You Found Me
por Charlie. | betada por kaah.jones
revisada por Lelen


Recomendação de Música: You Found Me - The Fray



Odeio ter que confessar, mas esse ano vem sendo bastante difícil.
Desde que nos mudamos para Londres, não parava de chorar, mas o pior de tudo era que eu não tinha a mínima idéia do porquê. Aliás, eu posso dizer muito bem que nunca havia reparado nesse sofrimento dela, afinal, eu e minha banda estávamos gravando um novo CD e isso estava nos deixando malucos, todos estavam pressionando para que ele saísse logo e, por conta disso, eu mal passava tempo em casa.
Admito que me sentia culpado por tê-la trazido comigo e tê-la deixado sozinha por tanto tempo... Ainda que ligasse de cinco em cinco minutos, não era suficiente. Em Manchester ela tinha sua faculdade - a qual largou para morar comigo - tinha suas amigas, visitava sua prima e tinha seu emprego de estagiária de jornalista em um jornal pequeno que havia acabado de começar, eu não cansava de ouvir o quanto ela fazia questão de repetir para mim milhões de vezes que sua vida era perfeita e que ela poderia continuar com ela até morrer.
Um dia enquanto andávamos por um dos muitos parques de Manchester, eu contei da minha proposta dela vir morar comigo em meu apartamento, já que ela não teria que pagar mais aluguel e que ele era muito mais perto da faculdade e do escritório do jornal. Eu juro que nunca a havia visto daquele jeito, ela estava simplesmente linda e não hesitou em aceitar minha proposta. Se mudou na semana seguinte e eu me abismava em como eu nunca havia reparado na criatura maravilhosa que ela era.
Podemos classificar em uma pessoa com alma de anjo, pelo menos era como eu a chamava, Anjo, mesmo ela achando brega e me mandando parar de chamá-la assim todas as vezes. Ela com certeza tinha vindo para a minha vida para me "salvar", se pudermos chamar assim. Quando a conheci, eu tinha acabado de perder meu pai em um acidente trágico de carro, no qual estávamos eu e minha irmã presentes. Me lembro quando entrei no hospital, com muita dor, meu pescoço em um suporte estranho e tal, mas me lembro principalmente de sua voz e, no pouco que pude abrir meus olhos, pude ver os dela cheios de lágrimas, mas logo depois apaguei completamente com o sedativo aplicado em mim.
Semanas depois, eu voltei para casa, semi-recuperado, mas com uma depressão forte, que eu julgava irreversível. Me lembro vagamente das primeiras semanas em casa, eu sonhava com os freios do carro do meu pai, dos faróis do caminhão vindo em nossa direção e os vidros quebrando em cima de mim enquanto eu abraçava minha irmã para tentar protegê-la. Tudo era terrível quando eu acordava no meio da noite, meus amigos dormiam lá, mas achavam melhor não se manterem muito por perto, acredito que tinham medo de eu começar a chorar e não saberem o que fazer. Não que eles estivessem errados, me lembro de todas as noites que passei em claro me lembrando dos detalhes do acidente e chamando pelo meu pai. Ele significava bastante para mim, muitas vezes adolescentes tem problemas com seus pais, mas não era meu caso. Ele sempre foi o irmão mais velho que eu não tive, sempre foi meu ídolo, meu orgulho. Eu chegava para meus colegas de classe, quando era pequeno, o apresentava como quem apresenta um astro de rock e admito que meus amigos ficavam com inveja tremenda, enquanto ele só ria de mim e me botava em seus ombros pra me levar pra casa.
Foram tempos difíceis aqueles, até que eu conheci a . Ela havia acabado de saber que eu havia saído do hospital e se fizera passar por minha prima distante para conseguir meu endereço. Admito que fiquei um tanto curioso sobre o porquê de ela estar no hospital bem na hora em que cheguei e juro que enchi o saco dela até que se abrisse e me contasse que havia ido lá porque estava cuidando do bebê de sua amiga, que tinha que acompanhar o marido em uma viajem de negócios e havia se oferecido para tomar conta do filho deles. Segundo ela, no dia, o bebê havia vomitado [gofado na verdade] e como ela não tinha NENHUMA experiência em cuidar de crianças, achou melhor levá-lo para o hospital e como toda boa repórter, ao me ver entrando, quis saber o que estav a acontecendo. Eu nunca a perguntei o porquê de ela estar chorando quando eu a vi, mas admito que não queria saber a resposta, todas as vezes em que tocávamos no assunto, ela se esquivava e eu não tenho a mínima ideia de porquê o fazia.


