Walls II – Can You Keep a Secret?



One - That Thing You Do


Segunda-feira: Eu estava realmente esperando que me ligasse, dispensei todos os convites para sair e fiquei na sala de TV, com o aparelho sem fio ao alcance de minha mão.
Terça-feira: Eu já não respirava sem estar com o telefone ao meu lado, que merda o estava fazendo que o impedia de me ligar?
Quarta-feira: Eu desisti de ficar em casa e esperar. Ativei a secretária eletrônica, para a felicidade dos meus pais que me pediam para fazer isso há meses, e saí. Sair foi ótimo, rever as minhas amigas, fofocar sobre garotos, ir ao cinema, tirar fotos malucas. Elas viram o meu chupão e eu contei todas as minhas aventuras no fim de semana.
Quinta-feira: Cheguei em casa tarde, depois de ir a um show da banda de uns amigos e vi um post-it amarelo colado na borda da tela do meu computador.

ligou.

Era a letra da minha mãe, logo abaixo o meu pai completou:

Algumas vezes.

Merda. Perdi a ligação dele e agora estava muito tarde para retornar. Bom, não havia nada que eu pudesse fazer além de dormir e foi isso que eu fiz.
Sexta-feira: Acordei com a Meg, nossa empregada, me acordando.
- ?
- Oi? - Pra variar, sono demais para raciocinar.
- O acabou de ligar e eu pedi que ele retornasse mais tarde, achei que você gostaria de saber.
- Ah, obrigada Meg - Eu me levantei e fui para o banheiro, tomei um banho longo, espero que nenhuma ONG ecologicamente correta venha me culpar pela escassez de água no futuro próximo. Coloquei um vestido branco super leve, com meu biquíni por baixo, estava disposta a dar um pulo na piscina, o verão havia chego com tudo e se não podia vencê-lo, iria me juntar a ele. Calcei as minhas havaianas e peguei a minha toalha, iPod, as caixinhas dele e o telefone sem fio. Parei na cozinha e apanhei uma maçã, fui comendo-a no caminho para fora e ajeitei o iPod. The Millionaires começou a tocar e eu fiz uma coreografia tosca para In My Bed. Tirei meu vestido e mergulhei na piscina. Eu já estava há horas na piscina e havia dançando todas as musicas possíveis, quando o telefone finalmente tocou. Meg atendeu antes que eu pudesse fazê-lo e gritou pra mim que estava na linha. Eu já estava segurando o telefone quando ela disse isso, e tudo o que fiz foi berrar qualquer coisa de volta e atender ao telefone.
- Alô? - Tentei não soar desesperada, ele não estava ali pra me ver, então achei que seria mais fácil.
- ? - A voz dele ficava um pouco mais grave no telefone.
- Isso, e aí ? Já está em casa?
- Sim, desculpa por não ter ligado antes, a gente só chegou em casa na quinta-feira.
- E na quinta eu não estava em casa...
- Isso.
- Okay, como nós vamos fazer pro fim de semana? - Eu disse, estava ficando estranha essa nossa tentativa de papinho casual.
- Então, surgiu um pequeno problema - Ele disse e eu rolei os olhos - Eu fiquei sabendo que tenho uma apresentação hoje e ela vai terminar tarde então só poderei te buscar no sábado à tarde, pode ser?
- Claro, claro. Apresentação do que?
- Minha banda. Bom, você nem sabe que eu tenho uma banda, né? Enfim, eu tenho uma banda - Ele se atrapalhou todo falando - E parece que os caras finalmente conseguiram um show pra gente.
- Vai ser onde?
- Num pub por aqui, você conhece o Breakdown?
- Claro, fui ai algumas vezes ano passado!
- E nem me convidou! - Ele fez uma voz indignada e eu ri - Tá, esteja pronta amanhã às duas horas da tarde, estarei ai.
- Okay. Bom show essa noite.
- Ah, obrigado. Um beijo.
- Outro - E nós desligamos. Eu tinha um plano, mas antes teria que falar com os meus pais. Voltei a dar play no meu iPod, enquanto arrumava as minhas coisas. Entrei em casa e comecei a preparar minha mochila. Naquela semana havia comprado algumas coisas pra esse fim de semana e agora guardava tudo lá. Meg veio me avisar que o almoço já estava pronto e que meus pais já estavam me esperando. Fui para a sala de jantar e nós comemos lá. Enquanto tomávamos sorvete, meu pai me passou uma caixinha embrulhada num papel pra presente de zebrinha.
- Não acredito - Pulei no pescoço dele - Um BlackBerry! Muito obrigada!
- De nada, espero que esse tenha uma vida mais útil do que o seu aparelho anterior - Ele riu para mim - O número é o mesmo.
Contei pra eles do fim de semana e eles autorizaram tudo, saí saltitante, pronta pra mandar uma mensagem para e estrear o meu celular, mas lembrei que eu nem ao menos sabia o número dele. Ia ter que estrear com outra pessoa.

Hey Lou,
Qual é o número do seu irmão?
xxx


Joguei o celular na cama e fui para o meu closet à procura de um vestido para aquela noite. Estava entre um vestido preto tomara-que-caia que tinha o corpo bem justo, mas uma saia rodada, parecendo um vestido de boneca e um vestido verde, com alças largas, todo justo ao corpo e com uma faixa que marcava a cintura. Coloquei os dois na cama e peguei a caixa com a minha bota preta. Mais uma dúvida, ir com ela ou com o meu peep toe preto? Peguei meu celular e mandei uma mensagem para , minha melhor amiga, precisava de ajuda.

