Um Gesto
by: Nat Puga
beta: Daniee


- Cadê a , ? - A mãe dele perguntou. - O vôo não era pra ter chegado há meia hora atrás
- Era sim. Mas ela me ligou lá do Canadá avisando que ia atrasar. Mas daqui a pouco ela chega. - Ele respondeu. tinha passado duas semanas fora no Canadá. Ela precisou ir para o casamento da sua irmã. Sua família toda era de lá. Tinha vindo pra Londres fazer a faculdade e estava no último período. Assim que desembarcou em Londres, ligou para .
- Oi, . Eu acabei de chegar no aeroporto. Onde você está? - Ela perguntou.
- Eu estou aqui na minha mãe. Vem pra cá.
- Ok, tchau. - Ele desligou sem se despedir. Ela nem se importava mais. Tinha desistido de lutar por ele. Eles tinham se conhecido num bar há seis meses atrás por meio de , um amigo dela que estava na banda junto com , o McFLY. se apaixonou por ele quase que á primeira vista. a achou muito bonita mas não costumava gostar de alguém apesar de sentir algo por ela. Eles se beijaram pela primeira vez naquele mesmo dia. A partir daí, eles passaram a se ver sempre. Era uma relação no mínimo estranha. Eles não estavam verdadeiramente juntos. Não era um compromisso, como se eles fossem namorados. Eles podiam ficar com quem quisessem apesar de preferirem um ao outro. Ela praticamente morava na casa dele de tanto que dormia lá e a mãe dele a adorava. nunca esteve com mais ninguém nesse período. , apesar de quase não ficar com mais ninguém, também tinha suas recaídas, ainda mais quando ela ficava fora por muito tempo como tinha acontecido nessas duas semanas. Ele tinha levado três meninas pro apartamento. Apenas por diversão. tinha plena consciência disso. Mas visto que eles não tinham nada, ela tinha que aceitar ou pular fora. Ela só queria que ele amasse ela tanto quanto ela amava ele. Só queria um pedido pra ser feliz. Mas não era capaz de se amarrar com ninguém. A relação deles era quase que baseada no sexo.
O taxista parou em frente da casa de , a mãe de . Pagou o que devia ao motorista e foi em direção a casa. Bateu três vezes e logo depois abriu a porta.
- Ah, que saudades querida!- Ela falou puxando ela pra um abraço. era mais um mãe do que uma quase sogra pra . Ela deixou a mala num canto da sala e seguiu pra cozinha onde sabia que devia estar comendo alguma coisa. Estava morrendo de saudades dele. O encontrou comendo um pedaço de torta.
- Ei, . - Ela chamou. tinha sentido o perfume dela assim que ela tinha entrado na casa. Ele se virou e deu um sorriso envergonhado. Depois a puxou pra um beijo. Que saudades que ela tinha sentido dele. Aquele aperto no coração dela sumiu logo que seus lábios se tocaram. Eles se separaram e ela puxou uma cadeira do lado dele. entrou na cozinha logo depois.
- Como foi a viagem, ? - perguntou. queria que estivesse perguntando isso não a mãe dele. percebeu a tristeza no olhar dela.
- Foi ótima. O casamento foi lindo, muito lindo mesmo. O Paul é um amor de pessoa. Minha irmã não poderia estar mais feliz. - Quem dera ela pudesse ser feliz como a irmã; casando com o homem que ela ama e que também a ama muito.
- Ah, que bom!As pessoas parecem que esqueceram o que é o amor hoje em dia. Você foi a madrinha com quem? - perguntou.
- Um amigo do Paul. Ele é mora aqui na Inglaterra também, olha que coincidência!Nós voltamos juntos no avião. - enfiou o último pedaço de torta na boca. Ele estava com ciúme. Sabia que se ela quisesse, ela poderia ter feito mil coisas naquele avião com o tal amigo do noivo. Mas ele preferia não imaginar. estava com o coração apertado. Ela amava o filho, mas o que ele fazia com não era certo. Observou os dois sentados e não aguentou mais.
- . - chamou. limpou a boca e olhou pra mãe. - Isso não está certo. - e olharam pra .
- O que não está certo, mãe?
- O que você faz com a !- ficou vermelha. Então sabia. - Ela não mereçe isso de você!Já está na hora de parar de enrolar a moça e namorar sério com ela!- se remexeu na cadeira.
- , por favor... - começou.
- Por favor nada ! Se você não tem coragem de falar com ele, eu tenho!
- Mãe, dá pra senhora parar de se meter nos meus relacionamentos? Que saco!- esbravejou e se levantou em direção a saída da casa. Elas ouviram a porta bater.
- Obrigada, . Está tudo bem, não se preocupe. - falou se levantando e pegando a mala na sala.
- Eu gosto muito de você, . Mas você não pode permitir isso! - falou passando a mão no rosto dela.
- Eu não vou. Pode deixar. - Ela saiu e foi em direção do carro de . A porta do acompanhante já estava aberta esperando por ela. ligou o carro e partiu.
- Você vai dormir lá em casa hoje? - perguntou. Ele estava doido pra ficar sozinho com ela. não sabia o que fazer. Olhou pra ele em busca de uma resposta mas nada encontrou além dos olhos profundos dele. Que ela amava. A saudade falou mais alto.
- Ok. Eles seguiram pro apartamento de que ficava bem perto. pegou a mala dela e eles subiram. A casa dele era enorme e se sentia bem lá; como se compartilhasse uma vida com ele. Ela foi direto pra cozinha pegar uma tigela de cereais e foi pro quarto dele. estava deitado na cama vendo televisão. tirou os sapatos e deitou do lado dele comendo cereias. , de vez em quando, roubava alguns dela; eram os preferidos dele. Um programa de comédia começou a passar e eles ficaram vendo, rindo o tempo todo. não estava aguentando ficar do lado dela sem fazer nada. Estava doendo nele esperar tanto. sentia o mesmo. Precisava sentir nela para viver. Ela não ia tomar a iniciativa. Apenas deixou a tigela vazia no criado-mudo do quarto dele. O programa já tinha terminado e um comercial idiota passava na TV. colocou a mão dele na barriga dela e puxou com o dedo devagar a camiseta dela pra cima. estremeceu com o toque dele na sua pele. Apesar de tudo, ela o amava e amava quando ele queria ficar com ela. Ela mordeu o lábio inferior e fechou os olhos enquanto ele passava o dedo em volta da cintura dela. se levantou e ficou em cima dela. abriu os olhos e eles se olharam por longos instantes. sentia muita falta dela. Nenhuma garota que ele trouxe nessas duas semanas conseguia superar o que ele sentia com ela. Nenhuma sabia amar-lo como . Ele beijou a barriga dela e foi subindo os beijos juntos com as mãos. Ele ia levando embora a camiseta fina da garota. levantou e tirou completamente a blusa deixando a mostra seu sutiã de renda branca. Ela sabia que gostava dela. E estava certa: ele achava que ela parecia um anjo com aquela lingerie branca. Ela se agarrou no pescoço dele e eles se beijaram como seu fosse a última vez que fossem ficar juntos. E talvez fosse, se tivesse forças para falar com . Ele desceu os beijos para o pescoço dela, pois sabia que a menina amava isso. Ele parou nos seios dela pra tirar o sutiã mas ela começou a puxar a camisa dele antes disso. Ele soltou uma risadinha e puxou a camisa. A menina passou a ponta dos dedos pelo abdômen dele fazendo-o ficar arrepiado. Ele amava o jeito que ela abusava dele. finalmente colocou as mãos no fecho do sutião dela que ficava na frente. Ele deitou pro cima dela sentindo a pele macia que ele tanto tinha sentido saudade. Nossa! Como ele tinha aguentado duas semanas sem ela? Eles começaram a se movimentar juntos entrando num ritmo frenético. Ela começou a beijar e a morder a orelha dele enquanto passava as mãos pelas costas dele. Ele puxou a calça dela pra baixo mostrando a calcinha de renda que era par do sutiã. riu ao olhar ele observando ela. Pelo menos ele gostava de estar com ela, afinal.
- . - Ela sussurou chamando a atenção dele de volta. Ele olhou de volta pra ela. - Continua, rápido. Por favor. - Ele sorriu feliz ao perceber que ela precisava daquilo tanto quanto ele. Ela alcançou o zíper da calça dele e o abriu rapidamente enquanto ele beijava os seios dela fazendo ela soltar leves gemidos. Eles voltaram a se beijar, as línguas acariciando uma a outra. se livrou da calça e começou a puxar a calcinha de renda dela pra baixo. Ela ficava muito bonita com ela, mas ele preferia ela nua mesmo. colocou sua mão sobre a boxer dele e a arrancou fazendo rir da ousadia de sempre dela. Ele, rapidamente, se posicionou entre as pernas dela e investiu contra ela que gritava por aquilo. Ele arfava enquanto colava mais os corpos suados deles. Ele investiu mais forte contra ela. Como ela o amava... Ela podia morrer agora que estava feliz. se sentia bem. Ele não via mais a vida dele sem ela. Precisava ouvir ouvir ela gritar por ele, precisava beijá-la. Ele saiu de dentro dela e caiu pro lado. se sentia inteira de novo. Encarou que sorriu. Como ela ia aguentar viver sem ele? Ele estendeu o lençol amassado que estava na cama sobre eles e desligou a luz do quarto. Se aconchegou na cama e puxou para dormirem abraçados. Ela sorriu e logo estavam dormindo.
A garota acordou de repente por causa de uma buzina mais alta. nem se movimentou. Ela sorriu por se ver abraçada a ele mas lembrou do que ia fazer no dia seguinte. Lágrimas começaram a rolar dos olhos dela enquanto ela lembrava do primeiro beijo deles.

