Então é Natal!
Autora: Morg Ferreira


Capítulo 01 – O Natal existe... Infelizmente!


“Que o Natal existe, que ninguém é triste, que no mundo há sempre amor.
Bom Natal, um feliz Natal, muito amor e paz, pra você.
Pra você...”


– Por que a não está cantando? Isso não está certo. É para todo mundo cantar.
– Acredite, Laura, você vai preferir assim – Letícia respondeu.
Lançou um olhar maldoso para sua irmã que olhava o ensaio do ‘coral’ da família como se estivesse presenciando o massacre da serra elétrica. Era de conhecimentos de todos que não suportava o natal e nada relacionado a ele, mas Laura ainda não sabia disso, a probrezinha ainda não fazia parte da família.
– Ela precisa cantar também – Laura falou, levantando e indo até . A garota que estava no canto da sala encostada na parede descruzou os braços e encarou Laura. Letícia conhecia bem demais sua irmã para saber que a expressão no rosto dela era de determinação.
Laura não iria ganhar essa luta.
– É o meu casamento, , você não pode ficar de fora das programações que foi preparada para as meninas. Você tem que ensaiar também, todas terão que cantar.
olhou de relance para sua mãe. Já havia visto aquele olhar antes, era o olhar de ”por favor, filha, hoje não”, mas ela não podia evitar, odiava o natal e nem o estúpido casamento de seu primo iria fazer com que ela cantasse as estúpidas canções natalinas. Nem mesmo se o próprio menino Jesus com seus três reis magos estivessem presentes no casamento.
- Eu sei que é o seu casamento, Laura, e estou, de verdade, feliz por você e pelo James. Deus é testemunha que nunca achamos que chegaria o dia em que alguém obrigari... Quero dizer... Seria especial o suficiente para fazer meu primo desistir de sua vida de solteiro. E é só por achar que esse dia nunca chegaria que estou aqui hoje, Laura. Porque nada além do casamento do meu primo preferido me convenceria a festejar o natal. Mas nem por ele, e nem por você irei me vestir de mamãe Noel e cantar. E acredite, quando digo que não vou, estou... –
– Já chega, – Clara caminhou até onde sua filha e Laura estavam e passou os braços protetoramente em volta dos ombros da noiva que ainda encarava sua filha com lágrimas nos olhos, como se não pudesse acreditar no que acabara de ouvir. Clara entendia o sentimento, ela também não acreditava no que havia saído da boca de . Onde foi que havia errado com ela? Qual pecado havia cometido para ter uma filha que odiasse tanto o Natal? nunca gostou de festejar o natal, mas nos últimos anos sua repulsa só havia aumentado – Você já mostrou seu ponto.
– Mãe – ficou irritada de verdade com a reação de sua mãe. Ela estava defendendo Laura? Sua mãe, dentre todas as pessoas, sabia como se ela sentia em relação ao natal e suas festas familiares.
– Eu só estava explicando... –
– E explicou. – Clara a cortou novamente – E agora que todos já sabem como você se sente, por que não nos deixa ensaiar? – e, voltando sua atenção para Laura, acrescentou – Vamos, querida, amanhã é seu grande dia, não deixe a Grinch estragar esse momento para você. encarou as costas de sua mãe por um momento e voltou a olhar para Letícia, sua irmã sempre esteve ao seu lado nesses momentos. Não entendia seu ódio pelo natal, mas ficava do seu lado.
Letícia lhe sorriu e apenas deu de ombros. Movimento que interpretou como ‘você conhece a mamãe’.
Era só o que me faltava pensou enquanto saída da sala irritada Se não bastasse ter que passar o natal em família, tendo que agüentar todos os tios perguntando ‘por que você ainda não se casou?’, como se ser solteira fosse algum crime. Eu só tenho 25 anos, pelo amor de Deus! Ainda tenho que passar por isso? É Natal porcaria!.
Cega de ódio, a garota continuou seguindo pelo corredor sem se importar de fato aonde ia. Ela só queria ficar longe de toda aquela cantoria, felicidade e vermelho. Por que tudo tinha que ser tão vermelho? Por que a noiva idiota do seu primo resolveu casar no natal? Quem se casa no Natal? Será que eles não tinham piedade pelas pessoas não envolvidas no casamento? Era muito fácil para James e Laura, eles só precisavam subir ao altar e dizer “sim”. Não precisavam passar por todo aquele “Noite feliz” e biscoitos enfeitados.
Entrou na sala de TV e encontrou seu cunhado assistindo um filme. Um filme de natal!
– Oi , o ensaio já terminou? – encarou seu cunhado Peter e suspirou. Não estava com paciência para Peter no momento. Ela o adorava. Sabia de todo o coração que ele era a pessoa certa para sua irmã, mas ele - assim como sua mãe - não entendia sua aversão ao natal. – Apenas acabou para mim.
– Entendo – Peter murmurou voltando a encarar a TV. E realmente entendia. ainda lembrava o desastroso natal que Letícia o levou para apresentar a família. Vamos apenas colocar que aquele natal é – dentre muitos – o que mais gostaria de apagar de sua vida.
– Você precisa apenas relaxar, – Peter falou quando a garota sentou ao seu lado – é só apenas até amanhã, amanhã tudo isso acaba.
– Não acaba, Peter – ela falou derrotada – isso nunca tem fim. Eu só ganho a vantagem de um ano, mas no ano seguinte a tortura recomeça.
– Você deveria pensar seriamente em fazer análise, sabia? Isso não é normal... Esse ódio todo não é normal.
olhou como se ele fosse louco.
– Mas eu faço terapia. Como você acha que acabei aqui hoje?
– Você faz? Realmente?
Como continuava o encarando, ele acreditou em suas palavras.
– Então você deveria considerar mudar de terapeuta.
Como se isso também já não houvesse passado por sua cabeça. Na verdade, ela não pensou em mudar, pensou em parar. Não havia como ‘superar’ algo que nem ela mesma sabia o porquê. Não havia trauma a ser superado, nunca foi maltratada em sua vida, muito menos no Natal (como seu terapeuta chegou a sugerir). Ela só não conseguia entender a hipocrisia das pessoas em esquecer seus problemas e fingirem estar tudo bem no natal. Não entendia na realidade como alguns casais que passavam o ano todo brigando, se abraçavam e se beijavam no dia de natal. Detestava como a maioria dos pais que iam a sua loja se afundavam ainda mais em dívidas apenas para comprar presentes para seus filhos egoístas.
Ela tentava entender a alegria, mas a magia do natal nunca chegou até seu coração. E duvidava seriamente que um dia chegaria.

