Between Spells Potions And Love

Fanfiction por Kaomy Carvalho | Ainda sem beta


Prólogo


Hogwarts, 18 de junho de 2004
Eu corria desesperadamente pela floresta, amedrontada demais para me transformar e sem fôlego para gritar por ajuda. As minhas costas o som da risada dele ecoava entre as arvores aumentando ainda mais meu medo até o ponto em que eu não conseguir ver nada além de seu rosto na minha mente, ouvir algo além do meu coração disparado ou pensar em qualquer coisa que não fosse fugir.
Em meio a minha fuga meu pé bateu contra uma raiz alta fazendo com que meu tornozelo soltasse um som estranho e me jogando com força contra o chão. Tentei me levantar automaticamente para continuar a fugir, mas a dor que senti foi terrível, incrédula, vi que meu pé estava em um ângulo impossível e que não havia mais chance de escapar.
Fiz o possível para abafar o medo e a dor para poder pensar em alguma saída e uma súbita idéia surgiu em minha mente. Encolhi-me contra a árvore mais próxima e fechei os olhos, fazendo força para livrar minha mente da membrana natural que a envolvia, não sei se foi rápido ou se demorou, pois havia perdido a noção do tempo, mas consegui com muito esforço afastar meu escudo. Sem hesitar um segundo berrei mentalmente.
– EDWARD!
Depois uma dor insuportável atingiu meu corpo inteiro, ele me encontrara.
Capítulo 1


Estação King’s Cross, 1° de setembro de 2003

Empurrei meu carrinho de bagagens com dificuldade pela estação a procura das plataformas 9 e 10, havia dito que me esperaria do lado de fora do trem para se despedir de mim, o que era desnecessário já que ela iria para Hogwarts também, e me deixara sozinha para encontrar a plataforma 9½ e eu estava começando a duvidar que pudesse fazer isso sozinha.
– Por que não fazem como em Nova York? – Resmunguei comigo mesma – Simplesmente usamos pó de flu e pronto! Estamos na estação, mas não, os europeus tinham que complicar as coisas.
Nesse momento avistei uma mulher e sua filha empurrando apressadas seus carrinhos a alguns passos de mim, então pude ouvir quando a mulher disse:
– Corra ou vamos perder o trem para Hogwarts.
Nem hesitei em segui-las e logo estávamos entre as plataformas 9 e 10, observei discretamente enquanto a garotinha atravessava a parede correndo para poder fazer o mesmo. A mulher pareceu me notar e se virou para mim fazendo com que seus longos cachos acobreados reduzissem e balançassem, seu rosto transbordava bondade.
– Olá querida, está perdida? – Sorriu para mim.
– Não, é só que eu não sei... Não entendo como...
– Como chegar à plataforma? – Eu apenas assenti com a cabeça.
– Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas 9 e 10. Não pare e não tenha medo de bater nela, isso é importante. Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervosa. Pode ir antes de mim.
Agradeci e fiz exatamente o que ela disse, foi extremamente estranho quando atravessei a barreira, num momento havia apenas tijolos completamente sólidos e no outro eu estava em uma plataforma repleta de gente se despedindo e entrando em uma grande locomotiva vermelha. Um letreiro no alto informava Expresso de Hogwarts, 11 horas, fiquei ali parada por um momento imaginando como diabos iria encontrar no meio de tanta gente e por isso pulei quando a voz da mulher ruiva soou atrás de mim.
– É estranho uma aluna do quinto ano estar com problemas para entrar na plataforma depois de tantas viagens. – Ela parecia rir um pouco.
Olhei para trás e vi que a garotinha tinha se juntado a mulher, ela era igualmente ruiva e bela como uma boneca.
– Sexto ano na verdade. – Corrigi automaticamente – Eu fui transferida dos Estados Unidos para Hogwarts quando me mudei para Londres, é minha primeira vez em Hogwarts.
– Oh, é por isso que você tem esse sotaque, eu deveria ter percebido.
– Eu não tenho sotaque. – Para mim ela que falava engraçado e não pude deixar de corar constrangida.
– Eu acho bonito.
A menininha me pegou de surpresa, olhei para e ela retribuiu o olhar com um sorriso.
– Obrigada querida, desculpe minha grosseria, nem me apresentei, eu sou .
– Sou Victória Tanner e essa é minha filha .
– Prazer em conhecê-las.
Nesse momento avistei duas orelhas pontudas entre a multidão, animada gritei "", assustando Victória e sua filha, no momento seguinte estava do meu lado chorando de alegria.
estava tão preocupada com a senhorita! – Soluçou – não achava a senhorita em lugar algum! A senhorita precisa entrar no trem antes que ele parta, nem poderá ver a senhorita abrir o presente de .
– Presente? – Perguntei duvidosa.
– Sim, sim! Este aqui. – Disse me entregando uma caixa média e com alguns furinhos nas laterais.
Eu examinei a caixa por alguns momentos enquanto cumprimentava minhas novas conhecidas, por um segundo pensei ouvir um chorinho vir de dentro dela, infelizmente e Victória empurraram a mim e a para dentro do trem antes que eu pudesse abri-la. Nós acenamos para elas enquanto o trem começava a andar e depois procuramos uma cabine vaga, combinando de viajarmos juntas, e apenas no fim do trem encontramos uma sem garotos barulhentos ou garotas mal encaradas.
– O que você acha que a sua elfa te deu? – perguntou.
não é minha elfa, ela é uma elfa domestica do FALE, nós a vemos mais como uma amiga do que como uma empregada. – Respondi séria, e depois sorri pegando a caixa.
– E não faço a menor idéia do que ela aprontou.
Peguei a caixa branca que estava ao meu lado no banco e a coloquei no colo, hesitei um momento antes de abrir para fazer suspense e apenas tirei a tampa quando fez uma expressão que o faria ela mesma se eu não me apressasse. No mesmo momento nós duas suspiramos de choque e prazer, dentro da caixa havia um lindo filhotinho de gato, de pelos totalmente .
– Oh meu deus! É tão fofo que parece um mini-pufe!
– Um o que? – Estranhei.
Ela tirou uma bolinha pequena e felpuda de dentro da bolsa que trazia no colo, ela era rosa bebê e imediatamente soltou um guincho de êxtase quando a acariciou.
– Ela se chama Pulf, comprei há um ano no Gemialidades Wesley no beco diagonal, você deveria ir a essa loja qualquer dia, tudo lá é interessante e divertido, eles tem uma filial em Hogsmeade também.
Eu assenti e voltei a minha atenção para o gatinho dentro da caixa, ao lado dele havia um cartão branco e rosa. Rapidamente eu o peguei e li em voz alta para que escutasse.
,
ficou tão preocupada em não poder vê-la o tempo todo em Hogwarts que pensou que seria bom lhe arrumar uma amiguinha para que a senhorita não se sentisse sozinha. descobriu que em Hogwarts permitem tem certos animais de estimação por isso comprei essa gatinha, espera que a senhorita tenha gostado.
Com amor,

– É uma fêmea! – exclamei.
A gatinha bocejou, abriu os olhos e me encarou por alguns momentos, completamente desperta, extasiada, eu a peguei nos braços e afastei a caixa para o lado.
– Que nome você vai dar a ela? – Perguntou animada.
– Ela definitivamente tem cara de , não imagino outro nome que combine com ela.
– Tem razão, é a cara dela... Ou seria focinho?
- Nós duas rimos da piadinha boba. Passei toda a viagem conversando com e me afeiçoei à garotinha. Bree tinha apenas 11 anos e era seu primeiro ano em Hogwarts, por isso ficamos trocando comentários de como imaginávamos que era Hogwarts e ela me jurou que no lago do castelo havia uma Lula gigante, foi tudo muito divertido, tanto que nos assustamos quando o tem parou, já ao anoitecer.
– Esquecemos de por o uniforme! – gritou.
Pulei de pé e larguei Snow sobre o assento, e assim como comecei a arrancar as roupas o mais rápido possível, nos vestimos, pegamos nossos animais e saímos correndo do trem. Do lado de fora havia um homem enorme e peludo segurando uma lanterna sobre a cabeça dos alunos que gritava "Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui!", nos dirigimos até ele.
– Com licença... – murmurei um pouco intimidada pelo seu tamanho.
– Olá, você deve estar meio perdida, os alunos vão para a escola de carruagem, daquele lado. – Ele apostou para uma trilha repleta de gente mais atrás. – Apenas os alunos do primeiro ano vêm comigo.
– Acontece que eu fui transferida e...
– Ah! – ele exclamou com uma expressão surpresa e alegre, eu já não o achava tão assustador – Você deve ser , não é? Nesse caso seu lugar é aqui mesmo, você vem conosco.
Sorri para e juntas seguimos o grandalhão que se apresentou como Hagrid por uma trilha estreita e íngreme, após algumas curvas chegamos à beira de um grande lago negro onde vários barquinhos esperavam na margem e após ele havia o castelo, grande e majestoso que se erguia quase que até o céu. Todos fizeram um coro de "Oooooooooh!" e começaram a conversar animadamente.
– Certo, certo, entrem nos barcos, apenas quatro em cada um! – Embarquei com assim como todos e me ajeitei com cuidado para não cair – Prontos? Então... VAMOS!
Os barquinhos largaram todos ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que mais parecia um espelho liquido. Hagrid gritou "Abaixem a cabeça!" e todos obedeceram, passando assim por uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco de que nos aproximávamos. Atravessamos um túnel escuro e atracamos em um pequeno cais de pedra, subimos por uma passagem aberta na rocha, nesse momento segurei firme a mão de , pois não se podia ver muito mais do que a lanterna de Hagrid, até chegarmos ao gramado fofo a sombra do castelo, tendo a frente uma escada de pedra e uma pesada porta de carvalho. Hagrid seguiu até ela e bateu três vezes.
A porta se abriu imediatamente e uma mulher jovem apareceu imediatamente, de estatura mediana e com cabelos muito cacheados ela tinha uma expressão amistosa no rosto. Hagrid se virou para nós e informou.
– Alunos, essa é a professora de Transfiguração Hermione Granger.
– Obrigado Hagrid, eu cuido deles daqui em diante. – a professora sorriu – Alunos, por favor me sigam.
Apesar da voz aparente doce seu tom era do tipo que não admitia contradições, eu fiquei imaginando que tipo de professora ela seria enquanto seguia os alunos mais novos pela porta que nos levou a um enorme saguão de teto extremamente alto e piso de lajotas de pedra. O local estava iluminado por archotes flamejantes e a frente havia uma imponente escada de mármore, centenas de vozes vinham de uma porta grande à direita, onde provavelmente o resto dos alunos estavam reunidos, mas foi a uma sala vazia ao lado do salão que a professora se dirigiu conosco.
Quando todos se reuniram, parecendo nervosos, ela começou a falar num tom monótono, como um gravador, mas não menos envolvente por isso. Todos prestaram atenção quando ela começou.
– Bem vindos a Hogwarts - disse a Professora Granger. - O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.
"As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer."
"A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sintam-se a vontade para se arrumar, mas não precisam ficar nervosos, todo mundo já passou por isso."
Todos começaram a ajeitar as roupas e passar as mãos pelos cabelos assim que a professora saiu, menos eu que tentava fazer Snow, que acordara com a bagunça dos alunos, ficar quieta no meu colo. virou para mim desesperada.
– O que eu faço Bella? Estão falando que temos que fazer um teste ou algo assim, e nós nos vestimos tão rápido que meu cabelo deve estar todo bagunçado e...
! – Interrompi – Não se preocupe, tenho certeza que não a teste algum e você está ótima, nenhum fio fora do lugar.
– Mesmo, ainda bem, fiquei tão preocupada.
Ela pareceu aceitar tão completamente a minha opinião que eu cheguei a torcer para não haver nenhum teste mesmo. veio imediatamente em busca de mim quando ficou com medo e eu tive a impressão de que seria assim pelo resto do ano, como se eu fosse sua irmã mais velha. Esse pensamento fez com que meu coração se aquecesse. Minutos depois A prof. Granger voltou a entrar na sala.
– Por favor, façam uma fila única e me sigam. – Ela esperou enquanto todos se moviam e olhou para mim. – Senhorita , certo? Você ficará aqui, como é uma aluna transferida sua seleção será depois dos alunos do primeiro ano, eu voltarei assim que a seleção deles acabar e... – Ela olhou para que se agitava nos meus braços. – Se quiser pode soltar seu gato, ele estará no salão comunal quando você subir.
saiu junto com todos os outros e logo me vi sozinha na pequena sala, sem nada para me distrair acabei deixando que minha mente vagasse solta e a única coisa que pensei que realmente me incomodou no cômodo vazio foi "Novo país, escola nova, novo ano, uma vida inteira nova. Por Merlin, o que será de mim agora?"
Capítulo 2


Balancei a cabeça para afastar os pensamentos inseguros e comecei a torcer as mãos, "Não tem motivo nenhum para ficar nervosa" repeti mentalmente diversas vezes para me acalmar, o que foi difícil de fazer, pois o silêncio da sala era pesado e incomodo, então tentei me concentrar no som abafado que vinha de fora. Risadas, aplausos e assobios podiam ser ouvidos bem baixinho e me concentrei neles por um tempo, mas logo ouvi passo se aproximando e me endireitei, esperando a porta abrir e quando isso aconteceu, a professora não entrou.
– Vamos, senhorita ? – Eu apenas confirmei com a cabeça e a segui.
Saímos juntas da sala para o saguão e atravessamos as portas duplas que levavam ao grande salão, o lugar mais impressionante que eu já vi na minha vida, parecia não haver teto, pois se podia ver as estrelas do céu lá fora junto centenas de velas que iluminavam o cômodo. Quatro longas mesas estavam enfileiradas pelo salão e apinhadas de estudantes, mais a frente havia uma quinta mesa, igualmente comprida, que acomodava os professores e foi até lá que a Prof. Granger me levou, me deixando de costas para os professores e de frente para o salão. Ela pegou um chapéu muito velho, remendado, esfiapado e sujo que estava sobre o banquinho e fez um aceno com a varinha em direção ao mesmo, deixando-o um pouco mais alto, o que era lógico já que eu era mais velha e maior que os alunos do primeiro ano.
A professora fez um gesto para que eu me sentasse e imediatamente obedeci, fazendo meu máximo para ignorar os cochichos dos alunos, por um segundo pude ver todo o salão comunal com pessoas curiosas olhando para mim e no outro o chapéu havia coberto meus olhos. Pude ouvir a vozinha do chapéu na minha cabeça, como se falasse dentro da minha mente, murmurar:
– Oh, o que temos aqui hoje, uma mente nada má, nada má mesmo. – Disse ele – Uma mente independente mais ao mesmo tempo fiel, uma sede de saber digna da Corvinal, mas não tenho duvidas que seu coração seja valente a ponto de não poder ficar em outra casa que não seja a GRIFINÓRIA!
Eu ouvi o chapéu anunciar a ultima palavra para todos e imediatamente meus olhos foram descobertos, pisquei um momento com a súbita luz, muitos aplausos e assobios encheram o salão. A professora chamou a minha atenção.
– Sua mesa é aquela, como você é nova acompanhará o monitor junto com o primeiro ano até o salão comunal para decorar o caminho. – Disse apontando para a segunda mesa à esquerda, que estava sob uma enorme tapeçaria de um leão vermelho e dourado.
Eu me dirigi à mesa sorrindo para meus novos colegas, mas só sorri sinceramente quando vi que estava sentada nela, me apressei para ficar ao seu lado.
– Estamos na mesma casa! – Exclamamos ao mesmo tempo.
Não tivemos muita chance de conversar, pois fui acometida por uma avalanche de perguntas dos alunos do sexto ano, coisas como "De onde você veio?", "Como era sua escola?" e "Por que você se mudou?", mas foi fácil responder a todas elas, já havia me preparado para esse momento inevitável. A diretora Minerva McGonagall disse algumas poucas palavras e liberou o jantar, as travessas de ouro e prata na mesa se encheram de comida, fiquei aliviada, pois todos se ocuparam em encher a boca ao invés de me interrogar. Quando todos estavam satisfeitos uma aluna da minha série, Angela Weber, que havia sido mais simpática comigo que os outros enxeridos, se levantou.
– Alunos do primeiro ano, por favor, venham comigo. Alunos do primeiro ano!
Todos do primeiro ano se levantaram e eu os acompanhei, reparei que nas outras mesas ocorreu o mesmo, na mesa da Lufa-Lufa a responsável era uma garota morena de cabelos muito curtos, na Sonserina era um rapaz loiro-platinado de expressão maliciosa e na Corvinal... Nesse momento eu perdi o fio da meada, o rapaz da Corvinal era extremamente lindo! Sua pele era muito clara e seu cabelo era cor de bronze, impossivelmente desarrumado, quando ele se virou para olhar na minha direção pude ver que seus olhos eram dourados. Para minha felicidade puxou meu braço, me tirando do transe.
– Vamos, ! Temos que ir agora!
– Estou indo . – E a acompanhei.
Me obriguei a não olhar para trás e me perder naqueles olhos estonteantes do garoto da Corvinal, por isso procurei prestar atenção no que a garota dizia enquanto nos conduzia pelas escadas de mármore seguidas por corredores compridos e mais escadas.
– Eu sou Angela Weber e sou monitora da Grifinória assim como o Erick Yorkie.- Apontando para o rapaz que vinha andando atrás de nós. – Por favor, prestem atenção no caminho e cuidado com as escadas, elas gostam de mudar de lugar e tem degraus faltando. Todos devem estar no salão comunal às 10 horas, o zelador Filch e sua gata, madame Nora, se certificam de que ninguém vai estar fora da cama a partir desse horário e... Oh, olá Sir Nicolas, o senhor não foi ao jantar. - Angela cumprimentou um fantasma que vinha em nossa direção.
– Olá senhorita Angela, vejo que trouxe alunos novos com você. Muito prazer, eu sou o fantasma residente da torre da Grifinória, Cavalheiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. – Com isso tirou a cabeça dos ombros como se fosse um chapéu, deixando-o preso apenas por um pedacinho de carne fantasmagórica.
Alguns alunos fizeram sons de surpresa e outros, principalmente as meninas, desviaram disfarcadamente os olhos, foi menos sensível com o fantasma, me abraçou e escondeu o rosto no meu peito, seu corpo tremia levemente. Sir Nicolas pareceu acostumado, colocou a cabeça de volta com a maior naturalidade, mas mesmo assim fiquei com pena dele.
– Foi um prazer conhecê-los mais devo me apressar para a reunião dos fantasmas no 4° andar, com sua licença. – Partiu.
– Esse era o Nick-quase-sem-cabeça, mais ele não gota muito de ser chamado assim. Ele é inofensivo e muito simpático, não a motivos para ter medo. - Ela parecia estar se referindo a . – Bem, vamos continuar antes que Pirraça nos ache, ele é um poltergeist,dele vocês devem ter medo.
Assim continuamos a andar, estava mais calma, mas mesmo assim não soltou minha mão por nem um segundo. Quando chegamos ao sétimo andar Angela foi em direção às torres e parou na frente de um grande quadro de uma mulher muito gorda e risonha.
– Essa é a entrada para o salão comunal, para entrar vocês devem dizer a senha à mulher gorda e ela abrirá passagem para você. Toda semana a senha muda e é colocada no mural lá dentro, vocês não devem dizer a senha a ninguém e muito menos a localização do salão comunal. – Ela se virou para o quadro e disse. – Pudim de fígado.
A mulher gorda acenou para nós e se abriu, revelando uma passagem na parede, todos nós entramos e nos reunimos na vasta sala redonda decorada de vermelho e dourado, cheia de poltronas fofas e muito confortáveis. Angela apontou os dormitórios, meninos à esquerda e meninas à direita, e todos parecerem subitamente cansados e sonolentos, e eu subimos pela escada de caracol e nos despedimos com um "Boa noite" embolado de sono. Angela entrou comigo em um dos quartos do sexto ano, assim como mais três garotas, o cômodo também era redondo com cinco camas com reposteiros de veludo vermelho-escuro, os malões haviam sido trazidos e estavam no chão, cada um ao lado de uma cama.
Minha cama era bem ao lado da porta e pude ver dormindo sobre o travesseiro, eu já estava preocupada com ela, acariciei sua cabeçinha branca e não esperei mais, assim como as meninas eu abri o malão e tirei uma camisola longa e confortável para dormir, voltei a fechar o malão e fui saindo do quarto. Angela estranhou.
– Aonde você vai, ?
. – Corrigi. – Eu vou ao banheiro trocar de roupa, aonde mais eu iria?
– Você pode se trocar aqui mesmo. – A loira, Jessica, disse tirando a blusa. – Somos todas meninas afinal.
– Não, obrigada, eu prefiro mesmo me trocar no banheiro.
E sai do quarto antes que elas pudessem insistir, me troquei rapidamente no banheiro e depois me tranquei dentro de um Box. Me sentei no vaso o mais encolhida que pude, abraçando os joelhos, e murmurei.
.
Com um estralo apareceu na minha frente, ela olhou para mim com seus enormes olhos azuis e sorriu para mim, eu retribui o sorriso.
– A senhorita me chamou?
– Chamei sim , quero saber se você conseguiu resolver aquele problema que conversamos ontem.
– Consegui sim senhorita – estava tão excitada que pulava no lugar, fazendo com que suas longas orelhas abanassem. – Eu conversei com um amigo meu, Monstro, e ele me contou que o mestre dele conhece uma sala mágica aqui em Hogwarts.
– Uma sala mágica? – Não era impossível, tudo em Hogwarts parecia mágico.
– Sim, decorou tudinho. A senhorita tem que descer a torre e ir ao corredor do sétimo andar, você deve passar por ele três vezes mentalizando o que precisa, se tudo der certo uma porta irá aparecer.
– É só isso? Tem certeza?
tem certeza. – Ela confirmou séria.
– Muito bem então, vou esperar as meninas dormirem, vou pegar minha poção e sair. Você poderia ficar alguns minutos no quarto para ver se nenhuma delas acordou?
pode ficar a noite inteira se a senhora desejar. – Se ofereceu prontamente.
– De jeito nenhum, você ainda tem que trabalhar, não se esqueça que você foi contratada pela diretora.
não esqueceu, mais sempre servirá a senhorita.
– Obrigada . – Me inclinei com dificuldade e beijei seu rosto. – Quando eu sair do quarto eu te chamarei, então vá direto para lá, não precisa vir até mim. Oh, quase me esqueci, obrigado pela gatinha, eu a chamo de .
sabia que a senhorita iria gostar, pensou que a ironia seria engraçada! –rimos juntas com a piada particular que só nós entendíamos.
acenou um adeus e desapareceu. Eu sai naturalmente do banheiro, como se nada tivesse acontecido e entrei no quarto, todas as meninas já estavam deitadas na cama. Dei um boa noite estratégico para ver se elas haviam dormido e Angela e Lauren não responderam baixinho, Jessica e Martha ainda estavam acordadas. Abri o malão e tirei um despertador trouxa de dentro abertamente, para ter uma desculpa, e disfarçadamente apanhei meu frasco de poção do sonho-sem-sonhos e o levei para a cama comigo, puxei as cortinas vermelho-escuro para fechá-las e me deitei ao lado de , fingindo dormir.
O tempo passou rápido, eu devo até ter cochilado, mas me sentei automaticamente quando o relógio marcou meia-noite por puro habito. Me levantei sem fazer barulho e sai do quarto na ponta dos pés, deixando as cortinas da cama fechadas para que não percebessem que eu havia saiu, e me seguiu, murmurei baixinho o nome de para que ela entrasse no quarto e desci as escadas em silêncio até o salão comunal, não havia ninguém a vista então fui direto até a passagem do quadro e o empurrei para abri-lo.
Antes de sair eu olhei novamente para os lados e para trás e então fiz meu pequeno truque secreto do qual apenas sabia. Em um salto meu corpo se encolheu e transformou, mãos e pés viraram patas e pele se transformou em pelo, em um segundo meu corpo de mulher já não estava ali, no seu lugar havia um animal. se aproximou curiosa de mim e me cheirou, depois disso ela miou alto e por algum motivo eu pensei tela ouvido dizer "Eu reconheço você", pensei que seria melhor se ela ficasse quieta e ela se calou, como se compreendesse. Ignorei o fato estranho e passei pela mulher gorda no quadro, que nem ao menos havia acordado com o movimento, e caminhei no escuro junto com , descendo da torre em direção ao corredor.
Como havia instruído, eu passei por ele três vezes dizendo mentalmente "Preciso de um lugar para dormir a noite sem ser encontrada". Na quarta vez que eu passei pelo corredor uma pequena porta havia aparecido, pequena ao ponto de apenas o meu corpo animal conseguir passar por ela, fui até ela e bati a pata na maçaneta de latão fazendo a porta se abrir e entrei.
O aposento não era grande, mas dentro dele havia uma cama grande de casal com um criado mudo ao lado e um despertador que não tinha ponteiros, o que era mais do que suficiente para mim, ninguém conseguiria me ouvir durante o sono ali. Voltei a me transformar em gente e se sentei na cama, percebendo pela primeira vez que do outro lado havia uma cama de gato fofa e cheia de brinquedos para , eu ri sozinha, essa sala tinha realmente tudo que precisava.
Tirei o frasco de poção do bolso da camisola e o tomei todo seu conteúdo, como a poção já não fazia o mesmo efeito em mim eu fiquei apenas sonolenta, e me deitei na cama para dormir, subiu também e veio se acomodar no travesseiro ao lado do meu. Eu achei graça.
– Já vou logo avisando que você deveria ir para a caminha que a sala preparou para você, eu me mecho muito a noite e vou acabar te esmagando. – Avisei.
Ela obviamente não me entendeu, e se por algum motivo misterioso ela compreendeu então ela simplesmente me ignorou. Não pensei muito nisso, pois logo em seguida estava no mundo dos sonhos rezando para dormir em paz. Mas quem disse que eles deixam?
Capítulo 3


