Saiu apressada do salão de desembarque do aeroporto, carregando uma mochila sobre os ombros e uma mala de rodinhas passando pelos pés de todos que se opuseram ao seu caminho. Procurava os cabelos que sentia tanta falta no meio da multidão, mas nenhum pertencia a pessoa que devia estar lá. Foi até o café do aeroporto e pediu um suco para beber em quanto o esperava, não tentando esconder sua decepção ao ver que ele não viera buscá-la no aeroporto como prometido. Estava sendo assim desde que e os meninos tinham finalmente assinado com uma gravadora importante. Obviamente, ela tinha ficado e ainda estava muito feliz e extremamente orgulhosa do namorado. Era o sonho da vida dele. E a partir do momento que se passa a amar alguém, os sonhos dela passam a ser seus também, não é o que dizem? A alegria, a felicidade, a tristeza também. Como se fossem duas pessoas unidas por um só coração. Suspirou, enquanto mexia debilmente a colherzinha dentro do copo do suco, observando o líquido absorver os grãos de açucar. Se controlou para não chorar, mas era extremamentre sensível. Será que estava realmente tão ocupado para não dar um telefonema para ela? Um 'Amor, não vou poder te buscar, espero que tenha um bom voo' teria sido bom. Abriu a bolsa e tirou uma pequena embalagem de lencinhos da mesma, deixando cair um papel dobrado do seu interior. Era o bilhete que havia deixado na geladeira no dia que ela tinha pego o voo. 'Vai ser a pior semana da minha vida, como vou dormir sozinho naquela cama imensa sem seu corpo pra abraçar?' Para variar, ele teve que sair cedo e não quis acordá-la para se despedir. Guardou-o de volta na bolsa e começou a puxar um lenço da embalagem quando sentiu uma mão apertar seus ombros.
'Não chora por minha causa, por favor.' Ouviu a voz dele e se virou. Os cabelos estavam desgrenhados, como se ele estivesse correndo ou tivesse dirigido com a janela aberta, o que era mais provável. Fungou, para parar de chorar e desabou em cima dele. Ele a abraçou de volta, com toda força que podia, e se sentiu mal ao ouvi-la chorar, mesmo o som sendo abafado por ela estar com a cabeça no seu pescoço. Quando se separaram, ele sentiu uma dor no peito, mal por tê-la feito chorar. Tinha vontade de se jogar do alto da London Bridge por ser um namorado tão ruim. Só a desapontava. Era pra ser um momento mágico no relacionamento deles agora que tinha um contrato. As coisas deviam ser mais fáceis!
'Senti tantas saudades.' Ela sussurou enquanto dava um beijo na bochecha dele. Ela era assim. Nunca conseguia ficar brava com ele, e era isso que mais o incomodava. Ele queria que ela gritasse, batesse nele, qualquer coisa, pra fazê-lo se sentir culpado. Mas ao invés disso, ela o beijava!
'Me desculpe... eu...'
'Só vamos para a casa, .' Ela pediu, não querendo prolongar o assunto. Ele concordou e pegou a mala dela, seguindo para o carro. A viagem foi silenciosa, apesar da música que tocava no rádio. observava as ruas passando com o rosto escorado na janela e se concentrava em dirigir. Chegaram, finalmente, na casa que dividiam.
'Anda nevando bastante por aqui.' falou para tentar quebrar o gelo. Irônico que o único assunto que achou fosse a neve.
'Eu gosto quando neva. A casa parece um chalé. E a gente pode acender a lareira e comer biscoitinhos enquanto conversamos.' Ela sorriu. deu um beijo na testa dela e seguiram para o aconchego da casa. Ela subiu diretamente para o banheiro para tomar um banho bem quente. Quando saiu, já de pijama, a esperava na cama com uma mesinha cheia de coisas para comerem.
'Fiz chocolate quente.' Ele indicou a garrafa.
'E meus biscoitinhos?' Ela perguntou enquanto sentava e puxava o edredom para o corpo.
'Aqui. E eu fiz o nariz dessa vez.' Ela olhou para o prato, onde vários biscoitinhos redondos repousavam. Ela dizia que biscoito bom tinha carinha, e fazia colocar confeitos em cima, para fazer os olhos, boca e nariz.
'Você está tentando comprar meu perdão com comida?' Ela perguntou brincalhona.
'Não. Prefiro comprar com outras coisas.' Ele fez uma cara de safado.
'NÃÃÃO. Quero comer agora. Os biscoitos. Não você.' Ela falou.
