História por Nathy Abreu
Revisão por Giovana


Sol, calor e praia, para muitos é a combinação perfeita. Copacabana, considerado o sétimo lugar mais lindo do Mundo. Para elas, não era nada disso... Talvez não fosse o lugar, até porque Bianca Perez morava ali no Rio de Janeiro há pouco mais de seis meses e já estava totalmente encantada pelo local. Mas, para ela e as amigas, algo havia mudado, não existia sol e energias positivas, as três garotas estavam vivendo em dias frios e chuvosos, mesmo que isso só ocorresse dentro delas. A esperança de se sentirem vivas como antes, de voltarem a sorrir e de prosseguir com a vida escorriam de suas mãos, por entre seus dedos, o coração das três jovens estavam estilhaçados e mesmo sendo tão jovens e determinadas, sentiam que ali era o fim, os homens das suas vidas haviam ido embora e nada lhe restavam a não ser chorar...

- , para de ler essas suas estórias bobas. - parou de digitar em seu notebook para encarar a amiga rindo.
- Você é tão insensível. - a garota de olhos cor de mel levantou os olhos, antes fixos no livro recém-comprado, e franziu a testa emburrada. - Eu gosto de ler história dramática, ok?
- Eu prefiro criar a minha própria história, meu amor. - a ruiva disse sorrindo encantadoramente.

Parte I
Lilases, a "cor do primeiro amor"


- Quem deixaria de viver a vida por causa de um garoto? Só essas meninas loucas de estórias adolescentes - parou de digitar em seu notebook para encarar a garota de olhos cor de mel e riu, levantando-se do chão e sentando ao lado da amiga, levando um envelope creme. O sorriso da garota se tornou mais brilhante. - , vem cá.
- O que foi? - a loira apareceu na sala segurando um copo de água e mesmo confusa sentou-se ao lado de , observando o envelope nas mãos de . - O que é isso?
- Nossas férias. - disse sorrindo e então abriu o envelope, retirando três passagens de avião com destino certo. Búzios, Rio de Janeiro. - Depois de muito conversar com nossas mães sobre passarmos as férias no Rio, todas aceitaram e compraram as passagens ontem.
- Minha mãe aceitou? - questionou boquiaberta, e a ruiva apenas assentiu sorrindo.
- Quanto tempo ficaremos lá? - perguntou ainda surpresa.
- Dois meses, gata. - respondeu sorrindo, e se abanou com as passagens, dando uma piscadela, mas poucos segundos depois sentiu as amigas se jogarem em cima dela, lhe dando um abraço apertado e, aos risos, falaram juntas, em uma só voz e com um único pensamento, se divertir: - Fériiiiiiiiiiiiiiiiiiiias!
- Mas tem uma condição, meninas. - disse, sentando-se no sofá e as duas meninas a encararam em dúvida. - A mãe da disse que só autoriza a viagem se o Liam e a namorada dele forem.
- O quê? - o grito histérico vinha da morena que fez uma careta, que aos olhos das amigas era extremamente engraçada. - Eu vou ter que aguentar meu irmão e a Isabelly de grude a viagem toda? É isso mesmo, produção?
- , seu irmão e a Isa são muito legais e, cara, ele nem vai pesar na nossa. - disse saltitando de felicidade e refletindo melhor, notou que a companhia do irmão e da cunhada era realmente boa e chegou à conclusão de que sua mãe não poderia ter tido melhor ideia e com isso deu um sorriso sapeca para as amigas se jogando no sofá.
As três ficaram durante horas conversando sobre tudo que poderiam fazer naquela viagem e, claro, viram todas as fotos possíveis da Pousada que iriam ficar. Falavam sobre as roupas que teriam que levar, as jovens tinha espírito de liberdade, não conseguiam se ver presas em um lugar só, não conseguiam ver as suas vidas passando sem fazerem absolutamente nada. Elas sentiam a adrenalina percorrer suas veias, sentiam a vontade de viver, de tornarem suas vidas marcantes, ter uma história (recheada de aventuras) para contar aos seus netos, claro se os tivessem... Sentia a ansiedade de chegar logo no Rio de Janeiro, a tão aclamada e conhecida cidade. De chegar ao lugar que todos no mundo dizem ser a cidade maravilhosa.
Para , essa viagem seria o paraíso.
Para , seria um sonho se tornando real.
E para seria simplesmente a perdição.

's POV
Fazia dez minutos que eu e as meninas estávamos no Aeroporto Santos Dumont e esperávamos para retirar nossas bagagens, para podermos ir logo para Pousada Colonial Búzios. Liam e Isa estavam falando com minha mãe e avisando que havíamos chegado bem na cidade e que quando estivéssemos na pousada eu ligaria para ela, já que eu estava longe. Na verdade, estava quase do lado do meu irmão, mas estava tão encantada com aquele lugar que não queria falar com minha mãe ainda. Já sentia a clara diferença entre minha cidade, Rio Grande do Sul, e a cidade em que estávamos. O calor queimava minha pele, eu me sentia como um sorvete derretendo e ao mesmo tempo como se fosse um pedaço de carne sendo assado, eu ria com meus próprios pensamentos. Logo que pegamos nossas malas seguimos para a saída e em poucos minutos estávamos acomodados em dois táxis indo em direção à Búzios, em pouco tempo estaríamos lá, e eu não via a hora. Por algum motivo, totalmente desconhecido por mim, eu sentia que essa seria as férias da minha vida. Eu tinha certeza que aquela viagem ficaria marcada em minha memória.

- Irmãzinha linda, acorda. - ouvi uma voz em meu ouvido e luzes fortes batendo em minhas pálpebras, e então senti cócegas nas minhas costelas e comecei a rir e me espernear, batendo meus braços contra o banco do carro, abri meus olhos assustada vendo Liam rir da minha cara.
- Idiota. - eu disse mostrando a língua e desci do carro pegando minha bolsa. - Oh Meu Deus.
- Aqui é perfeito, né, ? - Liam me abraçou de lado sorrindo e eu assenti boquiaberta, meu irmão me deu um beijo na bochecha antes de caminhar até a namorada e segurar a mão da garota.
O lugar era maravilhoso, eu estava totalmente sem palavras, os portões principais eram bem altos e prateados, e logo em cima o nome da Pousada em dourado, enquanto eu caminhava arrastando minha mala, ia notando cada detalhe daquele lugar. Havia um jardim grande ali na entrada com lilases e margaridas, era realmente agradável ali, as janelas da pousada principal era de vidro e as paredes estavam pintadas de branco com flores grandes (e azuis) ali, eram bem natural e praiano, sorri entrando na recepção e logo fomos recebidos por uma senhora que usava uma saia longa e azul com uma blusa branca, ela sorriu.
- , isso daqui é o paraíso. - parou do meu lado sorrindo e Liam nos chamou.
- Meninas, nós ficamos no mesmo chalé, mas vocês ficam em um quarto e eu e a Isabelly em outro, ok? - ele disse sorrindo e deu uma piscadela para mim e eu lhe retribui com um tapa na cabeça rindo.
- É claro, né? Ou você acha que uma de nós quer segurar vela pra vocês? - eu disse revirando os olhos e encostando-se ao balcão, Liam bagunçou meus cabelos concordando e logo já estava conversando com a Senhora da recepção, que agora já sabíamos ser a gerente e irmã da dona da pousada, a mulher se apresentou como Vera. Passaram-se poucos minutos e a Sra. Vera já estava nos indicando nosso chalé, que era o do número 5 e então saímos dali.

Finalmente estava deitada em minha cama, olhava para o teto respirando o ar puro daquele lugar. Mal podia esperar para poder ir à praia e conhecer cada cantinho desse lugar, mas enquanto eu não podia ficava ali descansando. O quarto em que eu e as meninas estávamos era grande e espaçoso, minha cama era encostada à parede do lado de uma janela e do lado contrário havia uma cômoda, na minha frente estava à cama da e do lado da cama dela estava à cama da . Enquanto a primeira estava na cozinha pegando algo para comer, a segunda estava tomando um banho, muito demorado por sinal, eu já havia guardado minhas roupas nas gavetas e colocado meus cremes, perfumes, maquiagens, entre outros em cima da cômoda, mas já estava cansada de esperar as duas, por isso levantei-me da cama separando minha roupa, saia branca curta e cropped preto, e por baixo colocaria um biquíni branco tomara que caia, antes de vestir-me passei protetor solar no corpo e rosto, um pouco de rímel e batom nude, então coloquei a roupa, e antes de sair colei um bilhetinho ao lado da cama das meninas.

Vocês são muito lerdas, e eu sou muito ansiosa.
Fui dar uma volta pela pousada, talvez eu pare lá na praia e fique observando as ondas, já que daqui a pouco irá escurecer.
Amo vocês, minhas bitch’s.
PS: Se quiserem me encontrar, estarei por lá, mas me liguem, estou com o celular, ok?
, xx

Andava despreocupada pela parte de fora da pousada, estava perto do jardim, e observava um pouco mais longe a parte da piscina, nas paredes havia avisos: sala de jogos, SPA e piscina para frente, quartos e chalés estava para trás, praia para direita... Entre outras plaquinhas que iam aparecendo a cada novo passo que eu dava, os raios solares atingiam meus braços e esporadicamente meu rosto, me deixando quase cega. Eu sorri virando-me para direita, determinada a ir para praia e sentar-me na areia, ouvindo o som das ondas e os raios de sol tocar minha pele, mas antes que eu pudesse levantar a minha cabeça, senti um corpo se chocar contra o meu, empurrando-me para trás e eu caí sentada sentindo uma dorzinha fina, fechei meus olhos controlando a minha raiva. Odiava esses esbarrões. Custava muito à pessoa olhar por onde anda? Mantenha a calma, . Não, não tem como manter a calma, essas pessoas que não olham por onde andam e saem empurrando as pessoas. Enquanto eu xingava a pessoa mentalmente, vi uma mão estendida na minha direção e sem nem olhar a pessoa, me levantei, sem segurar a mão que estava estendida para eu se apoiar e passei as mãos em minha saia.
- Da próxima vez, olha por ond... - eu poderia ter continuado a falar, na verdade, eu deveria ter continuado, mas quando eu notei que a pessoa que estava a minha frente era um dos garotos mais lindos que eu já vi, eu paralisei. Eu não levava muito jeito com garotos, era automático, quando via os olhares intensos dos garotos, eu travava, começava a tremer e a gaguejar e eu me odiava extremamente por isso e, aliás, eu estou assim agora, travada. , fale alguma coisa, o garoto vai achar que você é retardada.
Os olhos do garoto eram grandes e castanhos escuros, seus cabelos estavam bagunçados e ele usava uma bermuda azul marinho com uma regata branca, que deixava suas tatuagens nos braços à mostra, o sorriso dele era envergonhado, dava para ver já que seu olhar não conseguia parar em meu rosto e sim ao meu redor. - Ér, olha por onde você anda, garoto. - eu finalmente concluí minha frase, soando mais ríspida do que eu realmente queria, e então ele me encarou abrindo um sorriso brilhante.
- Você que estava de cabeça baixa, garota. - ele disse revirando os olhos.
- Eu... Eu estava olhando para o chão e você que estava correndo. - eu disse cruzando os braços emburrada, era a verdade, ele era o culpado, eu poderia ter me machucado, no meu primeiro dia de férias.
- Que seja, e eu não estava correndo... - ele disse dando de ombros e passou ao meu lado tocando nossos ombros levemente. - Mimadinha. - ouvi o seu sussurro próximo demais de mim, e eu me virei para ele arqueando a sobrancelha descrente que ele havia me chamado de mimada.
- Você disse que eu sou mimada? Mas você nem me conhece, seu... - eu falei irritada e novamente cruzei os braços respirando fundo. - Seu ignorante.
E ele riu. Sua risada era tão gostosa de ouvir e o deixava com uma aparência de ser mais novo ainda, seus olhos diminuíram e suas mãos bagunçaram seus próprios cabelos.
- Eu não pretendo te conhecer, mas é impossível não notar que você é mimada. - ele estendeu a mão em minha direção e sorriu torto. - . - ele disse o seu próprio nome e eu ignorei sua mão estendida, e ele a retirou envergonhado, seus olhos me analisaram desde meu rosto até meus pés, antes de me perguntar: - E você, como se chama?
- Você disse que não pretendia me conhecer. - eu dei uma piscadela em sua direção e dei um passo para trás. - Então não acho que seja necessário você saber meu nome. Tchau, . - eu disse debochada dando um sorriso e em seguida já estava dando passos largos em direção à praia, mesmo que eu não sentisse mais tanta vontade assim de ficar lá fora.

