We Know it's Never Simple
Escrita por Gabi Pereira
Betada por Lelen


Entrei no cemitério, ele cheirava a rosas e gente morta, andei até onde sabia que o encontraria. Segui esse caminho há uma semana, quando todos choravam a minha volta e eu apenas me lembrava de como era o sorriso dele. Cheguei à lápide uma semana depois do ocorrido, troquei as flores que tinham, colocando flores novas. Rosas amarelas.
- Acho seu sorriso tão maravilhoso nessa foto! Vou me lembrar dele pra sempre! – Disse passando a mão na foto. Sentei ao lado da lápide dele. , meu namorado/marido que havia me deixado há apenas uma semana. – Fiz uma carta pra você amor, espero que goste. È sobre aquele dia sabe? O que você me deixou, é triste eu sei, mas você precisa saber como eu me senti. – Tirei uma folha de papel da bolsa, assim que comecei a ler, lágrimas começaram escorrer no meu rosto.

"...
Essa foi a noite de sua morte:
Eu estou aqui sentada te esperando, mas parece que você não vai vim!
Eu olho o relógio, o telefone e por segundos paro em frente a porta, mas você nunca está do outro lado! Me diz onde você está que não chegou, me diz porque não atende o telefone e por que algo dentro de mim diz que você não vai chegar! Eu só quero você aqui, do meu lado.
As horas passam e eu adormeço. Você abre a porta, com um buque de rosas amarelas na mão, você sorri pra mim e diz que me ama, e depois diz que eu preciso ser forte pra encarar a dura realidade que está vindo. Eu digo que te amo, e sempre vou amar como faço desde pequena. Quando vou perguntar os motivos dessa ultima frase um telefone toca, me tirando desse sonho sufocante.
Abro os olhos e me vejo deitada no sofá com o telefone tocando ao meu lado. Olho na bina e vejo que é a sua mãe, Sam, e que ela chora como um bebe recém nascido, nesse momento eu entendi tudo, a sua ‘dura realidade’ era o fato de que você não voltaria pra mim hoje.

- Em que hospital ele está? – foi tudo o que consegui dizer.
- Seja forte, ele está no hospital da rua 42 – sequei as lágrimas que começavam a cair no meu rosto e fui para o hospital. Entrei e vi Sam no corredor, sem nem ao menos respirar ela começou a dizer:
- Ele foi atropelado, está muito mal! Os médicos não sabem quanto tempo mais...
- Eu entendi Sam, qual o quarto? – As lágrimas que saiam dos meus olhos param de cair assim que cheguei ao hospital, parecia que elas nunca estiveram ali. Agora meu coração chorava, ou melhor, sangrava. Entrei no quarto e o vi estendido na cama, aparentemente você estava bem, apenas com alguns arranhões. Mas havia aparelhos ligados em você, no monitor seu coração batia devagar, sua respiração quase não se via. Sem derrubar uma mísera lágrima me sento ao seu lado e sussurro:
- Você é o meu pensamento da manhã , nem pense em deixar de ser – Beijei seu lábio macio e doce e sai da sala. Sei que não te verei de novo, mas quero que saiba que o amo. Beijei sua mão e segui aquele interminável corredor, sai do hospital entrei no carro e liguei o rádio, andei por um tempo e ouvi músicas que não prestei atenção, até que uma entrada de violão chamou a minha atenção. Era a nossa música “Walk in the sun”, o sol nascia pela janela do carro, a música rolava e eu me lembrava de você ‘ é verdade que quando morremos vamos para o céu?’ a música dizia, você se lembra dela ? Era a sua música favorita e juntos escolhemos ela como nossa música. – Você volta pra me contar se é verdade ? – disse pra mim mesma dentro do carro, apenas sorri e segui o caminho para a nossa casa da praia.

‘Continue vivendo' é o que você me diria, e é o que estou fazendo, vivendo.

Com amor, sua princesinha."

- Sabe , eu queria poder olhar nos sues olhos de novo, e dizer o quanto fui feliz ao seu lado, e o quanto eu queria ter você perto de mim ainda, sabe, você sempre foi uma pessoa essencial na minha vida, sempre estava ao meu lado quando eu precisava, ou até mesmo pra me fazer sorrir, e eu nem sequer pude fazer você sorrir, pelo menos não como eu deveria fazer, eu queria te fazer o cara mais feliz do mundo, e eu só estava esperando uma pergunta sua, e agora eu pergunto por que, por que demorou tanto tempo pra fazer esse pedido, e agora não esta aqui. Porque não me pediu em casamento? Eu queria ter te feito o homem mais feliz de todo mundo – respirei fundo e continuei com as lágrimas escorrendo- você foi embora, e eu também vou agora, mas vou te deixar uma coisa – abri um pequeno buraco na terra onde coloquei dois pequenos pingentes que juntos formavam um violão, já que os dois gostavam desse instrumento - lembra disso? Foi o primeiro presente de aniversario dos dois juntos. Eu te amo, e sempre vou amar, não importa onde, vou estar com você, porque sei que você vai estar comigo! Bom, é basicamente isso, espero que tenha gostado. Não tenho muito tempo então vou indo. Volto pra te contar como está a ‘vida aqui na Terra’ como você diria! – Beijei a lápide dele, me levantei e guardei a carta na bolsa, as lágrimas saiam tirando um peso de mim. Entrei no carro e dirigi de volta pra casa. Tudo agora seria diferente sem ele.


Fim


N/a: Quero agradecer as minhas amigas Kah ,Paula e Camila por serem pacientes comigo! Aos meus lindos do McFLY por existirem. A minha doidinha Sarah por ser bom...doidinha e por me ajudar com a fic. A minha Beta que é muuuito doida e engraçada, além de ser legal comigo. Obrigada todo mundo!


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