Fanfic finalizada.

Capítulo 1

8 meses antes...


Encaro o espelho logo pela manhã. Não fico feliz com que vejo, porém, a vida não para e espera você se sentir disposta para encarar mais um dia de trabalho.
Chamo-me e tenho 24 anos recém-completados. Trabalho em uma importante revista feminina. Atualmente, estou trabalhando revisando colunas de outras colunistas, porém, hoje é o dia que as revisoras mostram seus projetos e podem ganhar uma coluna. Estou realmente muito animada com uma possível coluna. Afinal, não estudei a vida inteira para ficar para sempre corrigindo as colunas de outras pessoas.
Peguei as minhas pastas e desci apressadamente para a garagem do meu prédio. Para completar, o meu carro, como de costume, resolveu brincar com a minha paciência. Aos trancos e barrancos consegui chegar até a sede da revista.
— Droga! — gritei quando esbarrei em alguém e consequentemente a minha pasta caiu no chão, porém vi duas mãos pegando rapidamente os papéis caídos. Quando levantei, encarei seus olhos , seu sorriso era o mais lindo que já havia visto. Peguei a minha pasta de suas mãos, e o homem continuava a me olhar. Nunca havia visto ele na empresa, devia ser um dos técnicos que de vez em quando vem salvar os computadores quando dão problemas.
. — disse, estendendo a mão para me cumprimentar. Droga, até a voz dele é extremamente sexy. Meu Deus, se não bastasse eu ser uma desajeitada, ainda sou mal-educada.
— Mil desculpas! Sou a . — sorri um pouco envergonhada.
— Sem problema nenhum. — sorriu. — Já pensou em trocá-lo? — apontou para o meu carro.
— Todos os dias. Porém falta o principal, o dinheiro. Sou apenas uma simples revisora. — sorri para o homem, que em nenhum momento tirava seus olhos dos meus.
— Como vai fazer para ir embora?
— Vou pedir carona a alguém. — quando olhei no relógio, estava super atrasada. Lauren iria me matar. — , foi um prazer conhecê-lo, mas preciso ir. — disse, subindo as escadas o mais rápido possível.
Quando adentrei a sala, todos me olharam, inclusive a minha chefe, que me olhou pedindo para que me juntasse aos meus colegas e não atrapalhasse a reunião mais esperada no ano. A verdade é que já tinha um ponto negativo ao meu favor. A única coisa boa até agora foi ter conhecido o , porém não irei me animar, porque um cara como ele jamais ficaria com alguém como eu. Quando todos mostraram seus projetos, a minha chefe deu a reunião por encerrada, mas estava decidida a mostrar a ela a minha coluna.
— Lauren — disse, antes da mesma se levantar da mesa.
— o quê você quer, ? — olhou minha feição nervosa.
— Não quis mostrar na frente de todos, porém tenho um projeto para a nova coluna. — disse, entregando os papéis que preparei ao longo de muitos meses. A mesma folheava folha por folha, sua feição parecia ser boa.
Não aguentava de tanta ansiedade, estava há mais de um ano na revista e não aguentava mais revisar as colunas de outros colunistas. Sei da minha capacidade de ter algo que seja meu.
— O material está realmente muito bom. O melhor de todos apresentados na reunião. — Lauren disse, entregando os papéis em minhas mãos.
— Obrigado, Lauren. — disse, sorrindo. — Então serei a próxima colunista?
, você sabe qual o perfil de uma colunista da nossa revista? — Lauren disse, me olhando com desprezo.
— Como assim?
, uma colunista deve ter o perfil bom. As leitoras precisavam olhar pra você e se espelhar, mas quem quer se espelhar em uma mulher como você? Vinte e quatro anos, solteira, mora sozinha, não tem um corpo bonito. — disse, encarando minhas roupas largas em forma de disfarçar um pouco. — Você iria ler uma coluna sua? Iria se espelhar em alguém como você?
— C-como assim, Lauren? — disse com a voz fraca, mas não choraria na frente dela.
— Você é apenas uma garota grande com um sonho grande. — Lauren disse, saindo da sala e deixando-me sozinha.
Chorei por incontáveis minutos, meu trabalho havia sido em vão. Aquele papo de que aparência não é importante é tudo uma mentira que o mundo conta para nos enganar. O mundo não é sua mãe que enxerga o seu conteúdo, sua essência. O mundo enxerga a capa do seu livro, o superficial, trata como se você fosse um produto. E digamos que meu produto é aquele que fica na prateleira e ninguém quer levar.
… — disse, próxima a mim. — O que aconteceu? — disse, notando meus olhos vermelhos e inchados.
— O de sempre. — disse, pegando uma xícara de café. — As pessoas só se importam com a sua aparência. Nessa revista o que importa é ter um corpo bonito. E quando você tem conteúdo, mas não tem o corpo igual ao delas, adivinha? Você não ganha a sua tão sonhada coluna. – disse, sentando na minha mesa, que tinha uma pilha de colunas para revisar. Olhei para os papéis e senti raiva por não ter a minha coluna, o meu sonho.
voltou para o departamento pessoal, e eu comecei meu dia de trabalho. Revisei coluna por coluna e em seguida, entreguei-as para a Lauren, que era a editora-chefe. Quando voltei, estava sentada na minha cadeira, com um olhar de quem havia feito besteira.
— O seu carro quebrou, né? — disse, me olhando. — , técnico que veio consertar meu computador, se ofereceu para te dar uma carona.
Olhei para a sem acreditar que ela havia feito aquilo de novo. Quantas vezes vou ter que falar para ela parar com esses encontros arranjados?
, — disse com a voz um pouco irritada. — para de fazer isso.
— Isso o quê? — fingiu-se de desentendida. Sabia muito bem que ela havia entendido, porém fiz questão de lembrá-la pela milésima vez.
— De ficar me arranjando encontros. — disse, sentando-me na cadeira. — Já foi o seu vizinho, o cara da contabilidade, o carinha do pub e agora esse técnico.
— Seja uma boa menina e não transe no primeiro encontro. — disse, correndo para a sua sala. Bufei e segui com meu trabalho.
Comecei a trabalhar na revista no último ano da universidade, há mais ou menos 2 anos e meio. Comecei como estagiária, porém fui contratada quando conclui a universidade. A minha chefe é o Hitler de saia. De todas as contratadas, precisava ser eu a sua assistente? A mulher não respeita a sua vida pessoal. Liga de madrugada, me faz ficar até mais tarde na empresa, manda vir trabalhar em feriados, ou seja, ela destruiu a minha vida pessoal ao ponto de eu não lembrar qual foi a última vez que fui a um pub ou até mesmo almoçar com as minhas amigas. E tudo isso para quê? Do que adianta você se esforçar ao máximo e não conseguir realizar seu sonho? O dia havia sido exaustivo e para completar pegaria carona com um desconhecido que a minha amiga fez questão que me desse carona.
! — gritou de dentro do seu carro. Segui até o local e o encarei pela janela do carona. — Quer carona? — disse, abrindo a porta do carro. Assenti com a cabeça e entrei no carro, colocando o cinto de segurança. Ele ligou o rádio e estava tocando uma playlist de rock, só os clássicos que eu tanto amo. Contive minha vontade de cantar alto todas as minhas músicas preferidas.
Conversava animadamente com o , que parecia ser um cara legal, porém, pelo pouco que conversamos, notei o seu tipo. É daqueles caras que sai de noite e volta de manhã, que acorda na cama de uma mulher que não lembra o nome, que pode ter as mais gostosas do mundo. Ou seja, seremos apenas bons amigos. Normal, sempre sou a amiga dos caras, nunca sou a garota deles.
— Muito obrigado pela carona. — sorri, pegando minha bolsa.
— Não precisa agradecer. — sorriu. — Se fosse você, cogitava a ideia de um carro novo. — brincou, me fazendo sorrir. Desci do carro e poucos segundos depois o perdi de vista.
Adentrei meu apartamento, encarando meu computador. Sentei na enorme mesa e comecei o processo de criação do meu mais novo projeto. A Lauren quer um perfil? Ela terá e com um conteúdo bom. Quando terminei de criar, mandei para o e-mail da revista. Desliguei o computador, tomei um banho e em seguida adormeci.

"Pra onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?" — Eu me chamo Antônio