Eram por volta de sete e meia, eu tinha acabado de sair do estúdio e fui imediatamente para casa, pois eu e havíamos combinado de jantarmos juntos para comemorarmos o sucesso da minha banda e os seis meses em que ela morava comigo. Sem falar que eu havia planejado tudo com o gerente do retaurante para pedí-la em casamento quando estivéssemos lá.
Cheguei pontualmente ás sete e quinze em frente de casa e como a havia avisado, nem entrei, só dei uma leve buzinada e fiquei esperando-a sair. Tenho certeza que dormi, porque meia hora depois abri os olhos assustado ela não havia entrado no carro. Foi quando começei a me preocupar.
Entrei em casa rapidamente, praticamente correndo e ao virar em direção a sala, eu quase não me aguentei.
estava deitada no chão, como se tivesse caído e levado o copo que ostentava junto com si mesma. Ela não se mexia, suas pernas estavam esticadas no chão, com seus braços largados ao lado de seu tronco. estava extremamente pálida e não respirava.
A princípio eu não queria acreditar, corri até o chão agarrando-a e comecei a chamá-la alto, segurava sua cabeça entre minhas mãos, beijando seus lábios, enquanto a chamava e minhas lágrimas começavam a cair. A coloquei em meus braços e corri de volta para o carro, colocando-a confortavelmente no banco de trás e arranquei com o mesmo indo em direção ao hospital mais próximo.
Cheguei ao local em menos de três minutos e adentrei desesperadamente com ela em meus braços, deixando todos os presentes espantados. Uma enfermeira alta trouxe rapidamente uma maca, me mandando colocar deitada na mesma para ser levada para a emergência. Fiz o que ela me mandou e fui com a outra enfermeira, que me segurou para que não seguisse a minha garota, alegando que eu deveria assinar alguns papéis e dizendo que passaria por uma série de exames e que eu não seria útil perto dela no momento.
Preenchi tudo de acordo com o mandado e fui deixado em uma sala privativa ao lado da ala para qual havia sido levada. Meu estado de fadiga era preceptível e as lágrimas não paravam de cair um segundo sequer.
Mesmo não querendo admitir para mim mesmo, eu tinha certeza que algo havia dado muito errado.
Depois de alguns minutos e muitas propostas de cafés e águas por parte de todas as enfermeiras do hospital, um médico baixinho e com óculos se aproximou de mim, me fazendo levantar rapidamente, o encarando como quem fala com os olhos.
Ele me encarou ternamente e eu já tinha certeza do que estaria por vir.
'Me desculpe meu jovem, mas sua garota não sobreviveu...' eu não prestava atenção ao que o doutor falava, me sentia como se alguem tivesse desligado meu cérebro do resto do meu corpo, eu estava paralisado, até que eu ouvi a palavra chave.
'Ela se encontrava em um estado de Câncer bastante avançado e provavelmente não seria reversível...'
'Como? Câncer? A estava com Câncer?' Tudo girava, minha mente começara a associar tudo... Ela chorava sempre quando eu falava que a amava, dizia que sentia muitas dores no corpo, andava sem apetite, perdia peso muito rápido...
'Receio que sim, e aparentemente ela já tinha consciência disso, já que isto foi encontrado em seu bolso de trás da calça...' O Médico me entregou um pequeno envelopinho amarelo claro, com meu nome escrito na frente pela letra de . O médico se virou rapidamente, me deixando em pé dentro da sala toda decorada em tons de cinza claro e branco, segurando a única cor dentro da mesma e sem coragem para abrí-lo.
Me sentei em umas das cadeiras desconfortáveis presentes no recinto e coloquei a cabeça entre as mãos... O que ia acontecer agora? Como eu iria continuar sem o meu anjo? Ao parar para pensar em coisas desse tipo, o sentimento de perda me preencheu. Os outros ainda não sabiam de nada e eu chorava descaradamente, sendo sacudido pelos soluços fortes que me atingiam. Como em uma passe de mágica, o telefone começou a tocar e eu atendi desesperado ao ver que era do estúdio. Ao me ouvirem soluçar, automaticamente os caras me perguntaram o que tava acontecendo e me disseram que estavam indo pro hospital na mesma hora. Não se passaram mais de cinco minutos e os três chegaram afobados, vindo me cumprimentar, me fazendo sentir pior do que estava antes ao perceber que teria que explicá-los o que aconteceu.
Quando acabei, já não chorava mais e um silêncio estranho havia se instalado na saleta até que uma enfermeira chamou-me até ela e me falou que se eu quisesse ver a , ela havia sido colocada em um quarto próximo a salinha.
Eu não tinha certeza se queria vê-la, eu gostava de me lembrar da alegre, feliz, sempre me colocando pra cima, com seu otimismo implacável e seu sorriso mais bonito no rosto... Não seria a mesma coisa vê-la daquele jeito... Parada, imóvel, sem tagarelar, sem aquelas manias dela quando falava, só fria e... Sem vida.
Me desobedecendo, segui a enfermeira pelos corredores até ela dobrar em um menor, com três portas brancas, abrindo a terceira e me deixando espaço para passar. Parecia que, com todo aquele clima de hospital, havia perdido ainda mais o único resquício de vida que ainda tinha quando a trouxe de carro. Ela se encontrava deitada na cama, seus braços em cima do tronco e um lençol branco cobria seu tronco por baixo dos braços.
Eu me aproximei assim que a enfermeira me liberou para entrar e sentei na cadeira ao lado da cama, a observando. Com cuidado, peguei sua mão gelada e começei a acariciá-la suavemente. 'Hey anjo... ' um nó se formou em minha garganta ao perceber que ela não iria me pedir para parar de chamá-la assim daquela vez. Continuei no mesmo tom de voz baixo.
'Desculpe por tudo, ... Qualquer dia que você tenha se sentido mal, triste, me desculpe por não ter percebido, por não estar ao seu lado...' A essa hora, míseras lágrimas já escorriam pelo meu rosto, deixando minha voz embargada.
'Eu juro que não tinha a mínima idéia, você sabe como eu sou lerdo pra tudo' Juro que seria capaz de imaginá-la rindo de mim, enquanto dizia que eu não era, só algumas vezes. Fiquei em silêncio por um certo tempo, tudo ali me incomodava...
Por que tudo simplesmente não poderia dar certo? Por que a não poderia sair curada daquele hospital para casarmos, formarmos a nossa família e vivermos felizes para sempre? É, eu acho que os romances que ela me contava vinham subindo muito a minha cabeça, na vida real a coisa era outra, ela havia ido embora e eu não poderia fazer nada para impedir.
