Era uma quinta feira à noite e chovia muito, parecia que o mundo havia decidido adiantar o seu fim, ou eram os céus expressando o meu sofrimento por não ir ao show do meu Bias em São Paulo, com tantos raios riscando o céu e iluminando minha janela, não poderia ficar com meu computador ligado, com medo que ele queimasse. Como já estava escurecendo não me veio outra ideia à mente a não ser me deitar na cama curtindo minha depressão assistindo a Doramas no celular. Enquanto carregava um episódio de Bridal Mask eu o deixei repousando sobre meu estomago, foi então que tudo aconteceu, um raio atingiu meu celular e perfurou meu estomago, soltei um grito de dor e meus pais vieram ao meu socorro, no meio daquela chuva pesada correram comigo para o Hospital João XIIIX, onde cuidam dos casos mais graves da cidade, meus meios-irmãos que trabalham lá correram para ligar para seus amigos médicos suplicando que fossem me atender durante a folga deles, com muita dificuldade conseguiram estabilizar a minha pressão que havia caído, porém ainda teriam que fazer a cirurgia para tentar consertar meu estomago e parar a hemorragia interna, eu estava muito mal, mas ainda estava um pouco consciente sobre tudo que estava acontecendo a minha volta, murmurei um pedido para minha mãe, pedi a ela que trouxesse meu notebook que havia ficado em casa, primeiro ela quase me bateu, mas vendo meu estado lembrou-se que eu não estava em condições de levar palmadas ou broncas então prometeu que o traria, antes de ir para a sala de cirurgia eu novamente murmurei algo:
- Não posso morrer ainda, não conheci o JunSu. – Pouco depois perdi a consciência e a cirurgia começou, ocorreu tudo como os médicos planejavam, fui levada para o meu quarto e dormi profundamente, no dia seguinte quando acordei minha mãe estava dormindo na cadeira ao lado da cama abraçando meu notebook com uma mão e com a outra segurava minha mão:
- Mãe. – mesmo falando baixo ela ouviu e rapidamente abriu os olhos, eles estavam inchados e vermelhos, tinham círculos a sua volta.
- Minha filha, como é que você está? – ela acariciou meu rosto.
- Água – ela rapidamente pôs água em um copo e me deu para beber lentamente, tomei tudo e fechei meus olhos. Quando acordei novamente já tinham se passado algumas horas, eu estava sozinha no quarto e meu notebook estava na mesinha ao lado, tentei alcança-lo, mas a dor em meu estomago me impediu, foi então que uma médica surgiu e disse que eu deveria evitar me mover, pois meu ferimento ainda não estava curado e eu poderia estourar os pontos, concordei com ela e disse:
- Antes de ir... Poderia trazer meu notebook para perto de mim? – ela sorriu e o colocou sobre uma mesa que se movia sobre minha cama, o liguei e abri meu iTunes, colocando os clipes do Xia JunSu para tocar, minha mãe chegou em seguida e eu a vi sentir-se mais aliviada após o comentário que fez.
- Já está vendo esses asiáticos né? Ô menina, você não dá descanso viu, nem quando está machucada. Fica vendo esses campeões de natação ai. ¹
- Mas é o Oppa, me sinto bem com ele, a voz dele me acalma, ele me da inspiração e já que não permitiram minha ida ao show me deixe pelo menos ouvir e ver as gravações dele.
Com isso os dias se passaram e eu aos poucos estava me recuperando, comecei a ver os Doramas que tinha no meu note e logo as enfermeiras de plantão começaram a se juntar a mim em meu quarto para também assistir aos dramas, eu tinha que explicar algumas coisas a elas pois ficavam me perguntando, achavam aquilo incrível, nisso um dia um repórter surgiu no meu quarto querendo fazer uma reportagem comigo o titulo da matéria seria algo do tipo “A menina que se recuperou graças as novelas asiáticas!”. Eu que antes do acidente estava estudando para jornalismo achei o titulo muito grande e legal, só que errado, eu me recuperei mais rápido graças ao poder da voz do Oppa.
Filmaram-me assistindo meu episódio preferido de Scent of a Woman, de longe é meu drama preferido, mas o episódio numero cinco tem o show do Junshi, não consigo evitar meu sorriso bobo quando ele entra em cena e os jornalistas notaram isso, perguntaram quem ele era e qual o importância dele na minha vida, contei tudo a eles e expliquei que estava me recuperando mais rápido não só por causa das novelas asiáticas, mas em grande parte por causa dele e fiz questão de mencionar o processo da SM que estava rolando entre eles a anos e fiz um pouco de drama sobre não ter ido ao show dele que teve no Brasil e que os céus só poderiam estar me punindo por não ir ver meu Oppa, os repórteres ficaram animados com as informações que eu passei, não entendi direito, mas no final do dia ouvi algo de “conseguimos uma super pauta”, acho que não poderia ser sobre mim assistindo Doramas, né?