Minha noite foi cheia de sonhos confusos e aterrorizantes, provavelmente muitos gritos também, e como de costume acordei suada e tremendo, meu corpo cansado e dolorido do modo com que eu já havia me acostumado e dormia na sua caminha ao lado da cama, provavelmente fugira na primeira vez que eu me virei. Não precisei olhar no relógio para saber as horas, nem conseguiria já que ele não tem ponteiros, pois eu sempre acordava às sete horas em ponto, nem mais cedo nem mais tarde, levantei da cama e sacudi de leve para que ela acordasse.
– Acorde bola de pelos, temos que voltar ao quarto antes que as meninas acordem.
se espreguiçou, liberando suas garras por um momento, e depois levantou olhando para mim como se dissessem em voz alta "Eu já estou pronta, vamos logo ou eu volto para a cama!", eu ri do pensamento, minha imaginação sempre foi muito fértil, por isso respondi a ela.
– Claro, vamos logo então você poderá dormir o quanto quiser. – E me transformei em animal novamente.
Corremos até o quadro da mulher gorda, eu havia me esquecido de pensar em como entrar no salão comunal sem ser notada então entrei em pânico por um momento. Para meu espanto foi até o quadro e começou a arranhá-lo e miar alto, sem outra saída eu a acompanhei, logo a mulher gorda acordou e ficou furiosa.
– Parem de arranhar meu quadro seus animais estúpidos! Shoo! – Ela berrou desesperada. – Vocês querem entrar? Entrem então, mas parem de danificar a minha pintura!
Ela se abriu e nós entramos correndo, novamente eu pensei mentalmente como se pudesse me entender "Muito bom , vou comprar um brinquedo e alguns petiscos para você por ter nos livrado dessa!", ela miou alto, orgulhosa de si. Subimos as escadas e eu me transformei antes de abrir a porta do quarto, todas as camas estavam com as cortinas fechadas então fui direto para a minha e as abri, não me dei ao trabalho de desarrumar a cama, simplesmente peguei meu uniforme no malão e fui tomar um banho, deixando dormindo novamente.
Quando voltei Angela e Martha tinham acabado de acordar, eu as cumprimentei e guardei minhas coisas no malão, prendi o cabelo em uma trança longa e a deixei cair sobre o ombro. Jessica abriu a sua cortina e olhou para mim ainda meio grogue.
– Você levanta cedo demais. – comentou ela.
– Quanto mais cedo eu levantar mais tempo terei para encontrar o caminho para as aulas, tenho certeza que ficarei perdida.
– Bem, eu já sei onde as minhas salas ficam então posso dormir a vontade. – Comentou Lauren da sua cama sem se dar ao trabalho de abrir as cortinas.
– De qualquer forma, eu vou descer e procurar a para irmos tomar o café da manhã. Vejo vocês depois.
Sai do quarto e desci até o salão comunal, não precisei procurar por , pois ela estava sentada de frente para a lareira tentando passar uma escola nos cabelos enrolados e sem muito sucesso. Eu ri e me aproximei tomando a escova das suas mãos delicadamente, ela me olhou surpresa por um momento, mas depois me deixou escovar seus cabelos longos e ruivos. Quando terminei, ela se levantou e foi admirar seu reflexo em um grande espelho sobre uma das mesas do salão, ela riu, maravilhada com o resultado.
– Geralmente eu passo metade da manhã desembaraçando os meus cabelos e você conseguiu em cinco minutos, como fez isso? – Ela perguntou ainda rindo.
– Bem, pequeno gafanhoto, - Fui dizendo enquanto pegava sua mão e a conduzia para a passagem atrás do quadro – isso é apenas o resultado de anos de prática.
Nós conversamos e rimos por todo o caminho até o grande salão, no qual eu acabei por cair duas vezes nos degraus invisíveis da escada e ganhar um enorme roxo dolorido na perna, e nos sentamos no começo da mesa, ainda um pouco vazia, e aproveitamos um café da manha tranqüilo e saboroso. Quando terminamos o salão já estava cheio de alunos sonolentos e antes que pudéssemos escapar da aglomeração o correio coruja chegou, todo mundo recebeu pelo menos uma carta da escola com o horário das aulas, eu além dessa recebi uma do meu pai também.
– De manhã eu tenho uma aula de Herbologia com os alunos da Lufa-lufa às 8 horas, depois duas aulas de feitiços com a Sonserina. – Ela pareceu chateada com essa ultima. – E... Ah, um horário vago antes do almoço! E você Bella?
– Bem... – Eu escondi disfarçadamente a carta do meu pai e peguei meu horário. – Essa manha eu tenho duas aulas de defesa contra as artes das trevas com os alunos da Sonserina, um horário vago e depois uma aula de transfiguração com a Corvinal.
– Que pena, além de nossos horários vagos não baterem nós ainda teremos aula com a Sonserina. – Ela pareceu enojada ao falar o nome.
– O que a de errado com a Sonserina?
– A Sonserina é a casa com os piores e mais malvados bruxos da escola, todos que se formam na Sonserina se tornam bruxos das trevas. Me contaram que alguns deles tem se salvado desde que Draco Malfoy se tornou o professor responsável pela casa mais eu tenho as minhas dividas, afinal, sempre ouve uma grande rivalidade entre a Grifinória e a Sonserina.
– Entendo... – murmurei meio nervosa com o assunto e procurei distraí-la – Mas me diga, qual é o seu horário à tarde?
Conversamos por mais alguns momentos antes de subir novamente para o salão comunal para apanhar o material para as aulas, por sorte eu encontrei com Angela e fomos juntas para a aula de defesa contra as artes das trevas. Chegamos antes do professor e ficamos na porta conversando enquanto esperávamos, nossos colegas chegaram aos poucos e quando todos estavam reunidos a classe da Sonserina apareceu acompanhada de um homem alto e loiro, provavelmente o professor. Houve um estranho momento de tensão entre os alunos enquanto ele destrancava a porta, mas logo todos entraram e sentaram separados, verdes de um lado e vermelhos do outro, de certa forma foi engraçado de assistir, pois os garotos só faltavam rosnar uns para os outros.
– Todos vocês já devem me conhecer, - começou o professor loiro, chamando minha atenção. – mas apenas para manter o habito eu vou me apresentar. Meu nome é Draco Malfoy e vou ser o professor de Defesa contra as artes das trevas de vocês este ano, assim como vem sendo desde três anos atrás, então não fiquem esperançosos em se livrarem de mim.
– O que ele quis dizer com isso? – Sussurrei para Angela que estava sentada a minha esquerda.
– Havia uma maldição no cargo de professor contra as artes das trevas, nenhum professor conseguia lecionar por mais de um ano nessa posição, mas dizem que a maldição foi desfeita com a morte do conjurador durante a guerra. – Explicou ela baixinho.
Eu conhecia a história, Draco Malfoy foi julgado como um comensal da morte e considerado inocente quando Harry Potter testemunhou a favor dele no tribunal, desde então ele vinha fazendo tudo que podia para limpar a mancha no nome Malfoy que havia sido deixada por seu pai. Na verdade, haviam muitos heróis trabalhando na escola, Draco Malfoy, Hermione Granger e também Neville Longbottom, todos eles haviam lutado na guerra junto a Harry Potter. Era emocionante só estar na mesma sala que um deles.
A aula passou devagar e foi cheia de anotações e perguntas, o Prof° Malfoy me deu dez pontos por responder uma pergunta que um sonserino não sabia e isso causou uma comemoração silenciosa e muitos gestos grosseiros trocados entre os meninos quando o professor estava de costas. Quando finalmente a aula acabou eu guardei meu material e segui para o salão comunal, onde passaríamos o horário livre, no caminho eu vi alguns estudantes da Corvinal passando e me lembrei do maravilhoso garoto ruivo da noite passada, por isso não pude evitar perguntar sobre ele a Angela – Jessica era maliciosa demais - quando chegamos ao salão comunal.
– Ruivo e monitor da Corvinal? Só pode ser o Edward Cullen!
– Edward Cullen? – Ofeguei em choque – O vampiro Edward Cullen?
– Esse mesmo. Você deve saber a história.
– Sei sim, depois da guerra os ministérios de todos os países começaram a fazer de tudo para abolir o preconceito entre as raças, em meio a essa confusão fizeram acordos de paz com diversas raças, entre elas os vampiros. Edward Cullen era um bruxo, mas não sabia disso, e foi transformado durante a epidemia de febre espanhola a pedido da sua mãe, um caso raríssimo. Eu sabia que ele estava estudando em uma escola bruxa, mas não sabia que era aqui!
– Isso mesmo, ele nem é realmente tratado como um vampiro sabe, o "pai" dele, Carlisle Cullen, trabalha junto com a enfermeira Papoula Pomfrey na ala hospitalar da escola e sua família está morando em Hogsmeade no momento. A diretora confia neles e...
– E além de tudo, - Jessica cortou Angela. – Ele é um gato!
– Bem, - Angela corou – ele é realmente bonito, como todos os alunos da Corvinal.
– Todos da Corvinal são bonitos?
– Sim, mas nenhum como o Edward! – Suspirou Lauren. – Você vai ver, a próxima aula é com a classe dele.
Eu continuei conversando normalmente, mas por dentro pensei: como é que essas garotas vão conseguir estudar com esse cara na sala? Angela talvez até consiga se controlar, mas Jessica e Lauren estão perdidas, vão levar bomba na certa! Mais espere ai, eu vou conseguir tirar os olhos dele? Eu devo ter ficado vermelha nesse momento, pois Angela perguntou se eu estava me sentindo bem, eu disfarcei e disse que era melhor irmos para não perder a aula, incrivelmente elas estavam mais do que ansiosas para ir.
Quando passávamos pelo buraco atrás do quadro apareceu, parecendo realmente brava, por algum motivo ela queria algo de mim. Logo percebi que ela queria os petiscos que eu havia prometido a ela noite passada, como pode um gato entender o que a gente diz?
– Prometo escrever para a loja ainda hoje , amanhã de manhã suas guloseimas chegam junto com o correio coruja, certo?
Observei enquanto ela bufava e saia, ainda brava, e depois corri para alcançar minhas colegas, a ansiedade delas era tanta que já estavam longe, no final da escada. Fomos juntas em alta velocidade até a sala de transfiguração e chegamos cedo apesar da sala já estar aberta, Angela brigou com Jessica, pois uma queria sentar na frente para assistir a aula e outra queria sentar no fundo para assistir ao vampiro, no fim acabamos sentando todas no meio da sala.
Enquanto esperávamos o resto da sala entrar eu comecei a tirar meu material da bolsa, ficando de costas para as meninas, nesse momento meu corpo se arrepiou e os cabelinhos da minha nuca ficaram em pé. Alguém tinha entrado na sala e esse alguém era tinha uma presença marcante, por sorte tive controle suficiente para me virar de vagar e olhar para porta com uma expressão nula, outra habilidade adquirida através dos anos.
Ele era muito mais marcante de perto, mais alto, seu cabelo era um de um ruivo profundo e meio castanho totalmente único, sua pele era clara, bem mais clara que a minha, o formato de seu rosto era anguloso e provocante. Pelas calças de Merlin, deveria ser um crime colocar uma distração dessas numa sala de aula! Jessica parecia não se importar nem um pouco, tanto que quando ele passou do nosso lado ela jogou os cabelos para trás e disse num tom que deveria ser sedutor.
– Hey Edward, estamos dividindo a classe novamente. – E eu olhei espantada quando ele se virou e sorriu para ela.
Não fiquei espantada pelo sorriso dele, mesmo ele sendo lindo a ponto de fazer uma garota de coração fraco desmaiar, mas sim pelo fato de que quando ele tomou ar para responder o comprimento seus olhos escureceram. Simplesmente mudaram de dourado para preto em um instante! Suas narinas se dilataram e ele se virou para encarar o motivo da sua mudança repentina.
Ele se virou para encarar a mim.
Capítulo 4


Aconteceu em apenas um segundo, no mesmo instante em que ele me encarou ele desviou os olhos, voltando a conversar com Jessica, que talvez nem tivesse percebido sua reação, mas seus olhos continuavam negros.
– Hey Jessica, que bom te ver. Como foram suas férias? – Sua voz era baixa e grave, do tipo que te deixa hipnotizada.
– Não foram tão boas sem você Baby. – Lutei para não deixá-la perceber o quanto eu achei a cantada barata.
Angela deve ter pensado o mesmo, pois engasgou e deixou cair a pena que estava em sua mão, já Lauren nem prestou atenção, estava com a mente muito longe enquanto babava com a visão do vampiro. Edward ia responder a Jessica, seja lá o que for que se responda a uma coisa dessas, mas a professora mandou todos sentarem para iniciar a aula. E foi uma longa e constrangedora aula, a professora Granger conseguia ser simpática e firme ao mesmo tempo e sua aula não era chata, mas eu tive a impressão de ser encarada o tempo todo e não tive coragem de me virar para ver quem era. "É só minha imaginação fértil agindo outra vez.", disse a mim mesma.
– Na próxima aula, - ouvi a professora dizer quando voltei a terra – vocês devem trazer seus animais para treinarmos a transfiguração, certo? Podem ir agora.
Todos os alunos concordaram e começaram a guardar as penas e pergaminhos. Eu estava colocando minha pena na bolsa quando Angela esbarrou em um dos seus livros sobre a mesa, fazendo-o cair sobre minha perna, nem me lembrava do roxo na minha cocha até o livro fazer contato com ele, a dor foi intensa e eu pulei da cadeira soltando uma exclamação de dor. Angela pulou também, assustando comigo, e recolheu o livro.
– Desculpa, desculpa, desculpa mesmo! – Ela olhou para mim com os olhos suplicantes. – Você está bem?
– Qual é? Um livrinho desses não deve ter doido tanto assim. – Zombou Lauren, que não parecia gostar muito de mim.
Puxei a saia escolar um pouco para cima, deixando a mostra o enorme roxo que agora latejava contra minha pele. Angela, Lauren e Jessica ofegaram, surpresas.
– Onde você conseguiu isso? – Perguntou Jessica.
– Talvez eu tenha me esquecido de dizer que cai em um daqueles degraus invisíveis na escada. – "Duas vezes", completei mentalmente, com o rosto corado.
– Seria melhor você ir ver meu pai, pode não parecer grande coisa mais é sempre bom prevenir. – Disse Edward atrás de mim.
Eu pulei, de novo, e abaixei a saia, atrás de mim Edward tinha uma expressão séria, até mesmo preocupada, no rosto. Meu choque foi tanto que não pude processar direito o que ele disse, estava hipnotizada exatamente como eu previ que ficaria.
– Seu pai? – Perguntei me sentindo tola.
– Sim, ele é o médico da escola, assim como madame Pomfrey.
– Você tem razão, farei isso após o almoço, obrigada. – Sorri para ele, meio hesitante.
– Por nada. – Ele sorriu de volta. – Ah, quase me esqueci, você é nova e eu nem me apresentei. Eu sou Edward Cullen.
– Prazer, Isabella Swan, mais todos me chamam de Bella.
Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei, ela era fria e macia, mas eu podia sentir a força contida nela, como veludo estendido sobre aço. Infelizmente ele soltou minha mão rápido demais, me lançou um de seus sorrisos brilhantes e se virou para ir embora, voltando-se apenas para se despedir com um "Até meninas". Quando ele se afastou o suficiente Lauren e Jessica soltaram juntas o ar.
– Ele é muito gostooooooso! – Lauren disse se abanando.
– Você sabe que ele pode ouvi-la certo? – Perguntei.
– Como se fizesse diferença, ele deve ouvir isso o tempo todo. Que inveja, ele até tocou em você! – Essa inveja não parecia do tipo amigável.
Saímos rindo e conversando da sala, planejando ir direto para o salão almoçar, quando estávamos no topo da escada apareceu correndo e se jogou em meus braços.
! – Disse entre risadas.
Eu teria rido também se ela não tivesse batido na minha perna, dessa vez a dor foi mais forte e me fez dobrar para frente, gemendo e esfregando a ferida como se pudesse afastar a dor. entrou em desespero, achando que tinha me machucado, igualzinho a uma certa pessoa agora pouco. Será que todo europeu é assim, estressado?
– Você está bem ? Eu te machuquei? Desculpa, eu...
. – interrompi. – Não foi nada, você apenas encostou no machucado que eu fiz quando cai no degrau da escadaria, lembra? Eu ia esperar até depois do almoço para ir até a ala hospitalar, mas estou vendo que com a minha sorte é melhor eu ir agora antes que eu perca a perna.
– Oh, bem... Eu vou com você então, eu acompanhei um menino até lá durante a aula de Herbologia por que ficou cheio de espinhos e por isso sei o caminho.
– Obrigada . – Sorri para ela e me voltei para minhas amigas. – Vocês podem ir almoçar, eu não me importo.
– Se você diz, - disse Lauren – então está bem. Vamos garotas.
Angela até parecia que iria me acompanhar, mas foi arrastada pelas duas garotas escada abaixo, e eu rimos das duas e fomos andando. Como já havia comido, por seu horário livre ser antes do almoço, e eu não possuir o costume de almoçar, nós caminhamos devagar, comentando sobre os professores e as matérias por isso chegamos à ala hospitalar distraídas. Quando abri a porta duas pessoas estavam conversando e pela minha desatenção só pude pegar o final da conversa.
– Não á nada de preocupante nisso senhorita. – Disse a voz masculina.
– Mas eu estou te dizendo, os olhos dele... – A dona da voz de interrompeu quando nos viu.
Eu reconheci a voz feminina imediatamente, por isso não me surpreendi ao ver a professora Granger se virar na nossa direção. Seu sorriso saiu um pouco amarelo, mas ela procurou disfarçar e me cumprimento.
– Olá novamente senhorita , senhorita Tanner. O que as trazem aqui?
– Bem, eu gostaria que o senhor Carlisle desse uma olhadinha na minha perna. – Disse meio envergonhada. – Eu cai em um dos degraus invisíveis da escada e já bateram no meu machucado duas vezes...
– Ela caiu da escada duas vezes – Dedurou , rindo. – E teria caído uma terceira vez se eu não tivesse segurado.
– Bem, - disse o doutor Cullen rindo um pouco, assim como a prof. Granger – Deixe me ver o que posso fazer. Sente-se aqui, por favor.
A professora Granger se afastou quando eu sentei, se dirigindo para a porta.
– Eu já vou indo então, nós conversamos mais tarde doutor Cullen. – Seu tom de voz era significativo e ela saiu sem olhar para trás.
O doutor não disse nada, apenas levantou um pouco minha saia e examinou o machucado e enquanto ele fazia isso eu comecei a reparar nele. Se não contássemos as características da espécie e a beleza absurda poderia ver que Carlisle não era muito parecido com Edward, seu rosto era comprido e gentil, seus cabelos eram loiros e seus olhos eram igualmente dourados ao de Edward. Isso me intrigava muito, eu supus que eles, os Cullens, tomavam sangue médico dos trouxas, eu sabia que eles não atacavam pessoas então pensei assim, mas se era dessa forma seus olhos deveriam ser vermelhos, certo?
– Eu não entendo... – dei voz aos meus pensamentos sem perceber e logo me arrependi.
– O que você não entende Senhorita? – Perguntou doutor Cullen me olhando um breve momento antes de se levantar para mexer num armário de poções no canto.
– Ah... Bem, eu... Eu estava pensando, - comecei constrangida, com o rosto queimando, fazendo olhar curiosa para mim. – o senhor não deve tomar sangue humano doado, como os trouxas quando perdem sangue, por que seus olhos são dourados e não vermelhos. Eu disse que não entendo como eles ficam dessa cor.
– Bem, - começou ele enquanto voltava para o meu lado com um potinho de meleca azul e pegajosa – eu e minha família nos alimentamos de animais, o sangue deles tem uma composição diferente da dos humanos por causa do seu tipo de alimentação, isso deixa nossos olhos dourados. Ah, e quando estamos com fome ou zangados e eles escurecem também.
– Quer dizer que, - pensei sobre o assunto enquanto o doutor melecava minha pele com a gororoba – se você tomar sangue só de herbívoros a cor dos seus olhos ficaria diferente de se você tomasse sangue só de carnívoros? Por que... a 'composição' também é diferente, não é?
O doutor Carlisle ficou pensativo e um pouco surpreso com a minha observação, ele observou minha pele absorver a meleca azul enquanto pensava. deixou seu olhar vagar de mim para ele, totalmente entediada com o assunto, mas quando a meleca sumiu totalmente – junto com meu machucado roxo – ele comentou.
– Sabe que eu nunca tinha pensado nisso? – Ele pareceu animado – Talvez eu possa testar sua hipótese, tenho certeza que Emmett adoraria ser minha cobaia...
– Fico feliz que tenha gostado da idéia, mas agora eu e temos que voltar ao salão comunal, às aulas da tarde vão começar e ainda não pegamos nosso material. – Me desculpei.
– Claro, claro... – disse ele distraído, sorrindo e murmurando consigo mesmo.
Quando saímos da ala hospitalar e alcançamos o fim do corredor, soltou de repente.
– Ele é um médico ou um cientista?
– Não sei, acho que ele só achou a idéia interessante.
– Por que a cor dos olhos de alguém seria interessante? – ela perguntou entediada – Eu nem sei por que você estava pensando nisso.
– Foi só um pensamento que me ocorreu ok? Não é como se eu me interessasse por vampiros ou algo assim...
– Sei... – ela me olhou de forma sugestiva.
Ela deixou o assunto de lado e continuamos a caminhar. O resto do dia não foi realmente interessante, aulas, conversas, risos e pequenos acidentes já estavam começando a fazer parte da rotina, eu até me lembrei de enviar uma carta a loja de Hogsmeade pedindo os petiscos para , que eu não iria experimentar de jeito nenhum apesar de ser muito curiosa. O que realmente foi significativo, e assustador, aconteceu à noite quando passei pelo buraco do retrato com , nós fomos diretamente para o sétimo andar, tudo estava tranqüilo e calmo mas de repente chiou alto.
Foi realmente estranho já que eu nunca a tinha visto chateada antes, todos os pelos das suas costas se levantaram e elas se arqueou, emitindo outro chiado alto e agressivo. No segundo seguinte ela disparou corredor a fora, morta de medo e me deixou para trás, eu até tentei chamá-la mentalmente – pois tinha grandes suspeitas que ela ouvisse – mas foi inútil, algo a assustara demais. Antes que pudesse correr atrás dela eu senti a presença que a de quem a assustou, uma presença já familiar para mim, engoli em seco e olhei para trás com todos os pelos da minha forma animal arrepiados.
"O que eu faço agora?"
Capítulo 5



