Ao longo de meus trinta e cinco anos, eu vivi uma vida tranquila e comum. Sempre fui um aluno presente nas aulas, embora minhas notas nunca fossem as melhores, mas sempre lutei e busquei o que eu desejava. Hoje, bato no peito e digo que sou o CEO da maior empresa de comunicações de Paris.
O trabalho toma muito de meu tempo, afastando-me dos meus amigos. Amigos esses que a maioria eu guardo da juventude. Foram tantos anos de conversas engraçadas, risadas soltas e algumas traquinagens de adolescentes.
Entre esses amigos, uma amizade em si marcou de mais minha vida. Sem dúvidas digo que minha melhor amiga fora e ainda é a Sky. Menina pela qual pensei estar apaixonado quando éramos adolescentes, mas logo vi que apenas confundia uma grande amizade com algo maior.
Nunca me apaixonei de verdade, ou simplesmente gostei realmente de alguém, para casar-me. Desacredito no amor! Houve algumas mulheres que marcaram minha vida. Uma delas fora Raven, que iluminou meus dias e me ajudou a superar as barreiras impostas pelo destino. Realmente acreditei que seria com ela que permaneceria, mas por fim, nós resolvemos que não daríamos certo juntos. Imãs com o mesmo polo!
Skyler, ou melhor, Sky, como eu a chamava durante a juventude; ela sim conhece o amor, só não sei se isso foi satisfatório ou não, já que com apenas vinte anos ela se casou com Alex, já grávida de sua filha Scarlet.
Ela sempre encarou de forma responsável a vida, e não hesitou em se mudar para New York e começar uma vida de casada repleta de responsabilidades. Sempre soube que Sky seria feliz, só não imaginava que seria tão longe de mim. Não nego que ainda sinto falta de nossas tardes juntos, sempre pude contar com ela para chorar algum problema em seu ombro.
Depois de anos sem nos ver, uma viagem a trabalho me trouxe até Nova York, e sem pensar duas vezes, liguei para Sky, querendo marcar de nos encontrarmos. Ela, como sempre, não aceitou que eu ficasse em um hotel, me fez aceitar passar esse fim de semana em sua casa.
Depois de passar a manhã e o início da tarde de sexta feira resolvendo todas as questões da agência, eu estou a caminho de sua casa, que, por sinal, fica em um dos bairros mais ricos de Nova York. Ela também cresceu na vida!
Lembro-me da última vez em que nos vimos, já fazia uns dez anos. Sky foi me visitar em Paris, levando consigo a pequena e travessa Scarlet. A menina de sete anos era a mistura exata dos pais: a pele clara com as bochechas levemente rosadas, as feições angelicais, os cabelos castanhos-mel como os de Alex e, por fim, os olhos ouro-esverdeados, expressivos e intensos de Sky.
Mas as aparências enganam, a menina era uma peste! Absurdamente mimada! Ela fazia tudo o que queria, e, quando Sky ia repreendê-la, ela usava a carinha de anjo para convencê-la do contrário. Não posso julgar Sky, até comigo os grandes olhos funcionavam, eu não conseguia dizer nenhuma das palavras que havia pretendido. Com apenas sete anos ela dominou a agência.
Estava me preparando para lidar com a diabinha, jogaria o mesmo jogo dela, só que, com cartas diferentes, ou melhor, com um leão de pelúcia gigantesco. Afinal, que criança não gosta de pelúcia? Ainda mais quando são tão grandes e caros.
Estava contente e animado para o fim de semana - que apesar da pequena diabinha de cabelos castanhos - estava prometendo ser tranquilo e repleto de recordações.
Como eu estava enganado...
The Child grew up
Parei o carro, em frente à grande mansão 1331 e conferi o endereço novamente. Skyler realmente tinha crescido muito na vida. Estava ansioso para rever minha amiga, colocar nossas histórias em dia, confessar os segredos e desabafar os problemas. Peguei o enorme leão de pelúcia e sai do carro, acionei o alarme e caminhei lentamente até a grande porta branca, toquei a campainha e esperei.
A porta se abriu, e uma figura desconhecida apareceu. Uma garota de pele pálida, cabelos castanhos presos, em um rabo de cavalo, e os olhos ouro-esverdeados, tão conhecidos e admirados por mim. Não podia ser. Ela era apenas uma menina! Não estava conseguindo aderir à situação, Scarlet, a pequena e travessa Scar, já era essa mulher?
Deixei meus olhos correrem por suas longas e definidas pernas, que estavam amostra, devido ao curtíssimo short jeans; a regata branca dava total visão de seus seios empinados e desenvolvidos. Ela não usava sutiã.
–Oi? - a foz angelical, me puxou de volta para a realidade.
–Ahh... Oi. - falei ainda boquiaberto, com a mulher em que a filha da Sky estava se tornando. - Scarlet? - endireitei-me, tomando de volta a minha postura.
–Deve ser o Thomas. - Scarlet sorriu, um sorriso travesso, e abriu mais a porta, me convidando a entrar.
–É... Eu não sabia que você já estava desse tamanho. - falei meio sem graça, entregando o leão para ela, que gargalhou enquanto o abraçava.
–Tudo bem, é bom para não passar a noite sozinha. - ela falou sorrindo. Tinha algo estranho na entonação com que ela falava e no modo como ela me olhava.
–Tom! - Sky gritou, logo aparecendo na sala com um pano de prato nas mãos, se atirando em meus braços em seguida. O abraço tão conhecido e amigável. Como era bom ter minha amiga junto a mim novamente. Sorri apertando-a o máximo que me era permitido, sem machucá-la.
–Como está bonito, Tom!- Ela lançou o pano de prato para trás, deixando-o pousar sobre seu ombro. Reparei em como os anos foram bondosos com ela, o cabelo ainda possuía o mesmo tom de castanho, embora ela já tivesse trinta e sete anos. A pele continuava pálida, e as rugas inexistiam em sua face, a não ser por pequenas marquinhas que surgiam, em volta de seus olhos quando ela sorria.
–Nem parece que beira os quarenta. – brinquei e ela corou.
–Já viu a Scar, não é? - Sky encarou o leão nas mãos da filha, rindo em seguida.
–Eu esperava aquela pestinha, que destruiu minhas pastas de anotações. -Falei dando os ombros.
–Ela cresceu, mas continua a mesma pestinha. - Sky bateu com a mão no ar.
–Mãe! - Scar reclamou, revirando os olhos.
–Mas e você, Tom, já se amarrou?- Cocei os cabelos, era vergonhoso confessar que ainda estava solteiro.
–Sou um espirito livre. - brinquei, e ela riu.
–Livre, sei... - Skyler começou a andar em direção a cozinha, fazendo com que eu e Scar a seguissemos instintivamente.
Propositalmente, ou não, a adolescente de cabelos castanhos, passou por mim, chocando o estreito quadril contra minha coxa. Sky se posicionou de frente para o fogão, consequentemente, de costas para nós. Puxei uma cadeira, sentando-me e apoiando os cotovelos sobre a pequena mesa, enquanto Scar se sentava sobre a mesa, bem ao meu lado.
–Espero que não se desaponte, mas eu mesma vou preparar o jantar. Creio que deve estar cansado. - Sky sorriu.
–Adoro sua comida, e além do mais, não a nada melhor do que ficar em casa e poder conversar. -Sorri. - E Alex? Ele ainda está no escritório?
–Deve chegar a poucos minutos. -Skyler administrava com destreza as três panelas que estavam no fogão.
Sem me dar conta, deixei meus olhos passearem por toda a extensão das coxas pálidas de Scarlet, que brincava com uma das mechas do cabelo. Suas pernas eram muito torneadas e sexy, assim como todo o resto. Deus! Pare de admirar as curvas da filha da Sky! Recriminei-me em silêncio, enquanto mudava o foco da minha visão, para os pinguins na geladeira. A garota ainda riu fracamente, como se percebesse o que acabara de acontecer.
–Olha que péssima anfitriã eu sou! - Sky gargalhou. - Deve estar matando por um banho quente, não?
–Frio! - Brinquei, lembrando-me do quanto precisava relaxar depois de um dia cheio e tumultuado, como hoje. Respirei pesadamente, pensando na água fria acariciando minha pele.
–Scar, mostre ao Tom o quarto que separamos para ele. -A garota, como uma filha obediente, saltou da mesa pegando o leão e me encarando. - Veja se ele não precisa de toalhas ou qualquer outra coisa.
–Vamos? - Seus olhos terrivelmente dourados, me atingiam com certa força desnecessária, como que se ela quisesse me controlar.
–Claro! – Sorri, levantando-me e aproveitando para desviar o olhar da pequena diabinha. -Vou pegar minha mala. - Anunciei já me encaminhando para a porta.
–Aham. -Ela se se encostou ao corrimão. Assim que voltei, com a pequena mala nas mãos, a garota me recebeu com um sorriso travesso, como ela fazia quando era menor, quando estava prestes a aprontar uma das suas. A segui escada acima, tendo certa dificuldade em não admirar o movimento de seus quadris, a cada degrau ganho por ela.
Ela passou por várias portas de mogno, parando, por fim, ao lado de uma delas. Empurrou com um dos pés a porta, fazendo-a abrir e eu me deparar com um típico quarto de hospedes, com paredes em marfim e uma cama de casal coberta por uma colcha marrom. A mobília era requintada, mas sem se tornar abusiva.
–Pode entrar. - A voz fina, me fez encarar a pequena garota, ainda encostada na parede.
–Obrigado, acho que já pode ir. - Agradeci colocando minha mala sobre a cama.
–Não precisa de nada? - Me virei quase que batendo meu corpo contra o dela, que agora estava bem na minha frente, com os olhos arregalados e o lábio inferior sendo pressionado pelos dentes brancos.
–Não. -Falei ainda meio surpreso com a situação.
–Ok. -Ela sorriu, virando-se e saindo saltitante para fora do quarto. Fechei a porta, ainda meio constrangido. Eu estava mesmo vendo essa menina como uma mulher? Não posso me permitir uma coisa dessas. Sacudi minha cabeça com agressividade, espantando esses pensamentos e abri minha mala, separando uma bermuda e uma camisa.
Liguei o chuveiro e deixei a água gelada me atingir, relaxando instintivamente todos os meus músculos. Apoiei meus braços na parede, deixando minha cabeça tombar para frente, enquanto meus pensamentos traziam a imagem de Scar mordendo o lábio inferior. Novamente eu estava me deixando pensar nessa pequena menina. Terminei meu banho, desligando o chuveiro e abrindo o boxe, dando de cara com a peste me encarando. Em um único movimento, puxei a toalha me cobrindo, mas creio que não fora rápido o bastante, já que Scar gargalhou, enquanto suas bochechas aderiam a um tom ardente de vermelho.
–Desculpe-me? Nossa... Eu não sei... O que faz aqui? - Perguntei ainda surpreso.
–Vim ver se precisava de ajuda. -Ela sorriu, dando os ombros.
–Sua mãe não te ensinou a bater na porta? - Perguntei sério. Se Alex descobre uma coisa dessas, me processaria, ele já sente ciúmes da Skyler, e agora me acharia um pedófilo.
–Às vezes é bom desobedecer. - Ela sussurrou, enquanto se aproximava de mim.
–Acho melhor me dar licença. – Pedi, dando um passo para trás.
–Ok! - Ela sorriu, batendo de leve com uma das mãos no meu peito e saindo do banheiro. Vesti-me ainda meio envergonhado, não por uma mulher ter me visto nu, isso já é costume, mas por essa mulher não ser uma mulher, e principalmente, ser filha da Sky! E por algum motivo, eu tinha a ligeira impressão que ela estava me tentando. Não sabia se deveria ou não contar para a Skyler o que acabara de ocorrer no banheiro, não que isso fosse adiantar alguma coisa, a Scar provavelmente faria aquela cara de cachorro sem dono e ganharia, e a culpa ainda cairia em mim. Optei por fingir que nada aconteceu. Desci as escadas tranquilamente, dando de cara com o Alex subindo-as. O mesmo moreno magrelo de sempre, só que com alguns cabelos brancos no topete. Ele me encarou, soltando um leve sorriso e esticando a mão para me cumprimentar.
–Thomas, é uma honra tê-lo em minha casa. -Ele me lembrou que a casa é dele também, não apenas da Sky.
–O prazer é todo meu. -Sorri em troca, dando passagem para ele subir com sua maleta de couro envelhecido.
–Vejo que já se viram. - Sky falou, enquanto passava pela sala com uma travessa de salada nas mãos.
–Ainda parecemos dois adolescentes. – Impliquei, seguindo-a até a enorme sala de jantar.
–Não comecem com picuinhas! - Ela me advertiu, com um de seus olhares matadores.
–Vim em paz! - Ergui ambas as mãos, fazendo-a rir.
–Vamos, me ajude a arrumar a mesa. -Sky socou de leve meu ombro, enquanto voltávamos para a cozinha.
–Pensei que você teria uma empregada. -Peguei a travessa com a lasanha.
–Alex quer, mas eu não aceito. Minha casa! Eu cuido dela! - Sky riu. Nunca deixaria de ser tão orgulhosa.
–Mãe, o jantar já está pronto? - A pestinha apareceu do alto da escada, fingindo não me ver.
–Chame seu pai, já estou servindo. - Sky esperou a filha sumir para me confidenciar.
–Às vezes acho que ela é esperta de mais. - Encarei Sky, sem entender ao certo o que ela estava querendo dizer. - Ela parece santa demais, me entende? - Assenti com a cabeça. Essa face angelical chega a assustar!
–Ela ainda apronta? – Perguntei, como quem não quer nada.
–Coisas normais da idade: sai e se atrasa, come besteiras, discorda de tudo que eu falo. -Sky sacudiu ambas as mãos no ar.
–Que cheiro delicioso, querida. - Alex abraçou-a, beijando sua bochecha.
–Estou com fome! - Scar brincou, abraçando-os também. Eles eram uma família feliz.
Sentamo-nos na mesa e Scar se sentou exatamente na minha frente. Ela foi a primeira a se servir, e foi inevitável não encarar seus pequenos seios que pularam em minha direção, quando ela se inclinou sobre a mesa. Os mamilos eram perfeitamente vistos, apontados em uma regata. E ela parecia não se importar, ou melhor, gostar, já que se inclinou ainda mais, quando percebeu meu olhar sobre eles.
