Tudo começa em um século passado, numa floresta onde uma criança está sendo esquartejada a sangue frio por um grupo de guerreiros de armaduras de prata, que possuíam o símbolo de uma cruz dourada estampado em suas costas.
- Irás morrer, filho do demônio, em nome do nosso Senhor, Jesus Cristo! - um dos soldados do Senhor diz enquanto perfura os olhos da criança com a sua espada, fazendo com que o sangue do pobre inocente jorre em sua lâmina.
- Mamãe! Mamãe, socorro! - a criança grita desesperada, enquanto se encosta à árvore, sentindo a espada do outro soldado atravessar o seu peito que sangrava sem parar.
Enquanto isso, bem ao longe está uma mulher mal vestida lavando a sua roupa como de costume, totalmente calma, quando de repente ela sente uma pontada em seu peito e logo a cena do menino surge em sua mente.
- Oh não! Isso não! Meu filho! - a mulher diz com uma expressão assustada em seu rosto, enquanto sai correndo descalça pela floresta, aumentando os seus passos a cada trecho do caminho, esperançando encontrar o menino ainda vivo. Porém, quando chega de volta ao lar, se depara com uma cena horrível: a pobre criança estava sem os olhos, toda furada e parecia que tinham começado a queimar o corpo, mas não o fizeram.
- Oh! Karael, o que fizeram a ti, meu pequeno? Por que, meus deuses? Por que matar uma criança apenas por causa dos seus dons especiais? Até onde chegou a inveja! - a mulher grita assustada com lágrimas escorrendo em seus olhos, enquanto segura o pequeno menino morto em seus braços, olhando para os céus com tanta mágoa em seu peito que, do nada, o clima começa a esfriar, e então o céu começa a estremecer, demonstrando que uma tempestade estava a se formar, até que começa a chover bem forte e sem parar.
- Em nomes de todos os deuses que um dia foram os senhores desta terra, que um dia foram queridos e então foram jogados no inferno, eu, Áquila Bephegor, juro que minha ira cairá sobre todos os mortais que ousarem entrar em minha casa outra vez! Assim como o sangue do pequeno Karael foi derramado nestas malditas terras eu os farei pagar nessa e em outras eras! - a jovem mulher diz com um olhar cheio de fúria, então retira um punhal de dentro do bolso de sua roupa, e o enfia em seu peito com toda a sua ira mais profunda, morrendo ali ao lado do seu pequeno menino. Mas mesmo que seu corpo tenha adormecido, sua alma sempre estaria presa naquele lugar para que todo e qualquer ser humano que invadissem o mesmo, fosse castigado pelo desrespeito à seu filho e, assim em todo dia 30 ou 31 de outubro, a bruxa retornava ao lar para assassinar a todo e qualquer ser humano.
Nos dias de hoje...
Um grupo de crianças está entrando numa casa abandonada que era conhecida por causa da maldição de Harry Willian, o homem que matou a sua mulher e aos seus dois filhos. Diz a lenda que ele era uma pessoa normal, sem índices de loucura em seus registros, mas que havia enlouquecido logo que comprou aquela casa, pois sempre ouvia o choro de uma criança, e ouvia uma voz em seus ouvidos que dizia “Mate-os. Mate a criança e a mulher, pois eles são espíritos impuros. Mate-os sem piedade e não ouse se arrepender do seu ato’’.
- Não acho uma boa ideia ir à este lugar... - uma menininha diz enquanto abraça ao seu pequeno urso de pelúcia, com uma expressão triste em seu rosto caminhando lentamente em direção a tal casa.
- Se liga, Melany! Está na hora de crescer. Fantasmas não existem, e eu vou ganhar uma grana com isso! - um rapaz pré-adolescente diz enquanto segura a mão da menininha, levando-a para dentro da tal casa ao lado de mais dois adolescentes.
- Rob, talvez a Melany esteja certa, não acho que devíamos entrar nessa casa... - uma menina diz com um olhar preocupado em seu rosto, enquanto para no meio do caminho, não gostando da idéia de partir para aquele lugar.
- Ah, deixem de agir como duas pirralhas, Mary! Vamos logo, suas medrosas! Não é, Paulo? - o menino diz com uma expressão animada, e então segura os pulsos das meninas, arrastando-as para dentro do terreno em direção a porta da velha casa.
