Escrita por: Zari
Betada por: Anny C.


- Você foi a melhor pessoa do mundo, mãe, e eu te prometo, aqui, que se um dia chegar a me apaixonar, ele será diferente do papai.
O vento gelado cortou o rosto corado, uma lagrima escapou dos olhos marejados e revoltos de Helsing, ou simplesmente . Ainda abatida com a perda recente da mãe. Já se passaram alguns meses desde a inexplicável morte, e seu pai se quer aparecera no enterro da esposa.
se sentia abandonada pelo pai. Não se lembrava da presença dele em seus recitais ou mesmo nos aniversários. Conseguia lembrar como a mãe esperava que ele aparecesse e a consolava quando, ao final de cada evento, ambas recebiam um telefone sempre com as mesmas desculpas seguidas por um:
“Papai te ama”
- Ama? Ama quem? – passou as costas da mão limpando o rosto, estava determinada a descobrir o que era mais importante do que a família para o seu pai. Ela não conseguia mais nutrir sentimento algum por ele, nem mesmo ódio, a indiferença já tinha dominado o seu coração.
entrou em seu carro e do tumulo de sua mãe pretendia seguir rumo ao aeroporto da Itália pegar um voo em direção a Sófia, capital da Bulgária, da onde viera o último contato de seu pai.
A viagem, por mais cansativa que fosse, não tinha lhe tirado a determinação. Começaria a procura após se instalar. O hotel simples e confortável fazia frente a um bar chamativo e luxuoso, e naquele momento também era extremamente convidativo. Largou suas malas sobre a cama do quarto no primeiro andar, soltou o cabelo do rabo de cavalo e lavou seu rosto. Ficava extremamente bonita sem maquiagem alguma. Dona de um belo par de olhos e cabelos , a jovem , apesar dos seus 25 anos, não era do tipo que costumava frequentar bares ou lugares balados na sua cidade natal, Amsterdã. As poucas vezes foram memoráveis.

Atravessou a rua em direção ao bar, uma fila enorme se formava frente à entrada. Um grupo de pessoas, formado por homens e mulheres belíssimos, entraram sorrindo sem passar por fila alguma. Elegantes, sensuais e bonitos. Pareciam Deuses que jamais se misturariam com qualquer outro mortal. Naquele exato momento o vento veio por trás de , bagunçando seu cabelo, e três pessoas do grupo vip, as últimas, se viraram encarando-a. Pareciam farejar seu cheiro a distância. , intrigada, deu alguns passos para trás, pensando em voltar ao hotel e se preparar para ir atrás dos vestígios de seu pai. Um dos belos rapazes se separou do grupo e deu um sorriso que inspiraria qualquer artista à criação de uma obra. Caminhou em sua direção, curvando-se beijou sua mão em um sinal galanteador e se apresentou.
- Dimitri Von Petresc, prazer. Qual a sua graça?
sorriu, corando o rosto, e respondeu com a voz firme.
- Helsing.
Naquele momento as pupilas dos olhos claros, quase cinzas, de Dimitri se dilataram.
‘Helsing? Coincidência, só pode! Aquele estúpido não tem família, ou será que essa é uma herdeira tapada a mando do papai? NÃO, eles não seriam tão óbvios. De toda maneira, é uma mulher interessante! ’
-Permita-me te acompanhar esta noite Srta. Helsing?
sorriu, passou os olhos na fila enorme, ajeitou uma mecha de cabelo sobre a orelha.
-Depende, vou precisar pegar essa fila enorme?
-Claro que não, doce . Frequento esse lugar a tempo o suficiente para garantir a meus convidados algumas regalias.
Dimitri sorriu malicioso, seus planos para aquela noite incluíam o que melhor sabia fazer.
Jogar com a sedução era muito mais do que seu passatempo favorito, se tratava da maneira mais divertida de conseguir se alimentar sem vestígios, sem rastros da sua natureza vampiresca. Dimitri fazia parte de um clã nomeado de "toreador", esses eram considerados os mais exibicionistas de todos os vampiros, e por sua vez os mais elegantes também. De todos os clãs aqueles pertencentes ao "toreador" eram os vampiros com maiores ligações ao mundo dos mortais. Não viam os humanos como simples gado ou sustento. Dimitri era um vampiro antigo e poderoso, um dos fundadores do clã, se gabava entre seus companheiros por dominar muitíssimo bem sua afeição aos humanos, se restringindo apenas a suprir suas necessidades alimentícias e corporais.

