Era sexta-feira, meu dia favorito da semana. Quer dizer, aquela sexta-feira era uma exceção. Todo o mel dos casais no colégio quase me deixara enjoada.
A quem eu quero enganar? Eu estava era com inveja. Aquele era o pior Dia dos Namorados da minha vida.
Depois da aula fui com ao shopping para que ela comprasse o presente do . É, era típico da minha amiga deixar as coisas para a última hora. Enfrentamos uma fila imensa e um shopping lotado, mas tudo bem... Qualquer coisa que pudesse me distrair naquele dia estúpido era bem vinda.
Entrei em casa e, enquanto fazia carinho em Kitty – minha poodle que viera me receber na porta –, escutei meu irmão falando animadamente ao telefone.
- É, dude! Meus pais vão ficar fora o fim-de-semana inteiro para comemorar o Dia dos Namorados com estilo. – deu uma risada fraca, maldosa. Revirei os olhos. – Então chama toda a galera e venham para cá, vamos fazer a festa dos solteiros!
Ele conversou mais algumas coisas, nas quais eu não prestei atenção, pois me encaminhei para meu quarto – no segundo andar – para deixar minha mochila e trocar de roupa.
- ? – Ouvi sua voz me chamar do andar de baixo, quando eu já estava pronta para voltar para lá.
- Eu. – Disse, descendo as escadas.
- Hey, meu amor. – Meu irmão se levantou do sofá e veio ao meu encontro, dando-me um beijo na testa. – Como foi o shopping?
- Teria sido uma tortura, se eu não estivesse com a . – Dei de ombros e ele sorriu, me seguindo até a cozinha.
- Hum... Eu que fui com o comprar o presente dela... Acho que eles vão aproveitar bem o dia de hoje. – riu, novamente com malícia, e eu não pude evitar acompanhá-lo.
- Você fica especialmente malicioso na data de hoje, , meu Deus. – Brinquei, abrindo a geladeira atrás de algo comestível.
- O Dia dos Namorados me inspira. – Ele fez uma pose engraçada. – Tanto, que eu vou dar uma festa daquelas aqui em casa... Você não se importa, não é?
- Whatever. – Pegava itens necessários para preparar dois sanduíches, ciente de que iria me pedir para que fizesse um para ele também.
- E... O vai vir. – Disse receoso, passando a mão pelos cabelos. O ar faltou em meus pulmões por um segundo, mas consegui manter a postura. Não, ele não me afetaria, não mesmo.
- Whatever, . A festa é sua, chame quem quiser. – Dei-lhe as costas, ainda tentando parecer tranqüila, começando a fazer os sanduíches em cima da mesa.
- Mesmo? Porque se você quiser, eu desmarco com ele e...
- Eu já disse que por mim tudo bem. – Interrompi-o, prestando mais atenção do que o necessário no pacote de pães.
- Ok... – Ele se aproximou e começou a me observar.
Alguns minutos de silêncio foram feitos, mas eu tinha certeza de que havia algo que meu irmão queria me dizer, só estava com medo.
- , fala logo. – Eu disse, incomodada.
- Ah, er... É que, não sei... Vão ter alguns caras legais na festa e... Talvez, quem sabe, você pudesse conhecer alguém e...
- Ah, não, não. Nem termine, . – Respirei fundo, largando a faca que estava em minhas mãos. – Eu não quero ninguém por agora, quando você vai entender? Não quero ficar com ninguém, conhecer ninguém, me envolver com ninguém... Não. Nem que só por uma noite, eu não quero.
- Está bem, eu entendo, eu entendo. Eu só acho que... Poderia te ajudar a esquecer o de uma vez por todas. – Lançou um olhar protetor sobre mim e eu suspirei, ficando de frente para ele.
- E quem te disse que eu já não o esqueci?
- Seus olhos. A forma como você fica quando ele é mencionado. Às vezes em que te peguei chorando escutando as músicas que ele costumava tocar para você... , eu te conheço muito bem. – Ele acariciou minha bochecha e eu abaixei a cabeça, sem resposta. Ele estava certo, completamente. Eu não esquecera nem superara nada, não podia me enganar e nem a ninguém.
- Mas eu irei. E... Se não for pedir muito, será que podemos vetar o assunto completamente nessa casa? – Pedi e ele afirmou com a cabeça. – Ótimo, obrigada.
Terminei os sanduíches e eu e fomos comer no sofá, assistindo a algum seriado de comédia que passava na TV.
- A que horas vai começar a destruição da casa? – Perguntei, enquanto limpava a boca com um guardanapo.
- Engraçada. – Ele fez cara de tédio. – O pessoal vai começar a chegar por volta das 19h.
- Que bom, dá tempo de eu fazer meus deveres, tomar um banho e dormir em paz antes de o batalhão chegar. – Disse, pensativa, fazendo alguns cálculos mentalmente.
- Ah, não, você só pode estar brincando! – disse, parecendo inconformado. – Eu vou dar uma festa e você vai dormir antes das 19h ao invés de aproveitar?
- Exatamente. – Sorri sapeca, dando-lhe um beijo na bochecha e me levantando para levar meu prato para a pia.
- Mas... ! Como você pode? É uma festa do seu irmão! E você sabe que todas as minhas festas são memoráveis. – Ele falava, me seguindo.
- Sei, sei sim. Mas como meu irmão mais velho, você deveria me proibir a ir a festas do estilo das que você dá, não me incentivar a participar. – Virei-me para ele e cruzei os braços, vendo a falta de resposta em sua expressão.
- Er... Mas... Eu... Hum, vou estar por perto para cuidar de você.
Eu ri, eu tive que rir.
- Me poupe, , nos primeiros cinco minutos de festa você agarra alguma garota e desaparece com ela até o outro dia de manhã. – Vi que ele tencionava dizer que era mentira, mas o censurei com o olhar e ele desistiu, sabendo que eu estava certa. – Portanto, vou para o meu quarto agora e só sairei de lá amanhã, de preferência quando você já tiver dado um jeito na imensa bagunça que provavelmente vai ficar depois da festa.
- Mas...
- Mas nada. – Dei-lhe um beijo na testa. – Juízo, porque eu não quero ser tia tão cedo. Não deixe ninguém quebrar nada e nem beber o Jack Daniel’s do papai. E muito menos usar o quarto dele e da mamãe para... Bem, você sabe. – Fiquei levemente constrangida. – Até amanhã, maninho.