FLASHBACK ON

- Você não vai beber nada? - perguntou se aproximando da amiga de que estava sentada num canto do balcão. Ela olhou desconfiada pra ele.
- Não estou com sede. - Ela respondeu. Não podia dar em cima dele, nem morta. Ela nunca faria isso. Deixava os homens se aproximarem dela. Adorava jogar com eles, mas com era diferente. Ela sentia algo inexplicável apesar de o ter conhecido naquela noite.
O garoto sentou no banco ao lado dela.
- Você é muito bonita. - Ele falou. E não estava mentindo: a garota tinha uma pele que parecia feita de seda, olhos brilhantes e quando sorria parecia um anjo.
- Obrigada. - ela simplesmente respondeu, mas notou o sorrisinho que ela deu.
- Eu posso te beijar? - Ele perguntou sem pensar. o olhou assustada.
- Não.
- Ah... - nunca havia levado um toco e não tinha mulher que resistisse a essa cantada. Quer dizer, aparentemente tinha. Olhou pro rosto corado dela e pra boca ligeiramente avermelhada dela. não sabia quanto tempo mais ia aguentar. olhava tudo de longe. Seu amigo não perdia tempo. olhou para os olhos dela. Sabia que ela queria que ele a beijasse. - Ok. Mas eu vou. - Ele falou. não entendeu de primeira mas se lembrou que eles estavam falando do beijo. se aproximou rapidamente e selou os lábios deles. O perfume floral dela entorpeceu . Ele passou a língua pelos lábios dela que se abriram e permitiram que o beijo se aprofundasse. Passaram a noite toda se beijando.


