I deserve to be loved


Escrita por: Yzi
Betada por: Ebonny





I deserve to be loved


" - ... Eu faria tudo por você. - os olhos de brilhavam ao sussurrar as doces palavras. Enquanto Zayn, que naquele momento servia como um acolhedor travesseiro para sua pequena, apenas assimilou as palavras e voltou a afagar as longas madeixas com carinho, a embalando em um leve sono e, assim feito, permaneceu deitado na cama da namorada que lhe parecia o lugar mais confortável do mundo naquele momento."

piscou os olhos mais 5 vezes tentando certifica-se de aquilo não era um sonho, um pesadelo, melhor dizendo, e para seu desespero não era. A cena que acabara de presenciar era real e a sublime ilusão de que poderia acordar foi dissipando-se com o pingo de esperança das pessoas estarem erradas a respeito das acusações que faziam sobre Zayn. Ela sentiu as lágrimas encharcarem seu rosto involuntariamente enquanto pressionava a mão contra a boca para não gritar. não sabia onde estava, não se lembrava de ter visitado aquele antigo galpão sujo e fedido, mas quando saísse dali tinha a certeza de que jamais voltaria. Malik voltou seus olhos pra sua namorada que estava sentada próxima a parede com os joelhos junto ao corpo e uma expressão aterrorizada, o bad boy deixou escapar um sorriso no canto dos lábios.
A não olhava para Zayn e sim para o garoto ensanguentado, estirado no chão a poucos metros, que seu namorado acabara de matar a sangue frio e para o senhor engravatado que, ajoelhado ao lado do corpo, gritava como se aquilo pudesse trazer o jovem de volta a vida. Isso não incomodou o moreno que soltou uma risada sádica. levantou o olhar tentando encontrar algo familiar nos olhos do rapaz, mas seus olhos não conseguiam sair da arma que ele carregava em mãos. O rapaz desistiu de conseguir o olhar dela e voltou a apontar a arma para o senhor que tinha o paletó manchado com o sangue do garoto morto. Malik começou a andar de um lado para o outro sem que o velho homem saísse da sua mira.
- Você ainda me ama, ? - o assassino proferiu muito mais alto que o necessário assustando a garota ainda em estado de choque. Não havia uma resposta a ser ouvida, só o que podia ouvir eram os soluços e gritos agonizantes do senhor que agora acariciava o rosto do menino. Irritado em não obter resposta continuou seu monólogo. - Lembra quando você disse que me amava pelo o que eu era? Independentemente do que os outros falavam ao meu respeito? - o garoto sacudiu a cabeça como se estivesse sob efeito de drogas. E por um segundo parou de encarar o vazio e fitou o velhinho rudemente. - DÁ PRA CALAR A BOCA? Mal consigo ouvir meus pensamentos! - gritou fazendo com que o senhor começasse a soluçar baixinho. Então deu passos firmes até onde estava e a puxou pelo braço sem nenhuma delicadeza, para que ela ficasse de pé. Ela ainda recusava-se a encarar seus olhos. O que mais a assustava não era o fato de não reconhecer o Zayn pelo qual ela havia se apaixonado, e sim que fosse ele mesmo, ela o encarava e conseguia vê-lo perfeitamente como era e sempre foi. A assustava o fato de ter demorado tanto tempo para enxergar a verdade. - Então, você ainda me ama ou tudo que você me disse eram mentiras? Pois esse sou eu, quem eu realmente sou. - deu ênfase no apelido da que encarava o vazio.
Ela estava com medo, e quem não estaria? Toda aquela proximidade com um assassino era assustadora. A jovem procurava voz para responder, porém preferiu questioná-lo:
- O que você fez? - queria gritar, porém sua voz mal conseguia sair. - Por que matou aquele homem inocente? Quem é esse senhor? - disparou a perguntar tentando entender aquela história.