'Como vai ser tudo daqui pra frente sem você, anjo?' Levantei suavemente sua mão e a beijei calmamente a molhando com as malditas lágrimas que molhavam minhas bochechas.
Me inclinei para beijar sua testa, pegando a mesma mão que havia beijado e colocando ali no seu dedo anelar o anel que eu pretendia dar a ela durante o nosso jantar e me virei, saindo para o corredor, tentando não olhar para trás.
Cheguei rapidamente ao carro, nesse meio tempo, uma chuva forte já havia se instalado no lado de fora e meu carro se encontrava no estacionamento descoberto, me fazendo tomar um banho, molhando o banco de couro do carro ao entrar. Arranquei com o mesmo, mesmo jurando que pude ouvir um dos caras gritando meu nome.
Já era noite em Londres e a chuva não cessava, eu dirigia sem rumo, estava perdido, não sabia o que faria a seguir. Durante todos aqueles anos, havia sido as minhas muletas para continuar aguentando toda a pressão que estava sobre mim e, sem ela, o mundo parecia somente... Errado.
Dirigi em alta velocidade sem rumo definido, mas no final, já tinha percebido para onde me levava meu subconsciente: A Vauxhall Bridge.
Eu e havíamos feito um piquenique lá uma vez e ela havia me dito que amava a vista daquela ponte, mais até do que a da London ou da Tower Bridge.
Parei o carro no acostamento e como a chuva já havia se reduzido a um chuvisco fininho, saí do mesmo para observar a vista da ponte, até que notei a presença de um homem mais velho há pelo menos dez metros de mim. Eu me perguntava o que ele fazia ali, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, ele amassou o cigarro que fumava com a ponta do sapato e se virou em minha direção, continuando em seu lugar.
'Me desculpe pela sua perda, mas ela não poderia passar mais tempo por aqui... Seu pai terá que agradecê-la muito, ela te tirou de uma depressão bem forte...' O homem falava com um tom de voz calmo e de certa forma meio distante. Me surpreendi com suas palavras, não era possível que soubesse daquilo, tudo era muito recente, não era possível que ele soubesse de tudo, nenhum jornal havia sido informado e eu não tinha percebido nenhum fotógrafo me seguindo ao sair do hospital.
Ao perceber que eu não entendia nada e estava prestes a perguntar o que estava acontecendo, ele se pronunciou.
'Não fale, não pergunte nada.' Parou para pegar um chiclete no bolso e colocar na boca 'Eu vim aqui, , pra te fazer desistir dessa idéia. Você é novo demais e se fizer isso, todo o sacrifício da terá sido em vão.' Eu ainda o observava perplexo, não era possível.. Ele sabia o que eu estava pensando?
'Antes que você me desobedeça, eu vou te explicar tudo, mas você tem que ouvir tudo calado, ouviu, rapaz?' Acenei brevemente com a cabeça, o incentivando a continuar.
'Eu sou Deus, .'
'Quando seu pai morreu, eu achei que você não sairia daquela depressão sozinho, então eu mandei a para cuidar de ti. Você se lembra daqueles tempos, certo?' Acenei novamente com a cabeça, não desviando o olhar do homem. "Ela havia sido mandada por mim pra te tirar daquele buraco em que você estava. Logo quando eu mencionei a proposta a ela, acertamos que ela ficaria no máximo três anos, somente até quando você estivesse curado e vivendo bem de novo.' Ele fez uma breve parada para limpar a garganta e continuou .' Mas o problema ou mal-entendido, como queira chamar, foi que você se apaixonou por ela, quando a função de era de ser como uma irmã para você. Você se apaixonou, rapaz, assim como ela. Por que você acha que ela chorava todas as vezes em que você dizia amá-la? Eu não poderia prever esse fato, senão teria mandado outra em seu lugar, mas não se pode mandar no amor entre duas pessoas, certo?' Eu estava pasmo, mesmo tentando dizer para mim mesmo que eu só poderia estar delirando, eu conseguia sentir uma certeza crescendo no meu peito, uma certeza de que Deus estava bem em minha frente.
' A era uma anjo, , um anjo que eu mandei para te trazer de volta à vida e te fazer desistir dessa idéia que está crescendo dentro da sua cabeça nesse exato momento. Mesmo muitos achando que o suicídio é uma das saídas mais fáceis para os problemas, ele não é. Quando alguém se mata, o corpo morre, mas o espírito continua sentindo as mesma agonias de quando estava vivo, se não piores...' Ele falava e seu tom de voz me fazia tremer nas pernas, acredito que aquela era a conversa mais estranha que eu já tinha tido.
'Ela te deixou um bilhete, não é? Eu sei que sim... Também sei que você não teve coragem de ler, mas eu acho que você deve lê-lo agora, ele irá esclarecer muita coisa, pelo que ela me disse...' Ele falava, apalpando seus bolços da jaqueta marrom de couro, provavelmente procurando mais chicletes ou cigarros, creio eu.
Puxei o bilhete de dentro do bolço da frente da calça que eu usava e, por um milagre, ele não havia se encharcado quando eu saí correndo pela chuva. Li novamente meu nome na parte frontal do envelope amarelo e o abri. "Hey ,
Você provavelmente está revoltado comigo agora, certo, amor? Eu imagino que sim... Não sei se quando eu te deixar isso você vai entender meus motivos, mas eu tenho que te falar o mais claramente e resumidamente possível: me apaixonar por você foi um erro, um tremento erro que eu não tinha conhecimento das consequências até pouco tempo atrás.
Eu não poderia nunca ter te amado como o fiz, era errado, contra as minhas leis e as dos meus semelhantes: Nunca se apaixonar pelo humano pelo qual se está encarregado ou as consequências serão severas. Eu descumpri essas ordens, e por mais que eu quisesse continuar aí embaixo com você, não é permitido.
Você se lembra quando seu pai morreu? Imagino que si... Viva sua vida daquele jeito, sorria para os outros do mesmo modo como você sorriu pra mim no dia em que saímos da psicóloga e ela disse que você estava curado. Não é só porque eu "morri" que você também tem que fazer o mesmo, viva sua vida, conheça novas mulheres, encontre uma a sua altura, forme uma família, tenha filhos, seja feliz. Eu sempre irei torçer por você, meu amor. Você foi a minha vida, mas eu fui somente alguns capítulos da sua, continue escrevendo-a.
Para sempre seu anjo,
."


