Aquele minúsculo apartamento parecia gigantesco. Estava tão vazio quanto antes de ele ter colocado os pés ali.
Ficar deitada naquela cama, debaixo daqueles lençóis me fazia querê-lo novamente. Toda aquela situação estava despertando em mim um lado masoquista que eu desconhecia, eu estava me martirizando, lembrando de todos momentos. Eu precisava de forças para superar aquilo. Como eu podia arranjar outro amor, se eu continuava sofrendo por um antigo? Em quem eu poderia me segurar se não havia ninguém ali? As peças do quebra cabeça estavam soltas por aí, perdidas no espaço.
Vulnerabilidade. Distração. Traição.
Eu estava mesmo assim, pensamentos sendo atormentados por um passado não tão distante. Traída por meus próprios sentimentos e por ele, ele me traiu. Me apunhalou pelas costas enquanto se fazia de “meu aliado”.
Por alguns segundos eu encarei meu reflexo no espelho e não me reconheci.
Certo dia, quando eu já estava me recuperando, meu celular tocou. O outro lado da linha estava mudo. Enquanto eu, repetidamente, dizia “alô”. Era ele. Só soube depois que desliguei e fui checar o número. Por que ele ligou? E só agora? Meu coração bateu forte parecendo que ia saltar do peito. O meu foco mudou. O raciocínio ficou lento, assim como tudo ao meu redor.
Meu mundo era cinza, minha realidade era preto no branco, ele me trouxe cor e desejei que nunca o tivesse feito. Sem isso, eu conseguiria lidar com as coisas de um jeito diferente. Ele havia provocado um buraco negro ainda maior em meu peito. Como ele terminou, como ele me enganou. Agora eu acreditava que os próximos vão fazer o que ele fez. Não só ele, como tantos outros fizeram, mas ele fez da pior forma.
Eu não consegui fazê-lo, nem nenhum outro, se apaixonar por mim.
Já estava chegando ao nível ridículo de me fazer de vítima. Qual era o problema de me permitir ser dramática e chorona uma vez na vida?
Ele não ia voltar, eu tinha certeza. Nem queria que voltasse. Mas porque eu não conseguia esquecer? Por que ele não podia ser meu? Ele fingiu ser meu. Ele me salvou e eu não pedi por isso. Não quis nada disso.
O fim de semana estava apenas começando e eu estava sem planos. Olhei para minha gata Amy que também me olhou e respondeu com um “miau”.
- Te entendo. – respondi para ela.
Lá estava eu, falando com uma gata. A solidão não me fazia bem, assim como a embriaguez. Mas já que nada está tão ruim que não possa ficar pior... O melhor a se fazer era comprar uma garrafa de rum!
Peguei as chaves e saí do apartamento, caminhei pelo corredor e entrei no elevador.
Minutos depois, logo entrei no carro e dei partida, indo em direção ao primeiro supermercado que aparecesse.
Como um atalho, entrei num beco escuro que estava repleto de pessoas sujas, algumas deitadas no chão, outras andavam cambaleando devido ao excesso de álcool. Não pude evitar que meus olhos ficassem marejados. Eu estava como eles. Sem rumo. Pedindo ao universo por algo especial.
Me senti desprotegida como nunca antes. Nova York que nunca dorme, esta noite não parecia ser boa companhia.
Parei no sinal vermelho e olhei para o relógio de pulso, os ponteiros marcavam uma e meia da manhã. Encostei a cabeça no banco e fechei os olhos por um instante. Comecei a pensar no que eu estava fazendo da minha vida. O que era minha vida? O que ou quem eu era?
Ouvi buzinas ensurdecedoras atrás de mim, o que me fez abrir os olhos e continuar meu caminho.
Senti a claridade entrar pelas frestas da persiana e abri os olhos com dificuldade encarando o teto branco, eu havia adormecido no sofá e ficaria com uma terrível dor na coluna pelo resto do dia. Amy havia se deitado em minha barriga, ainda dormia profundamente. Em movimentos lentos a peguei e a coloquei no canto do sofá, ficando de pé e me alongando em seguida.
