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Fire Meet Gasoline






CAPÍTULO 1 – “Nice to meet you, where you been?” (Blank Space – Taylor Swift)


Beverly Hills, Califórnia.
A casa de Christopher Johnson estava pronta para receber os veteranos da Universidade da Califórnia, onde estudavam todos os tipos de jovens, principalmente jovens ricos e mimados.
Quando a noite chegou a casa começou a encher rapidamente. Havia pessoas por todos os cantos da mansão dos Johnson. adentrou a casa junto a seu irmão mais velho, .
era o sonho de qualquer homem. Considerada por todos os universitários uma badgirl, ela tem 19 anos e a pouco tempo entrou na Universidade da Califórnia para cursar designer de moda. A garota logo ficou conhecida por exibir um belíssimo corpo que parecia ter sido esculpido pelos Deuses e um rosto com traços delicados que logo chamavam atenção. Enquanto os garotos babavam na beleza de , a maioria das garotas a invejavam. Era difícil ela se simpatizar com alguém, era difícil ela confiar em alguém. Na maior parte do tempo ela ficava com o irmão. também era conhecida por ter um alto temperamento e atitude para tudo, ela costumava ignorar a maioria dos garotos, era difícil algum conseguir a sua atenção. Por ser uma colecionadora de desilusões amorosas, garotos não costumavam ser uma prioridade para .
- Preciso de uma bebida. - falou para a irmã.
era a melhor pessoa que alguém poderia conhecer. Diferente de , o garoto exaltava simpatia. O garoto de 21 anos cursa jornalismo, faz parte do time de lacrosse da universidade e também é muito conhecido entre as garotas.
- Tudo bem, Vou falar com as garotas, te vejo depois. – A irmã o respondeu.
Havia apenas duas garotas com quem falava: Emma Parker e ChloeMitchel, ambas estudavam designer de moda também.
- Olha só quem chegou. - Chloe recebeu a amiga.
- Pronta para quebrar corações? - Emma disse.
- Sempre. - disse com um sorriso divertido no rosto.
As garotas se juntaram ao pessoal que estava dançando na beira da piscina ao som de Pins. começou a dançar e logo as pessoas começaram a encara-la.
Os garotos tentavam chegar perto mas ela ignorava todos, no momento ela só queria dançar. Chloe e Emma acompanhavam os movimentos, agora mais sensuais, da amiga.
Foi nesse momento que adentrou a casa.
tinha se mudado para a Califórnia há poucos dias. Cursava jornalismo em Londres e conseguiu uma transferência para Califórnia.O garoto fazia o tipo misterioso e não gostava de falar sobre sua vida pessoal com ninguém.
Não conhecia ninguém na Califórnia, por isso resolveu ir a festa que todos estavam comentando.
Ao chegar, foi recebido por .
- Calouro? – perguntou simpático.
- Não. Transferido. – Ele disse sem entrar em detalhes.
- Sou . – Ele disse e estendeu sua mão para cumprimentar o garoto.
- . – Ele disse e em seguida apertou a mão de .
começou a observar o local. Viu várias pessoas bêbadas e algumas chapadas. Várias pessoas dançando ao redor da piscina e outras já dentro da piscina. Sua análise foi interrompida pelos gritos que vinham da piscina, e uma pessoa em especial chamou sua atenção.
- TIRA, TIRA, TIRA. - Eram os gritos que vinham da piscina.
estava prestes a se desfazer das suas roupas, com toda a sensualidade que só ela possuía. A garota recebia vários gritos de incentivo enquanto tirava as roupas para poder ficar apenas de biquíni e finalmente entrar na piscina.
- Wow, quem é aquela? - perguntou ao garoto que estava ao seu lado ao ver a garota revelando seu corpo cheio de curvas a todos da festa.
- Aquela, meu caro, é . O diabo em pessoa. – o respondeu de forma irônica.
- ? – Ele perguntou curioso.
- Sim, minha querida irmã.
- Sinto muito, cara, você tem muito azar em ser irmão de uma garota tão gostosa.
- Ei, mais respeito! Sugiro que você fique longe dela.
- O quê? Mal posso esperar para levar ela para um quarto.
soltou uma risada alta ao ver o quanto o garoto ao seu lado estava se iludindo.
- Vai sonhando, .
- Por quê?
- Você nunca teria chances com ela, afinal, nenhum garoto daqui nunca tem.
- O que você está querendo me dizer exatamente?
- O que eu estou querendo te dizer é que nenhum cara dessa faculdade conseguiu colocar as mãos nela. Talvez uns beijos até tenham conseguido.
- Ela é lésbica?
- Não mesmo.
- Tudo bem. Garotas são o que não faltam nessa festa.
- Boa sorte.

****


- E aí, gata.- escutou alguém sussurrar em seu ouvido.
- Christopher.
- O que acha de terminarmos o que começamos na semana passada? – Ele perguntou com um sorriso malicioso no rosto.
- Não temos nada para terminar, já que não começamos nada. Agora me dê licença. – Ela respondeu o garoto com grosseria. E era sempre assim. odiava os garotos que tratavam garotas como propriedades ou troféus, era por isso que ela não dava bola para nenhum deles.
- Chris de novo?
- Sim, Chloe, não aguento mais ele.
- O cara é o maior gato, .
- O cara é o maior idiota, isso sim.
saiu da piscina bufando e começou a observar o resto da festa com o intuito de achar algo interessante. Um garoto em especial chamou a sua atenção. Nunca havia visto ele antes. Se Jasmine não tivesse chegado e agarrado ele, ela teria ido até ele.
Observou os amassos dos dois até que eles entraram em um dos cômodos da casa e sumiram do seu campo de visão.
No mesmo momento tratou de tirar ele da cabeça. Com certeza ele não era o seu tipo de garoto.

•••


estava se contentando com uma garota qualquer enquanto ele não podia ter a garota mais requisitada da festa. tinha o deixado muito intrigado. E era nela que ele estava pensando enquanto Jasmine o proporcionava um maravilhoso sexo oral. Mais cedo ou mais tarde ele teria em suas mãos. Pelo menos era o que ele pensava.

•••


Tudo o que queria no momento era ir para casa e deitar em sua cama. Chloe e Emma tinha sumido com garotos e ela não achava em lugar nenhum.
Ao ouvir uma de suas músicas favoritas começar a tocar, voltou a dançar no meio das pessoas, afinal, quem sabe assim o tempo passaria.
A garota usava apenas um short curto e a parte de cima de seu biquíni. Não demorou muito para vários garotos estarem dançando ao seu redor, mas nenhum em especial.
Assim que a música acabou ela foi atrás de , encontrando o mesmo conversando com o novato que ela tinha reparado antes. Pelo visto a foda com Jasmine não havia sido muito boa.
- ! – Ela chamou o irmão.
- Meu amor! – A garota não tinha dúvidas de que ele estava muito bêbado.
- Sem essa de meu amor. Eu quero ir para casa.
- Mas já? A festa mal começou. Já conhece o ?
- Não.
- Então, essa é a , minha querida irmã. , esse é o , meu novo colega de quarto.
- Prazer. - disse, tentando não encarar muito os lindos olhos do garoto.
- O prazer é todo meu. - Ele respondeu com um sorriso cheio de malícia.
- Espere mais um pouco, Lotie.
- Nem pensar, . – Ela disse impaciente.
- Pare de reclamar e me siga, vou te dar uma carona. - interrompeu a conversa dos dois.
- Quem você pensa que é? Pensa que eu sou louca para aceitar carona de um desconhecido? – Ela disse visivelmente irritada.
- Ou você vem comigo ou pode ficar aqui sozinha esperando o .
respirou fundo e aceitou que essa não era uma má ideia.
- Tudo bem, vamos.
Mais uma vez lançou um sorriso malicioso e passou os braços por cima dos ombros dela, que tratou de se livrar dos braços do garoto. Ao chegar do lado de fora da casa, a guiou até uma Ferrari vermelha. não pode deixar de ficar surpresa.
Durante o caminho ela tentou analisar discretamente o garoto ao seu lado. Ele era muito atraente, ela não podia negar. Era alto, parecia ter um corpo definido e exibia algumas tatuagens pelo braço.
Extremamente atraente.
- Você não parece fazer o tipo quieta. – Ele disse.
- Eu não faço o tipo quieta, só não vejo motivos para falar com você.
- Grossa.
apenas rolou os olhos e não fez questão de continuar a conversa. Deu a ele as coordenadas para chegar até a sua casa e então estava pronta para se livrar dele.
- Boa noite, baby.
- Boa noite , obrigada pela carona. – Ela disse, tentando soar simpática.
- Nem um beijinho de despedida? – Ele disse em um tom provocativo.
- Vai sonhando!


CAPÍTULO 2 – ''You were more than just a dream, you were out of my league.'' ( Out of my league - Fitz and the tantrums).


- Aqui é onde vamos passar a maior parte do tempo, a maioria das aulas são aqui. – disse, chamando a atenção do garoto. - E aquele ali é o canto do pecado. – Ele disse apontando para um espaço abaixo das arquibancadas.
- Mais detalhes, por favor. – pediu enquanto prestava muita atenção em tudo que falava.
- Pegação, sexo, drogas, sexo...
- Gostei. costuma frequentar? – Ele perguntou, já imaginando as coisas indecentes que ele poderia fazer com a garota naquele local.
- Tá achando que a minha irmã é o que, ? – perguntou um pouco irritado.
- Desculpa.
- Esse é o último lugar que ela frequentaria.
- Quem sabe eu não mude isso...
- Cala a porra da boca! Você não conhece mesmo a minha irmã.
- Não faço questão de conhecê-la, quero ir direto para a ação, se é que você me entende. – O garoto disse em tom de deboche.
- Por favor, ela não é a única garota dessa universidade, trate de ir atrás de outra.
- Tudo bem, . Agora como eu faço para entrar para o time de lacrosse?
- Você precisa ir falar com o treinador, ele deve estar na secretaria.
- Beleza, a gente se vê depois. – Ele se despediu do novo amigo e seguiu para a secretaria.

•••


- Preciso ir até o atelier fazer os últimos ajustes.
- Vou junto, também preciso revisar algumas coisas. - Chloe disse para .
Os alunos de designer de moda teriam um grande desfile de boas vindas para apresentar no sábado e já estava indo à loucura com tantas coisas para serem feitas. Ela caminhava tranquilamente pelos corredores da universidade até que teve a infelicidade de esbarrar em alguém, fazendo com que todos os rolos de tecidos e moldes que carregava caíssem no chão.
- Puta que pariu! Tinha que ser você. - disse ao ver que quem havia esbarrado nela era .
- Já estava com saudade, amor? – Ele disse provocativo.
- Você não faz ideia do quanto. – Ela respondeu de forma irônica.
- Eu e você definitivamente deveríamos transar qualquer hora dessas. – Ele disse direto.
Se tinha uma coisa que não gostava era perder tempo. Sendo assim ele sempre era direto e objetivo.
- Nossa, como eu não tinha pensado nisso antes? - disse em tom de ironia e em seguida saiu andando, deixando o garoto falando sozinho no corredor. - Esse garoto é abusado demais. – Ela resmungou.
- Pare de reclamar, , eu daria tudo para ele ter falado isso para mim.
- Você só pode estar ficando louca, Chloe.
De alguma maneira, sentia que era sinônimo de problema, por isso tudo o que ela queria era distância dele.

•••


Durante a tarde fez seu teste e logo obteve uma resposta positiva do treinador.
Precisava se ocupar com algo, já que ainda não havia conseguido nenhum emprego na Califórnia.
Apesar de sua avó insistir, ele não queria que ela ficasse bancando todas as suas despesas, afinal, como ele iria ficar pedindo dinheiro a avó para comprar suas bebidas?
Estava a pouco tempo na Califórnia mas já estava se sentindo familiarizado com o local.
Tudo o que precisava fazer era torcer para que os caras não o encontrassem.


CAPÍTULO 3 – ''Give me a night I'll make you, I know you're looking for salvation.'' ( Girls - The 1975)


- LUKE, ABRA ESSA PORTA AGORA!! – gritava do lado de fora do dormitório de seu irmão.
Não estava acreditando que justo no dia do seu grande desfile, seu modelo tinha quebrado o pé.
Só podia ser algum tipo de pegadinha.
A única opção que lhe restava era pegar seu irmão para substitui-lo e torcer para que no final tudo desse certo.
- Luk...! – Ela disse e sua expressão mudou de irritada para confusa.
- Pois não, amor! - Para piorar seu dia, é quem abre a porta do dormitório, apenas com uma toalha cobrindo seu corpo da cintura para baixo, deixando assim seu belo peitoral e algumas tatuagens à mostra. acabou não lembrando que agora ele dividia o dormitório com seu irmão. - Pode olhar a vontade amor, só não babe. – Ele disse provocativo.
- Seja menos ridículo, por favor. Onde está meu irmão? – Ela disse de forma grossa, tentando ignorar o deus grego a sua frente.
- Foi fazer alguma coisa no centro da cidade.
- Não, por favor me diga que isso é verdade. – Ela disse aflita.
- Por que eu inventaria isso?
- Isso não pode estar acontecendo.
- O que aconteceu? – Ele perguntou, parecendo estar preocupado com a situação.
- Eu preciso de um modelo, urgente!
entrou no dormitório se sentou em uma das camas, tentando se acalmar e arranjar alguma solução.
Encarou mais uma vez , agora já vestido. Ele tinha um belo corpo, isso era inegável. Ele poderia muito bem substituir o modelo...
- Você, vem comigo. – Ela disse apressadamente, não poderia perder tempo.
- Por quê? – Ele perguntou confuso.
- Você vai substituir meu modelo.
- Você ficou louca?
- Por favor, eu faço qualquer coisa. – Ela suplicou.
- Qualquer coisa? – Ele mostrou interesse.
- Tanto faz, , vem logo.
lançou um sorriso malicioso para a garota, já imaginando qual recompensa receberia da garota. Em seguida, a seguiu até o local do desfile.
- Preciso que você tire as roupas e coloque as que estão penduradas naquele cabide, por favor. - disse apontando para uma arara cheia de roupas que se encontrava no canto do backstage.
- Se for para pedir para tirar minhas roupas, não precisa ser educada, amor. - disse em tom malicioso com a intenção de provocar a garota que estava ocupando seus pensamentos desde a noite da festa de boas-vindas.
- Você não vai tirar suas roupas na minha frente, tem um banheiro logo ali. – Ela apontou para uma porta na saída da sala.
- Pode continuar se fazendo de difícil, é meio sexy e eu gosto. – Ele disse sem retirar o sorriso provocativo do rosto.
- Onde eu estava com a cabeça quando te chamei para substituir meu modelo? Anda logo antes que eu perca minha paciência. – Ela resmungou impaciente.
Minutos depois estava pronto e aparentava estar ainda melhor do que o antigo modelo.
Logo o nome da garota foi anunciado na passarela e então entrou em ação.
No final, tudo deu certo e todos elogiaram muito , o que significava que ela estava em dívida com .


CAPÍTULO 4 – '' I should just tell you to leave, Cause I Know exactly where it leads. '' ( Style - Taylor Swift)


- Seu desfile com certeza foi o melhor, . - Emma comemorou.
- Ainda mais com como modelo. – Chloe disse entre suspiros.
- Não fale sobre ele Chloe, foi uma emergência. – retrucou.
- Se você diz. – Ele disse em tom de indiferença.
- Vocês vão ficar falando sobre o ou vão se arrumar para a festa? - falou já impaciente.
Depois do desfile aconteceria uma grande festa na casa de uma das estudantes de designer de moda.
Assim que finalizaram o desfile, três as amigas voltaram para o dormitório para trocarem de roupa.
vestiu um vestido preto simples, colocou sua meia - calça preta e passou seu batom vermelho.
não era sem seu típico batom vermelho.
Em poucos minutos, todas estavam prontas para ir até a tão esperada festa.

•••


já era um sucesso absoluto, principalmente entre as garotas.
Assim que chegou na festa, já foi recepcionado por algumas garotas.
Mas isso era uma coisa que não importava para ele no momento pois seus olhos estavam procurando uma pessoa em especial.
No Words do Erik Hassle tocava no último volume dentro da casa.
Minutos depois e suas amigas chegaram. Ela seguiu para a pista de dança e começou a movimentar seu corpo conforme a batida da música no meio do resto dos convidados enquanto suas amigas seguiram o caminho do bar.
Ela não bebia uma gota de álcool e sempre era encontrada na pista de dança, sempre dançando sozinha e sempre com muitos expectadores. Os garotos tentavam se aproximar, mas ela sempre os ignorava, nenhum deles conseguia realmente chamar sua atenção.

•••


Depois de mais um belíssimo sexo oral, com uma garota que ele nem sabia o nome, voltou para a pista de dança, encontrando lá , seu alvo da noite.
Observou por alguns minutos a garota dançando com vários garotos ao seu redor, para os quais ela não dava um pingo de atenção. Ela movimentava seu corpo de forma que seduzia todos ali presentes, e ela nem se quer percebia isso.
era a prova viva de que uma garota não precisa de um homem para se divertir, e isso deixava intrigado.
Desde que chegou na universidade, foi a única garota que não caiu aos seus pés, e isso estava o deixando louco.
Percebeu que era um bom momento para provoca-la, principalmente porque ela estava sozinha e distraída.
Seguiu para a pista até alcançar a garota, que ainda estava dançando.
- Acho que você está me devendo uma, amor. - sussurrou no ouvido dela e ela deu um pulo de susto.
- O que você quer, ? - bufou assim que se virou e encontrou .
- Quero que cumpra sua promessa. – Ele disse simplesmente.
- E o que você quer em troca?
- Por favor, você sabe muito bem o que eu quero. – Ele disse com um enorme sorriso malicioso estampado no rosto.
- Tudo bem, vamos. – Ela disse simplesmente.
Seria assim tão fácil? Ela nem se quer tinha tentado negar.
Os dois subiram as escadas e o empurrou para dentro de um banheiro, trancando a porta em seguida.
- Não vai nem tentar negar, amor? – Ele provocou.
- Vamos acabar logo com isso, . – Ela disse apressada.
E foi o que ele fez. empurrou a garota, fazendo ela encostar seu corpo na porta. Pousou suas mãos na cintura da garota enquanto a mesma levou suas mãos para o pescoço dele.
O garoto pegou ela no colo, fazendo ela entrelaçar suas pernas ao redor de seu corpo, e não pensou duas vezes antes de invadir a boca da garota, que em momento nenhum recusou o beijo.
Os dois estavam envolvidos em um beijo intenso e urgente.
colocou sobre a pia e ficou entre as pernas dela.
Ela fez questão de tirar a blusa de e então começou a passar suas mãos pelas costas do garoto, deixando - a cheia de arranhões. percorria suas mãos por todo o corpo da garota, explorando cada canto desconhecido por ele.
Ele levou uma de suas mãos até a perna de e acabou rasgando sua meia - calça.
Ambos estavam consumidos pelo desejo urgente de ter um a outro, mas não cederia assim tão fácil.
era de longe o garoto mais atraente que ela já havia conhecido, mas ela sabia muito bem que ele não valia nada mais que uma noite de prazer. Porém, seria divertido ver o garoto correr atrás dela.
começou a distribuir beijos e chupões por toda a extensão do pescoço da garota.
Pela primeira vez, estava sentindo alguma coisa enquanto estava com um garoto. Seu corpo todo formigava e seu coração palpitava. Isso tudo era novo e estranho para ela.
Ela já tinha ficado e até mesmo transado com alguns garotos, mas nunca sentiu nada além de um pequeno prazer. Nada parecido com o que estava sentindo enquanto estava nos braços de .
Ele abaixou as alças do vestido da garota e começou a distribuir beijos sobre o colo dela e então decidiu que era melhor parar. Já tinha sido o suficiente para recompensá-lo.
- Paramos por aqui. – Ela o interrompeu.
- Você só pode estar de brincadeira. – Ele disse incrédulo.
- Não.
- Olhe para mim , olha o que você faz comigo. - disse apontando para a sua ereção evidente. - E agora diz que quer parar? Porra você vai me deixar louco garota.
- Sinto muito. – Ela disse com um sorriso sacana.
E assim saiu do banheiro, deixando o garoto duro e indignado para trás.


CAPÍTULO 5 - ''Vou transformar o seu rascunho em arte final.'' - (Como eu quero - Kid Abelha).


checou, pela última vez, sua aparência no espelho. Vestia um Elie Saab longo, seus lábios estavam destacados com um batom vermelho e seu cabelo estava solto e levemente ondulado. Estava pronta para ir para o inferno, mais uma vez.
- Senhorita , sua mãe está aguardando no carro. – O segurança entrou no seu dormitório para avisa-la.
- Já estou descendo.

Desde os seus 13 anos, era obrigada a acompanhar sua mãe em eventos da socialite californiana. Ela não se sentiria tão incomodada em ir, mas o fato de sua mãe a obrigar a fazer certas coisas, deixava muito incomodada.
- Meu amor, você está maravilhosa como sempre. - Sua mãe falou assim que a garota entrou no carro.
- Não me chame assim. – Ela disse irritada.
- Qual o motivo de tanta grosseria?
- Ah, me poupe do seu drama Jeanine, você só se importa comigo quando esses eventos acontecem e ainda quer que eu lhe trate bem.
- Você sabe que eu só faço isso para o nosso bem. – A mulher falou com uma voz chorosa.
- Por favor, não seja tão sínica.
Em poucos minutos o carro estava parado em frente a um grande salão. O chofer abriu a porta para que as duas pudessem sair.
O salão era grande e estava bem enfeitado. precisou parar para bater várias fotos com pessoas que ela odiava para então, finalmente, poder se sentar em sua mesa.
- Aquele é o senhor Wilson, ele é dono de uma das maiores revistas da Califórnia. Você sabe o que precisa fazer. – Sua mãe sussurrou perto do ouvido dela.
- Eu não vou fazer isso.
- Ah, você vai sim. – A mulher a olhou com uma expressão furiosa.
engoliu o seco, sempre arranjava um jeito de escapar, mas até agora não tinha pensado em nada. Sua mãe era totalmente louca, obrigava a própria filha a dormir com homens mais velhos e bem sucedidos, em troca de fama e dinheiro. Jeanine pegou a filha pelo braço e a levou até o senhor Wilson. De longe, observava toda a cena. Não deixou de reparar em o quão fantástica estava dentrodaquele vestido longo que realçava todas as suas curvas e o típico batom vermelho que realçava ainda mais seu rosto delicado. Mais o que mais lhe chamou atenção foi a intimidade que o homem mais velho aparentava ter com .
Depois de alguns anos, tinha voltado a morar com sua avó na Califórnia, e como consequência, precisava acompanhar a senhora nos eventos da socialite Californiana.
Apesar de ter muito dinheiro, sua vó vivia uma vida simples e morava em uma casa antiga e simples, mas devido à grande socialite que fora no passado quando seu marido ainda estava vivo, todos ainda insistiam em convida-la para esse tipo de evento.
E lá estava ele, vestindo um terno, a gravata ele já havia dado um jeito de se livrar. Sua vó conversava com várias pessoas enquanto ele ficava sentado sem fazer nada. A situação em que se encontrava o incomodava, por isso resolveu tomar uma decisão.

•••


- Com licença, senhorita , gostaria de dançar comigo?
se virou e encontrou a sua frente, convidando-a para dançar de forma educada.
Isso realmente estava acontecendo?

- Claro. - respondeu imediatamente, aproveitando a situação para se livrar de sua mãe e do velho que ela havia arranjado. Sua mãe encarou os dois jovens com um olhar reprovador. guiou a garota até a pista de dança e os dois começaram a dançar uma música lenta e entediante.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou.
- Estou acompanhando minha avó.
- Obrigada por me tirar de lá, você não tem noção de como acabou de salvar minha vida.
- Bom saber disso. O que estava acontecendo lá afinal? Você parecia muito desconfortável.
- Me tire daqui que eu te explico.
- Beleza. O que acha de dar uma voltinha no meu bebê?
- Acho uma ótima ideia.

•••


- Okay...Esse é o seu bebê? - perguntou encarando uma moto na sua frente, não uma moto qualquer, uma moto enorme e bonita.
- Não gostou? – Ele perguntou surpreso.
As garotas geralmente amavam sua moto.
- Não...Quero dizer, isso é demais. Só não é demais eu andar nela com um vestido longo.
- Podemos dar um jeito nisso. – Ele sorriu travesso.
- Não vou nem perguntar o que essa sua mente pervertida está pensando.
sorriu malicioso e em seguida se ajoelhou na frente da garota, deixando-a totalmente confusa. Quando se deu conta, tinha rasgado seu vestido, abrindo uma enorme fenda na lateral.
- PUTA QUE PARIU, VOCÊ FICOU LOUCO? SEU IDIOTA, VOCÊ ACABOU DE RASGAR MEU ELIE SAAB!
- Sem escândalos, em posso te pagar um novo. Mas agora, está na hora de você se divertir um pouco, meu amor. - Ele disse subindo na moto. - Está esperando o quê? Que eu te ajude a subir? A propósito, belas coxas. - E ali estava ele, com aquele sorriso malicioso de sempre.
- Não seria uma má ideia. - Ela falou enquanto tentava se acomodar em cima da moto.
- Pode me agarrar a vontade, afinal, você vai precisar.
por fim entrelaçou seus braços ao redor da cintura do garoto e o mesmo deu partida na moto, seguindo para um destino desconhecido por ela. Ela sentia o vento batendo no seu rosto, se sentia livre, o que era uma sensação maravilhosa para ela.
- Você pode ir mais rápido? – Ela praticamente gritou para que ele pudesse ouvi-la.
- É claro, segure firme aí. - avisou antes de aumentar a velocidade.
gostava de sentir a adrenalina, a adrenalina de estar em alta velocidade, gostava da sensação do vento batendo contra o seu corpo, gostava da sensação de liberdade, gostava da sensação de ter seu corpo calado ao de . Depois de uns 15 minutos os dois finalmente chegaram ao destino. encarou uma espécie de bar country a sua frente, com uma boa aparência por sinal. desceu da moto e passou seu braço por cima dos ombros de antes de entrar no bar.
- Você me trouxe para beber? – Ela perguntou indignada.
- Se você quiser...
- Grande , a que devo a honra da sua visita? - Um senhor, que suspeitava ser o dono do local, cumprimentou . - E quem seria essa bela moça? Você nunca trouxe uma garota aqui, deve ser especial... - tentou evitar, mas acabou sorrindo.
- Uma amiga que está precisando esfriar um pouco a cabeça.
- Bom, fiquem a vontade. – O senhor disse sorridente.
- Obrigada, Will.
- Então, parece que você já é da casa.
- Eu cresci aqui, meu pai sempre vinha aqui comigo e com meu irmão. Frequentei esse lugar até os meus 17 anos, e então fui para Londres e agora estou de volta.
- Pensei que você fosse de Londres.
- Não, só morei alguns anos lá... Mas agora vamos falar de você. - cortou o assunto.
- Você está estranho hoje, não está fazendo muitas piadinhas...
- Hoje eu quero conhecer você, amor.
- Tudo bem.
- Então, o que estava acontecendo lá? – Ele retomou o assunto da festa.
- Minha mãe tenta fazer eu dormir com caras da alta sociedade, mas eu sempre dou um jeito de escapar. Aquele cara que estava comigo antes de você chegar, seria o cara que eu iria transar hoje à noite, se você não tivesse chegado.
- Isso é ridículo! – Ele disse nervoso.
- É, eu sei.
- Por que ela faz isso, afinal?
- Sei lá, ela deve ser louca. Ela sempre foi obsessiva por dinheiro.
- O que os jovens vão querer? - Will apareceu na mesa interrompendo a conversa dos dois.
- Eu quero um suco de laranja, e você, ?
- Quero um suco também.
- Ok, já volto com os pedidos.
- , eu não estou te reconhecendo. – Ela disse sorrindo.
- Por quê?
- Suco de laranja, sério?
- Vamos aproveitar essa noite, sóbrios. – Ele tentou não sorrir de volta para ela.
Ela tinha um maldito sorriso bonito.
- Ótimo. – Ela respondeu.
Os dois ficaram mais um tempo jogando conversa fora até que teve a brilhante ideia de levar junto com ele até o karaokê.
- , eu não vou fazer isso. – Ela retrucou enquanto ele a puxava para perto do palco.
- Qual é , vai ser divertido, eu prometo.
- Eu escolho a música. – Ela pediu em súplica.
- Tudo bem, qual vai ser?
- Not fair.
- Gostei.
- Vamos fazer isso então. – Ela disse por fim.
seguiu até o pequeno palco que havia no bar, colou um chapéu de cowboy que ele a obrigou usar para '' acompanhar o estilo do bar e o da música'', pegou o microfone e esperou a música começar a tocar. Assim que a música começou a tocar, começou a cantar a primeira estrofe ainda um pouco tímida. tinha a voz péssima para cantar, mas tinha razão, aquilo estava sendo muito divertido. Com o tempo ela já estava mais solta e até arriscava alguns passos de dança. Ela encarava com um olhar divertido e quando o refrão chegou, o garoto começou a cantar junto com ela. agora já dançava animadamente, arrancando gritos da plateia masculina ali presente, e cantava. acompanhava cada movimento da garota e soltava algumas gargalhadas ao ver a reação das pessoas. O refrão terminou e então foi a vez de começar a cantar. A voz dele era perfeita, ficou encantada. Assim que terminaram a apresentação o público inteiro aplaudiu.
- Isso foi muito divertido. - disse em meio a gargalhadas.
- Eu sabia que você iria gostar.
- Eu não acredito que eu acabei de cantar em um bar country com um vestido de gala rasgado e um chapéu de cowboy.
- Não se preocupe, você estava linda. - sorriu tímida, coisa que nunca acontecia com ela. - E fica ainda mais bonita assim sorrindo e com as bochechas vermelhas de vergonha.
- ! – Ela resmungou.
- O quê? – Ele perguntou tentando segurar a risada ao ver a garota ficar envergonhada.
- Para com isso. O que fizeram com você? Você não é gentil.
- Eu posso tentar ser. – Ele sorriu galanteador.
- Até parece que está dando certo.
- Você gostou que eu sei.
- Não vou discutir com você. – Ela disse, tentando dar um fim a conversa constrangedora.
- Tudo bem. Eu sei que você não bebe, mas não podemos sair daqui sem beber uma cerveja.
- Acho digno. Ainda mais depois da nossa apresentação brilhante.
Will serviu-lhes uma cerveja e os dois ficaram jogando conversa fora por um bom tempo e depois seguiram de volta para a universidade. acabou dando seu terno para devido ao frio que invadia a madrugada. A noite tinha sido perfeita para ambos, ela estava adorando conhecer esse 'novo' , e ele estava adorando conhecer o lado de que ninguém conhecia.
- Obrigada pela noite fantástica. – Ela disse assim que ele estacionou a moto dentro da universidade.
- Foi um prazer. - sorriu.
- Obrigada por ter me livrado da minha mãe e daquele cara.
- Sem problemas.
- Bom, eu vou indo então...
pensou em beijá-la nesse momento, mas preferiu esperar. Queria ver correr atrás dele dessa vez.
- Eu também adorei a noite. - disse.
sorriu e então se despediu do garoto.


