- Ai, a gente vai pro Canadá! – quase pulava no banco de tanta emoção.
- Ah, a gente tem que ver as famílias... A gente não pode ficar morando embaixo da ponte lá!
- Canadá tem ponte? Dessa eu não sabia.
- Cala a boca e puxa um envelope – puxou dois envelopes – Escolhe um.
puxou e o abriu:
- COMEAU!!!! CARA, É MUITA COINCIDÊNCIA! ?
Ela não se mexia.
- ? MAS QUE DROGA, FALA COMIGO, CARAMBA!
Sem resposta, puxou o envelope das mãos da amiga.
- Ah, foi por isso que você surtou! Família Bouvier, um casal sem filhos... Eu peguei um rapaz solteiro... CARA, IMAGINA SE É O CHUCK!!!
- Imagina se o meu “pai” é o Pierre...
- Você vai agarrar seu pai o dia inteiro! – Essa frase quase foi responsável por um homicídio.
- Eu estava pensando em dizer que a minha “mamãe” morreria de causa “desconhecida”, mas tudo bem...
- A gente vai poder ir na loja da Role Model! Comprar o CD do Live In Japan! O DVD do A Big Package For You! Ai, que emoção!
As duas passaram toda a viagem comentando o que fariam no Canadá. Até que um homem as mandou calarem a boca.
CAP.2 – What If...
CANADÁ BOUVIER’S HOUSE
- Cara, eu não to preparado pra ser pai!
- Como se eu estivesse!
- Você ainda é casado, eu sou solteiro! Vou cuidar de uma criança, sozinho!!! E se ela não gostar de mim?! – Chuck exclamava, preocupado.
- Se acalma, cara! Ela vai gostar de você, sim... Eu to mais preocupado com a minha esposa e a garota...
- Elas vão se dar bem... Torça pra que a garota goste de ir ao shopping, é a chave para ganhar o coração da sua esposa.
- Espero... – Pierre suspirou.
CAP.3 – We’re coming home (?)
AEROPORTO MONTREAL, QUEBEC 12:21
- Então... Seu nome é Jean? – perguntou ao moço que as levaria às suas respectivas casas.
- Exato... Ah, só um momento – O celular tocava uma musiquinha estranhamente conhecida pelas duas garotas. Talvez por que fosse a mesma que David Desrosiers cantou no carro ao som das batidas nas pernas dos companheiros e dos olhares assustados de Chuck e Sebastien?
– Alô? Ah, Mr. Bouvier! Como? Ah, sim, sim... Não, sem problemas. Isso me poupará bastante tempo. Claro, estou com as duas aqui. Até breve. Tchau – Desligou.
- Então...? – Os olhos das garotas brilhavam.
- Os pais das duas estão na casa do Mr. Bouvier, então as levarei direto para lá.
As duas entraram no carro de Jean e observaram a paisagem. Não ficavam quietas um minuto! Era a agitação.
“Pelo menos acho que elas se darão bem com as novas famílias” pensou Jean.
CAP.4 – Perfect World (Or no...)
BOUVIER’S HOUSE QUEBEC - MONTREAL 12:46
A campainha tocou.
- EU ATENDO! – As duas ouviram uma voz masculina de dentro da casa. Parecia estranhamente familiar...
Um rapaz de cabelos castanhos e olhos verdes atendeu a porta, fazendo as duas garotas quase morrerem.
- Ah, vocês chegaram! Nós já íamos ligar para a polícia – Ele abriu um grande e perfeito sorriso – Entrem, deve estar frio aí fora.
- Ah, Mr. Comeau, eu só vim entregá-las. Boa tarde e espero que gostem delas.
- Pode deixar, Jean! – Chuck piscou travessamente para as garotas. Ele não podia ser pai! Parecia mais um irmão mais velho!!! – Entrem garotas, entrem!
Elas obedeceram. Seguiram o rapaz para dentro da casa e pararam na sala.
- Quem de vocês tirou o envelope com o meu sobrenome? – corou furiosamente – Pelo jeito foi você. Bem, bem vinda a família Comeau! – Chuck virou-se para – Vou lá chamar os seus pais, ok?
- Pode ser... Obrigada, Mr. Comeau.
- Por favor! Eu me sinto um ancião assim! Me chame só de Chuck, tá? – Ela concordou com a cabeça e Chuck desapareceu por uma porta, voltando logo em seguida com um casal.
- , não morre – falou em português.
- Vai ser difícil – A outra respondeu na mesma língua.
Cabelos e olhos castanhos, camiseta da Role Model, com uma esposa loira oxigenada cheia de botox. Só podia ser uma única pessoa.
- Ah, então a garota de cabelo solto que vai ser minha cria? – Ele sorriu e a garota queria sumir – Não se preocupe, eu não mordo.
- É, eu sei...
- Oi, querida! – Lachelle abraçou a garota, que sentiu o estômago embrulhar com o cheiro da água oxigenada.
- Oi, mãe... Posso te chamar assim, não? – tentava ser simpática e não mostrar que a odiava ou que tinha A queda por Pierre.
- Oh, claro, fofinha! – Argh, vozinha melaaaaaaaada... Ela precisaria se livrar de Lachelle urgente ou teria mais náuseas...
- Posso abraçar a garota também? Ela é nossa – Pierre deu ênfase à palavra – filha.
- Claro! – A garota olhou para Pierre com uma expressão de eu-te-amo-por-me-livrar-dessa-baranga quando Lachelle a soltou.
O homem se aproximou e a abraçou. Com o canto do olho, viu sua amiga na mesma situação, quase morrendo no abraço do seu “pai”.
- Sabe, eu achei que vocês não iam se parecer com a gente... Mas você até que lembra um pouco os Bouvier – Disse ele, depois que a soltou.
- Se você cantar bem,vai ser bem parecida com seu pai “adotivo” – Comentou Lachelle.
- É, mas eu não canto bem...
- MENTIRA! – Todos olharam para – Ela canta bem, sim! Só que nunca admite!
- ! – A amiga fuzilou-a com o olhar. E a outra já sabia o que a esperava.
Tentou correr, mas acabou levando um tapa. Não forte, para não machucar, mas estalou.
- OH MY GOSH! Pierre Charles Bouvier e Charles-André Comeau, vocês tiveram algum caso fora do casamento? Não é possível que elas pareçam tanto com vocês! – Lachelle tentou descontrair. [/nota: ela não conseguiu]
- Casamento? EU SOU SOLTEIRO! – Chuck fingiu-se de ofendido.
- Nós somos simplesmente fãs – Sorriu .
- Nós notamos – Chuck abriu um imenso sorriso.
- Como que vocês notaram? – estava em estado meio que de choque.
- Vocês notaram as camisetas? – A fala de Pierre as fez olhar para as blusas. As duas estavam com camisetas do Simple Plan. Agora estava respondido.
- Cara, eu tenho que levar a minha pequena para casa – Chuck Comeau falando assim? Nossa...
- Beleza, a gente se fala amanhã, então! – Pierre, Lachelle e despediram-se de e Chuck.
- Não pega muito o seu pai, heim? – As duas garotas falaram em português ao mesmo tempo e começaram a rir.
- Te amo, bitch do meu coração – sorriu.
- Te amo também, esquilo.
Quando os dois saíram, Pierre guiou a garota até o andar de cima e depositou a mala sobre uma cama em um dos quartos.
- Nós não sabíamos que tipo de garota você seria, então... Nós resolvemos deixar o quarto para você montar depois, já que você poderia amar rosa e ter um quarto com papel de parede preto... Então amanhã nós vamos sair para comprar algumas coisas...
- A gente pode ir numa loja da Role Model? – Os olhos da garota brilharam.
- Ainda bem que eu achei que você iria conhecer... Bom, eu tenho lá no quarto algumas camisetas, se você quiser ir lá escolher...
- Vamos nessa! – Ela pulou da cama onde estava sentada, fazendo Pierre rir. Ela era bem animada...
Os dois andaram até o quarto no final do corredor e entraram. Lá era o quarto do casal.
- Aqui têm algumas que eu acho que vão servir em você... – Ele tirava várias camisetas de dentro do armário e espalhava-as na cama.
- Ai, parece que você sabe o tipo de camiseta que eu amo! – sorriu depois que notou que todas que estavam sobre a cama tinham caveiras ou eram realmente detalhadas.
- Não, só... esquece.
- Ta bom...
- E então? Decidiu qual a camiseta que vai querer? Ou vai querer todas?
CAP. 5 – When I’m With You
COMEAU’S HOUSE - SAME TIME
- MÃE! CHEGUEI! – Chuck gritou quando abriu a porta e simplesmente nem se importou. Sabia que ele morava, ainda, com os pais. E ninguém respondeu – Hum, ela deve estar no mercado...
- Ah... – ficou meio... Desconfortável com a idéia de morar na mesma casa que os seus “avós” – Onde é o meu quarto?
- Lá em cima! Vem comigo! – Chuck puxou a garota pela mão até um quarto branco com uma roupa de cama preta de um lado e branca do outro, pintura simples, móveis sem cores definidas – Eu achei melhor não decorar nada. Minha mãe disse que eu tenho gosto pior do que o da Lachelle... – Ele riu – Ela não gosta do Pierre, você que é fã deve saber o porque...
- Porque ele que te levou para “o mau caminho” segundo ela...
- Isso aí... Mas eu ia seguir esse caminho com ou sem o Pierre... Ah, na cama tem algumas camisetas e um DVD...
A garota correu. Roupas da Role Model e o DVD do “A Big Package For You” estavam sobre a cama.
- Ai, obrigada, pai! – Ela abraçou-o com força.
- Amanhã a gente sai com os caras e já aproveita para mobiliar o seu quarto, pode ser? – Chuck não tinha jeito de pai! Tinha jeito de irmão mais velho! Até o jeito de falar não era... Maduro o suficiente. Lembrava ainda um adolescente.
- E você ainda espera resposta? Claro que SIM! – Toda aquela animação fez o mais velho rir.
- Ah, que bom! Pelo jeito vai ser bem mais fácil ser seu pai do que eu pensei... Ai, estou te atrapalhando, né? Você aí, querendo arrumar as coisas e eu te prendendo – Ele pareceu chateado em pensar que a havia atrapalhado.
- Ãh? Não, não! Eu posso fazer isso depois e... – Ela ia começar a falar quando o barulho da porta sendo aberta a interrompeu.
- FILHO! CHEGUEI! – Françoise, mãe de Chuck, parecia ter chegado mais cedo.
- Ah, sua “avó” chegou... Já pode desfazer as malas enquanto eu vejo o que vai ser o jantar, e tento furtar um pouco de chocolate – Chuck riu travessamente e saiu do quarto.
- Esses vão ser os melhores seis meses da minha vida! – atirou-se na cama fofa. Ia precisar de um pouco de descanso. CAP. 6 – God Must HATE ME!
BOUVIER’S HOUSE
- Pois é! Já desfez as malas, já escolheu as roupas, já tomou banho... Então pode jantar! – Pierre sorriu levemente para a sua nova filha.
- Oi, baby’ s! – Lachelle apareceu no quarto com um enorme sorriso no rosto.
- Hey! – O marido foi até ela e lhe deu um beijo suave na bochecha.
- Olha só, eu não sou boa na cozinha, então espero que não se importem com a comida congelada... – A mulher acompanhou os dois até a sala de jantar que, diga-se de passagem, era ENORME!
- Não, não. Sem problemas – A garota forçou um sorriso, mas seu pensamento era maldoso: “Se fosse pra descongelar comida eu fazia isso melhor que ela. E NÃO É CIÚME!”
- Uhum, então a gente pode comer e depois você dorme, entendeu, mocinha? – Os olhos castanhos estavam fixos nela com uma falsa autoridade.
- Entendi – Ela revirou os olhos. “Mocinha coisa nenhuma! Quem esse cantorzinho enxerido pensa que é? Bom, ele vai ser meu pai por seis meses e ele é o Pierre Charles Bouvier, né? Mas isso não importa...”
- A comida vai esfriar, baby’ s – A voz daquela mulher não poderia ser mais irritante. Lembrava alguém serrando uma árvore, ou unhas arranhando um quadro negro. Ou os dois juntos, mesmo.
- O.k, já vamos – “É só esquentar de novo no microondas. Duvido que ela use fogão!” Pensou a menor.
O silêncio instalou-se sobre suas cabeças, quebrado apenas pelo som de talheres batendo, copos levantados e a mastigação.
CAP. 7 – Happy Together
COMEAU’S HOUSE
- Ah, então você é minha nova neta! – Françoise sorriu para a garota sentada a sua frente na mesa.
- Pois é... Foi uma surpresa para mim ser a “filha” do Chuck. – O sorriso de aumentou.
- E ele está se comportando bem? – A mulher ergueu a sobrancelha em direção ao filho.
- Claro! Ele é o melhor pai do mundo! – Os olhos da garota não poderiam brilhar mais.
- Ele se superou quando me contou que eu seria avó! Pensei que ele tinha engravidado alguém...
- Mãe! Eu teria engravidado quem? Uma garota de programa? – Chuck rolou os olhos.
- Aquela tal de Lachelle...
- ESPOSA DO PIERRE! Por favor, mãe...
- Não estou falando que você teria engravidado ela, estou falando que ela parece realmente uma garota de programa! – Françoise ergueu uma sobrancelha.
se engasgou com o suco de tanto rir.
- Nossa! Calma, garota!!! – Os olhos de Chuck não escondiam a preocupação, que desapareceu quando a tosse passou para risos.
- Desculpa, mas é que... Eu imaginei a falando isso agora... Parece bem típico dela... Há, há, há!!! – Seus olhos lacrimejavam de tanto rir e sua barriga já doía.
- Sua amiga... Não gosta da Lachelle?
- Se ela não gosta??? Ela DETESTA a Lachelle do ponto mais profundo do coração! Além de morrer de ciúmes das fãs do Pierre, quer a cabeça da Lachelle numa bandeja de prata, como ela mesma diz.
- Hum... Ela se daria bem com a Louise, mãe do Pierre. Ela também não gosta da Lachelle de jeito nenhum.
- Ah, sim... A já me falou uma vez... Que a Louise não gosta da Lachelle por ter tirado o filhinho dela – Ela explodiu em gargalhadas novamente, sob os olhares meio assustados de Françoise e Chuck – Desculpa, desculpa... Mas é que eu fiquei imaginando a Louise fazendo as coisas pro Pierre como se ele fosse um bebê... Háháháhá!
Chuck abriu um imenso sorriso.
- Você só está imaginando... Pior é ver isso e não poder rir!
A conversa fluía naturalmente, com brincadeiras, piadas e muitas risadas. Eles realmente formavam uma família feliz.
CAP. 8 – Shut Up!
BOUVIER’S HOUSE
se distraia com o homem a sua frente. Havia perdido o interesse na comida com gosto de congelada de Lachelle, então decidiu fazer algo mais interessante, como, por exemplo, analisar o casal.
Pierre, com o cabelo estranhamente bagunçado (estranhamente não... Lembrava algo como dormir e não pentear os cabelos... Ou passar a mão neles o tempo inteiro), camisa branca com detalhes em preto, cinto branco, calça jeans, All Star preto... Sem contar que era lindo.
Lachelle, com os cabelos presos num rabo meio desleixado, com aquela roupinha micro de “oi, sou uma vadia”, salto alto de uns 15 centímetros (Masoquista! Que tipo de mulher usa salto alto em casa?!)... E um sorrisinho meio estranho no rosto... Devia ser o botox, acaba com a expressão facial, sabe?
- Então, não quer comer mais nada? – Aquele olhar castanho dizia “Diga que quer repetir”
- Não, perdi a fome, valeu... Acho que vou pro meu quarto... – Ela ia se levantando quando ele a segurou.
- Sabia que faz parte das regras de etiqueta esperar até todos terminarem de jantar para se retirar?
- Sabia que eu não dou a mínima para essas coisas bregas como etiqueta? – Um simples puxão no braço, os passos na escada e o barulho da porta batendo.
- Maravilha! Temos uma rebelde em casa! – Pierre revirou os olhos. Havia perdido a fome também.
- Agora você sabe o que seus pais passaram... – A voz de Lachelle saiu num sussurro.
- O quê?
- Nada!
CAP. 9 – I’d Do Anything
COMEAU’S HOUSE
- Bom dia, pequena!!! – Chuck praticamente jogou-se por cima de para acordá-la.
- Outch! Saí pra lá, Chuck! Você é pesado... – A garota riu quando o mais velho fez bico.
- Eu sou pesado é? Então tá! Nada de compras hoje e você vai pro quarto da empregada! – A garota arregalou os olhos e ele riu abertamente – BRINCADEIRA! Você achou mesmo que eu faria isso? Até parece... Eu sou mais amigo que pai, então...
- Que horas são? – esfregou os olhos.
- São... – . – Uma e alguma coisa.
- O QUÊ? Cara, você me deixou dormir até perto das duas da tarde?
- Fiz algo de errado?
- Não! Tá ótimo! É só que... Sei lá, meus pais nunca deixariam.
- Bom, então curta o tempo que você ficar aqui!
CAP. 10 – How long will I be waiting?!
BOUVIER’S HOUSE
- , abre essa porta! – Pierre batia com força na porta, mas a garota não abria – , abre essa porta agora!!! Eu estou começando a me irritar.
- Oh, ele está estressado... Eu quero ver quais são seus limites de paciência – O risinho debochado dela atravessou a porta.
- Não me tente, garota! Se eu me irritar com você...
- Se você se irritar vai acontecer o quê? Vai chamar o bicho-papão pra me puxar os pés de noite? Há, há!
- É sério, garota! Nós ainda temos que dar umas voltas para ajeitar o seu quarto!
- Hum, é mesmo... Bom, então espero que você esteja preparado para enlouquecer...
- Agora você tem que...
A porta abriu e Pierre quase bateu com a cabeça.
- Tá esperando o quê? – Perguntou saindo do quarto, totalmente arrumada.
Ele bufou. Ia ter sérios problemas com aquela garota.
COMEAU’S HOUSE
- Bonita, bonita... Não precisava tanto só para fazer umas comprinhas – Chuck olhava a filha de cima a baixo com aprovação.
- Eu gosto de sair com lápis – Ela deu de ombros – Como que a gente vai?
- Hum, eu, você, o Jeff e o Pat vamos no carro do Seb. Sua amiga e o David vão no carro do Pierre...
- Mas está faltando alguém... – A garota ia começar a contar nos dedos, mas o mais velho a interrompeu.
- O Stuey vai com a gente.
- AAAAAAAAAH, O STUEY VAI COM A GENTE!!! – Os olhos dela brilharam e Chuck riu com o ataque.
- Pois é, agora só temos que esperar o Seb chegar... Não deve demorar muito.
CAP. 11 – I feel like I’m living the worst day
BOUVIER’S HOUSE
- Estou começando a me irritar com a demora do Desrosiers...
- Garota, é minha impressão ou você chama todo mundo pelo sobrenome?
- E daí? Algum problema, Bouvier?
- Você poderia parar um pouquinho com isso... Ser mais agradável comigo, sabe?
- Não lhe devo nada, Bouvier.
- Argh, você me irrita, garota...
- Aquela lambisgóia vadia da sua noiva me irrita também...
- Como é?
- Nada não... Surdo...
- Ah, o David chegou!
CAP. 12 – Crazy
CAR 1#
- Chuck! – Sebastien abriu um imenso sorriso e tirou os óculos escuros, revelando seus olhos maravilhosamente azuis.
- Hey, Seb! – Chuck abriu a porta de trás do carro e sentou.
- Anhm... Onde eu vou? – Perguntou baixinho.
- Você vai na frente comigo. E sem cara feia Patrick – Acrescentou Sebastien com a cara que Patrick fez – Você vai atrás com o Jeff e fim de papo.
- O Sebastien quer uma garota do lado dele, Pat – Jeff falou para o amigo – Não que você não seja uma – E recebeu um pedala do mesmo.
- Entra aí, filha.
CAR 2#
- E aí, Popsicle! – David exibiu um enorme sorriso ao ver o amigo.
- Fala, Ritalin! – Pierre retribuiu o sorriso – Ah, essa é a garota que eu te falei, .
- Hey, prazer! Posso te chamar de , né? – O moreno perguntou ainda com um sorriso no rosto. Ela concordou com a cabeça – Ah, sinceramente, gostei de você. Acho que vamos ser bons amigos!
- Espero que sim, David – A garota encarou os olhos gateados dele.
- Ah, que legal! Existem mais pessoas que não são famosas que tem os olhos com essa cor! E me chame de Ritalin, eu me sinto mais confortável, sabe?
- Sem problemas, Ritalin – sorriu para ele.
- Cara, vou te dar um prêmio! Você fez ela te chamar pelo apelido e sorrir bem amigável!
- Ela não deve ser tão difícil assim, Popsicle. Você que não tem jeito com adolescentes!
- Claro, você é um eterno adolescente! Eu cresci! – Pierre rolou os olhos.
- Vou matar a Lachelle por ela ter feito isso – Resmungou David.
- DAVID DESROSIERS! – O mais velho estava claramente irritado.
- Tá, foi mal, foi mal... Ai! – Gemeu o moreno quando recebeu um forte pedala.
- Eu concordo com o Ritalin, seria uma boa matar a Lachelle... – Concordou a garota que apensas observava.
- Alguém pediu sua opinião, garota? – Os olhos castanhos praticamente a perfuraram.
- Alguém disse que eu estava falando com você? – Ela respondeu com a mesma intensidade.
- Uh, humilhou! – Riu David.
- Cala a boca, Ritalin!
- Agora tô vendo porque seu apelido é Popsicle Pete e porque vocês não se dão bem! – Ele provocou.
- David Phillippe Desrosiers...
- Xi, quando ele me chama por todo o nome... É bom eu correr! – David fez uma careta fingindo desespero.
- É BOM MESMO! SE EU TE PEGAR VOCÊ MORRE!!! – Pierre estava com o rosto de raiva.
- Há! Com esse monte de banha você me pega só no dia que o Chuck pegar uma garota na nossa frente. Ou seja: NUNCA! – O moreno estava praticamente testando os limites do amigo quando apertou a barriga dele.
- CORRE ANTES QUE EU TE MATE! – Os dois começaram a correr.
- Há, há, há, há, há! Você é muito lerdo, Pierre – David era muito mais rápido que o Pierre por ser mais magro.
- Argh! Você quer perder algum membro hoje, né?! – Os olhos castanhos pareciam ter adquirido um tom avermelhado.
- Desde que não seja o mais importante, pode arrancar o que quiser – O moreno mostrou a língua.
- Respeita! Tem criança na área! – Pierre cansou e colocou as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego.
- Bouvier, por favor! – A garota rolou os olhos. Estava quase do lado dele - Eu não sou criança, e entendi o que ele quis dizer com o membro mais importante.
- Ah, tenho uma pervertida em casa! Não acredito! – Ele colocou as mãos na cabeça numa careta.
- Você ainda não viu nada... – Ela se aproximou do ouvido dele – Popsicle – Sussurrou.
- Eu... Nós... Anhm... – Pierre não conseguia falar.
- Vamos! – sorriu alegremente.
- Você vai na frente comigo! – David passou um braço pelos ombros da garota.
- O QUÊ? Eu não vou atrás! Não sou bebê! – Pierre fez bico.
- Não é por idade, Popsicle! Entende, ela é mais gostosa que você!
- OLHA O RESPEITO, ELA AINDA É MINHA FILHA!
- Filha ou não, ela é gostosa... – David recebeu mais um pedala.
CAR 1#
- Então, ... Que tipo de bandas você curte? – Perguntou Jeff em certo ponto da conversa.
- Ah, algumas do tipo... Simple Plan, Good Charlotte, The Used, All Time Low, Paramore, 30 Seconds to Mars, Blink 182, Tokio Hotel...
- Tokio Hotel? – Interrompeu Sebastien.
- Aquela banda alemã? – Perguntou Patrick.
- Que tem os irmãos gêmeos? – Continuou Chuck.
- Que o David disse que se o vocalista tivesse peitos ele pegava? – Jeff se continha para não rir.
- Anhm... Sim, é a banda alemã. Sim, é a banda dos gêmeos... Mas essa do David eu não sabia – estava meio assustada... Não pelo que David dissera, mas por tentar imaginar Bill com seios... O.k, essa pegou mal.
- Hum... Bom, mas ele disse vendo um dos clipes deles... Sério, tem gente que pensa que Simple Plan é banda de gays, mas se vissem outras bandas... Nós somos bem machos! – Patrick estremeceu ao lembrar de alguma coisa.
- Patrick! Você não está assegurando sua masculinidade?! – Sebastien quase não conseguia não rir.
- Cala a boca, Lefebvre!
- STUEEEEEEEEEY! – gritou quando o pequeno Bulldog Francês pulou em seu colo.
CAR 2#
- Por que a Lachelle não veio? – tentou demonstrar algum interesse.
- Ela não curte comprar com crianças – Explicou Pierre – E também, depois nós vamos tentar escrever alguma coisa, ver se a bebida funcionou... Quando funciona sempre sai alguma letra – Ele deu de ombros e a garota riu.
- Vocês não prestam mesmo...
- O Pierre que não presta! Me fez sentar no banco de trás! E ficou com você aí na frente! Sacanagem! – David estava sentado numa espécie de cadeirinha no banco de trás.
- Ah, deixa de ser reclamão, ou eu não te dou um bico! – A voz de Pierre estava séria, mas a garota ao seu lado via o sorriso em seu rosto.
- Oh, não precisa, mamãe – O moreno cruzou os braços com cara de criança.
- Ah, David! Você fica tão fofo assim! – riu e virou-se no banco para apertar as bochechas de David, que sorriu.
- Eu sei que sou irresistível, fazer o quê?
- Sou mais gostoso que você – Pierre fez uma cara de “Eu sou O tal”.
- Convencido! – Bufou a garota.
- Convencido nada! Você sabe que é verdade, já que você também quer, né, querida? – É, essa pergunta foi responsável pelo tapão de anime que Pierre recebeu.
- Outch! Doeu, sabia?
- Sim.
CAR 1#
- Vamos brincar? – Jeff de fato não teve infância.
- Brincar? Depende do quê... – Sebastien fez uma cara pervertida.
- Sebastien! Cala a boca, caramba! – Chuck fez uma cara de “Se eu não fosse tão legal e precisasse de um guitarrista na banda, eu te matava!”
- A brincadeira das palmas – Os olhos de Jeff brilharam.
- Ah, aquela brincadeira que só não é mais ridícula do que quem inventou? – Perguntou Patrick.
- Quem que inventou? – ergueu uma sobrancelha.
- O Pierre – Sebastien sorriu maldosamente.
- Nossa... Ele é mais retardado do que eu imaginei...
- É, ele é bem retardado, mas ele é como um irmão pra mim, o.k? – Chuck parecia irritado.
- Cara, ele vive batendo em você e você ainda defende ele! – olhou para o homem no banco de trás... Com cinto de segurança.
- Eu gosto do Pierre, e nossas brigas são... Quase que nem você e sua amiga – Ele deu de ombros.
- Não impede de doer – Ela fechou a expressão, lembrando de algumas brigas de Chuck e Pierre.
- É, tem vezes que machuca... Mas eu adoro ele. Aposto que é a mesma coisa com você e a – Ele a olhou diretamente.
- É, um pouco... – Ela notou o olhar de Chuck – Tá, é bem assim.
- He, he... Achei que fosse mesmo.
- Eu começo! – Gritou Jeff. Eles não tinham outra opção.
CAR 2#
- Então... Alguém quer ouvir alguma coisa? – Perguntou Pierre, depois de muito silêncio.
- Toca Fall Out Boy aí – Pediu a garota.
- Fall Out Boy? Como se você gostasse… - Os olhos castanhos rolaram com desdém.
- Cala a boca, Bouvier! Toca logo FOB! – Do banco de trás ele cutucou o ombro do amigo.
- Até você, Ritalin? Ah, agora não vou colocar é nada! – Os cabelos castanhos dele voaram um pouco quando ele bufou.
- Ah, por favor, Pié fofinho e lindo que eu amo muito... – David tentou fazer uma carinha fofa. E de fato foi, mas para o amigo...
- Ai, David! Soltou a franga? Credo!
- , pede pra ele – Ele fez de novo a carinha fofa, e a garota não resistiu.
- Por favor, Pié... Por mim, vai... – Ela o encarou com uma carinha tão fofa que ele simplesmente não resistiu.
- Argh, tá bom! – Sua voz saiu meio travada por entre os dentes trincados.
- , eu te amo! – David estava com uma cara de maravilhado.
- Mas o que é isso?! Na minha frente não, Desrosiers! – Rosnou Pierre.
- Eu ia dizer que amava ela por ter te convencido a alguma coisa... Nem a Lachelle consegue isso com tanta facilidade, sabe... – O moreno ergueu suavemente uma sobrancelha.
CAP. 13 – Forget tomorrow, I just wanna JUMP!
SHOPPING
- ! – pulou nos ombros da amiga.
- ! – As duas quase caíram no chão.
- Beleza? – Perguntou a de cabelo castanho, rindo.
- Aham, e você?
- Tudo bem, tudo bem...
- Cara, minhas mãos estão doendo... – Reclamou a com cara de choro, olhando as mãos vermelhas.
- Por quê?
- Lembra daquela brincadeira das palmas do vídeo?
- Aham.
- O Jeff fez... Eu só me salvei umas 3 vezes das mais de 15 que a gente fez...
- Depois o Pierre, que não teve infância... – sussurrou, mas a amiga não era que nem seu “pai”. Ela ouvia bem até demais.
- O Pierre tem outros problemas... Mentais, por exemplo...
- Angel! – A garota deu um tapa no braço da amiga.
- Outch! Você andou treinando no Pierre? – Ela fechou a cara.
- É...
- Cara, então ele deve ser muito duro, porque, poxa, doeu! – A marca vermelha já estava visível.
- Ah, foi mal... Tenho que me controlar...
- Hey, o que você vai comprar? – tentou puxar conversa.
- Não sei... Acho que vou com o Ritalin escolher uns móveis e talvez um papel de parede legal... – Comentou a outra distraída.
- Hum... Que intimidade com o David, heim? – riu baixinho.
- Cala a boca, pervertida! – empurrou levemente a amiga.
- Você é muito melhor, né?
- Eu não fico babando pelo meu pai!
- Meu pai pelo menos é legal! Você pelo jeito vive estapeando o seu!
- O Pierre é insuportável!
- Hum... Ódio demais é amor, sabe... Ah, caramba! Pára de me bater!!!
- Não fala que eu amo o Pierre, tá?
- Eu não falei nada, você que se entregou!
- Cala a boca, senão eu vou te bater mais!
- Oi garotas! – David chegou por trás das duas e passou um braço pelos ombros de cada uma.
- Hey, David – Cumprimentou a .
- Fala, Ritalin! – A outra de um beijo na bochecha do moreno.
- Nossa, ! Nem parece aquele mesmo ser mal humorado... – Ela ia começar quando a amiga a cortou.
- Cala a boca, !
- Tá, desculpe! Não queria atrapalhar o casalzinho...
- ?
- Oi?
- CORRE!
As duas começaram a correr dentro do shopping, enquanto David, Pierre, Sebastien e Chuck riam. Patrick e Jeff estavam olhando algumas lojas... De produtos eletrônicos. Pobre Stuey, ficou amarrado do lado de fora do shopping.
- , por favor, não faz... – segurava os braços da amiga longe de seu rosto.
- Cala a boca, ! Eu não vou te bater.
- Não?
- Não.
- Sério?
- É.
- Que bom!
- EU VOU TE MATAR!
As duas recomeçaram a correr, até um segurança as parar.
- Sinto muito, senhoritas... Mas é proibido correr dentro do shopping.
- Ouviu ? – Provocou .
E o único barulho que todos ouviram foi um estalo... Um forte pedala.
- Vem, vamos comprar algumas coisas – Pierre tentou fazer a mesma coisa que David, mas as duas deslizaram para fora de seu abraço e ele quase caiu.
- Levanta, Bouvier! – As duas riram e saíram pulando pelo shopping.
MSN CANADÁ – MONTEAL
Comeau The Best Day Ever! says:
hey!
I’m gonna prove them wrong! says:
e aí? beleza?
Comeau The Best Day Ever! says:
beleza!
I’m gonna prove them wrong! says:
bom
Comeau The Best Day Ever! says:
e tu?
I’m gonna prove them wrong! says:
mesma droga de sempre
Comeau The Best Day Ever! says:
cara, que ódio é esse? caramba…
I’m gonna prove them wrong! says:
você não sabe o que é ficar 24 horas por dia com o Bouvier e a lambisgóia da Lachelle!
Comeau The Best Day Ever! says:
ciuuuuuuuumes…
I’m gonna prove them wrong! says:
cala a boca, ¬¬
Comeau The Best Day Ever! says:
que foi? você more de ciumes da Lachelle que todo mundo sabe
I’m gonna prove them wrong! says:
o Bouvier não sabe
Comeau The Best Day Ever! says:
os retardados mentais não contam!
I’m gonna prove them wrong! says:
Angel!
Comeau The Best Day Ever! says:
que foi? é a mais pura verdade!
I’m gonna prove them wrong! says:
¬¬ vou fingir que não ouvi isso
Comeau The Best Day Ever! says:
pode fingir, mas eu falei (H)
I’m gonna prove them wrong! says:
larga de ser chata, caramba!
Comeau The Best Day Ever! says:
aaaaaaah, defendendo o pierre!
I’m gonna prove them wrong! says:
não tô defendendo aquela besta!
Comeau The Best Day Ever! says:
tá fazendo o que então?
I’m gonna prove them wrong! says:
anhm…
Comeau The Best Day Ever! says:
HÁ! viu? eu, como sempre, estou certa!
I’m gonna prove them wrong! says:
¬¬
Comeau The Best Day Ever! says:
*convencida*
I’m gonna prove them wrong! says:
só o Bouvier ganha de ti…
Comeau The Best Day Ever! says:
uau, então ele é MUITO convencido!
I’m gonna prove them wrong! says:
é… ele se acha O gostoso…
Comeau The Best Day Ever! says:
e você concorda (A)
I’m gonna prove them wrong! says:
não!
Comeau The Best Day Ever! says:
sei… [aja]
I’m gonna prove them wrong! says:
fica quieta senão eu vou te bater!
Comeau The Best Day Ever! says:
como?
I’m gonna prove them wrong! says:
faço uma visitinha na sua casa!
Comeau The Best Day Ever! says:
esqueci que você tá a menos de uma quadra daqui ¬¬
I’m gonna prove them wrong! says:
é, então se cuida!
Comeau The Best Day Ever! says:
o.k, o.k…
I’m gonna prove them wrong! says:
vou ter que sair
Comeau The Best Day Ever! says:
por quê?
I’m gonna prove them wrong! says:
o Pierre quer usar o pc…
Comeau The Best Day Ever! says:
cara, vc divide um pc com ele?
I’m gonna prove them wrong! says:
sim, e ele quer ajeitar alguma coisa no site da RM com o Pat…
Comeau The Best Day Ever! says:
xi, então até amanhã
I’m gonna prove them wrong! says:
até
CAP. 14 – There is no love here
COMEAU’S HOUSE
- Argh, sol... Detesto sol na cara de manhã cedo! – reclamou , afundando o rosto no travesseiro.
- Ah, sua casa é tão bonita, lindinho...
“Heim? Lindinho? Caramba, quem será que está aí? Não é ninguém da família... A Françoise tem uma voz agradável, e que eu saiba o Chuck não tem nenhuma irmã...” pensou .
- Obrigada, ...
Dessa vez era a voz conhecida de Chuck.