Minha cabeça ainda estava com aquela sensação entorpecida por causa do rum. Prendi o cabelo num coque frouxo e fui até meu quarto, lembrei-me de todo o meu monólogo da noite anterior e resolvi fazer algo a respeito.
havia sido bom por um tempo, eu ainda ia amá-lo por mais outro tempo, mas se ele não me amava mais, porque ficar me torturando? Eu estava me tornando minha própria inimiga.
Abri a porta do closet e havia ali uma camiseta xadrez dele, uma caixa cheia de fotos e cartas, que eu havia jurado para mim mesma que me livraria daquilo, havia chegado a hora.
Peguei a camiseta, a caixa e em passos apressados fui de encontro à cozinha. Peguei um isqueiro e a garrafa de álcool, despejei todas as coisas dentro do lixo e incendiei.
Eu queria queimar a presença dele dentro daquele lugar, queimar meu passado, nós dois. Por mais confusa que eu estivesse, por mais qualquer coisa que eu estivesse sentindo, eu não podia deixa-lo atrapalhar a minha vida. Por mais que eu quisesse me trancar dentro de meu quarto e esperar toda aquela história passar, eu sabia que fugir não era a melhor escolha.
Observei as chamas tomarem conta daqueles pedaços de e se transformarem em pó. Talvez nosso relacionamento tivesse sido assim, incendiou o meu mundo e logo se transformou em nada mais nada menos que lixo.
Pelo resto do domingo eu procurei me ocupar em cozinhar para mim mesma e ler algum livro que não tivesse nada de romance, com algum personagem santo e adorável que o nome começasse com a letra .
E acordei no dia seguinte com o mesmo mau humor de Amy, estava na hora de ir trabalhar e como havia me atrasado um pouco, resolvi tomar café a caminho do escritório. Vesti meu casaco vermelho e prendi os cabelos num rabo de cavalo.
O vento estava mais leve naquela manhã, numa temperatura agradável. Desci as escadas da estação, em poucos minutos o aglomerado de pessoas que estavam ali se apressaram para pegar um lugar no metrô.
Entrei no metrô que estava vazio em relação aos outros dias, procurei por algum assento desocupado e não encontrei, tive que contentar com a barra de ferro para me segurar. Olhei para cima e respirei fundo. Estava torcendo que aquilo, aquele dia fosse o recomeço de tudo. Era uma nova semana, outra segunda-feira.
Olhei para o lado e avistei um rapaz de profundos olhos que sorriu para mim e em uma resposta automática eu sorri de volta.
Abri a porta do apartamento e notei que Amy não estava deitada no sofá, como ela costumava ficar, supus que ela fugira... De novo. Respirei fundo, dei os mesmos passos de volta e fechei a porta. Ela poderia estar no beco ao lado do prédio.
Rapidamente saí do elevador e fui até o hall, encontrei Amy nos braços de . Assim que me viu, ele abriu aquele largo sorriso de sempre, se pôs de pé e aproximou.
- Essa sua gata gosta muito de fugir, já descobri porque se dão tão bem. – Ele disse divertido, lutei contra meus instintos de responder de forma grosseira e peguei a gata, a encaixando em meus braços.
- Bom te ver também, .
- Só estou brincando contigo.
- Tá, tá. – Relaxei os ombros e lhe dei um beijo na bochecha. – Só o que você está merecendo.
Segui em direção ao elevador, sendo seguida por ele.
- Ei, eu te liguei no sábado, mas só caía na secretária eletrônica.
- Hum, trabalhei até tarde num artigo, estava bastante inspirada.
Ele assentiu com a cabeça e entrou no elevador junto comigo, enquanto eu fazia carinho na cabeça de Amy.
- Eu vim para te fazer um convite, na verdade.
“Convite”, aquelas letras já faziam meu sinal de alerta disparar, vindo da boca dele então, me faziam querer sair correndo. e eu só havíamos conversado abertamente sobre relacionamentos pouco tempo atrás e, ele me parecia bem determinado em me conquistar, o que, por um lado, me assustava. Era como se ele me pressionasse apenas por estar perto e aquele sentimento era angustiante.