Dias depois eis que ressurgiram no hospital perguntando se eu gostaria de conhecer o Jun Su e eu logo respondi:
- Obviously! – Eles sorriram e falaram:
- Se prepare que você vai conhecê-lo daqui a pouco!
- Wait, what? O Oppa? Ele está aqui? Ele está de volta ao Brasil? Ele está em Belo Horizonte? Não acredito nisso e eu ainda nem posso me levantar da cama. – choraminguei.
- Calma você vai ver – o repórter disse, em seguida uma mulher me maquiou e arrumou meu cabelo, e eu usando meu pijama de bolinhas fiquei encarando a todos no meu quarto.
- Como assim eu vou conhecer o Oppa gente? – Foi então que abriram meu notebook, pediram para eu digitar a senha, mas eu usei o sistema de biometria, meu note ligou e eles entraram no meu Skype e adicionaram alguém, montaram câmeras a minha volta atrás e a pessoa que adicionaram mandou um emoticon (^_^) todos da produção sorriram e então ligaram para a pessoa através do meu Skype, eu não pude acreditar, quando eu vi quem atendeu a chamada, tudo que eu fiz foi falar meio que histérica:
- OMO OPPA? – fiquei em choque por um tempo.
- Annyeonghaseyo Ju-shi. – senti meu coração parar.
- Ok é oficial, I’m dead. – alguém ao meu lado disse algo em coreano e eu notei o Oppa rir e responder em coreano, e a pessoa do meu lado me disse:
- Ele disse “não, não, você está bem viva”.
- OMO esse sorriso, OMO ele falando comigo, OMO, OMO, OMO, OH MY GODZILLA – eu encarava ele do outro lado da tela e a mulher ao meu lado repetindo tudo o que eu disse só que em coreano. – OPPA seu sorriso me mata, não faz isso estou doente, não vou aguentar, ai. – senti uma fisgada aonde tinha os pontos e coloquei uma mão por cima segurando o ferimento. Olhei para a tela e vi que ele estava preocupado.
- I’m ok, mas me diga o que é isso tudo? – com a mulher traduzindo fomos conversando.
- Me falaram que eu tinha uma grande fã no Brasil e que ela estava doente, me cotaram que estava se recuperando mais rápido graças a mim e que seu acidente ocorreu no dia do meu show ai no Brasil e que se você tivesse ido provavelmente não estaria nessa cama, então como gostaram muito de você em uma entrevista que fizeram né? Eles entraram em contato com a CJES, nos contaram a história, e disseram que gostariam de te proporcionar esse momento único, pois você merecia isso e lhe faria muito bem.
- E você é tão ocupado... Como eles podem ser tão irresponsáveis assim? Estou tomando o seu precioso tempo, você tem que trabalhar. Você está no final da turnê, deve estar tão cansado e lotado de compromissos, como sessões de fotos, músicas para escrever e gravar, tem que treinar para os jogos com o FC MEN isso sem contar que deve estar cheio de propostas para musicais e dramas, desculpe o ato deles de pensarem em me agradar sem pensar em te atrapalhar antes.
- Ju-shi calma, eu estou ocupado sim, mas não tão ocupado a ponto de ignorar um pedido para conversar com você. Vejo que tem noção de como é a minha vida, mas saiba que eu ainda consigo ter um tempo livre em meio a tantos compromissos.
- E você o está gastando comigo.
- É um tempo que está sendo bem investido!
- Aaah Oppa você é incrível!
- Kamsa Hamnida e a senhorita que é incrível, consegue gritar comigo, mesmo estando doente.
- Quando falaram que eu iria te conhecer, pensei que estava aqui.
- Um dia eu vou ai, em sua cidade, e um dia nos conheceremos pessoalmente.
- E vai me levar para ver uma partida do FC MEN e me dar à camisa em que você usar durante o jogo?
- I promise!
- It’s a promise? – levantei meu dedo mindinho e ele levantou o dele e repetiu.
- It’s a promise! Agora você tem que me prometer que vai se cuidar, estudar bastante e comer bem.
- Já que é você me pedindo eu prometo sim e ah... Quero conhecer o JunHo Oppa também e se for possível entrar no pacote o JaeJoong, ele é muito sexy.
