Sistema de mensagens instantâneas internas - Editora null
null null: null, o que você está fazendo? null null: Trabalhando. O que mais eu estaria fazendo, null? Pare de mandar mensagens no meio do turno, se formos pegas pelo chefe, vai dar problema. null null: Ah, null, para com essa sua obsessão pelo trabalho. Se quiser saber, falei com você só para avisar que o lindo do null null está entrando AGORA pela recepção e indo para a sua sala! null null: Como assim? O null? Porque ele está vindo para cá no horário de trabalho? null null: Será porque ele é o filho do seu chefe e seu melhor amigo? Quantas perguntas sem noção, null. Ele está entrando no elevador. null null: Se o null vier conversar comigo no meio do trabalho, eu vou me encrencar, null. Ele tem que parar com essa mania, desse jeito eu vou ser demitida. DE-MI-TI-DA. null null: Cansei de conversar contigo, null. null entrando em 3, 2, 1... null null: log off null null: log off
- Bom dia, null! – null falou alto demais e eu fechei meu caderno de notas rapidamente, derrubando algumas canetas no chão, com o susto que eu tomei.
- null, porque você insiste em me assustar toda vez que me vê? – comecei a falar com o null formalmente, já que a porta da sala do Sr. null era fina e ele poderia ouvir muito bem a nossa conversa.
- Não é proposital, null. Acho que nem é minha culpa, já que você é um pouco assustada e desastrada por natureza, não é? – ele se abaixou e pegou as duas canetas que caíram e botou na minha mesa.
- Então, null, veio falar com o Sr. null? – falei num tom mais alto para que o meu chefe pudesse ouvir e perceber que não estávamos jogando conversa fora. Ao mesmo tempo, fiz uma cara feia para null e mandei entrar logo na sala do pai, gesticulando.
- Pare com esse fingimento. – ele riu e sentou desleixado em uma das cadeiras à minha frente – Meu pai sabe que você é minha amiga e ele não se importa que eu venha te visitar.
- Mas eu me importo, null. Pelo amor de Deus, você quer que eu perca meu emprego? – sussurei para ele.
- null, como você é chata! Eu não deixaria meu pai te demitir, deixa de besteira. – ele franziu as sobrancelhas e se levantou – Vou entrar para falar com ele.
- Espere um pouco, eu vou te anunciar... – peguei o telefone para ligar, mas null tomou de minha mão e desligou, saindo logo depois e falando:
- Até parece.
E entrou na sala, batendo a porta.
O null sempre fazia coisas desse tipo. Mas parecia que eu nunca iria me acostumar com isso.
Foi ele que arranjou o emprego para mim, aqui na editora e eu trabalho como secretária do seu pai. A Editora null é a maior redação de moda do Arizona e tem muita influência.
Resumindo, meu nome é null null, 22 anos, um pouco obcecada pelo trabalho – a null diria que eu sou insuportavelmente obcecada, mas não concordo -, desastrada e solteira. Não sei por que o meu estado civil tem importância, mas eu quis ressaltar. Meus melhores amigos são null null (filho do meu chefe e podre de rico) e null null (recepcionista da editora, amiga de infância e companheira de casa). Tenho alguns outros amigos daqui do trabalho, mas não são importantes como esses dois.
Depois de alguns minutos dentro da sala do meu chefe, null saiu com um sorriso aberto e quase pulando de alegria.
- O que houve, null? – olhei para seu rosto e não consegui segurar um sorriso, ao ver sua expressão feliz.
- Meu pai liberou a festa, null! Lá na mansão! – ele ficou de pé na minha frente, com aqueles seus cabelos enormes caindo nos olhos e sorrindo abertamente.
- O baile de máscaras? – falei, me exaltando um pouco, empolgada.
- Esse mesmo! E sabe o melhor?
- O que, null? – perguntei, sorrindo para meu amigo.
- Só pode entrar acompanhado! – ele falou empolgado, mas no mesmo momento, eu murchei minha alegria e encarei a mesa – Assim eu vou poder convidar a sua amiga, a null! Finalmente eu terei chances com ela, null.
- Não precisava fazer um baile para convidar a null para sair, null. Era só falar comigo ou diretamente com ela. – encarei meu amigo com uma expressão cansada.
- Qual o problema agora, null? – ele me encarou com as mãos no quadril, de um jeito fofo.
- Eu não tenho acompanhante, null. Isso significa que eu não vou. – virei meu rosto para o computador, emburrada. – E se eu não for a null também não. – cantarolei no fim da frase ao ver a cara de derrotado do null. Ele pensou um pouco e ficou me encarando.