Capítulo 2

Feriado. Enquanto todos estão com suas respectivas famílias, amigos e namorados, eu estou trabalhando e aturando a minha chefe reclamar até mesmo do ar que eu respiro, que no caso é o mesmo que o dela. Estou revisando a nova coluna da revista, " responde."
"Tenho 30 anos, sou casada e mãe de três filhos. Antes de me casar, o meu peso era normal, os homens ficavam loucos por mim. Mas, depois de três filhos, o meu corpo não é mais o mesmo. Não estou dizendo que me arrependo dos meus filhos. Porém, há algumas semanas, sinto meu marido estranho, afastado. Tenho medo de afastá-lo de vez. O que eu faço?" - Solitária de 30 anos.
"Querida Solitária de 30 anos, a beleza é algo superficial que dura apenas nos primeiros 5 minutos. Seu marido casou com você pelo que você é. Em relação ao seu corpo, se você se sente bem com ele, não mude. Porém, se não estiver se sentindo feliz, mude. Vá a um médico e converse com ele, explique a sua situação. Mas, independentemente de quantos números tenha na balança, você deve se amar todos os dias e enxergar suas qualidades. Não mude por alguém, mude sempre para se sentir feliz. O que importa não é o que pensam ou acham sobre você, porque o importante é você se sentir feliz. Espero que tenha ajudado." -
", estou desesperada. Meu namorado está me traindo com uma conhecida da faculdade. O amo muito e não queria perdê-lo. Se fosse você, o que faria?" – Universitária Indecisa.
"Querida Universitária Indecisa, a primeira pergunta que tenho para fazer a você é: se você o perdoasse, como confiaria novamente nele? Por mais que ame seu namorado, ele não foi um cara nada legal com você. Tudo bem que você o ame, porém, seu amor-próprio tem que vir antes de qualquer coisa. Uma garota não deve fechar os olhos para o que está bem na sua frente. Se você prosseguir com esse relacionamento, quando perceber, já vai ter perdoado uma, duas, três, quatro traições e irá se sentir sobrecarregada. O pior de tudo é que irá se decepcionar a cada traição. Existem muitos caras esperando por uma garota legal. Pense com carinho antes de tomar qualquer decisão." –
Quando terminei de revisar a coluna da , entreguei para a Lauren e a mesma me liberou para aproveitar o resto do feriado. Como meu carro está na oficina, demorei um ano para conseguir um táxi por conta do feriado e das pessoas normais que estão aproveitando e não enfurnadas em uma empresa aturando a chefe que não tem vida social e não te permite ter uma também. Quando adentrei meu apartamento, estava sentada no sofá me esperando.
, era pra você ter ido há quase 4 horas me encontrar para irmos almoçar. — fingiu estar chateada. Porém, quando olhei para ela com uma feição triste, a mesma me abraçou.
Fomos até a cozinha e preparamos pipocas. Colocamos para assistirmos "Como se fosse a primeira vez". Sem dúvidas alguma esse é um dos filmes que eu assisto infinitas vezes e nunca vou deixar de amar e chorar.
é casada e tem dois filhos, nos conhecemos na formatura da universidade. O irmão dela era de uma das turmas de jornalismo.
Quando o filme terminou, limpamos a bagunça que havíamos feito. Meu celular tocou e corri para atendê-lo.
— Alô. — disse, notando o número desconhecido.
, é o . — sua voz estava mais rouca do que antes.
— Ah, . — sorri, e sentou-se em um dos bancos encarando tudo. — Como conseguiu meu número? Não lembro de ter dado.
— Uma das meninas do departamento pessoal me passou. — disse, sorrindo. — Então, estou em um pub perto do seu apartamento e gostaria de saber se quer tomar um drink comigo.
— Tomar um drink com você? — disse, e começou a mexer no meu guarda-roupa. Tapei o telefone e tentei entender o que a mesma estava fazendo mexendo em minhas roupas, mas ela mandou que aceitasse. — Tudo bem. Em 1 hora encontro você. — disse, e bateu palmas.
— Vou aguardá-la. — ele disse, desligando o telefone em seguida.
jogou algumas roupas encima de mim. Tomei um banho, coloquei um vestido azul-marinho e uma jaqueta por cima. Soltei meus cabelos e fiz uma maquiagem bem simples. Peguei a minha bolsa e me deixou no pub. Quando adentrei o local - não estava tão movimentado devido ao feriado - o avistei. Ele estava vestindo uma camisa azul e jeans. Caminhei até o balcão, onde o mesmo encontrava-se, e me sentei ao seu lado.
— Você está linda. — disse, entregando-me um drink. Sorri em forma de agradecimento.
— Não viajou no feriado? — perguntei, curiosa.
— Não costumo viajar nos feriados. — sorriu, bebendo seu drink. — Trabalho viajando. Quando estou em casa, corro de viagens. — sorriu, porém, sua feição passou de alegre para assustado. Tapou os rostos com as mãos, tentando se esconder. Olhei para os lados e apenas notei uma loira que aparentava ter uns 20 anos.
— O que aconteceu, ? — perguntei sem entender.
— É a minha ex-namorada. — franziu o cenho. — Ela está vindo pra cá, por favor, não ligue se ela falar algo. Ela é a pessoa mais desprezível que eu conheci.
Em poucos segundos a loira se aproximou do balcão e soltou uma gargalhada quando me olhou.
— Por que você não me ligou, ? — disse com raiva. — Deixou um bilhete e foi embora.
permaneceu quieto. Aquilo estava me deixando uma pilha de nervos. Como deixara falar assim com ele?
A loira me encarou e soltou uma gargalhada.
— Não acredito que me trocou por uma baranga dessas. — gargalhou. — Uma gorda. Não sabia que você estava fazendo caridade ou pagando promessa. — a garota disse, rindo alto, fazendo todos olharem para o balcão.
Levei minhas mãos até o rosto da garota, dando um tapa forte, o que a fez cair no chão. Corri o mais rápido possível daquele local, deixando estático no meio do pub. Quando sai do local, parei e me encostei em uma parede. Desabei a chorar, mas senti duas mãos tocando meus ombros.
— Desculpa! — disse com a voz triste, porém não me virei para encará-lo.
— Pra que me chamou pra vir aqui? — gritei, virando-me para encará-lo. — Pra rir de mim? Pra fazer o que todo mundo faz? — sentia meus olhos cada vez mais marejados.
— Não, . — disse, sério. — Não chamei você para rir ou fazer o que todas as pessoas idiotas feito a minha ex-namorada fazem. — disse, enxugando minhas lágrimas. — Não sabia que ela apareceria no pub. Como disse, ela é desprezível. Mas, por favor, me desculpe. Não queria fazê-la passar por isso, apenas queria sua companhia em um drink.
— Tudo bem, . — sorri, enxugando minhas lágrimas. — Desculpe ter tratado você dessa forma, mas a sua ex-namorada me irritou demais com comentários tão desnecessários como ela.
— Sem problemas, . — sorriu. — Amigos? — ele disse com um sorriso, e na hora entendi o recado. Ele seria apenas mais um de muitos que querem ser apenas meu amigo. E isso me magoa de verdade, porém, a única coisa que fiz foi forçar um sorriso e assentir positivamente para o homem.
Caminhamos pelas ruas enquanto conversamos, porém, quando passamos em frente a uma loja tão conhecida por mim, meus olhos pousarem sobre o vestido que sonho em comprar desde o dia que o vi na vitrine, mas meu corpo não colabora. Logo voltei à realidade e continuei a conversar com o . Quando chegamos em frente ao meu apartamento, fui surpreendida com um pedido inesperado.
— Que tal nos encontrarmos daqui um mês? — sorriu. — Vou levá-la ao parque.
— Tudo bem. — ele beijou minha bochecha. Em seguida, caminhou em sentido oposto ao meu apartamento. E como todas as vezes, em poucos segundos o perdi de vista.


***


Na manhã seguinte, acordei e me arrumei rapidamente para mais um dia de trabalho. Antes passei na oficina e busquei meu carro. Logo depois, segui em direção a revista.
, Lauren quer vê-la. — uma das revisoras disse, enquanto pegava um café.
— Obrigada. — sorri, deixando minhas coisas sobre a minha mesa. Segui em direção à sala da minha chefe. Pedi a Deus que a mesma estivesse com um humor digamos que tolerável, porque começar o dia com a versão do Hitler feminina estressada já tornava o meu dia em si ruim.
— Sente-se. — Lauren disse, aparentando estar nervosa. — , você conseguiu entrar em contato com a ? Precisamos conversar com ela sobre uma palestra de lançamento do livro dela que será em 8 meses, mas ela não responde meus e-mails. — Lauren gritava.
— Não, Lauren. — disse, nervosa. — Por que é tão importante a presença dela?
— Porque o livro é D-E-L-A. E escreverei o Prefácio. — disse com raiva. — Quero que você entre em contato com ela e marque o dia da palestra, ou então pode dar adeus ao seu emprego. — gritou, apontando para a porta. Havia entendido o recado que era para me retirar de sua sala. Sai o mais rápido possível e retornei aos meus afazeres diários.


***


Adentrei a lanchonete encontrando e sentadas na mesa, me aguardando para almoçarmos. Fiz companhia as duas e fizemos nossos pedidos. Comíamos tranquilamente, quando pegou uma revista e começou a ler para que escutássemos.
"Tenho 30 anos, sou casada e mãe de três filhos. Antes de me casar, o meu peso era normal, os homens ficavam loucos por mim. Mas, depois de três filhos, o meu corpo não é mais o mesmo. Não estou dizendo que me arrependo dos meus filhos. Porém, há algumas semanas, sinto meu marido estranho, afastado. Tenho medo de afastá-lo de vez. O que eu faço?" - Solitária de 30 anos.
"Querida Solitária de 30 anos, a beleza é algo superficial que dura apenas nos primeiros 5 minutos. Seu marido casou com você pelo que você é. Em relação ao seu corpo, se você se sente bem com ele, não mude. Porém, se não estiver se sentindo feliz, mude. Vá a um médico e converse com ele, explique a sua situação. Mas, independentemente de quantos números tenha na balança, você deve se amar todos os dias e enxergar suas qualidades. Não mude por alguém, mude sempre para se sentir feliz. O que importa não é o que pensam ou acham sobre você, porque o importante é você se sentir feliz. Espero que tenha ajudado." -
— Ela sempre tem razão. — disse, animada. — A sabe como falar com as mulheres. — concluiu.
— Não entendi. — disse, nervosa.
— Nem eu, . — disse, bebendo seu refrigerante.
— Meninas, não estamos felizes com o nosso corpo. — disse, séria. — E se fizemos um trato? Nada dessas dietas que combinamos e sempre acabamos saindo.
— Uma espécie de pacto? — a olhou sem entender.
— Exatamente. — continuou. — Uma dieta juntas, malhar juntas. E todo mês iremos nos pesar e anotar quantos quilos perdemos, mas em 8 meses iremos ao nosso restaurante preferido comemorar.
— Precisamos de uma motivação. — disse, séria.
— Um biquine vermelho e poder ir a praia com meu marido e meus filhos. — disse, e anotei na agenda.
— Um namorado lindo e gostoso. — disse, e anotei na agenda.
— E o seu, ? — e disseram, juntas. Não tinha dúvidas sobre qual seria a minha motivação.
— O vestido dos sonhos. — sorri e anotei. — Nosso pacto precisa de um nome.
— Verdade. — disse.
— Que tal Pacto da Cinderela? — disse, sorrindo.
— Um brinde ao Pacto da Cinderela. — disse, levantando meu copo e as meninas fizeram o mesmo.