- Hmm ele está inaugurando uma cafeteria, devemos ir lá tomar um café ? Poderíamos pedir para ele mesmo nos preparar um café.
- SIIIIIIM, por favor, eu quero o Jae me servindo um cappuccino com muita espuma. - sem pensar gritei – ME SERVE VADIA, ME SERVE – todos riram, até o Oppa, mesmo sem ter entendido, acho que a tradutora não traduziu essa parte, e tenho que a agradecer por isso.
– Nossa estou muito feliz, o dia que eu for para a Coréia eu vou morrer de felicidade.
- Esqueça essa conversa de morrer, o dia que você vir, eu vou tentar te deixar mais feliz que hoje!
- Oppa você é incrível.
- Ju-shi... Tive uma ideia... Me passa seu número de celular. – digitei para ele.
- O que você vai fazer com meu numero?
- Aguarde os dias seguintes. – ele deu mais um sorriso encantador.
- Ok, eu não preciso de mais nada na minha vida. – assim que terminei de falar isso cai deitada sobre os travesseiros atrás de mim e tudo foi ficando escuro, escutei pessoas gritando meu nome, inclusive o JunSu, e as vozes foram ficando mais longe até que tudo escureceu. Não tinha percebido, mas me movimentei demais durante a conversa a ponto de romper os pontos, desmaiei, um tempo depois surgiu uma luz e eu fiquei zonza.
- Alguém está ai? – eu me encontrava em um lugar todo branco.
- Seja bem vinda . – ouvi uma voz a minha volta falando comigo.
- Quem é você? Onde estou? O que eu estou fazendo aqui? Por quê? Desde quando?
- Vejo que ainda não perdeu seu lado jornalístico.
- Jamais, isso vai comigo até depois da morte. OMO eu morri? Eu estou morta?
- Morte... Foi bom você tocar nesse assunto. A sua hora chegou.
- O quê? Como assim? Não, ainda nem vi o Jun Su pessoalmente, tenho tantas coisas a realizar ainda.
- Então não concordas que a sua hora chegou?
- Não, não concordo, preciso de mais tempo, preciso ver o Jun Su, ele me prometeu, fizemos uma promessa, ele sorriu pra mim, aquele sorriso...
- E se eu lhe disser que você pode ter mais algum tempo?
- Eu aceito, me apego a ele com todas as minhas forças.
- Então está certo, te darei mais tempo, você viverá até que realizem a promessa feita a você, depois disso você virá para nós, para a luz.
- Que seja então, que seja até eu ver o Oppa jogando, até o fim do jogo.
- Que assim seja!
Abri meus olhos e vi meus pais a minha volta e meus amigos ao pé da cama. Minha boca estava seca então tentei pegar um copo d’agua foi quando notaram que eu estava acordada.
- – todos falaram ao mesmo tempo.
- Água – correu e encheu um copo pra mim deixando até cair um pouco de água no chão. Tomei todo o liquido e os encarei. – Galera que cara de enterro é essa?
- Ah, sei lá sabe, de repente por que você estava praticamente morta? – falou ao meu lado.
- Anh... Estou vivaaa. – levantei um braço e notei uma agulha enfiada na minha veia – OMG tem uma agulha enfiada em meu braço, SOCORRO, tirem isso de mim.
- , o médico disse que não tinha mais esperanças – Bruna disse me olhando.
- Só dependia de você escolher viver ou não. – Igor disse se aproximando mais do leito em que eu estava.
- Aaah gente, como eu já disse: sou jovem de mais para morrer, tenho muitas coisas a fazer e ainda não conheci o JunSu. – soltei uma risada – Vocês não vão acreditar no sonho incrível que eu tive.
- Não foi sonho . – Mandinha falou no canto da sala.
- Anh?
- Você realmente falou com ele. – Naty afirmou e deu um leve sorriso.
- OMO!
- eu não sei como você consegue essas coisas. – foi a vez de Carol manifestar a sua presença.
- Certo... E eu passei mal no meio da conversa com ele?
- Aham, ele ficou super preocupado, seu celular não para de tocar a dias.
- Ele tem me ligado? – fiquei surpresa.
- Você acha que ele pediu seu numero pra quê? Jogar na loteria é que não era né? – e seu sarcasmo melhoram meu humor.
- Ah... Pode ser. – acabei rindo da ideia.
- ! – Tynha quase me bateu.
- Ok ok, estou bem e viva galera. – fiz joinha com meus polegares, alguns se olharam e outros riram.
