As folhas caíam e eu observava sua coloração amarelada enquanto me sentia exatamente do mesmo jeito. Quebrada. Sem vida. A leve brisa batia nas árvores levando para longe as poucas folhagens que ainda estavam parcialmente presas e eu tinha a impressão de que se o vento soprasse um pouco mais forte, levaria-me junto. Meu peito doía, mas não tinham mais lágrimas rolando pelo meu rosto, nem soluços escapando pelos meus lábios. O vazio me dominava agora e eu me perguntava, como viver os próximos outonos sem ele?
Lembro-me como se fosse ontem, que eu havia encontrado-o tão perdido quanto eu, em uma das festas “de classe” que meus pais haviam dado. Eu tinha oito e ele nove. Não gostava de toda a atenção que recebia nessas festas, menos ainda dos não tão delicados beliscões nas minhas bochechas, ora acompanhados de “Que princesinha sua pequena Aster, Rosalie”, ora de “Que boneca mais educada.” Minha vontade era de subir correndo e trancar-me no quarto, brincar com minhas bonecas ou ir até meu balanço e ficar horas aproveitando o vento em minha cara enquanto me balançava sozinha para frente e para trás.
A campainha tocou pela milésima vez naquela noite e ainda recordo de revirar os olhos na hora, mais convidados para puxarem minhas bochechas e murmurarem o quão perfeita era. No entanto, esses adultos carregavam consigo um garoto de mais ou menos a mesma idade que eu. Meu peito aperta com a lembrança da primeira vez que vi , ele era tão lindo, seus olhos transmitiam algo que na época não entendi muito bem o que era, mas hoje eu sei, era segurança. No outro dia, quando acordei, a primeira coisa que fiz ao levantar foi pedir para que mamãe ligasse para os pais de e deixassem com que ele viesse brincar comigo. Então, minha mãe me olhou com aqueles olhos carinhosos de sempre e me deu a notícia.
— Você que é a pequena Aster? — a mãe de me perguntou sorrindo, e eu sorri de volta.
— Umhum — respondi baixinho, com um pequeno aceno de cabeça.
— Oi, Aster, esse é meu pequeno . — ela me respondeu ainda sorrindo, mas sem encostar nas minhas bochechas. No meu mais íntimo, lembro-me de ter agradecido aos céus por isso.
E, então, ela me apresentou seu filho. era a coisa mais fofa que eu me lembro de ter visto. Apesar de seus nove anos e rebeldes olhos e cabelos, seus traços eram finos. Quase delicados. Como os da mãe. E sua confiança parecia vir de seu pai. Como se fosse algo passado de geração a geração. Ele sorriu para mim.
— Aster, por que você não leva o no balanço?
Pela primeira vez, aquela sugestão de mamãe não me irritou. Pela primeira vez em muito tempo, eu não quis sair correndo sozinha pro meu lugar de conforto e ficar por lá por quantas horas me deixassem. Eu queria companhia. Eu queria a companhia de .
A noite do lado de fora da casa era fria. Se não fosse pelo meu vestido de mangas compridas, com certeza estaria tremendo demais. Eu estava morrendo de vergonha, e nem sabia por quê. Sentamos no meu balanço de dois e ficamos nos balançando um pouco, com um silêncio um pouco pesado entre nós.
— Sabia que Aster é o nome de uma das poucas flores que nascem ao invés de cair no outono? — começou, sua voz me sobressaltando no silêncio. — É uma flor muito linda. A partir de hoje, 'Flor de outono' vai ser seu apelido. Você gosta? — ele continuou, me fazendo sorrir.
— Gosto.
Ficamos por lá durante toda a noite. Percebíamos que os convidados iam embora porque as vozes de dentro da mansão diminuíam, porém, ninguém ousava vir nos interromper. Com exceção de nossos pais, que revezavam entre si para ver se tudo corria bem entre nós.
Horas mais tarde, Emma veio nos avisar que já estavam indo, dando um tempo para nos despedimos.
— Você volta amanhã para brincarmos mais? — perguntei esperançosa, mas bem baixo, não querendo parecer patética e desesperada. Exatamente como eu estava.