CAPÍTULO 6 – “Stay away from me''. ( Stay Away - The Honorary title).


- Façam uma fila descente, por favor! - pediu já irritada.
O primeiro treino do time de Lacrosse da Universidade estava acontecendo na manhã ensolarada de sexta-feira.
esperava pacientemente os jogadores para bater fotos de cada um para o anuário.
Ter que lidar com os jogadores da universidade definitivamente não era seu trabalho favorito.
- é a fotógrafa? - perguntou para .
- Acredite se quiser.
- Tem alguma coisa que ela não faça? – Ele perguntou curioso para o amigo. Desde que conheceu já viu ela fazendo inúmeras coisas, e precisava confessar, ele estava admirado.
- é boa em tudo o que faz. As fotos dela são incríveis, você verá.
- Tão incríveis que ela tomou o lugar de qualquer estudante de jornalismo e se tornou a líder do grupo de fotografia. - Eric disse.
- Boa em tudo o que faz, hum? Interessante. - disse e um sorriso malicioso se formou em seu rosto. – Vocês não parecem ser muito próximos, ou estou enganado? – Ele perguntou para .
- Não, nãos somos.
- Por que?
- É complicado, temos alguns problemas familiares. Nós nunca fomos muito íntimos, mas eu sempre procuro cuidar dela.
- Entendo. – Ele disse para encerrar o assunto, vendo que o amigo não gostava muito de falar sobre isso.
•••

- Você não pode mostrar a língua nessa foto, Mark. – disse e revirou os olhos impaciente.
- Por que não?
- Por que a foto vai aparecer na porra do catálogo. - Ela bufou pela milésima vez. Adorava fotografar, mas fotografar o time de Lacrosse não era o trabalho mais agradável do mundo, já que os jogadores sempre gostavam de ficar fazendo piadinhas de mal gosto, a única parte boa era que ela tinha uma visão bem privilegiada dos garotos mais desejados da universidade. - Oh não, você? – Ela disse desanimada assim que avistou .
- Bom dia amor, sentiu saudades? – Ele perguntou sarcástico.
- Me poupe do seu sarcasmo, .
- Esse mau humor todo é falta de sexo? – Ele provocou.
- Por Deus, você só pensa em sexo?
- Em 98% do meu tempo, sim. – Ele disse com um sorriso imenso no rosto. Adorava provocar .
- Você é ridículo. – Ela respondeu grosseiramente.
- Vamos bater essa foto logo, deixo até você guardar uma cópia.
- Você não precisava nem autorizar. – Ela disse ironicamente.
- O que você acha de terminarmos o que começamos naquela festa? - sussurrou no ouvido da garota assim que a mesma terminou de bater as fotos.
- Você é ridículo . É igual a todos os garotos dessa universidade, e adivinha só? Eu não quero um garoto como você.
- Ah é? E o que você quer em um garoto? – Ele perguntou, demonstrando interesse.
- Não é da sua conta.
conseguia tirar do sério como nenhum outro garoto conseguia. Ela não gostava nenhum um pouco de como ficava perto dele. Não era possível que só ele conseguia fazer ela sentir aquele misto de sensações estranhas. não falou mais com desde a noite em que ele a salvou do velho pervertido.
Ele havia se mostrado ser uma pessoa completamente diferente e adorável naquela noite, mas voltou a ser aquela pessoa sarcástica e provocativa no dia seguinte.
Ela simplesmente não conseguia entende-lo.

- Eric, você vem comigo! - disse para o primeiro jogador que viu a sua frente.
Precisava provar para si mesma que ela podia sentir aquelas sensações com qualquer garoto, não apenas com . E provaria agora mesmo.
Não era possível que com tantos garotos na universidade ela tinha que se sentir atraída justo por .
Não admitiria sentir desejo por uma pessoa tão repugnante.
Sim, desejo.
Tudo se tratava de um desejo incontrolável.
Desejo de tê-lo na sua cama e nada mais.
levou o garoto até o seu dormitório e em seguida guiou o mesmo até a sua cama, deixando claro suas intenções. O garoto sorriu pervertido e puxou , fazendo a garota ficarpor cima do seu corpo. tirou sua própria blusa e em seguida beijou os lábios de Eric sem delicadeza nenhuma.

- Você é mesmo muito vadia, .
- Use essa sua boca para me dar prazer, não para falar besteiras que não são verdade.
Eric levou suas mãos até os seios volumosos de na tentativa de proporcionar prazer a garota.
Novamente ela sentiu aquela dor incomoda no seu seio.
Ela não conseguia sentir nada com Eric comparado ao que ela sentiu com .
Eric tratou de tirar sua blusa, expondo seu corpo bem definido, nada comparado ao de , e inverteu as posições dos dois, ficando agora por cima do corpo de .
deixou elecomandar a situação, já que ele ainda não estava proporcionando prazer algum a ela.
Eric chupou brutalmente seu pescoço, fazendo ela soltar um gemido de dor.
Em seguida, Eric terminou de se despir e despiu a garota a sua frente. Distribuiu mais alguns chupões pelo corpo da garota e então finalmente, sem cerimonias, ele penetrou seu membro na intimidade dela.
Tudo o que sentia era frustração, não conseguia acreditar que Eric era tão ruim no sexo. Nem se quer excitada ela estava, Eric era um grosso e nojento.
- Você é tão gostosa , seria ótimo se você começasse a gemer. - Eric disse enquanto se movimentava sobre a garota.
- Seria ótimo se você começasse a me dar prazer. - disse indignada. - Você é péssimo nisso, saia de cima de mim Eric.
- VOCÊ FICOU MALUCA? – Ele perguntou com raiva.
- EU DISSE PARA SAIR DE CIMA DE MIM. - gritou e começou a bater no garoto que insistia em continuar o ato.
- VOCÊ É LOUCA! - Eric disse saindo de cima da garota e então finalmente saiu do quarto.
- Não me culpe por você ser péssimo na cama, você é nojento Eric. - disse antes de bater à porta na cara do garoto.
era tudo o que conseguiu pensar enquanto estava transando com Eric. Ela só conseguia comparar Eric com , como o toque de dele era bem melhor do que o de Eric, como tinha conseguido lhe proporcionar prazer e sensações maravilhosas apenas com beijos e caricias. Queria sentir tudo aquilo de novo, mas não queria que fosse com . Sabia que queria apenas usá-la, e ela não permitiria isso.


CAPÍTULO 7 – ''But you won't see me fall apart, cos I've got an elastic heart''. (Elastic Heart - Sia)


As mãos de tremiam de nervosismo ao redor do celular. A ligação de acabara de receber mudava tudo e o assustava.
Absolutamente tudo.
Pela primeira vez em sua vida estava sem saída nenhuma.
- Você está pronto? - perguntou ao sair do banheiro do dormitório, despertando dos seus pensamentos.
- Sim.
- Você está bem? Parece que viu um fantasma. – Ele perguntou preocupado.
- Estou ótimo.
- Acho que já podemos ir. Já são sete horas.
- Tudo bem. - disse e então os dois seguiram para a festa na praia.

•••


Uma das coisas que mais gostava na Califórnia era o clima quente e as praias.
A festa de hoje estava sendo organizada pelas estudantes de designer de moda e o local escolhido foi uma das praias.
e suas amigas estavam terminando de organizar tudo, a festa estava quase pronta para receber os alunos.
- Quem será a sua vítima da noite Emma? - Chloe perguntou.
- Ainda não me decidi... E você?
- é um forte candidato...
- Você está louca Chloe? Você sabe que ele e a estão tendo alguma coisa.
- Até onde eu sei ele está livre, leve e solto por aí. – Ela sorriu maléfica.
- Você não pode fazer isso com a . – Emma retrucou.
As garotas pararam de falar no instante que viram se aproximando.
- Tudo pronto aqui, meninas? - Ela perguntou.
- Sim, , o bar também está pronto. – Emma respondeu.
- Ótimo, o pessoal já está chagando.
Aos poucos a praia foi enchendo. Todos estavam usando apenas trajes de banho, alguns dançando no deck do bar improvisado, outros tomando banho de mar.
A música Bublegum Bitch agitava o pessoal.
observava tudo de longe. Estava sentada, sozinha, em uma das banquetas que ficavam de frente para o bar.
estava mais irresistível do que nunca, exibindo seu corpo bem definido para a festa inteira.
Deus, por que ela sempre tinha que acabar pensando nesse garoto?
- Ótima festa, . - Uma garota desconhecida disse ao passar por ela.
viu Chloe se aproximar de na pista de dança e achou estranho, eles nunca tinham conversado antes.
Não demorou muito para os dois começarem a dançar animadamente.
Continuou sentada até Pete chegar e chamar ela para dançar.
Pete era estudante de engenharia mecânica, provavelmente um dos garotos mais legais que já havia conhecido na faculdade. Diferente da maioria, Pete era carinhoso e educado.
foi para a pista de dança com Pete e logo eles já estavam no mesmo ritmo que todos ali presentes.
Pete tomou a liberdade de levar suas mãos até a cintura exposta dela, que permitiu o ato.
Era errado pensar assim, mas Pete poderia ser uma boa opção para faze-la esquecer da existência de .
Como nem tudo o que quer acontece, Chloe e dançavam ao lado dela.
passeava com suas mãos grandes por todo o corpo de Chloe, a garota, esperta como era, tratava de provocar .
já estava sentindo nojo da cena dos dois. Não queria admitir para si mesma, mas mexia com ela do jeito que nenhum outro garoto conseguia.
Ela pediu desculpas para Pete e se afastou da pista de dança. Começou a caminhar pela praia, na intensão de se afastar da multidão. Sentou-se em um lugar bem próximo do mar e ficou observando o mesmo até ser interrompida. Minutos depois escutou alguém caminhando atrás dela.
- A garota mais bonita da festa não deveria estar aqui sozinha.
revirou os olhos ao ver quem estava falando com ela.
- E eu deveria estar com quem? Com você? – Ela perguntou de forma irônica.
- Como eu queria que isso fosse possível.
- Resolveu desistir de mim e investir na minha melhor amiga?
- Ótima melhor amiga você tem, ela que veio perto de mim.
A garota bufou. Não podia demonstrar ciúmes diante dele.
Espera, ciúmes?
Desde quando conhecia essa palavra?
- Você é linda, . - disse ao se abaixar e em seguida sentou ao lado dela, que estava muito confusa. - Você é a garota mais bonita, inteligente, determinada e atraente desse lugar. - Ela tentou conter seu sorriso. Encarou , que tinha uma expressão séria no rosto, encarou seus olhos profundamente e então ela teve certeza que ele estava sendo sincero. - É realmente uma pena que não possamos ficar juntos.
- Do que você está falando? – Ela perguntou confusa.
afastou uma mecha de cabelo que caia sobre o rosto delicado da garota e fez um carinho na bochecha da mesma.
Não queria machuca-la.
Sua intensão era ficar com ela apenas por uma noite, mas será que ela queria o mesmo?
- Eu vou deixar você em paz, você merece alguém muito melhor do que eu.
E dito isso, se levantou e deixou sozinha.
''Mas eu não quero que você me deixe em paz'' foi o que pensou, mas não falou.
voltou para a pista de dança, onde tinha largado Chloe.
Doeu para dizer aquelas palavras para , doeu ver a reação dela, mas ele sabia que era o certo a fazer. Não podia colocar ela em perigo.
- O que acha de sairmos daqui? - Chloe perguntou ao se aproximar do garoto.
- Acho uma ótima ideia. - disse e em seguida beijou os lábios da garota.
- Podemos ir para a sua Ferrari. – Ela disse em tom malicioso, demonstrando suas intensões.
- Não. Vamos para o seu quarto. – Ele disse.
- Mas a Emma ou a podem chegar...
- Então teremos que ser rápidos.
Tudo o que menos queria era que chegasse no quarto e visse ele com Chloe, mas ele não tinha outra opção, já que estava usando o quarto deles e ele não gostava de levar garotas para a sua Ferrari.
Assim que chegaram no quarto, se despiram rapidamente e logo os gemidos de Chloe já podiam ser ouvidos no corredor.
- Fama confirmada, . - Chloe disse após a melhor transa da sua vida e não pode deixar de sorrir pervertido e satisfeito.



Capítulo 8


- A pegada dele é incrível... E ele é tão gostoso...
não aguentava mais ouvir Chloe falando sobre a sua noite fantástica com .
Ela não tinha nada contra, mas Chloe não parava de falar dele desde o momento em que ela chegou no dormitório.
- Eu já vou indo para a sala. - disse, interrompendo a conversa entre Chloe e Emma.
Ela não era obrigada a ficar no dormitório ouvindo Chloe falar como sabia foder uma mulher.
Não queria admitir que queria estar no lugar de Chloe.
Não queria admitir que estava nutrindo um desejo absurdo por .
Não queria admitir que tudo o que mais queria era sentir prazer com .
Precisava parar de pensar nessas coisas.
Ela poderia ter ido para a casa da sua mãe, poderia morar lá, mas essa era uma péssima ideia. Então o dormitório da faculdade acabava sendo sua única opção.
Seguiu seu caminho para a sala de aula, mas seu percurso foi interrompido quando alguém que puxou seu braço.
Era .
- O que você quer? - disse grosseiramente.
- Falar com você.
- Vá falar com a Chloe, não comigo. – Ela disse irritada.
- Ah, você está com ciúmes, que gracinha! - disse, e em seguida um sorriso malicioso surgiu em seu rosto.
, como sempre, apenas ignorou o garoto e seguiu para a sala.
Teria apenas um mês para preparar sua coleção para o desfile, e no momento essa era sua preocupação.Tinha muita coisa para organizar e muitas peças para produzir.Ainda hoje teria que ir atrás de modelos para o seu desfile e para um comercial que teria que fazer da sua coleção.
Tudo isso a deixava mais estressada do que o normal.E para piorar tudo, ela teria que ver todos os dias Chloe com .
Porque diabos ela estava pensando nisso?
Ela poderia ficar com qualquer garoto daquela universidade, não tinha motivos para ficar com em seus pensamentos.
Finalmente chegou na sala de aula, onde permaneceu pelo resto do dia.Queria aproveitar que sua mente criativa estava funcionando para criar novas peças para o desfile.Quando já estava escurecendo, ela deixou a sala e seguiu para a agência de modelos.Acabou conseguindo uma modelo para o comercial e para o desfile, mas nenhum modelo masculino a agradou, teria que procurar em outra agência, mas faria isso outro dia, estava exausta demais, precisava voltar para o dormitório e tomar um bom banho, uma taça de vinho também seria bem-vinda.
No momento em que estava entrando no carro, sentiu seu corpo sendo puxado com certa brutalidade.
Virou-se para encarar quem estava a agarrando e no mesmo momento entrou em pânico.
Um homem encapuzado a puxava para um beco.
, imediatamente tentou gritar, mas sua boca foi tapada por uma das mãos do homem.
Não tinha ninguém ao redor do local, o homem era bem mais forte do que ela, ela não sabia o que fazer.
- Agora , você vai aprender a nunca mais me recusar nada...
Ele a conhecia.
Mas não fazia ideia de quem poderia ser, não fazia ideia de quem teria motivos para estar fazendo isso com ela.
O homem a jogou contra a parede do beco escuro e em seguida deu um tapa forte no rosto dela. Ele levantou os dois braços de e os segurou com força com uma de suas mãos.
Ele começou a outra mão livre por todo o corpo de e ela ficou mais apavorada ainda.
O que faria agora?
As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da garota amedrontada.Ela tentou chutá-lo e morde-lo, mas nada adiantou.
Novamente seu rosto foi atingido por um tapa e ela gritou.
- Você vai ficar bem quietinha, ou as coisas vão ficar muito piores, entendeu? - O homem disse e ela apenas assentiu.
Em seguida sua blusa e seu sutiã foram arrancados e seu corpo se encolheu de frio e medo.
Ela não acreditava que isso estava acontecendo, sempre fora um de seus maiores medos.
O pior de tudo é que ela não sabia o que fazer para se defender.O homem apertou com força um de seus seios e ela deixou o grito preso na garganta.Sem demora, sua saia fora rasgada também, deixando seu corpo coberto apenas por uma calcinha de tecido fino.
- Você já me recusou tantas vezes , mas agora você não tem como recusar mais, sua vagabunda.
O homem deu fortes chupões e mordidas pelo corpo da garota, antes de levar a mão até a intimidade dela.Em seguida, sentiu os dedos do homem invadindo sua intimidade.
As lágrimas caíam descontroladamente.
fechou seus olhos com força, não queria ver o que vinha a seguir.Sentiu o corpo do homem se afastar do seu e se obrigou a abrir os olhos para ver o que estava acontecendo.
Ele tinha se afastado apenas para desfivelar o cinto e abaixar a calça.
Assim que ele se aproximou novamente, teve uma ideia estúpida, mas foi sua única opção.Levantou seu joelho e atingiu a parte mais sensível do homem, que em seguida estava gemendo de dor.Saiu correndo o mais rápido que podia até seu carro, que por sorte ainda estava parado no mesmo lugar.
Ajuntou a chave que estava no chão e entrou no carro.
Pelo espelho ela conseguiu ver que o homem estava correndo atrás dela.Acelerou o máximo que pode, perdendo o homem de vista.Não demorou muito para que ela estivesse parada no estacionamento da faculdade.
Um grito alto saiu de sua garganta.
Ainda estava tentando assimilar tudo o que havia acontecido.
Estava apavorada.
Ela não sabia o que iria fazer, deu muita sorte em conseguir fugir, não sabia o que mais o homem seria capaz de fazer, só sabia que a vontade de matar o desgraçado era grande.
Quem poderia fazer isso com ela?
Ainda mais uma pessoa que a conhecia.
Sua cabeça estava latejando de dor.
Não sabia como iria entrar na faculdade, estava vestindo apenas uma calcinha.Não queria que ninguém soubesse o que tinha acontecido.
Rezava para que suas amigas não estivessem no quarto, elas poderiam estar no atelier.Tomou coragem e saiu de carro, olhou em volta e não viu ninguém.Adentrou a faculdade e seguiu silenciosamente para as escadas que a levariam para o dormitório.Escutou os passos de alguém vindo e voltou a descer as escadas.
- .
Não, não, não, ela pensava. Quem poderia ter reconhecido ela de costas?

•••


teria feito alguma piada ou qualquer coisa para irritar a garota, já que ela estava praticamente nua na escadaria. Teria secado todo o corpo maravilhoso da garota, mas ao ver a expressão de pânico no rosto da dela, ele ficou estático no meio do corredor.
Os olhos de estavam vermelhos e lágrimas caiam deles.
ficou assustado, o que poderia ter acontecido com ela?
Ele não queria pensar na pior das hipóteses.
- o que aconteceu?
Ele não ouviu resposta nenhuma, apenas os soluços da garota.
Imediatamente ele foi até ela e a envolveu em um abraço protetor e ao abraça-la pode sentir o quanto ela estava tremendo. afundou seu rosto na curva do pescoço do garoto, e soltou um grito abafado.
Ela queria gritar de dor, de raiva, de nojo... Não sabia explicar o que estava sentindo.
- Por favor... - Ela falou em meio aos soluços.
tinha certeza que alguma coisa grave havia acontecido, caso contrário não estaria chorando daquele jeito.
- Me tira daqui. – Ela implorou.
tirou a camiseta que estava usando e a colocou na garota, para cobrir seu corpo exposto. Passou um de seus braços por cima do ombro dela e a guiou até o seu quarto, já que não estava lá, mas sim na casa de sua mãe.
- , por favor, eu preciso saber o que aconteceu. - disse calmamente para a garota.
- Por favor... Não fale para ninguém. - Pela primeira vez na noite o encarou, e então ele pode ver o quão vermelho seus olhos estavam.
- Eu não vou falar para ninguém, eu prometo.
não sabia como, mas sabia que poderia confiar nele.
Sabia que ele poderia ajudá-la, poderia protege-la.
Sabia que ela precisava dele, e sabia que ele se importava com ela, que ele poderia cuidar dela.
Ela não tinha ninguém, apenas ele.
Não sabia o porquê disso tudo, ela apenas sentia.
- Você precisa tomar um banho e colocar uma roupa quente.
- Eu não posso. Eu não posso ir para o meu dormitório. Eu não quero que ninguém me veja assim. - Ela falou em meio ao choro.
- Shihhh. - a abraçou novamente. - Tudo bem, você não precisa ir. Você pode ficar aqui.
apenas balançou a cabeça, concordando com o garoto.
- Vou pegar uma toalha e uma roupa para você colocar.
pegou uma toalha limpa, uma blusa e uma boxer sua e entregou para a garota.
sentiu a água quente cair sobre o seu corpo e relaxou um pouco, pegou o sabonete e começou a esfregar com força por todo o corpo, pensando que de alguma forma isso levaria os toques nojentos do homem embora.
Mais uma vez gritou.
Ela ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido.
E agora ela estava ali, com o cara que ela mais detestava.
E ele era o único capaz de ajudá-la.
Ela sentia-se mais sozinha do que nunca.Depois de um bom tempo, ela saiu de dentro do banheiro, com vergonha de encarar . Tinha vergonha de si mesma, o que ele iria pensar disso tudo?
Ela não queria que ninguém ficasse com pena dela.
sentou-se ao lado de na cama e ficou encarando o chão.
- Você quer me contar agora o que aconteceu?
- Eu... - Ela fez uma pausa, decidindo se contava tudo ou não. - Eu estava entrando no carro quando ele me puxou. - as lágrimas começaram a cair novamente, era incontrolável. - Ele me conhece, ele disse o meu nome, disse que eu nunca mais o recusaria... Ele arrancou minhas roupas e começou a me tocar...
- Filho da puta! - não conseguiu controlar sua raiva.
Só de pensar que algum filho da puta estava a tocando sem ela ter permitido, ele já ficava louco de raiva. E não sabia explicar essas reações em relação a garota.
- Por favor, não me diga que...
- Não, eu consegui fugir antes.
Um certo alívio tomou conta de . Mas isso não mudava o fato de que ele havia abusado dela, de que ele havia quase estuprado ela.Algo muito grave poderia ter acontecido, e só de pensar que ele não pode fazer nada para impedir isso...
Droga, essa garota estava mexendo com ele de um jeito que ele não imaginava que fosse possível.
A garota ao seu lado não estava nada bem, ela tremia e as lágrimas não paravam de cair.
era uma das pessoas mais fortes que conhecia, e agora ela estava ali ao seu lado, tão frágil.
Ela havia confiado nele, e ele nunca faria nada que pudesse acabar com essa confiança.
- Deite-se, você pode dormir aqui, o não volta hoje.
- Obrigada.
pegou um copo de água e entregou para a garota, para ver se a acalmava um pouco.
foi até o banheiro para se trocar e quando voltou já estava deitada na cama, por cima das cobertas, encarando o teto.
Suas coxas fartas estavam expostas e a blusa marcava seus mamilos, devido ao fato dela estar sem sutiã.
Ela estava ali, incrivelmente gostosa usando as roupas dele, mas ele em nenhum momento teve algum pensamento pervertido. Tudo o que ele queria era protege-la e encontrar uma forma de acalma-la, de livra-la de toda essa dor e sofrimento.
- . - Ele a ouviu sussurrar.
- O que foi?
- Eu não consigo... Eu não consigo dormir, quando eu fecho os olhos, as cenas de hoje voltam na minha cabeça.
se ajoelhou ao lado da cama, e virou-se para encará-lo.
Eles estavam tão próximos, pode ver o quanto os olhos de eram intensos. Eles transmitiam calma.
passou a mão pelo cabelo da garota, depois seguiu com a mão até o rosto da mesma, limpando as lágrimas que insistiam em cair. Em seguida, ficou fazendo um carinho gostoso na bochecha da garota. fechou os olhos enquanto apreciava o toque carinhoso do garoto, tão diferente do que ela sentira horas antes pelo agressor.
- Eu sei que é difícil, mas tente não pensar nisso, tente pensar em alguma coisa boa.
- Eu não consigo, eu não consigo me livrar desse trauma.
- Vai ficar tudo bem, você é forte , você vai conseguir superar isso.
- Eu não sei se consigo...
- Você quer que eu durma aqui com você?
- Sim, por favor. - Ela disse, surpreendendo .
se encolheu em um canto da cama, dando espaço para deitar.
Ele envolveu a garota em seus braços, sem pedir permissão.
ajeitou seu corpo no abraço que a envolvia, ela parecia ser tão pequena nos braços de , mas se sentiu mais protegida do que nunca.
apoiou sua cabeça no ombro da garota e começou a fazer um carinho em um dos braços descobertos da garota para tentar acalma-la, ele podia sentir o corpo de tremendo entre seus braços.
Queria muito saber quem teria sido capaz de fazer isso com ela.
Ele daria um jeito de descobrir, e quando descobrisse, o responsável iria pagar muito caro.
- Eu vou descobrir quem foi, e ele não sairá dessa ileso, eu prometo. - disse antes de começar a distribuir beijos pelo pescoço da menina.
Porém, pela primeira vez não havia malicia nenhuma nos atos de , não havia provocação nenhuma entre eles.
Havia apenas carinho e proteção.
- , obrigada... Por tudo.
- Não me arrependo de nada. - Ele disse, depositando um beijo no ombro de .
- O que você quer em troca para não contar nada do que aconteceu para ninguém?
- Nada. Eu não tentaria tirar proveito de uma situação tão séria e íntima.
deu um sorriso em agradecimento e depois de um bom tempo ela estava adormecida nos braços fortes, quentes e protetores de .



Capítulo 9


- 200 mil dólares.
- Você está louco? Eu não tenho todo esse dinheiro.
- Você já sabe o que irá acontecer caso você não nos pague.
jogou seu celular contra a parede em um ato de fúria.
Estava perdido. Não sabia onde conseguiria tanto dinheiro em tão pouco tempo.

•••


já estava posicionada na beira do campo com a sua câmera em suas mãos.
Depois da moda, fotografia era a sua grande paixão.
Desde o dia em que foi assediada, se isolou de todos. Raramente falava com suas amigas e com seu irmão e tentava ignorar o máximo possível . Ele tentou falar com ela. Todos os dias ele a procurava para saber como ela estava, mas ela sempre o ignorava. Depois de umas duas semanas, ele cansou e não procurou mais a garota.
Mas as provocações voltaram.
tentou se isolar de tudo e de todos, mas sempre que seu caminho cruzava com o de , ele não perdia a oportunidade de provoca-la e irrita-la.
Mas ele estava cumprindo sua promessa.
Ninguém nunca ficou sabendo do que aconteceu com naquela noite. Ela não podia negar que lhe deu toda a proteção que ela precisava. Mas depois daquela noite ela começou a se sentir muito estranha em relação ao garoto.
Ela simplesmente não o entendia.
Primeiro ele diz que não pode ficar perto dela, que precisava se afastar, e depois era ele quem estava protegendo ela. Ela desejava poder entrar na mente do garoto para entender toda essa confusão. E foi por tudo isso que ela resolveu se afastar dele. Ela tentava acreditar com todas as suas forças que isso era o melhor a ser feito.
E agora ali estava ela, parada ao lado do campo de lacrosse, esperando o jogo começar para ela poder fazer seu trabalho.
ficou isolada durante um mês, era a primeira vez que ela estava saindo do seu dormitório para fazer algo que não fosse ir as aulas. Emma e Chloe se juntaram as líderes de torcida, mas estas também tentava evitar, principalmente Chloe.
A desculpa para as colegas e para o seu irmão sempre era a mesma: Ela estava muito cansada com todo o desfile para planejar.
E todos acreditavam.
- Boa tarde, . – Escutou alguém a cumprimentar.
- Boa tarde, treinador Tompson. – Ela disse assim que se virou e encontrou o treinador do time.
Os jogadores começaram a entrar no campo. Entre eles estavam e .
estava mais delicioso do que nunca aos olhos de , e isso só aumentava mais o desejo de tê-lo.
Ele parecia ficar mais sexy do que qualquer outro jogador dentro daquele uniforme. percebeu o olhar de sobre ele e lançou uma piscada e um sorriso sacana para a garota. A mesma permaneceu estática na beira do campo. tratou de tirar os pensamentos insanos de sua cabeça, já devia estar com a maior cara de idiota.
As líderes de torcida começaram a fazer suas coreografias, que achava ridículas.
O som do apito do juiz invadiu o ambiente, indicando o começo do jogo.
Apesar de ser um jogo mais violento, adorava lacrosse, por isso aceitou ser a fotógrafa do time.

•••


O jogo acabou em vitória para os universitários da UC.
observou as líderes de torcida invadirem o campo. Chloe não perdeu tempo e se jogou em cima de .
deus às costas para o campo e seguiu para a festa que sempre ocorria após os jogos.
Era a primeira vez que ela iria em uma festa após o incidente.
Estava disposta a deixar tudo no passado e seguir com a sua vida, sem nenhum trauma. Ela só não sabia se isso seria possível. Entrou na casa e procurou algum lugar para se sentar, já que não estava muito afim de ficar ali.
- O que você tiver de mais forte, por favor.
O barman lhe entregou um copo cheio de um líquido desconhecido por ela, já que ela nunca bebia.
O tempo foi passando e ela já havia perdido a conta de quantos copos havia tomado.Não muito longe dela, estava sentado no sofá e Chloe estava sentado no seu colo.
Uma cena não muito agradável.

Ela sabia que não deveria se importar, mas isso já estava se tornando uma coisa inevitável.
sentia tudo girar ao seu redor.Ela só queria que tudo voltasse ao normal.
Mas nada estava 'normal' a muito tempo.
Quando se deu conta, já estava dançando em cima de uma mesa. Ela não conseguia pensar em nada direito, muitos pensamentos confusos invadiam sua mente.
Colors tocava na festa. dançava lentamente e sensualmente, sempre com os olhos fechados, como se de alguma forma isso fosse fazer ela se livrar de todas as suas dores.
A primeira peça que ela tirou e jogou para a 'plateia' foi sua blusa, e em seguida, sua saia.
escutou os gritos e assobios de aprovação.
Ela mesma passava as mãos por todo o corpo e continuava a dançar.

