Escrita por: Raphaella R.
Betada por: Andy (até o capítulo 16) e Natacha Mendes




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1° Capítulo


– Isso não vale, você roubou! – gritei debruçando sobre a mesa.
– Roubei nada, você que não sabe perder! – riu.
– Eu que não sei perder, é? – perguntei me levantando e mordendo suas bochechas, orelhas, braços e por aí vai…
– Se essa intimidade continuar na minha frente, vou ficar com ciúmes. – Jen brincou. – Se toda hora que ganhar você for morder ele, eu também vou começar a ganhar só para você me morder também.
– Ahhhhh! – gritamos, eu, e Ashley.
, dê atenção para o seu namorado ciumento. – Ashley falou.
– Ohhh, cuti cuti. Bebê da mamãe. – disse indo em direção ao Jensen. – Você ficou com ciúmes?
– Fiquei. – respondeu fazendo um biquinho.

Todos nos rimos, inclusive ele.

– Não precisa. Eu sou somente tua. – sussurrei em seu ouvido e dei um selinho nele.
– Hey, não quero ficar de vela, não! – falou.
– Nem eu! Se for pra se pegarem, que seja no quarto. – Ashley concordou.
– Larga de ser chata e vai pegar mais cerveja para nós, porque a minha já acabou. – disse implicando com ela.
– Agora virei sua empregada? Deixa você comigo, ! – Ashley se levantou da mesa e foi para a cozinha.

e Ashley eram meus amigos desde que me conhecia por gente. Sempre me ajudaram com tudo, nunca arredaram o pé do meu lado por mais difícil que a situação fosse. Dois anos atrás me mudei para Liverpool e comecei a namorar com o Jensen, foi um tanto engraçado como o conheci, eu, Ashley e estávamos em um bar bebendo comemorando a nossa mudança e tal, e eu, como sempre alegre demais por causa do álcool, acabei caindo em cima dele. Dali em diante viramos amigos, começamos a ficar e depois a namorar. FIM!

– Revanche. – gritou Ashley, voltando com quatro garrafas de Heineken em mãos.

Eu simplesmente amava jogar poker, amava tanto que tinha comprado uma mesa só para isso, junto com um baralho especial, fichas e tudo mais.


# POV’s
Era meia noite em ponto, eu e Luize tínhamos acabado de chegar a uma festa da faculdade.

, eu nem acredito que estávamos aqui. – disse Liz agarrada em meu braço.
– Nem eu.

Quando olhamos para um sofá no canto, vimos aqueles meninos maravilhosos conversando com umas garotas nojentas. A minha vontade era de ir lá correndo e agarrar o , mas ele nem me notaria ou daria bola, pois ele e o eram um dos meninos mais populares da faculdade.

– Olha, . – Liz me cutucou enquanto eu olhava para ver se achava algum lugar para sentarmos.
– O que foi, menina?
– O Dougie está vindo para cá junto com o , me segura eu vou desmaiar.
– Pare de bobeira. – falei procurando os dois meninos que ela havia mencionado.
– Liz, você esta ficando louca, anda, vem. – disse puxando ela pelo braço e trombando com alguém. – Mas que merda, não esta me vendo aqui não!?
– Foi mal, não vi você. – o menino se desculpando com um sorriso enorme no rosto.

Liz segurava o meu braço com tanta força que eu já estava prendendo a circulação. Olhei para o menino e vi que era familiar aquele rosto, então foi aí que me dei conta e percebi o nervosismo todo de Luize, era que estava na minha frente.

– Ah, tudo bem. – foi a única coisa que consegui dizer.
– O que foi que você aprontou, ? – escutei outra voz vinda atrás dele.

Agora foi a minha vez de segurar o braço de Liz com força. Ele estava ali na minha frente lindo como nunca. Sim, era o . Não era qualquer garota que tinha a honra de falar com eles.

– É que sem querer eu esbarrei nessas bonecas. – disse o gesticulando para nós duas.

Luize e eu estávamos estáticas e nem respirávamos.

– Vocês estão bem? – perguntou Dougie.
– Estamos. – Luize resmungou.

Eu não posso ficar parecendo uma idiota na frente deles. Acorda, ! Acorda! Você está parecendo uma retardada!

– Claro. – Respondi.
– O que estão achando da festa? – perguntou.
– Maravilhosa. – disse Luize, agora soltando o meu braço.

Senti minha circulação voltar.

– Que bom. Acho que já nos vimos antes. – falou.

Claro que já nos vimos antes! Fazemos faculdade juntos! Dã, é claro que ele nem te vê lá, já que têm tantas ninfomaníacas que ficam assediando eles a todo momento.

– Nós estudamos na mesma faculdade. – minha voz saiu sem que eu percebesse.
– Ah sim! Você faz jornalismo, né? – Dougie se lembrou!

Então ele sabia da minha existência. Alguém me segura que vou desmaiar?

– Sim. – sorri feito uma criança que tinha acabado de ganhar um doce.
– Vocês estão acompanhadas? – perguntou ele.
– Não. – Luize disse mais que depressa.
– Iremos adorar a companhia de vocês. – falou e piscou para nós.
– Com certeza. – concordou Dougie.

Tá, agora eu fui ao céu e voltei em questão de segundos. Fomos caminhando entre as pessoas até chegarmos à varanda da casa, sentando-nos onde tinham vários puffes coloridos.

– Qual o seu nome? – perguntou à Liz, que levou um susto. – Calma, eu não mordo, só se pedir. – disse em seguida e deu uma risada.
– Meu nome é Luize. – ela deu um sorriso. – Mas pode me chamar de Liz.
– Prazer. . – falou ele pegando a mão dela e dando um pequeno beijo.

Eu ri com a cena, era engraçado ver ela constrangida na frente dele.

, isso ela já deve saber. – Dougie chegou com duas cervejas em mãos. – Aceita uma, gata? – perguntou olhando para mim.
– Aceito. – sorri pegando a garrafa de sua mão.
– Posso sabe o nome dessa doce menina? – perguntou, sentando–se ao meu lado.
, se preferir pode de chamar de .
, se assim que posso te chamar. Quantos anos você tem?
– 19 aninhos. – fiz uns sinalzinhos retardados com os dedos.
– Novinha. – disse parecendo que prestava atenção na conversa.
– Só um pouquinho. – falei.

Olhei para Luize, que estava em um puff quase na minha frente sentada com , que parecia estar dando em cima dela.

– O que acha de dar uma volta comigo pela na festa? – perguntou , levantando do puff e me estendendo a mão.
– Claro. – falei com um sorriso e peguei sua mão. – Liz, vou dar uma volta e já volto, qualquer coisa estou com o celular. – entrei na casa novamente sem antes escutar a resposta da minha amiga.

Dougie me puxava para o meio da pista de dança improvisada na da sala. Começou a tocar “Party All Night”, do Sean Kingston, e ficamos dançando no ritmo da música que nos envolvia, alguma meninas que passavam ficavam me olhando com cara de raiva e eu simplesmente ria. chegou perto do meu ouvido.

– Você dança muito bem. – falou ele, me fazendo arrepiar com sua respiração que batia no pé da minha orelha.
– Você também.

Ficamos dançando bem agarrados e aquilo me excitava muito, ele era lindo, cheiroso, encantador, educado e estava me deixando louca a cada toque e olhar, bem que ele não estava fazendo muita coisa, mas só na presença dele eu ficava assim. Dougie então foi aproximando seu rosto do meu e parou em uma distância bem perigosa, e coloca perigosa nisso. Estávamos quase nos beijando quando senti o meu celular vibrar sobre meu jeans na parte de trás. Merda, mil vezes merda! Xinguei mentalmente e me afastei um pouco dele, pegando o celular e levantando.
– Só um momento. – pedi.
Olhei e vi que era uma SMS de Luize. Mas que droga, ela não sabe ficar sem mim nem um minuto?

“Temos aula amanhã, não demore. Xoxo, Liz.”
“Olha bem para mim, você acha mesmo que vou à aula amanhã?! Nem morta. xoxo,

Coloquei o celular no bolso traseiro de minha calça e voltei a minha atenção para Dougie, que me olhava curioso.
– Luize me avisando que tinha aula amanhã. – falei com um meio sorriso no rosto.
– Ela ainda se lembra disso? – perguntou ele erguendo uma de suas sobrancelhas.
– Claro, nerd como sempre. – brinquei.
– Não sei nem como vou acordar amanhã também. Mas não tô nem aí. – riu
– Estou morrendo de sede, vamos ao bar pegar algo?
– Vamos. – disse ele pegando na minha mão e me guiando até a cozinha. – O que vai querer?
– Qualquer coisa que mate a minha cede.

Ele abriu a geladeira, tirou de lá duas garrafas de Ice e me entregou uma. Dei um bom gole na bebida.

– Essa festa está muito boa. – comentei.

Ali o som não era tão ensurdecedor como na sala.

– Poderia ficar melhor ainda.

Não respondi, só dei um pequeno sorriso. Assim que acabamos com nossas bebidas voltamos para a sala, e quando me dei conta já era 5 da manhã.

– Meu Deus! – falei quando olhei no relógio. – Eu acho que o abduziu minha amiga.
Dougie riu com o meu comentário. – Será que eles ainda estão lá fora?
– Não sei, vamos ver. – Disse pegando na mão dele e fomos em direção à varanda.

A casa ainda estava tão cheia quanto quando chegamos, esse povo deveria ir para a faculdade bêbados ainda. Quando estávamos quase chegando, Dougie me puxou com força, senti meu peito bater contra o dele e meus lábios sendo selados, foi tudo tão rápido que fiquei meio sem reação por uns dois segundos, e depois cedi aos seus lábios macios, nossas línguas se entrelaçaram com vontade e a cada minuto que passava eu queria mais. Senti sendo encostada em uma parede, passei a mão direita pelos seus cabelos enquanto a esquerda passava pelo seu braço. As duas mãos dele estavam em meu quadril, pressionado contra do dele.

! – Uma voz gritou, então nos separamos depressa ofegantes.
– Mas que droga, Luize, precisa me assustar desse jeito?! – falei colocando a mão no peito onde meu coração batia tão rápido e forte que parecia que ia sair pela boca.
– Estava te procurando, anda, vamos embora. – disse ela me puxando pelo braço.
– Espera. – puxei meu braço de volta.
Cheguei perto de Dougie e dei um beijo em sua bochecha.
– Toma. – estendi o meu celular para ele.
– Para que é isso? – perguntou confuso.
– Me empresta o seu que eu te empresto o meu; assim temos um pretexto para nos encontrarmos de novo para devolvermos os aparelhos.
– Adorei a ideia. – respondeu ele tirando um aparelho branco do bolso e me entregando. – Cuida bem do meu menino.
– E você do meu.
– Ah, que romântico, agora vamos. – resmungou Liz me puxando.

Dei uma risada baixa e nos olhava rindo também. Saímos da casam fomos andando um quarteirão e desarmei o alarme do meu New Beetle assim que o vi.

– Pelo jeito a sua noite foi boa. – Liz falou assim quando entrou do lado do carona.
– Digamos que foi agradável, e a sua?
– Foi maravilhosa. – os olhos dela brilhavam.
– Hum… Você e o ficaram?
– Ficamos e muito mais.
– Então você… – fiz uns gestos com as mãos e ela concordou com a cabeça. – Não acredito! Sua assanhada.
– Ué, aconteceu. – ela deu uma risadinha.
– É, estou vendo.

Chegamos em casa já era 5:30 da manhã. Fui para meu quarto tomei um banho e desmaiei na cama.


# POV’s
Escutei alguma coisa vibrar e logo em seguida começou a cantar “We R Who We”, da Ke$ha. Droga, meu celular! Quem é o retardado em plena manhã de quinta–feira acorda alguém às 8 da madrugada?! Desgraçada seja essa pessoa. Roguei uma prega antes de pegar meu celular e sem ao menos olhar o identificador de chamadas.

– Que foi?! – perguntei com raiva assim que atendi.
– O que você esta fazendo dormindo a essa hora? Já era para estar no batalhão! – minha mãe perguntou nervosa do outro lado da linha praticamente gritando, tive até que afastar o aparelho de meu ouvido ou se não ficaria surda.
– Hoje é meu dia de folga! O que quer?
– Você vai para Londres hoje mesmo!
– Mãe, eu não posso largar minhas coisas assim e ir para lá. O que a aprontou?

Meus pais moravam em Leeds, eu em Liverpool e minha irmã em Londres; Mas isso vocês já sabem. BLÁ!

– Me ligaram da faculdade falando que ela está matando aula frequentemente e pode perder o semestre! – minha mãe estava um tanto alterada.
– E o que eu tenho haver com isso? Se ela quiser se matar se mate, contanto que não me perturbe.
, não se atreva passar por cima das minhas ordens. Quero te ver na casa da sua irmã ainda hoje! Estamos conversadas! – ela desligou o telefone na minha cara antes mesmo de eu conseguir responder.
– Merda! Eu mato aquela fedelha!

Levantei, fiz minha higiene matinal e fui arrumar minhas malas.

2° capítulo


# POV’s
Senti algo me sacudindo, abri os olhos, enxerguei tudo embaçado e senti uma pequena dor de cabeça devido ao álcool. Luize estava em minha frente com o telefone sem fio em mãos.

– Acorda, . – falava me sacudindo.
– Estou acordada. – grunhi.
– Sua mãe está no telefone. – disse ela me entregando o aparelho preto sem fio.
– Alô – falei com uma voz embargada pelo sono.
– Posso saber o que o seu celular esta fazendo com um menino? O que você esta fazendo dormindo a essa hora? Por que não esta na faculdade? Quem é a menina que atendeu ao telefone de sua casa? – minha mãe gritava do outro lado da linha.
– Calma, coroa…
– Calma o caramba. Você sabe que odeio quando você me chama de coroa! – agora ela estava histérica.

Luize olhava para a minha cara apavorada.

– Mãe, está tudo bem. – tente fazer que se acalmasse.
– Chega, . Sua irmã esta indo morar contigo. Suas farras no meio da semana acabaram.
– Mas, mãe... – não pude acabar a frase, pois ela me cortou.
– Nem mais nada, . Tchau – desligou o telefone na minha cara.
– Ela parecia irritada. – falou Luize pegando o telefone da minha mão.
– Só faltava ela sair de dentro do telefone e me bater. Minha irmã vai vir morar comigo.
– Isso é bom?
– Isso é horrível, minha irmã é do exército, ela é que nem um general do BOPE, é pior que a minha mãe, chega a ser insuportável, é sem explicação. Você vai ver quando chegar. – falei com raiva e cobrindo a minha cabeça com a coberta.
– Nossa, assim já fico até com medo dela.
– Não é para ter medo, ela é chata! – gritei com o travesseiro encima da cabeça agora.
– Boa sorte. – disse Luize batendo a porta do meu quarto.

Olha que bela amiga eu tenho, nas piores horas ela me abandona. Olhei pro relógio e ainda eram 10 da manhã. Tinha perdido todo o sono depois da notícia que minha mãe havia me dado, então levantei e tomei outro banho. Assim que saí do banheiro olhei aquele celular branco que estava em cima do meu criado mudo, então o peguei e me deitei na cama. Nem vou falar que vi cada foto daqueles meninos que me deixaram louca. Peguei meu notebook em cima da escrivaninha e passei as fotos que mais tinha gostado pelo bluetooth. Fiquei mexendo no Tumblr, Twitter, MSN, Facebook, My Space e Skype respondendo meus recados e declarando que minha querida irmã “Red Queen”, ou melhor, como também gostava de chamá–La, Laurinha" (aquela menina malvada do desenho dos ursinhos carinhosos) e seu cachorro insuportável que o apelidava de “Malvado” (dupla perfeita! nasceram para me infernizar!) viriam morar comigo em breve. Pois bem, não gosto nem de lembrar esse fato terrível. No relógio marcava 1 da tarde, como a hora passa rápido! Prendi o cabelo e desci para fez alguma coisa para comer, Luize já havia ido embora. Assim quando acabei de tirar o arroz do fogo juntamente com minha lasanha de quatro queijos, a campainha tocou.

– Quem será o filho sem mãe que chega à uma hora dessas na casa dos outros sem ao menos avisar? – fui xingando abrir a porta.

Assim que a abri, entrou um cachorro bege.

– Olá. – disse ela assim quando abri a porta por completo.
– Só poderia ser a “Laurinha” com seu “Malvado”. – falei com cara de poucos amigos.
– Seria mais educado se você deixasse eu entrar antes de começar com seus apelidinhos ridículos.

Fiz uma careta e dei passagem para que entrasse.

– Desde quando você aprendeu a cozinhar? – perguntou minha irmã colocando sua duas malas enormes de carrinho ao lado do sofá.
– Desde o dia que eu não vi mais a sua cara.
– Continua a mesma chata de sempre. – falou com um sorriso irritante no rosto. – Já faz dois anos que não nos vemos e você não mudou nada.
– Pena que eu não posso dizer o mesmo. Você ficou mais irritante! – disse indo para a cozinha. – Tem prato e copo no armário.
– Não, obrigada. Já comi… e também não iria querer comer essa gororoba que você fez. – ela fez uma cara de nojo olhando para meu arroz.
– Eu não sabia que viria hoje.
– Mamãe me fez vir voando quando soube que você estava matando aulas frequentemente.
– Então ela te emprestou a vassoura? – perguntei rindo.
– Não. Dessa vez vim de aspirador de pó, é bem mais rápido. – respondeu no mesmo tom de deboche que o meu.

Como que ela conseguia me irritar tão profundamente? Éramos tão diferentes, nem parecíamos irmãs. Preferia ter sido filha única.

– Onde eu vou dormir?
– Se você quiser tenho uma casinha de cachorro velha na garagem, você e seu “malvado” podem se hospedar lá.
– É bom saber que deixou um lugar para eu e meu bebê dormirmos. – falou saindo da cozinha.

Eu ia pirar com ela aqui.

– Há quantos anos você não limpa essa casa? – gritou da sala.
– Deixei suja para que você limpasse.
– E eu lá tenho cara de empregada?
?! – gritei.
– Oi. – respondeu minha querida irmã.
– Vai se ferrar. – xinguei da cozinha.
– Eu também te amo, minha lindinha.
– Aff.
– Vai se preparando que a partir de amanhã você não perde mais nenhuma aula. – falou encostada no batente da cozinha.

Eu nem respondi e muito menos olhei na cara dela. Acabei de comer, lavei minha louça e subi para meu quarto.

– O que você está pretendendo fazer? – minha irmã entrou no quarto perguntando.
– Vou sair com a Luize.
– Nem pensar, você vai me ajudar a colocar tudo para fora e limpar esse chiqueiro. Vou jogar tudo o que não presta fora.
– Você só pode estar brincando. – Não, ela só podia estar brincando!
– Bem, se você quiser pode ligar para a sua a amiguinha vir ajudar, porque a casa não é pequena e vai dar trabalho.
– Eu te odeio. – falei pegando o telefone.

Foi aí que me lembrei que eu estava com o celular do , será que ele ficaria com raiva se eu gastasse o crédito dele?

– Alô. – atendeu uma voz rouca do outro lado da linha.
– Er… Dougie?
? Tudo bem com você?
– Pensei que tinha se esquecido de mim. – brinquei.
– Como iria me esquecer de uma menina tão maravilhosa como você?
– Ah, sei lá. Mas não vamos falar disso. Acho que não vai dar para nos encontrarmos tão cedo. Queria saber se tem como você passar aqui em casa para devolver o meu celular.
– Por mim tudo bem, só você me passar o endereço que chego aí em meia hora.

Passei o endereço ao menino e desliguei. Liguei para Luize em seguida.

– Amiga! – falei assim quando ela atendeu.
– Fala aí, mulher.
– Não vai dar para sairmos.
– Mas por quê?
– Minha irmã chegou e quer fazer uma geral na casa. Seria te pedir muito se você viesse me ajudar?
– Se sua irmã não me morder ou algo do tipo, está tudo bem. – brincou do outro lado da linha.
– Anda, ! – gritou a louca do lado de fora da casa.
– Amiga, eu vou ter que desligar que ela já está me chamando, te espero aqui. Beijos.
– Até logo, beijos.

Coloquei um short, uma camiseta, amarrei meu cabelo e desci.

– O que foi, chata? – perguntei assim que cheguei na sala e a vi puxar o sofá.
– Me ajuda a colocá–lo para fora.
– Para quê?
– Anda logo, para de perguntar e me ajuda!
– Tá bom! – falei ajudando a empurrar o enorme sofá de três lugares.

Tiramos tudo da sala, fui tomar um pouco d’água e quando olhei pela janela da cozinha vi um enorme caminhão de mudanças chegando.

– Mas o que é isso?! – perguntei incrédula indo para o jardim.
– Eu disse que tudo que não prestasse eu iria jogar fora.
– Você esta ficando louca?!
– Cala a boca e para de reclamar.

Voltei para dentro de casa chutando o chão e qualquer coisa que encontrasse pela frente.

# POV’s
Era engraçado ver minha irmã irritada por nada. Os homens esvaziaram o caminhão onde tinham móveis novinhos do meu agora antigo apartamento, colocaram os velhos dentro do caminhão e foram embora.

– Ah, meu bebê, você esta feliz? – perguntei ao Put, meu cachorro.

Ele latiu em forma de resposta e eu ri. Olhei um Dodge Dakota estacionando rente a calçada em frente de casa. Fiquei observando para ver quem sairia de dentro do carro e vi um menino de boné que me parecia familiar e o outro de toca. Fiquei paralisada. Mas o que será que esses garotos estão fazendo aqui? Respirei fundo quando vi e Dougie se aproximaram. Era ele ali na minha frente novamente.

– Pois não? – perguntei me aproximando deles.
– A mora aqui? – perguntou o menino de boné ().
– Só um momento.

Fui até a porta de casa enquanto os meninos me olhavam. Será que estava tão estanha com aquela roupa? Ah, para, quem liga como me visto? Não estou nem aí.

– Ow, fedelha, tem dois meninos aqui em baixo te procurando! – gritei da porta da sala só para provocá–la.
– “Laurinha”, vai ver se eu estou na esquina! – xingou quando descia as escadas correndo.
– Fala rápido que você tem que me ajudar a limpar as coisa e desempacotar os móveis que chegaram. – falei.

me olhou como se fosse avançar no meu pescoço e eu somente ri da cara dela.

– Oi, meninos. – disse toda se querendo.

Aff, eu mereço uma irmã dessas! Só pode!

– Oi, princesa. – disse retribuindo seu sorriso.
– Olá, boneca. – falou e riu em seguida.
– Não queremos atrapalhar, só vim te entregar o seu celular.
– Que isso, vocês não atrapalham em nada.
– Atrapalham sim! Se quiserem ser úteis nos ajudem. – Entrei na frente da interrompendo a conversa.

Dei um pano ao e escovão para Dougie.

– Você com cara de abestado, passa um pano nos móveis que estão com poeira e você de boné ajuda a lavar o tapete.
– Eles não vão fazer nada disso! – gritou comigo.
– Você cale a boca e vá pegar a mangueira lá atrás. Liga para a sua amiga trazer sabão em pó porque não tem.

entrou em casa, pegou o telefone sem fio e pelo que parece estava falando com sua amiga.

– Luize! Traz sabão em pó para mim que depois te dou o dinheiro, tchau. – Falou rápido e desligou.

Ela foi para a parte de trás da casa. Consegui tirar o plástico bolha do meu lindo sofá roxo de camurça.

– Ow, garoto, já acabou de limpar as coisas? – Perguntei gritando pela janela da sala para .
– Estou quase, comandante. – Disse de uma forma engraçada que me deu vontade de rir.

Fiquei por um tempo olhando ele de costas e me peguei mordendo o lábio inferior. Para que não aparentasse nada, fui atrás de para ver porque ela tanto demorava em buscar a maldita mangueira.

– Mais não é possível! Você esta fabricando a mangueira?!
– Cale a boca! Você chega à minha casa, manda em tudo e todos e quer que eu fique feliz?! – gritou ela nervosa.
– Se você tivesse cuidado direito do que papai e mamãe te deram eu não estaria aqui! Além do mais, acha mesmo que eu queria estar aqui olhando para a sua cara? Está muito enganada! Sua irresponsável, não sabe fazer nada sozinha e ainda acha que tem moral para vir falar besteira comigo, se eu fosse você ficaria quieta e abaixaria a cabeça. Não é qualquer garota que mora em outra cidade com uma casa só para ela e tem tudo o que quer, não! , você não soube aproveitar o que tinha de valioso!
– Está tudo bem aqui? – ouvi uma voz atrás de mim parecendo preocupada. – Ouvi os gritos lá da frente.

Virei-me e vi que era . não disse nada, apenas me empurrou e saiu correndo.

– Ei, , espera. – o menino disse indo atrás dela.
Segurei o braço dele.
– Deixe ela.
Ele me olhou e então soltei seu braço.

– Quer ajuda com a mangueira?
– Pode pegar, menino de boné. – falei dando as costas para ele e segurando o riso.
– Meu nome é .
– Hum, sei disso, o meu é . – disse me virando para ele. – Sou a irmã mais velha da .
– Nem parecem irmãs, são tão diferentes.

Eu não respondi, saí andando para frente da casa e vi uma menina chegar.

– Você que é a irmã da , né? – a menina perguntou assim quando me viu.
– Sou.
– Ela pediu para trazer isso. – estendeu uma sacola com uma caixa de sabão em pó. – Onde ela está?
Pegue a sacola da mão dela.
– Não sei. Hum, vai lá dentro e em cima da mesa da cozinha está minha bolsa com a carteira, pega o dinheiro lá.

3° Capítulo


# POV’s
Corri uns três quarteirões sem parar e assim que me dei conta estava na frente de uma praça, agora eu caminhava por ali chorando. Como ela pôde falar daquele jeito comigo? Cheguei em casa quando era umas oito da noite e vi um bilhete na geladeira.

Fedelha, eu e seus amigos fomos para uma pizzaria, qualquer coisa me liga que te falo onde é. Tchau, .

Muito bom. Muito bom. Além de mandar em tudo, ainda rouba meus amigos, ótima irmã que tenho. Subi para meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama.

# POV’s
Queria saber de onde tinha saído essa menina que estava sentada na minha frente. Pele lisa de cabelos escuros que pareciam ser lisos, mas não dava para ter certeza, porque estava sempre com o cabelo amarado em um coque. Tinha uma mecha solta que caía sobre seu rosto delicado, sua boca rosada parecia um convite para ser beijada e seus olhos eram tão misteriosos que era impossível de não encarar. Sei lá, sabe, ela era diferente de todo tipo de mulher que já tinha visto.

- ? – chamou Luize ao meu lado, tirando-me de meus devaneios.
- Oi.
- Vai querer pizza de quê?
- Qualquer coisa – falei voltando a pensar e a observá-la discretamente.

Ela discutia com o sabor da pizza que iriam pedir.

- Quero de camarão. – disse irritada.
- Eu quero de calabresa. – Retrucou , implicando com a menina.
- Por que não pedimos duas pizzas? Uma meio calabresa com camarão e outra de frango com portuguesa? – Sugeriu Luize, tentando colocar fim na discussão.

olhou para , que deu uma piscadinha para ela e em seguida mandou um beijinho, ela revirou os olhos e olhou para mim, que desviei o olhar na mesma hora.

- Pode ser. – Disse ela por fim. – Vou tentar ligar para a de novo. – Falou pegando o telefone no bolso do casaco e se levantando da cadeira. – Aqui não tem sinal, já volto, vou lá fora ligar.

# POV’s
Saí da pizzaria indo para a rua e liguei para , que demorou um pouco para atender.

- O que você quer? – Atendeu já irritada.
- Queria saber se esta tudo bem com você.
- Não.
- Quer que eu vá aí te buscar para vir comer uma pizza conosco?
- Não! – Falou e desligou o telefone na minha cara.
- Ô, sem educação mandou lembranças. – Resmunguei fechando a tampa do aparelho.

Quando estava voltando para a pizzaria, dei de cara com o .

- Onde você estava indo? – Perguntei ao menino que me olhava.
- Vim atrás de você.
- Para quê? – Tentei manter ao máximo minha postura.
- Para isso. – veio em minha direção.

Fiquei parada olhando para a cara dele, então ele me puxou pela cintura e me beijou. Eu não cedi nenhum momento, logo depois o empurrei na parede segurando seu casaco com força. Eu não podia fazer aquilo!

- O que você pensa que esta fazendo? – Perguntei séria e ríspida.

Ele desviou o olhar.

- Foi mal.

Soltei o garoto, saí andando e voltei para a pizzaria.

# POV’s
Não acredito que ela não me beijou. Como pôde resistir daquele jeito? Nenhuma mulher resiste a mim. Olhei-a voltando para a pizzaria, era impossível não reparar em como estava linda com aquela roupa. Seus shorts deixavam suas pernas torneadas de fora, o que me fascinava. Passei a mão em meus cabelos e fui andando para a pizzaria de volta. Sentei-me e logo em seguida a pizza chegou.

- Está tudo bem, cara? – Escutei perguntar, então levantei a cabeça para ver se realmente era comigo.

E era. Não respondi e por um breve momento desviei o olhar para , que também me olhava e virou o rosto na mesma hora.

- Uhum. – Resmunguei voltando a olhar para .

Estranho é o fato de ela ter me chamado tanta atenção em tão pouco tempo. Assim que acabamos de comer a pizza e conversar um pouco, se levantou.

- Gente, eu tenho que ir. está em casa sozinha. Vou deixar a minha parte paga. Qualquer hora nos esbarramos por aí. – ela disse com um pequeno sorriso no canto dos lábios.
- Não precisa. Essa fica com nossa conta. – falou.
- Que isso, eu faço questão. – retrucou.
- Eu que faço, me sentirei ofendido se não deixar por nossa conta. – sorriu para ela, que sorriu de volta.
- Está bem! Tchau, gente.
- Tchau. – falamos todos juntos. – Er… , não quer que eu te acompanhe até o carro? – não resisti em perguntar.
- Não, obrigada, ele nem está muito longe daqui.
- Que isso, a essa hora da noite é meio perigoso andar sozinha. – falou. – O é forte o suficiente para espantar qualquer cara que tente te agarrar.

Valeu pela força. Agradeci mentalmente.

- Eu não quero incomodar ninguém. – disse ela.
- Não vai ser incômodo nenhum, vamos? – falei já me levantando da cadeira.
- Tá, vamos.

Saímos da pizzaria em silêncio, a rua estava bem movimentada e não demoramos muito para chegar em seu carro.

- É um carro em tanto. – falei tentando puxar assunto.
- É meu xodó. – disse passando a mão na lataria.
- . Posso te chamar assim, né?
- Pode. – ela deu um breve sorriso de lado.
- Desculpa por ter te agarrado daquele jeito. – eu pedindo desculpas para uma mulher. Tá legal, definitivamente eu não estava nada bem.
- Tudo bem, , mesmo sem saber o motivo pelo qual você fez isso, te desculpo. Que tal sermos amigos e depois pensar nessa coisa de se agarrar? – estendeu a mão para mim.

Não resisti e ri pelo seu comentário. Em vez de pegar a sua mão, eu a abracei. E ela riu com minha atitude.

- Tenho que ir.
- Tá. – falei me afastando para que ela entrasse no carro.
- Tchau. – disse assim que abriu o vidro do Corvette.
- Tchau.

arrancou com o carro. Fiquei parado olhando até que o veículo sumisse de vista. Ah! Olhei para o céu, que estava estrelado. Ela é perfeita até nos mínimos detalhes! Era encantador o seu modo de ser.

# POV’s
Fiquei rindo sozinha dentro do carro. Por que ele fez aquilo? Menino doido, gente. Não vou negar que gostei de ser agarrada por ele, mas eu não podia me deixar levar. Não podia deixar a impressão de que era uma menina fácil ou oferecida por um simples beijo. Por mais que quisesse ter retribuído, não podia deixar que ele pensasse que eu era mais uma dessas menininhas que ele pegava, dava uns amassos, comia e depois dispensava. Estacionei meu carro do lado de fora da garagem e entrei pela porta da frente.

- AH?! – escutei gritar.

Menina boba, deve ter se assustado com o barulho da porta.

- Por que você não quis ir para a pizzaria? – perguntei entrando na sala e vi que ela dava pipocas para o Put. – Não acredito que você deu pipoca para ele comer.
- Ele aceitou, então eu dei. – respondeu olhando para a TV.
- Não gosto que ele coma bobagens. – disse pegando as malditas pipocas que estavam no sofá.
- Ele não é nenhuma criança. – ignorei seu comentário.
- Você perdeu a pizza, estava deliciosa. E o menino lá parece que ficou triste que você não foi.
- Que menino? – agora ela me dava atenção, senti um tom de animação em sua voz.
- Esqueci o nome. – falei subindo as escadas. – Venha, Put. – chamei e veio correndo atrás de mim.
- Eu te odeio, “Laurinha”. – escutei ela falando e dei uma risada.

# POV’s
Só escutei a porta do quarto batendo. Olhei no relógio e já era onze da noite, já estava com sono. Desliguei tudo, fui para meu quarto, escovei os dentes e dormi.

- Está na hora de acordar, anda, levanta. – falou abrindo a cortina do meu quarto.
- Só mais 5 minutos. – disse cobrindo a cabeça com a coberta e tampando a luz que vinha da janela.
- Agora.
- Não!

Então senti o colchão se levantando e caí no chão.

- Quando eu disser que é para levantar é para levantar. – em seguida ela saiu do quarto.

Levantei do chão, fui tomar o meu banho e fazer a minha higiene matinal. Que belo dia o meu! Coloquei uma calça qualquer e uma camiseta. Desci e vi que ela tinha preparado o café da manhã, estava tudo posto em cima da mesa.

- Fiz o seu favorito, waffle com calda de chocolate. – colocou um prato na minha frente.

Parecia estar saboroso, estava com fome, então comecei a comer rapidamente. Quando acabei de comer subi de volta para meu quarto pra pegar minha bolsa e escovar os dentes, e assim quando desci vi minha irmã na porta com seu “malvado”.

- Anda, vamos que eu vou te levar. – disse pegando as chaves do seu Corvette.

Agora eu tinha uma segunda mãe, bufei de raiva e fui. Cheguei à faculdade e todo mundo ficou olhando aquele carro estacionando na frente. Assim que saí, vi as minhas amigas correndo em minha direção. Minha irmã arrancou com o carro até cantando pneu. Exibida!

# POV’s
Acordei com meu celular tocando, olhei no visor e não identifiquei o número. Logo após olhei o relógio. Merda, perdi a hora!

- Alô – atendi com a voz de sono.
- Desculpa te acordar essa hora da manhã, mas é que preciso da sua ajuda.
- Tá, mas quem está falando?
- Sou eu, , irmã da .
- Ah, sim. Pode falar.

Ela me explicou tudo o que queria que eu fizesse e concordei. Levantei, tomei um banho e fui ao encontro dela. Chegando ao local marcado a vi encostada em um Corvette, ela estava de braços cruzados e com um Ray Ban dourado, seu cachorro estava com a cabeça na janela do carro e ao me ver acenou com um meio sorriso. Estacionei o carro e fui andando até onde ela estava.

- Pensei que não ia chegar nunca! – falou vindo em minha direção.

# POV’s
Alguém me explica por que escolhi jornalismo para cursar? Ah sim, para ter a chance de conhecer todos os gatos famosos e também porque minha mãe quase me forçou a fazer. Faltava só uma aula para terminar e eu voltar para casa. Falando nisso, será que a “Laurinha” viria me buscar? Era ridículo o fato de ela me trazer e me buscar todos os dias, me parecia que seria assim até não sei quando. As meninas não paravam de perguntar do , apesar de eu ter dito que não rolou nada, elas continuavam insistindo que tinha sim acontecido algo. Sempre quando fechava os olhos me lembrava dele e do nosso beijo. Aqueles olhos azuis me hipnotizavam, se eu pudesse ficaria o olhando para sempre e para mim já estava de bom tamanho. Tocou o sinal e fui para a outra sala onde seria a última aula de sexta. Como as outras, também foi chata. Na hora da saída fiquei esperando por meia hora e nada da minha irmã, liguei várias vezes para o celular dela e nada, a sorte era que eu tinha dinheiro e peguei um ônibus. Cheguei em casa e não tinha ninguém, nem o “malvado”, nenhum bilhete e nem nada, na secretária eletrônica só tinha ligações minhas e nenhum recado. Era só o que me faltava, a louca da minha irmã sumir desse jeito. Fui ao me quarto, troquei de roupa, desci para a cozinha e fiz algo para comer. Eu já tinha acabado de comer, de arrumar a cozinha e já fazia duas horas que eu estava sentada na sala vendo TV. Já eram quarto e meia da tarde, foi então quando escutei o carro da minha irmã entrando na garagem e fui lá ver.

- Posso saber onde você estava para não ter me avisado nada e ter me deixado plantada na frente da faculdade que nem uma idiota? – perguntei com raiva.
- Puts, foi mal, me esqueci de ir te buscar e, bem, o celular deixei dentro do carro.
- Onde você estava?
- Estava resolvendo umas coisas com o .

Como é? Ela estava resolvendo umas coisas com o , era isso mesmo que eu tinha escutado?

- Que coisas? – perguntei quando ela passou por mim na porta. – Você esta com o perfume dele! – disse com muita raiva.
- Hum… Olha, arruma suas malas para passar o final de semana fora. – falou ela subindo as escadas com aquele cachorro asqueroso dela.
- Não vou arrumar merda nenhuma! – gritei.
- Se você não arrumar vou pegar qualquer roupa sua e colocar dentro da mala.

Corri para o meu quarto e tranquei a porta, puxei minha mala que estava debaixo da cama e fui colocando algumas peças de roupas nela. Para onde será que aquela louca ia me mandar? Escutei alguém batendo na porta e girando a maçaneta. Dei uma risada.

- Mas que merda, ! Destranca essa porta agora! – gritou minha irmã socando a porta.
- Eu não vou a lugar algum, quero ver quem me tira daqui.
- Eu estou falando sério, abre essa merda!
- Não.
- Eu avisei.

Escutei alguns passos, acho que ela tinha desistido. Voltei a arrumar minhas coisas. De repente escutei um barulho e olhei para a porta.

- Eu não acredito! – gritei vendo o buraco que minha irmã tinha feito na porta.

Ela estava com um machado na mão.

- Sua louca! Olha o que você fez com a minha porta!
- Eu avisei! – disse enfiando o braço pelo buraco, destrancando a porta e entrando.
- Não chega perto de mim. – falei vendo que ela vinha em minha direção.

Ela me pegou pela cintura e colocou-me em seu ombro, me levou para a garagem e me trancou dentro do seu corvette.

# POV’s
Peguei qualquer roupa que vi no armário de e coloquei dentro de sua mala. Fui correndo para o meu quarto, fiz minha e a do Put. Nossa, como a minha irmã era chata! Foi engraçado ver a cara dela quando quebrei a porta de seu quarto. Desci para a garagem com nossa bagagem e as coloquei no porta-malas do carro, abri a porta para Put entrar e ele subiu em cima de , que o empurrou.

- Faz isso com o meu menino não. – falei e ela fez uma cara de nojo. – Deixa ele ir no seu colo.
- Não!

Entrei dentro do carro e coloquei o cachorro em minhas pernas, estava apertado, mas tudo bem. Dirigi por duas horas em silêncio só escutando a música do meu Ipod e a do dela.

# POV’s
Passamos por uma placa que dizia: “Bem Vindos a Eastbourne”. Depois disso se passou cinco minutos e entramos em uma pequena estrada de terra, suas árvores faziam parecer que estávamos em um túnel, até que chegamos a uma casa. abriu o porta-malas, peguei minha mala e fui em direção à casa.

- Cadê a chave? – perguntei quando virei a maçaneta e vi que estava trancada.
- Tome. – respondeu tirando um chaveiro do bolso e me arremessando a chave.

Tentei pegar, mais foi em vão, ela caiu no chão. Entrei na casa, era muito linda por dentro e parecia ser enorme. Corri para escolher um quarto e peguei o que tinha uma janela enorme com uma vista para o lago que havia na frente da casa. Abri a mala e vi as roupas que minha irmã tinha colocado nela, me fala o que eu faria com uma blusa de gola alta no meio do mato, sendo que estava bem calor? Uma calça de moletom? Meu suéter xadrez? Eu ia matar ela, cada peça de roupa que eu tirava piorava a situação, ainda bem que só seria até domingo e não teria ninguém além de nos duas. Escutei o barulho de um carro estacionar e fui ver quem era. Um Dodge Dakota preto. Não acredito! Saí da casa correndo e vi os dois meninos descendo do carro e Luize também estava lá. Fui até minha amiga e a abracei com força.

- O que está fazendo aqui? – perguntei a Luize.
- Isso foi coisa da sua irmã. – falou , que recebeu uma cotovelada de .
- , eu nem acredito que estou te vendo de novo e aqui nesse fim de mundo. – disse indo na direção dele agora.
- Pode acreditar. Estou aqui e irei passar o final de semana todinho com vocês. – deu um sorriso enorme que me fez derreter por dentro.
- Tem três quartos com camas de casais. Como vamos resolver isso? Quem vai dormir com quem? – perguntou minha irmã.
- Eu durmo com a . – Luize falou me abraçando.
- Eu durmo com o . – disse , piscando para o amigo.
- Então vou dormir com o Put, né, amor de mãe? Já que vou dormir sozinha eu fico com o quarto que tem banheira.
- E tem quarto com banheira? – perguntou com uma cara de espanto.
- Tem, o meu. – minha irmã falou dando uma gargalhada vitoriosa.

Todos olhamos para ela, que parou de rir na hora.

- O que foi, gente? – perguntou com uma casa confusa.
- Você está rindo. – falei. – Eu acho que eles ainda não te viram rindo.
- Eu hein, pessoal doido. – disse ela pegando sua mala e entrando na casa com seu “malvado” atrás.

Colocamos tudo nos quartos e nos reunimos na sala.

- Oito da noite de uma sexta-feira e estamos aqui sentados um olhando para a cara do outro. – falou e mais uma vez ficamos todos olhando para a cara dela. – Vocês estão me dando medo. Vou dar uma volta lá fora que é melhor. – levantou-se e saiu com seu cachorro.
- Sua irmã é estranha. – disse assim que ela saiu.
- Vamos fazer algo para comer? – perguntou Luize.
- Vamos. – respondeu se levantando e indo para a cozinha.

# POV’s
Era tão estranho estar com pessoas que nem me conhecem direito, sendo que uma delas era minha irmã que me odiava. Esse não era o meu lugar favorito de estar no momento. Andei pelos arredores da casa, me sentei na frente do lago, peguei algumas pedrinhas e fiquei as arremessando nele. Put sentou ao meu lado, deitou a cabeça na grama e ficou me olhando de rabo de olho. Engraçado como são os animais, não tem amigos, não se preocupam com nada e sempre estão felizes com seus donos. Queria ser um animal. Senti um vazio enorme dentro de mim, queria voltar no tempo, eu mudaria tanta coisa e talvez não fosse tão infeliz como sou hoje. Senti uma lágrima de dor escorrer de meus olhos e por incrível que pareça eu estava chorando, acho que nunca tinha chorado (tirando a vez que meus pais me obrigaram ir para o “exército”, mas isso não vem ao caso) e agora estava novamente ali em prantos. Escutei um barulho, mais que depressa coloquei o capuz do meu casaco e sequei as lágrimas com as mangas compridas.

- Posso me sentar? – escutei uma voz atrás de mim perguntar.

Dei de ombros e ele se sentou ao meu lado.

- Está tudo bem?

Não respondi a pergunta. Eu não queria que ninguém me visse daquele jeito. Levantei-me e senti ele segurando minha mão.

- Me deixa, . – falei controlando ao máximo minha voz para que saísse normal.
- Não. Você disse que podíamos ser amigos e amigos ficam com o outro quando estão tristes. O que aconteceu?
- Não estou pedindo, estou mandando. – agora falei em um tom de raiva e minha voz deu uma vacilada no final.
- Eu não vou obedecer. Não tenho medo de você. – puxou minha mão fazendo-me virar e me abraçou.

Senti o cheiro do seu perfume assim que meu rosto encostou em seu peito. Não aguentei mais segurar e deixei algumas lágrimas escaparem, fiquei ali por algum tempo sem fazer nenhum barulho, apenas escutando sua respiração lenta e calma, seus braços largos me envolviam, aquecendo meu corpo. Até que era reconfortante estar ali com ele naquele exato momento.

- Sabia que você é irritante? – Minha voz saiu abafada de seu peito.

Escutei suas risadas altas.

- O que foi? Falei alguma piada? – perguntei já me soltando do seu abraço. – Não estou achando graça em nada. – eu já estava melhor e completamente recuperada de meu ataque repentino de emoção.

riu mais ainda. Franzi a testa com força em negação à sua atitude.

- Você fica linda quando está nervosa. – disse entre risos.

Eu detestava quando estava mesmo irritada e alguém começava a rir. Parecia que estava me fazendo de palhaça.

4° Capítulo


# POV’s
Minha irmã já havia sumido fazia uma hora mais ou menos, foi procurá–la há dez minutos e até agora não tinha voltado.

– Luize, vamos ver se encontramos minha irmã ou ? – perguntei já puxando a minha amiga pelo braço.
– Fazer o que, né? Vamos.

Demos uma volta na casa e vimos duas pessoas de pé na frente do lago, pareciam abraçadas, Luize ficou paralisada e escutei o latido do Put.

– O que foi? – perguntei virando para ela.
– Eu vou voltar. – disse e saiu correndo.

Olhei novamente para o lago e agora só tinha uma pessoa, me aproximei e vi .

– Era minha irmã que estava aqui com você? – pergunta idiota, não?
– Era.
– E cadê ela?
– Não sei. – falou e saiu andando em direção à casa.
– O que aconteceu, ?
– Nada. – passou por mim e entrou na casa.

Era impressão minha ou todo mundo estava estranho? Fui andando atrás dele. Chegamos à casa e minha irmã estava na sala mexendo atrás da TV.

– Onde você estava? – perguntei irritada.
– Dando uma volta. Vocês são engraçados, vem para uma casa de campo e nem trazem nada para se divertir. – falou instalando o PS3 na TV.
– Em meia hora de carro chegamos à costa e podemos ir à praia. – sugeriu.
– Temos um lago bem aqui na frente, não precisamos de praia. – “Laurinha” disse ainda atrás da TV.
– Que jogos você tem? – perguntou vindo da cozinha com uma bala de alcaçuz na boca.
– Ah, muitos. Quem vai querer perder uma partida de Guitar Hero para mim?
– Isso me soou como um desafio. – fez uma cara de menino malvado.
– Não vale chorar depois que perder. – falou, agora ligando o PS3.
– Vamos ver então quem vai chorar. – respondeu com um meio sorriso no rosto.

# POV’s
Vi indo para a cozinha e fui atrás dela.

– Vamos sair?
– Pra onde? – perguntou ela curiosa.
– Na cidade deve ter alguma boate.
– E se não tiver?
– Aí podemos arranjar outra coisa para fazer.
– Gostei. – disse com um sorriso sapeca no rosto. – Só nós dois?
– Seria meio estranho sairmos sem convidar ninguém, mas podemos torcer para ninguém ir.

Ela riu.

– Vou falar com Luize e você fala com .
– E quem fala com a sua irmã?
– Deixa que eu chamo. – falou saindo da cozinha.

Cheguei na sala e vi jogando vídeo game com a , um empurrava o outro na tentativa de se atrapalharem. Ri com a cena e esperei que a partida terminasse. ganhou.

– Isso não vale! Você roubou. – justificava sua perda na partida.
– Olha isso, dando desculpas para não assumir que perdeu para mim, coisa feia, . – deu um empurrão de leve no braço dele, fazendo-o rir.
– Revanche.
– Gente. – falei tentando chamar a atenção. – Eu e a vamos até a cidade ver se tem alguma boate maneira, estão afim de ir?
– Estou. – disse , que nunca perdia uma farra.
– E você, ? – perguntou ele.
– Eu o quê? Quero ir não, deixa para a próxima.
– Ah, fala sério. Anda, vamos. – insistiu puxando a menina.
– Se eu não for você vai ficar me perturbando muito?
– Vou!
– Se for para você não me encher o saco, tá, eu vou.

Ele pegou a menina e a jogou para cima.

– Nossa! Isso tudo é por que vou no boate com vocês?
– É. – disse a soltando.

# POV’s
– Anda, Luize, vamos.
– Já disse que não! – falou ela com a cabeça de baixo do travesseiro.
– Posso saber por quê?
– Por causa do .
– Essa é a sua chance de seduzi-lo. – falei puxando seu pé. – Anda, vamos!
– Tá bom! – Luize se levantou e foi se arrumar.

# POV’s
Já tinha acabado de tomar meu banho e feito minha higiene bucal com minha pasta de dente favorita e o enxaguante bucal de canela que eu amava. Put estava sentado na cama me olhando.

– O que eu foi, seu tarado, está olhando o quê?
– “Só você se trocar, mamãe”. – falei em uma voz fina fingindo ser o próprio cachorro, que levantou uma orelha.

Ri com a cara que ele fez e peguei meu secador dentro da mala, em seguida comecei a secar meus cabelos, que estavam bem grandes e iam até acima da cintura. Assim que acabei de secá–los, abri minha mala, analisei o que tinha e decidi logo com o que iria. Antes de sair do quarto peguei minha cartela de chiclete e coloquei no bolso de trás de meu jeans.

# POV’s
Pra que minha irmã demora tanto para se arrumar, nem precisa de muita coisa, as roupas delas sempre são iguais e largadas, qualquer trapo que ela vestisse estava bom! Já eu estava vestida de um jeito simples, meu cabelo estava preso em uma rabo de cavalo. Olhei para Luize quando ela desceu e estava linda com um vestido bem colado no corpo. Reparei que deu certo, tinha ficado olhando para ela. Nem preciso falar que estava impecável, assim como .

– Será que sua irmã vai mesmo? Ela esta demorando muito. – reclamou comigo.
– Você não tem a mínima paciência de esperar? – perguntou minha irmã chegando na sala.

Todos nós ficamos encarando-a, aquela mulher era minha irmã? Não podia ser, era muito diferente.

– Vocês vão ficar aí me olhando com cara de bobos ou vão para a cidade? – perguntou com um sorriso no rosto.

OK! Definitivamente não era a minha irmã.

– Pode ir devolvendo minha irmã, seu alien. – falei levantando do sofá.

Ela deu uma gargalhada e saiu andando. Saímos da casa e fomos para o carro.

– Aqui tem espaço para uma pessoa. – disse abrindo a porta do seu Corvette.
– Eu vou com ela. – foi em direção ao carro dela.

Olhei para a cara de Luize, que estava vermelha de raiva. entrou do lado do motorista, entrei no lado do carona e Luize foi no banco de trás. Vi minha amiga dando bufadas, então pulei para o banco de trás para saber o motivo.

, você vai ficar com raiva de mim se eu brigar com sua irmã? – perguntou bem baixo no pé de meu ouvido para que não escutasse.
– Por que você faria isso? – também falei bem baixo.
– Porque ela está roubado o de mim. – ela estava com raiva.
– Por que você acha isso?
– Àquela hora lá no lago eles estavam se beijando.
– Não estavam não.
– Claro que estavam.
– Depois eu pergunto a ela, tenho certeza que não.
– Eu tenho certeza que sim. – falou com mais raiva.

Dei uma risadinha e ela virou a cara para mim. Voltei a pular para o banco da frente, encostei a cabeça no ombro de , estava doida para beijar aquela boca de novo e ainda não tinha tido chance, será que ele estava afim de mim ainda? Ele me olhou nos olhos e senti borboletas no meu estômago, fomos nos aproximando, então passou um veado correndo na frente o carro, o que fez dar uma freada brusca. Escutei alguém buzinando atrás de nós e deduzi que fosse minha irmã.

– Mas que merda, , não sabe mais dirigir? – perguntou Luize com raiva.
– Foi mal, um veado passou na frente do carro! Queria que eu tivesse atropelado o animal?

Luize não respondeu e voltou a cruzar os braços olhando pelo vidro.

# POV’s
– Puta que pariu! – gritou e buzinou em seguida quando deu uma freada do nada. – Seu amigo comprou carteira ou o quê?!
– Vai ver que passou algum animal correndo na frente do carro. – falei estirando o pescoço para tentar ver alguma coisa.
– O único animal é ele dirigindo aquela merda! – xingou mais ainda, me fazendo rir.
.
– Hum.
– Por que você estava chorando àquela hora no lago?
– Eu já disse que não estava chorando. – respondeu fria.
– Pode se abrir comigo, não vou dizer nada a ninguém.
– E por que eu me abriria com uma pessoa que nem conheço?

Não respondi essa. Grossa!

– Já vi que é difícil conversar com você. – falei nervoso.
– Se for para falar de alguma coisa boa, podemos conversar.
– Tipo o quê?
– Aquela amiga da minha irmã, eu acho que ela gosta de você.
– E por que ela tem que entrar na conversa? – cruzei os braços. – Você disse que podíamos falar de coisas boas.
– Ela ficou com raiva porque você veio no carro comigo. – deu uma risada.
– E o que tenho haver com isso?
– Nossa, eu não queria esta na pele dela. Fala sério, cara, a menina é caidinha por você.
– Bom pra ela. – falei olhando para o DVD do carro, que passava o clipe do ”Animal - Neon Treens”. – Eu não te imagino escutando esse tipo de música.

Ela riu de novo.

– Esperava que eu escutasse aquele rock metaleiro pancada?
– Por aí. Você está me surpreendendo.
– Costumo causar essa impressão às pessoas. – olhou para mim e deu uma piscadinha sapeca.

Ela tinha mudado de humor completamente. Se antes eu a queria, agora queria ainda mais.

# POV’s
Depois de 20 minutos em silêncio absoluto dentro do carro, chegamos à cidade. Dei uma volta pelo centro, onde tinha uma boate que estava lotada de gente na porta.

– Vamos nessa? – perguntou Luize.
– Vamos. – respondi.

Estacionei o carro e soltamos, olhei e vi estacionando o carro dela distante do nosso.

– Vamos indo. – falou Luize impaciente.
– Calma, espera a minha irmã e o . – disse à amiga.
– Para mim os dois podiam morrer. – resmungou e deu um tapa nela.
– Larga de ser chata. – falou .

Eu tinha que levar para um lugar mais afastado dos outros, queria ter ela só para mim sem que ninguém me perturbasse.

, vem comigo. – saí puxando-a pela mão.
– Para onde vamos? – perguntou.
– Você vai ver.

# POV’s
Vi e se afastarem, já imaginava o que aconteceria, Luize estava com uma cara estranha e me fuzilava com os olhos. Que coisa boa! não fez uma cara muito boa quando viu se afastando com a .

– Eu vou entrar, vocês vão ficar aí parados? – perguntei vendo Luize parada de braços cruzados.
– Não, não, vamos entrar. – respondeu mudando de cara.
– Então vamos, garotão. – falei puxando-o pela mão.

Luize veio logo atrás dando umas bufadas, pensei que ela iria quebrar o salto com tanta força que pisava no chão. Tudo bem, eu gosto de provocar!

# POV’s
e eu estávamos andando pela rua e paramos na frente de um pequeno hotel.

– Quer passar a noite aqui comigo? – perguntou com um sorriso encantador.
– Sim.

Entramos no hotel, pegamos uma chave e fomos para o quarto. Assim que entrei nele me deitei na cama e percebi que tinha um espelho enorme no teto, isso era tão excitante. Eu e o em um quarto de hotel sozinhos, nossa, estava nas nuvens, sem ninguém para nos incomodar. Era perfeito. Ele se deitou ao meu lado e ficou passando a mão no meu cabelo.

– Pensei que nunca ia conseguir te encontrar. – falei dando um sorriso.
– Eu também.
– Como assim?
– Pensei que nunca ia encontrar uma menina assim como você.

se aproximou e me beijou, era diferente daquele beijo na festa, esse era calmo e tranquilo, nossas línguas se entrelaçavam e dominavam cada canto da boca do outro. Minha mão estava em sua nuca o puxando para mim, já a dele estava em minha cintura.

# POV’s
Eu estava com uma garrafa de Ice na mão e dançando com .

– Por que você fez aquela cara estranha quando viu minha irmã se afastando com ? – perguntei.
– Bem, digamos que ele é compromissado.

Engasguei com a Ice que tinha acabado de beber, deu uns tapinhas nas minhas costas na tentativa de me ajudar.

– O quê? Ele tem outra? – perguntei com raiva entre as tossidas.
– Ele tem uma namorada na verdade.
– Eu vou capar aquele desgraçado filho de uma égua de pata quebrada. – xinguei e saí andando pela boate.

Como que ele pode esta enrolando a minha irmãzinha desse jeito? Eu vou quebrar aquele menino. Procurei-os pela boate inteira.

– Está tudo bem? Você ficou toda nervosa quando eu falei aquilo. – perguntou quando me viu passar por ele pela segunda vez.
– Não, não, está tudo bem! – gritei e ele me olhou espantado.
– Como poso te ajudar?
– Se for para achar minha irmã e o merda do seu amigo, pode SIM! – respondi com muita raiva.
– Você já procurou nos banheiros?
– Já e entrei até no masculino.
– Nossa. Vamos dar uma olhada lá fora. – pegou minha mão e me levou para fora da boate.
– Vou ver se eles estão no carro.

Fui até o Dodge, mas estava trancado e não tinha sinal de ninguém lá dentro.

# POV’s
pediu informação para o segurança da boate e voltou.

– Ele disse que tem um hotel uns cinco minutos daqui. – falou indo para seu carro.

Fui atrás dela e entrei no carro, arrancou até cantando pneu. Chegamos ao tal hotel em apenas dois minutos. Ela saiu do veículo - poderia jurar que ela cuspia fogo -, acionou o alarme do carro e entrou no hotel.

– Moço, entrou uma menina aqui um pouco mais baixa do que eu, junto com um menino? – perguntou para o homem gordo na recepção.
– Não podemos dar informações de quem entra ou sai daqui. – respondeu meio grosso.
– Pera aí eu acho que o senhor não me entendeu. Eu quero saber se minha irmã entrou aqui com o menino e você não vai me responder? – disse meio alterada.
– Por favor, a senhorita poderia se retirar do meu estabelecimento? – o gordo se levantou da cadeira.

Ela o fuzilou com os olhos e saiu correndo pelo hotel à dentro. Definitivamente ela era louca, mas fui atrás dela.

, como você vai encontrar a sua irmã?
– Quer ver que encontro? – disse andando rápido e olhando cada porta. – É aqui.
– Como você sabe?
– Olha. – apontou para um brinco caído no chão. – É dela. – abaixou-se para pegar o objeto.

bateu duas vezes na porta e escutei a voz do dizendo que já estava vindo. Como ela sabia? Demorou um pouco para ele abrir a porta.

# POV’s
– Quem será? – perguntei colocando meu sutiã e fechando o zíper do meu short.
– Deve ser o serviço de quarto. – respondeu colocando sua camisa.

Assim que ele abriu a porta, minha irmã entrou, agarrou-o pela camisa e o prensou na parede com força.

– Mas o que esta acontecendo aqui?! – perguntei apavorada.
– Você me paga, moleque. – disse minha irmã ao . – , coloca uma roupa e vamos embora agora! – gritou comigo.
– Você só pode estar ficando louca. Larga o ! – gritei com ela. – , faça alguma coisa!

me olhou, pegou pela cintura e ela soltou .

– Me solte, !

Chegou um homem gordo no quarto com dois seguranças.

– É, são esses dois. – ele apontou para minha irmã e .
– Sim senhor. – falaram os brutamontes segurando o braço de .
, se você chegar perto da minha irmã… Eu te capo, seu filho da mãe. – ela gritava se debatendo nos braços de , que também estava sendo segurado pelos seguranças.

Nunca tinha visto minha irmã tão irritada daquele jeito.

– Me perdoem pela confusão, não vai tornar a acontecer. – desculpou-se o homem gordo e fechou a porta.
– O que foi isso, ? – perguntei.
– Não sei do que ela estava falando.
– Se não sabe, por que você não disse nada?
– Por não saber do que ela estava falando. Acho melhor nós voltarmos para a boate.
– Está bem. – falei pegando minha blusa e a vestindo.

Vou matar minha irmã, como ela pôde estragar essa minha noite? Eu teria o só para mim, mas não, ela tinha que chegar e destruir tudo!

# POV’s
Aqueles monstros tinham nos jogado para fora do hotel, me olhava curioso e eu estava com ódio mortal.

– Anda, vamos, te deixo na porta da boate e vou para casa. – falei, por fim entrando no carro.
– Nem pensar que vou te deixar sozinha nesse estado, é capaz de matar alguém.
– E você vai correr esse risco perto de mim? – perguntei achando engraçado o modo que ele tinha falado.
– Já disse que não tenho medo de você. – deu um sorriso lindo.

Vale à pena ressaltar que me derreti quando ele fez isso?

– Depois não reclame se eu tentar te matar ou algo de tipo. – dei uma risada.
– Não vou reclamar.

Voltamos para casa na metade do tempo que tinha levado para ir, estava com tanta raiva que nem vi que estava a mais de 200km/h. Quando entrei na estrada de chão que dava acesso a casa, diminui a velocidade. Assim que chegamos, estacionei o carro e fiquei sentada no banco. Minha vida tinha dado uma bela volta, há dois dias estava no meu apartamento com meus amigos jogando poker, tinha um namorado que quando disse que viria para cá ele terminou comigo na mesma hora, aquilo me fez crer que ele não gostava de mim como eu gostava dele, miserável! Dei um soco no volante com a raiva que senti. Agora estava dentro de um carro com , que estava afim de mim. Eu? Não estava fazendo nada a respeito daquele ser que me atraía. Sim. Ele me atraía e eu negava isso para mim mesma. Olhei para ele, que também estava me olhando.

– Posso saber como você encontrou sua irmã naquele quarto?
– Nem eu mesma sei. – respondi olhando para o teto do carro agora.

Quando estou com raiva eu agia apenas por instinto e o meu instinto era de tentar protegê-la.

– Por quê? – perguntei.
– Por que o quê? – perguntou de volta. – Por que você está aqui comigo? Sou chata, rabugenta, insuportável, mal humorada, arrogante e grossa. Não tem razão para você está aqui só por estar afim de mim.
– Nem eu mesmo sei. – agora foi a vez dele dizer isso.

Eu não estava aguentando mais, tinha que sentir o gosto de sua boca novamente. Levantei do meu banco se sentei com as pernas abertas em cima dele e o beijei. Nossas línguas se tocaram com vontade. Passei a mão por seus cabelos os bagunçando e senti passar as mãos por minhas coxas.

# POV’s
Voltamos à boate, deixei um pouco sozinho no bar e saí puxando Luize para o banheiro.

– Você tinha que ter visto, foi muito estranho. – falei para Luize, que me olhava e prestava atenção no que eu falava.
– Sua irmã é louca. Será que ela está tendo um caso com o e ficou com ciúmes de vocês dois?
– Será? Hoje mais cedo quando ela chegou em casa o casaco dela tinha o perfume dele.
– Sinto informar, amiga, mas a sua irmã esta pegando o seu e meu .
– Não. – falei com raiva. – Ela não pode! Aquela vaca vai me pagar por ter entrado na minha vida e estar estragando tudo.
– É isso aí, conte comigo. Vamos derrubá-la do cavalo.
– Vamos. – disse apertando a mão de Luize.

5° Capítulo


# POV’s
Estava beijando seu ombro nu onde sua blusa não cobria, meus dedos passavam de leve onde eu já tinha depositados alguns beijos. Senti sua pequena mão passar em meu abdômen por debaixo da minha camisa. Fui subindo os beijos até chegar àqueles deliciosos lábios tentadores que tinham gosto de chiclete de canela. se arrepiou quando coloquei a mão em sua cintura por debaixo de sua blusa, mas ela prendeu minha mão quando tentei subir mais um pouco. cessou o beijo e foi descendo pelo meu queixo até chegar em meu pescoço, ela dava pequenas mordidas e chupões por onde passava, aquilo estava me excitando.

– Se você não quer que eu te estupre aqui mesmo, é melhor parar com isso – falei baixinho e ela riu.
– Se é assim então – disse, saindo de cima de mim, abrindo a porta do veículo e saindo dele. – Depois nos falamos. – Se virou, me olhando. – Ah, quando sair tranca o carro. – Jogou a chaves no banco, mas segurei seu braço.
– Não. Fica – pedi.

Ela deu um sorriso malicioso e mordeu o lábio inferior.

– O que vou ganhar em troca? – perguntou.
– Eu. – Dei um sorriso safado.
– Hum… É um caso a ser pensado. Obrigada pela oferta, mas não. – Piscou e saiu andando.

O caminhar dela era sensual, aquela bunda rebolando conforme andava me deixava tentado, minha vontade era de sair daquele carro e a agarrar ali mesmo, transar no meio daquela grama sem me importar que alguém chegasse e nos encontrasse naquelas condições. Ela olhou para trás quando chegou na varanda, mas não parou, abriu a porta e entrou. Passei a mão em meus cabelos e respirei fundo.

– Ela vai me fazer pirar! – falei comigo mesmo.

Estava precisando de um banho. Saí do carro, acionei o alarme e entrei em casa. Fui para meu quarto, já arrancando a camisa no meio do caminho.

– Deve estar com muito calor mesmo para ir tirando a camisa no meio do corredor. – escutei falando e olhei para trás, mas não a vi.
– Você não sabe o quanto – respondi e vi ela colocando a cabeça para fora do quarto.
– Pena que eu não posso te ajudar. – Riu e voltou para dentro.

Fui até o quarto dela e me encostei ao batente de braços cruzados.

– Você está brincando com fogo – avisei.
– Não tenho medo de me queimar – respondeu ela de costas para mim, tirando sua blusa e só ficando de short e sutiã.