- Inocente? - caçoou revirando os olhos achando aquilo tudo estúpido demais. - Não sei o que me surpreende mais; tamanha inocência ou você não reconhecer o deputado ali. - apontou com o revólver. - Envolvido com lavagem de dinheiro e toda aquela corrupção que estamos acostumados a assistir nos noticiários. - encarou o político enquanto dizia e deu dois passos para trás ficando paralelo a ele, agora voltando a apontar a arma para o mesmo. - Esse homem destruiu tudo o que minha família demorou para construir, tirou tudo que tínhamos como também tirou de várias famílias. E o mais interessante é o que os noticiários não mostram que ele está envolvido com a máfia. - voltou a encará-lo de forma rude e sem qualquer esforço fechou a cara e disparou contra a perna do deputado que gritou em desespero.
Os ouvidos de ainda zumbiam pelo barulho dos tiros que eram mais altos do que ela pensava. Agoniada tentou não encarar o homem e apenas deu um passo pra frente, se preocupando em não se manter tão próxima.
- E quem é o homem em que você atirou? O que ele tem a ver com isso? O que você tem a ver com isso? - tropeçava nas palavras toda vez que tentava formular novas perguntas. E que fez Malik rir.
- O que eu tenho a ver com isso? - tentou segurar a risada como se aquilo fosse uma piada hilária. - Nada pessoal... Me contrataram para acabar com ele. Então eu pensei, acabar com a raça desse desgraçado e ainda ser pago por isso. Francamente, é melhor do que uma viagem a Disney. - concluiu desta vez com os olhos presos aos de . - Ah, e o garoto é o filho dele... Sabe como é, ossos do ofício. - deu os ombros sem dar muita importância ao assunto. Tamanha indiferença era perturbadora.
- Como pode ser tão frio? - indagou tentando conter as lágrimas que ainda caiam. Sua cabeça estava doendo e ela chegava a estar fraca apenas de presenciar a situação.
- Frio?! Porra, , você fala como se esse cara fosse um bom samaritano. - gritou um pouco frustrado por não ser compreendido pela namorada.
- Isso não justifica... Aliás, nada justifica. - gritou de volta.
- Quer saber? Você não entende, ninguém entende. Mas tudo bem... – nesse momento, podia jurar que quase viu um sorriso sincero. - Teremos bastante tempo junto para que você entenda.
- Acho que não entendi. - a voz da ainda era de choro.
- Vou terminar o serviço e sairemos do país. Podemos ir pra qualquer lugar que você quiser. Ouvi dizer que as praias do Brasil são maravilhosas. Com a grana que eu ganhei podemos ter uma vida maravilhosa em qualquer lugar. Contanto que você me ame. - indagou estendendo a mão para que ela a segurasse, ela não fez.
- Você é louco. - afirmou mais pra si mesma do que pra ele.
- Pode até ser, mas sou o único louco que te ama. - respondeu pra ela, nem um pouco ofendido. - Teremos tempo pra isso depois, mas agora vamos a uma lição importante: sempre termine o que começou. - virou para o senhor que assistia a cena inexpressivo, quase como se já estivesse morto por dentro. Zayn colocou o velho deputado na mira e engatilhou. Quando foi possível ouvir as sirenes de carros da polícia se aproximando. O bad boy parou para ouvir as sirenes tentando estipular uma distância e, logo em seguida, se mostrou visivelmente bravo. - DESGRAÇADO !!! CHAMOU A POLÍCIA?! - gritou para o velho que não mostrou reação. - O acordo era claro! SEM TIRAS!
- Escuta aqui, garoto! No acordo meu filho ficava vivo, você tirou isso de mim. Não tenho mais tanto a perder. - e pela primeira vez naquela noite, ouviu sua voz. - E uma lição mais importante ainda: quando fizer algo, faça bem feito. - apresentou minimamente um sorriso para Malik, que ergueu a sobrancelha direita e se permitiu sorrir também.
- A gente se vê no inferno, maldito! - e com frieza e um sorriso no rosto, ele disparou o tiro que sentenciou a morte do senhor. A bala atravessou o crânio dele. viu tudo, sem conseguir se mexer. Seu namorado chegou a inclinar a cabeça para o lado para admirar seu feito, como se fosse sua obra de arte. - Vamos embora daqui antes que...
Estava para terminar a frase quando um policial abriu as portas do galpão com um chute. Tudo dali pra frente aconteceu muito rápido. O policial apontou a arma para Zayn que como em um instinto segurou sua namorada em seus braços apontando a arma pra sua cabeça, ele pode senti-la tremer em seus braços, então a apertou contra seu corpo com mais força.