Um mês depois do incidente, como presente de natal super adiantado, meus pais resolveram me dar uma passagem para a Coréia do sul, logo mandei um SMS para o Oppa contando a ele, ele animado disse que iria preparar tudo. Minutos depois recebi um SMS do Jun Ho pedindo para antecipar a minha ida para fazer uma surpresa para o Junsshi.
Alguns dias depois eu cheguei à Coréia. Um dia antes do previsto como o Jun Ho havia requisitado, ele mesmo foi me buscar no aeroporto e logo me levou para a casa da família Kim. Ao chegar à residência da família Kim fiquei deslumbrada com o tamanho do local e muito envergonhada com a Omma do Oppa me recebendo tão bem. Ela já havia colocado a mesa do jantar e eles disseram para eu fosse chamar o Juns-shi para ir jantar, eu nem esperei eles terminarem de falar e fui logo subindo as escadas e procurando o quarto dele, até encontrar o antepenúltimo do corredor, com um golfinho na porta. O Oppa estava no banho, ouvi quando desligou o chuveiro. Fiquei andando pelo quarto dele e observando cada detalhe, até que por fim resolvi me sentar na cama dele de frente para a porta do banheiro com a esperança de ver algo que me agradasse, apoiei minhas mãos sobre o colchão e fique aguardando aquela imagem divina de ombros largos surgir a minha frente. Não demorou muito e um ser sem camisa, usando um par de calças de moletom azul marinho, e cabelos molhados em tom rosa desbotado surgiu na porta a minha frente.
- Wow Fantastic Baby! – soltei essa frase no ritmo da música e finalmente ele levantou o olhar e me viu sentada a beira de sua cama sorrindo para ele – Estou muito bem hein.
- Quem? Espera. – ele jogou a toalha, que ele tinha começado a secar os cabelos, na cama e se aproximou de minha pessoa, olhou bem em meus olhos e por fim me reconheceu – !
- Oi Oppa. – abri um grande sorriso e abracei-o, ele me abraçou de volta me levantando da cama, me senti um pouco triste por isso, queria ter o puxado para cima de mim na cama.
- Pensei que você só chegava amanhã. – os olhos dele brilhavam.
- E era mesmo, mas quis te fazer uma surpresa, foi ideia da sua outra metade. – soltei um pouco o abraço, mas permaneci com as mãos em sua nuca e ele com as mãos em minha cintura.
- Eu amo o meu irmão. – ele encostou a testa na minha sorrindo.
- E eu amo esse sorriso sincero e meigo que você tem!
- Esse é especialmente para você!
- Omo, não diga isso que eu posso morrer.
- Como assim? – relutante retirei minhas mãos do pescoço dele e levantei o olhar para ele.
- Sua mãe está te chamando para o jantar, vamos? E vê se põe uma camisa. Apesar de que... anh, deixa pra lá, mas adoro ombros largos hein, e é camisa, isso, põe. – Sai do quarto rapidamente, o ar de repente estava acabando dentro daquele quarto.
- Sim senhorita! – ele me seguiu colocando uma camiseta cinza. Descemos e nos sentamos à mesa. Quando ele sentou ao lado do irmão disse no ouvido dele: “Thank You Brother” e em resposta ao agradecimento seu irmão deu um sorriso lateral. O jantar tinha variados tipos de comidas, e todos sem pimenta, todos me alimentaram bem me oferecendo um pouco de carne ou verduras, aquele momento acolhedor que eu sempre via em dramas, eu estava vivendo, e estava amando. Quando terminamos o jantar o Jun Su pegou em minha mão e me pediu para segui-lo, fomos até o quarto dele e ele me pediu um momento, foi escovar os dentes, aproveitei e corri no meu quarto para escovar os meus também, voltei ele estava olhando para o céu pela janela do quarto dele, me sentei na cabeceira da cama dele e coloquei uma almofada sobre meu colo, então o chamei:
- Junsshi! – ele desviou o olhar do céu para mim, bati levemente minha mão sobre a almofada e ele mais rápido que tudo entendeu a mensagem, veio em minha direção e apoiou a cabeça sobre a almofada em meu colo, então comecei a acariciar seus cabelos e seu rosto. Ele começou a cantar Lullaby bem baixinho, e enquanto isso eu ia fazendo carinho em seu pescoço e em suas bochechas (que estavam bem mais magras do que 1 ano a trás), até que voltei a brincar com os cabelos dele. Quando vi, ele já estava dormindo profundamente, o cobri e fui para o meu quarto ter o meu devido descanso.
Acordei cedo, logo tomando um banho e me arrumando, o agente dele me passou a agenda da semana para mim, hoje ele tinha entrevista com uma revista e um photoshoot.
