"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que era para sempre sem saber que o para sempre, sempre acaba" — Cassia Eller.
E mais uma vez, lá estava eu, rolando na cama afogada em lembranças. Ou seriam lágrimas? Mas se fossem, certamente eram de saudades. Lembranças ou não, lágrimas ou não, doía em meu peito do mesmo jeito e, como toda dor, essa precisava ser sentida — ou não. Mas sou masoquista o suficiente para acreditar que essas lembranças precisam sim ser lembradas, o problema de reviver as lembranças é que elas machucam, principalmente quando são boas, e te enchem de nostalgia.
4 meses, 16 semanas, 112 dias, 2688 horas e 161280 minutos. Esse era o tempo que fazia desde a última vez em que eu vira , o nativo de Wilmington por quem eu tinha me apaixonado, ou pensei ter me apaixonado, porque, afinal, o que é amor?
Flashback On — 4 meses atrás Era início de junho de 2012, a temperatura já estava quente e a água refrescante. Ao longe, de cima do píer, eu via a movimentação, pessoas carregando malas para dentro das casas na beira da praia, universitárias tomando sol no deck e surfistas em perfeita harmonia com o mar em cima de suas pranchas. Observei-os durante um tempo, tentando descobrir o que se passava em suas cabeças, mas depois de um tempo desisti e acabei me perdendo em meus próprios devaneios.
— Um dólar pelos seus pensamentos — Ele vinha em minha direção, segurando sua prancha ao lado do corpo. Tinha os cabelos castanhos, olhos tão azuis quanto a água do mar e um físico de tirar o ar de qualquer mulher que gostasse da fruta.
— Olá, estranho — disse, em meio a um sorriso tímido.
— Hey! — Ele sorriu abertamente e, quando já estava perto o suficiente, fincou a prancha na areia e sentou ao meu lado. — . . — olhei-o confusa. — Meu nome!
— Ah… desculpe por isso — sorri envergonhada, minha lerdeza me espanta. — , mas pode me chamar só de mesmo.
— De onde veio? Digo, você não é nativa, não é? Eu me lembraria de ter visto alguém como você por aqui.
— Ah… não, eu sou de Manhattan. — sorri envergonhada. Era estranho se sentir assim, na verdade, era estranho conversar com outros garotos depois de tudo o que aconteceu.
— Longe… — torceu a boca em desgosto. — E o que você tá fazendo aqui?
— O mesmo que todo mundo, ué. Férias de verão.
— Não, isso eu sei. — riu — Digo aqui, sentada e sozinha, enquanto todos seus amigos estão nesse exato momento acendendo a fogueira — olhei para ele com o cenho franzido. — Eu vi você saindo daquela casa e vindo para cá — disse, apontando a casa, a ‘minha’ casa —, então suponho que você esteja lá e que aqueles sejam seus amigos.
— É, você acertou. — sorri —, eu estou fugindo. — foi a vez de ele me olhar daquele jeito. — Não estou no pique de festas hoje.
— Por quê?
— É uma longa história.
— Temos tempo — ele me olhou sorrindo. — Se você não esta no pique de festas hoje, tenho certeza que também não esta no pique de fazer algum tipo de outra coisa. — olhei-o, questionando toda aquela insistência. — Sabe, eu não tô querendo coletar informações sobre você para depois te assassinar de forma cruel quando você menos esperar — riu da minha cara — Só estou tentando ser legal e te conhecer melhor, e quem sabe te matar depois — riu.
— Depende, como você pretende fazer isso? Com uma faca ou uma arma? Sabe, sou muito jovem para morrer e prefiro que seja indolor — brinquei.
— Não sei… — colocou a mão no queixo. — Talvez com uma serra elétrica, parece ser emocionante e eu sempre quis ser o Jason — ele riu e aquela risada me fez querer rir junto.
Flashback Off
É engraçado como às vezes somos capazes de encontrar pessoas que fazem com a gente se sinta em casa, mesmo que você tenha conhecido esse alguém há poucos meses, dias ou horas, como no meu caso. Era fácil estar com ele, as coisas simplesmente aconteciam entre nós. Naquela noite ficamos horas a fio conversando na beira da praia e eu acabei descobrindo algumas coisas sobre o rapaz misterioso que chegou oferecendo um dólar pelos meus pensamentos.
era um ano mais velho que eu e, naquela época, não tinha namorada, mas jurava de pé junto que por onde passava, as mulheres caiam aos seus pés, incapazes de resistir ao seu charme. Eu não estranharia se aquilo realmente fosse verdade.