- Convite? – Me pronunciei depois de minutos em silêncio dentro do elevador, enquanto caminhava até o sofá da sala.
- Sim. Quero que você vá passar o Natal comigo e minha família, em Connecticut.
Eu sabia!
- Não acha que está cedo?
- Sinceramente? Não. Nos conhecemos por acaso num metrô e daí? Já estamos de rala e rola faz mais de quatro meses, você passar o natal comigo não é nada de mais.
- Mas eu vou conhecer sua família.
- Também não vejo problema.
Olhei em sua direção e levantei as sobrancelhas em surpresa, ele me parecia bem seguro e parecia não medir a consequência das coisas. Tudo bem que, realmente, não tinha nada de mais conhecer os pais dele, porque afinal, amigos fazem isso o tempo inteiro, apesar de que o que tinha entre nós era algo diferente e eu só temia o que podia vir a partir desse “feriado em família”.
- E então? – continuou me olhando, esperando uma resposta e antes que eu pudesse piscar, assenti com a cabeça meio devagar:
- Tá, eu topo.
- Maravilha! – sorriu novamente.
A noite havia chegado rápido, logo depois de jantarmos uma boa pizza, fomos para o quarto.
Já era mais de duas da manhã e eu estava com insônia. "Do que tem medo, ?" Minha mente continuava a me perguntar isso enquanto eu observava dormir profundamente ao meu lado, alguns fios negros caiam sobre seu rosto, ele conseguia ser incrivelmente bonito e parecia clichê demais achá-lo mais bonito que os outros que deitaram naquela cama. Era tudo demais, tudo maravilhoso e confuso demais pra ser verdade, aquela não era a minha vida, não parecia ser.
Eu não sabia se tinha medo de toda aquela perfeição desaparecer da noite para o dia ou de sempre não me sentir boa o suficiente para ele. Ele poderia ter qualquer mulher no mundo, isso era fato.
Naquele estado emocional que eu me encontrava, sabia que precisava me sentir segura, me sentir forte, mas como?
No dia seguinte, pela manhã, liguei para minha mãe que não atendeu o celular, mas lhe deixei um recado na secretária eletrônica avisando que ia passar o natal na casa de . Ela já sabia o suficiente sobre ele para imaginar que estávamos meio que deixando esse termo de “apenas amigos” de lado. Também sabia que eu estava cismada o bastante para querer ouvir um bom conselho de mãe, que seria: Tenha paciência e espere. Mesmo não a tendo por perto, iria tentar seguir essa linha de pensamento.
Já era dia 24, pela manhã veio me buscar logo cedo para que pudéssemos ir ao supermercado antes de pegarmos estrada com destino a Connecticut. Minhas coisas couberam em uma mochila de tamanho médio, o que o admirou. Ora, eu só iria passar duas noites, não precisaria de muita coisa.
Enquanto empurrava o carrinho de compras no supermercado, cantarolava ao som de Have Yourself a Merry Little Christimas, definitivamente eu era obcecada pelo natal, todo aquele clima adorável e infantil me fazia bem, sem falar da neve.
Olhei para a seção de bebidas e lá estava com uma expressão confusa no rosto, enquanto olhava para as garrafas de vinho, aproximei dele com o carrinho e continuei observando em silêncio, até que ele me olhou por cima do ombro e sua confusão se transformou num sorriso.
- Pode me ajudar?
- Hum, essa garrafa. – Disse-lhe e apontei para uma garrafa de vinho tinto que ele segurava na mão esquerda.
Sorriu novamente e colocou a mesma no carrinho.
- Você não acha que é muita coisa para uma ceia de natal na casa dos seus pais? Aposto que eles já compraram muita coisa.
- Não conhece minha família mesmo. – riu e beijou meu rosto. – Tenho cinco irmãos, minha querida. Comida não sobra por lá. Depois temos que sair daqui e comprar presentes.
- Ok, você quem sabe. Vamos chegar lá meio tarde, eu acho.
- Só não podemos chegar de mãos vazias! – Ele riu. – Não vai comprar presente pra sua família?
- Ah, é, já comprei na verdade, pretendo passar a virada do ano com eles.
