- Para, seu idiota! Para de tentar consertar as coisas, porque não vai adiantar nada! – ela me olhava com os olhos cheios de lágrimas, e meu coração se partia a cada palavra que ela dizia, não queria que terminasse assim, queria que ela se lembrasse de cada palavra que falamos um para o outro quando estávamos sozinhos, lembrasse apenas dos momentos bons, mas quem sou eu para pedir esse tipo de coisa logo agora? Ela estava muito puta comigo, e tinha razão, eu fui um idiota em fazer o que fiz, merecia ser ignorado por ela a vida toda, mais isso não seria possível, eu não sou nada sem essa menina, meu estômago já embrulha só de pensar em nunca mais ver o sorriso que eu tanto adoro, de tocar seus cabelos a noite até cair no sono, passar as mãos por seus quadris para tentar tê-la mais perto e poder dizer para ela, ainda dormindo, o quanto eu a amo, na madrugada em quanto a observo dormir, não podia ver a minha vida sem esses pequenos gestos, não podia ver minha vida sem a .
- Por favor, amor, me escuta eu... Eu não queria fazer isso eu... – estava desesperado, balançava minhas mãos constantemente tentando me explicar enquanto ela me olhava com os braços cruzados na altura do peito.
- Não me chama de amor. Você perdeu totalmente esse direito assim que se encostou àquela... Agrrr! Quem você pensa que é, ? O mundo não gira em torno de você, sabia? Se você está pensando que eu vou te desculpar como todas as vezes que você faz alguma burrada, vai esquecendo, simplesmente cansei de te salvar de tudo, cansei de sempre ser a única quem luta para tentar deixar esse relacionamento em pé por anos, se não queria estar comigo esse tempo todo, era só ter me falado, não ter me feito de palhaça na frente de todas aquelas pessoas, simplesmente eu te entenderia e... – limpou os olhos com a palma da mão e continuou. – Eu não sei mais o que fazer, mais eu acho que o melhor a fazer, para nós dois, é terminar isso que eu achava que tínhamos e ser apenas amigos. – Ta bom, O QUE ela estava falando?
- Eu te amo, a foi um erro, um tremendo erro na minha vida, estava bêbado, e se eu não a amasse, não estaria passando meu tempo aqui, agora, quase rastejando a mais de uma hora para ter você novamente. Então não me faça me ajoelhar aqui e te implorar pra voltar pra mim, porque você sabe que não meço meus atos, e quando se trata de você, sou completamente maluco! – minha voz já estava saindo mais alterada, enquanto a encarava, passei minhas mãos levemente no cabelo, QUANDO ELA IA ENTENDER que não existe porra de pra mim?
- Não faça papel de idiota, não se ajoelhe para me ter novamente, você não vai conseguir, por favor, teria como sair da porta da minha casa, agora? Já são duas e trinta e quatro da madrugada e estou querendo dormir, não estou com cabeça para brigas agora, e... Por favor, ! – balancei a cabeça negativamente e dei um passo, me aproximando ainda mais de seu corpo, que continuava intacto no mesmo lugar, ela estava tensa, eu sabia que estava, sua respiração estava descompassada e ver seus olhos pela primeira vez desde que sai da festa, foi um ato que fez o meu coração quebrar em pedaços o resto que sobrava dele até agora, seu rosto estava cerrado, sua maquiagem escorria de seus olhos, que estavam vermelhos e inchados, seus cabelo, caído no rosto, fez com que meu coração quase parasse de uma vez, levei minha mão até sua testa e puxei sua mecha castanha solta para trás de sua pequena orelha, me aproximando do seu rosto, que parecia tão indefeso no momento.
- Me perdoa, por favor, me dê mais uma chance, farei tudo o que você quiser para me aceitar de volta, aceitarei todas as suas regras, todos os seus jogos, mas, por favor, não diga que você não me quer, porque eu sei que, quando chegar no seu quarto, é em mim que você vai pensar, é por mim que você vai estar chorando toda a noite, eu não sou perfeito, eu sei... Mas quando estou com você, esqueço a merda da minha vida, e você desperta o meu melhor, faz com que eu queira ser melhor, me diga que eu sou bagunçado, que eu não sirvo, que não te escuto o tempo todo, mas não diga para mim que não me ama, nem que não vai sentir a minha falta, assim como eu irei morrer aos poucos se você não estiver comigo,
todos erram, então, poupe-me de seus pensamentos, e se tudo o que vivemos tiver sido uma mentira, tudo o que eu quero é que minta para mim mais uma vez! – respirei, me recuperando do que tinha falado para ela naquela hora, pude ver sua cara de espanto, talvez tentando absorver tudo o que eu tinha falado, apenas me afastou com um pequeno empurrão segurando a porta atrás de si e suspirou antes de falar.