Estava me segurando muito para não ir lá e agarra–la. O mulherzinha gostosa.

– Você vai pagar caro pelo que está fazendo comigo – disse, saindo dali e indo para meu quarto.
– Tô pagando para ver. – Escutei falando.

Voltei ao quarto.

– Se eu for aí te agarrar você não vai me deixar fazer nada mesmo. Para que gastar meu tempo? – falei ironicamente.

Ela se virou e me encarou.

– Se esse é um modo de dizer que é fraco, eu concordo. Seu fraco. – Se virou de costas para mim novamente.

Franzi a testa e fui em sua direção dando passos largos e firmes. Cheguei por trás dela, passe o braço por sua cintura fazendo com que batesse com força contra meu peito, coloquei a mão nos seus cabelos da nuca e puxei pra trás, dei um beijo em seu pescoço e desci por seu ombro puxando a alça do sutiã.

– Vamos ver quem é fraco – sussurrei em seu ouvido, dando uma pequena lambida em sua orelha.

deu uma risada baixa.

– Qual é a graça?
– Você – sua voz saiu um tanto quanto provocativa. – Te tiro do sério fácil fácil.

A virei para mim com brutalidade e a beijei. Invadi sua boca sem pudor, fui a empurrando para trás até que encostasse na parede, a prensei com força com meu próprio corpo.

# POV’s
me apertava na parede enquanto nos beijávamos, o ar era pouco o que me deixava com mais tesão e eu apertava seu ombro forte com força. Ele segurou minhas coxas de uma forma grosseira, mas excitante, e me tirou do chão, passei as pernas em volta de seu quadril, o prensando mais contra mim. Senti um certo volume por cima do jeans sendo prensado contra minha virilha. Hum! Isso é bom! Escutei um gemido fraco vindo dele entre no beijo quente e cheio de desejo. Meu desejo era… era… não, eu não posso continuar com essa insanidade! Menina, tenha modos! Ele faz isso com qualquer garota e depois dispensa, sabe muito bem disso. Você vai ficar aí sozinha e iludida com algo que não vai mais se repetir, enquanto ele ainda vai rir da sua cara. E também não sou esse tipo de garota que se pega fácil, transa e depois se dispensa.

– O que foi? – perguntou , vendo que eu tinha parado de fazer força e de me mexer.
– Vai para o seu quarto – falei, tirando minhas pernas do seu quadril.
– O que aconteceu?
– Nada, problema meu, agora sai daqui – disse com um pouco de raiva.

saiu do quarto e fechou a porta. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro com a água bem quente, tirei minha roupa e entrei debaixo da ducha, deixei a água cair sobre mim, peguei a esponja e comecei a me esfregar como se estivesse tentando tirar uma sujeira bem grande da minha pele, a deixando vermelha. Não posso deixar isso acontecer. Tudo vai se repetir! Não posso!

# POV’s
Chegamos em casa e fui direto no quarto da minha irmã, entrei e vi que ela estava no banho, parecia que a noite tinha sido boa para ela. Aquela vaca! Abri a porta do banheiro e vi ela sentada no chão do box. Corri até lá e abri a porta de vidro. Fiquei preocupada, afinal, ela podia seu uma vadia, mas ainda continuava sendo minha irmã.

, está tudo bem? Ele fez algo com você? – perguntei, vendo seus braços vermelhos.
– Não – respondeu ela com uma voz estranha.

Ela olhava para baixo, peguei seu rosto e levantei.

– O que aconteceu? Você não está nada bem. Anda, vem – falei, puxando ela para cima e pegando uma toalha de banho que estava pendurada na parede.

A levei para o quarto e dei uma roupa para que ela vestisse.

o que aconteceu? – perguntei de novo.
– Nada.
– Então por que você estava daquele jeito no banheiro?
– Esqueceu que sou maluca? Não ligue para o que eu faço ou deixo de fazer. Nada tem importância. – Ela se deitou na cama.
– Eu não te entendo. Você chega lá no hotel brigando com o Dougie do nada e quer que eu ache normal?
– Não tem importância. Esquece o que aconteceu. OK?
– É depois daquilo o ficou estranho comigo!
– Eu falo com ele se for o caso, agora me deixa sozinha – pediu com educação.

Saí do quarto e fui para o meu.

– E aí, o que ela falou? – perguntou Luize ansiosa, esperando que eu contasse que tivesse acontecido o maior barraco.
– Nada.
– Como assim nada? Você demorou esse tempo todo para nada?
– Foi. Ela me disse para esquecer aquilo porque não foi nada.
– E você perguntou se ela tinha ficado com o ?
– Não Luize, eu não perguntei – falei meio nervosa.
– Ih, ta estressada? Vai tomar um banho!
– Vou mesmo. – Peguei uma roupa para colocar depois do banho.

# POV’s
Estava deitado em minha cama e Dougie estava tomando banho. O que será que deu nela? Será que fiz algo que não gostou? A é tão imprevisível, estávamos lá no maior amasso e de repente ela fica toda nervosa com algo e me manda embora. Isso estava me dando dor de cabeça de tanto pensar. saiu do banheiro e eu entrei para tomar outro banho.

– Outro banho? – perguntou Dougie. – Quando cheguei você estava aí de baixo desse chuveiro, tive quase que te arrancar daí para poder tomar um banho.
– Não enche, – reclamei, fechando a porta em sua cara.

Tirei minha calça de moletom junto com a boxer preta, ligando o chuveiro e entrando debaixo da água fria. Quando fechava os olhos podia sentir como se ela estive aqui agora comigo me tocando, pude sentir seu perfume doce impregnado em minha pele e em minha boca ainda tinha um leve gosto do seu chiclete de canela. Ah! Chega! Jones, dá para se controlar e parar de parecer um menino de 15 anos na puberdade que acabou de pegar uma menina? Encostei a cabeça na parede do box e dei um soco nela. Por quê? De onde eu te conheço? Seu beijo é tão familiar, eu o conhecia de algum lugar, mas de onde? Pense , pense. Desisti quando vi que não conseguiria lembrar de forma alguma. Desliguei o chuveiro, me vesti e fui deitar.

# POV’s
Acordei e vi que ainda babava ao meu lado, levantei devagar para não acorda–lo também, fui ao banheiro, escovei meus dentes e saí do quarto. A bela sala de vidro mostrava o lago e como o dia estava lindo, não tinha nenhuma nuvem no céu. Vi sentada na frente do lago com seu Pitt Bull ao seu lado. Desci ir lá falar com ela.

– Bom dia – falei.
– Mal dia – respondeu com grosseira.

Me sentei ao seu lado.

– Não quero você perto da minha irmã – disse ela, olhando para mim, e a cara dela não estava nada boa.
– Eu já sei o motivo.
– Se sabe então, por que esta iludindo ela?
– Eu não estou iludindo ninguém.
– Não? Não me faça rir Dougie, sabe muito bem que está e que não vai ficar com ela. A é como um passatempo para você – foi sarcástica.
– Não a tenho como meu passatempo. Me amarrei em ficar com ela.
– Só porque ela tem um rostinho lindo e um corpo desejável! Depois que comer ela vai meter o pé na bunda dela.
– Não, mas é claro que não.
– E sua namorada? Se eu fosse ela não gostaria nada de saber que você está com outra.
– Com ela me resolvo depois.
– Você não chega perto da minha irmã sem resolver isso antes.
– O que vou falar para a ? “Olha amor, eu não quero mais namorar com você”.
– Não, fala que você esta gostando de outra menina – disse, me olhando e me deu um tapa na cabeça. – Mas é claro que você vai falar que não quer mais namorar.
– Ela vai querer saber o motivo.
– Diz que é à distância. – Ela virou o rosto, olhando para o lago. – Sei lá, inventa qualquer merda.
– É uma boa desculpa.
– Sempre é uma boa desculpa quando queremos falar: “Não te quero mais”. – se levantou e saiu andando. – Vem Put.

Ela tinha razão, eu não podia ficar enganando a , tinha que tomar uma decisão na minha vida.

! – chamei ela, que se virou.
– Oi.
– Me empresta seu carro? – pedi.
– As chaves estão no meu quarto, pega lá – respondeu e fui correndo para pega–las.

# POV’s
Acordei com o barulho do secador de Luize. Levantei, fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha onde ouvi a voz de que parecia que falava no celular.

– Bom dia! – falei com um sorriso no rosto.
– Bom dia – respondeu, encostado na bancada com um copo de café em mãos e desligando o aparelho.
– Cadê o ?
– Acho que ele saiu – respondeu.

Olhei pela janela da cozinha e vi o Dodge estacionado na grama.

– Ué, ele foi a pé?
– Não, foi com a – respondeu com uma voz mal humorada.

O que minha irmã foi fazer com o Dougie de manhã cedo? Estava começando a achar que ela tinha mesmo um caso com ele. Luize apareceu na cozinha com um short bem curto e de camiseta.

– Bom dia amores. Bom dia – disse ela, abraçando , que nem olhou para a cara dela. – Eu acho que tem alguém de mau humor hoje.
– Como você acertou? – perguntou ele com um sorriso de deboche no rosto.
– Liga não Luize, hoje ele esta de TPM – falei brincando.

colocou o copo dentro da pia e saiu da cozinha.

# POV’s
Qual era a da com o ? Ontem ela queria matá–lo e hoje saiu com ele de manhã cedo sem que ninguém visse. Fiquei andando na margem no lago até que vi o Put deitado de baixo de uma árvore, me aproximei dele e passei a mão em sua cabeça. Senti alguma coisa me acertando e olhei para cima.

– O que você esta fazendo aí em cima? Não era para você estar em algum lugar com o ? – perguntei com raiva.

pulou lá da arvore e parou na minha frente.

– O que eu estaria fazendo com o Dougie em algum lugar? – perguntou, erguendo uma de suas sobrancelhas.
– Quando acordei não vi e no seu quarto não tinha ninguém. Seu carro não estava estacionado onde você tinha deixado e vocês tinham sumido, era o mínimo que eu podia ter imaginado.
– Entendo.
, sobre ontem à noite… – ela me interrompeu.
– Esquece o “ontem à noite” OK? Não era para ter acontecido, foi um erro meu e não vai se repetir.
– Quer dizer que foi um erro ter me beijado?
– Não exatamente.
– Então foi o que? – perguntei nervoso. – Você primeiro me rejeita na pizzaria, aí ontem estávamos lá no maior amasso e agora você me falar para esquecer?
– É isso mesmo – falou, subindo na arvore, parecendo uma macaca, e sentou no galho mais próximo. – Na pizzaria eu estava certa, ontem eu estava errada e hoje estou concluindo isso.
– Então é assim, acabou?!
– Não podemos acabar algo que nunca começou, .
– Não sei onde eu estava com a cabeça quando tentei te beijar na pizzaria e ontem por ter te agarrado.
– Bem… Quem agarrou foi eu a você e não o contrário.
– Como você consegue ser tão fria assim? Não se importa com nada. – Estava com ódio de mim mesmo por ter caído na dela.
– Mentira, eu me importo comigo mesmo e com o meu menino, né Put? – falou, se referindo ao cachorro.
– Você tem que ficar sozinha mesmo com esse seu egoísmo! Vai morrer sozinha! – esbravejei.
– Melhor só do que mal acompanhada!

Saí andando, não aguentava mais ficar ali nenhum minuto a mais.

# POV’s
Vi indo embora. Pronto, melhor ele longe de mim do que perto. Não daria certo ficarmos juntos. Eu podia admitir muito bem que o queria só para mim, mas não podia. Me acochei no meu galho e coloquei a cabeça encostada no tronco da arvore, pelo menos o exercito serviu para algumas coisas, tipo: subir em arvores com agilidade. Fiquei ali sentada por um tempo indeterminado, estava escutando música, isso me deixava em outro mundo onde não havia problemas e nem pessoas para me perturbarem.

# POV’s
Cheguei à frente do apartamento da . Logo entrei, pois tinha as chaves mesmo. Fui ao seu quarto, abri a porta devagar e a vi dormindo com alguém que não parecia nada com uma das amigas dela, quando terminei vi que era um homem. Eu não sabia o que sentir, raiva ou alivio por ter uma boa desculpa para dar como termino do namoro.

– Na hora que você me acordar me avisa – falei perto do ouvido dela.

Ela abriu os olhos e se levantou assustada.

– Não é nada disso que você esta pensando, meu amor.
– E não é? Vai falar que você estava brincando de casinha com esse troglodita aí e ele era seu marido? Me poupe ! – Saí do quarto e ela veio atrás de mim.
– Espera Dougie! – gritou.

Saí do apartamento e apertei o botão do elevador que parecia que demoraria uma eternidade para chegar naquele andar, então desci de escada mesmo, mas ela veio atrás de mim, desliguei o alarme do corvette.

– De quem é esse carro? – perguntou ela quando me viu entrar no veículo.
– Da minha nova namorada – disse só para provocar.
Lee Poynter, eu quero explicações!
– Olha bem para você , esta de baby doll no meio da rua, me traiu e ainda quer explicações? Se toca garota, não quero saber de mais de você e não me procure! – Arranquei com o carro.
– Dougie, espera! – gritou ela e eu nem olhei para trás.

Eu estava doido! Tinha acabado de terminar com minha namorada pra ficar com uma garota que eu conhecia há três dias, também se não fosse por ela eu estaria sendo corno e nem sabia. Peguei meu celular e vi que tinha um SMS.

“Quando você estiver chegando me liga que vou te encontrar na estrada. Beijos xx


# POV’s
e minha irmã não tinham voltado, eu e Luize estávamos deitadas de biquíni na frente do lago pegando um sol. estava temperando umas carnes na cozinha pra fazermos um churrasco.

– Luize, será que minha irmã e o … – não pude continuar, pois ela me interrompeu.
– Tenho tanta certeza quanto que tenho certeza que vi ela e o MEU se beijando aqui.
– Ainda acho que eles não estavam se beijando.
– Então pergunta para ela – disse, olhando para frente.

Escutei o barulho do carro da minha irmã e olhei para conferir, a vi sair junto com o Put e rindo com Dougie. Me enrolei na toalha e fui até eles.

– Onde vocês foram?
– Dar uma volta, né? – disse minha irmã.
– É isso aí, macaca – respondeu , abraçando minha irmã pelo ombro.

Eles entram se falar mais nada, só riam. Isso estava me dando nos nervos! Voltei e me deitei ao lado de Luize.

– Eu te disse – falou ela.
– Cale a boca!

# POV’s
Escutei a risada de Dougie, olhei para trás e o vi abraçado com . Eles entraram na cozinha. Mas que merda é essa?!

, nem te conto cara – disse , rindo.
– Fala aí, onde vocês foram? Parece que foi bom, pelas risadas – falei, dando uma de bobo.
– Bem, para o foi – disse .
– Como assim? – perguntei.
– Olha, é para guardar segredo aqui entre nós. OK? – falou, sentando-se na bancada da pia.

Escutamos a história de atentos e demos algumas risadas também.

– Pow, aí ela me perguntou de quem era o carro.
– E o que você disse? – perguntou.
– Da minha nova namorada.
– Dougie! – repreendeu .
– Eu falei só para deixar ela com mais raiva. – Ele ria.

Acabei de temperar as carnes e saí com elas para o jardim onde eu tinha montado uma churrasqueira. Não vou falar nada!

# POV’s
– Quero ver se ela descobre que o carro é meu e vem falar merda para mim – reclamei.
– Até parece que você vai saber que é ela.
– Você acha que não vou saber? Uma louca gritando para mim que roubei o namorado dela?
– Tecnicamente “você” não me roubou de ninguém, ela que me chifrou. – ainda ria da situação toda.
– Então quer dizer que eu sou sua nova namorada? – perguntei, rindo. Seria engraçado a cena da louca me xingando no meio da rua e eu sem entender nada.
– É.
– Então é verdade que você e o têm um caso? – perguntou atrás de mim.

Puta que pariu! Eu e minha boca enorme‼!

– Anda, me responde!

Olhei pra a cara de , esperando que ele falasse algo.

– Não é bem assim, – falou , percebendo que eu não tinha nenhuma desculpa.
– Cale a boca! Não se meta – ela estava meio alterada.
– Me deixa sozinha com ela – pedi para , que saiu da cozinha.
– Anda, me responde! – Bem, eu disse meio alterada?
– É que umas meninas do jornal da faculdade dele nos viram juntos e tirou umas fotos declarando que eu era sua nova namorada. Sabe como é… – falei a primeira merda que veio na minha cabeça.
– Que tipo de fotos?! – ela estava possessa.
– Bem… Nada demais, só nós dois abraçados – disse, dando de ombros.

saiu da cozinha e me deixou sozinha. Me diz onde eu fui me enfiar? Eu podia ter falado é que ele tinha uma namorada e foi terminar com ela e no meio da confusão fui envolvida. Mas acho que iria ser pior, ficaria magoada com ele e pelo o que conheço de minha irmã não iria querer vê-lo tão cedo. Então preferia puxar o peso para mim, pelo menos ela sempre tem raiva de mim, não faria diferença mesmo. Vi Dougie entrar na cozinha novamente.

– O que você disse? Ela parecia que ia matar alguém quando saiu daqui – perguntou .
– Falei que umas meninas do jornal da sua faculdade nos viram juntos, tinham tirado umas fotos nossas abraçadas e estavam falando que eu era a sua nova namorada – disse, apoiando minha testa nas palmas de minhas mãos na bancada.
– Por que você não falou a verdade?
– Não quero ver ela brigando com você, eu sei que ela vai ficar magoada se souber que tinha outra e não iria mais querer falar com você.
– Por que você fez isso? Depois eu dava um jeito. – me abraçou.
– Prefiro que ela tenha raiva de mim do que de você. – Levantei a cabeça. – Vou ver se o precisa de ajuda com algo.

# POV’s
– escutei Dougie me chamar.
– Oi.
– Você esta com raiva de mim e da sua irmã?
– De você não – falei, me levantando e indo em sua direção. – Não consigo ter raiva de você. Me desculpa por ter falado daquele jeito com você na cozinha?
– Claro, minha princesa. – Ele me beijou.

Não sei o que minha irmã tinha falado com Dougie, mas agora estávamos como antes, eu estava agarrada a ele escutando seu coração bater e seus braços estavam em volta de mim.

.
– Diga, minha princesa.
– Eu sei que é muito cedo para dizer isso, mas eu gosto muito de você – falei, parecendo uma menina bobinha.

Ele sorriu.

– Também gosto de você.

Pronto, agora sim eu ia derreter nos braços dele.
Vi minha irmã ajudando a trazer uma mesa de madeira para fora e colocando perto da churrasqueira.

– Vocês não vão dar um mergulho no lago? – perguntou ela, se referindo a mim e Luize.

Nós não respondemos e viramos a cara.

– Ê mau humor desgraçado – disse Laurinha.

# POV’s
Voltei para dentro e me joguei no sofá, ligando o vídeo game. estava lá fora e podia muito bem cuidar das carnes na brasa. Fiquei tão concentrado no jogo, que nem vi chegando na sala.

– Você vai ficar aí o dia inteiro jogando isso? – ouvi perguntando.
– Vou – falei só para irritar.

Ela então parou na frente da TV.

– Você está me atrapalhando. – Pausei o jogo.
– Não me importo. Anda, vamos lá para fora. – Ela desligou o PS3.
– Eu não tinha salvado! – falei com raiva.
– Já disse que não me importo. Anda, vamos lá para fora.
– Você não pode me obrigar.
, não duvide de mim, levanta desse sofá.
– Não vou! – falei, pegando uma almofada e tampando meu rosto feito uma criança mimada.

Senti sendo puxado pelo pé.

– Sua doida, me solta.
– Só quando estivermos lá fora. – Ela me puxou e caí do sofá, a doida saiu me puxando casa afora.
, não estou de brincadeira, me solte! – falei com mais raiva.

Ela deu uma gargalhada.

– Tá bom, eu vou! – assim que falei isso ela me soltou e eu saí correndo pela casa adentro.
– Isso não vale! – gritou, mas não veio atrás de mim. – Você pode correr, mas não pode se esconder, .

Entrei na primeira porta que vi, ela veio caminhando e eu me escondi debaixo da cama.

– Sabia que o seu perfume deixa rastros? – ela me perguntou, entrando no quarto que eu estava escondido.

Vi seus pés passando por volta da cama indo no banheiro, voltando e depois saiu do quarto. Esperei um pouco e saí de baixo da cama, coloquei a cabeça para fora da porta e nem sinal dela, onde será que aquela louca está? Caminhei devagar pelo corredor sem fazer barulho, escutei um barulho estrondoso e me virei, mas já era tarde demais, ela estava encima de mim e tínhamos caído no chão agora.

– De onde você surgiu? – perguntei.
– Bem, um bom mágico nunca revela seus truques – respondeu com um sorriso no rosto. – Agora você não me escapa, vou te levar lá para fora querendo ou não!

se levantou, mas antes que ela pegasse meu pé de novo levantei, peguei ela e a coloquei no meu ombro.

– O que você pensa que esta fazendo, ? Me solte – perguntou ela, se debatendo.
– Não – falei, a levando para fora da casa.

Corri com ela no meu ombro até o lago e a joguei lá dentro feito um saco de batatas.

, você vai se ver comigo! – gritou ela, rindo e toda molhada de dentro do lago.

Todo mundo estava rindo, menos Luize. saiu do lago e veio correndo atrás de mim, saí correndo também.

– Volte aqui, seu covarde! – falou e escorreu na grama, caindo de bunda.
– Ta ruim pro seu lado, em.
– Vou te matar, ! – Ela levantou e voltou a correr atrás de mim.

Não respondi e saí correndo de novo. Estávamos parecendo duas crianças de cinco anos correndo de um lado para o outro. Vi que Luize estava com uma cara de que queria nos matar. Eu já estava ficando cansado de correr, parecia uma leoa correndo atrás de mim, ela não parava nenhum minuto, eu morria de rir quando ela dava umas escorregas na grama por estar molhada ainda e então olhei para trás e não a vi.

– Ah não. Onde essa louca se meteu? – falei comigo mesmo, olhando para ver se a via.
– Eu te avisei, ! – gritou ela, vindo correndo em minha direção.

Eu estava na beira do lago, pulou encima de mim e caímos dentro dele juntos.

– Agora eu vou te afogar! – disse ela, montando nas minhas costas.
– Sai de cima de mim, Nessie – falei, tentando me soltar dela, suas pernas estavam enlaçadas em minha cintura e seus braços em meu pescoço.
– Nunca! Agora você vai morrer. – Riu a menina maleficamente.

Afundei, levando ela junto, então consegui me soltar, voltei à superfície e não a vi subindo também. Muito bom! Será que eu machuquei ela?
!

Não a escutei responder. e Dougie riam, vendo a cena de longe. Senti algo puxando o meu pé.

– Peste.

Ela então submergiu.

– Quer me matar do coração? Pensei que você tinha se machucado.
– Sou mulher macho, não me machuco fácil. – fez uma pose de macho.
– Já te disse que você é doida?
– Não me chama de doida não! Olha que eu enlouqueço. – Ela riu e me tacou água.

# POV’s
Luize olhava pra minha irmã e o a ponto de matá-los somente com o olhar, então ela se levantou e foi até eles. Isso não vai dar certo.

– Luize o que você vai fazer? – perguntei, indo atrás dela.
– Ei! – chamou ela.
– Fala. – Minha irmã deu um sorriso.
– Quero falar com você, pode ser?
– Tá. – A Laurinha saiu do lago. – Fala.

Luize deu um tapa na cara de .

– Que isso, Luize! – saiu do lago.
– Não, tudo bem – falou. – Não precisa se preocupar, Luize. – Ela saiu andando.

# POV’s
A minha vontade era de ter voltado com um soco no meio da cara daquela garota. Mas me contive, não queria arrumar confusão tão cedo. Entrei no meu quarto, me sequei e troquei de roupa. Escutei alguém batendo na porta.

– QUE É?! – gritei.

entrou.

– Desculpa eu estar incomodando. Posso entrar?
– Já entrou mesmo. O que você quer?
– A Luize te bateu por causa do , não é?
– Não sei, pergunte pra maluca – falei com raiva. – Vou sair. – Peguei as chaves do meu carro e saí do quarto.
– Hey , espera.
– O que foi agora? – Parei e me virei para ele.
– O que você sente pelo ?
– Nada. Nem conheço o menino para falar alguma coisa , que pergunta retardada!

6° Capítulo

# POV’s
Isso vai dar uma confusão e tanto. Observei sair de o carro e a olhava sem fazer absolutamente nada. Não vai demorar muito pra que Liz e comecem a brigar por causa dele. Isso seria fato. Fui até .

– Minha princesa, vem aqui – a chamei.
– Diga. – Deu um sorriso. ¬
– O que deu na sua amiga para bater na ? – perguntei, me fazendo de desentendido.
– A Luize acha que a está roubando o dela.
– Isso não vai prestar. Se o souber disso…
– Souber de que, ? – perguntou atrás de mim. Olhei pra trás sem saber o que falar.
– Nada, . Assunto meu e do falou e saiu me puxando. – Não vai falar nada para o , tá? Senão ele pode ficar com raiva da Luize.
– Está bem. Sei muito bem disso.

Pelo menos ela sabia que o odiava ser posse de alguém. Dizia ele que não era animal ou algum objeto pra ser de alguém.

# POV’s
O dia passou rápido, ainda mais sem a minha irmã por perto, ela havia saído de carro e não voltou desde então. Luize dava encima do toda hora, e isso era meio irritante. Acho que até ele mesmo estava se incomodando com isso. Se eu fosse o , me sentiria sufocado, mas vai falar isso com a Luize, ela iria ficar falando que sou isso que sou aquilo, que não se mete entre mim e o e então que não era pra eu me meter entre ela e . Já ficou me bajulando o dia todo! Era tudo tão perfeito, eu e ele. Já estava escurecendo e comecei a ficar preocupada com minha irmã, sabia que ela se esquentava fácil com as coisas e com certeza tinha ficado com raiva do que Liz fez. Mas não entendi muito bom por que não reagiu, se fosse tempos atrás acho que as duas teriam rolado na grama se atracando de tapas e socos.

– Gente, vamos entrar – falei, me enrolando na canga, estava meio frio agora.
– Vamos – todos concordaram.

Tomei um banho e pude escutar a voz da minha irmã na sala, então fui ver se estava tudo bem.

– Onde você estava? – perguntei, chegando à sala, querendo arrancar seus cabelos. – Quem é ele? – parei ao ver um rapaz alto, moreno, de olhos azuis, ele era excepcionalmente lindo e estava sentado no sofá com minha irmã, segurando as pernas dela, que estavam repousadas sobre as dele.

– É o , você não se lembra dele? – Ela sorriu pra mim e depois pro rapaz.
– Olá – ele acenou com a mão.
– Oi . – Dei um sorriso amigável e acenei também. Ta legal gente, eu não me lembrava de onde ele era, sou péssima nisso. – Onde você estava? – perguntei pra minha irmã, que tinha um sorriso enorme no rosto.
– Fui me encontrar com ele. – Passou as mãos nos cabelos da nuca do menino. – vai dormir aqui. – Sorriu.
– Está bem – falei e voltei para o meu quarto. – Luize – chamei assim que entrei, fechando a porta atrás de mim.
– Oi.
– Minha irmã está lá na sala com um moreno lindo. Acho que não precisa mais se preocupar com ela em relação ao .
– Sério? Não sei não, vai que isso é um plano para nos enrolar? – perguntou desconfiada.
– Não acho.

# POV’s
Me dei ao trabalho de ir buscar em Liverpool, já que estava me sentindo tão sozinha. Além de Luize estar dando ataques de nervos por causa do , e por mais que quisesse ele, não daríamos certo juntos. O conhecia o suficiente pra saber disso. Eu estava deitada no sofá com as pernas encima de .

.
– Diga Godzilla. – riu.
– Você adora me chamar assim, né?
– Claro, você parece um monstrinho, em vários sentidos.

Taquei uma almofada nele.

– Vou fingir que não entendi.

Ele riu.

– chamei de novo.
– Oi.
– Quero um beijo – pedi, fazendo biquinho.

Ele veio se deitando encima de mim e colou nossos lábios em um beijo meio selvagem. Não é isso que estão pensando! e eu sempre ficávamos quando não estávamos compromissados, era um tipo de passa tempo para ambos. Nada demais. Escutei um barulho e nos separamos, ele olhou por cima do encosto do sofá e sorriu.

– Oi – disse ele.
Levantei a cabeça e vi Luize de pé na porta.

– Luize, esse é o , meu namorado. – Sorri amarelo pra garota que nos encarava.
– Olá – falou ela e saiu da sala.
– Quer dizer que sou seu namorado? – perguntou, beijando meu pescoço.
– De fachada é. – Gargalhei alto.
– Então vou agir como seu namorado... sem restrições. – Nos beijamos.

# POV’s
Estava indo para a cozinha quando escutei a risada da vindo da sala, assim que cheguei me aproximei do sofá e a vi agarrada com um cara. Eles pararam de se beijar e me olharam.

– Desculpe se atrapalhei alguma coisa – disse com um pouco de raiva e saí andando.
– Tudo bem, . Esse aqui é meu namorado. – disse em forma de apresentação.
Como é? Ela disse namorado? Foi isso mesmo que escutei? Olhei por cima do ombro.
– Você não me disse que tinha namorado.
– Amor, você não contou sobre mim? – o cara que estava DEITADO encima dela perguntou.
– Foi mal, é que eu conversei muito pouco com ele. – sorriu para mim. – , esse é o .
– Oi, .
– É – ressaltei e saí da sala, fui para o quarto e bati a porta.
– O que está acontecendo? – me olhou com preocupação.
– Nada!
– Como nada, , olha para você! Está quase matando alguém.
– A tem namorado, você sabia? – estava sendo tomado pela raiva.
– Não. Desde quando?
– Desde um minuto atrás que a vi se esfregando com um cara lá na sala.
, você esta gostando dela? – estava deitado na cama, me olhando andar de um lado para o outro.
– Claro que não! Ta ficando maluco também?

Depois que consegui me acalmar e deitar na cama para assistir um pouco de TV, se levantou e começou a pular que nem um retardado. Era só o que faltava! Mais um mongol na minha vida.

, vamos fazer uma fogueira na frente do lago, chamar o pessoal, ficar conversando e comendo marshmallow?
– Boa ideia – falei, achando aquilo interessante.
– Tá legal. Vou falar com as meninas, para ir arrumar as coisas. Enquanto nós vamos no mato pegar alguns galhos – disse, trocando de roupa.
– Eu e você entrar no mato para pegar galho. Ui, que encontro em amor – sacaneei, me levantando da cama também e trocando de roupa.
– Nem me fale, gostoso, só de imaginar me dá até calafrios.
– Hum... vou te agarrar no meio do mato. – Dei um tapão em sua bunda.
- Ai meu deus! Nem posso esperar. – apertou minha bunda e deu uns pulinhos.

Começamos a rir. Depois daquele momento gay. Saímos rindo do quarto. explicou para o que faríamos e ela concordou, porque eu não estava afim de nem olhar em sua cara.

# POV’s
– O que o e o vão fazer? – Luize perguntou, olhando pela janela.
– Por quê?
– Eles estão entrando na mata. – Apontou pela janela.
– Não faço idéia, vai ver que o te trocou pelo – zoei Luize e ela me olhou atravessada.
, vai ver se estou na esquina vai, e pelo caso não sou só eu que estou sendo trocada.
– Ih ficou toda irritadinha só porque falei do seu “” – fiz uma voz afetada, tentando imitar a dela.

Abri a janela.

! ! – chamei os meninos, que me olharam. – O que vocês vão fazer?
– Vamos pegar uns pedaços de madeira para fazer uma fogueira – respondeu .
– Para que? – perguntei.
– Para comermos mashmellow e mais um monte de besteiras sentados no lago – agora foi que respondeu. – Vão arrumando as coisas aí que não vamos demorar.
– Tá – falei e fechei a janela. – Não é o que pensamos, eles só vão pegar alguns gravetos para fazer uma fogueira.

Luize foi até a poltrona e me tacou uma almofada.

– Não torra , não torra. – Ela riu e taquei a almofada de volta nela.
– Ui “não torra , não torra” – remedei ela de novo rindo.
– Ah , você vai me pagar! – Luize pulou encima de mim e começou a fazer cócegas na minha barriga.
– Não! Para! Eu não faço mais – caí na gargalhada.
– Nunca! – fazia mais cócegas.

Escutei alguém bater na porta.

– Entra – Luize disse, continuando a me fazer cócegas.
– Nossa, o que você está fazendo? Vai matar a minha irmã.
– Estou me vingando! – Luize deu uma gargalhada maléfica.
– Ai meu Deus – agora escutei falando. – Nunca quero que você se vingue de mim. – O menino riu.
– Para, Luize. – Eu ria demais, quase não estava conseguindo respirar.
– Ela está ficando vermelha – minha irmã disse.

Vi Luize olhando para mim e parando de fazer cócegas.

– Por hoje é só. – Saiu de cima de mim, então pude respirar melhor. – Mas me aguarde.
– Ela é louca, vocês tomem cuidado – falei, me levantando. – O que querem?
– Nos vamos fazer uma fogueira na frente do lago, com marshmallow e bebidas – respondeu minha irmã.
– Os meninos falaram.
– Legal – Luize falou com cara de tédio.
– Então vamos arrumar as coisas – minha irmã chamou.
– Vamos – eu e Luize concordamos.

# POV’s
, você não trouxe marshmallow? – me perguntou, abrindo os armários.
– Puts! Esqueci. Tem problema não, vou na cidade comprar e em meia hora estou de volta. Luize, quer ir comigo? – perguntei.
– Não! – respondeu com grosseria.
– Estou te esperando lá no carro – falei sem me importar com sua resposta negativa.
– Eu disse que não quero ir.
– Anda e para de palhaçada. Quero conversar com você, pode ser? – falei por fim.
A menina me olhou com raiva e veio atrás de mim.
– Amor, eu vou lá, não demoro. – Dei um selinho em .

Ele riu.

– Tudo bem. – Passou as mãos em meus cabelos. – Dirija com cuidado. – Concordei com a cabeça e fui.

Desliguei o alarme do Corvette, entrei e esperei Luize entrar também. Assim que saí da estrada de terra liguei o som e estava tocando I Would Do Anything For You do Foster The People. Comecei a cantarolar junto com a música.

– Não acredito que você escuta isso.
– E por que não escutaria? Além de a música ser ótima, eles são gatinhos. – Dei um sorriso.
– Também adoro eles. – Luize também riu. – O que você queria falar comigo?
– Que o seu ciúmes pelo está passando dos limites. Você não acha que foi demais o tapa que me deu na frente dele? – estava sendo extremamente calma.
– Eu…
– Quando eu acabar de falar você pode me xingar o quanto quiser. Sei que você gosta dele. Realmente ele é um rapaz muito bonito, gostoso, atraente e tal, mas não quero ficar com ele. Já falei para ele ficar contigo, e disse que parecia que você gostava dele. E sabe o que ele me disse?
– Não.
– “Bom para ela.” Pow cara, olha você, é uma menina linda! Pode conseguir muitos homens por aí. Tem certeza que vai ficar se rastejando atrás de um babaca que está pouco se importando para você?
– É, mas eu gosto muito dele.
– Eu sei que você o ama e tudo mais. Mas Luize, fala sério, tem certeza que vale a pena ficar sofrendo por um cara desses. O pode estar com você hoje e amanhã com outra, é isso que quer? Não estou falando isso tudo porque quero que você fique longe para eu poder ficar com o . Eu já disse que não quero ficar com ele – falei, olhando para a estrada e para a menina ao meu lado.
– Eu sei. Então o que eu faço? Não consigo ficar nenhum minuto sem pensar nele.
– Ok. Isso só foi um conselho, agora, só acho que esses seus ataques de ciúmes não vão te levar a lugar algum. Além do mais o não vai gostar nada de saber que você me bateu por causa dele.
– Por que você acha isso? – ela estava meio confusa.
– Se você prestasse um pouco mais atenção no jeito dele e não só em seu rostinho bonito iria perceber isso. Se eu fosse você não ficaria fazendo pressão encima dele, tentaria conquistá-lo. Esse seu negócio de ficar mostrando o corpo não vai dar certo. O que deve passar na cabeça dele é que você é uma menina fácil que quando quiser ele vai te pegar.

Ela me escutava falar sem interrupções.

– Posso te fazer uma pergunta? – perguntou, me olhando. – Quero a verdade.
– Pode.
– Ontem quando você estava no lago com o , vocês estavam se beijando, né?
– Não. – Ergui uma das sobrancelhas. – Nós tínhamos brigado.
– Mas vocês estavam abraçados.
– É, me segurou para que eu não enfiasse a mão na cara dele. – Ri, me lembrando da cena.
– Pensei que vocês tinham ficado.
– Nos ficamos, mas não foi no lago – afirmei.
– Mas você disse que não estava afim dele! – Luize gritou, me deixando quase surda.
– Eu sei, e não estou… – menti, eu estava afim dele mesmo. – Já falei com ele que isso não vai mais se repetir. Se quiser pode perguntar ao . Não quero nada com aquele menino, Luize. – Nós já tínhamos chegado à cidade.
– É verdade. Mesmo que você não quer nada com o , pow ele é o , fala sério. O cara mais popular e gostoso da faculdade! Todas querem sua atenção.
– Pior que é. Mas não sou todas – falei, estacionando o carro. – Chegamos.
– Já! Nossa, foi rápido – comentou, saindo do carro.
– Claro, sou eu quem estava dirigindo – me gabei e dei uma risada.
– Até que você não é tão chata como parece.
Eu tinha que me controlar, não era nada justo mentir para Luize. Mas eu tinha que tentar fazê-la esquecer que se por acaso eu mesma não conseguisse, não queria que ela sofresse por causa disso.


7° Capítulo



# POV’s
Eu e estávamos procurando alguns pedaços de galhos que servisse para a fogueira.
- Hey , o que está pegando? – perguntou de repente.
- Como assim? – me fiz de desentendido.
- Você do nada fica meio estranho, está assim desde quinta. Vai querer esconder de mim? – foi direto ao ponto. – Eu sei que tem a ver com a . O que foi, ela te deu um fora?
- Ah cara, sei lá. Ela me atrai e muito – entreguei os pontos de uma vez. – Aquela garota me fascina pelo jeito de ser, misteriosa, mandona, fica linda quando está com raiva e além de tudo é sexy quando quer…
- Ah! – Ele me tacou uma pinha. – O menino está apaixonado!
- Não estou – falei, parecendo uma criança envergonhada. – Eu nem conheço a menina direito para estar apaixonado por ela, e além do mais sou eu, . Não me apaixono pelas meninas, esqueceu.
Só transo com elas.
- Eu sei, mas tem uma primeira vez para tudo – me zoava. – Mas infelizmente ela não te dá mole.
- Ontem nós ficamos – falei só para quebrar ele.
- Vocês o que?
- Nós ficamos. Mas hoje ela teve um ataque de consciência e disse que não era para ter acontecido e blablabla… Aí ela me aparece com um cara, falando que é namorado dela.
- Como? Espera, me deixe digerir o fato. Você ficou com ela? Quando isso aconteceu que não vi?
- Foi quando voltamos para casa, estávamos conversando dentro do carro, ela do nada sentou encima de mim e começamos a nos pegar. Depois entramos e nos pegamos feio de novo e do nada ela mandou eu sair do quarto toda nervosa, saí sem entender nada.
- Ela deve ter se lembrado que tinha namorado – concluiu ironizando.
- É! Eu ainda não tinha pensando nisso. Se ela tinha um namorado então por que ficou comigo? Isso que não entendo.
- Não queira entender a cabeça das mulheres.

# POV’s
Já estávamos voltando e Luize mexia no meu som parecendo uma criança com o brinquedo novo.
- Não acredito que você escuta essas músicas! Nunca falaria que você escutava Coldplay.
- Sou porque tenho uma cara de má e me visto que nem um moleque não quer dizer que eu não tenha gosto para música. – Sorri.
Realmente eu estava que nem um moleque, calça de moletom, casaco largo, tênis e cabelo preso. Se eu entrasse em um banco, pensariam que eu era no mínimo um assaltante.
- não sabe que você escuta essas musicas, sabe?
- Não, acho que a única coisa que ela sabe sobre mim é que sou uma chata que é fã de supernatural.
- Tenho medo de ver.
- Nossa, eu dou altas risadas vendo, chego a chorar de rir. Também sou apaixonada por The Vampire Diaries e Dexter, às vezes vejo Teen Wolf.
- Você está me zoando, né? Isso eu não acredito.
- Está bem, quando você for lá em casa olha na estante e você vai ver. – Entramos na estrada de terra.

# POV’s
O que será que a minha irmã quer com a Luize? Será que a vai se vingar dela e dar uma surra na coitada em troca do tapa no lago? Várias perguntas rodeavam minha cabeça, eu estava preocupada pelo o que minha irmã podia aprontar. Vi pela janela da cozinha minha irmã chegando e estacionando o carro ao lado do Dodge. Saí correndo ao encontro delas já esperando o pior, foi então que vi as duas saindo do carro rindo. Como assim, a minha irmã fez uma lavagem cerebral na minha melhor amiga também? Fiquei parada olhando as duas conversando e rindo como se fossem amigas. Cadê a minha melhor amiga que estava afim da arrancar a cabeça da Laurinha? O “Malvado” passou entre minhas pernas quase me derrubando.
- O cão do inferno – xinguei o animal.
- Filhote da mamãe. – Minha irmã se abaixou para passar a mão no animal. – Tome, . – Ela me tacou uma sacola.
Peguei a sacola e entrei. Luize veio até mim.
- Vai falar que a minha irmã é legal? – disse a ela com raiva.
- Ih estresse. Ela não é tão ruim assim como parece. Cadê o resto dos meninos? Ainda não voltaram?
- está lá fora acabando de arrumar as coisas, e ainda não voltaram.
- Aqueles patetas devem ter se perdido – falou minha irmã, entrando na cozinha. – , tem alguma peça de roupa do e do ? Eles estão demorando muito e vou ver se os encontro.
- E para que você quer as roupas? – perguntei.
- Para o Put cheirar e procurar. – respondeu, vindo até nos.

# POV’s
- , é para o outro lado, cara – falei com pedaços de madeira nos braços.
- Claro que não é! Foi por aqui que viemos.
- Claro que não foi!
- Você vai ver, é por aqui sim. – andava na frente.
- A mata está mais fechada para esse lado, não tem como ter sido daí que viemos. – Já estava ficando com raiva da teimosia dele.

# POV’s
- Vou com você – falou comigo.
- Já disse que não, quanto mais gente for é pior.
- É, mas se você se perder também? – Luize perguntou.
- Se eu me perder vai ser só um não dois ou três. Vou levar o GPS se isso vier a acontecer.
- O que acho muito difícil – comentou . – Estou preocupado de você se machucar.
- Olha bem para mim , não vou me machucar, é mais fácil de eu encontrar um dos dois patetas machucado.
- Tá gente, chega. Vai logo porque está ficando mais escuro a cada hora que passa – disse.
- Como você vai marcar o caminho de volta? – perguntou Luize.
- O Put sabe o caminho de volta. – Abaixei e coloquei uma coleira peitoral nele. – Vamos, menino – falei, entrando na mata. - Isso não vai dar certo. – Pude escutar Luize meio preocupada. – Será que o está bem?
- Deve estar, eles só devem ter se perdido mesmo – respondeu. – Vamos entrar.
Eu já não via mais a casa e nem sua iluminação.
- Merda, não sei o que dois patetas foram fazer no meio do mato sem trilha – falei comigo mesmo. - ! ! – gritei.
Put farejava o cheiro dos meninos, até que escutei a voz dos dois não muito longe. Fui caminhando mais rápido até que Put começou a latir.
- Eu já vi, garoto. – Passei a mão na cabeça dele.
- ?! – chamou.
- Não! É o lobo mau que veio comer o chapeuzinho vermelho – falei, vendo de boné vermelho.
- Opa! Então estou com sorte se o lobo mau for você – respondeu ele, rolei os olhos. Será que ele é sempre lerdo ou é só de vez em quando?
- Posso saber o que os dois patetas estão fazendo entrando cada vez mais nesse matagal? A casa fica para o outro lado. – Apontei na direção de onde vim.
- Viu , eu falei que era para o outro lado.
- Ah, foi mal gente, não estou acostumando a ficar me enfiando no meio de mato e ainda mais com um homem junto.
- A minha beleza te desconcentra. – fez uma cara sexy muito engraçada, fazendo eu e rirmos.
- Está bem, Miss Sexy, vamos voltar.
- Como você nos encontrou? – perguntou .
- Eu não. Quem achou foi o Put, né menino?
Fui pegando alguns galhos também para ajudar na fogueira. Não demoramos muito para chegar à casa de volta. Dei um assovio alto, chamando o pessoal para a beira do lago.
- Já? – falou, colocando a cabeça na janela.
- É, a mulher maravilha e seu cachorro da justiça nos encontraram – disse.
- Não era laço, ? – perguntei.
- É, mas você não tem laço.
- Tá né. – Balancei a cabeça em negação.
Era inevitável não rir, ele tinha um humor incomparável.

# POV’s
Fomos para fora e acendemos a fogueira, comemos muito e bebemos bastante.
- Temos um mini luau sem música? – minha irmã comentou.
- É isso aí – concordou Luize.
- , me passa o violão aí – pediu .
jogou o violão preto para , que começou a tocar “With Arms Wide Open do Creed”. Ele cantava olhando para mim. Me deu uma vontade de pular encima dele, o abraçar e o encher de beijos. Senti meus olhos começarem a marejar, eu estava quase chorando de tanta emoção. Assim que ele acabou de cantar não me contive, levantei da almofada e pulei encima dele.
- Uhul! Amei o momento Romeu e Julieta. – Escutei minha irmã falando e batendo palmas. – Me dá esse troço aí que me deu vontade de tocar também.
Olhei para minha irmã.
- Desde quando você sabe tocar?
- Qualquer um sabe tocar. – Ela parecia meio bêbada. – Vou te ensinar, presta atenção. – me vira o violão ao contrário e começa a batucar nas costas dele. – Uhu! É o amoooorrr! Que mexe com a minha cabeça e de deixa assimmm...
Não aguentei, comecei a rir com a careta que ela fez. Assim como eu, todos estavam rindo também.
- Amor, acho que está bom, deixa os meninos cantarem que é melhor – disse, rindo.
- Ih sai para lá! – Ela abraçou o violão com um braço e empurrou com o outro. – Ainda não acabei. Aiaiaiaiaia é amoooorrr! Aiaiaia é o amor... E eu não me lembro o resto da letraaaaa – cantarolou desafinada no ritmo da música.

# POV’s
Eu já estava quase chorando de rir da performance da .
- Não, agora é sério. Me fala uma música aí que vou tocar. – Ela parou de cantar.
- Eu duvido você saiba tocar qualquer música – desafiou.
- Isso me soou como um desafio. – A menina deu um sorriso lindo.
- É isso aí.
- Vocês estão duvidando da menina errada. – riu.
- Hum... - fez uma cara pensativa. – Já sei. Aquela lá que eu não sei o nome.
- Se você não sabe o nome, como vai cantar a música? – perguntei.
- Com a boca, lindo. – Ela piscou para mim. – Vamos lá. Quem vai me ajudar com a batida?
- Eu – disse Luize. – Qual vai ser a música?
- Chega mais, gata. – fez um sinal com o dedo indicador. – Senta aqui bem pertinho e do meu ladinho. – Ela bateu com a mão no puff ao lado dela.
As duas cochicharam baixinho. Não deu para ninguém ouvir o que falavam.
- Tem certeza que você sabe cantar? – Luize perguntou.
- É isso que vamos ver agora. – A menina deu uma pigarreada. – 1, 2, 3... – começou a cantar a Luize balançava a cabeça, batendo palma no ritmo da música.
Eu juro que se não estivesse vendo com meus próprios olhos, não acreditaria. cantava “Kiss Me do Ed Sheeran”. Aquela menina linda na minha frente tocando violão e logo aquela música. Por que essa música? Ela fechava os olhos e deixava apenas sua voz fluir como se fosse natural. Seus dedos seguravam as cordas com sutileza. Era impossível de não admirar.

# POV’s
ficou me olhando fixamente a cantar a música. Assim, quando acabei levantei e comecei a fazer uma dancinha muito louca, rebolando, balançando os braços, estava parecendo uma lombriga com câimbra.
- Uhul. Toma! Quem mandou duvidar de mim. – Comecei a pular em volta da fogueira e dei um tapa na cabeça de .
Todo mundo estava rindo da minha palhaçada. O mais engraçado é que eu nem estava bêbada e sim com sono, tenho esse problema de que quando fico com sono pareço uma bêbada louca. Mas o melhor de tudo isso é que posso dar a desculpa de estar bêbada para fazer as coisas e fingir que não me lembrava.
- Amor, acho melhor nós entrarmos, você não esta muito bem. – riu.
- Ow, meu bem... Estou ótima – falei e tropecei no chinelo que tinha no meio do caminho. – Quem foi o animal que deixou essa lancha no meio do caminho? – Peguei o chinelo.
- É meu. – estava quase se mijando de rir.
- Então não deixe esses troços jogados no meio de caminho de bêbados. – Taquei o chinelo nele.
- Amor, é melhor entrarmos antes que você se mate. – me estendeu a mão, então a peguei.
- Tchau, chuchus. – Acenei com a mão.
- Tchau – todos responderam, rindo ainda.
Eu e fomos para o meu quarto, me joguei na cama e ele se deitou ao meu lado.
- Você com sono é uma piada, sabia? – Beijou a minha bochecha.
- Também te amo. – Comecei a rir do nada.
- , vai dormir que é melhor. – Ele passava a mão em meus cabelos. – E vou fingir que não entendi porque você escolheu aquela música.
- Se você já sabe então não precisa falar nada. – Apertei o nariz dele.
- Você gosta dele.
- Não gosto nada. – Fiquei séria.
Eu odiava o modo de como o me conhecia tão bem.
- Não adianta mentir, está em seus olhos. – me olhava diretamente nos olhos nesse momento, aqueles olhos profundos eram tão lindos, queria muito ser apaixonada por ele, mas não era.
- Não quero gostar de ninguém.
- Você tem que superar as coisas, vai ficar se prendendo por causa de coisas sem valor?
- Tinha valor para mim.
- O Jensen não te merecia, está bem? Se ele se separou de você quando disse que viria embora, é porque que ele não te amava como falava.
- Eu sei, . Os homens mentem. Ele só estava comigo por eu ter um rosto e corpinho bonito. E também não é por causa disso. – Uma lágrima começou a brotar no canto dos meus olhos.
- Hey linda, não vai chorar por causa dele. Espera, se não é por causa do Jensen é por causa de quem? – secou minhas lágrimas.
- De ninguém, – desviei o assunto, estávamos falando de pessoas diferentes, e ainda não tinha percebido. - Que raiva sabe, eu gostava tanto daquele animal para ele fazer isso comigo. Olha onde estou. Não tenho mais nada do que eu tinha. Não faço mais minha faculdade, não me visto como me vestia, não tenho mais amigos para sair à noite e minha irmã me odeia.
- E eu aqui, não conto?
- Se não fosse te buscar nem estaria aqui agora. – Eu estava em prantos.
Escutei alguém bater na porta.
- Entra – disse .
entrou, olhou para mim e .
- Vish, a bebida te fez mal. Ela está tendo ataque emocional? – perguntou.
- Vá pro inferno! Sai daqui. – Taquei um travesseiro nele.
- Calma, pinguça. – pegou o travesseiro.
- Pinguça é a sua mãe que te pariu. Sai daqui. – Peguei meu celular e taquei nele.
- Calma, . – me segurou.
saiu do quarto antes que eu voasse encima dele.

# POV’s
Escutei gritar com o daqui da fogueira. Até que o vi saindo correndo pela porta da sala e vindo até nós.
- Sua irmã tentou me matar – disse ele, se referindo a .
A menina riu.
– O que ela fez?
- Além de ter me xingado, tacou o travesseiro e o celular em mim. Se o não a segurasse acho que ela ia me bater.
- Nossa – falei. – Toma cuidado da próxima vez.
- , vamos dar um mergulho no lago? – perguntou Luize.
Eu não queria nem saber o que ela pretendia.
- Vamos – ele concordou na mesma hora.
Nem acreditei quando ele aceitou o convite. Luize ficou só de biquíni e mergulhou no lago, tirou a camisa, ficando só de bermuda e mergulhou logo em seguida.

# POV’s
Eu e Luize estávamos nadando um tempo.
- Espera um pouco, já estou ficando cansado – reclamei.
- Mas já?
- É. – Onde tínhamos parado era raso, então coloquei meus pés no chão. – Vem cá. – Estendi a mão para ela.
Luize veio até mim.
- Diga.
- Nada, só queria que você ficasse perto – falei, abraçando ela.
Luize ficou passando a mão em meus cabelos molhados e foi se aproximando cada vez mais de mim, até que nos beijamos, não era aquela boca que eu deseja, mas se ela estava em dando mole, fazer o que? Dispensar que eu não ia.
- – disse ela ao nos separarmos. – Não sou esse tipo de menina que você está pensando.
- Como assim? – perguntei, meio confuso.
- Dessas que você fica quando quer e depois descarta.
Fiquei meio sem saber o que dizer, era mesmo mais ou menos isso que eu via, já que não tinha coisa melhor para fazer ia pegar a Luize para me distrair, sempre fiz isso. Por que agora seria diferente?
- Eu sei – menti.
- Se sabe, por que esta fazendo isso? Só porque a não te quer, não quer dizer que sou o seu passatempo.
O que? Como que ela falou? “A não te quer.” Foi isso mesmo que escutei?
- O que ela te falou? - minha boca foi mais rápida que minha mente.
- Simplesmente que não estava afim de você, que vocês ficaram e que isso não ia mais acontecer. – Luize cruzou os braços. – Ah e também que não queria nada contigo.
- Ela disse isso?! – Estava ficando com raiva.
Como que ela pode? COMO?
- Disse com todas as letras. E pela a sua reação parece que você está afim dela. Então, , não venha para cima de mim com essa cara de anjo querendo segundas intenções. Não sou o seu brinquedo. – Luize mergulhou e sumiu.
Eu mereço! Não é possível! Luize deu um ataque do nada, menina doida. Quer dizer que não quer nada comigo? Isso que vamos ver. Voltei nadando na direção da casa, vi e no maior amasso em frente à fogueira. Não falei nada, apenas entrei em casa todo molhado. estava na cozinha bebendo leite, então fui até ela e a abracei por trás.
- ! Está doido? – Se virou para mim. – Você está todo molhado! Me solta, está me molhando também – reclamou, me empurrando.
- Melhorou a cachaçada?
- É! Agora me solta.
Olhei em seus olhos e a raiva que eu tinha se passou em um piscar de olhos, com muito contra gosto a soltei.
- , desculpa ter te tratado daquele jeito aquela hora lá no quarto.
Não acreditei no que estava escutando, ela me pedindo desculpa.
- Tudo bem. Já está ficando normal para mim você querer me matar.
Ela riu, aquele sorriso lindo que em encantava.
- Vou ir dormir. Boa noite. – Saiu andando, mas segurei seu braço.
- Espera.
- Fala. – olhou para mim.
Fui até ela e lhe dei um selinho demorado, sem me importar. Assim que abri os olhos vi me olhando de um jeito doce. Queria fugir dali com ela em meus braços e é isso que vou fazer. Peguei em sua mão e saí a puxando para fora da casa em direção do mato.
- , para onde você está me levando?
Não respondi. Olhei para os lados para me certificar que ninguém nos veria, assim que estávamos em uma boa distância de casa a puxe e encostei ela no tronco de uma arvore.
- Por que você me disse aquilo hoje de manhã? – perguntei sem rodeios, colocando a mão no tronco na altura de seu rosto.
- Er… - ela desviou o olhar. – Não faz pergunta difícil. Você me trouxe aqui para perguntar isso?
- Queria saber o que eu fiz para você não querer mais nada comigo.
- Não é com você , é comigo. – Olhava para baixo. – Me desculpe. – Tentou sair dali, mas não deixei.
- Não sei por que estou falando isso, mas você é a primeira garota que eu corri atrás em toda a minha vida. Queria apenas que você me falasse o motivo de não me querer.
- Não é bem te querer ou não. Um dia você vai entender. – Deu um beijo na testa e voltou para casa.
Não fiz nada, a deixei ir.

# POV’s
me provocava, mordendo meu lábio inferior e o puxando de leve.
- Vai ficar me provocando, é?
- Quero ver até onde você vai – sussurrou, me provocando cada vez mais.
- Vou até onde você deixar. – Sorri malicioso.
- Então vamos longe… - me puxou para cima dela.
Eu a beijava com tanta vontade como nunca tinha beijado nenhuma garota antes, nossas línguas se entrelaçavam perfeitamente em um beijo quente e cheio de desejo. passou a mão por debaixo de minha camisa, ia subindo até a minha nuca e depois descia arranhando levemente, me fazendo arrepiar todo. Peguei ela pela cintura com força, a puxei para mim e me virei, fazendo ela ficar por cima. Levantei um pouco sua camiseta, fazendo sua barriga encostar-se à minha descoberta e uma onda de choque percorreu por todo meu corpo. Agora levantava minha camisa, até que a tirou tacando para algum canto, ela alisava meus peitos enquanto beijava meu pescoço, foi descendo, descendo, descendo e descendo até que senti o zíper de minha bermuda ser aberta. Olhei e ela deu um sorriso sapeca para mim. Ah! Joguei a cabeça para trás apenas por sentir a respiração quente dela bater em meu membro enrijecido, então começou ela a me torturar e isso estava me deixando muito, muito louco mesmo, eu o sentia pulsar de tão excitado que estava, até que não aguentei mais, puxei para cima a deitando por baixo de mim, peguei um preservativo no bolso da minha bermuda, rasguei o pacotinho e me preveni adequadamente. Levantei a saia dela, tirei sua calcinha com um pouco de urgência e a penetrei, por fim.
- Ah! – ela arfou e me abraçou com força, enlaçando suas pernas no meu quadril.
Conforme ela gemia mais eu ia aumentando a velocidade.
- – sussurrou no meu ouvido.

# POV’s
estava suado assim como eu, tirei minha própria camiseta para que nossos corpos se deslizassem um sobre o outro, era meio insano estarmos fazendo isso na frente de uma fogueira onde qualquer pessoa poderia simplesmente chegar e nos ver, mas não estava nem ligando mais. O que importava era que eu estava ali com ele naquele momento, somente nós e mais ninguém. Impulsionei meu corpo para podermos mudar de posição, assim pude ficar sentada encima dele. O vi fechando os olhos com força e franzindo a testa, jogou a cabeça para trás e suas mãos apertavam minhas coxas bruscamente. - …Ah! – ele disse entre gemidos, me fazendo rir de prazer.
Senti chegar ao clímax e logo em seguida foi minha vez. Mas não parei, continuei com a mesma vontade que estava desde o inicio.
- Menina, assim você… você vai me quebrar. – Riu e eu também.
- Vou fazer você implorar que eu pare – falei no ouvido dele sensualmente.
- Então faça. – fechou os olhos e me puxou para um beijo ardente.
Minha língua brincava em sua boca assim como a dele na minha, encostei minha testa suada na dele para poder olhá-lo. Sorrimos juntos. se sentou e me abraçou. Continuamos em um vai e vem um pouco mais tranquilo agora.

# POV’s
Me deitei no sofá da sala e liguei o vídeo game para tentar me distrair, se não fosse pelos barulhos dos tiros do jogo, eu juraria que tinha escutado alguém gemendo, mas deixa quieto. A cada zumbi que me aparecia eu fazia questão de descer o dedo na tentativa de dispensar minha raiva. Escutei passos, mas não quis olhar para ver quem era.
- Não me diga que você também é viciado em Resident Evil 5 que nem a . – se sentou no sofá.
- É.
- Está chateado com ela?
- Sei lá. Eu tendo entender, mas não consigo.
- Um dia você vai saber. vai me matar por eu dizer isso.
- Dizer o que? – o olhei brevemente.
- É que você não está se lembrando, mas eu, a e mais algumas pessoas estudamos com você e o .
- O que? Eu não me lembro de nenhum de vocês. – dei pause no jogo. - Como isso é possível? Eu teria me lembrando, você só pode estar brincando.
- Pelo simples fato de você nem se importar com os outros ao seu redor. – olhava para TV.
- Não cara. Tudo bem… Seria meio difícil me lembrar, eu falava com todo mundo do colégio.
- Se bem a conheço, ela deve ter raiva por você por não se lembrar nem da cara dela.
- Eu não tenho culpa, cara! Pow, fala sério, é muita gente para lembrar. – Voltei a jogar.
- Esse é o problema. Ela acha que você tem que se lembrar. achava que tinha sido especial para você assim como foi para ela. Deixa, você não vai entender, além do mais já falei o que não devia e assim quando ela descobrir vai querer no mínimo arrancar a minha cabeça.
- É mais fácil você querer arrancar a cabeça dela primeiro quando descobrir que ela ficou com o . – Luize falou atrás do sofá e olhou para a cara de como se tivesse dito alguma besteira.
- Luize! Você não sabe ficar com o bico fechado nenhum minuto sequer? – repreendi. – Se fosse para falar merda calasse a boca!
- O que foi, gente? Tudo bem, podem falar, eu já sei que ela ficou com o . – deu um sorriso. Essa era a primeira vez que eu via um corno tão manso.
- Ela te contou? – Luize parecia incrédula.
- É. Não temos segredos um do outro e já nos acertamos em relação a isso. – Ele sorriu para nós.
Escutei alguém gemer e nós três olhamos em direção à janela de vidro da sala.
- Er… É melhor eu ir dormir. – Luize saiu andado.
- Também acho melhor eu ir me recolher. – levantou do sofá e saiu da sala.
- Aí cara – chamei , que se virou para mim. – Foi mal, ai ter ficado com ela, se eu soubesse que a tinha namorado nem tinha feito nada.
- Tudo bem, essas coisas acontecem. Boa noite.
- Boa noite.
Voltei a jogar vídeo game, mas as coisas não saíam da minha cabeça de forma alguma. Que história é essa que estudamos juntos? Que teve algo especial? Como eu não consigo me lembrar dela de forma alguma? Quem é você, menina que me encanta? . Esse nome é tão familiar. Quando chegar em casa pego o álbum de ex-alunos da escola e vejo. Balancei a cabeça na tentativa de esquecer tudo.

# POV’s
deitou sobre mim, cansada.
- Vamos dar um mergulho? – perguntei.
- Sim. – Ela se levantou, pegou sua calcinha, a vestiu e tirou a saia que ainda estava em sua barriga onde eu havia deixado.
Coloquei minha box, minha bermuda que estava jogada no chão e mergulhei no lago. Logo em seguida pulou atrás de mim. Ficamos brincando feito crianças de tacar água um no outro. Então a puxei para perto de mim e a beijei bem devagar para poder apreciar cada momento ali com ela. passava a mão por minhas costas delicadamente e eu por seus cabelos molhados que enrolavam em meus dedos.
- Te amo – pronunciou ela em meu ouvido, me fazendo sorrir.
- Também te amo.
Estava tudo tão perfeito que nem parecia real.

# POV’s
Acordei, olhei no relógio e eram oito da manhã.
- . – O sacudi.
- Hum – murmurou, ainda dormindo.
- Anda, levanta, tenho que te levar embora e voltar para buscar as coisas – falei, levantando da cama.
- Ah não… Que horas são? Deita aqui, está tão quentinho.
- Já são 08h12min, levanta . – Puxei o pé dele.
- Não. Está cedo demais. Deita aqui. – Ele me puxou.
- . Não! Anda, levanta. – Tentei me soltar dele, rindo.
- Larga de ser chata. Deita aqui, está cedo ainda.
- Ah! – comecei a fazer pirraça, batendo as pernas no colchão.
- Você vai ficar fazendo pirraça? – se deitou por cima de mim, me imobilizando.
- Vou. Sai de cima de mim. – Tentei me soltar, começando a rir novamente.
- Não. – Riu da minha tentativa de fuga.
- Seu troglodita.
me beijou de surpresa. Resisti por um momento, brincando com ele, mas depois cedi. Ficamos em uma safadeza só.
- Hum. … Não… Temos que ir – falei, enquanto ele beijava meu pescoço, dando um chupão no local.
- Uhum. Daqui a pouco. – sua voz saiu meio abafada.
Escutei alguém bater na porta do quarto e vi a porta se abrindo.
- Ah desculpe, eu escutei… Nada… Depois nos falamos. – bateu a porta, completamente sem graça.
- Olha só, . Sai de cima de mim. Anda. – Dei uns tapas no braço dele.
- Ficou toda estressada só porque o te viu se agarrando comigo. – Riu de mim.
- Vai se ferrar, . Vou ir lanchar e quero te ver em dez minutos na porta me esperando para irmos.
- … - ele gemeu, ainda deitado na cama.
- Que foi? – perguntei, me trocando.
- Bem que você podia dormir lá em casa hoje. Você tem mesmo que voltar para LiverPool para pegar suas coisas que ficaram para trás?
- Não sei, depois eu resolvo isso.
- Ah nãooo. Você vai dormir lá em casa hoje, nem vem que não tem. – me puxou pela cintura e me jogou na cama novamente. – Se você não for eu te levo a força, mocinha.
- Seu chato! Está bem, eu durmo. Agora levanta, se arruma para irmos de uma vez.
- Está bem, comandante. – se levantou e foi para o banheiro.
Acabei de me arrumei e fui para a cozinha, estava lá e me olhou assim que entrei.
- Desculpa, eu pensei…
- Não precisa se desculpar, tudo bem. – Dei um sorriso.
passou a mão em seus cabelos e deu um sorriso para mim meio sem graça, mas foi simplesmente lindo, fiquei o olhando por um tempo e depois que me toquei o que estava fazendo. Caminhei até a geladeira, tentando disfarçar por ter ficado olhando para ele por tanto tempo.
- .
- Hum.
- Você estudou na London School?
Fiquei meio sem reação, respondo que sim para ver o que ele vai falar ou minto dizendo que não?
- Por quê? – foi a única coisa que consegui falar.
- Porque estudei lá e como a também estudou lá, queria saber se você tinha estudado.
- Hum… É, estudei.
- Como que eu nunca te vi lá? – Se encostou na mesa.
- Digamos que eu não era popular o suficiente para ter chamado a sua atenção. – falei meio ríspida.
- Seria meio difícil não reparar em uma garota como você.
- É , eu nem sempre fui assim. Quando se é adolescente somos feios, cheios de espinhas, cabelos estranhos, roupas e tudo mais. Você também não era muito diferente disso.
Ele riu do meu comentário.
- Você falando assim até me assusta. Como que eu era? – perguntou, cruzando os braços.
- Bem, do que lembro você era magrelo com cara de besta. – Dei um risada. – Depois acho que decidiu virar homem e melhorou um pouquinho.
- Só um pouquinho? – perguntou, brincando.
- É, não preciso falar muita coisa para encher mais o seu ego.
Ele deu uma gargalhada alta e gostosa.
- Você poderia ser um pouco menos convencido? – perguntei.
- Está bem. Vou deixar só por você. – Piscou para mim.
Ficamos conversando um pouco, dando algumas risadas enquanto tomávamos nosso café matinal e eu esperava o .
- Demorei muito? – me abraçou por trás e me deu um beijo na bochecha.
- Não. Vamos? – Levantei do banco.
- Vamos. Tchau , até qualquer dia. – acenou para ele.
- Falou, cara.


