- Vocês não têm jeito... – Bobby comentou balançando a cabeça e virando mais um copo de whisky.
e Sam estavam sentados no sofá ao lado da janela, enquanto estava em uma cadeira que trouxera da cozinha. Bobby estava em sua escrivaninha de sempre. Dean surgiu na sala mancando, jogando-se em uma cadeira que estava perto de .
- Vai sobreviver? – A moça perguntou debochando.
- Engraçadinha... – Dean respondeu e meteu um pacote de gelo na coxa, esperando que logo anestesiasse e fizesse a dor passar.
- Por que vocês foram roubar as coisas delas?! – Bobby perguntou ainda sem compreender.
- É que... – Sam e Dean começaram a explicar juntos. De repente, sentiram uma nova presença na sala.
- Você está bem? – Cass perguntou ao ver o pacote de gelo. As moças ficaram observando com uma sobrancelha erguida.
- Esse é o Castiel. – Bobby explicou antes que elas pudessem perguntar.
- E essas são as irmãs Marques. – Cass disse e elas ficaram mais perdidas ainda. – Depois que se juntaram com os irmãos Winchester, viraram um dos maiores assuntos entre os anjos.
- Um anjo... – comentou olhando para ele com curiosidade. Era a primeira vez que via um pessoalmente. – Você fica sempre assim... Sem expressão?
- Não compreendo... – Cass respondeu com aquela expressão de sempre.
- Acho que isso responde a sua pergunta. – disse sorrindo. – Então vocês têm um anjo de estimação?
Dean se limitou a lançar um olhar repreensivo para ela. A moça deu de ombros.
- O que aconteceu com a sua perna? – Cass teve que perguntar novamente, pois parecia que todos estavam tendo problemas com objetividade naquele dia.
- Fui esfaqueado. – Dean respondeu e Cass se limitou a pender a cabeça para um lado. – Quer saber o que aconteceu? Pergunta pra ela!
- Vocês que começaram! – defendeu quando Dean apontou para a irmã. Cass somente prestava atenção.
- Não precisava ter me esfaqueado! – Dean disse ajeitando o pacote de gelo.
- Ah, você fala como se eu quase tivesse te matado! – cruzou os braços.
- Era só uma brincadeira, vocês levaram muito a sério! – Sam resolveu ajudar Dean na sua defesa.
De repente, todos estavam discutindo, falando um por cima do outro. Cass não fazia a menor idéia em quem prestar atenção e tentava captar todas as frases, mas do jeito que estava, aquilo era quase impossível.
- Calem a boca, suas crianças! – Bobby disse depois de um tempo, já não agüentando mais o barulho. Todos pararam e olharam para ele. – Se vocês não conseguem explicar sem reclamar que nem um bando de bebês chorões, eu explico!
Alguns dias antes...
- A gente pode ligar pro Bobby. – comentou sentada na cama de um motel que elas tinham acabado de chegar.
- E falar o quê? Que estamos caçando os Winchesters? – perguntou se jogando em sua cama. suspirou, concordando. Deitou-se.
- Bom, vi que nessa cidade tem alguma coisa para caçar... – Ela comentou. – Vamos ficar seguindo as pistas deles até achá-los, não?
fez que sim com a cabeça. Fazia semanas que elas estavam perseguindo os rastros dos dois e seguindo-os a fim de pegarem suas coisas de volta. Por sorte tinham algumas armas extras e assim conseguiam caçar no meio daquela brincadeira. Mesmo assim, estavam loucas da vida e queriam suas coisas de volta. E não parariam até que conseguissem.
Na verdade, não tinham idéia de onde eles poderiam estar. Só sabiam que estavam na cidade onde eles foram vistos pela última vez. Provavelmente deixaram algo escapar, já que havia coisas para caçar por lá. Checaram o horário e viram que era quatro da manhã. Um carro passou na rua e elas nem tiveram a curiosidade para olhar. Se tivessem, teriam se deparado com o Impala que conheciam tão bem.
- Acorda... Vai, criatura... – balançava a irmã, que estava praticamente no terceiro sono. – LEVANTA!
Finalmente começou a chacoalhá-la com força e acordou querendo matá-la. Lançou um olhar de morte e aquilo junto com os cabelos desgrenhados dela era completamente assustador.
- O que foi? – A moça perguntou querendo matar a primeira criatura que aparecesse na sua frente.
- Não vamos caçar hoje à noite? – perguntou e a irmã fez que sim com a cabeça. – Precisamos arranjar alguma casa para ficar nos arredores. Talvez possamos servir de iscas e atrair o que quer que seja para a casa.
- Você ficou pensando nisso... Quando? – perguntou se sentando enquanto jogava as roupas em cima dela.
- Logo que acordei. E ainda deu pra ir comprar café da manhã. – respondeu com um sorriso tipo colgate. – Anda logo que você já dormiu demais!
- Você já parou pra pensar que por causa dessa sua eficiência não vamos mais ter o que fazer o dia todo? – perguntou tirando a blusa do pijama e começando a colocar a outra roupa.
- Você quer ir caçar que horas? À noite? – perguntou e a irmã fez que sim. – Sabe... Todas aquelas pessoas em histórias de terror que a gente fica xingando que fazem coisas idiotas... Caçar à noite é uma dessas coisas idiotas.
- Dane-se... – respondeu se levantando com preguiça e caminhando até a mesinha do quarto. – O que você trouxe de bom?
- Panquecas! – sorriu e fez joinha. – Tava te esperando para comer.
- Ah, por isso que você me acordou... – A irmã respondeu e elas começaram a rir, sentando-se para devorar as panquecas.
A tarde já estava avançada. Eram quatro horas e os irmãos estavam se preparando para caçar o que achavam ser um metamorfo.
- Pegou tudo? – Dean perguntou acabando de sair do banho. Sam separava as armas.
- Peguei. – Sam respondeu e jogou para o irmão o clássico revolver e uma faca de prata. – Pelo que fiquei sabendo não é um só. São dois.
- O quê? Metamorfos? – Dean perguntou procurando e colocando sua roupa. – Como você ficou sabendo?
- Enquanto você estava nesse seu banho curto... – Sam começou a explicar ironicamente. – Fui dar uma volta. Ouvi de duas mulheres que mais cedo mataram duas outras numa cidade vizinha...
- E agora vieram para cá. – Dean concluiu. Já estava quase pronto. – Como elas são?
- Não me descreveram. Só disseram que elas estavam armadas e depois saíram correndo. – Sam deu de ombros e já abriu a porta para apressar o irmão.
- Ok. Vamos caçar essas vadias antes que elas matem mais alguém. – Dean respondeu e pegou as armas, além das chaves do carro. Entraram no Impala e puseram-se a procurá-las.
- Descobriu como eles são? – perguntou ansiosa.
Eram seis horas da tarde. O céu já estava arroxeado e escurecendo cada vez mais. estava esperando no carro enquanto foi comprar alguma coisa para comerem em uma lanchonete próxima. Além disso, resolveu "interrogar" quem quer que a atendesse. E voltou com um sorriso de orelha a orelha, além de uma sacola de papel pardo imensa, cheia de comida.
- Sim! – respondeu e se jogou dentro do carro, abrindo a sacola e entregando um sanduíche enorme para a irmã. – São dois caras, altos, morenos e com roupas normais! Só sei que um é maior que o outro.
- Sabe que isso não ajuda muito, né...?
- Não é só isso. – disse aumentando ainda mais o sorriso, como se fosse possível. – Sabe uma daquelas casas que a gente viu que poderia ser um dos lugares prováveis para eles aparecerem? – fez que sim com a cabeça. – Bingo. Eles foram vistos por lá hoje. Umas duas vezes.
- Ok. Então vamos atrás deles! – disse e tomou um gole do mega refrigerante. – Segura aí.
Jogou toda a comida em cima da irmã e se inclinou para o banco de trás. Pegou as armas e voltou, separando seu revólver e entregando para seu revólver e a faca de sempre.
- Pode me devolver a comida. – pegou as coisas da irmã. – Agora anda! Precisamos chegar antes deles!
- Mais alguma coisa, vossa alteza? – perguntou fuzilando-a com os olhos.
- Não. Pode ir. – disse sorrindo e tomando o refrigerante, enquanto a irmã dirigia. Só de raiva, brecou o carro.
E todo aquele refrigerante caiu em cima de .
- Anda logo, Sammy! – Dean esperava do lado de fora, ao lado do carro.
Sam apareceu correndo, prendendo a arma na calça. Os dois se meteram no carro e saíram dirigindo para uma casa abandonada distante da civilização.
- Tem certeza que eles vão estar lá? – Dean perguntou e o irmão confirmou com a cabeça.
- O cara da lanchonete falou que sim. – Sam disse e suspirou. – Segundo ele, duas moças apareceram recentemente perguntando sobre nós.
- Então os Metamorfos sabem que estamos atrás deles. – Dean concluiu. – Ok. Só precisamos pegá-los de surpresa.
- Se elas foram pra essa casa, fica mais fácil. – Sam analisou e o irmão concordou. Ligaram o som e continuaram numa estradinha até a fatídica casa.
- Não é muito inteligente vir caçar à noite numa casa sem luz. – comentou emburrada.
Estavam sentadas em uma das salas destruídas da casa. A segunda sala, pois quando os Metamorfos entrassem pela porta da frente, poderiam ouvi-los. O chão era de madeira e faltavam vários pedaços. O pouco vidro que havia nas janelas era mortal, formando dentes de vidro. Pedaços de pano pendiam como cortinas, esvoaçando sombriamente pelos quartos. O papel de parede estava encardido e se soltando da parede em rasgos e cortes. Alguns pedaços de madeira estavam jogados pela casa, vindos de móveis antigos e do chão em si. E lá estavam elas, pacificamente sentadas. Esperando.
- Eu escolhi o horário. Você escolheu a casa. – deu de ombros. olhou para ela escandalizada. – Mas é verdade. Não é culpa minha que justo o lugar que você queria procurá-los não tem luz.
- Até parece que é culpa minha. – disse bufando.
- E até parece que é minha. – A irmã respondeu.
Continuaram esperando. Nem que tivessem que esperar para sempre, mas ficariam lá. Queriam matar alguma coisa e, se tivessem sorte, matariam naquele dia. Só estavam com toda aquela raiva, pois fazia muito tempo que estavam caçando os Winchesters, sobrevivendo de dois revólveres e uma faca. E esperaram.
E esperaram.
- Que sono... – comentou. jogou um pedacinho de madeira que encontrou ao seu lado em cima da irmã. Ela olhou sem entender.
- É pra você acordar. – disse sorrindo. sorriu de volta.
As duas ficaram em silêncio, sorrindo, observando a luz da lua entrar pela casa e dar um ar mais espectral ainda para aquelas cortinas dilaceradas.
De repente, ouviram um barulho.
As duas se levantaram em um pulo. fez um sinal para se aproximar da passagem para a outra sala do lado contrário ao dela. O barulho veio da sala principal, mas logo ouviram outra pessoa se juntando à primeira, como se tivesse vindo da porta de trás. As duas se encontravam escondidas atrás da parede onde ficava a passagem que interligava as duas salas.
olhou para a irmã, fazendo um sinal que atacaria quando eles se aproximassem. confirmou e deu uma olhada na sala principal, encontrando duas silhuetas. Fez outro sinal, dizendo que os dois estavam lá.
Eles se aproximavam. segurou a arma ao lado do rosto, enquanto pegava a faca. Aos poucos, as sombras dos Metamorfos foram aumentando, chegando cada vez mais perto. Elas não perceberam, mas eles se aproximavam cautelosamente.
Eles pararam. Fizeram um sinal com a cabeça e elas souberam que eles tinham consciência de que elas estavam lá. confirmou com que a primeira coisa que fariam era atacar.
Logo que viram os pés deles, não pensaram duas vezes.
se virou direto brandindo a arma, apontando para o rosto do homem que surgiu lá. Ele fazia o mesmo, apontando uma arma brilhante para ela. Os dois se olharam durante um tempo e ele abaixou a arma.
Enquanto isso, quando o outro homem virou para cima de , ela não quis saber. Segurou sua faca e a fincou na coxa dele, girando-a para que o machucado aumentasse e não cicatrizasse. A criatura urrou.
Só depois se tocou de quem era.
- Dean! Meu Deus! – Ela levou as mãos à boca enquanto ele mancava até a sala de entrada. A moça foi atrás dele.
- ? – Sam perguntou enquanto ela ainda estava com a arma apontada para ele.
- ! Ta tudo bem?! – Ela gritou sem perceber que era Sam. Estava tão desnorteada que nem sabia mais para onde apontar a arma.
- ! – Sam a chamou mais enfaticamente e ela finalmente olhou para ele, sorrindo ao identificar quem era. – Você pode apontar a arma para outro lugar, por favor?
Ele pediu com tanta cautela e receio que ela recebeu olhar para onde estava apontando. Quando se tocou que estava prestes a atirar na virilha dele, abaixou a arma imediatamente.
- Desculpa. – Ela disse e guardou a arma. Em seguida, aproximou-se e bateu na cara dele.
- Ei! O que foi isso? – Ele perguntou extremamente atordoado.
- VOCÊ ROUBOU NOSSOS CDS! – Ela gritou histericamente e imediatamente começou a surtar.
Enquanto isso, Dean estava na sala, sentado em um sofá que estava se autodestruindo. foi correndo até ele. Dean pegou a faca e a arrancou de uma vez, jogando-a do outro lado da sala. A moça estava abaixada perto dele.
- Ta tudo bem? – Ela perguntou desesperada.
- Não podia ter olhado, não? – Dean perguntou de volta, irritado.
- Desculpa de novo! – Ela disse e se inclinou sobre ele. – Deixa eu ver.
- Não precisa... – Ele disse e levou um tapa na mão que estava perto do machucado. Em seguida, levou outro tapa. No rosto. – Ei! Por quê...?
- Minhas armas. – respondeu e voltou a atenção para o machucado. – Eu gosto de você, mas essa foi demais... Sabe, você mereceu a facada.
Dean resolveu ficar quieto, ou levaria outro tapa. começou a cuidar do machucado, tomando cuidado para não doer mais ainda, mesmo que ainda estivesse com raiva.
Casa do Bobby...
- E foi isso o que aconteceu. – Bobby terminou de explicar e Cass fez cara de compreensão. Basicamente a expressão de sempre, mas com um "ah" compreensivo.
Ele se aproximou de Dean, tocando na testa dele. Logo em seguida não havia mais dor, nem sangue, nem machucado: Dean estava cem por cento curado. As moças ficaram olhando boquiabertas.
- Ele é tipo um medipack... – comentou e riu.
- Medipack? Ta mais pra checkpoint! – A irmã disse e agarrou o braço de Sam. – A gente precisa de um desse...
[n/a: Só pra compreensão geral: medipack e checkpoint são coisas do jogo Tomb Raider]
Cass ficou sem entender nada e, para que ele não perguntasse e começassem mais explicações longas e inúteis, resolveram mudar de assunto.
- Cass... Sem querer ofender, mas o que você está fazendo aqui? – Sam perguntou antes que alguém pudesse pensar em outra coisa.
- Tenho um caso para vocês.
Todos se olharam.
- Desde quando você nos traz casos? – Dean perguntou franzindo a testa e olhando curiosamente para Cass.
- Pessoas estão morrendo em circunstâncias suspeitas. – E Cass ignorou Dean. tentou esconder o riso.
- Onde? – Sam perguntou ignorando Dean também. De qualquer maneira, o motivo de Cass ter levado o caso até eles não tinha muita importância.
- Em uma cidade aqui perto...
- Por acaso é essa? – perguntou pegando um pedaço de um jornal que estava embaixo de uma garrafa de cerveja na bagunça da mesa do Bobby.
Cass passou os olhos no pedaço de papel estendido pela moça, nem se deu ao trabalho de pegá-lo. ficou observando o anjo, perguntando-se se ele ia mesmo ler enquanto ela ficava lá servindo de seguradora de papel.
- Sim, é essa. – Ele respondeu olhando conclusivamente para ela. levantou uma sobrancelha e se sentou novamente, ocupando-se de ler a reportagem.
- Então... Sobre o que é o caso? – Bobby perguntou após alguns momentos de silêncio. Cass não era muito bom em relações humanas.
- Uma garota se matou em um parque com uma facada no coração. – Cass disse impassível e todos ficaram olhando para ele esperando uma reação. Ou pelo menos uma palavra de empatia.
Que não veio.
- Só isso? – perguntou esperando mais alguma coisa. Facadas no coração eram raras, mas podia ser somente um suicídio.
- Aqui no artigo diz que ela estava correndo e gritando em terror... Conseguiu pegar uma faca sabe-se lá de onde e se matou. – disse correndo os olhos pelo artigo.
- Ok. É um caso. – Bobby concluiu. Em seguida, olhou para Cass. – Agora tire essas crianças choronas da minha casa!
Eles rolaram os olhos e Cass só ficou mais confuso ainda. Afinal... Bobby gostava deles, não é?
- Como você surgiu com esse caso? – Dean perguntou finalmente, já que aquilo o incomodava.
- Estava cuidando de negócios na cidade. – Cass respondeu. – Posso levá-los para lá.
- Que negócios? – Dean perguntou novamente curioso e já se levantando, assim como Sam. As moças, que nunca tinham viajado por anjo, imitaram os irmãos.
- Negócios que não são seus. – Cass disse quase dando de ombros. sorriu.
- Ou seja... Não é da sua conta. – Ela disse baixinho para Dean, que riu ironicamente.
- Dá pra vocês irem logo? Tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo vocês! – Bobby disse se levantando e pegando algum livro empoeirado em alguma estante.
Cass olhou para ele e, em um segundo, não estavam mais lá.
Capítulo 2 – There’s something about you girl
- Nossa... – Foi a única coisa que conseguiu dizer quando se materializaram de repente na cidade em questão. Sentia uma tontura fenomenal.
- Eficiente... – comentou suspirando e esperando que a dor de cabeça não fosse ficar lá até de noite.
- Ei, gênio! Você esqueceu uma coisa! – Dean disse irritado e olhando para Cass, que não fazia a menor idéia do que ele estava falando. – Meu carro!
- Desculpe, Dean. Não consigo trazer seu carro até aqui. – Cass comentou impassível como sempre. Na verdade, não entendia muito o motivo do amor platônico de Dean por seu carro.
- Calma aí... Eu também preciso do meu carro! – comentou entrando na conversa. – Não posso deixá-lo lá à mercê do Bobby!
Cass semicerrou os olhos e olhou de Dean para e de para Dean. Ficou analisando os dois por um momento. Não sabia se eles tinham combinado para se aproveitar da clara ingenuidade dele em relação a carros ou se simplesmente estavam mesmo surtando por causa dos carros.
Chegou à segunda conclusão.
- Tudo bem. Eu os levo de volta para buscarem seus carros. – Cass finalmente declarou, fazendo os dois bufarem.
- Eu arranjo um lugar para ficarmos. – Sam se prontificou antes que Dean pudesse pensar em começar a dar ordens.
- E já vamos começar a dar uma checada no lugar. Vamos ver o que conseguimos da polícia. – disse piscando para a irmã, tentando deixá-la mais calma.
Dean e suspiraram. Não queriam deixar aqueles dois inconseqüentes sozinhos na cidade, mas precisavam dos carros de volta.
- Sam... Nem pense em passar a noite com ela. – Dean apontou para . Ela e Sam rolaram os olhos. – Ou o dia. Tanto faz.
- Mantenham-se profissionais. – disse piscando de volta para a irmã.
E sumiram.
- Já de volta?! – Bobby perguntou claramente incomodado ao ver Dean, Cass e parados no meio de sua sala. Ninguém falou nada. – Então? Vão ficar parados que nem malditas cenouras na minha sala ou vão me explicar o que estão fazendo aqui?!
- Deus, Bobby, tenha coração. – respondeu suspirando e pegando sua faca que estava em cima da escrivaninha. Ainda bem que tinham voltado, não fazia a menor idéia como tinha se esquecido de sua faca de estimação.
- Viemos te animar com a nossa maravilhosa companhia. – Dean disse sorrindo e Bobby lhe lançou um olhar de morte. – Credo. Viemos buscar os carros, já estamos de saída.
- E nem pensem em ficar um segundo a mais! – Bobby disse e eles foram até a porta de entrada. – Já me causaram dor de cabeça o suficiente com suas brincadeirinhas!
Deixaram Bobby reclamando dentro de casa e foram até os carros, que estavam estacionados no meio daquele monte de ferro velho. Dean sorriu ao ver seu Impala e nem queria imaginar o que seria de um caso sem ele. sorriu ao pensar que suas armas e CDs estavam todos recuperados.
- Irei deixá-los aqui. – Cass comentou de repente e os três pararam em frente aos carros.
- Mas já? – perguntou. Estava gostando da companhia de um anjo. Mesmo que ele não falasse muito e fosse completamente impassível.
- Fique para o chá. – Dean completou com um sorriso e rolou os olhos, rindo. Cass pendeu a cabeça para um lado, sem entender. – Esquece.
- Preciso cuidar de alguns assuntos, mas qualquer coisa... – Cass começou a falar e Dean não o deixou terminar.
- Já sei, já sei. A gente te chama. Divirta-se com seus assuntos.
E Cass sumiu.
- Ele é de sumir assim do nada sempre? – perguntou com uma sobrancelha erguida.
- E de aparecer do além também. – Dean explicou, caminhando até o Impala. – Ia sentir saudade de você, babe...
- Hmmm... E eu ia sentir saudade dos meus CDs... – disse se sentando no banco de motorista do Ninety-Eight e alisando o volante. Dean lançou um olhar de morte para ela. – Bom. Eu senti saudade deles.
Dean rolou os olhos e se sentou no banco do Impala, dando partida. Ela fez o mesmo e, quando o Ninety-Eight fez seu barulho típico de motor funcionando, o rádio começou a tocar.
- Viva Las Vegas? – Dean perguntou sem acreditar.
- O que foi? Você me privou de música durante muito tempo! – Ela respondeu dando de ombros. Ele sorria. Só depois que ela percebeu o sorriso dele. – Quer parar de me olhar assim?
- Por quê? – Ele perguntou sorrindo mais ainda.
- Ta me deixando desconfortável. – Ela disse seca e saiu dirigindo na frente dele.
Dean foi atrás dela, emparelhando logo que conseguiu. A estrada era de duas mãos e ele estava na contramão, mas normalmente era pouco movimentada. Portanto, não havia motivos para se preocupar.
Mas claro... se preocupou.
- Dean! Quer sair da contramão?! – Ela perguntou abaixando o vidro, já que o dele já estava abaixado. Ele olhava dela para a estrada e da estrada para ela.
- O que acha de uma corrida? – Ele perguntou de volta, checando para ver se nenhum carro aparecia.
- Quantos anos nós temos? Quinze? – Ela respondeu, porém secretamente estava morrendo de vontade de apostar uma corrida com Dean. Há muito tempo.
- Ah, vai! Vamos aproveitar que o Sam não ta aqui pra ficar enchendo o saco! – Dean falou, fazendo-a rir.
Ela ficou um tempo em silêncio. Não estava ponderando, só queria deixá-lo na expectativa. Após alguns segundos dirigindo daquela maneira, a moça mudou de marcha e olhou para ele. Dean estava sorrindo, esperando a resposta animadamente.
- Coma poeira, barbeiro do Impala! – disse de repente e saiu em disparada com o Ninety-Eight na frente, rindo.
Ela o ultrapassou e ficou exatamente na sua frente. Dean tentou ultrapassá-la primeiro pela esquerda, a estrada na contramão, mas ela o fechou. Quando tentou passar pela direita, ela girou a direção, fechando-o novamente. Então ele finalmente entendeu que ela nunca o deixaria ultrapassar.
- Ah, então você quer brincar, é? – Ele perguntou para si mesmo, já começando a ficar irritado, mas com um sorrisinho no rosto. Mudou de marcha e virou o volante. Era bom ela estar preparada para a briga que tinha acabado de comprar.
