Aquela porcaria de despertador da , que mais parecia um terremoto, quase quebrou a minha linda cômoda.
- , TIRA ESSA PERNA DE CIMA DE MIM E VAI DESLIGAR ESSA DROGA DE ALARME OU EU MESMA TACO NA PAREDE! - berrei.
- Ai, , que estresse, é só um barulhinho de nada!
- De nada? Você quase acordou a China, mas foi só um barulhinho de nada, né!
- AH, a nem se mexeu ali, ó! - ela apontou para um ser debaixo de todos os outros.
- Se ela se mexesse antes das duas da tarde eu me assustaria!
- Vamos descer pro refeitório que eu já to com fome... HOJE TEM BATATA FRITA! - gritou , olhando para a versão feminina de um certo irlandês esmagada debaixo de todas as outras.
- POTCHATCHO? - fez uma tentativa de falar sendo sufocada por um travesseiro com uma cabeça em cima - que é da , só pra saber.
- Gulosa! VAI FICAR SEM NADA! Fique soterrada enquanto a gente come tudo e não deixa nada pra você! - eu disse rindo, olhando pras suas pernas - única parte do corpo visível - balançando freneticamente debaixo da .
- NHUNCA! - ela empurrou as duas de cima dela, que caíram diretamente no chão. caiu de bunda e caiu em cima de .
- AAAAAAHHHHHH! - as duas gritaram, acordando com o impacto - , EU VOU TE BATER ATÉ SEU OLHO CAIR! - gritaram as duas - essa era a frase que todas usavam antes de atacar a pobrezinha indefesa.
- NÃO! - disse ela rindo e se escondendo debaixo das cobertas, levando várias almofadadas - Foram elas que me fizeram fazer isso! Disseram que iam tirar minha comida se eu não saísse... - ela disse com voz chorosa e colocou a cara pra fora do cobertor, como uma criança com medo de trovão, com uma carinha triste.
Esperta, elas tinham coração mole.
- OOOOOWWWNT - as duas falaram, abraçando-a. E ao nos ver ela fez uma cara maligna... Você vai me pagar, ainda vai!
- Vacilo de vocês, meninas. Essa aqui sem comida é que nem.... Eu sem o Harry! - disse , pensando em como seria... Logo fez uma careta.
- É COMO SE EU NAO TIVESSE OBJETIVOS NA VIDA! - deu um salto em cima da cama.
Mal calculado.
Ela acabou tropeçando em um montinho de travesseiro e caindo em cima de , que estava tentando se levantar e acabou estabacada de novo.
- AI MEU DEUS, MAS POR QUE VOCÊS QUEREM ME ESMAGAR HOJE? POSSO SABER?
- Desculpa - falou sem graça.
- Ta bom... Mas alguém sabe que horas são?
- Ah deve ser 5:30h, por aí...
foi caminhando calmamente até o relógio, pegou e...
- AAAII MEU DEUS, SÃO 7:45h. FALTAM 15 MINUTOS PRA PROVA!
- O QUÊ? EU NEM TOMEI CAFÉ DA MANHÃ! - foi correndo até o banheiro com uma toalha preta -sua cor preferida.
Ah, ela não chegaria primeiro na prova, NÃO MESMO !
- NÃO, EU QUE VOU TOMAR BANHO PRIMEIRO! - corri que nem uma desesperada até a porta, mas acabei levando uma portada na cara. Bem dada.
- AI MEU NARIZ! - caí de bunda no chão.
- AI MEU NARIZ...Pá, pá, pá... AI MEU NARIZ... Pá, pá, pá... ELE PARECE MUITO MAIS UM CHAFARIZ! - cantarolou , já com o chuveiro ligado.
As outras três pamonhas começaram a rir da minha cara.
- QUE FOI? VÃO OU NÃO TOMAR BANHO? A GENTE TEM QUE IR PRA LÁ AGORA!
- Relaxa, , Relaxa - falou , fazendo um joinha.
- VOU RELAXAR QUANDO A GENTE ESTIVER SENTADA NA CADEIRA DA SALA DE AULA FAZENDO A MERDA DA PROVA! - Já estava descabelada a ponto de parecer que tinha levado um choque.
- Vamos só preparar a roupa e, quando ela sair, vamos todo mundo junto! - ao falar isso, mandamos olhares reprovadores para a .
- Querida, gostamos de homem, se você não sabia... - disse bem calma, como se tivesse tentando explicar pra uma criança.
- DE BIQUÍNI, GENTE, DE BIQUÍNI! O box é grande e tem uma banheira! - ela continuou desesperada, tentando consertar o que falou.
- Olha, só porque estamos desesperadas, ok? Vambora! - eu entrei no closet - sim, tinha closet naquele quartinho da faculdade - e fui pegando as roupas aleatórias.
Cada garota ganhou uma roupa e, mesmo não merecendo, a desgraçada da também. Depois de colocarmos tudo na cama, e colocarmos os biquínis, a garota finalmente saiu do banheiro. Só faltavam 8 minutos pra prova começar.
- VAMBORA CAMBADA QUE SÓ TEMOS 8 MINUTOS PRA TOMAR BANHO!
- AAAAAAAHHHHHH - Uma garota molhada saiu correndo do banheiro e se jogou na cama.
- Que foi, sua maluca? - eu falei, esperando ser uma das bobagens dela, de ter o Jeff ou o Slender (N/A essas são creepypastas, coisas minhas aqui, mas eu amo/tenho medo do meu Jeffinho serial-killer) ou um palhaço assassino dentro do banheiro.
Me enganei.
Era pior.
- UMA BARATA BEM CASCUDA! VOANDO! CORRAM PARA AS COLINAS, MONTANHAS OU CASA DOS MINOS! - gritou , entrando no closet.
- EU QUE NÃO ENTRO ALI ! VOU ME VESTIR SEM BANHO! TÔ FORA! - disse , indo até a cama pra se vestir.
- Vocês são muito frescurentas! Eu hein, é só um insetinho de nada! - disse .
- Você e esses sei-lá-o-que de nada! Se for que nem o alarme do despertador, deve ter uma barata-monstro-alienígena-carnívora lá dentro! - eu disse, já imaginando esse troço. ÉCATI!
- Querem saber, suas medrosas? Eu vou lá esmagar esse bicho no chão!
- Você que sabe! Não sou eu que vou te socorrer lá dentro! - falou de dentro do closet.
“Hunf, e quem precisa da ajuda dela? Onde está meu chinelo mesmo? Vou estraçalhar esse inseto nojento!”, pensei.
Preparei-me para abrir a porta do banheiro com o chinelo na mão. Abri.
Gritos ecoaram pelo quarto quando o inseto marrom voou para fora dele e começou a voar pelo quarto.
- SAI DE CIMA DE MIM, SAI DE CIMA DE MIM! COISA NOJENTA, SAI DAQUI! SAI! - gritava quando a barata tonta rodou em volta dela.
- NÃO! SE CHEGAR PERTO DO MEU CABELO EU ARRANCO CADA PARTE DO SEU CORPO LENTAMENTE! - berrou , escondendo-se atrás da cortina.
- ELA ESCAPOU? COMO VOCÊ PODE SER TÃO BURRA A PONTO DE DEIXAR A BARATA ESCAPAR, ?!
Capítulo 2
- Vamos pro quarto da Sarah! Pega sua roupa e corre! - berrou , pegando a roupa e correndo pra porta.
- MAS ELA É MUITO NERD! ELA VAI QUERER ME USAR EM UMA DAS EXPERIÊNCIAS DELA! DA ÚLTIMA VEZ, EU QUASE PERDI MEU DEDO! - berrava dentro daquele closet.
- QUER FICAR COM A SUA AMIGUINHA NOJENTA?! - eu gritei pra ela.
- EU NÃO POSSO FICAR COM VOCÊ SE VOCÊ SAIR, NÉ, !
Mandei o dedo pra ela, mas logo percebi que ela não podia ver.
- Vamos logo e deixa essa aí presa com sua amiguinha. - falei
- NÃO! ME LEVA COM VOCÊS! - abriu a porta com tanta força que tinha certeza que ela a quebraria. Ela, então, se jogou no meio de todas nós e foi abrindo caminho até a porta.
- Vocês vem ou não? - ela disse já no meio do corredor.
- Fecha a porta logo, , temos que impedir que a seja mais uma vez outra cobaia da Sarah.
- Mas ia ser tão legal vê-la com o cabelo pegando fogo... DE NOVO! - falou fazendo e rir.
- Parem com isso suas, idiotas! Coitada dela! – Ok, aquilo foi engraçado. Nós nos olhamos por dois segundos e começamos a rir correndo pro quarto da Sarah.
