Happy christmas é uma crônica de uma fanfic chamada Story of Love que está em andamento no site. Deixando claro que este especial não irá ser vinculado na história original de Story of Love, ele é como uma extensão. Enfim, é meu primeiro especial de Natal; qualquer erro, ou crítica, deixem nos comentários, pois eles além de ajudarem a autora, nos deixam felizes! Boa leitura minhas SweetHearts.
Link da fanfic da história original: http://fanficobsession.com.br/ffobs/s/storyoflove.html
Trailer:https://www.youtube.com/watch?v=sTxmqtyRTro
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- Foi exatamente assim. Ele disse “Eu vou pra Itália” Como se fosse normal deixar as duas “filhas” em casa pra passar o natal perfeito com uma loira nojenta.
- null, por mais que você não entenda...
- Não eu não entendo mesmo.
- Posso terminar?
- Não, porque eu sei que você vai dizer.
- E o que eu vou dizer?
- Que ele tem direito de passar o natal com a miss perfeitinha.
A única coisa que null ouviu depois disso foi a risada de null. Uma risada gostosa de ouvir e que de alguma forma acalmava seus nervos. null não tinha dado notícias a semana toda, a não ser por mensagens, mas como sempre, como se fosse o destino, porque null acreditava nessas coisas... Ele ligou exatamente quando estava quase explodindo de raiva e sozinha, pois null havia saído pra encontrar null e é claro que convidou null, mas ela não seria tão carente pra ir atrapalhar o encontro dos dois.
- Ainda tá aí? – O menino chamou, e parecia estar chamando há algum tempo.
- Eu tô – null se ajeitou nas almofadas pomposas do sofá.
- Bom, eu tenho que desligar – Então era isso? Ela realmente iria passar o natal sozinha.
- Ok – null havia percebido. E era exatamente isso que ele queria.
- Beijos, bonitinha.
Era isso.
null jogou o celular no sofá e se afagou nas almofadas dele novamente, queria se enfiar lá pra falar a verdade. Sua “amigona do peito” tinha achado uma forma melhor de celebrar o natal, e de repente null se via sozinha na sua sala, olhando para as sacolas ainda cheias de enfeites, vendo alguns floquinhos de neve surgirem gradativamente, isso tudo. Sozinha. Eram três horas da tarde de uma véspera de natal. Ela até esperava que null null sugerisse ficar com ela, ou convidá-la para fazer alguma coisa, mas null não falou absolutamente nada sobre o assunto. Mas ainda sim ele a ajudou de alguma forma. Só o fato de ouvir a voz dele a acalmava e só de pensar que ele estava deitado em sua cama, com um moletom e dando todo o ouvido para escuta-la lhe confortava. Era isso, ter a atenção de null null por cinco minutos que fosse, voltada para ela era importante, ela nunca foi assim, sempre quis ser a mulher não dependente de alguém, que não se entregava tão facilmente mas aí... null admitia com toda certeza que estava caindo de paixão por null, por seus beijos, e se entregava ao desejo todas as vezes que ele não podia passar pelo menos uma tarde ou uma noite com ela. Mas naquela semana null não deu as caras, a não ser por mensagens dizendo o quanto sentia falta de seus beijos. Sentia-se burra por sentir-se especial? Ela se sentia. null tinha total certeza que se algo desse errado ali – e seu coração alertava aquilo – iria cair em estilhaços, mas realmente estava entregue. E mesmo que quisesse. Não tinha volta.
Ouviu a campainha tocar a tirando dos devaneios e até a fazendo pular no sofá. A menina bufou levantando-se do dele e colocando suas botas ugg com rapidez. Se xingava mentalmente por só estar vestindo apenas um shorts cós alto e uma blusa de lã com uma rena na frente. É, por mais que tudo parecesse estar acabado, ela ainda tinha esperanças. Suas pernas estavam congelando, o vento que entrava pela porta do hall de entrada denunciava a geladeira que estava lá fora então atendeu rápido.