8° Capítulo



# POV’s
Vi saindo com . A cada hora que passava aquela menina me conquistava cada vez mais, ela era simplesmente incrível, me envolvia de uma forma surreal. O mais engraçado disso tudo era que eu nunca tinha me relacionado dessa forma nenhuma outra, estava se tornando um tipo uma amiga para mim, mesmo que eu a quisesse de outra forma era inevitável não ser amigo dela. Vi entrar na cozinha.
– Onde você dormiu? – perguntei, já que não tinha visto ele no quarto quando levantei.
– No quarto da , ela expulsou Luize de lá ontem à noite. – riu.
, acho que tem algo de errado nesse namoro da com o . – falei, mudando de assunto.
– Claro que tem, você está doido nela. – Luize entrou na cozinha falando. – Vai achar tudo estranho, mesmo não sendo.
– Não é isso, Luize. Até você deve ter achado estranho. – falei, me apoiando no balcão.
– Não achei. Ele gosta dela. Mesmo ela fazendo coisas erradas eles continuam juntos porque se amam. Isso é um fato simples de se entender, . – Luize me olhou na cara.
– Se você não quer entender o problema é seu. – respondi irritado.
, é você que está caçando chifre em cabeça de cavalo. A não quer nada contigo, só você que não está vendo. – ela disse, abrindo a porta da geladeira.
– Vai ficar me tirando? Só porque não quero nada com você? – perguntei.
– Hey, hey, hey. Podem parar por aqui. – entrou no meio da discussão. – Estão parecendo duas crianças.
– Não, . Isso é um quadrado amoroso. – comentou, entrando na cozinha também. – A Luize gosta do que gosta da que gosta do . Podem fazer até um swing.
, se for para falar merda, cale a boca. – Luize pegou uma caixa de leite. – Eu não gosto de ninguém.
– Não, eu quem gosto. – debochei.
– Você gosta mesmo. – ela me deu língua.
Voltamos todas a discutir, um falando mais alto que o outro. A Luize quase jogando leite em mim, eu querendo xingar ela, no meio tentando apartar.
– Gente. – escutei falar, mas ninguém parou de falar. – GENTE! – gritou e todos param de falar e olharam para ela. – Err… Parem de brigar. – disse tímida.
– Eu não gosto de ninguém. É você que fica se jogando encima de mim… – voltei a falar com Luize.
– Me jogar encima de você? Tá de brincadeira com a minha cara. Só pode. – Luize disse com desdém.
– To falando, faz um swing, que é mais negócio… – agora até ria de sua própria frase.
– Concordo com a . – concordou , encostado na bancada de braços cruzados.
Todos falavam juntos.
– Cadê minha irmã? – parou de falar besteiras e perguntou.
– Foi levar o . – respondi.
– Está vendo, e depois não venha me falar que não gosta dela. – Luize rebateu.
– Muito bom! Não posso falar nada sobre ela que você vai ficar achando que estou caindo de amores. – rolei os olhos.
– Mas não é? – insistia.
– Claro que não!
– O que você vai querer comer? – me perguntou na tentativa de desviar o assunto de uma nova briga.
– Qualquer coisa. – respondi, dando de ombros.
– Vamos fazer wafer. – sugeriu .

Fizemos wafer e sujamos a cozinha toda, mas na hora de arrumar tudo aí sim foi uma verdadeira bagunça.
– Eu enxugo a louça. – falou Luize, se levantando da mesa.
– Não. Eu que vou enxugar e você lava. – discordei.
– Você acha mesmo que vou estragar minhas unhas lavando isso?
– Vamos fazer uma coisa então. Eu lavo, a enxuga, lava a cozinha e Luize ajuda. – disse .
– Por mim tudo bem. – falei. – Luize, vamos lá fora pegar os materiais de limpeza. – saí, puxando ela pelo braço.
– Seu chato! Não precisa me puxar, sei andar! – falou, me empurrando.
– Mala sem alça.

Arrumamos tudo e quando foi por volta de uma da tarde, já estava ficando preocupada com a demora da .
– Vou ligar para “Laurinha” – pegou o celular.
– Daqui a pouco ela deve estar aí. – falou, deitado no outro sofá.
– Mesmo assim. – disse ela, já ligando.
Demorou um pouco para atender.
? Onde você está? O que? Por que não me falou? Está bom, até amanhã. – encerrou a chamada. – Ela falou que vai dormir na casa do e só vai ir para casa amanhã.
– Então vamos arrumar a coisas e ir embora. – Luize levantou do sofá.
– Então vamos. – levantei do sofá também.

Colocamos tudo dentro do carro, foi dirigindo, foi no banco do carona, fui senado atrás de e Luize no outro lado, então ela começou e me encher o saco.
– Ei! Minha cabeça! – reclamei com o tapa que levei na cabeça. – Vou te tacar pela janela.
– Taca logo que te ajudo. – colocou pilha.
, vai se ferrar junto com o . – Luize me deu o dedo do meio.
– Olha que coisa feia, fazendo gestos obscenos para mim. Fica me apontando esse dedo não, senão…
– Senão o que? A única coisa que eu...
– Shiu! – cortou Luize antes que ela falasse mais merda. – Da para parar vocês dois? Já estou ficando com dor de cabeça.
– Tá bom, mãe. – dei um murro no seu banco só para implicar.
– O caralho. – ela levantou, se esticou para trás e começou a me bater.– Seu chato, irritante!
Comecei a rir, segurando seus braços.
– Ei! Para com isso, . – segurou ela pela cintura com um braço. – Senta aí.
– Viu mãe, o pai falou para você parar. – continuei implicando.
Vi Luize pulando em cima de mim, e começou e me estapear, apenas segurei ela de um jeito que a imobilizasse.
– ISSO É INJUSTIÇA! VOCÊ É MAIS FORTE QUE EU! – gritou.
– Ninguém mandou você sair do seu lugar. – Falei.

# POV’s
Eu e tínhamos acabado de fazer uma lasanha de microondas.
– Adoro essa lasanha de quatro queijos. – falou com a boca cheia, me fazendo rir.
– Eu adoro ainda mais quando você me faz rir. – disse com a boca cheia também.
Caímos na gargalhada e eu acabei me engasgando.
– Calma, , respira. – me estendeu um copo de coca–cola. – Bebe.
Tomei uma golada grande.
– Nossa, você ficou até vermelha.
– Tudo sua culpa. – Dei uns tapas em seu braço. – Falando em sua culpa, você disse para o que nós estudamos na London School?
– Falei.
– Eu vou te matar, ! Não era para era dito nada.
– E ia ficar aí com essa cara de idiota esperando ele lembrar que te comeu? , fala sério! Quantas meninas ele já deve ter pego nessas festas? Um monte. Você ainda queria que ele lembrasse? – estava exaltado.
tinha razão, mas…mas…
– Não quer dizer que foi especial para você, que para ele também foi. – continuou. – Teria sido melhor ter ficado a sua primeira vez com um cara que gostasse realmente de você. – falou com raiva.
Olhei para meu prato de lasanha sem ter coragem para encará–lo, podia ter sido o cara que gostava de mim de verdade, por ele realmente gostar. Gostava tanto que uma vez me mandou uma carta se declarando, dizendo que eu era a menina da vida dele e que ficou muito magoado comigo por eu ter ficado com o . Me lembro de ter chorado por dias. Eu estava presa naquela merda de exercito sem ao menos poder falar com meus amigos e pedir desculpas para por eu ter feito toda essa besteira. Tenho que agradecer ainda mais quando ele e a Mari me ajudaram a sair de lá. Foi tão engraçado, era meu aniversário de 18 anos e fui dispensada. Liguei para a minha mãe falando que tinha recebido uma transferência para LiverPoll e como ela não estava mais ligando para nada mesmo, disse que tá. A principio moramos todos juntos no apartamento do pai da Mari, depois a mãe do deu um apartamento para ele e eu por fim consegui comprar o meu. A minha sorte foi que a mãe da Mariana tinha ótimos contatos e me arranjou um emprego em um atelier de suas amigas.
. – me tirou de meus devaneios. – Desculpe ter falado desse jeito com você.
– Não, tudo bem, eu sei que foi errado tudo que fiz. – disse, encontrando minha voz. – Eu que tenho que te agradecer por sempre estar do meu lado e brigar comigo quando estou errada. – minha voz estava começando a ficar estranha devido ao nó que segurava o choro em minha garganta.
– Minha lindinha, não fiquei assim. – Levantou e veio me abraçar, e assim que ele fez isso algumas lágrimas escorreram de meus olhos.
, eu gosto dele. – eu estava chorando que em um bebê agora.
– Eu sei, meu amor, eu sei. – Afagava meus cabelos. – Mas você sabe que não daria certo. Ele não é o tipo de pessoa que se prende em um relacionamento. Eu não vou suportar te ver chorar por causa dele.
– Me desculpe, não queria gostar dele, mas é mais forte do que eu.
– Se pudesse ajudar juro que faria. – me abraçava forte.
– Tudo bem, meu lindo. Isso vai passar. – falei um pouco mais calma.
Depois do meu ataque repentino de choro, acabamos de almoçar, alugamos uns filmes, comemos muitas besteiras que só de mencionar vou engordar uns cinco quilos e depois caímos no sono.

# POV’s
Acordei abraçada com . É, ele tinha dormido aqui em casa. Levantei, tomei um banho e depois desci para fazer algo para comermos.
– Se for para acordar todos os dias com esse cheiro de café, vou vim morar aqui. – escutei falar atrás de mim.
– Bom dia. – dei um sorriso largo.
– Bom dia. – ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço. – Vou me arrumar e já desço para te acompanhar no café.
– Vai lá, mas não demora, senão vamos chegar atrasados na faculdade.
– Ok. – me soltou e subiu.
Ele não demorou muito para descer, comemos rápido e deixamos a louça na pia, já estávamos ficando atrasados. Peguei minhas coisas e fomos para a faculdade.

– Ah, que casal lindo. – Luize falou assim quando nos viu aproximando de mãos dadas. – Pelo sorriso no rosto de vocês a noite foi boa.
– É. – disse, meio envergonhado. – Princesa, depois nos falamos. – me deu um selinho breve e foi de encontro com o , que já o esperava.
– Me conta tudo! – Luize falou assim que sumiu de vista.
– Larga de ser fofoqueira, menina! – entrei no prédio. – Não aconteceu nada demais. – eu estava com um sorriso de orelha a orelha.
– Sei, esse seu nada demais. Eu bem escutei uns gemidos suspeitos no sábado. – Luize andava do meu lado.
– Sua chata. É a mesma coisa que aconteceu sábado aconteceu ontem de novo, está bom? – admiti, me encostando no armário e dando um suspiro.
– Você não perde tempo mesmo, né?
– Não. – abracei ela. – Minha irmã não tem hora para chegar hoje, que tal você ir lá para casa, alugamos uns filmes, compramos bastante chocolate e comemos até não poder mais? Aí te conto tudo, nos mínimos detalhes.
– E nossa dieta, como que fica? – Luize colocou as mãos na cintura.
– Só um dia não faz mal.
– Ok.

Depois da aula, eu e Luize passamos na locadora, alugamos filmes e compramos muito chocolate.
– Luize, o nem me ligou hoje. – reclamei quando íamos para casa.
, ainda é uma da tarde, ainda tem o dia todo para ele te ligar.
– E se ele não ligar, o que eu faço?
– Liga para ele. Simples assim. – Luize ria da minha agonia.
– Para de rir, isso é sério.
– Para com essa insegurança, menina. Ele gosta de você, pelo menos. Pior o , que nem olha mais para a minha cara direito. – ela olhou pela janela.
– Isso que dá ficar falando com a minha irmã, a doença dela te contagiou.
– Que doença?
– Anti–. – Comecei a rir.
– Não teve graça. O já não dava nem confiança para mim antes.
– É, mas antes do conhecer a minha irmã, ele ficou com você na moral. – conclui.
– Eu sei, não posso fazer nada se ele gosta mais dela do que de mim.
– Claro que pode, conquiste–o. – estacionei o carro na garagem. – Falando em , olha ele ali. – apontei para fora onde o menino estava sentado nos degraus da escada em frente a minha casa.
– O que ele esta fazendo aqui? – Luize perguntou irritada.
– Eu que vou saber?

# POV’s
Vi e Luize saindo no New Beetle vermelho, levantei, bati com a mão na calça para limpá–la e fui até elas.
. – sorriu para mim. – A que devo a honra?
– Ah, não tinha nada para fazer, então pensei em almoçar com vocês. – falei.
– A não está em casa. – Luize falou, passando por mim com raiva.
– Eu sei e também não vim atrás dela.
– Então? – perguntou , pegando suas coisas dentro do carro.
– Não posso almoçar com vocês? Vou embora então.
– Claro que pode , só que é meio estranho você vir aqui sem ser para ver a “Laurinha”. – passou por mim. – Vem, entra. Está convidado para a nossa tarde de filmes.
– Não está NÃO! – escutei Luize gritando de dentro da casa.
– Acho que ela esta irritada comigo. – brinquei.
– Isso passa. Da uns beijos nela que melhora. – entramos na casa e fomos direto para a cozinha.

A campainha tocou.
, você pode abrir a porta, por favor? Estamos meio ocupadas. – pediu enquanto arrumava as coisas para o almoço.
– Tá. – levantei da cadeira e fui abrir a porta.
– O que você está fazendo aqui? – perguntou assim que me viu.
– Vim almoçar com a e Luize. Vem, entre, estamos arrumando o almoço. – convidei.
entrou. Não sei por que, mas tive a ligeira impressão que ele ficou com ciúmes de mim com a .
. – se virou, correu até ele e o beijou.
– Minha princesa. – passou a mão em seus cabelos.
– Por que não me avisou que iria vir?
– Porque quis fazer uma surpresa. – deu um beijo na testa dela.
– Luize, vamos fazer mais comida. Meu príncipe chegou. – olhou para nós como se tivesse falado alguma besteira.
Luize começou a rir e ficou vermelha.
– O que foi? – perguntou sem entender o motivo da risada.
Nem eu estava entendendo.
– Nada não. – Luize disse e deu um tapa na menina.
e eu começamos a rir da cena, essas meninas eram doidas!
– Que momento mais romântico. – não me contive e tive que falar.
, vai à merda. – riu.

Assim que acabamos de almoçar, arrumamos tudo e fomos para a sala ver a nossa sessão de filmes. Luize estava com uma cara de poucos amigos. Me sentei ao lado dela e deitou nas pernas de .
– Que filme vamos ver? – Luize perguntou.
– Quero ver um de terror. – falei.
– Eu também. – concordou comigo.
– Quero ver um de desenho. – disse .
– E eu um de romance. – Luize levantou o dedo.
– São 2 contra 1 de cada. Vamos ver um de terror. – falei, só para implicar com Luize.
– É, mas eu não gosto, tenho medo. – Luize fez uma cara de neném.
– Pode deixar que te protejo. – abracei ela.
– É mais fácil eu levar um susto com você do que com o filme.
– Quais foram os filmes que vocês alugaram? – perguntou.
– Ah… Meu malvado favorito e Paixão sem limites. – falou com brilho nos olhos.
– Fala sério! Tem um monte de filme ali na estante, vou ver se tem algum bom. – levantei e fui mexer nos DVDs, tinha muitos de terror ali entres várias séries. – Vamos ver “A mulher de preto”. – declarei, pegando o filme.
– Tá doido? Você não quer me ver dormir à noite? – pareceu um tanto com medo.
– Tudo bem, vamos ver o seu filmezinho de desenho. – falei por fim e me sentei ao lado de Luize.

# POV’s
Depois de ter acordado com uma puta dor nas costas por ter dormido no sofá encima de , nós almoçamos. Saí para resolver minhas coisas e só voltei à noite.
– Nossa, me abandonou o dia todo. – falou assim que me viu entrar.
– Isso foi por ter me feito ficar com dor nas costas por ter dormido em cima de você. – brinquei.
– Ah, eu nem vi, estava tão cansado que só acordei hoje de manhã.
– Uhum. Eu sei que você tirou uma casquinha de mim quando estava dormindo. – taquei da bolsa uma blusa que encontrei nele e depois pulei no outro sofá.
– Mesmo que eu quisesse, não faria. – se levantou e pulou em cima de mim, me fazendo cócegas.
– Não, ! – gritei, morrendo de rir. – Por favor.
– Agora vou me vingar, porque você disse que eu tirei casquinha quando estava dormindo! – ele deu uma gargalhada maléfica.
Eu não consegui nem falar de tanto rir. O ar me faltava, minha barriga doía e minha voz não saía. De repente parou de fazer cócegas e ficou me olhando. Depois de eu conseguir voltar a respirar ele me beijou de surpresa. Fiquei meio sem reação na hora, afinal ele nunca tinha feito isso me beijar do nada, mas retribui com carinho aquele delicado beijo.

# POV’s
Vimos os dois filmes, agora eu e estávamos jogando vídeo game enquanto e Luize faziam algo para comer.
– Vou ligar para minha irmã para saber que horas ela vai chegar. – pegou o telefone e discou. – Chama, chama e não atende. Onde que ela se enfiou? Vou tentar de novo. – tentou. – ? Que horas você vai chegar? Vou te esperar. Tá, tchau. – colocou o telefone no gancho. – Ela disse que vai sair de lá em meia hora e lá por umas 23h00min deve estar chegando.
– Quer que fiquemos com você até ela chegar? – perguntou.
– Não precisa. A Luize fica. – disse ela.
– É. – Luize concordou um tanto quanto empolgada.
– Gente, vou indo nessa, já tá tarde e ainda tenho que fazer um trabalho. – falei, levantando.
– Também vou. – se levantou também.
– Mas tá cedo, são sete da noite ainda. – disse .
– Mesmo assim. Estou meio cansado também. Amanhã nos vemos? – perguntou , abraçando a menina.
– Claro.
– Esse momento meloso estou poupando, vou indo nessa. Até amanhã. – fui para a porta.
– Até. – escutei eles falando.
Caminhei até meu Jaguar estacionado rente à calçada e fui para casa.

# POV’s
Assim que cheguei em casa peguei minha toalha e tomei um banho para relaxar, quando saí do banheiro só enrolado na toalha dei de cara com a .
– O que você está fazendo aqui? – perguntei meio nervoso.
– Meu amor, me desculpa por tudo que fiz. Me perdoa. – ela veio andando na minha direção.
– Quem te deixou entrar?
– Eu tenho a chave.
– Então devolva. Você não tem mais nada para fazer nessa casa.
, por favor. – segurou meu rosto.
– Não me encosta. – tirei sua mão.
– Eu sei que você ainda me ama. – falou, se aproximando lentamente de mim.
Seus lábios me seduziam em um convite de me beije. Por mais que eu tentasse negar, ainda sentia atração por ela. passou a mão por cima da minha toalha, apertando de leve meu membro.
– Pare com isso. – sussurrei.
– Não. – respondeu no pé de minha orelha, me fazendo arrepiar por completo. – Você me deseja, .
Segurei pelos braços e a prensei na parede, fui chegando bem perto dos lábios dela e dei uma mordida de leve.
– Já te desejei muito, agora não mais. – falei, a soltando.
– É mentira, eu vejo em seus olhos que ainda me ama.
, vai procurar a sua turma e me deixe em paz. – disse, indo para meu closet.
Senti ela me abraçando por trás e vi suas mãos alisando meu peito.
– Eu já disse para parar. – tirei suas mãos de mim novamente. – Vá embora.
– Já falei que não.
– O que tenho que fazer para você me deixar em paz? Não quero mais te ver. – perguntei, irritado com sua inconveniência.
– Me fala quem é ela? Quem foi a vadia que te deixou assim? Você sempre foi louco por mim e agora parece que não se importa mais. – estava nervosa.
– Não te interessa quem é ela e também ELA é muito melhor que você foi e vai ser. Sim eu fui louco por você, agora não sou mais.
Os olhos de se mesclavam de raiva e tristeza ao mesmo tempo, então vi uma lagrima escorrer.
, não fique assim. – a abracei por um momento, me arrependendo de ter dito aquilo.
– Como quer que eu não fique? Você não me ama mais. – sua voz saiu abafada contra meu peito.
Passei a mão em seus cabelos.
– Me desculpa por tudo que te fiz. Volta para mim. – ela me olhava, chorando.
– Não posso.
– É por causa dela, né?
– Sim. – coloquei a mão no rosto dela. – , o pouco que tínhamos, você acabou. Não temos mais nada para falar, agora, por favor, vá embora.
não disse mais nada, apenas saiu andando, pegou sua bolsa, jogou a chave em cima da minha cama e assim, quando ela abriu a porta, se virou para mim.
– Isso não vai ficar assim. – disse ela e bateu a porta.


9° Capítulo



# POV’s
Eu e Luize estávamos fazendo guerra de travesseiros. Até que escutei a campainha tocar.
– Quem será? – perguntei, olhando para Luize. – Vou atender. – joguei meu travesseiro de lado.
Desci as escadas correndo e fui em direção à porta. Quando a abri fiquei meio sem reação.
– Mãe? Pai? – me assuste ao vê–los ali.
Minha mãe entrou e meu pai veio logo atrás, me abraçando.
– Minha filha linda. – disse ele, me dando um beijo na testa. – Está tudo bem contigo?
Eu adorava o meu pai, sempre foi um homem adorável.
– Estou. – dei um sorriso e o abracei forte. – Senti saudades.
– Cadê a sua irmã? – perguntou minha mãe, ríspida como de costume, ela olhava para os lados reparando tudo ao seu redor. – O carro dela não está na garagem, onde ela foi?
– Resolver algumas coisas em LiverPoll, mas já deve estar voltando. – avisei.
– Às 21h? – mamãe olhou para seu relógio de pulso e fez uma cara de indiferente.
– Ela foi cedo. – tentei argumentar a favor de Laurinha.
– A mandei vim para cá pra ficar com você e não ir aos lugares resolver as bobeiras dela. – pegou o celular na bolsa, respirando fundo e dando algumas bufadas. – Vou ligar para essa irresponsável.
Ela mexeu em seu aparelho e ligou para minha irmã, que pela cara que minha mãe fez estava demorando para atender.
, só pode estar vagabundeando em algum lugar, não atende o celular. – minha mãe encerrou a ligação aborrecida. – Vamos passar a semana aqui com vocês.
– O que? – foi a minha primeira reação, mas vendo o que tinha acabado de dizer, mudei completamente de humor, vendo que levaria um esporo. – Digo, que bom, mãe. – forcei um sorriso.
Vi Luize descendo as escadas para ver quem tinha chegado, ela estava de pijama super curto, o que com certeza minha mãe implicaria.
– Quem é essa? – mamãe se referiu a Luize.
– Mãe, essa é Luize, minha melhor amiga.
Minha mãe olhou Luize de cima em baixou e fez uma cara de nojo.
– Menina, você vai dormir aqui? – perguntou com indiferença.
– Não senhora, já estava de saída. – Luize subiu correndo.
Vi Luize descendo com a mochila nas costas. Ela se trocou tão rápido que até me assustei. Minha mãe conseguiu espantar até minha melhor amiga.
– Tchau , até amanhã. – ela saiu rapidamente, de cabeça baixa.
– Onde vamos dormir? – meu pai perguntou.
– Tenho um quarto de hospedes, venham que vou mostrar onde é. – fui subindo na frente enquanto ambos me seguiam, e minha mãe como antes reparando até no rodapé.
Abri a porta do quarto onde eles iriam ficar. Minha mãe analisou tudo, só faltava uma lupa em sua mão, ela abriu as portas do guarda-roupa, bainheiro, olhou embaixo da cama, e abriu as gavetas da cômoda.
– Pelo menos está limpo. – colocou as mãos na cintura. – Ainda está meio cedo, vou fazer algo para jantar. Vamos ver se sua irmã abasteceu a dispensa.

# POV’s
Assim quando cheguei, vi uma BMW branca estacionada na frente de casa.
– O carro do papai. O que será que ele está fazendo aqui? – perguntei a mim mesma.
Deixei minhas malas dentro do carro mesmo e entrei, o cheiro de frango assado estava tomando conta da casa. Vi meu pai sentado no sofá vendo futebol. Fiquei super feliz dele estar ali.
– Pai. – corri até ele e o abracei. – Saudades do senhor. – pulei ao seu lado.
– Também filha. Deixe-me ver como você está linda. – nos levantamos e ele me rodou.
– Onde você estava que não atendeu o celular? – escutei a voz de minha mãe perguntar com grosseria. – Estava dirigindo vindo para casa. Já que tive que vim às pressas para cá, voltei a LiverPoll para resolver uns assuntos pendentes. – falei com desdém olhando para a porta da cozinha, onde ela estava de pé, vestida com um avental e uma colher de pau em mãos.
Odiava o jeito como ela se referia a mim, como se fosse apenas uma merda. Ela não respondeu, apenas voltou para a cozinha.
– Com licença pai, já vou ir dormir, estou morrendo de cansaço. – falei, dando um beijo bem apertado em sua bochecha.
– Boa noite filha, durma com os anjos.
– O senhor também. – respondi, dando um sorriso.
– Não vai querer jantar? – perguntou , entrando na sala.
– Não estou com fome. – falei, subindo as escadas.

# POV’s
Eu não estava conseguindo dormir, rolava de um lado para o outro na cama. Então levantei, peguei o celular e liguei para o .
– Alô. – atendeu com uma voz de sono.
, a esteve aqui.
– E o que você fez? – sua voz era ansiosa.
– Nada, mandei ela embora. Estou preocupado. – falei, me jogando de costas na cama.
– Com o que?
– Ela disse que as coisas não vão ficar assim. script>document.write(Frankie) vai aprontar. – estava aflito com o que ela poderia aprontar.
– Pode ficar tranquilo que ela não vai fazer nada. – queria ter essa tranquilidade toda dele.
– Não sei não, cara. A é retardada. Estou com um pressentimento ruim.
– Fica assim não, cara. Já disse que ela não vai fazer nada. – acho mais que queria logo que eu desligasse o telefone para que ele voltasse a dormir.
– Só espero. Vou desligar, amanhã nos falamos. – disse por fim.
– Tá. Tchau.
– Tchau.
Desliguei o telefone e me virei para o lado na tentativa de dormir.

# POV’s
Acordei de manhã com a minha mãe gritando.
– O que aconteceu com a sua porta?! – estava histérica.
– Nada, mãe. A quebrou ela com o machado. – respondi sonolenta.
– ELA FEZ O QUE?! – gritava.
– Pare de gritar, os vizinhos vão pensar que isso aqui é um hospício. – reclamei.
– Olhe o respeito comigo, menina! Levante dessa cama agora e vá se arrumar para o colégio. – ordenou.
– É faculdade, mãe.
– Tanto faz! Levante agora. – abriu as cortinas e a janela.
– To indo, mãe. – virei para o outro lado.
Minha mãe saiu do quarto. Levantei, me arrumei e desci para tomar o café, meu pai estava sentado à mesa lendo jornal e minha mãe preparava panquecas.
– Bom dia, minha princesa. – meu pai sorriu.
– Bom dia. – falei, jogando minha bolsa no chão, sentando à mesa e encostando a minha cabeça nela.
Que tédio ter a minha mãe em casa, acho que era melhor a minha irmã mesmo. E quando ela descesse começaria a guerra.
– Levante essa cabeça da mesa, menina. Isso é falta de educação! – como sempre, minha mãe me repreendeu.
– Hum. – levantei, olhando para os lados, eu deveria estar com cara de zumbi.
Comi tudo bem rápido para poder ir para a faculdade o mais rápido possível.

# POV’s
Acordei, tomei um banho e me arrumei. Fui até o apartamento de . Eu já sabia onde ele guardava a chave reserva, então entrei sem bater, caminhei até seu quarto e ele ainda estava dormindo.
– Ei, acorda. – puxei a coberta dele.
– Ah mãe, só mais cinco minutos. – resmungou .
– Meu filho lindo, está na hora de acordar, quer que eu traga um leite para você na cama? – zoei, fazendo uma voz afeminada.
– Quero.
Comecei a rir.
! – gritei, fazendo ele levar um susto e cair da cama.
– Ai. O que foi, cara?
– Acorda, você está atrasado! – avisei.
– Está bem. – se levantou e foi para o banheiro.
Comi alguma coisa enquanto esperava acabar de se arrumar.
– Você é muito folgado mesmo. – escutei falar assim que me viu. – Além de vim me acordar ainda come a minha comida! – deu uma risada logo a seguir.
– Ué, você estava demorando e eu estava com fome, foi apenas uma conveniência comer o que tinha na geladeira.
– Tá bom, . Vamos indo que só temos dez minutos para chegarmos no primeiro horário ainda. – já estava com a mochila nas costas e cainhava para a porta da cozinha.

Em exatos dez minutos chegamos na faculdade, onde já localizava Luize e na porta.
– Pensei que vocês não viriam hoje. – Luize falou.
– Eu também. – disse, olhando para o . – Esse preguiçoso aí que perdeu a hora, tudo culpa dele.
– Minha nada, é que fiquei fazendo trabalho até tarde e não escutei o despertador tocar.
– Falou o estudioso. – brinquei.
estava com uma cara estranha, mas como já estávamos atrasado decidi não perguntar nada. – Gente, vou indo. – falou ela e nem se despediu de ninguém.

# POV’s
Levantei eram dez da manhã, tomei um banho e saí sem tomar café para não dar de cara com minha mãe. Minha ex patroa me recomendou para uma amiga dela, então fui no seu atelier fazer uma entrevista. Charlotte, o nome da mulher que aparentava uns 40 anos, que era a dona, me atendeu e me tratou muito bem, disse que falaria com sua sócia a respeito e assim que desse me retornaria. Bem, não era uma das respostas que eu queria, mas digamos que valeu. Saí de lá já era 11h30min, como eu estava com as papeladas da minha faculdade dentro do carro decidi ir me matricular na mesma faculdade que minha irmã. Quando acabei tudo escutei o sinal tocar e vi vários alunos saindo, entre eles e , corri até eles e pulei nas costas de , que levou um susto.
– O que você faz por aqui? – perguntou ele.
– Surpresa, não posso contar ainda, mas vocês vão saber em breve. – dei um sorriso. – Oi, . – saí de cima de e abracei com força. – Tudo bem com vocês?
– Tudo bem. – ele também sorria.
Eles riram, fomos andando os três abraçados e eu no meio.
– Ui, quem diria eu no meio de dois homens como vocês! Daqui a pouco as mulheres vão me linchar por estar pegando os dois meninos mais lindos da faculdade. – dei uma gargalhada alta.
– Nós que temos sorte de te ter aqui. – falou. – Né, ?
– É isso aí.

# POV’s
Vi minha irmã sair PENDURADA no pescoço de e , e aquilo me remoeu por dentro.
– Oi irmãzinha. – disse .
– Oi “Laurinha”. – falei com desdém.
– Eta mal humor do cassete. Aí galera, que tal irmos almoçar lá em casa hoje? – minha irmã sugeriu.
– Acho que se esqueceu que a mamãe está em casa.
– Ah, queria conhecer ela. – disse.
– Acho que você não vai. – falei.
– E por que não?
– A minha mãe não é muito amigável. – continuei.
– É isso aí, mas quem sabe ela seja sociável com os meninos? – minha irmã riu.
De onde saía tanta felicidade assim? Será que ela estava passando bem?
– Ah, que isso, não é para tanto, vamos, compramos algo para levar no meio do caminho. – pegou minha mão e saiu me puxando.
Luize veio no meu carro, e foram no Dodge e minha irmã no corvette dela. Passamos no mercado e compramos algumas coisas para o almoço. Chegamos em casa.
, me ajuda a pegar umas malas e levar lá para cima? – pediu minha irmã assim que entramos na garagem.
– Ajudo. – ele se prontificou.
– Luize, você também pode me ajudar? É que são muitas malas.
– Claro. – Luize deu um sorriso.
Eles entraram pela porta da garagem enquanto eu e entramos pela da frente. Minha mãe já veio reclamar assim quando me viu entrar.
– Por que demorou tanto para chegar? Quem é esse garoto? Cadê a sua irmã que não apareceu até agora?
– Eu avisei. – falei baixinho só para que escutasse.
– Prazer, sou . – estendeu a mão para minha mãe.
Ela o olhou de cima abaixo e torceu o nariz.
– O que você faz com minha filha?
– Mãe, ele é meu… meu… – procurei uma palavra certa para dizer o que realmente éramos.
– É o que seu? Só espero que não esteja namorando esse menino.
– Mãe! – falei chateada.
– Acho melhor eu ir embora. – disse .
– A porta fica atrás de você. – mamãe fez questão de ser grossa com ele.
Ela já estava passando dos limites, expulsar da minha própria casa, isso eu não podia suportar.
– Mãe, sinto informar que o não vai a lugar nenhum. A casa é minha e posso convidar quem eu quiser para ficar.
– Correção, essa casa é do seu pai e não sua. Então, garoto, você vai para fora. – ela apontou o dedo para a porta como que se ele fosse um cachorro.
– Se ele sair eu também saio. – afrontei.
, não se atreva ou…
– Ou o que mãe? Vai expulsar a daqui como fez comigo? – minha irmã chegou atrás dela junto com e Luize.
– Onde você estava, menina? Não era para você ter saído cedo sem nem me avisar. Mandei você vim tomar conta da sua irmã e quem teve que acordar ela foi eu, porque você dormia que nem uma pedra, nem se mexia. – falou minha mãe em um tom elevado.
– Olha, acho melhor você abaixar esse tom de voz comigo, não sou mais criança e para o seu governo eu fui buscar o resto das minhas coisas que ficaram para trás, e isso você já sabe muito bem, a não ser que esteja caducando! – veio andando para mais perto dela. – Vão dar uma volta no shopping, porque a parada vai esquentar por aqui. – disse ela a mim, Luize, e .
e Luize passaram por minha mãe, peguei na mão de e saí puxando ele para fora de casa.
– Bem que você avisou que ela não era nada amigável. – riu.
, vou esperar a sua irmã. – disse.
– Está bem. – falei antes de entrar no carro de junto com Luize.

# POV’s
– COMO VOCÊ PODE PASSAR POR CIMA DAS MINHAS ORDENS? – minha mãe gritava.
– Não tenho medo da senhora. Não se atreva a se meter na vida da , senão acabo contigo. – falei séria e ela veio para me dar um tapa na cara, mas segurei sua mão. – Está avisada. E faça o favor de dar o fora dessa casa o quanto antes, à noite quando eu voltar não quero ver nem rastro seu aqui.
Minha mãe me olhava séria e com muita raiva.
– Estamos entendidas? – perguntei, eu não ia abaixar minha guarda, se ela ainda acha que pode fazer o que quiser, está muito enganada.
Ela não respondeu nada, apenas saiu andando. estava na porta assistindo tudo.
– Você teve muito peito para enfrentar ela desse jeito. – falou ele.
– Se eu não fizesse, ela estragaria a vida de minha irmã como fez com a minha. – deu de ombros.
– Entendo.
– Vamos, vou te levar em casa para trocar de roupa e irmos comer algo. – disse, passando por ele e fechando a porta atrás de mim.
– Vamos. – ele sorriu.
– Toma, vai dirigindo. – joguei a chave do meu corvette para , que a pegou no ar.

foi dirigindo até sua casa, chegamos até um edifício enorme, ele entrou na garagem e veio abrir a porta para mim.
– Nossa, quanto cavalheirismo. – falei, pegando sua mão.
– Sempre sou cavalheiro.
– Sei. – brinquei.
Fomos caminhando até o elevador, assim que a porta abriu, entramos e ele apertou um botão onde tinha a letra C, que era o ultimo.
– Cobertura? – perguntei, erguendo uma sobrancelha.
– É. – sorriu. – Posso te pedir uma coisa?
– Diga.
Ele me puxou pela cintura e selou nossos lábios, não o beijei. Sorri quando ele fez isso e repousei minhas mãos sobre seu peito.
– O que foi? – me perguntou, rindo também.
– Você não tem jeito mesmo, né menino?
– Só estava checando. Se você tinha mudado de ideia.
– Uhum sei, checando. Pode falar, , você está louquinho por mim. – fiz uma carinha de sapeca.
– Não seria a palavra adequada para se usar, mas está certo, estou doido para te beijar novamente.
Deu uma gargalhada muito alta agora.
, você não tem jeito sabia? Estou aqui tentando ser romântico e você fazendo piadas com a minha cara. – ainda estava com a mão em minha cintura enquanto a outra segurava a parede do elevador.
– Não é piada, seu bobinho, já disse que é para sermos somente amigos. Para de forçar, quando for para ser vai ser. – falei, tocando a ponta de seu nariz com meu dedo indicador, o fazendo rir. – Não vou ficar com você sendo que nem me conhece direito.
– Está bem. Vai ser do seu jeito. – ele me deu um beijo na bochecha.
Ficamos abraçados até que o elevador abrisse a porta. Assim que saímos me localizei em um pequeno hall de carpete vermelho onde tinha um grande espelho na parede e um pequeno sofá de couro preto, logo no lado esquerdo tinha uma escada para outro andar.
– Você mora aqui? – perguntei, brincando.
– Sim, eu durmo todos os dias nesse sofá, tomo água daquele jarro de flores e escovo os dentes na lixeira. – disse, apontando para cada lugar.
– Bem interessante, e você guarda suas roupas debaixo do sofá também?
– Guardo, debaixo dele tem um armário embutido.
– Legal, vou comprar um desses para mim por no meu quarto, economiza espaço naquele lugar que a chama de quarto de hospedes.
– Anda, vamos. – pegou minha mão e saiu puxando por aquela escada acima de carpete vermelho.
Depois do pequeno lance de escadas tinha um corredor com duas portas no final de cada um. Entramos pela porta a nossa direita, estava tudo meio escuro comparado à iluminação do corredor.
, dá para acender alguma luz antes que eu caia em um buraco negro? – pedi.
Ele nem respondeu, apenas escutei apertando algo como se fosse um interruptor. Fiquei com cara de babaca quando vi a luz vindo da janela a cada momento que uma espécie da persiana foi se abrindo e revelando apenas vidro. Fui correndo até ela feito uma criança deslumbrando da vista que dava para toda a cidade. Sem que eu tivesse reparado, morava no prédio mais alto de Londres.
– Você não precisa nem de televisão. – falei deslumbrada.
– Muito bonito, né?
– Perfeito. Me deixa vim morar com você? Aposto que seu quarto de hospedes deve ser maior do que o ovo que eu durmo.
– A hora que você quiser. – sussurrou ele em meu ouvido. – Quer ver o resto da casa?
– Preciso não, só isso aqui já é o bastante. – meus olhos brilhavam com aquela paisagem.
– Você não viu nem a sala. – as mãos dele estavam em minha cintura.
– Tá, você vai falar que isso aqui é o que? O Hall? – me virei, o encarando.
– Digamos que a sala de estar. – fez um biquinho de exibido.
– Ah sim, sala de estar. – debochei.
– Venha. – ele pegou minha mão novamente.
Passamos por uma porta de correr de vidro.
– Essa aqui é minha sala.
Era perfeitamente tudo branco, tinha uma TV de plasma tipo: GIGANTESCA na parede acima de uma lareira, o sofá de couro branco, com uma mesinha de centro marrom e alguns quadros na parede.
– Você não assiste filmes? – perguntei, quando vi que não tinha nenhum DVD ou Home Theater.
– Claro que assisto. – foi andando até a lareira. – Meu home Theater é embutido na TV, as caixas de som nas paredes e os filmes ficam aqui. – ele abriu uma porta ao lado da lareira.
– Que legal. É tudo escondido. No meu apartamento era uma estante cheia de parafernália. – corri até onde ele estava.
– Você tinha aparamento? Sua irmã tinha me comentado que você estava no batalhão. – estranhou.
– Tem coisas que minha irmã não sabe sobre mim. – dei uma piscadinha.
– Olha isso, a menina é cheia de mistérios. – deu um sorriso malicioso, me abraçando.
– Desvende meus mistérios. – sussurrei em seu ouvido.
– Se você me permitir irei desvendar todos. – disse no mesmo tom que eu, beijando meu pescoço.
Passei a mão em seus cabelos da nuca, o puxando com força.
– Não abusa da sorte, menino. – falei entre dentes.
– Não estou abusando de nada. – sua voz saiu abafada de meu pescoço.
– Acabe de me mostrar o apartamento. – pedi.
– Uhum. – continuamos do mesmo jeito que estávamos.
Me peguei de olhos fechados, passando a mão em seus cabelos enquanto ele ainda beijava meu pescoço. Por mais que estava me segurando para não agarrar ele, estava ficando completamente impossível. Seu toque me deixava atordoada, sem saber o que fazer ou dizer. Chega, ! Chega. Abri os olhos e vi uma parede logo atrás dele, achei forçar para empurrá-lo contra ela, assim quando sentiu a superfície batendo em suas costas parou de beijar meu pescoço e me olhou um tanto que assustado.
– Pare com isso. – falei fria. – Eu já disse que não, então pare de me provocar.
– Você que começou.
Dei um sorrisinho sínico e perverso.
– Mas eu posso. Meninas más podem tudo. – falei perto de seu ouvido.
Ok, sei que eu o provocava, mas era irresistível não fazer isso. Se ele podia me deixar doida, por que eu não podia fazer o mesmo?
– Estou me achando um menino virgem com você falando assim. – disse em uma voz inocente.
Não aguentei e comecei a rir.
– E isso é uma coisa que eu não sou nem um pouquinho. – ele mudou completamente seu timbre de voz.
Quando dei conta de mim ele tinha invertido as posições e agora quem sentiu a parede em suas coisas, era eu.
– Falei para você não brincar com fogo. – segurava a lateral de meu pescoço enquanto sua outra mão estava na minha cintura segurando firme.
Ele pressionava seu corpo contra o meu, aquilo estava me deixando excitada. Peste de menino.
– Não tenho medo de me queimar. Você sabe disso. – sussurrei.
Estávamos quase nos beijando quando senti algo vibrando e tocando. Black do Pearl Jam. Merda! Peguei o celular de meu bolso, eu não precisava nem olhar para saber quem estava me ligando.
– O que você quer? – atendi, já me soltando de .
– Estava com saudades e queria saber se está tudo bem contigo. Fiquei sabendo que você esteve aqui ontem e nem veio me visitar. – sua voz era de dengo.
– Estou comovida. Agora você vem com esse papo para cima de mim? Corta esse, Jensen. Não tenho tempo para ficar de conversa com você. – falei, caminhando até a janela.
– Pelo jeito que está grossa, devo ter interrompido alguma coisa. – ele deveria ter uma bola de cristal.
Irônica e debochada, eu? Que nada.
– Era só isso que tinha para me falar? Se for, então tchau. – eu já ia desligando quando ele me interrompeu.
– Não , é serio, estou com saudades, precisamos conversar.
Quando vem com esse papo de precisamos conversar… Olhei para trás e vi me encarando. Tampei o fone.
– Pode ir trocando de roupa enquanto isso? – perguntei a ele.
– Ok, não demoro. – entrou em um corredor e sumiu.
– Não temos nada para conversar. – falei assim quando destampei o fone.
– Claro que temos, você foi embora com raiva de mim. Para falar a verdade, nem terminamos ainda.
– Então que não seja por falta de termino. Estamos terminados. Está bom para você?
Minha cabeça estava ficando mais confusa que cego em tiroteio, eu não sabia mais o que pensar de nada.
– Pensei que nos tínhamos algo mais forte do que isso. – a voz de Jensen estava triste.
– Eu também pensei, mas não foi! – rebati.
– Então é assim? Está bem, .
– Não… – antes que eu pudesse falar, ele desligou na minha cara. – Filho da mãe.
– Tudo bem? – escutei perguntar.
– Tudo, tudo. Já trocou de roupa? – me virei para ele sem nem prestar atenção no que estava falando.
– Já. Tem certeza que está bem, você está meio pálida.
– É fome. Vamos logo. Por onde fica a saída?
foi me guiando até a porta por onde entramos.

# POV’s
Depois que a recebeu aquela ligação ficou mais estranha do que o normal, liguei para o para saber onde ele estava esperando por nós. Até o shopping não falou nada e quando eu perguntava algo parecia que não estava prestando atenção, ou estava avoada demais para responder. Assim que chegamos ao restaurante, estavam todos nos esperando, almoçamos conversando e dando algumas risadas.
, o que você disse para a mamãe? – perguntou .
– Nada. – respondeu, dispersa.
– Que nada o que. Vocês tinham que ter visto depois. – Comentei, recebendo uma cotovelada da .
, não espalha o fight que tivemos. – brincou ela, tentando se descontrair um pouco, mas sua cara continuava a mesma.
– Agora é sério, o que ela disse para você? – persistia.
– Nada, só que ela não podia falar daquela forma contigo. – sorriu sem vontade alguma.
– Gente, mudando de assunto. Será o meu aniversário no sábado. – disse Luize, sorrindo. – O que vamos fazer?
– Que tal organizarmos uma festa na sua casa? – sugeriu.
– Seria ótimo. – disse . – Luize, posso te arrumar um Buffet de primeira, por minha conta, fica de presente.
– Serio, ? – Liz não acreditava.
– Uhum. – concordou, balançando a cabeça.
Cada vez mais que eu conhecia a ficava ainda mais curioso para descobrir realmente quem era aquela garota cheia de segredos.
– Gostei da ideia também. – falei.
– Eu também. – concordou.
– Posso levar umas amigas? – perguntei.
– Claro , quanto mais gente melhor. – disse. – Luize, você me deu uma ideia. Que tal fazermos do seu aniversário a festa do ano? Gente bonita. Bebidas de todos os tipos. Barmans gostosos fazendo malabarismo com garrafas. Música boa. Muita comida. Jogo de luzes e mais tudo de legal que eu conseguir arranjar? – deu um sorriso.
Cara, de onde essa menina veio? Ela não pode ter saído do exercito, não mesmo.
– Gostei. Mas como vamos preparar isso em uma semana? – perguntou Luize.
– Eu posso ajudar. – falou.
– Se precisarem de mim, também posso ajudar. – falei.
– E conta comigo. – confirmou.

# POV’s
Assim que saímos do restaurante, eu e fomos procurar um local bom para a festa acontecer, a casa de Luize seria pequena para o que a minha irmã estava planejando. Luize e foram procurar convites, minha irmã foi arrumar o DJ, Buffet, os Barmans e tudo mais. Palavra de : Pode deixar o resto comigo que conheço um pessoal maneiro.
, você não acha estranho o fato da minha irmã saber tanto sobre festas?
– Acho, você tem certeza que ela estava no exercito? Ela pode ter pinta de durona, mas não é coisa nenhuma.
– Não sei. Ela e minha mãe têm algo que sempre me esconderam, minha irmã nunca me contava as coisas que fazia. Me lembro de já ter visto ela fugindo várias vezes de casa à noite quando tinha uns 14 anos mais ou menos. Minha mãe saía no meio da noite atrás dela e quando chegavam a casa começavam a brigar e várias vezes saíam no tapa.
– Nossa. – ficou surpreso.
me fez questionar o que será que a fazia quando saía nas noites e também por que da minha mãe expulsá-la de casa e mandá-la para um internato militar. O que será que tanto escondiam de mim? Por fim, deixei essas questões de lado. arranjou um super galpão com um de seus contatos que acabou saindo de graça.
– Vou ligar para minha irmã e falar que conseguimos.
– Ok. Vai se encontrar com ela que vou pegar a chave. – disse e me deu um selinho.
? – falei assim que ela atendeu.
– Fala.
arranjou um galpão com um dos amigos dele, ele foi pegar a chave, vai querer ir ver?
– Pow, à noite eu vou, nem estou na cidade agora. – explicou.
– E onde você está? – fiquei curiosa.
– LiverPoll, né. Conheço o pessoal daqui e não daí. Já arranjei uma equipe com cinco DJs, o Buffet já está confirmado e agora estou vendo a equipe de iluminação.
– Mais já? Você é rápida eim. – fiquei surpresa.
– Que isso irmãzinha. Tenho muitos contatos, e essas coisas são fáceis de arranjar para mim. – riu do outro lado da linha. – Mais tarde estarei de volta.
– Tá. Beijos.
– Beijo.
Desliguei o telefone.
– Minha irmã já arranjou os DJs e o Buffet. Disse que não vai dar para ver o galpão agora.
– Está bem, então vamos.

# POV’s
Assim que cheguei em casa fui procurar o álbum de ex alunos e por fim acabei achando em uma caixa jogada no fundo de meu closet. Peguei o algum, sentei no chão. Procurei pela letra de seu nome, já que estava em ordem alfabética. Não foi difícil de encontrar. Não, não podia ser ela, a menina da foto tinha vários piercings e um deles era na língua – pelo que me lembro–, era baixinha, tinha o cabelo cortado que ia até a altura do queixo era muito liso chegando a ser escorrido, e também pintado de um vermelho bem vivo, um sorriso lindo, se vestia com umas roupas meio apertadas e rasgadas. Não podia ser ela. A diferença de personalidade é muito grande. Me lembrei de todos os fatos para ter me esquecido dela.

––Flashback On––
Sexta feira, um show de uma banda, se não me engano era Red Hot Chilli Peppers, eu e meus amigos, incluindo , estávamos todos lá, aquela garotinha “estranha” estava bêbada, estudava matemática comigo no terceiro tempo de sexta-feira, ela estava também entre amigos e quando me viu sorriu de um jeito meigo. Veio até mim.
– Vou te esperar no estacionamento em cinco minutos encostada em um Land Rover prata. – disse ela em meu ouvido.
– Uhum. – foi a única coisa que respondi.
Ah, tá bom, vai me esperando que vou sim, mas me espera sentada. Olhei no relógio. 02h37min. Pior que depois de cinco minutos certos eu estava no estacionamento procurando por aquela menina.
– Hey, . – escutei ela me chamando e acenando encostada no exato Land Rover prata.
Fui até ela.
– O que você queria me falar? – perguntei assim que me aproximei.
– Não é falar exatamente que eu queria. – ela estava tímida quando disse aquelas palavras.
– Seu nome é , né?
– Bem… Não. Meus amigos que me chamam assim, mas se você quiser me chamar assim, pode chamar. – agora ela olhou para mim.
Me aproximei dela, era tão baixa, batia em meu peito, seu all star preto não ajudava muito em sua altura. Peguei seu queixo e levantei seu rosto.
– O que quer comigo? – perguntei bem perto de seus lábios, que tinham um batom vermelho.
Seu olhar era tão puro e inocente. Senti suas pequenas e delicadas mãos passarem em volta de meu pescoço e me puxar de leve para um beijo. Sua boca macia e gostosa me deixou meio atordoado, não esperava aquilo, daquela forma, mas quando nossas línguas se encostaram fiquei em êxtase total, então senti algo diferente e percebi que ela tinha um piercing na língua, a jóia deslizava por minha boca. Por mais inocente que ela fosse, sabia beijar muito bem. Assim que nos separamos deu um sorriso encantador. Foi impossível não sorrir de volta. Passei os braços por sua cintura pequena e delicada, a levantei encostando ela na porta do carro.
– Hum. – ela interrompeu o beijo. – O carro é meu, quer entrar para ficarmos mais a vontade?
– Claro.
Ela tirou a chave de dentro do bolso da calça, desligou o alarme e abriu a porta de trás para que eu entrasse. Entrei sem demora, ela veio logo em seguida, fechando e trancando a porta, se sentou em cima de mim com uma perna de cada lado de meu quadril. Estava achando que de puro e inocente, só tinha o olhar. Ficamos nos beijando ferozmente, o ar chegava a faltar, fui deitando no banco, a deixando por cima de mim. Aos poucos tirei sua jaqueta de couro, a deixando apenas de camiseta branca. passava a mão por debaixo de minha camisa, me fazendo arrepiar com seu toque, nos troquei de posição a deixando por baixo, tirando sua camiseta ficando apenas com um sutiã preto de renda. Ela me olhava com aquele mesmo olhar de menininha, o que me deixava ainda mais doido para possuí–la, logo em seguira ela também tirou minha blusa preta, nossos corpos se encostaram, sua pele era tão lisa, parecia porcelana. Fiquei beijando seu pescoço por um tempo e depois fui descendo até seus seios, não demorei muito para desabotoar o fecho frontal. Ela soltava leves gemidos, me deixando mais excitado a cada momento, voltei a beijar seus lábios. Senti ela desabotoar minha calça e em seguida puxar o zíper. Dei um sorriso malicioso entre nossos beijos. Tirei sua calça e me livrei da minha junto com meu tênis e meias. Seu corpo quente debaixo estava um pouco tenso.
, sou virgem. – declarou.
– Shiu. – coloquei o indicador em seus lábios, impedindo que ela falasse. – Não se preocupe, se machucar você fala.
– Uhum. – pelo seu tom de voz, ela estava se sentindo um pouco envergonhada.
Terei sua calcinha e a masturbei com o dedo primeiro, depois tirei a própria box, peguei o preservativo que tinha dentro do bolso da minha calça e o coloquei. Fui a penetrando devagar e parava quando ela gemia.
– Está doendo? – perguntei perto de seu ouvido.
– Uhum. – senti ela agarrando minhas costas com força.
Fui fazendo isso até quando vi que ela não sentia mais dor.
– Ah!
– Te machuquei? – perguntei preocupado.
– Não mais, continua. – pedia.
Eu ia e vinha conforme seus gemidos de prazer aumentavam, ela apertava e arranhava minhas costas e ombros.
– Ah! ! – gemeu e eu ri baixinho entre os meus próprios gemidos. – O que foi? – perguntou meio confusa.
– Gosto quando você me chama assim. – falei e a beijei.
Nossos corpos suados deslizavam um sobre o outro, já estávamos ofegantes até que chegamos ao clímax juntos, deixei meu corpo cair um pouco sobre o dela. Inverti as posições, então ela deitou sobre meu peito e eu fiquei alisando seus cabelos vermelhos.
! – escutamos alguém chamar em meio o barulho do som que ainda tinha lá fora.
Nos olhamos, ela se levantou rapidamente.
– Ferrou, . Se veste, rápido! – disse e levantei rápido, me vestindo assim como ela.
– Caralho! ! – do lado de fora alguém ainda continuava chamando.
Ela se vestiu rápido, arrumou mais ou menos o cabelo e assim quando abriu a porta deu de cara com uma mulher.
, sai pela outra porta e corre! Corre muito. – falou, seu olhar era de medo e angustia.
– Tchau. – dei um beijo em seu ombro.
– NÃO ENCOSTA NA MINHA FILHA, SEU MOLEQUE. – a mulher gritou.
– Mãe, não grita com o . – ela tentou se manifestar.
– CALE A BOCA, MENINA! – lhe deu um tabefe no meio da cara.
– Anda, ! – disse com presa. – CORRE, MERDA!
Abri a porta do outro lado e saí correndo como ela havia me pedido. Encontrei com no portão de entrada.
– O que aconteceu cara? Viu um fantasma? – perguntou ele assim que me viu.
– Não… Eu e a … A mãe dela… Ai eu… – tentei falar, mas eu estava tão ofegante que nem estava conseguindo respirar.
– Calma, cara. Respira. Calma, respira. – colocou a mão em meu ombro.
– Vamos embora! – falei e saí puxando ele pela manga do casaco.

Sábado de manhã cedo, acordei com minha mãe me batendo já.
– SEU IRRESPONSÁVEL! O QUE VOCÊ FEZ AGORA?! – gritava.
– O que foi? – perguntei sem entender nada.
– A POLÍCIA ESTÁ LÁ EMBAIXO TE PROCURANDO!
– Clama mãe, eu não fiz nada. – assim quando falei ela me deu um tapa na cara. – O que eu fiz?!
– ELES DISSERAM QUE VOCÊ ESTUPROU UMA MENINA!
– Como é?! Está doida, mãe. Eu nunca faria isso! – coloquei uma camisa e desci para ver o que estava acontecendo.
Eu devo ter ficado de todas as cores quando vi aquela mulher na minha frente. A mãe de estava ali na porta da minha sala.
– Foi esse delinquente que estuprou minha filha e ainda tentou roubar o veiculo.
– É mentira! Para que eu ia querer roubar o seu carro se meus pais têm dinheiro para me comprar um!? E também não estuprei ninguém! – falei com raiva.
– Rapaz, queira nos acompanhar, por favor? – pediu o policial.
– O que? Tá doido. Não vou a lugar nenhum! Eu não fiz nada.
Minha mãe estava no pé da escada chorando e meu pai estava ao seu lado me olhando com extrema repugnância.
– Eu não criei um filho para isso. – disse meu pai.
– Mãe e Pai, vocês têm que acreditar em mim! Eu não fiz nada. Eu juro.
– Vamos, rapaz. – dois policiais vieram em minha direção.
Subi as escadas correndo, tranquei a porta do meu quarto, coloquei a cômoda atrás da porta para me render mais alguns segundos antes que eles arrombassem, tirei minha calça de moletom, a camisa, coloquei a primeira calça jeans que vi, meu Nike que estava a vista, uma camisa que estava jogada no cabide e um casaco qualquer que achei.
– Rapaz, abra essa porta. – escutei alguém falar do outro lado, já socando a porta.
Peguei meu Ipod, meu celular e saí pela janela. Fui andando pelo telhado até chegar na arvore que dava para a casa do vizinho, me agarrei nela e fui para a casa do .
! – gritei, batendo na janela de seu quarto.
– O que foi, cara? Sua mãe ligou aqui para casa umas cinquenta vezes já. – falou, abrindo a janela.
– Você tem que me ajudar. Estão falando que estuprei uma menina e ainda tentei roubar o carro dela. Eu não fiz nada disso, você sabe, cara. Me ajuda. – disse tão rápido que fiquei na dúvida de ele tinha me entendido.
– Fica tranquilo, mas você não pode ficar aqui, porque vai ser o primeiro lugar que vão te procurar.
– Para onde eu vou? – entrei no quarto dele.
– Calma, vamos pensar.
– Pensar? Não temos tempo para pensar, cara. Sabe aquela menina que faz matemática com a gente na terceira aula de sexta? Aquela esquisitinha de cabelos vermelhos e cheia de piercings? – eu andava de um lado para o outro.
– Sei, mas o que tem ela? – me seguia com os olhos.
– Então. Eu fiquei com ela. – desabafei.
– Como? Tá me zoando, né? – ele não acreditava.
– Não cara, é serio. A mãe dela nos pegou ontem, e hoje ela tava lá em casa falando que estuprei a filha dela. É culpa dela! Se eu não tivesse ido ver o que ela queria não tinha acontecido nada disso! Vou acabar com aquela vadia! Você vai ver! – agora eu estava possuído por ódio total.
Escutei alguém abrindo a porta do quarto e eu e ficamos parados olhando e então entrou quatro policiais. Tentei correr de volta para a janela, mas senti alguém segurar meu casaco.
– Me solta! Sou inocente! – me debatia feito louco.
– Se fosse assim tão inocente não teria fugido. – falou o homem que me segurava.
ficou me olhando querendo me ajudar, mas outro cara também o segurava.

Como eu ainda era de menor quem respondeu o processo foram meus pais. Mesmo que falando que era mentira ninguém acreditava em mim! E aquela vaca da desapareceu do mapa.

––Flashback off––

, você vai me pagar caro pelo que me fez passar. Já era nove da noite e escutei a campainha tocar. Me levantei do chão, guardei o álbum de fotos e fui atender. Escutei um falatório na porta, era a voz da , e ela cantava alguma música que não fiz nem questão de identificar.
, menos menina. – escutei falando.
Abri a porta e estava lá, Luize, , e .
– Oi. – disseram todos juntos, parecendo um coral de natal.
Não respondi, só dei passagem para que todos entrassem.
– Tudo bem, ? – perguntou.
Não respondi, peguei o braço de e saí puxando ela para meu quarto.
– Hey , o que você está fazendo? – perguntou, tentando se soltar de minha mão. – Está me machucando!
A joguei em cima de minha cama.
– O que está acontecendo? – perguntou ela com um olhar aflito. – O que te fiz?
– PARE DE MENTIR! JÁ ME LEMBREI DE VOCÊ! – gritei. – POR SUA CAUSA PASSEI UM PERRENGUE HORRÍVEL!
não falava, apenas me olhava.
– Eu juro que não sei do que está falando. – ela estava assustada.
– Até quando vai mentir? Me fala quem é você de verdade! Quando eu precisei, você sumiu da face da terra. – esbravejei.
Vi que , Luize e estavam parados na porta. não falava nada.
– ME RESPONDA! QUEM VOCÊ REALMENTE É? ESSA SUA POSE DE DURONA E CERTINHA NÃO ME CONVENCE MAIS. – gritei e ela arregalou os olhos.
Ela olhou para o lado, fugindo do meu olhar. Cheguei perto dela e segurei seu rosto.
– Responde, .
– Solte ela, . – falou, me puxando.
– Todos vocês, fora do meu quarto, quero falar com ela a sós! – falei alto.
me olhou, então pegou o braço dela e a puxou para fora enquanto Luize fechava a porta.
, eu não sei do que você está falando, juro. – se sentava direito na cama.
– NÃO SE FAÇA DE IDIOTA!
– Se você parar de gritar e me explicar o que te fiz, aí fica mais fácil de eu me defender! – agora ela se levantou da cama e falou alto.
– Vai dizer que você não sabe que a sua mãe veio atrás de mim falando que te estuprei e que tentei roubar seu carro? – joguei na cara, estávamos a centímetros um do outro.
– O QUE? ELA NÃO FEZ ISSO! NÃO É POSSIVEL! – começou a andar de um lado pro outro. – EU NÃO ACREDITO! VOU MATAR AQUELA MULHER!
– Não sabia? Não me diga. – ri, debochando. – Vai falar que estava presa em um covil maléfico também?
– Ela me mandou para a escola militar! Eu não tinha comunicação com ninguém. – bagunçava seus próprios cabelos.
– Já disse que não acredito. Como que ela sabia onde eu morava então? Ela só me olhou por um instante, como que ela sabia que era eu? Pare de mentir! Você disse aquilo para que a culpa não caísse em cima de você. – apontei o dedo em seu rosto.
– Tudo o que eu te falar você não iria acreditar mesmo, então não faz diferença. Ache o que quiser, não me importo mais. – ela olhava para o tapete agora.
– Seja mulher o suficiente e olhe pelo menos na minha cara. – cuspi as palavras.
– Pra que eu falaria olhando na sua cara? Não sou digna nem do prato que como, não valho nem um centavo. Não sou eu mesma há muito tempo. – seus dedos fechavam em punhos com força.
– E por que será que não? – ironizei.
– Me perdi no caminho. Não sei mais quem sou. Me escondo de tudo e de todos. Acho que já percebeu. – ela disse calmamente agora.
– Menina, você é digna de pena, sabia? Sinto repulsa só de olhar para a sua cara. Não sei onde estava com a cabeça quando fiquei contigo. Cara, sai do meu apartamento. Não quero te ver nunca mais na minha frente. – falei baixo agora.
foi andando para a porta, mas antes de abrir parou e me olhou.
– Desculpe por tudo que te fiz passar, nunca foi minha intenção te prejudicar com nada. Eu juro que não sabia que minha mãe tinha feito aquilo. Não se preocupe, não vou aparecer mais na sua vida. – em seus olhos tinha apenas culpa e remorso. Então ela saiu, fechando a porta devagar.

# POV’s
Vimos aparecendo na porta da sala parecendo que estava em outro lugar, não tinha nenhuma expressão.
– Acho que ela precisa de mim. – falei, levantando do sofá e indo até ela. – Vamos para casa. – a abracei, mas ela não falou nada.
– Não precisa se preocupar comigo, estou bem. – forçou um sorriso. – Ah, cadê as chaves do galpão? Preciso ver e começar a arrumar já, senão não vai dar tempo de arrumar tudo até sábado. Vocês já viram os convites? – mudou de assunto e tentou se animar.
– Sim, vamos pegá-los amanhã e distribuir. – respondeu Luize. – vai me ajudar.
– Que bom. Me dê a chave que vou lá ver. – pediu .
– Tome. – jogou as chaves para ela. – O endereço está aí na etiqueta.
– Valeu , já foi de grande ajuda você ter arranjado o local, já que não conheço muito as coisas por aqui. Me deem licença. – saiu meio dispersa.
– Que tal pedirmos uma pizza? – Luize perguntou.
– Adorei a ideia. – riu.
Não sei o que era ainda, mas havia descoberto algo de grave que a minha irmã fez. Por um lado fiquei preocupada com ela, apesar de tudo a “Laurinha” ainda era a minha irmã e nunca tinha a visto daquele jeito. Sem vida, sem emoção, ela podia ser chata, irritante e tudo mais, mas sempre tinha alegria no seu olhar. Vi passar pela sala todo arrumado e saiu batendo a porta.
– Gente, o que deu nesses dois? – Luize perguntou.
– Deixa quieto Luize, senão sobra para você. – falou.
Ficamos no apartamento de mesmo esperando a pizza chegar.