911
xxx


Assim que mandei a mensagem, o aparelho vibrou na minha mão, não podia ser , não tão rápido. Olhei o visor e era a resposta de Lou. Sorri e mandei uma mensagem agradecendo. Digitei uma mensagem boba para só para ele saber que eu estava com meu celular. O aparelho vibrou novamente e era a resposta de , ela estava vindo.
Fiquei encarando os vestidos por um bom tempo, até chegar. Ela me fez vestir os dois e as duas opções de calçado.
- Eu voto no preto com peep toe, você fica sexy de peep toe, sério.
- Decidido então.
- Isso tudo é pro ? - Ela fez uma cara tarada.
- Você sabe que sim, agora cala a boca.
ficou lá em casa por horas, me ajudou a arrumar o meu cabelo e me maquiou, ela se arrumou lá também. Assim que estávamos prontas, passamos na casa de Penny, outra amiga nossa e fomos.
estacionou o carro dela na frente de um pub e nós entramos. As mesas estavam lotadas e nós conseguimos três lugares no bar por milagre.
- Três cosmos, por favor.
- Ah, você e suas bebidinhas de mulher, - Penny reclamou - Eu quero uma vodca com tônica.
- Uh, que máscula - Eu ri - Eu quero um Martini.
- Mexido, não batido - Disse , depois que a bartender finalmente saiu e foi pegar nossos pedidos.
Uma banda havia começado a tocar, eles eram razoáveis. Terminamos as nossas bebidas e a bartender colocou três copos de cerveja na nossa frente.
- Aqueles rapazes que pagaram - Ela apontou para dois meninos muito, er, sadios. Um deles era alto, não muito forte, mas também não era magricela, tinha os cabelos escuros e uma franja bagunçada. Tinha o sorriso branco-colgate-tripla-ação e mesmo daquela distância eu tinha certeza que ele era daqueles caras que tem um cheiro incrível. Se ele fizesse propaganda de cuecas, tenho certeza que eu compraria algumas. As mãos dele estavam postas sobre a mesa, meio que protegendo a garrafa de cerveja dele. O outro tinha os cabelos descoloridos e usava um boné do New York Yankees, posto de qualquer jeito na cabeça, e eu sabia que a iria até o inferno por um cara daqueles, ela tinha um fraco por caras daquele jeito. Ele tinha um piercing no nariz, mais um ponto pra ele, e um sorriso mais tímido que o do amigo. Ele era mais magrelo e menor também, sabia que já tinha imaginado tudo o que poderia fazer com ele e mais um pouco. Nós pegamos as cervejas e fomos nos sentar na mesa deles.
- Hey - Penny foi a primeira a se pronunciar.
- Hey - O moreno respondeu - Eu sou John e esse é meu amigo Kyle.
- Oi Kyle - sorriu - Eu sou e essas são Penny e .
- Oi - Ele respondeu, sem tirar os olhos de . Antes que eu pudesse dizer algo, eles já estavam se beijando. Típico da . Eu sentei ao lado de John, Penny estava do outro lado dele e o novo casal estava na nossa frente.
- E então, vocês vêm sempre por aqui? - John deu uma piscadela totalmente brega, arrancando uma gargalhada minha e de Penny. Ele riu também, ficamos aliviadas de saber que era brincadeira dele. Eu fiquei, pelo menos.
- Não, na verdade não.
- É, eu sei. Isso aqui é meu e eu nunca vi vocês por aqui.
- A gente costumava vir aqui no ano passado.
- Acredito que eu me lembraria de vocês - Ele fez uma cara séria.
- Nós não costumávamos chamar atenção, vai que alguém reparasse que a nossa identidade era falsa? - Penny fez uma careta.
- Nossa, quantos anos vocês têm?
- Eu e a temos dezenove e a Penny acabou de fazer dezoito.
- Primeira noite usando a minha verdadeira identidade.
- Adeus Joanna - Eu disse, lembrando-a do seu nome falso e ela gargalhou. John nos olhou como se fôssemos duas crianças retardadas.
- Você tem quantos anos? - Penny deu um gole da cerveja.
- Vinte e seis.
- E o garanhão ali? - Apontei para Kyle com minha cerveja.
- Não sei, mas ele é mais velho que a sua amiga, tenha certeza disso.
- Isso não é problema pra - Penny riu.
- Ah, você é o dono! Me diga, qual é o nome da banda que vai tocar aqui hoje? - Perguntei empolgada.
- A primeira foi Track Four e a próxima é Make Me King - Assim que ele falou, a banda entrou. E lá estava ele, .
- Hey, olha o ali - Eu cutuquei Penny sobre o ombro de John. - Você conhece a banda ou não? - Ele me perguntou surpreso.
- O namorado dela toca bateria - Penny falou naturalmente. Namorado, okay.
- Do ? A namorada dele é a Cassie, irmã do Kyle. Ela já deve estar chegando - Argh, essa Cassie de novo? Por que ela não deixava em paz?
- Ele é só meu primo - Sorri, seja lá o que estivesse acontecendo, eu tinha que falar com antes. Eles começaram a tocar e ele ainda não havia me visto. Cassie chegou e sentou na mesma mesa que nós.
- Hey Johnny - Ela havia praticamente jogado os peitos na cara de John. Ela deu um jeito de se sentar entre Penny e ele.
- Cassie, essas são Penny e - Ele apontou pra gente com o cigarro. Como alguém que fumava tinha o sorriso tão branco?
- Ah, oi - Ela sorriu - E essa se fundindo com o meu bro?
- É a - Penny falou rindo, bêbada.
- Legal - Cassie colocou a mão na coxa de John e ele se ajeitou na cadeira.
- Nossa, eles são muito bons - Penny falou - Em todos os sentidos possíveis da palavra. Quem é aquele? - Ela apontou para um garoto de cabelos escuros e olhos verdes.
- É o Joey - Cassie respondeu.
- Gato - Ela mordeu os próprios lábios e eu tive certeza que ela não tinha mais noção do que estava fazendo.
- E baixou a Penny Lane aqui - Ri, apontando para a minha amiga.
- Desde que ela fique longe do meu rockstar, tudo bem - Cassie jogou os seus cabelos cor de mel para trás e se aproximou de John, não sabia se ela estava falando dele ou de .
- Quem é o seu? - Perguntei.
- Quem eu quiser, mas eu to namorando o baterista.
- É o primo dela - John disse sorrindo com a boca fechada.
- Jura? - Cassie fez uma careta assustada.
- É. Minha mãe é irmã do pai dele.
- Legal - Ela forçou um sorriso e tirou a mão da coxa de John. Nada discreta.
Ficamos falando qualquer coisa até o show acabar. e Kyle não haviam se desgrudado por um único segundo, Penny havia dormido com a cabeça encostada na mesa e eu e John estávamos num papo empolgado sobre um festival que ele estava pensando em montar.
- Finalmente! - Cassie exclamou quando o show acabou e foi para o palco. Ela entrelaçou as mãos pelo pescoço de , mas ele as retirou e a afastou. Pude ver sua boca se mexendo, mas obviamente não escutei nada. Ela fez uma cara ofendida, voltou até a nossa mesa, pegou a sua bolsa e roubou um beijo de John, saindo do pub pisando forte.
- ? - Ouvi o meu nome e logo estava a metros de mim.
- ! - Exclamei como se aquilo fosse uma coincidência incrível - Você por aqui? - Fiz uma cara afetada de surpresa. Ele me beijou e só nos separamos porque um dos garotos pigarreou.
- Ah, esses são Lew, , Joey e Sean - apresentou os seus amigos.
- E essas são Penny - Eu apontei pra minha amiga que ainda estava com a cabeça na mesa - E - Ela e Kyle finalmente haviam parado alguns segundos.
- E essa é a minha, er, prima - Ele passou a mão pela minha cintura.
- Wow, prima? - fez uma cara engraçada - Não sabia que a gente podia fazer isso com as primas, vou começar a cumprimentar as minhas assim! - Eu ri, além de gato, tinha bom humor.
- Pena que as minhas são feias - Lew riu.
- Então apresenta pro Joey, você sabe como ele adora uma baranga - Sean riu.
- E isso tudo é ciúmes, Sean? - Ele retrucou.
- Okay mocinhas, caiam fora, eu quero fechar - John se pronunciou.
- Você é rude, cara - Lew disse sorrindo.
- Certo - anotava o número de Kyle no seu celular - Hey , você vem?
- Hm, não sei - Eu tinha planejado ficar, mas não sabia se podia.
- Fica - disse.
- Onde? - Eu sorri, não podia ir para a casa dos meus tios, tinha dito para meus pais que ficaria na casa de e que de lá iria para a casa de praia.
- Vocês podem ficar lá em casa, eu vou pra casa da Alice mesmo - Sean deu de ombros - Você tem a chave, né?
- Tenho. Valeu.
- Qual a parte do 'caiam fora' vocês não sacaram? - John sorriu.
- Será que algum dos gentis garotos aqui quer me ajudar com a minha amiga? - apontou para Penny e Kyle a pegou e a pôs no ombro, como se ela pesasse 5 kg e não os 50 kg que aquela anoréxica deveria ter.
- Okay, valeu John, a gente aparece aqui amanhã - Lew disse, puxando a fila em direção à saída. Fui até o carro de pegar a minha mochila, enquanto os meninos decidiam quem iria no carro de quem.
- Definido, e Lew comigo e o Joey vai com você - Sean falava quando eu cheguei.
- Certo, foi um prazer te conhecer, - piscou pra mim e Lew e Sean acenaram.
- Ah, igualmente, vocês mandaram muito bem lá no palco - Respondi sincera.
- Vamos - passou o braço pelos meus ombros, ele sabia como eu era friorenta. Entramos no carro, dirigindo, eu no banco do carona e Joey foi deitado no banco de trás. Liguei o rádio e estava tocando That Thing You Do do Busted. Eu comecei a cantarolar a música baixinho e prestava atenção. Chegamos à casa de Sean e Joey desceu do carro, agradecendo a carona, atravessou a rua e entrou em um dos prédios. Nós também entramos no apartamento de Sean. Eu esperava ver uma casa totalmente desarrumada, mas tudo estava no lugar. Fomos para o quarto de hóspedes, que já conhecia bem. Ele sentou na cama e ficou olhando para mim. Eu coloquei a minha mochila num canto do quarto e abri o zíper do meu vestido, firmando o olhar em meu primo. O vestido caiu, revelando o meu lingerie cuidadosamente selecionado para aquela ocasião. Pela cara dele, eu tinha acertado. Aproximei-me dele e o beijei, tirando a sua camisa. Ele sorriu pra mim abobado e eu o empurrei levemente, o fazendo deitar na cama. Sentei-me em sua barriga e ele me puxou pelo pescoço, juntando nossos lábios. Ele girou, ficando sobre mim e tirou as suas calças. Ele fitou meu corpo com os olhos cheios de desejo, mordeu o próprio lábio e tirou meu sutiã. Beijou meu busto enquanto seus dedos ágeis iam tirando minha calcinha.
Uni novamente nossos lábios, senti-lo perto de mim era entorpecente, o seu cheiro, o seu toque. Nossas mãos se movimentavam livremente pelos nossos corpos, como se tudo tivesse sido previamente ensaiado. Como se fosse a peça que me faltava.
- I love that thing you do - Eu sorri safada para ele. me penetrou e me senti completa novamente, eu ansiava por ele, meu corpo o chamava e não tardou para que ele o escutasse.

