou preocupado por você viajar sozinha e não poder fazer nada. Mas se é isso quer... Você não ficaria preocupada se o resolvesse viajar sozinho? Quando chegar lá, me ligue avisando. Boa viagem.”
pôde sentir a ironia nas palavras de Ian falando de . Sentiu uma leve pontada na cabeça e seu sangue borbulhar como nunca. Mal se deu conta que estava digitando os números dele.
- Escuta aqui, Ian. - a menina disparou a falar assim que percebeu que ele já estava na linha. - Se você está achando que pode sair falando desse jeito só porque é meu namorado, está muito enganado.
- Do que você está falando? - andava de um lado para outro, nervosa.
- Não se faça de idiota, você sabe muito bem. Não vá achando que pode brincar com os meus sentimentos assim... - o rapaz que até agora estava sem entender, havia acabado de se tocar.
- Foi só uma comparação para você ter noção do que eu estou sentindo. Meu coração está apertado só de pensar você viajando sozinha. No meu caso é ainda pior, porque você é mulher.
- Uma comparação ridícula.
- Vai me dizer que não faz sentido? Imaginar a pessoa que você ama viajando sozinha, aberta para todos os riscos. Seja do carro estragar até algum acidente.
- Foi a gota de água, Ian. Não pense que pode falar desse jeito das pessoas que eu...
- Amo? Das pessoas que ama? Se você ama tanto esse , tenho até dúvidas do que sente por mim.
- Já chega, Ian. Você só está piorando a situação. - falou entredentes.
- , você me ama?
Em algum lugar, estava sorrindo com a resposta que ouviria.
Capítulo betado por Jéeh
Passamos tanto tempo juntos e não sei se esta é a sua flor favorita. Capítulo betado por Nathália Segantini
Há algum tempo eu venho tentando entender as coisas que aconteciam ao meu redor e as pistas que eram deixadas. Parte de mim achava que era , me causando uma ponta de ansiedade. A outra já era um pouco mais realista. Isso era realmente possível? Meu coração era sonhador e me fazia acreditar que sim, era possível. Minha cabeça madura, pelo menos madura o suficiente, me dizia para esquecer. Mas como eu poderia simplesmente ignorar tudo que acontecia, se as pistas me diziam para ir em busca da verdade? Era difícil largar uma coisa que meu coração me fazia lembrar o tempo todo. Encarei por mais alguns minutos minha foto e a de e levei minhas mãos até o sorriso dele. Será que aquela felicidade toda que ele estava sentindo, a responsável era eu? Eu conseguia fazê-lo feliz? Conseguia fazê-lo sorrir? Conseguia fazê-lo me amar o tanto que ele me fazia amá-lo? Eram perguntas de difíceis respostas, mas eu persistiria o quanto fosse para encontrá-las. Acordei de um leve transe com o telefone tocando, e instantaneamente, pensei que receberia mais uma daquelas ligações silenciosas, onde eu escutava uma respiração leve com uma música que não podia identificar ao fundo. E eu estava certa.
's mind off.
Espero que goste.
Te amo.
Lembrou-se da época do colegial que vivia recebendo flores de alguém. Nunca tivera paciência pra essas coisas. Bancar o admirador secreto para cima dela só servia para lhe deixar impaciente e mais curiosa. Aquela caligrafia não era conhecida. Tentou se lembrar da de Ian, mas chegara à conclusão que não era a mesma, apesar de ser tão bonita quanto. As letras bem desenhadas lhe passavam a impressão que havia demorado horas para serem escritas. Ian poderia ter pedido para outra pessoa escrever e não deixar tão explícito assim que era ele. O que fazia todo sentido: Passamos tanto tempo juntos... . Ficara na dúvida se colocava as flores em uma jarra ou as jogava fora. Resolveu colocar em algum canto da casa para dar uma “animada”. Isso não significava que voltaria para ele. Não ia negar, as flores eram realmente lindas. Em todo tempo que ficaram juntos, Ian não lhe fez nada romântico assim. E se fosse olhar pelo lado que o namoro acabaria um dia, ele poderia estar achando que mandar flores aumentaria suas chances de trazê-la de volta. Ele estava errado. Muito errado. Nada naquele mundo a faria desistir de . Se não tivesse se envolvido com Ian, talvez eles ainda fossem amigos. Mas ela já deveria saber que um relacionamento entre dois amigos muito próximos tende a dar errado. Mesmo que tentassem, ambos sabiam que voltar aos velhos tempos seria impossível. Por mais seco que pudesse soar, não gostaria de voltar a como era antes. Ian sempre a veria com outros olhos e isso complicava um pouco mais as coisas.
Mais tarde naquele dia a menina pedira pizza, e adormecera assistindo um filme qualquer que passava na televisão.
Assim que abrira os olhos, a menina se deparou com a olhando. Suas bochechas coraram de leve, fazendo-o sorrir.
- Não é possível que você ainda não tenha se acostumado.
- Talvez eu não me acostume nunca. - Estavam deitados na cama dela. O rapaz colocou as mãos em sua cintura e a puxou para mais perto. - Está há quanto tempo me observando dormir?
- Não sei. Diria que há bastante tempo. - Quando se instalara o silêncio, a barriga do rapaz roncou fazendo em segundos depois, gargalhadas preencherem todo o quarto. – Droga! Minha barriga sempre espera os piores momentos para fazer barulho e me deixar constrangido.
- Sabe muito bem que está com fome porque quer. Tem toda a liberdade de colocar esse apartamento de cabeça para baixo para procurar comida.
- Estava te esperando, mal agradecida. - Ele fez bico, fazendo a menina ficar com dó e lhe encher de beijos.
- Essa foi a prova de amor mais linda que alguém fez por mim. Vem, vamos na cozinha fazer algo. - deu um selinho nele e se levantou para calçar os chinelos.
- Não, senhora, pode voltar aqui. - O rapaz pegou em seu braço e a fez deitar novamente.
- Acho melhor irmos logo antes que a comida que tem aqui não seja suficiente.
- Eu acho melhor ficar agarradinho aqui com você.
