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Capítulo Único


Re-rewind friday night, never forget it, how you let me go... No more lies, I'll be fine! Know where I'm headed, probably shoulda known...

Eu estava sentado naquela mesa havia pelo menos umas três horas, e eu ainda sentia a minha garganta arder e podem acreditar, não tinha nada a ver com a bebida que eu tomava! A tal ardência tinha nome, sobrenome, endereço, e um rosto muito bonito!
Quando ela me deixou eu estava no trabalho, nem imaginando que a solidão e o vazio eram o que me esperava em casa! Quando voltei para casa e abri a porta, não havia mais nenhum vestígio sequer da minha namorada, os porta-retratos que ficavam dispostos pela grande estante de madeira, não se encontravam lá mais e eu já não sentia mais o cheiro dela pela casa. Meu coração começou a ficar acelerado, e eu gritei o nome dela. Obtive o silêncio como resposta, então eu caminhei pelo corredor que levava até o nosso quarto e abri a porta, encontrando a cama arrumada e nenhum sinal dela, fechei a porta e caminhei para a cozinha, encontrando um post it na geladeira. É ela tinha essa mania de me deixar recadinhos na geladeira.
Arranquei o post it com a mão trêmula e comecei a ler o tal recado:

, sinto muito por estar fazendo isso com você, mas eu preciso! Estou confusa com tudo isso que está acontecendo entre nós, e eu realmente preciso pensar! Não sei se estou preparada para um relacionamento tão sério assim! E acredito que você saiba disso, acredito que saiba como me sinto! Perdoe-me por estar fazendo isso mais uma vez! Amo você, mas não posso continuar com isso! ...”

Eu havia decorado exatamente tudo o que estava escrito naquele maldito papelzinho amarelo! Eu o re-li durante um mês.
Era exatamente a sétima vez em três anos que ela fazia isso comigo! Nós começávamos a namorar, e bum... Ela sumia me dizendo que não estava preparada e que não sabia se podia continuar.
Ela sempre foi imprudente, inconsequente, rebelde, independente, fria, calculista, e mesmo assim eu me apaixonei, e mesmo assim, mesmo sabendo de todos os riscos que eu corria de quebrar meu coração em mil pedaços, eu a quis!
E o pior de tudo é que eu sou tão masoquista, que resolvi afogar minhas mágoas no mesmo bar onde nos conhecemos, eu ia lá todos os dias na esperança de que ela estivesse lá, ou na esperança de que talvez ela me procurasse por lá já que ela me conhecia como a palma da minha mão.
E quando eu já não tinha mais nenhuma esperança de vê-la novamente, como previsto, ela apareceu por lá...

***


And now you're gonna say, "Pretty please forgive me", fool me once, told you twice, gonna regret it, now you're all alone, yeah!