•••


estava pronto para ir para um quarto com Chloe, mas alguns gritos chamaram sua atenção.
Procurou de onde vinha os gritos e assobios e encontrou , bêbada, dançando em cima de uma mesa apenas com um sutiã e uma calcinha minúscula, ambos pretos rendados.
‘’Preto rendado, puta que pariu!’’ pensou.
Deixou Chloe de lado e foi em direção a mesa onde se encontrava.
- O que você pensa que está fazendo? - Chloe o puxou pelo braço.
- Não enche, Chloe. – Respondeu de forma rude.
- Eu não acredito que você vai atrás dela enquanto nós estávamos prestes a transar.
- Sinto muito, mas você terá que se conformar.
disse antes de dar as costas para a garota.
- Você não vai fazer nada? - disse a , que estava no caminho.
- Ela é doida, só quer chamar a atenção de todo mundo.
- Ela é doida, cara. E o pior de tudo é que eu estou ficando doido por ela.
continuou seu caminho até a mesa e chegando lá expulsou todos e pegou a garota no colo, em seguida jogou o corpo da mesma sobre o seu ombro, como se ela fosse um saco de batatas.
- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? E TIRE A MÃO DA MINHA BUNDA! - gritou ao perceber que estava sendo carregada por , e o abusado ainda fazia questão de colocar uma de suas mãos na bunda dela.
- É melhor você ficar quietinha, você já aprontou demais hoje.
- Você não manda em mim!
começou a bater no garoto, o que foi totalmente inútil.
deu uma forte mordida na bunda da garota, achando que a calaria, mas só piorou a situação.
- Ai, seu safado, filho da puta, idiota... - Ele dizia enquanto tentava se livrar do garoto.
finalmente chegou ao seu quarto e levou a garota direto para o chuveiro.
tentava se livrar de de todas as formas possíveis, mas o garoto segurava seu corpo com força e quando ela viu, estava sentada no chão do banheiro enquanto a água fria caia sobre ela.
Ela não se moveu, ficou um bom tempo estática enquanto observava retirar sua camisa encharcada.
Não demorou muito para que a garota começasse a chorar.
- Por que você fez aquilo? - Ele se agachou em frente a garota e levantou seu queixo para que ela olhasse nos olhos dele.
Ela suspirou e encarou ele.
- Eu não sei. Faz muito tempo que eu não sei mais o que eu estou fazendo.
- Tem a ver com o que aconteceu no mês passado?
- Talvez...
Foi a vez de suspirar.
- Eu pensei que você já tinha superado.
Ela apenas balançou a cabeça em forma de negação.
- Você quer que eu saia para você ficar mais à vontade?
Ela negou novamente.
- Por que você faz isso comigo? - Ela perguntou em meio ao choro, encarando os profundos olhos de .
- Do que você está falando? - O garoto a encarou, totalmente confuso.
- Você diz que precisa se afastar de mim, mas sempre está por perto. Você diz que eu sou para ficar longe de você mas você está sempre arranjando alguma forma de se aproximar de mim. E ao mesmo tempo que você se aproxima e se torna uma pessoa confiável, você se afasta, e quando fala comigo é para fazer alguma provocação. Eu juro que não entendo.
- Eu também não... Eu só quero ter certeza de que você está bem.
- Por quê? Por que você se importa?
- Eu não sei, caralho!
E ele realmente não sabia. Ele só sabia que a qualquer hora essa mulher o deixaria louco. Era como se ela fosse uma bruxa e tivesse enfeitiçado ele.
- Eu acho melhor você se decidir se você quer ficar perto ou não de mim, antes que alguém acabe se machucando.
- A última coisa que eu quero é machucar você.
- Eu não teria tanta certeza.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?
Os dois foram interrompidos por um furioso, que analisava toda a cena.
ainda estava sentada em baixo do chuveiro, apenas de calcinha e sutiã, e estava agachado a sua frente, sem camisa.
- O que você está fazendo com ela?
- Cala a boca, ! - disse.
- É só eu dar as costas que você já quer se aproveitar da minha irmã?
- , cala a boca, você não sabe de nada!
- A única coisa que eu sei é que ele mal chegou aqui e já está querendo se aproveitar da minha irmã.
- Se aproveitar de mim? Você não sabe de nada do que está acontecendo na minha vida, não venha querer dar uma de bom irmão agora porque enquanto você não estava aqui foi ele quem me ajudou, do jeito que você nunca foi capaz de me ajudar!
finalmente explodiu e falou parte do que queria falar a tempo.
- Agora saia daqui! - Ela gritou e optou por ficar quieto em um canto.
- Eu não acredito que você está fazendo isso, . – Seu irmão falou incrédulo.
- Sai! Eu não quero mais falar com você hoje.
bateu a porta com força, deixando o dormitório.
- Você está bem? - perguntou.
Ela assentiu com a cabeça, mas sabia que nada estava bem e por isso envolveu a garota em um abraço.
O corpo pequeno e frio da garota envolvido pelos braços fortes e quentes de foi a melhor sensação que ela pode sentir em meses.
O garoto afastou os fios de cabelo molhados que caiam sobre o rosto da garota, dando uma visão melhor do seu rosto delicado marcado pelos olhos avermelhados de tanto chorar, e acariciou o rosto da mesma.
Ele nunca pensou que veria tão frágil.
Ele não fazia ideia de quem poderia ter assediado ela, mas com certeza era alguém que queria assusta-la, e o pior é que estava dando certo.
- Eu te prometi que ficaria tudo bem, e vai ficar.
Ele aproximou ainda mais seu rosto ao da garota, encostando seus lábios aos dela.
permitiu o beijo, surpreendendo o garoto, que não perdeu tempo e envolveu a garota em um beijo intenso e urgente. Porém, não demorou muito para que ela se afastasse.
- Você disse que não queria me machucar, lembra? Então não faça isso novamente.



Capítulo 10




Eu era fã da praia, do calor, do verão...Mas o fato de eu estar pegando sol junto com Chloe e Emma não me agradava muito. Eu não podia negar, nossa amizade não era mais a mesma. E a maior parte da culpa era minha.
Eu ainda falava bastante com Emma, mas com Chloe só era mais ''Bom dia'' ou ''Boa noite''.
Eu detestava o fato de ela estar com , e eu não sabia o porquê, eu só não gostava. Parecia que ela estava fazendo de tudo para me provocar, para me irritar.
E depois, eu sou assediada na rua. Eu ainda não sabia quem tinha feito aquilo comigo, mas eu iria descobrir pois eu sabia que era alguém que eu conhecia, e isso estava me deixando com muita raiva. Essa pessoa tirou minha paz, tirou minhas noites de sono, tirou minha segurança, minha confiança e fez eu me afastar de tudo e de todos.
Eu me tornei uma pessoa completamente fria e solitária, e eu odiava isso.
Mas agora eu estava aqui, tentando voltar a minha vida normal, deitada em baixo do sol quente da Califórnia com as minhas supostas melhores amigas.
- É tão bom ter você de volta, Lotie, você estava muito afastada. – Emma disse.
Eu apenas sorri forçadamente. Eu não tinha mais assuntos para falar com elas, eu não tinha mais intimidade com elas.
- Boa tarde, meninas.
Aquela voz tão conhecida se pronunciou.
estava parado na minha frente segurando uma prancha de surf.
Ele usava uma daquelas roupas de surfista, porém ela estava aberta, deixando o seu belíssimo peitoral à mostra.
Agradeci por estar usando óculos de sol, pois eu fiquei encarando seu corpo delicioso por um bom tempo.
Era possível uma pessoa ser um anjo e um demônio ao mesmo tempo?
Pois essa pessoa era .
Ele era simplesmente imprevisível.
Tinha momentos que ele era compreensivo, fiel e carinhoso, como no dia em que ele me encontrou no corredor, após eu ter sido assediada. Mas nos outros dias ele voltava a ser insuportável. Ele sempre fazia de tudo para me tirar do sério, e eu simplesmente não entendia o motivo disso.
Ele é aquele típico badboy galanteador. Mas tem uma coisa que me intriga muito: é extremamente misterioso.
Eu o conheço desde o primeiro dia que ele chegou na universidade e não sei absolutamente nada sobre ele.
Não que eu quisesse saber algo sobre ele.
Mas eu sei que tinha algum motivo para ele sempre pedir para eu me afastar dele.
também era uma pessoa muito confusa, ele fazia de tudo para conseguir algo de mim, e quando eu estava quase cedendo ele simplesmente dizia que eu precisava me afastar.
Eu apenas não entendia como uma pessoa podia ser tão bipolar, e isso fazia eu odiá-lo mais ainda.
O odeio mais ainda pelo fato de ele sempre estar onde eu estou, pelo fato dele sempre estar me provocando, e mesmo eu não admitindo, eu me derreto toda por ele. Ele tem um poder absurdo sobre mim. No momento eu estava pensando na melhor forma de convida-lo para ser meu modelo novamente.
Sim, eu sou louca as vezes.
O fato é que eu preciso de um modelo para fazer a campanha da minha coleção. O ensaio será amanhã e eu não tenho modelo nenhum.
foi perfeito na passarela, todos adoraram.
E é fato que ele é bonito e gostoso.
- , eu preciso falar com você. - Finalmente me pronunciei.
Me levantei da toalha e segui com ele para um lugar longe das meninas.
- Ual, que honra. - Ele disse com aquele tom debochado de sempre, que eu odiava.
- Eu vou ser direta. Preciso que você seja meu modelo novamente. E dessa vez eu pagarei.
- Hmm, me fale mais sobre isso.
- É uma campanha para a coleção que eu irei apresentar no desfile de semana que vem. São vários trajes femininos e masculinos, teremos que fotografar em vários lugares. Terá que ser um ensaio muito sexy, para seguir o conceito da coleção.
- Isso significa que eu terei que pegar uma modelo gostosa?
Revirei os olhos. Porque ele tinha que ser tão pervertido?
- Então, você aceita ou não?
- Aceito, depois negociamos o pagamento.
Como assim ele aceitou sem eu precisar chantageá-lo?
- Tudo bem. Esteja pronto amanhã às oito horas da manhã.
- Mal posso esperar, amor. - Ele disse, sorrindo malicioso.
Droga, ele precisava parar de sorrir assim perto de mim.

•••


O som infernal do despertador me acordou.
Teria que me preparar psicologicamente para passar um dia inteiro com .
Pulei da cama, tomei um banho demorado, me arrumei e segui para o atelier para pegar todas as peças que eu teria que levar para o ensaio.
- Bom dia, amor.
Mal abri a porta do dormitório e já dei de cara com aquela criatura insuportável.
- Que bom que você está aqui, preciso da sua ajuda.
- Diga.
- Preciso colocar todas as peças do ensaio dentro do carro.
Fomos até o atelier e assim que terminamos de colocar tudo dentro do meu carro, finalmente seguimos para o local do ensaio.
- O primeiro ensaio será na praia com roupas de banho, lembre-se que eu preciso de muita química entre você e a modelo, preciso que seja o mais natural possível.
- Acho que isso não será problema, amor.
- Eu espero que não.
estava lindo e gostoso como sempre. Vestia uma bermuda preta e uma camisa branca que tinha alguns botões abertos. Óculos escuros cobriam seus olhos hipnotizantes e o seu cabelo estava todo bagunçado devido ao vento que batia em seu rosto.
Droga, porque eu tinha que ficar reparando nele?
Resista, , Resista.
Finalmente chegamos ao local. Os fotógrafos e a modelo já se encontravam lá.
- Bom dia. - Cumprimentei todos.
Entreguei os figurinos para e a modelo.
vestiria uma roupa semelhante a que já usava, porém a bermuda seria estampada. A modelo usaria um vestido que lembrava redes de pesca, já que o mar havia sido uma das influencias da minha coleção.
- , eu preciso que você se sente na beira da praia. Abigail, você irá se sentar em frente ao .
No dia anterior eu falei para o fotógrafo exatamente tudo o que eu queria no ensaio, portanto, agora era tudo por conta dele.
- Ótimo. Abigail, deite-se sobre o corpo do .
E assim seguiu as primeiras fotos. Eu fiquei apenas observando para ver se saia tudo perfeitamente como eu queria.
- Lotie. - Ben, o fotógrafo, me chamou. - O modelo que você arranjou é perfeito, o problema é a Abigail, parece que ela está em outro mundo. Observe as fotos, repare que não tem química nenhuma.
Droga, era só o que me faltava.
- O que podemos fazer? - Perguntei aflita.
- Para ficar tudo perfeito seria bom outra modelo.
- Eu não tenho como arranjar outra modelo agora, Ben. – Respondi nervosa.
- Por que você mesmo não modela? Você conhece o rapaz, provavelmente vocês dois tem intimidade. Seria perfeito, você é bonita e ainda por cima seria a modelo da sua própria coleção. Quer algo melhor que isso?
Ben tinha razão. Seria perfeito se eu mesma fosse a modelo da minha coleção, seria algo que chamaria a atenção da mídia.
O pior de tudo seria modelar com , só aumentaria o ego dele.
- Eu não sei se é uma boa ideia, Ben...
- Pense bem, . Será algo que chamará a atenção de todos no desfile. A coleção já está a sua cara, nada melhor que você mesma ser a modelo.
- Tudo bem, você tem razão. Você fala com a Abigail?
- Pode deixar, honey.
- Obrigada.
Quando Abigail se aproximou pude perceber o cansaço estampado em seu rosto. Seus olhos avermelhados só confirmavam mais ainda minhas suspeitas. Ela tinha vindo chapada para o meu ensaio. Precisaria ir pegar meu dinheiro de volta.
- O que está acontecendo? - se aproximou de mim.
- Não vai rolar com a Abigail, não está rolando química alguma entre vocês. Eu terei que substitui-la.
me encarou malicioso. Eu teria que ter muita paciência.
- Ela estava chapada, você percebeu? Não falei nada pois achei que você já havia percebido antes do ensaio começar.
- Não, eu só percebi agora.
- Tenho certeza que vai ficar muito melhor com nós dois modelando, amor. Imagina nós dois agarradinhos...
- Pode parando com esses pensamentos pervertidos e trate de tirar esse sorriso malicioso do seu rosto, .
- Quero ver você resistir, amor. – Ele provocou novamente.
- Os dois já estão prontos?
- Ainda não, Ben. – Respondi.
Peguei o vestido que Abigail usava e a maleta de maquiagens que estava no carro.
Fui até uma lanchonete que tinha na praia para me trocar e arrumar meu cabelo e minha maquiagem.
Reparei meu reflexo no espelho e reparei que meus seios estavam começando a tomar um tom avermelhado.
Droga.
Em poucos minutos eu estava pronta para fotografar.
- Você está maravilhosa, honey. – Ben disse alegre.
- Obrigada Ben, vamos fazer isso de uma vez.
- Você já sabe o que fazer, certo?
- Sei.
Sentei-me na frente de e em seguida me deitei sobre o seu corpo.
Suas mãos fortes agarraram minha cintura, assim como Ben havia pedido.
Encarei seus lindos olhos e ele me encarou da mesma forma.
- Perfeito. - Ben gritou. - Agora vamos dar uma variada nas poses.
E assim nós fizemos. Tiramos mais algumas fotos, todas em posições diferentes.
- , pegue a no colo e entrem na água.
- Vamos lá, amor. - Ele não perdeu a oportunidade de me provocar.
Me pegou no colo e em seguida entramos no mar.
O dia estava bem ensolarado, então com certeza as fotos ficariam com um efeito natural maravilhoso.
- Perfeito. , fique de costas para mim e passe suas pernas ao redor do corpo dele, entendido?
- Sim. – Respondi.
me ajudou a passar uma perna de cada lado do seu corpo e em seguida ele levou uma de suas mãos ao meu quadril e a outra ficou nas minhas costas, que estavam quase completamente nuas.
- Isso. vire levemente o seu rosto para o lado esquerdo e , você pode beijar a região do colo e pescoço dela.
Ele não perdeu tempo e começou a beijar a região próxima aos meus seios, que estavam à mostra graças ao decote do vestido. Senti suas mãos passearem pela minha bunda e minhas costas, uma corrente de arrepios passou por todo o meu corpo.
Eu estava estática, tentando não mostrar o quanto os seus toques e seus beijos molhados estavam me levando a loucura.
- Ok, já está bom. Vamos trocar os trajes. - Ben disse e eu suspirei aliviada.
Agora eu usaria apenas um biquíni, espero que Ben não peça para nós trocarmos muitas carícias.
- Porra, isso não é justo. - resmungou assim que eu voltei para a praia vestindo o biquíni.
- Do que você está falando? - Encarei ele confusa.
- Você aparece toda gostosa com esse mini biquíni e não quer que eu perca minha sanidade.
- Para com isso. - Eu dei um leve tapa em seu braço.
- Não precisa ficar sem graça.
Onde eu enfio minha cara?
- Vamos voltar para as fotos, por favor. – Pedi.
- Tudo bem.
Ele me pegou no colo e jogou meu corpo por cima do seu ombro, igual na festa da semana passada, me pegando totalmente desprevenida.
- Estou tendo uma bela visão. - Disse antes de apertar sua bunda.
Era para provocar?
Então que os jogos comecem.
- Eu que diga. - Ele disse antes de morder minha bunda.
Droga!
- Que mania é que você tem de ficar mordendo minha bunda? Não lembro de ter te dado essa liberdade.
- Meu amor, eu tenho uma tara enorme pela sua bunda. E você gosta que eu sei, caso contrário não permitiria que eu fizesse isso.
Ele me deixou sem palavras. O que eu diria afinal?
- Muito bem pombinhos, hora do beijo. – Ben disse, nos pegando de surpresa.
- O QUÊ? - Eu gritei.
Não. Tudo menos isso.
- Vamos deixar as coisas mais quentes e apaixonantes, . – Ben disse.
- É , tudo não precisa sair perfeito? – disse.
- Cala a boca .- Resmunguei.
- Acho que quem vai calar a minha boca vai ser você. – Ele provocou mais uma vez.
Maldito.
Mas foi o que eu fiz.
Fui em direção ao garoto e lhe roubei um beijo. Levei minhas mãos ao cabelo dele e puxei fortemente alguns fios e ele gemeu contra meus lábios.
agarrou minha cintura e eu pude escutar o barulho do flash da câmera.
aprofundou ainda mais o beijo e minha língua explorou cada parte da sua boca.
- Ok, Ok. Guardem esse fôlego para a sessão da lingerie.
- O que? Vai ter fotos com você de lingerie?
- Você não perde por esperar. - Sorri maliciosa e dei uma piscada para ele, provocando-o exatamente como ele fazia comigo.
Tive que trocar de figurino mais algumas vezes e também.
Ficamos cerca de mais uma hora batendo fotos na praia e depois seguimos para o estúdio para tirarmos fotos com outras roupas.
Por fim chegou a hora da sessão com roupas íntimas.
Eu estava fodida. Muito fodida.
vestia apenas uma cueca boxer preta e eu vestia uma lingerie preta rendada.
- Preta rendada? Me diz que eu vou poder foder você quando esse ensaio terminar. – Ele disse e suspirou.
- Vocês podem deitar na cama. - Ben interrompeu.
se jogou na cama mostrando toda a sua empolgação. Aquele maldito sorriso que mostrava todos os seus dentes branquíssimos não saia do seu rosto. Me deitei ao seu lado e ele puxou meu corpo para ficar próximo ao seu.
Arrepios e mais arrepios.
- Agora é com vocês, me mostrem toda a química que vocês têm, finjam que eu não estou aqui, só não façam coisas impróprias, por favor.
gargalhou, mostrando o quanto estava tirando proveito de toda a situação. Ele se levantou e ficou por cima de mim.
- Preparada, amor? – Ele perguntou e sorriu torto para mim.
- Mais do que você imagina. - Sorri maliciosa.
atacou primeiro meu pescoço e depois foi subindo seus beijos até chegar próximo a minha boca. Suas mãos passeavam pela minha cintura até que foram descendo para as minhas coxas.
Ele pressionou seu membro de leve contra a minha intimidade querendo deixar claro o seu estado.
Eu não estava diferente.
Resolvi finalmente agir. Comecei a arranhar levemente suas costas e depois o seu abdômen. Desci minhas mãos até a barra da boxer dele e fiquei com elas paradas ali para provocá-lo.
- ... - Escutei ele murmurar perto do meu ouvido.
- O que foi?
- Me diga que isso já está acabando.
- Quase.
Me ajoelhei sobre a cama e pedi para fazer o mesmo. Novamente ele começou a beijar meu pescoço até que finalmente juntou nossas bocas. Pediu permissão para aprofundar o beijo e eu não neguei.
Minha pele queimava de excitação a cada toque dele.
era o único cara que não precisava fazer muito esforço para me deixar excitada. Troquei de lingerie mais umas duas vezes, para poder usar todas da coleção. A última era uma vermelho sangue que acompanhava um cinta-liga.
Agora eu o levaria a loucura.
O pior de tudo é que eu não estava mais conseguindo resistir, mas era bom poder provoca-la da mesma maneira que ele me provocava.
Abri a porta para voltar para a sessão de fotos, mas fui interrompida.
me empurrou de volta para o banheiro. Em seguida trancou a porta e prensou meu corpo contra a mesma.
- Você ainda vai me levar a loucura, . - Foi o que ele disse antes de me roubar um beijo.
E que beijo.
- Irá ser sempre no banheiro? – Perguntei.
- O lugar não interessa, o que interessa é que eu estou queimando de excitação, acho que precisamos dar um jeito nisso.
Meus dedos se perderam em seus cabelos cacheados e fiquei com eles ali por um bom tempo enquanto voltava a me beijar.
Depois ele foi descendo seus beijos para o meu pescoço e colo e eu suspirei ofegante. Com certeza ficariam marcas visíveis ali, mas eu não ligava mais. Suas mãos massagearam meus seios ainda cobertos pelo sutiã.
Só Deus sabia o quanto eu queria que ele arrancasse aquela peça desnecessária.
E parece que no instante seguinte ele leu a minha mente, pois agora meu sutiã se encontrava jogado no chão do banheiro. Minha consciência está gritando que isso é errado, mas meu corpo não corresponde.
Ele me pega no colo e me guia até o balcão da pia, encostando meu corpo no espelho. Sua boca vai até um dos meus seios enquanto o outro é massageado por sua mão.
Como o toque dele era bom, mas aquela maldita dor ainda não tinha me abandonado.
começou a descer seus beijos para a minha barriga e eu pude sentir meu corpo inteiro estremecer. Minhas unhas faziam um caminho desde o seu pescoço até a barra da sua boxer, deixando um rastro vermelho por todo o seu abdômen muito bem definido.
- Como você é violenta, amor. – Ele disse malicioso.
- Não reclama, .
- E quem disse que eu estou reclamando? Eu estou adorando, continue.
Apertei seu membro por cima da boxer e ele gemeu no meu ouvido.
- Porra, ...
Senti suas mãos quentes apertaram minhas coxas a cada movimento que eu fazia sobre o seu membro.
Meus lábios se encontraram com os dele novamente, agora em um beijo mais calmo. Senti sua mão tocar minha intimidade por cima da fina calcinha e novamente todo o meu corpo estremeceu.
- Oh, como você está molhada, .
- Esse é um dos efeitos que você causa em mim, .
Ele sorriu e eu puxei levemente seu lábio inferior com meus dentes e depois o beijei. Como era bom beija-lo, seus lábios eram provavelmente os mais deliciosos que eu já havia provado.
- , onde você está?
Escutei Ben me chamar.
NÃO.
Droga, tinha que ser logo agora?
- Já estou indo, Ben. – Disse, interrompendo nosso beijo.
Afastei o corpo do do meu, peguei meu sutiã e voltei a vesti-lo.
- Não me diga que...
- Droga, eu realmente queria transar com você, . – Bufei e sai do banheiro.

Capítulo 11


- Senhorita , infelizmente as notícias não são nada boas.
A frase foi como levar um soco forte no estômago. Agora tremia mais ainda.
Depois de sentir aquelas dores incomodas no seio inúmeras vezes, ela resolveu procurar um médico e passou por uma bateria exames para finalmente descobrir o que estava acontecendo.
Mas jamais imaginou que pudesse ser algo grave.
- Fale logo, Doutora, sem enrolações, por favor.
- Isso é extremamente raro na sua idade ...
- Por favor, fale de uma vez.
- Tudo bem, vou ser direta. – Ela disse séria. - Você tem câncer de mama, .
As lágrimas começaram a cair involuntariamente e mais uma vez parecia que tinha sido atingida por um soco forte no estômago.
Era como seu o mundo estivesse desabando ao seu redor.
Não podia ser verdade.
- Você só pode estar brincando comigo.
- Bem que eu gostaria, mas não estou. Como eu já disse, é raro isso acontecer na sua idade. Algum dos seus antecedentes teve câncer? Isso envolve muito a questão genética.
- Eu não sei. – Ela choramingou.
- Seria interessante você descobrir. Teremos que começar o tratamento logo, assim como o seu caso é raro ele é muito grave também.
tentava assimilar todas as informações, mas era como se tudo não se passasse de um terrível pesadelo.
- Quando eu devo começar?
- Irei agendar a nossa próxima consulta para a semana que vem.
- Tudo bem.
- , você precisa ficar calma e não pensar no pior. Você irá precisar de foco e determinação para enfrentar o tratamento e o câncer.
- Uhum.
Ótimo, ela havia acabado de descobrir que tinha câncer e a doutora pedia para ela ter calma.
Câncer.
Como ela iria imaginar que as dores poderiam ser na verdade um tumor.
E se ela ficasse sem cabelo? Se ela tivesse que fazer a cirurgia e retirar os seios?
Ficaria ridícula, como alguém iria conseguir olhar para ela?
Para quem ela contaria? Não tinha ninguém para quem pudesse contar.
Teria que lidar com tudo sozinha.
E se ela morresse?

Tentou secar as lágrimas para que seu irmão não desconfiasse de nada e saiu do consultório.
- Tudo bem? - perguntou assim que ela voltou para a sala de espera.
- Sim, não era nada demais.
- Podemos ir então?
- Sim.
Ela ainda tinha uma coleção para apresentar hoje no grande desfile da universidade.
Tinha como tudo ficar pior?
- Obrigada, .
Ela disse assim que o carro parou em frente ao centro de eventos, e em seguida desembarcou e criou coragem para entrar no local.
Precisava esquecer tudo o que havia acontecido no consultório.
Precisava focar no desfile, seria o seu grande momento.
- , até que enfim! Vá já preparar suas modelos, você está atrasada.
- Me desculpe, professora.
correu para o camarim, rezando para que todas as suas modelos estivessem lá.
Puxou a arara e distribuiu o figurino de cada modelo. Seguiu para o seu camarim para se preparar para o desfile.
Ela e o modelo usariam as peças mais importantes do desfile.
abriu o armário e retirou de lá seu figurino, porém o que encontrou foi sua peça totalmente picotada.
Não.
Não.
Mais isso não.
Era demais para um dia só.

Sentou-se em frente a penteadeira e enterrou seu rosto entre as suas mãos e então mais uma vez as lágrimas saltaram de seus olhos.
Odiava chorar, odiava ficar sensível e vulnerável.
Ergueu a cabeça e encarou seu reflexo no espelho.
Ela nem se conhecia mais.
Havia se tornado uma pessoa fechada, medrosa e solitária.
A antiga diria foda-se para tudo e encararia tudo de cabeça erguida.
Mas fazia tempo que ela não agia mais daquele jeito.
Toda a sua alto-confiança fora levada embora no dia em que fora assediada.
Ela só queria ter a sua antiga vida de volta.
As olheiras se destacavam em seu rosto indicando as noites mal dormidas.
Em um ato impulsivo levantou seu braço e socou o espelho a sua frente, fazendo os cacos caírem sobre a penteadeira.
O sangue agora escorria pelo seu braço e ela finalmente pode sentir a dor.
Ela odiava o que havia se tornado.
- Sua maluca, o que você está fazendo?
E então ela escutou aquela voz tão conhecida. Aquela voz que ela tanto amava e odiava ao mesmo tempo. Aquela voz que a acalmava, que a arrepiava, que a fazia se sentir segura.
- O que você está fazendo aqui?
não havia se esquecido da pequena briga que os dois tiveram dias atrás. Tudo o que ela menos esperava era que o garoto fosse aparecer para o desfile.
- Eu sabia que você precisaria de mim. Você sempre precisa. – Ele disse convencido.
- Isso é mentira. – Ela contrariou.
- Não seja tão orgulhosa , apesar de você ser uma estúpida eu sei que esse desfile não será o mesmo sem nós dois como dupla principal.
- Sinto muito estragar sua alegria mas não haverá desfile nenhum.
- Por quê?
- Porque alguém sabotou minha peça.
Ele saiu do campo de visão dela, mas logo voltou e se ajoelhou a sua frente. Pegou a mão machucada dela e começou a limpar o sangue com uma toalha.
- Olhe para mim. - Ele pediu com aquela voz calma e rouca e não teve como negar o pedido e encarou os belos olhos do garoto. - Você é , a garota que passou o semestre inteiro me ignorando, a garota que cortou meu barato no primeiro dia que eu cheguei aqui, a garota que já passou por péssimos momentos mas conseguiu enfrentar tudo, a garota que faz mil e uma coisas, cadê essa garota forte e destemida que eu conheço? Você é foda , eu sei que é, e eu sei que você pode dar um jeito nisso tudo, eu sei que você consegue fazer isso.
Eram palavras como essas que precisava para se sentir motivada, era pessoas como que ela precisava ao seu redor.
O garoto levou as mãos até o rosto dela e enxugou as lágrimas que ainda caiam.
- Eu vou estar com você e a gente vai conseguir fazer isso.
- Obrigada, vou ver o que consigo fazer.
Observou a peça e viu que os furos ficavam na parte da saia do vestido e a parte de cima estava toda destruída. Agradeceu por estar usando um sutiã preto liso e uma calcinha preta lisa de cós alto da sua coleção. Vestiu a saia e fez algumas amarrações na parte de cima. Como a peça era conceitual, era para ser estranha mesmo. O resultado não ficou dos melhores mas dava para ser apresentado.
Assim que estava pronta foi ao encontro de e as modelos. Depois de mais de meia hora de espera, finalmente chegou a sua vez.
A modelos entravam uma por uma na passarela e por último foi a vez dela e de .
O garoto segurou a sua mão e então os dois entraram na passarela.
procurou não encarar muito as pessoas ali presente, não queria ver as reações.
Depois as modelos retornaram a passarela para o desfile final e todos aplaudiram.
Um sorriso sincero surgiu no rosto de . Ela olhou para e sussurrou um ''obrigada''.
- Viu? Eu disse que daria tudo certo.
- Obrigada, de verdade.
sentiu os braços finos da garota envolverem seu corpo em um abraço que ele não deixou de retribuir.
- Você veio de carro?
- Sim, por quê?
- Você tem algum compromisso agora?
- Não...
- Será que você poderia me levar de volta para a universidade? Não quero ficar aqui.
- Tudo bem.