Dimitri apoiou a palma da mão no centro das costas de , e guiou-a para dentro do luxuoso espaço. As pessoas olhavam os dois em um misto de inveja e admiração. Naquele momento falhou. Falhou com os planos que a levaram até aquele país, falhou com os seus sentimentos revoltosos em relação aos homens, falhou ao baixar sua guarda com aquele estranho de cabelos negros, um sorriso galanteador e olhos acinzentados hipnotizantes. O ambiente era enorme, continha um grande bar ao centro e um espaço dançante que fora invadido pela versão de uma espécie de tango latino. Um homem loiro de barba por fazer e jeito igualmente sedutor, que inicialmente foi visto ao lado de Dimitri, agora se aproximava também beijando sua mão e tirando-a para dançar.
aceitou. Dimitri concordou gestualmente com a dança enquanto assistia ao pequeno show acompanhado do seu velho e bom companheiro whisky. Trocas de pernas, giros e uma coreografia quase ensaiada exalando sensualidade, foi o que dançaram. não entendia como conseguira aquilo tudo, mas estava satisfeita com os olhares vidrados vindo dos espectadores. Dimitri, satisfeito com a exibição proporcionada pela dança, passou a cobiçar ainda mais a mulher que lhe acompanhava aquela noite.
-Obrigada por me acompanhar na dança, senhorita. Com licença - O homem com quem tinha acabado de dançar caminhou sumindo na pista sem dar tempo a qualquer palavra. olhou para trás e Dimitri estava no mesmo lugar, cercado por belas garotas que claramente se ofereciam para ele, mas seus olhos permaneciam nela. caminhou graciosamente até ele, as pessoas em seu caminho abriram espaço para que ela passasse. O olhar cobiçador de Dimitri aqueceu seu corpo, e em momento algum ela sentiu intimidada pelas outras. Estava tão segura de si como nunca estivera. Parou em sua frente, tomando-lhe o copo de whisky das mãos como velhos conhecidos, com intimidade única virou o copo em um só gole e sentiu sua garganta arder. Dimitri sorriu satisfeito, pousou as mãos em sua cintura, trazendo-a pra si, escorregou seus lábios sutilmente através do rosto em direção aos lábios da jovem Helsing, que sentiu seu corpo ainda mais quente, a poucos centímetros de tocar os lábios da linda mulher ele sussurrou com a sua voz rouca.
- Aqui nesse local, digamos que eu tenha um lugarzinho privado onde estão alguns conhecidos e eu realmente gostaria de leva-la até lá.
- Aquele que dançou comigo é algum dos teus conhecidos?
- Niklaus? Sim! De longa data. Te apresento mais alguns amigos e amigas, se assim posso dizer.
- Tudo bem. Vamos.
