Trinta e Um de Outubro
Autora: Melannie
Beta: Abby

Capítulo 1: A noiva cadáver.


- Mãe, não vou vestida assim! – Reclamei observando meu reflexo no espelho, o vestido rosa fluorescente justo e curto no corpo, estava parecendo uma vadia de luxo.

- Ah filha, você vai ficar linda fantasiada de patricinha! – Disse minha desequilibrada mãe, estendendo-me um par de saltos agulha. Cruzei meus braços, encarando-a.

- Eu ficaria linda dentro de casa, vendo qualquer filme bobo de terror! – Disse suspirando irritada enquanto sorria forçadamente. Voltei minha atenção para o espelho.

Minha definição de noite de Halloween era ficar em casa, me enchendo de doces e refrigerantes, em vez de ir numa festa onde tem só gente que sabe humilhar os outros e dar para qualquer um, revirei os olhos.

- Você tem que se enturmar um ano que nos mudamos e continua aí solitária! – Disse me estendendo novamente os saltos, peguei-os colocando sobre a cama.

- Claro, só gente que está preocupada qual será a festa de amanhã! – Disse irritada, arrancando de uma vez o vestido, ficando apenas de roupas íntimas.

- Você irá a essa festa! – Disse ela num tom autoritário, me sentei na cama bufando.

- Mãe, não vou fantasiada desse jeito! – Disse estendendo o vestido em sua direção, ela o pegou, dobrando.

- Então vai de quê? – Perguntou séria enquanto guardava a fantasia dentro de uma enorme caixa roxa; suspirei, pensativa, observando meu quarto.

Teria que ser algo rápido e prático, nada muito fantasioso e que pudesse botar medo naquele bando de idiotas. Várias ideias surgiam na minha cabeça, mas nenhuma que desse para arrumar de última hora. Parei despercebidamente o olhar na mesa do meu computador, ergui as sobrancelhas ao observar a boneca da Noiva Cadáver e sorri, empolgada.

- Mãe, você ainda tem o vestido do seu casamento? – Perguntei ficando de pé, ela fez uma expressão de confusão mais confirmou com um gesto de cabeça saindo do meu quarto, voltou com uma caixa branca, colocou-a sobre minha cama.

- Pronto, vai de noiva? – Perguntou ela, tirando-o de lá. Peguei uma sapatilha que tinha guardada há muito tempo e minha maquiagem, minha mãe continuava confusa.

- Noiva cadáver, agora me ajuda! – Disse, pegando o vestido de suas mãos, colocando-o era todo branco com mangas compridas, a saia dele era bem cheia e arrastava no chão, fiz um coque deixando mechas soltas para bagunçar meu cabelo, minha mãe fez a maquiagem, a cara bem pálida, olheiras e sujou alguns dentes com lápis de olho, coloquei um pequeno véu branco que tapava meu rosto e calcei as sapatilhas, minha mãe me fotografou querendo guardar de recordação e me liberou para ver como havia ficado, estava aterrorizante, quer dizer, o suficiente para assustar algumas crianças, ri maléfica.

Capítulo 2: Se encontrando com a morte.


- Pai, até mais tarde! – Disse sorrindo forçadamente em despedida, desci do carro.

- Não precisa chegar cedo, se divirta! – Disse ele sorrindo empolgado, deu a partida e desapareceu, suspirei irritada ao ver algumas pessoas me encarando. Segurei meu vestido e caminhei pela pequena escadinha de madeira que ligava à varanda da casa, estava bem desgastada pelo passar dos anos, a madeira escura e várias árvores que davam um ar sombrio, pelas janelas do andar térreo via-se luzes coloridas e uma música eletrônica ecoavam por meus ouvidos, dei duas leves batidas na porta, que foi aberta por uma garota que reconheci ser que havia se fantasiado de coelhinha da Playboy vermelha, uma versão sem cérebro e seguidora de patricinha. A garota deu um grito ao me ver, a música parou e todos prestavam atenção naquela cena, arqueei as sobrancelhas surpresa com a atitude da garota e sua linda recepção, minha fantasia havia assustado ela em vez de uma criança.

Disfarcei fechando a porta e caminhando até a mesa de bebidas, o lugar tinha várias caixas de som e estava iluminada com luzes negras, me sentei num velho sofá ao lado de um casal, que se levantou em seguida, revirei os olhos dando uma enorme golada na bebida cor de rosa, que desceu queimando minha garganta, tossi.

- Ora, ora senão é a esquisita que usa roupas de bazar! – Disse a conhecida voz a qual ouço durante longos anos, encarei-a com um sorriso forçado, a cabo de vassoura ambulante usava um micro vestido verde e seu cabelo estava preso num coque, a estava se tremendo toda atrás da , soltei uma gargalhada sem humor algum as encarando seriamente.

- Que fantasia mais retrô, roubou o vestido da vovó? – Perguntou irônica dando uma golada em sua bebida, revirei os olhos.

- Sua mãe que me emprestou! – Respondi fazendo uma careta em direção à coelhinha medrosa, que se tremeu ainda mais.

- Então, vou fazer um favor a ela! – Disse jogando todo conteúdo que havia dentro de seu copo no meu vestido, manchando-o na região do tórax de vermelho, me levantei e encarei-a borbulhando de ódio.

- Vadia! – Xinguei enquanto esticava o vestido manchado afastando-o de minha pele. Puta que merda, estava mais do que na cara que minha mãe comeria meu fígado quando visse aquilo, apesar de ter sido ela quem me obrigou a vir nessa droga de festa.