Quando ele desceu para o café já tínhamos começado sem ele, e ele ficou surpreso por me ver acordada àquela hora:
- Bom dia Oppa! – sorri para ele e ofereci uma torrada, ele gentilmente a aceitou, me deu um beijo na testa e sentou-se ao meu lado na mesa do jardim.
- Por que acordou tão cedo Ju-shi? – a Omma colocou um pouco de suco no copo para ele.
- Porque eu vou seguir a sua agenda e hoje temos uma entrevista para a revista tal. – Ele parou por um momento para me observar melhor e notou que eu não estava brincando.
- Certo, se você acha que da conta...
- Hey Sr.Dolphin Ted Oppa, quem vai trabalhar é você e não eu. – comi mais uma torrada enquanto ele sorria e conversava com a sua família.
As 9:00 já estávamos na casa aonde seria feita a entrevista e a sessão de fotos, e enquanto Jun Su ficou sentado em um sofá de um modelo antigo - porém que só família rica tinha - eu fui para o fundo da sala ficar olhando os peixes no aquário que tinha por lá, não demorou muito e alguém me trouxe uma cadeira a pedido do Jun Su, fiquei horas distraída com os peixes e só voltei a mim quando eu ouvi ele mencionar meu nome de longe.
- Epaaa... O que tem eu ai Jun-shi? – me levantei da cadeira e fui até ele.
- Ela me perguntou como eu te conheci, estava explicando a ela.
- Hm... – olhei para a repórter – Culpe um raio e aos repórteres maravilhosos que resolveram realizar um dos meus maiores sonhos.
- Como assim? – A repórter sentou-se virando em minha direção, me sentei ao lado do Jun no sofá e começamos a contar para ela a história, ela amou, demos material suficiente para ela conseguir a capa de várias revistas e jornais.
Deu a hora do almoço e todos foram liberados para fazer uma refeição, comemos do lado de fora da casa onde a entrevista estava acontecendo e logo depois a sessão de fotos começou. No inicio tiraram fotos só dele, mas depois pediram para eu participar, tiramos muitas fotos legais, mas uma ficou mais especial e incrível, vou guardar aquele momento e a foto para sempre. Foi assim: o dia estava ensolarado, estávamos nessa parte da casa que era de tijolos antigos, parte essa que cobria uma piscina. Eu estava perto de um dos arcos que tinha na parede, usando um vestido de flores claras e pequenas, andando lentamente e olhando para trás. E ele olhando para o céu 3 arcos a frente de onde eu estava, usando um terno branco, tão pensativo. A foto pegou esse momento, eu em uma ponta olhando para trás e observando ele na outra ponta da foto olhando para o céu. Não muito depois a sessão de fotos tinha acabado e os compromissos do dia também, ele havia pedido para esvaziarem sua agenda, principalmente na parte da noite, para que pudesse passar mais tempo comigo. Eu nem aprovei a ideia, imagina.
Fomos para casa e a mãe do Jun tinha preparado o jantar, muitas comidas de aparência magnifica, comemos um pouco enquanto assistíamos um drama na TV, não demorou muito e fomos dormir. No dia seguinte os gêmeos teriam treino de futebol na parte da manhã, e aconteceria uma partida do F.C. MEN no domingo. Dessa vez tinha sido ele quem ficara em meu quarto até que eu pegasse no sono, fiquei com a cabeça apoiada em seu colo e ele mexendo lentamente em meus cabelos até eu cair em um sono profundo.
Ver o treino do time me fez gostar mais de futebol, ou dele, quando o treino chegou ao fim levei um pouco de água em uma garrafinha para o Su no meio do campo e o Ho pediu por uma também, eu disse que a dele eu tinha deixado em cima do banco, ele riu e foi correndo até lá.
- Oppa até que é verdade que você joga bem! – entreguei a garrafinha pra ele.
- E o que você entende sobre futebol? – ele abriu a garrafa e me olhou.
- Não muito. O suficiente para saber se o time está fazendo direito ou não. – ele estava tomando a água interruptamente, até que parou na metade e despejou o resto sobre a cabeça.
- Huuum – ao sentir a água caindo em seu corpo fez outro som – aaaar.
- Eeeeh – estava boquiaberta com a imagem a minha frente, aqueles cabelos cor de rosa desbotado, encharcados com as gotas de água que escorriam pelo seu pescoço, molhando sua camisa que já estava úmida de suor e, portanto colada em seu corpo. – Eeeh – pisquei mais algumas vezes até que ele levantou o olhar pra mim e eu fechei a minha boca rapidamente e olhei para a direção oposta a ele. – Eeh acho melhor você ir se trocar né? Vamos ver se fazemos algo divertido essa tarde.