Desviei os olhos do papel para o homem que me encarava com uma expressão ausente e ostentava um sorriso no canto da boca.
'Onde você estava todo esse tempo?' Pela primeira vez desde que o havia encontrado eu me pronunciei, o acordando de seu esforço para abrir a outra caixa de chicletes que tinha no bolso e fazendo-o me encarar. 'Eu sempre estive aqui, . No acidente do seu pai eu estava ao seu lado, impedindo que algo acontecesse a você e a sua irmã, eu estava no banco de passageiros do seu carro enquanto você dirigia até aqui, evitando que você batesse... Eu nunca saí do seu lado.'
'E a ? Eu irei vê-la algum dia?' Eu torcia internamente para que ele dissesse que sim, mas algo me mandava um sinal de que essa não seria a resposta.
'Creio que não, se vocês se virem, algo pior poderá acontecer e não será nada bom... Tudo vai ser assim, ela lá, você aqui, sem encontros...' Ele cogitava, com uma das mãos apoiada no queixo, o coçando distraidamente.
'Mas, eu a amo, muito... Eu... Por favor.' Meu rosto já cedia às malditas lágrimas e o nó em minha garganta parecia ter triplicado de tamanho.
'Eu sinto muito, . Eu não posso permitir... Além disso, quando terminarmos de conversar, você não se lembrará de nada, nem dessa conversa, nem da ... Tudo será como se a não tivesse existido e você tivesse se curado sozinho.' O pavor passou diante de meus olhos, eu não queria esquecê-la! A tinha sido a mulher mais importante na minha vida! Eu não poderia somente esquecê-la...
'NÃO! Eu imploro, não me faça esquecê-la... Ela foi importante demais para isso...' Mais lágrimas desciam pelo meu rosto. Não era possível que ele iria fazer isso comigo...
'Eu sinto muito, . Sem falar que nossa hora acabou. Foi um prazer conversar com você.' Falando isso, O Homen de jaqueta marrom se virou para o lado oposto em que eu me encontrava e começou a andar, desaparecendo gradativamente, como se estivesse sendo levado pelo vento, me deixando sozinho na ponte.
Me virei em direção ao carro e ouvi pneus cantando na curva para entrar na ponte, vendo os caras saltando rapidamente do mesmo, vindo os três para cima de mim ao mesmo tempo.
'CARA, ! Você tá bem, dude? Você saiu do nada arrancando com o carro lá do Pub! A gente ficou preocupado já que você tinha bebido...' Aparentemente a confusão era notável em meu rosto, pois eles pararam de falar na mesma hora.
'Pub? Que Pub?'
'O que você tava com a gente, cara... Lembra? O Pub que você tava com aquela loira gostosa?' Flashes de luzes coloridas vieram até a minha cabeça e eu me lembrava de alguem dançando muito perto de mim. 'Ah, sim... É, eu lembro sim...' Eles me olharam mais aliviados, todos concordando que a cerveja já tinha passado da conta pelo dia, me colocando dentro do carro e voltando para casa.
Quando chegamos e os caras foram embora, eu entrei em casa e senti uma sensação estranha, de que tinha algo faltando ali, mas estava tão cansado que resolvi ignorar e ir me deitar, caindo em um sono profundo.

