Uploaded with ImageShack.us




"Eu só queria, só queria te tocar
Eu não aguentaria, eu não aguentaria se você partisse
Não importa, não importa se eu te assusto
Eu só queria, só queria a pele de outra pessoa
Sentir você lá
Toque meu rosto
Me mantenha inteiro
Me ajude a ver... Minha vida
Me dê sua vida"

Blotter
Stone Sour



É mais uma manhã, anuncia meu despertador. Cercada de preguiça e impulsionada pela obrigação de trabalhar, me vejo correr para tomar banho. A água cai fria, pra tirar o restante de sono em mim. Quando saio do banho volto para o quarto correndo e olho as horas no relógio, ainda tenho uma hora. Viver sozinha não estava sendo fácil, normalmente minha mãe é o meu despertador, mas agora que o câncer chegou a nossas vidas, a casa dela se tornou um quarto branco de hospital. Os médicos me avisaram que dentro de alguns meses ficarei sozinha no mundo, eu não quero ficar sozinha...
-Você não vai ficar sozinha, baby. - Ouço a voz dele atrás de mim e sorrio.
-null... - Corro para abraça-lo. - Ainda bem que está aqui, eu estava ficando com medo!
-Outra vez pequena? - Ele aperta o abraço. - Eu estou aqui agora e estarei sempre.
-Você não sabe o quanto isso significa para mim.
null ajudou a me vestir, secar meu cabelo, tomou café comigo e me levou até o carro para que eu fosse trabalhar.
-Vai estar aqui quando eu voltar? - Perguntei hesitante.
-Eu não vou embora enquanto você precisar de mim.
Eu fiquei aliviada com suas palavras. Mesmo que a casa onde eu moro seja pequena, ela parecia enorme somente comigo lá dentro. Saber que agora o tenho comigo, me deixa mais tranquila. null null, meu grande ídolo, se tornou minha base de sustentação.
-Bom dia! - Cumprimentei Lana que trabalha na mesma repartição que eu. Somos funcionárias em uma empresa de seguros.
-Bom dia. - Ela me respondeu.
O dia passou tranquilo. Eu almocei com Lana e algumas outras pessoas, incluindo ele. Não, eu não estou falando de null, estou falando de null, um colega de trabalho que vive dando bola pra mim, mas desde a doença de minha mãe eu apenas o ignoro.
-Podemos jantar fora, o que acha? - null me abordou na saída do restaurante. - Conheço um lugar que serve frutos do mar, que é um espetáculo, você vai adorar.
-Obrigada, null, mas não posso. - Respondi de cabeça baixa e me afastei.
-Você precisa se divertir. - Ele continuou andando atrás de mim. - Eu sei que é difícil ter alguém muito querido doente, por favor... Aceita. Aceita. Aceita!
-Ok. - Respondi vencida. - Você pode me buscar hoje.
-As oito?
-Pode ser.
Após o trabalho segui para o hospital ver como minha mãe estava. Seus cabelos ruivos foram cortados, sua pele rosada, agora era um branco leite. Ela dorme serena, enquanto no meu peito sinto um aperto no coração. Eu vou chorar...
-Fica calma. - null colocou a mão em meu ombro.
-Eu não quero que ela morra, null.
-Nós não podemos parar a roda da vida, meu anjo, mas se ela morrer, eu duvido que queira te deixar infeliz e solitária. Você precisa de alguém.
-Eu já tenho você, null, não preciso de mais ninguém.
-Lógico que precisa, baby. - Me repreendeu com os olhos. - Todos precisam de boas pessoas em suas vidas. Por falar nisso você não tem um encontro? - Me olhou rindo. Só agora me lembrei de olhar para o relógio, são quase oito e meia.
-Eu não vou.
-Você quem sabe. - null sentou no sofá perto da cama. - Liga a TV?
