Eu andava rápido e com o casaco colado ao corpo por causa do frio da madrugada de Londres, indo sozinha até a minha casa depois de sair da lanchonete onde trabalho. Devo admitir o trabalho não é um dos melhores, mas não por conta do expediente e sim por causa do final. Tenho que andar aproximadamente cinco quadras até chegar a minha casa toda a madrugada, uma vez que o expediente acaba as 01:30 da manhã, e minha vizinhança não é uma das melhores. A cada passo meu, eu movia os olhos em alguma direção, totalmente alerta a qualquer luz que piscava ou barulho que era feito. Calma Sky, só virar a esquina e passar quatro prédios. Tentava me acalmar, mas aquela vizinhança era realmente assustadora! A cada metro tinha um drogado dormindo, te pedindo dinheiro ou falando palavras totalmente desconexas. Finalmente! Pensei me aproximando da esquina e quando a virei tinha um homem alto e forte parado me observando. - Chegou tarde hoje. Ele estava falando comigo? Como ele poderia saber que eu cheguei mais tarde que o normal? Fingi não escutar e continuei andando. Calma Sky, é só mais um drogado qualquer. -Hey! Não me vire às costas, docinho. Dizendo isso o homem me pegou pelo braço e me fez virar, assim ficando de frente para ele - Me solta! Eu disse tentando inutilmente tirar sua mão do meu braço e ele apertou-a mais. - Soltar? Eu sei que você quer isto, docinho. O homem disse enquanto mexia em meus cabelos. A esse ponto eu já estava louca, como ele me conhecia? Docinho? Eu estava sendo seguida?Ele colocou sua mão livre em minha cintura e me puxou para perto de si. Eu tremia de medo, não sabia o que fazer, não queria que aquele homem sujo tocasse em mim. Ele atacou meus lábios e eu tentava fugir de sua boca socando seu peito e com isso eu era pressionada ainda mais contra seu corpo. As lágrimas começaram a correr frias pelo meu rosto, o desconhecido percebeu e limpou- as falando: - Eu vou te tratar como você merece, docinho. Eu tremia mais do que jamais tremi em toda a minha vida, temia pelo o que iria ocorrer. O homem , jamais visto, pressionou-me contra a parede e desceu suas mãos para o botão da minha calça desabotoando- a. - SOCORRO! - Eu gritei o mais alto que podia, irrompendo o nó em minha garganta. - Cala a boca . Um tapa foi transferido em minha face e pude sentir o gosto de sangue em minha boca. As lágrimas corriam sem medo pela minha face e foi então que o homem me penetrou, aquilo se igualava a mesma dor de quebrar todos os ossos do meu corpo ao mesmo tempo, uma dor que jamais imaginei sentir, a cada movimento que ele fazia doía mais e mais. Gritei de dor pedindo para ele parar, mas ele não parou. Ele não se importava. - Viu? Como isso foi bom? Então eu fui arremessada contra a parede e me deixei cair enquanto via sua imagem, turva, caminhando para longe de mim. Não tinha forças. Encolhi-me no chão e abracei minhas pernas, ainda deitada, as lágrimas escorriam mais e mais, elas não paravam assim como a dor que eu sentia física e mental. Eu tremia e soluçava, eram as únicas coisas que eu fui capaz de fazer, tudo estava tão pesado tanto minhas pernas quando meu coração, ele parecia ter sido esmagado e minha cabeça latejava.
FIM
Nota da autora:Essa fic mostra a realidade de muitas garotas e me parte o coração ao saber que nós não estamos salvas e de acordo com muitas pessoas nós, MULHERES, temos que policiar nossas vestimentas, pois nós estaremos pedindo tal abuso se usarmos roupas que não são “adequadas”. Mas como vocês podem ver na fic a pp não usa roupas que mostram suas curvas ou nada do tipo, é uma roupa de frio que a cobre dos pés da cabeça! Ela é a vítima e não a culpada do crime!