- Wii
por Millie L.J | betada por Marcela P.
revisada por Lelen




- Wii

Wii. Sem dúvidas era o melhor vídeo-game que eu já havia jogado em toda minha vida, e agora, eu havia comprado um pra mim.
Peguei as sacolas, com o Wii, os controles e alguns jogos e sai da Best Buy. Andei os quatro quarteirões que separavam a loja de meu apartamento e entrei no prédio.

- Bom dia, Srta. ! – falou John, o porteiro.
- Muitíssimo bom dia, John! – eu sorri para ele e apertei o botão do elevador, entrando no mesmo logo em seguida.
- SEGURA O ELEVADOR! – ouvi alguém berrar enquanto eu apertava o botão do 9º andar. – Obrigado.

Era meu vizinho gato. .

- Bom dia, ! – ele disse sorrindo.
- Bom dia, . – falei colocando as sacolas no chão. Aquilo pesava.
- Wii? – ele perguntou, lendo o nome através do plástico transparente.
- Aham! – respondi sorrindo. Eu ficava bem idiota perto dele.
- Quais jogos você comprou?
- Hum... – eu peguei o saquinho de jogos e os tirei de lá. – Tenho o WiiFit, Rayman, Mario Kart, Donkey Kong e Dancing with the Stars.
- Rayman! – ele exclamou. – É bem bizarro.
- Ah, com certeza! É tão legal! – eu falei.
- Mas é difícil. – ele fez uma careta.
- Demais! - eu falei rindo. – Mas o legal mesmo é Dancing with the Stars!
- Nunca joguei. – ele falou. O elevador parou no 6º andar. O andar de .
- Bem, algum dia eu te chamo lá em casa pra jogar! – eu pisquei pra ele, que sorriu de um jeito tarado.

A porta voltou a se fechar e o elevador voltou a subir os cinco andares restantes.
Entrei em casa e coloquei as sacolas em cima do sofá. Liguei a secretária eletrônica. Havia apenas o recado da minha irmã, Elle.

, semana que vem eu vou passar por Londres. Tenho um seminário na quarta. Queria almoçar contigo. Botar o papo em dia. Saudades de ti! Ah! Sou eu, Elle. (risos). É isso. Me liga!”

Entrei no meu quarto, troquei minhas roupas de frio por um short e uma blusa de mangas compridas cinza. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e voltei para a sala. Sentei-me no tapete felpudo e me pus a abrir as caixas, plásticos e a fins. Tudo que era inútil foi para o saco maior. Tirei os controles da caixa, assim como o videogame e todos os adereços. Ajeitei as caixas numa grande gaveta que havia na estante. Liguei os fios na TV e a tomada. Coloquei o cartão de memória SD e cobri os controles com uma capinha colorida. Coloquei uma capa transparente no Wii Balance Board e a posicionei de frente para a televisão. Coloquei o cd do WiiFit no drive e liguei a TV. Peguei o controle principal e liguei a balança.
Criei meu Mii, e comecei a jogar. Ioga, corrida, ping-pong, todos os esportes. Aquilo realmente cansava. Dei pausa no jogo e fui até a cozinha beber um copo d’água. Ao voltar para a sala, peguei os outros jogos e pus-me a escolher outro. Acabei ficando com Dancing with the Stars.
Liguei tudo e esperei, quando a mensagem que apareceu na tela foi: “Ligue o controle 2”. Um sorriso imenso surgiu em meus lábios. Eu só poderia jogar com mais alguém. Voltei a me sentar no sofá e peguei o telefone. Discando o número de .

- Alô?
- ?
- Sou eu, quem fala? – ele perguntou.
- Ham, eu, , do 9º andar.
- Oh, claro! Sabia que conhecia a voz! – ele riu.
- Que é isso! ‘Cê ta ocupado?
- Só se for com o tédio. – nós dois rimos.
- Quer jogar ‘Dancing with the Stars’?
- Claro! – Ele falou animado.
- Ok, vem pra cá!
- Já chego! – ele disse e desligou.
Passei as mãos por meus cabelos, refazendo meu pseudo-penteado, respirei fundo e liguei o controle dois, afinal, se chegasse aqui e visse o aviso na tela da TV ia achar que eu só o havia chamado apenas pelo jogo.
E a campainha tocou. Corri para a porta e, só por costume, olhei pelo olho-mágico. Lá estava ele, tentando arrumar o cabelo. Abri a porta e ele sorriu.

- Você é rápido! – comentei.
- Você nem imagina o quanto. – ele piscou.
- Entra! – eu disse e ele o fez. Fechei a porta e o levei até a sala.

- Dancing with the Stars

- Não sei jogar. Como faço? – ele perguntou. Entreguei-lhe os controles.
- É simples. – eu escolhi o casal e arrumei toda a configuração. – Você só tem que seguir o que vai aparecer na tela. Tipo Guitar Hero.
- Oh, sim! Acho que entendi. – ele sorriu.

Ficamos em nossos lugares e começamos a jogar com Mambo. estava indo muito bem para um principiante. Mas alguns erros meus ou deles nos fizeram repetir a mesma música cinco vezes. Depois disso, finalmente, passamos para o próximo estilo musical.

- Chega! Não agüento mais! – dramatizou se jogando no sofá.
- Como você é fraquinho, ... – eu fiz pouco caso. Só pra provocar mesmo.
- Fraquinho nada! – ele protestou se levantando. – Sou forte como um touro! – ele mostrou o muque, me fazendo gargalhar.
- Faz-me rir, ! – eu disse e ele bufou, rindo logo em seguida.
- Vamos jogar mais! – ele se postou no meio da sala e ficou encarando a TV.