Subi a escada que rangeu, o pequeno corredor tinha diversas portas, parei ao ver o nerd sair de uma delas fantasiado de Harry Potter, me aproximei dele que paralisou me encarando assustado, deveria ser pela minha fantasia, pensei revirando os olhos.

- Oi... – Cumprimentei, sorrindo envergonhada por não lembrar o nome dele, ficamos tanto tempo sem nos falar depois daquele dia.

Capítulo 3: .


Flashback on:

Caminhava pelo corredor vazio, todos já haviam ido embora naquela tarde de sexta-feira, meus livros caíram no chão o barulho ecoou pelo vazio, ouvi um choro baixo e segui o barulho, parando na porta de um dos armários, olhei pela pequena abertura, enxergando um garoto ali. Abri a porta fazendo com que caísse com tudo no chão juntamente com seus livros. Ele começou a recolher tudo depressa sem ao menos me encarar, me abaixei, ajudando-o.

- Você está bem? – Perguntei encarando-o com pena, pela primeira vez nossos olhares se encontraram, o menino voltou sua atenção para os livros, se levantando observei suas bochechas estavam levemente avermelhadas.

- Não se preocupe, estou acostumado! – Respondeu ele sem me encarar, deu alguns passos, parando de costas para mim.

- A propósito, obrigada, ! – Disse ele se virando em minha direção, abriu um estranho sorriso que surgiu em seu rosto. - Como sabe? – Perguntei me levantando, arqueei minha sobrancelha confusa.

- Me chamo ! – Respondeu ele, fazendo seu sorriso desaparecer, seus olhos estavam marejados, se virou andando em direção à saída, desaparecendo.

Não nos falamos mais, depois daquele dia...


Flashback off

- Oi, ! – Disse , esse era o nome dele, seus óculos redondos escorregavam por seu nariz enquanto suas bochechas ficavam levemente avermelhadas. Sorri, balançando a cabeça num gesto de confirmação.

- O que houve com seu vestido? – Perguntou, arqueando suas sobrancelhas enquanto observava a mancha que estava num tom de rosa claro.

- Derrubaram bebida em mim! – Respondi dando de ombros enquanto observava a mancha que secava.

- O correto seria “ derrubou bebida em mim” – Disse ele, fazendo uma imitação péssima da minha adorável voz de hiena no cio, rimos.

- É, pode ser, onde é o banheiro? Preciso tentar tirar essa mancha, senão serei morta hoje! – Respondi sentindo meu corpo se arrepiar por inteiro, ignorei aquela sensação repentina e puxei o em direção à porta que ele havia saído tempos atrás.

Entramos no cômodo que era um banheiro, havia um sanitário, uma banheira branca bem antiga, uma pia da mesma cor embutida numa bancada de madeira e um espelho numa moldura dourada. pegou um pedaço de papel higiênico, molhando-o na água, esfregava-o sobre a mancha. Nossos rostos estavam próximos, podia sentir sua respiração quente atingir meu pescoço, observei seu rosto com atenção e percebi que é um moreno bem bonito, que esconde sua beleza atrás dos óculos e de sua inteligência. Me senti atraída por ele, meu coração estava agitado; parou de esfregar a mancha que não saía, e me encarou nos olhos, nossos lábios se encontraram rapidamente, dando inicio a um beijo quente e calmo, minhas mãos puxavam seus cabelos enquanto as suas passeavam por minhas costas. Envolvi minhas pernas por sua cintura, demos passos pelo pequeno banheiro sem direção certa em meio aos beijos e carícias, senti a parte interior da minha coxa tocar algo frio, deu um passo para frente fazendo com que caíssemos dentro da banheira, ele ficou por cima de mim. Arrancou sua capa negra enquanto abria sua calça, mordia meus lábios de tanto desejo e logo depois, levantou a longa saia do vestido. Beijou minha barriga, descendo por minhas coxas, gemi de prazer, até que ouvimos um grito de socorro, paramos tudo nos encarando assustados, os corações acelerados.

- O que foi isso? – Perguntei encarando-o, que estava com uma de suas mãos sobre minha coxa, sua expressão era estranha.

Capítulo 4: Assassinato ou Acidente?


Recompomo-nos rapidamente, saímos no corredor e uma pequena muvuca havia se formado ali na porta de um dos cômodos. Passei pela muvuca seguida por e entramos no cômodo, lá estavam e sua seguidora medrosa , enquanto acompanhado de seus amigos e discutiam sobre algo, logo que perceberam nossa presença nos encararam com olhares de duvida.

- O que houve? Ouvimos um grito de socorro, está tudo bem? – Perguntei, observando-os atentamente, percebi que estava com suas mãos cobertas de sangue e parte da sua fantasia de pirata também, ergui as sobrancelhas preocupada, aquele cheiro de ferro se misturava no ambiente me fazendo sentir um mal estar. O grupinho dos populares se entre olharam e depois espantou a muvuca, fechando a porta atrás de nós, havia mistério no ar e não era nada dos bons.

- Eu juro, não foi minha culpa, aconteceu do nada! Não deu tempo de salvá-la! – Disse colocando suas mãos sujas no rosto, as lágrimas molhavam o assoalho desgastado pelo tempo, observei aquele quarto que estava com as cobertas da cama bagunçada e a porta do que parecia o banheiro estava entreaberta. A maçaneta estava suja também de sangue, minha curiosidade me fez dar passos involuntários até o local, enquanto ouvia os murmúrios de uma espécie de discussão, empurrei a porta devagar e senti minhas pernas fraquejarem ao ver aquela cena.