Flashback On — Como você convive em uma casa cheia de pessoas e não conhece, pelo menos, a maioria?
— Ah, eu trombei com algumas por aí — dei de ombros. —, mas eu não parei para conhecê-las, eles me irritam. Eles são irritantes.
— Você é estranha — ele deu risada e sentou prancha em cima da prancha. — Muito estranha.
— Ei, não fala assim. — eu joguei agua na cara dele e dei de ombros. — Eu só sou legal demais para socializar.
— Não. — ele disse rindo. — Você é antissocial mesmo.
— Tonto.
— Boba.
— Ba-ba-ca — joguei água na cara dele.
— Ai! — ele disse, colocando a mão sobre o olho que a água tinha acertado.
— Oh, meu Deus — eu disse, indo até ele. — Eu machuquei você, ? — eu tentava tirar a mão dele dali, mas ele não colaborava. — Me deixa ver, ! — mas ele fingia que nem escutava. — Ai meu Senhor eterno, me desculpa, eu não fiz por querer foi sem querer e...
— Enganei você — ele disse, tirando a mão do olho e começou a rir, tipo, gargalhar. Eu tentei, juro que tentei, mas não deu eu tive que rir junto. Era incrível como tudo nele era incrível, até aquela maldita risada que te fazia rir junto — Como você é bobinha.
— Seu... Seu filho de uma mãe! Eu me preocupei, ok? E você só estava aí, brincando.
— OUCH! — ele disse esfregando o lugar onde eu tinha acertado com um tapa. — Alguém já disse que é violenta?
— Então é melhor você tomar cuidado
— Mas quem disse que eu não gosto de mulheres selvagens? — ele deu de ombros. — Você sabe o que dizem sobre elas, não é mesmo? — ele me olhou questionador e eu corei. — Você fica tão linda envergonhada, Sabia? — ele disse rindo e eu, bom, eu lhe bati mais uma vez. — OUTCH! Você ainda vai acabar comigo.
— E eu nem ligo.
Flashback Off
Aquelas lembranças me faziam rir, chorar, rir mais um pouco e chorar mais um pouco. Elas causavam em mim a mesma coisa que o protagonista delas. . Ele me fazia um bem danado quando estava por perto, mas quando não estava por perto, me fazia querer chorar e voltar no tempo para reviver tudo aquilo, não somente os momentos, mas o verão de nossas vidas. As lembranças do dia que em que nos beijamos pela primeira vez invadiu minha mente com a mesma força de uma onda em um dia tempestuoso.
Flashback On (3º pessoa)
“Do I wanna know? If this feelings flows both ways. Sad to see you go, sort of hoping that you’d stay. Baby, we both know that the night were mainly made for saying things that you can’t say tomorrow day” — Arctic Monkeys
, por mais visível que fosse, negava até os últimos fios de cabelo que tinha algo entre ela e , quando na verdade o que ela mais queria era que tivesse sim algo entre eles, mas não queria admitir para si mesma, afinal, ela podia gostar dele, mas ainda não estava pronta para se entregar para alguém tão rapidamente. negava aos amigos quando perguntavam se tinham alguma coisa entre ele e a garota, mesmo querendo dizer aos quatro ventos que ela era a dona do seu coração, apenas negava e dizia que não passavam de bons amigos.
Era sexta feira à noite quando marcaram de se encontrar no píer, no lugar onde se viram a primeira vez exatamente a um mês atrás, para ele aquela seria uma grande noite para ela também seria uma grande noite, apenas pelo fato de qualquer momento com ele se tornava um grande momento.
— Oi — ele disse, se aproximando timidamente da garota que estava sentada no píer e observava as estrelas.
— — o sorriso dela se iluminou ao vê-lo parado ali. — Tudo bem? — ela entortou a cabeça para o lado. — Sei lá, parece que você andou sentindo a minha falta, olha só para você.
