autora: Vera. || beta: Paah Souza.


- Me larga, ! – Gritava desesperadamente para que meu melhor amigo me largasse. Estávamos no shopping, e não seria muito bom ele andar atrás de mim feito idiota e eu fugindo dele feita louca com o risco de bater em alguém. Vocês já estão adivinhando, né? É verdade, eu bati em alguém. Mas alguém que não devia. Meu ex-namorado, Paulo. Ainda gostava dele, mas tínhamos acabado porque ele me traiu com outra garota qualquer (só por acaso, ele estava ali, com ela!).
- Hey, ! – AHHH! Que coisa, ele sabe que eu odeio que me chamem de !
- Oi, Paulo. – Pelo menos eu sou educada, né?
- Essa aqui é a Débora. Você sabe, minha namorada. – Ah Paulo, o que você quer, hun? Me mostrar que já tive um par de chifres na cabeça?
- Ah, está bem. Esse aqui é meu namorado, . – Apontei para , que olhava para mim com cara de ‘Namorado? Oi?’. Ele havia de compreender, certo? Certo.
- Namorado, hein? Muito bem! Eu sou o Paulo, ex-namorado da . – Apresentou-se à .
- ! – Gritei. Pelo amor de Deus, podia me chatear com a cobra da… Hum… Como ela se chamava mesmo? Não interessa. Podia me chatear com aquela cobra, mas me chamar de ? Odeio isso!
- Hey, eu sou o , o… - Olhou para mim. – Namorado da .
- Estou vendo que você já refez sua vida, . – Posso fulminá-lo? Matá-lo? Posso?
- É, estou vendo que você também. Nós vamos andando, continuem o passeio de vocês.
- Foi bom te ver, . – Disse, enfatizando a última palavra. Continuei caminhando com o .
- Namorado então, ?
- Ai, , me desculpa! Você viu que o Paulo estava me fazendo ciúmes, e eu só queria pagar na mesma moeda. Não fica chateado comigo, ok?
- Claro que não!
- Obrigadão, ! – Abracei-o forte.

***

- Aquele Paulo! Podia morrer! – Sentei-me no sofá da sala enquanto o foi à cozinha. É, eu vivia com ele (por uns meses, apenas. Os pais dele viajaram, os meus também; juntámos o útil com o agradável!).
- Calma, ! Não devia desejar tanto mal à alguém. – Gritou, ainda na cozinha.
- Mas o Paulo… o Paulo… - Senti as lágrimas escorrerem pela minha face. Hey, o que estava acontecendo comigo? Por sorte (?), nesse mesmo momento acabara de entrar na sala e me viu chorando.
- Ei, ei, ei! Chorar, não!
- Como é que ele pode ser tão insensível, ? Como?!
- Você não vai ligar para esse tipo de gente agora, , ele não te merece, muito menos merece as suas lágrimas. – Ele limpou-as.
- É difícil, … Eu amo o Paulo.
- Eu sei, mas… - Ele gaguejava. – Simplesmente… Não fica assim, tá? Estamos em férias de verão, tem tanta coisa para fazer! Tive uma idéia: por que não fazemos uma sessão de filmes durante a noite toda? Convidamos a e o para virem também!
- Sessão de filmes, ? Não tenho vontade nenhuma de passar toda a noite vendo filmes…
- Okay, então esquece os filmes. Mas ainda podemos convidar o e a para dormirem aqui.
- E fazemos o quê?
- Sei lá, a gente dá um jeito. – Suspirei.
- Tudo bem. – Ele sorriu e correu para o telefone para ligar para os nossos amigos.