- Eu também acho, mas nesse momento minha fome está falando mais alto. Vamos logo, depois voltamos. - A menina fez a menção de se levantar, mas ele fora mais rápido e girou seu corpo, ficando por cima dela.
- Não seja tão teimosa, . A fome pode esperar, eu não. - Antes que ela falasse alguma coisa, o rapaz colou sua boca na dela. Se recuperando do susto, começou a arranhar as costas dele, enquanto se encarregava, com sucesso, de aprofundar o beijo. A menina fez o mesmo que ele há minutos atrás, ficando por cima. Os dois se assustaram após ele se deitar em cima do controle remoto, ligando a televisão. Aproveitando que o rapaz tentava pegar o controle atrás de suas costas e vendo que ele não perceberia, se levantou rápido – para impedir que ele a pegasse pelos pés -, calçou os chinelos rapidamente e correu para cozinha. Ele vinha atrás. A menina deu a volta na bancada e abaixou, se escondendo. Podia sentir que ele estava se aproximando. Se ele continuasse demorando muito, ia acabar se entregando por não conseguir conter a risada. Quando avistou o pé dele, suas mãos foram em direção, dando-lhe um susto. deu um pulo, fazendo a menina cair para trás, soltando a gargalhada que estava segurando. Não gostava quando as pessoas a assustavam, mas achava extremamente divertido fazer com os outros. Na medida que o rapaz se aproximava, ela se arrastava no chão tentando recuar. sabia que estava ferrada.
- Você sabe que está em desvantagem, certo? - Ela assentiu. - E sabe também o que vem a seguir, certo? - Balançou a cabeça negativamente. - Não sabe? Como assim você não sabe? - A menina deu de ombros e continuou se arrastando até sua cabeça encostar na parede. - Mas aposto que você sabe que não vai sair ilesa dessa.
- Nós podemos resolver de outra forma. - Ela o observava caminhar lentamente em sua direção. - Do jeito que você quiser. - O rapaz mordeu os lábios.
- Do jeito que eu quiser. Gostei disso, mas vou ser bonzinho. Você escolhe o que eu devo fazer com você. - parou em sua frente e estendeu a mão.
- Eu escolho? - Ele assentiu. - Eu sabia que você gostava de ser dominado por mim. E se você bem me conhece, sabe a minha escolha. - Os olhos dele transbordavam luxúria. A menina estava indecisa em pegar em sua mão ou não. Aquilo podia ser uma armadilha.
- Confia em mim, . Se é isso que você quer, é isso que teremos. Eu não disse que a decisão é sua? - tocou a mão dele e se levantou, ficando com os corpos quase colados. O rapaz soltou sua mão da dela e as direcionou a sua cintura. Ela passou a mão pelo peito dele, até chegar em seu pescoço e fechar seus braços ali. Não desviaram o olhar um minuto sequer. aproximou seu rosto para beijá-la, mas a menina se afastou um pouco para trás. Ele arqueou a sobrancelha sugestivamente.
- A decisão é sua, mas não quer dizer que o jogo não será comandado o tempo todo por você.
- Ah é? O que me impede disso?
- Ou você me deixa ditar as regras daqui para frente, ou terá consequências. - A menina mordeu de leve o lábio inferior.
- Você sabe que dependendo da consequência, eu gosto. - pegou em sua nuca e forçou o encontro dos lábios. puxou de leve seus cabelos e desceu os beijos para seu pescoço. As mãos do rapaz estavam debaixo da blusa dela, apertando sua cintura com um pouco de força. Conseguia provocá-lo quando queria e sabia que ele gostava. A menina jogou suas pernas em torno das cinturas dele e sentiu ser conduzida até o mármore frio da bancada. Apertou ainda mais suas pernas na cintura, trazendo-o para mais perto. Ele dava mordidas em seu pescoço com a certeza que deixaria marcas. tirava a blusa de , enquanto a mesma desabotoava sua calça. Minutos mais tarde, os dois corpos respiravam ofegantes, com sorrisos estampados no rosto. As coisas não poderiam ficar melhores.
- Recebi flores hoje. - O rapaz desviou o olhar de seu prato e a olhou sem surpresa.
- Você sabe quem foi, não é? - o viu assentir.
- Quem?
- Seria maldoso com quem está tentando te conquistar.
- E você vai deixar isso acontecer? Digo, não vai fazer nada?
- Você é minha, . Nada nem ninguém conseguirá te tirar de mim.
Capítulo 14
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segurava seu vestido pesado enquanto andava pela extensa grama. Seus cabelos estavam presos em cachinhos, estilo à moda antiga. Seus olhos ansiosos procuravam a única pessoa que lhe interessada ali. Cumprimentava algumas pessoas que nunca vira na vida por educação. Alguns a pararam para elogiar sua roupa e dizer o quão linda ela estava. Ao que parecia estava em uma festa que exibia traje antigo, em algum lugar que não conseguia identificar. Seus pés assim como seus braços estavam ficando cansados e resolvera voltar para onde a festa estava acontecendo, esperando encontrar lá. Convidados andavam para lá e para cá com seus respectivos pares.
- Não é possível que uma moça como você esteja sozinha esta noite. - A menina que aguardava sua bebida no bar se virou ao escutar uma voz grave perto de seu ouvido.
- Ele já deve estar chegando, provavelmente houve algum imprevisto. – Curvou-se um pouco para o lado, na tentativa de se afastar do rapaz que estava perto demais do seu pescoço.
- Então...
- Sem insinuações em cima da minha namorada, por favor. - sentiu mãos deslizarem por sua cintura, até abraçá-la por trás. - O par dela acabou de chegar.
- Você está vestido como um cavalheiro, mas suas ações não estão de acordo. Aonde já se viu deixar uma dama esperando?
- Falou o cara que dá em cima da namorada dos outros. - A menina observava tudo, atenta para qualquer ação errada dele que pudesse ocasionar uma briga. - Muito cavalheirismo da sua parte. - puxou os lábios levemente em um sorriso irônico.
- Bom, é você quem está dizendo isso. Eu...
- Ok, rapazes, já chega. Acho melhor você ir embora. - sabia que estava provocando o rapaz a sua frente. Antes dele sair, soltou uma piscadela para ela, olhou com desprezo e ironia para o rapaz que a tinha nos braços.