- Hunf, até amanhã. – Ele bufou, parecendo criança quando é contrariada e eu sorri, saindo da cozinha e me encaminhando para o meu quarto.
Lá cheguei, peguei minha toalha e me encaminhei para o banheiro. Um bom banho era tudo que eu precisava naquele momento.
Enquanto a água quente escorria por meu corpo, eu tentava espantar todos os pensamentos relacionados a que teimavam em invadir minha mente. Entretanto, era extremamente difícil ignorar o fato de que naquele dia completaríamos um mês juntos. Irônico, não? No Dia dos Namorados. Não que nós fossemos namorados, não chegamos a esse nível, mas... Droga, eu realmente gostava dele. De verdade.
O que se pode fazer? Ele alegou que não estava pronto para um relacionamento sério, que não era o momento certo... Que eu era nova demais. Ele não podia ter sido mais medíocre com seus argumentos.
que fosse para o inferno com seus dezessete anos, eu estava muito bem, obrigada, com os meus quinze.
A pirralha atrapalharia sua concentração no último ano do colégio? Ele não era maturo o suficiente para um namoro?
Como podemos nos enganar, a sua maturidade era uma das coisas que mais me encantavam.
Percebi que lágrimas estavam escorrendo por meu rosto e quis socar a mim mesma. Quantas vezes eu já havia prometido que não choraria mais por isso? Eu já perdera a conta. Suspirei, me recompus e desliguei o chuveiro. Saí do box e, depois de secar o corpo, vesti meu pijama.
Voltei para o quarto e então me sentei para fazer minhas lições de casa, eu queria estar livre durante o sábado e o domingo, portanto iria fazer tudo naquele momento. E... Eu estava tão desesperada por distração, que até me afundar nos estudos era uma opção tentadora. [n/a: coloquem ‘Who Knew’ da Pink para carregar!]
Terminei tudo por volta das 18h30min. Eu não agüentava mais ver números, elementos químicos e datas em minha frente. Eu havia feito todas as lições de todas as matérias que eu tinha acumuladas. E, mesmo assim, aquele garoto maldito não saía da minha cabeça. Por que tudo tinha que ter uma forma de lembrá-lo? Até matemática, química e história?
Maldito, maldito, maldito!
Fechei os olhos, contei até dez e me levantei. Guardei meu material e me joguei na cama. Eu sabia muito bem que não conseguiria dormir cedo, portanto peguei meu surrado exemplar de Romeu e Julieta. Eu já o sabia quase de cor, mas era o único livro que conseguiria me manter presa naquele dia.
Às 19h em ponto, ouvi a movimentação começar no andar de baixo. Logo o som foi ligado no último volume. Eu sabia que seria uma longa, longa noite. Eu não iria conseguir dormir com aquele som alto, muito menos sabendo que... estava ali tão perto.
Argh!
Levantei-me da cama e, mesmo sabendo que estava cometendo um erro e me arrependeria, peguei a caixa de lembranças que guardava em baixo de minha cama.
Sentei e coloquei-a sobre o lençol, levantando a tampa em seguida. Embalagens de bombons, fotos, bilhetinhos, ingressos de cinema... Tudo, tudo que me lembrava dele. Todas as recordações do quase um mês em que estivemos juntos. Eu já tentara me livrar de tudo aquilo, mas simplesmente não conseguia.
Por quê? POR QUÊ?
Por que aquele garoto mexia tanto comigo? Por que eu não conseguia esquecê-lo? Será que eu o ama... NÃO! Eu não podia nem ao menos pensar nisso.
You took my hand, you showed me how Você pegou na minha mão, você me mostrou como You promised me you'd be around, Você me prometeu que ficaria por perto, Uh huh...That's right Aham... Tá certo I took your words and I believed Eu absorvi suas palavras e eu acreditei In everything, you said to me, Em tudo, que você me disse, Yeah huh...That's right É, aham... Tá certo
Sem que eu percebesse, lágrimas começaram a escorrer de meus olhos quando a letra de Who Knew da Pink chegou ao meu quarto. Ela se encaixava tanto ao meu momento... E fez com que um flashback começasse a passar feito filme em minha cabeça.
If someone said three years from now, you’d be long gone Se alguém dissesse há três anos, que você iria embora I'd stand up and punch them out, cause they're all wrong Eu apagaria todos eles com um soco, porque eles estariam errados I know better, cause you said forever Eu sei melhor que eles, porque você disse "para sempre" And ever, who knew "E sempre", quem diria...
#Flashback#
- Para sempre... E sempre. – Eu repeti junto com Hayley e Nathan. Eu os achava o casal mais fofo de One Tree Hill e ficava totalmente boba quando eles falavam aquelas quatro palavras.
Ao meu lado, riu e eu o encarei brava.
- O que foi? – Perguntei, dando pause no episódio.
- É que sempre, SEMPRE, você fala junto com eles. – Ele fez uma careta fofa, me abraçando de lado.
- Qual o problema? Eu acho lindo isso... Essa promessa que eles fizeram de se amar sempre e para sempre. Ainda mais porque eles cumprem. – Dei de ombros, expressando desdém.
- Você e seu romantismo incurável. – Ele revirou os olhos e eu quebrei o abraço, batendo nele com uma almofada.
- Sou romântica mesmo, o que tem de errado? – Fiz bico, me levantando e indo em direção à cozinha.
Remember when we were such fools Lembra-se quando nós éramos tão bobos And so convinced and just too cool, E tão convencidos e tão legais, Oh no...No no Oh não... Não não I wish I could touch you again Eu queria poder te tocar de novo I wish I could still call you friend Eu queria poder ainda te chamar de amigo I'd give anything Eu daria qualquer coisa
Antes que eu pudesse cruzar a porta, me agarrou pela cintura, rindo, e me jogou no sofá, se deitando por cima de mim.
- , me larga. – Eu segurava o riso, tentando sair de baixo dele. – A romântica incurável aqui quer pegar um refrigerante.
- Não, não vou te largar. – Ele sorriu, dando-me um selinho.
- Ah, vai sim. – Comecei a fazer-lhe cócegas, fazendo com que ele caísse do sofá.