***

- Então pessoal, o que vamos fazer? – perguntou, animada.
- A não quer ver filme nenhum, não sei o que podemos fazer. – Disse o .
- Isso, agora a culpa é minha! – Reclamei.
- Por que não jogamos ao Verdade ou Consequência? – Sugeriu .
- Verdade ou consequência? Isso não é um pouco infantil?
- Não é, se jogarmos com jeitinho. – Um sorriso atrevido começou a aparecer no rosto de .
- Hey, , não comece a pensar em coisas taradas. é sua namorada, se lembra?
- Relaxa, , ele logo vai ter o que merece! – Disse . – Vamos jogar, pessoal!
- E fazemos com quê? – Perguntou .
- Esperem, eu sei! – Olhei para a garrafa de cerveja de .
- , compre um óculos, eu ainda não acabei minha cerveja, ok?
- Não faz mal! – Peguei ela e bebi o resto. – Pronto! – Todos riram. Sentamos em volta de uma mesa pequena que estava na sala, e coloquei a garrafa bem no centro. – Bem, quem começa?
- EU! Eu começo! – Só podia ser o ! Rodou a garrafa, que apontava o gargalo para . – Minha garotinha! – Riu.
- Pronto, ele não vai fazer coisa boa!
- Verdade ou consequência?
- Verdade, tenho medo das suas consequências, .
- Verdade? Hum… - Pensou. – É verdade que você já fez parte das ‘patricinhas’ da sua antiga escola? [n/a: nada contra esse ‘grupo’ de meninas, tinha que arranjar alguma coisa ‘invulgar’ ;p]
- Você tocou na parte escura do meu passado! – Riu. – É!
- Então? Onde está sua mala da Channel, ? – Brinquei.
- Que piada, não brinca comigo! Não sei como consegui pertencer a um grupo daqueles, nem sequer tenho a personalidade delas! Continuando, agora é minha vez! – Rodou a garrafa. – , meu grande amigo! Você quer verdade ou consequência?
- Verdade!
- Se todos escolhermos verdade não vai ter graça. – Falei.
- As consequências já vem. – Disse com o mesmo sorriso atrevido de uns minutos atrás.
- Mas bem, verdade… É verdade que você ama a ? – Quê? De onde veio isso, ?!
- Como amiga, sim!
- Sem ser como amiga!
- C-claro que não!
- Ahm, está bem, , não precisa ficar assim! – Riu.
- Assim como? Eu estou normal. Agora sou eu! – Ele rodou a garrafa, continuamos a jogar. Já tinha acontecido consequências como: meterem pasta de dentes no cabelo, ficarem todos nus, irem à vizinha velha do lado e dizerem “Te amo”, etc. etc. Tudo ideias do , claro. E agora, era a vez dele perguntar ao . Ou seja, incluía , incluía coisa tarada.
- , estava vendo que não chegava a vez de eu perguntar a você! Quer v…
- Consequência, . – Interrompeu .
- Muito bem. Não preciso pensar, você tem que beijar a .
- O QUÊ?! – Gritámos eu e o .
- É isso mesmo, força!
- Mas por que?! – Ah , não me diga que está com medo de me beijar por um jogo estúpido?
- Porque você escolheu consequência, e a minha consequência é essa! Agora, vai beijá-la ou não?
- Okay, okay… - Se aproximou de mim e me deu um selinho.
- Só isso?
- Beijei, não beijei?
- Ah , isso não é beijo nenhum! Outro!
- Caralho, mas a consequência era só uma, e eu já a beijei!
- Isso não é beijar! – suspirou, e encostou os lábios dele aos meus por longos segundos. Aquilo era um pouco estranho, e eu parti o beijo. – Então, ?
- Que é? Agora a culpa é minha?
- Foi você que parou! – Ah , morra, você está se divertindo com isso, você vai ver!
- Já nos beijamos!
- Com língua.
- Por favor, , não seja estúpido, ok? – Desta vez, estava a irritada de verdade!
- Vamos lá! Eu faço tudo o que quiser depois.
- Por que isto tudo?
- BEIJEM-SE! – Depois disto eu vou te matar, ! Suspirei de impaciência, me aproximei do e toquei os lábios dele com os meus. Por que eu me estava sentindo bem beijando o meu MELHOR AMIGO? Abri a boca para dar passagem à língua dele, e entrelacei a mão nos seus cabelos. – Okay… Nós vamos ver televisão! – Disse o . E porque eu não consigo parar de beijar o ? Okay, eu tenho que parar, tenho que parar. PARE ! Parti o beijo, levantei-me e fui ver televisão com e , e em seguida fez o mesmo. Senti os olhos dele em mim o tempo todo, e isso estava me incomodando de verdade!