- Achou que íamos te deixar mofando no sofá?
- null null! – null sorriu de orelha a orelha ao ver null parado no seu hall de entrada com uma caixa embaixo do braço. Logo seu olhar voltou-se a null curvado com alguém, lê-se null, enganchada em seu braço com um sorriso fofo nos lábios.
- Eu não sou tão desnaturada assim. Eu só fui buscar esses babacas – A menina entrou na casa sendo acompanhada por null que depositou um longo beijo na bochecha de null.
- Vamos, entre antes que você morra congelado! – null disse praticamente arremessando null para dentro da casa.
- E você quase amputar essas pernas de fora! – seu coração parecia ter parado por um segundo.
Ele entrou lentamente e fechou a porta como se esperasse algo vindo dela. null tinha os braços cruzados e a sobrancelha arqueada. Ela sabia que null tinha certeza dos efeitos que causava nela. Mas mesmo assim, ela tentava não deixar tão explícito. null abriu os braços e com isso abriu um sorriso junto. Era demais para ela.
- Eu quis fazer uma surpresa! – null disse com uma voz afetada e riu logo depois. – null... Coisa mais linda... – ele foi chegando perto lentamente tentando fazer uma graça. – Eu sei que você está querendo rir, está me querendo... – Ele soltou um riso vendo-a comprimir o máximo de seus lábios para não rir também. – Qual é... – Ele a pegou pela cintura e eventualmente colando seus corpos. – Eu estava com saudades desse biquinho.
null foi roubando beijos aos poucos. Mas quase de imediato null cedeu a ele, ela também estava com saudades, mas era de tudo nele. Era possível se apaixonar assim por alguém? null por vezes não queria se sentir tão vulnerável outra vez, mas parecia que por null, era tão leve e tão melhor se sentir assim. null beijou delicadamente o lábio inferior de null passando suas duas mãos para a cintura da garota e entrelaçando ás entrelaçando atrás dela. E quando null levantou finalmente suas mãos para que elas segurassem o rosto de null, foi que o beijo se iniciou, lentamente, assim como os dedos dela acariciavam as bochechas dele. null podia ficar o dia inteiro daquela maneira, e já não se importava mais se fosse só com ela, na verdade, nenhum beijo era tão bom quanto o dela. null beijava null tentando passar por quanto tempo ele esperava por aquilo. Era explicitamente rigoroso o desenho que sua língua fazia ao brincar com a de null, era como um carinho. Não havia explicação.
- Ô Jesus, vão pro quarto, pro banheiro, pra puta que pariu, só não façam isso em público – null berrou assim que passou da cozinha para a sala – tendo em vista que o hall de entrada era o meio dos dois locais.
- Sabe o que você faz null... Enfia um... – null foi responder, mas null segurou a boca do menino e franziu o cenho.
- null no cabresto... Quem diria! – null passou com uma garrafa de cerveja rindo.
- Caralho, eu não tenho paz nem pra beijar a minha garota? – null reclamou mostrando o dedo pro null antes do mesmo sumir pela porta da sala. E então se virou para null, ainda carrancudo.
- Sua Garota? – null tinha um sorriso no canto doslábios. Ele pigarreou, fingiu que ia falar, ensaiou bastante. E única coisa que disse foi.
- É...
- Alguém sabe por onde que começa essa joça? – null ouviu a voz de null vinda da sala. –
Soltou-se de null no mesmo momento correndo para lá. Não era como se null estivesse ficado chateada com o fato de null apenas responder um ‘’ É’’, sentiu-se incomodada, com uma dúvida correndo sua mente; Será que null sentia o mesmo que ela sentia por ele?
