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Capítulo 24


13 de Setembro, Bon Temps, 19h

Todos estavam estagnados olhando para Russell. Até Eric, que seguia em direção ao vampiro, havia parado para entender o que tinha acontecido ali.
- Russell? Querido? – atreveu-se a falar Talbot, mantendo certo espaço entre eles.
- O QUE É ISSO??? – Russell gritou desesperado. – O QUE FO...? O QUE FOI QUE ACONTECEU COMIGO??? – e pela primeira vez em três mil anos, ele se sentiu cansado, o ar lhe faltando, o suor escorrendo pelo seu rosto.
- Você voltou a ser... HUMANO...- disse Eric pausadamente, se recuperando de tudo aquilo. - Um reles mortal.... - um sorriso sádico dançando em seus lábios de gelo. - Um PATÉTICO mortal. – e uma satisfação milenar preencheu o morto coração do vampiro viking enquanto ele se aproximava rapidamente de Russell.
- Seu viking, como ousa...? – Russell tentou se impor, mas logo percebeu que tinha se tornado impotente diante daquele impiedoso vampiro.
Eric sorriu de lado, as presas à mostra. O dia que ele mais desejava havia chegado e agora ele tinha mais um motivo para se vingar. Com pesar ele olhou para , que parecia apenas adormecida na relva, e seu sorriso desapareceu. Agora os olhos que encaravam Russell eram cruéis, eram vingativos, eram raivosos.
Num átimo, Eric imobilizou Russell, torcendo seus braços para trás até que ouviu o estalo dos ossos se quebrando. Russell urrou de dor, de medo. Eric sorriu prazerosamente com a tortura, mas sua dor era ainda maior e ele simplesmente atacou o pescoço flácido de Russell, rosnando enfurecidamente. No segundo seguinte a cabeça de Russell rolava no gramado, enquanto seu corpo caía no sentido oposto. Eric urrava: raiva, dor, sofrimento, vitória.
Ele caminhou até a cabeça de seu inimigo, abaixou-se e, delicadamente, retirou a coroa de seu pai, que o ex-vampiro usava desrespeitosamente.
- Isso me pertence. – ele disse e, ironicamente, afagou o rosto morto com olhos esbugalhados de terror.
- RUSSELL!!! – gritou Talbot desesperadamente, partindo em corrida na direção de Eric com uma estaca nas mãos.
Vendo o que estava acontecendo Pam, que até então apenas observava tudo, também se apoderou de uma estaca e foi atrás de Talbot. Apesar de o vampiro grego ter mais de 700 anos, estava abalado demais com a morte de seu criador e não estava realmente em seu melhor desempenho.
Pam conseguiu colocar-se entre Eric e o vampiro grego, cravando-lhe a estaca antes que ele pudesse alcançar seu criador.
Eric finalmente se levantou, olhou para a poça gosmenta perto de si e olhou para Pam, agradecendo-a com um gesto de cabeça. Os vampiros e lobos que ainda estavam por perto, ao presenciarem tudo aquilo, simplesmente desapareceram antes que pudesse sobrar pra eles também.
Bill e Sookie apenas observaram os acontecimentos e então foram para mais perto de Alcide e Sam, que estava bem machucado. Num gesto de camaradagem, Bill ofereceu seu sangue e Sam acabou aceitando, curando-se quase que instantaneamente.
E então todos se voltaram para o corpo inerte de .
Eric caminhou até ela, os olhos mareados de sangue, a dor esmagando seu morto coração. Ele não tinha conseguido cumprir sua promessa. Não tinha conseguido protegê-la.
Ele se abaixou e gentilmente colocou-a em seu colo. A lágrima de sangue insistiu em cair e ele deixou que seus sentimentos finalmente fluíssem.
- Me perdoe... – ele disse ao seu ouvido. – Eu não consegui... – e abaixou sua cabeça até perto do peito dela, abraçando-a, embalando-a.
Foi quando ele ouviu o som mais perfeito do mundo. O coração de ainda batia. Muito fracamente, era verdade, mas ainda batia. Ela ainda estava viva!
- ? Meu amor! – ele não se conteve. – Volte pra mim! – e fez o que qualquer vampiro teria feito: mordeu-se e lhe ofereceu seu sangue. – Beba, ! Vamos, aceite meu sangue! Volte pra mim! Por favor!