- , ESPERA A GENTE, MENINA! - todas corremos até que estávamos a poucos passos da porta no final do corredor.
Eu ia entrar primeiro, já conseguia me imaginar passando por ali até que...
POW.
Sim, eu dei de cara com a porta que ninguém mais ninguém menos que fechou... De propósito... DE NOVO!
- GAROTA, VOCÊ TÁ BEM? - Falou tentando me levantar - Sei que você ama portas e tal, mas desse jeito vai acabar enfiando o nariz pra dentro do seu rosto!
- Olha aqui, não quero nenhum Voldemort como amiga não, ok? - Disse ajudando a me levantar.
- ABRE ESSA PORTA AGORA OU EU CHUTO ATÉ DERRUBAR!
- NOSSA QUE DESESPERO! ABRI, ABRI! ATÉ PARECE QUE VAI MORRER OU... - só consegui ver a cara pálida da olhar para algo atrás de mim.
- Que foi? Tá tudo bem? - Por que estou sendo legal com ela? Ela quase quebrou meu nariz...
- Z-z-u-zu... - Ela tentava falar, mas parecia que estava assustada.
- FALA DE UMA VEZ! - nós quatro gritamos.
- Zuky! É o Zuky! - Ela disse fazendo um gesto para que nós entrássemos.
- Mas quem é esse tal de Zu...? - Não tive tempo de completar a frase e fui puxada para dentro por ela.
fechou a porta e trancou em menos de 15 segundos.
- Mas agora posso saber quem é Zuky?
- Bem, Zuky é aquele garoto do bloco C da faculdade, aquele que gostava da , sabe?
- Sim, e por que você se assustou tanto com ele? Ele não é tão feio, é até bonitinho!- perguntou.
- Eu me assustei porque ele está ANDANDO! - ela praticamente berrou no meu ouvido.
- E daí? O garoto não pode andar, não? - falou ainda não entendendo onde ela queria chegar.
- ESPERA! ELE NÃO ANDAVA DE CADEIRA DE RODAS? - gritou no meu outro ouvido dessa vez.
- POR ISSO! ELE NÃO CONSEGUIA ANDAR! - berrou de novo.
- Er, gente... Será que eu posso falar? - uma voz baixa saiu de trás de todas nós.
- Gente! Acho que já sei quem vai dar nossas respostas - falei.
Todas nos viramos para Sarah que, a essa hora, já estava encostada na parede se encolhendo.
- EXPLICAÇÕES! JÁ! - ordenou apontando com o dedo indicador para a cara da coitada.
- Bem... Tá bom, vou explicar tudo, desde o começo.
~FLASHBACK ON~
TOC, TOC
- PODE ENTRAR! - eu disse.
- Oi, você é a... Dara, né? - disse um garoto familiar, Zuny... Zuty... ZUKY, sim, Zuky.
- Quase isso, sou a Sarah, o que você quer com minha pessoa?
- Bem, eu ouvi dizer que você é uma “cientista”. - ele disse fazendo duas aspas com os dedos.
- Sim, sim, sou uma “cientista” - fiz o mesmo gesto. - E o que tem?
- Bem, queria que você fizesse algo que me fizesse voltar a andar, já que eu descobri que você é A mais inteligente das faculdades nesse país e talvez possa me ajudar!
- Hummm... Isso é bem difícil, mas eu vou tentar fazer o máximo que puder! Tudo bem?
- MUITO OBRIGADO MESMO, LARA! - ele disse dando um beijo na minha bochecha e saindo do quarto.
- É-é S-sarah... - eu disse colocando a mão onde ele havia beijado, com um sorriso no rosto. ~FLASHBACK OFF~
- Você ficou assim por um beijo na bochecha? - disse .
- EU TENHO UMA QUEDA POR ELE, TÁ BOM? DEIXE-ME CONTINUAR! - Sarah emburrou.
- Deixe-a contar, . - falou tampando a boca dela com a mão e se virando para a Sarah.
- Prossiga, sim? Saritcha, do meu coração! - ela fez uma cara fofa.
- Ok, ok, depois de uns 3 meses ele foi até lá de novo e estava tudo pronto até que...
~FLASHBACK ON~
- Precisa mesmo de tudo isso? Pra mim era só beber alguma coisa, ou jogar em cima de mim... - ele disse olhando para a maior agulha de injeção que ele já havia visto na vida.
- Você preferia que eu usasse uma varinha mágica ou saísse purpurina da minha mão? - O que ele pensava que eu era? Uma bruxa, por acaso?
- Vai doer muito? - ele disse fazendo uma cara de dor.
- Eu queria dizer que fosse só uma picadinha, mas sou realista, então... Sim! Vai ser como uma picada de um mosquito-vampiro-gigante-monstruoso! - disse fazendo meu melhor sorriso colgate.
- Nossa, me sinto muito mais aliviado e AI, MEU DEUS EU VOU MORRER! FRUTA QUE CAIU! - ele se contorcia de dor.
Será que eu devia ter avisado que ia aplicar?
- Doeu muito? - eu disse vendo ele se encolher com a mão apertando o braço.
- IMAGINA! FEZ CÓCEGAS! - ele disse irônico.
- Que bom! Pensei que você estava sentindo dor. Hmmm, você tem um jeito estranho de rir.
- O quê? Mas... - ele olhou para suas pernas. - Eu tô sentindo um formigamento...
- ESTÁ TENDO EFEITO! - eu estava mais empolgada que ele mesmo.
- E-eu consigo mexer meu pé! - ele estava com um sorriso de orelha a orelha.
- EU NÃO ACREDITO! EU NÃO ACREDITO! - nesse momento eu já estava pulando de alegria batendo palminhas.
- Eu vou tentar levantar! Me ajuda aqui... - ele disse segurando no meu braço.
Ajudei-o a levantar e ele começou a andar pelo quarto.
- EU CONSIGO ANDAR, EU CONSIGO ANDAR! MEU DEUS! EU TE AMO, SARAH. EU TE AMOO! - ele gritou correndo até mim e me beijando.
- E-eu... Quer dizer eu... Er... Legal! - eu não sabia o que dizer.
- EU CONSIGO ANDAR, EU CONSIGO ANDAR! - Zuky saiu do meu quarto pulando e gritando que nem um maluco pelo prédio assustando a todos. ~FLASHBACK OFF~
- Ele te beijou? Sortuda! Ele é um dos garotos mais lindos dessa espelunca! - disse incrédula.
- SIM, NÃO É LEGAL? - Saritcha estava pulando de novo.
- É! - começou a pular junto com a amiga.
- Retardadas. - disse.
- Deixe-as serem felizes. - falou .
- ESPERA! - Sarah parou de pular. - Eu esqueci de contar também que eu liguei para todos os meus amigos nerds de outras faculdades! Contei a fórmula pra eles e eles estão testando em várias cobaias que aceitaram! Ou seja, se tudo der certo, vou ser a pessoa mais RICA DO MUNDO INTEIRO! - ela caiu de joelhos no chão e soltou uma risada maligna.
- Anh... Ok, mas se o Zuky estava vindo nessa direção e esse é um corredor único... Ele não devia ter batido aqui?- disse .
- Verdade! - disse ainda pulando.
- Você, Para de pular; E o resto vem comigo. - disse andando até a porta. - Sigam-me as boas!
Abrimos a porta e nos deparamos com a pior cena que poderíamos ter presenciado.
Havia três pessoas no corredor.
Katy Niwer, uma patricinha da qual nós seis odiávamos, um desconhecido infeliz e Zuky.
Zuky e o desconhecido estavam agachados um de cada lado do corpo de Katy caído no chão.
Não entendíamos o que estava acontecendo até que vimos que havia muito sangue.
E o corpo de Katy estava aberto, seu estômago estava pra fora.
- E-eu não acredito... - começou a dizer.
- Só pode ser um sonho da ... - falou .
Por pior que fosse a situação, elas teriam que aceitar os fatos, Katy estava literalmente sendo comida por duas pessoas.
Zuky e aquele outro garoto comiam como animais, como leões famintos, lobos devorando a caça. Como zumbis.
- Isso só pode ser mentira, a gente ficou maluca ou coisa do tipo! - disse Sarah com lágrimas nos olhos, como alguém podia ser tão violento a esse ponto? Eles não estavam em estados normais! Não poderia ser possível.
No meio do raciocínio, elas não perceberam que os um dos canibais notou suas presenças.
- RARGH - Zuky levantou e foi se arrastando até as garotas.
- Só pode ser uma pegadinha, não é possível! - .
- Olha, gente, eu não sei o que está acontece... AH, NÃO! ME SOLTA! AI - Zuky havia segurado Sarah e, quando percebemos, ele estava mordendo seu ombro.