Ela levantou, colocou um short e uma camiseta e desceu. Sentada com Chuck no sofá estava uma jovem. Até que não era feia, mas perto de Chuck... Ela não tinha graça nenhuma.
- Ah, – O homem se levantou e foi dar um abraço na garota. E ele não pareceu se importar com a cara de “vai me deixar aqui?” de ?
- Bom dia, pai – Ela sorriu nos braços de Chuck.
- Dormiu bem, querida? – Ele perguntou quando se afastaram.
- Aham... Só acordei com sol na minha cara e isso me irritou... Mas de resto... Sem problemas.
- Ah, essa é a ... Minha namorada.
- Ah, prazer – forçou um sorriso. “Nunca mais vou zoar com a quando ela xinga a Lachelle... É realmente horrível ter uma lambisgóia em casa...”
- Ah, Chuck, você não me disse que tinha uma filha... – parecia meio... perturbada...
- Não, não... Ela não é realmente minha filha. Ela é brasileira, veio com uma amiga num intercâmbio...
- Ah – Um brilho estranho passou pelos olhos azuis escuros.
- Bom, acho que vou subir... Não quero atrapalhar nada – não deixou nenhum dos dois falar e subiu as escadas de novo, trancando-se em seu quarto. Aquela mulher não era a pessoa certa para Chuck, ela sentia isso... Mas por quê?
CAP. 15 – I Can Wait Forever
BOUVIER’S HOUSE
- ! Abaixa essa música! – Pierre gritava com a porta trancada do quarto.
- Ah, mas que droga, Pierre! Você parece que nunca foi adolescente! – A voz irônica de chegou até ele.
- Sim, eu fui adolescente, mas eu não era um rebelde como você! – Pierre começou a bater na porta.
- Bom, problema seu... Acho que foi a fantasia de tigre que te traumatizou não? – Ela riu da desgraça dele.
- Ah, não fale daquilo em voz alta! – Ele corou.
- Bom, tanto faz! Eu não vou abaixar o som! – Pierre estava começando a se irritar.
- Então troca de música! Eu não agüento mais I Can Wait Forever! – Ele tentou negociar.
- Eu ainda agüento bastante – Ela sabia como irritá-lo.
- Argh! Porque não é você que está cantando! – Bufou.
- Eu só abaixo o som e depois troco de música com uma condição!
- Ah, lá vem bomba... Fala o que você quer.
- Está tão desesperado assim? – riu.
- Já disse que não suporto mais essa música! Eu prometo que faço qualquer coisa!
- O.k então... – Ela abriu a porta do quarto e Pierre finalmente viu como tinha ficado a decoração.
- Decoração legal – Ele comentou, sentando-se na cama quando ela abaixou o volume.
- Obrigada...
- Bom, pode falar o que você quer.
- Você vai querer realmente cumprir a minha condição? – A garota o encarou.
- Eu prometi, lembra?
- Muito bem... Achei que quando eu abrisse a porta e abaixasse o som você ia embora...
- Promessa é promessa.
- Muito bem... Eu quero uma coisa bem simples – Ela evitou os olhos castanhos.
- Fale – Ele realmente esperava que fosse algo simples.
- Que você cante I Can Wait Forever – Os olhos dela continuavam fixos em qualquer lugar... Menos em Pierre.
- É só porque eu não suporto essa música, né?
- Não. É que eu acho ela muito bonita... E queria ouvir ela de você, pelo menos uma vez.
- Caramba, garota! Sinceramente, você parece uma apaixonada falando assim, sabia? Ou então alguém que vai morrer em menos de uma semana!
- Sem gracinhas, Pierre. – Ela rolou os olhos.
- Então tá... Não tenho outra opção mesmo... – Ele suspirou e começou a cantar.
No início sua voz estava baixa e seus olhos fixos no chão, como quem canta para si mesmo. Quando notou que a garota sentada ao seu lado na cama estava com os olhos fechados, balançando-se lentamente no ritmo da música, cantou um pouco mais alto.
Ela sorriu, ainda com os olhos fechados. A voz dele era muito mais bonita sem acompanhamento, sem modificações. Era muito mais... Encantadora.
Na parte do solo, ele parou de cantar.
- O Jeff faz falta...
- Ah, nem vem! É só fazer um solo com a boca, inventa...
- Eu não agüento mais cantar essa música... – Pierre fez cara de cansado.
- Ah, mas você estava indo tão bem... – Ela fez bico.
- Só continuo com uma condição.
- Fala... – A garota rolou os olhos.
- Que você dance comigo.
- Ah, maravilha... Pierre, eu sou um desastre!
- Não deve ser tão ruim... Você está de saia, salto alto... Hum, acho que não vai ser tão difícil, é só não pisar no meu pé – Ele comentou com um sorrisinho nos lábios.
Pierre segurou-a pela cintura e por uma das mãos, enquanto ela tentava se ajeitar com a mão no ombro dele. A altura dificultava um pouco as coisas... Mas não era muita diferença.
Ele colocou o CD no play e continuou cantando, mas dessa vez baixo, apenas para os dois ouvirem. Em certo ponto da música, ela soltou a mão da dele e deixou o braço por trás de seu pescoço.
- Cansa ficar com a mão erguida – A garota explicou sob o olhar de questionador dele.
- Concordo... – Ele deixou a outra mão escorregar até a cintura dela – E você não é tão ruim assim. Um pouco desajeitada, mas não pisou nenhuma vez no meu pé.
- Engraçadinho... – Ela reprimiu um bocejo e encostou a cabeça no ombro dele, fechando os olhos. Seu corpo era bem quente... E o perfume era bom.
- Sabe, quem olha de fora pensa outra coisa...
- E quem se importa?
- Eu me importo... É o meu rim que a Lachelle vai querer – Pierre riu.
- O.k então... Pode se afastar...
- Quem disse que eu quero? Gostei disso, sabe?
- Bobo...
Uma batida na porta sobressaltou os dois.
- Pierre? ? Vocês estão aí? – A voz de Lachelle os fez sentar na cama a uma distância considerável, bem a tempo de ela abrir a porta do quarto – Ah, vocês estão aqui... Eu estava pensando em a gente ir ao cinema...
suspirou. Tinha que aparecer aquela mulher e acabar com o clima, pela primeira vez agradável, entre ela e Pierre.
CAP. 16 – Is me against the world!
MSN CANADA – MONTREAL
! Eu vou matar alguém chamada says:
uau, por que essa raiva repentina da Lachelle?
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
quem é ?
! Eu vou matar alguém chamada says:
ninguém importante...
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
é aquela mulher que tava aí hoje, né?
! Eu vou matar alguém chamada says:
¬¬ é
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
ela poderia ser amiga da Lachelle, ê tribufu!
! Eu vou matar alguém chamada says:
pois é... cara, como que o Chuck, repito, o CHUCK, tá saindo com aquela lambisgóia???????
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
o Pierre é casado com uma!
! Eu vou matar alguém chamada says:
tá, você já sabe o que aconteceu... agora eu que tenho que ficar por dentro!
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
ah, é que eu tava ouvindo música bem alto, sabe..
! Eu vou matar alguém chamada says:
sim, deu pra ouvir daqui
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
tá, mas é que tipo, o Pierre tava reclamando um monte, e eu disse que só parava a música se ele cantasse pra mim
! Eu vou matar alguém chamada says:
que lindo ¬¬
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
deixa de ser um pedregulho!
! Eu vou matar alguém chamada says:
ok, o que aconteceu depois?
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
ele parou de cantar na parte do solo e disse que só continuava cantando se eu dançasse com ele
! Eu vou matar alguém chamada says:
coitado, deve ter saído sem pés [aja]
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
HÁ! Ele disse que eu sou meio desajeitada, mas não pisei NENHUMA vez no pé dele!
! Eu vou matar alguém chamada says:
Hm...
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
bom, aí a gente tava super bem, até... maior clima...
! Eu vou matar alguém chamada says:
deixa eu adivinhar: chegou a Lachelle pra acabar com o clima?
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
exato ¬¬
! Eu vou matar alguém chamada says:
achei que fosse isso mesmo...
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
droga, agora eu tenho que ir... e você também. a gente vai ao cinema, lembra?
! Eu vou matar alguém chamada says:
ah, pior...
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
te vejo lá
! Eu vou matar alguém chamada says:
até mais tarde
– Já disse que odeio a Lachelle? Já? Então eu repito: Eu ODEIO a Lachelle! says:
até
CAP. 17 – Sorry, I can’t be perfect
CINEMA
- Onde a gente vai sentar? – Perguntou , enquanto eles procuravam por fileiras vagas.
- Você eu não sei, mas eu vou sentar do lado do Pierre – Comentou distraidamente .
- Tá, então vamos fazer assim, senta o Chuck, eu, você e o Pierre... O resto que se ajeite! – A morena fez um gesto amplo.
- Delicada você, heim? – Jeff comentou.
- Ah, eu queria sentar do lado da ... – David fez bico.
- Tá disputada, né ? – Zoou .
- Cala a boca, ! David, você pode sentar atrás de mim e... AH, VOCÊ ESTÁ UM AMOR COM ESSE BIGODINHO! – Os olhos da garota brilharam. Ela amava David com aquele bigode. Ficava tão... fofo.
- O.k... Valeu... Você só notou agora?
- Não, eu tinha visto antes, mas estava me controlando para não gritar.
A ordem ficou a seguinte: na frente , Chuck, Jeff atrás dele, na frente, Sebastien atrás, na primeira fileira, David na segunda, Pierre na frente, Patrick atrás e Lachelle também na frente. Entendeu? Se sim, parabéns. Não entendeu? Nem eu.
Vamos simplificar para algumas mentes:
Jeff Seb David Pat
Chuck Pierre Lachelle
Melhorou, não? Pois bem, quando todos estavam sentados, e começaram uma guerra de pipocas. Em pouco tempo, Jeff, David e Pierre se juntaram a elas, enlouquecendo os vizinhos de cadeira.
No meio do filme, um drama/romance, Chuck parecia que iria beijar . notou e passou um papelzinho para a amiga.
Hora de atrapalhar o casal
levantou-se com a desculpa de comprar mais refrigerante e, quando estava passando pela frente de Chuck e , ela fingiu que tropeçou e derrubou todo o balde de pipoca que trazia nos braços na cabeça da mulher.
- Ah, garota, você é cega?! Olha o que você fez comigo! – Ela esbravejava.
- Sinto muito! Muito mesmo! – A garota tentava se desculpar.
- Sentir não vai ajudar em nada! Ah, olha o que você fez! Estragou meu vestido novo!
- Já disse que sinto muito!
- Você vai sentir! – começou a se levantar, mas foi mais rápida.
- Quem você pensa que é pra ameaçar a minha amiga?
- Escuta aqui, garota, quem VOCÊ pensa que é para falar nesse tom comigo?
- EU sou a filha, por alguns meses, do Chuck, ao contrário de VOCÊ, que não é nada!
- EU sou a futura Sra. Comeau!
- VOCÊ é só uma interesseira como muitas outras! Nem sei como o Chuck deixou você vir com a gente!
- ... – Chuck tentou falar alguma coisa.
- coisa nenhuma!!! Essa criatura aí tentando ficar com você só por causa da grana e você não se toca! Chuck, eu achei que você era mais inteligente! – Ela praticamente gritava.
- Dá pra vocês calarem a boca! Tô tentando ver o filme – Alguém do fundo gritou e as duas garotas saíram (lê-se empurrou até a saída).
CAP. 18 – I'm not in love with you!
MSN CANADA – MONTREAL
! says:
da próxima vez que tu me tirar do cinema daquele jeito eu juro que te espanco
says:
valeu, te amo também¬¬
! says:
eu tava muito bem lá!
says:
é, eu vi o quanto
! says:
?
says:
tu só tava quase pulando no pescoço da mocréia. olha, eu detesto a Lachelle mas nem por isso quase mato a retardada
! says:
cara, que amor é esse pela sua mãe?
says:
eu digo o mesmo!
! says:
ela NÃO É minha mãe!
says:
poderia ser se você não tivesse atrapalhado
! says:
?
says:
oi?
! says:
CALA A BOCA!
says:
a delicadeza mandou lembranças
! says:
a delicadeza que se dane
says:
sabe, acho que aulas de etiqueta seriam boas pra ti
! says:
idem, Srta. Eu-Odeio-Meus-Pais-Canadenses
says:
eu não odeio eles!
! says:
só a lanchonette
says:
ela é um caso a parte
! says:
mas odeia ela!
says:
não odeio…
! says:
não, eu que odeio ela ¬¬
says:
eu só não simpatizo com ela
! says:
imagina se odiasse… ia chegar lá com uma bazuca e matar a mulher!
says:
já disse que nunca mataria ela ¬¬
! says:
ah, que bonitinho! não quer magoar o popsicle pete
says:
apelido ridículo
! says:
é, ele é tão doce... ainda não descobri o por que desse apelido
says:
deixa de se fazer de monga, o.k?
! says:
tá, tá
says:
todo mundo sabe que ele briga com todo mundo… comigo mais até do que com o Chuck
! says:
sim, você faz de tudo pra irritar o cara!
says:
defendendo o Bouvier e não a sua amiga???
! says:
não tô defendendo ele, só tô dizendo que você faz de tudo pra deixar ele irritado
says:
é, agora eu que sou a peste aqui
! says:
mais ou menos…
says:
idiota
! says:
eu????
says:
não, o Bouvier
! says:
ah tá
says:
¬¬
! says:
ainda dividindo o pc?
says:
não, o Pié vai comprar um pra mim
! says:
oh, o pié!
says:
cala a boca ¬¬
! says:
ah, você ama o pierre, que lindo!
says:
já mandei calar a boca!
! says:
há! você se estressou! você ama o pierre!
says:
¬¬ não vou discutir com você
! says:
porque você sabe que eu tô certa! eu sei, eu sei
says:
depois o Pierre que é o convencido
! says:
bom, ele é mais convencido que eu…
says:
as vezes…
! says:
antes era sempre, agora é as vezes, daqui a pouco você vai dizer que é nunca!
says:
sou chata mas não sou mentirosa, ele realmente se acha
! says:
o.k, o.k
says:
ah, vou ter que sair
! says:
por quê? ainda é cedo!
says:
eu sei, mas o Pierre e eu vamos sair, comprar um laptop, assim a gente não briga por causa do pc
! says:
o.k então… vai voltar?
says:
provavelmente… você vai ficar até que horas mais ou menos?
! says:
acho que até você voltar
says:
tá bem então… eu vou lá com o Pierre e depois eu volto
! says:
tchau :*
says:
bye
COMPUTER STORE
- Então… Talvez vocês queiram um laptop básico... – Ia dizendo o vendedor.
- Básico coisa nenhuma! Pode ser um de última geração! – Pierre sorriu para o vendedor.
- Mas Pierre... – puxou a manga da camisa dele... Sim, digno de uma criança de sete anos... Mas e daí?
- “Mas Pierre” coisa nenhuma! Você acha que eu vou ficar com esse laptop aqui? Ah, me poupe! Ele vai voltar com você para o Brazil!
- Como assim?! Não, não! Esse laptop vai ficar no Canadá, onde foi comprado!
- Nem vem! Eu consigo me livrar da Lachelle por mais de meia hora só pra ficar sozinho com você e ainda tenho que ficar com isso? Não, não! É um presente!
- Pierre, é um presente muito caro! Além disso...
- Não! Você vai ficar com isso!
- Mas eu...
- Anhm, senhor, senhorita... Já decidiram? A loja fecha daqui alguns minutos... – O vendedor interrompeu a pequena briga dos dois com um bocejo.
- Muito bem! Um laptop preto de última geração.
- O quê?! Você enlouqueceu?
- Não.
- Imagina... Ah, esqueci... Você não bate bem desde que nasceu, Bouvier!
- ...
- Por favor... Sabem, a loja abre cedo amanhã.... Então, se vocês não se importam... Eu vou lá pegar o laptop, tá? – Antes que algum dos dois pudesse falar alguma coisa (lê-se continuar batendo boca), o vendedor desapareceu pelos vários setores da loja e voltou com um laptop.
- Pierre Charles Bouvier, se você fizer isso...
- Até mais – Pierre apertou a mão do vendedor que quase dormia sobre o balcão.
MSN CANADA – MONTREAL
! says:
ah, achei que tinha ido dormir com o pierre…
Can I kill Pierre? says:
cala a boca, !
! says:
então? como que é o laptop?
Can I kill Pierre? says:
preto de última geração ¬¬
! says:
por que você fez “¬¬”?
Can I kill Pierre? says:
porque não precisava de um laptop de última geração, qualquer um tava bom!
! says:
mas o pierre queria te dar esse! você ganha presentes de rico e ainda reclama!
Can I kill Pierre? says:
ai, … já tô de saída, tá?
! says:
já calei a boca! fica! ;f
Can I kill Pierre? says:
o.k, eu fico mais um pouco
! says:
whe
Can I kill Pierre? says:
eu ainda não me conformo com o presente do Pié... foi legal e tal, mas... sei lá, eu não queria que ele se importasse tanto comigo, especialmente depois de tudo que eu fiz pra ele
! says:
o Pierre te ama [aja]
Can I kill Pierre? says:
não delira, tá?
! says:
foi mal :x
Can I kill Pierre? says:
muito bem, dessa vez passa
! says:
vou sair
Can I kill Pierre? says:
o.k, eu te acompanho
! says:
a gente se vê amanhã então?
Can I kill Pierre? says:
pois é...
! says:
falou
Can I kill Pierre? says:
até mais
CAP. 19 – Why do you tell me you care if you're not gonna stay?
COMEAU’S HOUSE
- … -Chuck começou a falar.
- . Não gosto que me chamem pelo nome. É horrível – A garota revirou os olhos.
- Muito bem... . Eu queria falar sobre o que aconteceu hoje no cinema... – Ele tentou continuar.
- E eu queria esquecer isso – Ela rolou os olhos.
- Olha, eu sei que você ficou com ciúmes, mas...
- Ciúmes? Eu não tenho ciúmes, Comeau. Eu simplesmente não quero que você namore uma interesseira! – Parecia uma suplicia com um toque de raiva.
- Você me chamou de... Comeau...
- É. Tem algo errado nisso?
- Você sempre me chamou de Chuck... Ou de pai.
- É, mas agora te chamei pelo sobrenome.
- Não gosto dele – Chuck fez uma careta.
- Estamos quites.
- Bom, então não vai adiantar nada tentar te convencer que a é uma boa pessoa?
- Não vai adiantar nada tentar te convencer que a é uma interesseira e que não te ama?
- Não.
- Bom, então não temos mais nada pra conversar. Pode sair do meu quarto.
- Mas...
- Chuck, fora! – Ela o empurrou para fora e trancou a porta. Por que ele não acreditava?
CAP. 20 – You look so beautiful today
OUVIER’S HOUSE
- É bom você não falar nada pra Lachelle... Ah, a gente vai passar o dia no estúdio, amanhã. Quer ir? – Os dois caminhavam pelo jardim descalços.
- A Lachelle vai? – A garota olhou para ele.
- Não. Por quê?
- Sei lá... Não ia ser legal se ela estivesse lá... – Ela fitou o chão.
- Você não gosta dela, né?
- Não simpatizo muito. – Pierre ergueu uma sobrancelha – Tá, eu não gosto dela – Ele continuou com o mesmo olhar – Muito bem! Eu detesto ela!
- Achei mesmo...- A risada dele era baixa - Sabe, eu não posso ler pensamentos, mas as caretas que você faz quando ela te toca...
- Eu faço caretas quando ela me toca?
- Ela nunca notou, mas eu sempre prestei atenção. Quase não consegui ficar sério no primeiro dia – Um sorrisinho brincou nos lábios de Pierre enquanto ele lembrava.
- Ah, sério que eu fiz careta? Não acredito! Mas que droga... Ela nunca notou mesmo?
- Não... Ela acha você um amor de garota, só acha que gostaria mais de você se suas roupas fossem mais coloridas...
- Ah, então ela vai continuar gostando mais ou menos de mim, porque eu não vou ficar parecendo bandeira de parada GLS! Sem preconceito, mas eu iria parecer uma bandeira ou algo do tipo.
- Não! Não é pra se vestir com todas as cores do arco-íris de uma só vez! – Pierre ria – Sabe, usar uma camiseta de alguma cor diferente... Tem umas da RM legais até... Se você quiser...
- Não quero que a Lachelle goste mais de mim, valeu.
- Mas que ódio dela...
- Não é ódio... Digamos que eu não admiro pessoas cheias de plásticas.
- E casadas com pessoas que se chamam Pierre Bouvier?
- Seu convencimento é surpreendente...
- Não é convencimento, é a realidade. Você odeia a Lachelle porque ela é casada comigo. Simples.
- Eu odeio ela porque... Sei lá porque, mas ela é grudenta, chata, se acha e aquela cara cheia de plástica dela me dá nojo. Ah, sem falar aquele cheiro de água oxigenada. Você não enjoa?
- Me acostumei – Ele riu.
- Credo!
- Tá ficando tarde... Acho melhor a gente voltar.
- Você acha? Já é mais de duas da manhã!
- Nossa, obrigada pelo corte...
- Aprendi com você.
- Te amo também.
- Tanto faz... Vamos...
- O.k então.
- E... Pierre?
- Oi?
- Obrigada por tudo. Você é um ótimo pai.
Pierre sorriu quando ela passou por ele e lhe deu um beijo de boa noite antes de subir para o quarto. Não sabia o porquê, mas a garota parecia tão mais bonita quando relaxada. Talvez não fosse tão ruim quanto parecia. Talvez ela não fosse tão rebelde assim.
COMEAU’S HOUSE
- , abre a porta! A gente vai pro estúdio hoje.
- Não quero ir pra estúdio nenhum!
- Mas ...
- NÃO ME CHAMA ASSIM, CARAMBA!
- O.k, desculpe! , então. Por que você não quer ir?
- Porque eu não quero! Simples! Não tô com o mínimo humor pra ir nessa porcaria com você!
- Ah, mas a vai estar lá... E você não pode ficar sozinha em casa... – abriu a porta, ainda de pijama, descabelada e com uma cara de que mataria o primeiro que visse... Depois de Chuck, claro.
- Vamos nessa bodega, então!
CAP. 21 – I wanna be the only hand you need to hold on to
STUDIO
- Que tal? – Perguntou Pierre para quando os dois chegaram ao estúdio.
- Grande... – Ela respondeu, os olhos passando por todo o local.
- Pois é... É bom aqui... Me livro dos pensamentos indesejados... – O mais velho torceu a boca.
- Ah, que bom! Isso significa que eu vou esquecer a Lachelle? – A garota fez uma cara de alegria exagerada, ninguém conseguiria ficar sério observando aquilo.
- !
- Desculpa, Popsicle!
- Tá bom... Dessa vez passa... – Ele rolou os olhos castanhos.
- O Chuck e a vão vir? – Ela tentou se fazer de desinteressada, mas ficar num estúdio sozinha com Pierre Bouvier não era uma ótima opção...
- Era pra todo mundo vir... Menos as esposas, ficantes e namoradas.
- Ah, o Ritalin vai vir!
- Você ficou bem amiguinha do David, não?
- Isso que eu ouvi na sua voz foi ciúme?!
- Não. Por que eu teria ciúmes de você e o David? Além disso, é impossível alguma coisa entre vocês... Ele tem namorada.
- Ele me contou que terminou com ela.
- Como e quando ele te disse isso?
- Ontem por telefone. Eu tenho o celular dele.
- VOCÊ TEM O QUÊ?
- O celular do David... A gente fica trocando algumas mensagens de noite...
- Vou ter que confiscar o seu celular?
- Por quê? Ele é o seu melhor amigo!
- Ah, ninguém nota o interesse dele em você, né...
- Pierre Charles Bouvier está com ciúmes, lá, lá, lá...
- Fica quieta! Não é ciúme!
- É sim! Eu deixei Pierre Bouvier com ciúmes! Há, há!
- Quem deixou o Pierre com ciúmes? – David apareceu pela porta com um sorriso no rosto.
- RITALIN! – A garota pulou no pescoço do moreno que riu – Que saudades!
- Também estava com saudades, pequena! Ah, e obrigada por ontem. Eu estava realmente triste...
- Tudo bem! Quando quiser, é só mandar uma mensagem!
- E aí, seus vagais e senhorita! – Jeff chegou com sua guitarra cumprimentando os amigos.
- Senhorita Desrosiers, Jeff... – Pierre falou com a expressão fechada olhando sentada no colo de David brincando com ele.
- Ih, Pierre... Que mau humor, cara!
- Eu sei. Meu dia não começou bem...
- Se eu te conheço, isso é ciúme...
- Até você, Jeff?! Poxa, eu não tenho ciúmes! Eu nunca tive e nunca vou ter!
- Tá bom, ta bom, Sr. Estressadinho!
- Hey, rapazes! – Os olhos perfeitamente azuis mesclados com verde de Sebastien brilharam quando ele entrou no estúdio – Cadê o Chuck, a , o Pat e o Stuey?
- Não sei, Seb... Era pra eles terem chegado. Não é, Pierre? – Perguntou Jeff, mas Pierre estava encostado em um canto do estúdio, ainda olhando atravessado para o melhor amigo.
- O que deu no Pierre? Eu sei que ele é estressado e tem uma vontade de matar todo mundo, mas o David? Eles são quase como irmãos! – Sebastien cochichou com Jeff.
- Eu sei, cara – Respondeu o outro no mesmo tom – Mas quando tem garota na jogada... A história muda. Até para os melhores amigos quase irmãos...
- O Pierre? Pierre Charles Bouvier e aquela garotinha? Cara, se alguém de alguma revista sabe disso... Se o Patrick sabe disso...!
- Se eu sei do que, Sebastien? – Patrick entrou com Stuey nos braços.
- Nada não, Pat. Stuey! – O “integrante dos olhos perfeitos” segurou o cachorro que tentava desesperadamente ir par ao chão.
- Ah, chegamos! Atrasados, mas chegamos! – Chuck ofegava quando chegou com uma nada humorada atrás dele – O que deu no Pierre? O que eu fiz dessa vez? Eu vou apanhar muito? – Os olhos verdes de Chuck se arregalaram quando notou a expressão do vocalista encostado na parede do outro lado do estúdio.
- Você não vai apanhar, cara. É bobagem do Popsicle. Ciúmes besta. – Explicou Sebastien, finalmente soltando Stuey no chão.
- Ciúmes? – se meteu na conversa.
- É... Ciúmes porque o David é super amigo da ... – Jeff se juntou a conversa.
- Ah, então era isso que vocês não queriam que eu soubesse? – Perguntou Patrick.
- Sabem, vocês podem falar mais alto. Talvez a Lachelle ainda não tenha ouvido – Pierre falou em voz alta ainda olhando para o mesmo ponto.
- O quê? – Perguntou . A simples menção do nome “Lachelle” era o suficiente para atrair a atenção dela – O que tem a Lachelle?
- Achei um jeito de chamar a sua atenção! Finalmente! – riu da cara que a amiga fez.
- Cala essa maldita boca, ! Se você quer me irritar, então fale isso....
- Ah, então a também tem ciúmes do Popsicle – Jeff riu baixo.
- Cara, isso vai ser uma novela mexicana! – Comentou Sebastien.
- Vamos ensaiar? – Perguntou David, ainda com a garota em seu colo.
- A gente pode começar com algumas músicas dos primeiros CDs, tipo o No Pads, No Helmets – sugeriu Sebastien.
- Acho melhor alguma música do Still Not Getting Any... Não sei, eu gosto daquele cd... – Jeff deu de ombros.
- Os solos de guitarra do SNGA são realmente ótimos. Acho que esse é o cd com melhores solos de vocês – Comentou .
- Todos os solos são bons – fuzilou a amiga com o olhar.
- Eu sei, mas acho que os do SNGA são os melhores.
- Vocês TÊM que tocar Holding On! Eu não vou embora pro Brasil sem ouvir essa música! – A morena lembrou.
- Muito bem! Primeira música do dia: Holding On! – Chuck colocou os protetores nos ouvidos.
- A gente poderia não fazer nada, mas não! A gente vai ter que tocar justo a porcaria da Holding On – Pierre chegou perto com a expressão fechada, mantendo distância do melhor amigo.
- Pierre, você está muito mal-humorado agora... O que aconteceu? – tentou tocar o braço dele, mas o olhar castanho impediu.
- Não é nada, ... Olha, eu não vou cantar, tudo bem pra vocês?
- Sem problemas, eu assumo sua parte – David abriu um sorriso, mas não foi correspondido.
- Não vai ficar tão legal como era para ser, já que a sua voz é única... Mas se você não quer... – As duas garotas sentaram em um canto do estúdio apenas ouvindo. E Pierre... Ficou com aquele olhar de “eu vou matar alguém” fixado no nada. (lê-se David Desrosiers).
Ao final da música, as palmas que vinham de perto da parede ecoaram solitárias.
- Vocês são melhores ao vivo! – Os olhos de brilhavam até demais.
- E você tem uma voz linda David! – Sim, a cara que Pierre fez foi de serial killer com raiva da vítima – Mas, sinceramente... A voz do Pierre é incomparável, sem ele a música não fica tão boa.
- Anhm... Obrigado, ... De verdade – Ele simplesmente a abraçou. Talvez fosse de fato um ciúme bobo... Ou talvez fosse um ciúme realmente forte. Bom, nada de demais, ela era sua... Filha?
Uma musiquinha irritante quebrou o clima. Sim, era a droga do toque polifônico do celular da . Ela pegou o celular, desligou-o e o jogou sobre um dos sofás.
- Tô com fome! Vamos pegar alguma coisa? – Sugeriu Jeff.
Todos concordaram e foram, exceto... Pierre. E sim, o enxerido foi mexer no celular. Menu – Mensagens – Caixa de entrada
Havia pelo menos umas 20 mensagens de David, então ele resolveu ler todas, as que mandou, e as que seu melhor amigo mandou.
CAP. 22 – When you call, my heart stops beating
Ritalin -
, eu to precisando de um ombro amigo, se você puder me escutar só por hoje... – Ritalin
Fala, Ritalin, posso te ouvir sim, garoto! O que aconteceu? Ritalin –
Anhm... Eu vou falar isso rápido, como se fosse um... Curativo. Minha namorada me deu o fora – Ritalin
Ah, mas não é tão ruim assim, Dave. Foi só um fora Ritalin –
Ela me disse que me traiu com 5 só nesse mês – Ritalin
Tá, aí a coisa fica preta Ritalin –
Sério, ela não podia fazer isso comigo. Me arrasou, sinceramente – Ritalin
Fica assim não, Dave. Você merece alguém melhor que ela. Se ela fez isso é porque não te merece! Você é um homem incrível, e ela desperdiçou isso! Ela é, de fato, uma retardada Ritalin –
Você é um amor, sabia? – Ritalin
Obrigada, Ritalin. Eu gosto de ouvir você Ritalin –
Eu gosto de falar com você. É tão... Não sei, natural – Ritalin
É, você fala como se me conhecesse desde sempre Ritalin –
Bom, eu sinto isso – Ritalin
Também Ritalin –
Vou dormir agora, o.k? – Ritalin
O.k! Boa noite, querido! Ritalin –
Boa noite, anjo – Ritalin
Te amo Ritalin –
Também te amo
CAP. 23 - How could this happen to me?
Então era isso. Era mais do que simples amizade e... “Não viaja Bouvier! Ela é sua filha por seis meses e ele é seu melhor amigo! Além disso, são pelo menos 15 anos de diferença entre esses dois. E por que diabos você está viajando na maionese por causa desse assunto?! Parece até que está morrendo de ciúmes de uma garota bonita do colegial!!!”
Pierre sacudiu a cabeça e jogou o celular de volta no banco assim que ouviu as vozes rindo e falando alto.
- Caramba, dá pra vocês falarem mais alto? Os pais das garotas ainda não devem ter ouvido!
- Cara, você tá um chato, sabia? Que saco, Pierre! Se você continuar com esse mal humor, a gente vai ter que te tirar daqui de dentro! – Reclamou Jeff.
- Jean, não reclama! Eu só estou um pouco mal humorado, mas vocês com essa faladeira me deixaram pior. Espero que tenham trazido algo de bom pra comer!
- Tá, a gente trouxe sushi...
- SUSHI!!!! – Os olhos de Pierre brilharam.
- Nossa, que desespero por sushi, caramba! – Riu .
- Calada, não é desespero! É que eu não como sushi desde... Semana passada.
- É, de fato, não é desespero, é vicio!
- Muito bem, muito bem! Sushi é bom, o que eu posso fazer?! Ah, e quanto a VOCÊ, Desrosiers... Nós precisamos conversar depois – Os olhos castanhos encararam o moreno seriamente.
Todos comeram sushi (exceto Sebastien, Jeff e as garotas, que optaram por um sanduíche ou de atum ou de frango). Ao final, Pierre e David foram para uma outra sala. E a curiosa da foi junto.
- Você pediu e eu estou aqui. Sobre o que mais especificamente você quer conversar, Pierre?
- Sabe... Eu não fiquei muito contente com essa aproximação sua e da .
- Ah, por favor, Pierre! Ela é só uma criança!
- Não, David. Ela não é SÓ uma criança! Ela não é um brinquedo! – A voz de Pierre era suplicante.
- Pierre, não sei por que você tá com tanto ciúmes dela! Ela não é importante pra você ficar assim! – O coração da garota gelou.
- Phillippe, ela É importante! Pode não ser para você, mas ela é pra mim! E ela gosta muito de você! Você não tem o menor direito de brincar com ela desse jeito!
- Pierre, você leva ela a sério demais... – Aquilo tudo machucava demais. Então David simplesmente não ligava pra ela...
- Não é isso! Você não nota que ela vai começar a gostar de você de um outro jeito? Não nota que ela vai se apaixonar por você?
- Por que ela se apaixonaria por mim?
- Pelo jeito que você trata ela! Você é o que as mulheres adoram! Já notou? Você é fofo e blábláblá! Sem falar que os seus olhos são muito lindos! – O.k, essa frase pegou mal.
- Pierre, você surtou de vez ou virou gay?
- Não! Tô falando pelo ponto de vista feminino! Nunca te disse que a Lachelle ama seus olhos? Pois é, ela ama! É você e o Sebastien, os olhos mais bonitos do SP! Talvez o Chuck também, já que o olho dele é claro, mas as garotas sempre amam! Se você usasse menos essa droga de óculos escuros ia ver! – A voz de Pierre estava alterada, mas ele não gritava.
- Pierre, deixa de delirar. Eu não sinto nada por aquela garota. Ela é boba demais pra isso.
- Olha como fala dela, Phillippe! Ela confia em você, e considera você um grande amigo! Talvez até preferisse você como pai do que eu! Mas eu pelo menos não teria coragem de fazer o que você está fazendo!
- Acontece que eu não estou fazendo nada!
- Está fazendo ela se apaixonar por você!
- A culpa é dela!
- Não, Phillippe. É sua.
Antes que Pierre saísse da sala, saiu correndo. Não importava se a vissem chorando, não importava o que dissessem. Nada iria mudar o que David disse.
CAP. 24 – Nothing’s gonna change the things that you Said
- , o que aconteceu? – Perguntou ao ver a amiga sentada em um canto.
- Nada, não, ... – tentou secar as lágrimas.
- Conta, sua vadia! Eu sei que aconteceu alguma coisa! Você não fica assim por nada, sem falar que, pelo visto, você ouviu o que o Pierre tinha a dizer pro David...
- Por favor, não fala o nome dele... – A garota tentou secar as lágrimas que nunca paravam de escorrer.
- Eu te disse que o Bouvier não prestava! Te disse que ele era um retardado inútil e gordo que...
- Não é do Pierre que eu tô falando, sua monga! – Ela deu um empurrão leve na amiga.
