Minha mãe sempre me dizia que eu estava obcecada, doente, que era exagero se apaixonar por quem nunca vira. E não tiro a razão dela, em parte. De fato, obsessão era o termo que melhor se aplicava à minha situação. E as pessoas me perguntavam o porquê. Na verdade eu sempre fui uma menina incomum, e essa obsessão me aterrorizava ao ponto de me levar a uma loucura que tanto me deslumbrava como me deixava tonta. Toda noite eu rezava para que pudesse encontrá-lo.
, Dear .
Eu o amava, disso não há dúvidas. Eu sabia tudo o que podia sobre ele: sua cor preferida, seus medos, seus desejos, o tom exato de sua voz, até suas alterações de humor, e sabia que nunca mais amaria alguém como o amava.
Eu o amava. Eu ainda o amo. Eu o amo.
E, do outro lado do oceano, ele nem sabia da minha existência, não sabia meu nome e muito menos sabia desse meu amor louco e doentio. Harry caminhava exalando charme. Ele era carismático, magnético, elétrico e cobiçado - muito cobiçado.
E foi com essa gana ensandecida que cheguei a Londres. Sem grana, sem nem saber o inglês. Sem rumo, apenas com a fé e a coragem. Eu lembro quando o conheci. Como ironia do destino, eu o conheci. Ele me viu chorando e me abraçou. A vida me surpreendeu me oferecendo o presente mais perfeito. No abraço, eu fechei os olhos e me permiti sentir a mágica, sentir seu cheiro, suas mãos fortes e gélidas me envolvendo, me acolhendo, proporcionando-me uma sensação tão maravilhosa. Desejei que durasse pra sempre. Aquele momento foi o melhor da minha vida, digo isso com toda convicção, pois depois de 10 anos eu ainda me lembro de cada detalhe. Mas ele se esqueceu 10 minutos depois.
Quem é você? Você está em contato com suas fantasias mais sombrias? Você criou uma vida para si mesma, onde é livre para experimentá-la? Mesmo que na ficção. É maluquice, mas é verdade. “Se você é capaz de sonhar, é capaz de fazer.” - Walter Disney.