- Todo mundo erra, e talvez esse seja
meu erro, ter te amado demais! - e a fechou, me deixando totalmente sem fala, suspirei pesadamente, meus olhos já ardiam e tudo ao meu redor estava se tornando um simples borrão por conta das lágrimas, passei as mãos pelos meus cabelos e andei até a ponta da calçada, derrotado! Eu simplesmente não poderia deixá-la escapar por meus dedos, tinha que tê-la, nem que para isso eu precise rodar o mundo; as lágrimas já rolavam pelo meu rosto, e eu ainda não tinha nada na mente para reparar meu erro, até que apareceu um flashback na minha mente, desde o dia que a encontrei, como sempre, meu coração dispara só em pensar nos seus olhos me encarando novamente.
Flashback //
Londres 7:00 AM 01/02/07
Andava pela calçada da escola apressadamente, era meu primeiro dia, e era estranho para mim fazer novos amigos e começar tudo novamente, desde que meu pai foi embora, simplesmente nos deixou, o que alguém queria querer com um menino simples, que fora abandonado pelo pai aos oito anos (tenho onze anos), não curte muito estudar e tem medo de envelhecer? NADA, não sou bom o suficiente pra estar aqui e... De repente, acordo do meu transe e percebo que meu corpo acaba de se chocar com o corpo de outra pessoa que, por um acidente, está totalmente imóvel no chão, um choque passa pelo meu corpo quando ela finalmente abre os olhos para me encarar, seus olhos tem a cor castanho escuro - o que é raro por aqui, a maioria tem olhos azuis ou verdes - não sei porque, mas eles me passaram um certo tipo de segurança de repente, não sei explicar, balanço a cabeça, afastando esse pensamento, e estendo a mão para a menina, que segura com força, pegando impulso para se levantar.
- Desculpa, sou muito desastrada e não te vi, eu estava me despedindo da minha mãe, e quando eu me dei conta, estava no chão - do nada uma gargalhada enche meus ouvidos, ela só podia ser louca.
- Não se preocupe com isso, acaba de conhecer uma pessoa mais desastrada do que você! - sorri, sincero.
- Duvido, nem sei o que vim fazer nesse fim de mundo, acabei de me mudar do Brasil e essa é a escola mais próxima da minha casa, ninguém irá querer minha amizade, sou baixa, com cara de nerd, olhos simples e feios, com cor de lama e não sou tão branca, nem me encaixo com ninguém daqui, sinceramente, minha mãe tem problemas - ela falava com tanta naturalidade, alguma coisa me fazia olhar diretamente nos seus olhos, no seu rosto, como poderia ser tão... Tão... Linda! - Vou começar a ficar constrangida com você me olhando assim!
- Ah! Erm, desculpas, eu só... Estava, ah esquece...?
- – esboçou um sorriso.
- Esquece, então, .
- E o seu? - a encarei sem entender, sou meio lerdo algumas vezes.
- Meu o que? - balançou a cabeça com um sorriso de lado e me encarou.
- Nome, o que mais seria? - dei ombros e estendi minha mão direita.
- , olha, tenho uma sensação de que vamos nos dar muito bem! - na mesma hora senti sua mão macia apertar a minha mão fria e senti novamente um choque correr por minhas veias.
- Sinto a mesma coisa – finalizou, andando em direção a entrada do colégio ao meu lado.
Fim de flashback //
Minhas lágrimas pareciam que não paravam, não sabia de onde elas saiam todo esse tempo, estou parecendo uma bicha chorona, sorri com o meu próprio pensamento antes de outro flashback me atingir.
Flashback //
Londres, Pub, 20:00 PM, 13/08/12
- Não credito que você beijou aquele cara! - minha raiva estava tomando conta do meu corpo, não sabia o que estava fazendo, fazia um tempo que eu tinha assumido meus sentimentos por aquela garota, e agora estava ali, naquela porra de festa, com a e com vários homens ao redor, não sei mais o que faço para fazer ela parar de ter essa força maligna sobre mim, aqueles olhinhos grandes, agrr!