Levantei, rindo e correndo, tentando me esconder dele, mas não consegui. Ele se levantou do chão e me agarrou novamente.
- SOCORRO! ALGUÉM ME SALVA! – Gritei em meio a risos, enquanto também ria.
se sentou no sofá, me colocando em seu colo. O sorriso que eu mais gostava estava em seu rosto, me deixando levemente tonta.
- Você estaria disposta a prometer também? – Ele perguntou, acariciando meu rosto e eu o olhei, confusa.
- Prometer o quê?
- Que independente de qualquer coisa que aconteça... Nós teremos um ao outro sempre e para sempre. – Olhei no fundo de seus olhos e encontrei a mais pura sinceridade e o maior carinho com que alguém já me olhara.
Ridiculamente, senti que algumas lágrimas estavam enchendo meus olhos. Mas eu não podia chorar, não mesmo.
Eu e estávamos ficando por cerca de duas semanas e meia, mas... Eu sentia por ele algo que eu jamais sentira antes. era diferente de todos os outros garotos que eu conhecia, era especial... Único. Eu fiquei afim dele por um longo tempo até que ele também se interessasse por mim e nós nos envolvêssemos. Ele era tão... Tão... Indescritível.
Eu sabia que eu o queria ao meu lado sempre e para sempre, independente da forma como fosse... Porque ele já fazia parte de mim.
- Estou. – Finalmente respondi, dando o sorriso mais sincero que me lembrava de ter dado em toda a minha vida.
- Então... Sempre e para sempre, . – me deu um demorado selinho.
- Sempre e para sempre, . – Respondi, abraçando o com toda a minha força, fazendo que com que acabássemos deitados no sofá.
E assim ficamos por horas.
When someone said count your blessings now, 'fore they're long gone Quando alguém disse "seja agradecido agora, antes que eles estejam muito longe" I guess I just didn't know how, I was all wrong Eu acho que eu não sabia, eu estava totalmente errada They knew better, still you said forever Eles sabiam melhor que eu, ainda sim você disse "para sempre" And ever, who knew "E sempre", quem diria
Yeah yeah Yeah yeah
#End Flashback#
Eu tinha guardado na minha caixa o papel do bombom que me dera naquele dia, em que ele escreveu ‘Sempre e para sempre’... Como me machucava lembrar daquela promessa, como me machucava saber que ele a quebrara.
Muitos me diziam que eu e não daríamos certo... Que ele não era do tipo de se envolver em relacionamentos, que amor não chegava nem perto de ser uma prioridade em sua vida. E ainda tinha o fato de... Eu ser mais nova. Entretanto, parecia não dar a mínima importância àquele fato.
Eu, tão tola e envolvida, sentia que comigo era diferente... Que ele realmente gostava de mim e daria um jeito de conciliar seus sonhos com um romance. E além do mais, eu estava mais do que disposta a apoiá-lo e ajudá-lo em tudo o que me fosse possível.
Infelizmente, eles estavam certos... E eu errada.
Desde o dia em que ele terminou comigo, nós nunca mais nos vimos. Eu sabia que ele estava me evitando. Também sabia que o melhor era arrancá-lo de vez da minha cabeça e seguir a minha vida, mas eu simplesmente não conseguia... Não conseguia.
I'll keep you locked in my head Eu te manterei trancado em minha mente Until we meet again, Até nós nos encontrarmos novamente Until we... Até nós... Until we meet again Até nós nos encontrarmos novamente And I won't forget you my friend E eu não te esquecerei, meu amigo What happened? O que aconteceu?
If someone said three years from now, you'd be long gone Se alguém dissesse ha três anos, que você iria embora I'd stand up and punch them out, cause they're all wrong and Eu apagaria todos eles com um soco, porque eles estariam errados
#Flashback#
- Hey... – Bati à porta de seu quarto, abrindo-a em seguida.
- Hey, entra. – disse, com um sorriso forçado, se levantando da cama.
- O que...
Antes que eu pudesse falar mais qualquer coisa, agarrou minha cintura e me beijou de uma forma como nunca beijara antes. Com tanto desejo... Misturado com uma angústia e... Era como se fosse uma despedida. Ao mesmo tempo em que foi um dos melhores beijos da minha vida... Depois eu descobriria que seria um dos piores também.
- Wow. – Eu disse, levemente sem fôlego e confusa.
- Senta aqui, precisamos conversar. – segurou minha mão e me levou até a sua cama, onde me fez sentar.
- Sua ligação me deixou preocupada... O que aconteceu? – Eu buscava seus olhos, mas ele me negava.
- Eu... ... A gente... Não... Eu não posso, entende? Não posso continuar com isso, não posso continuar com o nosso relacionamento. – Ele olhava para as mãos enquanto falava e eu senti como se alguém me sufocasse.
Tentei respirar fundo, manter-me sensata diante daquelas palavras.
- Eu... Não estou pronto para algo sério e... É isso o que nós dois estamos nos tornando. Eu estou no último ano do colégio, eu... Não posso perder a minha concentração por causa de um namoro, ... É meu futuro e... – Eu não conseguia mais segurar, as lágrimas escorriam por meu rosto, mas eu tentava impedir que ele as visse. – E você é tão nova e...
Encarei-o, incrédula. Eu não acreditava em tudo que estava ouvindo. Além de dizer que eu iria atrapalhar a sua vida, ele agora tinha resolvido ligar para a minha idade?
- É melhor... Colocarmos um ponto final em tudo isso, antes que nos envolvamos demais e nos machuquemos mais ainda. – Ele suspirou e tentou acariciar meu rosto, mas eu desviei.
- Sempre e para sempre, não é? – Eu disse, com desprezo, mágoa e raiva na voz. Balancei a cabeça negativamente. – Como eu fui estúpida, . Todos me alertaram dizendo que isso não daria certo... Mas você disse ‘sempre e para sempre’ e eu acreditei. – Suspirei, permanecia em silêncio. – Acho que você não poderia ter usado argumentos mais... repugnantes. Nem ter me machucado mais do que machucou. – Levantei e me dirigi para a porta.
- , espera, eu...
- Adeus, . – Encarei-o, com os olhos marejados, uma última vez, antes de lhe dar as costas e bater a porta do quarto.