–Como andas seus negócios?- Alex me perguntou, fazendo-me sorrir fracamente, enquanto tentava pensar em outra coisa além dos seios de sua filha.
–Excelentes! Consegui fechar mais um contrato essa tarde. - Falei satisfeito.
–Thomas sempre teve gosto por carros. -Sky falou me passando o molho da salada.
–Então gosta de carros? - Scar perguntou, mordendo levemente o grafo.
–É minha vida! - Beberiquei o vinho.
–Poderia me ensinar alguma coisa? - Senti o vinho se embolar em minha garganta.
–Claro-ooo – Gaguejei, bebendo mais vinho em seguida para disfarçar o nervosismo. O resto do jantar foi composto, basicamente, por perguntas da Sky e balançar de cabeças meus. Não estava me sentindo a vontade, observando os seios da menina na minha frente.
–Se me permitem, estou muito cansado. -Alex pediu para levantar-se.
–Espere só eu arrumar a cozinha, que eu subo com você, amor. - Sky pediu.
–Deixe que eu arrume; isso é o mínimo que posso fazer. - Falei com Sky, que negou com a cabeça.
–Você é meu convidado. - Ela reclamou.
–Eu o ajudo mãe. - Scar se ofereceu.
–Não precisa. - Falei rápido de mais, transparecendo meu nervosismo.
–Claro que precisa! - Sky me encarou séria. - Vou só ajeitar o quarto e já volto, aluguei um filme para vermos, como nos velhos tempos. - Sorri, juntando os pratos.
–Eu lavo e você seca? - Scar perguntou e eu assenti.
–Você é estranho. - Ela passou por mim, indo para a cozinha com os pratos e talheres, e eu levando as travessas.
–Estranho? – Perguntei já me apoderando do pano de prato.
– Acha que eu sou boba? - Ela riu, molhando o prato e ensaboando.
– Como assim? - Com o movimento de lavar o prato, respingou água em sua regata, fazendo-a colar ainda mais, e tornando minha visão, ainda mais tentadora.
–Fica olhando meus seios. -Meus olhos se arregalaram, migrando dos seios para a face.
–Não! Não, eu nunca... você é... eu não. - Ela gargalhou com o meu nervosismo.
–Shh, eu não vou contar para o papai. - Ela piscou. -Mas tem uma condição. - Sabia, ela iria me extorquir.
–Quanto? - Sussurrei.
–Não quero seu dinheiro. - Ela voltou a lavar os pratos, não me encarando mais. Era isso! Eu estava sendo chantageado pela filha da minha melhor amiga. E não! Eu não tinha como correr. E sim! Eu era o culpado. Assim que terminamos, de lavar e guardar a louça, eu me vi sem saber o que fazer. Então resolvi puxar assunto.
–Sky está demorando. - Olhei o relógio, como se não quisesse nada.
–Adivinha por quê? - Ela riu. Essa menina não tem uma mente compatível, para a de uma garota filha do Alex! É como a da Sky, só que cem vezes pior!
–Não, eles não estão fazendo nada de mais. - Falei sério, ou pelo menos tentando parecer sério.
–Realmente, isso é bem normal. - Ela riu, chegando mais para perto. - Com quantas mulheres você já transou? - O quê? Ela realmente estava me perguntando isso? Meu pai! Essa menina é mesmo uma peste.
–Já perdi a conta. - Falei rápido, tentando afastar-me dela.
–Hum... -Ela coçou o queixo, fazendo-me rir.
–Deve conhecer muitos seios, então. - Ela estava fora de si, não é possível.
–Eu realmente... - Calei-me, quando a vi erguendo a regata e deixando os seios a mostra. Seios ainda jovens; pálidos e durinhos. Os bicos estavam estranhamente atiçados. Tentei não olhar, eu juro! Mas foi inevitável não encarar e desejar aquele par de seios tentadores.
–Deve ter visto muitos seios. - Ela riu provavelmente da minha cara de tarado. - São bonitos?
–Lindos! - Falei sem pensar, me rendendo ao veneno dessa Lolita.
–Pode tocar. - Ela pegou minha mão, acomodando seu seio inteiro nela. Eu ainda ficava só olhando, feito um adolescente virgem, que nunca havia feito isso na vida. Tentei não pensar, em como era perfeito o volume de seu seio entre meus dedos; o seu bico durinho tocando minha palma; o seu coração batendo acelerado, contra meus dedos, e tomei uma atitude. Mas não a que eu esperava, já que deixei meus dedos apertarem o seio dela, fazendo-a me olhar excitado. Minha outra mão alcançou o outro, deliciando-me com seus seios.
Por alguma força mágica, escutei Sky descendo as escadas, bem na hora que estava pensando em jogar a sua filha sobre a mesa, e explorar todo o seu corpo com a língua. Soltei os seios de Scar, virando-me para a pia enquanto ela dirigia-se para a sala, passando pelo outro corredor. Sky entrou sorridente na cozinha, fazendo-me me sentir um lixo. Eu estava bulindo a filha dela! Se ela souber, ela me mata!
–Onde está a Scar? – Sky perguntou curiosa.
–Molhou a camiseta e foi se trocar. - Sky sorriu, pegando uma bala no pote em cima da bancada, e me encarando.
–Ela te tratou bem? - Bem? Ela fez com que eu olhasse e tocasse os seios dela!
–Muito. - Não! Ela judiou de mim, me fez cometer atos ilícitos e ter pensamentos de um maníaco sexual.
–Venha, vamos relembrar o passado. Lembra de quando passávamos tardes chuvosas vendo filmes?- Sky passou um de seus braços pela minha cintura, e eu, passei um dos meus pelos seus ombros.
–Aqueles melados que você gostava? - Impliquei.
–São clássicos! – Rimos, enquanto caminhávamos até a sala de TV. O sofá era grande e bem confortável, a televisão nem se fala, umas setenta polegadas. Sentei-me em um dos cantos do sofá, enquanto ela colocava o filme.
–Que filme é? - A torturadora, Scar, entrou na sala, apenas com um pijama fino de seda.
–Dança com Lobos. - Sky falou animada, e eu me encolhi.
–Ai, esse eu nunca vi. - A pequena monstrinha, veio se sentando ao meu lado, colando sua coxa - totalmente a mostra - na minha.
–Vai pulando os créditos que vou buscar uma coberta. - Sky entregou o controle para a filha.
–Não acha que está perto de mais? - Pergunte erguendo as sobrancelhas.
–Não, gosto de sentir seu calor. -Ela piscou, fazendo-me arregalar os olhos. - Além do mais, minha mãe gosta de deitar. - Sky entrou na sala com uma manta vermelha e outra azul nas mãos, colocou a vermelha sobre mim e a filha. Ela deitou-se na outra extremidade do sofá, cobrindo-se com a outra manta.
O filme não estava nem na metade e Sky já estava dormindo tranquilamente. A claridade da televisão, não estava clareando muito, dava apenas para ver os contornos dos corpos da sala, mais nada. Senti a mão de Scar, tocar minha barriga; tirei rapidamente sua mão de lá, encarando a peste, que mantinha os olhos na televisão, enquanto um sorriso faceiro crescia em seus lábios. Ela logo colocou a mão outra vez, só que por baixo da minha camisa agora e eu novamente tirei. Ela estava louca? Pela terceira vez, eu senti seus dedos roçarem minha barriga, só que dessa vez, eles foram rápidos de mais. ELA É DOIDA! Sua mão entrou em minha bermuda, passando direto pelo elástico de minha boxe.
–Está doida? - Tentei tirar sua mão de lá, mas ela foi firme em segurar meu membro, que involuntariamente, deu sinal de vida. Lutei contra o desejo de deixar seus dedos frágeis, continuarem a acariciar meu membro, e segurei seu punho, por baixo da coberta.
–Para. -Pedi, supliquei, mas ela continuava a encarar a televisão.
–Shh! Quero escutar filme. - Ela debochou, voltando a deslizar os dedos em torno do meu - já rígido e pulsante – membro. - Além do mais, tem gente gostando. - Ela riu, mordiscando o lábio inferior.
Trinquei meus dentes, rezando para Sky não acordar, pois eu não teria forças para fazer a pequena parar, estava entregue aos toques ingênuos dela. Não era uma profissional, com certeza essa era a primeira vez que estava fazendo isso, mas de alguma forma, estava conseguindo fazer-me agarrar o braço do sofá.
Não demorou muito e eu já não suportava mais segurar o prazer, e em um único movimento, levantei do sofá, caminhando com dificuldade para o banheiro mais próximo. Escutei a risada doce da menina, que tinha acabado de me molestar no sofá. Assim que cheguei ao banheiro, não precisei de mais do que dez segundos lembrando-me dos seios dela, para explodir em êxtase. Esperei me acalmar, me limpei e voltei para a sala, completamente constrangido e culpado pelo que estava acontecendo.
–Demorou. - Scar sorriu, desligando a televisão e acordando a mãe.
–Não acredito que dormi! - Sky ria. - Gostou do filme?
–Gostei mamãe, mas acho que Thomas gostou mais. - Scar riu, beijando a bochecha da mãe.
–Boa noite, amor. - Sky abraçou a filha.
–Boa noite, Thomas. - Ela me abraçou, roçando os seios em mim. Ela estava querendo me ver ser preso? Era isso? Pois se eu me render, é isso que vaia acontecer.
Summer day, and a tiny bikini
Eu estava deitado na confortável cama, encarando a lâmpada no teto. Não tinha como conseguir dormir com aquele peso em minhas costas. Eu havia tocado – e com vontade – os seios da filha da Sky, a pequena menina de apenas dezessete anos! Eu não merecia estar naquela cama, sendo tão bem recebido pela Sky. Eu estava sendo um canalha.
Me virei com violência, a raiva de ter cedido aos caprichos daquela diaba me irritava. Com tantas mulheres que me rodeavam e podiam me oferecer bem mais do que ela, eu a deixei aproveitar-se, divertir-se com meu corpo! E o pior, eu gostei. Ainda conseguia sentir suas mãos inexperientes tocando meu membro, que já quase se animava só com a lembrança.
Escutava o relógio em meu pulso correr pelos segundos; o sono não vinha. Eu estava cansado, exausto, mas não conseguia fechar os olhos sem ter a imagem daqueles lindos seios em minha frente. Droga! Sou um pervertido.
Cansado de lutar para adentrar no mundo dos sonhos, optei por tomar um dos comprimidos para dormir que carregava comigo. Engoli a seco, e me deitei, cobrindo a cabeça e tentando esvaziar a mente, não demorou mais de dez minutos até que eu adormecesse.
Sentia o colchão tremer sob meu corpo, lentamente tentava despertar, mas meus olhos eram completamente soterrados por quilos de areia, o remédio ainda estava fazendo efeito em meu organismo. Aos poucos comecei e retomar os sentidos, a cama continuava a vibrar, e a voz feminina começava a entrar na minha cabeça, enquanto eu esfregava meus olhos.
–Tom! Acorda! Tio Drake já está chegando!- reconheci a voz animada, abrindo meus olhos e me deparando com uma Scar de pé sobre a cama, cada um dos pés de um lado de meu quadril. Ela pulava como uma criança de quatro anos. Com o movimento, um vestido listrado de preto e branco subia, deixando a mostra sua calcinha azul marinho.
–O quê? - Falei ainda meio em transe, encarando o cabelo dela preso em Maria-chiquinhas.
–Mamãe mandou te acordar, meu pai já ascendeu a churrasqueira.- Ela sorria, enquanto eu recobrava minha total consciência.
–Devo ter dormido de mais.- Antes que eu conseguisse me mover, ela saltou, deixando o corpo cair de uma única vez, sentando-se se forma brutal em meu quadril. Por pouco não me fez gritar de dor.
–Pelo visto pensou em mim a noite toda.- Ela espalmou meu peito, inclinando-se em minha direção.
–O que pensa que está fazendo?- Segurei seus braços, forçando-a deslizar de cima de mim. Por mais que ela estivesse certa, ela não podia saber disso.
–Te acordando! - Ela revirou os olhos, levantando da cama e saindo em seguida.
Eu devia estar pagando pelos meus pecados, ou algo ainda pior. Não faz sentido que essa menina esteja tão decidida a afetar o meu juízo. Ou ela realmente está me testando ou apenas estou ficando doido.
Tomei um banho gelado para despertar do sono. Sky não tinha comentado nada sobre um churrasco, mas se foi o que a pestinha disse, creio que esteja mesmo acontecendo. Coloquei uma bermuda, com a qual eu poderia usar perfeitamente para entrar na piscina, e uma camisa branca por cima. Enquanto acabava de arrumar a cama, Sky abriu a porta.
–Bom dia, dorminhoco.- Ela brincou, colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.
–Acho que estava cansado. - Dei os ombros.
–Olha, Alex já havia marcado com o Drake dele vir almoçar aqui, não se importa não é? - Sky estava com o cabelo preso em um coque frouxo.
–Adorava como ele implicava com você. - Brinquei e ela gargalhou.
–Seu bobo! Estou lá fora ajeitando a mesa. - Ela fechou a porta quando saiu. Terminei de ajeitar minhas coisas e desci. Passei pelos cômodos vazios tentando não dar de cara com a Scar.
Assim que saí da cozinha, encontrei uma enorme churrasqueira, uma mesa com frutas e uma piscina gigantesca que combinava perfeitamente com o dia ensolarado. Sky estava usando um maiô preto, com uma canga verde amarrada na cintura. Ela ajeitava alguns copos sobre a mesa. Alex estava cuidando das lingüiças na churrasqueira, com uma bermuda bege e uma camisa azul céu. Não vi a Scar, talvez ela odiasse sol, afinal isso explicaria sua pele translúcida.
Caminhei tranquilamente até Alex, ele me olhou e forçou um sorriso de bom dia.
– Bom dia. -Cumprimentei-o. - Precisa de uma mãzinha aí?