FLASHBACK OFF

Ela fungou lembrando disso. Na semana seguinte seria a primeira vez que dormiriam juntos. Ela sabia que era precipitado mas não conseguia lutar contra . Ela começou a chorar mais ainda sabendo que tudo ia acabar e acabou acordando .
- Você está chorando?- Ele perguntou ainda abraçado a ela. não conseguia encarar ele. As lágrimas continuaram escorrendo. sentou na cama e puxou ela pra ficar sentada também vendo a face avermelhada dele. chorou ainda mais ao ver como ficava bonito iluminado pela luz da lua que vinha da imensa janela logo acima da cama. Ele a puxou mais pra perto dele. acabou sentando no colo dele de frente pra ele e o abraçou. Forte como nunca. a abraçou também.
- O que foi, anjinha? - levou um susto. realmente estava chamando ela de anjinha? Fazia meses que ele não a chamava assim. Ela só chorou mais.
- Só um pesadelo, só isso. - Ela limpou as lágrimas. Ele começou a mordiscar o pescoço dela que riu.
- Está melhor agora? - Ele perguntou. Ela concordou com a cabeça e beijou a bochecha dele. Depois mordeu o lábio inferior dele que deu um sorrisinho safado. Ele puxou os lençol despindo-os de novo.
- Você não cansa, ? - ela perguntou rindo, mas gostando daquilo.
- Não. - Ele riu também e o som da risada dele fez se arrepiar.
- Fica comigo de novo, ?- Ela perguntou. Ele beijou o ombro dela em sinal positivo. Ela saiu do colo dele rapidamente para ele tirar a boxer que ele tinha recolocado no meio da noite.
- Vem. - Ele chamou ela de volta. achou ele tão carinhoso que por um momento pensou em desistir. Ela voltou pro colo dele que rapidamente a invadiu novamente. Eles não tinham limites juntos. Eles eram tão sincronizados juntos, ela não acreditava que tudo ia acabar. amava o cheiro dela. Queria morrer sentindo ele. Eles estavam quase explodindo juntos quando chegaram ao ponto máximo. Eles deitaram de novo abraçados um de frente pro outro. alisava a bochecha dela com seu polegar e de vez em quando dava selinhos nela. Ele conseguia ser tão carinhoso quando queria, por que não sempre assim com ela? dormiu rapidamente ainda pensando nele.

*

acordou abraçado em um travesseiro. Levantou a cabeça em busca de mas estava sozinho no quarto. Ele se agarrou mais no travesseiro com um sensação estranha de vazio. Não conseguindo mais dormir, ele se levantou e colocou uma samba- canção que estava jogada no chão indo direto pra sala procurar . A achou sentada no sofá completamente vestida encarando o nada.
- ? - chamou. A garota percebeu a presença dele e se levantou.
- . - Ele olhou pra cara triste da garota. não sabia como dizer isso. Mas pensando bem, ela não significava nada pra ele. - Eu vou embora. - não captou bem a mensagem.
- Tão cedo? - ele perguntou. balançou a cabeça.
- Não . Eu não vou embora da sua casa. Eu vou embora da sua vida. - olhou pra ela sem entender.
- , eu não estou entendendo. . .
- Eu cansei . Cansei. - As lágrimas que ela tentou não deixar cair, rolaram dos seus olhos. - Nessas 2 semanas eu pensei bastante.
- Como assim... - Ele tentou se aproximar dela, mas ela recuou.
- Você vai ter que arrumar outra parceira. - ela pegou a bolsa e foi saindo em direção a porta, mas bloqueou a passagem dela.
- Que parceira? Do que que você está falando ? - Ela virou com a cara inchada pra ele.
- Afinal de contas não é isso que eu sou? Uma parceira de sexo? Só pra isso que eu sirvo. Eu não aguento mais essa humilhação, ! - olhou pra ela finalmente entendendo.
- Vamos conversar.
- NÃO! NÃO TEM CONVERSA! Eu não aguento mais esse descaso comigo, o jeito que você me trata. Na cama você é uma coisa e fora dela outra. - Ela não se importava mais com as lágrimas.
- Ok, eu sei que eu estou errado, mas não precisa ser assim!
- E vai ser como ? Eu não estou pedindo nada ! Eu aturo você com outras mulheres mesmo morrendo de ciúme; aturo essa relação maluca da gente, sabe por que? Porque eu amo você, droga! - Ele olhava ela incrédulo. Ela não podia ir embora; ele não queria que ela fosse. Por que ele não falava isso pra ela? - Dá pra sair da frente? - Ele se afastou distraído e ouviu a porta bater atrás dele. saiu correndo mas parou na escada do prédio e desatou a chorar.
- Idiota, idiota... - Ela murmurava. ainda estava olhando bobo pra porta. Aquilo tinha realmente acontecido? tinha 'terminado' com ele? Não, ela não podia. Resolveu tomar um banho pra relaxar. Ela ia voltar... Não ia?

passou a noite no seu apartamento chorando. Ela não sabia da onde tinha tirado coragem mas finalmente ela tinha conseguido dar um fim aquele sofrimento. Era aquele sofrimento gostoso; ela sabia mas não podia mais continuar. Ela se lembrou da música Corrupted.

Let's convince ourselves
It's all under control
It's all that we can break
But is this what we want?
'Cause we might miss- behave
And we know it feels so good
To make the same mistake, mistake, mistake, mistake, mistake, mistake!

(Vamos nos convencer
Está tudo sob controle
Uma tempestade que podemos agüentar
Mas é isto que nós queremos?
Porque poderíamos enlouquecer
Você sabe que é tão bom
Cometer o mesmo erro
Erro, erro, erro, erro, erro)

Era essa a relação deles. Um precisava do outro apesar das brigas, apesar do sofrimento. Um dia tinha se passado. Na segunda noite dormiu agarrada num pôster de .