Notei que os olhos dele ganharam um brilho de esperança e engoli em seco, sorrindo fraco, não sei se deu pra disfarçar bem, estava com intenções mais sérias do que eu imaginei e eu pensei que era aquilo que eu queria também, até perceber que estava surtando por dentro.
Depois de horas batendo perna à procura dos presentes, estávamos entrando no condomínio em que a família dele morava, era bem bonito e calmo, enfeites de natal por todos os lados, as crianças correndo e brincando sobre a superfície branca que cobria a grama, era o clima familiar mais impecável que eu tinha presenciado. Sorri de lado por me sentir tão confortável num lugar e olhei para que já estava estacionando o carro em frente a uma casa azul simples. Da calçada até a entrada tinha um caminho de pedra, um sedan preto estacionado na garagem. Tudo parecia calmo, até que saímos do carro e alguém abriu a porta da casa falando alto.
Um senhor de cabelos grisalhos, calvo e barrigudo sorriu ao nos ver e foi se aproximando para nos cumprimentar.
- Vocês demoraram, ! – Ele disse com uma voz alegre e firme.
- Demos uma parada para comprar as coisas, pai.
- Oh, tudo bem. – O sr. abanou a mão no ar e olhou para mim. – E você, mocinha? , não é?
- Exatamente. Muito prazer. – Estendi a mão, mas ele me puxou para um abraço apertado que quase me deixou sem ar. Ouvi a risada abafada de ao meu lado, até que o pai dele me soltou.
- Vamos, entrem, devemos apresentar a a sua mãe.
Olhamos um para o outro, ele com uma expressão despreocupada e eu, surpresa.
A ceia ainda estava na metade e eu já tinha me divertido demais com os , principalmente o irmão mais novo de que era uma comédia.Todos também pareciam estar gostando de mim, até agora ninguém havia me olhado de cima a baixo com cara de desdém.
Limpei minha boca com o guardanapo e repousei minhas mãos no colo, , que estava ao meu lado, colocou sua mão em cima da minha. Olhei para ele e sorri sem jeito, puxando a mão devagar, coloquei uma mecha de meu cabelo atrás da orelha. Percebi que ele não entendeu minha atitude e aproximou o rosto de meu ouvido, perguntando em voz baixa o que estava acontecendo.
- Eu vou ao banheiro. – Respondi no mesmo tom de voz e levantei, chamando a atenção de todos, sorri para eles e saí da sala de jantar, subindo as escadas, indo em direção ao banheiro.
Segundos depois que eu fechei a porta, pude vê-la abrir novamente.
- Eu não posso ficar com você, . – Disse olhando em seus olhos, mesmo que pelo reflexo do espelho.
- E você vem me dizer isso na véspera de natal? E porque não pode? – Ele fechou a porta, aproximando de mim.
- Eu não estou pronta pra entrar de cabeça num relacionamento. – Passei a mão em meu pescoço onde o nó se formava, de novo.
- Você fala como se o seu último relacionamento tivesse sido muito duradouro.
- Mas foi intenso.
- Durou o que? Três, quatro meses?
- Não se trata disso! – Minha voz subiu um pouco o tom e percebi que ele começava a ficar irritado, passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo antes que eu pudesse continuar, – eu nunca havia me apaixonado.
- Aos 21 anos e você só se apaixonou agora? – O semblante de estava um misto de dúvida e diversão.
Dei de ombros em resposta e ele pareceu se conformar com a súbita mudança de comportamento.
- Por isso não quer se envolver comigo?
- Eu não posso passar por isso de novo, não agora, e eu sei o que vou passar por estar apaixonada por você, prefiro cortar o mal pela raiz.
- Como pode ter tanta certeza? – Ele franziu o cenho.
- Por que quer tanto que eu mude de ideia, huh?
- Prefere que eu te deixe sair sem questionar?
- Você não entende, ser rejeitada de novo, eu não suportaria.
- Droga, , estou me cansando de ser sua consciência! Você está sendo infantil, todo mundo é rejeitado, todo mundo é traído, é a vida. E eu não estou te pedindo em casamento, eu só quero ficar com você, mas se você escolher ir embora sugiro que faça isso logo, não vou te segurar e nem te forçar a fazer nada que não queira. Está em suas mãos agora a decisão.