- Mais um passo e eu atiro! - gritou para o policial que no mesmo momento se manteve imóvel. - Bom garoto. - o moreno sorriu.
- Não faça nada do que vá se arrepender depois. Fica calmo. - o policial tentou tomar a frente da situação.
- NÃO ME MANDA FICAR CALMO! - gritou Malik. - Sabe, estou cansado das pessoas me dizendo o que fazer. Agora coloca a arma no chão e chuta pra cá. - ordenou o assassino. engoliu o choro com os gritos, que serviram para acorda-la do choque de ver tantas mortes só naquela noite. Ao vivo e a cores.
- Ok, então conversemos de igual pra igual. - indagou o tira erguendo as mãos como quem se rende e colocando a arma no chão e a chutando para longe. - Meu nome é Jensen e o seu? - sorriu um pouco nervoso e ainda persuasivo.
- Não somos iguais e não haverá conversa. - Malik respondeu seco. - Pega a arma. - se dirigiu a a libertando de seus braços ainda com a arma em sua cabeça. A garota procurou não fazer movimentos bruscos apenas andou devagar até a arma e quando se abaixou para pega-la ouviu um disparo. Esperando o pior, ergueu os olhos para ver se o policial estava bem e, para sua surpresa, ele estava intacto com outra arma em mãos. Virou e viu Zayn de joelhos com a arma longe e com a mão no ombro que fora atingido. Ela se levantou rápido e antes que o namorado a pega-se, chutou sua arma para longe. O rapaz a encarou com uma expressão que mesclava dor e surpresa. Ela viu algo finalmente afeta-lo e aquilo apertou seu coração, mesmo que fosse o certo a fazer.
- Vai ficar tudo bem... Acabou. - o policial disse se aproximando.
- Não se mova! - berrou , surpreendendo a si mesma.
- Fica calma. Está tudo bem. - apesar de estar de costas para o policial ela podia ouvir sua voz.
- Estou calma... - suspirou cansada. - ... Apenas não se mova. - ela ainda encarava seu namorado. A arma estava em sua mão e em um movimento rápido ele tirou a mão de seu ombro ensanguentado, o que a permitia ver o furo em sua jaqueta de couro, e tentou pegar a arma de sua mão, porém a desviou fazendo-o cair no chão. Malik gritou de dor pelo impacto de seu ombro no chão e ela teve vontade de abraça-lo e dizer que ficaria tudo bem. Como se aquela fosse mais uma noite normal, como se seu namorado não fosse um assassino de aluguel, um mostro de sague frio sem um pingo de humanidade no olhar.
- Então é assim que termina? - o moreno no chão quase sussurrava as palavras. - Você vai me deixar apodrecer em uma cela de cadeia? Esse é o seu amor? - pausou ajeitando suas costas no chão e contendo a cara de dor. No fundo, ele sabia que não importava o que fizesse, a conexão entre seu olhar com o dela não seria quebrada. - Porque se esse for o amor que você tem a me dar, por favor me odeie. Talvez seja menos doloroso.
Ela não respondeu, apenas o encarou e todos os momentos que passaram juntos vieram em sua mente até chegar naquele fatídico dia. Agora, ela tinha uma decisão em mãos, sabia o certo a fazer, mas seu coração gritava para seguir o outro caminho. Várias perguntas vinham a sua mente, porém a mais frequente era se poderia conviver com aquilo tudo que havia acontecido. A resposta era não. Ela não tinha tamanha frieza. Cansada de ver os homens tomando controle da situação apontou a arma para Zayn.
- “EU FARIA TUDO POR VOCÊ” - gritou ele assim que a viu engatilhando. - Você disse... - Malik começou a encontrar dificuldade para falar. - ..."Eu faria tudo por você" e eu acreditei. Agora eu te pergunto: fui idiota em acreditar? - ao questiona-la deixou uma única lágrima solitária escapar.
- Ei, não precisa acabar assim. - disse o policial guardando a arma. A garota tomou uma expressão fria e angustiada e fitado os olhos de Jensen.