Música 07
Quando abriu os olhos, ela estava em um lugar muito iluminado. Uma luz quente, confortável, familiar. Sua última lembrança eram os olhos desesperados de Eric. Ela se levantou e olhou para os lados à procura dele, mas não havia ninguém, apenas a luz que vinha de todos os lugares.
- Olá? – ela chamou dando alguns passos, mas apenas ouvia o eco de sua própria voz.
De repente, uma linda, tranquila e brilhante luz branca apareceu a sua frente.
- Godric! – ela disse e foi se aproximando do seu anjo protetor.
- Olá, minha criança. – ele disse com um lindo sorriso nos lábios.
- Onde eu estou? Cadê o Eric? Ele está bem? – ficou ansiosa.
- Ele está bem. – ele respondeu. – Todos estão bem.
- Onde nós estamos? – perguntou, com certo receio da resposta.
Godric novamente sorriu para ela e apontou para a direção onde outra luz cintilante brilhava fortemente. olhou para dentro da luz e imediatamente seu coração ficou mais leve. De dentro da luz, um passo adiante do outro, seus pais foram se revelando.
- Mamãe! Papai! – ela gritou de alegria e correu na direção deles. – Ah, como senti saudades de vocês! – e se abraçaram fortemente.
- Minha querida! – disse seu pai.
- Meu amor! – disse sua mãe.
- Não acredito que estamos juntos novamente. – ela disse enquanto as lágrimas banhavam seu rosto. – Ninguém mais pode nos fazer nenhum mal.
Eles a abraçaram forte mais uma vez, ela se aconchegou nos braços carinhosos de seus pais e sentiu-se quase completa. Quase.
- Eu morri? – ela direcionou a pergunta ao seu anjo.
- Ainda não. – ele respondeu.
Foi quando ela ouviu o pedido ao longe, quase como se fosse um sussurro.
Volta pra mim, ! Volta pra mim, por favor!
- Eric... – sussurrou, o coração apertado em seu peito. – Godric??
- Minha criança... lembra-se quando eu apareci para você e disse que você teria que tomar uma decisão? A hora chegou.
Aceite meu sangue, por favor!
- Mas afinal o que eu sou? – se desesperou um pouco. – Você disse que minha decisão afetaria a muitas pessoas. Eu vejo o futuro, eu posso mover coisas com minha mente, eu leio o pensamento das pessoas... o que eu sou? E por que esse receio de aceitar o sangue do Eric?
- Você é um anjo, . – ele disse calmamente.
- Um anjo? Como assim... eu... não sou uma vidente real?
- Sua missão sempre foi ajudar as pessoas. – ele respondeu. – Seu dom da vidência sempre mostrava coisas boas das pessoas, para ajudá-las a serem pessoas melhores. Todos sempre se sentiam bem na sua presença, porque você emanava bondade e estimulava os outros a darem os seus melhores...
- Mas e todas as coisas ruins que eu vi?
- Só começaram quando você estava pronta. Sua missão, além de ajudar as pessoas a terem mais amor em suas vidas, era ajudar a melhorar uma criatura em particular...
- Eric... – ela disse. – Mas por quê? – e Godric apenas a olhou. sabia a resposta. – Porque ele é seu filho.
- No dia em que eu parti da vida terrena, eu vi nos olhos dele que ele podia ser melhor. Mas ele precisava de ajuda. Ele não conseguiria sozinho. Você nasceu naquele mesmo instante, sua alma era pura, brilhante, cheia de amor. Você era a resposta ao meu pedido silencioso de ajuda para Eric.
- Então.... tudo o que aconteceu foi para que eu e ele nos encontrássemos? Até mesmo a morte... dos meus pais?
- De certa maneira sim. – ele respondeu.
- Eu fui manipulada minha vida toda?
- Não. – ele respondeu tranquilamente. – Tudo foi fruto das suas escolhas. Ao decidir usar seus dons em público, você traçou um caminho. Ao decidirem parar em Bon Temps, outro caminho foi traçado. Ao optar por compartilhar seu segredo com um vampiro, você também estava contribuindo para que os caminhos fossem se formando.
- Não entendo... mas eu não estava destinada a encontrar com o Eric?
- Estava. Isso estava escrito. Mas o modo como aconteceria, isso foram as suas escolhas... e as dele, que construíram. Inclusive o fato de vocês terem se apaixonado... foi fruto das decisões e dos caminhos que ambos optaram por escolher.
Por favor, não me deixe. Beba o sangue, !
O coração de deu mais um salto ao ouvir o pedido angustiado de Eric.
- E esse receio quanto ao sangue? Eric leu alguma coisa em um livro e...
- As informações sobre videntes reais são verdadeiras. A troca de sangue entre um vidente real e um vampiro leva à morte de um, ou de outro. Mas você não é uma vidente real.
- Mas...
- Você é um anjo, como já lhe disse. Contudo, pouquíssimos seres conhecem sua real natureza. Porque os anjos não costumam viver no plano terreno...
levou alguns instantes para absorver aquela informação.
- Então... eu não posso voltar? É isso?
- Mais ou menos. Para você voltar ao plano terrestre, você precisa aceitar o sangue do Eric.
- E o que acontece se eu aceitar?
- Vocês estarão conectados para sempre. - Godric disse. - Você se tornará imortal, digamos assim.
- Uma vampira?
- Não exatamente.
- Chega de charadas, Godric, por favor!!!
- Se você não aceitar o sangue de Eric, você ficará aqui, entre os mundos, ao meu lado e ao lado da sua família, realizando a missão que lhe foi dada assim que você nasceu: ajudar os humanos que precisam de ajuda, ficando longe dos perigos do mundo...longe dos vampiros. - e ele fez uma pausa para que ela entendesse tudo. - Se você aceitá-lo, no entanto, você voltará para o plano terrestre, mantendo seus dons da vidência e telecinese, contudo sua missão estará concentrada em um único ser, Eric. Você deverá ficar sempre ao seu lado, ajudando-o e nunca mais poderá voltar aqui. – ele fez outra pausa. – Você não verá mais seus pais... e nem a mim... até o dia em que o amor e a esperança não estiverem mais presentes em sua vida terrena.
Mais alguns instantes para deixar as coisas claras na mente de .
- Então essa é a escolha. – ela disse finalmente. – Minha missão de ajudar a humanidade contra ajudar apenas um ser. Minha família e minha segurança o Eric.
- Basicamente. – ele disse. – E a hora de escolher é agora. Seu corpo humano tem apenas mais algumas batidas do seu coração.
...
sentiu seu coração falhar uma batida. Ela olhou para seus pais, que a esperavam de braços abertos, sorrindo, oferecendo a ela todo o amor, segurança e carinho que podiam dar; e ouviu o apelo agoniado de Eric.
Ela fechou os olhos, ponderando tudo o que havia sido dito e todas as consequencias daquela escolha. Após um longo suspiro, ela abriu os olhos, encarou seus pais e Godric e então docemente sorriu.