— Talvez eu tenha sentido mesmo — fazia uma semana que não se viam, pois viajou para a casa do tio que morava na cidade vizinha. — Mas só talvez.
— Saiba que eu senti a sua falta, se é o que você quer saber. — ela levantou e o abraçou forte. — Vem sentar aqui.
— Meu ego fica feliz em saber disso, senhorita .
— Vai se foder, por favor, senhor .
— Tão delicada…
— É que seja — Ela deu de ombros. — Agora, me conta tudo. Como foi lá?
ficou mais ou menos uma hora contando a como tinha sido na casa do tio, acabou demorando mais do que o necessário, pois a garota, como todo bom curioso, queria saber os detalhes sobre tudo.
— Sabe, faz tempo que eu tô querendo te perguntar uma coisa — ela murmurou alguma coisa para que ele continuasse enquanto ele fazia carinho em seus cabelos. Durante o decorrer da conversa, ela tinha acabado sentando entre as pernas do garoto e recostado em seu peito enquanto o mesmo começou a fazer um carinho gostoso em seu cabelo. — Você já pensou em se permitir amar de novo, gostar de alguém de novo?
— Eu não sei, sabe, eu tenho medo… medo de amar, medo de me entregar e, acima de tudo, medo de sofrer de novo.
— Eu acho que você deveria se permitir, sabe, você é uma garota linda, inteligente, legal, enfim, praticamente tudo que um cara procura.
— Quem sabe, se eu conhecesse muito bem a pessoa em questão ou se ela me conhecesse, talvez eu me permitiria gostar de alguém, sabe, amar é complicado.— ela se sentou de frente para ele. — Onde você tá querendo chegar com isso, ?
— Em lugar nenhum — ele deu de ombros. —, eu só queria confirmar uma tese minha. Você sabe, né, eu gosto de criar teoria sobre as pessoas.
— E qual seria essa sua teoria, tese, que seja, sobre mim? — ela arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços esperando a resposta dele que não tardou a vir.
— Você diz que tem medo de amar, mas sempre acaba apostando no cara errado. Você diz que hoje não é o seu dia de sorte, mas não faz nada para mudar. Você diz que as pessoas te incomodam, mas não para pra conhecê-las. Você diz sofrer por um amor, mas antes de tudo não tem amor próprio. O amor não é complicado, você é quem o complica.
— Não é assim, , é mais complicado que isso. A verdade é que eu só queria saber me aproximar das pessoas e mantê-las para mim, para sempre. Mas é difícil, e a teoria de que quanto mais difícil, melhor, definitivamente não se aplica a mim. E eu ainda acredito que quanto mais eu me importar, mais eu tenho a perder. Eu não nasci para amar, não nesse século, pelo menos.
— Até mesmo porque romantismo em pleno século vinte e um é: Amor, ninguém geme como você — ele riu e a fez rir junto. — Você só tem que esquecer o tempo que passou. Se sorriu ou se chorou, se amou ou se sofreu — ele engoliu seco. —, o que você sempre deve lembrar é de entregar seu coração para alguém que quando parti-lo, saiba exatamente como consertá-lo.
— Mas, como você mesmo disse, eu sou insuportável demais e ninguém nunca vai aguentar ficar comigo, por isso morrei gorda, solteira e mãe de 30 gatos — ela riu, arrancando dele uma risada nervosa. Ela sabia que aquelas palavras tinham um significado, não foram ditas como consolo ou conselhos, ela sabia o que era aquilo ela só estava fugindo, como sempre.
— Antes de nos abandonar, uma vez meu pai me disse que conheceu a mulher mais insuportável, que brigava com ele todos os dias, e por incrível que pareça, essa mulher tem meu sobrenome. — Ele sorriu e ela entendeu finalmente que não podia mais fugir daquilo, estava na hora de deixar as coisas finalmente acontecerem.
Até hoje eles ainda não sabem como aconteceu. Em um estante estavam conversando, no seguinte, ela inclinou-se sobre ele e ele por um instante quis saber se aquele beijo quebraria o feitiço que os envolvia, mas já era tarde demais para parar. Quando seus lábios tocaram o dela, ele soube que poderia viver mil anos e viajar por todo o mundo, mas nenhuma sensação se compararia ao momento único em que beijou a menina dos seus sonhos e então eles souberam que, mesmo recente, aquele amor duraria para sempre.