– Bom dia. Não, obrigado, posso dar conta. - Ele sorriu, me descartando. Então fui até a Sky, que estava acabando de servir dois copos de suco.
– Me acompanha? - Ela ergueu um dos copos, se sentando em seguida. Sentei-me em sua frente, deliciando-me com o suco gelado.
Coloquei o copo na mesa e me espreguicei. Ainda estava me endireitando na cadeira quando uma mão pálida pegou meu copo, me virei de imediato para ver a pequena Scarlet virando de uma única vez meu suco. Encarei-a boquiaberto, que intimidades são essas? Está certo que ela abusou de mim na noite passada, mas eu não dei intimidade a ela? Ou dei?
–Scar! Querida, que falta de educação!- Sky a repreendeu.
–O que eu fiz?- Ela apertou os olhos, colocando a mão na cintura.
–Esse copo é do Tom! Além de ser falta de educação é falta de higiene. - Eu ri sem querer do comentário da Sky.
–Eu não tenho doença alguma.- Levantei os braços, fazendo com que Sky corasse imediatamente.
–Não é isso que eu quis dizer! Você poderia ter se sentido ofendido com o ato dela.. Ai, desculpe-me? Não quis dizer uma coisa dessas.- Eu ri.
–Sabe que nuca tivemos essas frescuras, ainda sou o mesmo Tom que bebia refrigerante quente com você na garagem.- Sky gargalhou.
–Posso beber mais suco então?- Scar bateu os pés atrás de mim.
–Pegue um copo para você.- Sky ordenou, fazendo-a puxar, com brutalidade, uma cadeira e se sentar ao meu lado.
A campainha tocou.
–Fique a vontade. - Sky sorriu levantando-se e indo, juntamente com Alex, receber os convidados. Encarei a pequena morena que enchia mais um copo e bebia, aproveitei o momento a sós para esclarecer algumas coisas.
–O que pensa que está fazendo agindo dessa forma? - Falei baixo, porém duramente.
–Bebendo em seu copo? - ela arregalou os olhos.
–Não! Tentando me seduzir. - Ela gargalhou.
–Não estou tentando te seduzir. - Ela negou, debruçando sobre a mesa.
–AH! Não? O que esta acontecendo então?
–Você está me seduzindo. - Ela bateu com o dedo indicador no meu nariz. - Uma pobre menina indefesa e ingênua. - Em seguida ela se levantou, deixando-me completamente pasmo com a sua capacidade de mentir e dissimular com tal facilidade e destreza. E naquele instante eu tive uma certeza, se eu me rendesse a ela, a culpa cairia em minhas costas.
–Cadê a Tia Envy? - Scar perguntou a Sky que corria em direção ao pequeno fogão, ao lado da mesa.
–Ela está pegando as coisas no carro.- Sky destampou uma panela, libertando uma coluna de fumaça, não consegui prender o riso.
–Passa protetor em mim?- Sky encarou a filha, revirando os olhos.
–Não está vendo que estou ocupada?- Scar fez o biquinho e os olhos de anjo. Sky respirou fundo e me encarou, Não, não, não! Não pode ser!
–Tom, passa protetor nela pra mim?- Foi. Eu não queria fazer aquilo, não depois de tudo que passei na mão daquela garota, mas não tinha como negar, Sky acharia estranho.
–Claro. - Forcei um sorriso, que saiu meio torto.
–Obrigada, Tom.- Scarlet saltou até minha cadeira, parou na minha frente e me jogou o vidro de protetor fator 50. Encarei o rótulo do produto enquanto ela tirava o vestido. Então não era uma calcinha azul, mas sim um minúsculo biquíni! A peça era tão pequena que se ela se virasse de mau jeito tudo ficaria a mostra.
–Pode começar pelas cotas. - Ela se virou, jogando as Maria-chiquinhas para frente. Minha mão tremia de um modo assustador, e eu tentava não prestar atenção nas curvas completamente expostas da pequena morena.
Lambuzei suas costas rapidamente, rezando para aquilo chegar ao fim antes que Alex voltasse. Sorri de satisfação quando vi o serviço pronto e mais do que de pressa estiquei o vidro para ela.
–Falta o resto.- Ela se virou para mim, jogando o pescoço para trás e empinando os seios na minha direção. Encarei a Sky, que pelo jeito, não via problema algum naquilo. Por mais que eu quisesse tocar na Scar, eu não faria! Não mesmo!
–Aqui você alcança.- Joguei o vidro em seus peitos, ela me encarou séria.
–Mas as mãos ficam grudando. - Ela choramingou. - Mãe! O Tom não quer passar!- Skyme encarou.
–Tom, faz esse favor para mim. - Eu assenti com a cabeça, fuzilando a pestinha com o olhar logo em seguida, ela apenas deu os ombros e sorriu.
Passei de qualquer jeito o protetor pela sua barriga, depois pelas costelas e por último o colo, evitando os seios. Em seus braços e pernas foi mais fácil, me neguei a passar em suas nádegas. Isso já era tortura, quando entreguei o vidro a ela, Alex e Drake surgiram no quintal.
–Tom! - Drake veio me cumprimentar, fazia tempo que não nos víamos. Já a mulher dele passou por mim como se não visse nada. Velhas atitudes não mudam.
Conversamos e tomamos algumas cervejas enquanto Scar lia uma revista e tomava limonada. Drake entrou por alguns minutos, e quando voltou estava com uma bola de futebol nas mãos. Logo me animei, fazia tempo que eu não jogava.
–Alex? - Drake chamou, já me vendo de pé.
–Por que não?- O moreno se animou também.
–Eu também quero!- o meu carma se levantou e começou a pular feito louca.
– Eu e Alex e você e o Tom. - Drake rapidamente escolheu seu time, deixando a pestinha para mim. Eu era bom, mas jogando com ela, perderíamos. Nem consegui abrir a boca e Drake já lançou a bola, iniciando o jogo.
Corri para Alex, que conseguiu escapar, lançando novamente para Drake, mas de alguma forma a pequena Scar se lançou para cima do tio, e ele sem coragem para derrubá-la cambaleou. A menina pegou a bola, correndo feito uma gazela e marcando nosso primeiro ponto. Fiquei boquiaberto.
Ergui o braço para cumprimentá-la, mas ela se lançou contra mim, abraçando-me com as pernas e jogando o corpo para trás. Fui obrigado a segurá-la pela cintura, se não ela ia bater com a cabeça no chão. Ela gargalhava, juntamente com o Drake.
Fora Alex que deu o jogo por encerrado quando estávamos ganhando de 12 a 7. Ele foi tomar uma ducha no chuveiro que ficava ao lado da piscina, enquanto Drake corria e se lançava na piscina, espirrando água para todos os cantos. Ele tinha tamanho e idade de um homem, mas não passava de uma grande criança.
–Não vai vir, Scar?- Drake chamou.
–Nem pensar!- A morena negou, caminhando ao meu lado.
–Tem medo de água? - Zombei e ela me olhou séria batendo os lábios e provocando um som engraçado.
–Só não quero molhar o cabelo. - Ela desdenhou.
–Ah, é?- Agarrei sua cintura, lançando-a em meu ombro, e sai correndo com ela para a piscina. Sentia seus socos em minhas costas e seus chutes em meu peito, mas não me incomodava em nada. Seus gritos sim me atormentavam.
– Me solta! Aaaaaaaaaaaaaaa, Mãe!- Sky apenas ria, negando com a cabeça. Eu cansei de fazer o mesmo com ela.
Saltei, caindo na água com ela ainda em meus ombros. Ela conseguiu se soltar. Quando fiquei de pé, ela estava com o cabelo toda bagunçado e as mãos para o alto.
– É mesmo sem educação. - A Envy rosnou.
– Você me paga. - Scar falou jogando água em mim.
Fiquei mais algum tempo na água, enquanto a Scar e o Drake brincavam. Quando já estava cansado, me deitei na borda sentindo o sol me esquentar e secar minha pele. Já estava quase adormecendo quando senti dedos gelados acariciarem meu abdômen. Abri os olhos assustado, deparando-me com a Scar contornando os gomos do meu abdômen. Olhei para o lado e vi Sky e Envy sentadas na mesa vendo a cena, enquanto Drake e Alex conversavam mais afastados.
–Seu tanquinho é durinho. - Scar falou, olhando para a mãe em seguida.
–Tom passava muito tempo malhando, acho que ainda o faz.- Sky deu os ombros, como se não achasse estranho a filha ficar acariciando a minha barriga.
Apenas sorri, sem saber o que dizer. Os dedos deslizando por mim me causaram uma sensação constrangedora. Eu não podia continuar ali deitado, minha excitação seria totalmente visível e me causaria muito problemas, mas também não podia simplesmente levantar-me com as mãos tapando a bermuda. Tombei para dentro da piscina, quase caindo sobre a Scar.
– Scar! O almoço está na mesa.- Sky anunciou.
– Estou sem fome, depois eu como. - A pestinha me encarou, mordendo o lábio inferior igual a mãe fazia.
– Tom? - eu não estava em condições de sair da piscina.
– Sem fome. - Dei os ombros.
– Ok então, depois vocês comem. - Sky sorriu.
–Sky, vamos lá dentro, aqui está quente demais. - Envy bufou, fazendo com que cada um pegasse seu prato e entrasse na casa. Estava gritando de medo no instante seguinte que me vi sozinho com a Scarlet.
– Por que não quis almoçar?- Ela brincava com a água.
– Sem fome. - Usei a mesma desculpa.
– Eu acho que foi porque você se anima só de me ver de biquíni. - Ela gargalhou, chegando mais perto, tentei recuar, sentindo minhas costas tocarem o acrílico da piscina.
–Você é maluca ou o quê? - Perguntei batendo com as mãos na água.
–Maluca e mais umas coisas. - ela sorriu, encostando seu corpo no meu. Bastou esse contato para meu membro mostrar-se completamente em atividade, envergonhando-me.
–Viu, você gosta. - Ela disse olhando para baixo, enquanto corria com os dedos pelos meus braços.
–Não, eu não gosto! Quer dizer, não de ser seduzido pela filha da minha melhor amiga. - Tentei afastá-la, mas ela voltava a colar-se em mim.
–Esquece que eu sou filha dela. - Scar sussurrou em um ouvido.
–Sabe que se seu pai ver isso eu provavelmente vou ser preso?- Lutava para manter minhas mãos em seus ombros.
–Eu te faço umas vistas lá.- Ela me beijou. Sim, eu fui beijado por uma garota de dezessete anos que nem sabia o que fazer com aquela língua – que por sinal era deliciosa. Eu sei que o certo a se fazer era não corresponder e afastá-la de mim, mas não consegui. Me virei com brutalidade, espremendo-a entre a parede de acrílico e meu corpo, juntamente com meu membro. Ela cancelou o beijo, encarando-me com os olhos arregalados.
–Não sou esses meninos com quem você está acostumada. - Falei sério, apertando suas coxas.
–Eu sei. - Ela sorriu, beijando-me novamente. Minha sanidade estava escapando de mim conforme a língua doce se debatia contra a minha, explorando-me de todas as formas possíveis.
Minhas mãos apertavam e se deliciavam com suas coxas. Meu corpo praticamente esmagava o dela, cada vez que eu me pressionava ainda mais contra ela. Ela me puxou, conduzindo-me para a extremidade da piscina, onde por causa da mesa e da churrasqueira, seria improvável que alguém conseguisse nos ver de dentro da casa.
Seus lábios dançavam freneticamente contra os meus, mordendo-me; sugando-me; enlouquecendo-me. A água da piscina vinha acima de meu peito - cerca de 1.80 m de profundidade – fazendo com que Scar se apoiasse em mim para continuar conseguindo respirar.
Minhas mãos vagavam indecisas pelas curvas dela, ora massageando os seios, ora a cintura. Ela gemeu docemente em meu ouvido, provocando-me. Pressionei-a ainda mais contra a parede, fazendo meu membro roçá-la. Scar afastou levemente as pernas. Minha reação a tal ato fora a pior possível, agarrei suas coxas, erguendo-a e encaixando-a em meu quadril. Ela sorriu em meio ao beijo.
Meu corpo agia como se fosse necessário que eu a tocasse, como se fosse um terrível vício do qual era impossível lutar contra. Mas minha mente, ou melhor, o pouco que restava dela – o resto já estava entregue ao momento – tentava colocar em tópicos tudo o que estava acontecendo. Eu estava agarrado a filha da Sky, que tem apenas dezessete anos. Isso na piscina, na casa do Alex. Eu não queria ser preso.
Me virei, largando a menina, e empurrando-a para longe de mim. Ela riu, lambendo os lábios. Lancei minhas mãos na cabeça, espremendo-a. A culpa é algo altamente corrosivo. Tentei me recompor, estava completamente sem controle. Meu corpo ainda latejava, desejando-a.
–Eu sei que vou acabar ganhando. - Ela sorriu, batendo de leve com o dedo indicador em meu nariz e nadando para a escada da piscina.
Vi-me extremamente confuso, excitado e decidido a não deixá-la me ganhar, era questão de orgulho.
Nem poderia imaginar que o pior ainda estava por vir, e que eu não me arrependeria de nada.
Alex: The hangman
Só estávamos eu e a peste na mesa almoçando, os demais estava conversando na piscina. Scarlet me encarava, cada vez que levava o garfo com salada à boca. Tentava concentrar-me em apenas comer, mas ela teimava em esbarrar seus pés nas minhas pernas.
–Quantas morenas? - Ela perguntou, enquanto bebia o suco.
– Quantas morenas? - Perguntei de volta, sem entender o que ela estava querendo saber.
–Quantas morenas você já seduziu. - Ela lambeu os lábios, tingidos de amarelo pelo suco, erguendo uma de suas sobrancelhas. Parei para pensar, ignorando o fato de ela ter ironizado a palavra: Seduziu. Em toda minha vida, nunca havia estado com nenhuma mulher morena, pelo menos, nenhuma com esse tom original de avelã nos cabelos. Mas eu não assumiria isso diante dela, não mesmo.
–Muitas! - Tentei disfarçar minha mentira, dando de ombros.
–Está mentindo! - Ela sorriu, colocando o prato de lado.