Capítulo 25


13 de Setembro, Bon Temps, 19:20h
Todos estavam de pé ao redor de Eric e . Sam, que já estava completamente recuperado, não continha suas lágrimas; Sookie também não. Bill e Alcide sentiam um imenso pesar, não acreditando que pudesse sobreviver depois de tantos minutos. Pam tentava se manter firme, mas no fundo temia o que poderia ser de Eric caso não sobrevivesse.
- Vamos, ! – repetiu Eric pela enésima vez. Ele já havia se mordido mais de cinco vezes, mas até aquele momento não tinha reagido.
- Eric... – disse Pam, numa fraca tentativa de fazer com que seu criador desistisse.
- Não! – ele rosnou. – Ela vai voltar pra mim. Ela vai voltar...
E foi nesse momento que começou a sugar o braço do vampiro milenar. Alguns segundos depois ela abriu os olhos e sorriu discretamente.
- ... – ele sorriu de volta. – Isso, beba, meu amor.
Ao redor, todos finalmente puderam respirar aliviados. Bill e Sookie finalmente se beijaram, Alcide e Sam trocaram abraços e apertos de mão e Pam não conseguiu esconder a tempo o sorriso aliviado que preencheu sua expressão.
Alguns instantes depois e já se sentia bem mais forte. Ela olhou para Eric e encontrou seus doces olhos azuis, os mais belos que ela já tinha visto. Ela percebeu que Eric havia chorado e carinhosamente foi limpar suas lágrimas.
- Você está aqui comigo. Não desistiu de mim. – ela disse baixinho.
- Onde mais eu estaria? Pegando um bronzeado nas montanhas geladas da Suécia? – e sorriu de volta pra ela. – Meu lugar é ao seu lado. E o seu, ao meu. Eu amo você, .
- Também amo você, muito, demais. – ela disse.
Com a ajuda de Eric, finalmente ficou de pé e pode constatar que todos estavam realmente bem. Abraçou Alcide, depois Bill e em seguida, Sookie.
- Eu a mataria se você deixasse o Eric. – disse Pam, mantendo sua postura de insensível, mas conseguiu ler em seu rosto o alívio e gratidão que ela sentia.
- Estarei ciente disso. – respondeu e depois sorriu para ela. – Amigas?
- Veremos. – Pam respondeu secamente, mas sabia que era apenas encenação.
E então foi a vez de Sam.
Não foram necessárias palavras. Eles se abraçaram forte, ambos conferindo que estavam bem, e inteiros, e vivos.
- Nunca mais... – ele disse apertando-a ainda mais. – ...nunca mais faça isso comigo, entendeu?
- Oh, Sam... – ela respondeu. – E nem você, não ouse me assustar dessa maneira novamente. Não suporto te perder.
Depois dos abraços de reencontro, voltou correndo para os braços de Eric. Finalmente ela conseguiu olhar ao redor e notou a bagunça que estava lá. Perto deles havia uma poça de gosma, um pouco mais adiante alguns corpos que deviam ser de lobos.
- O que foi que eu... perdi? – ela perguntou ao ver a cabeça decepada de Russell. – Ele não devia ser uma gosma?
- Depois eu te explico. Que tal sairmos daqui agora? – Eric respondeu.
- Não. – disse parando e encarando os olhos azuis de Eric. – Ainda não acabou.
E no mesmo momento, Eric, Pam, Bill e Alcide sentiram que a confusão ainda não tinha realmente terminado. Uma limusine acabava de fazer a curva e estacionava na entrada principal da mansão.
respirou profundamente e tentou identificar quem era, e qual era o assunto a ser tratado. O mundo ao seu redor se modificou e ela viu a rainha Sophie Anne inicialmente ficando chocada com os acontecimentos, mas em seguida sua ambição falaria mais alto. Ela queria ser a nova rainha dos dois estados, além de ter interesse no filhinho de Hadley, sua humana, que era meio fada, igual a Sookie.
- Não podemos deixar. – disse Sookie, que tinha visto tudo ao ler a mente de .
- O que é, Sookie? – perguntou Bill. Ela explicou rapidamente e logo, todos já haviam concordado que as fadas tinham que ser protegidas.
- Mas o que foi que aconteceu aqui?? – ela perguntou olhando toda aquela bagunça. – Russell não vai gost.... – e então ela viu o corpo decapitado de seu marido.
- Houve uma rebelião. – disse Bill. – Nós não queremos mais vocês como nossos governantes.
- Mas o quê.... isso é traição! Se Russell está morto, eu sou a nova rainha do Mississipi e da Louisiana!
- Não, você não é! – disse Sookie e jogou seus raios de luz contra a rainha, jogando-a para longe e dando tempo de Bill se preparar para cravar uma estaca em seu coração.
A verdade foi que Sophie Anne nem viu de onde veio o golpe e mais uma poça de gosma foi formada. Hadley, que ficou meio escondida, não podia acreditar que estava finalmente livre da vampira, e seu filho, a salvo.
- Será que agora podemos ir pra casa? – perguntou Pam em seu tom entediado. – Depois de toda essa tortura, realmente preciso de um belo banho e descansar minha beleza.
- Infelizmente ainda não. – disse e todos a encararam. – Alcide e Sam, acho melhor vocês irem embora.
- O que houve? – Eric perguntou.
- Aquela vampira loira da TV, vai chegar em alguns minutos. Ela está vindo atrás do Russell.
- Merda. – Eric resmungou. – Alcide, Sam. É melhor mesmo vocês irem. Lobisomens e metamorfos não são exatamente bem vistos pela Autoridade.
- Está na hora mesmo. – disse Alcide. – Espero que o próximo chamado seja apenas para um chá. Fiquem longe de problemas!
- Alcide? Muito obrigada, mesmo! – disse e então o lobo desapareceu rumo ao seu bando em Shreveport.
- Até amanhã, Sam. – disse sabendo que ambos teriam muito que conversar.
- Até amanhã, . – ele respondeu e logo também já tinha sumido bosque adentro.
- E então? – perguntou Bill. – Como vamos sair dessa?
encarou os dois vampiros, sorriu maliciosamente e disparou a pergunta:
- Qual dos dois quer ser o novo rei? Eric? Bill?