- Bah, eu aqui, tentando te ajudar e você me chama de monga! Parei contigo!
- A gente se ama – Disse entre os soluços e risadas.
- Pois é... Vadia, monga... Bitch, vaca...
- Ai, ... Só você pra me fazer rir... – Um sorrisinho fraco contrastou com o rosto manchado pelas lágrimas.
- Agora me conta o que você ouviu naquela droga! O que o gordo do Bouvier e o David falaram?
- Sabe, quando você ouvir a história você vai defender o Bouvier e não o... – Um soluço matou o final da frase.
- Tá, agora me conta nos mínimos detalhes e NÃO ENROLA QUE EU NÃO SOU PANQUECA!
contou tudo que ouviu, incluindo as mensagens que ela havia trocado com David.
- Meu, como o David é imbecil! Ah, não! Vou quebrar aqueles dentes brancos dele e depois jogar ele no oceano! – deu um pulo do sofá e estava quase gritando.
- Calma, – A outra riu e puxou a amiga de volta – O Simple Plan ainda precisa de um baixista, lembra?
- Só por causa disso, senão eu amarrava ele e jogava no oceano! Quem ele pensa que é pra falar assim da minha amiga? Aaaaah, mas agora despertaram a fera que tem na !
- Te acalma!
- Me acalmar? ME ACALMAR?! COMO QUE EU VOU ME ACALMAR QUANDO A BESTA DO DESROSIERS FALA UMA COISA ASSIM?!
- Ele poderia ter falado coisas piores... Mas, de qualquer forma, ele disse, e nada muda isso. – Ela suspirou.
- Hey, vocês estão bem? – Pierre se aproximou das duas, elas nunca ficavam quietas, só quando acontecia alguma coisa.
- Pergunta pro Desrosiers – olhou com ódio para o moreno que naquele momento conversava com Jeff.
- Você... Anhm... Você ouviu? – Ele perguntou olhando para que estava com os cabelos na frente do rosto.
- O que você acha? – Ela olhou diretamente para ele, deixando-o ver seu rosto manchado e seus olhos vermelhos.
- Ah, você não devia...
- Mas ouvi. E, pra mim, foi o suficiente. Obrigada por tudo que você disse Pierre. Acho que, de fato, não teria um pai melhor que você – sorriu.
- Hey, alguém quer curtir uma festa? – Jeff perguntou, sorrindo. Talvez a melhor coisa fosse, de fato, curtir e esquecer os problemas.
- Na minha casa! – Pierre riu.
CAP. 25 – Cause I just can’t take it
BOUVIER’S HOUSE
A casa parecia de fato uma boate. Não haviam apenas os garotos do SP com as respectivas ficantes, namoradas, noivas, filhas e bláblá. Muitos amigos também estavam lá.
- Então? O que você está achando? – Perguntou Chuck para .
- Cara, isso daqui tá melhor que uma boate! O Pierre de fato sabe como organizar uma festa e... , DESDE QUANDO VOCÊ PASSOU PRO LADO LACHELLE DA FORÇA? – Ela gritou ao ver a amiga com uma blusa decotada, saia curta e salto alto.
- Desde que o Pierre derrubou vodka na minha roupa e no meu All Star, desbotando tudo! Por isso que eu tô usando essa roupa da Lachelle – Reclamou ela.
- Falando nele, onde o Pierre tá?
- Ah, ele provavelmente tá bebendo em algum lugar... Vou procurar por ele.
Ela o encontrou bebendo muito, mais que o normal. E se preocupou com o que ele poderia fazer, mas resolveu não ir até a mesa. Seria melhor cuidar daquilo quando os convidados já tivessem saído.
Passeando pela casa encontrou integrantes de bandas famosas, como Paramore, My Chemical Romance, Panic At The Disco, Blink 182, até mesmo Green Day!
- Hey, você é a “filha” do... Pierre, certo? – Um baixinho com a franja morena e o resto do cabelo loiro de olhos verdes perguntou.
- Anhm... Sou sim. . Prazer, Frank – Ela sorriu, tentando não cair na risada. Frank era do seu tamanho – Então... O que está achando da festa?
- Boa, de fato... Ainda não sei como todas essas bandas vieram parar no Canadá... Green Day tudo bem, eles são folgados... Blink talvez pra divulgar a volta deles... Agora, Paramore, Panic e a gente, eu não sei o que aconteceu...
- Se você não sabe, imagina eu... Tô aqui com a família Bouvier há... Muito pouco tempo.
- Bom, mas já que estamos aqui não é... Gostaria de dançar?
- Pode ser a próxima música? Não quero ter que dançar meia música.
- Ah, sem problemas!
- Deu, acabou Northern Downpour! Agora podemos dançar!
Os dois foram para a sala (que havia sido transformada numa pista de dança) e dançaram. Meio desajeitados, mas dançaram.
- At the end of the world, or the last thing I see, you are never coming home, never coming home... – Frank cantarolou junto com a música.
- Não acredito que estou dançando com alguém do My Chemical Romance! É tão...
- Estranho?
- Por que seria?
- Sei lá, né... Dançar com um vodu que deu errado...
- Deixa de frescura, Frank.
- Cara, quando diziam que ele era baixinho eu não imaginei que era tanto! – Brincou vendo os dois na pista.
- Eu te disse, mas você nunca acreditou, né... – riu.
- Seus coisos, a música já acabou – A morena ergueu uma sobrancelha.
- Ah... Foi bom dançar com você, Frank – Ela disse e despediu-se dele com um beijo na bochecha.
Aos poucos a festa foi acabando, até sobrarem apenas os rapazes e suas filhas.
- Cara, alguém viu o Pierre? Eu já procurei nos quartos, mas ele não tava...
- Tô aqui – Pierre sentou-se no sofá e ficou assistindo as brincadeiras dos amigos, até se animar um pouco e começar a brincar com eles. Em certo momento, Chuck começou a imitá-lo de um jeito... meio retardado e Pierre foi dar um daqueles socos no braço do amigo, mas ele sentou, e acabou com um corte no lábio.
As duas garotas pegaram gelo e alguns paninhos para cobrir o machucado de Chuck, mas o lábio dele ficou inchado.
- Como você se atreve a fazer isso com o Chuck? Caramba, eu e a nos estapeamos também, mas não nos matamos porque somos amigas! Se você faz isso com o Chuck, que te considera um irmão e você considera ele o segundo melhor amigo, imagina o que não faz com quem não gosta! Explode a casa da criatura – se irritou com Pierre. Estava cansada de ver Chuck apanhar tanto.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo, garota? O que você entende do Simple Plan? O que você sabe sobre as nossas brigas, nossas brincadeiras, nossa amizade? O que você sabe sobre mim?! - Pierre elevou o tom de voz.
- A gente sabe o suficiente pra concluir que você é um idiota que se acha e ainda por cima brigão! – Disse , ficando entre a amiga e Pierre.
- Alguém pega a pipoca! – Gritou Jeff. Todos estavam sentados no sofá assistindo.
- Bom, agora você vai me escutar, sua poser de emo... – Pierre apontou um dedo para o peito dela.
- Poser de emo? Ah, não, Bouvier! Escuta, você usa essa franjinha idiota e eu que sou poser de emo? Se enxerga! – Ela perdeu a paciência o empurrou - Poser maior que você não existe! Você quer ser legal, mas não consegue!
- Eu não tenho essa rebeldia que você tem, e você ainda tira aquelas fotos estranhas, se veste estranha, você É estranha! – Ele segurou o braço dela.
- Me solta, Bouvier! – tentou se soltar, mas o aperto estava forte demais – Você pode até ser mais forte que eu, mas essa é sua única vantagem, porque eu tenho muito mais argumentos que você! Você é um idiota que não sabe nada da vida, não sabe como ser legal com alguém!
- Como se você soubesse – Pierre falou com desdém.
- Prove que eu estou errada! Me diga uma ação legal que você já fez! Com alguém de fora da sua família! Os fãs! Os colegas de banda! Você não sabe dizer porque NÃO TEM! – Ela gritou e ele a soltou, saindo da sala sem dizer uma única palavra.
- ? Acho que você pegou um pouco pesado com o Pierre... – Chuck encarou-a. De fato, ela havia ido longe demais.
- Acho que... É melhor ver como o Pierre tá... – Ela disse indo para a cozinha depois de uns dez minutos de silêncio, onde todos trocavam apenas olhares.
CAP. 26 – I don’t think that I can deal with the things you said
BOUVIER’S HOUSE – KITCHEN
E lá estava ele. Bêbado e chorando, um estado deplorável. A garrafa de vodka pendia quase vazia em sua mão.
- Pierre? – se aproximou dele e tocou seu ombro – Por favor, me perdoe, eu não queria ter dito aquelas coisas...
- Você não tem culpa – Ele a encarou com os olhos vermelhos e inchados – Você está certa.
- Pierre, não... – Antes que ela terminasse a frase, foi abraçada com força.
- Você tem razão, eu sou um inútil! Um completo idiota! Eu não presto pra nada! Não mereço viver – Pierre travava a frase ocasionalmente por um soluço ou para beber mais um pouco.
- Cara, você não tá legal... – Chuck se aproximou dos dois e tentou tocar Pierre, mas ele se afastou.
- Por favor, Chuck, não chega perto de mim. Sempre que eu te toco você se machuca! Não é justo com você – Ele continuava soluçando.
- , você consegue levar ele lá pra cima? O Jeff vai com você, pra dar um banho no Pierre, ele não tá nada bem – Os olhos verdes continuavam fixos no amigo. Havia uma mistura de pena e tristeza naquele olhar.
- Pierre, vem – Ela passou o braço dele por cima de seus ombros e, com a ajuda de Jeff, subiu até o banheiro.
BATHROOM
- , você pode tirar a blusa do Pierre? É que tem vezes que ele se machuca quando bebe demais... – Pediu Jeff.
- Ã... Eu? Tirar a camisa do Pierre? Ah, tudo bem – desabotoou a camisa de Pierre e deixou-a em algum canto do banheiro. Ao observar o peito e as costas dele, abafou um grito.
- É desse tipo de coisa que eu tô falando... – Jeff olhava tristemente as feridas na pele do amigo. Algumas estavam quase infeccionadas, outras bastante vermelhas e algumas ainda sangrando.
- Por que ele faz isso? – Ela deixou os dedos passarem por um dos arranhões inchados nas costas de Pierre, que se encolheu ao toque dela.
- Eu não sei, mas quando ele fica triste ele faz isso. É como se uma dor parasse a outra. Entende?
- Entendo... Isso é horrível. Com o que ele se machuca?
- Depende do dia. Às vezes ele quebra copos ou as garrafas, usa objetos... Uma vez ele se cortou com uma faca – Jeff mordeu o lábio inferior ao lembrar daquilo – Você pode tirar o resto da roupa dele?
- O quê? Ah, mas aí já é abuso da minha boa vontade! Por que EU tenho que tirar a roupa dele? – Ela apertou os olhos.
- É que... Fica melhor, sabe... Você é uma garota!
- Exatamente por isso!
- Bom, vamos fazer um trato. Você tira até onde você quer. De resto eu tiro. Pode ser?
- Tá, tá bom.
desafivelou o cinto branco e tirou a jeans de Pierre. Aquilo era constrangimento demais! Mas ela foi até o fim.
- Agora você coloca ele na banheira, eu não tenho força pra isso – Ela suspirou. Ter tirado toda a roupa dele não foi algo muito agradável.
Jeff ajudou o amigo a entrar na banheira.
- Acho que daqui em diante eu cuido dele, Jeff – Ela sentou ao lado de Pierre. Aquilo era sua culpa.
- Não fiquei se culpando. Alguém ia falar isso. Só que, por acaso, foi você. E acho que vai ser mais fácil do Pierre perdoar – Ele disse isso e saiu, deixando os dois sozinhos.
Ela apenas o observava na banheira. Os cortes em seu corpo deixariam algumas cicatrizes, mas não era nada de grave. Mesmo assim, a aparência era horrível.
- Pierre, é melhor você molhar a cabeça – se aproximou dele e retirou alguns fios de cabelo de seus olhos.
- Não, a água tá fria demais pra molhar a cabeça – Ele reclamou.
- É para o seu bem. Por favor.
- Tá muito fria – Pierre fez bico.
Ela não esperou resposta. Fez uma concha com as mãos, pegou um pouco de água e despejou na cabeça dele.
ajudou Pierre a se secar e a se vestir. Ele já estava melhor, mas ainda bêbado o suficiente para não conseguir se manter em pé direito. Quando terminaram, ela o guiou para o quarto.
- Pode deitar – o tratava como uma criança, já que a mente dele estava um tanto... Afetada.
- Dorme comigo? – Pierre perguntou manhosamente.
- Ah, eu não sei se posso...
- Por favor... – Ele insistiu.
- Muito bem... – Ela deitou e sentiu o braço dele em volta de sua cintura. Não demorou muito e os dois dormiram.
HALL
- Jeff? Mas... E a e o Pierre? – Chuck se surpreendeu quando o amigo apareceu na sala sem os dois.
- A ficou lá cuidando do Pierre... Não se preocupa, . Ele tá bêbado demais pra fazer qualquer coisa – Acrescentou Jeff ao ver o olhar de .
- Ah, eu não tô preocupada com o Pierre fazer alguma coisa, tô preocupada com a fazer alguma coisa! – Ela riu meio sem jeito.
- Anhm... – Jeff fez cara de “o.k, né...”
- Bom, eu vou lá em cima ver o que os dois tão aprontando – A morena saiu sem esperar resposta.
“Espero que a não esteja estuprando o Pierre!” pensou ela enquanto subia os dois lances de escada.
O único quarto com a porta aberta era o do fim do corredor, e foi lá que encontrou os dois dormindo, abraçados.
“Bom, pelo menos não teve a putaria que eu esperei, né...” pensou, enquanto fechava a porta silenciosamente.
- E então? – A voz de Chuck fez com que ela pulasse de susto.
- Ah, não faz isso Chuck! Poxa, quer me matar do coração?! – colocou a mão sobre o peito.
- Ai, desculpe! – Ele colocou as mãos sobre a boca.
- Tudo bem, tudo bem.
- Então, como eles estão?
- Dormindo abraçados. A cena é melosa demais pra eu assistir por muito tempo.
- Bom, então vamos voltar pra casa?
- Mas já?
- Sim. O Sebastien e o Patrick foram há algum tempo, e o Jeff foi há pouco.
- E o imbecil do David?
- Ele ainda tá lá embaixo...
- Ah, vamos lá falar com ele!
- ...
- “” coisa nenhuma! Ele não devia ter feito isso com a minha amiga, agora aquele retardado vai pagar! Ninguém faz a chorar e saí assim, sem sentir nada! Despertaram a fera que tem na ! – Ela disse enquanto descia as escadas sob o olhar assustado de Chuck.
- Mas, ... – Ela o olhou com raiva – Tá, ... Olha, você não tem que defender a sempre...
- Cara, ela gritou um monte com o Pierre, disse coisas que não se diz pra ninguém e ainda por cima... Ela AMA o cara! Poxa, se eu não fizer isso, eu não posso me considerar amiga dela!
- Tá bom, só pega leve com o David. Ele não fez por querer.
- Pega leve é o escambau! Ele fez, ele paga! Tô nem aí!
Os dois desceram as escadas e lá estava ele, sentado no sofá, lendo uma revista qualquer com fones nos ouvidos.
- Preparado pra ouvir o que você merece? – perguntou arrancando um dos fones do ouvido dele.
- O que eu mereço? – Ele não entendeu de primeira.
- Você fala aquelas coisas da e acha que não vai te acontecer nada? Você está muito enganado, David Desrosiers! – Ela cutucou o peito dele uma vez.
- Outch! Escuta, a culpa é dela se achou que eu algum dia ia ligar pra ela, o.k?
- Culpa dela coisa nenhuma! Você que se faz de garotinho inocente e depois a culpa é dela?! Ela gostou do que você mostrou pra ela! O problema é que você não é nada do que mostrou! – Os dois estavam em pé.
- Olha, ela que escolheu isso!
- Não, ela não escolheu! Eu notei que ela tava até começando a desistir de gostar do Pierre. Se você não sabe, ela ama o cara, só pra deixar claro. Só que você era tão legal, né... E eu nunca pensei que ia dizer isso, mas nesse tipo de coisa o Pierre é muito melhor que você!
- Você não sabe nada do Pierre, muito menos de mim!
- Sabe, eu acho que já ouvi isso antes... – Comentou Chuck, que observava tudo de um canto.
- Eu sei que o Pierre nunca falaria aquelas coisas da ! Ele pelo menos tem um pouco de respeito!
- Você pode até achar isso, mas não sabe nada do que o Pierre fala de você!
- O que ele fala de mim? – se interessou.
- Que você não presta, é uma chata e que ele te odeia!
- Não é verdade! – Chuck se intrometeu – Ele sempre disse que gosta muito dela, mesmo ela ignorando ele, ou não gostando muito dele!
- Você não se mete, seu loser! – Gritou David.
- Aaaaaaah, não! – Os olhos da garota pareciam vermelhos de raiva – A fala loser, tudo bem, até passa, já que ela pega tudo que é mania. Mas você chamar o Chuck de loser... Ah, isso não vai passar em branco!!! – Ela avançou para David.
- Eu falei sério quando disse que era pra você pegar leve com o David – Chuck tentava segurar com toda sua força.
- Eu sei, mas ele não tem o menor direito de te chamar assim! – Ela chutou o moreno que estava caído no chão, fazendo-o se contorcer.
- Cara, se controla! O Simple Plan ainda precisa de um baixista! A gente demorou um tempão pra encontrar ele, tirou ele de outra banda pra no final você acabar com a raça do cara? Assim também não, né...
- O.k... Só mais um chute! Pode?
- Não!
- Ah, por favor...
- Um chute.
- Ae!
- Não! Piedade!!! – David choramingou do chão. Ele estava com um filete de sangue escorrendo da testa e do lábio, embaixo de seu olho já se via uma leve coloração roxa, seus braços brancos ressaltavam as marcas vermelhas dos tapas e ele ainda segurava a barriga pelo forte chute que levou.
- Eu já tive bastante piedade de você chutando seu estômago! Se eu não tivesse piedade teria chutado outra coisa! – O comentário fez Chuck rir.
- Ah, sério... Eu vou passar um bom tempo em casa! Por favor, ... – Ela o chutou com mais força que na primeira vez.
– Ai... – As lágrimas já escorriam dos olhos dele.
- Isso é pra você aprender a não ofender as pessoas que eu gosto e pra não me chamar de !
- Tá bom, eu não te chamo mais de e não falo mais nada do Chuck!
- E da !
- Tá, e dela!
- Pode ir.
David arrastou-se até a porta e saiu.
- Agora a gente pode ir! – sorriu como se nada tivesse acontecido.
- Você não presta, sua doidinha – Chuck balançou a cabeça com um sorriso e os dois saíram.
CAP. 27 – So listen up: THAT’S MY GENERATION!
BOUVIER’S HOUSE – HALL
- Então tá. A gente vai lá falar com os caras da gravadora e a gente volta no fim da tarde. Vocês podem alugar alguns filmes, o telefone tá na geladeira e se vocês precisarem de alguma coisa, tem o meu celular. – Pierre falava enquanto abotoava a camisa branca que amava – Até mais, garotas – Ele deu um beijo na bochecha da filha e acenou para , que retribuiu com um sorrisinho.
- Cara, a gente vai ficar nessa casa enorme sozinhas! Vamos botar fogo na casa?! – Os olhos castanhos dela brilhavam.
- Se não tem a Lachelle dentro, não dá.
- Ah, saco... Então vamos ver um filme, não quero ficar em casa com você sem fazer nada.
- Te amo também, sua monga. Muito bem, pega o telefone e liga. Ah, depois eu vou lá no salão, quer vir junto?
- Tá, então vamos lá – Gritou ela da cozinha.
- Cara, não acredito que a gente desperdiçou quase duas horas da nossa vida vendo essa idiotice! – se levantou para tirar o DVD do aparelho.
- Ah, Quarentena não é tão ruim assim! Eu gosto – fez bico.
- Vamos lá, tá na hora de ir nos estúdios...
- Estúdios? – Repetiu ela, sem compreender.
- Você acha que eu vou ficar como uma santinha aqui no Canadá? A gente vai primeiro num salão pra ajeitar o cabelo e tal... e depois a gente vai num body piercing!
- Cara, quando a gente voltar pro Brasil nossos pais vão nos matar!
- Não tô nem ligando. Depois eu jogo a culpa no Pierre.
- Cara, eu não te entendo. Num segundo você tá toda feliz, só falta se pegar com o cara. Depois tá jogando a culpa pra cima dele...
- Não é pra você me entender, é pra gente ir pros estúdios!
- Mas e se eles ligarem?
- Você acha que eu não providenciei isso? Eu disse pro Pierre ligar pro meu celular, já que a gente pode “não ouvir o telefone da sala”.
- Cara, como diria o Dimis, “você é do mal!”
- Não fala no teacher! Eu sinto falta dele!
- Também sinto... Mas vamos lá né...
SALON
- E então? Como você vai querer o cabelo, baby? – Um gay perguntou para . Não que ela tivesse algo contra os gays, mas aquele era muito estranho... E geralmente os gays têm um senso de moda bem bacana, aquele lá...
- Eu quero fazer algo assim – Ela mostrou uma foto para o cabeleireiro.
- Tem certeza que quer assim, baby? Eu não curto esses muito coloridos e...
- Eu tô pagando, eu quero assim. Pode fazer. Ah, só muda a cor da mexa de rosa pra azul, o.k?
- Eu quero pintar de , tradicional, sem frescuras, o.k? – foi bem direta com a cabeleireira.
- Muito bem então... Vai querer descolorir para pintar?
- Não, vou pintar por cima pra ficar uma droga. Claro que eu vou descolorir!
BODY PIERCING
- , sério, teus pais vão te matar. O que a gente vai fazer agora? – Perguntou a agora .
- Agora a gente vai ver os piercings.
Elas pararam na frente de um estúdio de tatuagem e entraram.
- Boa tarde, eu e a minha amiga temos uma hora marcada com o Jean-Pierre...
- Jean-Pierre? – A amiga perguntou.
- Sim. Os nomes do Canadá são bem franceses!
- Ah, sim... e , piercing na sobrancelha e no lábio, certo? – A atendente de cabelos azuis confirmou numa agenda – Podem subir.
Elas se dirigiram para uma escadaria.
- Cara, a gente vai morrer, tô falando sério...
- Relaxa, .
- Bom, tudo bem né... Cara, vou comer um pirulito...
- Pra quê?!
- Sei lá, deu vontade...
- Sua imitona de Sebastiens!
- Não é imitação! Ele comeu fazendo a tatuagem! A gente vai fazer piercing!
- Tá, tá... Olha, tu entra naquela sala ali e eu nessa. Depois a gente se fala.
- Espera, mas e o seu aparelho?
- Quem disse que eu vou ficar com ele? – Ela sorriu travessa e entrou na sala.
- Cara, o ar gelado do Canadá não te fez bem! Você tirou o aparelho? Sua maluca!!!
- Eu não sou maluca, . Só faço o que é necessário. Ah, ficou super legal seu piercing.
- Valeu, o seu também.
- E aí? Comeu o pirulito?
- Ele quebrou, mas tudo bem... E SEM MALÍCIA, SUA PERVERTIDA! – Ela acrescentou ao ver a amiga colocar a mão sobre a boca para abafar o riso.
- Espera um pouco. O Pierre tá ligando.
- Lá vem melação...
- Alô? Oi, Pierre! É, a gente deu uma saidinha. A gente já tá voltando pra casa. Não se preocupa, a gente tá bem. O.k, também te amo. Beijos...
- Eu disse...
- Cala a boca, ! Vem, vamos voltar pra casa.
BOUVIER’S HOUSE
- Desculpa a demora, Pierre... – entrou em casa e Pierre a encarou – Algum problema?
- Seu cabelo... O aparelho... Um piercing... ... – Ele não conseguia falar.
- Que foi, Pierre? Não gostou?
- Não, não! Ficou muito legal! Sério mesmo! Curti muito! Só não acredito que você fez isso sem que ninguém suspeitasse de nada!
- Ah, eu tenho meus métodos – Ela piscou.
- Não faz isso.. – Pierre suspirou.
- Isso o que?
- Essas piscadinhas e tal... Sabe, a Lachelle não tá em casa e se você continuar provocando eu vou acabar fazendo alguma coisa que talvez você não queira...
- Que eu não queira? E que tipo de coisa seria? – A garota provocou. Sentou no colo dele.
- , não provoca...
- Por quê? Ah, você não resiste...
- Sério, não faz isso...
- O.k então... – Ela começou a se levantar, mas ele a segurou pela cintura – Ah, então você quer...
Pierre a beijou com força. Não importava mais nada. Ela tinha provocado, ela teria!
COMEAU’S HOUSE
- Oi, pai... Desculpa ter chegado tarde, mas a me arrastou e tal... – começou a se explicar quando entrou.
- Ah, tudo bem – Chuck olhou para ela e sorriu. Depois voltou novamente sua atenção para a revista.
- Ã, Chuck? Não vai falar nada?
- Ficou legal. Adorei seu cabelo.
- Cara, eu achei que você ia me matar!
- Na verdade acho que você que vai me matar...
- Por quê?
- Bom...
- FALA, CHARLES-ANDRÉ COMEAU!
- Tá... Eu vou jantar com a hoje...
- VOCÊ VAI O QUÊ?!
- Eu achei que você ia ficar brava...
- BRAVA?! EU TÔ QUASE ESPUMANDO! CHUCK, ELA SÓ QUER O SEU DINHEIRO, SERÁ QUE VOCÊ NÃO VÊ?!
- , sério. Você nunca conversou com ela, nunca vai saber!
- E você vai fazer o quê? Me levar no jantar com você?
- Sinceramente, essa era a minha idéia...
- Tá, vou me ajeitar então – Ela subiu e bateu a porta do quarto.
- Mas que droga! Será que o Chuck não se toca?!
CAP. 28 – I’d do anything just to fall asleep with you
BOUVIER’S HOUSE
- Pi… Nã… Sa… Sai! – Ela tentava falar contra os lábios dele, mas não estava funcionando direito.
- Ah, fica quieta! Você me provocou, você vai ter! Além disso, cuida a sua camiseta, ela vai manchar assim... – Ele riu apontando a camiseta branca dela no chão.
- Pervertido! – deu um tapa no braço dele.
- Também te amo, baby – Pierre ria.
- Seu chato – Ela selou os lábios dele uma última vez antes de sair do seu colo e pegar a blusa que estava no chão.
- Ah, você não vai fazer isso comigo, né?!
- Isso o quê?
- Me deixar... Nesse estado!
- Ai, Pierre! Eu não acredito que você ficou assim por causa disso! – Ela se apoiou nos joelhos de tanto rir.
- Mas é verdade! Você é má comigo! Você vem, provoca, me deixa nesse estado e me abandona! Você não merece um cara doce como eu – Ele fez bico.
- Nossa, Pierre. Eu me surpreendo com a sua doçura.
- Ah, você é má!
- Você que causa pontos nas pessoas e eu que sou má? Tá, o.k então... Vou pro meu quarto...
- Ah, mas que coisa! E se a Lachelle perguntar por que eu tô nesse estado crítico?!
- Diz que viu alguma coisa na t.v, ou então viu muitas fotos dela – Ela se inclinou e o beijou – Até mais.
Pierre ficou escutando os passos dela na escada, a porta fechando e a música alta. Aquilo estava muito errado. Ele tinha tudo! Tinha Lachelle, uma banda com sucesso, bons amigos... Mas ainda queria aquela garota. E, se dependesse dele, ia ter.
CAP. 29 – Get out of my way!
RESTAURANTE
- Sabe, ... Você podia ter usado uma roupa mais formal...
- Roupa formal coisa nenhuma! Eu não ia vir de vestido! Não gosto. Tô muito bem com minha jeans e camiseta do Paramore, obrigada.
- Oi, querido – A voz enjoada de encheu o restaurante.
- Oi, – Chuck deu um beijo em e ficou enjoada. Como ele conseguia?!
- Então, eu resolvi trazer a para vocês conversarem melhor...
- Oi, querida.
- , pelo amor do milho! Não suporto esses apelidos infernais.
- Muito bem, o que vocês vão querer? – Perguntou Chuck segurando o cardápio.
- Eu vou querer uma sopa – Disse .
- Eu vou querer um prato de batata frita – Disse , distraída.
- Eu te acompanho na batata frita – Chuck.
Depois de fazerem os pedidos, começou a formular um “plano” para azucrinar . Ela não ia ficar com Chuck, mas de jeito nenhum!
“Eu poderia colocar cola dentro do gloss dela! Daquelas estilo super-bonder! Hum, ando vendo televisão demais... Derrubar alguma coisa nela? A já fez isso... Já sei! Eu vou colocar algum bicho na sopa dela! Brilhante! Eu me surpreendo com as minhas brilhantes idéias! Muahahahaha! Tá, parei... Mas que bicho? Hum... Ah, uma barata! Daquelas voadoras ainda! Perfeito! O Chuck vai querer me matar, mas deixa, algum dia ele ainda vai me agradecer!”
- Vou no banheiro, já volto – Ela disse para o casal.
De fato, foi até o banheiro, mas saiu pela porta lateral. No lixo, tinham algumas baratas, daquelas grandes e tal... Com um saco plástico (o plano foi milimetricamente calculado), ela pegou o bicho (morto) e voltou para dentro.
Ao chegar mais perto do balcão, notou que era o pedido deles que estava ali, esperando um garçom. Então, aproveitando a deixa, colocou a barata na sopa com um sorriso diabólico no rosto. Depois disso, voltou para a mesa, já livre da sacola plástica.
- Está demorando, não? – Comentou , olhando para o balcão.
- Eu vi que já estava tudo lá, só faltava o garçom – A garota deu de ombros.
- Aqui estão seus pedidos – Um garçom chegou e serviu os pratos – Bom apetite.
“Com certeza” riu por dentro .
Quando ergueu a colher, já cheia de sopa, ela gritou. A barata emergiu do fundo do prato junto com algumas formigas que a garota não fez questão de tirar. No desespero, a mulher virou a sopa no colo, gritando ainda mais.
Chuck tentou ajudá-la, mas ela não deixou, continuava pulando como louca, tentando livrar-se da barata carcomida e das formigas.
Quando as coisas finalmente se acalmaram, foi para casa sozinha, depois de ter gritado muito com o gerente, com o dono do restaurante, com o cozinheiro e com os garçons. Chuck e ficaram um pouco mais de tempo, para terminarem a porção de batatas fritas.
- Eu sei que foi você. Mas não estou bravo – Ele a encarou com seus lindos olhos verdes.
- Não?! – Ela quase se engasgou.
- Eu consegui conhecer ela melhor e... Bom, você estava certa. Ela era só mais uma interesseira.
- EU DISSE! EU DISSE QUE ELA NÃO PRESTAVA! Pelo menos a barata fez ela desistir – Riu .
- Pois é... Bom, eu agradeço o que você fez, e, sinceramente, eu me diverti bastante essa noite.
- Ora, sempre que precisar, chame uma brasileira! – Ela piscou e Chuck riu.
- Vem, tá na hora de ir pra casa, sua “vó” já deve estar surtando com a nossa demora.
- Demora? Mas é só meia noite e cinco!
- Sim, mas eu disse pra ela que voltaria meia noite. E ela é pontual demais.
- Então ela e a não iam se dar bem...
- Por quê?
- Esquece, esquece.
Os dois voltaram para casa ainda rindo do que tinha acontecido.
CAP. 30 – I’m just a kid... And the life is a nightmare
BOUVIER’S HOUSE – HALL
- Então, olha só. Vocês duas começam as aulas hoje. É bom não falarem nada sobre a gente, pode dar problemas. Os materiais estão aí, cadernos, estojos, mochilas e blá, blá, blá... O.k então! Vamos lá... Ah, a gente vai deixar vocês na porta de trás, depois vocês vão lá pra frente. Só pra evitar problemas. – Pierre explicava enquanto arrumava a munhequeira. – Outra coisa: eu pego vocês na saída no mesmo lugar da entrada, o.k?
- Por que você que vai nos levar? – Perguntou .
- Você queria que fosse quem? O Chuck? Eu vou fazer isso hoje, acho que amanhã vai ser o Sebastien. A gente vai se revezar.
BACK STREET OF SCHOOL
- Quando ele disse que ia nos largar na porta de trás, eu não imaginei que a gente ia ter que dar toda a volta pelo colégio! – Reclamou enquanto as duas caminhavam há quase quinze minutos.
- Pois é, o Pierre é do mal!
- Oi... Vocês são as duas garotas novas, não? – Um garoto de olhos azuis bem claros ressaltados pelo lápis e pelo delineador, cabelo escuro com uma franja nos olhos e o resto do cabelo arrepiado.[Clique aqui]
- Anhm... Sim, somos – ficou completamente sem fala. Ele era lindo.
- Bom, eu sou o e esse é o meu amigo r), mais conhecido como – Ele apontou o amigo que sorriu e acenou para as duas. Cabelos negros, olhos verdes profundos e um sorriso parecido com o do Gerard Way. Lindo [curiosidade? Clique aqui de novo].
- Eu sou e essa é a minha amiga , mais conhecida como – Ela sorriu para os dois.
- Uhum... Vocês são de qual país? – se aproximou deles e ficaram todos lado a lado.
- Brasil – Respondeu prontamente , sem se preocupar em ser simpática.
- Sério?! Cara, não é a toa que dizem que as brasileiras são lindas! – olhou .
- Obrigada... – Ela deixou que a franja cobrisse suas bochechas vermelhas.
- Então... – coçou a nuca – Vocês vão ser nossas colegas, podemos acompanhá-las até a sala. E qualquer dúvida, podem nos procurar.
- O.k...
- Ah, chegamos! – sorriu e indicou o prédio branco perto deles.
CAR
- Oi, meninas! – Pierre abriu um sorriso cansado para as duas. Eles tinham trabalhado duro no estúdio o dia inteiro – Foi tudo bem na aula?
- Foi tudo ÓTIMO! Ainda mais com aqueles garotos na aula! – estava no banco de trás com e elas trocaram um sorriso travesso.
- Que garotos? – O olhar castanho quase queimava pelo espelho retrovisor.
- Ah, quando você nos deixou lá onde Judas perdeu as meias, - encarou o reflexo dos olhos castanhos com raiva - a gente teve que caminhar e eles pareciam que até nos conheciam...
- Vocês têm que tomar cuidado, não podem sair falando com qualquer um assim na rua...
- Pierre! – interrompeu – Não somos mais crianças!
- Não, imagina! Enquanto vocês tiverem menos de 20 anos eu considero vocês crianças! – Ele bufou.
- Argh, às vezes você me irrita, Bouvier! – cruzou os braços e se jogou para trás, deixando a cabeça pender para trás.
- Por favor, tenta entender o meu lado! Tenta entender o que eu sinto! – Pierre tentou olhar para o rosto dela.
- Presta atenção no trânsito, Bouvier – Sua voz estava estranha, como se ela estivesse chorando. Chorando de raiva.
- , por favor... Não fica irritada...
- Pierre, você não entende, não é? Não tem como entender o seu lado! É ciúmes!
- Anhm... Gente? Eu sei que vocês se amam e não se importam em demonstrar isso publicamente, só que eu ainda tô no meio da briga de vocês – falou.
- Foi mal, . É só que o Bouvier me tira do sério.
- Bouvier... Como se você não fosse uma Bouvier por seis meses...
- Pierre, presta atenção no trânsito! – lhe deu um pedala.