's POV
- A é uma desesperada. - disse rindo enquanto passava protetor solar nos braços e foi impossível não rir junto dela, nossa amiga era sempre tão ansiosa, lembrava-nos aquelas crianças em véspera de natal que passam a noite acordada esperando o seu presente.
- Meninas... - ouvi a voz do Liam e poucos segundos depois ele já estava abrindo a porta do nosso quarto. - Vamos à praia, vocês já estão prontas? - ele sorriu e procurou com os olhos pela irmã.
- Ela já foi, aquela apressadinha. - eu disse rindo, enquanto pegava minha bolsa de praia com alguns dos meus pertences. - E sim, estamos prontas.
Saímos todos juntos e fomos caminhando pelo corredor, conhecendo mais daquele lugar fabuloso, que é tão lindo e bem cuidado, um verdadeiro sonho. Paramos perto do jardim principal e tiramos algumas fotos juntos, algumas eu e a se abraçando, outras nós quatro e, inclusive, tiramos do casal fofura, e então quando já estávamos realmente satisfeitos com as fotos, começamos a ir em direção à praia. Ou, pelo menos, acreditávamos que era para aquele lado. Quando viramos no corredor, ouvimos algumas gargalhadas altas vindo em nossa direção e poucos segundos se passaram até que encontramos os responsáveis, ou melhor, os donos daquelas risadas escandalosas, eram quatro meninos e uma garota e para mim todos eram tão lindos, suspeitava ser os garotos mais lindos que eu já vi na minha vida. Um deles, que estava mais para frente, tinha os cabelos cor de mel cacheado e bagunçado, mas de uma forma extremamente sexy, o seu sorriso mostrava suas covinhas e dava uma vontade imensa de mordê-lo, mas eu não poderia dizer isso alto, pelo menos, se eu tivesse amor à vida, já que ao seu lado estava uma garota de cabelos longos e loiros, e seus olhos verdes acompanhavam cada passo do garoto, suas mãos estavam entrelaçadas e seus olhares trocados demonstravam toda a doçura e amor que sentiam um pelo outro. Mais para trás, os outros garotos continuavam a conversar animadamente.
- Oi. - eu ouvi a voz do Liam, que dirigia-se ao grupo de amigos. - O caminho para à praia é nessa direção, certo? - ele perguntou envergonhado e eu sorri, porque, definitivamente, ninguém poderia falar que Liam Payne e Payne não são irmãos, ambos são tímidos e envergonhados quando falam com alguém pela primeira vez, mas logo que passa a conhecer a pessoa se tornam dois tagarelas e isso é tão engraçado.
- Na verdade, não. - o garoto de cabelos castanhos e olhos tão azuis como o oceano disse sorrindo e por um momento eu me deixei observar cada feição do rosto dele: lindo. - É para aquele lado. Nós estamos indo para lá, vocês querem ir junto? - ele apontou para trás da gente e então nos fez o convite sorrindo, sendo apoiado pelos amigos.
- Ah, claro, obrigado. - Liam respondeu sorrindo e logo estendeu a mão para o garoto. - Meu nome é Liam e essa é minha namorada Isabelly. E as nossas amigas, e . - ele nos apresentou rapidamente e voltou seu olhar para os garotos, que observavam descaradamente nós três. De repente, me senti arrependida de estar usando, apenas, o meu biquíni tomara que caia florido, shorts jeans e uma camisa transparente branca, senti-me invadida e mesmo eu sendo quase sempre tão cara de pau, senti vergonha e logo em seguida, minhas bochechas esquentarem. Oh, eu estava corando. Droga.
- Eu sou o . - o garoto do convite respondeu apertando a mão do Liam e se virou de lado para apresentar os amigos. - Estes são , , Harry e a namorada dele, Sophia. - ele apontou para cada um e sorriu.
- Olá, meninos. - eu disse tentando ser simpática e eles sorriram assentindo. - Vamos? - eu franzi a testa virando de costas e começando a andar.
Harry e Sophia passaram na minha frente e logo estava ao meu lado, em silêncio absoluto, pude observar que da mesma maneira que eu, a minha amiga estava envergonhada, ela usava um short azul marinho, blusa branca de renda e um biquíni azul por baixo, suas bochechas estavam avermelhadas, mas não dei muito importância quando comecei a ver a praia. Tão linda, a água era tão cristalina e a areia tão limpa. Aquele lugar só pode ser o paraíso, as vozes dos meus amigos e dos meninos já se misturavam e, definitivamente, já estavam tornando-se amigos. Paramos perto de um quiosque e enquanto os meninos buscavam algumas bebidas, as meninas se sentavam na areia observando as ondas e o pouco movimento de pessoas ali.
- É sempre tão parado assim? - eu questionei a Sophia, que sorriu e negou.
- Não, é porque já está anoitecendo. - ela respondeu olhando para mim e eu assenti sorrindo. - Vocês não são do Rio, certo? - Sophia nos perguntou com o seu sotaque carregado e eu dei uma risada baixa e discreta.
- Não, Sophia. - respondeu. - Somos do Rio Grande do Sul.
- Eu deveria ter notado, sabe... O sotaque. - e todas nós rimos, concordando. - Podem me chamar de Soph, aliás, eu prefiro. - ela disse dando de ombros e nós concordamos, vendo os meninos se sentarem ao nosso lado.
Todos eram simpáticos e os meninos adoravam ficar zoando um com o outro, o garoto moreno que tinha o braço direito fechado de tatuagens era o mais silencioso e só em alguns momentos fazia alguma gracinha, mas passou a maior parte do tempo quieto olhando as ondas se quebrarem ao baterem nas rochas. O garoto loiro era o mais divertido e eu notei a aproximação dele com a . Ah, eu bem notei, e eu realmente achei ele um gatinho. Se minha amiga ficar com ele, abalou. O casal de namorados não ficavam só de grude, mas interagiam e ambos eram uns amores de pessoa, e tinha o garoto dos olhos azuis que desde o momento em que eu o vi, me encantei, mas ele ficava na sua também, conversava e fazia piadinhas, mas não olhava diretamente para mim. Melhor nem me iludir, talvez, ele tenha namorada. E garoto comprometido? Tô fora.
- , você ligou para ? - Liam me despertou dos meus pensamentos e todos nos olharam.
- ? - questionou curioso e eu ri.
- Nossa melhor amiga e irmã do Liam. - eu disse apontando para o menino e pegando o meu celular da bolsa, disquei o número da minha amiga, ouvindo chamar duas vezes, e logo em seguida, ouvi sua voz.
- Pensei que tinham me abandonado. - ela disse rindo. - Onde estão?
- Oh, , desculpa, nós estamos aqui na praia. - eu a respondi olhando para trás e procurando um ponto de referência, achei o nome do quiosque. - Em frente ao Quiosque Luna, vem pra cá, conhecemos um grupo de amigos muito legais. - eu disse e todos gritaram concordando.
- Devem ser legais mesmo, eu tô chegando. Beijos, . - ela disse despedindo-se e eu mandei um beijo, desligando o celular, e antes de responder, olhei para o lado, encontrando o olhar concentrado do em mim e eu o encarei, mas então quando ele notou que eu havia o pegado no flagra, ele abaixou a cabeça dando um sorriso de lado e eu sorri encantada por ele.

's POV
- Então vocês são gaúchas? - me perguntou dando um belíssimo sorriso e eu ainda estava me perguntando se isso era real, ele estava sendo apenas simpático, certo? Certo. É só isso, .
- Sim, somos. - eu o respondi, antes que o garoto pensasse que eu tenho algum distúrbio. - E você nasceu aqui no Rio de Janeiro?
- Na verdade, não. Eu e o Harry nascemos em São Paulo e viemos para cá com cinco anos, o nasceu no Centro do Rio e o nasceu aqui em Búzios mesmo. - ele foi contando rapidamente e eu ri, sendo acompanhada por ele, coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e vi levantar-se e se despedir de todos, seguindo de volta ao resort, mas agora é tão cedo, por que o garoto já vai embora? Menino estranho esse. Continuei o encarando confusa e, pelo jeito, entendeu minha confusão momentânea. - A mãe dele deve ter ligado para ele ir ajudá-la.
- Ajudá-la? - eu perguntei franzindo a testa e ele riu, passando um dos dedos na minha testa, e eu paralisei observando sua mão passar em minha testa deixando um rastro de fogo, uma sensação boa de sentir.
- A mãe dele é a dona do Resort. - ele sorriu dando de ombros.
- Ah, claro... - eu arregalei os olhos surpresa e então balancei os ombros sorrindo. - Você e o Harry são irmãos?
- O quê? Não. - ele gargalhou e eu fechei o meu rosto numa expressão emburrada. - Nós somos primos, na realidade. - ele disse e eu revirei os olhos. De irmãos para primos não é uma grande distância, ou melhor, uma diferença tão grande assim. Levantei meu olhar, vendo a aproximar-se de nós e parar em frente ao irmão, então o assunto mudou completamente, se focando em nossas próprias vidas. E assim a nossa primeira tarde e início de noite passou, com brincadeiras e uma nova amizade se formando.
- Ei... ! - ouvi a voz do me chamar quando eu já estava indo com a em direção ao nosso chalé. - Sábado à noite terá um lual lá na praia, vocês poderiam aparecer. - ele nos convidou timidamente e nós assentimos animadas e então acenamos voltando a andar, cada uma com seus próprios pensamentos em direção ao nosso quarto.
Enquanto passávamos pela porta do quarto, olhei para e por um minuto pensei no , o menino que conhecemos a tarde e por algum motivo doido pensei em como eles poderiam se dar bem. Afinal, a precisa de alguém, ela anda tão fria e insensível depois do fim do 'namoro' com o Gabriel, que às vezes penso que ela fechou-se completamente para o amor real.
- Tinha um garoto lá conosco antes de você chegar, , acho que você iria gostar dele. - eu comentei enquanto tirava minhas sandálias e me olhou de soslaio dando uma risada baixa e discreta.
- O quê? - a virou-se para mim confusa e logo em seguida deu um risada alta. – Por que eu iria gostar dele?
- Porque ele faz seu tipo. - e foi a que respondeu, sentando em sua própria cama.
- E qual é o meu tipo? - falou grave, claro, já estava se irritando, e colocou sua camisola.
- O garoto quieto, tímido, simpático, educado e misterioso. - eu a respondi sorrindo de lado e mandando beijos para ela, que revirou os olhos.
- Ok, espero que isso seja algo bom. Enfim, boa noite. - a menina respondeu prendendo os cabelos castanhos num rabo de cavalo e colocando seus fones de ouvido, antes de se sentar na beira da janela.


A garota de olhos mel abraçava suas pernas olhando para o jardim de flores lilases ali em frente a janela do seu quarto e tudo em que pensava era no significado daquelas flores. Sim, ela gostava dessas coisas de significados, mesmo que o resto do mundo achasse isso uma besteira. E ela bem se lembrava que a flor de cor roxa queria dizer: primeiro amor, muito apreciada pela maioria das mulheres. A menina era uma dessas, por ser uma flor de cor delicada e jovial, e ser tão romântica. Mas isso era no passado. Um passado nem tão distante assim, ela ainda se lembrava dos beijos trocados e do coração quebrado em que teve de troca, as noites mal dormidas e as lágrimas que marcaram seu rosto. Se aquilo foi o seu primeiro amor... Ela não gostaria de ter o segundo e, muito menos, o terceiro. Enxugou uma lágrima teimosa que insistiu por cair e escorrer pelo seu rosto e, enquanto limpava essa pequena lágrima, ela refletiu e disse baixinho, no silêncio do quarto e daquela noite tão estrelada: "Eu não chorarei mais por ninguém... Porque se for para eu ter alguém do meu lado, exclusivamente para mim, ele aparecerá sem eu nem chamá-lo." A menina deu um sorriso achando graça do que tinha dito, era claro que aquilo não aconteceria, mas a surpresa veio logo em seguida quando lá embaixo, sentado no chão ao lado daquelas flores, ela o viu. O garoto de olhos chamativos, cabelos arrumadinhos, de tatuagens doidas e de um gênio absurdo. O garoto que havia a feito ficar o dia todo pensando nele e quem ele era e, sem motivo algum, continuou ali, naquele mesmo lugar, olhando o menino.
Na verdade, foi quem a viu primeiro e, por algum motivo desconhecido, não conseguia deixar aquele jardim e ir para sua casa, para seu quarto. E fora quase impossível quando o olhar da garota se encontrou ao dele, como se estivessem conectados ambos não conseguiam se mover, muito menos, desviar o olhar. E se antes não sabia o que era atração à primeira vista, agora, ali naquela madrugada quente e estrelada, sentado ao redor de lilases e olhando naqueles olhos mel, o garoto teve certeza que aquela garota tinha o poder de enfeitiçar quem quisesse.


Parte II
Irís, a flor da amizade

Coloque para tocar 22 - Taylor Swift.