Enquanto Nan Flanagan não chegava, os três vampiros deram uma organizada no cenário, esconderam o corpo de Russell, separaram a poça de gosma de Talbot pela metade, deixaram Sookie escondida e se prepararam para receber a “vampira da TV”. Mal ela chegou, com seu impecável cabelo chanel, e já foi questionando tudo.
- Onde está Russell Edgington? Aquele maluco aprontou um monte na nossa festa de ontem! A Autoridade exige que ele seja punido! – e então ela olhou para o gramado. – Xerife Northman? O que faz aqui? E que diabos foi que aconteceu aqui?
- Mrs. Flanagan, o rei está morto, assim como a rainha.
- WTF??? Como foi isso? Quem são os responsáveis?
- Ao que tudo indica, houve problemas na realeza e eles acabaram se matando. Há, contudo, uma testemunha. – disse Eric.
- Uma testemunha? Onde está?
Nesse momento Bill apresentou , que se fingia de assustada.
- Humana? – ela questionou.
- Sim. – disse Bill.
- Muito bem, menina. Diga tudo o que viu. – e olhou fixamente para , na intenção de induzi-la.
viu um pouco do passado da vampira, mas rapidamente se desfez da visão e passou a encenar o que tinham combinado.
- O rei estava muito bravo porque a rainha o abandonou na festa com outro homem. Ele chegou quebrando tudo, o que deixou o marido dele muito bravo. Eles nem dormiram juntos tamanha foi a briga. Aí, no começo da noite de hoje, a rainha voltou pra casa e a briga continuou. Eu não sei exatamente como foi, porque eu me escondi, não queria acabar morta, mas quando eu vi, os guardas tinham sumido, a rainha matou o marido do rei, daí o rei matou a rainha e depois, se matou... ele era meio louco, né... e foi isso que aconteceu.
- Tem certeza de que foi isso mesmo que aconteceu? – Nan insistiu.
- Sim, toda a certeza.
- Muito bem. – ela bufou entediada. – Xerife, cuide para que essa humana não se lembre de nada. – ela disse. – Um problema a menos pra mim, Russell Edgington era um pé no saco para se lidar. – e olhou para Eric e Bill. – Temos que arrumar um novo rei. Xerife?
- Sinto-me honrado, mas não obrigado. Já tenho meus próprios problemas pra administrar.
- Bill Compton?
- Seria uma honra. – disse Bill.
- Está feito então. Diante de toda essa bagunça, quero mais é resolver isso de uma vez. Bill Compton, a partir desse momento, você é o novo rei do Mississipi e da Louisiana. Em breve trarei os documentos oficiais para você assinar. Agora, tenho mais o que fazer. Boa noite, cavalheiros.
Ela seguiu de volta ao carro em que viera, mas no meio do caminho pareceu se lembrar de alguma coisa e olhou diretamente para Eric. Deu alguns passos em direção ao xerife.
- Quanto àquele assunto que tratamos anteriormente...?
- Nenhum sinal. Definitivamente alarme falso.
- Muito bem. – ela disse parecendo satisfeita, voltando a caminhar para seu carro.
Segundos depois o único vestígio de sua passagem por lá era a poeira levantada na estrada.
- Ela caiu nessa história?! – perguntou Pam visivelmente desconfiada.
- Caiu. – respondeu . – Na verdade, ela nem queria ter vindo até aqui, então qualquer coisa, desde que ela não tivesse que se esforçar muito, estaria bom para ela.
- E mais uma vez sua atuação foi impecável. – disse Sookie, aparecendo entre os arbustos.
- Acho melhor tomar cuidado com ela, Eric. – brincou Bill, mas o xerife não gostou muito do comentário.
- Muito bem. – disse ele se pronunciando. – Está na hora de irmos todos embora. Ao que tudo indica essa confusão acabou. – e olhou para . – Certo?
- Agora sim. – ela respondeu sorrindo. – Finalmente podemos todos respirar aliviados.
Bill e Sookie decidiram ficar na mansão, que afinal pertencia realmente à família Compton, enquanto Pam, Eric e seguiram pelo bosque em direção à casa dela.
subiu alguns degraus da escada da varanda, deixando Pam e Eric um pouco para trás, para conversarem com mais privacidade.
- Vou passar essa noite aqui. – disse Eric a Pam.
- É claro que vai. – ela respondeu entediada. – Só não se esqueça de que temos um bar para dirigir.
- Descanse, Pam. – ele disse se divertindo. – Amanhã tudo voltará ao normal.
- Sei. – e olhou de lado para , arqueando a sobrancelha. – De qualquer maneira, obrigada por ter nos salvado. Se bem que se não fosse por voc...
- Nem ouse terminar, Pam. – Eric disse rispidamente.
- Como eu ia dizendo... tenham uma boa noite. – e antes mesmo que pudesse dizer algo, ela já havia desaparecido.
- Ela não gosta muito de mim, não é? – questionou enquanto ele se aproximava dela.
- Ela não gosta do vampiro em que me torno quando estou com você. – ele respondeu e afagou o rosto de . – Pam não é exatamente fã dos sentimentos. Mas é o mais próximo que eu tenho de uma família.
- Vocês se amam. – ela disse. – Sempre há implicâncias entre pessoas que se amam, ainda mais se for família.
- Você está absolutamente certa. – ele sorriu. – Mas agora ninguém mais importa. – e subitamente a pegou em seus braços. – Agora somos só nós dois. – e em seguida a beijou, levando-a para dentro da casa.