- Senti sua falta - Minha voz soava como um sussurro, eu estava deitada de costas para ele.
- Eu também - Ele me abraçou forte e nós dormimos assim.
No outro dia, acordei e senti o braço de na minha cintura, suspirei, eu sabia que algo diferente havia acontecido desta vez, mas ainda não sabia o que, tudo o que ele fazia, só me fazia me apaixonar ainda mais por ele. Me estiquei toda e tateei o chão, à procura de roupas. Coloquei a minha calcinha e a camisa de . Ela estava suada, mas tinha o cheiro dele, então estava bom pra mim. Levantei da cama e olhei para o meu primo. Ele continuava a dormir, estava realmente cansado, me perguntava o que o havia cansado mais: o show ou eu. Dei uma leve risada com o meu pensamento pervertido e fui até a minha mochila pegar a minha nécessaire, indo para o banheiro em seguida. Fiz minha higiene matinal e me preparei para fazer um café da manhã decente, ou o melhor que a minha habilidade culinária permitiria. Abri os armários e a geladeira tudo o que tinha lá era cereal, leite condensado, um leite vencido e cerveja, como Sean conseguia se nutrir só com aquilo? Dei um longo suspiro, se a estivesse aqui, poderia cozinhar algo, ela mandava muito bem nessa área. Lembrei da receita de panquecas que ela havia me ensinado e decidi ir comprar os ingredientes para fazê-las. Voltei ao quarto e continuava dormindo, beijei suas costas nuas e coloquei um jeans e uma camisa qualquer. Calcei os meus peep toes e peguei a minha bolsa carteira. Perguntei ao porteiro onde era o mercado mais próximo e ele disse que só havia uma padaria. estava salvo de ter que comer as minhas panquecas. Comprei algumas coisinhas na padaria e voltei para o prédio.
Abri a porta e estava de parado ali, com os olhos arregalados. Assim que eu sorri pra ele, aquela feição se desfez e ele sorriu pra mim.
- Onde você estava? - Ele me beijou, pegando os sacos de papel dos meus braços.
- Fui comprar algumas coisas pro café da manhã - Respondi, seguindo-o até a cozinha. Ele foi colocando as coisas na mesa, com uma carinha de criança abrindo o presente de Natal.
- Eu to com tanta fome! - Ele disse, quase babando, ao passar creme de avelã no seu croissant.
- Esfomeado - Eu ri, colocando suco no meu copo.
- Então, a gente pode ir depois do café?
- Claro. Ah, olha, segunda-feira eu tenho um brunch - Rolei os olhos, minha mãe sempre inventa esses eventos sociais e exige a minha participação - Então a gente vai ter que voltar no domingo, pode ser?
- Uh, tá - Ele entortou a boca.
- A minha mãe quer que eu conheça os Siska, parece que o filho deles vai estudar comigo ano que vem.
- Hum - Ele se limitou em murmurar enquanto mastigava - Sério que o sobrenome deles é Siska? - Ele riu.
- É - Nós gargalhamos, sempre fomos assim, eu e , de ficar rindo da cara dos outros. Maldade, eu sei.
Terminamos o café da manhã e fomos para a casa de praia da nossa família. Ficava a umas duas horas de viagem da casa de . Eu coloquei um CD que havia gravado especialmente para aquela viagem, só com bandas que nós dois adorávamos.
- Então, eu conheci a Cassie ontem, ela parecia bem apaixonada pelo John - Eu disse.
- Ela ama o John, mas ele nunca deu bola pra ela, nem vai dar, o Kyle mataria os dois.
Continuamos com conversas inúteis e rindo. Com o tudo era mais fácil, mais engraçado, mais espontâneo.
Chegamos na casa. Ela ainda estava do jeito que eu me lembrava, fazia anos que eu não ia lá, desde quando aprendi a dizer 'não' para os meus pais e eles me deixarem ficar na cidade. A casa, como tudo da nossa família, era grande o suficiente para todos nós ficarmos juntos lá, mas desta vez seríamos só eu e meu priminho favorito. Peguei a minha mochila e ele pegou a dele. Entramos na casa e o cheiro de maresia se misturou com o de guardado. Abrimos as janelas, deixando o sol entrar e o ar circular. A casa tinha um andar, com cinco quartos, sendo duas suítes, cozinha, sala e um banheiro, todos bem amplos. Fomos para uma das suítes deixar as nossas coisas. Tudo estava organizado porque havia pedido para uma diarista passar por lá durante a manhã.
O quarto era amplo, as cortinas eram grossas, impedindo o sol de entrar totalmente e deixando tudo com uma tonalidade amarelada. A cama de casal tinha um dossel com leves cortinas.
Voltamos para a sala e vi em uma das paredes as várias marcas que foram feitas por nossos pais, registrando o nosso crescimento.
- Encosta ai - Eu o peguei pelos braços, o empurrando contra a parede.
- Nossa, que selvagem você - Ele riu, sem entender o que eu estava fazendo.
- Estou te medindo, seu pervertido - Eu peguei o lápis pendurado em um barbante que estava preso na mesma parede e marquei a altura de , anotando a data ao lado.
- Agora você - Ele fez o mesmo comigo. Depois de fazer a marca na parede, ele colocou uma mão de cada lado da minha cabeça e olhou para mim e eu mantive o olhar. Ele deu um sorriso fofo e eu respondi com um sorriso também.
- Eu... - Ele começou. Eu balancei a cabeça, incentivando-o a continuar, mas ele parou. A barriga dele roncou e ele deu um sorriso sem graça - To com fome - Gargalhei alto e ele fez uma cara de indignado - Se depender de você, eu morro de fome, né?
- É! - Eu me desvencilhei dos braços dele e fui para a cozinha. Abrimos os armários e eles estavam mesmo abastecidos.
- Qual foi a última vez que vocês estiveram aqui? - Eu perguntei, pegando um pacote de macarrão penne e molho de tomate - Ta cheio de comida!
- Meus pais vieram há umas duas semanas, acho.
- Okay. Meu plano é macarrão com molho de tomate.
- Ta. Você cozinha e eu te dou o prazer da minha companhia - Ele disse sério, sentando na mesa.
- ! - Foi minha vez de fazer cara de indignada, que ele ignorou. No fim das contas, eu fiz tudo sozinha e ele ficou ali, falando de como a banda dele estava indo bem e que eles estavam pensando em morar todos juntos na casa de Sean.