Ele bebia uma cerveja querendo profundamente que ela estivesse ali pra beijar ele. Ele precisava vê-la. Porque ela estava demorando tanto pra voltar? Ele sabia que estava errado mas era dele, ele não conseguia ficar junto de alguém verdadeiramente. Mas se ela não voltasse tudo bem. Ele não precisava dela pra viver. Por que ele gostava tanto de se enganar? É claro que precisava. Ele levantou colocando a cerveja na mesa e voltou pra cama, onde até pouco tempo atrás, ela estava deitada suavemente. Ele adorava vê-la dormindo. Ela dormia tão suavemente, tão tranquilamente que ele costumava acreditar que ela era realmente um anjo.

Ela acordou no dia seguinte com um pôster totalmente amassado debaixo dela. Tomou um café sem muita vontade e olhou o relógio: 14h 20min. Ela nunca acordava tarde a não ser depois de uma noite com . Ele a deixava completamente exausta. O que a confortava, era o fato de ela também deixar ele assim. A essa hora, devia estar na gravadora ou no estúdio. Uma ótima hora pra ela ir buscar as coisas dela sem esbarrar nele. Não ia aguentar olhar na cara dele.
não tinha ido ao trabalho; estava mal demais para fazer qualquer coisa que não fosse beber. Tentava entender a confusão de sentimentos dentro dele. Ele se espreguiçava no sofá quando ouviu um barulho de chave na porta. Seu coração deu um pulo; ela estava voltando. A porta abriu revelando uma completamente diferente. Seus olhos que era, brilhantes agora estavam apagados e envoltos de uma olheira. Os cabelos estavam presos num rabo mal-feito. Ela estava embrulhada num casaco gigante por causa do frio que fazia. Ela percebeu a presença dele.
- . - murmurou. - Me desculpe, eu pensei que você estaria trabalhando, eu devia ter ligado. - Ela olhou melhor pra ele. Ele visivelmente tinha dormido no sofá e ele só fazia isso quando não conseguia dormir. Será que era por causa dela? Nah, claro que não.
- Tudo bem. - ele respondeu baixinho. Ele queria abraçar ela mais do que tudo nesse momento.
- Eu só vim pegar algumas coisas que deixei aqui, não vou levar muito tempo. - ela se explicou na defensiva. Como continuava a olhar pro nada ela interpretou que ele não iria se importar. Entrou no quarto dele e abriu o armário onde tinha uma gaveta que ela guardava algumas coisas. Tirou de lá duas camisetas, um casaco de moletom e várias lingeries. Ela ficou encarada perdida em pensamentos; um sutião rosa que ela usou no aniversário dele. Ele tinha comemorado na casa da mãe dele mas ela não pôde ir, pois estava no Canadá. Na noite seguinte do aniversário dele, ela voltou direto pra casa dele.

FLASHBACK ON

encarava a garota na sua cama totalmente linda num conjunto rosa. Ele só queria morrer nos braços dela. Ela estava perfeita. Nunca tinha usado rosa. Ele gravava todas as lingeires dela. A preferida era a branca de renda seguida por uma preta com desenhos de rosa. Agora, essa rosa tinha roubado o lugar da preta. Ele beijou cada centímetro da pele macia e cheirosa dela e quase desistiu de tirar a lingerie dela, já que ela estava tão linda. Mas ela percebendo a demora tirou sozinha. Ela podia perceber que ele estava gostando. Ele deu um sorrisinho pra ela e continuaram o que estavam fazendo.

FLASHBACK OFF

Uma pequena lágrima saiu dos olhos da garota que ainda estava agarrada no sutiã rosa. Guardou tudo na mochila vazia que trouxe. Ela parecia uma revendedora de peças íntimas. Seguiu para o banheiro aonde pegou um creme dela, uma escova de dente e o shampoo que era dela também. Guardou tudo e seguiu direto pra sala. viu a garota passando por ele com a bolsa cheia das coisas dela. Ela realmente estava indo embora? Viu uma calcinha rosa pendurada pra fora da bolsa e sorriu lembrando daquele dia. Ele não podia deixar a garota ir.
- O que você está fazendo?- Ele perguntou. Ela remexia a estante de CD'S dele em busca do álbum do The Killers que ela tinha deixado aqui da última vez. O achou no exato momento que ouviu a pergunta vinda de .
- Calma ! Eu só estava procurando meu CD do The Killers; eu não vou te roubar nada não! - Ele olhou espantado pra ela. Ela contorceu tudo.
- Eu não quis dizer isso! O que você está fazendo indo embora assim? - Ele se levantou num pulo. Será que ela não percebia a tristeza na voz dele?
- Eu estou fazendo o que eu já devia ter feito há muito tempo. - Ela tentava manter a voz dura mas ela saia quase como um miado.
- Eu não quero que você vá. - A garota já estava quase na porta. Ela se virou.
- Não se preocupe. Logo você arruma outra. - a fitou irritado. Era isso que ela achava então? Ele ia provar pra ela que não precisava dela. Ele ia provar pra si mesmo. Ela já estava com a mão na maçaneta quando se lembrou de uma coisa e se virou de novo. Ela caminhou com passos firmes até ele que ainda estava de pé ao lado do sofá olhando perplexo ela ir embora. Ela lhe estendeu a mão fechada.
- Aqui. - ela falou com dificuldade estendendo a mão pra ele. Ele estendeu a dele e ela largou uma chave na mão dele que imediatamente lembrou daquele dia.

FLASHBACK ON

estava preocupado em dar a chave à ela, visto que ela podia interpretar tudo errado e pensar que ele estava querendo algo sério. A garota estava no sofá comendo sorvete com uma camiseta e calcinha; tinha acabado de sair do banho e estava muito sexy. Ela fazia isso de propósito e ele sabia disso. Ela sabia que ele sabia e esse era o joguinho deles. Ele se sentou do lado dela que estendeu uma colher do sorvete pra ele.
- . - ele chamou. A garota se virou pra ele com uma das alças da camisa caindo sensualmente pelo seu ombro. ficou olhando pra ombro dela que deu uma gargalhada.
- Fala, . - Ele estendeu a pequena chave prateada pra ela.
- Achei que seria bom você ter uma chave, afinal, você pode precisar pegar algo seu de repente e eu não estou aqui, sabe? - ele tentou disfarçar. abriu um sorriso enorme ao sentir o metal frio na sua pele. Ela sabia que não podia se animar com aquilo, mas não conseguia disfarçar a emoção. Algo dizia a ela que o pedido viria em breve.


