Uma Noite de Natal Inesquecível
História por Rosi | Revisão por Cáh Almeida
Vamos lá, garota! Pensei comigo mesma. Será apenas por algumas horas.
Logo após a ceia eu iria sair de fininho e teria passado quase que invisível por toda aquela confusão que se formava na noite de natal. Respirei fundo e entrei na casa de minha tia. Como sempre, havia muita gente, quase não tinha espaço para caminhar. Eu, mais uma vez, teria que fingir, sorrindo e tendo que manter a farsa, só não conseguiria enganar Cris, meu primo querido, o único que realmente me conhecia. Olhei para os lados em busca de refúgio, um lugar onde não teria que ficar rindo o tempo todo. Foi quando o vi encostado à parede, me fitando, quase pude ver minhas bochechas ficarem vermelhas, tentei disfarçar, mas ele continuava a me olhar, como se estivesse me avaliando. Será que havia algo de errado com minha maquiagem ou sapatos? Lembro-me de ter cuidado do figurino. Trajava um vestido estampado em tons de vermelho e marrom, com formas abstratas, sapatos pretos e maquiagem suave, realmente não havia nada de errado com minha aparência. Por que, então, estava incomodada com olhar daquele desconhecido? Não me lembrava de tê-lo visto antes, mas ele parecia me vigiar. Por mais que eu me afastasse, podia sentir seus olhos em mim. Finalmente avistei o Cris no fundo da sala, com suas filhas, ele correu ao meu encontro e me deu um abraço caloroso, isso me fez relaxar um pouco.
- Tô vendo que você está se esforçando – disse ele.
- Claro - suspirei.
Cris realmente me conhecia.
- Se quiser, pode ir ao nosso esconderejo.
Sorri. O esconderijo ao qual ele se reveria era seu antigo quarto, no terceiro andar da casa. Tinha passado quase todas as tardes de minha adolescência lá.
Ia subindo as escadas de forma a não chamar atenção. Quando abri a porta, muitas recordações surgiram em minha cabeça. Deitei-me na cama, pois estava cansada. Coloquei minhas mãos embaixo da cabeça e fechei os olhos, tentando imaginar que estava sozinha em uma praia deserta. Devo não ter percebido quando adormeci, mas fui despertada por uma pena que, suavemente, passava por meu decote, acariciando-me de leve nos seios. Sem abrir os olhos, murmurei:
- Deixa-me, Cris.
Mas a pena que, insistentemente percorria meu corpo, passou por meus ouvido e lábios. Então, abri bruscamente meus olhos e dei um pulo da cama ao perceber que não era o Cris, mas aquele homem que me espreitava quando cheguei, tive o impulso de gritar, mas a voz parecia não sair, havia se formado um nó em minha garganta, fiquei paralisada. O homem então percebeu o medo em meus olhos e se afastou dizendo:
- Calma, Alice, não vou lhe fazer mau, estava apenas apreciando sua beleza. Cris me disse que tinha uma prima da qual eu iria gosta de conhecerr, só não sabia o quanto.
Levei algum tempo para processar dada informação. O Cris? O que ele tinha...
Como se adivinhasse o que eu estava pensando ele respondeu:
- Ele me disse que você era uma pessoa muito especial para ele e, como somos muito amigos, queria que eu a conhecesse.
- Como você sabia que era eu?
- Cris a descreveu de uma forma tão detalhada, que a reconheci assim que entrou na casa. Você perdeu a ceia.
- Como assim?
- Já são duas horas da manhã.
- Nossa! Eu estava realmente tão cansada, que nem percebi que tinha dormido por tanto tempo, acho que está na hora de ir embora.
- Não - respondeu ele -, primeiro você deve jantar.
- Não estou com fome, e isso não faz diferença agora - olhei para a mesa de canto e percebi que estava realmente preparada para um jantar, pratos, taças, vinho e até um pedaço de peru.
- Por favor - ele pediu -, me acompanhe.
Não sou boa em manter conversas com pessoas que não conheço, mas aquele homem, mesmo sendo um estranho, me fazia sentir como se me conhecesse há anos. Acabei concordando.
Tentei manter meus olhos à mesa, pois não tinha coragem de olhar em seus olhos.
- Vejo que você não está à vontade.
Senti minhas bochechas rosarem novamente. Será que estava tão evidente assim? Pensei comigo mesma.
- Calma! - Disse ele, colocando sua mão sobre a minha.
Instintivamente puxei minha mão, isso o fez recuar. Não demorou muito para ele interromper e silêncio daquele momento.
- Cris tinha razão quando...
Meus olhos se estreitaram, como se tentasse adivinhar o que ele estaria tentando dizer, mas antes que eu perguntasse, ele disse:
- Não me leve a mal, mas...
- Continue - eu disse - Agora fiquei curiosa.
- Cris me disse que você costuma avaliar os homens de uma forma diferente.
Minhas sobrancelhas se ergueram para expressar minha falta de memória, mas, em seguida, voltei a ficar vermelha, ao lembrar que, quando era bem jovem, eu brincava com o Cris, comparando homens com frutas.
- Estava pensando em que fruta você estaria me comparando.
Mexi os ombros.
- Isso era uma coisa de adolescente, o Cris não deveria ter lhe contado isso.
- Não fique brava com ele.
Só quando o homem se levantou pude olhar para ele com mais atenção. Percebi seu corpo atlético com formas perfeitas, até onde eu podia ver, seu rosto era calmo, seus olhos eram negros e seu queixo era meio quadrado com um furo ao centro, seus cabelos eram castanhos e possuíam alguns fios. Pude calcular que ele devia ter pouco mais de quarenta anos. Ele caminha em direção ao balde de gelo que estava atrás de minha cadeira.