***


- Você podia arranjar o número daquela modelo para mim.
'' Estava demorando para ele voltar a ser um idiota'' pensou.
- Pra que? E a Chloe? – Ela perguntou enciumada.
- , você sabe muito bem que eu não tenho nada demais com a Chloe.
- É isso que as garotas significam para você? Um passatempo?
- Bom, depende da garota.
- O que eu significo para você?
se arrependeu no mesmo momento. Desde quando ela queria saber se era importante ou não para o garoto?
- Você significa muito, por isso que eu te quero longe de mim.
- Ah, isso de novo não. – Ela reclamou. Odiava quando ele vinha com papo furado para cima dela.
- Eu sei que você não compreende, mas isso é tudo o que eu posso dizer agora.
- Eu também te quero longe de mim, acredite. Mas parece que tudo o que eu faço ultimamente envolve você.
- Deve ser o destino, amor. – Ele sorriu provocativo.
Ela o desejava, e como o desejava.
Ela não conseguiu mais negar para si mesma.

Mas o seu orgulho dizia para odiá-lo, e o seu orgulho sempre falava mais alto, caso contrário ela estaria o agarrando agora mesmo dentro da Ferrari.
E como imaginar essa cena a deixava excitada.
Mas ela queria ser apenas mais uma na cama de ?
Ela sabia que ele a tratava diferente das outras garotas, mas como seria a relação deles se ela aceitasse transar com ele?
A realidade a atingiu.
Do que isso tudo importava?
Agora ela seria obrigada a se afastar dele, mesmo contra a sua vontade.
O garoto não poderia descobrir que ela estava doente, não poderia ver o estado em que ela iria ficar.
O silêncio permaneceu até que enfim chegaram na universidade.
só queria se trancar no seu quarto e esquecer o mundo ao seu redor.
- Obrigada pela carona. - Disse e seguiu apressadamente para o seu quarto.

•••


A água escorria pelo seu corpo e ela desejava que de alguma maneira isso levasse a sua angustia embora.
Câncer de mama, ela nem se quer tinha conhecimento sobre o assunto.
O que ela faria? Deveria contar para alguém?
Grave, o estado dela era grave, poderia não resistir e morrer.
Não podia mais contar com suas amigas, não podia contar com sua mãe, com ninguém...Teria que enfrentar tudo sozinha.
Terminou o banho, vestiu-se e tomou uma decisão.
Ela desejava e sabia que depois do que começasse o tratamento ela teria que esquecer o garoto. Por isso vestiu sua melhor lingerie, colocou sua camisola e foi até o quarto do garoto, na esperança que ele estivesse lá.
Bateu na porta duas vezes até que o garoto gritou:
- Está aberta, . – Ele gritou.
abriu a porta silenciosamente e encarou o garoto, que estava de costas para ela, vestindo apenas uma calça de moletom.
- Não é o .
Ele finalmente se virou e encarou boquiaberto a garota dos pés à cabeça.
- O que você quer?
Ela suspirou e falou:
- Eu quero ser sua, nem que seja apenas por uma noite.
a encarou completamente confuso, mas no fim sorriu e disse apenas uma frase:
- Tranque a porta.

Capítulo 12



Encostei meu corpo na porta e encarei o chão do quarto. Eu não sabia o que fazer, estava esperando por alguma atitude dele.

No segundo seguinte ele veio até mim com um sorriso em seu rosto. Um sorriso diferente de todos os que eu já tinha visto ele me dar. Parecia um sorriso sincero e satisfeito.
Seu corpo agora estava bem próximo ao meu. Uma de suas mãos estava na porta, atrás de mim, e a outra estava no meu queixo, fazendo eu encarar seus olhos.
- Quer dizer que você está finalmente se rendendo? – Ele sorriu convencido e eu apenas assenti com a cabeça.
Sua mão foi escorregando pelo meu braço até parar na minha cintura, onde ele deu uma leve apertada. Com a outra mão ele pegou uma mexa do meu cabelo e colocou atrás da minha orelha.
- Você tem noção do quanto eu esperei por esse momento? - Ele sussurrou no meu ouvido e depois deu uma mordida no lóbulo da minha orelha.

Eu já podia sentir todo o meu corpo se arrepiar apenas com as suas palavras e os seus simples toques.
- Me responde, . – Ele pediu.
- Sim, , eu sei o quanto você esperou. Agora pare de enrolação e vamos fazer isso logo.
- Pra que ter pressa, amor? Temos a noite inteira e eu quero aproveitar cada segundo.
Eu também queria.
E como eu queria.
Mas não iria admitir para ele.
Queria que ele soubesse porque eu estava ali.
Queria que ele sentisse tudo o que eu sentia.
Queria que isso significasse algo para ele como significava para mim.

Seus braços fortes envolveram meu corpo e eu fui carregada em seu colo até a sua cama, onde eu fui jogada sem delicadeza nenhuma. segurou com força minhas coxas e as separou, ficando no meio delas.
Sua boca veio de encontro com a minha, nos envolvendo em um beijo cheio de desejo. Minhas mãos passeavam por todo o seu peitoral exposto, arranhando algumas regiões, fazendo com que ele soltasse alguns gemidos fracos contra a minha boca.
Separei nossos lábios para poder retomar minha respiração e enquanto isso ele arrastava seus dentes por toda a extensão do meu pescoço, deixando marcas. Em seguida ele distribuiu beijos molhados no meu ombro e desceu os beijos para a região próxima aos meus peitos. Suas mãos brincavam com as alças da minha camisola e tudo o que eu queria era que ele a retirasse logo.

Eu tinha necessidade de sentir seu toque em cada canto do meu corpo. Minhas unhas arranhavam suas entradas, eu precisava provoca-lo também. Senti as alças da minha camisola deslizarem pelos meus braços e as mãos de envolverem meus peitos.
- Porra , como eu sonhei em poder fazer isso com você. - Ele disse e me lançou aquele sorriso malicioso que eu tanto conhecia.

- Agora você pode, amor. Aproveite! - Retribui o sorriso.
Assim que ele envolveu um dos meus seios e o apertou eu pude sentir aquela dor de novo. A dor que me levou a procurar o médico. Mas eu mesmo tempo que eu sentia dor, eu sentia prazer, principalmente quando ele abocanhou meu outro peito.
Seus toques faziam todo o meu corpo queimar e implorar por mais. chupava e massageava meus peitos com força e os gemidos saiam involuntariamente da minha garganta. Minhas mãos não se decidiam se ficavam nos fios de cabelo dele ou em sua nuca.
Ele começou a retirar minha camisola lentamente e beijou cada parte da minha pele que ia sendo revelada. Seus beijos continuaram a serem distribuídos pela minha virilha e minhas coxas, até que ele finalmente retirou minha camisola, deixando-me apenas com a minha calcinha preta rendada.
- Você faz isso de propósito, não é mesmo? – Ele perguntou.
- Faço o que? – Perguntei confusa.
- Sempre usa calcinha preta rendada, você sabe que isso me enlouquece.
Sim, eu sabia. E foi por isso que eu escolhi especialmente uma preta para usar hoje.
- O que você está insinuando?
- Que você gosta de me provocar. Você fica ótima com ela, mas aposto que fica ainda melhor sem.
- Ah é? E o que você está esperando para tirar ela? – Provoquei.
Ele sorriu e mordeu seu lábio inferior. Droga, eu odiava quando ele fazia isso pois ele ficava dez vezes mais sexy que o normal.
levou suas mãos até a minha cintura e se aproximou da minha intimidade ainda coberta. Mordeu um pedaço da minha calcinha e começou a puxá-la para baixo.
Se eu já estava molhada antes eu não queria nem imaginar no quão molhada eu estava agora.
Eu havia acabado de ver a cena mais sensual de toda a minha vida: tirando a minha calcinha com a sua boca.
Deus, como ele é gostoso.
- O que você está fazendo? - Perguntei ao ver que ele estava guardando minha calcinha em uma gaveta.
- Essa eu vou guardar especialmente, para eu sempre me lembrar dessa noite. – Ele disse e eu rolei meus olhos com a sua breguisse.
- Vai entrar para a sua coleção?
- Não. Ela será a primeira e única.
Sorri confusa. Por um lado eu tinha gostado, mas eu não sabia exatamente o que isso significava.
- Agora eu finalmente irei descobrir o seu gosto.
Foi a minha vez de morder meu lábio inferior. Só de imaginar ele me tocando, me chupando...
Meus pensamentos foram interrompidos assim que ele começou a massagear minha intimidade.
- Como você está molhada, . Isso é minha culpa?
- É
Sua mão massageava meu clitóris e não demorou muito para eu sentir seus dedos me penetrando.
Oh Meu Deus.
Como era bom.

Levei minhas mãos ao seu cabelo e nuca e passei a puxar seus fios de cabelo com força conforme meu prazer ia aumentando. Seus dedos entravam e saiam lentamente de dentro de mim, me torturando.
Seus dedos foram substituídos pela sua língua e eu já não conseguia controlar meus gemidos. Sua língua explorava cada canto da minha intimidade, me proporcionando um prazer indescritível.
- Merda, como você é gostosa . É melhor do que eu imaginava.
- ... – Murmurei.
continuou a me chupar e voltou a me penetrar com seus dedos. Dentro de poucos minutos eu estaria gozando.
- Isso, amor...
Não aguentei mais e gozei em seus dedos. levou seus dedos até a sua boca e os chupou.
- Seu gosto é tão gostoso. O melhor que já provei.
Me ajoelhei sobre a cama e empurrei seu corpo de modo que ele ficasse deitado.
Era a minha vez de tortura-lo.
Beijei seus lábios de forma lenta e deliciosa. Depois desci meus beijos para o seu queixo, onde dei uma leve mordida também. Fui distribuindo beijos e chupões por todo o seu peitoral delicioso. Queria morder cada pedacinho.
Minhas mãos passeavam pelos seus braços e pelo seu abdômen até que chegaram no cós da sua calça e permaneceram por lá até quando os meus beijos chegaram no mesmo local.
Puxei sua calça larga para baixo. Seu membro estava marcado na boxer branca que ele usava, indicando que ele já estava duro.
- Então, você já está duro por mim, ? - Apertei seu membro ainda coberto pela boxer, fazendo ele gemer alto.
- Estou duro desde o momento que você entrou no meu quarto vestindo apenas aquela camisola.
- Bom saber que eu causo esse efeito em você.
Continuei a massagear seu membro por cima da boxer e dei uma mordida no sem ombro.
- ...
- O que foi, amor?
- Acabe logo com isso.
- Hmm... Não era você que não estava com pressa?
- Por favor... – Ele implorou.
Por fim retirei sua boxer e voltei a massagear seu membro duro que agora estava descoberto. Passei minha língua lentamente por toda a extensão do seu pênis, provocando-o, e por fim o abocanhei. Levei minha outra mão até os seus testículos e comecei a massageá-los também.
afastou os fios de cabelo que caiam sobre o meu rosto e me atrapalhavam.
- Isso, ...
- Estou aprovada? – Parei de chupá-lo e sussurrei em seu ouvido.
- Você não tem noção de quantas vezes eu tive que me masturbar por sua culpa. Ver você chupando o meu pau nem pareceu real. Você sabe o que faz, .
pegou uma camisinha dentro da gaveta e cobriu seu membro com a mesma. Ele inverteu nossas posições, ficando por cima de mim. Seus dedos voltaram a acariciar minha intimidade antes dele pegar seu membro e posicioná-lo na minha entrada.
Fiz um sinal com a cabeça indicando que estava pronta e em seguida senti seu membro duro e grosso me penetrando. A princípio seus movimentos lentos eram torturantes mas logo eles se tornaram rápidos e precisos. O quarto estava preenchido pelo som dos nossos gemidos.
Minhas unhas arranhavam suas costas largas e musculosas. Senti seus lábios no meu pescoço me proporcionando um prazer extra.
Era melhor do que eu pensava. era muito melhor do que eu pensava.
Eu tinha certeza que jamais me arrependeria dessa noite. Pelo contrário, eu tinha certeza que eu iria querer mais, por isso teria que aproveitar esse momento.
Eu não sabia como eu iria estar semana que vem, mês que vem...
Sei que se descobrir minha doença, e uma hora ele irá, ele nunca mais irá querer me ver.
Afinal, quem vai querer uma mulher careca, feia e possivelmente sem peitos?
Enquanto eu estava com ele eu esquecia tudo ao meu redor, esquecia do câncer.
Eu teria que resistir a maior tentação da minha vida: .
aumentou a velocidade ao perceber que nós dois estávamos chegando no nosso limite. Suas mãos fortes apertavam minhas coxas, e isso era bom. Como era bom.
Nossas respirações estavam fracas e eu anunciei meu orgasmo. saiu de dentro de mim e caiu ao meu lado na cama com um sorriso enorme no rosto.
- Uau. – Ele suspirou ao meu lado.
- Você já está cansado?
Me coloquei se bruços sobre o seu corpo, encarando o seu rosto.
Distribui mordidinhas em seu pescoço e em seu peitoral enquanto brincava, fazendo movimentos circulares com as pontas dos meus dedos em seu peitoral.
- Precisamos aproveitar essa única noite. Então prepare-se para o segundo round. – Avisei.
O sorriso malicioso surgiu novamente em seu rosto. Sua língua invadiu minha boca, me envolvendo em um beijo intenso novamente. Ele começou a beijar todo o meu corpo e a apertar minha bunda.
- Eu quero morder essa bunda gostosa.
- Não é como se você não tivesse feito isso antes. – Rolei os olhos e em seguida senti ele morder minha bunda.
- Você gosta disso, não é? Gosta quando eu mordo a sua bunda? – Ele perguntou e mordeu seu lábio, tentando conter o sorriso.
- Sim. Gosto só quando você faz. – Disse e sorri sincera.
- Quer dizer que isso é uma exclusividade minha? – Ele perguntou e um sorriso começou a se formar no seu rosto.
- Sim. – Respondi e me deitei sobre ele e ele abraçou meu corpo e começou a fazer um carinho nas minhas costas. Dei um beijo em seu pescoço de uma forma carinhosa, sem malicia dessa vez.
Ele beijou primeiro minha testa, depois minha bochecha, e então a ponta do meu nariz e finalmente meus lábios. Eu sorri contra os seus lábios, interrompendo o selinho.
Eu gostava do safado, do que falava malícias durante o sexo. Mas gostava mais ainda do carinhoso e protetor.
Ele era tudo o que eu precisava agora.
Mas infelizmente eu teria que começar a evitar ele.
Não queria que ninguém visse a minha situação futura.

- Você sabe que foi só por essa noite, certo? – Perguntei.
- Duvido você conseguir cumprir essa promessa agora que experimentou.
- É sério. Eu preciso que você se afaste de mim.
- Engraçado. Não era você que queria que eu ficasse perto? Por que agora quer que eu me afaste? – Ele perguntou confuso.
- Acho que é o melhor para nós dois.
- Tudo bem. Você deve saber o que está fazendo.
Doía ter que fazer isso, pois cada vez eu estava mais envolvida com , e cada vez eu o queria mais perto de mim.
Isso não poderia estar acontecendo.
Amanhã eu teria uma consulta com o meu novo médico. Eu sabia que coisas boas não estavam por vir. Eu só não sabia da onde eu tiraria forças para enfrentar tudo isso.
Eu estava completamente perdida e sozinha.
- Você me acompanha no banho? Vamos fechar a noite com chave de ouro.
- Uhum.
Depois do banho eu ainda tive o direito de dormir de conchinha com ele, usando a sua camiseta, com o seu cheiro tão bom. Eu só pensava em como isso era bom e como eu queria isso todos os dias.
Mas a verdade é que eu nem sabia se eu estaria viva nos próximos meses.
- Você ficou com a minha calcinha. Eu quero ficar com a sua camiseta.
Ele sorriu e beijou pela última vez minha boca.

Capítulo 13



Senti alguma coisa pingando sobre o meu corpo. Tentei abrir meus olhos, mas a claridade ainda me incomodava.
Quando finalmente consegui abri-los completamente, avistei sorrindo largamente.
Droga, a noite passada realmente aconteceu.
- Bom dia, linda.
Senti seus lábios contra a minha pela quando ele depositou um beijo em minha testa.
Não, não, não.
Se afaste por favor.

- Bom dia. - Eu disse sem graça. Queria sair correndo do quarto.
Sentei-me na cama e observei ele de costas para mim. Algumas gotas de água escorriam pelo seu corpo e iam até a toalha que estava amarrada em sua cintura.
Por Deus, como ele gostoso.
Ele realmente era muito bom de cama, exatamente como as garotas apostavam e falavam pela faculdade.
Exatamente como Chloe falou.
Eu não esperava que ele fosse carinhoso ou delicado.

Já esperava que fosse do jeito que foi, com direito a palavras maliciosas de incentivo.
Eu poderia transar com ele novamente sem pensar duas vezes, sem ele precisar me pedir ou me chantagear.
- Você não vai mesmo me dar a camiseta? - Voltei ao assunto da noite passada para me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse o seu corpo gostoso.
- Não. - Ele disse rispidamente.
- Tudo bem, eu já vou indo então...
Comecei a ajuntar e vestir minhas roupas, tomaria um bom banho assim que eu chegasse no meu dormitório.
- Hmm, nós... Nunca mais?
Demorei um pouco para entender o que suas palavras enroladas significavam.
- Não. Foi apenas dessa vez. Como eu falei noite passada, nós precisamos nos afastar.
- Você que decide. Não vai ser difícil para mim fazer isso.
Senti aquele famoso aperto no coração e deixei seu quarto tentando colocar na minha cabeça que eu precisava me afastar dele agora mesmo.

•••


- , esse é o doutor Simon, oncologista aqui da clínica. Foi ele quem descobriu seu tumor e agora ficará encarregado do seu caso.
- Tudo bem. - Falei sem ânimo algum.
- Como demoramos para diagnosticar você, o tumor já pode estar grande. Teremos que iniciar o tratamento logo para impedir que ele se espalhe pelo seu corpo. Você sentiu dores antes de procurar um médico ou procurou o médico assim que sentiu as dores?
- Eu já tinha sentido dor antes, mas não tão forte. Achei que não fosse nada demais. Só quando as dores aumentaram muito que eu procurei um médico.
- Ok, a doutora Lauren falou para você como isso é raro?
- Sim.
- Mulheres da sua idade raramente são diagnosticadas com câncer de mama. Você tem algum parente que teve câncer?
- Sim, minha avó.
- Bom, isso pode ter grande influência, irei estudar mais o seu caso. O importante é começar o tratamento logo e descobrir se será necessário fazer a cirurgia.
- Cirurgia? - perguntei nervosa.
- Sim. Em alguns casos é necessário fazer a retirada da mama.
O quanto isso poderia piorar?
Eu não sabia o que pensar.
Parecia que tudo não passava de um terrível pesadelo, como se eu fosse acordar a qualquer momento e descobrir que nada disso é real.
- E quanto a quimioterapia? - Perguntei.
- Bom, como você já deve ter visto, a quimioterapia é bem rigorosa. Ela te deixará exausta, seus fios de cabelo irão cair, você pode vir a sentir muitas dores e náuseas, poderá ter problemas sexuais, e mais uma série de efeitos colaterais.
As lágrimas não demoraram a cair dos meus olhos.
Era errado pensar que eu preferia morrer logo do que passar por todo esse sofrimento?
- Nós iremos te ligar para confirmar a data de início do tratamento.
- Okay.
- , nós temos um grupo de apoio, você pode participar. Isso irá ajudar você a se manter focada e resistente.
Quanta besteira.
Como um grupo de gente que eu não conheço poderia me ajudar?
Ninguém poderia me ajudar agora.
Eu estava arrasada e sem esperanças.

•••


O que as pessoas ganham de presente quando completam 20 anos?
Um carro? Uma viagem?
Bom, eu ganhava a seguinte notícia: Você tem câncer de mama.
Eu não tinha a quem pedir ajuda, não tinha com quem desabafar, não tinha com quem compartilhar minha dor.
Eu estava perdida.
Minha única companhia era o silêncio.

Todos os anos eu dou uma festa enorme para comemorar meu aniversário. Nesse ano não poderia ser diferente, afinal, eu não quero que ninguém perceba que tem algo errado comigo.
Durante toda a minha vida as pessoas me idolatraram. Todos os garotos queriam uma noite comigo e todas as garotas queriam ser eu.
Eu sempre ignorei isso. Sempre achei uma idiotice sem tamanho.
Eu nunca precisei me preocupar muito com os preparativos da festa, as pessoas faziam isso por mim.
Terminei de vestir meu vestido e cobri meus lábios com meu batom vermelho sangue.
Eu aparentava ser a velha .
Só aparentava.
Quando deu dez horas da noite dirigi até a mansão. Entrei no local e vi um mar de gente. Eu não conhecia nem a metade, e essa era uma sensação de gente.
A quantidade de pessoas que beijavam meus pés era enorme, mas eu não conseguia confiar em uma sequer.
- Pessoal, a aniversariante chegou! Vamos cantar parabéns. - Chloe anunciou no microfone e em seguida todos começaram a cantar parabéns e eu tentei sorrir gentilmente.
- Obrigada. - Eu falei para que todos escutassem.
- Amiga, parabéns! Seus presentes estão no andar de cima.
Falsa.
- Obrigada, Chloe.
- Aproveite a festa. Vou tentar achar meu namorado.
- Namorado? - Perguntei confusa.
- . - Ela sorriu largamente.
O que o desgraçado estava fazendo aqui?
Eu sabia que eu não podia, mas eu precisava de uma bebida mais do que eu já precisei na minha vida inteira.
- O que você vai querer, aniversariante? - O barman perguntou e piscou para mim.
- O que você tiver de mais forte.
Em seguida ele me entregou o copo e eu nem chequei o que era o líquido, apenas bebi tudo de uma vez só.

•••


Não sei se eu estava tendo alucinações devido à grande quantidade de bebida que eu já havia ingerido, mas eu podia jurar que estava vendo Chloe e se agarrando a poucos metros de mim.
A raiva e o nojo cresceram dentro de mim.
Raiva porque eu sabia que ela poderia tê-lo e eu não. Que por causa de uma maldita doença eu teria que me afastar dele, que por causa de uma maldita doença eu teria que me afastar de qualquer pessoa.
Eu sentia seu olhar sobre mim e tinha certeza que ele também notava o meu olhar sobre ele.
Eu dançava loucamente entre várias pessoas desconhecidas ao som de Poker Face e por alguns minutos desviei meu olhar para o resto da festa, quando voltei a olha-lo ele estava dançando entre duas garotas.
Eu sabia o quanto elas eram sortudas, pois iriam se aproveitar dele mais tarde. Iriam se aproveitar daquele corpo delicioso, da sua pele quente e macia...
Pare .
Pare de pensar nele.

Tem pelo menos mais cem caras nessa festa com quem você pode descontar sua tensão sexual.
- Que tal um bodyshot, aniversariante?
Analisei o garoto que me fez a pergunta. Eu não o conhecia, mas isso já não interessava mais. Eu queria aproveitar, afinal, em alguns meses eu estaria sem cabelo, talvez sem um peito, e talvez morta.
Eu não sabia quando eu iria frequentar uma festa novamente, muito menos quando eu iria viver novamente.
- Claro, escolha a bebida. - Lhe lancei um sorriso malicioso que foi devidamente retribuído.
Comecei a retirar meu vestido, ficando apenas com meu conjunto de lingerie preto e meus sapatos de salto alto.
- Assim que eu gosto. - O garoto disse, agora com a bebida em suas mãos.
Me deitei sobre o balcão e percebi o tumulto ao meu redor.
Ótimo, isso seria notícia amanhã.
Senti o líquido gelado sendo derramado desde o meu pescoço até a minha barriga, causando arrepios por todo o meu corpo.
Em seguida senti o garoto arrastar sua língua por todo o meu corpo, deixando marcas em vários locais. Eu já estava me sentindo excitada, mas fiquei mais ainda quando senti o olhar dele sobre mim.
As pessoas gritavam várias coisas sem nexo e algumas tentavam se aproximar de mim.
Percebi que estava na hora de terminar a brincadeira quando senti o elástico da minha calcinha sendo puxado.
- Você é uma garota má, . - O garoto resmungou assim que eu me levantei do balcão.
- Eu sei. - Disse sorrindo e vestindo meu vestido.
Eu não tinha mais ânimo nem motivos para ficar na festa, por isso decidi ir embora.

•••


Eu não via mais graça em comemorar meu aniversário.
Não via mais graça em nada.
A verdade é que a minha vida se tornou um completo desastre nos últimos meses.
Eu estava exausta e no momento o que eu mais queria era deitar na minha cama confortável e dormir.
Segui até o meu quarto e na frente da minha porta encontrei um buquê de tulipas, uma caixinha, um pacote e um pedaço de papel.
Ajuntei tudo e entrei no quarto. Quem poderia ter deixado isso ali?
Abri o pedaço de papel e encontrei algumas palavras escritas.
''Não sei qual o motivo, mas sei que você não quer me ver mais.
Decidi respeitar sua decisão.
Só quero que você saiba que eu te acho uma garota muito especial e te desejo muitas felicidades e sucesso na sua vida.
Você é uma garota forte e determinada, e isso é o que eu mais aprecio você.
Sei que não nos damos muito bem na maior parte do tempo e sei que isso é culpa minha, pois desde o momento em que te conheci passei a te provocar e passei a impressão de que eu só tinha interesses sexuais por você.
Bom, eu confesso que primeiramente eu só queria sexo com você, mas a partir do momento que eu te conheci melhor eu mudei meus conceitos.
Eu vou estar na sua festa por causa da Chloe, mas prometi para mim mesmo que eu não iria me aproximar de você.
Enfim, você é uma garota incrível, aproveite o seu dia. Espero que goste dos presentes.
Feliz aniversário!''

Não precisava ter nenhum nome ali, eu sabia exatamente quem havia escrito e por isso me permiti chorar.
Abri a caixinha e encontrei um colar com um pingente de uma câmera fotográfica, um manequim e um coração. Dentro do pacote tinha uma camiseta.
A camiseta que eu tinha pedido para ele me dar na noite passada.
Droga, eu estava ficando cada vez mais envolvida e atraída por .

Capítulo 14


- .
Escutei a enfermeira chamar meu nome e em seguida fui acompanhada por ela até a sala de quimioterapia, onde o Doutor Simon se encontrava.
- Bom dia, , está preparada?
- Nenhum pouco. - Falei desanimada.
- Acho que finalmente definimos sua situação.
- E qual seria a minha situação?
- , o seu tumor já é grande, por isso a quimioterapia será pesada. A quimioterapia serve para tentarmos diminuir o tumor e impedir que ele se espalhe pelo corpo. Se conseguirmos diminuir um pouco o tumor, poderemos seguir para a cirurgia e retira-lo.
Cirurgia.
- Isso significa que...
- Isso significa que você poderá ter que fazer a retirada da mama. - Ele me interrompeu rudemente, e após a sua resposta, meu nervosismo aumentou de 10 para 100
- Hoje daremos início a sua primeira sessão de quimioterapia. Após a sessão você poderá se sentir indisposta e enjoada por alguns dias, mas isso é normal.
- Tudo bem.
- Podemos começar?
Assenti com a cabeça, mesmo não me sentindo nenhum pouco preparada.
- Você pode se sentar na maca que a Angie dará continuidade a sessão.
Me sentei na maca e apertei minhas mãos uma contra a outra em um ato de nervosismo. Eu estava com medo do que viria a seguir, estava com medo de ter que fazer a cirurgia, estava com medo de não resistir ao tratamento e acabar morrendo.
A enfermeira me falava algumas coisas mas eu não conseguia prestar atenção. Depois de alguns minutos senti a agulha entrando em meu braço e meu corpo inteiro queimar.
Era uma sensação horrível.
Lembrei-me do primeiro sintoma. Eu sentia algumas dores em um dos meus seios, mas achava que não era nada demais. Quando apertou um dos meus seios durante a sua ''recompensa'', novamente eu senti a dor incomoda, mas não procurei nenhum médico. Quem sabe se eu tivesse procurado um médico de imediato agora a situação não seria tão grave.
Perdi a noção do tempo enquanto estava viajando em pensamentos e só voltei a realidade quando senti a agulha sendo retirada do meu braço.
- Como se sente? - A enfermeira me perguntou.
- Horrível. – Respondi rudemente.
- Isso é normal. A quimioterapia irá te deixar muito mal, mas é necessário para você tentar eliminar o câncer.
Eu não respondi nada. Eu não queria falar nada. Eu só queria chorar ou gritar.
- Eu vou pegar seus remédios e então você pode ir embora.

•••


Inferno.
Minha vida estava um inferno.

Por que isso tinha que acontecer logo comigo?
Como se não bastasse a quimioterapia e os seus efeitos horríveis, eu ainda precisava ir tirar fotos do jogo de hoje.
Jogo em que estaria presente.
Deitei-me na cama e tentei descansar e me desligar um pouco de tudo. Queria não pensar no câncer a toda hora, mas era inevitável.
Eu não tinha nenhuma distração que me fizesse não pensar no câncer.

•••


Narrator's POV
As cinco horas da tarde o despertador de tocou, indicando que era hora dela começar a se arrumar para o jogo.
Pelo menos a sua terrível dor de cabeça já havia passado.
já se encontrava no vestiário junto a e os outros jogadores.
- Então... Chloe, hum?
estranhou o fato de estar puxando uma conversa totalmente aleatória com ele. Fazia tempo que eles não tinham uma conversa descente. estava passando a maior parte do tempo na casa de sua mãe e mal aparecia na universidade.
Até mesmo perdeu o pouco contato que tinha com ele.
- Sim.
- E a minha irmã?
- O que tem a sua irmã? - perguntou confuso.
- Pensei que vocês estivessem tendo algo.
- É, eu também. - Disse, num tom que misturava raiva e tristeza.
- VAMOS RAPAZES, JÁ ESTÁ NO HORA DE ENTRAREM NO GRAMADO! - O treinador gritou, indicando que o jogo já começaria.