Os dois caminharam até uma porta guardada por dois seguranças brutamontes que abriram caminho para os dois sem hesitar. se deparou com as pessoas que acompanhavam Dimitri anteriormente. As pessoas estavam despidas de pudor, visto que todos os homens e mulheres se tocavam provocantemente, as mulheres se beijando entre si e alguns homens acompanhados por mais de uma mulher, inclusive Niklaus, o loiro que havia lhe tirado para dançar, agora estava acompanhado por 2 mulheres exuberantes e os três pareciam se divertir consensualmente entre beijos triplos e carícias exageradas. Era um ambiente escuro com as luzes voltadas para duas barras de poli dance, um pequeno bar e poltronas com acolchoado vermelho. Dimitri guiou para uma das poltronas no canto mais reservado. - Esse lugar é sempre assim? Digo, não teve medo de assustar uma inofensiva mulher trazendo a um local que transpira sexo?
O homem riu. Costumava levar muitas mulheres para lá desde que foi fundado. Costumava levar as mais belas mulheres para lugares estratégicos para brincar de conquistador até finalmente conseguir invadir o corpo das moças, mas nenhuma até agora tinha o questionado sobre isso. Queria contar a ela sobre como era um bom conquistador há séculos, e que mesmo antes de ser transformado, existiam mulheres que adoravam levantar os vários saiotes por baixo dos vestidos enormes para brincarem como adultos. A adrenalina era outra, as dificuldades também, mas o desejo reprimido socialmente que as mulheres carregavam consigo sempre fora seu aliado.
-Se estivesse um pouquinho embriagada daria um jeito de te contar uma longa história sobre mim, e o que costumo fazer por aqui, mas tem pouco álcool na sua corrente sanguínea para isso - Dimitri sorriu, sincero com o que dizia e achando uma certa graça por pensar hipoteticamente em se revelar para .
- Não é tão inimaginável caro Dimitri. Experimenta enquanto estou sóbria, não deve ser tão chocante.
Dimitri gargalhou com a simplicidade que as palavras soaram, passou um dos braços sobre a loira.
- É bem mais complexo do que possa imaginar. Você é uma mulher inteligente, estou certo disso. Mas ainda sim, é complicado.
Mistério não era exatamente uma das qualidades que procurava nos homens, dificilmente se permitia conhecer as qualidades dos que se aproximavam. Era uma mulher reservada e não acreditava na metade das vantagens contadas por alguns pretendentes, mas tendo em vista que estava de passagem por aquele lugar e depois dificilmente aquele homem manteria contato com ela em Amsterdã, ela podia ignorar uma só vez esse tipo de barreira que ela mesma tinha criado. Naquela noite decidiu se libertar, encarou pela primeira vez seus instintos ao invés da sua razão. Levantou e se sentou no bar, Dimitri fez o mesmo em seguida, se pôs em silencio no banquinho ao lado dela que pegou duas doses de uma bebida escura.
- Isso seria pouco álcool.
- Não pedi pra mim.
Ele riu da maneira desinibida que falava com ele, pareciam ter uma espécie de conexão.
- Eu também precisaria de um pouco mais que isso.
- É só o começo querido. Já ouviu dizer que a bebida entra e a verdade sai?
Dimitri virou as duas doses como de costume. Os dois riram simultaneamente e Dimitri concluiu que se tratava de alguém muito especial.
- Mudei de ideia.
- Mudou?
- Não quero que nossa noite se resuma a bebidas e a esse lugar que "transpira sexo".