- E aqueles seus dois amigos do setor de informática? – ele apontou em minha direção, como se fosse uma ideia perfeita.
- Acorda, null. Eles são namorados. O Tim e o Mark são namorados. – soletrei a última palavra e franzi minhas sobrancelhas olhando para ele, incrédula. – Você nunca percebeu algo um pouco afeminado neles?
- Na verdade, sim. – null falou e começou a sorrir gradativamente, ficando com uma cara de traquino, até um pouco pervertida – Eu já sei como resolver esse impasse, null.
- Como é... – mas antes que eu pudesse terminar, null me surpreendeu beijando minha testa e se virando para ir embora. Ele adorava fazer isso.
- Tchau, magrela. – ele falou por trás da porta e eu fiquei um pouco vermelha.
- Tchau, pequeno. – cumprimentei meu amigo como sempre o chamava. E ele foi embora.
Sistema de mensagens instantâneas internas - Editora null
nullnull: O null já passou por aí? nullnull: Sim, ele passou por aqui deixando aquele cheiro maravilhoso pelo caminho e me olhando de canto. Como sempre. nullnull: null, por favor, me poupe de seus comentários apaixonados. Ainda mais pelo meu melhor amigo. E relaxe, null é um pouco tímido às vezes, mas eu acho que ele gosta de você também. Eu apóio. nullnull: Pare de me iludir, null. Sim... Afinal, que milagre é esse? Você me chamando no sistema de mensagens... Alguém morreu? nullnull: BAILE DE MÁSCARAS TRADICIONAL DA EDITORA CONFIRMADO! Só queria falar isso.
TimLittle acabou de entrar na conversa.
TimLittle: Isso é sério mesmo? AI. MEU. DEUS. O Markizito estava na máquina de café pegando um cappuccino divino para mim quando ouviu o fofucho do null comentando pelos corredores. nullnull: É sério, Tim! Mas eu não vou, porque não tenho acompanhante. Beijos para vocês. Preciso responder uns e-mails da publicidade antes que eu entre em depressão por estar sozinha e antes que eu seja demitida. nullnull: log off
nullnull: Tim, acho que ela tá precisando de terapia. TimLittle: Ela está necessitando mesmo é de um homem, isso sim. nullnull: Ou quem sabe, de um banho de shopping. TimLittle: Precisamos agir logo, null, ou nossa querida desastradinha vai morrer de tanta solidão. nullnull: Vai morrer de tanto trabalhar, isso sim.
nullnull acabou de entrar na conversa.
nullnull: Será que vocês podem parar de falar de minha vida e irem trabalhar? Eu hein... TimLittle: Estressadinha. nullnull: Workaholic. nullnull: log off TimLittle: log off nullnull: log off
Depois do dia nada produtivo no trabalho, voltei para casa com a null. Quando a gente estava no carro, o único assunto que rolava era null. Eu nunca entendi essa relação dos dois. Gostam-se, mas não tem coragem de falar um com o outro.
Eu sabia que null ia chamar null para o maldito baile de máscaras, mas não esperava que ele fosse tão rápido. Porque, quando a gente chegou em casa, o porteiro entregou um buquê de flores ENORME para a null. Coisa que só fez a minha depressão piorar.
Ela ficou toda feliz e eu só pude sorrir fraco e ficar feliz pelo avanço do ‘relacionamento’ dos meus dois nenéns. Afinal, se eu não ficasse bem, que tipo de amiga eu seria?
Entrei em casa e fui direto para minha suíte, enquanto null ficou lendo o cartão que estava junto com as flores. Tomei um banho rápido e fui para a cozinha, comer algo. Passei pela sala e null falava no telefone, alheia à minha presença.
- Está tudo certo, null. Relaxe, ela não vai desconfiar de nada.
Por incrível que pareça, null null era o contato de null. Meu deus, como eles são rápidos no gatilho. E quem não vai desconfiar do que? Aquilo estava estranho. null continuou a falar.
- Á propósito, amei as flores... Ok, até sábado... Beijos.
null desligou o telefone no mesmo momento em que eu caí no sofá, por ter tropeçado no tapete. Alguns biscoitos que estavam na minha mão, voaram no colo de null.
- Ai, null... Sempre um desastre ambulante. – ela riu de minha cara derrotada.
- Você está toda engraçadinha, hein, amiga?