- ! PELO AMOR DO MILHO, O IMBECIL TÁ DIRIGINDO! SE DER ALGUM ACIDENTE E A GENTE MORRER, EU JURO QUE TE INFERNIZO PELA ETERNIDADE! – gritou para a amiga.
- Ai, ! Que coisa! A gente não vai morrer! – Ela revirou os olhos e deu mais um tapa em Pierre.
- Tá, me diz: pra que isso?! O que eu fiz dessa vez?!
- Nada – Ela deu de ombros – É que é legal te bater.
- Obrigado, querida. Também te amo... – Ele revirou os olhos.
- Eu nunca disse que te amava, Pierre.
- Ela pode nunca ter dito, mas ela ama... – sussurrou, fazendo Pierre sorrir.
- AAAAAAAH, AGORA VOCÊ APANHA! – começou a bater em .
- Meninas, parem com isso! O.k, a não me ama e a não falou nada! Tá bom assim?! – Os olhos castanhos as encaravam.
- Tá bom – Elas falaram juntas.
Eles ficaram em silêncio até notar que não estavam indo para casa.
- Onde a gente tá indo?
- Estúdio. Ou você acha que o trabalho acabou? – Pierre respondeu.
- Que legal, vamos ficar até de madrugada ouvindo a voz de ganso gripado do Pierre – olhava pela janela e sua voz tinha uma nota de raiva.
- Voz de quê?! – Pierre perguntou, franzindo o cenho.
- Ah, desculpe. Um ganso gripado é mais afinado que você...
- Vocês precisam brigar comigo junto? – perguntou.
- Não necessariamente. A gente pode brigar em casa e deixar a Lachelle louca antes do natal – Respondeu animadamente.
- Odeio crianças... – Os olho castanhos rolaram em sinal de desprezo.
- As de 20 anos são menos chatas – Elas riram.
STUDIO
- Chegaram! Finalmente! – Chuck abriu um sorriso ao ver os três entrando. Lembrava a cena inicial do clipe Shut Up, mas abafa o caso… - O que aconteceu? Vocês demoraram…
- Ah, a e o Pierre ficaram trocando uns carinhos no carro – rolou os olhos.
- Carinhos? – Sebastien ergueu uma sobrancelha.
- Pedalas, arranhões, tapas… Essas coisas bem carinhosas – Ela sentou entre Jeff e Patrick.
- Pois é, dá só uma olhada – Pierre levantou a manga da camisa, expondo os riscos vermelhos e as marcas de dedos.
- , vem aqui – Chuck a chamou e, em seguia, abraçou-a – Você fez o que eu queria fazer, obrigado! E ainda não apanhou! Você é a única que pode bater no Pierre!
- Anhm… De nada?
- Também te amo, Chuck – Pierre rolou os olhos.
- Imagina se odiasse... – Sussurrou .
- O SP já estaria com anúncio nos classificados: “Precisa-se de baterista”! – Riu Sebastien.
- E vocês estariam muito mal! Simple Plan sem um, repito, UM de vocês não é mais Simple Plan!
- Cara, já te disse que você é estranha? – Perguntou , que estava apoiada na parede ao lado de Pierre.
- Sim – Respondeu a amiga.
- Então eu repito: você é estranha.
- Valeu, eu sei.
- Então, qual a idéia? Trabalhar na música nova ou ensaiar as antigas? – Perguntou Jeff, já com a guitarra apoiada nas pernas.
- VOCÊS ESTÃO COM MÚSICA NOVA? – Perguntaram as garotas em uníssono.
- Anhm... A gente tem um projeto, uma letra até o refrão... Mas não é muita coisa – Respondeu Sebastien.
- A gente não pode mostrar – Chuck disse com firmeza.
- Mas por quê? – Perguntaram , , David, Pierre, Jeff e Patrick juntos.
- Porque elas ainda são fãs. Não que eu não confie nelas, mas acho que isso deveria ficar em segredo ABSOLUTO até o CD – Ele continuava firme.
- E vocês nem me falam nada da música, né?! – Patrick parecia ofendido.
- A culpa não é nossa se você passa a maior parte do tempo na cozinha comendo sanduíches! – Riu Pierre.
- Muito magro que você é, né, Bouvier? – Retrucou .
- Não sou muito magro, mas não tenho as gordurinhas do Pat – Ele tirou a camisa, expondo o tronco e fazendo olhar para o outro lado.
- Pierre, pelo amor do milho, faz algo de bom para a sociedade. COLOCA ESSA CAMISA ANTES QUE A TENHA UM TRECO! – tapou os olhos com a mão.
- O quê?! Eu estou muito bem aqui! Não me importo se o Pierre tirou a camisa – Seus olhos se fixaram no peito descoberto dele.
- Sei, nem tá babando que nem uma tarada – A amiga rolou os olhos.
- Satisfeita, ? – Pierre estava novamente com a camisa, encostado na parede de braços cruzados.
- – Os olhos dela ficaram cheios de raiva.
- O.k.
- Gente, se a gente não vai continuar trabalhando na música nova, então é melhor ir pra casa – Sugeriu Jeff.
- A gente pode ficar aqui conversando – Chuck deu de ombros e todos os outros concordaram.
CAP. 31 – Now it’s just too late
- Cansei de fazer nada! Vamos jogar alguma coisa? – Patrick resolveu se manifestar.
Ele estava jogado no sofá, Pierre estava deitado no chão, Chuck estava sentado com as costas na parede, e sentadas em dois pufes, Jeff babando em uma poltrona, David jogava no celular e Sebastien dormia com Stuey.
- Acho bom! Tira o tédio – Chuck jogou uma almofada em Jeff, fazendo-o acordar.
- Não fui eu! – Ele já ia se explicando e todos riram, o que acordou Stuey e Sebastien.
- Já tá tarde? – Ele bocejou e esfregou os olhos azuis.
- Não, a gente vai jogar. Faz o favor de tirar o Desrosiers do transe? Ele não ouve nada com esses fones – Disse Patrick.
- ACORDA! – Chuck gritou no ouvido de David logo depois de ter puxado o fone.
- Mas que droga, Comeau! Poxa, eu aqui, na minha e você quase me deixa surdo! Vai se ferrar! – David se irritou e começou a xingar o amigo em francês. Ou seja, as garotas não entenderam nada.
- Dá para as moças pararem de discutir e a gente começar a jogar?
- Mas o que nós vamos jogar? – Os olhos azuis passavam de um para o outro.
- Jogo de pobre: verdade ou conseqüência – Sugeriu .
- Boa – Aprovou Chuck.
- Eu topo – Disse Pierre.
- Dois – Jeff.
- Três – Patrick.
- Quatro – Sebastien.
- Tô dentro – David.
- Vamos jogar! – Riu .
- Eu escolho a – olhou malignamente para a amiga.
- Verdade – A amiga deu de ombros.
- O que você sente pelo Pierre? – Um sorriso macabro estava nos lábios dela.
- Não podia perguntar algo mais comprometedor? – rolou os olhos.
- Responde! – Exigiu a ruiva.
- O.k. Eu não sei se eu amo ele ou se é só algo passageiro. Não sei, sempre admirei muito o Pierre, morro de ciúmes da Lachelle, mas não acho que possa ser realmente amor, já que nós temos uma diferença enorme e tal...
- Sinceridade é tudo! – brincou.
- Eu escolho o Sebastien – apontou para ele.
- Verdaaaaade!
- Você perdeu a virgindade naqueles episódios do porão? – Todos seguraram o riso.
- Droga, nunca mais escolho verdade... – Ele afundou o rosto nas mãos.
- Responde, Lefebvre! – não conseguia esperar respostas.
- Tá, foi! Satisfeita?! – Sebastien estava completamente vermelho.
- Muuuuuito! – sorriu.
- Eu escolho o Chuck – Seb.
- Conseqüência! – Chuck.
- Aleluia, irmão! Deus é pai! Tá, calei a minha boca – .
- Bebe um pouco da vodka do Pierre – Sebastien se controlava para segurar o riso.
- Mas eu fico bêbado! – Protestou Chuck.
- Essa é a intenção – O sorriso debochado de Sebastien irritou o baterista.
Chuck tomou um longo gole da garrafa que Pierre entregou a ele (de livre e espancada vontade...)[N/a: Nem chamei o Pierre de bêbado, hm]
- Muito bem, eu escolho o Patrick.
- Verdade – Ele sorriu, ficando mais fofo do que já é [N/a: Isso é possível?!]
- Quantos sanduíches você comeu ontem? – Sim, essa era a curiosidade de todos do Simple Plan depois que Pierre deu com a língua nos dentes.
- Não podia ser uma pergunta mais embaraçosa
- Quantos?
- Cinco.
- Só? – Insistiu Chuck.
- Bom, se você conta os que a gente come juntos... – Ele coçou os cabelos.
- Quantos? No total? – Pressionou o baterista.
- Tá bom, 17! – Patrick escondeu o rosto nas mãos.
- Tá vendo? Por isso que tem essa barriga e eu não! – Pierre riu.
- Cala a boca, Pierre – Patrick mostrou o dedo do meio para ele – Eu escolho a .
- Conseqüência.
- Lambe a língua do Stuey!
- Coitado do bicho, vai morrer contaminado com germes... – balançou a cabeça.
- Cala a boca, sua vadia.
resolveu ir rápido. Lambeu a língua de Stuey e correu para o banheiro lavar a boca.
- David Desrosiers, sua vez – Ela apontou para o moreno.
- Verdade.
- Qual sua maior vergonha com seus pais?
- Ser expulso da escola e ser obrigado a contar para eles – Ele bufou ao lembrar.
- Uau...
- Jeff, é você agora!
- Verdade.
- Você sente falta do seu cabelo?
- No início até que sim, mas depois acostuma...
- Que bizarro. Eu não conseguiria acostumar sem minha franja... [N/a: Sim, isso é em memória da franja que o David cortou há um tempinho]
- Eu escolho o Pierre – O baixista encarou o amigo nos olhos.
- Conseqüência – O vocalista ergueu o queixo.
- Agora sim isso vai ficar interessante – O sorriso diabólico de David o assustou. Não devia ter feito aquela escolha. Mas já estava feito. CAP. 32
- Qual vai ser minha conseqüência? – A voz de Pierre não estava mais segura.
- Ora, ora... O Popsicle está nervoso... E não adianta negar, eu te conheço melhor que qualquer um – O tom irônico na voz de David espantou a todos – E sua conseqüência... Ficar só de cueca até o final do jogo.
- O QUÊ?! Ah, não! Nada disso! – gritou, assustando , que pulou e ficou em pé – E te senta, !
- Você grita nos meus ouvidos e quer que eu fique sentada?! – A garota voltou a sua posição inicial: sentada em um pufe na frente de Pierre.
- Sério, por que o Pierre tem que ficar só de cueca?! Não dá pra ser só com a parte debaixo da roupa ou algo do gênero?! – A ruiva estava quase implorando.
- Nada disso. Ah, tem mais uma coisa na minha conseqüência. – O moreno sorriu novamente daquele jeito maníaco.
- Ah, agora eu estou com medo! Quando o David começa com essas condições, é porque alguma coisa muito ruim vai acontecer – Chuck estava com os olhos pregados no baixista.
- Bom, vai ser simples. Quem vai ter que tirar a roupa do Pierre... Vai ser a .
- O QUÊ?! AH, NÃO! SINCERAMENTE, DESROSIERS! VAI LONGE, TÁ?! EU NÃO VOU FAZER NADA! MUITO MENOS TIRAR A ROUPA DO BOUVIER! ESPECIALMENTE TIRAR A ROUPA DO BOUVIER! – Ela gritava muito alto.
- Bom, então o jogo acaba aqui. Se me dão licença... – David já ia se levantando.
- Muito bem! Eu tiro a roupa do Bouvier. Só tenho um pedido pra fazer antes – Todos a olharam com curiosidade – , NÃO ME MATA!
- Não vou te matar – Riu a amiga – Eu sei que isso é obra de um retardado e que você não faria isso se não fosse em jogo. Então, vai fundo.
Quando Pierre estava apenas com uma boxer branca, todos voltaram para o jogo.
- Muito bem, eu escolho o Patrick.
- Conseqüência – Respondeu o loiro.
- Não vai comer nada até a meia noite!
- Droga! Tá, bom! Chuck?
- Conseqüência!
- Bebe mais vodka.
- O quê?! Mas eu já estou quase bêbado! – Os olhos verdes contrastavam com o vermelho onde devia estar branco.
- Pode beber.
- Pierre, alcança a vodka...
- Por que sempre é a MINHA vodka?! – Pierre fez uma cara de chateado.
- Porque SÓ tem a sua vodka – Explicou Jeff – Cara, eu acho que o Chuck não vai agüentar mais um gole de vodka. É forte demais pra quem não bebe nada!
- Tá bom então. Um pouco de cerveja – Concordou Patrick.
- Cara, ele tá quase passando mal aqui! Correção, ele ESTÁ passando mal! – passou um braço pelos ombros de Chuck quando ele se agachou e começou a vomitar – Sério, sem bebida. Pulem o Chuck.
- Cara, você tá bem? – Pierre se agachou ao lado dele, sob o olhar de “agora você aparece!” de .
- O que você acha? – Perguntou o baterista com uma voz fraca.
- Quer que eu te leve no médico ou algo do gênero?
- Não precisa, Popsicle. Só me dá uma aspirina ou alguma coisa desse tipo.
- Tá, eu já volto.
Em menos de três minutos Pierre voltou com uma pequena pílula.
- Toma. Isso vai tirar o enjôo.
- Valeu – Disse Chuck antes que o ajudasse a beber um pouco de água.
- De nada. Você é meu segundo melhor amigo. E amigos sempre se ajudam...
- Tá, sem esse discurso! – Interrompeu a ruiva – Continuem com o jogo, o Chuck pode ficar deitado do meu lado.
- Muito bem então, vai o Jeff – Disse Patrick, já começando a se irritar.
- Conseqüência.
- Sebastien, vai ser conseqüência para você também.
- Ah, não... – Os olhos azuis se arregalaram.
- Coloca chantilly na careca do Jeff e lambe.
Depois de muita meleca com chantilly...
- Que nojo! Vou lavar minha boca até minha 11ª geração! – Reclamava Sebastien do banheiro.
- Muito bem, então que escolho? – Perguntou Jeff, passando uma toalha úmida na careca para tirar o excesso de chantilly – Eu escolho a .
- Conseqüência...
- Coloca chocolate no peito do Chuck e lambe.
- Meu, mas o que vocês têm com lamber?! Que coisa séria... – Mesmo reclamando, ela cumpriu a conseqüência – , sua vez!
- Conseqüência...
- Ah, que ótimo... – A amiga sorriu.
- Não, não... Verdade, verdade! – tentou consertar, mas era tarde demais.
- Não pode mudar – Avisou Sebastien.
- O.k então... Manda.
- Beija o Pierre.
- Como?
- Beija o Pierre... Que nem ele faz com a Lachelle, só que é com você.
- Sério, quando esse jogo acabar, eu juro que te mato, – caminhou até o sofá onde Pierre estava.
- Não, você vai me agradecer – A amiga piscou.
- Duvido...
- Você faz coisas piores nos seus sonhos! Vai, beija esse individuo logo!
se inclinou sobre Pierre, mas a segurou.
- Que foi dessa vez, ?
- Se vocês ficarem no sofá eu tenho medo do que vai acontecer, especialmente que o Pierre tá só com essa boxer BRANCA! Dá pra ver até a alma dele!
- Cara, quanta exigência!
- Sim! De pé, os dois.
Eles obedeceram e tiveram que cumprir a conseqüência.
- Eu ainda vou te matar, – Ofegou quando eles se separaram (lê-se Jeff puxou Pierre para um lado e puxou para o outro.)
- Bom, agora... Acho que já tá tarde... – Pierre colocava novamente as roupas – E a gente tem que voltar pra casa. Vem, .
CAP.33
- Vocês sempre fazem esse tipo do jogo? – Perguntou enquanto eles voltavam para casa.
- Sempre – Pierre mantinha os olhos no semáforo.
- E ninguém fala nada?
- Não. Nós temos uma regra desde que éramos pequenos. Ninguém conta o que acontece nos nossos jogos. Exceto quando estamos sozinhos – Os olhos castanhos continuavam fixos no sinal vermelho.
- E nessa regra tem algo sobre mentir?
- Ninguém mente, já que se for descoberto a pessoa não vai mais ser aceita.
- Então eu posso te fazer uma pergunta?
- Pode.
- Se você pudesse ter uma garota na sua cama, qualquer uma... Quem seria?
- O David que te falou dessa, não foi? – Ele a encarou.
- Foi...
- Bom, então você não precisa de resposta.
- Queria ouvir de você. Se você pudesse ter qualquer garota na sua cama, quem seria?
- Você... – Ele sussurrou.
- E por quê?
- Eu não sei, garota. Acha que eu entendo o por que de eu me sentir assim? Acha que eu sei por que eu me sinto estranho quando você me toca? Não é algo que se possa explicar.
- É, assim como eu não entendo como eu posso gostar de um chato como você... – Ela falou para si própria e para a janela fechada do carro.
A temperatura baixa fazia com que pequenas nuvens de fumaça aparecessem quando eles respiravam.
- Você não está com frio? – Ela notou que Pierre estava com uma camiseta de mangas curtas da Role Model.
- Você que não está acostumada com o Canadá – Ele riu.
- Pois é. Você aí, feliz da vida com essa manga curta, nem ligando para o frio. E eu aqui, toda encasacada, com essas luvas e morrendo de frio! – afundou um pouco mais no banco. Estava congelando.
- Quer meu casaco emprestado? – Os olhos castanhos se fixaram nela por alguns segundos, ansiosos, esperando uma resposta.
- Não precisa, Popsicle. Eu não tenho como colocar um casaco em cima de... – Ela começou a puxar as diversas roupas que vestia pela gola – Uma base, uma camiseta, um suéter, um blusão e um casaco.
- Nossa, tudo isso é frio?! – Pierre começou a rir – Eu ia te emprestar o casaco para a gente caminhar até em casa.
- Não precisa, valeu.
- Então vamos – Ele abriu a porta do carro para ela, deixando o ar gélido brincar nas madeixas coloridas do cabelo de .
CAP. 34
MSN MONTREAL – QUEBEC
says:
cara, 2 meses passaram MUITO rápido!
says:
pior! parece que a gente tá há tão pouco tempo aqui...
says:
temos 4 meses ainda… mas eu queria mais tempo
says:
pois é, o pessoal é tão legal...
says:
eu queria mais tempo com a galera
says:
todos eles são tão divertidos, parecem crianças
says:
e a gente vai voltar pro Brasil cheias de fotos e autógrafos e palhetas e baquetas...
says:
ai, sério, eu não acredito que daqui a pouco a gente vai ter que voltar... e eu vou ter que deixar o Pierre e a Lachelle sozinhos de novo...
says:
ah, se apaixonou mais ainda pelo pierre, que lindo!
says:
cala essa maldita boca, sua vaca!
says:
nossa, você me odeia T_T
says:
nem te conto o quanto
says:
que do mal, !
says:
até parece que eu sou tão chata assim
says:
você começou a ficar chata depois que foi morar com o pierre *corre*
says:
sinta-se com um tapa forte no braço
says:
ai T.T
says:
ù_ú
says:
que maldade, ! você não merece ser amiga de uma pessoa doce como eu *imitando o pierre*
says:
eu notei a sua imitação barata do Pié
says:
Pié?! pelo amor do milho, o que fizeram contigo?!
says: nada O_O
says: nada não! acho que te fizeram uma lavagem cerebral pior! você está mais apaixonada pelo pierre do que de costume
says: a culpa é dele, hm
says: vou ignorar esse comentário
says:
xD
says: sério, na próxima vez que tiver verdade ou conseqüência, eu não vou jogar!
says: traumatizou com a cueca branca do Pierre? xD
says: magina que não! cara, dava pra ver até a alma dele!
says: sem drama, não era tão transparente assim!
says: eu ia fazer você jogar água na cueca dele, mas ai eu pensei no que eu iria ver, então decidi algo melhor
says: melhor?! desde quando BEIJAR o Bouvier é algo MELHOR?!
says: nem adianta que eu sei que você amou!!!
says: ¬¬ não vou nem comentar
says: viu?! você amou! eu sei, seu sei
says: ¬¬
says: que fazes?
says: ouvindo o Pierre cantar, no MSN e fazendo dolls
says: cara, ATÉ NO CANADÁ VOCÊ FAZ DOLLS?!
says: algum problema?
says: não, mas é tão estranho @_@
says: estranho é a Lachelle beijando um homem, parece um casal gay
says: HAHAAHAHAHAAHAHHAAHAHHA, euri.ca
says: ;)
says: , que maldade com a sua pobre mãe!
says: pobre de mim que tem que aturar ela!
says: então… o Pierre tá cantando o quê?
says: Pink O_O
says: qual música?!
says: Sober
says: cara, o nome das músicas do FOB e do Panic são ENORMES! (mudando totalmente de assunto)
says: que nem o… do Sebastien xD
says: cara, sera que é mesmo?
says: o quê?
says: será que o Sebastien tem o... grande?!
says: se você quiser, eu pergunto pra ele
says: pergunta?
says: pergunto
says: só é bom você não querer comprovar, tenho medo do que pode acontecer com o Sebastien depois @_@
says: tudo bem, eu só pergunto
says: o do Pierre você já deve ter comprovado, né? *corre*
says: sinta-se levando um tapa na cara ù_ú
says: T_T
says: cara, fala sério, o Pierre cantando Pink é o ó! Tô quase morrendo de tanto rir da cara dele
says: por quê? coitado do cara!
says: é pq você não viu as dançinhas estranhas dele!
says: sério que ele tá fazendo dançinha? lol
says: sim, ele tá parecendo um retardado
says: mais que o normal? *corre*
says: ¬¬ pelo menos menos que tu!
says: ei, ei! eu não sou retardada ù_ú
says: eu ia dizer uma coisa, mas vou calar a boca
says: fala!
says: não
says: , fala de uma vez!
says: não, você vai me bater!
says: eu juro que não me irrito ou te bato
says: jura pela carreira do SP?
says: juro
says: eu ia dizer que o Chuck que é o retardado da história
says: calma, eu prometi não me irritar...
says: xD pode se irritar
says: , SUA PUTA! COMO QUE VOCÊ FALA UMA COISA ASSIM DO CHUCK?! RETARDADO É AQUELA COISA GORDA E ROLANTE DO PIERRE!
says: aquela coisa gorda e rolante que, por um acaso, acabou de ler aqui
says: droga…
says: se liga, ele não entendeu nada
says: ainda bem!
says: essa é a vantagem de ser brasileira no Canadá, ninguém (quase ninguém) entende
says: é, até acontecer com a gente o que aconteceu com o pessoal
says: aaaaah, de falar “olha aquela garota. Ela é gostosa” e ela chegar e dizer “ah, vocês falam francês também!” xD
says: pois é, vai que a gente tá falando “que carinha gostoso” e ele chega “ah, vocês falam português também!”
says: que mico, hm
says: exato
says: tia , vou sair
says: mas já?!
says: sim, eu vou dar uma saidinha com o Pierre
says: vão aonde? num motel? *corre*
says: há-há ¬¬ a gente vai fazer umas compras
says: do tipo...?
says: roupas
says: hm, tá bom então...
says: até mais
says: bye
says: kiss
COMEAU’S HOUSE
- Filha? Por que saiu do computador? – Perguntou Chuck ao passar pela sala e ver jogada no sofá.
- A saiu do MSN, não tem mais nada pra fazer – Respondeu ela, com o braço sobre os olhos.
- Que chato... Bom, então... Quer fazer alguma coisa? – Ele sentou na beirada do sofá.
- Do tipo...?
- Sei lá, tomar sorvete...
- Não posso. Pressão alta.
- Anhm... Caminhar pelo shopping, então? – Chuck coçou a nuca.
- Nesse “caminhar pelo shopping” dá para incluir “atrapalhar um casalzinho”? – tirou o braço da frente do rosto.
- Tudo bem, né...
- Beleza, então! – Ela levantou em um pulo e saiu puxando Chuck.
SHOPPING
- Então... O que exatamente a gente veio fazer aqui? – Perguntou enquanto andava ao lado de Pierre – E qual a razão desse óculos ridículo?
- Não ser reconhecido – Ele sorriu para ela.
- Uma blusa azul e preta, um casaco preto com capuz, calça jeans, All Star, óculos escuros... Desse jeito vão pensar que você está aqui para assaltar alguma loja! – Riu a garota.
- Acho que pedófilo é melhor... – Pierre deu de ombros.
- Posso saber o por quê? – Ela o encarou.
- Ah, desculpe! Não foi minha intenção...
- Tudo bem, tudo bem... Você pode tirar esses óculos? Eu não gosto de olhar para você e não saber se está me olhando ou não – não esperou resposta, simplesmente puxou os óculos do rosto dele.
- Acho que a nossa convivência está melhor agora, não acha? – Pierre sorriu.
- É, talvez esteja... – Ela olhava distraidamente um vestido preto em uma loja – Gostei desse vestido...
- Pois é, acho que ia ficar bem em você, e você poderia usar numa festinha que vai ter daqui uma semana... – Ele apoiou o queixo no ombro dela para observar o vestido.
- Acho que vou experimentar... E você vem comigo – A garota o puxou pela mão para dentro da loja.
- Hum, a arrastou o Pierre para dentro da loja... Tô com medo do que eles podem fazer num provador – Comentou para Chuck, que estava sentado ao seu lado num banco do shopping.
- ! O Pierre não é pedófilo! – O mais velho deu um leve empurrão nela.
- Eu nem sei se o Pierre é pedófilo ou não, eu tô falando pela , você não tem noção do quanto ela é pervertida! – Disse ela.
- Sério? Ela sempre me pareceu inocente...
- Cara, você tem certeza que suas lentes de contato estão certas? A é muito maliciosa, acho que ela é a mais maliciosa que eu já conheci!
- Nossa...
- Vem, vamos seguir os dois... Eu quero acabar com qualquer clima entre eles.
- Mas pra quê? – Chuck ergueu a sobrancelha.
- Sei lá, é divertido – deu de ombros.
- E então? O que achou? – deu uma volta para mostrar o vestido para Pierre, que estava apoiado na parede.
- Ficou bem em você... Esse vestido tem espartilho, não é? – Os olhos castanhos fixaram-se na cintura dela.
- Ah, como você notou?! Eu sou tão gorda assim?
- Não, não é isso! É que a sua cintura está mais fina – Ele riu – E o zíper aqui atrás está aberto
- Ah, droga... – Ela tentou alcançar, mas não conseguiu.
- Vem cá que eu te ajudo... – ficou de costas para ele – Deu, fechadinho!
- Obrigada – Ela sorriu para ele. Era divertido ter um pai que ia junto fazer as compras, que entendia alguma coisa de moda e ainda por cima era muito gostoso. Melhor parte: ele não era seu pai de verdade!
- Então... Não quer experimentar outro vestido? Tinha um preto ali que eu acho que você vai gostar... – Pierre estava com alguns vestidos no braço.
- Pierre! Quantos vestidos têm aí?!
- Uns 7, por quê?
Ela riu. Seu pai era o máximo.
- Ah, que linda cena... trocando de roupa e Pierre vendo... Caramba, mas que vestido é esse?! Parece que saiu de um bordel, cruzes! – observava a amiga e Pierre na loja de roupas.
- Não achei tão indecente... Eu até gostei... – Chuck comentou, com o olhar fixo em alguma parte do vestido branco de .
- Chuck, pára de olhar! – A garota deu um tapa no braço do mais velho.
- Que foi?!
- Pára de olhar pro decote da !
- Mas... Quem disse que eu tô olhando pra lá?!
- Você é péssimo mentindo. – Ela rolou os olhos.
- Pierre, eu achei esse vestido muito indecente – Comentou ao vestir o curtíssimo vestido que tinha um corpete vermelho e cinta liga.
- Ah, não ficou tão ruim para uma festa particular... – Ele a observava de cima a baixo.
- Festa particular?! Passa o próximo vestido!
- Esse de bolinhas brancas – Os olhos castanhos brilharam.
- Pierre, fala sério, você parece uma menininha vestindo a boneca! – Ela pegou o vestido dos braços dele com certa violência.
- Ah, você me deu uma ótima idéia!
- Dei, é?
- Sim! Festa a fantasia!
- Ai, você não teve infância mesmo... – entrou no provador novamente.
- Cara, o Pierre tá brincando que ele quer que a vá com essa roupa de Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo! – olhava a amiga com uma roupa que lembrava algo de festa junina.
- O que é “Sítio do Pica-Pau Amarelo”? – Perguntou Chuck.
- Ah, você é canadense, eu sempre esqueço isso...
- Mas o que é?
- É uma série infantil que tem uma boneca de pano que fala, um sabugo de milho inteligente e tal... Esquece.
- Sabe, se você fosse professora, você morria de fome.
- Posso saber por quê?
- Em termos de explicação você tira um 0.
- Fica quieto!
- Nem vem, Pierre! Eu não vou experimentar isso! Isso é bem coisa da Lachelle! – se recusava a experimentar um vestido rosa claro com algumas miçangas e um decote em V que fazia com que o... volume... Parecesse maior.
- Ah, por favor! Eu quero ver como você fica de rosa! – Pierre praticamente implorava.
- Vai continuar querendo!
- Vai continuar querendo? O que será que eles estão aprontando? – e Chuck estavam atrás de uma planta espiando os dois ainda na loja de vestidos.
- Sei lá, vai ver é só porque a não quer usar aquele vestido e o Pierre quer ver ela nele...
- Não sei... Vamos esperar para ver.
- Pierre, não tem nenhum vestido que lembre o de uma das noivas do clipe do Hot n’ Cold? – Perguntou depois de tirar um vestido daqueles de época.
- Ah, eu tinha visto um preto, parecia com o de uma delas... Ele tinha um espartilho em cima e era todo de tule rasgado embaixo... – Pierre mexia nos diversos cabides.
- Ah, que perfeito! Encontra aí.
- Tá bom... – Ele abriu um pouco a porta do provador, mas fechou-a quase em seus dedos.
- Ai, pra que isso?!
- Eu não estou “apresentável”!
- Aham, me diz alguma coisa que eu não tenha visto ainda...
- Pierre! Cala essa maldita boca!
- Tá bom, desculpe!
e Chuck abaixaram os jornais de três semanas atrás, revelando seus óculos escuros.
- Quando que a gente vai fazer alguma coisa? – O mais velho já estava impaciente.
- Quando eu achar melhor... Brincadeira. Quando eles estiverem no maior clima – Disse a garota.
- Só que eles já estão no maior clima! Clima maior que esse, só se eles começarem a se pegar!
- Eu sei! É exatamente isso que eu quero! Que a gente tire uma foto deles se pegando! – Ela sorriu.
- Mas pra quê? – Chuck ergueu uma sobrancelha.
- Sei lá, só pra poder dar a foto pra e ela poder esfregar na cara de quem ela quiser... – A garota deu de ombros.
- Sinceramente, ela tem chances com o Popsicle...
- Por quê?
- Ele e a Lachelle não estão nos seus melhores momentos. Pelo que o Pierre me contou ontem, eles brigaram feio de noite.
- Nossa – o encarou, esperando por mais informações.
- Que foi?
- Não vai falar mais nada?
- O dia tá quente, né?
- Não! Sobre o Pierre e a Lachelle!
- Ah! Bom, eles discutiram porque a Lachelle tá desconfiando que o Pierre tá se apaixonando por outra e blábláblá... Ela morre de ciúmes até da cadela dela, aposto!
- Amei esse vestido! Eu sempre gostei, desde que eu vi o clipe! – estava com o vestido que Pierre demorou 25 minutos procurando.
- Ainda bem que você amou! Eu te mataria se você não tivesse gostado – Os cabelos castanhos estavam bagunçados e as bochechas gordinhas coradas.
- Posso fazer uma coisa que eu sempre tive vontade? – Perguntou ela.
- Pode...
apertou as bochechas de Pierre.
- Ai, que bonitiiiiiiinho!
- Cara, por que todo mundo aperta minhas bochechas quando pode?! Mas que droga, eu sou gordinho, eu admito! Mas não precisa ficar me apertando o tempo inteiro!
- É que você parece um ursinho de pelúcia, é ótimo de apertar. Você e o Patrick.
- E você por um acaso já apertou o Patrick?
- Só as bochechas e a barriga dele, por quê?
- Nada não...
- Cara, eles não vão sair dessa loja?! – Chuck nem notou que segurava a revista do mês passado de cabeça para baixo.
- O Pierre tá se divertindo fazendo a usar roupas estranhas – virou a revista do mais velho – De qualquer forma, falta muito pouco para a gente conseguir a foto, bwahahahahaha... Ha... Quer bala?
- Sério, eu amei esse vestido branco – Pierre tinha um brilho estranho nos olhos.
- Sério, eu vou te dar de presente uma boneca e várias roupas para você colocar! Você não teve infância?! – se olhava no espelho. O vestido branco que Pierre tinha passado a ela não era ruim, mas ela não se sentia a vontade nele.
- Ah, tive sim... Mas minha infância acabou com aquele episódio da fantasia de tigre.
- Meus pêsames, sua infância acabou rápido.
- Coloca as suas roupas, senão minha grana vai acabar...
- Beeeeeeem pobre que você é, né, Bouvier? – Ela voltou para o provador para colocar suas roupas.
- O que tá acontecendo?! – Chuck tentava ver, mas estava na sua frente
- A voltou pro provador, acho que eles vão sair dali daqui a pouco – Ela estava com um binóculo voltado para a loja de vestidos.
- Onde você conseguiu esse binóculo?
- Tava em promoção ali no um e noventa e nove...
- Deu, já podemos ir – saía do provador novamente com a calça jeans, All Star e camiseta da Role Model.
- Ótimo... Vai querer sapatos também? – Pierre olhou para ela.
- Não foi você quem disse que a grana tava curta?
- Para os vestidos sim – Ele piscou travessamente.
- Bobo – Ela mostrou a língua e começou a andar.
não notou um vestido no chão, então sem querer enrolou os pés e ia cair, mas Pierre a segurou.
- Quem deixou o vestido ali?! – Ela resmungou.
- Não sei – Ele riu, fazendo com que sua respiração batesse no pescoço dela.
- Anhm... Pierre?
- Oi?
- Notou que a gente tá abraçados no meio de uma loja de vestidos? – estava com as mãos na frente do peito, com as mãos espalmadas em Pierre.
- E quem se importa? – Ele fechou os olhos e a beijou.
- AAAAAAAAAH, PEGA A CÂMERA! RÁPIDO, RÁPIDO, RÁÁÁÁÁÁÁPIDO!!! – praticamente gritava para Chuck.
- Ah, meu Deus! Cadê a câmera?! – Chuck procurava desesperadamente pela câmera.
- VOCÊ PERDEU ELA?!
- NÃO! SÓ NÃO SEI ONDE TÁ!
- AAAAAAH, NÃO ACREDITO NISSO! ELES JÁ ESTÃO QUASE SE SEPARANDO!
- Ah, tá no meu pescoço...
- Tira logo a foto!
Chuck tirou a foto.
- Que flash foi esse? – Perguntou assim que conseguiu afastar os lábios dos de Pierre.
- Deve ser alguém da banda enchendo o saco... – Ele voltou a beijá-la.
- Não! Nada disso. Nós estamos no meio de uma loja de vestidos. E se for alguém de revista ou algo do tipo?
- Tá bom, me convenceu... – Ela sentiu os braços a sua volta afrouxando, então os segurou em volta de sua cintura.
- Ah, pode me beijar de novo.
- Ã? E o papo sobre o pessoal da revista?