# POV’s
Estacionei em frente ao galpão, ele era simplesmente enorme! Entrei e liguei as luzes.
– Caraca! Vai ser perfeito. – olhei para o espaço gigantesco que tinha ali.
Eu podia até imaginar, com o meu pessoal aqui transformaria aquele lugar. Escutei alguém entrar e me virei para ver quem era.
– Sim. – falei, vendo a mulher me encarar.
– Você é dona daquele corvette que está estacionado aqui na frente? – apontou com o polegar para fora.
– Sou. Ele está atrapalhando você sair? Posso tirar em um instante.
– Não. Meninas, podem vim aqui, por favor? – pediu a mulher.
Entrou seis mulheres com pedaços de cano na mão, pau, corrente e então uma entregou um soco inglês na para a mulher que estava falando comigo.
– O que eu fiz agora? – perguntei, dando um passo para trás.
– Ah, você não sabe? Então quando acordar, e se acordar, de um recadinho para o . – falou ela, vindo em minha direção. – Diga a ele que vai se arrepender de ter me deixado.
. Você não precisa fazer isso. – disse, agora sabendo quem era a louca.
– Ah, preciso sim. Quero você muito longe dele.
– Não sabia que você precisava de uma gangue para te defender. – cara, eu estou ferrada agora.
– Eu não preciso. Segurem-na. – ordenou e vieram três meninas para cima de mim.
Ainda bem que ela me pegou e não a minha irmã. Saí correndo das três monstrengas que vieram atrás de mim.
– Na hora de roubar os namorados dos outros, você rouba, mas não hora de apanhar você corre? – debochava. – Alguém pega essa garota! – disse irritada, já que as garota não me alcançavam.
Eu corri pelo galpão feito uma rata fugindo dos gatos, agora as seis meninas me perseguiam.
– Porra garota, me deixa em paz! Eu não preciso pagar os meus pecados na terra! – gritei.
Deus me ajuda um pouquinho aqui? Estou precisando do senhor agora! Elas estavam começando a me cercar, eu tinha que chegar até a porta, mas estava lá do outro lado, a distância era muita para conseguir chegar até lá correndo, eu já estava ficando cansada então senti alguém segurar o meu braço.
– Me solta, satanás. Sai de ré! – empurrei a menina ainda correndo, que acabou caindo. – Menos uma.
Parei quando não tinha mais para onde correr. Na primeira que veio para cima de dei um soco na cara, mas senti alguém segurando o meu braço esquerdo e depois o meu braço direito.
– Me soltem! – esperneei.
– Finalmente! – falou e veio andando lentamente para minha direção.
Me debatia na tentativa de livrar-me daquelas garotas que me seguravam. Assim quando se aproximou, estendeu a mão, então uma garota lhe entregou um cano que parecia ser de aço. Fechei os olhos, pois sabia que aquilo ia doer e muito. A vaca me acertou na costela do lado direito, fiquei com falta de ar e senti uma dor horrível como nunca havia sentindo na minha vida. Puxei meu braço direito, conseguindo me soltar, dei uma cotovelada na cara da garota que me segurava, na menina a minha esquerda deu um soco nela e depois uma joelhada. Tentei correr, mas foi em vão, alguém me segurou por trás.
– Que feio, tentando fugir. – socou minha cara com um soco inglês.
Senti algo quente escorrer pela minha bochecha.
– Me solta, sua ridícula. – me debati nos braços de uma menina que me segurava por trás. – , eu vou acabar com a sua cara! – ela me deu outro soco.
– Quem vai acabar com quem aqui sou eu! – recebi um soco na boca do estomago, senti um gosto horrível de sangue na minha boca e então cuspi na cara dela. – Vaca! – me deu outro soco na boca do estomago.
– Ei, solta ela! – escutei alguém gritando, mas eu já estava meio tonta, não consegui reconhecer a voz.
– Cai fora, .
– Você não acha injusto sete contra uma?
– Não perguntei a sua opinião! – levantou o meu rosto e deu outro soco.
– Eu já mandei você soltar ela. – escutei se aproximar.
Senti mais um soco em meu rosto e apaguei.
– Ei ! Acorda! – escutei alguém de longe me chamando e sacudindo meu corpo.
? – minha voz mal saiu.
– Até que em fim você acordou. Anda, vem, consegue levantar? – ele serviu de apoio para que eu levantasse.
– O que você esta fazendo aqui? – minha voz estava fraca.
– Estava passando, vi seu carro estacionado e uma gritaria aqui dentro, então resolvi entrar. Consegue andar? – perguntou, colocando meu braço em volta de seu pescoço.
– Ai, vai com calma aí. Acho que ela quebrou a minha costela. Está doendo muito. – reclamei, e olha que não sou disso.
– Vou te levar para o hospital.
– Não precisa, eu estou bem… Ai. Eu vou sozinha. – eu ainda estava vendo as coisas meio turvas e minha vista estava começando a escurecer de novo.


10° Capítulo



# POV’s
estava ficando mole a cada passo que dava, até que ela parou de responder e desmaiou novamente. Que merda! A segurei e a peguei em meus braços, levando até meu carro. Seu supercílio e sua bochecha estavam cortados e sangravam muito. Abri meio sem jeito a porta do carona e coloquei sentada no banco, passando o cinto de segurança em seu corpo mole. A é maluca! Minha vontade era de ter dado umas porradas nela. Fechei a porta, dei a volta e entrei no carro. Dirigi o mais rápido que pude até o hospital. Assim que chegamos, carreguei para dentro.
– Alguém pode me ajudar aqui? ¬– falei irritado.
Logo veio um enfermeiro com uma maca, então a deitei em cima dela.

# POV’s
Eu já estava ficando em estado de nervos, minha irmã não atendia o celular, então decidi ir até o galpão. Chegando lá as luzes estavam acesas e o carro dela estacionado na porta. Fui até ele e estava trancado. Entrei no galpão e vi que tinha uma pequena trilha de sangue, me abaixei e passei a mão. Ainda estava fresco. Peguei o celular e tentei mais uma vez ligar para , ela não atendia de jeito nenhum, então liguei para em desespero.
! Minha irmã sumiu! Estou aqui no galpão, ele está sujo de sangue, o carro da está na porta e eu estou preocupada! – passei a mão em meus cabelos, olhando ao redor.
– Já viu se ele está aberto? Fica calma, minha princesa, estou indo para aí. – disse apreensivo.
– Está trancado! Está bem, vou te esperar. – encerrei a ligação e guardei o celular em meu bolso.
Fui para fora e tentei abrir o Corvette, que acabou disparando o alarme.
– Para de gritar, sua lata! – dei um bico na roda.
não demorou para chegar.
! – disse ele, saindo do carro. – O que aconteceu?
Corri até ele e o abracei.
– A sumiu! Tem sangue lá dentro, será que alguém matou ela e escondeu o corpo? – perguntei desesperada, às vezes minha mente era fértil demais.
– Não, linda, se acalme. – beijou minha testa. – Fique aqui, que vou lá ver.
entrou e demorou um pouco para sair, me deixando mais aflita. Até que ele saiu de lá.
– Não mataram ela. Tem muito pouco sangue para isso. O que achei foi isso. – ele me mostrou um negócio prateado que tinha vários buraquinhos que parecia anéis.
– O que é isso? – perguntei sem conseguir identificar.
– Se chama soco inglês. Serve para colocar na mão e socar a cara da pessoa. – ele tentou colocar em sua mão, mas não entrou. – É pequeno para a mão de um homem. Coloque para eu ver.
Peguei o objeto prateado e coloquei. Encaixou perfeitamente na minha mão, então vi que estava sujo de sangue.
– Eca! Tira isso de mim. – estendi a mão em sua direção.
riu e o colocou no bolso.
– Vou ligar para o . – disse, pegando seu celular.

# POV’s
Liguei para .
, a por acaso está com você? – perguntei, já sabendo que a resposta seria não.
– Está. A está com você? – perguntou de volta.
– Como? Está sim. – respondi, olhando para ela.
– Presta atenção. Não faça nenhuma cara de raiva e nem de surpresa, só me escuta. – disse tranquilamente.
– Uhum. – desviei o olhar e saí andando de perto da .
– Estou no hospital com a . Não pergunta nada, me deixe terminar. Eu estava passando na frente de um galpão e vi o carro dela estacionado. Escutei uns barulhos estranhos e decidi entrar, assim que passei pela porta, me deparei com a e mais seis garotas batendo na . Me segurei para não dar uma coça naquelas meninas, agora a passou dos limites. – ele estava revoltado. – Acho que quebraram a costela da . Estão com ela dentro da enfermaria já faz algum tempo, não me deixam entrar e não me deram notícia nenhuma se ela está bem. A parada foi tensa.
Respirei fundo. Aquilo não podia estar acontecendo. Por causa da minha irresponsabilidade tinha pagado o pato.
– O que você vai falar para a ? – perguntou .
– Não sei, ela está preocupada com a por ter sumido. Não sei o que falar. – a olhei, ela estava encostada no Corvette de .
– Me passa o telefone para ela. – pediu.
– Tá.
Fui andando até e entreguei o celular sem falar anda.
– Oi. – disse ao colocar o aparelho perto do ouvido. – O que? O que aconteceu? Quem foi? Como você não sabe?! Estou indo para aí. – desligou o celular e foi correndo para o carro dela.
– Espera que vou com você. – falei, mas foi em vão, ela saiu cantando pneus.
, você me paga! – resmunguei com raiva.
Voltei ao galpão, desliguei as luzes e fechei tudo, o carro de estava disparando o alarme desde a hora que cheguei. Eu não podia fazer nada. Entrei no meu carro e peguei novamente o soco inglês na mão e o analisei. Liguei o carro e fui até o apartamento dela. Entrei sem tocar a campainha, e também, a porta estava destrancada. e suas amiguinhas estavam bebendo e rindo na sala e ela parou assim que me viu.
– Eu sabia que você voltaria rápido para mim, mas nem tanto. – se levantou e veio até mim.
Peguei o soco inglês do meu bolso.
– É seu, querida? – perguntei em forma de deboche.
– Como que você encontrou isso? – ela parecia espantada.
– Acho que você deixou cair depois da covardia que fez com a . O que deu você para fazer isso com ela? Estava achando que eu voltaria correndo para você? – cuspi as palavras.
– Ela não serve para você, meu amor. – colocou a mão em meu rosto.
Balancei a cabeça negativamente.
– Como você pode? Não acredito no que fez. Queria ver se você iria gostar que eu e meus amigos batêssemos no seu namorado, o que você faria? Cara, se antes queria distância de você, agora não te quero ver nem pintada de ouro. – me virei para ir embora.
– Não diga isso. Eu te amo, .
– Pode parar com esse seu showzinnho na frente de suas amiguinhas. Eu deveria te denunciar. Se acontecer algo de grave com a você vai pagar caro por isso. Só não te dou uns tapas, pois não quero sujar a minha mão. – a encarei. – Você é um lixo.
me olhava com lágrimas nos olhos. Eu estava processo de raiva. Segurei seu rosto.
– Você nunca mais, nunca mais mesmo se meta na minha vida, está entendendo? – falei.
Ela balançou a cabeça afirmando.
– Acho bom mesmo. – empurrei seu rosto.
Saí andando daquele ninho de cobras e fui para o hospital.

# POV’s
Abri os olhos e escutei o barulho de pessoas andando. Tentei me mexer, mas a dor me impediu.
– Ai. – falei assim que me mexi. – Ah! – a dor era intensa, joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos com força.
– Mocinha, você teve sorte! Não quebrou nada. – escutei a voz de uma mulher.
Abri os olhos para ver quem era. Uma senhora já de cabelos grisalhos me olhava.
– Se não quebrei, por que está doendo pra cassete? – perguntei irritada.
– A pancada foi muito forte. Vai ter que ficar de repouso alguns dias. – ela tinha uma voz serena.
– A senhora está de sacanagem comigo, só pode. – tentei me mexer novamente. – Aiiiii. Ta doendo! – reclamei, queria sair dali.
– Vá com calma, deixe-me ajudá-la. – ela veio toda delicada, me ajudando a sentar.
– Ai! – eu gritava de dor. Sim, sou escandalosa. – Vou matar aquela puta!
– Olhe a boca suja, menina. – a velha me repreendeu. – Vou lhe passar uns medicamentos para dor.
– Ta. – passei a mão no meu rosto e senti um treco estranho na minha sobrancelha. – Que merda é essa aqui?
– Você cortou o supercílio e levou dois pontos. – explicou.
– Como é? Doutora, eu tenho uma festa para ir sábado, não posso ir com esse troço na cara.
– O máximo que posso fazer por você é tirar essa linha preta e colocar um transparente. – ofereceu.
– Ah então, por favor, faça. – assenti.

# POV’s
Escutei os gritos da vindo da enfermaria, mas os enfermeiros não me deixaram passar. Aquilo me dava agonia.
– Que merda, me deixe vê-la. Eu preciso. – falei.
– Sinto muito, mas ainda não foi liberado.
. – escutei me chamar e vir correndo na minha direção. – O que aconteceu?
– Como te disse no telefone eu encontrei ela desmaiada no galpão e pelo que parece, deram uma surra nela. – menti.
– E onde ela está? – perguntou preocupada.
– Lá dentro. – informei.
tentou entrar, mas foi barrada também.
– Vocês não podem fazer isso! Eu sou a irmã dela! Deixe-me entrar! – fazia o maior escândalo.
– CARALHO gritar de dentro da sala.
Eu não sabia o que se passava ao certo dentro de meu peito, uma parte de mim quando via ela simplesmente indefesa sendo segurada pela menina e a batendo nela, senti uma vontade enorme de protegê-la e que não deixasse nada de mal acontecer com ela. Mas outra desejou simplesmente não fazer nada e deixar que merecesse aquilo tudo. Porém pelo simples fato dela estar ali apanhando no lugar da me vez ver que ela não era uma pessoa tão ruim. Ela poderia muito bem ter dito a que quem estava com era sua irmã e não ela, mas não. Preferiu arcar com as consequências. Eu estava meio confuso em relação a tudo, tantas mentiras me deixavam irritado. Precisava ficar sozinho por um tempo para esfriar a minha cabeça e por tudo no lugar. Sem que me visse, saí do hospital, peguei meu carro no estacionamento e fiquei dirigindo pela cidade.

# POV’s
Assim que cheguei vi discutindo com os enfermeiros.
– Eu quero ver ela!
Me aproximei dela e a saí puxando pelo braço delicadamente.
– Fica calma, minha princesa. Vai ficar tudo bem. – assim que falei, ela me abraçou e começou a chorar. – Shiu. Estou aqui com você. – alisei seus cabelos.
Escutei gritando, o que me deixou meio aflito, senti agarrar meu casaco com força.
– Ela vai ficar bem, né? – perguntou ela entre soluços.
– Vai. Olha, fica aqui e tome um pouco de água que irei ver se consigo alguma informação. – sentei no sofá da recepção.
Fui caminhando lentamente até a enfermaria.
– Posso falar com a médica que está atendendo a menina que tanto grita aí dentro? – pedi.
O enfermeiro me olhou sério e entrou na sala, mas o outro não deixou que eu o acompanhasse. Não demorou muito até que uma senhora bem mais baixa do que eu saiu retirando as luvas sujas de sangue.
– É a senhora que está atendendo a ? – perguntei logo de cara.
– Aquela menina exigente? Sou eu mesmo. – brincou. – Ela está bem, só vai ficar em observação até amanhã.
– Mas por que, doutora? – acho que a parada tinha sido mais seria do que parecia.
– Bem… A lesão que teve nas costelas não foi nada de grave, mas ela está sentindo muita dor, pode ter machucado algo interno que ainda não sabemos. – explicou.
– Posso ir vê-la?
– O que você é dela? – perguntou, me encarando.
– Bem, só amigo, mas a irmã dela está em prantos na recepção, tenho que me certificar que ela está realmente bem.
– Vai lá garoto, mas não demore, dei um sedativo para ela que deve apagar em alguns minutos. – a velha senhora retorceu o nariz e me deu passagem para que entrasse.
Vi deitada na cama parecendo uma defunta, ela estava meio pálida e seu rosto estava machucado apenas do lado direito. Fui até ela.
– Fala ai, cunhadinho. – ela tentou esboçar um sorriso, mas acabou saindo mais com uma cara de dor, me deixando pior a cada minuto.
A culpa era toda minha dela estar ali deitada agora.
– Não precisa falar nada. Descanse, você já fez demais para um dia só. – falei, pegando em sua mão, que também estava machucada.
– Ai. – tentou se levantar, mas desistiu e eu a ajudei a se deitar novamente.
– Da para ficar parada? Me desculpa por ter te metido nessa confusão. – disse, me sentindo muito culpado.
– Tudo bem… Não fiz isso por você. – falou meio grogue. – Aquela velha maluca me drogou! Olha só para mim, estou mais mole do que pau de velho. – ainda brincou.
Não aguentei e ri do comentário dela.
– Não diga besteira. Tenho que te agradecer por ter segurado as pontas por mim. Já fui falar com a . Isso não vai mais se repetir. – avisei.
– Deixa que me entendo com aquela vaca! Você acha mesmo que ela deixa minha cara desconfigurada e vai passar batido? Está muito enganado. O que é dela está guardado e muito bem comigo. – tentava se mexer, mas não tinha forças.
– Não vai fazer nada que se arrependa depois. Você já fez demais. – pedi. Não gosto dessas coisas de vingança.
– Uhum. – sua voz estava longe, até que ela apagou.
Dei um meio sorriso e balancei a cabeça negativamente. Quem é você? Nunca vi alguém proteger tanto a irmã assim. Passei a mão em seus cabelos e saí da sala. estava sentada na recepção e ainda chorava. Fui até ela e sentei-me ao seu lado.
– Ela está bem. Até zoou da minha cara. – falei, na tentativa de animar a minha princesa.
– Você falou com ela? Por que mão me chamou? Quero falar com ela. Ela está bem? – disparou a perguntar, segurando na manga de meu casaco.
– Hey, fica calma. Está tudo bem. Mas ela vai ter que ficar em observação até amanhã.
– Se está bem por que tem que ficar aqui? Você está mentindo para mim , fale a verdade! – estava começando a falar alto.
– Shiu. – coloquei o dedo indicador em sua boca. – Se acalme, já disse que está tudo bem. A médica me disse que a lesão que ela teve na costela não foi nada demais, mas por ela está sentindo muita dor vai ter que ficar. – tentei ser o mais breve possível para não alarmar ainda mais.
– Quero falar com o médico. – disse ela.
Torci o nariz.
– Está bem. Vou chamá-la. – saí e fui chamar a velha novamente.
Não demorei muito para voltar acompanhado com ela.
– Doutora, como está minha irmã? – perguntou extremamente nervosa.
– Como disse para o seu amigo, ela vai ficar em observação, não sabemos ainda se teve alguma lesão interna.
– COMO É QUE É?! , VOCÊ TINHA ME FALADO QUE NÃO É NADA DEMAIS! – gritou no meio do hospital e algumas pessoas olharam para nós.
– Fique calma, menina. Ela vai ficar bem, só vai ficar em observação até amanhã. Já a sedei e está dormindo. – disse a médica.
– Vou ficar aqui até ela acordar. – se sentou no sofá.
A olhei com um olhar de reprovação.
– Princesa, você tem faculdade amanhã e não pode dormir aqui. – falei.
– Não quero nem saber! Que se foda essa bosta de faculdade, só saio daqui com a bem! – cruzou os braços.
Dei uma bufada. era impossível de teimosa.
– Vou ficar aqui com você então. – sentei ao seu lado.
Por fim ela acabou dormindo abraçada comigo na recepção do hospital. Resolvi levá-la para o carro que seria mais confortável, a deitei no banco de trás enquanto me deitei no banco do motorista.
Acordei com ela me olhando e deu um sorriso leve.
– Bom dia, minha princesa. Desculpe não ter uma cama descente para te oferecer no momento. – brinquei.
– Eu gostaria mesmo se você estivesse aqui deitado comigo.
– Isso não é problema. – pulei para o banco de trás, caindo em cima dela.
Começamos a rir.
– Sem jeito te mandou lembranças. – disse, morrendo de rir.
– Diga a ele que foi sua culpa. Você me desconcentra. – me arrumei no banco, deitando nele e fazendo deitar por cima de mim. – Sabia que você é linda? – falei, tirando uns fios de cabelo que estavam em seu rosto. – Não consigo para de te olhar nenhum momento sequer.
– Para, assim eu fico sem graça. – suas bochechas ficaram vermelhas.
Então a beijei.
– Minha irmã. – sussurrou ela entre o beijo.
– Ah, ela deve estar dormindo ainda. – disse voltando a beija–la.

# POV’s
Acordei meio grogue. Minha cabeça esta dolorida, parecia que eu estava de ressaca, tentei me levantar, mas a dor constante me impediu, me fazendo deitar de volta. Odeio sentir dor!
– Caramba, vamos lá , você vai deixar isso te abater? – fiquei deitada até reunir todas as minhas forças e me levantei de uma vez, só que caí para fora da maca como uma banana pobre. – Ow merda! – reclamei, me levantando que nem uma velha com a mão na costela.
Dei um assovio para que alguém me escutasse, então uma mulher ruiva entrou.
– Sente-se, você ainda não está muito bem. – me puxou de volta para aquela maldita maca.
Ah, como que eu odeio hospitais.
– Não moça, tá doida? Já foi um “O” para levantar daí e você quer que eu deite de novo, tá doida, só pode.
– Está bem, mas então se sente para eu poder te examinar.
Fiz uma cara de tédio, mas me sentei na maca. Ela me examinou e quando ela colocou a mão em minha costela eu cheguei a ver estrelas.
– Ei! Aí dói. Tira a mão daí! – resmunguei, abaixando a minha camisa. – Já me examinou, agora eu vou para casa que tenho muitas coisas para resolver ainda.
A médica me olhou com cara de pouco amigos, mas eu não estava nem aí, sairia daquele lugar ela querendo ou não.
– Está bem. Esse remédio aqui é para você tomar quando sentir alguma dor e essa pomada é para passar na luxação. – disse, pegando duas caixas no armário e indicando cada uma.
– Ta bom, tanto faz. – falei, saindo da maca num pulo e pegando as caixas da mão dela.
– Menina, tenha cuidado e seria bom se você repousasse. ¬– avisou.
– Que repouso, que nada. Estou bem. – falei, ignorando as pontadas de dor.
Saí do hospital e vi o Dodger preto estacionado não muito longe dali na frente, cheguei e soquei a janela.
– Hey minha gente, vamos acabar com a putaria aí dentro. – escutei alguns barulhos suspeitos dentro do carro e vi abrindo a porta.
! – ela veio e me abraçou.
– PUTA QUE PARIU, ! – falei, quase chorando. – Me solta, pelo amor de Deus. – tirei os braços dela da minha costela. – Da próxima vez que você querer me matar mande um aviso prévio.
Escutei rindo.
– Já vi que está bem melhor. – disse ele.
– Já estive. Cadê meu carro?
– Ficou lá no galpão. – respondeu .
– Então vocês podem me levar lá?

# POV’s
Levante, tomei um café e fui para a faculdade, no estacionamento uma menina que vinha correndo me esbarrou.
– Oww, está me vendo aqui não? – disse irritado.
– Me desculpe, é que estou com um pouco de pressa e não te vi.
– Kate? – falei ao reconhecer a menina. – O que está fazendo por aqui?
Ela me encarou um tempo.
! Como você está diferente! – veio em minha direção. – Agora estou estudando aqui, é meu primeiro dia e estou meio enrolada. – ela pulou no meu pescoço. – Que saudades de você, menino.
Kate era uma menina que eu conhecia desde novo. Ela foi a minha primeira namorada, mas isso deixa para outra hora. Retribui o seu abraço. Senti o cheiro do seu perfume de rosas invadirem o meu nariz. Aquela sensação de prazer percorreu todo meu corpo.
– Também estava morrendo de saudades. Só não te ajudo agora porque também estou atrasado, mas como você está?
– Ótima. E você?
– Bem. – respondi, sorrindo de lado.
, não minta para mim.
Sorri mais abertamente agora.
– Serio, estou bem mesmo. Poxa vamos marca um dia para sair? Perdi o seu telefone há tempos e você também não me liga mais. – fiz uma cara de coitadinho.
– Tem razão, . Que tal sábado irmos a uma balada? – ela me deu um sorriso majestoso.
– Sábado tem uma super festa de uma amiga minha, podemos ir nela juntos. Onde posso te pegar? E que horas? – já estava logo marcando, não costumo dar mole de deixar uma gata que nem a Kate passar batido.
– Está bem. No meu apartamento. As 23h em ponto te quero na porta do prédio. – ela pegou um papel branco da bolsa juntamente com uma caneta, escreveu alguma coisa e me entregou. – Tome, não vá se atrasar.
– Não me atrasarei. – sorri, pegando o papel de sua mão. – Até sábado. – falei, dando mais um abraço apertado nela.
Por uns instantes nosso rostos se encontraram, eu a olhei diretamente nos olhos e depois para sua boca. Fui me aproximando vagarosamente até que ela se separou.
– Tenho que ir, estou atrasada. Até sábado. – sorriu meio tímida e saiu andando.
O que eu amava nela era aquele jeitinho todo meigo de ser, ficava envergonhada com as coisas facilmente e sempre sorria, tentando disfarçar.

# POV’s
Esperei minha irmã pegar seu carro e voltarmos para casa. Ela estacionou seu Corvette ao lado do meu na garagem e assim que entramos demos de cara com mamãe.
– Onde vocês estavam? Posso saber por que a senhorita não está na faculdade? – perguntou minha mãe assim que me viu entrar. – , o que aconteceu? – a olhou apavorada.
olhou torto para minha mãe.
– O que está fazendo aqui? – perguntou ela, ríspida. – Já te disse para ir embora. E me poupe desse seu teatro barato de mãe preocupada.
Juntei as sobrancelhas em reprovação ao que ela disse.
, isso é jeito de falar com a mamãe? – repreendi.
– Pelo visto você deve ter arrumado alguma encrenca aqui. O que foi? Briga de boteco? – disse minha mãe com desprezo, indo até e segurando o seu rosto. – Pelo jeito foi feio, teve até que levar ponto. A sua irmã teve que ir te buscar na delegacia? – falava com nojo e repulsa, como se fosse algum tipo de animal leproso.
puxou seu rosto das mãos de minha mãe.
– Tenho mais o que fazer! – minha irmã saiu andando.
– Onde vocês estavam? – perguntou minha mãe, se virando para mim.
– Estava no hospital com ela. – expliquei.
– Podia ter me avisado, fiquei preocupada com você, querida. – ela veio e me abraçou. – Pensei que aquele menino tinha feito algo contigo.
– Ele nunca faria nada de mal a mim. ficou comigo a noite inteira na recepção do hospital. – o defendi.
– Não estou gostando nada da sua proximidade com esse garoto. Aquela vez que o seu celular estava com um menino, era ele? – quis saber.
– Sim.
– Bem querida, só estava esperando você chegar para me despedir. Eu e seu pai já vamos. – falou, dando um beijo em minha testa.
– Mãe, por que você e a não se dão bem? – perguntei.
– Sua irmã não merece o meu respeito. Já tive muita dor de cabeça por suas desobediências. Hoje em dia, se ela quiser se matar, pode ir em frente, apenas vou bater palmas por seu feito espetacular. – nunca tinha escutado minha mãe ser tão fria assim antes.
– É bom saber que você está pouco de fodendo para mim. – escutei descendo as escadas, já com outra roupa e maquiada. – E mamãe, eu coloquei de volta. – ela mostrou a língua revelando um piercing.
– Eu não acredito que você colocou esse troço nojento! Tire isso, senão vou arrancar com um alicate! – minha mãe ficou nervosa e foi em direção a minha irmã.
– Não me faça rir. , não me espere para o almoço. – se desviou de mamãe e saiu pela porta da frente.
– Está vendo por que não me dou bem com sua irmã? Ela não se importa com nada! – apontou por onde ela tinha saído.
– Havia me esquecido como a casa se transforma em um inferno quando estão juntas. Não sei quem é pior, ela fazendo pirracinhas ou se você que cai na pilha dela. É patético. Vou tomar um banho e descansar. – falei, subindo as escadas.
Não escutei minha mãe falar nada.

# POV’s
Saber que a além da minha irmã me odiar, a minha própria mão também me odiava era tão legal. Esqueci de mencionar que o cara que eu era amarradona também me odiava. Muito bom as pessoas mais importantes me odiavam. Palmas para você , que consegue fazer isso com todos que gosta. Por mais que não parecesse, eu era muito fraca para lidar com essas coisas, então para tentar me esquecer disso, liguei para meu pessoal e lhes dei o endereço do galpão para que começassem a arrumar tudo. Já era o sexto comprimido que tomava para dor nas ultimas duas horas, aquela tralha não estava funcionando, eu tinha que arranjar algo mais forte e sabia muito bem do que eu precisava. Voltei para casa e procurei desesperadamente dentro da minha mala, jogando tudo que estava dentro dela para fora e abrindo o seu fundo falso.
– Você está aí, seu danado. – peguei um saquinho de pó e uma pequena bolsinha.
Me certifiquei que a porta do quarto estava realmente trancada, coloquei o som em um volume razoável com qualquer musica e fui para meu banheiro, trancando a porta também. De dentro da bolsinha tirei dois cartões e um canudo grosso, abri o saco de pó e joguei um pouco em cima do cartão que coloquei na pia, com o outro cartão separei o pó fazendo duas carreirinhas, com o canudo cheirei a primeira carreira. – Ah porra! – havia me esquecido como aquilo fazia o meu nariz coçar mais do que qualquer coisa.
Então fui e cheirei a segunda carreira. Aquela sensação era definitivamente maravilhosa. Me fazia esquecer de qualquer merda.

# POV’s
Assim que saí da faculdade fui para a casa de , bati na porta e entrei, sentindo um cheiro de comida maravilhoso.
– Não acredito que está atacando de novo! – gritei da sala, rindo. – O que você está fazendo?
– Macarronada aos quatro queijos. – fui até a cozinha.
– Adoro! – Falei, parecendo uma criança de cinco anos.
O encontro com Kate havia me feito um bem danado.
– Ow, vejo que a donzela está melhor. – disse ao me ver.
– E desde quando estive mal? – perguntei, olhando sentado na mesa, devorando um prato de macarrão. – Deixe um pouco para mim também. – fui até o armário e peguei um prato.
– Que passarinho verde você viu, ? – perguntou de boca cheia.
– Ninguém. – falei, gargalhando.
– Tá legal. Come aí. – deu um sorriso torto.
Odiava como que aquele menino que conheciam tão bem. Dei a primeira garfada no macarrão e estava simplesmente maravilhoso.
, eu nunca comi macarronada melhor que a sua, cara. – disse, também de boca cheia, e ele riu.
– Cara, estamos parecendo dois gays!
– Ah amor, mas você faz uma comida tão boa. – afinei a voz e caímos no riso juntos.

# POV’s
Assim que saí do banho escutei uma música que vinha do quarto da .
– Ué, ela disse que não viria para o almoço. – falei sozinha.
Fui até lá e bati na porta.
– Já vai. – escutei ela gritar, a música abaixou e a porta se abriu. – Que foi? – me perguntou, fungando o nariz.
– Você disse que não viria para o almoço.
– Eu sei, já estou saindo de novo. – agora ela caçava o nariz irritantemente. – Por quê?
– Por nada, é que eu ia fazer algo para comer e pensei que você queria também. – ofereci.
– Está bem, estou morrendo de fome mesmo, já desço e te ajudo a fazer algo. A mamãe já foi? – encostou na porta e colocou as mãos dentro do bolso frontal de seu jeans.
– Já.
– Pode ir descendo que já vou.
Ela fechou a porta do quarto na minha cara e a trancou. Se eu já achava ela estranha, agora achava anda mais.

# POV’s
Procurei dentro da minha mala um chaveiro antigo que tinha. Ele era uma espada de prata, o cabo dele desatarraxava e tinha uma pequena pá nele, e o resto da espada era oca por dentro. Mandei fazer aquele chaveiro especialmente para guardar meu precioso pó. Achei ela no canto da mala, o peguei, coloquei um pouco de pó ali sem desperdiçar nada e o fechei.
– Adoro você! – falei, olhando para o chaveiro e dando um beijo nele.
Peguei as chaves do meu carro e o engatilhei na argola que prendia a chave. Guardei tudo bem escondido, coloquei o chaveiro no bolso de meu casaco e desci para a cozinha.
– Vou fazer um nhoque, o que acha? – sugeri, ainda estava meio alucinada, mas disfarcei.
– Só se eu fizer o molho. – sorriu para mim.
– Tanto faz. – Dei de ombros.
A merda do meu nariz não parava de coçar nenhum momento, chegava a ser irritante aquilo, mas pelo menos a dor havia sumido. Eu adorava a sensação de adrenalina correr por minhas veias. Me sentia enérgica e como se eu fosse capaz de tudo. E também tinha a melhor parte, eu me perdia completamente do mundo alheio, era somente eu e mais eu, mais ninguém.
Quando me dei conta já estava no meu carro dirigindo a mais de 100 km/h em pleno centro da cidade, cortando todos os carros que via pela frente. Passava no DVD do carro o clipe “Undisclosed Desires – Muse”. Balancei a cabeça, espantando os pensamentos que aquela música me fazia lembrar e diminui a velocidade.
– Para onde eu estava indo mesmo? – perguntei a mim mesma. – Ah sim. Para o galpão pra ver como andam as coisas.
Não demorei muito para chegar até o local. Havia mais de 200 homens trabalhando ali. Montando paredes e tudo o que precisava.
! – escutei alguém me chamando.
Me virei para ver quem era.
– Roger. – falei assim que reconheci o cara.
– Fala aí, maluquinha. Como está indo? – perguntou ele, colando o braço em meu ombro e começamos a caminhar.
– Melhor impossível. – dei um sorriso. – Como estão caminhando as coisas por aqui? – perguntei, me referindo ao andamento do galpão.
– Bem rápidas, como você mandou. Acho que até sábado à tarde já terminamos tudo.
– Acho bom estar mesmo, estou pagando uma nota para isso tudo andar o mais rápido possível. – avisei.
– E está, meus homens vão trabalhar 24hs para garantir a sua festa. – Roger sorriu.
– Sabe aqueles bagulhetes que você me vendia?
– Você voltou? – perguntou, surpreso. – Já disse que isso não vai te fazer bem. Cara, sou teu amigo e não quero te ver doidona por aí que nem você costumava andar.
Torci a boca em uma linha reta.
– Roger, a vida é minha e eu faço que quiser com ela. Tem ou não tem?
– Tenho. Vamos lá no carro que te dou.
– Beleza. – sorri.
Fomos até seu carro, era um Lotus Elise amarelo. Entrei no lado do carona enquanto ele foi pelo do motorista. Roger abriu o compartimento que tinha ao lado do banco e tirou de lá dois saquinhos transparentes com pó dentro.
– Vai com calma que essa é da boa. – disse, me jogando os saquinhos. – Não abusa.
– Falou. – peguei minha carteira dentro do bolso do meu casaco de moletom e tirei $100. – Tome. Fica com o troco.
Saí do carro dele e fui direto para o meu. Escondi meus saquinhos de pó em um fundo falso que tinha debaixo do banco do motorista.

# POV’s
Sábado, às 22h eu estava na frente da casa de esperando ela se arrumar. O resto da semana tinha sido um tanto corrida, quase não tinha visto , então parecia que tinha tomado um chá de sumiço, não tinha nem rastros dela, e Luize estava preocupada demais com sua festa para sequer dar o ar da graça também. ajudava Luize com o que podia em relação à festa. Vi uma R1 estacionada no lado de fora da garagem, provavelmente deveria ser de algum amigo da .
– Parece que falo as coisas e você não me escuta! Tá se drogando, por acaso? Retardada! Acorda para a vida, ! – escutei gritar e depois um barulho de algo quebrando.
Saí do carro e entrei correndo dentro da casa. estava parada no meio da sala já toda arrumada enquanto estava só de toalha. O tapete estava molhado e tinha caco de vidro por todo o lado junto com flores. O que indicava era que um vaso de flores tinha voado no chão.
– O que está acontecendo aqui? – perguntei.
Vi descendo as escadas, também fazendo a mesma pergunta.
– Essa retardada não me escuta em nada! – apontou para a irmã.
– Eu não escuto? Olha quem fala! – retrucou.
, sobe. – disse firme.
– Vamos acabar com essa briga. , você já está pronta? – cortei a briga.
olhou para nós e subiu.
– Estou.
– Então vamos! – falei, pegando ela pelo braço e a puxando.

11° Capítulo



# POV’s
Os comportamentos da minha irmã me irritavam cada vez mais. estava comendo tudo que tinha dentro de casa, sempre que eu falava com ela, nem sequer não me respondia e quando respondia era com grosseria, além de estar chegando tarde da noite em casa todos os dias dando desculpas esfarrapadas que estava vendo como andava a organização da festa. Eu já estava ficando farta das atitudes dela. Entrei possessa no carro de .
– Princesa, não precisa ficar assim. – passou a mão em meu rosto.
– Eu não sei o que esta acontecendo. Nunca a vi desse jeito. Tem horas como agora que ela fica descontrolada. Estou com medo do que pode acontecer. – olhei para baixo.
– Ow princesa, tudo vai voltar ao normal, deve ser pressão da festa que está sobre ela.
– Vai ver que é. – tentei acreditar realmente que fosse.
Espantei para longe meus problemas com a “Laurinha” e me voltei o que era importante. Bem, eu coloquei um vestido lindo que comprei no shopping junto com Luize na quinta e meu scarpin que era do mesmo tom que meu vestido. Assim quando chegamos vimos Luize na porta junto de algum garoto que eu não conhecia. Ela estava perfeitamente linda com a sua franja presa para trás e o resto do cabelo solto, seu vestido e sua sandália ankle boots combinava perfeitamente com ela.
– Amiga, você está linda! – falou Luize quando me viu.
– Você também! Parabéns amiga! – dei um abraço bem apertado nela.
– Ah obrigada! Menina, como o está lindo! – disse ela no meu ouvido.
Foi aí que reparei como ele estava vestido, seu cabelo cuidadosamente bagunçado lhe dava um ar charmoso. Fiquei alí parada alguns segundos admirando o Deus Grego a minha frente.
– Amiga, o ainda não chegou. – Luize choramingava no meu ouvido, me tirando de meu transe.
– Daqui a pouco ele chega. Fica tranquila. Anda, vamos entrar. Vamos, . – falei, fazendo um sinal com a mão.

# POV’s
Já tinha chegado na frente do predio de Kate havia uns 10 minutos. Olhei em meu relógio de pulso e marcavam 23:20hs.
– Kate é muito engraçada, diz para eu não me atrasar, mas ela mesma se atrasa.
Já estava ficando impaciente com a demora dela.

# POV’s Mariana disse que não viria porque tinha uma prova importante segunda e tinha que ficar lá estudando. Nerd! falou que ia na frente porque não estava mais aguentando minhas grosserias e que me encontrava na festa. Quem liga? Eu não ligo. Me olhei a ultima vez no espelho.
– Cara, como eu to linda! – falei, mandando um beijo para mim mesma.
Eu estava com uma maquiagem bem escura que tampou completamente todas as marcas que estava em meu rosto e por sorte não estava mais inchado, havia vestido adequadamente para uma festa do tipo, deixei meus longos cabelos soltos e arrumei minha nova franja curta. Peguei as chaves da minha moto e o capacete que estava em cima da cama e desci.
– Tchau, Put. – ele estava deitado no sofá da sala de mal comigo só por que eu briguei com ele.

# POV’s
Depois da demora de Kate, chegamos na festa de Luize já era meia noite, eu estava na porta tentando ligar para , mas ele não atendia a droga do celular. Foi então que ouvi um ronco de moto passar por trás de mim e me virei para ver. Nossa, uma mulher dirigindo uma R1, fiquei surpreso, mas continuei para ver quem era. “Ela” estacionou a moto do outro lado da rua e soltou dela, assim que tirou o capacete mal a reconheci. Sim, era ela, a própria vindo em minha direção, fiquei parado esperando que pelo menos ela desse um “oi”, mas passou batida como se não me conhecesse.

# POV’s
Passei direto por , apesar dele estar horrivelmente lindo com aquela roupa! Ele ainda estava com seus cabelos jogados de qualquer jeito, o que me deixava doida! Parei na porta para falar com os seguranças.
– Frederik. Arruma um lugar para guardar meu capacete? – pedi ao brutamonte de dois metros de altura e vinte de largura.
– Sem problemas. – disse, pegando o objeto de minha mão. – Boa festa.
– Essa noite eu arraso! – pisquei para ele, que riu.
Assim que entrei no primeiro ambiente era um estilo Coll, com vários sofás e mesinhas espalhados pelo local e tocava 1983 do Neon Trees, as pessoas ali conversavam e se divertiam, dando risadas. Assim que passei pela porta dupla branca, entrando em um ambiente completamente diferente do primeiro, esse era a pista de dança, vários barmans fazendo malabarismo com as bebidas enquanto serviam às pessoas, luzes neon tomavam conta do lugar junto com o jogo de luzes coloridas e uma fumaça de gelo seco, era impossível de conseguir falar com alguém naquele lugar, já que o som estava na maior altura, tocando Silhouettes do Avicii, andei entre a multidão de pessoas até chegar a uma outra porta dupla preta com uma luz neon em cima dela me dava acesso ao terceiro ambiente, que era um Fliperama gigantesco, e ali tocava Magic do B.O.B. O que tinha de gente naquele lugar era surreal! Tinha tantas máquinas ali que cheguei a perder a conta. Voltei para o segundo ambiente e entrei em uma porta lateral que tinha um letreiro vermelho piscando intensamente escrito “Love Game”, entrei nela e subi as escadas, as paredes eram todas pretas e o que iluminava o local eram apenas luzes vermelhas por todo o canto. Ali era mais silencioso do que o resto da festa, fui caminhando por um extenso corredor onde tinha varias cabines fechadas com camas e colchões d’água, sempre que uma das cabines estava ocupada uma luz azul se acendia, e pude contar umas sete, no mínimo. Ali tocava uma música mais romântica, Give Me Love do Ed Sheeran. Quando cheguei ao final do corredor tinha um bar e algumas pessoas conversando ali.
– Matt. – chamei, me debruçando sobre o balcão. – Me vê uma Ice para começar.
– É pra já. – respondeu o menino, pegando uma garrafinha de vidro com o rótulo vermelho. – Tome, minha Deusa. – falou, me entregando a garrafa.
– Valeu. – peguei de sua mão e entrei em outro corredor.
Ali, como o corredor anterior, também tinha cabines com camas, e mais luzes acesas do que o outro lado, a música que tocava no ambiente era um pouco mais selvagem Lollipop dos Framing Hanley, eu me senti possuída pelo ritmo daquela da batida. Até que senti alguém me abraçando por trás. Dei um sorriso de lado ao reconhecer o cheiro de seu perfume.
– Sabia que é muito difícil te encontrar? – escutei a voz de em meu ouvido, e logo depois seus lábios tocando em meu pescoço.
– Mas não impossível. – falei, me virando para ele.
– Já está bêbeda?! – perguntou, desconfiado.
Dei uma risada, jogando minha cabeça para trás.
– Ah querido, não me faça rir. E vê se me deixe em paz. – empurrei seu peito de leve, me afastando.
, se controle! – pediu.
– Ih menino, bebe um pouco e relaxa. – dei de costas para ele e saí andando.
No final do corredor tinha uma escada que descia, como do outro lado era tudo preto e só tinha apenas luzes vermelhas iluminando o caminho, assim que saí por uma porta em cima dela também tinha um letreiro piscando em vermelho, mas ali estava escrito “Sexy Game”. Dei uma risada pela criatividade que o meu pessoal teve. Eu estava novamente no segundo ambiente, nas laterais tinham banheiros, no lado direito era o feminino e no lado esquerdo o masculino. Fui até o banheiro, ele era enorme assim como todo o resto da festa, havia um espelho gigantesco em cima das pias e uma parede. As cabines eram uma ao lado da outra e tinha um aviso na porta dizendo: “Não transe dentro das cabines, por esse motivo temos ala “Love Game” e a ala “Sexy Game”. Obrigado. A gerencia.” Dei uma risada alta. Esse povo era demais, cara!

# POV’s
Não sei como, mas a minha irmã tinha me surpreendido com aquela festa, estava tudo simplesmente perfeito! Luize dançava feito louca no meio da pista de dança e vários gatinhos a rodeavam. Eu e estávamos sentados no bar vendo se víamos passar.
– Fala aí, gostosa! – senti alguém me abraçando por trás e vi que era a minha irmã.
– Você já está bêbada? – perguntei, já me irritando.
Ela deu uma risada.
– Ainda não, apenas estou começando. – assoviou, chamando atenção do barman. – Paul, me vê uma dose dupla de tequila!
! – repreendi. – Você vai acabar entrando em um coma alcoólico.
– Ih, relaxa irmãzinha, isso é fichinha para mim. – vi o tal Paul colocando um copo no balcão e enchendo até a metade. – Hey, para de miserar bebida e enche isso aí direito!
– Não moço, já está de bom tamanho. Dá para você parar de agir que nem uma criança de 15 anos? – segurei o braço dela.
– Me deixa, garota. – puxou o braço de volta, já com o copo na mão, e virou tudo de uma vez só, fazendo uma careta ao terminar. – Paul, me vê mais uma para animar.
– Não vai ver mais uma coisa nenhuma! , me espera aí. – falei no ouvido dele e saí puxando minha irmã para o primeiro banheiro que vi, que por sinal era o masculino.
Escutei alguns homens gritando e assoviando, tirando as cantadas ridículas. Empurrei-a para dentro da primeira cabine que vi e segurei o seu rosto.
– O que te deu? Você anda estranha desde o dia que brigou com o ! O que aconteceu? – perguntei, olhando dentro de seus olhos.
Ela desviou o olhar e tirou a minha mão de seu rosto.
– Dá para parar você também! Está parecendo a mamãe! – senti aquele cheiro de tequila vindo dela. – O não tem nada a ver com isso. Apenas estou sendo quem realmente sempre fui! – ela me empurrou e saiu da cabine, me deixando sozinha.
– Peste! – saí do banheiro e fui de encontro com , que estava conversando com . – Já achou um. – comentei, rindo.
– O que aconteceu, princesa? Outro problema com sua irmã? – perguntou, passando o braço em meu ombro.
– Mais ou menos isso. – dei um sorriso torto. – Não quero nem saber dela! Eu quero é curtir a festa‼! Anda vamos dançar!

# POV’s
Kate e eu estávamos sentados em um sofá de zebra um tanto gay. Bebíamos cerveja e dávamos altas risadas, lembrando do passado, ela encostou a cabeça em meu ombro, se reconfortando, enquanto eu tinha passado meu braço em volta dela. Nossos rostos estavam tão próximos que não resisti, encostei meus lábios nos dela em um beijo calmo e com gosto de cerveja. Senti alguém sentando do meu lado, mas não parei de beijá-la em nenhum momento. Até que escutei alguém cantar junto com a música do meu lado. Deus, dei-me paciência.

Got me got me love
(Deixou–me Deixou–me apaixonada)
Got me love
(Deixou–me apaixonada)
Got me lovesick
(Deixou–me doente de amor)
Got me got me love
(Deixou–me me deixo apaixonada)
Got me love
(Deixou–me apaixonada)
Yougot me lovesick
(Você me deixou muito doente de amor)

Parei de beijar Kate e me virei.
– Estou atrapalhando alguma coisa? – me perguntou.
– Está sim. – respondi irritado.
– Se preocupa comigo aqui não, pode continuar o que você estava fazendo. – ela fez um sinalzinho com a mão para que eu continuasse.
– É, mas com você aqui fica meio difícil. – torci o nariz e a encarei.
, quem é essa menina? – ouvi Kate me perguntar.
– Ninguém de interessante. – respondi, olhando de rabo de olho para , que agia feito uma criança.
Vi virando o rosto, balançando a cabeça positivamente e depois se virou para mim novamente.
– É, , sinto que sou um estorvo na sua vida mesmo. Já que sente repulsa só de me ver. – ela usou minhas próprias palavras. – Hey, menina, desculpa aí se atrapalhei alguma coisa. – se levantou e saiu andando, mas parou no meio do caminho. – Só quero que você saiba que estou sendo eu de verdade agora. – disse, se virando para mim. – Mais tarde não reclame. – a vi entrar na porta dupla e desaparecer. – O que ela quis dizer com isso, ? – Kate perguntou, sem entender nada.
– Nada amor, essa garota é doida, não esquente para o que ela diz. – falei e voltei a beijá-la.

# POV’s
Acho que nunca me diverti tanto como estava me divertindo com agora. Ela dançava fazendo caras e bocas para mim, era muito engraçado. Então vi Luize se aproximando perto de nós.
– Vocês viram o por aí? – perguntou ela perto do meu ouvido.
– Não sei nem se ele veio. – falei, dando de ombros.
– Meus amores! – escutei a gritar atrás de mim e me virei para vê-la.
– Fala, doida! – Luize sorriu. – Obrigada pela ajuda na festa.
– Vixe, foi nada não, menina. – ela jogou os braços para cima e balançou a cabeça de um lado para o outro.
A estava com uma garrafa verde na mão, que deduzi que fosse de cerveja.
, você sabe se o veio? – perguntei.
– Ele está no primeiro ambiente se agarrando com uma menina. – disse ela, dando uma grande golada em sua garrafa e dando um rodopio. – !
olhou para ela. foi em sua direção e começou a dançar se esfregando com ele.
– Luize, o está no primeiro ambiente. – avisei, falando em seu ouvido.
– Valeu. – ela saiu, andando pelo meio das pessoas.
agora dançava sensualmente na minha frente, me provocando, mordi o lábio inferior na tentativa de me controlar, então ela enlaçou seus braços em meu pescoço, me puxando para mais perto dela, unindo nossos lábios.

# POV’s
O pouco de sanidade que me mantinha ainda lúcida joguei toda fora e agarrei , eu não queria mais saber de nada, de nenhum sentimento ou razão. Só queria me perder no meio daquela confusão. Tudo bem, não era nada meu, mas ao vê-lo aos beijos com aquela garota, partiu o coração de uma tal forma que nunca senti na vida. A partir de agora estava definitivamente confirmado, eu esqueceria a qualquer custo! Seja sã ou não. Me segurei muito para não começar a chorar quando estava beijando , apenas segurei seu pescoço com mais intensidade, aprofundando o beijo. Senti ele puxando minha cintura para perto de si, mas alguma coisa me impedia de continuar, então cerrei o beijo sem ao menos olhar para a cara dele e entrei no meio da multidão enquanto as lágrimas escorriam no canto dos meus olhos, subi a escada lateral e entrei na primeira cabine desocupada, me jogando no colchão d’água em prantos. Passei a mão no cabelo, jogando-o para trás, evitando que agarrasse no meu rosto.
– Por quê? Por que você tinha que se apaixonar logo por ele? – perguntei bem baixo para mim mesma. – Eu não aguento mais. – falei, agarrando minha jaqueta com força e sentindo que soluços começavam a brotar. – Controle , tenha controle.
Minhas chaves. Cacei-as por minha calça, a puxando pelo meu chaveiro de espada. Desatarraxei o cabo da pequena espada, removendo uma pequena quantidade de pó na pazinha, colocando em meu nariz e dando uma cheirada forte, o que me fez acabar espirrando.
– Ah cassete! Até isso eu não sei mais fazer? – repeti o processo, tendo sucesso.
Fiz aquilo mais umas seis vezes. Fiquei deitada no colchão escutando de longe a música que tocava, e se não me enganava era Smells Like Teen Spirit do Nirvana. Decidi sair dali, mas antes guardei meu chaveiro dentro do bolso de zíper de minha jaqueta, onde era bem seguro. Assim que me levantei, que foi um pouco rápido para o estado que eu estava, senti uma pequena vertigem, então me escorei na parede para não cair, balancei um pouco a cabeça e senti voltar ao normal. Meu nariz insistia em me perturbar, fazendo-o coçar toda hora. Fui até o bar.
– Matt, me vê o que você tem de mais forte! – pedi, me debruçando um pouco exagerada no balcão.
– Tem certeza? Você parece que já está meio chapada. – me olhou estranho.
– Tanto faz como estou, contando que você me de a droga da bebida. – falei, meio alterada.
– Está bem. – ele pegou algumas garrafas debaixo do balcão e misturou um monte de parafernália. – Experimenta.
Deu uma bicada no copo.
– Coloca álcool nesse troço, está parecendo bebida de criança. – reclamei, lhe devolvendo.
Matt torceu o nariz e fez outro tipo de bebida.
– Isso é o mais forte que tenho.
Tomei o copo da mão dele e saí andando.

# POV’s
, estou cansada, me leva para casa? – Kate pediu.
– Mas já? Ainda são 02h12min. Está cedo. – falei, olhando no relógio.
– Eu sei, mas não estou me aguentando de sono. – ela fez um biquinho adorável, então no resisti.
– Está bem, vamos, te levo. – levantei do sofá, estendendo a mão para ela.
– Hey, . – escutei Luize me chamar. – Já está indo?
– Vou levar a Kate em casa. Kate, essa é a amiga que está fazendo aniversário. – apresentei.
– Oi, Kate! – abraçou a menina.
– Parabéns! – Kate disse, meio assustada com a reação de Liz.
– Vocês estão namorando? – Luize perguntou logo depois.
Ela não podia ser mais discreta?
– Er… – Kate procurou a resposta no meu rosto. – Não, só estamos ficando. – riu tímida.
– Hum… Isso vai acabar em casamento. – Luize gargalhou. – , vê se volta depois, a festa está muito foda.
Tá, Luize estava bem bêbada, pois acho que em sã consciência não teria feito nada disso.
– Pode deixar que vou liberar ele rapidinho para voltar. – disse Kate. – Amor, vamos?
– Depois diz que não estão namorando. – Luize balançou a cabeça e saiu andando. – Te espero aqui de volta.
– Ok. – respondi, rindo.
Saímos da festa e fomos até a meu Jaguar, que estava estacionado ali perto. Abri a porta do carona para que Kate entrasse e fui para o meu lado. Voltei para a festa depois de vinte minutos e me deparei com uma menina de camiseta branca dançando em cima do balcão com um copo na mão. Geral gritando incentivando para que a “dançarina” continuasse o show, e ela continuou dançando sensualmente conforme a música. Fui me aproximando para ver quem era a tal por quem os caras tanto gritavam e assoviavam. E foi aí que eu vi que era a . Passei a mão no rosto para me certificar que não era aquilo realmente que estava vendo. Ela levantava a camiseta lentamente e depois abaixava, fazendo um sinal com o dedo de negação.
, faz alguma coisa! Eu já tentei tira-la de lá, mas foi em vão. – falou abafado, chegando até mim.
– O que você quer que eu faça? Se ela quiser se expor, o problema é dela. – dei de ombros e saí andando.
– Você não está entendendo. Ela não está nem sabendo o que está fazendo! – ele disse, segurando meu braço.
– Não me importo se está consciente ou não! Já estou farto dessa garota, se ela morrer ou não, para mim não faz diferença. – continuei andando.
Então senti me puxar pelo braço novamente, agarrar o colarinho de minha jaqueta e me prensar na parede.
– Acho que você ainda não me entendeu! A culpa disso estar acontecendo é sua! Então dê um jeito nessa situação. – disse com raiva.
– Foda-se, não obriguei ela a fazer nada! Já disse que não me importo! – ele me soltou com um olhar de indignação e saiu andando.
Vi ele entrando no meio do povo e indo até o balcão que dançava, a agarrou pelas pernas e a tirou de lá a força. Não sei por que ele pediu a minha ajuda, se eu fosse lá faria a mesma coisa. Agora foi a minha vez de entrar no meio da multidão e ir atrás de com a menina que segurava em seu ombro. Os segui até o banheiro, onde ele a colocou no chão e a prensou contra a pia, segurando seu rosto com violência.
– Já chega por hoje! Vou te levar embora, agora! – falou ele, olhando nos olhos dela. – Você está chapada! Eu não acredito nisso. – soltou o rosto dela, a empurrando.
se escorou na pia para não cair. Demorei um pouco para digerir o que havia acabado de falar. A menina me viu parado a poucos metros e me olhou um tanto desesperada. Eu tinha que fazer alguma coisa. Era mais forte do que eu, por mais que quisesse ser frio e não me importar com o que estava acontecendo diante dos meus olhos já era demais.
, pode deixar que cuido disso. – senti minha voz sair sem que eu deixasse.
Vi ela se virando para o espelho e encarando seu próprio reflexo.
– Não! Isso de novo não! – vi começar a cambalear.
Eu e chegamos juntos nela, impedindo que caísse no chão com tudo.
– Hey, . – tirava o cabelo do rosto dela.
Seu nariz sangrava e sua pele estava ficando pálida rapidamente. Peguei sua mão e vi que estava gelada, quase não pude sentir seus batimentos, pois estavam muito fracos.
– Merda! Merda! Ela está tendo uma overdose. – a tirou de meus braços e saiu com ela pelo banheiro afora.
– Vamos no meu carro. – falei, passando por ele, abrindo caminho entre as pessoas.
Saímos da festa o mais rápido que conseguíamos. entrou no banco de trás com nos braços. Entrei no carro e arranquei cantando pneus.
– Como ela está? – perguntei, olhando pelo retrovisor.
– Eu não sei. Ela não se mexe, não reage, os lábios dela estão ficando roxos e o nariz dela não para de sangrar. Anda rápido. – ele estava aflito, praticamente em desespero, me fazendo entrar junto com ele. Demorei menos de dois minutos para chegar ao hospital. saiu com ela nos braços, fechei a porta do carro e acionei o alarme, entrando junto com ele.
– Dá para alguém me ajudar aqui! – gritou.
Logo veio dois enfermeiros empurrando uma maca. Ele a colocou em cima e fomos andando atrás deles.
– Desfibrilador. Ela está sem pulso. – falou um médico com urgência, enquanto empurrava a maca e pegava o pulso dela.
– O que?! – falei alto.
– Daqui vocês não podem mais passar. – disse um enfermeiro quando a cama passou por uma porta.
– Nem morto que vou deixá-la sozinha! – indaguei, tentando passar por ele.
– Anda , não podemos fazer mais nada. – me segurou. – Vamos rezar que o melhor para ela aconteça. – pegou meu braço e saiu, me puxando como eu fosse uma criança que fazia pirraça.
– Não , eu não posso. – tentei me soltar.
– Agora você não pode? , pare de falar tanta merda! Ainda pouco disse que não se importava se ela morresse ou não. E agora esta aí todo nervosinho querendo o bem dela? Saiba de uma coisa. Que se algo acontecer a culpa será sua! E se depois disso tudo ela ficar bem, não vou deixar que chegue perto dela. – disse, enfiando o dedo na minha cara.
Eu não estava acreditando no que estava escutando.
– A culpa é minha? Ela se droga, enche a cara até cair e a culpa é minha? – o empurrei.
– Acho que o maior babaca da terra deve ser você, não é possível. Ainda não viu que aquela menina que está lá dentro morrendo te ama mais do que a própria vida? Te ama tanto que preferiu se matar do que te ver com outra! – ele me empurrou de volta.
Aquelas palavras me acertaram em cheio. Ela realmente gostava de mim? Não podia ser. Se fosse assim não tinha me rejeitado.
– Não, isso é mentira. – olhei para o chão. Aquilo não podia ser verdade.
– Mentira? A minha vontade agora é de socar a sua cara. Por que você não para de pensar em si mesmo só um momento e pensa nos outros a sua volta? Esse seu orgulho ridículo, não é justo guardar raiva dela por uma coisa que na qual ela não teve culpa. – tinha raiva em sua voz.
– Agora você só falta falar que ela não sabia que a mãe dela me processou. – o encarei de frente agora.
– É, ela realmente não sabia. Sabe por quê? Porque a mãe dela, além de ter batido nela com tudo que tinha direito, a mandou para um lugar bem longe sem comunicação com nada e nem ninguém! Antes de julgar as pessoas procure conhecê-las primeiro e saber de seus motivos! – praticamente gritava. – E ainda mais você, nunca mais julgue a minha menina!
– Vou ter que pedir a vocês que se retirem e que vão brigar lá fora. – falou uma moça, se aproximando.
Olhei para ela e saí andando, escutei vindo atrás de mim. Desativei o alarme do Jaguar e entrei nele.
– É assim? Vai fugir da realidade? Encare os fatos que você culpou uma menina inocente por SUAS escolhas erradas! – falou do outro lado do vidro.
Saí do carro.
– Chega, cara! Você não acha que já estou péssimo demais para você continuar falando? – bati a porta do carro.
– Está? Não é o que parece indo embora e deixando ela aqui. Não me venha chorando depois que vê-la morta. – ele disse e voltou para o hospital.


12° Capítulo



# POV’s
Estava correndo um boato que uma menina tinha sido levada para o hospital tendo uma overdose. O que me deixava mais preocupada era que eu não achava minha irmã em lugar algum. Vasculhei todos os salões e nada dela. O que estava aprontando?
, eu não a encontro. – falei aflita, o encontrando em meio às pessoas.
– Calma, ela deve estar em algum lugar ficando com alguém. A festa é grande. – me abraçou.
– Eu sei, mas estou com um pressentimento ruim. – aquilo estava me deixando nervosa. – Você encontrou o ou o ?
– Não. Luize também está ajudando a procurar.
– Gente, achei. – minha amiga disse, aparecendo entre as pessoas.
– Onde? – perguntei.
– Os seguranças disseram que viram o carregando a nos braços e o estava junto. – estava tão nervosa quanto eu.
– Você sabe para onde eles foram? – perguntou.
– Não faço ideia, mas pelo que os caras me falaram parece que a estava inconsciente. Vou tentar ligar para o . – Luize saiu andando com o celular na mão.
Senti minhas pernas tremeram, minhas mãos suavam frio só com a ideia da minha irmã ser a menina que teve overdose. Mas como? Ela não usava drogas até onde sei, e pelo que conheço não usaria.
– Princesa, vamos. – chamou minha atenção, segurando em minha mão e me puxando.
– Ok. – gaguejei ao falar.
Saímos da festa. Luize falava ao celular e sua expressão era de puro pavor, ela desligou o aparelho e saiu puxando pelo braço, me deixando parada ali, sozinha.
– Não! Se aconteceu alguma coisa com ela eu tenho que saber! – gritei, indo atrás dele. – Chega de esconder as coisas de mim, não sou mais criança.
e Luize se entreolharam.
– Er… – ela começou falando e tentou buscar as palavras certas. – Sua irmã está no hospital, disse que não sabe o estado que ela se encontra, mas quando a viu pela ultima vez, estava quase morrendo.
Fiquei parada por um tempo escutando o que minha amiga havia acabado de me falar, senti minhas pernas falharem e minha vista escureceu de uma vez só.

# POV’s
desmaiou assim que recebeu a noticia, a segurei para que não caísse.
– Luize, pelo amor de Deus! O que eu faço? Não tinha como você ter dado a noticia menos chocante? – repreendi, estava apavorado com nos meus braços. – Princesa, acorda! Por favor, acorda. – dei tapinhas de leve em seu rosto.
– A coloque no carro que vou pegar uma água com açúcar para ela beber. – Luize falou e entrou na festa.
Desliguei o alarme do Dodger e coloquei no banco do carona.
– Princesa, não faça isso comigo não. Acorda, vai. – passei a mão em seu rosto angelical.
Luize não demorou muito para voltar com uma garrafa de água na mão e um copo com açúcar.
– Ela não acordou? – perguntou, se aproximando.
– Não.
– Tome. – me entregou a garrafa de água e o copo. – Você tem o aromatizante dentro do carro? – perguntou ela, entrando no lado do motorista e procurando o objeto.
– Está aí na porta. – indiquei o objeto de tampa verde.
Luize pegou, abriu a tampa e colocou próximo ao nariz de . Aquilo tinha um cheiro forte de eucalipto. Deu certo, pois ela acordou assustada, então eu a abracei.
– Fica calma. Tome. – dei o copo com água e açúcar para ela. – Vai te fazer bem.
– Não quero isso! Quero ir ver minha irmã, agora! – gritava desesperada.
– Não posso te levar para o hospital desse jeito. Precisa se acalmar um pouco. – avisei.
– Não, . Eu preciso ir, minha irmã está morrendo. – vi várias lágrimas escorrendo pelo rosto dela.
A abracei forte. Por que isso tinha que acontecer? não merecia esse sofrimento todo. Dei um beijo em sua cabeça, saí do carro, fechei a porta e fui para o lado do motorista.
– Você vai? – perguntei a Luize.
– Vou. – disse, entrando pela porta de trás.
te falou em que hospital está? – perguntei, ligando o carro.
– Sim.
Luize me disse onde era, dirigi o mais rápido que pude. Assim que chagamos, encontrei sentado nos degraus na frente da porta do hospital.
, cadê ela? – se aproximou dele correndo.
apenas levantou a cabeça, seu olhar trazia súplica e remorso. Aquilo me deu um aperto no peito, já esperei que o pior viesse. Mas ele não falou nada e voltou a abaixar a cabeça.
– Pelo amor de Deus, ! Cadê minha irmã?! – se ajoelhou na frente dele. – Me diz que ela está bem. Por favor.
– Não sei. – foi quase inaudível suas palavras.
– Como você não sabe?! – gritava. – Me responde, . Cadê ela?
Vi sair do hospital, sua feição não era muito diferente da de .
– Ela está lá dentro, não temos a menor ideia do estado dela. – disse ele, descendo os degraus.
– O que aconteceu exatamente, ? – perguntei.
Ele não me encarou, apenas olhou para .
– Não sei. – disse, desviando o olhar. – A encontrei desmaiada. – olhou para ele e depois voltou a abaixar a cabeça.
e estavam escondendo alguma coisa de muito grave ali. Não questionei. Ficamos sentados na frente do hospital por horas, ninguém falava nada. Escutei alguém vindo e me virei para ver, vi um médico caminhando até nós.
– Alguém de vocês é parente da ? – perguntou ele.
– Eu. Sou irmã dela. – disse , se pondo de pé em um segundo. – Como ela está?
Todos nós fizemos o mesmo.
– O estado dela é grave. Ela entrou em coma alcoólico, teve principio de overdose e uma pequena hemorragia interna. – o Doutor disse aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo.
desmaiou na mesma hora, mas a segurou.
– Que merda! – fui até , a peguei nos braços e a levei para dentro do carro.