Flashback Off
Eu não sabia por que aquelas memórias insistiam em voltar à tona, logo agora, logo essa noite. Eu passei muito tempo me escondendo e me enganando, tentando convencer a mim mesma que aquilo era passado e, como sempre, o que acontece no passado fica no passado, mas não era assim tão simples. Quando o assunto era ele, nada nunca era simples.
Era sexta-feira noite e eu estava sozinha, deitada no chão pensando em um velho amor, porque ele sempre estaria ali no fundo da minha mente desde o dia em que nos conhecemos. Sempre que o nome dele surgia em uma conversa casual, chegava a ser patético o fato de eu não conseguir agir normalmente. Eu não conseguia esquecer o que tivemos, eu até tentava. Mentira.
Flashback On — Aonde você tá me levando? — meus olhos estavam vendados e ele me guiava pelo caminho. — , me fala, por favor.
— É surpresa!
— Mas...
— Sem mas, não seja tão curiosa. — senti as mãos dele em meu rosto fazendo um carinho gentil. — Você pode aguentar um pouquinho por mim? — eu sentia aquele cheiro de menta refrescante saindo de sua boca e se chocando direto em meu rosto, me arrepiando. — Por nós? — Ele sussurrou antes de me beijar suavemente.
— Golpe baixo... — eu disse baixinho e ele riu. — Tudo bem. I’m your slave tonight. — Cuidado! — ele sussurrou próximo ao meu ouvido. — Você pode se arrepender disso.
— !
— Chegamos. Vou tirar sua venda, mas você fica com os olhos fechados, tudo bem?
— Tá! — eu o escutei conversando com algumas pessoas e depois voltando em nossa direção. — Posso abrir os olhos agora?
— Não! — ele pegou em minhas mãos e me puxou para começarmos andar. — Você confia em mim?
— Confio... eu acho — eu escutei ele rir. — Por quê?
— Porque... — ele não disse mais nada apenas me pegou no colo e começou andar.
— ! Me coloca no chão, por favor. Eu odeio que fiquem me carregando, você sabe, e...
— Shhh! — senti os lábios dele contra os meus. — Fica quietinha.
Eu não disse mais nada, e ele também não. Nos estávamos subindo uma escada, pelo o que parecia, e eu fazia um grande esforço para manter meus olhos fechados. Sempre fui curiosa, mas dessa vez resolvi deixá-la de lado e respeitar seu pedido. O que quer que seja que ele tinha feito, ele tinha se esforçado e eu não estragaria isso.
— Chegamos — ele disse, me colocando novamente no chão. — Pode abrir os olhos — eu abri meus olhos e reconheci o lugar onde estávamos como o Forte de Wilmington. Ele estava completamente deserto e, ao contrário dali, o céu estava pontilhado por milhares de estrelas em todos os cantos. Lá de cima, era possível escutar as ondas se quebrando contra as rochas lá em baixo. Pude perceber que, próximo ao lugar onde estávamos, um pano vermelho estava estendido no chão e em cima dele tinha um balde de inox com gelo e algumas bebidas, ao lado uma caixa de pizza e um pouco mais afastado um violão fazia contraste com a luz da lua. — E então, o que achou?
— Eu... — olhei-o e sorri. — Eu amei!
— Fico feliz por isso! — ele disse, pegando em minhas mãos e depositando um beijo ali. — Vem, senta aqui comigo.
Nós nos sentamos ali e ficamos bebendo, conversando e, é claro, comendo. Era incrível a forma como ele conseguia me surpreender até com as coisas mais simples, qualquer coisa com ele era boa, qualquer lugar com ele era incrível. Nunca acreditei em ditados populares, mas naquela noite um fez sentido. “O lugar, na maioria das vez, não significa nada quando a companhia é tudo” — ? — eu perguntei depois de um tempo. Ele estava sentado e eu estava entre a suas pernas, com as costas encostadas em seu peito.
— Hum?
— Por que aqui? Digo, esse lugar.
