When You’re The Cupids
Fic by: Letícia T. | Beta:


Prólogo

       - , ele tem o direito de saber que vai ser pai! – eu disse já irritada.
       - Eu sei, vou contar para ele, mas... Não agora - disse ela, tensa - Eu ainda não engoli a ideia de ter um... Filho.
       -Tudo bem, mas se você não contar, eu conto. - eu disse enquanto ela bufou, derrotada.
       Bom, meu nome é . A é minha melhor amiga desde sempre, estudávamos juntas quando criança e viemos para Londres fazer faculdade. Eu decidi por Publicidade e ela optou por Moda. Pois bem, agora ela descobriu que está grávida. O pai da criança? Meu melhor amigo, ; ele e sempre foram apaixonados, mas nunca tinha acontecido nada, pois sempre se fazia de difícil, já que tinha fama de não ser nada fiel, e quando finalmente ficaram juntos, durante quase oito meses, ela recebe uma mensagem anônima do beijando outra, e agora, como vocês já sabem, ela tá grávida.

Capítulo 1

       Os dias passavam e nada dela falar com o . Eu sabia que a situação era complicada, principalmente para , que sempre planejava tudo aos mínimos detalhes, o que não aconteceu com a gravidez. Fingíamos que nada tivesse acontecido. Eu resolvi não apressá-la, e sim fazer que ela se apaixonasse novamente por .
        Foi então que liguei para ele.
        -Alô? – Uma voz conhecida atendeu. Mas, com certeza, não era o .
        - Oi, o está? – perguntei confusa.
        -? Aqui é o . Então, ele esqueceu o celular dele aqui em casa ontem - disse parecendo apressado -, mas se você quiser fala com ele, a gente tá indo lá na Starbucks perto do London Eye, aparece lá...
        - Ah, tá, mas então eu vou sim. Daqui 15 minutos vocês já estão lá?
        -Para ser sincero - disse com um tom tímido - eles já devem está lá, é que eu estou meio atrasado. – ele riu sem graça, e eu também.
        -Sempre atrasado hein, . - brinquei, deixando-o mais sem graça ainda. - Então tá, até daqui a pouco.
        -Até, . – Desligamos.
        O é o melhor amigo do , ele é extremamente fofo e também muito lindo. Admito, eu tenho uma quedinha por ele, afinal eu não sou de ferro; entretanto, nunca rolou nada entre nós.
        Peguei um táxi, e quando cheguei ao Starbucks e vi o sentado numa mesa no canto, estranhei. Ele estava sozinho. Me aproximei mesmo assim.
        -? Cadê tudo mundo? – perguntei olhando a mesa quase vazia.
        - Então, , quando eu cheguei, eles já tinham saído, mas eu não podia deixar você aqui sozinha. – ele me respondeu olhando nos olhos. Já falei que o olhar dele me hipnotiza? Aqueles olhos profundos...
        - Não precisava, eu ia entender, mas muito obrigada mesmo assim.
        - De nada – sorriu- Então, o que você vai querer?
        - Muffins de chocolate, meu predileto. E você?
        - O mesmo que você. – ele sorriu enquanto eu sentia minhas bochechas começando a queimar. Ele fez nossos pedidos e começamos a conversar. Eu não era muito amiga dele, afinal só o conhecia por causa do . Nós saímos algumas vezes, mas sempre com a galera, , , , Harry e suas respectivas namoradas, , , , e, claro, eu, às vezes com alguém que eu tivesse de rolo.
        Durante nossa conversa, rimos demais. Ele era muito divertido, ele era incrível; acabamos descobrindo alguns pontos em comum, mas descobri também quem havia mandado a mensagem que estragou o namoro dos meus melhores amigos. Foi a idiota da . disse ter terminado com ela assim que descobriu.
        - Como ela teve a coragem? – disse com muita raiva.
        - Bom, a e ela eram muito amigas, então a me falou que a estava com ciúme porque nós não saímos só nós dois, estávamos saindo em grupo de casais, e eu não lhe dava mais atenção suficiente. Então ela resolveu separar os casais. A tentou impedir, mas foi tarde demais, ela aproveitou que ele estava bêbado e... Bem, agora o deve estar entrando em depressão, ele ainda ama muito a .
        - Eu sempre achei que eles foram feitos um para o outro, eles eram tão fofos juntos. Queria que nada disso tivesse acontecido, e desculpa, mas eu sempre achei a uma falsa, idiota, vadia e retardada. - Ele riu do meu comentário.
        - Queria ter percebido isso antes, evitaria muita coisa, como a separação deles. - concluiu ele com um o olhar baixo e um pouco de tristeza na voz.
        - Bom, bem que a gente podia tentar juntar os dois. – eu disse tentando reanimá-lo, e ele pensou um pouco e sorriu.
       - É, eu não gosto de ver o para baixo.
       -Eu não tenho visto muito o , a me pediu isso por enquanto - sorri torto -, mas se ele estiver como a está, eu prefiro não ver, certeza que eu vou ficar triste em vê-lo assim.
       - Mas então, o que você acha que a gente poderia fazer?
       - Eu não sei, mas o vai ter que dar duro, ele sabe que ela nunca foi fácil e, bem, agora, com esses acontecimentos... - disse desanimada; contudo, de repente lembrei da gravidez - Mas talvez algo facilite um pouco, ou não.
        -Eu posso saber qual é esse acontecimento?
        - Pra falar a verdade, não, a me mataria. – disse rindo.
        - Eu duvido que ela teria coragem de matar essa garota incrível que é a melhor amiga dela. – ele disse; meu rosto corou e eu sorri sem graça. - Adoro seu sorriso, sabia? - Corei mais ainda. Ele definitivamente sabia me deixar sem graça.
        - Obrigada – disse vermelha. – Eu vou explicar para ela o que realmente aconteceu, assim vai ser um pouco mais fácil para ele reconquistá-la.
        - E eu falarei a ele que ainda dá para eles ficarem juntos.
        Terminamos de comer nossos deliciosos muffins e fomos pagar, mas ele não me deixou pagar, por mais que insisti. Ele me deixou em casa, deixou o número do celular dele e eu deixei o do meu, mas calma, era só para ligar me avisando de como foi a conversa com e perguntar da minha com a .