Well I woke up
(Bem, eu acordei)
So proud to see you lying naked next to me
(Tão orgulhoso de ver você deitada nua perto de mim)
And the clothes you wore
(E as roupas que você vestia)
The night before
(Na noite anterior)
Were lying on my bedroom floor, and
(Estávamos jogadas no chão do quarto e) You know and I want it that way
(Você sabe e eu quero isso dessa maneira)
Baby, I don't know what to say
(Baby, eu não sei o que dizer)
It's like that everyday
(É como se todo dia)
I never felt this way, yeah
(Eu nunca me senti desse jeito, yeah)
I just don't know what to do

That thing you do - Busted


Two - Can You Keep A Secret?


Terminei o macarrão e, modéstia a parte, ficou muito bom. Voltamos a falar dos meninos da banda do , eles eram muito bacanas. Bacana, pronto, to falando que nem ele agora.
- Então, só o Sean tem namorada?
- É. O e o Lew terminaram namoros recentemente e estão numa fase pegadores - Ele falou enquanto mastigava - o Joey pega umas barangas por aí, o Sean tem a Alice, e eu - Ele parou pra engolir e tomar um pouco de suco - Bom, e eu tenho você - Meu coração tinha disparado no 'e eu', agora então, ele estava quase que fora de mim. É, ele me tinha.
Terminamos de comer e eu usei a mesma técnica que ele.
- Você lava a louça e eu te dou o prazer da minha companhia - Eu disse sorrindo.
- Justo - Ele pegou os pratos e foi pra pia. Ficamos conversando enquanto ele lavava as coisas.
- E agora? - Ele se virou, secando as mãos no pano de prato.
- Você disse que ia me entreter... - Falei safada.
- A gente podia jogar xadrez - Ele falou empolgado, zoando da minha cara.
- Claro. Adoro jogar xadrez - Eu respondi sem empolgação, enquanto ele se aproximava de mim.
- Ou então - Ele aproximou os lábios dos meus, sem tocá-los - A gente pode conhecer melhor o quarto.
- Eu fico com a segunda opção - Passei os braços pelo pescoço dele, trazendo-o pra mim, finalmente unindo nossos lábios. Fomos nos beijando com calma, ele me empurrando levemente, me guiando até o quarto. me deitou na cama, sempre com aquela urgência delicada só dele, não sei como ele consegue demonstrar sentimentos tão opostos dessa maneira. Ele deitou sobre mim e já foi tirando a minha camiseta do Busted. A dele, do The Goonies, foi parar em algum lugar próxima a ela. Ou não, não prestei atenção nisso. Ele passou os dedos pela rendinha do meu sutiã, me arrepiando toda. Eu tentei tirar a calça dele, mas não estava conseguindo abrir o botão daquilo. acabou se irritando, rolou para o meu lado e tirou ele mesmo a calça. Eu fiz o mesmo com a minha e rolei para cima dele. deu um sorriso travesso ao olhar para os meus seios. Rapidamente, tirou o meu sutiã e continuou encarando-os, me deixando com vergonha.
- Pára - Eu sorri me curvando um pouco, visivelmente envergonhada. Ele apenas sorriu, me puxando para perto de seu corpo, unindo nossos lábios. Ele aproximou a boca do meu ouvido e os seus dedos corriam do meu quadril para cima.
- Você é perfeita - Ele passou os dedos pela curva dos meus seios, me arrepiando. Eu perdi o fôlego por alguns instantes e fechei os olhos involuntariamente.
Ele girou, voltando a ficar sobre mim, nos beijamos por um tempo, pode ter sido alguns minutos ou uma hora, não faço a menor idéia. tirou a sua cueca com as pernas e logo seus dedos já estava na barra da minha calcinha, mas ao invés de tirá-la, ele enfiou a mão lá dentro. Ele continuava me beijando enquanto movimentava seus ágeis dedos em mim. Eu torcia as minhas pernas de prazer e quando meu corpo se arqueava levemente. Os lábios de passaram dos meus para o meu pescoço e ele tirou a minha calcinha, me penetrando. Gemi alto e ele correspondeu com um gemido abafado. me penetrava com um ritmo forte e eu respondia no volume de gemidos. Ele enterrou o rosto em meu pescoço e eu sabia que aquelas marcas iam durar dias. Eu arranhava as suas costas levemente e ele continuava a aumentar o ritmo, logo estávamos exaustos. se levantou pra ir ao banheiro e eu aproveitei pra vestir a minha calcinha e a camisa dele. Peguei o meu iPod na mochila e as caixinhas e o montei na cabeceira da cama, voltando a me cobrir.
- Onde você jogou a minha camisa? - perguntou, vestindo a sua cueca.
- Eu to usando - Dei um sorriso bobo.
- Eu sabia que deveria ter trazido o dobro de camisas - Ele riu, abrindo a própria mochila e puxando uma camiseta.
- Caiu um negócio aí - Eu falei, apontando com a cabeça a caixinha que havia caído da mochila dele.
- Ah - Ele sorriu e pegou a caixa. Vestiu a camisa e a trouxe para a cama consigo.
- O que é isso? - Perguntei curiosa.
- É pra você - Ele abriu a caixa e eu vi um anel minúsculo. O peguei na mão e abri um sorriso.
- Let the walls break down - Eu li o que estava gravado do lado de fora do pequeno anel, reconhecendo o trecho de Walls, a nossa nova música.
- Eu queria que fosse Take off you shirt, your shoes, those skinny jeans I bought for you, mas não coube - Ele riu safado e eu gargalhei em resposta.
- Er, isso não vai caber no meu dedo - O anel era minúsculo, caberia no meu dedo mínimo, mas nem a pau que eu ia usar um anel no mindinho.
- Acho que seus pais iriam reparar se vissem você usando um anel assim, né? - Ele pegou o anel da minha mão e o colocou numa correntinha prateada que também estava na caixa, transformando-o num pingente super fofo - Eu sei que não posso pedir pra você ser só minha, eu sei que você tem a sua vida e eu não me importo se você quiser ficar com outros caras - Ele colocou o colar em meu pescoço - Quer dizer, eu me importo, mas, bom, eu não posso te impedir. Ah - Ele rolou os olhos e coçou a cabeça - O que eu quero dizer é: Se você quiser sair com outros caras, eu não posso fazer nada, mas saiba que eu sou, oficialmente, homem de uma mulher só. Você - Ele completou, como se eu não tivesse entendido. Na verdade eu estava assustada, , o meu primo pegador, estava abdicando dessa vida. Por mim. Isso era tão não ele.
- Isso é tão não você - Eu disse, com um sorriso desconfiado, pegando o anel na mão.
- Eu sei! - Ele arregalou os olhos - Mas eu to mudando, quebrando as paredes, acho que posso ser um melhor - Ele sorriu orgulhoso.
- Você é o melhor - Eu disse, segurando o seu rosto entre minhas mãos. Começamos a nos beijar novamente, havia acabado de deitar sobre mim quando One For The Radio começou a tocar junto com Here Goes Nothin' e eu parei por um segundo para tentar entender, quando me toquei que era o meu celular tocando junto com o iPod.
- Merda - Eu falei, empurrando pelo peito - Esqueci de ligar pros meus pais - Pulei da cama e fui até a minha mochila, puxando o meu BlackBerry do bolso - Alô? - Andei para a sala e sentei no sofá.