's POV
Escutava uma música agitada, porém distante, tocar ao meu redor, mas a preguiça me dominava e eu não queria abrir os olhos. Eu bem sabia que já era dia e que eu deveria levantar e colocar uma roupa leve e sair pelas praias. Visitar todos os lugares turísticos dessa cidade. Mas o que eu posso fazer se eu sou a preguiça em pessoa? Eu virei de lado e abri aos poucos os olhos, vendo alguns vultos, que aos poucos se tornaram pessoas e não pude deixar de rir da cena. e dançavam, cada uma em sua cama uma música da Taylor Swift, como se fosse a última chance de fazer isso. Dançavam, pulavam, bagunçavam os cabelos e gargalhavam. Me levantei jogando o lençol, a qual estava me cobrindo, e fiquei de pé na minha cama, acompanhando minhas amigas na dança louca que elas criaram. Nós começamos a rir e se divertir. Qual o nome dessa música mesmo? Na verdade eu não sei, mas sei bem que a letra falava algo sobre estarmos felizes, livres, confusas e solitárias. Tudo ao mesmo tempo. E mesmo assim não se importar por ser uma noite perfeita para se dançar, para se esquecer. Talvez esse fosse o sentindo de tudo, não é? bagunçava os cabelos rindo e fazia gestos com as mãos como se tocasse uma guitarra invisível e eu pulava e rebolava em cima da minha cama quando a porta se abriu revelando Liam, com os olhos pequenos de sono e sem camisa, perplexo.
- O que está acontecendo aqui? - ele disse entre um bocejo.
- Estamos dançando. - disse sorrindo.
- Ou estávamos. - eu disse sentando novamente na cama.
- Ah não, parem. Vamos continuar dançando e, Liam, vá procurar a Isa. - disse rindo e virando de costas para nós dançando.
- Nós vamos tomar café da manhã no restaurante em frente ao mar. Querem ir? - Liam disse coçando os olhos e dando um sorriso simples. Todas nós pulamos gritando em uníssono um 'sim'.
Já marcava em meu relógio nove horas quando nos sentamos numa mesa de frente ao mar e fizemos nossos pedidos. A garçonete era muito simpática e tinha o sotaque carioca bem forte e sorria de segundo em segundo. Isabelly não gostou dela. Segundo a mulher, a garçonete ficou o tempo inteiro jogando charme para cima do seu namorado. Ciúmes de namorada. , depois que se arrumou, ficou silenciosa e lenta. E sempre que isso acontecia significava: está pensando em algo, ou talvez, em alguém. continuava cantando a música que estávamos dançando mais cedo e ria sozinha. E eu... Bom, eu só estava sendo eu. Uma grande mentira, até porque eu estava pensando no garoto dos olhos azuis, do dia anterior. Isso é possível, certo... Quer dizer, você se sentir atraída por alguém que conheceu há pouco tempo é normal. Tanto faz, o que importa é que eu estou num paraíso tropical e devo parar de pensar besteira e aproveitar o que eu tenho ao meu redor. Meus amigos conversavam animadamente agora enquanto comiam o seu café da manhã e logo eu já estava interagindo com eles. O sol já estava bem forte e esquentava minha pele, quando ouvi risadas bem conhecidas. Eu e a nos viramos vendo , o e o Harry entrarem no restaurante.
- Olha quem está chegando. - a sussurrou ao meu lado e eu lhe belisquei, voltando a beber meu suco.
- Bom dia. - ouvi alguém falar e voltei a olhar para trás, encontrando os meninos nos olhando.
- Bom dia. - eu e o resto da minha mesa respondeu, mas diferente dos outros, eu deixei que um sorriso surgisse em meus lábios.
- Nós queríamos saber se podemos sentarmos com vocês. - foi quem falou envergonhado. - Podemos? - ele piscou os olhos e eu ri com sua carinha de anjo.
- Pode, , senta aqui. - respondeu, fazendo com que o menino sentasse ao lado dela.
- Posso me sentar aqui? - perguntou e eu assenti, vendo-o se sentar ao meu lado, e o Harry no outro lado dele.
- E o seu outro amigo e a namorada do Harry? - perguntou tomando o seu suco de fruta, na verdade, ela fez aquela pergunta mecanicamente, dava para ver nos seus olhos.
- A Sophs deve estar vindo e o ... - Harry começou a falar, mas foi interrompido quando o menino moreno chegou próximo da mesa e parou atrás da com os cabelos bagunçados e os olhos de sono. - Acabou de chegar. - e Harry riu, franziu a testa e virou a cabeça procurando saber enfim quem era o famoso .
- Você! - os dois falaram juntos, fazendo todos na mesa ficarem perplexos. Eles se conhecem? Que eu saiba não. Mas que loucura é essa? se levantou e olhou para o menino balançando a cabeça em negação. Além de se conhecerem, não se gostam, isso não é possível. deu um risada baixa e segurou minha mão, chamando minha atenção.
- Podemos dar uma volta? - ele disse perto do meu ouvido e eu sorri assentido. Nos levantamos e é provável que ninguém sentirá nossa falta.

's POV
O que esse menino faz aqui? Então ele é o amigo dos meninos. Bem que eu achei estranho quando o Harry disse aquele nome, , só poderia ser ele. Mas isso é pouca sorte mesmo. Ohhhh, azar. Voltei a me sentar e passei a comer uma fatia de abacaxi, sem encarar ninguém na mesa. O tal do cumprimentou a todos e se sentou AO MEU LADO e todos voltaram a conversar como se nada tivesse acontecido. Passou poucos minutos e a Sophia chegou com seu bom humor impecável, e logo o café da manhã deles foram servidos. Eu pedi outro suco de laranja. Passei a conversar com todos, afinal, eu devo ser amigável. Ou tentar ser.
- A ama viajar. - Liam disse para Harry, que havia perguntado a ele alguma coisa sobre viagens e blá-blá-blá, eu completei a resposta do meu irmão.
- Na verdade, nós dois gostamos, mas eu sou a melhor nisso. - eu sorri e o garoto ao meu lado riu irônico.
- Você deve ser a melhor em tudo, né? - ele disse dando de ombros e me encarou com as sobrancelhas erguidas.
- Exatamente. - eu sorri cínica. - Eu sou a melhor em tudo. E sim, Harry, eu amo viajar. Isso me faz sentir liberdade. - e Harry sorriu concordando.
- Eu também amo viajar, e sabe o que também gosto? - perguntou rindo e eu franzi a testa negando. - Ser um guia turístico. Então, , quer conhecer Búzios comigo? - ele virou-se para a ruiva ao lado dele que sorriu encantada e todos, sem exceção, deram um sorrisinho sacana.
- Calem a boca. - jogou o papel toalha em mim e eu fiz bico. - Até mais tarde! Vamos, .
E os dois saíram em direção à praia, um do lado do outro, sem segurar as mãos. Mas de longe dava para ver que estava rolando um clima e eu estava achando aquilo adorável. Os dois realmente combinam e eu estou feliz que a tenha achado alguém para ficar com ela durante essas férias. Eu devo ter ficado muito tempo observando o casal ir em direção à praia, pois quando voltei a olhar para minha mesa não havia ninguém, a não ser o garoto moreno cheio de tatuagens e pinta de rebelde. Eu arregalei os olhos e passei a procurar meu irmão. Não o encontrando.
- Ele disse que ia com a namorada dele, acho que é Isabella, para o quarto e disse: ", não vá para lá, você não vai gostar do que irá ver". - e o garoto gargalhou e eu o olhei arqueando as sobrancelhas.
- É Isabelly. E como eu não ouvi isso? - eu disse cruzando os braços e ele fez um cara como se fosse óbvia a resposta.
- Você estava prestando atenção demais na e no que nem ouviu ele te chamar. Três vezes seguidas. Ah, e antes que pergunte, acredito que o Harry e a Sophia foram para o quarto deles. - ele sorriu safado, mordendo aqueles lábios carnudos e eu fiquei observando seu rosto.
- Que seja. - parei de olhar voltando a prestar atenção nas pessoas no restaurante.
- Poderíamos seguir o exemplo deles. - disse baixo, mas eu o ouvi e, sem acreditar no que ele disse, o empurrei, levantando e seguindo em direção a porta de saída do restaurante.

's POV
Depois de darmos algumas voltas, resolvemos nos sentar numas pedras que tinha ali numa parte mais quieta da praia. Um do lado do outro. Observamos as ondas indo e vindo, respingando água em nossos corpos, e as risadas baixas das pessoas que estavam significativamente longe de nós. começou a cantarolar uma música e eu o olhei, incentivando-o a continuar. A voz dele era tão gostosa de ouvir, dava para sentir aquela paz, uma sensação boa de sentir. Eu sorri.
- Gosto da sua voz. - eu disse voltando a olhar para frente.
- Obrigado. - ele agradeceu e aproximou-se mais de mim, notei, pois senti o braço dele, antes longe, tocar o meu. – Então, , o que você faz da vida?
- Eu faço, quer dizer, eu estudo Moda. - eu disse sorrindo e ele balançou a cabeça positivamente. - E você?
- Nada. Quer dizer, eu canto em alguns barzinhos da cidade e trabalho como assistente administrativo no Centro do Rio de Janeiro. - ele disse cobrindo o rosto com as mãos. - Mas nada que eu goste mesmo. - ele falou baixo e eu retirei suas mãos do rosto.
- O que você gosta? - eu segurei suas mãos entre as minhas e sorri compreensiva.
- Música. - ele disse sem nem pensar e apertou minhas mãos, deixando que seu olhar pousasse em nossas mãos unidas. - Eu amo música, cantar... Essas coisas. Mas sabe como é... Aqui no Brasil tudo relacionado a música é difícil.
- Mas se você gosta mesmo, não deve desistir. - eu disse calmamente, deixando que ele entrelaçasse nos dedos.
- Eu sei. Só é... Complicado. - ele beijou a palma da minha mão e eu sorri. - Você namora? - ele perguntou de repente e eu o olhei assustada, ou quase isso.
- Ér, não. - eu respondi e ele olhou nos meus olhos tão profundamente que eu sentia como se dessa forma ele conseguisse ouvir os meus pensamentos mais secretos. - E você?
- Desculpa a pergunta nada discreta e não... Eu não namoro. - ele disse sorrindo e eu dei um risada envergonhada dando de ombros.
Voltamos a ficar em silêncio e virados para o mar, mas, diferente de antes, nossas mãos permaneceram unidas. E, na verdade, aquilo estava sendo bem louco para mim, mas de um jeito diferente, eu estava gostando daquela sensação. Encostei delicadamente minha cabeça no ombro dele e ouvi a risada baixa e contida dele no meu ouvido, e um beijo simples foi depositado no topo da minha cabeça. E foi um ato tão calmo e fofo que eu não deixei de sorrir.
- Ei, por que quando o e a ficaram se encarando você riu? - eu disse, lembrando-me subitamente que de todos presentes no restaurante, ele foi o único que riu com a situação. me encarou.
- Porque o é meio óbvio, às vezes. - ele deu de ombros sorrindo.
- Meio óbvio? - eu o questionei, virando de frente para ele, que sorriu assentindo.
- Eu o conheço e ele não sabe disfarçar o que está... Hm, pensando. - ele disse e levantou-se, estendendo a mão, acabando com o assunto. - Vamos dar um mergulho? - ele disse olhando para a água embaixo de nós e eu franzi a testa, ele sorriu maroto e olhou para o lado onde dois meninos pulavam o pequeno penhasco, ou seria emaranhado de pedras?, e eu estremeci.
- Pular? - eu perguntei olhando o menino de short verde atingir a água e sorriu confirmando, e eu dei um passo para trás, mas a mão dele me impossibilitou de ir mais longe.
- Por que não? - ele olhou para mim interrogativo e ao mesmo tempo tentando, claramente, me convencer ao contrário. - Vamos, confie em mim e você não vai se arrepender. - e então ele se aproximou, colocando algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha e segurando minhas mãos na altura dos nossos olhos, e eu sorri, aceitando.
Ele segurou forte minha mão direita e ficamos de frente para o mar, cinco passos e estaríamos sem chão, só com o mar como nosso tapete. Ele sorriu e depositou um beijo na minha bochecha, contou até três e então corremos o pouco espaço que nos restava e pulamos. Foi rápido o bastante, mas foi a melhor sensação do mundo, nossas mãos se soltaram quando mergulhamos, ainda fiquei alguns segundos embaixo d'água sentindo a adrenalina pulsar dentro de mim e então emergi. Procurei ao meu redor por ele, e não o encontrei. Prendi meu cabelo, agora molhado, num coque e limpei meus olhos com a ponta dos dedos, e então senti alguém puxar fraco o meu pé e subiu na minha frente e começou a rir. Joguei água nele entre risadas, a distância acabando, estávamos tão perto, tão perto. Ele segurou meu rosto com uma mão, enquanto a outra ficava apoiada na minha cintura, e eu paralisei, observando seus traços e seu olhar sugestivo em direção à minha boca. Seu braço me rodeou e me puxou contra o corpo dele, sorrimos juntos e eu coloquei meu braço ao redor do pescoço dele, ficando à mercê das vontades dele e então nossos lábios se tocaram, num beijo carinhoso e delicado. Tudo ao nosso redor ficou silencioso, menos dentro de mim. Ali estava acontecendo algo totalmente diferente do que eu imaginava e como se uma escola de samba tivesse surgido dentro de mim, senti tudo tremer e cheguei a conclusão que aquilo era bom demais para ser verdade.