***
- Não amorzinho... – null disse pegando o enfeite das mãos de null, que a propósito, fazia tudo errado, mas estava sendo até que divertido vê-lo perdido no meio de tantos aparatos de Natal. – Essa estrela você coloca no topo.
null estava sentada no chão incumbida de enfeitar toda a parte de baixo da giganternome árvore que elas haviam comprado. Foi então que viu a reação de null ao ver null subir no topo da escada. null ria da situação porque não era só ele que estava perdendo a noção do tempo e do espaço vendo-a subir pela escada, null também estava hipnotizado com a cena enquanto null tinha mais interesse em desenrolar as luzinhas, e como ela agradecia por null ser tão desligado, porque de inocente ele não tinha nada.
null sentiu a cerveja escorregar de sua mão de tão vidrado que estava na cena. As pernas de fora só a deixavam mais... Gostosa? E quando ela se inclinou para alcançar o topo, foi aí que seus olhos, por algum motivo cerraram para null, bem abaixo dela, olhando também, cada movimento. Algo em null pareceu pular, mas não era pular de uma forma ‘’boa’’, como quando a beijava. null estava ali olhando a sua garota. Sua Garota. Quando ele iria admitir que agora, mais que tudo queria que ela fosse dele e que todos soubessem que ela era dele – Inclusive null que não tirava o olhar das pernas dela – Quando null iria deixar de ser covarde e iria admitir, além de tudo, para si mesmo que ela era dele.
Aquele pensamento estava o entorpecendo; junto com ele o ciúmes que não queria deixar transparecer e nem sentir não estavam ajudando muito. null estava ficando realmente irritado com aquilo. E mesmo que ele mesmo não percebesse. null e null já tinham sacado o olhar de matador que ele encarava null, e depois voltava o olhar para null explicando qual era o rito de passagem que ela sempre fazia com o pai.
- null... Sua cerveja tá caindo – null sussurrou no ouvido do amigo com um tom zombeteiro.
- Eu to vendo.
O menino levantou por impulso ajeitando as calças. Estava realmente irritado e mais irritado ainda porque não queria estar. Que porra, que grande merda sentir isso. Ele pensava. Era a primeira vez em alguns anos que se sentia tão irritado com uma cena daquela. E com isso veio mais uma certeza. Depois desse sentimento, morava o perigo.
Seus braços estavam apoiados na bancada da mesa enquanto ele rolava seu feed de notícias. Sua meta era parar de pensar que null ainda a olhava. Mas quando ele iria entender que o único que podia olhá-la daquela maneira era ele?
- Hey... – sua voz suava invadiu a cozinha. Mas null não desgrudou do celular. Teria que achar uma maneira melhor de não demonstrar seu ciúme. – O que tá fazendo sozinho aí? – null fez o mesmo gesto que ele;apoiando cotovelos na bancada e apoiando seu rosto sobre as mãos, olhando diretamente pra ele.
- Eu vim pegar mais cerveja, mas elas ainda estão quentes. – O menino respondeu sem olhá-la.
- Sério?
Era claro que ela tinha percebido o tom de frieza de null null. Por mais que o conhecesse a pouco tempo, em vista da profundidade de segredos que existem entre seu olhar. Aquele em especial ela tinha conhecimento. null estava nitidamente incomodado com algo e bom, ela não queria saber o que era, mas queria fazer o garoto deixar pra lá qualquer coisa que o estivesse incomodando.
- Sério.
null não entendeu como, mas null foi parar entre seus braços, encurralada por eles; Seu celular estava em algum lugar que ele não queria saber onde estava porque null estava sorrindo para ele e quase o beijando e bom, o que é celular mesmo?
Sem hesitar nem mais um segundo null passou seus braços para a cintura dela, e lentamente foi parando lá trás, não exatamente na bunda, mas quase lá; as mãos de null puxavam o rosto dele para si com todo o carinho do mundo, de uma forma que só ela conseguia fazer tão bem. Seus olhos não se desconectaram nem um segundo antes de finalmente seus lábios se tocarem. Mesmo que já tivessem se beijado pelo menos cinco vezes no dia, dês de que ele chegara, sempre parecia tão intenso quanto a primeira vez. Pois cada vez, null fazia algo diferente com as mãos, ou com a língua, ou com os lábios. Era delicioso e delicada a forma como sua língua encontrava-se com a de null, era um toque carinhoso. E por Deus, ela pedia que aquele toque de carinho que ele transpassava só fosse feito com ela. Porque toda vez que ele a beijava, ela se sentia em um universo paralelo em que poderia viver nele.