Cinco anos depois...

'Vem , Você sabe que eu não gosto desse tipo de lugar!' Eu e , minha mulher, estávamos casados há mais de três anos, era aniversário de morte de uma tia dela e ela havia insistido para que nós fôssemos deixar flores no túmulo dela.
Chegamos lá, encontramos o túmulo rapidamente e eu a deixei ficar um pouco sozinha com a tia, saí perambulando por entre as lápides no chão, parando em frente a uma que me chamou a atenção.
Ela estava bastante degradada e não tinha nenhuma flor em cima como as outras. Me agachei para poder ler melhor as escrituras e consegui identificar um nome: .
Levantei-me ao ouvir minha mulher me chamando e fui ao seu encontro, sentindo uma coisa esquisita no peito... Aquele nome me parecia bastante familiar...


Enquanto saía com sua namorada em direção ao carro, a garota novinha observava os dois tranquilamente, ninguem poderia vê-la. Ela se virou para ir embora, deixando escorrer uma lágrima de tristeza por sua bochecha enquanto abria seu longo par de asas brancas. Ele estava bem.
Ela poderia voltar para casa.


Fim(?)


Fiction ispirada na música You Found Me, da banda The Fray.




N/A: Obrigada a todas as minhas anjinhas que leram, essa fic deu até um trabalhinho... rs
Sintam-se livres para me mandar um email com as críticas sobre ela :)
Obrigada mais uma vez por terem perdido seu tempo comigo...
xx Charlie

N/B: Heey :) espero que gostem da fiic ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/





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