— Eu quero vir. — ele sorriu abertamente e eu deixei um sorriso escapar. — Vamos ser melhores amigos.
— Melhores amigos pra sempre. — afirmei com os olhos brilhando.
Antes de irem embora, mamãe insistiu em tirar uma foto de nós dois para botar em um dos vários porta-retratos espalhados pela casa. e seus pais saíram pela porta da frente e a última coisa que vi antes dela se fechar, foi o garoto acenando freneticamente para mim.
— Eles me falaram ontem na festa que partiriam para Nova Iorque hoje pela manhã, meu amor. Ontem foi o último dia deles aqui.
A dor que sinto agora é muito parecida com a que senti naquele momento, mas sem comparação em dimensão. Eu o perdi naquele dia, lembro-me de ter recusado a sair do quarto pela semana inteira. Só saía para brincar no balanço, aquele balanço onde juramos a amizade. Porém, eu sabia, lá no fundo, eu sabia que eu o teria novamente, meu melhor amigo. Agora, eu não o teria mais, meu amor foi embora e não teria mais chance de voltar. Céus, como eu queria que tivesse chance, como eu queria reencontrá-lo como fiz a tantos anos atrás.
Meus passos eram dolorosos e lentos. Eu estava indo dar um adeus ao grande amor da minha vida. A quem eu vivi tantas e tantas fases da minha vida junto, e nem todas elas foram as melhores. Com quem me desinibi, me descobri, e redescobri tantas vezes. Eu ficava me perguntando por que as pessoas morriam, mas acho que agora eu sei. Eu amava . Não, errado. Eu amo . E não conseguiria viver sem ele. Não conseguiria, se não fosse por Jack.
Mas uma lembrança veio em minha mente, reforçando o que sempre disse a meus filhos: o que tiver que ser, será. Era para ficarmos juntos, e aquele dia serviu principalmente para provar isso. Naquele dia, eu tive que fechar os olhos, respirar fundo e deixar todos os meus princípios para trás nem que por poucas horas. A única certeza que tinha é que aquela calourada seria um momento terrível da minha história... Quão enganada eu estava!
Em um vestido vinho que ia até a metade da coxa e colado, e em cima de um salto de no mínimo 13cm cheguei ao local e, tamanha foi minha sorte, fui sorteada pra ser uma das primeiras a dançar em cima da mesa. A minha cara de incredulidade deixou todos às gargalhadas e, sinceramente, eu não sabia onde me enfiar. Não darei detalhes, porque nem eu mesma sei como fiz aquilo. Sei que dei umas quebradas do quadril, como via em festas de filmes as mulheres fazendo, e fechei os olhos, tentando relaxar. Não que tenha adiantado muita coisa, mas...
Quando os babacas dos veteranos decidiram que estava bom de humilhação para a gente, nos mandaram descer da mesa e as próximas subirem. Assim que desci de onde estava e me dirigia ao bar para pegar o que quer que fosse para beber, alguém segurou meu braço.
— Arrasou, hein, gostosa? — aquela voz me deixou ao extremo de nervosa, e sem reação. O cheiro de álcool, apesar de vir de todos os lados e, aparentemente, de todas as pessoas presentes, se concentrava naquela pessoa que estava ao meu lado agora, cambaleando para cima de mim.
Digamos que lidar com pessoas que não estivessem no seu mais perfeito juízo nunca foi meu forte.
— Me larga! — eu tentei e o bêbado riu da minha cara, apertando um pouco mais o local onde segurara, a fim de mostrar quem era o mais forte.
— Acho que não d-
— Ela pediu pra soltar. — ouvi uma voz grave atrás de mim e agradeci aos deuses por aquilo, por mais que aparentemente eu não conhecesse a pessoa. Além do mais, pelo seu tom de voz, esse cara sim estava sóbrio.
Imaginem: um bêbado tentando me defender do outro; que desastre!