That last kiss, I'll cherish, until we meet again Aquele último beijo, eu vou valorizar, até nós nos encontrarmos novamente And time makes, it harder, I wish I could remember E o tempo torna tudo mais difícil, eu queria poder me lembrar But I keep, your memory, you visit me in my sleep Mas eu mantenho sua memória, você me visita em meus sonhos
My darling, who knew Meu querido, quem diria My darling, my darling Meu querido, meu querido Who knew, my darling Quem diria, meu querido I miss you, my darling Sinto sua falta, meu querido Who knew, who knew Quem diria, quem diria
Passei o resto daquele dia chorando, trancada, sem querer ter contato com ninguém. Eu me sentia... Traída, enganada.
E aquele foi o pior beijo da minha vida... Porque foi o último que eu recebi de . E, por mais que eu quisesse, eu não conseguia esquecê-lo... Esquecer da sintonia com que nossas línguas se encontraram e do desejo que nós dois compartilhamos.
Eu não conseguia parar de me transportar de novo para aquele quarto e ter seus lábios mais uma vez... Mesmo sabendo que era uma mentira, era tudo uma mentira.
#End Flashback#
Enxuguei as teimosas lágrimas que molhavam meu rosto quando a música acabou, percebendo que mais uma vez eu tinha sido vencida pela minha saudade... Pela minha vontade de ter de volta.
Levantei da cama, deixei minha caixa em cima da mesa do computador, destranquei a porta do quarto e observei se tinha alguém pelo corredor antes de me atrever a sair do quarto. Quando tive a certeza de que o andar estava vazio, me direcionei ao banheiro para lavar o rosto. Eu deveria estar com uma expressão deplorável.
Lavei o rosto, escovei meus dentes, fiquei me observando no espelho por um tempo. A música que tocava no andar de baixo era animada, eu não conhecia, mas gostei da batida. Fiquei alguns minutos absorta, apenas ouvindo a melodia e balançando a cabeça de um lado para o outro.
Eu realmente não estava bem, não podia estar. Balancei a cabeça, tentando voltar a um estado normal, e então deixei o banheiro.
Ao entrar no meu quarto, uma vontade imensa de vomitar tomou meu corpo com a cena que eu vi.
- Er, estou atrapalhando? – Consegui dizer, controlando a ânsia, e os dois seres que estavam se agarrando em minha cama se levantaram em um instante.
- ? – me encarava espantado, envergonhado, desesperado... Tudo ao mesmo tempo. Estava sem camisa e eu tinha certeza de que ela estava jogada em algum lugar do meu quarto.
- Com tanto lugar na casa, você tinha que trazer uma piranha justo para o meu quarto? – Perguntei, olhando-o com tanto desprezo que era quase tocável.
- Olha como você fala comigo, garota, e...
- Você cala a boca, biscate, eu não falei com você. – Interrompi a ruiva siliconada que era o lucro da noite daquele filho da mãe.
- Olha aqui, minha filha, eu...
- Lizzie, é melhor você descer. – disse, olhando fixamente para mim.
- Mas, ...
- Lizzie, faz o que eu estou dizendo. – Ele olhou para ela um segundo e depois voltou a olhar para mim.
A tal garota bufou, deu um tapa no rosto de , passou por mim e então bateu a porta do meu quarto. Certo, ela ganhou um milésimo da minha simpatia por aquele tapa.
massageou o rosto e eu continuava a olhá-lo com desprezo.
- Desculpa, foi o primeiro lugar vazio que eu encontrei e...
Me aproximei, olhei-o fixamente nos olhos e então bati em seu rosto com toda a força que eu podia.
- Você me dá nojo, . Eu realmente não posso acreditar que você iria transar com uma garota na minha cama. – Olhei-o por mais um segundo e então lhe dei as costas.
- Eu não ia transar com ela. – Sua voz foi firme, enquanto eu caminhava até a janela.
- Aham. – Eu ri sarcasticamente. – E eu acredito em Papai Noel.
- Eu estou falando sério, . – Ele estava mais perto de mim. – Você sabe que eu sou virgem e eu não pretendo mudar isso com uma garota qualquer em uma festa.
- Você esqueceu do detalhe de que faria isso na minha cama. – Disse, com acidez em meu tom. Virei-me para ele. – Não era o que parecia. Até sem camisa você está. – Direcionei meu olhar para seu abdômen nu e respirei fundo. Por que ele tinha que ser tão lindo? Inferno.
- Acredite em mim, droga. A única garota especial o bastante que eu conheci e com quem eu queria avançar esse passo... Eu fui estúpido o bastante para perder. – olhou no fundo de meus olhos e o brilho dos seus... A sinceridade com que ele parecia dizer tudo aquilo...
Mas não... NÃO. Eu não cairia no papo dele, não mais.
- Deixe-me pensar... O que eu ganhei da última vez em que acreditei em você? Ah é, uma bela decepção. – Saí de perto dele e fui em direção à minha cama.
- , por favor, me escuta... – Ele soou derrotado, me seguindo.
- Não há nada a ser dito, . Agora, se não for pedir demais... Saía do meu quarto. – Apontei a porta. me olhou por mais um tempo, até suspirar e ir em direção à saída.
Entretanto...
- , er...
- O que foi, ? Você ainda não entendeu que eu não quero mais olhar para a sua cara? – Bufei.
- Entendi, mas é que... – Ele forçou a maçaneta. A porta não abriu. – A porta não quer abrir.
Olhei incrédula para ele. Não podia ser, seria azar demais.
Levantei da cama e fui até a porta, tentando abri-la também. Sem sucesso.
- Isso não pode estar acontecendo. – Sussurrei para mim mesma, forçando a maçaneta histericamente.
- Hey. – pôs sua mão sobre a minha. Encarei-o por alguns segundos e isso quase me fez perder a razão. Respirei fundo e desviei o olhar, sentindo que ele não desviara o seu. – A única coisa que você vai conseguir assim é se machucar... Ou quebrar a maçaneta.
- Não me importo, se qualquer uma das duas coisas me salvar de ficar presa aqui com você.
segurou o meu rosto e o levantou, me fazendo olhar no fundo de seus olhos. O ar parou em meus pulmões.
- Você me odeia tanto assim? – Sussurrou, parecendo triste. “Não, seu imbecil, o problema é que eu gosto demais de você. Mais do que deveria.”.
Ponderei durante milésimos de segundos se deveria deixar que soubesse de meus pensamentos, mas logo concluí que aquilo seria estupidez.