Quando senti algumas gotas de água descerem por minha espinha, senti um arrepio e olhei para trás, percebendo que ele, deliberadamente, as tinha deixado cair. Estava rindo quando olhei em seus olhos.
- Espero não ter lhe assustado - ele disse.
Pude perceber a malícia em suas palavras, em seguida ele passou as costas das mãos em minha costas para secar as gotas de água, seu toque era quente e suave, senti minha pulsação acelerar, tive medo que ele percebesse e levantei rapidamente, dizendo que estava satisfeita e que precisava ir embora. Foi quando ele me puxou pela cintura, apertando-me contra seu peito e lançando seus lábios sobre os meus. Em um segundo, mil coisas passaram em minha mente, mas seus lábios tinham tanta urgência que não me contive e correspondi instintivamente. Quando estava quase se fôlego ele me soltou e pude, enfim, respirar, estava tonta, mas com uma sensação de quero mais, foi quando ele se colocou atrás de mim e sussurrou em meu ouvido:
- Eu poderia ficar aqui a noite inteira só te beijando, no entanto, eu quero mais que isso. Ele me abraçou fortemente e começou a passar suas mãos fortes e quentes por minha cintura.
Minha mente paralisou por alguns segundos, uma parte de meu cérebro pedia: "corra, grite, saia daí!", enquanto a outra exigia que eu me entregasse. Resolvi então não pensar e me joguei impulsivamente, beijando-o ardentemente, ele me afastou dizendo:
- Calma, não vou fugir. Não esta noite, teremos muito tempo. - me senti envergonhada novamente.
No que ele estaria pensando?
Ele me levou até a beira da cama, pegou a mesma pena que havia usado para me acordar e começou a me acariciar com ela, o toque era sutil, mas, ao mesmo tempo, tão profundo que senti meu corpo respondendo rapidamente ao estimulo. Ele se sentou atrás de mim, encaixando seu corpo ao meu, Deu-me beijos na nuca enquanto uma de sua mão segurava meu queixo e a outra procurava ansiosamente pelo decote de meu vestido, para alcançar os seios que eu deixava, propositalmente, à mostra. Tive que me concentrar nesse momento, pois estava em uma posição que não teria como recuar. Ele havia me dominado, eu estava totalmente presa em sua armadilha, mas àquela altura não importava, pois não mais tentaria me desvencilhar de seus braços. Sutilmente, ele passou a alça de meu vestido por cima de minha cabeça ela e era a única amarra que me prendia o corpo, o tecido era maleável e caiu sobre os meus pés, ele rapidamente se afastou para me ver seminua. Agora, a única peça de roupa que cobria meu corpo era uma pequena calcina preta de renda, novamente devo ter ficado vermelha, pois ele deu um sorriso com o canto da boca e, em tom de brincadeira, murmurou:
- Que bonitinho, você parece uma menina que o pai pegou fazendo arte. -
Senti minhas pernas tremerem, então ele se aproximou novamente abriu meus braços que estavam presos ao corpo e me encaixou em seu peito, começou beijando minha testa, pálpebras, meu nariz, deu-me um beijo no canto dos lábios, em minha clavícula, pousou suas mãos sobre meus seios enquanto sua língua percorria minha barriga, meu quadril... Segurou-me forte pela cintura e me jogou na cama, arrancando minha calcinha e, como uma fera descontrolada, me possuiu. Eu estava em êxtase com a seu vigor, criei forças, coloquei minhas mãos em seu peito e o empurrei, ele percebeu minha intenção, eu o empurrei sobre o colchão. Era a minha vez. Ele percebeu meu sorriso de malícia, lancei-me sobre ele me sentido mais forte e confiante, encaixei meu corpo sobre o dele na intenção de parecer ser um só e, com movimentos suaves, pude perceber seus olhos ardendo em brasa, tamanho era sua satisfação. Percebi em seu rosto o prazer que meus movimentos provocavam e, quanto mais aflitos eles pareciam, mais ele se deliciava, quando estava quase em êxtase novamente ele me surpreendeu colocando-me de costas e, em seguida, me puxando para junto de seu corpo, suas mãos acariciavam o centro de minhas pernas, estava extremante excitada e umedecida por suas caricias. Insistente, ele continuava a me possuir e eu sentia sua respiração ofegante em minha nuca, a urgência em seus movimentos, a rigidez em seu corpo. Eu poderia ficar ali por muito tempo, e foi exatamente o que aconteceu. Ficamos presos naquele quarto por horas, nossas mentes pareciam estar em sintonia, pois ele parecia adivinhar cada fantasia minha e eu correspondia, me entregando a ele sem tabu algum, de uma forma que jamais havia, sequer, pensado. Por fim caímos sobre a cama, tão exaustos que nem consegui me vestir, precisaria de algum tempo para me recompor, ele ficou ali passando as mãos em meus cabelos, sobre meus lábios e analisando cada curva de meu corpo, fiquei envergonhada com aquela situação. Como eu poderia ter feito tudo aquilo com um homem o qual eu sequer sabia o nome? Perguntei então:
- Qual é o seu nome?
Ele sussurrou em meu ouvido e essa foi a última coisa de que lembro ouvir antes de cair no sono. Quando acordei, imaginei que estive-se sonhado, mas ainda esta nua, olhei para o travesseiro ao meu lado e havia uma flor e um recado escrito no guardanapo:
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