Havia o corpo de uma garota seminua, seus seios estavam descobertos e seus cabelos vermelhos cor de fogo estavam emaranhados por seu rosto impedindo que pudesse reconhece – lá, havia sangue por todo chão onde se encontrava o corpo, a minissaia de sua possível fantasia estava encharcada de sangue, uma faca havia sido cravada em sua barriga magra e branca. Meu estômago dava voltas e voltas, iria vomitar se não saísse dali, minhas mãos suavam e minha visão ficava negra. Senti um par de mãos me tirar dali e reconheci ser , me sentei na enorme cama ao lado de , meu rosto estava congelado numa expressão de pavor, alguém havia a matado ali, bem do nosso lado.

- Será que podem explicar o que está acontecendo aqui? – Perguntei, passando uma de minhas mãos por meu rosto que estava suando frio, parte da minha maquiagem saiu na minha mão. Meu coração estava a mil e o medo me consumia, respirou fundo e o silêncio dominou o cômodo.

Flashback on

- Isso, ,vai, vai, mais rápido! – Gemia enquanto dava o máximo de mim, passávamos sempre as noites juntos já que durante o dia vivíamos para os nossos amigos. Essa seria a melhor noite de Halloween da minha vida, estávamos apaixonadas e eu pretendia assumir um compromisso com ela em breve. Ela beijou meus lábios ao cair exausta ao meu lado, sua saia branca da fantasia de enfermeira estava totalmente ensopada, me sentia cansado, podíamos ouvir a música alta ecoar no andar de baixo.

- Preciso ir ao banheiro! – Disse se levantando com seus seios amostra, me mandou um beijo no ar enquanto seguia descalça fechando a porta, abri um sorriso empolgado me preparando para uma segunda rodada.

- Não, sai daqui, SAAAAAAAAI! – Gritou do banheiro, me levantei rapidamente com o lençol enrolado na cintura, bati diversas vezes na porta trancada e nada de me responder, tomei distância e dei um forte chute, abrindo-a, congelei com o coração agitando ao ver a minha menina jogada no chão em meio ao sangue, uma faca estava cravada em sua barriga.

- , meu amor, acorda! – Choraminguei, me ajoelhando ao seu lado. Beijava seu pescoço até sua barriga assim como ela gostava, as lágrimas se misturavam ao seu sangue, não podia acreditar naquela cena inacreditável, foi questão de segundos e havia a perdido para sempre.


Flashback off

- E não faz ideia de quem possa ter feito isso com ela? – Perguntou com os braços cruzados, sua expressão era estranha e evitava encarar nos olhos.

- Como isso foi possível? Essa cidade é muito tranquila, todos nos conhecemos! – Disse pela primeira vez, demonstrando que se preocupava com uma pessoa além dela mesma, suspirei tristemente, encarando-a.

- Pode ter sido você, , quem não garante que quisesse acabar com ela? Poderia não ter dado conta do recado e ela ameaçou contar para todos, e aí acabou com ela! – Disse com sua voz sensual, encarei-o pela primeira vez bem de perto, nunca havia me aproximado dele a não ser que quisesse ser zoada pelo grupinho da . Seu corpo estava mega sensual naquela fantasia de faraó e juro estava me sentindo totalmente atraída, tinha uma paixonite por desde que entrei naquela maldita escola, e se alguém descobrisse, seria zoada a vida inteira.

- EU? NÃO MATARIA NINGUÉM POR ISSO! – Gritou , ficando vermelho de tanta raiva, os dois se aproximaram, colando seus peitos um nos outros como se fossem cair na porrada ali mesmo, em meio ao momento crítico em que havia um cadáver no cômodo ao lado.

- Não é por nada não, mas tem um cadáver no banheiro e precisamos pensar em algo rápido! – Disse pela primeira vez a jamanta seguidora , a única que havia restado.

- Pela primeira vez concordo com a ! – Disse , que me encarou de uma forma estranha, como se eu fosse um pedaço de carne. Me encolhi incomodada.

- Não devemos chamar ninguém, podem nos acusar da morte dela, e além do mais, o assassino pode ser qualquer um de nós! – Disse se sentando ao meu lado, encostei minha cabeça em um de seus ombros, aquela cena horrível continuava na minha cabeça.

- Então, tá! Como iremos descobrir quem fez isso? – Perguntou , que estava com os olhos marejados, sentia pena dele por perder uma pessoa, e o pior de tudo, sem ao menos poder fazer nada.

- Não faço ideia! – Disse soltando uma risada sem humor algum, ergui minhas sobrancelhas com aquela reação, era surreal tudo aquilo, estava sendo uma verdadeira noite de trinta e um de outubro, o pior dos piores Halloweens.

Capítulo 5: Aparente tranquilidade.


- O que iremos fazer com o corpo? – Perguntou enquanto roía suas unhas sem parar. Todos estavam inquietos e sempre seus olhares se perdiam na direção da porta do banheiro, todos temiam ser acusados da morte de e sem contar, que a polícia poderia nos prender.