- Então... – comentou enquanto eles olhavam o local onde seus irmãos estavam anteriormente.
- Vamos procurar um hotel? – Sam perguntou e ela confirmou com a cabeça.
Viraram-se nos calcanhares e puseram-se a observar a cidade. Era tudo cinza, azul e verde. Até cores quentes, como vermelho, pareciam ter sido passadas por um filtro azul. O chão estava com algumas poças de água da chuva do dia anterior e o céu cinza quase branco. Avistaram um letreiro vermelho brilhante escrito "motel" e o "m" piscava incessantemente.
- Tem um ali. – apontou na distância. – O que você acha?
- Parece ótimo. – Ele respondeu e os dois puseram-se a andar na direção do motel.
Um vento cortante passou por eles. Frio, assim como o inverno que se aproximava. se encolheu contra si mesma, cruzando os braços. Sam observou a reação dela e só aí percebeu que a moça estava sem casaco, sobrevivendo de uma simples blusa de manga curta.
- Esqueceu o casaco? – Ele perguntou e ela riu.
- Sabe... Viajar por anjo pode ser eficiente, mas todas as minhas roupas estão no carro. – Ela comentou ainda rindo e outra rajada de vento passou, fazendo-a se encolher mais ainda.
Ele estendeu o braço para ela. ficou olhando com uma sobrancelha erguida.
- É melhor do que nada. – Sam deu de ombros. Ela sorriu e segurou o braço dele, grudando-se nele. – Você realmente está gelada...
- E olha que sou calorenta. – respondeu piscando.
Sam se soltou dela e passou o braço pelo ombro da moça, puxando-a mais para perto de si. sorriu inconscientemente enquanto ele esfregava o braço dela, para ver se a moça esquentava.
- Melhor? – Ele perguntou com aquele típico sorriso fofo de Sam.
- Melhor. – Ela respondeu também sorrindo.
Quem passava na rua achava que eles não passavam de um casal ordinário, que ia ao cinema e restaurantes, com uma vida perfeitamente feliz.
Tiveram que caminhar por um bom tempo até alcançarem o tal motel. Não era muito grande, mas tinha dois andares. Entraram e encontraram um homem no balcão, lendo uma revista qualquer.
- Com licença... – Sam disse ao se aproximar. O homem olhou por cima da revista.
- Quarto de casal? – Ele perguntou com uma voz monótona.
- Não, não. – respondeu. – São dois quartos de solteiro. Duplos. – Ela explicou. O homem deu um sorrisinho.
- Estão esperando mais gente, hã?
ficou em choque quando finalmente entendeu o sorrisinho safado do homem. Nem queria saber o que tinha se passado na mente dele e se sentia completamente desconfortável. Queria atirar nele.
- Só nos dê as chaves dos quartos, está bem? – Sam perguntou irritado.
- Nome?
- Richards. – respondeu e o homem deu as chaves para Sam, que pegou bruscamente. Saíram de lá e foram procurar os quartos.
- Richards? – Ele perguntou enquanto caminhavam por um corredor com paredes escuras e portas mais escuras ainda.
- É. Quando nós nos separamos, usamos o nome Richards para nos encontrarmos. – Ela deu de ombros. Sam observava sorrindo. – Sabe? Keith Richards.
- Óbvio. – Ele respondeu rindo. Encontraram o número dos quartos. Um de frente para o outro, separados pelo corredor largo e escuro.
Sam abriu somente um deles e os dois entraram. As camas de casal eram grandes, com colchas de cores neutras. O chão era de taco escuro e havia uma pequena cozinha por perto. O papel de parede era mais claro e pelo menos não tão brega como de muitos motéis que eles já tinham parado pela estrada. Havia também uma T.V e um pequeno banheiro escondido no fundo do quarto.
- Preciso dizer... Esse motel até que está decente. – Ela comentou parando no meio do quarto.
Sam concordou com ela. Observaram o quarto mais alguns minutos e suspiraram. Queriam parar e ficar lá um pouco, aproveitar que estavam juntos, mas tinham que ir até a polícia.
- Que desculpa você quer usar hoje para falar com os policiais? – Sam perguntou e sorriu de volta.
Estavam sem identificações e sem os ternos para se passar de FBI. Então teria que ser algo mais simples... Tipo repórteres.
Foram a pé até a delegacia. Do lado de fora, a movimentação era geral. Entraram e a movimentação parecia maior ainda. Logo uma mulher veio falar com eles, perguntando sem rodeios o que é que eles queriam.
- Somos de um jornal das redondezas. – explicou. – Queríamos falar com alguém sobre aquele acidente...
- Qual o nome de vocês, por favor?
- Harrison. – Sam respondeu sorrindo.
- Rose. – fez o mesmo.
A mulher pediu para que eles a acompanhassem e os levou até uma pacata salinha, que concluíram ser a do delegado. Pediu que esperassem na porta e entrou na sala.
- Fala aí, George Harrison. – brincou, aproveitando aquele momento para rir, já que não podia fazer aquilo na frente da mulher.
- Você não pode falar nada, Axl Rose. – Sam respondeu rindo dela, o que a fez parar de rir.
- Podem entrar. – A mulher disse sorrindo e os dois agradeceram, entrando na sala em seguida.
O delegado era gordinho, apesar de alto. Tinha os cabelos grisalhos e parecia que não dormia há semanas. Tudo por causa de um pequeno acidente com uma garota que estava alucinando.
- Bom dia, garotos. – Ele disse quase num suspiro e apontou para as cadeiras na frente de sua escrivaninha. Os dois se sentaram.
- Bom dia, delegado. – respondeu com um sorriso.
- O que posso fazer por vocês?
- Somos de um jornal... Independente. Queríamos saber se o senhor podia nos contar alguma coisa sobre o acidente daquela garota. – Sam pediu, fazendo o que Dean chamava de olhos pidões.
- Jornal de escola? – O delegado perguntou semicerrando os olhos.
- Acertou. – disse com um sorrisinho sem graça. – Uma reportagem como essas poderia nos ajudar muito... Com reconhecimento, essas coisas.
- Muitas pessoas já vieram me perguntar sobre essa garota... – O delegado disse e os dois perceberam que ele não queria falar. Precisavam agir. E rápido.
- Senhor... Compreendemos que essa é uma situação difícil. Não deve ser fácil ter o seu trabalho, mas prometo que pretendemos tratar a garota com todo o respeito possível. Queríamos saber a sua versão da história e publicar a verdade e não um bando de conjecturas sobre drogas e o que quer que seja que os outros jornais colocaram por aí. – Ela disse com a voz afável e os olhos cheios de empatia, a fim de reconfortar o homem.
O delegado olhou para ela e suspirou. Sam não conseguia acreditar.
O homem ia lhes contar tudo.
Dean e já estavam naquela competiçãozinha desde que saíram da casa de Bobby. Ele emparelhava com ela de uma maneira que a moça ficava com medo de bater. Fazia manobras que ela demorava em conseguir voltar a ultrapassá-lo. dirigia bem, mas Dean dirigia melhor.
Chegaram à cidade somente à noite. E quando chegaram, o primeiro a entrar foi o Ninety-Eight, o que fez com que a moça já começasse a cantar vitória desde lá. Avistaram o pequeno motel com o "m" piscando e tiveram certeza que Sam e tinham se hospedado lá. Qualquer coisa era só procurar por eles em outro lugar.
Estacionaram os carros lado a lado no estacionamento do motel, sendo que o Impala entrou lá antes. Quando Dean saiu do carro, lá estava , encostada em seu carro, de braços cruzados e com um sorriso imenso no rosto.
- Ganhei. – Ela disse imediatamente. Dean rolou os olhos.
- Eu entrei antes no estacionamento. – Ele se defendeu e fechou o Impala, indo até a moça.
- Eu entrei antes na cidade. – Ela explicou, observando-o se aproximar e desencostando-se do carro. – Portanto... Eu ganhei.
- A gente não estipulou a linha de chegada. – Dean argumentou e ela riu.
- Eu ganhei e você não quer admitir! – Ela disse parecendo impressionada. Ele rolou os olhos. – Vai Dean. Contente-se. Eu ganhei.
- Você saiu correndo que nem uma maluca e nem me deixou dar as regras! – Ele disse e sinalizou com a cabeça para entrarem no hotel. Ela deu uma corridinha para alcançá-lo, já que ele estava à frente.
- Ah, para com isso! Eu ganhei sim! – dizia caminhando ao lado dele. – Por que você não admite logo? Eu ganhei de você!
De repente, Dean se virou em cima dela, fazendo-a parar bruscamente. Agarrou a moça e a beijou. Foi tudo tão repentino que demorou um pouco para que ela correspondesse, mas logo já estava agarrada na gola da jaqueta dele.
- O que foi isso? – Ela perguntou quando finalmente pararam aquele beijo aleatório e ele olhava para ela com um sorrisinho besta no rosto.
- A melhor maneira pra te fazer ficar quieta. – Ele disse ainda com aquele sorrisinho e ela ficou boquiaberta.
- Dean... Você. Não. Presta. – respondeu largando a jaqueta e voltando a andar para o motel. Mas, se ele quisesse calá-la daquela maneira novamente, seria mais que bem vindo.
Entraram no local e avistaram o homem da revista. E novamente ele só se limitou a olhar para seus hóspedes por cima da revista.
- Por acaso o senhor tem dois hóspedes registrados por Richards? – perguntou antes que Dean pudesse perguntar qualquer coisa.
O homem sorriu e ela ficou extremamente desconfortável. Podiam falar o que quisessem, mas aquele era um tipo meio psicopata pervertido de sorriso. Inconscientemente, a moça se aproximou mais de Dean.
- Então vocês que são os... "Amigos" deles... – O homem comentou ainda com aquele sorriso.
- Ei. Os números. – Dean disse como se estivesse acordando o homem de algum transe. Ficou observando-o com uma sobrancelha erguida.
- 18 e 19. – O homem respondeu soltando uma breve risada.
Dean deu as costas para ele e passou o braço pelos ombros de . Checou mais uma vez para ver se aquele esquisito não os perseguiria. Logo se encontravam no corredor escuro, procurando o número dos quartos.
- Norman Bates. – disse de repente.
- Norman Bates parecia normal perto desse aí. – Dean comentou e encontrou um dos quartos. Bateu e ficaram esperando.
Sam abriu a porta, encontrando os dois juntos.
- Por que vocês estão abraçados? – Ele perguntou e entrou no quarto, seguida de Dean.
- Você viu o Norman Bates lá embaixo? – Dean perguntou de volta como se fosse óbvio.
- Sério. , toma cuidado, ele vai querer nos esfaquear durante o banho. – disse se sentando ao lado da irmã na cama. e Sam riram.
- Hmmm... Você trouxe nossas malas? – perguntou e fez que sim com a cabeça. – Que bom, porque eu preciso de um casaco.
- Pega o meu. – tirou a jaqueta que estava usando e deu para a irmã. – Eu não passo lá embaixo de novo. Pelo menos não hoje.
- Então como vamos pegar nossas malas? – perguntou colocando a jaqueta e já se sentindo mais quentinha.
Nem precisaram falar nada. Somente olharam para Dean e Sam, que estavam parados no meio do quarto. Os irmãos se entreolharam e depois olharam de volta para elas.
As irmãs sorriram.
- Me lembre de nunca mais ir buscar malas para mulheres. – Dean comentou com Sam enquanto retirava uma das malas do banco de trás do Ninety-Eight. – Pra que uma mala desse tamanho?
- Mulheres, Dean. – Sam respondeu suspirando, apoiado em uma das malas, esperando Dean parar de reclamar para poder fechar o carro. – Caçadoras ou não, sempre terão malas assim.
- Cara... Nunca mais fale como se você conhecesse mais de mulheres do que eu. – Dean disse achando aquilo a coisa mais esquisita do mundo. – Agora fecha logo o carro antes que o Bates venha aqui pra te esfaquear.
Sam ficou com aquela cara de vazio, típica de quando se irritava com Dean. Demorou um tempo para perceber que o irmão estava chamando-o de mulherzinha, comparando-o com a famosa cena de Psicose. Enfim, fechou o carro e foi atrás de Dean, realmente esperando que ele tropeçasse em alguma coisa e caísse com a mala em cima.
- Obrigada! – exclamou ao vê-los chegando ao seu quarto com as malas. Sam deixou a sua perto da cama. Ela jogou-a no chão, abrindo-a e pegando um pijama quentinho. – Salvou minha vida.
A moça se levantou e deu um beijo rápido em Sam, trancando-se no banheiro para se trocar logo em seguida. Ele sorriu e se sentou na beirada da cama, observando Dean e , mas sem realmente pensar neles.
- Ótimo... – foi até a mala e pegou seu pijama, além de duas armas que estavam lá por perto. – Obrigada.
- Vamos lá, linda. Eu não ganho um beijo também? – Dean perguntou com aquele sorriso convencido no rosto. Ela se sentou na beirada da cama.
- Não. – A moça respondeu sorrindo. O desapontamento no rosto de Dean foi tanto que ela não conseguiu ficar sem rir.
- Tudo bem. Só não venha me implorando por um beijo depois. – Ele disse mais convencido ainda, apoiando-se em uma cômoda próxima.
- Não vou. – Ela garantiu e a irmã saiu do banheiro, dando a deixa para ela se trancar lá depois.
estava com um pijama de ursinhos. A calça era cinza, larga, com alguns ursinhos estampados. A blusa era uma regata um pouco mais justa, com algumas rendinhas cor de rosa e um ursinho maior estampado no meio.
- Ursinhos? – Dean perguntou sem acreditar.
- Eu gostei. – Sam deu de ombros. sorriu internamente, sentando-se ao lado dele.
- Descobriram alguma coisa essa tarde? – Dean perguntou para que não ficasse um silêncio estranho e o casalzinho não começasse com coisinhas românticas e melosas típicas de Sam.
- Falamos com o delegado. – respondeu. – Mas não adiantou muito.
- Ele só disse que no exame toxicológico não apareceu nada. – Sam disse tentando não se esquecer de nada. – Sem drogas.
Seguiu-se um momento de silêncio pensativo. Que não durou muito, pois saiu do banheiro. Estava com uma camisola curta e azul, com um penhoar velho por cima, a fim de se esquentar. Entrou no quarto furiosa, abaixando-se perto da mala.
- ... Cadê meu pijama de frio? – Ela perguntou fuçando a mala.
- Ta no porta-malas, lembra? – A irmã respondeu. – Junto com as roupas sujas. Você usou um dia desses e derrubou sei lá o que em cima.
- Droga.
Levantou-se novamente e deu-se por vencida. Rolou os olhos.
- Vamos à lavanderia amanhã. Por favor. – Ela disse e riu.
- Com certeza. Preciso do meu penhoar também. – A irmã respondeu. – Agora não seria bom irmos dormir? Estou morrendo de sono.
- Ok... – Sam disse se levantando da cama e ela fez o mesmo. – Boa noite.
E a beijou. Um beijo rápido, assim como ela dera nele antes. Em seguida, deixou-a lá parada no meio do quarto e foi até a porta, sem antes checá-la mais uma vez para ver sua reação. Antes que pudesse sair, ela sorriu e acenou.
- Dean, quer parar de encarar as minhas pernas? – perguntou enquanto Sam beijava .
- É culpa da sua camisola. – Ele respondeu e ela riu, mesmo que não quisesse.
- Boa noite, Dean. – Ela disse categoricamente. Enquanto isso, Sam passava por eles para chegar até a porta.
- Só isso? Boa noite?
- Só.
- Não pense que vou te dar um beijo de boa noite que nem o Romeu e Julieta aí do lado. – Ele disse com aquela atitude displicente e indo até a porta.
- Ótimo. Eu não queria mesmo. – Ela respondeu dando de ombros e começando a fechar a porta. – Boa noite.
E fechou. Queria abri-la novamente só para dar um beijo de boa noite em Dean, um daqueles beijos, mas se controlou. Enquanto isso, do outro lado da porta, Dean queria abri-la também, para beijá-la e desejar boa noite. Mas os dois eram orgulhosos demais e decidiram ir para suas camas ao invés de ficarem parados com a indecisão na frente da porta.
Capítulo 3 – Until I’m ready
- Mais alguém ta com fome? – Dean perguntou enquanto caminhavam até o parque onde a garota se matou, refazendo o caminho tomado por ela.
- Dean, você só pensa em comida? – perguntou de volta sem acreditar.
- Em mulheres também. – Sam comentou dando de ombros. Dean sorriu.
- Sério. Nós acabamos de acordar e nem comemos nada. – Ele se explicou.
- Para falar a verdade, eu to com um pouco de fome sim. – comentou. – A gente podia parar pra tomar um café.
- Por que vocês não trazem alguma coisa pra gente? – perguntou e eles pararam de andar. – Eu e o Sam continuamos no caminho, se encontrarmos alguma coisa estranha ligamos pra vocês. Eu também estou com fome.
- A gente traz alguma coisa sim. – Dean respondeu. – Vamos?
Acharam uma lanchonete próxima que parecia ser boa. Pequena e simples, mas nunca foram de exigir coisas boas demais. Sentaram em uma mesa perto de uma enorme janela.
- Vai querer o quê? – Dean perguntou pegando o cardápio. observava o lado de fora.
- A gente não ia pedir pra viagem? – Ela perguntou de volta e Dean a olhou. – Quer dizer, temos que voltar pra ajudar o Sam e a .
- Ah, deixa eles andarem. – Dean deu de ombros. Uma garçonete chegou e parou ao lado da mesa. – Um café e um pedaço de torta.
A mulher mal esperou pensar em pedir e foi embora. A moça ficou olhando para ela com a boca aberta, já que ia falar e não conseguiu. Dean começou a rir.
- Então... Vai querer o quê?
- Eu ia pedir um café, né? – respondeu indignada. – Mas acho que ela só atende homens ridiculamente bonitos.
- Não vai comer nada?
- Não sei, ainda estou pensando...
- Ei! Moça! – Ele chamou e a garçonete virou com um sorriso, visivelmente interessada em Dean. Ele lançou aquele sorriso convencido. – Mais um café e uma torta! – E piscou em seguida.
- Mas eu não disse que queria torta... – disse com uma sobrancelha erguida.
- Confie em mim: tortas são maravilhosas. – Dean respondeu. – Você tem que experimentar.
- Bom... Até agora, nada estranho. – comentou segurando o EMF. – Será que é um espírito?
- Não sei... Espíritos podem causar terror nas pessoas e também podem possuí-las. – Sam comentou de volta, também com seu EMF em mãos. – Pode ser o que aconteceu aqui.
- Mas ela estava correndo em terror... Poderia ser qualquer coisa! – A moça respondeu pensativa. – A primeira vez que vi um metamorfo, quase saí correndo em desespero também.
- Jura? – Ele perguntou sorrindo, achando aquilo extremamente engraçado.
- Eu nunca tinha caçado! As coisas mais assustadoras que eu já tinha visto nem se comparavam a um metamorfo! – Ela se defendeu esperando não parecer uma garotinha pateticamente assustada.
- Falando nisso, como você começou a caçar? – Ele perguntou de volta. Aquela era uma pergunta que o perturbava desde o primeiro dia que se conheceram.
- Ah, um dia eu te conto... – Ela disse vagamente. Sam olhou para ela, claramente duvidando daquela frase. – Sério. É uma história longa e cansativa, eu tenho que estar com muita disposição para contar.
Ele riu. Por um momento achou que ela só estava querendo evitar algum acontecimento passado, basicamente o que ele e Dean faziam toda hora. Enfim, continuaram o caminho para o parque.
- Hey. Descobriram alguma coisa? – Dean perguntou logo que chegou ao parque. e Sam já tinham rodado o lugar no mínimo umas cinco vezes.
- Hmmm nada. O EMF não deu sinal de vida, sem ectoplasma, sem visões... – Sam explicou suspirando no final.
- Então basicamente estamos no zero, que nem quando chegamos aqui? – perguntou. Sam e se olharam.
- É. – Responderam juntos.
- Vou dar mais uma olhada por aí. – Dean disse e entregou as coisas para e Sam. - Alguém quer vir?
- Eu vou. – respondeu guardando o EMF. – Às vezes deixei passar alguma coisa.
- Ok. Sammy e vão... Sei lá, façam alguma coisa. – Dean disse e começou a caminhar com pelo parque, tentando refazer o caminho que a moça fez pela vigésima quinta vez.
Sam e ficaram encarando os dois com cara de vazio. Bem legal sair correndo e deixar os dois pra se virarem. "Façam alguma coisa". Bem útil.
- Sabe o que eu tava pensando... – começou a falar e Sam olhou para ela, deixando de xingar o irmão mentalmente. – Será que alguém viu alguma coisa?
- Também pensei nisso... Ela não pegou uma faca pra se matar? – Ele perguntou como se tivesse se lembrado da coisa mais importante do mundo.
- Não acredito que vocês nem pensaram em checar isso...
- Ficamos tão absortos em achar alguma coisa durante o caminho que nem pensamos nisso! – Sam comentou com o entusiasmo renovado. Pelo menos tinham alguma coisa para fazer.
- Ela se matou aonde? – perguntou já se preparando e olhando para todos os lados para procurar algum lugar onde arranjar uma faca.
- Hmmm... Alguns metros pra frente. – Sam apontou um lugar próximo deles. – Perto daquela árvore.
- Ok. Se você estivesse correndo em terror, onde arranjaria uma faca? – Ela perguntou olhando para todos os lugares, vendas e afins. Só depois olhou para a cara de óbvio dele. – Tirando o seu carro. Vamos fingir que não somos estranhos.
- Claro. – Ele respondeu rindo. – Bom... Bares têm facas.
Do outro lado da rua, um pouco mais para trás, havia um bar bem pequeno, que seria um ótimo lugar para arranjar uma coisa daquelas. Os dois se olharam e deram de ombros, atravessando e indo em direção ao estabelecimento.
- Nossa, essa torta ta uma delícia. – comentou enquanto caminhava ao lado de Dean. Ele sorriu.
- Então... Vocês não acharam nada mesmo? – Ele perguntou, mas ela não respondeu. Olhou para a moça e viu que ela estava com a boca cheia. – Cuidado para não morrer de anorexia.
- Não enche. – Ela respondeu ainda com a boca cheia, fazendo-o rir. – Não achamos nadinha. Isso é muito esquisito.
- Pode ter sido possessão por espírito. – Ele disse e puxou o EMF do bolso, mesmo que ele não estivesse detectando nada.
- Que tipo de espírito sai correndo em terror? – Ela perguntou e ele concordou. Nunca tinha visto algo assim. – Não teve uma vez que você ficou em terror por causa de um espírito?
- Quê? – Dean olhou para ela sem acreditar. começou a rir. – Sam... Eu mato...
- Você se assustou com um gato... – Ela comentou ainda rindo.
- Culpa daquela febre maluca maldita. – Ele respondeu ficando irritado. Sam não tinha nada que sair falando por aí sobre aquilo.
- E se for a mesma coisa? – Ela perguntou não querendo deixá-lo ainda mais irritado. Se não, teria continuado a enchê-lo. Mas Dean tinha certeza que ela não deixaria aquilo de lado tão rápido.
- Talvez... Mas teria que ser um espírito muito irritado. – Ele disse e continuaram caminhando. Estavam quase dando a volta pela praça.
- Será que pode ter sido... Outra coisa? – perguntou bebendo um pouco do refrigerante que a irmã trouxe logo em seguida. – É que eu nunca ouvi falar de algo assim antes. A única coisa que vem na minha cabeça é um espírito irritado.
- Não só na sua... – Dean respondeu e suspirou.
Continuaram andando e esperando encontrar alguma coisa. Qualquer coisa. Contanto que encontrassem algo, estariam felizes, pois não podiam continuar naquela situação encalhada de investigação. Mesmo que tivessem acabado de chegar.
Mas não deram sorte.