Os olhos dela passaram despercebidos por mim, eu sabia que ela ainda não havia me visto. Os cabelos antes vermelhos agora estavam negros como a noite, e ela usava um vestido longo na mesma cor dos cabelos.
Direcionou-se ao balcão, mas não se sentou por lá, o que eu achei estranho, e pediu um copo d’água, o que eu achei mais estranho ainda. Depois passou novamente o olhar pelo bar e os olhos dela encontraram os meus.
Olhamos-nos durante longos minutos, ela viria até mim, pediria desculpas e diria para recomeçarmos, me pediria paciência para que ela pudesse se acostumar com tudo e eu diria sim... Eu diria sim?
- Posso me sentar? Ou está acompanhando? Presumo que não!
Eu não me dei ao trabalho de responder e apenas observei-a se sentar ao meu lado na mesa.
- O que é isso? O que está bebendo? Marguerita, uh! – ela bebericou um pouco do meu copo e o depositou sobre a mesa.
Eu me remexi incomodado na cadeira e ela passou a língua sobre os lábios umedecendo-os.
- Você não me ligou! – ela assentiu.
- Queria que eu tivesse implorado não é?
- Não quis dizer isso! Só estava acostuma... – eu a interrompi.
- Acostumada com as minhas milhares de ligações implorando que você reconsiderasse! Entendo! – dessa vez eu assenti, irônico.
Ela suspirou visivelmente incomodada.
- Me perdoe!
- O que quer dessa vez?
- Que me perdoe!
Eu suspirei confuso, e tapei os olhos com as mãos, passando levemente sobre minhas pálpebras.
- Fui até a casa dos meus pais, mas eles não me deixaram ficar!
- E onde está ficando?
- Na Vivian! Mas ela está viajando há um mês, e o namorado dela não me quer lá quando eles voltarem! – ela soltou um risinho nasalado.
- Por isso quer que eu te perdoe! Entendi! – bati a mão na mesa assustando-a.
Eu já estava começando a ficar alterado devido à quantidade já grande álcool pulsando em meu corpo, e ela sabia disso.
- Não! Eu vou me virar e arranjar um lugar para ficar ! Você sabe que eu sei me virar sozinha, e muito bem! – ela alterou o tom de voz.
- Fale baixo que se tem alguém que pode gritar ou falar alto aqui, esse alguém sou eu! Você se lembra da primeira vez que me deixou? Chovia e você me deixou sozinho na chuva, falando com o vento, enquanto sumia naquela rua escura, mas eu sei que você me ouviu! Lembra do que eu te disse? Lembra que eu te avisei que o seu fim seria sozinha? Que ninguém seria tão tolo a ponto de sempre deixar você fazer o que quisesse o tempo todo? Lembra que eu disse que nem eu?
- Mas já fomos e voltamos tantas vezes !
- NÃO ME CHAME ASSIM! – eu me levantei da mesa berrando e apontando o dedo na direção dela.
Todos do bar olharam na nossa direção, e um dos garçons se aproximou da nossa mesa.
- Senhor, poderia, por favor, se acalmar? Ou então eu terei que lhe pedir para que se retire do bar.
-Não precisa! Eu já estou calmo! – eu ainda matinha o meu olhar nela quando o garçom finalmente soltou o meu braço.
Olhamos-nos por alguns segundos, e ela se levantou também.
- Vou esquecer você! E você faça o mesmo ! Nós não vamos conseguir ficar juntos e eu preciso botar isso na minha cabeça de uma vez por todas, e deixar você seguir sua vida!
- Do que está falando? Como se o culpado de toda essa merda, fosse eu! Você é a culpada! A culpa é toda, inteiramente sua senhorita ! – eu apontei o dedo novamente no rosto dela que fechou os olhos.
- Eu vou embora, e você nunca mais me verá! Eu prometo! Prometo esquecer você!

***


Close your eyes, you can't hide, try to forget me, but I'm everywhere! I'm the smell on your sheets you weren't ready when you left me there...

Eu caminhava depressa pelas ruas procurando-a, já sentindo a minha cabeça rodar levemente, mas eu não deixaria de procurá-la para dizer a ela que não seria tão fácil assim! Que eu não deixaria que ela me esquecesse assim tão rápido! Não mesmo! Se eu fiquei noites e noites acordado remoendo a dor que ela havia deixado em meu peito, eu queria que ela sofresse também!
Quando eu a alcancei, puxei-a pelo braço com toda a força que eu possuía, sem me importar se a machucaria ou não!
A respiração fria dela chocou-se contra os meus lábios, e eu fraquejei por um instante, mas me recompus logo em seguida.
- Você consegue mesmo ser tão fria assim a ponto de me esquecer num piscar de olhos?
Ela abriu a boca para falar, mas não conseguiu e eu sorri vitorioso.
- O que te faz pensar que pode entrar na minha vida assim e bagunçar tudo?
- Como você acha que eu me sinto? Aliás, você acha que sabe tudo o que se passa dentro de mim não é ?
- Sinceramente ? – eu deixei o apelido dela escapulir entre meus lábios – Eu não sei! Eu nunca sei o que você realmente está pensando! Você nunca mostra, você nunca fala a verdade! Você se esconde de mim! E é exatamente isso o que me mata! Em três anos de relacionamento, se é que podemos chamar essa bagunça que temos de relacionamento, eu nunca soube de verdade, quem você era! Eu nunca soube de verdade o que você sente! Acha isso justo? Seja honesta! Não por mim, mas por você mesma! Isso é justo para você?
- Pare de agir como se isso só machucasse você!
- Então porque você faz isso com tanta frequência se não machuca só a mim? Qual o sentido?
- Não me faça uma pergunta dessas , você sabe que eu não sei explicar! – ela segurou as têmporas com as mãos – Só é melhor que cada um siga o seu caminho! Acredite em mim!
- Querida, eu mereço mais que palavras vazias e promessas! Acreditei em cada coisa que você disse e te dei o melhor de mim!
Eu segurei o queixo dela obrigando-a a olhar em meus olhos e assim ela o fez.
- Eu amo você ! Com todo o meu ser! Mas isso não é o suficiente para me prender ainda!
- Tudo bem! Acabou!
- Acabou? – ela arregalou os olhos .
- Acabou! Algumas de suas coisas ainda estão lá em casa e você pode passar para pegá-las! Agradeça-me por não ter jogado nada fora! Agradeça-me não só por isso, aliás! Se quiser passar um tempo em algum hotel, eu pago para você, porque dinheiro eu ainda tenho!
- Lhe agradecer? Do que está falando? Como assim ?
- Agradeça, pois você me tirou todo o resto! Você representou seu papel, e como uma estrela, representou muito bem! Agradeça! Pois essa cena está chegando ao fim. Eu te dei amor e tudo o que você me deu foi fingimento! Então agora agradeça!
- Não vai precisar! Porque está falando assim? Esse não é você! – ela tocou meu rosto com as mãos.
- Estou fazendo do jeito que você quer! Só isso ! – eu retirei as mãos dela do meu rosto e me afastei relativamente – Certeza que não quer se hospedar num hotel?
- Já tenho um lugar para ficar! – ela engoliu em seco .
- Onde? – eu questionei já me irritando.
- Na casa de um amigo! – ela engoliu em seco outra vez .
- Um amigo? – eu gargalhei sentindo a minha garganta queimar mais uma vez – Tão rápido assim ?