- Filha? - Minha mãe parecia ligeiramente irritada, eu sempre esquecia de ligar quando ela pedia.
- Oi mãe - Eu respondi, fechando os olhos, sabia que ela ia me dar um esporro.
- Você esqueceu de me ligar!
- É que a gente chegou aqui e - Eu estava bolando alguma história na minha cabeça - a casa tava uma bagunça e depois a gente foi pra praia e eu acabei esquecendo.
- Tá, tá, tudo certo ai?
- Aham, eu ligo quando estiver indo embora amanhã.
- Não esqueça!
- Beijo mãe - Nem esperei a resposta dela e desliguei. chegou logo depois e se deitou no sofá, com a cabeça no meu colo. Ele pegou o controle da TV e começamos a ver Almost Famous, eu sou apaixonada por esse filme.
- To com fome - soltou, quando o filme terminou.
- A gente almoçou não faz nem--
- Sete horas - Ele me interrompeu.
- SETE HORAS? - Eu gritei, não era possível.
- Sim, estamos aqui há sete horas - Ele piscou pra mim. Eu me senti uma idiota, tendo o só pra mim, eu tava lá vendo filme. Tudo bem que era um filme que eu adorava e que tinha sido divertido assistir enquanto fazia cafuné nele, mas eu podia estar fazendo coisa melhor, if you know what I mean.
- Acho que a gente podia jantar fora - Ele sugeriu, me tirando dos meus pensamentos pervertidos. Eu concordei, fugindo da tarefa de cozinhar novamente - Tem uma pizzaria ótima aqui - Ele se empolgou e eu o segui de volta para o quarto.
Nós dois entramos no banho e ele continuou encarando os meus peitos, como pode ser tão tarado? deu um sorriso como se pudesse ler os meus pensamentos e me pressionou contra a parede fria do banheiro, me beijando enquanto apertava a minha coxa. Eu gemi e pude sentir um sorriso se abrir nos lábios dele, em meu pescoço. A mão direita dele, que estava no meu rosto, desceu por todo o meu corpo, parando na minha coxa. Eu o empurrei, fazendo sair do chuveiro, apesar de estarmos molhados, não sentíamos frio. Eu o sentei no tampo do vaso sanitário e me sentei sobre ele, já nos encaixando. Eu me movimentava com rapidez, enquanto puxava o cabelo dele próximo a nuca e ele beijava os meus seios, me excitando ainda mais. Inclinei minha cabeça para trás, me movendo mais rápido, sentindo as mãos de apertarem a minha cintura, tudo o que se ouvia eram o barulho da água correndo no chuveiro e minha voz gemendo o seu nome. Quando terminamos, ele me puxou pelo pescoço, unindo nossos lábios. Ele me olhou, sorrindo e eu sorri de volta. Ele me levantou, me trazendo em seu colo de volta para o chuveiro. Terminamos o nosso banho e fomos nos vestir, me amaldiçoei por não ter levado nenhum vestido além do que havia usado na noite anterior. Coloquei a minha skinny jeans vermelha e uma camiseta de botão, gola polo e mangas bufantes. She's so lovely do Scouting For Girls começou a tocar e eu estava cantando com a escova de cabelo e dançando como uma criança enquanto terminava de me arrumar, quando vi parado na porta do quarto, me observando.
- Que susto! - Eu disse, tentando disfarçar.
- Bela coreografia e a música combina com você - Ele disse rindo e eu só rolei os olhos, sorrindo - Mas eu to com fome, vamos?
- Eu só tenho que colocar meu tênis - Sentei na beirada da cama, que continuava desarrumada, e amarrei o meu Nike Dunk. Aproveitei para analisar o figurino do meu priminho. Ele vestia uma camisa branca, um casaco de moletom vermelho, com bolso canguru e capuz, com o zíper fechado até a metade e uma jaqueta preta por cima de tudo, aberta.
- Cadê seu casaco? Tá bem frio lá fora, nem parece verão.
- Aqui - Peguei meu trench coat roxo e o amarrei me sentindo aquecida.
- Vamos? - Ele estendeu a mão para mim e nós entrelaçamos nossos dedos, saindo da casa. Pegamos o carro e em cinco minutos estávamos na pizzaria. Pegamos uma mesa perto do forno, para aproveitar o calor dele. Fizemos o nosso pedido e vi que não parava de olhar para os lados.
- O que foi? - Eu coloquei a mão sobre a dele, que estava na mesa, mas ele retirou a sua, delicadamente.
- Tem uns amigos da família por aqui - Ele disse, inclinando a cabeça suavemente para indicar a mesa. Olhei para a direção e vi uma mulher olhando pra mim, assim que nossos olhares se cruzaram, ela abriu um sorriso e acenou. Eu não fazia idéia de quem ela era, mas sorri abertamente e pisquei para a menininha que estava me encarando na mesa. virou e acenou para eles também. Nossa pizza chegou em seguida, então nós nos concentramos em comer.
- Quem são eles? - Eu perguntei.
- Vizinhos. Tem um filho da nossa idade que costumava me ajudar a te enterrar na areia, lembra?
- Bryan? - Fiz uma careta ao lembrar daquele pentelho.
- Ele mesmo. Bom, eu vou ao banheiro - se levantou, me deixando sozinha à mesa. Eu estava ouvindo a péssima música ambiente e pedindo mais uma batida de morango, quando um garoto, loiro de olhos verdes se aproximou e sentou na minha mesa.
- Hey zinha! - Ninguém desde os meus 10 anos me chama de zinha e sai vivo pra contar a história, mas eu estava disposta a dar uma chance pra esse cara, ele era bonito demais pra morrer.
- Heey - Eu fingi um tom de 'quanto tempo!'
- Você não lembra de mim! - Ele arregalou os olhos.
- Não mesmo - Eu gargalhei, culpa das batidas.
- Bryan - Ele sorriu apontando pra si próprio.
- Meu Deus, Bryan! Wow! Como você cresceu! - Eu não conseguia acreditar que o chato do meu vizinho tinha virado aquela coisa linda.
- Pois é, você sumiu, achei que não tinha conseguido se desenterrar! - Ele riu e eu o acompanhei.
- Você me traumatizou!
- Eu era uma peste, pode falar...
- Era mesmo - Eu sorri, tomando um gole da minha batida que havia acabado de chegar.
- Se eu soubesse que você ia ficar tão linda, eu teria me enterrado com você - É, ele me cantou desse jeito mesmo. Sorri super forçado - Mas então, o que te traz aqui?
- . Quer dizer, eu vim com ele.
- ? Onde ele está?
- Estava aqui agora mesmo! Ele já deve estar voltando!
- Acabei de chegar e minha mãe disse que você estava aqui! Vim dar um oi e te convidar pra ir numa festa, que tal?
- Ah, a gente ta indo embora amanhã.
- A festa é hoje! Estou indo pra lá depois daqui, vocês podem ir comigo.
- Festa? - voltou, olhando para o garoto loiro - Me diz como é que sempre tem festa por aqui quando eu venho? Você instalou um rastreador em mim, Bryan?
- Talvez - Ele sorriu de lado e eu tentei não babar muito - Mas então, vocês estão a fim de ir?
- Acho uma boa idéia - Eu disse, não sou de negar festas.
- Então tá - deu de ombros e sinalizou ao garçom, pedindo a conta.
- Legal - Bryan piscou pra mim e eu sorri de volta - Vocês podem ir de carro comigo.
- Eu vim de carro, a gente te segue - pagou a conta e eu vesti o meu casaco - Vamos então - Ele passou a mão pelos meus ombros e nós fomos para a saída, seguindo Bryan. Ele entrou em seu carro e nós entramos no nosso.