- Qual a maior novidade? Você sendo um desastre ou a minha graça habitual? – ela sorriu e não pude evitar acompanhar.
- Só você mesmo, null. – apertei suas bochechas – Espero que você e o null se dêem bem. São dois amores. Juntos, devem ser um mel só.
xXx
Sábado à noite. Eu estava no meu quarto, digitando no meu notebook algumas pendências que eu havia trazido da editora, quando null entrou de repente pela porta.
- null! Como assim você ainda não está pronta? – ela arregalou os olhos com a minha situação: de moletom e rabo de cavalo.
- Eu já disse que eu não vou para o baile, null – foi a minha vez de arregalar os olhos com o look de minha amiga: um vestido azul, de um ombro só, com vários detalhes sofisticados em dourado, finalizando a frente da peça com um laço enorme que tomava todo o busto. Nos pés, uma sandália de salto, muito grande por sinal, dourada. Sua máscara era da mesma cor da sandália.
- Você vai sim! Até porque... – ela arqueou uma sobrancelha, me lançando um olhar insinuante, daqueles que eu odiava – null trouxe um amigo para te acompanhar. – minha vez de arquear a sobrancelha, porém, surpreendida - É melhor se arrumar, tenho certeza que você não vai se arrepender.
Ela se virou para sair do meu quarto, quando tornou a me olhar, lembrando de algo para dizer:
- Ah! Estamos indo... Esperamos você na mansão, null.
- Eu vou andando, por acaso, dona null? – cruzei os braços e a encarei.
- Claro que não, o null vai te levar. No carro dele. – finalizou nossa conversa, dando uma piscada para mim e saindo do recinto.
Eu precisava me arrumar logo. Nesse exato momento, eu estava sendo obrigada, já que tinha um tal de null me esperando na sala para que pudéssemos ir para o baile. Saí com má vontade do meu quarto para procurar o vestido que a null havia comprado para mim, mesmo que eu não tivesse pedido.
Quando entrei no quarto dela, avistei uma caixa de tamanho mediano em cima da cama e fui à direção do objeto. Sentei na cama, de lingerie, depois de me desenrolar da toalha de banho e abri a caixa, me deparando com um vestido maravilhoso. Tirei a peça da caixa e analisei, junto com a máscara e o sapato perfeito que estavam lá.
Vesti as peças e soltei meu cabelo do rabo que estava preso. Passei apenas rímel e blush, já que a máscara cobriria minha face.
Definitivamente, a null me conhece. E com aquele look, ela estava conseguindo mudar a minha visão sobre a festa de hoje.
Olhei-me uma última vez no espelho, depois de calçar meu sapato. Em pé de frente para o espelho, pus minha máscara e saí do quarto. Chegando até a sala, vi um homem alto, vestido num terno preto e de costas para mim. Ele olhava no relógio e batia o pé, me esperando, provavelmente. Presumi ser o null, que a null havia dito.
Andei devagar na sua direção e quando estava prestes a chamá-lo, ele virou em minha direção. Foi um momento estranho já que eu estava bem próxima dele e nossos olhares se encontraram de uma maneira magnética. Continuei mirando seus olhos e depois, balancei minha cabeça fracamente e ele pegou a minha mão direita.
- Boa noite, senhorita null. – ele se inclinou e beijou-a levemente. Eu não tive nenhuma reação, a não ser, olhar fixamente. Percebi que o meu acompanhante era muito bonito e fiquei me perguntando por que diabos eu não conhecia aquele amigo do null.
- Boa noite, senhor... – respondi seu cumprimento e parei de falar esperando seu nome e sobrenome, por mais que eu já soubesse o primeiro.
- null. null null. – ele sorriu de canto e foi um sorriso muito sexy. Ele foi andando e chegou perto do meu ouvido para sussurrar: - O prazer é todo seu, Srta. null.
Fiquei boquiaberta com aquela declaração, mas deixei passar a brincadeira, apenas sorrindo, sem falar nada.
- Vamos? Tem uma festa nos esperando. – ele sorriu e me deu passagem – E a propósito, me chame só de null... Não é preciso tantas formalidades, não é mesmo?
- Claro que não, pode me chamar de null. Ou só null se preferir. – sorri para o homem alto ao meu lado, no mesmo momento em que passei pela porta de casa, saindo em direção ao carro. Ele veio logo atrás de mim, ativando o alarme e abrindo a porta do carona para mim.
- Obrigada, null.
- Por nada. É o mínimo que eu posso fazer por uma mulher tão linda assim. Por você, eu posso fazer muito mais.