Capítulo 02 - Noite feliz... Será?


E ainda não sabem por que não gosto do Natal?! pensou ao observar o rapaz que entrava naquele momento na casa de seus tios. Justo quando a garota se perguntava se as coisas poderiam piorar, entra e prova que sim.
Ela ainda não se conformava que havia conseguido esquecer que ele provavelmente seria o padrinho de James. Ele era o melhor amigo de James desde... Bom, desde sempre! Claro que ele estaria aqui.
, o vizinho maldito. O rapaz que cresceu com ela, que gostava de puxar seus cabelos para vê-la chorar. Que ganhava sempre os mais brilhantes e ridículos presentes de natal. Que sempre a maltratava e humilhava por não gostar “do bom velhinho e suas tradições”.
sempre fora aquele que cantava mais alto no colégio no coral de natal, que usava o mais ridículo suéter natalino. Era o primeiro a montar as decorações – sempre acreditou que a casa dele era visível da lua, não existia casa mais brilhante no bairro – em resumo, ela duvidava que existisse alguém que amasse mais o natal que ele. E pensando nisso agora a idéia do casamento em pleno dia de natal provavelmente partiu dele. Só poderia convencer seu primo que não existia data mais linda para um casamento. De todas as coisas que eles discordavam – o que lembrava que eram muitas – essa em particular era a que mais se destacava. Ela sempre odiaria o natal e ele sempre amaria.
Quando aqueles brilhantes olhos azuis se fixaram nela, a garota soube que estava perdida.
– Olha só quem está aqui – o sorriso de só poderia ser descrito como irônico – Minha Grinch preferida.
– Olá, tentou lhe sorrir da mesma maneira, mas ela sabia que nunca foi e nunca seria tão boa quanto ele – Papai Noel te liberou do trabalho? Achei que hoje fosse o dia mais movimentado do ano para vocês, os fiéis ajudantes.
– E realmente é, mas nós, os mais dedicados, conseguimos algumas horas de folga quando precisamos.
– Que sorte a minha, não é mesmo?
– Você sempre foi uma garota de sorte, bonequinha de neve.
Não me chame de bonequinha de neve falou, com raiva, por entre os dentes. Sempre detestara quando a chamava assim, e por ele saber disso é que ainda continuava a chamando.
Ele abriu um sorriso enorme.
– Por que não? Combina perfeitamente com você.
– Escute, , não estou tendo um bom dia e sua presença aqui certamente não está contribuindo em nada para melhorá-lo, então será que poderíamos fazer um favor um ao outros de nos evitarmos ao máximo? Amanhã depois do casamento estou indo embora e com sorte essa será a última vez que iremos nos ver, então podemos nos ajudar ficando um fora do caminho do outro?
– Estou vendo que ainda não conseguiu superar sua paixão por mim.
suspirou. nunca havia facilitado sua vida em nada, não iria começar hoje.
– Esqueça que me viu aqui, esqueça que existo – ela falou enquanto virava de costas e subia rapidamente as escadas que a levariam para a segurança de seu quarto naquela casa.
ficou parado na entrada observando se afastar. Ela estava ainda mais linda do que se lembrava.
– Esquecer você não é tão simples, bonequinha de neve – ele murmurou – Acredite, eu tentei!

Capítulo 03 - Quero ver, você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz...