— Porque aqui é o mais próximo de te levar até as estrelas, até a lua. — ele apontou o céu e eu o segui com os olhos. — É lua cheia, como na noite em que nos conhecemos.
— Eu gosto da lua. Sabe, ela é a única coisa que mostra que mesmo quando estamos sempre teremos uma coisa em comum entra nós, a lua. Ela sempre será a mesma independe do lugar em que estivemos, e é por isso que eu gosto tanto dela, porque ela me lembra de você. — eu me virei de frente para ele e olhei em seus olhos. — Ela me lembra de você, por que eu sei que, independente de onde eu esteja, ou de onde você esteja daqui um mês ou dois, eu sempre vou amá-lo com a mesma intensidade em que a lua ilumina o céu nas noites mais escuras.
— Eu te amo, . — ele não disse mais nada, apenas me beijou, e aquele beijo se encarregou de dizer todas as palavras que não podiam ser ditas, porque aquele tipo de coisa não algo para ser dito, mas, sim, sentido.
— Eu também te amo !
— Eu tenho mais uma surpresa — ele se levantou e pegou o violão. — Espero que você goste.
Ele se sentou novamente e começou a dedilhar o violão e ao poucos os acordes de uma música conhecida começou a ecoar pelo lugar, era a nossa música.
Close your eyes and I’ll kiss you
(Feche seus olhos e irei te beijar)
Tomorrow I’ll miss you
(Amanhã sentirei saudades de você)
Remember I’ll always be true
(Lembre-se que eu sempre serei verdadeiro)
And then wilhe i’m away
(E enquanto eu estiver fora)
I’ll write home everyday
(Ecreverei para casa todo dia)
And I’ll send all my loving to you
(E mandarei todo o meu amor para você)
I’ll pretend that I’m kissing
(Vou fingir que estou beijando)
The lips I am missing
(Os lábios que sinto saudades)
And hope that my dreams will come true
(E esperar que meus sonhos se tornem realidade)
Flashback Off
De todas as memórias, essa era uma das que eu guardava com mais carinho, eu me lembrava da forma de que ele a cantou. A dor contida em cada palavra se parecia com a que eu sentia agora e naquele dia, mas de uma forma diferente. A saudade é muito pior quando sentida do que quando imaginada e naquela época eu apenas imaginava como ela seria e agora eu a sentia.
Flashback On (3º pessoa) — Você tem certeza de que é isso que você quer? — ele perguntou, olhando em seus olhos. Sabia que, se avançassem mais um pouco, não teria mais volta.
— Eu queria que fosse especial, sabe? — ele franziu o cenho enquanto observava a menina seminua em sua cama. — E só vai ser especial se for com você, então, sim — ela deu um selinho nos lábios avermelhados do rapaz. — Eu quero.
Ele diminuiu a mínima distância que separava seus corpos e a beijou lentamente. Suas mãos passeavam pelo corpo da garota sem pudor algum e as mãos dela o acariciavam, mas não com malícia, mas sim curiosidade. As mãos dela passeavam pelo corpo dele, não com a intenção de provocá-lo e sim com a intenção de fazer um carinho, mas mal sabia ela que para ele o toque dela já era provocação suficiente para seu corpo. deitou na cama e ficou sobre ela, fazendo uma trilha de beijos de sua boca até o resto de seu corpo com o intuito de se livrar de todas as roupas e explorar o corpo da menina abaixo de si.
— Olha para mim — ele pediu quando se colocou entre as pernas da garota. — Fica calma, — ela mantinha os olhos fechados. — Eu não vou machucar você.
— Tudo bem — ela suspirou e abriu os olhos. — Confio em você.
— Que bom — ele sorriu e sussurrou — Eu amo você.
— Eu também amo você.
Essa foi a última palavra dita antes que fizesse de sua, juntando seus corpos e tornando-os um só. O jeito com o qual deviam ficar para sempre. O tempo se passou e com ele as palavras foram substituídas pelos sons de suas respirações descompassadas e os gemidos abafados da garota.
Flashback Off
Lembrar-me de tudo isso me fazia pensar como seria se ainda estivéssemos juntos, será que teríamos tido um futuro? Será que ainda estaríamos juntos?