–É? - Levei mais uma garfada a boca, como forma para não aparentar meu nervosismo.
–Seus lábios tremeram! Isso acontece quando está nervoso ou mentindo. - Ela debruçou-se sobre a mesa, ficando a uma distancia perigosa de mais. Eu queria rebater e negar, mas eu realmente estava mentindo, e meus lábios me denunciaram. Entretanto, ela me conhecia há pouco tempo, para já ter percebido uma coisa dessas. Franzi minha testa, tentando disfarçar o espanto e a raiva por ela está mexendo comigo.
–E você? Quantos homens de trinta e cinco anos já atiçou?- Peguei meu prato levantando-me da mesa, na inútil tentativa de sair daquela emboscada. Pois ela já se encontrava a milímetros de mim, preparada para dar o bote.
–Então eu te atiço? - Ela rebateu, e minha vontade foi de afogar-me na pia. Eu lutava tanto para mostrar-me indiferente, mas sempre acabava entregando-me. Essa situação estava desesperadora.
–Gosto do seu corpo! - Ela cochichou em meu ouvido, abraçando-me por trás e alisando meu abdômen. Por mais insano e doentio que isso podia ser, eu gostava de tê-la assim: tocando-me. - Do seu gosto! - Lambeu minha orelha, provocando um arrepio involuntário. - Falta ver o resto! - Eu não precisava vê-la para saber que tinha um sorriso, terrivelmente safado em seus lábios rosa.
–Isso está passando dos limites. - Resmunguei, tirando suas mãos de mim e virando-me. Seus olhos faiscavam e as pequenas sardas em seu nariz, atraiam-me ainda mais. Segurei seus pulsos com força, impedindo-a de tentar qualquer movimento.
–Você é linda! Isto é um fato! Mas por que não sai e vai achar um menino de sua idade? Assim você nos livra de muitos problemas. - Falei sério, soltando-a.
–Talvez eu queira um homem. Já parou para pensar nessa possibilidade?- Ela sorriu, acenando e deixando a cozinha, enquanto eu soltava um gemido frouxo e socava minha cabeça. Eu estava me deixando levar por essa louca!
Já estava saindo da cozinha, quando o Alex apareceu; ofereceu-me uma cerveja e se encostou ao portal, bloqueando completamente minha saída. Seu semblante era sério e sua boca estava serrada, demonstrando que ele não estava muito feliz. Abri a cerveja, esperando que ele iniciasse o assunto: Ciúmes da Skyler.
Esse sempre foi o assunto em discussão. O que ocasionou os nossos desentendimentos por todos esses anos. Eu não via mais motivos para tamanho drama, se eu realmente quisesse, eu já teria atacado a Sky.
– Scarlet cresceu não é? - Meus olhos saltaram para fora das órbitas e a cerveja enrolou em minha garganta, fazendo-me curvar e começar a tossir. Ele não estava com ciúmes da Sky e sim da Scar. Terminei de tossir e me endireitei, bebendo metade da cerveja de uma única vez, para limpar minha garganta. - Está bem? - Alex me olhou preocupado e eu apenas sorri. O sorriso mais falso e cheio de culpa da minha vida. - Como eu ia dizendo, minha filha já não é mais uma menininha... - Alex me encarava demonstrando que sabia – e queria dizer – muito mais do que estava dizendo.
– Ela ainda tem dezessete, não é? - Tentei mostrar uma tranqüilidade que não existia, forjando um semblante de entendimento.
–Isso, dezessete! Mas sejamos sinceros, ela deixou de ser uma menina há muito tempo. A Sky pode não perceber ou fingir não perceber, mas a Scar já tem proporções que provocariam desejo em qualquer homem. - Minha garganta estava terrivelmente incendiada, meu pulmão trabalhando dobrado e meu coração apertado. Eu seria preso! Eu seria preso! - Embora ela aparente ser essa jovem mulher, ela ainda é uma menina por dentro. - Meus olhos se arregalaram com o tamanho da surpresa. Alex que se dizia um homem tão inteligente, ainda era perfeitamente enganado pela carinha de anjo da filha. Ele ainda acreditava que ela brincava de boneca ou de casinha? Diante de tantas coisas incertas, uma é certa: Scar, definitivamente, não pensava mais como uma menina. Mas a questão é: eu não poderia contar isso a ele. - Como toda menina, ela acredita em contos de fadas e em príncipes encantados. Eu não quero que ela se iluda ou pense estar apaixonada pelo primeiro homem que demonstrar interesse. Ainda mais se esse homem, possuir tanta destreza em seduzir meninas. - Alex lançou-me um olhar matador, o mesmo olhar de quando ele soube que eu havia beijado a Sky.
–Se acha que eu sairia de Paris para vir seduzir sua filha, está completamente louco! Eu posso ter uma mulher de verdade, não preciso de uma menina mimada!- Falei sério, ciente de que isso era a pura verdade. Eu não saí de Paris com a intenção de seduzir ninguém, EU fui o seduzido! A pequena menininha dele é quem está correndo atrás de mim, atiçando-me e fazendo com que eu perca completamente a razão.
–Só quero que saiba que defenderei minha cria como um animal!- Alex deixou a cozinha, fazendo com que eu me sentisse o pior animal da face da Terra. Eu não podia deixar que ele pensasse uma coisa dessas, ou até mesmo que a Sky chegasse a uma conclusão parecida.
Saí a passos longos em busca de Sky. Iria dar um fim a isso, imediatamente. Avistei-a conversando com a loira, enquanto mostrava alguma coisa no jardim. Aproximei-me e cutuquei o seu ombro, fazendo-as me encararem.
–Posso falar com você um minutinho?- Pedi e ela assentiu, vindo comigo até uma parte mais distante.
–O que foi, Tom?- Sky tinha os enormes olhos dourados, grudados em mim.
–Eu vou embora... - Esse era meu plano: abandonar o barco em pela tempestade para evitar um naufrágio.
–Por quê? O que está acontecendo? Eu não estou sabendo te receber?- Sky me olhou com a testa enrugada.
–Não é isso, é que acho que estou sendo inconveniente. –Dei os ombros.
– Tom, você não está sendo nada inconveniente! Você é meu amigo! E essa casa também é MINHA, então seja lá o que o Alex te disser, não significa que eu pense o mesmo! Se você sair por essa porta, antes da segunda-feira de manhã, pode esquecer que eu existo! Eu esperei tanto tempo para ter esse tempo com você. - Sky tinha lágrimas nos olhos, lágrimas essas que me fizeram mudar de idéia. Mesmo correndo o risco de ser preso, eu ficaria.
–Então vou querer mais atenção. – Fiz dengo; bagunçando seus cabelos.
Passamos um bom tempo conversando e relembrando as brincadeiras de quando éramos mais novos. Tudo melhorou, quando Alex anunciou que teria que ir ao escritório. Não demorou muito e o Drake e a Envy foram embora, deixando-nos sozinhos. Sky anunciou que iria ao mercado, dizendo precisava comprar algumas coisas. Eu fiz questão de acompanhá-la, mas ela negou. Disse que fazer compras era chato e que seria mais rápido, se ela fosse sozinha.
Agora, estávamos eu e a Scar sozinhos em casa. Algo me dizia que isso não seria nada bom. Fiquei o máximo de tempo possível na sala, encarando as paredes e rezando para a Sky voltar logo.
–Tom! - A voz do meu tormento, ecoou pela casa, fazendo-me saltar no sofá. Eu estava mesmo morrendo de medo de uma garota? Sim, eu estava! - Te achei! Preciso da sua ajuda. – Pediu dengosa, fazendo aquela carinha que tanto me levava à loucura. Loucura esta, que estava a ponto de se explodir quando a mirei de cima a baixo: ela estava com um vestido rosa bebê que ia até o joelho, mas em compensação, era praticamente transparente. Sua calcinha de joaninhas ficava explicita já os seios não tinham nada além do fino tecido rosa.
–Estou muito ocupado. - Falei sério, encarando seus olhos; lutando contra os meus instintos que clamavam para apreciar seus seios.
–Qual é, Tom? Não vou te morder! A não ser que você peça. Mas eu realmente preciso da sua ajuda. Minha cortina despencou e se minha mãe ver vai me matar.
–Bem feito! Assim você aprende a se comportar. - Falei sorrindo e ela ergueu as sobrancelhas me encarando. - Ok, ok... - Eu iria subir, arrumar a cortina e descer, livrando-me logo da pestinha.
Segui a morena pelas escadas, admirando o balançar de seus quadris. Isso era torturante! Ela entrou no quarto que era completamente rosa e branco. Em uma parede havia a porta do Closet, uma penteadeira e uma enorme prateleira cheia de ursos de pelúcia. Na outra, uma cama dessas que as princesas têm, toda em rosa e branco. A escrivaninha dividia a parede com a porta do banheiro e um enorme mural repleto de fotos. Parei e encarei as fotos. Nada muito diferente das demais adolescentes.
–Precisamos tirar uma. - Ela falou, puxando minha atenção para si e para a cortina atrás dela.
Um dos lados havia de soltado e o tecido caía. Dois minutos para colocar o anel de volta no cabo. Fácil, nem precisarei de escada ou banco. Passei por ela pegando o anel, que havia se soltado e encaixei no lugar. Scar bateu palmas me agradecendo e eu me senti bem por ser útil.
–Salvou minha cabeça!- Ela riu, abrindo uma das gavetas e procurando por alguma coisa.
–Espero que agora salve a minha. – Debochei sinuosamente e ela gargalhou, pegando a máquina fotográfica digital, e vindo em minha direção.
–Acho que vai ter que se sentar. - Ela falou enrugando os lábios. - Nossa altura é bem diferente. - Gargalhei com seu comentário, e logo me sentei na cama. Eu estava completamente à vontade e esquecido do perigo que corria.
–Agora sim. - Ela se jogou sobre mim, sentando-se em uma das minhas pernas, abraçando-me com um dos braços e esticando a câmera com o outro. O contato dela em meu colo me fez sorrir, às vezes ela esquece o poder que tem. O flash me cegou, para depois ela levantar-se saltitante e encarar o visor.
–Ficou ótima! Depois eu te dou uma cópia. - Ela piscou, colocando a máquina sobre a escrivaninha e me encarando.
–Meu pai falou com você? - Ela estava séria, diria que sua expressão era de medo, se não a conhecesse.
–Eu te avisei. - Cruzei os braços sobre o peito, irritado por ter passado por tal constrangimento e ainda mais, por ser culpa dela.
–Fica tranqüilo, se ele disser mais alguma coisa eu vou negar até o fim. Afinal, você é inocente. - Ela deu os ombros. Descarada!
– Ainda bem que reconhece. - Disse rindo.
–Então acho que mereço um prêmio?- Ela mordeu o lábio inferior, assumindo novamente o porte de caçadora.
– Scarlet... –Falei, tentando levantar-me, mas ela me deteve. Eu poderia levantar-me facilmente, mas isso é, se eu realmente quisesse. Sua mão empurrou meu peito, forçando-me a chegar para trás, dando espaço apara ela subir na cama. Ela sentou em meu colo, colocando uma perna de cada lado, das minhas. Meu espanto deixava-me imóvel e sem reação. Tão pequena e tão terrível!
–Não precisa temer. - Ela riu, abraçando-me e beijando meu pescoço. Eu tinha que dar um jeito de acabar com isso, dar um fim a essa situação.
Fechei os olhos, respirando fundo e não me movendo. Se eu não tivesse reação nenhuma ela se cansaria de me atentar.
Vendo que eu esforçava-me para não me mexer, ela começou por si só se mexer. Remexia o quadril sobre meu membro, que já começava a se empolgar, destruindo todo o meu plano. Seus lábios brincavam com meu pescoço, maxilar e orelha. Eu já estava completamente louco. A morena não parava de se remexer em cima de mim. Até que toda minha vontade de resistir foi completamente extinta quando Scar sussurrou:
–Não adianta, eu SINTO que você gosta. - Mordendo meu glóbulo em seguida.
Agarrei sua cintura, enquanto avançava sobre sua boca. Girei-me, jogando-a sobre a cama. Ela gargalhou enquanto suas costas caiam sobre a colcha rosa, suas pernas permaneceram em torna da minha cintura. Nossas línguas se buscavam e completavam-se de uma forma inexplicável. Ela me forçou, girando-se e sentando-se sobre mim. Minhas costas se acomodaram na cama e ela se encaixou em meu quadril. Suas mãos deslizavam sobre meu peito e retiravam minha camisa, com isso, ergui-me e acabei de tirá-la, assinando minha loucura. Scar agarrou meus cabelos, puxando-os com força e invadindo ainda mais minha boca com a língua. Agarrei sua cintura, erguendo-me da cama, isso sem tirá-la de cima de mim. Meu corpo inteiro estava gritando por aquela menina. Joguei-a contra a parede, começando a tirar seu vestido. Ela me ajudou, lançando-o para longe e batendo com os seios contra meu peito. Tendo-a apoiada contra a parede, comecei a tirar minha bermuda, deixando-a cair a meus pés. Renesmee me empurrou com seu corpo, fazendo-me sentar novamente na cama. Ela tinha os olhos tomados por um desejo insano.
Minhas mãos avançaram sobre os seios, enquanto ela me beijava e se remexia em cima de mim, levando-me a loucura completa. Minha box, já não estava suportando a fricção. Minha boca avançou sobre um de seus seios, fazendo-a saltar e gemer, agarrando-se ainda mais a meus cabelos. Aquela cena era algo tão profundamente errada e ao mesmo tempo tão simplesmente sensata.
Então era isso, eu iria corromper-me, entregando-me a uma menina de cabelos avelã, e o pior, eu estava enlouquecido para que isso acontecesse. Não adiantava mais fugir ou tentar negar, eu estava enfeitiçado por essa menina. Completamente entregue as suas pequenas sardas na ponta do nariz.
Encarei seus olhos por mais uma vez com meu membro gritando para invadi-la. Beijei seu queijo, enquanto ela ria e se contorcia. Eu já não conseguia mais me segurar, eu precisava dela, precisava senti-la dentro de mim, mesmo que isso me levasse à prisão. Beijei seus lábios ferozmente, fazendo-a arranhar minhas costas. Deixei minhas mãos livres, e desci até minha box, para retirá-la e aceitar minha sentença, até que...