- Está certo! – ele caminhou até mim e apoiou as mãos em meus ombros, me olhando por cima e dando O sorriso carismático dele.
- AAAAH, OPPAAA! NÃO FAZ ISSO! – sai andando, como se marchasse, e ele ficou parado no meio do campo sem entender nada.
Como nos planos que fizemos em nossa primeira conversa, ele me levou ao Coffe Cojje, que ainda não tinha sido inaugurado oficialmente, portanto só tinha alguns empregados no local o arrumando e o Jae sedução atrás de um balcão usando um avental preto sobre uma camisa social branca de mangas compridas cujos primeiros botões estavam desabotoados deixando um pouco mais do que seu pescoço a amostra, e suas mangas estavam dobradas até metade do braço, fiquei boquiaberta e quase babando. Olhei sem palavras para o Junsu ao meu lado, ele estava me encarando com uma sobrancelha arqueada e então me recompus, ou quase isso.
- Obrigada Oppa, sinto que cumpri minha missão neste mundo, posso seguir para a luz sem deixar nada pendente para trás. – ainda abobalhada fiz toda uma cena levantei meu braço e segui direto para o balcão.
- Moço sedução desce uma água com gelo ai, por favor. – Jae levantou o olhar para mim e eu senti meu coração bater loucamente, era o fato que perfeição existia bem ali na minha frente.
- Hyung. – Junsu sentou-se ao meu lado no balcão.
- Juns-ah. – Jae abriu um sorriso e cumprimentou o amigo com um aperto de mão. – Devemos ir lá para os fundos? – deu uma piscadela.
- Não sei... Devemos? – Junsu estava com um vasto sorriso e um olhar suspeito, olhei boquiaberta aquela cena se passando logo a minha frente, os dois perceberam e viraram o olhar para mim que fiquei minha boca antes que completassem a volta da cabeça para me olhar.
- Área VIP . – Junsu sorriu apontando para cima.
- VIP? – repeti o que ele disse e sorri sem graça quando ele acenou a cabeça positivamente. – Let’s Got to there, the infinit and overwere – sai andando para frente sem saber bem aonde ir, escutei o riso divertido do Jae e então aquelas mãos fortes e delicadas pousaram sobre meus ombros me guiando até o caminho certo. – Kamsa hamnida oppa.
- Você tinha que ver a expressão no seu rosto, hilária. – Junsu me guiou até um sofá preto.
- Hilária? Hilário é você nas entrevistas do JYJ, isso sim é hilário. – comecei a imita-lo – “... mas eu ainda não terminei de falar.” – comecei a rir muito e ele bagunçou meus cabelos, eu deveria ficar brava, mas acabei foi me divertindo e rindo mais, só me controlei quando um copo de água foi colocado na mesinha de centro a nossa frente.
- Vejo que vocês se dão bem, muito bem! – Jae sentou-se ao meu lado direito no sofá e Junsu estava do meu lado esquerdo, tive uma pequena parada respiratória após olhar de um lado para o outro, mentalmente agradeci muito a Deus por aquele momento.
- Hyung ela é divertida, é impossível não se dar bem com ela. – Junsu apertou minhas bochechas e eu fiquei olhando para frente sentindo aquela dor preencher minhas maças faciais.
- É mesmo? – Jae começou a bagunçar meu cabelo e eu me mantive quieta, tinha dois dos 5 deuses do leste ao meu lado brincando comigo é claro que eu...me levantei do sofá imediatamente.
- Vocês querem morrer? – fiquei massageando meu rosto e tentando arrumar meu cabelo ao mesmo tempo e os dois de tanto rirem deitaram no sofá com as mãos sobre o estomago. – Certo... É assim, me veem como uma boba da corte. Isso aproveitem da minha inocência... – tomei a água que estava no copo em cima da mesa e fiz como quem ia jogar o copo sobre eles, nesse instante ficaram quietos aguardando a ação que nunca aconteceu e foi a minha vez de rir. Foi uma tarde agradável com muitos risos e sorrisos, cheguei até a ganhar uma caneca do Coffe Cojje, o Jae disse algo sobre ser edição limitada e que só alguns sortudos teriam iguais.