São perguntas que nunca seriam respondidas e saber disso doía, machucava. E todas essas lembranças em nada ajudavam.
Onde estaria essa noite? Estaria ele com algum outro alguém? Ou será que ele se lembrava de que dia era hoje e estava afogado em nostalgia assim como eu? Afinal, hoje fazia quatro meses desde a pior noite do verão de nossas vidas.
Flashback on (3º pessoa)
“Eu não posso acreditar que você esta fazendo suas malas, estou me esforçando o máximo para não chorar. Eu tive bons momentos e agora é o pior deles, mas nós temos que dizer adeus. Não prometa que vai escrever, não prometa que vai ligar, apenas prometa que não vai esquecer que nós tivemos tudo. Porque você foi meu durante o verão e agora sabemos que está perto do fim, mas eu sempre vou lembrar, você foi meu amor de verão, você sempre será o meu amor de verão” — One Direction
— É amanhã! — suspirou triste. — Eu não quero ir.
— Você está bem? — ele ignorou-a, ele sabia que amanhã ela iria partir, que aquela noite seria o último dia em que se veriam.
— Não.
— Quer ficar sozinha?
— Não sei…
— …
— Tá, eu não quero, na verdade, eu quero que você se sente aqui do meu lado e, se possível, nunca saia da daqui. — disse em um muxoxo, e ele sorriu, fazendo exatamente o que ela pediu.
— Comprei uma coisa para você, eu espero que você goste. Mas não vou te dar agora.
— Tenho certeza de que sim — ela se calou enquanto fitava a noite.
— Um dólar pelos seus pensamentos — ele se lembrou da primeira coisa que disse a ela e sorriu sozinho, e algumas lágrimas vieram aos olhos dela ao imaginar que daqui algumas horas tudo aquilo acabaria.
— Eu estava pensando em nós. Em como nós nos conhecemos, como nós conversamos na primeira noite, como você fez questão de querer saber tudo da minha vida e eu da sua, como conversamos como se há anos nos conhecêssemos e claro da sua cara de pateta da primeira vez em que me fez surfar — ela secou algumas lágrimas teimosas e tentou sorrir, mas só tentou mesmo. — Lembro de tudo, dos primeiros dias, do dia em que me levou para tomar sorvete ou do dia em que você ficou possesso de ciúmes do seu irmão por minha causa, mas naquela época eu nem imaginava — riu suavemente — e o mesmo vale para esses dois meses inteiros. Sabe, acho que as minhas amigas nem gostam de você porque eu as troquei por você — ele riu —, mas agora tudo isso tá acabando e eu só queria é que durasse para sempre. A verdade é que eu amei cada instante que eu vivi aqui com você e eu não esperava por isso. Eu não vim aqui para isso, assim como eu não vim aqui para me apaixonar por você — ele colocou a mão na nuca dela e a puxou para perto delicadamente e a beijou, a beijou de forma apaixonada. Ficaram por um tempo se beijando e demonstrando um a outro a saudade que já sentiam um do outro mesmo sem ainda terem se separado. Ela se afastou um pouco para tomar fôlego e continuou a falar — Eu não queria me apaixonar por alguém, eu já passei por isso e foi um caos e agora eu vou embora e tudo vai ser um caos de novo.
— Não tem que terminar. — ele protestou.
— Mas vai. Sei que podemos ligar, trocar e-mails ou até mesmo cartas — riu levemente —, e com sorte nos ver durante as próximas férias. Mas não será a mesma coisa, eu não vou ver suas caretas enquanto tá tentando passar aquela fase difícil do vídeo game. Não vamos deitar juntos na praia e ficar horas a fio observando as estrelas. Não vamos ficar juntos conversando ou trocando segredos. Não vou mais sentir seu abraço, como agora. — e, sem aviso prévio nenhum, ela se jogou nos braços dele e chorou todas as lágrimas que estavam entaladas ali. Ele a abraçou forte e suspirou, ele sabia que tudo aquilo era verdade.
Mais tarde, depois de passarem horas conversando e se beijando ali na praia, a hora mais temida se aproximava, a hora de partir. Ele sabia que, em menos de três horas, ela teria que ir e levaria consigo seu coração, ainda se lembrava da primeira vez em que a viu ali naquele mesmo píer e, hoje, tinha certeza de que a amou desde o principio.
