Bad Girl


Escrita por: Gaby MDRS
Betada por: Adriele Cavalcante


CAPÍTULOS: [1] [2] [3] [4]



Capítulo 01


Her Pov

A pista de dança estava repleta de corpos movimentando-se conforme a batida da música, e eu não era diferente; no entanto meu olhar continuava fixo na minha próxima vítima. era o típico mauricinho rico, que se achava no direito de ficar com as garotas que quisesse, iludindo-as com promessas que não tinha a intenção de cumprir, e deixando-as assim que conseguia atingir seu objetivo. Eu odiava veementemente caras como ele, e tudo porque já tinha passado por essa situação.

Era meu primeiro ano do ensino médio, e eu era novata na escola, portanto não sabia da má fama de pegador que possuía. Após algumas semanas ele se aproximou de mim, dizendo-me como eu era linda e que não tirava os olhos de mim desde o primeiro dia de aula. Eu como a idiota que era, fiquei deslumbrada pelo fato de o garoto mais gato do colégio estar interessado em mim, e claro, acreditei em tudo que ele disse.
Esse foi o meu erro, jamais deveria ter levado aquilo a sério, e muito menos aceitado o convite dele para sair, que resultou na perda da minha virgindade. No outro dia ele sequer olhou na minha direção, e quando me aproximei para falar com ele, riu de mim e disse que aquilo era coisa de uma noite só e que era isso que uma vadiazinha como eu merecia, por abrir as pernas para qualquer um. Ele havia sido o meu primeiro e me chamou de vadia! E pior, isso aconteceu no refeitório e a escola inteira presenciou a cena.
Palavras não podem expressar a vergonha que senti naquele momento, e depois disso não consegui mais estudar lá, por isso pedi a minha mãe que me transferisse; obviamente não revelei o motivo real, mas inventei uma desculpa bem convincente. Depois desse dia eu jurei que faria todos os caras, como ele, que encontrasse pela frente sofrerem, e já estava cumprindo minha promessa há cinco anos.

A música acabou e resolvi que já havia esperado tempo demais para agir. Era hora de colocar a primeira parte do plano em ação.

His Pov

A boate estava lotada, mas mesmo assim não a perdi de vista. Eu não sabia seu nome, mas isso não importava, pois a única coisa em jogo aqui era o quanto ela era gostosa. Aquela ruiva fatal possuía longos cabelos que batiam na cintura, pernas bem torneadas marcadas pela calça jeans justa, e um belo bar de seios para completar o pacote, que eu não via a hora de experimentar. Não reparei muito em seu rosto, isso era irrelevante, contudo, notei que ela não tirava os olhos de mim. Isso era bom, na verdade, melhor do que bom. Queria dizer que o jogo já estava ganho, e eu nem precisaria usar muito charme para conseguir levá-la para cama.
Não que eu tivesse a intenção de levá-la para uma cama de verdade, o banco traseiro do meu carro iria servir. E como iria!
Quando a música que estava tocando acabou e ela caminhou na direção do bar sem desconectar seu olhar do meu, eu soube que era o convite para me aproximar. Era sempre assim, bastava um olhar sedutor para que as mulheres se derretessem para mim, e não demorava muito e logo suas calcinhas seguiam para o chão.
Aproximei-me do balcão e pedi uma bebida para mim e outra para a senhorita, por enquanto sem nome. Quando o barman entregou-lhe a dose, não pude deixar de sorrir ao notar sua surpresa.
- Desculpe-me, mas eu não pedi esta bebida - ela disse tentando devolver-lhe o copo.
- Não, mas ele pediu e mandou que entregasse a você – o barman respondeu e apontou para mim. Momento para iniciar nosso pequeno jogo de sedução, e que seria breve mesmo, pois eu não via a hora apreciar aquela beleza ruiva, em todos os lugares.
- - falei sentando-me ao seu lado – E a gatinha é?
Ela deu-me um sorriso tímido antes de dizer: - . Obrigada pela bebida – Eu ia fazer algum comentário, quando ela complementou sua frase – mas não posso aceitar.
- E por que não? – estava se fazendo de difícil, só podia ser, porque pelo modo como ela olhava para mim da pista de dança, era quase como se me pedisse para fodê-la ali mesmo. A menos que eu tivesse interpretado mal o seu olhar, mas isto era impossível, pois eu sou expert em interpretar olhares femininos direcionados a mim, principalmente quando se trata de sexo.
- Porque eu não te conheço. – Ela respondeu e se levantou, misturando-se à massa de pessoas, e quando tentei segui-la, acabei perdendo-a de vista. Eu não podia acreditar que pela primeira vez na vida, havia interpretado errado os sinais de uma mulher. Agora teria que procurar outra garota para entreter minha noite.