Sangue jorrava e gritos ecoavam pela sala. Nós não sabíamos o que fazer, vendo um garoto arrancar um pedaço da Sarah!
Acabamos escolhendo bater nele até ele soltá-la.
deu um chute em suas pernas o fazendo cair e as outras garotas pediam ajuda e cuidavam de Sarah.
A única que não fazia absolutamente nada era , ela estava parada.
Ela olhava do Zuky sendo espancado até Sarah cheia de sangue, várias vezes seguidas, sem parar, sem saber o que fazer.
segurava Zuky, mas ele conseguiu se soltar.
- NÃO! - ela gritou caindo pra trás e se encolhendo.
De repente se ouve um barulho de algo oco se quebrando e ela sentiu algo quente molhá-la.
Quando abriu os olhos, estava com um machado na mão. Zuky estava caído no chão com a cabeça quebrada e aberta.
Ela continuou acertando a cabeça dele, até que não havia mais nada para acertar e todo o chão perto dali estava vermelho. Sua roupa estava manchada e seu cabelo e testa molhados de suor.
Nesse momento o outro ser desconhecido colocou sua mão em seu ombro.
Ela deu um golpe certeiro em sua cabeça com um só giro e o corpo nojento caiu rapidamente.
estava apavorada, seu rosto mostrava que os pensamentos não correspondiam aos seus atos.
- Te-temos que fugir! Vamos cuidar disso - ela apontou para o ferimento de Sarah - e entender o que acabou de acontecer. - ninguém se mexeu - VOCÊS NÃO ME OUVIRAM? CORRAM!
Todas começaram a correr carregando Sarah.
Quando chegaram ao andar de baixo encontraram horríveis cenários. Vários corpos mutilados no chão e pessoas correndo e se escondendo. Garotos e garotos que eram legais, amigos, nerds e populares mordendo e comendo uns aos outros.
- Corram mais, gente! Mas sejam os mais discretos possíveis... - falou encostando na parede e andando para o lado.
As outras fizeram o mesmo.
Estavam quase chegando à porta quando sussurrou.
- , onde que você conseguiu o machado, hein? Você tem superpoderes ou coisa assim? Tipo, grita: THOR! Aí cai um raio em cima de você e aparece um machado?
- SH! Eu peguei dos suprimentos de emergência que ficam na parede, agora cala a boca.
- AH! Aquele lugar onde fica o extintor? - ela insistia.
- É, AGORA CALA A BOCA! - ela perdeu a paciência.
Os canibais que estavam perto dali viraram a cabeça lentamente para a direção do som.
- DROGA, CORRE! - berrou correndo até o portão de saída de todo o campus.
As outras fizeram o mesmo.
Chegando lá, ela abriu o portão e esperou todos entrarem.
Após Sarah passar, a última das seis, bateu o portão na cara de uma daquelas coisas.
Passado o sufoco, ela olhou para as amigas que olhavam para a mesma direção.
- Gente, o que foi?- falou assustada.
- Olha pra lá. - falou ríspida.
- Anh... Tá bom.
O que ela viu, seria a imagem que apareceria em todos os seus pesadelos.
A rua, antes arrumada de um bairro tranquilo, agora estava cheia de sangue pelas calçadas, órgãos espalhados pelo chão.
Corpos mutilados e deformados por toda a parte.
E seres que antes deviam ser pessoas, agora vagando sem rumo a vários metros, procurando carne fresca.
- M-mas... Como... - Sarah não sabia o que dizer. - Acho que a culpa foi minha... - ela caiu de joelhos sujando seu jeans de vermelho.
- O quê? O que você está falando? Claro que não! - não estava entendendo.
- O ZUKY QUE FEZ TUDO ISSO! O QUE EU INJETEI NELE! TRANSFORMOU-O EM UM CANIBAL! - ela estava chorando nessa hora. - Como raiva! Sabe a doença que os cachorros passam para os humanos? Ele passou para os outros, só que o que eu criei. Os infectados, infectam os outros...
- Você não sabe o que está dizendo! É só uma dedução! A culpa não foi sua! - tentava acalmar a amiga.
- Mas e se eu estiver certa? Eu sei que posso estar, tem várias chances de isso ter acontecido.
- Sarah... - não parava de olhar o cenário sangrento. - Se isso tudo aí for verdade... - ela fez vários gestos exagerados no tudo. - Lembra que você disse que passou a fórmula e seus amigos testaram em cobaias?
Cinco pares de olhos arregalados viraram para a menina que continuava parada.
- Le-lembro. - um dos pares respondeu.
- NÃO É POSSÍVEL! - gritou.
- Só tenho uma palavra para descrever essa situação. - começou - FODEU!
Capítulo 3
Acordei mais uma vez do mesmo pesadelo.
SEIS MESES! Seis meses havia se passado e eu continuava lembrando daquele dia. Muitas coisas haviam mudado.
E vários desastres haviam acontecido.
Sarah teve uma convulsão horas depois, no mesmo dia do “apocalipse” - como chamávamos tudo o que nossa vida havia se tornado. Nessa convulsão, seus olhos viraram e ela apagou minutos depois.
~FLASHBACK ON~
Enquanto tentávamos entender o que havia acabado de acontecer, ela se levantou e avançou sobre .
- SOLTE-A! - pulei sobre aquela menina, que antes era minha melhor amiga.
Eu não perderia outra, não mesmo.
O machado que estava no meu pé não estava ao meu alcance, então, só pude segurar aquele monstro pelos seus braços, prendendo-os por trás de seu corpo, que rosnava para , mordendo o ar.
- , PEGA! - gritei apontando com a cabeça para a arma.
- Na-não consigo, não com ela... - ela abaixou a cabeça.
Perdi a paciência.
- OU VOCÊ PARTE A CABEÇA DELA AO MEIO OU EU SOLTO! - berrei com raiva.
- , você sabe que não é assim...
- AH, É SIM! ELA NÃO É MAIS A SUA AMIGA, NÃO LIGA SE VOCÊ SENTE PENA DELA.- nessa hora Sarah, tentava morder a garota que a prendia, tentando girar a cabeça pra trás. - ELA É UM MONSTRO! QUER QUE EU SOLETRE? M-O-N-S-T-R-O!
- AARG, CALA A BOCA! - Ela perdeu a paciência e miolos voaram.
Literalmente.
Ela largou o machado e se virou.
Quando percebi, estava segurando um corpo com metade da cabeça e resquícios de cérebro ainda no crânio. Soltei a morta e raciocinei o que havia acabado de acontecer.
- Espera aí, você queria ME acertar! - eu disse juntando os fatos.
- Apenas errei o alvo e acabei acertando o que devia acertar. - ela falou, ainda de costas, como se fosse a coisa mais normal querer matar uma amiga que a salvou de ser comida viva por uma ex-viva-amiga.
- AH, MAS EU NÃO VOU ERRAR O MEU! - peguei o machado que tinha no chão e avancei sobre ela, ainda de costas, mas fui impedida pelas meninas.
segurou meus braços e tirou o machado de mim, enquanto tentava acalmar a situação.
- Parem com isso! Ninguém vai se matar aqui não, tão malucas? Precisamos sobreviver ou acaba que não sobra ninguém. - Disse tentando nos manter racionais.
- Tá bom, só... Só deixe-a longe de mim... - eu me virei, sentando no chão. ~FLASHBACK OFF~
Depois desse acontecido traumático, todas nos conformarmos que Sarah havia morrido, vagamos sem rumo pelas ruas daquela cidade, nos escondendo onde podíamos,dormindo em céu aberto, com revezamento de vigias ou até em casas abandonadas por algumas semanas, se tivéssemos sorte, mas nada fixo. Até chegamos a morar em uma casa por dois meses, mas uma horda de zumbis invadiu o território em uma manhã e tivemos que deixar tudo às pressas, saindo pelos fundos. Só pude salvar o meu machado e alguns suprimentos para sobrevivermos, enquanto éramos nômades.
A única coisa que não mudou foi que eu continuava com meu machado, que eu guardei desde o começo.
Acordei em um péssimo e quente dia, já não aguentávamos o cheiro de suor, sangue e carne podre uma das outras - já que matando zumbis, ficavam esses vestígios nas roupas -, não dormíamos bem há semanas e já estava pensando que se alguém nos visse, com toda a certeza, nos daria um tiro, pensando que somos um deles, mas logo deixei meus pensamentos sumirem quando avistei um shopping bem longe.
Depois de meia hora de caminhada, finalmente chegamos. Ele parecia estar em melhor estado na parte interna do que externa, o que, na certa, afastaria possíveis sobreviventes.