- É que eu acabei de ver a cabeça da e o Chuck do lado dela naquele banco ali. E o Chuck tá com uma câmera do lado dele.
- Tapados... – Riu Pierre.
- A tá olhando pra cá – Disse Chuck.
- Pega o jornal! – Os dois levantaram os jornais velhos.
- Ora, ora... O que temos aqui... Dois espiões tapados – Pierre sentou ao lado de Chuck e abaixou o jornal do amigo.
- A culpa é da ! Eu não queria ter vindo! Ela que me obrigou! – O baterista juntou as mãos como se implorasse para não apanhar.
- Ei! Agora a culpa é minha?! – fitou-o furiosamente.
- O que vocês dois estão fazendo aqui? – Perguntou , sentada ao lado da amiga.
- A gente tirou uma foto comprometedora de vocês – Chuck sorriu e levou um pequeno tapa no braço.
- Mas vocês não tiveram muito sucesso – Pierre riu ao pegar a foto sobre o banco (a máquina era daquelas instantâneas)
- Como assim?! – puxou a foto das mãos do vocalista – Ah, Chuck! Você deixou seu dedo na frente da lente!
- Vocês não batem bem, sério mesmo – Pierre ainda ria enquanto eles tomavam sorvete.
- Eu vou tentar não maliciar... Tá, não deu certo – , a única que não estava tomando sorvete acabou tomando um pedala de – Ai!
- Bom, pelo menos a gente se divertiu – Chuck sorriu deliciosamente [N/a: *----------*]
BOUVIER’S HOUSE
acordou com gritos difusos em algum lugar da casa. Ela demorou algum tempo para acordar totalmente.
- ... Não me importa, Pierre!
- Olha, Lachelle. Se você desconfia de tudo, então acho melhor a gente dar um tempo!
- Como?
- É, um tempo! Eu não consigo mais nem respirar! No início eu até achei que o casamento ia ser bom para mim, ia me ajudar a crescer... Mas isso tirou demais a minha liberdade, e eu não fui feito para ficar preso.
- Se você quer isso, então eu estou de saída.
- Pode ir.
- Você vai sentir minha falta quando eu me for!
- Sem usar as frases das minhas próprias músicas contra mim!
A porta bateu e resolveu sair.
Pierre estava sentado na frente da porta principal, com a cabeça apoiada nas mãos.
- Pierre? – Ela chamou baixinho, fazendo com que ele olhasse para ela.
- Ei, pequena... O que você... AI! – A porta abriu-se com força, empurrando Pierre para longe.
- E aí, gente? Eu ouvi uns gritinhos e vi a Lachelle saindo daqui puta da cara, então achei que ela tinha descoberto – estava com um sorriso nos lábios, acompanhada por um Chuck de pijama quase dormindo.
- Foi um ataque de ciúme e eu não agüentei... Falei algumas verdades e a gente tá de... Tempo.
- Pelo jeito esse tempo vai durar bastante – A ruiva deixou cair na mão de Pierre uma pequena aliança dourada.
- Ela tirou a aliança? – Os olhos castanhos estavam fixos no pequeno objeto na palma de sua mão.
- Sinto muito, cara... – Chuck estava deitado no sofá da sala com apenas um olho aberto.
- Não se preocupa... Eu tô bem... – Uma lágrima escorreu suavemente pelo rosto de Pierre – Eu tô bem...
- Não fica assim, Pié – se aproximou dele e secou a lágrima que escorria por seu queixo.
- Se você ficar triste a vira emo de vez – abriu um sorrisinho para ele, que retribuiu.
- Vem cá, pequena – O vocalista puxou a filha para perto de si, fazendo-a sentar em seu colo.
- Não fica triste, tá? – Ela já tinha lágrimas brilhando em seu rosto.
- Só se você prometer que vai parar de chorar – concordou com a cabeça e deixou Pierre secá-las com a parte de trás dos dedos – Assim está melhor.
- Gente, o Chuck dormiu – avisou e os dois viraram para observar o baterista encolhido no sofá.
- Bom, então todos nós vamos dormir, porque amanhã tem balada – Os olhos castanhos brilharam suavemente na fraca luz.
CAP. 35 – It’s going down tonight
abriu os olhos e automaticamente procurou o relógio. Sob a mesa da sala, o visor marcava cinco e alguma coisa da manhã. Para ajudar em sua situação, precisaria encontrar um banheiro, mas havia esquecido de perguntar para Pierre ou onde tinha um.
Ela subiu as escadas, tentando lembrar se era realmente ali que sua amiga havia ido uma vez. Ao alcançar o segundo andar, uma porta entreaberta chamou sua atenção.
Um banheiro não seria, já que a parede não tinha azulejos. Talvez fosse um quarto. Ela ficou na dúvida se deveria ou não entrar. Algum tempo em silêncio fez com que decidisse: iria apenas espiar.
Aproximou-se em silêncio da porta e olhou pela pequena fresta. No primeiro momento, ficou em estado de choque. Passada a surpresa, sorriu.
Decidiu que não iria atrapalhar . Seria divertido saber o que aconteceria se entrasse naquele quarto, mas... Era isso que ela queria há tanto tempo, e talvez fosse a única chance que teria de conseguir.
Pierre espreguiçou-se, ainda com os olhos fechados. Ao abri-los, notou os cabelos castanhos descoloridos nas pontas e com uma mexa azul espalhados sobre seu peito. ainda dormia profundamente.
Essa imagem o fez sorrir. Ele a cansou, e não queria acordá-la. Passou a mão pelas costas dela, fazendo suas pálpebras tremerem.
- Bom dia! – Pierre sorriu.
- Ã? Já é de manhã? – Ela esfregou os olhos que insistiam em se fechar sozinhos.
- Sim. E você lembra que dia é hoje?
- Hoje é dia... Ah, sim! O aniversário da ! – afundou a cabeça em um travesseiro – Vão fazer festa?
- Uma festa surpresa, nada de demais...
- Nada de demais? Nossa, tô sentindo que vai ser uma balada!
- Hum, mais ou menos... Sabe, sem bebida alcoólica para menores de idade, nada de pegação...
- Ah, você tirou a graça da festa! – Ela fez bico.
- Já vi que você está completamente acordada! – Pierre riu – Vem, você precisa colocar as roupas.
- Ah, é. Quase me esqueci delas...
- Pelo jeito você está beeeeeem à vontade sem elas... – Ele tentou segurar o riso quando a garota lhe deu um tapa no braço.
- Cala a boca, Bouvier! Cadê a minha calça?! – Ela estava de quatro procurando embaixo da cama.
- Sei lá!
- Foi você que jogou ela!
- Se você me disser onde está a minha camiseta eu te digo onde eu acho que está a sua calça.
- Não é justo! Você pode muito bem sair por aí sem camiseta! Eu não posso sair sem calça!
- Tá bom, você ganhou. Acho que eu joguei ela pra esquerda
- Pierre Charles Bouvier, se a calça tiver caído pela janela, eu juro que...
- Que...? – Ele ergueu uma sobrancelha.
- Que te mordo!
- Mas isso você já fez muito de noite...
- Ah, seu... – abriu a boca em uma exclamação muda – Seu pervertido!
- Ah, você não vai ficar brava, né? – Perguntou ele quando a garota virou-lhe as costas – Você sabe que eu estou só brincando.
- E se eu não souber – Pierre não conseguia ver, mas ela estava com um meio sorriso nos lábios. Adorava provocá-lo.
- Ah, você sabe que eu te amo, não é? – fechou os olhos ao sentir o calor do corpo dele em volta do seu.
- Não sei... Que tal você me refrescar a memória?
- O.k, o.k – Pierre deu-lhe um beijo rápido – Já achou a sua calça?
- Ah, é mesmo! – Ela voltou a procurar.
- Posso te dar uma dica?
- Sim!
- Olha pra janela.
- Como?
- Olha pra janela – Ele quase não continha o riso.
- Ah, eu não acredito! – Exclamou a garota ao ver a calça pendurada no beiral da janela.
CAP. 36 – A (Almost) Simple Plan
- O que achou? – Perguntou Pierre para Chuck. Eles haviam terminado de almoçar e as duas garotas estavam no quarto.
- Não sei, Cara... Acho que a não vai gostar muito – Ele apoiou os cotovelos na mesa.
- Mas por quê? – Insistiu o vocalista – É aniversário dela, acho que deveríamos comemorar.
- Comemorar é uma coisa. Ter uma festa como as que você gosta é bem diferente, Pierre – Respondeu o baterista em voz baixa – Além disso, eu sei que a não gosta de festas.
- Bom, esse vai ser meu presente de aniversário para ela.
- Você quem sabe – Chuck deu de ombros. Sabia que quando Pierre colocava alguma coisa na cabeça, ia até o fim.
- Pierre, isso é mais difícil do que te tirar de uma loja de bebidas ou doces! – Exclamou ao ouvir o “plano”.
- Obrigado pela parte que me toca – Ele rolou os olhos – Mas o que eu quero saber é o seguinte: topa?.
- Tudo bem – Respondeu ela – Você vai precisar de uma ajuda feminina mesmo.
Pierre sentou no sofá e apoiou a cabeça nas mãos.
- Ah, me desculpe, eu não... – começou a falar, mas ele a interrompeu.
- Eu não estou assim por causa da Lachelle. Mantenho minha opinião: acho que o melhor para nós foi dar um tempo – Explicou – Estou pensando mesmo em tudo que vou ter que fazer para a festa.
- Bom, vou tentar tirar a de casa. – Ela ia se virando para sair do quarto dele – Ah, se você quiser algumas idéias... Pode olhar meu caderno de capa roxa – Terminou a frase e se retirou do quarto, deixando um Pierre confuso sentado na cama.
CAP. 37 – I Promisse
- Posso saber o motivo pra você querer tanto assim me tirar de dentro de casa? – Perguntou .
- Você vai saber – Garantiu .
- Promete?
- Prometo.
- Pelo quê?
- Pelo de sempre.
- Pelo de sempre é...?
- Pela felicidade do Pierre.
- Ótimo! – Ela sorriu. Sabia que a amiga não quebraria a promessa.
- Meu pai, quanta coisa! – Pierre folheava as 200 páginas do caderno roxo de .
Ele pensou que tivessem algumas idéias, nada de demais. Mas ali haviam muitas idéias, desde uma simples festa até bailes de formatura, quinze anos... Uma, em especial, fez com que os olhos castanhos se detivessem na página.
“Um salão com um palco e pista de dança. Balões verdes claros e cinzas. No início, poderia parecer uma festa surpresa normal. A pessoa chega, acendem as luzes, cantam parabéns. Depois, vendam os olhos dela e a levam até o a frente do palco, onde começa a tocar uma das bandas favoritas dessa pessoa. Comida e bebida vão depender muito da idade. Ao final, o bolo terá pigmentos coloridos das cores dos balões”.
- , eu te amo, sua rebeldezinha! – Pierre correu até a sala. Estavam apenas ele e Chuck lá, já que as garotas haviam saído para ir num evento de anime – Chuck, idéia perfeita!
- Qual é? – O baterista (antes deitado) sentou-se no sofá.
- Dá só uma lida nisso – O vocalista passou o caderno para o amigo.
- Cara, que perfeito! Mas que banda nós vamos chamar?
- Não tá na cara? Vamos chamar o Seb, Jeff e David! A gente que vai animar essa festa.
- Mas por que nós?
- Além de economizar grana, a gosta da gente! Unindo o útil ao agradável. Sem contar que você pode dar a baqueta na mão dela.
- Ã?
- Tipo, a me contou que nos shows que elas foram, elas sempre tentaram pegar uma baqueta, uma palheta... Enfim, elas sempre quiseram isso. E eu acho que, como é o aniversário da , a gente deveria dar um... Show particular pra ela e pra .
- Por que a tem que ir junto?
- Elas são melhores amigas! Vai querer deixar a garota de fora?!
- Não... Bom, então liga aí praqueles retardados!
- Beleza! – Pierre já estava discando o número da casa de Jeff.
- Cara, eu curti o evento – e saíram do evento cansadas. Haviam passado a tarde inteira lá.
- Eu não sou muito chegada... – Confessou a amiga. – Mas se você gosta, o que eu vou fazer, né, ?
- Pois é... Vai me contar por que você me arrastou pra cá?
- Ainda não.
- Mas vai contar, não é?
- Sim.
- Lembra que você prometeu...
- Não vou esquecer.
- Tudo pronto aí? – Pierre estava dando os últimos ajustes na festa. havia ligado para avisar que as duas voltariam para casa em pelo menos meia hora.
- Aqui tudo pronto – David estava em cima de uma escada, pendurando os últimos balões.
- Por aqui também – Sebastien ajeitava os doces sobre a mesa, deixando-os perfeitamente arrumados.
- A passagem de som já foi feita – Informou Patrick.
- As luzes estão ótimas – Chuck apareceu atrás do loiro.
- O palco está muito bem escondido – Jeff entregou para Pierre a venda.
- Então tudo bem. Está na hora – Os olhos castanhos brilharam travessamente. Quando se tratava de dar uma festa, Pierre Bouvier era um dos que mais sabia como fazer.
- Vai na frente, – ficou um pouco atrás para a amiga abrir a porta.
- Mas por que eu que tenho que ir na frente?
- Porque eu estou sem as chaves.
- Que mentira, ! Você tá com as chaves que eu vi!
- Não, elas estão com você. Eu te dei no evento e você colocou no bolso.
- Ah, verdade – notou as chaves no bolso de trás do seu jeans.
Ela abriu a porta e acendeu as luzes.
- SURPRESA! – Gritaram todos.
- Mas o que é isso?! – se surpreendeu.
- O motivo pelo qual eu te arrastei pra fora de casa – Riu .
- Sua vadia! Me aprontam uma festa surpresa e fazem minha melhor amiga calar a boca?! Isso só pode ser coisa do Bouvier.
- Bom, ... De certa forma, foi mesmo idéia minha. Só que esse é o seu presente de aniversário. , pode vir aqui um pouco? – Pierre abriu um braço para que a garota se aproximasse – Acho que você vai ter que colocar essa venda nos olhos dela – Sussurrou ele.
Ela se afastou com a venda escondida nas mãos. Quando conseguiu ficar por trás da amiga, vendou-lhe os olhos. Era hora do show.
- , dá pra tirar essa venda? – Perguntou ao tropeçar em uma pequena mesa.
- Não, – Pierre respondeu. Ele estava atrás da garota para se certificar que ela não caísse.
- , sua voz está mais grossa! Parece um gay falando...
- !
- Desculpa, Pierre! Eu não consegui evitar essa piada – Ela ria, imaginando a expressão dele.
Pierre a guiou até o jardim da casa, onde estava montado o palco. Para quem teve muito pouco prazo, ficou perfeito.
- Posso tirar a venda dela? – Perguntou Sebastien, apenas movendo os lábios.
- Acho melhor a fazer isso – O vocalista respondeu do mesmo jeito.
- Bom, eu disse que ia te contar o porquê que eu te arrastei pra fora de casa. Aquilo que você viu lá na frente foi só uma parte – estava ao lado da amiga, esperando o sinal de Pierre (A luz verde que iluminaria o palco).
- O quê? Ainda tem mais coisa?
- Sim. Ainda tem... – A luz verde iluminou o palco – Isso
Assim que a garota puxou a venda dos olhos de , Holding On começou a tocar.
A aniversariante correu para a grade (o palco montado tinha a estrutura de todos os shows do Simple Plan) e notou uma nova surpresa. Todos da banda estavam apenas de samba-canção, meias e tênis.
- , essa é dedicada para você – A voz de Chuck se destacou na música.
As duas amigas eram as únicas que estavam ali, mas, na volta da casa, várias pessoas assistiam pelas grades altas que a cercavam.
A banda seguiu com What If e acabaram tocando a discografia inteira, incluindo algumas músicas como Surrender, Vacation, One By One e My Christmas List.
Enquanto pulava, sem querer esbarrou em um garçom... Ou melhor, em Patrick vestido de garçom. Ele derrubou todas as taças de cristal no chão, e ainda caiu ao lado da bandeja.
- Ai, desculpa, Pat... – A garota foi ajudá-lo a se levantar, mas ele a puxou e os dois foram parar no chão, rindo.
Mal sabiam todos que, naquele monte de pessoas que assistiam ao “show particular”, estava uma pessoa indesejada. Ela observava tudo, planejando um meio de entrar e acabar com a festa, já que tinha tirado todo aquele dinheiro de suas mãos.
Enquanto analisava a casa, percebeu que, nos fundos, havia um terreno baldio, onde o muro era de concreto e mais baixo. Andou até lá e conseguiu pular, mesmo rasgando um pouco sua saia.
Andou até a frente do palco e ficou ouvindo a música. Quando Chuck a viu, fez uma seqüência errada e parou de tocar.
Todos viraram e a encararam. A festa havia se transformado em circo. E ele ia pegar fogo.
CAP. 38 – Crash and Burn!
- ? – Chuck saiu de trás da bateria e colocou a calça [N/a: Faria alguma diferença ele colocar a calça? Aqueles cintos dele não prestam pra nada! Só enfeite mesmo! Continue assim, Chuck! *--*].
- Nossa, mas vocês estão dando uma festa desse tamanho e nem me convidam... – tinha um sorriso debochado nos lábios.
- A única pessoa que dá alguma coisa aqui é você! – ia avançar para ela, mas Sebastien a segurou.
- , por favor...
- , você se importa de sair? Isso é uma festa particular, e creio que você não foi convidada. – Os olhos verdes de Chuck estavam duros e sua voz fria.
- Ou seja: se manda, sua vadia! Ninguém te quer aqui! – gritou, ainda sendo abraçada por Sebastien.
- Ora, mas a festa está apenas começando... – A voz dela estava irritando até mesmo Pierre [N/a: Até parece que irritar o Pierre é algo difícil, hm].
- Para você, a festa já acabou. – Pierre elevou o tom de voz – Se não se importa, essa é a última vez que pedimos para que você se retire.
- Nossa... Acho que a Lachelle vai ficar interessada no fato do marido dela estar dando um show particular apenas de samba-canção para duas garotas.
- Como é? – Por mais incrível que pareça, foi quem perguntou.
- Pois é, a Lachelle tá meio chateada pelo “tempo” que o Pierre pediu, mas parece que ele nem liga, não é mesmo?
- De fato, não. – Os olhos castanhos a perfuraram.
- Que pena... Então talvez seja melhor eu avisar a ela para procurar outro homem.
- Pode avisar. E dê isso pra ela também. – Pierre tirou a aliança do dedo e jogou na direção de . – Eu já estou muito bem com outra pessoa.
- Com quem? Com o David? – O riso debochado dela falhou quando Pierre, David, e começaram a avançar. No caso de foi se debater histericamente contra os braços de Sebastien.
- É melhor você ir embora, . – Disse Chuck. – Sebastien, pode soltar a . Deixe-me ver o que acontece quando a coleira se desprende do gato quando o rato está de farra.
O guitarrista obedeceu e, no instante seguinte, já estava batendo em . E, aos olhos de todos, parecia impossível afastá-las.
CAP. 39 – Tell me what’s wrong
- Bom, se a conta do hospital da vier pra você, eu não vou me surpreender. – entrou no quarto e jogou para a amiga um lenço úmido.
- Ela que mande, não vou pagar mesmo... – limpou o pequeno corte em sua testa.
- Não sei, o Chuck tava falando alguma coisa sobre pagar as despesas da .
- O QUÊ?! Como assim?!
- Enquanto você estava desacordada por causa dessa pancada na cabeça, que eu espero ter feito você melhorar da sua doença mental, ele falou alguma coisa sobre isso.
- Mas o que é isso?! Ele vai pagar hospital praquela vadia?! Ai, meu braço... Que droga é essa?!
- Eu te apresento o melhor amigo dos quebrados: o gesso. Você quebrou o braço.
- Aquela vadia da quebrou meu braço?!
- Não exatamente. Durante a briga você caiu em cima do braço e ainda bateu a cabeça.
- Pergunta básica: onde a gente tá?
- No hospital?
- E o povo nem vem me ver!
- Tá todo mundo lá fora, esperando você acordar. O Chuck tá quase comendo as mãos.
- Manda todo mundo entrar!
desapareceu por algum tempo e voltou seguida por todos da banda.
- Hey, pequena... – Chuck sentou na beirada da cama de .
- Hey... – Sebastien deu um sorriso tímido.
- Tá melhor? – Perguntou Jeff.
- Sim, Jeff. Valeu. – Ela respondeu.
- Eu trouxe um pouco de comida... Dizem que a de hospital é ruim. – Patrick deu um sorrisinho.
- Ah, obrigada, Pat. – Mesmo tentando, não conseguiu deixar de rir.
- Tem certeza disso? – Perguntou .
- Eu conheço a Lachelle. Se a der com a língua nos dentes, você e o Pierre vão ter problemas. – Respondeu David.
Os dois estavam encostados na porta do quarto de .
- Mas você acha que a sabe que... Que eu e o Pierre... Acha que ela sabe o que aconteceu aquela noite?.
- Sinceramente, , eu não sei. Mas se ela sabe... Então torça para ela não contar nada.
- Ai, tô preocupada, David...
- Mas o que é isso, já fizeram as pazes? – Perguntou ao ver os dois conversando.
- Ah, nós fizemos as pazes há algum tempo. – A garota não viu a expressão de desagrado de Pierre, que estava sentado em uma cadeira no canto do cômodo.
- E nem nos contam nada! – Jeff fez uma cara de falsa decepção.
- Jeff, deixe eles. – Sussurrou Pierre.
- Pierre, o que aconteceu com a sua voz? – ficou encarando o mais velho.
- Você perdeu. É que quando você ficou desacordada o Pierre gritou umas poucas e boas pra , ela começou a chorar. – Chuck tentou esconder o pequeno e travesso sorriso que insistia em brincar em seus lábios.
- O Pierre gritou com a ? – Perguntou .
Ele apenas concordou com a cabeça. Suas cordas vocais não agüentariam muito tempo. Estava completamente sem voz.
CAP. 40 – Sometimes I wish I could save you
- E PIERRE! VENHAM AQUI! – estava sentada no sofá da casa de Pierre, jogando conversa fora no MSN. Duas semanas haviam se passado desde que ela e saíram do hospital.
- Que foi, ? – A amiga pulou o encosto do sofá e sentou ao lado do seu... Namorado não seria a palavra certa, mas algo como isso.
- Lê isso. – Ela virou a tela do notebook para eles lerem o título em negrito. “Pierre Bouvier e Lachelle Farrar: Onde Está O Amor?”
A reportagem não era das mais animadoras...
O vocalista da banda Simple Plan parece ter uma nova pretendente, uma vez que Lachelle Farrar, sua noiva, foi vista sem a aliança de compromisso várias vezes. Talvez, para as fãs do cantor, isso não seja uma boa notícia. “Se for para ele estar com outra ‘baranga’, então eu quero que ela morra” , diz a fã de 17 anos, Telmah Fox.
- Que lindo, Pierre. Você tem fama de pegador de barangas! – deu um pequeno pedala nele.
- Tem outra aqui... – correu o ponteiro do mouse para um dos links.
“Entrevista com Lachelle Farrar”
- Sério, isso vai dar um problema. – Pierre estava realmente preocupado. Se tivesse realmente contado, então Lachelle faria questão de colocar em alguma entrevista.
P: É verdade que você e Pierre Bouvier acabaram o casamento/noivado?
R: Na verdade, ele pediu um tempo. Mas, pelo que eu pude notar, encontrou alguém que ele gosta mais do que de mim.
P: E quem você acha que o “tirou” de você?
R: Eu ainda não tenho certeza, mas tenho fortes indícios de que foi uma brasileira.
P: Bom, todos dizem que as brasileiras são as mais bonitas do mundo...
R: Sim, eu sei disso. [risos] Só que, se for quem eu estou pensando, ela é muito jovem para o Pierre.
P: Quantos anos mais ou menos você acha que ela é mais nova?
R: Creio que uns 14 ou mais...
- Droga, ela sabe... – Sussurrou .
P: Interessante... Então ele poderia ser acusado de pedofilia.
R: Eu sei (risos). Mas talvez seja apenas uma coisa passageira.
- Eu simplesmente não acredito nisso... Acho que ela realmente sabe, ... – olhou para a amiga.
- Se ela realmente sabe, então vai ter que dar as caras por aqui. – Respondeu .
- Você vai desafiar a Lachelle? – Pierre olhou para ela.
- Se for necessário, vou.
- Eu se fosse você não faria isso. A Lachelle pode ser pior do que você pensa.
- Eu vou até o fim, Pierre.
- Muito bem então... – Ele a abraçou. Sabia que as duas lutariam até o fim. O que mais o preocupava não seria a luta. Seria o resultado e quem sairia machucada no final.
CAP. 41 – I’m addicted to YOU
- Isso é... – ficou encarando o local onde eles haviam entrado.
- Uma pista para patinação no gelo. – Concluiu Sebastien, sorrindo.
- Cara, a gente vai morrer! – olhou para a amiga.
- Vem, gente! – David empurrou as duas garotas para pegarem os patins.
- Ai, meu pai... A gente vai morrer! A gente vai MORRER! – A garota não parava de repetir.
- Fica quieta! – Ela só sentiu sua boca tapada por alguém. A tatuagem no braço denunciava.
- Eu não, Bouvier! – Disse , depois de morder a mão do vocalista.
- Vamos nessa, gente! – Patrick estava empolgado com os patins.
- Mas que droga! Eu vou ca... – Jeff se desequilibrou. – ...ir.
- Vem cá que eu te ajudo! – Sebastien patinou até o amigo e o ajudou a se levantar.
- Ah, isso é tão divertido! – e já tinham pegado o jeito, então azucrinavam Pierre.
- Vocês duas podem parar com isso?! – Ele reclamava, sempre que alguma delas parava a poucos centímetros das lâminas de seus patins.
- Nem reclama, Bouvier! – A patinou para perto de Chuck.
- Hey, quer dar uma volta? – Convidou a outra.
- O.k... Não tem mais nada de interessante pra fazer...
- Você poderia olhar o David e o Jeff caindo.
- Isso não é interessante.
- Tá, então vamos.
Os dois patinaram mais para o meio da pista, jogando conversa fora, esquecendo um pouco do problema que começava com “L” e terminava com “achelle”.
- , vai lá! – David e o resto do pessoal estavam treinando o “sistema de freios”, como eles chamavam.
A brincadeira era simples: a pessoa patinava o mais rápido que podia e tinha que parar antes de acertar alguém. Lembrando que havia cones e outras coisas espalhadas pela pista.
- Ai, não sei... Tô com a estranha sensação que vou derrubar o Pierre... – Ela comentou quando ele ficou a certa distância.
- Pode ir, eu vou ficar bem. – Mesmo com aquele sorriso confiante, a sensação era horrível.
tomou impulso, desviando dos cones e obstáculos. Quando chegou perto de Pierre, tentou parar, mas acabou derrubando-o, uma vez que a lâmina de seu patim bateu na dele. , que vinha atrás, não conseguiu parar e, sem querer, ergueu o patim, cortando a perna do vocalista.
O chão da pista, antes tão branco, tingiu-se lentamente de vermelho, conforme o sangue escorria da perna de Pierre.
- Mas que coisa! A gente vive mais no hospital do que em outros lugares! – Pierre estava sentado na cama, passando rapidamente por todos os canais da televisão.
- Quantos pontos foram? – Perguntou .
- 16. O corte foi largo e fundo. – A enfermeira entrou no quarto. – E seja bem vindo novamente, Bouvier.
- Ah! Oi, Suzan! – Ele abriu um sorriso para a mulher. – Que bom te ver aqui.
- Não posso dizer a mesma coisa de você. Sempre se quebrando!
- Dessa vez a culpa não foi minha!
- Muito bem... Bom, já sabe todas as orientações.
- Sim, sim. Não precisa nem repetir.
- Você tem alta hoje mesmo. Talvez mais umas duas horas de repouso.
- Obrigada, Suzan. – Ele ficou olhando a enfermeira se retirar.
- , sem ciúme. – Cochichou para a amiga que estava com os braços cruzados apoiada na parede mais distante da cama.
- O quê? Mas eu não estou com ciúme!
- E eu me chamo Pafúncia, prazer.
- Cala a boca... Pafúncia.
- O que vocês duas já estão brigando aí? São piores que o Pierre e o Chuck! – Comentou David.
- Ah, não é nada de demais. É que a tá com ciúme da enfermeira...
- Sua imbecil! – A garota corou furiosamente e deu um forte tapa no ombro da amiga.
- Ai, ai... Vem cá. Senta aqui do meu lado. – Pierre bateu suavemente na beirada da cama ao seu lado.
- Preciso?
- Sim.
andou até ele e sentou, ainda de braços cruzados.
- Não faz essa cara. Além disso, a Suzan é casada...
- Isso não quer dizer nada.
- Uh, humilhou! – Riu Jeff.
- Continuando... – Retomou Pierre. – E ela tem três filhos.
- E daí? Vai negar que ela é bonita?
- Não posso negar que ela tem uma bela bunda, mas...
- Isso, fala na minha cara que eu sou uma sem graça e que você só ficou comigo pra ter...
- Ah, pelo amor do milho! Vocês não podem discutir a relação em casa?! – Interrompeu .
- O.k, falamos mais disso em casa, mocinha.
- Mocinha o escambau...
- O.k, .
- Muito bem.
- Cadê o Patrick e o Sebastien? – Perguntou Chuck de repente.
- Não sei... Vai ver foram fazer um vlog no banheiro. – Riu David.
- Obrigado, Desrosiers. – Sebastien comentou.
- Onde vocês estavam?!
- Gravando um vlog... – Todos abafaram risadinhas. – Mas não era no banheiro! Era na cozinha do hospital... – Disse Patrick.
Todos riram. Depois de vlogs em banheiros, agora tinham vlogs em cozinhas de hospitais. Ninguém consegue entender Patrick Langlois e Sebastien Lefebvre.
CAP. 42 – Welcome
- Ah, meu pai! Como assim entrevista coletiva?! – andava nervosamente de um lado para o outro em seu quarto.
- Calma! Não vai ser tão ruim, são só algumas perguntas. E você e a vão ficar do nosso lado. – Pierre segurou a garota pelos ombros. Ele estava ficando tonto observando-a caminhar.
- Do lado, do lado... Não é óbvio que vão nos perguntar coisas?!
- Eu sei disso. O que não quer dizer que precisa dizer a verdade.
- Você já mentiu em alguma entrevista?
- Várias...
- Me conte uma verdade.
- Eu me lembro do que faço quando fico bêbado. É uma lembrança vaga, como um sonho. Mesmo assim, eu lembro.
- E você tem controle do que faz?
- Sempre. Digamos que a bebida é uma desculpa... Quando eu não exagero demais. Por exemplo, naquele dia que eu sem querer cortei o Chuck... Eu exagerei muito, não consegui me controlar.
- Gente, desse jeito vamos chegar lá depois dos faxineiros. – Jeff bateu na porta.
- Já estamos indo, Jeff. – Gritou Pierre. – Você vai ver. Não vai ser tão ruim assim. – Ele segurou a mão da garota entre as suas.
- Você promete?
- Prometo.
- Então vamos...
- Que lindo, servimos água pro povo do SP. – ajeitava a taça e a garrafa de água de Sebastien.
- Pelo menos a gente fica num canto, do lado deles. É mais difícil perguntarem algo para nós. – servia nervosamente a água na taça de David.
- Aham, nós estamos num interrogatório e somos obrigadas a dizer a verdade. , fica calma! O que eles podem perguntar?
- Não sei. Mas se perguntarem, não vai ser nada bom...
- Garotas, vão para o canto. O pessoal já está chegando. – Avisou Sebastien.
- Não vão nos notar ali? – mexia os dedos nervosamente.
- Não podemos prometer nada... – Respondeu David.
- Vocês vão ficar bem. Se perguntarem alguma coisa pessoal demais, algum de nós responde. De preferência o Pierre Eu-amo-cortar-pessoas-nas-entrevistas Bouvier. – Chuck abraçou as duas antes de tomar seu lugar na mesa.
- Senhoras, senhores... Bem vindos a entrevista coletiva com o Simple Plan. – Jeff sorriu para todos.
- Apenas não façam perguntas muito íntimas, não queremos ofender os parentes de ninguém. – Acrescentou Pierre.
- Pierre, sem cortes. Faça uma entrevista amigável pelo menos uma vez na sua vida. – Chuck tapou o microfone para falar com o amigo.
- Podem começar as perguntas. – Disse Sebastien.
- Pode começar com você. – David dirigiu-se a um rapaz que estava com a mão erguida.
- Qual a previsão de vocês para o lançamento do próximo álbum?
- Bom, nós lançamos o último ano passado... Creio que os fãs terão que esperar uns dois ou três anos. É meio chato fazê-los esperar tanto tempo, mas queremos fazer um ótimo trabalho, que fique bom tanto para nós quanto para eles. E além disso...
- Obrigado, Chuck. – Cortou Pierre.
- Argh! De novo!!! Ele cortou o Chuck DE NOVO! ARGH! – esbravejava no canto.
- Calma... Poderia ter sido pior. – tentava acalmar a amiga.
- Pior?! PIOR?! , você tem consciência do que acabou de falar?! Argh, eu ODEIO o Bouvier!
- Me conta alguma novidade...
- Ai! – Pierre sentiu algo atingi-lo perto da orelha.
- O que foi? – David se virou para olhá-lo.
- A me tacou alguma coisa...
- Como você sabe?
- É, a realmente ia jogar alguma coisa na minha cabeça quando eu cortei o Chuck...
- Pode perguntar. – Jeff acenou com a cabeça para uma mulher.
- Uma pergunta para o Chuck e para o Pierre: é verdade que vocês estão “cuidando” de duas adolescentes brasileiras?
- Ah, é verdade sim. – Chuck sorriu.
- E o que acharam? Sabem que fama que o Brasil tem não é das melhores... – Um homem ia falando.
- Nós fizemos várias turnês pelo Brasil, conhecemos muitas fãs e lá é um lugar maravilhoso com pessoas muito legais. Como todos os países, o que inclui o Canadá, não é perfeito. – Pierre o cortou. – As garotas são incríveis, usam roupas que tapam tudo e são muito educadas, se é o que você quer saber.
- E são muito unidas também. Se você mexe com uma delas, é como se tivesse ofendido as duas. – David tocou inconscientemente a parte de seu rosto que estava roxa.
- Próxima pergunta. – Disse Pierre.
- É verdade que você e Lachelle Farrar se separaram? – Perguntou uma mulher com um blazer vinho.
- Creio que essa pergunta é muito pessoal, mas eu lhe respondo: não, nós não nos separamos oficialmente.
- Então quer dizer que há realmente algum problema na relação de vocês? – Intrometeu-se um homem de cabelos vermelhos.
- Ah, eu realmente odeio quando se intrometem nas entrevistas. E, além disso, o que lhe interessa se eu e a Lachelle nos separamos? Se eu lhe perguntasse “como vai o seu casamento?”, você provavelmente ia achar uma pergunta íntima. E, além disso, com essa sua cara, acho que seu casamento está decadente. Mais alguma dúvida? – Pierre sorriu suavemente.
- Só isso...
- Ótimo. Próximo, então!
- Vocês trouxeram as garotas com vocês hoje? – Um homem de cabelos grisalhos perguntou.
- Nós nunca as deixamos sozinhas. E você? Deixa seus filhos sozinhos e vem trabalhar? – O homem ficou calado com o corte – Achei que sim... Não gostaria de ser seu filho. – Pierre estava um pouco agressivo [N/a: Imagina se tivesse MUITO agressivo... Ia ser uma nova arma de destruição em massa, fato].