Dois dias depois - Her Pov

Andei despreocupadamente pelos corredores da faculdade, enquanto me dirigia para o refeitório em busca do meu alvo. Realmente havia sido uma ótima jogada, fingir-me de desinteressada depois dos olhares descarados que tinha lançado em sua direção. Aposto que ele pensou que eu havia me feito de difícil. E não errou queridinho!
Após minha primeira desilusão amorosa, demorou um tempo para que eu me recuperasse e enfim pudesse realizar o que havia idealizado. Enquanto estava no ensino médio, mudei mais de escolas do que posso contar, mas isso foi necessário, pois toda vez que atingia meu objetivo era hora de reiniciar o ciclo, e não podia ser no mesmo lugar. Ainda não sei nem como foi que consegui concluir a escola, no entanto, isso não me interessa, o importante é que já estou na faculdade – a quarta que frequento se não me engano – e agora tenho mais uma missão a cumprir.
Adentrei o refeitório e vasculhei a área em busca de , mas não o avistei, por isso continuei caminhando olhando para os lados, e sem perceber acabei trombando com alguém. Quando olhei para cima e vi aqueles olhos azuis me encarando, não sabia se agradecia ao destino ou o amaldiçoava por não ter sido um momento programado dentro das minhas estratégias.
Afastei-me rapidamente dele e pedi desculpas. Busquei em minha mente um modo de aproveitar a situação para dar continuidade ao meu mais novo jogo, mas não consegui pensar em nada de bom. Por isso, contornei-o e estava quase saindo, quando ele aproximou-se de mim.
- Olha se não é a garota que me deixou falando sozinho na outra noite – disse ao postar-se novamente ao meu lado.
- Não te deixei falando sozinho na outra noite. Agora, o que você quer ?
- Só estou puxando papo com minha nova colega de faculdade – Ele sorriu dissimuladamente para mim, e tudo o que eu queria era dar-lhe um soco para acabar com sua alegria. Idiota arrogante!
- Não estou interessada em falar com você. Agora se me der licença... – Essa tática velha nunca falhava. Bastava demonstrar que estava a fim e depois ignorá-los para despertar seu interesse. Era assim com todos os homens; eles adoravam sempre um joguinho, e eu sou mestre nisso.
- Você é sempre assim, hostil? – seu sorriso dizia-me que ele estava brincando. Querido você não sabe no que está se metendo!
- Só para caras como você! – respondi e virei-me para sair, mas ele me segurou pelo braço.
- Então me diga , o que seria um cara como eu?
- Não vale o meu tempo – apressei-me em sair e deixei-o olhando incredulamente para mim.
Ponto para !
A primeira parte estava oficialmente concluída!
E QUE OS JOGOS COMECEM!

Capítulo 02


Her Pov

Foi necessário empregar muito dinheiro, mas eu havia conseguido que meu horário tivesse pelo menos uma aula com , esse era um modo de nos aproximarmos e quem sabe até iniciarmos uma “amizade”, tudo o que contribuísse para o plano estava valendo. Entrei na sala, coloquei a mochila no chão e desabei na cadeira, me curvando para pegar o laptop na bolsa. Quando ergui a cabeça para colocá-lo na mesa, se sentou sorrateiramente na carteira ao meu lado.
Rapidinho você, hein? Pensei que daria mais trabalho.
Isso só podia significar que eu havia conseguido deixá-lo louco pela minha recusa e ele iria entrar no meu jogo.
- Está me perseguindo, por acaso? – sussurrei antes que o professor entrasse na sala.
- De modo algum, gatinha – ele piscou – Também estou matriculado nessa aula, além do mais, não é perseguição quando você aprecia.
- Não sei do que está falando, mas só não te mando sair daqui, porque a classe já está lotada.
- Como quiser – Ele deu de ombros e eu odiei ainda mais sua atitude confiante. estava mesmo precisando de alguém que lhe desse uma lição; e por sorte eu era a pessoa indicada.
Conforme a hora passava, ele alternava entre bocejar e analisar o que eu havia escrito sobre a aula – na verdade não era nada demais, só algo que fizesse parecer que eu estava interessada no que o professor estava explicando, quando isso não tinha a menor relevância para mim. Eu tinha um propósito para estar aqui, e não era estudar. Meu futuro já estava garantido com a fortuna que meu pai havia me deixado de herança, no entanto, talvez eu fizesse alguma graduação depois que me cansasse desses joguinhos.
Só havia uma coisa naquela aula que me incomodava mais que o próprio ; e era o fato de que a proximidade dele, com aqueles músculos saltando de seu braço, estava dificultando a concentração em meus pensamentos. Ah qual é?! Eu sabia o que pretendia fazer com ele, mas isso não me impedia de apreciar sua beleza descomunal enquanto pudesse antes de tudo isso acabar.