Eu ri e dei play novamente.

- ‘Ce ta com fome? – eu perguntei depois de jogarmos mais 15 vezes. Nós éramos péssimos.
- Com certeza. – ele respondeu.
- Vem comigo. – eu o puxei pela manga da camisa até a cozinha.
- Podemos fazer pipoca e ver um filme. – ele sugeriu.

Aquilo estava começando a parecer com um encontro. E eu realmente estava gostando.

- Ótima idéia! – eu disse. – Que filme?
- Eu vou lá em casa pegar alguns e já volto. – ele me deu um beijo na bochecha e saiu.

Sorri automaticamente e pus o saquinho da pipoca sabor manteiga no microondas.
Peguei uma vasilha e coloquei a pipoca, já pronta, e duas cocas. Coloquei tudo em cima do centro da sala.
Parei de frente para o espelho e soltei meus cabelos. Ajeitei minha franja e “penteei” as mechas com os dedos. E a campainha tocou de novo.
Abri a porta e entrou, com cinco DVDs na mão.

- Muitos filmes. – eu disse.
- É, vamos passar o dia todo aqui. – ele sorriu.
- E a noite também. – eu comentei. – É impressão minha ou só tem filme de suspense aqui?
- Não, Busca Implacável é de ação. – ele respondeu.
- Uau, ! Um filme! – eu falei e ele riu.
- Vamos começar com O Pântano. – ele falou tirando o DVD da caixa. – Apaga a luz.
- Deixar um ar mais sombrio é? – eu ri.
- Sempre. – ele piscou. Talvez ele tivesse um defeito na pálpebra. Seria uma boa explicação para o fato de que ele pisca muito pra mim.

Sentamos no sofá e eu liguei o Wii. Peguei a pipoca e a apoiei numa almofada.

-AH MEU DEUS! – me assustei com o filme.
começou a rir descontroladamente.
- Que exagerada! – ele disse.
- Exagerada é a mãe! – eu falei. – Ok. Calma. Certo, voltemos ao filme.
- Não dê outro pulo como esse ok? Você quase mandou a pipoca pro espaço!
- Fica quietinho aí, . – eu lhe dei uma tapa no braço. Que braço.
- Ta, presta atenção que essa parte é boa!

Depois de assistirmos todos os filmes, isso já era umas duas da manhã, eu levei a vasilha da pipoca e as latinhas para a cozinha.

- Vamos jogar Mario Kart? – sugeriu animado.
- Vamos! – eu concordei.

Peguei os controles-volante e liguei o jogo.

- Posso ser o Mario? – ele perguntou.
- Com certeza. Eu vou ser a Peach mesmo. – falei dando os ombros.
- Peach? A princesa que o Mario pega? – ele perguntou. Fui só eu ou isso teve um tom de duplo sentido?
- É. Ela mesma. – respondi o encarando.

Sentei-me no sofá, cruzando as pernas como índio.

- Pode se sentar, ta? – eu falei rindo.
- Ah, sim! – ele disse e se sentou ao meu lado.

- ! Sai do meio! – eu berrei com ele enquanto meu carrinho tentava, inutilmente, vale salientar, passar o dele.
- Não mesmo! – ele falou e, de alguma forma, saiu super rápido e venceu o jogo.
- Não acredito! – eu falei jogando o controle numa almofada.
- 3ª vez seguida. – ele disse.
- É me humilha mais! – ele riu. – Bem, você tinha que ser bom em alguma coisa, não é? – eu tentei ser indiferente.
- Tenho certeza de mais uma coisa em que eu sou bom. Muito melhor do que em vídeo game. – ele falou. Senti até minha alma se arrepiando.
- Ah, é? E o que é? – não sei de onde tirei coragem pra falar aquilo.
- Quer mesmo saber? – ele estava se aproximando.
- Com certeza. - falei o encarando.
- Muito bem então. – ele encostou nossos narizes e passou a mão por minha cintura.

Com um pequeno impulso, eu me aproximei ao máximo dele e o beijei. Sua mão subiu e desceu por minhas costas, e eu lhe apertei a nuca.
Afastei-me um pouco, quebrando o beijo com um selinho, e o encarei. Minha boca latejava e, por alguma razão, começou a rir.
E foi aí que eu percebi que eu estava ajoelhada no sofá, com uma mão em seus cabelos e a outra em seu peito, e ele com as duas mãos por de baixo da minha blusa.

- Estamos parecendo dois desesperados. – ele disse e eu também ri.
- Isso acontece. – falei me afastando, mas ele me puxou mais pra perto, apertando minha cintura.
- Às vezes, ser desesperado é bem legal... – ele falou.
- Às vezes? – eu ergui uma sobrancelha.
- Bom, dessa vez, eu tenho certeza que é muito legal. – ele sorriu.
- Bem, concordamos em alguma coisa então... – eu falei.
- Certas coisas são inevitáveis. – ele disse.
- Como assim?
- É! Graças ao seu video game, nós estamos aqui hoje, mas, com ou sem ele, não ia demorar muito para eu aparecer aqui e te chamar pra sair. – ele deu os ombros, me fazendo rir.
- Pois devia ter chamado! – eu falei, me arrependendo logo depois. – Quero dizer...
- , quer jantar comigo esses dias? – ele perguntou.
- Claro! – eu respondi e lhe dei um beijo. – Quer jogar mais? – apontei para o vídeo game.
- Agora não. – ele respondeu sorrindo de um jeito muito tarado, me fazendo gargalhar.

Ele me puxou para seu colo e me beijou.


FIM!


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