Eu estava me apressando pra sair. Vestida com minha fantasia, estaria irreconhecível. Bom, eu sou apaixonada por historia e essa fantasia de Maria Antonieta tem tudo a ver comigo. Olhei-me no espelho pela última vez e desci as escadas, dando um “tchau” para minha mãe, mas ela me ignorou. Senti-me magoada, mas logo me animei, lembrando que estava indo pra festa de Halloween anual que Noah prepara.
Bem, sobre essa festa, todo o ensino médio é convidado. Estamos no terceiro ano, ou seja, último ano de festa. Há dois anos ela tem sido meio parada, meio desanimada, não entendo por quê. Minhas amigas, Madson e Elizabeth, desanimadíssimas, nem dançam a nossa música quando toca... só eu que fico lá na pista, as esperando, mas elas ficam na mesa de ponche, fingindo que não existo.
Já me apresentei? Meu nome é Carrie. E meu namorado, Jake, estará na festa também. Acho que não o vi na festa do ano passado, ele devia estar com os amigos...
Enfim, cheguei e fui correndo falar com Maddie e Lizzy, que me ignoraram. Estava começando a ficar muito chato.
- Madson! - Praticamente gritei em seu ouvido. Ela seu um pulo, como se fosse um susto e caiu em prantos. Vi Lizzy vindo correndo e abraçando Madson.
- Aconteceu de novo! - Madson repetia, deixando suas lágrimas rolarem, sem se importar em borrar sua maquiagem de noiva do Frankestein.
- Shh, é só coisa da sua cabeça! Foram muitos anos, muito tempo, vai passar! - Lizzy dizia, mansa. Estranhei, ela nunca fora assim. Senti que estava sendo deixada de lado ali naquele abraço, mas resolvi deixar de lado e saí pela festa.
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Parti para o lado de fora, o quintal, o tão amado quintal de Noah. Bom, vi alguns meninos de minha classe ateando fogo numas ripas de madeira. O interessante é que aquilo me parecia familiar, bem, pelo menos o cheiro da bebida e madeira queimada. Eles não tinham sorrisos no rosto e sim expressões tristes. Será possível que estava todo mundo triste naquela festa?
Sentei-me em um degrau, na varanda da casa que ficava na frente do quintal e para aquela fogueira. Apreciei a brisa gelada que bateu ali e não percebi alguém se sentar do meu lado. Era um rapaz, com uma fantasia mega realista de príncipe incendiado. As queimaduras no rosto, as roupas rasgadas, até o sangue. Os olhos claros dele olhavam nos meus, pareciam perfurar minha alma.
- Oi. - Disse ele.
- Olá. - respondi.
- Costumava ser mais animada, se lembra?
- Lembro.
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- Quer ouvir uma historia de Halloween? - Ele me deu um sorriso maravilhoso.
- Adoraria! - Me acomodei no degrau e ele pigarreou.
- Bem, há certos dois anos havia uma festa normal de Halloween. Bebidas por todo lado, fantasias assustadoras, algumas drogas... Mas o que poucos sabiam era que um desastre estava para acontecer. - Ele deu uma pequena pausa e prosseguiu. - Um certo casal, os mais populares da festa, estavam na pista de dança, aproveitando, esperando pela meia noite para incendiarem os boletins do ano que havia passado, a tradição de toda festa de Halloween.
- Essa parece a tradição da nossa festa...
- Deixe-me continuar!
- Oh, perdão! - Eu disse, dando uma risada e o vendo rir também, assentindo.
- Faltando dez minutos para meia noite, eles começaram a incendiar os boletins, junto com algumas toras de madeira, apenas para aumentar o fogo. Com a festa toda para o lado de fora, todos se aconchegaram ao redor da grande fogueira, se aquecendo, alguns namorando. Foi então que o jovem rapaz disse uma ideia para sua namorada: “
Já sei! Vou chamar os garotos para fazermos um jogo!” e recebeu o apoio dela. Ele correu até os amigos, lhes contando a ideia: pular a fogueira. Bom, ela estava alta, era só atravessa-la, não iriam se machucar com isso! Pelo menos foi o que pensaram.
- Que ideia idiota! - Disse-lhe, como se fosse a coisa mais grave do mundo.
- Espere até onde isso vai chegar, minha cara. - O rapaz pigarreou. - Então. Muitas atravessadas depois, os rapazes, que já estavam muito bêbados, resolveram deixar mais interessante o jogo: virava uma dose de tequila aquele que conseguisse ficar um minuto pulando de um lado para o outro, atravessando a fogueira, sem arregar. Foi o que fizeram. O dono da festa trouxe a garrafa de tequila, ainda fechada, dando inicio ao jogo. Todos estavam conseguindo e quem conseguira mais fora o jovem rapaz, o mais popular. Bom, o óbvio era que agora ele estava muito, mas muito bêbado. Ele correu até sua namorada, beijou-a e disse a ela para ir jogar. Ela respondera que não, iria estragar sua fantasia. Mas ele não aceitou a resposta. “
Irá jogar, sim!” Ele elevara a voz e a colocara em pé na frente da fogueira, a empurrando para começar a pular. “
Não quero fazer, meu salto é alto, vou me machucar!” Ela insistiu. “
Ah, cale-se! ” disse o namorado, já cansado a empurrou.