Edward’s Pov


Eu adorava Hogwarts, no primeiro ano eu entrei me sentindo deslocado por ter que estudar com alunos mais novos, na aparência por que todos eram mais novos literalmente, mas me surpreendi em gostar tanto daqui. Hogwarts era totalmente diferente de qualquer escola normal, a matéria era interessante e apesar de eu decorar a parte teórica tinha que praticar os feitiços como todo mundo, coisa que achei irônica. Os alunos e professores me aceitaram rapidamente, passando a me tratar como igual, tanto que ganhei meu distintivo de monitor no quinto ano.
"Por que você está tão surpreso?" Perguntara a Diretora McGonagall na primeira reunião de monitores. "É obvio que se houver um aluno fora da cama você será o primeiro a saber."
Portanto, eu estava completamente fascinado pela magia, em pouco tempo já havia lido todos os livros da biblioteca da escola e invadido a sessão proibida varias vezes, mas no jantar de boas vindas pela primeira vez em seis anos algo que não era magia me chamou a atenção. Na verdade, ela até poderia ser uma criatura mágica, não era como as outras alunas e por um momento estranhei dela estar ali. "Por que transferiram uma mulher para cá?" perguntei a mim mesmo, mas ela não era mulher nenhuma apesar de sua beleza e de sua aparência madura, ainda era uma estudante. Do meu ano!
Quando ela estava sendo selecionada pude ouvir claramente a voz do professor Filius Flitwick especulando mentalmente coisas como "Para que usar esse chapéu? É obvio que com essa aparência e com as notas de sua antiga escola ela ira diretamente para a Corvinal!" e por um segundo me vi torcendo para ela entrar na minha casa também. Ela atraíra a minha atenção no segundo em que a vi, tanto que fiquei decepcionado quando o chapéu a selecionou para a Grifinória, mas ela pareceu feliz ao falar com uma menininha do primeiro ano que praticamente cantava em seus pensamentos.
– " está na minha casa! Agora ela ficará comigo e seremos grandes amigas, ou melhor, seremos como irmãs! Eu sempre quis uma irmã mais velha!"
Rindo da felicidade exagerada a garota, procurei pelos pensamentos de "", mas não havia nada, estranhei e procurei seu rosto enquanto me levantava da mesa para acompanhar os primeiros anos. Eu a vi apenas de relance, olhando em minha direção por um breve momento, mas foi o suficiente para tentar alcançá-la, mas era como se aquele espaço estivesse vazio, não havia mente alguma ali.
–Oclumência...? – Pensei comigo mesmo e depois dei de ombros, resolveria isso amanhã, ninguém pode morrer de curiosidade.
A noite ocorreu tranqüila, fiz meu turno no sexto e sétimo andar mais cedo, antes da meia noite, e depois fiquei praticando feitiços no salão comunal, inventando alguns também, foi divertido fazer um pedaço de papel se dobrar sozinho em um pássaro e depois vê-lo voar. Desde que entrei em Hogwarts não havia passado uma noite da minha existência entediado.
Sem perceber me peguei pensando em , cujo nome descobri pela boca de muitas fofoqueiras da minha casa, era irritante ficar fora da mente de alguém, não saber o que ela pensa, tinha se tornado tão natural para mim quanto respirar. "Que humana atrevida", pensei rindo um pouco.
O dia amanheceu e todos foram comer, eu esperei aqui mesmo como de costume e Mike, um garoto que mais parecia um filhote de cachorrinho, me trouxe o horário quando voltou, somos bons amigos, eu e o Mike, ele faz o que eu peço e ele ganha fama ficando ao meu lado. O que mais ele poderia querer?
– Nós temos aula com a Sonserina hoje, será que eles não podem simplesmente ter aulas sozinhos? – Reclamou Mike enquanto lia seu horário, e eu fiz o mesmo.
Humm, primeira aula vaga, duas aulas de poções com a Sonserina e uma aula de transfiguração com a Grifinória. Grifinória? Parece que poderei matar a minha curiosidade hoje, afinal.
– Mas temos aula com a turma da Grifinória, pelo menos. – Comentei.
– É! Aquelas meninas da Grifinória são quentes, principalmente aquela aluna nova, você já a viu? . – Ele sorriu e sussurrou. – Aquela ali é sexo com pernas.
Virei o rosto para ele não ver o quanto fiquei irritado com seu comentário, afinal, eu nem me importava com a humana! Mas as horas e as aulas passaram e a expectativa de descobrir o que havia naquela mente melhorou meu humor, tanto que quando cheguei à sala da Prof. Mione, peguei esse costume de chamá-la assim com Potter, amigo de Carlisle, eu estava sorrindo. Fingi não vê-las de imediato, mas se virou para trás, sua expressão era nula, daquelas que se recusam a dizer o que pensam da gente. O droga, estou curioso demais! Me controlei e continuei andando, mas Jessica, uma garota louca por mim desde o primeiro ano, me chamou num tom estranho.
– Hey Edward, estamos dividindo a classe novamente. – Ela sorria para mim.
Eu inspirei para lhe responder e quase vacilei, o ar estava impregnado por um cheiro delicioso, doce e levemente floral, como fresia, lavanda e morango, com certeza morangos. Minha garganta se apertou levemente e todo meu corpo estremeceu por dentro, instantaneamente meus olhos correram para a única pessoa desconhecida na sala, e ela correspondeu meu olhar. Pude ver surpresa em seus olhos, mas nenhum traço de medo, mesmo assim desviei os olhos para Jessica novamente, tudo não durou mais que um segundo e 56 milésimos. Uma parte da minha mente pode ouvir Hermione berrando em pensamento "Mais que inferno...?!", com certeza meu olhos mudaram de cor.
– Hey Jessica, que bom te ver. Como foram suas férias? – Perguntei naturalmente.
– Não foram tão boas sem você Baby. – Pude ser virar o rosto, rindo baixinho, e Angela deixou cair sua pena, com o rosto todo vermelho.
Eu abri a boa sem estar realmente pretendendo dizer algo, não à resposta para esse tipo de coisa, pois já sabia que Hermione diria para nos sentarmos, eu acenei para as meninas e fiz o que ela mandou, me acomodando na ultima fileira ao lado de Mike. Minha mente ficou inteiramente ocupada durante toda a aula, prestando atenção a matéria, escutando a mente de Hermione – que não estava nem um pouco feliz comigo - e tentando sondar a barreira de .
Eu já havia lido mente de oclumentes antes, sabia onde sondar para entrar, mas aquela garota não possuía nada, nenhum sinal de que havia uma mente ali, se eu não a estivesse vendo com meus próprios olhos diria que o lugar onde ela se sentava estava vazio. Passei a aula a observando e ela permaneceu tensa o tempo todo apesar de disfarçar perfeitamente, Mione as vezes lançava olhares para mim, irritada e pensando coisas como "Quando essa aula acabar eu vou direto falar com seu pai! Onde já se viu..." e a partir daí eu comecei a ignorá-la.
– Na próxima aula, - Disse ela para encerrar. – vocês devem trazer seus animais para treinarmos a transfiguração, certo? Podem ir agora.
Todos os alunos concordaram e começaram a guardar as penas e pergaminhos, eu me virei por um segundo para apanhar minha bolsa e ouvi algo caindo, alguém pulou da cadeira, fazendo-a ranger, e gemeu de dor. Me virei rapidamente e vi em pé com o rosto contorcido de dor enquanto Angela se abaixava para recolher um livro no chão.
– Desculpa, desculpa, desculpa mesmo! – Implorou Angela realmente arrependida. – Você está bem?
– Qual é? Um livrinho desses não deve ter doido tanto assim. – Zombou Lauren, "Bem que essazinha merece.", pensou ela maldosamente.
Observei quando ela puxou a saia para cima, eu teria aproveitado um pouco mais da visão daquela perna lisa e sedosa se não houvesse um enorme roxo aparentemente dolorido bem no meio dela. Eu ofeguei fazendo coro com Jessica, Lauren e Angela, onde diabos ela havia feito isso?
– Onde você conseguiu isso? – Perguntou Jessica dando voz ao meus pensamentos.
– Talvez eu tenha me esquecido de dizer que cai em um daqueles degraus invisíveis na escada. – Explicou ela, corando por algum motivo, e no segundo seguinte eu estava atrás dela.
– Seria melhor você ir ver meu pai, pode não parecer grande coisa mais é sempre bom prevenir. – Disse para ela, aquilo parecia estar doendo bastante.
Ela pulou, de novo, e infelizmente abaixou a saia rapidamente, para depois se virar para mim, ela estava tão surpresa com minha aparição repentina que não deve ter processado direito o que eu disse. Do outro lado da sala pude ouvir a voz de Hermione sussurrar.
– Eu estou de olho em você. – Num tom não muito bom.
– Seu pai? – Perguntou chamando minha atenção.
– Sim, ele é o médico da escola, assim como madame Pomfrey. - Expliquei.
– Você tem razão, farei isso após o almoço, obrigada. – Ela sorriu para mim, meio hesitante.
– Por nada. – Sorri de volta – Ah, quase me esqueci, você é nova e eu nem me apresentei. Eu sou Edward Cullen.
– Prazer, , mais todos me chamam de .
Eu estendi minha mão e ela a aceitou imediatamente, sua mão era quente e macia, extremamente frágil perto da minha força gelada, e não querendo incomodá-la eu a soltei rapidamente, dei um sorriso para todas e me virei para ir embora, olhando para trás apenas para me despedir com um "Até meninas". Peguei meus materiais e me afastei, saindo da sala, mas mesmo assim pude ouvir Lauren comentar.
– Ele é muito gostooooooso! – Num tom muito malicioso.
– Você sabe que ele pode ouvi-la certo? – Disse .
– Como se fizesse diferença, ele deve ouvir isso o tempo todo. Que inveja, ele até tocou em você! – "Eu cortaria essa mão fora se não fosse copiar suas lições de casa por todo o ano." Ela pensou.
Depois disso eu corri até a ala hospitalar, literalmente, e Carlisle pareceu surpreso em me ver.
– Bom dia meu filho, aconteceu algo? – "Está parecendo preocupado e alegre ao mesmo tempo.", completou mentalmente.
– Mio, quero dizer, Professora Granger está vindo falar com você. Tudo bem se eu me esconder ali? – Perguntei apontando para um armário cheio de poções e pastas multicoloridas.
– O que aconteceu?
– Se desse tempo eu te explicaria, - disse enquanto me escondia – mas ela é rápida e vai chegar nesse instante.
Dito e feito, Hermione entrou na ala hospitalar e foi diretamente até Carlisle, seu rosto já não estava furioso como na aula, agora só aparentava preocupação e cuidado. Quem me dera seus pensamentos fossem igualmente dóceis.
– Bom dia professora Granger, em que posso ajudá-la? – Mantendo um tom neutro, mas borbulhava de curiosidade por dentro.
– Bem, é sobre Edward...
– Edward?
– Sim, agora pouco, durante o quarto período, ele se encontrou com a garota nova, a pequena . Lembra-se dela?
– Claro, claro. – Concordou ele e a imagem de um bebê gordinho e rosado apareceu em sua mente.
– Pois é, Edward um reação diferente quando a viu...
– É mesmo?
– Sim. – Sua voz ficou mais forte nesse momento, com sua raiva voltando novamente. – Devo dizer que não foi uma boa reação. Carlisle, tenho motivos para acreditar que o sangue de seja um pouco apelativo para seu filho.
– Hermione, você conhece Edward há muito tempo, sabe que ele tem controle adquirido e aprimorado por muitas décadas.
– Carlisle, todo corpo dele estremeceu, eu pude ver como ele ficou abalado. – Insistiu ela.
– Não á nada de preocupante nisso senhorita. – Disse Carlisle formal novamente, já ouvindo passos na porta.
– Mas eu estou te dizendo, os olhos dele... – Mione se interrompeu quando a porta se abriu e e a garotinha apareceram.
Eu continuei ali enquanto Carlisle tratava dela, tentando não me deleitar demais com a visão privilegiada que tinha das suas pernas em meu esconderijo. Eu fiquei tão surpreso quanto Carlisle por seu interesse por vampiros e ainda mais interessado em sua hipótese, assim como ele eu nunca havia pensado muito nesse assunto. Assim que ela foi embora eu sai detrás do armário e fui até ele, que ainda coçava o queixo pensativo.
– Ela é realmente muito interessante, não me espanta que você tenha se interessado por ela. – Comentou.
– Isso não é tudo, - respirei fundo e confessei – eu não consigo ler a mente dela.
– Ela é uma oclu...
– Não, já verifiquei. É estranho, como se sua mente não existisse.
Carlisle ficou espantado e passamos todo o horário do almoço conversando sobre isso, depois disso eu não a vi mais, as aulas passaram sem incidentes e Hermione também não veio me procurar. Enrolei um pouco antes de ir fazer minha ronda, chegando assim ao sexto andar a meia-noite, andei devagar pelo corredor e depois subi a escada até o sétimo andar, onde um chiado chamou minha atenção.
Dois gatos, igualmente e felpudos, mas aparentemente de idades diferentes, estavam passando pelo corredor em frente à escada juntos, o gato menor havia sentido a minha presença e chiou novamente, se arrepiando todo, e fugiu. Eu não fiquei surpreso, era uma reação normal de qualquer animal na minha presença, mas o gato maior ficou onde estava, de costas para mim, logo ele se virou e me encarou, uma cópia gêmea do gatinho menor, só que mais corajosa.
"Isso não é natural.", pensei comigo mesmo, e avancei para pega-lo, mas uma voz me chamou no escuro.
– Edward?
Capítulo 6


's Pov


"O que eu faço agora?"
Na verdade, eu nem precisei fazer nada, quando Edward se inclinou para me pegar alguém chamou por ele, no fim do corredor, fazendo com que ele se virasse para trás. "Minha chance!" pensei e dei no pé, mas tão rápido que eu não pude acompanhar, Edward havia aparecido na minha frente e me pego no colo, seus braços eram frios e fortes e por mais que eu me contorcesse não conseguiria sair, por isso fiquei parada, esperando pelo pior.
– "POR QUE DIABOS SE INTERESSAR POR UMA PORCARIA DE GATO?!" – Gritei mentalmente.
Edward me olhou por um segundo e depois foi de encontro à pessoa que o havia chamado, com meus olhos de gato pude ver claramente seus cabelos loiros platinados e seus olhos muito azuis, por um segundo achei que se Malfoy, o professor, mas logo vi que era mais novo e familiar. Onde eu já o vira? De repente a imagem do garoto que não sabia responder a pergunta de Malfoy me veio à mente, era ele! "Mas que inferno ele estaria fazendo aqui?"
– O que faz aqui ? – Pelo menos Edward o conhecia. Espere ai, isso é bom ou ruim?
– Ah, é você mesmo. Eu ia te fazer a mesma pergunta, o que você faz na minha área de patrulha, você deveria monitorar o quinto e quarto andar. – Disse o garoto se aproximando, pude ver seu olhar de desviar para mim, curioso.
– Foi você quem faltou à reunião de monitores e não eu , eu pedi para Mike te avisar que os andares 4 e 5 eram seus e os 6 e 7 meus.
– Bem, parece que ele me disse exatamente o contrario. – sorrio, mas seu sorriso não foi muito agradável.
– Não se preocupe em monitorar os quarto e quinto andares hoje, eu faço isso, mas amanha não haverá mais confusão sobre isso.
– Claro. – Concordou ainda sorrindo e depois apontou para mim – Hey, onde você conseguiu isso ai?
"Eu não sou isso ai, moleque estúpido", pensei e depois bufei fazendo Edward olhar para baixo.
– Eu a encontrei agora e a achei estranha, animais geralmente fogem de mim, vou levá-la ao meu dormitório e ver se consigo achar o dono dela amanha, se ela não tiver dono... – Ele olhou para mim e eu não soube exatamente o que havia em seu olhar.
– Bem, se você quiser eu posso levá-la para você, você não pode correr com ela no colo e provavelmente vai me alcançar antes que eu chegue no meu salão comunal.
Pela primeira vez não parecia maldoso ou sarcástico, Edward inclinou a cabeça, como quem tenta ouvir um som baixo e depois concordou com a cabeça, me passando para ele. Seus braços eram muito mais quentes que os de Edward e ele me segurou levemente, com cuidado que não combinava com seu tipo de personalidade Bad Boy. – Obrigada, vou checar os andares que faltam e te encontro nas masmorras em cinco minutos.
Nisso Edward sumiu, primeiro fiquei desesperada, não queria ficar sozinha com esse sonserino, mas depois o alivio me abateu, é melhor assim, seria muito mais fácil escapar de um bruxo humano do que de um vampiro super rápido. Depois que ele andou bastante eu me preparei para escapar, pulei no seu rosto de repente e comecei a arranhá-lo – com muito dó, pois ele era lindo – gritou e me jogou longe. Obviamente eu cai de pé e disparei no corredor escuro, ele xingou um pouco e depois iluminou a varinha para tentar me procurar mas eu já estava longe, em questão de minutos eu estava na sala mágica, protegida debaixo das cobertas com .
– Por Merlin, essa foi por pouco. – Soltei finalmente, num tipo de desabafo.
"Eu realmente quase me ferrei essa noite, precisava ser mais cuidadosa nas minhas fugas noturnas" pensei, meu corpo ainda tremendo um pouco, estava tão exausta pela agitação que não precisei tomar minha poção, dormi de puro cansaço.
Eu acordei na manha seguinte as sete, como de costume, meus olhos estavam molhados e toda dolorida, meus sonhos mais vividos e reais do que de costume. Quando sai da cama abriu imediatamente os olhos, eu fui até ela e a acariciei, falando com calma.
– Precisamos ser mais cuidadosas a partir de agora certo? Ande pelos cantos e não faça barulho, assim ficará tudo bem. apenas ronronou mais alto e se levantou, pronta para ir, me transformei e ambas saímos, andando com cuidado e sempre alertas. Demorou um pouco mais do que o normal para chegar até o quarto da mulher gorda mas mesmo assim o fizemos rapidamente, ela se abriu assim que nos viu, com medo que arranhássemos sua pintura, sem ligar eu corri até o quarto e voltei ao normal.
Todas dormiam então abri meu malão com cuidado para pegar minhas coisas e me arrumar, mas um pedaço de papel chamou minha atenção: a carta de que eu ainda não havia lido. Hesitei por um momento mais depois a peguei, sentei-me na cama deixando as roupas de lado e acariciei , que pulara no meu colo imediatamente, antes de respirar fundo e abri-la.
Querida Bella,
Como vai minha filhinha? Estou com muitas saudades suas. Gostou da sua nova escola? Fez amigas? Espero que tudo esteja ocorrendo bem, Sue me pediu para avisá-la que ela me alimenta regularmente e que você não deve se preocupar comigo.
E não deve mesmo, meu emprego no exercito está indo muito bem e eu estou muito feliz aqui, só queria que você estivesse ao meu lado. Por favor volte logo e se cuide.
Com amor,
Papai.

Terminei de ler a carta com lagrimas nos olhos e com o coração e a consciência pesados, meio rindo e meio chorando observei o modo com que ele destacou a palavra Amigas para se certificar de me dizer que não me queria nenhum namorado. "Pobre , se ele ao menos soubesse..." mas logo afastei o pensamento, tudo que não precisava era de memórias desnecessárias e dolorosas para atazanar sua vida. Por Merlin, Sue estava até alimentando ele!
Enxuguei as lagrimas e guardei a carta, recolhi rapidamente minha trouxa de roupas e fui ao banheiro tomar banho e assim como no dia anterior as meninas só acordaram quando eu retornei ao quarto, pronta e arrumada. Fui até meu malão e comecei a recolher o material necessário para as aulas do dia enquanto Angela se levantava, ela me observou quando eu levantei e me dirigi à porta.
– Já vai tão cedo? - perguntou com a voz áspera de sono.
– Provavelmente vou ajudar com o cabelo e só depois descer com ela para comer.
– Ela até parece a sua irmãzinha sabia? Eu tenho uma e simplesmente a adoro.
– Bem, acho que não seja tão intenso assim, afinal, só nos conhecemos há três dias, na plataforma 9 1/2.
– Sério? Parece que se conhecem há anos. - Angela sorriu para mim e eu retribui.
– Isso tudo é tão doce que chega a ser meloso - disse imitando Lauren que ainda dormia e ambas rimos. - Até mais tarde.
Como eu havia previsto, me esperava no salão comunal com uma escova e um prendedor de cabelo nas mãos e mal cheguei ela já pulou em cima de mim, seus olhos brilhavam e isso não era bom sinal.
– Bella, faz uma trança em mim? Eu quero uma igualzinha a sua! - Disse praticamente berrando.
– Claro, claro. - disse a empurrando para a poltrona e começando a tarefa. - Mas seus cabelos são tão bonitos que fico até com pena de prendê-los.
– Mas o seu cabelo também é lindo, ! - disse - Você não parece deixá-los soltos com muita frequência.
– Eu estou acostumada a deixá-los presos.
– E eu estou acostumada a deixar os meus soltos... Vamos as duas mudar de penteado hoje! - sugeriu ela com os olhos brilhando ainda mais. - Você usa o meu penteado e eu uso o seu, que tal?
Ela fez uma cara tão impressionante, como de um pobre filhotinho maltratado e perdido, que não tive como dizer não, tanto que depois de um tempo estávamos ambas no grande salão comendo. toda feliz e confortável e eu irritada por ter de ficar afastando o cabelo toda hora para que não caíssem no meu rosto ou na comida, fez pouco caso do meu desconforto.
– Você se acostuma rapidinho - comentou ela - só não o prenda, você fica muito bonita assim.
– Obrigada - agradeci corando - mas eu juro que se eu acabar estragando minha poção por causa de um fio de cabelo que caiu nela eu o prendo pelo resto do semestre.
– Você não vai, é cuidadosa demais para deixar isso acontecer. - Ela riu.
Bufei e a ignorei, nesse momento o correio coruja chegou e deixou uma grande sacola sobre a minha mesa, eu dei o dinheiro a coruja e ela se foi. Dei uma rápida espiada no conteúdo e me certifiquei de que tudo que eu havia pedido estava na sacola.
– O que é isso?
– Só algumas coisinhas que eu comprei para , vou ter que voltar ao dormitório e deixar isso lá, te vejo mais tarde.
Levantei da mesa e encontrei com as meninas na porta, expliquei que estava indo ao dormitório e que encontraria com elas na sala de poções, nossa primeira aula, Angela apenas concordou e elogiou meus cabelos enquanto as outras faziam pouco caso. Eu fiz todo o trajeto rapidamente, deixei as vasilhas novas de água e ração cheias, coloquei a coleira azul em e deixei alguns brinquedinhos sobre a cama, o resto guardei dentro do malão.
Novamente corri para chegar às masmorras e entrei quando o professor mandou que todos se sentassem, como a maioria já estava acomodada então tive que me sentar na ultima carteira. O professor era Afonso Hooch, marido da professora de vôo Holanda Hooch, que havia substituído o antigo professor Horácio Slughorn que retornara a sua aposentadoria após a guerra, ele era um homem sério e de poucas palavras, me disseram que ele odiava barulho e por isso não me surpreendi quando ele disse.
– Não gostei da forma com que se sentaram, vão conversar a aula inteira, troquem de lugar e se sentem... - começou ele e todos levantaram, mas pararam imediatamente quando ele continuou - com alguém de outra casa.
Sonserina e Grifinória sentando juntos? Isso não existia! Mas no final o professor acabou conseguindo com que as casas se misturassem, foi escolhendo um por um que iria se sentar a onde se certificando de que um aluno não ficasse ao lado ou atrás de outro da mesma casa. Ele me deixou no meu lugar e colocou um garoto comigo, o qual não tive chance nem de olhar por que o professor chamou a nossa atenção.
– Vocês vão se sentar assim até que eu mude de idéia, então vão se acostumando. - disse ele inexpressivo e ninguém se atreveu a contestar.
Eu olhei para o lado e gelei. Adivinha quem o maldito professor escolheu de toda a merda de alunos da Sonserina para colocar do meu lado?
Capítulo 7


estava sentado ao meu lado, sorrindo maliciosamente, notei que seu rosto estava cheio de pequenas linhas rosadas, como de um ferimento cicatrizado e sem casca, com certeza ele devia ter passado na ala hospitalar antes da aula.
– Hey, que sorte minha sentar ao lado da sabe-tudo.
– Responder uma pergunta simples não faz de mim uma sabe-tudo. - A pergunta que eu havia respondido não era simples, mas nunca eu admitiria isso.
– Diga o que quiser mais eu vou copiar tudo o que você fizer. - e murmurou algo como "Nessa matéria eu me garanti" ou coisa do gênero, eu não liguei.
– Faça como quiser, só não me atrapalhe.
Ele sorriu novamente e concordou com um aceno de cabeça, infelizmente ele não pode seguir com seu plano de me copiar e ficar na sua pois o professor, após passar uma lista de ingredientes na lousa, disse.
– Vocês devem fazer a poção do livro de vocês que utiliza 10 dos 20 ingredientes que eu passei na lousa. - todos apanharam seus livros imediatamente. - Depois todos tem que me entregar um trabalho de 50 centímetros sobre outra poção que também utiliza 10 desses ingredientes, vocês não encontraram nenhuma no seu livro, então deverem ir à biblioteca. E também devem fazê-la com sua dupla.
Como se a idéia de procurar sozinhos por uma poção de um livro de 400 páginas e ainda depois fazer uma pesquisa de 50 centímetros em 3 dias já não fosse o bastante o professor ainda exigiu que a fizéssemos com um aluno da casa inimiga? Foi tão surreal que todos demoraram alguns minutos para assimilar as palavras e quando isso aconteceu foi como se as portas do inferno tivessem sido abertas.
Alunos começaram a gritar, discutir e brigar, dois garotos, Erick da minha casa e Davis da Sonserina, se esqueceram de suas varinhas e se atracaram um no outro, trocando socos e pontapés, fazendo sangue voar para todo lado. O professor ficou tão irado que lançou um feitiço neles, deixando-os petrificados no chão e depois gritou.
– 50 pontos a menos para ambas as casas, e se alguém não se sentar agora e calar a boca serão 100 por aluno!
Como eu nem havia me levantado não precisei fazer nada, assim como que não parecia não ter nada contra fazer o trabalho comigo, todos os outros obedeceram e esperaram. O professor respirou fundo algumas vezes e depois falou mais controlado.
– Agora, sem reclamações, você farão além da pesquisa, a poção pesquisada em classe de aula assim que chegarem e eu darei a nota nela para a dupla. Eu não aceitarei trabalhos individuais e muito menos trabalho em branco, darei 30 pontos a menos para as casas por cada aluno que fizer isso. - ele deixou seu olhar vagar pela classe e o fixou em mim, falando conosco. - Vocês dois não participaram da algazarra então terão um ponto adicionado a sua nota. Agora quero todos trabalhando enquanto eu levo esses dois para a ala hospitalar, e sem conversas paralelas a matéria.
Todos os olharem o acompanharam quando ele saiu levando os garotos paralisados consigo e depois se fixaram em mim por um momento - me fazendo corar e abaixar a cabeça - então todos foram cuidar de suas próprias poções. pegou seu livro e começou a abri-lo, mas eu o parei, colocando a mão sobre ele, e abri meu próprio livro na página certa, ele me olhou surpreso por um segundo e depois me encarou com aquele olhar malicioso que parecia dizer "eu-não-te-disse?'', eu procurei ignorá-lo.
– Nem comece, só corte esses fígados em tiras.
Ele fez tudo o que eu disse e quando o professor retornou nós já estávamos na metade do caminho, ele encarou nossa poção por um momento e nossos rostos por outro ainda mais longo, mas depois voltou para sua mesa. se aproximou e sussurrou.
– Então, quando será nosso encontro? - Perguntou com a malicia que eu já estava começando a me acostumar.
– Nós só temos 3 dias então temos que começar hoje ou amanha. Você tem horários livres quando?
– Hoje tenho o 5° período e amanha o 7°. - disse olhando em seu horário.
– Ótimo, eu tenho o 5° período hoje também, podemos nos encontrar na biblioteca. Eu tenho alguns livros em mente que seriam úteis mais não sei se posso encontrá-los nessa escola, talvez tenhamos que procurar um pouco.
– Certo. - ele sorriu de novo, um sorriso cheio de dentes. - Estou ansioso por isso.
Eu o ignorei e continuei a preparar a poção, o tempo passou devagar, mas finalmente chegou a hora em que o professor veio inspecionar nosso trabalho para encerrar a aula.
– Humm... - murmurou quando chegou a nossa vez - Correto.
E sem mais comentários foi para a próxima dupla, eu suspirei de alivio e afastei meu cabelo, pelo que seria a milésima vez desde o inicio da aula, do rosto. "Por que mesmo que havia concordado em soltar o cabelo mesmo?", me perguntei mentalmente.
– Você fica bem assim. - Disse Logan de repente, me fazendo corar. - Com o cabelo preso você parece mais velha, mas com ele assim te dá um ar mais maduro.
– Não vejo qual é a diferença. - fazendo pouco caso do elogio a pesar do meu coração estar disparado.
– Bem, que exemplo eu posso dar para te fazer entender? É como... um morango. - disse com a voz mais profunda e totalmente sedutora. - Um morango velho amarra a sua boca deixando um gosto ruim que nunca sai. Já um morango maduro é doce e delicioso, mas seu gosto desaparece rapidamente de modo que você tem que prová-lo de novo e de novo.
Conforme ele pronunciava as palavras sua voz ficava mais e mais envolvente, me deslumbrando, e se o professor não tivesse chamado a atenção da classe eu teria ficado ali, com cara de idiota. Desviei o rosto e corei como louca, joguei meu cabelo sobre o ombro para esconder o rosto, finalmente encontrando uma finalidade para o penteado incomodo, e fiz o impossível para prestar atenção nas palavras do professor.
– Infelizmente apenas alguns de vocês fizeram uma poção aceitável, se esforcem para tirar uma boa nota no trabalho e se recuperarem. Podem ir.
se levantou e sorriu para mim antes de sair, quase que imediatamente Angela, Jessica e Lauren chegaram, me bombardeando com perguntas enquanto saiamos da classe em direção a aula de história da magia.
– Me conte tudo o que aconteceu! pode ser da Sonserina mais ainda é totalmente quente! - Pediu Jessica, Lauren fez um som de desgosto.
– Esse cara transpira malicia, um completo safado, pelo menos ele me ajudou a fazer a poção em paz. - Eu disse.
– Você teve sorte, a garota com que eu me sentei nem quis olhar no meu rosto, dividimos o trabalho e fizemos tudo separadas.
– Lamento por você Ang.
Os olhos de Angela brilharam pelo apelido recém adquirido, mas quando chegamos à aula, não pudemos conversar. O professor falava mais que a boca e você tinha apenas duas opções, copiar tudo que entendia ou dormir a aula toda, eu escolhi copiar o que eu não sabia, já que a maior parte estava no livro e eu já o havia lido. Quando a aula dupla acabou eu pedi para Angela avisar a que eu estaria na biblioteca durante todo o almoço, iria procurar os livros necessários para passar o mínimo de tempo possível com o senhor malicia. Por um segundo eu pensei em outra pessoa com que eu gostaria de passar um longo tempo e corei com o pensamento, por que diabos eu havia pensado em Edward? Balancei a cabeça e fui andando.
Quando cheguei à biblioteca não foi difícil encontrar o que precisava, só dei os títulos a bibliotecária e ela os encontrou para mim, passei todo o horário do almoço destacando o que precisava e escrevendo o texto que iríamos entregar. Quando chegou eu simplesmente lhe passei uma folha e o mandei copiar, ele pareceu surpreso.
– Pensei que você precisava pesquisar.
– Eu também, mas achei exatamente o que precisava então sabia o que fazer.
Ele não discutiu mais, enquanto ele copiava a metade dele da pesquisa apareceu, ela saiu detrás de uma das estantes e pulou no meu colo. No começou eu não me toquei do perigo, só a acariciei calmamente, mas quando a viu e ofegou foi que a minha ficha caiu, ele pulou para trás e se afastou dela.
– Essa maldita gata é sua?! - Berrou ele, sendo repreendido imediatamente pela bibliotecária.
não é maldita e sim, ela é minha. O que você tem contra ela? - Perguntei, sabendo que na verdade a maldita era eu.
– Encontrei esse bicho ontem a noite e ele arranhou a minha cara inteira! - ele parecia realmente bravo.
– Não vejo nada no seu rosto .
– Claro que não, eu fui à ala hospitalar remendá-lo - "Exagerado..." pensei - Esse gato é sanguinário! Foi ele que me arranhou!
– Não foi não! - era verdade.
– Não mesmo. - Uma voz concordou.
Eu olhei para traz mesmo já sabendo quem era, ali estava Edward em toda sua aura vampiresca, e ele não parecia muito feliz.
Capítulo 8