•••


já se encontrava na beira do gramado com a câmera em suas mãos. Os jogadores começaram a entrar no campo e logo a partida começou.
Ela tentava capturar todos os lances e momentos importantes, enquanto tentava marcar o máximo de pontos possíveis. O time da UC era realmente bom, tinham o necessário para se classificar para o campeonato estadual.
A garota sempre acabava focando sua câmera em ; por mais que ela tentasse evitar ele sempre acabava sendo o seu foco.
poderia estar olhando para todas as líderes de torcida que exibiam suas pernas e seus peitos, mas quem sempre acabava chamando sua atenção era a garota com a câmera que vestia um longo sobretudo e uma touca e sorria graciosamente enquanto encarava uma das fotos que havia tirado.
Maldita.
Chloe insistia em dizer que agora ele era seu namorado. O garoto já não sabia mais o que fazer para se livrar dela.
Por mais que ele tentasse não pensar em , a garota sempre acabava perturbando seus pensamentos.
olhava todas as fotos que havia tirado e acabava sorrindo sem querer, e esse sorriso se alargou quando viu a sua favorita: uma foto de que realçava seus olhos extremamente claros e bonitos.
O jogo foi interrompido quando o corpo de se chocou brutalmente contra o corpo de um jogador adversário. Todos conseguiam ver os dois corpos atirados no chão. tinha uma expressão de dor em seu rosto e segurava um de seus braços. Logo os paramédicos entraram no campo para atender os dois, mas se levantou imediatamente, impedindo que um do paramédicos o analisasse.
Por fim, o jogo acabou com a vitória da UC, e, como de costume, todos seguiram para a festa que aconteceria na casa de um dos jogadores.
No final do jogo observou a felicidade de todos. As líderes de torcida invadindo o campo, a torcida vibrando na arquibancada, Chloe pulando no colo de e beijando ele em seguida...
Por que todos podiam estar felizes, menos ela?
Finalizou seu trabalho e seguiu para o caminho contrário de todos.
Sua cama confortável a esperava.

•••


's POV
Deitar na minha cama após um dia exaustivo é a coisa mais maravilhosa que existe. A minha dor de cabeça e náusea já havia passado, graças a Deus. Agora eu sentia apenas tontura de vez em quando.
Meu descanso foi interrompido por batidas na minha porta.
Que merda.
Levantei-me desanimadamente da cama, abri a porta e acabei me deparando com .
Droga. Mil vezes droga.
Lembrei-me que eu vestia apenas uma camiseta larga e um short que mais parecia uma calcinha.
Droga. Mil vezes droga.

It's dangerous to fall in love, but I wanna burn with you tonight
Hurt me
There's two of us, we're certain with desire
The pleasure's pain and fire
Burn me


- O que você quer? - Perguntei grosseiramente mas sem deixar de perceber que seu rosto possuía vários hematomas feios.
- Posso entrar?
- Vai adiantar eu dizer não? – Minha voz ainda possuía um tom rude.
- Não. - Ele sorriu largamente.
Permiti que ele entrasse no quarto e fechei a porta em seguida.
- Você sabe que tem uma enfermaria na universidade, certo?
- Sei. - Ele disse sem me encarar.
- Então... O que você está fazendo aqui? - Minha curiosidade estava falando mais alto.
- Eu... hmm. Eu senti saudades. – Ele respondeu diretamente e sinceramente, me surpreendendo.
não falava esse tipo de coisa.
- ... - Encarei o chão, não sabendo onde esconder minha vergonha. - Você tem a Chloe para se satisfazer, não precisamos mais um do outro.
- Você não está entendendo. - Ele começou a caminhar na minha direção. - Eu sinto falta de você, e a Chloe não é você. Eu sinto falta do seu cheiro, e a Chloe não tem o seu cheiro. Eu sinto falta do seu toque, e a Chloe não tem o mesmo toque que você. Eu sinto falta de tocar sua pele macia, e a Chloe não tem a pele igual a sua.
So come on
I'll take you on, take you on, I ache for love, ache for us
Why don't you come, don't you come a little closer
So come on now
Strike the match, strike the match now
We're a perfect match, perfect somehow, we were meant for one another
Come a little closer


Já disse que eu estava envergonhada?
- Sente-se na cama, eu vou buscar algo para colocar no seu rosto. - Falei qualquer coisa para mudar de assunto.
Peguei as coisas necessárias no banheiro, voltei para o quarto e segui até a cama onde ele se encontrava.
Sentei em seu colo, colocando uma perna de cada lado do seu corpo.
Peguei um pedaço de algodão úmido e comecei a limpar seu rosto.
- Como você conseguiu isso? - Perguntei, só pra não ficar um silêncio mortal no quarto, mesmo já sabendo da resposta.
- Eu me machuquei durante o jogo.
- Eu vi. Como está o braço?
- Normal.
Senti sua mão tocar meu corpo, por baixo da minha blusa. Como sempre, eu comecei a ficar estupidamente nervosa.
- Você tem noção do quanto me provocou no seu aniversário, certo? - Ele disse olhando em meus olhos.
- Do que você está falando?
- Estou falando de você ter ficado apenas de lingerie preta e saltos para aquele cara no meio de todo mundo.
- Qual é o problema? – Perguntei curiosa.
- Nenhum. O problema é comigo mesmo. Eu sei que você não pertence a mim. Eu sei que você pertence apenas a si mesma e tem todo o direito de fazer o que quiser. Mas eu não consegui assistir aquela cena sem ficar extremamente irritado e com inveja do cara.
- Tudo bem. - O que eu ia responder?!
- Tudo bem? Nada está bem. Eu venho tentando me controlar, venho tentando ficar longe de você, mas eu não consigo. Eu preciso de você.
E essas palavras foram o suficiente para amolecer meu coração.
Eu não conseguia mais resistir.
Eu não queria mais resistir.
Assim como ele precisava de mim, eu precisava dele.
O desejo falava mais alto.

- E o que você vai fazer para resolver isso? - Provoquei.
Flame that came from me
Fire meet gasoline
I'm burning alive
I can barely breathe, when you're here loving me
Fire meet gasoline
I got all I need, when you came after me
Fire meet gasoline, burn with me tonight


Ele fez com que eu me levantasse de seu colo e ficasse ajoelhada na cama. Logo senti seu corpo atrás do meu e suas mãos passearem pelo meu corpo, por baixo da camiseta. Em seguida, senti suas mãos envolverem meus seios ainda cobertos pela camiseta. Soltei um gemido involuntário. Diferente da última vez, eu não senti incomodo nenhum, apenas prazer. Suas mãos continuaram a massagear meus seios e beijos molhados começaram a ser distribuídos pelo meu pescoço, deixando cada pedaço do meu corpo arrepiado.
Suas mãos deixaram meus seios para traz e seguiram o caminho até a minha calcinha. Em seguida, sem pedir permissão, uma de suas mãos foi levada até a minha intimidade por dentro da calcinha.
Ele queria me provocar.
Sua mão massageava meu clitóris lenta e logo pude sentir seus dedos penetrando minha intimidada, fazendo um vai e vem lento e gostoso.
Meu corpo inteiro queimava e implorava pelos seus toques.
Eu estava morrendo de saudades disso tudo.
Estava morrendo de saudades não só dos toques dele, mas sim dele por completo.
- ...
- Isso. Eu adoro quando você geme o meu nome. - Ele sussurrou no meu ouvido. Depois de alguns minutos cheguei ao meu limite e gozei em seus dedos.
Me levantei e me ajoelhei atrás dele. Retirei sua camiseta do time de lacrosse para que eu pudesse provocá-lo um pouco também.
- Argh. - Ele disse com uma careta de dor.
- O que foi? - Perguntei assustada.
- Nada, meu braço está doendo um pouco.
- Eu avisei...
- Por favor, continue. – Ele pediu pacientemente.

And we will fly, like smoke dark in the sky
I mean I want to try and take a bite
So come on now, strike the match, strike the match now
We're a perfect match, perfect somehow
We were meant for one another, come a little closer


Meus braços envolveram seu corpo e eu comecei a explorar todo o seu peitoral com a ponta dos meus dedos.
Comecei a distribuir beijos em suas costas largas e depois segui para o seu pescoço, distribuindo beijos e chupões na região enquanto meus dedos passeavam pelo seu corpo.
Arrastei meus dentes por toda a extensão de sua orelha e por fim mordi seu lóbulo.
- Você gosta assim? - Sussurrei.
- Gosto. - Ele sussurrou também. - Mas gosto mais assim.
Flame that came from me, fire meet gasoline
I'm burning alive
I can barely breathe, when you're here loving me
Fire meet gasoline
I got all I need, when you came after me
Fire meet gasoline
Burn with me tonight


Ele jogou meu corpo na cama e ficou por cima de mim. Em seguida seus lábios selaram os meus e não demorou muito para que ele pedisse permissão para invadir minha boca. Seus beijos sempre eram urgentes e deliciosos, com certeza os melhores que eu já havia provado.
Minha blusa foi retirada e jogada para longe, e meu sutiã tomou o mesmo destino. Agora eu vestia apenas minha calcinha, que também não demorou muito para ser arrancada.
Eu sentia cada pedaço do meu corpo formigar de ansiedade, cada pedaço do meu corpo queimar de ansiedade. Seus beijos eram distribuídos por todo o meu corpo. Era uma sensação maravilhosa. Éramos como fogo e gasolina.
- Você tem camisinha?
- Na gaveta no bidê.
Ele se levantou para buscar a camisinha e aproveitou para se despir, voltando para a cama completamente nu.
Diferente da última vez, agora eu podia sentir mais carinho e paixão nos seus toques. Pude perceber que ele não estava mais tão apressado. Ele não estava sendo rude como da última vez, e as palavras sujas também não estavam presentes desta vez.
Suas mãos faziam um carinho gostoso na lateral do meu corpo enquanto ele me proporcionava beijos deliciosos.

But it's a bad debt, certain death
But I want what I want and I gotta get it
When the fire dies, dark in the skies
Hot ash, dead match, only smoke is left


- Posso?
Eu apenas assenti e em seguida senti seu membro entrando na minha intimidade.
Como sempre, ele não perdeu a oportunidade de me provocar, fazendo movimentos lentos inicialmente. Nossos corpos suavam e nossas respirações ofegantes se misturavam. O cheiro de perfume com suor dele se misturava com o meu perfume doce, sua boca estava ocupada beijando meu ombro e minhas mãos estavam perdidas em seus cabelos. Logo estávamos atingido o orgasmo.
Ele saiu de cima de mim e seu deitou ao meu lado, puxando meu corpo para juntar-se ao seu.
Uma de suas mãos foi até o meu rosto, afastando os fios de cabelo que se encontravam ali e fazendo um carinho em minha bochecha. Enterrei meu rosto em seu pescoço e deixei-o dedilhar minhas costas.

I got all I need, when you came after me
Fire meet gasoline
I'm burning alive, and I can barely breathe
When you're here loving me
Fire meet gasoline
Burn with me tonight


- Nós precisamos chegar a um acordo. - Ele disse.
- Eu sei.
- Alguma sugestão?
- Não podemos ficar juntos, mas podemos nos pegar quando quisermos.
- Gostei da ideia. - Ele sorriu malicioso para mim. - Agora eu vou indo.
- Você não quer ficar? – Perguntei involuntariamente.
- Você quer que eu fique?
- Quero. - Sorri envergonhada. - Mas vista sua cueca para dormir comigo.
- Tá bom, fresca. Mas eu preciso de um banho primeiro. Posso usar seu chuveiro? – Ele perguntou com um sorriso bobo no rosto.
Um sorriso raro de se ver.
- Pode. Vou pegar uma toalha para você.
Peguei a toalha e entreguei para ele. Vesti minha blusa novamente e me deitei em baixo dos cobertores quentes. Estava quase adormecendo quando senti meu corpo sendo envolvido pelos seus braços fortes e quentes.
Eu já disse que essa é a melhor sensação do mundo?

Capítulo 15



Tentei me mover na cama, mas os braços de me impediam de fazer tal ato.
Eu não estava acostumada com isso.
Não estava acostumada a acordar com alguém ao meu lado na cama e, principalmente, eu não estava acostumada a dormir entre os braços de um homem.
Tinha certeza absoluta de que o cara ao meu lado também não estava acostumado com tudo isso.
Que merda estava acontecendo?
Quando eu me tornei tão carente e fraca?

Eu costumava dar vários foras em garotos, mas eu simplesmente não conseguia negar . Afinal, ele é , quem consegue negar um homem como ele?
- . - Comecei a cutuca-lo, tentando fazê-lo se despertar. - Eu não lembro de ter deixado você dormir agarrado comigo...
Percebi que não ganharia uma resposta tão cedo e então resolvi tomar um banho.
Demorei uns quinze minutos e quando voltei para o quarto ele ainda dormia na minha cama.
- Caramba, , você dorme demais! - Joguei um travesseiro em seu rosto e então enfim ele acordou.
- Porra, ... - Ele tentava abrir os olhos, e quando finalmente conseguiu, ficou me encarando dos pés até a cabeça. - Você não pode me acordar apenas enrolada em uma toalha...
- Cai fora daqui.
- Você é muito bipolar, sabia?
- Não vou pedir duas vezes. – Resmunguei.
- Tudo bem, já estou saindo.
Ele se levantou lentamente da cama, vestiu seu uniforme e deixou meu quarto sem dizer adeus.

•••


Nas últimas semanas minha vida tinha se resumindo em frequentar a quimioterapia, frequentar as aulas, tirar as fotos dos jogos de lacrosse e ir em algumas das festas pós-jogo.
Resumindo: eu estava tentando levar uma vida normal.
Tirando a quimioterapia, que estava me deixando cada vez mais fraca e indisposta, eu estava bem.
Estava orgulhosa por estar conseguindo evitar por quase três semanas.
Obvio que eu senti falta das nossas noites maravilhosas, do sexo incrível, dos seus braços quentes e fortes...
Pare com esses pensamentos , você está conseguindo resistir, não pode fraquejar logo agora.
Eu já estava na beira do gramado, pronta para fotografar mais um jogo.
- .
Tive que me virar para ver quem era o dono da voz desconhecida.
Era um jogador do time adversário, desconhecido por mim.
- Pois não?
- Ouvi falar muito de você. – Ele disse sem tirar o sorriso cínico do rosto.
- Espero que tenha ouvido coisas boas.
- Apenas coisas boas. - Ele disse, galanteador.
- Ah é?
- Uhum, principalmente no vestiário. - Um sorriso malicioso brotou em seu rosto.
- O que você ouviu, especificamente?
Ele deu um passo à frente, ficando mais próximo de mim. Com uma mão ele pegou uma mecha do meu cabelo e começou a brincar com ela.
- Coisas como '' é a universitária mais gostosa da UC''.
- Brad? O que faz aqui com ela? - Ouvi outra voz, mas dessa vez eu a reconheci.
Agradeci a Deus quando apareceu e interrompeu nossa ''conversa''.
- Estou apenas conversando com a belezinha da UC. – Brad o respondeu.
- E ela quer conversar com você? – Ele perguntou irritado.
- Que merda, .
- Acho melhor você deixar ela em paz.
- Ou o quê? - O desconhecido ameaçou.
Ridículos.
- Ei, eu ainda estou aqui. - Falei, mas pelo visto foi em vão.
- Eu não vou avisar duas vezes, cara.
E dito isto o desconhecido se afastou. Abri minha boca para reclamar, mas foi mais rápido do que eu.
- Olha, eu sei que você não gosta que eu me meta da sua vida e eu sei muito bem que você sabe se virar sozinha, mas esse cara é barra pesada.
Barra pesada? Que tipo de linguagem é essa?
- Tudo bem, agora me de licença, preciso tirar fotos do jogo.
- Não ganho nem ‘’um boa sorte’’? - Ele disse fazendo bico.
Maldito.
- Você sabe que não precisa de sorte.
Ele me deu um belíssimo sorriso em resposta.
Aquele maldito sorriso molhador de calcinhas.
Diferente do último jogo, esse estava sendo tranquilo, apesar de ser o jogo de classificação para o estadual. Nosso time acabou ganhando, com vários lances decisivos de . No final todos estavam felizes e comemorando. Eu escondia minha tristeza e fragilidade por trás da câmera, enquanto tirava fotos dos sorrisos alegres de todos presentes no local.
Meu coração começou a palpitar, mas não da forma boa, quando avistei envolvendo Chloe em um abraço seguido de um beijo digno de cinema.
Por mais que eu não quisesse admitir para mim mesma, doía ver aquela cena.
E como doía.
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.
Eu sabia que acabaria me envolvendo demais e me machucando.
E o pior de tudo é que eu sabia que ele não ligava para isso. Afinal, tínhamos feito um acordo onde eu estabeleci que nossa relação seria apenas sexual.
E sabia cumprir acordos muito bem.

•••


Estava fazendo o caminho de volta para o meu dormitório, mas fui interrompida quando fui puxada para dentro do vestiário masculino.
Meu corpo foi prensado contra a parede por e com o dedo ele contornou todo a minha boca, me provocando. Em seguida meus lábios foram atacados pelos dele.
estava todo suado e vestia apenas seu calção e estava difícil resistir ao seu beijo delicioso. Coloquei minhas mãos em seu peito nu e tentei afasta-lo.
- ...
- Hmm? - Ele murmurou enquanto beijava meu pescoço.
Nem preciso dizer que meu corpo inteiro estremeceu com seus beijos e toques, certo?
- ! - Falei mais alto e ele parou.
- Tem certeza que vai tentar resistir? - murmurou. Suas mãos estavam apoiadas na parede, me impedindo de fugir. Sua respiração se misturava com a minha, seu corpo estava colado ao meu, seu nariz tocava no meu e nossos lábios estavam muito próximos.
- Tenho.
- Você sabe que não vai conseguir... assim como eu, você já está envolvida demais para conseguir resistir.
E eu odiava o fato dele estar certo.
Em seguida ele me pegou no colo, fazendo com que eu enrolasse minhas pernas ao redor do seu corpo, e me levou em direção ao chuveiro.
- Eu não quero molhar minha roupa.
- E você nem vai. Você vai tirar ela.
- ...
- , já faz três semanas.
- Não é como se você não tivesse outras para transar.
- Você sabe que elas não são você.
- Não venha com essa conversa fiada de novo. – Reclamei.
Mais uma vez estávamos envolvidos em um beijo calmo e delicioso, que logo foi interrompido para que eu me livrasse de minha blusa e meu sutiã. Minha calça e minha calcinha também foram retiradas para que ele pudesse ligar o chuveiro.
Novamente meu pescoço recebeu a atenção de seus lábios, que beijavam o local ferozmente.
Lembrei-me dele com Chloe e meu estômago revirou.
Eu não queria mais só isso. Eu não queria mais só sexo.
Eu queria ser algo a mais.
Eu queria ser exclusiva.
Mas eu sabia que isso não era possível.
E foi por isso que eu tomei forças para desistir antes que fosse muito tarde.
- , eu não posso mais...
- Do que você está falando? - Ele me olhou assustado.
- Eu não posso mais fazer isso, não desse jeito.
Peguei minhas roupas e comecei a vesti-las.
- . - Ele puxou meu braço antes de eu sair da cabine. - Que merda você está falando? Foi você que pediu para que fosse desse jeito!
- Eu sei. - Tomei coragem para encara-lo, mesmo que meus olhos já estivessem se enchendo de lágrimas. - Eu só...Não posso mais.
Saí correndo do vestiário para que ele não me alcançasse. Sabia que tinha deixando-o totalmente confuso, mas eu já estava machucada demais.
Segui para o meu dormitório e me arrumei para ir na festa pós-jogo.
Eu precisava ficar com alguém que não fosse .
Alguém que fosse tão bom que fizesse eu me esquecer dele por pelo menos uma noite.
Chamei um táxi já que eu não sabia se iria beber ou não. A festa não era muito longe da universidade, então não demorou muito para que eu chegasse.
Fui direto para a pista de dança e comecei a dançar sozinha no meio das pessoas. Eu me sentia exausta, com certeza era efeito da quimioterapia. Certo momento, infelizmente, acabei avistando e Chloe entrando na festa.
Desgraçado.
Ele também me avistou e não tirou os olhos de mim.

I got my eyes on you (Eu tenho meus olhos em você )
You're everything that I see (Você é tudo que eu vejo)


- ? - Ouvi me chamarem e me virei.
- Peter! - Sorri e abracei o garoto. Era tudo o que eu precisava agora. - Você está sozinho?
- Estou.
- Venha dançar comigo então. – Pedi.
- Que sorte a minha. – Ele disse e sorriu.
I want your hot Love and emotion (Eu quero seu amor quente e emoção)
Endlessly (Para sempre)

Levei minhas mãos até a nuca de Pete, para que pudéssemos dançar com os corpos colados.
''Vamos lá Peter, faça alguma coisa.'' Pensei.
Só conseguia pensar em . Com certeza suas mãos já estariam percorrendo pelo meu corpo, me causando um tremendo prazer.
I can't get over you (Eu não consigo te esquecer)
You left your mark on me (Você deixou sua marca em mim)

Senti meu celular vibrar dentro do bolso do meu short e fiquei curiosa para saber o que era, afinal, fazia tempo que eu não trocava mensagens com alguém. Mas desisti.
‘’Foque no Peter.’’ Pensei novamente.
Eu precisava tomar uma atitude e foi por isso que juntei nossos lábios.
Peter levou suas mãos até a minha cintura e apertou o local. Estávamos envolvidos em um beijo extremamente calmo e sem malícia.
Eu precisava de algo mais excitante...
Cause you're a good girl and you know it (Porque você é uma menina boa e você sabe disso)
You actso different around me (Você age de modo diferente em torno de mim)

Desci meus beijos para o seu pescoço e ele soltou um gemido baixo e apertou ainda mais minha cintura.
Ótimo.
- Peter?
- Hum?
- O que acha de irmos para um lugar mais calmo?
- Acho ótimo. - Ele sorriu malicioso. - Me dê um minuto.
Aproveitei que Peter se afastou e chequei minhas mensagens. Haviam várias de um número desconhecido.
''Será que você pode me explicar o que aconteceu para você me deixar para trás naquele estado?''
''Eu fiz algo errado?''
''Você não pode fazer com que eu me envolva desse jeito para depois dar o fora.''
''Eu preciso de você, .''
''Me liga, por favor.''
" xx."

Droga, droga, droga.
Ele não facilitava a situação.
O que eu iria fazer?
Por mais que eu tentasse resistir, eu sabia que no final eu acabaria falhando na tentativa.
Just hold on, we're going home (Apenas espere, estamos indo para casa)
It's hard to do these things alone (É difícil fazer essas coisas sozinho)

•••


- Você não acredita no que vai acontecer. - Peter murmurou no telefone.
- O quê?
- está me levando para a cama.
- Muito bem.

Capítulo 16


William's POV
Dia de Ação de graças.
Faziam alguns anos que eu não comemorava essa data. Desde que eu e minha mãe começamos a brigar, para ser mais específica.
já havia partido para a casa dela e eu resolvi ficar vagando pelo gramado da universidade, que ficava extremamente calmo e vazio nessa data.
- Ei, gatinha.
Não é possível.
Eu só podia ter sido amaldiçoada.
Por que esse cara tinha que estar sempre por perto?

Fingi que não escutei e continuei minha caminhada.
- Vai fingir que não escutou?
Revirei os olhos e me virei para ele.
- O que você quer? – Perguntei rude.
- Vai passar o dia de ação de graças aqui?
- Sim, por quê?
- Sozinha?
- É. - Disse impaciente.
- Vem passar comigo então.
- O QUÊ? – Quase gritei.
- Comigo e com a minha avó.
- Você está louco? Por quais motivos eu iria passar o dia de ação de graças com vocês?
- Por que você me mandou um monte de mensagens dizendo que nós nem nos conhecemos direito...
Sim, eu tentei arranjar vários argumentos para explicar para ele o motivo pelo qual o deixei na mão do chuveiro do vestiário.
- Estou te dando uma oportunidade de me conhecer melhor.
Minha curiosidade sempre falava mais alto, e eu era louca para conhecer o verdadeiro .
- Eu aceito.
- Sério? - Agora era ele quem estava surpreso.
- Sim. Só me de alguns minutos para pegar algumas coisas.
- Te espero aqui.
•••

O que levar para a casa de um garoto que não é nada seu?
Primeiramente tomei um banho rápido e me arrumei. Depois comecei a jogar tudo o que vi na minha frente dentro da mochila.
Produtos de higiene? Ok.
Roupas? Ok.
Lingerie preta sexy? Ok.
Me olhei novamente no espelho para ver como estava minha aparência. Diferente da semana passada, hoje eu não estava com cara de cansada e nem estava me sentindo enjoada.
Voltei para o jardim apressadamente e lá estava ele me esperando.
- Pronta?
- Sim.
•••

O caminho até a casa dele foi tenso. Falamos algumas coisas mas assim como eu, ele também parecia estar nervoso.
Que besteira eu estava fazendo?
Fiquei surpresa com a casa, era completamente diferente do que eu imaginava. Era uma pequena e simples.
- Bem-vinda. - Ele disse sem graça, dando permissão para eu entrar na casa.
- Vó?
- Estou na cozinha, querido.
Meu corpo entrou em estado de choque quando senti sua mão entrelaçar a minha, me guiando até a cozinha. Eu me lembrava vagamente do rosto da avó dele, pois havia visto ela apenas uma vez.
- Quem é esta belíssima moça? - Ela disse ao se virar para nós dois.
- Essa é a , uma amiga da faculdade.
- Amiga, hum?
Onde eu enfiava a minha cara?
Tinha certeza de que eu estava vermelha como um tomate.
- Sim, vovó.
- Tudo bem. Você pode chamar o Bennet? O jantar está quase pronto.
- Me desculpe por isso. - Ele disse assim que saímos da cozinha.
- Tudo bem. - Sorri timidamente.
- Você está muito quieta.
- Você também.
- Acho que estou um pouco nervoso. Bennet é o vizinho viúvo, você se importa dele jantar conosco?
- Claro que não. Eu sou a intrusa aqui, lembra?
•••

O jantar foi maravilhoso.
A vó dele é um amor de pessoa, e Bennet não é muito diferente. Descobri que ele conhece desde bebê.
Agora eu ajudava a avó de a secar a louça, enquanto ele e Bennet conversavam na mesa.
- Ele odiava banho. Saía correndo pelado e todo encharcado pela casa...
Já devia ser a quinta história hilária que ela contava sobre . Eu, ela e Bennet caíamos na gargalhada, enquanto ele tentava esconder a vergonha.
- Tudo bem vó, vamos encerrar a sessão vergonha, por favor.
- Mas eu ainda nem mostrei as fotos...
- Eu quero ver! - Falei imediatamente.
- Vou buscar os álbuns.
- Não acredito que você está dando corda para ela! - falou indignado.
- Aqui está, veja que gracinha. - Ela disse ao me mostrar uma foto dele bebê.
- Own, que fofura.
- Isso é tudo truque para ele conquistar você. - Bennet disse.
- Pena que ele não tem mais essa carinha fofa.
- , você está dizendo que eu sou feio? Não foi isso que você disse quando estávamos...
- Disse que você não é mais tão fofo.
- Acho bom. Vou te mostrar o quarto, você deve estar cansada.
- , me diga que você arrumou aquele chiqueiro para poder levar a bela moça lá. - Bennet zombou.
- Sim, Bennet. E não chame o meu canto de chiqueiro!
Novamente ele me guiou pela casa. Dessa vez tive que subir escadas e entramos em uma espécie de sótão.
- Não é muito luxuoso.
Quando ele abriu a porta pude avistar um espaço pequeno. Havia uma escrivaninha, vários pôsteres colados na parede e um colchão enorme que parecia ser muito confortável. Vi também uma janela com uma sacada, que tinha uma vista muito bonita para um parque. Era pequeno, mas era muito aconchegante.
- Eu adorei. - Disse sincera.
- O banheiro é ali, caso você queira usar. - Ele apontou para outra porta que havia no local.
Peguei minha mochila e entrei no banheiro. Tirei minha maquiagem e escovei meus dentes. Vesti a outra lingerie que eu havia trazido e coloquei o pijama por cima.
Eu precisava estar prevenida. Afinal, se ele quisesse eu não iria negar.
Eu estava em abstinência de por muito tempo.
Saí do banheiro e o encontrei deitado no colchão, sem camisa.
Não era justo comigo.
- Eu posso dormir na sala se você quiser. - Ele disse.
- Não precisa. A não ser que você não queira dormir comigo...
- Acho que eu não preciso responder essa pergunta, certo? - Ele mordeu o lábio inferior, controlando o sorriso largo. - Preciso conversar com você.
- Tudo bem. - Me sentei ao seu lado na cama.
- É difícil para mim falar sobre isso, mas acho que você merece saber.
- ...
- Lembra quando eu insisti que você se afastasse de mim?
- Sim.
- Eu tinha meus motivos. Meu pai e meu irmão eram metidos com drogas e eles ficaram devendo muito para uns traficantes. Esse foi o principal motivo de termos nos mudado para Londres. No ano passado... - Ele fez uma pausa e eu pude ver seus olhos se encherem de lágrimas, mas retomou. - No ano passados os dois foram mortos por esses traficantes e agora os caras estão atrás de mim para cobrar o dinheiro.
Eu estava em choque e ele estava em prantos.
Eu não sabia o que dizer, não sabia o que fazer.
Eu jamais imaginaria que uma coisa dessas teria acontecido com ele.
- Eu sinto muito, ... Eu não podia imaginar...
- É por isso que eu não quero que você fique perto de mim. Eu não quero que eles descubram que você é importante para mim.
- E não tem como você falar para a polícia?
- Eu tenho medo. Os caras foram capazes de matar meu pai e meu irmão de uma vez só! Não quero nem imaginar do que mais eles são capazes. – Ele disse com a voz baixa e entristecida. – Eu não quero meter minha avó nisso. Apesar de morar nessa casa simples, ela tem muito dinheiro, e se os traficantes souberem disso as ameaças serão maiores.
Meu coração estava apertado. Não conseguia nem imaginar o tamanho da dor que ele estava tentando suportar.
- Vem aqui, meu amor. - Ele murmurou e me puxou para um abraço assim que notou a expressão de medo no meu rosto.
Um abraço que eu sabia que nós dois estávamos precisando. Apertei mais seu corpo contra o meu e tentei controlar minhas lágrimas.
Só depois de alguns minutos percebi o que ele havia me falado.
Ele tinha me chamado de meu amor.
tinha acabado de me chamar de meu amor?

Não podia ser verdade.
Não consegui controlar meu sorriso bobo.
Me afastei dele e o encarei.
- Do que você está rindo? - Ele perguntou assustado.
- Repete. – Pedi.
- O quê?
- O que você acabou de dizer. – Insisti, mesmo percebendo que ele estava tentando se fazer de desentendido.
- O que eu acabei de dizer?
- Você me chamou de meu amor.
- Mas eu sempre te chamo de...
- Você sempre me chama de amor, não de meu amor.
Ele não falou nada.
- Eu sou o seu amor? – Perguntei, ansiosa para ouvir a resposta dele.
- Talvez. - Ele enterrou sua cabeça na curva do meu pescoço. - Isso é um mistério .
Ele estava com vergonha?
Assim como eu, ele tinha um sorriso bobo no rosto.
Porra. Caralho.
acabou de dizer que eu sou o amor dele.
O que diabos isso significa?