's POV
- Então você gosta de ser guia turístico? - e eu ri sentada num banco em frente ao parque que estávamos e o garoto ao meu lado riu junto.
- Gosto. - ele confirmou e levantou-se, ficando de frente para mim. - Mas só de meninas bonitas como você. - ele disse calmamente e estendeu a mão para mim, eu sorri envergonhada e não disse nada, seguindo-o.
Começamos a caminhar pela praça, agora de mãos dadas e, realmente, contava sobre cada parte da cidade como se fosse um guia, e seu sorriso era tão lindo. Era simpático, educado, lindo de morrer e ainda, gostava da cultura da sua cidade. Realmente, estou encantada. Ele parou, apontando para o outro lado da rua, onde alugava bicicletas e, mesmo eu não gostando muito da ideia, aceitei, só para poder ver novamente aquele sorriso bobo nos lábios dele. Alugamos duas bikes e começamos a dar à volta pela praça, passando por algumas ruas, pelo calçadão e voltando a praça que estávamos antes. Enquanto eu pedalava, não reparei que na minha frente tinha uma lixeira e confesso que foi porque eu estava distraída. Distraída com na minha frente pedalando sem camisa e deixando à mostra suas costas, aquilo só poderia ser uma perdição, e foi aí que eu me perdi, literalmente, minha bike bateu na lixeira e eu fui jogada pra frente, caindo de bunda no chão. freou a bicicleta e me olhou, perdido e assustado, e veio correndo para o meu lado. Olhei para minha perna, tinha machucado perto do joelho e estava sangrando um pouquinho. Droga.
- Meu Deus, o que houve? Você está bem? - ele disse preocupado e sentou ao meu lado, olhando para minha perna.
- Está tudo bem, eu me distraí. - eu sorri e estremeci quando ele tocou a mão dele no meu joelho e sorriu triste.
- Péssima ideia a minha. - ele disse baixinho e eu sabia que aquele era o momento para negar. Eu estava adorando o passeio. Tudo.
- Claro que não. Eu adorei o passeio, o problema sou eu, eu que sou desastrada. - eu disse rindo e ele me acompanhou, puxando minha perna por cima da dele e colocando um lenço, que antes estava no bolso dele, em cima do meu machucado, que agora eu já podia ver ser pequeno.
- O que te distraiu? - ele perguntou depois de um tempo em silêncio e eu o olhei apreensiva. Falar a verdade ou não? Ah, que droga... Odeio ficar dividida, mas eu acredito que eu deva falar a verdade, afinal, que garoto me levaria para conhecer a cidade se no fim do dia não quisesse me conhecer? Só se esse garoto tiver namorada, ou ser louco, ou, na pior da hipóteses, ser gay. E o , acredito que não se encaixe em nenhuma dessas alternativas. Ele não usa aliança e nem comentou sobre namorada. Ele não parece ser louco e espero que não seja mesmo. E o mais importante de todos, não tem jeito de gay. Acho que ele está esperando uma resposta minha. E agora?
- Ér, acho que você. - eu falei olhando para baixo e sentindo minha bochecha corar. - Na verdade, definitivamente, foi você que me distraiu. - eu disse agora com mais convicção, mas não o olhei.
- Que bom. - ele disse colocando a mão dele no meu rosto e me fazendo erguê-lo para encará-lo, ele mordeu o lábio inferior e sorriu timidamente, antes de se aproximar de mim. Seus dedos tocaram minhas bochechas, queixo e por fim, meus lábios, e então eu suspirei segurando seus cabelos e puxando seu rosto contra o meu, sentindo nossos lábios finalmente se tocarem.

's POV
- Finalmente te encontrei. - ouvi a voz de um garoto e me virei encontrando o em pé, encostado na coluna do jardim do resort, eu revirei os olhos. - Não precisava correr e ficar brava comigo.
- Não corri e não estou brava com ninguém. - eu disse cruzando os braços e sentei no chão, ao lado das flores, ouvi os passos dele e logo ele sentou ao meu lado em silêncio.
Seu perfume era bom de sentir e até que estar com alguém ao meu lado não era tão ruim e eu cheguei a conclusão de que se ficássemos em silêncio poderíamos ficar sentados ali, um do lado do outro, e não teria problemas. O jardim no fundo do resort com todas aquelas variadas flores me deixava mais calma e me dava a liberdade de pensar sem medo. Não sofro mais como minhas amigas pensam, na verdade, eu estou feliz e só não sei como demonstrar tanta alegria. Claro que tem momentos que eu quero me trancar num quarto e ficar sozinha, mas isso tem se tornado raridade, o que é muito bom.
- Você gosta de flores, não é? - perguntou ainda olhando as flores e eu o encarei sem entender muito, e ele sorriu. - Quer dizer, ontem à noite você estava olhando o jardim das flores lilases e hoje está sentada aqui, ao redor de íris... - ele disse sabiamente e eu ri, achando bonitinho o jeito que ele reparou no meu gosto por flores.
- Sim, eu gosto. - eu disse e olhei para baixo envergonhada por estar sendo simpática e amigável. Mas qual é o problema nisso, eu nem o conheço.
- Acho que deveríamos começar tudo outra vez. - ele disse virando-se para mim, eu franzi a testa sem entender e ele sorriu compreensível. - Meu nome é e minha mãe é a Patrícia , dona do resort. Qual é o seu nome? - ele estendeu a mão e eu arregalei os olhos com a revelação que ele fez, sorri segurando a mão dele, que surpreendentemente era quente e macia.
- Sou a Payne, estudante do primeiro ano de medicina e nada muito interessante... - eu disse dando de ombros e ele apertou minha mão sorrindo.
- É um prazer te conhecer, . - ele sorriu, dando um beijo na minha mão.
E ao redor de um jardim repleto de íris, notei que ali poderia ser o início de uma amizade. Sorri para o garoto ao meu lado e voltei a olhar para frente, notando que ele permaneceu olhando para mim, antes de voltar a olhar para frente e fazer milhões de perguntas para mim, como se fôssemos os melhores amigos. Talvez não hoje, mas em breve.


Parte III
Dente de Leão, deixe os ventos trazerem de volta...


's POV
O dia já havia amanhecido. Mais um dia, na verdade. Eu e as meninas, sem esquecer meu irmão e cunhada, já estamos aqui há exatos seis dias e têm sido tudo tão incrível que não tenho palavras para descrever, e amanhã será o tão aguardado lual, não vemos a hora. Nos últimos três dias, eu e o nosso novo grupo de amigos saímos e curtimos tudo e sempre acabavam todos em casal, o que se tornou um porre para mim, já que, vejamos: eu não faço parte disso. Entende? Liam e Isabelly vivem no maior amor e igualmente o Harry e a Sophs, que se mostraram um casal tão apaixonado e amigo. E aí aconteceu duas surpresas: e , e . Depois daquele café da manhã, ambos casais, se beijaram e desde então não se desgrudam. O que se tornou fofo até demais, mas a amiga linda e maravilhosa aqui foi deixada de escanteio por conta dos novos namoradinhos. Legal, amigas, bem legal. Bom, mas naquele dia aconteceu algo especial ou, na verdade, seria diferente comigo. Eu e o começamos a conversar e digamos que nesses três dias nos tornamos bastante amigos e bem próximos até, mas nada de beijos e blá-blá-blá. Só amigos. Descobri que ele têm vinte anos e estuda Direito, mas não é algo que ele goste muito, o sonho dele: ser cantor. Junto com os amigos. E olha, eles bem que são talentosos, eu e as meninas vimos os quatro amigos cantando e até meu irmão quis participar, achamos tudo uma comédia, mas uma adorável apresentação, no final. Voltando à vida do , ele estuda de manhã e ajuda a mãe, que agora é divorciada do pai dele, que mora em São Paulo. E eu o ajudei um pouco nesses últimos dias, como arrumar os chalés e cuidar, junto com ele, da recepção. É isso mesmo, galera, de férias para trabalho voluntário. Ele ficou me devendo alguns favores, que logo eu irei cobrar. E ontem, fomos à um barzinho da cidade, bebemos algumas, caímos todos juntos na rua, não, literalmente, mas foi divertido. E agora que eu acordei vejo que não dormi confortavelmente no meu quarto, na minha cama, mas, diferente do que pensei, estou deitada no jardim de lilases, com um cobertor creme e fofo com o sol nascendo bem em cima de mim.
- Acordou? - ouvi a voz rouca do ao meu lado e me virei assustada, ele riu.
- Por que estamos aqui? - eu disse sentando e sentindo minha cabeça girar, ele continuou deitado e com uma observação bem grande: sem camisa. - Por que você está sem camisa?
- Gostou? - ele disse sorrindo e mordendo os lábios e eu revirei os olhos, dando um tapa na barriga dele, que se contraiu e o garoto voltou à rir. - Acho que eu estava te levando até seu quarto. É isso, eu estava te levando, ai nós dois caímos e você disse 'eu adoro flores, podemos dormir aqui?' e eu disse que para mim não tinha problema. - ele sentou-se ao meu lado sorrindo. - Aí nós dois fomos trocar de roupa, trouxemos esses cobertores e deitamos aqui. E dormimos. - ele disse como se fosse óbvio e eu olhei em seus olhos e, claro, aquilo tava certo. Era o que tinha acontecido. Ou não?
- Você não está mentindo, não é? - eu disse colocando a mão na minha cintura e virando mais para ele, que olhou sem disfarçar para minhas pernas, nada cobertas, por um short.
- Não. - ele disse dando de ombros e voltando a se deitar. - Vamos, deite-se. Não estou mentindo, .
- Que horas são? - eu perguntei ignorando o pedido dele e o garoto simplesmente levantou o celular dele, mostrando que era 5h45 e talvez fosse por isso que o sol já estava começando a nascer, pintando o céu em tons de amarelo e laranja, deitei ficando de frente para o .
- Algum problema? - ele sussurrou olhando para o céu e eu sorri, ele se virou ficando com seu corpo virado para mim, seus olhos focados nos meus e um sorriso simples nos lábios.
- Não, nenhum... Na verdade, obrigada por ter aceitado dormir aqui fora... Comigo. - eu disse sorrindo levemente e ele acariciou minha bochecha.
- Não foi nada... - ele disse tirando os fios de cabelo do meu rosto e eu sabia o que estava prestes a acontecer. Era o que eu queria, certo? Há exatamente seis dias que esses olhos grandes e castanhos não saem da minha cabeça, que o nome dele aparece de repente na minha mente e que eu tenho vontade de desvendar todas as tatuagens gravadas no corpo dele, então não pode haver problema se eu me aproximar mais um pouquinho... Se eu deixar ele se aproximar.
E foi o que aconteceu, ele se aproximou mais um pouco e eu dei o sinal de positivo, 'vá em frente, me beije', quando eu me aproximei mais ainda, acabando com todo espaço existente entre nós, senti nossas pernas se entrelaçarem, as minhas ficando entre as dele, nossas barrigas se tocaram e eu pude sentir o abdómen dele tocar de leve uma parte da minha barriga que não estava coberta pelo pano leve e simples da minha blusa, os braços dele me rodearam e os lábios dele tocaram levemente minha testa, minhas bochechas, os nossos narizes se tocaram num gesto bobo e infantil e nossos olhos estavam conectados, observando cada próximo ato e, então, ele tocou os meus lábios, fechamos os olhos no mesmo momento que um incêndio, sem chances de ser apagado, deu-se início.

's POV
- Ela está sumida? - disse deitado na minha cama e eu me afastei da janela, deitando ao lado dele. - Ele também sumiu, só para você saber...
- O também? Será... Eles estão juntos? - eu disse olhando para o garoto ao meu lado, que deu uma gargalhada contida.
- Você ainda duvida? É claro, né, , eles ficaram todos esses dias juntos e, bom, depois de ontem... - ele disse dando de ombros e se apoiando no cotovelo, ficando com o corpo parcialmente em cima do meu. - Agora, por favor, esquece a , a , o , o e quem mais estiver aí dentro e olha só para mim? - ele disse desenhando meus lábios com os dedos e eu ri, distribuindo alguns beijos ali, e vendo-o se aproximar de mim.
Voltamos a nos beijar com toda calma e delicadeza de sempre, desde que tínhamos voltado do café da manhã estávamos ali no meu quarto conversando e trocando carícias, mas nada demais. Não queria dar um passo maior do que minha perna e parecia não querer me apressar. Tínhamos tempo, não é? No fim, estávamos simplesmente nos curtindo. é adorável, o tipo de pessoa que independente do que seja seu, você quer tê-lo ao seu lado, com todo esse jeito de homem, mas no fundo, apenas um garoto animado, feliz e esperançoso sobre o futuro. Dedicado, amigo, companheiro e alegre. Essa seria a definição que eu daria ao . E mesmo que às vezes, principalmente depois que nos afastamos e ficamos em silêncio apreciando um a presença do outro, eu penso como será daqui duas semanas, quando eu tiver que dar adeus à esse paraíso e voltar ao meu mundo, a minha realidade. afastou-se de mim e deu alguns beijos no meu pescoço, voltando a me olhar, com um sorriso bobo nos lábios, segurei a barra da camiseta dele e deixando que minhas mãos adentrasse ali, pelo simples prazer de sentir a pele quente e macia dele, ele fechou os olhos.