–Scar? Thomas? - A voz da Sky me atingiu como um tiro de canhão, fazendo-me levantar, lançar Scar de qualquer forma em cima da cama e abaixando-me para pegar minhas roupas.
–Minha mãe!- Alarmou Scar, catando o vestido assustada. Corri até a porta, tentando vestir a bermuda, assim que cheguei à mesma, avistei a Sky subindo as escadas. Entrei no quarto novamente, jogando-me embaixo da cama.
Isso é o cúmulo. Na altura dos meus trinta e cinco anos escondido embaixo de uma cama, pela primeira vez na vida. Eu estava entrando em um mundo onde não havia saída, onde a única certeza era que eu estava perdido. Não posso permitir que isso aconteça. E pensar que estava prestes a transar com uma menina! Estou mesmo merecendo esse destino que me aguarda.
–Scar? - Vi os pés da Sky entrarem no quarto, e isso só me deixou ainda mais nervoso e repleto de culpa. Minhas pernas estavam encolhidas, já que se eu as esticasse, iria colocar meus pés para fora da cama.
–Oi, mãe!- Scar estava sobre a cama, que balançava freqüentemente.
–Não me ouviu te chamar?- Sky perguntou, sentando-se também.
–Estava distraída com a câmera. - Eu sabia que os olhos dourados, que tanto me enlouquecia, estavam ostentando aquele brilho de inocente.
–Viu o Tom?- Meu coração dera um solavanco. Estava tudo acabado! Acabado!
–Eu acho que ele foi tomar banho. - Um alívio escorreu pelo meu corpo. Ousei abaixar as mãos e no caminho esbarrei em meu membro, que ainda estava BEM animado.
–Vou preparar uns sanduíches. - Sky avisou, levantando-se e deixando o quarto. Scar foi atrás e fechou a porta, dando espaço para que eu saísse de debaixo da cama. Sai rapidamente, vestindo a camisa e encarando a morena.
–Isso foi engraçado. - Ela riu.
–Não! Não foi! Isso foi um sinal! Não podemos fazer isso!- Falei, ajeitando a roupa e aproximando-me da porta.
–Pra mim pareceu um sinal de que minha mãe é rápida nas compras. – Ironizou, dando de ombros.
–Pra você isso não passa de uma grande brincadeira não é? Você não vê que assim minha vida vai acabar?- Falei praticamente arrancando meus cabelos.
–Pelo contrário, vai apenas começar. - Ela ousou me dar um selinho antes de abrir a porta.
(...)
Depois do jantar, eu ajudei a Sky com as louças, Scar já havia subido, o que me deixou totalmente tranqüilo. Assim que terminamos, pedi licença e fui buscar meu celular. Enquanto passava pelo corredor, avistei a porta do quarto da diabinha entreaberta, a tentação estava a bater em minha porta novamente, porém fechei os olhos e segui em frente. A imagem dela nua, em meu colo, beijando-me, não saia da minha cabeça. Quando dei por mim, já estava posicionando-me no portal e deparando-me com uma Scar inteiramente nua se olhando no espelho. O corpo perfeitamente pálido, sendo acariciado pelas mechas castanhas. Ela é perfeita! Engoli a seco no mesmo instante em que – pelo reflexo do espelho - ela me mandou um beijo. Sacudi a cabeça, fechando a porta e dando de cara com o Alex no final da escada.
– Scar esta acordada?- Ele me fuzilou.
–Não sei. - Estava tremendo de medo e odiando-me por ter cedido a espiá-la. - Eu estava querendo a foto que ela me prometeu. - Foi à coisa mais idiota para si dizer, mas a única que me veio à cabeça.
–Foto?- Alex continuava a me encarar.
–É!- Cocei o cabelo, na tentativa de disfarçar meu nervosismo.
–Eu prezo-a muito, e se caso ouvir qualquer som no quarto dela, durante a noite, ligarei imediatamente para a polícia. – Disse bem claro, deixando explicito que isto não fora um aviso e sim uma ameaça.
– Pode deixar que se eu ouvir alguma coisa, também ligo!- Disse sorrindo e passei por ele indo para meu quarto.
Assim que desliguei o celular, a Sky entrou no meu quarto, assustando-me. Ela estava com o semblante preocupado e as famosas linhas na testa.
– O que foi?- Perguntei temeroso.
– Scar, ela saiu.- Sky se sentou em minha cama.
– E?- Estava ligeiramente, preocupado também.
– Ela tinha pedido ao Alex para ir a uma festa da universidade hoje, mas ele negou. Acho que ela foi escondida. - Sky sussurrou.
– Universidade? Ela não esta no colegial?- Perguntei sem entender.
– Não sei de onde ela conhece essa gente. - Sky revirou os olhos, ajeitando o cabelo atrás da orelha.
Eu sabia bem o motivo pelo qual garotos de universidade convidam garotas do colegial, e só de pensar na Scar com aqueles metidos a besta, senti meu sangue esquentando. O que essa menina tem na cabeça?
– Sky, essas festas não são lugares para ela! Mande o Alex buscá-la. - Falei serio, temendo pela saúde de Scar, e minha sanidade mental.
–Está louco? Se ele souber, ele a mata! Eu estava pensando em te pedir para buscá-la. Sei que é muito, mas eu não posso ir. Não sem o Alex desconfiar. Você vai e eu te dou cobertura. – Os olhos da Sky estavam carregados de preocupação maternal, mesmo que eu quisesse, eu não conseguiria negar isso a ela.
A car, leather seats
– E se ele der por nossa falta? - Perguntei já calçando os tênis.
– Confie em mim, ele não vai dar falta! - Sky falou de uma maneira estranha, torci o nariz entendendo como ela o manteria distraído.
– Não se faça de santo! - Sky riu, socando-me de leve no ombro.
As ruas de Nova York não são um labirinto como eu esperava, pelo menos estava conseguindo guiar o carro com tranquilidade. O GPS me ajudou bastante a encontrar o alojamento da Universidade, agora conseguir encontrar o prédio certo era o desafio. Pelo menos uns cinco prédios estavam festejando algo, o que só me dava mais ódio.
Desacelerei o carro e abri o vidro, observando as cenas deprimentes em minha frente. Duas meninas saiam de um dos prédios apenas de calcinha; um casal se divertia no balanço, vários caras jogavam garrafas das janelas. E pensar que eu já vivi essa realidade.
Enquanto passava na frente do segundo prédio, pisei no freio, forçando meu corpo a ir para frente com o espanto. Scar estava praticamente nua dançando com um garoto sem camisa. Eles se esfregavam um no outro me deixando completamente enraivecido, enquanto meu sangue fervia. Desliguei o carro descendo atordoado. Eu não queria passar pelo velho careta, mas ver a minha Scar nessas condições era pior que o inferno.
Um rapaz passou por mim carregando a namorada bêbada, logo atrás duas animadoras de torcida pararam em minha frente, impedindo-me de prosseguir. Uma delas era magra de mais, provavelmente estava doente; já a segunda, tinha uma aparência agradável, se não fossem os cinco litros de silicone, o que a deixava visivelmente artificial.
–O que o tio quer? - A magrela perguntou, colocando uma das mãos em meu ombro.
– Que saiam da minha frente. - Elas se entreolharam e riram, dando-me passagem. Procurei Scar, mas a sua figura já havia sumido entre os demais estudantes bêbados. Pedi passagem entre os que estavam na porta, adentrando na sala; deparando-me com a decadência: pessoas caindo de bêbedas, rapazes se amontoando em qualquer canto, meninas seminuas e marmanjos praticando queda de braço.
Passava entre as pessoas olhando sempre por cima delas, buscando pela Scar. Um flash de cabelo cor de avelã passou pela multidão. Segui para onde havia visto-a. Novamente estava entre um bando de desconhecidos. Resolvi perguntar a primeira pessoa que passasse em minha frente.
– Ei. - Segurei o braço de uma mulher – digo mulher porque aparentava seus vinte e cinco anos. Ela se virou lançando o longo cabelo ruivo para trás e sorrindo ao me encarar.
–Oi. - Ela se ajeitou, fitando-me com certo interesse.
Ela era muito atraente, os olhos de um cinza misterioso, um rosto abonecado e um lindo decote, bem farto. Sorri sem perceber. Aquela mulher me agradava. Pergunto-me o que uma mulher como ela faz em uma universidade.
– Qual seu nome? - Ela perguntou, bebericando o drinque em suas mãos.
– Tom? - A voz da Scar ecoou por cima da música, encarei a menina morena parada ao meu lado. As mãos na cintura e olhar o estreito.
– Te achei! - Falei aliviado.
– Está acompanhado, gatão? - A ruiva perguntou-me, encarando a Scar.
– O gatão está acompanhado, sim! Agora se nos dá licença. - Scarlet riu para a mulher e me puxou pelo braço para a o segundo andar. Passamos por algumas pessoas, saindo em uma sacada.
– Você não está velho de mais para festas de universidade, não? - Sua voz soava divertida.
– E você muito nova? - Encostei-me na pilastra, observando a roupa, ou melhor, a falta de roupa da menina na minha frente: a saia de couro não tinha mais do que um palmo, a blusa era frente única e mal tampava os seios pálidos. Se já não bastasse ela ainda usava uma bota gigante, que tornava nossa diferença de altura bem menor.
– Veio me buscar? - Ela apoiou os cotovelos no murinho da sacada.
– Para que mais seria? - Ergui uma das sobrancelhas.
– Para flertar com uma siliconada qualquer. - Scar deu os ombros, assumindo que estava com ciúmes.
– Não era silicone. - Entrei em seu jogo, fazendo cerrar os olhos e contrair os lábios.
– Então volte pra lá. Eu vou dançar. – Ela passou por mim, batendo com seu ombro em meu braço, provocando-me uma risada rouca.
– Não vai não, vamos embora. - A segui, segurando-a pelo braço assim que consegui alcançá-la.
– Eu vou dançar! - Ela teimou.
– Ok. Vamos dançar! – Cedi. Se eu enrolasse ela por alguns minutos seria mais fácil levá-la embora.
– Sabe dançar? - Ela riu, virando-se e colando seu corpo no meu. Começou a se balançar, esfregando-se inteira em mim. Entrei no ritmo da dança, mas não era algo muito certo de se fazer. Seu corpo descia e subia sensualmente, colado no meu; ela virou-se de costas e começou a rebolar o bumbum, bumbum este que roubou meu olhar, por seu desempenho tão sinuoso. Scar percebeu meu olhar cobiçador e soltara um riso vitorioso, voltara para minha frente pegando em minhas mãos e pousando-as em sua cintura. Encaixou nossos corpos firmemente e começou a mexer o quadril em meu sexo. Aquilo estava me tirando do sério, mas se ela achava que eu ia cair na sua armadilha, estava muito enganada. Passamos alguns minutos assim, mas o calor já era insuportável e meu corpo não estava aguentando tanta proximidade. Ela cansou, demonstrando seu descontentamento.
– Estou com sede. - Ela falou encarando-me irritada, talvez por não ter ganhado mais um joguinho. Ponto para o T.H!
– Você bebe água em casa. - Falei sério.
– Tom! Só um refrigerante e nós vamos. Prometo. – Concordei, seguindo-a para o que pareia ter sido uma cozinha alguma vez.
Scar remexia em um freezer, quando um loiro qualquer abraçou sua cintura por trás. Ambos riram, e em seguida ele me encarou. Seu nariz tinha sido recentemente quebrado, ainda estava com a tala de proteção. Pelo porte físico, provavelmente, é do time de futebol.
– Conhece o coroa? - Ele perguntou, bebericando a cerveja.
– Esse é Thomas. – Scar continuou com a cabeça dentro do freezer e prosseguiu com as apresentações. - E esse é o Tyler. - O moleque piscou para mim, sem tirar a mão da cintura dela, fingi que não via e continuei encostado na pia.
– Desculpa, mas estranhos não são bem vindos... - Ele debochou. - Mande seu tio embora e vamos lá pra cima. - Sua mão idiota desceu até o quadril de Scar.
– Eu já estou indo. - Scar falou séria, saindo de perto dele e vindo em minha direção. Essa simples atitude me encheu de orgulho e confiança. Uma reação besta e sem lógica.
– Ok. Só uma coisa, quanto ele está te pagando? - Eu sabia que não devia me meter em uma briga, mas também sabia que bastava um soco para o moleque cair. Levantei-me, postando-me na frente da Scar.
Tyler pareceu se surpreender com meu tamanho, pois, deu um passo para trás, fechando o semblante. Ele até podia se achar entre os meninos magricelos da faculdade, mas não se sentia assim diante de cento e vinte quilos de músculos em exatos 2,04 metros.
– Seu idiota! Você nem consegue manter isso aí de pé! - Scar disse apontando para o meio das pernas do rapaz.
– Sua vadia! - Tyler resmungou, e no segundo seguinte meu punho amassou seu nariz. Ele caiu sobre a mesa, pondo-se de pé com dificuldade e com um nariz ensanguentado.
– De novo não! - Ele choramingou, tocando de leve o nariz.
– Idiota! - Scar segurou os cabelos loiros do garoto, forçando a cabeça dele contra seu joelho. O nariz dele nunca mais será o mesmo.
– Agora vamos, antes que ele chame a polícia. - Ela pegou uma lata de Coca e depois minha mão, guiando-me para fora do prédio.
Seus cabelos balançavam enquanto ela corria para o carro, rindo e bebericando a coca-cola. Sua mão apertava a minha com total confiança e firmeza. Era como se fossemos um elo, onde cada um necessitasse do pior do outro para se completar e encontrar o equilíbrio.
– Acho que nunca mais vou ser convidada. - Ela riu, soltando minha mão e parando na porta do carona. Seus olhos brilhavam de um jeito totalmente novo e sedutor.
Já dentro do carro, encarei suas pernas a mostra e balancei a cabeça, o que essa menina tinha de tão especial assim? Era apenas uma menina de dezessete anos como qualquer outra, mas sabia como deixar-me em suas mãos.