Seus lábios se arrastaram pelo meu pescoço e por fim um beijo foi depositado na minha bochecha.
Me sentei no seu colo e levei minhas mãos até o seu pescoço, arranhando essa região.
- Não vai me deixar na mão hoje?
- Não. - Gargalhei.
- Você é uma garota má, sabia disso?
- Já me falaram isso várias vezes.
Meus lábios finalmente encontraram os seus, nos envolvendo em um beijo calmo e carinhoso.
Suas mãos percorriam pelo meu corpo por baixo do pijama, que logo foi retirado.
- Sabia que você estava usando preto.
- Eu não podia perder a oportunidade de te provocar.
- Safada. - Ele sussurrou no meu ouvido e apertou minha bunda.
Enquanto eu estava nos seus braços eu me sentia segura. Era como se o resto do mundo não existisse; era apenas ele e eu. Enquanto estávamos juntos eu esquecia que tinha um tumor. Um tumor que poderia me matar.
Ele tinha acabado de compartilhar sua vida pessoal comigo, e eu não era capaz de fazer o mesmo.
Eu não tinha coragem de fazer o mesmo.
Eu era uma grande covarde.


Capítulo 17


Willian’s POV

- E a sua mãe?
Eu estava com a cabeça deitada sobre o abdômen nu de , enquanto ele passava as mãos pelos meus cabelos.
E estava morrendo de medo, pois já fazia quase um mês que estava fazendo a quimioterapia e logo meus fios de cabelo poderiam começar a cair.
Mas eu nem estava preocupada com isso no momento. Não enquanto eu estivesse nos braços dele.
Estávamos tendo uma noite estranhamente boa, parecíamos até um casal. Coisa que eu sabia que nunca viríamos a ser, por isso eu nem sonhava com a ideia de algum dia acontecer.
Eu nunca namorei. Não fazia ideia de como era isso.
- Eu nunca conheci ela. Meu pai disse que ela simplesmente sumiu... - Ele disse me olhando.
- Eu sinto muito, por tudo. Você não merece nada disso.
- Eu preciso que você fique longe de mim, pelo menos um público. Não quero que você sofra nenhum tipo de ameaça por causa de mim.
- Você usa?
- Drogas?
- Sim.
- Estou quase livre delas.
- O que isso significa?
- Significa que eu posso ter uma recaída.
- Quanto que você precisa pagar para eles? – Eu estava muito curiosa e tinha várias perguntas para fazer.
- Muito. Eles estão sempre aumentando o preço.
- Eu posso te emprestar esse dinheiro.
- Nem se eu fosse louco eu aceitaria.
- E o que você pretende fazer?
- Eu não sei. Minha vó tem muito dinheiro, mas prefere levar uma vida simples. Se ela descobrir sobre isso, com certeza irá pagar para mim.
- E isso não seria uma boa solução?
- Eu não quero envolver ninguém nisso.
- Entendo. Você vai sair dessa. Pode contar comigo para isso.
- Bom saber. - Ele sorriu desanimado.
- Sabe o que eu adoraria fazer? - Me virei de bruços e o encarei.
- O que? - Ele tirou uma mecha de cabelo que caia sobre meu rosto.
Estranho, romântico demais.
- Fotos.
- Fotos?
- É. Mas não fotos normais. Fotos apenas de lingerie.
- Certo... - Ele me encarou maliciosamente. - E o que você irá fazer com essas fotos?
- Nada.
- Nada?
- Sim. Vou apenas guardar.
- Posso ficar com cópias?
- Depende. - Me levantei do colchão e peguei minha câmera dentro da mochila. - Se você tirar elas direitinho...
- Vou ganhar recompensa depois?
Me aproximei do seu corpo e mordi seu lábio inferior.
- Vai. - Sussurrei no seu ouvido.
- Vamos fazer isso então.
- Okay.
Eu sempre tive vontade de fazer isso, mas nunca tive coragem de fazer com um fotógrafo profissional; eu precisava de alguém de confiança. Queria aproveitar para tirar as fotos antes que a doença começasse a mudar meu corpo.
Tirei algumas no seu colchão. Algumas apenas de calcinha, outras de calcinha e sutiã. Depois tirei algumas na sua sacada, apenas com a luz da lua e outras pelo seu quarto.
Estava sendo mais divertido do que eu imaginava.
- Você deveria pensar seriamente em virar modelo.
- Digo o mesmo para você.
- E a minha recompensa, como fica? – Ele perguntou manhoso.
- Assim.
Empurrei seu corpo contra o colchão e fiquei por cima dele. Beijei cada centímetro da sua pele exposta até chegar eu seus lábios extremamente macios e atraentes. Minha língua foi de encontro com a sua e logo estávamos envolvidos em um beijo lento e sensual. Suas mãos percorriam por todo o meu corpo até que resolveram parar em minha bunda. Desci novamente meus beijos para o seu pescoço e arranhei suas costas com minhas unhas. Meu sutiã logo foi retirado e meus seios receberam a devida atenção das mãos e boca de . Enquanto ele chupava um, massageava outro. Comecei a me movimentar lentamente sobre seu membro, ainda coberto, com a intenção de provocá-lo ainda mais. Eu distribuía mordidas em seu ombro na medida que ele ia acelerando seus movimentos nos meus seios.
Seus chupões foram descendo por toda a extensão da minha barriga, até chegar na barra da minha calcinha. Ele inverteu nossas posições, ficando no meio de minhas pernas, para que pudesse brincar com minha intimidade em seguida.
Minha calcinha fora retirada e sua boxer preta também. Seus dedos já brincavam com minha entrada. Meus gemidos saiam involuntariamente e meus dedos estavam envolvidos em seus fios de cabelo.
Senti seus dedos entrarem em minha intimidade e sua língua chupar meu clitóris. Eu não aguentaria muito tempo e logo gozaria. sabia muito bem como me proporcionar prazer.
- ...
- Você não tem noção de como eu adoro ouvir você gemendo meu nome.
Não demorou muito para que eu gozasse em seus dedos e sem cerimônia alguma, ele colocou uma camisinha e penetrou seu membro em mim. Suas estocadas eram rápidas e precisas. Sua boca estava colada na pele do meu pescoço e eu, involuntariamente, puxava seus cabelos com ainda mais força. Nossas respirações ofegantes se misturavam e nossos corpos suavam devido ao calor da noite e do momento. Assim que chegamos ao nosso limite, abracei seu pescoço e deitei minha cabeça sobre o seu peito, escutando as batidas do seu coração.
- Eu quero exclusividade. - Murmurei involuntariamente.
- Como assim?
- Eu quero que você seja apenas meu.
- Você está querendo tornar isso algo mais sério? - Ele perguntou assustado.
- NÃO! Eu só não quero compartilhar você com outras garotas. – Confessei.
- Vou ver o que posso fazer.
- Tudo bem.
Ficamos conversando por mais um tempo sobre assuntos aleatórios. Era tão bom finalmente saber algo sobre e, principalmente, era tão bom saber que ele confiava em mim.
Depois de um bom tempo eu estava novamente adormecida em seus braços. E o melhor de tudo? Eu sabia que acordaria no mesmo lugar.
•••

Já fazia uma semana desde o final de semana na casa de avó de . Eu estava cumprindo minha promessa de ficar longe dele em público, e por isso ainda não tínhamos nos falado com essa semana.
Estava sentada na maca, pronta para mais uma sessão de quimioterapia.
- Como estão seus sintomas? Já faz um mês que você está em tratamento.
- Eu sempre tenho cansaço e enjoo após as seções, mas é algo passageiro e que o remédio resolve.
- Só isso?
- Sim.
- Bom, acho que a sua situação irá piorar, já que o tratamento irá ficar mais agressivo.
- Tudo bem. - Tentei demonstrar segurança.
- Vamos lá então.
•••

(Sugestão de música: Emeli Sandé - Read All About It Pt. III )

Cheguei no quarto sentindo dores e enjoo. Me deitei na cama na tentativa de cair no sono, mas não adiantou.
Senti que o vômito estava chegando e corri para o banheiro. Botei tudo para fora, escovei meus dentes e me sentei no chão. Minha cabeça girava e meu corpo inteiro doía.
Isso já estava virando rotina.
Passei minha mão pelo meu cabelo e entrei em pânico quando vi vários fios enrolados em meus dedos.
Não, não, não.
Não podia ser.

O pânico e desespero me invadiram e eu comecei a chorar e soluçar.
Passei meus dedos pelos meus fios de cabelo e novamente vários caíram.
Merda.
Não podia ser verdade.
O que eu faria?

Parecia que finalmente eu estava caindo na real.
Não tinha mais como eu fugir ou tentar esconder de todos e de mim mesma.
Eu tinha a porcaria de um tumor e isso estava me matando. Eu tinha a porcaria de um tumor e não fazia ideia do que fazer, não tinha ninguém para pedir ajuda.
Eu estava completamente perdida e sozinha.
A realidade me atingiu da maneira mais cruel possível.
Por que eu estava passando por isso tudo? No final eu iria sobreviver? Do que adiantaria passar por todo esse sofrimento se eu não sabia se teria chances de sobreviver ou não?
•••

- ! - O garoto gritou pelo lado de fora do quarto. Ele batia insistentemente na porta do quarto da garota.
Girou a maçaneta e percebeu que a porta estava destravada.
- , eu estou entrando.
abriu de vez a porta e entrou no quarto. Nenhum sinal da garota.
- ?
Seu coração parou de bater por um segundo e seu corpo inteiro entrou em estado de choque ao ver o corpo da garota jogado no chão do banheiro.
- CHARLOTE, PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ QUER ME MATAR DE SUSTO?
Ele encarou o rosto abatido da garota. As lágrimas ainda escorriam, mas ela nem se quer piscava.
- , o que aconteceu? - Seu desespero estava aumentando cada vez mais.
- , saí daqui.
- Caralho, eu não vou sair até você me contar o que está acontecendo.
- , eu não posso...
- Foi então que ele viu os fios de cabelo na mão da garota e por todo o chão.
Rapidamente seus olhos se encheram de lágrimas.
Não, ele não podia pensar no pior.
- , por favor.
- Ninguém pode saber... Ninguém. – Ela disse desesperada. - Eu não queria que você soubesse.
- Não queria que eu soubesse o quê? Você precisa me contar para eu poder te ajudar.
Um soluço saiu da boca da garota, deixando ainda mais preocupado e assustado.
- Amor. - Ele segurou o queixo da garota, fazendo ela encara-lo pela primeira vez no dia. - Me conte o que está acontecendo para eu poder ajudar você. Você sabe que pode contar comigo.
- Não posso dessa vez. - Ela falou em meio aos soluços.
- Por que não? Eu dou um jeito...
- Não , eu estou morrendo...
- QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FALANDO, LOTIE?
- Eu... - Ela respirou fundo e finalmente falou. - Eu tenho câncer.

Capítulo 18


não conseguia acreditar no que havia acabado de falar.
Ele não queria acreditar.
Não era possível que isso estivesse acontecendo com ela, era?
Como ele não percebeu isso antes?
Se sentia estúpido e inútil por não ter percebido. Estava tão interessado em foder a garota que nem parou para pensar no bem estar dela.
Era um imbecil, um inútil.
Um inútil é o que ele foi a vida inteira; viu seu pai e seu irmão morrer e agora estava vendo a única garota com quem se importa morrer também.
Era inadmissível.
- Você não pode estar falando sério. - Ele disse encarando tudo, menos a garota.
- Olhe para mim, , é obvio que eu estou falando sério.
Os olhos dele se encheram de lágrimas ao ver a garota naquele estado. Uma garota como , que sempre se manteve forte e passou por cima de tudo.
Ele tentava achar palavras para falar algo, mas não tinha ideia do que falar para ela se sentir melhor, estava tão assustado quanto ela.
Se ajoelhou em frente a ela e passou seus braços por baixo de seu corpo, pegando-a no colo.
estava toda encolhida e tremia entre os braços de , o que fez com que o rapaz apertasse ainda mais o corpo dela contra o seu.
- Você não merece isso, . - Ele falou próximo ao ouvido da garota. - Mas você é forte e eu sei que você conseguirá passar por isso.
seguiu até a cama e sentou-se lá enquanto a garota permaneceu no seu colo.
- Eu estou com muito medo, . - Ela disse em meio aos soluços.
Droga, ele queria ter algo para dizer que fosse capaz de confortá-la, mas não tinha.
- Shihhh... Você precisa ser corajosa, Lotie.
Uma das mãos do garoto acariciava levemente o cabelo de enquanto a outra apertava o corpo dela contra o seu. tinha seu rosto enterrado no pescoço de e suas mãos agarravam firmemente a blusa do garoto que tentava controlar as lágrimas que insistiam em sair de seus olhos. O único som audível no quarto era o do choro e dos soluços da garota.
- Eu não sei se eu consigo...Até agora eu não tive uma notícia positiva.
- Quando você descobriu? Por que você não me contou antes, ?
- Faz quase dois meses. Eu não quero que ninguém saiba, não era para você saber...
- Você não vai poder se esconder para sempre.
- Eu sei, e como eu sei! Eu não quero que você me veja assim, .
- Assim como?
- Meu cabelo vai cair e...
Ele levou sua mão até o queixo da garota, fazendo com que ela erguesse sua cabeça e o encarasse nos olhos.
- Eu não me importo, eu só quero ver você bem.
- Posso te pedir uma coisa?
- O quê?
- Faz amor comigo?
engoliu em seco.
Amor era uma palavra que o assustava.
Ele nem se quer sabia o que era amar. Ele nem se quer sabia se era capaz de amar alguém.
- Não sei se eu sou capaz de fazer isso. - Ele disse, deixando a garota decepcionada.
Assim como , também não tinha muito conhecimento sobre o amor. Mas, diferente do garoto, ela já tinha noção dos seus sentimentos, sabia que sentia algo a mais por e se odiava por isso.
Ele sabia que a garota significava muito mais do que uma simples transa, mas não conseguia e não queria admitir isso, afinal, era mais fácil fugir das coisas, né?
- Então... Então apenas transe comigo, , pela última vez.
- Pela última vez? O que você quer dizer com isso?
- Eu estou ficando fraca. A quimioterapia está acabando comigo, eu não sei até quando estarei viva...
não permitiu que a garota finalizasse a frase aterrorizante. Seus lábios se juntaram aos dela e se encaixaram de uma forma perfeita.
Eles se encaixavam de uma forma estranhamente perfeita. Um servia de apoio para o outro.
Dois corações feridos, duas almas vazias e desacreditadas.
deitou a garota na cama e ficou por cima dela. Sua língua fez todo o contorno dos lábios dela antes de adentrar sua boca e envolve-la em um beijo lento e cheio de sentimentos.
precisava se sentir amada. Precisava de alguém que dissesse que se importava com ela.
Precisava sentir pela última vez. Precisava sentir seus toques, seus beijos, seu corpo.
- Eu vou tentar por você.
E pela primeira vez no dia conseguiu sorrir.
distribuiu beijos e leves chupões na região do pescoço dela enquanto suas mãos percorriam todo o corpo da garota. Os dedos ágeis de brincavam com o cabelo e nuca do garoto.
acariciou os seios de ainda cobertos pela blusa e um gemido de prazer escapou da boca da garota.
estava se segurando para não dizer nenhuma palavra suja.
Por fim retirou a blusa da garota, que já estava sem sutiã. jogou sua cabeça para trás ao sentir as mãos de massageando seus seios. Pouco tempo depois a língua do garoto brincava com seus seios também e logo sentiu um deles ser sugado pela sua boca.
puxava os cabelos do garoto com mais força conforme seu prazer ia aumentando.
Os lábios de rastejaram por toda a extensão da barriga da garota até chegar na barra de seu short. interrompeu o garoto para que pudesse retirar a camiseta dele. explorava cada canto do corpo de , beijava cada pedaço de pele exposto. O corpo que ele tanto desejava, o corpo que ele já conhecia tão bem.
O garoto começou a retirar lentamente o short de até que por fim deixou ela apenas com a calcinha vermelha. Seus dedos brincavam com a lateral da calcinha enquanto seus lábios brincavam com o pescoço da garota. Antes de retirar a calcinha de , ele mesmo retirou sua calça e depois, enfim, retirou a calcinha dela, deixando-a totalmente exposta para ele. era sem sombras de dúvidas a garota mais bonita com que já havia ficado. Não só a mais bonita como a mais inteligente e a mais compreensiva.
Ela o entendia da maneira como ninguém jamais o entendeu. Ela o conhecia e não o julgava por nada. Ela o amava do jeito que ele era.
Queria ser capaz de falar para ele o quanto o amava, queria ser capaz de admitir para si mesma o quanto amava.
Será que algum dia ambos seriam capazes de admitir o que sentiam?
Duas pessoas que se amam deveriam estar juntas, não é mesmo?
A língua de explorava toda a intimidade de , seus dedos pressionavam o clitóris da garota e logo dois deles deslizaram para dentro da intimidade dela. mostrava toda a sua habilidade enquanto se remexia e implorava por mais. O cabelo do garoto estava totalmente revirado de tanto que o puxava enquanto sentia prazer. Os gemidos que escapavam involuntariamente de sua boca serviam de incentivo para o garoto que a masturbava. Os dedos dele entravam e saiam lentamente torturando ainda mais a garota. Ambos sabiam que ela não aguentaria mais por muito tempo e acabaria gozando nos dedos dele. brincou mais um pouco com a intimidade da garota até que ela gozasse em seus dedos.
A boca de voltou a beijar a de , agora estavam envolvidos em um beijo mais urgente e sensual. As unhas dela deslizavam pelas costas largas do garoto, deixando arranhões na região. Os lábios do garoto voltaram a rastejar pelo pescoço e colo de e a garota resolveu brincar com seu membro, acariciando-o por cima da cueca. pôde sentir a excitação evidente de e agora era o garoto quem gemia.
- Você sente alguma coisa por mim? - sussurrou em seu ouvido.
- O que você quer dizer com isso?
- Você sente alguma coisa por mim? Qualquer coisa... – Ela insistiu esperançosa.
- Sinto. Eu só não sei explicar o que. Mas eu sei que sinto.
- Ótimo, pois eu também sinto alguma coisa por você.
Os lábios dos dois voltaram a se encontrar e as mãos de voltaram a percorrer o corpo da garota. tentou colocar todos os seus sentimentos nesse beijo. Beijou a garota como nunca antes, queria ser capaz de mostrar o que sentia. Ele não queria perdê-la. Ele queria ser capaz de consertá-la, de fazê-la voltar a sentir bem e feliz. Queria ser capaz de fazê-la voltar a ser a feliz e confiante que ele conheceu no seu primeiro dia na UC.
retirou e a cueca do garoto e continuou acariciando seu membro. delirava de desejo e tesão ao sentir as mãos quentes da garota em seu membro. A garota tinha o poder de deixá-lo de pau duro em questão de minutos, precisava entrar logo nela.
- , eu preciso...
A garota apenas assentiu e então vestiu a camisinha e se posicionou em sua entrada. Seu membro entrou lentamente na intimidade da garota, fazendo-a delirar por baixo do corpo do rapaz. Suas mãos mais uma vez foram para o cabelo do rapaz enquanto ele entrava e saia deliciosamente de dentro dela.
Desejo, tesão e paixão preenchiam o local.
A cabeça de descansava no ombro da garota e aproveitava para distribuir beijos e chupões pelo pescoço e ombro do garoto. fazia investidas cada vez mais precisas e prazerosas, ambos gemiam e já estavam à beira do orgasmo. Continuaram seus movimentos até que os dois gozaram.
se deitou ao lado da garota e a puxou para si, envolvendo-a novamente em um abraço.
Queria ser capaz de protegê-la, de fazê-la se sentir melhor pois já estava envolvido demais para não se importar com ela.
- Ei, olha para mim. - Ele pediu e assim que a garota ergueu a cabeça ele pode perceber que ela estava chorando novamente. - Não chore, . - Ele passou seu polegar por onde as lágrimas caiam, limpando qualquer rastro delas. Droga, até chorando a maldita ficava bonita. - Vai ficar tudo bem, ok? Você vai sair dessa e eu estarei aqui para te ajudar.
ainda não acreditava que tudo era real. Não queria fazer nenhuma pergunta sobre o assunto com medo de machucá-la mais.
- Eu preciso tomar um banho, daqui a pouco eu tenho que ir para o grupo de apoio.
- Grupo de apoio?
- É. Eu não queria, mas o médio insistiu que eu tentasse ir em pelo menos um encontro.
- Ele está certo. Eu vou com você.
- Não. – Ela negou no mesmo segundo.
- Não adianta negar, eu vou lá com você.
•••

estacionou a Ferrari em uma das vagas do estacionamento do hospital e escutou a garota bufar ao seu lado. Saiu do carro e abriu a porta da garota.
- Pronta?
- Não.
Ele pegou a mão de e a beijou antes de puxá-la para fora do carro.
- Você vai se sair bem.
- Eu não sei.
- São todos estranhos, . Assim você se sentirá mais confortável para falar alguma coisa.
- Você tem razão.
entrou no hospital com ela e os dois seguiram para o subsolo.
encarou a porta da sala se sentindo receosa e depois de um incentivo de ela entrou. ficou parado perto da porta enquanto a garota escolhia uma cadeira para se sentar. Em menos de dez minutos a sala estava cheia e a mentora chegou.
- Boa tarde, vejo que temos gente nova hoje. - Ela encarou com um sorriso no rosto. - ?
apenas movimentou a cabeça, assentido.
- Que ótimo ver você aqui! Doutor Simom me falou muito sobre você.
não respondeu nada.
- Bom, quem vai começar hoje?
Um garoto baixinho levantou a mão no mesmo segundo.
- Ok, vamos lá Jack.
O garoto ficou falando por um bom tempo sobre todo o seu tratamento e em como ele estava feliz por estar quase totalmente curado. Depois foi uma senhora que começou a falar sobre a sua luta contra o câncer. Ela já estava curada, mas gostava de acompanhar e aconselhar os outros.
- Quem será o próximo?
Surpreendentemente, se levantou e foi até o centro da roda.
- Sinta-se à vontade para falar quando quiser, . - A orientadora disse sorrindo.
- Bom. - Ela começou a apertar uma mão contra a outra em um ato de nervosismo. - Eu sou a garota que sempre teve tudo o que quis. Eu sempre fui popular, sempre tive dinheiro, amigas e garotos aos meus pés. Eu sempre fui uma pessoa super confiante e nunca deixei que ninguém me atingisse. Quando eu completei dezoito anos eu descobri que meu verdadeiro pai estava morto. Minha mãe começou a me obrigar a dormir com caras ricos em troca de dinheiro, mas eu sempre dava um jeito de fugir. Ela começou a arruinar minha vida e eu descobri que o único interesse dela em mim era conseguir o dinheiro que o meu verdadeiro pai deixou para mim como herança. Esse ano eu quase fui assediada sexualmente. Depois disso eu nunca mais fui a mesma. Eu senti muito medo. Me senti culpada, me senti suja, eu não tinha mais controle nem do meu próprio corpo pois eu sempre fugi dos caras que a minha mãe arranjava para dormir comigo, e para que isso? Para depois eu ser violentada em um beco? - Ela fez uma pausa e começou a chorar. - Eu achei que iria estar sozinha pois eu não contei para ninguém, mas então o cara que eu mais odiava me ajudou. Eu não contei para mais ninguém, eu me afastei de todos, até do meu irmão. Eu achei que ele não seria o suficiente, mas foi. Ele fez com que eu me sentisse segura. E quando eu achei que estava tudo bem eu descobri que estava com câncer de mama. Quem tem câncer de mama aos 20 anos? Meu mundo inteiro desmoronou ao meu redor. Eu ainda estou perdida, eu não sei o que fazer, parece que não é real... - Agora os soluços se juntaram ao choro. - Eu não tenho ninguém. Ninguém sabe que eu tenho câncer. Eu não tenho com quem conversar sobre isso. A única pessoa que descobriu que eu tenho câncer é o mesmo garoto que descobriu que eu fui assediada. Mas eu não posso simplesmente jogar tudo em cima dele, sabe? Afinal, ele não é nada meu e eu não sou nada dele. Doí saber que eu posso morrer a qualquer momento e ninguém irá se importar com isso. Doí mais ainda não poder compartilhar minha dor com ninguém. Eu tenho vontade de gritar e colocar tudo para fora. Eu só quero me livrar disso, eu só quero voltar a ser a garota que eu era. Eu não quero mais ficar sozinha. E a verdade é que apesar de eu ainda não ter caído na real, eu estou aterrorizada com isso tudo e eu não sei o que fazer.
No final já não conseguia mais falar, não conseguia mais se expressar. Ela estava ajoelhada no chão com a cabeça entre as mãos. Mas foi então que ela sentiu aqueles braços tão conhecidos a envolverem em um abraço. O abraço que ela tanto precisava.
O abraço que ela sempre precisa e só ele tem para dar.

Capítulo 19


's POV
E pela segunda vez eu estava sentada na sala do grupo de apoio. Diferente do que eu pensava, estava sendo bom para mim participar dos encontros, eu finalmente havia conseguido desabafar.
não me largava mais e fazia questão de me trazer para essas reuniões.
Eu não podia reclamar; estava adorando a companhia.
- Você não precisa entrar...
- Vou ficar esperando no corredor.
- Tudo bem. - Sorri para ele.
Como da última vez, eu cheguei mais cedo e a tutora ficou conversando comigo.
Ela me elogiou por eu ter falado já na primeira sessão e disse que a maioria demora para se abrir e falar algo.
Na verdade eu ainda não sei como consegui falar tudo aquilo. Acho que fiquei por muito tempo guardando tudo para mim mesma e esse foi o resultado. Eu não aguentava mais guardar toda aquela dor sozinha.
- Você é nova aqui. - Uma voz grossa me chamou de volta para a realidade. Um par de olhos verdes me encarava.
- Não é difícil de notar isso.
- Mal humor? - Um sorriso brincava em seus lábios.
- Não, esse é meu humor diário.
- Interessante. Sou Derek. - Ele estendeu a mão para mim.
- . - Estendi minha mão receosamente para ele e em seguida senti seus lábios tocarem em minha mão.
- É um prazer conhecê-la.
- Espero poder dizer o mesmo. - Trocamos um sorriso cúmplice antes da tutora interromper nossa conversa.
Ele era bonito. Muito bonito, na verdade, e eu pude ver o sorriso malicioso em seus lábios depois de nossa conversa.
•••

- Quem é aquele? - apontou para Derek assim que eu sai da sala. Sua expressão não era nenhum pouco amigável. Esqueci que havia uma grande janela de vidro e ele conseguia ver tudo que acontecia na sala.
- Um garoto que faz parte da turma? - Falei como se fosse óbvio, afinal, era. - Algum problema?
- Vocês já se conhecem?
- Não. Por quê?
- Pelo jeito que ele tratou você parecia que já se conheciam a tempo.
- Que jeito?
- Trocando carinhos e mexendo no seu cabelo...
- ?
- O quê?
- Qual é o problema com isso?
- Nada. - Ele disse ríspido e eu percebi que ele realmente não havia gostado do adorável Derek.
O caminho até a faculdade foi extremamente silencioso. Eu já estava me sentindo agoniada por estar agindo estranhamente desde o momento em que viu Derek.
- Eu... - Ele começou a falar quando chegamos ao estacionamento da faculdade. - Eu tenho um convite para te fazer.
- Convite? - Falei animada e esperançosa.
- É. - Ele encarava qualquer coisa menos os meus olhos.
- O que é?
- Eu quero saber se você gostaria de jantar comigo hoje de noite.
Um sorriso largo brotou em meu rosto.
estava me convidando para jantar?
- Tipo um encontro?
- Se você interpreta dessa maneira.
- Eu aceito. - Disse sorrindo e ele finalmente me encarou. - Que horas eu devo estar pronta?
- Às sete.
- Okay. - Respondi animada e segui para o meu quarto.
Era oficial: Eu teria um encontro com .
•••

Chequei pela milésima vez meu reflexo no espelho.
Coloquei um vestido longo e prendi meu cabelo, já que parte dele já estava caindo e eu não queria que visse. Minha boca estava destacada com um batom vermelho e eu aparentava estar saudável e não cansada, como eu estava me sentindo ultimamente.
Ouvi as batidas na porta e já sabia quem era.
Respirei fundo para tentar não parecer muito nervosa e abri a porta.
Ele estava absurdamente lindo vestindo uma camisa social, uma calça preta e um par de tênis. Seu cabelo estava bagunçado como sempre e ele mordia seu lábio inferior, o que me fez imaginar que ele deveria estar nervoso. Senti seu olhar percorrer por todo o meu corpo, me deixando mais tensa ainda.
- Uau. - Ele disse. - Você... Você...
- Eu o quê? - Perguntei mais nervosa do que ele.
- Está incrível.
- Obrigada. - Não consegui conter meu sorriso de extrema felicidade. - Você também.
- Vamos?
Ele pegou minha mão e me levou até o carro, fazendo questão de abrir a porta para mim.
Eu não sabia distinguir qual de nós dois estava mais nervoso. Eu não sabia o motivo de tanto nervosismo, afinal, nós já havíamos feito muitas coisas juntos. Talvez fosse pelo fato de essa ideia de encontro ser uma novidade para nós dois.
Depois de pouco tempo estávamos parados em frente á um restaurante desconhecido por mim. Novamente ele abriu a porta e pegou minha mão para me guiar até o restaurante.
- Você se importa? - Ele perguntou.
- Com o quê?
- De eu segurar sua mão?
- Não, eu meio que gosto disso. - Sorri boba.
- Ah, bom saber.
- Boa noite. Vocês possuem uma reserva? - O garçom perguntou.
- Sim, está no nome de .
- Me sigam, por favor. - O garçom disse após checar a lista.
Seguimos o garçom e chegamos até uma área aberta cercada por arvores e flores. Várias mesas estavam espalhadas pelo local que era iluminado por lamparinas penduradas nas árvores e velas espalhadas pelas mesas. Era simplesmente incrível.
- Uau, esse lugar é incrível!
- Você gostou? - Ele me encarou com um sorriso perfeito. Nossas mãos ainda estavam juntas.
- Eu amei.
- Ufa! Fiquei com medo de você não gostar.
- É perfeito. - Eu disse sorrindo também.
Um músico começou a tocar violão e cantar enquanto esperávamos nosso pedido ficar pronto. O ambiente era extremamente agradável, não poderia estar sendo mais perfeito.
- Desculpa, eu nem se quer perguntei se você gosta desse tipo de comida e ...
- Eu gosto sim. - Segurei sua mão por cima da mesa, tentando acalmá-lo. - Se acalme.
- É que você está toda maravilhosa e eu estou assim ... - Ele disse olhando para si mesmo e depois voltou a me encarar. - E droga, , você é a mulher mais linda e incrível que eu já conheci e eu não sei como agir com você quando não estamos transando... E eu sou muito sortudo mesmo por uma mulher como você aceitar sair comigo...
Uma maldita lágrima resolveu escapar do meu olho. Talvez porque eu estava muito sensível ultimamente ou talvez porque eu nunca ouvi um homem me dizer palavras tão bonitas e sinceras.
- E... Você está chorando?
- Eu estou sensível. Você não pode me falar palavras bonitas quando eu estou sensível.
- Me desculpe.
- Não é para você se desculpar, seu bobo.
- Você quer dançar?
- Aqui? - Olhei ao redor e percebi que não havia mais ninguém no local.
- Esquece...
- Eu quero. - Sorri tímida.
Ele pegou minha mão e me levou até um espaço em que não tinha mesas. Suas mãos agarraram minha cintura e eu deitei minha cabeça em seu ombro e entrelacei minhas mãos em sua nuca. Ao fundo o músico cantava The Scientist.
- ?
- Hum?
- Obrigada.
- Pelo o quê?
- Por tudo. Você tem sido tudo para mim ultimamente. Você tem sido um herói.
Ele não disse nada, mas o que eu senti foi muito melhor do que palavras. Seus lábios se juntaram aos meus e não demorou para que ele pedisse passagem e me envolvesse em um beijo lento e cheio de desejo. Eu sabia o que esse beijo significava.
Por Deus, como eu queria esse homem.
•••