- Você gosta... De me provocar. - ele mordeu os lábios e me olhou tão intensamente, que por milésimos de segundos, pensei ter visto chamas nos olhos dele. - Não brinque com fogo, Srta. Gilbert.
- Desculpa, Sr. ... Mas eu gosto disso. - dei uma piscadinha, antes de voltar a arranhar o abdómen dele, que riu e voltou a distribuir beijos pelo meu pescoço e rosto.
Duas batidas na porta e era o fim da nossa diversão. Não que estivéssemos fazendo algo ao extremo, mas, poxa vida, não podemos ficar sozinhos, não? A porta se abriu, depois de um longo suspiro nosso, revelando a e o , de mãos dadas e aos sorrisos. Revirei os olhos e voltou a se deitar ao meu lado.
- Desculpa incomodar, mas este é meu quarto também. - disse sorrindo e me mandando um beijo. - O tem um quarto, não tem? Porque aqui é uma casa de fam...
- Cala a boca, Pierce. - eu joguei uma almofada na cara dela, que bufou e sentou-se em sua cama. - O também tem um quarto, certo? E aqui a última coisa que poderia ser é uma casa de família. - e todos nós rimos, voltando a conversar normalmente, como se nada tivesse acontecido, ou sido interrompido antes.

's POV
- Eu não acredito que atrapalhamos o momento dos dois. - disse quando chegamos ao calçadão.
- Não foi querendo... - eu disse colocando minhas pernas em cima das coxas dele, que sorriu apoiando suas mãos ali. - E eu lá ia saber que os dois iam resolver fazer coisinhas essas horas da manhã. - e então começamos a gargalhar, coloquei as mãos no meu rosto e o as puxou dando um selinho em mim.
- Você é doida. - ele disse rindo. - Coisinhas? E lá tem hora certa para isso? - ele disse sério e eu sorri envergonhada.
- Acho que sim. Tudo tem que ter a hora certa, não é? - eu abaixei a cabeça, senti meu rosto esquentar e, definitivamente, não era uma reação do sol e sim da minha vergonha. - Eu quero que certas coisinhas aconteçam comigo quando eu estiver preparada e com alguém que eu realmente goste e acredite ser o certo. Oh meu Deus, eu estou falando demais, não é? , me mande calar a boca. - eu disse e ele segurou minha cabeça em suas mãos e sorriu.
- Você é tão linda, tão fofa, tão incrível e nem se dá conta disso. Isso é coisa de outro mundo. - ele riu, antes de me puxar para mais perto dele, tocando nossos lábios e liberando um turbilhão de sensações em mim novamente.
Desde que começamos a ficar dessa maneira, todos os beijos eram sempre a mesma coisa, as sensações mais indescritíveis do mundo, aquela vontade de sair correndo e gritando para o mundo ouvir como é bom ser beijada por ele. Como é bom estar com ele. Dizem que o melhor amor é aquele que te faz sorrir. E, cara, o é assim, ele me faz sorrir com simples gesto, como no dia anterior, que ele foi me acordar segurando um dente-de-leão. Os críticos de plantão dirão 'que rídiculo', porém ao descer as escadas e ouvir a explicação dele, eu não pude deixar de suspirar apaixonada. Segundo o garoto de olhos claros e sorriso encantador, essa flor tão diferente é conhecida como 'esperança' e dizem que ao soprar uma pétala dessa flor, é necessário fazer um pedido sobre o amor desejado e caso o vento traga de volta a pétala é sinal de que o desejo será realizado. Nós dois sopramos juntos, duas pétalas e cada um fez o seu pedido, e como se alguém lá em cima tivesse ouvido nosso pedido, as pétalas voltaram trazidas pelos ventos e nós sorrimos companheiros e sussurrou no meu ouvido a seguinte frase "abre as janelas e deixa o amor entrar na tua casa, eu diria, no seu coração, trazido pelo vento da tarde", e então ele me beijou e para mim eu tive certeza que o que eu estou sentido é mais que uma atração boba, talvez seja amor. De verdade.
- Oi, casal. - Harry e Sophs sentaram-se ao nosso lado, depois que já estávamos simplesmente conversando. - Tudo bem?
- Sim, estamos bem. - respondeu por nós e eu sorri olhando para meus novos amigos. - Amanhã é o Lual, nem posso acreditar que chegou o dia.
- Por quê? O que há de especial nesse lual? - eu perguntei para ele, que sorriu.
- Nós iremos cantar, . - Harry que me respondeu e eu dei um pulo, ficando de pé.
- Sério? , você não me contou. - eu disse dando um tapa no ombro dele. - Ai que demais! Quem vai cantar, vocês todos? Os quatro? Ai sério? Que demais, gente, que luxo! - e eles riram, me puxando para sentar novamente, agora no seu colo, e Sophia sorriu.
- Eles sempre tocam no Lual. - Sophia disse amigável. - Me surpreende o não ter se gabado para você sobre isso.
- Ei, eu não sou egocêntrico dessa maneira. - ele me apertou contra ele e eu ri, piscando para a menina. - Mas é, , nós tocamos e isso já faz o quê? Uns três anos, não é, Harry?
- Isso. Eu, , e o adoramos esse mundo da música, e quando a mãe do liberou os luais todo fim de ano, começamos a tocar. E somos bons nisso. - ele disse todo orgulhoso e eu sorri dando um abraço no meu loirinho.
- Lindos! Não vejo a hora de vê-los tocar. - eu disse apertando a bochecha dos dois que riram.

's POV
- Acho que meu irmão vai me matar. - eu disse quando chegamos no corredor do meu chalé e me prensou na parede sorrindo.
- Ou nos matar. - ele disse baixo e eu ri tentando me conter. - Mas foi um dia divertido, você tem que confessar. - ele segurava minha cintura decidido, mas com as mãos leves, sem força alguma, coloquei meus braços ao redor do pescoço dele.
- Confesso! Foi um dia maravilhoso. - eu sorri dando um beijo de esquimó nele, que riu bagunçando meus cabelos. - Menos a parte onde você jogou sorvete em mim. - eu cruzei os braços na altura do meu peito e fiz cara de emburrada, a verdade era que eu tinha adorado vê-lo correr atrás de mim com uma casquinha de sorvete de baunilha, nervoso por eu ter passado sorvete na bochecha dele.
- Você jogou em mim, eu só me vinguei. - ele disse abaixando um pouco, ficando na minha altura e tentando soltar meus braços. - Vamos lá, eu nem joguei muito. - ele riu passando os dedos na minha boca, tentando me fazer sorrir, eu sabia. - E se isso serve de consolo: você fica linda até com sorvete de baunilha no rosto e cabelo. - e então ele piscou os olhos de uma forma tão doce e um sorriso tão bobo nos lábios que eu não me contive e sorri.
- Só porque você fica fofo quando faz essa carinha. - eu disse apertando as bochechas dele.
- Você prefere eu sendo fofo. - ele piscou os olhinhos novamente e então mudando completamente de postura segurou meus braços contra a parede. - Ou eu sendo sedutor. - ele mordeu o lábio inferior aproximando seu rosto do meu pescoço e eu já estava quase desmaiando ali, meu Deus, ele não é real. Não pode ser. Ele deu um beijo ali e soltou minhas mãos, que não se demoraram a puxar o rosto dele para perto do meu.
- Posso ficar com um pouco de cada? - eu sorri e pisquei meu olho e ele negou. - Prefiro, nesse momento, o... Sedutor? - ele gargalhou, me beijando com vontade, meu corpo totalmente preso entre a parede e ele, mas não por muito tempo, já que aparentemente segundos depois ouvi a porta do meu chalé se abrir e a voz do meu irmão.
- ! - e nós dois nos afastamos olhando assustados para a porta, meu irmão e a Isa estavam na porta, olhando para nós com os olhos arregalados e, de certa forma, surpresos. - ! Vocês estão... Ér...
- Liam, sem constrangimento, ok? - eu disse segurando a mão do que estava um pouco paralisado. - Não trate isso como se fosse coisa de outro mundo, até porque eu vejo essa cena, mas com você sendo o protagonista há uns onze anos da minha vida, então relaxa. - eu sorri e ele revirou os olhos.
- Mas você é minha irmãzinha, eu deveria estar cuidando de você. - ele colocou o braço na cintura, com aquela posse que só o meu pai fazia.
- Irmãzinha? Você é dois anos e um mês mais velho do que eu, apenas. E, Liam, eu já tenho dezenove anos, sou maior de idade. E pare com essa posse de 'eu-sou-o-papai-agora-me-respeite', porque, na verdade, você deveria fazer a posse ‘eu-sou-o-melhor-irmão-do-mundo-irei-deixar-minha-irmã-curtir-a-vida-enquanto-eu-curto-a-Isabelly’. - e eu sorri, ouvindo a gargalhada da minha cunhada, que não se aguentava em pé.
- Liam, a tem total razão. Vem, vamos lá. - ela puxou a mão dele dando um selinho no homem. - e , tenham juízo, mas boa sorte. - e me mandou um beijo, antes de fechar a porta com meu irmão no seu lado.
- Acho que seu irmão quer me matar. - disse olhando para nossas mãos.
- Eu acho que ele quer matar a Isabelly. - o homem me olhou franzindo a testa e eu sorri sapeca. - Mas de outra coisa. - e ele riu balançando a cabeça negativamente. – Olha, , meu irmão é assim, um pouco ciumento... Mas só é quando ele toma o primeiro baque, mas depois é normal. Ele não vai querer te matar ou coisa assim, acho que ele até gosta de você.
- Que bom. - ele disse arqueando a sobrancelha e eu passei os dedos ali e nos olhos dele. - Quer me deixar cego? Avisa antes!
- Idiota! - eu disse me afastando e ele abriu os olhos cruzando os braços. - Eu não queria te deixar cego, mas adoraria cortar a sua língua.
- Se você cortasse minha língua não teria como você desfrutar dos meus beijos. - ele disse sorrindo maroto.
- Eu não quero desfrutar dos seus beijos. - eu disse passando por ele e batendo meu ombro no dele, mas antes que eu chegasse na porta ele segurou minha mão.
- Não parecia isso dois minutos atrás. - ele me virou arqueando a sobrancelha, novamente, mas muito mais charmoso.
- Era impressão sua. - eu disse tentando soltar minha mão da dele, sem sucesso.
- Desculpa. - ele disse me puxando contra ele. - Eu só não quero que seu irmão brigue com você e que essas coisas estrague nossos dias... Juntos. - ele colocou meus cabelos para trás.
- Não vai estragar nada, . E meu irmão não vai brigar com... - eu estava falando toda acelerada, mas fui interrompida por ele, sempre ele, que grudou nossas bocas num beijo urgente e apaixonante.


Parte IV
Orquídea, e um amor de verão

Coloque para carregar Wonderwall - Cover One Direction e espere o aviso.