Uma mão quente e grande me puxou pela cintura e, nervosa como estava, cambaleei até encostar em um peito largo. Os olhos vermelhos do bêbado ao meu lado se levantaram e ele abriu a boca, provavelmente querendo gritar mil injúrias ao meu salvador, mas seus olhos se arregalaram e sua boca imediatamente fechou.
Acho que perdi alguma coisa.
Ele saiu cambaleando sem dizer nem mais uma palavra, olhando-me meio atravessado. Eu não conseguia parar de tremer e sentia que estava a ponto de chorar, e, então, senti meu corpo sendo praticamente carregado pra varanda, e a pessoa me colocar recostada nela, puxando meu queixo para cima. Encarei seus grandes olhos azuis e senti uma certa familiaridade neles, como se... Como se estivesse em casa.
— Jaqueta? — ele me perguntou com sua voz grave e imponente, já tirando a mesma e me oferecendo. Aceitei, mas meu frio era mais de nervosismo do que outra coisa. — Eu sou , posso saber seu nome, bela dama? — o rapaz me perguntou divertido, fazendo um sorriso espontâneo escapar de meus lábios. Há anos eu não sorria pra alguém que havia acabado de conhecer. E aquele nome... Não poderia ser, quais eram as chances de ter encontrado aquele garoto novamente e, ainda por cima, 10 anos depois?
— Aster — respondi, minha voz soando um pouco trêmula. Vi seus olhos se arregalarem levemente e uma expressão de incredulidade se instalou em seu rosto.
— Aster Wickham? — assenti freneticamente, sentindo um largo sorriso se estampar em meus lábios.
— ? — perguntei, a felicidade crescendo em mim, principalmente quando ele sorriu de volta.
— Deus, quais as probabilidades disso? Flor, nunca pensei que te veria novamente!
E, então, me abraçou. Eu não me lembro de ter me sentido segura como naquele momento em muito tempo. Sendo franca, nem o abraço de mamãe ou de papai me fazia sentir tão... Em casa. Não é que eles não me amassem. Mas era... Diferente. Eu simplesmente nunca soube explicar.
Sabe, agora eu sei como é amar uma pessoa e ela ser tirada aos poucos de você. É como ver alguém se afogando e não saber nadar. É como você estar em uma eterna agonia, e não conseguir localizar a si próprio pra se encontrar. Foi exatamente o que aconteceu comigo.
Quando me beijou, eu soube que estava me apaixonando por ele. Eu sei, clichê, não nos víamos havia dez anos e nosso primeiro beijo de verdade foi em uma festa ridícula que humilhava calouros da faculdade, com bêbados jogados até pelo chão. Conversamos por horas e me confessou que havia, pela primeira vez em sua vida, 10 anos antes, chorado por uma garota. E essa garota havia sido eu. Rimos um pouco, mas eram sorrisos cúmplices. De quem entendia um ao outro.
A partir daí, as coisas desandaram a acontecer sem que controlássemos. No outono seguinte, recebi meu primeiro – e último – pedido namoro da vida. Só me via de verdade. Ele e mais ninguém. Ainda nesse outono, tivemos nossa primeira vez. Cerca de dois anos depois, fui pedida em casamento. E ainda no seguinte, me descobri grávida. Não há muitos detalhes interessantes em anos na nossa vida pelos próximos anos; nossa — pacata — e estável vida. Decidi que faria Medicina Veterinária, e acabamos por ter quatro cachorros ao longo de nosso casamento, e também passamos nosso amor por animais a nossos filhos.
Foi só então que complicou. começou a passar mal constantemente e nenhum médico descobria o que era, e, com o tempo, as dores no abdômen cresceram. Nosso mais recente e último filho, Jacob – Jack –, estava com cerca de 13 anos, quando descobrimos o câncer no pâncreas. Todos da família ficaram chocados, porém, não me parecia assim. Ele me parecia a cada dia mais... Tranquilo, enquanto eu quase entrava em colapso de tanto desespero. Perder o amor da vida, aquele que me apresentou o mundo, a como a vida pode ser gostosa quando se está com quem se ama. Meu amor, como se possível, crescia a cada dia mais e mais. Crescia tanto que esmagava meu peito e, toda noite, quando dormia, mantendo sua boca aberta por causa da difícil respiração, eu chorava em silêncio. Sentada de frente para o seu corpo sereno, porém doente, na cama, era quando eu deixava todas as minhas frustrações do dia vazarem.