- Acho melhor descermos pra festa como se nada tivesse acontecido, depois da meia noite acabamos a festa e voltamos aqui em cima para resolver isso! – Disse com as mãos no bolso da sua calça de couro preta que estava super apertada. Tinha que admitir ele estava uma delícia fantasiado de Axl Rose. Mordi os lábios, prendendo a vontade repentina de dar uma gargalhada. Concordamos com a ideia, trancamos o quarto e descemos para a festa, tentávamos agir normalmente para que ninguém percebesse, estava tão nervosa que bebia loucamente como se fosse uma forma daquela imagem na minha cabeça desaparecer, mas só servia pra me deixar zonza e com mal estar. Me sentei no sofá e encarei a parede amarelada sentindo meu estômago revirar com a visão turva, senti alguém sentar ao meu lado, encarei-a com a boca entreaberta e as minhas mãos começaram a suar.

- ? – Perguntei abrindo e fechando os olhos, para ter certeza que não estava tendo alucinações, jamais ele havia se aproximado de mim e sua expressão continha um sorriso malicioso. Arqueei minhas sobrancelhas confusa, sabia que falaria besteiras, já que era fraca com álcool.

- O cara mais gostoso em carne e osso! – Disse ele com o mesmo sorriso, se sentou mais perto de mim e passou seus braços por meus ombros, o encarei dando uma risada incontrolada.

- Que carne e osso! – Eu disse meio embolado, ele soltou uma risada e aproximou sua boca da minha orelha.

- O que acha de subirmos? – Perguntou mordendo o lóbulo da minha orelha, toda extensão do meu pescoço se arrepiou. Sorri encarando a parede e depois coloquei uma de minhas mãos sobre sua coxa, apertando-a.

- Vamos resolver tudo isso! – Disse interrompendo tudo, logo quando ia responder e realizar um sonho de qualquer garota apaixonada. Xinguei mentalmente, não havia mais os convidados ali, apenas nós, me encarou emburrado e resolvemos subir todos. Sentamos na enorme cama e ficamos um longo tempo nos encarando em silêncio, ninguém tinha ideia do que fazer ou se aconteceria novamente com um de nós.

- E agora? – Perguntou , com os olhos marejados, ninguém sabia ao certo o que fazer, mesmo correndo o risco de sermos presos e acusados de algo que não cometemos, era amiga deles, e eu, mesmo odiando-a por me maltratar, achava que ela não merecia ter seu corpo escondido num quintal de uma casa abandonada. E seus pais, como ficariam? Era tudo muito tenso.

- O melhor que podemos fazer é enterrar o corpo atrás da casa e limparmos aquele banheiro! – Disse encarando suas mãos, encarei-o confusa com sua ideia, como poderia ser tão frio capaz de permitir algo com a garota que tanto dizia amar?

- Então eu e os caras a enterraremos! e limpam o banheiro! – Disse se levantando, em seguida e fizeram o mesmo; encarei a e revirei os olhos, a nojentinha fez o mesmo enquanto encarava suas unhas.

- E nós? – Perguntou se referindo a si e a . deu de ombros, entraram no banheiro e saíram de lá carregando o corpo, fechei meus olhos evitando olhar tudo com riquezas de detalhes, virei para o pessoal que havia sobrado.

- , me ajuda a limpar aquela nojeira, e , busquem os materiais necessários! – Disse bocejando, toda aquela bebida estava me dando sono, me deitei na cama e encarei o teto, enquanto meus olhos pesavam, ouvi o som da porta bater e aí não vi mais nada.

Capítulo 6: E mais uma morte.


- , acorda... Pelo amor que você tem a sua vida! – Ouvi o som da voz de , abri meus olhos e estava tudo escuro, só pude enxergar seu rosto por causa da luz do celular que o iluminava me sentei na cama meio zonza encarando a escuridão no quarto.

- O que houve? – Perguntei me sentando na cama, o quarto estava escuro e o silêncio dominava o ambiente, senti um arrepio percorrer meu corpo, o perigo estava próximo, eu podia sentir.

- Faltou luz e ouvi um grito lá embaixo, mas acho que os meninos não ouviram! – Disse ela com a lanterna do celular ligada enquanto direcionava na porta. Suspirei, me levantando, ela me encarava confusa.

- Precisamos verificar ou pelo menos ficarmos juntos, quem quer que seja que matou a pode atacar de novo! – Disse pela primeira vez segurando a mão dela, fiz careta soltando sua mão e ela ficou com uma expressão estranha, parecia gostar daquilo.

- SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA! – Gritou uma voz do andar de baixo, reconheci ser da seguidora de , nos encaramos assustadas e com medo do que pudesse ser, agarrei o velho abajur que estava no criado mudo e saímos em disparada, descendo as escadas em meio à escuridão, iluminava tudo com a lanterna de seu celular, aquela saia do meu vestido atrapalhava tudo.

- SOCORRO, ME AJUDE! – Gritava do cômodo ao lado, indiquei para que ficasse atrás de mim, caso o tal assassino estivesse lá, eu bateria com o abajur. Abri a porta do que reconheci ser uma despensa e estava escuro lá dentro, ouvi choramingo e do nada a luz voltou, iluminando a cena que fez meu coração parar, o abajur escapou de minhas mãos batendo contra o chão, toda sua porcelana se espatifou em mil pedaços, meus olhos estavam presos naquela cena horrível, estava caído naquele pequeno cômodo, os óculos de sua fantasia estavam fora de seu rosto gélido, seus olhos sem vida encaravam o nada, tinha um enorme corte no pescoço e uma poça de sangue dominava o lugar. Minhas pernas fraquejaram e me apoiei na parede tentando ficar em pé, estava ao lado do com um olhar sem vida, lágrimas escorriam por seu rosto e sua fantasia estava suja de sangue, segurava uma das mãos de .