FLASHBACK OFF

Ele encarou aquela chave na mão e sentiu seu coração se despedaçar. Ela fazia parte da vida dele e estava indo embora. Desviou pra menina que tinha a mão na maçaneta, mas estava estática, como se procurasse forças para prosseguir. Ela abriu a porta dando uma última olhada nele e saiu pelas ruas frias de Londres.


observava a mulher loira dormindo do seu lado: ela dormia totalmente arreganhada e de um jeito totalmente feio. sentia nojo dela. Ele tinha ido pro bar catar a primeira que aparecesse na frente dele. Foi ela. Ele não podia reclamar: ela era muito gostosa. Mas ela era totalmente...ruim para ele. Ela queria fazer tudo com pressa e era muito agressiva, não como , de um jeito sedutor e sim de um jeito bruto. Somando isso com o fato dela não sair da cabeça dele, ele broxou. Isso nunca tinha contecido com ele. Ele queria que aquela loira explodisse e que ocupasse o lugar dela. Ela não saia da mente dele. A mulher que estava meio bêbada começou a rir quando ele broxou e se virou pra dormir. só queria estar abraçado em agora. A mulher se remexeu do lado dele. Se ele olhasse para aquela mulher mais uma vez, ele vomitava. Pegou seu travesseiro e rumou para o sofá da sala.

assistia um filme idiota na TV comendo chocolate. Ela tinha começado a parar de chorar. Ela tinha que superar ele. Ela ia.

acordou com um barulho do salto no piso de madeira da sua sala. Abriu os olhos. A mulher loira estava colocando o casaco quando percebeu que ele tinha acordado.
- E aí? - Ela se aproximou. - O amigão está melhor? - se levantou num ímpeto.
- Sai da minha casa. - A mulher se assustou.
- Opa, calma! Foi você quem me trouxe pra cá! - ela pegou a bolsa. - Olha, na próxima vez que trouxer alguma mulher aqui, tente chamá-la pelo nome e não de ! - ouviu a mulher falar o nome dela e tremeu de nervoso.
- SAI! - ele gritou - A mulher riu e saiu do apartamento.
- MELHORAS! - ela gritou ao longe. socou a almofada de raiva e trocou de roupa rapidamente. Precisava ir para algum lugar espairecer.

estava louca atrás da bolsa da academia dela. Só por que não estava com ninguém, ela não ia ficar molengando pelos cantos e além do mais, ela precisava de uma distração. Onde estava a maldita bolsa? Só faltava ela ter esquecido em algum lugar... Como na livraria da esquina da academia onde ela sempre ia pra se distrair depois da academia. Ou então... Ela lembrou: estava na academia um pouco antes da viagem e ligou pra ela pedindo pra ela ir pra casa de por algum motivo. Tinha que estar lá. Ela pegou o telefone e discou o número que já tinha gravado.
Depois do segundo toque, atendeu.
- Hey, . É a .
- Oi querida, está tudo bem? - Ela provavelmente não sabia.
- Não. Mas eu falo depois ok? Eu liguei porque eu acho que esqueci minha bolsa da academia aí um dia desses...
- Ah, esqueceu sim! Eu ia te falar mas esqueci. Sua voz está tão tristinha. . .
- Eu explico quando chegar aí, ok?
- Ok, querida. Beijo - Ela desligou.