- Está me dando trabalho demais, .
- Isso é o que você ganha por se atrasar. Espero que isso não se repita, para que casos como este não venham a acontecer novamente.
- Você sabe que só de pensar em caras dando em cima da MINHA namorada me deixa...
- Nervoso. Eu sei, te conheço. E por que o atraso? Aconteceu alguma coisa?
- Jeremy tinha saído com o carro. - A menina assentiu enquanto andavam pelo salão. Estavam com os dedos entrelaçados. - Isso não vai acontecer de novo, prometo.
- Não diga isso, você não sabe o dia de amanhã. - sorriu e passou seu nariz pela bochecha dela. Ela estava certa. Coisas que jamais imaginávamos que podiam acontecer, aconteciam o tempo todo, e dizer uma coisa daquelas poderia ser um erro.
- Inclusive, você está linda com esse traje. - Aproveitando que estavam de mãos dadas, o rapaz a fez girar. - Olhe só para os seus... - Direcionou seus olhos para os seios dela. A menina deu um tapa no braço dele, e em seguida olhou para os lados para ver se alguém havia ouvido. Seu vestido era sensual, segundo . Da cintura para cima era apertado, deixando seus seios maiores e sua cintura mais modelada. O restante do vestido era largo e volumoso. Seus cabelos estavam presos em cachos, deixando a mostra seu pescoço que tanto amava. para qualquer lugar que ia chamava a atenção de todos, o que o rapaz não estava gostando nada.
- Por um momento eu desejei estar com uma namorada feia. Pelo menos evitaria esses pensamentos que estão tendo quando olham pra você. - A menina o ouviu falar e olhou ao redor. Muitos estavam observando-a. A maioria homens.
- Mostre para eles que ela está acompanhada. Muito bem acompanhada. - Foi a última coisa que escutou, antes de beijá-la.
[Play na música]
- Vem, vamos dançar essa música. - O rapaz se pôs de pé e estendeu a mão para ela, que o olhou admirada. Caminharam até o meio do salão. O rapaz pousou suas mãos pela cintura dela e o abraçou pelos ombros, começando a se mexerem no ritmo da música.
- Sabia que eu poderia ficar assim para sempre? - A menina o escutou falar e sorriu, olhando-o nos olhos.
I wanted you to know that I love the way you laugh
(Queria que você soubesse que adoro o jeito que você sorri)
I wanna hold you high and steal your pain away
(Quero te abraçar bem forte e levar sua dor pra bem longe)
I keep your photograph and I know it serves me well
(Eu guardo a sua fotografia, e eu sei que ela me faz bem)
I wanna hold you high and steal your pain
(Quero te abraçar bem forte e roubar sua dor)
- Bom saber que isso é recíproco. - Ela encostou seu nariz no de e o viu fechando os olhos. - Eu quero ser sua para sempre.
- Bom saber que isso é recíproco. - A menina sorriu. - Você será. Não há nada nesse mundo capaz de nos separar. Duas pessoas precisam de amor para ficar juntos, e isso nós já temos. Quanto ao “para sempre”, é apenas uma questão de tempo.
- Duas pessoas precisam de amor para ficar juntos e ambas precisam existir, . - abriu os olhos a tempo de ver uma lágrima escorrer pelo rosto dela.
- Eu existo, .
- Só aqui, nos meus sonhos.
'Cause I'm broken when I'm lonesome
(Porque eu fico em pedaços quando estou solitário)
And I don't feel right when you're gone away
(E eu não me sinto bem quando você vai embora)
You've gone away... You don't feel me here, anymore
(Você se foi pra longe... Você não me sente aqui, não mais)
- Quando eu acordo, você não está comigo. É como se você tivesse ido embora ou nunca existido, apesar dos meus pensamentos sempre se voltarem para você. Às vezes eu me pergunto como fui me envolver com uma incerteza.
- Porque eu quis que as coisas fossem assim. Você foi escolhida para viver esse sonho comigo.
- E eu deveria me sentir privilegiada por isso?
The worst is over now and we can breathe again
(O pior já passou e nós podemos respirar de novo)
I wanna hold you high, you steal my pain away
(Quero te abraçar bem forte, você manda minha dor pra longe)
There's so much left to learn, and no one left to fight
(Há muito o que aprender, e ninguém restou para lutar)
I wanna hold you high and steal your pain
(Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor)
- Isso é você quem decide, . - apertou seus braços em torno do corpo dela, aproximando-a mais e sussurrou em seu ouvido - Eu me sinto privilegiado por estar com você. Na verdade, mais do que isso. - O rapaz sentiu a menina pegar em seu rosto delicadamente - Tenho certeza que poucos caras têm a oportunidade de encontrar uma mulher como você. É difícil. E você é uma delas, minha raridade. Meu bem mais precioso. Mas eu não posso viver este sonho sozinho.
- Eu te amo tanto, . Tanto. - O rapaz aproximou da pouca distância entre os dois corpos e encostou seus lábios no dela. Era incrível como sentiam a necessidade de estarem juntos o tempo todo. Funcionavam como dois imãs. Só sossegavam quando estavam grudados.
'Cause I'm broken when I'm open
(Porque eu fico quebrado quando fico exposto)
And I don't feel like I am strong enough
(E eu não me sinto como se eu fosse forte o bastante)
'Cause I'm broken when I'm lonesome
(Porque eu fico quebrado quando estou solitário)
And I don't feel right when you're gone away
(E eu não me sinto bem quando você vai embora)
- As coisas vão mudar, eu prometo. Você só precisa ter paciência.
- Você promete? Nós falamos disso mais cedo, promessas sem saber o dia de amanhã.
- Eu prometo, . E dessa vez tenho certeza do que estou falando. - A menina sentiu um arrepio ao ouvir aquelas palavras tão cheias de convicção. - E eu te amo. Mais do que você pode imaginar.