- Claro. - Coloquei na MTV, onde estava passando o EMA 2009. Logo após isso ouvi batidas leves na porta. Quando abri quase dei um pulo para trás. null estava ali, com rosas vermelhas nas mãos.
-Eu sabia que te encontraria aqui. - Sorriu de leve.
-Hmm... null? - Olhei para trás e encarei null atônita, mas ele fingia que nem estava ali.
-Posso entrar? - Após alguns segundos de dúvida eu abri passagem. - São para você. - Me estendeu as flores.
-Obrigada... - null ria de leve e eu apenas o olhava feio.
-Esta é sua mãe? - null foi ao lado da cama onde minha mãe repousava.
-Sim. - Me limitei em responder.
-É bonita como você.
-Obrigada. - Engoli seco olhando null. - null), esse é null, meu amigo null null, integrante do null. - null encarou null, depois para a TV ligada e riu.
-Muito engraçada você. Pena que seu amigo não possa nos ver aqui. - Apontou para a TV. Eu me virei e vi eles, o null. No EMA 2009 recebendo um prêmio, mas isso é impossível! null está aqui no sofá ao meu lado.
-Pare de brincadeiras sem graça, null. null está aqui no sofá, seja educado e diga "oi".
-Não tem ninguém no sofá. - null me encarou estranho. - Você está sozinha aqui com sua mãe! Sozinha!
Não! Eu não estou sozinha. Encarei null que me olhava sério. Eu não estou sozinha.
-Eu não estou sozinha, diz pra ele, null! - Mas ele não se mexe, apenas me fitava. - Diz que eu não tô sozinha! Diz! - Ele não se mexe. Pânico, pânico, pânico...
-Você está me assustando. - null se aproximou e até minha mãe despertou.
-EU NÃO ESTOU SOZINHA! - Gritei antes de o mundo girar em minha frente e tudo sumir.
-Ela está bem? - Ouço uma voz longe, parece null.
-Ela está. - Ouvi a voz de um estranho, logo pude abrir meus olhos e focalizar onde eu estava. Era um quarto de hospital, parecido com o que minha mãe estava. Olhei para a porta e lá estava null, com outro homem que não consegui ver direito. Olhei para meu lado direito da cama e lá estava null, sorrindo para mim. - Ela apenas está tendo alucinações.
-Alucinações? - Ouvi null perguntar ao homem que percebi estar de jaleco branco. Um médico.
-Sim. O medo de perder a mãe e ficar só, a fez imaginar que o ídolo estava ao seu lado, vivendo com ela.
-Mas ela vai ficar bem?
-Com algumas visitas ao psicólogo e o apoio certo, logo ficará boa. - Após as palavras do médico, null me olhou e sorriu, vindo para o meu lado.
-Fique tranquila, você não estará só e nem precisa mais do null. Eu estou com você, hoje e sempre.
Olhei para meu lado direito tendo o medo estampado em meu rosto, mas fiquei aliviada em saber que null continuava aqui...

"Não está acabado, não está acabado mesmo
Eu não queria, não queria ser o único
A sentir você lá
Tocar seu rosto
Te fazer inteira
Te ajudar a ver... Minha vida
Me dê sua vida"

Blotter
Stone Sour


FIM.




N/A: Oi, sou louca? Essa fic surgiu do nada em minha mente, me lembrou de como são importantes os ídolos em nossas vidas, sejam eles quem for. Às vezes quando o cerco se fecha em nossa volta nos agarramos neles, a realidade não é tão legal. Eu também andei lendo a biografia do Tim Burton e acho que fui influenciada a escrever coisas fora do padrão. Muito obrigada a quem leu. Até uma próxima.

N/B: AAAAh que meigo, rsrs. Adorei, gente, e vocês?! Faz muito bem sonhar e acreditar nos nossos ídolos mesmo! A gente sempre tem um apoio a mais quando precisamos!
Quero mais fic, autorinha linda!! xDD Beijones, galera. Qualquer errinho, já sabem -> /kaah.jones/ xx.


comments powered by Disqus