- É, suas covardes! Vou na frente - o menino responde com um sorriso em seu rosto, enquanto corre para dentro do quintal em direção da porta da casa pronto para bater lá e ser recebido por alguém, porém quando ele chega na porta do lugar, o clima frio aumenta, e uma mulher surge na janela, com um enorme sorriso e um olhar obscuro.
- Bem vindas, crianças... - a mulher responde com um sorriso em seu rosto e então começa a desaparecer da janela, como se fosse uma fumaça.
Nesse momento a pequena menina que segurava o seu urso, sente um enorme frio no estômago, e todas as crianças sobem na varanda da casa. A porta então se abre sozinha, lentamente, enquanto faz um enorme barulho, por ser bastante velha e desgastada, deixando a todas as crianças bastante assustadas, todas menos uma, Robert Wilson, que olha indiferente para todos e entra dentro da tal casa.
- Vamos logo! É apenas o vento! - o jovem responde com um sorriso no rosto, enquanto empurra a Mary e Melany, que já não queriam mesmo entrar naquele lugar, porém seguem em frente, mesmo trêmulas.
Todos entram na casa. O lugar não era nada agradável, possuía um mau cheiro terrível que parecia vim de milhares e milhares de defuntos. Os móveis estavam aos pedaços e a única luz que iluminava aquele lugar era luz do sol que invadia por causa da porta, que permanecia aberta. De repente ela se fecha e todos começam a gritar, assustados e desesperados com medo do que estava por vim, é quando as velas se acendem sozinhas, e então uma mulher surge diante deles.
- Olá, pequenas crianças, sabem que não deveriam esta aqui... Que coisa feia desobedecer mamãe e papai. Não deveriam está aqui, não porque Harry Willian matou a sua família, mas sim porque meu filho morreu aqui... Mas estão aqui sim, não porque são curiosos, mas eu os trouxe até aqui. São vocês os filhos dos inquisidores que assassinaram o meu filho e, como eu prometi uma vez, todos vocês iram morrer como ele... - a mulher diz enquanto a sua forma muda, até que ela volta a ter a sua aparência de séculos atrás. Então um punhal surge em suas mãos e ela vai para cima de todas as crianças.
- Socorro! - Melany grita logo que vê a mulher toda suja de sangue vindo em sua direção, enquanto abraça ao seu ursinho de pelúcia , sentindo que só ele pode lhe salvar, porém este ganha vida e quando ela o abraça, uma lâmina surge no meio do estomago do bicho, e esta atravessa o seu peito fazendo-o sangrar bastante, enquanto a menina grita e o urso a abraça, dizendo repetidamente: “Amo você”.
- DEMÔNIO! ELA ERA APENAS UMA CRIANÇA! - Mary grita com uma expressão de raiva em seu rosto, enquanto corre em direção àquela mulher, pronta para destruir a sua vida, erguendo a cruz que carregava em seu peito, achando que vai amedrontar a criatura, mas esta começa a gargalhar sem parar.
- Uma cruz? Tenho uma igual... Não me detenha, eu sou o destino! - A mulher sorri e puxa a sua cruz para fora da sua roupa, mostrando à menina, caminhando lentamente em sua direção. De repente a menina começa a ficar imóvel e a bruxa faz uns movimentos com a mão esquerda, quebrando os seus ossos.
- MARY! MELANY! - Paulo grita assustado ao ver a pequena menina morta e a criança sendo desossada. Estava com medo do que iria acontecer com ele. É quando a bruxa vira-se para ele e o teto desabada sobre sua cabeça, matando-o repentinamente.
- Não se aproxime de mim! Não! Não! - Rob grita desesperado enquanto vê a mulher vindo em sua direção, sentindo que vai perder a sua vida à qualquer momento para aquela criatura tão demoníaca. De repente ela o abraça bem forte.
- Bem-vindo de volta ao lar, Karael... - a bruxa responde com um sorriso em seu rosto, demonstrando que estava feliz com a presença do pequeno Robert Wilson. O jovem começa a rir e abraça a bruxa.
- É bom estar em casa outra vez, mamãe... - Rob diz com um sorriso no rosto, enquanto ele e a bruxa riem alegres em meio aqueles corpos ensanguentados e mortificados, sentindo-se felizes por estarem juntos outra vez.
- Então, quem são os próximos? - a bruxa pergunta com um sorriso em seu rosto.
O menino pega uma lista de pessoas que já haviam morrido em suas mãos, e as velas do lugar se apagam.