***


Turns out that no one can replace me, I'm permanent, you can't erase me. I'll have you remember me, one more kiss is all it takes. I'll leave you with the memory and the aftertaste...

- Só estamos nos conhecendo! Somos só amigos! – ela encolheu os ombros ofendida.
Eu soltei uma risada nasalada enquanto botava as mãos nos bolsos, fitando-a. Meu coração que já estava quebrado conseguiu se ferir ainda mais!
- E foi bom conhecê-lo? Aliás, foi melhor? Foi bom? Diga-me! Conte-me! Roteirize a cena pra mim, vamos lá, eu quero saber! Entrei no seu jogo e estou dando uma oportunidade pra você se gabar. Não desperdice. Pegue. Foi bom? Foi melhor? Espero no mínimo um sim, que tenha valido a pena, porque você pôs a perder algumas coisas que até ontem pareciam importantes. Defenda-se.
Ela engoliu em seco mais uma vez, e se aproximou de mim, segurando-me pela nuca.
- Não faça assim! Não seja assim! Não seja estúpido! Não aja só por causa do álcool, você não é assim! Eu me apaixonei por outro!
- E você mesma o matou! – eu segurei a cintura dela com força - Acontece que ninguém pode me substituir eu sou permanente, você não pode me apagar! Eu vou fazê-la se lembrar de mim, só é preciso mais um beijo...
Encostei meus lábios aos dela, roçando-os delicadamente e a vi fechar os olhos, entreabrindo a boca, submissa, completamente minha, do jeito que eu gostava...
Nossos lábios se chocaram violentamente, e eu a apertei em mim como se a minha vida dependesse daquilo, - e realmente dependia - as mãos dela acariciavam meu pescoço e nuca e eu aprofundei mais o beijo, me perguntando como era possível. Aquele era o último beijo, e eu queria aproveitar as sensações que ela me causava: a pele macia das costas exposta pelo vestido, o toque que ela depositava em mim, a sensação da boca dela na minha...
Quando nos afastamos, ela encostou a testa na minha, e me deu alguns selinhos rápidos, mas eu logo a afastei por completo de mim.
- Eu vou te deixar com a memória e o gostinho no final...
Virei as costas e ajeitei meu paletó, ouvindo ela gritar meu nome. Sei lá, eu deveria ter falado tudo que eu sentia. Mas tudo o que eu senti sempre foi confuso, sempre foi muito mais do que eu demonstrava, sempre. Mas com ela, nem o meu melhor era suficiente! Vai ver o meu amor não era o suficiente!
Mas eu sei que ela vai voltar...



Fim



Nota da autora: (25/06/2015) - Olá pessoas bonitas! Essa fanfic é meu amorzinho, e essa música é dona da minha alma! Deixem quantos comentários quiserem, pode me elogiar, me xingar e blá blá blá! Mas espero do fundo do coração que gostem! Para quem quiser falar comigo, tá ai meu tt: @narryjonas




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