- O que é que tem? Eu sou solteira, posso beijar quantos caras eu quiser, , não posso te salvar de todas as merdas sempre que me chamar a vida inteira, se você não cresce, eu cresço, ok? – suspirou. - Além do mais, não sou mais uma bebêzinha, tenho dezesseis anos, não me trate como se eu ainda tivesse onze! - ok, agora ela pegou pesado, estávamos do lado de fora do pub, sim, eu sai arrastando ela até aqui quando estava partindo o beijo com um cara almofadinha e sem graça, ri comigo mesmo internamente e balancei a cabeça, me concentrando no momento.
- O.k, se é assim, senhora-eu-tenho-dezesseis-e-não-onze, não precisa mais de mim aqui, não é? – falei, me virando para o lado oposto, pronto para ir embora, quando escuto sua voz.
- Você não é obrigado a estar aqui, poderia ter ido curtir com suas amiguinhas drogadas, só não se lembre de mim quando estiver preso em uma cela, sem dinheiro e ninguém para conversar - rebateu, de repente, perdi meus sentidos, andei a passos largos até sua frente e segurei seus pulsos com certa força (não ao ponto de machucá-la).
- Sim, eu poderia estar com minhas amiguinhas drogadas, eu poderia esta curtindo em todos os pubs de Londres, poderia estar pegando todas as meninas, de todos os lugares da cidade, poderia estar fazendo muita coisa que me colocasse em vantagem, mas preferi estar aqui com você, olhando você dançar em cima das mesas como uma maluca, se esfregar em caras que te olham maliciosos e não poder fazer nada, estou aqui te vendo beijar o décimo cara essa noite e desejando, a cada minuto, que cada um deles fosse eu! - seus lábios me chamavam a atenção naquele momento, a única coisa que eu pensava era em tê-la em meus braços de uma vez por todas, ela tentava dizer algo, mas nada saia, então foi ai que eu tomei a atitude mais correta da minha vida, puxei seus pulsos, fazendo seu corpo se encontrar com o meu peito (já que ela é mais baixa, claro!), segurei seu queixo delicadamente e, antes de a beijar, olhei profundamente para eles, sem esperar, grudei nossos lábios, sentindo sua língua encontrar a minha, nossas bocas se encaixavam como se fosse feita uma para a outra, levei minhas mãos a sua cintura e suas mãos seguraram meus cabelos sem a mínima dó, uma corrente de adrenalina passava pelo meu corpo enquanto sentia seus carinhos nos meus cabelos, seu corpo perto de mim, seu beijo era ainda melhor do que eu imaginava, o gosto de menta e um misto de cerveja na sua boca era notável, separei nossos lábios contra a minha vontade e suspirei.
- Até quem fim, pensei que iria ter que beijar mais noventa caras para te faze cair na real. - sorriu timidamente, eu tinha medo dessa garota, era bipolar, só pode.
- O que? Quer dizer... Q-que você queria isso? - o que estava acontecendo comigo agora? Gaguejando? Só pode ser brincadeira.
- Eu estava esperando por essa segunda atitude desde a hora que você me estendeu a mão para ajudar-me a levantar do chão. Pensei que ia ter que esperar isso por mais praticamente seis anos - não acreditava que estava ouvindo isso, conseguia ouvir as batidas do meu coração, e estou rezando para ela não conseguir ouvir isso, se não eu ficaria realmente envergonhado.
- Desculpa por isso, não vou te fazer esperar nem mais um minuto - foi a última coisa que falei antes de juntar nossos lábios novamente, quando o ar foi necessário, levei minha boca ao seu ouvido e sussurrei: - Sei que não é a melhor hora para te pedir isso, mas não arranca pedaço tentar, namora comigo? - senti seu corpo enrijecer e logo depois me encarar séria.
- Ótimo, porque essa era a primeira atitude que estava esperando todo esse tempo - falou, sentindo mais uma vez uma corrente passar por mim, abri um sorriso e a abracei, guiando-a para o carro, que tinha vindo parar ali, com certeza iria agradecer para sempre por essa noite.
Fim de flashback //
Já fazia mais de quarenta minutos que eu estava ali sentado em sua porta, com o rosto inchado e os olhos vermelhos, rezando para ela aparecer e me beijar como só ela sabia, limpei meus olhos e encarei o nada, finalmente relembrando a noite em que eu a tinha perdido.