- O que houve aqui? – Perguntou , com as mãos sobre a boca encarando aquela cena, continuava petrificada, se aproximou, sacudindo-a pelos ombros, e sua expressão voltou ao normal.

- Foi tudo tão rápido, o deixei aqui pegando os produtos enquanto ia até a cozinha e ai as luzes se apagaram, quando voltei, já estava caído, sem vida! – Disse ela chorando sem parar, colocou suas mãos sujas no rosto e encarava .

- Vou procurar os meninos e já venho! – Disse para mim e em seguida saiu do cômodo, me aproximei do corpo e as lágrimas escorriam freneticamente por minhas bochechas, toquei sua mão ensanguentada e gélida, segurando-a, sentia uma enorme dor no peito enquanto encarava sua face, havia o perdido e para sempre, não tivemos chance de tentar algo mais além, de quem sabe tentar algo juntos... , eu prometo vou descobrir o desgraçado que fez isso com você e ele irá pagar com a própria vida, mesmo que custe a minha!

Capítulo 7: Como num filme de terror.


- Maravilhoso, a porta da frente está trancada! – Disse com suas mãos descansando na sua fina cintura, estava com a boca seca de tanto que havia chorado pelo , o corpo dele estava ainda naquele cômodo coberto por um fino lençol branco e estávamos reunidos novamente naquele quarto, dessa vez, a morte inesperada de assim como de , estava nos deixando apavorados, sem saber se podia ser um de nós ou algum serial killer desconhecido. Temíamos que outra morte ocorresse e temíamos que nos culpassem da morte deles, precisávamos ir embora daquela maldita casa, mas a porta da frente e as outras estavam trancadas, quem quer que esteja tirando as vidas, planejou tudo bem planejado, temia ser a próxima vítima.

- Como iremos embora? – Perguntou enquanto andava de um lado para o outro do quarto, ouvi um som baixo e todos o encararam, estávamos surpresos, pois realmente sentíamos o mesmo.

- Espero que tenha algo pra comermos! – Disse com as mãos sobre a barriga, suspirei sentindo meu estômago embrulhado, não comeria nem tão cedo, toda essa agonia me deixa enjoada.

- Deve ter restado pizza lá embaixo! – Disse enquanto roía a unha do seu polegar, parecia nervosa e tinha uma expressão estranha enquanto encarava .

- Quem irá buscar? – Perguntou enrolando uma mecha de seu cabelo no dedo indicador, às vezes sentia seu olhar sobre mim, mas ignorava observando outro canto do quarto.

- e ! – Disse se sentando ao meu lado, enquanto juntamente com estavam deitadas atrás de nós na enorme cama. Suspirei, esfregando meus olhos, queria ir embora o mais rápido possível dali e o melhor, que tudo isso tivesse passado apenas de uma “travessura” de Halloween, que o e a entrassem pela porta a qualquer momento, mas infelizmente era tudo mentira.

- Precisamos sair dessa casa de qualquer maneira, podemos fugir pela janela! – Disse apontando para uma delas que parecia emperrada, daríamos um jeito, porém, estávamos no segundo andar e seria complicado.

- Puta merda! – Xingou a voz que reconheci ser de , novamente estávamos no escuro e o silêncio reinava na casa, não ouvimos o som dos meninos no andar de baixo, e no quarto ninguém se mexeu. Me arrepiei e levantei automaticamente com o coração acelerado, alguém seria a próxima vítima.

- , liga a lanterna do seu celular! – Disse esticando meus braços em meio à escuridão tentando me aproximar deles, até que repentinamente as luzes se acenderam, suspiramos aliviados.

- Cadê a ? – Perguntou confusa enquanto observava todos os cantos do quarto, ergui a sobrancelha preocupada.

- Será que...? – Tentei continuar, mas fui interrompida por um grito que reconheci ser de , saímos rapidamente do quarto sem se importar com o que pudesse nos acontecer, temia que fosse mais uma morte.

Capítulo 8: 2 é par.


- O que houve, ? Cadê o ? – Perguntou desesperado enquanto seu magro corpo tremia sem parar, envolveu seus curtos braços na fina cintura de e começaram a se tremer em total harmonia, parecia até uma banda tremelique, meu estômago queimava de fome e não tínhamos noção das horas, e desaparecidos.

- Estávamos pegando algumas coisas pra comer e do nada teve o apagão, ele me chamou e depois quando as luzes voltaram, havia desaparecido! – Respondeu inquieto enquanto bagunçava um pouco suas madeixas loiras, senti um arrepio de satisfação ao vê-lo fazendo aquilo, é de encher os olhos, mas gostoso que morango com leite condensado. Me belisquei discretamente tentando tirar aqueles pensamentos da cabeça, não era o momento para se sentir seduzida por sua paixonite escolar, se concentre, .

- Que merda, só pode ter sido o assassino, agora, pra onde levaram eles? – Perguntei passando as mãos trêmulas por meus cabelos, não sabia o que fazer não havia sinal de celular nesse maldito lugar, ninguém apareceu por aqui e estamos isolados, corpo de enterrado no quintal e o corpo do dentro daquele cômodo, envolvido por um lençol branco, respirei fundo com aquele sentimento enjoado de tristeza pesando meu peito, poderia ter salvado ele, senão tivesse mandado pegar os produtos de limpeza, merda , que merda.