Ela sorriu enquanto sua mão era entrelaçada à dele. Os dois levantaram e saíram até a rua que fazia frente ao bar e ao hotel. A temperatura havia caído uns 10 graus e o frio consequentemente aumentou. foi abraçar o homem com o corpo mais gelado que o ambiente, um choque se instalou devido à diferença térmica e ela rapidamente se afastou.
- Gostaria de me acompanhar a um lugar especial? Especial e com uma jacuzzi ótima, que seria impossível negar ser uma ótima opção para se aquecer.
- Você que o diga, seu corpo está quase tão gelado quanto o de um cadáver.
Dimitri mais uma vez gargalhou, era divertido como ela ironizava o que de fato era sua realidade. Caminharam até uma luxuosa Ferrari 612 GTO chumbo. O carro só diminuiu a alta velocidade frente a um enorme portão de uma construção antiga, uma espécie de palácio construído a base da arquitetura gótica. Os portões se abriram e , boquiaberta, não conseguiu se manifestar diante a toda exuberância apresentada no local.
Dimitri desceu e abriu a porta para , segurou em suas mãos enquanto atravessavam um enorme salão até o elevador.
- Está tudo bem?
Um breve gesto positivo antes de entrarem no elevador. A mistura incrível entre o moderno e o clássico fazia, de longe, aquele lugar um dos mais, se não o mais deslumbrante que se tinha conhecimento. O Elevador foi direto ao último andar, uma biblioteca exagerada, com obras incríveis, desde A Odisseia, Divina Comédia, Dom Quixote passando por diversas edições especiais de Shakespeare. Seus olhos arregalaram com um dos exemplares do livro de antropologia de seu pai aberto sobre uma longa mesa no centro da biblioteca, quando cogitou uma pergunta, Dimitri puxou uma combinação de livros que deram origem a uma passagem secreta. E como se não pudesse ser mais surpreendida, passaram por uma passagem secreta sem iluminação com um pequeno lance de escadas que foram tateadas com os pés para que pudessem subir a um lugar incrível, uma espécie de cúpula de vidro no ponto mais alto da construção. Algo como uma rústica e inacreditável suíte presidencial. , maravilhada, olhou para o céu estrelado através do teto transparente, ainda de costas para Dimitri, tocou com a ponta dos dedos a parede de vidro que permitia uma visão deslumbrante da cidade.
- Seu quarto? É magnífico, não acho elogios à altura desse lugar.
A risada do homem ecoou, ele naquele momento já havia deixado o termostato em uma temperatura agradável para sua companhia, tirou o casaco preto deixando a peça pelo chão, em seguida a camisa, ficando cada vez mais próximo a , levou uma das mãos até a cintura da jovem mulher que encarava a paisagem hipnotizada. Puxou o casaco vermelho que foi de encontro ao chão, suas mãos invadiram a blusa cacharel entrando em contato com a pele, a ponta dos dedos sutilmente enrolando o tecido e subindo a blusa, passando pelo pescoço e a cabeça até por fim ser retirada. O peito gelado do homem não se fez incômodo para a pele quente que imediatamente se arrepiou.