, você é um monitor, agora tente dar um bom exemplo e pare de gritar antes que perca seu cargo. Agora você poderia me dizer o que está acontecendo?
– É a gata de ontem Edward, aquela de ontem a noite! – Disse apontando acusatoriamente para .
– Duvido! é uma gatinha muito calma e dócil, nunca arranharia ninguém. – Teimei, e isso era verdade.
– Foi ela sim que me arranhou! – parecia irado, sua aparência era tão importante assim?
– Do que você está falando? – me fiz de tonta, iria precisar de um lustra móveis para a minha cara-de-pau depois dessa.
– Eu posso explicar, não se preocupe, sua gatinha não fez nada. – Edward levantou a mão antes que pudesse protestar. – Ontem a noite estava fazendo a minha ronda no sétimo andar e vi dois gatos quase iguais, fêmeas de pelo e olhos , a única diferença era que uma era levemente maior que a outra, um humano não conseguiria notar isso. A gata menor fugiu e a outra ficou me encarando, animais tem medo de vampiros e por isso fiquei curioso, eu a peguei no colo e chegou, eu pedi para que ele a segurasse enquanto eu acabava a ronda e quando voltei ela o tinha arranhado e fugido.
– Então você sabe que é ela! – disse, feliz da vida.
– Não, eu sei que não é ela, eu reconheceria o cheiro de longe, sem contar que essa gatinha está morrendo de medo de mim.
, não está com medo, ela só não te conhece direito, ela é tímida. – tentei defender a pobrezinha. – Não é, ? O Edward é bonzinho e eu tenho certeza que ele não come gatinhos. Vamos, deixe ele te fazer um carinho.
Logan e Edward me olharam surpresos, mas que ficou em choque mesmo foi , ela me olhou com uma cara que parecia dizer "Eu preciso mesmo?" eu apenas acenei com a cabeça, achando que iria parecer idiota se falasse com um gato na frente dele. não ficou muito feliz mais concordou, ela se virou para Edward e deu um pequeno bufo, mas ficou paradinha a espera que ele a acariciasse.
– Pode passar a mão nela agora, ela não vai ligar. – Talvez ligue mais não reclamará.
Edward hesitou um pouco, mas depois se agachou ao meu lado na cadeira e levantou a mão sobre a cabecinha dela, lhe dando a chance de fugir, olhou para mim mais uma vez e quando eu sorri ela se voltou e esfregou a orelha peluda contra a mão de Edward. Edward ficou estático por um momento, maravilhado, e depois começou a coçá-la, fazendo-a ronronar cada vez mais alto, eu achei uma gracinha pois Edward parecia mais uma criança com seu primeiro bichinho de estimação.
– Se quiser pode pega-la no colo, eu e precisamos terminar o trabalho. , onde você parou? – Perguntei enquanto entregava a Edward, sendo que ela já parecia um trator de tanto ronronar.
– Falta menos da metade para eu terminar minha parte. – disse ele meio a contra gosto.
– Ótimo, nos perdemos um pouco de tempo, então termine sua parte agora e eu faço a minha de noite. – Sugeri.
– O que vocês estão fazendo?
– Um trabalho de poções, você devia ter visto a loucura que foi...
Enquanto escrevia eu fui contando a Edward o que aconteceu durante a aula de poções, ele riu bastante e depois me contou uma vez que e o caldeirão do garoto ao lado dele explodiu durante a aula. Eu ainda estava rindo quando tocou meu ombro, me chamando a atenção, ele não parecia nada feliz.
– Eu já acabei e a próxima aula já vai começar, então eu vou indo. – Ele andou um pouco e depois virou e acenou, seu sorriso malicioso voltara. – Valeu pela nota sabe-tudo.
E foi embora, eu nem liguei, apenas recolhi meu material e me levantei, Edward fez o mesmo.
– Se importa se eu acompanhá-la até a sua sala?
– Não me importo, até adoraria, mas você vai ficar atrasado para a sua. – Disse querendo muito que ele fosse.
– Eu sou rápido. – Disse simplesmente e com um sorriso devastador.
– Aposto que é. – Concordei.
Andamos devagar e conversamos bastante, Edward parecia se divertir comigo e isso me deixou aliviada, eu nunca fui a pessoa mais interessante do mundo. Quando chegamos na porta da estufa onde eu teria Herbologia ele de despediu, colocou no chão e foi embora sorrindo, eu entrei meio tonta, como se tivesse saído de um sonho, e fui em direção da mesa de Angela, que estava sozinha.
– Onde estão Lauren e Jessica? – perguntei.
– Os gêmeos Robert e Ronald as chamaram para matar aula e elas foram, eu as conheço há muito tempo e apostaria um braço que vão voltar com a maquiagem borrada e com a blusa do avesso.
– Nossa. – disse surpresa e um pouco constrangida pelos detalhes.
– Isso não é nada, surpresa mesmo é ver você chegando com o Edward Cullen do seu lado, ele nunca se interessou por garota nenhuma da escola. – Meu rosto ficou totalmente vermelho e eu gaguejei.
– E-edward não está interessando em mim, ele só foi gentil e me trouxe até a classe depois de resolver uma confusão entre mim e .
? O cara da Sonserina que estava fazendo o trabalho com você?
– Esse mesmo, ele cismou que a minha gata, a , tinha arranhado ele ontem a noite.
– Bem que eu vi que o rosto dele tinha umas marcas mesmo.
– É, mais no fim não era ela, então ficou tudo bem.
– Mas não tente mudar de assunto, eu ainda acho que o Edward está de olho em você.
Eu corei ainda mais, se é que isso é possível, e abri a boca para responder, mas o professor Neville Longbottom nos interrompeu e começou a aula, que eu só pude resumir como nojenta. Nós tínhamos espremer galhos de Georginas da Malásia que eram basicamente longas plantas cilíndricas que se assimilavam a samambaias com galhos de mais de um metro, devíamos esticar um por um sobre a mesa, fazer corte na ponta e espremê-los com um rolo de macarrão para conseguir uma seiva laranja e borbulhante. Saímos de lá com os braços vermelhos de tanto esfregá-los com sabão para sair o cheiro.
Tivemos uma ultima aula de astronomia, cheia de cálculos e anotações dos céus, mas ela passou rapidamente e logo estávamos no salão jantando um delicioso peru da escola. Nessa hora Jessica e Lauren apareceram na porta, muito vermelhas e sorridentes, rapidamente eu me virei para Angela, desesperada.
– Angela... – comecei, mas Angela me interrompeu.
– Pode deixar, eu não vou contar a elas. – eu movi os lábios dizendo obrigado sem voz e me voltei para receber as garotas.
Terminamos de jantar ouvindo todos os detalhes dobre o encontro com os gêmeos, a narrativa durou todo o caminho até o dormitório e mais alguns minutos enquanto nos arrumávamos para dormir, finalmente quando nós nos deitamos na cama elas pararam e dormiram quase que imediatamente. Eu ri com Angela e me virei na cama, de repente me dando conta que alguma coisa estava faltando, me levantei e procurei pelo quarto, embaixo das camas e até dentro do malão, quando abri a porta para ir ao salão comunal Angela me chamou.
, a onde você vai? – perguntou se sentando.
– Eu não acho em lugar algum, ela sempre dorme comigo.
– Gatos são animais noturnos, talvez tenha saído para caçar ratos ou algo assim.
– Pode ser, mas vou ver se ela está lá embaixo mesmo assim.
Sai do quarto e desci os degraus de dois em dois, revirei o salão comunal de cima a baixo, quando terminei estava ofegante, nervosa e o pior de tudo, sem nenhum sinal de . Já entrando em pânico, chamei , com a voz esganiçada.
– Chamou senhorita? – Disse aparecendo em um estalo e fazendo uma reverencia.
, desapareceu, eu não a encontro em lugar nenhum! Não sei mais onde procurar! – Disse puxando os cabelos, agora com a trança totalmente desfeita.
– Acalme-se senhorita, vai encontrar a gatinha. Diga a a onde a senhorita a viu pela ultima vez.
– Eu estava com ela quando Edward e eu saímos da biblioteca, ela veio no colo dele, quando chegamos ele a colocou no chão e ambos fomos para nossas aulas e a deixamos lá, ela está acostumada a andar sozinha pelo castelo mas nunca ficou fora da cama quando eu fui me deitar.
– Certo, ira procurá-la para a senhorita, simplesmente faça o que a senhorita faz todas as noites e não se preocupe. – sugeriu e depois desapareceu em outro estralo.
Fui para cama, dizendo a Angela que ela estava certa e que voltaria logo, e fingi dormir, como de costume eu levantei a meia noite e sai para a torre do sétimo andar na minha forma animal, mas em vez de ir à sala magia eu andei em direção a torre oeste, onde ouvi falar que se escondia o salão comunal da Corvinal. Corri, subindo e descendo escadas aos pulos, quando finalmente cheguei às torres comecei a procurar por qualquer coisa que pudesse servir de entrada secreta para o salão, depois de um tempo eu simplesmente fiquei desesperada de novo e comecei a gritar, não bem gritar já que eu estava na minha forma animal, e pensar em todo tipo de desastre possível.
E se tivesse pegado ? Ele bem que podia não ter acreditado em Edward, poderia ter pegado para se vingar dela por ter arranhado seu rosto! Ela poderia estar perdida, podia ter entrado na floresta proibida sem saber e agora estava fugindo de sabe-se lá que monstros que vivem lá! Eu estava em pânico e não ouvia nem via mais nada, por isso meu coração quase saiu pela boca - ou seria focinho? – quando alguém me levantou do chão.
– É você?
Daí eu pensei, deixando de lado qualquer boa educação que eu havia ganhado, "FUDEU!".
Capítulo 9


Eu fiquei pensando naquela gatinha por todo tempo que levei para terminar a minha ronda extra, algo nela me lembrava alguém, seus olhos me lembravam alguém, por sua cor, pelo seu formato e o brilho deles, seu modo de olhar me dava uma forte sensação de déjà vu. Quando voltei, antes mesmo de chegar ao sétimo andar, pude sentir que algo estava errado, praguejava e xingava enquanto o cheiro fraco de sangue empreguinava lentamente o ar, quando ele me viu reclamou ainda mais alto, eu vi, totalmente surpreso, seu rosto cheio de cortes e arranhões, alguns fundos o suficiente para fazer o sangue transbordar e escorrer.
– O que aconteceu aqui?
– O que você acha que aconteceu? Aquele maldito bicho dos infernos que você me deu me atacou, foi isso que aconteceu, mutilou todo o meu rosto.
– Não seja exagerado, meu pai não dorme então você pode passar agora mesmo na ala hospitalar e dar um jeito nisso, não ficará cicatriz nenhuma.
– Vou fazer isso, mas eu já vou logo avisando: se eu encontrar aquele bicho de novo eu vou fazer picadinho dele!
"Como se eu fosse deixar.", pensei, mas em voz alta respondo.
– Faça como quiser, mas já que você não conseguiu segurá-la por dois minutos acho que vai ser difícil conseguir pegá-la novamente.
Sem mais comentários simplesmente me virei e fui para meu salão comunal, que a esse horário já estava vazio. Talvez não fosse tão estranho como eu estava imaginando, muitos animais do mundo mágico são mais inteligentes do que o normal, mais aquela gata... Algo nela era muito mais diferente do que isso, não importa quanto eu tentasse negar, e eu iria descobrir.
A noite passou sem que eu percebesse, fiz meus trabalhos e aprendi novos feitiços, quando o novo dia chegou eu fui às aulas normalmente, durante o almoço eu fui à biblioteca entregar os livros que havia pegado emprestado no dia anterior e de longe pude sentir o cheiro de , dois passos depois já ouvia ela e discutindo.
– Essa maldita gata é sua?! - Berrou ele, sendo repreendido imediatamente pela bibliotecária.
não é maldita e sim, ela é minha. O que você tem contra ela? – Ouvi a voz de tremer, soando ofendida.
Corri para encontrá-los em uma das mesas mais afastadas, os dois estavam tão entretidos na discussão que nem me notaram chegando. Quando eu falei com eles, ambos se viraram e me olharam surpresos, rangeu os dentes de raiva pensando, "O desgraçado tinha que aparecer agora, mas a minha ele não vai ganhar." e a minha própria raiva cintilou em resposta.
, você é um monitor, agora tente dar um bom exemplo e pare de gritar antes que perca seu cargo. Agora você poderia me dizer o que está acontecendo? – Perguntei.
– É a gata de ontem Edward, aquela de ontem a noite! – Disse apontando o dedo para a gata que se encolhia no colo de .
– Duvido! é uma gatinha muito calma e dócil, nunca arranharia ninguém. – Defendeu com unhas e dentes.
– Foi ela sim que me arranhou! – "Eu vou arrancar o couro desse bicho!" pensou.
– Do que você está falando? – fez uma cara inocente e magoada, como se fosse a ela que estivessem acusando.
– Eu posso explicar, não se preocupe, sua gatinha não fez nada. – Levantei a mão antes que pudesse protestar. – Ontem a noite estava fazendo a minha ronda no sétimo andar e vi dois gatos quase iguais, fêmeas de pelo e olhos , a única diferença era que uma era levemente maior que a outra, um humano não conseguiria notar isso. A gata menor fugiu e a outra ficou me encarando, animais tem medo de vampiros e por isso fiquei curioso, eu a peguei no colo e Logan chegou, eu pedi para que ele a segurasse enquanto eu acabava a ronda e quando voltei ela o tinha arranhado e fugido.
– Então você sabe que é ela! – Concluiu , sorrindo sadicamente.
– Não, eu sei que não é ela, eu reconheceria o cheiro de longe, sem contar que essa gatinha está morrendo de medo de mim.
, não está com medo, ela só não te conhece direito, ela é tímida. – Disse , achando que eu estava magoado. – Né , o Edward é bonzinho e eu tenho certeza que ele não come gatinhos. Vamos, deixe ele te fazer um carinho.
Eu olhei surpreso para ela, ela realmente falou com a gata e esta lhe respondeu, trocaram olhares por alguns segundos e depois , como era chamada, se sentou reta, como esperando uma execução.
– Pode passar a mão nela agora, ela não vai ligar. – a se dirigiu a mim com a voz doce.
Hesitei por um momento, mas depois me agachei ao lado da cadeira de e levantei a mão sobre a cabeça de , sem realmente tocá-la, a gata relanceou um olhar para a dona e depois esfregou a orelha contra a palma da minha mão. Fiquei parado por um momento, sentindo o calor dos pelos dela, com medo de assustá-la, mas depois eu a acariciei, coçando suas orelhar e meu coração parado quase deu um pulo de alegria.
– Se quiser pode pega-la no colo, eu e precisamos terminar o trabalho. , onde você parou? – Ela perguntou enquanto me dava a gatinha, eu a ajeitei nos braços e continuei a acariciá-la.
– Falta menos da metade para eu terminar minha parte.
– Ótimo, nos perdemos um pouco de tempo, então termine sua parte agora e eu faço a minha de noite. – Ela sugeriu, e minha curiosidade inflamou de novo, eu não tinha recebido nenhum trabalho em dupla.
– O que vocês estão fazendo?
– Um trabalho de poções, você devia ter visto a loucura que foi...
Então ela começou a me contar o que aconteceu durante a sua aula de poções, pude ver que ela não se importava realmente com essa coisa de casas já que havia acabado de chegar. Quando a história terminou eu lhe contei de uma vez que meu parceiro derreteu o caldeirão durante a aula e a ouvi rir, o som fez todo meu ser estremecer por dentro. Infelizmente interrompeu, chamando a atenção de .
– Eu já acabei e a próxima aula já vai começar, então eu vou indo. – Ele andou um pouco e depois virou e acenou, sorrindo maliciosamente para ela – Valeu pela nota sabe-tudo.
E foi embora, pareceu não ligar, apenas recolheu seu material e se levantou, eu fiz o mesmo. - Se importa se eu acompanhá-la até a sua sala?
– Não me importo, até adoraria, mas você vai ficar atrasado para a sua. – A gata se remexeu no meu colo, concordando com a dona.
– Eu sou rápido. – Disse e sorri para ela.
– Tudo bem então. – ela concordou, corando levemente.
Andamos devagar e conversamos muito, era interessante e intensa, parecia transbordar em vida quando sorria, quase fiquei desapontado quando chegarmos e eu tive que ir embora, coloquei a gata no chão pensando "Tudo bem, você a verá amanha novamente.", me despedi e fui embora. Como andava em passos humanos até o castelo pude ouvir alguém falar no meu nome dentro da estufa.
– Isso não é nada, surpresa mesmo é ver você chegando com o Edward Cullen do seu lado, ele nunca se interessou por garota nenhuma da escola. – Reconheci a voz de Angela Weber, uma boa garota.
Sorri quando ouvi gaguejar uma resposta, obviamente envergonhada, e fui embora. O resto do dia passou como um tufão, durante o jantar fui ver meu pai na ala hospitalar e por sorte ele não atendia ninguém no momento. Assim que eu apareci ele me ofereceu um doce, um pequeno sugador doce de sabor sangue, feito na dedos de mel especialmente para nós quando nos mudamos, eu os adorava e por isso aceitei imediatamente, sentando-me ao seu lado em uma cadeira.
– Esme que mandou, junto com uma carta de Alice. – Disse Carlisle me dando o papel.
– Droga. – Gemi e peguei o papel já sabendo o que me esperava, mas não o abri. – O que diz?
– Alice disse que se você não levar a gatinha para casa na próxima vez que for até lá ela irá te torturar até te deixar louco. – Eu gemi de novo e Carlisle ficou curioso. – O que Alice quis dizer?
– Exatamente o que ela disse, tem uma gata na escola que não tem medo de mim, me deixou fazer carinho nela por um longo tempo hoje e até ronronou, você não deve estar sentido o cheiro por causa dos cheiro dos ingredientes que usamos durante a aula hoje. – Expliquei.
– De quem é o animalzinho?
– Adivinhe.
Carlisle me olhou com um sorriso no rosto, já sabendo de quem eu me referia, se inclinou para trás e pegou um sugador para si, sorrido um pouco.
– Bem, isso deixa as coisas ainda mais interessantes.
– Você não sabe nem a metade. – E contei tudo para ele, desde o encontro com e os gatos no 7° andar á conversa com na biblioteca.
– Essa garota é realmente interessante, e muito educada também... Falando nisso, Hermione veio falar comigo novamente e parece que ela vai te deixar em paz, sabe Edward, ela não queria...
– Eu sei, li a mente dela, ela só estava com medo que eu fizesse alguma besteira e o ministério caísse em cima de mim.
– Exatamente. Tente dar uma chance para ela se desculpar, ela se sentira melhor depois disso.
– Claro. – concordei.
Apos mais alguns minutos fui fazer minha ronda, um pouco mais cedo que o normal, encontrei apenas com um menino do primeiro ano acidentado nas escadas e o levei para a ala hospitalar, depois fui para meu dormitório. Quando cheguei à gárgula do corvo um pequeno gato branco estava parado ali, imediatamente reconheci , ela miou para mim e veio se esfregar nos meus pés, eu a peguei no colo e comecei a acariciá-la e pensei no quanto meu pai gostaria de poder fazer isso.
– Hey querida, que tal visitar meu pai, ele vai gostar muito de você.
miou e me deixou levá-la até meio pai, quando chegamos ele já tinha tratado do garoto e o mandado para a cama, seu sorriso ao nos ver foi único.
– Parece que tenho uma visita especial hoje! Olá pequenina.
Eu a coloquei no colo de Carlisle e ele ficou desconfortável por um momento, sem saber o que fazer, mas depois a acariciou, fazendo-a ronronar alto.
– Ela veio me visitar então eu pensei que você gostaria de vê-la. Eu vou voltar para o salão comunal e mandar uma nota para para que ela não se preocupe e volto já.
Corri pelo caminho até a torre oeste, mas antes mesmo que eu chegasse eu já podia ouvir os miados desesperados de um gato, quando cheguei ele estava de pé embaixo da gárgula e de costas para mim, totalmente em pânico. Percebi, com um estralo, que estava procurando por , então fui até ela e a peguei no colo.
O gato soltou um chiado de surpresa e começou a se remexer, mas quando a ajeitei com delicadeza no colo ela parou,olhando para mim com seus grandes olhos azuis, e miou para mim. Eu não sei explicar o que aconteceu, não foi como uma voz falando na minha cabeça e nem uma imagem, mas eu sabia o que ela quis dizer "Onde está ?" . Quando eu não respondi a gata bufou e tentou pular para fora do meu colo, eu despertei do transe e a segurei, falando rápido para que ela não partisse.
está na ala hospitalar.
No segundo seguinte eu me senti tolo, que inferno aconteceu para que eu começasse a falar com gatos? Mas senti aquele formigamento novamente, aquela sensação de saber, "Ela está bem?", eu não tive como negar dessa vez, ela estava falando comigo.
– Sim, ela veio me visitar e eu achei que Carlisle gostaria de conhecê-la.
Ela bufou, fazendo seus bigodes balançarem. "Gata estúpida, quase me mata.", foi a frase que veio a mim dessa vez, ela tentou pular novamente do meu colo e eu deixei desta vez e ela começou a correr em direção a ala hospitalar. Quando chegamos levantou as orelhas e ao ver a outra gata pulou imediatamente do colo de Carlisle, o que veio a seguir foi uma espécie de discussão felina, a gata sem nome começou a chiar, brigando com , depois ela a contornou, examinando e cheirando para ter certeza que ela estava bem.
– Essa é a outra gata?
– Sim, eu a encontrei procurando por , ela me perguntou onde estava.
– Perguntou? – "No sentido literal da palavra?" perguntou Carlisle mentalmente e eu assenti.
– "Algo contra?"
Nós dois pulamos, o que é difícil um vampiro fazer, e olhamos para a gata e ela nos encarava furiosa, com seu rosto felino contorcido de raiva. Ela estava claramente se comunicando com nós dois.
– "Vocês tem idéia da preocupação que causou a nossa dona?"
– Nós lamentamos muito, não tínhamos idéia... – disse Carlisle constrangido, do mesmo modo que eu quando falei com ela pela primeira vez.
– "Só a devolvam da próxima vez, se houver próxima vez. parece ter aprendido a lição." – a gata olhou para a menor, que parecia realmente parecia arrependida, de orelhas baixas.
– Nós realmente sentimos muito, não queríamos preocupar sua dona de propósito. Prometo me desculpar assim que a vir.
– "Se eu fosse você eu não o faria, não estará de bom humor pela manha."– Ela se virou para sair e eu a interrompi.
– O que é você? – Ela se virou para mim e seus olhos do gato refletiram a luz.
– "Meu nome é ."
Depois disso simplesmente saiu da enfermaria com em seus calcanhares. Carlisle e eu nos entreolhamos, nossos pensamentos igualmente perplexos.
Que inferno foi isso?
Capítulo 10