- E não vai... - sussurrou vagamente, virou a arma para o tira e sem pensar duas vezes apertou o gatilho acertando com tudo a cabeça do mesmo, que com o impacto foi jogado contra a parede, pela qual escorreu até cair sentado sem vida no chão. Zayn arregalou os olhos sem saber o que pensar.
- Essa é a minha garota! - comemorou o rapaz. Sem mudar a expressão, o ajudou a levantar e se fez de apoio para que ele começasse andar até o carro. As sirenes eram a música de fundo. Não paravam de tocar e eram muitas. Aparentemente o policial tinha sido esperto o suficiente para pedir reforço. Eles caminharam o mais rápido que podiam até o A3 Sport Sedan preto em que o deputado havia chegado. ajudou o namorado a entrar no carro, no banco do carona, depois correu até o banco do motorista. Entrou no carro, jogou a arma no porta luvas e deu partida no carro, já que as chaves estavam no lá dentro. E em alguns minutos eles já estavam a 100 km/h.
- Sabia que você não ia me deixar ir preso. - o rapaz começou a tagarelar com um sorriso estampado no rosto. As sirenes estavam cada vez mais altas pelo o retrovisor a conclusão era clara, estavam os seguindo. - FUCK! - gritou Zayn socando a porta e logo sentindo a dor em seu ombro, já que por um momento havia esquecido que fora baleado.
- Sabe? Nunca fui muito boa em tomar decisões. - a jovem não se deu trabalho de encara-lo nem por um segundo, apenas começou seu discurso calma. Já o rapaz, estranhando, alternava o olhar dos carros da polícia, para a velocidade em que estavam e, por fim, a garota.
- Mas... Você tomou a decisão certa. Não é mesmo? - Malik gaguejou. - E agora vamos poder ser felizes juntos longe daqui.
- Quando estávamos no galpão, pensei se poderia sobreviver com tudo que tinha presenciado esta noite e eu não conseguira. Ninguém com o mínimo de sanidade poderia conviver com um segredo assim. - Continuou, ignorando completamente toda e qualquer palavra do namorado. - Fizemos coisas erradas e pessoas inocentes morreram por isso. Acha justo que sejamos felizes depois de hoje? - e antes que ele pudesse responder, ela o fez. - Pois eu acho que não. Ainda tenho um pouco de humanidade em mim e nem sei se isso é tão bom...
- Do que você tá falando? - Zayn a interrompeu novamente quando a viu pisar no acelerador.
- Lembra o que você perguntou lá no galpão? - ela sorriu e ele viu uma lágrima escorrer pelo seu rosto. - "Então é assim que termina?" - tentou imitar a voz dele. - Respondendo sua pergunta: não. Não era daquele jeito que terminava... - fitou os olhos assustados do inevitável amor de sua vida - que vendo o perigo da situação tentou com todas suas forças, fracassadamente, destravar a porta do carro - pela última vez e disse:
- É assim que termina. - e com isso, virou o volante com força, fazendo com o que o carro fechasse a rua. A viatura que estava quase os alcançando foi a primeira a bater com tudo no Audi, destruindo por completo o lado do carona. As que vinham mais atrás tentavam frear em vão. A segunda chegou a empurrar o carro para frente e a terceira capotou por cima dos três carros fazendo com ambos explodissem, fazendo um clarão incomodo que foi visto do outro lado da cidade. não poderia viver carregando consigo a prisão ou a morte de Zayn Malik, pois além de tudo que ele era ou fazia, ela ainda o amava com suas últimas forças. Porém, no meio daquela confusão, ela decidiu que era parcialmente o certo a fazer. Como não podia deixa-lo, fez com que a morte os separassem. Em seu último suspiro, com lágrimas no rosto a jovem apreciou a face daquele que seria seu homem, se tudo naquela noite desse certo, se ela não tivesse se incomodado com os gritos dentro de um galpão velho e apenas ficasse no carro, eles pertenceriam um ao outro em uma cerimônia comum em Las Vegas e depois talvez fossem de fato para o Brasil, contando que um amasse o outro tudo ficaria bem como sempre fora, e sussurrou " Eu te amo".


FIM



Nota da autora: 09.11.2014 – Sem Nota

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