"I remember years ago Someone told me I should take Caution when it comes to love I did." — James Arthur



Capítulo 3

Se passaram três meses e estávamos na luta contra a balança. Todos os dias acordávamos as 07h00 e nós encontrávamos no parque para começarmos nossos exercícios físicos, acompanhadas do professor. Tiramos doces e qualquer tipo de bombas de calorias. Quando comecei a dieta, pensei que não fosse suportar um dia sem doces, sem refrigerante. A verdade é que a cada dia eu me surpreendo comigo mesma e minhas amigas.
"Preciso da sua ajuda. Tenho 17 anos e acabei me apaixonando por um colega de classe, porém, ele é o tipo de cara que gosta das meninas gostosas. E estou longe de ser assim. Estou alguns quilos acima do peso, me sinto feia e fico triste todas as vezes que me olho no espelho." Adolescente em Crise.
"Querida Adolescente em Crise, compreendo seus medos e suas inseguranças. Já tive 17 anos e era exatamente dessa forma. Eu era uma adolescente acima do peso, desajeitada, tímida. Muitas vezes me olhava no espelho e chorava ao notar que minha imagem era totalmente o aposto do que queria que fosse. Mas vou aconselhá-la da mesma forma que a minha mãe me aconselhou quando eu tinha a sua idade. Não tenha vergonha de ser do seu jeito, porque você é única. Não importa quantos dígitos tenha em sua balança, porque isso não definirá o seu caráter ou sua capacidade de realizar seus sonhos e ser feliz. E quanto ao cara pelo qual está apaixonada, não se sinta inferior a ele, porque não é verdade. Não se sinta triste por não ser igual a todas que ele se interessa, porque você não precisa ter o corpo delas ou sorriso delas. Você precisa mostrar suas qualidades, e se isso não for o suficiente para ele, sinceramente, siga em frente com a sua vida. Por mais que doa, siga em frente. Seja sempre feliz e lembre sempre de se amar antes de amar alguém." –
"Não aguento mais sofrer pelos caras errados. Sempre me usam como se fosse um brinquedo sexual. Por favor, me ajuda." - Mulher Confusa
"Querida Mulher Confusa, compreendo o seu cansaço em relação à esses caras. Porém, em algum momento, você já se perguntou se o problema não é você? Os caras brincam com seus sentimentos porque você permite. A partir do momento que você colocar seu amor-próprio acima de tudo, os caras perceberão que você sem eles continua sendo você e eles sem vocês continuam sendo os mesmos caras vazios que procuram por uma mulher decidida para preenchê-los. Não deixe que brinquem com você, porque mulher nenhum merece ser tratada como copos ou pratos descartáveis, que depois de usados, simplesmente se joga fora. Não se submeta a homens que não sabem valorizar uma mulher. Espero que tenha ajudado." —
Quando terminei de revisar a coluna da , passavam das 21h00. Guardei meus materiais e deixe os papéis sobre a mesa da Lauren. Dirigi até o meu apartamento ao som de "I don't want to Miss a Thing" do Aerosmith. Sem dúvidas alguma era uma das minhas músicas preferidas. Parecia uma adolescente de 16 anos, cantando e dirigindo seu primeiro carro. Quando cheguei em casa, tomei um banho relaxante, em seguida preparei a minha salada e jantei enquanto assistia televisão. Meu celular apitou. Era uma mensagem do .

"Amanhã às 09h00, esteja pronta. Xx "

Sabe quando a felicidade preenche você de tal forma que não se reconhece? Estou exatamente assim. Todos os dias fico ansiosa para vê-lo, porém nossos encontros são sempre demorados devido ao seu trabalho viajando para vários países. E ultimamente ando tão ocupada com a revista e com o Pacto da Cinderela que certos dias nossas agendas não batem. Corri até o meu closet e separei uma roupa para nosso passeio no parque. Assim que terminei de arrumar a minha roupa para o passeio, meu celular começou a tocar sem parar.
— Alô. — fiz uma voz mais grossa quando percebi que o celular que tocava era o da .
— Senhorita ? — Lauren disse, simpática ao telefone.
— A mesma. — disse, séria — Em que posso ajudá-la? Na certa deve ser algo muito importante para a mesma me incomodar em um horário nada propício para tratar de negócios. — disse, seca. Era a oportunidade de devolver na mesma moeda por todas as vezes que me tratou com ignorância.
— Desculpe, senhorita . — disse com a voz nervosa. — Minha assistente é uma incompetente e não consegue falar com a senhorita. Precisamos tratar sobre a palestra do lançamento do seu livro. — Lauren tentava ser simpática.
— Que tipo de pessoa é você que fala mal da própria assistente? — disse, impaciente. — Não a chame de incompetente, porque a mesma tentou falar diversas vezes comigo, porém não pude atender ou retornar nenhuma das ligações. E sobre a palestra, só decidirei no dia se vou ou não. — disse, séria. — Se você não tem vida pessoal, pelo menos deixe as pessoas terem as delas. Existem horários para ligações de trabalho, e a sua assistente que você chama de incompetente sabe muito bem. Você precisa aprender algumas coisas com ela, começando pela educação e respeito com as pessoas. — disse, desligando o telefone na cara da Lauren.

***


Acordei por voltas das 07h00. Quando me olhei no espelho, pude perceber os quilos perdidos nos últimos 3 meses graças ao Pacto da Cinderela. Coloquei uma blusa soltinha e um jeans. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e fiz uma maquiagem simples, coloquei meus óculos escuros e calcei uma sapatilha. Assim que terminei de me arrumar, ouvi a buzina do carro do . Peguei minha bolsa e desci animadamente encontrando , que vestia uma camisa branca e bermuda jeans. Seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos tinham um brilho diferente.
— Você está linda. — disse, passeando com seus olhos pelo meu corpo.
— Muito obrigado. Você também está lindo. — sorri. O mesmo deu um sorriso safado e deu partida no carro. Em poucos minutos chegamos ao parque mais famoso da cidade. Ele abriu a porta do carro, em seguida começamos a caminhar.
contava que vinha com o pai quando era mais novo. No meio do caminho ele comprou um cachorro-quente e perguntou se eu queria, porém, permaneci forte e neguei. Sentamos em um banco de frente para o lago do parque.
... — fui interrompida pelos seus lábios desesperados procurando pelos meus. As nossas línguas estavam travando uma guerra uma com a outra. Suas mãos deslizaram até a minha cintura e minhas mãos afagavam seus cabelos. Desceu seus beijos para o meu pescoço, me fazendo gemer baixo. Uniu nossos lábios novamente, era um beijo feroz. Cessamos o beijo por falta de ar.
— Desculpe… Não aguentava mais imaginar o sabor dos seus lábios. — sorriu, me puxando para um abraço. Apoiei minha cabeça na altura dos seus ombros. permaneceu acariciando meus cabelos.
tem um belo par de olhos , um sorriso que abala as estruturas de qualquer mulher, porém as suas piadas são as piores do universo. Gargalhava da sua frustração de todas as vezes que contou alguma piada e eu não achava graça. Queria ter uma câmera para registrar todas as suas tentativas de me fazer sorrir. Passamos mais algum tempo no parque, depois me deixou em casa.
— Quando o vejo novamente? — disse, ainda dentro do carro.
— Que tal pelo amanhecer? — sorriu safado, e dei um tapa em seu braço.
, vamos com calma. — sorri.
— Estava brincando. Já jogou boliche?
— Não. Por quê?
— Então daqui um mês a gente se encontra para ir ao boliche. — sorriu, doce, e eu retribuí o mesmo.
Nossos rostos se aproximaram e em seguida senti seus lábios chocando-se aos meus. Nossas línguas brincavam uma com a outra. Suas mãos adentraram a minha blusa, acariciando minhas costas. Minhas mãos estavam em seus cabelos que estavam sempre bagunçados e davam um ar sexy a ele. Mordeu o lóbulo da minha orelha, e eu o apertei contra meu corpo. Puxou-me para sentar sobre seu colo, suas mãos estavam pousadas sobre a minha coxa enquanto as minhas unhas arranhavam suas costas por debaixo de sua camisa. Cessamos o beijo com alguns selinhos. O abracei e em seguida desci do carro, adentando meu apartamento com um sorriso que até então era tão desconhecido por mim mesma. Eu parecia estar apaixonada(?).

"Ela sabia que precisava dele. Mas tinha medo da compulsão. De querer ele sempre e sempre e pra sempre. E amanhã e depois. E de dia, e tarde, de madrugada."- Tati Bernardi



Capítulo 4

Hoje completa quatro meses do Pacto da Cinderela. Combinei com a e a que, quando estivéssemos na metade do pacto, iriamos nos reunir na lanchonete onde começamos essa mudança que veio para transformar a nossa vida, resgatar nossa autoestima, fazer com gostássemos do que víamos ao nos olhar no espelho. Pela primeira vez na minha vida, consigo me animar em comprar um jeans novo, me maquiar, ir ao salão de beleza cuidar dos cabelos. Antes sentia como se nada disso fosse importante porque estava acima do peso e ninguém notaria meu cabelo ou minha maquiagem. Vestia jeans largos, blusas três, quatro números maiores do que o meu.
— Meninas, preciso conversar com vocês. — disse com a voz triste.
— Aconteceu algo? — olhei preocupada para sua feição triste e cansada.
— Vocês estão emagrecendo, estão ficando lindas, e eu não. — disse, chorando alto.
, você vai conseguir, assim como eu e a . — forcei um sorriso. — Se quiser, eu malho com você mais tempo que o necessário, te ajudo nas dietas. — disse, tentando acalma-la.
— Estou de acordo com a . — disse, próxima a . — Começamos isso juntas e tem que ser bom pra todas.
— Meninas, vejam isto. — disse, entregando em minhas mãos uma revista com uma reportagem sobre a redução de estômago.
, você… — disse, porém ela me interrompeu.
— Conversei com os médicos. — disse com um sorriso fraco. — Está marcado para essa semana. De coração, eu espero vê-las me apoiando nesse momento tão importante da minha vida.
— Nunca deixaríamos de estar presentes em um momento tão importante pra você. — disse, abraçando a e me puxando para um abraço coletivo.