A impotência de não poder tirar sua dor, ou seu sofrimento. O fato de, a cada dia que passasse, não importasse minha luta, eu não conseguia achar algum médico no mínimo descente e vago e, quando achava, até ia, mas dizia que estava pagando aquela consulta à toa, porque ele não faria tratamento algum, que já sabia qual era seu destino. Eu chorava sem pudor algum na frente do médico que fosse. Fala sério, era a minha vida que estava morrendo! era a minha vida, e ele sabia disso, mas também sabia que, não que eu fosse covarde o suficiente para tirar minha vida para me juntar a ele no lugar do universo que fosse, mas ele sabia que eu não deixaria desamparados nossos filhos. Nossas maiores e melhores aquisições. Afinal, se eu estava sofrendo, não conseguia imaginar o tamanho da dor deles. Sabia que era grande, que eles estavam sofrendo tanto quanto eu com a impotência de não poder tirar a dor de seu pai, que eles tentavam suportar a cada dia por todos nós.
Na volta para casa, eu estava rodeada por meus filhos e netos. Cerca de meia hora depois de eu ter sentado na poltrona, meu mais velho, Paul, me avisou que havia correspondência. Fui até a porta e lá encontrei um homem com um envelope pardo que perguntou por Aster , e que deveria entregar só a ela. Franzi as sobrancelhas, confusa. Peguei minha identidade e mostrei ao homem, que me entregou o envelope e pediu que assinasse. Agradeci-o e entrei, abrindo o envelope no meio do caminho, reconhecendo a letra de no DVD, “Para minha eterna e única .”
Inseri o disco na televisão e apertei o play, a imagem que logo apareceu era algo turvo, branco, e, então, de repente, a imagem se moveu rapidamente e ouvi um xingamento, identificando a voz de quase que de imediato.
— Droga de tecnologia.
Um pequeno sorriso se desenhou em meus lábios quando vi seu sorriso novamente, sendo seguido de uma pontada no peito com o pensamento de que esse seria o único modo de eu vê-lo novamente.
— Oi, flor. — ouvir sua voz novamente era um alívio. Eu sentia como se ele estivesse ao meu lado, dando-me todo o apoio e força que sempre me deu. Meu melhor remédio sempre foi seu sorriso. Sua pele já não era a mesma de quando era mais novo, estava enrugada, mais pálida que o normal, seus olhos um tom de azul mais escuro do que anos antes. Identifiquei o vídeo como feito três meses antes dele... — Bom, a minha voz tá fraquinha, você sabe bem, mas eu preciso que você preste bastante atenção no que eu vou te falar. Eu vou morrer. E você tem que aceitar isso. Você tem que me deixar ir. Eu vou estar sempre ao seu lado, te ajudando quando tudo estiver difícil, mas eu também preciso ir. Meu espírito não pode ficar preso às nossas coisas materiais. Eu te amo, e quero que nunca se esqueças de mim, ao contrário disso. Quero viver pra sempre em teu coração, e estar sempre em tua mente. Nem nos meus sonhos mais lindos eu sonharia que conseguiria encontrar alguém tão... Perfeita pra mim como você. Porém, preciso me desapegar. — um suspiro. — Eu não sei como você vai reagir a isso, se vais chorar, se vai me entender, ou se vai querer me matar novamente por eu parecer tão conformado com minha morte. Mas a verdade é que eu não estou. Eu não queria ter que deixar nossos filhos, nossos netos, e os próximos que eu tenho certeza que virão. Você é, com certeza, o motivo de eu ainda estar aqui. Suportando tudo isso, tentando colocar um sorriso no teu rosto, apesar de toda dor que sei que estais sentindo. Também sinto muito por estar te permitindo sentir isso. Sei que é duro ver alguém que ama morrer aos poucos e não ter o que fazer, mas, desde o início, eu sempre soube que o que eu tinha não era benigno. E te peço perdão por não ter te contado. Eu