Sam e entraram no bar. Algumas pessoas estavam sentadas e a atmosfera era meio sombria. Sentiam que todos olhavam para eles, então entraram e se sentaram no balcão, sem ao menos olhar para os lados.
- Sou só eu ou nós estamos sendo encarados? – A moça perguntou ironicamente e Sam riu.
O barman se aproximou e só olhou para eles.
- Whisky. Dois. – Sam pediu e o homem saiu para buscar as bebidas.
- Whisky logo de manhã? – perguntou já se sentindo cansada.
- Espero que a informação valha a dor de cabeça. – Sam disse dando de ombros. Ela suspirou. – E não está tão cedo assim. Já é uma e meia.
- Já? – Ela perguntou tão surpresa, como se tivesse descoberto a Austrália, que fez Sam rir. O barman surgiu com as bebidas, escorregando-as pelo balcão.
- Hmmm, cara, a gente queria fazer algumas perguntas... – Sam chamou antes que o homem pudesse ir embora. O barman se virou vagarosamente e olhou para ele com cara de poucos amigos. Sam deu um sorriso sem graça e continuou quieta, agarrada ao seu copo de bebida. – Somos de um jornal das redondezas.
O homem olhou para . Foi a vez dela de dar um sorrisinho sem graça e dizer um "oi" logo após um gole apressado de Whisky. A voz dela quase não saiu.
- O que vocês querem saber? – O homem finalmente falou, com uma voz super grave. A moça ficou boquiaberta. Sam olhou para ela e quando viu que ela estava olhando que nem besta para o barman, riu sem jeito e resolveu falar antes que ele prestasse atenção nela.
- Soubemos que a garota que se matou, Tara, passou aqui por perto... – Sam começou a falar e o homem rolou os olhos.
- Já expliquei o que aconteceu pra polícia e pros jornais...
- É que na verdade somos de um jornal de escola. – começou a falar sorrindo. – E queríamos fazer uma matéria realmente boa. Mais ou menos a melhor de todas e precisamos de fontes confiáveis.
O homem suspirou e apoiou no balcão. Nem os dois acreditavam que ele tinha se convencido com aquele discurso nem um pouco convincente de .
- Ela entrou aqui. – O barman disse. Os dois se olharam e imediatamente se inclinaram na direção dele. – Desesperada. Agarrou uma faca que estava por aí e saiu correndo.
- Ela disse alguma coisa? – Sam perguntou agora com as expectativas renovadas.
- Estava gritando que alguma coisa estava perseguindo ela.
- E por acaso ela disse o que era? – perguntou com esperanças.
- Não.
Bom. Era melhor do que nada.
estava sentada em um banco da praça enquanto Dean estava parado ao lado dela. Viram Sam e atravessando a rua e esperaram até os dois se aproximarem. Pareciam animados.
- Conseguiram alguma coisa? – Perguntaram ao mesmo tempo. Dean ergueu uma sobrancelha.
- Se um endereço é alguma coisa... – Sam comentou mostrando um pedaço de papel. Dean arrancou da mão dele e se levantou imediatamente para ler.
- De onde? – Ela perguntou curiosa, já que só havia um endereço e um nome: Paris.
- Da irmã de Tara. – respondeu piscando. – E, além disso, descobrimos que a garota achava que estava sendo perseguida.
- Ela falou do que estava fugindo? – Dean perguntou esperando uma resposta afirmativa.
Mas os dois balançaram a cabeça negativamente.
- Acho bom irmos falar com a irmã. – Sam comentou. Dean abriu a boca para começar a falar, mas as irmãs não iam deixar.
- Nem pense em começar a dar ordens, Dean. – disse. Ele olhou para ela com as sobrancelhas franzidas, surpreso pela revolta repentina dela.
- Precisamos passar na lavanderia. – explicou suspirando. – Vocês vão falar com essa tal de Paris.
- Nos encontramos no hotel. – completou e as duas acenaram para os Winchesters, caminhando de volta para aquele hotel estranho.
- Cara... Você levou uma bronca e tanto dela. – Sam disse só para provocar o irmão.
- Cala a boca. – Dean respondeu balançando a cabeça e indo na direção do endereço.
- Precisava ter visto a sua cara! – Sam continuou e começou a rir.
- Você vai vir ou o quê? – Dean gritou de volta, já longe. Sam correu atrás dele, ainda rindo. Ia importunar o irmão para sempre.
- Então... – começou a puxar assunto. As duas estavam na lavanderia e a moça estava sentada em cima da máquina na qual colocava as roupas. – O Sam é um cara legal.
- Ele é sim... – respondeu dando de ombros e continuando sua tarefa com as roupas.
- Eu gosto dele. É um bom amigo. – continuou e ficava observando a reação da irmã. parecia indiferente e só concordava com ela, como se colocar as roupas na máquina fosse a coisa mais importante do mundo. – Ele é um dos caçadores mais atenciosos que já conheci. Um cara muito legal...
- E divertido. – adicionou sem ao menos prestar atenção. Sorriu inconscientemente.
- Oh meu Deus. – A irmã arregalou os olhos e ficou boquiaberta, com um sorriso de orelha a orelha. olhou para ela sem entender. – Você ta apaixonada por ele!
- Não estou! – respondeu quase imediatamente. O sorriso da irmã aumentou mais ainda como se fosse possível.
- Você ama o Sam! – estava quase tendo ataques de alegria e desceu da máquina quando deu as costas para ela. – E ele? Corresponde?
- Você é muito inconveniente... – comentou ligando a máquina e se apoiando nesta.
- Ele gosta de você também! – A irmã arregalou os olhos e quase soltou um gritinho de alegria. – Aleluia irmãos!
- Ei! Eu não sou a encalhada de nós duas! – cruzou os braços e encarava a irmã tendo um ataque de loucura.
- Mas é a mais sentimental! – finalmente parou e olhou para a cara dela. – Sabe quanto tempo eu esperei pra você arranjar um cara decente que realmente gostasse de você?
- Falando nisso, como anda você e o Dean? – Foi só perguntar que a irmã fechou a cara. Quase como um balde de água fria.
- Não muda de assunto. – disse cruzando os braços e se apoiando em uma máquina atrás de si.
- Calma aí... Você só fica na defensiva quando... – arregalou os olhos e ficou boquiaberta. – Não acredito! O Dean?
- Cala a boca. – respondeu rolando os olhos. – Eu fico sempre na defensiva. Você ta vendo coisa onde não tem.
- Não to não! – A irmã respondeu. – Sério! Você já falou com ele sobre isso?!
- Não tem o que falar. – disse suspirando e balançou a cabeça. – E estávamos falando de você, dá pra parar de fugir do assunto?
- Você gosta dele! Do Dean! – começou a surtar, fazendo uma dança estranha no meio da lavanderia, agitando as mãozinhas. – Você gosta dele!
- Quer parar com isso? – perguntou em um sussurro. – Sério. Eu não te conheço.
Começou a tirar as coisas da máquina enquanto ainda surtava de alegria no meio da lavanderia. Algumas pessoas passavam e olhavam para ela, enquanto a ignorava completamente.
- Quando vai falar com ele? – finalmente parou com um sorriso imenso ao lado da irmã, imediatamente quando ela se virou com as roupas em mãos.
- . Morre. – respondeu, o que fez a irmã rir mais ainda e ter cada vez mais certeza de que estava certa.
Dean e Sam estavam parados à porta da casa de Paris, pensando em uma desculpa para dar. Logo uma garota morena e de cabelos curtos abriu a porta, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
- Sim? – Ela perguntou ao abrir a porta, com a voz meio fanha.
- Paris? – Dean perguntou e ela fez que sim com a cabeça.
- Éramos amigos da sua irmã... – Sam disse com aquele olhar de cachorrinho sem dono como Dean chamava. – Viemos oferecer nossas condolências.
- Entrem... – Paris disse abrindo mais a porta e deixando-os entrar. Acompanhou-os até a sala de estar.
- "Oferecer nossas condolências"? – Dean cochichou para Sam. – Cara, em que século você vive?
E tudo que recebeu foi um olhar de morte do irmão.
- Eu não me lembro de vocês. – A garota comentou agarrada às mangas do casaco.
- Ah, eu sou Sam. Esse é meu irmão Dean. Conhecemos Tara recentemente. – Sam disse se sentando no sofá quando Paris fez sinal para que eles sentassem.
- Não entendemos direito o que aconteceu... – Dean começou a falar. – Disseram que ela estava drogada...
- Tara não usava drogas. Ela era a garota mais perfeita do mundo. – Paris respondeu fungando e começando a chorar novamente, mas discretamente.
- Nós sabemos. – Sam disse tentando fazê-la se sentir melhor.
- Alguma coisa aconteceu com ela. – Paris disse depois de um tempo.
- Que tipo de coisa? – Dean perguntou ficando interessado. Era com esse tipo de frase que começavam relatos estranhos.
- Ela estava... Estava... – Paris olhou para eles, que lançaram olhares encorajadores. – Com medo. Não sei do que, mas na última semana vinha tendo medo de tudo... E naquele... Naquele dia ela... Disse que estava sendo perseguida por eles e ficou em terror e...
A garota parou de falar para conter as lágrimas, mas não deu muito certo. Chorava desconsoladamente, sempre silenciosamente. Pegou alguns lencinhos de papel para enxugar as lágrimas. Não tinha como não sentir pena.
- Desculpa, mas ela estava sendo perseguida por quem? – Dean perguntou e Paris olhou para ele.
- Cachorros. – A garota respondeu como se fosse óbvio. – Tara morria de medo de cachorros.
De repente, parecia que o sangue tinha fugido dos corpos dos irmãos. Eles se olharam. Não era possível.
- Cães do inferno? – perguntou sentada em sua cama.
Os quatro estavam no hotel, já que elas tinham acabado de chegar da lavanderia e os Winchesters já estavam esperando com as estranhas notícias.
- Ela não parecia o tipo de garota que faria um trato. – comentou achando aquilo muito estranho.
- Até os mais certinhos fazem tratos. – Dean respondeu dando de ombros.
- E é a melhor teoria que temos até agora. – Sam disse o que todos estavam pensando.
- Então temos que sair pela cidade procurando demônios. – concluiu e os irmãos confirmaram. Elas suspiraram. – Podemos fazer isso amanhã? Só hoje já foi suficientemente cansativo.
- Acho que tudo bem. – Sam disse dando de ombros. – Não parecem ter outros tratos por aqui.
- Então pelo amor de Deus vamos comer. – disse pegando sua jaqueta e colocando-a. – To morrendo de fome.
Foram todos no Impala até a lanchonete onde Dean e tinham ido anteriormente. Realmente, apesar de ser simples, a comida era muito boa e eles não podiam reclamar. Pediram um prato e já estavam satisfeitos.
- Mais alguma coisa? – Aquela garçonete perguntou exclusivamente para Dean. Tinham a impressão de que sua saia era menor do que a das outras.
- Só a conta. – Dean disse para ela, sorrindo. A mulher sorriu de volta e saiu desfilando até o balcão.
- Acho que não é só você que ta interessada nele... – comentou com a irmã, que se limitou a rolar os olhos. – Não vai fazer nada?
- Então vamos procurar o demônio amanhã à tarde? – Sam perguntou interrompendo a conversa delas sem perceber. Elas confirmaram com a cabeça.
- Acho que é o melhor horário. – respondeu. – Me recuso a acordar cedo pra caçar.
Sam riu dela. Quando perceberam que a garçonete tinha acabado de pegar a conta, já pegaram suas carteiras e aí começou uma discussão de quem iria pagar. A mulher chegou com uma caderneta de couro.
- Aqui está a conta. – Ela disse se abaixando e deixando-a na frente de Dean, propositalmente para que ele prestasse atenção em seu decote. Distanciou-se, mas ficou observando com um sorriso safado.
- Dean, bonitão, vou te esperar no carro, ta? – disse deixando um pouco de dinheiro em cima da mesa.
O que fez em seguida, ninguém esperava. A moça se debruçou sobre a mesa, puxando Dean pela gola da camisa e beijando-o. Mas não um beijinho simples. Foi um beijo demorado e intenso. Depois de um tempo largou-o e saiu da lanchonete, sorrindo e acenando.
Dean ficou surpreso. deixou o dinheiro com Sam e correu atrás da irmã, morrendo de rir da cara de indignação que a garçonete fez ao ver aquela cena.
- E você ainda nega que gosta dele! – disse ao alcançá-la ao lado do Impala.
- Ah, fala sério. Aquela sirigaita me viu com ele mais cedo e agora no jantar e fica dando em cima dele? – perguntou irritada. – Ah, fala sério!
- Você perdeu a cara da garçonete! – A irmã respondeu rindo. – Estava impagável.
As duas começaram a rir. Tentaram parar ao ver que os Winchesters se aproximavam, porém era mais forte que elas: não tinha como. Isso porque Sam estava tentando se controlar para não rir da cara de Dean e, obviamente, não estava funcionando.
- Vamos voltar antes que o Bates queira matar todos nós, ou vocês vão ficar aí rindo? – Dean perguntou ao se aproximar delas.
Os quatro entraram no carro e Dean teve que agüentar os três seres que o acompanhavam rindo desde a lanchonete até o motel.
Capítulo 4 – Make me play the game
Dean mal havia acordado e começou a ouvir batidas insistentes na porta. Esticou o braço preguiçosamente para alcançar o relógio, agarrá-lo e ver o horário. Meio dia. Exatamente.
- Sam... – Ele grunhiu, ainda com aquela voz péssima matinal. – Sammy!
- Hmmm... – O irmão se limitou a gemer de volta, sem ao menos abrir os olhos.
- Abre a porta.
- Por que eu? – Agora sim Sam abriu os olhos. Encontrou Dean de bruços com a cara no travesseiro. – Você ta mais perto.
- E você é mais novo. – Dean respondeu como se fosse óbvio, de olhos fechados e quase dormindo. – Vai.
Sam ficou encarando Dean e se perguntava se um simples olhar era capaz de matar. Irritado com aquelas pessoas inconvenientes, foi abrir a maldita porta. E deu com as irmãs esperando.
- Oi? – Ele não fazia idéia do que dizer. A claridade do lado de fora agrediu seus olhos e ele teve que fechá-los por um instante.
- Bom dia, Sam. – As duas disseram juntas, rindo da cara de travesseiro dele.
- Querem entrar? – Ele perguntou já dando passagem para as duas e fechando a porta logo que elas entraram no quarto.
As moças pararam para observar a decadência dos dois. Sam voltou para a cama e ficou estatelado lá, mas virado para elas e com o braço servindo para aumentar a altura do travesseiro, assim podia vê-las melhor. Dean nem se deu ao trabalho de se mexer, continuou lá dormindo.
deu um sorrisinho sapeca e caminhou até ele. começou a observar aquela cena com curiosidade. se debruçou no lado da cama que não era ocupado por Dean até alcançar o ouvido dele.
- Bom dia, Dean. – Ela sussurrou.
Ele sorriu e abriu os olhos, deparando-se com o rosto dela sobre o seu. Virou-se para vê-la melhor e provavelmente para beijá-la, mas ela se distanciou.
- Você sabe que horas são? Deixa de ser folgado, homem! Levanta! – Ela disse parecendo nervosa e batendo de leve no braço dele, sentando no pé da cama. estava agora sentada no pé da cama de Sam.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Dean perguntou se sentando na cama. Só quando os lençóis caíram é que elas perceberam que ele estava sem camisa.
- A gente viu uma notícia hoje de manhã... – começou a falar escondendo o riso, já que viu que ia demorar um pouco para a irmã se concentrar novamente. – Mais uma morte.
- De quem? – Dessa vez Sam se sentou. Estava bem mais acordado do que antes.
- Um cara... Como era mesmo o nome dele? – perguntou para a irmã, forçando-a a pensar em alguma coisa.
- Juan Hernandez. – respondeu finalmente acordando. – Morreu em um balcão industrial, aparentemente depois de se jogar do telhado.
- E como ele chegou lá? – Dean perguntou achando aquilo muito estranho. Mas o trabalho deles era cuidar do estranho.
- Umas pessoas o ouviram gritar que tinha um homem perseguindo-o. – disse lembrando-se da notícia. – Aí ele deu um jeito de subir no telhado e se jogar de lá foi a única saída.
- Parece o tipo de coisa que estamos procurando. – Sam disse suspirando. – Precisamos dar uma olhada nesse lugar.
- Hoje à noite? – perguntou e eles concordaram.
- Espera aí... Por que diabos vocês nos acordaram? – Dean perguntou indignado. – Podiam falar isso mais tarde!
- É que a gente ia almoçar e queria saber se vocês estão a fim de vir junto. – explicou. Dean ficou um pouco desconcertado por ter sido rude, mas a moça sorriu. – Mas no estado em que vocês estão, acho melhor irmos almoçar sozinhas.
As duas quase saíram do quarto, mas eles se levantaram rapidamente para colocar outras blusas e dar um jeito na cara de travesseiro antes de sair para almoçar. Agora que elas tinham dado um jeito de acordá-los, iam ter que aturá-los, mesmo que só fosse para almoçar e se encontrarem novamente só à noite.
- Pegaram tudo? – Dean perguntou ao vê-las se aproximando.
Já tinha anoitecido e estavam prontos para caçar aquele demônio que estava fazendo tratos pela cidade.
- Sal... – mostrou um pacote.
- E água benta. – mostrou uma garrafa de água. – E vocês?
- Faca. – Sam mostrou a faca que sempre carregava. As duas ergueram uma sobrancelha.
- E isso ajuda? – perguntou suspeitando.
- Mata demônios que é uma beleza. – Dean respondeu piscando.
Entraram em seus carros e saíram dirigindo, com os Winchesters na frente. foi o caminho inteiro implorando para a irmã para passarem na frente deles, mas insistia que não e dizia para ela aprender a dirigir civilizadamente.
Chegaram a um balcão cinza, como a cidade toda. Era enorme e parecia estar fora de uso, como praticamente todos os lugares que iam atrás. Entraram juntos e se depararam com esteiras, correntes, caixas... Tudo mal cuidado e se autodestruindo.
- Que lugar bonito... – comentou com sua arma em mãos e um pouco de sal.
- Vamos nos separar. – Dean disse e checou se sua shotgun estava carregada.
Aceitaram a idéia e cada um foi para um canto. Em pouco tempo o lugar de onde se separaram não podia mais ser vistos e a única coisa que se ouvia eram os próprios passos. Seguravam suas armas e andavam com cautelas, prontos para atirar ou esfaquear o primeiro demônio que aparecesse.
Andaram. Andaram. E andaram.
Não encontraram nada. Nem um miligrama de enxofre no meio do caminho para alegrar seus dias. Aos poucos, foram tomando caminhos parecidos, até que finalmente se encontrou com Dean.
- Encontrou alguma coisa? – Ela perguntou, mas ele fez um sinal negativo com a cabeça.
- Nada. Se esse cara ta aqui, é o Houdini. – Dean respondeu começando a se perguntar se suas teorias estavam certas.
- Hey. – Sam tinha aparecido. – Alguma coisa?
e Dean balançaram a cabeça.
- E você? – Ela perguntou, mas Sam também fez que não.
Ficaram alguns momentos em silêncio.
- Cadê a ? – Dean perguntou ao perceber que a moça não chegava.
De repente, ouviram passos apressados se aproximando. Parecia alguém correndo desesperadamente na direção deles. Ficaram parados, um ao lado do outro, observando a escuridão que englobava o barulho. E dessa escuridão, surgiu .
- EU PRECISO DE UMA ARMA! – Ela chegou gritando em desespero.
- Você já tem uma! – Sam respondeu apontando para a arma na mão dela.
- PRECISO DE UMA MAIOR! – gritou de volta e, quando alcançou Dean, tirou a shotgun das mãos dele.
Ninguém acreditou no que surgiu atrás dela. Uma aranha, literalmente enorme, perseguia a moça com uma velocidade alucinante. Ainda se aproximava naquela velocidade frenética de patas se debatendo contra o chão enquanto apontava a arma para ela e se preparava para dar o tiro.
Que atingiu o bicho, mas não o matou de primeira.
se aproximou mais de Dean, antes de atirar pela última vez. Com isso, a aranha deu um salto no ar, aterrissando de costas, com as patas movendo-se loucamente nos últimos reflexos antes de morrer. Isso fez com que se agarrasse ao braço de Dean, fechando os olhos e confiando que, se algo desse errado, ele não deixaria que aquela aranha comesse o fígado dela.
- O quê. Foi. Isso? – perguntou ainda encarando a aranha estatelada no chão. Todos encaravam. Menos , que estava com o rosto enterrado em Dean.
- Já morreu? – Ela perguntou e Dean olhou para ela. Não sabia se ria ou se a consolava.
- Você tem medo de aranhas? – Ele perguntou de volta, fazendo com que ela olhasse para ele.
- É fobia, ta? Não um medinho besta e sem sentido. – Ela respondeu e olhou para o bicho virado ao contrário. Teve um calafrio.
- De onde surgiu? – Sam perguntou, já que aquilo podia ser uma pista. Mas deu de ombros. – Acho melhor darmos uma olhada.
- Eu não volto naquele buraco escuro, mas nem se o Brad Pitt estivesse lá dentro! – A moça disse finalmente se soltando de Dean.
- Eu vou com o Sam. – respondeu, tentando acalmá-la. – Voltamos em um instante.
Sendo assim, os dois tomaram o caminho de onde havia surgido. Enquanto isso, a moça se sentou em uma caixa que estava por perto - porém longe o suficiente da aranha - e Dean permaneceu em pé, com a shotgun em mãos e em vigília.
Repentinamente, ouviram um grito.
surgiu correndo, com Sam vindo logo atrás dela.
- Tira, tira, tira! – Ela dizia desesperadamente, parando em algum lugar com luz.
E viram o que havia nela.
Baratas.
Baratas cobriam as costas da moça, subindo e descendo pelas suas pernas.
- Tira de mim! Sam me ajuda! Faz alguma coisa! Tira! – Ela quase corria em círculos de tanto desespero.
- Ok! Para de se mexer! – Sam pediu e pegou a faca. Bateu de leve nas costas de , retirando algumas baratas. As que sobraram foram retiradas com a faca, cuidadosamente para não machucar a moça.
- Para de rir! – gritou ofegante para a irmã. tinha começado a rir quase no momento em que viu as costas da irmã. – Eu não vim gritando loucamente por causa de uma aranhinha.
- Ah, nem vem. Esse troço era enorme. – apontou para a aranha morta e mesmo assim não conseguiu parar de rir.
- Acho melhor irmos embora antes que mais alguma coisa aconteça. – Sam disse para Dean, que concordou com a cabeça.
Não havia outra opção: tinham que escoltá-las para fora e decidir o que fariam no dia seguinte.
- Dean... – chamou logo que chegaram ao motel.
- Hmmm?
- Vai comigo até o quarto? – Ela perguntou e ele olhou para ela com um pequeno sorriso no rosto. – Não quero ser mortalmente atacada por outra aranha gigantesca!
- Tudo bem, linda. Eu to aqui pra te proteger. – Dean respondeu pegando a arma e andando destemidamente ao lado dela.
- Também não força a barra, né?
Os dois subiram até o quarto enquanto e Sam ficaram checando os carros para ver se não encontravam nenhuma barata. Dean e revistaram o quarto inteiro até finalmente parar no meio deste. Só então notaram que estava chovendo.
- Não tem nada. – Ele declarou, ainda com aquele sorriso convencido no rosto. – Você pode dormir agora.
- Dean. Aranhas podem ser... – Ela concluiria o pensamento, mas, no mesmo momento em que falava, a luz apagou repentinamente.
E tudo o que havia era breu.
- Dean. Dean! Cadê você?! – perguntou estendendo a mão no escuro e pegando a faca com a outra. Arregalava os olhos, mas não conseguia enxergar nada.
- Aqui. ? – Ele tentava achá-la também, mas resolveu parar de andar, assim ela conseguiria ir até ele. – Siga a minha voz.