Era um pesadelo. Só que, daquela vez, ela estava definitivamente acordada. A noite começou mal o suficiente, mas inacreditavelmente, ela foi só piorando.
Primeiro o encontro com , de alguma forma ele sempre conseguiu acabar com o pouco de paz que havia dentro dela em noites natalinas. Depois sua mãe foi até seu quarto e lhe passou um grande e tedioso sermão sobre como ela deveria ou não se comportar e que deveria ter vergonha pela forma que havia se comportado no ensaio, e como se sentia culpada o suficiente, acabou concordando – e até agora ela não sabia como – em participar do coral natalino de mulheres. E agora aqui estava ela, no jantar de ensaio do casamento. É claro que ela sabia que teria esse jantar – com direito a peru de natal sobre a mesa –, mas o que ela não sabia era como os convidados estariam sentados, porque se ela apenas imaginasse a disposição dos convidados, teria trocado de lugar para evitar o pesadelo que estava vivendo. Ninguém menos que estava sentado ao seu lado.
– Você está bem, bonequinha? – sussurrou perto de seu ouvido. , como vinha fazendo desde que se sentou ao lado dele, o ignorou. Ela olhou para a tia da noiva sentada ao seu lado e perguntou.
– Será um lindo casamento, a senhora não acha?
– Com esse tempo? Duvido – a mulher respondeu, mal-humorada.
Ah, que ótimo, de todas as pessoas que poderiam colocar do meu lado, tinha que ser uma que estão tão feliz quanto eu de estar aqui! pensou. Sua atenção voltou para que conversava com animadamente com o senhor ao lado dele.
– Pode me passar a manteiga, querido? – a senhora mal-humorada pediu a . Ele passou a manteiga sem olhar para , voltou o olhar para o outro lado da mesa, enquanto colocava a mão sobre a coxa dela.
não estava usando meia-calça e, por baixo da mesa, antes que ele tocasse ainda mais sua pele, agarrou o pulso com cuidado e retirou a mão dele enquanto puxava sua saia ainda mais para baixo.
Ela sabia que estava querendo provocá-la, mas o calor que sentiu quando lhe tocou a pele não foi normal. Com a mão tremula, agarrou a taça de champagne e tomou um grande gole para se acalmar. Quando a bebida deslizou-se em sua boca, puxou sua saia acima dos joelhos e colocou novamente a mão na coxa de . O calor do contato a assustou, fazendo-a se engasgar com a bebida.
— O que aconteceu? — a senhora ao seu lado perguntou.
O que aconteceu é que esse idiota está com a mão na minha perna.
— Nada — respondeu – Eu apenas me engasguei com a bebida.
se inclinou para ela e disse:
— Fique parada ou as pessoas vão achar que estou te apalpando por baixo da mesa.
— E é exatamente o que você está fazendo! — ela falou, olhando para ele irritada.
— Eu sei. — Ele sorriu — Mas não acho que você queria que o resto das pessoas saibam.
A palma da mão dele aqueceu a pele dela e ficou parada o encarando, fingindo que o calor da mão de não estava passando por seu corpo fazendo-a quase suspirar de desejo. Ela apertou o pulso dele, mas não tinha mais certeza se estava segurando a mão dele para que ele não a movesse ou para que ele não a tirasse da perna dela.
.
Ele inclinou novamente a cabeça em direção a dela.
— Sim?
— Pare. — Ela abriu um sorriso forçado como se eles estivessem conversando há um bom tempo e olhou de relance para as pessoas. — Alguém pode ver.
— É com isso que você está preocupada?
— É... Quero dizer, não!
— Você precisa se decidir, bonequinha de neve.
E com essas palavras, acordou de seu transe e percebeu em que posição estava. estava brincando com ela, a provocando, como sempre havia feito e aqui estava ela, caindo em seus jogos e truques. Sempre fora assim, e mais uma vez estava sendo.
Ela tirou a mão dele de sua perna ao mesmo tempo em que empurrou a cadeira e se levantava. Pegou sua bolsa e praticamente correu para o banheiro mais perto e se trancou lá. Ela queria desesperadamente chorar. Qual era o problema dela com , afinal de contas? Por que ela sempre caia em suas provocações? Ela sabia a resposta, sabia a resposta para essa pergunta há anos, mas não queria pensar nela.
Jogou a bolsa sobre a bancada do banheiro e ligou a torneira para molhar seus pulsos e pescoço. Respirou profundamente e olhou para si mesma no espelho. A garota que a olhava de volta estava com o rosto vermelho e os olhos brilhando de excitação.
Definitivamente havia algo de errado com ela. Algo que a fazia parar de pensar racionalmente quando envolvia .
Estúpida, estúpida, estúpida!. Anos sem um sinal, sem uma palavra e bastou algumas horas para que ele conseguisse derrubar todas as barreiras que achava haver construído. Seu coração nunca esteve e nunca estaria a salvo enquanto estivesse por perto. Precisava fugir dali, queria desesperadamente a segurança de sua casa, mas primeiro precisava sair dali.