Capítulo 2

        Cheguei em casa e assisti um pouco de televisão, mas como não tinha nada de interessante, liguei o rádio e fui preparar alguma coisa para comer. Liguei para e a convidei para passar a tarde na minha casa vendo filmes, ela adorou a ideia e disse que pegaria os filmes, então eu ficaria responsável pelas comidas.
        Fui dar um jeito na casa, que estava uma grande bagunça. Com muito esforço, peguei dois colchões e levei-os para sala, onde assistiríamos os filmes mais confortavelmente. Depois, preparei a pipoca. Por fim, peguei o refrigerante e o sorvete de morango e chocolate.
        A campainha tocou, ela havia chegado.
        -Oi, - disse ela sorrindo de leve.
        -Oi , entra. Que filmes você trouxe? – Perguntei curiosa.
        - Então, eu estava morrendo de vontade de ver uns filmes velhos, então peguei Um amor pra recordar e Como se fosse a primeira vez.
        - Prevejo que vou chorar pela milésima vez com esses filmes.
        - Somos duas. Mas vale a pena.
        Deitamos nos colchões e decidimos começar nossa sessão com Um amor pra recordar. Babamos pelo Landon e choramos oceanos pela morte da Jamie.
        - Como eu queria um Landon pra mim – comentei no final do filme.
        - Só você né, bobinha? – dizia limpando as lágrimas que ainda estavam em seu rosto.
        - Acontece que a senhorita não tem o Landon, mas tem o a qualquer momento.
        - Acontece que o senhor é um galinha, traidor que pode me chifrar a qualquer momento. – Me imitou, só que com tristeza no olhar.
        - A gente precisa conversar sobre isso. – Disse, lembrando da minha conversa com .
        - Nem vem, a gente precisa é ver o filme. – disse ela, sempre arrumando desculpa para fugir de qualquer assunto envolvendo .
        - Tá bem, mas depois nós conversamos. – disse convicta e ela bufou.
        Coloquei o filme.
        Rimos horrores, afinal quem não ri com o Adam Sandler? E sonhamos encontrar uma pessoa tão paciente e romântica, romântico a ponto de viver tentando fazer você se apaixonar todos os dias.
        - O que faria você se apaixonar por alguém, independente do seu humor? – me questionou .
        - Não sei, talvez chocolate, hmm.
        - Chocolate? Se você estiver de mau humor você ia gritar para o cara “Você tá querendo me engordar, é?” – disse ela, rindo.
        - Mas eu comeria de qualquer jeito, chocolate é muito bom para ficar com essas frescuras. – ela riu, e eu também - Mas e você, o que faria você se apaixonar, independente do seu humor?
        - Você vai achar cafona e ainda rir de mim, mas eu sempre sonhei com uma serenata. - disse ela, corando.
        - Não é cafona, é fofo. – disse concordando com ela.
        - Já pensou em uma música feita só para você? – disse com os olhos brilhando.
        - Seria perfeito! – disse ela com os olhos brilhando.
        E com isso o silêncio invadiu a sala.
        - Agora sério, preciso falar com você. - Quebrei o silêncio e deixei o clima tenso.
        - Tudo bem – disse ela com uma voz de desânimo, sabendo que eu não desistiria.
        - , lembra a ? – perguntei com cara de desgosto.
        - Sim, a namorada do ? Acho ela tão chata, metida. – disse ela rindo, e eu ri junto.
        - É essa mesmo! Mas agora ela é a EX-NAMORADA - disse dando destaque - dele. E sabe aquela foto do ?
        - Ex? Sério? Legal. Nunca gostei dela - disse e eu fiz uma careta, concordando – E, er, é lógico que sei daquela maldita foto, como eu iria esquecer! – disse ela já meio irritada e até apavorada.
        - Então, ela, aquela idiota, retardada, ridícula... Quem te mandou a foto!
        - Agora não entendi por que ela é idiota, retardada, ridícula por me mandar a foto... Só parece que ela foi amiga uma vez na vida e não queria que eu continuasse sendo chifrada.
        - Não, muito pelo contrário, ela praticamente fez a menina beijar o porque ela não queria continuar saindo em grupo, queria sair só ela e o . Ela não queria que o desse atenção para ninguém que não fosse ela.
        - Que vadia! – gritou, respirou e continou, bem mais calma - Mas isso não vai fazer com que eu desculpe o , ele bem que gostou do beijo da piranha amiga da . - ela disse e eu bufei. – E , como você ficou sabendo disso?
        Eu ia responder se não tivesse sido interrompida pelo meu celular, que começou a tocar. Atendi fazendo sinal para esperar um pouco.
        - Alô? – perguntei.
        - Oi, , tudo bom? – reconheci aquela voz na hora, era .
        - Tudo ótimo e com você, ?
        - Tudo também. E aí, já falou com a ?
        - Ahan – respondi.
        - E o que ela disse?
        - Ai, é que agora num dá. – disse, tomando cuidado com as palavras.
        - Ela tá aí? – ele perguntou meio surpreso.
        - Pois é, haha. - eu disse descontraída.
        - Então, quer vir aqui mais tarde para gente conversar direito e comer alguma coisa? – arriscou ele timidamente.