***

Acordei e olhei para o relógio que estava em cima da televisão da sala. 5h45 da manhã. Tentei voltar a dormir, mas não consegui. Me levantei com cuidado para não acordar ninguém, e fui à cozinha beber um copo de água. Olhei pela janela, e fiquei assim alguns minutos, bebendo água, olhando para a janela, e pensando na vida. Okay, pensando no meu beijo com , mas isso não vem ao caso, vem? Onde entrava Paulo no meio desta história toda? Está certo, Paulo não devia ter importância na minha vida, mas era ele que eu amava, certo? Cer… Erra… Ah, eu, sei lá!
- Não consegue dormir? – Me assustei, dando um salto, e ouvi rir.
- Não. – O que você acha, idiota?
- Nem eu. – Um silêncio constrangedor invadiu a cozinha. E eu continuava olhando para a janela. Mal conseguia olhar para os olhos dele. Eu me perderia naqueles olhos , já sabia. – . – Ele disse.
- Hum?
- Me desculpa.
- Desculpa pelo que? – Ok, agora foi inevitável, eu tive que olhar para ele, que se levantou da cadeira e se aproximou de mim.
- Pelo que eu vou fazer. – Tirou o copo da minha mão, pousando-o na bancada da cozinha, e agarrou meu braço. Olhamos um para o outro durante segundos. Estávamos tão próximos que eu conseguia sentir a sua respiração. – Mas eu não aguento mais, sabe? – Nisto, ele aproximou-se mais (se isso era possível), e colou os seus lábios aos meus. Entrelaçei meus braços no pescoço dele, que pôs as mãos na minha cintura. Passou a língua nos meus lábios e eu abri a boca para dar passagem à mesma. Depois, começou a beijar o meu pescoço, enquanto eu segurava os seus cabelos, bagunçando-os. Podia sentir a respiração quente dele no meu pescoço, e isso me dava arrepios. Afastei-o de mim.
- Eu… Eu não… - Fechei os olhos, constrangida, e voltei a abrí-los. – Eu não posso… Fazer… Isto… - Gaguejei.
- Por que, ?
- Porque eu não amo você, !
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Olha que não parece, sabe?!
- Quê? Você se acha, não?!
- Desculpe?
- É verdade, você está convencido de que eu gosto de você! Mas está enganado. - Então por que me beijou?! Por que diz que ama o Paulo e horas depois me beija? Por que, ?
- Porque… Eu sei lá! Mas eu não amo você!
- Está brincando com meus sentimentos então, não é?!
- Você acha mesmo isso, ?! Você acha que eu sou capaz de te fazer isso?!
- Talvez! Você ama o Paulo, e eu te amo! E, no entanto, você me beija, sem querer saber do que eu sinto por você!
- Não é por mal, !
- Não é por mal?! Você até me usou, dizendo para o Paulo que eu era seu namorado apenas pra lhe fazer ciúmes, e eu te perdoei. Burro fui eu em me deixar levar e pensar que você realmente sente alguma coisa por mim. Sabe do que mais? Agora entendo perfeitamente porque ele te trocou por outra! Você brinca com os sentimentos de todo mundo! – Senti as lágrimas começarem a surgir no meu rosto. Ele não tinha dito aquilo, tinha?! Ele percebeu o que disse. – Okay… Me desculpa. Mas você tem que entend… - Não o deixei acabar de falar, saí da cozinha, mas desta vez me dirigi para o meu quarto, e comecei a fazer as malas e a tirar tudo daquele maldito lugar. Quando acabei, chamei um táxi, vesti um top branco, uns jeans e calcei o All Star verde. Quando ouvi uma buzina lá fora, saí sem dizer nada, e fechei a porta com força.

***

P.O.V

Ouvi a porta fechar. Não… Ela não podia ter ido embora! Corri para a porta, mas, graças aos obstáculos (lê-se abajures, jarras que quase caíram e tropeções nos tapetes), quando cheguei à rua, vi ela entrar num táxi e o vi desaparecer da minha vista em alguns segundos. Ok, eu tinha feito merda, eu sei. E agora? O que eu ia fazer sem ela?

***

- Bom dia, . – Disse , sentando-se à minha frente na mesa da cozinha.
- Bom dia.
- Você está com uma cara de sono... Que horas você acordou?
- 5h45.
- Não dormiu mais?
- Não. – Quando ela vai se calar? Quer dizer, nada contra a , era uma das minhas melhores amigas, mas minha disposição não está para responder a interrogatórios.
- Hum… E onde está a ? – Dei um murro na mesa, ela se assustou. – Ai, calma ! Por que você fez isso?!
- Me desculpa, . Vou para o meu quarto, você e o podem ficar aqui. – Me aproximei dela e lhe dei um beijo no rosto. – Tenha um bom dia. – Caminhei até a porta e parei. – Ah, e a foi embora. Voltou para casa, pode ir lá visitar-la. – Saí da cozinha e me dirigi para o meu quarto, sem sequer responder ao “Bom dia” de que estava no sofá da sala. Olhei para o relógio que estava na mesinha de cabeceira: 10h00. Tinha ficado tanto tempo assim sem dormir? Okay, estava na hora de parar com tudo isto. Ela não me amava, tudo bem, eu lidava bem com isso, certo? Errado. Mas ela era minha melhor amiga, ela era muito especial para mim para eu perdê-la por uma bobagem. Decidi ligar para ela. Discagem rápida, tecla 2, . […] Boa, ela rejeitou a chamada! Eu não vou desistir, não posso desistir. Não imagino minha vida sem ela…