His Pov

Eu não sabia que espécie de jogo era esse que estava tentando fazer comigo, mas sabia que no fim tudo terminaria como sempre; e seria com ela me enlouquecendo no ápice da paixão. Alguns dias já haviam passado, e nós continuávamos nos provocando simultaneamente, no entanto, às vezes eu tinha dúvidas sobre o quão séria ela estava ao pronunciar algumas palavras.
estava confundindo minha cabeça como nenhuma outra mulher, e olha que nós sequer tínhamos nos beijado ainda, imagina quando fizéssemos sexo!
Avistei a senhorita, estou-me-fazendo-de-difícil-entre-no-meu-jogo conversando com algumas alunas do curso de psicologia – acho que daquelas, apenas uma eu não havia fodido, na verdade, se fosse analisar, a maioria das alunas dessa faculdade já havia passado pelo banco traseiro do meu carro – mas não me aproximei dela, esperei até houvesse se dirigido para sua próxima classe - que era mesma que a minha por sinal - para falar com ela.
— Quanto tempo você ainda vai levar para sair comigo? — perguntei assim que havíamos nos sentado em nossos lugares habituais.
— Você não pode estar falando sério – ela desconversou. Isso só podia fazer parte do seu jogo.
— Pareço estar brincando?
— Esqueça. Eu não vou sair com você.
- Ah não? – arqueei as sobrancelhas – Tenho certeza de que farei você mudar de ideia.
- Isso é o que vamos ver – ela devolveu meu olhar.
Ah , você não sabe o quanto adoro um desafio, principalmente aqueles que eu sei que vou ganhar!

Her Pov

Sorri triunfantemente, enquanto saía, sem que ninguém percebesse, da sala do professor de Língua Portuguesa I – a única classe que eu tinha com . Eu havia desembolsado uma boa quantia em dinheiro para conseguir que aquele professorzinho corrupto inventasse algum tipo de trabalho em dupla, para que eu pudesse avançar mais no meu jogo com . Isso iria me sair caro, mas valeria à pena. No final, quando meu plano desse certo, todos os sacrifícios teriam valido à pena.
Segui para minha próxima aula, que seria de alguma coisa chata que eu não me lembrava, e me sentei; contando os minutos na minha cabeça para ela acabar.

[...]

- Então gatinha, nós vamos fazer o trabalho juntos, ou não? – perguntou-me assim que saímos da classe.
- Fazer o que né, . Você é o único que conheço nessa aula mesmo – dei de ombros como se não dessa muita importância ao assunto.
- Vou fingir que acredito que você não liga para isso. – ele deu-me um sorriso predatório – Agora você não vai escapar de sair comigo – e piscando para mim, saiu para sua próxima aula.
Isso mesmo , esse jogo vai começar a ficar bom agora.

[...]