– Meu pai não sabe, não é? - Ela perguntou, colocando a lata vazia no porta luvas.
– Não, estou aqui para salvar sua pele. Sua mãe te mima de mais. - Ela gargalhou, virando-se de frente para mim.
– É, eu sei! - A cara de pau ainda assume.
– Você não tem vergonha, não é? - Encarei-a boquiaberto com a frieza com que ela encarava os fatos.
– Sabe, eu e minha mãe nos damos muito bem. Sem essa neura de mãe e filha, sabe... Somos amigas. - Ela deu os ombros, prendendo o cabelo em um rabo alto em seguida.
– Agora precisamos falar de nós. - O quê? Essa menina esta completamente atordoada!
– Não existe nós! - Dei os ombros.
– Ok. Precisamos falar da menina e do amigo da mãe dela. - Fui obrigado a rir.
– O que você quer falar? Que para você me seduzir é provar que já não é mais uma criança? - Ela fechou o semblante, cruzando os braços no peito.
– Eu não preciso provar nada a ninguém! - Sua voz estava arisca e irritante.
– Então por que me atiça? - Eu tinha a oportunidade perfeita de colocar tudo a panos limpos, descobrir o real motivo pelo meu transtorno. Mas...
– Ah, esquece! - Ela se virou bruscamente, pondo-se na posição certa no banco.
Eu balancei a cabeça inúmera vezes. Não conseguia entender o motivo pelo qual ela se negava a me contar o porquê dela gostar de brincar comigo. Como ela pode negar-me uma explicação dessas? Que ódio! Soquei o volante, fazendo-a me encarar assustada.
– Por que não pode simplesmente falar? - Perguntei, já aclamando minha voz.
– Por que é tão importante para você? Vai fazer alguma diferença?- Seus olhos possuíam o mesmo brilho demoníaco dos olhos do Alex. Tal pai tal filha.
Vi-me sem saber a resposta. Eu não conhecia o motivo por estar tão empenhado em saber suas intenções, eu nem deveria me importar com isso. Eu ainda corro o risco de ser preso e perder minha melhor amiga, isso se o Alex me deixar escapar com vida. Tenho que dar um basta nisso de uma vez, já passou dos limites há muito tempo! Se continuar assim eu não vou mais saber como agir ou como pensar, essa menina me enfeitiça.
– Não importa. E quer saber de uma coisa? Daqui pra frente não quero mais falar com você, olhar pra você ou simplesmente pensar em você! Você está estragando tudo! - Falei sério e ela gargalhou.
– Então você pensa em mim, Tom? - Bati minha cabeça com toda a força no volante, punindo-me pela imbecilidade.
– Scar! Chega! - Parei o carro em um dos cruzamentos e percebi que estava completamente perdido. O GPS não estava dando sinal e eu me sentia um idiota. Deixei minha cabeça cair novamente no volante.
– Se você ainda quisesse falar comigo eu te mostrava o caminho. - A diaba riu debochadamente, encarando-me com total sensação de vitória.
– Você venceu. - Murmurei, ainda com a face no volante.
– Vire à esquerda. - Comecei a seguir seus comandos, e cada vez ficava mais estranha a rua. Tinha árvores altas e poucas casas.
– Eu não me lembro de passar por aqui. - Falei sério, enquanto ela tirava o cinto de segurança e se aproximava de mim.
– É um atalho. - Ela sorriu, escorregando pelo banco de couro até encostar-se a mim. Afastei-me dela. Não iria por tudo a perder, não mesmo.
– É uma rua sem saída! - Freei o carro ao ver que ela tinha me emboscado, eu era um perfeito coelho idiota diante da raposa ardilosa.
– Regra número dois: Nunca confie na Scar. - Ela sorriu, acariciando minha coxa.
– E qual é a número um? - Perguntei tirando a mão dela de cima da minha coxa.
– Regra número três: Nunca questione a Scar. - Ela tinha criado regras? Que tipo de psicopata ela é?
– Você é completamente doida! - Bufei, já engatando a ré, mas ela desligou o carro.
– Não vou ceder. - Falei sério, segurando sua mão.
– Ok. - Ela saltou para o banco de trás, suspirei de alívio e liguei o carro, quando olhei para trás para dar a ré me deparei-me com sem a blusa, apenas de saia, encarando-me.
– Se vista! - Ordenei, mas ela gargalhou.
– Scar se alguém pegar você assim no meu carro... Vão me prender! - Implorei, mas ela apenas sorriu e começou a gritar. No susto bati com a cabeça no teto, lançando-me para o banco de trás na tentativa de calá-la.
Ela esquivou-se, gargalhando enquanto eu forçava minhas pernas a passarem para o banco de trás. Já sentado eu segurei-a pelos ombros, sacudindo-a e mandando-a se calar. Ela apenas gargalhava.
– Scar!- Minha voz saiu áspera e grave de mais.
– Haaaaaaaaaaa! - Ela voltou a gritar, obrigando-me a tapar sua boca com uma das mãos. Seus olhos estavam arregalados, como se ela não esperasse por isso. Soltei-a devagar.
– Seu bruto! - Ela reclamou, agredindo-me com um soco no peito.
– O que você quer?! -Exclamei atordoado.
– Você. - Scarlet falou sorrindo e segurando minha nuca com uma das mãos, puxando-me em seguida para sua boca. Fechei os olhos deixando-a grudar nossos lábios. Bastou que eu sentisse o toque aveludado de seus lábios para esquecer completamente que existia algo além da garota morena.
Agarrei com força seus cabelos enquanto ela se lançava sobre meu colo. Puxei-a até que sentisse seus seios tocando meu peito por cima da camisa. Seu cheiro instigava o pior que há em mim. Agarrei-me a sua cintura delgada, apertando-a e puxando-a, enquanto minha língua praticava a melhor das lutas contra a da Scar.
Logo ataquei seus seios com toda a fome e pressa que era possível, apertava-os; massageava-os; acariciava-os. Scar suspirava em meu ouvido, puxando minha camisa com pressa. Ajudei-a a me despir e voltei a atacar seus seios, só que dessa vez com a boca. Scar gemia a puxava meus cabelos com voracidade. Meu corpo pegava fogo, queimando cada centímetro de pele pálida que a Scar permitia estar em contado com a minha.
O projeto de saia de couro já estava em sua cintura, deixando-a completamente encaixada em meu quadril, não demorou e ela começou a se esfregar em mim, excitando-me ainda mais. Larguei seus seios, migrando para sua boca com fúria, precisava sentir seus lábios, seu gosto ainda puro. Scar me acolhia com vontade, devorando minha língua.
Suas mãos desciam e subiam em meu abdômen, acariciando-o e arranhando-o. Senti seus dedos em meu cós, lutando para abrir o zíper. Não tive pensamentos aprovadores ou desaprovadores, eu apenas segui meu corpo e meu coração, que por sinal estava bastante entregue a essa garota. Deixei com que ela abrisse meu zíper, mas enquanto ela ainda estava ocupada com esse trabalho desci minha mão ate sua calcinha, puxando-a a rasgando-a de uma única vez. Scar me olhou assustada, rindo em seguida e me beijando.
Alisei sua coxa, subindo devagar, não sabia qual seria a reação de Scar. Quando toquei sua intimidade, confirmei o que minha visão de hoje cedo já havia percebido, ela era completamente depilada. Seu corpo inteiro tremeu quando sentiu meus dedos tocando-a. comecei com movimentos leves, circulares. Scar gemia em meus ouvidos, e acabara por desistir de invadir minha calça. Na medida em que ela se mexia, meus dedos aumentavam o ritmo dos pequenos círculos. O aroma de desejo era insano, me levando a perder o controle.
Encaminhei meus dedos para sua entrada, soltei-a e encarei-a em seguida. Eu tinha experiência suficiente para saber o que aquela barreira significava.
– Você é virgem. - Falei desacreditado, encarando os enormes olhos banhados de excitação.
– Qual a surpresa? - Ela perguntou sorrindo.
– Eu não...- Eu não acreditava no que estava acontecendo, a menina que me tentou, me atingiu das piores formas possíveis, na verdade não passa de uma menina. Meu corpo não parecia querer acompanhar o meu raciocínio, ele ainda gritava por aquela diaba.
– Tom, qual é? Não vai completar o serviço? - Ela voltou a me beijar, mas mesmo que minha língua ainda dançasse com a sua, minha mente tentava achar um caminho certo. O problema é que não há caminho certo quando se trata de Scarlet Hodgers. Não há como agir certo, como pensar ou até mesmo como querer algo sensato.
– Eu sabia! - Ela se voltou de mim, sentando-se ao meu lado. – Você queria uma vadia, não é? - Me escandalizei quando ela falou isso.
– Você não sabe o que está falando! - Acariciei meus cabelos, buscando alguma sanidade.
– Ah, não? Por que desistiu quando viu que eu sou virgem? - Seus olhos transmitiam raiva e despontamento.
– Você é uma menina! Uma menina que brinca com fogo! - Tentei convencê-la de que isso é errado.
– Então é porque quero me queimar. - Ela riu.
– Por que escolheu a mim? - Perguntei já decidido a beijá-la novamente.
– Isso importa? - Ela voltou a se sentar em meu colo, mas dessa vez suas mãos foram logo para meu cós, abrindo-o e abaixando-o, juntamente com minha boxe.
– Pra mim importa. - Falei sério, enquanto ela acariciava meu membro.
– Depois a gente conversa. - Ela me atacou, beijando-me com luxuria.
Diante desse beijo eu tive a total certeza de que nossa aventura nos bancos de couro desse carro estava apenas no começo.
Sinning
Meu sangue fervia, enquanto sentia as mãos de Scar dedilhando-me. Abocanhei seus seios com tal fome e desejo, que tive anseio de estar machucando-a. Decidi que se eu ia levar esse pecado até o fim, teria de ser agora, pois, mais tarde eu provavelmente cairia em mim e enxergaria o tamanho desse erro. Erro esse que me seduzia a cada dia.
Ela me acolhia com um abraço de pernas delicioso. Senti meu membro bater levemente em sua entrada ao mesmo tempo em que seus olhos brilhavam, mas esse brilho era diferente de tudo, tinha medo; desejo e algo mais, que eu ainda não conseguia entender.
Respirei pesadamente, tentando conter o animal que tinha a posse de meu corpo, eu precisava ser delicado com Scar, afinal, ela era apenas uma menina. Ajeitei-me, invadindo ainda mais sua boca com minha língua, explorando-a de todas as formas enquanto me sustentava em cima de seu corpo, tentando encontrar a melhor posição para tomá-la.
Scar largou meu beijo, encarando-me. Sorri, pensando em como ela estava excitada. Voltei a beijá-la, mas ela se negou, fechando as pernas e procurando a blusa. Ao mesmo tempo ouvi risadinhas. Virei-me assustado, para deparar-me com três moleques com as mãos espalmadas no vidro do carro. No mesmo instante eles se afastaram, mas fui mais rápido ao saltar do carro apenas de calça – aberta.
– Seus pivetes! - Falei sério, enquanto eles corriam.
– Voltem aqui! Nunca viram uma mulher nua? - Chutei a terra, enquanto uma janela se abria e um homem já velho aparecia.
– Vou chamar a polícia! - Ele avisou.
–Vá pro inferno! - Gritei, eu estava completamente fora de mim.
Não tenho certeza se era por ter me rendido a Scar ou se por ter sido interrompido. O arrependimento estava me atingindo com total força, deixando-me mais baixo que o próprio chão. Agarrei meus cabelos, puxando-os sem piedade.
– Tom? -Scar estava apenas com a cabeça para fora do carro, encarando-me com um sorriso travesso nos lábios.
– Não fale comigo! -Ordenei a ela entrando no carro, e ligando-o em seguida.
– A adrenalina é boa, não? - Revirei os olhos, fingindo que não tinha escutado isso. Tentei repetir o caminho de antes, deixando minhas tripas serem corroídas pelo nojo de mim mesmo. Eu ia mesmo transar com a Scar? Se não fosse aqueles meninos...
Enquanto eu esmurrava-me internamente, a pequena Scar cantarolava alguma coisa e olhava pela janela. Eu realmente estava em tempo de pular em cima dela. Em parte pelo ódio de ter perdido todo o controle por causa dela, e em parte por não entender o porquê de ela fazer isso comigo.
Assim que viramos a curva, entrando na rua onde ela morava, meu coração veio parar na boca. Havia dois carros parados em frente à casa da Sky, sendo um deles um carro de polícia. Ao lado dos carros estavam os homens uniformizados, a Sky e o Alex.
Agora é meu fim!
Minhas mãos gelaram em torno do volante, os olhos castanhos de Scar estavam suplicantes. Alex apontou para o carro, tirando todas as minhas esperanças de fugir. Eu seria preso por pedofilia. Respirei fundo antes de encarar a diabinha.
– Está satisfeita? - Minha voz ainda estava presa na garganta.
– Não! Se você ia ser preso, poderia ao menos ter completado o serviço. - Me neguei a captar essas palavras, diante de uma situação que promete arruinar minha vida, ela faz piada? Encostei o carro e lancei meu último olhar sobre ela. A morena apenas deu os ombros. Pra ela é fácil, vai sair de vítima.
Ela desceu do carro de forma tranquila e logo foi assumir seu porto, embaixo dos braços de Sky. Abri a porta e desci, as pernas tremiam levemente de nervoso.
– Thomas! -Os olhos de Alex fuzilavam-me, mas a voz me condenando foi ainda mais assustadora.
– Eu posso explicar! -Fui me direcionando a Sky.
– Mãe, o Tom não fez nada, pode até conferir! - Scar falou séria.
– Não fez nada? Chama isso de nada? -Alex gritou com Scar, o que me irritou.
– Não grita com ela! - Dei um passo à frente, enfrentando-o. Se ia mesmo ser preso e perder a amizade da Sky, faria isso valer à pena e daria as ‘porradas’ que sempre quis dar no Alex.
– Thomas! - Sky arregalou os olhos, no mesmo instante que senti alguém me segurando.
– Eu falei que ele é agressivo. - Aquela voz não me foi estranha, me virei para onde os policiais estavam, deparando-me com o Tyler, já com o nariz repleto de curativos.