        - Pode ser. – olhei para o relógio sorrindo e tomei um susto, já eram 8 horas. – Lá pelas nove, pode ser?
        -Então, 9 horas eu passo daí. Beijos, tchau.
        - Beijos.
        Por dentro, eu ria da situação, pois aquilo estava me parecendo um encontro, mas não tinha maneira de ser mesmo, já que nada aconteceu entre nós dois, apenas uma ida ao Starbucks, o que me fazia rir ainda mais.
       Olhei para , ela tinha um ponto de interrogação enorme escrito na testa. Eu desatei a rir. – Você precisava ver sua cara, hilária.
        - Ha ha ha - riu irônica enquanto se aproximava de mim - ? Essa parte parece que você não me contou. – disse ela, brincando.
        - Eu ia te contar, lembra? Quando o telefone tocou. – disse meio irônica.
        - Então foi ele mesmo que te contou sobre o fim do namoro? - eu sorri - Parece que as coisas tão mais sérias do que eu imaginava.
        Só agora tinha me dado conta que teria que contornar a situação para que não desconfiasse de nada.
        - Primeiro: sim, foi ele que me contou. Segundo: o que tem a ver ele me contar sobre o fim de um namoro com estar a fim de mim? Terceiro: não existe nada entre o e eu. Quarto: vamos parar de perguntas e me ajudar a me arrumar. Quinto e último: sim, ele vai passar daqui para gente ir a casa dele.
        - AAAAAAAH – ela gritou histericamente. – Eu sei o que está acontecendo, você não me engana, mas vamos lá amiga, ficar linda para conquistar seu . – disse toda feliz, não tive como não rir. Se ela soubesse que na verdade iriamos tentar juntá-la com o , provavelmente me mataria, então deixei-a acreditando que eu iria encontrar com o como um casal. Aquilo, estranhamente, soou ser o certo.
        Fui tomar banho enquanto escolhia minha roupa, sabia que ela escolheria as peças certas.
        Ao terminar de tomar banho, fui ver qual roupa a tinha separado. Como havia lhe pedido algo casual, meu visual continha meu jeans preferido e uma blusinha super fofa com alguns babados, e uma sapatilha, dando um ar romântico. Minha maquiagem era leve, e de acessórios só usava um colar. Procurei usar somente o básico, principalmente porque aquilo não era exatamente um encontro, a não ser na cabecinha da . E eu nunca fui do tipo que se arruma toda só para ir na casa de um amigo.
        Agradeci a pelo look que ela havia montado e falei que era exatamente o que eu queria. Ela disse que não fora nada e foi para sala; a ouvi ligando a televisão.
        Estava pronta, encarando-me diante do espelho. Foi então que olhei para o relógio, que marcava 8:45. Foi quanto me juntei a , não pude deixar de notar seus olhos cheios de lágrimas. Olhei para televisão, estava passando o clipe do Jack Johnson, Better Together. Foi então que começou a dizer, entre lágrimas e lágrimas:
        - O destino é tão irônico, né? - tenho certeza que fiquei com uma interrogação na cabeça, pois logo ela continuou - Ele cantou essa música para mim umas duas ou três vezes, o suficiente para eu acreditar que era verdade, que aquela era nossa música. - lógico que era sobre o , devia ter percebido isso desde que entrei na sala.
        - Você já parou para pensar que pode ser verdade? Digo, todos veem que vocês precisam um do outro para serem felizes.
        - Ele não precisou de mim para beijar aquelazinha - falou com desprezo e um pouco de tristeza - Ele nem ao menos pensou em mim.
        - , você sabe que ele estava bêbado e que aquilo num passava de um planinho infantil da .
        - Pode até ser, mas ninguém o obrigou a corresponder o beijo, ele fez porque bem que gostou. - ela estava ficando realmente estressada. E tudo que eu não precisava nesse momento era de uma melhor amiga grávida e estressada discutindo comigo, mas eu teria que ajudá-la.
        - Você até tem razão - disse, cedendo à discussão - Mas ainda acho que "always better when you're together"
        Por algum milagre ou coisa do tipo, ela riu do meu trocadilho idiota, me chamou de retardada e ainda me abraçou tão apertado a ponto de achar que quebraria minha costela, e disse que eu era a melhor amiga do mundo. Eu discordei de imediato, falando que ela quem era. Ela levantou e disse que ia embora, já que faltavam somente 5 minutos para o chegar.
        Despedi-me dela com mais um abraço apertado, não tanto quanto o outro, mas bem apertado. E ela se foi, super feliz. Estava começando a achar que a gravidez causava aquela bipolaridade. Ri sozinha sobre meus pensamentos.
        Estava sozinha em casa novamente e agora só restava esperar . Voltei a ver tevê, agora passava o clipe Human, do The Killers; assisti, admirada pela quantidade de clipes bons que já haviam passado hoje. Fugira do normal, que se baseava em pop. Não que eu não goste desse tipo de música, mas enjoa, principalmente se é todo dia.
        Quando o clipe teminou, olhei para o relógio, marcava 8:59. Ele deve estar chegando, pensei.