***


Uma semana se passou e aqui estamos, na clínica onde a fará a redução de estômago. Não consigo dormir há quatro dias de tamanho nervosismo. Por mais que seja um médico de confiança, você sente um medo por ser alguém que você ama, que você quer sempre ver bem. Porém, os amigos precisam apoiar um aos outros, assim como a sempre me apoia, eu devo fazer o mesmo e mostrar a ela o quanto a amo. De nós três, sempre foi a que ficava mais nervosa em situações como essa, então ela não poderia estar diferente nesse momento.
, estamos com você. — sorri, apertando sua mão enquanto a mesma estava começando a ficar sobre o efeito da anestesia.
— Amo vocês, minhas princesas. — disse com a voz embolada devido a anestesia. ficou de um lado da cama e eu do outro.
— Vai dar tudo certo. — disse com a voz chorosa. — Você é uma garota de atitude. Disse que faria e aqui está. Queria ter 10% da sua valentia.
— Olha quem fala, a menina que está linda e magra porque está rejeitando todos os doces, bombas calóricas e honra o pacto. — sorriu — Vocês são valentes. Quero dizer que são garotas maravilhosas e essa dieta está deixando-as ainda mais maravilhosas. — sorriu e a abraçamos fortemente.
Em seguida, levaram a para a mesa de cirurgia. Permanecia com a na sala de espera aguardando o fim da operação. Minhas mãos soavam, minhas pernas estavam bambas. Minha ansiedade não fala, porém envia sinais ao meu corpo. Estava distraída quando chegou e me entregou um copo de café. Peguei e agradeci, mas permaneci pensativa e preocupada. Nas últimas semanas vem reclamando da falta de apoio do seu marido e, logo nesse momento, ele não está presente. Quando ela mais precisa ele simplesmente não comparece.
— Estão com a ? — um médico alto que aparentava ter uns 40 anos adentrou a sala de espera. Levantamos rapidamente e conversamos com o mesmo por alguns minutos. Ele disse que a cirurgia havia sido um sucesso, que tudo ocorreu perfeitamente e que a já estava no quarto.
Pegamos nossas bolsas e seguimos em direção ao quarto. Quando adentramos, ela ainda dormia devido ao efeito da anestesia, porém o médico informou que em poucos minutos ela acordaria. Sentei em uma das poltronas e a fez o mesmo. Passaram alguns minutos e a nos chamou. Levantamos e ficamos de lados opostos da cama da .
— Como você está? — sorri, acariciando seus cabelos.
— Feliz. — sorriu.
— Por favor, não faça mais nenhuma cirurgia. — sorriu. — Ficamos uma pilha de nervos.
sorriu, porém continuou a falar.
— Já dá pra perceber que eu estou magra? Estou magra, estou magra. — disse, animada, nos fazendo sorrir.
Permanecemos por alguns minutos no quarto, mas o médico pediu que nós retirássemos que a precisava descansar, e assim fizemos. foi para sua casa e eu para a minha.

***


Passei a tarde descansando. Quando começou a anoitecer, separei minhas roupas e fui tomar um banho. Vesti uma blusa de botões branca com um jeans preto. Coloquei uma sandália de salto, soltei meus cabelos e baguncei-os. A maquiagem estava básica, porém um batom vermelho marcava meus lábios. Quando terminei de passar o perfume, escutei a buzina do carro do . Tranquei meu apartamento e desci correndo, porém parei de correr antes de chegar em seu carro. O encontrei encostado em seu carro. estava vestindo uma camisa social branca com um blazer preto e um jeans escuro. Seus cabelos estavam devidamente bagunçados e novamente em seus olhos tinha aquele brilho que me deixava a cada dia ainda mais encantada por ele. Aproximei-me dele e o mesmo sorria passeando seus olhos pelo meu corpo. pegou minhas mãos e me fez girar.
— Você está cada dia ainda mais linda. — sorriu, puxando-me para um beijo intenso. Nossas línguas começavam a travar aquela guerra deliciosa quando entravam em contato uma com a outra. Cessamos o beijo por falta de ar e sorrimos um para o outro.
— Você não está nada mal. — sorri, olhando dentro dos seus olhos . sorriu e abriu a porta do carro. Entrei, em seguida ele deu a volta no carro, entrando no lado do motorista. Colocamos o cinto de segurança e deu partida no carro. Seguimos conversando e riamos muito. estacionou o carro em frente ao boliche da cidade. Abriu a porta do carro e, quando desci, ele entrelaçou nossas mãos.
Pedimos nossos sapatos e o fez questão de tirar minha sandália e calçar os sapatos em meus pés. Em seguida, retirou seu vans e calçou os sapatos apropriados para jogar boliche. A verdade é que nunca tinha jogado boliche, enquanto o já havia até participado de concursos quando era adolescente.
— É assim, amor. — posicionou-se atrás de mim e colocou a mão por cima da minha. Em um impulsou me fez empurrar a bola e todos os pinos foram derrubados. Fiz uma dancinha da vitória e pulei em seus braços, uni nossos lábios em um beijo diferente de todos os outros trocados até agora. Sorrimos e seguimos com o jogo. Fazia anos que não me divertia tanto como hoje. A verdade era que a cada encontro me apegava ainda mais a , porém existia o medo de não dar certo.
— O quê tanto pensa? — sorriu, chegando com dois copos de sucos.
— Que você poderia viajar menos. — sorri e o mesmo me abraçou.
— Concordo com você. — sorriu, selando rapidamente nossos lábios.
— Não sabia que um técnico de computadores viajava tanto.
— É... É.... Existem algumas manutenções em outros países e cidades. — sorriu, nervoso. — A empresa é bem conhecida no ramo.
— Compreendo.
Passavam das 22h00, e precisava viajar amanhã logo pela manhã. Estávamos no estacionamento do meu prédio, quando senti suas mãos me empurrarem para o banco traseiro do seu carro. puxou-me para si, chocando nossos lábios em uma intensidade que fez meu corpo inteiro se arrepiar. Suas mãos abriram os botões da minha blusa, relevando minha lingerie vermelha. Seus olhos passeavam pelos meus seios, e eu percebia o desejo neles. O puxei pela camisa, novamente unindo nossos lábios. Me levantei, sentando em seu colo e sentindo um volume em sua calça. Suas mãos foram até o fecho do meu sutiã, porém não deixei. Por mais que quisesse, não seria ali e nem agora o momento certo. Vesti a minha blusa e me ajudou com os botões. Permanecemos apenas com os beijos por algum tempo. Até que precisou ir embora para arrumar suas malas para viajar.
— Que tal um jantar mês que vem?
— Ok, cozinharei para você. — sorri, pegando minha bolsa.
— Gosto de frango. — piscou — Vou contar os dias, horas e segundos para vê-la novamente. — disse, selando nossos lábios.
— O aguardarei em meu apartamento. — sorri, selando nossos lábios. Em seguida, sai do carro e percebi o mesmo me acompanhar com o olhar, enquanto caminhava em direção ao elevador. Quando adentrei o mesmo, antes da porta fechar, vi os olhos mais lindos do mundo dar uma piscadela, em seguida saiu do estacionamento. Abri a porta e tirei os saltos jogando-os em um canto qualquer da sala. Deitei na cama e acabei adormecendo.

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz."- O Pequeno Príncipe



Capítulo 5

Cinco meses se passaram e perdi mais quatro quilos. Agora faltam apenas mais quatro quilos para concluir a minha meta do Pacto da Cinderela. continuava firme no pacto e me acompanhando nos exercícios físicos. A está mais linda do que já era e também nos acompanha nos exercícios para dar força nessa reta final do nosso pacto.
— Meninas, faltam apenas 3 meses para acabar. — sorriu.
— Nem acredito que pela primeira vez estamos conseguindo cumprir uma dieta. — sorriu.
— O pacto da Cinderela foi a melhor coisa que inventamos. Não digo apenas porque estamos emagrecendo, mas também por estarmos resgatando nossa alegria, nosso amor-próprio, nosso lado mulher, nossa segurança, nossos sonhos. — sorri, sentindo meus olhos marejados.
— Concordo com a . — sorriu. — Hoje consigo me olhar no espelho sem sentir raiva ou vontade de chorar. Estou saindo com um cara e me sinto feliz, não porque emagreci, e sim por estar me cuidando. — sorriu — Amo vocês e serei eternamente grata as duas por me ajudarem a resgatar a minha felicidade e vontade de viver. — disse com os olhos marejados e nos abraçamos formando um abraço coletivo.