No dia seguinte eu estava sentada à mesa de um café, onde havia marcado de encontrar-se comigo, dizendo que queria mostrar-me algumas pesquisas que já havia feito.
- E ai, linda? Está há muito tempo me esperando? – ele perguntou, sentando-se ao meu lado.
- Não muito – dei meu melhor sorriso. – E então, trouxe as pesquisas?
- Er... que pesquisas?
- Caramba, ! Você não disse que já tinha pesquisado algo para o trabalho?! – disse fingindo uma exaltação que não sentia.
- Oh bem... isso foi só uma desculpa para fazer você sair comigo. – E lá estava ele de novo, dando-me seu sorriso libertino. Aquilo me enchia de tanta raiva.
- Já que era só isso, vou voltar para casa, pois ainda tenho um trabalho para terminar – falei já me levantando da cadeira.
- Calma esquentadinha, também não é para tanto! Nós faremos a bendita pesquisa, mas primeiro vamos aproveitar esse momento.
Sentei-me novamente e fiz meu pedido quando uma garçonete – muito descarada, por sinal! – apareceu para atender nossa mesa.
- Você faz um sucesso e tanto com as mulheres não é? – comentei assim que a loira baixinha havia saído.
- Oh sim, agora já tenho uma segunda opção caso você continue jogando e se fazendo de difícil.
Então ele tinha percebido que havia um jogo por trás de minha atitude – tudo bem, isso só apimentaria coisas, até porque ele não poderia nem imaginar do que se tratava realmente. No entanto, isso não me impedia de negar, e bolar outra estratégia.
- Não há jogo nenhum , não sei de onde tirou isso. Se você está acostumado a ser o centro das atenções e a ter todas as mulheres que quiser é uma coisa, mas isso não significa que eu tenha que estar aos seus pés.
- Tudo bem então, peço desculpas se te ofendi.
- Desculpas aceitas. Agora, que tal termos algum tipo de conversa mais construtiva?
- Hum... tipo o quê? – Aposto que ele nunca conversou de verdade com alguma garota.
- Coisas básicas, como de onde você veio, por que escolheu fazer seu curso... Sei lá, esse tipo de coisas.
Antes que ele pudesse me responder alguma coisa, a loira oferecida voltou com nossos pedidos e deu mais uma olhada indiscreta para ele. Foi um movimento rápido, mas consegui perceber que ela havia lhe entregado um pedaço de papel com seu número de telefone escrito.
Ergui minhas sobrancelhas para ele, dando a entender que havia visto a cena.
- O quê? – disse na defensiva.
Dei um sorriso cínico – Nada. Mas você ainda não respondeu minha pergunta.
- Ah sim... Sou daqui, nascido e criado, e estudo administração para que possa ser o sucessor do meu pai na empresa da família. Agora é a minha vez. De onde você veio, e por que resolveu fazer o curso de Jornalismo?
Eu já estava esperando que ele jogasse as perguntas de volta para mim, por isso já tinha todas as respostas preparadas na ponta da língua.
- Minha mãe é jornalista, quis seguir os passos dela. Vivi em lugares diferentes em decorrência disso.
- Deve ser interessante viver assim. Mas por que escolheu essa cidade agora?
- Está fazendo mais perguntas que eu, mas tudo bem. Mamãe não escolhe a cidade para onde tem que ir; ela trabalha para uma revista, então para onde a mandarem ir, ela vai.
Ele apoiou os cotovelos na mesa e olhou-me fixamente – Acho que isso deve ter te prejudicado nos estudos, não é?
- Um pouco, mas eu jamais me queixaria com ela. Isso me deu oportunidade de conhecer muitas pessoas e lugares – E principalmente a chance perfeita para realizar minha vingança. – Mas e você, nunca pensou em sair daqui?
- Na verdade já, mas... eu não posso fazer isso. – correu os dedos pelos cabelos, despenteando-os.
- E por que não? – perguntei instigada pela curiosidade.
- Não posso abandonar minha família. Todos esperam que eu seja o sucessor do meu pai na empresa, e por isso tenho que ficar aqui.
Por essa eu não estava esperando; jamais associaria algo assim à imagem dele.
- O que foi? – ele perguntou quando permaneci calada, e se aproximou ainda mais de mim.
Baixei o olhar para o prato, criando uma espécie de cortina entre nós com as longas mechas do meu cabelo ruivo. Eu não deveria sentir nada, mas algo em mim ficava inquieto quando ele estava tão perto e isso não me agradava de jeito nenhum.
Controle-se , você sabe o que deve fazer, e jamais falhou. E não é dessa vez que isso vai acontecer.
Após tomar coragem voltei meus olhos novamente em sua direção, no entanto, me arrependi instantaneamente. Sinceramente eu não sabia qual era a porcaria de efeito que este idiota tinha sobre mim, mas isso estava me deixando irritada. Como ele ainda esperava uma resposta minha, resolvi falar a verdade, mas sem elencar tudo.
- Você é apenas diferente do que eu esperava – respondi olhando para o tampo da mesa, evitando a todo custo encarar seus sedutores olhos azuis.
- Isso é porque você é crítica – ele disse inclinando-se para trás com um sorriso no rosto.
Ah não, querido , eu não sou somente crítica. Mas isso você infelizmente não irá saber até o momento em que eu achar apropriado.

