Eles já não estavam mais na mídia, ao menos não tanto quanto a seis anos atrás, quando tinham acabado de estourar com Lies... O show no Brasil foi o último que ela viu. Ela realmente esperava vê-lo mais uma vez, e tinha conseguido. Voltava para Londres agora, um lugar que ela tinha certeza que nunca deveria ter saído. Olhou da janela do avião para o Brasil pela última vez, e abriu um sorriso para a pessoa que estava ao seu lado. Um sorriso verdadeiramente sincero. Ela desembarcou, entrou num táxi, apertando a mão dessa pessoa. Ela não sabia como reagiria se soubesse o que estava acontecendo. Ela tinha acabado de ganhar uma promoção pela revista que trabalhava no Brasil, para trabalhar na filial britânica. Ela tinha pouco mais de 27 anos, e um sorriso incrível, e ninguém nunca teve dúvidas do por que o baterista da banda mais famosa da atualidade tinha se apaixonado por ela. Nem ela mesma.
Entrou na casa da família com o seu melhor sorriso estou-morrendo-de-saudades. O aparelho de MP4 tinha um dos fones pendurados de um lado dos ombros bronzeados pelo sol do Brasil. Uma música no mínimo antiga ecoava, Radios In Heaven, do Plain White T’s.
No dia seguinte, ela e a pessoa que havia dormido ao seu lado acordaram não muito tarde, e foram andar no parque. estava lá, enfiado no agasalho da Hurley, e sorriu ao vê-la. Um sorriso que ela se lembrava de jamais ter esquecido, um sorriso que ela simplesmente não esqueceria enquanto vivesse. Ele se aproximou, ela sentiu lágrimas inundarem os olhos, e finalmente se pronunciou.
- Oi pequena... – Ele deixou a última palavra solta no ar. Esperara seis anos para reencontrá-la e agora que ela estava ali na sua frente, simplesmente não sabia o que fazer. Ele desviou os olhos para a pessoa que ela segurava pela mão.
Cabelos muito loiros, iguais aos dela, e olhos incrívelmente azuis. Era de longe uma das pessoas mais lindas que ele já tinha visto na vida, era de longe a criança mais linda que ele já tinha visto na vida. Ele sorriu e sentiu a garotinha se encolher um pouco, para as pernas da mulher mais linda que ele conhecia.
Mas o sorriso dele não durou muito tempo, só até a menina pequena puxar a barra do vestido de verão que a mulher trajava e se pronunciar. A cena foi muito rápida.
- Mamãe! Eu quero sorvete, mamãe! – Uma voz fina e delicada que praticamente encheu seu coração, e o deixou mole.
Ele sabia, pelo menos agora tinha uma idéia de porque a pessoa mais incrível que ele tinha conhecido em toda a sua vida tinha ido embora. Se não estivesse tão errado, ele teria certeza de que ela tinha ido por ter outro.
- Quem é essa menina linda? – Ele falou tentando parecer calmo, tentando não transparecer a raiva assustadora que estava sentindo.
- Minha filha, ... – A garota falou assustada, olhando para a menina que ainda tentava se esquivar do homem de cerca de 30 anos.
- Sua... Filha? Quantos anos ela tem? – Ele perguntou, mas já sabia, ela devia ter uns cinco anos... Ou um pouco menos, ou mais..
- Seis. Ela tem seis anos, e se chama . – Ela apertou a mão da menina e desatou a chorar. A garotinha puxou mais uma vez a barra do vestido da mãe, fazendo a mulher se abaixar, para ficar na altura da pequena menina.
- Mamãe... É ele? É esse? – Os olhos azuis brilharam na luz do sol não muito forte da cidade.
já não entendia mais nada. Então era para isso que ela tinha o chamado ao parque? Para ver o quanto ela tinha evoluído? Construído uma vida inteira ao lado de outro cara? Ao lado de alguém que ele sabia, tinha quase certeza, que não fazia seus olhos brilharem como ele fazia. Ele fez menção de virar as costas e ir embora, mas ela segurou seu braço, desejando que a cena fosse ao contrário, ou que tudo aquilo se resolvesse de uma vez.
- É meu anjo... É ele. – Ela murmurou e beijou a testa da menina com cuidado e delicadeza que só as mães conseguem ter.
se calou, e só observou o amor que a garota, que ele costumava chamar de pequena, depositava no ser minúsculo. Ele não pode deixar de ter vontade de sorrir, mas continuou sério.
continuava a chorar, olhava dos olhos azuis da menina aos olhos azuis do garoto. O soltou, finalmente e murmurou um fraco ‘me desculpa’. Ele deu de ombros.
- Qual o nome inteiro da menina? - Ele falou devagar, como se estivesse gostando da angústia, com se esperasse pelo golpe final.
- ... . – Ela terminou de falar e voltou a chorar, inconsolável. não se segurou e a abraçou pelos ombros, finalmente entendendo tudo.
Seis anos haviam se passado. Há seis anos, ela escondera dele o seu maior segredo por medo... Medo de que ele achasse que era por interesse, medo de que ele simplesmente fosse embora. Ela fungou, delicada, e se soltou de seus braços. ainda tinha o mesmo cheiro de que ela se lembrava, era tudo completamente igual. olhou para seu rosto a tempo de ver um sorriso. Ele já tinha a menina no colo, e ela sorria, um pouco menos assustada.
- Vamos pequena... Quem sabe se você for uma boa menina, eu te pague um sorvete...
End.
nota da beta: Heey, gente! Estou aqui apenas para dar um ooi, e pra dizer que se tem qualquer erro que vocês tenham percebido nessa fic, podem me avisar por aqui, e eu estarei disposta à corrigir o mais depressa possível.
Enjoy, everyone !
XOXO', Paah Souza.