estacionou em frente a casa da mãe. Só o que precisava era um pedaço da torta dela e se sentiria melhor. A mãe o recebeu com um sorriso no rosto, mas parecia preocupada. Ele resolveu perguntar o que era.
- Ah, eu não sei. A ligou pra cá agora pouco a voz dela estava tão tristinha... Até pensei que vocês estavam juntos - O estômago dele embrulhou ao ouvir o nome dela de novo.
- Ela te ligou?
- Sim. Ela esqueceu a bolsa da academia dela aqui e queria vir buscar... Aconteceu algo entre vocês ? - Ela perguntou preocupada. Ele não respondeu nada, mas entendeu tudo. - Você é um idiota, . É meu filho mas é um idiota. - Ela colocou o prato com torta com força na mesa quase o quebrando.
- Eu não sei o que pensar ou o que fazer. - falou.
- Pensar? , o que você sente por ela? - perguntou séria. pensou mas não encontrou uma resposta.
- Eu não sei.
- Quando você descobrir, vai saber o que fazer. - Ela respondeu, ainda séria. - Eu vou lá em cima tomar um banho rápido e trocar de roupa e já volto. - terminou de comer a torta de chocolate e foi colocar o prato na pia quando a campainha tocou. Seu coração deu um pulo: tinha esquecido que estava indo para lá. O barulho do chuveiro o fez lembrar que a mãe estava tomando banho e ele teria que atender a porta. Colocou a mão na maçaneta e respirou fundo. estava pronta para dar um abraço em quando apareceu na porta. Eles ficaram se encarando por instantes. Por que tinha que estar tão bonito? Ela sentiu as lágrimas começarem a encher seus olhos mas respirou fundo.
- Oi, . Sua mãe está? - Ela perguntou casualmente. nem prestou atenção. Ele só conseguia olhar para as bochechas rosadas e os lábios dela que tremiam. Eles nunca tremiam por causa do frio em si. Ele sabia que eles tremiam quando ela chorava muito. Ele se sentiu um completo babaca ali parado. - Hm, eu posso entrar? Está muito frio aqui fora. - despertou do transe e abriu passagem pra ela. Ele conseguiu sentir o cheiro floral que ele sentia saudade emanando dos seus cabelos. A garota tirou o grosso casaco de lã e se apoiou na parede desconfortável com aquela situação toda.
- Hm, quer beber alguma coisa? - Ele perguntou educadamente. ia recusar quando olhou pra cara dele e começou a rir. se espantou com as reviravoltas que seu estômago fez ao ouvir aquele som. Ela estava rindo da situação constrangedora? Ela reparou a cara de dúvida dele e parou de rir.
- Desculpe. É que você está com torta no nariz. - Ela apontou pro própio nariz. se virou para um dos espelhos da sala e começou a rir com a sua visão o que fez ela começar a rir de novo. desceu nesse instante e olhou para os dois que pararam de rir na hora.
- Ah, ! Nem ouvi você chegar. Como você está? - Ela perguntou sem pensar.
- Bem... - olhou pra ela. Ela não parecia nada bem assim como ele própio.
- Eu vou buscar sua bolsa, meu amor. - subiu de novo a escada deixando os dois num silêncio constrangedor.
Os dois não trocaram uma palavra e não se encararam. Ela mexia nervosa as própias mãos enquanto fingia estar muito ocupado observando uma pintura pendurada na parede. desceu instantes depois com a mochila preta da academia dela. pegou a mochila e a pendurou nas costas.
- Eu... Vou lá pra cima deitar um pouco, eu estou cansado. - falou pra tentar fugir daquela situação. - Tchau. - nem queria imaginar o motivo do cansaço dele. Dava nauseas só de pensar. Ela estava fraca e sentia que ia cair a qualquer momento.
- Vem tomar um café, . - pediu vendo o estado da menina.
- Não... Eu tenho que ir.
- Vamos, só um café e você vai, por favor. - concordou e seguiu pra cozinha onde serviu uma xícara de café para ela. Assim que terminou, começou a perguntar o que tinha acontecido. parou no meio do corredor com a mão na cabeça. Ele só queria que aquela dor saisse do peito dele.
- AAAAAAAAARGH! - ele gritou pra si mesmo. Desceu as escadas de novo em busca de uma cerveja na cozinha quando percebeu que ela ainda estava lá conversando com a sua mãe. Se aproximou da porta da cozinha e ficou ouvindo a conversa.
- . . . sabe ? Eu só queria que meu amor fosse retribuido da mesma forma. Eu amo o e daria tudo para ficar com ele. Mas do jeito que estava não dava. - Ela falava chorando.
- Você não vê, ? Olha como ele está caidinho, pra baixo também? É a sua falta,eu tenho certeza.
- Não, não é!, você tem que entender que ele nunca gostou de mim. Enfim, eu tenho que ir senão chego atrasada. - Ele ouviu o barulho de cadeiras arrastando e correu de volta até o meio da escada. Voltou a descê-la para criar a ilusão de que estava chegando agora. Seu olhar se cruzou com o de .
- AI MEU DEUS! O BOLO!- voltou correndo pra cozinha para tirar o bolo de chocolate que estava fazendo do forno. se dirigiu a porta mas ela estava sem chave.
- Eu abro para você. - Ela ouviu falar. Ele remexeu nos bolsos tirando a chave e abriu a porta para ela.
- Tchau, . - Ela atravessou a porta, apertou seu cachecol contra o pescoço e saiu caminhando pela calçada abraçando a si mesma para se proteger do frio. Naquele instante, percebeu o que sentia por ela. Ele a amava.

*

calçou as botas e o casaquinho de cashemere e foi em direção ao supermercado que ficava apenas duas quadras distante. Fazia quase um mês desde que tinha terminado com e tinha decidido continuar sua vida normal. Ela tinha ficado completamente descuidada e esquecido sua rotina. A saudade era imensa, mas não tinha nada que ela pudesse fazer.
Pegou um carrinho e seguiu pelas prateleiras em busca dos alimentos da sua lista. Parou no horti-fruti e pegou algumas frutas; sua alimentação não andava nada boa. Pegou alguns legumes e verduras e seguiu em busca das bebidas. O seu carrinho ia ficando pesado a cada corredor. Finalmente chegou no setor de biscoitos, doces e matinais; seu preferido. Pegou uma barra de chocolate, boa para aliviar o estresse ou a saudades e vários tipos de biscoitos recheados. Foi andando no corredor em busca do seu cereal favorito, ela corria com o carrinho, doida para achar ele. Já havia passado por vários cereais quado seu carrinho bateu bruscamente em outro. Ela caiu no chão com o impacto e várias caixas de cereais também.
- Ei, você está bem? - Uma voz perguntou. O coração dela disparou: ela sabia de quem era essa voz. puxou o carrinho pra frente podendo ver a menina a sua frente. Ele abriu a boca e depois fechou de novo. Ele havia sonhado com ela todos os dias que eles estiveram separados. Ele queria mais do que tudo ficar com ela novamente, mas não conseguia reuinir coragem para falar com ela e admitir seus erros. Ele deu a mão para ajudar ela a se levantar e estremeceu ao sentir a pele dela. Eles cataram as caixas dos cereais juntos, um olhando de esgueira para o outro.
- Então... Você no mercado ? - Ela precisava falar alguma coisa; estender a conversa pelo máximo de tempo possível. Era meio masoquismo da parte dela, mas ela não se importava.
- É. - Ele riu. - Sabe, hoje é dia 10 e minha dispensa estava vazia. - Ela sorriu. - E os cereais acabaram. - Ele completou.
- Você lembra.
- Lembro.
Ela sorriu de novo. Desde que ela entrou na vida dele tinha percebido que não era um bom dono- de- casa, então todo dia 10 eles iam juntos ao supermercado para ajudar ele fazer as compras. Ela se sentia feliz nessa hora, como se eles fossem uma família ou algo assim. Virou uma espécie de ritual deles. Todo dia 10, com chuva ou sol, lá estava eles nesse mesmo mercado. desprendeu seu carrinho do dele. observava os cereais em busca do seu preferido que sempre comia com vendo TV. Estava em dúvida entre um da caixa amarela e outro da caixa vermelha. Ela o observou e prendeu o riso.
- Eu já vou indo . - Ele esqueceu momentâneamente do seu dilema e se virou pra ela. Eles se encararam por alguns instantes até ele acenar com a cabeça.
- Tchau. - Ela recomeçou a empurrar o carrinho pelo corredor. voltou os olhos para os cereais. Amarelo ou vermelho? - Aliás. - Ele virou o rosto e a viu voltando. - Você não suporta o amarelo porque ele tem pedacinhos de nozes; você gosta do vermelho. - Ele sorriu e ela recomeçou a andar pelo corredor não suportando mais a presença dele. precisava dela de volta. Ele precisava dela. Correu atrás dela. largou o carrinho no corredor seguinte e saiu correndo pelo mercado até achar a saída. Vagou pelas ruas de Londres com lágrimas nos olhos e voltou para casa. desistiu de procurá-la no mercado. Comprou apenas uma caixa de cereal e foi embora para casa.