Capítulo 03


His Pov

não era o tipo de garota que eu havia imaginado, e isso me pegou totalmente de surpresa. Depois daquele dia, passamos a conversar mais, e aos poucos estava conseguindo entendê-la um pouco melhor. No entanto, existia algo em seu olhar que me dizia que ela não era totalmente verdadeira comigo, ou talvez fosse apenas paranoia minha, afinal de contas nunca havia conversado verdadeiramente com uma mulher.
No geral, nossa convivência havia melhorado bastante, e apenas tínhamos pequenas provocações um com o outro para não perder a tradição. Já nos conhecíamos há quase um mês, e eu estava sem transar a todo esse tempo, porque era a única garota em quem eu conseguia pensar, mas a única que eu não conseguia ter – pelo menos por enquanto.
Agora eu sabia que ela era bem mais que uma ruiva fatal, com um corpo de tirar o fôlego com quem eu transaria no banco traseiro do meu carro, e depois ignoraria. era uma garota com quem eu poderia conversar por intermináveis horas e não me cansar; nós tínhamos muitas coisas em comum, mas até do que era aceitável para mim. Por esse motivo, eu tinha tomar cuidado para as coisas não tomarem outras proporções, pois era muito fácil apaixonar-se por ela, entretanto, para enfrentar sentimentos eu não estava preparado.

Her Pov

- Finalmente está pronto ! Agora eu já posso me livrar de você – falei enquanto grampeava a última página do “trabalho” que estávamos fazendo. Eu havia conseguido prolongar a pesquisa por mais de uma semana, e tinha certeza de que já estava a ponto de explodir.
- Muito engraçado ! Tenho certeza que você prolongou esse trabalho, só para ter uma desculpa para ficar perto de mim – ele deu o seu já típico sorriso cafajeste e eu o ignorei. — Seja sincera comigo, gatinha... Aceite meu desafio e seja verdadeira.
Aquela era mais uma rodada das nossas provocações, só que eu já estava começando a me cansar disso.
- Você me quer, mas não sabe o porquê e não pode deixar de lutar contra isso – Ele continuou.
— Você é convencido demais , alguém já te disse isso?
- Já sim, mas isso não me abala em nada. Agora diga que você não me quer. Olhe-me nos olhos e diga isso.
— Não quero você. – falei encarando seus olhos e torci para que não demonstrasse o contrário, porque a verdade era que eu o queria muito. No decorrer dos últimos dias, o tinha conhecido melhor, e estava cada vez mais impressionada com o que descobria a seu respeito. Ele não se parecia tanto assim com os outros rapazes que eu havia enganado, que só pensavam sem si mesmos.
adorava a família, e fazia de tudo para vê-la feliz; seus amigos não tinham do que reclamar, pois ele era do tipo que ajudava em qualquer situação e estava sempre presente. Isso quase me fazia sentir remorso pelo que estava fazendo com ele, mas apenas quase. Pois o tratamento que ele dava às mulheres, era um dos piores, e isso era o que me motivava a agir. Eu estava perdendo no meu próprio jogo. Absolutamente perdendo. Droga. Droga. Droga. E eu seria uma estúpida se permitisse que ele percebesse! Era hora de reverter essa situação.

[...]


Conforme os dias foram passando e minha proximidade com aumentando, decidi que era já era hora de acabar com esse jogo; as coisas estavam demorando demais e se passasse mais tempo eu poderia perder a cabeça e acabar fazendo algo de que fosse me arrepender depois, como me apaixonar pelo , por exemplo.
Agora eu precisava arquitetar um modo de fazê-lo admitir o que sentia por mim, pois eu sabia que ele sentia algo, caso contrário, não andaria como um cachorrinho adestrado atrás de mim. E a oportunidade perfeita surgiu quando alguns de seus amigos combinaram de ir a uma boate que ficava perto da faculdade.