Agora, deitada na cama da sala mágica com deitada timidamente ao meu lado eu percebi o tamanho do estrago que eu fiz falando com Edward nessa noite. Eu falei com ele a principio sem perceber, apenas num impulso bobo, eu achava que apenas me entendia e vice-versa, mas depois eu continuei falando, ferrando mais ainda as coisas. Edward ficara claramente intrigado em relação a mim, ou a , no caso, e isso era ruim, curiosidade sempre era ruim para pessoas como eu.
Eu teria que me afastar dele, conclui, evitá-lo ao máximo e ao pai dele também, não me daria ao luxo de ir a ala hospitalar por qualquer bobagem e depois ter que enfrentar um interrogatória dele. Mas o pior de tudo era que eu gostava de Edward, ele teria sido um bom amigo se não fosse por toda essa confusão, me doía no peito ter que ficar longe dele.
– Eu lamento muito , mas sem Cullens para você também.
não se manifestou, ainda muito arrependida e envergonhada do que havia feito, ela compreendia , de alguma forma, que havia estragado as coisas e que eu e ela pagaríamos o preço por isso. Ela estava tão chateada quanto eu nesse assunto.
Demorei para dormir nesse dia e meus pesadelos foram tão terríveis e vividos quanto possível, acordei às sete horas aos soluços, levantei e fui imediatamente para o dormitório tomar um banho, me acompanhou com um pouco de dificuldade. Peguei minhas roupas em silencio para não acordar minhas colegas e entrei no chuveiro, quando sai ouvi o som de outra pessoa tomando banho, eu estranhei por ser bem cedo e tentei me trocar o mais rápido possível, mas a pessoa saiu do box antes que eu pudesse alcançar minha muda de roupas.
– Você acordou cedo também ! – A voz de me invadiu e me acalmou.
– Ah , é só você, na verdade – me virei, sorrindo para ela – eu sempre acordo cedo.
– Você pensou que eu era outra pessoa?
– Não, é que eu não gosto de me trocar na frente dos outros, mas como é só você não tem importância, você é como minha irmãzinha.
– Mesmo? Eu também te vejo como minha irmã , a irmã mais velha que eu nunca tive!
Ela correu de toalha na minha direção e me abraçou, quase me fazendo cair, e riu. O som novamente me acertou e me relaxou, era como meu calmante natural, nada parecia tão complicado com ela por perto, eu acabei rindo com ela também.
– Bem, vamos nos trocar logo antes que mais alguém mais chegue.
Tirei a toalha e coloquei minha calcinha, um modelo branco de algodão simples e totalmente confortável, quando fui colocar meu sutiã vi que me encarava.
– O que foi ? – perguntei constrangida, terminando de colocar o sutiã e pegando a saia do uniforme.
– Será que eu vou ter peitos tão grandes quantos seus quando eu crescer? Espero que sim.
Mesmo ela tendo dito de uma forma totalmente inocente meu rosto ficou todo vermelho, eu não soube o que responder de imediato. Era por isso que eu odiava me trocar na frente de outras garotas, elas sempre reparavam em alguma coisa.
– Creio que sim, acho que você vai puxar a sua mãe nesse assunto.
– Que bom! Né , você faz um penteado diferente um mim hoje?
– Claro , mas meu cabelo vai ficar seguramente trançado e nem adianta insistir que eu não vou fazer nada nele. – "Uma mudança e todo o resto desmorona.", pensei.
– Tudo bem. – Concordou ela sem reclamações, apesar de seu rosto mostrar o quanto ela queria.
No fim, fomos as duas tomar o café mais cedo do que o usual, usava feliz a trança embutida que eu havia feito nela, mas ela parecia incomodada com alguma coisa.
, aconteceu alguma coisa hoje? Algo que está te incomodando? – Ela abaixou os olhos, nervosa. – Pode me falar, só tem algumas garotas da Lufa-lufa aqui e elas estão do outro lado do salão, não vão nos ouvir.
... – Começou hesitante, mas depois olhou para mim e disse com a voz mais forte. – Se importa se eu fizer uma pergunta para você?
– Claro que não carinho, pode perguntar qualquer coisa.
– Por que você estava chorando hoje de manhã? – Quando eu não respondi imediatamente ela continuou. – Ontem a noite eu acordei com um pesadelo e fui para o seu quarto ver se poderia dormir com você, mais sua cama estava vazia e arrumada, eu dormi nela e acordei com você abrindo o malão e saindo do quarto.
...
– Não precisa dizer se não quiser, eu só fiquei preocupada com você. Desculpe me intrometer.
querida... – Disse pegando seu rosto entre minhas mãos e beijando sua testa. – Eu realmente não posso te falar onde eu fui, mas não é por sua causa está bem, é só um probleminha meu. Não precisa se preocupar com isso e me desculpe por não estar lá quando você estava com medo.
– Não foi nada, mas eu desculpo você se é isso que você quer ouvir.
– Obrigado pequena.
Continuamos a comer como se nada tivesse acontecido, secretamente eu bolei um plano na minha cabeça para recompensá-la pela minha mancada, eu só precisaria mandar dois cartas antes ir à primeira aula. Quando as garotas chegaram, eu deixei meus planos em segundo plano e comecei a conversar com elas, rimos um pouco e ouvimos mais detalhes sobre o novo encontro com os gêmeos que Lauren e Jessica haviam marcado, logo já era tarde eu corri para enviar a carta que eu pretendia e voei para a classe de Runas antigas, a qual apenas Angela estudava comigo.
Para minha surpresa minhas corujas chegaram na hora do almoço, o que era fora do usual, assim que eu sai da classe, eu fiquei feliz da vida e corri para fora do castelo, eu havia planejado trabalhar na biblioteca, mas o dia estava muito lindo para ser desperdiçado dentro dela. Achei uma arvore aconchegante a beira do lago negro, me sentei embaixo dela e abri o pacote da loja.
Dentro dele haviam dois pequenos espelhos compactos redondos de prata, como aqueles de pó-de-arroz, assim como papel de presente, duas caixas pequenas de papelão, fitas coloridas e fita adesiva. Eu os tirei um a um da sacola e comecei a trabalhar, para a minha surpresa o metal trabalhado dos espelhos estava polido e brilhante, provavelmente o polira antes de me entregar. Quando o almoço acabou eu já tinha terminado de cortar todos os papeis do tamanho certo para fazer os embrulhos, eu me senti tentada a matar a próxima aula e terminá-los, mas desisti da idéia, eu tinha a ultima aula vaga mesmo
Infelizmente, na aula de Aritmancia durante o sexto tempo, eu encontrei com Edward, como era uma aula opcional, como runas antigas, os alunos eram misturados e ele fez questão de se sentar ao meu lado. Eu fiz o possível para ignorá-lo e prestar atenção na aula, felizmente ele não fez nada para puxar assunto, mas na saída eu percebi que havia dito cedo demais, Edward me cercou e perguntou.
– Podemos conversar um pouco?
Eu o ignorei e o contornei, indo embora, ele tomou isso como um "siga-me" em vez de um "cai fora" que eu queria dizer. Eu fui diretamente para a arvore de mais cedo e voltei ao trabalho sem lhe dar atenção ou lhe dirigir a palavra, ele me observou um pouco e depois exclamou.
– É aniversário de alguém?
– Não, só um presente para – disse antes de poder morder a língua.
– Finalmente você falou comigo.
Eu abaixei os olhos para minha criação, colocando o espelho dentro da caixa e colando o papel sem lhe responder nada.
– Eu não entendo por que você está tão brava comigo. Não foi minha intenção, e muito menos a minha culpa, você ter ficado preocupada daquela forma.
– Você, - disse olhando bem em seus olhos, agora negros. – é uma pessoa curiosa e eu detesto pessoas que se metem onde não são chamados.
Eu pude ver que havia acertado no alvo, Edward vacilou um pouco. Desviei os olhos deles e terminei a primeira parte do meu trabalho, peguei a outra e continuei a arrumá-la, mas Edward não se deu por vencido. – Como você espera que eu não fique curioso? falou comigo, gatos não...
– Chega! – eu o interrompi, dando um forte tapa com a mão espalmada no chão com irritação. – Nós não vamos falar sobre isso! Eu quero que você esqueça , quero que ignore qualquer coisa que tenha a ver com ela e nunca mais a procure! Inferno! Nunca mais procure a mim!
Edward se encolheu com a minha palavras e abaixou o olhar par as minhas mãos, eu o segui e vi que havia tacado a mão em um punhado de pedras pontudas, sem nem ao menos sentir a dor eu a puxei para fora e o sangue escorreu dos arranhões. "Merda, eu tinha que acertar uma veia, não tinha?", pensei e me virei para Edward.
– Acho que é a hora de você ir. – Edward também olhou para mim, com um pouco mais de dificuldade para tirar os olhos do ferimento, e respondeu.
– Certo. – Ele levantou e se afastou alguns passos – Eu não vou mais me intrometer, mas espero que fique claro o que eu penso. Quando um pessoa se afasta de curiosos é por que tem algo a esconder , e eu vou estar aqui se você algum dia quiser me contar. – Ele abaixou os olhos para o meu trabalho e comentou. – Ela vai gostar disso.
E se foi. Eu terminei de ajeitar o laço elaborado e depois olhei para o projeto pronto, com parte da satisfação perdida. Recolhi os restos de papel e me levantei, guardando o presente dentro da bolsa, e fui direto para o salão comunal, sem apetite para comer o jantar que já estava sendo servido. me recebeu assim que eu cheguei e sentei-me com ela em uma das mesas da sala para fazer a lição de casa, mal percebi quando o tempo passou e chegou ao dormitório.
– Aconteceu alguma coisa ? Você não foi jantar...
– Não aconteceu nada, eu só não estava com fome querida. Oh, me lembrei agora... – Puxei a bolsa para mais perto e a abri. – Eu tenho algo para você.
Eu peguei os dois objetos e mostrei a ela, seu rosto brilhou quando os pegou.
– Presentes?! – ela as pegou e abriu com cuidado. Eu olhei em volta e como todos os presentes estavam subindo as escadas eu sussurrei para ela.
– Eu ficarei com um dos espelhos, eles são espelhos bi-direcionais mágicos. Quando quiser falar comigo pense em mim, assim poderemos nos falar a distancia. Quando você tiver outro pesadelo vá até minha cama e me chame, assim eu posso te ajudar a dormir.
– É maravilhoso, ! Onde você os conseguiu?
– Eram da minha mãe. - Ela deve ter percebido que não era bom comentar sobre isso.
– Muito obrigada mesmo . – Ela pulou na minha cadeira e me abraçou.
Naquele momento, aspirando o cheiro doce dos cabelos vermelhos de , eu pensei que poderia abaixar um pouco a guarda, confiar meus segredos a alguém, mas sabia que isso era errado e não o fiz. Os dias seguintes passaram rapidamente, às vezes eu me encontrava com Edward e ele me olhava, calmamente esperando que eu falasse com ele, mas isso não aconteceu, o dia das bruxas passou batido e o mês de dezembro chegou com mais neve do que qualquer outro mês de inverno.
Foi ai que as coisas começaram a se agitar novamente.
Capítulo 11


– Eu não quero te deixar sozinha ! – disse entre lagrimas.
estava chorando desde que eu lhe disse que ficaria no castelo durante as férias de natal por que meu pai estava em uma viagem a trabalho e não poderia ficar comigo. Ela queria de todo jeito ficar comigo, mas sua mãe havia sido clara: o natal é uma data importante para sua família e ela não poderia se ausentar de casa. Ficaríamos praticamente um mês sem nos ver.
querida, você sabe que pode falar comigo sempre que quiser carinho, os espelhos funcionam a qualquer distancia.
– Mas não vai ser a mesma coisa, com quem você vai passar natal? É horrível ficar sozinha durantes as festas familiares!
– Eu já estou acostumada , não é a primeira vez que isso acontece, não se preocupe, está bem? – Disse enxugando suas lagrimas com um lenço de pano branco. – Agora você deve ir pegar sua mala para descermos ou você perderá o trem.
– T-tá bom.
Eu a acompanhei até as carruagens e me despedi, sem e sem aulas as próximas semanas no castelo seriam incrivelmente tediosas. Suspirei e voltei ao castelo, andando distraída e sem realmente olhar por onde eu estava caminhando acabei por enfiar o pé em um daqueles malditos degraus falsos da escada. Antes mesmo que eu pudesse gritar de surpresa uma mão grande e fria segurou-me pelo cotovelo e me puxou para cima, com o coração disparado eu levei um minuto pra me acalmar antes de me virar e agradecer a ajuda.
– Muito obrigada, eu... – minha voz morreu enquanto eu falava.
Eu nunca tinha visto o cara que estava na minha frente, ele também não usava o uniforme da escola. Era alto, do tipo musculoso, tinha cabelos curtos e negros, seus olhos eram dourados e sua pele branca como leite, com certeza um vampiro. "Pior, com certeza um Cullen.", pensei internamente, mas por fora eu sorri.
– ...Eu nunca te vi por aqui antes, meu nome é , mas todos me chamam de . Obrigado por me livrar de outro machucado.
– Outro? Não é o primeiro? – Ele riu alto, quase como um rugido. – De nada , meu nome é Emmett, a diretora deixou que nossa família passasse as ferias aqui com nosso pai e nosso irmão vão ficar aqui.
– Ah, então você é mesmo um Cullen?
– Como você adivinhou? É por que eu sou bonito, não é? – Ele flexionou seus músculos e eu ri.
– Eu já estou familiarizada com vampiros agora, vamos começar a estudá-los depois das férias.
– Pois se prepare, pois somos muito interessantes! – E rugiu uma risada novamente.
Eu olhei para ele e pensei, "Esse cara é tão grande e ri tão alto que até parece..."
– Um urso, não é? – Eu pulei e percebi que ele mesmo tinha dito isso.
– Você lê mentes?
– Não, eu deixo esse trabalho para o Edward, eu só sabia por que todo mundo diz isso.
– Edward lê mentes?!
Ele deve ter percebido a burrada que fez pois bateu na própria testa, causando um som bem alto, e no segundo seguinte me pegou pela cintura, me arrastando para o andar de cima tão rápido que eu mal pude respirar. Quando ele me soltou tive que me apoiar numa parede para não cair, ele olhou para os lados por um momento e depois sussurrou para mim.
– Não conte a ele que eu te disse isso ou ele vai arrancar a minha língua e esconde-la por um mês inteiro. O Edward é bem malvado comigo, sendo o irmão mais velho e tudo mais.
– Eu prometo não contar nada a ele, nós nem nos falamos mesmo, temos apenas algumas aulas juntos.
– Que alivio, isso me poupa de um mês conversando por sinais. – ele riu e eu o acompanhei de novo.
Eu me despedi e passei o resto do dia fazendo as lições de ferias, simplesmente para ter o que fazer, passei algum tempo brincando com e depois fui jantar. O salão estava quase vazio, haviam uns quatro ou cinco garotos da sonserina, dois casais na lufa-lufa, Edward e mais duas meninas na corvinal e eu e mais um garoto na grifinória, todos comeram em uma única mesa junto com os professores. Para minha sorte não havia nenhum vampiro na mesa.
Quando eu havia acabado de comer e já me preparava para levantar um homem chegou ao salão, ele era alto, moreno de olhos verdes e usava óculos, eu imediatamente reconheci seu rosto, eu o havia visto em muitos jornais bruxos diversas vezes, por isso não me surpreendi quando a professora Granger exclamou.
– Harry!
Como era de se esperar todos os alunos presentes viraram a cabeça para olhá-lo admirados, a professora pulou da cadeira e foi correndo abraçá-lo, a prof. Granger é jovem, mas naquele momento parecia ter voltado à adolescência, seu rosto transbordava de alegria. Ela abraçou o recém chegado e o puxou para a mesa, fazendo o sentar, ele cumprimentou os outros professores e começou a conversar com a amiga, eu não fiquei muito mais tempo, só me levantei e fui para a cama.
Como não havia ninguém no dormitório eu resolvi dormir na minha cama mesmo, mas acordei a meia noite como de costume e não consegui dormir, não tive outra escolha a não ser ir à sala mágica como de costume. Só consegui dormir deitada na cama dele, melhor dormir com pesadelos do que não dormir, não é mesmo?
No dia seguinte eu conversei um pouco com pelo espelho, ela ficou toda chateada por não ter visto o famoso eleito Harry Potter, mas eu a confortei dizendo que, pelo jeito que ele parece intimo da prof. Granger, ele provavelmente apareceria mais vezes na escola.
– Será que eles são namorados? - Perguntou para mim, seus olhos brilhando pelo espelho.
– Creio que não, eles teriam se cumprimentado com um beijo, não teriam?
– Acho que sim...
Minhas duvidas foram respondidas na véspera do natal, dias depois, eu havia acabado de desejar felicidades para pelo espelho e desci para a ceia, diferente das outras refeições todos os Cullens estavam à mesa. Eu já conhecia Edward, Carlisle e Emmett, mas na mesa tiram ainda três vampiras, uma loira tipo modelo, uma baixinha morena de cabelos espetados, e uma de cabelos cacheados com uma cor entre mel e castanho claro, e também havia mais um homem, esse era loiro de cabelos lisos e olhar distante.
Emmett não perdeu tempo, assim que eu passei pela porta e ele sorriu e começou a acenar, só isso em si já serviu para me constranger, mas o que ele gritou foi que realmente me fez corar.
– Hey , caiu muito hoje?! - Perguntou rindo.
Eu não respondi de imediato, esperei chegar suficientemente perto do grupo para poder falar sem alterar a voz.
– Claro que não! - Disse a ele enquanto me sentava a sua frente na mesa, então me lembrei de um tropeço que levei ainda há pouco. - Bem, pelo menos não na ultima hora.
Isso o fez rir ainda mais, mas ele se calou quando a diretora McGonagall pediu a atenção de todos, ela disse algumas palavras, agradeceu a presença de todos e liberou o jantar. Os Cullens não comeram mas conversaram e riram muito, eu procurei ao máximo não falar com eles, como vinha fazendo desde minha conversa definitiva com Edward, e me concentrei em Potter, que parecia estar me lançando olhares desde o começo do jantar.
– Sua família vai bem, senhor Potter? - perguntei a ele.
– Sim, vai muito bem, obrigada. Vou ver minha noiva assim que o jantar acabar, mas por favor me chame de Harry, Senhor Potter me faz parecer velho. - ele riu e eu o acompanhei.
– Será Harry então. - disse enquanto armazenava na minha cabeça a novidade para contar a , Harry era noivo.
– E sua família, vai bem também? - Finalmente ele havia tocado na ferida que estava se coçando para apertar.
– Meu pai vai muito bem, uma amiga da família está se encarregando de alimentá-lo já que eu não estou lá para cozinhar.
nunca foi muito bom na cozinha. - A prof. Granger comentou, ouvindo a conversa.
– Sim, mas acho que com essa proximidade ele vai acabar percebendo que gosta dela.
Harry deu uma risada sonora, todos que conheciam sabiam que ele não compreenderia os sentimentos da sua amiga Sue nem se ela desenhasse para ele. Eu recolhi minhas bombas de bosta e todos os outros brinquedos e doces que havia ganhado e me levantei, me despedindo, o jantar havia se prolongado e já era bem mais tarde do que o normal. A maioria dos alunos seguiu meu exemplo e se retirou, eu segui devagar até o dormitório, assim nem precisei esperar muito para ir à sala mágica, gastei um tempo guardando minhas coisas e tomando banho, quando voltei já estava na hora de ir.
Quando passei pelo buraco do quadro tudo estava no mais perfeito silencio. Eu desci as escadas da torre em direção ao sétimo andar com pulos ágeis, quando se tem vampiros por perto é sempre bom ter pressa, mas fui parada ao pé da escada por um som baixo e molhado, capitado apenas pelas minhas orelhas felinas. Meus olhos de gato puderam ver atrás da escuridão algo que eu realmente não deveria ter visto, a prof. Granger e o prof. Malfoy estavam aos beijos bem no meio do corredor e a alça da camisola dela pendia perigosamente dos seus ombros.
Meu constrangimento foi tal que me virei para correr para longe sem nem ao menos olhar para onde ia, sendo assim acabei dando de encontro com uma armadura grande e velha, esta balançou e caiu em cima de mim. Eu até tentei desviar, pulando para o lado, e consegui escapar da lamina do machado apenas com um corte, mas pior veio depois, cai de mau jeito e antes que pudesse me levantar todas as outras peças da armadura me cobriram, me pressionando contra o chão. Minha mão/pata fez um som estralado e eu gritei.
Obviamente o som chamou a atenção do casal, tirando um grito da professora, outras vozes se seguiram e eu só ouvi e gemi, na esperança que alguém me tirasse daqui de baixo. Minhas preces foram atendidas mais rápido do que eu esperava, o peso gelado do ferro foi retirado de cima de mim e alguém me pegou no colo com cuidado, eu relaxei por um minuto, mas todo meu sangue gelou quando eu ouvi uma voz conhecida.
– Mas que inferno...? - Edward praguejou, ainda me segurando.
– Ela está sangrado! Seu pai pode dar um jeito nisso?
– Provavelmente sim... Você deve chamar a diretora e pedir para que ela me encontre na ala hospitalar, certo professora?
– A diretora? Mas por que...?
– Apenas faça isso por favor. Professor, você poderia ver se Harry ainda está aqui?
– Ele está em Hogsmeade, pode chegar em poucos minutos.
– Por favor faça isso.
Eu percebi que algo estava errado, me contorci e tentei fugir, mas ele e minha cabeça, que parecia prestes a estourar, não permitiram. Eu apenas observei enquanto Edward me levava à ala hospitalar, conformada com o meu destino, teria que contar parte da verdade a eles e isso ia ser um inferno. Carlisle ficou branco quando entramos na enfermaria e seu rosto ficou duplamente confuso quando nós viu, Edward foi até ele e me colocou sobre a mesa.
– Mas o que...? - começou Carlisle.
– Vamos esperar todos antes de tomar qualquer decisão. - A voz de Edward soou estranha.
Eu finalmente pude olhar para ele, seu rosto estava tão duro que ele mais parecia uma estatua do que uma pessoa e sua respiração, pelo que pude ver, estava presa. Ele pareceu sentir o peso do meu olhar pois olhou para trás, seus olhos estavam assustadoramente pretos, e ele se dirigiu a mim.
– Não vai dizer nada?
– "Tudo que eu disser pode ser usado contra mim no tribunal."– Enviei as palavras para a sua mente.
Ele apenas bufou e se virou para a porta, Granger, Malfoy, McGonagall e Potter entraram por ela no instante seguinte. A diretora não parecia muito feliz.
– Alguém pode me explicar o que esta acontecendo aqui? - Perguntou ela.
– Eu peguei um aluno fora da cama e achei que seria interessante se você e Harry o vissem.
– Um aluno...? - Potter deixou que seu olhar caísse em mim.
Eu desviei os olhos e pude ouvir quando outras pessoas entraram na sala, eram o resto dos Cullens.
– Ouvimos uma confusão, o que está acontecendo aqui? Eu pensei ter sentido o cheiro... - Perguntou a mulher de cabelos cacheados que me foi apresentada como Esme, antes de ficar surpresa demais para continuar.
– É o que estamos querendo sabe, vamos Edward, nos explique.
Edward trocou um ultimo olhar comigo e depois disse com todas as letras.
– O cheiro do sangue desse gato não é de um gato, é da garota .
Dai já viu a confusão que se formou.
Capítulo 12


Naquele momento todos começaram a falar ao mesmo tempo, a prof. Granger estava tão vermelha que parecia que iria estourar, na verdade, cada um teve uma reação diferente, o que causou uma algazarra sem fim. A diretora McGonagall não pode suportar isso.
– CHEGA! – Berrou ela.
Todos calaram a boca imediatamente. Ela olhou para cada um e depois pousou seu olhar em mim.
– Isso é verdade?
– "Sim." – Coloquei a resposta na mente dela.
– Pois voltei ao normal então, temos muito que conversar.
– "Não posso." – Disse o obvio – "Se eu me transformar com o braço desse jeito ele ficará ainda pior."
Eu mostrei a pata deslocada e ela franziu as sobrancelhas e se virou para Carlisle.
– Por que ainda não tratou dela?
– Eu sou médico e não veterinário, não posso usar uma varinha para concertar o osso fraturado e não posso lhe dar uma poção com ela dessa forma. – Disse Carlisle um pouco insultado.
– Eu faço isso, sou bom em concertar pequenos ossos. – Harry se ofereceu.
Eu fiz o possível para ficar impassível, Harry se aproximou e eu estendi a pata para ele murmurou "Brackium emendo", houve só uma dor rápida acompanhada de um pequeno estralo, mas nada de mais, sempre fui acostumada a quebrar coisas. Harry se afastou enquanto eu testava o abraço, que estava perfeito, então eu pulei da mesa e voltei ao normal, Carlisle imediatamente estava ao meu lado com outra pasta gosmenta.
– Deixe-me ver o seu corte.
Eu subi a minha blusa apenas o suficiente para expor um longo corte vermelho na lateral do meu corpo, Carlisle prontamente o cobriu com a pasta igualmente vermelha e colocou uma atadura em cima.
– Retire a atadura manha de manha e lave. – Eu apenas assenti confirmando.
– Harry, Edward e , vocês viram comigo até meu escritório. Granger e Malfoy, eu falo com vocês amanha de manha.
McGonagall saiu da sala e nós três a acompanhamos, eu andei de cabeça erguida e ignorei os olhares que Harry me lançava, não sei se o jeito que Edward me encarava podia ser chamado de olhar, era mais uma promessa de assassinato. Chegamos a uma grande gárgula e McGonagall a abriu, revelando uma grande escada espiral, subimos por ela e chegamos ao escritório do diretor, McGonagall contornou a enorme escrivaninha e se sentou.
– Sentem-se. – Quando todos obedeceram ela continuou. – Agora, conte para nós onde você estava indo .
– Eu estava indo dormir.
– Transfigurada e na direção contraria para a sua torre?
– Eu nunca dormi no meu dormitório, eu durmo na sala mágica no sétimo andar.
– A sala precisa?! – Harry se surpreendeu.
– Deve ser assim que se chama. – Confirmei.
– Como você descobriu esse lugar? – Perguntou ele antes que McGonagall pudesse continuar.
, a elfa domestica, me contou.
– E por que você dorme lá? – Perguntou a diretora antes que Harry pudesse interromper de novo.
– Para ninguém saber dos meus problemas de sono.
Harry engasgou.
– Tem algo a nos dizer Harry?
– Eu conheço os pais de desde um pouco antes da guerra, eram amigos dos meus pais e lembro-me bem de quando ela ficou internada no St. Mungus após a guerra, desde então ela tem que tomar uma poção para dormir todas as noites. – Eu confirmei o que ele disse com a cabeça.
– Se você toma poção por que ainda foge do quarto.
– Por que... – eu abaixei os olhos, envergonhada pela primeira vez. – Ela meio que não está fazendo mais efeito.
– Não está fazendo mais efeito?! – Repetiram Edward e Harry juntos.
– É, eu fico sonolenta quando tomo a poção mas isso não impede mais os pesadelos e os gritos... – Minha voz foi sumindo enquanto eu falava até terminar em um sussurro.
Houve um minuto de silencio incomodo, depois McGonagall voltou a perguntar.
– Por que não pediu aos seus pais uma poção mais forte? – Harry desviou os olhos de mim nesse momento.
– Minha mãe morreu durante a guerra e meu pai perdeu todas as memórias que tinham a ver com magia já que é um trouxa, para ele mamãe havia morrido quando eu era só um bebê. Eu aprendi a me virar sozinha, eu ainda consigo dormir então não é tão ruim assim. – Edward passou a mãos nos cabelos, frustrado com minhas palavras.
– Você sabe que um animago que não se registra pode ser preso, não sabe? – Perguntou a diretora.
– Sei sim, mas minha mãe me disse para só me registrar quando fizesse dezessete anos ou o ministério ficaria no meu pé.
– Mas sua mãe morreu á seis anos atrás. – Disse Harry espantado.
– Eu sei.
– Você já era uma animaga aos 10 anos? – Edward não conseguiu evitar a pergunta.
– Por isso minha mãe pediu para eu esperar antes de me registrar. – Confirmei.
– Vamos esclarecer mais uma coisa. – Continuou McGonagall após o momento de choque. – Se seu pai é um trouxa quem cuida de todas as finanças da sua família?
– Eu mesma, eu sou legalmente emancipada, já posso responder por mim como uma adulta, mas mesmo assim não posso usar magia fora da escola, ainda tenho meu rastreador.
– Entendo. Edward, você nunca viu andando pelo corredor?
– Encontrei-a duas vezes no corredor, mas nunca passou pela minha cabeça que fosse ela.
– Você não ouviu os pensamentos dela? – Perguntou ela intrigada.
– Eu nunca pude ouvir os pensamentos de Bella. – Ele disse.
– Você não pode ouvir meus pensamentos?
– A pergunta não deveria ser "Você realmente lê pensamentos?"? – Perguntou ele.
– Não, eu já sabia que você lia pensamentos. – Eu percebi o que havia visto e fechei a boca, ele ia perguntar algo mais a diretora interrompeu.
– Pois bem, então você não tem culpa de nada, a única pessoa que recebera um castigo será você mesma. – Disse se referindo a mim. – Mas como eu não quero estragar o clima natalino de todo mundo eu vou decidir isso amanha. Edward, você poderia descer e pedir para Carlisle pesquisar alguma poção para e prepará-la? Harry pode ir também, lamento ter te tirado do lado de Gina, mas achei que você deveria estar aqui.
– Claro. – Ambos concordaram e se foram.
... . – Ela disse, se rosto sério de repente mais suave. – Você sabe que não faz mal pedir ajuda de vez em quando, todos precisam dividir a carga às vezes ou acabam esmagados por ela.
– Eu decidi há muito tempo que nunca dividiria meus problemas com ninguém, vou apenas aceitar a poção de Carlisle para aprender a prepará-la como faço com a poção do sonho-sem-sonhos. Eu aceito qualquer castigo ou detenção que você me dê, mas isso não vai mudar meu modo de ver.
– Eu lamento por isso, só espero que você mude de idéia antes que seja tarde. Boa noite .
– Boa noite.
Eu desci as escadas e encontrei Edward me esperando no fim dela, nós não conversamos, apenas caminhamos juntos até o meu dormitório. Na metade do caminho Edward disse.
– Você sabe que eu não vou realmente esconder a língua do Emmett, não sabe?
– Sei. – Ri um pouquinho. – Mas eu havia prometido a ele que não contaria.
– Ele praticamente se entregou quando eu voltei. – eu ri de novo e Edward ficou sério. –Você poderia simplesmente ter me contado.
– Não, eu não podia. Você ouviu o que eu disse a McGonagall.
– Bem, já que eu já sei o seu segredo e tudo mais... – Edward parou na frente da escada da torre e me olhou. – Não a mais motivo para eu fuçar na sua vida.
– Eu sei. – Concordei sem perceber a onde ele queria chegar.
– Então você não precisa mais ficar desconfiando de mim. – quando eu não respondi ele acrescentou. – Talvez possamos ser amigos.
Eu pensei sobre isso, obviamente eu ainda tinha segredos que não estava nem um pouco disposta a contar para ele, mas Edward não sabia disso. Ele queria ser meu amigo, tinha certeza que ele não contaria nada a ninguém sobre essa noite também, talvez pudesse dar certo... Talvez...
– Nós podemos apenas tentar. – Sugeriu ele.
– Apenas tentar... – o som das palavras não parecia assustador. – Acho que nós podemos tentar isso.
– Não vou deixar você se arrepender disso. – Prometeu Edward.
Nós ficamos nos olhando por um tempo, mas de repente a cabeça de Edward se virou e ele suspirou, parecendo repentinamente cansado. Uma das vampiras Cullens apareceu, era a pequena morena chamada Alice, eu e Edward a observamos se aproximar quase que dançando com um frasco na mão. Quando ela chegou perto o suficiente ela o entregou para mim.
– Carlisle me pediu para trazer isso para você.
– Ele foi rápido. Que poção é essa?
– Sonum Lunos, Carlisle disse que a ensinaria a fazer se quisesse.
– Eu gostaria disso. Muito obrigada Alice.
Eu observei atentamente enquanto ela parecia se contorcer no mesmo lugar, quase quicando como uma bolinha enfeitiçada, Edward suspirou novamente.
– Você não pode Alice.
– Mas por que Edward?
– Nós já conversamos sobre isso Ali, e eu disse não.
Eu observei confusa enquanto eles falavam praticamente em códigos, quando Edward a proibiu de fazer seja lá o que fosse, sua expressão mudou completamente, ela fez uma cara arrasada de total desconsolo. Eu não pude deixar de tentar ajudar, ela parecia desolada.
– Edward! – Repreendi e me aproximei de Alice, que agora balançava os ombros levemente, como quem contem um soluço – O que foi Alice? Você pode me dizer.
– Posso mesmo? – Ela olhou desafiadoramente para Edward e se virou para mim.
– Claro que pode querida, me conte o que quiser.
– Eu sou uma vidente. – Contou ela, quicando novamente. – Eu vi uma parte do seu futuro!
– Mesmo? – Perguntei.
– Aham, eu vi que nós seremos grandes amiga! – Ela pulou alegre, como estivera evitando fazer até agora.
Eu fiquei surpresa por ela prever isso no meu futuro, mas vi que não era tão impossível assim, Alice era adorável e deve ser difícil não ser amiga dela.
– Eu adoraria ser sua amiga Alice, você é uma ótima vidente.
Ela brilhou mais ainda, pulou e me abraçou, colocando braços ao redor da minha cintura, e depois se foi com um "Até amanha !", foi embora, eu ri um pouco do seu entusiasmo e me virei para Edward.
– Até amanha para você também Edward.
– Até amanha. – Disse ele, e depois completou. – É melhor descansar bastante, agora que você deu rédea solta para Alice ela não vai te deixar em paz.
– Vou acreditar em você. – Ela parecia uma bola de energia.
Edward sorriu e se foi também. Mais tarde, quando eu estava tomando a minha poção para dormir um pensamento muito perigoso passou pela minha cabeça, "Talvez confiar em Edward não fosse tão ruim, eu poderia contar tudo a ele.", mas eu sabia que isso acarretaria muitos problemas para ele.
Eu só esperava do fundo do coração que ele ignorasse meus avisos e tentasse mesmo assim.
Capítulo 13