De início eu achei que ele iria usar algum argumento fajuto e clichê, como todos fazem, mas ele pronunciou com firmeza todas as palavras, ele estava me dando um xeque mate.
Estávamos ambos nervosos, a ponto de explodir, não era a hora para discutirmos aquele assunto, não era hora, nem lugar. Inspirei o ar calmamente e olhei para ele, tentando recuperar meu bom senso.
- Acho melhor deixarmos esse assunto para amanhã.
- Santo Deus! – grunhiu e então saiu apressado do banheiro.
Minha cabeça estava mais confusa que dias atrás antes dele me arrastar para aquele lugar, eu precisava de ar, eu não suportava aquela pressão e cobrança. Aquele natal estava muito estranho, eu havia aceitado a proposta por achar que conseguiria lidar com tudo aquilo, mas eu precisava me curar primeiro, eu não poderia deixar que alguém se machucasse por minha causa, seria injusto. Eu nunca fora orgulhosa demais para pedir que alguém voltasse e talvez o problema fosse esse, eu não me amava o suficiente, eu não me colocava acima de ninguém.
Naquela noite, mesmo estando com raiva de mim, dormiu ao meu lado. Eu sabia que ele já estava perdendo a paciência comigo, sabia que tinha que tomar uma decisão o mais depressa possível. Eu tinha duas opções: Libertá-lo antes que fosse tarde ou ficar com ele acima de qualquer medo que eu estivesse sentindo. A questão era: Eu estava pronta para deixa-lo? Estava pronta para tê-lo?
Me virei na cama, ficando de frente para ele, que dormia de barriga para cima e o abracei, inalando o seu perfume. Senti as pontas de seus dedos passeando pelas minhas costas e ele pigarreou, ainda de olhos fechados, antes de falar:
- Não conseguiu dormir?
- Não, essas insônias estão me enlouquecendo.
Ele me puxou mais para perto e deu um beijo em meus cabelos.
- Você se preocupa demais, quase estragou minha véspera de natal. – Disse num tom divertido e eu me forcei a rir para que não ficasse me sentindo tão culpada.
- Você me bagunça, .
- De uma forma boa?
- Mais ou menos, eu fico meio desequilibrada com você por perto, mas é um desequilíbrio interessante, no fundo, eu acabo gostando.
Olhei para o seu rosto e ele abriu os olhos, me encarando.
- Não entendi.
- Eu não sei se estou pronta pra você.
Ele revirou os olhos e sabia que eu ia começar com meu monólogo.
- Só responde o que eu te perguntei quando for certeza, ok? Basta dizer sim ou não. Já falamos tudo o que tínhamos para falar, só falta sua decisão final. – Disse, me interrompendo.
- Esse é o problema, eu posso não ter certeza nunca, porque eu fico confusa com relação ao que sinto por você, eu quero me arriscar sem me machucar, eu quero ficar com você sem ter medo de ser deixada.
Minha voz saiu meio abafada por eu estar com o rosto encostado em seu peito. se endireitou na cama e encostou as costas na cabeceira, segurou meu rosto com as duas mãos.
- Veja bem, preste atenção no que eu vou falar porque sou sete anos mais velho que você. – Ele mesmo riu de seu início de discurso, – Nunca vamos saber se não vamos nos machucar, você tem esse medo todo aí de ser deixada, mas quem sabe se não é você quem vai me deixar? Não vamos ter as respostas do futuro, se estamos no presente. Eu só quero saber uma coisa. Você confia em mim?
Seus olhos continuavam a prender a atenção dos meus, aquilo tudo soou da maneira mais sincera que eu pude imaginar. Sem hesitar, encostei meus lábios nos seus e pude senti-lo sorrir com a resposta.
Fim.
Nota da Autora: E aí, o que acharam dessa shortfic? Haha Esse acontecimento do término e tudo mais, realmente aconteceu, o restante é fictício, não conheci um carinha perfeito e não moro em NY, infelizmente ): Mas pelo menos ela teve um final feliz, né?!
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