Capítulo 3


       A campainha soou, anunciando que ele havia chegado. Nossa, a pontualidade inglesa às vezes me assusta. Fui abrir a porta, mas antes corri para dar uma olhada no espelho; estava tudo perfeito, graças a Deus.
        Abri a porta e me deparei com , ele estava maravilhoso. Simples, mas maravilhoso.
        - Uaau! Você tá linda - ele dizia mexendo na parte de trás do cabelo. Eu sorri sem graça, olhando para baixo, e disse: - Você também.
        - Vamos, então? - perguntou e eu concordei, mexendo a cabeça.
        Andamos até sua moto. Ela era preta, mas eu não sei o modelo, devido minha ignorância sobre qualquer tipo de veículos. Ele me deu um capacete e colocou o seu. Quando terminei de vestir meu capacete o vi já montado na moto. Certo, era minha vez. Agradeci mentalmente por ter escolhido uma sapatilha e não um salto fino, e calças ao invés de vestido. Depois que montei na moto, ele deu partida na mesma. Grudei no seu corpo, ele percebeu meu medo e riu. Logo começou a puxar assunto.
        - Acabei de ir à casa do devolver o celular dele, agora pode ligar para ele. - ele disse rindo, eu acabei rindo também.
        - Amanhã provavelmente ligarei para ele.
        - Se você não ligar, eu acho que ele te liga, porque acabei deixando escapar que você ia lá em casa depois que eu saísse da casa dele, então tive que falar que nós estávamos de rolo e agora ele acha que é um encontro... - ele dizia envergonhado, então comecei a rir descontroladamente - Tá rindo por quê? Você sairia comigo, não sairia?
        - Não, não é nada disso, mas é que quando me ligou, à tarde, eu tive que inventar uma desculpa para a ... - chegamos em seu apartamento, ele estaciona e desliga a moto. - E, bem, eu também disse que eu viria para cá, e também achou que era um encontro. - disse enquanto descia da moto e tirava o capacete. E agora ria da situação.
        - Eles foram feitos um para o outro, mesmo. - ele concluiu e concondei com um "ahan"- Até pensam igual... - Seguindo esse raciocínio, eu e também éramos feitos um para o outro, já que ambos demos a entender que íamos ter um encontro. Lógico que não disse nada disso a ele.
        Seguimos para o elevador, onde ele apertou o botão do quinto andar.
        -, eu tenho que te falar uma coisa... Eu sei que te chamei para comer, mas eu nem sei cozinhar, então vamos ter que comer pizza.
        - Relaxa, . E, depois, existe comida melhor do que pizza?
        - Eu acho que não - ele disse rindo.
        Chegamos. Ele abriu a porta e um pequeno cachorrinho veio correndo.
        - OOOOOWN, que lindo! - exclamei e peguei-o no colo sem medo e, quando vi, tinha entrado no apartamento já - Que raça ela é? - sim, eu percebi que era fêmea e sorri para , que fazia uma cara de quem não entedia nada. - O que foi ? - perguntei.
        - Nada, é só que ela não costuma ir com estranhos. Para fala a verdade, demorou para ela acostumar com os meninos; com o ela ainda se estressa, às vezes. - Eu ri, mas logo comentei: - Ela é um amor, tá?
        - Eu sei que é - ele disse, acariciando-a - West Highland White Terrier, a raça dela.
        - Tudo bem, eu já esqueci - comentei, rindo de leve - E o nome dela?
        - Luna. - disse sorrindo - Vou pedir a pizza, qual você gosta?
        - Pode ser qualquer uma. - sorri; ele, no entanto, deu de ombros, então tirei o sorriso do rosto. Ele pegou o telefone e discou.
        - Alô, eu queria pedir uma pizza. Hm, de rúcula com bastante alho. - Quando ele disse isso fui parar em cima dele, tentando tirar o telefone de sua mão. - Moça, desculpa, é acho que minha pseudo-namorada não gostou do pedido. Daqui a pouco retorno. - Ele morria de rir da minha cara, e então desligou.
        Riamos demais, até ele começar:
        - Uaai, , não podia ser QUALQUER sabor?
        - Seu idiota, fez tudo isso de propósito, onde eu fui arranjar um pseudo-namorado assim? – retruquei.
        - Sério, você precisava ver sua cara... - disse rindo e sentando no sofá.
        - Bobão - disse, jogando-me ao seu lado.
        - Mas e aí, do que vamos pedir? - ele perguntou novamente.
        - Pode ser meia calabresa, meia frango com catupiry?
        - São minhas prediletas. - ele disse; eu sorri, boba.
        Ele pediu a pizza e, dessa vez, sem brincadeiras. Então, enquanto esperavámos, falei que ainda não tinha engolido o beijo do , e me disse que estava disposto a reconquistá-la. Tentamos formular algum plano para unir meus melhores amigos novamente. A pizza chegou e ainda não tínhamos nada em mente.
        - ! Já sei! - exclamei toda feliz.
        - O quê? O quê? - ele estava curioso.
        - Bom, um pouco antes de você chegar lá em casa, a estava chorando vendo o clipe de Better Together!
        - Tá, e daí? - homens, tão lerdos.