- Nunca nos deixam sozinhas... Nossos cabelos e nossos piercings são provas disso. – Riu .
- Pois é... E quando eles nos deixam sozinhas nós nos comportamos muuuuuuito bem. – fez uma auréola com as mãos sobre a cabeça.
- Nós poderíamos fazer algumas perguntas para elas? – Perguntou uma mulher loira.
- Se elas concordarem e desde que as perguntas não sejam muito íntimas, então podem. Seb, vá lá chamá-las. – Pediu Pierre.
- Garotas, vocês querem responder algumas perguntas? – Perguntou Sebastien.
- Eu não me importo. – deu de ombros.
- Anhm... Muito bem, vamos... – sabia que teria que aceitar a realidade mais cedo ou mais tarde.
As duas seguiram o mais velho até a mesa, ficando atrás de seus responsáveis. Naquele momento, suas únicas proteções eram Chuck e Pierre.
CAP. 43 – I’m Just a kid, I know that it’s not fair
- Acho melhor vocês sentarem... – Pierre estava se levantando de sua cadeira para deixar sentar, mas ela colocou as mãos nos ombros dele.
- Não, Pierre. É melhor você não nos deixar sentadas. Senão vão fazer muitas perguntas... – Ela olhou para , que estava bem sentada ao lado de Chuck – A é uma exceção, ela tá bem feliz ali. Mas eu tenho medo desse tipo de coisa, sabe...
- Senta aqui então. – Ele afastou um pouco a cadeira e bateu nas coxas.
sentou levemente no colo dele, com um pouco de medo de ser pesada demais.
- Não sou muito pesada? – A garota mordeu os lábios.
- Não – O mais velho riu e entrelaçou as mãos na cintura dela.
- Bom, elas já estão aqui e vão ceder apenas três perguntas, para fechar a entrevista. – Disse David.
- Vocês estão na casa de dois rock stars, como é isso? – Perguntou uma mulher morena com os cabelos presos em um coque.
- Realmente incrível! – Respondeu .
- Eu não acho nada de demais. Eles são pessoas como todas as outras, a única diferença é que são mais conhecidos. – Disse .
- Vocês já se conheciam antes? – Perguntou um homem loiro.
- Já. Somos colegas de escola. – Respondeu a .
- Última pergunta para a garota que está com o Pierre. – O homem de olhos violeta era o último a perguntar.
- Pergunte. – Disse .
- Você tem alguma coisa com a separação do Pierre e da Lachelle?
Ela gelou. Não sabia o que falar. Se dissesse que sim, ia se comprometer. Se dissesse que não, estaria mentindo.
- Creio que esse é o fim da entrevista. Muito obrigado a todos, e era isso. – Pierre disse, antes que qualquer um pudesse falar algo.
- Eu disse que ia dar problemas! Agora vão ficar na dúvida! Ai, Pierre! Eu não deveria ter ido naquela entrevista! Simplesmente não deveria! – andava novamente de um lado para o outro em seu quarto.
- Fica calma! Nada vai acontecer. – Pierre a segurou pelos ombros e sentou-a na cama. – Por favor, eu tô ficando nervoso vendo você contorcer os dedos desse jeito!
- Desculpa, desculpa! Mas quando eu fico nervosa, nada me pára...
- Já notei isso. Você parece que é ligada na tomada, às vezes...
- Já disse, desculpa! É só que... Eu não consigo ficar calma! Depois daquela, nunca mais saio de casa! – Ela levantou novamente e pôs-se a andar em círculos.
- , pelo amor de Deus, pára quieta! Daqui a pouco você vai fazer um buraco no chão!
- Buraco no chão? – Ela parou e ergueu uma sobrancelha. – Pierre, eu não estou tão nervosa assim.
- Nem vou comentar...
- Idiota!
- Wow, me senti amado agora.
- Oh, tadiiiinho! Você é tão doce, não merece ser maltratado desse jeito... – passou a mão nos cabelos dele.
- Sem ironia, tá?
- Senão o quê?
- Senão você vai dormir no seu quarto de novo!
- E você vai junto. Não consegue ficar longe de mim, especialmente de noite, quando “coisas” acontecem...
- Boba! – Pierre mostrou a língua.
- Guarda essa língua dentro da boca que eu sei por onde ela passa!
- !
- Vai negar?!
- Droga. Odeio ter que admitir que você está certa!
- Nota: você odeia admitir que qualquer um além de você está certo.
- Como você me ama...
- Demais. – Ela deu um selinho rápido nele. – Agora vamos.
- Onde?
- Ah, eu não te contei que o povo marcou de jogar cartas hoje à noite?
- Não.
- Então tô te contando agora: o povo marcou de jogar cartas hoje à noite.
- Jogar o quê, meu Deus?
- Strip pôquer!
- Ah, nada disso!
- Por quê?
- Porque você vai beber, certo?
- Sim.
- Todo mundo vai beber, certo?
- Sim.
- E alguém vai acabar sem roupa, certo?
- Sim.
- E SE ESSE ALGUÉM É VOCÊ?! NÃO QUERO NINGUÉM OLHANDO!
- Pierre, deixa de ser besta. Eu NUNCA perdi um jogo de cartas.
- Sempre tem a primeira vez!
- Você que o diga né...
- Só porque a sua primeira vez foi comigo... Eu não deveria ter feito isso, fato!
- Mas fez. Se arrepende disso?
- Não!
- Então fecha a boca!
- Eu tô sentindo que você vai acabar sem roupa...
- Pierre?
- Oi?
- PÁRA DE ROGAR URUCUBACA!
CAP. 44 – I just wanna have fun
LEFEBVRE’S HOUSE
- Oi, ! Oi, Pierre! – Jeff cumprimentou-os e fez um gesto para que os dois se aproximassem.
- Já sabem as regras do jogo? – Perguntou Patrick.
- Hum, não. – Admitiu Pierre.
- É o seguinte: começa um jogo em grupo normal, onde quem tem a menor pontuação tem que tirar uma peça de roupa que quem tem a maior pontuação escolhe. – Disse Sebastien.
- E depois começam os jogos em duplas, onde quem for perdendo vai ter que deixar o que ganhou tirar uma parte da sua roupa. – Completou David.
- É isso! – Riu Chuck [N/a: RISADAS FOFAS DE CHUCK COMEAU!!! *¬* Tá, parei...].
- Muito bem, então vamos jogar. – Disse .
Eles estavam sentaram em rodinha no meio da sala da casa de Sebastien. A mesa havia sido retirada, deixando apenas o tapete e o baralho de cartas no meio.
- Que comece o jogo. – Sorriu Sebastien.
- Ganhei! – sorriu com malícia.
- Droga! O que eu tiro? – David olhou para ela.
- Camiseta.
- Eu não gosto de mostrar meu peito e...
- Tira logo Desrosiers!
- HÁ! GANHEI! – Pierre sorriu.
- Olha o que vai falar, Bouvier... – Sebastien estava quase tremendo.
- Calça.
- Seu inútil! – Ele deixou as pálpebras cobrirem a íris clara.
- Pierre, eu nunca pensei que ia dizer isso, mas eu te amo! – tinha os olhos brilhando.
- Ganhei. – baixou as cartas novamente para todos comprovarem.
- Droga. – Gemeu Pierre.
- Bouvier, pode ir tirando a calça.
- Ah, você é má comigo... – Ele fez bico.
- É a vingança. Você fez com o Seb, eu faço com você.
- Poxa, ! Não dava pra pedir pra ele tirar o sapato?! – Reclamou .
- Cala a boca, !
- Gaaaaaanhei! – Sebastien sorriu com malícia ao olhar para Pierre.
- Poxa, eu sou muito ruim nesse jogo! – O vocalista jogou as cartas no chão.
- Pode tirar a camiseta, Bouvier.
- Sebastien, VOCÊ QUER ME MATAR?! – Perguntou .
- , quer parar de fazer comentários inúteis? – Perguntou Patrick.
- Não me chama de ! E TODO MUNDO ME ODEIA!
- CALA A BOCA! – Disse .
- HÁ! GANHEEEEI! – sorriu.
- Pode falar. – Disse Chuck.
- Calça.
- Poxa, todo mundo pede pra tirar a calça...
- Tira, Comeau!
- Tá, já tô indo...
- , eu retiro tudo que eu já disse sobre o Pierre! – Os olhos de brilharam MUITO.
- O que você fala de mim? – Pierre estreitou os olhos castanhos.
- Nem queira saber... – David embaralhava as cartas enquanto ria baixo da expressão do amigo.
- Ganhei. – David sorriu.
- Droga! Eu não sou de perder! – olhava as cartas enquanto David ria. – VOCÊ FEZ JOGO MARCADO, SEU VIRA-LATA IMUNDO!
- Ah, droga! Você presta atenção! Assim não vale. – David bagunçou os cabelos loiros.
- Você tá loiro? – Perguntou .
- Só notou agora? Você não deve ter notado que eu cortei o cabelo, deixei crescer de novo e pintei... – Ele devolveu.
- Dá um desconto, ela é míope! – Riu .
- Não, ela não merece. – Pierre continuava com os olhos apertados.
- Tira a blusa, . – Riu David.
- Tenho mesmo que fazer isso? – Perguntou a garota.
E, sem esperar resposta, ela arrancou a blusa e jogou-a para o lado.
- É esse tipo de garota que eu gosto. – O loiro riu, observando claramente o que não devia.
- David, tira o olho. – Pediu Pierre por entre os dentes.
- Você ama acabar com a minha diversão...
- Gaaaaaaaaaaaaaanhei! – sorriu mais uma vez.
- , se você me sacanear... – começou a falar.
- Tira o sapato.
- É bom mesmo...
- Meu Deus! O chulé vai ser bravo aqui... – Riu baixinho Pierre.
- Cala a boca, Bouvier! – A mostrou o dedo do meio para o vocalista.
- ! Se você fizer isso de novo, eu juro que faço de tudo pro Sebastien e pro Chuck não perderem mais nenhuma peça de roupa! – Censurou em português a amiga.
- Tá, eu fico quieta!
- Ganhei! Aleluia! – Chuck baixou as cartas.
- Por favor, não pede nada de demais... – quase implorava para o baterista.
- Só porque eu sei que se eu fizer o que eu queria o Pierre me mata, tira as meias.
- Ah, te amo, Chuck. – Ela suspirou, aliviada, enquanto tirava as meias e, conseqüentemente, os tênis.
- Perdi. Quando que a gente vai pras duplas? – Perguntou Sebastien, enquanto jogava as cartas no chão.
- Quando alguém ficar sem roupa... Tira a camiseta. – Respondeu Patrick.
- Isso pelo jeito vai demorar... – Comentou .
- Na verdade, não. Se pedirem pra mim e pro Seb tirarmos as meias e a cueca, então vai ter alguém sem roupa. – Disse Pierre.
- Se pedirem pra você tirar a cueca, vai ser a , fato. – A olhou para o lado [N/a: CARA DE JEFF QUANDO ERRA NO BOLICHE! Parei, parei... >.<].
- Sebastien, meu querido... Se você perder mais uma vez, você vai ficar completamente pelado. – riu, abaixando as cartas para mostras que, mais uma vez, havia vencido.
- O que você quer que eu tire? – Perguntou ele, encarando-a com seus olhos azuis.
- Tira as meias... E não me xinga, ! – Ela cortou, antes que a amiga pudesse falar alguma coisa.
- Muito bem, Pierre. Vamos igualar ao Seb. Tira as meias. – Patrick baixou as cartas.
- , pára de babar aí... – chamou a atenção da amiga que tinha os olhos fixos no corpo de Pierre.
- Ã? Eu não estou babando. – virou-se para encarar a .
- Olha, depois do que aconteceu naquele quarto, eu nunca mais duvido de nada né... – Ela ia começando a falar quando notou que havia falado demais.
- ... – Censurou Pierre.
- Ai, desculpa! – colocou as duas mãos sobre a boca.
- O que aconteceu? – Quis saber Sebastien, que estava apenas com sua cueca de bolinhas coloridas [N/a: é sexy, nem vem ù_ú].
- Viu o que você fez? Agora a gente vai ter que contar pra eles! – bagunçou os cabelos nervosamente.
- Bom, a gente ia descobrir de qualquer jeito. – Chuck deu de ombros.
- Eu já sabia... – Admitiu timidamente David.
- Contem, então! – Pediu Patrick.
- Ah, muito bem... Agentedormiujuntos. – Falou rapidamente Pierre.
- Como é? O que você disse? Fala devagar, Bouvier! Ninguém aqui vai contar. Muito menos zoar com a sua cara. – Jeff sacudiu o amigo pelos ombros.
- Tá... A gente dormiu juntos! Satisfeitos?! – Admitiu a garota.
- Ah, mas é só isso? – Perguntou Chuck.
- Chuck, você é muito inocente! A gente dormiu depois de fazer alguma coisa que eu acho que você sabe exatamente que é! – O vocalista deu um peteleco fraco na testa do baterista.
- Aaaaah... – Jeff fez uma cara de personagem de anime [N/a: sim, aqueles que fica caindo a gotinha da cabeça ^^’ Amo eles *-*].
- Pois é... E, graças a , a gente tá nessa situação constrangedora. – A única coisa que se via de eram os cabelos coloridos aparecendo por cima da almofada.
- E foi a sua primeira vez? – Jeff perguntou.
- Jeff, você acha que isso é pergunta que se faça?! – Censurou Patrick.
- Poxa, coitada da garota! Essa é pior que a minha e o porão... – Sebastien passou um braço pelos ombros da garota que ergueu a cabeça.
- Não, sem problemas... Foi sim, Jeff.
- Bom, acho que esse assunto tá meio constrangedor, né... – Pierre abraçou-a por trás, apoiando o queixo na mão de Sebastien, que a tirou rapidamente dali.
- Cara, eu ainda não acredito nisso... Isso é pedofilia, sabe? – Chuck ainda não tinha se recuperado. Seus olhos estavam arregalados e seus lábios entreabertos.
- Falou o advogado de acusação... – O vocalista revirou os olhos. – Eu sei disso, Chuck. Eu sei que pra ser considerado pedofilia tem que ser um menor com um maior e a idade que começa a ser considerada são nove anos de diferença...
- Poxa, você está bem informado, né? – riu.
- Internet é tudo!
- Chuck, Seb e Pat que o digam né...
- Ah, os viciados... – David sorriu de lado.
- Lá em casa é quase uma briga pra disputar o PC... – A comentou.
- Mas também, dois viciados e um PC! Só podia dar nisso! – Riu .
- Chuck? – Sebastien ficou passando a mão pela frente dos olhos dele. – Gente, vocês deixaram o coitado em choque!
- É o que acontece com pessoas inocentes quando recebem notícias assim... – Patrick abafou o riso.
- Cala a boca! – jogou uma almofada nele.
- Sem briguinha, crianças! Tão me achando com cara de professora do jardim de infância?! – Perguntou Pierre enquanto puxava as almofadas dos dois, que agora já faziam uma mini guerra.
- TIIIIIIIA! Conta uma históóória?! – Os olhos verdes do web guy brilharam e ele começou a rir. – Desculpe, não resisti.
- Cara, vamos voltar pro jogo que a gente ganha mais... – Disse .
- Ou perde né... – Sebastien olhou para sim mesmo.
CAP. 45 – I’m sick of all this waiting
- Ganhei! Seb, querido... É agora que nós vamos ver se o material é grande ou não. – riu maliciosamente para ele.
- Eu odeio esse jogo. – Sebastien tirava a cueca lentamente. Ninguém sabia se era por provocação ou por vergonha.
- Ah, pelo amor do milho! Que material, Lefebvre! – Comentou , fazendo todos rirem.
- Povo, se ajeitem em duplas. Sebastien, bota a roupa. Todos, na verdade, mas o Seb em especial. Não é bom ver homem pelado, sabe... – Patrick cobria os olhos com a mão.
- Eu discordo, mas enfim... – abafou risadinhas maliciosas, nem notando a expressão de desagrado de Pierre.
- Bom, agora ninguém mais presta atenção no jogo dos outros, o.k? Cada um com sua dupla. – Disse David, que estava sentado de frente para Jeff.
- Só uma coisa... e Pierre, Jeff e David, Chuck e , Patrick e eu. Tá certo então... Bom jogo pra todos. – Sebastien sorriu.
Jeff/David
- Pronto para perder a roupa, Desrosiers?
- Vai sonhando, Stinco!
- Você vai acabar sem roupa rapidinho.
- Mas rápido que você com a France?
- Não sei.
- Se fosse mais rápido que isso, eu já estaria sem roupa.
Patrick/Sebastien
- Eu não quero te humilhar, Seb...
- Me humilhar? Patrick, você não ganha nem do Chuck no Nintendo!
- Não humilha!
Chuck/
- Eu sou muito ruim nesse jogo...
- Nem fala nada, ! Eu perco pra todo mundo! Perco pro Pierre na queda de braço, perco pro Sebastien no Nintendo... Perco pro David no golfe, anhm... Não vou nos jogos de boliche...
- Ah, o Pierre sempre ganha também...
- Pierre é dos esportes... Cof, cof...
- É. Dá pra ver pelo corpo sarado dele... Cof, cof, cof... Vou morrer engasgada...
/Pierre
- E então?
- Eu vou perder a roupa muito rápido...
- Nem tanto...
- , cala a boca! Você é a melhor jogadora de cartas daqui! Eu sou o pior!
- Veja pelo lado bom: sou eu que vou tirar a sua roupa.
- Isso é lado bom?
- Quer que eu chame a ?
- Não, não! Tá ótimo assim!
- Achei mesmo...
Ao final do jogo, todos estavam sem alguma peça da roupa, menos .
- Como que você fez isso? – Perguntou enquanto colocava a blusa.
- Ah, o Pierre joga muito mal. – Ela riu.
- Pois é, quatro partidas e eu já estava sem roupa nenhuma! – Reclamou ele enquanto abotoava a calça.
- Pierre, nem reclama que você fica pelado com muito mais gente perto! – Disse Chuck ainda com a cabeça dentro da camiseta. – , puxa aqui?
- Ah, tá. – A fez com que a cabeça do baterista passasse pela minúscula gola.
- Meu povo, tá tarde. É hora de... – Sebastien ia dizendo.
- IS TIME TO SAY GOODBYE... Tá, parei... – se empolgou, fazendo com que todos rissem.
- Tá frio... – abraçou o próprio corpo.
- Brasileiros são sempre tão frescos? Tá uma brisa super agradável! – Disse Patrick.
- Patrick, cala essa boca! – Retrucou Jeff.
- Boa noite pra todo mundo. – David deu um tchauzinho e desapareceu nas ruas escuras.
- Até amanhã. – Jeff sorriu e seguiu o caminho oposto do amigo, desaparecendo também.
- Tchau, povo. – despediu-se de todos e, quando estava andando com Pierre ao seu lado, ouviu o grito da amiga.
- ENTRA NO MSN QUANDO CHEGAR EM CASA!
A garota riu e sussurrou para o homem ao seu lado:
- Eu entro, só não sei se o Chuck não vai querer postar algum texto no MySpace ou alguma coisa no Twitter...
- Está amanhecendo... – Comentou Pierre ao olhar para o céu.
- Você tem medo do amanhã?
Ele passou um braço pelos ombros da garota e apertou-a contra seu corpo.
- Eu não me importo com o amanhã. Basta que você esteja aqui.
BOUVIER’S HOUSE
- Bom dia! – Sorriu Pierre enquanto chacoalhava a garota encolhida no sofá.
- Ã? Eu dormi no sofá? – esfregou os olhos e bocejou.
- Pois é, você nem viu o final do “Anjos da Noite”...
- Aaaaah, não acredito! Eu vi os dois primeiros! Não acredito que você com que eu perdesse o fim do terceiro! Que fim levou o filme?!
- Não sei. – Ele riu suavemente. – Dormi também.
- Bobo! – Ela mostrou a língua.
- Ah, é assim? – O mais velho fez bico e puxou o cobertor que a cobria.
- Nããããão, tá friiio! Seu idiota, me devolve isso!
- Venha pegar... Se puder. – Pierre abriu um enorme sorriso ao ver a garota se levantar. Mas ela não tentou pegar o cobertor de volta. – Onde você vai?
- Vou tomar banho, me ajeitar e ir pra festinha que o Pat marcou há um tempinho na casa dele.
- Como você sabe que é de noite?
- Se você fosse mais inteligente, esconderia o relógio. – apontou para o visor luminoso que marcava 22:54.
- Droga! Se eu fosse um assassino o FBI já tinha me prendido há tempos...
- Não sei por que, mas isso me lembrou um sonho que eu tive...
- Sonho? Que sonho?
- Um lá que o Chuck era serial killer, o Seb roubava de tudo, o Jeff era batedor de carteira, Patrick era assaltante profissional de bancos, David pedófilo e você era estuprador... Mas esquece.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Aham.
- O que você pensa antes de dormir?! Além disso, eu? Estuprador?
- Pois é, aquela noite me deixou traumatizada. – A garota abafou o riso.
- Nem vem que estuprador eu não sou, já que você queria isso.
- Quem disse?
- Acho que se você lembrar do que gemeu na hora...
- Tá, Bouvier. Eu vou tomar banho.
LEFEBVRE’S HOUSE
- Oi, oi! Bom dia, povo! – Sebastien desceu as escadas correndo, ainda com seu pijama verde e as pantufas fofas.
- Ah, bom dia! – Chuck estava tentando acordar e Patrick.
- Sanduíche... – Resmungou o loiro, ainda dormindo. – Pizza... Biscoito... Pão... Chocolate... Editar vídeos...
- O cérebro dele não desliga nem quando dorme! Ele ainda tá pensando em editar vídeos e comer! – Seb balançou a cabeça, desolado.
- E ele se mexe! Menos que a , mas se mexe muito. – Chuck estava agora puxando a coberta de .
- Pára de puxar essa droga! – Ela estava literalmente agarrada na coberta.
- Bom humor de manhã é tudo. – O baterista fez o sinal de positivo.
- Panqueca... – Patrick rolou para um lado e quase caiu do sofá onde estava dormindo [N/a: pobre é assim mesmo. Casa lotada com o povo dormindo pelo chão =D... Tá, parei, parei].
- Alguém faz esse idiota calar a boca? – A garota estava com o rosto enterrado no travesseiro.
- Muito bem! Já que o Chuck não consegue, eu assumo! – Sebastien foi até a cozinha e voltou com um pote de geléia. – Patrick, ou você levanta ou a geléia vai rolar! [N/a: vou fingir que eu não escrevi isso...].
- Mas que desperdício de geléia! – O loiro levantou-se rapidamente. – Tanta gente morrendo de fome no mundo, com tantas torradas que poderiam ser feitas e você aí, desperdiçando!
- E você não vai dar uma de Bouvier, Sebastien! Se você seguir o caminho daquela bolota ambulante, aquela Free Willie, eu juro que você vai se ver comigo! – também ficou de pé.
- Viu, só?! Dois coelhos com uma só geléia! – Os olhos azuis do guitarrista brilharam.
- Isso, esfrega na minha cara que nem pra acordar duas pessoas eu presto! – Chuck fez cara de quem ia chorar.
- Mas você me acordou! – Disse . – Eu só não queria abrir os olhos e levantar!
- Pois é. E eu me chamo Jeff, tenho olhos castanhos, uma linda franja loira e toco bateria, prazer. – Sebastien estendeu a mão pra a garota que riu.
- Menos, Seb. Bem menos...
- O que tem pra comer? – Perguntou Patrick.
- Ele dorme pensando em comida, sonha com comida, acorda pensando em comida... – Chuck começou a contar nos dedos.
- E de tarde fica editando vídeos enquanto espera as fotos carregarem no MySpace... Isso quando não tem um Nintendo perto! – Concluiu .
- Ninteeeeeendo! – Falaram juntos Seb, Pat e Chuck.
- Pelo amor do Pépin em conserva, estou numa casa cheia de viciados! – A garota riu e colocou as mãos na cabeça.
- Povo, eu tenho que ir pra casa arrumar tudo... – O loiro lutava para alcançar a manga do casaco.
- Ajeitar tudo? – A ergueu uma sobrancelha.
- Sim, a festa lá em casa... Que vai ser daqui umas duas horas...
- Ah, nós vamos! – Sebastien sorriu e acenou para o amigo que já estava saindo pela porta. – Ele nem espera eu dar tchau... Magoei agora...
- Sebastien, pára com isso. Desse jeito eu vou realmente achar que você é gay. – Chuck conseguiu evitar o pedala do amigo.
- Parem com isso, vocês dois! A gente tem que se ajeitar, não dá pra ir com essa cara de sono lá pra casa do Patrick. – deu um tapinha na mão dos dois.
- Sério, vai ter muuuuuuuuuita comida. – O baterista já estava prevendo.
- Típico do Patrick, fazer o quê? – Os olhos azuis brilharam suavemente.
- Sebastien, o que você vai aprontar? – Perguntou a garota. Quando os olhos dele brilhavam, era porque estava planejando algo [N/a: PLANO INFALÍVEL! Tá, parei, parei...].
- Você verá, minha cara. Você verá... – O guitarrista sorriu. Se tudo desse certo, então a noite seria inesquecível.
CAP. 46 – Clothes Off!
BOUVIER’S HOUSE
- Mas o que significa isso? – Pierre perguntou ao olhar o vestido de .
- Que foi? Não gostou? – A garota deu uma voltinha, fazendo o vestido preto armar-se na parte debaixo.
- Gostei sim, mas você não vai com esse vestido!
- Por que não?!
- Por que ele é curto demais, decotado demais e você não vai com ele!
- Ah, você acha que alguém vai ficar olhando...
- Não, eu tenho certeza que vão ficar olhando!
- Mas Pierre...
- Nada de “mas”. Pode ir lá trocar!
- Seu chato. – A garota abriu novamente a porta do quarto e entrou.
- Nem pensar! – Pierre colocou o braço na porta, não deixando passar.
- O que foi dessa vez?! – Ela revirou os olhos. O que ele queria? Que a garota fosse vestida que nem uma freira?!
- Você fez isso só pra sacanear! Esse vestido com corpete e cinta-liga tá muito lindo, mas não pra essa festa.
- Mas que saco, Pierre! Você quer que eu vá que nem uma freira?!
- Não seria má idéia... Ai! – A garota deu um tapa muito forte no braço dele.
- Quer saber? Eu vou colocar uma outra roupa, mas ai de você se reclamar!
- ... – Pierre ia falar alguma coisa, mas a garota não deixou.
- Se você abrir o bico, eu tenho pena de você.
- Mas ...
- “Mas ” o escambau! Poxa, eu estou com uma blusa preta, de manga, sem decote, uma saia na metade da coxa, All Star e você ainda vai reclamar?! Assim não dá, Pierre!
- Poxa, eu só acho que você deveria guardar as melhores roupas pra ficar em casa...
- Muito engraçado, seu atrevido. De qualquer forma, se for esse o caso, acho que eu não vou precisar de roupas pra ficar em casa...
- Você poderia ir de calça? Por favooooor... – Ele tentou fazer uma carinha fofa.
- Meu pai, com essa cara de pacu morto há um mês eu vou colocar é uma mini saia!
- Tá, por favor, coloca uma jeans.
- O.k, você venceu... E vai se arrumar também, Bouvier!
- Já tô indo, já tô indo!
- Ah, amei sua roupa – piscou para ele.
- Ah, eu sei que você ama essa camisa.
- De qualquer forma, ainda prefiro você sem essa camisa...
- Nota: você prefere que eu esteja sem roupa!
- Isso até que não é má idéia... Mas estamos atrasados, vem.
CAP. 47 – Just Dance
LANGLOIS HOUSE
- Hey, sejam bem vindos! – Patrick sorriu quando os sete chegaram.
- Ah, obrigada, Patrick. – sorriu e abraçou o loiro. – Nossa, isso daqui tá lotado! Quem você convidou?
- Ah, algumas pessoas do colégio de vocês, alguns produtores, o pessoal de algumas bandas meio desconhecidas... Enfim, pouca gente. – Ele sorriu.
- Pior é que é verdade, na última festa que eu vim tinha mais de mil pessoas! – Comentou David.
- Pois é, sendo que o Pierre pegou praticamente todas as garotas da festa e... – Sebastien interrompeu o que ia falar.
- Muito bem, vamos entrando... – Chuck, que estava mais atrás do grupo, começou a empurrá-los.
- ... – Pierre tentou pegar a mão da garota, mas ela não permitiu.
- Não me toque. Nós conversaremos sobre isso depois, Bouvier. – entrou rapidamente pela porta, sumindo no meio das várias pessoas que estavam na sala.
- Cara, você se deu muito mal. – Comentou .
- Por quê? – Ele ergueu uma sobrancelha.
- Quando a chama alguém por um nome diferente do normal, é porque ela está com raiva. Muita raiva.
- Lefebvre... – O olhar castanho fuzilou Sebastien.
- Que foi? Você quem pegou praticamente todas as garotas da festa!
- E você precisava ter falado isso pra ela?
- A pisada na bola foi sua, Bouvier. – Jeff deu um tapinha no ombro do amigo. – As conseqüências são suas.
Pierre fixou o olhar numa das paredes claras. A parte mais difícil estava por vir.
- Alguém aí está servido?! – Perguntou animadamente Patrick com uma bandeja cheia de salgados nas mãos.
- E então? Quando vai encarar a fera? – Perguntou Chuck, sentando ao lado do amigo.
- Nem quero pensar nisso, Chuck... – Pierre abaixou a cabeça.
- Tanto que você está aí se martirizando! Pierre, vai lá falar com ela! – Intrometeu-se , que estava sentada na frente deles.
- Eu não sei se deveria. Se eu falar alguma coisa, é capaz de deixá-la pior do que antes. Eu não sei lidar com ela. – Admitiu o vocalista.
- Pierre, acorda!!! – A segurou-o pelos ombros e o chacoalhou. – Você tem que convencer ela de que errou e se arrepende!
- Mas eu não me arrependo... – A garota afundou o rosto nas mãos. – Bom, na verdade, eu não me lembro...
- O Patrick tinha colocado bebida demais na festa. – Explicou Chuck.
- De qualquer forma, tente se explicar. – Continuou .
- Não vai adiantar, ela vai desconfiar de mim. – Pierre olhou tristemente para o nada.
- Eu vou lá tocar algumas músicas, talvez depois eu volte. – Disse Chuck, já se levantando.
- Vai lá e arrebenta, Mc Chuck! – A garota fez um sinal de “o.k” para ele.
- Caramba... – A tinha os olhos fixos na pista de dança.
- O que foi? – O vocalista virou-se para seguir o olhar dela. – Eu não acredito nisso...
Ao som de “Just Dance” [N/a: Lady Gaga é tudo xD], e David dançavam juntos. A garota mostrava a diferença entre as canadenses e as brasileiras enquanto dançava.
- Pois é, Bouvier. No final, acho que você que vai dançar... Aquele dali não é o ? – perguntou, ao ver que a amiga dançava com mais alguém.
- Quem é ? – Pierre semicerrou os olhos.
- Ah, um colega nosso... Muito gostoso, por sinal... Anhm, pois é, ele é da nossa turma, sempre faz dupla com a e tal...
- Hum...
- Fica calmo, Bouvier. Isso não quer dizer necessariamente que você já está com chifres enfeitando a cabeça!
- Muito obrigado pela ajuda, . O último que você ajudou se jogou de um prédio e caiu nas grades, né?
- Olha, só estou dizendo pra você agilizar, ou então a vai grudar ainda mais no e no David... – Os dois olharam a garota que dançava de costas para David e de frente para .
- E eu acreditava que ele era meu melhor amigo... – Pierre suspirou.
- Escuta aqui, Bouvier! Ficar chorando as pitangas não adianta nada, tá?! E, além disso, o David tem todo o direito de dançar com a ! Isso não quer dizer que ele tá afim dela! Pára de ser idiota e dar uma de mulherzinha com medo! Vai lá e tira a pra dançar!!! Você é um cara qualquer ou você é Pierre Charles Bouvier?! – terminou apontando para o rosto de Pierre.
- Muito bem, já estou indo... – Ele se levantou e começou a andar devagar. Então parou e se virou. – Mas e se...
- Cala a boca, Bouvier! – A apontou para a pista, assim como um dono tentando ensinar o cachorrinho a ir pegar o graveto.
- E se ela quiser ficar com algum deles? – Pierre olhou para o chão.
- Eu não posso saber o que você vai fazer. Isso só depende de você, Pierre. Agora vai lá. – Ele estava andando novamente quando ela o chamou. – A propósito, boa sorte.
- Eu realmente vou precisar. – Ele sussurrou para si mesmo enquanto andava até a pista de dança.
CAP. 48 – When I crack that whip, everybody gonna trip just like a CIRCUS
- E então? Ainda acha que eu não sou brasileira? – Perguntou para David, enquanto fazia o loiro ir até o chão.
- Ei! Você não pode fazer isso comigo, sua doida! Eu não consigo ir tão embaixo! – Reclamou ele quando a garota quase tocou o chão.
- É agora que as diferenças entre brasileiros e canadenses começam a aparecer. – Ela abriu um sorriso enquanto esperava pela próxima música.
- Hey, Chuck! – David chamou a atenção do amigo. – Coloca uma das boas!
- Pode deixar, Ritalin! – O baterista piscou o olho e colocou “Circus” para tocar.
- David, você não se importa de eu dançar essa sozinha? – olhou para ele e juntou as mãos.
- Muito bem... Arrebenta! – David piscou e se afastou, indo dançar com outra garota.
- Você também, . – A garota se virou para o rapaz.
- Ah, tudo bem... Mas você não se importa se eu olhar, não é?
- Sem problemas. – Ela sorriu e se concentrou em dançar.
Em pouco tempo, as pessoas tinham aberto certo espaço, deixando-a sozinha para dançar.
- Olha lá a arrebentando na pista. – Disse , olhando a amiga por sobre o copo.
- Ela dança bem. – Sebastien comentou.
- Ah, sim. Isso ninguém nega. Ela se solta nas músicas pop. Especialmente se tiver que fazer essas dançinhas dela...
- Ela deve treinar muito.
- Todos os dias com fones nos ouvidos no quarto.
- Nossa... É por isso que ela é tão boa.
- Não... Ela que cria as próprias coreografias. Além disso, ela é realmente boa.
- Se importa se eu dançar com você? – Pierre se aproximou da garota enquanto tocava “I Just Wanna Live”.
- Hm, sem problemas. – o puxou pela mão até mais para o centro da pista. – Você acha que consegue dançar comigo?
- Sinceramente, não. Mas não custa nada tentar. – Ele piscou.
- Bom, espero que você pegue o ritmo rápido.
- É só você não dançar que nem dançou “Circus”. Se for daquele mesmo jeito, eu nunca vou conseguir acompanhar.
- Espero que esteja preparado. – Ela mal terminou essa frase e estava dançando, dessa vez com Pierre tentando acompanhá-la.
- Aaaaah, finalmente! – Sebastien sorriu.
- O que foi? – David ergueu uma sobrancelha.
- Finalmente eu vou ver o Pierre apanhando de alguém! – O guitarrista começou a fazer uma dançinha estranha.
- Cadê o Jeff? – olhou para todos os lados e não viu nenhuma careca brilhando.
- Ah, ele deve estar muito ocupado comendo “alguma coisa”. – Respondeu Patrick. – Vem cá, vocês não dançam?
- Eu estava dançando há duas músicas atrás. – Disse David, passando a mão pelos cabelos suados.
- E o resto de nós não gosta de dançar. – Concluiu Sebastien.
- Bom, eu vou lá com a e com o Pierre. – O loiro avisou.
- Patrick, você vai morrer tentando acompanhar a . – Riu a .
- Por quê? Se o David conseguiu, eu também consigo!