Logo que chegamos em casa, subimos diretamente para o quarto do Jun, enquanto ele tomava um banho fui para o meu quarto tomar um também, escovar meus dentes e por meu pijama. Quando voltei ao quarto dele, ele ainda se encontrava no banheiro, então decidi esperar deitada naquela cama king size super confortável. Quando dei por mim já era manhã, senti um peso em volta da minha cintura e a parte de trás do meu corpo quente, olhei para trás e dei de cara com o rosto do Oppa encostado no meu ombro dormindo serenamente, fiquei assustada, mas não sai dali, sempre gostei de olhos asiáticos e os do meu Oppa eram um dos meus preferidos, sempre quis ver eles de perto e fechados, sem maquiagem. E como eu sempre imaginei, eles são lindos, como se tivessem sido desenhados, sorri e voltei meu rosto para frente, fechei meus olhos e apoiei minha mão direita sobre a dele em minha cintura. Não fazia ideia de quando isso poderia se repetir novamente, portanto fiz questão de aproveitar cada segundo ao lado dele, aquele que fez parte do processo de me fazer entender o que é ser fã.
- Saragheyo Oppa – sussurrei baixinho antes de voltar a dormir profundamente.
Ele não estava acordado, mas sorriu quando ao ouvir aquela frase, e ninguém viu. Será que algum dia alguém iria ver isso, inclusive ele?
O vestiário estava lotado com os jogadores do F.C. MEN e junto com eles vinham varias essências de perfume, só vestiário de estrelas mesmo para ter tal aroma, sai do transe quando todos começaram a trocar de roupa e o JunSu me empurrou para fora. Achei um absurdo, ficaria rodeada de abs definidos, seria tipo O paraíso das barrinhas de chocolate. Me dei por vencida e fui tentar encontrar uma saída para o campo, quando finalmente encontrei me barraram, fiquei frustrada, tinha gente passando o tempo todo por ali, porque eu não podia também? A resposta veio acompanhada de muita euforia da arquibancada, eu ia entrar junto com o time. Só estaria colocando minha vida em risco... Já não gosto de pessoas, já tenho medo de fanatismo e das fãs asiáticas tenho mais medo ainda. Dei um sorriso amarelo quando ele pousou as mãos em meu ombro:
- Está tudo bem?
- Anh? Ah! Aham. – olhei para a arquibancada do outro lado do campo e engoli seco, o dia da minha morte havia chegado, só mais 90 minutos antes da despedida final. Eu era a única adulta ali entrando com o time, o resto dos jogadores estavam acompanhados de crianças. Entramos em campo, tiramos fotos, dei um beijo no rosto do Jun e desejei a ele e ao JunHo Oppa uma boa partida. Um segurança me levou até uma área reservada da arquibancada onde encontrei O sedução Oppa junto com o Micky. Quando digo sedução quero dizer Kim Jae Joong, sentei entre eles e o Juns-shi deu tchauzinho para nós.
O jogo começa, o time visitante tem a posse da bola, a defesa do F.C. MEN é quebrada e acabam levando um gol logo nos primeiros 10 minutos de jogo. O FC MEN revida e consegue marcar um gol, quando o jogo volta o FC MEN não consegue manter a posse da bola por mais do que três passes, acabam dando abertura na lateral e o time visitante marcou o segundo gol aos 45 do primeiro tempo. No intervalo do jogo fui até o vestiário ver como eles estavam me deparei com um Junsu nervoso, fiquei o observando falar com o time por um tempo, quando terminou de falar estendi uma garrafinha d’agua para ele, ele então olha para a garrafinha estendida a ele e segue com o olhar pelo meu braço até meu rosto:
- . – disse surpreso.
- Trouxe para você, pegue. – dei um leve sorriso e ele pegou a garrafinha e a abriu.
- Obrigado, você me viu conversando com os caras? Pensei que só voltaria a te ver no fim do jogo. Foi bom você vir aqui, tenho que te pedir desculpas por esse jogo que você está vendo, normalmente somos muito melhores que isso, não sei o que está acontecendo hoje.
- Calma Oppa, no Brasil tem pior... No Estado onde eu moro então, nem se fala. Você como capitão tem a obrigação de não deixar sua cabeça ficar quente, calma. – ele se sentou no banco em frente ao armário. – Relaxa e goza, pois o seu cabelo é cor de rosa. – fiz uma massagem nos ombros dele até sentir que ele estava mais tranquilo.