# POV’s
Fiquei em estado de choque. Como? Como isso podia ter acontecido?
– Já conseguimos controlar a hemorragia com sucesso, e estamos fazendo a desintoxicação. Deve demorar de dois a três dias para que ela acorde. Mas já está fora de risco. – o médico falou.
me olhou com raiva. O que eu podia fazer agora? Ela já tinha feito mesmo.
– Com licença. – o Doutor saiu andando, nos deixando com cara de idiotas.
O dia já estava claro, continuamos sentados na escada vendo o sol nascer.
– Gente, eu vou ir para casa, não estou aguentando mais. – Luize falou, se levantando.
– Tome, vai com meu carro, depois eu pego um taxi. – joguei a chave para ela.
– Não precisa. – disse. – Vou levar para casa e depois posso deixar Luize na dela.
– Ok. – Luize me jogou a chave de volta e entrou no carro de .

Bury all your secrets in my skin
(Enterre todos os seus segredos na minha pele)
Come away with innocence, and leave me with my sins
(Desapareça com inocência, e deixe-me com meus pecados)
The air around me still feels like a cage
(O ar ao meu redor ainda parece uma gaiola)
And love is just a camouflage for what resembles rage again…
(E amor é somente uma camuflagem para o que parece ser raiva novamente...)



Eu não podia estar ali, não mais depois de saber que a culpa daquilo tudo era minha. tentava de todas as formas chamar minha atenção, tentar explicar os coisas, e por todas as vezes eu não quis escutar. Estava um clima tão pesado que podia se ver no ar. Minha cabeça estava completamente em conflito com meu coração. Ao ver aquele rosto em desespero me olhando, e depois perdendo a cor rapidamente, foi horrível. Pude sentir o desespero voltar a toda. E agora era tarde, eu sabia perfeitamente o que estava sentindo, mas negava a todo o momento.

So if you love me, let me go
(Então se você me ama, deixe-me ir)
And run away before I know
(E fuja antes que eu saiba)
My heart is just too dark to care
(Meu coração está sombrio demais para se importar)
I can't destroy what isn't there
(Eu não posso destruir o que não está lá)
Deliver me into my Fate
(Me entregue ao meu Destino)
If I'm alone I cannot hate
(Se estou sozinho, não tenho o que odiar)
I don't deserve to have you...
(Eu não mereço ter você...)
Uh, my smile was taken long ago
(Meu sorriso foi tomado há muito tempo)
If I can change I hope I never know
(Se eu posso mudar espero nunca saber)



Olhei para , que estava encostado na parede de olhos fechados. Ele era tão diferente de mim, se importava tanto com a quanto eu, pelo que parecia era que ele era completamente apaixonada por ela, dava para ver a forma de como ele falava e agia. Eu odiava o fato dela estar fazendo tudo isso, odiava suas atitudes insanas, seu jeito de criança como lida com situações difíceis, odiava o jeito que não encarava seus próprios problemas de frente, odiava seu jeito frio como falava comigo, odiava quando via aqueles olhos cheios de brilho se tornarem foscos e sem emoção. Acho que o que sentia por ela era raiva e não outra coisa. Se era raiva mesmo, o que eu estava fazendo aqui agora? Confuso. Eu estava confuso demais para ter pensamentos coerentes.

I still press your letters to my lips
(Eu ainda pressiono suas cartas junto aos meus lábios)
And cherish them in parts of me that savor every kiss
(E as guardo em partes de mim que saboreiam cada beijo)
I couldn't face a life without your light
(Eu não poderia encarar uma vida sem a sua luz)
But all of that was ripped apart... when you refused to fight.
(Mas tudo isso foi dilacerado... quando você recusou-se a lutar.)



Se o que havia me falado era verdade, que ela me amava. Por que não se manifestou em momento algum? Se me amava tanto assim, por que não lutou nenhum momento se quer por mim? Fechei os olhos e pude sentir o cheiro de seu perfume doce tomar conta de mim, o gosto de seu adorável chiclete de canela invadir minha boca e seu toque macio em meu pescoço. Aquela ilusão era tão forte quanto a luz do sol que aquecia meu rosto. Fechei a mão em punho com força. Queria tanto que aquela ilusão fosse real, que eu pudesse a sentir mais uma vez.

So save your breath, I will not hear
(Então poupe seu fôlego, não irei ouvir)
I think I made it very clear
(Acho que deixei isso bem claro)
You couldn't hate enough to love
(Você não poderia odiar o bastante para amar)
Is that supposed to be enough?
(Isso deveria ser o suficiente?)
I only wish you weren't my friend
(Eu só queria que você não fosse minha amiga)
Then I could hurt you in the end
(Assim eu poderia te machucar no final)
I never claimed to be a Saint...

(Eu nunca declarei ser um Santo...)
Uh, my own was banished long ago
(Meu interior foi banido há muito tempo)
It took the Death of Hope to let you go
(A esperança precisou morrer para deixar-te ir)



Por um momento me arrependi amargamente de ter dito que nunca mais queria vê-la na minha frente. Sempre a acusei de tudo, jogando todo o peso para cima de . E deixei bem claro que não faria diferença se ela não existisse na minha vida. Mas faria. Fui um babaca completo. Apoiei minha cabeça em minhas mãos. Depois de tudo isso eu tinha que dar um tempo. Um tempo para mim, um tempo para ela e rezar para que se esqueça de mim, na verdade implorar para que ela se afaste.

So break yourself against my stones
(Então quebre-se contra as minhas pedras)
And spit your pity in my soul
(E cuspa sua pena na minha alma)
You never needed any help
(Você nunca precisou de nenhuma ajuda)
You sold me out to save yourself
(Você me vendeu para se salvar)
And I won't listen to your shame
(E eu não ouvirei a tua vergonha)
You ran away – You're all the same
(Você fugiu – Vocês são todas iguais)
Angels lie to keep control...
(Anjos mentem para manter o controle...)
Uh, my love was punished long ago
(Meu amor foi punido há muito tempo)
If you still care, don't ever let me know
(Se ainda se importa, não deixe que eu saiba)
If you still care, don't ever let me know...
(Se ainda se importa, não deixe que eu saiba...)



Estava decidido, eu ia embora de sua vida. O estrago já foi grande demais.

# POV’s
Acordei me sentindo meio mole, vi aquele teto branco acima de mim, com um pouco de custo levantei a cabeça e vi sentado em um sofá no canto, dormindo. Ah, merda! Vim parar no hospital novamente. Me sentei na cama, tinha um troço no meu braço que parecia soro, a maquina de cardiograma fazia PIPIPIPI irritante constantemente em minha cabeça e um tubo estava enfiado no meu nariz. Arranquei o soro do meu braço, tirei os fios colados em meu peito, fazendo com que a maquina desse um PI de uma vez só e por fim arranquei aqueles tubos nojentos de meu nariz. Assim que saí da cama senti uma vertigem leve, eu estava fraca, mas consegui me manter de pé. continuava intacto no sofá, caminhei até o outro sofá, peguei minhas roupas que estavam ali e fui para o banheiro me trocar, lavei o rosto e prendi meu cabelo em um nó firme. Assim que saí, pude ver meu par de all star branco ao pé da cama, me sentei no chão para calçá-lo. Saí de fininho do quarto sem que ninguém percebesse que eu era uma paciente daquele lugar. Já na porta do hospital peguei um taxi para casa. Não tinha ninguém lá, o carro de não estava. Assim que entrei, Put veio correndo e pulou nas minhas pernas, passei a mão em sua cabeça e subi para meu quarto, as coisas estavam meio reviradas, corri até minha mala que estava escondida em cima do armário a peguei, tirei algumas coisas de dentro e abri o fundo falso, por minha sorte tudo continuava como deixei. O taxista ainda me esperava, peguei um dinheiro em minha carteira e voltei para pagá-lo. Voltei até meu quarto, peguei meu celular em cima da mesinha de cabeceira e não acreditei no que vi.
– Eu fiquei uma semana em coma! – sexta-fera, e era oito da manhã.
Passei a mão em meus cabelos, fazendo eles se soltarem.
– Meu Deus, o que eu fiz? – perguntei, me sentando na cama e apoiando minha cabeça nas palmas de minhas mãos. – Passei dos limites mais uma vez.
O pior era que a minha mente estava em branco. Uma das únicas coisas que lembrava era de ter brigado com no banheiro da festa, porque ela estava me regulando. Depois disso mais nada. Eu não podia continuar com essa insanidade por causa de homem. Isso já era loucura. Por mais difícil que fosse, eu faria, me esqueceria de , voltaria a fazer o que sempre fiz e seria eu mesma. Levantei da cama, tirei aquela roupa e fui tomar um banho para arrancar aquele cheiro horrível de hospital da minha pele. Acabei meu banho, escovei meu cabelo, vesti uma calça jeans clara, uma blusa vermelha meia manga que ia até a coxa e tinha uma boneca com óculos de sol estampada nela, um scarpin vermelho de verniz, passei meu perfume habitual e procurei minhas chaves.
– Cadê minhas chaves? – comecei a ficar apavorada, procurando elas por todo meu quarto.
Peguei meu celular, desci as escadas correndo e vi meu chaveiro prateado pendurado no porta-chaves perto da porta. Fui até ele e o abri.
– Vazio? – fiquei pasma. – Cheirei tudo o que tinha aqui dentro? Era muita coisa! Agora está explicado por que fui parar no hospital.
Fui para a garagem, entrei no meu corvette e antes de dar a partida falei.
– A partir de agora a minha vida muda.

# POV’s
Senti meu celular vibrar no meio da aula, pedi licença ao professor para sair da sala e poder atender.
– O que foi, ? – perguntei assim que atendi.
– A fugiu do hospital. – falou irritado.
– Como assim ela fugiu? Não é possível! – comecei a ficar apavorada.
– Eu não sei, quando acordei, ela não estava mais lá e nem suas roupas. Vou passar aí na sua faculdade para pegar a chave de casa e ir ver se ela está lá. – avisou.
– OK. Vou deixar na secretaria. Qualquer novidade me liga. – pedi.
– Tá. Tchau.
– Tchau.
Desliguei o celular, fui até a secretaria deixar a chave com a Senhora Jully e voltei para a sala.
– Licença, Sr. Vilk.
As aulas demoram uma eternidade para passar. Assim que bateu o ultimo sinal que liberava a nossa saída, coloquei o mais rápido que pude meu material dentro de minha bolsa e corri para a porta da faculdade, onde me esperava.
– E aí? Achou? – perguntei, tomando um pouco de ar.
– Não. Ela foi em casa, tomou banho, pegou o carro e saiu. Já tentei ligar para o celular dela, mas não atende. – estava preocupado demais.
– Vou tentar então. – peguei o aparelho dentro da minha bolsa e procurei seu número na agenda, achando rapidamente.
Chamou, chamou e chamou.
– Oi. – Escutei sua voz tranquila atendendo o celular.
– Onde você esta? – gritei.
– Se continuar gritando vou desligar o telefone e não atendo mais. Antes que você comece a me xingar, já vou falando que não precisa se preocupar porque já estou bem e sã, estou resolvendo umas coisas sobre emprego. – Como minha irmã podia ser desse jeito?
– Desde quando você trabalha? – perguntei mais calma.
– Desde sempre. Quando chegar em casa te explico. Beijos. Te amo. – ela desligou o telefone antes que eu retrucasse.
– O que ela disse?
– Falou que foi arrumar algumas coisas sobre emprego e também que estava bem e sã. – eu encarava o cara a minha frente sem acreditar em nada que havia acabado de escutar.
– Sua irmã está me preocupando cada vez mais. Ela não é essa pessoa que você conhece. – disse aflito, passando a mão nos cabelos.
– Como assim? – cerrei os olhos.
– Sabe que eu a conheço desde quando tínhamos nove anos, né?
– Sei, você ia lá em casa e tudo jogar vídeo game com ela. – dei de ombros.
– Então você deve saber que eu a conheço melhor que ela mesma. – riu.
– Deve mesmo, porque ela nunca se abriu para mim e nem minha mãe, sempre foi fechada em seu próprio mundo, grossa e fria com todos. – bufei irritada, cruzando os braços.
riu do meu comentário.
– Acho que eu a Ashley, somos os únicos que conhecemos a menina que existe nela. – deu um sorriso fraco, parecendo meio triste. – Aquela garota vale ouro.
– Você gosta muito dela, né? – sorri.
– Uhum. Faria qualquer coisa por ela. – ele abaixou a cabeça.
, você é apaixonado pela . – falei, assim que percebi o modo como ele se referia a minha irmã.
Ele levantou a cabeça e encarou meu olhar. Não precisou nem confirmar.
– Do que adianta amar sozinho? – foi o que ele conseguiu dizer. – Não sou quem ela quer.
Quando ele disse isso pude sentir um aperto no coração. Coitado, ele faria tudo por minha irmã e ela não estava nem ligando para os sentimentos do menino! Ela é uma puta mesmo. Fui até e o abracei.
– Tudo bem. Ela já sabe de tudo, já conversamos sobre isso. – falou ele, passando a mão em minhas costas. – Não precisa se preocupar.
– Como não me preocuparia? Poxa, você é um cara super legal, ela não merecia nem metade do que você faz. – reclamei.
– Vamos almoçar? – perguntou, tentando mudar de assunto.
– Vamos. – sorri para ele.
Essa semana estava sendo difícil, eu mal tinha visto , nossos horários estavam se desencontrando completamente, minha irmã não acordava e agora que acorda some. Tantos fatos juntos em minha cabeça estavam me deixando confusa. Mas por um lado eu estava feliz por ser sexta-feira, eu e Luize tínhamos combinado de ir a uma boate nova que abriu no centro.

# POV’s
Eu não sabia mais o que fazer! Não tinha ido nenhum dia no hospital ver , Kate estava meio que me pressionado para voltarmos a namorar, na faculdade estava cheio de trabalho, tirando aquelas meninas chatas que ficavam em cima de mim o tempo todo, aquilo era meio irritante. Resolvi dar uma volta para tomar um cappuccino na cafeteria que ficava perto do meu apartamento. Foi então que vi ela passar, não, estava no hospital. Como podia estar andando agora na rua? Olhei de novo, mas não a vi.
, você esta ficando louco. – falei sozinho.
– Amor! – escutei a voz de Kate e logo depois ela sentou-se na mesma mesa que eu. – Vamos lá a minha casa hoje assistir uns filmes?
– Hoje? É, ta. – respondei sem ao menos saber o que estava falando.
– Te espero as oito. – ela me deu um selinho rápido e saiu da cafeteria.
Era impressão minha ou a Kate estava me seguindo? Maluca. Acabei de tomar meu cappuccino e fui para meu apartamento.

# POV’s
Voltei ao atelier de Charlotte, e ela disse que na segunda eu poderia começar. Fiquei feliz por minhas coisas estarem começando a dar certo. Estava de volta em casa, e encontrei sentado no sofá vendo TV. Ele nem se virou para ver quem entrava, com certeza deve ter achado que era minha irmã, fui até ele e tampei seus olhos com delicadeza, como sempre fazia. Se levantou, assustado com minha presença.
! Garota, você sabe a dor de cabeça que está me deixando? Como some desse jeito e não atende meus telefonemas? – falou em um tom de voz irritado.
– Se for para brigar comigo, eu vou embora. – disse com voz de criança e fazendo um biquinho.
– Ah, minha linda, vem cá. Me desculpe. É que fiquei morrendo de preocupação. – ele veio e me abraçou.
Eu adorava aquele abraço reconfortante, quentinho e seguro que ele me dava. Me senti a verdadeira criança sendo abraçada pelo pai. O carinho que eu tinha por aquele menino era enorme, me senti culpada de não ter avisado a ele onde estava indo. O abracei tão forte como ele.
– Eu deveria te dar uma coça. – sussurrou abafado entre meus cabelos. – Quer me matar do coração? Fiquei louco quando não te vi naquela cama de hospital.
– Me perdoe, não foi a minha intenção te deixar assim, nem a você e nem a ninguém. Sabe muito bem que não gosto de preocupar ninguém com as burradas que eu faço. – me desculpei.
não falou nada, saiu me puxando escada acima, entrando no meu quarto e fechando a porta com violência.
, eu devia dar na sua cara! Cadê? Quero agora essas porcarias que você voltou a usar. – agora sim ele estava brigando de verdade comigo.
– Eu vou parar, eu juro. – mordi o canto da boca.
– Foi isso que você me disse da ultima vez e logo após foi parar no hospital tendo uma overdose! Eu quero agora! – tinha uma pose de general.
Não falei nada, apenas peguei minha mala em cima do armário, a abri, tirei o fundo falso e lhe entreguei meus saquinhos de pó.
– Cadê o resto?! – perguntou.
– Não tem resto, é só isso. – menti.
– Não minta para mim! Você não estaria abastecida só com isso! Cadê o resto? – encarei ele e fiquei com medo, sua expressão era séria demais.
– Já disse que é só isso que tenho, eu ia comprar mais. Não está vendo que está acabando? – dei uma de cínica.
– Ah, . Não me faça vasculhar essa casa de cima abaixo, me de agora! – cuspia fogo praticamente. – E também quero aquele seu maldito chaveiro.
– Não! Ele, eu não dou. – falei, segurando ele com força em minha mão.
– Você me dá por bem ou por mal. A escolha é sua. Agora quero o chaveiro e o resto do maldito pó! – estendeu a mão.
– Que merda , já disse que é só! – bati o pé.
– É? É só isso? Quer ver que não! – ele veio para cima de mim e me tomou as chaves do carro.
desatarraxou o cabo da espada e viu que não tinha nada.
– Isso fica comigo. – disse, desengatilhando o chaveiro da argola que segurava as chaves.
Ele foi até meu banheiro, abriu os saquinhos de pó e jogou tudo dentro da pia.
– Cara, isso é caro para desperdiçar assim. – reclamei.
– Você cale essa boca, porque ainda não acabei! – estava mais nervoso que nunca.
Ligou a torneira, fazendo o meu precioso pó esvair ralo abaixo. Assim que se livrou de todo o pó que eu havia lhe dado ele desceu e foi até a garagem. Não, ele não vai achar os meus dois únicos saquinhos. Corri atrás dele, mas já era tarde demais. estava agachado com a porta do meu Corvette aberto e mexendo debaixo do banco.
– Quando você mente para mim me da vontade de te socar! – disse, estressado. – “Não tenho mais, é só isso” – tentando imitar minha voz e retirou os meus dois últimos saquinho de pó que estavam debaixo do banco. – Se não tem mais, o que é isso?
– Nossa, como você achou? Eu havia me esquecido desses. – dei um sorrisinho.
– Não se faça de cínica, !
– Ah, ta bom, ! Me desculpa. Eu sei que tinha isso aí, sabia também que isso tudo acabaria mal de alguma forma, mas não pensei que fosse assim. Não quis te preocupar e nem que ficasse com raiva de mim. – falei tão rápido que eu mesma mal pude ouvir minha voz, foi aí que senti minha vista ficar turva devido a algumas lágrimas que estava querendo se libertar. – O que realmente aconteceu comigo?
– Você entrou em coma alcoólico, teve principio de overdose e uma pequena hemorragia interna. – explicou, se aproximando.
Olhei para ele, já não conseguindo conter aquelas malditas lágrimas que esvaiam de meus olhos. veio até mim e me abraçou. Como que eu consegui fazer aquilo? Quase me matei, quase me matei por causa de um... um…um merda que não me merece, essa é a grande verdade!
– Hey, minha boneca, se acalma, já passou e você está bem agora. – ele afagava meus cabelos.
– Me perdoa, por favor, me perdoa! Eu não queria ter feito isso. Nunca pretendia me matar. Ainda mais te deixar preocupado comigo. Eu não mereço nada do que você faz por mim. – Minha voz saia embargada pelo choro excessivo.
– Shiu. Eu não tenho que te perdoar por nada. Não foi sua culpa e nem a de ninguém, você somente se descontrolou. Fica calma, minha boneca. – disse, agora segurando meu rosto e me fazendo sustentar seu olhar. – Sabe que te amo e nunca ficaria com raiva de você.


13° Capítulo


# POV’s
Assim que cheguei em casa, escutei a voz da minha irmã vindo do seu quarto juntamente com a risada alta de . Joguei minha bolsa no sofá e subi correndo até lá, e os encontrei abraçados deitados na cama vendo TV. Achei fofa a cena, mas logo em seguida me veio a lembrança do que minha irmã tinha feito.
– Acho melhor o te proteger agora, porque eu vou ter sentar a mão, garota! – falei, indo em direção deles em passos largos.
“Laurinha” ficou de pé em cima da cama enquanto se sentou, a frente dela, como se fosse protegê-la mesmo.
– Vai querer bater em mim só porque enchi a cara? Até parece que você não vive fazendo isso. E além do mais, o motivo deu estar morando aqui é porque você fica saindo no meio da semana para beber com sua amiga. – ela jogou as palavras em cima de mim, já começando a briga.
– É isso aí, você veio para cuidar de mim e não o contrário! – gritei, apontando o dedo para ela.
– Se vocês duas começarem a brigar, eu tranco cada uma em quartos diferentes! – interrompeu a briga, se colocando de pé. – Estão avisadas, enquanto eu estiver aqui, não quero saber de discussões. Depois que for embora, vocês podem se matar, mas na minha presença não!
Eu e olhamos para um tanto surpresas.
– É isso aí, meu amor, me preteje dessa dragon! – riu, achando aquilo tudo muito engraçado.
– Dragon é você, sua bêbada! – rebati, irritada.
– Olha quem fala…. – disse , que recebeu uns tapinhas de .
– Eu já disse para parar de brigar! Dá para ser ou tá difícil? – ele falou, estressado agora, olhando sério para nós duas.
– Só não faço nada com você em respeito ao . – falei e saí do quarto, batendo a porta.
Escutei a campainha tocando e desci para atender.
– Quem é essa hora da noite? A Luize não pode ser, já que ela sempre entra sem bater mesmo. – estava falando sozinha, enquanto ia atender a porta.
Assim que abri a porta dei de cara com um urso de pelúcia gigantesco que me impedia de ver quem o segurava. Mesmo assim, isso não me impediu de saber quem estava por trás dele.
– Amor! – gritei de felicidade, pegando o urso.
– Minha princesa. – deu um sorriso lindo.
– Entra. – coloquei o urso em cima do sofá.
Me virei, fui correndo na direção de e saltei em cima dele.
– Nossa, isso tudo é saudades? – Perguntou rindo e me segurando para que não caísse.
– Você não viu nada. – Selei nossos lábios.
Como que eu senti saudades disso, de sentir sua boca na minha, de nossas línguas se entrelaçando, seu jeito carinhoso de lidar comigo, seu toque, tudo nele.
– Quer jantar comigo? – Perguntou assim que nos separamos.
– Quero. Me dê meia hora para eu tomar um banho e me arrumar? – perguntei, me colocando de pé.
– Todo o tempo do mundo só para te ter. – deu um beijo na minha testa.
Me fala como que ele conseguia ser assim? Tão, tão, tão, . Não respondi, subi correndo para me arrumar.

# POV’s
Desde quando cheguei estava sentado no sofá e fiquei ali o resto do dia apenas mudando de posição e procurando alguma coisa que prestasse para ver naquela droga de TV. Não conseguia me concentrar em nada por muito tempo, até que meus pensamentos se guiassem até . Droga.
– Será que ela está em casa? – me questionei, e já abrindo um sorriso só da hipótese de vê-la.
Na verdade, não sei o que ainda estava esperando para falar com , ah sim, a Kate, outra, não sei o que estou fazendo com ela, estou iludindo-a.
– Não estou iludindo ninguém. É com a Kate que quero ficar. – peguei o telefone e liguei para ela.
Ok, estava realmente ficando doido falando sozinho daquela maneira. Está bem, . Vamos ver por quanto tempo você aguenta. Assim que atendeu, não deu tempo deu falar nada.
, onde você está? Estou te esperando aqui já faz meia hora. – Reclamou ela ao atender. Ergui uma sobrancelha sem entender o que Kate estava falando.
– Foi mal, é que não estou me sentindo muito bem. Podemos marcar para outro dia? – logo me lembrei que tinha marcado de encontrá-la para jantarmos.
– O que você está sentindo, meu amor? – Kate ficou preocupada.
– É só uma dor de cabeça forte, já tomei remédio, daqui a pouco vou dormir. – Menti. Na verdade não sei por que estava fazendo isso.
– Está bem, qualquer coisa me liga. Melhoras. – ela tinha ficado triste.
– Tá, obrigado. Tchau. – já ia encerrar a ligação.
. – chamou.
– Oi. – respondi, fazendo voz de cansaço.
– Eu te amo, tá? – falou toda meiga do outro lado da linha.
– Tá. Depois nos falamos. – Desliguei o telefone.
O que eu podia fazer? Não era da Kate que eu gostava, ela só me servia na tentativa de esquecer . Será que ela está bem? Não, . Não. Eu não queria me importar com ela, eu não vou me importar, eu não me importo. Então coloca na sua cabeça, ! Vocês não vão ficar juntos! Ela está bem, você não precisa ir lá ver com seus próprios olhos. Quando dei por mim, já estava no estacionamento, entrando em minha Mercedes. Vou me arrepender por isso.

# POV’s
Eu e estávamos deitados na cama, abraçados de conchinha. Seu rosto estava na curva do meu pescoço, e seus braços me envolviam, aquecendo meu corpo. Nossos dedos estavam entrelaçados.
, vou sair com o . Não me espera. – avisou minha irmã aos berros pelo corredor.
– Tá. Tchau. – gritei de volta sem nem me mexer.
Escutei a porta da sala bater e logo depois o telefone de casa começou a tocar. Bufei irritada com aquilo, estava tão quentinho ali para me desvincular do abraço de urso do .
– Que preguiça de ir lá embaixo atender. – Reclamei, levantando da cama.
– Você dormiu durante uma semana e ainda está com sono? Cria vergonha nessa cara, menina! – brincou, me empurrando com o pé.
– Não enche. – dei língua pra ele.
Desci as escadas para atender aquele troço que insistia em tocar.
– Alô. – Falei ofegante após uma pequena corrida até o aparelho.
, você ainda está em casa? – minha voz era tão parecida assim com a da minha irmã?
– Não é a , é a irmã dela. – falei com a pessoa que ainda não sabia quem era.
? Você acordou e já está em casa? – reconheci por fim a voz de Luize.
– Uhum. Fugi daquela espelunca hoje de manhã. – respondi, contente.
– Como assim você fugiu? – ficou interessada, como se fosse uma criança prestes a escutar uma história muito legal.
– Depois te conto direito como foi. Todo bem com você? – mudei de assunto.
– Sim e com você? – ela estava animada, nem parecia que um dia já me odiou por ter ficado com .
– Bem… Curtiu a festa?
– A melhor da minha vida. – Luize pareceu muito feliz. – Pow, cadê a sua irmã?
– Ela acabou de sair com o . Por quê?
– Aquela vaca! Ela me paga, estou aqui na frente da porta da boate esperando aquela puta e ela me fura! – Luize estava dando o maior chilique.
– É. – Ri da raiva dela.
– Tudo bem, deixa ela comigo. Depois nos falamos. Tchau.
– Tchau. – Desliguei o telefone, rindo.
Fui na cozinha beber uma água e escutei a campainha tocar novamente.
– Será que é a Luize? – Fui indo abrir a porta rindo, já imaginando a cara dela.
Assim que abri dei de cara com ele.

# POV’s
Ela estava ali na minha frente, seus cabelos soltos, sua franja caída um pouco nos olhos, com uma camisa que ia até suas belas e torneadas coxas expostas, por sinal, masculina, o que me fez questionar de quem era. ficou parada na porta me olhando por um breve momento e depois mencionou em fechá-la na minha cara, mas eu a impedi, segurando a superfície de madeira.
– Não tenho nada para falar com você, . Fora! – Disse ela, ainda empurrando a porta.
– Dá para ver que você está melhor! Empurrando a porta com essa força toda. – continuei segurando a porta.
– Vou ficar ainda melhor com você longe de mim. – estava de costas para a porta e a segurava com todo o seu peso.
Fui me impulsionando para dentro lentamente conseguindo espaço para entrar.
, eu já disse que não tenho nada para falar com você. – Rosnou baixo ainda atrás da porta, tentando fechá-la.
Por fim consegui entrar e ela fechou a porta com força assim que terminei de passar.
– Fora da minha casa, ! – Ela continuava encostada na porta, parecendo que a segurava.
– Não. – Puxei ela pela cintura e a beijei.
Senti suas mãos delicadas empurrarem meu peito, ela não abria espaço para que minha língua invadisse sua boca, soltava um pequeno gemido de rejeição. Até que senti ela me dando uma joelhada entre as pernas. A soltei na mesma hora.
– Quem você pensa que é para invadir minha casa e me agarrar desse jeito? – falava em um tom baixo, mas ele continha raiva. – Perdeu o senso do absurdo?
– Apenas alguém que você odeia amar. Depois dessa, vou embora. E você, fique pensando nesse beijo que acabou de rejeitar, que pensarei na sua joelhada. – Falei, ainda sentindo dor, com as mãos entre as pernas. Vaca, tinha me acertado com força!
– Já falou merda o suficiente por uma noite, ! Agora fora da minha casa. – Ela parecia que me atacaria a qualquer momento diante a raiva que estava.
– Só vim saber se você estava bem. – Falei, por fim já sentindo menos dor. – E pelo jeito, está ótima.
– Por que você faz isso comigo? Em? – Ela virou de costas para mim e segurou os cabelos em forma de desespero. – Sabe que é difícil de olhar na sua cara depois de tudo? Sabe, mesmo eu não tendo culpa do que minha mãe fez, me sinto culpada por ter te feito ficar comigo.
– Será que sou eu que faço? Ou será que você mesma se faz mal me evitando? Por que você me evita tanto? – Eu já sabia da resposta, mas queria ouvir da própria boca dela. – Além do mais, você não me forçou a nada, fiquei contigo porque eu quis.
– Não importa, a essa altura você já sabe. Não sei por que se importar com isso. Você disse para eu sumir da sua vida. – Ela permanecia de costas para mim.
– Disse de cabeça quente, não foi a minha intenção te machucar. Fiquei confuso com tudo aquilo. – confessei. – Você é a melhor coisa que apareceu na minha vida. – ela se virou para me encarar.
– Hey, , tudo bem aí? Escutei um barulho. – Vi descendo as escadas só de cueca.
Ele me olhou e desviou o olhar para , que continuava me olhando.
– Tudo, . – respondeu ela mais calma.
– O que você está fazendo aqui, cara? Já falei que não quero que chegue perto da . – acabou de descer as escadas e vinha em nossa direção.
! – falou, repreendendo ele.
– Minha boneca, ele falou que não se importava se você morresse ou não. – Ele simplesmente jogou as palavras na minha cara.
se virou para mim com um olhar que eu nunca tinha visto na minha vida, seus olhos haviam perdido completamente o foco, foi ficando cada vez mais fundo, suas íris simplesmente perderam a cor e sua face não tinha nenhuma expressão.
, nunca, nunca mais quero ver ou falar com você. Fora da minha casa. AGORA! – Suas palavras foram completamente frias. E foi como se eu não tivesse dito nada antes.
Não respondi, afinal, não tinha como rebater nada. estava falando a verdade. Embora eu tenho dito aquilo da boca para fora, não via minha vida sem ao meu lado. Saí dali sem falar nada, ela nem sequer me olhou mais uma vez.

# POV’s
Fique parada no mesmo lugar sem me mexer. “Ele falou que não se importava se você morresse ou não.” “Você é a melhor coisa que apareceu na minha vida” Era a única coisa que eu escutava na minha cabeça. Uma frase em conflito com a outra. só podia ser bipolar! Mas mesmo assim, a frase de surtia muito mais efeito do que a de . Era tudo mentira. Aquele idiota não ligava para mim! Não estava sentindo minhas pernas, não via nada mais na minha frente e então a voz de ocupou em minha mente.
– Minha boneca. Olha para mim, por favor. Não faz isso comigo. . – Senti ele sacudindo meu corpo.
– Tudo bem. – Minha voz saiu por meus lábios sem que eu percebesse.
Voltei para meu quarto sem saber como, todo meu corpo estava em piloto automático. falava comigo e eu nem sabia o que tinha respondido ou até mesmo se tinha respondido.
Acordei com o despertador tocando, 6h. Meu 1º dia na faculdade nova, e quem sabe uma vida nova. Mas acho difícil isso acontecer. Fui no quarto de , abria a cortina e sacudi ela para que acordasse, mas tudo isso sem falar nenhuma palavra. Voltei para o meu, tomei um banho e saí enrolada na toalha. estava dormindo feito uma pedra na cama, não me importei dele estar ali, acordado ou não. Me vesti e passei uma base para disfarçar aquelas olheiras enormes que me abatiam, penteei meu cabelo, o deixando solto e desci para tomar meu café.
– Você vai onde? – Perguntou minha irmã quando me viu de bolsa com livros e fichário em mãos.
– Para a faculdade. – dei de ombro, colocando o material sobre a mesa e pegando minha caneca, mas o bule de café estava vazio.
– Tá me zoando, né? Que faculdade? – estava sentada à mesa tomando um suco de laranja, enquanto me olhava pasma.
– A sua. – Peguei minhas coisas e saí.
Fui comprar um café expresso no caminho mesmo, só para não ter que conversar com ninguém enquanto lanchava. não veio atrás de mim, entrei no meu corvette e fui para a cafeteria que tinha no centro.
– Moço, me vê um expresso com creme, para a viagem. – pedi, colocando as mãos dentro do bolso de meu casaco.
Não demorou muito para ele me entregar, peguei o copo, paguei e voltei para meu carro. Fui tomando o café no caminho. Assim que cheguei na faculdade, estacionei meu carro no estacionamento que tinha lá e caminhei lentamente para o portão principal, quando vi .
– Oi, . – ele sorriu quando me viu.
– Oi. – respondi e continuei andando, sem dar muita atenção.
não me acompanhou, e agradeci muito por isso. Fui até a secretaria para pegar meus horários e assim que saí de lá, vi com suas amigas sentadas nos bancos que ficavam no jardim. Era só o que me faltava. Ignorei o fato de tê-las visto, mas foi em vão.
– Olha só, mas não é a novata namoradinha do MEU ? – A escutei falando atrás de mim.
No estado de espírito que me encontrava era capaz deu descontar tudo que estava sentindo na . Então continuei andando para não arrumar confusão. Senti alguém segurar meu braço.
– Quando falo com as pessoas, gosto que elas respondam. – a vadia segurava meu braço com força, enquanto suas súditas a seguiam.
Olhei com cara de impaciência para ela e rolei os olhos.
– Eu não sabia que galinha falava. – respondi, puxando meu braço.
– Quem você pensa que é, garota? Quer levar outra coça? – ameaçou e suas amigas riram.
– Que tal um mano a mano, eu e você, sem que suas amiguinhas se intrometam? – Sugeri, erguendo uma de minhas sobrancelhas. – Quero ver se você aguenta comigo sozinha. Mas aqui dentro da faculdade não seria algo muito adequado de se fazer. Por que você não me espera na saída, lá no estacionamento? – dei um sorriso de deboche.
– Nos vemos na saída. – ela me empurrou e foi embora.
Respirei fundo sem me preocupar, sempre me garanti em todas, apesar dela ser um pouco mais alta do que eu, não precisava ter medo. Fui para minha aula. O intervalo demorou um pouco para chegar. Assim que entrei no refeitório ouvi pessoas falando algo do tipo: “É aquela menina nova ali que vai apanhar da ” ou “Eu aposto na novata”, “Vou apostar na ”, cara que espécie de pessoas são essas? Elas estavam apostando em uma espécie de rinha ou algo do tipo? Vi vir em minha direção.
– O que você pensa que está fazendo? – Perguntou ele perto do meu ouvido.
– Nada, apenas estou acertando as contas. Falei que ela ia me pagar pelo que fez. – nós cochichávamos um no ouvido do outro no meio da fila da cantina.
– Nem pensar, a vai acabar com você. – estava preocupado.
– Não tenho medo. Não vou fugir de briga nenhuma só porque ela é maior. , não sou criança. – dei um passo, acompanhando a fila que tinha andado.
– Mas está agindo como uma. Não faz isso, . – Ele me abraçou, impedindo que eu desse mais um passo.
Dei um sorriso quando vi nos olhando de longe, então retribui o abraço, encostando a cabeça em seu ombro.
– Cadê minha irmã? – perguntei, fazendo uma varredura com os olhos.
– Não sei. Nunca a vejo nos intervalos, ela some com Luize. – respondeu, ainda abraçado comigo, afagando minhas costas.
– Muito bom. Depois nos vemos. – Dei um beijo em sua bochecha só para provocar.
– Por favor, não se meta nessa briga. – Pediu ele, segurando minha mão.
, não é bem por mim que estou fazendo isso. É pela . Então me deixa fazer. – segurei sua mão também.
– Cuidado então. – Ele deu um beijo em minha cabeça e saiu andando.
Vi ele se juntando com e alguns meninos mais. Ver o ali me fez sentir uma dor horrível e junto com ela uma raiva tremenda de mim mesma por ser tão patética a esse ponto. Tomei mais um café bem forte. As últimas aulas se passaram rapidamente. O sinal da saída tocou e fui caminhando para o estacionamento lentamente, coloquei minhas coisas no carro e me encostei no capo dele, cruzando os braços. Já estava sol, então tirei meu casaco, minha camisa deixava parte da minha barriga à mostra, na qual me orgulhava bastante. Agradeci ao colégio militar por isso. Vi se aproximar com suas aspirantes a piranhas atrás dela.
– Está pronta para apanhar? – Perguntou, se aproximando de mim.
Dei um sorrisinho de lado, prendi meu cabelo e me desencostei no carro, fazendo um pequeno alongamento com os braços e estalando os dedos. A quantidade de pessoas que tinha ali era impressionante. Passei a mão em meu pescoço em forma de alongamento, o estalando também.
– Só não vale pedir arrego para suas amigas. – Falei e depois ri. – Cai dentro, galinha. – Pesquei e mandei um beijinho para ela, fazendo um sinal com a mão para que se aproximasse.
deu suas coisas para suas amigas, veio para cima de mim e agarrou meus cabelos. Isso era patético.
– Ah cara, como você é patética! Se fosse para brigar assim, eu nem tinha aceito. – Dei uma rasteira nela, que me puxou para o chão junto.
Agora nós duas estávamos no chão. Ralei meus joelhos ao cair no cimento. O pessoal gritava muito. Começamos a rolar no chão que nem duas retardas, consegui ficar por cima dela e dei um soco na cara, a fazendo soltar meus cabelos, levantei depressa, arrumando meu cabelo rápido em um novo coque enquanto ela se levantava, já com a boca sangrando.
– Briga que nem mulher, porra! – gritei. – Vou te ensinar, presta atenção.
Avancei para cima dela, me esquivando como um gato de seus socos. Acertei seu nariz, a deixando tonta, depois a segurei pena nuca, puxando ela para perto do meu carro e batendo seu rosto no vidro do carona. Na primeira vez o vidro nem sequer rachou, mas continuei. tentava se soltar de minha mão.
– Sua vaca! Você vai me pagar! – rosnei, possuída de raiva.
Tudo se juntou dentro de mim, a raiva que fiquei dela quando me bateu de mulão, as palavras de , a raiva que eu tinha de mim mesma por ser tão idiota em relação àquilo tudo. A minha força foi tanta que peguei os cabelos da nuca de com mais força e soquei sua cabeça contra o vidro do carro mais uma vez, o fazendo trincar, repeti o feito umas cinco vezes até que o vidro se quebrou e a joguei no chão. Olhei para minhas pernas e tinha sangue nelas, o sangue de . Me afastei um pouco para ver o estrago que tinha feito, a menina estava inconsciente no chão, eu ia começar a chutar ela. Suas amigas passaram por mim e foram socorrê-la, me impedindo de me aproximar. Não via mais nada na minha frente, eu só queria bater mais naquela garota. Não me contentava com aquilo. Ela não podia ter desmaiado. Por um momento a ficha caiu. Senti minhas mãos trêmulas. Meu Deus, o que eu fiz? Cheguei mais perto e vi o rosto de cortado de fora a fora. Coloquei a mão na boca em forma de pavor.
, . – Escutei de aproximar.
Olhei para ele um pouco assustada com o que eu tinha feito. Acho que tinha passados dos limites. Será que ela estava viva?
, vou ser presa. – falei, me segurando nele agora.
– Calma, não vai não. Fique tranquila. – me abraçou.
– Está tudo bem com você? – A voz de estava atrás de mim.
Me virei para encará-lo.
– Você tem que se limpar. Anda, vamos embora daqui antes que a policia apareça. – saiu, me puxando pelo braço.
– Tire suas mãos de cima de mim, garoto. – Puxei meu braço de volta e minha voz saiu com tanto ódio que não se podia medir.
Ele me encarou assustado com minha reação. Vi e Luize se aproximando.
– O que aconteceu aqui? – Minha irmã perguntou.
chamou sua irmã para briga e se deu mal. – falou com um sorriso nos lábios.
– Eu não acredito que no primeiro dia você já está me arrumando confusão! – gritou histérica. – Se for para isso que você veio, vá embora e não aparece nunca mais. – me empurrou pelo peito.
Segurei seu pescoço e a empurrei contra um carro. Nos encaramos firmes. Ela, nem, eu sediamos.
– Cale a boca. Você não sabe dos meus motivos, então acho bom ficar na sua. – falei entre dentes, então a balancei, apertando ainda mais minha mão. Agora seu olhar mudou, e ela estava com medo.
, solta ela. – Luize puxava meu braço e me pegou pela cintura.
– Você está passando dos limites. – disse .
me olhava assustada com a mão no pescoço. Minha cabeça estava latejando e eu não sabia mais o que estava fazendo. Quando estava com raiva, perdia completamente o controle. Me tornava uma desequilibrada.
– Desculpa, . – pedi, tentando me aproximar.
– Quero você fora da minha casa hoje! Eu não tenho mais irmã. , eu te odeio! – saiu correndo dali e Luize foi atrás dela.
Olhei para e , que me encaravam meio desapontados. Voltei para meu carro e saí dali o quanto antes. Fui para casa o mais rápido que pude, peguei tudo que era meu e coloquei dentro do corvette.
– Vamos, Put. – Chamei ele, que entrou no carro também.
Meu primeiro dia no atelier era hoje. Deixei minhas coisas em um hotel, tomei um banho para tirar aquele sangue de mim e fui trabalhar.

14° Capítulo



# POV’s
Fiquei um pouco impressionado quando vi no estacionamento. Ela estava completamente fora de si, não era mais ela mesma. Onde foi parar aquela menina pura e inocente que conheci? Aquilo que vi era apenas uma pessoa fria sem coração. Ela estava seca.
, está tudo bem contigo? – Kate me perguntou, passando a mão em meus cabelos.
Nós estávamos almoçando no meu apartamento. Acho que estava tão distraído com toda aquela cena se repetindo em minha cabeça, que Kate nem parecia presente naquele momento.
– Uhum. – apenas concordei, dando uma golada em meu refrigerante.
– Você está estranho já tem uns dias, aconteceu algo que eu não saiba? – questionou daquele jeito dela, fingindo interesse pelo meu estado. Mas Kate só estava doida para saber o que tinha acontecido para sair espalhando por aí.
– Não, nada. – continuei comendo.
Kate ficou no meu apartamento o dia todo. Assim quando ela foi embora me senti como se fosse libertado. Eu tinha a necessidade de falar com , queria saber o que estava acontecendo com ela. Peguei a chave do carro e fui até a casa de .
Assim que cheguei, toquei a campainha, e Liz quem foi que atendeu a porta.
– A está? – fui direto, não queria ficar de papo com quem não interessava.
– Não, ela foi embora e não disse para onde. – respondeu meio triste, e me perguntei se ela estava mesmo triste com a partida de .
– Como a está? – tentei descobrir algo.
– Péssima seria pouco para descrever. – Luize falava baixo, com um olhar preocupado.
– Imagino. Se tiver noticias da , você me liga? – pedi.
– Acho difícil, ela não atende o celular e agora só cai na caixa postal. está achando que ela fez alguma coisa. – sua voz tinha um leve tom de pavor. E só pensar no que poderia ter acontecido, senti um calafrio percorrer minha espinha.
– Como o que? Ter se matado? – sugeri, com certo medo de que poderia ser verdade.
– É a primeira hipótese. já ligou para a mãe dela que está vindo para cá. Depois nos falamos, . – disse, dando um passo para trás.
– Até depois. – Luize fechou a porta praticamente na minha cara.
Me virei e olhei ao redor, a noite estava fria. Vi um vulto no outro lado da rua, um semblante encostado no tronco de uma arvore. Serrei os olhos e fui me aproximando. Não precisei atravessar para ver que era que estava encostada na arvore onde não tinha nenhuma iluminação. O que estava acontecendo? O que ela estava fazendo ali escondida? Vi uma BMW branca estacionar perto da calçada, bem na minha frente, o que atraiu minha atenção. Apenas fiquei observando para ver quem sairia de dentro do carro, então um homem e uma mulher saltaram, que logo identifiquei que deveria ser os pais de .
– Senhora . – Chamei, indo em sua direção.
– O que foi, moleque? – Perguntou ela com repugnância.
– Se lembra de mim? Aquele menino que a senhora processou por ter ficado com sua filha? – agora iria tirar tudo aquilo a limpo.
Ela me encarou e fechou a cara. veio atravessando a rua e parou atrás de sua mãe. Seu pai apenas estava parado na frente do carro observando toda a cena. Ele viu a filha, mas sua mão não.
– O que você está fazendo aqui? – Perguntou a Sr.ª , me olhando de cima abaixo com cara de nojo.
– Só queria saber se sabe de tudo o que a senhora fez. – ergui uma sobrancelha, dando um pequeno sorriso de lado. sequer se mexia, para que sua mãe não a notasse.
– Aquela garota idiota? – deu um sorrisinho e depois uma pequena gargalhada. –Coitada, ela não faz ideia do que fiz com sua vida, mas estou pensando em contar só para ver a reação daquela garota patética.
Como que uma mãe podia ser assim com a própria filha? Tratar a menina como se fosse nada. ficava calada atrás, parecendo uma sombra. O Sr estava mudo, acho que ele tinha ficado sem reação ao escutar, claro, se não fazia parte daquilo.
– A senhora não tem vergonha do que esta falando? Ela é sua filha. – falei com indignação.
– Aquela garota deixou de ser minha filha quando transou contigo, seu moleque depravado! Você tirou dela o que ela tinha de mais valioso em uma menina. – me deu uma bolsada na cabeça, que protegi com o braço.
– Não a forcei a fazer nada, já disse. – me defendi.
– Não acredito no que estou escutando. – por fim se manifestou. – A minha vida é um lixo por sua culpa! Qual é o prazer de estragar a vida de um filho? Deve ser muito prazeroso ver ele se matando aos poucos. – ela falava cada palavra com extrema raiva.
– Você estava escutando tudo? – Sua mãe perguntou, se virando e colocando a mão na cintura, fazendo uma pose de superior. – É bom que me poupa o trabalho de falar duas vezes. Mas uma pena que não pude ver seu rostinho de decepção. – soltou uma risadinha patética. Qual é o problema daquela mulher?
– Mãe, EU que fui atrás do no dia do show. EU que quis ficar com ele. Porque EU gostava muito dele, tanto que a senhora nem sabe o quanto. Se tivesse se preocupado menos em se encher de plásticas, e ficar se exibindo para suas amiguinhas, teria notado que a sua filha estava apaixonada. – apontou o dedo na cara de sua mãe.
– Você não sabe nem o que é estar apaixonada, garota. – Sr.ª disse com desdém. –Quantas vezes tive que ir te buscar bêbada e drogada com seus amigos no meio da madrugada? Quantas noites você acha que eu não dormi de preocupação contigo? Sabe, tem uma hora que desistimos de tentar fazer a coisa certa. – a empurrou pelo ombro com uma só mão. deu um passo para trás com esse ato.
– Hum. O mais engraçado de tudo isso, é que todas as vezes em vez de você chegar perto de mim e me dar uma palavra de ajuda ou coisa parecida, você simplesmente me batia. Nunca me disse o que era certo ou errado. Nuca falou uma única vez; “EU TE AMO FILHA.”. – estava começando a chorar. Aquilo tudo estava sendo ridículo. Fui para o seu lado e a abracei, não a deixaria enfrentando sua mãe sozinha.
– Não chora! Engole esse choro, agora. – sussurrei em seu ouvido. – Não dê esse gostinho a ela de te ver sofrer. Agora, engole esse choro. – repeti.
ergueu seu olhar até encontrar o meu. Queria beijá-la e abraçá-la com mais força. Protegê-la de tudo que a fazia mal. Ela olhou para sua mão, enquanto enlaçava aos poucos seus braços ao meu redor.
– Olha que casal lindo! Casal de perdedores, vocês se merecem mesmo. – Disse sua mãe. Ela não cansava de nos pisar? Qual era o prazer nisso tudo?
Escutei uma risada baixa, mas era não ser da Senhorita , e sim de .
– Sabe o que a tia Morgam me disse, mamãe? Que você casou com o papai apenas por dinheiro, que você era completamente apaixonada pelo menino bolsista da escola, ele era pobre e não podia te dar nada que queria. – Agora incorporava uma pessoa deferente, era forte e fria. Se soltou de meus braços e incorporou uma nova pessoa. – Quando ela falou isso fiquei na dúvida se eu era realmente filha do meu pai, então fiz um teste de DNA e sabe o que deu? Negativo! Negativo, mamãe. Olha que lindo pai, eu não sou a sua filha. – Disse ela, se virando para o pai, que a encarava pálido. – Qual o nome do meu pai mesmo? A sim, Ralf. Mãe, ele é uma cara bem legal, sabia? Tem a personalidade forte, igualzinho a mim. Deve ser por isso que você me odeia tanto! Por eu ser tão igual a ele. – Sua mãe deu um tapa em seu rosto.
– Cale a boca, garota. Você não sabe o que está dizendo. – berrou histérica.
– Como sei, e como vou continuar! Acho que você também não ficou sabendo. Ralf agora tem uma família linda e é BILIONÁRIO. – resaltou bem a ultima palavra. – E meu deu meu carro. Ele é muito meu amigo. Se preocupa bastante comigo. E quando soube que era meu pai, ficou feliz, me chamou até para morar com ele. – cuspia as palavras como se fossem um veneno.
– Que história é essa? – O pai de se aproximou.
– Mamãe, conta a verdade para ele. Eu vou indo embora. – saiu andando e fui atrás dela.
Ela andava depressa, e não parava. Merda. Segurei seu braço para que parasse de andar.
– Onde está seu carro? – perguntei, a puxando para perto.
– No conserto. – encarou o chão.
– Vamos, te levo onde você está ficando. – ofereci, descendo minha mão até a dela.
– Não precisa. Obrigada pela ajuda, . – soltou nossas mãos.
– Não foi nada. Eu não podia deixar você fraquejar na frente dela. Fiz o que amigos fazem, ajudam os outros. – ela simplesmente me abraçou, e afundou sua cabeça em meu peito.
– Me desculpa por tudo, tudo mesmo, tudo que te fiz passar. – lamentava. Senti suas pequenas mãos apertarem minha camisa nas costas.
– Você que me desculpe pelas coisas que te falei. Quando estou de cabeça quente digo coisas sem pensar. – Falei retribuindo o abraço, a apertando mais contra meu corpo. Era bom senti-la em meus braços.
– Então, estamos quites. – afaguei seus cabelos, eles tinham um cheiro bom.
– Não estamos, você não teve culpa de nada e eu te julguei sem saber dos seus problemas. – Eu ainda a abraçava forte.
– Tudo bem, eu também provoquei tudo isso. Me tira daqui? Me leva para algum lugar que ninguém me ache? – pediu com uma voz manhosa.
– Para qualquer lugar que você queira. – dei um beijo no topo de sua cabeça.
Voltei para pegar meu carro e fomos para meu apartamento.
– Vou ligar para Ralf e falar o que aconteceu. – Disse ela, pegando o celular no bolso de trás de sua calça, que por sinal era bem apertada e marcava sua bunda.
– Se quiser pode usar meu telefone. – ofereci.
– Ok, valeu.
Fui para meu quarto tomar um banho, para deixar ela com privacidade enquanto telefonava. Quando saí do banho, escutei o barulho da TV da sala ligada. Coloquei uma roupa qualquer e fui lá ver. estava estirada no sofá, e não estava nem um pouco feliz.
, você vai ficar com essa cara só por causa dessa discussão com sua mãe? – me joguei em cima dela.
– Não é por isso que estou assim. – ela me empurrou para que saísse de cima.
Acabamos rindo, então arranjamos espaço para nós dois no sofá.
– O que foi, então? Ralf falou alguma coisa que te deixou triste? – estava curioso para saber o motivo daquele bico.
– Não, essas coisas não me importam mais. O que me deixou realmente assim foi você. Fiquei muito magoada com tudo. – ela falava, olhando para o teto.
– Por favor, me desculpe por tudo. O que posso fazer para me redimir pelos menus erros? – segurei suas mãos.
respirou fundo, então nos olhamos.
– Prometi a mim mesma que te esqueceria. – ela não poderia estar falando sério, poderia? – Me ajuda a te esquecer.
– Se fosse pra te ajudar a me esquecer, eu não iria mais te procurar. – uni as sobrancelhas.
– Isso, faça isso por você. Porque sei que por mim mesma nunca conseguiria. Por mais que eu queria ser forte, levantar a cabeça e seguir em frente, é impossível. Sempre quando acho que estou começando a ir bem, você surge novamente. Me desculpe por isso. Não queria te envolver em meus problemas. – certo, ela estava muito confusa.
– Por mais que eu queira, você não sai dos meus pensamentos. – passei a mão em seu rosto.
Segurei seu queixo para poder levantar seu rosto, e vi seus olhos levemente marejados, de certa forma, isso me doeu. Ela estava ali na minha frente, tão frágil e indefesa, com a guarda completamente baixa. Nunca tinha visto ela desse jeito. Sempre é tão durona e fria. enxugou as próprias lágrimas que começavam a cair com a manga de seu casaco preto.
– Não quero que me veja assim. – Falou, dando uma leve fungada.
– Eu também não quero vê-la assim, para de chorar, senão vou me sentir mais culpado do que já estou.
– Que raiva, sabe. Raiva de mim mesma por ser assim tão idiota. Que saco! – Ela escondeu o rosto com as mangas da blusa. – Me deixa, .
– Sabia que o seu momento de sensibilidade duraria pouco. Não sei por que ainda perco meu tempo. – Falei, me levantado só sofá.
, isso não pode continuar como está. – disse irritada, se levantando também.
– Como assim? – perguntei, a olhando, seu rosto estava levemente molhado.
Ela se aproximou lentamente. Nós tínhamos sérios problemas. A pouco estávamos nos abraçando e agora uma nova briga estava começando.
– Me diz o que você realmente sente por mim? Raiva? Desprezo? Nojo? O que te faz vir até mim? – Seus olhos tinham súplicas por respostas.
Aquilo estava me deixando doido. O que eu sentia por ela? Nem eu mesmo sei. Esse tempo que fiquei longe só me fez querê-la mais, porem não sei se esse querer ia passar ou não.
– A única coisa que sei é que te quero a todo o momento. – uni as sobrancelhas, falando por fim, o que eu queria.
Ela abaixou a cabeça.
– Tenho medo de ficar contigo, achar que gosta de mim e depois me trocar por outra. – confessou, e aquilo me pegou de surpresa, o que não deixava de ser verdade. Eu pensava a mesma coisa.
– Eu também. – Levantei seu rosto. – Mas enquanto isso, não podemos tentar? – Perguntei, aproximando nossos rostos.
– Então me prometa que assim que se cansar não vai me enganar e dizer que não quer mais? – pediu.
– Prometo. – Sussurrei, chegando mais perto.
acabou com a nossa distancia, pegando em minha nuca e puxando para um beijo. Assim como fez da primeira vez que nos beijamos. Eu desejava aquele beijo como nunca desejei em toda a minha vida. Passei os braços firmemente por sua cintura e a apertei contra meu corpo. Ela passava a mão em meus cabelos, os bagunçando. O beijo ia ficando cada vez mais feroz, os nossos toque iam se intensificando.
, tenho que ir para o meu hotel. – disse nos separando, e eu reclamei com isso.
– Não, dorme aqui. – Respondi entre nosso beijo.
– Não posso. Me leva lá. – me afastou novamente.
– Só se você falar que vai pegar uma muda de roupa e dormir aqui comigo. – Falei, parando de beijá-la e a olhei.
– Seu chato. Está bem. Vamos. – ela riu, dando um tapinha em meu peito.
– Só vou colocar um tênis. – a soltei.
– Ok, só não demora, está tarde já! – falou, enquanto eu ia para meu quarto.
– Não demoro. – praticamente gritei.