- Vou tentar ligar para o celular do , ninguém vai escutar nossos gritos com a música alta assim. – Desviei o rosto e me soltei, fugindo. Peguei meu celular em cima da mesa do computador e disquei o número de meu irmão.
Um toque. Dois toques. Três toques. Quatro toques, cinco toques... Caixa-postal.
Claro, eu não esperava realmente que atenderia seu celular no meio de uma festa, não é?
Joguei o aparelho em cima da cama, nervosa. A idéia de ficar trancada com em meu quarto me deixava nervosa... Muito nervosa. Ainda mais ciente do fraco auto-controle que eu possuía.
- Bem... Parece que estamos presos aqui. – disse, tentando soar indiferente.
- Ótimo. – Revirei os olhos e me joguei na cama, cruzando os braços. – Tudo que eu queria para a minha noite, ficar presa junto ao maior idiota da história.
Senti o brilho da íris de recair sobre mim, enquanto ele se aproximava lentamente e se sentava na ponta da cama.
- Eu sei que eu fui ridículo, eu sei que te machuquei... – Concordei depreciativamente com a cabeça. – Mas você nunca me deu uma chance de me explicar, nunca quis me ouvir.
Olhei-o fixamente, indignada.
- Para quê? Os seus argumentos na nossa última conversa foram auto-explicativos. O que mais você tem a dizer? Não me machucou o bastante? – Disse, sem me importar em como as palavras poderiam soar agressivas. Eu queria machucá-lo da mesma forma que ele me machucara.
suspirou e olhou para baixo. Tentou segurar minha mão, mas eu desviei, enquanto lutava contra a vontade absurda de abraçá-lo. A saudade, o carinho, tudo que eu sentia por ele era tão forte que quase superava toda a mágoa.
Quase.
- Eu fiz tudo errado, não é? – falou baixo, levando-me a deduzir que falava consigo mesmo. Ainda mantinha o olhar baixo e passou a contornar os desenhos da colcha da cama com o dedo indicador. – Por medo de me machucar... De te machucar também... – Eu ri, uma risada maldosa e descrente. Ele fingiu não perceber. – Eu acabei te machucando de um jeito que eu jamais quis, talvez mais do que machucaria se tivesse seguido os meus desejos.
levantou o rosto e eu o encarei, completamente confusa. O que ele estava querendo dizer?
- Eu agradeceria se você fosse objetivo, , já que parece que você realmente acha que ainda tem coisas a dizer. – Tentei transmitir a maior indiferença possível, escondendo a curiosidade que se instalara em mim graças às suas palavras.
- Você não percebeu? Você sempre foi tão perceptiva e tão boa em compreender as razões por trás das atitudes dos outros... Eu sinceramente esperava que essas habilidades funcionassem nessa situação, mas infelizmente... Não. – me encarava com intensidade, como se tentasse me dizer algo através de seus olhos. Apenas retribuí o olhar com confusão... Que razões ele poderia ter? – , eu te amo, por isso eu tive de me afastar de você.
Demorei alguns segundos para assimilar o que acabara de ouvir. Não fazia o menor sentido, mas as quatro primeiras palavras fizeram meu coração bater ridiculamente mais forte e mais rápido. “, eu te amo...”
- Eu fiquei apavorado com a idéia, com o sentimento de... Estar apaixonado por você. Com a idéia de... Sentir algo tão forte, me envolver tão intensamente com alguém como estava começando a acontecer com nós dois. Você me conhece, você sabe o quanto eu relutei antes de me entregar a atração que sentia por você e deixar que nós dois nos aproximassemos... Quando você começou a realmente me conquistar, eu fiquei apavorado. Porque eu tenho planos, eu tenho que me formar, eu tenho que ter uma profissão... E eu não sei se seria capaz de conciliar um amor e o dever sem falhar com nenhum dos dois. E eu não podia de jeito nenhum correr o risco de te machucar, de te decepcionar, ser ausente, egoísta... Mas acho que acabei fazendo tudo isso.
Eu estava em choque. Eu não esperava em hipótese alguma escutar aquilo. Então ele... Então tinha terminado comigo por medo?
Diante de meu silêncio, ele prosseguiu.
- Eu fui confuso com minhas explicações, então entendo o porquê de você ter entendido tudo errado. A minha preocupação maior não era em relação ao colégio, era em relação a machucar você. E em relação à idade... Você é nova para se prender a um cara que vai ter tantas responsabilidades, que vai ter pouco tempo de se divertir com você. E você não merece isso, , você merece alguém que possa estar presente a toda hora, aproveitando contigo todos os momentos maravilhosos que ainda estão por vir na sua vida. Eu queria muito poder ser esse cara, mas... Eu não posso.
Eu não conseguia dizer nada. Esperava por mil e uma desculpas vazias e mentirosas e me deparei com aquelas palavras que, eu podia ver no fundo dos olhos de , eram verdadeiras. Eu apenas o olhava, sentindo algo muito estranho se misturando em meu peito. Admiração... Surpresa... Carinho... Amor.
Mas eu ainda tinha medo de pensar nessa palavra. Eu tinha medo de me machucar de novo, de me magoar de novo... Eu ainda tinha receio.
- , er... Será que você podia dizer alguma coisa? Seu silêncio está me deixando mais nervoso ainda. – deu um sorriso meio constrangido e eu acordei do pequeno transe em que entrara.
- Desculpa, é que... Eu não sei o que dizer, de verdade, eu não esperava ouvir nada disso. – Confessei, mexendo no cabelo, sem saber o que fazer. – Eu... Esperava por qualquer desculpa, mas nada como... Isso.
- Como a verdade? – Ele deu um sorriso fraco de lado.
Suspirei e olhei no fundo de seus olhos.
- E qual garantia eu posso ter de que essa é a verdade? De que você não inventou tudo isso? – Relutei em dizer aquilo, porque nem eu mesma acreditava na possibilidade... No entanto, a desconfiança não era algo fácil de se vencer. [n/a: Coloquem para carregar: So Much – The Spill Canvas]
sorriu. Aproximou sua mão lentamente da minha, com receio de que eu afastasse a minha novamente. Não o fiz e ele colocou a palma de minha mão sobre o seu coração, fazendo com que eu sentisse o quão rapidamente e intensamente ele batia.