Flashback //
Londres, 00:12 PM, 25/04/15
- Essa festa tá um arraso - falou com os lábios encostados no meu ouvido, estávamos na festa do Cameron, um amigo de infância meu, era meu vizinho antes de se mudar para New York e veio passar um tempo em Londres, com sua volta, todos os amigos juntaram-se e fizemos uma grande festa, meus amigos estavam todos acompanhados e eu não estava diferente, com a minha namorada a minha frente, lentamente um arrepio percorreu meu corpo, levei uma de minhas mãos em sua cintura enquanto a outra segurava um copo de vodka, já estava ficando muito animado, o efeito já estava surgindo sobre meu corpo, encostei nossos lábios em um beijo lento, e continuamos a dançar, depois de algumas músicas eu já tinha perdido totalmente o controle, minha cabeça girava e meus pensamentos estavam desorganizados, eu não tinha mais noção nenhuma da minha vida e de onde eu estava no momento, senti a mão de encostar nas minhas costas e me virei, ela sussurrou em meu ouvido alguma coisa do tipo:
- Sede...Bebida...Pegar...Volto logo... - fiz que sim com a cabeça, completamente atordoado, vi uns antigos colegas meus se aproximarem e logo reconheci uma antiga namorada minha, , Johnson, na época era a menina mais gata do colégio, não sei como ela prestou atenção em mim, mas, como era popular, não queria nada sério, então a deixei livre no mesmo momento.
- Yae, - falou Fred, um cara alto de cabelos loiros e olhos verdes, não entendia por quê as meninas o amavam tanto, acho que era sua carinha de anjo falso que funcionava.
- Yae, Collins – acenei com uma mão e beberiquei minha vodka pela milésima vez.
- Não me reconhece? Ou não quer falar mesmo? - disse, sua voz me dava enjoo, apenas dei ombros e encarei.
- Fico com a segunda opção, Johnson.
- Cadê sua loser? Ah, te deixou sozinho, porque cansou de você? - disse, olhou debochadamente para mim, dando um sorriso sacana.
- Acho que sim, da mesma forma que eu fiz com você - sorri, ela só fez uma careta em resposta e desapareceu entre as pessoas da boate.
Não demorou muito para minha cabeça começar a girar de vez, fiquei sentado esperando (rezando) para que a chegasse rápido ou eu teria um tique, senti uma mão sobre meus ombros, mas não tive tempo de virar para encarar a pessoa e já senti seus lábios pressionados aos meus, senti sua língua invadir minha boca e não hesitei e retribui do mesmo modo, eu fiquei esperando suas mãos segurarem meus cabelos, como toda vez que a gente se beijava, mas nada aconteceu, a única coisa que eu senti foi uma tapa na cara e, de repente ficou tudo claro para mim, estava a minha frente, me encarava limpando seu batom vermelho e, logo ao lado, com um copo quebrado e os olhos inchados, se encontrava , fiquei tentando assimilar o que tinha acontecido, mas não tinha tempo, eu simplesmente me sentia patético.
- Não acredito que você fez isso! - ela gritou, tentei me aproximar, mas ela jogou o copo que estava em sua mão, por pouco não escapo dele.
- Eu... Nem eu sei o que eu fiz, como isso foi acontecer? - segurei meus cabelos fortemente e olhei diretamente para , se olhar matasse, o meu já tinha feito torradinhas dela.
- Não olha pra mim, você que me beijou! - gritou, fazendo as pessoas encararem, eu estava ferrado, eu sabia disso, porque a odeia ser o centro das atenções, por mais impossível que seja às vezes.
- Cala a boca antes que eu perca o controle totalmente e... - falei, de repente, me senti sóbrio.
- Não precisa, fique ai e aproveitem a festa, espero que sejam felizes! – gritou, olhando diretamente para mim, e saiu, assim, simplesmente saiu, fiquei olhando para onde estava e as pessoas me encaravam, como se eu fosse um monstro (o que, na verdade, eu estava me sentindo), não esperei mais nenhum minuto para sair correndo atrás da e deixar aquela festa dos infernos.
- Espera, baby, não quer que eu curta a festa com você? - falou, virei-me para ela e segurei seus pulsos com bastante força, sem me importar.