- Fogo da paixão aumentoou, meu coração vibrou como... – null apareceu cantarolando, justamente para encher o saco dos dois e parou na frente da geladeira assim que ambos a olharam. – Foi bom ein... – Ela comentou vendo o estado em que null se encontrava, e bom, ela era a melhor amiga, ela sabia que null estava....
- null... – A amiga fez com a cabeça para que ela fosse direto ao assunto e a menina riu.
- Bom, eu preciso de alguém que vá ao mercado comprar ingredientes para a ceia que o null sugeriu fazer, mas tem que ser rápido porque os mercados fecham as seis. – null falou, logo null se juntou a ela, abraçando-a de lado olhando para o casal ainda abraçado se enconchando no balcão.
- Eu vou... – null sugeriu suspirando.
- Eu vou junto. – null disse rápido.
- Então se desenrosquem, esse é o primeiro passo – null falou fazendo null rir, e null ficar vermelha como um pimentão.
- Mas você enche o saco hein null! – null disse se afastando de null, sem conter o riso que lhe escapou, mas mesmo assim não iria ficar sem resposta.
- E como sempre o nullzito fica de vela, eu to acostumado, eu sei viver com isso – null entrou na cozinha e abriu a geladeira, fingindo-se afetado e pegando outra cerveja.
null e null se entreolharam como se já soubessem o que fazer. null sempre fora o xodozinho das duas justamente por nunca ter arrumado uma namorada. null sempre ficava de vela mas era o melhor amigo que se podia ter, o melhor conselheiro. null era aquele bebe do qual elas mimavam juntas.
- Ah null amorzinho, você sabe que nosso amor é totalmente divido pra você! – Elas foram até null o abraçando uma de cada lado e lhe dando beijos na bochecha enquanto o menino ria retribuindo o abraço.
- Estão vendo porque eu gosto de ser a vela? – Ele olhou para null e null encarando a cena com os braços cruzados mas com um sorriso nos lábios. – Porque quando elas vem em mim eu recebo tudo em dobro! – Ele beijou a bochecha das duas. – Mas, eu tenho que me conformar que esses corações não pertencem a mim, então borá pro mercado que eu to com fome. – Ele falou soltando ambas.
null riu. Riu da verdade ou da mentira que null havia acabado de contar. Realmente seu coração estava em algum lugar só tinha medo de dizer se havia entregado em tanta prontidão para null. No fim de tudo, e por experiência própria sabia que o coração dela deveria ficar com ela e em mais ninguém porque, ela não o machucaria. Mas mesmo assim, se seu coração não estivesse totalmente entregue a null, metade dele estava.
Ela afrouxou pela segunda vez o casaco no corpo assim que ele se encontrou fora do carro. As ruas estavam quase vazias pois, a maioria das pessoas deveriam estar se preparando para a ceia de natal. Porém as luzes ainda piscavam e ela sentia mínimos flocos de neve cair na ponta de seu nariz o deixando vermelhinho. E como estava frio!!
null de imediato passou por ela entrelaçando suas mãos sem nenhuma hesitação, com um olhar sério. Eles não tinham nada assumido ainda, mas quem quer que os visse logicamente diria que eram os namoradinhos do ano. Não era esse o apelido que High Prada havia dado a eles? Além de também levarem o troféu de traidores do ano. null e null pelo menos tinham um ao outro nesse barco.
Logo o menino empurrou a porta de vidro e entrou rápido com null junto a ele. Cumprimentou o caixa que apenas balançou a cabeça em sua direção e olhou para null como se perguntasse por onde deveriam começar.