You've gone away... You don't feel me here, anymore
(Você se foi pra longe... Você não me sente aqui, não mais)
Capítulo 15
Durante toda a semana que se passou as coisas estavam indo muito bem entre e . Não o encontrara muito, porque segundo ele, estava resolvendo algumas coisas importantes e não seria possível comparecer todas as noites em seus sonhos. Depois de tudo que acontecera entre os dois, a menina já estava mais conformada com o relacionamento. As palavras dele a fizeram ver as coisas de uma maneira diferente. Ao invés de se sentir triste, deveria aproveitar e desfrutar de tudo que estava acontecendo. Poderia não tê-lo nem nos sonhos e avaliando sua situação atual, tudo estava de bom tamanho. Já não conseguia se enxergar sem , para todos os casos, havia uma - grande - parte de si que era dedicada para pensar, se lembrar dele. Queria que fosse exagero, assim não permitiria sentir-se triste. Mas não era. Vícios não podiam ser controlados e era um deles. Cada dia que era passado com ele, parecia não ser o suficiente. Ela queria mais, muito mais.
estava há algum tempo olhando o teto azul claro do seu quarto, vez ou outra sentia as pálpebras ficarem pesadas, mas tentava resistir ao máximo. Se lembrava de tudo que vinha acontecendo na sua vida e chegou a conclusão que acima de tudo era feliz. Exercia a profissão que gostava, tinha um lugar que conseguira conquistar com seu esforço, o amor de seus pais e o seu amor. Escutara um barulho vindo da cozinha, de garrafas sendo tombadas e seu coração começou a bater acelerado. Estava cansada de seus vizinhos fingirem que não existiam regras no condomínio, daqui uns dias seu prédio viraria um zoológico. Levantou-se cuidadosamente, ainda com as pernas bambas causada pelo susto e caminhou para a cozinha. Depois de olhar todo o cômodo, voltou para seu quarto e viu a porta de vidro da sala - que dava acesso à pequena varanda externa - entreaberta, o que certamente possibilitou a entrada do gato.
- Sua retardada. - Xingou baixinho enquanto fechava a porta. Deitou-se novamente na cama, puxando dessa vez a coberta. Mudou de posição, procurando por uma mais confortável e sentiu algo pressionar sua barriga. Lembrou-se que havia estudado na noite passada e provavelmente deixado seus livros em cima da cama. "Ótimo, estão todos amassados agora", pensou. Puxou a coberta para longe do seu corpo e pegou, revelando uma caixa branca, enlaçada com uma faixa vermelha. tinha mania de comprar caixas para guardar fotos, pequenas lembranças que possuíam valores imensos. Mas aquela era diferente. Até chegou a lhe causar um arrepio. Algo lhe dizia para não abrir, mas sua parte curiosa prevalecia na maioria nas vezes. A pegou cuidadosamente e colocou na escrivaninha do seu quarto. Algo também lhe dizia para abri-la, mas de alguma forma ela sabia que aquela não era a hora certa. percebera que precisava fazer compras do mês quando procurara por comida e o máximo que achou foi uma caixa de cookies nos farelos. Se estivesse ali com ela, com certeza ele tornaria as coisas um pouco mais divertidas. Fazer compras já não era uma das coisas mais legais, sozinha então. Conferiu se tudo que precisava estava dentro da bolsa e pegou as chaves do carro.
A menina andava insegura entre as prateleiras. Esquecera de fazer a lista com as coisas mais importantes, porque acabara saindo por impulso. Iria comprar o que lembrava, qualquer coisa voltava depois. Isso não era problema. Passou pela prateleira de doces e sentiu seu paladar implorar por uma bala recheada daquelas, assim como todas as outras coisas que estavam expostas. Como era fraca para doces! Pegou um ou dois pacotinhos de bala e jogara no carrinho que empurrava com a barriga enquanto olhava outros produtos os quais sabia que não iria resistir. Era pior que criança e por um segundo agradecera por não estar fazendo compras com os pais, que provavelmente a freariam, como faziam quando ela era menor. Saíra da seção de doces e fora para as prateleiras de salgados. Decidiu-se por procurar apenas biscoitos que eram necessários, seu carrinho já tinha besteiras demais. Comprara outras coisas que eram indispensáveis, como arroz e se dirigiu ao caixa. Enquanto aguardava, tivera a impressão de sentir o cheiro de e por instinto olhou para o lado, esperando encontrar o dono daquele perfume tão... viciante. mal notou que já estava caminhando em direção ao rapaz, enquanto se entorpecia com o cheiro que havia deixado para trás. Suas mãos estavam trêmulas.
- ? - Pegou no braço do rapaz, fazendo-o virar com a expressão confusa. A menina estava perdida em pensamentos, deixando-o em uma situação desconfortável. Era bonito, mas não chegava ao pés do rapaz que era apaixonada. - M-me desculpa. Eu achei que fo-fosse... meu amigo. - Colocou a mão na testa suada e respirou fundo, sentindo as bochechas esquentarem.
- Sem problemas. - Ele soltou um sorriso amigável. Escutara um murmúrio vindo do caixa e se lembrou que havia deixado suas compras para trás. Voltou para lá com os passos apressados, meio cambaleantes até, e se permitiu olhar para onde estava minutos atrás. “Paranóica!”, pensou.
Jogou as coisas que tinha comprado no balcão da cozinha e deitou-se no sofá, cansada. Seu olhos percorrem por toda a extensão da estante da sala até parar em uma foto. A de sua formatura. Sentia saudades daquela época, farras, bebidas - parte que a menina nunca fora tão chegada. Paqueras, chegando a namorar dois caras que não duraram mais que três meses. Perdera contato com todos os colegas de classe depois que se formara. Ao lado dessa foto, um porta-retrato duplo. Do lado esquerdo, pequena, com sua mãe a carregando no colo e o pai abraçando as duas “mulheres de sua vida”, como costumava dizer. Do lado direito, os três novamente. Cada um beijando um lado da bochecha da filha, há mais ou menos dois anos, em um jogo de Hockey. Se pudesse voltar no tempo não mudaria nada. Levantara preguiçosamente, e caminhara até o quarto, pegara uma roupa qualquer e foi para o banheiro. Seu olhar bateu na caixa em cima da escrivaninha que pedia para ser aberta a qualquer custo. Depois do banho acabaria com a sua ansiedade e finalmente poderia parar de cogitar as possibilidades que vinham perturbando sua cabeça durante aquele final de tarde.