# POV’s
estacionou na frente do meu hotel. Mordi o canto de meu lábio, minha vontade era de pular o banco e beijar sua boca, arrancar a sua roupa e transar com ele ali mesmo. Isso que dá ficar muito tempo sem sexo. E também hoje não era dia para isso, as coisas não estavam exatamente em seus conformes, mas bem que poderia ficar. , sua pervertida, saia logo desse carro e vá buscar suas coisas.
– Não demoro. – Falei e saí do carro correndo.
Assim que entrei no elevador meu telefone começou a tocar, eu já sabia quem era por causa do toque.
– O que quer? – atendi logo, sem rodeios.
– Não deu para eu ir aí, você deve ter notado. – Jensen já respondeu do outro lado da linha.
– Hum, nem estava mais lembrando da sua existência. – mesmo que ele não pudesse ver, rolei os olhos e bufei.
– Você não atendeu meus telefonemas. O que aconteceu? – odiava quando ele fingia que se importava.
– Nada. – respondi com má vontade e doida para encerrar aquela ligação.
– Essa semana vou aí sem falta. – Disse Jensen com convicção.
– Tá bom, tanto faz, estou ocupada demais para falar contigo. – fiquei, olhando o painel digital do elevador, que indicava em que andar estava.
– Ocupada com o que? – ele já estava me dando nos nervos.
– Estudando e trabalhando, tirando meus problemas. – falei como se fosse óbvio.
– Você e seus problemas. Depois nos falamos. – disse por fim, e dei graças a Deus por aquela conversa ter terminado.
– Tá, tchau. – afastei o aparelho do ouvido.
– Tchau. – Encerrei a ligação.
Cheguei o meu quarto, peguei uma muda de roupa e mais alguns pertences meus.
– Vamos, Put. – Coloquei a coleira nele e desci. – Espero que não se incomode de ter um hospede extra. – Falei, me debruçando na janela do Jaguar.
– Hospede? – perguntou.
– É. – Abri a porta de trás do carro e Put entrou.
– Oi, menino. – passou a mão na cabeça de Put.
– Até que ele simpatizou contigo. Put não costuma gostar das pessoas que chegam perto de mim, ele sente ciúmes. Né, menino? – Entrei no carro, passando a mão em sua cabeça também.
– Você vai ficar aqui nesse hotel até quando? – Perguntou , dando a partida.
– Até arranjar um apartamento para mim. – dei de ombros e coloquei o cinto de segurança.
– Enquanto isso você pode ficar no meu. – sugeriu, abrindo um sorriso largo.
– Não. Vou ligar para o Ralf e pedir a ajuda dele para comprar um apartamento. Não precisa se incomodar comigo, só estou indo dormir lá hoje porque você insistiu. – Dei um sorriso e deitei a cabeça em seu ombro.
– Esta bem, senhoria.
Voltamos para seu apartamento, tomei um banho, comi algo e me deitei no sofá.
– Você pensa que vai dormir aí? – perguntou, se deitando em cima de mim.
– E por que não dormiria? O sofá é bom, grande, confortável e ainda tem uma TV enorme para eu assistir, tem coisa melhor? – Ri, olhando para ele.
– Tem. – então se aproximou e me beijou.
Sua boca macia se encostou na minha e nossas línguas se uniram ficando em sincronia perfeita, parecia que o beijo dele foi feito exclusivamente para mim. Coloquei uma perna na cintura dele, sua mão segurou minha coxa com vontade, passei os braços em seu pescoço, o puxando para mim como se isso fosse possível. Assim que o beijo cessou, fiquei olhando para aqueles olhos que sempre fui apaixonada. deu um sorriso.
– Adoro te ver assim. – Disse ele.
– Assim como?
– Sendo você mesma. – Senti meu rosto corar de leve.
– Larga de ser chato. – Dei um tapa em seu braço.
– Olha só, está me agredindo. Isso não vai ficar assim, . – começou a me dar pequenas mordidas.
– Não, por favor, não. – Falei, morrendo de rir. – Pare, !
– Não! – Ele continuava mordendo meus braços, pernas, barriga, pescoço e tudo mais que encontrasse na sua frente.
Aquilo estava me fazendo cócegas e eu já estava chorando de tanto rir.
– Sabia que a sua gargalhada é a mais gostosa que já ouvi? – Ele falou, parando de me morder.
– Por quê?
– Porque além de ser espontânea é completamente sincera, e se parece como de uma criança. – explicou.
– Tá bom, vou fingir que não entendi que você me chamou de infantil. – Falei, ainda rindo e recuperando o fôlego.
– Eu não disse isso, mas só por isso vou te dar mais uma sessão de mordidas. – Ele voltou a me mordiscar enquanto eu ria feito louca, já sem ar.
– Eu retiro! Eu retiro! – Gritei. – Agora para, senão eu vou morrer.
– Está bem. – Ele parou de me morder.
Pude respirar melhor agora.
, vai para seu quarto e me deixe dormir! Temos aula amanhã. – Falei, dando uma pequena risada.
– Não! Você não vai dormir nesse sofá. – Ele me pegou pelas pernas e me levantou.
– Meu Deus, ! Nós vamos cair, menino! – me debati em seus braços.
– Para de reclamar. – Ele me levou até seu quarto e me tacou na cama como se fosse uma boneca de pano.
– Hey. – Falei em forma de reclamação. – Está pensando que sou o que? Um saco de pancadas?
– Um saco de pancadas seria demais para você. – Ele pulou do meu lado e ficou me olhando, do nada franziu a testa. – Não vai tirar esses pontos? – passou o dedo nos pontos.
– Nossa, nem me lembrava mais deles. Me arranja uma tesoura que eu mesma tiro. – Falei, levantando da cama.
– Nem pensar, amanhã você vai ao hospital e tira isso.
– Ah, fala sério, já tirei varias vezes meus próprios pontos, me empresta uma tesoura que tiro num estante. – pedi, colocando as mãos na cintura.
– Posso saber que pontos foram esses? – Ele perguntou, se levantando da cama e indo para o banheiro de seu quarto.
– Brigas de bares, servem? – o acompanhei.
– Não acredito que você era daquelas pinguças que atacam os outros no bar. – Disse ele, me entregando a tesoura.
– Eu não, os outros que implicavam comigo, ainda mais mulher quando via que o namorado delas estava me mando mole. – Fui até o espelho e comecei a tirar os pontos.
– Tá bom, sei disso.
– Entre garrafadas na cabeça, cabeçadas em vidros e espelhos, facadas na barriga e porradas de cano na costelas, o soco inglês foi a pior delas. – ia falando enquanto cortava a linha.
– Nossa, você falando assim parece até que saiu da prisão. Por que o soco inglês foi pior? – parou atrás de mim.
– Porque eu estava lúcida. – Dei uma risada. – Pronto. – Falei, assim que acabei de tirar os pontos.
– Você está falando sério? – perguntou, me abraçando por trás.
– Como você acha que aprendi a bater com a cabeça das pessoas em janelas de carro? – Brinquei. – Foi levando que aprendi.
– Tá, agora você está me zoando. – mordeu meu pescoço.
– Estou mesmo, raramente me meto em brigas. Mas a garrafada na cabeça foi verdade. Eu estava bêbada e briguei com um cara e ele me acertou bem na testa. Não me lembro o que aconteceu depois, porque apareceu e bateu no cara. – Eu o olhava pelo reflexo do espelho.
– Falando nele, o cara é seu namorado e você está aqui agora comigo. – reprovou minha atitude.
não é meu namorado, falei aquilo só para te provocar. – Agora virei para .
– Me provocar, é? – me prendeu, colocando um braço de cada lado do meu corpo. – Pois conseguiu. – Sussurrou em meu ouvido. – O que ele é seu, então?
– Meu melhor amigo que é completamente apaixonado por mim e mataria qualquer um que brincasse com meus sentimentos. – me olhou nos olhos e me beijou.
Era tão bom beijar aquela boca, nossas línguas se entrelaçavam com tanta vontade como se fossem sedentas uma pela outra, eu sentia meu piercing deslizar por sua língua, então ele puxou a bolinha devagar.
– A minha vontade é de arrancar isso aqui com o dente. – Disse ele, ainda puxando a joia.
Dei uma risada.
– Esta te incomodando? nunca reclamou. – Falei só para provocá-lo.
– Então vá beijar ele se você gosta tanto. – me soltou.
saiu do banheiro um tanto nervoso, me fazendo rir. Fui atrás dele e o puxei pela camisa.
– Ficou com ciúmes só porque falei do ? – Perguntei, o empurrando para a cama.
– Não, mas se você o adora tanto assim, por que não ta com ele agora? – questionou, ainda irritado.
O empurrei mais uma vez, fazendo-o cair sobre a cama e me sentei em cima dele.
– Porque não é ele quem eu quero. – Sussurrei em seu ouvido sedutoramente.
– Então quem você quer? – Senti suas mãos passarem por minha cintura e enquanto uma mão subia até minha nuca a outra descia até minhas coxas, que estavam à mostra por causa do short curto. – Diga. – Ele mordeu a ponta de minha orelha, me fazendo arrepiar.
– Me faça dizer. – Fechei os olhos e pude sentir ele puxando meu pescoço e unindo nosso lábios. – Mas não hoje. – Falei, só para irritá-lo. – Estou com sono e tenho que levantar cedo amanhã.
– Eu juro que vai pagar muito caro por todas essas provocações que você está fazendo. – Disse, beijando meu pescoço. – Vamos dormir, então.
me puxou, fazendo deitar em sua cama. Ele levantou, desligou as luzes da casa e a TV que tínhamos deixado ligada, e voltou para a cama, me abraçando. Acordei com alguém falando.
– Que pouca vergonha é essa?! – Abri os olhos e vi parado na porta.
– Bom dia para você também. – Olhei no relógio que já mascava 06h50min.
Me levantei em um pulo e ainda dormia.
– Acorda seu amigo que vou me arrumar. – Corri até a sala para pegar minhas roupas que estavam em minha mochila.
Fiz minha higiene matinal, me troquei o mais rápido que pude. Voltei para o quarto amarrando meu cabelo e vi só de calça jeans, fiquei com cara de cachorro olhando para a vitrine de frango. Eu sabia que ele era lindo e gostoso, mas nem tanto, sua cara de sono era fofa, seus cabelos estavam completamente bagunçados, seu peito e barriga eram perfeitamente delineados e aquelas entradas, meu pai do céu, que entradas eram aquelas? E desde quando ele tinha aquela tatuagem no braço? E que braço! Ele estava todo malhado. Virgem Maria, me acuda que eu vou cair dura! Assim que me viu na porta parada, deu um sorriso, tá, agora que vou mesmo desmaiar e nunca mais acordar.
– Já está arrumada? – Sua voz rouca ecoou no quarto, me tirando de meus devaneios.
– Hum… Que? Estou sim. Te espero lá na sala. – Saí andando meio desnorteada a me sentei antes que minhas pernas começassem a falhar.
Put pulou no sofá e colocou sua cabeçona em minhas pernas, fiz carinho nele, até que vi aparecer na porta da sala com uma camiseta xadrez preta com azul marinho, uma camisa branca por dentro, seus cabelos perfeitamente bagunçados, aquela calça jeans que marcava levemente suas pernas malhadas e seu all star branco combinava perfeitamente com sua roupa.
– Já estamos atrasados. – falou atrás dele. – Dá para andar logo, ?
– Tá , não apressa. – reclamou.
Eu? Bem, eu estava com a mesma cara de cachorro olhando para a vitrine de frangos que antes, só faltava babar. Ele veio até mim e me deu um selinho rápido.
– Vamos, minha pequena? – segurou minha mão.
Agora o meu celebrou deu pane total. Ele me chamou de minha pequena? Senti seu perfume invadir o ambiente por inteiro, se misturando com o meu. Ele pegou minha mão e saiu me puxando sem que eu falasse nada. – Vocês estão ficando? – perguntou, dando um sorriso pervertido.
– Sim. – respondeu antes que eu conseguisse raciocinar a pergunta.
– Que legal. – ele falou como se fosse uma criança feliz.
Saímos do apartamento, descemos o pequeno lance de escadas e esperamos o elevador chegar. estava abraçado em minha cintura, me fazendo perder todo o sentido de orientação que ainda me restava. Juro que se ele não estivesse me guiando ali agora, eu estava andando que nem um peru de natal tonto. Em vez de irmos para a garagem, nós passamos pela portaria do prédio.
– Ei, não vamos no seu carro? – Perguntei ao .
– Não, vamos no meu. – disse.
– Hum.
foi sentado atrás comigo. Chegamos rápido na faculdade, mas o sinal já havia tocado.
– Pequena, tenho que ir, nos vemos na hora do intervalo? – perguntou, segurando meu rosto como se falasse com uma criança de cinco anos que não entendia o que o pai falava.
– Sim. – Respondi e recebi um selinho um pouco demorado. – Até depois, .
– Até.
Enquanto ele e foram para um lado, eu fui para o outro.
As aulas se passaram rápidas. Assim que saí da sala senti alguém me puxando para dentro do banheiro feminino. Frankei estava com o rosto machucado, mas nem tanto quando eu pensei que estava, ela olhou em todas as cabines para ver se não tinha ninguém, escutei a porta do banheiro se fechando e depois o barulho de trancar. Fiquei parada tentando entender que merda estava acontecendo.
– Olá, vadia. – Disse ela, me olhando com um sorriso debochado no rosto.
– O que você quer? – ela não cansava de apanhar?
– Acerto de contas. – Frankei veio para cima de mim.
Me desviei dela. Essa menina parece que cheira um pó! Tá de sacanagem que ela queria mesmo um acerto de contas! Ia apanhar que nem cachorro novamente, e agora não tinha ninguém para me parar.
– Não quero brigar contigo. – Falei, me afastando.
– Você roubou o de mim! – gritou feito uma maluca. – Isso não vai ficar assim. – arregalei os olhos, achando que ela iria surtar.
não é nenhum objeto para ser roubado de ninguém, e se ele preferiu a mim, é porque você não dava conta dele. – falei mesmo.
– Cale a boca. – veio para cima de mim.
me deu um soco do rosto, mas pegou de raspão, logo revidei, dando outro, a fazendo ir para trás. Fui para cima daquela vadia, feito um touro. Então peguei a cabeça dela e soquei no espelho, o fazendo quebrar.
– Sua piranha. – falou e pegou um pedaço de caco bem grande. – Agora eu vou te furar todinha. – essa puta era mesmo louca, ela iria cortar a mão dela!
– Cai dentro, vadia. – veio para cima de mim e me esquivei. Mas ela se virou e me furou por trás, perto do meu rim. – Sua puta. – Falei, pegando o pedaço de vidro que se fincou em mim e puxando, mas ele quebrou. – Bosta!
Dei uma cotovelada no nariz dela, peguei pelo cabelo e bati sua cabeça na parede com força, ela desmaiou na mesma hora. Me abaixei para ver se ela estava viva e estava, pra minha sorte.
– Caralho, isso dói demais. – Reclamei, olhando no outro espelho o sangue pingando e meu casaco furado.
Peguei minha mochila e coloquei por cima de onde estava sujo de sangue, sem encostar no ferimento. Saí do banheiro, suas amigas estavam na porta e ficaram assustadas.
– Vão ajudar a amiga de vocês e limpem aquela sujeira. – Falei e saí andando.
Por sorte os corredores estavam vazios. Há essa hora os alunos deviam estar no refeitório ou no jardim passando o tempo. Eu sentia o sangue escorrer por minha calça, a molhando. Então vi e virando no corredor e entrei na primeira sala que vi. O pior foi que eles pararam na frente da sala. Olhei para o chão e vim que tinha um pequeno rastro de sangue que dava até mim. Fechei os olhos. Merda! Maldição. Assim que abri os olhos os dois me olhavam assustados.
– Acho que alguém menstruou feio aqui. – Dei um sorriso amarelo com a piadinha do .
Eu vi essa no filme Todo Mundo Em Pânico 2!
– Esse alguém é você. – falou. – O que aconteceu agora?
– O que aconteceu? Seu casaco está sujo de sangue. – veio até mim e levantou ele. – O que você arrumou? Vendeu o rim? , tem um pedaço de vidro fincado em você.
– Ai, . Não! Foi só uma briga. – Falei, abaixando o casaco e sujando minha mão de sangue.
– Você está perdendo muito sangue, vamos te levar para o hospital, agora. – pegou meu braço e saiu me puxando.
– Foi a de novo, né? – vinha logo atrás, questionando.
– Não, bem, sim. Ela me puxou para dentro do banheiro no segundo andar, dizendo que era um acerto de contas e que eu ia pagar caro por te roubado dela e tals. Aquelas baboseiras todas que você sabe. Aí ela me deu um soco e eu revidei, depois bati com a cabeça dela no vidro, aí ele quebrou e ela veio com um pedaço na mão, e me furou. – expliquei como se tivesse sido uma coisa muito legal.
, você não te juízo! Podia ter morrido. – me repreendeu. – Não faça mais isso, me prometa.
– A culpa não foi minha, ela quem começou, eu apenas me defendi. – tentei justificar.
– Mesmo assim. Me prometa que não vai mais brigar com ela.– Pediu.
– Não vou prometer nada. – rebati.
Chegamos no estacionamento rápido. Me sentei meio de lado para não pressionar o caco de vidro ainda mais.
Assim que cheguei no hospital eles me atenderam.
– Menina, mais um pouco pegava o seu rim. – A enfermeira falou, examinando a ferida. – Vai ter que levar ponto.
– Tá, mas anda rápido com isso. – Reclamei.
e estavam em pé na minha frente.
– Não estou gostando nada dessas suas confusões. – Disse , me encarando. Ok, papai!
– A culpa não é minha. Ai. Vai com calma aí, dona moça, essa merda dói. – Olhei para trás e vi ela com uma injeção na mão. – O que a senhora pensa que vai fazer com isso?
– Anestesia. Ou se você quer que eu arranque esse caco de vidro daí e te dê pontos sem ela é só me falar.
Engoli em seco, tá bom gente, eu tinha pânico de agulhas. Não podia ver uma que me dava um pavor horroroso.
– Espera aí. – Falei, antes dela enfiar aquele troço em mim. – , vem cá.
Ele me olhou sério e riu, mas veio até mim.
– O que foi? – perguntou, ainda rindo.
– Fica aqui comigo. – Pedi, segurando seu braço.
– Tá. – me segurou.
Senti uma fisgada horrível e uma pequena dor. Ela demorou cerca de 20 minutos para fazer tudo.
– Pronto, mocinha.
– Obrigada. – Levantei da maca e abaixei devagar meu casaco junto com minha blusa.
– Mais um ponto para você desfazer mais tarde. – brincou assim que saímos do hospital.
não falava nada.
– O que vamos fazer agora? – Perguntei. – Tenho que ir para o hotel tomar um banho e trocar de roupa pelo menos.
– Já perdemos o resto das aulas mesmo. Então vamos. – disse alguma coisa finalmente.
me levou até meu aparte hotel. Tomei um banho rápido enquanto os meninos comiam algo no restaurante. Depois me arrumei, penteei meu cabelo e fiz um rabo de cavalo alto e desci. Logo localizei os meninos sentados em uma mesa comendo algumas bobagens.
– Nossa, aonde você vai desse jeito? – perguntou, me olhando de cima abaixo.
– Vou trabalhar. – Dei um sorriso.
– Você, trabalhar? Com essa roupa? Quando? Onde? – Questionou enquanto ria de um aparente mine ataque de ciúmes.
– Sim , algum problema? No meu trabalho tenho que ir no mínimo bem vestida. – passei a mão em minha saia.
– Não, nenhum. Onde você está trabalhando? – Ele fez uma cara de negação um tanto engraçada e eu segurei o riso.
– Em um atelier. – Olhei no relógio e já marcava 13h00min. – Meu Deus, o tempo voou! Meninos, eu tenho que ir senão vou chegar atrasada. Beijos. – Dei um beijo na testa de cada um, mas me segurou. – O que foi?
– Um beijo na testa? Você só vai me dar um beijo na testa? Está brincando, né?
– Seu chato. – Ri e dei um selinho rápido.
– Não, volta aqui. – Ele me puxou e acabei caindo sentada em cima dele. – Quero um beijo de verdade.
, estou de batom. – reclamei, balançando minhas pernas.
– Quem se importa? – Ele me puxou pela nuca e me beijou.
Eu adorava aquele beijo, adorava como nossas bocas se encaixavam perfeitamente, adorava o gosto de menta se misturando com a meu de canela, adorava o toque de sua língua na minha, eu adorava simplesmente tudo.
– Não quero ficar segurando velha aqui não, galera. – Escutei falar.
– Ah cara, não perturba, eu tenho que ficar aturando o seu namorico com minha irmã. – disse e dei língua.
– Está bem, está bem. – levantou as mãos, se rendendo.
, eu tenho que ir. – tentei levantar, mas ele não deixou.
– E se eu não deixar? – ergueu uma sobrancelha e deu um sorriso.
– Não tem que deixar, estou falando que vou indo. E se a minha patroa brigar comigo, eu vou brigar com você. – Fiz cara de brava.
– Te adoro ver bravinha. Vai, qualquer coisa me liga? – praticamente me empurrou de seu colo.
– Ligo. – Falei, me compondo. – Tchau, meninos.
– Tchau.
Saí do hotel com um sorriso enorme.

15° Capítulo



# POV’s
Ela era perfeita. me fazia sentir o cara mais feliz do mundo. Era tão bom quando estávamos juntos.
– Cara, se você está ficando com a o que vai fazer com a Kate? – perguntou do nada.
– Não tenho nada com a Kate. Dou uns perdidos nela e ela logo me esquece. – Senti meu celular vibrar, peguei o aparelho e vi quem era. – Falando na diaba.
riu.
– Oi. – Atendi.
– Amor. Tudo bem com você? Estou morrendo de saudades! – falou toda melosa.
– Estou.
– Vamos ir ao cinema hoje? – Kate disse super animada.
– Posso não. – logo descartei.
– Por quê? , aconteceu alguma coisa? Você anda meio estranho. – revirei os olhos, ela era muito chata.
– Kate, é melhor paramos de nos encontrar. – Falei logo de cara para ver se ela parava de me encher o saco.
– O que eu fiz, ? Você está falando que estamos terminando? Não. Não estamos terminando. Você vai me pedir em namoro e você vai vir me buscar aqui no meu apartamento as 18hs. Não quero que se atrase e muito menos que me mande um SMS dizendo que não vai vir. Estamos conversados, . – desligou na minha cara.
– Kate, você surtou? Eu não vou… – falei, mas não deu tempo. – A Kate surtou, ficou louca de vez.
– O que ela disse? – perguntou, rindo da minha desgraça.
– Disse que vou pedi-la em namoro hoje e que é para ir buscá-la em seu apartamento as 18hs que iremos ao cinema. – falando daquele jeito até parecia piada.
, acho que temos ex-namoradas neuróticas e loucas. – falou sério e depois começou a rir.
– Estou começando a achar que tem um Clã de ex–namoradas retardadas, isso sim. Mulher maluca. Olha bem para a minha cara e vê se sou capacho de alguma delas? – olhei para ele.
– Da você é. – fez uma cara irônica.
– Ela não conta. – dei de ombros.
– E por que não conta? Vai me dizer que é um travesti. – era sem noção.
– Não. Vamos pedir algo para almoçar? – Falei, tentando mudar de assunto.
– Vamos.

# POV’s
No dia seguinte acordei na hora certa, pois fui dormir no meu aparte hotel e já tinha pegado o meu carro na oficina, então não iria precisar pedir carona a ninguém ou até mesmo pegar um taxi. O tempo tinha mudado completamente de ontem para hoje, olhei pela a janela e o céu estava cinza e fazia muito frio.
– Tempo maluco. – Falei e olhei para Put, que continuava debaixo das cobertas apenas me observando. – Você que tem vida boa, vai ficar o dia todo aí no quentinho.
Ele deu um pequeno gemido, o que me fez rir. Tomei um banho quente e depois me vesti. Me olhei no espelho e me senti uma criança. Peguei minha mochila e desci para comer algo. Assim que cheguei na faculdade, e me esperavam no estacionamento.
– Estou achando que você está fazendo alguma macumba ou algo de tipo. – Disse quando me aproximava.
– Por quê? – Perguntei sem entender.
– Porque não é possível uma pessoa ficar mais linda e gostosa a cada dia que passa. – me abraçou.
– Seu chato. –Dei um soquinho em seu ombro. – Não fale essas coisas alto, as pessoas podem ouvir e vão pensar que você está apaixonado por mim. – Brinquei.
– Não me importo. É verdade mesmo. – me puxou pela cintura. – Quer que eu grite bem alto? – Disse em meu ouvido.
– Corta essa, . – Ri. – Não é para tanto.
– Você acha que não? – Ele me soltou. Foi andando para dentro da faculdade até chegar ao jardim onde tinha as mesas e subiu encima de uma delas. – Ai galera.
, desce daí. – Falei, me aproximando dele. – Não faça isso.
– Vou te provar que é verdade o que estou falando.
– Não precisa me provar nada, eu acredito, agora desce daí. – Vi várias pessoas se aproximando. – , desça dessa mesa, agora.
– Não. – Ele riu da minha irritação. – Quero que todos saibam! Eu, , estou caindo de amores por essa garota aqui, . – me puxou para cima da mesa.
, pelo amor de Deus, para com isso. – Falei, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas. – Eu juro que te mato.
– Então mate. – Disse em meu ouvido.
– Aí , está pegando a maior gostosa em. – Escutei alguém gritar e o povo começou a gritar.
– É Rick, mas ela não é para o seu bico. – Ele respondeu, rindo.
, já chamou atenção demais. Agora podemos descer da mesa? – perguntei.
– Você está com vergonha? – Ele parecia que se divertia com aquilo tudo.
– Não me irrita, . – Falei, já irritada.
não respondeu, mas me agarrou na mesma hora e todo mundo começou a gritar. Por minha sorte era que quando eu o beijava me esquecia de tudo, parecia que estava somente nos dois ali. O sinal tocou, nos fazendo parar. Não consegui olhar para lado nenhum, eu deveria estar mais vermelha que um tomate, desci da mesa e saí andando.
– Sabia que cada vez mais isso está ficando mais ridículo? – Minha irmã parou na minha frente. – O que você ainda faz aqui? Mamãe não para de chorar. Papai foi embora, falando que iria mandar os papéis do divorcio e agora Luize quer se matar por sua causa. Garota, você não cansa? Já destruiu a família, quase matou uma menina no estacionamento e agora fica se agarrando com o pela faculdade.
– Você fica me culpando pelo ato de outras pessoas. Por que você não pergunta a mamãe por que ela está chorando, ao papai por que vai se divorcia dela, a menina que apanhou e ao por que ele me agarrou. Ah bem, acho que você já sabe, ele gosta de mim. Não tenho culpa. – passei por ela.
– A mamãe não fala, apenas disse que tudo isso é culpa sua. – veio andando atrás de mim e parou na minha frente.
– Diga a ela para ser um pouco menos egoísta a assumir os próprios erros, porque estou cansada de assumir o dos outros, e só não te falo umas boas verdades porque tem gente que não merece. – Falei e saí andando, dando um esbarrão nela.
– Se você é assim tão inocente de tudo, por que está fugindo? Me fale que verdades são essas? – veio atrás de mim.
– Não sou uma menina fofoqueira e muito menos que gosta de fazer intriga. Não cabe a mim te falar nenhuma das verdades, por mais que eu queria ver a sua carinha de menininha decepcionada. Então, irmãzinha linda. Bem digo, não venha com esse seu papinho de moralismo porque isso não cola em mim. – Dei uma piscadinha para ela e continuei andando.
– Você é realmente patética. – tentava de todas as formas me irritar.
– Sabe o lado bom disso tudo? – Parei e me virei para ela. – Eu não sou sua irmã e bem, nunca fui, mas de certo modo, ainda somos meia irmãs.
– Do que você está falando?
Dei uma risadinha irônica. E veio até mim.
– Dá para parar de discutir no meio do pátio, as pessoas estão olhando e ninguém precisa saber dos seus problemas familiares. – Disse ele no meu ouvido.
– Está bem, amor, vamos. – Peguei na mão dele e saí.
, ainda não acabamos de conversar, volte aqui. – falou.
– Ai fedelha, não te obedeço e nunca obedeci nenhuma ordem sua, então dá um tempo com essa de me imitar tentando ser durona, tá? Não combina com você. Deixa a parte da irmã má só para mim, valeu? – Falei, andando de costas enquanto me puxava.
– Eu já disse para você parar.
– Tá, parei. – Falei, rindo.
– Eu te odeio, “Laurinha”! – gritou, me fazendo rir mais ainda.
– Também te amo, irmãzinha. – Falei alto sem me virar para olhá-la.
Devia estar saindo fumacinha da cabeça dela agora e seu rosto deveria estar roxo de tanta raiva.
As aulas passaram rápido até o intervalo, onde me encontrei com .
– Meu lindinho. – Fui correndo até ele e o abracei.
– Minha pequena. Sabia que senti saudades? – Disse ele, me dando um selinho.
– Eu também. – Passei os braços em volta de seu pescoço. – Muita, muita. Assim ow. – Abri os braços bem grande.
– Nossa, isso tudo? A minha foi maior, quer ver? – Ele abriu os braços também.
– É, mas isso não vale, os seus braços são maiores que o meu. – Falei, fazendo um biquinho.
– Você é linda, sabia? – segurou a ponte de meu queixo.
– Você também é. – parecíamos duas crianças, e aquilo era engraçado.
. – Escutei alguém me chamar, me virei e vi Kate.
– Oi. – Dei um sorriso. – , você conhece a Kate? Ela está estudando história da moda comigo.
– Sim, já nos esbarramos por ai. – Disse ele ríspido.
, você tem a matéria de quarta passada para me emprestar?
– Poxa Kate, eu também sou nova aqui, não tenho a matéria. Eu ia te fazer a mesma pergunta. – torci a boca.
– Ah sim, tudo bem. Se você conseguir antes de mim, me empresta? – perguntou, dando um sorriso.
– Claro. E se você conseguir antes, me empresta? – Perguntei, dando um sorriso.
– Sim. Gente, desculpe atrapalhar. Vou indo, depois nos vemos. Tchau. – acenou.
– Tchau. – não disse nada e vi Kate se afastar, dando umas olhadas para nós. – O que tá pegando?
– Pegando o que? Nada. Não sabia que você e a Kate eram amigas. – dei de ombros.
– É, ela fez uma trabalho em sala comigo hoje. Não somos bem amigas, apenas colegas de classe. Mas ela é uma menina simpática. – Falei, agora olhando para ele.
– Simpática até demais. Pequena, vamos ver se encontramos o ? – entrelaçou seus dedos com os meus.
– Vamos.

# POV’s
Kate estava tramando alguma coisa, já que eu tinha dado bolo nela e não tinha atendido nenhum de seus telefonemas.
O resto da semana se passou normal, sem mais nenhuma briga aparente. Sábado, 15hs, 18 de março. Escutei a campainha tocar. Deveria ser . Levantei e fui atender.
– Kate?! – Falei, assim que abri a porta, dando de cara com a garota que entrou sem ser convidada.
– Oi, querido. Vamos conversar. – Ela se sentou no sofá.
– Não temos nada para conversar, agora saia do meu apartamento. – continuei segurando a maçaneta da porta, esperando que ela saísse por onde entrou.
– Bem, a sua nova “namoradinha” tem o rabo preso, sabia? – fez uma cara de nojenta.
– Do que você está falando? – fechei a porta.
– Além do passado trágico com drogas e alcoolismo, ela também tem a ficha suja na policia por briga de bar e porte ilegal de armas. Sabia, ? – Kate me olhou com cara de debochada.
– Kate, saia do meu apartamento. – disse, irritado.
– Então, vim avisar para você ficar longe dela, a não ser que você a queira ver presa. Bem… Ela bateu na , que coitada, não teve nem como se defender. – Kate continuava com seu joguinho ridículo.
– Você não tem como provar nada.
– Acha que não, ? É só nós irmos à delegacia e falar tudo o que aconteceu. Acha mesmo que vão acreditar que a sua queridinha é inocente? Pelo amor de Deus, . É só falar que ela estava drogada e tentou matar a . Quem vai achar que é mentira?
– Kate, você está me ameaçando? – tinha vontade de enforcar aquela garota.
– Você se sentiu ameaçado? Que bom! É apenas um aviso, querido! Fiquei longe dela e perto de mim. – Ela deu um sorrisinho e se levantou do sofá. – Bem, o recado está dado. Te dou uma semana. Pensando bem, uma semana é muito, te dou apenas esse final de semana para dar o pé naquela garota.
Peguei Kate pelos braços e taquei na parede.
– Adoro quando você usa sua força bruta em mim. Morro de tesão. – Disse ela com uma cara de safada. – Estou doida para provar essa usa boca maravilhosa de novo. Hum… Só de lembrar dá até água na boca.
Olhei para ela com desprezo total.
– O que você ganha com isso? – Perguntei.
– Você para mim. Se não voltarmos, eu vou colocar a atrás das grades e quero ver você ficar com ela. – deu um sorrisinho.
– Tenho nojo de você, garota. Nunca vou ficar contigo.
– É o que vamos ver, . Ah, mais uma coisa. Você abre o bico para ela e vai ter consequências graves. Vou indo. – a soltei.
Kate passou por mim, fui atrás dela até a porta e quando ela abriu, estava parada lá, pronta para tocar a campainha.
– Kate? O que você está fazendo aqui? – perguntou, unindo as sobrancelhas.
– Vim falar com meu namorado. – Kate deu um sorriso.
A expressão da foi de confusão completa.
– Acho que não entendi direito. Você disse namorado? – perguntou.
– É, querida. Eu e o tínhamos brigado e ele te usou para me fazer ciúmes. – Kate deu um sorriso enorme. – Mas já voltamos, então, você pode ir embora.
abriu a boca, buscando palavras.
– Kate, some daqui. – falei, irritado.
– Tchau, amor. – Ela pegou meu rosto com força e me deu um beijo.
Eu a empurrei e ela foi embora. Olhei para , que estava parada no mesmo lugar, então ela respirou fundo e me olhou com os olhos marejados. Aquilo me doeu. Novamente tinha magoado a pessoa que eu gostava.
. Eu. Eu. – Ela mordeu o lábio inferior, tentando segurar as lágrimas que escorriam. – Vou embora. – Desceu as escadas correndo e eu fui atrás dela.
– Hey, hey, me deixe explicar. – Segurei seu braço. – Por favor, não é nada disso que você está pensando.
A essa altura acho que ela sentaria a mão na cara e me xingaria de todos os nomes que conhecia.
– Explicar? Nunca escutei nenhuma explicação esfarrapada de nenhum homem na minha vida. Me de um motivo para te escutar. – Disse ela com aquela frieza que eu odiava.
– Você me ama. Isso é um bom motivo para me escutar. – tentei acalma-la.
– Não. – abaixou a cabeça.
– Por favor, é a ultima coisa que te peço. – Segurei sua mão.
– Tá. – ela apenas concordou sem me olhar.
– Está falando sério? – não conseguia acreditar.
– Fale logo, antes que eu desista de escutar. – Respondeu, completamente sem emoção.
– Vamos subir.
Voltamos para meu apartamento e ela se sentou na minha cama.
– A Kate, Eu namorei com ela no colegial, e então nos reencontramos na semana retrasada, eu até levei ela no aniversário de Luize, mas acho que você não se lembra. – tentei explicar.
– Lembro que você estava se agarrando com uma menina, mas não lembro a cara da vadia.
– Ok. Eu estava ficando com ela na tentativa de te esquecer. Mas não eu certo. Aí comecei a ficar com você e disse que não queria mais nada com ela. Kate surtou. Falou um monte de merda.
– E o que eu tenho a ver com isso? Você está namorando com ela.
– Não estou. É mentira dela.
– Por que não consigo acreditar em nenhuma palavra que você está falando? – Perguntou, me olhando séria.
– Que você ainda não sabe do resto.
– Então, termine e direi se vou engolir essa grande piada. – Debochou ela.
– Kate veio aqui me ameaçar.
– Ameaçar com o que?
– Com você. Falou que se não parasse de ficar contigo e voltasse para ela, ela e iam na delegacia te denunciar.
– O que elas têm contra mim? Nada , ela não tem provas. – Disse com calma. – Não tenho medo delas.
, elas têm a faculdade inteira como prova que você bateu na . Aquilo pode ser dado como tentativa de assassinato.
– Está doido, ?!
– Kate disse que você tem ficha suja na policia por briga de bar e porte ilegal de arma. O que você andou aprontado?
olhou para baixo. Muito bom! Ela estava me escondendo algo.
, o que você está me escondendo?
– Meu passado não interessa. Mas o que aquela vadia falou?
– Disse que você teve problemas com drogas e álcool.
, você me segura, me amarra, faça qualquer coisa que me impeça de cometer um assassinato de verdade. – Ela disse, se levantando da cama e eu a segurei.
– Você não vai fazer nada. Ela disse que se eu contasse a você iria ter consequências.
– EU VOU ACABAR COM AQUELA GAROTA! QUEM ELA PENSA QUE É?! PIRANHA! DESGRAÇADA! – estava tendo um ataque de histeria.
– Da para se acalmar? Vamos dar um jeito nisso, mas você precisa ficar calma. – Falei, a segurando firme.
, eu vou MATAR AQUELA GAROTA!
– Para com isso! Chega! Estou falando com você para ver se me ajuda a pensar em uma forma que não precisemos nos separar por causa daquela garota! – Falei alto. – Olha para mim, . – Segurei seu rosto com as duas mãos.
– Eu não tenho medo dela!
– Pare com isso. Não vamos deixar que nada e nem ninguém nos separe. Me prometa que não vai deixar isso acontecer? – Falei, olhando em seus olhos.
– Você está fazendo isso tudo por mim? – Agora ela estava mais calma.
– Estou, faria isso e muito mais.
– Por quê?
– Porque o que sinto por você está crescendo mais a cada momento. Não consigo nem imaginar como seria a minha vida sem ver teu sorriso, sem te beijar, sem sentir seu cheiro, sem te tocar, eu não consigo mais ficar se você. É mais forte do que eu. Agora me promete que não vai me abandonar? Que não vai desistir!
– Prometo. – Ela me abraçou e começou a me dar vários beijos pelo pescoço, peito, rosto e boca. – Você me promete que não vai me deixar também?
– Prometo, pequena. Prometo. – Eu a beijei.
Era tão bom tê-la ali comigo, eu sentia como se tudo fosse possível. É tão certo nós dois juntos que nem me passava pela cabeça nós nos separarmos.


16° Capítulo



# POV’s
Segunda feira. Portão da faculdade. Novo dia. Nova semana. Dia 1º de julho. Férias de verão estavam chegando. Eu e estávamos fingindo que não nos falávamos há meses, e eu tinha que engolir o fato de Kate ficar se esfregando nele para todos verem, e eu não podia falar absolutamente nada. Mordi o lábio inferior, era tão ruim vê-lo e não poder fazer nada. Aquilo me corroía por dentro. Agora minha mãe estava morando com minha irmã e até então não tinha contado nada para ela sobre tudo o que tinha acontecido, ou melhor, a verdade. não olhava mais para minha cara e muito menos Luize, depois da pequena discussão dela ter me chamado de falsa e dito que me odiava. Fala serio, eu não estava me importando com isso. O que me importava era não poder ter o só para mim toda hora. Esqueci de mencionar, depois deu ter brigado com , metade da faculdade me amava e a outra metade me odiava, muitas pessoas se aproximaram de mim por esse motivo idiota. Eu estava morando no meu apart hotel ainda e Ralf estava fazendo questão de pagar minhas diárias. Meu pai? Bem, ele não me ligou mais. Me sentia mal por isso. Eu adorava ele, foi o cara que me criou. Mas fazer o que? Ele não atendia meus telefonemas e nem retornava minhas mensagens. passou por mim junto com e deu uma piscada para mim. Esqueci de mencionar, estava namorando escondido com minha irmã e eu dava cobertura. Tudo isso para proteger aquela ingrata da . É, o não falou nada para a sobre a sua ex-namorada neurótica, com isso a garota continuava me odiando. Que se foda. Senti meu celular vibrar e vi um SMS de .
“Te espero lá em casa às 20hs. Beijos com amor, .xx”

Sorri ao ler aquilo. Ele era tão fofo. Não respondi, quem sabe a louca da Kate não visse aquilo e desse outro surto? Mas vontade não faltou de provocá–la. nunca me deixava fazer nada em relação a isso. Mas eu juro que aquela garota ia me pagar. Apesar do verão estar chegando, aquela cidade não parecia que cooperava muito, o dia estava frio! Céu nublado e armando chuva.
18h
Saí do atelier e fui para o aparte hotel correndo e morrendo de frio, a temperatura havia baixado muito em relação a hoje mais cedo. Tomei um banho, sequei meu cabelo, e me arrumei.
– Vamos ir ver o , Put? – Falei com meu bebe, colocando uma roupa nele também junto com sapatinhos de lã preto.
Coloquei uma coleira nele, peguei minha bolsa e saí. Cheguei no apartamento de na hora certinha.
– Nossa, você é mesmo pontual. – falou assim que abriu a porta. – Estava morrendo de saudades. – Entrei e ele me beijou. – Vejo que trouxe o menino. E ai, cara? – Passou a mão na cabeça de Put. – Sua mãe te deixa mais estiloso a cada dia.
– Saudades de você também. – O abracei pelo pescoço.
– É? Então vamos matar ela. – Ele me pegou no colo e me carregou para o quarto, no meio do caminho joguei minha bolsa no sofá da sala junto com meu sobretudo.
me colocou na cama com delicadeza e se deitou por cima de mim, me beijando. Ficamos nos agarrando por um bom tempo só matando a saudade um do outro, até que escutamos a campainha tocar e Put latiu na sala.
– Quem será? – perguntou, se levantando. – Não demoro.
– Tá. – Fiquei deitada na cama olhando ele ir para a sala.
– Kate? – Ele disse, meio assustado.
Merda! O que essa garota está fazendo aqui? Me levantei, corri até a sala peguei minha bolsa e meu sobretudo, o vestindo.
– Se esconde. – Disse ele baixinho.
, abre logo essa porta que eu sei que você está em casa! – Gritou Kate.
– Eu vou sair pela porta da cozinha, distrai ela aqui na sala. OK? – Falei baixo também, dando-lhe um selinho rápido.
– Você vai voltar?
– Se a louca for embora, vou. – Sorri e fui para a cozinha com Put atrás de mim.
Escutei abrir a porta.
– Por que demorou tanto?
– Estava deitado. O que veio fazer aqui? – Perguntou ele com desdém.
– Vim ver se está tudo bem.
Fui andando devagar sem fazer barulho e abri a porta da cozinha, vendo no pé da escada. Merda! Que isso? Virou escolta? Put deu um latido.
– Shiu – Fiz sinal para que ele ficasse quieto.
, que latido é esse? – Kate perguntou, vindo para a cozinha.
A cozinha de tinha acesso para o lado de fora que ia até um deque com piscina. Coloquei Put dentro do armário e mandei ele ficar quieto.
– Que latido, amor? Tá ficando doida. – Escutei falar e me deu raiva, mas pelo menos Kate tinha parado de andar.
Abri a porta de vidro e a fechei devagar, mas minha bolsa esbarrou nela. Merda!
, quem está aqui?
– Ninguém. Você está ficando doida.
Fui correndo para perto do deque. O ruim era que a piscina ficava na frente da sala de vídeo que tinha portas de vidro também.
– Por que o cismou com porta de vidro? Onde fica a privacidade? – Resmunguei e ouvi a porta de vidro da cozinha sendo aberta.
Corri até a porta da sala e estava trancada! Que caralho também! Kate ia me ver ali, eu tinha que fazer alguma coisa. Prendi meu cabelo em um coque, joguei minha bolsa dentro de um vaso de flores que tinha perto da piscina e entrei nela devagar, me afundando na borda. Que frio‼! Fiquei debaixo da água, escutei passos pelo deque.
– Viu, eu disse que não tinha ninguém. – Escutei a voz de muito próxima, olhei para cima e pude ver Kate de costas para a piscina.
Aquilo estava me dando calafrios, eu não aguentaria ficar ali muito tempo, o meu ar já estava acabando. E pela benção dos céus começou a chover e eles entraram. Levantei rápido, tomando ar. Fiquei ofegante por um tempo. Olhei pela beira da piscina e vi Kate passando para o quarto de como se procurasse por algo e esse algo era eu.
, o perfume dela está na casa toda! Como você tem a cara de pau de dizer que ela não está ou esteve aqui?!
– Kate, você está imaginando coisas. Primeiro falou que escutou um latido, depois o barulho na porta, agora que o perfume dela está no apartamento? Me poupe. Vai embora, estou cansado e com sono. – Vi empurrando a menina para fora.
– Mas…
– Tchau! – Ele bateu a porta e a trancou.
Saí da piscina trêmula. Agora eu não sabia se era de frio ou de nervoso. me viu pela porta de vidro e veio correndo até ela, a destrancando.
– Meu Deus, . Você está toda molhada. – Ele me abraçou. – Vamos entrar rápido.
– Pega… a… minha bolsa que está… está. no vasooo…de flores. – Gaguejei a minha voz não queria sair por nada.
– Calma. Entre e vá tomar um banho.
Entrei e dei um assovio para chamar Put, que se manteve dentro do armário da cozinha sem latir. Ele veio correndo até mim e lambeu minha mão quando passei em sua cabeça. Fui para o banheiro do quarto de e tirei aquela roupa ensopada. Ele entrou logo depois.
– Nossa, seus lábios estão roxos. – Disse ele, me encarando.
Dei uma risada baixa. Liguei a ducha e entrei debaixo dela.
, toma um banho comigo? Estou com muito frio. – Pedi.
Ele não disse nada, apenas tirou a roupa , entrou no box e me abraçou.
– Me desculpe por isso. – falou, afagando minhas costas.
– Tudo bem. – O abracei também. – estava no pé da escada no corredor. Por que elas estão fazendo isso conosco, ? Por quê? – Senti uma lágrima escorrer no canto de meu olho.
– Elas não suportam ver a felicidade dos outros. – Agora ele me olhava. – Hey, pequena, não chore.
– Tudo o que eu mais quero é ficar contigo. É tão difícil de te ver com ela, você não sabe o quanto. – afundei a cabeça em seu peito, o abraçando com mais força. – É como se uma estaca fosse fincada em meu peito a cada vez que os vejo.
– Também me sinto mal com isso tudo, mas é para o seu próprio bem, meu amor. – deu um beijo no topo de minha cabeça.
, estou ficando cansada de me esconder. Cansada de te amar e não poder expressar…
– Você me prometeu que não ia desistir. – Disse, me interrompendo e selando nossos lábios. – Você prometeu. – segurava meu rosto com as duas mãos, em seus olhos tinha medo, pavor e angustia.
– Não vou. Estou aqui contigo. Estamos juntos. Ficaremos para sempre juntos, meu amor. – Falei também, segurando seu rosto, as lágrimas escorriam por minha face. – Eu te amo.
Ele deu um sorriso. O sorriso mais lindo que eu já tinha visto.
– Essa foi a primeira vez que você disse que me amava. – Sussurrou.
Senti um sorriso brotar em meu rosto também.
– Desculpe ter guardado isso para mim por tanto tempo. – Falei.
me beijou com tanta intensidade que pensei que eu ia desmontar, mas retribui o beijo na mesma intensidade que ele. O contato com seu corpo quente e o meu frio me fez arrepiar por inteira. Meus pequenos e delicados dedos se transformaram em garras brutas que agarravam seu cabelo com força enquanto sua mão estava presa em minha cintura a pressionando contra ele e a outra em meu pescoço. Me senti completa. Como sempre me sentia quando estava com ele. Suas mãos foram descendo até alcançar minha bunda, a segurando firme e me erguendo. Passei as pernas em volta de seu quadril. Se eu falar que essa é a primeira vez que vamos transar depois de tudo, você vai acreditar? É verdade. Com essa confusão com a Kate, nunca tínhamos tempo, porque aquela vaca ficava fazendo plantão aqui sempre. Parecia uma sangue suga miserável que sugava até o ultimo vestígio da alma de , ele chegava às vezes tão péssimo na faculdade que dava até raiva de mim mesma por permitir que isso tudo aconteça. Senti me encostar sobre a superfície fria do azulejo, o que me fez tremer.
– Desculpe. – Resmungou ele vendo, que eu ainda estava com frio. – Acho melhor você tomar um banho primeiro, seu corpo está muito gelado, vai acabar pegando uma gripe.
– Então me esquente. – Sussurrei em seu ouvido, dando uma mordida em sua orelha.
– Você não tem jeito, sabia? É um caso perdido. – riu e voltou a me beijar.
nos colocou debaixo da água quente do chuveiro, senti o cheiro de seu perfume saindo de sua apele assim como o meu e se misturando em um aroma gostoso e suave junto com a água que escorria por nossos corpos. Abri os olhos, parando de beijá-lo, me deu uma necessidade grande de olhá-lo, alguma coisa me dizia que algo nos separaria em breve e que aquela seria uma das ultimas vezes que eu o veria assim, tão perto de mim.
– O que foi, minha pequena?
– Nada. – Sorri e voltei a beijá-lo.
Senti meu corpo começar a se aquecer a cada momento. foi descendo os beijos até meu pescoço, dando chupões no local, então segurei seus cabelos com força. Ele desligou o chuveiro e nos levou para o quarto, me deitando em sua cama devagar. Ele começou a beijar um seio enquanto apertava o outro com vontade, foi descendo os beijos até minha barriga e me olhou com um sorriso malicioso. Senti sua respiração bater em minha intimidade, ele começou a fazer movimentos circulares. Ah! Que isso, minha gente, ele vai me deixar louca. começou a me chupar, suas mãos estavam em minhas coxas e as apertavam. Eu? Minhas mãos passavam enlouquecidas por seus cabelos. Até que ele me penetrou com dois dedos. Arfei e fechei os olhos. Ele ficou me masturbando cada vez mais que meus gemidos aumentavam, até que cheguei ao orgasmo. Minha respiração estava um tanto quanto acelerada.
. – chamei com a voz fraca.
Puxei ele para cima, o beijei e mudei nossas posições, me fazendo ficar por cima dele. Suas mãos estavam em meus quadris, comecei a beijar seu pescoço e fui até as costelas dele, dando beijos e mordias por onde passava. Senti seu membro enrijecido encostar em minha barriga. Desci até ele e dei uma pequena lambida por toda a sua extensão. O envolvi com minha mão e comecei a movimentá-la devagar, ia aumentando a velocidade depressa depois diminuía só para provocá-lo. A cara que ele fazia que matava de tesão. Só parei quando ele finalmente gozou. Me deitei em seu peito, escutando seus batimentos cardíacos acelerados. Depois me puxou para si, abriu a gaveta do criado mudo, pegou uma camisinha e a abriu. Peguei a camisinha de sua mão e a coloquei eu mesma. me colocou por baixo dele.
– Te amo. – Ele sussurrou em meu ouvido e me invadiu com tudo.
Cravei minhas unhas em suas costas e soltei um gemido alto. me penetrava com cada vez mais força e velocidade. Minhas mãos exploravam toda a extensão de suas costas, enquanto a dele passava por todo meu corpo, o apertando com força contra o dele. Seu corpo suado deslizava sobre o meu, sua testa franzida estava encostada na minha, a ponta de seu nariz no meu, os gemidos de prazer dominavam o silêncio do quarto.
– Diz. – Pediu ele.
– Te amo. – Falei, arfando. – Você é minha vida.
Ele sorriu e deu a última investida com mais força que todas. Joguei a cabeça para trás e arqueei meu corpo. caiu ofegante sobre mim e depois rolou para o lado, me virei e coloquei minha cabeça sobre seu ombro e minha mão trêmula sobre seu peito, que subia e descia mais tranquilamente agora, seu braço passou pelo meu ombro e me puxou para mais perto de si.
– Minha pequena.
Sorri e o abracei com força, o calor de sua pele na minha me deixava tranquila, quando estávamos juntos parecia que tudo era possível, meus problemas não existiam mais, eu me sentia protegida em seus braços, era como se nada de ruim fosse acontecer. Sem ver, acabei pegando no sono. Acordei com meu celular despertando, abri os olhos e vi que ainda dormia envolvido comigo. Passei a mão de leve por seu rosto, ele tinha uma expressão serena, parecia um anjo adormecido e um leve sorriso apareceu.
– Você já acordou. – Falou, abrindo os olhos.
– É, está na hora de levantar, amor. – Minha voz saiu cheia de felicidade.
– Se eu pudesse ficaria aqui para sempre contigo. – Sorriu.
– Eu também. – O beijei. – Você é tudo para mim. – me puxou para deitar em cima dele.
– Você também é tudo para mim. – Disse e me beijou.
Ficamos nos beijando com carinho, passei a mão de leve em seu rosto e ele segurou meus cabelos que insistiam em cair sobre nossos rostos.
– Amor, tenho que ir para o hotel ainda pegar roupas secas. As minhas devem estar molhadas ainda. – Falei, parando de beijá-lo.
– Você pode vestir as minhas. – Respondeu e voltou a me beijar.
… – Resmunguei, sorrindo. – Não… Anda, vamos… – Dei uma pequena mordida em seu lábio inferior.
– Ah, eu quero ficar aqui, está tão quentinho. Lá fora está frio hoje.
– Não amor, anda, levanta. Vamos tomar um banho. – Levantei da cama nua e saí puxando ele.
– O que você não faz para me convencer. – entrava no box.
– Acho que estava tão cansada ontem que nem te vi se vestindo.
– Verdade, você dormiu que nem uma pedra. – Ele riu e me puxou para um beijo. – Estava linda dormindo. – Falou, tirando sua única peça de roupa.
Senti minhas bochechas esquentarem.
– Tenho vergonha que as pessoas fiquem me vendo dormir. Me sinto estranha.
– Larga de ser chata. – Disse e me puxou para dentro do box.
Tomamos um banho um pouco demorado, saí do banho e peguei umas roupas dele.
– Amor, eu vou indo na frente que irei passar no hotel para pegar meu material e trocar de roupa. – Falei, colocando minhas roupas molhadas dentro de uma sacola de plástico.
– Está bem, nos vemos na faculdade. – Ele me puxou pela cintura e selou nossos lábios em um beijo caloroso.
– Tchau, . – Sorri. – Vamos, Put. – Dei um assovio, chamando o animal.
Não demorei muito para chegar no Hotel, troquei de roupa rapidamente e voltei a vestir o casaco que tinha pego emprestado com , além de ter o seu perfume ele era quentinho, e deixei meu cabelo solto. Peguei meu material e fui para a faculdade, cheguei um pouco atrasada, pois tinha passado na Starbucks para pegar um Muffin e um Cappuccino. Entrei na sala ainda tomando meu Cappuccino, o professor me olhou meio com raiva por ter interrompido sua aula e ainda mais por estar com um copo em mãos. Ignorei o fato e me sentei na primeira cadeira vazia que vi. As primeiras aulas passaram rápido e logo bateu o sinal indicando a hora do intervalo. Saí logo da sala, mas voltei para pegar um livro que esqueci e escutei Kate e conversando, fiquei escondida atrás da porta para que elas não me vissem.
– Eu tenho certeza que aquela garota estava na casa do ontem. – Kate disse.
– Por mim, ela não passou. Você foi lá dentro e não a encontrou.
, agora que eu estou pensando. Ela não namorava com o ?
– Sim.
– Então o que ela estava fazendo com o ? Espera ai! , ela está nos enrolando. Sabe aquela irmã dela? o nome da menina.
– O que tem?
– Só pode ser ela que está namorando com o . Ele não quer voltar para você e nem está com nenhuma outra garota. Estão namorando escondidos. E a está encobrindo.
Merda! Merda! Merda! Eu pensei que elas nunca teriam capacidade de pensar nisso.
– Aquela vaca me paga! As duas! Vou acabar com aquela irmãzinha da . Vamos ir ver se a encontramos, avise as meninas.
Saí correndo, procurando pelos corredores. Vi ela conversando com Luize na escada.
– Não pergunta nada e vem comigo. – Segurei o braço de .
– Não vou a lugar nenhum!
– Cala a boca e vem, que prometo que explico! – Saí puxando o braço dela contra sua vontade.
, ela disse que não. – Luize se levantou.
– Se você não quer ver a sua amiguinha morta, que deixe ela vir comigo. – Falei ríspida e Luize viu que tinha algo de errado.
– Vou com vocês. – Disse ela
, temos que sair daqui. Vamos para o estacionamento. – Falei.
– Você disse que ia me explicar! – Disse ela alto.
– Tá, então para de falar alto e anda depressa.
Ela me obedeceu assim como Luize.
– Sabe a ? – perguntei, olhando para os lados.
– Sim, aquela garota que você bateu. – concordou minha irmã.
– Então, não é bem assim os fatos. Sabe aquele dia na casa de campo em Eastbourne? Que eu briguei com o do nada? – tentei refrescar sua memória.
– Sim. O que isso tem a ver?
– Então, eu descobri que ele tinha namorada.
– O QUE?! – gritou e parou de andar.
– Eu falei para você não gritar e continuar andando. – Peguei no braço dela novamente. – Essa namorada era . Ele foi terminar com ela, mas estava com o meu carro, ela perguntou de quem era o corvette e ele respondeu que era da nova namorada dele só para provocá-la.
– Eu não acredito no que estou escutando. Vocês todos mentiram para mim! – tentou puxar seu braço de minhas mãos.
– Mentimos por um bom motivo! – continuei. – Segunda-feira. Fui ver o galpão para o aniversário de Luize. apareceu lá com suas amigas e quase me mataram por pensar que eu era namorada de , nem por isso falei que eu era inocente e que você que era a namorada dele.
– Por que você fez isso? – quis saber.
– Porque você é minha irmãzinha mais nova e eu não deixaria nada de mal acontecer com você. – debochei. – Depois disso quando entrei aqui na faculdade me chamou para a briga como “acerto de contas” e eu aceitei. E você viu no que deu. Sai como a maníaca assassina. No dia seguinte ela me carregou para dentro do banheiro e começamos a brigar. A vaca me furou. – Falei, levantando meu casaco.
– Nossa! – Luize e disseram juntas quando viram a pequena cicatriz.
– Até então elas não sabiam de nada. Mas Kate e se juntaram para ferrar com minha vida e quando as antas pararam para pensar, deduziram que quem era a verdadeira namorada de era você. E estão planejando te pegar e te dar um fim. Me compreende agora?
Assim que viramos o corredor demos de cara com o grupinho de .
– Merda, merda, merda! Corre. – Falei, voltando de onde estávamos vindo.
Começamos a correr de seis garotas correndo atrás de nós, no final daquele corredor estava Kate e em pé, estávamos em uma encruzilhada.
– Você e Luize vão para a lá. – Apontei para a direta onde dava para o corredor que ia para as salas de medicina. – Eu vou para o outro lado e nos encontramos no estacionamento, se eu não aparecer lá em 5 minutos, vão embora.
– O que você vai fazer? – perguntou apavorada.
– Vou dar um jeito de vocês fugirem, agora vai. – Empurrei elas enquanto as meninas vinham em nossa direção.
Saí correndo para a parte que dava acesso para o Ginásio.
– Peguem aquelas garotas! – gritou se referindo a minha irmã e Luize. – Anda Kate, vamos atrás daquela vadia.
Passei em frente ao alarme de incêndio e sem pensar duas vezes quebrei o vidro e puxei a alavanca. Uma sirene alta começou a tocar e os sprinklers dispararam molhando todo o corredor.
– Maldita! Meu cabelo! – Escutei Kate gritando.
Vários alunos começaram a surgir por toda a parte. Graças a Deus deu certo. Minha roupa estava ficando toda encharcada e pesada, tirando que com o chão molhado ficava cada vez mais escorregadio, olhei para trás e vi e Kate ainda correndo atrás de mim. Essas garotas não desistem? Consegui sair do prédio e fui até o estacionamento. Olhei mais uma vez para trás e Kate e haviam sumido.
– Consegui despistar. – Fui até meu carro e vi o de ainda estacionado no mesmo lugar. – Cadê vocês? Cadê vocês?
Eu estava ficando aflita, alguns carros começaram a sair do estacionamento, mas nada de e nem Luize. Escutei alguém bater na janela do carro e olhei assustada, a sorte que o vidro era preto. Era uma das amiguinhas de . Abri só um pedaço da janela que desse para escutar o que a menina ia falar.
mandou visar para você encontrar ela no ginásio. Sua irmã está te esperando lá. – Disse a menina e saiu andando.
Maldita! Vaca! Desgraçada. Dei vários murros no volante.
– Ah! Desgraçada! – Meus olhos começaram a marejar de raiva.
Meu celular começou a vibrar e atendi sem olhar quem era.
– O que foi?! – perguntei, já abrindo a porta.
? Está tudo bem? – A voz de suava preocupada no outro lado da linha.
– Desculpa, não posso falar agora, depois conversamos. – Desliguei o telefone, joguei no banco do carro e sai dele indo em direção ao ginásio.
As minhas roupas molhadas estavam me deixando com frio, assim quando entrei vi e Luize sentadas no meio da quadra. Fui até elas, ambas, ao contrário de mim, estavam secas.
– Elas fizeram alguma coisa com vocês? – Perguntei, abraçando e Luize.
– Não. – respondeu e sua voz era de puro medo.
Me levantei e vi Kate e entrando.
– Cara, o que vocês querem? Não acham que já é demais o que estão fazendo? Querem ferrar com minha vida, ferre. Só não meta minha família no meio. – Rosnei com raiva e em bom som para que elas escutassem.
Eu estava com muita raiva daquelas meninas.
– Queremos que você saia da cidade. – Kate deu um sorriso.
– Fora da vida de e . – completou. – Você tem sido um estorvo para nós.
Dei uma gargalhada.
– Tá legal. Nem morta. – Falei, parando de rir. – Vocês acham mesmo que vou deixar a cidade onde moro por causa de duas menininhas mimadas e mal amadas. Cara, isso tudo é inveja de mim e da minha irmã?
– Cale a boca! É um aviso, eu tenho certeza que você estava na casa de ontem! Não te quero perto dele! – Kate disse alto.
– É Kate, estava mesmo, e transamos a noite toda! Gemi bem alto no ouvido dele assim como ele fez no meu. – Falei com todo o gostinho em minha boca.
– Sua puta. – Veio para cima de mim e eu segurei os braços dela. – Você está com o casaco dele!
– O que foi? Ele nunca fez isso com você? Estou mesmo, e olha… O perfume dele ainda está nele. – Desdenhei com meus olhos cheios de repulsa. – O que você vai fazer comigo? Me bater? Não tenho medo de você.
– Me solta. – Ela puxou os braços e eu a soltei. – Você não tem, mas elas têm. – apontou para e Luize.
Olhei para trás e vi as amigas de puxando Luize e pelo braço. passou por mim a agarrou o cabelo de .
– Não sei o que o viu em você. – disse ela para minha irmã.
– Me solta, por favor. – pedia.
– Olha só, a garotinha vai chorar. – debochou.
– Tire essas suas mãos sujas de cima de minha irmã, senão vou acabar com a sua raça. – Falei indo na direção delas, mas alguém me segurou. – Me solte. – Eu estava possuída por raiva e dei um soco na cara da menina que me segurou.
– Olha só, acho que encontramos seu ponto fraco. – deu um tapa no rosto de e eu fui para cima dela. – Acho melhor você ficar calma, senão eu vou furar sua preciosa irmã. – Olhei para sua mão onde tinha um canivete.
– Sua vadia! Solta ela. – Falei.
Luize permanecia parada, sentada no chão.
– Vamos ter uma conversa no vestiário, aqui alguém pode nos escutar. – saiu puxando pelo cabelo, eu as segui com Kate logo atrás de mim.
Assim que entramos no vestiário Kate pulou em minhas costas fincando algo em meu ombro, senti uma dor horrível, mas fui com tudo para trás batendo com as costas da vaca no armário, fazendo ela me soltar. Olhei para que tinha minha irmã imobilizada com o canivete em seu pescoço. Vi meu ombro onde o casaco de estava vermelho e um canivete estava fincado nele, sem pensar duas vezes puxei aquilo, peguei Kate pelo braço, a imobilizado também e aproximando o canivete de seu pescoço.
– Como vai ser? Você machuca minha irmã que eu retalho a sua amiga. – Falei com ódio.
– Faça o que quiser. Não me importo com ela. – disse.
. – Kate parecia que implorava. – Pensei que fossemos amigas.
– Amigas não, só temos algumas coisas em comum, querida. – deu um sorriso. – Faremos um acordo, eu não mato a sua irmã e você sai da cidade, o que acha?
Olhei para , que chorava apavorada, o que me deixou mais com raiva.
– O que você ganha com isso? A vai continuar com o . – Falei.
– Claro que não, ela vai sair também. Não é, gracinha? – Ela apertou o pescoço de .
– Vou… – A voz dela saiu fraca.
– Nos não vamos a lugar nenhum. – Falei, então passou o canivete no rosto de minha irmã, vi aquele sangue escorrendo enquanto gritava e aquilo me doeu. – Está bem! Está bem! Deixa ela em paz.
– Acho que temos um acordo então. – Ela sorriu. – Queremos vocês fora da cidade hoje e sem que e saibam de nada. Inventem uma desculpa qualquer.
– Tá, agora deixe minha irmã em paz. – Pedi, aflita.
– Solte Kate e eu solto ela.
– Tá. – Empurrei Kate para frente e assim que viu que a garota estava fora de perigo soltou minha irmã, que veio correndo até mim. – Você está bem? – Perguntei.
Coloquei o canivete já fechado dentro do bolso de meu casaco. apena fez um sinal positivo com a cabeça, passei a mão por seus cabelos, dando-lhe um beijo na cabeça.
– Se você não deixar a cidade, eu mato a sua irmã e te coloca atrás das grades, querida. – disse com um sorriso enorme no rosto.
Não respondi nada, apena saí do vestiário, vi Luize sentada no meio da quadra com as amigas de em volta, fui até ela, peguei seu braço e saí a puxando, mas as amigas de me barraram.
– Tudo bem, deixem elas irem. – Escutei a voz de .
Elas me deram passagem, saí do ginásio com e Luize, uma de cada lado de meu corpo, eu as abraçava forte enquanto ambas choravam. Fomos para o estacionamento onde não tinha quase nenhum carro mais.
– Parem de chorar. Já passou. – Falei, me encostando no carro. – Vai ficar tudo bem.
– Não vai. Eu vou ter que deixar o . – disse em prantos. – O que vou falar para ele?
– Diga que o papai está precisando de você. E quando ele te ligar não atenda. – Falei.
– É fácil falar, quero ver fazer. Não vou suportar ficar longe dele.
– Hey, eu sei que é muito difícil. Me desculpe por ter causado essa confusão toda. Não era a minha intenção de te envolver nisso. – Abracei minha irmã.
– Não foi sua culpa. Eu que nunca deveria ter ficado com ele.
Respirei fundo, eu não sabia mais o que dizer, não conseguia pensar em nada. Minha cabeça estava quase explodindo. O que eu mesma falaria com ? Estava me segurando muito para não chorar.
, vá para casa, converse com a mamãe e veja o que você faz, tenho que ir. – Falei, me soltando dela.
– Você vai para onde?
– Não sei. – Disse, indo para a porta do motorista.
– Boa sorte.
– Obrigada, para você também.
.
– Oi. – Respondi antes de entrar no carro.
– Obrigada por ser minha irmã, eu te amo. – Ela veio correndo até mim e me abraçou forte. – Me desculpa por sempre te culpar de tudo.
– Tudo bem. Também te amo, minha criança. – Dei um beijo em sua cabeça, retribuindo o abraço. – Juízo, se cuida e fiquei com Deus. Que ele ilumine seu caminho. E Luize, desculpe por tudo. Sem querer me peguei apaixonada pelo . – Ela apenas assentiu com um pequeno sorriso e soube que ela havia me desculpado.
– Você falando assim até parece que nunca mais vamos nos ver. – Disse
Dei um meio sorriso.
– Adeus, . – Me soltei dela e entrei em meu carro.
– Tchau. – Respondeu ela.
Arranquei com o carro. Peguei meu celular e disquei um número que martelava em minha cabeça, não demorou muito para atender.
– Ralf? – Minha voz saiu meio trêmula por causa do choro que eu segurava em minha garganta.
– Filha. O que aconteceu?
– Ralf, me ajuda, por favor. – Pedi, já chorando.
– Calma, me diga o que foi que te ajudarei. – pediu, aflito.
– Ralf, me tira dessa cidade, desse país, me ajuda a sumir. – Minha voz saía trêmula e quase inaudível.
– Sim, claro. Vou mandar meu jatinho particular. Quer vim passar um tempo aqui em casa conosco?
– Se não for incomodar a Jenny e as crianças.
– Não será incomodo nenhum. Eles estão doidos para te conhecer mesmo. – Pude sentir que ele estava rindo. – Que horas você quer vim?
Olhei no relógio que marcava 10h37min.
– Pode ser ao meio dia. – Falei, sentindo uma dor enorme no peito só por saber que eu iria embora.
– Está bem, vou mandar irem arrumando tudo e meio dia vão estar lhe esperando no aeroporto da cidade.
– Obrigada, Ralf.
– Não é nada.
Desliguei o celular logo em seguida. Ralf morava na Itália, mais especificamente em Milão. Cheguei no hotel, tomei um banho, o furo que a Kate havia feito estava sangrando muito, mas consegui estancar o sangue e fiz um curativo, arrumei minha coisas, as coloquei dentro do carro, encerrei a conta do hotel e fui no atelier.
– Charlotte. – Chamei assim que entrei.
– Oi querida. Veio mais cedo hoje? – Ela deu um sorriso para mim.
– Na verdade não. Charlotte, estou indo embora. Vim pedir as contas, depois mandarei alguém vim aqui acertas os papéis com você.
– Mas por quê? Fiz alguma coisa que não lhe agradou? Alguma cliente que te destratou?
– Não, você é uma pessoa ótima, mas é assunto particular mesmo. Não tenho muito tempo, daqui a 10 minutos tenho que estar no aeroporto. Só vim aqui mesmo te dar uma satisfação.
– Ah querida. É triste te ver indo embora, você é uma ótima estagiária. Sentirei sua falta aqui.
– Também foi muito bom trabalhar com você, mas realmente eu tenho que ir. – Dei um abraço nela e fui embora.
Cheguei no aeroporto e já veio dois homens vindo até mim.
– Você é a Senhorita Rocha? – Perguntou o mais baixo.
– Sim.
– Somos os seguranças do Doutor Turner e viemos lhe acompanhar. – Disse o mais alto.
– Ah sim, muito obrigada. Minhas malas estão no carro, é um corvette prata, placa BKW 7360. Está estacionado na ala B5. – Disse, entregando as chaves ao homem mais alto. – Qual é seu nome?
– O meu é Roger. – Disse o baixo. – O dele é Julian.
– Prazer Roger e Julian, podem de chamar apenas de . – Sorri. – Esse aqui é Put, meu cachorro. – Falei, levantando a gaiola em minha mão. – Ele esta de mal comigo porque o coloquei aqui dentro.
Eles riram.
– Você pode se encaminhar para o portão quatro que já tem alguém lhe esperando. – Julian disse.
– Sim, como vão fazer com meu carro?
– Ele vai ir com um avião de carregamento, o Sr. Turner já providenciou isso. – Respondeu Roger.
– Está bem, eu vou indo.
Me encaminhei para o portão 4. E tinha mais duas pessoas lá. Falei com eles e fui para o jatinho.

17° Capítulo


# POV’s
O celular de estava dando fora de área ou desligado, aquilo estava me deixando louco. Alguma coisa tinha acontecido. Tenho que ir ao hotel que ela está hospedada. Peguei as chaves do carro e fui até lá. Assim que entrei, caminhei direto ao balcão de informações.
– Olá, queria uma informação. – pedi, me debruçando sobre o balcão da recepção do hotel.
– Sim. – respondeu a mocinha.
– A hóspede se encontra? – perguntei, o que a fez olhar em seu computador.
– Ela fechou a conta à uma hora. – informou.
Senti o sangue parar de circular. Como assim?
– Ela deu alguma informação para onde ia? – tinha que ter algo, não sumiria assim sem me dar notícias.
– Não, mas deixou uma carta para . – deu de ombros e pegou o envelope.
– Sou eu.
– Poderia me mostrar à identidade? – pediu a menina.
Peguei a carteira e lhe mostrei o que havia pedido, então ela me entregou a carta.
– Obrigado. – sai do hotel já abrindo o envelope e entrando dentro do carro.