'Eu... queria explicar porque cheguei atrasado.' Ele começou. Lembrou do dia em que ela havia viajado. A primeira coisa que fez foi ir a joalheria encomendar os anéis. Ele devia ter ido buscá-los no dia anterior, mas se atrasou e a loja fechou. Hoje, antes de ir buscar no aeroporto, tinha passado na joalheria, mas a atendente, mentalmente incapacitada, trocou os anéis e ele só percebeu quando já ia para o aeroporto. Voltou correndo a tempo de destrocá-los e então voltou correndo para o aeroporto. No caminho, levou uma multa.
Não tinha idéia de como prosseguir, mas ao ver ela ali, com um bigode de leite, a inspiração veio.
'Esquece isso .' Ela segurou a mão dele. 'Você sabe que eu choro por tudo. É que eu fiquei uma semana sem te ver e quando não te vi lá me deu uma angústia horrível. Como se eu não fosse importante pra você.' Disse.
'NÃO!' praticamente gritou quando ouviu as palavras saírem da boca dela. 'Pelo contrário, eu me atrasei porque...' Ela colou a boca na dele. Ele correspondeu ao beijo que tanto sentiu saudade. Um beijo cheio do amor dos dois, misturado a saudade e ao carinho. A agarrou pela cintura e a colocou no seu colo, recomeçando a beijá-la. Logo, a comida e as roupas deles estavam no chão, enquanto eles se amavam na cama.
*
', você vai ficar comigo pra sempre?'
'Vou'
'Vai me dar beijo na barriga quando a gente acordar?'
'Vou.'
'Vai gritar que nem uma louca quando eu deixar a toalha molhada na cama?'
'Com certeza.'
'Vai me amar sempre assim, que nem agora pouco?'
'Talvez' Levou beliscão dele.
'Vai ficar lindinha assim pra sempre?'
'Não.' Ela se sentou. 'Um dia vai tudo cair, amor.' observou os traços da menina, seus cabelos embaraçados, os olhos brilhando.
'Vem, me abraça que tá frio.' Ela voltou a se deitar, passando um dos braços pelo corpo dele e encostando sua cabeça em seu peito.
'Eu te amo tanto, .'
'Eu te amo demais, . Desde a primeira vez que te vi.'
'Eu estava horrenda aquele dia, !'
'Você estava linda. Eu lembro, eu estava sentado no banco da praça comendo um cachorro-quente, aí você passou, parecendo um bolinho, cheia de casacos, uma touca de coelhinho e cachecol.'
'E você começou a rir da minha cara, seu idiota!' Ela deu um tapinha no peito de .
'E a machona aqui veio pra cima de mim, vê se pode!' Eles riram. 'Nossa, eu lembro até hoje: "Se você não calar essa boca eu enfio essa salsicha no seu rabo!"' disse, fazendo uma voz esganiçada de mulher.
'Foi mesmo. Mas teve seu lado bom... não acha?' Ela ficou em cima de , com um braço de cada lado do corpo dele, olhando fundo em seus olhos. Se olharam por longos minutos, sorrindo bobamente.
'Eu quero ficar com você pra sempre.' Ele suspirou. Nunca tinha se sentido tão apaixonado antes. Todos caçoavam dele e de seu amor desmedido por . Nem ele mesmo entendia, mas era tão forte, tão bom! 'Você acha que vai aguentar viver ao meu lado nessa loucura? Paparazzis, festas de rockstars, turnês, gravação de discos... Acha que vai?'
'Se você prometer que vai sempre voltar pra mim no final, eu aguento.' Ela fazia carinho no tórax dele. E cada vez mais, a certeza se apoderava do corpo de . Ele percebeu que a menina começava a adormecer lentamente, já estava com os olhos fechados. Quando sentiu que ela enfim dormiu, esticou o braço livre até a cadeira que estava ao lado da cama com seu casaco e tirou a caixinha de veludo vermelho. Abriu-a e tirou de lá dois anéis dourados, um deles com uma pedra azul encrustada. Pegou a mão dela delicadamente e colocou o anel no seu anelar, bem devagar para ela não acordar. Depois, pegou o maior, que não tinha pedra e colocou no seu dedo.
'Amanhã, quando você acordar, estará a um passo de ser a Sra. , e todo o seu esforço vai valer a pena, eu prometo.' Sussurou perto do ouvido dela. A abraçou fortemente e pouco depois adormeceu.
*
suava frio. Já era praticamente meio-dia e não tinha sequer notado o anel que misteriosamente apareceu em seu dedo no meio da noite. Ele já tinha se oferecido para lavar a louça para não estragar as unhas dela, na esperança dela perceber o anel, mas tudo que conseguiu foi um 'Acho que vou pintar minhas unhas de vermelho amanhã, o que acha?'.