- Só faltou ele babar em cima de você - riu, seguindo o carro de Bryan.
- Sinto muito se eu tenho esse efeito sobre os homens - Eu falei, totalmente irônica, tentando passar o rímel nos meus cílios e não ficar cega. Ele balançou a cabeça negativamente, rindo, mas com a testa enrugada. Bryan estacionou na frente de uma casa onde era óbvio que estava rolando uma festa. A música alta, o cheiro de álcool e o clima de pegação estavam no ar, era uma típica festa de verão.
Assim que entramos na casa, o calor foi crescendo, abri o meu trench coat e já havia deixado a sua jaqueta no carro, ficando somente com o casaco de moletom. Bryan nos alcançou duas latas de cerveja e nos apresentou a algumas pessoas. Eu via todos aqueles casais se beijando e queria fazer o mesmo, mas havia me alertado no carro que ali estariam várias pessoas que conheciam a nossa família e poderiam falar algo para nossos pais.
- Mas dançar a gente pode? - Eu perguntei, fazendo bico.
- Poder pode - Ele fez careta - Mas eu não sou a melhor pessoa pra dançar.
- Dançar? - Bryan se aproximou perigosamente, me fazendo pular discretamente de susto - Vem , vamos dançar essa - Ele me estendeu a mão e eu a segurei, passando minha lata de cerveja para .
Fomos para a pista de dança improvisada ali e eu notei alguns olhares curiosos sobre nós, mas só um par de olhos me importava: os de . Ele acompanhou todo o trajeto que nós fizemos até ali. Eu sorri maliciosamente para mim mesma e comecei a dançar assim que Give Me Anything do The Maine começou a tocar. Colei meu corpo ao de Bryan e me movimentava ao ritmo da música, cada movimento altamente calculado para provocar . Bryan, alheio à situação, correspondia à minha dança, com um sorriso totalmente conquistador nos lábios. Ele estava se empenhando para me impressionar e eu estava gostando daquilo. A música mal havia acabado e Bryan foi buscar uma bebida para mim, já que minha latinha havia ficado com . Continuei dançando sozinha Can You Keep A Secret do The Cab quando senti uma mão apertando meu punho com certa força, me virei e vi ali.
- Aproveitando bastante? - Ele sussurrou no meu ouvido.
- Melhor agora - Sorri, passando o meu braço livre no pescoço dele e trazendo-o para mais perto de mim. soltou o meu punho e colocou a mão na minha cintura, sorrindo também.
- You wanna dance with me all night - Eu disse, a milímetros de distância dos lábios dele. Voltei a dançar provocando-o e sem tirar os olhos dos dele e era quem cortava o contato visual, acho que aquilo estava sendo mais difícil para ele do que pra mim. Fiquei de costas pra ele, com meu corpo colado ao dele, ainda dançando e ele mal se movia - Você realmente não dança?
- Se eu mover um único centímetro, vou acabar fazendo uma besteira.
- Faça - Eu o desafiei, com os lábios quase tocando os dele. Ele pegou a minha cintura e me puxou com força contra o corpo dele, me beijando em seguida.
A voz de Alex DeLeon ainda podia ser ouvida enquanto ele me beijava e eu retribuía com a mesma vontade. Pouco nos importava se alguém ali nos conhecia, se alguém ali sabia que éramos primos, se alguém ia contar para nossos pais. Eu queria e ele me queria e naquele momento era tudo o que importava.
Continuamos o nosso beijo e o toque dele me deixava atordoada, eu mal podia pensar. Na verdade, eu não queria pensar. Nós nos separamos e ele me olhou, eu podia ver o desejo nos olhos dele e sabia que ele podia ver o mesmo nos meus. Sem trocarmos nenhuma palavra, ele me pegou pela mão e saímos da casa, entrando no carro. Ele dirigiu em alta velocidade para a casa de praia e assim que chegamos lá dentro, recomeçamos do ponto em que havíamos parado na festa. Andamos aos tropeços, tirando os nossos tênis pelo caminho. Entramos no quarto e ele me deitou na cama, sem tirar os lábios de mim. Tirei a minha calça porque sabia que ele ia demorar uma vida pra puxar aquela skinny. Ele fez o mesmo e logo já estava sobre mim, tirando a minha camiseta. fez a mesma cara abobada e pervertida ao ver meus peitos. Eu rolei os olhos e puxei seu rosto para perto do meu, beijando-o novamente. Ele desceu, beijando o meu colo, pescoço e mordiscando levemente o espaço entre os meus seios. continuou descendo, tirando a minha calcinha e beijando a minha intimidade. Eu gemi alto ao sentir o seu toque gelado e entrelacei meus dedos em seu cabelo, puxando-o levemente. Ou não tão levemente assim. continuou a me lamber vagarosamente e eu me arqueava de prazer. Eu gemi baixinho e ele continuou no mesmo ritmo. Eu apertava os meus olhos e meus lábios com força contendo os meus gemidos. De repente ele parou e eu estava prestes a xingá-lo quando ele me penetrou. Eu mordi o lóbulo de e ouvi um gemido de volta. Continuamos a nos mover com intensidade e depois de vários rounds, ele caiu esgotado do meu lado. Eu me virei para ele, beijando seu pescoço e peito.
- - pegou o meu rosto com as duas mãos, me trazendo para cima - Você não se cansa nunca? - Ele sorriu pervertido pra mim e eu balancei a cabeça negativamente, mordendo o lábio. Ele bufou, rindo e eu desisti, sabia que ele estava cansado demais. Ele beijou minha cabeça e logo dormiu, eu fiquei o observando, pensando em como éramos irresponsáveis, mas como eu realmente não ligava pra isso. Perdida em meus pensamentos e fitando o meu primo adormecido e decidi que o melhor era fazer o mesmo.

Your secret's safe
(Seu segredo está a salvo)
And no one has to know
(E ninguém precisa saber)
I'm your getaway
(Eu sou sua fuga)
And a little bit more than you can take
(E um pouco mais do que você pode lidar)
I can make
(Eu posso fazer)
Everything feel so good
(Tudo ser tão bom)

I could have sworn
(Eu poderia jurar)
We danced right here tonight
(Nós dançamos bem aqui essa noite)
Come on and dance with me
(Venha e dance comigo)
Come on and dance with me, baby
(Venha e dance comigo, baby)
And don’t you know
(E você não sabe)
I'm just here tonight?
(Que eu estou aqui esta noite?)
You wanna dance with me
(Você quer dançar comigo)
You wanna dance with me all night
(Você quer dançar comigo a noite toda)
Nobody there will ever see your eyes
(Ninguém nunca irá ver seus olhos)
Don’t talk, don’t walk
(Não fale, não ande)
Just the two of us
(Somente nós dois)
Dance with me
(Dance comigo)
Dance with me
(Dance comigo)
Come on and dance with me
(Venha e dance comigo)
Dance with me, baby
(Dance comigo, baby)

Can You Keep A Secret? - The Cab


Three - Good Feelin'