Capítulo 26


13 de Setembro, Bon Temps, 21h

tinha que confessar que estava um pouco cansada pela sua experiência de quase morte, mas bastou sentir a pele de Eric tocando a sua que todo o cansaço desapareceu.
Eric seguia com ela nos braços em direção à cripta, mas o interrompeu.
- Vamos para o meu quarto. – ela disse de modo malicioso, deixando Eric ainda mais excitado.
Ele, obviamente, atendeu ao pedido dela e em segundos estavam em seu quarto. A cama não era tão grande quanto a da cripta, mas isso não era realmente um problema. Eric delicadamente a colocou na cama e ia começar a beijá-la novamente quando ela o impediu.
- O que houve? Você está bem?
- Sim. – ela disse sorrindo. – Só acho que estamos precisando de um banho. – e encarou ambos os corpos, com manchas de sangue dos ataques sofridos. Levantou-se da cama e novamente olhou para Eric. – Me acompanha? – e seguiu para o banheiro.
A preocupação que tinha percorrido Eric por um instante foi completamente dissipada. Sua garota, afinal de contas, não era tão ingênua assim quanto aparentava. Ele sorriu de lado, arqueou a sobrancelha e a seguiu.
tinha aberto a torneira, fazendo com que a temperatura aumentasse lentamente, até o ponto que ela queria. Ela havia acendido algumas velas, espalhando pelo ambiente um leve aroma de jasmim.
Eric apenas a observava, afinal ela estava se preparando para ele. Lentamente ela se virou para ele e começou a se despir. Primeiro foram os tênis e meias e depois o casaco; em seguida ela desabotoou a calça jeans e logo também se desfez da peça. Soltou o cabelo que estava preso em um rabo de cavalo e as mechas caíram sobre seus ombros com delicadeza. Ela então tirou a regata ficando apenas de lingerie. Eric estava tão vidrado em suas ações que levou um segundo para perceber que ela tinha parado de se despir.
- Sua vez. – ela disse, sentando-se na beirada da banheira.
- Será um prazer. – ele disse, sorrindo maliciosamente.
Música 08
Movendo-se bem mais lentamente do que seu habitual, ele seguiu os passos que ela tinha seguido: livrou-se das botas, meias e da jaqueta de couro preta que usava. soltou um leve suspiro ao ver os braços musculosos de Eric à luz das velas. Em seguida ele tirou a regata preta, deixando todo seu peitoral à mostra, fazendo com que mordiscasse o próprio lábio. Eric riu. E logo depois ele tirou a calça jeans escura.
se surpreendeu ao notar que o vampiro não usava cueca.
Sensualmente ele foi se aproximando dela, olhando-a fixamente. O desejo faiscando em seus olhos milenares. Calmamente se levantou e desabotoou o sutien, ficando livre da peça e, quando começou a tirar a última peça, foi delicadamente impedida por Eric.
Ele fez questão de terminar de tirar sua calcinha e se afastou minimamente, olhando-a por inteiro.
- Você é a coisa mais linda que eu já vi. – ele disse com a voz rouca.
- Eu sou toda sua. – ela disse e novamente mordiscou o próprio lábio.
Dessa vez Eric não resistiu e voou até seus lábios, beijando-a intensamente. Ela jogou as mãos em seus cabelos enquanto ele deslizava as mãos pelas costas dela. Cuidadosamente eles entraram debaixo da água morna e Eric, usando uma esponja, foi limpando o sangue que estava grudado em .
A cada toque do vampiro ela se arrepiava de prazer. Eric a virou de costas para ele e enquanto uma das mãos se ocupava em limpar o corpo de , seus lábios brincavam em seu pescoço. ergueu uma de suas mãos para acariciar os cabelos de Eric, enquanto virou o rosto para novamente se entregarem a um caloroso beijo.
Em seguida, foi a vez dela de acariciar a pele de Eric com a esponja. Ela ficou de frente para o vampiro, admirou a beldade que se encontrava a sua frente e sorriu. Delicadamente ela passava a esponja onde ainda havia algum vestígio de sangue, mas isso não era suficiente, ela tinha que tocá-lo com suas próprias mãos.
Ela foi descendo a mão delicadamente, desde a nuca de Eric, escorregando pelas costas torneadas e descendo mais um pouco, até fazer a curva do bumbum do vampiro e, em seguida, ela acariciou seu membro ereto.
Eric fechou os olhos com o carinho, mas logo já estava impaciente, beijando-a intensamente, suas línguas brincando, seus gostos se misturando. Ele se afastou minimamente para que ela pudesse respirar e novamente estava em seu pescoço, sentindo o sangue pulsar sob sua pele.
- Vá em frente. – ela sussurrou para ele.
Eric se afastou e a encarou. Ele quase engoliu seco com aquela frase. olhava para ele totalmente segura de si.
- Mas a falta de informação... o q aconteceu com Russell...
- Eu não sei o que houve com ele... mas tenho certeza de que nada de mal acontecerá com você.
- ...
- Confie em mim. – ela disse e afastou o cabelo, deixando seu pescoço completamente à mostra. – Aceite o meu sangue.
Os olhos de Eric brilharam intensamente. Ele umidificou seus lábios e em seguida suas presas ficaram à mostra. Ele seguiu sua boca em direção ao pescoço de e depositou ali suaves beijos enquanto girava-a novamente, deixando-a de costas para ele. Delicadamente ele passou um de seus braços pela cintura de , levando-a de encontro ao seu corpo, e com a outra mão, envolveu cuidadosamente um dos seios dela, acariciando-a ternamente.
reclinou o pescoço, quase como se o estivesse apoiando no ombro de Eric e então houve a mordida. Ela arfou com o gesto, mas todo o seu corpo ansiava por aquele momento. Ela podia sentir o sangue sendo sugado, mas não lhe causava medo ou fraqueza. Era bom, era novo, era excitante.
Atrás de si, ela podia sentir a plenitude de Eric. Ele gemia em satisfação por finalmente estar provando o seu sangue. Contudo havia outra coisa ali, era impossível, mas ele podia jurar que ouvia sinos enquanto saboreava o sangue espesso, quente e delicado de .
Poucos instantes depois, ele retirou as presas de sua pele e a girou outra vez, para que pudessem se olhar. Eric sentia uma completude que não conseguia explicar. Vida percorria seu gélido e morto corpo.
Ele sorriu para ela, extasiado pela sensação de aconchego que invadia suas veias. Em seguida ele furou o próprio dedo e, com seu sangue, curou a marca da mordida deixada por suas presas.
- Obrigado. – ele disse afagando o rosto dela.
- Disponha. – ela sorriu e foi subindo seu rosto até novamente se beijarem.
Eric desligou a torneira, pegou em seus braços e a levou até a cama, deitando-a ternamente. Logo em seguida ele já se colocou sobre ela e delicadamente iniciou seus movimentos, penetrando-a lentamente.
arfou uma vez, sentindo-se completamente preenchida por Eric. Ele se retirou dela, beijou-a e novamente a penetrou, com um pouco mais de força. gemeu alto com o prazer que Eric proporcionava a ela. Novamente ele se retirou, as mãos se uniram, ela envolveu o quadril dele com suas pernas e novamente ele estava nela.
- Oh, Eric... – ela sussurrou em seu ouvido, sentindo seu corpo inteiro entrar em combustão e irradiar eletricidade.
Eric deu a última estocada, longa e firme e chegou ao clímax do prazer. Ela o apertou fortemente com os braços e as pernas, segurando-o dentro dela, enquanto seu corpo todo tremia, seu coração disparava e sua respiração estava entrecortada.
Enquanto ainda estava segurando Eric, ela jogou seu próprio quadril contra o do vampiro, fazendo com que o membro dele fosse ainda mais fundo em seu corpo, e foi nesse momento que ele também chegou ao seu máximo, soltando um grave gemido por entre as presas.
Em seguida, indo contra a vontade de , ele saiu dela e se jogou na cama ao seu lado, puxando-a em seguida para o seu peito. Ela ainda podia sentir a corrente elétrica percorrendo seu corpo, um torpor gostoso produzido pelo relaxamento de todos os seus músculos.
Eric passou a fazer carinhos nos cabelos de , mas ela o sentiu um pouco distante. Beijou-lhe o peito e levantou a cabeça, a fim de olhar para o vampiro.
- Tudo bem? – ela perguntou docemente.
- Sim. Tudo perfeito. – ele respondeu.
- Então.... por que dessa ruguinha na testa?
- Por nada... quer dizer... eu já fiz isso milhares de vezes... – e ele notou que torceu um pouco o nariz, mas não desistiu de seu raciocínio. - ...mas nunca me senti dessa maneira.
- E como você está se sentindo? – ela ficou curiosa, tentando ignorar o “milhares de vezes”.
- Satisfeito, aliviado... mas tem alguma coisa nova... parece que estou feliz também.
sorriu para o vampiro, e se ajeitou, para conseguir chegar até os lábios dele, e lhe dar um belo beijo.
- Você pode ter feito isso milhares de vezes... – ela disse e fez um carinho descendo os dedos pelo nariz do vampiro. - ...mas o que fizemos aqui, agora, não foi apenas sexo... – ele a olhou confuso. – Eric, você acabou de fazer amor pela primeira vez em muitos e muitos anos.
Ele não conseguiu alcançar as palavras dela de imediato, mas não se importou. Beijou-o novamente, voltou a deitar em seu peito nu e disse, antes de cair feliz no sono merecido:
- E pode ter certeza de que não será a última vez.
Ele sorriu com o comentário dela, mas quando ia responder, percebeu que ela tinha adormecido. Gentilmente ele puxou uma manta, cobrindo-a.
- Descanse, meu amor. Estarei aqui, velando o seu sono.