Uma hora, quarenta e sete minutos e dez segundos. O exato tempo para o lual, mais esperado desde o dia em que chegaram nesse resort, começar. As meninas já haviam tomado banho, mas ainda estavam de roupão preparando as suas makes, mesmo que fosse na praia não poderiam ir desleixadas, afinal, já estava anoitecendo e precisavam ficar lindas para seus... Hm, ficantes? achava isso tão feio. Preferia 'ficar bonita para o '. Sorriu bobamente, sentada em frente ao espelho, terminando de passar um rímel preto, já estava soltando os cabelos que estavam maravilhosos e cheio de cachos na ponta, e estava passando perfume. colocou-se de pé e vestiu sua roupa, um vestido rosa pink tomara-que-caia, que tinha um formato como de coração, justo e curto, tinha comprado naquela mesma tarde, especialmente para hoje à noite. já estava com seu vestido em mãos, era rosa bebê e bem soltinho com um cintinho da mesma cor do vestido, na cintura, a menina tinha achado tão fofo e era, definitivamente, a cara dela. A roupa da já estava sobre a cama, um cropped branco e justo, um colete de renda creme e uma saia plissada salmão. Com certeza, seriam as mais lindas.
- Gostei das nossas roupas. - disse depois de colocar sua roupa e sorrimos juntas, concordando.
- O Liam e a Isa já estão prontos? - perguntou e a deu de ombros, querendo dizer 'como você quer que eu saiba?' e riu.
Chegaram à sala e o casal já estava pronto e, como sempre, se pegando, aquilo já havia se tornado tão normal que nem se importavam mais, disseram que só iam ficar um pouco porque iam jantar num restaurante no centro da cidade. deu de ombros, a menina não estava mesmo se importando com o irmão, estava apressada. Até parecia que estava planejando algo, pensou secretamente, não que ela duvidasse, mas se a estivesse planejando algo, ela teria contado para as amigas, não é? e a aproximaram-se da amiga e foram andando juntas até a orla da praia. Logo que estavam aproximando-se do quiosque onde a festa estava acontecendo, ouviram o som alto e agitado e avistaram Sophia e o Harry conversando e bebendo. Aproximaram-se deles.
- Oi, gente! - disse dando um beijo nos dois que as cumprimentaram.
- Oi, meninas, como estão? - Harry disse sorridente, segurando a mão firme da namorada.
- Bem. - respondeu sorrindo meiga. - Os meninos já chegaram? - ela disse e revirou os olhos, era claro que ela estava apressada para ficar com o logo.
- Ainda não. - Sophia respondeu sorrindo.
- O e o me ligaram falando que já estão vindo. Devem estar chegando... - Harry disse olhando para e para e as duas assentiram. - Agora o , parece que teve algum problema lá com a mãe dele, algo sobre o resort, mas nada sério. Não precisa fazer essa cara. - Harry disse rindo e empurrou o ombro da amiga descontraído, ela sorriu levemente, quase só por educação.
- Vamos beber! - deu um grito, quase deixando todos surdos, riram e caminharam até o quiosque que servia várias e várias bebidas.
As meninas tomavam energético e o único menino no meio delas bebia uma cerveja, sentaram-se numa mesa e ficaram observando o palco onde estava um DJ tocando uma música eletrônica e muito dançante. Queriam dançar, mas tinham que esperar os amigos. Minutos depois, e chegaram cumprimentando o amigo, as meninas e suas respectivas namoradas. sentiu-se mal por estar ali abandonada. Havia acontecido algo com o , a menina pensava repetidamente. Ele e a mãe não andavam se dando bem e a garota tinha uma leve sensação que aquilo era culpa sua. Os amigos começaram a conversar animadamente e ela se levantou decidida a fingir que ia ao 'bar' do quiosque e, na verdade, ir dar uma volta sozinha e desolada pela margem da praia, quando ela o viu. O menino bagunçou os cabelos ansiosos, suas mãos estavam suando, será que era possível ela estar tão bonita sempre? Os dois sorriram cúmplices e logo o menino estava de frente para ela, sendo observados atentamente pelos amigos. Um selinho e uma gritaria um segundo depois.
- Insuportáveis? - ele disse olhando os amigos que gargalharam, a menina assentiu.
- Oh, , aonde você ia? - quis saber e a menina a olhou.
- Buscar algo para beber. - respondeu e a olhou sua bebida quase intocada no mesmo lugar.
- Ou procurar o ? - disse cantarolando e arqueou a sobrancelha petulante.
- Eu queria algo mais forte, . - ela disse cruzando os braços.
- Ah claro, claro... - a amiga murmurou sorrindo e o deu-lhe um peteleco no braço, a fazendo gargalhar.
Logo, Liam e a Isabely chegaram, sentando-se na mesma mesa que os outros quatro casais e voltaram a conversar. Os meninos faziam palhaçadas e faziam o planejamento de qual música cantariam ali, naquele momento. As meninas começaram rir quando eles falaram: "viver perigosamente é bem melhor, então escolhemos a música na hora". Meu Deus, as meninas pensavam em quão loucos eram. Eles não decidiram a música, então foram até a parte onde estavam arrumado para dançarem. As meninas rebolavam, mexiam nos cabelos e sorriam docemente para seus acompanhantes, e eles? Ah, simplesmente enlouqueciam. Aquilo era bom demais para ser verdade. Todas elas eram lindas, divertidas, simpáticas, carinhosas e engraçadas, não palhaças, mas aquele tipo de pessoa que você gosta de ficar perto. O DJ que tocava saudou todos, dando as boas vindas (depois de quase três horas de festa, ignoremos à ele), e chamou ao palco o . Que deu um selinho demorado na e subiu os degraus para ficar naquele palco improvisado.
- Boa noite. - ele disse educado e todos reviraram os olhos, provavelmente queriam mais bebidas e música, nada de conversa. - Eu sei que vocês devem estar pensando 'sai dai, seu chato, e vamos dançar a noite toda', mas antes gostaria de agradecer a presença de todos vocês, esse lual acontece há quase quatro anos e a cada ano mais pessoas aparecem aqui. Então obrigado, e isso tudo aqui é para vocês, para nos divertirmos. - ele sorriu e estendeu a mão que segurava uma cerveja, como se estivesse brindando com todos, e as pessoas gritaram. - Antes de voltarmos ao DJ, eu e meus amigos iremos cantar uma música, como todos os anos. - e os meninos subiram no palco, com uma diferença e grande surpresa para as meninas, Liam também estava indo junto.

Aperte play

- O Liam vai cantar? - sussurrou no ouvido da , que a olhou surpresa e levantou os ombros sem saber responder.
- Essa música dedicamos as nossas meninas... Espero que gostem. - Liam disse enquanto colocava-se no centro dos meninos, ficando entre o e o Harry, e a melodia e o som dos instrumentos começaram.

Today is gonna be the day
Hoje será o dia
That they're gonna throw it back to you
Que eles vão jogar tudo de volta em você
By now you should've somehow
Por enquanto você já deveria, de algum modo
Realized what you gotta do
Ter percebido o que deve fazer
I don't believe that anybody
Não acredito que alguém
Feels the way I do about you now
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

Liam havia começado a cantar e a Isabelly quase deu um grito, segurando a mão da cunhada que sorriu surpresa. Não sabia que o irmão cantava tão bem assim. Todas começaram a cantar baixo, amavam Wonderwall do Oasis, como podiam saber que aquela música era perfeita aos olhos delas? Mistério. Sorriram ao ver que ao seu redor os casais apaixonados ou até aqueles que estavam juntos só naquele momento dançavam abraçados, as cinco andaram até estarem encostadas ao palco e entrelaçaram as mãos, ficando unidas enquanto olhavam para os seus meninos cantarem para elas.

Backbeat, the word was on the street
Andam dizendo por aí
That the fire in your heart is out
Que o fogo no seu coração apagou
I'm sure you've heard it all before
Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes
But you never really had a doubt
Mas você nunca tinha dúvida
I don't believe that anybody
Não acredito que alguém
Feels the way I do about you now
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora
And all the roads we have to walk are winding
E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas
And all the lights that lead us there are blinding
E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam
There are many things that I would like to say to you
Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer
But I don't know how
Mas não sei como

Aquilo não era possível, era o que , e pensavam. Os três casais estavam juntos, juntos mesmo há quatro dias... E garotos geralmente demoram gostar de verdade de alguém, meninas são bobas e se apaixonam facilmente, mas meninos? Não, não é assim. Tinha um erro ali, ou eles queriam iludi-las, porque se era isso, elas tinham uma notícia... Estavam conseguindo com êxito. As três amigas sorriram para seus novos amores. Se sentiam libertas para falar isso. Sentiam isso. Estavam apaixonadas por eles. Sabiam disso desde o primeiro dia, desde o primeiro momento. sorria para e estava quase sentando-se de frente para a garota para olhar só para ela, mas permaneceu na frente dela olhando em seus belíssimos olhos, sorriram juntos. , ele sabia que estava inteiramente apaixonado por ela, desde o dia que a viu, desde que colocou seus olhos nela sabia que ela era a certa. Todas poderiam dar errado, terem sido "perfeitas" no início, mas sabia que seria perfeita para sempre. , o garoto olhava para , com um sorriso torto e piscou para menina que sorriu. Desde que havia esbarrado na garota e ouvido sua voz, seu jeito abusado sabia que ela era diferente, só não imaginava que essa diferença era conseguir enlaçar o coração dele. Harry. Conhecia Sophs desde o jardim de infância e isso fazia tempo já, mas o amor... Ah, ele não diminuía, e ele sabia que aquilo era para sempre. O amor deles era para sempre. Sorriu para a namorada. Liam. Namorava com a Isa há três anos e agora já sentia-se pronto para dar um novo passo. Ama-a tanto que não sabe como sua vida poderia ser sem ela. E ele estava ali dando o melhor de si para ela, sempre ela.

Because maybe
Porque talvez
You're gonna be the one that saves me
Você vai ser aquela que me salva
And after all
E no final de tudo
You're my wonderwall
Você é minha protetora


Parte V
Rosa vermelha, e o seu único amor


Coloque para tocar Summer Love agora e deixe tocando até o fim das duas últimas partes.

Logo que os meninos desceram do palco, cada um foi em direção a sua menina e foram recebidos aos beijos e parabenizados por terem sido ótimos. Voltaram a dançar e beber ao som de música eletrônico, sendo rodeado por outros jovens que estavam curtindo a festa.

's POV
Já estávamos cansados de dançar e beber, então logo que segurou minha mão e me puxou na direção contrária a festa, eu fui sem reclamar. Caminhamos pela beira da praia, sentindo a água fria tocar nossos pés agora descalços e estávamos silenciosos, nenhuma palavra era dita. Só sentíamos um a presença do outro. Quando já estávamos chegando perto do resort, ele me fez uma pergunta um tanto estranha, na verdade, não tinha muito sentido para mim.
- , eu posso te levar para outro lugar? - ele disse e eu franzi a testa confusa.
- Outro lugar? Você não vai me sequestrar, né... Ou vai? - eu disse virando-me para ele que riu alto.
- Claro que não. - ele disse abrindo os olhos e deu um sorriso torto. - Vamos? - ele me questionou e eu assenti sorrindo.
Voltamos a andar e agora já estávamos algumas ruas depois do resort e, automaticamente, da praia. Já não era possível ouvir a música que tocava lá e era o silêncio que prevalecia entre nós. Eu nunca gostei do silêncio, mas ouvir a respiração calma dele e os nossos passos me deixava feliz, por comprovar que isso que estou vivendo é real. Não é uma utopia, é verdade. Ele parou em frente uma casa branca e azul, e me olhou. Será que essa é a casa dele? Os pais dele estão aí? Ai, Meu Deus, eu acho que vou desmaiar.

Can't believe you're packin your bags
Eu não posso acreditar que você está fazendo suas malas,
Tryin so hard not to cry
E me esforçando pra não chorar.
Had the best time and now its the worst time
Eu tive bons momentos, e agora é o pior momento,
But we have to say goodbye
Mas nós temos que dizer adeus.

- Essa é minha casa. - ele disse suavemente e eu o encarei.
- Você me trouxe... Ai, meu Deus, seus pais estão aí? - eu disse rápido e ele riu, mas sua expressão estava contida, talvez estivesse preocupado que eu quisesse ir embora.
- Na verdade não. - ele olhou para baixo, soltando minhas mãos e sentando-se no degrau que subia para a varanda de sua casa.
Ele me trouxe para casa dele, os pais não estão em casa, ele está com essa carinha de anjo. Oh meu Deus... Eu não sei se posso, quer dizer, se é o que eu quero. Um turbilhão de pensamentos e sensações passam pela minha mente e corpo e ele continuava sentado, olhando para o nada. Sentei ao seu lado em silêncio e ouvi a respiração dele ficar mais agitada. Ele estava nervoso?
- Desculpa. - ele disse de repente, me fazendo encará-lo. - Eu sou um idiota e abusado. Não deveria ter te trazido aqui. - ele olhou para suas mãos novamente e eu puxei seu rosto para que olhasse em meus olhos.
- Claro que não. Não fale isso. - eu sorri delicadamente. - Eu gostei da sua casa, é bem bonita. - eu disse de uma forma engraçada, para que ele sorrisse, mas ele revirou os olhos bravo. - O que você queria quando me trouxe aqui? - eu perguntei e ele me olhou arqueando a sobrancelha.
- Ér, ... Para, não vamos falar disso... Eu só queria que você conhecesse isso daqui. - ele disse confuso e eu passei as mãos nos seus cabelos sorrindo, talvez eu acreditasse não estar pronta, mas talvez eu estivesse pronta para ele, sim.
- Você não quer perguntar se eu aceito ou não? - eu disse piscando algumas vezes, tentando fazer uma cara sexy, mas não deu certo, ele riu. - Você não quer perguntar se eu quero ou não?
- Você disse que não está pronta, e eu não deveria est... - ele falava e me olhava, falava e me olhava, até que eu resolvi tomar a atitude certa.
Beijei certa com o que eu estava fazendo, ele segurou meus cabelos firme, fazendo-me levantar e sentar em seu colo, de frente para ele, nos afastamos, olhando fundo em nossos olhos, sorrimos cúmplices antes de voltar a nos beijar. Sabe toda aquela sensação de fogo e perigo? Então, era o que eu sentia. Estávamos quase chegando naquela situação e simplesmente não nos importávamos, muito menos em estarmos daquela maneira numa varanda, ao ar livre. Ele segurava minhas coxas firmemente, enquanto eu levantava sua camiseta a retirando, nos afastamos um pouco e ele fez um sinal para entrarmos na casa e eu neguei. Ali estava bom, eu queria o perigo. Ele riu e levantou-se comigo em seu colo, andou comigo até me deitar no chão da varanda, ficando entre o sofá e o 'muro', senti o tapete arranhar minhas costas e sorri. Ele tocou meu rosto e jogou meus cabelos para trás, tocando meus lábios. O afastei um pouco para que eu retirasse meu vestido e o joguei junto com a camisa dele, que já se encontrava no chão, ao lado do sofá e então eu pude senti-lo em mim. Talvez aquilo fosse uma loucura e totalmente precipitado da minha parte, mas eu o queria tanto que não pensei em mais nada, enquanto estávamos ali, correndo o risco de ser pegos, mas sorrindo cúmplices um para o outro.