- Não sei se serve como prova, mas... Ele só fica louco assim na sua presença. Com o seu perfume, o seu sorriso, o brilho dos seus olhos... É como se ele levasse um choque elétrico, como se você fosse um desfibrilador.
Não pude evitar rir, fazendo-o me acompanhar.
- , essa foi péssima.
Ele gargalhou e acariciou a lateral do meu rosto.
- Você sabe que eu nunca fui bom com essas coisas.
- É, mas nunca pensei que me compararia a um desfibrilador. – Ergui a sobrancelha e gargalhou novamente.
- Eu poderia ter sido pior, pense bem. Poderia ter te chamado de azeitona da minha empada, cereja do meu sundae, feijão do meu arroz e... – Interrompi-o, colocando minha mão livre sobre seus lábios, rindo.
- Ok, ok, eu já entendi. – Seu riso foi abafado pela minha mão. – Não tente ser romântico, você se sai melhor nisso quando é espontâneo.
ergueu a sobrancelha.
- Sim... Você já... Fez isso várias vezes e... – Algumas lembranças de momentos em que ele me deixara sem palavras vieram a minha cabeça... E em seguida, a maneira como elas haviam se tornado dolorosas de recordar depois que ele terminara tudo comigo. A forma como elas pareciam uma mentira. Balancei a cabeça e o soltei. – Mas isso não vem ao caso agora.
Levantei e voltei a observar pela janela.
- Se você realmente... Me ama... – Era difícil dizer aquilo. – Por que você estava... Com aquela garota? Por que você iria... Transar com ela? – Perguntei, não conseguindo fazer com que a minha voz fosse mais forte do que um sussurro.
- Eu não ia, eu já te disse isso. E... Você tem idéia do quanto é doloroso não conseguir de forma alguma esquecer alguém que você sabe que não pode ter? Eu tentava te encontrar em qualquer garota, tentava encontrar alguém que apagasse sua marca em mim.
- É, acho que sei como é isso. – Disse, de forma irônica. Ele dizia aquilo para mim? Que me torturava todo dia com a sua lembrança?
Ouvi seu suspiro.
- Eu te machuquei muito, não foi? – Perguntou, com a voz fraca.
Mordi o lábio e balancei a cabeça afirmativamente.
- Você... Eu nunca tinha confiado em alguém como eu confiei em você, eu nunca tinha... Me deixado levar por um sentimento como eu me deixei levar pelo o que eu sentia por você. E... Quando você disse aquelas coisas no seu quarto... Foi como se você quebrasse tudo, o meu carinho, a minha confiança... Quebrasse tudo aquilo em que eu acreditava, quebrasse a minha esperança de que nós fossemos certos um para o outro. E... Isso não é algo muito fácil de se esquecer. – Dei de ombros.
- E se eu te pedisse para me dar uma segunda chance? Uma segunda chance para reconstruir sua confiança, seu carinho e... Te provar que nós somos sim certos um para o outro? – Eu sentia sua voz ficando mais próxima.
Fiquei sem saber o que dizer por alguns segundos, sentindo sua aproximação crescer enquanto eles se arrastavam.
- E... Como você pode ter certeza disso?
- Não sei como explicar isso, mas... – Ele enlaçou minha cintura com seus braços e apoiou o queixo em meu ombro. Um arrepio percorreu todo o meu corpo. – O seu violão está por aqui?
Limitei-me a assentir, sem conseguir questionar o porquê daquela pergunta. Sua respiração batendo em meu pescoço era um tanto quanto estonteante.
me soltou e me virei para olhá-lo. Seus olhos percorreram meu quarto e focalizaram meu violão apoiado ao lado da mesa do computador. Engoli a seco quando a sombrancelha dele se ergueu ao ver a minha caixa de recordações sobre ela.
- Er... Hum, por que tem uma foto nossa colada naquela caixa? – Perguntou, se aproximando do objeto.
- Porque... É uma... Caixaderecordações. – Falei tudo junto, mordendo o lábio em seguida.
- Uma o quê? – perguntou, já retirando a caixa de cima da mesa.
Não me dei ao trabalho de repetir. Ele já descobriria o que era.
se sentou na minha cama com a caixa e a abriu. Segundos depois, todas as pequenas lembranças que eu tinha do tempo que passamos juntos estavam espalhadas pela minha cama. Observei cuidadosamente a expressão dele ao analisar cada uma das simples, mas significativas, souvenirs.
sorria. Como uma criança, encantada ao ter em suas mãos algo novo, um brinquedo que desejava com ardor. Um sorriso de... Satisfação.
- Hum... É muito, muito, mas muito bom mesmo, saber que não sou só eu que guardo essas coisas. – Ele disse, segurando um ingresso de cinema nas mãos.
Se eu fosse um desenho, meu queixo chegaria ao chão, tamanha a minha surpresa.
- Você... Quer dizer... – Eu não conseguia completar a frase e riu.
- Sim, eu tenho uma caixa em que eu guardo todas as lembranças materiais que eu tenho do nosso tempo juntos. – Sorriu angelicalmente para mim. – Acho que isso quer dizer que... Nenhum dos dois esqueceu o outro.
Assenti, levemente corada. Eu estava querendo me fazer de durona, mas agora toda a minha pose estava acabada. Aquela caixa me entregava.
Por outro lado, saber que ele também tinha uma... Dava ainda mais crédito às suas palavras.
- Bom, mas agora vamos ao que interessa. Depois eu confiro tudo o que você guarda. – Ele lançou um sorriso sapeca para mim e senti o sangue se acumular ainda mais em meu rosto.
se levantou e pegou meu violão. Sentou novamente na cama e fez sinal para que eu sentasse ao seu lado. Assim eu o fiz.
- Essa música... Ela explica um pouco a forma como me sinto e... Eu sei o quanto você gosta dela, então... Acho que não poderia encontrar outra melhor. – Sorriu, passando os dedos pelas cordas do violão.
Medo. Eu não estava nem um pouco afim de me desmanchar em lágrimas na frente dele. E, dependendo da música escolhida... Era bem provável que isso acontecesse.
E então, ele começou a tocar a introdução de “So Much – The Spill Canvas”. [n/a: Coloquem para tocar, babies.]