tinha que te pedir perdão por tanta coisa, meu amor... — ele sussurrou, sua voz se perdendo por algum tempo enquanto ele parecia pensar em algo. — Perdoa-me pelas vezes que eu te fiz chorar, por tudo que te fiz passar, que te fiz enfrentar, por todos os apertos que passamos... Sei que você vai cismar que valeu a pena cada dor, e não é que eu discorde, mas ainda assim não consigo deixar de sentir um peso sobre meus ombros. Eu te amo muito, e queria estar contigo pra sempre pra te proteger de todo o mal que sei que ainda vai te assolar. De todas as pessoas que eu sei que ainda vão te machucar. Mas... Eu não tenho tempo, infelizmente. E então, deixo esse vídeo. Como um pedido, um apelo, pra que não se esqueça de mim. Nunca. Por favor. Eu cometi muitos erros nessa vida, e um deles foi não ter corrido atrás de você antes. Eu não sabia quanta alegria estava perdendo, não tinha noção de quanta vida estava desperdiçando. Então, eu quero que guarde minha voz, meu cheiro, tudo em sua mente. Porque eu vou levar os teus comigo. E, claro, o teu sorriso. Eu te amo, Flor de Outono. Espero-te do outro lado. Sempre te esperarei.
EPÍLOGO
12 anos depois.
Meus olhos vagavam por aquele quarto frio que estava tornando-se minha “casa”. Aquele quarto de hospital estava cheio de flores pelos cantos, meus filhos estavam ali, meu genro e minhas noras, meus netos, mas o quarto continuava frio. O barulho de bips vindo da máquina ao lado estava cada vez mais fraco e eu estava ali apenas esperando minha hora. O ambiente estava silencioso, salvo alguns pequenos soluços e fungadas. Sentia a mão de Anne apertando a minha, como se fosse algum tipo de garantia que eu permanecesse nesse mundo, mas eu sentia que já estava chegando o momento, sabia que iria ver meu amor novamente. Eu já quase podia sentir sua presença.
— Flor de outono? — ouvi aquela voz masculina, porém fina, me chamando do nome que só ele me chamava, e, então, olhei para o canto do quarto seguindo a voz e o vi, , em seus trajes sociais de criança de nove anos.
Levantei sem esforço da cama e fui em sua direção. Podia ouvir ruídos ao fundo, alguns berros de desespero, um barulho agudo e muita movimentação, porém, não me importei. Ele estava ali, estava ali pra mim novamente, e a única coisa que eu podia pensar em fazer agora era ir até ele.
Toquei sua mão esticada em minha direção para confirmar se era real.
— ? — falei, mas a voz que saiu de mim era fina, infantil, quase angelical. Olhei para minha mão entrelaçada à dele e o que vi não foi mais a pele enrugada que estava acostumada, mas sim uma mão lisa e rechonchuda de uma criança de oito anos. Olhei para meu corpo e estava com o mesmo vestido rosa de mangas compridas que usei no primeiro dia que o vi.
sorriu para mim e eu retribuí, olhei para trás e vi Anne sendo abraçada por seu marido, Jack estava sentado enquanto sua noiva acariciava seus cabelos e Paul estava caído de joelhos no chão, cercado por sua filha mais velha e sua esposa. Eu amava tanto cada membro de minha família, mas agora era a hora de deixá-los, agora era hora de voltar para os braços de , por toda a eternidade.
— É outono. — ele comentou enquanto andávamos em direção a uma luz no canto do quarto, que eu tinha certeza que, apesar de me levar para longe de minha família, estava me levando para o mais perto que eu nunca estive de .
— O outono é a nossa sina. — eu comentei de volta com um sorriso, virando-me de frente para ele, sendo abraçada e preenchida por uma calma que nunca havia sentido. O amor de me fazia sentir... Eu mesma. E era assim que eu pretendia me sentir. Para sempre. Tínhamos todo o tempo do mundo agora.
Fim
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