Don't promise that you're gonna write
Não prometa que você vai escrever,
Don't promise that you'll call
Não prometa que você vai ligar,
Just promise that you won't forget we had it all
Só prometa que não vai esquecer que nós tivemos tudo.

's POV
Depois que os meninos cantaram e desceram do palco, resolvi ir pegar alguma bebida com o . Sentamos em frente ao balcão, olhando para o resto das pessoas que dançavam loucamente. Uma fogueira um pouco mais distante do palco havia sido acesa e nossos amigos já estavam indo para lá. segurou minha mão e me deu o meu copo com a minha bebida.
- Quer ir pra lá? - ele apontou com a cabeça sorrindo.
- Ainda não. - eu disse levantando e me encaixando entre as pernas dele, que segurou minha cintura.
- Tem um ideia melhor? - ele sussurrou contra meus lábios e eu sorri assentindo.
- Podemos ficar aqui e só se curtir? - aproximei meus lábios do ouvido dele e depois de falar depositei um beijo na curva do pescoço dele.
E então já estávamos nos beijando e esse ato tornou-se tão irresistível, não tem como parar. Eu o queria. Desde o momento em que eu o vi, não tive dúvidas. O olhar penetrante, o sorriso tão encantador, aquela vontade louca de estar com ele, mesmo sem conhecê-lo, aquela timidez sem motivo... Aquilo só poderia ser sinais de que eu estava interessadíssima por ele. E é, eu assumo. Eu estava e estou agora. Ele apertou minha cintura, aproximando mais nossos corpos e sorriu contra meus lábios, descendo seus beijos até meu pescoço, mordeu meu ombro e subiu seus lábios até meu ouvido, onde perguntou se poderíamos sair dali e ir para outro lugar. Não tive dúvidas do que ele queria. Não tive dúvidas do que eu queria. Entrelacei nossas mãos e o puxei em direção a rua e então começamos a correr como se ainda fôssemos crianças. Riamos e não nos importávamos com o que diriam. Chegamos até a rua e ficamos olhando de um lado para o outro, sem saber para onde deveríamos ir. Na verdade, eu não sabia para onde íamos, apertou minha mão e começou a andar na minha frente, passamos em frente o resort, andamos mais um rua e viramos em outra e logo estávamos em frente à uma casa de dois andares, a sua fachada era amarela e tinha uma varanda simples. Nós subimos os dois degraus e ele abriu a porta, revelando uma casa simples e bem arrumada. Havia poucos porta-retratos na sala e uma escada no canto direito do corredor, que eu sabia que levava para o quarto. Ele encostou no batente da porta, que fazia divisão entre a sala de estar para a cozinha e sorriu.

Cause you were mine for the Summer
Porque você foi minha durante o verão,
Now we know its nearly over
Agora sabemos que está perto do fim,
Feels like snow in September
Parece neve em setembro,
But I always will remember
Mas eu sempre vou lembrar,
You were my Summer love
Você era o meu amor de verão.
You always will be my Summer love
Você sempre será o meu amor de verão.

- Você quer beber algo? - ele sorriu e abaixou a cabeça.
- Talvez... O que você tem aqui? - eu disse andando até a cozinha e o senti andando atrás de mim. Ok, eu estou tentando me controlar, não que essa seja minha primeira vez, mas é a primeira vez que eu acho que é certo. Que é a pessoa certa e eu só não sei como agir. O é especial demais para ser de qualquer forma. Ele passou por mim e abriu a geladeira dando uma olhada.
- Tenho água, suco de laranja e... Cerveja. - ele disse franzindo a testa e eu ri.
- Não gosto de cerveja, acho que aceito o suco. - eu disse sentando na cadeira e ele serviu um copo com suco e pegou uma latinha de cerveja sentando-se na minha frente. - Obrigada. Ér, você mora aqui sozinho? - eu olhei ao redor, a cozinha estava arrumada e era bem simples, nada de muito extravagante.
- Moro sozinho. - ele sorriu. - Meus pais moram no Centro do Rio de Janeiro, há, sei lá, uns 5 anos. - ele mordeu o lábio inferior pensando e depois de falar bebeu sua cerveja.
- Deve ser bom morar sozinho. - eu disse distraída e ele arqueou a sobrancelha com um sorriso sapeca.
- Você não faz ideia. - e eu o olhei, na verdade, era o momento. Eu não tinha certeza se era o que ele queria que eu fizesse, mas com certeza era o que eu queria, levantei e novamente me coloquei no meio das pernas dele, dessa vez segurando seu rosto nas minhas mãos, ele me olhou. - Você sabe que se isso começar, muito dificilmente eu a deixarei ir, certo? - ele perguntou calmamente, segurando delicadamente com uma mão minha cintura, enquanto a outra segurava a cerveja, eu assenti, puxando-o pela camisa, fazendo ficar de pé, de frente para mim.
- Eu não quero ir. - eu disse contra os lábios dele e ele jogou a latinha de qualquer jeito na mesa, colando nossos lábios.
O corpo dele foi me forçando ir para trás, até que senti a parede gelada tocar as minhas costas parcialmente desnuda, eu não sabia se deixava minhas mãos nos cabelos dele ou retirava sua camiseta, enquanto as mãos dele segurava minha cintura e nuca, me fazendo um carinho ali. Ele afastou-se, voltando a beijar meu pescoço e eu o afastei, virando de costas para ele, puxando-o pela barra da camisa, em direção as escadas. Ele soltou meu braço em sua camiseta e me abraçou por trás, beijando meus ombros, nossas mãos juntas em cima da minha barriga. Quando chegamos à beira da escada, ele me pegou no colo e subiu as escadas sorrindo para mim. Ele passou pelo corredor e chegou no fim do corredor onde era o seu quarto, notei quando passamos pela porta e eu vi a sua cama de casal e o quarto todo pintado de azul e branco. Ele me colocou no chão e sorrimos juntos. fechou a porta enquanto eu me aproximava da cama, observando as fotos no painel da parede direita, a televisão de tamanho médio com um videogame e então senti o corpo dele grudar-se ao meu novamente, dessa vez, afastou meus cabelos para o lado e começou a beijar meu pescoço, abaixando aos poucos o zíper do meu vestido, que escorregou do meu corpo como se fosse água corrente. Deitamos na cama aos beijos e carícias e a cada segundo que passava, cada olhar, cada sorriso, cada beijo, cada toque só demonstrava o quanto nós nos queríamos. Eu sabia que eu o queria... Talvez essa viagem já tivesse sido planejada por Deus para que nós nos conhecêssemos.
Ele deitou-se em cima de mim e eu abri os botões da sua camisa, arranhando de leve seu abdómen, ele mordeu meu lábio inferior, jogando a camisa para junto do meu vestido. Sorrimos cúmplices, como se guardássemos um segredo em comum por trás daquele sorriso e daquele olhar, enquanto nos movíamos juntos, enquanto nos sentíamos nos tornar um só.

Wish that we could be alone now
Queria que nós pudéssemos nos sentir sozinhos agora.
If we could find some place to hide
Se nós achássemos um lugar pra nos esconder,
Make the last time just like the first time
Fazer da ultima vez como a primeira,
Push a button and rewind
Apertar um botão e voltar.

's POV
- As estrelas estão lindas hoje. - eu disse olhando para o céu estrelado e realmente estava uma noite muito linda, sentou-se ao meu lado na areia e segurou minhas mãos, apoiei minha cabeça no seu ombro observando a fogueira na nossa frente.
- Não mais do que você. - ele sussurrou no meu ouvido e eu gargalhei, me afastando um pouco até conseguir enxergá-lo, ele me encarou.
- Tão clichê. - eu disse rindo mais ainda e ele fez bico balançando a cabeça negativamente e eu dei um selinho ali, o fazendo sorrir. - Vamos dar uma volta pela praia. - eu disse me levantando, pegando uma canga que eu havia pegado lá dentro do bar com o garçom, amigo do , e ele me analisou pensativo.
- Vamos? - ele me questionou e eu estiquei minha mão à sua frente, esperando que ele segurasse, mas me olhou intensamente e nada fez.
- É sério, , vamos logo. - eu cruzei os braços na região dos meus seios e ele me analisou dos pés a cabeça. - Todos já sumiram, então vamos sumir e conhecer tudo aqui. A noite está linda. - eu sorri meiga e ele levantou-se, abraçando minha cintura.

Don't say the word that's on your lips
Não diga as palavras que estão em seus lábios,
Don't look at me that way
Não me olhe desse jeito,
Just promise you'll remember
Só prometa que você vai lembrar
When the sky is grey
Quando o céu é cinza.

Começamos a andar na direção oposta ao resort e ao centro de Búzios, estávamos indo em direção as rochas e pequenas montanhas. Ali é o local mais calmo e gostoso de se ficar, eu e já ficamos muitas tarde lá. Quando éramos só amigos e agora. As ondas calmas tocavam os meus pés descalços e me fazia soltar gritinhos de susto e por sentir a temperatura fria da água, ria e cantarolava algumas músicas. Várias músicas. Enquanto na sua mão direita segurava uma latinha de energético, a outra segurava firmemente minha cintura, como se tivesse medo que eu saísse correndo. Chegamos até perto das rochas e eu estendi a canga antes de me sentar na areia. sentou-se ao meu lado e segurou minha mão, olhando para o mar. Tão grandioso, tão calmo e mesmo assim, tão agitado e infinito. Uma imensidão azul que me lembra tanto os olhos do . Não por ser azul, mas por ser hipnotizante. virou meu rosto em direção ao dele e beijou minha testa, meus olhos, bochechas, queixo e boca. Encostou nossas testas e respirou fundo antes de soltar todo o ar quente em minha boca, me fazendo rir timidamente. Seus olhos estavam fechados e eu sentia seu coração acelerar. Eu o empurrei delicadamente para trás, o fazendo deitar e subi em cima dele sorrindo carinhosamente, segurou minhas coxas e abriu os olhos, um pouco assustados, um pouco surpresos. Não falei nada, apenas me inclinei beijando seus lábios, descendo meus beijos até o pescoço, minhas mãos abrindo os botões da camisa dele com uma certa urgência. Desde quando eu havia me tornado essa mulher louca? Corríamos certo risco ali, a praia não era deserta, alguns metros de distância estava ocorrendo uma festa com muitos jovens e tudo que eu pensava era em unir meu corpo ao dele. Ele retirou meu colete de renda e arranhou levemente minha barriga, levantando aos poucos o meu cropped, eu sorri o ajudando e prendendo meu cabelo num coque frouxo, ele girou meu corpo, me fazendo ficar por baixo e ele por cima. Ele sorriu meigo e beijou ternamente meus lábios enquanto eu o senti dentro de mim, minhas mãos não paravam de se mexer, bagunçava os cabelos dele, arranhava suas costas e tocava os lábios entreabertos dele quando nossas bocas não estavam grudadas. Eu sabia que eu não poderia me sentir mais completa do que eu estava.

So please don't make this any harder
Então, por favor, não faça as coisas serem mais difíceis do que já são,
We can't take this any farther
Nós não podemos prolongar isso,
And I know there's nothin that I wanna change, change
E eu sei que não há nada que eu queira mudar, mudar.

- . - eu sussurrei no ouvido dele e ele parou por um segundo me analisando. - Eu acho... Não importa, só... Continua. - eu disse fechando os olhos, eu o queria mais perto, cada vez mais.
- Eu também acho que estou apaixonado por você. - ele disse perto do meu ouvido, quando deitou-se em cima de mim, segurando seu peso com um braço e depositou um beijo no meu pescoço, fazendo-me sorrir bobamente.

Cause you were mine for the Summer
Porque você foi minha durante o verão,
Now we know its nearly over
Agora sabemos que está perto do fim,
Feels like snow in September
Parece neve em setembro,
But I always will remember
Mas eu sempre vou lembrar,
You were my Summer love
Você era o meu amor de verão.
You always will be my Summer love
Você sempre será o meu amor de verão.


Parte VI
O nosso futuro é algo incerto, é uma Violeta que floresce ao nascer do sol


Dois dias depois...

- Vocês não podem ir embora... - Harry dizia enquanto Liam colocava as bagagens da irmã e das amigas no porta-malas do táxi.
- A minha mãe e da está realmente mal, nós temos que ir, Harry. - Liam disse calmo olhando nos olhos do mais novo amigo. - As meninas poderiam ficar, mas elas escolheram ir embora também.
- Os meninos estão tão chateados. - Harry comentando encostando-se ao carro e olharam ambos para a entrada do resort, Isabelly vinha na frente conversando tranquilamente com a Sophia e, logo atrás, vinha os três casais tristonhos de mãos dadas. - Eles se encontraram com elas...
- E elas se encontraram com eles... - Liam comentou pensativo. - Mas, Harry, a vida é assim, amores vem e vão.
- Tão filósofo. - Harry riu e logo olhou para baixo dando de ombros. - Sua irmã não gostaria de ouvir isso, então não diga na presença dela.
- Eu sei, amigo, eu sei. - Liam concordou e logo Isa estava na sua frente o cumprimentando com um selinho e um beijo no rosto do Harry, Sophia fez o mesmo.
- Eu não queria ir embora. - a mulher comentou, olhando diretamente nos olhos do namorado, que sorriu de lado, como se pedisse perdão.
- Mas esperamos vocês de volta. - Sophia disse sendo abraçada pelo namorado, que assentiu concordando.
- Claro que voltaremos. - Isabelly e Liam concordaram e os dois casais olharam para frente vendo os três casais se despedirem.