Na manhã seguinte, acordei e não estava na cama, fui ao banheiro e tomei um banho, indo atrás dele em seguida. Cheguei à cozinha e ele estava ouvindo Good Feelin' do The Story So Far no meu iPod nas caixinhas. Eu parei um segundo pra admirar o meu priminho em sua samba-canção, rebolando enquanto fazia sanduíches. Aquilo era a minha idéia de paraíso. Fiquei ali, ouvindo-o cantarolar a música.
Me aproximei dele, dando um tapinha na bunda dele quando a música acabou, assustando-o.
- Bela coreografia e a música combina com você - Eu imitei a sua fala na noite anterior - Mas eu to morrendo de fome!
- Eu to fazendo sanduíches, quer me ajudar?
- A comer? Claro - Eu me sentei no tampo da pia, enquanto ele continuava a montar os sanduíches.
- Que horas você quer ir? - Ele me perguntou, sem tirar os olhos do prato.
- Acho que a gente podia sair umas três, ai você não precisa dirigir à noite.
- Eu não me importo de dirigir à noite - Ele levantou os olhos, fazendo uma careta pra mim.
- Bom, então você decide - Dei de ombros, mordendo um sanduíche.
- Você tem algum compromisso?
- Só aquele brunch de amanhã, minha mãe vai me fazer acordar cedo pra me arrumar, o que é ridículo, já que um brunch é mais tarde, a gente deveria poder aproveitar mais tempo na cama.
- Okay, a gente sai daqui às quatro horas.
- E isso nos dá mais quantas horas aqui?
- Umas quatro...
- Certo. E o que a gente vai fazer agora?
- Podíamos dar um pulo na praia.
- Por que você ignora o fato que eu odeio praia?
- Eu não sei como alguém pode odiar praia! Tem água e areia e sol e todas as coisas legais do verão!
- Eu odeio verão, odeio praia e principalmente, odeio areia.
- Tá, então você fica aqui vendo TV enquanto eu vou dar um mergulho - Ele saiu da cozinha levando um sanduíche e indo para o quarto. Eu arregalei os olhos, sério que ele ia me deixar plantada ali? Fui para o quarto e o vi só de bermuda, com uma toalha nas costas. Ele ia mesmo me deixar ali.
- Espera, vou colocar meu biquíni - Falei visivelmente emburrada.
- Você não precisa ir - Ele rolou os olhos, sabia que no fundo ele estava saltitando de felicidade, aquele idiota.
- Eu. Quero. Ir - Entrei no banheiro batendo a porta e coloquei o meu biquíni. Ele era frente única roxo com listras rosas e a parte de baixo era rosa. Coloquei um short jeans e uma blusa branca do Arctic Monkeys que caía pelos meus ombros, deixando a alça do meu biquíni de fora. Não havia levado nenhuma sandália então estava descalça. Coloquei o meu wayfarer vermelho na cabeça e saí do banheiro, estava sentado na cama. Ele parou o seu olhar alguns minutos em minhas pernas e eu me aproximei, dando um tapa na cabeça dele.
- Levanta, seu idiota - Eu ri, pegando uma toalha pra mim também.
levantou e eu segurei a sua mão. Ele a apertou de volta e nós fizemos o curto caminho do quarto até a porta de saída assim, depois, quando saímos, ele me soltou. Sério, de todas as coisas que um relacionamento como o nosso pode trazer, a que eu mais odeio é o fato de que eu mal posso tocá-lo, exceto quando sabemos que não tem ninguém de olho. Era óbvio que eu estava caída por ele e eu esperava que fosse recíproco então qual era o problema? Nós não estávamos machucando ninguém, não estávamos tentando provocar ou chocar ninguém, só queríamos ficar juntos, sem ter que nos esconder, sem ter que fugir. Porque eu fugiria se fosse necessário, pra um lugar onde ninguém pudesse nos alcançar. Eu abaixei meus óculos e entrelacei o meu braço com o de , ninguém poderia achar suspeito isso, podia? Ele sorriu fraco pra mim, será que estava pensando na mesma coisa? Será que ele estava cansado? Será que ele ia retirar tudo o que havia dito na noite anterior? Ao pensar nisso, senti o colar que ele havia me dado pesar dez vezes mais em meu pescoço e um nó em minha garganta.
- ? - Ele perguntou, me tirando dos meus pensamentos.
- Oi.
- Tá tudo bem?
- Tá - Sorri fraco e olhei para o mar em frente a nós, estávamos a metros da praia. Atravessamos a rua e paramos no calçadão.
- Espera aqui - disse, se soltando de mim e indo até a areia. Ele colocou a sua toalha na areia e voltou até mim com um sorriso travesso nos lábios. Antes que eu pudesse perguntar algo, ele me pegou no colo e me levou até a toalha.
Eu queria beijá-lo. Tudo o que eu fiz foi apertar minhas mãos, reprimindo o meu desejo.
- Obrigada.
- Eu vou dar um pulo na água, você quer vir ou vai ficar ai?
- Vou ficar - Abri a minha bolsa e levantei um exemplar do O Mágico de Oz.
- Eu não acredito que você trouxe um livro pra cá! - Ele fez uma cara nada falsa de indignado.
- Não, não trouxe - Eu levantei as mãos em sinal de rendição - Ele tava lá na casa, acho que é da Lou.
- Hm - Ele murmurou, me deu um beijo na bochecha e foi para o mar. Meu celular tocou logo que eu comecei a ler e eu logo o apanhei. Era uma mensagem de texto.

Hey bitch
Como tá a lua de mel?
Vocês estão se protegendo, né?
Quero detalhes
Xxx
.

Dei um sorriso pervertido em direção ao mar e digitei a resposta para minha amiga.

Hun,
Uma palavra:
INCRÍVEL
Detalhes no brunch
Você vai, né?
Xxx

PS: é óbvio que a gente ta se cuidando


Antes que eu pudesse ler mais um parágrafo, o celular voltou a apitar.

Não vou ao brunch, sorry
O Kyle me ligou e me chamou pra sair
Acho que não terei condições de aparecer lá na segunda-feira
Parece que você não é a única que vai ter coisas pra contar...
Terça-feira?
Xxx


Eu gargalhei com a resposta de , aquilo era a cara dela. Respondi a mensagem dela com um simples 'Terça-feira então' e digitei uma mensagem pra Penny.