Na manha seguinte eu acordei exatamente às sete horas, como de costume, mas essa foi a única coisa habitual que me aconteceu. Meu corpo não doía, não me sentia cansada e nem me lembrava de ter sonhado durante a noite, me sentia melhor do que nunca! Fui tomar banho quase que dançando, coloquei meu uniforme e penteei os cabelos em frente ao fogo, por alguma razão eu os deixei soltos e não me incomodei quando eles caíram no meu rosto.
Desci os degraus da escada com pressa, por alguma razão eu estava faminta, e acabei por tropeçar duas vezes e cair uma, mas quando enchi meu prato com uma generosa quantidade de panquecas com mel eu percebi que a experiência havia valido a pena. Coloquei uma porção na boca e suspirei de contentamento, estava deliciosa.
– O que uma boa noite de sono não faz, não é?
Engasguei e quase morri, com o coração querendo pular para fora do peito, quando finalmente consegui engolir a comida e me recompor Alice já estava sentada do meu lado, sorrindo para mim.
– Bom dia Alice.
– Bom dia ! - o sorriso dela aumentou e ela quicou no lugar. - Você vai me mostrar?
– Mostrar o que? - Perguntei e coloquei outra garfada de panquecas na boca.
– Seus presentes sua boba, é natal! O que você ganhou?
– Nada.
Alice riu um pouco, imaginando ser uma piada, mas como eu só continuei comendo minhas deliciosas panquecas a sua expressão caiu, totalmente desolada.
– Você não ganhou nada de natal?
– Bem, eu troquei presentes com minha amiguinha antes dela ir para casa, ela me deu um colar lindo! Mas essa manha eu não recebi nada, meu pai não sabe usar correio coruja, nem sabe que isso existe, e por isso ele me dá dinheiro antes de eu vir à escola, ele esta sempre ocupado com o exército.
– Bem, então vamos comprar alguma coisa em Hogsmeade hoje, a professora Granger vai levar os alunos até lá, uma excursão de natal! Vai ser tão divertido, eu adoro compras!
Alice ficou ali, falando sobre tudo que queria comprar, e eu continuei comendo, fingindo que a ouvia, mas na verdade fiquei pensando, "Alice é uma pessoa muito legal, mesmo não tendo me conhecido já queria ser minha amiga, na verdade, acho difícil existir alguém como ela.".
– Então nós poderíamos dar uma passadinha na dedos de mel e... Hey, bom dia Edward! - Se interrompeu Alice quando seu irmão chegou.
Eu olhei para trás e o cumprimentei com um aceno de mão, minha boca estava ocupada, quando ele se sentou a minha esquerda e eu terminei de engolir, disse.
– Bom dia.
– Bom dia para as duas. - Dai ele deu uma olhada em mim e sorriu. - Você soltou o cabelo, você não faz isso desde, tipo, a primeira semana de aula.
– Eu achei melhor dar uma segunda chance a eles.
– Que bom. Falando nisso, vocês duas vão a Hogsmeade?
– Vamos sim! - respondeu Alice por mim, com cara de brava - Vamos ter um dia de garotas, então pode ficar no seu cantinho chupando o dedo.
Alice me puxou para os seus bracinhos e mostrou a língua para Edward, num gesto infantil, e eu apenas ri, Alice era muito fofa.
– Acho que podemos dar a ele alguns minutos com a gente, não é Alice? - Ela fez biquinho, mas assentiu.
– Ta bom, mas só por que você pediu . Edward pode ficar com você quando estivermos em casa.
– Em casa?
– Sim, nós estamos morando em Hogsmeade, é claro que vamos passar lá.
Eu não concordei nem discordei, não tinha essa intenção de criar laços assim com os Cullens, mas não era algo que estava em minhas mãos agora, eu gostava de Alice e queria realmente que Edward me perdoasse pelas semanas de gelo que eu dei nele,"Talvez as coisas não precisassem ser tão assim, preto no branco, para mim", pensei. Assim que eu terminei de comer Alice me puxou para fora da cadeira, pulando e me arrastando ao mesmo tempo.
– Vamos logo, quero chegar às lojas antes que fiquem lotadas.
– Alice, acalme-se por favor! Tem poucos alunos em Hogwarts e eu ainda não peguei o meu casaco, tem neve lá fora e eu sou apenas uma humana. - Disse meio rindo.
– Tudo bem. - Ela fez biquinho de novo e me soltou. - Vá com ela Edward e se certifique de que ela não fique enrolando.
– Sim senhora. - Ele disse brincando.
Assim, eu e Edward subimos juntos as escadas até a torre leste, quando chegamos as sexto andar Edward me perguntou.
– Isso nos faz amigos? - eu fingi pensar um pouco e respondi.
– Isso depende. Você vai me perdoar por dar um gelo em você? - ele riu.
– Isso depende também, eu te perdôo se você me prometer duas coisas.
– O que?
– Tem que prometer conversar comigo todos os dias para compensar o tempo de gelo que você me deu. - Eu ri e assenti, era justo. - E, da próxima vez que você resolver me dar um gelo, por favor me avise com antecedência, não precisa me dar explicações, só me diga para eu me preparar.
– É justo. - disse simplesmente.
Chegamos em frente à mulher gorda, eu entrei rapidamente, peguei minha capa e voltei correndo, Edward estava no mesmo lugar que eu havia deixado, como uma estatua.
– Foi o meu melhor tempo! - garanti e ele riu.
Na volta eu não pude deixar de perguntar a ele, já que estávamos sozinhos e tudo mais.
– Edward, você estava bravo comigo, ontem? - Sua expressão ficou nula e ele respondeu.
– Não estava bravo com você, só estava com meu orgulho ferido por você ter conseguido me contornar por tanto tempo. - fiquei aliviada por ele não ter dito "enganar" em vez de contornar. - Então eu fiquei ainda mais irritado quando Emmett chegou, ele não é bom em guardar seus pensamentos, mas quando você contou parte da sua história toda irritação passou.
– Desculpe por isso. Nem sempre é fácil botar essas coisas para fora, as pessoas tendem a tomar confidencias como promessas e acabam se machucando.
– É por isso que você não confia mais nos outros, você se apoiou em alguém e ele acabou se machucando?
A pergunta certeira foi um choque, eu parei imediatamente de andar e lagrimas encheram meus olhos, minha expressão devia estar ainda pior por que Edward ficou apavorado, ele imediatamente estendeu a mão para mim, sem saber realmente como ajudar.
– Oh meus deus , me desculpe, eu não queria... - Começou ele, desesperado.
– Tudo bem. - Eu respirei fundo, enxuguei os olhos e voltei a andar. - Não foi nada. Vamos correr antes que Alice cisme em me buscar.
Edward deixou o assunto de lado e me seguiu, Alice ficou radiante quando nos viu e voltou a me arrastar em direção a vila. Eu nunca tinha visitado Hogsmeade e me diverti muito, comprei roupas, pela insistência de Alice, doces, acessórios e muito mais, quando finalmente me cansei de andar Edward veio ao meu socorro.
– Alice, acho melhor pararmos em casa para descansar um pouco. – Sugeriu ele.
– Ta bom! Olha , aquela casa ali é a nossa, sabia que antes de nos mudarmos ela era conhecida como a casa dos gritos?
– É mesmo? Por quê?
Enquanto Alice me contava a história nós três fomos andando em direção a mansão coberta de neve, Edward ia à frente, abrindo caminho pela neve para que pudéssemos passar, e Alice ia ao meu lado com o braço ao redor do meu. Quando chegamos eu estava gelada e coberta de água recém descongelada contra minha pele, Alice e Edward estavam na mesma situação mas não pareciam se importar nem um pouco, e antes que qualquer um de nós tivesse a chance de abrir a porta Esme apareceu, sorrindo e segurando três toalhas brancas e fofas, que estendeu para nós.
– Olá crianças, se divertiram na vila? Entrem logo, tem uma lareira bem quentinha esperando por vocês aqui dentro. Oh, bem vinda .
– Bom dia senhora Cullen.
– Ora querida, me chame de Esme! Tome aqui uma toalha.
– Obrigada.
Eu retirei toda neve do corpo e me sequei, Edward e Alice fizeram o mesmo em velocidade humana só para serem educados, quando todos entramos Esme nos guiou para uma enorme lareira onde todos nos sentamos em poltronas e sofás. Não havia nenhum outro Cullen por perto e a casa estava quase silenciosa, apenas uma musica acústica tocava ao fundo, Esme me ofereceu um copo de cerveja amanteigada e eu aceitei feliz.
– Onde estão todos, mamãe? - Perguntou Edward.
– Seu pai e seus irmãos foram caçar, já Rosalie está lá em cima fazendo as unhas. - o rosto de Alice ficou duro.
– Ela não está roubando meus esmaltes de novo, está? - Antes que Esme pudesse responder Alice já havia sumido.
– Espere Alice. - Esme foi atrás dela.
Eu ri um pouco e tomei mais um gole de cerveja amanteigada, Edward riu também e depois se espreguiçou no sofá, eu passeei o olhar pela sala e parei em um enorme piano de corda no canto. Não pude conter um suspiro de puro admiração, fazia quanto tempo que eu não chegava perto de um piano?
– Você toca? - Perguntou Edward seguindo o meu olhar.
– Sim, mas há muito tempo atrás, devo ter esquecido como se faz. É seu?
– Sim, eu sou o musico da família. - Ele se levantou e me levou com ele. - Venha, vamos ver se seus dedos ainda podem cooperar com você.
E eu fui com ele.
Capítulo 14


Juntos, nós nos sentamos no banco do piano, Edward levantou a tampa e liberou as teclas para o uso, eu não ousei tocá-las.
– Eu realmente não toco há muito tempo Edward, acho melhor só você tocar. - Ele pareceu magoado e suspirou.
– Tudo bem, mas se você mudar de idéia pode ficar a vontade. Quer ouvir uma das minhas composições?
– Você compôs uma musica? - Perguntei maravilhada.
– Algumas. – Ele deu um sorriso que me deixou sem ar e começou a tocar. - Essa eu compus para Esme, eu fiquei anos observando ela e Carlisle juntos e essa musica representa o amor que eu presenciei entre eles.
Eu me concentrei na musica, era linda e eu quase podia sentir o que ele me descreveu, o amor incondicional entre duas pessoas, infinito como o universo, era tão lindo que me trouxe lagrimas nos olhos. Quando a musica terminou eu aplaudi baixinho e pude ouvir mais pessoas me acompanharem, olhei em volta e vi Esme, Alice e Rosalie na sala,sentadas perto do fogo, Edward riu e se curvou, agradecendo a platéia.
– É realmente lindo Edward. - Disse a ele.
– Eu repito isso a ele toda vez que ele a toca, pena que isso não vem acontecendo com muita freqüência! Ele fica tanto tempo naquela escola com o pai que quase não vê a sua família. - Lamentou Esme.
– Não se preocupe senhora Esme, Edward está no penúltimo ano, logo ele não irá mais para a escola. - Tentei confortá-la.
– Sim, você tem razão, depois disso ele ficará famoso por todos os feitiços que inventou! - disse Esme irradiando orgulho.
– Você inventa feitiços?
– Algumas coisas bobas, Alice ficou furiosa por que as fotos bruxas que se mechem são em preto e branco então eu venho tentando fazê-las coloridas, eu consegui varias cores separadas, agora falta junta-las.
– Incrível! Muitos vem tentando fazer isso há anos e nunca conseguiram, e você já tem cores!
Ficamos falando disso por um bom tempo, mudamos de assunto varias vezes e rimos bastante, todas as Cullens eram simpáticas, Rosalie, a loira, me evitou um pouco, mas não vi nenhum sinal de inimizade nela. Quando o resto da família chegou, a festa realmente começou, Emmett trouxe um monte de brinquedos e objetos mágicos e divertiu toda a família, na verdade, o seu alvo principal fui eu, mas eu me diverti a valer. Quando anoiteceu Edward, Carlisle e eu nos preparamos para voltar ao castelo, nos despedimos de Esme e saímos para a rua, a neve estava muito alta, alcançava os meus joelhos, e ficava difícil de andar, é claro que os dois vampiros não tinham problema nenhum com isso.
– Acho melhor eu alugar uma vassoura ou não conseguirei chegar ao castelo hoje.
– Podemos ir de um jeito mais rápido. - Sugeriu Edward.
– Mais rápido? Como?
Ele sorriu e me pegou nos braços, eu mal tive tempo de ficar surpresa pois logo em seguida estávamos correndo, bem, ele estava correndo. Era uma sensação ótima, tão boa quanto voar em uma vassoura, tudo a sua volta passava rápido como um borrão e eu nem havia percebido que eu estava rindo, Edward riu também e começou a fazer zig-zags pela neve, eu ri tanto que perdi o ar.
Quando paramos em frente à porta do castelo, eu estava soluçando depois de rir tanto, Edward me colocou no chão mais não me soltou, com medo que eu caísse e Carlisle olhava para nós dois com uma expressão divertida. Assim que eu me recuperei nós entramos, Carlisle disse que iria buscar minha poção e foi para a ala hospitalar, eu me despedi de Edward e comecei a subir as escadas, mas ele me parou.
– Você não vai jantar?
– Não tenho costume de comer muito e eu comi duas vezes o meu peso no café da manha hoje.
– Duas vezes o seu peso? Você comeu um prato de panquecas não é tanto assim!
– Para mim que não como nem metade disso é muito.
– Nem metade disso?! Bem, agora é que você vai jantar mesmo!
Os dias de ferias se seguiram assim, eu passava algum tempo com Carlisle na ala hospitalar, aprendendo a fazer a Sonum Lunos, mas o resto do dia era passado com Edward. Ele me obrigou a comer corretamente, o que foi um saco, mas de resto foi tudo muito legal, eu havia me esquecido de como era ter um amigo, não um amigo como Megh, ela era mais uma irmã, um sentimento natural de se ter, Edward era diferente, um amigo que se conquista. Passamos os dias brincando com novos feitiços, testando as novas fotos mágicas de Edward e conversando, conversando muito mesmo sobre a vida dele.
Ele me contou sobre como ele foi transformado, sobre como sua família cresceu, por Merlin, ele me contou até sobre a ex dele, Tanya! Cada vez que ele me contava algo eu sentia uma necessidade ainda maior de compartilhar minhas histórias com ele, o que eu não podia fazer de jeito nenhum, e eu acho que ele sabia muito bem disso. Eu ignorei o sentimento e continuei a resguardar meus segredos só para mim, Edward poderia ser um livro aberto, mais eu estava trancada a sete chaves.
Eu estava no salão de jantar com Edward quando voltou das férias, ela veio correndo em minha direção e pulou sobre mim, quase me derrubando da cadeira, e me encheu de beijos, Edward apenas ficou rindo de nós duas e chupando seu sugador sabor sangue. Quando se acalmou ela disse.
– Por Merlin , eu senti tanto a sua falta! Tenho tanto para te contar! - E me sufocou de novo com o seu abraço.
... não cons... sigo respirar... - Quando ela me soltou, um pouco envergonhada, mais ainda feliz, eu continuei. - Acalme-se, coma um pouco e depois vamos subir para conversar, eu já terminei mas posso te esperar aqui.
– Eu já comi no trem! Vamos subir e conversar, não vai ter ninguém lá agora!
– Tudo bem. Edward, eu já vou, certo? Te vejo amanha.
– Até amanha . - Ele de despediu.
me olhou perguntando o que havia acontecido entre nós dois, mas apenas pisquei para ela e sai do salão, nós fomos direto para o meu dormitório e ficamos um bom tempo conversando, ela me contou tudo sobre suas férias e eu contei tudo sobre minha amizade com os Cullen, obviamente ocultando o detalhe do flagra que eu levei e toda coisa de -é-uma-animaga-e-etc. Depois fomos juntas ao banho, eu entrei primeiro no chuveiro enquanto ia buscar uma roupa intima que havia esquecido, quando eu ouvi a porta abrindo de novo eu terminei de enxaguar o xampu dos cabelos e coloquei a cabeça para fora, para falar com ela, e engasguei.
Nas costas de havia um enorme curativo que ia desde seus ombros até a base da sua coluna, o material branco da gaze estava vermelhos escuro como sangue seco e parecia realmente muito, muito mal. Quando me percebeu parada ali, em estado de choque, ela gritou e se cobriu, isso serviu para me despertar do meu transe, pulei para fora do chuveiro antes que ela pudesse escapar pelo porta eu a segurei, nesse momento ela já estava em prantos.
– Por Merlin , onde você arrumou isso, me diga já! - Berrei, mais desesperada do que brava.
– EU NÃO POSSO, MINHA MÃE VAI FICAR BRAVA COMIGO, EU NÃO POSSO DIZER!
Então ela entrou num estado tão lastimável de soluços e lagrimas que nem se eu a sacudisse conseguiria tirar algo dela, então eu terminei de despi-la e a banhei, enxuguei e vesti com cuidado. Conforme eu fazia isso ela ia se acalmando, os soluços pararam aos poucos e as lagrimas também, assim que ela estava pronta eu me vesti rapidamente e a tirei do banheiro em direção ao buraco do quadro, estava mole e distante, de modo que não resistiu. Para minha sorte não havia ninguém no sétimo andar naquele momento, então pudemos chegar à sala mágica, ou precisa como Harry havia dito, eu repeti mentalmente enquanto passávamos pelo corredor três vezes "Eu preciso de um lugar seguro para cuidar de e conversar sem sermos ouvidas.".
Desse modo, quando eu abri a porta, nós entramos em uma espécie de enfermaria e não no meu quarto mágico, haviam muitos livro com títulos como "Ferimentos de A á Z" e "O modo correto de se tratar uma ferida mágica.", deixando fácil para mi cuidar de . Eu desinfetei a ferida, já havia tirado o curativo na hora do banho, passei um cicatrizante vermelho que Carlisle havia usado em mim e refiz o curativo, tudo com o máximo de cuidado que eu pude. Quando terminei eu a sentei na cama e a virei para mim.
– Ok , agora é hora de conversar.
Capítulo 15


