Alérgico
Autora: Larissa Melo | Beta: Sofia Queirós


O barulho dos carros me incomodam
Perdi minha vontade perdi meu ar


- Quer saber , estou cansada de você, dos seus chiliques e dessa vida mesquinha e sem graça que tenho aqui em Los Angeles. Eu jamais deveria ter saído de Nova Jersey.
- E o que te prende aqui? Estou cansado de suas reclamações, se não está satisfeita com a vida que tem levado, volte para Nova Jersey, não serei eu a pessoa a impedir que você vá embora, lembre-se que você veio para cá porque quis, eu nunca pedi para que você viesse.
- Eu vim por que sou uma tola, que cultivava a esperança de que algum dia você corresponderia ao amor que sinto por você, mas quer saber? Nada disso importa agora, obrigada por deixar as coisas tão claras, adeus. – indaga saindo da grande cobertura em direção ao seu carro com lágrimas escorrendo por seus olhos.

Isso aumenta minha dor, quilômetros mais
Enquanto eu fico aqui você se vai

Sentado no sofá desde que saíra pela porta, remoia suas ações. Como ele poderia ter sido tão cego a ponto de não perceber que o amava? Sem saber o que fazer passou as mãos pelos cabelos frustado. Pegando as chaves de seu carro em cima da pequena mesa de centro, levantou-se do sofá com a decisão tomada. Ele não deixaria que o amor e sua vida o deixasse sem saber seus verdadeiros sentimentos, pois a cada quilômetro de distância dela, seu coração se partia um pouco mais.

Essa noite as estrelas não se movem
Seu coração é alérgico a mim


As estrelas que cobriam o céu pareciam imoveis enquanto dirigia para Nova Jersey na maior velocidade que seu pequeno carro conseguia, suas lágrimas caíam por seu rosto enquanto as memórias de quando tudo havia começado vinham à sua mente. A história dela era o clichê dos clichês, garota se apaixona pelo melhor amigo e não é correspondida. Por diversas vezes desde que havia se mudado para L.A para acompanhar o amigo e os irmãos deste que haviam conquistado a fama mundialmente, graças à banda que formavam, tentara dizer a ele o que sentia, mas parecia que o coração de era alérgico ao seu.

E hoje seu não vai voltar e não te ver jamais
E a distância vou sobreviver e tentar respirar

A respiração de estava descompassada, e ele já não conseguia aguentar a dor que sentia em seu peito ao pensar em tantos momentos vividos ao lado de , sua grande paixão não correspondida.
- Como pude ser tão cego? Como? - se perguntava a cada milímetro andado, a cada lufada de ar gelado que entrava por seu vidro aberto. Ele sabia que ela não voltaria, e ficar sem vê-la ou tocá-la mesmo como amigo seria a morte para ele. Ele se declararia, nem que isso o custasse um carro destruído.

Já não, curarei sua solidão quando o hoje anoitecer
Não estarei para ouvir suas historias loucas,
Não pois você tem medo de sentir, pois você é alérgico a sonhar
E perdemos a cor pois você é alérgico ao amor

se lembrava das noites em que passara com , ouvindo-o contar suas histórias loucas, relatando suas aventuras nos bastidores das turnês, as brincadeiras que fazia com os irmãos e as que eles faziam com ele. Lembranças que antes eram confortadoras passavam a ser dolorosas.

Vou caminhando em meu a tempestade
Buscando em algum lugar minha paz
De onde eu possa então fugir, onde você não vai estar
E ser feliz eu vou viver mesmo sem você estar

O estrondo de um primeiro trovão anunciou a tempestade que começara a cair torrencialmente. não sabia aonde deveria procurar, então tentou o primeiro lugar que veio em sua mente: o parque para onde fugia, procurando por paz. Ele orava baixinho para que Deus protegesse sua pequena pelas estradas agora perigosas e escorregadias. Estacionou o carro de qualquer jeito e adentrou o parque sentindo as gotas de água molharem seu corpo e lavar sua alma, com uma esperança renovada andava pelo parque procurando por aquela que traria paz ao seu coração.

Já não, curarei sua solidão quando o hoje anoitecer
Não estarei para ouvir suas historias loucas,
Não pois você tem medo de sentir, pois você é alérgico a sonhar
E perdemos a cor pois você é alérgico ao amor


A tempestade fechara a estrada obrigando a dar a volta. Ela não iria para seu apartamento, lá seria um dos primeiros lugares em que a procuraria caso saísse à sua procura. O parque que dava paz a ela seria o lugar perfeito para clarear sua mente, a chuva não a incomodaria – seria até um beneficio para seu momento de reflexão. Há um quilômetro do parque, a tempestade passou a cair ainda mais forte, dificultando para , que quase não conseguia enxergar o que vinha à sua frente. Assim que ultrapassou um semáforo, um caminhão colidiu com seu carro arrastando-o sem dó nem piedade.

Não vou mais acompanhar seus passos,
Deixo a vida agora com você

ouviu um barulho ensurdecer, e seguiu o som encontrando um carro destruído e um caminhão parado à frente com ambos os motoristas desacordados.
Ligou para a emergência e aproximou-se do carro, abrindo a porta do mesmo, escancarando os olhos ao se deparar com sua pequena ali, ensanguentada e machucada.
- - sussurrou angustiado, tirando uma mecha dos cabelos da garota que cobria sua face.
- ? - perguntou a garota com a voz fraca, abrindo os olhos para encará-lo.
- Sim sou eu, por favor não me deixe, , eu imploro - suplicou acariciando a pequena e delicada mão da garota.
- Tarde demais para isso, - sussurrou a garota em um suspiro.
- Você tem que lutar, , eu não conseguirei viver sem você junto a mim, eu te amo.
- Sinto muito , eu não poderei mais curar sua solidão, esperei por anos para que você dissesse que me amava, e você deixasse de ser alérgico a sentir, logo quando eu já não poderei desfrutar do amor que tanto desejei.
- Eu te amo - sussurra com lagrimas nos olhos.
- Eu também te amo, sinto tanto por tê-lo que deixar, mas eu preciso descansar, estou com muito sono.
- Meu amor, não me deixe - implora , dando um pequeno beijo nos lábios da garota ja quase adormecida.
- Me desculpe , prometa-me que não voltará a ser alérgico ao amor - sussurra em um rompante de voz.
- Eu prometo que nunca mais serei alérgico ao seu amor.
- Obrigada - indaga a garota fechando os olhos, talvez para sempre.

Já não, curarei sua solidão quando o hoje anoitecer
Não estarei para ouvir suas histórias loucas,
Não pois você tem medo de sentir, pois você é alérgico a sonhar
E perdemos a cor pois você é alérgico ao amor

Fim...



Finalizado dia 27/12/12

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