Sorri envergonhada e comecei a pensar no quanto null era cavalheiro. Um perfeito cavalheiro, preciso constar. Beijo na mão, abrindo porta para mim, elogios e ele nem me conhecia antes. Perguntava-me aonde null tinha encontrado um amigo tão lindo e educado e nunca tinha me apresentado antes! Quando chegar à mansão null, a primeira coisa que eu vou fazer é: ir atrás do null e pedir algumas explicações.
Pensando bem, eu não iria fazer isso, deixaria o casal curtir sua noite e eu iria curtir a minha. Algo me dizia que ela seria divertida. Isso se eu não fosse o desastre em pessoa que sempre fui.
Já no baile, estava sentada com null numa mesa bem distante da pista de dança. A gente conversava sobre várias coisas e eu já tinha muitas informações sobre o meu acompanhante relâmpago naquela noite.
Ele era do Arizona e soube que ele e null eram melhores amigos desde sempre, até null mudar-se para a Flórida. Os dois tinham se distanciado, mas agora que null viera para cá, passar suas férias, retomaram o contato. null cursava faculdade de Direito e trabalhava na empresa de seus tios. Ele era solteiro e por um momento, eu agradeci mentalmente por isso.
No meio da conversa, me distraí para varrer o local à procura de null e null. Estava bem difícil, já que todas as mulheres daquele baile resolveram ir vestidas de azul e as máscaras estavam conseguindo me confundir bastante. Parei de procurar e olhei de volta para a mesa.
- Então, achou o que procurava? – ele me interrogou de maneira divertida.
- Não... – sorri fraco ao perceber que ele me encarava enquanto eu fazia minha varredura. – Eles evaporaram.
- Os dois devem estar fazendo algo mais interessante, não acha? – null insinuou.
- Acho que não. Esse é o primeiro encontro deles, não acho que role. – falei simplesmente.
- E daí, null? Esse também é o nosso primeiro momento juntos e a noite já promete coisas maravilhosas, se depender de mim. – ele disse e sorriu logo depois, arqueando uma sobrancelha – Afinal, é para isso que eu estou aqui hoje.
Ouvi o que null disse e comecei a tremer com a frase dele. A bebida que estava em minha mão acompanhou minha tremedeira e obviamente, o desastre esperado aconteceu. O liquido caiu por inteiro em cima do null, especificamente, na sua coxa esquerda. Coloquei a mão na boca e peguei rapidamente o guardanapo de pano para limpar seu terno.
- Oh, meu deus! Me desculpe, null! – comecei a limpar sua calça e fiquei um pouco envergonhada pela proximidade da minha mão de uma parte mais elevada da sua calça.
- Sem problemas, null. Nós vamos tirá-la daqui a pouco. – ele falou e eu levantei minha cabeça para olhar para o homem na minha frente, que sorria insinuante.
- Como assim? Pare de insinuar essas coisas, não sou mulher desse tipo!
O null fez uma cara de interrogação para mim. Não passou muito tempo calado, até que me perguntou:
- Você não sabe? – continuei com minha face de desentendida e ele prosseguiu – Do meu trabalho?
Quando as palavras saíram de sua boca, eu arregalei os olhos de entendimento.
“O prazer é todo seu, Srta. null.”
“Não é preciso tantas formalidades, não é mesmo?”
“É o mínimo que eu posso fazer por uma mulher tão linda assim. Por você, eu posso fazer muito mais.”
“A noite já promete coisas maravilhosas, se depender de mim.”
“Afinal, é para isso que eu estou aqui hoje.”
Tantas frases de duplo sentido desde o início da noite e eu não percebi. Fiquei estática na frente dele e pensei no que devia fazer.
Larguei o guardanapo e levantei rapidamente, deixando o homem sozinho na mesa. Saí andando, batendo fortemente meus saltos no chão. Abri minha bolsa, peguei meu iphone e me pus a digitar.
‘Me diga onde você está... AGORA!’
‘No bar externo, perto da piscina. Porque, null? Não tá curtindo o null?’
‘Eu vou te matar, null null. Você e o null, com um só tiro.’
Saí da mansão, rumo à piscina e avistei null com uma cara assustada, assim que viu a minha expressão zangada. null estava entretido com sua bebida, mas me olhou também, depois que null o cutucou. Cheguei à frente deles, botei as mãos no quadril e os encarei.
- Vocês são loucos ou o quê? – falei mais alto do que deveria.
- Calma, null. Para que se exaltar? – null disse e eu olhei sarcástica para ela.