O plano era o seguinte: Sair do banheiro e se esconder em seu quarto até o horário do casamento. Cantaria no maldito coral, participaria do brinde dos noivos, comeria um pedaço do bolo – porque também era filha de Deus e adorava bolos de casamento – e iria embora antes mesmo que alguém percebesse que havia saído, mas primeiro precisava de coragem para sair daquele banheiro. Não era e nunca foi covarde, mas estar perto de acabava com sua coragem.
Ela pegou a bolsa e abriu a porta. estava parado, encostado com as mãos no bolso do outro lado da parede do estreito corredor. Quando ele a viu, desencostou da parede e caminhou em direção ao banheiro.
— Fique longe de mim, . — Ela estendeu o braço para distanciá-lo, mantê-lo o mais longe dela possível.
Ele segurou o braço dela e a puxou em direção ao seu peito.
— Não consigo mais — ele disse, delicadamente. Segurou fortemente o rosto da garota enquanto a empurrava novamente para o banheiro — Há anos eu venho tentando ficar longe de você, , mas dessa vez eu desisto de tentar.
Ele a pressionou contra ele e seus lábios a beijaram de forma ardente, que a deixou paralisada. A língua dele acariciava a língua de , fazendo-a quase delirar de desejo. E quando ele parou o beijo em busca de ar, sua respiração estava ofegante, como se tivesse corrido quilômetros.
praticamente sussurrou seu nome — Alguém pode entrar aqui.
Sem desviar os olhos dela, ele esticou o braço e trancou a porta do banheiro.
— Algo mais? — ele perguntou e sua voz estava rouca de desejo — Porque se você não falar nada nos próximos três segundos, , eu juro que nada mais será capaz de me fazer parar. Você tem exatamente três segundos para tentar me convencer de que não me quer como eu te quero e que aqui é o lugar errado.
E era! sabia que ali não era lugar, mas ele não tinha mais paciência nem disposição para procurar lugar melhor.
— Eu não preciso de três segundos, . Você sabe que eu quero você!
suspirou. Ele não sabia que ela o queria também, vê-la confessar assim, tão cheia de desejo, era seu presente de natal. Ela era o presente que havia pedido há anos ao Papai Noel e só agora estava recebendo. Mais tarde diria isso a ela, mas não agora. Agora não conseguia ser coerente o suficiente para formular uma frase. E sem dizer uma palavra voltou a beijá-la. Agarrou a parte de trás das coxas de , fazendo com que a garota abraçasse sua cintura com as penas e caminhou até o balcão do banheiro, colocando-a sentada ali e voltou a beijá-la.
A forma que a beijava só poderia ser descrita como desesperada, faminta. As mãos dele passavam por todos os lugares de seu corpo, como se quisesse memorizá-la com as mãos. As palmas das mãos dela deslizavam pela camisa dele até os ombros e retirou o terno dele. murmurava o nome da garota como se não pudesse acreditar que ela estava ali... Com ele. Ele beijou seu rosto. A garganta. A orelha. — Não consigo acreditar que isso está acontecendo.
— Nem eu — ela sussurrou, tentando tirar o resto do terno dele e não conseguindo. sorriu e parou de beijá-la para tirar ele mesmo o terno e jogar no chão. Ele segurou o rosto dela com as mãos, forçando-a a olhá-lo.
— Prometo que da próxima vez iremos devagar, ok? Mas não consigo ir com calma dessa vez.
— Eu não quero que você vá com calma.
— Ótimo.
Abriu o cinto e em seguida sua calça e em vez de puxar a calcinha pelas pernas, ele deslizou as alças do tecido para um lado. Em seguida, penetrou-a. Pressionou fortemente lábios contra os dela para abafar o gemido que lhe subiu a garganta.
— Meu Deus — ele falou de forma ofegante, e seu corpo forte apertou-a ainda mais. O peito dele arfou enquanto ele se esforçava para manter o controle, mas perdeu completamente a capacidade de raciocinar quando entrelaçou com mais força a cintura dele com suas pernas. O coração dela parecia bater a mil por hora enquanto ele a penetrava mais rápido.
começou a sentir um temor que não teve nada de doce ou leve, uma forte sensação se apoderou de seu corpo e ela arqueou as costas e segurou fortemente a camisa dele para se segurar. Os músculos dela se contraíram, apertando-o dentro dela. Ele gemeu novamente. Os músculos do braço dele pareceram endurecer ainda mais e ele pareceu sussurrar o nome dela mais uma vez.
descansou a cabeça no espelho atrás dela e permaneceu de olhos fechados esperando que seu coração pudesse voltar a bater normalmente. Ela não conseguia acreditar que conseguiria se mexer se quisesse. Ela tinha plena consciência que algo maravilhoso e ao mesmo tempo assustador acabara de acontecer. Ela não era nenhuma virgenzinha, já havia tido alguns orgasmos em sua vida, mas o que tinha acabado de acontecer naquele banheiro, com ninguém menos que , era mais que sexo. Mais que um simples orgasmo. a levou a um lugar que nunca esteve antes, e saber que isso só aconteceu por saber da profundidade de seus sentimentos por ele a fez ter vontade de chorar.