, foi um engano termos ficados juntos. O maio erro de minha vida. Estou indo embora. O lugar? Não vou mencionar, porque nem eu mesma sei ao certo. A essa altura você já deve estar desesperado atrás de mim, me desculpe por isso, eu não teria coragem de olhar em seus olhos e dizer que não lhe amo. Sou covarde o suficiente para isso. Admito. Não quero que você derrube nenhuma lágrima por mim, não as mereço e muito menos o seu amor. Pode ficar com raiva, pelo menos assim é mais fácil de esquecer. Você deve estar perguntando o motivo da minha ida. Não tenho uma boa desculpa para justificar isso. Apenas estou indo por querer. Não me procure, você não vai me achar. Me perdoe pelo mau jeito de estar me despedindo, mas como disse, não teria coragem de olhar em seus olhos. Fique tranquilo, estou bem. Jamais irei te esquecer, e saiba que mesmo tendo sido um erro ficarmos juntos, tenho que admitir que adorei cada momento com você. Mande um abraço bem apertado para .
Beijos


Senti minha visão embaçar. Então ela tinha me abandonado, assim, sem mais nem menos. Eu não sabia o que estava sentindo. Raiva, tristeza, desespero. Fiquei meio desnorteado. Ontem estávamos tão bem e hoje isso. Como? Quando? O que aconteceu? Ela estava tão estranha no telefone mais cedo.
Liguei o carro e fui até a casa de . A porta estava trancada, então toquei a campainha, mas ele não atendeu. Estranho, porque o seu carro estava na porta da garagem.
. – chamei.
Escutei um barulho dentro de casa, logo depois passos e a porta se abriu. A cara dele não era nada boa. Entrei sem falar nada e estendi a carta para ele. leu e me entregou de volta sem falar nada.
terminou comigo falando que ia morar com o pai, porque ele estava precisando dela com coisas do divórcio. – explicou.
– Você não acha isso estranho? A terminar com você? A ir embora assim.
– Não sei de mais nada, . – ele disse, um tanto desanimado. – Sinto muito por a ter ido embora desse jeito.
– Também sinto por a ter terminado com você. O que vamos fazer agora? – perguntei, me jogando no sofá. – Sinto que não tenho sentido sem ela aqui.
não falava nada, aposto que ele deveria estar no mesmo estado que eu ou se não pior. As mulheres que nós gostamos tinham nos dado um pé na bunda.
– Por que você não vai atrás dela? – perguntei. – Pelo menos você sabe para onde ela foi.
– Não quero atrapalhar ela.
– A te ama, pior a que não me disse nem para onde ia e ainda por cima falou que não me amava.

# POV’s
Eu estava soluçando de tanto chorar, arrumando minha mala, já tinha explicado tudo para mamãe e ela havia concordado em me ajudava a empacotar as coisas.
– Filha, tem certeza que você quer ir?
– Mãe, se eu não for, aquela menina me mata. Não posso fazer nada, mesmo eu o amando muito.
Minha mãe não disse nada, apenas assistiu com a cabeça.
– Se você quiser podemos ir na delegacia.
– Não tenho como provar nada e além disso, pode prejudicar a . – passei a mão em meu rosto pela milésima vez tentando secá-lo.
– Sua irmã que se dane, ela que começou essa confusão toda. – disse ela com desdém.
– Não falei assim dela! Não tem culpados para quem começou o quê! fez o que pôde para que nada disso acontecesse e sei que ela deve estar tão mal quanto eu! Então pare de falar assim da minha irmã! – me exaltei ao extremo com minha mãe. – Sei que ela já fez muitas coisas erradas, mas não é junto você tratá-la assim.
– Sua irmã arruinou com o meu casamento! Você queria que eu falasse o quê?! Que ela é um anjo de pessoa? Não é. É uma maldita ordinária que merece comer o pão que o diabo amassou.
– CHEGA, MÃE! NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FALAR ASSIM DELA! – gritei.
Ela saiu do meu quarto e me deixou sozinha aos prantos.

# POV’s
Fui muito bem recebida na casa de Ralf, tanto por Amélia, sua esposa adorável, como por seus filhos, Meg de doze anos e Richard de dezesseis anos. Ralf tinha mandando um de suas secretárias pegar a papelada em minha faculdade para me poupar de voltar lá, eu contei toda a história para ele desde o começo até o final. Ele disse que daria um jeito de limpar minha ficha e também para eu tentar esquecer tudo. Era o mínimo que eu poderia fazer. Liguei para e Ashley e lhes contei o que havia acontecido, ele ficou muito triste por eu ter ido embora sem falar nada, mas disse que iria superar. No primeiro ano que se passou desde isso tudo, conheci duas pessoas maravilhosas. Camile, que era a minha melhor amiga desde então, e , que era sobrinho de Amélia. Nós sempre saímos muito nos finais de semana, consegui completar o último período de minha faculdade e agora tinha uma loja só para mim, que Ralf tinha me dado de aniversário. Por mais que quisesse, eu não conseguia chamá-lo de pai, mas ele compreendia. Minha irmã? Bem… Liguei umas quatro vezes, no máximo, para ela. sempre me pedia para lhe contar onde eu estava, mas eu sempre negava e terminava logo com o assunto. pelo que me contara, havia procurado por ela algumas vezes, porém eles não voltaram. Era triste, eles se gostavam muito e por causa de coisas idiotas não podiam ficar juntos. Não vou nem mencionar muita coisa sobre o para eu não começar a chorar que nem uma louca desvairada. Hoje, estávamos na fazenda enorme de Ralf curtindo férias de verão. Toda a família reunida e meus novos amigos, claro. Amélia tinha me dito que uma irmã dela viria passar alguns dias conosco junto com filho, marido e um amigo do filho. Eu e Camile estávamos deitadas no colchão de ar dentro da piscina enquanto ficava debaixo da barraca falando que gostava muito da sua brancura excessiva para nos acompanhar em um banho de sol .Put, meu bebezinho lindo, estava dentro de casa em um quarto com ar condicionado, o coitado estava com tanto calor que nem se levantada para tomar água.
, aqui é tão bom. Não temos que voltar para a cidade tão cedo. – Camile disse, passando a mão na água e dando um sorriso.
– Nem me fale. Não sei por que insiste em sua brancura perfeita. – falei e joguei água nele, que lia um livro.
– Hey, você me molhou! – reclamou, rindo.
– Não me diga, sério mesmo? – taquei mais água nele.
mergulhou na piscina e submergiu, derrubando eu e Camile do colchão de ar.
! – eu e Camile gritamos juntas, assim que levantamos, após bebermos um litro d’água. – Eu tinha acabado de me secar! – falamos juntas novamente e começamos a rir.
– Então para que estava dentro da piscina? Sabia que ia cair na água. – disse ele, brincando.
– Você vai ver uma coisa só, seu branquelo. – pulei em cima dele e Camile me ajudou a afundá-lo.
– Vamos te matar afogado, ! – Camile ria com um sorriso esperto no rosto.
– Não mesmo! – passou o braço por minha cintura assim como fez com Camile.
, não. – comecei a rir e ele afundou com nós duas.
Depois de uma guerra na piscina, Camile foi até a cozinha pegar cerveja.
, você é muito chato. – falei e taque água nele.
– Eu, chato? Olha você! Implicando comigo. – ele pulou em cima de mim, me afundando.
Logo em seguida levantei, ficamos nos olhando rindo que nem dois idiotas de nossas palhaçadas, até que paramos e nos encaramos. inclinou levemente o rosto em direção ao meu, que nem se mexeu, nossos lábios estavam quase se tocando e então fechei os olhos. Desde o ocorrido com , eu não tinha ficado com mais ninguém! Ninguém mesmo.
– Posso saber o que vocês estão prestes a fazer? – escutei a voz de Camile e nos afastamos sem graça. – Eu não acredito que iam se beijar! Que pouca vergonha é essa? – ela ria com aquela situação um pouco constrangedora.
Olhei para que estava meio vermelho, assim como eu também deveria estar e começamos a rir, então corri na direção dele e o abracei.
– O que tem dois amigos se beijarem? – perguntei virando para Camile.
– Concordo. – deu um sorriso.
– Cara de pau os dois não tem maior, né?! Pode já um descolando do outro, anda. – Camile falou, entrando na piscina e no meio de nos dois. – Assim eu fico com ciúmes, quem vai me beijar?
e eu abraçamos ela e beijamos a bochecha dela um de cada lado.
– Assim que eu gosto. – riu. – Gente, agora falando sério, vocês iam mesmo se beijar? – Camile saiu do meio de nos olhando para a cara de cada um.
– Acho que sim. – mordi o lábio inferior e olhei para que tinha uma cara de vergonha. – Ah, , fala sério, cara. Confesse que você ia me beijar.
– Eu confesso, eu confesso. É tudo culpa sua! – me jogou água.
– Minha? Eu te seduzi por acaso? – perguntei colocando a mão na cintura.
– Você não, mas seus lábios, sim. – disse ele no maior descaramento.
– Que isso gente! – minha amiga quase gritava. – Que cara de pau é essa, menino? Depois dessa você vai ter que beijar a . – Camile colocava pilha agora.
– Camile. – a repreendi.
– O que foi? Até parece que você não ia retribuir. Ah, , essa sua cara de santa não me engana, eu sei muito bem do seu histórico e o também.
– Para, genta! Estão me deixando constrangida! – reclamei.
, dê um jeito nisso. – Camile ordenou.
– Não e não. – falei andando para trás. – Vocês sabem que não quero nada com ninguém. – sai da piscina já me lembrando de e senti meus olhos marejarem de leve.
– Ah, , era só brincadeira. – escutei Camile falar.
– É, , eu não faria nada que você não quisesse. – tentou se questionar.
Não dei atenção, só peguei minha toalha que estava na cadeira e entrei na casa. Richard me viu passar para o quarto e veio atrás de mim.
– O que foi, ? Você está chorando? – perguntou ele enquanto me viu sentava na cama, ainda molhada.
– Nada, Rich. Senta aqui. – passei a mão na cama ao meu lado e ele fez o que pedi. – Sei que você só tem dezesseis anos e não deve compreender algumas coisas.
– Só porque tenho dezesseis anos não quer dizer que sou retardado mental. – Eu adorava o jeito como ele falava, era tão engraçado. – Sempre quanto te pego chorando é por causa daquele menino.
– Como você sabe? Anda me espionando? – uma lágrima correu de meus olhos. Ainda era difícil pensar no .
– Não. Só sei que é por causa dele. Não gosto de te ver sofrendo assim. – me abraçou. – Você é tão legal.
– Por quê na minha época não existia meninos como você? De que mundo você pertence? Desde quando um menino de dezesseis anos é maduro? – soltei uma risada. – Não se preocupe, um dia passa. Mas olha, vê se você não namora meninas psicopatas ou nem algo do tipo, está bem?
– Sua implicante. Não quero namorar tão cedo, por enquanto é só pegação. – ele me abraçou de lado. – Falando nisso, a Camile é bem gostosa.
– Menino, você não existe, na moral. – o abracei também e vi Camile aparecer na porta do quarto junto com .
– Que bonitinho, o irmão consolando a macaca velha. – Camile falou, entrando no quarto.
– Camile, já te mandei ir à merda hoje? – perguntei, dando língua para ela.
– Não. – fez uma cara pensativa.
– Então, vai à merda!
Todos começamos a rir e Rich se levantou.
– Vou voltar a jogar vídeo game. – ele deu um tapa na bunda de Camile. – Um dia ainda te pego, gostosa. – Rich saiu do quarto.
, esse menino está no cio. – comentou, apontando por onde meu meio irmão tinha acabado de sair.
Eu e caímos na gargalhada.
– Camile, por que você não tira a virgindade do menino? Aposto que ele vai adorar. – jogou a indireta, o que me fez soltar uma gargalhada muito alta.
– Você bebeu muita água com cloro, né? Porquê só pode. Está ficando doido! O menino é muito novinho para segurar meu tranco. – depois se esnobou, colocando a mão na cintura.
– Vai nessa, quero só ver se ele te der no couro e te botar de quatro. – sacanieei.
– Imagina só, , a Camile assim: Aiii, Rich, vai Rich… Ahhh… Rich! Vai, mais rápido. – fez uma voz de afeminada me matando de rir enquanto recebia uns tapas de Camile. – Ui, assim vai… Tá gostoso, continua… Ahh…
– Dá para parar, ? – Camile continuava dando uns tapas nele. – É constrangedor e nojento!
– Desde quando sexo é nojento? – perguntei, não me aguentando de tanto rir.
– Desde que seja com o seu irmão mais novo, amiga. – fez cara de nojo. – Fala sério.
– Vamos voltar para a piscina. – falou, saindo do quarto. – Que essas mentiras da Camile cansam minha beleza.
– Vai indo na frente, unicórnio. – respondeu minha amiga, um pouco nervosa.
saiu do quarto morrendo de rir.

# POV’s
– Pai, falta muito? – perguntei, impaciente, já estava cansado de ver mato. – Faz quatro horas que estamos nesse carro e não chegamos em lugar nenhum!
– Já estamos chegando. Pare de reclamar. – lançou apenas um olhar pelo retrovisor.
Franzi a testa e olhei pela janela, só tinha mato, mato e mato. Sabe quando você é criança e fica olhando pela janela do carro impaciente? Então, esse era eu naquele momento. Depois de vinte minutos, chegamos finalmente em nosso destino. Sai depressa do carro, esticando minhas pernas e me despreguiçando.
– Adoro o ar puro do campo. – minha mãe falou, saindo do carro também.
– Não sei porquê aceitei viajar para um lugar desses com vocês. – resmunguei, vendo que meu celular estava quase sem sinal.
, a sua tia estava com saudades nossas, além do mais, já faz tanto tempo que você não a vê e também nem conhece seus primos. – minha mãe retrucou.
– Graças a Deus, deve ser um monte de crianças chatas e irritantes. Que dia vamos embora? – queria logo saber, tinha várias coisas para resolver.
– Não vou falar nada! – meu pai saiu do carro junto com , que estava caindo de sono.
Vi minha tia aparecer na porta com um sorriso enorme no rosto.
– Pensei que não chegariam nunca! – eu também! Ela veio até nós com os braços abertos. – Meu Deus! Esse é o pequeno que eu conhecia? Está um rapaz!
Não, imagina, continuei pequeno e magrelo. Dei um sorriso sem vontade e um abraço em minha tia. Já estou até vendo como seria chato essas férias. Escutei vozes gritando e rindo.
– Não liguem, é e as meninas que estão na piscina. – minha tia fez um gesto banal.
está ai? – perguntei, mais animado.
, meu primo por parte de mãe.
– Sim. Vai lá atrás falar com ele. – minha tia apontou para trás da casa.
– Vamos, . – chamei ele, inclinando a cabeça.
Fomos andando, subimos uma pequena escada lateral onde nos deu visão da piscina que tinha três pessoas nela. Logo reconheci , por era o único menino ali, uma menina com óculos de sol que estava deitada em um colchão de ar e a outra estava de pé no lado de fora se preparando para mergulhar.
– Olha lá, eu vou mergulhar, sai da frente! – gritou a menina. Aquela voz extremamente familiar.
E que corpo ela tinha, ficou perfeito naquele biquíni preto. A garota por fim mergulhou.
, eu acho que ainda estou dormindo. – disse ao meu lado. – Aquela menina que acabou de mergulhar era a…
. – completei sua frase.
Fiquei parado no mesmo lugar até nos ver.
! – gritou ele, acenando e saindo da piscina.
As meninas se viraram para nós.
– Fala ai, cara. – desci o resto das escadas com bem ao meu lado.
– Fala. – disse com um sorriso no rosto. – Esse aqui é , meu amigo. Esse é , meu primo. – os apresentei.
– Oi. – estendeu a mão, e a pegou.
– Oi. – meu primo deu um sorriso. – Troquem de roupa e vamos dar um mergulho. Vou apresentar vocês a as minhas deusas. – gesticulou para as meninas.
– Ok. – falei e sai puxando pela camisa. – O que a está fazendo aqui? – perguntei, já quando estávamos fora de alcance.
– Eu que vou saber? Pergunte à ela. – disse.
Peguei minha mala dentro do carro e entrei na casa.
, você já conheceu a filha de Ralf? – Tia Amélia perguntou.
– Filha? – indaguei.
– Sim, é uma garota adorável, ela veio lá de Londres também.
Foi ai que liguei os pontos. era minha prima! Não! Bem… Minha mãe era irmã da Tia Amélia, então meu parentesco com ela era apenas de “consideração”. Respirei aliviado.
– Conheço. – concordei. – Tia, onde eu e vamos ficar?
– Separei um quarto para cada um. Fica no segundo andar, à quinta porta a direta, o quarto é um ao lado do outro.
– Obrigado. – agradeci. – Por onde vamos para o segundo andar? – me encontrei perdido dentro aquela casa enorme.
– Meg!!! – minha tia chamou.
– Que foi mãe? – uma menina de cabelos laranjas veio até nós. – Tio! Tia! – ela abraçou meus pais. – Você deve ser meu primo , né? – perguntou se referindo a mim.
– Sou. – sorri e a menina veio até mim, me abaixei para dar um abraço nela e um beijo no rosto. – Esse abestado aqui, é meu amigo, . – falei, puxando ele pelo braço.
Depois que terminou com a , ele mais parecia até um morto vivo.
– Oi, menina. – ele acenou para Meg.
– Menina, não! Meu nome é Meg, abestado. – minha prima falou séria, o que me fez rir.
– Menininha abusada. – franziu a testa e eu dei uma cotovelada nele.
– Meg, você pode nos mostrar onde fica os nossos quarto? – pedi com gentileza.
– O seu eu monstro, o dele fica no canil dos cachorros.
olhou para aquela menina abusada a sua frente com uma cara séria.
– Menina, você está tirando com a minha cara? – perguntou ele, estreitando os olhos.
Comecei a rir.
– Meg, por favor. – pedi.
Ela olhou de rabo de olho para e saiu andando.
– Por aqui.



18° Capítulo


# POV’s
Acho que eu tinha entrado em estado de choque já que tinha sentado na beira da piscina e não falado mais nada.
. – Camile me chamou.
– Hum…
– Por que você ficou assim quando viu aqueles meninos?
. – foi a única coisa que falei.
– O quê?! – falou alto. – Meu primo é o mesmo que o seu?
Apenas assenti com a cabeça.
– Não acredito! Como o mundo é pequeno. – disse .
– Eu… tenho que ir embora. – me levantei, apressada.
– Nem pensar. – Camile saiu da piscina e me segurou. – Você vai falar com ele e contar tudo que aconteceu.
– Não posso. Camile, me deixa ir, pelo amor de Deus. – pedi, quase em súplica.
– Tarde de mais. – falou, e me virei para onde ele estava olhando.
Senti o ar faltar, minha pernas tremerem, minha visão ficar meio turva, achei que ia desmaiar. estava vindo em nossa direção somente de bermuda, seus cabelos cresceram desde a última vez que eu tinha visto, mas não muito. Sua tatuagem estava branca devido ao protetor solar. E cada passo que ele dava em nossa direção, eu sentia minha cabeça girar.
– Oi, . – escutei sua voz pronunciar meu nome por inteiro.
– Camile, me segura. – sussurrei, baixinho, só para ela escutar.
– Fica calma, . – respondeu ela, segurando meus braços. – Oi, sou Camile. – disse, me soltando. Eu senti que iria cair na piscina quando minha vista escureceu, mas senti alguém me segurando.
, dá um tempo com seu charme. – a voz de estava muito próxima ao meu ouvido. – Ele não vai te morder.
Não ousei abrir os olhos, apenas respirei fundo.
– Tudo bem com ela? – perguntou.
– Sim. – respondi e minha voz saiu estranha. – Tive uma vertigem, deve ser por causa do sol. – falei, abrindo os olhos e vendo que todos me olhavam.
– Acho melhor você se sentar um pouco na sombra. – me ajudou a sentar na espreguiçadeira que um enorme guarda-sol cobria. – Olha para mim, vai ficar tudo bem.
, eu não estou me sentindo bem, é sério. Estou tonta. – falei, mas ninguém estava nos escutando, eles estavam um pouco longe.
– Vou pegar água para você tomar, mas se acalma. – pediu.
– Tá. – me deitei com a mão no rosto.
– Vou ir pegar uma água para a , ela não está se sentindo muito bem. – escutei falar.
– Vou ir pegar uma toalha seca. – disse Camile.
Muito bom! Eu juro que mato ela! Por que tinha que me deixar sozinha ali com aqueles dois? Olhei de rabo de olho e vi Camile se afastar com , entrou na piscina e vinha em minha direção.
– Você não está se sentindo bem ou é uma desculpa para não falar comigo? – questionou.
– Por que você acha que eu mentiria? Estou passando mal, não está vendo? – respondi, ríspida.
– Como sempre grossa! Estou vendo que nossas férias vão ser longas.
– Não se preocupe comigo, vou embora essa noite. – falei, sem olhar para ele.
– Faça o que quiser. – se afastou de mim e entrou na piscina também.
Fechei os olhos e senti minha cabeça começar a latejar. Logo voltou com um copo d’água e um comprimido em mãos. Parecia que ele havia lido meus pensamentos.
– Imagino que você deve estar com dor de cabeça. – disse ele, me dando o copo e o remédio.
– Estou começando a desconfiar que você lê mentes. – sorri, pegando e colocando o comprimido na boca, dando um grande gole na água gelada, que fez minha cabeça doer.
– Não preciso ler mentes para saber seu estado mental. – deu um sorriso para mim e me senti reconfortada.
– Me dá um abraço? Estou com medo. – pedi, e ele nem pensou duas vezes em me abraçar. – Ele está aqui, , aqui.
– Shiu… Vai ficar tudo bem, fique tranquila, ele não vai te fazer nada. – sussurrou em meu ouvido.
– Tá. – enxuguei as lágrimas que estavam caindo de meus olhos, disfarçadamente. – Vou ver se a Rose Mari precisa de ajuda com o almoço.
Rose Mari era a cozinheira da casa, uma velha senhora adorável.
– Está bem. – disse, me ajudando a levantar.
Passei pela piscina e encontrei Camile no meio do caminho com toalhas secas, peguei uma de sua mão e entrei na casa, me enrolando com a toalha.
– Rose Mari, precisa de ajuda, meu amor? – perguntei, dando um abraço na velha que era bem mais baixa que eu.
– Ah, querida, não precisa. Vá se divertir com seus amigos na piscina, eu dou conta.
– Não quero ficar lá. Estou com uma leve dor de cabeça, deve ser por causa do sol. Prefiro ficar aqui dentro te ajudando. – falei, me soltando dela.
– Quer que eu faça um chá para você?
– Não precisa, já me deu um remédio. Daqui a pouco melhora. – sorri. – Me diga no que posso te ajudar.
– Bem, se vai me ajudar, prenda esse cabelo e coloque uma roupa. Não quero uma menina seminua na minha cozinha. – brincou rindo.
– Está bem…. – alarguei meu sorriso e fui até meu quarto colocar um short jeans e uma camiseta de alça. Prendi meu cabelo em um coquei alto e voltei para a cozinha pulando que nem uma criança. – Pronto. Como estou? – parei na frente de Rose Mari.
– Linda, querida. Você pode colocar os pratos na mesa para mim? – pediu.
– Claro. – peguei os pratos, os talheres, copos e fui para a sala de jantar.
Eu estava arrumando a mesa quando senti alguém me abraçar por trás e levei um susto!
– Que merda!
– Está tudo bem com você? – me perguntou.
Me virei para ele. Era meio difícil encarar aqueles olhos depois de tudo que fiz.
– Não te interessa – fria.
– Você é muito grossa! – reclamou, me soltando. – Por mais que eu tente ser legal com você, eu levo patada.
– Não estou pedindo para ser legal comigo, você faz o que quiser. – virei e continuei arrumando a mesa.
, você deve estar adorando me ver correndo atrás de você, né?
Acabei de arrumar a mesa e me virei novamente para ele, que estava encostado na parede.
– Você está correndo atrás de mim? Sério? Pensei que tinha me esquecido já. – falei, cruzando os braços.
– Para você é fácil, nunca gostou de mim realmente. – desdenhou.
Dei um sorriso cínico para ele.
– Ache o que quiser, eu não me importo. – sai andando, mas ele segurou meu braço.
– Você nunca se importou com nada, agora diga isso olhando para a minha cara.
– Eu - não - me - importo. – falei, pausadamente, olhando dentro de seus olhos.
Quando eu queria ser fria e mentir de verdade, eu era a perfeita atriz de Hollywood. puxou meu braço com violência e me tacou contra a parede. Ele estava com tanta raiva que transbordava por seus lindos olhos azuis. Engoli em seco já ficando com medo do que ele poderia fazer.
– O que foi? Você vai fazer o quê? Me bater? – debochei.
Ele não respondeu nada. A cada minuto que se passava, sua raiva ia aumentando pelo que parecia.
– Hein, . – falei em uma voz baixa e sexy só para provocá-lo.
me prensou com seu próprio corpo. Abaixei a cabeça. Ele pegou meu rosto com força e levantou me fazendo encará-lo. Nossos rostos estavam tão próximos que senti sua respiração bater em minha face. soltou meu rosto e encostou sua testa na minha, fechei os olhos e pude sentir seu nariz encostando-se ao meu. Meus batimentos cardíacos deveriam estar a mais de cento e cinquenta.
– Você achou mesmo que eu iria te beijar? – ele disse, e então abrir os olhos e pude ver os dele abertos também.
– Quer mesmo saber a minha resposta?
– Diga.
Troquei nossas posições rapidamente, agora fazendo ele ficar encostado na parede. Beijei seu pescoço violentamente. Senti as mãos dele envolver minha cintura e puxá-la para si. Fui subindo os beijos até seu ouvido.
– Não. – falei e sai andando de volta para a cozinha. – Filho sem mãe! – xinguei, baixinho, e vi Rose Mari me olhar.
– Tudo bem, querida?
– Tudo, Rose, tudo. – sorri sem vontade nenhuma. – Precisa de ajuda com a comida?
– Não, já está tudo pronto.
– Você viu o Ralf? Desde cedo que não o vejo.
– Ele foi cavalgar, voltou ainda pouco. Deve estar tomando um banho.
– Obrigada. – dei um beijo na testa dela e fui para o quarto dele, bati duas vezes na porta.
– Pode entrar. – escutei sua voz e entrei.
– Posso conversar com o senhor? – pedi.
– Claro. – Ralf estava com a toalha na cabeça e vestido adequadamente.
Fechei a porta e me sentei em sua cama.
– Essa sua cara de aflição não me engana, pode ir contando tudo o que aconteceu.
– O .
Ele ergue uma sobrancelha sem entender.
– O que tem ele?
– Está aqui.
Ralf ficou parado, olhando para minha cara, assimilando o que eu tinha acabado de falar.
… Meu sobrinho?
– É o mesmo que te falei. – abaixei a cabeça.
– Nossa, eu nem liguei o nome à pessoa. Havia me esqueci por completo dele, já que não o vejo desde criança. Vocês já se falaram?
– Uhum.
– Brigaram. – deduziu pelo meu desanimo. – Você tem que falar a verdade para ele.
– Eu não posso. Não posso arriscar de acontecer algo com minha irmã, ela ainda está na Inglaterra.
– Mas já tem um ano, muita coisa deve ter mudado. Você não vai poder ficar se escondendo dele pelo resto da vida.
– Não só posso, como vou. Me desculpe, mas hoje mesmo vou voltar para a cidade.
– Nem pensar. Viemos para passar as férias de verão todos juntos, e não te deixarei ir embora por causa do . Que tipo de pai eu seria se deixasse você ir? – Ralf veio andando até mim. – , você tem que encarar ele e dizer a verdade. Cadê aquela sua coragem que tanto tem para enfrentar as coisas?
– Eu a perdi há muito tempo, quando vim fugida para cá. Fui uma covarde por ter deixado apenas uma carta dizendo um monte de mentiras. Ralf, que tipo de pessoa eu sou? Acabei de falar para ele lá embaixo que não me importava. – comecei a chorar. Eu só podia ser um monstro, no mínimo. – Não sei por que fiz isso.
– Você ainda está na defensiva com medo de se machucar ainda mais. – Ralf me deu um abraço reconfortante. – É assim mesmo. Não precisa chorar.
– O caso é que sempre quando penso nele eu choro e agora vendo ele na minha frente, não sei o que fazer. Estou apavorada. – o abracei de volta, tremendo de tanto nervoso.
Escutamos alguém batendo na porta.
– Quem é? – Ralf perguntou.
– Sou eu, Camile. A está ai com você?
– Estou, Cami. – respondi, então ela entrou.
– Vou deixar que conversem um pouco. E você, – apontou para mim. – vê se fica calma. – assenti. – Vou descer e falar com seus tios.
– Ah, é, meus tios. – dei uma risada. – Eu não os conheço.
– Quando se acalmar desça que vou te apresentar. Está bem? – Ralf passou a mão em meus cabelos.
– Sim.
Ralf saiu do quarto, deixando Camile tomar seu lugar.
– Amiga. – ela veio correndo me abraçar e comecei a chorar mais ainda. – Calma, linda, calma.
– Camile, me ajuda.
– Claro, amiga. Agora enxugue essas lágrimas, lave o rosto e vamos descer com um sorriso lindo, como se nada estivesse acontecendo, oK? – disse ela, passando a mão em meu rosto. – Sejamos fortes e unidas venceremos.
Não aguentei a pose que ela fez quando falou e comecei a rir.
– Menina, já disse que você é muito boba? – falei.
– Eu? Que nada, menina. Que tal descermos o caneco hoje? – Camile colocou as duas mãos na cintura. – Bebida é o que não falta nessa casa.
– Tenho uma ideia melhor. Que tal um jogo de strippoker? E além das peças de roupas perdidas incluiremos um copo de cachaça.
, já te falei que você é muita assanhada?
– Hum… – fiz uma cara pensativa. – Não. – respondi, levando um tapa no braço.
– Vai lavar essa cara e vamos descer.
Fui no banheiro de Ralf, lavei o rosto. Meus olhos estavam levemente inchados, mas nada que um óculos de sol não resolva. Eu e Camile descemos e encontramos todos reunidos na sala, inclusive os meninos todos molhados. Vi Meg empurrando e Rich a beliscava para que ela parasse, o que me fez rir e todos olharam para mim e Camile que estávamos paradas na porta.
, venha aqui. – Ralf me chamou com um sorriso no rosto.
Eu e Camile nos aproximamos.
– Oi. – falei com um sorriso no rosto.
, essa aqui é minha irmã Lauren e esse é seu marido Giovanni. – Amélia falou gesticulando para os dois. – E esse é meu sobrinho .
Fui até Lauren e Giovanni.
– Prazer. – estendi a mão, e Giovanni a pegou. – Sou a filha mais velha de Ralf. – dei meu melhor sorriso.
– Prazer, você é muito bonita.
– Obrigada. – me virei para Lauren e dei dois beijinhos nela. – Prazer.
– O prazer é todo nosso. Quando Amélia disse que você era adorável, não acreditei. – Lauren deu um sorriso para mim. – Esse é meu filho .
– Oi. – falei.
– Já nos conhecemos, mãe. – respondeu. – Estudamos juntos, né, ?
– É. – olhei para baixo. – Oi, . – falei, agora olhando para o menino que sorriu para mim e veio me abraçar.
– Que saudades de você, garota. – falou e eu retribui o abraço.
– Também fiquei com saudades.
Eu e tínhamos virado grandes amigos, apesar de tudo.
– Ah, essa aqui é minha amiga Camile. – falei me soltando de e gesticulando para a menina logo atrás de mim.
Todos a cumprimentaram.
– Estou vendo que estamos todos em família. – Ralf disse, feliz. – Que tal irmos almoçar agora?
– Ótima ideia. – dei um sorriso, doida para me livrar daquela situação. – A comida da Rose Mari é divida.
– Concordo com a . – disse. – Vamos? – ele bateu a mão uma na outra com um sorriso no rosto e deu uma piscadinha para mim.
Sorri em agradecimento por estar me ajudando a sair dali o quanto antes. Fomos todos para a sala de jantar. Eu, Camile, , e sentamos no lado direito; no lado esquerdo ficou Amélia, Lauren, Giovanni, Meg e Rich; na cabeceira da mesa ao meu lado e o de Amélia ficou Ralf. Almoçamos todos tranquilamente sem muita conversa até a hora da sobremesa.
– Fiz o favorito da . – Rose Mari disse, entrando um pirex em mãos. – Suspiro com creme e morangos congelados.
– Hum, Rose Mari, eu não acredito! – falei com água na boca. – Já disse que te amo?
– Já, querida. – a velha deu um sorriso para mim.
Todos riram menos que tinha uma cara de poucos amigos.
– O cresceu tanto, está um homem. – Ralf comentou. – Já pode até casar com a minha filha.
Engasguei na mesma hora com o copo de água que estava bebendo. Peguei o guardanapo rápido, porque deveria estar saindo água até pelo meu nariz. Camile deu uns tapinhas em minhas costas.
– Respira, amiga. – disse ela.
– Não dá. – minha voz saiu esganiçada em meio às tossidas.
– Tome mais um pouco de água. – Ralf falou rindo, e eu olhei para ele.
– Não… Obrigada. – disse, conseguindo respirar.
ria assim como , o resto do pessoal tinha uma cara de preocupação e de raiva. Com um pouco de custo consegui controlar a minha tosse e pudemos comer a sobremesa tranquilamente.
. – Rich me chamou.
– Oi. – respondi, levantando a cabeça e olhando para ele, que estava no final da mesa.
– Depois que terminarmos aqui você joga vídeo game comigo?
– Claro, amor. – sorri para ele.
Terminei de comer e fomos para o quarto dele jogar Guitar Hero 5, até que apareceu na porta.
– Toma cuidado que ela costuma roubar. – disse, e eu o olhei.
– Já estou acostumado com as tentativas dela de me fazer perder. – Rich riu.
Voltei a olhar para a TV vendo que tinha perdido algumas notas por ter olhado para . Era difícil de me concentrar com ele ai. Acabei perdendo.
– Ae‼! Ganhei. – Rich pulava no meio do quarto.
Ri da comemoração dele, olhei para que continuava de pé na porta me olhando, desviei o olhar e mordi o lábio inferior.
– Rich, eu vou descer e ficar um pouco na piscina com o pessoal, você não quer ir? – perguntei.
– Não gosto de sol. – ele torceu o nariz. – Vou ficar aqui jogando.
– Tá. – sai do quarto passando por . – Temos que conversar. – falei com ele.
– Não temos nada para conversar. – respondeu ele.
– Eu disse que temos que conversar, para de bobeira e vem. – peguei em sua mão, mas ele a puxou de volta.
– Não temos. – rosnou.
– Está bem! Se você não quer saber porque me mandei sem nem falar com você, ok! Mas depois não vem me falar que não tentei explicar. – sai andando.
Desci as escadas sentindo o ar ser pouco dentro de meu peito, era como se aquela agonia toda em meu coração estivesse tentando sair a qualquer custo, o nó em minha garganta estava me impedindo de respirar, eu estava com uma vontade tremenda de gritar e começar a chorar. Subi correndo de volta dando um trombada com no meio do caminho, quase me jogando no chão, mas me segurei no móvel que tinha ali no meio do corredor. Não ousei olhar para ele com medo do que meus olhos podiam revelar, me coloquei de pé e sai andado. Senti ele segurando meu braço e me puxando bruscamente.
– Me solte, ! – disse, um pouco alto, olhando para qualquer lado menos para a cara dele, tentando me libertar de sua mão que prendia toda a circulação de meu braço.
segurou meu pulso quando o levantei para lhe dar um tapa no peito. Eu puxava meus pulsos com força tentando me soltar, mas ele foi me empurrando para trás com tanta força que era impossível de conseguir fazer muita coisa.
– Está me machucando, me solta. – resmunguei ainda tentando me libertar. – Eu vou começar a gritar se não me largar.
– Grita, mas grita bem alto. – sua voz saiu um tanto raivosa.
Senti minhas costas baterem na parede com força.
– Anda, grita. – falou entre dentes.
– Pare com isso, por favor. – olhei para baixo e minha vista começou a embaçar por causa das lágrimas que queriam sair.
Por que quando eu estava perto dele era tão sensível?
– O que está acontecendo aqui? – escutei a voz de encher o corredor.
me soltou na mesma hora, e eu cai sentada no chão. Ele não disse nada, apenas saiu andando. Escutei os passos de se aproximar de mim e ele se abaixou na minha frente.
– Ele te machucou, boneca? – perguntou, preocupado.
Balancei a cabeça negativamente. Encontrei forças para me levantar sozinha e passei a mão no rosto disfarçadamente para secar as lágrimas que estavam prestes a deixar meus olhos. Olhei para e dei um sorriso forçado.
– Vou andar de cafvalo, quer ir? – perguntei, e abriu um sorriso para mim.
– Não, obrigado, não sou fã de cavalos.
– Tá. Eu vou ir me trocar, mais tarde nos falamos. – sai andando para meu quarto.
Me troquei rapidamente, mas não tirei meu biquíni. Olhei para Put que estava deitado na minha cama, ele odiava calor. Estava dentro de casa o dia todo, só saia do meu quarto para comer, beber água e fazer suas necessidades. Eu tinha um cachorro muito folgado! Ri. Desci, passei pela piscina e fui até o estábulo. Vi meu cavalo com a cabeça para fora e fui até ele.
– Olá, Johnny. – passei a mão em sua cabeça.
Coloquei a cela nele e sai para cavalgar. Era tão relaxante sentir aquele ventinho bater em meu rosto, eu estava doida para ter distância daquela casa. Não conseguia nem olhar para a cara de sem ter repulsa de mim mesma. Como sou idiota, covarde e egoísta. Eu não o merecia. Ao longo da fazenda tinha uma cachoeira, amarrei o Johnny na árvore, tirei minha roupa, pois ainda estava de biquíni e entrei naquela água fria. Senti meu corpo se arrepiar todo, mas logo mergulhei para que o frio passasse. Olhei para o céu, onde começava a formar nuvens negras de chuva.
– Ah, como eu adoro chuva de verão. – reclamei saindo da água para pelo menos dar tempo de eu me secar para vestir minhas roupas antes que começasse a chover.
Me sequei, vesti minhas roupas e assim quando montei no Johnny, uma chuva forte começou a cair. Voltei para casa correndo, cheguei lá marrom de tanta lama que tinha em mim. Coloquei Johnny todo sujo também de volta no estábulo.
– Amanhã te dou um banho, menino. – falei com ele.
Assim que me virei, dei de cara com todo molhado também.
– Que isso, menino?! Onde você estava indo? – perguntei.
– Atrás de você. Olha essa chuva! Nossa, você rolou na lama? – perguntou, rindo.
– Sim, quis saber como os porcos se sentiam. – ri junto com ele. – Quer ver também? Te levo para a lama rapidinho.
– Não, não, muito obrigado.
– Agora você vai! – tirei minha camisa xadrez ficando só de camiseta branca e sai puxando para o meio da chuva.
– Sua doida! Vamos acabar pegando um resfriado.
– Não tô nem ai! – gritei rindo e correndo pela grama, indo em direção a mata. – Dúvido você me pegar!
– Então, corra! – veio correndo atrás de mim. Entrei no meio do mato, onde estava cheio de barro, e me escondi atrás de uma árvore. – Ah‼ Se esconder não vale! Ah, , aqui está cheio de lama.
Comecei a rir e sai de trás da árvore.
– Seu chato. – fui até ele. – É só lama, .
– É, mas eu estou de tênis branco e você de botas.
– E o que tem isso? Só porque sujou o seu tênis?
– É. – fez cócegas em mim.
– Não, , faz isso comigo, não. – sai correndo de volta para o gramado e me joguei nele me sujando mais ainda. – É muito bom ficar correndo debaixo da chuva.
se jogou do meu lado.
– Também acho. Só não gosto da parte de me sujar.
– Larga de ser fresco! É só tomar um banho depois.
– “É só tomar um banho depois.” – me remedou.
– Seu implicante! – falei alto e pulei em cima dele fazendo cócegas.
Ficamos rolando na grama de um lado para o outro que nem dois retardados, até que cansamos e fiquei deitada em cima dele.
– Sua suína, sai de cima de mim.
– Nunca! – gritei e mordi seu pescoço.
– Está virando vampira também? Uma porca vampira!
– Sou. – falei e voltei a morder seu pescoço.
– Olha a safadeza no meio da chuva! – Camile gritou, e olhei para ver onde ela estava.
– Eca, gente! – Meg estava ao seu lado com um guarda-chuva em mãos. – Vocês não podem transar em um lugar mais reservado?
Olhei para a cara de que começou a rir junto comigo, me levantei ajudando ele também.
– Não estamos transando, Meg. – falei, me aproximando dela e a abraçando.
, me solta, vai me sujar! – reclamou a menina.
– Não‼! – coloquei ela no ombro e a carreguei para dentro de casa enquanto a menina gritava e ria ao mesmo tempo.
– Que gritaria é essa? – Ralf veio até a porta de vidro enquanto eu subia as escadas com Meg no ombro. – Meu Deus, , onde você estava, minha filha?
– Fica tranquilo, pai, eu estava tomando um banho de lama, dizem que é bom para a pele, sabia? – disse, sorrindo e colocando Meg no chão.
– Olha só, você me sujou toda.
– Meg, não reclame, olhe o que ela fez comigo. – falou logo atrás de mim e me abraçou. – Tio, sabia que a sua filha é uma suína vampira?
– É mesmo? – Ralf sorriu. – Eu não sabia que tinha uma filha assim.
– Pois é, Ralf. – Camile passou por nós, rindo também.
Entramos dentro de casa imundos e ensopados.
e , vocês vão sujar a casa toda! – Amélia disse, assim quando nos viu. – Vão para o banheiro de empregada tirar pelo menos essa lama do corpo.
– Tá. – sai puxando .
O banheiro de empregados ficava do lado de fora da casa. Assim que chegamos lá, tirei minha roupa, assim como . Ficamos só de roupas de banho. Liguei o chuveiro e entrei debaixo da água quente.
– Vem, . – o puxei para debaixo da ducha também.
O box era grande, assim como o chuveiro também. Olhei para e fiquei observando como a água escorria por seu corpo malhado.
– Que foi, ?
– Nada.
Menina, que isso! Você querendo agarrar o seu melhor amigo! Isso já não seria novidade, era meu melhor amigo também e nós já tínhamos feito loucuras, mas era diferente, eu o conhecia desde pequena. ficou me olhando com um sorriso no rosto, sem malicia alguma, enquanto eu o olhava com luxúria. Passei a mão em meu rosto na tentativa de espantar aqueles pensamentos pervertidos. Tirei mais ou menos a lama de meu corpo e sai do banheiro sem falar nada. Assim que passei pela cozinha, flagrei assaltando a geladeira e pegando a sobremesa que tinha sobrado do almoço.
– Assaltando a geladeira, né? – falei, meu humor estava um pouco melhor.
Ele levou um susto com minha voz e quase deixou o refratário cair no chão. ficou me olhando e foi ai que me toquei que estava toda molhada e só de biquíni no meio da cozinha.
– Ah, desculpe, acho que estou meio indecente para a ocasião. – falei debochada e vi um pequeno sorriso escapar de seus lábios.
Aqueles lábios, como eu os queria colados no meu, queria senti o calor de sua pele na minha, o gosto de sua boca, o toque bruto de suas mãos em mim, o cheiro gostoso de seu perfume, sua respiração quente em meu pescoço, sua voz rouca sussurrando em meu ouvido. Fechei os olhos só de imaginar e dei um sorriso fraco. Senti minha cabeça dar uma leve sensação de tontura, então abri os olhos e vi olhando para mim.
– O que foi? – perguntei.
– Nada, só que você parou ai no meio da cozinha com essa cara de maníaca do parque e ficou me olhando, pensei que ia me atacar.
– Maníaca do parque? Estou mais para maníaca sexual. – mordi o lábio inferior depois que tinha visto que havia falado merda. – Esquece o que eu falei, é muito tempo… Deixa. – balancei a cabeça e sai andando. – Pensando bem, te vi comendo isso ai e me deu vontade também. Coloca um pouco no copo para mim também?
– Coloque você mesma!
– Depois a grossa e ignorante sou eu. Você podia imitar uma borboleta, porque o modo cavalo já estou cansada de ver.
– Olha quem fala. Se eu sou cavalo, você é o quê? – perguntou com desdém.
– Uma dragon. – zuei eu mesma. – Coloca um pouco de sobremesa para a sua prima no copo, vai. – fiz uma voz manhosa.
– Prima, hum, vai nessa “PRIMA”. – ele riu, debochando.
– Quem diria que íamos ser parentes, hein, ? Uma coisa que me intriga. De onde vem o seu sobrenome?
– Do meu pai Giovanni . Não tenho o sobrenome de minha mãe. – disse ele, me entregando um copo com o doce junto de uma colher.
– Obrigada. – agradeci, e se sentou no banco perto da bancada. – Como andam as coisas em Londres?
– Para que você quer saber? Se interessasse tanto assim, teria procurado saber antes.
– É, mas eu quero saber de você. – respondi no mesmo tom de desdém que o dele.
olhou para mim com raiva.
– Andam ótimas que você nem imagina. – respondeu grosseiramente.
– E você e a Kate?
– Não recebeu o convite de nosso casamento? – ele franziu a testa. – Iremos nos casar mês que vem.
Fiquei completamente sem reação. Minha respiração parou assim como todo o resto do corpo. Ele disse casar? Foi isso mesmo que escutei? Não! Eu deveria ter escutado errado ou isso era um pesadelo e um da pior espécie. Ela então tinha conseguido o que tanto queria. Parabéns para Kate. Aquela vaca jogou tão sujo e baixo e ainda por cima havia ganhado o . Me senti um verdadeiro lixo. Dei o homem que eu amava de bandeja para ela. Agora já era tarde demais para querer lutar, eu não poderia estragar a felicidade deles. Claro que se ele estava casando com ela era porque queria. Não tinha mais nenhuma ameaça já que eu tinha sumido sem dar o paradeiro e Ralf havia conseguido limpar meu nome. É, menina, você perdeu.
Coloquei o copo em cima da pia da cozinha e fui para meu quarto sem falar mais nada. Assim que entrei nele, o tranquei e fui tomar um banho. Encostei na parede do box e senti um corpo indo escorrer por ele até que eu atingisse o chão. Não vou chorar, não posso chorar e não quero chorar. Não adianta nada se lamentar por seus erros, já era, acabou, fim da linha.
Tomei um longo e demorado banho. Sai enrolada na toalha e coloquei um short e uma camiseta preta comprida, deixei meus cabelos soltos e desci para estender a toalha no varal. A empregada já tinha recolhido minha roupa suja de lama que eu tinha deixado no banheiro. Subi de volta para meu quarto e encostei a porta, vi Put deitado em sua caminha no canto do quarto, peguei meu violão e me sentei na cama. Comecei a tocar You do The Pretty Reckless.

You don't want me, no
(Você não me quer, não)
You don't need me
(Você não precisa de mim)
Like I want you, oh
(Como eu quero você, oh)
Like I need you
(Como eu preciso de você)


Senti uma lágrima escorrer do canto de meu olho, mas continuei.

And I want you in my life (E eu quero você na minha vida)
And I need you in my life
(E eu preciso de você na minha vida)

You can't see me, no
(Você não pode me ver, não)
Like I see you
(Como eu vejo você)
I can't have you, no
(Eu não posso ter você, não)
Like you have me
(Como você me tem)


Meu coração parecia que sangrava de tanto que doía. Minha lágrimas queimavam em meus olhos.

And I want you in my life
(E eu quero você na minha vida)
And I need you in my life
(E eu preciso de você na minha vida)

Love, love, love
(Amor, Amor, Amor)
Love, love, love
(Amor, Amor, Amor)


Escutei um barulho do lado de fora da porta, mas nem me importei se alguém estava me escutando ou não. Apesar do choro minha voz saia limpa. Eu estava cantando com a alma.

You can't feel me, no
(Você não pode me sentir, não)
Like I feel you
(Como eu sinto você)
I can't steal you, no
(Eu não posso te roubar, não)
Like you stole me
(Como você me roubou)
And I want you in my life
(E eu quero você na minha vida)
And I need you in my life
(E eu preciso de você na minha vida)

Lalalalala, lalala
Lalalalala, lalala


Sentia meus braços se arrepiarem a cada nota que eu tocava. Já tinha fechados meus olhos, não estava enxergando mais nada e apenas tocava. Assim que terminei, joguei o violão em cima da cama e continuei cantarolando a mesma música deitada de olhos fechados. Senti uma brisa leve bater em minha pernas e minha canção foi interrompida por lábios. Não precisei nem de abrir os olhos para saber de quem era aquela boca que me beijava, era dele. . O cheiro de seu perfume, o toque de sua mão em minha perna, o jeito que me beijava lhe denunciava. Nossas línguas se tocaram com calma e estavam em perfeita sintonia. Aquele beijo era feito para nós, ninguém mais se encaixava nele do que eu ou ele. O gosto suave de menta em sua boca me trazia todas as lembranças de que nunca esqueci. Meus dedos passavam delicadamente em seus cabelos macios. Senti seu corpo se deitando sobre o meu devagar e sua outra mão segurar minha nuca. Nos separamos e olhei aqueles olhos que eu tanto amava.
– Eu te amo. – falei.
– Também te amo, minha pequena.
Senti algo me balançar.
– Ei, ! Acorda! – a voz de Camile dominou minha cabeça.
Abri os olhos depressa e coloquei a mão em minha boca, me sentei na cama, olhei em volta e vi meu violão exatamente onde eu havia deixado.
– Foi um sonho. – falei.
– Que sonho, menina? – Cami me olhava com uma cara confusa.
– Eu devo ter dormido depois de ter ficado tocando. – conclui, vendo que tudo que tinha acontecido era apena um sonho. – Me belisca. – Camile fez o que pedi. – Ai! Isso doeu. – reclamei passando a mão em meu braço.
– Claro! O que você sonhou? – perguntou, sentando-se na minha frente.
– Nada, não sei. Minha cabeça está doendo. – tentei desviar do assunto.
– Não me enrola!
– Sério, não me lembro.
– Tá bom. Vamos descer para fazer um lanche. – Cami me olhou de esquininha ainda desconfiada.
– Que foi?
– Você não quer me contar com que estava sonhando. – ela fez beicinho.
– Estava sonhando que você estava me afogando na piscina, está bem?
– Mentira, senão você teria acordado gritando.
– Ihhhhh, chata, tá bom! Fecha a porta e senta aqui. – Camile foi saltitando fechar a porta do quarto e depois voltou correndo se sentando na minha frente. Respirei fundo antes de começar. – Sonhei que o tinha vindo aqui no quarto e estávamos nos beijando, mas foi tão real que pensei realmente que tinha acontecido.
– Ah‼! – Camile gritou. – Que lindo.
– Lindo nada, Camile, isso nunca vai acontecer, ele vai se casar mês que vem. – falei triste.
– Tá zuando comigo, né? Só pode.
– Também demorei a acreditar, mas é verdade. Ele me disse ainda pouco quando estávamos na cozinha comendo doce. – olhei triste para Camile.
– Não sei nem o que dizer. Meu coração ficou até apertado quando você me disse isso. – ela me abraçou.
– Camile, eu o perdi, o perdi para sempre. – falei, quase chorando. – Não vou mais chorar por ele. – meu coração estava doendo tanto que não aguentava mais.
O peso que estava sentindo dentro de mim parecia que puxava para o chão, eu não tinha força nem para me levantar da cama. Estava completamente destruída.
– Amiga, vamos tentar esquecer isso. Anda, vamos descer e comer algo. – ela pegou em minha mão e saiu me puxando.
Eu não podia ser fraca novamente e começar a me drogar, porque era exatamente isso que eu estava querendo fazer aquele momento, pelo menos assim me esquecia dele. Quando chegamos na cozinha, , e conversavam animados.
– A bela adormecida finalmente acordou! – sorriu para mim.
– É. – falei sem vontade.
Me sentei à mesa que estava posta um lanche, que supus que tinha sido preparado por Rose Mari.
– Boa tarde, querida. – disse ela, entrando na cozinha com um sorriso.
Só retribui um sorriso triste e ela entendeu que eu não queria falar. Rose Mari é minha conselheira, e pelo que tinha percebido, já sabia que o meu era o mesmo que estava ali agora. Comi um pedaço de bolo de chocolate sem vontade. Não descia nada na minha garganta.
– E ai, , né? – Camile falou. – Tem namorada?
Não mencionei nem olhar para eles, continuei enrolando para comer minha fatia de bolo.
– Na verdade, uma noiva. – respondeu ele.
– O que você arrumou, ? Engravidou a menina? – perguntou, zuando.
– Não, cara, é que nos gostamos muito e decidimos nos casar. – senti como se não fosse conseguir ficar contente, não queria mais ficar ali escutando mais nenhuma palavra. – Você e a podiam ser padrinhos, assim como também irá ser junto com uma amiga nossa.
Me levantei da mesa, olhei para a cara de , sai da cozinha e fui para o jardim.
– Quem ele pensa que é para ficar esfregando isso assim na minha cara?! – grunhi baixo.
Escutei o latido de Put e me virei, ele estava na porta e abanava o rabo para mim.
– Vem cá. – chamei.
Ele veio correndo na minha direção com cara de bobão. Fiquei correndo pelo gramado com ele atrás de mim querendo pular em minha pernas até que conseguiu me derrubar.
– Seu danado. – falei rindo e abraçando ele enquanto lambia minha cara.

# POV’s
Acordei com um latido de cachorro dentro de casa.
– Mais que merda é essa? – reclamei.
– Shiu, Put, vai acordar os outros. – escutei a voz dela no corredor seguindo de uma risadinha baixa. – Anda, vem.
Abri a porta e me deparei com ela.
– Desculpa. Te acordei? – tinha um sorriso lindo no rosto.
– Sim. – respondi seco.
– Me desculpe novamente, não era…
– Tá, tá. – a interrompi. – Tanto faz. Já me acordou de qualquer maneira. – falei de mal humor.
olhou para o lado e saiu andando sem falar nada. Voltei para o quarto e me joguei na cama, se ela estava pensando que eu ia que nem um cachorrinho atrás dela, estava muito enganada. Por que eu tinha que reencontrá-la? tinha sumido já fazia um ano, e agora que estava começando a querer esquecê-la, ela me aparece. Isso só podia ser praga ou algo do tipo. Onde mesmo que estava com a cabeça quando aceitei vir passar aminha férias de verão aqui? Em uma fazenda que ficava duas horas de viagem da cidade mais próxima e com aquela garota aqui junto comigo. Tudo bem que eu não sabia que ela estaria aqui. Ah, cara, mesmo assim, fala sério. Se soubesse que ela estava aqui viria de qualquer jeito! Não iria deixar que isso me abalasse, vou continuar sendo firme, não vou me deixar levar por ela. Levantei e fui até a janela.
– Linda. – sussurrei vendo correr pelo gramado junto com Put. – Perfeita, minha pequena. – um sorriso saiu de meus lábios quando a vi sorrir também.
olhou para cima e me viu na janela, sem pensar duas vezes sai dali.
– Deus‼ – passei a mão em meu rosto. – Dai me força! – pedi.



19° Capítulo


# POV’s
O dia estava sendo longo. Eu me negava a trocar muitas palavras com ele, eu mal comia, não tinha vontade de fazer nada. Sentia minha vida sendo sugada aos poucos, não estava conseguindo ser fria como queria, nem forte. Cansei! Eu tinha que contar a verdade para , ele querendo me escutar ou não. Sai de meu quarto e o procurei pela casa toda. Ele estava na piscina junto com todo o resto da família.
, preciso falar com você. – falei o mais sério que consegui.
– Fala, estou escutando. – ele estava sentando na cadeira de sol e me olhou por cima dos óculos.
Cerrei meus lábios em um linha reta e respirei fundo.
– Em particular, pode ser? – perguntei, ríspida.
Ele olhou para os lados.
– Tá! Fala rápido que não quero perder meu tempo com você. – disse, se levantando da cadeira.
– Não se preocupe, irei ser o mais breve possível. Vamos para o escritório. – sai andando na frente.
Fomos em silêncio até o escritório. Chegando lá fechei a porta, logo que passou.
– Estou esperando. – se jogou no sofá de couro.
– Bem, . Você querendo saber ou não, vou te contar porquê fui embora daquele jeito. – respirei fundo. – Kate e Frankei ameaçaram a minha irmã. Se não deixássemos vocês e a cidade, ela morreria. Pronto. – me virei para sair do escritório.
– Espera. – escutei a voz de , assim como senti sua mão segurar meu braço. – Você está falando sério?
– Não! Agora me deixe ir que vou brincar com o lobo mau na floresta. É claro que ‘tô falando sério! Por que acha que eu mentiria? Ah, sim, você acha que eu minto sempre. Bem, não… – os lábios dele me interromperam assim quando tocaram os meus.
– Você fala muito. – disse ele, depois de um selinho breve.
Fiquei sem reação alguma olhando-o por alguns segundos.
– Era só isso que eu tinha para falar. Agora você pode ser feliz para sempre com a psicopata da sua esposa. – abri a porta do escritório e sai depressa, antes que me arrependesse.
Sai correndo pela casa a dentro sem saber para onde eu ia. Um desespero estava ocupado minha garganta, queria gritar, gritar de desespero, agonia, solidão, de remorso por não ter ficado e lutado por ele, tristeza, queria me libertar daquilo. Acabei que bati de frente com alguém.
– Hey, . – disse, me segurando para que eu não caísse no chão.
Olhei para ele como pedido de desculpas e sai correndo da casa. Fui para o aras, coloquei a cela no Johnny com presa e sai montada nele. Cavalguei o mais rápido que o animal podia. Sentia a cela machucar minha panturrilha por eu não ter ido de botas. Mas não estava nem ligando para mais nada. Era isso que queria, ser fraca e consegui, consegui fugir. Gritei muito enquanto Johnny corria, gritei até a minha voz não querer mais sair. Cheguei até a cachoeira, amarrei o cavalo em uma árvore e dei um mergulho na água gelada sem nem ao menos me despir. Chorei até cansar, meu olhos deveriam estar do tamanho de duas bolas de tênis de tão inchados. O soluço dominava minha garganta e minha mão tremia mais do que qualquer coisa. Estava sentada na pedra quando escutei um barulho no mato. Voltei a pular na cachoeira e fui para perto da queda d’água. Fiquei meio atrás da queda para ver quem era. Vi um cavalo marrom, e estava em cima dele. Que merda! Por que ele tinha que ter vindo atrás de mim? Ele amarrou Herus na árvore, tirou sua camisa e entrou na água.
– Já te vi ai atrás, da próxima vez se esconda melhor. – disse de um jeito engraçado
Fingi que nem ouvi e continuei atrás da queda d’água, encostava na pedra agora. veio até mim. Fiquei o olhando se aproximar cada vez mais, até que chegou bem perto de meu ouvido.
– Deveria te bater por ter feito isso tudo. – sussurrou. – Você não podia ter me deixado.
Senti como se suas palavras atravessassem meu peito, como uma estaca.
– Não podia. – ressaltou.
– Isso não importa mais. – minha voz saiu completamente rouca, digo, o que saiu dela, claro. – Nada vai mudar.
Senti ele dar um riso, já que um sua respiração bateu em meu pescoço com uma lufada de ar.
– Como pôde? Depois de tudo que passamos, você apenas me abandonou sem dar notícias e explicações. Ninguém sabia sobre você. Nem o . – agora ele estava aparentemente nervoso.
– Você procurou o ? – perguntei, surpresa.
– Procurei qualquer um que podia saber sobre você. Até seu ex. – aquilo me fez arregalar os olhos
– Jensen? – indaguei.
– Sim, ele mesmo. Me disse tudo sobre você. O quando sofria por minha causa, das drogas que usava, das madrugadas em bares enchendo a cara, o motivo da arma em seu carro. Eu não acredito que você tentou se matar! – falou com raiva. – Se me amava tanto quanto me disseram, por que nunca foi atrás de mim?
– Não sabia onde procurar, não tinha coragem e meu orgulho era maior. Se você nunca tinha tentado me procurar, por que eu iria atrás de você? – disse, sem emoção alguma.
– Eu nunca te procurei porque tinha raiva! Pensei que você tinha me entregado para a polícia com mais um monte de mentiras. – fiquei surpresa ao ouvir suas palavras.
– É, mas eu não sabia de nada. – rebati.
– Olha, vamos nos esquecer disso, ok? Você não sabia de nada, e nem eu. Agora isso tudo não justifica porque me deixou em Londres e veio para cá feito uma fugitiva. – tinha rancor na voz.
– Fugi de você. Não conseguiria mentir tão bem na sua cara. – falei, fechando os olhos e encostando minha cabeça na pedra. – Sou fraca quanto as coisas em relação a você. Não sei o que fazer direito.
– Mas não foi, quando pegou suas coisas e foi embora. – disse, nervoso. – Você me deixou do mesmo jeito!
– Você acha que não? Não sabe como foi difícil! Escutei todas as mensagens que me deixou, li todos os SMS que mandou, peguei o telefone várias vezes para te ligar, mas quando atendia, após escutar a sua voz, eu desligava. Seria egoísmo da minha parte falar contigo uma vez, não contar a verdade e depois nunca mais ligar, você ficaria mais preocupado. – expliquei em minha defesa.
– Você foi egoísta me deixando daquela forma! – deu um murro na pedra. – Eu deveria realmente sentir raiva de você, muita! Era isso que queria. Queria não precisar olhar na sua cara nunca mais.
– Então por que não o faz? – o enfrentei.
– Porque eu te amo, sua idiota! É tão difícil acreditar nisso? – abri os olhos e vi me olhando. Ele passou a mão em seus cabelos molhados os jogando para trás. – Não consigo sentir raiva de você nem por um momento! – saiu andando, estava muito nervoso.
Fiquei parada, não tinha vontade de me mexer.
– Me desculpe. – falei, alto, para que ele escutasse.
voltou até mim.
– Suas desculpas não vão curar a ferida que tem em meu peito. – disse com raiva, olhando dentro de meus olhos. – Não temos mais nada para conversar.
Ele saiu andando.
. – chamei, saindo de trás da queda d’água. – O que posso fazer para tentar curar sua ferida?
– Fica longe de mim. – respondeu, saindo da água e pegando sua camisa. – Se não for pedir demais, finja que eu não existo.
Sai da água correndo e fui até ele.
– Por favor, me desculpe pelos meus erros. – falei, pegando sua mão.
– Não! Não quero você perto de mim, garota. Cansei de ser seu capacho.
– Não, , por favor. – pedi. – Não faz isso comigo.
– Você pensou em mim quando me deixou? Em algum momento, passou pela sua cabeça como eu ficaria sem você? Não! Então por que tenho que pensar em você? Já disse que cansei de ser seu capacho. – foi extremamente frio.
Não sei se era realmente possível ficar pior do que eu já estava. Se era assim, então assim seria. Era como se eu estivesse engolido cacos de vidro.
– Obrigada. – disse com frieza, enrugando a testa. – Eu mereço isso tudo. Você só está fazendo comigo o que fiz contigo. Está certo, eu também não te desculparia por isso. – falei, engolindo todo o choro e meus sentimentos garganta abaixo. – Tudo bem.
me olhava sério e balançou a cabeça negativamente.
– Não seja fria.
– Se eu não for, é pior. – olhei dentro de seus olhos, eu me sentia uma pedra. Meu escudo protetor havia ativado e tudo que saísse a partir de agora de minha boca seriam coisas da minha cabeça, não deixaria meu coração falar mais por mim. – Não vou mais deixar ser levada pelas emoções, cansei delas. Esse vai ser o único jeito de nós não nos machucarmos.
– Não.
– Que não o quê?! Vai ser assim. – dei um sorriso. – Quando eu tiver o desejo por alguém, vou lá e fico, sem nem ligar para o que vão achar ou pensar. Adoro essa minha vida de luxúria, sabe. Eu tinha abandonado ela, mas vejo que esse é o único jeito de nós não nos machucarmos.
– Queria ter essa frieza que você tem. Te invejo, sabia?
– Não precisa disso, querido. – lambi meus lábios e depois mordi o inferior. – Se você quiser, podemos brincar. – sussurrei, bem próximo ao seu ouvido.
– É isso que você quer? Brincar? – passou a mão por minha cintura com brutalidade. – Adoro jogos de sedução.
– Então, tá. Vamos fazer assim, eu te provoco até onde você resistir.
– Assim a brincadeira não tem graça. – senti seus lábios em meu pescoço, o beijando e dando pequenas mordidas, me fazendo arrepiar toda. – Quero ver até onde você vai com esse seu joguinho de bancar a durona. – ele mordeu a ponta de minha orelha. Fechei os olhos e passei a mão por seu pescoço, arranhando só para provocá-lo.
– Você acha que estou bancando a durona? Você não viu nada, garoto. – falei, sensualmente, em seu ouvido, lhe dando uma pequena lambida no pescoço. – Que os jogos comecem. – soltei um sorrisinho.
– Só não pode pedir para sair depois.
– É o que iremos ver. – peguei suas mãos e as tirei de minha cintura.
Tirei minha camisa molhada, que estava agarrada em meu corpo, e logo depois o short. Olhei para , com cara de menina safada. Mencionei em tirar o sutiã, e ele fez uma cara maliciosa e um sinal positivo com a cabeça.
– Acabe de fazer o stripe. – disse ele.
– Você quer me ver nua?
Ele afirmou.
– Então, venha tirar. – falei em um convite, entrando dentro da água.
soltou um sorrisinho danado e veio atrás de mim.
– Garota, você vai me pagar pelo que está fazendo.
– Não estou fazendo nada, amor.
Ele me abraçou por trás com força e passou a mão em meus seios. Peguei sua mão e a apertei por cima do meu peito, soltei um gemido baixo só para provocá-lo ainda mais.
– Vou fazer você berrar meu nome. – falou, entre dentes, me pressionado contra seu corpo.
– E você o meu. – passei a mão livre por sua nuca, puxando-o para mais perto de meu pescoço.
beijou meu pescoço até meus ombros. Eu não podia fazer aqui, era insano demais. Por mais que eu o quisesse, não poderia fazer aquilo.
– Cansei. – falei. – Me solta. – me virei e empurrei ele.
– Eu juro, juro que não te entendo. Agora mesmo estava ai toda se querendo para cima de mim e do nada fala que cansou? Você é bipolar! Deveria se tratar!
– Vamos parar com isso. Por favor, vamos ser amigos. , você vai se casar com aquelazinha. – não aguentei, tive que falar.
– Você está com ciúmes? Fala que não me ama e agora está com ciúmes da Kate?
Fiquei sem palavras. Tudo o que queria era correr para os braços dele e gritar que o amava, desesperadamente.
– Me responda, ! – ele disse, irritado.
– Não vou atrapalhar a sua felicidade com ela. Do que adianta ficarmos nesse verão e depois nunca mais?
– A minha felicidade é com você. – ele me abraçou com força. – Não serei feliz com outra pessoa, se não contigo.
Eu o abracei com força também.
– Sabe que não dá. Já é tarde demais. Vamos deixar como está e sermos só amigos. – nem eu mesma queria aquilo. Seu idiota, por que iria se casar com aquela vaca? Hein? Por quê?
– Tá. – ele me soltou. – Vamos voltar para a fazenda.
– Uhum. – fui pegar minhas roupas.
foi na frente. Me vesti, montei em Johnny e voltei para casa. Ralf estava na churrasqueira arrumando umas carnes.
– Venha cá. – chamou ele, e eu me aproximei. – Tudo bem?
– Sim. – me esforcei para por meu melhor sorriso. – É você quem vai fazer o churrasco?
– Eu e o Giovanni. – Ralf deu um sorriso.
– Puts, já vi que vai queimar tudo. – brinquei, e ele riu.
– Você pode fazer um favor para mim? – pediu.
– Claro. – dei mais um sorriso.
– Você pode chamar a Meg e o Richard para virem fazer companhia a nós?
– Tá.
Entrei na casa e fui até o quarto de Rich. O vídeo game estava ligado, mas ele não estava lá. Escutei um barulho e virei a cabeça para no corredor, onde não vi nada e nem ninguém. Caminhei lentamente pelo corredor extenso, a porta do quarto de Camile estava entreaberta. Escutei mais um barulho, que veio de lá. Assim que me aproximei, senti alguém me agarrando por trás, logo após tampou minha boca e me carregou para dentro de um dos quartos.
– Shiu. – escutei quem estava me segurando falar. – Não grita. – reconheci a voz de , que, logo após, me soltou.
– Dá para me explicar o que está acontecendo aqui?! – perguntei, revoltada.
– Vem comigo. Mas não fala nada. – pegou em minha mão e fomos até a porta do quarto de Camile.
Bem, fiquei meio pasma com o que tinha visto. Rich estava definitivamente dando uns pegas sinistros em Cami. Pensei em entrar ali e acabar com toda aquela safadeza na mesma hora, mas acho que percebeu e saiu me puxando dali de volta para o outro cômodo.
, me solta, eu não posso deixar isso acontecer! Se a Amélia descobrir, vai dar a maior confusão! Sabe como sua Tia é com essas coisas.
– Eu sei! Mas não podemos fazer nada. Você conhece a Cami, vai que é só mais uma das aventuras dela? – o que era bem óbvio.
– É, . Mas, se não for e eles começarem a se gostar? Tudo começa assim, com uma pegada sem sentimento, apenas por prazer. O que eu ‘tô falando? – semicerrei os olhos e dei uma leve balançada com a cabeça em forma de negação. – Acho que estou ficando meio doida.
soltou um riso.
– Depois falamos com ela e resolvemos isso. OK? – era um rapaz bem sensato com esses tipos de situações.
– Ok, mas o Ralf me mandou vir chamar a Meg e o Rich para eles descerem. – avisei.
– Diga que estou jogando vídeo game com ele. Vou ficar aqui tomando conta para que ninguém veja nada. Tudo bem?
– Sim, sim, mas tenha cuidado. Vou ir falar com a Meg. – falei, já abrindo a porta.
– Tá.
Fui até o quarto da Meg, bati duas vezes na porta e coloquei a cabeça para dentro.
– Minha flor, o Ralf está chamando. – disse, vendo a menina deitada na cama, mexendo em seu notebook.
– Fala que já vou, estou acabando de fazer umas coisas aqui e já desço. – ela deu um sorriso para mim.
– Está bem. – sai e fui para meu quarto trocar de roupa.
Me vesti, peguei o protetor solar em meu banheiro e desci. estava deitado na espreguiçadeira com o óculos de sol no rosto e os fones de seu iPod. Lindo, um verdadeiro Deus grego. Fui até ele, onde tinha outra espreguiçadeira ao seu lado, tirei o vestido e cutuquei ele.
– O que foi? – perguntou, tirando os fones do ouvido.
– Pode passar protetor nas minhas costas? – perguntei, lhe estendendo o frasco.
não respondeu, apenas se levantou pegando o protetor de minha mão. Puxei meu cabelo solto todo para cima e fiz um coque. Me arrepiei toda quando senti o toque suave dele em minha pele, era como uma droga que me deixava em êxtase, é, ele tinha esse poder sobre mim. passou por toda a extensão de minhas costas e ombros.
– Pronto. – falou ao terminar, me entregando o frasco.
– Obrigada. – dei um sorriso.
Novamente ele não respondeu e voltou a se deitar colocando os fones de ouvido. Passei o protetor em meus braços, peito e barriga. Coloquei o pé em cima da espreguiçadeira para passar em minhas pernas com mais facilidade.