- Não faço a mínima ideia, null! Será porque vocês armaram para mim? – reclamei com meus amigos. – Deus, eu sabia que aquela ligação do null, no meio da noite, era um tanto estranha... Eu era a pessoa que não iria desconfiar de nada, certo?
- null, deixa de drama! – null falou e null apenas assistia nossa discussão, atento e calado. – Qual o grande problema nisso? Você não tinha com quem vir para o baile. A gente só fez te ajudar. – ela sorriu, simplesmente.
- O problema é um garoto de programa ser meu acompanhante e querer me levar para cama desde o primeiro momento que me viu. – já falava baixo com minha amiga e sorri sem humor.
- Acompanhante de luxo. – null se pronunciou, achando aquela situação engraçada, já que ele ria fraco – O null é acompanhante de luxo, null.
- Que seja null. E qual é a graça nisso? – cruzei os braços como uma criança mimada.
- Pode crer null, é muito engraçado. – null começou a rir junto com o null – Eu imagino a sua cara quando soube que o null tinha um trabalho extra. Pagaria milhões para ver essa cena.
- Com certeza, null. É muito legal estar nessas situações constrangedoras. Com melhores amigos assim, quem precisa de inimigos, não é? – sentei sem jeito num banco do bar e fiz um bico emburrado.
- Para de birra, null. – null levantou do seu banco e veio na minha direção – Eu só não te contei porque você não aceitaria e eu queria muito que você viesse, magrela. – ele apertou minhas bochechas, concretizando o fato de que eu estava parecendo uma criança.
- Ok, ok. Vocês me enganaram, mas ainda sim, eu amo os dois. – sorri fraco.
- Olha pelo lado bom, o null é gato e você ainda pode tirar uma lasquinha dele. – null disse e eu não consegui segurar um sorriso com aquela fala da minha amiga.
- Aposto que você vai adorar conhecer o verdadeiro null. – null disse, me incentivando.
- Também acho! Deixa de tanta reclamação e vai curtir sua festa, null. – null piscou e levantou, puxando o braço do null, indo para a mansão, quando eu a chamei:
- Ei, aonde vocês vão?
- Te deixar sozinha com seu garoto de programa. – null sussurrou e apontou na direção contrária ao meu olhar.
Quando virei para ver o que ela indicava, vi null caminhando, perto da piscina e me olhando atentamente. Estava com seu blazer pousado no ombro e os primeiros botões de sua camisa estavam abertos mostrando seu peito e as tatuagens que ali existiam.
Levantei, arrumei meu vestido e fui caminhando na direção dele. Sorri fraco e ele retribuiu.
- null... – ele começou a falar enquanto se aproximava – Quero me desculpar. Acho que omitiram algumas coisas para nós dois. – ele sorriu.
- Sem problemas, null! Eu meio que surtei quando eu soube, mas é porque eu sou sempre a ‘certinha’, sabe? – ele assentiu e eu continuei – Aliás, eu que devo me desculpar novamente pelo estrago na sua calça. Eu nunca tive muito jeito, sempre desastrada.
Balancei a cabeça negativamente e ele riu alto. O null riu da minha cara. Era demais para uma noite só.
- Eu percebi. Mas não vejo isso como um problema. Isso te faz ser diferente das outras. – null disse e depois, repuxou os lábios num pequeno sorriso. Sorrir... Era só aquilo que nós estávamos fazendo. Sempre que ele fazia, era impossível que eu não acompanhasse. Fiquei lisonjeada com aquelas palavras e ao mesmo tempo, envergonhada.
- Então, null... – começou a se aproximar e eu fui diminuindo a distância também – Agora que você já sabe minha verdadeira identidade, que tal derrubar essa máscara? – chegou perto o suficiente para tocar no meu rosto com suas mãos, sobre a minha máscara, pronta para tirá-la. – Para que eu possa te conhecer melhor. Face a face.
- Estou de acordo, mas só se você me deixar tirar a sua também.
- Pensei que você nunca pediria.
Pus minhas mãos no seu rosto lentamente e retirei a máscara, logo depois, null fez o mesmo. Ficamos ali, olhando um para o outro, hipnotizados. Frente a frente, rostos próximos, respirações descompassadas. O que estava por vir era algo que eu não podia evitar. Nem queria. As mãos de null foram rapidamente do meu rosto para minha cintura. Ele me puxou devagar para perto de seu corpo e nossas bocas estavam com poucos centímetros de distância.