        - Ela estava chorando porque o cantava essa música para ela - parecia estar começando a entender -, daí eu pensei: o aniversário do Harry tá chegando, e terá uma festa... - ele agora tinha uma interrogação enorme no rosto - onde deve ter música; assim, o pode dedicar a música para ela. - concluí, sorrindo apaixonada.
        - , você é um gênio - ele levantou e começou a me girar.
        - Tá bem, , eu estou ficando tonta...
        Ele parou de me girar, mas continuou me segurando. Abaixei minha cabeça de maneira que ela ficasse apoiada no seu ombro, podendo, assim, respirar seu perfume. E que perfume maravilhoso. Já estava intoxicada com ele, quando ele finalmente me soltou.
        Ainda estávamos muito próximos um do outro. Eu olhava para seus olhos profundos enquanto ele sustentava o olhar. Então, ele me beijou a bochecha. E voltou a comer. Eu fiz o mesmo.
        - Er, , a gente podia ver um filme, né?
        - Pode ser, mas qual?
        - Tenho esses daqui - ele me entregou uma pilha de filmes - E esses eu ainda não vi. - Descartei os que ele já tinha visto, ficando ainda com uns dez filmes na mão.
        - Pode ser "Se beber, não case"? Queria muito vê-lo. - eu falei.
        - Lógico que pode - disse, pegando a caixinha de minha mão - Também quero ver, muita gente disse que é bom. - Disse ele, colocando o filme. Assim que o pôs no aparelho, saiu para apagar as luzes. Quando voltou, ajeitou-se ao meu lado. Não pude deixar de sorrir. Luna estava ao meu outro lado, eu passava minha mão sobre seu pêlo, fazendo carinho.
        O filme mal havia começado e eu já tinha rido mais do que esperava rir pelo filme todo. Até que, de repente, trovoou, e minha mão foi de encontro à mão de , apertando-a. Houve outro trovão, dessa vez mais forte, me fazendo apertar mais a mão de .
        -Você tá com medo, ? - eu concordei com a cabeça. - Quer ir para sua casa?
        -Não, lá ficaria com mais medo, sozinha. - disse e ele me puxou, nos deixando mais próximos, e me envolveu em seus braços, que eram fortes, por sinal.
        - Vai ficar tudo bem - sussurrou em meu ouvido. Acho que aquilo era mesmo o que eu precisava ouvir.
        Voltamos à assistir o filme, enquanto uma tempestade cheia de raios e trovões acontecia lá fora. Não conseguia prestar atenção no filme devido a duas coisas: os trovões e o perfume do , que voltara a intoxicar meus pensamentos. O filme terminou sem que eu ao menos percebesse.
        -Gostou do filme? - perguntou .
        -Não consegui prestar muita atenção no final, mas é muito engraçado - sorri sem graça - Odeio trovões.
        -Eu acho esse seu medo de trovão super fofo, sabia?
        -Não precisa dizer que é fofo, eu sei que é idiota, mas eu realmente tenho medo.
        -Não acho idiota, mesmo. – confirmou.
Foi então que Luna começou a latir. Eu assustei e bufou; ela apoiou as patinhas em uma das pernas de e tornou a latir, fazendo-o bufar novamente.
       - Vai dormir, Luna - ele disse rápido.
        Ela continuou ali e, em poucos segundos, voltou a latir. - Ok mocinha, se você não vai por vontade própria, eu levo. - Disse, abaixando para pegá-la no colo; contudo, ela saiu correndo pelo apartamento. - Agora você vai dormir, Luna. - Disse saindo atrás dela.
        Eu continuava ali. Observava a cena e o clima pela janela, a chuva já estava cessando. Foi quando pôs-se ao meu lado.
        - Cachorros, extremamente amáveis, mas extremamente desagradáveis quando querem. - Ele comentou, me fazendo rir.
        - Er, , acho melhor eu ir antes que a chuva volte. - Eu lhe disse.
        - Tudo bem - disse sem jeito - Vamos, eu te levo em casa.
        - Imagina , eu vou de táxi.
        - Larga de bobeira, eu te levo. - disse, andando em direção à porta; sem insistir mais, o acompanhei.
        No caminho, fomos conversando sobre o filme, mas, em poucos minutos, já estávamos em frente minha casa. Desci da moto e fez o mesmo. Andamos até a porta e comecei a chacoalhar meu chaveiro. olhou para o chaveiro e sorriu.
        - Seu chaveiro é do Bob Esponja? - perguntou ele enquanto ria meio inconformado; eu também não contive o riso.
        - É sim, o melhor desenho animado do mundo, e não ouse falar mal dele na minha frente, ouviu? - disse com ar de criança.
        - Eu jamais falaria - disse ainda rindo -, ele é um dos melhores desenhos que já vi - disse ele num tom sério e sarcástico. - É normal uma garota de 20 anos ter um chaveiro dele...
        - Bobão! - Disse, mostrando a língua.
        Abri a porta, entrei em casa e o convidei para entrar, mas ele não aceitou, dizendo que tinha que ir antes que a chuva voltasse. Ele disse que tinha adorado que eu tivesse visto o filme com ele, e que queria repetir. Eu concordei com ele e disse que o próximo filme seria na minha casa, ele sorriu, concordando, e logo se despediu. Andou em direção à moto, então o esperei dar a partida e tranquei a porta, rindo sozinha olhando meu chaveiro.
        Fui tomar um banho rápido e me arrumar para dormir. Estava indo deitar quando o telefone tocou.