Capítulo 27


14 de Setembro, Bon Temps, 08:30h
A claridade invadiu o quarto de , juntamente com o canto dos passarinhos. Ela se remexeu na cama à procura de Eric, mas logo percebeu que ele não estaria ali.

Você estava dormindo tão tranquilamente que não quis lhe acordar. Estarei na cripta. Nos vemos mais tarde.

Ela suspirou com o bilhete e sorriu, imaginado as caretas que Pam faria se lesse aquele recado. Eric era realmente outro ao seu lado, mas se fosse preciso, ela sabia que ele seria o mais implacável dos vampiros.
Ela se trocou, comeu alguma coisa e decidiu sair, não se esquecendo de deixar um bilhete para Eric. Ele dormiria o dia todo, mas não custava avisá-lo de onde ela estaria.

14 de Setembro, Bon Temps, 09:15h
- Oi, Dean! – ela exclamou quando o cachorro de Sam veio ao seu encontro. – Onde está o Sam?
- Estou aqui. – ele disse descendo as escadas do trailer.
Ambos se abraçaram fortemente antes de se sentarem nas cadeiras da varanda.
- Como você está? – ele perguntou. – Deu tudo certo com a tal vampira da TV?
- Sim, correu tudo bem. – ela respondeu. – Ao que tudo indica, teremos paz por um tempo agora.
- Mas você está bem? Está bem mesmo?
- Estou Sam. – ela respondeu rindo. – Finalmente estou em paz.
- É que não consegui deixar de pensar na noite de ontem. – e seu tom ficou mais sério. – Primeiro você fez tudo aquilo que fez... e depois.... bom... você não respirava, nem bebia o sangue de Eric... todos achamos que...
- Eu sei, meu amigo. – ela disse segurando em suas mãos. – Eu estive com meus pais.
- Como?
- Eu não sei bem. Deve ter sido durante minha quase morte. Eu os vi, e eles estavam em paz, felizes. – e ela fez uma pausa. – Seu eu quisesse, eu poderia simplesmente ter ficado ali com eles. E só Deus sabe como foi difícil não ficar junto deles....
- E por que você voltou?
- Por Eric... por você... não era minha hora ainda. – ela respondeu.
- Ainda bem que você voltou. – ele disse e se levantou, encostando-se num pilar. – E você vai ficar com ele? Quero dizer, vocês serão um casal? Não sei se gosto dessa ideia...
- Você nunca vai parar de implicar com o Eric? – ela retrucou sorrindo. – Eu o amo. E ele a mim. Enquanto estivermos juntos, tudo vai dar certo.
- Eu vou mesmo ter que me acostumar a ter um vampiro como cunhado?
gargalhou e levantou-se para abraçar seu irmão mais velho postiço. Deu-lhe um estalado beijo na bochecha e, depois de uma rápida visão, alargou ainda mais seu sorriso.
- O que foi? – ele perguntou confuso.
- Nada não. – ela sorriu de lado. – E desde já minha resposta é sim. – e seguiu em direção à sua scooter. Sam estava com a confusão estampada no rosto. – Você vai entender quando acontecer.
- Isso não é justo, sabia? – ele resmungou, sabendo que ela não lhe daria informação alguma.
- Depois a gente se fala. – ela disse colocando o capacete. – E diz pra Luna que logo iremos nos conhecer oficialmente. – e seguiu rumo a sua casa repassando a visão que teve com a filhinha deles, que nasceria dentro de um ano.