- A única coisa que eu quero é que você se foda! – finalizei, a empurrando para trás e correndo para a saiía daquele lugar.
Fim de flashback //
Eu precisava pensar no que fazer, mas no momento nada vinha na mente, levantei-me lentamente, esticando as pernas e secando o rosto, meu olhar desviou para a janela do seu quarto, a cortina estava aberta e sua luz acesa, dava pra ver a sombra da sua cama levemente por trás da cortina, ignorei meus pensamentos e sai dali o mais rápido que podia.
Passei à noite toda me revirando na cama, a procura de algo para agradá-la. Chegar com flores é bem clichê, e, pensando bem, não diminuiria o ódio dela por mim, então, flores estão fora da minha lista, andei de um lado para o outro, sem saber o que fazer, até seis e meia da manhã, precisava me arrumar para ir para a escola daqui a vinte minutos e sequer tinha ido escovar meus dentes, puxei qualquer roupa do meu guarda roupa e coloquei em cima da cama enquanto ia tomar banho. Depois de longos minutos sentindo a água morna que caia do chuveiro em meu corpo, coloquei meus sapatos apressadamente, depois de ter vestido minhas roupas, claro! Sair pelado nessa altura do campeonato não ajudava em nada, desci as escadas correndo e peguei apenas uma maçã em cima da mesa, sem a mínima vontade de comer, e sai quase tombando nos meus próprios pés para chegar no horário correto.
A escola não parece a mesma sem a chegando ao meu lado, parece tudo tão... Escuro e sem vida! Que porra foi essa que eu acabei de falar? Sem vida? Isso ficou muito gay. Entrei na escola correndo o máximo que pude, para não perder a aula de biologia.
- Atrasado mais uma vez, sr. - dei ombros.
- Desculpa, professor, eu... Vou me esforçar mais - disse, eu estava rezando para ele acabar com o drama e me deixar entrar na sala logo, não estava com cabeça para papo furado de professor.
- Se eu ganhasse dinheiro toda vez que você fala isso, eu já estava virando milionário, vamos logo, garoto, antes que eu mude de ideia - falou, sério, entrei na sala o mais rápido que pude, procurando aqueles olhos! Os olhos que eu tanto amava, mas tudo o que vi foi uma carteira vazia, algo dentro de mim quebrou, andei em silêncio até meu lugar, ouvindo o professor falar algumas coisas que não ligo em saber.
***
- Dude, vocês vão para a festa de comemoração da senhora White? - sra.White era a diretora do colégio, e todo ano em seu aniversário ela faz uma festa na escola, para os alunos poderem comemorar com ela, é como se fosse um tipo de dia especial na sua religião, eu era obrigado a ir, todos eram obrigados a ir, querendo ou não. Velha louca.
- Não sei, acho que não – falei, olhando para o nada.
- Não perco por nada, todos os anos recebo mais de oito convites de gatinhas querendo me beijar - sorriu.
- Eu também não perco, dizem que essa festa vai ser A FESTA - falou , empolgado.
- Cara, não acredito que ela não apareceu - disse, estávamos sentados nos degraus da escada de entrada da escola, tentando dar ideia de onde ela teria se metido.
- Ah, desculpa te dizer, com todo respeito, mas do jeito que ela é gata, já deve estar com outro - sorriu , balançando a cabeça, e em seguida me encarou, eu estava com cara de poucos amigos. SIM.
- Não acho, a não é assim, com quem ela poderia estar? Com o Fred? Ah, poupe-me, aquela carinha de anjo não me engana - dei ombros, totalmente enciumado só de pensar ele de braços dados com a minha garota.
- Acho que alguém está com ciúmes - cantarolou, logo em seguida.
- Estou sim, ele não estaria louco de encostar na minha...-
- Na sua o quê? Desencana, , a te deu um pé no meio da bunda - sorriu. – E, além do mais, o que você fez com ela, cara... Se eu fosse sua namorada, teria te matado a noite com um tiro no meio da testa e arrancaria seus olhos.
- Você precisa parar de assistir Doce vingança, cara, ta parecendo uma menininha - falou, olhando para totalmente assustado, e eu concordei do mesmo modo.
- A, cala a boca, se você tivesse levado um par de chifres, o que faria? Não sei nem como ela conseguiu passar pela porta de casa, com um chifre daquele - disse, a gargalhada de encheu meus ouvidos, logo em seguida a de , eu já estava me enchendo daquele caralho todo, eu não tinha a traído, praticamente.