Capítulo 4

        Atendi o telefone ainda me perguntando quem estaria me ligando àquela hora da noite.
        - Alô? - disse um tanto confusa, será que seria ? Mas não teria motivo para ele me ligar.
        - , eu estou passando mal, tem como você vir dormir aqui hoje? - Para minha agonia, era , com uma voz fraca que me deixava nervosa.
        - Lógico, , eu dou um jeito. - disse preocupada, mas tentando acalmá-la - Mas o que você está sentindo?
        - Ânsia - ela tossiu - Muita ânsia, já vomitei uma vez e acho que estou com febre. - Ela devia estar muito mal por estar me ligando.
        - Eu já estou indo, . - disse já procurando por uma roupa qualquer - Beijos.
        - Até daqui a pouco - disse ela sem expressão alguma.
        Peguei a primeira blusa que vi e vesti junto com um short, peguei uma bolsa grande, onde fui jogando meu pijama e outras coisas que achava que poderiam ser necessárias. Peguei também um par de rasteirinhas e minha nécessaire. Saí correndo para a casa de , que se localizava na mesma rua, a cinco quarteirões. Cheguei lá já exausta e toquei a campainha. Ela abriu a porta, extremamente pálida, parecendo fraca e desanimada.
        - - disse, abraçando-a - Como você está?
        Sem responder, levou a mão à boca e correu em direção ao banheiro. Encostei a porta e corri para junto dela. Que, como imaginava, estava agachada diante do vaso sanitário. Segurei seus cabelos até ela terminar.
        - Quantas vezes você já vomitou?
        -Essa foi a segunda. A primeira foi um pouco antes da hora que eu te liguei, mas tô achando estranho, porque antes era só quando eu acordava, e não tinha febre. Estou ficando preocupada - ela dizia enquanto arrumava as coisas para escovar os dentes.
        - Você já marcou para ir ao médico?
        - Amanhã eu vou marcar. - disse ela, envergonhada e determinada simultaneamente.
        - Bom mesmo, mocinha - disse num tom de brincadeira, mas ainda assim séria.
        Ficamos conversando bobagens, ela já tinha melhorado bem e até me pediu para contar sobre meu "encontro", então lhe contei como tinha sido. Não tinha passado muito tempo, contudo, já estávamos cansadas, logo trancamos a casa e fomos deitar. Ela ficou na sua cama e eu fiquei num colchão na sala, por mais que ela insistisse em pedir para eu dormir na cama dela. Porque, vamos combinar, quem em sã consciência deixaria uma mulher grávida dormir num colchão só para dormir numa cama?
        Acordei às oito horas com a vomitando novamente.
        - , você está bem? - perguntei.
        - Mais ou menos, pelo menos estou um pouco melhor que ontem - disse ela num tom de desânimo - Sem febre.
        - Você vai ficar boa. - afirmei, mas logo lembrei da nossa conversa da noite passada e perguntei - Já ligou para o médico?
        - Não, vou ligar agora.
        Enquanto ela pegava o telefone e ligava para o médico, arrumei a sala e fiz minha higiene pessoal.
        - , ele não tinha horário para hoje, a consulta mais próxima é só para o dia três de janeiro, foi a qual eu marquei. Ele já me receitou um remédio para ânsia.
        - Vamos para a farmácia, agora. - disse animada.
        - Vamos! - ela disse, se animando - , será que eu vou melhorar até o aniversário do Harry? - disse ela desanimando um pouco. - ! O aniversário do Harry! - ela praticamente gritou ao lembrar.
        - , você vai estar ótima até o aniversário do Harry, pode confiar - disse tranquila.
        - , o aniversário do Harry é depois de amanhã! - ela disse, me mostrando que eu tinha perdido a noção dos dias.
        - Meu Deus, o aniversário do Harry! Tinha esquecido completamente. - disse apavorada - E agora? Ainda nem comprei o presente. - Harry não iria ficar chateado ou algo assim por causa de um presente, mas ele era um amigo e tanto para eu não lhe dar nada de aniversário.
        -Vamos comprar, ainda dá tempo, graças a Deus - ela disse um tanto aliviada - Porque nunca me perdoaria se esquecesse do Harry.
        - Verdade, eu iria ficar chateada por não dar nada a ele também, . Vou ter que passar em casa para trocar de roupa e aí nós vamos às compras, tá bom?
        - Tá ótimo, , já te atrapalhei muito – ela disse cabisbaixa.
        - Fica quieta, , que eu já te dei muito trabalho - disse, vendo-a sorrir e concordar; eu não pude deixar de rir, pois era verdade, nós duas éramos cumplices dos erros da outra e isso era apenas um dos pontos que nos unia.
        Algum tempo depois, já estava em casa. Eu desejava um banho longo e relaxante, e foi assim que aconteceu. Não tão longo, talvez, pois lembrei que estava me esperando. Escolhi um vestido, uma sandália, um sobretudo - porque não queria morrer congelada - e então me arrumei, um pouco apressada. Passei uma maquiagem básica e liguei para . Ela disse que já estava vindo e avisou que tinha chamado a namorada do Harry, a , para ir com a gente e ajudar a escolher os presentes. Eu já havia conversado com a algumas vezes, ela era amiga da e parecia ser legal, mas não éramos amigas, ainda.
        Em alguns minutos e estacionaram o carro em frente a porta da minha casa, e logo fomos ao shopping. No shopping, todo decorado com enfeites maravilhosos de natal, músicas natalinas tocavam ao fundo e crianças corriam para a fila para deixar a cartinha para o Papai Noel; famílias carregavam sacolas com presentes e nós andamos tanto que eu podia jurar que já tinha perdido um ou dois quilos. Conversávamos sobre tudo e quase esquecemos que fomos lá para comprar presente para o Harry enquanto a gente olhava as vitrines de lojas femininas. Já cansadas e ainda com muito para conversar, paramos para comer, afinal eu tinha que repor meus quilos.
        Por fim, compramos o que realmente teríamos que comprar e ainda deu para aproveitar e pegar uma blusinha para cada, numa loja cara que estava em liquidação. Satisfeitas com os presentes e as compras, fomos para casa; digo, elas me deixaram em casa e seguiram seus caminhos para as delas.
        Foi então que eu percebi duas coisas. Primeira, tinha acabado de ganhar uma ótima amiga, sim, era tudo que falava e até um pouco mais, talvez. Segunda, eu precisava de um carro, era a única do grupo que não tinha e odiava ter que ficar pegando carona com os outros, por mais que dissessem que não ligavam.
        Cheguei em casa, liguei a tevê. Mas não estava passando nada interessante. Desisti de assistir qualquer coisa e resolvi tomar um banho rápido. Depois do banho, liguei para só para saber se ela estava bem; ela disse que às vezes sim, outras não, mas que não era nada preocupante e que eu podia ficar tranquila. Eu sou uma pessoa que se preocupa com tudo, agora então estava muito preocupada, ainda mais que eu não entendia nada de gravidez e tinha medo de que algo acontecesse com . Ela era minha irmã do coração e então pedi para que ela passasse algum tempo morando aqui em casa. Ela, me conhecendo, sabia que só assim eu ia ficar calma, e aceitou. Conversamos mais um pouco e depois fui dormir, amanhã a traria as coisas dela para cá.
        Acordei dez horas e fui à casa de , ajudá-la a arrumar as malas, ela traria as coisas dela e trancaria o apartamento. Tudo aconteceu como imaginávamos, alguns imprevistos, mas nada além do que ocorre em mudanças. ficou com o quarto que estava vazio, até então. O dia foi longo e cansativo, quando terminamos de arrumar a casa, fomos logo dormir.