14 de Setembro, Bon Temps, 09:16h
A luminosidade invadia o sono de Eric e, contra sua vontade, ele abriu os azulados olhos. Percebeu que não estava na cripta, mas sim num amplo espaço que emanava uma acolhedora luz âmbar.
Ele olhou para os lados, tentando se localizar, e foi quando notou silhuetas distantes. Foi se aproximando cautelosamente, desconfiado, até ter um melhor vislumbre daquelas sombras.
- ? – ele sussurrou ao reconhecê-la, mas ela pareceu não ouvi-lo. – ? – ele chamou mais alto.
- Ela não pode ouvi-lo. – disse uma familiar voz atrás de Eric, e imediatamente ele se virou.
- Godric...
- Olá, minha criança. – ele disse serenamente.
- Onde eu estou? Por que ela não pode me ouvir?
- Acalme seu coração. – Godric respondeu. – Ela está bem. Está com sua família.
- Ela morreu? Eles estão mortos... Como...?
- Ela não está morta, Eric. Ela apenas está se despedindo deles.
Eric não entendia bem o que estava acontecendo. Obviamente aquilo tudo não era real, mas parecia estar realmente acontecendo. Mas se Godric estava presente, e os pais dela também, aquilo não estava acontecendo num plano terreno.
- Eu estou sonhando? – ele questionou seu criador.
- De certa maneira. – ele disse e sorriu angelicalmente. – Você está presenciando o que aconteceu com enquanto ela não reagia ao seu sangue. Ao nosso sangue.
- Mas como...?
- Porque o sangue dela está em você. – ele disse tranquilamente. – Nesse exato momento, ela está decidindo se aceita seu sangue ou não. Ela está decidindo entre sua família, e a eternidade ao seu lado.
- Ela teve que escolher? – Eric estava confuso.
- Sim. – ele respondeu. – Ao aceitar o seu sangue, ela escolheu ficar com você.
- Então... ela poderia ter ficado com eles, viver feliz ao lado deles? E ao invés disso...
- Exatamente. – Godric respondeu. – Quer prova maior de amor?
- Você falou em eternidade...
- Sim. Ao aceitar seu sangue, tornou-se um ser eterno. Não como nós, vampiros, mas como um ser de luz camuflado na forma de um vidente real. Ela viverá para sempre enquanto você tiver por ela esse amor que os une.
- Então eu sou o responsável por mantê-la viva, é isso que você quer me dizer? – e Eric não se sentiu confortável com tamanha responsabilidade.
- Sim. E ela é responsável por manter você vivo. – Godric fez uma pausa. – é um anjo, Eric, o SEU anjo. Ela estava destinada a te encontrar desde o dia em que nasceu.
- Como você...?
- Porque eu escolhi assim. Quando eu deixei o mundo terreno, eu soube que só estaria complemente em paz se você deixasse seu lado humano transparecer. Você é bom, Eric. Você é capaz de amar. Você só não sabia disso ainda. – Eric olhava quase indignado para Godric. – Eu precisava fazer com que nosso laço de amor perpetuasse. E encontrei naquela linda criança, o ser perfeito para isso.
- Então ela não é uma vidente?
- Não. Foi um modo de camuflar sua real natureza. Anjos não devem ser conhecidos de outros seres, para sua própria proteção. Os dons que ela foi desenvolvendo serviram, além de fazer com que ela fosse confundida com uma vidente real, para que ela despertasse o bem nas pessoas, até encontrar você e despertar o seu lado bom, o bem dentro de você.
Eric precisou de um tempo para digerir tudo o que seu criador estava lhe contando. Então não tinha aparecido aleatoriamente em sua vida, ela estava destinada a ele, por isso a atração tão forte, a ligação tão visceral que eles tinham.
- Mas e a família dela? Você deixou que eles fossem assassinados apenas para que nós nos encontrássemos?
- Não. O que aconteceu foi uma fatalidade. O destino não está traçado conforme linhas escritas em um papel. As consequências surgem das decisões feitas. Os caminhos vão se formando conforme cada resposta que damos às escolhas que temos que fazer.
- Mas então não havia garantia de que um dia nós dois nos conheceríamos.
- A garantia era minha. – ele disse. – Vocês iriam se encontrar porque você e ela estão ligados através de mim. Eu a escolhi, da mesma maneira que escolhi você. No entanto, os meios para esse encontro foram traçados por vocês.
- Então você está me dizendo que... ela surgiu para que eu fosse um vampiro melhor?
- Exatamente. – ele respondeu. – Você tem essa capacidade, Eric. E você só tem a ganhar sendo um vampiro mais humano.
- E ao aceitar meu sangue, criou um laço eterno comigo, que será quebrado caso eu deixe de amá-la?
- Perfeitamente. Ela faz bem a você. Você faz bem a ela. Juntos, vocês terão toda a eternidade.
A cada confirmação que Eric fazia, mais enraivecido ele se sentia por ter sido manipulado por seu criador. E se ele não quisesse ser melhor? E se ele estivesse satisfeito do modo como estava?
Mas então ele se recordou do dia em que Godric se foi, do vazio que ele sentiu, da dor dilacerando seu morto coração. E se lembrou que aquele vazio havia sido preenchido quando entrou em sua vida.
Sim, ele era melhor com ela. E ao se recordar de vê-la inerte no gramado, o corpo aparentemente sem vida, lembrou-se que o vazio havia voltado, e que não queria nunca mais sentir aquele frio dentro de si novamente.
Lembrou-se da plenitude após fazer amor com ela e finalmente entendeu que precisava dela para ser feliz. Finalmente entendeu as intenções de Godric. Finalmente percebeu que mesmo se quisesse, não conseguiria deixar de amar . Não agora, nem nunca.
- E quanto ao sangue? Russell virou humano quando...
- Apenas você pode beber do sangue dela, e apenas enquanto houver amor entre vocês. Assim como ela não pode beber do sangue de outro vampiro. foi feita para você, Eric. – Godric fez mais uma pausa. – Se outro vampiro beber dela, encontrará sua condição humana restaurada; se ela beber do sangue de outro vampiro, perderá o seu maior dom, que é o de revelar o melhor das pessoas. Por isso vocês dois devem estar sempre unidos, sempre juntos.
- E os outros dons?
- Continuam com ela. Eles serão úteis nos séculos que virão, serão úteis para ajudar a construir um mundo melhor.
Eric percebeu que a luz que os rodeava começou a desaparecer. Olhou para onde estava e entendeu que aquele era o momento em que ela havia aceitado seu sangue e estava voltando para ele.
- Cuide dela, Eric. – disse Godric, também desaparecendo. – Proteja-a com sua vida, que ela fará o mesmo por você.
Então houve apenas escuridão.
Eric abriu os olhos e sentou-se na grande cama da cripta. Sabia que ainda era dia e forçou-se a ouvir os barulhos da casa. O silêncio era predominante, mas antes de se preocupar ele notou o bilhete no travesseiro ao seu lado.
Obviamente ela tinha ido ver o metamorfo, mas no fundo ele sabia que podia confiar naquele cachorro. Subitamente ele sorriu. A presença de realmente despertava seu lado mais condescendente, afinal, em outra situação ele nunca daria um voto sequer de crédito a um metamorfo.
Tranquilamente Eric voltou a se deitar, sabendo que a noite logo chegaria e ele poderia ficar novamente com ela, seu anjo, sua amada.