- Tem a lista? - Ela perguntou assim que viu null a olhando, ele arrancou um papelzinho pequeno e a entregou.
- Certo.
Ambos caminharam para as prateleiras do fundo da loja. Realmente, o que null pretendia cozinhar era algo que parecia delicioso só pelos ingredientes. null estava ali, andando lentamente de mãos dadas com null, encostada em seu ombro, olhando atentamente cada alimento da sessão, comentando coisa ou outra com null que lhe faziam rir baixinho um pro outro por causa da provável besteira que haviam dito ou feito piadinha – no caso, null.
- Eu acho que isso fica do outro lado. Vou lá buscar. – null disse olhando meio por cima o papel que estava nas mãos de null.
- Tudo bem. – Ele trocou um selinho rápido com ela antes que a mesma tomasse o rumo até a outra sessão.
Qual era a forma mais fácil de dizer que gostava dela? Que gostava muito dela. Não seria problema algum se null fosse uma garota normal, que ele tivesse apaixonado em um ano novo qualquer e que o fez deixar de querer muitas outras só por ela. Mas ela era a típica troublemaker. Ela era a ex do seu melhor amigo, porque ele ainda considerava null seu melhor amigo mesmo tendo sido um filho da puta com ele. E assumir estar perdidamente apaixonado pela ex do seu melhor amigo... Isso sim era o problema. null tinha plena convicção do que sentia, só não tinha certeza se era certo deixar tão claro assim. Ter a responsabilidade superar expectativas se finalmente assumisse que estava apaixonado por ela; odiaria isso.
- Achei que teríamos mais um natal juntos, mas isso é a prova de que nada é eterno. – null ouviu uma voz mais do que conhecida ao seu lado. Ela se virou lentamente enquanto retirava o enlatado de milho da prateleira. O olhando talvez com pânico. Mas a feição de null era bem calma em compensação a última vez que o viu. – Até que você superou bem null, também, com um null ao lado, quem lembra de um mero null?
Nos seus olhos ela podia ver a mágoa que o rondava dês de quando descobriu. Eles não tinham emoção alguma ou, algo que lembrasse o velho null com o olhar brilhante que só de olhar a deixava alegre. Não ser mais apaixonada por null, não significava que não o amasse. E como aquelas palavras lhe acertaram em cheio. Acertaram diretamente seu ponto fraco de tantos meses. Ela não queria que ele estivesse assim, nunca quis. Provavelmente, null havia percebido sua feição afetada. Nada como um natal encontrando o ex namorado – do qual você magoou muito, e o traiu com o seu melhor amigo,– Só pra melhorar um pouquinho a merda toda.
- null, por favor, meu Natal já está sendo difícil, o que eu menos preciso é de você agindo assim. Poupe-se. – Foi a única coisa que conseguiu dizer; colocando mais um molho de tomate dentro de sua cestinha, fingindo muito mal, não se importar. Foi então que ouviu um riso sarcástico vindo dele. Aguenta null... 1,2,3
- Eu sinto sua falta, sabe? E eu realmente tinha a esperança de passarmos o natal juntos como no ano passado, lembra o jantar que fizemos juntos? – null riu. E ele acompanhou o riso. Realmente aquele jantar havia sido um desastre. E era uma surpresa null Lembrar daquilo num momento como aquele. – Eu, eu vou embora.
O garoto parecia ter tido um minuto de devaneio quando tocou no assunto, algo devia ter mexido nele. Mesmo que fosse totalmente sem sentido tudo aquilo, null não sentiu piedade dele, ou qualquer outra coisa. Ela sentiu falta dele. Falta de seu riso fácil, de suas brincadeiras idiotas. Sentia falta da pessoa que null null era e pra ela.
- Passa o natal com a gente. null, null e null estão lá. Vamos deixar tudo isso de lado pelo menos por hoje null! – null olhou fixamente para ela e soltou um riso logo depois pegando talvez a última coisa que tivesse que pegar da prateleira.