*

Ele andava de um lado para o outro da sala com o celular na mão; arranjando coragem para ligar para ela. Ele tinha decorado um pequeno texto de desculpas, mas via que ele não iria adiantar nada agora, não ia sair verdadeiro, ele iria trocar as palavras e parecer um idiota. Ou mais idiota. Ele colocou o telefone no gancho pela 17º vez e sentou. Levantou de novo e pegou o telofone. Discou os 4 primeiros números e colocou- o no gancho de volta.
- , eu... Quero dizer, você tem... Ah, que merda! - Ele esbravejou tentando pensar em algum motivo pra chamá-la para a casa dele. Ele pensou em ir na casa dela mas foi na casa dele que eles passaram todos os momentos juntos e achava que isso somaria alguns pontos. Agarrou o telefone de novo e discou todos os números.
- Alô? - A voz dela. Ele respirou fundo. - Alô? - O que ele iria falar? - , você está aí? - ? Ele bateu na testa surpreendido pela própia estupidez: é claro que ela tinha o telefone dele gravado no celular. Não tinha mais jeito
- ... - Ele finalmente conseguiu.
- Oi , está tudo bem? - Ela usou a melhor voz que tinha pra fingir que era uma ligação normal.
- Está... não, quer dizer não está mas não vem ao caso, hum. E você?
- Tudo Ok. - O que estava querendo com ela?
- Eu te liguei porque você esqueceu uns livros aqui. - Ele sabia o quanto ela amava os livros dela.
- Jura? Não dei por falta de nenhum. - Ele estava ferrado. - Ah, eu tenho tantos que nem lembro. Quando eu posso buscar? - Ufa.
- Quando você quiser. Pode vir hoje. - Ele praticamente gritou.
- Ok. Eu passo ai daqui a pouco então. Tchau. - Ela desligou na cara dele como ele sempre fazia. sentou no sofá aturdido pensando no que iria falar quando ela chegasse. Tomou uma xícara de café para tentar se acalmar, mas ele estava suando de tanto nervoso.
- eu... sinto muito. Você faz parte da minha vida e... Não, faz parte de mim e... Merda! Isso tá uma porcaria!