's Pov

Suas mãos invadiram minha blusa, eu sabia o que ele queria de mim, o tempo todo, mas, naquele momento, temi olhar para trás e fugir como havia feito muitas vezes antes, em situações similares.
Fechei meus olhos e deixei que tirasse minha blusa. Ele não tinha pressa, sua pele gelada de certo modo aliviou todo calor proporcionado pelo momento, mas não era o suficiente para esfriar o meu corpo quente. Seu quadril se posicionou estrategicamente ao meu, eu pude sentir sua vontade através da sua calça que se pressionava cada vez mais em mim. As mãos deslizaram pelos meus braços, subindo até o ombro e escorregaram aos meus seios, que foram apertados com muita força e desejo. Dei um passo à frente afastando nossos corpos, uma tentativa falha e patética de ser racional. Meu corpo foi prensado ao vidro, as alças do meu sutiã lilás desceram pelos meus braços conforme o feixe foi aberto pelos dedos ligeiros e gelados dele, sua boca percorreu minhas costas enquanto me prontifiquei em tirar minha calça, senti a saliva na minha pele e confesso que tive minha calcinha molhada só de imaginar os lábios úmidos me devorando. Suas mãos firmes me viraram, ele me ergueu e encaixou o quadril entre as minhas pernas, que se entrelaçaram instintivamente. Naquele momento os olhos dele encontraram os meus e pude ver através do seu olhar o reflexo do meu desejo. Já tinha sido envolvida pelo encanto daquele desconhecido homem e estava ansiosa para encarar as consequências. A precisão em cada uma de suas carícias sobre o meu corpo parecia pertencer somente aos mais experientes homens. Me desprendi do seu corpo e desabotoei as calças, movida por total excitação, não conseguia acreditar que iria transar com um completo e maravilhoso estranho, no lugar que eu facilmente acredito ser uma espécie de paraíso. Aonde foi parar minha timidez? Ele retirou a calça ficando de cueca e voltou a colar seu corpo ao meu. Enquanto nossos lábios se uniram, uma de suas mãos foi até a minha curva de vênus, ainda sobre o tecido da calcinha, ele escorregou os dedos para baixo, rumo à vagina, me fazendo tremer toda. Com o indicador puxou calcinha de lado, arrebentando as laterais, senti os dedos calmamente me tocarem, parecia que ele estava fazendo uma espécie de reconhecimento da área, investigando minuciosamente os MEUS detalhes. A mão livre foi ao meu pescoço, só então tive a dimensão do quão forte e grande eram as mãos dele, os dedos foram até o queixo fazendo esticar o pescoço que ficou livre, nesse momento o senti aspirar meu perfume sobre o pescoço de um jeito particularmente estranho.
Deveria eu me preocupar a essa altura dos acontecimentos? A mão que ainda tocava minha intimidade começou a se mover, o indicador fez um breve passeio, movimentos circulares e horizontais, cada milímetro foi estimulado e os dedos ágeis ganharam um ritmo delicioso, o prazer me deixou relaxada mais uma vez. Os lábios se pressionaram na minha pele, senti os dentes rasparem na mesma, o canino era mais afiado que o comum, o simples roçar me deixou um arranhão ardido, então os lábios continuaram o passeio pelo meu corpo, passaram pelo colo e logo estavam fazendo a curva dos seios. A língua se enrolou no mamilo trazendo meu seio até sua boca, que sugou voraz tudo que pode alcançar. Ele explorou os meus seios de todas as maneiras que podia, a boca continuou trabalhando enquanto escorregava pela minha barriga dando mordidas que faziam cada pedaço da minha pele arrepiar. Em alguns minutos eu ainda estava de pé, com as pernas abertas e flexionadas, com o quadril encostado no vidro.
A luz do luar me permitia ver o rosto iluminado que se encontrava entre as minhas coxas. Celestial é uma palavra compatível ao que estava vivenciando, tive minha feminilidade invadida sem pedir licença, os dedos em V pressionaram os grandes lábios dando passagem à língua que se revezou entre sugar e estimular o clitóris. Tive dois ou três dedos penetrados simultâneos a lambidas e chupões incansáveis, meu corpo suava, as gotas passavam pelo vale dos seios. Meus gemidos logo se tornaram gritos de prazer, eu podia não ter tido mais que dois parceiros na minha vida, mas até mesmo para uma prostituta ou atriz pornô aquele deveria ser o melhor sexo oral já recebido na face da terra. Eu senti meu corpo vibrar com pequenos espasmos até liberar para ele o que ele queria e merecia.
Minhas costas deslizaram pelo vidro, meu corpo estava desfalecido, precisava de alguns segundos para me recuperar.