O segundo tempo começa, eu, Jae e Micky ficamos nervosos naquela arquibancada, nervosismo que passou 5 minutos depois quando o Junsu marcou o seu primeiro gol e dedicou a nós, correndo na direção em que estávamos na arquibancada, aplaudimos muito ele, agora o placar estava 2x2. E a bola voltou a rodar, o camisa 10 passou para o 32, que driblou o adversário e mandou para o de camisa 15, que passou para o de camisa 12, que marcou o gol aos 23 minutos do segundo tempo. O campo estava indo a loucura, 3x2, parecia que só tinha fã do FC MEN naquele lugar, todas as pessoas das arquibancadas estavam comemorando o 3° gol do time da casa. O fim do jogo se aproximava, faltava um minuto para o final e não parecia que teria acréscimo, quando o outro time já parecia ter desistido eles tentaram contra atacar, mas o Junsu foi mais rápido e ultrapassou a defesa deles junto com o irmão e marcaram o quarto e ultimo gol daquela partida. Mais uma vez ele veio correndo em nossa direção, mas dessa vez foi especificamente em minha direção de gritou:
- O GOL DA VITORIA É SEU < script>document.write(Ju.toUpperCase())! – abri um sorriso gigante e gritei obrigada, todos pararam para me olhar então eu simplesmente me sentei no banco e fiquei pensando no que tinha acabado de acontecer, só sai do transe quando senti aquela mão delicada segurando em meu pulso me dizendo para irmos nos encontrar com ele.
- Hã? Ah sim Jae, vamos. – me levantei segurando a mão dele e fomos até a entrada para o campo, então o Junsu nos viu e puxou minha outra mão e saiu nos guiando, oooh wait, eu estava segurando ao mesmo tempo as mãos dos dois asiáticos mais perfeitos do mundo, um deles o cara mais lindo que já pisou na terra, é a minha hora chegou. Senti o Jae soltar a minha mão e o Junsu me levou para o meio do campo.
- Vamos fazer os agradecimentos . – ah sim claro, dei tchauzinho e sorri para os fotógrafos, então senti o Junsu soltar a minha mão e quando eu o olhei, ele estava tirando a camisa.
- Vai trocar de camisa com alguém Oppa?
- Não.
- Então por que...? – ele estava medindo a camisa em meus ombros.
- Vai ficar um pouco grande, mas acho que não vai ter problema, toma. - e entregou a camisa dele em minhas mãos, me abraçou de lado e me deu um beijo no rosto, no mesmo instante o Jun Ho apareceu ao meu outro lado e também deu um beijo o no meu rosto. Logo em seguida eles seguraram em minhas mãos e levantaram os braços pra cima em forma de agradecimento.
A hora tinha chegado. Tudo congelou e ninguém se movia, só eu via aquela luz forte. Assim como eu havia visto no hospital. Senti como se estivesse sendo libertada do peso de estar presa ao chão, era um sentimento de liberdade. Um anjo apareceu a minha frente e estendeu a mão para mim, eu entendi o que ele queria, a minha hora realmente havia chegado, então estendi a minha mão para tocar a do anjo, mas senti alguém apertando minha outra mão.
- não vá. – era o Junsu, ele estava se movendo, olhei em volta e mais ninguém estava se mexendo. – Por favor, não vá, fique comigo.
Olhei para o rosto dele e em seguida para o rosto do anjo, o anjo sabia qual era a minha vontade, mas a minha hora havia chegado, e então o Junsu parou de me olhar e encarou a luz forte que era o anjo.
- Por favor, eu lhe suplico, deixe-a ficar comigo, vou protegê-la, eu cuidarei bem dela, eu... Eu a amo. – no mesmo instante que ele dissera isso senti um peso voltar ao meu corpo, estava presa ao chão e o anjo de longe disse:
- Se não cumprir com a sua palavra não haverá uma terceira vez. Adeus! – todos voltaram a se mexer e conversar como se nada tivesse acontecido, o Junsu ficou me olhando e eu a ele, quando menos esperava senti-o me abraçando e eu apertando muito o abraço e chorando sem parar.
- Jamais te deixarei, é uma promessa. – ele deu um beijo em minha testa me fazendo sorrir automaticamente. Terminamos de comemorar a vitória com o time, o próximo jogo seria daqui a um pouco mais que duas semanas no Japão. Não sei se eu deveria ir junto com ele e voltar para casa, no Japão eu provavelmente veria meu amor japonês, e seria interessante ver a reação do Junsu ao me ver agarrando outro homem além dele, mas a semana de provas ia começar na faculdade, o que fazer?
¹ Muitas pessoas se referem aos asiáticos como “campeões da natação” , nada de peito, nada de costas, nada lateral... Simplificando a critica: eles tão têm volume na bunda, nem na frente e a maioria é magra.
FIM
Nota da autora: Annyonghaseyo, estranho fic hétero de k-pop, certo? Mas infelizmente não curto yaoi, então mesmo que você goste eu espero que aprecie uma boa história com o Junsu. Att, Xia's Wife!