– É isso? - Encarei a Scar, deparando-me com sua face aliviada.
– Anda fazendo algo mais de errado, Tom? - Fingi não ouvir a pergunta do Alex, e encarei os policiais.
– Sr.Hidleston! O Senhor esta sendo acusado de agressão física. - Revirei os olhos.
– Ele está me acusando de ter o socado? - O policial apenas afirmou com a cabeça.
– Eu quero fazer uma queixa. Na festa que ele organizou, tinha bebida alcoólica liberada. - Falei sério, vendo o moleque se encolher.
– Era uma festa para maiores. - O policial me explicou.
– Scarlet, quantos anos você tem? - Scar sorriu antes de responder.
– Dezessete. As bebidas estavam ao meu alcance, não bebi, pois o Tom chegou a tempo.
Quando entramos em casa, já era quase quatro da manhã, mas pelo menos eu não estava preso. O Tyler acabou retirando a queixa em troca de eu não prestar a minha. Mas ambos ouvimos um sermão sem tamanho. Alex guardou o sermão para a Scar, e Sky, apenas pedia paciência, até para os policiais.
Scar subiu as escadas, escoltada pelo Alex, tentei ir atrás, mas Sky me deteve na sala.
– Muito obrigada. - Ela abraçou-me.
– Olha no que eu nos me meti. - Dei os ombros.
– Seria pior se você não estivesse ido. E eu sempre quis acertar aquele garoto. - Sky riu, pegando meu braço e me conduzindo para o segundo andar.
– E o Alex? - Perguntei inseguro.
– Está grato, só não vai admitir. - Sky sussurrou, fazendo-me balançar a cabeça em negação.
– Boa noite, Tom. - Sky se despediu, seguindo pelo corredor que já estava completamente vazio. Caminhei tranquilamente até meu quarto. Assim que o adentrei, deixei todo o alivio escorrer de mim. Eu estava livre, sem grades ao meu redor. Fui deixando as roupas pelo chão e caminhando até o banheiro, precisava desse banho urgente.
Assim que terminei, evitei me secar. A sensação do corpo ainda úmido me ajudaria a dormir, apenas vesti uma calça larga e deixei o banheiro, paralisando em seguida. Sob a cara colcha marrom, existia um mar de cabelos castanhos, espalhando-se e caindo para fora da cama; tocando levemente o chão. Entre esse mar avelã, existia uma face risonha, com dois enormes olhos ouro-esverdeados, me fitando. Seu pequeno nariz estava ainda mais arrebitado que de costume. Seus braços estavam abertos, cada uma das mãos em uma extremidade da cama. Seu corpo esguio parecia ainda mais pálido, dando destaque às inúmeras sardas alaranjadas, em sua lingerie preta.
– Gostou? - Ela cantarolou, erguendo uma perna até alcançar a cabeceira da cama.
– Scar, vai embora. – Pedi. Ela já me criou problemas de mais.
– Você não quer isso, confesse. - Sua voz estava ainda mais endiabrada do que o costume.
– Vai embora! - Tentei abrir a porta, mas para minha surpresa, ela estava trancada. O desespero me atingiu.
– Olha! Acho que não tem mais como me por pra fora. -Ela sorriu, sentando-se e encarando-me como um predador ao encurralar sua presa.
– Scar, você viu no que isso dá! Quase fui preso! Dê-me essa chave agora! - Falei bruscamente.
– Acho melhor falar mais baixo se não quer ver meu pai aqui. - Ela tirou o sutiã, livrando os seios do terrível aperto. Os mamilos rosados já estavam ouriçados, chamando-me como dois imãs.
– Scar, por favor! Isso está me destruindo! - Implorei, juntando as mãos na frente do corpo, como se estivesse em oração. Ela apenas sorriu.
– Tom... Você não sabe mentir! - Ela ergueu-se da cama, caminhado até mim com tamanha luxúria em sua volta – que eu jurava impossível.
Meu corpo chegava a tremer com a visão da menina-mulher caminhando em minha direção. Dei um passo para trás, sentindo minhas costas tocar a parede. Meu corpo já estava tão quente que não existia mais as gotículas de água restantes do banho. Já haviam evaporado, assim como minha consciência implorava para fazer.
– Sabe, você parece um gatinho assustado. - Scar passou a unha por toda a extensão do meu peito, deixando um leve rastro de arranho.
– E você um demônio! - Minha voz estava falha, mas ainda consegui me fazer ser ouvido. Ela negou com cabeça, e não consegui falar mais nada... Scar me beijou.
Mais uma vez estava me entregando nas mãos dessa pequena menina, que me droga apenas com seu perfume. Agarrei sua cintura, puxando-a de uma vez por todas até mim. Sua língua já era íntima da minha, fazendo-me perder o juízo como nenhuma outra mulher já fez em toda a minha vida.
Seus dedos finos desenhavam-me, enquanto minhas mãos exploravam seu corpo esguio. Ela sorriu vitoriosa, quando sentiu todo meu corpo respondendo ao dela. Eu poderia tentar lutar, mas seria em vão. Ela já tinha me ganhado há muito tempo.
– Ainda não me respondeu. -Falei enquanto migrava de seus lábios rosa para sua clavícula.
– O quê? - Scar arfou quando nossas posições foram trocadas, agora era ela quem estava contra a parede.
– Por que escolheu a mim? - Minha boca já estava em um de seus seios; sugando-o, mordiscando-o e lambendo-o.
– Perguntas depois. - Ela falou já sem ar, arqueando seu corpo. Eu queria as respostas, mas nesse momento, queria mais ainda Scarlet.
Comecei a tirar sua minúscula calcinha preta, enquanto abaixava-me beijando sua barriga, ela agarrava firmemente em meus cabelos, tentando erguer-me o mais rápido possível. Assim que alcancei sua boca novamente, ela desceu suas mãos até minha calça, abaixando-a e liberando meu membro que já estava incontrolável. Terminei de tirar a calça com os pés, voltando com minhas mãos para seus seios. O quarto já ressentia a desejo.
Scar me empurrou, jogando-me na cama. A pequena morena foi beijando minha barriga, cada gomo, até alcançar minha boca com os lábios e meu membro com a delicada mão. Eu não queria joguinhos, não hoje.
A puxei, fazendo-a cair sobre meu peito. Ela sorriu entre o beijo. A fricção entre nossas intimidades estavam me deixando completamente louco. Girei-a, posicionando-me entre suas pernas. Ela não soltava meus lábios e nem meus cabelos. Seu abraço era caloroso. Sentia-me confortável ali como nunca antes me senti.
Encerrei o beijo para ter visão de seus olhos no momento em que a penetrasse. As enormes poças ouro-esverdeados estavam flamejantes, desejando isso tanto quanto eu. Posicionei-me corretamente, encaixando meu membro em sua entrada.
– Pode doer. - Falei calmamente.
– Cala a boca, Tom. - Scar falou ofegante, jogando-se contra mim. Aproveitei sua investida para entrar cuidadosamente nela, seus olhos se estreitaram, fechando a boca como quem se controla para dominar a dor. Parei ali, esperando que ela se acostumasse.
Observava sua face de anjo, quando ela se jogou contra mim, forçando minha entra até o fundo. Senti todas suas barreiras serem rompidas, seus lábios entreabriram para gritar, mas evitei, beijando-a.
Mesmo ela sendo completamente apertada, ela me acolhia de uma forma perfeita. Seu calor; seu cheiro, tudo parecia ser feito para mim. Pela primeira vez, tive orgulho de estar ali, dentro dela.
Não demorou e minhas investidas já eram violentas e profundas, fazendo com que Scar se arqueasse a cada movimento, nosso encaixe era perfeito. A cama batia levemente contra a parede, mas hoje isso não me importava. Não queria pensar em nada além da mulher morena gemendo meu nome.
–Tom! - Scar paralisou, fincando suas unhas nas minhas costas e mordendo o lábio inferior. Sua intimidade apertava ainda mais meu membro, tive a certeza do que estava acontecendo. Minha pequena menina estava gozando.
Logo em seguida seu corpo tremeu, enquanto eu me libertava, alcançando o pleno êxtase. Meu corpo havia sido levado ao limite por essa menina, que agora lutava para recuperar o fôlego. Tantas camas onde já estive, tantas mulheres... E fui encontrar esse prazer indescritível com uma virgem de dezessete anos. Deixei meu corpo tombar ao lado do dela, puxando-a para mim.
– Isso é melhor do que eu pensava. - Scar confessou antes de cair no sono. Não consegui aguentar por muito tempo e logo adormeci também.
Acordei buscando pelo corpo de Scar e encontrando uma cama vazia. Suspirei aliviado, havia sido um sonho. Sentei ainda meio atordoado, mas a marca de sangue no lençol me levou de volta a realidade; havia mesmo ocorrido. Eu havia me rendido por completo, tomando a jovem Scar para mim. Eu havia cometido meu maior pecado, e o mais grave, é que não estava arrependido.
Levantei-me com pressa, tomando um banho rápido e me vestindo. Vasculhei o armário a procura de um lençol limpo para trocar pelo manchado de sangue. Embolei a prova do crime e guardei em minha mala, não tinha como descartá-la aqui. Respirei inúmeras vezes antes de sair do quarto.
Como golpe do destino, assim que abri a minha porta, Scar abriu a dela. Ela estava ainda mais radiante. Usava uma calça jeans clara, uma blusa branca e um suéter rosa bebê. Seus cabelos estavam soltos, moldando seu precioso rosto. Ela sorriu a me ver admirando-a.
– Acho que eu ganhei. -Ela acenou, descendo as escadas. Esperei alguns segundos a desci também.
Sky estava sentada na sala, também arrumada. Isso me fez encarar o relógio e notar que já se passava das onze da manhã. Sky se levantou, pegando uma bolsa da Prada e me encarando.
– Bom dia, dorminhoco. - A cumprimentei, ainda sem entender.
– Olha, Alex teve que resolver um imprevisto. Achei que nós poderíamos ir almoçar fora. O que acha? - Apalpei um bolso, encontrando a carteira.
– Por mim está ótimo. - Tentava ao máximo não encarar a Sky, a vergonha me tomava por inteiro. O telefone tocou logo em seguida e Sky foi atender.
– E aí? Te cansei tanto assim? - Scar sussurrou, forçando-me a revirar os olhos.
–T enho que te agradecer. - Ela sorria diabolicamente, enquanto rodeava-me.
– Não comece. - Adverti-a.
– Eu tive um orgasmo na minha primeira vez, acho que preciso agradecer. - Ela beliscou uma das minhas nádegas, fazendo-me saltar de espanto.
– Você é louca? - Perguntei incrédulo.
– Demorou em notar. - Ela sentou-se, e a Sky entrou novamente na sala.
– Ai, Tom, desculpe-me. Mas a Haley me ligou, ela está em uma crise no casamento. Acho que terão que ir sozinhos. - Meu corpo inteiro gelou. Eu não queria isso, não mesmo.
– Deixe comigo, mãe. -Scar sorriu, puxando-me pela mão.
Pecar uma vez ainda é perdoável. Mas e quando o pecado se torna um vício?
Confession and not farewell
Entrei no carro e benzei-me, pedindo força a quem quer que me ouvisse. Scar entrou logo do meu lado, sentando-se e pondo o cinto. Ela agia como se isso fosse totalmente normal para ela. Como se enganar a própria mãe e me provocar, fosse sua tediosa rotina.
Sky acenou de dentro de seu carro, já saindo de nossas vistas. Um tremor de medo e desejo me atingiu. Encarei a rua e em seguida a face da doce menina, esperando que ela me desse às coordenadas de onde iríamos.
–Pode ir em direção ao centro, tem um restaurante que eu adoro. -Ela sorriu.
Durante todo o trajeto esperei que ela tentasse algo ou falasse uma de suas gracinhas, para minha total surpresa ela mantinha-se em silêncio. Seus enormes olhos dançavam pelas ruas de cimento, como se dentro desse corpo existisse apenas uma doce menina.
– Pode virar à esquerda. -Sua voz soou trágica de mais, não estava reconhecendo a Scar. Talvez ela esteja arrependida de tudo, o que só aumentará minha culpa.
– Você se arrependeu? - Perguntei, temendo como nunca a resposta.
– De ter transado? - Avistei o renascimento do brilho assassino nos belos olhos. Essa era a minha Scar. – Claro que não. Só estou pensando.
– Um dólar por seus pensamentos. - Ofereci, tentando manter a conversa em um nível civilizado.
– Você vai embora amanhã?- Senti meus dedos apertando levemente o volante. Um leve aperto, como em resposta ao do volante, surgiu em meu peito. Estava tentando fugir desse castigo? Desse inferno recheados de pecados no qual minha vida se tornou nesse fim de semana? Sim, eu estava apavorado.
– Segunda pela manhã. - Essas palavras foram pesadas, e arranharam minha garganta.
– Hum. Deve ter muitas mulheres te esperando, não é? - Scar riu, mordendo o lábio e apontando para um cruzamento.
– Está com ciúmes? - Perguntei, queria por tudo a limpo antes de deixar a cidade.
– Por que teria? Eu não sou apenas uma menina atiçando um homem? - Sua face demonstrava que ela queria dizer muito mais. - Pode parar, é aqui!
Estávamos em frente a um restaurante um tanto quão antiquado. A portaria era envelhecida, e me lembrava arquitetura barroca, algo que nunca poderia imaginar agradando a Scar.
– Tem certeza que é aqui? - Ela já estava saindo do carro quando perguntei. Não ouvi resposta, apenas a porta batendo com uma força extra.
Entreguei a chave ao manobrista e a segui para dentro do prédio. Scar andava em uma direção pré-definida. Ela já tinha certeza de onde queria chegar; passou pelas mesas, desviando-se das cadeiras altas de madeira pura e rústica. Logo observei uma porta colossal, que dava para um pequeno jardim, com apenas uma mesa branca. Algo que me lembrava o País das Maravilhas.
Scar não esperou que alguém viesse, ela mesma se sentou, encarando o céu – tingido de cinza. Sentei-me de frente para ela, esperando que um dos garçons viesse nos servir. Não tinha como não notar as olheiras de Scar, a noite também deixou suas marcas nela.