Pov Off

Dimitri abraçou o corpo quente entorpecido de , os corpos nus postos lado a lado, permaneceram ao chão. manteve seus olhos fechados enquanto seu corpo assimilava tudo que acabara de acontecer. Dimitri com seus dedos frios desenhou o contorno do rosto da bela mulher ao seu lado, seu olfato captava um cheiro que o atraia de uma maneira que jamais havia ocorrido antes. Ele posicionou a cabeça ao pescoço dela, abriu a boca e teve uma ligeira transformação do rosto. Os caninos esticaram, ficando pontiagudos, as pupilas dilataram e a íris ganhou uma tonalidade quase avermelhada. acreditou ser um beijo quando teve os lábios do homem em seu pescoço, mas um par de caninos extremamente afiados foram enterrados na sua jugular. Não houve tempo para gritos, o corpo se debatia ao chão como resposta imediata a queimação que se dava dentro das veias. Isso não fazia de uma vampira ainda, para que ela se tornasse uma, era preciso falecer nas próximas doze horas. A mordida foi extremamente reveladora aos dois. Dimitri viu a vida de se passar pela sua cabeça como em uma curta metragem, ele já a conhecia, uma das vezes que seguiu Van Helsing até um parque de diversões, ela estava lá. A pequena menina deixou cair seu ursinho ganhado em uma das barracas e ele pegou, devolveu e havia se encantado a ponto de lamentar não poder ter filhos. Ele teve acesso às lembranças de aniversário, sendo comemorados com tristeza, o primeiro beijo, a primeira vez da garota, seu lado humano quis abraça-la, quis que ela o pertencesse. Uma perturbação dominou seus sentidos, ao mesmo tempo em que gostaria de ter como sua companheira pela eternidade temia o desfecho, pois se tratava da filha do seu inimigo pessoal, Van Helsing.
, por sua vez, teve um vislumbre sobre a longa vida de Dimitri, como humano, sua transição, sua vida como vampiro e se assustou ao ver seu pai, diversas vezes lutando com o homem com quem acabou de ter relação sexual. Teve todas as repostas que procurou a vida toda, seu pai, um caçador de vampiros!

Assim que os dois retornaram da síncope, se encararam. Dimitri se manteve indeciso sobre o que sentia naquele momento, um misto de fascinação, desejo e raiva. Apesar de saber que ela não chegou a ele como caçadora, agora ela poderia vir a se tornar uma, não tinha certeza sobre as intenções pós-mordida, e por isso manteria ela viva pelas próximas doze horas, até que seu sangue deixasse de agir no corpo dela.
viu uma flecha em forma de estaca vindo em direção aos dois, movida por desespero puxou o corpo dele, o movimento acabou por ferir seu braço, mas de certo modo salvou aos dois. Dimitri se levantou rapidamente, seus movimentos eram tão rápidos que em menos de um segundo ele estava de calças, enrolou em um lençol, não teve muito mais tempo. Tiros vieram a eles, disparados de uma conhecida metralhadora, Van Helsing veio mais uma vez até a fortaleza tentar eliminar os vampiros.
O velho vampiro não sabia o que priorizar, a fuga ou preservar a vida de sua companhia. Jogou seu corpo frente ao dela abraçando a cintura, havia um alçapão embaixo da cama, no caso de seu refúgio ser invadido como estava acontecendo. A porta do alçapão era feita de aço com concreto, revestida por aço inoxidável, aberta por fora somente com a digital de Dimitri, que levava direto a uma espécie de quarto do pânico, a diferença é que esse quarto possuía uma estreita saída pelo tubo de ventilação que só poderia ser aberto com uma senha murmurada a uma das paredes reforçadas por concreto e aço na qual carregava em seu interior uma caixinha eletrônica que destrava a grade e as trancas do tubo e com outra combinação de palavras em romeno destravava o alçapão por dentro.
- Prin sângele blestemat care acoperă corpul meu si mă face nemuritor, I, lord al clanului, eu cer ca vă pentru a deschide pasajul (Amaldiçoado pelo sangue que cobre o meu corpo e me fez imortal, eu, senhor do clã, ordeno que se abra a passagem)
As travas e grades da passagem se destrancaram, Dimitri levantou para que ela fosse primeiro, por conta do braço machucado ela não conseguia subir. Uma dor insuportável tomou o braço dela que simplesmente não conseguiria atravessar o tubo, quando o apoio do braço seria de extrema necessidade.
-Me solta, eu vou ficar aqui. Você precisa ir, o que de mal pode acontecer comigo? Ele é meu pai!
-Não posso te deixar aqui, seu pai é um homem traiçoeiro, querida. Não confio que vá ficar bem. Passei mais tempo com ele do que você imagina.
-Vai, eu não posso sair daqui, meu braço dói, só quero saber se eu...
-Não, não é uma vampira, precisaria morrer para isso.
-Você pode ler pensamentos?
-Não! E também não é hora para conversas, VAMOS!
-Vai você, ou morra. Não tenho o que fazer e daqui não vou sair.