O jantar seguiu perfeitamente bem. Conversamos e rimos bastante. Era tão bom estar com ele que eu até me esquecia que tinha câncer e poderia morrer a qualquer hora.
- Posso te fazer uma pergunta? - Ele disse quando já estávamos de volta ao carro. Eu estava com as pernas esticadas por cima das pernas de e ele fazia um carinho gostoso em minha coxa.
- Pode.
- Se ninguém sabe que você está com câncer, como você está pagando tudo?
- Meu pai morreu logo depois que eu nasci. Ele deixou uma grande herança para mim, mas só quando eu completei 18 anos eu descobri tudo. Uma amiga dele que veio me falar tudo e inclusive foi ela que me ajudou quando eu descobri o câncer.
- Hum... E você não pensa em contar nada para a sua mãe?
- Não. Até porque não é como se ela fosse se preocupar muito. Mas logo ela vai descobrir, eu estou ficando sem cabelo.
- Você vai melhorar, logo tudo isso vai passar e seu cabelo irá crescer novamente. De qualquer jeito você fica bonita. - Ele pegou minha mão e a beijou.
- Obrigada. - Eu sorri fraco. - Posso te fazer uma pergunta?
- Pode.
- Porque você ficou tão estranho depois que viu o Derek?
Ele se virou para mim e acariciou minha bochecha.
- Pelo simples fato de eu não gostar de ver outros homens se envolvendo com você.
- Você não tem motivos para se preocupar. - Ergui meu corpo e passei para o outro lado do carro, me sentando desajeitamento sobre o colo de . - Porque eu sou inteiramente sua. - Passei meus dedos pela sua boca e sussurrei em seu ouvido. - Pelo menos por enquanto.
Minha língua fez todo o contorno da boca dele antes de finalmente invadi-la. Minhas mãos foram para a sua nuca e as mãos dele estacionaram em minha cintura, pressionando o local. Nosso beijo começava a ficar mais urgente e eu sentia sua mão entrar pela fenda do meu vestido e tocar minha coxa. Desci meus lábios para o seu pescoço e comecei a chupar o local, ouvindo em seguida um gemido de . Seus dedos começam a dedilhar a parte interna da minha coxa, chegando cada vez mais perto da minha intimidade.
- Aumenta o volume. - pedi.
- O quê?
- Aumenta o volume do rádio. Está tocando The Honorary Title e essa é minha música favorita.
- Ok.
- Tem certeza que quer fazer isso aqui? - Ele perguntou depois de aumentar o volume.
- Sim, soa sexy para mim fazer sexo em uma Ferrari.
- Ótimo, pois eu sempre desejei te foder nessa Ferrari.
- Quantas já estiveram no meu lugar?
- Nenhuma.
- Qual é, , achei que já tivéssemos passado dessa fase.
- Estou falando sério. Essa Ferrari é sagrada, não é qualquer uma que entra. Se bem que a Chloe até tentou...
- Ótimo, eu adoro me sentir especial.
- Só tem uma coisa. Nós não vamos apenas fazer sexo, nós vamos fazer amor.
- Gosto de como isso soa.
Agora ele tinha uma mão acariciando cada coxa minha enquanto me beijava. Seus beijos desceram para o meu queixo, onde ele depositou uma mordida e depois desceram para o meu pescoço, fazendo com que eu jogasse minha cabeça para trás. Seus lábios ficaram brincando com a região do meu pescoço e eu me sentia cada vez mais excitada. Rebolei lentamente sobre seu membro coberto e pude sentir que ele já estava excitado também e mais uma vez eu ganhei um gemido de incentivo.
Interrompi as carícias dele para poder retirar sua camisa e explorar seu abdômen. Eu adorava espalhar beijos e chupões por aquele peitoral maravilhoso. Arranhá-lo era outra coisa que eu amava fazer. Sua mão finalmente chegou a minha intimidade coberta pela calcinha rendada. Senti a ponta de seus dedos dedilharem toda a extensão de minha vagina, me provocando mais ainda.
- , não me provoque... - Disse antes de dar uma mordida em sua orelha.
- Gosto de apreciar o estado que eu deixo você.
Finalmente senti seus dedos tocarem minha pele sensível depois de afastar minha calcinha para o lado. Primeiramente ele estimulou meu clitóris e depois introduziu um dedo em minha entrada. Eu soltei um gemido fraco e arranhei ainda mais suas costas. Seu vai e vem é lento e meu prazer aumenta quando sinto dois de seus dedos entrarem em mim. Juntei nossos lábios e beijei-o desajeitadamente. Mordi seu lábio e o puxei entre os dentes para poder gemer mais uma vez.
- Eu adoro ouvir sua voz gemendo meu nome.
- Ah é?
- Uhum.
- ... Estou quase gozando.
- Isso, .
Seus dedos continuam entrando e saindo de mim até que eu gozo e meu líquido escorre pelos seus dedos.
- Você já experimentou seu próprio gosto? - Ele volta a me encarar.
- Não.
Ele leva seus dedos até a minha boca e eu os chupo, achando isso tudo muito excitante. Em seguida voltamos a nos beijar e ele leva suas mãos até a minha bunda e a aperta. Desço meus beijos por toda a extensão de seu peitoral tentando chegar à barra da sua calça, mas o local é meio apertado e eu não conseguia me mover direito. Então ele mesmo retira o resto de suas roupas e começa a retirar meu vestido também, finalmente deixando meu corpo exposto. No mesmo instante em que ele retira meu vestido, suas mãos vão até os meus seios.
- Senti falta deles.
Começo a rebolar sobre o seu membro enquanto ele acaricia e chupa meus peitos. Pego seu membro duro em minhas mãos e começo a estimulá-lo. Escuto gemer e aumento ainda mais a velocidade de meus movimentos. Ele para de acariciar meus peitos para que eu possa envolver seu membro com minha língua. Arrasto minha língua por toda a extensão de seu membro antes de finalmente devorá-lo. Continuei a chupá-lo e acariciando seus testículos. Tirei todo o seu membro de minha boca e o provoco quando ameaço a voltar a chupar, mas não o faço. Suas mãos vão até o meu cabelo e ele me guia de volta pra ele. Desisto de provocá-lo e continuo a chupá-lo.
Ele pega uma camisinha no porta-luvas e a veste. Ergui meu corpo para que ele pudesse introduzir seu membro em minha entrada. Descendo lentamente, sinto cada centímetro de seu membro entrar em mim. Minhas unhas vão deixando lindos rastros vermelhos por todo o seu corpo. Sinto suas mãos em minha bunda novamente e então ele me ajuda com o sobe e desce. A ponta de seu nariz passa pelo meu nariz e minha bochecha. Depois ele volta a me beijar e eu gemo contra seus lábios. Continuo com o sobe e desce e vez ou outra eu invisto em algumas reboladas. Suas mãos percorriam todo o meu corpo e acariciavam minha bunda e meus seios, e por Deus, como as suas caricias são gostosas. Depois de mais algumas investidas finalmente gozamos e por fim ele abraça meu corpo, pressionando-me contra si. Sua mão acaricia minhas costas e ele deposita um beijo carinhoso em meu pescoço. Adoro o jeito carinhoso que ele me trata após o sexo.
- Lembra que você falou sobre exclusividade?
- Uhum. - Eu murmuro em seu ouvido.
- Estou começando a achar que é uma boa ideia.

Capítulo 20


Narrator's POV
- Eu não quero fazer isso. - disse apreensiva.
segurou suas mãos firmemente, tentando encorajá-la.
- Infelizmente você precisa.
- Você não entende, ! - Ela disse com lágrimas nos olhos. - Como que eu vou conseguir me olhar no espelho depois? Como eu vou conseguir olhar para você?
- Pelo amor de Deus, não fale besteiras!
- , sua vez. – O cabelereiro chamou.
- Pronta? - perguntou e assentiu, mesmo não estando preparada.
- Você não precisa ir junto...
- Mas eu quero.
- , vai ser horrível.
- Eu não me importo.
- Sente-se aqui, querida. - O cabeleireiro disse apontando para a cadeira. - Posso começar?
- Pode.
ficou agachado em frente a cadeira da garota, segurando as mãos dela. Assim que o cabeleireiro começou a cortar algumas madeixas, começou a chorar.
Agora era mais real do que nunca.
tinha seus olhos fechados enquanto seu cabelo era cortado. Ela não queria ver. Não queria ver no que estava se transformando.
Tudo piorou quando ela escutou a máquina ser ligada. As lágrimas começaram a cair mais ainda e ela pode sentir apertar mais forte suas mãos.
Queria tanto que isso fosse apenas um pesadelo. Estava apavorada e sem saída.
Sentiu a máquina sendo passada por toda a sua cabeça e começou a soluçar.
Estava sendo fraca por não saber mais onde achar forças para se manter erguida.
- Pronto, já acabou.
Ainda apreensiva, abriu vagarosamente os olhos e enfim se olhou no espelho.
Não. Não podia ser real.
Involuntariamente suas mãos foram até a sua boca, como se ela quisesse evitar que algum grito saísse de lá. As lágrimas caiam com força dos olhos de assim como dos de .
- Me diz que isso não é real. - Ela sussurrou para ele.
- Está tudo bem. - Ele disse e em seguida a abraçou. - Vai crescer de novo e você vai ficar bem.
- Eu estou ridícula.
passou seu polegar pelo caminho que as lágrimas dela faziam e admirou a menina. .
"Puta que pariu, eu estou muito apaixonado por ela."
Estava louco por ela e finalmente conseguia perceber isso.
Mas será que ela sentia o mesmo?
- Você pode tentar de tudo, mas jamais ficará ridícula, . Você é linda e eu já te disse isso antes.
- Eu não posso aparecer assim, ! Ninguém pode saber.
- Tudo bem, nós podemos ir comprar uma peruca.
Em seguida ele beijou os lábios da menina carinhosamente e a abraçou. Queria mostrar que estaria do lado dela até ela vencer essa terrível luta contra o câncer.
•••

's POV
Me encarei no espelho diversas vezes. Não conseguia me acostumar com a ideia de ter que usar uma peruca. No mesmo dia em que eu fui raspar a cabeça, foi junto comigo achar uma peruca que fosse do mesmo tom que meu cabelo tinha, mas não encontramos nenhuma. Então estou usando a desculpa de que eu resolvi mudar de visual.
Ele insistia em ficar por perto, e, por mais que eu pedisse, o desgraçado não me deixava em paz. Eu não queria que ele me visse nesse estado. Não queria que ninguém me visse nesse estado.
Mas ao mesmo tempo eu não queria manda-lo embora porque a sua presença era tudo o que eu mais precisava.
Como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente, essa semana eu tive que voltar para as salas de aula para poder fazer as provas finais, e com isso tive que aturar Chloe.
Desde que eu comecei o tratamento eu faltei bastante aulas, mas ninguém veio me perguntar o motivo. Nem mesmo ela. Porém, quando eu voltei essa semana ela tentou falar comigo várias vezes.
Chequei pela última vez meu visual para a festa de encerramento do semestre. Estava usando um vestido longo vermelho. Eu estava muito magra graças a grande quantidade de remédios que estava tomando, que me faziam perder o apetite.
Ouvi as batidas na porta e quando a abri encontrei incrivelmente sexy usando um smoking.
- Acho que eu preciso de ajuda com essa gravata. - Ele disse timidamente.
- Então você veio ao lugar certo.
Cheguei mais perto dele e comecei a dar o nó em sua gravata. Meu corpo congelou quando senti suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto do seu corpo.
- Você está incrivelmente linda e sexy essa noite. - Ele murmurou.
Eu não sei o que acontecia comigo, mas eu perdia totalmente o controle sobre meu corpo quando ele fazia coisas desse tipo.
- Acho que eu posso dizer o mesmo sobre você.
Aproximei minha boca da dele e puxei seu lábio inferior entre meus dentes. Em seguida juntei nossas bocas e dei início a um beijo carinhoso. Mas antes que ele pudesse esquentar as coisas eu o interrompi.
- Precisamos ir.
- Ok. Mas depois vamos continuar de onde paramos...
- Vou pensar no seu caso. Você já terminou com a Chloe? Não podemos chegar juntos se você ainda não terminou com ela.
- Não posso terminar algo que nunca existiu.
- ...
- Faz um bom tempo que eu não falo mais com ela.
- Quanto tempo?
- Desde que eu comecei a me envolver com você, meu amor. – Ele disse sorrindo e eu confiei.
•••

O salão de festas estava todo decorado e lotado. A festa era apenas para os veteranos, mas mesmo assim estava lotada.
Eu e ficamos parados perto de um dos balcões onde estavam servindo bebidas enquanto as pessoas iam chegando. O DJ tocava Shut Upand Dance e todos dançavam animadamente.
- Quer dançar? - perguntou.
- Pode ser, mas eu não garanto que não irei desmaiar no meio da dança.
- Você está bem? - Ele parecia preocupado.
- Só estou me sentindo um pouco fraca.
- Vamos procurar um lugar para sentar.
- Não. Eu quero dançar com você e aproveitar a festa. Você sabe... Não sei se estarei aqui no ano que vem. - Falei com um certo desapontamento.
- Eu já disse para você não falar assim... Você vai passar por cima disso tudo, .
- Espero que você esteja certo. - Sorri e o puxei para o meio da pista de dança.
Não consegui ficar cinco minutos dançando com , pois Chloe chamou a turma de designer de moda no palco. Ela olhava para mim com uma certa fúria e eu sabia exatamente o motivo.
- Eu já volto. - Sussurrei no ouvido de .
- Tudo bem.
Subi no palco e tentei ficar escondida no meio das meninas, para ninguém notar minha presença.
- Esse ano foi um grande ano para nós, estudantes de moda. - Chloe começou a falar. - Como nova líder de turma eu gostaria de parabenizar todas! Especialmente você, . - Não entendi onde ela queria chegar, mas gelei quando escutei-a chamar meu nome. - sempre foi nosso destaque, não é mesmo? - Sorri constrangida. - Você fez grandes desfiles esse ano, com o meu namorado, . - O que essa vadia pensa que está falando? - Mas você sumiu nos últimos meses. Por que, ? Por onde você esteve? Todos sentimos sua falta. - Ela forçou uma cara triste. - Mas essa semana você apareceu novamente com esse visual diferente. Seu cabelo está tão bonito... - Ela começou a passar a mão pela minha peruca e então eu entendi tudo. Ela sabia. Eu não sabia como ela havia descoberto, mas ela sabia e agora queria me humilhar na frente de todo mundo. - Ops! - Ela disse antes de puxar minha peruca e me expor para todos presentes no salão. Todos me encararam assustados e alguns começaram a rir, incluindo Chloe, e eu comecei a chorar. Eu precisava sair daquele palco. – Acho que agora sabemos o porquê do seu sumiço da faculdade e da cama dos garotos, vadia.
Sai do palco correndo e fui em direção ao meu dormitório. Não me dei o trabalho de fechar a porta, apenas me joguei na cama e comecei a chorar e soluçar.
Por que ela estava fazendo isso comigo?
Por que ela me odiava tanto?
Por que tudo isso estava acontecendo?

- ! - Escutei alguém gritar do outro lado da porta e antes que eu pudesse me levantar para trancá-la, entrou no quarto.
- VAI EMBORA, JOSH! - Gritei
- Shhhh.- Ele se sentou na cama e me pegou no colo, envolvendo meu corpo com seus braços protetores. - Não liga para ela, . Tudo o que ela quer é te colocar para baixo. – Ele apertou ainda mais meu corpo contra o seu e beijou meu rosto.
- E ela conseguiu.
- Não, não a deixe fazer isso.
- Vai embora, .
- Eu não vou.
- Por que não? - Eu o encarei e fiz a pergunta em meio ao choro. - Por que você se importa tanto comigo?
E a resposta que ele me deu me deixou sem palavras e sem reação. Eu não sabia se era real ou se eu estava tendo algum tipo de alucinação.
- Porque... Porra, . Porque eu te amo.

Capítulo 21


não estava se sentindo bem.
Sua cabeça girava e parecia que ela iria cair a qualquer momento.
tinha acabado de dizer que a amava?
Ou tudo isso era um sonho?
Ela tinha acabado de ser humilhada por Chloe, sua ex melhor amiga, na frente de todos?
Ou isso era um pesadelo?
Sua dor de cabeça só aumentava, e de repente tudo ficou escuro.
•••

entrou apavorado no hospital.
estava apagada em seus braços e ele ainda estava sem reação.
O que poderia ter acontecido?
Ela simplesmente apagou.
Suas mãos tremiam contra o corpo da garota em sinal de nervosismo.
Assim que cruzou a porta de entrada chamou uma enfermeira e lhe explicou toda a situação.
- Ok, quem é o médico dela? - A enfermeira perguntou.
- Doutor Simon.
- Eu vou chamá-lo agora mesmo.
- Ela vai ficar bem, não vai?
- Eu não sei qual é o estado da paciente. Preciso que você se acalme e espere aqui. Assim que eu tiver notícias eu volto aqui.
- Tudo bem.
Algumas lágrimas insistiam em cair dos olhos de .
Tudo aconteceu tão rápido.
Em um momento ele estava falando para que a amava e no outro ela estava desmaiada no chão.
Ele estava apavorado.
Estava com medo de que o pior pudesse acontecer.
O pior não podia acontecer. não merecia isso.
Ele não sabia o que fazer.
Não sabia se deveria ou não informar alguém da família dela.
Não, não poderia trair a confiança que ela tinha nele.
Seus olhos acompanhavam o ponteiro do relógio, parecia que o tempo não passava e cada vez ele ficava mais agoniado com a falta de notícias.
Seu coração bateu mais rápido ao ver a enfermeira sair pela porta, mas sem ao seu lado.
Droga! O que será que havia acontecido?
- Você pode entrar agora. - Ela disse.
Isso era um bom sinal, não era?
suspirou aliviado ao entrar no quarto e ver que estava acordada. Não disse nada, apenas foi até ela e a abraçou.
- Droga , você quase me matou de susto.
- Me desculpe por isso. - Ela disse com a voz sonolenta
. - Como você está?
- Estou bem agora.
ainda sentia sua cabeça latejar, mas já estava se sentindo um pouco melhor.
- , seus exames novos estarão prontos em uma semana. – O médico disse quando entrou novamente no quarto.
- Ok.
- Você está liberada. Vou pedir para a Anne te ligar para marcar seu retorno.
- Tudo bem. Obrigada, doutor Simon.
- Se cuide menina.
•••

- O que aconteceu? - perguntou assim que os dois entraram no carro.
- Foi apenas um mal estar por causa dos remédios. - respondeu.
- Você vai ficar bem?
- Espero que sim, tudo depende dos resultados dos exames.
- Você precisa descansar agora. Já pensou onde vai passar as férias?
- Não faço ideia. Acho que vou alugar um apartamento.
queria dizer ela podia ficar na casa dele, mas não queria se precipitar.
O caminho até a faculdade foi tranquilo, porém, quando chegaram no dormitório de , tiveram uma surpresa nada agradável.
A mãe e o irmão de estavam parados em frente ao dormitório.
O corpo da garota congelou.
O que aquela mulher estava fazendo ali?
- ! - A mais velha disse.
- O que você está fazendo aqui?
- me ligou...
- Saia da minha frente, Jeanine.
- Lotie, você precisa me contar o que está acontecendo.
- Eu não vou contar nada para você, não te devo satisfações.
- Char, escute a nossa mãe. – pediu.
- Cale a boca , eu não quero falar com você também.
- É verdade o que estão dizendo? - perguntou. – Estamos preocupados.
Os olhos de se encheram de lágrimas.
Ela costumava ser bem próxima de e agora ele nem se quer sabia o que estava acontecendo com ela.
- Eu quero que vocês dois saiam da minha frente agora! - Ela gritou e entrou no dormitório junto com . Sua mãe ainda tentou entrar no local, mas foi mais rápida e fechou a porta.
- Uma hora você vai ter que nos escutar! – escutou sua mãe gritar do lado de fora do dormitório, mas apenas ignorou, não podia se estressar com a sua mãe agora.
A garota se deitou em sua cama e então se permitiu chorar de verdade.
Tudo estava um caos.
Se sentia péssima por não conseguir compartilhar seu sofrimento com sua família. Era horrível saber que a única pessoa que ela confiava de verdade era , um cara que ela não sabia se estaria até o final com ela.
- Tem certeza que não quer falar com ela? – Ele perguntou.
- Tenho. Essa mulher só me traz coisas desagradáveis.
- Você não pode enfrentar isso tudo sozinha, talvez ela possa ajudar.
- Não . Eu não confio nenhum pouco nela, não depois de tudo o que ela me fez. Eu odeio ela.
- E o ? Não acha que ele tem o direito de saber a história toda?
- Quem sabe em outra hora.
acabou desistindo. Sabia que não era uma boa hora, mas queria saber se tinha mais alguém com quem pudesse contar.
não queria contar nada a ninguém, só queria que esse pesadelo acabasse logo.
O garoto estava pronto para se deitar ao lado dela, mas foi interrompido por algumas batidas na porta.
- Deixa que eu atendo. - Ele disse.
não acreditou quando viu que era Chloe que estava do outro lado da porta.
No mesmo instante fechou a porta para que não percebesse a presença da garota ali.
- O que você quer, Chloe? - Ele perguntou impaciente.
- É verdade o que estão falando?
- O que estão falando?
- Que ela está com câncer.
- Isso não é da sua conta, Chloe.
estava pronto para voltar para o dormitório, mas ela o puxou pelo braço.
- Eu quero pedir desculpas para ela.
- O que você fez não tem desculpa, Chloe. Você tem noção do que fez?
- Me perdoe , eu não sabia de nada. – Ela suplicou, mas a ignorou, pois a conhecia muito bem.
- O que você fez foi cruel.
- Como você consegue ficar com ela? Ela tem câncer. Ela vai morrer!
- Ela é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Eu amo ela.
- Não, você não ama. Você me disse que não era capaz de se apaixonar por alguém.
- Eu não sabia que era capaz até conhecê-la.
- Você está cometendo um grande erro em me trocar por ela.
- Tenho certeza que valerá a pena. Agora some daqui, Chloe.
- Você vai se arrepender de ter me jogando fora.
bufou e voltou para o dormitório.
- Quem era?
- Chloe.
A garota sentiu raiva só de ouvir o nome de Chloe.
Estava com muito nojo da ex - amiga e tudo o que mais queria era não ter que vê-la por um bom tempo.
- O que ela queria?
- Nada que preste.
- Obrigada por dispensá-la, não quero vê-la nunca mais na minha frente.
- Espero que ela não volte a te incomodar.
se deitou ao lado de na cama e puxou o corpo da garota para perto do dele.
- Você precisa descansar. – Ele sussurrou no ouvido dela.
- Eu sei, mas não sei se consigo.
- Relaxe.
beijou o pescoço quente dela e depois sua bochecha, enquanto suas mãos passeavam e faziam carinho pelo braço da garota.
- Eu não vou relaxar até saber os resultados dos exames.
- Você vai ficar bem. – Ele disse tentando confortá-la.
- Eu espero que sim.
- Tente dormir.
se aconchegou nos braços de e ele continuou acariciando seu corpo e distribuindo beijos pelo seu pescoço e rosto.
- Você se lembra de alguma coisa que aconteceu antes de você desmaiar? - perguntou curioso.
- Algumas.
Mentira.
Ela se lembrava de tudo, mas não estava preparada para dizer que o amava também.
Ela poderia não sobreviver e não queria machucar o garoto.
Não demorou muito para que estivesse dormindo nos braços de , mas ao contrário dela, o garoto não conseguiu dormir.
Ele só conseguia pensar no fato de não sentir o mesmo por ele.
Ou ela não sentia o mesmo ou ela realmente não se lembrava do ocorrido.
Estava começando a se arrepender de ter pronunciado aquelas malditas palavras.
•••

Já havia se passado uma semana desde o dia em que havia passado mal e então o dia da tão esperada consulta havia chegado.
- Tem certeza que não quer que eu entre com você? - perguntou ainda dentro do carro.
- Tenho. Eu preciso fazer isso sozinha.
- Tudo bem, boa sorte.
Ele depositou um beijo carinhoso no topo da cabeça da garota e então ela entrou no hospital e seguiu para a sala do doutor Simon.
- Boa tarde , como vai? - O doutor disse assim que a garota entrou na sua sala.
- Bem, por enquanto.
- Eu vou ser breve, como sempre.
- Pode falar.
As mãos de suavam em sinal de nervosismo. Ela não estava preparada para receber uma má noticia e a notícia que recebeu só a deixou mais amedrontada e insegura.
- Conseguimos diminuir seu tumor, agora você está pronta para fazer a cirurgia da retirada da mama.