3 semanas depois…

- Quer ir comigo e com a amanhã na piscina?
- Não tenho vontade nenhuma.
- Putz, vamos lá, saia dessa casa pela primeira vez em três semanas. Você não pode ficar esperando que a te perdoe assim. Aliás, seu mal é querer resolver as coisas apenas por celular.
- O que quer que eu faça, ? Eu a amo, e eu a perdi. Talvez, para sempre.
- Pode parar de dizer isso?
- Por que?
- Vocês eram melhores amigos, não eram apenas conhecidos. Você acha que ela não está sentindo sua falta também?
- Para desligar o celular sempre que eu ligo... Acredite, eu não faço falta nenhuma.
- Não acredito que você está dizendo isso. Você não sabe o quanto ela gosta de você?
- NEM ME INTERESSA! – Subi um pouco o tom de voz.
- Tudo bem, , não precisa falar assim, estava tentando te ajudar. Sabe do que mais? Se não quer perdê-la, lute. Saia dessa casa, e vai lá ver a . Diga tudo o que sente. Não diga a merda que disse há três semanas. Não diga que ela brinca com os seus sentimentos, porque até eu sei que isso não é verdade. Agora, me diga: você quer a de volta?
- Claro que sim!
- Então, pelo amor de Deus, pare de falar comigo, desligue a porra do celular, e vai falar com ela, pedir desculpa!
- E você acha que vale a pena?
- SEMPRE vale a pena! Agora, vai! – Desliguei o celular. Demorei algum tempo para sair de casa, ainda estava pensando se realmente valia a pena. Segui o caminho até casa dela. Bati à porta. Esperei, bati, esperei, bati, esperei, bati. Na verdade, o meu tempo de espera não era mais que três segundos, estava muito nervoso e impaciente. Ela abriu, e rapidamente voltou a fechá-la com força. Digo, tentou fechar, porque eu a impedi, pondo o pé à frente da porta. Entrei e fechei a porta.
- Nós temos que conversar.
- Nós? Temos? Nós não temos nada para conversar, meu bem!
- , por favor, você tem que me ouvir.
- Eu estou te ouvindo, não estou?!
- Eu não quis dizer aquilo, eu sei que você não brinca com os sentimentos de ninguém, muito menos com os meus. E eu sei que agi mal, eu sei. Sou seu melhor amigo, acima de tudo, e te conheço melhor que ninguém. Mas saiu da boca pra fora, eu não queria dizer aquilo, acredite em mim, por favor. Eu não aguento mais nenhum dia sem você. Eu te amo, . – Pude ver as lágrimas caírem pelo rosto dela. – Não chore, você sabe que eu odeio te ver chorar. – Sorri, e limpei as lágrimas dela.
- Sabe do que mais senti falta neste tempo todo?
- De quê?
- Das nossas corridas no shopping para eu fugir de você, dos seus olhos em mim quando vemos televisão com o e a , sinto falta dos jogos de verdade ou consequência, sinto falta de rir ao te ver dizer à vizinha que a ama, mas acima de tudo… Sinto falta dos seus abraços, sinto falta dos seus beijos, sinto falta do seu carinho, sinto falta de você. Porque todos estes dias, todas estas semanas, eu não consegui parar de pensar em você, no quanto me magoou com aquelas palavras, mas no quanto me fez feliz ao me beijar e dizer que me amava. Porque todo este tempo sem você, todas as lágrimas que eu derramei, e todos os sorrisos libertados me fizeram perceber que… Bem… Eu te amo, . E eu não posso ficar nem mais um dia sem te ter ao meu lado. – Sorri bobo, e me aproximei dela. Encostei a boca ao ouvido dela e sussurrei:
- Eu te amo. – Olhei para ela, e sorrimos. Ela entrelaçou os seus braços no meu pescoço e eu agarrei a cintura dela. Nos olhamos por uma ‘última’ vez antes de nos entregarmos um ao outro e nos beijarmos. Foi um beijo diferente. Porque agora ela era a , a minha . Agora ela estava comigo. E eu a amava como nunca. Ela quebrou o beijo.
- Fica comigo? – Ela perguntou.
- Ficarei sempre, meu anjo.



End.

nota da autora: Essa foi minha primeira fic aqui no site, espero que gostem *-* e que mandem comentário, hehe! ;D Beijinhos :D

nota da beta: Heey, gente! Estou aqui apenas para dar um ooi, e pra dizer que se tem qualquer erro que vocês tenham percebido nessa fic, podem me avisar por aqui, e eu estarei disposta à corrigir o mais depressa possível.
Enjoy, everyone !
Paah Souza.

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