Dimitri arquitetou um plano, pretendia sair e surpreender Van Helsing, depois poderia tirar do alçapão e ficaria tudo certo, afinal, ele não tinha como entrar no “quarto do pânico” tinha? Assim o fez, saiu pela tubulação até um dos extensos corredores do lugar que ocupava muitíssimos hectares, uma ou duas passagens secretas pelo caminho até o local aonde deixou seu inimigo, ficou pasmo diante do cômodo desocupado, varreu o local com os olhos e a porta do alçapão estava aberta.

Van Helsing se adiantou ao oponente, guardava consigo uma réplica dos dedos do vampiro feita em silicone, foi assim que com muito custo conseguiu chegar até a fortaleza, custou um pouco a abrir o calabouço, já que não estava tão habituado com a tecnologia quanto acreditava estar. Ao invadir o espaço, encontrou somente uma mulher de costas, não tinha conseguido enxergar o rosto anteriormente, a mulher virou-se assustada, ele espremeu os olhos, passou a mão pelos braços e pernas, acreditou ter sido atingido por algum dardo com droga, mas não, ali era sua filha .
- ?
- Pai.
- O que você está fazendo aqui? – Ele ia se aproximando cautelosamente da filha.
-Eu estava te seguindo, como cheguei aqui é o que pouco interessa agora! Como você pode? Como passou todos esses anos caçando e deixou sua família completamente de lado? A mamãe se foi e você não estava lá nem nos últimos suspiros dela!
- Eu, eu descobri essas CRIATURAS na minha tese, fiquei fascinado com a existência de algo que até então se tratavam somente de lendas, mas também descobri que são criaturas cruéis, eles tiram vidas para se alimentar. Aumentam seu exército quando bem entendem.
- A maioria das vítimas do Dimitri são assassinos, psicopatas, serial killers, estupradores. Entendo isso como um favor aos humanos, o senhor não acha? - Imediatamente o caçador chegou o pescoço de sua filha, e lá estava a mordida. Ele deduziu que agora ela era uma aberração, e sem piedade faria o possível para matá-la.

Foi tudo que Dimitri conseguiu ouvir, abaixou sua guarda por conta da decepção, quando uma estaca foi empregada pelas costas de enquanto seu pai a abraçava. Ele rapidamente foi para cima do rival, jogando-o contra uma das paredes, tirou do alçapão e fechou a porta. Van Helsing não escaparia de lá, e ainda que por ventura acertasse a frase que faria a porta abrir, levaria anos.
O corpo da jovem mulher empalideceu, esfriou e ficou imóvel. Ela estava morta? Dimitri não podia chorar sua morte, mas deitou seu rosto sobre o corpo falecido e sentiu um grande pesar, odiava seu resto de humanidade sempre que passava pelas piores dores que a vida lhe trouxera. A primeira mulher com quem cogitou compartilhar a eternidade, ali em sua frente, estendida, morta. A dor que sentiu dentro do peito era quase como se seu coração ainda batesse.

...

- Está lamentando o meu óbito? Ou a minha eternidade?


FIM



Nota da autora: Oi, se você chegou até aqui, obrigada por ler! haha. Espero que tenha gostado, é a minha primeira fic pública. Zari é um nome que escolhi para preservar minha identidade, por motivos pessoais... MAS aqui está o grupo no face aonde eu e mais outras autoras participamos, fiquem a vontade para participar e opinar.
Escritoras da Depressão

Nota da Beta: Confissão: Essa é a primeira fic de vampiro que leio, e Beto! E, sinceramente, eu gostei. Muito. Fiquei até chocada por isso haha Então... Meus Parabéns ‘Zari’, meu amor, foi um prazer betar essa fic. E não se esqueçam de comentar okay. Xoxo-A

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