14 de Setembro, Bon Temps, 17:58h
Música 09
estava sentada na varanda observando o fim do dia. As várias tonalidades de laranja, azul e rosa preenchiam o céu e ela sabia que logo a primeira estrela poderia ser vista.
Uma brisa suave balançou as folhas do grande e antigo chorão e fechou os olhos para ouvir a canção do bosque. Seu coração apertou um pouco em seu peito e, sabendo que naquele momento ela estava protegida, ela não pensou duas vezes e seguiu para o cemitério, diretamente para onde seus pais estavam enterrados.
A saudade apertou e uma singela lágrima percorreu seu rosto enquanto ela se posicionava entre os dois túmulos. Um piado melancólico se fez ouvir e ela sorriu tristemente.
- Espero que vocês entendam minha decisão. – ela disse e respirou pesadamente.
- E eu espero que você me perdoe por fazê-la ter que escolher. – disse Eric logo atrás dela.
Ele não sabia exatamente o que sentir, já que não queria que ela sofresse com a ausência dos pais, mas também era egoísta demais para querer ficar longe dela.
se levantou, olhando-o atentamente. O olhar de Eric era o mais doce que ela já tinha visto. Calmamente ele se aproximou e enxugou a lágrima em seu rosto, afagando-o delicadamente com as costas da mão.
- Eu não queria que você tivesse que escolher.
- Não se culpe. – ela disse segurando a mão que lhe afagava. – Eu simplesmente não podia ir contra meu coração.
- Eu amo você. – ele disse e em seguida a beijou doce e ternamente.
se entregou plenamente àquele beijo e sentiu o calor quente e acolhedor do abraço de seus pais, envolvendo-os, como se de alguma maneira, eles estivessem aprovando aquele relacionamento.
Eles se afastaram um pouco. e Eric olhando-se profunda e intensamente.
- Você sabe que isso pode durar pra sempre, né? – ela sorriu para o vampiro.
- A eternidade é pouco para o tamanho e intensidade do meu sentimento. – ele respondeu.
sorriu ternamente e suspirou; eles eram um agora, e enquanto um estivesse na vida do outro, tudo ficaria bem. Ela olhou profundamente nos olhos de Eric, sentiu o mundo mudar ao seu redor e, pela primeira vez, ela conseguiu ver o seu próprio futuro. Além, muito além daquele dia, eles estavam juntos, estavam felizes, estavam se amando para sempre.


Fim.



Nota da Autora (30/08/2015): E a fic acabou, meus queridos!!!! =( Pois é, depois de 27 capítulos, eis que se encerra mais uma estória. Eu realmente espero que vcs tenham gostado do desfecho que dei, das explicações, e da história como um todo. Escrever é algo que eu AMO fazer, que me dá prazer e orgulho. E compartilhar isso com vcs me deixa realmente feliz. MUITO OBRIGADA! E acho que é isso. Não deixem de comentar esse último capítulo, de dizer se gostaram, se não gostaram, se foi clichê demais...hehehe.... Mais uma vez obrigada pela cia e nos vemos numa próxima fic!!! Bjo, bjo!! Line!!! =)


Nota da Beta: Confesso que não queria que esse momento chegasse nunca ): Poxa vida, não vou ter mais Eric Northman, nem na série e nem na fic? rs Parei :x Gente, quantas revelações, surpresas, amor, tudo *-* Obrigada pela estória maravilhosa, Line. E vamos torcer para que você escreva mais alguma outra fic de True Blood heheh.


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