— Obrigado — ele sussurrou baixinho para a garota em seus braços, que estava perdida em pensamentos.
— Pelo que?
— Por ter entrado na minha vida, por estar comigo.
— Você não tem que agradecer…
— Vou me casar com você um dia, sabe.
— Isso é uma promessa? — ela o perguntou, surpresa.
— Se você que seja, então sim.
— Bem, então você tem que me prometer que vai atrás de mim quando terminar os estudos, sabe, eu não posso me casar com você se você não estiver por perto — ela riu.
— Combinado — ele sorriu e selou seus lábios brevemente. — Que horas você parte?
— Daqui duas horas — disse, torcendo a boca em tristeza.
— E então, o que vamos fazer? A nosso respeito.
— Eu não sei, mas com toda essa distância…
— Vai ser difícil, eu sei, mas eu não quero que termine. — ele a interrompeu.
— Nem eu.
— Eu vou te ligar o máximo que eu puder e tentar te visitar sempre que der e daqui um ano, quando eu acabar os estudos, onde quer que você esteja, é para lá que eu vou! — ele disse, decidido.
— É serio isso?
— Eu prometo. Eu te amo demais, mesmo que seja recente, para te deixar ir sem ao menos lutar por ti. Eu sei que nosso tempo tá acabando e se a minha miopia me permite dizer, aquelas pessoinhas lá longe, vindo para cá, são seus amigos vindo te tirar de mim. — bufou e ela riu dele. — Há muitas coisas que eu quero te dizer, mas eu nem ao menos sei por onde começar. Eu devo começar falando o quanto eu te amo? Ou que os dias em que passei do seu lado foram os melhores da minha vida? Ou que nesse pouco tempo você me fez acreditar que fomos feitos um para o outro? — ela já tinha lágrimas nos olhos. — Bom, se preferir eu posso dizer todas essas coisas e todas elas seriam verdade. No futuro, nem tão longe assim, sei que passarei horas a fio revivendo os momentos que passei para você mil vezes. Vou ver seu rosto, ouvir sua risada, relembrar suas manias, sentir o seu cheiro que ficou no meu casaco. Por muitos dias, eu fiquei com medo de quando esse dia chegasse, pode ser que um dia você se esqueça de tudo isso
— Eu não vou — ela murmurou entre lágrimas.
— Mas eu quero que você saiba o quanto eu te amo, e o que eu sinto por você nunca vai acabar, não importa quanto tempo vai durar o que vivemos será eterno. Onde quer que você esteja, na primeira noite de lua cheia, como aquela há dois meses na noite em nos conhecemos, quero que você a encontre no céu. Quero que você pense em mim e reviva esses meses que passamos juntos, porque, seja onde for ou o que quer que esteja acontecendo na minha vida, é exatamente isso o que eu vou fazer. Se não podemos estar juntos, podemos pelo menos compartilhar isso e quem sabe nós sejamos capazes de fazer isso para sempre. Eu te amo, .
— Eu também te amo, . — ela tentava dizer entre lágrimas. — E eu vou me agarrar com todas as forças a promessa que você me fez, se um dia você voltar para mim eu vou me casar com você e se você quebrar essa promessa, vai partir meu coração.
— Eu não vou. — ele a abraçou forte. — Olha, daqui a menos de três minutos, pelas minhas contas, aquela sua amiga ruiva e louca, vai nos alcançar e você terá que ir. Está aqui o seu presente. — ele entregou um embrulho pequeno e dourado para ela. —, mas eu só quero que abra quando estiver no avião e na metade do caminho até Manhattam. Promete?
— Prometo! — ela o beijou.
— ! Onde é que você se meteu? Temos quer ir! Ou perderemos o voo e não, você não pode ficar e viver esse seu amor proibido com o Romeu da sua vida — Amber estava estressada.
— Eu tenho que ir… — sussurrou a .
— Tudo bem… Se cuide, ok?
— Ok! Você também! — então ela o beijou.
— , não me faça te puxar pelos cabelos — o casal riu.
— Tchau — ela sussurrou enquanto a amiga a puxava pela mão e a levava para longe, a fazendo soltar da mão de lentamente — Eu amo você!