- OH! NÃO!
- Ela caiu na fogueira. Todos se assustaram, mas ninguém a ajudou. Exceto pelo namorado, que tentava achar a mangueira para apagar as chamas. A única coisa que estava para o lado de fora da fogueira era a cabeça da moça, que a permitia gritar por socorro. Quando os outros jovens viram as chamas começarem a estalar e a garota gritar pela dor das queimaduras, correram. Todos correram, a deixando lá. Menos seu namorado. Bem, ele havia feito aquilo. Não achara a mangueira, então resolveu entrar nas chamas, que agora estavam fortes e o incendiaram ainda mais rápido. Bem, ela teve a sorte de salvar seu rosto. Já ele... se queimou todo, apenas para salvar a namorada, o que não conseguiu.
- Deus! Que coisa horrível! - Eu estava assustada, realmente.
- Dizem que os fantasmas até hoje aparecem em todo Halloween, clamando por socorro, assustando os jovens que os deixaram morrer. Inclusive, a moça usa a mesma fantasia medieval, que cobre seu corpo inteiro. Menos a cabeça. E o rapaz... bem, ele aparece com o rosto queimado, roupas rasgadas. Na festa ele estava vestido de príncipe, para combinar com sua amada, que se vestia de Maria Antonieta.
- O QUE ESTÁ DIZENDO?
- Carrie... - O rapaz a chamou pelo nome. Ela criou interrogações em sua cabeça, pois não se lembrara de ter dito seu nome para o rapaz. - Não reconhece mais seu Jake? - Ele se levantou na sua frente. - Não se lembra de nada? Não se lembra da festa que ocorreu no primeiro ano do nosso ensino médio? Bem que toda lenda diz, o fantasma fica preso na Terra porque não aceita que está morto.
- EU NÃO ESTOU MORTA! ESTOU AQUI! VOCÊ ESTÁ FALANDO COMIGO!
- Carrie, eu também estou morto! - O rapaz gargalhou. - E vim convencê-la, como todo ano eu tento. Não sente o ardor na sua pele? - Ele ergueu uma das mangas compridas do vestido dela, revelando o braço carbonizado. - Está na hora de partir.
- NÃO PARTIREI! - Declarou Carrie. - FICAREI AQUI ATÉ A ÚLTIMA FESTA DE HALLOWEEN, NEM QUE TENHA QUE FICAR AQUI PARA SEMPRE.
Jake riu.
- Sabe há quantos anos ouço isso? - Riu o moço outra vez. - Desde 1987. O nosso primeiro Halloween juntos. Você todo ano esquece o que aconteceu, não é? Veja, já estamos em 2012 e você continua com esse mesmo papo de não acreditar em mim. Já está na hora de deixar a Terra, Carrie.
- CALE-SE! VOCÊ ME MATOU, SEU ASSASSINO! - Carrie pegou a espada que estava na cintura de Jake. Mal sabia a garota que a espada era real.
- Abaixe isso! - Disse ele.
- NÃO! - Ela cortou-lhe a cabeça.
***
Era quase perto da meia noite quando os jovens que dedicavam o luto anual pelo casal de jovens que morreram numa tragédia ali na casa. Bem, todos os que estavam em volta da fogueira se assustaram quando as labaredas começavam a subir e a gargalhada escutarem.
- Bem, a lenda não está morta! - Disse Noah, um jovem rapaz que estava na festa.
- E como todo ano, temos que contar a lenda. - Disse uma moça, que ainda não tinha sido notada. Sua fantasia chamou a atenção de todos. Era medieval, lembrando a de Maria Antonieta.
- Quem é você? - Noah perguntou, intrigado, olhando para a jovem.
- Bom, quem eu sou não interessa. - Ela ajeitou sua peruca. - Só é preciso contar a lenda, como em toda tradição. - Arrumou um pouco seu vestido e se sentou numa cadeira. - Tudo começou em 1987, quando uma jovem vai celebrar sua primeira festa de Halloween com o namorado. Ela estava vestida de Maria Antonieta, para acompanha-lo...
Fim.
Espero que vocês tenham gostado, eu escrevi essa fic em uma madrugada, tá certo que nem deu tanto medo assim e eu nem gosto tanto de historia (só sou apaixonada por Maria Antonieta HAHAHAHA). Enfim, é isso, obrigada! Xx Milena