'Amor, cadê o arroz?' perguntou, já tinha procurado em todos os ármarios.
'Hm, não está aí no lugar dele?' respondeu da sala.
'Não. Também não acho o açucar.' Disse. 'Aliás, eu não acho nada. Você fez compras enquanto eu estava fora? Eu deixei a lista do lado do telefone. Ela saiu da cozinha e andou com passos rápidos até o aparador, aonde estava o telefone e riu ao ver um papelzinho milimetricamente dobrado embaixo dele.
'Eu não sei de nada.' riu levantando os braços em sinal de 'Sou inocente.'
'Então nós vamos fazer compras agora!' disse animada. rolou os olhos. ELA TINHA QUE NOTAR O ANEL!
'Agora, ?' reclamou. Ela deu a volta no sofá que ele estava sentado e sentou no colo dele.
'Uhum. Vamos, vai ser divertido, prometo.' Ela fez um biquinho. a beijou e segurou as duas mãos dela, sentindo a pedra gelada em contato com sua pele.
'Certo, pega o casaco.'
*
'Eu gosto do sabor churrasco!' reclamou ao ver colocar o biscoito sabor presunto no carrinho. Estavam no Tesco, terminando de fazer compras.
'Leva os dois, ué.' Ela estendeu a mão para pegar o outro pacote e então, quando tocou no biscoito, repentinamente parou. se arrepiou. Era agora. Ela iria reparar. Ela olhou espantada para .
'Você lembrou de trazer o Visa?' Perguntou. sentiu que se estivesse transando, teria broxado.
'Trouxe.' Ela relaxou a feição, assentindo e jogando o pacote no carrinho. Estavam no corredor de laticínios quando reparou que não parava de mexer nos cabelos, enrolar as mãos e engolir saliva.
'Algum problema, amor?' Ela estendeu a mão (com a aliança, diga-se de passagem) para tocar a bochecha dele e acariciá-la.
'Nam, nenhum.' Ele riu fraco. 'Porque você não vai pegar as verduras enquanto eu pego as frutas?' Ela concordou e ele se afastou em busca das tais frutas. Precisava espairecer. Sim, uma hora ela ia perceber! Pegou as frutas que ela gostava, guardou-as numa embalagem plástica e foi a procura dela. Não demorou muito e achou ela examinando dois ramos de alface.
'Acho que já acabamos por aqui! Vou fazer bolo hoje.' disse sorrindo. sorriu junto: Se tinha uma coisa que ela sabia fazer bem, essa coisa era bolo. Ela poderia até fazer o bolo do casamento deles.
Se ela reparasse no anel, é claro.
Seguiram para fila, que se encontrava vazia. Começaram a colocar os produtos na esteira do caixa, juntos, e repararam que um casal e uma senhora de idade chegaram a fila. A moça do caixa começou a passar o código de barra dos produtos, um a um. Uma outra moça embalava tudo em sacolas plásticas com habilidade. tirou o cartão da carteira e entregou a , que estava mais próxima da máquina.
'Deu 114,89 libras.' A moça, cujo noma era Leslie, disse. 'Dinheiro ou cartão?'
'Cartão, por favor.' informou entregando-o a moça.
'Oh, é um anel muito bonito, senhora, se me permite.' A outra moça, que estava terminando de embalar as compas disse de repente. , que estava tirando fiapos do suéter preto, despertou do transe.
'Desculpe, anel?' perguntou intrigada.
'É, a sua aliança!' A moça do caixa comentou entrando na conversa. olhava atentamente para a expressão de . 'Realmente, Kim, é uma linda jóia.' Falou para a amiga empacotadora.
'Eu realmente...' olhou para sua mão rindo. Seus olhos se arregalaram quando viu a aliança com a pedra enorme cravejada. 'O que... como isso... Eu... eu não roubei, juro!' Ela levantou as mãos ao alto e olhou para em busca de apoio. Depois, num instinto, olhou para a mão dele e viu ali, uma aliança igual a sua, só que sem a pedra. '. Oqueestáacontecendoaqui?' Ela falou de uma vez, nervosa. virou pedra. Se seu peito não subisse e descesse com a sua respiração, ninguém acreditaria que ele não fosse uma estátua. Mas agora era a sua hora. A hora de tomar coragem e fazer as coisas direitos. Lembrou de todos os seus atrasos; das coisas ruins que já tinha falado para ela; das vezes em que a magoou; do jeito lindo que ela sempre sorria para ele e só para ele. Suas pernas tomaram vida própria e ele se aproximou. Em seguida, seus joelhos se dobraram sozinhos em direção ao chão. Ele estava ajoelhado.