Capítulo 04


Her Pov

A boate estava lotada, mas o lugar onde eu me encontrava na pista de dança, estava um pouco vago, o que era perfeito, pois me dava visão privilegiada de , que bebia uma dose de uísque no bar e não tirava os olhos de uma morena abusada que flertava com ele. Eu já estava no meu limite para aturar isso; hoje era a minha noite e ninguém, absolutamente ninguém, me tiraria isso.
Quando percebi que seu olhar havia migrado por um segundo em minha direção, decidi que aproveitaria para provocá-lo com a música que estava tocando. Wiggle agitava o lugar, e eu comecei a mexer meus quadris provocativamente no seu ritmo sensual. Encarei o vazio e dancei como se o mundo fosse acabar no próximo segundo, fazendo alguns movimentos ousados descendo quase até o chão.
Repentinamente senti um corpo quente e forte junto ao meu, virei-me para saber quem era, pois só havia uma pessoa a quem eu permitiria ficar tão próximo assim, e para minha alegria, ele não me decepcionou. grudou nossos corpos tão fortemente, que eu podia sentir a forma perfeita de seu abdômen contra minhas costas.
- O que pensa que está fazendo? – perguntei com indignação fingida e tentando me afastar dele.
- Dançando com você - ele respondeu simplesmente.
- Eu não disse que você podia fazer isso.
- E eu não pedi sua permissão.
Só para provocá-lo ainda mais remexi meus quadris pressionando-me de forma sugestiva contra seu corpo.
- Está muito atrevido hoje – comentei sarcasticamente.
- Isso é porque você está me provocando demais - ele segurou forte meu quadril, e começamos a nos movimentar juntos. Suas mãos desciam pelos meus braços, pelas laterais do meu corpo, e por fim voltavam ao meu quadril. Aquela dança estava mexendo não só com a cabeça dele, mas com a minha também. No entanto, quando senti seus lábios no meu pescoço, afastei-me dele rapidamente.
- Melhor pararmos por aqui – eu disse um pouco atônita com sua atitude.
-O que foi?
- Não finja que não sabe.
- Não fiz nada – ostentava uma expressão inocente no rosto, como se eu não soubesse o que ele havia feito.
- Vou fingir que acredito. Acho melhor eu ir.
- Quer que eu te leve para casa?
- Não precisa, vou dormir no apartamento de Cindy hoje – Cindy era uma espécie de amiga que eu tinha feito na faculdade e que tinha me pedido para olhar seu apartamento nesse final de semana, enquanto visitava seus pais.
- Então eu te levo até lá.
- Tudo bem – suspirei e comecei a pensar em formas de fazer meu plano funcionar neste final de noite.
[...]