- Ok... – A moça abanava a mão no escuro até que finalmente tocou algo que concluiu ser uma blusa. – Isso é você?
- Completamente eu. – Dean respondeu e, se a luz estivesse acessa, ela poderia ver um sorriso safado em seu rosto.
De repente a moça o agarrou.
Ele não entendeu nada.
- Não gosto de escuro. – se limitou a explicar, agarrada no braço de Dean.
- Escuro? Sério? – Ele perguntou sem acreditar. Afinal... Ela era uma caçadora!
- Eu tenho medo do que possa haver no escuro! – A moça respondeu um tanto irritada. – Sério. Com tudo o que a gente sabe, ficar no escuro sem o mínimo de luz é pelo menos um pouco assustador!
- Ok, linda, relaxa. – Dean disse passando um braço ao redor dela. – Se alguma coisa aparecer, eu estouro os miolos dela.
suspirou. Se Dean não estivesse lá, provavelmente estaria surtando atrás de luz.
- ? Dean? Ta tudo bem? – perguntou batendo na porta do quarto, com Sam ao seu lado. Sabia que a irmã odiava escuro.
- Depende do que você define como bem! – gritou de volta, fazendo a irmã rir. – Quer entrar logo?
abriu com a chave e girou a maçaneta. Mas a porta não abria mesmo que ela quisesse. Tentou empurrar com mais força, mas não de certo. Forçou com os ombros enquanto tentava abri-la, mas nada.
- Sam... A porta não ta abrindo. Mesmo. – Ela disse e Sam tomou o lugar dela.
- Deixa eu tentar.
Ele tentou empurrar a porta inicialmente. Mas logo viu que não dava para ser simplesmente empurrada e que não estava passando por um momento repentino de fraqueza. Forçou com o ombro e, quando não deu certo, tentou dar alguns chutes. Daria um chute forte bem no meio da porta, mas percebeu que aquilo não daria certo e provavelmente quebraria seu pé, resolveu não fazer nada.
- Eles estão presos. – Declarou finalmente.
- A GENTE TA O QUÊ?! – gritou com delicadeza de dentro do quarto.
- Você tentou mesmo abrir essa porta?! – Dean perguntou em seguida, achando que o problema era Sam.
- Tentei, Dean. – O irmão respondeu olhando irritado para a porta. – Mas não abre. Vocês estão presos.
- Então vamos arranjar um jeito de tirá-los de lá. – respondeu dando de ombros e agarrando a camisa de Sam. – Gênio, preciso de você.
- Acho que no Impala tem um pé de cabra. – Sam comentou enquanto caminhavam pelo corredor.
- Ótimo. – disse já traçando mentalmente o caminho que teriam que fazer.
De repente, as luzes piscaram. Os dois foram diminuindo o passo até pararem no meio do corredor. Estavam sem as armas. Foram falar alguma coisa, mas uma fumaça branca saiu das suas bocas.
Havia um espírito por lá.
E quando olharam para a outra ponta do corredor, viram um vulto de vestido branco se aproximando lentamente. Parecia proposital para assustá-los.
- SAM PELO AMOR DE DEUS PAI SE LIVRA DESSA COISA! – começou a correr em todas as direções, sem saber para onde ir e onde se esconder.
E ele ficou olhando para ela sem acreditar.
- Você é uma caçadora com medo de espíritos?
- SAM! CALA A BOCA E VAI LOGO!
- Ok. Acalme-se, ou não conseguiremos fazer nada. – Ele disse realmente tentando deixá-la mais calma. Por cima dos ombros dela, viu o espírito se aproximando. virou-se para ver e deu um gritinho, escondendo-se atrás de Sam e abraçando-o. – ... Você ta me sufocando.
- Então faz alguma coisa! – Ela respondeu agarrada na camisa dele e quase aderindo ao homem. Não soltaria a criatura por nada naquela vida.
Sam começou a pensar, mesmo sendo literalmente agarrado por . Enfim, não sobrou outra opção, tinham que ir para o carro.
- Vem cá! Vamos até o Impala! – Ele disse de repente e segurou uma das mãos dela, que custou para soltar de sua camisa.
Saíram correndo.
- Se depender dos dois, a gente fica aqui pra sempre... – comentou, agarrada na gola da camisa de Dean.
- Shhh... – Ele colocou a mão nos lábios dela. – Ouviu alguma coisa?
Os dois ficaram olhando para a escuridão do quarto, encostados à porta. De repente, ouviram algo parecido com patas. Uma respiração pesada. Um pequeno rosnado.
Cães do inferno.
- Dean... Dean... – Ela nem sabia direito o que falar além do nome dele. – Agora a gente morre mesmo.
Os dois se olharam. Viraram-se instantaneamente para a porta.
- SAM! ! ANDA RÁPIDO, CARAMBA! – Gritavam juntos enquanto socavam a porta.
Ouviram as patas andarem vagarosamente pelo quarto. Conseguiram contar pelo menos dois daqueles bichinhos nem um pouco simpáticos. Encostaram de costas à porta e ficaram pensando no que fazer.
E as criaturas começaram a se aproximar.
Bem devagar.
- Tenta chamar aqueles dois. Eu me viro. – Dean disse virando a moça para a porta e se colocando na frente dela.
- Dean... Eu só deixo porque a gente ta no escuro. – respondeu. – Mas se sairmos vivos daqui, não vou deixar você me proteger desse jeito de novo.
Dizendo isso, o segurou pelos ombros e deu um beijo no pescoço de Dean, o melhor lugar que conseguiu achar naquela escuridão. Virou-se de costas e começou a bater na porta, chamando loucamente pelos irmãos perdidos.
Dean ficava atento a qualquer barulho além do barraco da moça atrás de si. As patas caminhavam, como se tivessem analisando a situação. E, de repente, começaram a correr.
Ele tentava descobrir o que fazer. Lembrou-se da faca de , estendendo a mão para trás e tateando a calça da moça em busca da arma. Finalmente conseguiu achar a cintura dela, tirando a faca do lugar e imediatamente esfaqueando a criatura que estava na sua frente.
E houve o silêncio.
Sam e ainda corriam de mãos dadas. Já tinham conseguido se desviar de diversas coisas atiradas pelo espírito e ataques aleatórios. Conseguiam ver o Impala estacionado na frente deles e nunca acharam aquele carro mais lindo do que naquele momento.
Sam empurrou para frente, correndo atrás dela e checando toda hora onde estava o espírito. Infelizmente, estava perto demais. Achou que iam alcançar o Impala no momento certo, mas o espírito ia conseguir alcançá-los antes.
Então Sam teve a melhor idéia que podia naquele momento. Segurou com toda sua força e jogou-a em cima do capô do Impala e jogando-se em cima dela, para protegê-la de qualquer coisa que acontecesse.
A gritaria no quarto cessou.
Ele levantou a cabeça e se apoiou nos cotovelos, dando uma distância entre o corpo dela e o dele.
- Não acha que ta se aproveitando da situação, não? – perguntou sem conseguir esconder o sorrisinho no rosto. Ele sorriu de volta.
Lembraram-se do espírito. Olharam para o lado e não havia nada.
Como se nada tivesse acontecido.
- O que foi isso? – Sam perguntou ofegante e sem entender nada.
- Não faço a menor idéia. – disse enquanto tentava normalizar a respiração. – Ah, Sam. Obrigada.
Ela segurou o rosto dele e o beijou. Sinceramente, os dois não pensavam em sair daquele capô muito cedo
.
- Dean?! DEAN! – chamava achando que ele tinha sido estraçalhado. Estendeu a mão para a parede, encontrando o interruptor. Mas nem teve que fazer nada. A luz se acendeu.
- Oi, to aqui. – Dean disse ainda com a faca em mãos e procurando os cães do inferno. Sentiu alguém agarrando seu braço para que ele se virasse e deu de cara com .
Ela o abraçou.
- O que diabos foi isso? – Ela perguntou suspirando, completamente aliviada.
Dean não respondeu, pois não sabia a resposta. Somente a abraçou de volta quando entendeu o motivo do abraço. Sabia que ela tinha tido medo de que ele tivesse morrido. Sorriu inconscientemente por causa disso.
- E a e o Sam? – perguntou repentinamente, soltando-se de Dean e olhando para ele.
- Devem estar lá fora, no Impala. – Dean respondeu e foram até a janela, que dava para o estacionamento do motel.
E quando viram a situação de seus queridos irmãozinhos, não conseguiam acreditar.
virou para ver a reação de Dean, que estava completamente indignado. Ela começou a rir e não conseguia mais parar.
- Cara! Sério! No meu carro?! – Dean gritou e as crianças do Impala finalmente se tocaram que estavam sendo observados.
- Droga... – e Sam disseram juntos.
Queriam morrer.
- Vocês lá no carro e a gente morrendo aqui em cima. – Dean disse quando todos finalmente tinham conseguido se reunir no quarto das moças.
- Já disse que foi um acidente de percurso. – respondeu se defendendo. – Tinha um espírito atrás da gente.
- Isso não faz o menor sentido. – comentou suspirando, cansada e querendo dormir. Sam percebeu.
- Acho melhor descansarmos agora. Passamos por muitas coisas... Estressantes hoje. – Ele comentou e a moça olhou para ele com cara de agradecimento eterno.
- Mas... Sério. E se aquela coisa voltar? – perguntou quase em desespero, mas escondendo.
- O que você quer fazer? – perguntou de volta. – Dormir com o Sam?
E surgiu um momento de silêncio desagradável. Só foi desagradável, pois não confirmou nem negou. Somente permaneceu calada. abriu um sorriso imenso.
- Safada! – Ela disse e Dean começou a rir. ficou vermelha e Sam ficou com cara de vazio no meio do quarto. – Só deixo você ir se o Dean ficar aqui.
- Não acho bom deixar esses dois sozinhos em um quarto hoje. – Dean concluiu depois de um tempo. Estava sendo difícil dizer aquilo, pois queria ficar no quarto com . – Cara. Você tava em cima do meu carro.
- É verdade. Precisamos estar em boas condições mentais pra investigar essa... Coisa amanhã. – concordou e suspirou.
- Hora de juntar as camas? – perguntou e a irmã confirmou com a cabeça. Os Winchesters não faziam a menor idéia do que elas estavam planejando.
Elas tiraram o criado mudo do meio das camas e arrastaram para algum canto esquecido do quarto. Pegaram a cama de , que estava perto da porta, e empurraram até se grudar com a cama de .
- Não ia ser mais fácil se vocês dormissem na mesma cama? – Sam perguntou observando aquela cena estranha.
- Você não viu essa bruta dormindo. – apontou para enquanto arrumava os lençóis. – Ela me deixa roxa.
- Como se você fosse diferente. – respondeu dando de ombros.
- Já que ta tudo resolvido aqui, vamos voltar para o quarto. – Dean declarou e Sam já se adiantou para dar um beijo de boa noite em . – E sem beijos de boa noite pra você.
- Tudo bem. – disse com descaso, mas seus olhos eram desafiadores. Ele não esperava aquela reação. – Boa noite, Dean.
- Boa noite, . – Ele respondeu no mesmo jeito desafiador dela.
- Qualquer coisa, pode ir até meu quarto, ok? – Sam perguntou preocupado. sorriu.
- Não se preocupe. Vamos sobreviver. – Ela disse, fazendo-o rir. Em seguida, beijou-o. – Boa noite, Sam.
Os dois saíram do quarto e ficou um tempo discutindo com de como raios eles passavam um dia sem se dar um beijo sequer. E quando a irmã falou que era uma questão de orgulho, quase a esganou. Estavam deitadas em suas camas, uma de frente para a outra.
- Você não vai agüentar tanto tempo. – comentou. – Eu e o Sam não conseguimos resistir. E olha que o Sam não é tão safado quanto o Dean.
- Eu sei. Mas somos orgulhosos. – respondeu e a irmã quase surtou. – Me processe.
- Eu vou! – disse quase em um berro e cobriu a boca logo em seguida quando percebeu que tinha falado alto demais. Elas riram. – Ah, você e o Dean enrolam demais! Qual é o problema de admitir que gosta dele?
- Eu já falei que isso é invenção da sua cabeça. – disse rolando os olhos e ficando nervosinha. riu.
- Defensiva. – Ela disse ainda rindo. – Nunca achei que você ia se apaixonar por um cara como o Dean.
levou um tapa no braço, mas elas estavam com tanto sono que começaram a rir. Ficaram uma de frente para a outra, rindo, até fecharem os olhos e caírem no sono, antes que pudessem falar mais alguma besteira noturna.
Capítulo 5 – In your closet, in your head
No dia seguinte, alguém bateu na porta. Delas.
abriu os olhos e pegou o relógio. Quase duas horas da tarde. Se ela já estava achando aquilo relativamente cedo, ia ter uma síncope.
- Ei... ... A porta. – Ela se limitou a resmungar.
- Vai atender. – respondeu resmungando também. jogou um travesseiro em cima dela e a irmã teve que abrir os olhos e encará-la.
- Você ta perto. – disse emburrada. – Já me zoou o suficiente ontem à noite por causa do incidente do Impala. Vai antes que eu levante daqui pra te esganar. Lentamente.
- Ok... – A irmã respondeu levantando-se lentamente. Tirou a faca que estava embaixo do travesseiro e prendeu na calça do pijama, uma calça cinza com uma blusa branca. Abriu a porta. – Dean. Sam. Tomara que vocês estejam aqui por um bom motivo.
Ela entrou e despencou na cama, sentando-se ao pé dela com aquela cara de sono. se limitou a lançar o olhar de morte por cima do cobertor. Dean e Sam pararam sorridentes no meio do quarto.
- Bom dia. – Disseram quando perceberam que tinham a atenção das duas.
- Bom dia. – disse mexendo na faca e com cara de poucos amigos, enquanto afundou a cabeça no travesseiro e resolveu ignorar.
- Vocês estavam mesmo dormindo até agora? – Sam perguntou escondendo o riso.
- Não. Estávamos na cama fingindo que era um navio. A era o Jack Sparrow e eu a Elizabeth Swann. – disse ironicamente. Queria matar Sam por entrar no quarto e fazer aquela pergunta.
- Isso porque a gente passou horas antes brigando sobre quem ia ser o Jack. – adicionou. Os dois ficaram olhando durante um tempo, decidindo se aquilo era brincadeira ou não. Vai saber. Elas eram malucas.
- Ok. A gente tava pensando em passar lá naquele depósito de novo e dar uma checada agora de dia. – Dean explicou antes que pudesse se criar uma discussão. – O que vocês acham?
- Eu não saio dessa cama, mas nem que vocês me amarrem e me carreguem para lá! – disse obviamente irritada. – Depois de ontem, to com um pouco de trauma de andar nessa droga de corredor!
- Ta vendo, Sam? Eu disse que elas não iriam. – Dean comentou. – Quem quer ir comer?
- Calma... – suspirou. – Acho uma boa checarmos de dia. Eu vou.
Sam olhou para Dean vitoriosamente. Ela se trancou no banheiro e saiu decentemente vestida para uma caçada diurna. Dean estava sentado ao pé da cama dela, enquanto ainda estava estatelada em sua cama.
- Pronta? – Sam perguntou e ela fez que sim com a cabeça. – Ok. Não vamos demorar.
- E eu vou ficar aqui para cuidar dela. – Dean disse apontado para com um sorriso. ignorou e fingiu que estava dormindo.
O Ninety-Eight estacionou perto do galpão industrial que tinham ido à noite anterior. Sam e saíram do carro e pegaram algumas armas que levaram junto. Entraram no local.
A escuridão parecia ser praxe de lugares mal assombrados. Os dois andavam lado a lado, vagarosamente. Dessa vez combinaram que não iriam se separar e esquadrinhariam o local juntos, mas nem que aquilo demorasse o dia todo. E isso só para achar alguma pista sobre a criatura com a qual estavam lidando.
- Sério... Eu to ficando com ódio mortal dessa coisa... – comentou enquanto andavam.
- Como podem aparecer espíritos e cães do inferno o mesmo lugar? – Sam perguntou ainda intrigado com aquilo.
- E ao mesmo tempo. – Ela completou. – Sam... O que você sentiu ontem à noite?
- Como assim?
- Quando estavam sendo atacados pelo espírito? O que você sentiu?
- Não sei... – Sam tentou se esquivar da pergunta. levantou uma sobrancelha e suspirou.
- Eu fiquei com medo. Sinceramente. – Ela declarou após um tempo. – De estar no escuro com os cães do inferno. Que eles tivessem matado Dean.
Sam ficou observando-a por um tempo. A moça parecia impassível, olhando para os cantos do galpão e checando se alguma coisa não os aguardava no escuro. Ele suspirou.
- Eu fiquei com medo por causa da . – Sam disse finalmente. olhou com curiosidade. – De que o espírito pudesse machucá-la.
Nesse momento, alguma coisa se iluminou na mente deles. Os dois se olharam ao mesmo tempo, como se tivessem feito a maior descoberta do mundo. Não sabia se sorriam ou ficavam boquiabertos, se corriam para o carro ou checavam o resto do local.
Então, ouviram um barulho.
Olharam para a escuridão e viram a figura que gradualmente saía de lá. Quando a criatura chegou à luz tênue e acinzentada do dia, não conseguiram acreditar. Apontaram as armas.
- Vamos almoçar? – perguntou de repente. Dean estava sentado na cama de , folheando o exemplar antigo de Drácula, que ela carregava para lá e para cá.
- Aleluia. – Ele comentou deixando o livro no criado mudo. – Achei que ia morrer de fome.
- Só vou me trocar. – Ela disse e pegou algumas roupas na mala. Saiu do banheiro após um tempo, penteando os cabelos. – Ei, Dean. O que vocês viram ontem à noite?
- Oi?
- Ontem. O que tinha no quarto? – Ela perguntou novamente. – A não quis contar.
- Cães do inferno. – Ele disse quase dando de ombros. fez cara de entendimento. – É verdade que você tem medo de espíritos?
- O Sam tinha que contar, não? – Ela perguntou de volta, nem um pouco feliz. – Tenho um pouco sim. Meio trauma de infância. Mas o Sam não tem e ele parecia um pouco... Agitado demais.
- Era por causa de você. – Dean explicou rindo da cara que ela fez depois. – O Sam é meio bobão com mulheres, um garoto apaixonado.
- Ah, que meigo... – comentou sarcasticamente.
- Ele gosta de você. – Dean deu de ombros. – E vocês estavam sem armas.
- Ok. Faz sentido agora. – Ela comentou pegando uma arma na mala e prendendo na calça. – Que nem a .
- O que tem ela?
- Ah, vai. Ela ficou com mais medo de você ser estraçalhado do que dos cães do inferno. – disse rindo. – Mas ela é orgulhosa. Se souber que eu te disse isso, vai me matar. Vamos?
Foi só ela falar isso que o clima do quarto mudou. Ficou mais gelado, como se tivesse um ar condicionado, o chão virou um carpete felpudo e bem cuidado e tudo ficou extremamente mais claro. Não era possível.
- Sério? – Sam e perguntaram juntos.
Um palhaço.
- Você tem medo de palhaços? – confirmou com Sam.
- E você também? – Ele perguntou de volta. O palhaço começou a se aproximar. – Nem pense em chegar mais perto!
- Nunca gostei desde criança! – Ela disse mirando a shotgun e caminhando para trás vagarosamente, assim como ele.
- O que vamos fazer com... Isso? – Ele disse tentando pensar em alguma coisa. Enquanto isso, o palhaço, com as roupas esfarrapadas e um sorriso maníaco, ia se aproximando deles.
- Não sei! – Ela disse realmente sem saber o que fazer.
- Vamos brincar, crianças? – O palhaço perguntou em uma voz assustadora e puxando o "s" no final da frase.
- Se você der mais um passo, eu atiro! – Sam ameaçou.
E o palhaço deu um passo. Os dois atiraram juntos duas, três vezes. A roupa da criatura soltou tanta poeira que precisaram esperar um tempo em um silêncio apreensivo de expectativa para ver se tinha funcionado. Quando a poeira se dissipou, ouviram uma risada maníaca.
- Minha vez! – O palhaço praticamente gritou e partiu para cima deles.
- O quê? – Dean e perguntaram ao verem onde estavam.
Um avião. Cheio de pessoas, viajando à noite. Dean estava sentado na poltrona ao lado da janela, enquanto estava em pé no meio do corredor. Sua mala havia sumido e a única coisa que tinham naquele momento era a arma que a moça tinha colocado na calça.
- A senhorita está precisando de alguma coisa? – Uma aeromoça tocou o ombro de .
- ? – Ela perguntou confusa. A aeromoça ficou olhando para ela sem entender. Era incrível como aquela mulher parecia a irmã de . – Hmmm, não. Obrigada.
- Poderia se sentar? A senhorita está no meio do caminho. – Ela pediu com um sorriso simpático. se sentou e ela e Dean ficaram encarando o corredor sem entender nada. – Pode vir.
Foi só a aeromoça chamar que apareceu o que seria uma aeromoça na versão masculina. Um cara estupidamente parecido com Sam empurrava o carrinho enquanto a aeromoça entregava as comidas e bebidas aos passageiros.
- Dean... O que diabos está acontecendo?! – perguntou começando a ficar irritada.
- E você acha que eu sei?! – Ele perguntou mais confuso do que ela. – Por que os dois são... São...
- Comissários de bordo? – perguntou e ele confirmou com a cabeça. – E você acha que eu sei? !
Os dois observaram o avião durante um tempo. Viram os protótipos de e Sam conversando animadamente na cozinha do avião, como se fossem melhores amigos. De repente, o avião balançou.
- Ah, não... – Os dois comentaram juntos, segurando-se nas cadeiras. O piloto anunciou o que eles temiam: turbulência.
Foi tudo tão rápido que Sam nem percebeu o que tinha acontecido. O palhaço de repente pulou em cima de , rolando no chão junto com a moça e parando em cima dela. Só foi conseguir ter uma reação quando viu o troço com dentes extremamente afiados tentando comê-la viva.
Atirou, mesmo que não funcionasse. Isso fez com que o palhaço a soltasse um pouco e Sam o chutou para longe dela. Ajudou a se levantar e os dois saíram correndo.
- Podia ser qualquer coisa! – Ela comentou enquanto corria junto com ele, sem olhar para trás. – Mas não! Tinha que ser um palhaço!
Sam teria rido se não estivessem correndo loucamente daquele jeito. Já tinham corrido uma boa porção do galpão, mas não faziam a menor idéia para onde estavam indo.
- Onde que é a saída? – Ele perguntou e finalmente pararam ofegantes. – Eu jurava que era para esse lado, mas a porta não está em nenhum lugar!
- Ótimo! Estamos perdidos! – Ela comentou ironicamente.
- Não é uma maravilha?! – O palhaço perguntou surgindo em cima de uma caixa. Os dois olharam para ele, preparando-se para atirar, correr ou qualquer coisa. – Não estamos nos divertindo crianças?
- Vocês fizeram alguma coisa ontem à noite? – Sam perguntou para enquanto se distanciavam vagarosamente do palhaço, que tinha pulado daquela altura enorme e aterrissado no chão sem um machucado sequer.
- O quê? – Ela ficou confusa. – Como assim?
- Tudo sumiu de repente! – Sam explicou com uma ponta de desespero. – Eu e a não fizemos nada! Tem que ter sido vocês!
A moça começou a repassar a noite anterior mentalmente enquanto prestava atenção no palhaço predador. Tinham que ter feito alguma coisa. Lembrou-se do escuro, dos barulhos, da porta, de Dean...
Finalmente se lembrou.
- Ah, não. Turbulência não... – murmurou de olhos fechados. Geralmente não tinha medo de aviões, somente da decolagem e do pouso, mas turbulências a deixavam apreensiva.
- This is the face that stones you cold, this is the moment that needs to breathe… - Dean cantava baixinho e de olhos fechados enquanto olhava para ele com uma sobrancelha erguida.