apenas olhou para mim, parecendo ter voltado a si, lagrimas voltaram a encher seus olhos, mas ela não as derramou. Meu coração ficou pequenininho ao vê-la naquele estado, mas me mantive forte, eu precisava saber.
– Vamos fazer o seguinte então, você tem algo realmente importante para me contar, se você fizer isso eu te conto meu segredo. – Ela olhou para mim surpresa.
– O porquê de você sair escondida a noite? – Sua voz saiu rouca.
– Não só isso, eu te conto tudo. – Seus olhos dobraram de tamanho.
– Tem mais? Você contaria a mim? – Ela parecia não acreditar.
– Só se você confiar em mim também.
Ela abaixou a cabeça por um momento, ponderando, quando eu pensei que não me contaria nada ela engatinhou na cama e veio se aninham no meu colo, como uma criança, sua voz saiu mais tremula dessa vez.
– Se importa se eu ficar aqui? Parece que ele não pode me machucar nos seus braços. – Ela me apertou mais forte e respirou fundo. – Quando eu tinha cinco anos, a guerra estourou, meu pai infelizmente era um comensal da morte, por isso não o víamos há muito tempo, mamãe avia abandonado ele há muito tempo, pelo menos era o que eu pensava. Quando você-sabe-quem morreu ele voltou para casa, tinha cortes horríveis no corpo que não paravam de sangrar de jeito nenhum, ele quase morreu, quando se recuperou ele ficou obcecado em matar a pessoa que havia feito isso com ele.
– Ele ficou viajando a maior parte do tempo, procurando por todos os lugares, quando voltava para casa, furioso por não conseguir achar quem queria ele me batia, levava mamãe para o quarto e não saiam de lá até o dia seguinte. Eram momentos horríveis, tínhamos que fazer tudo que ele mandava, ele se agarrava com a minha mãe na minha frente sem vergonha nenhuma e quando ele ia embora mamãe chorava por dias seguidos antes de conseguir se recuperar.
– Ontem, pouco antes de eu ir embora, ele voltou para casa bêbado, rindo feliz da vida por que tivera uma pista de onde estava a tal pessoa, ele disse que quando a encontrasse faria coisas horríveis com ela, e que nós iríamos ajudar também, por essa pessoa ter arruinado a nossa família. Eu cai na besteira de dizer que não queria chicotear ninguém, ele ficou tão furioso que me chicoteou, para que eu aprendesse a não ter dó de vermes como a pessoa que ele estava procurando, mamãe ficou desesperada, "Por que você tinha que desafiar seu pai, por que você não pode ser uma boa menina?" ela dizia.
– E eu... – continuou ela, aos soluços agora. – Eu fiquei tão... Tão aliviada quando entrei no... No tem, por que eu estaria livre dele por muitos meses e sabia que... Que você cuidaria de mim!
Eu mal percebi que estava chorando quando a consolei e contei a minha história, a cada palavra que eu dizia ela soluçava mais, inconformada, sem querer acreditar que tudo aquilo tinha acontecido comigo.
– Como pode uma coisa dessas pode acontecer com você? Isso não é justo.
– Não é justo essas coisas acontecerem com você também irmãzinha. Acho que o destino nos uniu, assim nós podemos compartilhar nossas cargas, não é? Não se preocupe, eu vou dar um jeito nisso para você, mas você terá que esperar até setembro.
– Setembro? Por quê?
– Por que é o mês do meu aniversário, daí eu serei adulta e poderei dar um jeito na sua situação.
– Eu acho que posso agüentar, vamos passar a maior parte do tempo no castelo e eu tenho você para me ajudar! Você me trás esperança!
– Oh querida! – Eu abracei seus ombros e completei mentalmente "Você me dá esperanças também."
Nós voltamos para o dormitório e dormiu comigo naquela noite, acordei me sentindo leve novamente e pude perceber que sentia o mesmo, contar um segredo era a mesma coisa que tirar um peso nas costas, você se sentia levemente dolorida por ter guardado aquilo por tanto tempo, mas o alivio era indescritível. Descemos juntas para comer, as mesas tinham voltado ao normal e por isso Edward não pode se sentar com a gente, ele apenas acenou para nós e voltou a conversar com outro garoto da Corvinal, comentei isso com e ela riu.
– Deve ser chato ficar longe do namorado, né?
– Edward não é meu namorado, só um bom amigo.
– Humm, não é um amigo, é um bom amigo, né? Hahahaha!
Eu bufei e de repente me lembrei de algo muito importante, desesperada, eu puxe para mais perto, minha cabeça começou a formigar estranhamente, mas eu ignorei esse detalhe, fazendo esforço para deixar a voz mais baixa possível eu disse a .
, não pensei sobre ontem a noite, de jeito nenhum ok? Eu te explico depois o porquê.
Eu olhei disfarçadamente para Edward, que franziu as sobrancelhas, sabendo que estávamos tentando esconder algo dele, mas como não havia horror no seu rosto eu pude presumir que ele não havia lido, ou ouvido seja como que for, a mente dela. Suspirei aliviada.
– Bom trabalho. – Disse a ela, voltando a comer, sorriu para mim.
– Estou tentando decorar o hino da escola, varias vezes. – disse orgulhosa.
Minha cabeça continuou formigando, mas logo eu me esqueci dela, acabamos de comer e fomos para nossas respectivas salas, Edward me acompanhou até a porta e no caminho perguntou.
– Você não vai me contar por que não quer que eu leia a mente de ? – seu olhar me atravessou, ele parecia um pouco chateado.
e eu trocamos segredos, não quero que você saiba nenhum deles.
– Droga , quando é que você vai me contar alguma coisa?! – Ok, ele parecia bastante chateado.
– Eu não pretendia contar nada a ok? Eu só contei a ela por que foi uma troca, eu precisava saber o que ela estava me escondendo e só assim consegui que ela me contasse.
Ele não ficou nem um pouco feliz, me deixou na porta da classe e não se despediu, quando voltamos a nos encontrar no almoço, ele nem olhou para mim, isso me deixou muito irritada, percebeu meu estado de humor e não fez nenhuma piadinha sobre eu e Edward estarmos namorando. A ultima aula, astronomia, no oitavo tempo foi com a Corvinal, Edward me acompanhou sem nenhuma palavra, como todo o dia, mas conforme subíamos mais e mais na torre o formigamento na minha cabeça começava a se transformar em dor, como se eu estivesse sendo puxada para baixo.
Quando entramos na classe eu comecei a tremer loucamente, com a respiração saindo rasa e rápida, Edward se virou para mim, surpreso, e me apoiou antes que eu caísse. Eu não entendi muito bem o que aconteceu em seguida, minha cabeça estava cheia de um zunido insuportável e não pude me concentrar em nada, só melhorei um tempo depois, eu arrisquei abrir os olhos e vi que estava na ala hospitalar com Edward, Carlisle e Madame Pomfrey.
– O que aconteceu? Minha cabeça ainda está comichando.
– É isso que nós queremos saber querida, nenhum de nós conseguiu descobrir o que você tem e... – Edward interrompeu madame Pomfrey.
– Você disse que a sua cabeça está comichando?
– Edward Cullen... – Começou a enfermeira, mas eu a interrompi, com a voz fraca.
– Comichando, formigando, desde o café da manhã. Mas quando subimos a torre de astronomia começou a ficar pior até eu não poder suportar. – Edward soltou uma exclamação de surpresa.
– Eu acho que sei o que o que ela precisa!
– Você sabe? – Nós três fizemos coro.
– Sim, eu volto em um segundo.
E ele realmente voltou logo, no tempo que ele levou para ir e voltar eu comecei a me sentir melhor, até ficar 99% no momento em que ele entro pela porta com nos braços, senti minha cabeça levemente latejante, coisa inofensiva, como no café. Madame Pomfrey e Carlisle não entenderam nada, assim como eu, que diabos tinha a ver com isso tudo?
– O que essa garotinha faz aqui Edward? – perguntou Carlisle.
– A cabeça de Bella começou a doer por que se afastou muito dela. – Edward respondeu simplesmente.
– Como assim? – Eu e perguntamos ao mesmo tempo.
, durante o café, você pediu para que não pensasse sobre ontem à noite, certo? – Ele não esperou resposta, apenas continuou falando, como quem descobre algo fascinante. – disse que estava pensando no hino da escola para limpar a mente, mas quando eu tentei lê-la não havia nada ali, do mesmo modo que a sua mente. De alguma forma você fez com a mente de a mesma coisa que faz com a sua, sem saber, e quando se afastou muito de você o esforço foi muito grande e você não agüentou.
– Por Merlin , onde você estava?
– Com o moço grandão, Hagrid, na cabana dele. O professor Malfoy nos levou para ver o hipogrifo dele, perto da floresta proibida.
– E nós estávamos na torre de astronomia, é uma distancia impressionante . – Elogiou Edward.
– Eu nem sei o que eu fiz! – me defendi, apesar de ninguém ter me repreendido.
– Que legal, bizarra. – disse rindo.
– Valeu mesmo irmãzinha. – Edward levantou uma sobrancelha ao ouvir o termo.
– Bem, agora temos que descobrir como fazer para desfazer isso. – Disse Carlisle.
– Exatamente, ou isso acabara ocorrendo novamente. – Concordou madame Pomfrey.
"Ah inferno!", pensei, mas falei.
– Eu não sei o que fazer.
– Eu prometo que não vou ler a mente da , fique tranqüila para tentar. – concordou.
– Pode deixar que eu não vou pensar no nome do seu namorado ! – Prometeu ela, Edward ficou inexpressivo. – Ok, agora eu não posso prometer mais nada. – riu de novo, sendo acompanhada por Carlisle, madame Pomfrey apenas sorriu.
– Ótimo, simplesmente maravilhoso. – ironizei.
Mesmo assim tentei, repetindo mentalmente varias vezes que não precisava me preocupar " não vai pensar nos seus segredos, ficará tudo bem." e de repente eu senti. Era como uma pele muito fina e sensível, não sei se era transparente ou simplesmente invisível, mas eu podia senti-la, ela me envolvia e se esticava por apenas um fio até e a envolvia também, sem esforço nenhum eu a puxei de volta para mim. Edward me chamou, sua voz muito baixa e distante e assim a sensação foi embora, não havia mais membrana alguma.
– Você está bem? Você parecia muito concentrada, meio em transe. – Comentou Edward. – Eu posso ler a mente de novamente, ela está pensando em um cara exageradamente bonito, de cabelos loiros e com uma guitarra na mão.
– Eu sempre tive uma queda por músicos. – Disse rindo.
– Eu pude sentir, quase ver, por um segundo uma espécie de... Pele? Uma membrana bem fina que me envolvia e ia até , a envolvendo também, quando eu a puxei de volta os pensamentos de foram liberados.
– Isso nos leva a muitas possibilidades. – Disse Carlisle com aquela cara de cientista louco de novo, eu quase podia ouvir a risada compassada dele.
– Acho melhor nós falarmos sobre isso amanha, e devem jantar e dormir bem, deve ter sido uma experiência cansativa, não é mesmo ? – Sugeriu Edward, reconhecendo a cara do pai.
– Tem toda a razão garoto, pacientes devem se alimentar e descansar para se recuperar, se certifique de fazê-la comer bastante. Ah, quase me esqueci, aqui está a sua poção mocinha. – Disse madame Pomfrey me entregando o frasco familiar de poção azul.
– Obrigado, eu vou fazer exatamente o que a senhora disse. Boa noite para vocês.
Realmente, eu e comemos e fomos direto para a cama, antes de dormir aninhada a , porém, eu fiquei pensando no que aconteceu, e cheguei à conclusão que eu estava ficando mais entranha a cada dia. "Ah inferno!", pensei, "Essa esta se tornando a minha frase favorita."
Capítulo 16


Na semana que se seguiu Edward me fez praticar meu novo dom (?) sempre que podia, era engraçado apesar de incomodo, ficava fazendo piadas na sua mente e Edward tentava lê-la, apesar de fazê-lo ficar envergonhado às vezes sabe-se lá por que. Na verdade, acho que se, fazia alguma insinuação sobre eu e Edward estarmos namorando sempre que podia, é obvio que ficava cutucando-o mentalmente, pobre Edward.
No domingo tivemos outra viajem a Hogsmeade, dessa vez levamos e conosco, ela e Alice fizeram a festa em outro passeio de compras, almoçamos na casa dos Cullens e passamos o resto do dia lá. Essa foi a melhor parte do dia para mim, ficou passando de colo em colo, todos queriam acariciá-la, e Emmett ficaram explodindo coisas no quintal e eu fiquei com Edward tocando piano.
– Se você tocando essa tecla com o polegar em vez do anular você ganha mais facilidade para alcançar a próxima nota. – Ele me mostrou a seqüência de notas no piano. – Viu?
– Oh! É tão simples e eu me matando aqui. – Ri.
– É tudo questão de pratica, não se preocupe. – Ele sorriu e depois fichou a cara. – Oh droga!
– O que foi? – Perguntei e no mesmo segundo uma voz soou alta no quintal.
– JURA?!
Emmett berrou e depois caiu na gargalhada, eu olhei para a porta dos fundos e ele entrou junto com , que estava vermelha não sei por que, ele estava com uma expressão estranha no rosto e veio direto na minha direção. Ele me puxou do banco e me abraçou, me girando rapidamente em círculos.
– Finalmente uma nova irmãzinha! Eu pensei que ninguém conseguiria agüentar o Ed por tempo suficiente pra namorar ele! – Parou de rodar e sorriu. – Parabéns !
– Espere Emmett! – Ofeguei, tentado me firmar no chão. – Do que você está falando?
me disse que vocês estão namorando. – Me disse como se eu fosse burra e não pudesse ver o obvio, meu rosto ardeu de vergonha.
... – Disse eu de forma ameaçadora, ela se encolheu. – Isso não é verdade Emmett, que botou essa idéia maluca na cabeça.
– AHÁ! Sabia que ninguém agüentava o Edzinho mesmo! – Ele riu mais ainda.
– Isso não é verdade! Edward me disse que já teve uma namorada! – Defendi e Edward pulou no banco do piano.
– Eu disse?
– Disse sim, uma tal de Tanya... – Emmett riu ainda mais com o nome.
– Você não sabe da metade... – começou ele, mas Edward cortou.
– E nem vai saber! Vamos , antes que ele invente mais alguma asneira!
Antes que eu pudesse expressar minha opinião Edward já tinha me puxado dos braços musculosos de Emmett e me levado para fora, o chão já não tinha tanta neve então andamos tranquilamente. Pude ouvir Alice falar algo sobre "Deixar os pombinhos em paz" enquanto nos afastávamos, mas eu não liguei, estávamos apenas nós dois de qualquer forma, tudo em Edward era calmo e gentil, não tinha que me preocupar enquanto eu estivesse com ele. Quando começamos a subir a colina, entretanto, a curiosidade me dominou e eu não pude evitar de perguntar.
– Posso saber a onde estamos indo?
– É um lugar que eu gosto de ir para pensar ou simplesmente descansar das algazarras da família. – Explicou ele e apontou para o topo do morro. – É logo ali.
Quando chegamos eu me vi em um penhasco e não em um morro, Edward sentou bem na beirinha e me levou com ele. Dali dava para ver toda Hogsmeade, o castelo e parte da floresta proibida, era uma visão linda em tons de branco, verde e cinza, fiquei completamente maravilhada.
– É ainda mais bonito em agosto. As folhas estão todas vermelhas por causa do outono e no dia primeiro de agosto o castelo envia todas as corujas para os alunos, elas parecem explodir para fora do castelo em um show de cores, ao amanhecer. – Explicou ele.
– Deve ser realmente lindo. – Comentei me encostando-me nele para admirar a paisagem em silencio.
Ficamos assim por um tempo, apenas apreciando a presença um do outro, mas de repente Edward suspirou e disse, com a voz triste.
– Desculpe-me por Emmett, ele não usa a maior parte do cérebro e por isso fica dizendo tanta besteira.
– Não se preocupe com isso, além do mais está fazendo a mesma coisa e... – Eu olhei para ele e sorri. – Mas nós devemos realmente parecer namorados desse jeito. - Disse, apontando o fato de estarmos de mãos dadas admirando a paisagem juntinhos.
– Como se fosse possível. – Murmurei.
– O que você quer dizer com isso? – O olhar de Edward me perfurou.
Ficamos nos encarando por um tempo, Edward fez aquela cara de quem estava tentando ler meus pensamentos, como sempre fazia quando eu não lhe respondia uma pergunta que o deixava curioso, mas dessa vez era mais sério.
– Me diga . – Ele me olhou nos olhos, me deslumbrando.
– Como de fosse possível você pensar em mim dessa forma. – Disse claramente negando o fato. – Não sei de onde eles tiraram isso.
– Você acha isso impossível? – Ele disse com falsa surpresa, pelo menos eu achei.
– Obviamente, como um vampiro poderia se interessar por uma humana perfeitamente comum e sem graça? Não tem sentido. – Minha voz caiu um pouco.
... – Edward murmurou, erguendo a mão para me tocar, mas eu me levantei antes que ele pudesse.
– De qualquer forma, devemos voltar agora e ir ao castelo antes que dêem pela nossa falta, não quero pegar uma detenção ou algo assim.
E voltei pelo mesmo caminho sem dizer mais nada, Edward não se opôs, só seguiu ao meu lado igualmente calado, pegamos na mansão e voltamos para o castelo. O jantar estava estranhamente sem gosto nessa noite então eu não comi muito, subimos rapidamente para o dormitório, eu não disse boa noite para Edward, tomei banho com , fiz minha lição de casa atrasada e fui a ultima a ir para a cama. Só quando eu deitei a cabeça no travesseiro que me lembrei que não havia pegado minha cota de poções da semana.
Suspirando de irritação me levantei e pus meu robe por cima da camisola branca, sai do quanto na ponta dos pés e passei pelo buraco do quadro em forma de gato, como já não fazia há algum tempo. Cheguei à ala hospitalar bem rápido, voltei ao normal e abri a porta, Carlisle estava sentado atrás da escrivaninha lendo um livro tranquilamente e sorriu para mim quando entrei.
– Olá , eu imaginei que viria ainda hoje, suas poções então naquela caixa ali. – Disse apontando para uma pequena caixa sobre a escrivaninha.
– Obrigado. – Me aproximei e a peguei. – Boa noite Carlisle, desculpe o incomodo.
– Não se preocupe com isso, boa noite para você também. – Respondeu.
Me virei e fui embora, do lado de fora da ala hospitalar Edward me esperava, ele estendeu a mão e pegou a caixa dos meus braços.
– Eu senti seu cheiro. – Disse simplesmente.
Andamos em silencio pelos corredores, não aquele silencio amigável e tranqüilo que compartilhamos no penhasco, um silencio incomodo e pesado, cheio de palavras não ditas. A situação ficou cada vez mais constrangedora conforme o tempo passava e nós não chegávamos logo ao quadro da mulher gorda, "Eu demorei apenas alguns minutos para ir e agora parece que estamos levando um ano para voltar.", pensei. Estava não emersa nos meus pensamentos que pulei de susto quando Edward praguejou alto algo incompreensível e me pegou pela cintura, eu gritei mais o som não saiu da minha garganta, ele correu rápido por vários corredores e escadas. Quando paramos eu tive que ficar parada por um momento, minha cabeça girava feito louca, e quando me recuperei percebi que estávamos na torre de astronomia, Edward parecia bravo.
– Por que diabos você fez isso Edward? – perguntei.
– Eu não agüento mais isso, você está me evitando e esse clima está horrível, eu quero esclarecer as coisas! – Ele me disse, parecendo mais magoado do que bravo agora.
– Não a nada que esclarecer, na verdade, eu já até disse de mais.
– Você está se referindo a hoje no penhasco não é? – Eu virei a cara e ele se aproximou mais, me fazendo recuar. – , olhe para mim, por favor.
Eu olhei para ele e me arrependi imediatamente, seus olhos estavam tão brilhantes e preocupados que me hipnotizaram imediatamente, agora eu não podia lhe negar nada.
– Eu acho que você entendeu mal o que eu disse .
– Não entendi não, ficou bem claro que você não me vê desse jeito. – Respondi, sem poder me impedir de dizer a verdade.
– De que jeito ? Como amiga? Como pessoa? Como... Mulher? – Meu corpo se arrepiou todo com seu tom de voz.
– Sim, desse jeito. – confirmei. – Afinal, eu sou...
– Não. – cortou ele. – Não repita isso de novo , dói-me saber que você pensa isso de si mesma.
– Mas não é verdade?! Como isso pode ser possível?! Edward, como você pode pensar sobre mim como eu penso em você?! – me desesperei, sem poder esconder as lagrima.
– Você pensa em mim?! – Eu escondi o rosto nas mãos, sem responder.
– Ah ... – Ele descobriu meu rosto e enxugou as lagrimas que escorriam com a ponta dos dedos. – Você nem imagina quanto tempo eu estive esperando você dizer isso.
Eu olhei para ele incrédula, Edward gostava de mim? Gostava de mim como eu gostava dele? Minha mente acelerou e pifou, deixando de funcionar, meu coração inflou e pulou de alegria e alivio, mal pude formular uma frase.
– Você... Eu... Assim...?
Ele se inclinou para mais perto, hesitando um momento para me dar escolha de se afastar, e depois rosou os lábios nos meus, bem de leve, a sensação causou uma corrente elétrica entre nós e ele fez novamente. Dessa vez ele pressionou mais forte, pedindo passagem, e lógico que eu a deu, nossas línguas se enroscaram e dançaram juntas, calma e docemente, ele tinha um gosto fresco e doce, minha mente girou e apagou novamente.
Quando ele se afastou ambos respirávamos rapidamente, apesar dele não precisar. Ele me estreitou nos seus braços e encostou seu queixo no topo da minha cabeça.
– Isso responde a sua pergunta? – Ele riu e eu acenei mecanicamente, ainda fora de mim. – Respire .
Eu respirei fundo e ruidosamente e ele riu novamente, nesse momento a ficha caiu. Edward gostava de mim! Edward me beijou! Meu coração disparou e eu apertei mais meus braços ao seu redor, como se ele pudesse desaparecer a menor distração, Edward riu, dessa vez da minha infantilidade.
– Eu juro que se eu acordar amanha e isso for um sonho eu vou te azarar, está me ouvindo? Não existira poção para acabar com os fungos que apareceram no seu rosto. – Ameacei.
– Não se preocupe, eu não posso dormir então não posso estar sonhando com isso também. – Ele riu. – Eu amo você .
– Por Merlin, diga isso de novo! – Meu coração parou, sem acreditar.
– Eu amo você. – ele repetiu com uma sinceridade indiscutível.
– Eu amo você também Edward, desculpe-me por demorar tanto para admitir.
– Alguns meses não são nada para mim, só estar com você era suficiente para mim. Agora vamos ter que adicionar algumas coisas nessa lista. – Disse sugestivamente.
– Eu bem que podia embarcar nesse bonde... – Ele me pegou no colo e eu me assustei. – Hey! O que você está fazendo dessa vez?
– Madame Nora sentiu meu cheiro e está subindo, vou te colocar na cama e fugir.
E ele correu novamente, em menos de um minuto estávamos na frente de uma mulher gorda adormecida. Edward me colocou no chão e me entregou minha caixa, da qual eu nem me lembrava mais, antes que eu pudesse a minha boca ele me beijou, fazendo meu mundo girar novamente.
– Boa noite , durma bem e acorde cedo, a noite nunca foi tão longa como vem sendo desde que eu conheci você. – Disse ele quando se afastou.
– Boa noite Edward. Vou acordar as sete, como faço desde meus dez anos de idade. – Ele sorriu e foi embora.
Fui para o meu quarto e encontrei e na minha cama, ela, Megh, me olhou curiosa e eu apenas sorri para ela, se eu contasse o que aconteceu hoje ela ficaria animada demais para dormir. Se eu não tivesse a minha poção eu com certeza não conseguiria, mas nessa noite eu não a achei realmente necessária, Edward havia impregnado a minha mente e era só com ele que eu iria sonhar essa noite e quem sabe todas as noites seguintes. Adormeci com um sorriso no rosto e com a sensação de que nada no mundo poderia dar errado.
Ah se eu soubesse...
Capítulo 17


– Jura?! – Berrou na manha seguinte, enquanto eu penteava seu cabelo.
– Juro, mas você não pode contar para ninguém, certo?
– Eu não vou contar, prometo! – disse ela e depois sorriu. – Quando o Emm descobrir isso ele vai ficar te atormentando por um dia inteiro!
– Emm? Está se referindo ao Emmett?
– Sim, Emm é o apelido dele.
Eu sorri, realmente gostava muito de Emmett, eu quase ficava com ciúmes quando os via juntos, pareciam ter a mesma idade, correndo e brincando por ai. Mas na verdade eu estava bastante ansiosa, como Edward agiria hoje? Como eu agiria? Eu não fazia idéia do que fazer, tinha até soltado meu cabelo novamente, como faço quando estou de bom humor, mas na verdade foi só por que Edward disse que eu ficava bem assim.
– Hey ! – Angela me cumprimentou quando apareceu na escada do dormitório junto com Jessica e Lauren. – Vamos tomar café juntas?
– Claro! – Me levantei da cadeira e peguei meu material. – Vamos indo.
Do lado de fora, porem, Edward me esperava encostado na parede do corredor, mais a frente, quando ele me viu veio em minha direção, sorrimos um para o outro e trocamos um beijo cálido e rápido.
– Bom dia. – Disse eu.
– Bom dia . – disse daquele jeito que me hipnotizava. – Bom dia garotas.
Olhei para trás e vi as quatro paradas feito bobas, Angela e radiantes e Jessica e Lauren parecendo que queriam matar alguém, imagino que de preferência eu. Desajeitadas todas responderam ao bom dia e nos acompanharam ao refeitório, onde nos separamos e fomos cada qual para sua mesa, então veio o inevitável.
– Conta tudo ! Você está de rolo com o cara mais gostoso da escola?! – Perguntou Angela, animada demais para ser tímida.
– Isso, desembuche logo! – Concordou Jessica.
– Não deixe nada de fora. – Pediu Lauren também.
E eu contei tudo de novo, já com a sensação que não seria a ultima vez, mas foi um preço muito baixo a pagar. Os meses que se seguiram foram cheios de alegria, eu não me sentia tão bem há anos, os dias se resumiam a estudar, namorar Edward e cuidar de e . Logo Junho chegou, e com ele o fim do ano letivo, o que causou muita preocupação entre mim, e Edward.
– Eu estou com medo , e se meu pai vier para casa? Tem certeza que temos que esperar até setembro?
– Infelizmente sim , se eu te levar embora, por que sua mãe com certeza não vai deixar você ir, vai ser um motivo a mais para não deixarem você comigo, entende?
– Eu sei! Mas mesmo assim...
– Vamos fazer o seguinte então, vamos tirar os espelhos das bonecas e ficar sempre com eles no bolso, se em algum momento você precisar de mim é só me chamar, está bem?
– Está bem, vou te dar meu endereço por precaução.
– Certo.
O problema com Edward foi quase a mesma coisa, só que o contrario.
– Se mudar para Londres?!
– Sim, temos uma casa lá, assim eu posso te ver durante as férias.
– Isso não é realmente necessário! Se mudar só por causa disso!
– Acredite, não vai ser nada de mais, será até divertido, Esme vai ter uma oportunidade para redecorar a casa e Alice e Rosalie estavam realmente com vontade de fazer compras em uma cidade grande novamente.
– Mesmo assim...! – Comecei, mas ele me interrompeu com um beijo.
– Não a nada com que se preocupar, nós já estamos resolvendo a mudança. – Ele fez uma pausa e completou. – A menos que você tenha algo a me dizer.
Ou seja, não havia modo de discutir com ele. Edward já havia conquistado há muito tempo a minha confiança, mas agora que eu o conheço eu sei exatamente o que ele faria se eu lhe contasse meu passado, e isso estava fora de cogitação, esse tolo super protetor. Mas de qualquer forma o dia anterior a partida de volta para casa chegou, e eu estávamos no salão comunal, descansando depois de arrumar nossas malas e comer um enorme jantar de despedida, quando a professora Granger entrou no salão comunal.
– Senhorita Tanner, sua mãe está em Hogsmeade e resolveu te buscar antes. Por favor, pegue suas coisas e me siga.
se levantou, olhou para mim significativamente, e foi recolher seu malão no dormitório. A professora Granger me cumprimentou e ficou parada ao lado da saída, desconfortável e vermelha, como sempre ficava quando me via, ela nunca esqueceu o flagra que eu dei nela e no professor Malfoy. Quando voltou ela largou o malão ao lado da professora Granger e veio me abraçar, disfarçadamente ela sussurrou no meu ouvido.
– Ele com certeza está com ela. – o medo na sua voz era notável.
– Eu sei querida, fique com o espelho e me mantenha informada, você estará em Hogsmeade então eu posso ir te ajudar sem problemas. Não se preocupe.
– Certo.
se levantou e foi embora junto com a professora, eu não contava com isso, havia me dito que o pai dela ficava fora por vários meses. Teria que fazer o que estava evitando por tanto tempo, iria pedir ajuda ao Edward, e só de pensar nisso meu estomago dava um nó "Por Merlin, o que será que ele dirá?".
Sem me dar tempo suficiente para pensar em desistir, disse às meninas que iria dormir cedo e fui para o quarto, fechei as cortinas da minha cama e me transformei, ninguém notou quando eu sai. Corri para o quarto andar e parei embaixo da gárgula, onde Edward havia me encontrado uma vez e que eu suspeitava que fosse a entrada para a Corvinal, comecei a miar o mais alto que pude e segundos depois Edward estava lá.
? –Perguntou ele desnecessariamente.
– "Vamos falar com Carlisle." – Disse mentalmente enquanto pulava no colo dele.
Edward não se opôs e nem comentou, somente me ajeitou nos braços e correu em velocidade vampiresca até a ala hospitalar, Carlisle estava sozinho como de costume, sentado atrás da sua escrivaninha lendo um livro. Ele levantou a cabeça quando entramos e sorriu quando eu pulei do colo de Edward e me transformei de volta em humana.
– Boa noite , boa noite meu filho. O que os trás aqui?
– Eu esperava que pudesse nos explicar.
– E eu vou. – Andei até a escrivaninha e me sentei em uma das cadeiras em frente a ela, Edward fez o mesmo. – Tem a ver com a e eu vou precisar da ajuda de vocês.
? Tem algo de errado com ela? – Perguntou Carlisle preocupado.
– Sim, muito errado. tem problemas em casa, péssimos problemas, o pai de é com comensal da morte, ele passa meses fora de casa procurando vingança por sabe-se lá quem e quando volta acaba por judiar muito de e sua mãe.
– Meu deus! – Carlisle pareceu abalado com a noticia.
– Desde quando você sabe disso? – Edward foi direto ao ponto.
– Desde as férias de natal, quando voltou machucada de casa. Eu fui até a sala precisa e cuidei dela, nem ficou com uma cicatriz.
– E você não nos disse nada?! – Edward pareceu bravo e Carlisle concordou com ele, ambos me encararam.
não queria, ela tem muito medo do pai. Eu planejei denunciar o pai dela em setembro, assim que eu fizer dezessete anos e cuidar de por mim mesma, mas parece que o pai dela apareceu antes do esperado, vou ter que agir agora mesmo. Você poderia me ajudar Carlisle? Poderia ser responsável por ela enquanto eu não posso? Não podemos esperar até que ela seja judiada de novo!
– Como você vai saber? – Perguntou Carlisle.
– Com isso. – Puxei meu espelho do bolso e mostrei a eles. – Eu posso falar com ela sempre que eu precisar.
– Isso vai ser muito útil, já que estamos lidando com um comensal e... – Edward se interrompeu quando um soluço cortou o ar.
Olhei para a minha mão e ali estava o rosto de no espelho, seus olhos estavam vermelhos e seu rosto estava molhado de lagrimas, tinha um pequeno corte no seu lábio, percebi.
, o que aconteceu?!
– É meu pai , ele está aqui... – sussurrou ela, tremendo toda. – Ele encontrou quem estava procurando e quer que eu e mamãe o ajudemos a procurá-lo no castelo, quando ele saiu eu disse à mamãe que não queria fazer isso e ela me bateu. "Esta quase acabando menina, estamos quase livres e você quer contrariar seu pai? Quando matarmos esse infeliz tudo estará terminado e seremos uma família feliz de novo, você vera!" Foi o que ela disse.
– No castelo ? Então deve ser um aluno ou um professor! – Ela confirmou com a cabeça e eu continuei. – Concorde com seu pai, diga a ele que voltará ao castelo para procurar essa pessoa e venha nos encontrar, Carlisle cuidara de você, não temos mais que esperar até setembro.
– Carlisle? – Ela soou preocupada.
– Sim, mas só até eu ter condições de cuidar de você.
– Está bem então, eu estarei ai logo.
Seu rosto sumiu e o espelho voltou a refletir meu rosto, Carlisle e Edward ficaram completamente aflitos.
– O que faremos agora? – Perguntei.
– Eu vou até em casa chamar o resto da família, eles vão ajudar. Você pode ir avisar a diretora , ela precisa saber dessa confusão. Eu vou esperar por , assim que ela chegar eu vou precisar de toda informação possível sobre o pai dela, tenho que passar no corujal também, vou convocar Harry.
– Harry Potter? – Ele não estava exagerando?
– Sim, Harry é um amigo da família e também um auror, ele vai saber o que fazer.
– Então será assim, eu só espero que tudo de certo. – "E que a história não se repita"completei mentalmente.
Corremos todos para cumprir nossas tarefas, eu chamei a diretora e ela quase teve um ataque, chamou todos os professores e deu a cada um uma função diferente, proteger um salão comunal, vigiar uma entrada do castelo, etc. Quando terminei corri para a entrada para esperar por , mas eu ouvi um sussurro vindo do meu espelho, eu o peguei imediatamente e uma fase se formou a superfície lisa.
– Olá . – disse.
Digamos apenas que não era a .
Capítulo 18