*

chegou no prédio de e tomou o elevador saindo no 6º andar. Encarou a conhecida porta de madeira lustrosa e sentiu seu coração apertar. Ela não podia ver novamente; não queria chorar na frente dele. Ah, que se dane também! Ele sabe tudo que ela sente; não pode culpá-la por chorar; ela pensou. Levantou o braço e bateu 3 vezes com a mão. Ela estava tão nervosa que tinha esquecido que tinha um campainha ali. Tocou ela 2 vezes e se arrependeu; iria parecer desesperada. Menos de dois segundos depois a porta abriu. estava parado na soleira com uma camisa polo e sua calça jeans surrada que adorava. Ele parecia estar se exercitando pois estava suado.
- Você está bem, ? - Ela perguntou entrando. fechou a porta e se virou pra ela. Era agora ou nunca.
- Não. - Ela se virou pra ele. Ela parecia tão frágil, tão delicada; ele só queria abraçá-la. - Eu...
- O que ? - Ela estava começando a ficar nervosa.
- Volta pra mim. - Ele sussurou baixinho, mas ouviu. Não só ouviu como pensou que fosse desmaiar tamanho o apocalipse que estava sentindo dentro dela. - ... - Ele se aproximou e pegou nas mãos delas. - Eu... eu tinha medo de relações, mas eu percebi que eu tenho mais medo ainda de ficar sem você!
- Ah, ... - Ela tentou se esquivar mas ele não deixou
- Não , escuta! Eu sei que eu não te dei o valor que você merecia, mas eu quero mudar, eu... eu já mudei! Por favor, se você ainda sente algo por mim, volta comigo.
- ... - Ela segurou as lágrimas. - Eu não quero aquilo tudo de volta você não entende? Eu não quero só dormir com você! Eu queria uma relação, não só o sexo em si; um relacionamento de amizade também. Mas você nunca conversava comigo, só queria saber de me ver sem roupa e... Ah, , por que isso agora? Logo agora, que eu já tinha parado de chorar? - olhou para os olhos da menina e a abraçou. A abraçou forte como nunca tinha feito. Ele queria que ela sentisse tudo que ele estava sentindo também.
- - Ele sussurou no ouvido dela. - Eu amo você. Eu te amo. - Ela não segurou e chorou. Ela realmente estava ouvindo isso?Apertou ele mais forte enquanto chorava. - Não fica me iludindo, . - ela pediu chorando enquanto sentia o corpo dele no seu. As mãos dele estavam nas costas dela fazendo carinho.
- Não, ! Você tem que acreditar! - Ele se separou dela e sentou ela no sofá, sentando ao lado dela depois. - Eu te amo, eu demorei pra perceber isso porque eu sou um babaca, mas é do fundo do meu coração que eu estou falando. - Ele levantou o queixo dela com as duas mãos. - Eu te amo desde aquele dia do bar que a gente se conheceu. Eu ainda lembro daquele seu vestido preto decotado que me deixou louco! Do fora que você me deu, do beijo que eu te roubei depois. Eu lembro!
- Você nunca disse nada . - Ela não estava acreditando no que ouvia.
- Eu sei que eu nunca disse isso. Mas eu lembro. De tudo!
- Tudo? - Ela colocou as mãos em cima das dele que ainda estavam no rosto dela.
- Tudo! Eu lembro de quando você veio a primeira vez aqui que derrubou vinho no sofá e quase morreu de vergonha, eu lembro de quando você veio assistir a um ensaio da banda e todos falaram que você era linda, e eu fiquei feliz porque você estava COMIGO. Eu lembro de quando você dormiu aqui a primeira vez, você estava tão linda, eu tive vontade de não te largar mais! Eu lembro da surpresa que você fez no meu aniversário com aquela lingerie rosa, eu lembro de todas as suas lingeries, e não é porque eu sou um pedófilo, e sim porque eu amava você com elas. A preta com desenhos de rosa, a branca de renda que é minha preferida, a vermelha, todas! Eu lembro de quando a gente ficava vendo TV comendo cereal; eu amo você, eu amo a sua pele, eu amo a sua boca, eu amo o seu jeito e... é isso. - Ela estava atordoada. Nada saia da sua boca.
- Então... Você liga pra mim? Você... - Ela se ajoelhou no sofá, as mãos deles ainda entrelaçadas no rosto dela.
- Eu te amo .
- Droga, eu vou chorar. - Ela sentiu as lágrimas caindo. escorregou sua mão pela bochecha dela limpando as gotas. Ele Tirou uma das mãos do rosto dela e a esticou pra mesa do centro e pegou uma caixa de cereais que estava aberta e deu pra ela.
- Come. - A garota olhou pra caixa e da caixa pra ele.
- Endoidou ? - Porque ele sempre tinha que estragar os momentos românticos?
- Você tem que pegar o brinde.
- Brinde? ? - Ela começou a rir.
- Eu vou te ajudar, vem. - Ele deitou no sofá e abriu espaço pra ela deitar também. Ele passou os braços por ela.
- Você não quer me dar um beijo antes não? - Ela abriu um sorriso e pegou a caixa de cereal de mão dele deixando-a no chão. Deitou em cima dele e sorriu. Ele se aproximou lentamente, não tinha pressa agora que ela era dele. Os lábios finalmente se tocaram e eles sorriram aprofundando o beijo, sentindo seus lábios sedentos pelo outro. Ela caiu pro lado dele e ele pegou a caixa de novo. Eles começaram a comer.
- Você vai vir morar aqui? - ele perguntou. Ela quase se engasgou.
- Você quer?
- Muito. Eu quero dormir e acordar com você todo dia.
- E outras coisas também que eu sei. - Ela completou rindo enquanto pegava mais uma mão de cereal. Ela reparou no garoto. - , você está nervoso? - Ela pegou mais uma mão.
- Não. - Ele mentiu. Pegou um pouco de cereal e colocou na boca. Sentiu algo gelado e discretamente tirou da boca e jogou de novo na caixa. E se ela engolisse? Ela colocou mais uma mão na boca fez uma cara horrível e cuspiu algo na mão.
- AAAI MEU DENTE! DROGA, ODEIO ESSAS PARTES DURAS E... E... - Ela olhou pra ele com os olhos arregalados. O pequeno objeto redondo na palma da sua mão reluzia. Uma pequena aliança dourada com um pedra imensa em cima que parecia ser um diamante.
- . Eu sei que eu deveria me ajoelha e tudo mais, mas tá tão boa a nossa posição aqui que eu vou fazer isso assim mesmo. - Ele pegou o anel de uma que ria nervosa.
- É o que eu estou pensando?
- Deixa eu falar. - Ela riu quando pegou sua mão que tremia e deu um beijo nela. - Quer namorar, noivar e casar comigo?Ficar o resto da vida me aturando e comendo cereal? - Ela agora chorava de emoção.
- Quero . Quero ser sua pra sempre! - Ele deslizou a aliança pelo dedo dela. Eles se abraçaram de novo. tirou outro anel só que sem a pedra do bolso e colocou no dedo dele. Eles sorriram um pro outro. - Hum, vamos começar a lua-de-mel agora?- Ela perguntou tirando o casaco.
- Eu estou com saudades também - Ele beijou o pescoço dela lhe arrancando um suspiro.
- Eu te amo, .
- Eu te amo, anjinha.

Fim!


Agradecimentos: Olá pessoal! Obrigado a quem leu essa fic, é minha primeira no Addiction! Espero que tenham gostado! Eu dedico essa fic a minha amiga Juliana. Ju, mesmo você indo pra Porto Alegre você vai sempre ser minha Karalexizinha ok? Eu amo muito você apesar de na nossa amizade de apenas um ano a gente tenha se falado mais por msn do que pessoalmente apesar de estudarmos na mesma escola. AHUSHAUHSHUA, só a gente cara. Obrigada por tudo, por aqueles momentos pré- show do McFLY que a gente estava quase explodindo. Não me achem safada, apesar de ser restrita só tem uma cena de sexo e nem é tão forte hohohoho. E se der, deixa um comentário para mim *-* (Em breve uma fic Jones minha aqui chamada 'Atropelando o Destino')
E obrigada mil a minha beta Daniee que me aceitou de volta *cry*
beijos.

Msn: nat.puga@hotmail.com // Orkut // Jones Party

comments powered by Disqus