Assim que terminara de tomar banho, fizera alguma coisa decente para comer, enquanto escutava da cozinha um filme que passava na televisão.
“Casa comigo?”
“Eu não posso, nós não podemos. Você sabe disso!”
“Não me importo com que nossas famílias vão pensar, eu te amo.”
Escutou em seguida barulhos de beijos preencherem a sala e uma música tocar ao fundo. Fez uma careta. Algumas vezes as pessoas achavam que coisas simples eram o fim do mundo. Desde quando o que a família iria pensar era realmente tão relevante a ponto de deixar duas pessoas não ficarem juntas? Por Deus, ela só queria ali com ela. O que as pessoas pensariam, ela não estava dando a mínima. Quem vivia a vida dela era ela, não os outros. Xingou Julia Roberts de tola e retardada por deixar a preocupação vir acima do amor e desligou a televisão, deixando o silêncio invadir todo o apartamento. Acendeu a luz do seu quarto e caminhou até a caixa, pegando-a e sentando-se na cama. Desenrolou o laço que a fechava e colocou suas mãos na tampa para abri-la.
O telefone começou a tocar.
- MERDA! - colocou a mão no coração o sentindo bater tão forte, chegando a senti-lo no ouvido. Não sabia se estava xingando pelo susto ou por atrapalhar um momento que estava esperando desde cedo. Voltou para a sala e atendeu o telefone, impaciente. - Pronto. - A menina colocou a mão na cintura esperando pela voz do outro da linha. - Alô? - Bufou. Olhou para o identificador de chamadas que tinha comprado, mas não mostrava nada além de letras. Forçou sua visão para entender o que estava escrito.
“EUTEAMO” era a mensagem. A menina bateu o telefone no gancho em um ato desesperado e voltou correndo para o quarto, abrindo a caixa sem pensar duas vezes.
A menina sentiu seus olhos arderem e uma súbita vontade de gritar invadir sua garganta. Não podia ser. Com as mãos trêmulas e geladas, levou sua mão até a foto e a outra em direção a sua boca. Se lembrou de quando sonhou com aquilo. Ela se lembrava daquele dia perfeitamente . a abraçava pela cintura por trás, enquanto ela colocava a câmera na frente dos dois para tirar a foto. A felicidade dos dois era evidente, chegava a contagiar quem olhasse. A boca de ambos estava um pouco vermelha, fazendo-a se lembrar de tudo. Cada mínimo detalhe.
- E tem algo em você que passa despercebido por mim? - A menina se separou um pouco do abraço e encostou seu nariz no dele.
- Talvez você se apegue tanto à detalhes, que não dá tempo para analisar o restante. - Ela falou com um sorriso convencido nos lábios.
- Impossível. - Aproveitando a pouca distância que havia entre eles, o rapaz a beijou. Não era preciso pedir permissões ali, muito menos para beijos. Ambos já eram permitidos. Livres.
Um para o outro.
- Ei, vamos tirar uma foto? - falou, após quebrarem o beijo.
- Você tem câmera aqui? - Ela o viu assentir e apontar para o objeto jogado na grama. Posicionaram para a foto e a tirou, depois de garantir para o rapaz que tiraria uma foto decente.
Dentro da caixa havia um bilhete.
Não é que a foto ficou boa mesmo?
Era a mesma caligrafia do buquê de flores.
Espero que se lembre deste dia.
Como ela poderia esquecer?
Naquele mesmo dia, não conseguira fazer mais nada além de não desgrudar os olhos da foto, pensar e chorar. Várias informações turbilhavam em sua cabeça, fazendo-a se focar em apenas uma certeza: existia. Ou havia se tornado parte de sua realidade de uma forma que ela não sabia. Isso está mesmo acontecendo? "É claro que está!", pensou ela, olhando para o bilhete um tanto quanto real. Se este não fosse um segredo só dela, o qual nunca compartilhara com ninguém além de Ian, poderia considerar como uma brincadeira de mau gosto. Mas ninguém sabia daquilo e seu ex-namorado não seria capaz de jogar com os sentimentos dela daquela forma. Ou seria? Mesmo que fosse, aquela foto era algo que nem sabia da existência, quem diria outra pessoa. Se dependesse dela, aquele mistério seria 'desvendado' o mais rápido possível. Não aguentaria muito tempo sem saber a verdade. No dia seguinte, recebera uma ligação cedo de sua mãe, dizendo que estava indo para Montreal visitá-la. Sendo acordada pelo telefone, fora obrigada a levantar cedo. Agradeceu mentalmente por ter feito compras do mês no dia anterior e saíra para caminhar. Seus pais chegariam um pouco antes do almoço. Pegou as chaves em cima da mesa e antes de fechar a porta, deu uma olhada no identificador de chamadas.
- Mãe, que saudade! - A menina abraçou sua mãe fortemente, enquanto olhava seu pai fazer careta logo atrás. Sorriu com isso. - Nem parece que nos vimos há alguns dias. - a sentiu pegar em seu rosto, e começar a procurar por algum vestígio de cansaço, sofrimento ou algo que pudesse vir a tirar o sono de sua pequena.
- Você parece bem. – “Bem preocupada, paranoica e curiosa. É, estou bem”.
- Achou que eu não estaria? - A menina arqueou a sobrancelha. Conhecia bem Dona Isobel.
- Será que podemos deixar para conversar depois que entrarmos? - A menina sentiu sua mãe dar um tapinha em sua bunda e entrar em seu apartamento.
- E você hein, bolota? - abriu os braços, sentindo seu pai abraçá-la forte. - Estava com saudades!
- Eu também estava, tampinha. - Deu-lhe um beijo na testa.
- Tampinha, pai? Esse seu modo carinhoso de me chamar pertence há anos atrás, quando você ainda era maior que eu. Mas agora... - A menina analisou seu pai que não mudava nunca. Porém, algumas mudanças que passavam despercebidas por ela, eram perceptíveis e inaceitáveis para ele: mais barriga, menos cabelo. Algo que ele não podia fugir, pensou ela. Observou-o fingir estar emburrado feito uma criança.