- Pensei que ficaríamos apenas no face a face. – sussurrei perto da sua boca.
- Eu tenho cara de homem que fica apenas no face a face? – ele falou com aquela voz rouca e com um sexy sorriso de canto.
- Sem mais insinuações? - eu me contive na gargalhada e apenas ri fraco.
- Nenhuma! Não por essa noite. – ele arqueou uma sobrancelha no final da frase e finalmente, selou nossos lábios, num beijo calmo no início, mas que foi intensificando-se à medida que nossos corpos se encostavam mais.
xXx
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null null: Onde você passou o domingo inteiro, null? null null: Com o seu melhor amigo. Porque está me chamando por aqui? CUIDADO, DEMISSÃO À VISTA! null null: Não mude de assunto, safadinha, Sr. null está em NY numa viagem de negócios. E... EU SABIA! A senhorita nem apareceu em casa, veio direto dos braços do null para o trabalho. É isso mesmo? null null: Algum problema, null? Eu estava aproveitando minha noite, assim como você, né? null null: Foram só alguns beijos, null. Nada mais. null null: Uns beijos quentes, espero eu. null null: Sim, foram muito quentes e meu vestido gritava: ‘null, me levante’, mas eu resisti. null null: Resistiu porque é uma bobinha. null null: Pare de me julgar. Já bastam meus indícios de arrependimento. null null: Arrependimentos? Por quê? null null: Porque o null viajou de volta para a Flórida domingo pela manhã. null null: Ele viajou? null null: Viajou, null. null null: Você tem certeza disso? null null: Claro que sim! Ou você acha que eu ainda estou de ressaca do baile?
- 3 minutos depois – null null: ! Eu te fiz uma pergunta... Retórica, mas não deixa de ser. null null: ! VOCÊ MORREU? null null: VOCÊ. NÃO. VAI. ACREDITAR. null null: EM QUE? null null: No que está entrando pela sua sala. AGORA.
Então, a porta se abriu, relevando um rosto que estava na minha mente desde o fim do baile. Aquele rosto cheio de paradoxos. Expressões que alternavam entre felicidade, desejo e acredite se quiser, vergonha.
null estava ali. Em pé, na minha frente, com um sorriso que me fez derreter. Fiquei surpresa com aquela aparição repentina, mas não pude conter minha alegria. Cresciam sentimentos dentro de mim que eram impossíveis de controlar.
- null... O que faz aqui? Você não deveria estar na Flórida?
- Sim, deveria. Mas eu não consegui pegar o avião, porque deixei algumas pendências por aqui.
- Que pendências?
- Bom, no sábado... – ele começou a andar em direção à minha mesa – além de você privar minhas insinuações, eu realmente fiquei com medo de avançar contigo – null já estava do lado da mesa, contornando-a - E perder a mínima chance que eu tinha de te conquistar. Porque eu vou parar com o meu trabalho, null. Decidi isso desde o momento em que você derrubou bebida na minha calça. – eu ri fraco e ele continuou a andar, parando atrás de mim.
- Então hoje, eu voltei aqui para fazer a pergunta que eu tanto queria lá no baile. – ele colocou as mãos nos meus ombros e começou a se abaixar, ficando próximo ao meu ouvido.
Eu me arrepiei com a proximidade e comecei a ficar nervosa com aquela situação. Não, ele não podia perguntar aquilo... Era cedo demais. Não tive tempo de pensar em mais nada, porque a voz rouca de null ecoou por meus ouvidos, matando aquela minha curiosidade.
- Na minha casa ou na sua? – a sua voz saiu falha no fim da frase, porque ele começou a rir. Suspirei, aliviando minha tensão e ri logo depois. Virei na cadeira giratória, ficando de frente com seu rosto e falei:
- Onde você quiser.
Afinal, ele iria largar o trabalho. Por mim. Como negar essa insinuação?
FIM
n/a: Achei muito divertido escrever essa fic, afinal, comédia é o meu melhor gênero de escrita. Foi escrita para um amigo secreto e como pediram que eu surpreendesse, resolvi sair da minha zona de conforto, que é escrever com o McFLY e tentar algo com o The Maine. E não é que eu gamei na fofura do Pat enquanto estava pesquisando sobre eles? Tem a maior cara de neném, aquele lindo *-*
Acho que é só isso... Espero que vocês gostem da fanfic! Comentem, ok?
Beijos para vocês e até a próxima!
Xx, Sah.
Qualquer erro nessa atualização é meu, só meu. Reclamações por e-mail ou pelo twitter.