***


Assim que cheguei em casa, tomei um banho bem relaxante. Coloquei o meu pijama e deitei na cama, porém fui despertada pelo meu celular que tocava sem parar. Procurei na minha bolsa, na minha cama, no banheiro, na cozinha, na mesa de centro, no computador e nada do meu celular. O avistei brilhando perto de uma das almofadas.
— O que devo a honra da sua ligação? — sorri, ouvindo a risada do .
— Saudades! — disse com uma voz triste.
— Também estou com saudades. Muita saudade. — conclui, sentindo meu coração bater mais rápido.
— Que tal matar essa saudade? — sorriu do outro lado da linha.
— Como assim? — perguntei sem entender.
Poucos segundos depois a campainha tocou. Quando abri a porta, o encontrei parado com o celular em suas mãos. Sem pensar duas vezes, pulei em seus braços, envolvendo sua cintura com as minhas pernas. esmagava seus lábios contra os meus, enquanto minhas mãos afagavam seus cabelos . Empurrei a porta quando a senhora que morava ao meu lado nos chamou de indecentes. prensou-me na parede e distribuía beijos pelo meu pescoço.
— Quarto. — disse, ofegante.
— Agora. — ele disse, beijando meus lábios.
— Segue em frente e entra na primeira porta à direita. — disse, unindo nossos lábios em mais um beijo intenso.
não parava de me beijar nem um segundo. Fechou a porta do quarto empurrando com a perna. Deitou-me sobre a cama e começou a distribuir beijos pelo corpo, parando no meu pescoço e beijando-o enquanto apertava meus seios ao mesmo tempo. Arranquei sua camisa tacando a mesma para qualquer canto. Arranhava suas costas, descendo e subindo. Ouvia o mesmo conter um gemido. Segurou meus pulsos e começou a beijar meus pés, minhas pernas, minha coxa, minha barriga, meu pescoço e enfim a minha boca. Explorava cada milímetro da minha boca, nossas línguas pareciam estar em uma guerra de tanto que brigavam uma com a outra. espalmou suas mãos em minhas coxas, começou a levantar a minha camisola, porém, quando ele a tirou e jogou no chão, meu coração começou a bater mais forte, minhas mãos soavam e podia sentir meu rosto corar de tanta vergonha.
— Meu amor. — selou nossos lábios. — Aconteceu algo?
— Tenho vergonha do meu corpo. — sorri meio sem graça.
— Não fale besteira. — disse, selando nossos lábios. — Você é linda e gostosa. — sorriu malicioso e arrancou uma gargalhada minha.
O puxei para mais perto do meu corpo e reiniciei com beijos quentes e intensos. O rapaz havia entendido meu recado, pois beijava-me com toda vontade do mundo. Puxou-me e sentei em seu colo, suas mãos foram até o fecho do meu sutiã e ao abri-lo, girou o mesmo pelo ar, fazendo-o parar pendurado no abajur. Suas mãos começaram a acariciar meus seios, gemia baixo no seu ouvido. Senti um volume crescer por cima da sua calça jeans. O empurrei na cama, ele sorriu, que sorriso. Abri seu jeans e me ajudou a tirá-lo.
— Gostosa. — beijou-me — Gostosa. — beijou-me e ao mesmo tempo me puxou para sentar sobre seu membro. Não conseguir conter meu gemido ao sentar sobre seu colo e senti-lo tão rígido.
sorriu e começou a sussurrar coisas obscenas ao meu ouvido. Como um cara consegue ser tão gostoso? Suas mãos foram até a barra da minha calcinha e massageou minha intimidade por cima do pano. Em um ato inesperado, me jogou na cama sem nenhum pingo de delicadeza. Pegou algo em sua carteira. Quando menos esperava, tirou minha calcinha e penetrou-me com toda força do mundo. Minhas unhas arranharam suas costas, em seguida gemi alto. Ele sabia o que eu queria e como queria. Em momento algum os seus movimentos perdiam a velocidade e intensidade. Não estava acostumada a praticar sexo em si, porém, nenhum homem chegaria aos pés do . Em um movimento ainda mais intenso, senti meu corpo tremer. Logo senti o meu clímax, porém continuava forte e intenso. Poucos segundos depois, senti um líquido quente me preencher por completa.
— Estou perdidamente, loucamente, apaixonado por você. — sorriu beijando meus lábios.
— Estou viciada nos seus olhos , em seus cabelos . — sorri selando nossos lábios. — Estou viciada em você, . — me aninhei em seu peitoral nu. Suas mãos acarinhavam meus cabelos, puxou-me para si e nos cobriu. Apaguei a luz do abajur e o mesmo cantarolou algo ao meu ouvido, senti minhas pálpebras se fechando pouco a pouco.

"Diz pra mim, diz… Me explica essa forma com que você me tem em suas mãos. Explica-me o modo como você consegue me fazer sentir a mulher mais amada do mundo. Diz pra mim... Diz, meu amor. Conta-me seu segredo, sua fórmula mágica. Fala pra mim... Quero ser perfeita para você também. Diz, vai.. Conta pra essa boba apaixonada... Apaixonada por tudo em você. Por cada detalhe. Apaixonada por cada centímetro teu, meu amor. Você tem um brilho no olhar que eu jamais encontrei em outro alguém. Tem o melhor abraço do mundo. O melhor beijo do mundo. Você me traz paz. Me faz sentir protegida de todas as maldades mundanas. Eu quero ser para sempre a dona do seu sorriso mais sincero, dos seus sonhos mais lindos. Quero ser para sempre a dona do seu coração, meu amor. Acho que esse pode ser considerado o meu maior egoísmo: te querer só para mim. Mas como aquela tão conhecida música, "quando a gente ama, é claro que a gente cuida […]" Não tem mais jeito, eu me apaixonei completa e inteiramente por você."



Capítulo 6

Há seis meses comecei um pacto com as minhas amigas. Sinceramente, pensei que fosse desistir na primeira semana, na primeira ida ao cinema e negar uma pipoca acompanhada por um refrigerante. Porém me surpreendi em como levei a sério, procurei um médico para preparar uma dieta correta e que não fosse me fazer mal. Praticamos exercícios diários acompanhados por um personal trainer. Concordo que a felicidade não vem dos quilos que perco a cada mês e muito menos que essa felicidade dependa do quanto eu emagreça. Porém, quando você ver a sua imagem refletida em um espelho e sente vontade de chorar, algo está muito errado. Você precisa procurar ajuda de um médico, conversar e ver o que pode ser feito para ajudá-la. Importante ressaltar que hoje eu sou mais feliz por ter começado algo que me fez sentir bem e que me ajudou a encontrar a beleza que não conseguia enxergar em mim mesma.
, . — minha chefe gritou-me. — Na minha sala agora, sua incompetente. - juro que um dia me revolto com essa mulher e dou uns tapas nessa cara de vadia dela. Porém caminhei em direção a sua sala, sentei-me no banco afastado de sua mesa.
— Você conseguiu confirmar a presença da na palestra do lançamento do livro dela? — Lauren gritava.
— Não. — disse, séria — A Senhorita é muito ocupada e não deu certeza se virá ou não.
— Querida, se ela não aparecer, pode dar adeus ao seu emprego nessa revista e em qualquer outra. — Lauren gritou, socando a mesa. — Ouviu o que disse?
— Ouvi. — disse e me retirei de sua sala. Peguei o computador e havia algumas colunas que já havia revisado. Faltava apenas a da . Quando li o primeiro, meus olhos começaram a marejar porque sabia exatamente quem era aquela mulher desesperada.
"Sou casada e há pouco tempo fiz uma redução de estômago, porém meu marido não me apoiou como pensei que ele fosse fazer. Arrisquei-me e me submeti a essa operação para agradá-lo. Não aguentava mais vê-lo triste por não poder levar nossos filhos à praia porque ficava mal por saber que não iria me sentir confortável. Há vários dias me trata com frieza, me ignora, não procura por mim e sempre chega em casa tarde. O que mais me machuca é a indiferença do homem que escolhi amar pro resto da vida. Por favor, me ajude." — Casada Triste
"Querida Casada Triste, você já tentou conversar com seu marido? É comum acontecer com casais que a esposa submeteu-se a redução de estômago o marido ficar inseguro. Ás vezes seu marido está apenas com ciúmes e medo de perdê-la para outro cara. Porém vale ressaltar que nada justifica a ausência dele em um momento tão importante pra você. Converse com ele, diga que tudo que fez foi para se sentir mais feliz com você e seu corpo. E se, mesmo com a conversa, ambos se afastarem, optem por cada um seguir com a sua respectiva vida. E, no caso de vocês, é super importante um relacionamento bom para não deixar que os problemas de vocês como casal afete os seus filhos, que não tem nada a ver com isso. Boa sorte." —
"Minha filha vive trancada em seu quarto. Não conversa comigo, não conta sobre sua vida. As notas dela eram ótimas e de repente se tornaram abaixo da média. Tentei conversar, porém ela se tornou uma menina fechada. Tive uma separação conturbada com o pai dela e, desde então, ela se tornou assim. O pai não a procura e percebo que ela fica triste com a indiferença dele. Quando me separei, fiquei tão triste que foquei todo meu tempo ao trabalho e a deixei um pouco de lado." — Mãe Triste.
"Querida Mãe Triste, as atitudes da sua filha são as formas dela dizer que não está bem. Quando se afastou da mesma, por sofrer, acabou esquecendo-se que a sua filha estava tão triste ou mais do que você. Nenhum filho quer ver os pais brigando e muito menos tendo uma separação conturbada. As notas baixas é a forma que ela encontrou de dizer "Mãe, estou aqui. Preciso de você. Estou sofrendo". Nunca conversou com a sua filha e perguntou como ela se sente em relação a indiferença do pai? Sua filha grita desesperadamente pela mãe. Desculpe pela sinceridade, porém nada justifica a sua ausência da vida da sua filha. Os problemas que teve com o pai dela não tem nada a ver com ela. Não adianta chegar de uma vez porque só irá afastá-la cada vez mais. Vá com calma, converse, mostre que está interessada na vida dela e em como ela se sente. E se for preciso, procure por um psicólogo para vocês. Boa sorte." —
Fechei meu computador, olhei em volta e percebi que, mais uma vez, estava sozinha naquele enorme espaço reservado para todos os revisores. Todos os dias era a primeira a chegar e última a ir embora. Arrumei minha mesa, desliguei as luzes e segui em direção ao meu carro. Passavam das 18h00, me buscaria no meu apartamento às 21h00 para jantarmos em seu apartamento. Confesso que estou um pouco insegura, porém preciso deixar essa insegurança de lado. Será a primeira vez que iremos nos ver depois da primeira vez que dormimos juntos.
Assim que cheguei em casa, corri para meu banheiro, tomei um banho relaxante e quando terminei vesti meu roupão. Quando abri meu closet, encontrei um vestido preto que havia ganhado da e o vesti. Calcei um scarpam da mesma cor do vestido e caprichei na maquiagem marcando meus lábios com um tom vinho. A campainha tocou, peguei minha bolsa e quando abri a porta, encontrava-se encostado na parede, vestia uma blusa social e um jeans escuro. pegou minhas mãos e me fez dar uma volta.
— Mais linda a cada vez que a vejo. — sorri, e o mesmo puxou-se para um beijo calmo, porém sem deixar de ser intenso. O último mês não demorou a passar, ele se arrastou me deixando a cada dia com mais saudade.
— Que beijo gostoso. — sorri, brincando com seus cabelos. Suas mãos estavam pousadas e minha cintura. — Será que a comida está gostosa?
— Meu amor, sou um verdadeiro chefe de cozinha. — sorriu, abrindo a porta do carro.
— Sou exigente. — sorriu e deu partida no carro. Quando estávamos no sinal, esperando o mesmo abrir. pegou uma das minhas mãos, entrelaçou com a dele e a beijou. Meu coração acelerou tão rápido que pensei que fosse sair pela boca.
Quando chegamos ao apartamento do , ele entrelaçou nossas mãos e abriu a porta para que pudéssemos entrar. A decoração era perfeita, tinha detalhes do por todos os lados e tinha nossa foto no dia que ganhamos a competição de casais no boliche.
— Nossa foto? — sorri, pegando porta retrato.
— Esse apartamento precisava de algo que me fizesse lembrar de você. — sorriu, tirando o mesmo das minhas mãos. Abraçou-me, colocou para tocar "She do Charles Aznavour". Puxou-me para si, deixando nossos corpos colados.