Sem que eu pudesse impedir, meu olho se encheu de lágrimas. Aquela música era uma das minhas favoritas em todo o mundo e... Ela estava tocando no dia em que eu e ficamos pela primeira vez, na sorveteria próxima da casa dele. Será que ele se lembrava disso?
Pelo sorriso que ele me deu, deduzi que sim.
- How does it feel to know you're everything I need Como é saber que você é tudo que eu preciso? The butterflies in my stomach As borboletas na minha barriga They could bring me to my knees Podem me deixar de joelho How does it feel to know you're everything I want Como é saber que você é tudo o que eu quero? I've got a hard time saying this Foi muito difícil dizer isso, So I'll sing it in a song Então vou cantar numa canção.
Oh I adore the way you carry yourself Oh, eu adoro o jeito como você age With the grace of a thousand angels overhead Com a graça de mil anjos voando I love the way the galaxy starts to melt Eu amo o jeito que a galáxia começa a derreter When we become one Quando nos tornamos um When we become one Quando nos tornamos um When we become one Quando nos tornamos um When we become one Quando nos tornamos um
How does it feel Qual é a sensação? How does it feel when we get locked into a stare? Como você se sente quando nossos olhares se fixam um no outro? Please don't come looking for me Por favor, não venha me procurar When I get lost in the mess of your hair Quando eu me perder na bagunça do seu cabelo How do you feel when everything you've known Como você se sente quando tudo que nós sabiamos Gets thrown aside é deixado de lado? Never fear, my dear, 'cause we have nothing left to hide Nunca tema, minha querida, pois nós não temos nada a esconder.
Oh I adore the way you carry yourself Oh, eu adoro o jeito como você age With the grace of a thousand angels overhead Com a graça de mil anjos voando I love the way the galaxy starts to melt Eu amo o jeito que a galáxia começa a derreter
Hold on to me girl Segure-se firme em mim, garota If you feel your grip getting loose Se você sentir que está se soltando, Just know that I'm right next to you Apenas saiba que eu estou bem ao seu lado Hold on to me girl Segure-se firme em mim, garota If you feel your grip getting loose Se você sentir que está se soltando, Just know that I won't let you down Apenas saiba que eu não vou te desapontar
Well, I'm ready Bem, estou pronto Well, I'm ready Bem, estou pronto I am ready Estou pronto To run away with you Pra fugir com você Are you ready? Você está pronta? Are you ready? Você está pronta? Are you ready? Você está pronta? To run away with me Pra fugir comigo?
Pack your things we can leave today Faça suas malas, nós podemos partir hoje Pack your things we can leave today Faça suas malas, nós podemos partir hoje Say our goodbyes and get on the train Dizer nossos adeus e embarcar no trem Say goodbye Dizer adeus Just you and I in the sweet unknown Apenas você e eu no doce desconhecido We can just call each other our home Nós podemos dizer que somos o lar um do outro
A última estrofe, a mais forte e mais significativa... Eu não me controlei e tive de cantar com ele. Meus olhos já estavam vermelhos de lágrimas e não deixara de sorrir seu mais puro sorriso para mim nem por um segundo enquanto tocava.
Ele estava conquistando... Conquistando a sua segunda chance, a nossa segunda chance.
- If I had to choose a way to die Se eu tivesse que escolher uma maneira de morrer, It'd be with you Seria com você In a goosebump infested embrace Em um abraço infestado de arrepios With my overanxious hands cupping your face Com as minhas mãos hiperansiosas cobrindo seu rosto In a goosebump infested embrace Em um abraço infestado de arrepios With my overanxious hands cupping your cherub face Com as minhas mãos hiperansiosas cobrindo seu rosto de querubim. How does it feel? Como você se sente?
sorriu mais ainda quando cantei com ele. Deixou o violão ao seu lado e segurou meu rosto com as duas mãos. Eu sorria, emocionada. Ele enxugou uma de minhas lágrimas com o polegar e então aproximou nossos narizes, passando um no outro.
- Eu te amo, meu amor. Me desculpe por te fazer duvidar disso, mas eu te amo, mais do que achei que um dia seria capaz de amar alguém. Eu te amo, você é tudo que eu quero... É com você que eu quero passar o resto dos meus dias.
Sorri, enlaçando seu pescoço com meus braços e fechando os meus olhos.
- Eu te amo, , e nunca, nunca mais mesmo, vou te deixar se afastar de mim. Nunca mais vou te deixar duvidar de que pode me dizer qualquer coisa e que... Para ficar ao seu lado, eu suporto qualquer coisa, te apoio no que for preciso. Eu te amo, você é mais do que eu sempre sonhei.
Ao ouvir minha palavras, aproximou ainda mais nossos rostos, de forma que nossos lábios roçavam uns nos outros. Um segundo depois, estavam colados, moldando-se, da forma mais certa e mais harmoniosa que podia existir.
Não havia palavras para descrever o que eu sentia quando... Nós nos tornávamos um.
quebrou o beijo algum tempo depois, ainda mantendo nossos rostos próximos. Abri os olhos e ele me encarava, sorrindo.
- I am ready to run away with you. Are you ready to run away with me? – Cantou e eu ergui a sobrancelha, confusa. - Pack your things we can leave today, say our goodbyes and get on the train, say goodbye, just you and I in the sweet unknown. We can just call each other our home.
Eu continuava com a expressão confusa, não entendia o que ele queria dizer com aquele trecho da música.
- A casa de praia dos meus pais está vazia. Meu carro está na frente da sua casa. Foge comigo. Só eu e você, durante o fim-de-semana inteiro.
Abri a boca para falar, mas não encontrei nada para dizer. Meu olhar era hesitante no seu.
- Por favor. – Ele pediu, acariciando meu rosto.
E então eu soube... Era o que eu queria. Estar só com ele.
Assenti e sorriu. Levantei, peguei uma mochila em meu guarda-roupa e comecei a colocar algumas peças de roupa, somente o que seria realmente necessário. Alguns itens de higiene pessoal e estava pronta.
- É melhor deixar um bilhete para o seu irmão. – disse, pensativo.
Concordei e peguei uma caneta, começando a escrever em uma folha do meu bloco de notas.
- Apesar de eu achar que isso não vai mudar o fato de que ele vai querer me espancar quando a gente voltar, mas não custa nada. – Disse para si mesmo, mas eu ouvi e reprimi um riso. Eu duvidava, sabia o quanto eu era louca por e, no fim das contas, até que gostava dele.