O avião balançou mais uma vez. Só que dessa vez mais forte do que da outra. O protótipo de Sam atravessou o corredor para falar com o piloto. Dean e só observavam.
- Não estou gostando disso... – Ela comentou apreensiva. Mais uma balançada. A aeromoça atravessou o corredor quase correndo em seus saltinhos fininhos. Entrou no compartimento do piloto. – Não estou gostando mesmo.
Mais uma balançada. Dessa vez, parecia que o avião tinha inclinado. As luzes piscaram. Dean e agarraram os braços do assento, o que fez com que agarrasse uma mão de Dean. Os comissários de bordo apareceram.
- Ah, isso não pode ser bom! – comentou mais alto. Dean tinha parado de cantarolar.
Umas luzinhas apareceram enquanto as luzes principais do avião começaram a piscar. Ela segurou a mão de Dean com mais força e ele segurou de volta. O piloto começou a dar instruções sobre alguma coisa e finalmente falou a frase que os dois esperavam: estamos perdendo altitude.
- Estamos perdendo altitude?! – repetiu indignada. – Estamos caindo!
- A gente tem que dar um jeito de sair daqui. – Dean comentou olhando para todos os lados. Máscaras caíram na frente deles.
- Por favor, coloquem as máscaras! – A aeromoça gritava.
- Senhorita, coloque a máscara. – O comissário Sam disse para e foi ajudar uma senhora que não conseguia colocar a máscara. Enquanto isso o avião chacoalhava cada vez mais.
- Ei! Aeromoça! – Dean gritou preocupado. A quase virou. – Não vai colocar a sua máscara?!
- Preciso ajudar todo mundo antes, senhor! – Ela disse de volta e o avião chacoalhou com mais agressividade, fazendo a moça agarrar uma poltrona e fechar os olhos em terror. Dean ficou desesperado. – Coloque a sua máscara!
- Mas... – E ela foi embora, sem deixar que Dean terminasse a frase. Ele entendeu que era realmente como ela era: ajudar todo mundo e depois pensar em si mesma. – Precisamos sair daqui, .
- Já pensou em alguma coisa? – Ela perguntou com uma ponta de irritação.
Dean olhou para os lados e viu que, do lado de fora, as asas do avião começaram a se desfazer. Tirou a máscara e se levantou, agarrando a mão de .
- Não, mas não vou ficar parado aqui. – Ele disse e tirou a máscara dela. – Vamos fazer alguma coisa.
se levantou e caminhou atrás de Dean até a porta da cabine do piloto. Iam segurando nas poltronas e ignorando os comissários de bordo que gritavam para eles se sentarem.
Abriram a porta do piloto. Não havia ninguém lá.
- A faca! – gritou de repente, lembrando-se. Sam olhou sem entender.
Antes que pudesse explicar, o sorriso do palhaço se transformou em uma feição raivosa. Ela ia tirar a faca da calça, mas ele a jogou no outro canto da sala, correndo em direção à moça.
Algumas caixas caíram em cima de quando ela aterrissou do outro lado. Estava parcialmente presa e não poderia se safar daquele jeito. Viu que Sam vinha correndo, logo atrás do palhaço. Tirou a faca do lugar e a colocou no chão.
- SAM! – Ela gritou e empurrou a faca.
A arma foi parar nos pés dele. O palhaço tinha acabado de chegar a , preparando-se para matá-la. Sam agarrou a faca e cravou-a nas costas daquela fantasia colorida. O palhaço deu um berro e, do mesmo jeito que apareceu, sumiu.
- Ok! Vamos pilotar essa coisa! – disse entrando no compartimento. Dean foi atrás dela, batendo a porta na cara do comissário Sam e trancando-a.
- E por acaso você sabe pilotar uma droga de avião?! – Ele perguntou enquanto ela se sentava em uma das poltronas estofadas.
- Não! – Ela respondeu dando de ombros. – É a melhor opção que temos! Deve ter algum manual por aqui...
Eles procuraram, mas não acharam nada. Dean se sentou em uma das poltronas ao lado dela. Os dois pegaram o que seria o volante.
- Ok, Anakin. – Dean disse respirando fundo. – Não me desaponte.
Os dois tentaram de tudo, mas não estava funcionando. O avião chegava cada vez mais perto do chão. A porta estava quase sendo aberta pelos comissários. Faltavam alguns segundos para o avião cair. estendeu a mão para Dean. Ele fez o mesmo. Fecharam os olhos.
De repente, estavam de volta ao quarto.
- O QUÊ?! – Eles gritaram sem entender mais nada.
Sam ajudou a moça a se levantar. tinha um pouco de sangue escorrendo da testa, resultado de uma caixa que tinha batido na sua cabeça. Mas não era nada de muito grave.
- Precisamos avisar Dean e . – Sam disse enquanto caminhavam para a porta que agora podiam ver.
- E pesquisar. – comentou se esticando e estalando as costas. – Agora eu to com uma vontade assassina de matar o que quer que esteja fazendo isso.
- Não só você. – Ele comentou de volta. O alívio que sentiram ao ver o Ninety-Eight era inexplicável.
- O que foi isso?! Um sonho?! – perguntou para Dean e só depois os dois perceberam o estado em que estavam.
Sentados aos pés das camas, em uma distância considerável, de mãos dadas e parecendo que estavam segurando um volante invisível. Soltaram as mãos e se levantaram.
- Bom, demônios não fazem isso. – Dean comentou tentando pensar no que poderia ser. – Nem espíritos.
- Mas eles podem fazer a gente reviver a morte deles, não? – perguntou e ele confirmou com a cabeça.
Ficaram alguns minutos discutindo teorias para descobrir quem era aquele desgraçado que estava brincando com eles daquele jeito. Ouviram pneus entrando desesperadamente no estacionamento do hotel e duas pessoas indo até o quarto. Nem bateram, somente entraram.
- Medo. – Sam e disseram ao mesmo tempo.
- O quê? – Dean e perguntaram de volta.
- Tudo que essa "coisa" faz gira em torno do medo! – Sam explicou.
- Percebemos isso enquanto estávamos conversando sobre ontem à noite. – completou. – E fomos atacados por um palhaço lá no galpão, o que explica a nossa teoria.
- Palhaço? – Dean perguntou e quase começou a rir. – Você também tem medo de palhaço?
- Agora só precisamos descobrir que tipo de criatura sobrenatural age dessa maneira. – Sam aproveitou enquanto ignorou a pergunta do irmão. – Assustando suas vitimas até a morte.
- Bom... A gente quase morreu de medo agora. – disse se sentando na cama.
- Como? – Sam perguntou.
- Avião. – Dean disse e aquilo foi o suficiente para explicar. – Vocês eram comissários de bordo.
Sam ficou com cara de vazio enquanto ria dele. Imaginá-lo como comissário de bordo era uma das coisas mais hilárias do mundo.
Dean e Sam ficaram no quarto pesquisando em seus computadores, em completo silêncio, sentados à mesa de jantar. Sam parecia ter descoberto alguma coisa, mas queria esperá-las voltar para dizer o que tinha achado.
- A comida chegou! – cantarolou quando entraram no quarto. carregava sacolas enquanto a irmã segurava a porta.
- Finalmente! – Dean comentou, levantando-se da mesa e ajudando a moça com as sacolas. Já estava quase morrendo de fome.
- Achou alguma coisa? – perguntou e se apoiou nos ombros de Sam, tentando ver a tela do computador.
- Talvez. – Ele disse e se virou para ela. – Oi.
- Oi. – Ela respondeu com um sorrisinho, beijando Sam logo em seguida.
- Olha que coisa mais gay. – comentou com Dean.
- Tão romântico. – Dean completou só para incomodar.
- Melhor do que vocês dois que não tomam iniciativa. – deu de ombros, esperando uma reação dos dois. Mas não obteve nenhuma.
- Então. – Sam chamou a atenção de todos novamente.
- Torta! – Dean comentou ao ver a comida embalada para viagem. Olhou para . – Você é a melhor.
- Eu sei. – Ela disse de volta, piscando para ele. Dean se sentou feliz para comer sua torta.
- ENTÃO! – Sam disse mais alto. Todos olharam para ele. – Obrigado. Achei uma coisa interessante... Deuses.
- Deuses? – perguntou sem acreditar.
- Já lidamos com vários. – Sam explicou. – E eu achei uma deusa particularmente interessante... Ahti.
- Deusa egípcia do medo. – disse antes que ele pudesse explicar. Dean e Sam olharam para ela. – Egito é um hobby.
- Então nós precisamos ir atrás dessa deusa? – perguntou e Sam fez que sim com a cabeça. – Onde vamos achá-la? E como matamos?
- Isso eu não consegui achar... – Sam comentou fechando o computador. – Talvez a nossa arqueóloga possa nos esclarecer. – Ele sorriu, apontando para .
- Existem várias lendas egípcias sobre os deuses. – começou a explicar, apoiando-se na pia. – Basicamente: não se sabe o habitat nem como matá-los.
- Que bom. – Dean comentou ainda se deliciando com a torta.
- Mas... – Ela começou a falar novamente, trazendo esperanças. – Cada deus ou deusa vivia em algum lugar que correspondia com seus status. Ísis, por exemplo, era esposa do faraó, portanto vivia em um lugar muito bom, provavelmente um palácio.
- Então, pela lógica, a deusa do medo vai viver em um lugar assustador. – concluiu. – Como o galpão.
- Exato. – confirmou. – Agora, como matar... Não existe uma lenda certa sobre isso, mas todo mundo provavelmente já ouviu falar da história de Osíris.
Os Winchesters olharam para ela com cara de vazio.
- Ok... – Ela rolou os olhos. – Em resumo, esquartejado por Set.
- Ou seja, nós vamos ter que esquartejar a deusa? – Dean perguntou terminando de comer, enquanto Sam ainda estava bastante focado em seu sanduíche.
- Talvez... – Ela suspirou. – Mas as ilusões dela mostraram sensibilidade à prata. Sempre que esfaqueamos com a minha faca, as ilusões sumiram. – A moça jogou a faca na mesa. – Só que a lenda do esquartejamento tem um probleminha...
- Qual? – Sam perguntou ainda comendo.
- Após ser esquartejado, Osíris poderia ser trazido de volta se todos os seus pedaços fossem juntados. – explicou. Aquilo não era bom. – E Ísis faz isso. Ou seja, a deusa poderia ser trazida de volta.
- Sabe de uma coisa? Vamos esfaquear e queimar essa vadia. – Dean comentou abrindo uma cerveja.
E no fim, concordaram que sairiam para caçar a deusa na noite seguinte. Esfaqueariam e queimariam. Caso não desse certo, teriam que esquartejá-la. E provavelmente queimá-la.
Capítulo 6 – What will you do when you get lonely
A noite estava silenciosa. O galpão parecia mais assustador do que antes. O único movimento que podia ser visto era do Ninety-Eight e do Impala estacionando perto da porta. Os caçadores saíram dos carros.
- Dessa vez não vamos nos separar. – Dean disse pegando a shotgun no porta-malas.
- Sabe... Isso não vai funcionar. – disse encarando a arma com uma sobrancelha erguia.
- Mas vai deixá-la bem atordoada. – Ele respondeu piscando.
Entraram no galpão. tinha a faca em mãos, enquanto Dean andava ao lado dela com a shotgun e uma faca enfiada na calça, também de prata. Sam tinha uma faca em mãos também e andava com o revólver de balas de prata.
- Acho melhor irmos em duplas. – Sam disse enquanto caminhavam. – Vai ser mais rápido.
- Ok. – concordou. – ... – Ela ia falar para a irmã ir com ela, mas pensou bem. – Bom. O Sam é maior. Você vai com ele.
- E você vem comigo. – Dean disse e apontou o caminho que iriam seguir.
E assim, cada dupla foi para um lado.
- Eu devia ter tirado uma foto da sua cara quando eles estavam estatelados em cima do carro. – comentou enquanto andavam na escuridão cinzenta daquele lugar.
- Bem engraçado. – Ele respondeu ficando emburrado só de lembrar. – Nem quero pensar no que eles iam fazer se não tivéssemos olhado pela janela.
- Por que você não viu a sua reação. – Ela disse segurando o riso. – Dean. Foi hilário.
- Por que não era no seu carro. Aposto que se... – Dean parou de falar no mesmo momento que ouviram um barulho de algo metálico batendo contra alguma coisa.
Ele fez um sinal para que ela permanecesse na retaguarda, para dar cobertura. A moça ficou grudada nos calcanhares de Dean, segurando a faca com força e preparada para atacar. Ele carregou a shotgun e seguiu com cautela.
Andaram um pouco, encontrando uma porta de correr de ferro negro, que os levaria para outra parte da fábrica. Dean passou os dedos pelo puxador, ficando de costas para a porta. Olhou para e contou até três.
No final da contagem, ele correu a porta com um puxão forte. entrou primeiro, segurando a faca na altura dos ombros, correndo para a direita. Dean entrou logo em seguida, porém indo para a esquerda. Quando não encontraram nada, ele fez um sinal para que fizessem uma varredura no local. Ele iria para onde ela estava e vice e versa.
Andaram pelos cantos mais escuros daquela imensidão cinzenta. Separaram-se até não conseguirem mais ouvir os passos do outro. Então finalmente saiu daquela imensidão negra, indo para o meio da sala.
- Não achei nada, Dean. Provavelmente foi só um rato. – Ela disse parando na metade do caminho, onde era mais iluminado.
Mas Dean não respondeu.
- Dean? Já terminou? – Ela perguntou e mesmo assim ficou sem resposta. – Ok. Muito engraçado. Eu espero até você resolver parar de brincar e trabalhar de verdade.
E esperou. De braços cruzados, a moça não sabia se ficou parada durante um minuto ou dez. Só sabia que não ouvia nenhum barulho vindo do buraco negro onde Dean havia se enfiado. Nem um rangido sequer.
- Dean? Dean!
Ela estava sozinha.
- Depois dessa, acho que o Dean proíbe a gente de chegar perto do Impala. – comentou rindo nervosamente.
- Nem me fale... – Sam suspirou. – Por que eles sempre têm que vir atrás da gente nos piores momentos.
- Boa pergunta. – Ela respondeu realmente pensando naquilo. – Será que aquela maluca realmente colocou um GPS portátil em mim...?
Sam começou a rir e a moça sorriu de volta. Ele achava engraçado que ela era completamente conspiratória com coisas que na verdade não poderiam ser executadas. E ainda por cima, por um momento ela pensava que aquilo era verdade.
- Sabe, Sam, eu tava pensando... – Mas não conseguiu completar o pensamento. Ouviram um barulho e imediatamente ele fez um sinal para que ela ficasse quieta.
A moça caminhava ao lado de Sam, cautelosamente. Havia uma esquina logo em frente e eles só precisavam virar a dita cuja para ver o que raios fez o barulho. Ao chegarem perto da quina da parede, pararam e se olharam.
Sam fez um sinal com a cabeça e os dois viraram bruscamente, apontando a arma e ele empunhando a faca.
Mas não havia nada lá.
- Ah... Odeio essas coisas abandonadas. – suspirou, conseguindo relaxar. – Fazem mais barulho do que madeira estalando à noite.
Ele riu, mas logo ouviram outro barulho.
- Fica aqui, vou checar o que é. – Sam disse e ela fez que sim, suspirando.
A moça ficou esperando enquanto ele se enfiava num lugar escuro, praticamente sem iluminação alguma. Revirou aquele canto o mais rápido que pôde, incomodado por deixá-la esperando. Assim, logo que terminou, voltou calmamente.
E ela não estava lá.
- , eu pedi pra você não sair daqui... – Ele disse rindo, achando que era só mais uma brincadeira dela.
Mas não teve resposta.
- ? !
Ela realmente tinha sumido.
- ?! ! – Dean chamava, meio perdido em uma escuridão que ele achava que o levaria de volta para a moça. Mas ela não respondia e não tinha como ele saber se a direção estava certa. – É muito legal ficar sem responder... Bem engraçado.
Continuou andando até finalmente chegar a um lugar mais iluminado, cinza. Infelizmente, não era o lugar onde tinha deixado a moça. Então para que lado era? Continuou andando, fuçou várias reentrâncias, até que finalmente achou um corredor.
Entrou no corredor e andou. Andou. Andou. Mas, quando chegou ao final, havia um monte de caixas de madeira e metal empilhadas, bloqueando a saída.
- Legal...
Não tinha opção senão voltar. Ficou tentando imaginar a sala e lembrar por onde raios ele tinha surgido. Sua maior surpresa foi que, quando chegou à sala, estava em pé, olhando fixamente para ele. Dean sorriria, se não estivesse exatamente ao lado dela e as duas com um olhar desesperador.
- O que foi? – Ele perguntou imediatamente, puxando a arma.
E ouviu uma risada.
Da escuridão atrás das moças, surgiu Sam. Ele parecia estranho, caminhando calmamente e parando no meio delas. E foi olhando para o rosto do irmão que Dean percebeu qual era o problema.
Os olhos dele estavam amarelos.
- Dean, Dean... – Sam suspirou ainda com aquela expressão de escárnio. – Todo esse tempo e você não sabia que era eu?
- Eu te matei. – Dean respondeu firmemente.
- Você acha que me matou. – "Sam" deu de ombros. – Elas são lindas, não?
O demônio passou a mão no rosto de , que fechou os olhos e virou a cara em repudia. Com um movimento brusco das mãos de Sam, ela foi obrigada a olhá-lo novamente. Então Dean percebeu que elas estavam sendo seguradas por ele, por isso não faziam nada.
- Agora vamos, Dean. – Sam suspirou novamente, parando ao lado de e apoiando nos ombros dela. – Estou aqui para negociar.
- Eu não negocio com coisas que nem você.
- Ah não? – Sam perguntou levantando uma sobrancelha e dando um sorrisinho. – Vamos ver se você vai continuar assim.
E com mais um movimento brusco, gritou e caiu no chão. Sem vida.
fechou os olhos e reprimiu um grito, começando a chorar. Dean ficou encarando aquela cena, boquiaberto.
- Seu filho da...
- Nem pense nisso, ou eu acabo com essa daqui. – Sam disse parando ao lado de , ainda sorrindo. Quando foi passar a mão pelo rosto dela, a moça abriu os olhos, cuspindo nos pés dele em seguida.
- Tire essas mãos de mim, seu porco. – Ela cuspiu as palavras, controlando-se para se manter como sempre e parar de chorar.
Sam fez menção de fazer mais algum movimento que ia machucar a moça, mas Dean não ia deixar aquilo acontecer.
- O que você quer? – Dean perguntou quase gritando. – O que você quer de mim?!
caminhava sozinha no escuro. Acontece que quando Sam sumiu naquele buraco negro, resolveu ir atrás. E, convenientemente, acabou se perdendo no meio do caminho. Concluiu que tinha virado errado em algumas das reentrâncias do corredor, mas não tinha idéia por onde tinha vindo.
Isso porque tentou fazer o caminho de volta, mas acabou se perdendo mais do que se ajudando. Portanto, andava tentando achar algum lugar que tivesse mais luz e poderia ficar gritando para achar alguém.
- Isso, muito inteligente senhorita Marques. – Ela dizia para ela mesma, irritada. – Da próxima vez que o Sam falar pra você ficar lá, você fica! Daí não vai ter que ficar andando pra lá e pra cá que nem uma barata tonta no meio de uma fábrica abandonada, esperando até aquela maldita deusa ter a mórbida vontade de brincar com você e fazer aparecer uma lagartixa do tamanho das aranhas do Harry Potter...
E assim ela foi reclamando com si mesma até que finalmente encontrou-se em uma sala. Feliz da vida, começou a chamar por Sam, Dean e . Mas nada. Não conseguia nem ouvir passos de alguém se aproximando. Somente aquele silêncio cinza e sepulcral.
De repente, ouviu um barulho. Virou-se e apontou o revolver.
Mas era .
- Você me assustou, sua boba. – disse rindo, mas a irmã não sorriu. – O que foi?
- Por que você ainda está aqui? – perguntou. achou aquela pergunta muito esquisita.
- Como assim? – Ela perguntou de volta.
- ... Você já percebeu que você é uma inútil por aqui?
- O quê? – perguntou sem acreditar. Por que ela estava falando aquele tipo de coisa de repente?
- Você não presta pra esse trabalho. – disse rindo em seguida. – Na verdade você não presta pra nada, mas já que estamos aqui... Você não é uma boa caçadora. Você é inútil. Só serve pra ficar me atrasando e dando problemas pra todo mundo.
- Como assim, ? – perguntou de volta. – Eu te salvei várias vezes!
- E eu te salvei milhões! – A irmã gritou em seguida. se assustou. O que tinha dado nela? – Você só serve pra se perder! Você é um fardo! Eu não aguento mais te carregar pra lá e pra cá!
- ...? O que ta acontecendo com você...? – perguntou segurando as lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos.
- Ah, eu juro que mato esse Dean quando encontrá-lo... – amaldiçoava enquanto tentava achá-lo. – Como que ele me some desse jeito? Não é tão difícil andar por aí, é? Ele só precisava ir e voltar, eu mesma fiz isso!
Ela parou no meio do caminho e suspirou.
- Não acredito que estou preocupada com ele...
E continuou andando. Ainda amaldiçoando pelo meio do caminho, já que ela e a irmã estavam acostumadas a falar sozinhas. Quando começou a ouvir passos pelo local que andava, segurou sua faca com mais força. Esperou um pouco e quando o dono dos passos estava próximo, ela virou bruscamente, apontando a faca para ele.
E deparou-se com uma lâmina encostada em seu pescoço.
- Sam! Que susto! – Ela exclamou suspirando enquanto ele tirava a faca de perto dela.
- É. Você também me assustou. – Ele comentou de volta. – Hmmm... Não vai tirar a sua faca do meu peito?
- Se você tivesse o tamanho de uma pessoa normal, estaria no seu pescoço. – Ela comentou guardando a faca.
- Se você não fosse baixinha...
- Olha que eu pego a faca de volta.
- Tudo bem, calma. – Ele suspirou. – Cadê o Dean?
- Sumiu. Não encontrei a criatura em lugar nenhum. – Ela balançou a cabeça. – E a ? Ta com você?
- Ela fugiu de mim. – Ele disse desconsoladamente. – Tava procurando a moça.
- Adoro essas pessoas que somem... – suspirou desolada.
De repente, ouviram um grito fraco que ecoou até eles.
- Você também...? – Sam perguntou e fez que sim com a cabeça. – Vem.
Os dois saíram correndo na direção do grito. Ou pelo menos para onde achavam que vinha o grito.
- O que ta acontecendo comigo?! – perguntou de volta, rodeando a irmã como um leão espreitando uma presa. – Você está acontecendo! Nem o Sam te agüenta! Sempre a daminha em perigo.
- Isso é mentira. – negou. – Você não está falando sério.
- Ah, estou. – A irmã respondeu. – Essa é a verdade que eu sempre quis te falar e você sempre teve medo de ouvir. Você é inútil. Você não presta.
- Para com isso.
-Você não manda em mim. – disse e de repente pegou uma arma, apontando-a para a irmã. Ameaçou atirar. gritou.
- ! Para com isso!
- Chega! Você nunca devia ter vindo aqui! Eu te deixei pra que você não ficasse grudada no meu pé, servindo de problema pra mim! Eu tenho que correr atrás de você, eu tenho que resolver seus problemas, eu tenho que consertar as suas armas, eu tive que te ensinar a lutar... Você não faz nada por si mesma! – A moça gritava, abanando a arma para um lado e para o outro.
- Então você quer brigar? – perguntou, mas não estava muito disposta a bater na irmã.
- Não quero... Só quero você fora da minha vida! – cuspiu as palavras.
E quando ia atirar, bateu no braço da irmã, fazendo a arma voar longe. Logo em seguida, deu um soco no rosto dela, fazendo-a cambalear para trás. Em seguida, deu um chute, o que fez com que caísse no chão.