Tivemos sorte, havia apenas uns 20 e poucos canibais espalhados por lá. Conseguimos limpar o primeiro e o segundo andar sem muitos machucados graves.
O único problema foi que no primeiro andar, quando fomos entrar em uma das nove únicas lojas abertas, enquanto vasculhávamos, uma daquelas coisas saiu de dentro de uma cabine e caiu na frente de , que carregava um facão de carne, assim como todas - menos eu, que carregava o machado - , que havíamos encontrado na loja de artigos de cozinha, a primeira que entramos e, com o susto, ela acabou caindo no chão, com a mão em cima da faca, fazendo um grande corte, não muito profundo, mas bem doloroso. Na hora, a sua única reação foi se encolher por cima da mão e gritar. Como todas estávamos ali, mesmo que cada uma olhando um lugar da loja, corremos para o local a tempo de ver a garota se afastando de uma coisa rastejando em sua direção.
Eu já estava avançando no ser podre quando correu e prendeu aquela coisa asquerosa, que pelo uniforme deveria ser um funcionário, com um dos pés pressionando suas costas contra o chão.
foi puxada para longe dali por e que a levaram para fora da loja, enquanto praticamente fatiava a cabeça do vendedor. No final, descobrimos que só havia mais três daquelas coisas ali, e foram facilmente decapitados.
No segundo andar, prendemos os mordedores, fechando todas as lojas que haviam abertas, sem olhar pra não perder tempo, e prendemos alguns na sala dos funcionários, os atraindo até lá com um pouco de barulho - uma coisa que descobrimos: o barulho os deixa nervosos.
Nenhum sobrevivente.
Estávamos sozinhas naquele espaço todo, com lojas, praça de alimentação, farmácia... Tudo no primeiro andar!
Depois de enfaixar a mão de na farmácia, todas fomos para o corredor principal, cheio de poltronas e sofás, que para nós eram tão bons que, ao sentar, uma sensação de conforto subia pelo corpo.
- Finalmente encontramos um lugar pra dormir sem ter medo de acordar com um berro da vigia da vez! - falou se espreguiçando com um sorriso.
- Não fica muito animada que da última vez sua felicidade atraiu vários mordedores e perdemos nosso abrigo. - Falou , se sentando em uma das poltronas com sua incrível e contagiosa animação.
- Ah, vamos, ! Deixa de ser sem-graça e sorria! Depois de todo o trabalho que tivemos hoje, finalmente, podemos descansar e você aí colocando a culpa na . - Disse , se jogando no sofá e fechando os olhos.
- Eu não sei vocês, mas eu vou comer alguma coisa. - Me virei em direção à praça de alimentação. - Ou pelo menos ver se resta comida lá... - falei mais pra mim mesma do que pras garotas.
Quando entrei no lugar onde ficaria o Mc Donald’s, fui direto ao freezer e tomei um susto.
- AI. MEU. DEUS! - eu gritei maravilhada com tudo que tinha ali, hambúrgueres que durariam semanas, se não diria meses! Sorvetes dos mais variados sabores. Sentei no chão e abri um napolitano, passei o dedo, pegando os três sabores de uma vez e o lambi. Há um ano eu não provava um sorvete de baunilha, chocolate e muito menos de morango. Por seis meses eu não comia nenhum por frescura, dietas, tudo light pra perder as “gordurinhas”, mas, agora, qualquer vestígio de gordura se foi, comendo o equivalente a três pratos de comida por semana, eu aceito tudo que vier na minha frente.
Batata frita: aceito, claro!
Alface: não alimenta tanto, mas é comida, pode vir!
Arroz e feijão: nunca fui fã de feijão quando morava no Brasil, mas acho que se visse um prato desses comeria até o último grão.
Fui interrompida de meus pensamentos quando entrou no freezer e olhou pra mim como se eu fosse um E.T.
“Será que tem algum problema uma garota no meio do fim do mundo lambendo um pote de sorvete?” pensei.
Logo que ela parou de me olhar como se fosse uma aberração e viu toda a comida que tinha ali, ficou olhando como uma retardada girando no mesmo lugar.
- Será que pode parar de fazer isso? Vem provar isso aqui logo, antes que eu acabe com tudo! – falei, ameaçando aproximar o pote da minha boca.
- NÃO! ME DÁ ISSO! - ela veio em minha direção com uma cara assassina.
- Toma, prova isso enquanto eu vou ver se consigo fazer um hambúrguer. - falei levantando e pegando dois hambúrgueres, dois queijos e dois pães congelados e levando pra fora do freezer.
- E posso saber como você vai fazer isso? Acho que você nunca trabalhou no Mc Donald’s, pelo que eu saiba.
- E todos os anos observando as pessoas fazendo meus lanches? Já sabia de cor os ingredientes e onde cada um era preparado! - falei pra ela rindo.
Mentira, eu não lembrava direito nem como se preparava uma pizza, mas ia tentar.
Pouco tempo depois já tinha feito os dois hambúrgueres. A aparência não era muito boa, mas, poxa, do jeito que a gente estava isso era o melhor que eu poderia fazer.
- TÁ PRONTO? - berrou aparecendo do meu lado com sorvete de morango em volta da boca.
- Você comeu um pote inteiro? – perguntei, estendendo uma mão com um hambúrguer em sua direção.
- Como se você não fosse fazer isso quando eu entrei lá! - ela falou rindo e passando as costas da mão direita na boca e pegando o hambúrguer com a outra.
Nós duas demos uma mordida que pegou metade do hambúrguer.
- Er... Não tenho certeza se você fez certo... - falava com uma cara estranha.
- Mas é comestível, agora come tudo! - falei terminando o meu.
Ouvimos barulhos em frente ao balcão.
Tentei procurar meu machado.
“MERDA ! Cadê ele? Devo ter deixado no freezer... Bela hora pra ele me deixar na mão...”
já tinha ido ver o que tinha feito o som, equipada com seu facão.
- ... Tá tudo bem aí? - logo depois de falar, ouvi mais barulhos e alguns gemidos.
Quando fui ver, ela estava decapitando dois de uns dez mordedores que a cercavam.
- TÁ OLHANDO O QUÊ? ME AJUDA! - ela berrou quando chutou um deles, o fazendo cair, mas logo ele rastejou pra cima dela.
Corri lá para dentro, peguei o meu querido machado que a esse ponto já estava bem gelado e escorregadio, dei um chute na porta do freezer logo ao sair, para fechá-lo - a última coisa que eu quero é perder os resquícios que temos do Mc Donald’s - e logo corri para matar aquelas coisas.
Um mordedor estava avançando em ,quando enfiei o machado em sua cabeça por trás.
Ele caiu de joelhos, segurei o meu machado com as duas mãos e empurrei com o pé seu corpo, para que minha arma saísse e logo parti pra outros dois que voltaram sua atenção para mim.
Só que mais cinco, que estavam indo em direção a ela, vieram para cima da minha pessoa.
“AH, QUAL É? Isso é bullying comigo!” pensei, recuando até sentir minhas costas bater na parede.
- AÍ, DÁ PRA AJUDAR? ALGUÉM? - falei quando eles se aproximavam.
Vi um espaço entre dois zumbis na minha frente, era só correr e eu me livrava, mas um outro desgraçado entrou no meio.
- ARGG! - preciso nem dizer que ele morreu primeiro, não é?
Depois de sua cabeça ser cortada verticalmente, logo no meio dos olhos, usei seu corpo como escudo.
- ? TÁ AÍ? NÃO ME DIZ QUE FOI MORDIDA! - já imaginei que minha melhor amiga desde pequena tinha poucas horas de vida até se tornar um deles, mas devia me concentrar com MINHAS horas.
Até que ela me respondeu.
- NÃ... ARRRG, SAI! NÃO! EU TÔ BEM! Até agora.- ouvi passos apressados, o barulho ficava mais perto a cada minuto.
Duas cabeças foram cortadas e um “carne podre”, que estava a centímetros de me morder, foi puxado para trás.
Com o caminho livre, joguei o corpo e corri pelo espaço que havia se aberto.
Corri na direção de que estava no chão, tentando evitar uma mordida de um mordedor-mulher.
Cheguei mais perto, esperando que os outros mordedores não fossem rápidos o suficiente e puxei o cabelo daquela coisa que abriu a boca, soltando uma baba vermelho escuro em cima de que fez uma careta.
Eu riria, mas naquela situação não tinha nenhuma graça.
se contorceu e conseguiu sair de perto daquela coisa.
Segurei sua cabeça e quebrei seu pescoço, o girando em 360 graus.
Levantei e corri, junto com para onde as garotas estavam com os bichos podres logo atrás de nós.