— Eu também. — então ela soltou e, mesmo relutante, ela se foi.
Mesmo quando as duas já se encontravam a uma boa do distância do píer, ele continuou ali parado, as observando e começando a contar os dias para rever um dia a mulher da sua vida. Isso se um dia voltasse a ver, mas sabia que mesmo não a visse mais, de uma forma ou outra, os dois se lembrariam para sempre o que aconteceu naquelas férias de verão. E antes que ela sumisse de vista, ele gritou.
— Foi um prazer te conhecer, ! — Ele não esperava que ela ouvisse, mas se surpreendeu ao ouvir a resposta de sua garota de longe.
— O prazer foi todo meu, ! — e logo em seguida Amber gritar:
— Vocês dois são loucos! — ele riu ao mesmo que tempo que completava mentalmente, loucos um pelo outro. Ele só não imaginava que a garota fazia o mesmo enquanto caminhava ao lado da amiga.
Flashback off
Era difícil me lembrar daquele dia sem chorar, mas, estranhamente, essa tinha sido a primeira vez. Revirar aquelas memórias me fez lembrar uma coisa, o presente de . Que, até agora, eu não tive coragem para abrir. Levantei-me e caminhei até o closet, na terceira prateleira a esquerda uma caixinha reluzia de uma forma tão intensa que parecia ter ganhado um brilho especial naquela noite, mas só depois de um tempo, e uma rajada de ar frio, que eu fui perceber que todo aquele brilho era porque a janela estava aberta e a luz da lua cheia, como na primeira vez em que nos vimos, incidia sobre ela a iluminando. Peguei a caixinha e me sentei no chão admirando-a. Puxei o laço delicado que a envolvia e abria-a, me deparando com um medalhão e uma carta. Quando abri o medalhão encontrei uma foto nossa juntos, e na outra face, que antes era lisa, estava gravado em uma caligrafia fina e delicada “I’ll always love you”. Sorri com aquilo e as lágrimas, que antes marejavam meus olhos, começavam a cair. Lembrei-me do bilhete e quando o abri me deparei com a caligrafia um pouco desleixada de , com os dizeres:
“O que eu realmente quero que você saiba é que não importa o tempo que passe, o que aconteça ou o que a vida nos ensine. Não interessa quem somos ou quem vamos nos tornar. O que vale é o que carregamos dentro de nós. E você, guarde isso na memória para todo o sempre, eu te carrego junto comigo todos os dias. Eu amo você, .
— Xoxo ”
Além da janela e através das lágrimas que escorriam de meus olhos, a luz da lua iluminava a imensidão obscura da noite. Eu não sabia onde ele estava, mas, naquele momento, tudo o que eu queria era fazer minhas malas e retornar ao lugar ao qual eu estava destinada a estar, ao lado de Benjamim.
FIM... (?)
Nota da autora: Hey Sweeties! Como vão?
Primeiro queria agradecer a todos que leram e chegaram até aqui, essa short foi meio que escrita de ultima hora para o especial, mas ainda assim eu espero que tenha ficado boa e que vocês tenham gostado. Queria agradecer também a vaca da Gi Salgueiro por ter me ajudado com tudo desde o começo e ter me apoiado, tipo, muito! Acreditem se não fosse ela, provavelmente, essa fic não estaria nem aqui. Amo você cocozenta! Também gostaria de agradecer a Cah Duarte que é sempre um fofa comigo e sempre tem paciência para ler os meus surtos de escritora HEU Obrigada, xuxu, amo você! :3 Ah, apenas lembrando que, talvez, em um futuro próximo pode ser que AML ganhe uma continuação (OU NÃO) e, para quem quiser acompanhar, em breve uma outra fic minha vai entrar no site (Bang Bang, you’re the one). E, por favor, não se esqueçam de comentar e me dizer o que acharam da fic mesmo que seja para criticar, elogiar ou até mesmo me xingar, hahaha. É isso, vejo vocês em breve... eu espero! mwaaah :)x
Nota da beta: Eu NÃO escrevo essa fic, apenas corrijo. Encontrou algum erro? Reclame no meu e-mail ou Twitter, não na caixinha de comentários, ok?