- Viu? Nem lutar comigo você consegue. – Ela disse com um sorriso insuportável no rosto.
chutou a parte de trás das pernas dela, fazendo com que a irmã caísse no chão. Imediatamente subiu em cima dela, batendo a contra gosto. finalmente defendeu um golpe, segurando os braços da irmã e jogando-a para o lado, levantando-se. levantou em seguida.
a segurou pelos cabelos, jogando-a na parede mais próxima. Ia bater na irmã, mas conseguiu desviar, dando um soco no flanco de . A moça cambaleou, mas voltou com mais raiva, conseguindo acertar alguns socos na irmã.
Finalmente estavam paradas, cada uma de um lado da sala, ofegantes. limpava o sangue que escorria da sua boca, enquanto ajeitava a postura, sorrindo.
Foi aí que finalmente percebeu o que estava acontecendo.
- Minha irmã não falaria essas coisas. – disse de repente. pareceu confusa por um momento.
- Então você acha que sou o quê? Um demônio? – Ela perguntou em deboche.
- Não. Só meu medo. – disse e o sorriso sumiu do rosto de . – Você não é minha irmã. A nunca reclamaria de ter que consertar minhas armas e de me ensinar a lutar, ela nunca diria que não me agüenta mais e tentaria me matar. Sabe por quê? Porque ela é minha irmã. Irmãos se ajudam. Você não é a minha irmã.
- ! – Ela ouviu Sam gritar.
- ! – E logo em seguida a voz de sua irmã.
- Some daqui, sua vadia! – Ela gritou e, mirando bem no coração daquela imagem, atirou no que até agora acreditava ser sua irmã.
E no momento que fez isso, ela sumiu como fumaça.
- ! – Sam gritou e imediatamente ela caiu sentada no chão. – ! Você ta bem?!
- Melhor impossível. – Ela respondeu sorrindo enquanto ele se abaixava ao lado dele para ver o tamanho do estrago. Passou as mãos pelos joelhos da moça, que tinha cacos de vidro incrustados.
- ! – correu escandalosamente até ela. – O que aconteceu?! Não foge mais do Sam desse jeito, criatura!
- Eu to bem! – respondeu rindo ao ver a preocupação no rosto da irmã. – Cadê o Dean?
- É verdade, temos que ir atrás dele... – comentou e a irmã fez menção de levantar. Ela e Sam passaram os braços dela por seus ombros e ajudaram-na a levantar. – Sério. Se você sumir de novo desse jeito, eu juro que faço picadinho de você!
- Calma... Não vou sumir. – disse e tirou os braços dos ombros da irmã, ficando apoiada só em Sam. Ele passou a mão livre pela cintura dela, quase a carregando. – Vocês querem saber o que aconteceu?
E enquanto procuravam por Dean, foi contando o que tinha acontecido para ela acabar daquele jeito sozinha.
- Ah, Dean, o que eu quero de você... Sabe... Nós, demônios, não somos seres muito complexos. Nossas motivações são bem simples... – Sam falava enquanto rodeava . – Simplesmente quero te fazer sofrer.
- Simplesmente? – Dean perguntou sem acreditar. – Então você pensou "ah, que tédio aqui embaixo. Que tal dar uma subidinha lá em cima pra fazer o Dean sofrer? Isso sim alegraria meu dia!"
Sam ficou observando Dean com uma sobrancelha erguida, pensando durante um momento. Dean olhava para ele sem acreditar.
- É. Basicamente isso. – Ele respondeu dando de ombros.
- Ah, claro. Como eu não pensei nisso antes.
- E eu estou apenas começando. – Sam disse e segurou o pescoço da moça. Dean fez menção de atacá-lo. – Um passo... E ela morre. Agora vejamos, Dean, o que você vai fazer? Se você andar, ela morre. Se você não andar... Oh, ela morre também!
- Seu...
- Dean! – Ele ouviu chamando. Olhou para ela. – Mata esse filho da mãe. Pela minha irmã. Pela .
- Não. Nem pensa nisso, eu vou...
- Dean... Eu... Eu te...
Mas ela não conseguiu terminar a frase. Sam soltou a moça e ela caiu morta no chão, ao lado da irmã.
- Não! Seu...
- Ah! Seu... Seu...! – Sam disse em uma voz afeminada. – É só isso que você consegue falar?
Dean puxou a arma e atirou em Sam, mas ele se desviou no momento certo. Com um gesto da mão, a arma voou para longe de Dean, deixando-o completamente desarmado.
- Ah, pode deixar que eu te mato a segunda vez, seu desgraçado! – Dean gritou e avançou em cima de Sam, derrubando-o no chão.
Segurou o irmão com as pernas e começou a bater sem dó nem piedade. Sabia que aquele lá não era Sam. Sabia que aquele lá era aquele demonizinho insuportável que resolveu importuná-los desde antes de nascerem. E ia dar um fim na existência daquele bastardo.
Sam o empurrou com força suficiente para jogá-lo longe. Dean parou em uma parede, atordoado, e essa foi a deixa para que Sam pudesse bater nele. Após alguns socos, Dean conseguiu revidar, batendo em Sam e jogando-o longe.
Foi aí que ele percebeu que aquela cena não fazia sentido nenhum. Absolutamente nenhum.
- Eu te matei. – Ele disse com um sorrisinho no rosto. – Eu matei esse cretino, sua deusa inútil! Quer me fazer ter medo?! Então me dá uma coisa que faz sentido, sua vadia!
E assim, Sam sumiu, junto com as moças que estavam mortas no chão. Ele começou a rir sozinho.
- É, parece que eu acabei com o seu feitiçozinho, bruxa de araque...
- Dean! – Ele ouviu três pessoas gritarem. Três pessoas que ele conhecia bem.
- Você ta bem?! – chegou correndo até ele. Viu que Sam segurava uma semi destruída e por isso não veio até ele.
- Yep. Nada para se preocupar. – Ele mentiu com um sorrisinho no rosto. E em seguida recebeu um tapa. – O que foi?! Ta louca?!
- Não some mais desse jeito, seu idiota! – respondeu brava e rolando os olhos. – Vamos embora antes que apareça alguma coisa grande o suficiente pra nos comer vivos.
- Tipo uma aranha?
- Dean... Você não tem ideia do perigo que está caminhando na sua frente, tem? – Ela perguntou se distanciando, antes que ela mesma matasse aquele infeliz. Dean só se limitou a sorrir.
- Tem certeza? – perguntou para Sam. Os dois estavam do lado de fora dos quartos.
- Tenho. Relaxa que eu cuido dela essa noite. – Sam disse dando aquele típico de sorriso fofo. – E não estou a fim de agüentar o mau humor do Dean também.
- Ok. – Ela respondeu rindo. – Eu agüento. Boa noite, Sam.
- Boa noite.
E cada um entrou em seu respectivo quarto.
- Ela não ficou chateada? – perguntou logo que Sam fechou a porta do quarto. Estava de pijama, curto por sinal, e deitada na cama.
- Não. – Ele disse dando de ombros e indo até ela. – Agora fica quietinha pra eu poder cuidar de você.
Sam começou a tirar o sangue dos machucados. fechou a boca, mas estava com um sorrisinho no rosto, obviamente se concentrando para não rir. Ele só foi perceber quando foi cuidar de um hematoma no ombro dela.
- O que foi?
- Nada. – Ela respondeu e começou a rir. – Você é tão atencioso.
- E isso te dá vontade de rir? – Ele perguntou com uma sobrancelha erguida e ela fez que sim com a cabeça. – Maluquinha...
O que não disse é que achava aquilo fofo. E isso sim a dava vontade de rir. Não por achar engraçado, mas é que era a primeira vez que conhecia um cara como Sam. Ela estava feliz.
- Bom, acho que os dois vão se comportar essa noite. – disse entrando no quarto. Encontrou Dean saindo do banheiro após ter lavado o rosto e com o rádio ligado em alguma música. – Ta tudo bem?
- Ta. – Dean se limitou a olhar para ela e dar um sorriso, sem sair do lugar.
- Dean... Você não disse nada do que aconteceu lá dentro. – Ela disse indo até ele. Dean rolou os olhos.
- Não tem o que falar de lá. – Respondeu suspirando no final da frase. parou entre ele e a porta do banheiro. – Não força.
- É claro que eu vou forçar. – Ela disse sabendo que estava dando uma de chata. – Você ta muito quieto. E aquele sorriso forçado não me convence.
- Deixa pra lá. – Ele falou categoricamente. Sim, ela estava conseguindo irritá-lo.
- Não. – cruzou os braços. – Dean, alguma coisa séria aconteceu. Eu quero te ajudar.
- . Esquece.
- Mas...
- Esquece! – Ele finalmente explodiu e acabou socando o batente da porta ao lado dela. Olhou para o chão em seguida.
- E depois fala que não é nada. – Ela suspirou e segurou a mão dele, que estava sangrando.
Foram até um canto do quarto com uma mesa. Lá em cima tinham colocado algumas coisas de primeiros socorros. começou a limpar o sangue da mão dele, olhando para Dean algum tempo depois.
- Você não teria socado o batente por causa de nada. – Ela comentou e voltou a atenção para a mão dele.
- Ok. Você quer saber? – Dean perguntou irritado. – O Sam era um demônio. Ele matou a . E em seguida matou você. Feliz agora?
Ela voltou a olhar Dean nos olhos. Segurou-o pela nuca e o beijou. Aquela reação desencadeou o que a moça estava tentando evitar desde o começo.
You’ve been running and hiding much too long
You know it’s just your foolish pride
Dean a jogou contra a parede e os dois voltaram a se beijar, como se aquilo nunca mais fosse acontecer em suas vidas. Ela levantou os braços para ajudá-lo a tirar sua blusa, segurando nos ombros de Dean enquanto ele começava a beijar seu pescoço. Em seguida, trocou de posições, a fim de colocá-lo na parede.
Um tempo depois, ela o puxou pela camiseta, arrancando aquela jaqueta enquanto caminhavam. Dean se sentou na cama, puxando-a para que ela se sentasse em seu colo. quase literalmente arrancou a blusa de Dean. Sabia que não era para ser racional naquele momento.
But like a fool, I fell in love with you
You turned my whole world upside down
Os dois pararam por um momento e se olharam nos olhos, de perto. Dean voltou a beijá-la, descendo os beijos até os ombros da moça. subiu uma mão pela nuca dele, puxando um pouco do cabelo ao alcançá-lo. Em um movimento rápido, Dean a segurou pela cintura, deitando em cima dela.
Os sapatos que usavam voaram para algum canto esquecido do quarto. Ela arrancou o cinto de Dean com força e ele fez o mesmo enquanto beijava a barriga da moça. puxou-o pelos ombros de volta, a fim de beijá-lo. Precisava beijá-lo.
- Dean... – Ela ia começar a falar alguma coisa. Não sabia se ia pedir desculpas por ter ido embora da última vez ou se simplesmente ia falar que agora estavam ferrados.
- Não fala. – Dean disse e a beijou a fim de fazê-la ficar quieta. Sabia que ela ia falar uma daquelas coisas, mas aquele momento não era para pensar. Definitivamente.
Please don’t say we’ll never find a way
Or tell me all my love is in vain
compreendeu. Parou de tentar falar e bloqueou qualquer coisa que seu cérebro quisesse racionalizar. Simplesmente sabia que eles precisavam daquilo. Estavam fugindo há muito tempo.
Aquela noite foi melhor do que qualquer declaração que pudessem fazer.
Darling, won’t you ease my worried mind
Dean estava novamente naquele lugar escuro. Novamente com Sam possuído.
- Ah, que lindo. Vocês dois são um casal. – "Sam" disse rindo cruelmente. – Últimas palavras?
Ele passou a mão no rosto de . Ela desviou o rosto e não disse nada.
- Última chance de dizer adeus ao se Romeu, Julieta. – O demônio disse agora furioso com ela. Dean não conseguia se mexer, não conseguia fazer nada. Estava começando a se desesperar.
- Dean... Eu te...
E ela morreu.
- Não! – Dean gritou, sentando-se assustado na cama. Finalmente percebeu que estava sonhando. Passou a mão pela testa suada.
- Dean...? – perguntou com voz de sono. Ela abriu os olhos e encontrou-o sentado. Sentou-se também. – O que foi...?
- Nada. – Ele respondeu suspirando. Olhou para ela, encontrando um olhar cético.
- Você acorda gritando e todo suado e não é nada? – Ela perguntou passando a mão na testa dele, como ele fizera antes. – Você precisa aprender a mentir melhor...
- Só um sonho. Não é nada.
sorriu. Deitou-se novamente, puxando-o pela mão e fazendo com que Dean a abraçasse.
- Eu to aqui. Não vou fugir, viu? – Ela perguntou ainda sonolenta. Dean não pode deixar de dar um pequeno sorriso. – Tenta dormir... E se acalmar. – Suspirou. - Puxa um pouco o lençol? To com frio.
Ele puxou o lençol mais para cima e beijou o pescoço da moça. sorriu e puxou um pouco mais a mão dele, a fim de que ele não desistisse de abraçá-la. Assim, conseguiram dormir sem mais nenhuma perturbação.
Capítulo 7 – I’m hot, sticky and sweet
- Dean... – o chamou com voz de sono. – Dean... – Ela começou a chacoalhá-lo. – Tem algum chato na porta...
- Deve ser o Sam... – Ele reclamou segurando a mão dela que o chacoalhava e puxando-a para perto. Os dois estavam de bruços, o que fez com que a moça quase acabasse em cima dele. – Deixa... Daqui a pouco ele vai embora.
Ela sorriu e escondeu o rosto no pescoço dele, os dois ainda de mãos dadas. Depois de um tempo de silêncio, as batidas na porta voltaram. suspirou.
- Ou não. – Ela disse e se sentou na cama. Dean fez o mesmo, contrariado. – Vai lá ver o que ele quer. Preciso ir ao banheiro.
se levantou e pegou a jaqueta dele, que estava no chão. Colocou aquela coisa imensa, fechando o zíper e caminhando até o banheiro sonolentamente. Dean sorriu ao vê-la com aquele casaco ridiculamente grande e colocou a calça ao se irritar novamente com Sam batendo insistentemente.
- Que foi? – Dean perguntou abrindo a porta. Sam levantou uma sobrancelha.
- Nossa, nem ela conseguiu te tirar do mau humor? – Ele perguntou e Dean fechou um pouco a porta, já que Sam não tinha notado o que havia ocorrido à noite.
- Não. O que foi?
- Eu e a pensamos em ir tomar café da manhã... Achei que vocês iam estar com fome.
- Ok. – Dean deu de ombros e, de repente, a cabeça de surgiu de dentro do banheiro.
- Só vou tomar um banho rapidinho. Dá pra esperar? – Ela perguntou e Sam respondeu que sim, sempre com aquela cara fofa e complacente. Não tinha como se irritar com ele. Dean fechou a porta e começou a se aproximar do banheiro com um sorriso safado. – Ah, não. Você fica aí fora. Ou vamos demorar horas nessa droga de banho e eu realmente quero ser rápida. To com fome.
E fechou a porta na cara de Dean.
- Parece que você nem dormiu essa noite. – comentou olhando a cara de sono da irmã.
Estavam na lanchonete. Como a garçonete praticamente não atendia mulheres, Sam e Dean foram até o balcão pedir tudo e esperar a comida enquanto as moças guardavam a mesa. olhou para a irmã e bocejou.
- É. Não dormi muito bem essa noite... – Ela mentiu. – E você? Como estão os machucados?
- Tudo bem... O Sam tem uma habilidade e tanto pra cuidar de machucados. – disse piscando safadamente. – Imagina em outros departamentos.
As duas começaram a rir. começou a sentir um pouco de calor e escorregou o casaco pelos ombros, não o tirando totalmente. Estava com uma blusa regata e logo arregalou os olhos.
- Você não lutou ontem, lutou? – Ela perguntou e não entendeu o porquê da preocupação dela. – O que aconteceu pra você estar machucada no ombro?
A moça olhou para o próprio ombro e deparou-se com uma marca roxa relativamente grande. Lembrou-se da noite anterior, quando Dean empurrou-a contra a parede e ela bateu no que parecia ser um batente. Na hora nem percebeu e não iria perceber se não tivesse falado.
- Bom... – ergueu uma sobrancelha e encarou a irmã. – O Dean aconteceu.
- Quer dizer que vocês...? – nem precisou terminar de perguntar, já que a irmã confirmou com a cabeça. – Ah, a alegria! – E começou a ter chiliques. – SABIA, SABIA, SABIA, SABIA, SABIA...! – E a dançar na cadeira.
- Eu não te conheço. Sério. – A voz de era séria, mas a moça dava risada. Dean e Sam se aproximaram.
- Sabia de quê? – Sam perguntou curioso.
Os dois se sentaram à mesa. e ficaram quietas e só se entreolharam, dando um olhar significativo para Dean. Depois olharam para Sam novamente. E voltaram a rir. Para a surpresa de Sam, até Dean deu uma risadinha.
- Só eu não sei do que vocês estão falando? – Ele perguntou perdido e elas confirmaram com a cabeça, ainda rindo. – Ok.
Aquele seria um longo café da manhã.
- E como foi? – perguntou sentada na cama, toda animada. rolou os olhos.
- Você não vai parar de perguntar isso, vai? – Ela disse com o olhar de morte e carregando a arma. Já estavam quase de saída.
- Não! – A irmã respondeu com um sorriso colgate no rosto. – Meu... Você até ficou machucada. Seus animais.
[n/a: Minha prima realmente disse isso quando leu o que eu tinha escrito. Também te amo.]
- Ok, ok... – suspirou enquanto guardava a arma na calça. – Foi bom.
ficou com cara de nada. Simplesmente olhou para a irmã, mentalizando suas mãos enforcando aquela criatura sem noção que simplesmente respondia "foi bom".
- Ei! Estão prontas?! – E ouviu-se Dean batendo na porta.
- Eu amo essa coisa... – murmurou e foi saltitante até a porta enquanto a seguia mais que emburrada. – Vamos!
- Que cara é essa, ? – Sam perguntou ao ver o olhar de morte constante e a aura negra da pessoa que se aproximava.
- Nada...
Foram com os dois carros até aquele bendito lugar. Já era de noite e estavam de saco cheio de ir para lá. Pegaram as armas e entraram na escuridão tão conhecida. As irmãs mal se falavam, já que estava a ponto de se jogar no pescoço da irmã.
- Ok. vem comigo, Sam vai com a ... – Dean disse ao entrarem. – Vocês já sabem.
- Ah, não. – se manifestou. – Não vou largar da .
E a irmã a fuzilou com o olhar.
- Você pode estar querendo me matar, mas não vou deixar ninguém mais bater em você. Nem que seja eu.
- Não se preocupe. , eu cuido dela. – Sam disse e a moça suspirou.
- Ei. E você? – Dean perguntou já começando a se preocupar.
- Não vou deixar essa coisa sair do meu campo de visão. – disse batendo continência. – É sério agora. Não vou deixar mesmo.
E se separaram.
e Dean andaram uma boa parte do caminho procurando aquela deusa maluca que estava brincando tanto com eles. Encontraram novamente um lugar todo escuro como no dia em que Dean se perdeu.
- Dessa vez a gente vai junto. – Dean disse e ela concordou.
Depois de um tempo, só ele voltou.
- Ah, ta bom, . Até parece que dá pra isso acontecer duas vezes com a gente. – Ele reclamou e deu uma risada sem humor. – Pode sair agora, linda. A brincadeira nem teve graça.
Mas ela não respondeu.
E Dean finalmente se tocou que ela tinha se perdido no escuro como no dia anterior. Suspirando, ele se enfiou nas sombras novamente para arrancá-la de lá.
- E como se não fosse suficiente a anta do Dean se perder no escuro ontem... – ia reclamando enquanto andava. Era de família. – Eu me perco hoje. Não podia ser num lugar mais iluminado, não? Não, não podia! Agora eu vou ficar rodando durante horas no escuro até tropeçar em alguma coisa e morrer comida por uma aranha gigante. Boa, Marques, super inteligente. Eu vou morrer nova e vai ser culpa dessa droga de trabalho. – Ela parou de andar e se encostou em uma parede ao ver uma luz. – Eu preciso me aposentar. Urgente.
Ouviu um barulho. Algo ou alguém estava se aproximando. Ela apontou a arma para a escuridão.
- Legal. E eu não tive nem tempo de levar a pra conhecer a Torre Eiffel... – Ela reclamou com arrependimento verdadeiro.
E da escuridão, eis que surge Dean.
- Sério. Só não te bato agora porque to muito feliz de te ver. – Ela disse suspirando. Dean começou a rir.
- O que é isso? Eu te assustei? – Ele perguntou ainda rindo e ela voltou a se encostar, suspirando.
- Ah, esquece. Qual é o caminho de volta?
- Era por isso que eu estava vindo para cá. – Dean comentou. Ela olhou sem entender. – Uma porta fechou atrás de mim. Não tem jeito de abrir.
- Que bom... – Ela comentou sem esperanças. – Bom vamos checar do outro lado.
E começaram a desbravar o lado oposto da escuridão.
- Eu nem percebi que passei por uma porta quando vim pra cá... – Ela comentou e ouviu Dean dando uma risadinha. Bateu nele. – Vai rindo. Palhaço.
- Vê se não some dessa vez, viu? – Sam perguntou para enquanto caminhavam juntos.
- Relaxa. Depois de ontem não vou correr de você nunca mais. – Ela respondeu, fazendo-o rir.
Andaram muito. Até que acharam o mesmo corredor do dia anterior. Os dois se olharam e Sam semicerrou os olhos.
- Fica. – Ele disse como se fosse para um cachorro. Ela fez que sim com a cabeça e ele começou a andar. Virou-se depois de um tempo. – Sério. Fica.
- Relaxa. Eu não vou sair correndo. – respondeu. Abriu um enorme sorriso de "santa" depois.
Sam balançou a cabeça, sorrindo. Pôs-se a andar em direção à escuridão. ficou esperando. E esperou.
E esperou.
- Ok, Sam. Já ta na hora de voltar, você não acha? – Ela perguntou, mas nada. – Homem, sai daí agora! E se me assustar... Eu te mordo!
Nada.
finalmente compreendeu o que aconteceu.
- Ah, não! Não acredito! O meu Sam foi abduzido por aquela psicóloga maluca?! Ah, não, não, não! – E virou-se para o outro lado. – DEAAAAAAN! – Pensou melhor. – Ah, não. Eu perdi o irmão dele! Falei que não ia desgrudar e perdi a criatura! Ótimo, , certinho! O Dean vai comer meu fígado! – Começou a andar para a escuridão. – E se aquela maluca me seqüestrar de novo?
Ficou pensando na sua indecisão cruel. Finalmente decidida, agarrou a arma e saiu correndo pelo lado que vieram.
- DEAAAAAAAAN! Já ta ruim sem ele, com ele não pode ficar pior... – Comentou consigo mesma. Afinal, três pessoas para encontrar o Sam era melhor do que uma. – DEEEEEAAAAAAN! EU PERDI O SAAAAAM!
Infelizmente, não havia ninguém naquele corredor para se lembrar de uma cena tão cômica.
- ? Cadê você? – Sam andava pelo corredor sem enxergar nada. Escutava a moça gritando, mas não sabia de que lado vinha. –!
Ele parou de ouvir a voz dela.
- Ótimo.
Não teve outra opção a não ser continuar andando por aquele local inóspito e esperar não encontrar alguma coisa muito estranha que se jogasse na cabeça dele para tentar comer seu cérebro. Tipo um palhaço.
O lugar estava tão silencioso que só ouvia seus próprios passos. Aquilo ia deixando-o cada vez mais nervoso. Viu que mais para frente havia um espaço vazio e mais claro. Ele sorriu e aumentou a velocidade.
O que confundiu Sam é que, quando ele chegou lá, não havia portas nem nada. Era simplesmente um beco sem saída. Ele bufou desanimado, virando-se de volta para o corredor.