Ms. Lane
Pronta pro brunch amanhã?
A nos trocou pelo Kyle
Mas você vai, né?
Xxx


Voltei a ler o livro e nada da resposta da Penny. Depois, acabei me perdendo na estrada de tijolos dourados e esqueci dela. saiu da água e veio todo molhado pra perto de mim.
- Ah, perímetro de segurança! - Eu demarquei uma área imaginária para fugir dos respingos dele. Estendi a minha toalha já que eu estava sentada sobre a dele.
- Quer alguma coisa? - Ele perguntou, secando o cabelo.
- Um beijo - Eu falei, sem tirar os olhos do meu livro.
- Algo que eu possa te dar - Ele falou meio sério e eu o olhei. estava com uma cara meio chateada, como se fosse culpa dele.
- Desculpa - Eu murmurei tirando os meus óculos.
- Não é sua culpa. Nem minha. Que merda.
- Cara, quem é você e onde tá o meu primo pegador e sem sentimentos? - Eu ri tentando descontrair.
- Você que deveria saber! Ele estava bem aqui antes de você chegar! - Ele entrou no clima e logo nós estamos rindo como sempre. Vimos Bryan e alguns outros rostos que eu já não reconhecia da noite anterior chegando à praia. Eles deixaram as coisas perto de nós e foram para a água surfar. Eu olhei pra lembrando-o do nosso beijo na noite anterior.
- Relaxa, acho que ele não viu - me empurrou levemente com o ombro. Mentira. Eu sabia que era mentira, ele sabia que era mentira, metade da festa tinha nos visto, com certeza absoluta. Se Bryan não havia visto, com certeza alguém contaria - E se ele viu - Ele começou, provavelmente notando que eu não havia caído na dele - Duvido muito que ele vá comentar algo.
- A gente pode ir? Eu digo, pra casa - Eu estava com um sentimento muito estranho, queria sair dali antes que Bryan e seus amigos saíssem da água.
- , sério, ele não vai falar nada.
- Eu cansei , quero voltar - Eu olhei no visor do meu celular e vi que ainda era uma da tarde - A gente podia ir pra sua cidade, a tá lá com o Kyle e a gente podia encontrar eles, ou o Sean e os meninos. Só me tira daqui, por favor.
Arrumamos as nossas coisas e meia hora depois já estávamos na estrada. Eu encostei a minha cabeça no banco e fechei os meus olhos.
- Calma , a gente já ta indo - colocou a mão em minha perna - Não tem motivo pra você se preocupar, ta tudo certo - Ele ligou o CD player e o CD que eu havia gravado ainda estava ali. Começou a tocar Give Me Anything e ele pulou a faixa e voltou a se concentrar em dirigir. tentou puxar vários assuntos, mas eu estava muito chata pra qualquer coisa. Depois de uma hora de viagem é que conseguimos manter uma conversa legal. Mandei uma mensagem para , falando que estava na cidade, mas ela não me retornou. Resolvemos então ligar para os meninos. falava pelo celular com , o bonitão engraçado, combinando uma tarde de Guitar Hero na casa de Sean, antes mesmo de falar com o próprio. No fim das contas, estávamos todos na casa de Sean, exceto ele, que estava com Alice no cinema. Jogamos Guitar Hero o resto da tarde, o ganhou de todos nós, como ele fez questão de lembrar durante todo o dia. Depois, eu sugeri jogarmos NHL pronta pra chutar a bunda de todos eles e quase o fiz, mas pra variar, o nerd do me venceu.
- Tem algum jogo que você não vença? - Eu choraminguei, cansada de perder para em todos os jogos que tínhamos jogado.
- Não - Ele sorriu, me dando um selinho. Como era bom não ter que me esconder, quer dizer, pelo menos não de , Lew e Joey.
- Há quanto tempo vocês estão juntos? - Lew perguntou enquanto e Joey recolhiam as latinhas de Coca-Cola que tinham sido consumidas durante a tarde.
- Acho que uns três ou quatro anos que a gente fica nas férias - disse fazendo uma cara de 'O que você tem com isso' para Lew.
- Mas sério mesmo, começou há uma semana - Eu completei.
- Legal. Bem que eu notei que o tá diferente. Ele anda mais, sei lá, mais bobo que o normal, ele viaja muito às vezes.
- Ah, cala a boca - deu um sorriso tímido e jogou qualquer coisa no Lew.
- Quase que eu fiquei com ciúmes, mas agora que eu te conheço e sei que você é uma garota bacana, vou deixá-lo ir - Ele juntou as mãos no peito. Gay. Eu ri da encenação de Lew e me sentei no colo de .
- Seis horas, acho melhor eu ir - Falei pegando o meu celular - Vou ver se a está por aqui, ela pode me dar uma carona.
- Eu te levo - beijou o meu ombro - Aproveitamos pra combinar alguma coisa.
- Então tá, vamos? - Me levantei sorrindo.
- Indo embora sem dar tchau? - chegou com as mãos na cintura.
- Claro que não - Eu fui na direção dele e lhe dei um abraço. O cheiro dele era muito bom. Abracei Joey e Lew em seguida, ambos igualmente cheirosos, e segurou a minha mão, acenando para os amigos.
- Limpem tudo ou o Sean vai ficar reclamando - Ele disse enquanto nós saíamos.
- Ah legal, ele fica com toda a diversão e nós que temos que limpar - Joey gritou lá de dentro, nos fazendo rir.

Já estávamos na porta da minha casa quando perguntou quando nos veríamos novamente.
- Eu to livre a partir de quarta-feira - Eu disse, dando ombros.
- Quarta eu tenho ensaio da banda...
- Legal e eu posso ir? Juro que fico quietinha!
- Okay, quinta-feira é a festa de aniversário da Alice e sexta-feira a gente vai tocar num outro pub por lá, você podia ficar lá em casa até o domingo, aposto que seus pais deixariam.
- Sábado tem festa aqui, mas acho que posso ficar até sexta-feira, vou falar com eles e te ligo – Beijei-o na bochecha e ele ficou me encarando por um tempo. Apertou a minha mão e pegou o pingente em meu pescoço.
- Vou sentir saudades.
- Eu também - Eu o abracei, ou o melhor que pude chegar perto disto, e guardei aquele momento pra mim. Desci do carro com a mochila nas costas, ele esperou que eu entrasse em casa para sair com o carro. Gritei um 'to em casa' para meus pais e fui pro meu quarto. Eram sete horas da noite e eu não tinha nada pra fazer. Resolvi escolher a roupa para o brunch no dia seguinte, isso me daria alguns minutos a mais na cama.
Coloquei o iPod pra ligar e Good Feelin' começou a tocar, me fazendo lembrar do meu fim de semana, que estava chegando ao fim. Fechei os olhos, com um sorriso nos lábios. Ainda cantarolando e ouvindo a voz de Nathan Hurley, fui escolher a minha roupa. Peguei um vestido lápis, que era vermelho, com uma faixa preta marcando o busto. Finalmente usaria o colar e os brincos de pérolas que minha mãe me deu. A busca pelo vestido havia durado uma hora, depois de provas e olhadas no espelho, eu estava cansada e só de olhar a bagunça na minha cama me desanimava.
Comecei a guardar tudo quando minha mãe veio me chamar para jantar. Eu não quis comer e ela nem se importou, deve ter ficado muito feliz ao notar que eu estava possivelmente interessada no tal brunch.
Desfiz a minha mochila, jogando as roupas para lavar, foi ai que vi a blusa de meu primo no meio das minhas coisas, devo ter guardado por engano. Deixei a camisa em minha cama e fui para o banheiro. Tomei um banho, vesti uma calcinha e a blusa dele. O cheiro de tão próximo de mim quase me fez acreditar que ele estava lá. Quase. Me abracei, tentando preencher o vazio que sentia, e adormeci.

I've got that something inside
(Eu tenho algo por dentro)
And I feel so alive
(E eu me sinto tão vivo)
I get this good feeling when you're around
(Eu tenho essa sensação boa quando você está por perto)
I wanna take you some place we can't be found
(Eu quero levar você a um lugar que não podemos ser encontrados)
I get this good feeling when you're around
(Eu tenho essa sensação boa quando você está por perto)
And I hope this good feeling lasts
(E eu espero que essa sensação boa dure)

It's getting late
(Está ficando tarde)
Your body's next to mine
(Seu corpo está perto do meu)
No better wait to spend my time
(Melhor não esperar para curtir meu tempo)
That it makes me feel
(Que isso me faz sentir)
That this can't be real
(Que isso não pode ser real)

Good Fellin' - The Story So Far


Fim.




N/A: Quem já ta com saudade do Quinny sedução? Eu quero o de verdade, comolidar? E não, eu não o divido com ninguém além da Queen Jessie, ficadica, haha.
xxx

N/B: Oi gente! Tudo bom? Só passando pra avisar/pedir que se vocês encontrarem algum erro, seja ele qual for, me enviem um e-mail [paulabrussi@gmail.com], ou um tweet indicando o erro e o nome da fic. Lembrando que é para enviar para mim, e não para o site. Um beijão pra todas, e obrigada! =]



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