- Quem que te disse que eu consegui?! Eu tentei acompanhar ela, mas não deu, sabe?
- De qualquer forma, acho que eu consigo.
- Coitado, doce ilusão. – Riu David quando o amigo já estava longe o suficiente para não ouvir.
- Você é inalcançável! – Reclamou Pierre no refrão da música, quando abaixou-se quase até o chão.
- Sinto muito te decepcionar, Bouvier. Só que eu não costumo ir mais devagar e perder o ritmo de uma música por causa da minha dupla. Se você acha que não vai agüentar, então eu posso chamar o ou o David. Eles dançaram melhor que qualquer um comigo.
Ao ouvir isso, Pierre começou a se arriscar mais nos passos. Mesmo sem conseguir acompanhar as coreografias de , ele estava um pouco mais próximo dela.
- Você nunca vai conseguir ser melhor que eu nisso, Bouvier. – Ela riu ao começar uma seqüência realmente difícil de passos.
- Argh, você faz isso só pra dificultar minha vida! – Ele trincou os dentes.
- Oi, gente! – Patrick se aproximou dos dois. – Posso tentar dançar com você, ?
- Ah, se você conseguir, pode sim, Pat.
- Pois é, porque eu desisto. – O vocalista estava se virando quando a garota o segurou.
- Eu prometo que vou mais devagar com vocês dois, é só tentar não se achar demais. Pode ser?
- Muito bem, . – Pierre sorriu.
- Vamos arrebentar! – O loiro se empolgou e os outros riram.
- Ufa, cansei. – se atirou no sofá.
- Ah, olá senhora Eu-sou-a-tal-na-pista-de-dança. – Cumprimentou .
- Fica quieta!
- Mas você dança muito, isso ninguém aqui nega. – Disse Sebastien.
- Isso que você não dançou com ela. – Patrick se jogou na poltrona que estava ao lado do sofá.
- Patrick, você não consegue agüentar muito com a . Ela dança demais pra qualquer canadense. – Concluiu Pierre.
- Ah, obrigada, Pierre! Você, o David e o foram os que melhor me acompanharam.
- E pelo jeito todos da festa dançaram com você. – Observou David.
- Ah, eu nem contei depois do 79º... – Comentou ela distraidamente.
- Nossa! E ninguém te acompanhou, certo? – Chuck, que recém havia chegado, já estava se intrometendo no assunto.
- Ah, você prestou atenção?
- Acho que você não notou, mas eu esqueci o que eu tinha que fazer. Fiquei babando ali. Você dança demais!
- Obrigada, Chuck!
- Gente, vamos comer? – Perguntou Patrick.
- Ele nunca pára de pensar em comida, internet, Nintendo e editar vídeos?! – afundou o rosto nas mãos.
- Não – Chuck, David, Sebastien, Pierre e falaram ao mesmo tempo. Se tivessem combinado, era capaz de não sair tão perfeito.
- Ô ? Você pode me ajudar em uma coisa? – Sebastien chamou a garota para um canto.
- Que foi, Seb?
- Ah, é que eu estou planejando uma coisinha com o Pat...
- O quê?
- Ah, ele vai trazer um bolo. E você já sabe o que deve acontecer com o rosto dele...
- Vai ficar cheio de glacê?
- Boa garota. Você entende bem rápido.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Nada, é que eu precisava contar pra alguém. Não consigo manter segredo por muito tempo.
- Ah...
- Pelo menos eu não estou guardando segredo e você não vai contar pra ninguém. Certo?
- O.k, Seb! – Ela ficou observando ele se afastar.
- Que feio, ! – A voz de Pierre a assustou.
- PIERRE! O que você está fazendo aqui?!
- Ouvindo seu plano do mal com o Sebastien...
- Você não vai fazer nada né?
- Não se preocupe. Eu tenho o MEU plano.
- Pierre, o que você vai fazer?
- Não se preocupe. – Ele piscou. – Você vai ver em seguida.
Pierre começou a se afastar com um sorriso nos lábios. Aquilo ia ser divertido
Patrick estava trazendo um lindo bolo coberto de glacê colorido, chegava a dar pena de ter que fatiá-lo. Ao depositar o alimento sobre a mesa, Sebastien (que estava do lado), empurrou a cabeça do amigo ao encontro do bolo.
- Sebastien, o que você... – Não deu nem tempo de Patrick terminar a frase que Sebastien já estava totalmente molhado.
- O que é isso?! – Ele se virou e deparou-se com Pierre ainda com a taça de vinho sobre sua cabeça. – Bouvier, é hoje que você morre!!!
Eles começaram a correr em fila pela festa, fazendo várias pessoas rirem.
- Nunca mais faço isso... – Pierre e estavam voltando para casa. O mais velho estava com marcas avermelhadas pelos braços e no rosto, resultados dos socos de Sebastien.
- Isso foi bem feito para você aprender a não mexer com bebidas finas e com o Sebastien ao mesmo tempo! – Censurou a garota.
- Mas a parte mais divertida foi o Patrick gritando “mas que desperdício de comida é esse?!”
- Pois é...
- Acho que já está escurecendo, não?
- Pierre, está amanhecendo!
- Sério?
- Anhm, sim? Aqueles socos do Seb devem ter afetado seu cérebro.
- Não, ele sempre foi afetado.
- Pára de dizer besteira!
Pierre riu e continuou andando ao lado de . Um novo dia estava amanhecendo, o prazo estava se esgotando rapidamente.
CAP. 49 – I don’t wanna grow up!
- Eu nunca vou conseguir aprender isso, Chuck... – Disse depois da 14ª vez que tentou tocar Save You.
- Ah, você só precisa de mais firmeza nas baquetas e treino. De resto, você é boa. Vamos tentar mais uma vez. – Chuck pegou novamente as baquetas.
- Eu queria que acontecesse um milagre e me tirasse daqui... – Sussurrou a garota. Nesse momento, a campainha tocou.
- EU ATENDO, MÃE! – Gritou o baterista e desapareceu pela porta.
saiu de fininho e foi ouvir a conversa.
- Ah, o povo estava pensando em sair, quer ir? – A voz de Jeff era inconfundível.
- Não sei... Eu estava dando umas aulas de bateria pra ... Mas talvez seja bom ela sair um pouco de casa. – Disse Chuck. – Vou ver se ela quer.
A garota correu novamente para o quarto e sentou-se, como se nada tivesse acontecido.
- Querida, você quer sair com o pessoal? – Chuck apareceu na porta e perguntou.
- Ah, pode ser. – Ela levantou e acompanhou o mais velho até a porta, onde Jeff estava escorado.
- Fala, ! – O careca cumprimentou com um sorriso.
- Hey, Jeff! – retribuiu o cumprimento.
- Posso dizer uma coisa?
- Pode...
- Você está pegando as manias do Chuck.
- ... Sério?
- Sim... Mas vamos lá! O Seb deve estar congelando lá no carro.
- Vão convidar todo mundo? – Perguntou Chuck.
- Sim. – Respondeu o outro.
- O Stuey vai? – intrometeu-se.
- Ele tá lá no carro... – Jeff nem terminou de falar a frase e a garota já estava dentro do carro.
- Vamos logo! – Ela gritou pela janela.
- Não dá, eu sou muito desafinada! – enterrou o rosto entre os braços cruzados sobre a mesa.
- É claro que dá! Você tem que se concentrar e parar de dizer bobagens do tipo “eu nunca vou conseguir”, “eu sou uma idiota”, “eu não presto pra nada” e “eu nunca vou conseguir”. – Pierre colocou a mão sobre o ombro dela.
- Você repetiu o “eu nunca vou conseguir”.
- É pra enfatizar.
- Ah, então quer dizer que se eu disser “eu sou uma idiota” e “eu não presto pra nada” você não vai achar tão ruim? – A garota ergueu a cabeça.
- Não leve para o lado pessoal. Estamos falando da sua voz, não de você como pessoa.
- Seu celular. – Ela avisou.
- Ã?
- Seu celular tá tocando, imbecil!
- Ah... – Pierre começou a vasculhar os bolsos. Como não estava achando, resolveu tirar o que tinha dentro deles.
Começou tirando chaves, clipes, moedas, um relógio, uma pulseira... E por aí foi indo.
- Ah, está no bolso do casaco – Lembrou ele, tirando finalmente o celular do bolso. – Oi! Ã? Eu não sou surdo! Só não ouvi o celular tocando. Tá, mas o que foi? Sair com o povo? Hm, não é uma má idéia... Quem vai? Ah, então tá bom! Tá, a gente se encontra lá. Tchau!
- Quem era? – Perguntou assim que ele desligou o celular.
- Sebastien. Ele perguntou se a gente queria sair. Vamos?
- Ah, beleza! – Ela se levantou e o puxou pela mão. Estava finalmente livre daquela aula.
- Legal! Jogos! – Exclamou .
- Quem planejou isso? – Perguntou Pierre.
- Foi o David! – Entregou Sebastien.
- David... FOI UMA ÓTIMA IDÉIA! Quero ir no carrossel! – Os olhos castanhos brilharam.
- Agora eu tenho absoluta certeza: ele é retardado. – Concluiu a , balançando a cabeça.
- A tá quieta... – Patrick chamou a atenção de .
- ? – Ela se aproximou da amiga. – Você tá bem?
- Tô sim... – A garota secou rapidamente alguma coisa em seu rosto.
- Não, você não está bem! Eu te conheço.
- Não é nada...
- Viu? É alguma coisa. Fala.
- Não é nada, .
- Pronto, confessou!
- Depois eu te falo...
- Ah, vamos naquelas máquinas que tem os bichinhos?! Eu quero pegar um ursinho!!! – Pierre praticamente corria para os brinquedos.
- Wiiii! – Pierre se divertia no carrossel. As crianças que estavam no mesmo brinquedo o olhavam, assustadas com toda aquela felicidade.
- Aaaaaah, por favoooor! Vamooos! – Patrick tentava convencer Sebastien e Chuck a irem na montanha russa.
- Há! Isso é fácil demais! – Jeff praticamente “matava” os adversários no campeonato de Guitar Hero.
David estava sentado em um canto com as garotas, observando aqueles que não tiveram infância.
- Eles realmente não tiveram infância. – olhava boquiaberta Sebastien e Chuck na piscina de bolinhas.
- Nenhum de nós teve infância. – David abriu um pequeno sorriso. Não tinha alegria nele.
- Tá, o que aconteceu com vocês dois? – A encarou o rapaz e a amiga.
- Quem você acha que deve contar? – Perguntou .
- Contar o quê? – estava ficando nervosa.
- Não sei se consigo contar... – David encarava seu All Star.
- O quê?! – A já começava a ficar impaciente.
- Acho que eu não deveria contar... – A amiga estava com a mão no ombro do baixista.
- CONTAR O QUE, CARAMBA?! – perdeu a paciência e David suspirou.
- Você deve conhecer a Julie, minha irmã.
- Sim, conheço...
- Bom, ela... Está com o mesmo problema que o Jay teve.
- Sim, . Ela tá com câncer. – olhou para a amiga.
- Ela tá com o quê?! Como assim, a Julie com câncer?! ELA NÃO PODE FICAR ASSIM! TÁ TUDO BEM COM ELA? ELA JÁ TÁ SE RECUPERANDO?!
- Cala a boca, ! – Censurou o baixista. – Não é pro mundo ficar sabendo! O pessoal da banda ainda não sabe, tá?
- Ai, desculpa, David. Mas... Ela tá bem?
- Não muito... Sessões de quimioterapia enfraquecem a pessoa... – Uma lágrima brilhou no rosto dele.
- Ai, não fica assim, David! – o abraçou. Gostava muito dele, doía vê-lo naquele estado.
- E... Vem cá, aquele dia no hospital vocês não explicaram como voltaram a ficar de bem. – ergueu uma sobrancelha.
- Ah, é que houve um pequeno mal entendido... Sabe, quando eu falei aquelas coisas, era realmente pra se afastar de mim. – David olhou para ela.
- Hã? Pensei que você gostasse da .
- Sim, eu gosto dela. Mas como um amigo... E eu notei que o Pierre não ficou muito feliz com isso... Sabe quando você tem alguém que é quase seu irmão e vocês gostam da mesma coisa, mesmo que de jeitos diferentes? Eu não gosto de ter que brigar por causa disso, então prefiro até me afastar de uma garota que é minha amiga pra não dar briga.
- Ah... Bom, pelo menos vocês voltaram a se entender.
- Sim, sim... E, sinceramente, eu não me importei de ter apanhado de você aquela noite.
- Não?
- Claro que não! Eu sabia que isso ia acontecer! Na verdade, eu apanhei do Pierre e de você, mas já era esperado.
- Cara, agora me deu uma pena de você...
- Posso saber por quê?
- Você é tão magrinho, parece tão vulnerável... E o Pierre... Bom, sem comentários.
- Ah, o Pierre não me bateu com muita força... Doeu mais com você, acredite!
- , você quase matou o David, então! – virou para a amiga.
- Ninguém magoa minha melhor amiga!
- Eu sei, , eu sei... Te adoro e... Ah, sem contato físico. – Ela parou antes de dar um abraço na outra.
- Tá, abraço rápido. – deixou que a abraçasse. – Deu, pode ir.
- Ah, por favor, !!! Deixa eu tentar! – Pierre tentava convencê-la a todo custo a lhe dar uma moeda para tentar pegar algum bichinho de pelúcia naquelas maquininhas.
- Pierre, isso é perda de tempo e de dinheiro. – Ela sempre repetia a mesma coisa. – Além disso, o que você vai fazer com um desses bichinhos?
- Me dê a moeda e verá!
Depois de muita insistência, ela cedeu e entregou a moeda.
- Ah, finalmente!!! – Os olhos de Pierre brilhavam tanto quanto os de uma criança com um novo brinquedo. – Espero que eu consiga!
Ele foi para uma das máquinas que tinha os maiores bichinhos, colocou a moeda e começou a escolher.
- O tigre é bonitinho, mas acho que não... O gatinho? Não, não... Zebra... Não. Ah, aquele! – Pierre moveu a garra até uma ponta e esperou... – AH, EU CONSEGUI UM BICHINHO! CONSEGUI, CONSEGUI, CONSEGUI!!!
- Um urso panda? – ergueu uma sobrancelha quando o vocalista pegou o bichinho.
- Sim, não é bonitinho?!
- Anhm...
- É pra você.
- Oh, obrigada, Pierre – A garota ficou na ponta dos pés e apertou as bochechas dele.
- Oi, casalzinho! – Os dois olharam para com raiva. – Desculpa, eu tive que me meter.
- Tá, tá... Olha, eu vou lá na piscina de bolinhas com o Chuck e com o Seb... Depois a gente se fala. – Ele beijou a garota e saiu.
- Cara, que coisa mais melosa, éca! – colocou o dedo dentro da garganta, como se fosse vomitar.
- Cala a boca!
- E então, vamos fazer o quê?
- Você eu não sei, mas eu vou na montanha russa com o Pat...
- Boa sorte!
- Ai, cansei – Chuck se atirou no sofá e acabou dormindo ali mesmo.
- Poxa, que sono! Acho que eu vou é subir e dormir mesmo... A não deve tá no MSN. – subiu as escadas e se atirou na cama, dormindo logo em seguida.
- Boa noite! – Pierre tapou e ficou sentado na beirada da cama dela até que ela dormisse. – Agora é ir pro meu quarto...
Ele andou de má vontade até o fim do corredor e se atirou de qualquer jeito na cama. Não gostava de dormir sozinho, mas não conseguia dividir a cama com alguém. Então tinha que ficar com uma cama larga e lembranças vazias.
- Ai, minhas costas... – Chuck acordou no meio da noite. Já que havia dormido de dia, não teria mais sono por um bom tempo.
- Não tem mais sono também? – estava sentada no braço do sofá.
- Não... E acordei com inspiração, na verdade... Preciso achar o Material Dourado do Simple Plan... O novo, é claro. – Ele se levantou e começou a procurar. – Eu sei que estava em algum lugar... – Chuck começou a revirar várias gavetas e pilhas de cadernos.
- Chuck, você já pensou em fazer uma limpeza nessa sala? – A apenas olhava o mais velho revirar tudo.
- Já, mas a preguiça é maior.
- Que lindo...
- Me ajuda! Você sabe como é o Material Dourado, me ajuda a encontrar!
- M... Mas... – A garota encarava as pilhas de cadernos e as incontáveis gavetas espalhadas por todos os móveis.
- Não pode ser tão difícil achar. Vamos, vamos procurar. – O baterista se ajoelhou e começou a vasculhar todas as gavetas que encontrava.
suspirou e começou a procurar. Ia ser difícil.
- Desisto, não tem como estar aqui! – Ela se jogou no sofá. Fazia mais de uma hora que eles estavam procurando o Material Dourado.
- Tem uma pequena chance de... Não, não deve estar lá.
- Fala, Chuck!
- Bom, eu vou ligar e ver se está lá. Você vai saber logo, logo o que eu estou pensando.
O telefone tocou, interrompendo um momento... Íntimo.
- Fala, Chuck. – Pierre rolou os olhos. Alguma coisa produtiva não seria. – O Material Dourado? Você deixou comigo semana passada. Tá aqui sim, seu tapado! Tá, pode vir pegar. Não, você não me acordou. Só me atrapalhou! Não, eu não estou na cama. FAZENDO O QUÊ?! Chuck, seu pervertido! Eu estava assistindo um filme! Tá, tchau.
- O Material Dourado? – ergueu uma sobrancelha.
- Sim, ele esqueceu que tinha deixado comigo. – Ele já estava de pé e colocando a calça. – E pelo jeito ele e a vão vir, então é bom eu estar com a roupa completa.
- Bom, então eu também preciso colocar alguma coisa...
- Coloca uma camisola e diz que tava dormindo.
- Ninguém acreditaria... – Ela rolou os olhos.
- Comigo sempre funcionou, a Lachelle sempre caía... – Pierre deu de ombros.
- PIERRE!
- Mas é verdade!
- Cara, tô com a impressão de que eu atrapalhei o Pierre e a ... – Chuck torcia os dedos enquanto tocava a campainha.
- Ah, eles têm uns dois ou três meses pra se comerem até enjoarem! Nem liga. – virou para ele.
- Anhm... Isso não foi muito delicado, mas... Ah, Pierre – O baterista acenou para o amigo que estava encostado na parede perto da porta, sem camisa.
- Hey, Chuck... E você errou, , você e a têm um mês e meio aqui...
- E você ainda fica contando? – Ela ergueu uma sobrancelha.
- Não é fácil saber que vocês vão voltar para o Brasil e talvez a gente não se veja mais. – Pierre deu de ombros. – Mas, enfim, aqui está o Material Dourado. – Ele jogou o pequeno caderno para Chuck.
- Ah, droga... – Murmurou o baterista.
- O que foi, Chuck? – o encarou.
- Eu perdi a inspiração! Esqueci de tudo que eu tinha pensado!
- Anhm... Não querem entrar? – Convidou o vocalista.
- Já que você convidou, né... – A garota já estava praticamente dentro da casa. – Eu vou lá no quarto da conversar com ela, podem ficar aí embaixo conversando!
- Você não sabe o quanto me irrita pessoas apressadas. – Pierre trincou os dentes enquanto corria escada a cima.
- Ah, ela é só uma criança... – Chuck começou a falar, mas notou o olhar do amigo. – Tá, calei a boca.
- Oi, oi! – entrou no quarto de .
- Ah, oi! E aí?
- O Chuck e eu atrapalhamos alguma coisa entre você e o seu “Pié”?
- Em primeiro lugar, ele não é “meu”, em segundo lugar, por que você acha isso?
- Sei lá, né... Você tá tão ofegante, parece que tava se pegando com o Pierre há pouco.
- Sua delicadeza me comove.
- Tava se pegando com ele ou não?
- Algum problema se sim?
- É, tava se pegando com ele.
- Não tava não!
- Não mente, ! Eu te conheço!
- Eu... Tá, eu tava beijando ele no meio de um filme.
- Só vocês dois em casa, juntos num sofá, “vendo” filme, no escuro... Tenho medo do que aconteceu!
- Cala a boca, – levantou da cama e foi até a mesa onde estava o laptop.
- Cara, que coisa de rico, esse laptop! Lá em casa é uma briga desgraçada por um computador que tem o Windows 95!
- Windows 95?
- Pois é, a pobreza é algo... Pelo menos a internet é rápida.
- Rápida como o quê?
- Rápida como o tio Jeff e o Stuey. Juntos.
- Meu pai, então é MUITO rápida!
- Você acha que elas vão aprontar alguma? – Chuck torcia os dedos enquanto conversava com Pierre. Os dois estavam sentados no sofá.
- Chuck, a Lachelle é muito amiga da , e as duas não querem nossas crianças perto!
- Crianças? Pierre, você tem uma relação beeeem maior que pai e filha com a , admita!
- Tá, mas o mundo não precisa saber!
- O mundo já sabe. A Lachelle já deu com a língua nos dentes.
- Ela disse que tem uma suspeita...
- De qualquer forma, você deveria ler mais sites de música. Tá todo mundo desconfiando de você e da .
- Sério?
- Você se separa da Lachelle algum tempo depois de uma garota brasileira, bonitinha, que você ama muito vir pra sua casa. Você quer o quê?!
- Ah, isso não quer dizer nada...
- Não quer dizer nada, mas tá todo mundo comentando isso. E pelo jeito você não entra no seu MySpace há um tempão.
- Como você sabe?
- Sabe, você não pode mais receber comentário, de tantos que tem!
- Ah, droga...
- É, tá todo mundo perguntando se você tá com a ou não.
- Você anda fuçando meu MySpace?
- Se você não está informado, eu te informo! Internet é comigo mesmo!
- Mas, enfim, a Lachelle e a não vão demorar pra aparecerem, tô te dizendo. E...
- Tio Pié, a gente pode dormir aqui?! – estava na escada já com um pijama emprestado de .
- Anhm... Pode, sobrinha ! – Ele riu da cara de desagrado da garota.
- Tá, tô subindo lá, Bouvier. Boa noite Chuck!
- Boa noite, boa noite! – O baterista sorriu.
- E não vai dar boa noite pra mim, não? – Pierre fez bico.
- Você não merece. – E ela subiu as escadas novamente.
- Pois é, ela me ama... – O vocalista rolou os olhos.
- Ah, no fundo, ela gosta de você. – Chuck sorriu.
- Poxa, só se for no buraco mais fundo do ponto mais obscuro e intocado da alma dela, porque... Nossa!
- Acho que a gente também deve dormir.
- É... Você já sabe seu quarto, não?
- Sim, sim... Boa noite... Tio Pie. – Ele tentava conter o riso.
- Ah, cala a boca, Mc Chuck! – E cada um foi para o seu quarto.
CAP. 50 – You’re what I never wanna be!
- Eu não disse que elas iam aparecer? – Cochichou Pierre para Chuck ao ver a cabeleira loira de Lachelle e, ao seu lado, a pequena .
- Droga, elas tinham que aparecer justo agora? – A banda toda e as garotas estavam no shopping, comprando algumas bobagens, dando autógrafos, tirando fotos com fãs (sim, até e ganharam fãs. Vlogs feitos pelo Patrick ajudam, ã?), enfim, só fazendo besteiras [N/a: Não, não estou dizendo que tirar fotos com fãs e dar autógrafos é besteira, tá?].
- Aquela lá não é a Lachelle? – Perguntou em voz alta.
- Mas seu olho fica bom na hora de detectar vadias, né, ? – Riu .
- Só quando são vadias tipo PP. – A garota deu de ombros.
- PP? – Jeff ergueu uma sobrancelha.
- Perua Puta. – Responderam as amigas, quase ao mesmo tempo.
- Nossa, e pensar que ela sobreviveu todo aquele tempo debaixo do mesmo teto que a ... – Riu Sebastien.
- Mas não foi de boa vontade, Seb. Ela só fez isso pra não magoar o Bouvier. Mas que vontade ela tinha, ah, mas pra dar e vender! – A piscou.
- Pois é, pois é... E ela tá com... A ? – A garota forçou a vista. – É, ela tá com a .
- Mas essa mulher não morre?! Que droga, parece aquelas fases difíceis de videogame que o “chefão” nunca morre! – Reclamou .
- Que tipo de jogo de videogame? – Os olhos de Patrick brilharam, assim como os de Chuck e Sebastien.
- Falou em videogame os viciados ressuscitam! – abafou o riso.
- Oi, gente! – Cumprimentou Lachelle ao se aproximar do pequeno grupo [N/a: Minúsculo, oito pessoas é nada!].
- Lachelle... – olhou-a com nojo, enquanto o resto esperava para ver o que aconteceria.
- E então, se divertindo muito com o Pierre? – A loira sorriu.
- Há, pode ter certeza que sim<.br>
- O que achou, Pierre? Ela é boa?
- Melhor do que você, com certeza. – Ele ergueu levemente o queixo.
- Uuuuuuh, humilhou, humilhou! – Comentou Jeff com David, alto o suficiente para que a mulher ouvisse.
- Duvido que uma garotinha seja melhor que eu.
- Querida, você precisa aprender a perder pra qualquer um, nem que seja uma estrangeira. – O vocalista sorriu com meiguice.
- Não me conformo em perder o meu homem pra uma garotinha que chegou há menos de seis meses aqui!
- Opa, opa, opa! Seu homem? – Pierre riu. – Não sou “seu” homem. Muuuuuito pelo contrário, eu não sou homem de ninguém. E, além disso, eu ia pedir um “afastamento” de qualquer jeito. Não fui feito pra andar na linha, sabe?
- Que pena, era tão bom ter você de cachorrinho... Bom, pena que as coleiras soltam! Foi bom falar com vocês. – Lachelle se aproximou de e sussurrou. – É bom você ir dando adeus pro Pierre. Sabe que não tem muito tempo aqui e... Você vai se machucar com ele, pode ter certeza disso.
- Acredite, querida. Prefiro me machucar com ele do que ter que te aturar todos os dias como ele fez. Além disso, pode bater pé o quanto quiser, você o perdeu! – A garota cuspiu no rosto da loira e deu as costas, andando para junto dos outros.
- O que a baranga disse? – Perguntou ao notar a amiga se aproximando.
- Ela me ameaçou, nada de demais.
- Ameaçou?
- Ela disse que eu ia me machucar com o Pierre...
- Humpft, duvido. O cara te ama mais do que ele ama a vodka!
- Não sei se considero uma ofensa ou um elogio...
- Considere um elogio, já que ele amava a Lachelle assim como ama os entrevistadores.
- Hm...
- Oi, meninas. – Pierre sorriu ao se aproximar delas. – O que você disse pra Lachelle pra ela ficar tão brava?
- Ah, ela me disse que eu ia me machucar com você, então eu respondi que preferia sair machucada do que ter que aturar olhar a cara dela todos os dias, como você fez e, além disso, que ela podia bater pé o quanto quisesse, ela já te perdeu mesmo... E no final cuspi na cara dela. – deu um sorriso angelical.
- Você não presta, mesmo... – Ele riu e balançou a cabeça.
- Posso tirar uma foto com vocês? – Uma garota de 10 anos perguntou para eles.
- Ah, pode sim! – Respondeu o vocalista, sob o olhar de desaprovação das duas garotas. – Deixem a criança ser feliz!
- Obrigada! – Ela saiu dando pulos com a câmera na mão, fazendo os três rirem.
- A gente vai voltar a ficar assim quando voltar pro Brasil. – Observou .
- Mas, com uma pequena diferença: eles não vão esquecer da gente tão cedo. – Completou .
- Pois é, vocês aprontaram demais com a gente. Nunca vamos esquecer nossas “filhas” brasileiras. – Pierre piscou para as duas.
- É bom lembrarem da gente nos shows, quero uma música dedicada pra mim. – fez bico.
- Muito bem, muito bem. Nem vou perguntar qual música é... – O vocalista abriu um sorriso.
- Pois é, ser viciada em I Can Wait Forever dá nisso, ! – Riu a amiga.
- Cala a boca, !
LEFEBVRE’S HOUSE
- E então eu disse... PIGGIE! – Sebastien estava conversando com Chuck quando viu com o seu porquinho de pelúcia.
- Ai, que bonitiiiiiinho, Seb! Ele é tão fofo!!! – A garota apertava o bichinho.
- Sebastien, se prepara. A tem uma paixão por bichinhos de pelúcia! – Avisou .
- I love you and I miss you so much, Sebastien... – A vozinha de Piggie encheu a sala.
- Aaaaaai, que bonitiiiiiiinho!!! – A garota quase surtava com o porquinho.
- Muito bem, agora devolve o Piggie! Ele é meu fofinho. – Sebastien fez uma carinha triste com biquinho.
- Ele vai vir comigo pro Brazil a menos que você consiga pegar ele! – Disse .
Os dois se encaram por alguns segundos e começaram a correr, fazendo os outros se entreolharem com cara de “?”.
- NÃÃÃÃÃO! DEVOLVE O PIGGIE! ELE ME AMA E SENTE MINHA FALTA! DEVOLVE, SUA DOIDA! – Os passos rápidos, a voz de Sebastien e a risada de eram as únicas coisas audíveis naquela casa.
- Ai, cansei – A garota se jogou no sofá ao lado de Pierre e ergueu Piggie, deixando Sebastien pegá-lo.
- Ai, meu fofinho! Você tá bem? Ela te machucou?! Ah, essa garota malvada não vai fazer nada com você, não se preocupa... – O guitarrista começou a acariciar o porquinho e a falar como se o bichinho fosse um bebê.
- Cara, isso foi bizarro... – Chuck estava com os olhos arregalados.
- HÁ! ISSO VAI PRO SITE DO SIMPLE PLAN! – Gritou Patrick, chamando a atenção de todos. – Eu gravei tudo, Lefebvre. – Ele falou, ainda segurando a câmera, com um sorriso no rosto.
- Bota no YouTube! – Disse David.
- Mas o David tem uma paixão secreta pelo YouTube! Tudo que é vídeo “bota no YouTube”! – Jeff, que estava em um canto com sua guitarra, riu.
- Muito mais pessoas acessam o YouTube, tá? – O baixista fez bico.
- Chuck, pelo amor de Deus, DESLIGA ESSA PORCARIA DE GAMEBOY QUE ESSE BARULINHO TÁ ME DANDO COISAS! – Pierre, que andava se controlando para não reclamar do som irritante do GameBoy, não se agüentou.
- Tá, já tô tirando o som! – O baterista se atrapalhou com os dedos, ainda assustado pelo grito do amigo.
- Alguém tem alguma idéia? Não quero ficar aqui, babando, olhando pra cara de vocês. Especialmente pra essa coisa bizarra sentada na minha frente. – Reclamou [N/a: Quem estava na frente dela? Pierre, claro].
- VAMOS FAZER UM VLOG! – Patrick se empolgou.
- Aaaah, gostei da idéia, Pat! – Sorriu .
- Mas o povo aqui da banda não quer fazer vlog. – Chuck nem desgrudava os olhos do GameBoy.
- Que não seja por isso, eu e a fazemos! – Disse a .
Patrick ajeitou a câmera e as duas garotas sentaram no sofá.
- Muito bem, precisamos de um assunto. – virou para a amiga, nenhuma das duas tinha percebido que já estava gravando.
- Como o Pierre é idiota! – Disse , fazendo a outra fechar a cara. – Você já percebeu que nos vlogs nunca tem um assunto principal?
- Pois é, já notei isso...
- JÁ SEI! Há, há! Acabei de ter uma idéia!
- Teve?
- Sim! Vamos ver como é o quarto de Sebastien Lefebvre!
- Aaaaaah, vamos ver se ele lava as boxers dele ou dobra elas e coloca no armário, fazendo-as voltarem a ficar limpas! – As duas levantaram e subiram as escadas, seguidas por Patrick e sua câmera.
- Mas é escada que não acaba mais, que droga! – Reclamou no meio da subida.
- Cala a boca e continua subindo. – a empurrou um pouco.
Elas abriram a porta do quarto de Sebastien e entraram.
- Então, esse aqui é o quarto do Sebastien. Como podem ver, a guitarra ali no canto, as palhetas jogadas por cima de tudo, até em cima da cama, o pijama verde dele... Olha ali as pantufinhas peludas dele! E ali em cima da cama tem o... – A nem conseguiu terminar a frase quando a outra gritou.
- PIIIIIIGGIE! – agarrou o porquinho e sentou na cama. – Cara, o Sebastien tem um colchão de água!
- Que coisa de gente rica! – balançou a cabeça.
- O armário do Sebastien! – A garota já estava mexendo nas roupas. – Cara, o Sebastien tem muita roupa igual e... Que tipo de pessoa usa isso?! – Ela tirou uma cueca de corações de uma gaveta, junto com uma meia cinza e roxa xadrez..
- Uau, que coisa nerd...
- Então dá só uma olhada nessas coisas... – continuava mexendo no armário de Sebastien – Gel pra cabelo no armário, suspensório, camisetas que parecem toalhas de galeteria, calças xadrez, calças listradas, meu pai!
- Seb neeeeerd! – fez cara de “que fofinho, quero pra mim”.
- Aaaaah, olha isso! – A outra tirou uma cueca de ursinhos coloridos da gaveta. – Cara, isso tem cheiro ruim.
- Será que ele lava as cuecas?.
- Não é esse tipo de cheiro! É cheiro de naftalina!.
- Cheiro de ritalina?
- Não, naftalina!
- Eu entendi “ritalina”...
- Ah, sim. O David dormiu aqui e “acidentalmente” deixou a ritalina dele cair bem nas cuecas do Sebastien... Ai, sua imbecil! Naftalina não tem nada a ver com ritalina!
- O Sebastien bota naftalina nas meias e nas cuecas, que lindo e... Como nosso assunto tá produtivo, né?
- Vamos voltar lá pra baixo e ver o que o povo está fazendo.
Os três desceram novamente.
- Pierre está babando no sofá, David está lendo uma revista... De novela? Muito bem, abafemos o caso. Chuck está na internet...
- E viva o vício! – ergueu os braços.
- Jeff está tocando guitarra, Sebastien... Está jogando Nintendo e o Patrick... Está aqui, gravando o vlog.
- O vlog mais inútil do mundo. Você sabe no que acaba um bando de entediados, duas garotas e uma câmera?
- Nesse vlog?
- Acertou!
- Muito bem, acho que já falamos demais! Câmbio e desligo!
Patrick desligou a câmera.
- Mas que tédio dos infernos! Não agüento mais ver o Bouvier babando no sofá! – estava jogada no pufe verde na sala.
- E por que você tá olhando o Bouvier, podendo olhar coisas melhores como eu? – Perguntou Patrick.
- Mas neeeem convencido. – Ela rolou os olhos.
- Acho que eu vou... – deu um bocejo. – Dormir. – A garota apoiou a cabeça no ombro de Pierre e fecho os olhos.
- Ah, que meigo. Agora sim eu vomito. – A fez cara de nojo.
- Cala a boca, ... – Murmurou a outra, quase caindo no sono.
- Mas que droga! Até quase dormindo ela me manda calar a boca!!!
- Acho que vou fazer uma coisa... – Sebastien falava consigo mesmo. Quando pareceu tomar uma decisão, subiu as escadas.
Voltou com Piggie nos braços, sentou-se ao lado de Pierre, descansou a cabeça no ombro do amigo e fechou os olhos, caindo também em um sono profundo.
Aos poucos, também foi cedendo. Suas pálpebras pesaram mais do que ela podia agüentar enquanto tentava se concentrar no jogo de Nintendo de Chuck e Patrick e no som da guitarra de Jeff. A última coisa pode ver foi David olhando fixamente para o trio adormecido no sofá.
CAP. 51 – Your love is just a LIE
- ? Acorda, garota... – Sebastien a chamava suavemente e a balançava um pouco.