- Calem a porra da boca, eu não trai ninguém, eu juro - suspirei, derrotado.
- Desculpa, então, marica, não foi minha intenção, senhora-fossa - falou, levantando as mãos, se rendendo, balancei a cabeça, irado, por sinal, e me levantei, pronto para sair dali.
- Calma aê, , foi só uma... - falou, mas logo foi interrompido por um barulho de um carro, que estacionava na frente da escola, era um senhor-carro, fiquei de boca aberta ao ver quem saia dele, um cara tatuado abriu a porta, saindo de lá com a minha . Ele passou a mão por seus ombros enquanto caminhava até a escola, seus braços e pernas eram cheios de tatuagens, seus lábios tinham um pequeno piercing prata (não que eu fique olhando, claro!), que encandeava a cada passo que eles davam, e suas roupas eram totalmente sem noção. Ele olhava para ela, que olhava para mim, e eu olhava de volta, o que eu poderia fazer? O cara parecia uma parede. Olhei a sair com ele entre as pessoas e entrar na escola, eu tinha que fazer algo, mai tudo o que eu fiz foi gritar, sim, eu gritei.
- O QUE ESSE
PEDAÇO DE GIBI ESTA FAZENDO COM A MINHA NAMORADA?! - gritei.
- Aê, cara, calma - encostou em mim, tentando me acalmar, mas bati na sua mão como uma bichinha.
- CALMA UMA PORRA, EU ESTOU AQUI, ACABADO, ENQUANTO ELA ENTRA NA ESCOLA COM ... COM... COM ISSO?
- Vai ver não é o que você está pensando - opinou.
- Ah, não, imagina, depois que nós terminamos ela aparece com um cara todo tatuado, com um belo carro e forte, mais parecendo uma parede e ainda mais, com os braços nela, o que significa que eles são apenas colegas? Ah, pelo amor de Deus – disse. - Quer saber? Vou naquela merda de festa, e vou fazê-la voltar para mim, vai ser a minha última tentativa, se ela disser que não me quer, eu sumo de vez da vida dela.
- UUUUUUUU, é isso que se faz, garanhão - gritou, e isso fez bem para levantar meu astral, ruim seria se ela disse um NÃ,O na frente de todos, não sei o que vou fazer, mas sei que vou ter a minha menina de novo.
***
Depois de uma semana com a bunda grudada na banquinha e com papel e caneta ao meu lado, eu já sabia o que ia fazer, escrever uma música e cantar para ela é uma ideia ótima, fazia uma semana que ela não largava daquele pedaço de gibi, o que ele tinha que eu não tinha? Poucas coisas, talvez tatuagens, piercings, músculos, altura e um carro de quase um milhão. SÓ isso. Toda vez que a encontrei, tentei falar com ela, mas ela não dava uma brecha e nem me olhava, o que era um tiro no meio do peito para mim. Hoje era o dia que eu teria para conquistá-la e eu não estava nem um pouco calmo.
***
Fui o primeiro a chegar, para montar os instrumentos, as pessoas estavam chegando fazia alguns minutos, eu estava arrumado, usando minha melhor roupa, meu melhor perfume, tudo para ela. Um sorriso curvou meus lábios quando ela apareceu na porta de entrada do colégio, ela estava com um vestido não muito curto - ia até a metade de suas coxas - preto, e seu batom vermelho realçava seus lábios carnudos e suas curvas, naquele vestido, me fez ter vários pensamentos pervertidos, balancei a cabeça, tomando coragem para ir até ela, quando vejo o gibi chegar e passar as mãos pela sua cintura e dar um beijo em seu pescoço, me virei, totalmente irado, esperando e finalmente darem as caras, e rezando pra que esse cara saísse logo da minha vida e da minha frente.
A festa realmente estava bombada, música alta e boa, os instrumentos estavam perfeitamente instalados e os caras já tinham aparecido, já estava chegando a hora de subir no palco e cantar a música que eu fiz pensando no nosso relacionamento.
- Por que tá demorando tanto para subir? - falou, dando mais um gole em sua bebida.
- , a festa nem terminou - fiz uma careta óbvia para ele.
- Não acredito que você vai esperar a festa terminar para dizer isso para ela, deixa de ser bicha e vai lá, dude - me incentivou, acho que já está na hora de mostrar o que eu sinto, e deixar claro de uma vez, balancei a cabeça e sai.