- Você me traiu com meu melhor amigo null, não me peça o impossível. – Ele falou sério. Suspirou pesado e olhou para null novamente. – Um Feliz Natal pra você – Ele passou a analisar cada detalhe do rosto dela e como se fosse involuntário, ele levou uma das mãos para o rosto da garota e acariciou a bochecha dela com o polegar. Ela sentia vontade de chorar. Porque parecia doer nele, doer tanto que ela podia sentir isso. - Mesmo que não seja ao meu lado.
null encarou a cena de longe. Cada um de seus vasos sanguíneos pareciam ter sido esquentados em um isqueiro, e logo sentia o sangue subir para os olhos. Ele sentia raiva, mas podia controlar. Tinha que controlar.
Caminhou em passos firmes até aquele casal lindo, com um toque tão afetuoso. No momento em que parou ao lado de null e null, viu null sorrir ironicamente para ele em um cumprimento e beijar o canto da boca da garota; era um tipo de provocação? Há se fosse, ele havia conseguido realmente o deixar fulo. null estava irritado e o que mais o deixava irritado era ficar irritado por causa daquilo. Travou os punhos soltando o ar irritado enquanto um sorriso sarcástico foi solto junto.
- Já pegou tudo? – null arqueou a sobrancelha ao ver o tom de voz grosso com qual ele havia usado. E logo a olhou sério. Seu olhar era realmente cortante, um arrepio lhe passou a espinha ao encara-lo daquela forma. Mas é claro, não iria dar mais ibope para aquele surto de null.
- Faltam algumas coisas...
- Se não tivesse perdido tanto tempo nessa sessão. – ela escutou em quase um sussurro ele dizer. Seu grau de irritação também aumentou naquele momento, porque porra, qual era a culpa dela naquilo?
Só que não disse mais nada. E assim foi feito até o caminho em casa. Um silêncio desconfortável no carro; null não olhou se quer um momento para o lado, já null olhava o tempo todo e o tempo todo o olhar de null permanecia o mesmo. Cortante. Sua feição denunciava que null estava... Fora do normal.
- Já chega, null – null soltou assim que bateu a porta do carro – Você pode me explicar qual é o motivo de você estar sendo frio e ridículo comigo?
- Não é nada.
Foi o que ele disse. null naquele momento quis sumir, quis explodir, quis deixar tudo ali e sair andando. Não que sempre fugisse quando algo acontecesse. mas aquilo sempre era sua última escolha depois de ter acontecido tantas e tantas coisas. E olha que ela precisava. Aguentar ser a vadia da escola, a aguentar um comportamento frio de seu suposto namorado, da qual era apaixonada e a única pessoa que a dava suporte... Ela tinha direito de fugir.
- Então é assim? – Ela disse com uma voz chorosa e não ouviu nada como resposta. null só entrou com as sacolas a deixando sozinha na porta de entrada. Totalmente sozinha. E era assim que ela também se sentia.
null comprimiu os lábios e colocou a única sacola que havia carregado em cima da bancada. Seus olhos ardiam, seu coração dava solavancos de cinco em cinco segundos, era uma angustia danada e que parecia ter batido com força. null se sentia realmente afetada, se sentia sem valor algum... Comprimiu os lábios na esperança de não deixar com que as lágrimas rolassem, fazendo um enorme nó em sua garganta. Tirou algumas coisas das sacolas e começou a cortar, porque fazia um pouquinho de ideia do que null pretendia fazer.
Nos minutos que ficou sozinha o ar parecia ter diminuído na cozinha. No andar de cima ela ouvia alguns barulhos que pareciam ser no quarto de null, ela queria se sentir feliz pelo menos por ela. Seu peito inflava a todo o momento, e quando parecia que a vontade incontrolável de soltar tudo havia sumido, ela voltava deixando sua visão turva por algum tempo. Mas ela recusava-se a chorar, porque, porra, era natal, e mesmo que estivesse sendo um lixo, uma merda, ainda era natal. Sentiu passos lentos atrás de si, e alguém parar ao seu lado, alguém que não era null. Novamente ela soltou um suspiro abanando a cabeça de um lado para o outro.