Ao chegarmos às poltronas e sofás, começamos a gritar para elas acordarem, o que logo fizeram.
- Mas o que... AH, NÃO POSSO DEIXAR VOCÊS POR UM MINUTO E VOCÊS JÁ QUASE SE MATAM? - berrou que pegou seu facão do lado da poltrona em que estava sentada e correu pras amigas.
- E AINDA QUASE MATAM A GENTE? - berrou que também pegou seu facão do lado do sofá e correu junto com .
- MAS NÃO FIZEMOS NADA! - gritei. “Tudo é culpa minha! Sempre é minha culpa. Ah, o mordedor caiu em cima da comida: Culpa da . Ah, um deles quase me mordeu na loja: Culpa da . Uma horda deles surgiu do chão...”
“Culpa da , tudo isso é culpa da .” pensava enquanto se escondia atrás do sofá, torcendo para que nenhum deles a encontrasse.
O corte que ela havia feito era doloroso e, na hora do susto, ela estava trocando os curativos, então na corrida para trás do sofá, ela acabou deixando os curativos caírem e sua mão exposta.
- Cadê a ? - perguntou pela amiga enquanto decapitava dois daqueles troços de uma vez.
- Ela... Estava... Trocando os curativos... E... Sumiu, então eu vim pra cá! - falou aos poucos, matar aquelas coisas não era muito fácil, principalmente se você estiver quase totalmente cercada.
Nós ficamos em formação, uma de costas para as outras, como um círculo, para que acertássemos em todos os lugares e não viesse um ataque surpresa por trás de alguém.
Quando conseguimos nos livrar de uns 20, havia ainda outros 10 nos cercando.
Eu estava muito cansada e aquele cheiro estava me dando náusea.
Caí de joelhos com tudo girando à minha volta.
Pude ver dois seres serem decapitados logo prestes a me morder e uma pessoa, isso mesmo, uma pessoa, surgir atrás deles quando seus corpos caíram.
Ou será que eram duas?
Era um garoto loiro que me olhava como se fosse uma aberração, é, todo mundo me olhava assim, deviam achar que eu era uma daquelas coisas.
Tinha que fazer alguma coisa ou adeus vida.
- N-não me mate. - quando ouviu isso, deu um sorriso de lado.
Quanto aos outros mordedores, os outros sobreviventes deram conta deles, pareciam usar armas bem fortes, metralhadoras...
A última coisa que consegui ver, foi um deles puxar pra perto de nós enquanto ela tentava se soltar.
- Olha o que eu achei atrás do sofá! - ele falou rindo pros outros garotos.
- Aê, mais sobreviventes! - o mesmo falou olhando pra gente.
- Louis, para com isso, elas estão assustadas. - falou um de cabelo preto, rindo.
- Hmm, você tá... Bem? - perguntou um de cabelo encaracolado olhando pra mim.
“Ótima, nunca estive melhor!” pensei revirando os olhos.
Não foi uma boa ideia.
Revirar os olhos me fez ficar mais tonta, tudo ficou embaçado e eu caí pra trás.
Só via vultos e ouvia algumas vozes, e tudo ficou escuro.
Capítulo 4 ’s POV ON
Acordei sendo sacudida.
Abri os olhos e dei de cara com .
Empurrei-a de cima de mim e ela caiu de bunda, então me levantei do chão onde estava caída.
- O que aconteceu? - balancei a cabeça com as mãos no rosto, lembrando de algumas coisas. - Alguma delas foi mordida? Aconteceu alguma coisa? Fala logo! – falei, dessa vez, sacudindo-a.
- Para com isso! - ela se livrou de mim me empurrando, impaciente. - Não aconteceu nada com a gente, só tem uma coisa... - ela foi interrompida por que apareceu do nada e respondeu por ela.
- Estamos presas.
- MAS COMO ASSIM ESTAMOS PRESAS?!- berrava com as duas que estavam também com raiva.
- Eles tinham mais armas que nós e eram mais fortes... - que estava deitada no chão falou levantando e andando até nós.
Passei a mão no rosto cansada e com raiva.
- Tá, agora estamos aqui, no segundo andar, sem poder sair do shopping e nem descer? - falei analisando os fatos.
Elas não precisaram responder, já sabia a resposta.
Havia uma grade acima da escada, impedindo que nós fossemos até o andar de baixo.
Fui até lá e pude ver aqueles seres deitados nos sofás, onde NÓS estávamos deitadas antes deles invadirem o NOSSO shopping. NA MAIOR CARA DE PAU.
Dei um chute na grade chamando a atenção deles. Continuei balançando e socando até que dois deles foram até onde eu estava.
- Não adianta, não vai conseguir sair! - um que parecia ser o mais velho riu da minha cara. Eu estava suada e o cabelo estava grudado na minha testa e possuía uma cara de raiva.
- E se conseguir, prendemos de novo! - um de cabelo preto falou mostrando uma arma. Droga, eles tinham razão.
Chutei a grade novamente e me virei sentando no chão com as costas na grade e as mãos no rosto.
Ouvi passos se afastando.
- Vão deixar a gente morrer desidratadas e de fome? - falei ainda de costas, indiferente. - Não seriam tão desumanos assim, né?
Ouvi mais passos, mas dessa vez chegando mais perto.
De repente, senti algo quente nas minhas costas. Não acredito que eles fizeram isso.
Me levantei olhando para minha roupa suja, e agora molhada, respirei fundo e me virei os vendo rirem de mim.
Avancei sobre a grade de novo e ela pareceu ficar mais frouxa, pude ouvir um estalo, mas não liguei, eu só queria matar aqueles dois.
- VEM PRA CÁ! - chutei. - CHEGA MAIS PERTO SE TIVER CORAGEM! - pude ouvir risadas dos dois até que mais um chegou.
- DÁ PRA CALAR A BOCA VOCÊS AÍ? - o de cabelo cacheado chegou. Depois fez uma careta e chegou mais perto de mim.
- Que fedor... - ele colocou a mão no nariz e se afastou.
Que vontade de estrangular pessoas...
- Diz isso para os seus amiguinhos... - falei entre os dentes e ele olhou pra eles.
- Vocês são malucos? Ela é uma pessoa, seus animais! - ele falou com raiva. Ah, um sinal de esperança, finalmente.
De repente, chegou do meu lado e logo fez uma careta e se afastou.
- Meu deus, isso tudo é nervosismo? Não deu pra segurar? - ela falou fazendo os garotos rirem.
Abaixei a cabeça com as mãos ainda segurando a grade.
Comecei a soluçar.
colocou a mão no meu ombro sem entender nada, mas eu olhei pra ela de um ângulo que só ela podia ver e dei um sorriso que ela logo captou e começou a chorar também.
Logo se agarrou à grade, mas continuou com a cabeça erguida, com a cara mais deprimente que ela podia fazer.
O garoto de cabelos cacheados chegou mais perto da grade, com pena.
- Não precisa chorar, não é o fim do mundo... -
"Jura? Eu acho que é sim!" pensei.
Ele colocou as mãos na grade... Exatamente como o planejado.
- Você... Toma banho e pronto! - ele deu um sorriso e eu desisti do meu plano. Espera aí, como assim? Banho?
Ergui a cabeça na hora e ele tomou um susto.
- SIM,SIM! - gritei com um sorriso. Desde que chegamos aqui, nem pensei em tomar banho. Acho que tinha até me esquecido o que era isso. - Mas aqui nesse andar não tem materiais de banheiro! - falei com um sorriso de lado.
sussurrou confusa do meu lado:
- Mas a gente não ia prendê-lo contra a grade, garota? Esse é o plano de emergência! Ataque surpresa, não é isso? - ela me deu uma cotovelada.
- Banho é melhor! - ela me olhou com uma cara de “não acredito nisso”. - Não posso perder essa chance e se desse errado, ferrou pra gente! - falei e ela concordou com a cabeça. - E ainda teria que dormir cheirando a mijo.
Olhamos para os garotos, os outros dois se juntaram e eles também estavam conversando por sussurros um com os outros.
- Tudo bem, vocês, garotas, vão poder tomar banho, mas se tentarem algum ataque vão ficar fedendo até não aguentarem umas as outras. - o de cabelo preto falou e concordamos com a cabeça.
Depois de cinco minutos, as garotas chegaram até onde estávamos.
- Quem vai ser a primeira? - falou recebendo olhares de todos.
- Não sei, talvez a que esteja fedendo a xixi? - falei com os braços cruzados e e se viraram rindo enquanto segurava o riso com a mão no rosto.
Me virei revirando os olhos e olhei para o garoto de olhos verdes.
Acho que já os vi antes...