Capítulo 5


        Estávamos nos arrumando para a tão esperada festa de aniversário de Harry Judd. estava um tanto insegura sobre ir ou não à festa, a presença de era uma certeza, mas o que a incomodava não era apenas isso.
        -, eu já encarei o fato de que ele vai estar lá, mas não sei se consigo vê-lo com outra na minha frente. - sempre tentava parecer forte quando, na verdade, ela estava quebrada por dentro. Contudo, todos têm limites, e ela só queria saber até onde os dela iam, e não ultrapassá-los.
        Eu sabia que o não pretendia ficar com ninguém que não fosse , e se ele ficasse mereceria todo o ódio que o desejasse. Eu, infelizmente, não podia dizer nada a , então apenas disse que ela devia ficar tranquila, pois não era do feitio de fazer isso.
        Prontas, vestidas e maquiadas. estava com um vestido de alcinha e todo de renda que cobria até um palmo antes de seu joelho e valorizava seu corpo, eu vestia um vestido também, mas ao contrário do de , o meu era tomara que caia e florido, ambas com meia-calças, pois o inverno londrino era rigoroso.
        Chegamos à festa, que já estava cheia. Procuramos Harry para lhe entregar os presentes, o que foi um tanto difícil devido à lotação do lugar. Era incrível o sucesso das festas feitas por eles. Quando o encontramos, lhe entregamos os presentes. Ele abriu na hora, agradeceu pelos dois CDs dos Beatles que eu dei e disse que eram um dos poucos da discografia que ele não tinha. Em seguida abriu o presente de e ficou admirado com o relógio que ela comprara. Ele não parava de dizer "obrigado", até que viu alguém o chamando e disse que ia ver o que era, partindo.
        e eu saímos à procura de algum lugar para sentar; havia dois lugares no balcão do bar, e para lá nós fomos.
        - O que vão querer beber? - perguntou o barman, que tinha um sorriso um tanto lindo.
        - Eu não vou querer nada - disse e eu estranhei, ela rejeitando bebida é algo que não se vê todo dia, mas logo lembrei do motivo e olhei para ela, que me incentivou - Pode beber, , não sou mais criança para ficar com vontade.
        Eu ri e pedi um Martini com Mirtilo, o barman começou a preparar a bebida, que em instantes estava pronta. Eu agradeci a ele, mas nós continuamos ali, eu bebendo minha bebida e admirando a pista de dança.
        -Vai querer dançar, ? - perguntei já imaginando a resposta.
        -Shhh, não fala, termina logo isso antes que eu termine para você. Tem ideia de quantas músicas boas já perdemos? - Eu não imaginava que a resposta seria desse jeito, mas logo respondi:
        -Sua besta, eu consigo dançar e beber ao mesmo tempo. Vamos, não vou deixar você perder mais uma música. - disse enquanto a puxava em direção à pista de dança.
        Ao puxá-la, ela acabou esbarrando em , que derrubou alguma bebida azul no vestido, deixando uma bela marca.
        -Desculpa, ... Nossa, desculpa de verdade, eu não... - não parava de se desculpar e não sabia se olhava para se desculpando ou pensava em como tirar o azul de seu vestido claro.
        -, a culpa não é sua, eu que a puxei e fiz vocês trombarem. Por que você não leva a a um banheiro para tentar limpar o vestido? - eu disse tentando acalmar e juntar os dois ao mesmo tempo.
        -Mas , você vai ficar sozinha aqui? - disse com um olhar preocupado.
        -, eu sei me comportar, tá bom? - ela sorriu e saiu com para tentarem limpar o vestido.
        Acabei de tomar o pouco de Martini que ainda tinha em meu copo e voltei para o bar, não por vontade de beber e sim por não querer ficar sozinha na pista. Pedi alguma coisa, que não me lembro o nome, para um barman que não era tão bonito quanto o outro, mas também não era feio. Fiquei por algum tempo ali, sem fazer nada além de beber a batida, que tinha um sabor doce e era deliciosa. Me arrependi por não ter prestado atenção no nome dela. Passou algum tempo quando eu vi a e a conversando. Fui me juntar a elas. estava maravilhosa, mas estava ainda mais. estava com uma blusa de bolinhas pretas e shorts lindos de linho e calçava sapatilhas pretas. estava com sapatos meia pata junto com uma blusa básica, com uma saia de cós alto, que com certeza deixava Harry louco.
        -, o Harry ficou encantado com os CDs que você deu pra ele - comentou .
        - Que bom que ele gostou, sem sua ajuda não ia saber quais CDs faltavam. Mas e aí, o que ele achou do perfume?
        -O que ele achou? Ele amou, não parava de beijar a nem pra respirar, você precisava ver, - falou fazendo olhar feio para ela e sorrir apaixonada depois, ao lembrar de Harry.
        -É, acho que ele gostou, - disse com um sorriso safado.
        Continuamos falando umas besteiras e rindo até que, sem que eu percebesse, apareceu ao meu lado. Cumprimentou a gente e começou a puxar assunto comigo. As meninas logo saíram, sem que notasse. Elas acenavam e falavam para eu aproveitar enquanto eu tentava não rir. Fiquei ali conversando com , ele disse que tinha visto e juntos e que pareciam estar bem um com o outro. Fiquei feliz por eles, pareciam que, sem minha ajuda, as coisas davam certo, devo ser uma péssima cupida. Eu e continuamos conversando, ele era muito mais divertido do que qualquer cara que eu já tinha saído; não que eu tivesse saído com vários, eram poucos até, comparando com as meninas da minha faculdade, mas ele era diferente.
        -Vamos dançar? - ele disse de repente.
        -Mas eu nem conheço essa música - eu disse envergonhada.
        -Nem eu - disse ele me puxando direto pra a pista de dança.
        Quando chegamos na pista, dançamos um pouco, mas logo a música agitada que me chamou para dançar acabou, e começou então uma música calma e conhecida. Um sorriso surgiu no rosto de e, no momento, podia jurar que ele conhecia a música.
        Eu mal acreditava que era aquela música que estava tocando. então encostou sua mão em minha cintura e eu apoiei meus braços em seu ombro, e assim começamos a dançar suavemente. Nós nos aproximávamos cada vez mais, ele olhava dentro dos meus olhos e eu, nos olhos dele, que brilhavam intensamente.