- E se já tiverem sido mortos! – Disse encostando seu rosto no peito de , lágrimas escorriam por seus olhos, jamais imaginei vê-la se importando com alguém além de si mesma, pensei em segurar suas mãos como forma de apoio, mas preferi ficar parada no meu canto.

- Não sabemos o melhor a se fazer é pegarmos algo para comer e voltarmos para o quarto, não podemos arriscar e nem nos separar! – Respondi pegando os pacotes de biscoito enquanto pegava umas latas de refrigerante, e pegaram outras coisas, além de água, subimos as escadas observando tudo com atenção,quando chegamos à porta entre aberta do quarto, a maçaneta estava manchada de sangue e tinha gotas frescas fazendo uma pequena trilha em direção ao lado de dentro, me deu as coisas para segurar e abriu a porta em silêncio, preparando para nos defender, entrou e verificou, voltou e entramos, trancou a porta atrás de si e nos esparramamos pela enorme cama.

- E essa hora que não passa? – Perguntou com a cabeça apoiada no colo de , que também estava deitado. estava ao meu lado se enchendo de biscoito enquanto encarava a parede, estava exausta e queria mais do que nunca que essa espécie de filme de terror acabasse logo de uma vez, bebeu o ultimo gole de água que havia na garrafa o encarei com a boca escancarada de surpresa.

- Que merda, , você acabou com a água! E agora? – Perguntou irritado, sorriu forçadamente e voltou a engolir os salgadinhos, estava hipnotizada com sua beleza e por mais que ela tenha notado que estava o encarando por longos minutos, ele continuou quieto e não disse nada, era uma beleza tão linda que meus olhos pareciam estar atraídos por um imã.

- Acho melhor buscar mais água, antes que aconteça algo! – Disse pegando a garrafa vazia, o encarei erguendo as sobrancelhas.

- Não é bom você ir sozinho, , a última coisa que devemos fazer é nos separar! É a lei dos filmes de terror! – Disse seriamente enquanto me preparava para levantar, mas a se levantou rapidamente e apontou para porta, os dois sumiram do quarto. Me senti meio desconfortável de estar sozinha ali com , senti seu olhar em cima de mim e acabei o encarando, ele se aproximou lentamente e até que ficamos com nossos rostos próximos, era tentação demais para minha pobre pessoa, agarrei-o pelo pescoço e começamos um beijo cheio de desejo, até que as luzes piscaram diversas vezes e paramos, recuperando fôlego. Encarei-o assustada, começamos a ouvir coisas se quebrando no andar de baixo, arregalamos os olhos e não ouvimos nenhum grito.

- Que merda! – Xinguei me levantando da cama, e podiam estar em perigo, passou a minha frente e saímos do quarto lentamente, observando todos os lados e descemos ainda mais devagar quando chegou na escada barulhenta, as luzes piscavam demais e entramos com cuidado na cozinha, tudo esparramado pelo chão e vidros quebrados, a porta da geladeira aberta.

- Levaram eles! – Sussurrei observando cada canto atenta a qualquer movimento, pegou algumas facas e a garrafa de água, peguei um facão que havia ali e voltamos rapidamente para o quarto, trancou a porta e ficamos em silêncio nos encarando, não sabíamos o que fazer, a única solução era tentar fugir atrás de ajuda, observei a janela pensativa.

Capítulo 9: Janela da esperança.


- , será que conseguimos destravar aquela janela? – Perguntei me aproximando da janela que estava emperrada pelo tempo sem ser aberta, deu de ombros e parou ao meu lado, mexeu na trava e agarramos em cada lado dela, colocando toda força e com certa dificuldade conseguimos abrir uma pequena brecha, onde não conseguiria passar.

- Que merda, vê se consegue abrir mais! Você tem que conseguir passar por ela pra pedir ajuda! – Disse desesperada colocando toda minha força, mas a maldita janela não subia, também tentou mais não conseguiu.

- Não dá mais, você precisa fugir e pedir ajuda! – Disse , sério, ainda tentando abrir mais a janela. Desistiu e se aproximou da cama, arrancando os lençóis e fazendo uma espécie de corda, amarrou uma ponta no pé da enorme cama e a outra parte esticou até a janela, jogando-a lá embaixo, o encarei confusa.

- Não posso te deixar aqui e simplesmente fugir, você precisa se salvar! – Disse o encarando nos olhos, meu coração estava a mil e minhas mãos trêmulas, era nossa chance de fuga para pedir socorro.

- , me escuta, só você pode passar por essa janela, é a chance de salvar , , e , e a nós mesmos! Eu vou me cuidar, você precisa fugir antes que venha atrás de nós! – Disse ele me dando um beijo na testa e depois me arrastando em direção à janela. Confirmei com um gesto de cabeça enquanto as lágrimas escorriam por meu rosto, o quarto no segundo andar e o lençol quase se encostava ao chão, daria para descer e correr a tempo.