# POV’s
Ela estava fazendo aquilo para me provocar, só pode. com aquele biquíni, ah… Vontade de arrancar com a boca. Aquelas coxas torneadas. Filha da mãe, faz isso mesmo, me deixa duro sem ao menos te tocar. Seus dedos delicados passavam o creme solar pela extensão de sua pele. Fica mesmo com essa bunda levantada para cima perto de mim. Olha que eu não vou me responsabilizar pelos meus atos insanos. Dei um sorriso sacana. Aquela garota não precisava fazer nada para me deixar doido, só de me olhar eu já perdia o sentido das coisas. Levantei e fui pegar uma cerveja para ver se me esfriava um pouco. Entrei na casa e caminhei até a cozinha.
Assim que abri a porta da geladeira, escutei alguém gemendo. Porra, tem gente se comendo a essa hora do dia? Só quem não estava lá fora era Meg, Camile, e Rich. Meg e Rich não poderiam ser. Grande ! Pegando a amiga gostosona da prima. Bem, eu já preferia a prima, mas deixa isso quieto. Escutei um gemido ainda mais alto que o primeiro. Mas não é possível, essa menina está tendo um filho? Se a tia Amélia escutasse isso não iria gostar nada, nada. Eu aviso ou não para se comerem em silêncio? Decidir ir lá avisar. Assim que cheguei no pé da escada, vi Meg descendo com uma cara assustada e ri com aquilo. Subi as escadas e fui até a fonte dos gemidos, vinha do quarto de Camile, a porta estava entreaberta e eu não iria olhar, claro, não queria ver a bunda branca de . Segurei a maçaneta e dei dois murros na porta.
– Dá para se comerem em silêncio? Estou escutando os gemidos lá de baixo. – falei.
– Tá, ! Agora, fecha a porta. – escutei Camile dizer.
Fechei a porta e desci. Dei uma risadinha e voltei para a piscina. estava deitada de bruços ao lado de no colchão de ar. Ela estava me provocando! Bebi minha cerveja toda em uma golada só e fui me deitar na espreguiçadeira. Acabei pegando no sono observando aquela mulher deitada na minha frente.
– Hey, . – escutei alguém me chamando e senti uns respingos de água em mim. – Acorda. – vi debruçada na borda da piscina.
– Que foi? – perguntei, meio sonolento.
– Vem jogar vôlei conosco. – a menina tinha uma bola azul claro em mãos.
– Tá. – me levantei e dei um mergulho na piscina.
e estavam com uma cara meio estranha, enquanto a de Camile era a única com um sorriso enorme. Meg estava com uma cara de menina cabulada e Rich, que nunca gostava de sol e nem piscina, estava ali brincando conosco. com a cara de sempre, e eu tinha uma leve suspeita que ele tenha entrado em depressão por causa da .
Depois de termos jogando bola, almoçamos e voltamos para a bagunça. O dia passou rápido, logo à noite jantamos e fomos dormir. Escutei a risada de ecoando pelo corredor. Adorava aquela risada fofa que ela tinha, todo aquele jeitinho de menininha que tinha quando queria. Quer saber, dane-se tudo, eu quero aquela mulher para mim! Se não for agora, não será nunca mais. Levantei sorrateiramente para que ninguém me escutasse, afinal já era duas da manhã.

# POV’s
Eu estava no meu quarto com o Notebook em cima da cama, comendo biscoito de chocolate recheado com nutella por cima e para acompanhar um copo de coca-cola.
– Menina, para de comer! Assim você vai ficar obesa. – disse , rindo junto comigo.
Estávamos conversando pela webcam.
– Não estou comendo tanto assim! – falei, rindo.
– Claro que está. Olha só, esse deve ser o sétimo biscoito com nutella que está comendo! Que eu vi, é claro.
– Que sétimo o que, menino. ‘Tá doido, esse é o meu segundo, ainda. – menti, morrendo de rir.
– ‘Tá, seu segundo. Eu já engordei uns 3 quilos só de te ver comendo.
, você é muito chato! Me deixa comer meus biscoitos.
– Eu, chato? Não é você que ficar escutando a sua melhor amiga reclamando que está gorda. – ele estava morrendo de rir, assim como eu.
Escutei um barulho no corredor, afinal, eu rindo daquele jeito e àquela hora da noite deveria ter acordado alguém.
, acho que nós acordamos alguém.
– Nós? É você que está rindo que nem uma gralha ai. Menina, se controle.
– Não dá! Espera ai que vou ver. – levantei da cama e fui andando devagar até a porta como se fosse uma espiã. – , eu sou uma idiota.
– Isso eu sei, tem alguém ai? – escutei ele perguntar.
– Não sei, ainda não abri a porta. – soltei mais uma gargalhada alta.
– Para de rir! – disse ele.
– Tá. É tudo culpa sua.
Abri a porta devagar e olhei de esquininha para fora, mas estava tudo escuro. Então, sai do quarto num pulo e corri até o final do corredor para acender a luz. Olhei para os lados, não tinha ninguém.
– Ah! – senti algo agarrando minha panturrilha e quase desmaiei de susto. – Porra! – exclamei, baixo, olhei para minha perna, vendo uma mão. – Da próxima vez que você me assustar desse jeito, eu vou te capar. – falei ao reconhecer o braço.
– Seria mais legal se você começasse a gritar que nem uma histérica e saísse correndo. – disse, se levantando.
– O que você está fazendo acordado?
– Você me acordou rindo que nem uma gansa.
– Dá para vocês pararem de ficar me dando apelidinhos de aves? – falei, voltando para o quarto.
– Mais quem te deu apelido de ave?
me chamou de gralha. – disse, encostada no batente da porta de meu quarto.
– Então é com ele que você estava rindo alto desse jeito? – parou na minha frente.
– Não interessa. – fechei a porta em sua cara.
– Grossa. – retrucou ele do lado de fora.
Abri a porta com violência e fui empurrando ele até que encostasse na parede do corredor.
– Da próxima vez que você me chamar de grossa, eu vou te mostrar o que é ser grossa de verdade. – grunhi perto de seu rosto. – Não se meta comigo que não vou me meter contigo.
– Estou morrendo de medo. – falou em uma voz afeminada.
Minha mão enlaçou sua garganta fazendo a cabeça dele bater na parede.
– Então, acho melhor ter mesmo. – falei com raiva.
retirou minha mão de seu pescoço com força e me empurrou para dentro do quarto trancando a porta atrás de si. Não! Não! Não! Tudo o que fiz durante o dia estava indo por água a baixo. Ele veio andando em minha direção, e eu subi em cima da cama.
, se eu não ligar para você amanhã, é porque me mataram. – falei, ele só devia estar vendo meus pés em cima da cama, já que eu estava em pé nela.
, o que está acontecendo? – escutei perguntando.
– Um psicopata invadiu o meu quarto. – disse, olhando para a cara de matador que tinha. – Deixo meus pertences para você e minha irmã. – fechei a tampa do notebook, fazendo o quarto ficar em uma escuridão só.
Dei uma risadinha ao ver que , assim como eu, não podia enxergar nada. Mordi o lábio inferior por não saber onde aquele homem estaria. Meu Deus! Estou em um filme de terror, deveria estar com uma faca e apunhalaria ela em meu peito.

It's bugging me
(Isso está me aborrecendo)
Grating me
(Me irritando)
And twisting me around
(E me torcendo todo)

Yeah I'mendlessly
(Sim, eu estou infinitamente)
Caving in
(Desmoronando)
And turning inside out
(E virando do avesso)

Escutei passos no assoalho de madeira, me fazendo ter noção de mais ou menos onde ele estava, pela minha dimensão deveria estar na frente da cama agora. Eu? Estava em cima dela sem mexer um músculo sequer. Era engraçado, realmente parecia um filme de terror. A vítima assustada tentando se esconder do assassino que queria arrancar seu coração para fazer a profecia.

'Cause I want it now
(Porque eu quero agora)
I want it now
(Eu quero agora)
Give me your heart and your soul
(Dê–me seu coração e sua alma)
And I'm breaking out
(E eu estou me libertando)
I'm breaking out
(Eu estou me libertando)
Last chance to lose control
(Última chance para perder o controle)

Escutei uma risadinha de . Ridículo! Ele estava gostando daquilo tudo. Não resisti e ri também. Mas, assim que o fiz, senti seus braços fortes agarrando minhas coxas e me derrubando na cama. Escutei o barulho de um notebook caindo no chão, assim que se deitou em cima de mim. Seu calor, seu perfume, seu toque, tudo isso me entorpecia.

Yeah It's holding me
(Sim, isso está me envolvendo)
Morphing me
(Me modificando)
And forcing me to strive
(E me obrigando a lutar)
To be endlessly
(Para estar infinitamente)
Cool within
(Frio por dentro)
And dreaming I'm alive.
(E sonhando que estou vivo)

Por mais que eu quisesse lutar contra aquilo dentro de mim, era impossível. Sabe aquela barreira que tinha me envolvido para me proteger contra todos aqueles sentimentos que sentia por ? Estava sendo toda quebrada agora. Senti seus lábios colarem aos meus com uma urgência grotesca. Aquele beijo foi tão intenso que cheguei a me perder. Aquela que estava sendo fria e calculista se foi no mesmo instante, se tornando a verdadeira face, a verdadeira, que amava aquela criatura acima de tudo, sedenta por calor, por desejo e por amor. A mão de apertava minha coxa com vontade. Sem dó e nem piedade, arranhei suas costas o fazendo soltar um gemido prazeroso.

'Cause I want it now
(Porque eu quero agora)
I want it now
(Eu quero agora)
Give me your heart and your soul
(Dê-me seu coração e sua alma)
And I'm breaking down
(E eu estou desabando)
I'm breaking out
(Eu estou me libertando)
Last chance to lose control
(Última chance para perder o controle)

Não queria mais pensar em sanidade, o que era certo e errado. Apenas me entreguei a ele, desistindo de lutar contra mim mesma. Envolvi meu outro braço em seu pescoço o puxando para mais perto. Minha mão bagunçava descontroladamente seus cabelos e dava leves puxões. Mordi seu lábio inferior com força, depois ele fez o mesmo comigo, chegando a latejar de dor, mas aquilo me dava apenas puro prazer. Tirei sua camisa, mas o que eu queria mesmo era rasga-la. Eu estava tão louca por ele que meu corpo já se movimentava sozinho sem que eu percebesse.

And I want you now
(E eu quero você agora)
I want you now
(Eu quero você agora)
I feelmyheart implode
(Eu sinto meu coração implodir)
And I'm breaking out
(E eu estou me libertando)
Escaping now
(Escapando agora)
Feeling my faith erode
(Sentindo minha fé se corroer)

Meu coração estava tão acelerado, batia tão forte, que poderia jurar que iria sair do meu peito a qualquer instante. As mãos de percorriam por meu corpo até alcançar a barra de meu vestido de pano, senti duas mãos segurarem ele com força e puxaram uma para cada lado. Apenas escutei o barulho do tecido rasgando, logo após seu peito nu em contato direto ao meu. Seus lábios começaram a beijar meu pescoço, dando pequenos chupões e mordidas. Foi descendo até meu busto, sem que eu percebesse, meu sutiã foi tirado. Joguei minha cabeça para trás quando senti sua boca quente encostar-se a meus seios. Como eu amava quando ele fazia aquilo, amava simplesmente qualquer coisa que vinha dele. Meus dedos emaranhavam seus cabelos sedosos. Dei um sorriso leve. Estava atordoada.

# POV’s
O gosto de sua pele era maravilhoso, suas mãos delicadas pareciam garras em minhas costas. Eu chupava aqueles seios fartos com vontade, minha mão descia pela lateral de seu corpo até chegar no elástico de suas calcinha, que por sinal era de shortinho. Adorava aquelas calcinhas dela, sempre ficavam cavadinhas em sua bunda, é tão sexy. Meu Deus, essa menina sabe me provocar, agora as unhas dela estavam cravadas em meu ombro. Passei a mão por dentro de sua coxa e fui subindo até sua intimidade. Sem nem mencionar nada, a penetrei com dois dedos e escutei um gemido sufocado sair de sua garganta. A masturbei rápido enquanto meu dedão fazia movimentos circulares em seu clitóris. Continuei a chupar seus seios, ela procurou minha outra mão livre pela cama e a segurei, seus dedos finos se laçaram com os meus os apertando com força.
. – ela gemeu, baixo, e deu uma risadinha prazerosa.
Subi meus beijos até seu ouvido.
– Eu disse que faria você chamar meu nome. – sussurrei.
Ela me abraçou com força, fechou suas pernas fazendo meus dedos sairem de dentro dela e mudou nossas posições, agora sentando cima de mim. Segurei a lateral de suas coxas. colocou as mãos, uma de cada lado, entre minha cabeça e foi abaixando lentamente. Seus lábios chegaram bem perto dos meus, mas não me beijou, apenas passou a língua me deixando cada vez mais excitado, depois deu uma mordida em meu queixo e foi até o meu ouvido.
– Agora vou fazer você chamar o meu. – disse em uma voz sedutora, me fazendo arrepiar por inteiro.
foi beijando meu corpo até chegar ao botão de minha bermuda, mordeu ela e abriu com a boca. Ah, sua… cachorra. Ajudei ela a tirar a peça de roupa, que saiu junto com minha box vermelha. Suas mãos envolveram meu membro já enrijecido, a respiração quente batia nele, e eu ficava cada vez mais doido, até que senti sua língua passar por toda sua extensão. Uni minhas sobrancelhas e respirei fundo prendendo o ar. Ela começou a me chupar lentamente ao mesmo tempo que me masturbava.
– Ah… – segurei seus cabelos, mas ela tirou minha mão, a segurando com força.
– Não encosta. – disse, fria. – Deixa eu fazer o negócio, assim você me desconcentra. – depois deu uma breve risada se divertindo com o que fazia comigo.
Como que aquela mulher conseguia me dominar daquela forma? Soltei o ar que estava preso em meu pulmão. foi intensificando cada vez mais suas carícias.
– Eu quero você agora. – minha voz saiu quase como súplica.
– Não. – se negou a parar.
Minhas mãos seguraram seus braços com força, trazendo-a para cima. A coloquei por baixo de mim.
– Eu disse que queria você agora, . – falei, ríspido, mas morrendo de tesão por aquele corpo nu debaixo do meu.
Tirei sua calcinha e a penetrei de uma vez só, a fazendo soltar um gemido alto sem pudor. Eu a queria mais do que tudo, ansiava por esse momento. Aumentei meu ritmo rapidamente. Beijei sua boca para abafar o som de seus gemidos que estavam um pouco alto. Nossas línguas se acariciavam ferozmente sedentas uma pela outra, os corpos quentes se tocando estavam começando a suar. Os braços dela envolviam minhas costelas com força, nos dificultando respirar. Isso me deixava cada vez mais e mais excitado. Assim quando eu estava prestes a gozar, sai de dentro dela.
– Não, não, não. – me segurou. – Não para.
Franzi a testa unindo com a dela. Voltei a penetra-la rapidamente, então gozei. Depois, ela também. Deixei meu corpo cair sobre o dela e rolei para o lado, veio e deitou com a cabeça sobre meu peito, sua respiração estava tão rápida e forte quanto a minha. Dei um beijo em seus lábios levemente unidos e a abracei forte. Nunca mais a deixaria ir embora. Nunca.

# POV’s
O cheiro de sua pele era tão bom, o calor de seu corpo era reconfortante, me sentia protegida envolvida naqueles braços. Sua respiração e batimentos cardíacos estavam que nem os meus, fortes e acelerados. Dei um sorriso de leve, era tudo o que eu queria, ele ali comigo. Senti uma lágrima escorrer do canto de meu olho, a adrenalina era tanta que o meu corpo tremia por inteiro. Repousei minha mão trêmula em seu peito quente, a mão de pegou a minha, assim como eu, ele estava tremendo. Subi um pouco para dar-lhe um beijo. A luz do abajur se acendeu, não consegui enxergar nada, mas, logo, foquei o braço dele no interruptor.
– Queria ver o seu rosto. – disse ele com um sorriso doce.
Retribui o sorriso e mais uma lágrima escorreu do canto de meu olho.
– Está chorando? – ele perguntou um pouco surpreso.
– Sim. – respondi sem a menor vergonha.
– Por quê?
– Porque sou uma boba. – alarguei meu sorriso e o beijei.
Nosso beijo tinha tantos sentimentos que, quando nos separamos, me senti tonta. Meu corpo todo mole, eu não tinha vontade de me mexer.
– Hey, amor. – passou a mão em meu rosto.
Ele me chamou de amor. Meu corpo todo se aqueceu ainda mais, tirando o meu coração que parecia estar pegando fogo. Não respondi e nem abri os olhos. Queria sentir cada toque dele em mim.
– Minha pequena, não me assusta, responde. Abra os olhos. – ele deu uma sacudida leve em mim e passou a mão em meu rosto.
Estava com medo de aquilo tudo ser um sonho como da outra vez. Juro que se Camile viesse me acordar, eu mataria ela agora.
– Não me acorda desse sonho. Me deixe dormir. – falei, rindo.
– Se você considera um sonho estar comigo, então estamos sonhando, porque também considero um sonho estar contigo. É tão surreal para mim quanto para você. – senti seus lábios se encostando aos meus.
Abri os olhos e encarei aquele olhar apaixonante de .
– Por que você veio aqui? – perguntei.
– Não faça perguntas. Apenas seja minha essa noite.
– Você é meu?
– Todo.
– Então também serei sua. – ele sorriu de um jeito maroto e voltou a me beijar.
A luz do abajur voltou a se apagar. Deduzi que teria sido , mas não parei de beijá-lo. Me deitei por cima dele, suas mãos dedilhavam minhas coxas, subiam até os quadris e cintura, depois voltavam as coxas. Eu passava a mão de leve em sua nuca, dando umas apertadas sutis. Senti seu membro um pouco enrijecido pelas carícias que estávamos fazendo um no outro. Passei a unha de leve por sua costela, e ele se arrepiou com meu toque. Dei um sorrisinho breve, não demorou muito para senti-lo ereto por completo. Devagar, me sentei sobre seu membro e comecei a fazer movimento leves, mas aquilo de dava um prazer enorme. Mordi o lábio inferior. As mãos de seguravam minha cintura com firmeza e a apertava. Fui aumentado a intensidade dos meus movimentos, senti o suor começar a escorrer fazendo com que meus cabelos se agarrasse no meu corpo. Sendo assim, peguei o máximo de cabelo que consegui prendendo tudo em um coque alto, mas sem parar de me movimentar em cima de nenhum segundo. Passei a mão por seu peito, que estava igualmente suado que nem o meu. Gemidos saiam de nossas gargantas meio sufocados. Me abaixei até que meu corpo colasse com o dele. Cheguei bem perto do seu ouvido.
– Não quero fazer sexo com você. – sussurrei com a minha voz meio rouca.
– Quer fazer o que então? – perguntou no mesmo timbre de voz que o meu.
– Amor.
– É isso que estamos fazendo. – ele disse, e senti que deu um sorriso.
Gente, como que eu amava aquele homem. O que eu sentia era tão grande que parecia que não cabia dentro de meu peito. Voltei a ficar ereta sobre ele. Ficamos daquele jeito até que nosso clímax fosse atingido. Deixei meu corpo cansado cair ao lado do dele, me virei para o lado oposto dele, sentindo suas mãos enlaçarem minha cintura e seu corpo encostar ao meu.
– Vou deixar você dormir agora. – sussurrou ao pé de meu ouvido.
– Não. Fica aqui comigo. – pedi, segurando sua mão e impedindo que ele levantasse da cama. – Quando acordar, quero me certificar que não foi um sonho.
– Está bem. – ele voltou a se deitar de conchinha comigo.
Acabei pegando no sono nos braços fortes de . Acordei com o meu celular berrando na cabeceira, “Paramore – Let The Flames Begin”. Pelo toque, já sabia que era número desconhecido. Olhei e vi que era de Londres. Quem será? Olhei a hora, quatro e quarenta e três da manhã. Porra! Esse pessoal não tem vergonha na cara de ligar quatro da matina para os outros, não? Atendi.
– Alô. – minha voz saiu horrível devido ao sono.
! – reconheci a voz na mesma hora. Era . Ela parecia desesperada.



20° Capítulo


– O que aconteceu? – já perguntei, preocupada. Conhecia a minha irmã, ela não me ligaria àquela hora da madrugada por nada e também, como que ela conseguiu o meu número? Eu não tinha dado ele para ninguém.
– A mamãe… o papai… levou um… – ela estava tão nervosa que não conseguia falar nada coerente.
– Tá calma. Onde você está? – me sentei na cama e senti se mexendo.
– Vem para casa! – agora chorava. – O papai levou um tiro.
– O QUE?! COMO É QUE É?! – gritei ao ouvir aquilo e isso fez acordar.
– O que está acontecendo, ? – perguntou ele.
– Vem para casa, por favor, eu não sei o que fazer! Estou trancada dentro do guarda roupa. – escutar minha irmã falar aquilo começou a me desesperar.
– Está bem, fica calma, devo chegar por volta das dez. – falei, já levantando da cama e indo acender a luz do quarto.
– Não demora! – desligou o telefone.
me olhava estranho.
– Tudo bem, amor? – ele ainda estava deitado na cama e com os olhos semi-serrados por causa da luz.
– Não. Tenho que voltar para Londres, tipo, agora. – disse, indo para o banheiro.
– O que aconteceu? Você está pálida. O que tem Londres?
– A me ligou agora, tem alguma coisa acontecendo. A menina está trancada dentro do guarda-roupa e disse que o meu pai levou um tiro. – eu já estava debaixo da ducha gelada.
– Espera ai, ainda estou meio lento. Deixa eu ver se entendi. A te ligou falando que o seu pai levou um tiro?
– É, . – falei, impaciente.
– Hum. Vou tomar um banho e me vestir. Irei com você para Londres. – ele entrou no box.
– Não, são suas férias e você vai aproveitá-las aqui. – falei, já o empurrando para fora.
– Não vai ter a menor graça sem você. – ele segurou o meu rosto e me beijou.
– Mas…
– Mas nada, . Já acabou de tomar banho? – agora suas mãos estavam em minha cintura.
– Com você aqui me agarrando fica meio difícil. – ri de nós. – Me deixe enxaguar o cabelo a espuma já está caindo nos meus olhos.
Acabei de tomar um banho rápido, me vesti e fui para o quarto arrumar minhas malas, enquanto terminava o banho dele. Guardei tudo e fui até o quarto de Ralf.
– Ralf. – chamei bem preto dele, que acordou, ele tinha um sono leve. – Não fala nada para não acordar Amélia, preciso falar contigo.
Mesmo dopado de sono, Ralf me seguiu até o escritório.
– O que aconteceu? Por que você está toda arrumada?
– A , minha irmã, me ligou agora desesperada falando que meu pai, er… bem, o pai dela levou um tiro. Não sei também muito bem o que está acontecendo, ela estava muito nervosa e não conseguiu contar direito. Preciso que você me empreste seu jatinho para eu poder ir para Londres.
– Está tudo bem, vou ligar para minha secretária e ela vai arrumar tudo. Você já está indo?
– Sim. Quando eu chegar lá, te ligo e informo tudo que está acontecendo. – agradeci, dando-lhe um abraço. – Obrigada.
– Está bem. Vá acabar de arrumar suas coisas. – voltei para meu quarto e peguei minhas malas.
Coloquei na mala de meu corvette. Assim que voltei para dentro de casa para poder me despedir de Ralf, e já desciam com suas malas.
– Gente, o meu carro só tem dois lugares. – apenas informei.
– Não tem problema, eu vou sentado no colo de . – disse , que tinha uma cara de sono. Encarei aqueles dois, e se eu já não tivesse ficado com , acharia aquilo muito estranho.
– ‘Tá, ‘tá, tanto faz, vamos logo. A mala do carro está aberta. – voltei até o escritório de Ralf.
– A Morgan já está ajeitando tudo para você. Boa viagem. – Ralf me deu um beijo na testa.
– Obrigada.
Ele me acompanhou até o carro.
– Ué? e vão com você?
– Sim. Vou colocar o no porta malas. – ri.
– Vão com o meu carro. – ofereceu Ralf.
– Não. Se você tiver que sair, não tem como levar a Meg e o Rich. – falei.
– Mas tem o carro do Giovanni que dá todos nós. – Ralf falou. – Vou pegar as chaves da BMW.
Enquanto ele foi pegar as chaves, tiramos tudo do meu carro e o trancamos. Logo Ralf voltou, colocamos a bagagem no carro.
– Put. – chamei e dei um assovio.
O animal veio correndo de dentro da casa, entrou atrás no carro e sentou-se ao lado de . Em 2 horas chegamos no aeroporto, os seguranças de Ralf nos ajudaram com as malas e dei um jeito de embarcar com Put escondido. Quando eram nove da manhã, desembarcamos em Londres, onde já tinha um carro nos esperando. Peguei o celular para ligar para .
– Onde você está? – perguntei, assim quando ela atendeu.
– No mesmo lugar. – a menina ainda chorava.
– Você ainda não saiu de dentro do armário? – me espantei. – Está na casa do papai?
– Sim, mas é uma nova, aqui em Londres.
Ela me passou o endereço e desligou. Assim que chegamos na residência, estava tudo fechado. Junto comigo e os meninos também vieram os seguranças, não sabíamos o que estava acontecendo. A porta da frente estava destrancada, o que permitiu acesso fácil a casa. Tinha sinais de briga e sangue no carpete cinza no hall. Fomos andando até a sala, onde tinha um corpo estirado no chão e muito sangue, me aproximei e vi o corpo de meu pai.
– Meu Deus! – corri até ele, mas não o toquei. – Pai. Pai. – agora eu o sacudia de leve, seu rosto estava pálido e os lábios roxos. – Pai, não faz isso comigo, acorda. – minha voz começou a ficar embargada pelo chovo que vinha de meu peito.
– Vou ver se encontro a . – ouvi falar e depois sair da sala.
Os seguranças de Ralf ligaram para a polícia. me abraçou forte.
– Calma, minha pequena.
, ele… ele… Está morto?! – eu não sabia se aquilo era uma pergunta ou uma afirmação. Tinha muito sangue e ele estava tão branco. Abracei e afundei meu rosto em seu peito.
– Não sei. Anda, vamos lá para fora. – ele me ajudou a levantar do chão, minhas pernas tremiam que nem bambu na ventania.
Sentamos nos degraus da varanda e logo também saiu da casa com nos braços que chorava feito criança. Me levantei e ela me abraçou com força.
– O que aconteceu? – perguntei.
– Eu estava dormindo… Ai… escutei a mamãe e o papai discutindo… – ela começou a chorar mais do que antes.
– Calma. – passei a mão em seu rosto.
– Vamos para o meu apartamento. – disse .
– Vão vocês, eu vou ficar aqui. – falei. – Vou esperar a polícia chegar para saber o estado do meu pai.
– Não vou te deixar aqui sozinha. – se aproximou de mim. – Não agora. vai com a . Depois nós vamos. – ele tirou umas chaves do bolso e entregou ao amigo.
O motorista os levou, me sentei novamente nos degraus com ao meu lado.
– Obrigada por tudo, eu não mereço nada do que está fazendo por mim. – segurei seu braço.
– Não diga besteiras. Estarei sempre ao seu lado. – ele beijou o topo de minha cabeça.
– Me desculpe pelo que te fiz passar. – minha cabeça repousava sobre seu ombro. – Sou uma idiota mesmo.
– A idiota que eu amo.
– Também te amo. – sorri ao falar. – Você não imagina o quanto.
– Adoro quando você fala isso. Só espero que amanhã você não fuja de mim de novo. – riu.
– Acho mais fácil você fugir do que eu.
A polícia chegou, entraram na casa e nós continuamos sentados onde estávamos.
– O que ocorreu aqui? – uma policial veio nos perguntar.
– Bem, nem eu mesma sei, quando chegamos estava tudo assim, a única que viu ou sabe de alguma coisa é minha irmã.
– E onde ela se encontra?
– Foi para a minha casa, ela estava muito nervosa. – disse .
– Vou ter que pedir para irem até a delegacia dar depoimento.
– Moça, como está meu pai? – perguntei.
– Está morto, mas não sabemos ainda a causa da morte. Meus pêsames.
Acho que entrei em estado de choque na mesma hora. Ele morreu? Não. Ele não pode ter morrido, eu nem tinha me desculpado com ele por toda a confusão que causei. Olhei para meus joelhos e vi que estavam sujos de sangue, deve ter sido na hora que me abaixei para tocar no corpo. As lágrimas escorriam loucamente por meu rosto e pingavam em minhas pernas. Poxa, ele era um homem tão bom para terminar assim. De repente uma pergunta ocorreu em minha mente.
– Quem o matou? – minha voz saiu involuntária.
– Ainda não sabemos. – a policial respondeu. – Vocês podem nos acompanhar até a delegacia?
– Claro. – respondeu por mim e me ajudou a levantar.
Deus! Por quê? Amaldiçoado seja quem fez isso com ele. Não sei ainda como estava conseguindo andar, deve ser porque me ajudava. Se dependesse de mim, ainda estaria sentada. Fomos para a delegacia, demos nossos depoimentos inúteis, afinal não sabíamos de merda nenhuma. Quando sai da sala de interrogatório, vi abraçada com , ainda chorando desesperada.

# POV’s
Estavam todas as cenas rodando por minha mente, aquilo estava me deixando doida. Minha irmã veio até mim e me abraçou.
– Ele morreu. – disse ela, chorando também.
Não falei nada.
– Com licença, você é ? – uma mulher veio me perguntar.
Afirmei com a cabeça.
– Queira me acompanhar. – pediu.
– Podemos ir juntos? – perguntou.
A mulher torceu o nariz, mas, por fim, concordou. Entramos em uma sala e me sentei em uma cadeira.
– Você pode nos contar o que viu? – perguntou um homem engravatado.
Afirmei novamente com a cabeça e comecei.

– Flashback On –
Nós viemos passar as férias aqui, meu pai e eu. Tinha acabado de chegar do cinema com Luize. Meu pai estava na sala vendo TV, fui até ele e deixe-lhe um beijo.
– Oi, filha. Como foi no cinema?
– Bom. Vou ir dormir, estou com sono. – afinal já era uma da amanhã.
– Ok, durma bem, meu anjinho. – ele deu um beijo em meu rosto.
– Você também, não fique ai a noite inteira vendo TV. – falei, saindo da sala.
Fui para meu quarto, tomei um banho, coloquei um pijama e fui dormir. Acordei com a voz de minha mãe gritando.
– VOCÊ TEM QUE VOLTAR PARA MIM! – gritou minha mãe, então desci para ver o que estava acontecendo, mas parei na porta da sala apenas para escutar o que conversavam.
– Já cansei de falar que não vamos voltar. E, por favor, fale baixo, se não vai acordar os vizinhos. – meu pai pediu.
– Então você não vai voltar para mim? É assim?
– É. Você também já sabe que estou namorando, não sei porque ainda insiste com isso. Você me enganou tanto tempo e agora fica fazendo showzinho, já estou farto disso, agora saia da minha casa. – apesar dele estar brigando, seu tom de voz era baixo e sereno.
– Se não vai ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém. – a voz dela era de puro ódio.
Escutei um barulho estranho e depois algo caindo. Olhei de esquina na porta, vi o corpo de meu pai caindo no chão e minha mãe agachada ao lado dele passando a mão em seu rosto.
– Me perdeu, amor, mas foi preciso. – disse ela.
Vi muito sangue manchando o tapete branco da sala. Voltei para o meu quarto, desesperada. Peguei o telefone e liguei para .
!
? O que foi menina? – ele tinha uma voz de sono.
– Qual o número do celular da minha irmã? Não adianta mentir para mim, eu sei que você tem! Eu preciso falar com ela. – eu estava desesperada, chorando e falava rápido.
Ele me passou o número e desliguei logo em seguida. Escutei um barulho no corredor, desliguei o abajur e entrei no armário. Fiquei olhando pela fresta do armário. A luz se acendeu e vi minha mãe entrando, ela olhou debaixo da cama e no banheiro. Tinha uma arma em sua mão e parecia que tinha um silenciador adaptado no cano, pela minha perícia em filmes de ação. Então ela saiu do quarto batendo a porta. Fiquei em silêncio engolindo o choro, esperei por dez minutos, então liguei para minha irmã. Ela disse que viria para casa. Não sai do armário em momento algum. Escutei novamente barulho na casa e alguém abriu a porta do quarto. Deus me ajude! A porta do armário se abriu e vi . Pulei em seu pescoço chorando muito.
– Calma, minha princesa. Venha, vamos sair daqui. – ele me guiou para fora da casa.
– Flashback Off–

– Eu não acredito! – minha irmã se levantou da cadeira meio revoltada. – Aquela desgraçada matou meu pai! Eu vou acabar com ela.
– Por favor, senhoria , se acalme. – disse a mulher, deveria ser policial.
– Me acalmar? Aquela vadia matou o meu pai e você quer que eu me acalme?
, por favor, se controla. – a abraçou. – Vamos tomar uma água.
Ele saiu puxando ela para fora da sala.
– Você tem certeza do que viu? – o homem engravatado perguntou.
– Sim. Absoluta.
O homem deu um suspiro.
– Você tem alguma foto de sua mãe?
– Em casa, tenho.
– Os policias lhe acompanharam até lá.

# POV’s
O atestado de óbito de meu pai deu que ele morreu de hemorragia. O cara sofreu até o final. Minha mãe havia sumido. Me vesti e fui para o velório que estava sendo na casa onde ele havia morrido. Mandei alguns empregados limparem tudo e tals. Eu estava recebendo os familiares de meu pai. tinha ido para a casa de descansar um pouco antes do enterro. Me sentei no sofá próximo ao caixão e então vi Ralf entrar na sala com Amélia, Lauren, Giovanni, Meg, Rich, e Cami. Todos tinham vindo. Vou confessar que me surpreendi quando vi Amélia ali. Levantei e fui até eles. foi o primeiro a me abraçar.
– Minha linda. Por que não me avisou nada?
– Desculpe.
– Tudo bem. Tudo bem. – ele afagava minhas costas. – Estamos aqui agora com você. Sabe que pode contar conosco, né?
, deixa um pouco de para mim. – disse Camile.
Não resisti e dei uma risada breve ao comentário dela.
– Não enche. – rebateu.
– Sei, , agora deixa a Camile falar comigo antes que ela te bata. – ele me soltou e deu língua para ela. – Amiga. – falei ao abraçar ela.
– Eu deveria te bater também, sabia?! Devia ter me trazido junto contigo no dia que veio. – Cami me abraçou forte.
– Nem eu sabia direito o que estava acontecendo.
– Com licença. – escutei a voz de . – , posso falar com você um instante, é importante.
– ‘Tá. Gente, sintam-se à vontade. Com licença. – sai e fui com . – O que foi?
– Se eu te falar que a sua mãe está aqui, você acreditaria? – ele tinha uma voz apreensiva.
– Como é que é? Ela teve a cara de pau de vir aqui? Onde ela está? – fui tomada pela raiva.
– Eu e a Ashley vimos ela no jardim, mas já sumiu e não a encontramos em lugar algum.
– Ah, muito bom, uma psicopata assassina em pleno velório, não tinha coisa melhor para acontecer. Vou ligar para a polícia. – falei, pegando o celular em meu bolso.
Liguei e alertei que a louca estava rondando a casa. Apresentei e Ashley ao Ralf e o pessoal. Vi chegando com e fui até ela.
– Não dava para você ter vestido uma roupa menos; “sou virgem”? – perguntei a ela. – Olha para mim, estou parecendo um trapo perto de você.
Ela riu.
– Pelo menos alguém tinha que está bem apresentável para receber a família do papai.
– Ah, muito engraçada. – empurrei ela, colocando a língua para fora em forma de nojo. – Venha, quero te apresentar umas pessoas.
Fomos até o grupinho onde estava Ralf e todo o pessoal.
– Gente, essa aqui é minha irmã. – falei.
Todos a trataram muito bem, com sorrisos, abraços e palavras de consolo, deixei ela com eles e fui até a cozinha beber água.
– Não sabia que o Ralf viria. – escutei a voz da minha mãe atrás de mim e o copo escorregou da minha mão, indo parar no chão.
– O que você está fazendo aqui, sua jabureia? Já não basta ter acabado com a minha vida e agora veio espezinhar? – perguntei, me virando para ela.
– Como sempre, mal educada. Depois de tanto tempo sem me ver é assim que me trata? – ela fez uma cara de santa.
– Para mim, você podia ir para o quinto dos infernos, sua vadia desgraçada! Infeliz, não suporta ver a felicidade de ninguém, que tem que ir lá e estragar tudo! – caminhei até ela.
– Acho melhor você tomar cuidado com o que fala comigo, filha. – ela abriu sua bolsa, tirando uma arma de lá.
Engoli em seco e gelei por inteira.
– Quer me matar? Anda, o que está esperando? Atira logo, mas atira para matar, porque, se eu ficar viva, vou acabar contigo. – a afrontei. Ela estava pensando o quê? Que eu iria começar a chorar e implorar para ela abaixar aquilo?
– Como sempre, tão valente. Sabe, quando você era pequena, protegia a sua irmã no parquinho, não deixava ninguém bater nela. Tadinha de você, apanhava por causa dela. A sua valentia vai te matar, sabia? – ela dizia com deboche. – Tão linda, inteligente, forte e corajosa. – minha mãe andava em minha volta. – A filha perfeita. Sabe, sempre admirei como você enfrentava seus medos. Nunca fui nem a metade que você é.
– É isso então? Você tem inveja de mim? Por causa disso que você tinha o prazer de me ferrar? De me ver rastejar pelos cantos chapada e bêbada? Nossa, bela de uma merda que você é! – Quando falei, ela me empurrou contra a bancada e pressionou a arma contra minha barriga.
– Fiquei tão decepcionada quando você fugiu daqui por causa de ameaças, sério, pensei que você fosse lutar por quem gosta. Mas, não, você preferiu ir embora do que isso. – ela se divertia com aquilo, cretina!
. – escutei a voz de me chamar.
Não venha para a cozinha, não venha para a cozinha. Pedi mil vez, mentalmente.
– Ow, acho que o seu amor está chamando. – minha mãe sorriu. – Ele vai adorar ver você morrer.
Vi abrir a porta da cozinha. Merda, eu disse que não era para vir!
– Olá, querido. – ela sorriu para ele. – Estou tendo um papo amigável com minha filha.
– Sai de perto dela, sua maluca. – ele veio em nossa direção.
Minha mãe me puxou pelo braço, me fazendo ir para seu lado.
– Se você der mais um passo, eu furo ela todinha. – deu um sorriso cínico. – Como vai sua noiva? Como é o nome dela mesmo? Ah é, Kate. Uma menina adorável.
– Solte ela. – pediu .
– Você se importa com ela? Que lindo! Mas é uma pena, sabia? – ela balançou a cabeça. – Tchau, filha.
Escutei um barulho e uma dor enorme na barriga. Argh. Vaca! Cai no chão me escorando na geladeira.
– Não! – gritou. – O que você fez?!
Coloquei a mão em minha blusa e a olhei, estava toda suja de sangue.
– Pode ir, socorrer ela, anda. – minha mãe saiu andando gesticulando com a arma em minha direção.
correu até mim.
– Amor, você está bem? – ele se abaixou.
– ‘Tô legal. – dei um sorriso fraco e levantei a mão limpa até seu rosto, o tocando com as pontas de meus dedos. – Te amo.
– Hey, hey, não faz isso comigo. Você não vai morrer. , olha para mim.
– Que romântico. Vocês formavam um casal tão lindo que já vi, pena que não vão mais. – minha mãe pisoteava no nosso sofrimento.
Escutei um barulho na porta e vi vários policias entrando. Minha visão foi escurecendo.
. – sussurrei.
– Não fala nada, amor. A ajuda já está chegando. Você vai ficar bem. – Seus olhos estavam cheios d’água. Como que eu amava aqueles olhos.
– Seus olhos são lindos. – sorri. – Me prometa que vai ser feliz. – pedi.
– Só serei feliz contigo, só com você. – ele segurava minha mão com força. – Você me prometeu que não ia me deixar.
– E não vou. Sempre irei estar ao seu lado. – eu ainda mantinha um sorriso fraco em meu rosto. – Eu menti quando falei que não te amava. Menti todas as vezes que te neguei. Me desculpe por isso, mas saiba que você sempre foi a razão da minha vida.
– Shiu. Não diga nada. – ele colocou o indicador em meus lábios.
, me beija.
A última coisa que senti foram seus lábios tocarem aos meus.

# POV’s
– Hey, minha pequena. Acorda! – a sacudi de leve. – Não, por favor, não me deixa. – as lágrimas desciam desesperadamente pelos meus olhos.
– O que está… – Camile veio falando. – MEU DEUS, O QUE ACONTECEU AQUI?
Camile veio até mim me afastando um pouco para chegar perto do corpo de .
– Amiga! Amiga, abre os olhos! Que merda, ! Abre essa porra de olho, garota. – ela estava começando a ficar histérica e as pessoas começavam a entrar na cozinha com perguntas do tipo: “O que houve?” “O que está acontecendo?” – , pare de brincadeira comigo! – Camile estava em prantos.
– Não sei porque vocês estão chorando tanto por causa dessa garota. – a mãe de disse, debochando.
Aquilo me tomou de raiva, caminhei até ela que estava sendo algemada pelos policias e dei um tapa em seu rosto.
– Cale a sua boca, para falar dela, sua cretina. Você não é nem a metade da mulher que ela é! – falei, enraivecido.
– Bem, ela foi! Não é mais, né, querido?! – ela ainda debochava e ria daquilo tudo.
Eu ia voar em cima daquela mulher a qualquer momento, então os policias tiram ela de lá. entrou chorando na cozinha e abraçando . Os paramédicos chegaram e a levaram junto com Ralf, que era o único que ainda estava sob controle ali. Porque nem eu mesmo estava me aguentando. Segui a ambulância até o hospital junto com , , Ashley e Camile. Fomos todos no mesmo carro e vinha segundos atrás com , Amélia, Meg e Rich. Meus pais estavam em um carro mais atrás.

# POV’s
Esse último mês estava sendo uma loucura, tudo aconteceu rápido demais desde a morte do pai de , até agora. Eu estava me arrumando para o casamento do com a Kate. Eu e íamos ser padrinhos.
, você ainda está arrumando esse cabelo? – perguntei, vendo ele com um pente na mão na frente do espelho.
– O que tem o meu cabelo? Está ruim atrás? – ele perguntou todo paranoico.
– Sim, está horrível! Parece até um ninho de passarinho. – já entrou no quarto falando.
Ri do comentário dela.
– Sério? – perguntou, sério.
– Sim! Olha aqui! – ela bagunçou o cabelo dele todo.
– Não! Você não fez isso, garota, não mesmo. Não sei por que pedi para você vim me ajudar, está me atrapalhando, sabia?
– Esse foi o meu intuito, te atrapalhar para que chegue atrasado. – disse, dando um beliscão na bunda dele, o que o fez dar um pulinho e a chamar de tarada. – E você, , já está pronto?
– Sim, só que eu não estou conseguindo dar o nó na gravata. – resmunguei, mostrando minha gravata cinza.
– Venha cá, me deixe arrumar isso. – ela fez sinal para eu me aproximar.
– Sua irmã vai demorar para se arrumar? – perguntei.
– Não sei. Liga para ela, oras. Do jeito que é, não deve nem estar vestida ainda. – acabou de dar o nó. – Está pronto. – disse, colocando a gravata para dentro do blazer.
– Vou ligar para a e já vou indo para lá. Depois nos vemos. – falei, pegando o celular e saindo do quarto.

# POV’s
Olhei para com a maior vontade de agarrar ele e arrancar aquela roupa toda.
– Tem certeza que vai se casar? – perguntei, sentando na cama e cruzando as pernas.
– Não é por mim, é pela criança. E também sabe como o meu pai é, né? Engravidei e agora vou ter que casar, nem que seja obrigado.
– Bem, você está sendo obrigado. – sorri e depois mordi o lábio inferior. – Sabia que você fica mais gostoso vestido assim? O meu fetiche é transar em cabine de confessionário.
Ele se virou para mim com um sorriso safado no rosto.
– Se você quiser, posso satisfazer esse seu fetiche. – veio em minha direção e foi me deitando na cama, se deitando por cima de mim.
– Você vai amarrotar meu vestido. – reclamei.
– Eu vou é rasgar ele todinho. – sussurrou em meu ouvido, me arrepiando por inteira.
– Menino, você vai se casar.
– Vou me casar, mas não quer dizer que estou capado e nem nada. – senti a mão dele puxando meu vestido para cima até que minha coxa ficasse exposta. – Quer fugir comigo? – perguntou, beijando meu pescoço.
– Se eu pudesse, fugiria mesmo. – falei, passando a mão em seu ombro. – Quando vamos nos ver de novo?
– Não sei, Kate vai ficar em cima de mim vinte e quatro horas por dia, mas vou dar um jeito.
– Não estou gostando de ser a amante. – fiz um biquinho.
– Pare de reclamar. Anda, vem. – se levantou e me puxou. – Ainda falta uma hora e meia pro casamento.
– Ih?
– Ih eu vou fazer uma coisa. Vamos.
– Que coisa, ? – perguntei, pegando minha bolsinha de mão.
– Surpresa.
Descemos pelas escadas, o elevador estava demorando demais. Cara, depois de uma situação de quase morte, me recuperei muito bem. Já tinha até tirado os pontos e fiquei apenas com uma marca pequena na barriga, que o médico disse que iria sumir com o tempo. Minha mãe foi condenada à prisão perpétua por um assassinato e uma tentativa de homicídio. Contei toda a verdade para a . Ralf estava na cidade para o casamento junto com a família. Eu estava sendo amante do por mais que eu não concordasse. Durante a minha estadia no hospital, ele não saiu do meu lado nenhum momento. Ashley e estavam se pegando, Camile e Rich também por mais que eu não concordasse, estava apenas azarando qualquer garota bonita que passava por ele e disse que no casamento do ele iria passar o rodo em geral e até em mim se eu deixasse. e voltaram a namorar e ai se a tentasse fazer alguma coisa, agora sim, eu podia fazer alguma coisa contra ela. Chegamos na igreja antes que eu percebesse. saiu e veio abrir a porta para mim.
– Não, você não vai fazer o que estou pensando, vai? – perguntei, saindo do carro, deixando minha bolsinha de mão para trás.
– Não sei, depende do que você está pensando. Mas, mesmo assim, não vou falar. – ele saiu me arrastando para a porta da igreja que ainda estava fechada, entramos sorrateiramente e vimos que estava tudo enfeitado para a cerimônia.
continuou me puxando até que paramos na frente de cabine de confessionário.
– É hora de você confessar todos os seus pecados. – disse ele com um sorriso safado no rosto e abriu a pequena portinha. – Cara, não sei como vai caber nós dois ai dentro, mas vamos dar um jeito.
Entrei e o puxei pela gravata para dentro, fechando a porta conforme ele entrava. Realmente era meio apertado, mas eu não estava nem ligando, estava excitada demais para isso. Beijei seu pescoço com vontade de deixar um chupão ali, enquanto minhas mãos afronhavam sua gravata que me atrapalhava de abrir os botões de sua camisa. subia meu vestido, comecei a achar que tinha pano demais nos atrapalhando ali, mas isso não me impedia em nada. Por fim consegui arrancar a maldita gravata, tirei seu terno e logo depois sua camisa. Senti a mão dele puxando minha calcinha para baixo, o ajudei para agilizar as coisas. me prensou contra superfície de madeira que parecia um banco e aquilo estava me atrapalhando.
– Espera ai. – falei e passei a mão por debaixo da superfície de madeira, fazendo com que o banco se fechasse, com isso conseguindo mais espaço.
Voltei a atenção para o cinto dele, o desabotoando rapidamente. levantou meu rosto um pouco e selou nossos lábios em um beijo calmo para aquela situação. Não cortei o clima e retribui com a mesma calma, era tão intenso nosso beijo que nem percebi como ele estava me levando. Quando dei por mim, o senti me penetrar lentamente, soltei um gemido leve entre nosso beijo, minhas pernas estavam enlaçadas em volta do quadril dele, só que eu estava escorregando, então coloquei o pé na parede de madeira e dei um pequeno impulso para cima. Como era pequeno o espaço, consegui me ajeitei ali. Ele segurou minha coxa me dando suporte e investindo mais forte. Minhas unhas estavam cravadas em seu braço e costas, nós segurávamos os gemidos que saiam como um gruído de nossos peitos e gargantas. Senti o suor começar a escorrer por nossos corpos e o cheiro da pele dele se misturando com seu perfume, aquilo parecia um veneno entorpecente para mim. Só que eu queria mais e mais, soltei um gemido e joguei a cabeça para trás. Tirei minhas pernas que estavam em volta de e virei de costas para ele. levantou meu vestido que tinha descido de novo. Aquilo estava me irritando, então abri o fecho lateral, fazendo a peça deslizar pelo meu corpo e atingir o chão. Agora não tinha mais nada para atrapalhar. Ele se posicionou e me penetrou pro trás, seu braço enlaçou meu abdômen e me prensou contra seu corpo, minhas mãos estavam espalmadas na parede. Ele veio subindo a outra mão pela lateral do meu corpo, braço, até alcançar minha mão e entrelaçar nossos dedos. estava dando pequenos beijos em meu ombro nu. Conforme ele investia, senti ele prender a respiração, assim como eu, e depois de mais algumas investidas senti que ele tinha chegado no ápice. Me abaixei a abri o banquinho de madeira, mudamos de posições. Empurrei para que sentasse no banco, me sentei em cima dele e fui me movimentando com ferocidade até que cheguei no meu clímax, o senti gozar deliciosamente dentro de mim. Deixei meu corpo cair para trás, estava cansada e senti o braço de me segurar para que eu não caísse, ele puxou meu rosto e encostei minha testa suada na dele. Eu estava meio grogue, ele sempre me causava isso depois que transamos.
– Você me drogou, sabia? – falei com um sorriso débil nos lábios e ele riu junto comigo.
– Então somos dois. – minhas mãos e pernas estavam tão trêmulas, que acho que, se eu ficasse de pé, cairia. – Você me deixa doido.
– E você me deixa retardada. Não sei nem o que estou falando direito.
– Tem alguém ai? – escutei alguém chamar do lado de fora. – A igreja está fechada para uma cerimônia particular. – avisou.
Nós rimos com aquilo.
– Seu padre, só estou me confessando. – falei.
– Shiu. – se segurava para não gargalhar.
– Sim, menina. – vimos pelos buraquinhos o padre se aproximando da cabine. – Sobre o que quer confessar? – perguntou ele, sentando em um banco no lado de fora.
– Sr. Padre, eu transei com um homem que vai se casar daqui a alguns minutos. – eu estava segurando muito para não rir. – Viu, é tudo culpa sua. – dei um tapa no peito nu de , que já estava vermelho de tanto que ria e se segurava para não fazer barulho.
– Minha filha, não é culpa minha, e sim do homem com quem se relacionou. Se ele vai se casar, não deveria ter se envolvido contigo.
– Mas, Sr. Padre, eu amo esse homem, ele é o cara da minha vida, sempre foi e sempre vai ser, como que vou fazer? – falei, séria, agora olhando para aqueles maravilhosos olhos.
– A pergunta certa é: Você é a mulher da vida dele? Pois, se ele está casando com outra, acho que quer dizer que ele não gosta de ti como você gosta dele, querida. Mas não se preocupe, se for para ser, vai ser. Deus escreve certo em linhas tortas. O que importa é que você se arrependeu e está vindo aqui se confessar.
– Sr. Padre, não me arrependo de nada disso, se pudesse faria tudo igual. Não tenho medo de errar quando o assunto é ele, sou capaz de tudo. – falei, e não estava mais rindo, e sim me encarando.
– Você já disse isso para ele? – perguntou o padre, pensativo.
– Sim.
– O que ele disse?
– Nada, ficou me olhando. O que posso fazer? Ele vai se casar daqui a pouco nessa igreja. – eu continuava sentada em cima de .
– Não sei como te ajudar, minha filha. Se o rapaz não disse e nem fez nada, quer dizer que o seu amor não é recíproco.
– Está bem, Sr. Padre, já me ajudou bastante.
– De nada, minha jovem, espero que dê tudo certo para você.
– Eu também.
O padre se levantou e saiu dali. Sai de cima de e coloquei meu vestido e vesti minha calcinha sem dizer nenhuma palavra. De uma certa forma, o padre tinha razão. Que nem diz o velho ditado: “Fala o que não deve e escuta o que não quer.” Meu cabelo deveria estar completamente desfeito, meu penteado lindo que demorei para fazer deveria estar um desastre. Sai da cabine para que se vestisse, mas decidi ir embora antes que ele saísse. Onde eu estava com a cabeça em concordar em ser amante dele? Me diz, onde? Sou uma boba apaixonada mesmo. Ele nunca vai me amar como eu o amo, sempre vai ter uma esposa e um filho que nos separa. Nunca vou ser completamente feliz com ele desse jeito, apenas sendo a outra na vida dele. Apenas a outra. Uma lágrima escorreu no canto de me olho, a enxuguei com raiva. Idiota! Eu sou uma idiota, isso sim! Peguei o primeiro táxi que vi na rua e fui para casa. Encontrei e saindo junto com Ashley e .
, o que aconteceu? – Ashley perguntou, assim quando me viu.
– Me empresta dinheiro para pagar o táxi? – Pedi, já que eu tinha deixado minha bolsinha no carro do .
– ‘Tá. – Ashley foi até o táxi e acertou com o motorista. – Agora, me fala, o que aconteceu? – exigiu.
– Nada.
– Você saiu daqui toda arrumadinha e volta assim? Cabelo desarrumado, maquiagem borrada e você está suada! – Ashley parecia um perito policial me analisando.
– Você não vai no casamento? – perguntou.
– Não. Eu vou tomar um banho e, e, e, ah, sei lá, o que vou fazer. Eu vou ir tomar um banho. – sai andando, entrei na casa e fui para meu quarto.

# POV’s
tinha sumido. Ligue para o celular dela, mas seu celular estava na bolsa que tinha deixado no meu quarto. Voltei para meu apartamento, tomei um banho rápido e voltei a me vestir, tinha um chupão bem roxo no lado esquerdo do meu pescoço e a gola da camisa não tampava. Ótimo, tenho que dar um jeito nisso. Arranjei um band-aid redondo e colei em cima do roxo. Penteei meu cabelo todo para trás e fui para a igreja. Algumas pessoas já estavam lá. Vi e na porta e fui até eles.
– Nossa, até agora você estava arrumando o cabelo? – perguntou, rindo.
– Não. – falei, olhando para os lados, vendo se encontrava . – , você viu sua irmã?
Ela olhou para e depois para mim.
– Não sei, por quê?
– Como você me diz que não sabe se viu sua irmã? Porque estou procurando ela!
– Para quê? – ela me olhava desconfiada. – Se for para fugir, eu vi. Mas, se não, eu não vi.
– Isso foi de grande ajuda. – disse, revoltado.
, o que é isso no seu pescoço? – perguntou .
– Um bicho me mordeu. – menti, colocando a mão em cima.
– Deixe-me ver. – pediu .
– Não precisa, não é nada.
– Se não é nada, você pode tirar isso ai e eu posso passar uma maquiagem para disfarçar. Anda, .
– Vem comigo, então. – chamei ela para um lugar mais reservado para ninguém ver a marca.
Tirei o band-aid assim que entrei no carro.
– Nossa, que bichão é esse que te mordeu, hein. – zuou.
– Dá para parar? – falei, irritado. – Preciso falar com sua irmã.
– O que foi? Tiveram um DR pós transa? – falou, pegando uns trecos de dentro de sua bolsinha de mão.
– Antes fosse. Estou começando a achar que sou o cara mais burro do mundo.
– Você ainda acha? Eu tenho certeza. – ela passava uns negócios no meu pescoço. – Não sei o que aconteceu, mas minha irmã chegou em casa com uma cara meio estranha e disse que não viria mais no casamento. Pena, ela estava tão bonita.
– Hum. – foi apenas o que respondi.
– Pronto, ninguém vai ver o chupão. – disse ela, guardando suas coisas e saindo do carro. – Se eu fosse você, pensaria bem no que está fazendo. Vai acabar perdendo minha irmã assim.
Fiquei sentado escutando as músicas que passavam no rádio. Até que tocou Kiss Me, do Ed Sheeran. Me lembrei de quando tocou essa música na casa de campo. Como que ela consegue ser tão perfeita? Perfeita para mim, eu não suportaria vê-la com outro, nunca, no entanto ela está suportando me ver casar com a Kate. Que tipo de pessoa egoísta e mesquinha sou eu? estava guardando tudo quieta e até ia vir aqui. Dizia ela que estava me dando apoio para que eu aguentasse firme, mas quem mais precisava de apoio com tudo isso era ela. Me assustei quando bateu no vidro.
– A Kate já chegou, anda, vamos. – chamou.
Sai do carro, o tranquei, ativei o alarme e coloquei as chaves dentro do bolso. Meu pai estava me esperando na porta. Nós entramos e fiquei esperando Kate entrar, até que ela estava bonita, sua barriga já estava aparecendo e seus seios estão mais fartos, mas nada disso me atraia nela. O meu futuro sogro me entregou a mão dela e disse alguma coisa que não prestei atenção. O Padre deu o sermão e já estava no final.
– Kate Horsley, você aceita como seu legítimo esposo, até que a morte os separe? – perguntou o padre.
Você não acha que “até a morte os separe” não é um tempo muito grande? Não dá para ser “até ela me pegar pulando a cerca”?
– Sim. – Kate falou com um sorriso enorme.
, você aceita Kate Horsley como sua legítima esposa, até que a morte os separe?
Me fala onde eu tenho uma corda e um banco para me enforcar? Olhei para Kate e para meu pai que fez uma cara de “Anda logo, menino.” Começou um murmuro baixo ecoando pela a igreja.
– Eu vou repetir a pergunta. – perguntou o padre.
– Não precisa. – falei. – Kate, você deveria saber que nada disso ia me prender ou me impedir de ficar com ela. Então, não vai mesmo. – estava certa, se eu não fizesse nada, eu iria perder a única mulher que eu amo nessa vida. – Padre, o senhor não tinha razão quando disse que o amor dela era recíproco. Porque é!
O padre não entendeu de imediato, mas logo após levantou as sobrancelhas surpreso.
– Se você a ama, filho, faça ela feliz. – disse o velho padre.
, não se atreva. – Kate rosnou.
Meu pai me fuzilava com os olhos.
– Pai, não me adianta olhar com essa cara. E, Kate, suas ameaças não surtem mais efeito, agora pega essa aliança e…
! – escutei uma voz e olhei para porta da igreja. – Tenha modos com sua EX-NOIVA! – disse , entrando toda de preto.
– Garota, como você se atreve? – Kate falou, indo em direção a ela.
– Me atrevo a isso e muito mais. Agora dê licença, que vim buscar MEU namorado que VOCÊ roubou! – apontou o dedo na cara dela. – E nem tente armar nada, porque já estou esperta contigo, garota.
Não pensei em mais nada, fui andando até e a beijei.
, como você se atreve?! – Kate me tacou o buque.
– Pode ficar com a comida do Buffet para você. – falei e sai puxando minha pequena para fora da igreja. – E muda o repertório, “atreve” está ficando repetitivo demais.
– Fica a diga, garota. – piscou e apontou para ela.
– Queria saber o que se passou nessa sua cabeça de minhoca para ter ido embora àquela hora. – perguntei, pegando a chave do carro e desarmando o alarme.
– Pensei que você não me amava.
– Pensou errado, guria. – falei, abrindo a porta do carro para ela. – Você é a mulher da minha vida e eu não suportaria te ver com outro cara. Te amo, minha pequena. – passei a mão em seu rosto. – Nunca duvide disso.
– Também te amo. – ficou na ponta dos pés e selou meus lábios com os dela.
A encostei na lateral do carro e a beijei com vontade.

# POV’s
Acho que nunca fui tão feliz na minha vida. Definitivamente, esse cara era minha vida.


FIM



Nota da autora: 20/11/2014 - Nem consigo acreditar que finalizei essa fic!!! Quem a acompanha desde o início, sabe que passei por poucas e boas por causa dela, diversas vezes pensei em retirá-la do ar, mas não o fiz por vocês, que leem e não me permitiram fazer tal ato. E agora, por fim, You Are My Life chegou no final, a minha primeira fanfic long interativa no FFOBS e a minha última! Foi o que, uns três anos de espera? Bem, acho foi mais ou menos isso, mas espero que tenha valido a pena para vocês como valeu para mim! Em momento algum reescrevi essa estória, deixei que ela ficasse da forma como foi escrita desde o começo, sei lá, quem sabe para um dia eu parar e ler e ver como era tudo no começo. Agradeço a cada uma de vocês pela paciência e espera indeterminada que teve para cada capítulo, agradeço também a todas as betas que tive e especialmente a última, que foi a Nath, uma pessoa super fofa e atenciosa. Obrigada a todas! Vocês são muito especiais! Beijos e até mais ver.
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