– Senhorita Hodgers. - Um garçom a cumprimentou, o que me fez ver que ela freqüentava muito esse lugar.
– O de sempre. - Ela sorriu, encarando-me.
– Para mim também. - O olhar de desaprovação do garçom era claro, ele não gostava de ver a pequena Hodgers na minha companhia.
– Como sabe que gosta do que eu como, Tom? - Scar debruçou-se sobre a mesa.
– Eu como de tudo. - Ela riu, fazendo meus lábios formarem uma meia lua.
– Ainda não me respondeu. - A pressionei, queria saber toda a verdade antes de sair desse inferno de vez.
– Isso quebra a regra número três. - Scar falou sorrindo, enquanto contornava os desenhos da toalha de mesa com o dedo indicador.
– Nunca questione a Scar? - Falei entre um riso.
– Isso! - Ela concordou. - Mas se você quiser mesmo saber, vamos ter que jogar, eu respondo uma das suas perguntas e você uma das minhas. - Não tive medo, eu não tinha o que esconder.
Os pratos com salada e um peixe, chegaram. O garçom ainda me olhava com preconceito.
– Está bem, mas eu começo. - Scar bebericou a água e assentiu.
– Por que você me tentou? - O almoço perdeu a graça, meu foco eram as palavras que pretendiam deslizar pelos lábios rosas.
– Porque era isso que eu queria. Seduzir você. - Scar continuava a comer, como se nada estivesse acontecendo.
– Por que me escolheu? - Apertei os olhos.
– Minha vez! Você já se apaixonou por alguém? - Não entendi o que ela queria com essa pergunta, mas não pensei antes de responder. Um erro sem tamanho.
– Já. Talvez. Por que me escolheu? - Scar sorriu, pousando a faca sobre a mesa e me apontando o garfo.
– Vamos dizer que não foi bem uma escolha.
– Em qual lugar queria estar nesse momento? - Minha pressa de responder as perguntas para poder continuar as minhas era tanta, que não pensava, apenas deixava as respostas escaparem.
– Aqui. Se você só queria transar, por que não escolheu o Tyler? - Ela soltou o garfo e me encarou.
– Talvez porque eu... -Ela travou, sorrindo em seguida. - Talvez eu quisesse um homem de verdade.
– Então você me usou e agora ponto? Acabou? - Nossos olhos se encontravam em uma terrível ponte de fúria.
– Por quê? O que você queria? Você ficaria se eu quisesse? - Minha garganta fechou. Eu não podia esta realmente ouvindo isso. Não dela.
– Você quer que eu fique? - Seus cabelos cor de fogo balançaram com a forte negação que ela fez. Como se isso fosse um insulto. - O que você quer Scar? - Ela me encarou, e no segundo seguinte o garçom apareceu.
– A conta. - Ela pediu.
Paguei a conta e a segui para fora do restaurante. Seus passos eram firmes e seguidos de vários olhares masculinos. Ela poderia ter o rapaz que quisesse, bastava escolher. Sua mão pendia solitária ao lado do quadril estreito, como se chamasse pela minha. Mas eu não podia, eu não devia...
– Queria ir a um lugar. - Ela pediu, mordendo levemente o lábio inferior.
– Claro. -Eu ainda tinha perguntas de mais – as quais eu temia as respostas e o caos que elas poderia causar em minha vida.
– Mas antes acho que deveria me comprar flores. - Scar encarou o vendedor de rosas, enquanto esperávamos o carro.
– Flores? - Perguntei sorrindo.
– Sabe geralmente o cara manda flores ou liga no dia seguinte. - Ela me deu o braço, aconchegando-se em mim.
– Onde estava minha educação? - Falei constrangido enquanto pegava a carteira. - Pode escolher.
– Acho que rosas são as certas, não? - Scar sorriu, apontando para um pequeno buquê de rosas amarelas. Paguei ao florista, estendendo o buquê a Scar, que o pegou com gosto.
– Seu carro. - O manobrista chamou, fazendo com que nos apressássemos. Dei partida no carro rapidamente, saindo do transito do centro da cidade.
– Aonde vamos? - Perguntei, preparando-me para retomar as perguntas.
– E só virar à esquerda e segui em frente ate eu mandar. - Obedeci, deixando com que o silêncio reinasse até que ela me mandou entrar em um condomínio de alto luxo.
– Scar, onde estamos? - Perguntei enquanto parava o carro.
– Na nossa nova casa. Meu pai só esta esperando o aniversário de mamãe para entregar as chaves. - Scar deixou as rosas no banco de trás.
– Isso não é certo. - Religuei o carro, passando pelo porteiro que acenou para minha Scar. Parei o carro em frente à enorme mansão. Tinha quatro andares, e possuía uma fachada monumental. Não sei se conseguiria morar em algo tão grandioso.
– Também acho exagerado. - Scar pegou minha mão, puxando-me para dentro da enorme casa. Que por enquanto estava totalmente vazia e com um ar triste.
– Não podemos demorar. - Avisei, não queria problemas.
– Não vamos. - Scar fechou a porta, deixando a bolsa e o suéter rosa cair no chão.
– Acho que ainda não respondi sua pergunta. O que eu quero? - Ela suspirou, vagando cuidadosamente em minha direção. Eu sabia o que viria a seguir, e pela primeira vez, não tinha receio algum. Sabia que pecaria novamente, mas gostava disso.
– Não vai correr? - Scar me alcançou, fazendo com que minhas costas tocassem uma porta, que se abriu com o leve impacto.
– Dessa vez não. - Sorri, dando um longo passo para trás; adentrando no cômodo. Por culpa das cortinas, esse tinha um tom avermelhado, que se fundia aos cabelos castanhos acobreados de Scar.
– Eu gostava do joguinho de pega-pega. - Ela avançou, beijando-me com uma urgência até então desconhecida. Ela parecia necessitar disso. Deixei que ela conduzisse o beijo. Não demorou e senti suas pernas laçando-me. Meu corpo não tinha resistência alguma ao seu cheiro, seu gosto, seu toque. Sentia cada pêlo arrepiar, cada músculo contrair-se, preparando para tê-la novamente.
Não queria esperar, não mesmo. Fui descendo, até ter conseguir deitá-la no chão. Tirar suas roupas era fácil, seu corpo esguio ajudava. A loucura de um deixar o outro nu era tanta que nem percebi quando ela me despiu. Só senti sua pele quente encostando-se à minha. Seus lábios buscando os meus, sua língua dançando juntamente com a minha. Isso seria divino – se não fosse um pecado. Tateei o chão ate encontrar minha carteira, e nela a camisinha.
Scar gemia e pedia por mim, chamando-me pelo apelido, às vezes pelo nome, e às vezes, apenas pelo olhar. Logo me vi dentro dela, preenchendo-a; fazendo-a minha novamente. Logo estávamos ambos, ao máximo, um sentindo o outro de todas as formas. Não demoraria e aquele mesmo prazer indescritível me arrebataria.
O grito agudo de Scar me avisou que ela já havia encontrado o êxtase, deixando que eu encontrasse logo depois. O Suor que escorria pelo meu corpo tocou o chão, fazendo com que nós deitássemos, encarando o teto.
– Acho que devemos ir. - Scar falou, pescando suas roupas e as vestindo, sem nem me olhar. Isso doeu.
– Claro. - Fiz o mesmo, pegando minhas roupas e vestindo-me. Amanha, há essa hora estaria bem longe daqui, livre desse tormento. Entramos ambos no carro, Scar ajeitava o sutiã, o que não me ajudava muito. Dirigi até a casa da Sky rapidamente, sem precisar da ajuda de Scar. Assim que parei, notei que a noite já estava caindo. Meu final de semana estava mesmo no fim.
– Obrigada, Tom. - Scar me beijou rápido, mas sensacional.
– Por que você faz isso? - Eu não esperava uma resposta, mas eu a tive, ou melhor, em partes.
– Você realmente não sabe? - Essa foi a última frase que ouvi de sua boca antes de ir dormir. Scar jantou no quarto, e não desceu mais. Talvez eu a tenha magoado, mas de alguma forma eu resolverei isso pela manhã. Mesmo tendo ela, procurando por isso, não vejo razão para deixar com que se sinta culpada.
Arrumei minha mala, despedir-me de Alex que sairia manhã bem cedo, e fui me deitar. Não consegui dormir, passei a noite relembrando cada momento de tortura e de alegria que passei ao lado da peste ruiva. Esse final de semana tinha sido com toda a certeza, o mais louco de minha vida.
Esperei clarear, e por fim levantei. Estava sentido em deixar tudo para trás, mas esse não era meu lugar. Nunca foi. Tomei meu banho e me arrumei, descendo já com minha mala na mão. Sky estava sentada na mesa, com o café pronto e um livro nas mãos.
– Então você já vai. - Sky me abraçou, um abraço do qual sentirei ainda mais falta.
– Espero não ter causado muitos problemas.
– Não, Tom, você nunca os causa. - Sky mandou que eu me sentasse, reparei que só existiam duas xícaras sobre a mesa. Meu coração balançou de leve, ainda sem explicações.
– Scar não vai descer? - Enchi minha xícara de café.
– Ela já está na escola. - A respiração não me obedeceu, e falhou por alguns segundos. Eu iria sem me despedir, ela havia se arrependido tanto assim? Isso me corroeu ainda mais por dentro. Não poderia aceitar uma coisa dessas, eu precisava vê-la uma última vez.
– Tom, você tem mesmo que ir? Talvez tenha assuntos pendentes. - A voz da Sky parecia fraca e distante de mais... A imagem da Scar era o que permanecia em minha mente. Eu não veria a diabinha novamente, era isso. Tinha que me acostumar com isso.
– Está me ouvindo, Tom? - Encarei a Sky, que ainda esperava uma resposta.
– Sky, tenho mesmo que ir. Espero que vocês me visitem, minha casa é menor, mais ainda assim cabem vocês. - Disse forçando uma risada queria voltar para minha casa, e esquecer, de tudo que ocorreu nesse fim de semana.
– Scar iria adorar. - Sky sorriu, continuamos conversando enquanto terminávamos o café.
Era estranho deixar tudo para trás, como se eu pertencesse a esse lugar. Respirei fundo enquanto dava o último abraço em Sky e entrava no carro.
– Esqueci de uma coisa. - Sky correu para dentro de casa. Quando voltou tinha um pequeno baú cor de rosa nas mãos, ela me entregou.
– O que é isso? - Perguntei colocando-o no banco de corona.
– Uma coisa, espero que veja antes de sair da cidade. - Ela sorriu, acenando enquanto eu dava partida no carro.
A curiosidade me fez parar três quadras depois, e abrir o pequeno baú. Havia várias fotos ali, mas todas estavam cortadas. Fotos velhas, minhas com a Sky. Mas em todas, somente a minha figura ainda existia. Entre elas, havia alguns recortes de jornais e revistas nos quais saí. Mas foi a única foto intacta que me chamou atenção. Era a que Scar havia tirado. Parecia que já nos conhecíamos há tanto tempo...
Ela gostava de mim? Era isso? Era isso que ela estava escondendo? Mas se Sky me entregou... Sky já sábia de tudo! Eu ainda estava em choque, tentando entender o que parecia ser impossível quando meu celular anunciou uma nova mensagem. Deixei o baú de lado e peguei o celular, o número era desconhecido, mas bastou ler a mensagem para saber de quem era.
Regra número um: Nunca deixe a Scar.
Epílogo
Hoje faz exatamente três meses que fugi feito uma criança da casa da Sky, deixando para trás a Scar. Sinto-me um covarde. Antes isso do que me sentir culpado por determinar a vida de uma menina. Scar ainda é tão nova, tem tanto a viver. Não pode estar apaixonada verdadeiramente por mim – embora eu esteja por ela.
Um aperto estranho estalou-se em meu peito essa manhã, como se a saudade das pequenas sardas no nariz fosse impossível de suportar. Peguei o celular e li novamente a mensagem. Sou um verdadeiro covarde por não lutar por ela, por fugir de uma adolescente mimada.
A porta do escritório se abriu, com um ruído baixo. Girei a cadeira para encarar quem adentrava em minha sala. Antes da cadeira dar a volta de 180 graus eu já sabia quem estava parada na porta. O cheiro era inconfundível, juntamente com as batidas descoordenadas do meu coração. Na medida em que a cadeira girava, a silhueta ia se tornando visível. Uma calça velha e rasgada, um cardigã cor de areia e inexplicáveis cachos cor de avelã. Era a Scarlet. Minha Scar.
– Olá, Tom.- Ela sorriu, jogando uma pequena mala no chão.
– O que faz aqui, Scar?- Eu não conseguia me mover, meu corpo já estava ardendo em chamas só de saber que dividíamos o mesmo cômodo.
– Você quebrou a regra número um, Tom. Isso eu não permito! - Seus olhos brilharam irradiando esse desejo desumano e eloquente que brotava entre nós. Eu pertencia a essa menina.
Eu faço tudo pra chamar sua atenção
De vez em quando meto os pés pelas mãos
Engulo a seco o ciúme
Quando outra apaixonada quer tirar de mim tua atenção
Coração apaixonado é bobo
Sorriso seu ele derrete todo
O teu charme, teu olhar, tua fala mansa me faz delirar
Mas quanta coisa aconteceu e foi dita
Qualquer mínimo detalhe era pista
Coisas que ficaram para trás
Coisas que você nem lembra mais
Mas eu guardo tudo aqui no meu peito
Tanto tempo estudando teu jeito
Tanto tempo esperando uma chance
Sonhei tanto com esse romance
Que tola, mas eu não consigo evitar. Nossos corpos já sabiam os caminhos um do outro.
Por que eu só vivo pensando em você
E é sem querer
Você não sai da minha cabeça mais
Eu só vivo acordada a sonhar
Imaginar nós dois
Ás vezes penso ser um sonho impossível
Uma ilusão terrível
Será?
Hoje eu pedi tanto em oração
Que as portas do seu coração
Se abrissem pra eu te conquistar
Mas que seja feita a vontade de Deus
E se ele quiser, então
Não importa como, onde, quando eu vou ter seu coração.