(n/a: coloquem essa She is Love (acoustic) - Parachute: http://www.youtube.com/watch?v=Pjh9LLy4nf8)

I've been beaten down, I've been kicked around,
But she takes it all for me.
And I lost my faith, in my darkest days,
But she makes me want to believe.



Eu tenho sido quebrado, eu tenho sido chutado
Mas ela tirou tudo isso de mim
E eu perdi minha fé, nos meus dias sombrios
Mas ela me fez querer acreditar.


        quebrou o nosso contato e foi até próximo à minha orelha, e começou a cantar a música para mim. Sua voz rouca deixava a música ainda mais romântica e perfeita; nesse momento percebi que ele, completamente, sabia mexer comigo.

They call her love, love, love, love, love.
They call her love, love, love, love, love.
She is love, and she is all I need.
She's all I need.



Eles a chamam de amor, amor, amor, amor, amor.
Eles a chamam de amor, amor, amor, amor, amor.
Ela é amor, e ela é tudo que eu preciso.
Ela é tudo o que eu preciso.


        Cada palavra da música fazia totalmente sentido, eu percebia o quanto era romântico, fofo e cheiroso a cada segundo. De olhos fechados, me perdia em sua voz e já não controlava minhas pernas. Era levada pela música como nunca tinha sido antes.

Well I had my ways, they were all in vain,
But she waited patiently.
It was all the same, all my pride and shame,
And she put me on my feet.



Bem, eu tive meus caminhos, todos foram em vão,
Mas ela esperou pacientemente.
Isso foi sempre o mesmo, todo meu orgulho e minha vergonha
E ela colocou meus pés no chão



        A música estava próxima do final, então parou de cantar e voltou a me olhar nos olhos. Eu poderia ficar a noite inteira admirando aqueles olhos se não fosse , que foi logo me puxando, fazendo eu me separar de , mas nosso contato visual permaneceu até eu perdê-lo de vista.

They call her love, love, love, love, love.
They call her love, love, love, love, love.
They call her love, love, love, love, love.
She is love, and she is all I need.



Eles a chamam de amor, amor, amor, amor, amor.
Eles a chamam de amor, amor, amor, amor, amor.
Eles a chamam de amor, amor, amor, amor, amor.
Ela é amor, e ela é tudo que eu preciso.


       Já não estávamos mais dentro da casa de Harry, estávamos no jardim, e She is Love ainda tocava suas estrofes finais.
        -, o que aconteceu? - perguntei quando não estava mais hipnotizada pelo efeito .
        -Ânsia - ela disse dois segundos antes de colocar tudo para fora.
        -Tá tudo bem, ? - disse preocupada; mesmo sabendo que isso é normal durante a gravidez, não gostava de ver minha melhor amiga passando mal sempre.
        -Tá sim, ... - percebi que ela ia dizer mais alguma coisa, mas, ao invés disso, lágrimas se formaram em seus olhos - . A música. - foi então que percebi que tinha trocado a música, Better Together agora tocava no volume máximo, "um pouco tarde", pensei. - Por isso não queria que eu saísse agora - ela disse, chorando.
        -Volta lá, , tenho certeza que ficaria mais que feliz - disse, incentivando-a.
        -E se for só coincidência, e se ele nem lembrar dessa música? - ela disse tentando secar as lágrimas - Você sabe como o é, não lembra nem o próprio aniversário.
        -, eu ainda acho que você devia voltar lá - olhei, analisando-a.
        -Não vou, o que vou fazer quando o encontrar? O beijo e o deixo com ânsia e com nojo de mim, sem contar no papel de palhaça que iria fazer.
        Percebi que não adiantava tentar convencer , ela já estava decidida, e vendo pelo lado dela, a entendia. Depois de algum tempo no silêncio, seguimos para o carro ainda escutando a música que fazia o coração dela bater, no mínimo, dez vezes mais rápido. Já no carro, ela parara de chorar e tentava se controlar ao máximo. Ligou o carro e dirigiu até sua casa. Não conversamos no caminho, mas pude notar que às vezes ela sorria; na verdade, ela precisava de espaço para acertar tudo que estava acontecendo e era o que ela estava tentando fazer enquanto eu pensava na última música que tinha dançado.
        A noite podia ter terminado melhor, mas, para nós duas, ela tinha sido no mínimo boa. Com vantagens e desvantagens, mas tinha sido muito boa.


N/A: Oi! Eu me chamo Letícia e essa é minha primeira fic, então, por favor, não me matem se estiver muito ruim. Muito obrigada mesmo por ler e espero que vocês tenham gostado pelo menos um pouquinho. Bom, tenho que agradecer a Fê, que aceitou betar minha fic; a Júlia, que é uma chatinha que fica perguntando da fic; a Laura, minha irmã linda que eu amo demais e, claro, a Camila, que é mais chata que as duas juntas porque, além de tudo, me ameaça. Ah, e lógico, meus parabéns para a Laura e pra Cams, que fazem aniversário no finalzinho de dezembro, pertinho do Natal e do Ano Novo. Que todos os sonhos de vocês sempre se realizem e tudo de maravilhoso para vocês. Acho que é só, não esqueçam de comentar, beijos.

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