- Dá pra ser ou tá difícil? - falei impaciente.
Ele abriu um pouco a grade e os outros garotos apontaram as armas para as garotas e para mim. Sem chance de ataque.
Passei e fui andando até a loja de artigos de banheiro. Entrei e fui direto para onde ficava o box de demonstração, que funcionava.
- Vocês fariam o favor de sair da loja? - olhei para os garotos que estavam na entrada.
- Temos que saber se não vai tentar nada... - falou o de cabelo preto encostando na parede. - Nunca se sabe!
- Ah, claro. Sem arma, sem roupa... Vou usar o quê? A torneira? Por favor! - apontei pra saída e eles saíram puxando a grade.
Peguei uma das toalhas dali e entrei no box.
Depois de uns 20 minutos, estava aproveitando ao máximo aquele momento, finalmente um banho decente!
- ANDA LOGO COM ISSO! - um deles gritou.
- JÁ TÔ ACABANDO! - falei desligando o chuveiro pra não gastar muita água. Peguei uma toalha ali do lado e fui procurar sabonete, isso mesmo, não havia nem começado. Havia um armário que eu não lembrava de ter vasculhado, então só devia estar ali.
Abri a porta e tomei um susto enorme. Um daqueles troços caiu em cima de mim.
"Só quando não tô com meu machado que essas coisas acontecem." pensei.
O empurrava pelos ombros impedindo que ele me mordesse enquanto gritava por ajuda.
- Se isso for alguma pegadinha, eu... - o garoto loiro entrou lá e viu minha situação.
- MATE-O! - eu gritei enquanto o defunto segurava meus braços. Quando estava ficando quase sem forças, ele atirou em sua cabeça.
Empurrei o corpo podre pro lado, levantei e olhei pro meu estado. Minha toalha, minhas pernas e braços estavam todos cheio de sangue.
O loiro não falava nada.
- Vou ter que tomar banho de novo.- falei. Ele continuou parado olhando para a toalha, para o morto e para mim. - Dá pra sair? - falei impaciente.
Ele andou na minha direção sem desviar os olhos de mim e imediatamente dei um passo pra trás assustada. Fui andando até que encostei na parede e ele ergueu uma das mãos na altura da minha cintura.
Desviei batendo em seu braço e andando pra trás de novo.
O loiro parou, fechou os olhos e se virou.
- Não demora... - ele falou simplesmente e foi embora meio contrariado.
Fiquei parada por alguns segundos o olhando sair, tentando entender o que tinha acontecido.
Eu tenho certeza que já o vi em algum lugar...
Passei por cima daquele corpo e entrei no armário, era um pouco grande e tinha vários produtos. Havia sabonetes, shampoo, condicionador, alguns intocados, ainda na embalagem, dava pra usar.
Então entrei no box com tudo aquilo e continuei o banho. ’s POV OFF
Niall’s POV ON
"Seu idiota... Retardado... Burro..." pensava dando tapas no meu próprio rosto indo em direção aonde os garotos estavam, provavelmente implicando com as nossas prisioneiras.
Não estava com ânimo pra isso e decidi que era melhor ir descansar.
"O que você pensou que ia acontecer? Se controla, seu imbecil! Ela é prisioneira... Inimiga." pensei me jogando no sofá.
Em poucos minutos adormeci. Mais sonhos de defuntos andando por aí, como sempre. Niall’s POV OFF
’s POV ON
Meu deus, mas que demora. Assim os garotos não vão deixar a gente tomar banho!
E por falar neles...
- ! - berrei pra garota que estava encostada na parede do outro lado do corredor, fazendo com que e pulassem de susto do meu lado.
- Quer me matar do coração? - falou com os olhos arregalados.
- Foi mal... - corri até e sentei do seu lado.
- Que foi? - ela perguntou se sentando também.
- Você não acha que já viu esses garotos em algum lugar?
- Você veio até aqui pra me perguntar se eu conheço aqueles idiotas? Por que não perguntou pra elas? - ela falou apontando pra e .
- Porque você é a melhor de memória aqui! - falei cutucando-a. - Faz um esforço aí... - a empurrei para o lado de leve.
- Tá bom... - ela pensou um pouco. - Humm, eu acho que sim... Tenho uma lembrança... - ela colocou a mão no queixo. - Vem. - ela me puxou pela mão e me levou até as outras duas.
olhou pra gente e se levantou.
- Se veio trazer essa mala pra cá, pode dar meia volta, é sua vez de tortura. - ela falou me empurrando.
- EI! - falei me soltando dela. - É um assunto sério!
- Tá bom, fala... - ela cruzou os braços e , que estava só vendo, se juntou a nós.
- Vocês não sentem uma sensação estranha quando olham pra eles? - apontei pra grade onde eles estavam discutindo alguma coisa, nos vigiando.
- Sim! - falou sorrindo animada. - Nojo. - ela fechou a cara de novo.
- É sério! - falou batendo um pé no chão. - Eu tenho certeza que já os vi! - ela falou e as outras duas pareciam pensar.
- Gente... Eu também! - olhou pra gente espantada.
- Sim, eu acho que já os vi... Foi... Em um computador! - falou com os olhos fechados tentando lembrar.
Ficamos um pouco em silêncio, cada uma tentando lembrar.
Hum... Cinco garotos... Um loiro... Um de cabelo cacheado... Nada.
- Meninas... - falou com uma expressão assustada.
- Fala. - e eu falamos ainda sem entender.
- Lembra que a gente era fã de uma banda? - ela falou calmamente.
- Sim. - falou . – Era de garotos, certo? Cada uma gostava de um. - ela falou sem dar importância.
- Eu lembro! - falou finalmente e todos os olhares viraram pra ela.
- Gente... Estamos sendo presas pelo One Directio! - tenho quase certeza que abri tanto minha boca, na surpresa, que deve ter ficado em um formato perfeito de O.
Lembrei de todo os dias em que ficamos os vendo na TV, ouvindo as músicas, procurando fotos...
- Espera, espera... - meu sorriso desapareceu e falei baixo e desapontada - Eles não são mais os mesmos.
- Tem razão, sem dar chilique, não somos as mesmas garotas que gostavam deles, eles são inimigos agora. Concentração, concentração! - disse , fazendo gestos para nos acalmarmos.
Me virei e fui andando até ter uma boa distância da grade, mas ainda sim conseguindo ver os meus ex-ídolos.
- Isso vai ser difícil.. - sussurrei pra mim mesma. ’s POV OFF
Harry’s POV ON
Finalmente conseguimos um lugar pra ficar! Depois de todo o sacrifício e de quase morrermos a cada dia, encontramos um lar. Estamos com muita sorte esses dias.
-E põe sorte nisso... - pensei alto me encostando na grade que nos separava das presas.
- Sorte de quê? - perguntou Liam do meu lado.
- A gente encontrou um lugar pra "morar"! - falei fazendo aspas com as mãos, a qualquer momento isso podia mudar. - E ainda teve brinde. - falei com um sorriso de lado.
- Brinde? - ele não entendeu. Nessa hora Louis e Zayn chegaram. – AH, SIM! E que brinde!
- Do que vocês estão falando? - disse Louis.
- De como nós conseguimos achar um lugar pra dormir E ainda vieram extras.
Louis começou a rir e Zayn não pareceu entender.
- Como assim? Suprimentos? Roupas?
Dei um pedala nele.
- Deixa de ser lerdo! Eu tô falando das garotas! - ele passou a mão na cabeça e entendeu.
- AAAH, É! Nossa, foi muita sorte, primeiro que elas são bonitas, segundo que elas são cinco. CINCO! É uma sorte tão grande que eu tenho quase certeza que vai acontecer algo de muito ruim em breve.
- Vira essa boca pra lá! - disse rindo.
- Mas, continuando... - ele falou sorrindo. - E terceiro que elas... - ele parou de falar pra pensar por um tempo e parou de sorrir.- Na verdade isso não é bom, elas não parecem ser fáceis de se conviver.
- Elas não confiam na gente, com certeza vão nos matar se tiverem chance. - falou Lou.
- Não é pra tanto, né. E, também, elas nunca conseguiriam matar o Hazza aqui, por favor! - falei apontando pra mim mesmo.
Nós ficamos conversando por um tempo até que senti falta de um certo loiro.
- Vocês sabem onde o Nialler tá? - falei olhando em volta.
- Não, ele sumiu do nada e não vol... - ouvimos um disparo.
- O que foi isso? - Liam falou, mas não pudemos nem responder. As garotas se revoltaram em poucos minutos e tentaram derrubar a "porta da cela".