- Seu jeito também associa a cara de merda que o null está na sala. – null disse olhando para null. Ela sabia por que o olhava com o canto do olho. Mas não queria encara-lo realmente. null conseguia lhe arranchar a verdade só olhando.
- Ele é um idiota.
- Um idiota porque sentiu ciúmes? – O garoto suspirou. null riu ironicamente para null. Novamente seus olhos começaram a arder, assim como a pontinha de seu nariz.
- Mesmo assim ele não tinha motivos pra ser um idiota. – Lentamente em volta dos olhos dela, as lágrimas começaram a se apossar.
- null, é null, null null. Logicamente null é um bruto, rústico e sistemático que odiaria admitir pra qualquer ser humano que sentiu ciúmes por que... Quando foi a última vez que null null se apaixonou mesmo? Demorou décadas para eu encontrar um null daquela forma como eu encontrei ali no sofá. – O garoto disse gesticulando com a mãos.
null finalmente soltou a faca e encarou o garoto com os olhos molhados. Ela não aguentava mais guardar aquele sentimento ruim que dentro de si mesma. E como queria que só tivesse que lidar com a frieza de null null. Essa era a última coisa que queria lidar.
- Eu tô aqui, null! – null disse sentindo sua voz vacilar. – null sente ciúmes de mim? Tá bom, então porque ele não me faz ser dele? Não encara isso de outra forma, não declara que eu sou “a sua garota”, Porque ele não se meche? – Uma lágrima grossa desceu por seu rosto. – E como se não bastasse eu me sentir horrível com isso, null só reforçou o meu verdadeiro sentimento de não valer mais nada pra ninguém. Nem para o meu Pai null! Meu Pai! - A menina passou a mão nos cabelos e suspirou dessa vez encarando null diretamente – Meu pai me deixou aqui pra ir para a Itália com Paris, null resolve ser ridículo e null deixa claro que eu fiz ...
- Hey Hey! – null finalmente pronunciou algo chegando perto da garota e limpando seu rosto. – Sabe o que você tem que fazer? – Ele olhou sugestivamente e null fungou, suspirando pesado, algumas lágrimas ainda rolavam...a fazendo comprimir os lábios. – Parar de se culpar. Nem tudo é culpa sua null. Pelo amor de Deus, null tá nessa porque quer! Ele sabia que estava agindo de má fé com você! E null...Deus, não é fácil admitir que está perdidamente apaixonado pela ex do seu melhor amigo, mas acredite, eu posso ver que ele tenta todos os dias dizer isso pra você!
- É assim que vocês me veem? – null movimentou a cabeça olhando para null com olhos pesados. Ignorando toda o resto do discurso totalmente sincero que null havia feito. – Como “ex namorada do seu melhor amigo”? – null negou várias vezes com a cabeça e depois olhou para null comprimindo os lábios.
- E você foi não foi? Aprende a conviver com isso sem levar a culpa junto! – null suspirou alto deixando mais uma das lágrimas caírem, onde null ás limpou. – E esquece essa merda toda de “valor nenhum” porque se a senhora não tivesse um tiquinho dele, provavelmente nenhum de nós estaríamos aqui.
null ficou quieta. Seu rosto estava molhado, porém havia parado de chorar; null a beijou na testa por alguns segundos e sorriu fraco talvez tentando passar total segurança. Ele era realmente maravilhoso, em todos os sentidos, null era um cara lindo, e com um coração gigante quando se tratava dos amigos. Ele caminhou para a geladeira e pegou a quinta ou sexta garrafinha de cerveja do dia, acenou para null e saiu da cozinha.