Capítulo 22


Os boatos corriam por todos os corredores da universidade é todos já estavam sabendo da situação da garota.
ainda estava trancada em seu quarto. Não tinha coragem e disposição para sair pela porta e enfrentar tudo e todos.
Não queria ter que falar sobre a sua doença para todos.
Isso estava matando-a.
Não tinha nem coragem de falar sobre a doença com o seu próprio irmão!
Só queria voltar para a sua vida normal. Queria poder sair na rua sem que os outros a questionassem ou a olhassem com pena.
Queria se livrar logo dessa doença maldita que a cada dia estava a destruindo mais.
Se obrigou a levantar da cama e ir tomar um banho.
Ligou o chuveiro e logo sentiu a sensação gostosa da água morna escorrendo pelo seu corpo.
As dores de cabeça e pelo corpo eram frequentes e ela já não sabia mais o que fazer para evitar isso.
Precisava se preparar psicologicamente para uma possível cirurgia. Nunca imaginou que tudo fosse passar tão rápido. Mal havia começado a quimioterapia, não estava preparada para uma cirurgia.
''Seja forte'' era o que ela repetia mentalmente para si mesma todos os dias.
Depois de ficar cerca de meia hora perdida em pensamentos em baixo do chuveiro, ela finalmente finalizou seu banho.
Colocou um pijama confortável, já que não estava afim de sair para nenhum lugar, e mais uma vez se pegou encarando seu reflexo no espelho.
Estava ridícula. Quando se tornou assim?
Além da falta de cabelo, também estava muito magra e pálida. As olheiras do cansaço eram visíveis até mesmo de longe.
Não sabia mais o que fazer para melhorar.
Por mais que estivesse a apoiando 24 horas por dia, ela não sabia mais onde buscar forças para continuar firme.
Estava prestes a desistir.
Escutou o barulho de alguém batendo na sua porta e nem se deu o trabalho de colocar a peruca, já imaginando quem estaria ali.
Porém, foi pega totalmente de surpresa ao descobrir que quem estava ali era Peter, e não .
- Peter, o que está fazendo aqui? - Ela perguntou surpresa.
- Podemos conversar? É importante. - Ele disse com uma expressão preocupada em seu rosto.
- Tudo bem, entre. - Ela disse e deu passagem para que ele passasse. Os dois se sentaram na cama e então Peter soltou uma respiração pesada.
- Como você está? - Ele perguntou.
- Cada dia pior. - Ela disse e sorriu desanimada.
- Eu sinto muito, você não merece nada disso.
Ela simplesmente odiava quando as pessoas vinham com esse papo furado.
- Acredito que esse não é motivo para você ter vindo até aqui. - Ela disse.
- Não, não é.
- Então diga logo o que aconteceu.- Ela pediu.
Peter decidiu que era hora de contar a toda a verdade.
Percebeu que o que havia feito era muito errado e injusto com a garota que um dia ele disse amar.
- Eu não sei como te falar isso...
- Peter, fale logo, você está me deixando nervosa.
- , você nunca vai me perdoar, mas você precisa entender que eu estava com muita raiva naquele momento. Eu era apaixonado por você e você simplesmente me recusou...
E então ela sentiu seu corpo inteiro estremecer.
- Peter... – Ela sussurrou nervosa.
- Deixe-me continuar. - Ela a interrompeu. - Não foi só culpa minha, foi culpa da Chloe, ela que armou tudo.
- Peter, por favor, não me diga que é o que eu estou pensando.
já sentia as lágrimas de desespero se formarem em seus olhos.
Estava começando a ficar apavorada.
- Sim, , era eu naquela noite no beco. Fui eu quem tentou te violentar, mas a ideia foi toda da Chloe. - Ele desabafou por fim.
Ela sentiu seu coração começar a bater de uma forma desesperadora.
Sentiu seu corpo inteiro estremecer e em seguida amolecer.
Sentiu as lágrimas caírem de seus olhos.
Sentiu o nó se formar em sua garganta.
Sentiu o grito de dor ecoar pelo quarto.
Sentiu sua mão arder após acertar o rosto de Peter.
Sentiu que não conseguia mais manter o controle.
Partiu para cima dele e o socou até seus braços começarem a doer, e então se lembrou de Chloe.
Saiu correndo pelos corredores a procura da ex-amiga.
Sentia-se fraca, como se fosse desmoronar a qualquer momento, mas se obrigou a manter-se forte.
Não queria acreditar.
Não queria acreditar no que havia acabado de escutar.
Era crueldade demais.
Era dor demais para ela aguentar.
Por quê? Por que comigo? Ela pensava.
Socou a porta do dormitório de Chloe e não demorou muito para que a porta se abrisse, revelando a pessoa que queria matar no momento.
- Como você foi capaz de fazer uma coisa dessa, sua nojenta? - perguntou com raiva.
Chloe ficou assustada ao ver o estado da garota a sua frente e resolveu recuar para trás.
logo partiu para cima dela e a empurrou com toda a força possível contra a parede. Em seguida começou a bater e a socar a garota a sua frente.
A raiva estava tomando conta dela.
Tudo o que ela queria era que essa dor fosse embora, que esse pesadelo chegasse ao fim.
Achou que batendo em Chloe a dor iria sumir, mas a garota já estava sangrando e a dor simplesmente não sumia.
Era incurável.
- Por que, Chloe? Por quê? - Ela perguntou em meio aos soluços, sem parar de estapear a garota a sua frente.
- Oh, você finalmente descobriu? – Ela debochou. - Você sabe muito bem, . - Ela disse em tom irônico. - Você sempre se deu bem, você sempre tirou tudo de mim!
- Do que você está falando?
- Não se faça de sonsa. Você sempre conseguiu tudo. Fama, popularidade, reconhecimento e garotos. Você sempre conseguia tudo o que eu queria, até o meu namorado você roubou de mim!
- Você é louca! - gritou. - Eu tenho nojo de você. Tenho nojo de ter confiando em você. Você vai pagar caro por ter destruído minha vida, Chloe.
saiu apressadamente do dormitório da garota antes que acabasse fazendo besteira.
Precisava se acalmar.
Como iria imaginar que Chloe e Peter seriam capazes de fazer algo tão desumano? Como iria imaginar que Chloe é tão invejosa e rancorosa?
Era tudo culpa de Chloe e Peter.
As noites mal dormidas, as preocupações e o trauma obtido. Tudo era culpa dos dois.
Sentia nojo e raiva ao lembrar que já teve relações íntimas com Peter e que algum dia já foi amiga de Chloe.
Decidiu que iria até a delegacia.
Precisava fazer isso, prometeu a si mesma que os dois iriam pagar por tê-la feito sofrer tanto.
Caminhou até o seu quarto, mas seu caminho foi interrompido por .
- O que aconteceu? - Ele perguntou preocupado.
- N-Nada. - Ela soluçou e agarrou o corpo de . Ele a abraçou forte e ela descansou sua cabeça no peito dele enquanto derramava suas lágrimas.
- , você está tremendo. O que aconteceu?
- Eu... Eu descobri que foi o Peter que tentou me violentar a pedido da Chloe. - Ela falou rapidamente.
olhou para ela incrédulo.
O ódio cresceu dentro dele.
Iria acabar com a raça dos dois que haviam feito sua amada sofrer tanto.
- Você só pode estar brincando. - Ele disse ainda sem acreditar no que a garota acabara de dizer.
- Bem que eu gostaria.
- Eu vou acabar com esse filho da Puta. - Ele largou a garota e já estava pronto para ir em direção ao dormitório de Peter.
- Depois você vai. - Ela o puxou pelo braço. - Agora eu preciso que você vá comigo á delegacia.
- Você tem certeza?
- Sim, . Eu preciso fazer alguma coisa. Eu preciso fazer justiça. Eu fui abusada por esses dois e isso é crime.
- Vamos logo.
•••

- Senhorita , sua vez. - Escutaram o delegado chamar.
- Quer que eu vá com você? - perguntou.
- Não, eu quero fazer isso sozinha.
- Tudo bem, boa sorte. - Ele depositou um beijo na mão dela e ela sorriu fraco.
Em seguida ela entrou na sala e se sentou na cadeira disponível.
Ela estava acabada.
Seu rosto estava inchado de tanto chorar e ela não estava usando sua peruca.
- Então, o que houve? - O delegado perguntou sério.
- Eu quero denunciar um abuso.
- Hm, certo. Quando aconteceu?
- Há alguns meses atrás.
- E porque você só está fazendo a denúncia agora?
- Porque só agora que eu descobri quem é o culpado. Porque só agora eu tomei coragem e percebi o quanto isso está me afetando. Eu preciso ver os dois atrás das grades.
- E você tem alguma prova?
- Prova? Os dois confessaram para mim o que fizeram! - Ela disse irritada.
- Sinto muito, mas eu preciso de provas.
- Você só pode estar brincando com a minha cara.
- Arrume alguma prova concreta e então eu poderei ajudá-la.
não disse mais nada, apenas deixou a sala sentindo as lágrimas se formarem novamente.
Estava cansada de chorar.
Estava cansada de sofrer.
Estava cansada de se sentir franca.
Mas o que poderia fazer?
Todo dia era uma notícia ruim diferente.
Estava prestes a desistir de tudo.
Estava prestes a desistir da vida.

Capítulo 23


O grande dia havia chegado.
O pior dia da vida de .
Ela já estava deitada na sala de cirurgia e estava ao seu lado, segurando sua mão e tentando confortá-la.
acabou optando pela cirurgia, pois queria se ver livre do câncer. A cirurgia dava 90% de chance de cura. Não garantia totalmente que ela nunca mais teria desenvolveria a doença, mas queria se prevenir o máximo possível.
Ambos estavam sofrendo.
Ambos estavam amedrontados.
A cirurgia tinha tudo para dar certo, mas ninguém sabia como seria a vida de depois.
O tratamento ainda continua durante alguns meses, e durante esse tempo muitas coisas podem acontecer. Ela poderia ficar 100% recuperada e voltar a sua vida normal, ou poderia regredir e descobrir novos tumores.
O que todos mais queriam é que ela se recuperasse logo e voltasse a ser a antiga forte e confiante.
O último mês, mês em que ela se preparou para fazer a cirurgia, foi terrível tanto para ela quanto para .
passava mal quase todos os dias e a sua fraqueza só aumentava.
Teve que passar praticamente o mês inteiro, a base de remédios, trancada em um apartamento que alugou. Mas durante todo esse período ficou forte e ao seu lado.
Não havia dúvidas de que ambos estavam apaixonados um pelo outro. No começo foi difícil para ambos admitirem para si mesmos, mas agora não adiantava mais esconder o óbvio.
ainda não havia dito a o quanto o amava e o quanto era grata a ele. Não sabia qual era o momento certo para isso.
Ao mesmo tempo que achava melhor deixar essa tempestade passar para só então contar, também tinha medo de não resistir á cirurgia e ao tratamento, e ele nunca saber de nada.
- Vai dar tudo certo, ok? – disse para ela, a despertando de seus pensamentos aleatórios. – Eu vou estar ali no corredor.
Ela assentiu e tentou sorrir para ele.
estava muito fraca e pálida. Passou muito mal nas últimas semanas, mas não saiu de perto.
Ela já estava pronta para a cirurgia, só faltava os médicos chegarem.
- Eu... Eu não sei se você lembra, mas... - tentou começar a falar, mas o nervosismo tomou conta de si. Suspirou e tentou continuar. Precisava falar aquilo de uma vez. – Eu não sei se você lembra, mas eu já disse que te amo. Antes eu não tinha certeza, mas agora eu estou te dizendo isso com toda a certeza do mundo. Eu te amo, .
A garota sentiu as lágrimas se formarem nos seus olhos. Sentiu seu coração começar a bater mais forte. Sentiu um formigamento percorrer todo o seu corpo e um sorriso enorme se formou em seu rosto.
Ela estava sonhando ou estava falando novamente que a amava?
Então era verdade.
Ele finalmente estava admitindo.
Ele a ama assim como ela o ama.

O sentimento de alívio invadiu ao ver o enorme sorriso estampado no rosto da amada.
O ''Eu te amo'' que parecia tão impossível de ser dito por ele finalmente foi falado para a pessoa certa.
- Eu também te amo, , e eu não descobri isso hoje. admitiu com um sorriso enorme no rosto.
depositou um beijo na testa dela e a encarou.
- Logo você vai acordar desse pesadelo e nós vamos poder construir nossa vida juntos, tudo bem?
Mais uma vez ela assentiu.
Ele queria ter um futuro com ela.
- Eu vou estar te esperando lá fora quando você acordar. Vai dar tudo certo, meu amor. – Ele disse por fim e depositou um beijo nos lábios dela quando viu os médicos entrarem na sala para dar início á cirurgia.
•••

piscou várias vezes até que conseguiu abrir seus olhos completamente, mas sua visão ainda estava meio embaçada e sua cabeça doía um pouco. Era o seu último dia no hospital e ela já estava se sentindo muito melhor do que nos últimos dias, apesar de ainda não estar se sentindo completamente bem.
- Está tudo bem, , logo você irá se recuperar por completo. – Ela ouviu alguém dizer enquanto encarava o teto completamente branco.
No dia anterior ela recebeu uma visita inesperada de sua mãe e de seu irmão, e tiveram uma longa conversa. sabia que guardaria uma mágoa eterna de sua mãe, mas resolveu propor uma trégua. Ela sabia que o processo de recuperação da cirurgia não seria fácil e não queria se estressar com sua mãe durante esse período. prometeu que faria de tudo para ficar mais próximo da irmã, e ela ficou feliz com isso.
Fora isso, foi quem passou todos os dias com ela, apesar de ela ter dormido na maior parte do tempo.
- Você pode tomar um banho e então está liberada para ir embora. - O médico disse.
Foi então que o corpo da garota entrou em choque.
Tomar banho significava que ela finalmente veria o resultado da cirurgia.
Não, ela ainda não havia criado coragem para ver como seu corpo havia ficado após a cirurgia.
Estava morrendo de medo.
- Prefiro tomar em casa, por favor. – Ela pediu, tentando adiar o momento.
- Tudo bem, seu namorado está esperando na recepção.
Ela sorriu ao ouvir a palavra namorado sendo referida a . Sabia que no momento não eram nada, mas gostava da ideia de ter um futuro com ele.
A enfermeira a ajudou a vestir uma roupa qualquer e então a levou até a recepção. foi correndo até ela e a abraçou receosamente. Estava com medo de machucá-la, mas estava morrendo de saudades da sua menina.
- Como você está? – Ele perguntou baixinho próximo ao ouvido dela.
- Bem. – Ela disse sem demonstrar nenhuma emoção. – Só quero ir para casa.
Os dois não conseguiram conversar nos dois últimos dias pois ainda estava muito fraca, mas sabia que agora teriam todo o tempo do mundo para conversar. Estava com medo de como ela iria reagir diante da situação. Sabia que não estava sendo nada fácil para enfrentar tudo isso sozinha. Sabia que agora ela precisaria dele mais do que nunca.
O caminho até o novo apartamento de foi rápido e silencioso. Ao chegar no local, pegou algumas coisas no seu closet e se trancou no banheiro sem dizer uma palavra sequer para , que estranhou toda a situação.
Ela decidiu que era hora de encarar sua nova realidade.
Respirou fundo e começou a se despir.
Ao encarar seu reflexo nu no espelho as lágrimas e o choque foram imediatos. O corte profundo em um dos seus seios estava bem visível e feio, além de sua cabeça raspada ainda chamar atenção.
Ela estava como nunca imaginou que estaria.
Ela não conseguia encarar. Não conseguia aceitar.

Logo o desespero a atingiu e ela começou a soluçar, chamando a atenção de que correu até a porta do banheiro.
- , o que está acontecendo? – Ele perguntou um pouco desesperado, mas a única resposta que obteve foram os soluços da garota. – Char, abre a porta para mim, por favor. – Ele tentou pedir pacientemente.
O silêncio se instalou no local mas ele ficou aliviado ao escutar a porta sendo destrancada.
Ele viu que a garota estava encolhida num canto, chorando, apenas enrolada em uma toalha e então perguntou:
- O que aconteceu?
- Eu... Eu nã-não consigo... – Ela tentou falar entre os soluços mas conseguiu entender perfeitamente o que ela queria dizer.
Ele caminhou até ela e a abraçou. A garota se sentiu mais confortável ao sentir os braços quentes do garoto a envolverem e ele sentiu o quanto o corpo dela estava tremendo.
- Você vai ter que encarar isso, meu amor, é a sua realidade agora. Só não se esqueça que eu estou aqui do seu lado. – Ele disse pausadamente, mas não obteve resposta da garota.
Ele se afastou dela e levou uma de suas mãos até a toalha que estava enrolada ao redor do corpo dela.
- Confia em mim? – Ele perguntou e ela assentiu com a cabeça no mesmo momento.
Ele puxou a toalha deixando a garota completamente nua. Ele a encarou e em seguida a abraçou novamente e a guiou até o espelho. Ele se posicionou atrás dela e cobriu o seio com a sua mão, deixando apenas a marca da cirurgia aparente. não conseguia encarar o espelho, apenas o chão.
- Essa marca significa que você foi forte e sobreviveu, . Eu sei que vai ser difícil para você encará-la, mas ela faz parte de você agora. – Ele disse perto do ouvido dela e então, ainda em prantos, ela criou coragem para encarar o espelho. – Isso não vai ser capaz de tirar a sua beleza. Acredite em mim, é impossível você perder a sua beleza. Não estou falando apenas da sua beleza exterior, mas da sua interior também. Nós podemos dar um jeito na parte exterior, o médico mesmo disse que existem cirurgias estéticas para isso, você só não pode acabar com a interior. Você não pode deixar que isso acabe com a sua autoestima. Você não pode deixar que isso te destrua. Você foi forte o suficiente para aguentar todo o tratamento, e eu sei que você vai ser forte o suficiente para se recuperar. Você sempre foi forte e encarou tudo, não pode ser diferente agora. E sabe o que é o melhor de tudo? Agora eu vou estar aqui do seu lado, porque eu te amo. – Ele disse tímido e ela conseguiu sorrir em meio as lágrimas, que agora eram de emoção. – Eu quero que você compartilhe da sua dor comigo e eu quero estar presente na sua vida. Eu sei que no início eu mostrei ser o pior cara do mundo, mas eu juro que aquele moleque infantil e idiota não existe mais. Você me fez enxergar muitas coisas, . Você fez com que eu crescesse como homem e deixasse de ser aquele moleque. Isso tudo porque você sempre me mostrou que merecia um homem ao seu lado, e não um moleque. Acho que eu estou pronto para ser esse homem. Mas o que eu quero saber é se você quer construir uma vida comigo. Quero saber se você quer ser minha namorada. – Ele disse tímido mais uma vez e ela gargalhou.
- Não acredito que você acabou de me perguntar isso. – Ela disse com um sorriso bobo e ele escondeu o rosto na curva do pescoço dela. – É claro que eu quero ser sua namorada. – Ela admitiu e ele voltou a encarar o reflexo dos dois no espelho. – Mas e você, quer ser meu namorado, ?
- É o que eu mais quero. – Ele sorriu, girou o corpo dela e a beijou com desejo e paixão.
E ali estavam duas pessoas completamente vazias se preenchendo.
Duas pessoas que jamais pensaram que pudessem amar de forma tão intensa.
Duas pessoas desacreditadas criando novas esperanças.

- Obrigada, por tudo! – Ela disse por fim.
Nunca duvide do amor.

Capítulo 24


Um ano e meio depois...

Parecia ser um flashback, mas era só mais uma terrível cena na minha vida real. Quase dois anos desde o pior dia da minha vida e aqui estava eu de novo na sala do Doutor Simon.
Desde a cirurgia eu continuei indo frequentemente em consultas médicas, mas há algumas semanas comecei a ter vários sintomas suspeitos, então procurei imediatamente o Doutor Simon de novo e fiz novos exames. Não contei nada a . Não queria preocupá-lo à toa.
O medo de um novo câncer ter surgido era enorme.
Meus pés batiam freneticamente contra o chão involuntariamente e minhas mãos suavam.
O medo se tornou maior quando o médico entrou no consultório. Eu estava esperando o pior, mas não estava preparada.
- Você pode ficar tranquila, . Não há nenhum sinal de um novo tumor.
Suspirei aliviada assim que ouvi suas palavras.
- Esses são sintomas de uma gravidez, minha querida. Parabéns, você será mamãe. – Ele disse sorrindo e o chão abaixo dos meus pés pareceu sumir.
Grávida?
Não podia ser verdade.
Não existiam chances disso acontecer agora.

- G-grávida? – Perguntei gaguejando, tentando me convencer de que havia ouvido tudo errado.
- Sim. Grávida de seis semanas.
- Isso... Isso não é possível. Como isso pode ser possível, doutor?
- Se você se refere ao fato de você ter tido câncer, geralmente as possibilidades se tornam maiores depois de dois anos após o término do tratamento, mas pode chegar a acontecer antes, como é o seu caso. Você está saudável agora, , só terá que fazer um bom acompanhamento médico durante a gravidez.
- O que você quer dizer com isso? – Perguntei ainda mais nervosa.
- Você pode correr alguns riscos nesse período, então sugiro que procure um bom médico.
Sai bufando de frustração do consultório e logo as lágrimas começaram a se formar em meus olhos.
Grávida.
Como isso foi acontecer?
Como eu irei contar isso a ?
Como será que ele irá reagir?
Será que ele irá aceitar? Será que ele irá rejeitar? Será que ele vai ficar com raiva? Ou vai ficar feliz?

Inúmeras perguntas começaram a se formar na minha cabeça. Eu estava confusa e amedrontada.
Eu nunca me imaginei sendo mãe e tenho certeza que também nunca se imaginou sendo pai. Eu nem se quer sei como é ser uma boa mãe, já que a minha mãe sempre foi uma péssima.
Engoli o choro o comecei a planejar como iria contar isso a .
•••

Eu já estava posicionada ao lado do campo pronta para bater as fotos do jogo quando senti alguém me puxar pela cintura e beijar meu pescoço.
Era ele.
Sorri imediatamente, apesar de estar nervosa. Nesse momento lembrei que eu ainda teria que contar tudo a ele. Eu já havia decidido que contaria tudo logo após o jogo. Ele iria direto para a casa de sua avó e eu só teria que passar na minha loja antes para fechá-la junto com minha funcionária.
Eu consegui abrir um pequeno atelier no centro da cidade há pouco tempo e estava muito feliz com esse feito. Outra grande notícia boa que recebi foi que Chloe sumiu do mapa e Peter se mudou para o outro lado do país. Durante todo esse tempo, não me deixou uma vez se quer. Nós tivemos algumas brigas típicas de casais, mas nosso amor sempre prevaleceu. Com o tempo meu cabelo cresceu e eu voltei a ser uma pessoa saudável. Ah, e também coloquei uma prótese nova logo após a cirurgia. Quem me vê hoje com certeza não acredita que um dia tive câncer, pelo menos era isso que dizia.
- Como vai a garota mais bonita desse mundo? – Ele sussurrou no meu ouvido e depositou um beijo logo abaixo da minha orelha.
- Bem, e você? – Me soltei do seu abraço para poder me virar e encará-lo.
- Estou ótimo. Acho que vai ser um grande jogo. – Ele disse confiante.
- Boa sorte. – Eu disse e em seguida o beijei.
•••

Sugestão de música: Read all about it Part III – Emeli Sadré

Depois de fechar a loja, segui direto para a casa da vó de . Ela estava fazendo algum cruzeiro, então ele estava sozinho em casa. Eu ainda estava morando em meu apartamento alugado e ele estava procurando um para ele também, apesar de não querer deixar sua avó sozinha.
Estranhei o fato da porta estar aberta e então entrei imediatamente na casa, mas desejei não ter feito isso.
Meus pés travaram, eu não conseguia me mover.
Meus pulmões pareciam ter parado de funcionar, eu não conseguia respirar direito.
Meu coração parou no segundo em que vi o corpo ensanguentado de no chão da casa.
Lembro-me de ter ficado fraca e cair de joelhos no chão.
Lembro-me de ter começado a chorar e soluçar.
Lembro- me de ter lido um bilhete que dizia ''você ainda nos deve 300 mil.''
E lembro-me de logo em seguida ter apagado.

•••

- Senhorita ? – Senti alguém me cutucar e então despertei. A claridade me incomodou e logo os flashes das últimas cenas que presenciei vieram em minha mente.
.
- ! Onde está o ? – Disse apavorada e saltei da cama.
Não, não, não.
Não podia ser verdade.
Eu comecei a chorar desesperadamente sem saber o que fazer.

- Por favor... – Um soluço escapou de minha garganta me impedindo de continuar a frase. – Por favor, me diga que ele está bem. – Implorei para a enfermeira.
- Estão tentando retirar a bala do ombro dele. – A enfermeira disse.
- Então há chances dele sobreviver? Por favor, me diga que ele irá ficar bem, eu não posso perde-lo.
Eu estava desesperada e arrasada.
Eu queria que tudo isso fosse mentira.
Queria fechar meus olhos e acordar com ao meu lado.
Eu não podia perdê-lo, jamais.
Ele é minha fortaleza, eu não seria nada sem ele.
O que seria de mim e do bebê sem ele?
Não, não, não.
Tentei mandar meus pensamentos negativos e meu choro para longe, mas não consegui.
Por que tudo isso estava acontecendo comigo?

Por que eu estava constantemente sofrendo?
Não é justo!
Eu só queria acordar e ser finalmente feliz.
Minhas mãos tremiam em um ritmo tão frenético que chegava a ser assustador.
- Senhorita , você pode ir vê-lo agora. – Um médico entrou no meu quarto e me chamou.
Saí correndo apavorada e ansiosa pelos corredores.
Era a hora da verdade e eu não estava preparada para o pior.
- Há grandes chances dele sobreviver, precisamos esperar ele acordar. – O médico disse antes de abrir a porta para eu entrar no quarto.
Uma chama de esperança se ascendeu em meu peito.
Ao vê-lo deitado desacordado na cama meu coração disparou e as lágrimas começaram a cair descontroladamente dos meus olhos.
Como foram capazes de fazer isso com ele?
Por que, meu Deus?
Era tão injusto.
Meu não podia morrer.
Corri até a cama e me deitei ao lado dele. Peguei sua mão e a beijei.
Eu só conseguia chorar.
- P-por favor, não me abandone, meu amor... – Eu sussurrei em meio aos soluços, mesmo sabendo que ele não estava me escutando.
Droga, eu queria tanto que ele me escutasse agora.
Eu só queria tê-lo de volta, nada mais.
- Você não pode me abandonar agora, . Nós precisamos construir um futuro juntos, lembra? Eu preciso de você, . Preciso de você mais do que nunca. Eu estou grávida, meu amor. Nós dois precisamos de você. – Apertei ainda mais sua mão enquanto falava.
Eu precisava que ele e escutasse.
Eu precisava de um sinal.

Tentei me aconchegar ao lado dele e fiquei esperando pelo momento que ele acordasse.
E se isso não acontecer, eu estarei totalmente perdida e devastada.

Epílogo



Alguns meses depois...

Se tem uma coisa que eu aprendi é que a vida é imprevisível. Precisamos estar preparados para tudo.
Eu nunca imaginei que veria meu pai e meu irmão morrerem na minha frente.
Eu nunca imaginei que teria que me mudar de volta para a Califórnia.
Eu nunca imaginei que me apaixonaria.
Eu nunca imaginei que a garota por quem me apaixonei algum dia fosse ser abusada por um filho da puta na rua.
Eu nunca imaginei que a garota por quem me apaixonei descobriria que tinha câncer.
Eu nunca imaginei que a garota por quem me apaixonei correria risco de vida.
Eu nunca imaginei que algum dia fosse parar em uma cama de hospital por ter levado um tiro de traficantes.
Eu nunca imaginei que seria pai algum dia.
Estão vendo como a vida é imprevisível?
E agora aqui estou eu, vendo a mulher da minha vida se formar em designer de moda. A barriga dela enorme e linda, afinal, nosso garotão está para nascer nessa semana.
Eu estava mais nervoso do que nunca.
Eu nunca me imaginei vivendo tudo o que estou vivendo agora.
A verdade é que eu sou um puto sortudo.
é a mulher mais incrível e forte que eu já conheci, eu não poderia ter alguém melhor ao meu lado. Apesar de tudo o que passou, ela superou tudo e agora está mais forte do que nunca.
Neste momento ela está recebendo seu diploma com aquele olhar e aquela pose de confiança. Mesmo olhar e mesma pose que ela apresentava no dia em que a conheci.
Essa era uma das minhas maiores satisfações: Ver que ela se reergueu e voltou a ser a garota confiante de sempre.
Depois de receber o diploma, ela veio correndo até mim.
Droga, como eu amava tê-la em meus braços.
- ... – Ele disse ao partir nosso abraço. Ela estava aflita. – Acho que está na hora do bebê nascer.
- O-O QUÊ? – Disse gaguejando.
Eu estava nervoso. Porra, como assim o bebê iria nascer agora?
- , vamos logo para a maternidade.
•••

- Você pode segurar ele, papai. – A enfermeira veio até mim com aquele ser miúdo em mãos. Como eu seguraria ele se eu ainda estava tremendo de nervosismo?
Já era o terceiro dia no hospital. Nosso filho e estavam bem e saudáveis.
Eu estava tão feliz que não conseguia nem descrever.
- Eu não sei como segurá-lo. – Admiti.
Meu filho é a coisa mais preciosa que eu já vi. Ele é tão pequeno e frágil. Eu tinha certeza que ele é parecido comigo.
A enfermeira colocou-o no meu colo e eu não me movi por medo de deixa-lo cair.
- Venha aqui. – finalmente me chamou.
Caminhei calmamente até ela, com medo de acontecer algo com o bebê.
- , eu estou com medo de deixar ele cair. – Confessei e ela começou a rir.
- Dê ele para mim. – Ela pediu e então se ajeitou na cama para poder segurá-lo.
- Como você está? – Perguntei preocupado ao colocar o bebê no colo dela. Me sentei na beirada da cama e comecei a acariciar seus cabelos.
- Estou bem. O médico disse que como foi Cesárea terei que ficar mais tempo em repouso. Quero ver você cuidar direitinho de mim. – Ela zombou.
- E eu já não tenho feito isso?
- Sim, você tem feito isso bem direitinho. – Ela disse sorrindo.
- Esse é o momento que eu junto minhas coisas e me mudo para o seu apartamento?
- Acho que sim.
- Droga, nós somos a porra de uma família feliz, . Dá para acreditar nisso? – Eu disse rindo da minha própria realidade.
Eu estava feliz pra caralho.
- Xiu, não fale palavrões perto do bebê. – Ela resmungou.
- Me desculpe, Dan. – Falei e passei a mão na cabeça dele, que agora dormia tranquilamente e ela riu de mim.
- Você acha que nós seremos bons pais? – Ela perguntou nervosa.
- Tenho certeza que nós daremos o nosso melhor. – Falei confiante.
- Eu tenho medo de fazer algo errado. Você sabe, eu não estava preparada para isso.
- Eu também não, mas tenho certeza que você será a melhor mãe do mundo.
- Espero que você esteja certo, .
Eu olhei para ela e sorri.
Merda, eu sou tão apaixonado por ela.
- Eu te amo, sabia? – Falei e então um sorriso largo surgiu no rosto dela.
- Eu também te amo. – Ela disse.
- Agora está na hora de você ir para casa.
- Você acha que finalmente as coisas irão dar certo? – Ela perguntou receosa.
- Eu tenho certeza que sim. Já sofremos o suficiente. – Beijei o topo da cabeça dela e então a ajudei a levantar da cama.
•••

Nota final por : O tempo foi passando. Nós construímos uma bela família. Eu aprendi a ser um bom pai e aprendeu a ser uma boa mãe. Nós brigamos algumas vezes, mas superamos todas as brigas.
Nós aprendemos a ser um casal de verdade, coisa que nunca imaginamos ser.
O tempo foi passando e cada dia eu só fui me apaixonando mais por eles.
Nosso filho cresceu saudável. Eu consegui um ótimo emprego na área do jornalismo e abriu seu atelier. Nós realizamos vários sonhos juntos.
Ela estava feliz e eu também. O passado terrível dela já estava sendo deixado para trás, e cada dia ela se torna mais forte. A insegurança que existiu durante o período do tratamento do câncer nunca mais voltou, e eu estava satisfeito com isso.
Eu estava mais do que feliz com todos os imprevistos que aconteceram na minha vida.
Droga, na verdade eu me considero o homem mais feliz do mundo por ter como mulher e Daniel como filho.
Eu estava feliz demais pela vida ter me dado todos esses imprevistos de presente.

FIM



Nota final da autora: (30/08/2016)
O tão aguardado final chegou!!
Talvez não porque eu ainda irei liberar um capítulo extra narrado pela Charlote, aguardem!
Então, não sei bem o que dizer, porque não sou boa em demonstrar sentimentos.
Eu sei que talvez a grande maioria estava esperando por um grande final, mas acontece que o meu foco nunca foi o final e eu nunca soube que final dar, eu só queria que eles terminassem felizes.
O que eu quis mostrar com essa história foi:
* Como coisas inesperadas acontecem em nossas vidas.
* Como uma vítima de abuso se sente depois do abuso.
* Como uma vítima do abuso tenta superar abuso.
* A questão do câncer de mama em uma mulher tão jovem e confiante.
* Como a autoestima da Charlote decaiu com tudo o que ela sofreu.
* Como ela recuperou essa autoestima e autoconfiança.
* Como o Josh se tornou importante para ela e como ela se tornou importante para ele.
* Como o relacionamento deles funcionou em meio a isso tudo.

Eu poderia listar mais tópicos, mas esses são os principais. Então se alguém não entendeu o propósito da história, sinto muito :(
Agradeço muito mesmo a todas vocês que acompanharam e foram pacientes comigo.
Agradeço muito também a Mary, que sempre esteve disposta para revisar os capítulos e também para me ajudar em algumas decisões <3
Quero agradecer também a Belle, minha beta do EC, que sempre me ajudou muuuito<3
Não é fácil para mim falar sobre essa história pois ela é muito pessoal, mas eu aprendi muito com ela. Me emocionei muito escrevendo vários capítulos e me emocionei muito lendo cada comentário de vocês. Essa história me marcou muito e ela sempre irá significar muito para mim. A Charlote mesmo foi a que mais me ensinou!
Enfim, muito obrigada mesmo a todos que acompanharam essa jornada. Espero que vocês tenham gostado e que tenham tirado algum aprendizado dessa história.
Se quiserem deixar um comentário final, ficarei mega feliz.
Vou sentir muitas saudades de escrever FireMeetGasoline, mas, infelizmente, tudo precisa ter um fim :(
Para quem quiser continuar me acompanhando, eu estou postando várias outras histórias no meu perfil do Wattpad e também aqui no Fanfic Obsession. Espero que vocês possam dar uma chance a todas elas S2
Beijão.
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