— Você está bem? — perguntou quando finalmente recuperou a força para conseguir falar. Como não respondeu, se afastou para poder olhá-la. No momento que seus olhos se encontraram, soube que algo não estava bem. Será que ela não havia sentido o mesmo que ele? Não havia sido tão intenso para ela? Ele sonhava com esse momento desde... Sempre. Nunca amou outra mulher, nunca houve outra em sua vida e agora que finalmente tinha a mulher que amava em seus braços via arrependimento em seu olhos.
— Você parece querer chorar.
— Não faça isso, – ela praticamente sussurrou.
— Não fazer o que, bonequinha de neve? Você pode me dizer o que estou fazendo de errado?
falou enquanto se afastava e fechava sua calça — Será que você pode me dizer por que no instante que sai de dentro de você, você começou a me olhar como se eu tivesse te violentado? Como se você não tivesse concordado com isso!
... — não sabia o que falar. Como dizer que ele havia arruinado complemente sua vida? Que nenhum outro a faria sentir o que ele fez em alguns momentos dentro desse banheiro. Que nunca havia sentido nada igual e que ele, apenas ele poderia fazê-la se sentir assim. Grossas e traiçoeiras lágrimas começaram a rolar em seu rosto. Ela não podia se conformar que havia cedido dessa forma a ele. De todas as pessoas que poderia ter perdido o controle, não podia ser com o único que já havia perdido o coração.
— Você disse que me queria – ele quebrou o silencio quando percebeu que estava chorando — Por que você disse isso se não era o que sentia? Porque deixou que acontecesse para depois se arrepender ? Você me pediu para não fazer isso com você, mas agora eu te peço: Não faz isso comigo, bonequinha, não me olhe desse jeito. E sem que ela pudesse responder, ele voltou a beijá-la.