- Não saia desse quarto por hipótese alguma, espere que eu volte com ajuda! – Disse seriamente, aproximei meu rosto do seu e dei um rápido selinho, minhas bochechas coraram ao perceber o que havia feito. Coloquei uma perna, depois a outra e até que passei meu corpo, me segurei com força no lençol enquanto apoiava meus pés descalços na parede tentando não cair. Minhas mãos suavam frio e estava nervosa, meus pés tocaram a grama mal cuidada, olhei para janela e fiquei desesperada ao ver o vidro ser quebrado. gritava com alguém, não poderia sair dali e abandoná-lo, me desesperei, agarrei novamente no lençol e fui tentando escalar de volta. Não abandonaria o pessoal com aquele assassino, iria me vingar, assim que alcancei a janela novamente a porta do quarto estava aberta e um rastro de sangue, como se tivessem arrastado algo. Respirei fundo e com cuidado para não me cortar pulei para dentro, meus pés tocaram os cacos de vidro no chão e comecei a chorar de dor, corri para me sentar na cama e tentei limpá-los, amarrei um pedaço do lençol nas solas do pés, fazendo uma espécie de meia para que não machucasse ainda mais.

Meus olhos marejados atrapalhavam minha visão, observei a janela e vi o facão que havia pegado na cozinha momentos antes estava ali. Tinha duas escolhas: pulava novamente a janela e pedia socorro ou continuava ali e tentava matar o assassino. Respirei fundo, ficaria com a segunda opção. Segurei o facão com as mãos trêmulas e segui o rastro de sangue, desci as escadas e acompanhei pela cozinha e parou numa pequena porta, típico de filmes de terror, o assassino leva algumas vítimas para o porão até que os heróis do filme invadem e matam o assassino. Suspirei, colocando a mão na maçaneta. Desci as escadas que ligavam a parte de baixo da casa, havia um forte cheiro de sangue, assim que desci as escadas, me deparei com , , e amarrados uns nos outros, com fitas tapando suas bocas. Estavam sentados no chão de madeira, o lugar tinha algumas bugigangas e era iluminado apenas por uma lâmpada. Ergui as sobrancelhas confusa ao ver solta, ela me encarava segurando um facão de peixeiro e tinha um olhar assassino, dei alguns passos para trás com a enorme faca.

Capítulo 10: E o assassino se revela.


- Por que fez isso tudo? – Perguntei enquanto lágrimas de pavor escorriam por meu rosto, a guria mais idiota da face da Terra é a assassina. Nossa, essa história daria um bom filme de terror. Só pode ser por se achar a “humilhada” do grupo ou por pura inveja. Observei os quatros rostos, estava desacordado com um pequeno corte na testa, enquanto , e estavam nervosos observando tudo, sairíamos vivos dessa, essa aprendiz de assassino não vai me matar.

- Tenta viver na sombra dessa idiota, aturar a jogando na sua cara que era inteligente; tenta aceitar o pegando outras garotas, sempre me trataram como a sem cérebro, a gorda e feia! – Disse com puro ódio, fazendo uns movimentos com sua peixeira. Ergui as sobrancelhas.

- E você acha isso ruim? E eu? Aturei você e esses idiotas me chamando das piores coisas do mundo, prendendo eu e meus amigos nos seus armários depois da aula, forçando a fazer todo dever de casa e ainda sofrer vários constrangimentos! E você, uma patricinha sem cérebro e mimada, porque assistiu a um filme de terror antes do Halloween, quer imitar o filme como forma de vingança, só que é tão burra que ainda não se tocou que isso tudo é realidade, que você tirou vidas! Eu, mesmo aturando tudo que me fazem, não matei ninguém, e sabe por quê? Porque sei que sou muito melhor que muitos, que quando as pessoas nos afetam é porque tem inveja, só que esqueci que você é uma idiota sem noção que nunca pensou nisso, porque só tem sede de poder e sabe pra quê? Pra ser a idiota que bota “pra baixo” as alunas mais gordinhas! Vai se ferrar, minha vontade é te socar até você ficar tão feia, que nem o Dr. Hollywood vai conseguir te deixar bonita! – Disse sentindo meu corpo tremer de tanta raiva, me segurei para não atirar a faca no meio da cara dela, a idiota soltou uma risada de hiena no cio e deu alguns passos em minha direção.

- Se aproxima nem que seja mais um passo e arrebento isso que você ainda chama de cara, porque com o ódio que estou de você, não vou usar faca não, vou usar algo que faça mais estrago! – Disse, sentindo meu sangue ferver. Queria ter aprendido Kung Fu para dar uma voadora que ela iria parar no Japão ou até mesmo na ponte que caiu, uma merda dessas merece sofrer tirou duas vidas por causa de nada.

- Fica calminha, gorduchinha! – Disse ela num sorriso debochado enquanto passava o polegar por toda extensão da enorme faca. Ela me mostrou o dedo sangrando, a faca estava bem afiada.

- Desculpa se a gorduchinha aqui é inteligente! – Respondi com um sorriso irônico enquanto pensava na melhor forma de socá-la, iria acabar num sanatório, poderia ser no cemitério, mas não iria sujar minhas mãos com ela.

- Está ouvindo isso, ? Ela chamou esse corpinho que você já provou de sem cérebro! – Disse ela num tom calmo demais, enquanto levantava a cabeça de com a ponta da faca, para que pudesse encará-la nos olhos, o garoto tremia mais que celular no vibra call.

Capítulo 11: E o assassino sempre se ferra.


- Mas, e aí, lindinha, prefere levar essa facada em que parte do corpo? – Perguntou ela me encarando com a maior calma do mundo, num tom tão natural como se tivesse perguntado se eu queria café com açúcar ou adoçante, soltei uma risada sem humor algum.