- Você sabe que sempre será minha tampinha, independente do seu tamanho... - sorriu, fazendo seu pai acompanhá-la com um brilho nos olhos. - E do meu. - Ela gargalhou, abraçando-o forte novamente.
- , como liga essa máquina que você chama de fogão? – Isobel gritou da cozinha.
- Sua mãe não está cem por cento adaptável à tecnologia. Você sabe. - Ele sussurrou e a menina assentiu, colocando seu indicador nos próprios lábios como um pedido para manter aquilo em segredo.
- Como andam as coisas no consultório? Tudo certo? - John perguntou. Ouvir sua filha falar de seu trabalho o deixava orgulhoso.
- Está sim, esses dias pra trás atendi uma senhora que estava sofrendo com a ausência da filha. Ela foi fazer um intercâmbio e passou mais tempo do que o previsto. Achou um cara, se apaixonou e está noiva. Vai continuar morando lá. Vem visitar a mãe só depois.
- Esse é o tipo de decisão que a garota tinha que ter pensado muito bem antes. Deixar a mãe em segundo plano dessa forma, acaba com qualquer uma. “Ei mãe, ficarei aqui por mais alguns anos. E estou noiva também! Tchau!” - assentiu, e sentiu o olhar de sua mãe pesar sobre si.
- Isso é loucura.
- De amor, talvez. Você faria isso com a gente? - Isobel perguntara.
- Abandonar a família por um amor qualquer? De maneira nenhuma. - Ela negou horrorizada.
- E se não fosse um amor qualquer? Digo, você estivesse apaixonada de verdade... - A menina pensou em . Apaixonada. Amor de verdade. Eram sinônimos de . Sempre seria.
- Isso é possível, não vou negar. - viu seus pais arregalarem os olhos. - Não que eu os abandonaria, não é isso! Eu quero dizer que é possível sim eu me apaixonar de verdade, por alguém de outro país, ou sei lá, durante uma viagem. - “Meus sonhos podem ser considerados uma viagem?”, cogitou. - Mas abandonar vocês, as pessoas que foram responsáveis pelo meu crescimento, minha educação, jamais. Seria muito egoísmo da minha parte - A menina observou-os novamente e vira um alívio imenso estampado no rosto de cada um.
- Sabe, você fala assim como se nunca tivesse se apaixonado. Eu e seu pai imaginávamos que esse namoro seu não iria durar tanto. Aos olhos de outras pessoas, vocês eram feitos um para o outro. Mas nós já sabíamos que no fundo desse seu coração, nunca houve um amor de verdade. - abaixou o olhar e concordou.
- É verdade. Arriscar um relacionamento com Ian não foi uma decisão muito inteligente. Hoje mal não nos falamos. Nem uma relação profissional conseguimos ter mais.
- Certo. - John olhou ao redor. - Mas pulando essa parte chata, até que você está bem organizada para quem não conseguia manter o próprio quarto habitável. - A menina escutou sua mãe rir.
- Chega uma hora que somos obrigados a tentar ser. Acho que a minha chegou.
- Obviamente. Mas fique tranquila, você está se saindo muito bem. - recebeu leves tapinhas nas costas e chamou-os para dar uma olhada nas mudanças que havia feito.
- Quem é esse, filha? - A menina virou-se na direção que sua mãe apontara e viu a sua foto e a de pregada no mural de fotos do seu quarto. Sentiu um leve formigamento na barriga.
- M-meu namorado, mãe. - olhou com os olhos lacrimejados para seu pai, que começou a prestar atenção assim que “namorado” fora mencionado na conversa. Isobel ainda estava de costas, vendo a foto.
- Olha só esse sorriso. Venha ver, John. - Seu pai se aproximara do mural, ao lado de sua mãe e ambos analisavam a foto, curiosos. - Você parece ser feliz com ele.
- Eu sou. - Falou - Muito feliz.
- Vocês não precisam dizer nada. Os sorrisos estão falando por si mesmos. - John virara com um sorriso nos lábios e ficara sério de repente. - Estão namorando há quanto tempo?
- Não sei te dizer ao certo, pai. Um tempinho já.
- E qual é o nome dele? - Perguntara novamente.
- . .
- Preciso conhecer esse tal que faz minha menina tão feliz. - John disse. Isobel se juntou à conversa.
- Além de fazê-la feliz, é uma gracinha e parece ser um bom rapaz. Quando podemos? - sentiu seu coração apertar.
- Ele mora meio longe daqui. O contato é um pouco difícil, pra falar a verdade, mas nos falamos sempre que possível. Espero um dia poder abraçá-lo bem apertado. Estou com saudades.
- Sei como são namoros à distância, filha. - Sua mãe passou seu braço pelo ombro da menina, tentando confortá-la.
- Mas uma coisa você pode ter certeza, . Se vocês se amam de verdade, não há distância que os impeça de ficarem juntos. - John falou sabiamente.
’s mind.
Talvez meus pais nunca entendessem esse amor que existia entre eu e , tamanha era a surrealidade envolvida.
Talvez eles nunca entendessem que era meu sonho e o único meio de encontrá-lo era dormindo.
Talvez eu nunca pudesse encontrá-lo, embora almejasse isso mais que tudo.
Talvez eu estivesse errada.
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's mind
Mais tarde naquele dia, seus pais chegaram em sua casa, como o combinado de que iriam juntos para o casamento cada um com seu carro. Assim teriam total liberdade de voltar a hora que quisessem. Depois da tradicional cerimônia, foram para o clube aonde aconteceria a festa. O lugar era realmente lindo. Havia luzes em suportes delicados por todos os lados deixando o ambiente romântico. A maioria de sua família estava acompanhada. Alguns primos já casados carregavam seus filhos de mãos dadas com a mulher. se sentiu deslocada e sentiu mais ainda a saudade dos braços de que nunca a envolveram realmente. Como ela poderia sentir tanta saudade de algo que nunca existiu de fato? Sabia que ele faria piada de alguma das tias da menina que se jogavam como completas adolescentes na pista de dança e sorriu sozinha com isso. Ele era bem sacana quando queria ser.