- Obrigada pela carona – agradeci assim que paramos em frente ao prédio, que ficava bem próximo à boate aonde tínhamos estado.
- Não vai me convidar para entrar? – perguntou ele como quem não quer nada. Pensa que me engana ? Sei muito bem o que você quer, mas vamos lá. Essa é a minha oportunidade de ganhar esse jogo.
- Eu não deveria, mas tudo bem. Talvez tenha algum café lá dentro ainda.
Nós subimos em silêncio, e ficamos distantes o máximo possível. Sinceramente, era o cara que estava me dando mais trabalho, com quem eu tinha investido mais tempo e dinheiro, e o único que possuía a capacidade de confundir minha mente. Eu tinha ficado totalmente sem ideias de como concluir este plano, e isso nunca havia me acontecido antes.
Entramos no apartamento, que era simples, sem requintes, e eu acendi a luz da sala.
- Quer algo para comer ou beber? Eu vou verificar o que tem no armário. – falei enquanto caminhava para a cozinha.
- Na verdade, tudo o que eu quero está bem aqui na minha frente – ele disse e eu me assustei com sua proximidade, pois não o tinha visto chegando. Antes que eu pudesse pronunciar qualquer coisa, havia me pressionado contra a parede, colando seu corpo contra o meu como fizemos antes, só que agora podíamos nos encarar e eu pude ver o desejo em sua expressão. Ele se inclinou para me beijar, e meu coração acelerou em expectativa. Nossos lábios se encostaram de forma lenta, mas logo a urgência substituiu essa sensação.
Meus olhos se fecharam e eu me perdi no calor de seu beijo. Ele não foi gentil, sua língua brigava com a minha de forma enérgica, traduzindo o quanto ele me queria e seus dedos se enredaram na parte de trás do meu cabelo, aproximando ainda mais nossos rostos. Apenas naquele instante, me permiti esquecer quem ele era, e qual a minha missão ali, até que tudo voltou como um redemoinho atingindo minha mente, e eu me afastei dele ofegante.
- Não podemos fazer isso – tentei argumentar.
- Será que posso saber por quê? – ele inquiriu com a mandíbula tensa.
- , eu não posso. Simplesmente não posso.
- Algum motivo você deve ter. E acho que eu mereço saber.
Fechei os olhos com força e tentei pensar em algo para me salvar dessa situação, mas nada me vinha à mente.
- Esse não é o modo como eu ajo normalmente. Nós somos amigos, e eu prefiro não bagunçar isso por causa de sexo sem compromisso.
Ele afastou-se de mim incrédulo.
- Sexo sem compromisso?! Acha que é só isso que eu quero com você?
- , eu conheço a sua reputação por aqui. O que mais poderia ser?
- , as coisas entre nós são diferentes. Eu não faço amizade com as mulheres, você deveria saber disso também, no entanto nos tornamos amigos, não foi?
- Isso não... – tentei dizer, mas ele me cortou.
- É a mesma coisa sim. E sabe por quê? Porque eu me apaixonei por você. – ele suspirou pesadamente - Não importava o quanto tentei fugir disso; você era a única garota em quem eu conseguia pensar.
Eu não podia nem acreditar que ele finalmente havia admitido o que eu queria que dissesse. Entretanto, naquele momento, a vingança não tinha importância nenhuma para mim. Aproximei-me dele e o beijei – Isso quer dizer que o jogo acabou?
Enlaçando-me pela cintura, ele sussurrou no meu ouvido – Definitivamente, até porque o que vamos fazer agora é bastante sério.
Cada parte de mim ansiava por ele - minha mente, minha alma e meu corpo cheio de desejo contra o dele. puxou meus cabelos para o lado e deslizou os lábios de um ombro ao outro, beijando também a base do meu pescoço, fazendo minha pele arrepiar-se no processo. Minhas mãos estavam inquietas, tocando-o em todos os lugares em que eu conseguia alcançar. Ele me beijou novamente, com mais voracidade do que antes, se é que isso era possível, e quando minhas costas tocaram novamente a parede, senti a dor do impacto, mas não me importei; aquela sensação era boa demais para ser interrompida.
Quando nos demos conta de que estávamos desconfortáveis, caminhamos às cegas pelo corredor, até que encontrei a maçaneta da porta do quarto, e empurrou-me de encontro à cama. As luzes estavam apagadas, no entanto, mesmo assim, consegui ver o brilho predatório em seus olhos, mas não era só isso. Havia algo além, uma coisa que não poderia ser explicada por palavras, mas apenas sentida. Nós sentíamos o mesmo, agora eu sabia.
Um gemido baixinho escapou de sua garganta quando ele pressionou sua ereção contra mim, e eu já estava louca para que as roupas sumissem do caminho, pois elas estavam atrapalhando. A contra gosto separamos nossos lábios para que ele pudesse me ajudar a tirar meu vestido, e sem perder a chance, deixei-o sem camisa também. Com um movimento calculado abriu o fecho do meu sutiã e fez uma intensa varredura dos meus seios. Eu teria ficado envergonhada, se logo em seguida ele não tivesse se apoderado de um deles com sua boca e quase me levado à loucura de tanto desejo.
Impacientemente, soltei a fivela do cinto de sua calça e provoquei-o, arranhando seu estômago em um movimento de vai e vem, até que decidi aventurar-me com a mão por dentro de sua calça, o que lhe rendeu um grunhido de aprovação. Era impressionante como até no momento de fazermos sexo, não conseguíamos deixar as provocações de lado, talvez isso fizesse parte de nós dois, e nem houvéssemos notado.
Naquele momento eu não estava pensando em mais nada a não ser em nós dois, a vingança passava longe de minha mente, talvez ela houvesse se perdido em meio ao turbilhão de coisas que eu estava sentindo. Quando sua boca desceu para meu umbigo, resolvi que era hora de eu agir. Espalmei minhas mãos em seu abdômen e empurrei-o para o outro lado da cama, de modo que eu pudesse ficar por cima. Beijei todo o seu peitoral enquanto ele movia suas mãos pelo meu cabelo e por todas as minhas costas. Desabotoei sua calça jeans, que há muito tempo me incomodava e ele a chutou para fora de suas pernas, restando apenas sua cueca e minha calcinha entre nós.
Virando-nos outra vez para a posição inicial, ele me beijou novamente, com uma intensidade indescritível, e eu me deleitei na sensação de sua pele quente contra a minha. Logo o resto de nossas roupas havia saído e nós estávamos nus, com o corpo dele inteiro pressionado contra o meu. Após pegar uma camisinha em sua carteira, e colocá-la penetrou-me devagar, como se pudesse me marcar como sua daquela forma, e eu agarrei-me aos seus ombros enquanto era preenchida por ele.
? — disse em meio a estocadas, tirando o meu cabelo do rosto e olhando profundamente em meus olhos. — Eu te amo.
— Eu te amo. — eu disse sem hesitar, encarando-o fixamente. Naquele momento, enquanto estávamos unidos como um só, eu amava. Era essa a sensação que eu havia sentido antes. Não sei em que momento isso aconteceu, mas nós nos amávamos, e o sentimento era recíproco e verdadeiro.
Ele começou a ir mais rápido, e eu movi meus quadris para encontrá-lo, até que atingimos o clímax, juntos. Beijamo-nos com suavidade, enquanto procurávamos por ar, e ele saiu de cima de mim, puxando-me para perto. Meu corpo todo ficou preguiçosamente quente, feliz e satisfeito. Ouvi as batidas do coração dele e fechei os olhos, curtindo o carinho relaxante de sua mão no meu cabelo.
- Eu amo você – sussurrou baixinho contra minha testa, mas eu não respondi dessa vez.