Estava quase saindo de lá quando ouviu um barulho. Parecia que tinham batido em algo. Ele se virou imediatamente, apontando a arma. Mas não havia ninguém. Sam andou vagarosamente até que chegou ao meio do local. Checou todos os cantos, mas estava sozinho. Pelo menos na parte iluminada.
Alguma coisa caiu nele. Sam limpou o ombro e viu sangue. Outras gotas caíram, o que o fez estranhar mais ainda. Finalmente olhou para o teto.
- Não! !
A garota estava grudada no teto, chorando. Assim como sua ex-namorada. E sua mãe.
- Sam... – Ela gemeu ainda chorando. – Por favor, me ajuda...
- Agüenta aí! – Ele gritou de volta. Guardou a arma e pegou uma caixa alta, colocando-a no centro do lugar e subindo nesta. – Dá a mão!
tentou esticar o braço, mas estava grudado.
Sam tentou alcançá-la, mas, pelo menos uma vez em sua vida, não era alto o suficiente.
De repente, o teto se encheu de fogo.
- NÃO! – Ele gritou desesperado e caiu da caixa por causa daquele fogo repentino. – ! NÃO!
- ! – Sam se virou ao ouvir a voz desesperada de atrás de si. Agora estava se sentindo duas vezes culpado. – ! NÃO! Cadê aquele desgraçado?!
- Você quer dizer esse desgraçado? – Dean perguntou e, quando piscou, seus olhos ficaram amarelos.
- EU TE MATO! – A moça gritou furiosa, segurando uma faca. Saiu correndo e gritando, mas Dean simplesmente fez um gesto e ela voou para o outro lado da sala.
- Você de novo. Eu te mato, desgraçado. – Sam comentou em desespero.
morta. morta. Seu irmão possuído pelo mesmo demônio que matara sua mãe. Não tinha como ficar pior.
- DEAAAAAAAN! – ainda corria por aí tentando achá-lo. Realmente, gritar era a melhor opção, pois ele percebeu a presença dela de longe.
- Que foi, mulher?! – Ele perguntou ao alcançá-la.
- EU PERDI O SAM!
- Pode parar de gritar agora, . – Dean disse com uma sobrancelha erguida depois que ela quase o deixou surdo.
- Desculpa. – Ela respirou fundo. – Enfim, perdi o Sam.
- Que bom. – Ele comentou irônico. – Eu perdi a sua irmã.
- Sério? – perguntou e depois bateu nele, irritada. – E você falando que ia cuidar dela!
- E você falando que ia cuidar do Sam! – Ele respondeu quase mostrando a língua para ela. Eram crianças super crescidas.
Ouviram alguém gritar de longe.
- Isso foi o Sam. – olhou para a origem do som como um cachorro.
- Viu? Se você tivesse parado de gritar antes, já teria achado. – Dean respondeu e ela ameaçou bater de novo. – Nem vem! Vamos ver em que estado ele está.
Saíram correndo ao perceber que Sam gritou novamente.
- Porta! – disse feliz. Ela e Dean saíram correndo até a dita cuja.
Começaram a forçar, mas nada. Não adiantava. Não importava o que eles fizessem aquela porta não iria abrir. Portanto, estavam presos em um lugar muito estranho e difícil de encontrar e a única esperança era que Sam e os achassem.
- A esperança é uma vadia. – disse de repente. Dean ficou sem entender. – A gente acorda todo dia pra esse trabalho e temos esperança de terminarmos o dia vivos. Quando estamos às portas da morte, temos esperança que algum milagre vai acontecer e quando não acontece... – Ela se sentou no chão e suspirou. – Encare a droga da realidade, Dean. É por causa da esperança que nos desapontamos. Que nos machucamos. Se ela não existisse, ficaríamos indiferentes com coisas ruins. Não teríamos que ter desapontamentos tão grandes a ponto de tirar as noites de sono e tornar os dias uma droga.
- E é assim que a grande vai ser derrotada? – Dean perguntou apoiando no guarda corpo. Tiveram que subir uma escadinha que dava para a porta, por isso havia o guarda corpo.
- Não. – Ela respondeu emburrada. – Isso é a grande à beira de um ataque de nervos.
Ele sorriu e se distanciou. Começou a caminhar pelo lugar que estavam, descendo as escadinhas. Foi parar no meio daquela pseudo sala, virando-se para ela.
- Ótimo. Não achei que ia ser assim tão fácil. – Ele comentou sorrindo.
- O quê...? – Ela se levantou e apoiou com os cotovelos no guarda corpo. – Dean, você está bem?
- Melhor impossível. – Ele disse e seus olhos ficaram negros. Na hora ela apontou a arma para ele. – Ah, largue isso, garota. Você sabe melhor que essas coisas não funcionam comigo. Só vão matar o seu amado Dean.
largou a arma. Desceu as escadas vagarosamente. Logo cada um estava parado de um lado, espreitando-se como leões a ponto de se atacarem.
- Vou perguntar uma vez. – A moça disse se controlando. – Cadê. A. Minha. Irmã?
- ? – Ele perguntou com descaso e ela confirmou com a cabeça. – Foi embora. Junto com o Sam. E falando nisso, levaram o seu precioso carro embora.
- Ah, ta. – Ela respondeu sem acreditar.
- Encare a realidade, garota. – Ele disse encarando-a de frente. sustentou o olhar. – Ninguém te suporta. Coitada da . Nem sei como ela te agüentou por tanto tempo. Falando nisso, ela era a sua única amiga, não é? Percebeu que ela foi embora, o Sam foi embora e o seu amado ta me enchendo aqui... – Ele disse apontando para a própria cabeça. – Você está sozinha. Completamente sozinha.
Aquilo foi como um tapa na cabeça para ela. Encarou-se sozinha naquela sala.
Sozinha.
Sam caiu em cima de um monte de caixas, quebrando-as em pedacinhos. Dean se aproximava suspirando.
- Sam, Sam... É só dizer que tudo bem... – Dean se abaixou ao lado do irmão enquanto Sam limpava o sangue da boca. – Nós não somos tão diferentes assim.
Nem viu o soco que veio voando em seu rosto. Caiu no chão, arrastando-se para trás enquanto Sam levantava. Dean levantou logo em seguida, com cara de tédio.
- Vamos ficar fazendo isso por quanto tempo? – Ele perguntou checando no relógio. – Suas armas não me matam.
Sam simplesmente ignorou e mandou um chute bem no meio do peito daquele desgraçado, fazendo-o voar para o centro do local. Aproximava-se devagar, fuzilando-o com os olhos cheios de raiva.
- Calma... Sammy... – Dean disse tossindo por causa da falta de ar causada pelo chute repentino. – Se você me matar... Mata o seu irmão junto.
Sam parou imediatamente. Não podia fazer aquilo. Olhou para Dean jogado no chão e pensava o que raios ia fazer. Mal percebeu quando o demônio se levantou do chão e o jogou longe.
- Pelo amor de Deus, Sam... Você realmente acha que eu ia me cansar tão rápido? – Dean perguntou aquecendo os braços e estalando o pescoço.
- Você realmente pode falar "Deus" sem entrar em combustão espontânea? – Sam perguntou rindo. Dean aproximou-se e deu um chute na barriga dele.
- Não somos fracos que nem vocês humanos. – Ele disse agarrando os cabelos de Sam para levantar sua cabeça.
- Acontece que você não é um demônio. – Sam disse e, ao ver a expressão surpresa de Dean, abriu um sorriso, com a boca cheia de sangue.
Conseguiu se levantar e dar um soco naquele Dean assustado, fazendo-o cair no chão. e o Dean de verdade chegaram correndo nesse exato momento, vendo a cena de Sam atirando na testa de Dean, que desapareceu no ar.
- Sério. Quantas vezes você já atirou em mim? – Dean perguntou e Sam se virou, aliviado de vê-los. Mesmo assim, achou suspeito.
- Vocês...
- Somos nós sim! – nem deixou que ele terminasse de falar. Correu até ele, passando a mão pela boca ensangüentada de Sam. – Meu dia de cuidar de você.
- É... Acho que sim... – Ele suspirou e foi até Dean. – Cadê a ?
- Vamos procurá-la agora. – Dean declarou e eles começaram a andar. – Enquanto isso, você nos conta o que aconteceu.
- Ah, vocês vão adorar... – Sam disse sarcasticamente.
- E você quer me matar. – declarou após o choque de notar que estava sozinha. Abandonada.
Por isso não gostava de confiar nas pessoas.
- Ah, claro. – Dean disse como se fosse normal. – Depois vou caçar o Sam... E a sua irmãzinha.
E ela não agüentou mais. podia ter deixado-a para trás, mas ninguém falava assim de sua irmã. Saiu correndo na direção daquele protótipo de Dean, conseguindo acertá-lo com um soco. Ele ficou tão surpreso que ela conseguiu acertar outro.
Quando estava pronta para o terceiro, ele bateu nela. Enquanto a moça se recuperava, Dean a chutou na barriga, fazendo com que ela caísse no chão. Já que ela estava por lá, deu outro chute. A moça rolou.
- E pensar que Lúcifer caiu do céu por achar que vocês eram patéticos... – Ele suspirou enquanto ela tossia para recuperar o ar. – Você é patética. Tenho certeza que seu amado Dean aqui não sabe nem um décimo da sua vida, porque você não consegue confiar em ninguém mais, não é? Sozinha pro resto da vida.
conseguiu se apoiar nos antebraços enquanto ele se aproximava novamente. Quando ele parou ao seu lado, a moça se apoiou somente em um, chutando suas pernas. Dean perdeu o equilíbrio e aquilo deu tempo para ela se levantar.
Recuperado, partiu para cima da moça. pegou a faca que deixava de reserva em sua bota e atacou. Dean passou a mão pelo rosto, mostrando o corte enorme que ela tinha feito.
- Você vai mesmo me matar? – Dean perguntou fingindo uma cara inocente.
- Não. – Ela respondeu e abaixou a faca. Ele sorriu. - Exorcizamus te omnis...
Dean parou de sorrir e partiu para cima dela de novo.
- Immundus spiritus omnis... – Ela atacava com a faca, fazendo diversos cortes na roupa e na pele dele. - Satanica potestas...
Levava socos e chutes, mas não ia parar. Foi agarrada pelo cabelo, jogada pela sala, mas não parava de falar. Ela simplesmente não podia cravar aquela faca no peito de Dean.
Enquanto isso, , Dean de verdade e Sam começaram a se aproximar do local, correndo em direção a porta que ela não conseguira abrir antes e agora estava aberta.
- Qual é? Todo mundo resolveu me copiar hoje? – Dean perguntou irritado.
de repente caiu no chão e começou a ter dificuldades de levantar. Eles prestavam atenção começaram a correr mais rápido. A moça se ajoelhou no chão com dificuldade e tirou a faca que tinha se cravado em sua coxa. Viram também que ela tinha um corte cheio de sangue em sua regata branca.
Ela se levantou e olhava o Dean falso ameaçadoramente. Ele ria, já que sabia que logo ia ganhar. não duraria muito.
Mas ela abriu a boca.
- Libertate servire, te rogamus, audi nos! – Ela gritou. Dean olhou para ela de olhos arregalados. – DEVOLVE MEU DEAN, SUA VADIA!
A sala se encheu de uma fumaça negra e espessa. Os três alcançaram a porta, mas precisaram esperar o ar liberar para entrar. Quando a sala clareou, estava ajoelhada no chão, rindo que nem uma boba.
-! – saiu correndo até a irmã. – Você ta bem?! Por favor, me fala que não enlouqueceu...
- A gente já é doida naturalmente, né? – perguntou de volta. sorriu e abraçou a irmã. Sim, ela estava bem. – Vamos embora.
- Vem. – a puxou pelas mãos, fazendo-a levantar. – Dean, pode carregar minha criancinha carente?
- Não sou carente! – gritou, mas todo mundo ignorou.
- Com prazer. - Ele respondeu e se aproximou dela.
- Encosta um dedo em mim e eu te arrebento! Consigo andar sozinha! – Ela disse irritada e ameaçadoramente. – EI!
- Até parece que você está em condições de fazer alguma coisa... – Ele comentou rindo e ela só cruzou os braços, ficando quieta.
- Hora de voltar para o nosso querido hotel... – comentou grudando em Sam logo em seguida. Dessa vez não ia deixá-lo mesmo sair de vista.
- Não. Você vai ficar aqui. – dizia apontando para a cama. Sam estava parado no meio do quarto, de braços cruzados.
- , eu preciso tomar banho. – Ele repetia pela vigésima quinta vez. Sim, estava contando.
- Eu te lavo com uma esponja. – Ela respondeu. Ele se segurou para não rir. – É sério. Não subestime meus poderes, Sam Winchester. Vá pra cama agora.
- Mandona. – Sam respondeu com um sorriso um tanto safado no rosto. Realmente, aquela era a última reação que esperava dele. – Assiste T.V aí. Eu vou tomar banho.
- E o que faz você achar que eu vou desistir tão fácil? – perguntou se aproximando dele, deixando uma pequena distância entre os dois.
- Eu sou mais alto.
E assim a discussão terminou. Sam foi para seu banho e ficou emburrada na cama.
- Dean, sem grude! – disse logo que chegaram ao quarto. – Já pode me soltar.
Ele a deixou em cima da cama. Ela esticou as pernas e sorriu ao se sentar apoiada no travesseiro. Dean voltou com o kit de primeiros socorros e uma cadeira, sentando-se ao lado dela.
- Sabe... Eu nunca tive um médico tão lindo. – Ela disse brincando. Ele sorriu.
- Muito bem, mocinha. Pode ir tirando a blusa, preciso ver o seu estado aí embaixo. – Dean falou de uma maneira engraçada. Ela só ficou a encará-lo. – Não vai me dizer que você ta com vergonha de tirar a blusa pra mim?!
- Não. – Ela respondeu tirando a regata e jogando-a do outro lado da cama. – Não banca mais o doutor pra cima de mim. É bizarro.
- Ok... – Ele disse sorrindo e começando a limpar o corte que tinha feito a blusa branca virar vermelha.
- Hmmm... Eu to com fome. – Ela comentou de repente. – Tem como a gente sair pra comer?
- Com você nesse estado? Sem chance. – Ele respondeu e foi até a geladeira do quarto. Voltou com um pedaço de bolo que ela e insistiram em trazer para viagem. – Come e sossega.
pegou o bolo fazendo bico. Mesmo assim, não discutiu. Ligaram o rádio e voltaram para seus afazeres.
O tempo passou, Dean esbarrou nela e a moça derrubou um pedaço de bolo com bastante açúcar, ficando toda melecada. Ela olhou feio para Dean.
- Eu. Vou. Tomar banho. – Ela disse categoricamente e se levantou da cama, indo para o banheiro.
- Eu vou junto pra ter certeza que ta tudo bem.
- Dean... Eu to quente, melecada de suor e agora de açúcar. – Ela disse rindo e quase se trancando no banheiro. – A última coisa que eu preciso é você junto comigo.
E fechou a porta.
- Então pelo menos deixa a porta aberta pra eu poder checar você! – Ele disse e ela deixou uma fresta aberta. – Obrigado!
estava neurótica. Sam estava demorando a sair do banho. Será que estava tudo bem? Não prestava atenção na T.V, mas se estivesse realmente assistindo, perceberia que não tinham se passado nem dez minutos que ele estava lá dentro.
Ouviu o chuveiro fechar. Aliviou-se, já que isso era um sinal de que Sam não tinha desmaiado no banho. Voltou a prestar atenção no programa que assistia anteriormente, mas foi em vão, porque outra visão logo ocupou toda sua atenção.
Sam surgiu no quarto.
Só de toalha.
Não teve como não encarar. Ela começou a segui-lo com os olhos e só depois percebeu os hematomas e cortes que tinha por causa da luta.
- Tudo bem? – Ela se forçou a perguntar. Nem percebeu que tinha levantado da cama.
- Tudo. – Ele respondeu sorrindo. – Você sabe onde está minha roupa?
- No outro quarto. – Ela disse achando que ele já conhecia esse fato. Pela cara que ele fez, era óbvio que não sabia. – Você não vai colocar a roupa suja, né?
Pela cara que Sam fez, era óbvio que era exatamente isso que ele estava pensando. Ela rolou os olhos e o empurrou para a cama, fazendo-o sentar. Sam ficou surpreso, pensando o que raios ela ia fazer. Depois de alguns segundos com ele sentado e ela em pé na sua frente, sorriu.
- Vou buscar alguma coisa no outro quarto. Espera aí. – Ela disse e começou a se distanciar.
Por isso se assustou quando Sam segurou seu braço e a puxou para beijá-lo. teve que apoiar com o joelho na cama para não cair em cima dele. Quando finalmente pararam, ela estava realmente surpresa com a reação.
- Ok. Não vou pegar as roupas. – Ela disse dando de ombros. Distanciou-se de Sam e ele ficou se perguntando o que ela iria fazer. – Mas eu estou com roupas demais.
Quando ela se aproximou do rádio ele compreendeu. E a cara de bobo que fez foi o suficiente para que ela aumentasse ainda mais o sorriso safado. Começando uma dança, ligou o rádio.
- Cuando manda El corazón, siempre, siempre manda El AMOOOOOOR!
Eles não conseguiam acreditar. olhou com tanto ódio para o negócio que ele seria capaz de quebrar. E Sam ficou olhando com uma sobrancelha erguida.
- Não comenta... – disse brava, fazendo-o rir. Ela quase bateu no rádio para trocar de música. De todas as músicas do mundo, tinha que estar tocando justo aquela?!
A próxima música foi a escolhida para aquela noite.
Love is like a bomb
Babe, c’mon get it on
Ela foi se aproximando devagar de Sam. Ia aos poucos tirando a blusa. Ele já não sabia direito o que fazer, só sabia que se ela não chegasse logo, ia se levantar daquela cama e não responderia mais por seus atos.
E como ela não chegou logo, ele teve que se levantar. Ela só foi notar o que estava acontecendo quando se encontrou entre a parede e Sam de toalha. Um Sam de toalha bem bravo por ela provocar daquele jeito.
Television lover
Baby, go all night
Ela já estava ficando toda suada. Não via a hora de se livrar daquela maldita calça que aumentava ainda mais o seu calor. Assim, agarrou-o pelos cabelos e começou a empurrá-lo de volta para a cama. Quando conseguiu, Sam se estatelou na cama sem perceber que tinha chegado lá. Inspirada pela música, saiu de cima dele, que ficou olhando sem entender.
- Eu tive uma idéia. – Ela disse com um sorriso enorme no rosto.
- Eu tenho até medo da idéia... – Ele comentou sem levar muita fé na própria frase.
Little miss ah innocent, sugar me
Take a bottle, shake it up
E eis que, do nada, ela surgiu com uma garrafa de maple syrup (tipo um caramelo).
- O que você vai...? – Mas Sam não pode terminar a frase, pois logo em seguida ela derramou um pouco do caramelo nele e lambeu. Ele arregalou os olhos com o susto do momento. – ...!
- Que foi? – Ela perguntou inocentemente, mas sorrindo. Sam sorriu de volta, ainda impressionado com a safadeza da pessoa.
Pour some sugar on me
Oh, I can’t get enough
É óbvio que, quase sem ela perceber, Sam pegou a garrafinha das mãos dela. só percebeu que alguma coisa estava acontecendo, pois se notou sendo agarrada e jogada na cama. E também, pois depois estava com o caramelo sendo derrubado na sua barriga.
A inconveniência de sua calça não durou muito tempo no lugar. Sam arrancou com tanta vontade que ela começou a dar risada. Logo os dois iniciaram uma pequena luta para ver quem ia ficar com a fatídica garrafa. Cabelos foram puxados e costas arranhadas para enfim voltarem a atenção para o caramelo. Aquilo ia deixá-los melecados para sempre.
I’m hot, sticky and sweet
From my head to my feet, yeah
Logo o caramelo foi esquecido, pois o gosto já havia ficado em suas bocas. Sam era mais forte do que ela pensava e era mais mandona do que ele pensava. O quarto inteiro estava abafado e parecia que o mundo ia acabar no dia seguinte. Eles já tinham se segurado e se comportado por muito tempo para deixar aquela chance escapar.
Eles nunca imaginaram que podiam conviver com o cansaço e a falta de ar.
Sugar me!
- Aposto que eles vão negar tudo amanhã. – Dean comentou enquanto puxava para a cama, ajudando-a a se deitar.
- Como se pudessem negar essa barulheira. – Ela disse de volta e começou a rir. – Eu vou ficar cantando essa música amanhã o dia inteiro...
- Sometime, anytime, sugar me sweet… - começou a cantarolar.
Estavam sentadas na mesa esperando os dois voltarem com o café da manhã. Realmente, aquele lugar estava sendo ótimo para grandes revelações. Foi só a irmã começar a cantar que arregalou os olhos e encarou-a boquiaberta.
- Não me diga que... – Ela começou a falar, mas foi interrompida.
- Little miss ah innocent sugar me, yeah! – A irmã quase berrou. Parou de cantar e sorriu. – Sério. Depois de todo aquele fuzuê que vocês fizeram no quarto, você realmente achou que eu não ia perceber?
- Não... – A moça ficou encarando a outra com os olhos arregalados. começou a rir. – Nem tem graça, viu? Sua boba.
- Depois eu e o Dean que somos animais. – A irmã respondeu com descaso. – Acho que vocês quebraram o quarto inteiro.
- Para o seu governo, não quebramos nada! – disse ficando um pouco irritada. Cruzou os braços e abaixou o tom. – Só vamos precisar de mais caramelo.
- E o que o caramelo tem a... WOW. – imediatamente entendeu quando a irmã lhe lançou um olhar significativo. – Animais! Que inveja!
- O quê? Até parece que você usaria o caramelo!
- Mas uma boa garrafa de Jack Daniels está na minha lista, ok?
- Bêbada! – disse boquiaberta.
As duas começaram a rir.
- Essa mesa está causando alegrias demais... – Sam disse ao vê-las logo que se aproximou. Já era a segunda vez que as encontrava rindo de manhã.
- Pode ser alguma magia. Ou macumba. – Dean disse achando aquilo realmente estranho. – Depois checamos a mesa por moedas.
- Diga-me, Dean... O que você prefere: caramelo ou Jack Daniels? – perguntou quando conseguiu ficar séria.
Mas logo que viram a reação de não entender nada dele, começaram a rir novamente. Sam entendeu e balançou a cabeça, rindo discretamente. Era a vez de Dean de não entender do que estavam falando.
- Ok. Hoje a gente não se separa. – Dean disse já na porta daquele maldito galpão.
- Vai ser bem mais fácil se ninguém se perder. – Sam disse olhando para .
- Não me culpe. Eu te obedeci da última vez. – Ela disse cruzando os braços.
- Sem separações hoje. Esse lugar ta parecendo o Labirinto. – disse pegando sua faca e abrindo a porta do lugar. – E o pior é que não tem nenhum David Bowie no centro dele.
Com isso, entraram no fatídico galpão. Tinham passado por poucas e boas para entender como deveriam caminhar. Estavam mais parecendo os quatro alegres de O Mágico de Oz, com medo de tigres, leões e ursos, meu Deus!
Mesmo assim, caminhavam. Qualquer virada, qualquer lugar que entravam, estavam juntos. Quando algum lugar era muito estreito, iam de dois em dois e – em casos extremos – um a um, com Dean e Sam nas pontas. Assim elas não poderiam sair correndo desvairadamente ao primeiro sinal de baratas e aranhas.
Já estavam andando tanto que nem sabiam mais por onde entraram. Esperavam encontrar logo aquela deusa desvairada e matá-la de uma vez por todas. Nem perceberam que tinham chegado a um lugar com um espaço enorme, já que as caixas estavam empilhadas nos cantos da sala. Só prestaram atenção quando ouviram um barulho vindo exatamente da frente deles. Todos apontaram as armas.