"She may be the face I can't forget,
(Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer)
A trace of pleasure or regret,
(Um traço de prazer ou de arrependimento)
May be my treasure or
(Talvez meu tesouro ou)
The price I have to pay."
(O preço que eu tenho que pagar)


Nossos corpos estavam colados. Suas mãos estavam em minha cintura, me conduzia pela sala. Sorriamos um para o outro, selamos nossos lábios e poucos segundos depois cessamos o beijo. Suas mãos uniram-se as minhas. girou-me duas vezes, em seguida, puxou-me novamente para si.

"She may be the song that summer sings,
(Ela pode ser a música que o verão canta)
May be the chill that autumn brings,
(Talvez o frescor que o outono traz)
May be a hundred different things
(Talvez uma centena de coisas diferentes)
Within the measure of a day"
(No espaço de um dia)


me girou fazendo com que ficasse de costas para ele. Suas mãos apertavam minha cintura, dançávamos como se nada mais importasse. Meus olhos estavam fechados, apenas sentia seus toques em quanto dançávamos. Virei-me para encarar seus olhos , tomei seus lábios em um beijo calmo que ganhava intensidade a cada momento.
— Vamos jantar? — sorriu enquanto me abraçava fortemente.
— Vamos. — sorri, selando nossos lábios.

"She may be the beauty or the beast,
(Ela pode ser a bela ou a fera)
May be the famine or the feast,
(Talvez fome ou a fartura)
May turn each day into a
(Pode transformar cada dia em um paraíso)
Heaven or a hell"
(Ou em um inferno)


Adentramos a sala de jantar e sorriu ao puxar a cadeira para me sentar. A mesa estava linda, havia duas taças propícias para o vinho, tinha separado louças lindas, os talheres estavam arrumados sobre a mesa. colocou um pouco de vinho em nossas taças e depois trouxe o jantar.
— Gostou? — perguntou, assim que terminei de comer.
— Não. — disse séria, e tinha uma feição triste. — Amei. — sorri. puxou-me da cadeira, pegou-me no colo e começou a fazer cócegas.
— Você é muito boba. — sorriu, me fazendo cócegas.
— Precisava ver sua cara quando disse que não gostei. — disse, tentando controlar minhas risadas que já eram altas devido as cócegas.
— Ah, é? — colocou-me sentada sobre a mesa. — Vai se arrepender de ter me trolado. — sorriu, posicionando-se entre as minhas pernas. Dava beijos desde o meu pescoço até a minha boca. Coloquei minhas mãos em sua cintura. selou nossos lábios, apertei seu bumbum e ele sorriu beijando-me.

"She may be the mirror of my dream,
(Ela pode ser o espelho do meu sonho)
A smile reflected in a stream,
(O sorriso refletido no rio)
She may not be what she may seem
(Ela pode não ser o que parece ser)
Inside her shell"
(Dentro de sua concha)


Agarrei as minhas mãos aos cabelos do . Beijava-me enquanto caminhávamos em um corredor. Paramos em frente a uma porta vermelha que julguei ser o quarto dele. Quando abriu a porta, avistei sua cama e a decoração com troféus de campeonato de futebol americano. Voltei minha atenção aos seus olhos que demonstravam paixão e esse sentimento era recíproco, meus olhos demonstravam o mesmo que o dele. Estava entregue a cada toque, cada beijo, cada sorriso, cada olhar, cada momento que tínhamos juntos.
. — ele me olhou com o sorriso doce de sempre. — Eu te amo, muito. — meus olhos começaram a marejar. puxou-me para seus braços, beijou meus lábios desesperadamente. Chorava sem parar, sua boca explorava cada milímetro da minha. Meu choro não era de tristeza, era alegria em poder sentir algo tão forte e verdadeiro por alguém.
— Eu te amo, . — sorriu. — Cada dia mais e mais. Você é perfeita pra mim. E a peça que faltava do quebra-cabeça da minha vida. — acariciou meus cabelos e beijou-me lentamente. — Faz amor comigo?
— Todos os dias da minha vida.
beijou meus ombros e levou sua boca até o fecho do meu sutiã. Quando o abriu, jogou por um canto do quarto. Ajoelhei-me na cama, abri botão por botão de sua camisa social e joguei a mesma no chão. Ele deitou-se sobre meu corpo beijando-me com toda vontade do mundo, seus toques eram intensos, explorava meu corpo, minha boca e com as mãos os meus seios. beijou minha testa e penetrou-me, gemi no seu ouvido. Agarrei em seus cabelos e ele começou com entocadas fortes e intensas. Havíamos passado da fase apenas sexo, tinha sentimento envolvido, tornando tudo mais prazeroso. Com uma entocada mais forte, a minha cabeça foi pra trás, gemi alto acompanhada por , que arfou em seguida. Ambos chegamos ao nosso ápice. Tudo havia sido especial desde o momento que adentrei o seu carro, a dança, nosso jantar e agora esse momento único na vida de um homem e uma mulher.
— Linda. — sorriu, beijando meus lábios. — Minha. — novamente beijou meus lábios.
— Sua e de mais ninguém, meu amor. — sorri, sentando no colo dele. — E você — o abracei e me aproximei do seu ouvido — é meu e de mais ninguém. — brinquei com seus cabelos.
Meu celular começou a tocar, juro que iria ignorá-lo, porém não parava de tocar e fiquei preocupada.
— Alô.
, aonde você está? — perguntou com a voz preocupada.
— Na casa do . — sorri, vendo o mesmo vestir sua boxer.
, vai embora agora. — disse, séria.
— Como assim? Por que iria embora?
— Ele a enganou… Ele não é o técnico da empresa. — disse com a voz triste.
, para de brincadeira sem graça. — disse com a voz embolada. — Lógico que ele é o .
— Amiga, o técnico da empresa está no mesmo pub que eu estou. — disse com a voz triste. De repente, minha vista ficou embaçada devido as lágrimas. O telefone caiu em cima da cama. Quando adentrou o quarto, o olhei, me perguntando o por quê. Logo eu? Tantas vadias querendo dormir com caras como ele e justamente eu fui escolhida para ser brinquedinho?
? — disse com a voz embolada.
— O que foi, meu amor? — disse, se aproximando, porém afastei-me bruscamente.
— Por que você mentiu? Achou divertido brincar com a gorda que se sentia infeliz e decidiu emagrecer? — chorava alto.
— Não menti pra você, . — disse, sério.
— Como você é mentiroso. — gritei. — Diz a verdade, diz. — bati em seu peitoral nu.
— Não sou técnico de computadores. — disse com a voz fraca. — Não moro na cidade, por isso passo mais tempo fora do que aqui.
— Ah, meu Deus, você é casado, seu desgraçado? — gritei. — Não acredito, não acredito. — gritava, sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
— Não, , não sou casado. — disse com a voz nervosa. Pelo menos, não era casado. — Não podia te contar porque você nunca se aproximaria de mim. — disse, calmo, olhando diretamente nos meus olhos.
— Por que mentiu? — chorei — Por que fez isso comigo? Logo agora, disse que te amava, me entreguei de corpo e alma. Brincou comigo, seu cretino. — gritava e tapei meu corpo descoberto com o lençol.
— Você iria se aproximar se soubesse que sou ? — gritou.
— Você o quê? — gritei, não acreditando no que eu acabara de dizer.
— Sou . — disse com a voz fraca. — Minha mãe é dona da , a revista onde você trabalha.
— Você é um babaca. — gritei, colocando meu sutiã e minha calcinha. — Você não podia ter brincado assim comigo e com meus sentimentos. — disse, colocando meu vestido e prendendo meus cabelos. Sai o mais rápido possível do quarto, porém senti dois braços me puxando.
, a amo de coração. — disse, olhando no fundo dos meus olhos. — Nunca amei mulher nenhuma como amo você. Por favor, não saia da minha vida. — seus olhos estavam marejados.
— Na realidade, você agiu como todos os outros caras que eu conheci e se tornou apenas um no meio de tantos outros. — chorava alto, sem me importar. — A pessoa que pensei que você fosse existiu tanto nas suas palavras, quanto em minha mente, mas nunca existiu de fato. Palavras não demonstram amor, não demonstram importância, não demonstram consideração. Você foi só palavras, e eu não consigo viver só delas. — peguei minha bolsa e o olhei parado no meio da sala. Sai correndo.
Meus olhos pareciam duas cachoeiras. Nunca havia sido magoada de tal forma. O pior sentimento do mundo e sentir-se usada. A partir do momento que descobri sua mentira, foi como se todos os momentos que tivemos juntos se transformassem em uma mentira perfeita. Já passavam das 02h00 da manhã, por sorte consegui um táxi. Quando adentrei meu apartamento, deitei-me na cama e desabei a chorar. Alguns caras já haviam me magoado, porém nenhum deles partiu meu coração na mesma noite que declarei meus sentimentos, como aconteceu hoje.