Capítulo 04 - Hoje a noite é bela, juntos eu e ela


achou que ele a beijaria violentamente, mas os lábios de mal tocavam os dela e naquele momento achou que poderia morrer. Ele a beijava com doçura, como se beijá-la fosse a melhor sobremesa natalina.
— Eu não menti – ela falou, com os lábios ainda colados ao dele — Querer você é o problema. Eu sempre quis você demais – ela se afastou para encará-lo, se ia quebrar seu coração, pelo menos faria isso de cabeça erguida.
— Você não pode estar falando sério — falou, descrente — Você nunca me quis, . Você sempre me detestou e deixou isso bem claro para todos, inclusive para mim.
— Não me diga o que eu sinto ou não – falou, irritada. Ela colocou as mãos no peito de e o afastou para pode ficar de pé — Você não sabe nada sobre meus sentimentos. Detestar você? Bem que eu gostaria de te odiar, mas eu nunca conseguir odiar você mais tempo que você merecia. E a única coisa que sempre deixei claro para todos é que era louca por você e só você, idiota como é, é que nunca percebeu isso. Você quer que eu fale que te amo? Quer que eu fale que nunca senti nada tão intenso em minha vida como o que senti nesse banheiro? Então ‘tá ai, agora você já sabe.
esticou o braço e a puxou para seus braços, abraçando-a tão forte que a deixou sem ar.
— Eu acho que morri e estou no céu – Ele murmurou enquanto beijava o cabelo dela — Você tem idéia de como sonhei ouvir essas palavras? Se você não se empenhasse tanto em tentar mostrar que me odiava, fazendo com que eu acreditasse nisso, nós dois já teríamos parado de sofrer há anos. Você tem idéia do quanto eu te amo, ? Do quanto eu sonhei em ter você só para mim? Tem idéia de como sofri em não ser o seu primeiro namorado? De não ser aquele que te levou ao baile de formatura?
— Você me ama? — Ela levantou a cabeça para olhá-lo nos olhos — De verdade?
— Só durante toda a minha vida.
— Bom... – falou enquanto ficava nas pontas dos pés para poder beijá-lo — Então acho que finalmente temos algo em comum.
não deixou que ela o beijasse. Com um sorriso maroto nos lábios perguntou:
— Você ainda odeia o natal?
— Se eu disser que não, você ficará muito convencido?
— Não mais que o habitual.
— Nesse caso... Feliz Natal! E finalmente o beijou.
FIM



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