E eis que surgiu a deusa. Egípcia, usando um vestido vermelho, olhos castanhos escuros, quase negros, assim como os cabelos lisos que desciam até a cintura. Usava vários acessórios de ouro, mas mesmo assim era simples.
- Parabéns. – Ela disse batendo palma lentamente, mas fuzilando-os com o olhar. – Conseguiram sobreviver. Até agora.
- Ok, hora de voltar pro lugar que você veio, bruxa maluca. – Dean disse se preparando para atacar. A mulher levantou a mão, pedindo para que ele não fizesse nada.
- Esperem um pouco... Eu somente dei vislumbres das coisas que vocês mais temem! – Ela disse fingindo inocência. – E devo admitir, vocês foram os únicos que aguentaram até agora. Porque o difícil não é encontrar seu maior medo... Mas sim enfrentar a vocês mesmos. Seus medos estão... – E ela apontou para a cabeça. – Aqui. E eu consigo ver tudo.
- Que coisa meiga. – disse já perdendo a paciência. – Ela acha que é psicóloga.
- ... É melhor não mexer comigo. – A deusa disse com um pequeno sorriso no canto dos lábios. – Ou entrego sua irmã morta em uma bandeja pelo seu namoradinho aí.
semicerrou os olhos. Ela odiava falar daquele tipo de coisa e já estava ficando bem irritada com aquela deusa que achava que podia mandar nela. Se aquela mulher continuasse enchendo, logo não ia mais responder por seus atos.
Dean, já de saco cheio de ouvir aquela mulher tagarelando, resolveu entrar em ação. Esperava pegá-la de surpresa, mas foi a última coisa que aconteceu. Com um simples movimento da mão, a mulher o jogou do outro lado da sala, fazendo com que um monte de caixas caísse sobre ele.
- Ok. Agora você ta pedindo pra morrer! – não conseguiu mais conter a raiva. Saiu correndo na direção da deusa.
E assim como Dean, um movimento foi suficiente para jogá-la em cima de Sam e fazer os dois rolarem juntos, indo parar passos atrás de . A deusa olhou para a moça.
- Alguma tentativa ou vai simplesmente ficar me olhando com cara de boba? – Aquela mulher insuportável perguntou.
- Você é realmente nojenta, não? – perguntou de repente.
A deusa ficou olhando indignada. Sam, que ajudava a levantar, parou no exato momento e ficou observando a situação apreensivamente. Dean, ainda sentado no chão e massageando a testa, achava que estava ficando maluco e que ela realmente não tinha dito aquilo. Parecia que todos tinham prendido a respiração e esperavam que a mulher não atacasse aquela caçadora inconsequente.
- O que você disse? – A deusa perguntou pausadamente, controlando a raiva.
- Nojenta. Que personalidade mais estúpida você tem. – continuou. Não sabia realmente o que estava fazendo, parecia que falava mais da boca para fora do que qualquer outra coisa. – Fala sério. Você está toda cheia de ouro, mas mesmo assim dá pra perceber que é simples. Imagino a inveja que você deveria ter da Ísis.
- Continue falando desse jeito...
- E você vai fazer o quê? Mandar um raio na cabeça do Dean? Ou tentar fazer a enlouquecer com um enxame de baratas enquanto Sam surta pra tentar tirá-las dela?
- Ela tinha que dar a sugestão... – resmungou enquanto se levantava devagar. Agora todos só assistiam o que aquela doida estava tentando fazer.
- Você nunca passou de uma deusa feia, porque eu tenho certeza de que essa não é a sua aparência de verdade! E você quer reafirmar o seu poder indo pra lá e pra cá mexendo com a cabeça das pessoas! – A moça começou a falar mais rápido. Estava nervosa. Poxa, ninguém tinha percebido o que ela estava improvisando? – Só para você achar que você tem alguma importância em algum lugar, já que você era uma das deusas mais odiadas! Tanto é que quase ninguém nunca tinha ouvido falar de você!
- CHEGA!
Os olhos da deusa se encheram de fúria. A sala inteira começou a pegar fogo e ela saiu correndo na direção de . A moça não teria nenhuma chance de contra atacar – além do mais, seus reflexos não estavam tão bons assim, por causa da noite anterior.
Finalmente se tocaram do que ela estava fazendo. Quando a deusa deu o primeiro passo, os três saíram correndo para fazer alguma coisa. fechou os olhos, esperando qualquer coisa acontecer.
Por questões de segundos a deusa não conseguiu encostar na moça. Sentiram a sala se apagar, como se nada tivesse acontecido. Ao abrir os olhos, encontrou a mulher de olhos arregalados, ficando completamente brancos.
Sam e Dean tinham conseguido alcançá-la e cravar as facas nas costas da deusa. , por ter aterrissado embaixo de Sam e portanto machucado sua perna, atirou sua faca e acertou o ombro da mulher.
- Yep. Minha mira é muito boa. – Ela disse ao perceber o olhar da irmã. As duas sorriram logo em seguida.
- Ok. Vamos queimar essa desgraçada e ir embora daqui... – Dean comentou e foi exatamente isso que fizeram.
Capítulo 8 – Did you ever really want somebody
- A cerveja chegou! – Sam anunciou quando ele e Dean passaram pela porta da casa de Bobby.
Não obtiveram resposta.
- E aí? Acha que o Bobby matou as duas? – Dean perguntou brincando e Sam simplesmente respondeu com a expressão de vazio.
Foram até a sala. Esperavam encontrar todos se protegendo de alguma coisa do além – o que era extremamente normal para eles – mas encontraram as duas sentadas no sofá, jogando videogame.
- CUIDADO! – berrou de repente, logo que eles entraram na sala. Os dois ficaram olhando assustados. – Sobe na caixa, sobe na caixa, sobe na caixa!
- Eu to tentando! – gritou de volta. – Mas essa desgraça não deixa!
- Dá o controle! – disse colocando a última garrafa de cerveja em cima da mesa e sem desgrudar os olhos da tela. – Dá o controle ou a gente MORRE!
- Pega! – entregou cuidadosamente o controle para que quase não parecesse que tinham trocado de jogador. Ficou olhando apreensivamente para a tela enquanto jogava.
- Sabe que desse jeito você vai destruir o controle. – Sam disse olhando para a tela do jogo com uma sobrancelha erguida.
- SHIU! – As duas disseram juntas.
Assim expulsos da sala, os dois foram até a cozinha. Lá encontraram Bobby com dois copos de whisky: um para usar como gelo na cabeça e o outro para beber.
- Elas estão com essa gritaria desde que vocês saíram. – Ele comentou tentando ler um livro, mas desistindo e fechando bruscamente. – Nem sei de onde tiraram aquela... Aquela... Coisa!
Os dois começaram a rir. Deixaram os engradados em cima da bancada e voltaram para a sala. As duas estavam quase se matando. já estava de pé mostrando o que tinha que fazer e prendiam a respiração quando quase morriam. De repente, a tela do jogo parou e apareceram várias coisas escritas.
- ÉÉÉ ISSO AÍ! – As duas gritaram juntas. jogou o controle no sofá e se levantou para gritar. Em seguida se abraçaram e ficaram olhando para a tela, emocionadas.
- Então...? – Dean perguntou, já que não entendeu nada do que estava acontecendo.
- Primeira vez que zeramos esse jogo. – disse suspirando. – Falando nisso, ta na hora do almoço, não é?
- Vai lá tomar banho enquanto eu começo a fazer. – comentou e foi para a cozinha, enquanto seguiu para seu quarto, escada acima. Bobby finalmente conseguiu voltar para sua amada escrivaninha na sala e ter um pouco de paz.
- ... Você ta aqui? – Sam procurava pela moça no quarto. Ela surgiu do banheiro, já que tinha se esquecido de levar junto as roupas que colocaria depois do banho.
- Estou. – Ela disse sorrindo ao ver que ele estava lá.
- Então... Que fim vai levar dessa vez? – Ele perguntou se sentando na cama enquanto ela fuçava a mala. A moça parou de repente e ficou olhando para ele.
- Sinceramente? – Ela perguntou e ele fez que sim com a cabeça. – Não sei.
- Acha que não vão ficar de novo? – Ele perguntou na expectativa. Queria que ela ficasse. Por que não podia ficar? A vida deles precisava de um pouco de estabilidade e uma namorada era uma ótima opção.
- Provavelmente. – respondeu suspirando. Sam ficou desapontado. – Há de convir comigo que a é a mente racional aqui. E ela teve razão da última vez.
- É. Teve. Mas por que nós precisamos ser sempre racionais em tudo? Não dá pra... Ah, esquece. – Ele disse suspirando e levantando da cama, passando as mãos pelos cabelos.
- Não dá pra...? – incentivou-o a falar. Mas ele parecia que não ia falar. Ela segurou as mãos dele e fez com que olhasse para ela. – Não dá pra o quê?
- Não dá pra escutar o coração de vez em quando...? – Ele disse um pouco baixo. Sim, estava se sentindo completamente ridículo de dizer aquilo em voz alta.
Mas ela sorriu. Um grande sorriso, por sinal. Beijou-o com delicadeza e voltou a olhá-lo nos olhos.
- Se as coisas fossem simples assim... – Ela comentou ficando vermelha. – Eu já estava com você há muito tempo.
E assim, foi para seu banho. Sam ficou um tempo sentado na cama, pensando na conversa e depois decidiu ir para o andar de baixo.
- Então... – Dean disse se apoiando no batente da porta que dava para a cozinha. Enquanto isso, tirava um monte de coisas da geladeira.
- Vou fazer x-salada, Dean. É só você esperar! – Ela disse rindo e arrumando as coisas na bancada. Ele foi até lá e se apoiou na mesma.
- Bom, não era disso que eu ia falar, mas acabou sendo até melhor. – Dean disse dando um sorriso sem jeito.
- Então do que você quer falar?
- Sobre vocês ficarem dessa vez. – E foi só ele falar aquilo que ficou repentinamente séria. Ele fez com que ela o encarasse. – Não dá pra ficar fugindo do assunto.
- Mas eu prefiro, obrigada. – A moça respondeu se desvencilhando dele e caminhando até o outro lado da bancada. Suspirou, parando de preparar a comida. – Sabe... Toda a vez que eu escuto Led Zeppelin, lembro da minha mãe. A gente sentou na sala e ficou cantando, enquanto escutávamos o Physical Graffiti inteiro.
Dean ficou olhando para ela sem entender. deu um sorriso ao perceber que ele não entendia o motivo daquela história repentina.
- Eu tenho medo de ficar próxima das pessoas, Dean. – Ela comentou suspirando. – Pense nessa história como um passo a mais, provavelmente a primeira coisa que eu contei sobre mim. O primeiro caso que aparecer, eu vou embora. O primeiro caso que aparecer pra vocês, eu não vou junto. Não dá.
Ele se aproximou dela. Entendia o motivo daquilo e não ia forçar nada. Afinal, ele mesmo já tinha sido estúpido o suficiente com um monte de gente só por ter problemas de confiança. E nisso estava incluso o monte de vezes que ele bateu em Sam.
- Sabe... Algumas coisas é preciso arriscar. – Ele comentou logo que estavam com uma pequena distância entre si. – Acreditar em alguém.
Só não continuaram a conversa, pois um Sam inconveniente surgiu perguntando o que ia ter de almoço e vestiu um sorriso enorme para responder a todas as perguntas dele.
Quando terminou o banho, tomou o lugar de na cozinha, para que ela pudesse tomar banho. Serviram o almoço depois de um tempo e todos estavam completamente felizes com os "sanduíches divinos" como definiu Dean.
Mal perceberam quando Cass surgiu na cozinha.
- Isso é hambúrguer? – O anjo perguntou pendendo a cabeça um pouco para o lado. e sorriram. Não se cansavam daquela reação dele.
- Nope. Hambúrguer divino. – Dean corrigiu. – Quer um?
- Não, obrigado. – Cass respondeu, mas ninguém sentiu muita firmeza. Trocaram olhares.
- Não, sério, a gente faz um rápido pra você... – Sam começou a se oferecer para preparar a comida, mas Cass levantou a mão.
- Tenho coisas mais urgentes a tratar. Não preciso de comida. – Impassível.
- Falando nisso, você não vai falar pra gente que coisas urgentes são essas? – Dean perguntou apoiando os cotovelos na mesa e não largando o x-salada.
- Não. – Simplesmente. Dean ficou com cara de vazio.
- Ele te ama... – sussurrou para Dean se segurando para não rir.
- Então o que você ta fazendo aqui? – Sam perguntou achando estranho e abrindo mais uma cerveja. – Veio trazer outro caso?
- Não. Vim ver se vocês estavam bem. – Ele disse e todos ficaram esperando um complemente. Depois de algum tempo, ao ver a cara de expectativa de todo mundo e compreender o que estavam querendo, Cass voltou a falar. – Fiquei sabendo que foram bem sucedidos no último trabalho.
- Como ficou sabendo? – Sam perguntou, mas foi ignorado.
- Ele tem as suas fontes... – sussurrou misteriosamente, fazendo Sam sorrir.
- É... Só isso? – Bobby perguntou achando aquela visita uma das mais esquisitas que teve na vida. E olha que ele já tivera muitas visitas estranhas.
- É. – Cass disse e ficou um tempo parado, olhando. Na verdade, estava pensando, tomando uma decisão. Suspirando, finalmente disse. – Existe mais desses hambúrgueres?
- Yep! – disse super animada e se levantando da cadeira. Já tinha acabado seu sanduíche. – Senta aí, Cass! , vem me ajudar!
A outra moça levantou e lá foram elas preparar o x-salada divino. Cass não queria admitir, mas mal podia esperar para comer o tão falado sanduíche.
Passou-se um tempo do almoço. Elas tentavam explicar para Cass como se jogava videogame, enquanto os Winchesters só davam risada e assistiam aquela cena cômica do sofá.
Porém Bobby recebeu uma ligação. Um caso. Falou com Dean e ele imediatamente se levantou, chamando Sam para vir junto. Nem falou com as duas, sabia que elas não iriam junto.
Sam pensava que aquilo era completamente injusto. Elas eram caçadoras, podiam se proteger. E se o argumento fosse falar que ficarem juntos seria completamente imprudente, já tinham feito coisas piores na vida. Colocou o casaco e puxou a gola para cima, procurando se proteger da chuva que tinha começado a engrossar do lado de fora. Dirigia-se ao Impala, mas mesmo assim não conseguia parar de pensar. Era injusto.
Dean tinha se conformado, como fazia com a maioria das coisas polêmicas na sua vida. Achava que a posição de era a melhor de todas, ou teria insistido chatamente para que mudasse de idéia. Mesmo assim, não conseguiu deixar de sorrir quando colocou o casaco de couro e se lembrou da moça usando-o. Dando de ombros, foi até o Impala, onde Sam já o esperava.
e ficaram paradas na porta da casa de Bobby. O próprio Bobby resolveu se abster daquela situação. O que não o impediu de observar a cena pela janela de casa. Cass estava atrás das garotas, tentando entender o que estava acontecendo.
- Mas vocês já não foram com eles?
- Já. – As duas responderam juntas, no mesmo tom de voz.
- E não vão de novo?
- Não.
- Mas vocês gostam deles?
As duas demoraram um pouco, trocaram olhares, suspiraram. Cass ficou esperando a resposta. O que tinha de tão difícil? Era necessário só um sim ou um não.
- Sim.
- Então por que não vão?
- Nem sempre pessoas que se gostam ficam juntas, Cass. – filosofou, olhando para o horizonte. – A gente pode se gostar, mas não vai acabar bem. Ponto. Fim da história.
Quando Dean alcançou o carro, estava tocando Carry on my Wayward Son. Irônico, ele pensou. A vida deles não passava de um problema atrás do outro, e mesmo quando surgiam coisas boas – como elas – nunca podiam ter paz. Nunca podiam aproveitar o momento e serem... Felizes. Sentou-se pesadamente no banco de motorista.
- Pegou tudo?
- Peguei. – Sam respondeu suspirando. – Tem certeza que quer ir?
Já tinha aprendido que perguntar nunca fazia mal. Então estava perguntando.
- Tenho.
começou a acenar para eles. Quando viu Sam acenando de volta, sorriu. acenou também, mas não tão grande quanto o aceno da irmã. Olhou para o lado só para não ter que olhar para Dean. E viu a clássica pistola do ser humano jogada em um aparador ao lado da porta.
- Besta!
Ela pegou a arma e saiu correndo para o carro, no meio da chuva. Dean abriu a porta e saiu logo que ela estava chegando.
- Sua arma! Você ia esquecer sua arma! – Ela disse quase gritando. A chuva estava forte e era difícil escutar.
- Obrigado. – Dean disse simplesmente e, após receber um beijo da moça, enfiou-se novamente dentro do carro, olhando enquanto ela caminhava de volta para casa.
- Você realmente quer ir? – Sam perguntou novamente, já notando uma mudança de comportamento. O primeiro sinal que tivesse que podiam ficar, sairia correndo e agarraria .
Masquerading as a man with a reason
My charade is the event of this season
And if I claim to be a wise man, it surely means that I don’t know
- Não. – Dean respondeu. Abriu a porta do carro e saiu naquela chuva torrencial.
On a stormy sea of moving emotion
Tossed about I’m like a ship on the ocean
I set a course for winds of fortune, but I hear the voices say
Dean alcançou no meio do caminho para a casa. Agarrou-a pelo braço e não esperou que ela dissesse nada. Na verdade, não deu tempo nem para que ela reagisse. Até segurou-a com força para que ela não fugisse. Aquele beijo tinha que ser o suficiente para derreter o gelo do coração dela.
E quando ela enlaçou os braços em seu pescoço, ele sabia que aquele gelo nunca mais existiria.
Carry on my wayward son
There’ll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don’t you cry no more
Sam sorriu ao ver aquela cena, assim como . Saiu correndo de dentro do carro, só que ela o alcançou antes. Ele a abraçou, girando-a no ar. Afinal, estavam felizes. Até perdeu o equilíbrio ao beijá-la e teve que aguentar um peso considerável daquela pessoa gigante. Os dois não sabiam se sorriam, se iriam se abraçar, se beijar... Sabiam que estavam felizes. E aquilo era suficiente.
- Quanto amor em um dia só... – Bobby comentou parando ao lado de Cass.
Por mais incrível que parecesse, os dois estavam exatamente com a mesma expressão, lado a lado. Cass só se limitou a concordar com a cabeça.
- E aí?! As noivas vão demorar muito aí dentro?! – gritou do carro.
As irmãs estavam esperando em seu Ninety-Eight pelas duas criaturas que resolveram se arrumar antes de sair. Logo chegaria a hora do almoço e todo mundo estava começando a ficar com fome. Esperavam chegar à cidade necessária antes do anoitecer. Mas no ritmo que os dois estavam, não iam chegar nem no dia seguinte.
- A senhorita não esqueceu nada não? – Sam perguntou balançando uma faca na frente da moça.
- Esqueci. – Ela disse pegando bruscamente. – Obrigada. Agora abotoa logo essa camisa e vamos logo!
- Eu peguei meus celulares? – Sam perguntou para Dean ao ver que o irmão saiu de casa.
- E eu vou lá saber? – Dean resmungou já que segurava a arma com os dentes enquanto guardava seus próprios celulares e tentava fechar o cinto da calça ao mesmo tempo.
- Deixa que eu faça isso... – começou a fechar o cinto de Dean enquanto abotoava a camisa de Sam.
- Aproveita pra checar se ta com os celulares. – comentou e Sam apalpou os bolsos. Sim, estava com os celulares. – Tudo pronto?
- Acho que sim. – Sam comentou e jogou as chaves do Impala para Dean. Os quatro se dirigiam para os carros.
- Então nos encontramos na entrada da cidade? – Dean perguntou apoiando na porta do carro, antes de entrar.
- Se vocês conseguirem chegar lá a tempo! – respondeu sorrindo e entrando no carro, ligando o som em seguida.
I want action tonight
Satisfaction all night
You’ve got the love I need tonight!
- A gente se vê lá! – acenou para eles.
Aceleraram o carro e entraram na estrada cantando animadamente. Tinham certeza que iam ganhar a corrida.
- Glam metal? Sério? – Dean perguntou entrando no carro e também ligando o som, deparando-se com a mesma música.
- Ah, vai. Poison é bom. – Sam comentou e começou a cantar.
- Depois que alcançarmos aquelas duas, vamos ter uma séria conversa sobre esse seu gosto musical suspeito. – Dean disse e acelerou o carro.
- Então por que você não fala menos e dirige mais?
E foi exatamente o que Dean fez. Levantando nuvens de poeira atrás de si, entrou na estrada acelerando o máximo que podia para alcançá-las. E ultrapassá-las. Não ia perder para elas.
Enquanto isso, Bobby e Cass observavam tudo da porta novamente. Bobby olhou para o anjo parado ao seu lado enquanto os carros sumiam entre a poeira da estrada.
- E o que você está fazendo aqui?! – Perguntou indignado. – Vá ser guardião deles ou alguma coisa!
Cass só olhou para ele e sumiu. Claro que ia atrás daqueles quatro inconsequentes.
- Crianças... – Bobby resmungou entrando em casa. Mesmo assim, sorriu. Não via a hora de ouvi-los discutindo sobre a última cerveja ou se matando por causa do videogame. Mal podia esperar para tê-los de volta em casa.
N/A:EU ACABEEEEI!
Sério, achei que ia durar pra sempre essa desgraça. Acho que é por isso que ta chovendo tanto hoje (afinal, como começar melhor o mês de Novembro do que com uma November Rain?)...
Primeiro tenho que agradecer muito pelos comentários! Tinha dias que eu tinha desistido de escrever e ia apagar a fic inteira, mas lia os comentários e me animava! Preciso pedir desculpas também, pq essa fic saiu MORTALMENTE enorme. Não era a intenção, mas o tanto de assuntos a abordar deixou completamente impossível fazer uma coisa menor. E desculpem a demora também, a faculdade ta tomando o meu tempo vital.
Além disso, a parte do avião foi uma referência a Learn to Fly – Foo Fighters! Parabéns pra quem captou! (eu não teria captado xD)
Ah, e sobre o caramelo/maple syrup. Culpa da minha prima. A criatura escolheu justo aquela música pra colocar no capítulo dela e minha mente não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse açúcar. Muito açúcar.
E a música brega que aparece é Marimar. A criatura demorou tanto pra escolher que eu tive que falar que colocaria Marimar na cena dela pra coisa escolher uma música. Falando nisso, te amo, coisa. A fic é pra vc e vc sabe. Ponto.
(Pra quem não conhece Marimar, assistam e deem risada: http://www.youtube.com/watch?v=YU_nOtD7acQ)
Ok! Chega de tagarelar! Espero realmente que tenham gostado! Agora vamos para as músicas (fico me perguntando se alguém realmente chega a tentar adivinhar quais são xD)
Capítulo 1 – One Way or Another – Blondie
Capítulo 2 – I Need You Tonight – INXS
Capítulo 3 – Crazy Little Thing Called Love – Queen
Capítulo 4 – Fear – Bon Jovi
Capítulo 5 – Enter Sandman – Metallica
Capítulo 6 – Layla – Eric Clapton
Capítulo 7 – Pour Some Sugar on Me – Def Leppard
Capítulo 8 – Ten Years Gone – Led Zeppelin
Músicas durante a fic: Viva Las Vegas – ZZ Top; Some Kind of Monster – Metallica (que o Dean canta no avião); Carry on my Wayward son – Kansas e I Want Action – Poison. Todas valem a pena escutar!
Bom, realmente espero que vocês gostem bastante, comentem (por favor) e divulguem! Ah, o que acharam do Cass perdido? Além disso, aguentariam uma quarta? Acho que ta bom só três...
XX
N/B: Heey :) depois de mil anos eu consegui mandar essa rsrs, Desculpem a demora >< Eu adorei a continuação e vocês? ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.