Caminhei até o palco, pegando minha guitarra, assim que apareci, as pessoas começaram a me olhar, algumas rápido demais e outras lentamente, mas, mesmo assim, a sensação de adrenalina não passava, minhas mãos suavam e eu estava quase vomitando meu próprio coração ali. Balancei as mãos em sinal para os caras que iriam me ajudar com a música subissem até o palco e ficassem todos em seus lugares, queria que tudo saísse perfeito. TINHA QUE SAIR PERFEITO.
- Olá, erm, eu sou o , então, vocês devem estar pensando o que eu tô fazendo aqui, bom, eu estou tentando conquistar a mulher que eu amo hoje a noite. Tentando dizer a ela que eu fiquei um lixo esses dias que passaram sem ela ao meu lado, e... Quero dizer que eu a amo mais do que tudo nessa vida, que podem passar anos, e vou ser sempre seu, , não adianta se você me diga que terminou, que me humilhe, eu vou continuar te amando, porque uma hora sem você, é como se fosse quatro anos, porque eu posso ter mil garotas e beijar quarenta bocas diferentes em uma noite, mas se nenhuma dessas garotas for você, e se nenhuma dessas bocas for a sua, não vai ter o mínimo sentido, porque você vai ser a única que vai me ter por completo, você é a única que conseguiu tocar meu coração de um jeito indescritível e... Eu te amo - falei, todos me olhavam com admiração estampadas em seu rosto, mas o único rosto que eu queria ver, mostrava o sorriso mais lindo de todos que estavam ali, segurei a guitarra fortemente, começando as primeiras notas.
(N/A: Clique aqui para ouvir a música).
Baby you got me sick
(Baby você me deixou doente)
I do know what I did
(Eu não sei o que eu fiz)
Need to take a break and figure it out, yeah
(Preciso fazer uma pausa e descobrir isso, yeah)
Got your voice with my head, saying let´s just be friends
(Tenho sua voz na minha cabeça dizendo: vamos ser apenas amigos)
I can´t believe the words came out of your mouth, yeah
(Não posso acreditar que essas palavras sairam de sua boca)
Olhei para , que agora se soltava do gibi e me encarava, com os olhos úmidos, POR FAVOR, NÃO CHORA, POR FAVOR NÃO CHORA, POR FAVOR, NÃO CHORA! Pedi para mim mesmo, queria que ela ouvisse isso.
I am trying be ok
(Eu estou tentando ficar bem)
I am trying be alright
(Eu estou tentando ficar bem)
But seeing you with him
(Mais olhando você com ele)
Just don´t feel right
(Não me faz bem)
As pessoas estavam animadas com a música, e isso me animou também.
And i´m like oww
(E eu estou surpreso)
Never thought it´d hurt so bad getting over you
(Nunca pensei que fosse me doer tanto terminar com você)
And oww, you giving me a heart attack looking like you do
(E oww, você está me dando um ataque cardíaco me olhando assim)
Cause you´are all ever i wanted
(Porque você é tudo o que eu queria)
Thought you would be the one that´s ow
(Pensei que você seria a única que Ow)
Giving me a heart attack getting over you
(Está me dando um ataque cardíaco terminar com você)
Sorri no meio da música, era a pura verdade, nunca pensei que alguém pudesse me fazer quase subir pelas paredes de tanto amor e desejo, misturado dentro de mim.
Baby now I that you´are gone
(Baby agora que você se foi)
I can´t stand dumb love songs
(Eu não suporto músicas de amor bobas)
Missing you is all i´m thinking about, yeah
(Sinto sua falta, é tudo que eu estou pensando)
Everyone´s telling me, i´m just to blind to see, How you messed up i´m better of now,
(Todo mundo está me dizendo que eu estou cego pra ver como você me estragou e que eu estou melhor agora, yeah)
I am trying be ok
(Eu estou tentando ficar bem)
I am trying be alright
(Eu estou tentando ficar bem)
But seeing you with him
(Mais olhando você com ele)
Just don´t feel right
(Não me faz bem)
And i´m like oww
(E eu estou surpreso)
Never thought it´d hurt so bad getting over you
(Nunca pensei que fosse me doer tanto terminar com você)
And oww, you giving me a heart attack looking like you do
(E oww, você está me dando um ataque cardíaco me olhando assim)
Cause you´are all ever i wanted
(Porque você é tudo o que eu queria)
Thought you would be the one that´s ow
(Pensei que você seria a única que Ow)
Giving me a heart attack getting over you
( Está me dando um ataque cardíaco terminar com você)
***
Quando a música terminou, a galera chamava meu nome e batia palmas, apenas agradeci e sai do palco, andei um pouco para perto dos caras quando sinto alguém me puxar.