Naquele momento todo meu corpo tremeu e cedeu ao chão, minha voz ficou presa no fundo da garganta, eu simplesmente não podia acreditar no que eu via. Olhos cinza como gelo, cabelo loiro revolto que caia selvagemente sobre o rosto duro e cruel, agora adornado com uma imensa cicatriz que atravessava o rosto da com canto esquerdo da testa até a ponta direita do queixo.
– J-james? Onde você conseguiu esse espelho? - Perguntei num fio de voz.
– Que bom que me reconheceu adorável . O espelho? Peguei um a minha adorável filhinha. – Pude ouvir um soluço ao fundo. – Ela parece estar com saudades de você.
– Você não tocou nela tocou?! – Minha voz ficou mais forte com o medo e a raiva. – Se você tocou nela James eu juro...
– Jura o que? Você vai me matar? Querida, você já tentou fazer isso antes e não deu muito certo. Mas já que você está tão confiante sinta-se livre para tentar, vou estar te esperando aqui na floresta proibida. – Ouvi um gemido ao fundo e ele riu. – Acho que disse para você se apressar.
No momento seguinte seu rosto sumiu. Eu estava brava, realmente furiosa, o maldito era o pai da ! Eu não pensei duas vezes, não tinha tempo de chamar ninguém, me transformei em gata e pulei pela janela mais próxima, era muito mais rápido pular entre as saliências das paredes do castelo do que correr pelos corredores e escadas imensos. Mal cheguei ao chão já corri em disparada para a floresta, passei pela cabana de Hagrid e entrei nas árvores, o cheiro de estava forte ali, havia muito sangue para marcar o caminho, mas eu podia sentir o cheiro de James também, for isso fui cautelosa, subi em uma árvore e fui pulando de galho em galho silenciosamente.
Pouco a pouco o cheiro foi ficando cada vez mais forte, ele haviam entrado fundo na floresta e seria realmente difícil sair depois, mas eu não me permiti pensar nisso no momento, e nem foi possível, na verdade, pois logo em seguida eu os avistei. estava encolhida num canto, entre as raízes de uma arvore maior, e olhava desesperadamente para os lados, James estava em pé a alguns passos de distancia, com a varinha em punho.
– Eu te disse que não virá!
– Filhinha querida, parecia que atravessaria o espelho para me pegar quando eu disse seu nome, ela obviamente virá. – Virou-se para trás e apontou a varinha para ela. – Agora cale a boca, eu acho que ouvi algo!
Ele começou a olhas ao redor e eu aproveitei a chance, peguei uma fruta grande e castanha de um galho próximo e a atirei com toda força, ela caiu a vários metros da clareira com um som abafado, a cabeça de James se levantou automaticamente ao som.
– Você está ai ? – Ele foi andando em direção ao local onde a fruta caiu, se afastando de e de mim. – Não se esconda querida, vamos brincar!
Quando ele se virou de costas eu nem hesitei, berrei uma azaração e o fiz voar longe, sem perder tempo eu pulei do meu esconderijo e corri até , que tremia de susto.
!
– Não temos muito tempo , os adultos não sabem que eu estou aqui, você tem que correr o mais rápido que puder até o castelo e pedir ajuda.
– Apontei para o caminho de onde vim. – Siga reto por aquela direção e não pare e nem olhe para trás até encontrar com um professor está me ouvindo?
– Sim, mais e você?
– James está estuporado, só vou me certificar de que ele não vai fugir quando acordar e depois vou atrás de você. Agora vá!
E ela foi, desapareceu no meio das arvores e logo já não conseguia ouvir seus passos. Meu coração ainda batia loucamente com a descarga de adrenalina do momento e minhas mãos tremiam, mas mesmo assim andei decidida em direção ao corpo estendido de James e murmurei "Incarcerous", longas e finas cordas o envolveram e amarraram firmemente, não havia como ele escapar agora. O movimento deve tê-lo acordado, pois ele abriu os olhos e sussurrou com a voz rouca.
– Sua pequena vadia...
– Você não devia ter mexido com a minha irmãzinha James você sabe o que acontece quando meche com a minha família.
– Irmãzinha? – Ele riu alto e gemeu quando o movimento fez as cordas apertarem. – Creio que ela não seja filha da sua mãe, muito menos do seu pai trouxa.
não é minha irmã de sangue e sim de coração. Você não conseguiria entender uma coisa assim. – Me abaixei e recolhi sua varinha. – Isso fica comigo agora.
– Ora sua... – Então ele se calou e sorriu. – Olá Baby.
Eu não entendi, se tivesse entendido talvez tivesse conseguido evitar o ataque que se seguiu, uma voz gritou "Alarte Ascendare" e eu voei para cima, batendo em alguns galhos e depois voltei ao chão com violência, todo as escapou dos meus pulmões quando eu bati o peito com força, me virei o mais rápido possível e vi Victória parada ali, com a varinha apontada em minha direção e com duas outras varinhas na outra mão, a minha e a de James.
– Por que Victoria? Você é uma boa pessoa! – Perguntei a beira de lagrimas.
– Tudo vai acabar com a sua morte menina, meu marido não vai mais sofrer e vamos poder viver em paz. – Ela disse, mas eu vi magoa nos seus olhos também.
– Vick, meu amor, me solte, por favor. – Pediu James, coma voz completamente diferente, era doce e quente.
– Claro querido. E você não se mecha! – disse a mim.
Andando de costas e sem afastar seu olhar de mim, Victoria se aproximou de James e o libertou com um aceno de varinha, ele se levantou com calma e a beijou, eu estremeci com a visão.
– Obrigada meu amor. – Pegou sua varinha de volta e se dirigiu a mim. – E agora, o que vamos fazer com você?
Ele começou a andar em volta de mim, me dizendo o que pretendia, numerando as formas com que pretendia me matar, mas eu me esforcei para me concentrar em fugir, o que era quase impossível nessa situação: sem varinha e no alvo de dois bruxos loucos e armados. Parte de mim já havia perdido as esperanças e estava rezando para não morrer e a outra parte dizia para a primeira calar a boca, assim minha cabeça estava completamente fora de área, envolta em medo e adrenalina.
– Pois bem, vamos começar. – James levantou a varinha com um sorriso e a apontou para mim, abrindo os lábios para dizer o feitiço.
Felizmente ele foi interrompido, o susto fez todos pularem, num minuto Victória estava ali, rindo de mim, e no outro estava coberta por uma teia branca e gosmenta, essa a atingiu com tanta força que a jogou ao chão, fazendo com que a minha varinha e a dela voassem em minha direção. Eu saltei para pega-las e James tentaria me impedir se não tivesse sido atacado por outra teia, ele desviou e eu alcancei as varinhas, me pondo em pé no mesmo instante, quando vi estávamos cercados por aranhas imensas e de aparência faminta.
– Você tinha que vir para a floresta proibida, não é? – Berrei para James, sem saber se ficava feliz ou desesperada com a situação. – Bem, que elas façam bom proveito de você.
Me transformei, fazendo os olhos de James parecerem que iriam saltar do rosto, e pulei na arvore, subindo para um galho alto. Aparentemente as aranhas não estavam a fim de me seguir, talvez não gostassem do gosto de gatos, então se concentraram apenas em James, me dando a chance perfeita para fugir. Percorri vários metros, me afastando da luta, completamente certa de que James não tinha chance, e procurei por uma saída, somente depois de vários minutos eu me dei conta de que estava completamente perdida, havia voltado para o castelo então logo os adultos estariam me procurando, mas era muito arriscado ficar naquela floresta, haviam muitas criaturas famintas prontas para me atacar ali.
Voltei ao normal, Edward poderia sentir meu cheiro melhor e me achar mais rápido dessa forma e enquanto eu ficava parada ali, pensando no que fazer, uma espécie de raio atingiu o galho em que eu me encontrava, me fazendo gritar e ir ao chão, pela segunda vez na noite. Me pus de pé imediatamente e corri para o lado oposto, enquanto ouvia passos ao longe, me perseguindo.
– Sua desgraçada, eu vou te encontrar, pode correr o quanto quiser, mas quando eu te pegar vai ser o seu fim! – A voz de James ecoou ao longe, ofegante e irada.
Eu corri mais ainda, as lembranças me atormentando e me fazendo me sentir uma criança novamente, naquela mesma situação, fugindo e chorando, o medo das memórias envolveu meu peito e apertou meu coração, me tirando o fôlego. "Não, eu não podia ter uma recaída justamente agora, esse não era o momento de se desesperar" disse a mim mesma, eu tinha que ficar firme, a ajuda viria logo, eu tinha certeza, mas outro raio se seguiu, acertando uma arvore que eu havia acabado de ultrapassar, fazendo um grito se formar no meu peito e entalar na garganta.
Eu corri desesperadamente pela floresta, amedrontada demais para me transformar e sem fôlego para gritar por ajuda. As minhas costas o som da risada dele ecoou entre as arvores aumentando ainda mais meu medo até o ponto em que eu não conseguir ver nada além de seu rosto na minha mente, ouvir algo além do meu coração disparado ou pensar em qualquer coisa que não fosse fugir, toda a minha convicção havia se perdido.
Em meio a minha fuga meu pé bateu contra uma raiz alta fazendo com que meu tornozelo soltasse um som estranho e me jogando com força contra o chão. Tentei me levantar automaticamente para continuar a fugir, mas a dor que senti foi insuportável, incrédula vi que meu pé estava em um ângulo impossível e que não havia mais chance de escapar. Fiz o possível para abafar o medo e a dor para poder pensar em alguma saída e uma súbita idéia surgiu em minha mente. Encolhi-me contra a árvore mais próxima e fechei os olhos, fazendo força para livrar minha mente da membrana natural que a envolvia, não sei se foi rápido ou se demorou, pois havia perdido a noção do tempo, mas consegui com muito esforço afastar meu escudo. Sem hesitar um segundo berrei mentalmente.
– "EDWARD!"
Depois uma dor insuportável atingiu meu corpo inteiro, James me encontrara.
Capítulo 19


Eu não me sentia humano há muito tempo, emoções humanas sempre estiveram dentro de mim, mas só em raras vezes afloraram, como amor pela minha família, desejo por Tanya ou raiva de Emmett, recentemente eu descobri muitas outras reações humanas e todas causadas por uma só pessoa.
... .
Quando nos beijamos pela primeira vez todo meu ser estremeceu, nunca havia sentido aquilo, nem mesmo quando eu ainda era humano, nunca havia realmente amado alguém, me apaixonado perdidamente dessa forma e conseguia tudo de mim. Era só nela que eu pensava, sempre avia uma surpresa a mais, um pequeno, por vezes grande, segredo a mais para ser descoberto, mas conseguira causar uma nova reação em mim.
Medo.
Corri para casa e avisei a todos, ninguém perdeu tempo com discussões, principalmente Emmett, e me acompanharam de volta ao castelo, Carlisle esperava no portão, sua expressão e seus pensamentos deixavam claro a sua preocupação.
ainda não chegou?
– Não, estou começando a achar que...
– Socorro!
O som veio de longe e todos se viraram automaticamente em sua direção, vinha da direção da floresta, próxima da casa de Hagrid, eu fui o primeiro a despertar e correr em direção ao som, quando mais próximo, mais certeza eu tinha de quem era. Quando me embrenhei na mata e barrei o caminho de ela gritou e pulou para trás, mais quando viu que era apenas eu se atirou em mim desesperada, soluçando loucamente.
, você está bem?
– S-sim, mas ...! – Tentou dizer, atropelando as palavras.
?! – Meu coração congelado pareceu se contrair. – O que aconteceu com ela?
– E-ela foi atrás de mim e-e atacou o p-pai, m-mas ma-mamãe deve estar v-vindo...! – E chorou mais ainda.
– Rose, leve para o castelo, por favor. – Disse entregando a menina para minha irmã que estava mais próxima e me virei para Alice que chegara logo em seguida. – Alice, por favor, se concentre ao máximo.
– Ok. – Disse tensa e fechou os olhos.
– Emmett, Jasper, venham comigo, vamos seguir a trilha de e encontrar .
– É, ninguém meche com as minhas irmãzinhas! – Rugiu Emmett.
Corremos em alta velocidade pela floresta, podia sentir claramente o cheiro de no chão e o de /gato nas árvores, não demorou muito para chegarmos a uma clareira, ou pelo menos o que restava dela. Era um caos total de pedaços de aranha, teias e gosma para todos os lados, no chão, encolhida, havia uma mulher ruiva que eu deduzi ser a mãe de , ela estava ferida, com uma presa de aranha enterrada profundamente em sua cocha esquerda, quando ela nos viu instintivamente ergueu a varinha, mas Jasper já estava ao seu lado, tirando-a de sua mão.
– Isso vai ficar comigo. – Disse ele, envolvendo-a em uma aura de medo, para mantê-la quieta.
– Sinto dois cheiros, o de foi naquela direção e o do pai de por aquela. – Apontei. – Jasper, por favor leve ela para o castelo, Emmett, vá atrás do desgraçado e eu procurarei por...
– "EDWARD!" – Ouvi o grito de medo na minha cabeça.
Ao longe todos pudemos ouvir um grito de desespero, minha visão ficou vermelha com a gargalhada que se seguiu, eu só podia sentir sede de sangue naquele momento, não me dei conta de que já estava correndo, eu ouvi a sua voz, sabia onde ela estava e não iria perdê-la.
"Flash Back On"
e eu estávamos de volta à torre de astronomia, namorando escondidos durante a noite, com ela no meu colo e minha mãe entre as suas, ela analisava meu anel com o brasão dos Cullens, com evidente admiração.
– É tão lindo! – Exclamou encantada.
– Foi o próprio Carlisle que desenhou o brasão, ele tem um pouco de orgulho disso.
– Tem que se orgulhar mesmo, ficou maravilhoso. – Disse sorrindo para mim.
– Não se preocupe, você receberá o seu em breve.
– O meu? – Ela não compreendeu.
– Sim, você está comigo, então faz parte da família, não tem mais jeito. – Sorri, deixando-a vermelha. - Você nunca vai se livrar de mim. – Ela me olhou incrédula. - É verdade, como li certa vez em um livro trouxa "Tu se tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
– Então, por favor, cuide bem de mim. – Ela sorriu, ainda vermelha, e me beijou.
"Flash Back Off"
– Com certeza eu vou! – Respondi a lembrança.
Nunca vou esquecer do que vi em seguida, no chão, se contorcendo de dor, com os olhos vidrados e a boca aberta, apesar de não haver mais nenhum som, o homem loiro apontava a varinha para ela, sorrindo com o prazer que a sena lhe dava. Também nunca esquecerei do que fiz com ele em seguida e só posso agradecer a deus por ter desmaiado de cansaço assim que o feitiço se foi, nunca dei vazão a tudo de mal que havia em mim como naquele dia e se que James também nunca esquecerá.
’s Pov Ala Hospitalar, no dia seguinte.
Meu corpo estava leve e inchado, como se estivesse anestesiado, sentia como se tivesse acordado de um longo sono, agora que penso sobre isso, enquanto minha cabeça começa a clarear, não é a primeira vez que eu me sinto assim, com toda certeza eu estou em um hospital. O cheiro de limpeza e poções variadas eram inconfundíveis, por isso não me surpreendi ao me ver em uma cama na ala hospitalar do castelo, o que me surpreendeu mesmo foi ter sido atacada por um furação ruivo.
! – se agarrou ao meu pescoço, chorando. – Oh meu deus , como eu tive medo que você não acordasse!
... – Minha voz saiu baixa demais para que ela pudesse ouvir.
Antes que eu pudesse tentar de novo todo se peso sumiu de cima de mim, eu tentei me virar mais meu corpo não obedecia, como se fosse feito de geléia.
, não pule em cima da desse jeito, ela ainda está se recuperando.
– Desculpe Tio Edward, eu não vou fazer de novo.
– Muito bom, agora vamos sentar do lado dela para podermos conversar.
Eu pude sentir o colchão ondular e no momento seguinte os rostos de Edward e Megh apareceram na minha frente, meus olhos se encheram de lagrimas involuntariamente.
, Edward. – Disse com minha voz inexistente. – Graças a Merlin vocês estão bem.
– O que ela disse Tio Edward?
– Desculpe , mais nem eu consegui ouvir, você está bem? – Ouvi passos ao fundo.
– Ela está bem Edward, é apenas o efeito da poção, ela ficou mentalmente exausta e agora seu cérebro precisa de algum tempo para reconhecer seu corpo novamente, a voz vai vir por ultimo, mais logo ela estará se mexendo.
Eu queria falar com eles, e já que a minha mente era a única coisa realmente funcionando em mim eu tentei repetir o ato desesperado de mais cedo, o que era bem difícil quando eu não estava em forma de gato, mas depois de alguns momentos eu consegui afastar a membrana teimosa e lhe enviei o pensamento.
– "Eu estou bem, só ainda não voltei de todo para o meu corpo." – Edward pulou no lugar, assustando .
– Eu te ouvi! – Exclamou surpreso.
– "Sim, eu andei praticando um pouco."– Ri internamente quando seu rosto se iluminou. -"Diga a que eu estou bem."
– Megh, Bella disse que se sente bem.
– Ela não está falando Tio Edward.
– Ela está pensando querida e me deixando ouvir.
– Oh. Então eu vou jantar agora, vai ficar bem se você ficar com ela. – Ela se inclinou e me beijou no rosto. – Eu volto mais tarde.
– Eu vou descer também Edward, tenho que terminar de resolver as coisas, os homens do ministério e os aurores ainda estão aqui.
– Podem ir tranqüilos, eu vou cuidar de tudo por aqui.
Eu ouvi passos, a porta sendo aberta e fechada, minhas mão formigaram levemente, eu já podia mexer meus dedos, o que era um bom sinal.
– "O que aconteceu? Me conte tudo." – Pedi mentalmente, já acostumada a segurar minha proteção mental.
– Bem, depois de chamar minha família eu voltei para o castelo com eles, assim que chegamos pudemos ouvir gritando e fomos à procura dela, depois disso seguimos seu rastro até a clareira e encontramos Victoria ferida em meio a um monte de aranhas mortas. Foi nesse momento que eu ouvi a sua voz, eu não me lembro o que aconteceu realmente depois... –Ele teria ficado vermelho de pudesse. – Estava com raiva demais, medo demais, tudo que eu podia pensar era em ir atrás daquele filho de uma p... Em ir atrás de James e matá-lo da pior forma possível, mas meus irmãos me alcançaram antes que eu pudesse fazer isso, James e sua esposa foram levados para Azkaban.
– "Oh!" – Foi tudo que eu pude dizer.
– Mais o que você estava pensando, indo sozinha atrás do canalha?! Eu não sabia se ficava irado com ele ou com você! – Disse sem realmente parecer bravo.
– "Eu não tinha escolha, ele estava com !" – Já podia sentir minhas mãos e meus pés agora.
– Isso não é motivo, podia ter pedido ajuda! – Ralhou comigo.
– "Eu já havia cuidado dele uma vez, podia muito bem fazer de novo! Só fui pega de surpresa!"
– De novo? Como assim? – Ele pareceu incrédulo.
–"Bem, vejo que é a hora de te contar. Tudo aconteceu durante a guerra, eu tinha dez anos na época ma já era muito esperta, meus pais me deixavam sozinha durante muito tempo e eu me acostumei a ler para abafar a solidão, mas eles não faziam por querer, minha mãe era uma auror e fazia parte da ordem e meu pai era um trouxa que precisava se esconder, nunca os culpei por nada." – Olhei para ele, já sentindo parte do meu tronco, podendo virar a cabeça. – "Nessa época eu já era uma animaga e estava esperando que minha mãe voltasse para casa, papai estava trabalhando na loja da família, nós o mandamos para fora do pais, quando eu ouvi a porta da frente se abrir eu corri para cumprimentá-la, mas ela entrou acompanhada, então eu me escondi. James entrou segurando a varinha dela e apontando a dele no seu peito, mamãe estava abatida e ofegava, lembro que ele a arrastou para o quarto dela e..."
, você não precisa... – Edward começou, mas eu o interrompi, respirando fundo antes de continuar, podia apostar que ele estava vendo as imagens enquanto eu falava, revirando as memórias.
– "Ele tentou se aproveitar dela, jogando-a na cama, mas ele foi descuidado, largando a varinha dela sobre a cômoda e ficando apenas com a dele, para ter uma mão livre para arrancar suas roupas. Eu fui até a cômoda e peguei a varinha, é difícil usar uma varinha de outra pessoa, principalmente quando você ainda não aprendeu a usar magia, mas eu usei um feitiço que eu havia ouvido mamãe dizer uma vez, durante uma das reuniões da ordem, tudo que me lembro é que ele foi jogado no ar como uma boneca." – Meu corpo todo havia voltado ao normal agora, então eu me sentei. – "Mamãe e eu fugimos, pensando que ele estava nocauteado, e corremos pela floresta atrás de casa, mas ele nos seguiu, exatamente como aconteceu ontem, por isso eu meio que entrei em pânico, havia sangue para todo o lado e ele ficava lançando feitiços atrás de nós, mamãe chamou para nos ajudar e pediu para que ela me levasse embora, quando eu corri na direção dela James conseguiu mirar em mim."
Não percebi que estava me acabando em lagrimas já há algum tempo e nem notei que Edward havia me colocado em seu colo, muito menos que estava falando, de tão envolvida que eu estava.
– "Mamãe se jogou na frente Edward, ela pulou na frente de um feitiço da morte para me salvar, quando ela foi atingida meu mundo pareceu ruir, James começou a rir loucamente, ele sempre odiara a minha mãe por ela ser uma sangue puro e não querer se casar com ele, escolhendo o meu pai. Eu aproveitei a chance, cega de ódio eu me desviei de e peguei a varinha da minha mãe de novo e comecei a dizer todos os feitiços que eu me lembrava de ter ouvido, o resultado foi horrível e eu não consegui olhar para o que eu havia feito, me tirou dali imediatamente. – Solucei alto, sem realmente me dar conta do fato. – Depois disso eu me mudei para os estados unidos e passei anos sob acompanhamento psiquiátrico, tinha que encantar a porta do meu quarto para que papai não ouvisse meus gritos a noite, eu sempre sonhava com mamãe morrendo, ou com James nos perseguindo, isso nunca me deixou em paz, papai teve sua memória apagada, pois ele já não conseguia viver sem minha mãe, não comia nem dormia, ele mesmo pediu por isso."
– Então você se acostumou a fazer tudo sozinha. – Não foi uma pergunta.
– "Era mais fácil assim, se não se importar com algo você não sofrerá quando o perder, aprendi isso muito bem, eu tenho as cinzas de minha mãe até hoje, estão guardadas dentro do meu malão. – Eu olhei bem fundo nos olhos de Edward. – Você me entende? Eu não podia deixá-lo fazer isso com , não podia deixar que ele a transformasse em mim, sempre sofrendo, sempre lembrando, sempre chorando. Eu amo e amo você! Faria qualquer coisa para protegê-los dele! Eu...!"
Edward me interrompeu, me abraçando forte e comprimindo meu rosto contra o seu pescoço, seu cheiro me inundou, abafando um pouco da histeria que corria em mim, ele passou as mãos pelas minhas costas, de cima para baixo, tentando me acalmar.
boba. – Sussurrou ele. – Já passou pela sua cabeça que em algum momento você é que deveria ser protegida?
– Eu aprendi a me virar sozinha, como você disse. – Solucei, agora falando.
– Pois agora eu vou te ensinar a confiar em mim. – Ele se afastou de mim e olhou nos meus olhos. – Contar tudo a mim foi só o primeiro passo.
Ele puxou um estojo de veludo preto que estava no criado mudo ao lado da cama, que agora eu via estar repleto de flores e doces, e o entregou a mim, enquanto eu o abria ele disse.
– Esse é o segundo. – E sorriu ao ver meu rosto maravilhado.
Um delicado colar de prata descansava no veludo, o pingente era o brasão dos Cullens, idêntico ao de Edward, e eu não pude deixar de sorrir para ele, enquanto ele o pegava e afastava meus cabelos, para prendê-lo em volta do meu pescoço.
– Namoro não é um compromisso forte o suficiente para expressar o quanto eu quero estar com você, mais é o suficiente para mim por enquanto, desde que você esteja ligada a mim. – Ele sorriu e pegou minha mãos, beijando-as. – Você quer namorar comigo, ?
– Eu quero, Edward. – E nos beijamos.
Pudemos ouvir um gritinho de felicidade de , escondida do lado de fora da porta, mas nem ligamos, a partir de agora tudo daria certo. Eu tinha Edward, , uma família, e não precisava de mais nada para ser feliz.

Fim



N/B: Heey :) espero que gostem da fiic ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.

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