'Ai, meu deus. Um pedido ao vivo.' Leslie vibrava, sussurando para moça que passava de patins pelos caixas oferecendo ajuda. olhava do anel para , e de para o alto, tentando procurar a equipe de produção do programa de pegadinhas.
'Eu, ...' começou, mas foi interrompido ao ouvir o que saia do alto-falante do supermercado. "Obrigada por comprarem no Te... (...) Certo, hm, peço a todos que estão em nosso estabelecimento que parem suas compras e se dirijam ao caixa 12, onde um pedido de casamento está acontecendo ao vivo. Eu disse AO VIVO! (...)"
'Não, que cara... , você pode por favor me explicar o que é isso tudo?' Perguntou arregalando os olhos. De repente, murmúrios, muitos murmúrios. olhou para o lado e quase começou a chorar quando viu o supermercado inteiro, incluíndo o pessoal do açougue, parados, observando ele. Ouviu também duas meninas cochicharem entre elas "É o do McFLY?"
'VAI EM FRENTE, CARA' Um homem, que segurava um pacote de pão em forma na mão gritou. Vários gritos de incentivos e ele se virou para de novo.
'.' Respirou fundo. Ela o olhava com a boca aberta e os olhos totalmente abertos, uma mão segurando a aliança na outra mão. 'Ok, isso não era bem o que eu estava planejando... Na verdade, eu não planejei nada. Eu... deixei rolar. Mas eu esperava que fosse algo mais... algo mais... não sei, qualquer coisa menos isso.' Ele olhou para os lados. Ele realmente estava no Tesco pedindo em casamento? 'Tá, deixa eu abreviar isso: Ontem à noite, enquanto você estava dormindo, eu coloquei a aliança nos nossos dedos' abriu a boca para falar algo. 'Deixa eu terminar, por favor. O objetivo era que você acordasse, visse a aliança, a gente se beijasse até morrer e... e, enfim. Mas, bem, eu esqueci o fato de você ser a pessoa mais lerda do mundo e que teve que criar essa confusão toda no Tesco para reparar no anel.'
'PORRA, CARA, PEDE LOGO.'
'Certo, eu... hm.' Ele olhou bem no fundo dos olhos dela e viu que ela estava chorando, mas permanecia muda. 'Eu falei demais e o mais importante esqueci. Eu sei que você sabe, mas eu não canso de repetir o quanto eu te amo. E o quanto eu gosto de dormir com você todo dia, e te ver do meu lado na cama toda noite. Do quanto eu nunca vou cansar do jeito que você me beija e de como você me trata. Você me faz sentir uma ótima pessoa, mesmo com todas as merdas que eu faço e digo. E eu sei que eu não sou o namorado mais perfeito do mundo, e que só tenho te magoado ultimamente. Mas eu estou disposto a mudar tudo, eu só...'
'.' Ela o interrompeu e sentiu os joelhos fracos. Se ajoelhou também, ficando da altura dele. 'Dá pra você calar a sua boca e me beijar?' Não teve tempo de interrromper: No instante seguinte colou seus lábios e eles foram ovacionados por todas as pessoas que ali estavam. Batiam palmas, gritavam. Parecia mais cheio agora: Quem chegava ia direto para o burburinho ver o que estava acontecendo. sentiu que estava chorando também. Não ligava se iam tachá-lo de gay, bibinha, ou o que quer que fosse. Ele ia ficar com ! ',' Ela chamou, desviando seus lábios rapidamente. 'Você é a pessoa mais devagar do mundo, não vou esperar você pedir: Sim, eu aceito.' Ela sorria, quase não se aguentando de felicidade.
'É para sempre, lembra?' perguntou. Agora não ouviam nada, a não ser o som das próprias vozes.
'Para sempre.'
Fim
N/a: (12/07/09)
OOOOOI :D
Espero que tenham gostado desta short. Na verdade, eu espero que principalmente um ser do mal chamado Bárbara, vulgo Bah, ou cão, tenha gostado, porque foi feita especialmente para ela! Feliz aniversário minha Fletcher predileta (Só porque é a única risos). Você sabe que eu te amo, e depois de tudo que passamos, nossa amizade só ficou mais forte!
As leitoras, espero que gostem, e se gostarem, que leiam minhas outras fictions!
E não esqueçam de deixar um comentário porque sou carente e ._.
beijos, e muiiiiiiitos boleides pra vocês. Se vocês entenderem.
risos.