- Posso saber o que... O que foi isso? - falou, ela me encarava atordoada, eu sabia que estava.
- Isso, é o que eu sinto por você! - finalmente falei.
- Olha, , eu... - começou, mais logo interrompi.
- , eu sei que é difícil aceitar uma coisa como aquela, mas eu queria te dizer que eu estou um lixo sem você, porque toda vez que vou dormir é o seu sorriso e seus olhos que aparece em minha cabeça, não consigo comer nada a praticamente uma semana sem você ao meu lado, e vou continuar assim até você me aceitar novamente, você sabe que eu te amo, eu te amo mais do que a mim mesmo, daria a minha vida por você, sempre disse isso, deixei bem claro, eu te quero, e vou te querer amanhã, depois de amanhã e daqui a um ano, dois, três, porque você é a única que faz meu coração bater assim - peguei sua mão e levei até meu peito para sentir as batidas aceleradas do meu coração, e continuei. - E vai ser sempre assim, e ver você com ele faz com que eu fique em pedaços; e a cada abraço que ele te dava, a cada toque, eu não poderia desejar estar
mais morto em toda a minha vida.
- , eu preciso te contar uma coisa - falou, pegando minha mão.
- Não, tudo bem, se não me quiser e querer ficar com ele, eu te entendo totalmente e..
- ! O Brad é meu
primo, ele veio passar o ensino médio em Londres, porque ganhou uma bolsa aqui, e é uma oportunidade, então, como minha mãe é a tia dele, ele vai passar uns tempos lá em casa - arregalei meus olhos, me sentindo patético.
- O QUE? – suspirei. - QUER DIZER QUE EU TAVA COM CIÚMES EM VÃO? E TODOS OS ABRAÇOS EM VOCÊ? PENSEI QUE NÃO ME AMASSE MAIS - gritei, de felicidade, na verdade.
- Bom, ele é gay, não parece, mas é! É o jeito dele, carinhoso comigo e
tenta me proteger dos caras que me magoam desde sempre - falou e meu queixo caiu. - E não foi em vão, ver seu jeito foi... Fofinho, e para de maluquice, garoto, é claro que eu te amo, mas achei melhor me afastar, por que... Enfim, não quero tocar no assunto - sorriu.
- Hum, então, acho que não deu muito certo essa
proteção dele, e eu também não quero tocar mais nesse assunto - sorri tímido. - Me perdoa? - aproximei nossos rostos, sussurrando na sua orelha.
- Eu te perdoei na hora que você subiu naquele palco - falou, levei minhas mãos até seus cabelos, e olhei para os seus lábios vermelhos, ela umedeceu os mesmos com a língua, fazendo minha vontade de a beijar crescer ainda mais, sem esperar, grudei nossas bocas e novamente um choque me atingiu, suas mãos seguraram meus cabelos e os puxaram para mais perto, sua língua brincava com a minha, o que fazia meu coração acelerar, separei nossas bocas depois de alguns minutos e a encarei.
- Você é perfeita! - falei, minha voz saiu completamente falha, e ela sorriu.
-
Ninguém é perfeito.
- Então você é o meu
ninguém - recebi um tapa no braço e sorri. - Namora comigo?
- De novo? - me encarou.
- De novo - sorri em resposta.
- Sabe, se você pedisse para namorar comigo outras vezes, eu não cansaria de aceitar - fechei os olhos quando suas mãos foram até a minha bochecha, fazendo um leve carinho lá.
- E eu não cansaria de pedir! Senti sua falta – sussurrei. - Sobre essa história de não existir ninguém perfeito, você está completamente
errada.
- Uh, posso saber por quê? - falou, confusa, colocando suas mãos no meu pescoço.
- Porque
você é o meu conceito de perfeição - foi a última frase que eu falei antes de nos beijarmos novamente, e sentir sua mão em minha nuca. Se
"nada" é eterno, espero que ela seja o meu
"nada".