- Ei, prima, por que está aqui sozinha? – Filipe, um dos irmãos da noiva, puxou uma cadeira e sentou-se perto da menina. - Não trouxe um acompanhante? Dianna te deu convites a mais, certo? - sorriu e colocou a mão nos ombros dele.
- Fil, relaxa. Meu namorado não pôde vir. - Não sabia por que havia falado aquilo. Ultimamente a menina estava acrescendo no seu dia a dia, como se ele estivesse presente. Ele assentiu e se encararam por um tempo, fazendo ambos rirem em seguida. e Filipe costumavam ser amigos, juntamente da irmã mais velha dele, Dianna. Quando juntos, davam um trabalho e tanto. Alguém sempre tinha um plano mal formulado, que acabava dando merda depois. Mas se divertiram, e se lembram disso até hoje. Dianna tinha vinte e cinco anos, , vinte três e Filipe, mais novo, vinte. Ele nunca foi aquele tipo de primo que com o passar do tempo se tornava uma paixãozinha. Eram amigos mesmo, mas perderam um pouco o contato quando Fil se mudou para os Estados Unidos, quando passou em uma ótima faculdade.
- Cara, como pode. Você não mudou nada! - Ele falou tomando um gole de sua cerveja - Está mais mulher, mas eu ainda posso ver em seus olhos o brilho de uma criança! - A menina sorriu.
- Digo o mesmo pra você. Como está a faculdade? Dando conta? - Ele fingiu estar desapontado. - HEY, não me olhe assim.
- Você está me chamando de irresponsável indiretamente, .
- Não me interprete mal, mas todos nós sabemos que você adorava fugir das responsabilidades quando podia. - Fil pensou um pouco e concordou de uma maneira engraçada.
- É verdade, mas essa época passou. O tempo de agora me pede totalmente o contrário. - assentiu. Segundos depois, o celular do seu primo começou a tocar e ele pediu um instante, se afastando. A menina se levantou e explorou um pouco do local fazendo-a se sentir... Sozinha. Foi o suficiente para fazê-la querer ir embora. Mandou uma mensagem para os seus pais dizendo que estava com dor de cabeça e foi para a casa.
Assim que chegara na porta do seu apartamento, a menina mandou outra mensagem para o celular do seu pai dizendo que havia chegado em casa com segurança. Seus pais não haviam pedido, mas sabiam que eles se preocupariam e não curtiriam a festa direito até que ela desse alguma notícia. Conhecia eles muito bem para saber que isso era possível. Ligou a luz da sala, tirou os sapatos e os jogou perto do sofá. Caminhou em direção ao seu quarto e sem acender a luz, viu uma caixa grande em cima de sua cama. começou a tremer e seu coração bater descompassadamente, fazendo o mesmo com sua respiração. Poderiam aparecer milhares de caixas em sua cama ou em qualquer lugar da casa que fosse, as sensações seriam as mesmas, como se fosse a primeira vez que estivesse acontecendo. caminhou até lá sem muita demora e destampou a caixa, vendo um tecido branco. Estranhou a primeira vista, mas quando puxou para fora, era um vestido lindo. O colocou em frente ao seu corpo e se olhou no espelho. Parecia ser feito para ela. Colocou o vestido com cuidado na cama, e como esperado, tinha um envelope no fundo da caixa. Suas mãos ainda trêmulas abriram o envelope ansiosas e passou os olhos pelas letras bem desenhadas.
Espero também que não leia isso tão tarde, porque estou esperando por você.
Sei que pode parecer ridículo e entendo se você não quiser me encontrar, mas eu vou estar te esperando.
Eu realmente quero te ver essa noite. Eu preciso. Vista esse vestido e venha.
Eu tenho a resposta para todas as perguntas que vêm martelando em sua cabeça. Você quer sabê-las, não quer?
Então apenas venha. O endereço está dentro desse envelope, separado.
Eu te amo,
.
[Play na música]
It’s hard for me to say the things
(É dificil para mim, dizer as coisas)
I want to say sometimes
(Que eu quero dizer às vezes)
There’s no one here but you and me
(Não há ninguem aqui exceto você e eu)
And that broken old street light
(E aquela velha luz quebrada da rua)
Lock the doors
(Tranque as portas)
Leave the world outside
(Nós deixaremos o mundo lá fora)
All I’ve got to give to you
(Tudo o que eu tenho para dar para você)
Are these five words and I
(São essas cinco palavras e eu)
- ? - A menina falou em um som audível. O corpo parou no mesmo momento, ainda sem olhar para trás. Seu coração estava a mil. virou-se em direção que escutara a voz. Ficaram se encarando, à distância. não sabia se estava em condições de se mover, ainda mais com a certeza que aqueles olhos estavam em sua direção. Percebeu começar a se aproximar e seus traços ficarem visivelmente claros. A menina para sua surpresa conseguiu dar um passo. E mais outro. Contribuindo para que ambos ficassem próximos o mais rápido possível. As mãos dela estavam frias. O coração dele estava batendo em uma velocidade considerada saudável, ao contrário da menina que a cada passo ficava mais próxima. Logo, estavam frente a frente. Não diziam nada e nem se encostaram, apenas se olhavam. Aquela pele que ele tanto esperou para tocar estava ali em sua frente. Aqueles lábios que não conseguia ficar muito tempo sem, estavam ali, entreabertos, devido a respiração irregular de . Pedindo para serem beijados. A menina encarava aqueles olhos que por muito tempo achou não fosse vê-los de tão perto, como estavam agora.
Thank you for loving me
(Obrigado por me amar)
For being my eyes
(Por ser meus olhos)
When I couldn’t see
(Quando eu não podia ser)
For parting my lips
(por abrir meus lábios)
When I couldn’t breathe
(Quando eu não podia respirar)
Thank you for loving me
(Obrigado por me amar)
- . - Ela fechou os olhos ao escutar seu nome ser pronunciado pela voz dele. A menina estendeu a mão aberta ao lado do corpo, como se fizesse um juramento. O rapaz que a olhava os olhos tão expressivos e indecifráveis, fez o mesmo. Sem encostar as mãos. Ele estava encantado. - Você é mais linda do que eu imaginei. Muitos podem não concordar, mas você é perfeita aos meus olhos. - analisava seu rosto nos mínimos detalhes. O vento balançava o vestido da menina na noite. - A beleza está nos olhos de quem vê, certo? - Ele sussurrava. À distância que estavam até os sussurros mais baixos podiam ser ouvidos. – Apesar de eu achar difícil esta beleza estar vendo apenas pelos meus olhos. – Ela sorriu, abaixando sua cabeça e pegou-a pelo queixo e levantou seu rosto a tempo de ver suas bochechas rosadas.