Deixei o bilhete colado no monitor do meu computador e me virei para , sorrindo.
- Estou pronta. – Ele me olhou, com a sobrancelha erguida. – O que foi?
- Você vai de pijama? – Perguntou, me olhando de cima a baixo.
Pensei por alguns minutos. Qual a importância que teria aquilo? Estaríamos apenas nós dois, no carro dele... Mas e se fizéssemos alguma parada? Bom, poderia ir comprar o que fosse preciso enquanto eu esperava por ele.
E eu não podia pensar em roupa mais confortável para uma fuga do que meu pijama.
- Vou. – Sorri, infantil.
revirou os olhos e riu.
- Bom, você quem sabe, eu não me importo. – Deu um sorriso malicioso e eu lancei-lhe um olhar bravo, rindo depois.
- Certo... Agora uma pergunta, como nós vamos fazer para sair? A porta do quarto ainda está emperrada. – Eu disse, cruzando os braços.
- Fácil. Nós saímos pela janela e temos acesso à varanda que contorna todo o segundo andar. Damos a volta e chegamos até o cano que leva a água da calha até o chão. Escorregamos por ele e... Tchanans! Estamos no jardim. – Ele seu um sorriso prepotente e eu o olhei, incrédula.
- Você só pode estar brincando. – Disse e ele riu.
- Relaxa, , vai dar certo.
- Mas, , nós va...
- Hey. – Ele me interrompeu, vindo até mim e colocando o dedo sobre meus lábios. – Você confia em mim ou não? – Olhou em meus olhos e sorriu.
Abri um largo sorriso.
- Sim. – O sorriso dele se alargou tanto quanto o meu e ele me deu um selinho.
- Então, vamos lá, eu não te proporia fazer isso se achasse que você se machucaria.
Assenti.
Deixamos o quarto, pulando a janela. Contornamos a varanda e quando chegamos ao cano, desceu primeiro para me incentivar. Respirei fundo e me encorajei. Quando estava chegando ao final, ele me segurou em seus braços, como uma noiva, e me beijou.
- Eu disse que daria certo. – Estufou o peito.
Mostrei-lhe língua e ri.
me pôs no chão e então corremos até seu carro. Joguei minha mochila no banco de trás e nós entramos nos bancos da frente. Ele deu partida, enquanto eu ligava o rádio.
Não sei dizer quando. Não sei dizer por quanto tempo.
Só sei que... Me lembrava de segurando minha mão e cantando baixo comigo a música que tocava na rádio... E então, não lembrava de mais nada.
- Hey, Bela Adormecida, acorda. – Ouvia a sua voz, enquanto seus dedos brincavam em meu cabelo. – Você não vai querer perder esse nascer do sol tão lindo.
Abri os olhos e me encarava, sorrindo. Olhei em volta, eu estava praticamente deitada no banco do carro.
- Eu dormi? – Perguntei, me arrumando e esfregando os olhos.
- Alguns minutos depois de sairmos da sua casa. – Ele riu fraco. – Mas fica tranqüila, o som da sua respiração quase compensou a falta da sua voz.
Sorri constrangida e ele me deu um selinho.
- Agora vem, vamos ver o sol nascer. – Ele saiu do carro e eu fiz o mesmo. Demos a volta pela frente dele e segurou minha mão, nos encaminhando para a beira da alta montanha em que estávamos. Olhei para trás e vi a casa de seus pais. Olhando para baixo eu podia ver a praia.
O sol estava lindo, começando a mostrar os seus primeiros raios. Era uma visão fascinante.
me abraçou de lado e eu apoiei a cabeça em seu peito. E eu poderia ficar daquele jeito para sempre.
- Eu sei que o dia dos Namorados já acabou, mas... É tarde demais para eu te pedir para namorar comigo? – Ele sussurrou e eu me afastei imediatamente para olhá-lo.
Um sorriso tímido brincava em seus lábios.
- Hum... Quem liga para convenções? Hoje pode ser o nosso Dia dos Namorados. – Disse, tentando soar indiferente.
- Devo considerar isso como um sim? – Ele perguntou, me girando, de forma que ficássemos frente a frente.
Fingi pensar por alguns segundos e riu, nos aproximando mais. Abracei sua cintura e lhe dei um selinho.
- É, acho que pode. – Dei de ombros.
- Sempre tão difícil. – Sua voz era carregada de um falso pesar e eu ri.
- Que graça teria se eu não fosse? – Perguntei, sorrindo inocentemente.
- Muita. – Ele respondeu, pensativo.
Dei-lhe um tapa no ombro e ele riu.
- Ok, ok... O que importa é que... Agora você é minha namorada.
- , meu namorado. Gosto do jeito que isso soa. – Disse debilmente e ele riu da minha cara.
- I adore the way you carry yourself, with the grace of a thousand angels overhead... – Ele sussurrou, começando a me beijar, desde a base de meu pescoço até o lóbulo de minha orelha.
Eu sabia o que aquilo significava, eu sabia como eu queria que aquilo terminasse.
me pegou em seus braços e começou a me carregar para dentro da casa. Quando entramos, ele se dirigiu ao quarto principal, que tinha uma parede de vidro, através da qual ainda se podia ver o sol nascendo. Seus lábios não saíam dos meus, ou de minha pele, por um segundo sequer.
Nos deitamos na cama e ele sorriu para mim, sussurrando:
- I love the way the galaxy starts to melt when we become one.
Momentos depois, eu descobri o verdadeiro significado daquela frase.
Aquele, o nosso Dia dos Namorados, era o melhor Dia dos Namorados da história.
E eu esperava que muitos como aquele estivessem por vir.
FIM.
N/A: Hey, soul sisters! –n hahaha Essa fic foi escrita na época do Dia dos Namorados brasileiro e só mandei agora :X Eu pensei em participar do challenge da época, mas não sou boa nisso, então escrevi a fic “à parte” mesmo! Espero que tenham gostado *-* Eu amei escrevê-la! That’s all! Comentem, por favor, preciso saber o que acharam!
See you (I hope so) @DinhaSouza xx
N/B: Se encontrar algum erro nesta fanfic, por favor, avise-me, seja por e-mail ou twitter. Boa leitura!