[...]

Não consegui dormir à noite toda. Pouco depois de uma hora da manhã havia adormecido, mas eu continuava acordada, pensando no que tinha feito.
Eu não podia acreditar que tinha me deixado levar; em todo esse tempo de vingança, jamais havia ido para cama com qualquer um dos garotos que enganei – se fizesse isso, iria sentir-me suja –, por isso fazia-os se apaixonar por mim, usando a tática do mistério. A garota difícil de conseguir; a garota proibida... Não havia nada mais instigante para um homem do que isso.
Entretanto, dessa vez eu não havia conseguido resguardar meu coração; havia me fascinado em todos os sentidos e eu acabei me apaixonando por ele, só que não deixaria meu coração idiota controlar minhas ações novamente. E foi por esse motivo que me desvencilhei cuidadosamente de seus braços e escorreguei para fora cama. Após me vestir, deixei no travesseiro em que estava deitada, um bilhete que havia digitado ontem à noite, enquanto ainda estava indecisa sobre como me despedir dele quando tudo acabasse.
Antes de sair, porém, olhei-o mais uma vez. Uma dor começou a tomar conta do meu peito, mas a ignorei; não podia ficar pensando que estava deixando uma parte do meu coração naquele quarto...

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Querido ,
Isso nunca foi um jogo de sedução real, como você deve ter pensado; tudo o que tivemos não passou de uma brincadeira para mim. Prometo que essa foi a última vez que me viu; só queria que você soubesse qual era a sensação de ser tratado do mesmo modo que trata as mulheres: como um objeto descartável.
Está sentindo o mesmo que elas, ? A dor de ser tratado como lixo? Espero que sim, pois essa foi minha intenção desde o começo. Aproveite essa sensação ao máximo; enquanto isso eu estarei procurando minha próxima vítima.
Beijos ardentes





FIM



Nota da autora: 29/10/2014 Minha primeira fanfic restrita e ainda por cima shortfic. Tentei dar o melhor de mim para escrevê-la e espero que tenham gostado. Queria agradecer aos meus adorados New Adults que me ajudaram e muito na escrita dessa fic. Agradecimento às minhas BFF’s Rafa e Jas que me aturam com minhas ideias loucas para as fics e que me apoiam nisso. E vocês pessoas lindas que estão lendo isso, façam meu dia mais feliz e comentem dizendo o que acharam da fanfic, a opinião de vocês é muito importante para que eu possa melhorar meu trabalho.

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