"O amor pode morrer na verdade, a amizade na mentira."- Abel Bonnard



Capítulo 7

Sete meses do acordo e um mês sem ver o . Depois daquela noite que descobri toda a verdade que o mesmo me escondeu durante meses, não conseguia ouvir a sua voz, olhar em seu rosto. era o filho da importante empresária dona "", e sabe aquele garoto problema da família? Então, esse era ele. Um típico rico e mimado. Tem tudo o que quer, os pais não colocam limites e quando cresce faz uma merda atrás da outra. Porém brincar com os sentimentos de alguém não é brincadeira, é falta de humanidade. Os filmes nunca disseram que seguir em frente é difícil demais. Tudo que você vê lembra a pessoa. As músicas, os filmes, os livros, os lugares.
, posso falar com você? — disse, adentrando a sala.
— Sempre que quiser. — sorriu e trancou a porta. — Como você está, ?
— Ainda é difícil pra dormir e até mesmo para comer. — disse com a voz fraca. — Mas a minha conversa é totalmente o oposto do que quero falar.
— Fale, , estou curiosa. — sorriu.
— Sabe a ? — sorri, e concordou com a cabeça. — Lauren quer que ela venha a palestra do lançamento do livro dela.
— E qual o problema disso? — perguntou sem entender.
— Ela não pode aparecer. — disse com a voz falha, respirando fundo. — Ela não pode aparecer porque eu sou a .
— C-como assim? — levantou-se. — , desculpa, mas você não é aquela do outdoor, das capas dos livros e das fotos das entrevistas. — disse, apontando para a foto no computador.
— Sou eu. Com alguns ajustes do photoshop, porém sou eu.
— Por que mentiu pra sua melhor amiga? — sua voz estava chateada.
— Porque não tinha o direito de envolver mais ninguém nessa loucura. — disse, séria. — Não podia colocar seu emprego em risco.
— Mas poderia colocar nossa amizade em risco? — disse, séria. Suas palavras foram como facadas.
— Por favor, não me abandone. — chorei e fui surpreendida por um abraço forte. Chorei abraçada a .
— Nunca irei abandoná-la. — sorriu. — Somos irmãs. Tudo bem que não é de sangue, porém é de coração. E uma irmã nunca abandona a outra. — disse, e a abracei fortemente.
Segui de volta a minha mesa. Quando cheguei havia muitas colunas para revistar e para completar, um bilhete da Lauren. Resumindo, a vadia traço mal-amada estava com raiva e decidiu me ocupar porque, segundo ela, estava muito desocupada.
"Todos os dias, quando deito em minha cama, lembro do rosto da minha garota. Até pouco tempo seu cheiro estava impregnado na roupa de cama, porém desapareceu dia a dia. Sinto como se nada fizesse sentido, mas, na verdade, é exatamente isso. O que você faria se magoasse a pessoa que você mais ama?" — Apaixonado Mentiroso.
"Querido Apaixonado Mentiroso, você a tinha e a deixou ir embora. Por que não contou a verdade? Ela estava apaixonada por você independentemente do sobrenome ou da besteira que havia cometido. Essa sensação de vazio, de necessidade da sua garota, é apenas consequência de uma mentira. Mentir nunca é uma boa escolha. Se magoasse a pessoa que eu mais amo? Iria me sentir a pior pessoa do mundo, porém iria procurá-la mesmo que gritasse, me xingasse, não quisesse me ver. Demonstraria que, mesmo me negando uma segunda chance ou negando minhas desculpas, estava ali me redimindo e demonstrando meu arrependimento. Não podemos apagar o que foi feito, mas podemos consertar e fazer certo daqui para frente. Boa sorte com a sua garota." -
"Tenho 16 anos, sou uma pessoa tímida, mas gosto de um amigo desde os 14 anos. Não tenho a coragem de demonstrar por medo de ouvir um não. Como você definiria o amor?" – Apaixonada Tímida
"Querida Apaixonada Tímida, compreendo seu medo. Sempre fui tímida, o que me atrapalhou em algumas coisas. O medo de receber um "não" é algo que pode acontecer, como não pode, você só descobrirá quando falar. Muitas vezes ficamos mal quando não escutamos o que queremos ouvir no momento, porém, no futuro, percebemos que um não na verdade foi a melhor coisa que poderia ser dita. Definir o amor? Que pergunta difícil, mas vou tentar dar o melhor que posso. É estar apaixonado por cada detalhe do rosto da pessoa. É ficar encantado com cada sorriso que nasce nos lábios da pessoa. Amar é como uma droga. No começo vem a sensação de euforia, de total entrega. Depois, no dia seguinte, você quer mais. Ainda não se viciou, mas gostou da sensação e acha que pode mantê-la sob controle. Pensa na pessoa amada durante dois minutos e esquece por três horas. Mas aos poucos, você se acostuma com aquela pessoa e passa a depender completamente dela. Então pensa por três horas e esquece por dois minutos. Se ela não está perto, você experimenta as mesmas sensações que os viciados têm quando não conseguem a droga. Neste momento, assim como os viciados roubam e se humilham para conseguir o que precisam, você está disposto a fazer qualquer coisa pelo amor. Espero ter ajudado e boa sorte." —
Fechei o computador, peguei minha bolsa e fui dirigindo até o restaurante encontrar com a e a . Acabei pegando um trânsito que me fez atrasar quase meia hora. Quando cheguei ao restaurante, estacionei meu carro e adentrei pelo enorme espaço. Avistei minhas amigas conversando animadamente em uma das mesas. As cumprimentei e fiz meu pedido. Quando avistei a com uma revista da , lendo a coluna ‘‘ responde’’.
— Meninas, ouçam isto. — disse, animada, começando a ler uma das perguntas e respostas.
"Sou casada e há pouco tempo fiz uma redução de estômago, porém meu marido não me apoiou como pensei que ele fosse fazer. Arrisquei-me e me submeti a essa operação para agradá-lo. Não aguentava mais vê-lo triste por não poder levar nossos filhos à praia porque ficava mal por saber que não iria me sentir confortável. Há vários dias me trata com frieza, me ignora, não procura por mim e sempre chega em casa tarde. O que mais me machuca e a indiferença do homem que escolhi amar pro resto da vida. Por favor, me ajude." - Casada Triste
- Essa mulher salvou meu casamento com essa resposta.
"Querida Casada Triste, você já tentou conversar com seu marido? É comum acontecer com casais que a esposa submeteu-se a redução de estômago o marido ficar inseguro. Ás vezes seu marido está apenas com ciúmes e medo de perdê-la para outro cara. Porém vale ressaltar que nada justifica a ausência dele em um momento tão importante pra você. Converse com ele, diga que tudo que fez foi para se sentir mais feliz com você e seu corpo. E se, mesmo com a conversa, ambos se afastarem, optem por cada um seguir com a sua respectiva vida. E, no caso de vocês, é super importante um relacionamento bom para não deixar que os problemas de vocês como casal afete os seus filhos, que não tem nada a ver com isso. Boa sorte." —
, preciso contar… — fui interrompida pela .
— Meninas, ela salvou meu casamento. Conversei com meu marido, ele realmente estava inseguro. Achava que iria deixá-lo ou trocá-lo. — Sorriu. — Diga, , o que você quer falar?
— Sou a . — disse, logo de uma vez.
— Para de mentir — disse, me olhando séria. — Você nunca mentiria assim pra mim e para .
, não estou mentindo. — a olhei, sentindo meus olhos arderem.
— É verdade, . — disse, próxima a amiga. Porém levantou e deu um tapa em meu rosto. Nunca senti tanta raiva de mim mesma como senti naquele momento.
— Você é uma mentirosa, . — gritou. — Julgo o por ter mentido pra você, porém, mentiu pra mim da mesma forma ou pior que ele. Não acredito que fez isso. Você é uma farsa, uma garota idiota que não tem coragem de mostrar ao mundo o que gosta de fazer. E então criou uma colunista perfeita que espelha milhares de mulheres, assim como fazia comigo. Todos os momentos era você, agia como se nada estivesse acontecendo.
, me desculpa. — disse, olhando em seus olhos marejados. — Não podia contar sobre a , e a soube hoje pela manhã.
— Que se dane a . — gritou. — Estou com raiva de você. Por que não confiou em mim? Sempre te apoiei, sempre confiei em você. E adivinha? Você mentiu, . Como é que você disse pro quando ele mentiu pra você? Ah, claro, me lembrei. — sorriu debochada. - A pessoa que pensei que você fosse existiu tanto nas suas palavras, quanto em minha mente, mas nunca existiu de fato. — pegou sua bolsa e saiu apressadamente do restaurante.
me olhou e disse que ia atrás dela. Apenas concordei e paguei a conta. Enquanto caminhava pela rua, parei em frente a loja do meu vestido dos sonhos, porém o mesmo não se encontrava, justamente agora que meu corpo estava perfeito para usá-lo. Quando adentrei meu apartamento, desabei a chorar. Perdemos um amor e dói, porém quando perdemos um amigo, é como perder uma parte de você.

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar." - Machado de Assis



Capítulo 8

Encaro o espelho logo pela manhã e fico feliz com o resultado dos oito meses do Pacto da Cinderela. Percebi o tamanho da minha força, importante ressaltar, força a qual não sabia que tinha. Para a felicidade estar completa, faltava e , porém, ambos não via há um tempo. tem dois meses e a um mês.
Levantei-me e fiz minha higiene matinal. A não abrirá hoje porque amanhã terá palestra do livro da e estão organizando tudo. Tomei um banho, coloquei um vestido rosa e calcei uma sapatilha. Meus cabelos estavam meio presos, a maquiagem estavam bem leve e os lábios marcados por um batom rosa. Peguei minha bolsa e dirigi em direção a lanchonete, onde tudo havia começado, onde havia sido criado o Pacto da Cinderela. eu tinha certeza que estaria presente, porém, a não podia dar certeza. Queria nós três reunidas comemorando a nossa vitória contra a balança e a todos que duvidaram de nossa capacidade.
? — ouvi a voz da . Confesso, pensei que não fossem aparecer porque estavam duas horas atrasadas. Porém, corri em sua direção e abracei tão forte, mais tão forte, que pensei que fosse esmagar a minha amiga. Meus olhos estavam marejados. Era tanta saudade de compartilhar meus momentos, minhas piadas sem graça.
— Desculpa, , nunca mais mentirei pra você. — chorei. — Não suporto ficar longe de você e da . — chorei ainda mais. — São as irmãs que não tive. — abracei as duas ao mesmo tempo.
— O Pacto da Cinderela nos uniu desde o começo. — sorriu. — Somos sortudas em termos uma amizade tão verdadeira, que passa por várias coisas, mas nunca se desfaz. — concluiu, chorando.
— À amizade. — disse, levantando a taça de suco. Levantamos a taça e fizemos o famoso brinde. Pedimos ao garçom que tirasse uma foto desse momento tão especial de nossas vidas.