- Hm? Que foi? – Ela esfregou os olhos e bocejou.
- Acho que já tá na hora de vocês irem...
- Já é de manhã?
- Não, é de noite
- Sério?
- Sim. Eu, você, a e o Pierre temos sono bem pesado. O Jeff disse que ele conseguiu fazer uns solos bem doidos aqui e ninguém acordou.
- Como você acordou?
- Ah, é que eu tava quase me afogando na poça de baba do Bouvier. Ele baba demais enquanto dorme, santo Deus!
- Onde ele e a tão? Já foram aprontar em casa?
- Não, ! – Exclamou . A nem havia notado que ela estava escorada na parede atrás de si.
- Ah, ... Cadê o Bouvier? – continuava esfregando os olhos.
- Ele disse que ia sair e depois voltava, por quê?
- Tomara que tenha sido atropelado por um caminhão, tomara que tenha sido atropelado por um caminhão, tomara que tenha sido atropelado por um caminhão.... – A garota falou, bem baixo. Mas não o suficiente.
- CALA A BOCA, SUA VADIA! Se ele morrer, eu morro junto, o.k?!
- Aaaaah, confissão do dia! Se o Bouvier morrer a se mata! Que lindo. Péra, vou vomitar.
- , sério, você fala tão alto que até acordou o David. – Jeff, que havia largado a guitarra e apenas olhava as garotas, indicou o baixista com a cabeça.
- , acho melhor você não gritar mais, tá? O David precisa muito dormir. – abaixou o tom de voz.
- O que aconteceu com ele? – Pela primeira vez notou as olheiras escuras sob os olhos cor de mel e palidez incrível dele.
- Além de sono leve? Ele anda muito preocupado, você não tem noção. – A garota olhava preocupadamente para o amigo. – Eu queria poder ajudar...
- Só que ninguém aqui pode. – Suspirou Sebastien.
- Péra aí, você já sabe? – A ergueu uma sobrancelha.
- Sim, o David contou pra toda a banda enquanto você tava dormindo. – Respondeu .
- Poxa, mas nas partes interessantes não me acordam?! Que tipo de amigos vocês são?!
- O David ficou completamente sem jeito pra falar, chorou um monte, ele não precisava de mais uma na platéia. – Chuck havia se aproximado sem que nenhum dos três notasse e ouvira toda a conversa.
- Chuck, mas que droga isso! Você parece um fantasma! Sempre aparece do nada! – colocou a mão sobre o peito.
- Ai, desculpe! – O baterista tapou a própria boca. – Te assustei muito? Muito mesmo? Ai, desculpe, desculpe mesmo! Por favor, desculpa!
- Chuck, se acalma, homem! – Sebastien o segurou pelos ombros e chacoalhou-o. – Não precisa pedir trezentas mil desculpas em uma única frase!
- Mas eu me sinto tão culpado... – Ele fez um biquinho e uma cara de arrependido muito fofa.
- Ain, que bonitinho! – não se segurou e apertou as bochechas dele, arrancando um pequeno sorriso dos lábios de Chuck.
- tendo seus ataques de fofura, fato. – A rolou os olhos.
- Ah, mas olha isso. – A outra virou delicadamente o rosto de Chuck na direção da amiga.
- Oooooown, que bonitinho! – As duas começaram a apertar as bochechas do baterista com delicadeza para não machucá-lo.
- Vocês me dão medo. – Patrick estava colado na parede, observando a cena com cara de horrorizado.
O trio simplesmente riu.
- Não se preocupa, Pat. – Chuck piscou travessamente para ele. – Ser apertado é bom, até.
- Maluco... – Sussurrou o web guy, fazendo a risada se espalhar pela sala.
- Vem cá, Pat! – gesticulou para ele, que sentou ao seu lado.
- Você quer me apertar, né? – Ela concordou com a cabeça. – Só não aperta forte, tá?
- Não se preocupe. – A garota apertou levemente as bochechas rosadas de Patrick, que fechou os olhos. – AAAAAI, QUE FOFIIIINHO!!!
- Anhm... – os cinco olharam e se depararam com Pierre os observando. – Cheguei em um mal momento ou...
- Não é nada. – andou até o vocalista, que a pegou no colo. – E... Pra que isso?
- Sei lá... Quer descer?
- Não, assim eu não me sinto tão anã.
- Pois é, . Você é uma anã mesmo. – concordou.
- Cala a boca, .
- Seu amor me comove. – A comentou.
- Sim, por que O SEU AMOR É UMA MENTIRA!
- Ã? – Sebastien, que estava aparentemente dormindo, ergueu a cabeça. – Vocês são loucas...
- Não somos loucas, vocês é que são loucos e nós somos normais. Então, por vocês serem loucos, nos acham loucas por sermos normais. – desceu do colo de Pierre.
- Larga essa maconha, ! – olhava a amiga com medo.
- Mas é tão boa... – A outra fez bico.
- Eu te forneço uma melhor! – Brincou Chuck, assustando novamente a .
- Nem vou dizer que você me assustou, não adianta falar.
- Descu...
- Chuck, FECHA ESSA BOCA, EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ PEDINDO DESCULPAS! – Sebastien perdeu a paciência.
- ... – Uma lágrima escorreu pelo rosto do baterista.
- TADINHO, SEBASTIEN! – elevou a voz.
- É, SEU ANIMAL! – empurrou Sebastien do sofá para sentar do lado de Chuck.
- Viu, Sebastien? – Pierre ergueu a mão para ajudar o amigo a sair do vão entre o sofá e a mesa. – Chuck tem preferência entre todo mundo.
- Mentira, Bouvier! – Discordou a que fazia junto com um “sanduíche” em Chuck. – Todos merecem ser defendidos... Menos você, claro.
- Uh, acho que vi um pedaço dos seus dedos voando... Quer que eu pegue? – Perguntou Patrick.
- Não precisa, Pat. Eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ouvir uma...
- Pierre... – o alertou.
- Uma garota dessas. – Ele suspirou. Com as duas junto não daria para falar o que queria.
- Podem me soltar, garotas. – Chuck desenlaçou-se suavemente dos braços delas e, em seguida, as abraçou. – Obrigado.
- Onde você estava, Bouvier? – Quis saber .
- Fui ver se tinha algum lugar bom para comer. – Ele apontou as chaves do carro sobre uma das poltronas. – O Sebastien na cozinha é uma desgraça.
- Provavelmente ele deve ser melhor que você. – Ela estava provocando.
- Não. Ao contrário dele, eu nunca coloquei fogo no fogão fritando alguma coisa. – Pierre tentava evitar que aqueles comentários o afetassem.
- Uhum... Mas que eu saiba você também não sabe cozinhar.
- Sei sim, mas nada de muito elaborado. Se você acha que consegue fazer melhor que eu...
- Eu tenho certeza que consigo.
- , você não consegue nem fritar um ovo... – ergueu uma sobrancelha.
- Cala a boca, !
- Muito bem, então você cozinha maravilhosamente bem, nem sei como não virou chef de algum restaurante famoso...
- Sem ironia, sua vadia!
- O que você prefere: ironia ou verdade?
- Nenhuma dos dois, prefiro que você fique calada!
- Muito bem então... Eu vou lá falar com o David, depois eu volto. – Ela saiu, deixando Pierre e se encarando com ódio.
- Se não fosse a eu já teria falado muitas verdades sobre você. – Sibilou o mais velho.
- Se não fosse a , você já tinha apanhado mais que o David naquele dia. – A respondeu do mesmo jeito.
- Que fome! – Comentou Patrick, atraindo a atenção deles. – Onde a gente vai comer?
CAP.52 – SURPRISE!
- E então, Desrosiers? – sentou ao lado do baixista.
- Hey. – Ele deu um sorriso triste.
- Que fome! – A voz de Patrick atraiu a atenção deles – Onde a gente vai comer?
- Ele só pensa nisso? – A garota ergueu uma sobrancelha.
- Não, ele também pensa em editar vídeos, odiar as pessoas, Man Of The Hour, vlogs, odiar as pessoas, Man Of The Hour, editar vídeos, vlogs...
- Ah, fico feliz que ele pense em tantas coisas. – Riu ela.
- Claro, só coisa com qualidade. – David fez sinal de “o.k” com a mão.
- Mas eu não quer falar da gordura, do ódio, dos vídeos ou dos vlogs do Patrick.
- Esqueceu do Man Of The Hour. – Lembrou ele.
- O Man Of The Hour não é importante.
- Se o Sebastien sabe…
- Ele tá muito ocupado vendo a e o Pierre se pontearem.
- Que olho o seu... – David se surpreendeu, ainda não havia percebido os dois se encarando.
- Não é olho, é que quando eu saí de lá eles já estavam brigando e... Pára de mudar de assunto!
- Tá, o que é?
- Você não tá bem.
- Isso foi uma afirmação.
- Sim.
- Então o que você quer de mim?
- Saber o por quê.
- Não é nada... – David olhou para uma das janelas acima da cabeça deles.
- Quem nada é peixe, Desrosiers. Eu sei que aconteceu alguma coisa. Você tá magro, pálido, não dorme direito, parou de brincar...
- Só você notou isso, pelo jeito. – Ele voltou a olhar para ela.
- Não. Só eu que vim falar com você, mas todos notaram. Você perdeu um pouco do jeito Desrosiers de ser..
- Ah, então é por isso que as pessoas não falam mais tanto em mim. – Ele riu. Um riso sem alegria.
- Hupft, bando de posers... – Ela bufou, afastando um pouco a franja do rosto.
- Cara de peixe.
- Vadia.
- Viado.
- Retardada.
- Gordo.
- Vaca.
- Pacu.
- Anhm... Vão continuar se amando aí ou dá pra sair? – Perguntou Patrick aos dois. Eles ainda estavam se encarando e trocando insultos.
- Amar uma bolota ambulante? Patrick, você precisa de óculos. A também. Ainda não sei o que ela consegue amar nesse traste.
- Ela me ama pelo que eu sou. – Pierre sorriu.
- Não sei. Você mente muito, Bouvier. Nunca sei quando você está realmente falando a verdade.
- Eu não preciso ser verdadeiro com você.
- Assim como eu não preciso ser educada com você.
- Eu nunca pedi nada.
- Gente, desse jeito o restaurante fecha... – Sebastien falou timidamente.
- Ainda bem. Se pedisse, eu não ia fazer nada, mesmo!
- Eu sei, . Eu conheço o seu tipo de garota.
- Conhece? Então sabe o que acontece quando o meu “tipo de garota” se irrita. – Ela deu um soco na própria mão.
- Espero que você se lembre que eu sou bem mais velho, bem mais experiente e bem mais forte que você.
- É o que veremos... – foi bater em Pierre quando ficou entre os dois. – , sua vadia. Sai da frente.
- Não. – Ela ergueu o queixo.
- Droga, você adora acabar com a minha diversão.
- Não é diversão, .
- O que eu fiz dessa vez?! Você nunca me chama de ...
- Você não fez nada, só não estou com um bom humor... – Ela se aproximou da amiga. – Depois eu quero te contar o que aconteceu com o David.
Elas se afastaram dos outros.
- Que droga, você me corta bem quando eu ia mostrar meu amor pelo Bouvier! – Reclamou a .
- Tem coisas mais importantes do que comprar briga com ele. – rolou os olhos.
- Mas não mais divertidas.
- Eu quero falar de ago sério. O David...
- Ah, o que aconteceu com ele? Ataque emo?
- Se você tomasse dois foras seguidos por traição, sua irmã estivesse com um câncer em um estágio perigoso, ainda tendo que tocar, compor e bláblá, como você estaria?
- Eu ia enlouquecer. – Respondeu , depois de pensar um pouco.
- É exatamente isso que o David tá passando. – A outra suspirou e fechou os olhos. – E o pior é saber de tudo isso e não poder fazer nada.
- , daqui a pouco você vai enfeitar a cabeça do Bouvier, tô falando.
- , se mata! Você sabe que eu nunca faria isso!
- Own, que meigo! Péra, vou vomitar.
- Vocês vêm jantar? – A voz de Chuck as assustou.
- Às vezes eu gostaria de saber como você consegue dar tantos sustos em tantas pessoas diferentes por dia. – ergueu uma sobrancelha.
- Já disse, ele é um fantasma e não sabe. – A disse, um pouco irritada.
- Desculpe se assustei vocês... – Todos ficaram em silêncio. – Então, não vão comer? A janta de hoje é especial! – Chuck fez mistério e as duas o acompanharam até o carro, onde o resto da banda já esperava.
RESTAURANT
- Churrasco? – ergueu uma sobrancelha com um sorriso. – Por essa eu realmente não esperava!
- Churrasco! – Os olhos de Sebastien brilharam. – Tem coração de galinha?!
- Que desespero! – Jeff olhava o amigo com medo.
- Provavelmente tem sim, Seb. – Respondeu Pierre.
- E quem não come carne? – Perguntou Patrick, fazendo com que todos virassem para ele.
- Mas você não é vegetariano! – Observou David.
- Pode ter alguém que seja. – O loiro deu de ombros.
- Ai, Patrick... – Chuck rolou os olhos.
- É, não é a mesma coisa que o churrasco brasileiro, mas não é dos piores... – empurrou um pouco o prato ao acabar.
- Passa mais coração! – Sebastien repetia essa frase pela quarta vez.
- O Chuck faz as pessoas ficarem assim depois de algum tempo... – Comentou Patrick.
- Pois é, aprendi com você. – O baterista retrucou. – , você nem tocou na comida!
- Hm? Ah, isso... Tô sem fome... – Ela olhou para o prato que ainda tinha um pedaço de frango intocado.
- Se importa se eu... – Patrick fez um gesto estranho.
- Ah, pode pegar, Pat. – empurrou o prato para perto do loiro.
- Ah não! Isso já é perseguição... – chamou a atenção de todos, fazendo com que seguissem seu olhar.
Em uma mesa não muito afastada, estavam e Lachelle conversando.
- Mas que droga! Será que é impossível ter uma tarde livre delas? – Pierre bufou.
- Elas gostam de comida brasileira? Que eu saiba a Lachelle vivia reclamando do cheiro e tal... – David ergueu uma sobrancelha.
- Sim, ela reclamava muito. – O vocalista mantinha os olhos fixos nas duas.
- Se alguém precisar de mim, me ligue. – levantou e saiu da churrascaria antes que qualquer um pudesse falar qualquer coisa.
- Eu, se fosse você, ia atrás dela... – dirigiu-se a Pierre, mesmo sem olhar para ele.
David levantou-se e saiu também, parando apenas para dizer:
- Já que ninguém se importa, eu vou atrás dela.
- Já faz tempo que os dois saíram. – Comentou Patrick. Ele estava contando no relógio e já fazia duas horas desde que David e desapareceram.
- Ah, já estou vendo duas coisinhas na cabeça do Bouvier... – Sussurrou para Chuck.
- ! Até parece!
- Nunca se sabe... – Ela deu de ombros.
- Ah, finalmente! – Exclamou Sebastien quando viu David entrar, seguido por .
- Elas já foram? – Perguntou o baixista.
- Já. – Jeff olhou pra os dois. – Está tudo bem?
- Está sim. – Respondeu David.
- Não está nada bem! – Interrompeu Pierre.
- Por favor, calma. – Pediu o loiro, sem nenhuma emoção na voz. – O melhor é você e a conversarem mais tarde.
Ninguém se atreveu a falar mais, até que percebeu a amiga coçando o pulso por cima da camiseta de manga comprida.
- , deixa eu ver seu pulso.
- Você já sabe o que é, não precisa ver.
- Acho que você e o Bouvier precisam conversar bastante quando chegarem em casa.
- Mas que droga! Será que eu sou o único envolvido nisso que não sabe o que ta acontecendo?! – Esbravejou Pierre.
- Acho melhor cada um ir pra sua casa... – Sugeriu timidamente Chuck.
- Também acho. – Concordou Jeff.
CAP. 53 – I’ts not the end
BOUVIER’S HOUSE
- E então? Vai me explicar o que aconteceu? – Pierre estava parado na frente da garota que contorcia as mãos sobre o colo.
- Não há nada para explicar, Bouvier. – Ela respondeu, olhando para o chão.
- Você está até falando de um jeito diferente! Qualquer um sabe que você não é assim! – Ele insistiu.
- Não há nada para explicar, Bouvier. – Repetiu.
- Deixa eu ver seu pulso. – Pierre lembrou do que havia pedido e deixou a mão virada para cima na direção dela.
estendeu o pulso direito.
- O outro. – Ele disse, com a voz firme, fazendo a garota suspirar e estender o outro pulso.
Pierre puxou a manga da camiseta dela para cima, expondo vários cortes profundos e alguns ainda sangrando. Manteve os olhos fixos em um que desaparecia sob a roupa de . Ele retirou rapidamente a blusa dela, sem deixá-la falar nada.
- Por que isso? – Perguntou Pierre, deixando os dedos escorregarem pelo corte que ia até o ombro.
- Não é nada. – Ela tentou pegar a camiseta de volta, ainda sem encarar o mais velho, mas ele não deixou.
- Responda, ! Eu quero um bom motivo para você ter feito isso! – Ele a segurou pelo pulso, não se importando com o sangue coagulando contra seus dedos.
- Você ainda sente alguma coisa pela Lachelle. – sussurrou.
- O quê? – Pierre não afrouxou o aperto no pulso dela.
- Foi o que você ouviu. Você nunca me amou de verdade. – A garota o encarou pela primeira vez.
- É o que você realmente pensa sobre mim? – Ele a soltou.
- Qualquer um consegue perceber o jeito que você olha pra ela! O que eu deveria fazer? Fingir que não vi e esquecer tudo, como uma fã qualquer faria? Eu não sou esse tipo de garota com que você está acostumando, Bouvier. – Ela pegou a blusa, subiu para o quarto, ajeitou as malas e saiu de casa batendo a porta, deixando Pierre sentado no sofá.
Daquela vez, havia perdido tudo que mais importava para ele.
STREET
pegou o celular e procurou pelo número na agenda telefônica. O telefone chamou uma, duas, seis vezes, até que atenderam.
- Alô? – Disse a voz feminina do outro lado da linha.
- Oi, Julie. É a . Você poderia passar para o David?
- Ele tá no banho, mas quando ele terminar e eu for sair, eu aviso pra ele, tá?
- O.k. Só não esquece, por favor. É realmente muito importante.
- Pode deixar. Beijos!
- Ah, escuta... Você está melhor?
- É, ainda não terminei a quimioterapia, mas... Tô melhorando!
- Melhoras...
- Obrigada, querida. Beijos!
- Beijo... – fechou o flip do celular.
DESROSIERS HOUSE
- Até que enfim você terminou esse banho, David! Você parece um marreco no banho! – Disse Julie quando o irmão desceu as escadas apenas de boxer.
- Desculpe, desculpe... Então, aconteceu alguma coisa enquanto eu estava fora? – Perguntou ele, ainda secando os cabelos.
- Sim, a ligou com voz de choro e pediu pra você ligar pra ela assim que saísse do banho. Vou indo, maninho. Até mais! – Ela se despediu dele com um beijo na bochecha e saiu.
STREET
- Alô? – atendeu o celular sem nem olhar o número no visor.
- Oi, ! O que aconteceu? – A voz de David parecia preocupada.
- Te explico depois... David, eu posso ficar aí na sua casa por um tempo?
- Pode, sim... Mas você vai me explicar, não é?
- Sim, eu explico tudo depois.
- O.k, te vejo depois.
- Até mais. – Ela ouviu o clique do telefone sendo desligado e fechou o celular.
DESROSIERS HOUSE
- Já atendo! – Gritou David ao ouvira campainha tocar. Ele desceu as escadas correndo enquanto terminava de abotoar a calça.
- Oi... – Uma triste cumprimentou.
- , entra... – David passou uma mão sobre os ombros dela e a ajudou a levar as malas para a sala. – O que aconteceu?
- Uma briga com o Pierre... – Ela caiu no choro e o abraçou, enterrando o rosto no peito dele.
- Ai, meu Deus... O que aconteceu? – Ele a guiou até o sofá e os dois sentaram.
- Qualquer um consegue notar o jeito que ele ainda olha pra Lachelle. – Disse , com raiva na voz.
- Você acha que o Pierre ainda gosta da Lachelle? – Ele ergueu uma sobrancelha.
- Tenho quase certeza.
- Bom, você já tentou entender como ele se sente?
- Como assim?
- Ele tinha uma vida perfeita. A banda fazendo sucesso, uma ótima família, uma esposa que ele amava muito. E então vem uma adolescente brasileira que vira a vida dele de cabeça para baixo, ganha ele com o jeito de rebelde e rosto de menina sem fazer nenhum esforço... Ele se sentiu indeciso.
- Então ele que decida!
- Não é tão fácil assim... – David sorriu suavemente.
- O que é tão difícil?
- Saber qual a pessoa certa a se magoar.
- Explica melhor. – Pediu ela.
- É difícil saber com quem você vai ficar melhor. Com alguém que você conhece há tempo, alguém que você sabe todas as manias, trejeitos e expressões ou com alguém totalmente novo, que tem uma paixão estranha por você, que você não sabe nada, não conhece. Entendeu?
- Hum... Acho que sim.
- Ainda quer ficar aqui?
- Sim, não quero que o Pierre pense que eu... – O telefone a interrompeu.
- Alô? – David atendeu – Ah, Pierre. A ? É, ela tá aqui sim. Não seria melhor você falar com ela? Tá bem, já passo. Tchau. – Ele estendeu o telefone para a garota. – Ele quer falar com você.
- Alô? – Disse ela timidamente.
- Nem acredito que consegui te encontrar! Pela primeira vez eu posso dizer que amo a ! – A voz de Pierre estava um pouco embargada e extremamente feliz.
- Ah, Pierre... O que foi?
- Poxa, eu aqui, todo feliz de ter te encontrado, e você pergunta “o que foi”? Você foi, esse é o problema!
- Chame a Lachelle, assim não vai se sentir tão sozinho.
- Não é a mesma coisa. – Ele suspirou. – Você não vai me dar uma chance de conversar com você, não é?
- Venha aqui e se explique em dez minutos. Senão, pode desistir.
- Então tá, em menos de 3 minutos tô chegando aí, teamobeijostchau! – Ele desligou.
- Que lindo, vai ter uma convenção aqui em casa! – Riu David.
BOUVIER’S HOUSE
- Ai, obrigado, ! Nem sei como te agradecer! – Pierre praticamente dava pulinhos de felicidade enquanto colocava a camiseta.
- Não bata mais no Chuck. – Ela disse.
- Nem acredito que eu liguei pra minha lista telefônica inteira e ela estava no primeiro nome da lista!
- Pois é, pois é, mas vamos logo!
DESROSIERS HOUSE
- , por favor, SE ACALMA! – David segurou-a pelos ombros e a fez erguer os olhos. Ele já não agüentava mais ouvi-la chorando. Não porque era algo irritante, mas porque o deixava triste e nervoso. – Pensa bem, o Pierre ficou tão feliz de te encontrar! Ele não ficaria assim se não gostasse de você!
- Provavelmente – Ela disse, limpando as lágrimas com a manga comprida do moletom. – ele só ficou feliz porque sabe que não vai ter que se explicar. Imagina se eu morro. A culpa é dele.
- ... – Antes que ele pudesse responder, a campainha tocou. E voltou a chorar, ainda mais do que antes.
David desapareceu da sala e voltou seguido de , Chuck e Pierre. Todos sentaram, deixando o “casalzinho mal-resolvido” de frente um para o outro.
- Bom... Acho que o melhor é eu ter uma conversa primeiro com o Pierre e depois eles se falarem. – O loiro arrastou o amigo para seu quarto, deixando os outros três em silêncio, quebrado por ocasionais soluços.
Quando os dois voltaram, David puxou e Chuck para fora, com o pretexto de “comprar comida na esquina”, deixando Pierre e de frente um para o outro, sem se encararem.
- Nós precisamos conversar. – Disse o mais velho depois de muito tempo.
- Não temos nada para conversar, Bouvier. – Ela respondeu como quem atira uma faca.
- Nós temos muitas coisas para conversar, você sabe disso.
- Eu não tenho nada para conversar com um ser tão patético como você. – estava decidida a machucá-lo de alguma forma. Não importava o como, contanto que Pierre sentisse um pouco de sua dor.
- Nós dois sabemos que tem, sim. - Ele não deixou que as palavras dela, afiadas como adagas, o atingissem.
- O que nós temos para conversar? Como vai ser o final? É isso? – A garota ergueu um pouco o tom de voz.
- Isso ainda não é o fim. Não precisa ser. – Pierre tentou segurar as mãos de , mas ela as afastou.
- Tem razão. Nunca começou para ter um final. Eu nunca te amei.
- Não minta. – Ele olhou profundamente nos olhos dela.
- Não estou mentindo. Você não significa nada pra mim, Bouvier. Eu nunca senti nada por você.
- Ah, é? – Pierre ergueu suavemente uma sobrancelha. – E todas aquelas brigas por causa da Lachelle? E todas as vezes que você ficou com ciúme? E todas as vezes que você disse “eu te amo”?
- Mentiras. O teatro, afinal, serve para alguma coisa.
- No seu caso, não. Você não consegue mentir para mim, , sabe disso.
- Eu. Não. Estou. Mentindo. – falou, dando um longo espaço de tempo entre as palavras.
- Você está mentindo, . Você me ama, não quer mostrar que é frágil e quer me machucar de qualquer jeito. – Ele levantou da poltrona e ajoelhou-se na frente da garota, colocando as mãos em suas pernas. – Só que você não vai conseguir.
- Posso saber por que não? – Ela estava se controlando para não jogar toda sua encenação pro ar e abraçar Pierre.
- Porque, além de eu saber que você está mentindo, você sabe que é a única pra mim. – Ele sorriu fracamente e a garota jogou tudo para o alto.
Ela ajoelhou-se também e o abraçou, entregando-se completamente ao cheiro e ao calor do corpo dele.
- Sabia que você não ia resistir. – Pierre sussurrou perto do ouvido dela em um tom levemente divertido.
- Idiota... – riu e o abraçou com mais força, chorando mais um pouco.
- Acho que já podemos voltar para casa, não é? – Ele perguntou quando se separaram, com as mãos segurando delicadamente o rosto dela.
- Vamos, então. – Os dois se levantaram e a garota pulou no colo dele. Estava com saudade daquilo e, daquela vez, nada os atrapalharia.
CAP. 54 – It’s time to say goodbye
COMEAU’S HOUSE
estava com as malas arrumadas sobre a cama. No dia seguinte, ela e voltariam para o Brasil, deixando para trás os grandes amigos canadenses. Uma batida leve na porta chamou sua atenção.
- Então... – Chuck passou a mão pelos cabelos, ainda parado na porta. – Ainda vai nos shows do Simple Plan depois de tudo que aconteceu aqui?
- Como que eu não iria? – Ela sorriu. – Sou fã de vocês há mais de três anos, como que eu não vou ir aos shows?
- Que bom. Pelo menos, vou ter mais chances de te ver. – O baterista entrou no quarto. – Sabe, no início eu achava tão difícil eu ficar triste na hora de dizer adeus... Parece que tudo mudou muito.
- Acho que foi por causa de tudo que a gente passou aqui. Festas, brigas, brincadeiras...
- Acho que eu me apeguei demais a você. – Uma lágrima brilhou no rosto dele.
- Se nós estamos assim, imagina o Pierre e a ... – sentou na cama, ao lado da mala.
- Eles sabiam que ia ser assim. – Chuck se juntou a ela. – E nenhum de nós pode fazer nada. Não podemos simplesmente seqüestrar vocês. – A garota começou a rir. – O que houve?
- Nada, só lembrei duma conversa que eu tive com a há algum tempo.
- E como foi?
- A gente tava falando umas idiotices e daí eu falei algo sobre seqüestrar o Seb e pedir você de resgate. E não devolver nenhum dos dois, claro.
- Nossa... – O baterista começou a rir junto com ela. – Mas é melhor você dormir. Amanhã vai ser um dia longo. – Ele beijou-lhe a testa e saiu do quarto.
BOUVIER’S HOUSE
estava sentada entre as pernas de Pierre, aninhada entre seu peito e seus braços. Os dois estavam na varanda, observando a lua. Aquela noite seria mais comprida do que as outras já que nenhum dos dois conseguia dormir.
- É uma pena que tenha que acabar assim... – Sussurrou ela.
- Isso não acabou. Não ainda. Temos mais algumas horas. – Ele acariciou os cabelos dela.
- Eu sinto como se já tivesse acabado. – Suspirou. – Conhece a música “Bad Day”?
- Não...
- Tem uma parte dela que diz “você chuta as folhas e a mágica está perdida”. Parece que foi exatamente o que aconteceu.
- A mágica é só uma questão de como você vê as coisas. Eu ainda vejo mágica aqui.
- Onde? – Ela se ergueu um pouco, olhando para Pierre.
- Aqui... – Ele aproximou o rosto do dela e selou um beijo leve.
- O que nós vamos fazer durante essas próximas horas? – Perguntou assim que seus lábios se afastaram.
- Que tal nós... Relembrarmos?
- Como assim?
- Relembrar desde quando você e a chegaram aqui, mas expondo os nossos pontos de vista.
- É uma boa idéia.
- Você começa.
- Não. Você começa.
- Muito bem. Quando eu vi vocês duas na sala eu pensei “tomara que não seja a menorzinha, tomara que não seja a menorzinha”...
- Posso saber por quê?
- Porque eu estava prevendo que a Lachelle não ia gostar muito.
Eles conversaram durante toda a noite, sem se importar com os tímidos raios de sol que anunciavam a despedida.
CAP. 55 – You don’t mean anything to me
AIRPORT
Os oito estavam lá, de pé, esperando para o vôo que levaria as duas de volta para casa, e até mesmo o mundo parecia mais triste naquele dia. A manhã estava fria, nublada. As árvores, paradas.
- , acorda. – cutucou a amiga, que parecia dormir em pé, abraçando o próprio corpo.
- Eu não estou dormindo. – Ela abriu os olhos. – Só estou com frio.
- Que não seja por isso. – Pierre tirou seu casaco e colocou-o sobre os ombros da garota. – Pronto.
- Mas, você vai precisar desse casaco depois, e... – Antes que tirasse o casaco, ele segurou-o de um jeito que ela não conseguiu livrar-se dele. – Muito bem, então. – A garota começou a procurar as mangas. Ficava muito grande, mas não faria muita diferença.
O pesado silêncio estava sobre suas cabeças, ninguém sabia o que falar. Talvez fosse a última vez que se veriam. Dentro da mente, cada um pensava no que poderia dizer naquela despedida.
Algumas lágrimas solitárias brilhavam por alguns rostos que agora não se importavam se teriam câmeras na volta ou coisas do gênero. Queriam mais tempo, uma vida inteira ainda seria pouco. Toda a cumplicidade entre eles, a amizade, o afeto, as brincadeiras, as brigas, tudo parecia estranhamente distante daquele momento.
A hora se aproximava e ninguém se mexia, apenas para, ocasionalmente, secar uma lágrima ou cochichar algo. Nada parecia a mesma coisa. As cores pareciam mais sombrias, os movimentos pareciam quase inexistentes e os sons eram apenas chiados ao longe. Estavam com saudade antes mesmo de dizer “adeus”.
Por mais que tentassem pensar positivo, que algum dia se veriam novamente, a sensação era de um adeus permanente. Algumas mãos estavam entrelaçadas, firmes como se estivessem coladas, tentando adiar aquele momento. Infelizmente, nada poderia ser feito.
A voz feminina ecoou por todo o aeroporto, anunciando o vôo das meninas. Dessa vez, ninguém escondeu a tristeza de deixar alguém importante sair daquele jeito de sua vida. Até mesmo Patrick, por mais fechado que fosse, derramou várias lágrimas.
Os soluços eram algo comum entre os oito enquanto se abraçavam. Era difícil para todos depois de se apegarem tanto. Mas os rapazes as deixaram ir, teriam que seguir em frente do mesmo jeito e desde o início sabiam que acabaria assim. Acharam, apenas, que seria um pouco menos pior.
Eles se separaram e as duas garotas começaram a andar. Quando estavam há alguns metros, avisou que precisava entregar algo para algum dos rapazes.
Ela chamou Pierre e lhe entregou uma folha de caderno amassada.
- Espero que você saiba o que fez com ela. – E, sem dar maiores explicações, saiu.
- O que você foi entregar pro Bouvier? – Perguntou assim que a amiga se aproximou.
- Ah, nada de importante. Só uma lembrancinha e... – olhou para trás e apressou a amiga. – Vamos mais rápido, !
- Por que, ?! – Ela conseguiu olhar para trás a tempo de ver Pierre e Lachelle se beijando. Era como se tivessem deixado um balde de água fria cair sobre sua cabeça. Seu coração afundou no peito e seu mundo tão perfeito feito de crital desabou no chão, virando milhares de cacos brilhantes.
- Você vai ficar bem chateada, não é?
- Acho que eu tenho todos os motivos do mundo para ficar chateada. Há menos de 72 horas eu tive aquela conversa com o Pierre que ele disse que eu era a única pra ele. – Ela suspirou. – Mas, sinceramente, acho que estou começando a me acostumar com Pierre Bouvier e suas mentiras. Eu nunca signifiquei nada pra ele, mesmo...
- Não sei. O Bouvier é uma criatura cujo cérebro é difícil de entender. – ergueu uma sobrancelha.
- Eu já notei isso. Mas... Vamos, não quero mais ficar aqui.
- , isso não é motivo pra... – já estava prevendo o sangue escorrendo pelos braços da amiga, mas ela a interrompeu.
- Os meus motivos são apenas meus. Se eu realmente quiser fazer isso, então eu vou fazer. Mas... Quer saber? Eu acho que ainda não é o fim.
- Você acha?
- Acho... Sabe, o destino gosta de brincar.
- Pensei que você não acreditasse nessas coisas de destino...
- Depois de algumas coisas acontecerem, eu acredito em praticamente tudo.
- Olha, um porco voando!!
- Menos, . Bem menos.
- Desculpa, eu queria te animar...
- Tente fazer isso no avião. Acho que eu vou pedir alguma coisa com álcool e...
- , você não vai beber!
- O.k... Então, por favor, me distraia até o Brasil.
- Uh... Posso te perguntar uma coisa? – Perguntou depois de algum tempo andando.
- Pode.
- Promete que não vai chorar?
- Prometo...
- Aquela noite que eu e o Chuck dormimos na casa do Pierre... Você e ele realmente... Sabe... Fizeram o que eu pensei que vi que fizeram? Quer dizer, foi mesmo ou vocês só falaram por falar?
- Ah, isso... – suspirou. – É, aconteceu...
- Mas vocês usaram...
- Sim! Vai querer saber até qual o tamanho?!
- Aham!
- Vai te catar!
- Viu? Te distraí! Eu sou DEMAIS!
- Vamos, é hora de ficar em um avião por horas – E embarcaram.
THE END
N/A: Caramba a fic acabou! Tipo, morri! Acho que nem tem muito o que falar, só [acho] agradecer o pessoal que leu e comentou e a minha beta linda e gatosa pela paciência de corrigir esse troço. Então, espero que o povão tenha gostado e que eu, no futuro, escreva mais alguma coisa. No fim, é só isso mesmo. Mais uma vez, obrigada pra quem leu e pra Kaah lindona =] Beijos e Queijos e a gente se vê por aí!
N/B: Geente, eu amei betar essa fic linda linda, adoreei ter conhecido a Daaaniezinha fooofa, minha autora querida. Espero que gostem do fim da fic, eu gostei (Y). beijos beijos.xx ps. se tiver errinhos -> karol_loka12@hotmail.com