- Facada vai ser a que vou enfiar de um lado para sair no outro! – Corri com tudo com a faca apontada para ela, acertei seu braço que deixou a faca cair, ela conseguiu empurrar a minha longe, agarrou nos meus cabelos e começou a puxá-los, fechei minha mão em punho e acertei sua barriga magra, ela gemeu soltando meus cabelos e colocando as mãos no local, saindo um pouco de sangue da sua boca. Me aproximei acertando um soco na cara dela, sacudi minha mão após o forte impacto, ela caiu com tudo no chão. Peguei a peixeira e minha faca, com as mãos trêmulas soltei a corda de , que se soltou e tentou soltar todos, me aproximei da idiota e joguei as facas longe, coloquei as mãos no pescoço dela enquanto arranhava com toda força meus braços. Apertava com toda minha força, estava ardendo de ódio, foi essa infeliz que havia tirado a vida do , do pobre que foi pego de surpresa.

- O melhor foi matar o , uma presa tão fácil! – Disse ela com o rosto ficando roxo pela falta de ar, apertei ainda mais estava sufocando-a, até que tirou-a das minhas mãos e , junto com , amarrou-a. Respirei fundo diversas vezes, minhas mãos tremiam e meu corpo formigava, meu coração estava a mil por causa de toda adrenalina, acho que realmente seria capaz de matar aquela magrela descerebrada aspirante a assassina de filme de terror de baixo custo. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto.

- Precisamos chamar a polícia! – Disse num fio de voz enquanto dava o ultimo nó na corda que havia amarrado para segurar . Me virei para eles e sequei as lágrimas.

- , leva a até a janela e ajude-a pular, ela pode conseguir socorro! – Disse me aproximando da magrela idiota, e sumiram rapidamente, abracei e depois , ainda estava em choque com tudo que havia acontecido nessa maldita noite de Halloween.

- Ela já deve estar atrás de socorro, só nos resta esperar! – Disse ao retornar, me sentei encarando o assoalho enquanto esperava para que finalmente pudéssemos fugir dali, não aguentava mais, só queria meus pais, e depois disso tudo, os convenceria a abandonar essa cidade.

Capítulo 12: Despedida.


- Tem certeza que vai ser melhor para você? – Perguntou com um sorriso triste enquanto colocava suas mãos no bolso e me encarava com certa dificuldade, já que o sol brilhava forte atrapalhando nossas visões.

- Vai ser melhor, já não gostava muito daqui e além do mais, as lembranças daquela noite não desaparecem! – Respondi olhando meus pais colocarem nossas malas dentro do carro, o caminhão havia levado os móveis horas antes, voltaríamos para nossa antiga casa, o lugar de onde nunca deveríamos ter saído.

- e também se mudaram, eu e resolvemos ficar por mais alguns dias e depois moraremos com meus tios em NY, a louca além de ter aparecido em todos os jornais do mundo foi internada numa clínica psiquiátrica e irá a julgamento! – Disse , sorrindo tristemente enquanto encarava a minha grama verdinha. Abri um leve sorriso e estendi uma mão tocando sua bochecha de leve, ele levantou o olhar e abriu um sorriso, fazendo o mesmo gesto.

- Filha, está na hora! Se despeça do seu amigo! – Disse minha mãe sorridente enquanto entrava no banco do carona e me observava pela janela, deixei minha mão cair e respirei fundo, encarando .

- Então é isso, espero que mantenha contato e se cuide! – Disse dando um beijo em sua bochecha, ele me deu um selinho, me deixando vermelha feito um pimentão, e confirmou com um gesto de cabeça. Me afastei, entrando no banco de trás do carro e observei-o desaparecer.

- Pai, pode parar um instante no cemitério, preciso me despedir do ! – Disse ao meu pai, abaixei a cabeça sentindo meus olhos arderem, peguei a rosa branca e desci rapidamente do carro logo que parou, entrei pelos portões de ferro do cemitério a mil e avistei o túmulo de . A grama estava verde e o lugar vazio de almas vivas, me ajoelhei na frente da sua placa de mármore que indicava onde o caixão havia sido enterrado.

- Sinto muito por não ter conseguido te salvar, tentei me culpar da sua morte, mas como mamãe disse, “Você apenas disse para fazer algo junto com a assassina, que você não fazia ideia de quem era, o destino é o destino”. Mas do pouco que a machuquei e de estar numa clínica para o resto da vida, já é uma enorme vingança por sua morte e de . Seria legal se estivéssemos juntos agora, você pode não estar vivo na Terra, mas está vivo no meu coração, pode ter toda certeza, só se cuide onde quer que esteja nesse momento e nos vemos em breve, eu te amo. – Disse enquanto lágrimas escorriam por meu rosto, dei um beijo na rosa e a coloquei na frente da placa. Sorri e caminhei tranquilamente até o carro, meus pais sorriram tristemente e logo estávamos na rodovia, encostei minha cabeça no encosto do banco e fiquei vendo os carros passarem feito um borrão por nós.

Uma noite de Halloween, onde os doces e as travessuras não foram suficientes...

Fim, Muahahahahahahaha

N/A: ooooi lindonas,então aí está o fim da fic *todos choram* espero que tenham gostado dela! Obrigada por continuarem a lerem, obrigada de verdade! <3


Nota da Beta: Erros? Envie diretamente para mim pelo email awfulhurricano@gmail.com ou através de um tweet para @mimdeixa. Não use a caixinha de comentários, por favor. xx Abby

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