***


Na manhã seguinte, acordei com duas pessoas me arrastando da cama. Fiz a minha higiene matinal, em seguida, tomei um banho. Vesti uma blusa simples, coloquei meu jeans e calcei uma sapatilha. e chegaram no meu quarto com uma caixa grande, colocaram sobre a minha cama e pediram para abrir. Ao abrir a caixa, meus olhos começaram a marejar. Realmente as minhas amigas eram as melhores de todo o mundo.
— Como conseguiram? — disse, analisando o vestido. — Passei na loja há algumas semanas e não tinha mais.
— Compramos antes. — sorriu. — precisa estar uma verdadeira princesa para o grande dia.
— Não sei se devo. — disse, cabisbaixa.
, você deve isso a cada uma das suas leitoras. — sorriu. — Você é amada por milhares de mulheres que, assim como eu, tiveram suas vidas transformadas graças aos seus conselhos. — me abraçou.
— E com certeza o estará lá. — sorriu.
— Ele irá me odiar depois que descobrir que menti. — disse com a voz triste.
— Ele a ama. — sorriu. — Se eu fui capaz de perdoar meu marido, o é capaz de perdoa-la. — sorriu.
— Vamos. — disse, pegando sua bolsa e a minha.
— Pra onde? — perguntei ao sairmos do meu apartamento.
— Salão de beleza. — gritou, animada, acompanhada pela . — Cabelo, maquiagem, unha e tudo que uma princesa merece. — sorri com a atitude das minhas amigas.
Dinheiro nenhum paga ou compra a alegria de ter um amigo. Não importa o que aconteça, os verdadeiros estarão ao seu lado mesmo que o mundo te vire as costas. Amizade é um casamento entre pessoas que nasceram para amar, cuidar, proteger e mostrar a realidade que está diante dos nossos olhos e não percebemos.

***


Quando desci os primeiros degraus da escada, notei os olhos marejados das minhas amigas. Meus cabelos estavam soltos, o tão sonhado vestido caia perfeitamente pelo meu corpo. O mundo precisava me enxergar, e eu faria que isso se tornasse possível.
— Você está uma verdadeira Cinderela. — e disseram, juntas.
Encarei os fotógrafos, as pessoas e até mesmo a Lauren, a minha chefe. Todos olhavam e tiravam fotos e, enfim, a verdadeira estava aparecendo para o mundo. Quando subi no local reservado para as entrevistas, pude vê-lo ao fundo encarando tudo com surpresa. Minha chefe olhava incrédula. Tomei a coragem necessária e comecei a me explicar.
— Há oito meses, todos me olhavam com pavor. As pessoas riam de mim. — disse com a voz fraca. — E agora estou aqui, prestes a contar ao mundo a minha verdadeira história. Querem a verdade? Então é isso que vocês terão de mim. — disse, olhando para todas as câmeras e pessoas. — Meu nome é , tenho 24 anos. E sim, a maior mentirosa do mundo, porém, há um ano atrás, era apenas uma revisora acima do peso. Quando pedi a vaga de colunista, ouvi a seguinte frase: você é apenas uma menina grande com um sonho grande. E então eu criei a personagem, ou melhor, criei a minha imagem que ninguém enxergava. E tudo se tornou isso, mas peço que não interpretem mal. Jamais faria qualquer coisa para magoar todas vocês. Eu sei pelo que passam e digo que não é nada fácil. E tenho algo a dizer, todas nós somos capazes de realizarmos nossos sonhos. Dentro de você existe uma garota incrível que precisa mostrar ao mundo o seu valor e suas qualidades. — disse, encarando algumas garotas que pareciam ser leitoras da coluna da . — A grande verdade do mundo é que você ser gorda te faz menos mulher e menos capacitada do que uma mulher perfeita capa de revista. — encarei Lauren. — Minha chefe provou-me que o conteúdo é algo desnecessário, porque o que importa para as pessoas é a capa do livro. Durante incontáveis dias sofri por me achar inferior as pessoas, apenas por não ser magra, não ter o jeito, não me vestir ou ser como modelos, atrizes e mulheres como a minha chefe. — respirei fundo. — Porém, em um dia quando ainda era gorda, desajeitada, tímida e que não acreditava que era bonita, conheci o meu príncipe encantado. Não estava em um cavalo branco, porém tinha o sorriso mais lindo e encantador do mundo. — sorri, olhando diretamente para o . — A mudança é algo que precisa surgir de você mesma. A minha surgiu devido a um "Pacto" criado com as minhas melhores amigas. E realmente deu certo, porém não quisemos nos mudar. Apenas procuramos pela nossa beleza que estava escondida em roupas grandes. Deixamos de descontar nossas frustrações em um pote de sorvete ou em pacote de salgadinhos. Aprendemos a agir como mulheres adultas e decididas. — sorri, olhando minhas amigas com os olhos marejados. — Agradeço a cada uma de vocês que compartilharam seus problemas comigo. Amei responder cada pergunta. É uma pena não ter sido todas, mas tenho um carinho enorme por cada uma de vocês. — sorri. — Perante Deus, somos todos iguais. Não importa nossa cor, nossos cabelos ou quanto pesamos. Deus não ama pelo nosso físico. Deus ama a todos como se fôssemos seus filhos. Todas somos lindas. Você é linda, basta enxergar a sua beleza. Não importa que sua beleza não seja igual a de atrizes, modelos. Porque a sua beleza é única e pertence a você.
Quando finalizei, as pessoas começaram a bater palmas. Fotógrafos tiravam milhares de fotos. Avistei sair do local e, Com cuidado, eu corri o mais rápido possível. Desci as escadas desesperada em busca dele, porém avistei um táxi quase no final da rua. havia me deixado.
Chorava sem parar olhando para o nada. Havia deixado o amor escapar das minhas mãos. Demorei tempo demais para perceber que o erro dele era o mesmo que o meu. Se as minhas amigas poderiam me perdoar, por que não o perdoei? Deus, ele implorou me pedindo para ficar, para não abandoná-lo. Mas meu coração estava magoado e não pensava em nada além de me afastar bruscamente dele.
— A Cinderela sempre perde algo. — ouvi a voz do soar ao fundo.
Quando me virei, o encontrei descendo as escadas. Ele segurava um dos meus sapatos em suas mãos. Seu sorriso estava mais perfeito do que antes, seus lábios estavam mais convidativos do que nunca. Quando se aproximou, colocou minhas mãos apoiadas sobre seus ombros e colocou meu sapato em meu pé.
— A Cinderela sempre perde algo, mas o príncipe sempre vem devolver. — sorri, e em questão de segundos, meus lábios foram tomados por beijos intensos. Era um misto de amor com saudade. A gente nega a si mesma que não precisa dele, porém, nosso coração nos entrega. Preciso dele como preciso do oxigênio para respirar.
— Perdoe os meus erros, minhas bobagens e minha falta de jeito em pedir desculpas. — sorriu, acariciando meu rosto. Fechei meus olhos e deixe-me sentir cada toque de suas mãos em minha pele. Como sentia falta dos seus toques.
— O perdoei há muito tempo. – sorri. - Perdoe meu erro, perdoe meu egoísmo de não dividir a culpa do erro, afinal, ambos mentimos um para o outro. — sorri, e ajoelhou-se na minha frente. Tirou uma caixa vermelha do bolso do seu paletó.
— Querida , me apaixonei perdidamente por você. Jamais senti algo nem ao menos parecido por mulher nenhuma. Não vejo ninguém sem ser você para torna-se a senhora . Quer casar comigo?
— Não vejo ninguém sem ser você para torna-se o meu marido. — sorri. — Aceito, meu amor. — senti os lábios de chocar-se aos meus. Suas mãos estavam pousadas em minha cintura enquanto as minhas mãos estavam em seus cabelos. Beijá-lo era a melhor sensação do mundo. Sentia-me amada e totalmente feliz.



Epílogo

me ensinou muitas coisas. A principal delas é o preço da mentira. A mentira pode ficar escondida por algum tempo, mas sempre aparecerá. O Pacto da Cinderela tornou-se um livro que virou sucesso mundial. Nele conto toda a trajetória das três mulheres que se sentiam infelizes e decidiram mudar.
está namorando com nosso personal trainer. E ela acha que eu não percebia os olhares que trocavam durante as aulas. está no litoral aproveitando as férias de verão com o marido e seus filhos.
— Amor, cheguei. — adentrou o quarto e pulei em seus braços. O beijei desesperadamente. Estamos morando juntos há alguns meses, porém sempre sinto a mesma saudade dos seus beijos, seus abraços.
Nem preciso dizer o que aconteceu comigo, né?
. — entreguei uma caixa para ele. — Parabéns, futuro papai. — sorri para e encarei os seus olhos marejados. Selou nossos lábios rapidamente e ajoelhou-se acariciando meu ventre. Suas mãos acariciavam minha pequena barriga que ainda não havia nenhuma saliência devido a ter apenas 6 semanas de gestação. Mas o amor que ele demonstrava por esse bebê não negava o que eu já sabia. seria o melhor pai e marido do mundo.


Fim!



Nota da autora: Olá, como estão? Espero que estejam bem. Cuidem bem dessa fanfic porque ela é muito especial. Baseada em fatos reais. O que quis mostrar com essa história? O valor das pessoas independente de cor, classe social, peso. Infelizmente vivemos em um mundo onde as pessoas precisam ser perfeitas para serem aceitas, porém os seres humanos esquecem do mais importante, ninguém jamais será perfeito. Ei, garota, não se importe quando implicarem com seu peso, seu sorriso, sua voz, seu jeito. Porque você é única exatamente do seu jeito, não mude por ninguém, não vale a pena. Espero que tenham gostado.

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