I never knew I had a dream
(Eu nunca soube que tinha um sonho)
Until that dream was you
(Até aquele sonho ser você)
When I look into your eyes
(Quando olho dentro de seus olhos)
The sky’s a different blue
(O céu fica num azul diferente)
I wear no disguise
(Eu não visto disfarces)
If I tried, you’d make believe
(Se eu tentasse, você faria de conta)
That you believed my lies
(Que acreditou em minhas mentiras)
Thank you for loving me
(Obrigada por me amar)
assentiu, abrindo os olhos e encarando os de que nem por um segundo desgrudavam de si. A menina aproximou sua mão da dele, e assim que se encostaram, sentiu um leve choque percorrer seu corpo. O rapaz entrelaçou os dedos e levou a mão dela até sua boca, depositando um beijo na delicada mão de .
- Então isso tudo é real. - Ela falou vagamente, observando as mãos juntas. Ele seguiu o olhar dela, depois voltou a olhá-la.
- Não era, mas passou a ser a partir do momento que você acreditou em mim. - Ele falou. A menina voltou a encará-lo e ergueu a outra mão, como fizera a primeira vez. Ele repetiu os movimentos dela.
- Era você o tempo todo, . - O rapaz assentiu, com um brilho nos olhos, entrelaçando as mãos novamente. - Eu sentia que era você.
- Era eu, esse tempo todo. Desde as ligações, flores e até o barulho das garrafas na sua cozinha. Tentei ser rápido, mas estava tão nervoso que acabei deixando-as cair. - Ele desentrelaçou uma das mãos e levantou a blusa social, deixando a mostra um machucado não muito fundo, em processo de cicatrização no braço. Após analisar com cuidado e pena, ele arrumou a blusa, e envolveu sua mão na cintura de lentamente, trazendo-a para perto.
- E eu achando que era um gato. - Ele viu a menina revirar os olhos.
- Não deixa de ser, vai. - A menina gargalhou, pendendo um pouco seu corpo para trás. Voltou para a posição inicial em seguida.
- Você é lindo, . - passou a mão livre em volta do pescoço dele, o sentindo arrepiar com esse pequeno toque. Era conhecido, mas ao mesmo tempo muito novo para ambos - E esse lugar? Eu já vim aqui antes. - O rapaz balançou a cabeça positivamente.
- Isso tudo aqui é meu. - Ele observou a expressão da menina ficar surpresa, e logo começar a gaguejar. colocou o dedo nos lábios dela.
- Psh, não fala nada. - O rapaz se aproximou mais dela, encostando as testas. Sabia que ela tentaria se justificar. - Desculpa por te fazer esperar esse tempo todo, meu amor.
- Você está aqui agora, isso que importa. - soltou as mãos que ainda estavam entrelaçadas, ao lado dos corpos, e o abraçou direito. Ele fez o mesmo.
- Eu precisava de uma certeza que depois você me provou. - A menina o olhou sem saber do que ele estava falando. - Eu precisava ter certeza que você não desistiria de mim.
- Lutei por nós dois.
- E é por isso que estamos aqui agora. - viu se aproximar lentamente - parecia uma eternidade -, e fechou os olhos sentindo os lábios dele tocarem os seus delicadamente. O rapaz mordeu o lábio inferior dela fazendo em seguida que as línguas se encontrassem. O rapaz subira sua mão para a nuca da menina, aprofundando ainda mais o beijo. Beijaram mais algum tempo até que beijou toda a extensão do rosto dela, fazendo-a sorrir de maneira boba. Apaixonada.
A noite estava fria.
Mas os corações ali presentes eram capazes de esquentar muitos outros, só com a intensidade que batiam.
e agora tinham a concretização de um amor onde o mais importante era acreditar.
Ela acreditou que ficariam juntos um dia, apesar de todas as fraquezas.
Ele esperou.
Agora eles eram um só. Vivendo um amor, um sonho de verdade .
"Ela o amava. Ele a amava também. E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo."
(Caio F. Abreu)
Blá blá blá da autora:
Acho que todo mundo têm sonhos. Independente de qual seja, todos nós temos. Se você tentar buscar de alguma forma alguma semelhança com a realidade, não encontrará, e é aí que entra a TPOD. O propósito da fic é que você nunca desista dos seus sonhos. Determinadas coisas só dependem da gente pra se tornarem reais e nem sempre elas são fáceis. Se você já conseguiu realizar um sonho, tenho certeza que já surgiram outros. Eu como uma sonhadora constante, rs, tenho vários e nem por isso fico de braços cruzados esperando algo cair, porque isso não vai acontecer. O importante não é só conseguir alcançar o objetivo e sim valorizar o tanto que aprendemos durante o “desafio”. Aprendemos acima de tudo, lutar por aquilo que queremos. Na fiction, você deve ter percebido que a partir do momento que ela estava decidida a lutar por “seu sonho” o que aconteceu? Ele se tornou REAL! E a recompensa disso tudo, foi que ambos terminaram a estória felizes. O que eu tenho certeza que você se sentirá da mesma forma, quando realizar o SEU sonho. Obrigada por cada comentário lindo, eu sinceramente não tenho palavras pra agradecer o quanto vocês foram maravilhosas comigo. Obrigada também à Mel linda que abraçou The Power Of Dream em um momento de crise. Não fiquem tímidas se quiserem me seguir no Twitter (@MuriFernandes). Um beijo em todas vocês, COMENTEM BASTANTE e até quem sabe mais uma fic minha aqui no site! :)
Nota da beta: Não me arrependo nem um pouco de ter abraçado essa fic com o maior carinho do mundo. Foi um prazer imenso betá-la, Muri, você sabe disso :DD Qualquer coisa estamos aí!
McFLY – Finalizadas (+L)
Mel