Recuamos no reflexo. O que deu nelas? Harry’s POV OFF
’s POV ON
Eu tentava lembrar da época de quando éramos apenas fãs, garotas normais que estudavam em uma faculdade.
Mas meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi um barulho alto. Parecia... De tiro.
Eu e as garotas corremos pra grade tentando ver o que estava acontecendo.
Percebemos que um deles não estava lá. Os outros quatro pareciam tão surpresos quanto nós.
Nos olhamos assustadas e logo começamos a gritar.
Eles se assustaram com o que fizemos e recuaram.
- O QUE VOCÊS FIZERAM COM ELA!? - gritou avançando contra a grade e ouvimos um estalo.
Comecei a me desesperar.
- Não fizemos nada, suas malucas. - falou um de cabelo raspado. - Vocês estão escondendo algo de mim? - ele perguntou pros outros e eles negaram ainda olhando para nós.
- Por que eu esconderia? - falou o mais velho. - Se fosse, ia falar com todo mundo!
- Até parece que íamos fazer alguma coisa nas suas costas! - o de cabelo preto virou e os quatro começaram a brigar.
Virei para as garotas e empurrei a grade, fazendo um sinal para que elas me ajudassem.
Nós íamos conseguir. ’s POV OFF
Niall´s POV ON ~Uma hora depois~
Acordei com um empurrão e acabei caindo no chão.
Quando tentei me levantar senti algo nas minhas costas, levantei a cabeça e me deparei com cinco garotas me cercando com armas apontadas diretamente para minha cabeça.
- Mão na cabeça. - falou uma delas ríspida. Fiz isso e elas me fizeram ficar em pé. - Não se mecha se não quiser levar um tiro. - elas me revistaram e descobriram apenas uma pistola.
Desarmado, elas amarraram minhas mãos. A garota do banho chegou perto de mim segurando uma AK-47. Que, por acaso, é, ou era, pertencente a mim, de minha pessoa, MINHA!
- Olha só a novidade! - ela falou rindo. - Vocês estão presos. Niall’s POV OFF
Capítulo 5 ´s POV ON ~Uma semana depois~
Estava tanto silêncio no ambiente que podia ouvir os barulhos dos mordedores lá fora.
Os garotos estavam com as mãos para trás, amarrados com cordas, presos ao balcão de informação - fixo no chão -, no segundo andar.
- Olha, isso não é justo, nós deixamos vocês soltas! - falou Liam tentando se soltar.
, que limpava seu machado com um pano, sentada no chão encostada na parede, o olhou sem interesse, resmungou e logo depois voltou ao que estava fazendo.
- Se fosse por mim, estariam amarrados em uma árvore qualquer lá fora. - ela falou colocando a arma ao seu lado.
O silêncio voltou.
Eles respiravam pesado, era o único som que podia ser ouvido.
- Er... - Niall começou, com receio.
Afirmei com a cabeça e ele continuou:
- Como vocês conseguiram virar o jogo? - ele perguntou e os outros quatro bufaram. - Eu tava dormindo, tenho o direito de saber como fui preso não tenho? - ele falou olhando pra eles.
- Okay. - falei me levantando do chão e indo par frente deles, a uma distância razoável. - Depois do tiro...
~FLASHBACK ON~
- Me ajudem a empurrar isso aqui! - falou empurrando o portão enquanto os garotos estavam distraídos.
Ouvíamos os estalos dos trincos e empurrávamos o portão com mais força.
Até que, finalmente, ele cedeu.
O seguramos antes que ele caísse com tudo no chão e fizesse um estrondo e com isso conseguimos não sermos percebidas de imediato pelos garotos.
Quando conseguimos colocá-lo no chão e passar por cima deles, eles haviam nos percebido.
Mas não antes de atacarmos.
Pulei em cima do Louis que ainda estava de costas, antes que ele pudesse apontar a arma para uma de nós.
Na hora ele acabou soltando a arma, que pegou apontando para Zayn.
- Solta. A. Arma... - ela falou baixo e pausadamente. Ele se abaixou a deixando no chão e se levantou com as mãos para o alto.
Enquanto Louis tentava me tirar de cima dele, tinha desarmado Harry enquanto ele estava distraído com a minha 'luta', pegando a arma de Zayn e apontando para ele.
- Fica parado. - ela disse calmamente enquanto eu saía de cima dele. - Encosta na parede. - ele encostou de frente pra parede com as mãos pra cima.
me entregou a arma de Liam que já estava do lado deles, detido.
Éramos quatro garotas contra cinco garotos armados! Quem diria que a gente conseguiria fazer uma... Espera aí, só tem quatro garotos aqui.
- Eu não acredito que a gente conseguiu... - falou olhando a arma.
- Nem eu, mas precisamos manter isso. - falou apontando para os quatro. - Prender não é uma boa idéia. - ela apontou pra grade caída.
- Amarrar? - falei apontando para a loja de jardinagem, onde provavelmente tinha alguma corda. - Tem aquele balcão, os amarramos ali e vemos o que vamos fazer depois.
- Por enquanto precisamos saber o que aconteceu. Vamos nos dividir, duas os vigiam enquanto as outras duas vêem de onde veio aquele tiro. - disse .
- e , vocês ficam aqui, se eles se mexerem, atirem. Não pensem duas vezes. - Olhei para o rosto das duas, parecia desconfortável com a situação, já eu tinha certeza absoluta que atiraria.
Fomos andando até a loja de artigos de banheiro sem fazer barulho. Entramos indo por trás dos chuveiros e paredes onde mostrava os ladrilhos.
Olhei para o zumbi caído no chão e uma sensação de pavor tomou conta de mim.
Puxei a manga da blusa da apontando para o corpo e ela arregalou os olhos.
- Meu deus, o que aconteceu aqu... - ela começou mas foi interrompida.
- Pra que o susto? Tá morto. - falou olhando pra gente com a sua incrível animação.
- Só procurando saber se você tava viva. - falou rindo.
- Por que vocês estão com essas armas? E aqui? E eles não estão nos vigiando? - ela falou pegando a arma da minha mão.
- Talvez, só talvez, a gente não seja completamente inútil.- Falei pegando a arma da mão dela.
- Então... Nós... - ela tentava entender.
- Estamos no comando? - falou sorrindo. - Sim.
- Quanto tempo eu demorei no banho? Uma semana? - disse ajeitando a toalha. - Ok, depois vocês me explicam isso, agora eu preciso de uma roupa.
Saímos da loja olhando para os lados.
- É... Parece que vocês fizeram um bom trabalho... - ela disse olhando para os garotos encostados na parede.
- Eu sei, a idéia foi minha de empurrar a grade, sou uma gênia, né? Eu sei que sou. - falou fazendo pose.
- Sim, gênia, meus parabéns. - falei revirando os olhos.
- Dá pra gente ir logo para lá? - falou chamando nossa atenção. - Antes que mais algum deles me veja assim?
- O que você quer dizer com 'mais algum' ? - falou a encarando. - O que aconteceu naquela loja?
- Nada. - disse andando mais rápido e entrando na loja. - Apareceu um zumbi, tentou me morder, levou um tiro, e pronto.
- Hmmm... Acho que você não tá contando tud... - fui interrompida.
- Olha, pra que você quer saber dos detalhes? Tá tudo normal, qual a diferença? - ela pegou roupas íntimas, uma blusa qualquer e uma calça jeans, foi pro provador e saiu de lá em alguns minutos.
- É melhor a gente ver como tá a situação.
Fomos até onde e estavam. Nada de diferente. Eles continuavam em silêncio.
Nos dirigimos até a loja de jardinagem e pegamos algumas cordas. Depois de amarrarmos os quatro, demos uma arma para a garota limpa e fomos cuidar do loiro.
Andamos em silêncio até onde ele dormia e nos posicionamos em volta do sofá. Ele parecia dormir profundamente.
Até o empurrar para o chão.
Ele acordou imediatamente e tentou se levantar, mas ela encostou a arma em suas costas.
Nesse momento ele pareceu perceber que a situação tinha mudado.
As prisioneiras tomaram o comando. ~FLASHBACK OFF~
- Então... Vocês perderam para quatro garotas... DESARMADAS!
- Porque você sumiu no meio do nada! - disse Zayn.
- Eu fui salvá-la de ser comida viva. - Niall falou apontando pra com a cabeça. - Isso serve pra você?
Ninguém falou mais nada.
levantou da cadeira ali perto e falou quebrando o silêncio:
- Já que tá tudo sob controle, eu vou lá para o terraço. Não quero ser pega de surpresa e sair às pressas sem nada. - ela se dirigiu até as escadas. - De novo.
- Eu vou com você... - disse a seguindo. A única coisa a ser ouvida eram os passos subindo os degraus, que foram se afastando.