's POV
- Eu não... - disse baixo e me abraçou, eu sentia as lágrimas aproximarem-se dos meus olhos, mas eu não choraria. - Não queria que você fosse embora.
- Eu também não. - eu disse perto do seu ouvido e senti seu abraço se tornar mais forte, me aprisionando em seus braços. - ... - eu afastei-me dele, e o encarei nos olhos.
- O que foi? - ele perguntou franzido a testa.
- Eu quero que você saiba que essa semana e dois dias foram os mais especiais da minha vida e mesmo com todos os meus medos e temores, eu nunca vou esquecer. Você é o cara mais especial, encantador e lindo que eu já conheci em toda a minha vida, e eu não sei qual é o nosso futuro, qual é o próximo passo das nossas vidas, mas eu... Eu me apaixonei por você e mesmo que tudo o que aconteceu com a gente se acabe hoje, agora... Eu quero deixar claro e bem gravado na sua memória que o que tivemos sempre vai estar gravado e marcado em mim. - eu respirei fundo fechando os olhos, talvez eu me sentisse melhor se não encarasse os olhos azuis dele. Na verdade, não senti nada de diferente. Continuei sentindo como se estivesse sendo levada do meu lugar certo.
- Ainda bem que eu não sou o único apaixonado. - ele sussurrou contra meus lábios e juntou nossas bocas num beijo urgente, mas com carinho e até mesmo, com um sentimento diferente dos outros, acredito que aquilo fosse saudade antecipada.
Como se com esse beijo fosse capaz de gravarmos nossos gostos e cheiros, nos afastamos. Eu andei devagar em direção ao táxi, enquanto ele ficou parado, ali no portão da saída do resort, sem ter o que fazer ou falar.

's POV
- . - eu parei a sua frente e ele segurou minha cintura olhando profundamente nos meus olhos. - Eu fiquei a noite toda pensando o que eu deveria falar agora para você, mas eu... Eu não sei. - eu disse fechando os olhos e o abraçando, afundando meu rosto no peito dele, seus braços me rodearam, apertando-me contra seu corpo quente e cheiroso. - Eu não quero ir. - eu sussurrei e quase pensei que ele não havia me ouvido, mas ele me ouviu.
- Eu também não quero que você vá. - ele murmurou contra meus cabelos recém-lavados e fez um carinho na base das minhas costas. - ?
- Shiu! Não diz nada, só me escuta. - eu coloquei meu dedo indicador em cima dos lábios dele e olhei em seus olhos. - Eu estou apaixonada por você. Era isso que eu queria falar e é só isso que eu vou te falar. Hoje, dia 12 de janeiro de 2013, às... - parei de falar, para olhar em meu relógio que horas que já era, e fechei a cara vendo que estava chegando a hora do nosso voo. - Às 8h45, eu tenho que te dizer: eu me apaixonei por você desde o dia em que você esbarrou em mim e eu sinto muito que aquele esbarrão acabei aqui e agora. - eu fui abaixando cada vez mais o tom da minha voz e senti a mão dele fazer um carinho em todo o meu rosto, minha mão pousou em seu rosto e segurei seu lábio inferior com o meu, antes de lhe dar um selinho e tornar aquele simples selinho num beijo com toda vontade e paixão que eu tinha naquele momento dentro de mim.
- Nós ainda vamos ficar juntos, ... Esse não é o nosso fim, eu prometo. - ele disse contra meus lábios e distribuiu vários selinhos ali.

's POV
- Eu não sou bom com despedidas, . - disse baixo e estava até longe de mim e eu senti meus olhos encherem de lágrimas, eu sempre fui tão decidida e de bem com a vida, mas não tinha ideia de como dizer adeus a ele.
- Eu também não. - eu me afastei e senti meu corpo encostar numa árvore e não impedi mais deixando que algumas, poucas, lágrimas corressem pela minha face, me encarou e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele já segurava meu rosto em suas mãos e secava minhas lágrimas com seus lábios, com beijos cheios de ternura e carinho.
- Não chore, princesa. - ele sussurrou contra meus lábios entreabertos. - Se hoje nós não nos encontramos, voltaremos a nos encontrar amanhã. - ele falava tão calmo, como se acreditasse naquela metáfora boba e iludida.
- Pare de me iludir, . - eu disse cruzando os braços em cima dos meus seios, o mantendo um pouco mais longe de mim, ele me encarou e revirou os olhos.
- Você não acredita? - ele me questionou e eu neguei. - Não importa! Eu acredito por nós dois, porque eu estou apaixonado por você e estarei esperando te reencontrar para começar direito a nossa história. - ele disse segurando meus braços ao lado do meu corpo e falando olhando fixamente em meus olhos, eu pisquei uma... duas... três vezes antes de inclinar minha cabeça para frente procurando sentir a boca dele na minha, ele se afastou para trás. - Você concorda, acredita... Confia em mim?
- Falando desse jeito, eu acredito. Eu estou apaixonada por você, ... E esperaria tudo para ficar com você. - eu disse séria e ele sorriu puxando meu corpo para perto do dele e me beijando carinhosamente.


Epílogo
Tulipa, o amor verdadeiro


Coloque para tocar You and I agora.

A Tulipa é uma flor que murcha relativamente rápido,
seu bulbo passa um longo tempo congelado,
mas se for bem cuidada, a tulipa renasce ano a ano.
Por isso a Tulipa é um símbolo do amor que renasce vida após vida...
Amor de alma ou Almas Gêmeas.
Dar uma Tulipa Vermelha a alguém significa oferecer a essa pessoa:
O seu amor por toda a eternidade, todas as vidas, seja onde for.
Um símbolo ideal.
Mesmo que morra... A essência permanece e renasce.

Cinco anos depois

A mulher andava calmamente pela praia, agora quase deserta por já ser um fim de tarde de outono, o frio já havia chegado e as pessoas preferiam estar em sua casas quentes e aconchegantes do que estarem ali fora. Mas a mulher não estava se importando com a brisa gelada que bagunçava seus cabelos, ela estava bem quente com aquele casaco e sentia-se bem para ir até ali. Enquanto aproximava-se do local, já conseguia ver a silhueta de outras pessoas. As pessoas mais importantes da sua vida, tirando aquele pequeno ser que estava sendo gerado por ela, suas mãos foram automaticamente para sua barriga. Grávida de exatos cinco meses, sua barriga nem estava tão grande, mas a cada centímetro sentia a felicidade irradiar do seu ser. estava feliz como nunca antes esteve e não era diferente com suas amigas, e . As três amigas loucas, inseguras, insensatas e amantes do perigo sentiam que estavam na melhor época das suas vidas. Observou os quatro casais sentados, um do lado do outro, olhando para as ondas se quebrando e um único homem em pé olhando em sua direção, a mulher deu passos mais rápidos, lembrando-se que há muito tempo, na verdade, na época em que as meninas haviam voltado de Búzios tristonhas e desiludidas, tinha ouvido alguém falar a seguinte frase para elas "Uma vez me disseram que nossas digitais não se apagam da vida das pessoas que nós tocamos. Mas será que isso vale pra todo mundo ou é só uma bobagem poética?"¹. A pessoa havia as deixado com uma questão e naquele momento , e não fizeram questão de responder, mas hoje tinha a resposta na ponta da língua. Isso vale para todos... Principalmente aquele que tornam-se alguém especial para você. A mulher chegou até o homem e ele a abraçou, dando um selinho leve em seus lábios.

You and I
Você e eu
We don't wanna be like them
Não queremos ser como eles
We can make it 'til the end
Nós podemos fazer isso até o fim
Nothing can come between
Nada pode ficar entre
You and I
Você e eu
Not even the Gods above
Nem mesmo os deuses acima
Can separate the two of us
Podem separar nós dois
No, nothing can come between
Não, nada pode ficar entre
You and I
Você e eu

- Você demorou. - disse baixinho e a mulher deu uma risada.
- Eu trouxe refrigerantes! - disse levantando uma sacola com refrigerantes e salgadinhos.
- A grávida estragando nossa festa. - Harry falou sorrindo docemente, mas fazendo a revirar os olhos, todos sentaram-se numa roda.
- Não se esqueça que eu não sou a única grávida aqui, Styles. - a mulher o respondeu abrindo um lata de coca-cola.
- Isso mesmo. - e Sophia responderam, ambas grávidas de três meses e seis meses, respectivamente.
- Tudo bem, tudo bem... Eu amo refrigerante. - Harry disse sorrindo, abraçando a esposa pela cintura.
- Temos tantas coisas para comemorar. - comentou casualmente e todos a encaram. - Ué, é verdade. Daqui duas semanas eu e o iremos nos casar, numa cerimônia simples, mas, ainda sim, iremos nos casar e juntar nossas escovas de dentes para sempre, não é, meu anjinho? - a ruiva disse afinando a voz e apertando a bochecha do noivo, que riu sem graça e deu um selinho na mulher. - A , a e a Sophs estão grávidas! Ou seja, o , e o Harry também estão grávidos e, poxa, quem diria isso? - ela riu sendo acompanhada por todos os amigos. - E o Liam e a Isabelly estão comemorando hoje dois anos de casamento, quer mais coisas para comemorar? - ela arqueou a sobrancelha, como sempre faz quando sente que tem total razão, o que significa sempre, nós sorrimos assentindo.
- Eu proponho um brinde. - disse sorrindo.
- Com água, amor? - comentou baixo, mas a loira escutou dando um tapa em sua cabeça, que o fez gargalhar. - Brincadeirinha, paixão.
- Um brinde por todos esses anos juntos, pelo nosso reencontro há três anos... Aos nossos bebês, aos nossos relacionamentos, a nossa amizade, por todas as felicidades que tivemos durante esse tempo e ainda teremos. - ela disse erguendo sua latinha de fanta laranja. - Ah, eu amo vocês! - ela disse sorrindo meiga e todos sorriram erguendo suas latinhas e as tocando num brinde desajeitado e engraçado, mas totalmente fofo.

I figured it out
Eu percebi isso
Saw the mistakes of up and down
Vi os erros de cima para baixo
Meet in the middle
Conheço no meio
There's always room for common ground
Há sempre espaço para um terreno comum

I see what it's like
Eu vejo o que é
I see what it's like for day and night
Eu vejo o que é para o dia e a noite
Never together
Nunca juntos
'Cause they see things in a different light
Porque eles vêem as coisas sob uma luz diferente
Like us
Como nós
But they never tried
Mas eles nunca tentaram
Like us
Como nós

Naquele verão havia sido difícil para aquelas garotas deixarem o primeiro amor da vidas delas para trás, tinha sido a coisa mais complicada e talvez até dolorosa. Mas as três amigas superaram e depois de dois anos longe... Se reencontraram e agora estão juntos. Não para sempre, mas pelo tempo que estiverem felizes. Aquele amor de verão, que seria apenas por diversão e momento, tornou-se mais intenso do que esses três casais acreditavam... E esperavam.

O que quer que você faça na vida, será insignificante.
Mas é muito importante que faça, porque ninguém mais fará.
Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz:
"Você não está preparado".
Mas a outra metade diz:
"Torne-a sua para sempre!"¹


*frase¹: Trechos do filme "Remember Me" (Lembranças)
Fim

22.12.2013 - Nota da Autora: Boa noite/madrugada para vocês, amigas. Quero deixar claro que isso aqui é meu, da Jennifer e da Marcela. Ok, na minha mente essa estória era para ficar bem melhor, mais fofa, engraçada e amorzinho, blá-blá-blá... Mas, as idéias pararam. Vou contar à vocês da onde surgiu a idéia, sempre que eu ia para meu técnico, eu ficava sentada no onibus ouvindo Summer Love, e cara eu sou apaixonada por essa música, amo demais! E as idéias começaram a surgir, no início seria só algo para mim, mas então quando conversei com vocês duas, vi que eu tinha que fazer uma estória, um mundo alternativo e paralelo as nossas realidades, que juntasse nós três e os nossos amorzinhos, não ficou como eu imaginava, mas eu até que gostei. Eu tive que terminar agora, porque daqui dois dias é natal (e aniversário do Boo Bear da Jen) e logo vou viajar, e pode considerar isso como um presente de natal. Se quiserem. Espero que vocês gostem, porque foi tudo para vocês... Por vocês. Eu amo vocês duas, bitch's.
Caso alguém ler e gostar, comentem aqui ou lá no meu twitter @naaathymalik, fiquem a vontade.

Beijos, Nathy. Xx.


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