***
- Today I don't feel like doing anything, I just wanna lay in my bed... – null cantarolou tocando alguns acordes num violão que havia encontrado na sala, onde null e null, se perguntavam onde null tinha aprendido a tocar tão bem. – And i continued alone vomiting my bourbon...
Todos na sala riram, incluindo null que estava deitada na lateral do sofá, ela riu fraco vendo null quase expelir os órgãos com a piada besta de null. Sua cabeça não estava lá; depois da conversa que teve com null, de repente , parecia estar totalmente relaxada porque, tinha que parar de achar que sempre tudo daria certo, e tudo seria perfeito. Em vista dos últimos meses e de tudo que aconteceu, a vida dela ainda estava uma bagunça, mas teria que aprender a lidar com a sua própria bagunça sem entrar em crise, sem surtar.
A lareira esquentava toda a sala, ela pensava nisso quando sentiu alguém sentar ao seu lado. Pelo cheiro já sabia quem era, piscou pesado só por sentir seu cheiro. Ela não fazia ideia de quando começou a ficar dependente dele... Mas parecia ser a melhor coisa que havia feito em partes.
- Ei... – Ele passou a língua nos lábios quando null o encarou sem dizer nada. – Eu... Sabe, eu fui um... – Já disse que null odiava admitir que estava errado?.
- Tudo bem.
null disse comprimindo os lábios, e o olhando de uma forma totalmente bondosa. Ele sorriu fraco, como ela conseguia ser boa depois de ele ter sido tão idiota? Era o que ele pensava, null havia sido um ogro.
Ela afastou as mãos de null de seu colo e abriu espaço para que pudesse se aconchegar no colo do garoto. null involuntariamente jogou os braços para o lado deixando com que ela se ajeitasse da forma que quisesse. null sentou bem ao meio de suas pernas, encostando a cabeça em seu peito; os braços dele se envolveram por seu corpo e então null beijou seu pescoço, e depois o lado esquerdo de seu rosto e finalmente se afundou na cova de seu pescoço.
Aquela realmente era uma sensação maravilhosa. Ela podia ficar dias, horas, meses, naquela posição sentindo exatamente o cheiro da pele de null; que continha uma mistura de desodorante masculino e um toque de seu próprio aroma, era delicioso. null beijou o topo de sua cabeça assim que percebeu que o que mais null queria era só ser mimada. Não num sentido ruim, null queria carinho; e não era pra menos depois que seu pai havia lhe deixado em pleno natal onde a principal tradição da “família” era passar ele, juntos.
null sentiu o seu mundo girar em câmera lenta enquanto ela estava ali, fungando no seu pescoço. Era como se tudo já não fizesse mais sentido pra ele... Seu coração pulou umas três ou quatro vezes pensando isso, foi então que respirou fundo e instintivamente começou a fazer carinho nos braços de null, descendo até uma das mãos e acariciando com o polegar.
null ainda cantarolava e ria em frente a lareira, null e null rindo de tudo que ele fazia – Ele só fazia graça e cantava merda. – Mas cantava bem. E quando ele fechou os olhos por um segundo para senti-la levou um susto com o grito de null para ele.
- Ow – null atacou uma almofada na direção dos dois, null levantou a cabeça para olhar, pois parecia que estava no mesmo estado que null, enquanto ele encarava null com uma feição de susto. – Onde vocês estão com a cabeça casal? – Ele perguntou sorrindo de lado.
- Para de ser chato, null, eles estão sentindo um ao outro! – null repreendeu o ‘’namorado’’ enquanto ouvia null rir, e null o acompanhá-lo.
- Que poeta! Sentindo um ao outro... Posso fazer uma canção com isso! – null disse rindo virando mais um gole de sua cerveja, mais uma vez eles riram. – Ei! – Ele levantou e sentou-se brutamente com seu violão ao lado de null e null.
- Ah não, null! – null colocou uma das mãos no rosto, soltando um riso. Enquanto null ainda sentada em null atuava mais como telespectadora.
Música: https://www.youtube.com/watch?v=VRpzJabYlQQ