Mais silêncio por alguns minutos.
- Por falar em surpresa... - começou a falar. - Quando vocês invadiram o nosso shopping, fecharam os portões, certo?
Não houve tempo para respostas.
Os passos apressados das duas vigilantes foram chegando perto novamente.
- ZUMBIS. ESTACIONAMENTO. PORTÃO. HORDA! - correu me puxando junto com ela. Só tive tempo de pegar minha arma e ir direto até a porta de saída.
Parei para ouvir se as outras estavam vindo.
- EI EI EI, VÃO DEIXAR A GENTE AQUI? - Liam berrou enquanto os outros tentavam se soltar. - E SE VOCÊS NÃO DEREM CONTA E ELES ENTRAREM?
- NÃO QUERO MORRER PRESO NO SHOPPING! - Harry gritou puxando as cordas da sua mão.
- CALA A BOCA! - pude ouvir gritando. - A GENTE VAI CONSEGUIR! E... A VAI FICAR AQUI COM VOCÊS! VOCÊS NÃO VÃO MORRER.
- EU? - ouvi-a falando e logo depois ouvi sua risada sarcástica. - AH, tá bom. Eu vou lá pra fora pra matar alguns mortos vivos e não vou ficar aqui pra ouvir os ataques histéricos desses maricas.VOCÊ FICA! - ela se apressou e logo me ultrapassou.
Não esperei pra saber o resto. Antes que algo acontecesse, era melhor ir ver a situação do estacionamento.
Mal eu sabia o que estava nos esperando. ´s POV OFF
´s POV ON
Com aquele silêncio resolvi ir para outro lugar, fazer algo útil.
Enquanto estava chegando perto da escada, chegou para me acompanhar.
- Vamos ir e voltar logo, eu não quero chegar tarde demais para vê-los se matando lá embaixo.
- Acho melhor nos concentrarmos nos zumbis, ok?
Chegamos lá em cima e pude respirar o bom e velho ar podre.
Olhei pra cima vendo o céu nublado e logo um cheiro horrível de morte invadiu minhas narinas.
- Tá tudo bem, não é? Nada pra se importar. Agora podemos ir pra dentro? Vou acabar passando mal! - falei tampando o nariz com a blusa.
- É verdade, acho que o céu não tem nenhum zumbi voando, não é? - ela falou revirando os olhos. - Vamos chegar pelo menos perto da ponta do terraço. E olhar pro chão.
Olhamos rápido ao redor do shopping. Nenhum zumbi.
- Bom.. Não tem nenhum zumbi aqui... - falei com um meio sorriso. - Nosso dia de sorte.
- Sorte até demais. - falou se dirigindo até a ponta do terraço em que dava para ver o portão e o estacionamento do shopping enquanto eu fui junto.
Ao chegar vimos a pior cena possível.
A parte direita do portão estava caída enquanto a outra estava torta.
Deveria ter, pelo menos, uns quarenta zumbis tentando entrar e uns vinte entre os carros, perambulando por ali.
- Puta... - ela começou enquanto eu contava os mordedores que estavam perto da porta de saída, que dava para o local infestado. Nossa ÚNICA saída.
- Merda... - falei, finalmente, terminando.
Não falamos nada por alguns segundos, vendo a gravidade da situação e tentando bolar algum plano para sairmos de lá vivos.
- JÁ SEI COMO SAÍMOS! VAMOS AVISAR AS GAROTAS! - gritou do meu lado me fazendo dar um pulo e tropeçar na borda do terraço.
Aquele foi momento mais aterrorizante da minha vida. Eu vi todas as coisas que já fiz passarem pela minha cabeça.
"NÃO POSSO MORRER, MINHA VIDA NÃO FOI TÃO INTERESSANTE QUANTO EU QUERIA!" - gritava nos meus pensamentos.
Mas fui puxada pela blusa e caí de bunda no chão.
- Não morre ainda. - me ajudou a levantar e corri, ainda tonta com o choque.
Descemos as escadas praticamente voando, de três em três degraus.
Ela chegou primeiro que eu e gritou algo que não entendi, mas agitou todos, as garotas começaram a se levantar e pegar armas, enquanto os meninos gritavam para serem soltos, e como nós não íamos conseguir acabar com os 'inimigos'.
Tentava pensar em algo a fazer e os gritos não ajudavam.
- CALA A BOCA! - gritei com raiva. - A GENTE VAI CONSEGUIR! E... - Já que todas já tinham ido até a porta de entrada (nossa única saída) e só havia eu e ela pegando algum tipo de defesa ...
- A VAI FICAR AQUI COM VOCÊS! VOCÊS NÃO VÃO MORRER. - disse pegando uma arma.
Já devia ter imaginado que ela riria na minha cara e me deixaria lá, acabando com os meus planos de ajudar.
Fiquei olhando para a porta as vendo sair. Logo começamos a ouvir os tiros.
Peguei uma arma e fiquei em pé, preparada.
- Agora que elas saíram, solta a gente. - Zayn falou olhando pra mim sorrindo.
- Olha aqui, eu não vou soltar vocês pra depois ficar brigando com... - fui interrompida por um berro de alguma das garotas e comecei a suar frio.
Não pensei duas vezes e desamarrei os garotos.
Eles pegaram algumas armas e facões que as garotas deixaram e corremos juntos até a saída.
Harry chegou perto da porta.
- Se perceberem que vão ficar encurralados, voltem pra dentro. - ele falou e revirei os olhos.
- Obrigada, nunca havia pensado nisso antes. - falei abrindo a porta.
A situação havia perdido o controle.
- ALGUéM ME AJUDA AQUI! - gritava em cima de um carro quebrado enquanto atirava nos zumbis que a haviam cercado.
Corri até ela e atirei em cinco que estavam de um lado, enquanto ela atirava nos outros sete do outro.
Quando ela desceu, pude ver a situação dos demais.
estava perto do portão, longe dos demais, talvez tivesse fugindo e acabou presa entre os mordedores que chegavam e os que a seguiram.
Eu não podia fazer nada, estava muito longe, poderia até piorar a situação, atraindo mais deles se fosse até lá.
e , que estavam perto de algumas latas de lixo, haviam acabado de matar uns treze mordedores e ouviram os gritos de .
Elas eram as que estavam mais perto dela. Correram para lá e mataram alguns mordedores enquanto conseguiu fugir.
Mas elas não.
Muitos defuntos bloquearam sua passagem pelo portão, e foram obrigadas a sair pelo lado oposto, mas vieram mais, de outras direções. Elas fugiram, passando por um corredor estreito, entre o shopping e as grades, que dava para os fundos.
Quando elas entraram lá, mais zumbis chegaram pelo portão e recuou, se juntando a mim e , que estávamos atirando a distância nos invasores, para tentar abrir o caminho.
Finalmente conseguimos, mas era uma chance única. Não podíamos perder.
- VAMOS! RÁPIDO! PRO PORTÃO! - Liam gritou enquanto os garotos nos empurravam.
- E ELAS? EU NÃO VOU DEIXÁ-LAS AQUI!- berrou se soltando de Harry que a puxava, mas foi segurada por Louis.
- Temos que ir. AGORA! - Zayn a puxou e corremos pra fora.
Fugimos dos que estavam perto de lá e demos um jeito de dar a volta por fora.
- Tem zumbis em TODO o lugar, não tem nem como eles se mexerem nesse cubículo, elas não podem ter saído de lá! - falou chegando perto da grade, olhando.
O fundo do shopping era apenas onde jogavam o lixo da praça de alimentação, havia apenas uma porta dos fundos, mas estava com cadeado e correntes, impossível de se abrir.
Havia duas caçambas de lixo muito grandes, com alguns sacos de lixo em cima. Ali também estavam materiais de construção e alguns sacos de cimento.
- A grade é muito alta pra ser escalada... - Falei olhando a altura daquele troço. - Por onde elas podem ter saído?
- Se é que elas conseguiram. - falou finalmente olhando para um zumbi que tentava a agarrar, colocando os braços no meio das grades. - Vamos andando. Precisamos encontrar abrigo, enquanto ainda é cedo e então podemos voltar aqui para procurá-las.
Mesmo que aquela idéia não me agradasse, era a única coisa que podíamos fazer.
Seguimos sem rumo pela rua procurando algum lugar para ficar pelo menos pela noite.
Ninguém falou nada. Não havia o que falar. Não sabíamos se elas haviam escapado, ou...
É melhor deixar para dar respostas definitivas quando tivermos certeza. ´s POV OFF
Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, não use a caixinha de comentários, avise-me por email. Quer saber quando a fanfic vai atualizar, fique de olho aqui. Obrigada. Xx.